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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


0010200-04.2023.5.15.0039

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 14/02/2023


Valor da causa: R$ 104.178,02

Partes:
AUTOR: EMERSON QUINTINO FERREIRA
ADVOGADO: MATHEUS DE ALMEIDA ALVES
RÉU: CAMPSEG SERVICOS DE FACILITIES LTDA
ADVOGADO: RAFAEL AUGUSTO SALOMAO
RÉU: ASSOCIACAO DOS PROPRIETARIOS DO LOTEAMENTO PARQUE RESIDENCIAL
TERRAS DE YUCATAN - MONTERREY RESERVA
ADVOGADO: MARCO ANTONIO DE SOUSA GIANELI
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ª VARA DO


TRABALHO DE CAPIVARI – SÃO PAULO

EMERSON QUINTINO FERREIRA,


brasileiro, casado, portador da CTPS nº 041573 série 00337-SP, RG nº
48.466.751SSP/SP, CPF nº 391.611.938-95, nascido em 06/01/1992,
filho de Clotilde de Souza Ferreira, residente na Rua Ana Maria de
Jesus, nº 204, Jardim Moreira, na cidade de Monte Mor-SP, CEP
13.198-012, vem, com o devido respeito e acatamento de sempre, à
presença de Vossa Excelência, por seus advogados que esta subscrevem
(Procuração Anexa), propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
PELO RITO SUMARÍSSIMO

Em face de CAMPSEG SERVIÇOS DE


FACILITIES LTDA. (1ª RECLAMADA), devidamente inscrita no CNPJ
sob nº 17.834.328/0001-06, com endereço para notificação na Rua
Antonio Lapa, n° 240, sala 02, Cambuí, Campinas–SP, CEP 13.025-240
e ASSOCIAÇÃO DOS PROPRIETÁRIOS DO LOTEAMENTO PARQUE
RESIDENCIAL TERRAS DE YUCATAN- MONTERREY RESERVA (2ª
RECLAMADA), devidamente inscrita no CNPJ sob nº 26.434.002/0001-
82, com endereço para notificação na Avenida Um, n° 641, Loteamento
Parque Residencial Terras de Yucatan, na cidade de Monte Mor– SP,
CEP 13.190-000, pelas razões de ordem fática e jurídica que

Endereço: Avenida José de Souza Campos,1 900, Sala 42, Cambuí | Campinas/SP | CEP: 13.092-123.
Telefones: (19) 3235-2595 | (19) 3722-2595 | E-mail: contato@almeidaalves.com.br

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articuladamente passa a expor, culminando com final rol de pedidos e


requerimento de procedência:

DA REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA TELEPRESENCIAL

O Reclamante informa que concorda com a


realização de audiências de forma telepresencial, visto que até a
presente data, possui condições de acesso aos ambientes virtuais.

Entendemos que a realização de


audiências virtuais permite o interrogatório das partes e a oitiva de
testemunhas, harmonizando-se com o princípio constitucional da
celeridade processual e economia processual que orientam o processo
do trabalho.

Neste sentido, a Justiça do Trabalho de


São Paulo, com base na Resolução nº 345/2020 do Conselho Nacional
de Justiça (CNJ), regulamentou a implementação do Juízo 100%
Digital, na qual todos os atos passam a ser empreendidos, tão somente,
por meio eletrônico e remoto, inclusive as audiências, desde que haja
concordância das partes.

Dessa forma, em atenção aos princípios da


celeridade e da economia processual, requer que as audiências sejam
realizadas por videoconferência.

Endereço: Avenida José de Souza Campos,2 900, Sala 42, Cambuí | Campinas/SP | CEP: 13.092-123.
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Por fim, indica-se e-mai e telefone do


patrono, sendo:

- e-mail: audiencias@almeidaalves.com.br
- telefone patrono Reclamante: 19-
32352595

DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

Nos termos do art. 14, parágrafo 1º da Lei


5585/1970, das leis 1060/1950 e 7115/1983, bem como do art. 790,
parágrafo 3º, da CLT, a reclamante declara para os devidos fins e sob
pena da Lei, ser pobre na inequívoca acepção jurídica do termo,
encontrando-se desempregado e não tendo como arcar com o
pagamento de custas e demais despesas processuais sem o prejuízo de
seu sustento, pelo que requer os benefícios da justiça gratuita.

DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA 2ª RECLAMADA

No caso em tela, a Reclamante exercia a


função de “vigia” diretamente para a 2ª Reclamada.

Por ter sido a 2ª Reclamada diretamente


beneficiada pelos préstimos laborais da Reclamante, requer seja ela
condenada subsidiariamente aos termos da presente demanda,
conforme preconiza a Súmula 331 do C. TST.

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BREVE SÍNTESE FÁTICA

O Reclamante foi contratado em 28/03/2019


pela reclamada, para exercer a função de Vigia.

Recebia mensalmente o importe de R$


1.607,97, tendo sido desligado da empresa sem justo motivo em
05/08/2022.

Porém diante de inúmeras irregularidades


do contrato de trabalho não teve alternativa que não se socorrer deste
Poder Judicante.

1. DO ENQUADRAMENTO SINDICAL – DA ISONOMIA SALARIA -


DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL – PEDIDOS SUCESSIVOS

A. DO ENQUADRAMENTO SINDICAL

O Reclamante fora inicialmente contratado


para exercer a função de vigia, porém exercia na verdade a função de
vigilante, sendo que possuía também curso de vigilante, conforme
documento anexo.

Insta salientar de que as convenções


coletiva em anexa prevê o salário de R$ 1.547,12 (CCT 2019-2020), de
R$ 1.666,57 (CCT 2021) e R$ 1.845,56 (CCT 2022):

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Convenção Coletiva 2019-2020:

Convenção Coletiva 2021:

Convenção Coletiva 2022:

Desta feita, postula o Reclamante a


condenação da reclamada ao pagamento do salário de Vigilante no
importe de R$ 1.845,56, bem como integração e reflexos em DSR’s,
aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiro, FGTS + 40%.

B. DA ISONOMIA SALARIAL

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Sucessivamente, caso não seja esse o


entendimento de Vossa Excelência, ocorre que os demais funcionários
da reclamada recebiam o valor de R$ 1.845,56

Isto porque os dispositivos


constitucionais concernentes à idéia básica de isonômica, como o artigo
5º, inciso I, bem como artigo 7º, inciso XXXIV, instituem expressamente
a “igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalho avulso” e pugnam a equalização de direitos,
TORNANDO IMPERATIVO O TRATAMENTO IGUALITÁRIO AOS
EMPREGADOS QUE PRESTAM SERVIÇOS ATRAVÉS DE EMPRESA
PRESTADPRA, sob o comando do mesmo empreendimento:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem


distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos
e obrigações, nos termos desta Constituição;

Art.7º, XXXIV - igualdade de direitos entre o


trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso

Neste sentido dispõe a Orientação


Jurisprudencial n 383 da SDI-1 do C. TST:

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383. TERCEIRIZAÇÃO. EMPREGADOS DA


EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E
DA TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, “A”, DA
LEI Nº 6.019, DE 03.01.1974. (mantida) -
Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e
31.05.2011
A contratação irregular de trabalhador,
mediante empresa interposta, não gera
vínculo de emprego com ente da
Administração Pública, não afastando,
contudo, pelo princípio da isonomia, o direito
dos empregados terceirizados às mesmas
verbas trabalhistas legais e normativas
asseguradas àqueles contratados pelo
tomador dos serviços, desde que presente a
igualdade de funções. Aplicação analógica do
art. 12, “a”, da Lei nº 6.019, de 03.01.1974.

Com base no princípio da isonomia ,


trabalhador terceirizado de prestadora de serviços que exerça as
mesmas funções do trabalhador da entidade tomadora de serviços tem
direito ao enquadramento como se empregados desta última fosse.

Assim, sucessivamente, diante do princípio


da isonomia salarial, requer a condenação da Reclamada nas seguintes
diferenças: salário mês a mês, 13º salário, FGTS+40%, férias + 1/3,
horas extras, aviso prévio, saldo de salário, intervalo. Requer,
outrossim, seja procedida a retificação na CTPS do reclamante, bem
como condenada a Reclamada a comprovar a integralidade dos
depósitos relativos aos valores devidos a previdência social.

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C. DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

Sucessivamente, caso não seja esse o


entendimento de Vossa Excelência, no mesmo lapso de contrato, o
Reclamante exerceu a função de vigilante em igualdade técnica e de
produção com Alex Sandro Pinheiro da Silva,o qual recebia salário
mensal de R$1.845,57 (um mil oitocentos e quarenta e cinco reais e
cinquenta e sete centavos), enquanto o obreiro percebia, R$ 1.607,97
(um mil seiscentos e sete reais e noventa e sete centavos).

OBSERVA SE NO ANEXO HOLERITE


QUE O PARADIGMA FOI ADMITIDO NA MESMA DATA QUE O
RECLAMANTE.

Dispõe o artigo 461 da CLT que, em sendo


idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo
empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem
distinção de sexo, nacionalidade ou idade. Este é princípio da Isonomia
Salarial, que é um dos mais pungentes preceitos sociais modernos. Está
previsto na Constituição Federal, nos incisos XXX e XXXI do artigo 7º,
proibindo diferenças salariais baseadas em sexo, nacionalidade ou
deficiência física do trabalhador.

Assim, diante da configuração da


equiparação salarial entre Reclamante e Paradigma, requer a
condenação da Reclamada nas seguintes diferenças: salário mês a mês,
13º salário, FGTS+40%, férias + 1/3, horas extras, aviso prévio, saldo
de salário, intervalo. Requer, outrossim, seja procedida a retificação na

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CTPS do reclamante, bem como condenada a Reclamada a comprovar a


integralidade dos depósitos relativos aos valores devidos a previdência
social.

DA JORNADA DE TRABALHO E DA DESCARACTERIZAÇÃO DA


JORNADA 12X36

Desde a admissão, o Obreiro mourejou no


seguinte horário:

-Em escala 12x36, cumprindo o horário das


18h00 às 6h00, com 1 hora intervalo intrajornada;
- Laborou em cerca de 2 folgas por mês.

Nesta linha, impugna-se todo e


quaisquer cartões/ folhas de ponto eventualmente carreados aos
autos pela Reclamada, eis que eivados de nulidade.

As normas jurídicas concernentes


à duração do trabalho já não são mais (necessariamente)
estritamente econômicas, tendo em vista que, a plausibilidade em
certas situações, a precípua função determinante de normas de saúde e
segurança laborais, avocando-se, assim, o caráter de normas de saúde
pública. (“redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas

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de saúde, higiene e segurança” art. 7º XXII; arts. 194 caput, 196, 197,
200 inc. II todos da Carta Magna).

Mister salientar portanto, que trata-se,


indubitavelmente, de direitos revestidos de indisponibilidade
absoluta, possuindo o caráter intrínseco de norma cogente de
interesse público, concernente, aliás, à própria dignidade da pessoa
humana (art.1º, inc. III e 170, caput, CF/88).

A sua natureza cogente fundamenta-se


em ordens de natureza: psíquica e psicológica (doenças
ocupacionais de ordem psíquica, tal como a síndrome do esgotamento
profissional-burnout); física (fadiga somática do empregado,
aumentando o risco de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais);
social (seio familiar); econômica (jornadas de trabalho de elevada
duração podem fazer com que a empresa deixe de contratar outros
empregados, aumentando o desemprego) e humana (art.1º, inc. III da
C.F./88).

Nessa toada, frisa-se a invalidade do


caso em tela pela pura e simples extensão da duração do
trabalho por além do montante de horas que deriva do texto
constitucional (8 horas ao dia, 44 horas na semana, 220 horas no
mês), na qual, à título exemplificativo, nem mesmo a negociação
coletiva pode suplantar o parâmetro básico, sendo assim, qualquer
extrapolamento das horas será tido como trabalho extraordinário (art.
7º, XIII e XVI, CF/88).

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É cediço, no caso em tela, de que o


lapso temporal de trabalho ou disponibilidade do empregado
perante o empregador ultrapassou a jornada padrão, fixada em regra
jurídica.

Repise-se, reiteradamente, com fulcro


nos mesmos argumentos supramencionados, no tópico concernente às
horas extras, a natureza cogente de normas relacionadas à ordem
pública. Sendo assim, questiona-se a constitucionalidade da
referida escala 12x36, tendo vista o desgasta físico que o
reclamante fica sujeito. Além do mais, o princípio da adequação setorial
negociada autonomamente referente à juscoletividade normativa,
não deve preponderar sobre normas heterônomas constituídas na
seara justrabalhista, sendo assim, nega-se o caráter de fixação
laborativa “in pejus”, independentemente, até mesmo, de eventual
e hipotética negociação coletiva (evidenciando, ainda, a
indisponibilidade absoluta concernente em acordo meramente bilateral).

Salienta-se, ainda, de queas normas


coletivamente avençadas, só podem preponderar em detrimento
das institucionais (ordem pública) quando for manifestamente
mais favorável ao trabalhador sem olvidar que somente no tocante à
indisponibilidade relativa (medida de flexibilização).

Impugna-sequaisquer documentos
trazidos pela Reclamada em Defesa, pois certamente não
corresponderão à realidade da jornada de trabalho realizada pelo
Reclamante.

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Diante do exposto, requer o pagamento das


horas extras acima da 8ª hora diária e/ou 44ª semanal, BEM COMO
A INVALIDADE DO REGIME DE TRABALHO 12X36, sendo que
deverão ser acrescidas do percentual utilizado pelo adicional
convencional de 60%, bem como requer a condenação da reclamada ao
pagamento de horas extras a 100% pelo labor em DSR e Feriados,
tudo apurado o valor da hora pela aplicação do divisor 220, sobre a
remuneração do Reclamante, bem como seus regulares reflexos nos
DSR´s (domingos e feriados na forma da lei 605/49 e Súm. 172 do C.
TST) e com estes, nas demais verbas: 13º salários (Súm. 45 do TST),
Férias acrescidas de 1/3; FGTS.

Requer, por fim, seja observada a Súmula


347 do C. TST.

Sucessivamente, caso não seja este o


entendimento de Vossa Excelência, requer a condenação da reclamada
ao pagamento de horas extras acima da 12ª hora diária e/ ou 44ª
semanal (considerando a integração do intrajornada na jornada de
trabalho), sendo que deverão ser acrescidas do percentual utilizado
pelo adicional convencional de 60%, bem como requerer a condenação
da reclamada ao pagamento das Folgas Trabalhadas e feriados com
adicional convencional de 100%, apurado o valor da hora pela aplicação
do divisor 220. Requer a repercussão das horas extras deferidas em
saldo de salário, aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiro, FGTS +
40%, DSR e deste em férias +1/3, 13º salário e FGTS + 40%.

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2. DO ADICIONAL NOTURNO

Conforme a jornada laboral exercida pela


Reclamante durante todo o pacto laboral, observa-se que ele exerceu
parte do labor em horário noturno.

O adicional noturno tem por finalidade


recompensar o trabalhador pelo desgaste físico e biológico efetuado em
jornada noturna e a não concessão culmina em ato ilícito por parte do
tomador de serviços.

Assim sendo, requer seja a Reclamada


condenada ao pagamento do acréscimo do adicional noturno,
observando a hora noturna ficta, consoante estabelece a CLT, bem
como os reflexos decorrentes, quais sejam: 13° salários proporcionais
e integrais, férias proporcionais e integrais acrescidas de 1/3, DSR
e feriados, saldo de salário, aviso prévio, horas extras, FGTS e
multa de 40%, quantias estas que deverão ser acrescidas de juros
legais e correção monetária.

DA PROGAÇÃO DO ADICIONAL NOTURNO

O adicional noturno visa compensar o


trabalhador pelo maior desgaste sofrido em razão do trabalho

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executado no período da noite. A jornada noturna urbana legalmente


considerada é aquela compreendida entre 22h de um dia até às 5h do
dia seguinte.

Conforme entendimento já consagrado


na Súmula 60 do TST, cumprida integralmente a jornada no período
noturno e prorrogada esta, é também devido o adicional quanto às
horas prorrogadas (interpretação do artigo 73, §5º, da CLT).

Desta feita, vindicam-se as diferenças


de adicional noturno quantos as horas prorrogadas, com os
reflexos em repouso semanal remunerado, horas extras, diferença
salarial, férias com 1/3, 13º salário e FGTS+40%.

DO SALÁRIO OFICIOSO

Ilustre Julgador, o reclamante chegou a


trabalhar cerca de 2 folgas por mês, sendo que essas eram pagas por
fora do holerite em dinheiro, no valor de R$150,00 cada FT, diretamente
ao reclamante.

Considerando a jornada de trabalho e o


número de folgas laboradas, podemos concluir que o valor pago pela
reclamada, por fora, chega ao importe de R$ 7.995,00.

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Portanto, em virtude do princípio da


primazia da realidade, requer a incorporação salarial dos valores pagos
por fora, bem como o recebimento de seus respectivos reflexos sobre as
verbas trabalhistas, quais sejam, 13° salários proporcionais e integrais,
férias proporcionais e integrais acrescidas dos respectivos 1/3,
adicionais, horas extras, intervalos violados, FGTS, aviso prévio, FGTS e
multa de 40%, quantias estas que deverão ser acrescidas de juros legais
e correção monetária.

DA INTEGRAÇÃO DA PREMIAÇÃO DE CONDUTOR

O Reclamante recebia mensamente premiação


por ser vigilante condutor, no importe de R$500,00 mensais, mas
que na verdade se caracterizavam como verdadeiras comissões,
detendo, portanto, natureza salarial. Ocorre que tais pagamentos,
embora realizados com assiduidade, não tiveram seus reflexos pagos.

Nesse contexto, faz jus o Reclamante a


integração e reflexos em DSRs, Aviso Prévio, 13º Salário, Férias (+1/3),
FGTS+40%, Horas Extras e reflexos desta (Aviso Prévio; 13º Salário;
Férias (+1/3); DSR, FGTS+40%).

DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

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No desempenho de suas funções, o


Reclamante laborava em condições perigosas, pois fazia rondas
utilizando motocicleta, bem como acompanhava motoboy’s que faziam
entregas nas dependências da 2 Reclamada, durante toda a escala de
trabalho (escala 12x36), sendo que nunca recebeu o respectivo
adicional.

Assim, postula o Reclamante seja a


Reclamada condenada ao percentual de 30% sobre sua remuneração,
que deverá integrar a base de cálculo para em Aviso Prévio; 13º Salário;
Férias (+1/3); FGTS+40%; Horas Extras e reflexos desta (Aviso Prévio;
13º Salário; Férias (+1/3); DSR, FGTS+40%).

DO DANO MORAL –DO AVISO PRÉVIO ASSINADO DE FORMA


ERRÔNEA

Como se sabe, o direito à reparação surge


a partir de fatos humanos que representem uma invasão injusta na
esfera moral alheia. Pode ser ensejado em qualquer relacionamento
possível na sociedade, seja pessoal, familiar, trabalhista, comercial, etc.

Podem ser responsabilizadas pessoas


físicas ou jurídicas, por fato do próprio agente ou de pessoas ou coisa a
ele vinculada.

O direito à reparação depende do impulso


do agente, do resultado lesivo e do nexo causal entre estes. Deve haver

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Fls.: 18

uma lesão decorrente da interferência indevida de alguém na esfera de


valor de outra pessoa.

A indenização visa restabelecer a situação


moral anterior, através da concessão dos meios adequados para
exterminar ou atenuar os efeitos produzidos pelo agravo. Isso pode ser
obtido com dinheiro. A indenização por danos morais veio substituir o
direito de vingança da lei de talião pela imposição de uma compensação
econômica, devido à impossibilidade da reparação natural ou se esta
não atender aos interesses da sociedade.

Atualmente, a jurisprudência tem


observado os seguintes critérios ao arbitrar o quantum das
indenizações por dano moral: a extensão do dano experimentado pela
vítima, a repercussão do dano no meio social, a situação econômica da
vítima e do agente causador do dano.

Quanto à fixação da reparação, o


arbitramento deve seguir critério de eqüidade. À falta de regra
específica, entende-se que, por aplicação analógica do art. 53, I e II, da
Lei 5.250/67 (Lei de Imprensa), o arbitramento da indenização por dano
moral deve considerar a gravidade e repercussão da ofensa, a condição
econômica e o grau do dolo ou culpa do ofensor, a pessoa do ofendido e
a intensidade do sofrimento que lhe foi causado.

No contexto dos autos, o Reclamante teve


que assinar o aviso prévio com data alterada, a pedido do
empregador.

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Fls.: 19

Os fatos narrados acima serão provados


pela oitiva de testemunhas em audiência de instrução a ser
oportunamente designada.

Diante deste quadro, postula a Reclamante


seja o dano fixado em, no mínimo, R$ 5.000,00 (cinco mil) reais,
deixando, desde já, à sábia apreciação de Vossa Excelência estipulação
do montante condenatório.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Vale ressaltar que um dos grandiosos


motivos para o enfraquecimento jurídico do enunciado das Súmulas
219 e 329 do C. TST diz respeito aos teores dos artigos 389 e 404 do
atual Código Civil, os quais se aplicam, indiscutivelmente, à Justiça
Laboral por força do art. 8°, parágrafo único da Norma Consolidada.
Atentemos, portanto, aos mesmos:

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Fls.: 20

“Art. 8º. As autoridades administrativas e a


Justiça do Trabalho, na falta de disposições
legais ou contratuais, decidirão, conforme o
caso, pela jurisprudência, por analogia, por
equidade e outros princípios e normas gerais
de direito, principalmente do direito do
trabalho e, ainda, de acordo com os usos e
costumes, o direito comparado, mas sempre
de maneira que nenhum interesse de classe
ou particular prevaleça sobre o interesse
público.
Parágrafo único. O direito comum será fonte
subsidiária do direito do trabalho, naquilo em
que não for incompatível com os princípios
fundamentais deste.”

“Art. 389. Não cumprida a obrigação,


responde o devedor por perdas e danos,
mais juros e atualização monetária segundo
índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado.”

“Art. 404. As perdas e danos, nas


obrigações de pagamento em dinheiro,
serão pagas com atualização monetária
segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, abrangendo juros, custas e
honorários de advogado, sem prejuízo da
pena convencional.” (Grifos propositais).

Com efeito, a ausência do pagamento


patronal voluntário de verbas trabalhistas, sejam rescisórias ou não,
compele o laborista a acionar a justiça para vindicar a respectiva
prestação jurisdicional. Entrementes, o trabalhador, quando não utiliza
o jus postulandi, contrata causídico privado (art. 133, CF) para que seja
assistido com o mesmo afinco e rigor técnico do pólo adverso, o que
implicará, obviamente, nos gastos em honorários advocatícios

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Fls.: 21

contratuais. Daí a inexorável necessidade de compensar os referidos


custos com a condenação sucumbencial.

Por derradeiro, insta frisar que com o


advento da Lei 13.467/2017 em seu art. 791-A, consagrou e corroborou
para a concessão dos honorários advocatícios bem como pelo artigo 6°,
da IN 41/2018 do TST.

Entretanto, tais previsões são incoerentes,


contraditórias e incongruentes (em cotejo com o artigo 5°, da IN
27/2005 do TST), considerando, principalmente, pela
inconstitucionalidade dos percentuais fixados no caput do art. 791-
A, da CLTante o exposado no artigo 85 do CPC bem como da
Súmula 219, do TST, tornando-se despicienda o percentual máximo de
15%.

Diante o exposto, requer-se o controle


difuso de constitucionalidade dos percentuais do caput do art. 791-
A, da CLT pela violações principiológicas da isonomia (art. 5°,
caput, da CF/88 c/c §2°, do art. 85, do CPC), pela violação do
princípio da vedação discriminatória remuneratória (art. 7°, inc.
XXX, da CF/88 c/c art. 85, §14 do CPC e Súmula Vinculante 47) e
pela violação do princípio da dignidade profissional (inc. III, do art.
1°, da CF/88).

Requer-se, portanto, os honorários


advocatícios sucumbenciais em 20% com fulcro no art. 85, §2°, do

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CPC, e pela violação aos artigos 5°, 133, da CF/88 e 14, do CPC,
considerando, inclusive, seu caráter alimentar.

Diante do exposto, requer seja a 1ª


Reclamada condenada ao pagamento dos honorários advocatícios, cujo
importe deverá ser majorado por V. Exa para, no mínimo 20%.

DA APLICABILIDADE DOS PRECEDENTES JUDICIAIS VINCULANTES


NO PROCESSO DO TRABALHO

É indubitável a intrínseca importância


dos precedentes judiciais vinculantes no ordenamento jurídico
brasileiro, principalmente sua aplicabilidade no Processo do Trabalho.

Consoante o artigo 926, do CPC, é um


dever dos juízos de origem e dos tribunais de uniformizar sua
jurisprudência, mantendo-a estável, íntegra e coerente. A segurança
jurídica, desta forma, somente será respeitada com a estabilidade da
jurisprudência (art. 5º, caput, da CF/88).

A necessidade dos juízes de origem e dos


tribunais de aterem-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que
motivaram a sua criação é de suma importância quando da edição de
enunciados de súmulas, conforme se observa no artigo 926, §3º, do
NCPC.

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Daí decorre a necessidade para que possa


ocorrer a edição de súmulas bem como pela sua modificação a
consolidação de precedentes, no qual acarretará segurança nas relações
jurídicas.

Entretanto, para tal mister, em


observância ao contraditório é necessário, para que haja consolidação
das teses jurídicas adequadas, divergência entre julgados com amplo
debate, pois assim permitir-se-á a uniformização jurisprudencial de
forma não açodada e prematura.

A obrigatoriedade dos precedentes


judiciais de forma vinculante encontra-se em diversas situações,
tais como se observa pelo art. 489,§1º, VI, e 927, do NCPC,
denotando sua importância bem como sua aplicabilidade no
Processo do Trabalho, pelo cotejo dos dispositivos normativos 15,
do CPC, e 769, da CLT, considerando, ainda, a lacuna legal e
axiológica presentes, sem olvidar da maior cautela na elaboração dos
enunciados, conforme se verifica no artigo 702, inc. I, alínea f e §3º1, da
CLT, cujos requisitos evitam a alteração de súmulas e outros
enunciados de jurisprudência prescindindo de amplo e prévio debate,
levando em consideração a recente IN 41/2018 do TST.

Diante o exposto, requer-se que todos os


pedidos elencados na exordial sejam respeitados consoantes as
súmulas elencadas bem como das decisões jurisprudenciais dos

1 Cf. art. 75, inc. VII e 125, §2º, do atual Regimento Interno do TST.

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tribunais, por tratarem-se da mesma “ratiodecidendi”. Ou, caso não


entenda este juízo, que seja explicitada as obter dicta e as razões de
decidir que não coadunaram com o caso concreto.

DA DEDUÇÃO

Requer o obreiro, a dedução em sede de


condenação dos valores pagos sob a mesma rubrica, no mesmo período
de apuração, observado as Súmulas 18 e 187, do C. TST.

DA EXECUÇÃO EX OFFICIO E DA INAPLICABILIDADE DO ARTIGO


916 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Protesta-se pela produção de medidas


efetivas do juízo quando o presente feito alcançar a fase de execução,
autorizando expressamente este DD. Juízo a dar impulso de ofício para
a execução dos créditos trabalhistas que forem apurados na presente
ação.

Outrossim, protesta-se, desde já, pela


inaplicabilidade do art. 916, do CPC, no processo trabalhista, uma vez
que, com o advento do Código de Processo Civil de 2015, o § 7º do artigo
916 passou a constar vedação expressa de parcelamento do débito nas
execuções fundadas em título judicial, retirando do executado o

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Fls.: 25

direito subjetivo líquido e certo a esse modo de facilitação de


pagamento:

Art. 916. No prazo para embargos,


reconhecendo o crédito do exequente e
comprovando o depósito de trinta por cento
do valor em execução, acrescido de custas e
de honorários de advogado, o executado
poderá requerer que lhe seja permitido pagar
o restante em até 6 (seis) parcelas mensais,
acrescidas de correção monetária e de juros
de um por cento ao mês.

§ 7º O disposto neste artigo não se aplica ao


cumprimento da sentença.

Percebe-se de que a literalidade do §7º, do


artigo 916 do CPC, corrobora para que o parcelamento no processo do
trabalho se dê tão somente em execuções de títulos executivos
extrajudiciais.2

A Jurisprudência acerca do tema é vasta,


seguindo os seguintes exemplos:

EXECUÇÃO. PARCELAMENTO DA DÍVIDA.


NÃO APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA DAS
DISPOSIÇÕES DO ART. 745-A DO CÓDIGO
DE PROCESSO CIVIL. A CLT regulamenta o
procedimento de execução nos arts. 880 e
seguintes. Dessa maneira, o executado não
tem direito, sem a concordância do
exequente, à aplicação do parcelamento da

2
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 94, p. 223-234, jul./dez. 2016

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Fls.: 26

dívida previsto no art. 745-A do Código de


Processo Civil. É preciso consignar que nem
toda a legislação processual comum é
aplicável de forma subsidiária ao processo do
trabalho, sendo mais restrita ainda a
pertinência no processo de execução. Este
detém autonomia e, na omissão, incide a Lei
de Execuções Fiscais e, somente depois, a
legislação processual comum (art. 889 da
CLT). (SÃO PAULO, 2014).

ACÓRDÃO EM AGRAVO DE PETIÇÃO.


ARTIGO 745-A DO CPC. INAPLICÁVEL AO
PROCESSO DO TRABALHO. Inexiste omissão
na CLT que permita a aplicação do artigo
745-A do CPC. O artigo 880 da CLT fixa prazo
e procedimentos para pagamento da dívida
pela executada, não comportando o título
judicial qualquer parcelamento contrário à
vontade do credor. (RIO DE JANEIRO, 2014).

EMENTA: AGRAVO DE PETIÇÃO. PROCESSO


DO TRABALHO. MULTA DO ART. 523, § 1º
do NOVO CPC. APLICABILIDADE. É aplicável
à execução trabalhista a multa prevista no
art. 523, § 1º, do NOVO CPC (adaptação do
art.475-J do CPC) ante a compatibilidade
com os princípios da celeridade e efetividade.
PEDIDO DE PARCELAMENTO. ART. 916 DO
NOVO CPC. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
NÃO APLICABILIDADE. Citada para
pagamento da execução, na forma do art.
523, §1º, do NCPC, a empresa depositou
apenas 30% do valor do débito, não
cumprindo efetivamente, assim, a obrigação
de pagamento da quantia fixada nos cálculos
homologados, fato que torna devida a
aplicação da multa questionada relativamente
ao valor ainda devido, o que foi observado na
origem, em que se fez incidir a multa apenas
sobre o valor remanescente da dívida. É certo

Endereço: Avenida José de Souza Campos,2 900, Sala 42, Cambuí | Campinas/SP | CEP: 13.092-123.
5 Telefones: (19) 3235-2595 | (19) 3722-2595 | E-mail: contato@almeidaalves.com.br

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Fls.: 27

que a empresa requereu o parcelamento do


débito na forma do art. 745-A do CPC/1973
(art. 916 do NCPC), mas tal medida nem
sequer lhe aproveitaria, considerando que
essa possibilidade não é cabível na espécie,
pois a presente execução diz respeito a
cumprimento de sentença e, a teor da
previsão inserta no parágrafo 7º do art. 916
do NCPC, o “disposto neste artigo não se
aplica ao cumprimento da sentença”. Recurso
conhecido e não provido.

Além desta questão processual, também é


importante destacar que A PRINCIPIOLOGIA QUE REGE A SEARA DO
DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL DO TRABALHO DENOTA A
INCOMPATIBILIDADE DO PARCELAMENTO, pois o contrário
acarretaria em uma interpretação extensiva claramente prejudicial ao
trabalhador, sem olvidar que normalmente na práxis jurídica, o
exequente no mais das vezes é empresa sólida e com possibilidade de
quitar a dívida de forma integral e única, cujo parcelamento seria uma
medida protelatória, já que os atos executivos ficariam suspensos até a
quitação integral do débito.

Diante o exposto, conclui-se pela


inaplicabilidade do artigo 916 do CPC ao processo do trabalho pela
inexistência de omissão da CLT bem como pela incompatibilidade
principiológica, considerando ainda a expressa previsão legal do CPC
em seu §7º, do artigo 916 do CPC.

DOS PEDIDOS

Endereço: Avenida José de Souza Campos,2 900, Sala 42, Cambuí | Campinas/SP | CEP: 13.092-123.
6 Telefones: (19) 3235-2595 | (19) 3722-2595 | E-mail: contato@almeidaalves.com.br

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Diante do exposto, requer:

1- Requer-se a observação da aplicabilidade dos


precedentes judiciais vinculantes insculpido nos
artigos 926 e 927, do CPC, respeitando a ratio
decidendi das jurisprudências colacionadas bem
como às Súmulas juntadas;(declaratório)

2- A inaplicabilidade do art. 916, do CPC, conforme


fundamentação; (declaratório)

3- A concessão dos benefícios da justiça gratuita


(declaratório);

4- A responsabilidade subsidiária da 2ª
Reclamada (declaratório);

5- O pagamento dos honorários advocatícios, a


ser apurado em regular liquidação de sentença,
conforme preconiza o art. 791-A, da Lei
13.467/2017 (a ser arbitrado por este juízo);
R$17.363,00

6- Pagamento do salário de Vigilante no importe de


R$ 1.845,56, bem como integração e reflexos em
DSR’s, aviso prévio, férias + 1/3, décimo
terceiro, FGTS + 40%, ou, sucessivamente diante
do princípio da isonomia salarial, requer a
condenação da Reclamada nas seguintes
diferenças: salário mês a mês, 13º salário,
FGTS+40%, férias + 1/3, horas extras, aviso
prévio, saldo de salário, intervalo. Requer,

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Fls.: 29

outrossim, seja procedida a retificação na CTPS


do reclamante, bem como condenada a
Reclamada a comprovar a integralidade dos
depósitos relativos aos valores devidos a
previdência social, ou sucessivamente diante da
configuração da equiparação salarial entre
Reclamante e Paradigma, requer a condenação
da Reclamada nas seguintes diferenças: salário
mês a mês, 13º salário, FGTS+40%, férias + 1/3,
horas extras, aviso prévio, saldo de salário,
intervalo. Requer, outrossim, seja procedida a
retificação na CTPS do reclamante, bem como
condenada a Reclamada a comprovar a
integralidade dos depósitos relativos aos valores
devidos a previdência social. R$12.354,68

7- Pagamento das horas extras acima da 8ª hora


diária e/ou 44ª semanal, BEM COMO A
INVALIDADE DO REGIME DE TRABALHO
12X36 ou sucessivamente, caso não seja este o
entendimento de Vossa Excelência, requer a
condenação da reclamada ao pagamento de
horas extras acima da 12ª hora diária e/ ou 44ª
semanal (considerando a integração do
intrajornada na jornada de trabalho), sendo
que deverão ser acrescidas do percentual
utilizado pelo adicional convencional de 60%,
bem como requerer a condenação da reclamada
ao pagamento das Folgas Trabalhadas e
feriados com adicional convencional de 100%,

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8 Telefones: (19) 3235-2595 | (19) 3722-2595 | E-mail: contato@almeidaalves.com.br

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Fls.: 30

apurado o valor da hora pela aplicação do divisor


220. Requer a repercussão das horas extras
deferidas em saldo de salário, aviso prévio, férias
+ 1/3, décimo terceiro, FGTS + 40%, DSR e
deste em férias +1/3, 13º salário e FGTS + 40%.
R$25.654,43

8- Seja a Reclamada condenada ao pagamento do


acréscimo do adicional noturno, observando a
hora noturna ficta, bem como a prorrogação da
hora noturna, consoante estabelece a CLT, bem
como os reflexos decorrentes, quais sejam: 13°
salários proporcionais e integrais, férias
proporcionais e integrais acrescidas de 1/3,
DSR e feriados, saldo de salário, aviso prévio,
horas extras, FGTS e multa de 40%, quantias
estas que deverão ser acrescidas de juros
legais e correção monetária. R$9.121,58

9- Incorporação salarial dos valores pagos por fora,


bem como o recebimento de seus respectivos
reflexos sobre as verbas trabalhistas, quais
sejam, 13° salários proporcionais e integrais,
férias proporcionais e integrais acrescidas dos
respectivos 1/3, adicionais, horas extras,
intervalos violados, FGTS, aviso prévio, FGTS e
multa de 40%, quantias estas que deverão ser
acrescidas de juros legais e correção monetária.
R$3.600,00

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10- Integração e reflexos em DSRs, Aviso Prévio,


13º Salário, Férias (+1/3), FGTS+40%, Horas
Extras e reflexos desta (Aviso Prévio; 13º Salário;
Férias (+1/3); DSR, FGTS+40%).R$6.000,00

11- Seja a Reclamada condenada ao percentual


de 30% sobre sua remuneração, que deverá
integrar a base de cálculo para em Aviso Prévio;
13º Salário; Férias (+1/3); FGTS+40%; Horas
Extras e reflexos desta (Aviso Prévio; 13º Salário;
Férias (+1/3); DSR, FGTS+40%). R$ 25.084,33

12- Seja o dano fixado em, no mínimo, R$


5.000,00 (cinco mil) reais, deixando, desde já, à
sábia apreciação de Vossa Excelência
estipulação do montante condenatório.
R$5.000,00

DEMAIS REQUERIMENTOS

Outrossim, requer:

1. A notificação das Reclamadas para que, querendo, apresentem


resposta na oportunidade legal, sob pena de se configurar a
revelia e seus regulares efeitos quanto à confissão da matéria
fática.

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2. Seja julgada procedente a presente ação, cujos pedidos são acima


elencados e os valores serão liquidados na fase de cumprimento
de sentença.

3. A produção de todas as provas em direito admitidas, sem


quaisquer exceções.

4. Requer a dedução da condenação dos valores pagos sob a mesma


rubrica, no mesmo período de apuração, observado as Súmulas
18 e 187, do C. TST;

5. Protesta pela produção de medidas efetivas do juízo quando o


presente feito alcançar a fase de execução, autorizado
expressamente este DD. Juízo a dar impulso de ofício para a
execução dos créditos trabalhistas que forem apurados na
presente ação;

6. Por fim, requer que todas as publicações e demais intimações


relacionadas ao presente feito sejam veiculadas
exclusivamente em nome do subscritor, DR. MATHEUS DE
ALMEIDA ALVES, OAB/SP 292.445, SOB PENA DE NULIDADE.

Dá à causa o valor de R$104.178,02, apenas para


fins de alçada e delimitação do rito processual.

Campinas, 14 de Fevereiro de 2023.

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Fls.: 33

Termos em que pede deferimento.


___________________________
MATHEUS DE ALMEIDA ALVES
OAB/SP 292.445

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