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ep ho Fou. Spay =a vce, tout iling wants bolas hig certrndicg Z > pepe Prange, finde i jad jaitismele , Coapllrnee, r (ig ne tances t hae 4 FEAsio KONDER COMPARATO 4“, af ape & . : a, edly 2 A AFIRMACAO HISTORICA DOS or /* DIREITOS HUMANOS = t fc ” TV EDICAO “6 a, Jet - eft tae wt + "a hy = pO ha ve dtlanlln national for pet Ds Lo eta aLaee Oo Cpe i fae tenet PFs: pest cae et / FABIO KONDER COMPARATO. Doutor Honoris Causa da Universidade de Coimbra. Doutor em Direito da Universidade de Paris Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de So Paulo: A AFIRMACAO HISTORICA DOS DIREITOS HUMANOS Tredicio, revista ¢ atualizada 2010 CAB Saraiva InTRopucio. SENTIDO E EVOLUCAO DOS DIREITOS HUMANOS Situagio do Homem no Mundo que se conta, nestas paginas, € a parte mais bela e im- portante de toda a Hist6ria: a revelacio de que todos os seres hhumanos, apesar das imimeras diferengas biol6gicas ¢ culturais que os distinguem entre si, merecem igual respeito, como iini- os entes no mundo capazes de amar, descobrir a verdade ¢ criar a beleza. Eo reconhecimento universal de que, em razao dessa radical igualdade, ninguém—nenhum individuo, género, etnia, classe social, grupo religioso ou nagdo — pode afirmat-se su- perior aos demais. Este livro procura mostrar como se foram criando e esten- dendo progressivamente, a todos os povos da Terra, as institui- «Bes jurfdicas de defesa da dignidade humana contraa violencia, o aviltamento, a exploragao e a miséria ‘Tudo gira, assim, em torno do homem ¢ de sua eminente posicio no mundo. Mas em que consiste, afinal, a dignidade humana? A resposta a essa indagagao fundamental foi dada, suces- sivamente, no campo da religido, da filosofia ¢ da ciéncia. A justificativa religiosa da preeminéncia do ser humano no mundo surgiu com a afirmagiio da fé monotefsta. A grande contribuigdo do povo da Biblia A humanidade, uma das maiores, alids, de toda a Historia, foi a ideia da criagao do mundo por um Deus dinico e transcendente. Os deuses antigos, de certa forma, faziam parte do mundo, como super-homens, com as 1B mesmas paixdes ¢ defeitos do ser humano. Iahweh, muito 20 contrério, como criador de tudo o que existe, € anterior ¢ supe- rior ao mundo. Diante dessa transcendéncia divina, os dias do homem, disse o salmista, “so como a relva; ele floresce como a flor do campo, roga-lhe um vento e ja desaparece, ¢ ninguém mais reconhece seu lugar” (Salmo 103). No entanto, a criatura hu- mana ocupa uma posigio eminente na ordem da criagao. Deus Ihe deu poder sobre “os peixes do mar, as aves do céu, os animais domeésticos, todas as feras ¢ todos os répteis que rastejam sobre a terra” (Genesis 1, 26). A cada um deles 0 homem deu um, nome (2, 19), 0 que significa, segundo velhissima crenga, sub- meter 0 nomeado ao poder do nomeante!. F 0 que o Salmo 8 exprimiu em forma cintilante: “Quando vejo 0 céu, obra dos teus dedos, alua e as estrelas que fixaste, que é um mortal, para dele te lembrares, eum filho de Adio, que venhas visité-lo? Eo fizeste pouco menos do que um deus, coroando-0 de gléria e beleza, Para que domine as obras de tuas maos sob seus pés tudo colocaste: ovelhas e bois, todos eles, ¢ as feras do campo também; as aves do céu e 0s peixes do oceano que percorrem as sendas dos mares”. Mais tarde, com a afirmacdo da natureza essencialmente racional do ser humano, p6e-se nova justificativa para a sua 1. Pure os antigos, com efeito, 0 nome exprime a esséncia do ser. Um homem sem nome ¢ insignificant, em todos os sentidos ca palayra (16 30, 8); & come se nfo cexistsse (Eclesiastes 6, 10). O nome de lahweh, pronunciado pelo sacerdote sobre ‘© povo, protege-o (Néimeros 6, 27). Daf a razio do 2° mandamento do decélogo rmossico: “Nao pronunciards em vo o nome de Tale feu Deus, pois lahweh no

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