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EDUCAÇÃO INFANTIL
Danielle Reis, Rodrigo Cosme
prof.daniellereis@gmail.com, rodrigocosme.cosme@gmail.com
Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial
INTRODUÇÃO
A educação brasileira conta com a Lei Nº 10.639 (BRASIL, 2003; BRASIL, 2008),
que torna obrigatório o ensino da “História e Cultura Africana e Afro-Brasileira e Indígena”
nas escolas públicas e particulares. Essa lei demanda às instituições de ensino a necessidade
de se pensar propostas de construção da igualdade racial na sociedade brasileira, desde a
educação infantil.
Ramos (2020) afirma que a referida lei “abriu o caminho para a discussão a respeito
da escola enquanto um espaço social que também deve se ocupar por combater o racismo”
(RAMOS, 2020, p. 1). Desse modo, por meio de variadas práticas pedagógicas e curriculares,
temos a possibilidade de construir a igualdade étnico-racial entre os sujeitos que compõem a
comunidade escolar.
Nesse sentido, é necessário avançar para uma educação pautada no que Petronilha
(2003) define como africanidades. Explorar a cultura afro-brasileira nas práticas pedagógicas
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demanda considerar nossas origens e valorizar a história africana. De acordo com Petronilha
(2003),
A expressão africanidades brasileira refere –se às raízes da cultura brasileira
que têm origem africana. Dizendo de outra forma, queremos nos reportar ao
modo de ser, de viver, de organizar suas lutas, próprio dos negros brasileiros
e, de outro lado, às marcas da cultura africana que, independentemente da
origem étnica de cada brasileiro, fazem parte do seu dia-a-dia.
(PETRONILHA, 2003, p. 26).
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EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA NA EDUCAÇÃ INFANTIL: PERSPECTIVAS
CONCEITUAIS
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Desde a mais tenra idade convivemos em contextos diversos, que evidenciam que o
mundo está permeado pela diversidade. O espaço-tempo da Educação Infantil é lugar propício
para explorar as diferenças culturais, porém as instituições educativas precisam estar
preparadas para desenvolver essa prática. Dias (2007) aponta os dissabores que crianças
negras vivenciam por estarem em instituições despreparadas para tematizar as dimensões das
diferenças em seus espaços.
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A FLOR DE AYANA COMO PROPOSTA ANTIRRACISTA
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=4-8ZiuKacII
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diversidade em sua perspectiva étnico-racial, consideramos que o vídeo pode ser utilizado
como proposta pedagógica na luta por uma educação antirracista na Educação Infantil. Ramos
(2020) ressalta que uma “educação para a igualdade racial consiste em uma possibilidade de
se produzir um olhar caleidoscópico sobre nossa cultura reconhecendo e valorizando
diferentes formas de conhecer, sentir e viver.” (RAMOS, 2020, p. 8).
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=4-8ZiuKacII
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Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=4-8ZiuKacII
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Nossa primeira participação nas escolas foi em um bate papo sobre racismo e
respeito, envolvendo as crianças e os professores da educação infantil e dos anos iniciais do
ensino fundamental. O encontro foi por meio da sala de leitura virtual em uma escola classe.
Assim que conheci a história da flor de Ayana fiquei muito tocada como
mãe. Como foi um episódio vivenciado por crianças também lembrei logo
dos meus alunos, e quis muito que eles conhecessem. Foi aí que convidamos
as autoras para participação de um bate papo com os alunos da nossa escola,
sobre racismo e respeito, através da sala de leitura virtual, onde todas as
sextas haviam encontros com contações de histórias. (Professora A; Escola
A).
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fundamentais. E assim, esse livro, a historinha dessa garota que sentiu desde
pequenininha o preconceito, é muito importante porque a gente pode falar
claramente para as crianças sobre preconceito, sobre crime, sobre o que não
pode mais ser tolerado, sobre o que a humanidade não pode mais praticar[...]
a gente tem que falar! E tem que mostrar para as pessoas que tem coisas que
a gente não pode mais admitir. Que a gente não pode falar, que todo mundo
tem que se policiar. Policiar não! Aprender! Não é policiar a palavra não! É
aprender[...] Então assim, é uma luta diária! Mas tem que falar! Não pode
mais ninguém ficar calado! Principalmente nós! Nós temos uma função
belíssima! Que é falar, que é ensinar, que é participar as crianças de tudo
isso. (Professora C; Escola C).
Esse é um tema ainda difícil, mas acho importante que cada um se posicione
a respeito, especialmente, quando somos responsáveis pela educação de uma
criança. Gostei muito da abordagem de vocês sobre o assunto. Conseguiram
falar de uma forma muito leve e amorosa sobre um tema tão delicado. Tenho
certeza de que as dicas de vocês foram muito úteis para todas as mães que
estão preocupadas em educar crianças mais conscientes do seu papel no
mundo. (Moderadora do perfil).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
MACLAREN, Peter. Multiculturalismo crítico. São Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire,
2000.
MENEZES, Débora. Como trabalhar as relações raciais na pré-escola. Nova Escola, 1 fev.
2007. Disponível em:https://novaescola.org.br/conteudo/130/como-trabalhar-as-relacoes-
raciais-na-pre-escola. Acesso em 01jun. 2021.
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de ensaios e poéticas sobre Educação, Tecnologias e Comunicação. Andrea Versuti (Org.). -
1a edição - Aveiro: Ria Editorial, 2020.
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