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I. Rosa leu o folheto do supermercado e ficou contente de ver, com 25% de redução, a
foto das suas frutas preferidas / O supermercado – Rosa – verbal + imagens.
II. Duda começou a latir para mostrar a seu dono que estava satisfeita em vê-lo / Duda
– o dono – latidos.
III. Diante do pedido de informação do turista, um transeunte respondeu, dando de
ombros / o turista – o transeunte – verbal e gestual.
Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música, não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe falaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí,
encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas
bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas
ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes.
Se fosse ensinar a uma criança a arte da leitura, não começaria com as letras e as sílabas. Simplesmente
leria as estórias mais fascinantes que a fariam entrar no mundo encantado da fantasia. Aí então, com
inveja dos meus poderes mágicos, ela desejaria que eu lhe ensinasse o segredo que transforma letras e
sílabas em estórias.
É muito simples. O mundo de cada pessoa é muito pequeno. Os livros são a porta para um mundo
grande. Pela leitura vivemos experiências que não foram nossas e então elas passam a ser nossas. Lemos
a estória de um grande amor e experimentamos as alegrias e dores de um grande amor. Lemos estórias
de batalhas e nos tornamos guerreiros de espada na mão, sem os perigos das batalhas de verdade.
Viajamos para o passado e nos tornamos contemporâneos dos dinossauros. Viajamos para o futuro e
nos transportamos para mundos que não existem ainda. Lemos as biografias de pessoas extraordinárias
que lutaram por causas bonitas e nos tornamos seus companheiros de lutas. Lendo, fazemos turismo
sem sair do lugar. E isso é muito bom.
ALVES, Rubem, Ostra feliz não faz pérola. Ed. Planeta do Brasil Ltda. São Paulo. 2021.
Não se trata da simplicidade do projeto perfeito. A força do alfabeto como ideia reside na sua virtual
imperfeição. Embora não se adapte com perfeição a qualquer idioma, pode, com alguma adequação,
adaptar-se a todos eles. Assim como a nossa própria espécie, de cérebro mais desenvolvido, que pode
ser superada por outras espécies em diversas atividades, mas não no campo do pensamento, o alfabeto
é um generalista. Em termos de software, seu sucesso reside em sua maleabilidade. Mas de onde teria
surgido essa ideia do alfabeto? Como e onde se disseminou ao transformar-se no sistema de letras
romanas que é hoje a escrita mais conhecida do mundo?
É preciso um bom tempo para examinar essas questões, porque as raízes do alfabeto ainda continuam
vindo à tona.
(MAN, Jofin. História do Alfabeto.)
Nessa frase, a crítica se dirige a dois tipos de pessoas, indicadas pelos segmentos
sublinhados; a crítica se dirige, respectivamente, a pessoas que
A) desconhecem o que estão falando / são falsas.
B) ocultam fatos ou ideias / são ignorantes.
C) mentem sobre o que dizem / são hipócritas.
D) valorizam o que têm a dizer / são orgulhosas.
E) se negam a falar o que sabem / são sábias.
Roberto chegou atrasado ao cinema e não pôde compreender por que a heroína do
filme recusou a casar-se com o campeão mundial de skate.
Por quê? Porque o império romano crescia e eles precisavam indicar o clã a que a pessoa pertencia ou o
lugar onde tinha nascido”. (Ciência Hoje, março de 2014)
“Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer aos romanos por isso”. (texto
3)
O pronome “isso”, nesse segmento do texto, se refere a(à):
A) todo mundo ter um sobrenome;
B) sobrenomes citados no início do texto;
C) todos os sobrenomes hoje conhecidos;
D) forma latina dos sobrenomes atuais;
E) existência de sobrenomes nos documentos.
___O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip Hop. Para esse
movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive, principalmente os
menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas.
___O grafite foi introduzido no Brasil no final da década de 1970, em São Paulo. Os brasileiros não se
contentaram com o grafite norte-americano, então começaram a incrementar a arte com um toque
brasileiro. O estilo do grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores de todo o mundo.
___Muitas polêmicas giram em torno desse movimento artístico, pois de um lado o grafite é
desempenhado com qualidade artística, e do outro não passa de poluição visual e vandalismo.
(Brasil-escola, novembro de 2014.)
O texto faz referência à “década de 1970”. Essa década se refere aos anos de
A) 1970 até 1980.
B) 1970 até 1979.
C) 1971 até 1980.
D) 1971 até 1979.
E) 1901 até 1980.
“Outro dia resolvi peregrinar por alguns sebos do Centro da cidade. Há quanto tempo!
O hábito de frequentar sebos remonta à minha juventude, quando ingressei na
universidade. O Jornal do Commercio publicava, aos domingos, em pequenos anúncios,
relações de livros e revistas, que tinham sido adquiridos por eles”.
Estaremos falando de uma ideologia, a crença de que todos na sociedade deveriam ser iguais − claro que
não em todos os aspectos, mas nos mais importantes? Ou será uma sociedade em que as pessoas são
efetivamente iguais? O que isso significaria de fato, na prática, em ambos os casos? Que todos os
membros da sociedade têm igual acesso à terra, ou tratam uns aos outros com igual dignidade, ou são
igualmente livres para expor suas opiniões em assembleias públicas?
Como não existe nenhuma resposta clara e consensual a questões desse tipo, o uso do termo
“igualitário” tem levado a discussões infindáveis. Para alguns teóricos do século XVII, a igualdade se
manifestava no estado da Natureza. Igualdade, pois, seria um termo definido por omissão: identificaria
uma humanidade que pudesse estar livre depois de removidas todas as armadilhas da civilização. Povos
“igualitários” seriam, pois, aqueles sem príncipes, sem juízes, sem inspetores, sem sacerdotes,
possivelmente sem cidades, sem escrita ou sequer agricultura. Seriam sociedades de iguais apenas no
sentido estrito de que estariam ausentes todos os sinais mais evidentes de desigualdade.
Não há dúvida, pensando-se sempre no ideal de “igualdade”, de que algo deu muito errado no mundo.
Uma ínfima parte da população controla o destino de quase todos os outros, e de uma maneira cada vez
mais desastrosa.
(Adaptado de: GRAEBER, David, e WENGROW, David. O despertar de tudo − Uma nova história da
humanidade. Trad. Denise Bottmann e Claudio Marcondes. São Paulo: Companhia das Letras, 2022, p. 91
a 94, passim)
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do
texto em:
A) resposta clara e consensual a questões desse tipo (4o parágrafo) = solução
límpida para as dissensões de tal ordem
B) estariam ausentes todos os sinais mais evidentes (4o parágrafo) = não se
apresentariam os traços mais visíveis
C) têm a “igualdade” como tema central de estudos (1o parágrafo) = trabalham de
modo igualitário um conceito essencial
D) tratam uns aos outros com igual dignidade (2o parágrafo) = fazem-se dignos do
mesmo tratamento
E) igualitarismo restrito aos homens adultos (3o parágrafo) = restrição de
igualdade entre os mais bem formados
Confundir o terror total com um sintoma de governo tirânico é tão fácil, porque o governo totalitário
tem de conduzir-se como uma tirania e põe abaixo as fronteiras da lei feita pelos homens. Mas o terror
total não deixa atrás de si nenhuma ilegalidade arbitrária, e a sua fúria não visa ao benefício do poder
despótico de um homem contra todos, muito menos a uma guerra de todos contra todos. Em lugar das
fronteiras e dos canais de comunicação entre os homens individuais, constrói um cinturão de ferro que
os cinge de tal forma que é como se a sua pluralidade se dissolvesse em Um-Só-Homem de dimensões
gigantescas. Abolir as cercas da lei entre os homens — como o faz a tirania — significa tirar dos homens
os seus direitos e destruir a liberdade como realidade política viva, pois o espaço entre os homens,
delimitado pelas leis, é o espaço vital da liberdade.
Hannah Arendt. Origens do totalitarismo. Internet: <www.dhnet.org.br> (com adaptações).
1. Agora que baixou a poeira levantada pela COP26, é possível ver que os seus resultados
2. não parecem bons. Apesar da ________ de promessas caça-manchete, os compromissos
3. nacionais não nos aproximaram da meta do Acordo de Paris que busca conter o aquecimento
4. global em 1,5 graus centígrados. De acordo com o Climate Action Tracker, 73% das
5. promessas net zero existentes são fracas e inadequadas – são “gasto de saliva ao invés de ação
6. climática”. Além disso, seguimos com uma lacuna enorme entre as promessas, que são fáceis
7. de fazer, e as políticas públicas reais, que são tudo o que realmente conta. Os governos podem
8. se comprometer o quanto quiserem, mas o que precisamos é de ação. Neste momento, as
9. políticas públicas governamentais existentes levariam ... um aquecimento global de 2,7 graus
10. nas próximas décadas.
11. O que acontecerá ao nosso mundo nestas condições? À medida que as temperaturas se
12. aproximam dos 3 graus, é provável que entre 30 e 50% das espécies hoje existentes sejam
13. dizimadas. Mais de 1,5 bilhões de pessoas serão deslocadas de suas regiões de origem. As
14. colheitas das culturas agrícolas básicas enfrentarão um grande declínio, provocando ________
15. duradouras no fornecimento de alimentos em todo o mundo. Grande parte dos trópicos se
16. tornará inabitável para os seres humanos. Um mundo assim não é compatível com a civilização
17. tal como a conhecemos. O status quo será o de uma marcha da morte. Nossos governos estão
18. falhando – arriscando toda a vida na Terra.
19. Tudo isso nos faz perguntar: como seria se tratássemos a crise climática como uma
20. emergência real? O que seria necessário para manter o aquecimento global ... não mais do que
21. 1,5 graus? A intervenção mais importante é aquela que até agora nenhum governo se mostrou
22. disposto: limitar o uso de combustíveis fósseis e ______-lo a um cronograma anual vinculante,
23. até que a indústria fóssil seja desmantelada em sua maior parte até meados do século. E é isso.
24. Esta é a única maneira segura de impedir a ruptura climática. Se quisermos uma ação real, isto
25. deve estar no topo de nossa agenda.
26. A rapidez com que isso precisa acontecer depende do país. Os países ricos são
27. responsáveis pela esmagadora maioria das emissões excedentes de carbono que estão
causando
28. a ruptura climática. Eles também têm níveis de uso de energia vastamente superiores aos de
29. outros países, e muito superiores ao que é necessário para atender .... necessidades humanas,
30. com a maior parte do excedente sendo desviado para atender ... expansão corporativa e ao
31. consumo de elite. O carbono zero até 2050 deve ser uma meta média global. Uma abordagem
32. justa e equitativa exigiria que os países ricos eliminassem a maioria do uso de combustíveis
33. fósseis até 2030, ou 2035 no mais tardar, para dar aos países mais pobres algum tempo para a
34. transição.
35. Esta abordagem pode ser entendida, simultaneamente, como dramática e óbvia. Os
36. combustíveis fósseis são responsáveis por três quartos das emissões de gases de efeito estufa,
37. e seu consumo tem que ser eliminado. Uma campanha, endossada por 100 ganhadores do
38. Prêmio Nobel e vários milhares de cientistas, pede um Tratado de Não Proliferação de
39. Combustíveis Fósseis para fazer exatamente isso: um acordo internacional para acabar com os
40. combustíveis fósseis em um cronograma justo e legalmente vinculante. Por que, então, os
líderes
41. políticos não estão dispostos ... dar o passo necessário?
42. Em parte, porque são covardes demais para enfrentar as empresas de combustíveis
43. fósseis e seus exércitos de lobistas, que lutam com unhas e dentes para evitar até mesmo as
44. ameaças mais moderadas aos seus lucros. E em parte porque os líderes foram comprados pela
45. narrativa – depois de muita pressão exercida por milionários e outros que têm interesse em
46. manter o status quo, incluindo as próprias empresas de combustíveis fósseis – segundo a qual
47. tecnologias serão desenvolvidas para sugar carbono suficiente da atmosfera ao ponto de
48. podermos continuar queimando combustíveis fósseis durante o restante do século. Esta é a
49. bobagem que justifica as promessas do “zero-líquido”. É claro que a remoção do carbono da
50. atmosfera terá um papel a desempenhar, mas os cientistas têm advertido, repetidamente, que
51. esta é inviável em escala e altamente arriscada: se por qualquer razão a abordagem falhar,
52. estaremos presos a um caminho que nos levará a altas temperaturas, do qual será impossível
53. escapar.
54. A parte complicada é que uma vez que aceitamos esta realidade, temos que encarar o
55. fato da redução da queima dos combustíveis fósseis com rapidez suficiente capaz de evitar a
56. catástrofe implica mudança fundamental na economia. E é isso mesmo que quero
57. dizer, fundamental.
(Disponível em: https://climainfo.org.br/2022/11/22 – texto especialmente adaptado para esta prova).
( ) Na linha 01, a palavra ‘a’ é um artigo definido; caso fosse substituída por ‘uma’ não
implicaria em qualquer erro à frase.
Portanto, o problema que levanta a violência é muito menos o da irracionalidade do que o de uma
racionalidade repleta de “razões” para não se deter diante de limites estabelecidos pela própria razão
humana. É a razão que, amplificando os conflitos, reduzindo as alternativas ao impasse e
superdimensionando os defeitos dos outros, cria os cenários em que florescem as ideologias
legitimadoras da violência. Em outras palavras, o problema da violência está intimamente ligado ao
problema das relações sociais, em que a existência do outro aparece como ameaça real ou imaginária. O
que mais espanta na violência, quando ela é razão de espanto, é a sua dramaturgia, a exposição da
crueldade ao estado puro. É, pois, o caráter aparentemente absurdo dessa dramaturgia que confere à
violência o status de irracionalidade. No entanto, as razões dessa irracionalidade raramente são
explicitadas e, frequentemente, deixam de existir quando o recipiente de atos violentos é o “inimigo”.
Angel Pino. Violência, educação e sociedade: um olhar sobre o Brasil contemporâneo. In: Educ. Soc.,
Campinas, v. 28, n. 100, p. 763-785, out./2007 (com adaptações).
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CG1A1-I, julgue os itens a seguir.
I No quarto período do primeiro parágrafo, tanto o trecho “que reduz tudo a um único
princípio explicativo” quanto o trecho “que vê a realidade como feita unicamente de
elementos antagônicos e irreconciliáveis” consistem em orações explicativas.
III No trecho “É, pois, o caráter aparentemente absurdo dessa dramaturgia que confere
à violência o status de irracionalidade”, o termo “que” é uma forma pronominal cujo
referente é “dramaturgia”.
IV No trecho “O que mais espanta na violência, quando ela é razão de espanto, é a sua
dramaturgia, a exposição da crueldade ao estado puro”, o termo “que” introduz oração
adverbial comparativa.