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DEFINIÇÕES
Os verbos são uma classe de palavras que tem como característica fundamental o fato
de se flexionarem para exprimir a noção de tempo. Além dessa, expressam também a
categoria de modo, em português, agregada morfologicamente a de tempo, nas
desinências modo-temporais. É de tempos e de modos que trataremos aqui.
Cabe alertar que o tempo verbal não se confunde com o tempo real, sendo o primeiro
uma interpretação que cada língua faz do segundo. Daí, diferentes línguas possuírem
diferentes tempos verbais.
Já os modos referem-se a um recorte que inclui o juízo do enunciador sobre dado fato.
Assim, temos o modo indicativo, em que esse ajuizamento é tipicamente mais tênue,
o subjuntivo, no qual, é mais característico e evidente. Ainda há o modo imperativo,
em que esse juízo do emissor ganha ares de compromisso esperado do interlocutor. Em
outras palavras, o indicativo lida com o que é factual, o subjuntivo, com possibilidades e
suposições, o imperativo, com sugestões, orientações, pedidos, apelos.
Importa destacar que o modo imperativo só é usado em contextos de interlocução,
diferente do indicativo e do subjuntivo. Por isso, o imperativo não possui 1ª pessoa do
singular nem 3ª pessoa representada por ele/ela, mas por você.
Observamos que, no modo indicativo, temos a mais nítida definição de tempos verbais,
logo me maior número nesse modo. No subjuntivo, encontramos uma situação
intermediária. Já no imperativo, a própria noção de tempo verbal é suprimida, havendo
tão somente uma forma afirmativa e outra negativa.
MODO E TEMPO
Indicativo:
- presente
- pretérito perfeito
- pretérito imperfeito
- pretérito mais-que-perfeito
- futuro do presente
- futuro do pretérito
Subjuntivo:
- presente
- pretérito imperfeito
- futuro
Imperativo: afirmativo e negativo
Isso para as formas verbais ditas simples. Há também as formas compostas, das quais
falaremos à frente.
A formação de uma forma simples se dá tipicamente com estes elementos,
exemplificados com o verbo regular viajar:
Embora em linguagem corrente a distinção indicativo x subjuntivo venha diminuindo,
persistem contextos claros de diferenciação de uso e de significado:
- Procuro um restaurante que servecomida grega.
- Procuro um restaurante que sirvacomida grega.
Na primeira frase, com o verbo destacado no indicativo, a existência do restaurante não
é posta em questão, tão somente sua localização; já no segundo exemplo, com destaque
no subjuntivo, a própria existência do estabelecimento está posta no campo das
suposições.
O modo subjuntivo, no português, tem presença marcante, embora não exclusiva, em
orações subordinadas. A noção temporal, nesse modo, é menos delimitada,
sobressaindo-se em todos os tempos o valor de possibilidade, hipótese, suposição.
Sobre o modo indicativo, é importante caracterizar que sua factualidade é gradativa.
Assim, temos desde os pretéritos, em geral, correspondentes a fatos efetivamente até os
futuros que, em maior ou menor escala, sempre correspondem a uma expectativa, um
juízo de valor, aproximando-se do típico comportamento subjuntivo.
Pretérito mais-que-perfeito
Pretérito perfeito
Pretérito imperfeito
Presente
Futuro do presente
Futuro do pretérito
FORMAS NOMINAIS
Há ainda as formas nominais, assim chamadas por sua propriedade de poderem, dadas
vezes, comportarem-se como típicos nomes, sendo as seguintes:
INFINITIVO: é a forma verbal por excelência, o verbo em seu estado mais neutro
possível. Tem como desinência o –R final. Pode fazer as vezes de um substantivo.
PARTICÍPIO: forma que indica tão somente ação/fato concluído. Em sua forma
regular, apresenta o –DO final. Pode equivaler a um adjetivo.
GERÚNDIO: expressa ação/fato em curso, tendo por desinência o –NDO final. Pode
corresponder a um advérbio.
Obs.: em termos de língua padrão, utiliza-se o particípio regular (em –DO) com sentido
ativo, em geral com os verbos haver e ter: Tenho pagado essas contas. Já a forma
irregular (de terminações variadas), é utilizada em sentido passivo, principalmente com
os verbos ser e estar: Essas contas foram pagas.
Quanto ao uso dos tempos simples do indicativo:
Simultaneidade ao momento Estudo os tempos Uso mais comum quando na presença de um adjunto
de fala verbais agora. adverbial que indique a simultaneidade.
Frequência Acordo às sete a Nesse caso, pode ou não haver um adjunto adverbial
semana toda. circunstanciando a frequência.
Atemporalidade A Terra gira em torno Este uso também pode ser entendido como de “verdades
do Sol. absolutas”.
Apresentação histórica Em 1969, o homem Também denominado “presente histórico, assume o valor
(passado) pisa na Lua. do perfeito.
Tem estudado (pretérito Tenha cantado (pretérito perfeito) Ter estudado (infinitivo)
perfeito)
Tinha estudado (mais-que- Tivesse cantado (pretérito mais-que- Tendo estudado (gerúndio valor
perfeito) perfeito) pretérito
EXERCÍCIOS
(UERJ - 2004)
CANTIGAS DE ACORDAR MULHER
Vagueio aquém do teu sono
com alma de marinheiro
feliz de chegar a um porto
sem previsão no roteiro,
mais tonto de o descobrir
que de lhe ser estrangeiro.
Teu continente a dormir
- pouso de barco ligeiro –
para os relógios num tempo
avesso a qualquer ponteiro:
nem sei se o fico vivendo
ou se te acordo primeiro.
(...)
Bom é sorrires, olhar
em mim: não vês
o inimigo, o rival
jamais.
(...)
Acorda, meu bem, acorda:
são horas de vigilar
feliz quem menos recorda
e faz o tempo passar
Acorda, meu bem, acorda
e ajuda teu madrugar:
a mão do dia transborda
de coisas para te dar!
(Geir Campos)
(UNIRIO - 2010)
“O grupo que reinará na Internet dominará o mundo da comunicação, da cultura e da
educação de amanhã, com todos os riscos que isso trará para a liberdade de espírito dos
cidadãos e para a democracia.”