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AO

DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO DO ESPÍRITO SANTO.

Excelentíssimo Senhor Presidente do CIRETRAN - Conselho Estadual de


Trânsito do Estado do Espírito Santo – ES

RECURSO CONTRA DECISÃO DENEGATÓRIA DA JARI DO DETRAN-ES

Processo nº 2023 - LRKPV

Luiz Alberto Pina, brasileiro, casado, comerciante, residente e domiciliado rua


José Carlos, nº 60, Cariacica – ES - CEP 29.146-050 CPF nº 030.927.407- 93,
CNH nº 03235683030, vem, respeitosamente, perante ao Exmo. Presidente
deste egrégio conselho, apresentar RECURSO CONTRA DECISÃO
DENEGATÓRIA DA JARI/ ES, processo em epígrafe.

Da Tempestividade: Data do indeferimento do recurso, 24/06/2023 e


apresentação do recurso em 24/07/2023, sendo, pois, tempestivo o presente
recurso.

I – DA DEFESA:

1. O condutor recebeu a Notificação de Infração de forma tempestiva, porem a


multa e a penalidade merecem ser revistas, conforme passa a dispor.

2. Alegou, o condutor, que entrou na fila de fiscalização e foi instado a soprar o


bafômetro mas se recusou em função de não ter visto a troca da biqueira do
aparelho e como de fato narra o AIT, não havia sintomas de embriaguez.

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3- Diante da recusa, o veículo foi liberado para que a esposa do condutor, Sra.
Luciana Luback Alves Vilela, CNH 03325470640 pudesse conduzi-lo, sem
embargos.

4- A decisão emanada pelo relator da JARI, não foi enfrentada a tese da


ilegalidade do ato administrativo, sob o prisma da resolução 432, art.9º, atendo-
se, tão somente, a fundamentar seu voto no ato da recusa em soprar o bafômetro
por parte do condutor.

2. DO MÉRITO

2.1 DAS ILEGALIDADES DO ATO ADMINISTRATIVO ÍNSITO NO AUTO DE


INFRAÇÃO

O Recorrente foi enquadrado no Art. 165-A por ter se negado a realizar o teste
do bafômetro. Ocorre que ao analisar o Auto de Infração emitido não consta
qualquer elemento que indique alteração ou sinais de embriaguez, ainda que
este não seja fato que obste a imputação da penalidade, o iter procedimental da
fiscalização foi coberto de falhas de procedimento, a saber:

1- Não mostraram a biqueira do bafômetro lacrada para o condutor, diante


do seu requerimento;

2- Entregaram o veiculo para a esposa do condutor sem realizar ou tentar


realizar a fiscalização que queriam submeter o condutor.

Ainda que a Tese firmada pelo STF declare constitucional a aplicação de


sanções administrativas pela recusa em soprar o bafômetro:

Não viola a Constituição a previsão legal de imposição das sanções


administrativas ao condutor de veículo automotor que se recuse à realização dos
testes, exames clínicos ou perícias voltados a aferir a influência de álcool ou

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outra substância psicoativa (art. 165-A e art. 277, §§ 2º e 3º, todos do Código de
Trânsito Brasileiro, na redação dada pela Lei 13.281/2016).

Há de se rebater de forma frontal os limites do ato discricionário do agente


público de fiscalização tendo em vista que descumpriu normas da resolução
CONTRAN nº 432 no seu artigo 9º que manda de forma obrigatória que o “ o
veículo será retido até a apresentação de condutor habilitado, que também será
submetido à fiscalização”( grifo nosso).

A não considerar este aspecto, impõe deduzir que o escopo da fiscalização tinha
somente o objetivo de arrecadar multa, excluindo o dever de proteger e prover a
segurança no trânsito.

Diante das premissas acima descritas, forçoso admitir que estamos diante de um
clássico abuso de direito quanto à finalidade do ato administrativo a caracterizar-
se o vício pelo abuso de direito por desvio de finalidade, configurado toda vez
que o ato não é usado para a finalidade que se espera. É o desvirtuamento da
regra de competência pelo fato do ato administrativo não ser direcionado ao
interessa público, nem ao objetivo específico por ele descrito.

Não se pode olvidar que toda norma tem um escopo, portanto, uma finalidade, a
ser perseguida pela administração pública. Ao não cumprir o disposto da
resolução CONTRAN 432, ART. 9º, o agente público não cumpre o desiderato
legal, age acima da sua discricionaridade e imputa ao cidadão consequência
acima do permissivo legal.

Do exposto a irresignação do recorrente não é contra o ato em si, a recusa de


soprar o bafômetro, mas sim, quanto ao ver seu direito de ver colocar a biqueira
no aparelho, o que lhe foi negado e, ato contínuo, ao cristalino descumprimento,
pelo agente público da resolução CONTRAN 432, conforme dito alhures.

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3. DO PEDIDO:

ISTO POSTO, requer:

a) seja acolhido o presente recurso para determinar a apreciação da defesa


interposta no processo administrativo nº 2023 - LRKPV, pois que apresentada
tempestivamente, dando-se por acolhida a argumentação lá exposta;

b) seja anulada a decisão que negou provimento ao recurso apresentado na Jari-


Es em razão do item precedente;

Nestes Termos, Pede Deferimento.

Vila Velha, 24 de julho de 2023

CAIO AFONSO Assinado de forma digital por CAIO


AFONSO CARDOSO:53571886615
CARDOSO:53571886615 Dados: 2023.07.24 10:32:11 -03'00'
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Caio Afonso Cardoso – OABES 19.862

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