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Alexandre Lins Monteiro Advogado

Alexandre Lins Monteiro


OAB/SP – 350040

EXCELENTÍSSIMO SRA. DRA. JUÍZA DE DIREITO DA 40ª VARA CÍVEL - FORO CENTRAL – SÃO PAULO – SÃO PAULO.

REQUERENTE: Johnata Soares Santos


REQUERIDOS: Dinéia da Silva e Clorivaldo Cristino Mouro
AUTOS: 1126957-93.2018.8.26.0100

JOHNATA SOARES SANTOS, já qualificado nos autos em epígrafe, em atenção a certidão


de fls.156, vem tempestivamente por seu advogado “in fine” assinado, com escritório na Rua Massatake Matsumoto, nº
1.000, sala 07, Parque Fernanda, São Paulo - SP, CEP 05888-130, onde deverá receber todas as citações ou intimações nos
termos do art. 77, inciso V do NCPC, tempestivamente vem, perante V.Exa. com fulcro nos artigos 351 do NCPC,
apresentar a:

RÉPLICA
Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de
15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova. (grifou-se).

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Referente as alegações de mérito dos requeridos, não merecem ser acolhidas, haja vista que tais alegações são
inverossímeis, conforme passará a replicar a requerente:

1. DOS ARGUMENTOS EXPOSTOS PELOS REQUERIDOS

Excelência, sejam pelos danos sofridos em ambos os veículos envolvidos no acidente, sejam pelas lesões “graves” sofridas
pelo requerente, torna-se evidente que o veículo dos requeridos NÃO TRAFEGAVA EM VELOCIDADE COMPATÍVEL COM A VIA,
qual seja 40 km/h, facilmente constatado tal inverdade se observado que o veículo dos requeridos parou cerca de 5 metros
adiante do local da colisão após lançar o requerente ao solo e arrastar sua motocicleta por uns 2 metros nos asfalto.
Outra inverdade são as alegações dos requeridos ao dizer que o requerente trafegava em alta velocidade, e de forma
displicente cruzou a preferencial Rua Cajuru, se isto fosse verdade, se o requerente estivesse em alta velocidade,
certamente teria ocorrido uma tragédia, talvez o requerente tivesse se lesionado com maior gravidade ou até mesmo
entrado em óbito.
Quanto ao mapa muito bem esboçado pelos requeridos, em nada acrescenta aos fatos narrados, isto porque, apesar de
realmente existir sinalização local de pare e semáforo amarelo piscante, não existe semáforo trifásico com “vermelho”
impedindo a travessia, as sinalizações existentes no local tão somente sugere a atenção ao cruzar a via, cuidados estes que
foram tomados pelo requerente, porém, quando já havia acessado o cruzamento da Rua Lopes Coutinho em travessia a Rua
Cajurú, foi colidido lateralmente pelo veículo Toyota Corolla dos requeridos que vinha em alta velocidade evidenciando total
imprudência, simplesmente ignorando o dever de cautela, prova disso está insculpido nas avarias apresentadas no Toyota
Corolla que são colisão no para-choque dianteiro, é questão de física, como poderia a motocicleta ter atingido a lateral do
veículo Corolla e ter alcançado o para-choque dianteiro, é óbvio que a dinâmica dos fatos são diversas das alegações dos
requeridos, pelas imagens dos danos em ambos os veículos, fica evidente que o Corolla atingiu com a dianteira a lateral da
motocicleta lançando-a da direita para esquerda sentido lateral do Corolla.
Fato é, houve “culpa exclusiva dos requeridos, que trafegavam em alta velocidade pela Rua Cajuru e momento em que o
requerente cruzava tal rua foi subitamente “atropelado” pelo veículo dos requeridos.

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Agem de má-fé os requeridos ao tentar induzir Vossa Excelência em erro, ao apontar imagens e croquis de mapas do local
do acidente a fim de imputar culpa ao requerente, quando tais imagens nada prova quanto a dinâmica dos fatos.
Corrobora ainda para a verdade das alegações do requerente o laudo pericial do veículo dos requeridos elaborado pelo
Instituto de Criminalística de São Paulo ao atestar que o veículo apresenta .... “fraturas no para-choque dianteiro, danos
orientados da frente para trás e da direita para esquerda”...., tal laudo só comprova que o veículo dos requeridos colidiu
a frente contra a lateral da motocicleta, ou seja, atropelou o motociclista/requerente.
Apesar dos requeridos em sua peça contestatória alegarem o “ato de humanismo, como solidariedade ao próximo, que
“prestaram” (no plural) socorro ao requerente, muito causa estranheza que somente a requerida Sra, Dinéia aguardou a
chegada dos bombeiros e também, somente ela se apresentou a delegacia de polícia, enquanto o requerido Sr. Clorivaldo
“jamais” se apresentou em nenhum momento da ocorrência, muito pelo contrário, se evadiu do local antes da chegada da
viatura policial, ora Excelência não é comum estando marido e esposa em local de acidente o marido ausentar-se do local,
deixando a esposa com toda a responsabilidade da ocorrência, é óbvio que o veículo era conduzido pelo requerido Sr.
Clorivaldo e por razões desconhecidas, se evadiu do local de acidente,
Maliciosamente tenta a defesa dos requeridos convencer Vossa Excelência que o requerente faz “suposições” sobre ter
sido o requerido Sr. Clorivaldo o causador do acidente, definitivamente o requerente NÃO faz suposições, ao contrário,
afirma e ratifica tanto na representação criminal, quanto na peça exordial que “o veículo estava sendo conduzido pela
pessoa de um “homem”, provavelmente o proprietário do veículo”.
O que não torna tal afirmação por parte do requerente “irrelevante” como diz a defesa dos requeridos, mas crucial para
apurar a responsabilidade de todos os danos causados ao requerente, se não tivesse tal certeza de que o veículo Toyota
Corolla estivesse sendo dirigido pelo requerido Sr. Clorivaldo, o requerente não teria afirmado, uma vez que nada iria
interferir na busca de seus direitos, procura o requerente tão somente a busca da verdade real e responsabilização dos
causadores dos danos sofridos.
Ademais, em momento algum o requerente buscou ou busca vantagens indevidas, tão somente ficou totalmente
desamparado e agora busca reparação legal de todos os danos sofridos, na medida da responsabilidade de cada um dos
requeridos.
São vagas as alegações por parte dos requeridos de que a motocicleta foi reparada e encontra-se em plena condições de
uso, somente um perito da própria Yamaha ou perito judicial poderá atestar se houve ou não perda total da motocicleta,

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porque “pintar” acessórios é fácil, fica bonito diante dos olhos, diferentemente da reparação da “estrutura” da motocicleta,
mais conhecido como “quadro”, que somente pode-se verificar se há recuperação ou não por meio de perito especializado
em motocicleta.
Quanto a questão do documento da motocicleta estar em nome e propriedade da “genitora” do requerente, não implica em
a propriedade de “fato” ser do requerente, trata-se apenas de burocracia na hora do financiamento do veículo haver
restrições no CPF do requerente para firmar financiamento.
Referente aos débitos no documento da motocicleta, não implicam em redução do valor do veículo ou pedido de abatimento
proposto pelos requeridos no que tange a reparação material, uma vez que são débitos com o DETRAN, vinculado
diretamente ao “documento do veículo” e não ao objeto bem material móvel.
No que diz respeito ao pleito de ressarcimento dos lucros cessantes, total razão assiste ao requerente, uma vez que os
lucros cessantes advém de atividade “informal” exercida pelo requerente para complementar sua renda, é de
conhecimento amplamente divulgado pela mídia que “motoboys” fazem dupla jornada para complementar sua renda, de
maneira “informal”, se aventuram em entregas de pizzas, lanches, etc.. no horário de folga, o que “nada tem a ver” com o
que recebe em decorrência do afastamento INSS, ao contrário do sugerido pelos requeridos, não existem documentos
duvidosos, são documentos legítimos emitidos pelo “empregador” referente a uma atividade informal exercida pelo
requerente, documento esse que será ratificado pelo depoimento compromissado do empregador.
As indenizações pleiteadas por danos morais são indiscutíveis, por toda dor causada ao requerente, que foi vítima no
acidente causado por culpa exclusiva dos requeridos, tanto que se submete até a presente data a humilhações perante a
familiares e amigos, ao ter que pedir dinheiro emprestado para manter seu sustento, pagar pensão por alimentos à filho
menor, para pagamentos de contas do dia a dia, ajuda até para deslocar-se para tratamento de recuperação das lesões
sofridas em decorrência do acidente, pois ainda movimenta-se com apoio de muletas.
Quanto ao dano estético, existe visível alteração no antes e depois do acidente, o que causa constrangimento ao requerido,
por que tem vergonha das cicatrizes em seu corpo, ainda corre sério risco de ficar com um membro inferior mais curto
que o outro e andar “mancando” para o resto de sua vida, todos esses danos sofridos não podem de forma alguma serem
vistos como mero aborrecimento, causou clara dor a alma do requerente e visível baixa estima no mesmo, razão pelo qual
faz jus à reparação por danos morais e estéticos na forma pleiteada com observação ao caráter pedagógico da sanção

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aplicada aos requeridos, evitando que outras pessoas venham ser vítimas da imprudência no transito por parte dos
requeridos.
No que tange a alegação dos requeridos de “ilegitimidade ativa para propor ação de indenização por danos materiais”, deve
ser prontamente afastada, uma vez que no mundo moderno é natural que a “genitora” do requerente tenha se colocado a
frente do financiamento da motocicleta e consequentemente a documentação do veículo tenha sido expedida em seu nome
apenas por questões burocráticas, o que não afasta a propriedade de fato do bem que era única e exclusivamente utilizado
pelo requerente, inclusive há de salientar que a genitora sequer possui CNH para condução de motocicleta, portanto é
legítimo possuidor da motocicleta o requerente e consequentemente pessoa legítima para pleitear a reparação por danos
materiais.

Apelação Cível. Ação indenizatória por danos morais e materiais, fundada em acidente de trânsito. Sentença de
procedência. Apelos de ambos os réus. O fato de não figurar como proprietária da motocicleta no órgão de
trânsito não retira a legitimidade da autora para postular a indenização pelos danos causados a esse veículo.
Orçamento emitido em nome da autora. É pacífico no STJ o entendimento de que o proprietário do veículo
responde solidariamente com o condutor pelos danos causados a terceiro com seu veículo. O valor da indenização
do seguro obrigatório (DAMS) deve ser deduzido dos gastos com tratamentos médicos e medicamentos,
independentemente de prova de que a vítima recebeu aquela indenização. Danos morais caracterizados.
Indenização mantida. Termo inicial dos juros de mora desde a data do acidente. Súmula 54, STJ. Matéria de ordem
pública, que deve ser conhecida de ofício pelo julgador e não configura julgamento extra petita ou reformatio in
pejus. Apelações parcialmente providas.

(TJSP; Apelação Cível 1003115-18.2017.8.26.0066; Relator (a): Morais Pucci; Órgão Julgador: 35ª Câmara de
Direito Privado; Foro de Barretos - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 26/02/2019; Data de Registro:
26/02/2019)

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Os requeridos impugnam a o pedido de concessão da Justiça Gratuita pleiteado pelo requerente, sob a alegação de que o
requerente aufere renda de R$ 3.884,91 (três mil oitocentos e oitenta e quatro reais e noventa e um centavos), também
não merece ser acolhido tal pedido, o requerente atestou sua hipossuficiência financeira e assinou sob as penas da lei,
comprovando ainda pela baixa renda mensal auferida pelo requerente, principalmente pela atual situação de miserabilidade
restando ao mesmo em decorrência do acidente causado por culpa exclusiva dos requeridos, recebendo para seu sustento
e de seus familiares apenas o auxílio doença do INSS no valor de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais). O que justifica a
concessão da Justiça Gratuita.

Excelência, razão não assiste o pedido de suspensão do processo até a sentença de mérito na esfera criminal, conforme
pleiteado pelos requeridos, a representação criminal busca tão somente a responsabilização do condutor do veículo Toyota
Corolla no crime de “Lesão Corporal Culposa”, decorrente de acidente de trânsito, assim, não depende de sentença de
mérito em representação criminal para que Vossa Excelência analise os fatos, evidências e conjunto probatório, para
julgamento do mérito da Ação Cível de reparação de danos materiais, morais, estéticos e lucros cessantes.

Ao contrário do alegado pelos requeridos, o valor da causa está em consonância com os pedidos pleiteados pelo
requerente.
Referente ao pedido de impugnação de testemunhas que virão a ser arroladas pelo requerente no momento oportuno,
absurdo tal pedido, uma vez que poderão ser arroladas no decorrer do processo comparecendo espontaneamente, o
indeferimento de apresentação de rol de testemunhas configuraria cerceamento de defesa.

Sobre as alegações de irregularidades no processo de concessão do auxílio doença por acidente de trabalho ao
requerente, também deverá ser indeferido o pedido de expedição de ofício ao INSS e Empregadora, o INSS é Órgão Federal,
de competência da Justiça Federal, órgão esse rígido e criterioso na análise de concessão de benefícios, toda
documentação apresentada pelo requerente foi minunciosamente analisada para o deferimento na concessão do benefício.
É nítido e evidente que os requeridos de forma ardilosa buscam tumultuar o processo, com claro intuito de procrastinar
os atos processuais até o julgamento do mérito.

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O requerente impugna o laudo de vistoria veicular às fls. 153/154, haja vista ser realizado por empresa particular de forma
duvidosa, devendo para validar o estado real da motocicleta ser submetido o veículo à laudo emitido por perito de confiança
de Vossa Excelência.
Por todo o exposto, requer seja julgado totalmente procedente os pedidos pleiteados pelo requerente, nos termos da peça
exordial.
Por derradeiro, requer a total improcedência dos pedidos em Reconvenção pelos requeridos, condenando-os ao final em
custas e honorários advocatícios.

Respeitosamente, pede deferimento.


São Paulo 06 de março de 2019.

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