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Questões de Elementos dos atos de comunicação.

QUESTÃO 1 ( FGV - TJ RN - Técnico Judiciário - Área Judiciária - 2023)


Numa sessão do Congresso Nacional, um deputado sobe à tribuna e lê para seus
amigos políticos a tradução de um antigo discurso de John Kennedy, cujo tema era
adequado a uma discussão daquele momento: o valor da democracia.

Nesse caso, levando-se em conta os elementos de comunicação desse ato, é correto


afirmar que:
A) o emissor do discurso é o presidente John Kennedy;
B) o receptor do texto lido é o deputado que discursa;
C) o código empregado no texto é a língua inglesa;
D) a mensagem do texto aborda o valor da democracia;
E) o canal utilizado no ato é puramente auditivo.

QUESTÃO 2 (FGV - FHEMIG - Médico - Área Nefrologia Pediátrica - 2023)


Nas situações de comunicação a seguir, estão indicados, correta e respectivamente, o
emissor (o produtor da mensagem), o receptor (a quem se dirige a mensagem) e o
código (o meio empregado na comunicação).

I. Rosa leu o folheto do supermercado e ficou contente de ver, com 25% de redução, a
foto das suas frutas preferidas / O supermercado – Rosa – verbal + imagens.
II. Duda começou a latir para mostrar a seu dono que estava satisfeita em vê-lo / Duda
– o dono – latidos.
III. Diante do pedido de informação do turista, um transeunte respondeu, dando de
ombros / o turista – o transeunte – verbal e gestual.

Está correto o que se afirma em


A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.

QUESTÃO 3 (FGV - SME - Professor Ensino Fundamental e Médio - Área Língua


Portuguesa - 2023)
Texto I - Como ensinar a ler
Se eu fosse ensinar a uma criança a arte da jardinagem, não começaria com as lições das pás, enxadas e
tesouras de podar. Eu a levaria a passear por parques e jardins, mostraria flores e árvores, falaria sobre
suas maravilhosas simetrias e perfumes; a levaria a uma livraria para que ela visse, nos livros de arte,
jardins de outras partes do mundo. Aí, seduzida pela beleza dos jardins, ela me pediria para ensinar-lhe
as lições das pás, enxadas e tesouras de podar.

Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música, não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe falaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí,
encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas
bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas
ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes.

Se fosse ensinar a uma criança a arte da leitura, não começaria com as letras e as sílabas. Simplesmente
leria as estórias mais fascinantes que a fariam entrar no mundo encantado da fantasia. Aí então, com
inveja dos meus poderes mágicos, ela desejaria que eu lhe ensinasse o segredo que transforma letras e
sílabas em estórias.

É muito simples. O mundo de cada pessoa é muito pequeno. Os livros são a porta para um mundo
grande. Pela leitura vivemos experiências que não foram nossas e então elas passam a ser nossas. Lemos
a estória de um grande amor e experimentamos as alegrias e dores de um grande amor. Lemos estórias
de batalhas e nos tornamos guerreiros de espada na mão, sem os perigos das batalhas de verdade.
Viajamos para o passado e nos tornamos contemporâneos dos dinossauros. Viajamos para o futuro e
nos transportamos para mundos que não existem ainda. Lemos as biografias de pessoas extraordinárias
que lutaram por causas bonitas e nos tornamos seus companheiros de lutas. Lendo, fazemos turismo
sem sair do lugar. E isso é muito bom.
ALVES, Rubem, Ostra feliz não faz pérola. Ed. Planeta do Brasil Ltda. São Paulo. 2021.

O Texto I, quanto ao tipo específico de textos, deve ser classificado como


A) didático.
B) informativo.
C) publicitário.
D) normativo.
E) lúdico.

QUESTÃO 4 (FGV - SEE MG - Analista - Área: Psicólogo - 2023)


Assinale a frase em que não está presente qualquer marca do emissor.
A) A paciência é a mais heroica das virtudes, justamente por não ter nenhuma
aparência heroica.
B) Dizer a verdade sem acreditar nela deveria ser considerado desonesto.
C) Este é o meu conselho se você insiste em emagrecer: coma quanto quiser, mas
não engula.
D) O Serviço de Meteorologia informa que haverá chuva forte amanhã.

QUESTÃO 5 (FGV - SEDUC TO - Professor da Educação Básica - Área: Letras Português -


Redação - 2023)
Assinale a opção que mostra a frase em que o vocábulo sublinhado tem seu significado
esclarecido pela situação comunicativa.
A) Neste seminário, a religião está no coração; aqui a religião não está nos joelhos.
B) Quantas pessoas aqui tem poderes de telecinesia? Levantem minha mão.
C) Eu tenho muito respeito por Deus para considerá-lo responsável por tudo que
aqui está, neste mundo absurdo.
D) Estamos numa igreja, mas muitos que aqui estão não creem em Deus.
E) Deus vive no céu, mas aqui na Terra as dificuldades são muitas.

QUESTÃO 6 (FGV - SME - Professor Ensino Fundamental e Médio - Área Educação


Física - 2023)
Num ato de comunicação, o conhecimento do referente é indispensável à perfeita
compreensão do texto.
Assinale a opção em que o referente é identificado como referente extratextual
conhecido.
A) Ao final da história policial, o leitor fica surpreso ao descobrir que o assassino é
o filho da vítima.
B) Você tomou conhecimento, pela TV, que a seleção brasileira foi eliminada da
Copa do Mundo.
C) Bernardo leu a autobiografia de Costa Ramos.
D) À tarde, Heitor recebeu a carta de sua prima.
E) O protagonista morreu e isso foi o mais importante.

QUESTÃO 7 (FGV - SME - Professor Ensino Fundamental e Médio - Área Educação


Física - 2023)
Assinale a opção em que a razão da falha no ato comunicativo está identificada
corretamente.
A) O arqueólogo sofreu um grande atraso nas pesquisas em função da presença de
antigos hieróglifos / desconhecimento do código comunicativo, ou seja, os
hieróglifos.
B) Como Guilherme chegou tarde ao cinema, ficou sem saber o porquê de a
protagonista ter abandonado a família / falta de informações sobre o desenlace
da película.
C) Como sentaram-se na última fila do salão, ficou difícil escutar as palavras do
conferencista / ignorância sobre o tema que estava sendo tratado.
D) Dois alunos que leram um poema de Manuel Bandeira não chegaram a
concordar sobre o sentido do texto / Diferenças de temperamentos.
E) Um brasileiro, após certo período na Europa, não conseguia entender o sentido
da manchete da Folha de São Paulo / desconhecimento da linguagem
jornalística.

QUESTÃO 8 (FGV - CBM AM - Soldado Bombeiro Militar - 2022)


“As pessoas não param de confundir com notícias o que leem nos jornais.”
Essa frase critica um aspecto dos jornais, que é
A) o apelo às fake news.
B) o desinteresse por temas nacionais importantes.
C) a ausência de critério na seleção de notícias.
D) a falta de credibilidade das fontes.
E) o despreparo dos jornalistas em geral.

QUESTÃO 9 (FGV - MPE GO - Assistente Administrativo - 2022)


Texto 1
Este livro é sobre uma das ideias mais importantes da humanidade – a ideia do alfabeto – e a sua forma
mais difundida: o sistema de letras que você está lendo neste momento. Três características dessa ideia
se destacam: sua singularidade, sua simplicidade e sua adaptabilidade. A partir da primeira manifestação
do alfabeto, há 4000 anos, todos os demais alfabetos o tomaram como exemplo; e todos eles refletem a
sua simplicidade fundamental.

Não se trata da simplicidade do projeto perfeito. A força do alfabeto como ideia reside na sua virtual
imperfeição. Embora não se adapte com perfeição a qualquer idioma, pode, com alguma adequação,
adaptar-se a todos eles. Assim como a nossa própria espécie, de cérebro mais desenvolvido, que pode
ser superada por outras espécies em diversas atividades, mas não no campo do pensamento, o alfabeto
é um generalista. Em termos de software, seu sucesso reside em sua maleabilidade. Mas de onde teria
surgido essa ideia do alfabeto? Como e onde se disseminou ao transformar-se no sistema de letras
romanas que é hoje a escrita mais conhecida do mundo?

É preciso um bom tempo para examinar essas questões, porque as raízes do alfabeto ainda continuam
vindo à tona.
(MAN, Jofin. História do Alfabeto.)

A “virtual imperfeição” do alfabeto, citada no segundo parágrafo, se refere à


A) maleabilidade, podendo transformar-se no sistema de letras romanas hoje
usado.
B) capacidade de, mesmo imperfeitamente, ser original em sua expressão.
C) capacidade de facilmente adaptar-se qualquer idioma, embora de forma
imperfeita.
D) singularidade de criar palavras em todos os idiomas, ainda que
deficientemente.
E) possibilidade de permitir a expressão de todos os pensamentos, mesmo que de
forma inadequada.

QUESTÃO 10 (FGV - CBM AM - Soldado Bombeiro Militar - 2022)


“A conversação: coisa tão supérflua e tão necessária, em que uns não dizem sempre o
que sabem e em que outros não sabem sempre o que dizem.”

Nessa frase, a crítica se dirige a dois tipos de pessoas, indicadas pelos segmentos
sublinhados; a crítica se dirige, respectivamente, a pessoas que
A) desconhecem o que estão falando / são falsas.
B) ocultam fatos ou ideias / são ignorantes.
C) mentem sobre o que dizem / são hipócritas.
D) valorizam o que têm a dizer / são orgulhosas.
E) se negam a falar o que sabem / são sábias.

QUESTÃO 11 (FGV - SEMSA - Especialista em Saúde - Terapeuta Ocupacional - 2022)


Assinale a opção que indica a frase em que a palavra enfermeira se refere a um
indivíduo específico.
A) Maria é enfermeira desde os vinte anos.
B) A enfermeira deve dar atenção aos doentes.
C) A enfermeira prestava atenção às recomendações médicas.
D) A enfermeira exerce uma função importante no hospital.
E) Uma nova enfermeira deve ser contratada esta semana.
QUESTÃO 12 (FGV - BANESTES - Analista de Tecnologia da Informação - Área
Segurança da Informação - 2021)
Quando um ato comunicativo não se realiza de forma adequada, isso pode ser
explicado por problemas de um dos fatores presentes nesse ato. Observe o caso a
seguir.

Roberto chegou atrasado ao cinema e não pôde compreender por que a heroína do
filme recusou a casar-se com o campeão mundial de skate.

Aponte a razão da falha na comunicação:


A) o código empregado é diferente para o emissor e o receptor;
B) a presença de ambiguidade na comunicação;
C) os conhecimentos do receptor são insuficientes;
D) a mensagem é bastante densa e difícil;
E) a pouca colaboração do receptor na compreensão da mensagem.

QUESTÃO 13 (FGV - IBGE - Recenseador - 2017)


Texto 3
“Silva, Oliveira, Faria, Ferreira... Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer aos romanos por
isso. Foi esse povo, que há mais de dois mil anos ergueu um império com a conquista de boa parte das
terras banhadas pelo Mediterrâneo, o inventor da moda. Eles tiveram a ideia de juntar ao nome comum,
ou prenome, um nome.

Por quê? Porque o império romano crescia e eles precisavam indicar o clã a que a pessoa pertencia ou o
lugar onde tinha nascido”. (Ciência Hoje, março de 2014)

“Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer aos romanos por isso”. (texto
3)
O pronome “isso”, nesse segmento do texto, se refere a(à):
A) todo mundo ter um sobrenome;
B) sobrenomes citados no início do texto;
C) todos os sobrenomes hoje conhecidos;
D) forma latina dos sobrenomes atuais;
E) existência de sobrenomes nos documentos.

QUESTÃO 14 (FGV - Prefeitura de Cuiabá - Enfermeiro - 2015)


Texto 2
___A arte do grafite é uma forma de manifestação artística em espaços públicos. A definição mais
popular diz que o grafite é um tipo de inscrição feito em paredes. Existem relatos e vestígios dessa arte
desde o Império Romano. Seu aparecimento na Idade Contemporânea se deu na década de 1970, em
Nova Iorque, nos Estados Unidos. Alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade
e, algum tempo depois, essas marcas evoluíram com técnicas e desenhos.

___O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip Hop. Para esse
movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive, principalmente os
menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas.

___O grafite foi introduzido no Brasil no final da década de 1970, em São Paulo. Os brasileiros não se
contentaram com o grafite norte-americano, então começaram a incrementar a arte com um toque
brasileiro. O estilo do grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores de todo o mundo.

___Muitas polêmicas giram em torno desse movimento artístico, pois de um lado o grafite é
desempenhado com qualidade artística, e do outro não passa de poluição visual e vandalismo.
(Brasil-escola, novembro de 2014.)

O texto faz referência à “década de 1970”. Essa década se refere aos anos de
A) 1970 até 1980.
B) 1970 até 1979.
C) 1971 até 1980.
D) 1971 até 1979.
E) 1901 até 1980.

QUESTÃO 15 (FGV - ALE MT - Professor - Área: Português - 2013)


Os sebos
Outro dia resolvi peregrinar por alguns sebos do Centro da cidade. Há quanto tempo! O hábito de
frequentar sebos remonta à minha juventude, quando ingressei na universidade. O Jornal do Commercio
publicava, aos domingos, em pequenos anúncios, relações de livros e revistas, que tinham sido
adquiridos por eles. Segunda‐feira, às sete da manhã, eis‐me em frente à loja do sebo que me
interessava. A casa, daquelas bem antigas, só abria às oito, mas, uma hora antes, se formava, na calçada,
uma pequena fila de bibliófilos. Abria muito cedo sim, porque o dono sabia da ansiedade daqueles
madrugadores. Situava‐se numa daquelas ruas próximas à Praça Tiradentes. Se eu chegasse em segundo
lugar, corria o risco sério de o primeiro da fila querer exatamente a obra que eu tanto sonhava ter em
minha biblioteca, que acolhia os primeiros livros. Frustração, por que passei algumas vezes, horrível. Um
dia de lamentações pela perda. Já era quase minha, afinal! A aflição em querer adivinhar qual obra
interessava ao meu possível concorrente era muito forte. Que vontade de perguntar logo que ele
declinasse o nome do autor cobiçado. Era um jovem, e meus companheiros de expectativa, bem mais
velhos. A época, outra, também impunha respeito aos mais velhos. Muitos livros importantes, para
aquele tempo, foram sendo adquiridos assim pelo estudante de Letras.
(Carlos Eduardo Falcão Uchoa)

“Outro dia resolvi peregrinar por alguns sebos do Centro da cidade. Há quanto tempo!
O hábito de frequentar sebos remonta à minha juventude, quando ingressei na
universidade. O Jornal do Commercio publicava, aos domingos, em pequenos anúncios,
relações de livros e revistas, que tinham sido adquiridos por eles”.

Assinale a alternativa que indica o comentário correto sobre os componentes desse


segmento do texto.
A) a utilização do verbo “peregrinar” indica, no contexto, uma ação que implica
sacrifício físico e perda de tempo.
B) o emprego do pronome “alguns” indica que o cronista não visitou todos os
sebos, mas somente aqueles que haviam publicado anúncios.
C) a escrita da palavra “Centro” com letra inicial maiúscula e de “Commercio” com
dois emes, mostra a preocupação do autor em preservar a grafia da época da
crônica.
D) o emprego de “eles” indica metonimicamente uma relação de coesão com o
termo anterior “sebos”.
E) a forma verbal “tinham sido adquiridos” se justifica pelo fato de a ação referida
ter ocorrido num passado já distante.
QUESTÃO 16 (FCC - TRT 18 - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2023)
[Acerca da “Igualdade”]
“Liberdade, Igualdade, Fraternidade” foi o grito de guerra da Revolução Francesa. Hoje há disciplinas
inteiras − ramos da filosofia, da ciência política e dos estudos jurídicos − que têm a “igualdade” como
tema central de estudos. Todos concordam que a igualdade é um valor; ninguém parece concordar
quanto ao que se refere o termo. Igualdade de oportunidades? Igualdade de condições? Igualdade
formal perante a lei?

Estaremos falando de uma ideologia, a crença de que todos na sociedade deveriam ser iguais − claro que
não em todos os aspectos, mas nos mais importantes? Ou será uma sociedade em que as pessoas são
efetivamente iguais? O que isso significaria de fato, na prática, em ambos os casos? Que todos os
membros da sociedade têm igual acesso à terra, ou tratam uns aos outros com igual dignidade, ou são
igualmente livres para expor suas opiniões em assembleias públicas?

A igualdade seria o apagamento do indivíduo ou a celebração do indivíduo? Numa sociedade, por


exemplo, em que os mais poderosos são tratados como divindades e tomam as decisões mais
importantes, é possível falar em igualdade? E as relações de gênero? Muitas sociedades tratadas como
“igualitárias” na verdade têm seu igualitarismo restrito aos homens adultos. Em casos assim, podemos
falar em igualdade de gêneros?

Como não existe nenhuma resposta clara e consensual a questões desse tipo, o uso do termo
“igualitário” tem levado a discussões infindáveis. Para alguns teóricos do século XVII, a igualdade se
manifestava no estado da Natureza. Igualdade, pois, seria um termo definido por omissão: identificaria
uma humanidade que pudesse estar livre depois de removidas todas as armadilhas da civilização. Povos
“igualitários” seriam, pois, aqueles sem príncipes, sem juízes, sem inspetores, sem sacerdotes,
possivelmente sem cidades, sem escrita ou sequer agricultura. Seriam sociedades de iguais apenas no
sentido estrito de que estariam ausentes todos os sinais mais evidentes de desigualdade.

Não há dúvida, pensando-se sempre no ideal de “igualdade”, de que algo deu muito errado no mundo.
Uma ínfima parte da população controla o destino de quase todos os outros, e de uma maneira cada vez
mais desastrosa.
(Adaptado de: GRAEBER, David, e WENGROW, David. O despertar de tudo − Uma nova história da
humanidade. Trad. Denise Bottmann e Claudio Marcondes. São Paulo: Companhia das Letras, 2022, p. 91
a 94, passim)
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do
texto em:
A) resposta clara e consensual a questões desse tipo (4o parágrafo) = solução
límpida para as dissensões de tal ordem
B) estariam ausentes todos os sinais mais evidentes (4o parágrafo) = não se
apresentariam os traços mais visíveis
C) têm a “igualdade” como tema central de estudos (1o parágrafo) = trabalham de
modo igualitário um conceito essencial
D) tratam uns aos outros com igual dignidade (2o parágrafo) = fazem-se dignos do
mesmo tratamento
E) igualitarismo restrito aos homens adultos (3o parágrafo) = restrição de
igualdade entre os mais bem formados

QUESTÃO 17 (CESPE/CEBRASPE - DPE RO - Analista da Defensoria Pública - Área:


Analista em Engenharia Civil - 2022)
Texto CG1A1-I
O terror torna-se total quando independe de toda oposição; reina supremo quando ninguém mais lhe
barra o caminho. Se a legalidade é a essência do governo não tirânico e a ilegalidade é a essência da
tirania, então o terror é a essência do domínio totalitário. O terror é a realização da lei do movimento. O
seu principal objetivo é tornar possível, à força da natureza ou da história, propagar-se livremente por
toda a humanidade, sem o estorvo de qualquer ação humana espontânea. Como tal, o terror procura
“estabilizar” os homens, a fim de liberar as forças da natureza ou da história. Esse movimento seleciona
os inimigos da humanidade contra os quais se desencadeia o terror, e não pode permitir que qualquer
ação livre, de oposição ou de simpatia, interfira com a eliminação do “inimigo objetivo” da história ou da
natureza, da classe ou da raça. Culpa e inocência viram conceitos vazios; “culpado” é quem estorva o
caminho do processo natural ou histórico que já emitiu julgamento quanto às “raças inferiores”, quanto
a quem é “indigno de viver”, quanto a “classes agonizantes e povos decadentes”. O terror manda
cumprir esses julgamentos, mas no seu tribunal todos os interessados são subjetivamente inocentes: os
assassinados porque nada fizeram contra o regime, e os assassinos porque realmente não assassinaram,
mas executaram uma sentença de morte pronunciada por um tribunal superior. Os próprios governantes
não afirmam serem justos ou sábios, mas apenas executores de leis, teóricas ou naturais; não aplicam
leis, mas executam um movimento segundo a sua lei inerente.
No governo constitucional, as leis positivas destinam-se a erigir fronteiras e a estabelecer canais de
comunicação entre os homens, cuja comunidade é continuamente posta em perigo pelos novos homens
que nela nascem. A estabilidade das leis corresponde ao constante movimento de todas as coisas
humanas, um movimento que jamais pode cessar enquanto os homens nasçam e morram. As leis
circunscrevem cada novo começo e, ao mesmo tempo, asseguram a sua liberdade de movimento, a
potencialidade de algo inteiramente novo e imprevisível; os limites das leis positivas são para a
existência política do homem o que a memória é para a sua existência histórica: garantem a
preexistência de um mundo comum, a realidade de certa continuidade que transcende a duração
individual de cada geração, absorve todas as novas origens e delas se alimenta.

Confundir o terror total com um sintoma de governo tirânico é tão fácil, porque o governo totalitário
tem de conduzir-se como uma tirania e põe abaixo as fronteiras da lei feita pelos homens. Mas o terror
total não deixa atrás de si nenhuma ilegalidade arbitrária, e a sua fúria não visa ao benefício do poder
despótico de um homem contra todos, muito menos a uma guerra de todos contra todos. Em lugar das
fronteiras e dos canais de comunicação entre os homens individuais, constrói um cinturão de ferro que
os cinge de tal forma que é como se a sua pluralidade se dissolvesse em Um-Só-Homem de dimensões
gigantescas. Abolir as cercas da lei entre os homens — como o faz a tirania — significa tirar dos homens
os seus direitos e destruir a liberdade como realidade política viva, pois o espaço entre os homens,
delimitado pelas leis, é o espaço vital da liberdade.
Hannah Arendt. Origens do totalitarismo. Internet: <www.dhnet.org.br> (com adaptações).

No último período do segundo parágrafo do texto CG1A1-I, o termo “absorve”


refere-se
A) a “preexistência de um mundo comum”.
B) a “o que a memória é para a sua existência histórica”.
C) a “certa continuidade”.
D) ao fato de “os limites das leis positivas” serem “para a existência política do
homem o que a memória é para a sua existência histórica”.
E) a “duração individual de cada geração”.

QUESTÃO 18 (FUNDATEC - SUSEPE - Técnico de Nível Superior - Área: Engenharia


Elétrica - 2022)
Como seriam as coisas se a humanidade tratasse a mudança climática como uma
emergência real
Por Jason Hickel

1. Agora que baixou a poeira levantada pela COP26, é possível ver que os seus resultados
2. não parecem bons. Apesar da ________ de promessas caça-manchete, os compromissos
3. nacionais não nos aproximaram da meta do Acordo de Paris que busca conter o aquecimento
4. global em 1,5 graus centígrados. De acordo com o Climate Action Tracker, 73% das
5. promessas net zero existentes são fracas e inadequadas – são “gasto de saliva ao invés de ação
6. climática”. Além disso, seguimos com uma lacuna enorme entre as promessas, que são fáceis
7. de fazer, e as políticas públicas reais, que são tudo o que realmente conta. Os governos podem
8. se comprometer o quanto quiserem, mas o que precisamos é de ação. Neste momento, as
9. políticas públicas governamentais existentes levariam ... um aquecimento global de 2,7 graus
10. nas próximas décadas.
11. O que acontecerá ao nosso mundo nestas condições? À medida que as temperaturas se
12. aproximam dos 3 graus, é provável que entre 30 e 50% das espécies hoje existentes sejam
13. dizimadas. Mais de 1,5 bilhões de pessoas serão deslocadas de suas regiões de origem. As
14. colheitas das culturas agrícolas básicas enfrentarão um grande declínio, provocando ________
15. duradouras no fornecimento de alimentos em todo o mundo. Grande parte dos trópicos se
16. tornará inabitável para os seres humanos. Um mundo assim não é compatível com a civilização
17. tal como a conhecemos. O status quo será o de uma marcha da morte. Nossos governos estão
18. falhando – arriscando toda a vida na Terra.
19. Tudo isso nos faz perguntar: como seria se tratássemos a crise climática como uma
20. emergência real? O que seria necessário para manter o aquecimento global ... não mais do que
21. 1,5 graus? A intervenção mais importante é aquela que até agora nenhum governo se mostrou
22. disposto: limitar o uso de combustíveis fósseis e ______-lo a um cronograma anual vinculante,
23. até que a indústria fóssil seja desmantelada em sua maior parte até meados do século. E é isso.
24. Esta é a única maneira segura de impedir a ruptura climática. Se quisermos uma ação real, isto
25. deve estar no topo de nossa agenda.
26. A rapidez com que isso precisa acontecer depende do país. Os países ricos são
27. responsáveis pela esmagadora maioria das emissões excedentes de carbono que estão
causando
28. a ruptura climática. Eles também têm níveis de uso de energia vastamente superiores aos de
29. outros países, e muito superiores ao que é necessário para atender .... necessidades humanas,
30. com a maior parte do excedente sendo desviado para atender ... expansão corporativa e ao
31. consumo de elite. O carbono zero até 2050 deve ser uma meta média global. Uma abordagem
32. justa e equitativa exigiria que os países ricos eliminassem a maioria do uso de combustíveis
33. fósseis até 2030, ou 2035 no mais tardar, para dar aos países mais pobres algum tempo para a
34. transição.
35. Esta abordagem pode ser entendida, simultaneamente, como dramática e óbvia. Os
36. combustíveis fósseis são responsáveis por três quartos das emissões de gases de efeito estufa,
37. e seu consumo tem que ser eliminado. Uma campanha, endossada por 100 ganhadores do
38. Prêmio Nobel e vários milhares de cientistas, pede um Tratado de Não Proliferação de
39. Combustíveis Fósseis para fazer exatamente isso: um acordo internacional para acabar com os
40. combustíveis fósseis em um cronograma justo e legalmente vinculante. Por que, então, os
líderes
41. políticos não estão dispostos ... dar o passo necessário?
42. Em parte, porque são covardes demais para enfrentar as empresas de combustíveis
43. fósseis e seus exércitos de lobistas, que lutam com unhas e dentes para evitar até mesmo as
44. ameaças mais moderadas aos seus lucros. E em parte porque os líderes foram comprados pela
45. narrativa – depois de muita pressão exercida por milionários e outros que têm interesse em
46. manter o status quo, incluindo as próprias empresas de combustíveis fósseis – segundo a qual
47. tecnologias serão desenvolvidas para sugar carbono suficiente da atmosfera ao ponto de
48. podermos continuar queimando combustíveis fósseis durante o restante do século. Esta é a
49. bobagem que justifica as promessas do “zero-líquido”. É claro que a remoção do carbono da
50. atmosfera terá um papel a desempenhar, mas os cientistas têm advertido, repetidamente, que
51. esta é inviável em escala e altamente arriscada: se por qualquer razão a abordagem falhar,
52. estaremos presos a um caminho que nos levará a altas temperaturas, do qual será impossível
53. escapar.
54. A parte complicada é que uma vez que aceitamos esta realidade, temos que encarar o
55. fato da redução da queima dos combustíveis fósseis com rapidez suficiente capaz de evitar a
56. catástrofe implica mudança fundamental na economia. E é isso mesmo que quero
57. dizer, fundamental.
(Disponível em: https://climainfo.org.br/2022/11/22 – texto especialmente adaptado para esta prova).

Relativamente às afirmações a respeito das ocorrências da palavra ‘a’ no texto, avalie


as afirmações que seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.

( ) Na linha 01, a palavra ‘a’ é um artigo definido; caso fosse substituída por ‘uma’ não
implicaria em qualquer erro à frase.

( ) Na linha 24, a primeira ocorrência é artigo; já, a segunda, é uma preposição.


( ) Na linha 50, a palavra ‘a’ é uma preposição.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:


A) V – V – V.
B) V – F – F.
C) V – V – F.
D) F – V – F.
E) F – F – V.

QUESTÃO 19 (IBFC - TJ MG - Analista Judiciário - Área: Revisor - 2022)


O conhecimento do vocabulário jurídico é bastante significativo para a redação e para
o entendimento dos textos dessa natureza. Por exemplo, considere o seguinte artigo
do Código Penal:
Art. 18. Diz-se o crime:
(...)
Crime culposo
II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou
imperícia.

Em relação aos vocábulos destacados, é correto afirmar que:


A) podem ser considerados sinônimos enumerados apenas para enfatizar
B) seus sentidos podem ser inferidos a partir da leitura, por meio do contexto
C) são marcados por prefixos que indicam suas classes gramaticais
D) não se equivalem, pois receberam significados distintos do legislador
E) possuem a mesma família etimológica aproximando-os semanticamente

QUESTÃO 20 ( CESPE/CEBRASPE - PC PB - Delegado de Polícia Civil - 2022)


Texto CG1A1-I
Um problema no estudo da violência é sua relação com a racionalidade. Os atos violentos mais graves,
praticados com requintes de crueldade, são vistos pela mídia e pela opinião pública como atos
irracionais. Ora, se a violência é irracional, não é por ser obra de um ser desprovido de razão, mas por
ser, paradoxalmente, o produto de uma razão perigosamente racional. É o que ocorre quando certos
mecanismos racionais, como a simplificação, que reduz tudo a um único princípio explicativo, e a
polarização, que vê a realidade como feita unicamente de elementos antagônicos e irreconciliáveis,
deixam o indivíduo sem alternativas. Esses mecanismos traduzem a racionalidade de uma razão incapaz
de lidar com os antagonismos, as diferenças e a diversidade.

Portanto, o problema que levanta a violência é muito menos o da irracionalidade do que o de uma
racionalidade repleta de “razões” para não se deter diante de limites estabelecidos pela própria razão
humana. É a razão que, amplificando os conflitos, reduzindo as alternativas ao impasse e
superdimensionando os defeitos dos outros, cria os cenários em que florescem as ideologias
legitimadoras da violência. Em outras palavras, o problema da violência está intimamente ligado ao
problema das relações sociais, em que a existência do outro aparece como ameaça real ou imaginária. O
que mais espanta na violência, quando ela é razão de espanto, é a sua dramaturgia, a exposição da
crueldade ao estado puro. É, pois, o caráter aparentemente absurdo dessa dramaturgia que confere à
violência o status de irracionalidade. No entanto, as razões dessa irracionalidade raramente são
explicitadas e, frequentemente, deixam de existir quando o recipiente de atos violentos é o “inimigo”.
Angel Pino. Violência, educação e sociedade: um olhar sobre o Brasil contemporâneo. In: Educ. Soc.,
Campinas, v. 28, n. 100, p. 763-785, out./2007 (com adaptações).

Com relação aos aspectos linguísticos do texto CG1A1-I, julgue os itens a seguir.

I No quarto período do primeiro parágrafo, tanto o trecho “que reduz tudo a um único
princípio explicativo” quanto o trecho “que vê a realidade como feita unicamente de
elementos antagônicos e irreconciliáveis” consistem em orações explicativas.

II Caso o trecho “É a razão que” (segundo período do segundo parágrafo) fosse


substituído por A razão, seria mantida a correção gramatical do texto.

III No trecho “É, pois, o caráter aparentemente absurdo dessa dramaturgia que confere
à violência o status de irracionalidade”, o termo “que” é uma forma pronominal cujo
referente é “dramaturgia”.
IV No trecho “O que mais espanta na violência, quando ela é razão de espanto, é a sua
dramaturgia, a exposição da crueldade ao estado puro”, o termo “que” introduz oração
adverbial comparativa.

Estão certos apenas os itens


A) I e II.
B) I e III.
C) III e IV.
D) I, II e IV.
E) II, III e IV.
GABARITO
1- D
2- E
3- A
4- D
5- B
6- B
7- A
8- A
9- C
10- B
11- C
12- C
13- A
14- B
15- D
16- B
17- C
18- E
19- D
20- A

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