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CBPEX – CONSULTORIA BRASILEIRA DE ENSINO PESQUISA E

EXTENSÃO
FABEX – FACULDADE BRASILEIRA DE ENSINO PESQUISA E
EXTENSÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM DO
TRABALHO

PAULO ROBERTO MENDES BEZERRA

A VISIBILIDADE E A VALORIZAÇÃO DOS


PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DURANTE A
PRIMEIRA ONDA DA COVID-19 NO BRASIL

BRASÍLIA - DF
2021
PAULO ROBERTO MENDES BEZERRA

A VISIBILIDADE E A VALORIZAÇÃO DOS


PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DURANTE A
PRIMEIRA ONDA DA COVID-19 NO BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como pré-requisito para a
obtenção do título de Especialista em
Enfermagem do Trabalho pela Faculdade
Brasileira de Ensino Pesquisa e Extensão.
Área de Concentração: Enfermagem.
Orientadora: Ms.: LEAL, Maria Marta
Araújo.

BRASÍLIA - DF
2021
PAULO ROBERTO MENDES BEZERRA

A VISIBILIDADE E A VALORIZAÇÃO DOS


PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DURANTE A
PRIMEIRA ONDA DA COVID-19 NO BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como parte dos requisitos
para obtenção do título de Especialista em
Enfermagem do Trabalho outorgado pela
Faculdade Brasileira de Ensino Pesquisa e
Extensão João Pessoa-PB.

APROVADO EM ____/___/___

NOTA_______

EXAMINADOR:

_________________________________
Ms.: LEAL, Maria Marta Araújo
Orientadora
DEDICATÓRIA

Dedico a realização deste trabalho a minha


mãe MARIA JOSÉ MENDES BEZERRA,
uma lutadora sem igual, e as minhas Tias:
Irmã Maria das Vitórias (Tia Vivi) e Irmã
Maria Joana (Tia Joana) da Congregação
Irmãs Missionárias Capuchinhas, que me
levaram para os meandros da
ENFERMAGEM.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a conclusão desta pesquisa em


primeiro lugar a “DEUS”.
Aos meus irmãos, e aos muitos amigos que
conquistei e aos já existentes pela força na
idealização deste importante processo.
Ao Amigo e Professor/Historiador Marcus
Maciel pela colaboração, apoio e
empréstimos de livros para a produção desse
estudo.
EPÍGRAFE

"Um plano de saúde pode ser feito por


médicos, mas a saúde é feita
fundamentalmente de enfermagem."

Emerson Cardoso
RESUMO

O estudo se propôs a analisar os desafios impostos pela pandemia ao Profissional de


Enfermagem no que tange a visibilidade e a valorização durante a primeira onda da
Covid-19 no Brasil. A metodologia utilizada na pesquisa foi a pesquisa bibliográfica,
qualitativa e descritiva. Os resultados demonstram que o Profissional de Enfermagem
atua em meio a uma diversidade de desafios, desde a formação, desvalorização
profissional e financeira, quanto as diversidades impostas dentro do próprio ambiente do
trabalho e muito em particular durante a primeira onda da Covid-19 em nosso País.
Situações que faziam parte da realidade de muitos hospitais pelo Brasil como a
superlotação, a falta de leitos e até mesmo a grande carga de responsabilidade conferida
ao Profissional de Enfermagem, vieram à tona, pois, além de salvar, cuidar dos pacientes,
e manter boas relações com todos, atuam na administração e gestão. O Profissional de
Enfermagem cumpriu na linha de frente da pandemia, um papel fundamental, o de cuidar,
preservar e salvar vidas, mesmo que isso, o colocasse em situação de risco. A falta de
uma política uníssona é seria ceifou a vida de muitos profissionais. Foi trazido à baila
como Objetivo Geral a análise dos principais problemas encontrados pelo Profissional de
Enfermagem no que tange a primeira onda da Covid-19 no Brasil, e como objetivos
específicos foram eleitos: a) historiciar a pandemia do coronavírus e a primeira onda do
Covid-19 no Mundo e no Brasil; b) analisar a atuação do Profissional de Enfermagem
durante a primeira onda da Covid-19 no Brasil e c) elencar as novas demandas para o
Profissional de Enfermagem após a primeira onda da Covid-19 no País. Conclui-se após
análise dos principais contratempos encontrados pelo Profissional de Enfermagem
durante a primeira onda da pandemia de coronavírus, que este, está na atenção à urgência
e a emergência, e que uma série de fatores contribui para que o trabalho do Profissional
de Enfermagem se caracterize como um desafio constante.

Palavras-chave: Enfermagem. Covid19 no Brasil. Pandemia. Saúde.


ABSTRACT

The study aimed to analyze the main challenges faced by the Nursing Professional in
terms of visibility and appreciation during the first wave of Covid-19 in Brazil. The
methodology used in the research was bibliographic, qualitative and descriptive research.
The results demonstrate that the Nursing Professional acts in the midst of a variety of
challenges, from training, professional and financial devaluation, to challenges imposed
within the work environment and particularly in the first wave of Covid-19 in our
Country. Situations that were part of the reality of many hospitals throughout Brazil, such
as overcrowding, lack of beds and even the great burden of responsibility conferred on
the Nursing Professional, came to the fore because, in addition to saving, caring for
patients, and maintain good relations with all, act in administration and management. The
Nursing Professional fulfilled, in the front line of the pandemic, a fundamental role, that
of caring, preserving and saving lives, even if that, put him at risk. The lack of a single
policy is severely claimed the lives of many professionals. The main objective was to
analyze the main challenges faced by the Nursing Professional regarding the first wave
of Covid-19 in Brazil, and the following specific objectives were chosen: a) historicize
the coronavirus pandemic and the first wave of Covid -19 in the world and in Brazil; b)
analyze the performance of the Nursing Professional during the first wave of Covid-19 in
Brazil and c) list the new demands for the Nursing Professional after the first wave of
Covid-19 in the country. It concludes after analyzing the main challenges encountered by
the Nursing Professional during the first wave of the coronavirus pandemic, that this is in
the attention to urgency and emergency, and that a number of factors contribute to the
Nursing Professional's work to be characterized as a constant challenge.

Keywords: Nursing. Covid-19 in Brazil. Pandemic. Health.


LISTA DE FIGURAS

Ordem Título Pág.


1 Artistas realizaram ato em homenagem aos mortos por coronavírus, 19
em Brasília.
Enfermeiros do DF, no 1º de maio de 2020, fazem ato
2 20
homenageando colegas que faleceram.
3 A pareidolia da sombra da-morte na Praça dos Três Poderes. 23
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11

2 NOVA ORDEM GLOBAL APÓS A PRIMEIRA ONDA DA COVID-19........... 15

2.1 A Pandemia no Mundo ...................................................................... 16

2.2 A Pandemia no Brasil ........................................................................ 17

2.3 O Desafio da Pandemia e o Profissional de Enfermagem no Brasil . 19

2.4 A Polarização, o Desgoverno, a Pandemia e o Simbólico ................. 21

3 CAMINHOS METODOLÓGICOS ...................................................................... 27

4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 28

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 30
11

1 INTRODUÇÃO

Os Profissionais de Enfermagem de todo o mundo aguardavam o ano de 2020,


com curiosidade e empolgação, uma vez que, a Organização Mundial da Saúde (OMS),
havia declarado em 2019, o ano de 2020, como sendo o 'Ano Internacional da
Enfermagem e Obstetrícia'.
A Saúde Pública no Brasil sempre esteve no centro de noticiários, debates e
discussões, fala-se muito na falta de médicos, nas marcações de consultas, problemas no
atendimento, mas pouco se fala, sobre o Profissional de Enfermagem1, é como se esse
profissional fosse invisível dentro do quadro da saúde brasileira.
O Profissional de Enfermagem é de suma importância dentro do contexto da
saúde. Ele auxilia, cuida dos pacientes, coordena e faz parte de equipes de saúde, cuida
de serviços de atendimento burocrático, auxilia no atendimento médico. Várias são as
atividades desenvolvidas por este profissional, mas mesmo assim, o Profissional de
Enfermagem ainda é pouco valorizado, tanto financeiramente, quanto pelo seu trabalho.
Sabe-se que são inúmeros os contratempos impostos aos profissionais de saúde,
em especial ao Profissional de Enfermagem no que tange ao atendimento em urgência e
emergência, pois eles estão o tempo todo a postos, ou seja, realizando atendimento às
mais diversas pessoas, com uma diversidade de problemas e traumas, e assim fizeram
durante a primeira onda da Covid-19 no Brasil e no Mundo.
Há praticamente doze meses a sociedade mundial se deparou com um vírus
mortal, a OMS, decretou estado de pandemia, os Países decretaram estado de calamidade,
com isolamento social para evitar a propagação do coronavírus e a consequente
contaminação pela Covid-19, além do colapso dos sistemas de saúde mundo à fora.
Aulas foram suspensas em todos os níveis, adotando-se aulas através de
plataformas virtuais, as organizações empresariais e os governos adotaram o chamado
‘home office’, (trabalho em casa); eventos esportivos foram suspensos e/ou cancelados,
como por exemplo: as Olimpíadas do Japão, o Campeonato de Fórmula 1, Festivais de
Cinema e de Música. Fronteiras físicas foram fechadas, aeroportos viram seus
movimentos cessarem com cancelamento total de voos nacionais e internacionais; as

1
Com o intuito de chamar à atenção, neste estudo sempre usarei letras maiúsculas quando me referir ao
Profissional de Enfermagem.
12

Bolsas despencaram, a economia global caiu, as organizações jornalísticas mexeram em


suas programações e viu-se uma enxurrada de programas jornalísticos procurando
divulgar e esclarecer o que acontecia. Enfim, o mundo dito globalizado parou.
Viralizou nas redes sociais e nos meios de informação, vários ‘reclames’ e
‘jingles’ das mais diversas empresas, dentre os quais trazemos a exemplo, dois: um do
Grupo Bandeirantes de Rádio e Televisão e outro da Operadora de telefonia Claro:
GRUPO BANDEIRANTES DE RÁDIO E TV

♫ E de repente tudo mudou/ O mundo inteiro quase parou/


Tudo que era de rotina/
E eu conhecia no meu dia a dia então se transformou/ Um inimigo se
aproximou/
E foi testando tudo que eu sou/ A paciência, a coragem, as certezas e até a
minha fé/
Mas minha esperança/ É maior que todo o medo eu sei que vai passar/ Se a
gente fizer tudo direito/
Quero abraçar quem eu amo/ Voltar a ter os meus planos/ E acordar dos
enganos/ Que eu criei sem saber/
Que a vida é mais que pensamos/ E tudo que precisamos/ É aprender com os
danos/ Que o mundo inteiro é um só/
Cuide do seu corpo/ Alimente a sua fé/ Brinque com seus filhos/ Faça tudo o
que puder/ Pra gente passar logo/ Com essa dor que é do mundo/ E a luta
continua de segundo a segundo/
Os anjos de jaleco/ Estão se arriscando pra nos salvar/ E cada vida em risco
deve importar/ Por todos nós/ Por cada um de nós/ Faça sua parte/ Porque
nunca estamos sós/
Quero abraçar quem eu amo/ Voltar a ter os meus planos/
E acordar dos enganos/ Que eu criei sem saber/
Que a vida é mais que pensamos/E tudo que precisamos/
É aprender com os danos/Que o mundo inteiro é um só/ Um só/ O mundo
inteiro é um só/Que o mundo inteiro é um só ♫
(ENE, Bruna, Somos um só, 2020)

OPERADORA DE TELEFONIA CLARO

♫Pela primeira vez estamos vendo o mundo pelas janelas, as reais e as virtuais
e por elas o Sol quer entrar, o Sol da simplicidade, das brincadeiras dos filhos,
da empatia, da Solidariedade, deixe o Sol da gratidão e o Sol da esperança
entrarem, a grande inovação que estamos preparando agora é reaprender a
sermos mais humanos, deixe o Sol entrar. Claro! ♪ (MIYAMURA, Camila,
2020)

Ao meio desse tsunami de anormalidades, e sob forte emoção, exaurido com a


carga horaria de plantões inversa: 36 X 12 (quando o normal é 12 X 36), foi nesse novo
prisma, que se desenvolveu o presente trabalho e norteou essa pesquisa, A Visibilidade e
a Valorização dos Profissionais de Enfermagem durante a primeira onda da Covid-19
no Brasil, onde pretendeu-se discutir o aprendizado, a visibilidade e a valorização do
Profissional de Enfermagem durante a pandemia do coronavírus.
13

Com o advento da suspensão da maioria das atividades para conter a disseminação


do coronavírus causador da Covid-19, e as restrições de convívio com o distanciamento
social, inclusive com a implantação do sistema 'home office' em muitas organizações,
desistiu-se de uma pesquisa de campo, respeitando-se assim, os protocolos da OMS, da
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e do próprio Ministério da Saúde (MS)
do Brasil.
A pandemia de coronavírus espalhou, além da Covid-19, pânico e desolação entre
a população brasileira. Mas, também despertou o que há de melhor nos seres humanos: a
solidariedade.
A atipicidade do ano de 2020 reservou um dos capítulos mais tristes para a história
da humanidade, a pandemia da Covid-19 chegou de forma avassaladora, deixando nas
mãos de Profissionais de Enfermagem (Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares), um dos mais
complexos e árduos desafios enfrentados pelos Sistemas de Saúde modernos.
Quase doze meses após o primeiro registro de contaminação no Brasil, ainda há
muitas adversidades encaradas por esses profissionais, que atuaram na linha de frente do
combate à pandemia, no entanto, os Profissionais de Enfermagem receberam da
população, reconhecimento, visibilidade e valorização que, com diversas demonstrações
de carinho como nunca antes acontecera.
O novo coronavírus escancarou as deficiências estruturais da saúde no Brasil, ao
colocar em evidência problemas que os Profissionais de Enfermagem sempre enfrentaram
no cotidiano das unidades de saúde, mas, que se mostraram mais graves com a onda de
infecção em massa, causada por um inimigo invisível e cada vez mais letal. Recursos
escassos, longas jornadas de trabalho e salários incompatíveis com a realidade foram
alguns dos problemas enfrentados...
No livro Na linha de Frente: A Pandemia Pelo Olhar da Enfermagem. (2020),
recém lançado pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e pelo Conselho
Regional de Enfermagem do Distrito Federal (COREN-DF), encontramos uma passagem
que verbaliza toda essa árdua batalha que o Profissional de Enfermagem passou e ainda
passa com a pandemia da Covid-19: "Nossa jornada passa pelo Congresso, por tribunais,
jornais e hospitais, lado a lado com uma nação de 2,3 milhões de Enfermeiros, Técnicos
e Auxiliares de Enfermagem do Brasil."
Ao longo deste estudo, será possível compreender o sentimento de uma categoria
inteira, que enfrentou seus medos e não abandonou aqueles que mais precisavam de
cuidados.
14

Este estudo teve caráter bibliográfico, qualitativo e descritivo, buscando contribuir


para o estabelecimento de uma visão sobre o desempenho do Profissional de Enfermagem
durante a primeira onda da Covid-19 no Brasil.
O Objetivo Geral, deste trabalho foi analisar os principais problemas encontrados
pelo Profissional de Enfermagem no que tange a primeira onda da Covid-19 no Brasil.
Desta forma, os seguintes objetivos específicos foram eleitos: a) historiciar a
pandemia do coronavírus e a primeira onda do Covid-19 no Mundo e no Brasil; b) analisar
a atuação do Profissional de Enfermagem durante a primeira onda da Covid-19 no Brasil
e c) elencar as novas demandas para o Profissional de Enfermagem após a primeira onda
da Covid-19 no País.
A justificativa para a escolha do tema, deve-se ao fato que após a primeira onda
da Covid-19 o Profissional de Enfermagem precisou se adaptar as novas demandas
trazidas com a pandemia alguns, inclusive isolados em hotéis próximos aos hospitais onde
atuavam, para evitar a propagação do coronavírus entre familiares, o executar de suas
funções laborais sob forte pressão psicoemocional, as preocupações sociais, nas suas
operações e na sua interação com outros atores sociais envolvidos.
Visando facilitar a compreensão e a leitura, este artigo encontra-se organizado em
quatro seções, a saber: a primeira esta, introdutória; a segunda seção: Uma nova ordem
global após a primeira onda da Covid-19, quando trazemos de forma pontual algumas
informações sobre a pandemia no mundo e no Brasil e em particular de forma pontual
como o Profissional de Enfermagem (Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares) se adaptou as
novas demandas; na terceira seção: Caminhos Metodológicos, quando é apresentado a
metodologia utilizada no presente estudo e por derradeiro nossas Conclusões.
15

2 NOVA ORDEM GLOBAL APÓS A PRIMEIRA ONDA DA COVID-19

De repente, o dia-a-dia da população em geral teve a inclusão de vários termos até


então desconhecidos e pouco usuais: coronavírus, Covid-19, surto, quarentena, período
de incubação, estado de calamidade, lockdown (bloqueio total), isolamento social,
assintomático, sintomático, grupo de risco, EPI (Equipamento de Proteção Individual),
IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), epidemia, pandemia, onda epidêmica, terminologia
bastante corriqueira para quem atua na área de saúde, em especial o Profissional de
Enfermagem; mas mesmo assim, vale rever alguns conceitos adaptados do dicionário
Michaelis on-line (2021):
Epidemia é o aumento anormal do número de pessoas contaminadas por uma
doença, numa região determinada, num país, mas que não toma proporções geográficas
maiores, como por exemplo: epidemia de dengue no Brasil. (MS/SVS, 2020)
Enquanto que Pandemia é uma epidemia que se espalhou geograficamente, saindo
do seu lugar de origem, são doenças contagiosas que assolam praticamente o mundo
inteiro: pandemia de Covid-19. (MS/SVS, 2020)
Já onda epidêmica refere-se quando a doença se prolonga por vários meses e até
anos. Exemplos: pandemia de gripe e cólera e onda epidêmica de doença meningocócica.
(FUNASA, 1998)
De início, a quarentena correspondia a quarenta dias de isolamento (daí a
denominação), mas os atuais conhecimentos sanitários permitem que esse período de
tempo seja limitado ao tempo de incubação da doença suspeita.
Paciente assintomático, diz-se do paciente cuja doença que possui não manifesta
sintomas, sendo, portanto, difícil de ser identificada e tratada, recente estudo publicado
na revista Science (2020), pessoas assintomáticas com Covid-19, doença causada pelo
novo coronavírus (SARS-CoV2), foram responsáveis por dois terços das infecções na
China, epicentro inicial da pandemia do coronavírus.
Paciente sintomático, corresponde aquele individuo cuja doença que possui
apresenta seus sintomas característicos, no caso da Covid-19: febre, tosse seca, cansaço,
dores e desconfortos, dor de garganta, diarreia, conjuntivite, dor de cabeça, perda de
paladar ou olfato, dificuldade de respirar ou falta de ar e dor ou pressão no peito.
São considerados grupo de risco para a Covid-19 são os portadores de doenças
crônicas, como diabetes e hipertensão, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, e
16

indivíduos fumantes (que fazem uso de tabaco incluindo narguilé), acima de 60 anos,
gestantes, puérperas e crianças menores de 5 anos.
Afirma Senra (2020) que desde os primórdios, a sociedade considera a saúde
como nosso bem maior, e ela sempre foi preocupação dos governantes e da classe política,
pelo menos durante as campanhas eleitorais.
Contudo, o que temos visto durante essa pandemia são as dificuldades do
enfrentamento e o grande número de casos de desvios do erário público nas três esferas
administrativas: federal, estadual e municipal, com a justificativa de estarem combatendo
a pandemia.
Escreve Senra (2020) que imaginar que a medicina sozinha seria capaz de conter
a pandemia é desconsiderar a necessidade de se criar políticas públicas de saúde como a
sociedade necessita.
Carece se ter uma rede de proteção social porque a sociedade pós moderna é
completamente desigual.
Senra (2020) traz ainda, a Teoria do médico, escritor, paleontólogo e político
alemão Rudolph Virchow, que: “A medicina é a ciência social e a política não é, senão,
medicina em larga escala”.

2.1 A Pandemia no Mundo

Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada


sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República
Popular da China. Tratava-se de uma nova cepa (tipo) de coronavírus que não havia sido
identificada antes em seres humanos.
Uma semana depois, em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas
confirmaram que haviam identificado um novo tipo de coronavírus.
Os coronavírus estão por toda parte. Eles são a segunda principal causa de
resfriado comum (após rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças
mais graves em humanos do que o resfriado comum.
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias.
A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados
ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Ao todo, sete coronavírus humanos (HCoVs) já foram identificados: HCoV-229E,
HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV (que causa síndrome
17

respiratória aguda grave), MERS-COV (que causa síndrome respiratória do Oriente


Médio) e o, mais recente, novo corona vírus (que no início foi temporariamente nomeado
2019-nCoV e, em 11 de fevereiro de 2020, recebeu o nome de SARS-CoV-2). Esse novo
coronavírus é responsável por causar a doença Covid-19.
A OMS trabalhou com autoridades chinesas e especialistas globais desde o dia em
que foi informada, para aprender mais sobre o vírus, como ele afeta as pessoas que estão
doentes, como podem ser tratadas e o que os países podem fazer para responder.
Ícone do pensamento sistêmico, o austríaco Fritjof Capra, 81 anos, teoriza a
pandemia da Covid-19, como uma resposta biológica da Terra diante de emergências
sociais e ecológicas negligenciadas.
Em recente entrevista o Físico e Ambientalista Fritjof Capra (2020) afirmou:
Na minha visão, o coronavírus deve ser visto como uma resposta biológica de
Gaia, nosso planeta vivo, à emergência social e ecológica que a humanidade
criou para si própria. A pandemia emergiu de um desequilíbrio ecológico e tem
consequências dramáticas por conta de desigualdades sociais e econômicas.
Cientistas e ativistas ambientais há décadas vêm alertado para as terríveis
consequências de sistemas sociais, econômicos e políticos insustentáveis.
Agora eles foram forçados a prestar atenção, já que a Covid-19 trouxe os avisos
de antes para a realidade de hoje.

Esta fala de Capra propõe um norte que as organizações vão procurar manter para
prosseguirem com seus ideais de responsabilidade social.

2.2 A Pandemia no Brasil

O MS confirmou, em 26 de fevereiro, o primeiro caso do novo coronavírus em


São Paulo, era um homem de 61 anos que deu entrada no Hospital Israelita Albert
Einstein, na terça-feira (25/2), com histórico de viagem para Itália, região da Lombardia.
O MS, em conjunto com as secretarias estadual e municipal de São Paulo,
investigou o caso desde então. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP) e
Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Paulo (SSMS/SP) realizaram a
identificação dos contatos no domicílio, hospital e voo, com apoio da Agência de
Vigilância Sanitária (Anvisa) junto à companhia aérea.
Ao confirmar o primeiro caso no país, o então Ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, reforçou que já era esperada a circulação do vírus, mas que, diferente dos
demais países com transmissão, o Brasil ainda não estava no inverno – período em que
há maior risco de contágio: “É mais um tipo de gripe que a humanidade vai ter que
atravessar."
18

Das gripes históricas com letalidade maior, o coronavírus se comporta à menor e


tem transmissibilidade similar a determinada gripes que a humanidade já superou”,
explicou na ocasião.
“Nosso sistema já passou por epidemias respiratórias graves. Iremos atravessar
mais esta, analisando com os pesquisadores e epidemiologistas brasileiros, qual é o
comportamento desse vírus em um país tropical”, ressaltou.
Conforme boletim mensal do Ministério da Saúde, as vidas perdidas para o novo
coronavírus em fevereiro deste ano, atingiram 30.484 mortes pela Covid-19, e somam
255.018 vidas ceifadas desde o início da pandemia; estes dados foram divulgados no dia
1 de março último. (BRASIL, 2021)
Próximo a completar um ano do primeiro óbito registrado em território nacional,
(17 de março/2020), somos a segunda nação no mundo com o maior número de vítimas
fatais 272.889 atras apenas dos Estados Unidos com 527.875, (dados de 11/03/2021)
Somos cerca de 3% da população mundial, mas concentramos 14% dos óbitos por Covid-
19. (OMS, 2021)
Problematiza Senra (2020): Vimos, neste momento, além de todas as dificuldades
para o enfrentamento deste poderoso inimigo, a inaptidão que tornou maior do que
deveria essa pandemia. A politização de medicamentos de forma tão folclórica quanto
ridícula.
Senra (2020) registra, que sem dúvidas que os profissionais de saúde fizeram e
estão fazendo sua parte de forma primorosa, mas precisam de um sistema estruturado.
Desta forma, até mesmo os críticos mais fervorosos ao Serviço Único de Saúde
(SUS), tiveram que curvar-se e reconhecer a importância do nosso sistema público de
saúde nesta pandemia.
Registra Senra (apud Emerich et al 2014) que: Nos EUA, ficou clara a falta de um
sistema público de saúde neste momento. E isso, com certeza será o grande legado que a
pandemia deixará naquele país, pois como dizia Winston Churchill: “Os Estados Unidos
sempre fazem a coisa certa, mas só depois de tentarem todas as outras alternativas”.
Com esta Pandemia da Covid19, toda a sociedade torce para que o investimento e
a valorização do nosso SUS sejam o legado. Recentemente a própria OMS reconheceu
que a Pandemia deixou claro que globalmente a saúde pública encontra-se na UTI e
carece ser priorizada novamente.
Senra (2020) é mais enfático quando afirma: “Essa onda de ódio político
seguramente tirou vidas e cerceou a atuação da medicina. Sem entrar no mérito da
19

eficácia, cabe ao médico prescrever medicamentos e, ao estado, simplesmente fornecê-


los. Na realidade brasileira que se desenhou nos últimos seis meses o país, governo e
sociedade têm agora a oportunidade de rever os problemas de desigualdades sociais e
priorizar os sistemas públicos de saúde.

2.3 O Desafio da Pandemia e o Profissional de Enfermagem no Brasil

O que era para ser um marco comemorativo ao Ano Internacional da Enfermagem


e da Obstetrícia e pretendia reconhecer o trabalho feito por enfermeiras, enfermeiros e
parteiras em todo o mundo, bem como de defender mais investimentos para esses
profissionais e melhorar suas condições de trabalho, educação e desenvolvimento
profissional.
O 'script' para ser um grande evento de reconhecimento e empoderamento dos
Profissionais de Enfermagem era perfeito, nada deixava a dever aos grandes lançamentos
de Hollywood, acabou ofuscado primeira onda da pandemia da Covid19.
O texto mudou, mas o protagonismo e as homenagens continuaram na narrativa,
mesmo que de maneira diferente.
Segundo o Relatório da OMS 'The State of the World’s Nursing 2020' (O Estado
da Enfermagem no Mundo 2020), existem no planeta mais de vinte e oito milhões de
enfermeiras e enfermeiros, bem como, um déficit da ordem de seis milhões destes
profissionais.
O Brasil se iguala a países do primeiro mundo como: Alemanha, Estados Unidos,
França e Suíça, pois, temos cem profissionais para cada dez mil habitantes, um
quantitativo invejável em relação aos nossos vizinhos da América Latina, contudo,
analisadas as condições laborais, nos igualamos à Índia, Irã e Mauritânia, já que o Brasil
obteve nota 2 em uma escala de 1 a 6, o que é lamentável.
E essa avaliação da OMS não diz respeito a nossa atualidade em situação de
pandemia, vem se arrastando há anos, em questões salariais, jornada de trabalho,
insalubridade nos ambientes de trabalho, equipamentos de proteção individual (EPI), a
responsável pelo Relatório destacou que os Estados precisam ver estes gastos como
investimento coletivo e não só para beneficiar um grupo profissional.
Peduzzi (1998) afirma que o trabalho em saúde atende a dois princípios, são eles:
o de preservar, respeitar e reconhecer a particularidade, a individualidade e a variabilidade
das situações, bem como as necessidades dos usuários. Já o segundo princípio engloba a
20

conformidade com as regras determinadas, os regulamentos, os valores gerais, inserir,


integrar as atividades da equipe multiprofissional.
Nesse sentido faz-se necessário citar Gonçalves (1992), quando pontua que o
Profissional de Enfermagem para dar conta da demanda, é necessário, que esteja inserido
nos mais diversos espaços, tanto relacional, quanto interacionais quer seja junto ao
paciente, ou junto à equipe de saúde. Mas tudo de forma consciente e sempre direcionada
as necessidades especificas dos sujeitos, cuidando sempre para que estes sejam tratados
de forma humana e integral.
Pesquisa realizada em 2015, pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) por
iniciativa do COFEN mostra que no Brasil a Enfermagem compõe-se de um quadro de
80% de Técnicos e Auxiliares e apenas de 20% de Enfermeiros. (FIOCRUZ/ COFEN,
2015)
Dados do MS apontam que pelo menos 484.081 desses profissionais haviam tido
infecção pelo novo coronavírus confirmada até o dia 1° de março. Deles, 470 morreram.
É 1,3 morte por dia, ou uma a cada 19 horas — e isso antes da segunda onda do Covid-
19, que trouxe a semana mais mortífera da doença no Brasil. (de 7 a 14/2/2021, com a
média móvel diária de 1.105 óbitos)
O levantamento do MS utiliza-se de duas fontes de dados: SIM (Sistema de
Informação de Mortalidade), que se abastece da declaração de óbito, e o Sistema de
Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), no qual o campo de
ocupação não é de preenchimento obrigatório, com isso os dados de 2020 ainda podem
sofrer alterações.
Levantamentos do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do COFEN, porém,
indicam que os dados do MS podem estar subnotificados. Eles apontam a morte de 551
médicos e 646 Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem ou seja: uma morte a
cada sete horas e meia.
A pasta estima que existam no país 6.649.307 trabalhadores que atuem no
segmento da saúde. A taxa de infecção desses profissionais é de 7,3%, contra 5% da
população em geral.
Dados da Anistia Internacional mostram que 17 mil Profissionais da área da Saúde
morreram em 2020 no mundo por causa da pandemia. Entretanto, a instituição deixou de
comparar dados dos países porque cada um usa uma metodologia diferente. No Brasil, a
instituição utiliza a base de dados do COFEN e do CFM.
21

Apesar de não separar mais as mortes por país, levantamento da Anistia


Internacional publicado em setembro de 2020, quando o mundo havia registrado a morte
de pelo menos 7.000 Profissionais de Saúde, mostrava o Brasil com 634 óbitos, a Índia
com 537 mortes; África do Sul, 240; Estados Unidos, 1.077 e México, 1.320.
Entretanto, estes Profissionais agiram e continuam agindo de forma Hercúlea
desde a confirmação do primeiro caso em território nacional, durante toda a primeira onda
da Covid-19 e ainda permanecem na guerra incansável contra inimigo tão poderoso e com
facilidades de mutações, o desempenho dos Profissionais da Enfermagem de norte a sul
e de leste a oeste Brasil afora, e em condições tão atípicas gerou uma série de movimentos
de agradecimento e exaltação nas mesmas proporções, aconteceram também vários
manifestos em solidariedade aos quase cinquenta mil Profissionais da área da Saúde,
Médicos, Anestesistas, Nutricionistas, Fisioterapeutas, Enfermeiros Técnicos e
Auxiliares que perderam suas vidas combatendo na linha de frente da pandemia, inclui-
se aqui também os Profissionais de apoio.

2.4 A Polarização, o Desgoverno, a Pandemia e o Simbólico

Verdade seja dita, o Brasil tem hoje um presidente que chegou ao cargo, meio que
de paraquedas (é, ele pertenceu a brigada de infantaria paraquedistas no Rio de Janeiro),
como consequência da 'Operação Lava Jato'2 que muito se assemelhou em seu início a
'Operação Mãos Limpas'3 deflagrada na Itália nos anos noventa.
Poucos dias após as urnas declararem eleito o então Capitão Reformado e
Deputado Federal, Jair Messias Bolsonaro (PSL/RJ), afamado como sendo um político
do 'baixo clero', considerado conservador e da extrema direita, parlamentar durante sete
legislaturas (28 anos) e que nesse período teve apenas dois dos seus Projetos aprovados
no Parlamento, pertenceu a outros oito partidos diferentes do que o elegeu. (MACIEL,
2020)

2
A Operação Lava Jato foi um conjunto de investigações, algumas controversas realizadas pela Polícia
Federal do Brasil, visando apurar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais
em propina, a operação teve início em 17 de março de 2014 e conta com 80 fases operacionais autorizadas,
entre outros, pelo então juiz Sergio Moro, durante as quais prenderam-se e condenaram-se mais de cem
pessoas; tendo seu término em 1.º de fevereiro de 2021. (MPF, 2021)
3
Em italiano: Mani pulite, inicialmente chamada Caso Tangentopoli (em português, 'cidade do suborno' ou
'cidade da propina', termo cunhado por Piero Colaprico, cronista do jornal La Repubblica, referindo-se à
cidade de Milão), foi uma investigação judicial de grande envergadura realizada na Itália. A operação teve
início em Milão e visava esclarecer casos de corrupção durante a década de 1990 (no período de 1992 a
1996) na sequência do escândalo do Banco Ambrosiano, revelado em 1982, que implicava a Máfia, o Banco
do Vaticano e a loja maçônica. (BARBACETTO, 2016)
22

Promulgada sua eleição Bolsonaro trouxe o então, 'todo poderoso' Chefe da


'Operação Lava Jato', Juiz Sérgio Moro, para ser seu Ministro da Justiça, este ficou
famoso ao condenar o ex-Presidente Lula em primeira instância e articular para fosse
condenado em segunda instância, se tornando assim, 'ficha suja' o que impedia de disputar
as eleições de presidenciais de 2018, abrindo espaço para Bolsonaro se eleger.
Vale salientar que no inicio de março/2021, o Supremo anulou todas as sentenças
exauradas por Sérgio Moro contra o ex-Presidente Lula, e na Suprema Corte brasileira,
tramita um Recurso pedindo que este seja declarada a imparcialidade do agora ex-Juiz e
ex-Ministro bolsonarista.
Este preâmbulo histórico se fez necessário para localizar o leitor nos
acontecimentos que serão discorridos a seguir.
Desde o início da pandemia, o presidente Bolsonaro e seus aliados tem
minimizado as graves consequências da Covid19, "não passa de uma gripezinha"... É
comum aos finais de semana, os apoiadores do presidente fazem as “carreatas da morte”
e compartilham diferentes Fake News sobre a doença.
A figura 1, ilustra o Movimento 'Em defesa da vida: solidariedade aos
profissionais de saúde mortos por Covid-19' realizado em 18 de junho de 2020, em frente
ao Museu Nacional na Esplanada dos Ministérios, aqui em Brasília.

Figura 1 Artistas realizaram ato em homenagem aos mortos por coronavírus, em Brasília.

Fonte: ABRASCO - Foto: Sérgio Lima/Poder360.

Cabe salientar no Brasil a batalha maior fica devido ao descaso governamental, o


negacionismo e a difusão de tratamentos não científicos, conforme atesta a Anistia
23

Internacional Brasil, por meio de sua diretora-executiva da Jurema Werneck (2021), que
afirma: "a morte de profissionais de saúde tem relação com a política adotada pelo poder
público, na qual falta coordenação."
A alta Direção da Anistia Internacional Brasil, afirma ainda:
A falta de enfrentamento unificado da pandemia, a má aplicação do orçamento
da saúde destinado ao combate da Covid-19 e a falta de exemplo de autoridades
brasileiras diante de inúmeras recomendações de segurança e proteção foram
fatores determinantes para as mortes dos profissionais de saúde e demais
pessoas vítimas da Covid-19. (ANISTIA INTERNACIONAL - BRASIL,
2021)

Lamentavelmente, aquele que deveria ser o primeiro a cumprir as normas de


segurança para evitar a proliferação da Covid-12, dando exemplo, o Presidente
Bolsonaro, não o faz, o que motivou Profissionais de Enfermagem a aproveitarem o 1ºde
maio para se solidarizarem com as famílias enlutadas, em especial as da área da Saúde e
também protestarem em frente ao 'Palácios dos Despachos' pela manutenção do
isolamento social.
O Brasil enfrenta o seu pior momento desde o início da epidemia de Covid-19,
com hospitais públicos e privados por todo o país registrando altas taxas de ocupação de
UTIs e com recordes sucessivos de mortes pela doença registradas em 24 horas.
A situação se agravou com a falta de leitos, equipamentos de proteção,
respiradores e medicamentos para intubação. “A adversidade faz com que o profissional
corra mais risco. Quando há mais infraestrutura o problema é reduzido", é o desabafo de
Giamberdino Filho (2021), Vice-presidente do CFM.

Figura 2 Enfermeiros do DF, no 1º de maio de 2020, fazem ato homenageando colegas que faleceram.

Fonte: Arquivo pessoal


24

Sobre o ato dos Profissionais de Enfermagem na Praça dos Três Poderes em


Brasília, no 1º de maio de maio de 2020, mostrado na figura 2 acima, relata Queiroz
(2020) no livro: Covid-19 e Sociedade: ensaios sobre a experiência social da pandemia,
que: já passava das 09:30 da manhã do dia primeiro de maio de 2020, quando um grupo
de aproximadamente 60 Profissionais de Enfermagem (mulheres em sua maioria) chegou
a Praça dos Três Poderes para um ato silencioso em homenagem aos 55 colegas que
faleceram no trabalho no combate à pandemia do coronavírus, usavam máscara protetora
e mantinham o distanciamento entre si, os manifestantes traziam cruzes de papel, vestindo
jalecos brancos em cujas costas estavam colados os primeiros nomes dos colegas
Profissionais de Saúde que foram a óbito devido a Covid-19, (Cícero, Geovani,
Valdirene...).
À frente do protesto, dois Enfermeiros seguravam uma faixa com o texto
“Enfermagem em luto pelos profissionais vítimas da COVID-19. #Fiqueemcasa” e a
logomarca do Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF).
Queiroz (2020) descreve ainda, sobre tal episódio que:
Pouco tempo depois do início do ato dos Profissionais de Enfermagem, um
pequeno grupo de militantes governistas se aproximou carregando uma faixa
em que se lia 'Apoio a Bolsonaro'. Dois deles, um homem e uma mulher,
avançaram em direção ao protesto dos profissionais de saúde, que
permaneceram imóveis e em silêncio. Os dois militantes 'bolsonaristas'
passaram então a ir de encontro aos participantes, forçando-os a um contato
físico direto, quase testa a testa, e a ouvirem 'palavras de ordem' em defesa do
presidente e contra os 'esquerdistas'. O homem vestia uma camiseta amarela
com os dizeres 'Meu partido é o Brasil' (réplica da blusa usada por Jair
Bolsonaro no ato de campanha em Juiz de Fora em que foi esfaqueado durante
o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018). A mulher vestia blusa
verde-oliva, boné das forças armadas ('Brigada paraquedista') e uma bandeira
do Brasil amarrada ao pescoço à maneira de uma capa de super-herói; levava
também à mão outra bandeira do Brasil que usava como uma espécie de cajado.
Nenhum dos dois usavam máscara ou qualquer tipo de acessório de proteção.
Em dado momento, o militante governista passou a gritar histericamente e a
gesticular de forma ameaçadora contra uma enfermeira, porque essa
supostamente teria lhe mostrado o dedo do meio... Outra enfermeira se
aproxima e se coloca entre sua companheira de protesto e o homem que segue
gritando - seu descontrole emocional agora beira o colapso nervoso -, mais
gente vai se acercando, alguns toques e empurrões são trocados e, logo, a
pequena confusão se dissipa graças à atuação providencial da 'turma do deixa
disso' de ambos os lados. O ato foi registrado por diversos veículos de
comunicação e é possível encontrar facilmente no Youtube vários registros
audiovisuais tomados de diversas perspectivas por pessoas que, por diferentes
motivos, estavam na Praça dos Três Poderes naquele momento, com destaque
para uma transmissão de mais de 22 minutos feita por Scarlett Rocha para o
site 'Esquerda Online', de modo que não faltará documentação para que
historiadores e cronistas da vida política brasileira reconstruam esse episódio
de forma exaustiva e aprofundada até as minúcias, se assim o desejarem.
(QUEIROZ, 2020)
25

Aduz Queiroz (2020) que: "A Praça dos Três Poderes é um dos locais mais
importantes para a concepção de relação entre Estado e povo brasileiro que é afirmada
com esperança e grandiloquência na retórica arquitetônica modernista de Brasília."
Para justificar sua fala, Queiroz (2020), trouxe à baila em seu texto: Um primeiro
de maio na Praça dos Três Poderes, ninguém menos, que o próprio arquiteto criador do
Plano Piloto de Brasília: Lúcio Costa:
(...) me comove particularmente o partido adotado de localizar a sede dos três
poderes fundamentais não no centro do núcleo urbano, mas na sua
extremidade, sobre um terrapleno triangular como palma de mão que se abrisse
além do braço estendido da esplanada onde se alinham os Ministérios, porque
assim sobrelevados e tratados com dignidade e apuro arquitetônicos, em
contraste com a natureza agreste circunvizinha, eles se oferecem
simbolicamente ao povo: votai que o poder é vosso. A dignidade de intenção
que lhe presidiu o traçado, e tão fundo tocou a André Malraux, é palpável, está
ao alcance de todos. A Praça dos Três Poderes é o Versalhes do povo. (Costa,
1995, p. 299, grifos nossos).

Lembra Queiroz (2020) que: "nesse cenário, cada gesto e palavra, cada passo tem
seus possíveis significados amplificados e recobertos de solenidade pelo entorno, pois ali
se localizam as sede dos três poderes e diversos marcos de celebração ritual dos valores
cívicos fundamentais da identidade nacional."
Os registros visuais do episódio de confrontação entre Profissionais de saúde e
militantes governistas no dia primeiro de maio garantem, assim, vários instantes
emblemáticos, em cuja mise-en-scène4 não é difícil ler sinais do momento de agonia por
que passa a democracia brasileira.
Um dos registro do site 'Esquerda Online' mais reproduzidos nas redes sociais é o
momento em que a bandeira do Brasil empunhada pela militante governista dedicada a
aporrinhar uma das enfermeiras projeta sobre o piso da Praça dos Três Poderes uma
sombra no formato da foice característica da representação estereotipada da morte na
figura do 'ceifador'5.
Ainda de acordo com a análise de Queiroz (2020), para o episódio do confronto
de militantes 'bolsonaristas' com os Profissionais de Enfermagem na Praça dos Três
Poderes em Brasília, no Dia do Trabalho, temos:
(...) os signos aí entulhados (a cruz, a bandeira, a sombra da morte, a sombra
da cinegrafista, o aparelho celular usado como escudo, as torres gêmeas do

4
Mise-en-scène é o design de palco e o arranjo de atores em cenas para uma produção de teatro ou cinema,
tanto nas artes visuais através de storyboard, tema visual e cinematografia, quanto na narrativa através da
direção.
5
Esse é, na verdade, o símbolo que comumente aparece para representar a morte, mas que no Tarô faz a
representação de mistério. Na mitologia grega, Tânato é filho da noite, que personifica a morte e arrebata
a alma dos vivos, tanto que faz o papel de ceifador.
26

Congresso Nacional) lembram o cinema de Gláuber Rocha, que buscou no


cultivo de uma estética da aflição, do excessivo e do contraditório, uma via
privilegiada para pensar a realidade brasileira. (QUEIROZ, 2020)

Desta forma, se faz bastante verdadeira, a fala do personagem Paulo Martins no


Filme Terra em Transe de Gláuber Rocha (1967), na realidade nacional da pandemia da
Covid-19:
Não é mais possível esta festa de medalhas,
Este feliz aparato de glórias,
Esta esperança dourada nos planaltos.
Não é mais possível esta festa de bandeiras,
Com guerra e Cristo na mesma posição.
Ah, assim não é possível! A impotência da fé!
A ingenuidade da fé!
(ROCHA, 1967)

Figura 3 A pareidolia da sombra da-morte na Praça dos Três Poderes.

Fonte: Site Esquerdaonline.com.br/2020/05/01

Conforme o Dicionário Michaelis versão on-line, Pareidolia é uma palavra


originada do grego, 'Para' significando 'ao lado de' e 'Eidolon' significa 'imagem'. Desta
forma, pareidolia é um fenômeno psicológico que faz com que as pessoas reconheçam
padrões nas coisas. Nesse entendimento, o mais comum é quando reconhecemos rostos,
animais e formas nas nuvens.
27

A imagem da figura 3, nos primeiros dias de maio do ano passado viralizou na


internet, chegando a ocupar o Trending Topics de diversas plataformas de mídia social,
ou seja, a possível 'ilusão de ótica' ou 'pareidolia' que lembrava a carta da morte no Tarô,
esteve entre as postagem mais comentadas, curtidas e compartilhadas.

3 CAMINHOS METODOLÓGICOS

Para a presente pesquisa utilizou-se a seguinte metodologia:


De uma pesquisa aplicada, conforme bem define Thiollent (2009, p.36):
A pesquisa aplicada concentra-se em torno dos problemas presentes nas
atividades das instituições, organizações, grupos ou atores sociais. Está
empenhada na elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca
de soluções. Respondem a uma demanda formulada por “clientes, atores
sociais ou instituições”.

Optou-se por realizar um estudo qualitativo, cônsono defende Minayo, (2013,


p.18):
O método qualitativo de pesquisa "é como aquele que se ocupa do nível
subjetivo e relacional da realidade social e é tratado por meio da história, do
universo, dos significados, dos motivos, das crenças, dos valores e das atitudes
dos atores sociais".

Desenvolveu-se um estudo descritivo de acordo com as teorias de Triviños


(1987, p.110):
O estudo descritivo pretende descrever “com exatidão” os fatos e fenômenos
de determinada realidade, de modo que o estudo descritivo é utilizado quando
a intenção do pesquisador é conhecer determinada comunidade, suas
características, valores e problemas relacionados à cultura.

Realizou-se procedimentos técnicos de uma pesquisa bibliográfica, uma vez que


teve-se como base a legislação existente, livros Monografias, Teses e Dissertações que
abordem a temática escolhida, essa opção deve-se ao fato de ser o tipo de pesquisa muito
utilizado no meio acadêmico na área das Ciências Humanas.
Neste tipo de estudo o pesquisador se baseia em pesquisas já existentes para
fundamentar seu trabalho e “utiliza-se de dados ou de categorias já trabalhados por outros
pesquisadores e devidamente registrados”. Severino (2007, p.122).
Tinha-se como finalidade fazer com que o pesquisador entrasse em contato direto
com todo o material escrito sobre o assunto em questão: A Visibilidade e a Valorização
do Profissional de Enfermagem durante a primeira onda da Covid19 no Brasil.
28

Através, desse estudo buscou-se compreender como os Profissionais de


Enfermagem (Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares) reagiram durante e após a primeira
onda da Covid-19, no que tange aos seus desempenhos laborais com as novas demandas
advindas da Pandemia da Covid-19, bem como compreender o novo modelo de atuação
profissional que pretendem desenvolver diante as novas demandas deixadas pela primeira
onda da pandemia da Covid-19.

4 CONCLUSÃO

Realizar o presente estudo foi bastante gratificante, os conhecimentos teóricos que


aqui foram apresentados somados com todas as disciplinas do Curso me permitiram
vencer mais esta fase da minha carreira acadêmica e profissional. As restrições impostas
pelas autoridades sanitárias, neste momento de pandemia, impediu um trabalho de campo
com entrevistas presenciais, assim, mesmo indo contra minha ideia original, me contentei
em apresentar um trabalho bibliográfico. Acredito que foi possível, levar ao leitor a
conhecer um pouco sobre o que seja a vida laboral dos Profissionais de Saúde, em especial
do Profissional de Enfermagem (Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares) em um cenário
bastante desafiador, o da pandemia do coronavírus.
Pretendia através desse estudo, sugerir ao leitor uma reflexão sobre o mundo e o
homem pós-modernos e em especial a respeito do Profissional de Enfermagem, com suas
inquietações, conquistas e reinvindicações, dentro das novas demandas oferecidas nesse
aprendizado da primeira onda da Covid-19, e me considero exitoso.
Sim, salve melhor juízo, o estudo atingiu seu propósito, tendo seu objetivo geral
e os objetivos específicos eleitos atingidos, mesmo com as escassas referencias que
relatam a singular situação em que vivemos, vejamos:
O Objetivo Geral deste trabalho era analisar os principais problemas encontrados
pelo Profissional de Enfermagem no que tange a primeira onda da Covid-19 no Brasil, e
isso foi feito. Com relação aos objetivos específicos foi elencado: a) historiciar a
pandemia do coronavírus e a primeira onda do Covid-19 no Mundo e no Brasil; b) analisar
a atuação do Profissional de Enfermagem durante a primeira onda da Covid-19 no Brasil
e c) elencar as novas demandas para o Profissional de Enfermagem após a primeira onda
da Covid-19 no País, o que acredito ter conseguido demonstrar.
É preciso deixar bem clara a necessidade do Estado e as organizações estarem
realmente comprometidas para proporcionarem ações afirmativas e de valorização do
29

Profissional de Enfermagem, e não apresentarem apenas, apelos assistenciais e populistas


para 'inglês ver'... Conclui-se após análise das principais adversidades encontradas pelo
Profissional de Enfermagem durante a primeira onda da pandemia de coronavírus, que
este, está na atenção à urgência e a emergência, e que uma série de fatores contribui para
que o trabalho do Profissional de Enfermagem se caracterize como um desafio constante.
Os resultados demonstram que o primeiro grande desafio encontrado pelo
profissional é a desvalorização tanto financeira, quanto profissional, existindo até mesmo
equívocos, como as atribuições ao Profissional de Enfermagem, no que se refere à função
de outros Profissionais de Saúde, como os Técnicos e Auxiliares de Enfermagem. É
preciso salientar que esses equívocos ocorrem tanto por parte dos usuários, quanto por
parte dos próprios Profissionais de Saúde.
Mas há que se ressaltar que embora ocorram esses equívocos, o Profissional de
Enfermagem é totalmente inserido no Sistema Único de Saúde – SUS e está presente em
todos os setores da sociedade, ou seja, público, privado, filantrópico e educacional.
A pandemia do coronavírus, com todas as suas intempéries, estruturais, materiais
e também de mão de obra, teve um lado positivo para o Profissional de Enfermagem, o
reconhecimento viralizado nas redes sociais e na grande mídia, como jornais, canais de
televisão e rádios pois, ficou claro, que trata-se de uma classe trabalhadora, onde ainda
impera o sentimento da ética, do acolhimento e principalmente do amor e a vontade de
servir ao próximo. Como profissional agora com este aperfeiçoamento, a vivência teórica
me mostra que essa deve caminhar na mesma mão dos conhecimentos práticos e não
como se fosse uma coisa desvencilhada.
O assunto deste estudo, é por demais complexo, sendo impossível esgotá-lo aqui,
mesmo porque, trata-se uma temática com várias vertentes e que a cada dia são produzidas
novas teses e teorias, surgindo novos artigos, novos livros, novos periódicos etc., ainda
mais, dentro de um contexto de pandemia, onde o coronavírus causador da Covid-19, tem
se mostrado altamente mutável.
Aduz Cardoso (2020) que: É consenso entre diversos teóricos, filósofos,
economistas, cientistas sociais, médicos, enfermeiros e juristas, que a crise do coronavírus
deverá alterar diversos aspectos da vida, após a sua superação. "Grande parte dessas
especulações apontam para avanços da sociedade global em ternos de solidariedade,
combate à desigualdade social e a construção de relações mais humanizadas." Em relação
ao futuro do Profissional de Enfermagem, é imprevisível algum palpite, porém, é evidente
30

que quando ele chegar, encontrará pessoas melhores, organizações reestruturadas e com
um 'novo olhar' para seus pacientes.
Ninguém sai ileso do caos, contudo ao olharmos para este com 'feeling' e atenção
veremos que estamos sendo convocados a abandonar a inércia em que nos acomodamos,
quem éramos não serve para resolver os problemas de agora, pois, para vencer mais esse
obstáculo é preciso mudar, que sejam festejadas todas as mudanças.
Concluo meu artigo convicto na afirmação: “Lute como um Enfermeiro!”

REFERÊNCIAS
27 de nov. de 2020 — Deixe o Sol Entrar. Comercial de Televisão, Rádio e Redes
Sociais. Direção de MIYAMURA, Camila Sayuri. São Paulo: Talent Marcel, 2020.
(30/45 seg.).

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por Covid-19. Disponível em:
https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posicionamentos-oficiais-abrasco/em-defesa-
da-vida-solidariedade-aos-profissionais-de-saude-mortos-por-covid-19/49520/ Acesso
em: 10. de jan. de 2021.

ANISTIA INTERNACIONAL BRASIL. Covid-1-: o número de Profissionais de Saúde


mortos sobe para 17.000 e organizações pedem implementação rápida de vacinas.
Disponível em: https://anistia.org.br/informe/covid-19-o-numero-de-profissionais-de-
saude-mortos-sobe-para-17-000-e-organizacoes-pedem-implementacao-rapida-de-
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BARBACETTO, Gianni; TRAVAGLIO, Marco. Operação Mãos Limpas: A Verdade


Sobre a Operação Italiana que Inspirou a Lava Jato. Porto Alegre: Citadel, 2016

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31

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https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/a-responsabilidade-social-das-empresas-
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profissão aponta concentração regional, tendência à masculinização, situações de
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32

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