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PATRÍCIA MACHADO DE OLIVEIRA

AMANDA KAROLAYNE DE SOUZA FELDHAUS

A APLICABILIDADE DO DIREITO SOCIAL À EDUCAÇÃO FRENTE À


PANDEMIA DO COVID-19 NO BRASIL

Ji-Paraná
2021
PATRÍCIA MACHADO DE OLIVEIRA
AMANDA KAROLAYNE DE SOUZA FELDHAUS

A APLICABILIDADE DO DIREITO SOCIAL À EDUCAÇÃO FRENTE À


PANDEMIA DO COVID-19 NO BRASIL

Projeto de pesquisa apresentado ao


Centro Universitário São Lucas Ji-
Paraná – UniSL, para obtenção de grau
na disciplina Trabalho de Conclusão de
Curso I – TCC 1, no curso de Direito,
sob orientação do Prof. Esp. Teófilo
Lourenço de Lima.

Ji-Paraná
2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................4

2. PROBLEMATIZAÇÃO...........................................................................................5

3. HIPÓTESES...........................................................................................................9

4. OBJETIVOS.........................................................................................................10

5. JUSTIFICATIVA...................................................................................................11

6. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................14

7. METODOLOGIA...................................................................................................18

8. RECURSOS ........................................................................................................19

9. CRONOGRAMA ..................................................................................................20

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................21


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1 INTRODUÇÃO
5

2 PROBLEMATIZAÇÃO

A crise desencadeada pelo COVID-19 evidencia as dificuldades enfrentadas


pelos governos em gerir as políticas públicas em duas grandes áreas abrindo
margens para debates preocupantes: a saúde e a economia. Sem dúvida, os
impactos econômicos são profundos, a saúde pública é uma questão seríssima e
qualquer discussão sobre a pandemia necessariamente deve passar por essas
áreas. Contudo, há uma outra área que também precisa de atenção nesse momento
e vem sendo negligenciada: a educação.
Escola, família e o próprio Estado tem se deparado com inúmeros desafios a
fim de minimizar as consequências ocasionadas pelo isolamento compulsório e
obrigatório. As dificuldades no aprendizado dos alunos em tempos normais já são
uma realidade da educação brasileira e pensar em uma modalidade de ensino EAD
ou remota para a educação básica, diante de dados como o da pesquisa TIC
DOMICÍLIOS 2018, onde apenas 42% das casas brasileiras tem computador; 85%
dos usuários de internet das classes D e E acessam a rede exclusivamente pelo
celular e somente 13% se conectam tanto pelo aparelho móvel quanto pelo
computador é desafiador e acima de tudo alarmante. É uma realidade que já
prejudica a garantia do Direito à Educação em condições normais, imagine em
tempos como os vividos, sem muitas alternativas. (AUTOR, 2021. Disponível em...,
acesso em...)
Toda a legislação brasileira está ancorada em princípios globais de direitos
humanos e do direito à educação. A Declaração dos Direitos Humanos reforça isso
quando diz que “Todos os seres humanos têm direito à educação, sendo que esta
será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais e orientada no
sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do
respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.
Traçar novas perspectivas a fim de fornecer um ensino de qualidade
reforçando a necessidade e a importância da luta em defesa do cumprimento do que
preceitua o art. 205 da Carta Magna de 1988, de onde extrai-se que a garantia da
educação como direito de todos é feita através do dever do Estado de ofertá-la, ou
seja, é incumbência do poder público o serviço educacional e a família é
corresponsabilizada pela tarefa de educar seus filhos, sendo tal tarefa promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade visando o pleno desenvolvimento da
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pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o


trabalho, tem sido desafiador para os educadores que muitas das vezes veem-se
exauridos com tamanhas cobranças e na maioria das vezes cheios de incertezas
sobre o impacto direto na permanência dos estudantes na escola, aumentando o
risco de abandono e evasão escolar, pois o longo afastamento de atividades
presenciais na escola produzirá a ampliação das desigualdades educacionais, uma
vez que as oportunidades de aprendizagem, bem estar e proteção social dos
estudantes em isolamento é marcada por graus variados de precariedade de seus
lares.
Apesar das dificuldades trazidas pela pandemia da COVID-19 a qualidade da
aprendizagem precisa ser efetivada e garantida a todos em pé de igualdade, pois é
um dos pressupostos básicos e necessário. É de suma importância considerar o
contexto de desigualdades socioeconômicas e dificuldades de acesso às tecnologias
de informação e comunicação, bem como outras questões relevantes que podem
inviabilizar um atendimento equitativo, inclusive na distribuição das atividades não
presenciais que é uma das modalidades mais comum de oferta.
Segundo dados de pesquisa realizado pelo Fundo das Nações Unidas pela
Infância, no início da pandemia no mês de março de 2020, no Brasil 4,8 milhões de
crianças e adolescentes de 9 a 17 anos vivem em domicílios sem acesso à internet.
A pesquisa mostra, ainda, que no país 11% de crianças e adolescentes nesta
mesma faixa etária, infelizmente, não tem acesso a esta ponte de comunicação, por
conseguinte, não acessando a rede nem em casa e nem em outros lugares nos três
meses que antecederam a entrevista. A exclusão é maior entre crianças e
adolescentes que vivem em áreas rurais (25%), nas regiões Norte e Nordeste (21%)
e entre os domicílios das classes D e E (20%). (UNICEF, 2021. Disponível em...,
acesso em...)
Nessas condições de exclusão e vulnerabilidade a vida digna passa pela
procura de efetivação dos direitos sociais e que só pode ser devidamente
consolidado através da garantia de acesso à conexão de internet, o que
necessariamente se torna também um componente do direito à educação em
tempos de pandemia e isolamento social obrigatório, neste sentido a Convenção
sobre os Direitos da Criança (CDC, 1989) estabelece a obrigação dos Estados de
“Garantir o acesso da criança a informações e materiais procedentes de diversas
fontes nacionais e internacionais, especialmente aqueles que visam à promoção de
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seu bem-estar social, espiritual e moral e de sua saúde física e mental”. (UNICEF,
2021. Disponível em..., acesso em... )
Partindo da premissa de que a educação transforma a sociedade e é por meio
dela que é possível formar cidadãos pensantes e atuantes democraticamente, e
através de igualdade de oportunidades que se faz valer o que na constituição federal
é tido como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, conforme
expresso em seu artigo art. 3º, in verbis:

Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I – construir uma sociedade livre, justa e igualitária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Evidente que a pandemia do corona vírus escancarou um dos maiores


problemas enfrentados durante décadas pela sociedade brasileira no que concerne
à educação, a qualidade de ensino e o acesso aos meios de comunicação se
mostram precários reafirmando a desigualdade de oportunidade no acesso à
educação para os estudantes da rede pública de ensino, mesmo que ainda não seja
possível mensurar o retrocesso das conquistas sociais não se afasta o que é
evidente a longo prazo, tais como os reflexos disso em outros setores da sociedade,
mas é nítido que grandes perdas estão por vir colocando em risco o que preconiza a
Carta Magna como direito fundamental e social.
Partindo do que foi observado e levando-se em consideração tamanha
desigualdade de conectividade às tecnologias de comunicação e informação,
especialmente as mídias digitais existente na sociedade brasileira, mais
especificamente no Estado de Rondônia, a presente pesquisa reúne várias
informações no intuito de responder alguns questionamentos como: os impactos
negativos a longo prazo que é possível evidenciar desde logo e que colocam em
risco os avanços até então conquistados pela sociedade brasileira no que se refere
à educação básica.
É sabido que a educação básica sempre foi alvo de muitas preocupações,
buscou-se ao longo das décadas de lutas e conquistas romper o pensamento de que
a educação não muda a sociedade, mas reforçar a ideia de que é através dela que
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formamos uma sociedade justa e igualitária preconizando a igualdade no acesso e


oportunidade a todos, independentemente de classe, credo ou raça.
Diante de tudo isso, sabemos que não é possível mensurar todos os impactos
que a COVID-19 acarretará para as famílias mais carentes no quesito educação,
mas desde já é perceptível que muitos estão sendo desassistidos em vários
segmentos da sociedade e, sendo a educação um dos pilares para a busca de um
mundo mais justo e um dos principais meios que serve como parâmetro mais
equânime de conquistas visando o equilíbrio social, vê-se que a mesma não está
sendo prioridade dos governos na atual conjuntura, justamente porque os números
não são palpáveis tão já, logo, o foco fica nos outros setores mais fragilizados e que
não podem esperar para solucionar.
Tendo em vista o quadro desafiador que se instalou mundialmente pela
COVID-19, e trazendo para a realidade vivenciada pelos brasileiros historicamente
marcada por conquistas no sentido de garantias sociais, percebendo que as ações e
omissões governamentais no trato com o problema em questão respingam em
vários segmentos da sociedade, com essa pesquisa pretende-se responder ao
seguinte questionamento: De que forma as ações governamentais para a educação
brasileira no contexto da pandemia contribuem para que não haja um retrocesso nas
conquistas de direitos sociais como o acesso democrático a educação?
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3 HIPÓTESES

 O acesso limitado por alunos de baixa renda às tecnologias de comunicação


e informação prejudicam a garantia do direito fundamental a educação
previsto na Constituição da República Federativa do Brasil bem como
evidencia e fortalece as desigualdades sociais como condição de exclusão e
vulnerabilidade das classes menos favorecidas na sociedade brasileira.
 O fechamento das escolas e a suspensão das atividades escolares
presenciais sem uma política de acompanhamento eficaz aliado a ausência
de políticas que visem o fortalecimento do vínculo entre a família e a escola
acentuam a possibilidade do abandono escolar suprimindo conquistas
relacionadas às garantias no acesso à educação preconizado na Constituição
Brasileira e outros documentos legais.
 O impacto que o afastamento do convívio escolar acarreta, retomando uma
questão que por décadas tentou-se solucionar: a permanência dos estudantes
na escola a fim de minimizar a defasagem idade/série, tal situação aumenta o
risco de abandono e evasão escolar, pois o longo afastamento de atividades
presenciais na escola produzirá a ampliação das desigualdades educacionais,
uma vez que as oportunidades de aprendizagem, bem estar e proteção social
dos estudantes em isolamento é marcada por graus variados de precariedade
de seus lares.

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4 OBJETIVOS

 Identificar algumas das ações governamentais implantadas ao longo dos anos


com intuito de dirimir questões relacionadas ao acesso à educação de forma
a promover o equilíbrio social e igualdade de oportunidades a todos.
 Visualizar quais os desafios enfrentados pelas famílias, principalmente
aquelas que historicamente sofrem com o abandono e desprestígio estatal
ocasionado pela falta de oportunidade no acesso e permanência no seio
escolar.
 Identificar as dificuldades enfrentadas pelo poder público em levar o ensino
EAD de qualidade de maneira eficiente e quais os meios capazes de garantir
a qualidade e o direito e/ou a igualdade de acesso à educação para todos os
estudantes fazendo prevalecer o que preconiza a carta magna como direito
fundamental.
 Verificar a possibilidade de reparar ou amenizar as perdas acarretadas pelo
ensino remoto, voltando-se, cuidadosamente à eliminação das desigualdades,
oportunizando aos alunos, sobretudo aos que foram excluídos no contexto de
pandemia, aprendizagens voltadas ao desenvolvimento intelectual, humano e
do pensamento crítico, e à formação para a cidadania e se isso é de fato
palpável.
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5 JUSTIFICATIVA

Historicamente, é possível perceber uma preocupação formal do legislador


em abarcar o tema direitos sociais, entendido este como direitos fundamentais do
homem que devem ser garantidos pelo Estado a fim de evitar ou ao menos diminuir
os impactos negativos do sistema econômico na realidade social proporcionando
melhores condições de vida com igualdade de oportunidade entre os diferentes.
A sociedade brasileira muito caminhou até chegar ao mais próximo do que é
considerado Estado Democrático de Direito, muito há que se conquistar, mas é
plausível os avanços no que diz respeito aos direitos sociais, principalmente quando
se trata de educação, direito fundamental capaz de eliminar as desigualdades,
oportunizando as pessoas, sobretudo as que foram excluídas historicamente,
aprendizagens voltadas ao desenvolvimento intelectual, humano, o pensamento
crítico e à formação para a cidadania, o que foi fortalecido através do documento
supremo dentro de um Estado, a nossa Carta Magna de 1988 conhecida como
Constituição Cidadã.
Nesse sentido, o direito a educação classificado como direito social e
fundamental preconiza a busca pela igualdade social entre as pessoas mesmo
diante das desigualdades que é tão evidente hodiernamente. Essa desigualdade
social implica uma desigualdade no acesso à educação. A crise provocada pela
COVID-19 tratou de evidenciar aquilo que outrora tenha sido abrandado através de
políticas de inclusão dos governos, reforçando a necessidade urgente e emergente
do não retrocesso à política social do Estado.
A discussão do tema em questão busca reforçar os avanços conquistados
pela sociedade no que diz respeito a qualidade do ensino e o direito de acesso à
educação, temas tão importantes que ao longo de décadas foram se mostrando
divisores de água de uma sociedade marcada historicamente pela segregação de
classes e oportunidades com vistas a superação de desigualdades de natureza
diversas, principalmente a educacional.
Tendo presente a situação instalada, relevante destacar as limitações
enfrentadas pelas redes públicas de ensino na modalidade EAD. Sabe-se que a
educação é marcada pela falta de uma política de Estado definida e que,
constantemente sofrem mudanças de acordo com quem está no poder, as
alterações de governos, seja na seara federal, estadual ou municipal, ocasiona a
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insegurança nas prioridades afetando profissionais e o público principal: alunos. O


descaso com a educação, procurando priorizar números ao invés de qualidade
acarreta um desempenho abaixo do que é considerado satisfatório e a desistência
dos alunos ao longo dos anos letivos, devido a precariedade com que muitas vezes
é ofertado e as dificuldades enfrentadas por uma grande maioria da população que
sofre a falta de assistência estatal.
O ensino desenvolvido por meio de plataformas online e recursos digitais, a
distribuição de materiais impressos mostrou-se como alternativa principal a fim de
contemplar alunos e professores em suas expectativas de ensino e aprendizagem
no contexto pandêmico instalado. Porém, é sabido que a realidade que permeia a
vida da população brasileira é muito diferente em cada cidade, estado e região
marcada por contrastes que potencializam ou em muitos casos enfraquecem o
processo formativo quando se verifica contextos socioeconômicos e demográficos
tão díspares em relação à oportunidades de aprendizagem. Não se concebe a ideia
de que todos terão acesso a todas as informações de maneira igual, é logico que
realidades distintas são evidentes e muitas das vezes o acesso a rede é limitado, se
dando em lares com vários estudantes e apenas um celular ou computador para
vários alunos, redes compartilhadas por vizinhos ficando com isso presos à situação
que determina uma fragilidade na condição de incluído digital, preso à iminência
constante de ser excluído, a falta de tempo e recursos para manter o aluno
concentrado no momento dedicado ao estudo, a deficiência educacional que é
realidade de muitos pais em não conseguir ajudar os que mais precisam de
acompanhamento, os alunos das séries iniciais, são um dos inúmeros problemas
que assolam as realidades vividas pelas famílias.
Pensando na questão central desse trabalho em que as múltiplas realidades e
contextos do país foram considerados parcialmente ou em muitos casos nem
considerados foram, a atual conjuntura escolhida para tentar remediar a situação do
ensino brasileiro é excludente o que ameaça um retrocesso na qualidade e oferta de
ensino bem como acarreta a desigualdade social e educacional em razão de não
garantir a todos a qualidade, o direito e igualdade de acesso à educação para todos
os estudantes em suas particularidades.
O presente trabalho busca repensar a educação, buscando identificar
algumas das ações governamentais implantadas ao longo dos anos com intuito de
dirimir questões relacionadas ao acesso à educação de forma a promover o
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equilíbrio social e igualdade de oportunidades a todos, bem como verificar a


possibilidade de reparar ou amenizar as perdas acarretadas pelo ensino EAD no pós
pandemia, voltando-se, cuidadosamente à eliminação das desigualdades
negligenciadas muita das vezes pelo poder público, oportunizando aos alunos,
sobretudo aos que foram excluídos no contexto atual o mínimo na busca pelo
acesso democrático e equânime do ensino fazendo prevalecer o que preconiza a
carta magna como direito fundamental e, principalmente, visualizar os desafios
enfrentados pelas famílias, principalmente aquelas que historicamente sofrem com o
abandono e desprestígio estatal ocasionado pela falta de oportunidade no acesso e
permanência no seio escolar.
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6 REFERENCIAL TEÓRICO

O surgimento da preocupação com tema direitos sociais se deu a partir da


observação da existência de desigualdades sociais, já que o objetivo dessas
garantias seria diminuí-las. A pandemia do Covid-19 escancarou a enorme
disparidade social que há muito aflige o Brasil. Como se não bastasse o
enfrentamento de uma crise sanitária sem precedentes, essa batalha vem sendo
acompanhada de obstáculos que incluem a falta de saneamento básico à qual está
submetida grande parte da população, a precariedade de moradia e alimentação, o
desmonte do sistema único de saúde e a carência de investimentos em saúde
pública, dentre muitos outros problemas enfrentados pela população. Atrelada a
todas essas desigualdades, temos também a desigualdade no acesso à educação.
No Brasil, somente a partir da constituição de 1988, é que a criança ocupou
lugar de sujeito de direitos sendo do Estado o dever de ofertar a educação
gratuitamente, como se pode extrair do texto constitucional.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p.1)

Nesse sentido cabe ao Estado o dever de promover a educação e a família


acompanhar e participar ativamente do processo de ensino-aprendizagem, sendo de
fundamental importância cobrar das autoridades um ensino de qualidade que
procura entender a criança como um ser sócio histórico, onde a aprendizagem se dá
pelas interações entre a criança e seu entorno social.
Os direitos sociais estão definidos no artigo 6º da Constituição Federal de
1988, dizem respeito aos direitos e garantias fundamentais e à ordem social,
entendidos como direitos dos cidadãos e obrigação do Estado, ou seja, através de
programas e políticas públicas, deve o governo agir para possibilitar que todos os
cidadãos tenham as necessidades básicas para uma vida digna garantidas. É
preciso garantir não só o aprendizado de conteúdos qualificando o educando para o
mercado de trabalho, mais que isso é de suma importância o desenvolvimento
cognitivo buscando formar cidadãos conscientes e capazes de exercer a cidadania
de forma integral.
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Outro instituto que reafirma o estabelecido na Constituição Federal do Brasil


voltado para assegurar a educação é o da Lei De Diretrizes E Bases Da Educação
Nacional – LDB, que traça objetivos e obrigações a serem alcançados visando
orientar os caminhos a serem percorridos para se obter uma educação de qualidade,
com garantias de padrão de qualidade, acesso e permanência de todos vinculando a
educação o trabalho e as práticas sociais. Vejamos o que o Art. 3º da LDB diz
acerca da educação nacional.

Art. 3º. O ensino será com base nos seguintes princípios: igualdade de
condição para o acesso a permanência na escola; liberdade de aprender,
ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, pensamento, a arte e o saber;
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e
apreço a tolerância; coexistência de instituições públicas e privadas de
ensino; gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; valorização do
profissional da educação escolar; gestão democrática do ensino público, na
forma desta lei e da igualdade e dos sistemas de ensino; garantia de padrão
de qualidade; valorização da experiência extraescolar; vinculação entre
educação escolar, o trabalho e as práticas sociais (BRASIL, 1996, p. 1)

Com base nesses documentos e reforçando tais mandamentos busca-se


identificar os meios que ajudarão a sociedade a assegurar direitos conquistados
cobrando do poder público a garantia dessas conquistas. A efetivação das garantias
que a constituição dedicou como fundamental à sociedade, já que é possível notar
os prejuízos que um país que não tem a educação como prioridade sofre.
É evidente que a pobreza está intimamente ligada, numa relação recíproca, à
realidade educacional. Isso se dá pelo fato de que a mesma serve como impulso
para o aumento da inclusão social, sendo a educação um dos eixos necessários
para o bom andamento de uma sociedade democrática e justa, atrelada a garantia
de melhores condições de vida, moradia, alimentação, saúde, trabalho, entre outros
para que realidades sejam transformadas.
A educação no cenário nacional sempre se mostrou frágil, não demonstrando
ser uma prioridade para os governantes, tanto que observando a geração dos
nossos pais pouquíssimos possuem nível superior, outra parte irrisória conseguiu
concluir o ensino médio e a grande maioria estagnou no ensino fundamental,
justamente pelo fato de que naquela época, anos 60, 70 e 80 o que era importante
era ajudar no sustento do lar, crianças trabalhavam nas lavouras e isso era tido
como normal, antes de estudar era necessário ter o alimento na mesa e se preciso
fosse ter que abrir mão do ensino não havia grandes problemas, não se tinha muita
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perspectiva com um diploma, principalmente para as classes menos favorecidas, o


grau superior era conquistado por uma nata da sociedade, sendo clara essa
segregação e não havia muito o que se fazer, se você vinha de uma família carente,
a possibilidade de conquistar uma melhoria na qualidade de vida através da
educação era praticamente nenhuma.
Muitos são os desafios enfrentados pela sociedade diante do cenário de crise
mundial com que nos deparamos atualmente não há como negar e o COVID-19 veio
como um tsunami evidenciando tais fragilidades em diversos setores da sociedade.
Economia, saúde e educação foram os mais afetados, não precisa ir muito longe
para ver que de fato vivíamos uma utopia que outrora eram minimizadas com a falsa
impressão de que vivíamos em um país democrático com altos índices de alunos
matriculados concluindo com grau satisfatório de aprendizagem o percurso escolar
caminhando a passos largos para uma sociedade com números brilhantes de
alfabetização.
Ao longo do período de um ano foi possível vivenciar diversas situações em
vários setores da sociedade comprovando a cada dia o quão frágil é o sistema
brasileiro no que concerne às políticas públicas voltadas para o acolhimento da parte
mais carente da população.
O Estado de Rondônia, logo que iniciou a pandemia em 2020, adotou o
sistema de ensino na modalidade a distância para o ensino fundamental 1, onde
semanalmente foram ofertadas apostilas elaboradas pelos professores e enviadas
aos pais para que auxiliassem os alunos na resolução de atividades, diante da
emergência pouco se pôde fazer, já que a surpresa com que tal situação pegou a
todos rodeada de incertezas, o importante naquele momento era não deixar de
fornecer o básico, o aluno precisava ser atendido.
Fragilidades de início logo foram constatadas a começar pelos professores e
demais profissionais envolvidos no contexto escolar, pouco conhecimento com as
tecnologias, muitos sem o aparato necessário para o trabalho em home office, aliado
as realidades distintas dos pais com o desespero em ter que lidar com as crianças
24h por dia em casa, ter que trabalhar fora, a falta de tempo para auxiliá-las nas
atividades escolares, em contrapartida o medo pelo incerto enfrentado por muitas
famílias com a pandemia não poderia ter situação diferente, um ano praticamente
perdido, principalmente para as crianças da rede pública de ensino, porque tudo era
novo, existia a constante preocupação com a possível perda do emprego já que a
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pandemia cada dia se alastrava preocupando cada vez mais a todos, logo as
prioridades de muitos teve de ser realocada, sendo a educação deixada em segundo
plano.
Diante desse cenário, após um ano de pandemia não precisa ir muito longe
para se enxergar as dificuldades e os desafios enfrentados pelo Estado e pelas
famílias em proporcionar o acesso democrático a educação, único meio de garantir o
futuro de uma nação.
A educação é o basilar de uma sociedade justa e igualitária, através da
educação leques de oportunidades são abertos, as desigualdades são amenizadas
e oportunidades são criadas, e conforme palavras de Paulo Freire “Se a educação
sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”
Com esta pesquisa, buscaremos reforçar o que preconiza a Constituição
Brasileira onde preceitua que a educação é direito de todos e dever do Estado e da
família sendo promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Com as conquistas e avanços na seara social o Estado passou a ter mais
obrigações diante da criança e do adolescente, principalmente dos menos
favorecidos, sujeito de direito social, com o principal objetivo de obter segurança
jurídica e a efetivação desses direitos. O fortalecimento do princípio da proibição de
retrocesso que visa garantir os direitos já conquistados para seguir na efetivação de
outros direitos fazendo conexão entre a Constituição e as tarefas atribuídas por ela
ao Estado reforçando que não cabe mais à Constituição fixar políticas públicas ao
Estado, mas, traçar seus fins e objetivos.
(Continua...)
18

7 METODOLOGIA

Será uma pesquisa baseada em pesquisa bibliográfica qualitativa e terá como


base a Doutrina de Aury Lopes Jr 2020, especialmente o capitulo XI – Prisões
Cautelares e Liberdade Provisória: A (in)eficácia da presunção de inocência.

Outra fonte Doutrinária que será utilizada na pesquisa será do Professor


Alexandre Moraes da Rosa através do Podcast Criminal Player, da plataforma
Spotify que explana diversos assuntos em capítulos inseridos quase todos os dias.

Com isso, será conhecido o entendimento dos maiores advogados criminais


do Brasil sobre o prazo peremptório da prisão preventiva, bem como suas
peculiaridades.

Diante disso, será feito também uma pesquisa bibliográfica qualitativa sobre
precedentes das Cortes Superiores em relação ao tema, para que seja feito uma
comparação entre os entendimentos, identificando assim suas semelhanças e
peculiaridades.

Portanto, o estudo entre Doutrina e Jurisprudências será o seio da pesquisa,


que também buscará entender quais os efeitos que o referido dispositivo legal trouxe
para o processo penal.

ADAPTAR À SUA REALIDADE

Ou

Pesquisa de natureza básica, a ser desenvolvida através de revisão de


literatura.
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8 RECURSOS

PRODUTO QUANTIDADE
Computador 02
Impressora 0
Papel Sulfite 0
Internet 02
20

9 CRONOGRAMA

PERÍODO: 2021/1 – 2021/2


ATIVIDADES
F
ev.
Escolha do tema e
               
Orientador

Elaboração do Projeto

Encontros com o Orientador

Pesquisa Bibliográfica

Aprofundamento dos estudos


teóricos
Análise, catalogação dos
                     
dados e produção textual

Digitação e formatação final                      

Entrega e Apresentação à
                     
Banca
Correção sugerida pela
                     
Banca

ADAPTAR À SUA REALIDADE, ENQUANTO ATIVIDADES A SEREM


DESENVOLVIDAS E PERÍODO DE REALIZAÇÃO
21

10 REFERÊNCIAS

BRASIL, Casa Civil. Código Processo Penal. Decreto-lei n. 3.689 de outubro de


1941. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm. Acesso em:
28 de agosto de 2020.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Habeas Corpus 589544. Disponível em:


https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/22092020-
Revisao-da-prisao-preventiva-em-90-dias-so-se-aplica-ao-juiz-ou-tribunal-que-a-
determinou.aspx. Acesso em: 31 de outubro de 2020.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus 191836. Disponível em:


http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6012107. Acesso em: 31 de
outubro de 2020.

LOPES JR, Aury. Prisões Cautelares e Liberdade Provisória. In:__ Direito


Processual Penal. São Paulo, 17 ed. Saraiva Educação, 2020. Cap. XI, p. 627-743.

ROSA, Alexandre Moraes da, LOPES JR, Aury. Podcast: Criminal Player. Spotify.
São Paulo, 2020. Acesso em 03 de novembro de 2020.

ADAPTAR À SUA REALIDADE

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