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E N S I N O F U N DA M E N TA L
ANOS FINAIS
O
B RANC OS
Á Z AR O
AR D O CAMP
M OL ED U
L O
N SE R AD
A O P
R UN
B
GEOGRAFIA
COMPONENTE CURRICULAR:
G E O G R AF IA
MANUAL DO PROFESSOR
GEOGRAFIA
COMPONENTE CURRICULAR: GEOGRAFIA
E N S I N O F U N DA M E N TA L A N O S F I N A I S
EDUARDO CAMPOS
Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP)
Bacharel e licenciado em Geografia pela USP
Coordenador educacional e pedagógico do Ensino Fundamental e do Ensino Médio na rede
privada de ensino do estado de São Paulo
Atuou como professor no Ensino Fundamental, no Ensino Médio e no Ensino Superior
Autor de obras didáticas para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio
1ª edição
São Paulo, 2022
Bibliografia
Suplementado pelo manual do professor
ISBN 978-65-5767-501-4 (aluno)
ISBN 978-65-5767-502-1 (professor)
Impressão e acabamento
II
Apresentação
Professor(a),
Este material foi escrito com o objetivo de lhe apresentar a Coleção. Mais do que um ma-
nual ou guia, trata-se de um recurso para fornecer apoio em sua prática escolar cotidiana.
Nele, você encontrará informações sobre os fundamentos e os princípios que nortea-
ram a produção desta Coleção, bem como os pressupostos e as metodologias adota-
dos. Conhecerá como ela está estruturada e quais são os recursos que ela oferece para
que você possa promover diferentes objetivos de aprendizagem e uma articulação com
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Este material oferece ainda recursos para o
planejamento e a organização de projetos e de pesquisas com os estudantes e apresenta
sugestões de avaliações.
O intuito é oferecer um amplo material de apoio, sem enrijecer seu trabalho, pois en-
tendemos que os professores, por meio do estudo e da prática reflexiva, acumulam legi-
timamente o papel de mediadores e de intelectuais, sendo, portanto, autores e responsá-
veis pelo planejamento de suas aulas e pela aprendizagem dos estudantes.
Dessa forma, espera-se que esta Coleção seja um instrumento para apoiar sua prática
pedagógica, suas reflexões e facilitar o seu dia a dia nas diversas etapas que envolvem o
processo de ensino e aprendizagem, e também que ofereça flexibilidade para que você,
sempre que necessário, possa adaptar as propostas e sugestões que elaboramos às ne-
cessidades e características dos seus estudantes, da sua escola e do contexto regional
em que vivem.
Os autores.
III
Sumário
Orientações gerais Avaliações ..................................................................................... XXI
Avaliação formativa ...........................................................XXII
Ensino Fundamental • Anos Finais ............................................V Diferentes instrumentos de avaliação ......................... XXIII
A prática docente ................................................................... VI Propostas de avaliação nesta Coleção........................ XXIII
Avaliação diagnóstica ................................................... XXIII
A BNCC nesta obra ....................................................................... VI
Avaliações de processo ................................................. XXIII
Competências gerais, Avaliação de resultado .................................................. XXIV
específicas e habilidades ...................................................... VI
Monitoramento e registro .............................................. XXIV
IV
Orientações gerais
Ensino Fundamental – Anos Finais
A transição dos estudantes, que ainda são crianças, do 5º para Vale ressaltar que a prevalência de estudantes avaliados com
o 6º ano do Ensino Fundamental, é um marco significativo na vida processos de aprendizagem insatisfatória e encaminhamentos
escolar deles. Simbolicamente, a sociedade comunica, por meio para atividades de recuperação pedagógica está concentrada
da organização da educação formal escolar, que eles estão ama- justamente nos anos seguintes às transições entre ciclos, no 6º
durecidos para viver novos desafios cognitivos, caracterizados ano do Ensino Fundamental e no 1º ano do Ensino Médio. Esse
pela maior diversidade e especialização dos conteúdos escola- dado da realidade indica que o acolhimento dos estudantes e a
res, traduzidos em diferentes componentes curriculares. Os estu- preparação para as aprendizagens e exigências que vivenciarão
dantes passam a conviver com um maior volume de cadernos e no Ensino Médio devem ser uma referência para os Anos Finais do
livros, saberes, tarefas e variadas situações didáticas, não mais Ensino Fundamental.
contando apenas com um ou dois professores de referência, que Essa condição intermediária dos Anos Finais do Ensino Funda-
lhes acompanhavam durante todo o ano, mas têm acesso a um mental atribui a esses anos escolares a função de consolidar as
maior conhecimento sobre os processos de aprendizagem. Muitas aprendizagens iniciadas nos anos anteriores, remediar ou recu-
vezes, essa transição é também caracterizada por uma mudança perar eventuais lacunas, promover a construção de saberes es-
do turno e de unidade escolar. Os estudantes deixam de ocupar o senciais às aprendizagens previstas para o Ensino Médio e, so-
lugar de mais velhos no segmento anterior e voltam a ser os mais bretudo, propor novas aprendizagens capazes de proporcionar
novos do Ensino Fundamental – Anos Finais, o que também pode significado social e científico próprio para cada uma dessas eta-
gerar alguma insegurança. pas. Essas propostas devem ser significativas para o estudante, o
Se por um lado as aprendizagens realizadas nos anos ante- que é potencializado quando a escola o compreende como sujeito
riores (dentro e fora da escola), associadas ao desenvolvimento em formação, com múltiplas necessidades para além do desen-
cognitivo e à maturação de natureza biológica, possibilitam aos volvimento cognitivo, criando, assim, variadas situações para esti-
estudantes realizar raciocínios mais complexos, eles ainda estão mular o diálogo efetivo e o protagonismo nas suas aprendizagens
transitando da infância para a adolescência e a juventude. Por- formais, previstas pelos currículos de cada área do conhecimento
tanto, são atravessados por outras dimensões que envolvem a e de componente curricular, assim como de tantas outras apren-
vida social e o desenvolvimento psíquico e emocional, as quais dizagens, essenciais para a compreensão de si e da vida em so-
precisam ser integradas ao planejamento pedagógico e traduzi- ciedade. Dessa forma, é possível promover a Educação Integral,
das em práticas educacionais cotidianas de acolhimento. sobre a qual trataremos mais adiante.
A conquista da autonomia pelos estudantes passa necessa- Outro ponto que merece atenção, tanto para os Anos Finais
riamente pela vivência de situações mais complexas, que exigem do Ensino Fundamental como para os demais ciclos, é a reto-
a construção de novos saberes atitudinais (competências socio- mada de uma rotina de aprendizagem na escola, considerando
emocionais), procedimentais, conceituais e factuais. Ou seja, a que o contexto pandêmico, iniciado no ano 2020, desestruturou
autonomia deve ser ensinada e incentivada pela escola e pelas práticas e procedimentos escolares e exigiu reconfigurações e
famílias e também desejada pelos estudantes. encaminhamentos inéditos para a promoção dos processos de
ensino e aprendizagem. Problemas de acesso aos meios tecno-
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V
Entre brasileiros com 18 anos ou mais residentes com crianças com gressar no Novo Ensino Médio. Isso pressupõe que eles devem co-
até 3 anos, um terço (34%) mencionam que essas crianças frequenta- nhecer como a escola organiza a oferta de itinerários formativos e
vam uma creche antes da pandemia, o que revela que sofreram uma também investir tempo para conhecer seus gostos, pontos fortes
alteração significativa em sua rotina diária no período, uma vez que as e fracos, avaliar seu contexto de vida e ampliar seu conhecimento
creches fecharam. de mundo, enriquecendo seu universo de escolhas.
[...]
Ainda que a maioria dos residentes com crianças e adolescentes em
idade escolar que estavam matriculadas na escola antes da pandemia
A BNCC nesta obra
tenha afirmado que elas continuaram realizando atividades durante Homologada em dezembro de 2017, a Base Nacional Comum
o período da pandemia de COVID-19 no Brasil, os cerca de 4 milhões Curricular (BNCC) é um documento normativo, já previsto pela
de residentes com crianças ou adolescentes de 4 a 17 anos que rela- Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que define
taram que elas não realizaram atividades escolares à distância servem um conjunto de aprendizagens essenciais progressivas a serem
de alerta para mostrar que há margem para um agravamento da situa- alcançadas pelos estudantes da Educação Infantil e do Ensino
ção de exclusão no acesso à educação de crianças e adolescentes em Fundamental no Brasil. Em dezembro de 2018, foi homologado um
idade escolar em função das consequências trazidas pela pandemia. complemento da BNCC, voltado ao Ensino Médio, discriminando
UNICEF. Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e assim todas as competências e habilidades de responsabilidade
Adolescentes: Relatório de análise: 1ª Onda. p. 23 e 29. Disponível em: da Educação Básica das escolas brasileiras.
https://www.unicef.org/brazil/media/11331/file/relatorio-analise
-impactos-primarios-e-secundarios-da-covid-19-em-criancas-e Orientada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
-adolescentes.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022. Básica (DCN), a BNCC visa proporcionar uma formação integral
Assim, além dos tradicionais objetivos e das expectativas pre- dos estudantes, que contribua para a construção de uma socie-
vistos para os Anos Finais do Ensino Fundamental, os anos com- dade justa, democrática e inclusiva. Esse documento passa a ali-
preendidos para o uso desta Coleção (2024 a 2027) devem ser cerçar a produção de currículos e as práticas pedagógicas dos
pensados para atender estudantes com essas defasagens de componentes curriculares.
aprendizagem e de convívio social. Assim, você vai encontrar no No que se refere ao ensino de Geografia, ao enfatizar a im-
Livro do Estudante uma proposta de encaminhamento de te- portância e a centralidade do desenvolvimento do raciocínio geo-
mas e de conteúdos em complexidade adequada a esse contexto gráfico para a análise das interações entre sociedade e nature-
particular, incluindo atividades em duplas e em grupos, reflexões za, em diferentes escalas, contextos e épocas, a BNCC contribui
sobre situações-problema que promovem a construção de com- para o debate e o movimento de renovação da Geografia esco-
petências socioemocionais e o convívio respeitoso, além de traba- lar, estimulando práticas pedagógicas que possibilitem superar a
lhos envolvendo a comunidade escolar. Essas propostas buscam
aprendizagem baseada em memorização e simples descrição de
estimular o relacionamento e o convívio social e tornar a aprendi-
aspectos físicos e sociais, muitas vezes no contexto de realidades
zagem efetivamente significativa, favorecendo a construção de
distantes das vivenciadas pelos estudantes.
sentido e vínculos com o saber entre os estudantes e entre eles e a
comunidade. Todos esses encaminhamentos estão devidamente
explicitados nas Orientações para este volume, deste Manual do
Competências gerais, específicas e habilidades
Professor, na qual tratamos de cada volume desta Coleção. A proposta teórico-metodológica desta Coleção objetiva ar-
ticular o desenvolvimento das Competências gerais da Educação
A prática docente Básica, das Competências específicas de Ciências Humanas e das
Competências específicas de Geografia. Antes de indicar como
A função do professor é fundamental nesse percurso traçado
trabalhá-las, é necessário averiguar o que é preciso entender por
para os estudantes. Seu papel como mediador do processo de
competência, de acordo com a BNCC. Segundo o documento:
aprendizagem deve ter como objetivo tornar os estudantes dese-
josos pelo futuro, que queiram crescer, isto é, abandonar a infância [...]
em relação àquilo que significa dependência e falta de autonomia.
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conheci-
mentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas
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VI
A explicitação das competências fornece referências para o as mais diversas tecnologias de informação e comunicação são fontes
fortalecimento de ações que asseguram as aprendizagens essen- que estimulam sua curiosidade e a formulação de perguntas. O estí-
ciais definidas na BNCC. Ao adotar esse enfoque, esse documento mulo ao pensamento criativo, lógico e crítico, por meio da construção
indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas para e do fortalecimento da capacidade de fazer perguntas e de avaliar res-
o desenvolvimento dessas competências, que descrevem o que postas, de argumentar, de interagir com diversas produções culturais,
os estudantes devem “saber” (considerando a constituição de co- de fazer uso de tecnologias de informação e comunicação, possibilita
nhecimentos, habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, o que aos alunos ampliar sua compreensão de si mesmos, do mundo natu-
devem “saber fazer”, considerando a mobilização desses conhe- ral e social, das relações dos seres humanos entre si e com a natureza.
cimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas
As características dessa faixa etária demandam um trabalho no am-
complexas da vida cotidiana e do mundo do trabalho, além do
biente escolar que se organize em torno dos interesses manifestos
pleno exercício da cidadania.
pelas crianças, de suas vivências mais imediatas para que, com base
Essas competências podem ser desenvolvidas por meio das di- nessas vivências, elas possam, progressivamente, ampliar essa com-
versas propostas de atividades encontradas nesta Coleção. Tam-
preensão, o que se dá pela mobilização de operações cognitivas cada
bém é possível articular o trabalho com as Competências gerais
vez mais complexas e pela sensibilidade para apreender o mundo, ex-
(CG), as Competências específicas de Ciências Humanas (CECH)
pressar-se sobre ele e nele atuar.
e as Competências específicas de Geografia (CEG) nas variadas
seções que propõem atividades interdisciplinares e em grupo, na [...]
elaboração de seminários, na expressão de opiniões, no contato BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.
Base Nacional Comum Curricular: Brasília,
com diferentes linguagens e nas práticas de pesquisa para am-
DF: MEC: SEB, 2018. p. 56.
pliação do conhecimento.
Em vários momentos do desenvolvimento dos conteúdos, as
Em relação às CG1 e CG2 e à CEG1, ligadas ao processo de
atividades propostas no boxe Explore e nas diferentes seções
aplicação do conhecimento e ao exercício da curiosidade, a or-
dos capítulos estimulam o estudante a reconhecer mudanças
ganização da Coleção favorece a articulação e a ativação dos
sociais promovidas ou estimuladas pelos avanços tecnológicos
conhecimentos prévios dos estudantes, mobilizados na abertura
e pelas dinâmicas do meio técnico-científico e informacional,
de cada unidade e de cada capítulo (seção Para começar). As
perpassando, desse modo, a mobilização da CEG2 sobre a im-
atividades apresentadas no boxe Explore, distribuído ao lon-
portância dos objetos técnicos e a maneira como a humanidade
go dos capítulos, estimulam o protagonismo do estudante no
se apropriou da natureza, no decorrer de diferentes processos
processo de aquisição do conhecimento, ao abordarem opera-
históricos; e também a realizar pesquisas e acessar informações
ções cognitivas diversificadas, como leitura, reflexão, análise e
na internet com autonomia e debater com base em argumentos
interpretação dos recursos visuais; e também a exploração de
aspectos importantes desenvolvidos na Coleção, além de exi- confiáveis.
girem o levantamento de hipóteses. As propostas desse boxe Considerando esses objetivos, a construção da argumenta-
e das diferentes seções que permeiam as unidades, em vários ção é uma competência fundamental e é trabalhada na CG6 e na
momentos ao longo da Coleção, são pautadas pela resolução CECH6 da BNCC. A principal diferença entre elas reside na fon-
de problemas. Para favorecer a consolidação dos conhecimentos te de conhecimentos a serem mobilizados na argumentação. De
adquiridos nas diferentes atividades trabalhadas nos capítulos, modo mais abrangente, espera-se que o estudante argumente
as propostas avaliativas, apresentadas ao final de cada unida- com base em fatos, dados e informações confiáveis; assim como
de, na seção Ponto de checagem, propiciam a retomada do per- construa argumentos baseados nos conhecimentos de Ciências
curso de aprendizagem e uma reflexão sobre a construção do Humanas e nas informações geográficas.
conhecimento, ampliando a consciência do estudante sobre o Nesta Coleção, a seção Contraponto, presente em todas as
processo de estudar e aprender. unidades, privilegia o desenvolvimento dessas competências,
A CG3, que destaca a importância da construção do repertó- apresentando recursos textuais e visuais diversificados como
rio cultural dos estudantes, pode ser desenvolvida principalmente apoio para a seleção e a classificação de informações, o reco-
com base na reprodução de diferentes produções artísticas pro- nhecimento, a análise e a inferência de pontos de vista sobre o
postas nesta Coleção, e também nas seções Trabalhando com, assunto em estudo e, por fim, a elaboração ou a defesa de uma
Interagindo e convivendo e Conheça mais, as quais exploram re- opinião, a tomada de decisão ou, ainda, a construção de propos-
cursos textuais e visuais, analisados e interpretados. Essa propos- tas de encaminhamento. Nesse contexto, ao longo das etapas de
ta favorece a articulação entre a cultura e a sociedade com base estudo dos Anos Finais, o estudante é estimulado a desenvolver a
na análise e na leitura de obras de arte, poemas, imagens, entre argumentação para se posicionar diante de questões globais rele-
outros recursos relacionados ao tema principal e ao conhecimen- vantes debatidas na atualidade, como deslocamentos populacio-
to geográfico abordado em cada unidade. O trabalho com essa nais no mundo, igualdade de gênero e de oportunidades, defesa
Competência geral pode ser vinculado ao desenvolvimento das dos direitos humanos e conservação ambiental.
Competências específicas de Ciências Humanas 1 e 4, tendo em
O desenvolvimento do protagonismo do estudante e a promo-
vista que o aumento do repertório cultural dos estudantes favo-
ção de atitudes cidadãs, expressos na redação da CG4, na CECH3
rece atitudes de respeito à pluralidade de culturas, promoção dos
e na CEG7 da BNCC, são incentivados em diversos momentos
direitos humanos e valorização dos saberes, das potencialidades
desta Coleção, por exemplo, nas atividades propostas ao longo
e identidades de grupos sociais.
dos capítulos (boxe Explore) ou naquelas que os finalizam; e nas
O desenvolvimento da CG5, relacionada à compreensão, uso e
atividades práticas das seções, sobretudo na seção Interagindo
criação de tecnologias de informação e comunicação, também é
e convivendo, que estimulam seu papel protagonista no mundo,
favorecido na proposta teórico-metodológica desta Coleção, ten-
como a apresentação de soluções para certos problemas e o tra-
do em vista que, segundo a BNCC:
balho cooperativo, além de contribuir para a formação cidadã e
[...] ética. A CEG2 também é mobilizada nos quatro volumes, quando
As experiências das crianças em seu contexto familiar, social e cultural, são desenvolvidas análises a respeito dos avanços tecnológicos
suas memórias, seu pertencimento a um grupo e sua interação com verificados em diferentes etapas da história e na tecnificação
VII
do território, como os que marcaram as diversas etapas da Re- atuações das transnacionais, à integração econômica e finan-
volução Industrial, sobretudo ao longo dos três últimos séculos, ceira em escala global e aos intercâmbios históricos e culturais
e suas repercussões no mundo do trabalho, na agropecuária, no entre Europa, Ásia e Oceania.
espaço urbano, na exploração de recursos naturais – atividade A unidade temática Mundo do trabalho visa estimular a com-
extrativa –, possibilitando, assim, o estabelecimento de conexões preensão a respeito de como as atividades e o trabalho humano
entre temáticas diferentes do conhecimento geográfico. produzem e organizam o espaço geográfico, reconhecendo dife-
Visando atender aos objetivos do ensino da Geografia e o tra- rentes processos produtivos e a importância dos recursos natu-
balho com as competências explicitadas, a BNCC estabelece um rais, dos objetos técnicos e do desenvolvimento tecnológico para
conjunto de habilidades que os estudantes devem desenvolver a dinâmica socioeconômica, a vida e o trabalho da população.
ao longo de cada etapa da Educação Básica. Essas habilidades Desse modo, as transformações nas paisagens urbanas e rurais,
apresentam uma progressão de complexidade e estão vincula- inclusive as naturais, e seus processos desencadeadores são te-
das a objetos de conhecimento, organizados em cinco unidades máticas recorrentes no Volume 6. E, para a mobilização das habi-
temáticas para os Anos Finais do Ensino Fundamental, apresen- lidades relativas a essas dinâmicas, são propostas análises apoia-
tadas a seguir. das em atividades que exploram representações fotográficas ou
A unidade temática O sujeito e seu lugar no mundo se estrutu- cartográficas. Com efeito, nas explicações sobre as mudanças
ra ao longo dos quatro anos, de modo a ampliar as noções dos es- das relações sociedade-natureza com o surgimento das cidades,
tudantes sobre o lugar onde vivem (identidade), os modos de vida as formas de uso da terra, a apropriação dos recursos hídricos
de diferentes sociedades (alteridade), as características e as di- e as análises de diferentes formas de ação social no ambiente
nâmicas da população mundial e a hegemonia cultural europeia. físico, diversas abordagens a respeito do trabalho humano são
Assim, no Volume 6, o enfoque está pautado no reconhecimento secundadas, contribuindo para o entendimento das dinâmicas
dos lugares de vivência e na categoria de análise da paisagem, que estruturam o espaço geográfico. No Volume 7, é abordado
por meio do estabelecimento de relações com o cotidiano do es- o papel das diferentes formas de trabalho, no tempo e no espa-
tudante – seja ele residente no campo ou na cidade. Nessa pers- ço, e a produção de riqueza e desigualdade social e econômica
pectiva, as abordagens e as propostas de atividades, trabalhadas na formação da sociedade e do território brasileiro. No Volume 8,
em consonância com as habilidades da BNCC e, portanto, tra- são mobilizadas habilidades que analisam os padrões econômicos
tando de conteúdos relativos às dinâmicas naturais, às relações mundiais de produção e circulação de mercadorias agrícolas e in-
sociedade-natureza, às diferentes atividades econômicas, reme- dustrializadas, a influência do desenvolvimento científico e tecno-
tem, em muitos casos, ao cotidiano do estudante, sendo esse lógico nos tipos de trabalho e na economia latino-americana, as
encaminhamento também proposto no Volume 7, em que são características de países da América e da África, que possibilitam
abordadas as diferentes etnias e culturas que formam o povo a consecução de diversos aspectos relacionados a essa unidade
brasileiro e seus diferentes papéis na formação do território na- temática da BNCC. No Volume 9, isso se concretiza com o desen-
cional, valorizando as contribuições das matrizes indígenas, afri- volvimento de habilidades que relacionam os impactos das mu-
canas e europeias. Nos Volumes 8 e 9, ao tratar de temas sobre a danças técnicas e científicas no trabalho e o processo de urbani-
população mundial, inclusive a migração e a hegemonia da Euro- zação às transformações na atividade agropecuária, bem como
pa na política e na cultura, além da globalização e da geopolítica, à ampliação do desemprego estrutural; além disso, efetiva-se
da atuação das corporações internacionais, busca-se a contex- na compreensão e na análise do processo de industrialização,
tualização, a referência ao espaço de vivência e sua relação com levando-se em conta suas repercussões na produção nos conti-
outros modos de vida, com diferentes processos e fenômenos. nentes europeu, asiático e na Oceania.
A unidade temática Conexões e escalas objetiva assegurar, A unidade temática Formas de representação e pensamento
durante os Anos Finais do Ensino Fundamental de Geografia, espacial estabelece um feixe de objetos do conhecimento e das
a análise e a articulação de fatos, situações e processos natu- habilidades que visam desenvolver o raciocínio espaço-temporal,
rais, sociais, políticos, econômicos e culturais nas escalas local, por meio da linguagem cartográfica e gráfica, além de estimular a
regional e global para explicar as relações entre as sociedades interpretação e a elaboração de representações diversas, reconhe-
humanas, assim como as relações entre estas e a natureza. Para cendo-as como instrumentos de análise de dados e informações
tanto, no Volume 6 há uma abordagem conceitual sobre natu- para a produção do conhecimento geográfico. A abordagem dessa
reza, que visa promover reflexões e aprendizagens sobre proces- unidade temática no Volume 6 é feita com base em representações
sos e fenômenos naturais e sociais e as relações entre distintas de fenômenos físico-naturais e sociais da Terra, por meio de mode-
sociedades e o meio natural, além das operações cognitivas de los bidimensionais e tridimensionais, com ampla variedade de tipos
identificação, descrição, observação e análise, considerando as de mapas, blocos-diagramas e perfis topográficos, proporcionan-
relações temporais da natureza e os processos de ocupação e do, além da representação de elementos e estruturas da superfície
produção do espaço geográfico. No Volume 7, é analisado o do planeta, o exercício da construção e a interpretação da medida
processo de formação do território brasileiro, destacando tan- de distâncias no espaço. No Volume 7, estão presentes diferentes
to a expansão de seus limites territoriais quanto a ocupação e gráficos e mapas temáticos, em variadas escalas, para represen-
a produção do espaço geográfico ao longo da história, e tam- tar processos naturais, sociais e econômicos do Brasil. Há mapas
bém é feita uma ampla caracterização da população brasileira. representando as transformações espaciais ao longo de períodos
No Volume 8, ganham destaque os fatos e os processos sociais, históricos, correlações entre mapas temáticos e de diferentes mo-
políticos, econômicos e culturais, abordados com base na mobi- mentos da história e propostas de leitura e interpretação cartográ-
lização de habilidades para a compreensão dos fluxos migrató- fica que dialogam com imagens, com o texto e com o contexto dos
rios e de refugiados, da atuação das organizações internacionais espaços vividos dos estudantes. Nos Volumes 8 e 9, as habilidades
na integração da economia mundial, dos padrões de produ- relacionadas a essa unidade temática são mobilizadas por meio da
ção e circulação de mercadorias, entre outras temáticas. No elaboração de representações cartográficas diversificadas e pela
Volume 9, essa unidade temática permeia as análises relativas interpretação de mapas e anamorfoses geográficas que contem-
ao desenvolvimento das habilidades propostas pela BNCC, com plam o espaço mundial, inclusive os continentes americano e afri-
operações mentais e recortes temáticos, que se relacionam às cano. No Volume 9, dá-se sequência às análises das anamorfoses,
VIII
amplia-se o processo de elaboração e interpretação de gráficos e escola cumpra apenas a função da instrução cognitiva, torna-se
mapas, e é proposta a comparação e a classificação de diferentes necessário desenvolver processos integradores que sejam signifi-
regiões do mundo. cativos diante da heterogeneidade sociocultural na qual a escola
Por fim, a unidade temática Natureza, ambientes e qualidade está inserida, assim como considerar a fluidez com a qual os sa-
de vida organiza objetos de conhecimento e habilidades que ob- beres devem ser (re)formulados para acompanhar e explicar as
jetivam possibilitar ao estudante identificar e explicar componen- transformações do mundo.
tes e processos físico-naturais, reconhecendo diferentes modos A concepção de Educação Integral entende que as práticas
de apropriação dos recursos naturais e impactos socioambientais educativas devem garantir condições necessárias para os sujei-
observados nesse processo. Essa unidade temática é trabalhada tos se desenvolverem com autonomia, buscando constituir suas
em diversas situações de estudo ao longo do Volume 6, sobretu- identidades.
do a partir do Capítulo 5, quando as temáticas enfatizam ainda
mais as relações da sociedade com a natureza. A questão do equi-
líbrio no sistema Terra é tratada na perspectiva da reflexão diante
de diversas práticas sociais de ocupação e de uso dos espaços
e de elementos naturais, principalmente em relação à dinâmica
climática, aos recursos hídricos e ao solo. Estratégias didáticas
variadas são utilizadas no decorrer desse volume (utilização de
infográficos, gráficos, tabelas, charges, entre outros gêneros tex-
tuais), para proporcionar a identificação e a análise de diferentes
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apropriações dos recursos naturais. Dessa forma, possibilita-se
a reflexão sobre propostas e formas de relação sociedade-na-
tureza, que valorizam ações ambientalmente sustentáveis, con-
siderando-se, inclusive, as propostas de soluções de problemas
socioambientais. No Volume 7, são caracterizados os biomas
brasileiros, apresentados exemplos de diferentes relações da so-
ciedade com os ambientes naturais e expostos os problemas e
riscos de modelos não sustentáveis na perspectiva ambiental.
No Volume 8, por meio, também, de diferentes propostas de ati-
vidades, apoiadas em recursos visuais e textuais, e encaminha-
mentos dos textos na abordagem dos conteúdos, possibilita-se a
reflexão e a análise de problemas socioambientais e destaca-se a
necessidade que as sociedades de diferentes localidades têm de A Educação Integral deve levar em consideração as
uma melhor qualidade de vida, sendo esta, proporcionada, entre dimensões intelectuais, emocionais, políticas, sociais,
outros aspectos, pelo acesso aos serviços básicos de infraestru- físicas e culturais dos estudantes.
tura e saneamento, levando-se em conta os espaços africanos e
americanos. Ainda nesse mesmo volume, as abordagens sobre as Essa forma de educar deve ser um projeto coletivo, consoli-
questões ambientais compreendem acontecimentos, processos e dado por meio de responsabilidades compartilhadas entre edu-
cadores, gestores, comunidade, família e os próprios estudantes.
fenômenos presentes na Antártida. No Volume 9, as abordagens
Busca-se, então, um novo formato para a escola contemporânea,
introdutórias sobre os impactos da industrialização em diferentes
que associe os conteúdos a ações concretas nos campos da par-
tempos e espaços promovem a mobilização de habilidades que
ticipação cidadã e do pleno desenvolvimento dos sujeitos.
envolvem análises sobre as consequências da utilização de re-
cursos naturais e de diversas fontes energéticas. A compreensão É nítido que, nos últimos anos, a Educação Básica vem sendo
das questões socioambientais e do encaminhamento de possíveis desafiada a assumir compromissos formativos bem mais amplos
soluções tem sequência no desenvolvimento temático que con- do que a tradição da educação brasileira sempre o fez. A inserção
templa os territórios dos países da Europa, da Ásia e da Oceania. das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs)
nas aulas, por meio do uso de equipamentos como microcompu-
Nesta Coleção, na proposta teórico-metodológica, são con-
tadores, smartphones e tablets conectados à internet, contribui
templadas as habilidades descritas pela BNCC para cada um dos
para instabilizar os limites entre a escola e o mundo. Esses recur-
Anos Finais do Ensino Fundamental, abordando os objetos de co-
sos trazem consigo um universo multimidiático com o qual as ins-
nhecimento, os processos cognitivos a serem desenvolvidos de
tituições de ensino e os professores passam a lidar de maneira
acordo com cada indicação verbal, bem como os contextos e as
mais perene.
especificações contidas na redação de cada habilidade, de modo
a favorecer a apreensão de conhecimentos, a promoção do ra- A adoção de uma proposta de Educação Integral precisa es-
ciocínio geográfico, a formação de atitudes e valores positivos, o tar centrada no estudante. Isso significa que todo o programa
pedagógico (currículo, prática educacional, recursos, ambiente,
encaminhamento de reflexões e o estímulo às práticas de inter-
tempo e agentes educacionais) deve ser planejado, avaliado e re-
venção nos lugares de vivência do estudante.
posicionado de acordo com os interesses e as necessidades de
aprendizagem, e com o desenvolvimento, o contexto e as pers-
A concepção de Educação Integral pectivas dos estudantes, articulando passado, presente e futuro.
No esforço de garantir a personalização dos percursos formativos
A formação escolar é um processo fundamental na prepara- e considerando a singularidade de cada estudante, é necessário
ção de crianças e jovens para a vida adulta, fase na qual deverão que os educadores tenham uma compreensão ampla das diver-
exercer sua cidadania, nos mais variados aspectos, passando a sas formas de aprendizagem e de desenvolvimento possíveis para
integrar plenamente o corpo social, com todos os direitos e de- crianças e adolescentes e, portanto, de uma ampla gama de abor-
veres da vida adulta. Nesse sentido, não é mais suficiente que a dagens e métodos de ensino.
IX
cipação (para que as pessoas se sintam parte do processo edu-
cacional), conhecimento (valorização do olhar sobre o local como
possibilidade de estabelecer conexões), e intersetorialidade (para
garantir que condições dignas de existência sejam acessíveis a
todas as pessoas da sociedade). É impossível, portanto, pensar
em um conteúdo unificado para um país tão diverso em relação
a paisagens e modos de vida como o Brasil. Nesse sentido, com-
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preender o papel de cada agente educacional, valorizando sem-
pre o protagonismo dos estudantes, fará com que os objetivos
estabelecidos para a formação desses sujeitos sejam avaliados e
possam ser repensados, inclusive pelos próprios educandos, que
passam a agir com mais segurança e autonomia na tomada de
decisões e na atuação crítica no meio em que vivem.
X
seja possível, é preciso criar situações didáticas que auxiliem os No âmbito do ensino de Geografia, bem como em outros com-
estudantes a não apenas apreciar e consumir arte e cultura, mas ponentes curriculares dos Anos Finais do Ensino Fundamental, o
a participar de produções e se apropriar de suas linguagens e ele- planejamento docente também deve prever atividades que tor-
mentos, para se comunicar, se autoconhecer e construir sentimen- nem o conteúdo significativo para o estudante, com base em
tos de pertencimento ao grupo, à escola e à sociedade, com os metodologias e recursos relacionados ao uso das diferentes lin-
quais comunga determinados valores e saberes. guagens, com destaque para aquelas do campo das tecnologias,
Os processos educativos norteados pela ideia de protagonis- preparando os educandos para relações cada vez mais concretas
mo juvenil precisam estar relacionados a alguns pilares que ga- com a contemporaneidade e que serão aprofundadas ao longo
rantam uma aprendizagem significativa. São eles: do Ensino Médio, como está previsto na própria BNCC.
⓿ vontade (para traçar objetivos desafiadores e usar a criativida- Os educandos estão vivendo em um mundo marcado por di-
de para atingi-los); namismos que, tomados em conjunto, configuram a entrada da
⓿ significado (para dar sentido aos conteúdos, de forma articula- própria humanidade em uma nova etapa do processo civilizatório
da entre os componentes curriculares); (a globalização dos mercados, o ingresso na era pós-industrial e
outras percepções socioculturais), na qual esses indivíduos terão
⓿ atitude (ação que transforma as ideias em práticas);
uma participação fundamental. Para promover a Educação Inte-
⓿ reflexão (para pensar continuamente nas atitudes e nos objeti- gral, o educador deve estar, contudo, atento às particularidades
vos, revendo processos, se necessário).
sociais e culturais que distinguem as infâncias e as adolescências
Nesse cenário, há várias metodologias de ensino e aprendiza- (no plural, já que estamos tratando de fases da vida que se dife-
gem que pressupõem novas formas de relacionamento entre to- renciam segundo aspectos contextuais, econômicos, políticos e
dos os agentes participativos do ambiente escolar. biológicos). Assim, é necessário considerar quais linguagens são
A BNCC enfatiza o princípio do aprender a aprender, por meio praticadas por esses estudantes nos exercícios de autoria, sua es-
do desenvolvimento de competências que estimulem os estudan- sência de mutabilidade, suas constantes evoluções e recriações.
tes a conseguir lidar com a informação cada vez mais disponível,
agir com responsabilidade e ética no contexto das culturas digi- Culturas juvenis (diferentes interesses e
tais, aplicar saberes adquiridos na escola para resolver problemas
formas de aprendizagem)
reais, tomar decisões com autonomia, identificar e investigar as-
pectos relacionados aos problemas da comunidade, buscar so- Apesar de, em linhas gerais, o objetivo de a educação ser a
luções, conviver e aprender com as diversidades. Ou seja, os es- transcendência da experiência imediata, o ponto de partida de
tudantes devem ser expostos a novas formas de relação com o qualquer projeto pedagógico, sobretudo na perspectiva da Edu-
mundo, assim como a variadas possibilidades de ler e formular hi- cação Integral, deve ser o mundo e a realidade sociocultural dos
póteses sobre os fenômenos, inclusive para testá-las e refutá-las, estudantes; quer dizer, suas inquietações, seus interesses, suas
elaborar sínteses, mediar conflitos e exercer uma atitude ativa na percepções e linguagens a partir das quais se expressam. Sendo
construção de conhecimentos. assim, a escola exerce a importante função de acolher e de po-
tencializar a pluralidade identitária, fazendo com que os estudan-
tes se sintam seguros, representados nas práticas metodológicas
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XI
nais e, por isso mesmo, não podem ser ignorados pelos agentes Seguindo as orientações atreladas à CG9 da BNCC, é possível
educacionais. De acordo com a BNCC: construir também conhecimentos relacionados à empatia e à co-
operação com base no componente curricular de Geografia, con-
A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita
siderando os temas abordados e as práticas desenvolvidas. Por
atenção, para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, ga-
exemplo, ao tratar dos grandes conflitos que marcaram a história
rantindo integração e continuidade dos processos de aprendizagens
ou das crises migratórias, o educador pode destacar como o pre-
das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes relações
conceito, a falta de empatia e a intolerância acabam provocando
que elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a natureza
sérios conflitos. Nesse contexto, trabalhos em duplas e em grupos,
das mediações de cada etapa. Torna-se necessário estabelecer estra-
debates e outras formas de interação mediadas pelo professor em
tégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para
sala de aula, configuram momentos ricos para a construção do res-
os docentes, de modo que a nova etapa se construa com base no que
peito às diferenças e à valorização da diversidade. Até mesmo a di-
a criança sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade
vergência de opiniões, por vezes, pode contribuir para reflexões so-
de seu percurso educativo.
bre a importância da convivência para que a paz seja vislumbrada.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.
Base Nacional Comum Curricular: Brasília,
DF: MEC: SEB, 2018. p. 53. Respeito e diversidade nas escolas
Nesse contexto, o educador e o ambiente escolar necessitam fo- Ao analisar a questão da igualdade, constata-se que os estu-
mentar condições para uma relação afetiva entre os sujeitos e os dantes apresentam semelhanças e diferenças entre si, e isso deve
conteúdos, garantindo condições férteis de aprendizagem. Em um ser explorado de modo positivo, empático e agregador. Reconhe-
país marcado pelas desigualdades socioeconômicas, pela diversida- cer a diversidade entre os estudantes é uma forma de propor-
de cultural e pelos desníveis de aprendizagem e/ou de ordem psico- cionar a todos a oportunidade de acompanhar os processos de
lógica (agravados pela pandemia do coronavírus enfrentada a partir ensino, criando um universo coeso que facilite o aprendizado e
de 2020), é preciso que a escola reflita sobre os múltiplos contex- estabeleça a harmonia entre os educandos.
tos nos quais estão inseridos crianças e adolescentes. Esse deve ser A pluralidade de ideias e o respeito à diversidade, portanto, de-
um compromisso coletivo dos agentes educacionais, no esforço de vem pautar o trabalho realizado na Educação Integral e o desenvolvi-
perceber preferências em relação a estilos musicais, modalidades es- mento dos estudantes, o que será possível se forem consideradas
portivas, manifestações artísticas, entre outros elementos que con- as singularidades identitárias e os contextos sociais nos quais eles
ferem identidade aos diferentes grupos de estudantes, de maneira estão inseridos. Para garantir a efetivação desses pressupostos,
que os currículos reflitam essa pluralidade. Tornar o conhecimento gestores e professores devem consolidar ações e promover proje-
significativo faz com que eles compreendam a importância das ins- tos comprometidos com o combate ao preconceito, à discriminação,
tituições de ensino para o rompimento dos paradigmas socioeconô- ao não capacitismo, à equidade de gênero, entre outras causas que
micos. Assim, eles tendem a se apropriar do ambiente escolar, redu- fortalecem e ampliam as possibilidades para que os estudantes pos-
zindo os índices de evasão, sobretudo nos dois primeiros anos dos sam estabelecer contatos valorosos com as diferenças.
Anos Finais do Ensino Fundamental.
Também é importante considerar que as disparidades sociais
Considerando esses objetivos, os momentos de vida e pers- provocam impactos no processo educacional, mesmo que o estu-
pectivas futuras dos estudantes, espera-se que eles estabeleçam dante esteja inserido em uma proposta de Educação Integral. De-
com a escola um sentimento de pertencimento. Assim, ao reco- terminados conteúdos, por exemplo, são mais bem compreendi-
nhecer o espaço escolar como local que acolhe suas múltiplas ne- dos por estudantes que tiveram acesso, desde a infância, a obras
cessidades e desejos, eles são convidados a efetivamente parti- da literatura infantil (tendo nos contos de fada um exercício diário
cipar de seus processos educacionais. Para tanto, os conteúdos e para a fantasia), à internet, a jogos, ao cinema, ao teatro ou a
as práticas de ensino devem ser estimulantes, despertar o desejo exposições de artes. Por outro lado, indivíduos que não tiveram
de aprender e de permanecer na escola, possibilitando aos estu- as mesmas condições financeiras, psicossociais e culturais podem
dantes ampliar seus conhecimentos sobre o mundo e acerca de si apresentar maior dificuldade para aprender certos conteúdos,
próprios, construindo relações sociais que ampliam suas possibi- exigindo do educador versatilidade para planejar e, se for o caso,
lidades de realizações e escolhas. Dessa forma, as dimensões so- repensar suas práticas em sala de aula, buscando métodos que
cioafetivas e cognitivas são contempladas de forma concomitan- valorizem cada estudante, independentemente do lugar, grupo
te, potencializando a construção das habilidades e competências social ou família a que pertença.
necessárias para os estudantes desenvolverem saberes escolares
e não escolares, idealizarem trajetórias de vida e reconhecerem o
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que é preciso saber e fazer para alcançá-las, rompendo eventuais
ciclos de manutenção de precariedade.
Essas propostas estão alinhadas com algumas das principais
competências gerais da Educação Básica, as quais podem, inclusive,
servir de referência para o desenvolvimento da Educação Integral.
Seguindo as orientações atreladas à CG3 da BNCC, por exemplo,
os educandos devem aprender a valorizar, fruir e produzir diversas
manifestações artísticas e culturais. O contato com a arte e a mul-
ticulturalidade desenvolve o senso estético, a sensibilidade e o re-
pertório intelectual, além de apoiar a construção da identidade e o
respeito à diversidade. Considerar a inserção das culturas juvenis
nos projetos interdisciplinares, em fóruns específicos da institui-
ção de ensino e nas discussões em aulas, é uma forma de (re)sig- Vale salientar que o objetivo das instituições escolares é a formação
nificar o espaço escolar, intensificando o processo de apropriação autônoma de sujeitos engajados criticamente na compreensão de
dos saberes e aprimorando a criticidade; além de promover a si, dos outros e do mundo ao seu redor (uma sociedade plural e
aprendizagem de forma contextualizada. interdependente).
XII
Busca-se, assim, promover o protagonismo dos indivíduos gos modelos voltados ao enfrentamento da violência faz com que
inseridos na escola, considerando as competências a serem de- haja a intenção de buscar aspectos preventivos e formativos nas
senvolvidas e também suas identidades, seus valores e princípios escolas, para que a violência seja contida com base nos ideais de
adquiridos ao longo da vida. respeito e inclusão.
Além disso, é preciso compreender que as pessoas apresentam
diferentes tipos de inteligência, que não levam em consideração
apenas as capacidades lógicas e linguísticas reveladas por meio O ensino de Geografia
de testes cognitivos e assemelhados. As aptidões humanas não Ao proporcionar aos estudantes possibilidades de conhecer
podem ser, portanto, um fato isolado na importante tarefa de diferentes contextos, participar de discussões e de práticas que
identificar as singularidades presentes nas aulas. Nesse espectro, favorecem a aplicação do raciocínio geográfico, desenvolver o
os estudantes podem ser avaliados com base em suas potenciali- pensamento espacial, a capacidade de resolução de problemas,
dades individuais (lógico-matemáticas, linguísticas, interpessoais, a construção de argumentos, a análise de processos e da rela-
intrapessoais, corporais, espaciais, musicais, etc.). ção entre sociedade e natureza em tempos e espaços distintos,
Outra importante diferença entre os estudantes está relacio- a Geografia pode contribuir com a formação de cidadãos cons-
nada ao processo de aprendizagem, pois os tempos e as estraté- cientes da diversidade e dos desafios existentes no mundo, esti-
gias para aprender variam entre cada indivíduo. Também é fun- mulando-os a agir com autonomia e responsabilidade, de modo a
damental que os agentes do processo educacional (professores, tomar decisões cientificamente embasadas.
gestores, famílias e comunidade) busquem estar informados so-
bre situações que possam atravessar negativamente o percurso
formativo de crianças e adolescentes. O bullying, fenômeno que
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envolve atos de violência física ou verbal, ocorrendo de modo in-
tencional e repetitivo (intimidação sistemática) contra uma ou
mais vítimas e que pode se manifestar, inclusive, por meio das tec-
nologias digitais e redes sociais (cyberbullying), exige dos educa-
dores uma atenção especial, pois tende a desestimular a partici-
pação do estudante vítima desses atos nas dinâmicas em sala de
Por ser uma área do conhecimento que estuda e investiga as relações
aula, prejudicando seu processo de aprendizagem. Sobre o tema entre a sociedade e a natureza, a Geografia tem lugar privilegiado
da violência escolar, bullying e saúde emocional dos estudantes, na construção, pelo estudante, do conhecimento do espaço
reproduzimos o trecho a seguir, publicado pela Unesco: historicamente produzido.
A violência física pode causar ferimentos fatais ou não fatais, além de
Isso justifica apresentar uma proposta de análise que deve
outros tipos de danos físicos. A violência sexual traz o risco do HIV,
visar à compreensão das transformações sociais, inclusive dos
outras infecções sexualmente transmissíveis e gravidez não planeja-
paradigmas do desenvolvimento social, de maneira a contribuir
da. Além disso, a exposição precoce à violência e ao bullying pode ter
para a construção de outra relação entre a humanidade e o meio
consequências a longo prazo para a saúde. As crianças e adolescen-
natural, assim como de outra postura perante os problemas so-
tes que sofrem bullying são mais propensos a terem dificuldades in-
ciais no mundo. O estudo da Geografia é, portanto, fundamental
terpessoais, a se sentirem deprimidos, solitários ou ansiosos, a terem
na formação de um cidadão participativo, na medida em que lhe
baixa autoestima, pensamentos suicidas ou a tentarem o suicídio. A
permite apropriar-se de conhecimentos para compreender cri-
violência escolar e o bullying também afetam a saúde mental e emo-
ticamente a realidade, considerando diferenças, semelhanças e
cional dos agressores e das testemunhas.
desigualdades, bem como a necessidade de agir pela construção
⓿ Um relatório de 2016 do Centros de Controle de Doenças dos de um mundo ético, justo e solidário.
EUA [...] enfatizou o impacto da violência escolar na saúde física
Para atender a essa proposta, esta Coleção foi elaborada com
e mental, e observou que “muitos jovens sofrem danos não fa-
o intuito de possibilitar ao estudante o conhecimento das dinâ-
tais. Alguns desses danos são relativamente menores e incluem
micas específicas do espaço geográfico, que resultam tanto dos
cortes, hematomas e ossos quebrados. Outros danos, como feri-
fenômenos naturais quanto das ações da sociedade e dos indi-
mentos de bala e traumas, são mais sérios e podem levar à defi-
víduos (políticas, sociais, econômicas e culturais). Partindo desse
ciência permanente. Nem todos os danos são visíveis. A exposi-
objetivo, é feita uma abordagem analítica dos processos que pro-
ção à violência escolar pode levar a uma série de consequências
duzem e organizam o espaço geográfico, estruturam territórios
e comportamentos negativos relacionados à saúde, incluindo
e territorialidades. Busca-se, também, oferecer uma visão ampla
abuso de álcool e drogas, bem como ao suicídio. Depressão,
dos temas, sem, contudo, pretender esgotá-los, respeitando a
ansiedade e vários outros problemas psicológicos, incluindo o
cognição dos estudantes dessa faixa etária. Nesse sentido, o pro-
medo, podem resultar da violência escolar”.
fessor é quem deve fazer a seleção dos conteúdos que deverão
⓿ Um relatório recente da ONU [...] observa que “a saúde mental ser mais bem explorados, pela atualidade ou proximidade com o
e física de crianças que sofreram bullying está sob ameaça: eles cotidiano dos estudantes.
podem apresentar sinais de depressão, ter problemas para co-
As relações sociedade-natureza, aspecto fundamental para a
mer e dormir ou reclamar de sintomas físicos como dores de
compreensão do espaço geográfico, são trabalhadas em diferen-
cabeça ou estômago”. Estudantes que sofrem o bullying estão
tes contextos, ao longo da abordagem de diversos conteúdos pre-
mais sujeitos a terem depressão, se sentirem solitários, ansiosos
sentes nesta Coleção. Para orientar os estudantes no estabeleci-
ou a terem baixa autoestima.
mento dessas relações e na reflexão sobre elas, ao longo do texto
UNESCO. Violência escolar e bullying: relatório sobre a situação mundial.
Brasília, DF: Unesco, 2019. p. 28-29. Disponível em: https://prceu.usp.br/ explicativo e, sobretudo, junto a mapas, fotografias, tabelas e grá-
wp-content/uploads/2020/10/2018-UNESCO-Relatorio-Violencia ficos, são propostas diversas atividades que promovem reflexões
-Escolar-e-Bullying.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
e interpretações. Dessa maneira, objetiva-se também tornar mais
Nesse sentido, a necessidade de ampliação da discussão sobre dinâmico o processo de aprendizagem, instigando os estudantes a
cultura de paz deve ser uma prioridade. O esgotamento de anti- participar de forma ativa na estruturação dos conhecimentos.
XIII
Com a preocupação de oferecer aos estudantes repertório que seu município) ou por intermédio dos meios de comunicação, de
os ajude a compreender o mundo em que vivem e suas transfor- forma que sejam estimulados, inclusive, a questionar ideias e es-
mações, pressuposto para o exercício da cidadania, também são tereótipos veiculados por eles. Buscando outras possibilidades de
exploradas as principais categorias de análise geográfica – paisa- análise e compreensão, diversos temas e conteúdos geográficos
gem, lugar, espaço geográfico, território, região –, além de outros também são trabalhados de forma articulada com outros cam-
conceitos e procedimentos importantes para a análise espacial, pos do conhecimento, como a História, a Economia, a Biologia, a
como escala geográfica, tecnologia, sociedade, relações sociais, Antropologia, a Sociologia, a Matemática e a Arte.
poder, política, Estado e trabalho. Nesta Coleção, privilegia-se Quanto aos aspectos visuais da obra, é privilegiada uma dia-
ainda o estudo cartográfico, por meio de diversas propostas de gramação em que o texto principal é acompanhado de seções
leitura, interpretação, compreensão, comparação, análise, crítica temáticas, boxes, atividades e imagens variadas (fotografias,
e elaboração de diferentes tipos de representação cartográfica. mapas, gráficos, tabelas, infográficos, obras de arte, etc.). Esses
Sobre o tema Cartografia, recomendamos a leitura do seguin- elementos foram distribuídos de forma equilibrada, visando pro-
te trecho: piciar leveza e estimular a leitura e os estudos.
Mesmo considerando todos os avanços científicos e tecnológicos pro- O objetivo final desta Coleção é possibilitar aos estudantes
duzidos [...] através dos tempos, é possível, nos dias de hoje, enten- que desenvolvam a capacidade de adquirir e de elaborar saberes
der a condição de perplexidade de nossos ancestrais, no começo dos e conhecimentos, atuar no mundo de forma crítica, visando dar
dias, diante da complexidade do mundo a sua volta. Podemos também sua contribuição para o desenvolvimento de relações justas e so-
intuir de que maneira surgiu no homem a necessidade de conhecer lidárias entre os seres humanos e de práticas sustentáveis.
o mundo que ele habitava. O simples deslocamento de um ponto a
outro na superfície de nosso planeta, já justifica a necessidade de se
Operações cognitivas e
visualizar de alguma forma as características físicas do “mundo”. É fá- o componente curricular Geografia
cil imaginarmos alguns dos questionamentos que surgiram nas men- Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, o processo de apren-
tes de nossos ancestrais, por exemplo: como orientar nossos deslo- dizagem dos estudantes se desenvolve em torno das vivências e
camentos? Qual a forma do planeta? etc. O conceito de Cartografia dos interesses que cada um traz consigo, a fim de que, conforme
tem suas origens intimamente ligadas às inquietações que sempre se nos apresenta o texto da BNCC, eles possam ampliar a compreen-
manifestaram no ser humano, no tocante a conhecer o mundo que ele são de sua realidade, “o que se dá pela mobilização de operações
habita. O vocábulo CARTOGRAFIA, etimologicamente – descrição de cognitivas cada vez mais complexas e pela sensibilidade para
cartas, foi introduzido em 1839, pelo segundo Visconde de Santarém – apreender o mundo, expressar-se sobre ele e nele atuar” (BNCC,
Manoel Francisco de Barros e Souza de Mesquita de Macedo Leitão, 2018, p. 59). Esse processo estende-se para os Anos Finais do Ensi-
(1791-1856). A despeito de seu significado etimológico, a sua concep- no Fundamental, de modo tal que as operações cognitivas, em seu
ção inicial continha a ideia do traçado de mapas. No primeiro estágio conjunto, vão sendo mobilizadas de modo gradativo, conforme
da evolução o vocábulo passou a significar a arte do traçado de ma- a ampliação da escala geográfica abordada e da complexidade
pas, para em seguida, conter a ciência, a técnica e a arte de represen- dos fenômenos, processos e acontecimentos analisados.
tar a superfície terrestre. Em 1949 a Organização das Nações Unidas já
As operações cognitivas relacionam-se aos objetivos educa-
reconhecia a importância da Cartografia através da seguinte assertiva,
cionais, do mais simples ao mais complexo: conhecimento, com-
lavrada em Atas e Anais:
preensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. A partir de cada
“CARTOGRAFIA – no sentido lato da palavra não é apenas uma das um deles, ramificam-se diferentes processos cognitivos expressos
ferramentas básicas do desenvolvimento econômico, mas é a primeira em verbos, como: lembrar, identificar, interpretar, produzir, discu-
ferramenta a ser usada antes que outras ferramentas possam ser pos- tir, entre outros, necessários ao desenvolvimento de atividades
tas em trabalho.” (1) envolvidas no processo de ensino e aprendizagem.
O conceito da Cartografia, hoje aceito sem maiores contestações, Desse modo, para que um estudante atue como protagonista
foi estabelecido em 1966 pela Associação Cartográfica Internacional de sua aprendizagem, devem ser consideradas a progressão das
(ACI), e posteriormente, ratificado pela UNESCO, no mesmo ano: “A operações cognitivas, ou seja, primeiramente deve-se estimular
Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações a realização de processos cognitivos básicos, como memorizar,
científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de identificar e descrever, até que consigam realizar processos mais
observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para complexos, como avaliar, posicionar-se, discutir.
a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou re- Devido à sua importância na BNCC, os processos cognitivos
presentação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e norteiam os comandos das competências e habilidades, e se
socioeconômicos, bem como a sua utilização.” destacam de acordo com cada faixa etária. No que se refere à
O processo cartográfico, partindo da coleta de dados, envolve estudo, Geografia, no 6º ano, os verbos que se sobressaem nas habilida-
análise, composição e representação de observações, de fatos, fenô- des propostas são os de descrição, identificação e explicação.
menos e dados pertinentes a diversos campos científicos associados No 7º ano, predomina o comando de análise, presente também
a superfície terrestre. nos 8º e 9º anos, nos quais ainda se encontram comandos de
elaboração, associação, relação, entre outros.
(1) ONU, Department of Social Affair. MODERN CARTOGRAPHY –
BASE MAPS FOR WORLDS NEEDS. Lake Success. Assim, nos volumes desta Coleção, as categorias de análise e
IBGE. Manual técnico em Geociências: noções básicas de Cartografia. os conceitos da Geografia – espaço geográfico, paisagem, lugar,
Rio de Janeiro: IBGE, 1999. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/ região, território, sociedade, natureza, trabalho – são desenvolvi-
visualizacao/livros/liv8595_v1.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022. dos e operacionalizados de modo processual, levando-se em con-
As categorias e os conceitos são abordados ao longo dos qua- ta o nível de cognição dos estudantes e o favorecimento que a
tro volumes desta Coleção e trabalhados de modo a aproximá- temática oportuniza, sempre em consonância com as habilidades
-los da realidade vivida pelos estudantes, seja presencialmente de cada ano, determinadas pela BNCC, bem como com as dife-
(no que diz respeito, por exemplo, à sua rua, ao seu bairro ou ao rentes competências gerais de Geografia e de Ciências Humanas.
XIV
Para a Geografia, é de extrema relevância a construção desses te, pois possibilita diferenciar vozes e concatenar as palavras de
processos cognitivos a fim de alcançar os objetivos educacionais forma fluida, facilitando a compreensão do texto. Assim, deve
expostos, para os estudantes serem sujeitos ativos de sua reali- ser mobilizada com recorrência, sobretudo quando propostos
dade, sabendo analisar os fenômenos e fatos, no tempo e no es- textos mais complexos e pertencentes a gêneros textuais ainda
paço, de forma crítica, e que os associem ao próprio cotidiano, não plenamente dominados pelos estudantes. Considerando os
atuando de forma propositiva no seu espaço de vivência, articu- diferentes contextos nos quais os estudantes estão inseridos,
lando o que nele transcorre com o que se manifesta em diferentes assim como eventuais lacunas de aprendizagem, a promoção da
escalas geográficas. leitura oral compartilhada e alternada (com pausas estratégicas
Isso exposto, são explicitadas a seguir algumas operações para observações, comentários, esclarecimento de palavras cujos
cognitivas trabalhadas ao longo desta Coleção, tendo em vista significados sejam desconhecidos e a articulação com os saberes
as possibilidades que a Geografia oferece para a consecução dos prévios dos estudantes) favorece a aprendizagem entre pares e a
objetivos educacionais no processo de ensino e aprendizagem. compreensão dos sentidos do texto.
Ler e compreender o que lê é fundamental para a autonomia O conjunto de operações que compreende a análise crítica, o
dos estudantes, pois possibilita que aprendam sobre os mais di- desenvolvimento da criatividade e a proposta de soluções relacio-
versos assuntos e participem com segurança dos debates base- na-se diretamente ao que estabelece a CG2, no que se refere ao
ados em informações veiculadas por meio de diversos gêneros e pensamento crítico, científico e criativo voltado à reflexão, à inves-
suportes textuais. Além de possibilitar, processual e gradualmen- tigação e à resolução de problemas. Esse conjunto de operações
te, que os estudantes sejam protagonistas de sua aprendizagem, considera o que é fundamental para o estudante em seu processo
a leitura tem o potencial de ser inserida em seus cotidianos, como de ensino e aprendizagem: que ele seja o protagonista desse pro-
uma atividade prazerosa. cesso, analise e crie soluções para os mais variados problemas ob-
servados em seu cotidiano.
O desenvolvimento de práticas de leitura, quando incorporado
por todas as áreas de conhecimento presentes na escola, feito de No contexto da Geografia, esse conjunto de operações cogni-
forma sistematizada, levando-se em conta os diferentes níveis de tivas corresponde também à CEG5, tendo em vista o “desenvol-
cognição, tanto na perspectiva da turma como dos diferentes anos vimento de processos, práticas e procedimentos de investigação
da etapa final do Ensino Fundamental (6º ao 9º), colabora também para compreensão do mundo”, a fim de propor perguntas e so-
para os estudantes, ao longo dos anos escolares, desenvolverem luções para os problemas relacionados não apenas à realidade
habilidades específicas relacionadas a diferentes componentes dos estudantes mas também aos fenômenos naturais, socioeco-
curriculares. Essa abordagem é uma forma de promover a inter- nômicos, políticos e do meio técnico-científico e informacional de
disciplinaridade, a qual possibilita aos professores se apropriarem diferentes locais e regiões do mundo.
de conceitos essenciais sobre o letramento para a leitura, conside- Ao longo desta Coleção, são apresentadas atividades de leitu-
rando a relação dialógica e contextualizada entre leitor e texto, e ra e interpretação de charges e de outros textos visuais, de repre-
promovendo estratégias compreendidas em três momentos: antes, sentações cartográficas e de textos verbais, a fim de promover
durante e depois da leitura. Ou seja, a equipe docente, pautando análises críticas, que considerem o problema em seu devido con-
cada ano (6º, 7º, 8º e 9º), compartilha de certos referenciais teóri- texto; e de desenvolver atitudes criativas, que exigem a mobiliza-
cos sobre como ensinar a ler para além da decodificação de sinais ção de habilidades, e propositivas, que demandam muitas vezes
gráficos, combinando práticas de ensino que são mobilizadas no uma ação concreta do estudante em seu espaço de vivência, in-
cotidiano, selecionando e diversificando os gêneros textuais mais cluindo até mesmo o uso de meios virtuais, como publicações na
adequados para cada ano e componente curricular. redes sociais das quais os estudantes fazem parte.
Espera-se, portanto, que as situações didáticas que envolvem o No Livro do Estudante, essas atividades estão presentes em
trabalho com textos desenvolvam nos estudantes a habilidade da diversos momentos, e, de modo especial, na seção Interagindo
leitura inferencial, isto é, uma leitura mais profunda que o reconhe- e convivendo. Nela, é promovido, entre outros aspectos, o exer-
cimento do que está escrito de forma explícita no texto, propor- cício da cidadania no sentido de que haja um engajamento dos
cionando, portanto, a mobilização de habilidades que explorem a estudantes na busca de soluções para diferentes problemas, em
dedução, a interpretação, o levantamento de hipóteses e a con- especial sociais e ambientais, que se apresentam a eles, por meio
clusão, que, por sua vez, são inerentes à reflexão e ao pensamento de estratégias baseadas em valores éticos. Também são exigidos,
crítico, reconhecendo, dessa forma, a essência dos textos, sua or- para a promoção de análises, alguns dos princípios do raciocínio
ganização, suas partes e em que medida se articulam. geográfico, como o da conexão e analogia de fenômenos, a fim
Nesta Coleção, além do texto-base, escrito em complexidade de relacionar problemas de outros locais com o lugar de vivência
textual adequada para cada faixa etária, e considerando o estu- dos estudantes.
dante como interlocutor, os conteúdos também são abordados Outra seção que propicia a mobilização desse conjunto de
com o apoio de textos de diferentes gêneros – entrevista, repor- operações cognitivas é a Conexões, que trabalha a interdiscipli-
tagem, notícia, artigo de divulgação científica, charge, poema, naridade, seja entre os conhecimentos trabalhados nos compo-
letra de canção, etc. –, trabalhados por meio de atividades espe- nentes curriculares de Ciências Humanas, seja com outras áreas
cíficas nas distintas seções da Coleção, entre elas Contraponto, do conhecimento. Nas diversas ocorrências dessa seção, os estu-
Conexão, Trabalhando com, Conheça mais, Você sabia? e Intera- dantes são convocados a articular diferentes conhecimentos para
gindo e convivendo. compreender fenômenos, processos e fatos, a fim de, em alguns
Nas Orientações para este volume, são apresentadas orienta- casos, propor soluções para problemas de seu cotidiano.
ções pontuais para o desenvolvimento da leitura oral e comparti- Além disso, nas Orientações para este volume, são propostas
lhada, assim como da leitura individual e silenciosa, duas práticas diversas atividades complementares, algumas baseadas em tex-
complementares para a promoção do letramento. Vale destacar tos de terceiros, que demandam dos estudantes discussões e to-
que a leitura oral e compartilhada é um recurso didático poten- madas de posicionamentos.
XV
Argumentação oral e escrita 1. Decomposição do problema: exercício de dividir o problema em
partes menores. Teoricamente, busca-se facilitar a resolução do
A argumentação, seja ela oral, seja escrita, está relacionada ao
problema ao “desmontá-lo” para deixá-lo menos complexo.
objetivo educacional de avaliação, correspondendo, assim, a um
dos processos cognitivos de maior complexidade, em conjunto 2. Padronização: identificação das relações de causa e efeito, das
com outros processos, como posicionar-se, discutir e debater. ações e dos comportamentos repetitivos, desnudando sua ló-
Devido a isso, ela está presente de modo mais recorrente nos gica de ocorrência.
8º e 9º anos dos Anos Finais do Ensino Fundamental, apesar de 3. Abstração: exclusão daquilo que não é fundamental à ocor-
também constar em variados momentos nos volumes de 6º e 7º rência e ao encaminhamento da resolução do problema. Tem
anos, considerando, sempre, a temática abordada e o nível de estreita relação com a decomposição e a padronização.
cognição dos estudantes.
4. Algoritmo: ordenação do processo, sequenciamento de ações
Essa operação cognitiva se relaciona tanto com a CG7, como
ou etapas para encaminhar a resolução do problema.
com a CECH6 e a CEG6, e exige dos estudantes, primeiramente,
Considerar essas etapas no encaminhamento de algumas
um conhecimento de fatos e dados reais. Especificamente, para
situações didáticas específicas, notadamente aquelas que envol-
o componente curricular Geografia, a argumentação relaciona-se
vem situações-problema que exigem observação, análise, inter-
à compreensão das informações geográficas, como dados de-
pretação e proposição de encaminhamentos e soluções, auxilia
mográficos, socioeconômicos e ambientais, para a negociação, o
na organização, estruturação sequencial e lógica do pensamento.
debate e a defesa de “ideias e pontos de vista que respeitem e
promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversi- Essa estratégia pode, como foi muitas vezes feito nesta Co-
dade e ao outro”, conforme expõe a CEG6. leção, ser aplicada em diferentes estudos em Ciências Humanas,
nos quais se busca compreender determinado fato ou dinâmica
Além disso, a argumentação articula-se fundamentalmente com
social de forma mais concreta. Um exemplo em que ela pode-
esse componente curricular, na medida em que a Geografia se pro-
ria ser aplicada seria para investigar problemas relacionados às
põe a compreender o “onde” e o “porquê” da ocorrência dos fatos
inundações e aos alagamentos em espaços urbanos. Nesse caso,
e fenômenos. Mediante essa compreensão, o estudante deve se
primeiramente, precisaria constatar a ocorrência desses proble-
posicionar, expondo sua opinião, explicando quais ações poderiam
mas e as relações mais simples de causa e consequência (chuvas
ser realizadas para solucionar os possíveis problemas que surgem
intensas). Em seguida, seria necessário localizar e caracterizar as
em decorrência do elemento em análise.
áreas onde esses problemas são mais frequentes (áreas baixas,
Nos volumes desta Coleção, são diversas as situações que margens de cursos de água), buscando similaridades e padrões
promovem o debate de ideias entre os estudantes, explorando a (quando ocorrem, se durante todo o ano ou em alguns meses es-
contraposição de diferentes pontos de vista sobre determinada pecíficos, associando o problema aos ciclos climáticos sazonais),
temática. Isso ocorre em especial na seção Contraponto, que traz inclusive associados a outras causas desse problema (impermea-
diferentes recursos visuais e textuais, muitos deles opinativos, bilização do solo, sistema de escoamento de água ineficiente, edi-
acerca de temas comumente considerados polêmicos. ficação em área de risco, etc.). Dessa forma, seria possível promo-
Assim, no contexto da Geografia, a argumentação oral per- ver uma investigação de fato, analisando o problema por partes
mite aos estudantes desenvolver a capacidade de defender em para identificar suas causas e pensar em possíveis ações humanas
público diferentes ideias, por exemplo, que contenham valores capazes de impedi-lo ou mitigá-lo.
éticos relevantes para a conservação ambiental e para o melhor
convívio social. A argumentação escrita favorece o desenvolvi-
mento da produção textual escrita, de forma coerente e com Conhecimento: ferramenta para
concatenação de ideias, de acordo com o tema proposto para
análise, debate e posicionamento.
transformar o mundo
Conhecimento requer informação, e para a construção do
Pensamento computacional conhecimento são imprescindíveis as operações cognitivas, ou
seja, a exploração de diversas habilidades. Em Geografia, a es-
De forma simplificada, o desenvolvimento do pensamento
truturação do conhecimento tem como foco o desenvolvimento
computacional consiste na adoção de um procedimento carac- do raciocínio geográfico na perspectiva do pensamento espa-
terizado por etapas claras e concatenadas, baseadas na obser- cial. Desse modo, no ensino desse componente curricular, a rea-
vação, no estudo e na busca de relações de causa e efeito, no lidade é apresentada ao estudante considerando as habilidades,
reconhecimento de padrões, na identificação, na compreensão os temas e as competências na dimensão da espacialidade.
e resolução de problemas (ou de uma situação-problema). Ele é
Com efeito, ao se estruturar o conhecimento em Geografia,
muito similar aos princípios da lógica cartesiana da Matemáti-
levando-se em conta a reflexão crítica acerca do espaço geo-
ca, mais especificamente à formulação de algoritmos, essenciais
gráfico e a sociedade que o constrói, aliado à formação cidadã,
para o funcionamento dos computadores.
tem-se uma base fundamental não somente para compreender
Trata-se, portanto, de um encaminhamento bastante coeren- esse espaço, em suas dinâmicas, características e desigualdades,
te com um ensino que visa promover o protagonismo do estu- mas também para propor soluções aos desafios com os quais os
dante e desenvolver aprendizagens significativas, possibilitando grupos humanos se deparam para a transformação socioespacial,
o reconhecimento de um problema (ou situação-problema) em sobretudo em contextos marcados pela intolerância, pelas desi-
seu contexto (eventualmente de seu cotidiano), da sua sistema- gualdades sociais, pelas dificuldades em ter uma vida digna, com
tização e análise, de forma ativa e cientificamente embasada, acesso à saúde, à educação, à moradia, ao saneamento básico, à
para diferenciar suas partes e relacioná-las, compreendendo-o mobilidade, ao lazer, entre outros. Nesse sentido, a CG1 da BNCC
em sua totalidade. preconiza que o ensino na Educação Básica deve levar ao entendi-
A proposição da abordagem baseada no pensamento compu- mento e à explicação da realidade, tendo em vista “a construção
tacional geralmente é compreendida da seguinte maneira: de uma sociedade justa, democrática e inclusiva”.
XVI
Contextualizar os conteúdos para dar sentido à aprendizagem
Considerando o que foi exposto, ganha relevância o desenvolvimento de uma aprendizagem que contextualiza a abordagem de
temas e a sistematização de conceitos, acompanhada de propostas de atividades e organização de seções que fazem referência ao
espaço em que vive o estudante e às situações por ele vivenciadas no cotidiano.
Ao ser convidado a refletir sobre seu lugar, suas experiências de vida e os processos que observa e vivencia, o estudante sente-se
mais estimulado para as práticas escolares, pois ganha sentido o que ele aprende e, em muitos casos, favorece uma intervenção prática
no meio em que está inserido: o apreendido, fortalecido pela consciência cidadã, que permeia atitudes e valores, pode resultar em uma
ação transformadora.
[...] cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, em suas respectivas esferas de autonomia e competência, incorporar aos currículos
e às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmen-
te de forma transversal e integradora. [...]
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular:
Brasília, DF: MEC: SEB, 2018. p. 19-20.
Essas temáticas são contempladas em habilidades dos componentes curriculares, cabendo aos sistemas de ensino e às escolas, de
acordo com suas especificidades, tratá-las de forma contextualizada.
Vale salientar que a abordagem dos Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) perpassa toda a Educação Básica, do Ensino Fun-
damental ao Ensino Médio, em todos os componentes curriculares.
As representações a seguir sintetizam como a BNCC compreende e define esses temas:
BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC. Brasília, DF: MEC, 2019. p. 8.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/guia_pratico_temas
_contemporaneos.pdf. Acesso em: 11 jun. 2022.
MEIO AMBIENTE
Educação Ambiental ECONOMIA
CIÊNCIA E TECNOLOGIA Educação para o Consumo Trabalho
Ciência e Tecnologia Educação Financeira
Educação Fiscal
MULTICULTURALISMO
SAÚDE
Diversidade Cultural
CIDADANIA E CIVISMO Saúde Educação Alimentar e
Educação para valorização do
Vida Familiar e Social Nutricional
multiculturalismo nas matrizes
históricas e culturais brasileiras Educação para o Trânsito
Educação em Direitos Humanos
Direitos da Criança e do Adolescente
Processo de envelhecimento, respeito e
valorização do idoso
BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC. Brasília, DF: MEC, 2019. p. 13.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/guia_pratico_temas
_contemporaneos.pdf. Acesso em: 11 jun. 2022.
XVII
Nesta Coleção, esses temas contemporâneos são trabalhados ser humano, organizado socialmente, pela satisfação de suas
de modo contextualizado ao longo da apresentação dos conteú- necessidades e pela sua realização pessoal.
dos e estão articulados ao texto principal, às leituras complemen- O desejo de descobertas sempre acompanhou a história da hu-
tares, às seções e às atividades. A cada volume, ao menos dois manidade. Graças a esse espírito investigativo, o ser humano foi
deles são trabalhados por meio de atividades ou de projetos. As
mobilizando saberes e habilidades, criando diferentes técnicas e
propostas de estudo visam estimular a discussão sobre esses te-
produtos que permitiram sua sobrevivência e ampliaram sua ca-
mas, assim como a participação ativa dos estudantes em expo-
pacidade de compreensão de fenômenos e de processos naturais
sições, campanhas e em outros tipos de evento que envolvam a
e sociais, possibilitando o desenvolvimento das sociedades e diver-
turma e toda a comunidade escolar (outras turmas, funcionários
sas melhorias na qualidade de vida das pessoas. Nesse percurso,
da escola, familiares, moradores e comerciantes locais, etc.).
reflexão, consideração dos erros e acertos do passado, avaliação
Contudo, não há um momento específico para introduzir esses de ideias, experiências e criações acumuladas foram fundamentais
temas como tópico principal. Ao contrário, eles devem ser inte- para a estruturação de novas ideias, experiências e criações.
grados, sempre que possível, às mais diversas práticas e vivências
educativas, de modo a favorecer a formação de atitudes cidadãs Na perspectiva individual, exercitar a curiosidade é algo que
e a conscientização da complexidade da vida em sociedade. se faz desde a primeira infância. A criança, ainda muito pequena,
tem em si o desejo de fazer descobertas – a motivação intrínseca
De acordo com o documento: Temas Contemporâneos Trans-
é bem marcante – e, depois que começa a falar, muitas de suas
versais na BNCC: contextos históricos e pressupostos pedagógi-
palavras e frases buscam a compreensão por meio de questiona-
cos, temos:
mentos: Por quê?, Como?, Onde?, Quando?, Eu posso fazer isso?,
Teóricos consagrados, que se interrogam sobre o futuro e a impor- Por que aquilo é assim?, De onde veio isso?.
tância da educação, defendem a visão da necessária associação do
Com o acesso ao ambiente escolar, a busca por realizar desco-
conteúdo escolar com a realidade vivida. Consideram que a educação
bertas continua. No entanto, também passam a existir sistemati-
escolar tem responsabilidade de transformar a realidade, trabalhando
camente algumas motivações extrínsecas, em geral com roteiros
além dos conteúdos considerados clássicos também aqueles que te-
pautados por atividades, pelos trabalhos em grupo com os co-
nham uma finalidade crítica social. Educar e aprender são fenômenos
legas de turma, pelas orientações dos professores, entre outros
que envolvem todas as dimensões do ser humano e, quando isso deixa
aspectos.
de acontecer, produz alienação e perda do sentido social e individual
no viver. É preciso superar as formas de fragmentação do processo pe- Durante os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a criança se
dagógico em que os conteúdos não se relacionam, não se integram e depara com demandas de pesquisas propostas pelos diferentes
não se interagem. componentes curriculares. Com efeito, na Educação Básica, a
pesquisa é um importante recurso para o estudante reconhecer
Nesse sentido, os Temas Contemporâneos Transversais têm a condi-
o mundo, refletir sobre ele, interpretá-lo, levantar hipóteses so-
ção de explicitar a ligação entre os diferentes componentes curricu-
bre processos e fenômenos, estabelecer pontos de vista, aplicar
lares de forma integrada, bem como de fazer sua conexão com situa-
ções vivenciadas pelos estudantes em suas realidades, contribuindo
conceitos apreendidos, fazer relações, pautar condutas, mobilizar
para trazer contexto e contemporaneidade aos objetos do conheci- habilidades, conhecimentos, atitudes e valores para construir sua
mento descritos na BNCC. autonomia intelectual. Ela tem como resultado a produção de co-
nhecimento pelo estudante, que passa, assim, a ter uma postura
Dentre os vários pesquisadores que investigam e discorrem sobre a
protagonista em sua trajetória escolar, aspecto fundamental, in-
relevância e responsabilidade da educação, parece ser consenso que,
clusive, para a construção de um projeto de vida.
para atingir seus objetivos e finalidades há que se adotar uma postu-
ra que considere o contexto escolar, o contexto social, a diversidade Embora a pesquisa e, em especial a científica, concentre-se
e o diálogo. em determinados âmbitos, como no profissional e no acadêmico,
essa prática é fundamental para diversos segmentos da socieda-
[...]
de. Portanto, é papel da Educação Básica favorecer a construção
BRASIL. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contextos
históricos e pressupostos pedagógicos. MEC, 2019. Disponível em:
de noções elementares de pesquisa. De acordo com o MEC:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/
contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022. [...] é preciso que o ato de pesquisar seja compreendido também como
uma aprendizagem a ser desenvolvida. Isso demanda, dos professores,
Para nortear o trabalho do educador e ajudá-lo a identificar os
investimento e planejamento de situações de aprendizagem que fo-
Temas Contemporâneos Transversais que se relacionam com os
mentem nos estudantes o desenvolvimento, entre muitas outras, das
conteúdos estudados ou com as seções, eles são indicados nas
habilidades de:
Orientações para este volume. Essas indicações servem de base
⓿ localizar;
para promover conversas com os estudantes e também para a
realização de atividades complementares e projetos de pesquisa. ⓿ selecionar e compartilhar informações;
Nesses momentos, você poderá oferecer condições para os estu- ⓿ ler, compreender e interpretar textos com maior grau de com-
dantes construírem uma postura mais propositiva diante desses plexidade;
temas, ou seja, passando de uma atitude inteiramente reflexiva ⓿ consultar, de forma crítica, fontes de informação diferentes e
para outra, prática, com base em experiências e desafios que vi- confiáveis;
venciam no cotidiano. ⓿ formar e defender opiniões;
XVIII
Todas essas habilidades favorecerão o avanço no processo de apren- contribuir para que eles se apropriem de elementos necessários
dizagem de diferentes naturezas e em diferentes campos do conhe- para a elaboração de uma revisão bibliográfica, considerando
cimento. O mais importante é que os estudantes se reconheçam não a especificidade estado da arte (expressão que resulta da tra-
como meros consumidores de conhecimento, mas como sujeitos ca- dução literal, do inglês: state of the art). Essa, por sua vez, na
pazes de produzi-los também. [...] perspectiva acadêmica, exige levantamento sobre a produção
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base científica a respeito de determinado tema (inserido em uma área
Nacional Comum Curricular: metodologia de pesquisa na escola. do conhecimento), a fim de constatar o que se produziu sobre
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/
praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/192-metodologia-de
a temática, quem são os autores, qual é a abordagem feita, se
-pesquisa-na-escola. Acesso em: 15 maio 2022. há lacunas e, nesse caso, se é possível acrescentar mais estu-
Essas habilidades são muito importantes para a construção dos científicos mostrando se há algo inovador sendo elaborado,
de noções elementares de pesquisa, visto que elas também dialo- propiciando, assim, uma organização sistematizada do que foi
gam com diversas Competências gerais da Educação Básica, bem produzido cientificamente.
como com as Competências específicas de Ciências Humanas e Para a preparação desse tipo de pesquisa, é necessário esque-
as Competências específicas de Geografia. matizar um recorte temporal-espacial, imprescindível para delimi-
tar o período e o local ou a região do tema pesquisado. Também é
Práticas de pesquisa no Ensino Fundamental – preciso avaliar e determinar quais tipos de publicações ou fontes
Anos Finais: noções introdutórias serão levantados, por exemplo, publicações disponibilizadas em
bancos de dados na internet, livros, revistas científicas. O enca-
Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, em geral, os estudan- minhamento desse trabalho requer a elaboração de descritores –
tes têm acesso a atividades de pesquisa de forma mais sistemática, expressões ou frases específicas para as buscas –, capacidade de
compreendendo as noções básicas de algumas formas de inves- seleção do material pesquisado, leitura e produção de resumos,
tigação, tendo em vista que o contato com as diferentes áreas do proposição de uma conclusão, entre outros processos.
conhecimento permite que eles analisem o mundo de forma mais
Na adequação dessa prática de pesquisa ao nível de estudan-
completa, profunda, significativa e contextualizada. No caso das
tes de 8º ano, por exemplo, a demanda está apoiada no levanta-
Ciências Humanas, a apropriação do raciocínio espaço-temporal pos-
mento de textos jornalísticos e de instituições que tratam de um
sibilita que eles compreendam, analisem e interpretem criticamente
tema específico: Os impactos dos conflitos na África à infância.
as ações humanas e as relações sociais em diferentes contextos.
Diferentemente da pesquisa científica tradicional, que deve Análise documental (sensibilização para
seguir determinadas etapas (como embasamento teórico, mate- análise de discurso)
riais e métodos, resultados, discussão, entre outros), a pesquisa
social envolve o entendimento do comportamento das pessoas, Os textos – escritos ou imagéticos – de características e gê-
e, portanto, da sociedade, ou seja, da vida social. Nesse sentido, neros variados têm uma proposta intrínseca fundamental: estão
as metodologias utilizadas podem variar de acordo com o que se sempre alinhados com a comunicação e, portanto, interligam um
pretende analisar nos diferentes contextos sociais. produtor (ou emissor) e um receptor, ou seja, os que elaboram
os textos e os que os leem e interpretam. Entre esses textos po-
Assim, para os estudantes dessa etapa do Ensino Básico, a pes-
dem ser destacados textos jornalísticos (publicados em jornais e
quisa é necessária para que eles mobilizem habilidades e conheci-
revistas), livros de variados tipos (que reúnem crônicas e diários,
mentos, se tornem sujeitos ativos de sua realidade e aprendizagem,
romances), cartas, filmes e documentários, fotografias, quadros e
assumindo o protagonismo na transformação social e no desenvol-
pinturas, entre outros exemplos.
vimento das competências relativas à ação responsável e cidadã.
Essa prática de pesquisa tem estreita relação com a CG1, CG2,
No caso específico da Geografia, considerando que seu foco é
CG4 e CG5 da BNCC. Assim, desenvolver no estudante sua capaci-
o estudo da produção e da organização do espaço geográfico, a
dade de analisar documentos, levando-se em conta os elementos
pesquisa é de extrema relevância para o entendimento da corre-
que expressam a visão do seu elaborador, as estratégias e recur-
lação entre os elementos naturais e os sociais. Ela é um subsídio
sos que utilizou, os valores que o permeia e o contexto histórico
para buscar respostas para o que a Geografia se propõe a fazer:
em que está inserido, é uma forma de ensiná-lo a selecionar fon-
compreender o “onde” e o “porquê” de um fenômeno ou processo
tes confiáveis, que não contenham informações falsas (fake news)
na realidade. Ela deve descrever os elementos do fenômeno e do
ou discursos que propagam o ódio, textos que carecem de bases
processo em diversos aspectos e, a partir disso, explicar de que
argumentativas ou que sejam pautados pelo senso comum. Essa
forma eles se relacionam, levando-se em conta as relações entre
dinâmica terá um efeito positivo na formação de um perfil de es-
as sociedades e a natureza – as características da formação vege-
tudante crítico e propositivo. Além disso, ao desenvolver as capa-
tal, do solo, do clima, da geomorfologia, entre outras.
cidades de análise, reflexão e interpretação, o estudante terá mais
Considerando o exposto, é importante ressaltar a necessidade facilidade de se apropriar de estratégias para desenvolver, de for-
de se apresentar aos estudantes noções básicas, e, portanto, intro- ma reversa, a competência argumentativa, pois compreenderá a
dutórias, de algumas metodologias de pesquisa, que serão explici- linha de raciocínio, o embasamento e os argumentos que os auto-
tadas a seguir e sistematizadas em suas ocorrências nos volumes res dos documentos empregam. Essa prática pode ser exercitada
desta Coleção, tanto no Livro do Estudante como nas Orientações ao longo de toda a Coleção e está proposta, de forma introdutó-
para este volume. Além dos momentos específicos em que serão ria, em algumas atividades. Seu encaminhamento é sugerido nas
trabalhadas de maneira mais pautada, esquematizadas com passo Orientações para este volume.
a passo, noções elementares de pesquisa social estão presentes
em outras situações ao longo dos quatro volumes. Construção e uso de questionários
Quando se fala em pesquisas, um recurso muito utilizado para
Revisão bibliográfica (estado da arte)
o levantamento de informações é o questionário. O objetivo des-
Levando-se em conta o estágio cognitivo dos estudantes, a se recurso nas práticas de pesquisa social está alinhado com a
aproximação com esse tipo de pesquisa nesta Coleção objetiva obtenção de opiniões, interesses, experiências, entre outros.
XIX
O uso de questionários tem algumas vantagens. Por exemplo, res apresentam em relação ao impacto que determinado produto
em entrevistas, ele ajuda a manter o anonimato, possibilita alcan- ou obra de arte provoca na vida deles.
çar um número maior de pessoas (que, inclusive, têm mais tempo No caso da Geografia, interessa de forma mais singular as
para elaborar as respostas) e auxilia na compreensão de uma re- transformações que o produto provoca nas relações sociais, no
gião bastante ampla ou mesmo uma escala nacional, pois as res- modo de consumo e no cotidiano das pessoas, o que afeta esco-
postas podem ser encaminhadas via Correios, por e-mail ou por lhas econômicas e políticas de diversos Estados-nação. Por isso,
meio de formulários digitais. Neste último caso, há plataformas nesta Coleção, o estudo de recepção explora contextos como o
que, inclusive, apresentam sínteses das respostas (tabulação), auxi-
da globalização e os efeitos da indústria cultural, no que se refere
liando na obtenção de dados e informações. No entanto, o questio-
à música, aos modos de vestir e de consumir, entre outros exem-
nário também apresenta limitações: não é acessível a pessoas não
plos. Atividades pontuais exploram essa prática de forma preli-
alfabetizadas, dificulta a checagem dos dados e informações, po-
minar, e orientações específicas sobre como encaminhá-las são
dem ter índices baixos de resposta, entre outros fatores limitantes.
encontradas nas Orientações para este volume.
Assim, apesar de ser uma prática simples dentro da proposta
de coleta de dados e informações (sejam quantitativas ou quali-
Observação, tomada de nota e construção de relatórios
tativas), a elaboração de um questionário na perspectiva da pes-
quisa social de caráter científico requer alguns cuidados, como A prática de pesquisa organizada em observação, tomada
uma pauta bem elaborada, com perguntas assertivas, uma vez de nota e construção de relatórios está alinhada ao trabalho de
que o elaborador do questionário não estará frente a frente com campo, que mobiliza os estudantes a desenvolver habilidades
a pessoa que vai responder às questões propostas. relacionadas à observação, investigação, comparação, interpre-
Essa prática de pesquisa de forma mais elaborada e pautada tação, análise, relação e síntese. A referida prática exige um pla-
está presente no volume de 6º ano, na seção Como fazer, mas nejamento minucioso e deve envolver não somente estudantes,
também poderá ser aplicada no trabalho com os demais volu- como professores, coordenação e direção da escola, além dos
mes desta Coleção, cabendo, apenas, que sejam feitos ajustes familiares.
para cada temática e objetivo pautado pelo professor. Algumas Comumente, essas etapas acontecem antes, durante e depois
das estratégias desenvolvidas para essa prática de pesquisa da saída para o campo propriamente dita. Antes da saída, é ne-
também podem nortear, com as devidas adequações, o encami- cessário definir com os estudantes quais são os objetivos da ativi-
nhamento de outras práticas presentes nesta Coleção, como a dade de campo, considerando os aspectos relacionados à obser-
observação, a tomada de notas, a construção de relatórios e a vação, à tomada de nota, à construção do relatório e aos outros
realização de entrevistas. componentes curriculares que podem ser envolvidos. O professor
pode convidar outros docentes para, juntos, traçarem essa eta-
Estudo de recepção (de obras de arte e de produtos da pa do planejamento e elaborarem materiais a serem previamen-
indústria cultural) te entregues aos estudantes, servindo de apoio à pesquisa e de
orientação para observação do local visitado, conforme objetivos
Nesta metodologia de pesquisa, o foco do estudo recai sobre
traçados. Nessa etapa, também é preciso definir o local a ser pes-
o receptor da mensagem. Nesse sentido, o estudo de recepção
quisado, conhecer os horários em que pode ser visitado e as re-
busca analisar quem comunica a mensagem, por que a comunica
e, sobretudo, para quem ela se destina e qual é o efeito social ou gras a serem seguidas durante visitas de grupos de estudantes,
cultural que se deseja produzir. Para entender esse efeito, deve-se se for o caso, o modo de deslocamento mais seguro até o local,
considerar que cada receptor reage de determinada forma, de- entre outros cuidados.
pendendo do contexto em que se encontra (social, familiar, nível Durante a visita, é necessário acompanhar os estudantes, a fim
de escolaridade, crença, sexo, cor ou raça, entre outros). Desse de que os objetivos traçados sejam cumpridos. Cuidados com a
modo, é preciso reconhecer que esse receptor não é um ser pas- segurança e o cumprimento de horários e combinados devem ser
sivo, mas que ele interage com tudo aquilo que um produto/obra aspectos observados e priorizados. Caso julgue necessário, orga-
de arte comunica e representa. nize a turma em grupos, deixando cada um deles responsável pela
Assim como em outras formas de pesquisa, o estudo de re- observação e pela tomada de notas sobre determinados aspec-
cepção deve ser realizado com base em algumas etapas, ainda tos do objeto de estudo investigado.
que simplificadas. Primeiramente, é necessário definir o objeto do Após a visita, os estudantes poderão trocar suas impressões
estudo, ou seja, o produto (obra de arte) a ser analisado. Em se- e descobertas em relação ao local visitado. Além disso, deverão
guida, deve-se atentar à forma de encaminhamento da pesquisa, identificar o que ainda é necessário pesquisar para que os obje-
que pode ser realizada de diversos modos, por meio de questio- tivos do trabalho de campo sejam atingidos e para elaborar um
nários ou de entrevistas, nos quais as perguntas devem buscar relatório da atividade. Essa prática pode ser realizada com base
entender qual o significado, a interação e o impacto que o objeto nos temas presentes em todos os volumes desta Coleção.
do estudo causa em quem o recebe. Para o encaminhamento des-
sa etapa, é importante que os estudantes tenham conhecimento Entrevistas
do objeto de pesquisa e do contexto histórico-cultural em que
ele se insere. Essas informações podem ser compartilhadas com A entrevista, inclusive como prática de pesquisa social, é uma
o receptor no momento da coleta de dados, sendo esta a terceira conversa entre duas ou mais pessoas – entrevistador(es) e entre-
etapa da pesquisa. vistado(s) – em que são feitas perguntas pelo(s) entrevistador(es)
Por fim, a fase final abrange a análise e a apresentação dos de modo a obter informações do(s) entrevistado(s).
dados levantados. Considerando que se trata de estudantes dos De forma semelhante ao questionário, a entrevista permite a
Anos Finais do Ensino Fundamental, pode-se propor o compar- coleta de dados e informações, mas tem a vantagem de poder ser
tilhamento em sala de aula das informações obtidas a partir da realizada com pessoas sem nenhum grau de instrução. Além disso,
interação com os receptores. Uma opção é comparar os dados, a possibilita que o entrevistador analise as reações do entrevistado,
fim de verificar as diferenças que os diversos grupos de recepto- quando esse procedimento é realizado de forma presencial.
XX
Contudo, existem diferentes formas de se realizar uma entre- rando um período determinado de postagens, ou de dois tipos de
vista. Quando há um roteiro de perguntas previamente elabora- discursos.
das para serem feitas ao(s) entrevistado(s), trata-se de uma en- Como última etapa, os dados devem ser sistematizados para
trevista estruturada ou padronizada. A entrevista que não tem comparação das informações obtidas e os resultados comparti-
esse roteiro é chamada de não estruturada. Nesse caso, depen- lhados na turma.
dendo das circunstâncias, conforme as respostas dadas pelo(s)
Ao longo dos volumes desta Coleção, são sugeridas análises
entrevistado(s), o entrevistador vai adequando as perguntas para
melhor atender aos objetivos da entrevista. Entretanto, indepen- de imagens para a compreensão da multimodalidade do discurso
dentemente da prática adotada, é muito importante que os ob- e, em específico no volume do 9º ano, é proposta uma atividade
jetivos sejam previamente delineados, a fim de que a entrevista de análise das métricas das mídias com relação aos influencers,
consiga atingi-los de maneira mais satisfatória. considerando o papel que eles têm na sociedade do consumo.
XXI
mais organizada seus processos de ensinar e aprender. Essa perspecti- [...] a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
va exige uma prática avaliativa que não deve ser concebida como algo
[...] avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
distinto do processo de aprendizagem. prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos re-
Entender e realizar uma prática avaliativa ao longo do processo é pau- sultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
tar o planejamento dessa avaliação, bem como construir seus instru- [...].
mentos, partindo das interações que vão se construindo no interior da BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9 394,
sala de aula com os estudantes e suas possibilidades de entendimen- de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF: MEC, 1996. Disponível em:
tos dos conteúdos que estão sendo trabalhados. http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/lei9394.pdf.
Acesso em: 11 jun. 2022.
[...]
É importante destacar que a avaliação determinada pela LDB
FERNANDES, Cláudia de Oliveira; FREITAS, Luiz Carlos de. Indagações
sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília, DF: MEC: SEB, 2007.
passou a ter um caráter político e social, contrapondo-se à práti-
p. 20. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/ ca educacional antiga, de caráter puramente técnico, certificado-
indag5.pdf. Acesso em: 11 jun. 2022. ra, realizada após as práticas de ensino para verificar o que cada
Assim, entendemos que, além de ser um processo contínuo, a estudante “aprendeu” (esta prática avaliativa é denominada so-
avaliação deve, em termos de conteúdo, abranger as ações didáti- mativa ou cumulativa). Desse modo, o caráter de regulação do
cas abordadas durante o trabalho com os conteúdos e ser plane- processo de aprendizagem deve predominar sobre o quantitativo
jada de acordo com os objetivos de aprendizagem. Esses objetivos e o classificatório, sendo necessário adotar variadas estratégias
são, de modo geral, voltados à compreensão e à operacionalização avaliativas para medir o progresso individual e contínuo, favore-
de conceitos, princípios, procedimentos, valores e atitudes. cendo o desenvolvimento intelectual dos estudantes e preservan-
do a qualidade necessária à sua formação escolar.
É importante salientar que não se trata simplesmente de ava-
liar o desenvolvimento do estudante, mas o próprio processo Nesse contexto, a avaliação passa a estar a serviço da apren-
de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a avaliação deve ser dizagem, ocorrendo ao longo do processo de ensino e aprendi-
capaz de indicar as alterações necessárias no processo, tornan- zagem e tendo caráter formativo, sendo denominada avaliação
do mais eficaz o trabalho do professor e mais significativa a ex- formativa ou processual. O acompanhamento contínuo das ati-
periência do estudante com a construção do conhecimento. Ela vidades realizadas em sala, a observação atenta do professor, os
deve constituir um instrumento dinâmico de retroalimentação sis- canais de comunicação e discussão com os estudantes são exem-
têmica para o docente, de modo a otimizar, durante o processo, o plos de meios para se conduzir a avaliação formativa. E, conside-
rando a centralidade do diagnóstico dos conhecimentos prévios
desenvolvimento de habilidades e competências.
dos estudantes para, a partir deles, se planejar diferentes situa-
Também é essencial que o professor construa uma relação com ções didáticas adequadas às necessidades e possibilidades de
seus estudantes, na qual a avaliação seja vista como um meio aprendizagens deles, a proposição de avaliações iniciais, diagnós-
para promover a aprendizagem e mediadora de suas devolutivas, ticas, são coerentes com o processo de avaliação formativa.
ou seja, que as avaliações, sejam elas provas, testes, trabalhos ou
qualquer outro instrumento avaliativo, não sejam a finalidade do
Vestery/Shutterstock
ensino, mas que sirvam para mediar o diálogo entre professor e
estudante para reconhecer lacunas e promover estratégias para
sua superação. Veja:
XXII
Outro aspecto importante a ser considerado no processo de ⓿ realização de projetos;
avaliação é a garantia da clareza em relação aos objetivos espe- ⓿ autoavaliação escrita ou oral;
rados em cada atividade e aos critérios que devem ser considera- ⓿ entrevista individual com os estudantes.
dos. Além disso, valorizar a participação dos estudantes, respeitar
suas particularidades (considerando o desenvolvimento de suas Vale ressaltar que as situações formais de avaliação represen-
competências socioemocionais) e encarar dúvidas e erros como tam geralmente um grande desafio para os estudantes, portanto,
momentos de avaliação são práticas que estimulam a queda de sugerimos a você que avaliações por meio de testes e trabalhos,
barreiras afetivas, a autoconfiança, a superação de dificuldades e por serem mais pontuais, tenham seus resultados sempre integra-
dos a outras formas de avaliação mais abrangentes, comprometi-
a valorização das conquistas.
das com a formação integral dos estudantes.
Quanto ao conteúdo, os critérios da avaliação devem contem-
No caso da observação constante, esta permite verificar o grau
plar tanto a operacionalização de conceitos quanto a mobilização
de comprometimento de cada estudante com as tarefas propostas,
de processos cognitivos, procedimentais e atitudinais. Isso signi-
não como instrumento de comparação entre eles e de atribuição
fica que, além do desenvolvimento das capacidades de conhecer,
de valores, mas para verificar o desenvolvimento individual. Assim,
aplicar e comparar os conceitos de Geografia, é importante ava-
recursos como a autoavaliação, a avaliação entre pares e o trabalho
liar as atitudes e os valores construídos pelos estudantes, bem
com projetos em grupo são importantes ferramentas, pois favore-
como a postura crítica deles diante da realidade e o discernimen-
cem a observação crítica e a reflexão de cada um sobre seu próprio
to quanto às ações adequadas para a preservação do patrimô-
desenvolvimento em relação ao estudo e à aprendizagem.
nio sociocultural e a adoção de valores éticos nas relações com
a natureza. Você ainda encontrará, nas Orientações para este volume, su-
gestões de momentos e formas de avaliação complementares,
Entendendo e assumindo que a avaliação é um processo per-
associadas às propostas de desenvolvimento dos temas, seções
manente e contínuo, ela será parte do cotidiano dos estudan- e atividades de cada unidade e capítulo, bem como sugestões de
tes nas aulas de Geografia. Assim, é importante que eles sejam condução de aula e estratégias de estudo que podem ser eficien-
habituados às avaliações e que você compartilhe o que espera tes, considerando o tema trabalhado.
que aprendam. Retomar conhecimentos prévios sobre os temas
trabalhados antes do estudo ser realizado, rever e sistematizar Propostas de avaliação nesta Coleção
os principais conteúdos tratados são algumas sugestões. Aqui, o
caderno de anotações tem papel fundamental. Nele, você poderá Avaliação diagnóstica
solicitar aos estudantes que:
Um encaminhamento bastante importante, considerando as
⓿ registrem aquilo que já sabem sobre o tema a ser estudado,
teorias cognitivistas da aprendizagem, implica em diagnosticar
suas hipóteses e explicações prévias; dúvidas e curiosidades
o que o estudante sabe sobre o conteúdo de ensino, para ati-
com relação ao tema de estudo;
var seus conhecimentos prévios e favorecer o estabelecimen-
⓿ façam anotações sobre o que foi visto em cada unidade ou de- to de relações e problematizações cognitivas, potencializando
batido em cada uma das aulas, criando uma espécie de resumo a aprendizagem. No contexto pós-pandêmico (relacionado à
do assunto discutido e das opiniões e conclusões às quais a covid-19), identificar as eventuais lacunas de aprendizagens, que
turma chegou; tenderam a crescer no período, é fundamental para planejar a
⓿ escrevam textos pessoais sobre aquilo que mais gostaram ação pedagógica, mapear as diferenças e semelhanças entre os
de aprender ou sobre aquilo que ainda sentem dificuldade estudantes e promover situações didáticas adequadas, assim
de compreender. Eles podem recorrer a desenhos e mapas como desafios que sejam realizáveis e que ampliem o desenvol-
conceituais como forma de representar suas produções e vimento cognitivo.
aprendizagens. Outra alternativa é que esses materiais sejam À medida que conversa com os estudantes sobre as questões
produzidos em duplas ou grupos, como se fosse um diário de apresentadas, também podem ser analisados aspectos relaciona-
estudo da turma. dos à saúde mental deles, considerando possíveis desconfortos
emocionais atrelados ao longo período de isolamento social re-
Diferentes instrumentos de avaliação sultante da pandemia da covid-19.
Para que possa espelhar os resultados obtidos pelo estudante Há nos volumes desta Coleção, de forma estruturada e forma-
nos vários momentos e desafios de sua aprendizagem, é impor- lizada, algumas situações especialmente planejadas para o diag-
tante que a avaliação seja feita de maneira constante e por meio nóstico da aprendizagem. A primeira delas é a seção Ponto de
de instrumentos, estratégias e processos variados, coerentes com partida, no início de cada volume, na qual são propostas ques-
os conteúdos que são objeto de ensino, como fatos e conceitos, tões escritas que visam avaliar a aprendizagem considerando
procedimentos e atitudes. Ou seja, para cada tipo de conteúdo habilidades desenvolvidas no ano anterior e que favorecem as
há instrumentos de avaliação mais adequados para explicitar a aprendizagens para o ano letivo vigente. A seção de abertura de
aprendizagem dos estudantes. Também devem ser propostos em unidade e Para começar (início de capítulo) também foram pensa-
momentos e situações mais adequados e já serem de conheci- das com esse propósito, porém os conhecimentos são explorados
mento deles. Alguns exemplos são: de forma oral, dialogada e coletiva.
⓿ provas escritas (dissertativas ou objetivas), sem ou com con-
Avaliações de processo
sulta, individual, em dupla ou em grupo;
⓿ elaboração de trabalhos escritos ou manuais; No Livro do Estudante, são incluídas variadas propostas de
atividades, compreendidas em suas diferentes seções, que pos-
⓿ apresentações orais, comunicação de pesquisas, seminários
sibilitam a avaliação constante e processual da aprendizagem.
temáticos;
Toda atividade é uma oportunidade para você avaliar a apren-
⓿ rodas de conversa; dizagem do estudante em relação à situação didática planejada
⓿ construção e análise de portfólios; e executada. Do mesmo modo, trata-se de um momento para o
XXIII
próprio estudante refletir sobre seu percurso e pensar sobre o que
6º ANO
é necessário fazer para aprender.
Ao longo dos capítulos, são propostas muitas atividades na UNIDADE 1 Nº DO ESTUDANTE (CHAMADA)
seção Explore, que favorecem, de forma pontual e constante, o OBJETIVOS
diagnóstico da evolução da aprendizagem dos estudantes, de (BNCC E
forma processual. Ao final do capítulo, na seção Atividades, são 1 2 3 4 5 6 7 8 9
COMPONENTE
propostas questões que possibilitam exercitar e retomar os con-
CURRICULAR)
teúdos trabalhados, servindo também para sistematizar, avaliar
e ampliar aprendizagens. Essa retomada auxilia os estudantes a 1. (EF06GE01) PL PL PA
identificar seus pontos fortes e fracos, assim como o professor a
2. (EF06GE02) PL PL PA
identificar lacunas, esclarecer dúvidas, orientar no estudo e criar
novas oportunidades de aprendizagem, por meio de materiais de 3. (EF06GE03) PA PL NA
apoio e planejamento de atividades complementares. 4. (EF06GE06) PL PL PL
Ao final de cada unidade, a seção Ponto de checagem traz ati-
5. (EF06GE08) PL PA NA
vidades para serem encaminhadas, preferencialmente, de forma
individual e por escrito, avaliando a aprendizagem das principais 6. (EF06GE09) PL PL PA
habilidades trabalhadas nos capítulos e fornecendo informações
Essa tabela apresenta o desempenho de três estudantes de
essenciais para planejar atividades de recuperação ou encami-
uma turma hipotética. Ao analisar as informações, é possível per-
nhar os conteúdos a serem trabalhados na próxima unidade.
ceber que os estudantes 1 e 2 atingiram plenamente os objeti-
vos de aprendizagem da maior parte das habilidades, mantendo,
Avaliação de resultado
cada um, apenas uma habilidade com os objetivos de aprendiza-
Finalizando cada volume, a seção Ponto de chegada apresen- gem parcialmente atingidos. O terceiro estudante requer maior
ta outro conjunto de atividades com a finalidade de avaliar as atenção do professor, visto que em apenas uma habilidade ele
habilidades e os conteúdos previstos para o ano. Essas questões apresentou nível pleno de aprendizado, além de que em duas de-
fornecem dados essenciais para encaminhar atividades de recu- las o desempenho foi insatisfatório.
peração ao final de cada ano letivo vigente e para orientar no Essas tabelas e planilhas também podem ser personalizadas
planejamento do estudo de Geografia para o ano seguinte. de diferentes formas, dependendo da necessidade de cada pro-
fessor e de cada momento a ser analisado. Por exemplo, ele pode
Monitoramento e registro apresentar a tabulação do desempenho dos estudantes a cada
Coerente à avaliação processual e formativa é o registro do capítulo, ou pelo conteúdo trabalhado. Para adequar o recurso a
desempenho dos estudantes, discriminando conteúdos e habili- cada um desses objetivos, basta alterar as informações disponí-
dades construídas ou em construção, a fim de favorecer o acom- veis na primeira coluna, adaptando-as para a realidade desejada.
panhamento das evoluções individuais e coletivas. Há diferentes
recursos que podem ser mobilizados para isso, a exemplo dos
quadros de registro e de monitoramento da aprendizagem, nos
quais são inseridos indicadores variados para acompanhar o
processo de aprendizagem de cada estudante. Esses quadros,
Stmool/Shutterstock
XXIV
A ficha de autoavaliação deve ser criada com base em cada momento de trabalho, podendo apresentar grande variedade de pontos a
serem analisados. A seguir, apresentamos um modelo pensado para ser aplicado após a execução de uma atividade em grupo.
EXPOSIÇÃO DOS CONTEÚDOS: Ao longo da última quinzena, promovemos uma atividade em grupo de produção da maquete de uma bacia hidrográfica. A con-
fecção da maquete foi orientada em sala de aula pelo professor e os grupos se organizaram para realizar a atividade. Na sequência, o produto foi apresentado à
turma, que pôde conhecer todos os elementos que o compõe. Agora, exponha suas impressões sobre sua atuação no trabalho.
Autoavaliação
Considerando minhas respostas na Ficha de Autoavaliação, que itens preciso aprimorar em uma próxima atividade semelhante? De que forma pretendo alcançar
tais objetivos?
XXV
dos e suas relações com as habilidades e competências previstas liados por meio de questões de múltipla escolha e em suporte di-
para cada ano e componente curricular. Nas mudanças programa- gital, o que pode implicar em outros desafios para aqueles que
das, está previsto que as provas serão personalizadas, com per- não estão habituados a essas situações e, eventualmente, até
cursos avaliativos alterados a partir das respostas do estudante a mesmo interferir em seu desempenho.
cada questão, o que será possibilitado pelo suporte digital. Salientamos que a articulação dessas avaliações com esta
Diante dessas informações, é importante ter acesso à mais re- Coleção não se restringe à preparação dos estudantes para ati-
cente publicação da Matriz de Referência de Ciências Humanas – vidades envolvendo simulados e provas de múltipla escolha. A
Anos Finais – Saeb, sob responsabilidade da Diretoria de Avalia- proposta desenvolvida no material colabora, inclusive, com o de-
ção da Educação Básica (Daeb), disponível no site do Inep, a fim senvolvimento de capacidades necessárias para a obtenção de
de conhecer quais conteúdos serão objeto de avaliação em cada bons índices nesse tipo de prova, sendo estes, consequência do
ano. Também é relevante considerar que os estudantes serão ava- que é construído na escola.
Texto principal
Com linguagem e abordagem adequadas à faixa etária a que se destina, o texto principal
esclarece os temas e os conceitos em seus vários aspectos, de forma analítica e gradativa,
sempre proporcionando o desenvolvimento das Competências gerais, específicas e das habili-
dades destinadas para cada ano a que se destinam os volu-
mes. Ele é exposto com o auxílio de:
⓿ recursos visuais variados – ilustrações, fotografias, ta-
belas, gráficos, representações cartográficas, esquemas,
sempre que necessário, acompanhados de legenda expli-
cativa que contextualiza ou articula o recurso ao texto;
⓿ boxe Explore – traz atividades de análise, leitura, interpre-
tação, reflexões sobre temas relacionados ao texto-base e
também representações diversas, como mapas, gráficos e
fotografias.
⓿ boxe Glossário – apresenta definições de sentidos de termos
cujos significados podem ser desconhecidos dos estudantes;
XXVI
⓿ boxes Biblioteca/Na tela – sugestões de livros, sites, aplicativos para smartphones, podcasts,
vídeos e filmes relacionados aos temas trabalhados, para que o estudante amplie seu conheci-
mento sobre eles.
Contraponto
Presente em todas as unidades, esta seção visa desenvolver a
argumentação oral e escrita dos estudantes, por meio da apre-
sentação de textos opinativos e de recursos visuais com diferentes
abordagens ou opiniões sobre determinado tema. Essa proposta
estimula os estudantes a reconhecer diferentes pontos de vista so-
bre um assunto, desenvolver e praticar a leitura inferencial e a se po-
sicionar diante de questões relacionadas à temática em discussão,
estimulando a formação de opiniões e a construção de argumentos
cientificamente pautados. O encaminhamento das atividades pode
favorecer debates e discussões em sala de aula, muitos deles rela-
cionados aos temas contemporâneos transversais, possibilitando ao
professor acompanhar e avaliar o desenvolvimento de habilidades e
competências por parte dos estudantes. A proposta descrita favore-
ce o trabalho com a CG7, a CECH6 e a CEG6.
Conexões
Com a proposta de conduzir a construção do conhecimento, por meio de diferentes formas
de organização interdisciplinar, esta seção está presente em todas as unidades e traz uma
considerável variedade temática, a fim de possibilitar a conexão da Geografia com outros com-
ponentes curriculares presentes na matriz curricular dos Anos Finais do Ensino Fundamental.
Em diversas oportunidades, como forma de ampliar o aprendizado significativo na Educação
Básica, são apresentados fenômenos, fatos ou situações que articulam a teoria e a prática,
conduzindo o estudante a resolver problemas do cotidiano que exigem a articulação de sabe-
res de distintos campos do conhecimento. Essa proposta permite o desenvolvimento da CG2,
da CECH6 e da CEG1.
Na trilha da Cartografia
Presente em todos os volumes desta Coleção, esta seção foi elaborada
com o objetivo de desenvolver a alfabetização cartográfica. Para isso,
são exploradas desde noções cartográficas elementares, dando sequên-
cia aos estudos iniciados nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, até a
construção de maquetes, leitura de mapas para localização e interpreta-
ção de fatos e fenômenos, correlação de mapas temáticos, interpretação
de imagens de satélite, anamorfoses geográficas e cartogramas, utiliza-
ção de recursos cartográficos digitais, elaboração de croquis cartográfi-
cos para espacialização de fatos e fenômenos.
Esse estudo cartográfico é feito de maneira sistematizada, buscando
o desenvolvimento do pensamento espacial e levando em consideração
o estágio cognitivo dos estudantes. Dessa forma, várias habilidades são
retomadas a partir de diferentes temas e em variados graus de comple-
xidade e de aprofundamento.
Outro aspecto fundamental dessa seção está relacionado ao tra-
balho com as representações cartográficas, que é feito de modo
articulado aos temas abordados no capítulo. Desse modo, estimula
os estudantes a ter uma compreensão mais clara da organização e do funcionamento do espaço
geográfico e, por conseguinte, a exercitar o pensamento espacial e aplicar os princípios do racio-
cínio geográfico, desenvolvendo a CECH7 e a CEG4. Dessa maneira, os estudantes compreendem
a importância da Cartografia para a leitura e a compreensão do território, e, consequentemente,
para uma intervenção e atuação consciente no mundo, em sua escala local, com a devida correla-
ção multiescalar.
Embora tenha grande destaque no processo de alfabetização cartográfica, o trabalho sugerido
nesta seção é complementado pela leitura e pelo estudo de diversos mapas e gráficos, presentes
ao longo do texto principal e em diversas seções. Muitas dessas representações são exploradas por
meio de atividades, as quais também contribuem para que os estudantes aprimorem a capacidade
interpretativa da linguagem cartográfica e desenvolvam uma melhor compreensão da relação entre
o espaço e suas formas de representação, tendo em vista as distintas intencionalidades, subjetivida-
des e propósitos que envolvem o processo de elaboração dessas representações.
XXVII
Conheça mais
Seção organizada em uma dupla de páginas que tem como objetivo
promover as aprendizagens por meio da articulação de diferentes elemen-
tos imagéticos, como infográficos, linhas do tempo, esquemas, gráficos,
fotografias, entre outras imagens, e desenvolver a comunicação por meio
da exploração da linguagem cartográfica, gráfica e iconográfica, presen-
tes na CG4, na CECH7 e na CEG4.
Interagindo e convivendo
Esta seção mobiliza diversas competências, por meio da leitura de tex-
tos e de imagens que apresentam situações-problema e permitem colo-
car em prática o exercício da cidadania, a formação ética e a valorização
das minorias sociais, destacados na CG10. Trabalha a CG7, que destaca o
exercício da argumentação – que permeia a sensibilização e o engaja-
mento em propostas que possibilitem superar os problemas sociais e
ambientais – na qual são mobilizados conhecimentos, atitudes e valo-
res, atributos essenciais para o desenvolvimento da empatia e da co-
operação, articulando-se também à CG9. A seção também estimula a
interação e o reconhecimento das diferenças entre os indivíduos, porém
sempre pautadas na valorização do bom convívio social, o que repercute
no combate aos diversos tipos de violência e de intimidação, possibilitan-
do o tratamento do autoconhecimento e do autocuidado, focos da CG8.
Você sabia?
Incorporada ao texto principal, esta seção apresenta textos de fon-
tes e autorias variadas, com informações que ampliam ou problemati-
zam temas abordados no capítulo. Como se trata de uma ampliação do
conteúdo, pode ser indicada para toda a turma ou apenas para determi-
nados grupos de estudantes, sempre com o propósito de avançar com
a CG1, que trata da valorização e da utilização dos conhecimentos para
entender e explicar a realidade.
Trabalhando com
Esta seção, presente em todos os capítulos, visa mobilizar diferentes processos
cognitivos por meio da exploração de um ou mais recursos textuais e/ou imagéti-
cos, como textos narrativos, letras de canções, charges, fotografias, poesias, mapas,
gráficos e infográficos, proporcionando, em diversas situações, a ampliação do re-
pertório cultural e da comunicação do estudante e favorecendo o desenvolvimento
da CG3 e da CG4. A interdisciplinaridade também está presente nessas propostas, de
forma direta ou indireta, o que, dependendo da temática, pode contemplar aborda-
gens relacionadas aos Temas Contemporâneos Transversais, permitindo o debate e a
busca pela resolução de problemas cotidianos, sempre com o propósito de dar significa-
do aos conceitos científicos trabalhados em sala de aula. De acordo com a quantidade
de estudantes na turma, a seção pode indicar que o trabalho seja realizado de forma
individual ou em grupo, desenvolvendo diferentes habilidades, como leitura, observação,
análise, comparação, identificação e síntese.
Para começar
Além do texto básico, os capítulos são compostos de diferentes recursos. Isso
possibilita um ensino mais dinâmico e orientado, além de oferecer maior autono-
mia para adaptação do material à realidade de cada turma. Todos os capítulos são
iniciados com uma proposta de atividade em que são combinados recursos visuais
(fotografias, obras de arte, mapas, gráficos, tabelas, infográficos, charges) com ati-
vidades orais ou escritas a serem desenvolvidas em sala de aula. As questões esti-
mulam reflexões sobre os conteúdos que serão tratados no capítulo e, ao mesmo
tempo, exploram os conhecimentos prévios dos estudantes.
Assim como ocorre na abertura de unidade, a abertura de cada capítulo propicia
uma oportunidade para o estudante opinar, argumentar e trocar ideias, desenvol-
vendo habilidades de observação, comparação, reflexão, discussão, análise crítica,
criativa e propositiva, relacionadas à CG7. Essa seção também propõe situações di-
dáticas que propiciam o levantamento de hipóteses pelos estudantes, permitindo
XXVIII
que eles mobilizem aquilo que já sabem e, posteriormente, confrontem esse conhecimento com os
conteúdos tratados no capítulo, ampliando seus atributos com a CG1.
Eixos do capítulo
Ao final de cada capítulo, um esquema com conexões em fios e setas, mostra a relação entre
os principais temas e conceitos trabalhados. Esse modelo de visualização dos conteúdos estuda-
dos no capítulo oferece condições de se retomar passagens essenciais, permitindo ao estudante
um padrão de pensamento conectado e identificação de padrões, reforçando a interpretação e
as relações entre os temas e conceitos tratados.
Atividades
Ao final de cada capítulo, há uma seção com atividades diversificadas que se
organizam em dois tipos: retomar e exercitar. A proposta do bloco de questões do
grupo Retome é de resgatar conteúdos e conceitos estudados no capítulo, propon-
do ao estudante uma resposta mais objetiva. Em Exercite, s‹o trabalhadas questões
mais contextualizadas, que utilizam diferentes estratégias para desenvolver o pensa-
mento crítico do estudante.
As atividades dessa seção podem ser feitas individualmente ou em grupo, em sala
de aula ou momento extra aula, dependendo da proposta da questão e das neces-
sidades específicas observadas com o grupo de estudantes da turma. Elas também
são uma oportunidade para professor e os estudantes avaliarem os conhecimentos
adquiridos e diagnosticarem possíveis defasagens de aprendizagem, retomando, se
necessário, os conteúdos para, então, dar sequência aos estudos.
Avaliações
Esta Coleção apresenta três modelos avaliativos, distribuídos de acordo com seus objetivos,
em etapas distintas dos volumes.
⓿ Ponto de partida: presente antes da abertura da primeira unidade, esse instrumento tem
como objetivo mapear conhecimentos e habilidades adquiridos pelos estudantes nos anos
anteriores para serem utilizados na presente etapa escolar. Essa ferramenta parte da propos-
ta diagnóstica de avaliação, proporcionando ao professor uma maior assertividade na pre-
paração do planejamento anual, considerando eventuais defasagens individuais e coletivas.
⓿ Ponto de checagem: cada volume apresenta quatro
atividades avaliativas nesta modalidade, que consiste
na coleta de informações no decorrer do processo de
aprendizagem, a fim de monitorar e acompanhar o ritmo
de desenvolvimento dos estudantes em relação às ha-
bilidades mobilizadas e ao conteúdo trabalhado na uni-
dade. Essa seção permite a identificação das principais
dificuldades dos estudantes no decorrer do processo
letivo, oportunizando que o professor possa redefinir
estratégias para ultrapassar as eventuais defasagens
individuais e coletivas.
⓿ Ponto de chegada: presente após o encerramento da
última unidade de cada volume, esse instrumento visa
oferecer ao professor informações a respeito do apren-
dizado dos estudantes ao final do ano escolar, sempre
considerando as respectivas habilidades de cada ano.
Como fazer
Seção presente em todos os volumes desta Coleção, aparece sempre
após o Ponto de chegada. Essa seção tem como objetivo apresentar ao
estudante alguns procedimentos e noções introdutórias de práticas de
pesquisa vinculadas ao estudo de Geografia, sempre sugerindo seu de-
senvolvimento em alguma situação concreta, o que permite o envolvi-
mento e a conexão dos estudantes na proposta da seção, favorecendo
o trabalho com as competências CG2, CECH2, CEG1 e CEG5.
XXIX
Sumário de todos os volumes
Volume 6
Ponto de partida ................................................................................................................................. 10
Unidade 1: Lugar, paisagem e espaço geográfico ..................................................................... 14
Capítulo 1: Lugar e paisagem ......................................................................................................... 16
Capítulo 2: Espaço geográfico ....................................................................................................... 29
Capítulo 3: Orientação e localização no espaço geográfico .....................................................42
Capítulo 4: Representações da superfície terrestre ................................................................... 55
Ponto de checagem ......................................................................................................................... 68
Unidade 2: O planeta em que vivemos – relevo e hidrografia ................................................. 70
Capítulo 5: O planeta Terra............................................................................................................. 72
Capítulo 6: A crosta terrestre e a estrutura interna do planeta .............................................. 85
Capítulo 7: Formas e agentes modificadores do relevo............................................................. 98
Capítulo 8: As águas ...................................................................................................................... 110
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 122
Unidade 3: O planeta em que vivemos – climas e formações vegetais ............................... 124
Capítulo 9: Atmosfera, tempo e clima ....................................................................................... 126
Capítulo 10: Tipos climáticos........................................................................................................ 138
Capítulo 11: Clima e problemas socioambientais ..................................................................... 151
Capítulo 12: Formações vegetais e a biodiversidade ............................................................... 163
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 176
Unidade 4: Recursos naturais, fontes de energia e atividades econômicas ...................... 178
Capítulo 13: Recursos naturais e fontes de energia ................................................................. 180
Capítulo 14: Organização do espaço e setores da economia ................................................. 192
Capítulo 15: Agropecuária ............................................................................................................ 205
Capítulo 16: Indústria, comércio e prestação de serviços...................................................... 218
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 230
Ponto de chegada ............................................................................................................................. 232
Como fazer ......................................................................................................................................... 236
Referências bibliográficas comentadas ...................................................................................... 239
Volume 7
Ponto de partida ................................................................................................................................. 10
Unidade 1: Formação e organização
do território brasileiro ....................................................................................................................... 14
Capítulo 1: Território e paisagens.................................................................................................. 16
Capítulo 2: Organização político-administrativa e cidadania .................................................. 29
Capítulo 3: Formação territorial......................................................................................................42
Capítulo 4: Sociedade e natureza .................................................................................................. 59
Ponto de checagem ......................................................................................................................... 76
Unidade 2: População brasileira ...................................................................................................... 78
Capítulo 5: Formação e diversidade do povo brasileiro ............................................................. 80
Capítulo 6: Dinâmicas populacionais ............................................................................................ 95
Capítulo 7: Movimentos migratórios........................................................................................... 109
Capítulo 8: Desigualdades sociais ............................................................................................... 124
XXX
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 138
Unidade 3: Economia e modernização do país .......................................................................... 140
Capítulo 9: Industrialização.......................................................................................................... 142
Capítulo 10: Espaço urbano .......................................................................................................... 156
Capítulo 11: Espaço rural .............................................................................................................. 171
Capítulo 12: Redes de energia, comunicações e transportes ............................................... 186
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 200
Unidade 4: Regiões brasileiras ....................................................................................................... 202
Capítulo 13: Região Nordeste ...................................................................................................... 204
Capítulo 14: Região Norte............................................................................................................. 216
Capítulo 15:Região Centro–Oeste............................................................................................... 228
Capítulo 16: Região Sul .................................................................................................................. 237
Capítulo 17: Região Sudeste ......................................................................................................... 249
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 262
Ponto de chegada ............................................................................................................................. 264
Como fazer ......................................................................................................................................... 268
Referências bibliográficas comentadas ...................................................................................... 271
Volume 8
Ponto de partida ................................................................................................................................. 10
Unidade 1: Espaço mundial e dinâmicas demográficas............................................................. 14
Capítulo 1: Estados nacionais e capitalismo ............................................................................... 16
Capítulo 2: O mundo globalizado .................................................................................................. 32
Capítulo 3: População mundial – crescimento e distribuição .................................................. 50
Capítulo 4: Movimentos populacionais ........................................................................................ 66
Ponto de checagem ......................................................................................................................... 80
Unidade 2: África................................................................................................................................. 82
Capítulo 5: África – passado e presente ....................................................................................... 84
Capítulo 6: Natureza e sociedade na África............................................................................... 100
Capítulo 7: África – características socioeconômicas.............................................................. 114
Capítulo 8: África do Sul, Egito e Nigéria................................................................................... 133
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 146
Unidade 3: América e Antártida .................................................................................................... 148
Capítulo 9: Regionalização e organismos internacionais na América ................................... 150
Capítulo 10: Relevo e águas continentais na América.............................................................. 164
Capítulo 11: Climas e formações vegetais na América ............................................................ 182
Capítulo 12: Antártida: biodiversidade e desafios ................................................................... 200
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 208
Unidade 4: América – geopolítica e diversidade socioeconômica ........................................ 210
Capítulo 13: Estados Unidos: geopolítica e economia ............................................................. 212
Capítulo 14: América Latina – contexto atual, México e Argentina ...................................... 236
Capítulo 15: Outros países latino-americanos .......................................................................... 252
Capítulo 16: As singularidades de Cuba e do Haiti ................................................................... 268
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 278
Ponto de chegada ............................................................................................................................. 280
Como fazer ......................................................................................................................................... 284
Referências bibliográficas comentadas ...................................................................................... 287
XXXI
Volume 9
Ponto de partida .............................................................................................................................. 10
Unidade 1: Geopolítica e globalização .......................................................................................... 14
Capítulo 1: Industrialização: uma perspectiva histórica ........................................................... 16
Capítulo 2: Industrialização: impactos territoriais e socioeconômicos................................... 28
Capítulo 3: As relações internacionais .......................................................................................... 43
Capítulo 4: A economia global e o mundo em rede .................................................................... 57
Ponto de checagem ......................................................................................................................... 76
Unidade 2: Europa ............................................................................................................................... 78
Capítulo 5: Europa: dinâmicas naturais e questões ambientais ............................................... 80
Capítulo 6: Demografia e conflitos no continente europeu ...................................................... 94
Capítulo 7: União Europeia, Rússia e CEI .................................................................................... 109
Capítulo 8: Europa: diversidade socioeconômica...................................................................... 124
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 138
Unidade 3: Oceania e Ásia .............................................................................................................. 140
Capítulo 9: Oceania: natureza, sociedade e economia............................................................. 142
Capítulo 10: Ásia: diversidade e processos naturais ................................................................ 158
Capítulo 11: Oriente Médio........................................................................................................... 177
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 204
Unidade 4: Ásia: potências globais e regionais ........................................................................ 206
Capítulo 12: Japão ......................................................................................................................... 208
Capítulo 13: Tigres Asiáticos ........................................................................................................ 221
Capítulo 14: China .......................................................................................................................... 234
Capítulo 15: Índia ........................................................................................................................... 249
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 262
Ponto de chegada ............................................................................................................................. 264
Como fazer ......................................................................................................................................... 268
Referências bibliográficas comentadas ...................................................................................... 271
XXXII
Orientações para este volume
aos estudantes. Trata-se de uma avaliação diagnóstica, ou seja,
Objetivos e justificativas um instrumento capaz de ajudá-los a realizar previamente um
deste volume “balanço das aprendizagens” do que eles têm até o momento e a
detectar seus pontos fortes e fracos.
Neste volume, organizado em 4 unidades e 17 capítulos, as re-
flexões e propostas de atividades estão enfocadas sobre o es- A ideia desta avaliação diagnóstica inicial é fornecer pistas aos
paço geográfico brasileiro. Ou seja, a abordagem dos temas da professores e informações necessárias para ajustar as interven-
Geografia prioriza a escala nacional, com suas múltiplas relações ções pedagógicas e as situações didáticas a serem propostas no
internacionais, intrarregionais e locais; estas, sobretudo, por meio decorrer dos estudos. Como sabemos, é essencial dialogar com os
de atividades de contextualização. Para isso, os conceitos e cate- saberes dos estudantes para que o conhecimento seja reestrutu-
gorias interpretativas de território, região, paisagem e lugar são rado cognitivamente por eles com base nos referenciais científi-
constantemente mobilizados. cos que são apresentados neste livro – que tem como base os ob-
Na Unidade 1, são trabalhadas as principais características do jetos de conhecimento e habilidades propostas na Base Nacional
território brasileiro, o processo de formação territorial, a contri- Curricular Comum (BNCC). A seguir, apresentamos orientações
buição e conflitos entre os diferentes povos que nele se encontra- para o trabalho com cada uma das atividades presentes na seção
ram, a organização político-administrativa do Estado e as dinâmi-
Ponto de partida, disposta no início do Livro do Estudante.
cas da natureza, com destaque para os biomas presentes no país.
Na Unidade 2, abordam-se a formação e diversidade do povo
brasileiro, os estudos sobre a dinâmica da população e há desta- Atividades 1, 2 e 3
que para temas como as desigualdades sociais e socioespaciais.
Conhecimentos prévios fundamentais
Na Unidade 3, o foco central é o processo de modernização do
Brasil, sendo trabalhados diferentes aspectos da economia e das As redes de transporte e de comunicação têm grande rele-
características dos espaços rural e urbano do país, e a relevância vância, pois são fundamentais na produção, transformação e
da instalação e expansão de objetos técnicos, como as indústrias organização do espaço geográfico, na medida em que geram
e os sistemas de energia, comunicações e transporte no processo novas atividades e mudanças nos sistemas de circulação, produ-
de produção e ocupação do espaço geográfico brasileiro. Por fim, ção e consumo. Além disso, elas promovem o intercâmbio entre
na Unidade 4 cada capítulo apresenta uma caracterização social as pessoas e culturas de diferentes locais, conectam e integram
e natural de cada uma das cinco macrorregiões brasileiras. cidades e espaços rurais, são capazes de influir na localização de
No volume do 7º ano, são trabalhados os seguintes objetivos atividades humanas e na diferenciação dos territórios e garan-
e habilidades: tem a infraestrutura dos lugares. No Brasil, o sistema de trans-
1. Compreender a formação do território e do povo brasileiro portes é prioritariamente composto por uma extensa rede rodo-
(EF07GE02, EF07GE03, EF07GE04 e EF07GE09). viária, sendo também servido por uma rede de transporte fluvial,
ferroviário e aéreo – embora principalmente as duas primeiras
2. Reconhecer os principais fatores responsáveis pela produção e
ainda sejam mais limitadas no território brasileiro.
organização do espaço geográfico brasileiro ao longo do tem-
po (EF07GE04, EF07GE05, EF07GE09 e EF07GE10). De acordo com a Constituição Brasileira de 1988, a União
tem o dever de garantir os direitos originários sobre as terras
3. Identificar as regionalizações do território brasileiro e as prin-
tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas, demarcan-
cipais características naturais e socioeconômicas das cinco
regiões administrativas brasileiras (EF07GE01, EF07GE05, do-as, protegendo-as e fazendo respeitar seus bens, visto que
EF07GE06, EF07GE07, EF07GE09, EF07GE10, EF07GE11 e as terras demandadas por esses povos são necessárias para
EF07GE12). sua reprodução física e cultural. As terras tradicionalmen-
te ocupadas pelos povos indígenas destinam-se à sua posse
4. Identificar e analisar a diversidade social e a desigualdade so-
permanente, sendo exclusivo a eles o usufruto das riquezas do
cioeconômica e socioespacial brasileira (EF07GE01, EF07GE08,
EF07GE09 e EF07GE10). solo, dos rios e dos lagos aí existentes. O aproveitamento dos
recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesqui-
5. Relacionar o processo de industrialização com a urbanização sa e a lavra de riquezas minerais em terras indígenas, só pode
brasileira e a mecanização do campo (EF07GE04, EF07GE07 e
ser efetivado com autorização do Congresso Nacional. Esses
EF07GE09).
fundamentos norteiam a atividade 3, que tem o propósito de
6. Reconhecer os principais problemas e desafios sociais e am- captar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre a ques-
bientais brasileiros, urbanos e rurais (EF07GE01, EF07GE02, tão das terras indígenas no Brasil. Com o apoio de textos, foto-
EF07GE03, EF07GE09, EF07GE11 e EF07GE12). grafias e charges, a atividade também estimula os estudantes
a refletir sobre alguns argumentos que os levem a reconhecer
as territorialidades dos povos indígenas, conforme indica a ha-
Acompanhamento das bilidade EF07GE03 da BNCC.
aprendizagens As atividades 1 a 3 têm o propósito de avaliar os conhecimen-
tos prévios dos estudantes sobre o tema. As propostas também
Ponto de partida oferecem elementos para mapear os conhecimentos já adquiri-
No início deste volume, antes do trabalho com cada uma das dos e necessários para o desenvolvimento parcial das habilidades
unidades, apresentamos atividades para serem realizadas junto EF07GE07, EF07GE09 e EFGE0710.
XXXIII
tipo de gráfico com outro, leve outros exemplos de gráficos de
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens colunas de outros temas, e também de gráficos de outros tipos
Habilidades para que os estudantes os comparem e percebam as diferenças
Critérios de avaliação Desempenho
relacionadas e como cada um deles apresenta as informações. Essa atividade
desenvolve a habilidade EF07GE10 da BNCC.
O estudante consegue fazer a
leitura do mapa e reconhece Desenvolvido Para os estudantes que apresentam dificuldades na realiza-
que a rede rodoviária Parcialmente ção da atividade 3, sugerimos o trabalho com vídeos produzidos
predomina no Brasil e se desenvolvido pelo Instituto Socioambiental (ISA), que podem ser acessados no
concentra nas regiões Sul e Em desenvolvimento EF07GE07 site a seguir: https://pib.socioambiental.org/pt/V%C3%ADdeos
Sudeste? EF07GE09 (acesso em: 8 jun. 2022). Além de vídeos, o ISA apresenta textos,
O estudante sabe as EF07GE10 fotos e mapas sobre o tema que, com sua orientação, também
Desenvolvido
características de um gráfico podem ser explorados pelos estudantes.
Parcialmente
de colunas e o construiu
desenvolvido Outra sugestão é o vídeo que pode ser acessado em https://
corretamente a partir dos
Em desenvolvimento huzzaz.com/collection/wai-wai (acesso em: 8 jun. 2022). Novas
dados da tabela?
atividades podem ser elaboradas com base na seleção de vídeos,
Na atividade 3, os estudantes fotos e charges acessados na internet.
Desenvolvido
compreenderam as ideias
Parcialmente
centrais dos textos e a
desenvolvido Atividade 4
importância da terra para os
Em desenvolvimento
povos indígenas?
Conhecimentos prévios fundamentais
No item a, as legendas Uma característica importante da Geografia é a análise da pai-
elaboradas pelos estudantes Desenvolvido
sagem e de seu entorno, pois alguns elementos que a constituem
apresentam relações com o Parcialmente
permitem conhecer diversas propriedades relacionados ao seu uso,
conteúdo visto anteriormente desenvolvido
e as ideias abordadas nos Em desenvolvimento ocupação e aspectos naturais do local. Além disso, a leitura e correta
textos 1 e 2? interpretação de recursos como mapas, tabelas e gráficos auxilia no
EF07GE03 conhecimento de elementos que compõem as paisagens.
Ao elaborar as legendas, os
estudantes percebem que a Desenvolvido A atividade 4 propicia desenvolver a capacidade de obser-
posse das terras é essencial Parcialmente vação e interpretação de fotos, ao apresentar aos estudantes
para os povos indígenas desenvolvido fotos de diversos locais do Brasil, que caracterizam biomas pre-
originários e que é um direito Em desenvolvimento sentes em regiões diferentes e que, por sua vez, têm caracte-
constitucional? rísticas bem específicas. Junto a elas, são apresentados climo-
No item b, os comentários gramas de cada uma.
Desenvolvido
elaborados pelos estudantes Sabemos da importância de conservar e promover o uso sus-
Parcialmente
sobre as charges apresentam tentável do que resta da biodiversidade dos biomas brasileiros
desenvolvido
relações com as ideias
Em desenvolvimento para esta e para as gerações futuras. Nesse sentido, aprender a
abordadas nos textos 1 e 2?
conhecer, respeitar e preservar os biomas do Brasil é um passo
inicial nas aulas de Geografia. Vale destacar que o estudo dos bio-
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
mas auxilia os estudantes a compreender que os diversos compo-
Os recursos audiovisuais são excelentes recursos para o ensino nentes físico-naturais (climas, solos, relevo, hidrografia, etc.) são
de Geografia, pois permitem uma interação dinâmica e concreta interligados e dinâmicos.
com os temas e conteúdos da disciplina. O uso de sons e imagens
O objetivo, portanto, é identificar os conhecimentos prévios
pode ser aproveitado em diversos temas, possibilitando uma va-
dos estudantes sobre o tema, além do domínio que demonstram
riedade de informações capazes de ampliar e retomar os estudos,
para interpretar e correlacionar as fotos e os climogramas. A par-
além de servirem de apoio à exposição do professor e às ativida-
tir dessa proposta e do exercício de análise dos dados dos gráfi-
des desenvolvidas. Além disso, vários tipos de audiovisuais aju-
cos (climogramas) e de aspectos das fotos apresentadas, desen-
dam os estudantes a se interessar pelas propostas de trabalho,
volvem-se aspectos das habilidades EF07GE10 e EF07GE11.
pois costumam ser recursos mobilizadores de apelo emocional e
trabalhar os conteúdos de forma mais atrativa. Para a compre-
ensão do sistema de transportes brasileiro, a leitura de mapas, Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
gráficos, tabelas e até mesmo fotografias é uma ação didática Habilidades
que aproxima os estudantes do tema – ainda que não tenham um Critérios de avaliação Desempenho
relacionadas
vasto conhecimento.
O estudante reconhece
Na atividade 1, oriente-os a ler atentamente a legenda do diferenças relacionadas
mapa temático, que traz todas as informações necessárias para aos aspectos naturais Desenvolvido
a compreensão do que o mapa apresenta. Se julgar necessário, de cada ambiente, por Parcialmente
leve ou projete um mapa político do Brasil com a divisão dos es- meio da observação das desenvolvido
tados ou das cinco macrorregiões, e deixe-o ao lado do mapa de paisagens representadas Em desenvolvimento EF07GE10
transportes, solicitando aos estudantes que os comparem e ob- nas fotografias e seus EF07GE11
servem qual região/estado concentra mais determinado tipo de elementos?
transporte. A interpretação do mapa temático nesta atividade O estudante sabe ler um Desenvolvido
desenvolve a habilidade EF07GE09 da BNCC. climograma e compreende Parcialmente
Caso os estudantes tenham dificuldade para elaborar o gráfi- o que os elementos dele desenvolvido
representam? Em desenvolvimento
co de colunas proposto na atividade 2, ou ainda confundam esse
XXXIV
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
Habilidades
Os recursos audiovisuais sobre os biomas do Brasil são ferra- Critérios de avaliação Desempenho
relacionadas
mentas excelentes para trabalhar com estudantes que apresen-
tam dificuldades na realização das propostas. Sites confiáveis, O estudante reconhece que
como o da WWF Brasil, da SOS Mata Atlântica, do Instituto SOS todos os cidadãos que vivem
Desenvolvido
Pantanal, Mapbiomas Brasil, entre outros, apresentam vários ví- no país, independentemente
Parcialmente
deos sobre os biomas brasileiros que são plenamente acessíveis da cor e raça, devem ter os EF07GE04
desenvolvido
para os estudantes da faixa etária. Um vídeo sobre o Cerrado cujo direitos preconizados no artigo
Em desenvolvimento
2o da Declaração Universal dos
conteúdo é bastante interessante para ser trabalhado, por exem-
Direitos Humanos?
plo, pode ser acessado em https://www.bbc.com/portuguese/
brasil-42995360 (acesso em: 8 jun. 2022).
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
Nos sites indicados, também é possível encontrar fotogra-
fias e textos que podem ser a base para elaborar novas ativi- A aprendizagem é, geralmente, um processo singular, já que
dades e para realizar pesquisas. O importante é valer-se de sua cada estudante tem a sua forma e o seu tempo de aprender. Nes-
criatividade e do conhecimento das dificuldades apresentadas se sentido, é comum que alguns tenham mais facilidade ou mais
dificuldade em aprender determinados conteúdos. Avaliar e iden-
pelos estudantes.
tificar as causas das dificuldades é o primeiro passo. É falta de
Caso os estudantes apresentem dificuldades na leitura dos cli- motivação? É um problema cognitivo? Ou é a forma como o con-
mogramas, retome com eles os principais climas do Brasil. Para teúdo chegou ao estudante?
isso, você pode compartilhar o mapa de Climas do Brasil segundo
Ao observar estudantes com dificuldades na realização desta
classificação do IBGE (disponível em: https://educa.ibge.gov.br/
atividade, proponha um novo encaminhamento apoiado na leitura
jovens/conheca-o-brasil/territorio/20644-clima.html; acesso em:
de letras de outras canções. Um exemplo é a canção “Que país é
8 jun. 2022). Apresente também outros climogramas, de outras
esse?”, do grupo musical Legião Urbana. Embora criada no final da
cidades, e as características dessas cidades (por exemplo, uma
década de 1970, a letra da canção revela aspectos da sociedade
com alto índice pluviométrico, uma com baixo índice, uma com
brasileira que ainda são relevantes e, assim, podem desencadear
as estações seca e chuvosa bastante definidas, etc.). A leitura e a
conversas com a turma. Para compor essa nova atividade, subs-
interpretação dos climogramas contribui para desenvolver aspec-
titua o artigo 2º da Declaração Universal dos Direitos Humanos
tos da habilidade EF07GE10.
por um trecho da Constituição Brasileira que afirma a igualdade e
a não discriminação por meio destas palavras: “todos são iguais
Atividade 5 perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabili-
Conhecimentos prévios fundamentais
dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
O estudo da dinâmica da população brasileira é um tema im-
propriedade”. A todo momento, ao desenvolver essa atividade, é
portante, pois traz elementos para compreender a sociedade do
importante promover e garantir o respeito entre a turma.
país tendo em vista o planejamento social, econômico, cultural e
político. Em outras palavras, o conhecimento quantitativo e quali-
tativo da população é essencial para direcionar políticas públicas Unidade 1
destinadas ao planejamento de saúde, educação, infraestrutura,
moradia, entre outros. Objetivos pedagógicos e habilidades relacionadas
Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, esse tema ganha 1. Compreender que as paisagens brasileiras estão em constante
relevância, pois fornece aos estudantes subsídios que os au- transformação e resultam da herança natural e das ações hu-
xiliam a traçar um panorama da sociedade onde vivem, a fim manas (EF07GE01, EF07GE02, EF07GE05 e EF07GE11).
de melhor compreendê-la. A ideia é que, ao longo dos estudos
2. Reconhecer a extensão e a localização do território brasileiro
realizados com base em diferentes recursos, eles construam
e relacioná-las com sua diversidade de paisagens e diferentes
conhecimentos para compreender, gradativamente, que a so-
fuso-horários (EF07GE11).
ciedade brasileira não é homogênea e se caracteriza pela di-
versidade sob os mais diferentes aspectos (estrutura socioeco- 3. Reconhecer a diversidade cultural do povo brasileiro e sua es-
nômica, demográfica e cultural). Além disso, todos os cidadãos pacialização no território nacional (EF07GE02 e EF07GE03).
têm os mesmos direitos e deveres e devem ser protegidos e 4. Compreender o conceito de região e conhecer as principais
amparados por lei. propostas de regionalização do Brasil (EF07GE09 e EF07GE11).
Esses fundamentos norteiam a atividade 5, cujo foco é mape- 5. Conhecer o processo de formação do território brasileiro e re-
ar os conhecimentos dos estudantes sobre o tema e, ao mesmo conhecer a existência de povos originários e suas relações com
tempo, auxiliá-los a desenvolver a habilidade EF07GE04 da BNCC. os europeus (EF07GE02).
6. Relacionar as principais atividades econômicas realizadas ao lon-
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens go da história do país, ao processo de formação territorial do
Brasil, considerando o povoamento, a alteração das paisagens e a
Habilidades constituição de regiões não integradas nacionalmente e seu des-
Critérios de avaliação Desempenho
relacionadas dobramento na atual desigualdade regional do país (EF07GE02,
EF07GE05, EF07GE06, EF07GE07, EF07GE09 e EF07GE10).
A partir da leitura dos textos, Desenvolvido 7. Identificar as principais características naturais do Brasil e seus
o estudante concluiu que o Parcialmente biomas (EF07GE09 e EF07GE11).
EF07GE04
Brasil é um país multirracial? desenvolvido
Em desenvolvimento 8. Conhecer os principais mecanismos de proteção e regulação
do uso dos ambientais naturais brasileiros (EF07GE12).
XXXV
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
O quadro a seguir apresenta sugestões de critérios de avaliação e de algumas atividades que auxiliam no acompanhamento da
aprendizagem dos estudantes ao longo do trabalho com a Unidade 1.
XXXVI
O.P. Critério de avaliação Atividades relacionadas Desempenho Observações
Desenvolvido
Atividades 1 e 2 (p. 42) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante compreendeu aspectos
sobre o processo de formação do Desenvolvido
território brasileiro por meio de análise Atividade (p. 53) Parcialmente desenvolvido
do processo de exploração do Em desenvolvimento
5 pau-brasil, identificando a Desenvolvido
contribuição indígena para o Atividade 1 (p. 58) Parcialmente desenvolvido
desenvolvimento da atividade Em desenvolvimento
colonial?
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 3
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 53) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante relacionou a exploração
Desenvolvido
do pau-brasil ao processo de
6 colonização e formação do território
Atividade 1 (p. 58) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
brasileiro?
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 3
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade 1 (p. 59) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante identificou a variedade
Desenvolvido
das características naturais do
7 Brasil por meio da comparação das
Atividade 2 (p. 75) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
paisagens de dois biomas?
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 4
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 73) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante reconheceu a importância
Desenvolvido
de determinados mecanismos de
8 Atividade 5 (p. 75) Parcialmente desenvolvido
proteção e regulação dos ambientes
Em desenvolvimento
naturais?
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 5
Em desenvolvimento
*Nota: ao longo deste Manual, os objetivos pedagógicos nos títulos de quadros serão abreviados como O. P.
• Objetivos avaliados: 1, 3. Com base na leitura e discussão sobre o texto proposto, espe-
ra-se que os estudantes compreendam a contribuição indígena
Esta atividade exige que os estudantes, por meio da compara-
ção entre informações no texto sobre a paisagem, compreendam para o desenvolvimento e a consolidação territorial do Brasil.
aspectos referentes às relações entre sociedade e natureza de-
senvolvidas em território brasileiro. Atividade 4
• Objetivos avaliados: 7, 8.
Atividade 2
Nesta questão, é possível utilizar como recurso a comparação
• Objetivo avaliado: 2. entre fotos de diferentes unidades de conservação, de modo que
Esta atividade desenvolve conhecimentos quanto às dife- os estudantes identifiquem as diferentes características naturais
rentes formas de organização da sociedade brasileira, graças às dos biomas.
XXXVII
Atividade 5 Nesse momento, a abordagem privilegia aspectos relativos aos
povos originários e aos colonizadores. Portanto, retome com os es-
• Objetivo avaliado: 8. tudantes a distribuição dos grupos indígenas e como se deu a rela-
A atividade promove reflexões e aprendizagens sobre as polí- ção com os colonizadores em situações como as incursões dos ban-
ticas territoriais para conservação da natureza. Nesse momento, deirantes. Por fim, discuta com a turma quais impactos isso trouxe
espera-se que os estudantes compreendam a situação em que o para a formação da cultura brasileira, diferenciada regionalmente,
país se encontra com relação ao respeito aos territórios naturais comentando que, por exemplo, algumas palavras e hábitos de de-
e às comunidades tradicionais. terminados lugares são reflexos da interação com povos indígenas.
Atividade 6 Objetivo 4
A atividade 6 desenvolve o objetivo 4 desta unidade. Os enca-
• Objetivo avaliado: 4. minhamentos que levam à compreensão do conceito de região,
Para desenvolver o objetivo desta questão, foi encaminhada a bem como das formas com que foi aplicado ao território brasilei-
comparação de mapas regionais do Brasil em diferentes momen- ro, estão contidos no Capítulo 2 desta unidade.
tos. Dessa forma, discutiram-se aspectos quanto ao conceito de
Retome os mapas que representam algumas das diversas pro-
regionalização e como ele foi aplicado sobre o território brasileiro,
postas de regionalização feitas no decorrer da história do país,
mais especificamente nas regionalizações de 1940 e a atual.
distribua-os entre os estudantes e, caso necessário, organize a
Estratégias para a recuperação das aprendizagens turma em grupos. Na sequência, proponha que desenvolvam uma
A seguir, indicamos algumas estratégias para a recuperação análise quanto às mudanças ocorridas entre a regionalização que
das aprendizagens, considerando os objetivos pedagógicos esta- lhes foi dada e o modelo atual. Para finalizar, proponha o com-
belecidos para esta unidade. partilhamento das comparações entre os grupos. Este tipo de
atividade coletiva promove de diferentes formas as habilidades
Objetivo 1
e competências-alvo.
A atividade 1 reforça o objetivo 1 dessa unidade. Se os estu-
dantes apresentarem dificuldades para compreender que as pai- Objetivo 5
sagens brasileiras são reflexos de dinâmicas sociais e naturais, re- Os itens a, b e c da atividade 3 desenvolvem o objetivo 5 desta
tome conteúdos trabalhados nos Capítulos 1, 3 e 4 desta unidade. unidade. Os conteúdos relativos ao conhecimento sobre o pro-
Sugira que também revisitem as atividades e anotações do cader- cesso de formação do território brasileiro e ao reconhecimento da
no e, como tarefa, proponha que levantem dois pontos que tive- existência de povos originários e suas relações com os europeus
ram dificuldades para entender: um relacionado às contribuições são desenvolvidos no decorrer do Capítulo 3.
humanas para constituição da paisagem, e outro, relacionado aos Para tratar da variedade e contribuição dos povos originários
aspectos naturais. para a formação territorial do Brasil, proponha aos estudantes que
Posteriormente, promova o compartilhamento dos pontos realizem uma pesquisa. Distribua os exemplos de povos indígenas,
levantados e produza uma lista coletiva. É importante conduzir contidos no Capítulo 3, e posteriormente solicite que eles desen-
a discussão de modo que os estudantes compreendam as dinâ- volvam uma pesquisa sobre a contribuição desses povos para a
micas naturais e sociais desenvolvidas território brasileiro. Desta formação do território brasileiro. Como desdobramento, promova
forma, eles entenderão aspectos, como as mudanças que deter- o compartilhamento das pesquisas. Assim, surgirão situações que
minadas atividades econômicas causam em paisagens naturais. apontam para a utilização dos conhecimentos e experiências dos
Sendo assim, o ser humano se configura como agente social de indígenas pelos colonizadores sobre o meio natural, de modo a
transformação da paisagem em situações como a extração pre- contribuírem significativamente para a colonização portuguesa.
datória de pau-brasil, que quase fez a árvore desaparecer total-
Com relação à dinâmica anterior, é importante deixar claro que,
mente do litoral brasileiro.
além das experiências e conhecimento, os colonizadores utilizaram
Portanto, deve ficar clara a existência de uma dinâmica natural também a mão de obra indígena, na maioria das vezes escravizada.
que constitui as diversas paisagens possíveis e como o ser huma-
no interferiu em seu desenvolvimento e extensão no processo de Objetivo 6
formação do Brasil. A atividade 3 desenvolve o objetivo 6 desta unidade. A aborda-
gem sobre a contribuição das dinâmicas econômicas na formação
Objetivo 2 do território brasileiro pode ser encontrada no decorrer do Capítu-
A atividade 2 reforça o objetivo 2 dessa unidade. As caracte- lo 3, ao tratar do desenvolvimento e da contribuição das principais
rísticas territoriais do Brasil, relacionadas à grandiosidade de seu atividades econômicas para a atual desigualdade regional do país.
território e à sua extensão longitudinal, estão disponíveis no de-
Caso os estudantes apresentem dificuldades, proponha a ela-
correr dos Capítulos 1 e 4.
boração de um quadro comparativo. Sugira que retomem as pá-
Retome as páginas que abordam os conteúdos sobre a dimen- ginas sobre as principais atividades econômicas desenvolvidas
são e localização do território brasileiro e dê atenção especial regionalmente e destaquem determinadas informações para rea-
ao mapa de fusos horários. Peça aos estudantes que analisem a lizar comparação e, assim, obter outros tipos de análise. Como in-
extensão longitudinal do Brasil e promova uma discussão sobre formações a serem coletadas, pode-se sugerir localização, perío-
as possibilidades que esta condição vai atribuir ao cotidiano das do, populações envolvidas, efeitos sobre a natureza, entre outras
pessoas. Desse modo, espera-se que eles compreendam a exis-
que achar interessantes. Posteriormente, construa um quadro
tência de quatro fusos horários no país.
coletivo na lousa, organizando as informações coletadas sobre as
Objetivo 3 principais atividades econômicas que contribuíram com a produ-
A atividade 1 mobiliza o objetivo 3 desta unidade. O reconhe- ção e a organização do espaço geográfico brasileiro.
cimento da diversidade cultural do povo brasileiro e sua distribui- Promova uma discussão sobre o quadro coletivo, orientando
ção espacial ocorre nos Capítulos 3 e 4. a turma em reflexões quanto às mudanças nas paisagens, bem
como para o atual cenário de desigualdades regionais.
XXXVIII
Objetivo 7 muita pressão sobre essas áreas, o que atinge sobretudo popula-
A atividade 4 desenvolve o objetivo 7 desta unidade. A iden- ções originárias.
tificação das principais características naturais do Brasil e seus Como forma de aprofundar o tema, solicite aos estudantes que
biomas é desenvolvida no decorrer do Capítulo 4. pesquisem uma unidade de conservação nacional e sugira catego-
Se os estudantes apresentarem dificuldades no desenvolvi- rias para que eles coletem informações, como ano de criação, área,
mento deste objetivo, proponha a retomada dos conteúdos já bioma onde se localiza, entre outras que achar relevante. Para fina-
vistos, como as principais características dos diferentes biomas, lizar, compartilhe as pesquisas e promova a exploração do tema e a
de forma que eles possam, posteriormente, compará-los por meio troca de informações e experiências entre os estudantes.
de dinâmica coletiva. Uma alternativa também é levar fotos de di-
ferentes partes do Brasil, para que os estudantes possam analisar
mais detalhadamente as fisionomias de cada bioma. Esquematize Unidade 2
a coleta de dados, selecionando categorias com características
dos biomas, por exemplo: área, localização, clima, vegetação, re-
Objetivos pedagógicos e habilidades relacionadas
levo. Posteriormente, finalize a atividade com a produção de um 1. Conhecer o processo de formação do povo brasileiro, com des-
quadro comparativo coletivo na lousa. taque para as relações entre portugueses, os diferentes povos
Se avaliar necessário, organize os estudantes em grupos e originários e os africanos escravizados, reconhecendo as rela-
oriente a elaboração de cartazes com imagens que expressam as ções assimétricas de poder, as formas de resistência e luta, o
características dos diferentes biomas, distribuídos entre os gru- eurocentrismo e o racismo (EF07GE02, EF07GE03 e EF07GE04).
pos. Finalize com uma exposição dos cartazes e compartilhamen-
2. Reconhecer a importância da imigração de diferentes povos
to de experiências e conhecimentos desenvolvidos.
para o Brasil (EF07GE02, EF07GE04 e EF07GE09).
Objetivo 8
3. Identificar os principais fatores demográficos e compreender
A atividade 5 desenvolve o objetivo 8 desta unidade. O co- as dinâmicas do crescimento da população brasileira e sua dis-
nhecimento sobre os mecanismos de proteção e regulação dos tribuição territorial (EF07GE02, EF07GE04 e EF07GE10).
ambientes naturais brasileiros desenvolve-se no decorrer do Ca-
pítulo 4. 4. Relacionar os deslocamentos internos da população brasi-
leira às atividades econômicas, aos projetos de expansão de
Caso os estudantes apresentem dificuldades no desenvolvi-
fronteiras e incorporação de áreas desocupadas ao processo
mento deste objetivo, proponha uma pesquisa sobre a legislação
produtivo, pobreza e insuficiência de mecanismos de proteção
brasileira para criação de unidades de conservação, além de tra-
social e à urbanização (EF07GE02, EF07GE04, EF07GE06, EF-
zer reportagens que contextualizem seu cumprimento. Depois,
07GE08, EF07GE09 e EF07GE10).
compartilhe as pesquisas entre os estudantes e conduza a dis-
cussão para que eles compreendam os principais povos envolvi- 5. Conhecer a diversidade e a desigualdade social da população
dos no estabelecimento de alguns tipos específicos de unidades brasileira por meio da análise de diferentes indicadores socio-
de conservação. Espera-se que eles apontem que existem leis que econômicos e reconhecer sua distribuição espacial (EF07GE02,
criam e protegem determinadas áreas. Por outro lado, há também EF07GE04, EF07GE09 e EF07GE10).
Desenvolvido
O estudante reconhece elementos Atividades 3 e 8 (p. 94) Parcialmente desenvolvido
das relações de poder, históricas Em desenvolvimento
2 e assimétricas entre os povos que
originaram a população brasileira, bem Desenvolvido
Ponto de checagem
como suas consequências atuais? Parcialmente desenvolvido
Atividade 4
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividades 1, 2, 3 (p. 105) Parcialmente desenvolvido
O estudante compreende os fatores
Em desenvolvimento
demográficos no contexto brasileiro,
3 a partir da interpretação de suas
Desenvolvido
pirâmides etárias? Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 2
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante associa os diferentes Atividades 2 e 4 (p. 123) Parcialmente desenvolvido
fluxos internos às atividades Em desenvolvimento
4 econômicas, de modo a compreender
os reflexos desses deslocamentos para Desenvolvido
Ponto de checagem
os espaços de destino? Parcialmente desenvolvido
Atividades 3 e 4
Em desenvolvimento
XXXIX
O.P. Critério de avaliação Atividades relacionadas Desempenho Observações
Desenvolvido
O estudante consegue analisar Atividades 1, 2, 3 e 4 (p. 132) Parcialmente desenvolvido
e compreender as desigualdades Em desenvolvimento
5 econômicas e sociais com base em Desenvolvido
dados e informações geográficas? Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 5
Em desenvolvimento
XL
Objetivo 5 4. Compreender o processo de urbanização do Brasil, distin-
Havendo dificuldades em relação a este conteúdo, peça aos guindo o crescimento do número e do tamanho das cidades
estudantes que pesquisem charges, cartuns e tirinhas sobre de- do crescimento da população urbana (EF07GE02, EF07GE03,
sigualdades sociais e econômicas e, então, levem para a sala de EF07GE09 e EF07GE10).
aula alguma arte que trabalhe esse tema, para que possa ser dis- 5. Analisar a formação da rede e hierarquia urbana brasileira, re-
cutido. Durante a pesquisa, oriente-os a atentar a quem fez a arte, conhecendo a especificidade da vida urbana e a atual centra-
sobre o que ela fala e que elementos da temática proposta podem lidade das cidades no processo de produção e organização do
ser destacados. A compilação pode servir para realizar postagens espaço geográfico (EF07GE02, EF07GE09 e EF07GE10).
nas redes sociais, trazendo na legenda informações apreendidas 6. Reconhecer os principais problemas urbanos das grandes ci-
na realização da atividade. dades brasileiras, compreendendo seus aspectos ambientais e
sociais (EF07GE02, EF07GE06 e EF07GE10).
Desenvolvido
Atividades 1 e 2 (p. 142) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 148) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividades 1, 2 e 3 (p. 155) Parcialmente desenvolvido
O estudante compreendeu a Em desenvolvimento
1 importância do sistema de transportes
e de comunicações no Brasil? Desenvolvido
Atividade (p. 186) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 190-191) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividades 1 e 5
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividades 1 e 3 (p. 142) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante reconheceu Atividade (p. 143) Parcialmente desenvolvido
características da industrialização Em desenvolvimento
2 brasileira, identificando sua
contribuição para a economia Desenvolvido
nacional? Atividade 1 (p. 150) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 151) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
XLI
O.P. Critério de avaliação Atividades relacionadas Desempenho Observações
Desenvolvido
O estudante reconheceu Atividades 1, 2, 3 e 6 (p. 155) Parcialmente desenvolvido
características da industrialização Em desenvolvimento
2 brasileira, identificando sua
contribuição para a economia Desenvolvido
Ponto de checagem
nacional? Parcialmente desenvolvido
Atividade 1
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 153) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 4
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 158) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 2
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 158) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 161) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante analisou a hierarquia
urbana brasileira, reconhecendo Desenvolvido
5 aspectos do cotidiano das populações Atividade 5 (p. 155) Parcialmente desenvolvido
bem como seu potencial em atrair Em desenvolvimento
determinadas atividades econômicas?
Desenvolvido
Atividade 3 (p. 166-167) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividades 2 e 4
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 166-167) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 168) Parcialmente desenvolvido
O estudante reconheceu os principais
Em desenvolvimento
problemas ambientais e sociais em
6 áreas urbanas e áreas industriais, por
Desenvolvido
meio de análise iconográfica e textual?
Atividades 4 e 5 (p. 170) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividades 2 e 4
Em desenvolvimento
XLII
O.P. Critério de avaliação Atividades relacionadas Desempenho Observações
Desenvolvido
Atividade (p. 172) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante reconheceu a relevância
Atividade (p. 173) Parcialmente desenvolvido
econômica da produção agrária
Em desenvolvimento
brasileira por meio da análise da
7 balança comercial, correlacionando
Desenvolvido
aspectos referentes à estrutura
Atividade (p. 174) Parcialmente desenvolvido
fundiária?
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividades 1 e 3
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante diferenciou agricultura Atividade 3 (p. 185) Parcialmente desenvolvido
familiar de agricultura comercial Em desenvolvimento
8 comparando o volume de
investimentos financeiros e a área Desenvolvido
Ponto de checagem
ocupada? Parcialmente desenvolvido
Atividade 3
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 174) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante reconheceu aspectos
sobre a questão agrária brasileira, Desenvolvido
9 no caso a concentração de terras e Atividades 1, 2, 5, 6 e 8 (p. 185) Parcialmente desenvolvido
a distribuição irregular das linhas de Em desenvolvimento
créditos?
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 3
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 186) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante reconheceu as Atividade (p. 190-191) Parcialmente desenvolvido
principais características das redes Em desenvolvimento
10 de transporte e telecomunicação do
Brasil, identificando sua distribuição Desenvolvido
espacial? Atividade (p. 194) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividades 1 e 5
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade 2 (p. 186) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade 2 (p. 190-191) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante relacionou o
Desenvolvido
desenvolvimento das redes de
11 transporte e telecomunicação à
Atividade (p. 194) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
integração do território nacional?
Desenvolvido
Atividades 3, 4 e 6 (p. 199) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividades 1 e 5
Em desenvolvimento
XLIII
Ponto de checagem Objetivo 1
Veja as orientações para o trabalho com a seção Ponto de che- As atividades 1 e 5 reforçam o objetivo 1 dessa Unidade. Caso
cagem da Unidade 3. os estudantes apresentem dificuldades na compreensão do pro-
cesso de modernização do território brasileiro, relacionando as
Atividade 1 atividades econômicas e políticas à tecnificação, você pode reto-
mar o Capítulo 9 da unidade. Proponha levantamento de dúvidas
• Objetivos avaliados: 1, 2, 7, 10, 11. e posteriormente realize compartilhamento e discussão coletiva.
Esta atividade exige que os estudantes identifiquem aspectos Outra dinâmica que pode ser de grande auxílio é a comparação
quanto à integração econômica e comercial do território brasilei- entre os dois mapas (das atividades 1 e 5), de forma a questio-
ro por meio da ampliação da rede. Também terão que analisar a nar os estudantes quanto à influência que as duas tecnologias
distribuição da contribuição dos setores da economia brasileira vão exercer, cada uma à sua maneira. Portanto, do ponto de vista
para a composição do ranking de produtos exportados. Por fim, tecnológico, o 5G tem mais relevância, contudo, com relação ao
terão que analisar a participação dos setores primário e secundá- projeto de ferrovia discutido, terá impacto direto no desenvol-
rio para o desenvolvimento da economia e do comércio no país. vimento de setores estratégicos da economia, por exemplo, nas
atividades extrativista e agropecuária.
Atividade 2
Objetivo 2
• Objetivos avaliados: 4, 6. Este objetivo é trabalhado na atividade 1, item c. Se os estu-
Nesta atividade, é necessário que os estudantes compreen- dantes tiverem dificuldades em identificar o atual grau de desin-
dam e identifiquem as mudanças ocorridas no processo de ur- dustrialização que o país atravessa, proponha uma pesquisa que
banização do Brasil, bem como aspectos da vida cotidiana. Para identifique a origem dos produtos industrializados em nosso co-
isso, será desenvolvida uma análise sobre a “Ladeira da Memó- tidiano. Para isso, produza uma lista coletiva na lousa e distribua
ria”, importante marco da história da capital paulista próxima ao os itens entre os estudantes, solicitando que realizem a pesquisa
também importante Vale do Anhangabaú. Com relação à dinâ- que deverá ser compartilhada na aula posterior. Dê prossegui-
mica apontada anteriormente, devem reconhecer determinados mento à dinâmica, de modo a construir um ranking dos países de
problemas ambientais e sociais existentes nas grandes cidades, origem dos itens pesquisados, e compartilhe essa lista na lousa.
sobretudo em suas centralidades. Os estudantes deverão perceber que itens ligados à indústria
alimentícia podem ter sido produzidos no Brasil, contudo, devem
Atividade 3 ter em mente que objetos feitos pela indústria de bens de consu-
mo – sobretudo aqueles com alto grau de tecnologia empregada
• Objetivos avaliados: 8, 9.
– tendem a ter sua origem estrangeira, com predominância de
Para esta atividade, os estudantes deverão ter compreendi- empresas estadunidenses, europeias e asiáticas.
do aspectos relacionados às diferenças entre agricultura familiar
Para tratar da distribuição territorial da indústria, promova
e comercial, como área ocupada, atuação no mercado interno
uma retomada dos mapas e do gráfico do Capítulo 9. Se achar
e atuação na economia internacional, de forma a compreender
necessário, solicite aos estudantes que produzam um texto de
como se apresentam as desigualdades no campo, sobretudo
dois parágrafos, descrevendo suas impressões com relação à dis-
aquelas que promovem a concentração fundiária.
tribuição, concentração e tipos de atividades desenvolvidas pelas
indústrias por região do país.
Atividade 4
Objetivo 3
• Objetivos avaliados: 3, 5.
A atividade 4 desenvolve o objetivo 3. Como forma de tra-
Nesta questão, será exigido dos estudantes que tenham iden-
tar as possíveis dificuldades apresentadas, peça aos estudantes
tificado os potenciais riscos ambientais decorrentes das ativida-
que pesquisem mais sobre os riscos ambientais enquanto reflexo
des industriais para analisar o caso específico do Polo Petroquí-
da convivência em áreas como a do polo petroquímico abordado
mico do Capuava, na Região Metropolitana de São Paulo. Outro
na questão.
aspecto a ser mobilizado é quanto à condição de determinados
municípios na hierarquia urbana, no caso de São Paulo e sua re- Se achar necessário, proponha que pesquisem mais sobre a
gião metropolitana, onde tornou-se viável a instalação de um poluição oriunda de polos petroquímicos semelhantes ao abor-
grande polo petroquímico entre Santo André e Mauá, o que de- dado. Como aspectos a serem pesquisados, podem-se apontar
monstra a interferência na constituição do espaço que a referida a localidade, o que produz, quais riscos oferece, entre outros
centralidade provoca. que avaliar mais relevantes. Na sequência, organize a turma em
uma roda e proporcione o compartilhamento das pesquisas,
Atividade 5 disponibilizando tempo suficiente para que todos descrevam os
resultados de suas pesquisas. Conduza a dinâmica de forma a
• Objetivos avaliados: 1, 10, 11. ocorrer entre eles troca de conhecimentos e experiências sobre
Esta atividade exige que os estudantes conheçam característi- o tema desenvolvido.
cas das redes de comunicação no Brasil, em específico a internet.
Objetivo 4
Dessa forma, vão analisar por meio da implantação da tecnologia
A atividade 2 mobiliza o objetivo em questão. Se os estudan-
5G na área de comunicação de internet via satélite, entendendo
tes tiverem dificuldades em compreender as nuances contidas no
como as inovações tecnológicas podem reorientar a produção e a
conceito de urbanização e como ela se desenvolve no caso bra-
organização do espaço geográfico.
sileiro, promova a retomada das páginas do Capítulo 10. Solicite
Estratégias para a recuperação das aprendizagens que produzam um texto descrevendo os conhecimentos que de-
A seguir, indicamos algumas estratégias para a recuperação senvolveram durante os estudos e promova o compartilhamento
das aprendizagens, considerando os objetivos pedagógicos esta- dos produtos finais, aproveitando o momento para, também, sa-
belecidos para esta Unidade. nar possíveis dúvidas.
XLIV
Quanto à diferenciação entre crescimento do número e do que desenvolvem agricultura familiar daqueles que realizam
tamanho das cidades do crescimento da população urbana, sua prática comercial, proponha uma pesquisa sobre o tema.
promova a retomada da questão 2. Desenvolva uma atividade Para isso, solicite que escolham um estabelecimento rural que
de comparação coletiva sobre os elementos da imagem e ten- desenvolve atividade agropecuária e realizem pesquisa que en-
te extrair aspectos que exemplifiquem como a vida urbana se volva: localização, o que produz, quanto produz, se é comercial
desenvolveu e adquiriu complexidade. Por exemplo, na imagem ou familiar. Essa atividade pode ser feita em grupos. Para fi-
mais antiga, o local ainda era ponto de parada para que cavalos nalizar, solicite que produzam cartazes com imagens e dados
bebessem água, enquanto na mais recente é visível ter se tor- sobre os locais escolhidos; finalize promovendo exposição dos
nado local de passagem ou atividade comercial de ambulantes. cartazes produzidos.
Objetivo 5 Objetivo 9
O item a da atividade 2 e a atividade 4 desenvolvem este obje- A atividade 3 mobiliza o objetivo em questão. Se os estudan-
tivo. Caso os estudantes apresentem dificuldades em compreen- tes tiverem dificuldades para compreender aspectos da reforma
der questões sobre a hierarquia urbana, bem como reconhecer as agrária, apresente-lhes o conceito de “função social da terra”.
características de seu cotidiano e das centralidades das cidades, Por ser fonte de subsistência e meio de produção no campo, não
promova comparação das situações comerciais/econômicas, so- pode ser objeto de especulação e acúmulo, sua distribuição deve
ciais e ambientais envolvidas nas duas questões que tratam desse ser justa e deve atender à função de promover a justiça social
objetivo. Na questão 2, temos uma situação na qual a localidade por meio do aumento da produtividade e atendimento do bem-
atualmente é utilizada para comércio sobretudo ambulante, que -estar coletivo.
ocorre graças ao volume de pessoas que ali transitam diariamen- Com relação às nuances sobre a questão agrária brasileira,
te. Do ponto de vista social, existem determinados problemas, por podem-se usar os itens a e b da questão 3. Para isso, aborde
exemplo, com relação às pessoas em situação de rua; e, por fim, aspectos referentes à distribuição irregular do crédito, demons-
sobre os problemas ambientais, pode-se apontar a poluição so- trando a prevalência dos imóveis na modalidade de agricultura
nora. Já com relação à questão 4, como aspecto econômico e co- familiar e o fato de estes receberem menos crédito. Dessa forma,
mercial temos o fato de tratar-se de uma indústria de importância aponte a importância de mudanças políticas e econômicas que
para o funcionamento do país, que, assim, movimenta grande vo- vão tornar as relações no campo melhores para todos, inclusive
lume financeiro; do ponto de vista social, as pessoas estão tendo para as pessoas que moram nas cidades.
suas vidas expostas a riscos ambientais, levando a população a
mobilizar-se para que seus direitos sejam garantidos; com relação Objetivo 10
ao meio ambiente, a indústria em questão libera grandes quanti- As atividades 1 (item b) e 5 (item b) desenvolvem este objetivo.
dades de poluição na atmosfera. Se os estudantes apresentarem dificuldades, proponha que reve-
jam o Capítulo 9 desta Unidade. Solicite que elaborem um qua-
Objetivo 6
dro comparativo sobre as características das redes de transporte,
As atividades 2 e 4 mobilizam este objetivo. Se os estudantes
energia e telecomunicação do país, de modo que os estudantes
apresentarem dificuldades, promova a retomada do Capítulo 10. Pe-
apontem sua distribuição, concentração e características. Por fim,
ça-lhes que listem ao menos duas dúvidas que tiveram no decorrer
produza um quadro coletiva na lousa com o que os estudantes
do tratamento do tema e, na sequência, promova compartilhamen-
anotaram, completando-o com as asserções corretas e, quando
to, de modo a produzir uma lista coletiva na lousa com as resoluções
descartar alguma proposta, explicando os motivos.
das dúvidas. Se achar necessário, retome as questões e realize uma
discussão relativa aos problemas ambientais e sociais identificados. Caso ache necessário, organize a turma em três grupos e distri-
Abra espaço para que a turma relate suas experiências em situações bua uma das redes para cada grupo. Solicite que pesquisem suas
parecidas, por exemplo, uma indústria que polui em seu bairro ou um principais características e sugira a produção de cartazes expli-
local com poluição sonora e visual. Essas práticas de contextualiza- cativos. Destine uma aula para apresentação; se houver espaço,
ção com a realidade são de grande importância. deixe os cartazes expostos um tempo, isso fomenta o protagonis-
mo dos estudantes.
Objetivo 7
Objetivo 11
As atividades 1 (item b) e 3 desenvolvem o objetivo em ques-
tão. Para tratar das possíveis dificuldades, pode-se retomar o As atividades 1 (item b) e 3 (item b) abordam este objetivo. Se
ranking de exportação contido na atividade 1. Solicite aos es- achar necessário, retome a análise dos mapas das questões que
tudantes que coletem dados da produção agrária do Brasil, so- mobilizaram este objetivo e sugira que apontem quais estados e
mem os valores e, na sequência, analisem sua contribuição total regiões estarão integrados por meio das possíveis mudanças do
no ranking. Ao constatarem que o setor mobilizou 66,1 bilhões projeto da ferrovia e do serviço de 5G implantado. Na sequência,
em contrapartida aos 82,3 mobilizados por todos os outros se- peça-lhes que destaquem as principais mudanças que esses ser-
tores, espera-se que eles percebam a relevância da atividade viços trazem ao cotidiano e seus impactos na economia e comér-
agropecuária para o país. cio do país. Espera-se que percebam que esses serviços vão inte-
grar o território para além do ponto de aproximar compradores
Com relação à questão fundiária, retome discussões da ativida-
e vendedores, possibilitando o fluxo de bilhões de reais em infor-
de 3, questionando os estudantes quanto à distribuição das áre-
mações, capitais, mercadorias, negócios, entre outros exemplos.
as destinadas à agricultura familiar em contrapartida ao médio e
grande proprietário. Se achar necessário, peça-lhes que produzam
um artigo de opinião sobre a necessidade da reforma agrária no Unidade 4
Brasil e sugira que embasem seus textos com informações obtidas
por meio de pesquisas na internet, em fontes confiáveis. Objetivos pedagógicos e habilidades relacionadas
Objetivo 8 1. Identificar as sub-regiões nordestinas e reconhecer suas prin-
A atividade 3 atinge o objetivo em questão. Se os estudan- cipais características naturais e sociais (EF07GE01, EF07GE02,
tes apresentarem dificuldades em diferenciar estabelecimentos EF07GE10, EF07GE08 e EF07GE11).
XLV
2. Compreender o processo de desenvolvimento e modernização decorrentes problemas socioambientais (EF07GE01, EF07GE02,
do Nordeste e a permanência de problemas sociais (EF07GE01 EF07GE03, EF07GE06 e EF07GE11).
e EF07GE02).
5. Compreender a especificidade do processo de ocupação e for-
3. Reconhecer a relevância da Amazônia na Região Norte, identifi-
mação socio-territorial da região Sul e o desenvolvimento eco-
cando as diferentes relações de povos indígenas e populações tra-
nômico da região (EF07GE01, EF07GE02 e EF07GE11).
dicionais com a natureza e as ameaças socioambientais decorren-
tes de atividades econômicas legais e ilegais (EF07GE01, EF07GE02, 6. Reconhecer e centralidade econômica e política da região Su-
EF07GE03, EF07GE04, EF07GE06, EF07GE08 e EF07GE11). deste, a intensa tecnificação de seu território, sua grande den-
4. Reconhecer a importância dos projetos agropecuários para sidade populacional e diversidade étnica (EF07GE01, EF07GE02,
o desenvolvimento econômico da Região Centro-Oeste e os EF07GE04, EF07GE06, EF07GE07, EF07GE08 e EF07GE10).
Desenvolvido
Atividade (p. 205) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante identificou a Atividade (p. 210) Parcialmente desenvolvido
permanência de problemas sociais e/ Em desenvolvimento
2 ou ambientais, como a indústria da Desenvolvido
seca e concentração fundiária? Atividades 2, 4 e 5 (p. 215) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 1
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade 2 (p. 216) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 217) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 218-219) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade 1 (p. 220) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante reconheceu problemas
Desenvolvido
socioambientais da Amazônia
3 decorrentes da atividade econômica
Atividade 1 (p. 221) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
mineradora tanto legal quanto ilegal?
Desenvolvido
Atividade (p. 222) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 223) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade 2 (p. 227) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 2
Em desenvolvimento
XLVI
O.P. Critério de avaliação Atividades relacionadas Desempenho Observações
Desenvolvido
Atividade (p. 233) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante reconheceu a importância
Desenvolvido
da produção de soja e outros aspectos
4 relacionados ao desenvolvimento
Atividades 2 e 3 (p. 236) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
econômico do Centro-Oeste?
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 3
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividades 1 a 3 (p. 237) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 238) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante compreendeu o papel Atividade (p. 239) Parcialmente desenvolvido
do gaúcho, bem como a importância Em desenvolvimento
5 da atividade da pecuária, entre
outras, para o desenvolvimento e a Desenvolvido
consolidação territorial da região Sul? Atividade (p. 244) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividades 1 e 2 (p. 248) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 4
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 249) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade (p. 252) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Ponto de checagem
Veja as orientações para o trabalho com a seção Ponto de checagem da Unidade 4.
XLVII
em 2020, de modo a identificar que essa atividade ocorre majo- Como desdobramento, solicite à turma que realize uma pes-
ritariamente na região Norte do país, avançando, sobretudo, nas quisa com algumas soluções sustentáveis para os problemas
áreas de preservação e aquelas delimitadas para comunidades sociais nordestinos levantados anteriormente. Promova o com-
tradicionais e os povos indígenas. partilhamento das pesquisas e desenvolva a discussão de forma
que compreendam que é necessária uma postura mais moderna
Atividade 3 quanto ao tratamento dos antigos problemas do Nordeste, que
promova, por exemplo, cadeias produtivas sustentáveis que inte-
• Objetivo avaliado: 4. grem à economia a parcela mais carente da população.
Para esta atividade, os estudantes deverão ter compreendi-
Objetivo 3
do aspectos sobre a importância da agropecuária para a eco-
A atividade 2 (itens b e c) desenvolve este objetivo. Como forma
nomia da região Centro-Oeste, sobretudo a produção de soja.
de tratar as possíveis dificuldades apresentadas quanto ao reco-
nhecimento da relevância da Amazônia na região Norte, identifican-
Atividade 4 do as diferentes relações de povos indígenas e populações tradi-
cionais com a natureza e as ameaças socioambientais, solicite que
• Objetivo avaliado: 5.
pesquisem na internet, preferencialmente na escola e sob sua orien-
Nesta questão, será exigido que os estudantes compreendam
tação, exemplos de povos indígenas da Amazônia. É provável que
o processo de formação de população típica da região dos Pam-
encontrem povos como os Yanomami. Solicite, como tarefa para
pas e a origem da figura histórica do gaúcho. Além disso, deverão
casa, que pesquisem os seguintes aspectos dos povos levantados:
compreender seu papel na construção socioeconômica do territó-
localização, características culturais (dança, música, pintura, etc.),
rio que hoje conhecemos como Sul do Brasil. Na sequência, devem
relação com a natureza, problemas que enfrentam, entre outros.
abordar aspectos da produção agropecuária da região, de modo a
identificar a importância da pecuária para seu passado e presente. Se achar necessário, peça-lhes que produzam cartazes com ima-
gens e pequenos textos explicativos sobre os povos que pesquisaram.
Finalize com uma exposição dos cartazes e discussão dos conheci-
Atividade 5
mentos e experiências desenvolvidos por meio da dinâmica proposta.
• Objetivo avaliado: 6. Objetivo 4
Esta atividade irá desenvolver conhecimento sobre o protago- A atividade 3 mobiliza o objetivo em questão. Se os estudan-
nismo da região Sudeste quanto a aspectos econômicos e políti- tes tiverem dificuldades em reconhecer a importância dos proje-
cos. Assim, por meio da análise de mapas os estudantes irão rea- tos agropecuários para o desenvolvimento econômico da região
lizar a comparação da distribuição do PIB por região e população Centro-Oeste e os consequentes problemas socioambientais, pe-
por estado. ça-lhes que retomem as páginas do Capítulo 15 desta Unidade.
Estratégias para a recuperação das aprendizagens Para tratar das dificuldades apresentadas de forma pontual,
A seguir, indicamos algumas estratégias para a recuperação desenvolva uma análise coletiva do mapa que mostra os índices
das aprendizagens, considerando os objetivos pedagógicos esta- de produção de soja por região entre 2020 e 2022. Solicite que so-
belecidos para esta Unidade. mem os três menores resultados destes anos e comparem com os
índices dos dois maiores. Desenvolva uma análise coletiva da pro-
Objetivo 1
porção do fenômeno e como desdobramento, solicite que pesqui-
A atividade 1 (item a) reforça o objetivo 1 dessa Unidade. Caso sem a contribuição da soja para a composição do PIB nacional.
os estudantes apresentem dificuldades na compreensão das sub-
Na sequência, sugira aos estudantes que retomem as páginas
-regiões do Nordeste, bem como em reconhecer suas principais
do livro que tratam do tema e anotem os problemas ambientais
características, podem-se retomar os conteúdos do Capítulo 13.
e sociais que a região Centro-Oeste enfrenta. Por fim, sugira que
Para aprofundamento, solicite que retratem as paisagens das pesquisem práticas sustentáveis desenvolvidas na região e pro-
sub-regiões nordestinas por meio de desenhos de paisagens. Sugi- mova o compartilhamento das pesquisas.
ra que realizem dois desenhos por região: um para retratar as áreas
onde predominam os ritmos sociais e outra onde predominam os Objetivo 5
ritmos naturais na dinâmica da paisagem. Produza uma exposição A atividade 4 desenvolve este objetivo. Se os estudantes
das produções dos estudantes e proponha a troca de ideias e infor- apresentarem dificuldades em compreender questões sobre a
mações sobre o trabalho realizado e aprendizagens que realizaram. especificidade do processo de ocupação e formação socio-terri-
Quanto às características, se achar necessário algum apro- torial da região Sul, associado ao seu desenvolvimento econômi-
fundamento, realize a troca dos desenhos produzidos e peça aos co, proponha que retomem as páginas do Capítulo 16. Se achar
estudantes que identifiquem nos trabalhos dos colegas as carac- necessário, peça-lhes que revisitem as atividades do caderno e
terísticas e elementos das sub-regiões nordestinas. retomem-nas de forma a levantar os dois principais aspectos
que acharem de difícil entendimento. Anote os apontamentos
Objetivo 2 dos estudantes e refaça, coletivamente, as atividades em que a
A atividade 1 (itens c e d) desenvolve o objetivo em questão. Se maioria deles apresentou dificuldades.
os estudantes tiverem dificuldades em compreender os processos Como aprofundamento, solicite à turma que pesquise aspectos
de modernização do Nordeste e a permanência de determinados vinculados aos hábitos do indivíduo tradicional conhecido como
problemas sociais, retome o Capítulo 13. “gaúcho”. Sugira como elementos a serem explorados: vestimen-
Se achar necessário, coletivamente realize um levantamento ta, pratos típicos, trajetórias que percorriam, música, vocabulário,
dos problemas sociais existentes na região Nordeste e, em segui- entre outros, fazendo as devidas relativizações para evitar a cons-
da, promova uma discussão sobre como a modernização ajudou trução do estereótipo que reduz a população do sul aos gaúchos.
ou não em sua resolução. Por exemplo, a instalação de um polo Promova o compartilhamento das pesquisas e desenvolva a dis-
industrial, como o de Camaçari, aumentou a oferta de empregos, cussão para que os estudantes compreendam nuances quanto ao
mas não promoveu mudanças profundas. desenvolvimento socioterritorial da região Sul. No caso, aponta-se
XLVIII
a contribuição de uma população heterogênea, composta de indí- XVII. A movimentação dos criadores de gado, sertão adentro, em
genas, mestiços e europeus, que desempenharam papel importan- busca de pastagens para alimentar os rebanhos, também foi um
te na formação territorial da parte sul do Brasil. fator de expansão do território.
Desse modo, espera-se que eles percebam que a região tem Critérios de avaliação Desempenho
grande relevância em todos os setores da economia, com des- Desenvolvido
taque para as industrias e serviços. E, por ser uma região com O estudante identifica os personagens a
Parcialmente desenvolvido
que o texto se refere?
grande variedade e volume populacional, é provável que os es- Em desenvolvimento
tudantes encontrem traços culturais de fluxos populacionais, de
Sobre os bandeirantes, o estudante
origem interna ou externa. Desenvolvido
reconhece sua contribuição na formação
Parcialmente desenvolvido
do território brasileiro, realizando
Ponto de chegada Em desenvolvimento
corretamente a análise do mapa?
Muito mais do que obter informações para classificar os estu- Observações
dantes atribuindo-lhes notas ou conceitos, as atividades avaliati-
vas têm o objetivo de ajudá-los a identificar os conhecimentos e
habilidades adquiridos ou não ao final do ano letivo. É importante
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
destacar que as atividades sugeridas nas páginas finais do Livro
Para os estudantes com dificuldades, é necessário providen-
do Estudante devem ser adaptadas e complementadas com base
ciar outros recursos que os auxiliem a compreender o conteúdo. É
na realidade da escola, do professor e dos estudantes.
possível encontrar na internet vídeos que abordam a formação his-
A partir das observações e informações obtidas, a ideia é or- tórica do território brasileiro por meio de animações, mapas antigos,
ganizar e propor novas estratégias de trabalho a fim de reme- documentos históricos, etc. Outra possibilidade é recorrer a atlas his-
diar as aprendizagens consideradas insuficientes, valendo-se de tóricos, que reúnem mapas que representam os principais momen-
trabalhos em grupos e duplas, pesquisas orientadas, seminários tos do processo de construção do território. Você pode utilizá-los
temáticos, confecção de murais e relatórios, etc. Dessa forma, no- para criar novas propostas de atividades, propor seminários, relató-
vas oportunidades devem ser oferecidas para que os estudantes rios, murais com pinturas relacionadas aos períodos estudados, etc.
superem as dificuldades e lacunas, avancem nas aprendizagens Além de remediar a aprendizagem dos estudantes com dificuldades,
e consolidem novos conhecimentos de modo a dar continuidade as ideias sugeridas podem envolver os demais estudantes, que terão
nos estudos posteriores de Geografia. a oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre o tema.
Portanto, uma verdadeira avaliação ao final do ano letivo não
tem o caráter de classificar a turma hierarquicamente, mas orientar Atividade 2
o professor a decidir sobre novas propostas e diretrizes de trabalho.
Por último, é proveitoso proporcionar momentos para que o • Objetivo avaliado: 2.
estudante possa avaliar o seu desempenho, rever sua trajetó- A lei de 1888, que decretou o fim da escravidão no Brasil, ge-
ria, conscientizar-se e propor a si mesmo novos caminhos, novas rou um grande problema para os fazendeiros que necessitavam
ações e atitudes. de mão de obra nas lavouras. A alternativa encontrada foi bus-
car trabalhadores de outros países e, assim, milhares de italianos,
O texto descritivo dos objetivos pedagógicos deste volume
suíços, alemães, japoneses e pessoas de outras nacionalidades
pode ser consultado no tópico “Objetivos e justificativas deste
vieram trabalhar no Brasil, principalmente nas fazendas de café
volume”, neste Manual do Professor.
do estado de São Paulo. Outra razão significativa foi o projeto
das elites para "branquear" a população brasileira, pautada numa
Atividade 1 premissa eurocêntrica e racista.
• Objetivo avaliado: 1. Um dos motivos da vinda de imigrantes foi a falta de emprego
Durante quatro séculos de história, diferentes territórios já ti- provocada pela Revolução Industrial, ocorrida a partir do século
veram o nome de Brasil, pois as fronteiras externas e os contornos XVIII na Europa, já que o avanço tecnológico das máquinas dis-
dos atuais estados do país foram construídos ao longo do tempo. pensou parte dos trabalhadores rurais. Dessa forma, sair do país
Durante esse processo, foi importante a atuação dos missioná- de origem foi a solução que os imigrantes buscaram para contor-
rios, que reuniam grupos indígenas em aldeias para catequizá-los. nar o desemprego.
Também merecem destaque as expedições bandeirantes em bus- No Brasil, a imigração é tida por vários autores como um dos
ca de indígenas para escravizar, de pedras e metais preciosos, de importantes fatores para a estruturação de algumas atividades
plantas do sertão. Estes, também conhecidos como sertanistas, econômicas, para a ocupação do território e para a formação da
eram descendentes diretos de europeus e foram os exploradores cultura e da população brasileira. Nesse contexto, o propósito
pioneiros a desbravar os sertões brasileiros entre os séculos XVI e da atividade é avaliar os conhecimentos dos estudantes sobre o
XLIX
tema, para que reconheçam a sua importância na produção e or- Estratégias para a recuperação das aprendizagens
ganização do espaço geográfico brasileiro. O vídeo As Grandes Regiões do Brasil, produzido pelo IBGE,
pode ser um bom ponto de partida para remediar a aprendiza-
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens gem dos estudantes com dificuldades, já que apresenta, de modo
simples e lúdico, algumas características das cinco regiões de
Critérios de avaliação Desempenho
modo simples e lúdico; disponível em: https://educa.ibge.gov.br/
Sobre a imigração no Brasil, o estudante Desenvolvido criancas/brasil/nosso-territorio/21469-as-grandes-regioes-do-
identifica a frase incorreta e a transcreve Parcialmente desenvolvido brasil.html (acesso em: 10 jun. 2022).
corretamente no caderno? Em desenvolvimento
Após o vídeo, uma ideia é retomar os principais conteúdos so-
O estudante reconhece a imagem bre as regiões brasileiras, que pode ser realizado com base nos
Desenvolvido
apresentada na pintura e consegue materiais encontrados no próprio livro e acessados na internet.
Parcialmente desenvolvido
expressar suas opiniões sobre a imigração Após essa etapa, podem ser feitos cartazes, resumos, seminários,
Em desenvolvimento
no Brasil? jornais falados e murais fotográficos.
Observações Todas as etapas de trabalho sugeridas podem envolver toda a
turma, e as estratégias de divisão desta em grupos fica a seu critério.
Dessa forma, os estudantes com dificuldades têm a oportunidade
Estratégias para a recuperação das aprendizagens de preencher lacunas e de superar as dificuldades de aprendizagem.
Para os estudantes com dificuldades, é necessário providenciar Os demais têm a oportunidade de ampliar os seus conhecimentos
outros recursos que os auxiliem a compreender o conteúdo. Na sobre as regiões brasileiras de modo dinâmico e criativo.
internet, por exemplo, há diversos vídeos que abordam a imigra-
ção no Brasil, como os da série História do Brasil – Os imigrantes Atividades 4 e 5
e o ciclo do café e o vídeo Café e imigrantes, da TV Senado. Os
• Objetivo avaliado: 4.
vídeos podem ser acessados nos seguintes endereços eletrônicos:
https://www.youtube.com/watch?v=w7ruMcSZRg0; https://www. A desigualdade econômica e social no Brasil é marcada pela
distribuição irregular da renda. Segundo o estudo lançado em
youtube.com/watch?v=catx_sJGxwU (acesso em: 9 jun. 2022).
2018 pelo World Inequality Lab (Laboratório das Desigualdades
Também é interessante retomar o tema revendo os textos do Mundiais), o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo,
livro e outros recursos facilmente selecionados na internet, como onde a discrepância de renda é marcada por níveis extremos há
depoimentos de imigrantes e fotografias antigas. Apresentados muito tempo. No país, cerca de 1% da população mais rica con-
ou pesquisados pelos estudantes, esses materiais podem gerar centra aproximadamente 28,3% da renda total do país. Em outras
novas propostas de atividades, como a organização de seminá- palavras, quase um terço da renda está nas mãos dos mais ricos.
rios, relatórios, murais com pinturas e fotografias relacionadas ao
As paisagens brasileiras refletem as desigualdades. Basta uma
tema, etc. Além de remediar a aprendizagem daqueles com difi- simples observação das paisagens e da sociedade em que vive-
culdades, as ideias sugeridas podem envolver os demais estudan- mos: favelização, moradias precárias, desemprego, etc. Além dis-
tes, que terão a oportunidade de ampliar os seus conhecimentos so, também há falta de acesso à educação pública de qualidade,
sobre o tema. baixos salários, dificuldade de acesso aos serviços públicos bási-
cos como saúde, transporte coletivo, saneamento básico.
Atividade 3 Os fundamentos anteriores direcionam as atividades 4 e 5,
cujo objetivo é checar se os estudantes construíram conhecimen-
• Objetivo avaliado: 3.
tos sobre algumas das desigualdades econômicas e sociais que
As divisões regionais do Brasil elaboradas pelo IBGE têm o pro- marcam as paisagens e a sociedade brasileira, pautando-se tam-
pósito geral de contribuir com a integração e o desenvolvimento bém na exploração do mapa. As atividades permitem desenvolver
do país. Ao definir as regiões, o IBGE cria uma base territorial em aspectos das habilidades EF07GE01, EF07GE04 e EF07GE09.
que é possível pesquisar, coletar e divulgar diferentes tipos de da-
dos – que são utilizados para aumentar o conhecimento sobre o Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
Brasil, país marcado por profundas desigualdades econômicas e
Critérios de avaliação Desempenho
sociais. A regionalização do IBGE tem em vista o planejamento de
políticas públicas voltadas para a organização, os investimentos Atividade 4
e a gestão do território. Desenvolvido
O estudante identifica o significado das
Parcialmente desenvolvido
Os fundamentos anteriores direcionam a atividade 3, cujo cores no mapa?
Em desenvolvimento
objetivo é checar se os estudantes construíram conhecimentos
sobre algumas das principais características naturais e socioeco- O estudante reconhece os estados que Desenvolvido
apresentam os maiores e os menores Parcialmente desenvolvido
nômicas das cinco regiões administrativas brasileiras. Ao explorar
rendimentos domiciliares per capita? Em desenvolvimento
os mapas, textos e demais recursos, também é possível verificar
se eles se aproximam das habilidades EF07GE09 e EF07GE11. O estudante reconhece as regiões que
Desenvolvido
reúnem os estados que apresentam os
Parcialmente desenvolvido
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens maiores e os menores rendimentos per
Em desenvolvimento
capita?
Critérios de avaliação Desempenho
Atividade 5
O estudante associa os números das Desenvolvido Ao ler o trecho, o estudante identifica as Desenvolvido
regiões brasileiras inseridos no mapa aos Parcialmente desenvolvido regiões que apresentam maior e menor Parcialmente desenvolvido
textos que as descrevem? Em desenvolvimento taxa de analfabetismo? Em desenvolvimento
Observações Observações
L
Estratégias para a recuperação das aprendizagens Brasil. Mostra, ainda, a mecanização do campo por meio de belas
Os textos selecionados para o desenvolvimento das ativida- imagens de uma fazenda e fornece explicações simples e práticas
des 4 e 5, além da análise do mapa temático, propiciam que dadas por técnicos em campo.
os estudantes construam conhecimentos que os levem a con- Após passar o vídeo, uma ideia é conversar e retomar com
cretizar a ideia de que o Brasil é um país de contrastes e de os estudantes os principais conteúdos sobre o tema, com base
desigualdades econômicas e sociais. Caso eles apresentem di-
nos materiais do próprio livro e acessados na internet em fon-
ficuldades, verifique se elas estão associadas à leitura e à inter-
tes confiáveis. Ao final, podem ser produzidos cartazes, resumos,
pretação dos recursos utilizados ou ao conteúdo em si. Caso
seminários, jornais falados e murais fotográficos, que podem
seja na interpretação dos recursos, introduza novos mapas, ta-
ser elaborados em grupos. Dessa forma, os estudantes com di-
belas, charges e outros que podem ser facilmente acessados na
internet. Os novos recursos devem ser a base para a elaboração ficuldades têm a oportunidade de preencher lacunas e superar
de outras atividades. as dificuldades de aprendizagem. Os demais estudantes têm a
oportunidade de ampliar os seus conhecimentos sobre o tema
de modo dinâmico e criativo, propiciando, assim, um trabalho
Atividade 6
colaborativo e respeitoso entre a turma.
• Objetivo avaliado: 5.
No Brasil, a modernização do campo aconteceu apenas com o Atividades 7 e 8
processo de industrialização do país, a partir da década de 1950,
e expandiu-se somente a partir das décadas de 1960 e 1970, prin- • Objetivo avaliado: 6.
cipalmente nas regiões Sul e Sudeste. O processo de urbanização no Brasil ocorreu principalmente a
Desde esse período aos dias atuais, muita coisa mudou no partir da década de 1950, quando se intensificou a industrializa-
campo brasileiro com a introdução de novas tecnologias aplica- ção no país. As atividades industriais se expandiram em algumas
das à produção rural. Os avanços técnicos não se limitaram ape- áreas e atraíram pessoas para as cidades, que chegavam em bus-
nas ao uso de GPS, piloto automático, controladores eletrônicos, ca de emprego e melhores condições de vida.
sensores e câmeras. Também estão associados a maior precisão No entanto, a urbanização acelerada sem o devido plane-
sobre as condições climáticas, conhecimento do solo, da química
jamento teve como consequência vários problemas de ordem
e da biologia envolvidas na fertilização das plantas e criação de
social e ambiental que persistem atualmente, principalmente
animais, assim como produção de sementes, vacinas, inseminação
nas médias e grandes cidades. Nestas, tornaram-se comuns
artificial, seleção de espécies e transgênicos.
problemas como: mobilidade inadequada, falta de empregos,
A mecanização do campo tende a reduzir a população rural do ausência de áreas verdes e de saneamento básico, ocupação
Brasil. No entanto, absorve diferentes trabalhadores, como agrô-
irregular das margens de rios, córregos, encostas e sopés de
nomos, tratoristas, mecânicos e outros profissionais que, mesmo
morros; violência, poluição sonora, visual, do ar e das águas;
morando nas cidades, trabalham nas atividades agrícolas.
especulação imobiliária; cortiços; favelas; loteamentos clan-
Os fundamentos anteriores direcionam a atividade 6, cujo ob- destinos; serviços irregulares de coleta de lixo; alagamentos;
jetivo é avaliar se os estudantes construíram conhecimentos so-
deslizamentos, etc. Pode-se dizer que muitas cidades brasilei-
bre as relações entre o processo de industrialização do país e a
ras parecem ser divididas em duas áreas: a das camadas ricas e
mecanização do campo. Ao explorar as fotografias e selecionar as
a das camadas pobres da população, demonstrando uma ver-
frases corretas, também é possível verificar se eles se aproximam
dadeira segregação socioespacial, revelada nas inúmeras pai-
das habilidades EF07GE06 e EF07GE08.
sagens urbanas do país.
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens Os fundamentos anteriores direcionam as atividades 7 e 8,
cujo objetivo é checar se os estudantes construíram conhecimen-
Critérios de avaliação Desempenho
tos sobre alguns problemas sociais e ambientais das cidades bra-
O estudante identifica a importância da Desenvolvido sileiras e se compreenderam o conceito de segregação socioespa-
modernização no campo para a economia Parcialmente desenvolvido cial. Ao explorar o texto e as fotografias, é possível desenvolver as
estatal e até mesmo regional? Em desenvolvimento
habilidades EF07GE06 e EF07GE08.
Ao ler os trechos, o estudante situa as
Desenvolvido
décadas apresentadas, relacionando-as
Parcialmente desenvolvido Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
com as mudanças nos espaços urbano e
Em desenvolvimento
rural? Critérios de avaliação Desempenho
O estudante reconhece a importância Desenvolvido Atividade 7
de novas técnicas e tecnologias no meio Parcialmente desenvolvido
O estudante reconhece que a mobilidade
rural? Em desenvolvimento Desenvolvido
urbana é o problema descrito no texto?
Observações Parcialmente desenvolvido
Aponta soluções para o problema
Em desenvolvimento
identificado?
Atividade 8
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
A partir das fotografias, o estudante
A fim de remediar a aprendizagem dos estudantes com dificul- Desenvolvido
elabora corretamente uma lista que
dades, uma possibilidade é compartilhar com a turma o vídeo do Parcialmente desenvolvido
identifica os problemas sociais e
Canal Rural, que pode ser encontrado em: https://www.youtube. Em desenvolvimento
ambientais urbanos?
com/watch?v=YeIoBQG75_4 (acesso em: 10 jun. 2022). Ele apre-
Observações
senta detalhadamente e na prática a aplicação de tecnologias
numa propriedade rural localizada na região Centro-Oeste do
LI
Estratégias para a recuperação das aprendizagens 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocio-
A animação Problemas Ambientais Urbanos, disponível em: nal, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo
https://www.youtube.com/watch?v=dE7WUFKQgp8 (acesso em: suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para
10 jun. 2022), pode proporcionar um bom começo de trabalho para lidar com elas.
remediar a aprendizagem dos estudantes com dificuldades, apre- 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coopera-
sentando alguns problemas muito comuns nas cidades brasileiras. ção, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos
direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade
Converse sobre a animação com os estudantes e peça-lhes
de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, cultu-
que falem sobre os problemas urbanos apresentados; na sequên-
ras e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
cia, proponha pesquisas de fotografias sobre o tema na internet.
As fotografias podem ser agrupadas em um álbum digital, reuni- 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexi-
das em um programa de apresentação ou ainda publicadas em bilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em
eventual página digital da escola. Essa atividade pode ser reali- princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
zada dividindo a turma em grupos; dessa forma, os estudantes BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base
Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: Ministério da Educação,
com dificuldades têm a oportunidade de preencher lacunas e su- 2018. p. 9-10. Disponível em: https://19q6.short.gy/TRQreM.
perar as dificuldades de aprendizagem, enquanto os demais têm Acesso em: 10 jun. 2022.
a oportunidade de ampliar os seus conhecimentos sobre o tema
de modo dinâmico e criativo. Competências específicas de Ciências Humanas para o
Ensino Fundamental
Vale destacar que os problemas urbanos são abordados dia-
riamente pelos veículos de comunicação. São vários os grupos 1. Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de forma
musicais que trabalham temas como violência, desigualdade so- a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promo-
cial e outros problemas sociais em suas composições. Esse tipo de ver os direitos humanos.
material é importante, pois enriquece a aula, além de estimular o 2. Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-cien-
senso crítico dos estudantes e tornar o aprendizado mais atrativo. tífico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências
Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e
Competências e habilidades da BNCC no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar
diante de problemas do mundo contemporâneo.
Competências gerais da Educação Básica 3. Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na na-
tureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos
ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultu-
sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e expli-
ral, de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social.
car a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a constru-
4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com relação
ção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instru-
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria
mentos de investigação das Ciências Humanas, promovendo o aco-
das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise críti-
lhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos
ca, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar
sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções
preconceitos de qualquer natureza.
(inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferen-
5. Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e
tes áreas.
em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das
mesmo espaço e em espaços variados.
locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da
6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências
produção artístico-cultural.
Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como
promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exer-
Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como co-
citando a responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem co-
nhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para
mum e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e senti-
7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferen-
mentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao
tes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comu-
entendimento mútuo.
nicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal rela-
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e co- cionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade,
municação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas sucessão, ritmo e conexão.
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base
e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver proble- Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: Ministério da Educação,
mas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 2018. p. 357. Disponível em: https://19q6.short.gy/TRQreM.
Acesso em: 28 jul. 2021.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-
-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender
as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinha- Competências específicas de Geografia para o Ensino
Fundamental
das ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberda-
de, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 1. Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investiga-
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões ção e de resolução de problemas.
comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a cons- 2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geo-
ciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, gráfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a
regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos
de si mesmo, dos outros e do planeta. recursos da natureza ao longo da história.
LII
3. Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do
espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.
4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnolo-
gias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas.
5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o
meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhe-
cimentos científicos da Geografia.
6. Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a cons-
ciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.
7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as ques-
tões socioambientais, com base em princípios éticos democráticos, sustentáveis e solidários.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. p. 366.
Disponível em: https://19q6.short.gy/jZwOTf. Acesso em: 8 jun. 2022.
O sujeito e seu lugar Ideias e concepções sobre a (EF07GE01) Avaliar, por meio de exemplos extraídos dos meios de comunicação,
no mundo formação territorial do Brasil ideias e estereótipos acerca das paisagens e da formação territorial do Brasil.
LIII
A sequência de unidades e capítulos foi proposta considerando a articulação entre conceitos e procedimentos e o princípio da
complexidade crescente em espiral, retomando e aprofundando conteúdos já desenvolvidos. Entretanto, a ordem dos capítulos pode
ser revista para atender às necessidades específicas do planejamento escolar relativas aos projetos planejados para cada ano escolar,
assim como às efemérides anuais.
O desenvolvimento da proposta de trabalho de campo, descrita na seção Como fazer, ao final do volume, pode ser realizado em
qualquer período do ano, de acordo com o calendário escolar. Sugerimos selecionar alguma proposta de atividade presente no volume
que envolve a observação da realidade local e implica observação, registro e produção de relatórios, adaptando-a para que seja o tema
ou objeto de pesquisa de um trabalho de campo. Nessas perspectivas, indicamos as seguintes atividades: Capítulo 2 (páginas 32 e
38-39), Capítulo 4 (páginas 64, 65 e 73), Capítulo 7 (páginas 119 e 121) e Capítulo 10 (páginas 158, 159, 166-167 e 168). Também é pos-
sível explorar temas e conceitos dos demais capítulos de acordo com a realidade local, como a visita a uma indústria ou agroindústria,
a alguma fazenda ou sítio onde se pratica a agricultura familiar, a uma Unidade de Conservação, a comunidades tradicionais ou povos
indígenas, a cidades vizinhas com funções urbanas diferentes daquelas de onde se localiza a escola ou ainda investigar problemas am-
bientais e sociais no bairro ou no município da escola.
Ponto de partida
Abertura de unidade
Capítulo 1
1o bimestre Capítulo 2
o
Unidade 1
1 trimestre Capítulo 3
Capítulo 4
Abertura de unidade
Capítulo 5
Capítulo 6
2o bimestre Unidade 2
Capítulo 7
Capítulo 8
Ponto de checagem
2o trimestre
Abertura de unidade
Capítulo 9
Capítulo 10
3o bimestre Unidade 3
Capítulo 11
Capítulo 12
Ponto de checagem
Abertura de unidade
2o semestre
Capítulo 13
Capítulo 14
3o trimestre
Capítulo 15 Unidade 4
4o bimestre
Capítulo 16
Capítulo 17
Ponto de checagem
Ponto de chegada
LIV
Indicações de leituras, sites , vídeos
BENEDICTO, Marcelo. Biodiversidade brasileira. Revista Inspirada no Relatório Stern, do Reino Unido, a obra trata do
Retratos, Rio de Janeiro, 12 jan. 2018. Disponível em: https:// problema das mudanças climáticas em escala global e seus des-
agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia dobramentos nos campos econômicos e sociais.
-de-noticias/noticias/19511-biodiversidade-brasileira. Acesso em:
10 jun. 2022. MATA Atlântica em perigo. Canal do MPF. Vìdeo (3 m 32 s.)
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UkMU5_
A página dispõe de um infográfico que apresenta os biomas bra-
bhCYk. Acesso em: 10 jun. 2022.
sileiros e números da fauna e flora de cada um.
O vídeo, disponível no canal do Ministério Público Federal, apre-
BRASIL. Ministério da Cultura. Departamento Nacional do Livro. senta aspectos da Mata Atlântica e alerta para os riscos da de-
Carta de Pero Vaz de Caminha, Brasília, DF, c2022. Disponível em: gradação desse bioma.
http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livros_eletronicos/carta.
pdf. Acesso em: 10 jun. 2022. MORAES, Antonio C. R. Geografia histórica do Brasil: capitalismo,
A leitura da carta permite um trabalho interdisciplinar com território e periferia. São Paulo: Annablume, 2011.
História e remete ao século em que os portugueses chegaram ao Nesta obra, o geógrafo, professor e autor apresenta diversos
território que hoje é o Brasil. Nesse documento – o primeiro da textos produzidos durantes anos de seus estudos e pesquisas,
história escrita do Brasil –, Caminha relata as primeiras impres- amparados por questões como ocupação e desenvolvimento
sões dos espanhóis e as observações acerca da nova terra. territorial do Brasil a partir de reflexos dos períodos colonial e
pós-colonial e, também, sob a perspectiva do capitalismo.
CIEB. Centro de Inovação para a Educação Brasileira. Disponível
em: https://cieb.net.br/. Acesso em: 13 jul. 2022. NASCIMENTO, Jorge Luiz do; CAMPOS, Ivan Braga (org.). Atlas da
O site da Associação é voltado para a edução pública no Brasil e fauna brasileira ameaçada de extinção em unidades de conserva-
busca desenvolver diferentes documentos e propostas relacio- ção federais. Brasília, DF: Instituto Chico Mendes de Conservação
nados a cultura e inovação. da Biodiversidade (ICMBio) 2011. Disponível em: https://www.gov.
br/icmbio/pt-br/centrais-de-conteudo/atlas-icmbio-web-pdf.
CORRÊA, Roberto L.; ROSENDAHL, Zeny (org.). Paisagem, tempo e Acesso em: 13 jun. 2022.
cultura. Rio de Janeiro: Editora da UERJ, 1998.
Este Atlas é resultado de uma vasta pesquisa acerca das espé-
A obra apresenta quatro textos escritos ao longo do século XX cies ameaçadas de extinção em Unidades de Conservação no
que apresentam como abordagem central a paisagem cultu- Brasil. Apresenta, portanto, características da fauna e do espaço
ral, em que são reveladas a participação humana na transfor- natural onde essas espécies habitam.
mação das paisagens no decorrer do tempo, as relações entre
sociedade e natureza, e os conceitos de paisagem, cultura e PETERSEN, James; SACK, Dorothy; GABLER, Robert. Fundamentos
simbolismo. da Geografia Física. São Paulo: Cengage Learning, 2019.
A obra apresenta uma visão abrangente do sistema terrestre,
DANTAS, Aldo; FRANÇA, Rosana S.; MEDEIROS, Sara R. F. Q. de.
utilizando conceitos e contextualizações essenciais ao estudo da
Geografia agrária. 2. ed. Natal: EDUFRN, 2011. Disponível em:
Geografia Física. Entre os principais temas trabalhados estão o
http://bibliotecadigital.sedis.ufrn.br/pdf/geografia/Geo_Agra_
WEB.pdf. Acesso em: 10 jun. 2022. clima e a atmosfera, a água, a terra e os seres vivos que habitam
o planeta.
Material produzido pela UFRN com o objetivo de atender a mo-
dalidade de educação a distância do Ensino Superior no Brasil RIDPATH, Ian. Guia ilustrado Zahar Astronomia. Rio de Janeiro:
e que apresenta as bases conceituais da questão agrária até a Jorge Zahar, 2007.
estrutura e as políticas agrícolas no país organizadas em aulas. Apontada como a mais antiga ciência, nesta obra a Astronomia
IBGE. Atlas escolar. Disponível em: https://atlasescolar.ibge. é tratada com profundidade, sendo a história e a formação do
gov.br/en/mapas-atlas/mapas-do-brasil/desigualdade- Sistema Solar, as constelações e a observação do céu alguns dos
socioeconomica.html. Acesso em: 13 jun. 2022. temas mais relevantes abordados pelo autor.
Este Atlas no portal do Instituto Brasileiro de Geografia e THÉRY, Hervé; MELLO, Neli de. Atlas do Brasil: disparidades e di-
Estatística apresenta de forma simples e interativa mapas com nâmicas do território. 3. ed. São Paulo: Edusp, 2018.
diversas informações sobre a desigualdade socioeconômica no O Atlas, que contém textos concisos e é ricamente ilustrado com
Brasil. fotos e material cartográfico, apresenta as diversas dinâmicas
IBGE. Brasil em síntese. Disponível em: https://brasilemsintese. espaciais no território brasileiro e que interagem com questões
ibge.gov.br/. Acesso em: 13 jun. 2022. como disparidades sociais.
A página do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apre- VISTA minha pele. Documentário. Vìdeo (24 m 33 s). Disponível em:
senta informações de diversos temas, como saúde, indústria, https://www.youtube.com/watch?v=FRq4fkkm5Iw. Acesso em: 11
educação, comércio, trabalho, população, etc., por meio de grá- jun. 2022.
ficos e tabelas.
O documentário mostra o racismo e preconceito racial por meio
MARGULIS, Sergio; DUBEUX, Carolina (ed.). Economia da mudan- de uma história em que negros e brancos trocam de papéis, con-
ça do clima no Brasil: custos e oportunidades. São Paulo: Ibep siderando o contexto histórico-social de formação da sociedade
Gráfica, 2010. brasileira.
LV
Referências bibliográficas comentadas
ALMEIDA, Rosângela Doin de (org.). Cartografia escolar. São colas, sempre enaltecendo práticas de sucesso no processo de
Paulo: Contexto, 2007. ensino e aprendizagem.
Obra que trata da metodologia, da teoria e da prática na produ-
CAVALCANTI, Lana de Souza. Pensar pela Geografia: ensino e re-
ção e no uso de mapas nas escolas de Ensino Básico, contribuin-
levância social. Goiânia: C&A Alfa Comunicação, 2019.
do para que o professor possa desenvolver noções cartográficas
com crianças e adolescentes. O desenvolvimento do pensamento e, particularmente, do
pensamento geográfico nos estudantes deve pautar a relação
ALMEIDA, Rosângela Doin de; PASSINI, Elza Yasuko. O espaço ensino-aprendizagem em Geografia. Esse é o cerne da obra, pois,
geográfico: ensino e representação. 15. ed. São Paulo: Contexto, para autora, favorecerá a análise de diferentes fenômenos, acon-
2011. (Repensando o ensino). tecimentos e processos do cotidiano, pensados e interpretados
Obra clássica para o entendimento das diferentes etapas do na perspectiva espacial.
desenvolvimento do pensamento espacial da criança e de suas
possibilidades para a leitura, a interpretação e a elaboração CAVALCANTI, Lana de Souza; PIRES, Mateus Marchesan (org.).
de representações cartográficas, e pensada, portanto, para a Geografia escolar: diálogos com Vigotski. Goiânia: Alfa, 2022.
Educação Infantil e para os Anos iniciais do Ensino Fundamental, Reunião de artigos nos quais são apresentadas formulações
mas que pode ser utilizada como referência para os professores do teóricas e investigações sobre práticas de ensino de Geografia
6º ano (primeira etapa dos Anos Finais do Ensino Fundamental). embasadas nas proposições e nas metodologias decorrentes da
contribuição de Vygotsky.
ANJOS, Dayane Priscilla Bernardes; MONTE, Franciela Félix de
Carvalho. Protagonismo Juvenil e Educação Integral: o edu- FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: um pro-
cando como ator e autor do seu processo de aprendizagem. jeto em parceria. São Paulo: Loyola, 2002.
In: CONGRESSO Nacional de Educação, 5., 2018, Recife. Anais Livro escrito por uma das principais referências nesses temas
Eletrônicos [...]. Recife: Realize, 2018. p. 1-12. Disponível em: no país, reúne um conjunto de artigos sobre interdisciplina-
https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2018/ ridade e projetos de ensino articulando diferentes áreas do
TRABALHO_EV117_MD1_SA5_ID7557_08092018230323.pdf. conhecimento.
Acesso em: 2 jun. 2022.
Artigo resultante de uma pesquisa que buscou identificar como FERREIRA, Maria Mary. Relações de Classe e Gênero na Escola:
estudantes e outros atores do processo formativo (gestores, for- revisitando conceitos de igualdade, desigualdade, diferença, clas-
madores e professores) compreendem o protagonismo juvenil e se e gênero. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 7, p. 57-68,
suas relações com a formação integral do educando, no contexto 2014. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/revtee/article/
de uma escola de referência em Ensino Médio (horário integral), view/2952/2599. Acesso em: 2 jun. 2022.
implementada no município de Petrolina (PE). O artigo propõe uma discussão sobre os conceitos de igualdade,
diferença, identidade, etnia, classe e gênero na perspectiva de
CARLOS, Ana Fani A. A condição espacial. São Paulo: Contexto,
refletir e entender como esses conceitos marcam a construção
2011.
da identidade tendo a escola (em sentido amplo) como lócus.
Com foco no espaço como resultado da ação e da reprodução
social, a geógrafa analisa as relações sociais que se apropriam e FREIRE, Genebaldo. Atividades interdisciplinares de educação
configuram esse espaço, por meio dos fenômenos econômicos, ambiental. 2. ed. São Paulo: Gaia, 2012.
sociais, culturais e ambientais, destacando que toda atuação hu- A obra destina-se a professores das distintas áreas de conheci-
mana se realiza no tempo e no espaço. mento, traz 50 práticas de Educação Ambiental, sempre com in-
CARLOS, Ana Fani A.; CRUZ, Rita de Cássia Ariza da (org.). A ne- formações, definições, objetivos, princípios e estratégias. Temas
cessidade da Geografia. São Paulo: Contexto, 2019. relevantes da Educação Ambiental são abordados, como a água e
Coletânea de artigos de professores e pesquisadores universi- o homem, as indústrias e a comunidade e a preservação cultural.
tários que se debruçam em análises sobre categorias e concei- GARDNER, Howard. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de
tos, estudos e pesquisas da Geografia e sua importância para a Janeiro: Objetiva, 2000.
compreensão do mundo em que vivemos, levando em conta as
O autor da teoria das Inteligências Múltiplas traz um relatório
intensas e rápidas transformações presentes no espaço geográ-
sobre o desenvolvimento de seus próprios conceitos ao longo
fico, suas causas e impactos sociais, econômicos e ambientais, de
do tempo, adicionando três novas inteligências. A obra também
acordo com a realidade brasileira.
auxilia os educadores que desejam aplicar a teoria no ambiente
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. (org.); ROSSATO, Maíra escolar, além de especular a relação das inteligências múltiplas
Suertegaray; CÂMARA, Marcelo Argenta; LUZ, Robson Réus Silva com o mundo do trabalho.
da. Ensino da Geografia: caminhos e encantos. Porto Alegre:
Edipucrs, 2016. HAESBAERT, Rogério. Territórios alternativos. São Paulo:
Contexto, 2017.
Enfatizando a importância de estudar Geografia na escola,
tomando por base o lugar, as experiências com o espaço vi- A obra apresenta diversos artigos do autor com o intuito de
vido, esse livro se apoia em quatro relatos de professores da analisar o espaço geográfico e o território na modernidade e na
Educação Básica para considerar a construção de uma educa- pós-modernidade, discutindo, também, algumas categorias de
ção geográfica. análise estruturantes na ciência geográfica.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos et al. (org.). Geografia em SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo:
sala de aula: práticas e reflexões. 5. ed. Porto Alegre: Editora da Edusp, 2008.
UFRGS/AGB, 2010. Obra de referência para compreender (e refletir sobre) as cate-
A obra traz registros dos desafios que profissionais do compo- gorias de análise e os conceitos pilares dos processos e dos fenô-
nente Geografia enfrentam em sua rotina de trabalho nas es- menos estruturantes do espaço geográfico.
LVI
GEOGRAFIA
COMPONENTE CURRICULAR: GEOGRAFIA
E N S I N O F U N DA M E N TA L A N O S F I N A I S
EDUARDO CAMPOS
Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP)
Bacharel e licenciado em Geografia pela USP
Coordenador educacional e pedagógico do Ensino Fundamental e do Ensino Médio na rede
privada de ensino do estado de São Paulo
Atuou como professor no Ensino Fundamental, no Ensino Médio e no Ensino Superior
Autor de obras didáticas para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio
1ª edição
São Paulo, 2022
1
Direção executiva: Flávia Bravin
Direção de negócio: Volnei Korzenieski
Gestão editorial: Alice Ribeiro Silvestre
Gestão de planejamento: Eduardo Kruel Rodrigues
Gestão de projeto digital: Tatiany Renó
Gestão de área: Brunna Paulussi
Coordenação de área: Felipe Vinícius dos Santos e
Fabiana de Lima Oliveira
Edição: Daniel Zungolo Teixeira, Patricia Silva Coelho e
Raiane Gabriela Forti (estag.), Rogério Fernandes Cantelli (digital)
Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi, Camila Cunha,
Adriana Souza e Isabela Salustriano
Revisão: Mariana Braga de Milani (ger.), Flavia S. Vênezio,
Patricia Cordeiro, Sueli Bossi e Vanessa P. Santos
Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.),
Daniele Fátima Oliveira (edição de arte), Arte Ação (diagramação)
Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (ger.),
Claudia Balista, Douglas Cometti e Evelyn Torrecilla (pesquisa iconográfica),
Emerson de Lima (tratamento de imagens)
Direitos autorais: Fernanda Carvalho (coord.), Emília Yamada,
Erika Ramires e Carolyne Ribeiro
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Erika Ramires e
Tempo Composto Ltda.
Ilustrações: Daniel Klein, Ericson Guilherme Luciano,
Fórmula Produções, Gerson Mora e OracicArt
Cartografia: Mouses Sagiorato e Portal de mapas
Design: Flávia Dutra (proj. gráfico, capa e Manual do Professor)
Ilustração de capa: Paula de Aguiar
Pré-impressão: Alessandro de Oliveira Queiroz, Pamela Pardini Nicastro,
Débora Fernandes de Menezes, Fernanda de Oliveira e
Valmir da Silva Santos
Bibliografia
Suplementado pelo manual do professor
ISBN 978-65-5767-501-4 (aluno)
ISBN 978-65-5767-502-1 (professor)
Impressão e acabamento
2
Apresentação
Vivemos em um mundo complexo que se transforma em ritmo acelerado. Modi-
ficações nos modos de se comunicar, produzir, se divertir e obter informações vão
ocorrendo rapidamente. Abrem-se novas possibilidades de conhecer, compreender
e analisar o território e suas paisagens, particularmente com o desenvolvimento das
novas tecnologias da informação e comunicação.
Isso nos traz novos questionamentos e reflexões sobre fatos, fenômenos e pro-
cessos que mantêm relações estreitas com o espaço geográfico. Ler e interpretar
corretamente o mundo exige a mobilização de saberes e conhecimentos consoli-
dados, sistematizados e fundamentados por procedimentos científicos. O estudo
e as aprendizagens em Geografia oferecem a possibilidade de elaborar respostas a
muitas das indagações que tematizam as relações entre a sociedade e a natureza,
presentes em nosso cotidiano e também em contextos mais distantes.
Ao se envolver nas reflexões propostas neste livro, em um trabalho conjunto com
o professor e os colegas, você construirá muitas noções sobre o espaço geográfico
em diferentes escalas: local, regional, nacional e mundial. No decorrer do ano, po-
rém, surgirão outros questionamentos, pois a busca pelo conhecimento, pela com-
preensão do mundo em toda a sua complexidade, é uma tarefa que nunca termina.
E é também por meio do conhecimento que podemos encontrar caminhos para
estender os benefícios conquistados a um número cada vez maior de pessoas, re-
duzindo as desigualdades sociais que ainda persistem nos mais variados territórios,
de todos os países, e estão materializadas em suas paisagens.
Nesse contexto, estudar e aprender Geografia, campo do conhecimento que
discute a produção e organização do espaço pela sociedade, colabora para a for-
mação de cidadãos críticos, cientificamente informados, sensíveis e cientes da ne-
cessidade de construir projetos de vida e de sociedade que sejam democráticos,
inclusivos, solidários, sustentáveis e justos.
Bom trabalho!
Os autores
3
Sumário
Ponto de partida ......................................................... 10 Atividades ..................................................................... 28
Unidade 1 2
Organização político-administrativa e
Formação e organização do
cidadania ..................................................................... 29
território brasileiro...............................................14
Política ...................................................................................29
Ponto de partida
Estas atividades ajudam você a
retomar o que já estudou em anos
anteriores e a se preparar para
os novos conhecimentos que vai
encontrar ao longo do livro.
Abertura de unidade
Na seção que inicia as unidades, há textos e imagens
relacionados aos temas centrais que articulam os capítulos.
Há também atividades que o auxiliam a retomar o que você já
sabe sobre esses temas e que possibilitam novas reflexões.
Conheça mais
Este selo indica o momento em que Com um visual atrativo que integra ilustrações,
Prática de noções introdutórias de práticas de fotografias e textos, esta seção apresenta
pesquisa informações para aprofundar e complementar
pesquisa serão mobilizadas.
seus conhecimentos sobre temas do capítulo.
4
3 Conheça mais: Clima e vegetação .......................... 62
Você sabia?: Bioma ..................................................... 64
Formação territorial ............................................... 42
Relevo e bacias hidrográficas................................... 65
Limites territoriais ..............................................................42
As relações entre sociedade e natureza ......................68
O Brasil imaginado....................................................... 43
Economia e alteração dos biomas........................... 68
Os povos originários ..........................................................44
Trabalhando com peças publicitárias:
América portuguesa ..........................................................46
Propagandas .................................................................. 71
Conexões com História: O sistema colonial ........47 Legislação ambiental ..........................................................72
Você sabia?: Bandeiras .............................................. 48 Sistema Nacional de Unidades de
Expansão territorial .................................................... 49 Conservação da Natureza ......................................... á3
Economia e território .................................................. 51 Eixos do capítulo...........................................................74
Ciclos e atividades econômicas ...................................... 52 Atividades ...................................................................... 75
Açúcar e ouro ................................................................ 52
Ponto de checagem .....................................................76
Café, indústria e borracha ....................................... 53
Trabalhando com mapas: Linguagem
cartográfica complexa................................................ 54
Unidade 2
Integração do território ............................................ 55 População brasileira............................................78
Modernização do território ...................................... 56
Eixos do capítulo........................................................... 57 5
Atividades ..................................................................... 58 Formação e diversidade do
povo brasileiro ........................................................... 80
4 A origem do povo ...............................................................80
Sociedade e natureza ............................................ 59 Os primeiros habitantes ................................................... 81
Meio natural ......................................................................... 59 Disseminação de técnicas e saberes ...................... 82
Glossário
Boxe que traz explicações, junto
ao texto principal do capítulo, de
palavras ou termos que talvez
você não conheça ou sobre cujos
significados você tenha dúvidas.
Conexões
Esta seção conecta a Geografia a
outros componentes curriculares
para que você perceba
que, quando relacionamos
conhecimentos de diferentes áreas,
podemos compreender melhor o
mundo ao nosso redor.
5
5
A contribuição africana .................................................... 85
7
Você sabia?: O poder dos nomes ............................. 86
Diversidade cultural.................................................... 87 Movimentos migratórios ................................... 109
O desembarque europeu..................................................89 Migração .............................................................................109
Você sabia?
Apoiada em textos
e, em alguns casos,
em imagens, a seção
contribui para a ampliação
do conhecimento,
apresentando informações
complementares.
Interagindo e convivendo
Esta seção promove a formação cidadã Explore
e ética, abordando questões sociais e As atividades que aparecem ao longo dos
ambientais, com atividades que favorecem capítulos oferecem a possibilidade de
o seu papel protagonista no mundo, como interpretação e análise de algum aspecto das
a apresentação de soluções para certos temáticas trabalhadas, proporcionando um
problemas e o trabalho cooperativo. aprofundamento do assunto.
6
Trabalhando com reportagem de jornal: Trabalhando com metas e indicadores:
Concentração de renda .............................................133 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.......153
Interagindo e convivendo: Acesso à internet....134 Eixos do capítulo.........................................................154
Eixos do capítulo.........................................................136 Atividades .................................................................... 155
Atividades .................................................................... 137
Ponto de checagem ...................................................138
10
Espaço urbano ..........................................................156
Unidade 3 Urbanização ....................................................................... 156
As cidades ............................................................................157
Economia e modernização do país .......... 140 Formação das cidades no Brasil.............................158
As diferentes cidades ...............................................159
9 As redes urbanas ..............................................................160
Industrialização ..................................................... 142 Hierarquia urbana .....................................................162
Modernização ....................................................................142 Vida urbana ........................................................................ 163
Os tipos de indústria .................................................143 Centralidade do espaço urbano ............................164
A industrialização brasileira ..........................................144 Direito à cidade...........................................................165
Mercado consumidor e mão de obra ....................145 Conheça mais: Problemas e desafios urbanos...... 166
Crises externas e desenvolvimento
Trabalhando com imagens: Revitalizando
industrial brasileiro ...................................................146
os espaços ..................................................................... 168
Tecnificação do território............................................... 147
Primeiro governo Vargas .........................................147
Eixos do capítulo........................................................ 169
Contraponto
Nesta seção, são apresentados temas para
você trabalhar a competência de argumentação
por meio de imagens, textos e atividades que
promovem a multiplicidade de ideias.
Trabalhando com
Nesta seção, você terá contato
com diferentes recursos
Na tela e Biblioteca visuais e textuais. Além disso,
encontrará atividades que
Para você ampliar suas fontes de
promovem o desenvolvimento
conhecimento, propomos nesta seção
das habilidades de
dicas de filmes, sites, livros, aplicativos,
compreensão, comparação,
podcasts e outros recursos.
análise, entre outras.
7
Contraponto: Transgênicos .................................... 177 Atividades ................................................................... 199
Mecanização ...................................................................... 178 Ponto de checagem ..................................................200
Questão agrária ................................................................180
Reforma agrária .........................................................181
Unidade 4
Problemas socioambientais...........................................182
Agrotóxicos .................................................................182 Regiões brasileiras .............................................202
Gás estufa ....................................................................183
Violência .......................................................................183 13
Aumento de produção..............................................183 Região Nordeste .....................................................204
Eixos do capítulo........................................................ 184 Panorama ........................................................................... 204
Atividades ....................................................................185 Sub-regiões nordestinas..........................................205
Na trilha da Cartografia • Mapas temáticos:
12 Correlação entre mapas ...........................................206
Redes de energia, comunicações e Você sabia?: Indústria da seca .............................209
transportes ............................................................... 186 Transposição do rio São Francisco ........................210
Redes ....................................................................................186 Meio-Norte...................................................................211
O território brasileiro antes da mecanização.....187 Você sabia?: Matopiba .............................................. 211
As redes de energia ..........................................................188 Maior dinamismo .............................................................. 212
Geração de energia ...................................................189 Trabalhando com gráficos: Dados sobre a
Você sabia?: Impactos socioambientais de região Nordeste ...........................................................213
hidrelétricas ................................................................ 189 Eixos do capítulo........................................................ 214
Na trilha da Cartografia • Mapas: Atividades ....................................................................215
Representando o futuro ........................................... 190
Redes de transporte ........................................................ 192 14
Ferrovias .......................................................................192
Região Norte..............................................................216
Rodovias .......................................................................193
Hidrovias ......................................................................193 Panorama ............................................................................ 216
A relação sociedade e natureza .............................217
Trabalhando com mapa temático: Rede de
transporte brasileira ................................................. 194 Conheça mais: “Amazônias”.................................. 218
As redes de comunicação ............................................... 195 A relevância da natureza .........................................220
Desenvolvimento econômico ........................................ 221
Interagindo e convivendo: A vida digital ........... 196
Trabalhando com charges: Problemas
Eixos do capítulo........................................................ 198
socioambientais na região Norte .......................... 223
Interagindo e convivendo: Valorização das
diferenças ..................................................................... 224
Eixos do capítulo
Nesta seção, há uma
retomada dos principais
temas e conceitos
trabalhados no capítulo.
Atividades
Depois que estudar
Na trilha da Cartografia o conteúdo de cada
Esta seção promove o desenvolvimento de capítulo, você vai retomar
habilidades relacionadas à leitura, interpretação, e aprofundar seus
comparação, análise e elaboração de diferentes conhecimentos por meio de
representações cartográficas. atividades variadas.
8
Questão ambiental: arenização ...................................245
Eixos do capítulo........................................................ 226
Atividades ....................................................................227 Você sabia?: Degradação ambiental do Pampa......246
Eixos do capítulo........................................................ 247
15 Atividades ...................................................................248
Região Centro-Oeste ........................................... 228
Panorama ............................................................................228
17
Marcha para o Oeste.................................................229 Região Sudeste .......................................................249
Agropecuária e indústria .........................................230 Panorama ............................................................................249
Agronegócio ................................................................231 Origem...........................................................................2ã0
Trabalhando com fotografia: Estudando as Novo centro econômico e político.........................2ã1
paisagens ...................................................................... 232 Mão de obra livre .......................................................2ã1
Avanço sobre o Cerrado .................................................233 Tecnificação do território........................................2ã2
População multiétnica .............................................2ã2
Você sabia?: Georreferenciamento a serviço das
comunidades remanescentes de quilombo ....... 234 Contraponto: Desconstruindo preconceitos ...... 253
Eixos do capítulo........................................................ 235 Trabalhando com mosaicos: Povos e
Atividades ................................................................... 236 comunidades tradicionais no Sudeste ................ 254
A complexidade do território .......................................... 255
16 Mineração.....................................................................2ã6
Agropecuária ..............................................................2ã7
Região Sul ...................................................................237 Problemas socioambientais ....................................2ã8
Panorama ............................................................................ 237 Problemas sociais.......................................................2ã8
Colonização .................................................................238
Eixos do capítulo........................................................260
Conexões com História: Incentivo à
Atividades ....................................................................261
ocupação europeia ..................................................... 239
Os atores da colonização.........................................240 Ponto de checagem .................................................. 262
Características do povoamento............................241 Ponto de chegada......................................................264
Você sabia?: Branqueamento do país ................. 241 Como fazer: Trabalho de campo ...........................268
Trabalhando com podcast: Cultura da região Referências bibliográficas comentadas ........... 271
Sul do Brasil ................................................................. 242
Economia ......................................................................243
Ponto de chegada
No final do livro e de seu
ano de estudos, você
vai recordar e mobilizar
tudo o que aprendeu
com diferentes
atividades.
Ponto de
checagem
Estas atividades,
Como fazer que ficam no final
Orientações e propostas para das unidades, vão
você trabalhar com procedimentos permitir a você
e práticas diversificadas, como verificar como está
debates, elaboração de recursos sua aprendizagem.
visuais diferenciados, coleta de
dados, entrevistas, de modo mais
sistematizado e metódico.
9
9
Ponto de partida
Orientações didáticas
Ponto de partida
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
do país. AM
Manaus
CE
PA Teresina Natal
MA RN
2. Espera-se que os estudantes cons- PI PB
João Pessoa
Recife
truam um gráfico de colunas apresen- AC Rio
Branco Porto
PE
Maceió
AL
tando os dados da tabela de modo Velho
RO
Palmas
TO SE
Aracaju
proporcional. Se construírem em um BA
MT Salvador
papel milimetrado, por exemplo, ca- Cuiabá Brasília
da 1mm pode representar 1% dos va- Goiânia
DF
Rodovias Curitiba
SC Disponível
pode ser enriquecedor utilizar algum Pavimentada Florianópolis
em: https://
programa de computador ou aplica- Em pavimentação RS
Porto Alegre portaldemapas.
ibge.gov.br/portal.
tivo de celular para elaborar gráficos Ferrovia
php#mapa54.
digitais e comparar com a produção Hidrovia
0 380
km
760
Acesso em:
dos estudantes. Converse com os estu- 18 abr. 2022.
dantes, indicando as diferenças entre a) Quais são as redes de transporte representadas no mapa?
os valores dos dados e destacando a
b) Qual é a rede de transporte predominante?
predominância das rodovias no Brasil.
c) Em quais regiões do Brasil essa rede se concentra?
d) Em sua opinião, qual é o papel da rede rodoviária no Brasil? Ela atende igualmente a todas as pes-
soas e regiões?
Brasil: sistema de transportes (%) – 2015
2 Analise a tabela. Considerando os dados apresentados nela,
Dutoviário 4
construa um gráfico de colunas no caderno. Utilize cores di-
ferentes e elabore uma legenda. Aquaviário 16
Ferroviário 15
Elaborado com base em: EPL. Plano Nacional de Logística PNL – 2025. Rodoviário 64
Relatório Executivo – jun. 2018. Disponível em: https://ontl2.epl.gov.br/html/
Aeroviário 1
objects/_downloadblob.php?cod_blob=5835. Acesso em: 26 abr. 2022.
2. Leia a resposta e as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
10
10
3 Para os povos indígenas brasileiros, a relação com o lugar onde vivem e com os elementos da natureza, Orientações didáticas
de modo geral, é essencial para a manutenção da vida e de sua cultura. Por isso, a demarcação de suas
terras e a proteção de seus territórios é muito importante. 3. O termo índio foi mantido para pre-
Leia os textos a seguir. 3. Leia as respostas e as orientações para a atividade neste servar a citação, entretanto o termo uti-
Texto 1
Manual do Professor. lizado pelos autores ao longo da obra é
indígena. Sobre o emprego desses ter-
[...] As terras indígenas são aquelas tradicionalmente ocupadas pelos índios em caráter perma-
nente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos mos, recomendamos a leitura do texto
ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, presente em: https://www12.senado.
costumes e tradições. Também são consideradas terras indígenas as áreas reservadas destinadas à posse e ocu- leg.br/manualdecomunicacao/estilos/
pação pelos índios (reservas, parques e colônias agrícolas indígenas) e aquelas de domínio das comunidades indio. Acesso em: 6 jul. 2022.
indígenas [...]
IBGE. Base de Informações Geográficas e Estatísticas sobre os indígenas e quilombolas para enfrentamento à Covid-19 3. a) Possibilidade de legenda: In-
(nota técnica). Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_do_territorio/tipologias_do dígenas realizam apresentações cul-
_territorio/base_de_informacoes_sobre_os_povos_indigenas_e_quilombolas/indigenas_e_quilombolas_2019/
Notas_Tecnicas_Base_indigenas_e_quilombolas_20200520.pdf. Acesso em: 18 abr. 2022. turais e manifestação solicitando a
demarcação de suas terras, em Bra-
Texto 2
sília (DF), 2021.
[...] Grande parte das terras indígenas no Brasil sofre invasões de garimpeiros, pescadores, caçadores, madei-
reiras e posseiros. Outras são cortadas por estradas, ferrovias, linhas de transmissão ou têm porções inundadas 3. b) Resposta pessoal. Espera-se
por usinas hidrelétricas. Frequentemente, os índios colhem resultados perversos do que acontece mesmo fora que os estudantes indiquem ques-
de suas terras, nas regiões que as cercam: poluição de rios por agrotóxicos, desmatamento etc. [...]
tões ligadas aos problemas que os
ISA. O que são Terras Indígenas? 2018. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/O_que_s%C3%A3o
_Terras_Ind%C3%ADgenas%3F. Acesso em: 19 abr. 2022.
povos originários enfrentam em rela-
ção às suas terras.
a) Considere os textos que você leu e, no caderno, elabore uma legenda para as duas fotografias a
seguir (inclua a palavra “terra” nessa legenda).
Andre Dib/Pulsar Imagens
Sergio Lima/AFP
1 2
b) Agora, considere os textos que você leu anteriormente, observe atentamente as charges a seguir e de-
pois responda: Na sua opinião, que mensagens as charges transmitem? Anote as respostas no caderno.
© Céllus/Acervo do cartunista
© J. Bosco/Acervo do cartunista
Charge que
retrata questões
relacionadas às
terras indígenas.
MONTEIRO, Céllus
Marcelus. Índio
indígena. Nitter
PussTheCat.org, 19
abr. 2021. Disponível
em: https://nitter. Charge que retrata questões relacionadas à
pussthecat.org/ana posse de terras indígenas. BLOG DE ROCHA!
_mota57/status/ ELTON TAVARES. Amazônia 7 terras indígenas.
1384221181083934722. Disponível em: https://www.blogderocha.com.br/
Acesso em: 3 maio charges-de-agora-573/charge-amazonia7-terras
2022. -indigenas/. Acesso em: 2 maio 2022.
11
11
4. Leia as respostas e as orientações para a atividade
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
neste Manual do Professor.
Orientações didáticas 4 A seguir, observe as fotos das paisagens de diferentes locais do Brasil e seus respectivos climogramas.
Depois, responda às questões.
4. a) Os locais representados são Apuí
(AM), Corumbá (MS), Buíque (PE) e
2
entres os meses de abril e outubro, e os Corumbá (MS)
índices pluviométricos são baixos. San-
Buíque (PE)
200 20
150 15
100 10
50 5
0 0
J F MAM J J A S O N D
Meses do ano
Buíque (PE), 2022.
Elaborado com base em: CLIMATE-DATA.ORG. Clima Buíque (Brasil).
Disponível em: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/
pernambuco/buique-43019/. Acesso em: 4 jun. 2022
12
12
Orientações didáticas
a) Compare os conjuntos de paisagens e climogramas e responda: Que locais estão representados? 5. c) Resposta pessoal. Avalie se os tí-
Quais são as principais diferenças entre eles, considerando o comportamento das temperaturas e tulos indicados pelos estudantes são
das chuvas ao longo do ano e as características naturais mostradas nas fotografias? coerentes com a proposta. Você pode
anotá-los na lousa e promover a apre-
b) Em qual localidade há maior volume médio anual de chuvas? Esse fenômeno tem repercussão nas
ciação e reflexão coletiva sobre cada
características da paisagem mostrada na foto? Explique.
um deles.
5 Analise o artigo 2 da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. Depois, leia a letra da can-
ção a seguir. 5. Leia as respostas e as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
Artigo 2
Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração,
sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza,
origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assembleia Geral das Nações Unidas, Paris, 1948.
Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 19 de abr. 2022.
a) Inspirado no artigo 2 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e na letra da canção, o que
você diria sobre a população brasileira? Responda no caderno.
b) Selecione o verso da canção que mais chamou a sua atenção e copie no caderno.
c) Que outro título você daria à canção?
13
13
BNCC na unidade
Competências gerais da Educação
Básica (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9 e 10.
Introdução
Nesta unidade, foram mobilizados di-
versos conhecimentos atrelados às ha-
bilidades que permitem compreender
as diferentes características do Brasil:
naturais, sociais, culturais, econômi-
cas, entre outras. Para isso, teremos
como fio condutor conceitos impor- A Placas indicam o limite
tantes, como o de região, paisagem e entre o Brasil e o Uruguai,
em Chuí (RS), 2020.
território, que, aplicados sobre análise
das características brasileiras, possibili-
tam uma compreensão mais profunda Nesta unidade você vai estudar:
Formação e
sobre o país. Sendo assim, discutem- ⓿ a localização, a extensão e a organização do
-se, por exemplo, aspectos quanto à território brasileiro;
contribuição dos povos originários e das as relações entre as atividades econômicas e a
organização
⓿
sição, extensão, distribuição. Dessa ma- Para orientações sobre a avaliação das aprendizagens geográfico. Não são esperadas respostas fechadas, mas
neira, discute-se a espacialização de desta unidade, veja o tópico Acompanhamento das apren- considerações feitas a partir da leitura das fotos e do texto.
aspectos econômicos, sociais, culturais dizagens, nas Orientações para este volume. Nele, tam- Sugerimos iniciar comunicando aos estudantes que o
e naturais do país. bém constam os objetivos pedagógicos da unidade. curso de Geografia neste ano privilegia sobretudo o Brasil
Com relação às questões socioeco- (escala geográfica que orienta o desenvolvimento dos con-
nômicas, foram utilizadas imagens, da- Atividades teúdos). Eles podem falar o que já sabem sobre o país e o
dos estatísticos e mapas de modo a As atividades iniciais têm como objetivo ativar e explorar que gostariam de aprender e tentar discriminar, entre esses
auxiliar na compreensão da trajetória as referências, aprendizagens, representações e todo con- temas, quais podem ser abordados pela perspectiva espa-
histórica da sociedade e da economia junto de saberes e conhecimentos que os estudantes têm cial, geográfica.
brasileiras, bem como de sua atual si- sobre a formação do Brasil, tanto como entidade político- Explique que os capítulos da Unidade 1 promovem um
tuação. Sobre as paisagens naturais e -administrativa, demarcado por um território que configura estudo mais amplo e panorâmico do país e então peça-
os biomas, foram utilizadas imagens e um país, quanto pelo conjunto de ações, de forças natu- -lhes que leiam os tópicos que descrevem os principais te-
mapas de modo a proporcionar explo- rais, sociais, políticas, culturais e econômicas que agiram mas e conteúdos da unidade. Pergunte-lhes qual objeto de
ração quanto ao tema. na constituição de suas paisagens, seu território e espaço estudo imaginam que será associado a cada um, o que já
14
1. Resposta variável de acordo com
os conhecimentos que os estudan-
MatthieuCattin/Shutterstock
tes possuem sobre o tema. Leia as
orientações para a atividade neste
Manual do Professor.
2. Os estudantes podem citar dife-
rentes processos relacionados à for-
mação territorial do Brasil. Leia as
orientações para a atividade neste
Manual do Professor.
1
2. Nas paisagens das fotos, de que modo os limi-
tes territoriais do Brasil foram demarcados?
15
sabem e o que gostariam de saber sobre eles. Aproveite reflexões e anote no quadro as palavras-chave. Determi-
este momento para avaliar alguns conhecimentos prévios ne novamente um tempo para elaborarem outras respos-
e identificar a necessidade de retomada ou mais atenção tas, utilizando algumas das palavras anotadas no quadro.
em alguns temas e conteúdos previstos na unidade a partir Lembramos que não se espera uma resposta corre-
da proficiência da turma. ta para as perguntas, e sim que elas sirvam para que os
Em seguida, oriente a leitura das fotos e legendas tex- estudantes relembrem aprendizagens, exponham suas re-
tuais. Peça aos estudantes que as associem ao título da presentações e elaborem hipóteses para respondê-las. Na
unidade e à lista de temas e conteúdos que leram. Espera- atividade 2, por exemplo, eles podem citar tanto os proces-
-se que, em suas falas, apareçam termos como país, frontei- sos de demarcação territorial, já apontados, quanto apre-
ra, limite, território, estados, região, paisagem, entre outros sentar comentários relacionados à existência das placas
conceitos que remetam ao espaço geográfico. Em segui- nas vias públicas. O importante é avaliar a coerência das
da, defina um tempo (5 min) para eles, individualmente, relações dos fatos e informações que citam.
lerem as questões e anotarem em seus cadernos algumas
respostas. Convide-os a compartilhar com os colegas suas
15
BNCC no capítulo
Competências gerais da Educação
1 1, 2 e 3. Resposta pessoal. Leia as orientações para as atividades
neste Manual do Professor.
Básica (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 9.
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino T e Er ruirtoópr ai oe ea f o r m a ç ã o
A
Fundamental (CECH): 1, 2, 3, 4, 5,
6 e 7. da
p o i fs eaug de an lsi s m o
Competências específicas Reprodução/Galeria Jacques Ardies, São Paulo, SP.
Introdução
Neste capítulo, é enfocada a relação
entre a configuração territorial do Brasil
e a constituição de suas paisagens na-
turais, sem desconsiderar a relevância
das ações humanas. Nessa perspecti-
Para começar
va, discute-se a multiplicidade de com- Converse com os colegas
preensões do conceito de território, em e o professor.
Para começar
16
Explore a imagem promovendo sua
leitura coletiva. Pergunte o que está re-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
presentado, que elementos o artista se-
lecionou para representar o Carnaval, (eventos culturais, esportivos, práticas sociais, características 1. Provavelmente os estudantes citarão imagens e carac-
onde a cena transcorre, como são as naturais etc.) também poderiam ser associadas ao país. Leia terísticas mais icônicas do país, o que é bem-vindo, pois,
pessoas representadas e também sua ou peça aos estudantes voluntários que leiam as atividades 1 ao estudar este capítulo, espera-se que ampliem seus re-
apreciação estética, o que favorece a e 2 para a turma. As respostas podem ser compartilhadas em pertórios e desconstruam alguns estereótipos sobre o país.
ampliação do repertório cultural do es- seguida, dando oportunidade para que sejam comentadas.
2. Espera-se que os estudantes observem se o destino esco-
tudante (CG3). A realização da atividade 3 pode ser feita de forma coleti-
lhido pode proporcionar uma melhor experiência em algum
Pergunte se se trata de uma cena que va e oral, ou individual para compartilhamento com a turma.
período específico do ano e expliquem por quê. Eles podem
representa o Carnaval que os estudantes Sugerimos fazer uso de recursos cartográficos para localizar sugerir mais de um destino, e todos devem ser validados.
conhecem, se ela retrata o passado de espacialmente o território brasileiro. Você pode utilizar os pró-
um local específico ou de todo o país e prios mapas do livro. E seria interessante, se possível, utilizar 3. Verifique se as características dos destinos citados são
se é possível encontrar algo semelhan- mapas-murais ou projeções (com uso de projetor multimídia descritas com algum grau de veracidade. Pode ser interes-
te atualmente. Pergunte-lhes por que o ou retroprojetor) para promover apreciação coletiva e compar- sante observar se há locais ou tipos de paisagens preferidos
Carnaval é uma manifestação cultural tilhamento de leitura e interpretação cartográfica, contribuin- e entender o que há neles que os atraem e eventualmen-
associada ao Brasil e que outras imagens do assim para o aperfeiçoamento dessa habilidade. te aprofundar o estudo sobre eles quando for oportuno.
16
Orientações didáticas
Territórios
Sugerimos explorar a representação
Você já deve ter assistido a documentários que abordavam disputas animais
que os estudantes têm do conceito de
ou até presenciado uma briga entre animais de uma mesma espécie. Alguns
território. Registre na lousa as palavras
desses embates são desencadeados por disputas de liderança do grupo e por
centrais associadas às diferentes pos-
espaço. As espécies que defendem a área onde vivem da invasão de outros da
sibilidades de compreender o conceito
mesma espécie são denominadas animais territoriais. A palavra território tam-
e retome e complete o registro após a
bém é utilizada em notícias sobre conflitos e disputas entre países ou povos di-
leitura do texto.
ferentes, ou até mesmo por grupos rivais em um município ou bairro pela posse
Contextualize a reflexão sobre a no-
ou domínio de determinadas áreas.
ção de territorialidade pedindo aos es-
Um exemplo para entender a definição de território, dentro da ciência geo-
tudantes que avaliem como diferentes
gráfica, são as reservas indígenas. Essas áreas, demarcadas pela União, ficam
grupos sociais se apropriam de parcelas
sob o controle de um ou mais povos indígenas, que a utilizam para suas ativi-
do espaço do bairro ou do município.
dades produtivas, segundo seus usos, costumes e tradições, tendo o direito
Particularmente, aborde a questão
à sua posse. Parte das Terras Indígenas no Brasil, demarcadas ou não, sofrem
da identidade, pertencimento e também
invasões de mineradores, caçadores, madeireiras e posseiros, ou seja, diferentes
da ancestralidade que povos indígenas
grupos tentam assumir o controle sobre essas áreas por meio da força.
e comunidades tradicionais construí-
ram ao longo de gerações com as ter-
ras onde vivem e com a natureza. Esse
Na Terra Indígena Munduruku (PA), segundo território mais ameaçado pela mineração
ilegal no Brasil, surgiram 82 novos focos de garimpo encaminhamento favorece o desenvol-
COSTANTI, Giovanna. Desmatamento em terras com indígenas isolados cresce mais de 200%
vimento tanto da habilidade EF07GE03
em julho. Instituto Socioambiental, 31 ago. 2021. Disponível em: https://www.socioambiental.org/ quanto do TCT Educação para valoriza-
pt-br/noticias-socioambientais/desmatamento-em-terras-com-indigenas-isolados-cresce ção do multiculturalismo nas matrizes
-mais-de-200-em-julho. Acesso em: 17 abr. 2022.
históricas e culturais brasileiras.
Avener Prado/Folhapress
Destruição ambiental
causada pela
atividade garimpeira
ilegal na Terra
Indígena Munduruku,
em Jacareacanga
(PA), 2017.
Território também pode ser entendido como porções do espaço com as quais
alguns grupos constroem suas identidades e mantêm uma relação pelo uso efe-
tivo dessa área, como um grupo de moradores que cuidam de uma horta co-
munitária em uma praça ou skatistas que usam com regularidade uma parcela
do espaço e equipamentos públicos para praticar esse esporte. De certo modo,
esses grupos também exercem um tipo de poder nesses espaços e se apropriam
dele por meio de seu uso e frequente, imprimindo nele sua cultura.
17
17
Orientações didáticas Território político
Ao discutir a noção de território em Com exceção da Antártida, os continentes estão divididos em diversos paí-
sua acepção política, explique que, na ses ou Estados. Atualmente, no mundo existem 193 países reconhecidos pela
Estado: organização com
diversas instituições
linguagem cotidiana, é comum tratar (poderes Executivo,
Organização das Nações Unidas (ONU). O espaço de um país é denominado
país, Estado e nação como a mesma Legislativo e Judiciário e
território nacional e, nele, o poder do Estado é soberano, ou seja, é ele quem Forças Armadas, por
coisa, pois são conceitos que, apesar
estabelece as divisões internas, realiza os censos oficiais, organiza informações exemplo) que governa
de diferentes, estão interligados e se uma sociedade
sobre atividades econômicas e formula estratégias de desenvolvimento ou de
confundem. estabelecida em um
proteção desse território. Alguns teóricos utilizam o termo Estado-nação. território. Essas
Explore o mapa para discutir a ques- Nação é o conjunto de pessoas que compartilham histórias, culturas, valo- instituições exercem
tão de como o território pode também res, línguas, religiões e outras formas de reconhecimento mútuo e de identi-
autoridade sobre esse
território.
ser definido pelo poder sobre determi- dade. Um Estado pode ser compreendido por diversas nações e uma mesma
nada parcela do espaço e ampliar a nação pode estar dispersa em diferentes países. Podemos dizer que a nação
compreensão sobre a área territorial
brasileira compreende outras nações, como as nações indígenas.
a qual o Brasil mantém sua soberania.
O conceito de território será mobi- Brasil: divisão política e mar territorial – 2021
lizado como categoria de análise na
abordagem de diversos conteúdos nos Penedos
de São Pedro
no 8o ano. AM
PA MA
CE
Teresina RN Natal
É possível orientar os estudantes a PI
João
PB Pessoa
realizar uma atividade complementar PE
Rio
AC Branco TO Recife
Porto AL Maceió
SE
para ampliar a reflexão proposta na
Velho Palmas
RO BA
Aracaju
MT Elaborado com base em:
seção Explore. Inicie indicando que Cuiabá DF
Salvador
IBGE. Brasil em síntese.
cidadãos brasileiros têm direito a ob- Brasília
Goiânia MG OCEANO
Disponível em: https://
GO brasilemsintese.ibge.gov.br/
ter um conjunto de documentos públi- Campo Belo
Horizonte
ATLÂNTICO
territorio/divisao-politica.
Grande ES
cos que os identificam e os autorizam MS SP
São
Vitória
html; MARINHA DO BRASIL.
OCEANO RJ
a diferentes ações, como obter recur- Paulo Amazônia Azul: novas
Banco de imagens/Arquivo da editora
PACÍFICO
PR Rio de Janeiro
dimensões. Disponível
sos e auxílios financeiros, matricular-se
Trópico
Curitiba d e Capri
córnio
em: https://www.marinha.
SC
gratuitamente em escolas públicas de Limite das águas da Zona
Econômica Exclusiva
Florianópolis mil.br/tm/sites/www.
RS marinha.mil.br.tm/files/
Educação Básica, comprar bens e imó- − ZEE (200 milhas)
Mar territorial
Porto Alegre
file/noticias/Novas%20
veis, casar-se, eleger seus representan- Capital de país
0 525 1 050
Dimens%C3%B5es%20da%20
tes políticos, viajar para outros países, Capital de estado
km
Amaz%C3%B4nia%20Azul.
50° O pdf. Acesso em: 23 fev. 2022.
entre muitas outras ações. Em seguida,
questione-os sobre os documentos e as O território de um país compreende o solo, o subsolo, as águas e o espaço
exigências necessários para que brasi- aéreo definidos por convenções internacionais.
leiros possam viajar para os seguintes Na prática e na linguagem cotidiana, é comum tratar país, Estado e nação
países: Argentina e Estados Unidos. como uma mesma coisa, pois são conceitos que, apesar de diferentes, estão
Oriente-os a pesquisar essas infor- bastante interligados e se confundem.
mações, estimulando o uso de recursos
digitais, se possível, demonstrando que
países que compõem o bloco Merco- Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
sul exigem somente documentos como ⓿ A Constituição federal brasileira define os direitos e os deveres dos cidadãos e cidadãs. Ela também define
o Registro Geral dos brasileiros, porém, quem pode ter nacionalidade brasileira. Pesquise, na Constituição do Brasil de 1í88, quais condições são
para viajar aos Estados Unidos, é ne- necessárias para obter a nacionalidade brasileira e anote no caderno. Compartilhe com os colegas de turma
cessário emitir um passaporte brasileiro as informações que você descobriu.
e, depois, conseguir um visto estaduni- Segundo a Constituição federal de 1988, são brasileiros natos aqueles que nascem no território brasileiro e aqueles
dense. Com isso, os estudantes pode- que nascem em outros territórios, mas são filhos de brasileiros e foram registrados em órgãos públicos brasileiros ou
rão observar diferenças entre países em 18 venham a morar no país e optem pela nacionalidade. Os brasileiros naturalizados são os estrangeiros que solicitam a
nacionalidade brasileira e atenderam aos requisitos exigidos por lei para adquirir essa condição.
relação à sua soberania e formação de
leis, entre outros aspectos. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
18
Orientações didáticas
Paisagens brasileiras
O conceito de paisagem natural e
O território brasileiro compreende um variado número de paisagens. Essa
paisagem humana ou cultural é bas-
diversidade resulta das dinâmicas naturais e humanas. As forças e dinâmicas
tante trabalhado nos Anos Iniciais do
da natureza possibilitam a formação de diferentes formas de relevo, do solo, o
Ensino Fundamental, e as principais
desenvolvimento de vegetação, a ocorrência de cursos de água, a diversidade
dinâmicas naturais que formam e ca-
climática e a reprodução de outros seres vivos. E os seres humanos, organiza-
racterizam as paisagens naturais é um
dos socialmente, dotados de necessidades, vontades, saberes, crenças e valo-
conteúdo do 6o ano. Portanto, neste
res, desenvolvem diferentes formas de se relacionar com a natureza e, também,
momento, encaminhe a retomada des-
entre si, constituindo grupos, povos e sociedades que produzem e organizam o
ses conhecimentos com os estudantes.
espaço geográfico.
Você pode pedir a eles que pesqui-
sem ou apenas descrevam diferentes
Delfim Martins/Tyba
19
19
Orientações didáticas
O território brasileiro
Espera-se que os estudantes esta-
A localização do território brasileiro é um importante fator para explicar a diversidade de paisagens que
beleçam relações elementares entre a
aqui se encontram. As imagens mais recorrentes sobre o Brasil são aquelas que retratam um país de clima
localização do Brasil e sua história na-
tural com algumas de suas atuais ca- quente, com florestas exuberantes e praias paradisíacas. Contudo, não é todo o país que possui essas ca-
racterísticas naturais. Trata-se de uma racterísticas. Em razão de seu território estar majoritariamente localizado entre os trópicos – zona tropical
grande generalização decorrente da es- ou intertropical – e devido à ausência de grandes montanhas e altitudes elevadas, os climas quentes pre-
cala geográfica utilizada – mundial, no dominam em parte do país. Observe o planisfério a seguir.
caso das zonas climáticas e das pla-
Planisfério: grandes zonas climáticas – 2021
cas tectônicas – e da limitação de fato-
res considerados (clima e relevo). São ZONA POLAR NORTE
mobilizados conteúdos previstos para o Círculo Polar Ártico
Equador Cocos 0º
Placa do Placa Africana
Pacífico Elaborado com base
Placa da
em: NPS. Evidence
Portal de mapas/Arquivo da editora
Trópico de Placa
Nazca Placa
Capricórnio Sul-Americana
Indo-Australiana
of Plate Motions.
Disponível em: https://
www.nps.gov/subjects/
Círculo Polar Antártico geology/plate
Área de choque de placas Placa Antártica
0 2 950 5 900
-tectonics-evidence
Área de separação de placas -of-plate-motions.htm.
km
Acesso em: 23 fev. 2021.
Essas são algumas características proporcionadas pela localização absoluta do nosso país, dadas pelas
coordenadas geográficas (latitudes e longitudes). Outras advêm das possibilidades relacionadas ao que
está no seu entorno, ou seja, da sua localização relativa ou posição geográfica.
20
20
Orientações didáticas
Posição geográfica
Explore a leitura do mapa para os
O Brasil é um dos doze países da América do Sul e faz fronteira com a maio-
estudantes reconhecerem a ordem de
ria deles, ao norte e a oeste de seu território, exceto com o Equador e o Chile.
grandeza do Brasil, a dimensão de sua
Isso implica em vigiar e controlar as áreas de fronteira e estabelecer relações
linha de limite territorial, a diferencia-
políticas com todos eles.
ção de suas áreas de fronteiras terres-
tres e marítimas e as potencialidades e
América do Sul: divisão política e as fronteiras do Brasil – 2018
55º O * La Paz é
desafios políticos, econômicos e geopo-
a sede do líticos que elas proporcionam.
Caracas GUIANA governo da
Georgetown
Bolívia e Sucre
Também é importante investir um
SURINAME
Bogotá
VENEZUELA Paramaribo é a capital tempo para reconhecer os países que
Guiana Francesa (FRA)
Caiena constitucional formam a América do Sul, identifi-
COLÔMBIA do país.
Equador
0º
car quais fazem fronteira com o Bra-
sil e avaliar como são essas fronteiras
Quito Arq. de
Fernando de
EQUADOR Noronha (PE)
(áreas de floresta, demarcadas por
rios, secas e sem uma demarcação
BRASIL
PERU
de fácil reconhecimento na paisagem,
km
Lima
15
71 controladas ou não, povoadas ou não;
67
9k Brasília
73
m
La Paz* grau de integração entre as economias
OCEANO BOLÍVIA e as populações que vivem nas zonas
PACÍFICO
PARAGUAI de fronteira, etc.).
ico d
e Capri
córnio Assunção
Questione os estudantes sobre o
Tróp
OCEANO processo de demarcação de fronteiras,
CHILE
URUGUAI
ATLÂNTICO do estabelecimento de limites territo-
Santiago Buenos Aires
Montevidéu riais, de como foi o processo da forma-
ARGENTINA ção do território político-administrativo
do Brasil. É importante que eles com-
Banco de imagens/Arquivo da editora
21
21
Orientações didáticas
Relações com países vizinhos
A UHE de Itaipu é apresentada co-
A partir do final do século XX, o Brasil, por meio de diferentes governos, tem
mo um exemplo de possibilidade de
desenvolvido parcerias com alguns de seus países vizinhos que resultaram em
relações que o Brasil estabeleceu com
projetos políticos, culturais e econômicos importantes. A construção da Usina
um de seus países vizinhos, no caso o
Hidrelétrica de Itaipu, localizada no rio Paraná, na fronteira com o Paraguai, é um
Paraguai, na exploração de um recurso
exemplo de parceria com um país vizinho. Trata-se de uma empresa binacional de
natural localizado na área de frontei-
geração de energia elétrica que teve os primeiros acordos para sua criação firma-
ra entre eles e dos benefícios econômi-
cos e também políticos e culturais que dos na década de 1960 e a sua construção iniciada na década seguinte.
podem decorrer desse tipo de relação. O primeiro gerador da Usina de Itaipu entrou em operação em 1984 (as duas
últimas unidades entraram em operação entre 2006 e 2007, perfazendo um to-
O Mercosul é outro exemplo, ainda
tal de vinte). Em 2020, a Usina de Itaipu atingiu a maior produção mundial no
mais amplo, tanto por compreender
setor, sendo, atualmente, responsável por atender a cerca de 88,5% do consu-
mais de um país quanto pelas carac-
mo paraguaio e 10,8% do consumo total brasileiro.
terísticas e objetivos de criação de
acordos em diferentes campos (econô-
Usina Hidrelétrica de Itaipu: localização – 2021
micos, políticos, educacionais, esporti-
55º O
vos, etc.), também com potencialidade
de estimular a boa relação entre os paí-
ses e seus povos. Espera-se que os es-
RR
tudantes elaborem uma noção inicial 0º
AP Equador
a
ES
Par
MS
contextualizar a reflexão sobre o tema SP
io
R RJ
PARAGUAI
das potencialidades e concretudes das co de Assunção PR
Trópi
relações internacionais que países e Capri
córnio SC
ATLÂNTICO
BINACIONAL.
Disponível em: https://
www.itaipu.gov.br/
Usina Hidrelétrica sites/default/files/
de Itaipu rs2015/en/2018/onde
0 860 1 720
km
Capital de país -estamos.html. Acesso
em: 23 fev. 2022.
22
22
Orientações didáticas
Dimensão territorial
Com este tópico, o objetivo é o estu-
O Brasil é o quinto maior país em extensão territorial. É classificado como
dante compreender que o Brasil é um
possuidor de um território com dimensões continentais, pois, além de grandeza
país de grandes dimensões territoriais,
territorial absoluta, proporcionalmente ocupa quase a metade da América do
tornando mais concreto para ele a or-
Sul – cerca de 48%. Observe o mapa a seguir.
dem de grandeza de sua área territorial.
Brasil: pontos extremos – 2021 Você pode explorar a comparação do
tamanho do território do Brasil com o
PONTO MAIS
SETENTRIONAL de outros países por meio do uso de
Nasce
planisférios elaborados segundo dife-
Equador rentes projeções cartográficas, reto-
0°
nte do
0 370 740
ibge.gov.br/visualizacao/ Esses referenciais são fundamentais
PONTO MAIS
MERIDIONAL
km periodicos/2/bn_2021_v29. para que desenvolvam a compreensão
50° O pdf. Acesso em: 23 fev. 2021.
1. O segmento entre ocidente e oriente levaria cerca de 1 094 horas (ou cerca de 45 dias,
ou ao menos uma noção do gigantis-
mas em caminhada ininterrupta, o que não é possível de ser feito por um ser humano, mo do território brasileiro. E o cálculo
que precisa fazer pausas para dormir, se alimentar, e a higiene,
que estabelece relação entre tempo e
Explore por exemplo) e o segmento norte-sul levaria pouco mais de 291
horas (cerca de 13 dias). O cálculo é realizado com base na média NÃO ESCREVA NO LIVRO. espaço, proposto na atividade, também
de 4 km percorridos por hora.
1. A ordem de grandeza do território brasileiro é tamanha que não é muito fácil dar-se conta de sua dimensão. Para cumpre esse mesmo propósito.
ter uma ideia melhor dessa dimensão, você vai realizar alguns cálculos para ter referências um pouco mais concre-
tas, próximas de suas experiências. É razoável pensar que um adulto saudável percorra 1 km em 15 minutos de ca- 2. A proposta estimula o uso da inter-
minhada em terreno plano e aberto. Considerando essa média, quanto tempo seria necessário para percorrer a pé net entre os estudantes. Caso eles te-
os segmentos de reta traçados no mapa, sem paradas e supondo que esse caminho fosse plano e sem barreiras? nham dificuldade em acessar recursos
2. Qual é a extensão territorial do estado onde você vive? Pesquise as sedes dos municípios extremos nesse estado digitais, é possível orientá-los a pes-
e, com a ajuda de um aplicativo, como um de imagens de satélite, que trabalhe com distância na própria imagem quisar na biblioteca da escola ou bi-
ou em mapas, calcule a distância e o tempo de viagem entre os segmentos norte-sul e leste-oeste.
2. Resposta pessoal. Cada estudante deve identificar os pontos geográficos extremos no estado onde vive
bliotecas e centros culturais públicos.
e medir a distância e o tempo de viagem entre eles. Se necessário, forneça mapas, tabe-
Ao considerar as dimensões do Brasil, o seu “gigantismo” não é consequência de forças naturais, mas de las ou outros recursos com essas in-
processos de demarcações territoriais que resultaram de diferentes ações humanas ao longo da história. formações, possibilitando o trabalho
Invasões, conflitos, lutas, guerras, resistências, acordos políticos e negociações financeiras fazem parte durante a aula. Entretanto, o cálculo
desse processo, que você vai estudar no Capítulo 2, além da formação do povo brasileiro. de distâncias é mais fácil por ser auto-
matizado nos aplicativos de localização
23 espacial. Contudo, o cálculo da distân-
cia por meio da conversão da escala
cartográfica dos mapas impressos fa-
vorece a retomada desse conceito e o
procedimento de cálculo, contribuindo
para sua aprendizagem.
23
Orientações didáticas Na trilha da Cartografia Mapas
Na trilha da Cartografia
O objetivo específico desta seção é Latitude, longitude, as durações do dia e diferença de horários
os estudantes relacionarem a exten- A localização e a extensão latitudinal, de norte a sul, de um território ou país influenciam diretamente
são territorial latitudinal do Brasil com a quantidade de luz e calor que receberá do Sol, as variações de temperatura e a duração dos dias e das
o número de fusos horários presentes noites ao longo do ano. No caso do Brasil, a duração dos dias e das noites não varia tanto nas localida-
no país. Para isso, eles devem mobilizar des próximas à linha do equador entre verão e inverno, fica sempre em torno de 12 horas cada, como em
aprendizagens previstas para o ano an- Macapá (AP). No extremo sul do país, essa variação é mais significativa, sendo os períodos de luz, o dia,
terior, sobre latitude e fuso horário, com mais longos durante o verão e mais curtos no inverno. Em Porto Alegre (RS), por exemplo, o dia com menos
as reflexões que estão fazendo sobre as luz solar do ano, no solstício de inverno (entre 20 e 23 de junho), dura cerca de 10 horas e 10 minutos, e o dia
características do país decorrentes da mais longo, no solstício de verão (entre 20 e 23 de dezembro), tem cerca de 14 horas e 10 minutos.
localização e tamanho de seu território.
Esses encaminhamentos favorecem Brasil: político – 2019
a construção, entre outras, da CG1, 5º N
CG2, CECH5, CECH7 e da CEG4.
Boa Vista
Sugerimos a leitura oral e comparti- Equador
RR
AP
Macapá
lhada do texto inicial da seção, que po- Arq. de
0º
São Luís
de ser feita por um ou mais voluntários. Belém Fernando de
Manaus Fortaleza Noronha (PE)
PE
tuais dúvidas e façam, se for o caso,
Rio
AC Branco Palmas Recife
Porto AL Maceió
SE 10º S
comentários complementares. Então,
Velho
TO Aracaju
RO BA
MT
estipule um tempo para a realização Cuiabá DF
Salvador
24
24
Orientações didáticas
De modo complementar, você pode
propor a discussão sobre o “horário de
Foi com a invenção de cronômetros movidos a engrenagens, no século XIX, que mediam a passagem verão”. Proponha uma pesquisa sobre
do tempo a bordo de embarcações em alto-mar (algo que os relógios de pêndulo não eram capazes) que as finalidades da adoção desse meca-
o tempo cronológico passou a ser mundial e padronizado. Inclusive, foi esse incremento técnico que possi- nismo de alteração do horário oficial,
bilitou na época navegar em mares abertos com muito mais precisão, assim como mapear o planeta com que países o adotam (verificar suas
mais exatidão. localizações geográficas e período do
Mas, além da técnica disponível, os países precisaram firmar acordos entre si para a adoção de um ano que a alteração horária vigora) e
sistema mundial de horário. Para isso, o meridiano de Greenwich, na Inglaterra, foi adotado como marco qual o histórico do Brasil. Eles também
zero. Em razão do movimento de rotação da Terra, e com base nesse acordo, ficou definido que as horas podem avaliar que impacto teria em
aumentam na direção leste e diminuem na direção oeste. seu cotidiano caso o horário do local
No Brasil, a padronização do horário foi decretada em 1914. Até então, havia uma diferença de quase onde moram fosse adiantado em uma
14 minutos entre o Rio de Janeiro, capital do país na época, e o município de São Paulo. A vasta extensão hora no verão. Sugira que pesquisem
longitudinal do território brasileiro o coloca em quatro fusos horários. também informações que apresentam
Apesar de os meridianos serem demarcados por linhas imaginárias retilíneas, muitos países adequa- argumentos favoráveis e contrários à
ram seus horários em razão de necessidades político-administrativas, estabelecendo horários comuns para sua adoção.
áreas que estão localizadas em fusos distintos, ou seja, criam zonas horárias, como é o caso do Brasil.
Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor
Brasil: zonas horárias – 2021
50° O No site do Ministério de Minas e
3. Quando for 16 h em
–5 horas* –4 horas* Arquipélago
de São Pedro Brasília, serão 17 h na Energia, há um conjunto de pergun-
–3 horas*
Boa Vista AP
e São Paulo
(PE) faixa horária mais a leste, tas e respostas que pode ser utilizado
Equador RR Macapá que compreende o arqui- para compreender aspectos legais e
0° pélago de Fernando de
Manaus São Luís Arq. de Fernando Noronha, o arquipélago técnicos sobre a adoção do “horário
Belém
de verão”, disponível em: https://
de Noronha (PE)
Fortaleza de São Pedro e São Paulo
AM MA e a ilha de Trindade e
PA
Teresina
CE
RN Natal Martim Vaz; 15 h na fai- www.gov.br/mme/pt-br/assuntos/
PI
João
PB Pessoa xa ao oeste de Brasília, secretarias/energia-eletrica/horario
PE
AC
Rio Porto
TO
AL
Recife que compreende Manaus -de-verao (acesso em: 28 maio 2022).
(AM) e Campo Grande
Os horários de nascer e pôr do sol
Velho Maceió
Branco Palmas SE
RO Aracaju (MS); e 14 h na faixa horá-
BA
MT
Salvador
–2 horas* ria no extremo oeste do variam ao longo dos anos. Você pode
país, que compreende
Cuiabá
Brasília
DF
OCEANO Rio Branco (AC) e parte visualizar essa variação para Brasília
Goiânia
GO
MG
ATLÂNTICO do estado do Amazonas. (DF) na página do Departamento de
Belo
Campo
Grande Horizonte
ES
Ilhas Trindade Astronomia do Instituto de Astrono-
e Martim Vaz
OCEANO MS SP (ES) mia, Geofísica e Ciências Ambien-
Banco de imagens/Arquivo da editora
São Vitória
PACÍFICO Paulo RJ
Rio de Janeiro
tais da USP, disponível em: https://
PR Trópico
Curitiba
de Capricó
r nio
Elaborado com base www.iag.usp.br/astronomia/nascer-e
Limite entre zonas horárias SC
Florianópolis em: OBSERVATÓRIO -ocaso-do-sol (acesso em: 28 maio
Capital de país
Capital de estado
RS NACIONAL. Hora Legal 2022).
Porto Alegre Brasileira. Disponível em:
0 495 990
* Em relação ao horário do meridiano
de Greenwich http://pcdsh01.on.br/.
km
Acesso em: 24 fev. 2022.
3 Quando for 16 h em Brasília, que horas serão nas demais localidades brasileiras, compreendidas
nas demais zonas horárias, sem considerar a eventual adoção do horário de verão?
25
Orientações didáticas Trabalhando com fotos e poesia
Trabalhando com Perspectivas sobre o Brasil
A proposta desta seção é articu- O que está no imaginário das pessoas quando elas pensam no Brasil? Samba, Carnaval, futebol, sol e
lar conteúdos trabalhados neste capí- calor, belas florestas e praias, povo alegre e acolhedor são alguns exemplos do que vem à mente de al-
tulo com conteúdos e procedimentos guns num primeiro momento. Para outros, pode ser corrupção, pobreza, desmatamentos, desigualdade
desenvolvidos em Língua Portugue- social, racismo, insegurança e violência.
sa e também em Arte, especificamen- Ambas as visões não estão erradas. Na realidade, elas se complementam. É possível elaborar muitos
te Música. Se possível, organize uma outros retratos do país, dependendo de quem os faz, da perspectiva trabalhada, dos objetivos e da época.
conversa com os professores desses
Cacio Murilo/Shutterstock
Carl de Souza/AFP
componentes curriculares (em reu- 1 2
niões pedagógicas ou de planejamen-
to) para avaliar o desenvolvimento da
atividade de maneira interdisciplinar,
envolvendo-os diretamente no pro-
cesso com os estudantes em aula ou,
indiretamente, recebendo deles su-
gestões de encaminhamentos e orien-
tações de como você pode enriquecer
sua prática de ensino.
Promova a leitura oral e comparti-
lhada do primeiro trecho do texto da Fernando de Noronha (PE) é um destino muito procurado por turistas brasileiros e estrangeiros. É um dos
seção. Converse com os estudantes cartões-postais da beleza natural do Brasil no mundo. Na foto 1, vista aérea do arquipélago, 2021. Mesmo com
uma rica diversidade ecológica, o Brasil vem apresentando problemas ambientais, como a devastação de áreas
sobre a multiplicidade de recortes que naturais, como é possível observar na foto 2, com queimada e desmatamento na Amazônia, 2020.
podem ser feitos sobre a realidade e
Um dos mais conhecidos e parodiados poemas brasileiros, a “Canção do
que a escolha do que destacar e omitir
Exílio”, foi escrito por Gonçalves Dias, em 1843, quando vivia em Portugal.
pode incorrer em falseamento da rea-
O poema foi escrito em um momento da literatura brasileira marcado pelo
lidade. O conceito de estereótipo pode
ser explicado e estudado para os es- rompimento do Brasil colônia com Portugal e de uma forte onda nacionalis-
26
Eixos do Orientações didáticas
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de
conteúdos proposta nesta página, os
eixos presentes servirão como base
TERRITÓRIO estrutural, possibilitando a sistemati-
E zação de conceitos e temas estudados
PAISAGENS e também a oportunidade para sanar
as dúvidas que surgiram ao longo do
percurso.
Promova a observação e leitura co-
letiva do esquema, atentando para os
conceitos que foram desenvolvidos ao
longo deste capítulo e que serão impor-
TERRITÓRIO tantes para o desenvolvimento de habi-
⓿ Área onde um grupo exerce
TERRITÓRIO lidades da BNCC no decorrer desta e da
poder ou domínio;
Grande diversidade de BRASILEIRO próxima unidade, especialmente a ha-
⓿ Espaço de construção de
paisagens, resultante das bilidade EF07GE03.
identidades e pertencimento; Localização no planeta, o
diferentes relações entre conjunto de forças naturais Para complementar esse estudo, in-
⓿ Espaços de disputa e potenciais sociedade e natureza no
conflitos;
e sua grande dimensão dicamos a leitura sugerida nesta pági-
território brasileiro ao longo
⓿ Território político: área sob
territorial explicam a na, que trata do conceito de território.
da história. formação das paisagens
soberania de um país, estado,
naturais brasileiras.
município ou outra entidade
administrativa. Leitura complementar
Territ—rio
Para se reconhecer um territó-
rio necessita-se de algum ato de
comunicação. O geógrafo Claude
Raffestin (1988) demonstrou bem
esse aspecto ao discutir a diferen-
ça entre territorialidade humana e
DIMENSÃO animal. Quando os grupos huma-
TERRITORIAL nos passam a produzir territórios,
RELAÇÕES COM ⓿ País continental: o quinto não apenas deixam marcas, como
PAÍSES VIZINHOS As características físicas maior do mundo; os animais, mas sinais com signi-
⓿ Pacíficas: de amizade do Brasil, seu posicionamento Extensão latitudinal do país
⓿
ficados culturais. Muitos são os
e cooperação; no planeta e em relação aos explica as variações de
demais países constituem
exemplos disso: desde uma cerca
⓿ Parceria energética: usina temperatura e duração das
aspectos de seu território improvisada para abrigar o gado
hidrelétrica binacional de Itaipu horas de sol em um dia;
e de suas paisagens. de pastoreio até as bandeiras que
– Paraguai; ⓿ Extensão longitudinal do
simbolizam o sentimento de nacio-
⓿ Parceria econômica e política: país o coloca em quatro
Mercosul (Argentina, Uruguai e zonas de fusos horários,
nalidade podem ser vistos como si-
Paraguai, inicialmente). diferenciando as horas nas nais de comunicação linguística e
variadas localidades. envolvem atos de cultura. Quando
os sinais não são evidentes na pai-
sagem, a comunicação que a vin-
cula a territórios utiliza sistemas
simbólicos, como a escrita, a arte,
os grafismos etc.
27
HEIDRICH, A. L.; HEIDRICH, B. B.
Reflexões sobre o estudo do território.
In: MEC/SEB. Coleção Explorando o
Ensino, v. 22. Brasília, DF: MEC/SEB,
2010. p. 118. Disponível em: http://portal.
mec.gov.br/index.php?option=com
_docman&view=download&alias=7838-
2011-geografia-capa-pdf&category
_slug=abril-2011-pdf&Itemid=30192.
Acesso em: 28 maio 2022.
27
2. A diversidade de paisagens brasileiras é resultado da história
Orientações didáticas natural do país, de seus ritmos naturais pretéritos e atuais, em
associação à sua história social, aos diferentes usos que os seres NÃO ESCREVA NO LIVRO.
6
7 7 7 7
tros da mesma espécie (lembrando que
Posição
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
2020*
2021*
-politicas-publicas/. Acesso em: 10 mar. 2022.
ferenciam os elementos naturais e hu- Ano
6. Leia as respostas neste Manual do Professor.
manos (ou culturais) que formam a *Os valores para os anos de 2019 a 2021 são a) Pesquise em um mapa a localização do terri-
paisagem, considerando sua diversida- projeções realizadas pelo FMI. tório citado na entrevista.
de de fatores e temporalidades. Elaborado com base em: FMI. Banco de dados e b) Quais demandas André Baniwa cita como
perspectivas econômicas mundiais: outubro 2021.
3. Lembre os estudantes de que a lati- Disponível em: https://www.imf.org/en/Publications/ necessárias para que seu povo possa viver
tude e a altitude são fatores climáticos WEO/weo-database/2021/October/download-entire- sem sair de suas comunidades?
database; FERRARI, H. Brasil cai para 13o no ranking
centrais para explicar a predominância de maiores economias, diz Austin Rating. Poder 360, c) Com qual significado a palavra território é
de clima quente no Brasil. A caracte- 1o jun. 2021. Disponível em: https://www.austin.com. utilizada na resposta da entrevista?
br/Midia/01-06-2021%20Brasil%20cai%20para%20
rização climática regional depende da 13%C2%BA%20no%20ranking%20de%20maiores%20 7 Pesquise na internet ao menos cinco fotos de
ação das massas de mar, maritimidade economias,%20diz%20Austin%20Rating%20
(Poder360)/10202. Acesso em: 24 fev. 2022. locais no Brasil onde você avalia que seria mais
e vegetação, entre outros.
desafiador viver. Se não tiver acesso a esse re-
4. a) A evolução da economia do Bra- a) O que está sendo representado no gráfico? curso, é possível realizar a pesquisa em jornais
sil entre 2011 e 2021 e em compara- b) Quais as fontes das informações apresenta- e revistas. Reúna-se com dois colegas e compa-
ção às principais economias do mundo. das? De qual ano são os dados? rem as fotos que encontraram. Selecionem as
4. b) As fontes são: FMI, por meio do rela- c) Descreva as mudanças nos dados apresen- três que considerarem ser de maior destaque
tório Banco de dados e perspectivas eco- tados ao longo do tempo. e criem legendas textuais, simples e curtas, ex-
nômicas mundiais, publicado em 2021, 5 Com a ajuda do professor, formem grupos e plicando os principais desafios de se viver em
e documento da instituição Austin Rating, identifiquem no bairro ou município onde vo- cada um dos locais retratados. Publiquem em
referente aos dados do ano de 2021. cês vivem áreas que podem ser classificadas suas redes sociais e verifiquem a reação de
4. c) O PIB brasileiro e o posiciona- como territórios de determinados grupos. Se- seus seguidores ou criem um cartaz para ser fi-
mento do país no ranking mundial se lecionem um deles, localizem-no (endereço) xado em um mural na escola ou na sala de aula.
5. Leia a resposta neste Manual do 7. Os estudantes devem realizar a parte inicial da pesquisa indi-
mantiveram estáveis até 2015, quan- Professor. vidualmente. Ao se reunirem em grupo, devem avaliar todas as
do começaram a cair, apesar do cresci- 28 fotos para selecionar apenas três, representando lugares que con-
sideram mais desafiadores para viver, justificando suas escolhas.
mento do PIB.
Esta atividade exige o domínio bási- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
co de leitura de gráfico de colunas. Se cópias impressas do mapa do município ou das áreas no en- A leitura do texto e a realização das atividades favorecem
avaliar que a turma ou parte dela ain- torno a escola, abrangendo o conjunto de bairros mais próxi- o desenvolvimento tanto da habilidade EF07GE03 quanto
da não o domina de maneira autônoma, mos e de provável conhecimento dos estudantes. Avalie se é do tema transversal Educação para valorização do multi-
proponha a leitura coletiva do gráfico e o caso de combinar com eles o critério de formação de gru- culturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.
encaminhe a realização das atividades pos, observando sempre o cuidado de incluir a todos.
em dupla ou individualmente. O domínio 7. Pode ser interessante marcar um dia para eles relatarem
desse procedimento é essencial para a 6. a) Alto Rio Içana fica ao norte do estado de Roraima, as possíveis reações advindas da publicação nas redes so-
construção da habilidade EF07GE10. área conhecida como “Cabeça do Cachorro”. ciais. É oportuno tratar dos cuidados necessários para o
6. b) André Baniwa cita acesso à escola, fortalecimento da bom uso delas. Observe o relato dos estudantes para ve-
5. Os estudantes devem identificar um rificar se há algum indício de situações inadequadas (co-
local que conheçam e onde algum gru- identidade, divulgação do patrimônio cultural, geração de
renda e defesa do território. mentários negativos ou ofensivos, por exemplo), abordar a
po exerça um tipo de poder, seja por uso situação, discutir como agir e elaborar o repertório de co-
frequente, seja por cuidados com a área, 6. c) Território é empregado como um espaço de poder, mo evitar situações semelhantes.
seja por qualquer outro tipo de apropria- uma área onde determinado povo ocupa e que mantém re-
ção simbólica. Se possível, providencie lação estreita com ela.
28
2
1. Leia a resposta e as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
2. Espera-se que os estudantes listem alguns direitos e deveres que têm como comparar e compreender os diferentes
cidadãos brasileiros (os quais podem ser encontrados na Constituição federal do
Brasil, mostrada na fotografia de abertura) e avaliem se são respeitados nesses critérios de regionalização do Brasil, e
direitos e se cumprem seus deveres adequadamente. também suas aplicações na análise do
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes descrevam
O rE
ga n i zp aa ç eã oa f o r m a ç ã o algumas de suas características identitárias, construídas com base espaço de vivência do estudante.
A u r o
em seu espaço concreto de vida, pelas instâncias territoriais às
quais estão submetidos. Sugerimos iniciar o capítulo promo-
pdool íftei uc do a
- al idsmmion i s t r a t i v a vendo a leitura da fotografia e de sua le-
genda. Verifique a compreensão que os
29
Orientações didáticas
Governo republicano
Sugerimos a adoção de procedimen-
tos que caracterizam a “aula invertida”, presidencialista
propondo aos estudantes que pesqui- No sistema republicano, o governo deve exercer suas atribuições em fun-
sem sobre as características das formas ção do povo e para o povo, que elege o chefe de Estado (no caso brasileiro, o
parlamentar: membro
de um parlamento,
de governo presidencialista e parla- presidente), com tempo de mandato determinado – quatro anos, atualmente, instituição com Poder
mentarista para serem apresentados Legislativo (propõe e
podendo ser reeleito de forma consecutiva apenas uma vez.
em sala. avalia novas leis ou
Os parlamentares compõem o Estado, propondo e votando leis e fiscali- alterações naquelas
Você pode propor que cada metade zando o governo. No presidencialismo, o presidente é, ao mesmo tempo, chefe vigentes).
da turma pesquise uma das duas for- Poder Executivo Federal:
de Estado (representa o país) e chefe de Governo (administra o país), e lidera o governa o povo e
mas de governo e tragam suas anota- Poder Executivo Federal. Para efeito de comparação, no regime parlamentarista, administra os interesses
ções no dia marcado. Em aula, divida o presidente ou o monarca (rei) é o chefe de Estado, e o primeiro-ministro, o chefe
públicos nacionais de
acordo com a
o quadro em duas partes e peça aos de Governo. Em Estados absolutistas ou em regimes ditatoriais, todo o poder – Constituição federal.
estudantes que registrem palavras-cha- Executivo, Legislativo e Judiciário – se concentra em uma pessoa ou partido.
ve associadas a cada forma de gover-
no. Em seguida, peça a cada grupo que Planisfério: índices de democracia global – 2021
avalie as palavras, apagando eventuais
Meridiano de Greenwich
tão, passe a palavra para o outro grupo, OCEANO
solicitando aos integrantes que procu- Trópico de Capricórnio
ÍNDICO
30
Região Orientações didáticas
Questione os estudantes sobre o que
A ideia ou noção de região geográfica refere-se, de modo geral, à distinção de uma parte do todo. define uma região, como se diferencia
Trata-se de diferenciar uma área da outra por meio de alguns critérios preestabelecidos, que podem ser uma de outra e quais são os critérios
arranjados de muitas maneiras. Portanto, é um exercício para estabelecer semelhanças e diferenças que se utilizados para caracterizá-la e diferen-
expressam no espaço. Para isso, pode-se eleger critérios naturais, econômicos, culturais e históricos, entre ciá-la (quais, quantos, se todos têm a
outros, ou ainda associar mais de um critério. mesma importância, se variam). Anote
Então, regionalizar é promover recortes espaciais sem regras obrigatórias para definir regiões. Em alguns no quadro as principais ideias e dúvi-
casos, eles parecem mais evidentes, pois são facilmente visíveis na paisagem, como aquelas regiões defini- das levantadas. Então, organize a leitura
das por elementos naturais bem demarcados, como áreas de florestas, campos e desertos. Porém, há casos compartilhada deste tópico, alterando
cujos critérios são socioeconômicos, mais amplos e complexos. Essa complexidade também pode ser ob- os voluntários. Sugerimos fazer primeiro
servada em áreas naturais, como em zonas de transição de biomas, que apresentam características mistas. uma apreciação global de todo o texto,
Vista aérea em Belterra (PA), 2020. destacando aspectos das fotos 1 e 2,
Ricardo Beliel/Brazil Photos/LightRocket/Getty Images
1
Na foto 1, é possível notar uma linha e, depois, conversar com os estudantes
demarcando os limites entre a área
desmatada e a floresta. Nesse caso,
para verificar se o que leram confirma
as formas da paisagem permitem ou refuta as concepções que tinham,
diferenciarmos facilmente uma área que dúvidas não foram sanadas e quais
da outra.
outras surgiram. Então, retome a leitu-
ra e destaque alguns trechos (frases ou
parágrafos), estabelecendo relações
com o que foi discutido e contextua-
lizando os exemplos à realidade local.
Atividade complementar
31
31
Orientações didáticas
Para que serve regionalizar?
Peça aos estudantes que relacionem
Provavelmente você já teve contato
o planisfério que identifica os continen- Planisfério: continentes – 2018
com representações que expressam va-
tes com o tema que estão estudando:
Meridiano de
Greenwich
0 3 475 6 950
compreender suas dinâmicas, plane-
dos estudantes para, juntos, elaborar km
jar ações de desenvolvimento social
os conteúdos conceituais desenvolvi- Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
distinguir áreas, e pergunte sobre as di- ⓿ Reunidos em grupos de três ou quatro estudantes, avaliem as características do espaço geográfico do
ficuldades que enfrentaram. entorno da escola, do bairro ou do município onde moram para propor uma regionalização. O resultado do
trabalho deve ser uma produção cartográfica, como um croqui, um mapa em papel ou um mapa digital.
Espera-se que os estudantes elabo-
O grupo poderá encontrar bases cartográficas impressas em papel nos órgãos públicos municipais ou para
rem representações cartográficas que
impressão na internet, em alguns casos. Também é possível utilizar bases digitais cartográficas gratuitas na
correspondam ao espaço escolhido, internet e ferramentas digitais para delimitar e diferenciar as regiões.
mantendo boa correlação entre dimen- Em uma data definida pelo professor, o grupo apresentará para os demais colegas de sala de aula a proposta
sões e localização, e que explicitem os trabalhada, explicitando os critérios que utilizou e os desafios enfrentados.
critérios que utilizaram para propor a
regionalização (a distinção entre uma
área e outra). Trata-se de uma atividade 32
para ampliar o conhecimento do territó-
rio e compreender o que é regionalizar, Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
percebendo a necessidade e a dificul- desenvolvimento das CG1, CG2, CG9, CECH6, CECH7, CG1,
dade de estabelecer critérios. CG3, CG4, CG5 e CG6.
Veja a possibilidade de afixar as pro-
duções cartográficas em sala ou em al-
gum mural ou espaço para exposições
na escola.
O desenvolvimento desta propos-
ta de atividade implica a mobilização
de conhecimentos específicos, inves-
tigação, reflexão, diálogo, coopera-
ção, elaboração de argumentos para
justificar a regionalização que propu-
seram, e utilização de linguagem car-
tográfica, colaborando assim para o
32
Orientações didáticas
Divisão regional do Brasil
As regiões administrativas brasileiras
No Brasil já foram feitas diversas regionalizações oficiais. Além delas, há ou-
propostas pelo IBGE não são uma novi-
tras propostas de regionalização, elaboradas por pesquisadores que adotaram
dade para os estudantes. Eles já tiveram
diferentes critérios.
diferentes contatos com esse conceito,
O IBGE é o órgão responsável pelas regionalizações oficiais no Brasil desde
tanto na escola quanto fora dela e, pro-
a década de 1940. A atual, de 1990, dividiu o país em cinco grandes regiões,
vavelmente, já incorporam esses concei-
também chamadas de macrorregiões. Essa regionalização do IBGE conside-
tos ao seu vocabulário. Então, retome
rou aspectos naturais, demográficos e socioeconômicos e obedeceu os limites
com eles esse conhecimento. Faça uso
administrativos estaduais.
do mapa para que eles identifiquem
com maior precisão as cincos regiões,
Brasil: divisão regional oficial – 2019
seus nomes e os estados compreendi-
55º O
dos em cada uma delas.
Boa Vista
AP
RR Macapá
Equador
0º
Arq. de
Belém São Luís Fernando de
Manaus Fortaleza Noronha (PE)
AM PA MA CE
Teresina RN Natal
PI PB João Pessoa
Rio
TO PE
AC Branco Recife
Porto AL Maceió
Velho
Palmas SE
RO Aracaju
BA
MT
Salvador
Cuiabá
DF
Brasília OCEANO
Goiânia
GO Belo
ATLÂNTICO
Campo Horizonte
Grande ES
OCEANO Vitória
SP MG
PACÍFICO MS São RJ
Paulo Rio de Janeiro
Norte Trópico
Banco de imagens/Arquivo da editora
PR Capricó
de
Nordeste Curitiba rnio
Centro-Oeste SC
Florianópolis
Sudeste
RS
Sul Porto Alegre
Capital de país
0 450 900
Capital de estado
km
Elaborado com base em: IBGE. Brasil em números. Rio de Janeiro, v. 29, 2021.
Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/2/
bn_2021_v29.pdf. Acesso em: 6 maio 2022.
33
33
Orientações didáticas Desigualdade regional
a) O infográfico represen-
Peça aos estudantes que deem As pesquisas conduzidas pelo IBGE tiveram papel bastante relevante ao tor- ta a taxa de analfabetismo
exemplos de desigualdades regionais entre pessoas de 15 anos ou
narem evidentes as desigualdades regionais do país, por meio da produção de mais em cada uma das cinco
e, assim, avalie se entenderam o que regiões administrativas do
um conjunto de dados estatísticos. Levantamentos sobre as atividades econô- Brasil, segundo o IBGE (essa
está compreendido neste tema. Obser-
micas, renda dos trabalhadores, distribuição de bens e serviços de todo o país, informação está associada
ve a leitura que fazem sobre o território ao título do infográfico).
entre outros dados, possibilitaram identificar e localizar com mais precisão a
brasileiro, se as descrições que apre- d) As informações no info-
desigualdade que era visível no território, mas que necessita de dados mais gráfico indicam que ainda é
sentam correspondem à realidade na-
abrangentes e precisos. Na ocasião, as diferenças entre o dinamismo econô- preciso investir em educação
cional, se são estereótipos, ou, ainda, em todo o país para acabar
mico, mais concentrado em localidades do Sudeste e Sul do país, e escasso ou com o analfabetismo. E as
se representam leitura preconceituosa.
menos intensos em áreas no Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste eram diferenças regionais indicam
Explique que uma das funções do go- onde o problema é maior,
ainda mais acentuadas que hoje. proporcionalmente à popula-
verno federal e das regionalizações é ção. Os dados também ser-
A partir de então, o governo criou planos mais amplos de desenvolvimen- vem para auxiliar na avalia-
buscar eliminar ou atenuar as desigual-
to para as regiões menos dinâmicas economicamente e agências especiais, ção de políticas passadas de
dades de qualidade de vida de cada re- promoção de alfabetização
vinculadas ao Ministério da Integração Nacional (MI), para implantá-las e de- e auxiliam na alocação de
gião. Para isso, o levantamento correto recursos regionais.
senvolvê-las.
de informações é essencial.
Outra possibilidade de encaminha-
mento é propor a realização das ativi- Explore b) O IBGE é a instituição responsável pelo levantamento e
organização dos dados. As informações são de 2019. NÃO ESCREVA NO LIVRO.
dades da seção Explore e, em seguida, ⓿ Leia as informações do infográfico a seguir, que evidenciam a diferença regional no Brasil.
fazer a sistematização proposta no pa-
rágrafo anterior. Brasil: taxa de analfabetismo entre pessoas de 15 anos de idade ou mais – 2019
Educação 2020:
[...] Em relação aos brancos, a taxa
de analfabetismo é 3,6% entre aque- 34
les com 15 anos ou mais. No que se
refere à população preta e parda, Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
segundo os critérios do IBGE, essa As propostas compreendidas nesta seção exploram, so-
taxa é 8,9%. A diferença aumenta bretudo, as seguintes competências e habilidades: CG1,
entre aqueles com 60 anos ou mais. CG2 e CG7; CECH2, CECH3, CECH5, CECH6 e CECH7;
Enquanto 9,5% dos brancos não sa- CEG3, CEG4, CEG5 e CEG6; e EF07GE09 e EF07GE10.
bem ler ou escrever, entre os pretos
e pardos, esse percentual é cerca de
três vezes maior: 27,1%. [...]
TOKARNIA, Mariana. Analfabetismo cai,
mas Brasil ainda tem 11 milhões sem ler
e escrever. Agência Brasil, Rio de Janeiro,
15 jul. 2020. Disponível em: https://
agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/
noticia/2020-07/taxa-cai-levemente
-mas-brasil-ainda-tem-11-milhoes-de
-analfabetos. Acesso em: 28 maio 2022.
34
1. b) A variação do tamanho ou da área dos círculos lilás.
1. c) Apenas a indicação da data de informações representadas, no caso, o PIB.
2. No período representado, percebe-se constante aumento do valor do PIB em todo território nacional,
porém a riqueza permanece concentrada nas regiões Sudeste e Sul.
Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor
Elaborados com base em: THERY, H.; MELLO-THERY, N. A.
de. Disparidades e dinâmicas territoriais do Brasil. Revista
do Departamento de Geografia – USP, São Paulo, volume
IBGE Explica: PIB
especial 30 anos, p. 68-91, 2012. Disponível em: 0 685 1 370
Disponível em: https://www.ibge.
https://www.revistas.usp.br/rdg/article/view/53843/57806. km gov.br/explica/pib.php. Acesso em:
Acesso em: 24 fev. 2022. 21 jan. 2022.
3. Leia a resposta e as orientações para a Vídeo elaborado pelo IBGE, que
atividade neste Manual do Professor. explica o que é o PIB e como ele é
35
calculado.
35
Orientações didáticas As regionalizações oficiais do Brasil ao longo da história
Explore o conjunto de mapas para São muitos os critérios possíveis para estabelecer regiões brasileiras. Ao longo da história, alguns po-
os estudantes compreenderem que ao dem ser mais valorizados que outros, e novos podem ser elaborados. Além disso, o espaço geográfico é
longo da história foram propostas dife-
dinâmico, se transforma, novas realidades se impõem e invalidam antigas regionalizações.
rentes regionalizações para o Brasil e
que isso resultou tanto da variação dos Brasil: evolução das grandes regiões – 1940-1990
critérios de regionalização como das
próprias transformações territoriais do 1940 1945
LESTE
toriedade da regionalização. MERIDIONAL
NORDESTE NORDESTE
CENTRO-
Elaborado com
CENTRO-
base em: THÉRY,
Portal de mapas/Arquivo da editora
-OESTE -OESTE
SUDESTE SUDESTE
H.; MELLO, N. A.
Atlas do Brasil:
Limite entre
estados
dinâmicas e
SUL SUL
Limite entre
disparidades do
0 900 1 800 unidades da território. São
km Federação Paulo: Edusp,
2005. p. 268.
36
36
1. Na regionalização em Complexos Regionais, foi valorizado o processo histórico de formação do território brasileiro e
a integração nacional a partir da industrialização, buscando articular características históricas e naturais que detalham
as regiões, considerando parcialmente as fronteiras entre os estados. Na regionalização denominada Quatro brasis,
foram valorizados os aspectos socioeconômicos, as características do meio geográfico e a
articulação do território brasileiro a partir da
Contraponto
inserção da economia periférica do país no
capitalismo globalizado. Leitura complementar
Região e regionalização no Brasil
Regionalizações A crítica mais dura sobre a divi-
Entre as variadas propostas atuais de regionalização do Brasil, destacam-se duas: são regional oficialmente adotada
Complexos Regionais ou Regiões Geoeconômicas e “quatro brasis”. Observe-as. diz respeito ao seu descolamento da
realidade, pois, além de não conside-
Brasil: os três Complexos Regionais Quatro brasis rar as relações de articulação inter-
-regionais, também não considerava
50º O 50° O
Equador
RR AP
0º Equador
RR AP
0°
suficientemente a formação o que
provocava a inclusão de diferentes
AM PA MA CE AM PA
MA CE
RN
realidades sobre uma “roupagem” de
RN
PI
PE
PB PI
PE
PB homogeneidade e identidade. [...]
AC AC
RO
TO
SE
AL
RO
TO
SE
AL
Dadas estas críticas [de não re-
MT BA BA
MT
fletir a realidade], duas outras pro-
DF DF
postas de regionalização visaram
OCEANO
GO GO
OCEANO MS
MG
ES
OCEANO MS
MG
ES
corrigir estas distorções. A primeira
OCEANO
PACÍFICO
Trópico de
SP RJ ATLÂNTICO PACÍFICO SP
RJ é a divisão do Brasil em “complexos
Amazônia Trópico
Nordeste
Capricórnio PR
Região Amazônica
PR Capricó
de
rnio regionais” ou “regiões geoeconô-
SC SC
Centro-Sul
RS
Região Nordeste
RS
micas”, de Pedro Pinchas Geiger,
Limite entre Região Centro-Oeste
complexos
0 720 1 440
Região Concentrada
0 685 1 370
proposta no final da década de 1960.
regionais km
Geiger baseia sua proposta na for-
km
Elaborado com base em: IBGE. Elaborado com base em: SANTOS, M.; SILVEIRA, M. mação histórica do país, retratando
Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: L. O Brasil: território e sociedade no início do século
IBGE, 2018. p. 150. XXI. Rio de Janeiro: Record, 2013. p. LXIV. três complexos regionais que se ar-
ticulariam, por meio da economia
Os autores dessas propostas de regionalização buscaram superar problemas que avaliavam ha-
industrial da região centro-sul [...].
ver nas anteriores. Leia o texto a seguir.
Uma das características mais
Uma das características mais significativas desta regionalização [Complexos regionais] é o fato de
significativas desta regionalização
o autor não ter respeitado os limites político-administrativos dos estados nacionais. Isto permite que a
é o fato de o autor não ter respeita-
delimitação das regiões assuma contornos mais precisos. Seu foco é no processo histórico de formação
do território brasileiro e a integração nacional a partir da industrialização, buscando ao mesmo tempo as
do os limites político-administrati-
inter-relações regionais que se dão a partir da articulação do país ao seu centro econômico e o foco nas vos dos estados nacionais. Isto per-
características históricas e naturais que caracterizam estas regiões. [...] mite que a delimitação das regiões
A segunda proposta de regionalização [quatro brasis] que visa corrigir distorções e simplificações das assuma contornos mais precisos.
anteriores é aquela elaborada por Milton Santos e Maria Laura Silveira, em 2001. Os autores propõem a di- Seu foco é no processo histórico
visão do país em “quatro brasis”, levando em consideração aspectos socioeconômicos e principalmente o de formação do território brasilei-
meio geográfico presente nestas regiões, com foco no entendimento da articulação do território brasileiro ro e a integração nacional a partir
a partir da inserção de nossa economia periférica no capitalismo globalizado. da industrialização, buscando ao
BOSCARIOL, Renan Amabile. Região e regionalização no Brasil: uma análise segundo os resultados do Índice mesmo tempo as inter-relações
de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). In: MARGUTI, Bárbara Oliveira; COSTA, Marco Aurélio; PINTO,
Carlos Vinícius da. Territórios em números: insumos para políticas públicas a partir da análise do IDHM e do IVS de
regionais que se dão a partir da ar-
municípios e Unidades da Federação brasileira. Brasília, DF: Ipea, 2017. p. 190-195. Disponível em: http://repositorio. ticulação do país ao seu centro eco-
ipea.gov.br/bitstream/11058/8911/1/Região%20e%20regionalização.pdf. Acesso em: 25 fev. 2022. nômico e o foco nas características
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
históricas e naturais que caracteri-
zam estas regiões. [...]
1 Quais critérios são adotados nas duas propostas de regionalização citadas?
A segunda proposta de regiona-
2 Com a ajuda do professor, organizem uma roda de debates em sala sobre: lização que visa corrigir distorções
a) as vantagens e as desvantagens de cada proposta de regionalização; e simplificações das anteriores é
aquela elaborada por Milton Santos
b) a maneira como avaliam a classificação do estado e do município onde moram em
e Maria Laura Silveira, em 2001. Os
cada regionalização proposta.
autores propõem a divisão do país
2. b) Os estudantes devem considerar a realidade local e avaliar quanto ela compreende características seme-
lhantes às demais localidades inseridas na mesma região, destacando aquilo que o diferencia delas. em “quatro brasis”, levando em con-
2. a) Espera-se que, no debate, os estudantes apresentem as avaliações considerando argumentos obtidos na sideração aspectos socioeconômicos
leitura do texto e nas próprias experiências, observações e reflexões. Não há respostas “corretas”, mas leituras e
análises que favoreçam a ampliação do entendimento da diversidade e da complexidade relacionadas ao território 37 e principalmente o meio geográfico
nacional. presente nestas regiões, com foco
no entendimento da articulação do
território brasileiro a partir da inser-
Orientações didáticas forma oral e coletiva, mencionando os nomes de cada re- ção de nossa economia periférica no
gião e suas delimitações espaciais, bem como comparem capitalismo globalizado. [...]
com a divisão regional do IBGE.
Contraponto BOSCARIOL, Renan Amabile. Região e
regionalização no Brasil: uma análise
Sua realização favorece o desenvolvimento de variadas
segundo os resultados do Índice de
Espera-se que os estudantes conheçam e diferenciem as competências e habilidades que envolvem pensamento es- Desenvolvimento Humano Municipal
outras duas propostas de regionalização do Brasil – elabo- pacial, raciocínio geográfico, pensamento crítico e científico, (IDHM). In: Territórios em números:
radas cada uma delas pelos geógrafos Pedro Pinchas Gei- avaliação da evolução temporal e espacial de fenômenos, insumos para políticas públicas a
partir da análise do IDHM e do IVS de
ger e Milton Santos – por meio da leitura dos mapas e do reconhecimento e avaliação de argumentos e critérios, en- municípios e Unidades da Federação
texto e pela realização da atividade proposta nesta seção. tre outros, favorecendo assim o trabalho com as CG1, CG2, brasileira, livro 1. Brasília, DF: IPEA/
Sugerimos que você, de início, proponha aos estudan- CG4, CG7; CECH2, CECH4, CECH5, CECH6 e CECH7; INCT, 2017. p. 190-195. Disponível
em: http://repositorio.ipea.gov.br/
tes que leiam, interpretem e comparem os dois mapas de CEG1, CEG2, CEG3, CEG4, CEG5 e CEG6; e EF07GE09.
bitstream/11058/8911/1/Região%20
e%20regionalização.pdf. Acesso em:
28 maio 2022.
37
Orientações didáticas Interagindo e convivendo
Interagindo e convivendo
Nesta seção, é apresentado um tre-
Cidadania e participação
cho da Constituição sobre o direito aos Após uma longa trajetória de lutas, o povo brasileiro conquistou direitos
indígenas de manter suas tradições e reconhecidos em lei, os quais lhes asseguram a liberdade. E isso não é algo tão Na tela
culturas, assim como o uso da terra, e simples, por mais óbvio que pareça. Há pouco tempo, a escravização de negros Em dia com o Direito:
um exemplo desse direito não sendo era considerada um direito dos brancos (a abolição da escravidão ocorreu ape- #2 Cidadania é
fundamento do Estado
respeitado, o que favorece o desenvolvi- nas em 1888). Além disso, os indígenas tampouco eram reconhecidos e valoriza-
democrático de direito
mento da habilidade EF07GE03 e dialo- dos em suas culturas, muitas vezes sendo perseguidos e dizimados.
Produção: Nuno
ga com o TCT Educação para valorização Não havia leis que garantissem direitos iguais a todas as pessoas, conside-
Morgadinho Coelho;
do multiculturalismo nas matrizes histó- rando suas necessidades particulares, como mulheres, crianças, analfabetos e Rosemeire Talamone.
ricas e culturais brasileiras. A discussão pessoas com deficiência, por exemplo. A imprensa não era livre, de maneira que São Paulo: Rádio USP,
sobre a luta popular por direitos iguais e não era possível noticiar todos os fatos. A censura também se aplicava aos ar- 2019 (5 min 56 s).
democracia e a citação do desrespeito tistas, que tiveram muitas obras proibidas, e a qualquer pessoa que pensasse Disponível em:
ao ECA dialoga com Direitos da Crian- de forma divergente do governo. https://jornal.usp.br/
ça e do Adolescente, outro TCT. Essas podcast/em-dia-com-
Hospício de o-direito-2-cidadania-
Reprodução/Coleção particular
temáticas também favorecem a mobili- Nossa Senhora da e-fundamento-do-
zação de competências relacionadas ao Piedade na Bahia,
estado-democratico-
de Johann Moritz
respeito com o outro e com o diferente, Rugendas, c. 1835 de-direito/. Acesso em:
alteridade, promoção da justiça social, (litografia). Na obra, 25 fev. 2022.
valorização dos direitos humanos e, as- representação da
Nesse episódio, o
praça da Piedade
sim, promovem as CG7 e CG9; CECH1 e no centro de programa da Rádio USP
CECH6; e CEG6 e CEG7. Salvador (BA). A explica o que é o Estado
praça foi palco da democrático de direito.
A temática aqui abordada tem bas- Revolta dos Malês,
Estatuto da Criança e
tante proximidade com conteúdos e em 1835, que foi o
do Adolescente (ECA)
mais importante
habilidades previstos em História pela levante urbano Disponível em: http://
BNCC, portanto, avalie a possibilidade dos africanos www.planalto.gov.br/
de promover um projeto interdiscipli- escravizados no
Brasil. ccivil_03/leis/l8069.htm.
nar com o professor desse componen- Acesso em: 4 fev. 2022.
te curricular. Versão digital da Lei
38
38
1. A invasão de terras indíge-
Em diferentes contextos e formas, a ausência de igualdade e liberdade esteve nas pelo garimpo e as violações Orientações didáticas
presente desde a origem do país até o fim da década de 1980. Atualmente, vi- do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA). Peça, agora, aos estudantes que
vemos no Brasil um Estado democrático de direito, o que significa que podemos 2. Resposta pessoal. O estudante
deve considerar o que compreen- leiam as duas primeiras imagens (da
eleger nossos representantes, votar e sermos votados – caso nos candidatemos de ao refletir sobre o cotidiano no
página anterior), suas respectivas le-
a algum cargo público –, além de termos garantido um amplo conjunto de di- lugar onde vive.
3. Os estudantes devem expor as gendas e comentem o que está sen-
reitos, como a igualdade e a não discriminação negativa em razão de crença, considerações, opiniões e avalia-
ções, escutar os colegas, fazer do retratado (fatos e sujeitos históricos,
religião, ideologia, cor, raça, idade, origem e renda.
perguntas e buscar esclarecimen- quando e onde). Pergunte a eles se, de
Entretanto, apesar dos direitos e deveres individuais e coletivos e, além de tos, quando necessário, para refle-
tir coletivamente sobre elabora- alguma forma, essas lutas fazem parte
a descrição das obrigações do poder público estarem na Constituição federal ção de propostas e realização de
de um processo de conquistas e quais
de 1988, teoria e prática nem sempre se aliam. Leia o artigo 231 da Constituição ações.
são elas. Em seguida, organize a leitu-
federal, e a manchete de uma notícia, a seguir:
ra compartilhada do texto até o fim do
penúltimo parágrafo. Abra espaço para
4. Os estudantes podem ser organizados em subgrupos com tarefas específicas e concatenadas para elaborar a(s)
proposta(s), desde a redação até as estratégias de ações mais específicas. Podem usar recursos digitais para a
elaboração coletiva do texto e das propostas (armazenamento de dados em nuvem) e como veículos para difundir 39
suas ações.
39
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de con-
teúdos proposta nesta página, os eixos
indicados nessa página servirão como
base estrutural, possibilitando a siste- ORGANIZAÇÃO
matização de conceitos e temas estu- POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
dados e também a oportunidade para E CIDADANIA
sanar as dúvidas que surgiram ao lon-
go do percurso.
Promova a leitura e a interpretação
coletiva do esquema, atentando pa- REGIÃO
ra os conceitos e temas que foram de- ⓿ Distinção de uma parte do BRASIL: GRANDES
senvolvidos ao longo deste capítulo e todo; DESIGUALDADES
⓿ Regiões são definidas pelos SOCIOESPACIAIS
que serão importantes para o desen-
critérios estabelecidos
volvimento de habilidades da BNCC no (regionalizar);
⓿ Índices socioeconômicos
decorrer desta e da próxima unidade, ⓿ Novos critérios e políticas
bastante diferentes entre
as regiões brasileiras.
especialmente a EF07GE03. produzem novas regiões;
⓿ Regiões podem manter
relação com localidades BRASIL:
não próximas.
REPÚBLICA
FEDERATIVA
PRESIDENCIALISTA
CIDADANIA
⓿ Conquistada por meio de
lutas históricas por diferentes
REGIÕES BRASILEIRAS segmentos sociais;
⓿ Democracia e participação;
⓿ Regiões administrativas
(IBGE): Norte, Nordeste,
⓿ Direitos e deveres;
Centro-Oeste, Sudeste e Sul; ⓿ A cidadania é um direito
⓿ Complexos Regionais: legal para todos, porém, na
Amazônia, Nordeste prática, é exercida de modo
e Centro-Sul; desigual;
⓿ Quatro brasis: Amazônia,
⓿ Determinados grupos sociais
Nordeste, Centro-Oeste e nem sempre têm seus direitos
Região Concentrada. respeitados.
40
40
1. No Brasil, atualmente vigora o regime de governo presidencialista, sob um Estado democrático de direito. Há separa-
ção entre os três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário –, sendo o presidente eleito pelo povo para um mandato
de quatro anos, podendo ser reeleito por apenas mais um mandato consecutivo.
3. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
NÃO ESCREVA NO LIVRO. Paulo: Sudeste – Centro-Sul – Concen-
2. As regionalizações podem servir para distinguir áreas entre si e
agrupar localidades com características semelhantes, com o propósito de classificá-las, estudá-las e produzir levanta- trada; Sergipe: Nordeste – Nordeste –
mentos e dados específicos, visando a formas mais eficientes de governo e ao direcionamento de políticas públicas
Retome voltadas à promoção e ao desenvolvimento 5 Leia o excerto e faça o que se pede. Nordeste; Tocantins: Norte – Amazônia
socioeconômico, etc.
[...] Quem já não ouviu falar dessas expressões:
– Centro-Oeste; Distrito Federal: Cen-
1 No Brasil, até 1889, vivia-se sob o regime mo- região em que eu nasci, região perigosa ou região tro-Oeste – Centro-Sul – Centro-Oeste.
narquista, cujo imperador D. Pedro II foi de- de fulano ou sicrano, disso ou daquilo? Essa ideia
de região que aparece na linguagem corrente indi- 4. Executivo: esfera responsável pelo go-
posto por meio de golpe militar, liderado pelo
ca recortes do espaço que os indivíduos ou grupos verno de um território – presidente, go-
Marechal Deodoro da Fonseca, iniciando a
sociais elaboram a ser reconhecidos, ou não, so- vernadores e prefeitos. São eleitos pela
“Primeira República” ou “República Velha” (1889- cialmente. [...]
maioria dos votos populares. Legislati-
-1930). Atualmente, que forma e regime de LENCIONI, Sandra. Região e Geografia.
vo: esfera responsável por legislar (criar,
governo vigoram no país e quais são suas prin- São Paulo: Edusp, 1999. p. 16.
5. Leia a resposta neste Manual do Professor. alterar e avaliar leis) e também fiscalizar
cipais características? ⓿ Cite exemplos de como a palavra ou a ideia
o Poder Executivo. Senadores, deputa-
2 Que finalidades e objetivos a regionalização do de região é utilizada pelas pessoas da comu-
dos federais, deputados estaduais e ve-
espaço pode cumprir? Quais critérios têm sido nidade onde você vive. Depois, indique o que
readores. São eleitos pelo voto popular.
mobilizados para propor regionalizações do tem de semelhante e diferente da compreen-
Judiciário: esfera responsável pela jus-
são e uso científico do conceito de região.
território brasileiro? tiça, por acusar, defender e fiscalizar o
3 Elabore um quadro semelhante ao exemplifica- 6 Leia e compare os gráficos a seguir. governo, instituições, empresas e pes-
do a seguir em seu caderno, ou em algum dis- soas. Juízes, desembargadores, promo-
Brasil: estimativa de população tores públicos, etc. Ocupam os cargos
positivo digital, e escreva em qual região cada residente, por macrorregiões – 2020
unidade da Federação foi classificada nas três por meio de concursos públicos e indi-
16 504 303
regionalizações selecionadas. 18 672 591
cações políticas ou por seus pares.
De forma complementar, você po-
Fórmula Produções/Arquivo da editora
de a ideia de controle do poder pelo próprio Sudeste princípios importantes para o entendi-
poder, a autorregulação. A separação dos mento da sociedade e o papel do Esta-
Nordeste
14,2% 53% Sul
poderes, ou funções do Estado, existe com o Norte
Centro-Oeste
do, como o “contrato social” e a “vontade
objetivo de evitar a concentração em apenas geral”. De modo bastante simplificado,
uma pessoa ou grupo com os mesmos interes- 17,2% pelo “contrato social” os indivíduos trans-
ses. Desse modo, é possível evitar abusos, pois
Elaborado com base em: IBGE. Sistemas de contas
ferem para o Estado a aplicação da lei e
um poder dialoga e regula o outro, sendo au- regionais: Brasil 2019. IBGE: Rio de Janeiro, 2021. eventual uso da força, que fica responsá-
n. 83. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.
tônomos, mas limitados.
br/visualizacao/livros/liv101873_informativo.pdf.
vel pela promoção da equidade social.
Pesquise as principais funções do Executivo, do Acesso em: 24 fev. 2022. E a “vontade geral” é o atendimento do
Legislativo e Judiciário e explique como seus Elabore um curto texto descrevendo as conclu- interesse comum da sociedade (e não
representantes chegam aos seus cargos. sões às quais você chegou. apenas de parte dela, mesmo que ma-
6. Resposta pessoal. O texto do estudante deve citar dados apresentados nos dois gráficos, estabelecendo rela- joritária). É importante destacar que es-
ções entre eles, com enfoque regional, destacando informações como a concentração populacional e econômica
no Sudeste e o inverso nas regiões Centro-Oeste e também entre as regiões Nordeste e Sul. Além da comparação, 41 ses pensadores viviam em um contexto
será um diferencial positivo a elaboração de generalizações e conclusões. muito diferente do atual, no qual era co-
mum haver monarcas absolutistas que
concentravam todo o poder e governa-
Orientações didáticas – Concentrada; Goiás: Centro-Oeste – Centro-Sul – Centro-
vam sem grande controle externo.
-Oeste; Maranhão: Nordeste – Nordeste/Amazônia – Nor-
deste; Mato Grosso: Centro-Oeste – Amazônia/Centro-Sul 5. Na linguagem corrente, o termo “re-
Atividades – Centro-Oeste; Mato Grosso do Sul: Centro-Oeste – Centro- gião” é utilizado para identificar e di-
Sugerimos que as atividades sejam feitas individualmen- -Sul – Centro-Oeste; Minas Gerais: Sudeste – Centro-Sul/ ferenciar uma parte específica do
te e sirvam como avaliação da aprendizagem dos estudan- Nordeste – Concentrada; Pará: Norte – Amazônia – Amazô- espaço a partir de algum critério (ori-
tes. A correção pode ser feita, de início, em pares e, depois, nica; Paraíba: Nordeste – Nordeste – Nordeste; Paraná: Sul gem de quem fala, qualificação dessa
de forma oral e coletiva. – Centro-Sul – Concentrada; Pernambuco: Nordeste – Nor- área segundo quem fala, etc.). Essa di-
deste – Nordeste; Piauí: Nordeste – Nordeste – Nordeste; Rio ferenciação de áreas é comum ao con-
3. Acre: Norte – Amazônia – Amazônica; Alagoas: Nordes- de Janeiro: Sudeste – Centro-Sul – Concentrada; Rio Gran- ceito científico de região. Entretanto, no
te – Nordeste – Nordeste; Amapá: Norte – Amazônia – Ama- de do Norte: Nordeste – Nordeste – Nordeste; Rio Grande senso comum, não há critérios, dados e
zônica; Amazonas: Norte – Amazônia – Amazônica; Bahia: do Sul: Sul – Centro-Sul – Concentrada; Rondônia: Norte – proposição de delimitações precisas da
Nordeste – Nordeste – Nordeste; Ceará: Nordeste – Nor- Amazônia – Amazônica; Roraima: Norte – Amazônia – Ama- região, diferente do que é veiculado pe-
deste – Nordeste; Espírito Santo: Sudeste – Centro-Sul zônica; Santa Catarina: Sul – Centro-Sul – Concentrada; São lo conceito científico do termo.
41
3
1. Espera-se que os estudantes relatem o que sabem da formação do Brasil,
BNCC no capítulo que abordem a invasão europeia e discorram sobre a conquista do território
vigente.
2. Espera-se que os estudantes relatem o que sabem ou imaginam sobre as
Competências gerais da Educação relações entre os europeus e os povos indígenas nos diferentes momentos
da colonização europeia, mencionando informações relacionadas à recepção,
Básica (CG): 1, 2, 4, 5, 7 e 9. colaboração, parceria, trocas, resistências, lutas, escravização, mortes, etc.
A Er m
u raoçpãao et ear rf iotromr ai aç lã o
3. Espera-se que os estudantes listem os mecanismos que conhecem ou
Competências específicas de imaginam serem importantes para conquistar e manter o domínio de um ter-
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental (CECH): 1, 2, 3, 5 e 7. F o
d o fe u d a l i s m o
ritório, como construir
edificações, instalar
rede de infraestrutura,
povoar, manter controle
Competências específicas militar, etc.
de Geografia para o Ensino Reprodução/Biblioteca Nacional, Paris, França.
Fundamental (CEG): 1, 2, 3 e 4.
Habilidades de Geografia: EF07GE02, Para começar
EF07GE03, EF07GE05, EF07GE06 e
Converse com os colegas e o professor.
EF07GE07.
1. Como você imagina que o Brasil
Temas Contemporâneos Transversais
adquiriu sua enorme extensão e atual
(TCTs): Educação para valorização configuração territorial?
do multiculturalismo nas matrizes
2. Muitos povos, como os retratados na
históricas e culturais brasileiras e imagem desta abertura, viviam nas
Diversidade Cultural. terras que iriam configurar o Brasil. Como
eles reagiram à chegada dos europeus?
Qual foi o papel desempenhado por
Introdução esses povos na formação do território
brasileiro?
Neste capítulo, o tema central é o 3. Apropriar-se de um território e garantir
processo de formação do território bra- sua posse implica demarcá-lo e protegê-
sileiro, marcado pela colonização eu- lo efetivamente. Que ações você avalia
ropeia, a constituição de economias que podem ser úteis para conquistar,
regionais não integradas (“economia de ampliar e garantir a posse de um
território?
arquipélago”), a implantação de obje-
tos técnicos cada vez mais fixados ao NÃO ESCREVA NO LIVRO.
42
Orientações didáticas
O Brasil imaginado
Peça aos estudantes que leiam o ma-
O Brasil atual, com sua configuração territorial, as linhas que demarcam os
pa. Explique que o Tratado de Tordesi-
limites e contornos do país, praticamente reconhecido por todo brasileiro, come-
lhas, estabelecido em 1494, dividiu a
çou a ser constituído antes mesmo da chegada dos portugueses a essas terras.
América antes de seu reconhecimento
O que compreendemos hoje como Brasil começou a ganhar contornos com
territorial pelos colonizadores. O atual
os projetos coloniais europeus no fim do século XV e a “descoberta” da Améri-
traçado dos limites territoriais brasileiro
ca, com a sua conquista por eles; o “Novo Mundo”, em referência à Europa, que
é relativamente recente, do início do sé-
seria o “Velho Mundo”, como eles mesmos denominaram.
culo XX. O território que cabia aos por-
Até então, a América e o Brasil não estavam representados nos mapas ou
tugueses na América do Sul foi primeiro
eram desenhados como locais imaginários, às vezes representados como um
dividido em grandes faixas, as capitanias
local paradisíaco e habitado por seres fantásticos, com espécies vivas muito
hereditárias; depois organizado em es-
diferentes das conhecidas – seres com um olho só, mulheres guerreiras, amazo-
tados e outras unidades administrativas.
nas, gigantes, pessoas com corpos deformados, etc.
Faça a ressalva de que não foi so-
A primeira partilha do “mundo novo” entre portugueses e espanhóis resul-
bre essa base cartográfica representa-
tou do Tratado de Tordesilhas, documento assinado em 1494, que definiu a pos-
da no livro que o Tratado de Tordesilhas
se de terras eventualmente existentes a oeste do arquipélago de Cabo Verde,
foi assinado, trata-se de um recurso
em meio ao oceano Atlântico.
para localizar atualmente, de forma
mais precisa, a linha divisória estabe-
Tratado de Tordesilhas – 1494
Por meio do Tratado de
lecida naquela época. Comente tam-
Tordesilhas, foi traçado bém que essa divisão ignorou os povos
um meridiano imaginário originários da América. Não foi esta-
E U R O PA
que dividiu a América em
ESPANHA duas partes, sendo a parte belecido diálogo ou acordo com eles,
AMÉRICA PORTUGAL
leste à linha imaginária de sendo, portanto, um processo de con-
Tratado de Tordesilhas
DO NORTE
possessão de Portugal e, a
parte oeste, da Espanha.
quista, de invasão.
Trópico de Câncer
Equador
0°
OCEANO OCEANO
BRASIL
Meridiano de Greenwich
PACÍFICO ATLÂNTICO
Banco de imagens/Arquivo da editora
Trópico de Capricórnio
43
43
Orientações didáticas
Os povos originários
Explique aos estudantes que as ex-
Antes da colonização e da submissão das terras americanas ao domínio europeu, a vida transcorreu sob
pressões sinônimas “povos originários”
lógicas diferentes entre “velho” e “novo mundo”. A colonização submeteu os povos da América e seus ter-
e “povos originais” são usadas para se
ritórios à lógica do “velho mundo”, impondo valores, regras, normas e cultura, com uso da força e violência.
referir aos povos que se originaram na
Houve também associações e cooperações entre povos originários e povos europeus.
América, que nela viviam antes de ela
Alguns povos originários invadiam outras aldeias por vingança e provocavam matanças e os famosos ri-
ser assim nomeada, anteriormente à
chegada dos europeus. Muitos pes- tuais antropófagos, que muito chamaram a atenção dos europeus, que não o compreenderam totalmente.
quisadores e estudiosos têm preferido Porém, não era comum na cultura dos povos originários a anexação de territórios.
utilizar essa terminologia no lugar de
Brasil: povos indígenas – século XVI
“povos nativos”, pois atualmente, pas-
50º O
sados mais de 500 anos da invasão
europeia, consideram que outros povos
se constituíram no continente, que tam- Equador 0º
44
44
Povos indígenas atualmente Orientações didáticas
De acordo com dados do Censo de 2010, há no Brasil cerca de 897 mil indígenas (representando um Observe a divulgação do dado refe-
pouco menos que 0,5% da população brasileira) distribuídos em 305 povos reconhecidos, vivendo em todas rente ao número de indígenas no Brasil
as unidades da Federação, no campo e na cidade. A maioria está em áreas espacialmente demarcadas e
pelo Censo 2022 (ainda não disponí-
protegidas pela União: as terras indígenas. Observe o mapa.
vel quando esta coleção foi elaborada).
Sugerimos comparar esse número com
Brasil: terras indígenas – 2018 o citado no livro (Censo 2010). Os es-
50° O Elaborado com base em: ISA. tudantes podem pensar em hipóteses
Disponível em: https://www. para explicar sua variação positiva, ne-
socioambiental.org/pt-br/
RR AP blog/blog-do-isa/terras gativa ou estabilidade, remetendo a in-
Equador
0° -indigenas-bens-da-uniao. formações no livro e também fazendo
Acesso em: 2 mar. 2022.
pesquisas complementares, buscan-
MA
do análises divulgadas em relatórios
AM
PA
CE
RN publicados pelo IBGE, pelo Institu-
PI PB As terras indígenas to Socioambiental, por antropólogos e
concentram-se nas regiões
RO
PE
Norte e Centro-Oeste e pesquisadores universitários.
AC TO AL
SE correspondem a cerca de Promova a leitura coletiva do mapa
BA 12,2% do território brasileiro
MT
– a maior parte delas foi e oriente a análise da distribuição es-
Terras indígenas (situação DF reconhecida apenas após a pacial das terras indígenas pelo terri-
Constituição federal de 1988.
jurídico-administrativa)
Em identificação
GO tório, destacando áreas de rarefação
(Terra indígena
em estudo) MS
MG
OCEANO
ATLÂNTICO
e de concentração e também a análi-
Declarada ES se de suas localizações, onde ficam e
(Terra indígena com limites
reconhecidos pela União)
SP
RJ que características marcam suas loca-
Banco de imagens/Arquivo da editora
Trópico d
Identificada PR
e Capricó
rnio lidades. Observe se tratar da localiza-
ção das terras indígenas, e não de toda
(Terra indígena com limites
aprovados pela Funai)
SC Na tela
Homologada/Reservada a população indígena.
(Terra indígena com
registro no cartório de
RS Fundação Nacional do
imóveis e na Secretaria
de Patrimônio da União)
0 430 860 Índio (Funai) Explore
km
Disponível em: Para a realização da atividade, certi-
https://www.gov.br/ fique-se de que todos os estudantes te-
funai/pt-br. Acesso em:
Leia as orientações para a atividade nham acesso à internet. Se necessário,
Explore neste Manual do Professor. NÃO ESCREVA NO LIVRO.
2 mar. 2022.
viabilize a utilização dos computado-
Site do órgão
⓿ Acesse o mapa interativo do Brasil no site do Instituto Socioambiental; depois, brasileiro responsável
res na escola, ou em alguma biblioteca
responda às questões. por assistência e pública ou ponto de cultura. Ou, ainda,
⓿ Instituto Socioambiental. Disponível em: https://terrasindigenas.org.br/pt-br/. políticas de proteção você pode fornecer imagens do mapa
Acesso em: 2 mar. 2022. aos povos indígenas. impresso aos estudantes. As respostas
a) Quantos registros de terras indígenas você encontrou no estado onde vive? Instituto dependem da unidade da Federação
b) Há alguma terra indígena localizada no município onde você vive ou próximo Socioambiental (ISA) onde se localiza a escola.
dele? Qual(is) o(s) nome(s)? Qual é a área oficial e sua população? Disponível em:
https://www.
Ainda hoje, muitos indígenas são mortos em lutas pela posse da terra e
socioambiental.org/ Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor
pt-br. Acesso em: 2 mar.
contágio por doenças contraídas de não indígenas. Apesar desse cenário,
2022. Os índios antes do Brasil
a partir da década de 1980, o governo brasileiro adotou medidas e programas
Site de organização
FAUSTO, Boris. Rio de Janeiro: Jor-
de proteção ao indígena. Esses programas ajudaram não somente a diminuir a não governamental ge Zahar Editor, 2000.
mortalidade da população indígena como também foram fundamentais para o que trata de temas Neste livro, o historiador e profes-
crescimento dessas populações em várias regiões do Brasil. Por isso, contar a socioambientais e sor Boris Fausto trata da vida e da
realiza projetos com organização dos povos originários no
história dos povos indígenas do Brasil é, antes de tudo, narrar a trajetória de
povos indígenas. período anterior à chegada de Cabral.
resistência de povos que souberam, como poucos, lutar por sua sobrevivência.
Uma das problemáticas centrais que
faz é questionar a visão historiográfi-
45 ca que coloca os grupos indígenas do
Brasil em certo grau de inferioridade
em relação ao Império Inca.
45
Orientações didáticas
América portuguesa
Explore o mapa representando as
capitanias hereditárias (ressalvando se A colonização é um projeto de expansão territorial sobre um território. Para
tratar de uma informação histórica so- haver colonização, é necessário que ocorra a efetiva ocupação do espaço, que
breposta a uma base cartográfica atual passa a ficar submetido a uma Metrópole. As estruturas criadas nesse território
e o fato de que não representa o co- respondem às ordens de Metrópole e ao seu projeto de poder, os quais incluem
nhecimento que se tinha na época) pe- enriquecimento por meio da exploração das novas terras.
dindo aos estudantes que avaliem as O vasto e ainda desconhecido território sob domínio português na América
correspondências de nomes e locali- colocava alguns desafios à colonização. Um deles era manter a posse das terras
zações do passado com as referências e evitar que outros povos a explorassem, sobretudo franceses e holandeses,
atuais. Isso possibilita a compreensão que chegaram a ocupar e até governar trechos da América portuguesa entre
de relações espaçotemporais, como os séculos XVI e XVII.
previsto na CECH7. Além desses desafios, a falta de uma descoberta imediata de metais pre-
Problematize com os estudantes o ciosos ou de algo produzido pelos habitantes originários, que poderia ter rele-
desafio que os colonizadores enfrenta- vância econômica externa, levou a uma ocupação litorânea simplória e pontual,
vam para manter a posse dos territórios baseada no extrativismo vegetal: o predomínio da exploração do pau-brasil,
ocupados e o que poderiam fazer, na- que caracterizou os primeiros 30 anos da colonização portuguesa na América.
quela época, para tentar afastar amea- Dessas atividades, resultaram algumas “feitorias”, pequenos e dispersos entre-
ças vindas de outros países e também as postos de escambo e comércio. Mas ainda não se caracterizava como um típico
resistências internas. Também é impor- empreendimento mercantil-colonial.
tante ficar claro para eles o sentido do Sem dispor de significativos recursos para a promoção da efetiva ocupa-
projeto colonial nas terras brasileiras – ção do território, a Corte portuguesa criou um mecanismo de demarcação e
exploração de recursos econômicos –, distribuição de grandes proporções de terras àqueles da elite portuguesa que
dado sobretudo pelas características se dispusessem a explorá-las: as capitanias hereditárias. Um empreendimento
do sistema econômico vigente na Eu- semiprivado que foi colocado em prática em 1532. Apenas duas, entre as quin-
ropa (mercantilismo), que passou tam- ze estabelecidas, tiveram relativo sucesso: a de Pernambuco e a de São Vicen-
bém a organizar a produção do espaço te (parte de onde hoje é o estado de São Paulo). Observe o mapa com essa
geográfico dos territórios anexados e distribuição, considerando, também, os atuais limites do território brasileiro.
ocupados na América. Esses encami-
nhamentos têm estreita relação com Capitanias hereditárias – século XVI
a aquisição das CG1 e CG2, CECH5,
CEG1 e CEG2.
Equador
0º
MARANHÃO
MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
ITAMARACÁ
Tratado de Tordesilhas
PERNAMBUCO
BAHIA DE TODOS-OS-SANTOS
ILHÉUS
PORTO SEGURO
Território da Espanha
Elaborado com base em:
Território de Portugal
0 540 1 080
ARRUDA, José Jobson de A.
Limite atual do Brasil Atlas histórico básico. São
km
60º O
Paulo: Ática, 2007. p. 36.
46
46
Conexões com Orientações didáticas
História
Conexões
Sugerimos duas formas de encami-
O sistema colonial nhar esta seção: adotar procedimentos
O contexto político e econômico das Grandes Navegações e a colonização da América eram caracteri- da “aula invertida”, orientando sua lei-
zados pelo absolutismo – poder centralizado no monarca, formação do estado nacional moderno e sistema tura e a realização das atividades em
econômico mercantilista. Entre as características do mercantilismo estavam o metalismo (busca por metais período extra-aula e organizando as
preciosos), a manutenção da balança comercial positiva (valores da exportação maiores que o da importa- apresentações dos estudantes; ou de-
ção), forte presença do Estado na regulação da economia, protecionismo econômico (altos impostos para senvolvê-la em aula por meio de leitura
produtos importados e incentivos à manufatura interna, por exemplo). Isso resultou no que ficou conhecido compartilhada, alternando os voluntá-
como “pacto colonial” no modelo de exploração dos territórios conquistados. Observe o esquema a seguir: rios, solicitando que explicitem a com-
preensão do texto e apresentem suas
dúvidas. A leitura e a interpretação
Economia
Manufaturas e especializada do esquema podem favorecer a com-
equipamentos
preensão do pacto colonial. Peça aos
estudantes que exemplifiquem, no ca-
Investimento
externo so do Brasil, os conteúdos textuais que
foram citados e articulados na imagem.
Metrópole Pacto colonial Colônia A realização da proposta contida
Dependente do nesta seção exige a mobilização de co-
mercado externo
nhecimentos construídos em Ciências
Humanas para explicar fatos ocorridos
Metais preciosos Mão de obra e seus desdobramentos, o que dialoga
Gêneros tropicais compulsória
com a CG1, assim como o pensamento
científico para avaliar as consequências
A política colonial dos Estados Mercantilistas
da implantação do pacto colonial, favo-
compulsório: forçado,
depende exclusivamente do pacto colonial escravizado. recendo a construção da CG2. A leitu-
ra do texto, do esquema e a realização
das atividades também promovem a
A conquista e exploração de colônias é um ponto essencial das ideias mercantilistas. A expressão clássica análise do mundo social considerando
desse fato em nível ideológico é a teoria do pacto colonial, onde se trai a falsa suposição de que haveria de suas variações de significado ao longo
fato um pacto ou acordo tácito entre metrópoles e colônias. Na realidade, porém, a colônia existe em função do tempo (CEG2) e em diferentes espa-
e para a metrópole, estando suas relações definidas através do chamado “exclusivo colonial”. A produção das ços, criados na relação entre a colônia
colônias só é válida na medida em que possibilite lucros elevados aos comerciantes metropolitanos, deten-
e a metrópole (CEG5).
tores do monopólio sobre o comércio de importação e de exportação das colônias. A atividade econômica
das colônias deve ser complementar e jamais concorrente em relação à das respectivas metrópoles. Afinal, as
1. Segundo o autor do texto, não há um
colônias têm um papel único a desempenhar, no sentido de garantir às suas metrópoles os meios de obterem
uma balança comercial favorável nas trocas com outros países.
acordo entre metrópole e colônia, mas
FALCON, Francisco. Mercantilismo e transição. São Paulo: Brasiliense, 1996.
uma submissão do espaço colonial
aos projetos da metrópole. As ativida-
des na colônia devem ser organizadas
NÃO ESCREVA NO LIVRO. para propiciar lucros para a metrópo-
1 Quais as principais características do pacto colonial, segundo os argumentos apresentados le. Por isso, o comércio da colônia só
pelo autor do texto? Leia a resposta neste Manual do Professor. pode ser realizado com a metrópole e
sua produção não pode concorrer com
2 O pacto colonial estimula ou reprime o desenvolvimento econômico e social nos territórios co- o que é produzido na metrópole, ape-
lonizados? Por quê? Leia a resposta neste Manual do Professor.
nas complementá-la.
47
Orientações didáticas Novos rumos
Avalie com o professor de História a O fracasso do modelo das capitanias hereditárias é substituído pelo regime das Sesmarias no ano da
possibilidade de ele comparar e expli- instalação de um governo-geral na colônia, em 1549. Nesse regime, as terras eram distribuídas a quem
car a diferença entre as capitanias he- tivesse condições de explorá-las, sobretudo por meio da agricultura e da pecuária, e seus proprietários ti-
reditárias e as sesmarias ou proponha nham total autonomia, levando-se em conta a cobrança de impostos, o comércio internacional e o controle
uma atividade de pesquisa para os es-
do exército como monopólio da Coroa.
tudantes. Também pode ser bastante
Esse sistema auxiliou a efetiva ocupação do território, reduzindo as ameaças de invasões externas, e
formativo você desenvolver a pesquisa
ainda deu início ao desbravamento e povoamento do interior realizado pelos bandeirantes, sobretudo em
na internet junto com eles, mostrando
busca de metais preciosos, aprisionamento de indígenas e, um pouco depois, invasão de quilombos.
as estratégias de pesquisa de que faz
uso, como os sites de busca que utiliza,
que palavras digita no campo de bus- Você sabia?
ca, como faz para descartar alguns re-
Bandeiras
sultados, a eventual leitura de sites que
apresentam sínteses para construir um
texto desta página e faça mediações. 1 De onde partiam as principais bandeiras? 1. As bandeiras partiam, principalmente,
de São Paulo.
Os estudantes devem construir a ima- 2 O que motivou essas expedições?
gem de como eram os integrantes das
bandeiras, a relativa precariedade de 3 Que papel o indígena desempenhava nesse período colonial?
3. Alguns indígenas eram vistos como aliados, porém também podiam pertencer a povos
recursos e a dificuldade que sofriam apresados pelos grupos de bandeirantes.
para percorrer grandes distâncias, boa 2. A motivação das bandeiras, ou seja, seu objetivo, era o lucro, que podia ser obtido com o apresamento de
parte delas a pé. indígenas (escravização) e pela descoberta de minas com pedras e metais preciosos. Apesar de não aparecer no
As atividades podem ser realiza- 48 texto citado, é possível orientar os estudantes sobre outras ações, como a invasão e a destruição de quilombos
e a captura de africanos escravizados.
das individualmente, em aula ou co-
mo atividade extra-aula. É provável que Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
a maioria não encontre dificuldade em que os retratavam, muitas vezes, de forma altiva, como no-
elaborar suas respostas após as leituras bres cavaleiros.
e reflexões que as antecederam. VEIGA, Edison. Como os bandeirantes, cujas homenagens
É possível complementar o trabalho hoje são questionadas, foram alçados a ‘heróis paulistas’.
com a atividade 3, destacando que os BBC News Brasil, 20 jun. 2020. Disponível em: https://
indígenas podiam atuar, inclusive, co- www.bbc.com/portuguese/brasil-53116270. Acesso em:
mo guias para as trilhas antigas, cita- 30 maio 2022.
das no texto.
Sugerimos a leitura da matéria in-
dicada a seguir, que discorre sobre a
construção mítica dos bandeirantes,
que passa tanto por descrições feitas
por historiadores em seus textos como
pelas produzidas por artistas plásticos,
48
Orientações didáticas
Expansão territorial
Oriente os estudantes a construir um
Durante o período colonial, as ameaças de invasões externas e, sobretudo,
esboço da representação do território
a busca pelo lucro motivaram a expansão e o uso do território. A produção e
brasileiro (um tipo de croqui cartográfi-
exportação de açúcar implicou o cultivo da cana-de-açúcar em diversas por-
co com o desenho do contorno atual do
ções de terra e a instalação de engenhos, principalmente no litoral nordestino.
território) e a encontrar no texto os lo-
Ao mesmo tempo, alguns trechos do território nordestino mais interiores pas-
cais e as regiões, bem como as demais
saram a ser ocupadas pela atividade de pecuária extensiva, estimulada pela
informações (produtos, gêneros agrí-
demanda de carne e couro em razão
colas, empreendimentos). Esse croqui
49
Orientações didáticas Novas e extensas fronteiras
Sugerimos a leitura atenta e deta- Os processos apontados até aqui levaram os portugueses a ultrapassar o
lhada do mapa. Oriente os estudantes limite demarcado pelo Tratado de Tordesilhas, ampliando de maneira bastante
a estudar a legenda, verificar a evolu-
significativa o território sob seus domínios. Em 1750, foi firmado um novo acor-
ção da ocupação do território ao lon-
do com a Espanha, o Tratado de Madri, que anulou o Tratado de Tordesilhas
go da história e identificar as áreas não
e consolidou os limites territoriais conquistados pela Coroa portuguesa. Além
ocupadas, levantando hipóteses pa-
desse, outros novos tratados – de Santo Ildefonso (1777) e Badajós (1801) – re-
ra explicar o que favoreceu essa dinâ-
gularam a posse de terras ao sul e estabeleceram limites territoriais muito pró-
mica. Eles devem compreender que as
ximos ao que o país tem hoje.
diferentes cores representam a evo-
lução da expansão da ocupação, que
Brasil: ocupação do território – séculos XVI-XIX
ainda era bastante rarefeita e pouco
tecnificava o território. Problematize a
distribuição territorial dos fortes portu-
gueses (objeto técnico) para que cor-
relacionem suas localizações às áreas Equador
0°
cartográficas consolidadas, favorecen- Território ocupado no século XVI Fronteira fixada no Tratado de Utrecht (1703)
Território ocupado no século XVII Fronteira fixada no Tratado de Madrid (1750)
do o desenvolvimento das CECH7 e Território ocupado no século XVIII Fronteira fixada no Tratado de Badajós (1801)
Elaborado com base em:
THÉRY, H.; MELLO, N. A.
CEG4, e o estabelecimento de relações Território ocupado no século XIX Ganhos territoriais obtidos por arbitragem
Atlas do Brasil: dinâmicas e
no fim do século XIX e no início do século XX
entre processos históricos, econômicos Território ainda não ocupado
no século XIX Limite atual entre unidades da Federação disparidades do território.
e políticos com a expansão territorial e São Paulo: Edusp, 2005. p. 33.
50
50
Orientações didáticas
Economia e território
Questione os estudantes sobre as
Como visto, no processo da formação territorial no período colonial, as ati-
prováveis consequências no territó-
vidades econômicas implantadas na Colônia atendiam sobretudo a interesses
rio decorrentes do processo de colo-
externos da Metrópole. Assim, a organização do território e a implantação de
nização. Pergunte-lhes que função as
infraestrutura, como estradas, portos obedeciam à lógica de escoamento da
eventuais redes de transporte teriam e
produção, levando-a do interior até o litoral e, daí para Portugal, em um padrão
como seriam configuradas. A rede de
que estabelecia marcas no território semelhante ao de uma bacia de drenagem.
transporte – de gêneros agrícolas e me-
Observe a ilustração a seguir.
tais preciosos – se desenvolvia de for-
ma regional, sendo traçada na direção
Bacia de drenagem
litoral-interior, por isso a comparação
Elaborado com base em:
Interflúvio
Vale
Divisor de REPRESENTAÇÃO COM DIFERENTES LELI, I. T. et al. A bacia com uma bacia hidrográfica, que mar-
ESCALAS E COM CORES FANTASIA.
drenagem hidrográfica como unidade ca o escoamento superficial de toda
de estudo geomorfológico
para o Ensino Básico de
água drenada até a foz do rio princi-
Geografia. Geographia pal. Nessa metáfora, a foz seria o por-
Meridionalis, Pelotas, v. 3, to litorâneo.
n. 3, jul.-dez. 2017. p. 413.
A leitura e a comparação do bloco-
-diagrama com o mapa é um recurso
didático potente para os estudantes
Em uma bacia hidrográfica,
Bacia
hidrográfica toda água da chuva que
compreenderem a analogia entre a
precipita sobre ela e não se tecnificação do território no perío-
Bacia
hidrográfica
infiltra no solo é drenada do colonial e a bacia de drenagem
para um rio principal por
(notadamente o traçado de sua re-
OracicArt/Arquivo da editora
A. Atlas do Brasil: dinâmicas e disparidades do OCEANO ATLÂNTICO grafia, sugerimos apresentar aos estu-
território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 197.
dantes o mapa da figura 3, presente
PACÍFICO
Trópico de C
apricórn
Observe o traçado das vias de transporte io
na obra indicada a seguir. Com base
ferroviário no território, com um padrão geral
de conexão do interior ao litoral, semelhante nele, é possível solicitar uma descrição
ao traçado de uma rede hidrográfica dentro
0 630 1 260
Ferrovias aos estudantes, bem como uma com-
km
de uma bacia de drenagem.
paração dos mapas hidrográficos que
conhecem com o produzido pelos in-
51 dígenas, avaliando a importância do
igarapé representado no mapa e na le-
genda para esse grupo.
GOMIDE, Maria Lucia Cereda; SAN-
TOS, Alex Mota dos. Registros das Ter-
ras Indígenas de Rondônia por meio
de mapas mentais. Revista Cultura e
Extens‹o, São Paulo, n. 13, p. 55-63,
maio 2015. Disponível em: https://
www.r evistas.usp.br/r ce/ar ticle/
view/98487/97185. Acesso em: 30
maio 2022.
51
Orientações didáticas
Ciclos e atividades
Explique aos estudantes os moti-
vos da localização litorânea dos pri- econômicas
meiros empreendimentos coloniais no Ao longo da história do Brasil ocorreram diversas ondas de povoamento do
Brasil (pau-brasil, plantações de cana- território, em sua maioria impulsionadas pelo desenvolvimento de determina-
-de-açúcar e instalação de estruturas
das atividades econômicas. De maneira geral, essas atividades foram intensifi-
de beneficiamento para produção de
cadas em alguns períodos e áreas.
açúcar, os engenhos), pedindo a eles
que avaliem as consequências de ca-
da atividade na ocupação do território Açúcar e ouro
e na alteração da paisagem, chaman- Desde o início da colonização do Brasil, os portugueses procuravam metais
do a atenção para a fixação de objetos preciosos, como ouro e prata. Nas primeiras décadas de exploração, esses me-
técnicos no segundo caso. Destaque tais não foram encontrados. Com isso, a estratégia de Portugal foi implantar
também a influência das condições na- um projeto agrícola e manufatureiro: a plantação de cana-de-açúcar e produ-
turais (clima e solo favoráveis ao cultivo ção do açúcar na atual região Nordeste, utilizando mão de obra indígena e,
de espécies tropicais), além de infor- sobretudo, de africanos escravizados.
mações relacionadas à mão de obra Na época, o açúcar era muito valioso no mercado internacional e a região
empregada e aos segmentos sociais tinha solo e clima propícios ao cultivo da cana-de-açúcar. Sua exploração fez
(escambo, trabalho escravo – indíge- alguns dos atuais estados da região Nordeste se tornarem os mais ricos e po-
nas e africanos – e comerciantes e em- pulosos do Brasil. Contudo, a partir de meados do século XVII, o açúcar brasi-
preendedores portugueses). leiro passou a sofrer com a concorrência do que era produzido nas Antilhas, na
Pergunte-lhes sobre as heranças América Central. Além disso, o preço desse produto no mercado internacional
dessas formas de exploração do terri- entrou em queda. Tais fatores levaram a uma enorme crise econômica no nor-
tório, uma delas explícita e até hoje pre- deste da colônia e, com o passar dos anos, a economia açucareira reduziu sua
sente em algumas cidades, como em importância.
Olinda (PE), exemplificada pela foto.
Anna ART/Shutterstock
localização, extensão, entre outros, de- estado de Minas Gerais. Com isso, iniciou-se uma intensa exploração desse me-
senvolvendo o raciocínio geográfico, co- tal, responsável por uma intensa movimentação populacional para a região das
mo estabelecido na CGE3. minas e pela urbanização do seu entorno. Mais uma vez, explorou-se intensa-
mente a mão de obra escravizada de africanos e seus descendentes. Essa inten-
sa exploração aurífera durou aproximadamente 100 anos.
52
52
Orientações didáticas
Café, indústria e borracha
Continue descrevendo a relação en-
Nos séculos XVIII e XIX, na atual região Sudeste, teve início uma nova ati-
tre as principais atividades econômicas
vidade econômica, o cultivo do café e, consequentemente, uma nova onda mi-
no Brasil e sua relação com a ocupa-
gratória. O lucro gerado pela produção dessa mercadoria foi responsável pela
ção e a produção do espaço geográfi-
primeira fase da industrialização no Brasil (fim do século XIX e início do XX),
co brasileiro.
transformando a região Sudeste na mais rica e populosa do país. E, novamente,
Neste momento, trata-se de ape-
parte desse processo foi apoiado na força escravizada dos africanos e seus
nas identificar fatores, épocas e locali-
descendentes.
zação. O tema voltará a ser trabalhado
A Amazônia foi sendo ocupada em poucos trechos, em razão da extração
em maior nível de complexidade ao lon-
das chamadas Drogas do Sertão (frutos, plantas, raízes e sementes, como ca-
go deste volume.
cau, guaraná, salsa, urucum e baunilha). A exploração do látex da seringueira,
matéria-prima utilizada na produção da borracha, entre o fim do século XIX e
Comente que o sucesso da expan-
início do século XX, levou grande fluxo de investimentos financeiros à região.
são cafeeira foi responsável pela insta-
lação de mais objetos geográficos pelo
Muitos migrantes nordestinos, afetados pela seca, foram para a Amazônia.
território do que as atividades anterio-
O lucro da exploração nessa região, porém, foi impactado pela concorrência
res, como a ferrovia, mais cidades, sis-
com a produção de borracha no sudeste da Ásia, apresentando maior produti-
temas bancários, redes comerciais, etc.
vidade e menor custo.
É bastante importante ficar claro pa-
Predomínio de complexos econômicos do Brasil ra eles que a hegemonia de cada ati-
Produto Século Trabalho
vidade econômica não se caracteriza
pela substituição de uma atividade por
Pau-brasil XVI Escambo com indígenas
outra, mas pela sobreposição delas.
Cana-de-açúcar Indígenas e, sobretudo, africanos e seus
XVI–XVII
descendentes escravizados Explore
Ouro Indígenas e, sobretudo, africanos e seus A atividade proposta tem como ob-
XVII–XVIII descendentes escravizados, além de
brancos livres jetivo contextualizar o tema em relação
Café Africanos e seus descendentes ao espaço onde o estudante vive (lu-
XVIII–XIX
escravizados, além de trabalhadores livres gar) ou que conhece de forma experien-
Indústria XIX em diante Trabalhadores livres cial, concreta.
Elaborado com base em: ALBUQUERQUE, M. C. C. Quatro séculos de história
econômica brasileira. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977; FAUSTO, Boris.
História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2019.
Na tela
Vale ressaltar que as atividades econômicas são marcadas pela relevância de
algum gênero ou atividade, como açúcar, metais preciosos e café, mas isso não Escravização no Brasil
significa que, ao perder seu valor, a atividade deixou de existir. Ela apenas perdeu Disponível em:
https://www.geledes.
a centralidade na economia interna. Além das atividades centrais, outras para-
org.br/escravidao-no
lelas foram se difundindo, como a pecuária extensiva e a agricultura de algodão, -brasil-do-ciclo-do
fumo e alimentos, essenciais para o abastecimento da população local. -cafe-abolicao/. Acesso
Ao longo da história, a economia brasileira foi se tornando mais complexa e em: 2 mar. 2022.
outras atividades passaram a ser desenvolvidas no país. O portal Geledés
reúne um amplo
conjunto de textos e
imagens que tratam de
Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
temas relacionados às
mulheres e aos negros.
⓿ A unidade da Federação onde você vive esteve envolvida em quais das Nesse texto, apresenta
principais atividades listadas no quadro anterior? Quais heranças foram o tema da escravização
deixadas por essas atividades nas paisagens e cultura local ou regional? no Brasil.
Resposta variável de acordo com a unidade da Federação onde os estudantes vivem. Espera-se que eles identi-
fiquem a participação desse estado, associando-o aos principais ciclos econômicos históricos brasileiros e, com
isso, reconheçam no espaço, na economia ou na sociedade alguma herança dele ou deles. 53
53
Orientações didáticas Trabalhando com mapas
Trabalhando com Linguagem cartográfica complexa
Sugerimos que você oriente os es- Há mapas que fazem uso de linguagens cartográficas mais complexas para representar a evolução
tudantes a realizar leituras individuais dos fatos e fenômenos. Muitas vezes, são utilizados recursos para indicar movimentação, avanços e
dos mapas e então pergunte o que re- recuos, coincidência ou sobreposição de informações, etc. Cores, segmentos de reta, setas, figuras geo-
presentam e quais são os respectivos métricas, entre outros recursos, são bastante mobilizados nesses casos. Veja a seguir.
períodos. Questione também o que a
Brasil: do arquipélago ao continente – Brasil: do arquipélago ao continente –
análise dos mapas em perspectiva his- anos 1890 anos 1940
tórica possibilita avaliar. Peça-lhes en- 50º O 50º O
54
Orientações didáticas
Integração do território
Explique aos estudantes que este tre-
Apesar do caráter regional que caracteriza a história econômica do territó-
cho do livro relaciona a instalação de
rio brasileiro, cada atividade econômica, a seu modo, produziu novos arranjos
variados objetos geográficos, como edi-
espaciais que, em diferentes intensidades, estimularam a ocupação e o povoa-
ficações, cidades e infraestrutura de
mento do território.
transporte, sobretudo, às principais ati-
Algumas atividades promoveram a consolidação de fazendas produtoras
vidades econômicas realizadas no Brasil
de gado e gêneros agrícolas para o mercado interno. Outras atividades eco-
ao longo de sua história e sua importân-
nômicas possibilitaram a edificação e formação de povoados, vilas e cidades,
cia na integração do território nacional,
onde se instalaram mercados, feiras, pequenos comércios, serviços públicos e
principalmente em seu povoamento. En-
privados, bancos, entre muitos outros. O ouro e o café, especificamente, estão
caminhe a leitura pedindo a eles que
associados à formação de complexos centros urbanos e à instalação de uma via
identifiquem essas relações e façam
de transporte mais fluida e rápida: a ferrovia, no caso do café.
breves notas em seus cadernos, listan-
do-as. Peça a voluntários que comparti-
Sandra Moraes/Shutterstock
55
55
Orientações didáticas
Modernização do território
Promova a leitura das duas fotos e
É sobretudo após 1930 e ao longo de todo o século XX que o território nacio-
suas respectivas legendas. Se possível,
nal amplia as interligações nacionais.
se o acesso aos aplicativos de locali-
Ao dinamismo do setor industrial e empresarial privado associa-se um con-
zação for simples para os estudantes
junto de ações do Estado para instalação de grandes indústrias de base, como
em sala de aula, peça a eles que verifi-
metalúrgicas e siderúrgicas, cimentícias, extrativa (sobretudo de minério e pe-
quem as localizações das UHEs de Pau-
tróleo), construção de usinas hidrelétricas e linhas de transmissão de energia,
lo Afonso e da BR-153.
abertura de estradas de terra e rodovias pavimentadas, adequação de portos
Peça aos estudantes que comentem
a grandes navios, dispersão de aeroportos e ampliação e diversificação da rede
a importância e os desdobramentos da
de comunicação e informação (rádio, telefone, radares, etc.).
instalação desses tipos de infraestrutu-
ra no território brasileiro, que ativida-
56
56
Eixos do Orientações didáticas
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de
FORMAÇÃO conteúdos proposta nesta página, os
TERRITORIAL quadros servirão como base estrutu-
AMÉRICA ral, possibilitando a sistematização de
PORTUGUESA conceitos e temas estudados e tam-
⓿ Tratado de Tordesilhas; bém oportunizando sanar as dúvidas
POVOS ORIGINÁRIOS ⓿ Implantação de sistema que surgiram ao longo do percurso.
⓿ Muitas pessoas, de diferentes colonial; Promova a observação e a leitura co-
povos e culturas, viviam há Organização e tecnificação
centenas de anos nas terras onde
⓿
letiva do esquema, atentando para os
do território para exportação;
hoje é o Brasil; conceitos que foram desenvolvidos ao
⓿ Exploração do território –
⓿ Resistência à colonização: pau-brasil, produção de
longo deste capítulo e que serão impor-
guerras, emboscadas; açúcar, extração de espécies tantes para o desenvolvimento de habi-
⓿ Colaboração amistosa: parceria vegetais (drogas do sertão), lidades da BNCC no decorrer desta e da
para guerrear contra povos mineração de ouro e pedras próxima unidade, especialmente as ha-
inimigos, trocas e produtos, preciosas; bilidades EF07GE03 e EF07GE06.
ensinamentos, indicação de Limites e configuração ⓿ Mão de obra escravizada –
caminhos; Para complementar esse estudo, in-
territorial resultam de tráfico indígena e tráfico de
⓿ Apresamentos, escravização e processos históricos africanos que foram
dicamos a leitura sugerida nesta pá-
miscigenação forçada; nacionais e internacionais. escravizados; gina, que trata da ocupação territorial
⓿ Mortes por doenças contagiosas. ⓿ Bandeirantes – avanço para colonial.
o interior, apresamento de
indígenas e expansão das
fronteiras. Leitura complementar
A ocupação do território colonial
INTEGRAÇÃO DO
estrutura-se num padrão voltado
TERRITÓRIO ATIVIDADES
para fora, isto é, a apropriação dos
⓿ Economia de Arquipélago – ECONÔMICAS QUE
espaços obedece a um itinerário
herança do desenvolvimento ORIENTARAM A que exprime o sentido prioritário
regional voltado para o mercado OCUPAÇÃO DO dos fluxos (centrípetos do ponto de
externo (regiões pouco TERRITÓRIO
articuladas entre si). vista da colônia, e centrífugos na
⓿ Pau-brasil – século XVI. ótica da metrópole). O desenho es-
MODERNIZAÇÃO DO ⓿ Cana-de-açúcar – séculos pacial básico é o denominado “ba-
TERRITÓRIO – SÉC. XX XVI-XVII.
cia de drenagem”, em que um eixo
Instalação de redes de ⓿ Ouro – séculos XVII-XVIII.
⓿
de circulação central ramifica-se
comunicação e transporte ⓿ Café – séculos XVIII-XX.
por caminhos que vão buscar as
interligando as regiões do país. ⓿ Indústria – fim do século XIX.
zonas de produção, e este eixo tem
por destino um porto (lacustre, ma-
rinho ou estuarino) que articula os
lugares drenados com os fluxos do
⓿ A configuração do território brasileiro resultou do processo de
comércio ultramarino.
colonização portuguesa;
⓿ O território pré-colonial era usado por inúmeros povos MORAES, Antonio Carlos Robert.
indígenas, seguindo outras lógicas; Território e história no Brasil. São Paulo:
⓿ O espaço geográfico brasileiro resultou do embate de forças e Hucitec, 2002. p. 85.
interesses no campo da cultura, política, economia e, também,
de sua herança natural.
57
57
Orientações didáticas NÃO ESCREVA NO LIVRO.
2. As bandeiras foram expedições formadas e lideradas por alguns brancos, auxiliados por mestiços
Atividades Retome indígenas, que partiam sobretudo de São Paulo em direção ao interior do território em busca de possí-
veis riquezas, como metais preciosos, além da captura de indígenas. Leia as orientações para a ativida-
de neste Manual do Professor.
1 O território brasileiro, compreendido como o espaço físico sob soberania do Estado, resultou de um
1. 1494 – Tratado de Tordesilhas; 1500
processo histórico iniciado com a colonização. Produza uma linha do tempo no caderno para indicar
– invasão europeia e início da coloniza-
os principais marcos da formação do território brasileiro abordados neste capítulo.
ção portuguesa – exploração do pau- 1. Leia a resposta neste Manual do Professor.
-brasil; 1532 – Capitanias hereditárias 2 Observe o mapa a seguir e responda: O que foram as bandeiras? De onde elas partiam (principalmen-
– engenhos de açúcar; 1549 – Sesma- te) e para onde se dirigiam?
Brasil: principais bandeiras – século XVII
rias – engenhos de açúcar; Final do
so
o
ap
Tratado de Tordesilhas
R
– intensificação da industrialização e Exercite io
n
tô
An
instalação de infraestrutura de trans-
porte e comunicação. 4 Antes de os europeus desem-
barcarem nas terras que hoje
2. Amplie a abordagem indicando que as Salvador
Bartolomeu
formam o Brasil, Portugal e Vila Bela
Bandeiras foram responsáveis por criar
orba Gato
A.
aes
Ra
po Cuiabá
Espanha, que estavam em dis-
el d o Dias P
Vila Boa
caminhos, rotas e estradas e, para isso,
Pasco
so Ta
OCEANO
Santiago
putas por conquistas de no-
Bu
eB
en ATLÂNTICO
vares
massacraram povos indígenas e pessoas de Xerez
al
Mo
reira Cabral o da
ã
OCEANO
Ma Fern
S Sabará
vos territórios, estabeleceram PACÍFICO A. Raposo T Vila Rica
negras que viviam em quilombos.
nu
ilv
ava
a
res
Terras pertencentes Trópico de
acordos entre eles para evi- a Portugal GUAÍRA Manuel P
reto
Taubaté Capricórnio
3. Nesse tipo de configuração, o terri- tar conflitos, delimitando no
Terras pertencentes
à Espanha A. Ra
poso T
avares São Paulo
s
tório tem sua infraestrutura organizada
ae
ão vares
TAPE
sP
Bandeiras de busca de
mapa de quem seria a posse
Dia
a
para escoar a produção, com os canais
ouro e diamantes
oT
s
A. Rapo
de eventuais terras que existis- Bandeiras de apresamento
rn
se direcionando para uma mesma rota de indígenas SETE POVOS
Fe
487 homologadas, 120 em identifica- produtivas que caracterizaram os complexos econômicos brasileiros e onde elas se concentraram.
6. Leia a resposta neste Manual do Professor.
ção, 43 identificadas e 74 declaradas.
É importante que os estudantes bus- 58
quem informações atualizadas sobre
esses valores. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
5. b) A questão do uso e da exploração imprensaoficial.com.br/#30/05/2022; Instituto Socioambiental: disponível em: https://www.socioambiental.org/; Conse-
das terras indígenas tem passado por lho Indigenista Missionário: disponível em: https://cimi.org.br/ (acesso em: 4 jul. 2022).
questionamentos e tentativas de mu- 6. As principais atividades produtivas que caracterizam a Economia de Arquipélago são: cana-de-açúcar (litoral do Nordes-
danças na legislação, como possibilitar te); drogas do sertão (Amazônia); mineração de ouro (interior de Minas Gerais); cultivo de café (Sudeste).
e regulamentar a mineração, até então
ilegal. É importante manter-se atualiza-
do sobre esse tema. Os sites a seguir Atividade complementar
são fontes confiáveis de informação so- ⓿ Apresente o mapa da figura 2, presente na obra indicada a seguir, fazendo uma leitura conjunta das informações do mapa
bre o tema, sendo que os dois últimos que trata da espacialização da floresta. Estimule a interpretação das informações perguntando aos estudantes qual é o tipo de
também avaliam e se posicionam, geral- representação (mapa mental); quais elementos são retratados (elementos da flora); qual é a importância desses elementos
mente de forma contrária, sobre essa al- para o modo de vida desse grupo (estão diretamente ligados ao modo de vida e ao uso de recursos para a sobrevivência), etc.
teração. Funai: disponível em: https:// GOMIDE, Maria Lucia Cereda; SANTOS, Alex Mota dos. Registros das Terras Indígenas de Rondônia por meio de mapas men-
www.gov.br/funai/pt-br; Diário Oficial tais. Revista Cultura e Extensão, São Paulo, n. 13, p. 55-63, maio 2015. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rce/
da União: disponível em: http://www. article/view/98487/97185. Acesso em: 30 maio 2022.
58
4 ambientais, o que possibilita o desen-
volvimento da habilidade EF07GE06. É
dada visibilidade às relações dos povos
originários com a natureza, reforçando
SAo E
c iuerdo ap da e e e a f o r m a ç ã o 1, 2 e 3. Resposta pessoal. Leia as orientações
para as atividades neste Manual do Professor.
suas ancestralidades no território brasi-
leiro, dando continuidade à construção
ndaot u
f er ue d
za lismo da habilidade EF07GE03, complemen-
tando o que foi proposto nos capítulos
anteriores.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Reforce a diferença entre tempo geo-
lógico e tempo histórico (da humani-
dade), essencial para compreender as
dinâmicas naturais e os impactos am-
bientais.
Os temas, imagens, textos e propos-
tas de atividades presentes no capítulo
se articulam com a construção de mui-
tas das competências definidas pela
BNCC e das competências específicas
de Geografia. Entre elas, destacam-
-se a valorização do uso de conheci-
mentos historicamente construídos e
cientificamente válidos para entender
e explicar a realidade, a utilização de
Para começar tecnologias digitais de informação para
aprender e se comunicar, a elaboração
Converse com os colegas e o
professor. de argumentos embasados e prática de
atitudes democráticas, solidárias e sus-
1. Quais são as principais
tentáveis ambientalmente, como pre-
características dos elementos
naturais no lugar onde
vistos pelas CG1, CG5, CG7 e CG10, e
você vive? Esses elementos que dialogam com as CECH2, CECH3,
apresentam uma paisagem Parque do Cocó em Fortaleza (CE), 2018. A criação do Parque Estadual do CECH5, CECH6 e CECH7, com desta-
Cocó, em 1997, foi um importante instrumento para conservar o ambiente
tipicamente associada ao Brasil,
natural em uma área muito próxima à densa urbanização.
que para a identificação de fenômenos
entre aquelas comumente no tempo e no espaço, estabelecendo
representadas nos meios
relações entre eles e desenvolvendo o
de comunicação?
2. Indique algumas ações humanas
Meio natural raciocínio espaço-temporal.
que podem ameaçar o equilíbrio As construções sociais, como a divisão dos países e a criação de Para começar
e até mesmo a existência dos fronteiras, são muito recentes quando consideramos o tempo
ambientes naturais. A foto desta de formação do planeta, com sua história geológica de cerca de 1. Espera-se que os estudantes descre-
abertura poderá ajudá-lo a
4,5 bilhões de anos. vam as principais características dos am-
refletir sobre essa resposta. bientes ou elementos naturais do lugar
A atuação das dinâmicas naturais da Terra resultou em uma va-
3. Nossas ações, por menores que
riedade de tipos climáticos, formas de relevo, solos, cursos de água,
onde vivem e comparem com imagens ti-
pareçam, podem gerar impacto picamente associadas ao Brasil (veicula-
ambiental no planeta. Cite vegetação, vida microbiana e animal muito antes do surgimento da
espécie humana, que ocorreu entre 200 e 300 mil anos atrás.
das nos meios de comunicação), ou seja,
algumas práticas individuais e
iniciativas governamentais que O Brasil, em razão de suas “dimensões continentais” e sua lo-
imagens de um país tropical, indicando
ajudam no cuidado com o meio calização geográfica, abriga um mosaico de paisagens e ambien-
se consideram o lugar onde vivem seme-
ambiente. lhante ou diferente dessas imagens.
tes naturais com fisionomias e dinâmicas singulares, muitas vezes,
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
interdependentes. 2. Espera-se que os estudantes citem
desmatamento, agricultura e pecuá-
59 ria comerciais, urbanização, industria-
lização, emissão de efluentes líquidos,
sólidos e gasosos sem tratamento ade-
quado, etc.
BNCC no capítulo Introdução
3. Espera-se que os estudantes indi-
Competências gerais da Educação Básica (CG): 1, 2, 5, Os conteúdos propostos neste capítulo tematizam as dinâ-
quem ações que desenvolvam ou po-
7 e 10. micas naturais, os desafios socioambientais e os mecanismos
deriam desenvolver, como redução de
de regulação e proteção dos ambientes naturais no Brasil.
Competências específicas de Ciências Humanas para o consumo, uso da água com moderação,
Portanto, as habilidades EF07GE11 e EF07GE12, compreen-
Ensino Fundamental (CECH): 2, 3, 5, 6 e 7. reciclagem e reutilização de materiais,
didas pelo objeto do conhecimento “biodiversidade brasilei- utilização de meios de transporte ativos
Competências específicas de Geografia para o Ensino ra”, são centrais no capítulo e têm estreita relação com o (caminhada, skate, bicicleta) ou coleti-
Fundamental (CEG): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Tema Contemporâneo Transversal Educação Ambiental. vos, opção por consumir produtos locais,
Também se retoma o processo de ocupação e produção etc. Como exemplo de ações governa-
Habilidades de Geografia: EF07GE03, EF07GE06,
do espaço geográfico brasileiro induzido pelas principais ativi- mentais, eles podem citar a criação de
EF07GE11 e EF07GE12.
dades econômicas, agora enfocado na identificação dos bio- leis de proteção e conservação ambien-
Tema Contemporâneo Transversal (TCT): Educação mas onde se realizaram para se estabelecer relações entre tal, fiscalização, coleta e tratamento de
Ambiental. produção, circulação e consumo de mercadorias e impactos resíduos, etc.
59
Orientações didáticas
Panorama da natureza no Brasil
Sugerimos iniciar este tópico len-
do as fotografias que retratam alguns Você já aprendeu que as médias de temperatura e a pluviosidade são elevadas na maior parte do terri-
biomas brasileiros para explorar suas tório brasileiro. É um país onde predominam climas quentes e cujas características climáticas, mesmo em
fisionomias, as formas, tamanhos e seu extremo sul, são menos rigorosas do que normalmente ocorre em outras áreas localizadas na zona
densidade da vegetação, a maior ou temperada – sendo mais adequado identificar o clima dessa área como subtropical. Ou seja, o frio nessa
menor presença de água, se aparen- porção sul não é tão intenso como o inverno de áreas com climas temperados. Até mesmo nevar no Brasil é
tam ter temperaturas baixas ou ele- considerado um episódio excepcional e bem localizado, em áreas de altitude mais elevada.
vadas, detalhes dos solos, etc. Peça a
natural: clima, vegetação, relevo, hidro- Dependendo da região, pode haver maiores períodos de estiagem (como na sub-região nordestina
grafia e solo. Peça que descrevam o que
conhecida como Sertão) ou ser muito influenciado pela variação das estações do ano e ação das mas-
sabem sobre as características de cada
sas de ar (como a região caracterizada pelo clima tropical, cujas chuvas são menos frequentes e menos
um deles e suas variações no territó-
volumosas durante o inverno).
rio brasileiro. Depois de encerrada essa
etapa, organize a colaboração dos estu-
Adriano Kirihara/Pulsar Imagens
60
60
O Brasil é um país com uma vasta rede hidrográfica, formada por muitos rios, extensos e volumosos, Orientações didáticas
com destaque para a bacia do rio Amazonas (a maior delas) e, também, as bacias do Tocantins, do São
Espera-se que esse encaminhamen-
Francisco e do Paraná.
to didático contribua para a ampliação
No país não há grandes montanhas e picos nevados. Predominam planaltos e depressões. Alguns tre-
do repertório conceitual dos estudan-
chos de planaltos são elevados em relação ao nível do mar, originados de dobramentos antigos e intensos
tes e que eles o expressem na reali-
processos erosivos, perfazendo conjuntos de morros em algumas localidades e chapadas em outras. As
zação da atividade proposta na seção
áreas de planícies estão ao longo da costa e às margens dos cursos de água.
Explore por meio de descrição detalha-
da dos elementos naturais da paisagem
Adriano Kirihara/Pulsar Imagens
Na foto 1, em Canudos (BA), 2021, vemos o bioma Caatinga, com cactáceas em solo pedregoso. Na foto 2,
observamos um trecho do rio Paraná em Teodoro Sampaio (SP), 2021, em meio a uma área mais plana parcialmente
coberta por floresta.
Essas características naturais e condições ambientais favoreceram a formação dos seis grandes biomas,
que também dependem dos tipos de solo e de toda a fauna para seus desenvolvimentos, fatores que colo-
cam o Brasil entre os países com maior biodiversidade no planeta.
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens
Na foto 3, trecho do bioma Pampa em Quaraí (RS), 2020, caracterizado por sua vegetação rasteira de gramíneas e relevo
formado por colinas, com baixa variação altimétrica. Na foto 4, trecho do bioma Pantanal em Corumbá (MS), 2018, em
época de chuvas, período em que grande parte de sua superfície, também muito plana (planície), fica inundada.
⓿ Elabore um ou dois parágrafos para descrever as principais características físicas e as dinâmicas naturais do
lugar onde você vive.
Espera-se que o estudante reconheça e descreva as características naturais do lugar onde vive, preferencialmente
utilizando parte do vocabulário trabalhado até este trecho do livro ou, ainda, ampliando por meio de orientações
promovidas pelo professor. 61
61
Orientações didáticas
Conheça mais
Conheça mais
Clima e vegetação
Nesta seção, são disponibilizados
mapas, gráficos, texto e atividades pa- Brasil: tipos de clima – 2019
A
ra os estudantes aprenderem sobre as 50° O
O clima equatorial úmido, controlado
principais características dos climas e pelas massas de ar equatoriais (mEa e
mEc) e pela convergência dos ventos
das vegetações brasileiras e percebe-
Equador
São Gabriel
0° alísios, é quente e úmido o ano todo.
rem a correlação entre eles, sobretu- da Cachoeira Ocorre na região Norte do país, onde
predomina a Floresta Amazônica
do a prevalência do clima considerando – vegetação densa, com árvores
de grande porte. Características
a escala regional. Eventualmente, po- Cabaceiras
diferenciais, como relevo, solo e
de ser necessário retomar conteúdos umidade, sobretudo, podem estar
associadas a outras formações
previstos para o 6o ano, notadamen- vegetais, como os Cerrados (clima
te aqueles mobilizados na construção Cuiabá Salvador equatorial semiúmido).
se concentram em determinados me- Climogramas: Elaborados com base em: CALDINI, V.; ÍSOLA, L. Atlas geográfico
ses, ou as médias de temperatura va- Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 38-39.
riam pouco ao longo do ano?
Peça aos estudantes que identifi- 62
quem no mapa o clima e a vegetação
do local correspondente ao climogra- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
62
Salvador (BA)
Orientações didáticas
400 40
(em maior ou menor escala) todos 350 35
um pouco mais intensa (o que
é explicado pela maior altitude
por exemplo, pode ser uma tarefa de
300 30
os estados da região Nordeste, 250 25 dos planaltos e serras da região todos os estudantes. Com os dados em
com exceção do Maranhão. 200 20 Sudeste), geralmente está situado
Sua vegetação característica 150 15
acima dos 700 metros, sobretudo
mãos, oriente a construção manual do
é a caatinga, adaptada à 100 10
em Minas Gerais e São Paulo. climograma. Papel milimetrado ou qua-
50 5
irregularidade da chuva, com Compreende vegetações de
grandes períodos de seca e solos
0
J F MAM J J A S O N D
0
Cerrado, Mata Atlântica, Campos e driculado ajuda a executar a tarefa, que
rasos. Muitas espécies são de Meses do ano
Cabaceiras (PB)
Precipitação Temperatura
(mm) média (ºC)
300 30
250 25
200 20
150 15
100 10
50 5
0 0
J F MAM J J A S O N D
Meses do ano
1 De acordo com os mapas, o município onde você vive se encontra em área de pre-
domínio de qual tipo climático e vegetação original?
1. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante localize o seu município nos dois mapas e identifique o tipo
de clima e vegetação correspondente, citando seus nomes.
2. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. 63
63
Orientações didáticas
Você sabia? Professor, indique aos estudantes que os dados dos biomas foram arredonda-
Você sabia? dos para facilitar o trabalho de análise dos percentuais.
Bioma
Pergunte aos estudantes o que é bio-
ma e se saberiam citar o nome de al- O bioma, na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o
PANTANAL
OCEANO
64
Orientações didáticas
Relevo e bacias
No desenvolvimento deste conteúdo,
hidrográficas pode ser necessário retomar conteúdos
Brasil: físico – 2018
Observe nos dois mapas a seguir a es- previstos para o 6o ano, especificamen-
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drográficas presentes no país e a direção e EF06GE04, compreendidos no obje-
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Paranaguá
Hidrografia
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Elaborado com base em:
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(1 808 m)
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escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: Área inundável
km
aos estudantes onde estão suas nas-
IBGE, 2018. p. 88.
centes e a foz e que informações con-
Brasil: bacias hidrográficas – 2021 sideraram para encontrar as respostas.
VENEZUELA Guiana Francesa Explore a leitura e interpretação des-
SURINAME (FRA)
se mapa perguntando que altitudes
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Elaborado com base em: ATLAS
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PARAGUAI I. Grande e Capric
Bacia do Tocantins-Araguaia Repr. de órnio IBGE, 2004. p. 99; ANA. ANA e
Banco de imagens/Arquivo da editora
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Rio Ibic u
Rio
65
65
1. O estudante pode se inspirar nos perfis de relevo apresentados e tentar elaborar um perfil topográfico do lugar
onde vive (pode ser bairro ou município), elaborar um desenho na perspectiva oblíqua (de lado e de cima) ou criar
uma imagem com perspectiva frontal para representar o relevo que ele percebe em seu local de vivência.
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tam de forma desigual a litosfera, segun- s
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25
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das, contribuindo para o predomínio de 4
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17
altitudes relativamente baixas no país. 18
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que, em duplas, identifiquem no mapa
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Segundo a classificação mais recente 8
29
onde estão as linhas que demarcam E F
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27
do relevo brasileiro temos: planaltos, pla-
cada perfil desenhado. OCEANO 3 7
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19
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OCEANO
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nícies e depressões. Observe o mapa e os PACÍFICO
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ATLÂNTICO
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Explore
22
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perfis topográficos desta página. Trópic
o
Capric de
As atividades propostas na seção Baixada órnio
Baixada
PLANALTO, SERRA E CHAPADA DEPRESSÃO Santista Fluminense
Planaltos residuais
2 000 Planalto da Amazônia oriental sul-amazônicos
0
A B
Terrenos cristalinos Terrenos sedimentares
66
66
Unidades morfoesculturais do relevo Orientações didáticas
Planaltos: são caracterizados pelo predomínio de processos erosivos, bastante desgastados. Apre- Solicite aos estudantes que consul-
sentam as altitudes médias mais altas do país. Neles é comum a presença de serras, chapadas, morros e tem as fotos representando algumas
rios encachoeirados. das feições comumente encontradas
Depressões: geradas por antigos e longos processos erosivos nas margens das bacias sedimentares,
com algumas exceções. Por esse motivo, apresentam altitudes inferiores às áreas vizinhas, com leves desní-
veis e tendência ao aplainamento.
Andre Dib/Pulsar Imagens
Planícies: são áreas bastante planas, onde o processo de sedimentação, de origem marinha, fluvial e
lacustre, é predominante e, geralmente, recente. As planícies estão restritas a poucas áreas do território
brasileiro, como margens de grandes rios Luciano Queiroz/Pulsar Imagens
e faixa de costa.
67
67
Orientações didáticas
Peça aos estudantes que citem
As relações entre sociedade e natureza
exemplos de problemas socioambien- Os problemas socioambientais decorrem da forma como a sociedade se organiza e de como ela resolve
tais que conhecem e os registrem na a questão de suprir suas necessidades e projetos, para a manutenção biológica e cultural da vida humana.
lousa. Pergunte a eles qual é a origem Trata-se de um desequilíbrio entre o ritmo social e natural, ou seja, se a quantidade, qualidade e velocidade
desses problemas de forma que com- do uso que fazemos da natureza é suficiente para que ela consiga continuar oferecendo o que utilizamos e
preendam resultar do conflito entre rit- absorver o que lhe devolvemos.
mos sociais e naturais. Classifique os Como o Brasil vem construindo sua história de relação entre seus habitantes e seu meio, ou seja, como
problemas citados, com a participação vem construindo seu espaço geográfico?
dos estudantes, segundo suas escalas A chegada dos europeus em 1500 por essas terras deu início a uma profunda mudança na forma como
(local, regional, nacional, mundial). os seres humanos passaram a se relacionar com a natureza do local, como também mudou as relações en-
Promova a leitura do mapa “Brasil: tre os seres humanos que aqui viviam.
vegetação atual” e peça aos estudan-
tes que identifiquem as áreas cujas ve- Brasil: vegetação atual
getações naturais foram mais e menos 50° O
desmatadas. Peça-lhes que avaliem
a condição da unidade da Federação
onde vivem. Sugerimos ainda que re- Equador
0¡
lacionem esse mapa com aquele das
localizações dos biomas brasileiros,
na página 64, e verifiquem quais bio- Floresta Tropical
Pluvial Amazônica
mas foram mais alterados. Retome com Campo Amazônico
ríodo extra-aula) para os estudantes Elaborado com base em: CALDINI, V.;
sistematizarem as correlações que fo- 0 455 910
ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. São
km Paulo: Saraiva, 2013. p. 38-39.
ram estabelecidas coletiva e oralmente,
preenchendo eventuais lacunas. Pode
ser interessante orientar a elaboração Economia e alteração dos biomas
de uma linha do tempo para cada bio-
ma, iniciando em 1500, identificando Como estudamos anteriormente, o primeiro empreendimento econômico
os períodos e atividades que mais con- de maior relevância realizado no Brasil pelos portugueses foi o extrativismo do
tribuíram para suas alterações. pau-brasil, praticado ao longo da costa. A exploração foi tamanha que restam
poucos exemplares dessa espécie, antes abundante. Foi a primeira das grandes
explorações predatórias na Mata Atlântica. A segunda foi a atividade de cultivo
da cana-de-açúcar, na Zona da Mata nordestina, sobretudo, e seu consequente
desmatamento. Esse processo ocorreu tanto para abrir espaço para a produ-
ção agrícola quanto para aproveitar madeira para as obras civis e como recur-
so energético (lenha). A atividade açucareira também incentivou as primeiras
alterações na Caatinga, por meio da pecuária extensiva praticada neste bioma.
68
68
Pouco tempo depois, no século XVII, teve início a atividade mineradora, que Orientações didáticas
intensificou a exploração do território em direção ao interior, a partir da desco- Na tela
Retome os diversos tipos de rela-
berta de jazidas de ouro, sobretudo em áreas onde hoje se localiza o estado de
Como a pecuária ajuda ções que os povos indígenas estabele-
Minas Gerais. Também havia exploração em áreas dos atuais estados do Mato a contar a história do
ciam com a natureza antes da invasão
Grosso e Goiás, porém em menor volume. Esse deslocamento do eixo econô- Brasil
europeia.
mico, entretanto, não significou o fim da atividade açucareira, que continuou Disponível em:
sendo praticada, contribuindo para intensificar as alterações no meio natural. https://www.bbc.
A leitura, a interpretação e a corre-
com/portuguese/ lação do mapa da página anterior e o
A marcha em direção ao interior também foi responsável por enorme pres-
brasil-39299786. Acesso estabelecimento de relações entre des-
são nas florestas da Mata Atlântica interiorana e pelas primeiras alterações
em: 9 maio 2022. matamento, alterações de biomas e as
no Cerrado. Este outro bioma foi intensamente alterado a partir da década de
Reportagem que principais atividades econômicas na
1950, com o incentivo de sua ocupação por meio do deslocamento da capital trata de aspectos história de ocupação, formação do ter-
federal para Brasília e, principalmente, pela produção agropecuária (avanços de históricos da pecuária,
ritório e produção do espaço geográfico
frentes pioneiras e fronteiras agrícolas). como a relação com os
senhores de engenho,
brasileiro mobilizam habilidades espa-
Uma nova reorientação econômica, no século XVIII, para a produção do café
que adquiriam os ciais, cartográficas, conexões temáticas
no Sudeste, sobretudo no estado de São Paulo, voltou a acentuar a pressão
animais para transporte e processos decorrentes de como a so-
na Mata Atlântica. E a grande concentração da população brasileira ao longo
de carga e força motriz ciedade se relaciona com a natureza
da faixa litorânea do país e o processo de intensificação da industrialização, nos engenhos. e o papel da economia e das técnicas
também concentrada no Sudeste, ajudam a explicar por que esse bioma foi
nesse processo, o que favorece a cons-
reduzido drasticamente.
trução das CEG1, CEG2, CEG3 e CEG4.
Ao mesmo tempo que o café se desenvolvia em São Paulo, a produção de
gado bovino no Sul, sobretudo aproveitando as características favoráveis do
Pampa, expandiu-se para abastecer tanto as necessidades locais quanto de ou-
tras partes do país, acentuando os impactos ambientais nesse bioma (processo
já iniciado no século XVII). Os projetos de colonização na região Sul, entre o
final do século XIX e início do XX, com o incentivo para novos imigrantes euro-
peus produzirem em pequenas parcelas de terra, promoveram a ocupação e o
uso dos recursos da Mata Atlântica e de formações regionais como a Mata de Vista aérea de Mata
Araucárias (hoje ocupando apenas 2% de sua área original). Atlântica em Ribeirão
Branco (SP), 2021.
Adriano Kirihara/Pulsar Imagens
69
69
Orientações didáticas A exploração da Amazônia teve início no século XVI, com a retirada de espécies vegetais (drogas do ser-
tão), e se acentuou com o ciclo da borracha, pautado na exploração do látex extraído das seringueiras, no
Trabalhe com os estudantes a leitura
final do século XIX e início do século XX. Essas atividades estimularam a ocupação da região por grupos não
das fotografias presentes nesta página
indígenas, porém sem resultar em impactos naturais de grandes proporções. A pressão sobre esse bioma se
destacando as atividades econômicas
iniciou na década de 1960, com projetos estatais visando à ocupação e ao desenvolvimento da região, com
relacionadas ao desmatamento, princi-
a construção de hidrelétricas (inundando amplas áreas da Floresta Amazônica, como nas usinas de Balbina
palmente na região amazônica. Utilize
e Tucuruí), a abertura da rodovia Transamazônica e as frentes pioneiras (também chamadas de frentes
o tema da pecuária bovina praticada
agrícolas, compostas de agricultores e produtores de gado), além do garimpo e da mineração industrial.
na área do Pantanal para exemplificar
Atualmente, a marcha do boi e o avanço da soja no bioma amazônico compõem uma das maiores forças
a relação sociedade-natureza, desta-
cando a importância de se conhecer os indutoras de queimadas e desmatamento, além de garimpos ilegais (muitos em terras indígenas).
Carl de Souza/AFP
Vista aérea em área de inundação
onde há criação extensiva de
gado bovino de corte no Pantanal
Mato-Grossense, 2018.
70
70
peixes), o que pode servir para veicu-
Trabalhando com peças publicitárias lar a ideia de modernização, de estudo
e planejamento (compasso), de traba-
Prática de
71
71
Orientações didáticas
Legislação ambiental
Sugerimos iniciar este tópico conver-
sando sobre o que está retratado na Desde os tempos coloniais, no território que hoje configura o Brasil, há leis para
fotografia, que serve para problemati- regular o uso e exploração do solo. Durante muito tempo as leis ambientais servi-
zar a relação que parte da sociedade ram mais para disciplinar o uso dos recursos naturais e para evitar conflitos entre
brasileira mantém com órgãos públicos interessados, além de funcionar como forma de arrecadação fiscal para o Estado.
de regulação e fiscalização ambiental. Hoje, existe uma maior concepção de preservação e conservação ambiental, servi-
Explique que as legislações resul- ços ambientais e bem-estar social, compreendidos na legislação brasileira.
tam de debates e negociações ampa- A criação de leis é também acompanhada da fundação de um conjunto de
radas em estudos técnicos, discussões órgãos estatais que objetivam regular, fiscalizar, impedir, julgar e punir. Além
e acordos políticos, e por isso estão disso, podem ser criados aparatos de Estado que geram informações para ali-
contextualizadas historicamente. Per- mentar tecnicamente as atividades dos órgãos legisladores e julgadores, como
gunte a eles se há algum órgão públi- os institutos de pesquisa.
co ambiental municipal onde moram e
Rodrigo Vargas/Folhapress
que ações desenvolve. Complemente
as falas dos estudantes, eventualmente
exemplificando algumas de suas ações
e que serviços esse órgão oferece à po-
pulação.
Explore
Promova a leitura compartilhada do
texto deste tópico no Livro do Estudante
e encaminhe a realização da atividade
proposta na seção Explore, que valo- Agentes do Ibama fazem
riza o conhecimento e o folclore bra- análises em restos de
árvores na floresta para
sileiro advindos das culturas indígenas, garantir a origem de toras
dando também visibilidade às relações presentes em serrarias, em
Colniza (MT), 2017.
desses povos com a natureza, o que co-
labora com a construção da habilida- No Brasil há órgãos públicos localizados nas diferentes esferas de poder res-
de EF07GE03. ponsáveis por legislar, fiscalizar e gerenciar as práticas que envolvem a temática
Curupira (guardião da floresta): ambiental, como as secretarias municipais e estaduais do meio ambiente e os
ser mítico que pune aqueles que não órgãos federais. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem a missão de coor-
usam adequadamente as matas e flo- denar todas as entidades públicas dessa temática em suas tarefas. O Instituto
restas – faz parte do folclore brasileiro, Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) auto-
uma apropriação de narrativas indíge- riza (ou não) um empreendimento em função dos impactos ambientais e sociais
nas, provavelmente de algum povo do que ele venha a causar (chamado licenciamento ambiental). Há também o Insti-
tronco tupi nos primeiros contatos com tuto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) cujo objetivo é
os portugueses ao longo do litoral (em implantar, proteger, fiscalizar e monitorar as Unidades de Conservação.
regiões interiores do Brasil é conheci-
do como caipora). Diz a lenda tratar-
-se de um ser pequeno, com os cabelos Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
vermelhos ou de fogo e com os pés Leia a resposta e as orienta-
⓿ Na cosmologia de muitos povos indígenas há seres sagrados que protegem a ções para a atividade neste
voltados para trás, que tem muitas arti- Manual do Professor.
natureza contra usos inadequados, como curupira, boitatá e anhangá. Pesquise
manhas para castigar aqueles que des- mais informações sobre esses seres sagrados, buscando identificar de quais
troem a mata por prazer ou ganância. culturas indígenas eles fazem parte e como são descritos por eles. Compartilhe
Boitatá: mito tupi-guarani para de- a sua pesquisa com os colegas.
signar o fogo-fátuo (bolas de fogo, com-
bustão espontânea de gás metano em
áreas de grande decomposição de ma- 72
téria orgânica). Na mitologia indígena, é
também um protetor das florestas. Po- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
72
Sistema Nacional de Unidades Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
de Conservação da Natureza SNUC
O Brasil conta, desde 2000, com uma lei (Lei n. 9985/00) que especifica um conjunto de normas para di- Disponível em: https://www.icmbio.
ferenciar e regulamentar os tipos de unidades de conservação em território nacional, o Sistema Nacional de gov.br/educacaoambiental/politicas/
Unidades de Conservação (SNUC). Segundo a organização não governamental de ação ambiental, World snuc.html. Acesso em: 7 jul. 2022.
Wildlife Foundation (WWF-Brasil), em 2020, cerca de 18% do território nacional estava inserido em algum Esse site apresenta os principais
objetivos do SNUC.
tipo de unidade de conservação.
Foram estabelecidas doze categorias de unidades de conservação, definindo seus objetivos, estratégias
de implantação e manejo, além da esfera política responsável. Essas unidades também se diferenciam de
acordo com os usos permitidos, variando desde áreas de preservação total (preservacionista), sendo im-
pedida a presença humana e qualquer forma
Brasil: Unidades de Conservação – 2020
de exploração, a áreas que preveem a manu-
Unidades de Proteção
Integral (preservacionista – mais restritiva)
⓿ Estação Ecológica
⓿ Reserva Biológica
Biomas
⓿ Parque Nacional
Amazônia
⓿ Monumento Natural Caatinga OCEANO
ATLÂNTICO
⓿ Refúgio da Vida Silvestre Cerrado
Mata Atlântica
Unidades de Uso Sustentável (conservacionista Pampa Trópico de Capricórnio
⓿ Siga o procedimento indicado no item A ou no item B, de acordo com a realidade de seu município. Realize
uma pesquisa das informações solicitadas.
A – Há uma Unidade de Conservação em seu município B – Não há Unidade de Conservação em seu município
⓿ De que tipo ela é? ⓿ Há alguma área que deveria ser protegida em seu
⓿ Onde se localiza? município.
⓿ O que protege? ⓿ Explique por que essa área merece proteção.
⓿ Pergunte a seus familiares e a população local o ⓿ Converse com seus familiares para saber quais
que pensam a respeito dessa unidade. outras áreas municipais poderiam ser objeto de
⓿ Anote e converse com os colegas de turma sobre proteção ambiental e investigue os motivos.
as informações que coletou. ⓿ Anote e converse com os colegas de turma sobre
as informações que coletou.
73
Orientações didáticas com algum ou alguns tipos de UCs. Eles também podem
apresentar seus conhecimentos prévios adquiridos a partir
Explique o que é e quais são os objetivos do Sistema Na- de sua observação direta no local de vivência.
cional de Unidades de Conservação (SNUC). Destaque as
diferentes finalidades e possibilidades de uso de cada UC, B – Respostas variáveis de acordo com o lugar onde os es-
diferenciando aquelas mais restritivas (preservacionistas) tudantes vivem. Espera-se que reconheçam alguma área de
das menos restritivas (conservacionistas). relevância ambiental que mereça ser conservada ou esteja
Encaminhe a leitura e interpretação coletiva do mapa, ava- ameaçada e consigam explicar a razão dessa escolha. Es-
liando a distribuição de UCs pelo território nacional e, en- pera-se também que apresentem as contribuições obtidas
tão, encaminhe as propostas de atividades na seção Explore. na conversa com seus familiares.
Explore
A – Espera-se que os estudantes localizem, aproximada-
mente, seu município no mapa e verifiquem a proximidade
73
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de
conteúdos proposta nesta página, os
quadros servirão como base estrutu-
ral, possibilitando a sistematização de SOCIEDADE E
conceitos e temas estudados e também NATUREZA
a oportunidade para sanar as dúvidas
PANORAMA DA CLIMA E VEGETAÇÃO
que surgiram ao longo do percurso. NATUREZA NO BRASIL Aos diferentes tipos climáticos
Promova a observação e a leitura co- ⓿ Tropicalidade: predomínio de brasileiros estão associadas
letiva do esquema, atentando para os climas quentes e úmidos; formações vegetais:
conceitos que foram desenvolvidos ao variações e especificidades ⓿ Equatorial úmido – Floresta
longo deste capítulo e que serão impor- regionais e locais;
Amazônica;
tantes para o desenvolvimento de habi- ⓿ Longo litoral no leste; ⓿ Tropical – Cerrado;
lidades da BNCC no decorrer desta e da ⓿ Ausência de grandes Ambientes naturais
⓿ Tropical úmido – Mata
montanhas; predomínio de e transformados pelas
próxima unidade, especialmente as ha- Atlântica;
planaltos e depressões antigas, sociedades e pela natureza
bilidades EF07GE11 e EF07GE12. desgastadas; ao longo do tempo
⓿ Tropical de altitude – Mata
Para complementar esse estudo, ve- geológico e histórico. Atlântica, Campos e Cerrado;
⓿ Extensa rede hidrográfica;
⓿ Semiárido – Caatinga;
ja as leituras sugeridas nesta página do ⓿ Seis biomas: Amazônia, Cerrado,
⓿ Subtropical úmido – Mata de
Manual do Professor. Mata Atlântica, Caatinga,
Pinhais e Pampa.
Pantanal e Pampa.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
⓿ Leis, normas e estudos para proteção
RELAÇÕES ENTRE e conservação dos ambientes
SOCIEDADE E NATUREZA naturais;
RELEVO E
⓿ Alteração dos ritmos naturais ⓿ Órgãos públicos são responsáveis HIDROGRAFIA
– risco de problemas por legislar, estudar e fiscalizar. ⓿ Inter-relação – tipo
socioambientais e degradação da drenagem,
da paisagem;
SISTEMA NACIONAL desgaste e
⓿ Ciclos de atividades
DE UNIDADES DE deposição de
econômicas no país CONSERVAÇÃO sedimentos;
provocaram alterações e ⓿ Diferencia e regula os variados tipos, ⓿ Planaltos,
redução de todos os biomas. finalidades e possibilidades de uso depressões e
das áreas protegidas (Unidades de planícies.
Conservação).
⓿ A grande dimensão e a localização do Brasil explicam a presença em seu território de diferentes biomas, climas,
relevo, vegetação, hidrografia e solos.
⓿ As distintas paisagens e a formação do espaço geográfico brasileiro resultaram das relações e usos que
diferentes sociedades fizeram dos ambientes formados pela interação dos elementos naturais.
74
74
1. Leia as respostas neste Manual do Professor.
75
75
Orientações didáticas
Ponto de checagem NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Ponto de checagem
A seção Ponto de checagem oferece 1 Leia o texto a seguir. 1. Leia as respostas neste Manual do Professor.
das, como: “Aos poucos, o mato inva- a) Destaque trechos do texto que descrevam as mudanças ocorridas na paisagem no decorrer da his-
de os casarões antigos. Paredes não se tória após o abandono da cidade.
sustentam mais à ação do tempo”. b) Na sua opinião, como teria sido essa cidade antes de ser abandonada?
1. b) Resposta pessoal. Espera-se que 2 Analise o mapa a seguir. 2. Leia as respostas neste Manual do Professor.
descrevam aspectos do cotidiano, co-
Brasil: fusos horários – 2018
mo comércio local, trânsito de pessoas,
a) Quantos fusos horários há no
prédios públicos, arquitetura preserva- 50° O
Arq. de
de São Pedro
Brasil? O que pode justificar essa
da, etc. Promova a discussão de mo- Boa Vista AP
e São Paulo
(PE)
Equador RR Macapá
quantidade de fusos?
do que os estudantes compreendam as Arq. de Fernando
0°
76
cumento, além da Coroa retificar
estanco:
de regionalização, e algumas oficiais foram sen- Orientações didáticas
o estanco, obrigava despachos da do substituídas ao longo do tempo. Observe os
possibilidade
Fazenda Real em cada capitania de exploração. mapas a seguir, que retratam a regionalização 4. A Mata Atlântica apresenta clima re-
para a realização do corte.
brasileira em 1940 e atualmente. lativamente úmido e com vegetação de
[...] floresta. A Caatinga apresenta clima se-
Da madeira de sapão da Índia ao pau-brésil
Brasil: regionalização em 1940 co, com predomínio de vegetação her-
de Pernambuco bácea e cactáceas.
77
BNCC na unidade
Competências gerais da Educação
Básica (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9 e 10.
Competências específicas de Ciências
Humanas para o Ensino Fundamental
(CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Competências específicas
de Geografia para o Ensino
Fundamental (CEG): 3, 4, 5, 6 e 7.
Habilidades de Geografia: EF07GE02,
EF07GE03, EF07GE04, EF07GE06,
EF07GE08, EF07GE09 e EF07GE10.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação para valorização
do multiculturalismo nas matrizes Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Introdução
Ao longo da segunda unidade, se-
rão colocadas em foco temáticas essen-
ciais à compreensão de aspectos sobre
a população nacional, como formação
histórico-geográfica, diversidade, fluxos
migratórios, fatores demográficos, desi-
gualdades sociais e econômicas.
A formação do povo brasileiro é tra- A Pessoas transitando pela área
histórica de Florianópolis (SC),
tada com base nas relações assimétri- importante centro de comércio
cas entre as diferentes populações que popular, 2022.
originaram o contingente nacional, fun-
damentadas em práticas eurocêntricas e Nesta unidade você vai estudar:
racistas. Além disso, focalizam-se formas ⓿ a formação do povo brasileiro;
de luta e resistência das populações his-
⓿ as dinâmicas que explicam o
toricamente desfavorecidas pelas as- crescimento populacional;
simetrias socioeconômicas. Assim, as
habilidades EF07GE02, EF07GE03 e
Pop ulação ⓿ os deslocamentos internos da
população;
78
ou habilidade que diagnosticou ainda
não estar satisfatoriamente desenvolvi-
da pela turma.
Peça aos estudantes que apresen-
tem novos comentários com base nas
informações lidas.
Se possível, peça a eles que se orga-
nizem em roda para conversar sobre as
questões da abertura da unidade. No
fim da aula, registre na lousa, com au-
xílio dos estudantes, as principais pa-
lavras e conceitos que eles avaliam ser
mais indicados para responder a cada
uma dessas questões. Oriente-os a re-
gistrar as conclusões no caderno.
Atividades
1. Resposta pessoal. Espera-se que os
Luis War/Shutterstock
estudantes identifiquem aspectos va-
riados, como traços físicos, cor da pele,
cor e tipo de cabelo, origem das pes-
soas (como descendentes de brancos
europeus, negros africanos, povos indí-
genas, árabes, asiáticos, etc.).
2
mica? Você observa esse mesmo problema
na comunidade ou município onde você vive?
Justifique sua resposta.
79
79
1. Espera-se que o estudante apresente suas representações e conhecimen-
5
tos sobre o tema, citando a “descoberta” ou invasão portuguesa, os povos
BNCC no capítulo originários que habitavam o território, os africanos trazidos à força para exercer
trabalho escravo, os imigrantes de várias partes do mundo e a miscigenação das
pessoas que se encontram no Brasil.
2. Espera-se que o estudante avalie as formas de relação entre os diferentes
Competências gerais da Educação povos no Brasil (no passado e atualmente) e problematize o mito das relações amistosas.
Básica (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 9. 3. Espera-se que o estudante apresente as contribuições que conhece de alguns povos que formaram a popu-
lação brasileira, como nas artes, na música, na dança, na culinária, nas ciências, nas técnicas produtivas, no
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino Fo r ma ç ã o e d ive rs i d a d e conhecimen -
to dos ritmos
naturais, etc.
Fundamental (CECH): 1, 2, 3, 4, 5,
6 e 7. do povo brasileiro 4. Resposta pessoal. Espera-se que o
estudante indique os povos e as cultu-
ras com os quais se identifica.
Competências específicas Peter Robinson/EMPICS/Getty Images
Introdução
Neste capítulo é trabalhada, de ma-
neira crítica, a formação do povo brasi-
leiro a partir das três grandes matrizes
étnicas – indígena, africana e europeia
– e são tratadas as múltiplas realidades
Para começar
presentes em cada uma delas. Também
Equipe brasileira de futebol masculino antes de início de jogo da Copa do Mundo de
é dada visibilidade à resistência de in- Converse com os
Futebol, em Guadalajara (México), 1970.
dígenas e africanos no passado e a per- colegas e o professor.
lidade a valorização da alteridade e da deram à formação A ideia e as características do brasileiro, como síntese de um povo, uma
diversidade de grupos sociais, em coe- cultural brasileira?
nação e uma cultura, são resultados da mistura de três grupos populacionais,
rência com a construção da empatia e 4. Você se identifica principalmente: os portugueses, brancos europeus que colonizaram o país; os
da cooperação, como previsto na CG9, com quais culturas
variados povos indígenas que habitavam as terras antes da invasão europeia; e
assim como a construção de argumen- e povos que
os negros de diferentes etnias africanas, trazidos à força e escravizados.
formam o povo
tos cientificamente informados para a Mais tarde, outros povos migraram para cá, como italianos, alemães, esla-
brasileiro?
desconstrução de preconceitos sociais vos, árabes e muitos japoneses. Cada povo contribuiu para a formação cultu-
e estímulo à solidariedade, como pre- NÃO ESCREVA NO LIVRO.
ral brasileira.
visto nas CEG6 e CEG7. Também são
trabalhados conteúdos por meio de
80
texto, imagens, mapas e atividades so-
bre as relações ancestrais de indígenas
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
e quilombolas com o território, contri-
buindo com o desenvolvimento das ha- destaca-se neste capítulo o número de reproduções de obras outra diversidade de povos e pessoas. A mestiçagem ocor-
bilidades EF07GE03 e EF07GE04. de arte (quadros, cerâmica e instalação) e as propostas de rida no Brasil já passou por diferentes interpretações, entre
Os diferentes mapas representando trabalho que promovem suas apreciações estéticas, o reco- elas, as daqueles que defendiam que a integração de di-
a distribuição das comunidades de qui- nhecimento artístico de diferentes culturas e épocas e tam- ferentes povos serviu para a construção de uma “democra-
lombos, da população segundo raça e bém sugestão para exploração da linguagem artística para cia racial”, e as interpretações daqueles que afirmam que
cor, dos destinos dos navios negreiros veicular ideias, informações e críticas, encaminhamentos que a “democracia racial” no Brasil é um mito, bastando obser-
no Brasil e das regiões de origem dos promovem a aquisição das CG3 e CG4. var a realidade e os diferentes indicadores socioeconômi-
africanos escravizados, além de propos- cos para evidenciar a discriminação sofrida por negros e
ta de pesquisa e interpretação sobre
Para começar indígenas. Essa questão será retomada neste capítulo, ao
a distribuição nacional de terras indí- Sugerimos a leitura compartilhada desse tópico. Escla- longo da unidade e do volume. São temas que proporcio-
genas, somados às descrições textuais reça dúvidas e certifique-se de que todos compreenderam nam reflexões para a valorização do multiculturalismo nas
sobre as levas de imigrantes europeus, que o antropólogo Darcy Ribeiro identifica três matrizes da matrizes históricas e culturais brasileiras, Tema Contempo-
contribuem para o desenvolvimento par- formação do povo brasileiro. Ressalte que se trata de uma râneo Transversal previsto na BNCC, assim como o desenvol-
cial da habilidade EF07GE02. Por fim, generalização, pois cada uma dessas matrizes compreende vimento das CG1 e CG9, CECH1, CECH4 e CECH6 e CEG6.
80
1. O universo de exemplos é bastante amplo e variado. Depende também do local onde os estudantes vivem, pois a
influência linguística indígena varia na dispersão dos povos pelo território brasileiro. Mas as palavras originárias do tupi são
mais abundantes e muito presentes em nosso cotidiano. Prova dessa distribuição espacial disseminada é que encontramos
nomes tupi-guarani em estados espalhados por todo o país. Sergipe (rio dos siris), Amapá (o lugar das chuvas) e Paraná
(semelhante ao mar) são ótimos exemplos. O açaí (fruta de onde sai líquido), fruto tradicional da região Norte do país,
Atualize o número de pessoas in-
Os primeiros habitantes tornou-seáum alimento popular em quase todos
os estados do Brasil. A expressão popular jururu
significa algo como “pescoço pendido” e é uti-
dígenas vivendo no Brasil com dados
lizada como sinônimo de tristeza e abatimento.á do Censo 2022 (ainda não disponível
Não se sabe ao certo quantos grupos étnicos e quantos indivíduos habitavam as terras que viriam a quando este livro foi elaborado).
formar o território brasileiro. Os números oscilam entre 2 milhões e 8 milhões, sendo mais usual considerar
Esses encaminhamentos estão em
5 milhões. Um longo processo de extermínio dessa população originária fez parte da colonização da Amé-
estreita relação com o desenvolvimen-
rica portuguesa: muitos morreram pelo contágio de doenças para as quais não tinham imunidade, como to da habilidade EF07GE03.
varíola, sarampo e gripe; outros tantos foram assassinados. Estudos indicam que a população dos primei-
ros habitantes da América do Sul foi reduzida em 90% antes de 1600. Explore
Rio
s
ad
R io Tapajó
M
o
Aruak
Rio X
Karib
legislação brasileira, é a terra
Tupi ná tradicionalmente ocupada e habitada
Atividade complementar
ra
Pa
e Capricórnio
Chibchan Trópico d utilizada por eles para atividades
ai
⓿
produtivas e imprescindíveis à
Para
Panoan e Tacanan
preservação dos recursos ambientais quisar hábitos e alimentos das
Rio
Quechua e Aymara
0 845 1 690
Não identificado necessários ao bem-estar e à reprodução culturas indígenas incorporados
km
física e cultural deles.
à cultura brasileira e que fazem
Atualmente, há no Brasil cerca de 900 mil indígenas, um pouco menos do que 0,5% da população brasi- parte de seu cotidiano. Algumas
leira, distribuídos em 305 povos reconhecidos, falantes de mais de 160 línguas e dialetos, vivendo em todos possibilidades de resposta à
pesquisa podem estar relacio-
os estados, no campo e na cidade. A maioria está em áreas espacialmente delimitadas e protegidas pela
nadas com o hábito de banho
União, as terras indígenas.
diário, dormir em redes, consu-
Além das terras indígenas homologadas, os indígenas também vivem nas áreas urbanas, estudando, tra- mo de mandioca e derivados
balhando e realizando outras atividades. Cerca de um terço dos indígenas brasileiros mora em área urbana; (como tapioca, farinha e beiju),
os demais, em áreas rurais e reservas. abacaxi e cacau, entre outros.
1. Uma das contribuições indígenas à cultura brasileira é o vocabulário utilizado para nomear locais, como ruas,
bairros e outros topônimos, e também para identificar espécies de nossa fauna e flora. Liste no caderno alguns
exemplos de palavras de origem indígena utilizadas no seu cotidiano.
2. A colonização portuguesa, além de exterminar muitos indígenas, buscou anular os traços culturais daqueles que
restaram, por serem, na maior parte das vezes, incompreendidos pelos colonizadores, que lhes impuseram outra
língua e desvalorizaram muitos dos saberes, das crenças espirituais e das relações desses povos com a natureza.
Os indígenas se recusavam a executar tarefas que não faziam sentido ou que eram consideradas humilhantes para
eles, e essa prática foi interpretada pelos europeus como indolência e preguiça, preconceito existente até hoje.
Pesquise o modo de vida e os valores de algum povo indígena que habita ou habitou o estado onde você reside e
compartilhe com os colegas o trabalho realizado por eles, bem como sua organização e práticas sociais.
81
Orientações didáticas Peça aos estudantes que comentem o que sabem do en-
contro entre os europeus e os indígenas e recorra às infor-
Pergunte aos estudantes o que sabem sobre as pessoas mações do livro.
que viviam no continente americano, sobretudo no que ho- Atualmente, muitos indígenas ainda são mortos, por conta
je corresponde ao território brasileiro, antes da chegada dos de lutas pela posse da terra e contágios com doenças con-
europeus. “Eram todos iguais?”; “Que línguas falavam?”; traídas de não indígenas. Apesar desse cenário, a partir da
“Como viviam?”; “Como se relacionavam entre si e com ou- década de 1980, o governo brasileiro adotou diversas medi-
tros povos?”; “Quantos eram?”. Peça-lhes, então, que leiam das e programas de proteção ao indígena. Esses programas
o mapa com a distribuição das principais famílias linguís- ajudaram não somente na diminuição da mortalidade da po-
ticas para identificar sua variedade (há ainda muitas sub- pulação indígena, como foram fundamentais para o aumento
divisões em cada uma delas) e quais delas eram faladas dessas populações em várias regiões do Brasil. Por isso, con-
pelos povos que viviam no que hoje corresponde ao territó- tar a história dos povos indígenas do Brasil é, antes de tudo,
rio brasileiro. Destaque o número estimado de pessoas que narrar a trajetória de resistência de povos que souberam, co-
viviam nesse território quando os portugueses chegaram. mo poucos, lutar por sua sobrevivência.
81
Orientações didáticas
Disseminação de técnicas e saberes
É fundamental chamar a atenção
Para além do idioma, dos hábitos, dos alimentos e das visões de mundo in-
para a veiculação de imagens este-
dígenas incorporados pela sociedade brasileira, houve o conhecimento sobre
reotipadas de indígenas, como se to-
a domesticação e o cultivo de plantas comestíveis e medicinais. A indústria
dos fossem iguais, compartilhassem da
farmacêutica e a cosmética exploram há tempos esse potencial, financiando
mesma cultura e fizessem parte de um
estudos e pesquisadores para atuarem em regiões onde possa haver ganhos
único povo.
advindos das técnicas e saberes indígenas.
Explique que os diferentes povos in-
dígenas contribuíram de muitas for-
Su Justen/Shutterstock
Atividade complementar
⓿ Organize a exibição do primeiro episódio (“As Guerras da Conquista”) da série documental Guerras do Brasil.doc (produzido
por Laís Bodanzky, em 2018), se possível em tela grande e com todos os estudantes reunidos. O episódio tem duração
aproximada de 25 minutos, o que favorece o desenvolvimento de atividades de sensibilização anterior a sua exibição e a
realização de uma roda de conversa sobre o conteúdo do filme-documentário, destacando as informações e os argumentos
que avaliam ser centrais e os mais significativos para eles.
Você pode agendar essa atividade como estratégia para sensibilização para o desenvolvimento do conteúdo deste capítulo
ou para ampliar e consolidar aprendizagens, após alguns encaminhamentos propostos no capítulo.
Avalie a viabilidade de orientar os estudantes a elaborarem, em horário extra-aula, um texto relatando as informações cita-
das no filme que mais acharam interessantes e que eventuais mudanças eles tiveram na forma de compreender os indígenas
e o processo de invasão portuguesa.
82
Trabalhando com pinturas artísticas Orientações didáticas
83
Orientações didáticas
Contraponto
Contraponto
Índios, indígenas e povos nativos
Sugerimos questionar os estudan- A forma pela qual nomeamos povos e culturas carrega
tes sobre as formas como a socieda- valores e um conjunto de ideias. A partir disso, surge uma
de ocidental tem nomeado os povos
Cesar Borges/Fotoarena
difícil questão: Como nomear a abundância de etnias que
indígenas para eles avaliarem o senti-
habitavam o continente americano antes da chegada dos
do dessas designações e promover a in-
europeus?
dispensável reflexão sobre as posturas
Essa resposta não é única, mas seja qual for o termo uti-
e discursos e perceber que diferentes
lizado, é necessário que se considere alguns pontos impor-
designações carregam diferentes histó-
tantes. O peruano Hugo Blanco (1934-), importante liderança
rias e significados.
quéchua (povo andino, presente no Equador, no Peru e na
Promova a leitura compartilhada do Bolívia), parte do pressuposto de que toda e qualquer forma Ailton Krenak (1953-) durante durante
texto, alternando os voluntários para de classificação é uma redução da realidade. A palavra indí- seminário que trata de questões indígenas
leitura. Leia todo o texto e, então, pe- em São Paulo (SP), 2019.
gena, para o autor, carrega consigo uma visão reducionista
ça-lhes que o comentem. Oriente-os a
eurocêntrica e, para ele, opressora. Contudo, Hugo admite que o termo pode ser proveitoso na formação
destacar as ideias e os argumentos prin-
de uma identidade de resistência entre todos os povos vítimas de etnocídio e com seus direitos ameaçados.
cipais. Leia a proposta de atividade 1 e
Para Ailton Krenak (1953-), liderança indígena, ambientalista e professor universitário, pertencente
a desenvolva de maneira compartilha-
à etnia krenak, da região do médio rio Doce, em Minas Gerais, a questão da nomeação dos povos
da, oralmente. Chegado a um consenso,
indígenas não deve partir de uma grande generalização que unifique a todos os povos, mas se de-
oriente que cada estudante faça seu re-
senvolver a partir de como cada etnia se reconhece. Para isso, dois critérios são importantes: a an-
gistro autoral no caderno para elaborar
cestralidade e a terra.
a resposta. Oriente a realização das ati-
Em geral, etnias se reconhecem como semelhantes a partir de ancestrais e vivências comuns. O
vidades 2 e 3 em período extra-aula e
espaço natural tem significados profundos: uma montanha, uma espécie animal ou um rio podem sim-
agende um dia para retomá-las. Suge-
bolizar divindades, acontecimentos de tempos imemoriais ou ancestrais que já partiram. A ocupação
rimos ler com eles as questões e deixar
do território não é somente utilitária, isto é, para usufruir das frutas, água, solo ou sementes, mas se
claro o que devem fazer, o que se es-
relaciona com uma profunda visão da natureza. Essa relação com a terra é tão fundamental nas cultu-
pera que apresentem na data marcada.
ras indígenas que determina, inclusive, uma série de políticas governamentais de proteção do território
Os temas, os conteúdos e as ativi-
e demarcação de reservas.
dades propostos nesta seção favore-
Em convenções e tratados internacionais, o termo indígena representa o conjunto de povos originários
cem o desenvolvimento da CG7 e CG9
(autóctones) de determinada localidade e que mantém uma unidade cultural própria, distinta do restante
e CECH1, CECH6 e CEG6.
de sua comunidade. Essa é uma definição que pode ser útil quando países negociam tratados e acordos de
1. Tanto Hugo Blanco quanto Ailton Kre- proteção a esses povos. Mas como será que os próprios povos se identificam?
nak compartilham o pensamento de que
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
uma única designação para se referir à
grande diversidade de povos originários 1 Destaque o que é convergente no pensamento dos dois intelectuais e lideranças indíge-
é reducionista e dilui a complexida- nas citados no texto.
de e as diferenças entre eles, tratados 2 Pesquise o que outros indígenas pensam acerca dessa questão: Como eles se referem a
como apenas um grupo, o “outro” que si mesmos e a seus povos em seus discursos? Você pode ler textos e entrevistas de Joê-
é diferente dos brancos europeus (vi- nia Wapichana, Daniel Munduruku, André Baniwa e Davi Kopenawa, por exemplo.
são eurocêntrica). Entretanto, no texto, Depois, compartilhe os resultados de sua pesquisa com os colegas e debatam sobre esse tema.
é afirmado que Blanco também avalia
que essa mesma classificação pode ser 3 Qual é a sua opinião sobre a determinação de como os diferentes povos indígenas devem
útil na promoção da união dos povos in- ser nomeados? Na sala de aula, organizados em roda pelo professor, participem de uma
dígenas contra a opressão (esse ponto conversa para expor e debater sua opinião com os colegas.
não é apresentado no texto de Krenak).
1, 2 e 3. Leia as respostas e as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
2. Espera-se que os estudantes iden-
tifiquem alguma liderança indígena ou 84
algum indígena que tenha conquista-
do espaço para expor suas reflexões e Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
ideias e anotem o que ele pensa so-
bre como gostaria de ser identificado, Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
reconhecido.
Instituto Socioambiental
3. Espera-se que os estudantes te- Disponível em: https://www.socioambiental.org/pt-br. Acesso em: 4 jul. 2022.
nham construído uma opinião sobre o O site do Instituto Socioambiental (ISA) é uma importante e confiável referência para obtenção de informações sobre os
tema a partir das reflexões proporcio- povos indígenas.
nadas pela leitura do texto, das ativi-
dades anteriores e de sua experiência
de vida, e participem da conversa de-
fendendo sua opinião, com argumentos
consistentes e coerentes, escutando as
críticas dos colegas, fazendo considera-
ções e, eventualmente, problematizan-
do o que eles apresentarem.
84
político-territoriais da época eram dife-
A contribuição africana rentes dos de hoje, caracterizado pelo
continente africano dividido em 54 paí-
Aproximadamente 5 milhões de africanos foram trazidos de maneira forçada ao Brasil entre os sécu-
ses, mas que havia distintos reinos e po-
los XVI e XIX. Separados de seus familiares, de sua terra de origem e de suas comunidades, foram submeti-
vos identificados territorialmente sobre
dos a um brutal processo de exploração e violência.
outros recortes espaciais e também po-
O tráfico de africanos para o trabalho escravo em território colonial guarda estrita relação com os in-
vos nômades que compartilhavam o uso
teresses econômicos. Apesar da presença de indígenas em determinadas partes do território, era lucrativo
da terra com outros. Comente que os
para setores comerciais portugueses o circuito econômico que envolvia África e Brasil no comércio de seres
europeus não adentravam o continen-
humanos. Trazer pessoas escravizadas era um negócio lucrativo para quem as vendia em território africano,
te para capturar pessoas para serem
quem as transportava para o continente americano e para a Coroa portuguesa, que cobrava altos impos-
escravizadas. Em geral, instalavam-se
tos sobre essas atividades econômicas. Os sudaneses subdividem-se em outros grupos, como iorubas, gegês e
fanti-ashantis, originários do que hoje é nomeado como Nigéria, Daomé ao longo da costa com fortalezas mili-
e Costa do Marfim. Foram trazidos sobretudo para onde hoje se localiza
a Bahia. tares, onde administravam o comércio
Tráfico negreiro – séculos XVI-XIX
Os bantos (grupo mais numeroso de pessoas e mercadorias. Porém, rei-
trazido para o Brasil e destinado aos
atuais estados do Rio de Janeiro,
nos africanos tornaram-se dependentes
de Pernambuco, de Minas Gerais, do comércio com povos europeus e de
entre outros) geralmente são sub-
Trópico de Câncer
divididos em dois grupos: angola- cativos para pagar seus débitos por ar-
ÁFRICA -congoleses e moçambicanos. Os mas, tecidos e álcool. Dessa forma, os
muçulmanos são classificados de
AM
Costa do Costa do
Marfim SUDÃO guineanos-sudaneses muçulmanos. europeus incitaram conflitos locais e de-
ÉR Ouro
ICA Ajudá Lagos Foram trazidos do que hoje é iden- sestabilizaram sociedades inteiras em
CONGO tificado como Angola, Congo (Zaire)
Equador
Belém Fortaleza
Costa dos
Escravos Cabinda
0º
e Moçambique. nome de seus interesses pelo escravis-
Loango Mombaça
São Luís Natal
Recife
Luanda
São Paulo de Luanda mo. Há relatos de sociedades que, para
BRASIL
pagar as dívidas com europeus, transfor-
Benguela
Mossamedes
Salvador Moçambique
ANGOLA
Trópico de Capricórnio Santos Rio de Janeiro
maram penas por pequenos delitos, que
OCEANO
São
Vicente
antes eram de multas ou prisão, em es-
OCEANO OCEANO
cravidão.
Meridiano de Greenwich
PACÍFICO
ATLÂNTICO
Portal de mapas/Arquivo da editora
ÍNDICO
Sudaneses Oriente a realização da atividade pro-
Bantos Elaborado com base em: posta na seção Explore para o período
Principais portos de saída de cativos ALBUQUERQUE, Manoel
Focos disseminadores
Maurício de et al. Atlas extra-aula e determine uma data para
Limite atual do território brasileiro
Irradiação 0 1 440 2 880
histórico escolar. 8. ed. Rio compartilhar o resultado das pesquisas.
de Janeiro: MEC/Fename,
Rota de tráfico de escravizados
0º km
1986. p. 36. Esses encaminhamentos favorecem
Se necessário, ao acessarem a construção das CG1, CG2 e CG5,
A origem das pessoas capturadas ou negociadas no continente africano não o site indicado, oriente os
estudantes a selecionarem o CECH2, CECH3, CECH5 e CECH7, CEG3
era única. Elas foram trazidas de diferentes regiões: África ocidental (região que idioma em Língua Portuguesa,
e CEG4.
se estende entre as atuais Gana e Nigéria), África central (áreas corresponden- presente na página inicial.
tes a trechos entre os atuais Camarões e sul de Angola) e África oriental (em
Na tela
torno do atual Moçambique). Alguns estudiosos as dividem em apenas dois
grandes grupos étnicos: os sudaneses e os bantos. Slave Voyages
Dentro dessa multiculturalidade, havia grande variedade de idiomas, reli- Disponível em:
giões, festas, tradições e lutas de resistência ao domínio de seus corpos e von- https://www.
slavevoyages.org/.
tades. Apesar da riqueza e da diversidade de povos originários da África, eram
Acesso em: 14 mar. 2022.
todos tratados da mesma maneira pelos colonizadores.
Site que apresenta
documentos, mapas
e dados sobre
Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO. o transporte de
escravizados da África
⓿ Pesquise as principais características dos grupos classificados como sudaneses para outras partes do
e bantos. Compartilhe o resultado de sua pesquisa com os colegas e mundo, sobretudo para
complemente seus registros com as informações que eles apresentarem. a América.
85
85
1. A ideia central do texto é a discussão sobre a forma adequada para designar os diferentes povos de origem africana
e a importância do respeito à autodeterminação.
Orientações didáticas
Você sabia?
Você sabia?
O poder dos nomes
Sugerimos iniciar esta seção promo-
A linguagem pode ser um importante instrumento de valorização ou
vendo a apreciação estética da repro- desvalorização de um grupo, de suas culturas e tradições. A comunidade
dução da obra Bastidores, de Rosana negra discute constantemente a importância dos vocábulos pelos
Paulino. Peça aos estudantes que des- quais se reconhece ou é designada pela sociedade, como negro, preto
artista
crevam a obra, o que ela comunica para ou afrodescendente. Achille Mbembe (1957-), filósofo e historiador
Fotos: Rosana
dade, medo, desumanização, etc.). Eles Portanto, os debates em torno da melhor terminologia caminham
podem pesquisar mais sobre a obra e no sentido de não aceitar designações escravocratas e afirmar uma
sua autora, para verificar, por exemplo, identidade autônoma. Outro ponto é que tais designações podem ser
que suporte e técnicas foram utilizados, generalizantes, uma vez que já existem identidades étnicas específicas
onde a obra já foi exposta, com quais (ioruba, nigeriano, ashanti, dogon). Seja qual for a designação utilizada, é
essencial que se preze pela autodeterminação e pela identidade étnica que as
temas a artista dialoga, entre outras in-
pessoas preferirem adotar.
formações. Esse procedimento favore-
Sobre este tema, leia o trecho do texto a seguir.
ce o desenvolvimento da CG3.
Para o cientista político Cristiano Rodrigues, a diferença no uso dos termos
Em seguida, promova uma conversa [negro e preto] tem a ver com questões geracionais. Os movimentos negros,
sobre as designações dadas aos negros Movimento Negro Unificado (MNU), Cadernos Negros, passaram a adotar e
do Brasil, perguntando aos estudantes reafirmar o sentido do termo negro na década de 70 e, com isso, influen-
quais são mais adequadas e respeito- ciaram toda uma geração. As gerações que os antecederam usavam outras
sas na avaliação e opinião deles. nomenclaturas e as gerações contemporâneas optam pelo termo preto.
O uso pode ser tanto de um termo quanto outro. Cristiano destaca que
Promova, então, a leitura compar-
os termos preto e negro são intercambiáveis. “Não vejo, do ponto de vista
tilhada do texto, fazendo pausas para semântico, nenhuma diferença entre um e outro”. Para ele, o que a disputa de
comentários, explicações e esclareci- certo ou errado sobre o uso dos termos revela é muito mais discussões internas
mento de dúvidas. dos movimentos sociais e reflexo de mudança geracional.
Esses encaminhamentos auxiliarão Cristiano Rodrigues pontua que o debate eclode com maior força no Brasil nos anos As imagens fazem
parte da obra
na realização das atividades propos- de 1970, quando há uma expressão dos movimentos sociais, que contribui para construir
Bastidores, de Rosana
tas. Peça a cada um que faça seus re- uma ideia de negros, de uma consciência negra, da negritude. “Isso vai ser amplamente Paulino, 1997 (imagem
divulgado nos debates dos movimentos negros da época e chega à sociedade”, afirma. transferida sobre
gistros autorais no caderno para cada tecido).
MARTINS, Humberto; CRUZ, Márcia Maria. Negro ou preto? Lideranças negras
uma delas. refletem sobre o uso dos termos ao longo da história. 20 nov. 2020. Estado de Minas
Gerais. Disponível em: Negro ou preto? Lideranças negras refletem sobre o uso dos
termos ao longo da história – Gerais – Estado de Minas. Acesso em: 3 jun. 2022.
2. Resposta pessoal. Espera-
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
-se que os estudantes rela-
tem exemplos que presen-
ciaram no cotidiano e expli-
1 Qual é a ideia central do texto? quem por que os termos ou
as formas são inadequados
2 Em seu cotidiano você presencia designações inadequa- (de origem racista, humilhan-
das, depreciativas ou até mesmo racistas para se referir à te, depreciativa, generalizan-
te, ridicularizante, etc.). Em
população afrodescendente brasileira? Compartilhe com seguida, espera-se que eles
compartilhem estratégias
os colegas sua experiência e pensem juntos em formas de de ação, ou reação, sobre
agir nesses casos. como agir diante de situações
semelhantes, considerando
3 Que significados e sentimentos você elaborou ao analisar os contextos para evitar que
se coloquem em risco.
as imagens extraídas da obra Bastidores, de Rosana Pauli- 3. Resposta pessoal. Espera-
-se que os estudantes com-
no? Compartilhe sua leitura com os colegas. partilhem livremente o que
entenderam e o que sentiram
ao ler a obra.
86
86
Diversidade cultural Leitura complementar
Parte significativa dos africanos que desembarcaram no Brasil pertencia à A capoeira é uma produção cul-
região conhecida como África central. Hoje corresponde à área que vai do sul tural típica dos afrodescendentes,
de Camarões até a fronteira entre Angola e Namíbia. Essa grande área possuía desenvolvida e aperfeiçoada no Bra-
uma identidade cultural muito forte, sobretudo pela família de idiomas predo- sil. Durante séculos, foi praticada em
minante: o banto. grupos, chamados maltas, e sempre
Um pouco mais ao norte, na região conhecida pelos portugueses como Cos-
reprimida de maneira muito violenta
pelas autoridades. Cada grupo tinha
ta da Mina, havia a predominância de dois idiomas: os falantes de gbe, conhe-
inúmeros elementos para se iden-
cidos como gegês, e os falantes do ioruba, conhecidos como nagôs. Tais povos,
tificar, desde o tipo de assobio até
apesar das muitas diferenças, foram todos tratados da mesma forma no Brasil, o território que controlavam. Margi-
sendo chamados pelos portugueses de “escravos da Mina” (localização de um nalizados, os capoeiristas foram tão
dos principais entrepostos comerciais portugueses). perseguidos pela polícia a ponto de
Ainda que em menor quantidade, muitos foram os africanos trazidos da par- o Código Penal de 1890 incluir o
te oriental da África. Os povos dessa região também não escaparam às gene- seguinte dispositivo: “Fazer nas ruas
ralizações dos colonizadores: eram todos chamados de “moçambiques”. Se por
e praças públicas exercícios de agili-
dade e destreza corporal, conhecidos
um lado o estereótipo com os africanos ocidentais veiculava valores positivos
pela denominação de capoeiragem:
para a finalidade comercial (tidos como fortes e saudáveis), com os orientais andar em correrias, com armas ou
era extremamente negativo por eles não compartilharem dos mesmos atribu- instrumentos capazes de produzir
tos, considerados na perspectiva do trabalho forçado. uma lesão corporal, provocando tu-
multo ou desordens. Pena: Prisão
Joa Souza/Shutterstock
87
Orientações didáticas Quilombos
2. As comunidades remanescentes de quilombo se concentram nos estados lito-
râneos, com destaque para Bahia e Maranhão. Nos estados mais interioranos, a
quantidade de terras quilombolas é menor, com exceção do Mato Grosso.
Sugerimos que você oriente os estu- Uma importante forma de resistência cultural e identitária, e que existe até
dantes a pesquisar a história e a diver- hoje, foi a organização de quilombos: comunidades autônomas de escraviza-
sidade dos quilombos para a realização
dos e ex-escravizados, fugitivos ou libertos, cujo objetivo era estabelecer uma
de uma roda de conversa. Oriente-os a
vida livre do senhorio branco. Os números são incertos, mas estima-se que o
pesquisar onde se localizavam e como
maior deles, o Quilombo dos Palmares, possa ter atingido até 30 mil habitantes.
surgiam. O objetivo é que eles descu-
Localizado no atual estado de Alagoas, sob a liderança de Ganga-Zumba Biblioteca
bram que nem todos os quilombos es-
e posteriormente de Zumbi e sua companheira Dandara, o Quilombo dos Pal-
tavam localizados em terras distantes e Angola Janga, uma
mares alcançou autossuficiência econômica e uma razoável integração local, história de Palmares
formados apenas por pessoas escravi-
comercializando com fazendas próximas. Em 1694, uma incursão liderada pelos
zadas refugiadas. Muitas comunidades Marcelo D’Salete. São
bandeirantes derrotou o quilombo. E em 20 de novembro de 1695, Zumbi foi Paulo: Veneta, 2017.
quilombolas se formaram em terras
assassinado. A data é celebrada hoje como Dia da Consciência Negra. História em
herdadas ou compradas, tanto duran-
A legislação brasileira reconhece a importância da preservação das comu- quadrinhos brasileira
te a vigência do regime escravocrata ganhadora do prêmio
nidades remanescentes de quilombos. Por isso, criou mecanismos de titulação
quanto depois da abolição. Atualmen- Jabuti, em 2018. A
dessas áreas para que haja garantia da autonomia cultural e econômica. Se-
te, são designadas como comunidades HQ conta a história
gundo a legislação, são considerados quilombolas os grupos étnico-raciais que
remanescentes de quilombolas ou ter- de Palmares, o maior
se identificam com a ancestralidade negra e mantêm uma relação histórica com
ritório remanescente de comunidade quilombo brasileiro,
o território. Mecanismos como esses são importantíssimos não só como repa- marco de resistência
quilombola.
ração histórica pelos danos causados pela escravidão, mas também como for- na luta contra a
Em aula, pergunte que informações escravidão.
ma de manter viva a cultura desses grupos.
eles encontraram que confirmaram a
expectativa ou conhecimento que já dis- Brasil: comunidades remanescentes de quilombos – 2022
punham e quais desconstruíram suas re- 55º O
6 50 3 26
RJ
grupe as duplas em grupos de quatro Trópico
de Capricórn
io
1 38 Elaborado com base em:
PR
integrantes e peça-lhes que compa- SC
COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO DE
SÃO PAULO. Observatório
1 19
minhamentos promovem a construção 1. Compare a presença de comunidades remanescentes de quilombo na unidade da Federação em que você vive
da habilidade EF07GE03. com a realidade nacional.
2. Descreva no caderno a distribuição das comunidades remanescentes de quilombo no território brasileiro: onde
estão localizadas e quais são as áreas de maior densidade e rarefação.
3. Elabore no caderno uma hipótese considerando as informações aprendidas no estudo do capítulo e outras que
você pesquisou, para explicar a distribuição das comunidades remanescentes de quilombo.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes associem a localização das comunidades remanescen-
tes de quilombo com a área onde predominaram as atividades dos ciclos do açúcar, do ouro e do café na
88 época da escravidão.
Atividade complementar
⓿ Para esta atividade complementar, relacionada ao tema desta página, veja o pas- Sociedade Nagô (Strike Games) – e peça-lhes que busquem mais informações so-
so a passo a seguir: bre eles. Os estudantes também podem trazer informações sobre outros títulos de
1. Pergunte aos estudantes se eles conhecem jogos eletrônicos ou digitais que tema- temática semelhante, desde que com atenção à classificação etária.
4. Avalie com eles a viabilidade de jogá-los (alguns estão disponíveis gratuitamente,
tizam a escravidão no Brasil e a resistência dos negros.
outros são pagos).
2. Caso conheçam alguns títulos, peça-lhes que descrevam o objetivo dos jogos,
5. Por fim, organize uma roda de conversa para que os estudantes compartilhem ex-
quem são seus personagens e em qual cenário atuam, além de fazer eventuais periências que tiveram com esses jogos eletrônicos ou digitais, avaliando tanto os
comentários e dar dicas sobre como jogar. aspectos inerentes a jogos, como os desafios, os recursos, etc., quanto os aspectos
3. Em seguida, apresente outros jogos eletrônicos ou digitais que não foram citados – específicos do enredo, sua correspondência com a história de resistência e luta
como: Dandara (Hat Hat House); Angola Janga: Picada dos Sonhos (Sue the Real); dos negros contra a escravidão.
88
que Pero Vaz de Caminha encaminhou
O desembarque europeu ao rei de Portugal Dom Manuel I rela-
tando a experiência da expedição no
Nos dois primeiros séculos da colonização, cerca de 100 mil portugueses de-
Brasil e destacar alguns trechos sobre
sembarcaram em terras brasileiras. Brancos, em sua maioria homens, mas com
suas impressões das terras e dos indí-
significativo contingente feminino. Alguns participavam de missões oficiais,
genas. Não se conhecem, contudo, re-
como funcionários da Coroa portuguesa e padres e missionários representan-
gistros feitos pelos indígenas sobre os
tes da Igreja católica; outros vieram livremente na tentativa de empreender e
primeiros contatos com europeus. Nes-
enriquecer. Alguns com maior poder econômico encaravam o Brasil como local
se sentido, é interessante solicitar aos
de empreendimento por meio do cultivo e processamento da cana-de-açúcar,
estudantes que, após as pesquisas, ela-
buscando ampliar suas riquezas nas terras recém-conquistadas.
borem desenhos para retratar os pri-
Havia também entre os europeus aqueles que vieram forçadamente para
meiros encontros com os portugueses
cumprir penas por seus crimes. Consideradas “marginais”, essas pessoas ha-
na perspectiva indígena.
viam descumprido alguma das inúmeras proibições impostas pela Coroa portu-
Por fim, liste com eles as contribui-
guesa ou eram vítimas de perseguição religiosa (geralmente judeus).
ções que reconhecem que foram feitas
A chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, inaugurou uma
pelos portugueses para a construção
nova política imigratória no país: a consequente abertura dos portos às nações
da cultura brasileira e também na orga-
amigas e um decreto permitindo a posse da terra por estrangeiros. Até então,
nização e na produção do espaço geo-
só os portugueses e os escravizados africanos estavam autorizados a entrar
gráfico colonial.
aqui. Qualquer outro povo em território colonial era considerado invasor, como
Comente que o empreendimento colo-
se deu com franceses, espanhóis e holandeses, sobretudo. Em 1900, totaliza-
nial teve muitas diferenças de objetivos e
riam cerca de 1 milhão e 300 mil imigrantes. E mais 1 milhão chegaria no século
processos. De modo geral, o objetivo ini-
XX. Além dos portugueses, também chegaram, em grande número, italianos,
cial era promover a exploração de recur-
espanhóis e japoneses. Em menor número, porém em volume significativo, tam-
sos no território ocupado. Isso induz a
bém chegaram alemães, sírios e turcos. Na próxima página você encontrará um
uma migração majoritária de homens
gráfico com dados oficiais dessas migrações.
que buscam trabalho ou enriquecimento,
Entre as inúmeras contribuições portuguesas para a cultura brasileira, desta-
sem estarem imbuídos de um projeto de
cam-se as instituições jurídicas e políticas que passaram a regular a vida no Brasil
construção de uma nova nação, o que
colonial, com desdobramentos na atualidade. Nossas leis, universidades e siste-
implicou fixar no território objetos menos
mas de administração do território foram elaborados por colonizadores europeus.
perenes, que exigiam menos investimen-
tos financeiros e trabalho. Porém, além
Reprodução/Museu Paulista da USP, São Paulo, SP.
89
Orientações didáticas
Política migratória brasileira
Os conteúdos e encaminhamentos
propostos para este tópico estão rela- As ondas de entrada de imigrantes no Brasil se explicam bastante pelo con-
Na tela
cionados ao desenvolvimento da habi- texto internacional, quando crises políticas e econômicas em determinados paí-
ses os transformam em área de expulsão e levaram as pessoas a emigrarem IBGE Brasil 500 anos
lidade EF07GE02.
deles. Numericamente, os povos imigrantes mais significativos foram portu- Disponível em:
Sugerimos iniciar este tópico solici-
gueses, italianos, espanhóis, alemães e japoneses. Observe o gráfico. https://brasil500anos.
tando aos estudantes os nomes das ibge.gov.br/estatisticas
principais nacionalidades das pessoas -do-povoamento.html.
Brasil: imigração por nacionalidade – 1884-1993
ou povos que imigraram para o Brasil Acesso em: 10 maio
por vontade própria. É possível reali- 1 250 000 2022.
Total populacional
tópicos, dados sobre o
ram no Brasil?”; “No município e esta-
750 000 povoamento no Brasil
do onde moram, quais as origens dos ao longo dos séculos.
imigrantes?”.
500 000
Em seguida, aborde a tabela com Elaborado com base em:
IBGE. Brasil: 500 anos de
dados sobre a imigração. Peça a eles 250 000 povoamento. Rio de Janeiro:
que identifiquem as nacionalidades re- IBGE, 2000. Apêndice:
presentadas e as datas. Após verificar Estatísticas de 500 anos
Fórmula Produções/Arquivo da editora
0
1884-1893 1894-1903 1904-1913 1914-1923 1924-1933 de povoamento. p. 226.
que todos conseguiram compreender Disponível em: https://
Período
as informações, encaminhe a atividade brasil500anos.ibge.gov.br/
estatisticas-do
proposta na seção Explore. Oriente a -povoamento/imigracao
Alemães Italianos Portugueses Outros
correção entre pares e o compartilha- -por-nacionalidade-1884-1933.
Espanhóis Japoneses Sírios e turcos Total html. Acesso em:
mento das respostas.
15 mar. 2022.
Nos primeiros anos do Brasil Império, empreendimentos políticos planejados e executados pelo Estado
brasileiro estimularam a migração para algumas partes específicas do território. Um importante desloca-
mento foi o de imigrantes europeus, especialmente alemães, com a finalidade de garantir a posse do extre-
mo sul, então nomeado Brasil meridional, que se via ameaçado pela ocupação de povos dos países vizinhos
(argentinos e uruguaios). Mesmo ancestralmente habitado por diferentes povos indígenas, o extremo sul
era considerado um “vazio demográfico” pelo governo, pois os povos originários não faziam parte do ideal
nacional da época e tampouco eram considerados brasileiros.
Esse projeto de estímulo à migração teve continuidade com a República Velha, quando o número de
alemães imigrantes diminuiu e o de italianos e eslavos aumentou.
1. No final do século XIX, os italianos, portugueses e espanhóis eram os grupos de
imigrantes predominantes. Essa situação foi alterada no início do século XX, quando
Explore começa a diminuir a entrada de europeus, mas, ainda sim, sendo
predominante e os japoneses ganhando relevância. NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. Analise o gráfico da página e responda: Quais eram os grupos predominantes de imigrantes ao Brasil no final do
século XIX? E no início do século XX?
2. Ainda de acordo com o gráfico desta página, em qual período houve maior entrada de imigrantes, no total?
2. Espera-se que os estudantes indiquem o período de 1904 a 1913.
3. Faça a leitura do trecho a seguir e descreva no caderno, com suas palavras, como foi a transformação do perfil
dos imigrantes portugueses que chegaram ao Brasil nesse período.
A partir de meados do século XIX, o perfil do imigrante português sofreu uma radical transformação: entre os que chega-
vam predominavam os de origem pobre; as mulheres passaram a representar parcelas cada vez maiores dos grupos de emi-
grantes, e as crianças menores de 14 anos, pobres, órfãs ou abandonadas, chegaram a representar 20% do total de emigrados.
[...]
IBGE. Brasil 500 anos. Disponível em: https://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento/
portugueses/imigracao-de-massa-1851-1930. Acesso em: 10 maio 2022.
3. Espera-se que o estudante indique que o perfil foi modificado de funcionários oficiais e pessoas de maior poder
90 econômicos para grupos mais pobres, além de crianças pobres ou abandonadas etc.
90
Orientações didáticas
O aumento da imigração
Com o objetivo de desenvolver a ca-
Em 1850, com a promulgação da Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravizados, cessou-se
pacidade leitora dos estudantes, en-
a entrada no país de pessoas escravizadas da África (porém, a escravidão seria abolida apenas 38 anos
caminhe a leitura individual do tópico
depois). Então, a política migracional, sob responsabilidade exclusiva do governo central, foi transmitida
desta página. Para estabelecer objeti-
para os governos provinciais.
vos de leitura, peça a eles que listem
A partir de então, foram abertas possibilidades para empresas particulares criarem as Companhias
as razões que fizeram aumentar o nú-
de Imigração, que promoviam o Brasil no exterior, a fim de recrutar pessoas para migrarem para estas
mero de imigrantes para o Brasil e, de-
terras, e lucravam com esse processo. Ao chegarem ao país, muitos migrantes encontraram condições de
pois, identifiquem a relação entre a Lei
trabalho extenuantes e mal remuneradas, sobretudo nas fazendas de café do interior paulista.
Eusébio de Queirós e a Lei de Terras,
Naquele mesmo ano de 1850, foi criada a Lei de Terras, que passou a regular o acesso à terra apenas por
ambas de 1850. Finalizado o tempo
meio de sua compra. Observe um comentário sobre essa lei no texto a seguir:
determinado para a leitura, peça-lhes
O grande obstáculo que a Lei de Terras impôs aos camponeses, afastando deles a anistia, foi a cobrança de que compartilhem suas sínteses. Para
taxas para a regularização da propriedade. Para os grandes posseiros, as taxas não pesavam no bolso. Para os estimular a leitura inferencial, pergun-
pequenos, elas podiam ser proibitivas.
te o que eles concluem, da leitura do
[...]
trecho, sobre o papel do Estado no au-
Não foi por acaso que a Lei de Terras nasceu em 1850. Duas semanas antes de ela entrar em vigor, outra norma
histórica havia sido assinada por dom Pedro II: a Lei Eusébio de Queirós. Foi a primeira das leis abolicionistas. Por meio
mento e na redução da imigração.
dela, o Brasil, pressionado pela Grã-Bretanha, proibiu a entrada de novos escravos africanos no território nacional. Tendo sistematizado essas aprendi-
Embarcações britânicas passaram a interceptar navios negreiros no Oceano Atlântico e confiscar a carga humana. zagens, proceda de modo semelhante
Os latifundiários entenderam que a escravidão, mais cedo ou mais tarde, chegaria ao fim e que os seus ca- com o tópico seguinte, “A redução da
fezais corriam o risco de ficar sem mão de obra. A Lei de Terras eliminaria esse risco. Uma vez tornadas ilegais imigração”, solicitando aos estudantes
a invasão e a ocupação da zona rural, tanto os ex-escravos quanto os imigrantes pobres europeus ficariam
que identifiquem no texto ações do Es-
impedidos de ter suas próprias terras, ainda que pequenas, e naturalmente se transformariam em trabalhadores
abundantes e baratos para os latifúndios. tado que impactaram diretamente na
[…] entrada de imigrantes ao país e fato-
WESTIN, Ricardo. Há 170 anos, Lei de Terras oficializou opção do Brasil pelos latifúndios. Agência Senado. 14 set. 2020. res independentes da ação estatal que
Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/ha-170-anos-lei-de-terras-desprezou também explicam o aumento ou a re-
-camponeses-e-oficializou-apoio-do-brasil-aos-latifundios. Acesso em: 10 maio. 2022.
dução do fluxo de migrantes.
Isso dificultava que as pessoas trazidas para trabalhar nas fazendas (colonos) abandonassem seus tra- Para preservar o texto original ci-
balhos e fossem produzir em terras desocupadas. Mais tarde, a lei praticamente impossibilitou o acesso à tado nesta página, foi mantido o uso
terra pelo escravizado recém-liberto. do termo escravo, porém, ao longo da
O período de maior entrada de imigrantes na história do Brasil se deu entre 1870 e 1930, contabilizando obra, foi utilizado o termo escraviza-
algo em torno de 3,7 milhões de pessoas. Já durante o governo de Getúlio Vargas, a Lei de Cotas da Imi- do, considerado mais adequado pa-
gração, compreendida na Constituição de 1934, impôs limites à entrada de estrangeiros com o objetivo de ra se referir a estes grupos. Sobre esta
disciplinar a migração, o que, na prática, tornava o processo quase impossível. questão, recomendamos a leitura do
Em 1938, foi estabelecido que 80% dos texto disponível em: https://www.iel.
Bruno Santos/Folhapress
imigrantes deveriam ser agricultores. Além unicamp.br/sidis/anais/pdf/HARKOT
disso, os relatos da experiência negativa _DE_LA_TAILLE_ELIZABETH.pdf. Acesso
dos colonos europeus levaram os órgãos em: 4 jul. 2022.
oficiais dos países de origem a tomar me-
didas para proibir a migração para o Brasil,
o que reduziu drasticamente o fluxo de pes-
soas no período.
91
91
Orientações didáticas
A redução da imigração
Comente que o Brasil, ao lado de Es-
A eclosão da Segunda Guerra Mundial resultou em uma política ainda
tados Unidos, Argentina e Canadá, foi
mais restritiva à imigração, com ações de controle social e repressivas con-
um dos países da América que mais
tra italianos, alemães, japoneses e os descendentes que já viviam no Brasil,
receberam europeus e asiáticos que
por terem origem nos países contra os quais o Brasil lutou, engajado com as
viram aqui a possibilidade de traba-
forças dos Aliados.
lho, enriquecimento, segurança e tam-
Durante o último regime militar no país, as normas e leis para disciplinar
bém realização de projetos e sonhos
pessoais diante das limitações, crises a migração internacional colocavam o imigrante como um risco à manuten-
econômicas e perseguições que even- ção da coesão nacional por potencialmente trazer, para dentro das fronteiras,
tualmente sofriam em seus países. As ideias estrangeiras. Isso contribuiu para o rigor no controle de entrada de
ondas de entradas de imigrantes se ex- pessoas no Brasil e o consequente baixo movimento imigratório no período.
Na tela
plicam tanto pelo contexto internacio- O Estatuto do Estrangeiro, como ficou conhecida a lei promulgada em 1980 e
Politize
nal ou externo (quando a política e a revogada apenas em 2017, traduziu bastante a rigidez atribuída à entrada de
Disponível em:
economia de outro país o configura co- estrangeiros.
https://www.politize.
mo área de repulsão) quanto pelo con- A redemocratização do país, a movimentação de brasileiros para o exterior
com.br/nova-lei-de
texto nacional, que transformou o Brasil nos anos 1980 e a maior circulação mundial de pessoas, decorrente, em parte, -migracao/. Acesso em:
em área de atração. do processo de globalização econômica, conduziram o país à formulação de dis- 8 fev. 2022.
O Decreto de 1889, constituciona- positivos legais que adequassem nossa legislação migratória à nova realidade. Site com informações
lizado em 1891, possibilitou a natu- Em 2017, foi sancionada nova Lei da Migração, mais adequada à comple- sobre a evolução da
xidade migratória do mundo atual. Essa lei, inclusive, estabelece normas de política de imigração no
ralização de muitos estrangeiros e a Brasil.
conquista dos mesmos direitos civis proteção ao brasileiro no exterior. No próximo capítulo, você vai estudar as
e políticos dos cidadãos natos, o que migrações recentes.
foi uma grande conquista na luta pe-
Brasil: japoneses que fixaram residência – 1911-2000
la cidadania dos imigrantes, que nesse
Os primeiros imigrantes
momento já constituíam uma grande 100 000 japoneses chegaram
parcela da população. Contudo, a mu- 90 000 ao Brasil em 1908 e se
estabeleceram sobretudo
dança da lei alimentou discursos con- 80 000
nos estados de São Paulo e
População japonesa
ao país. 0
Até De 1911 De 1921 De 1931 De 1941 De 1951 De 1961 De 1971 De 1981 De 1991
em: IBGE. Resistência &
1910 a 1920 a 1930 a 1940 a 1950 a 1960 a 1970 a 1980 a 1990 a 2000 integração: 100 anos de
imigração japonesa no
Período Brasil. Rio de Janeiro: IBGE,
2008. Disponível em: https://
Entrada biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/livros/liv38935.
pdf. Acesso em: 15 mar. 2022.
92
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
A formação da política imigratória brasileira: da colonização ao Estado Novo
MORAES, Ana Luisa Z. Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, n. 32. Volume Especial, 2014. p. 143-163.
Com esse estudo, a autora procura comprovar que a política imigratória – de início relacionada à colonização, objeto de pro-
paganda e de interesse governamental devido à necessidade de povoar o imenso território e substituir o trabalho escravo – em
períodos autoritários como o do Estado Novo foi direcionada à repressão do “inimigo externo”, como contraponto da própria
formação da nacionalidade brasileira.
92
Eixos do Leitura complementar
capítulo
l
Povo, Estado, Nação
Juridicamente, o povo é um con-
junto de indivíduos reunidos na for-
mação de um Estado e um território
FORMAÇÃO E e que se constituem como cidadãos,
DIVERSIDADE DO POVO com direito e deveres, adquirindo
BRASILEIRO status de sociedade. E nação é a
união de pessoas por critérios mais
subjetivos, pelo compartilhamento
de uma mesma história e cultura,
reconhecendo-se como pertencente
AFRICANOS a uma comunidade identitária. Teori-
PRIMEIROS HABITANTES
⓿ Trazidos à força de diferentes camente, um Estado, um país e um
regiões da África; escravizados;
⓿ Diferentes povos originários – povo podem ser constituídos por dife-
⓿ Numericamente relevantes (cerca rentes nações. E uma mesma nação
povos indígenas;
de 5 milhões); pode estar espalhada em diferentes
⓿ Numericamente relevantes (cerca
⓿ Principais áreas de origem: África Estados, países e povos.
de 5 milhões);
ocidental, África central e África
⓿ Diversidade cultural;
oriental. Grande diversidade
O processo de colonização do
⓿ Reducionismo europeu: distinção cultural; Brasil
entre povos amigos e povos ⓿ Dois grandes grupos étnicos:
O processo de colonização no
inimigos, mas sempre tratados
sudaneses e bantos; Brasil se orientou por duas lógicas.
como “selvagens”;
⓿ Importância da designação
Por um lado, havia um interesse
⓿ Importância da designação
adequada a cada diferente povo econômico na exploração do territó-
adequada a cada diferente povo.
(autodeterminação); rio, a busca por metais preciosos e
⓿ Quilombos: forma de resistência. o cultivo de produtos agrícolas que
pudessem render lucros aos portu-
gueses. Por outro, o ideário religioso
SÍNTESE motivava missionários na busca por
DE ENCONTROS novas terras onde pudessem conver-
AMISTOSOS E ter as almas e expandir a fé católica.
CONFLITIVOS DE Compreender a complexa relação
DIFERENTES POVOS entre europeus, os nativos e os afri-
canos (fundamental para entender
as culturas que daí resultam) passa
MIGRAÇÃO APÓS A por perceber esses dois movimentos,
PORTUGUESES INDEPENDÊNCIA que ora se aproximam, ora se distan-
COLONIZADORES ciam, ora entram em conflito aberto.
⓿ Período de maior relevância:
áààâ-áã3â;
De qualquer modo, europeus, na-
⓿ Homens brancos e católicos;
tivos e africanos tiveram suas culturas
⓿ Oficiais, funcionários da Coroa, ⓿ Numericamente, destacam-se:
portugueses, italianos, espanhóis,
e hábitos completamente transfor-
sacerdotes, empresários,
degredados; alemães e japoneses;
mados, seja pela instrumentalização
Outros imigrantes: povos árabes,
de técnicas locais pelos europeus
⓿ Significativo contingente feminino. ⓿
eslavos e poloneses.
para melhor explorar economica-
mente o território, seja pelo brutal
processo de sujeição e aculturação a
que muitos nativos e africanos foram
Formação de um povo novo,
submetidos. Entretanto, foi a cultura
com riqueza e diversidade cultural,
europeia, do colonizador português,
marcado por violência, resistências,
que prevaleceu por meio da sua for-
lutas e, também, parcerias.
ça institucional, econômica e bélica.
(Elaborado pelos autores.)
93
93
1. O número mais comumente encontrado para a população que
habitava as terras que correspondem ao Brasil antes da invasão
Orientações didáticas europeia é de 5 milhões de pessoas. Porém, há estudos que NÃO ESCREVA NO LIVRO.
apontam até 8 milhões. Grande parte dessa população morreu por
doenças infecciosas trazidas pelos europeus; outros indivíduos
foram escravizados e muitos foram assassinados.
Atividades Retome 3. Leia a resposta e as orientações para a 7 Que outros povos migraram para o Brasil e qual
atividade neste Manual do Professor. foi o período de maior entrada de imigrantes
As atividades desta seção podem 1 Qual era a população estimada existente no no país? 7. Leia a resposta neste Manual do
Professor.
ser trabalhadas ao longo do desen- Brasil antes da invasão europeia? O que acon-
volvimento dos temas e conteúdos ou teceu com essa população a partir desse mo- Exercite 8. Leia a resposta e as orientações para a
no fim do capítulo. Em ambos os ca- mento? atividade neste Manual do Professor.
sos, cumprem função formativa e tam- 2 Quais saberes dos povos indígenas foram apro- 8 Faça uma pesquisa sobre a demarcação de
bém podem cumprir função somativa veitados pelos portugueses para a ocupação e terras indígenas brasileiras para responder às
se realizadas no fim do processo, pois a colonização das terras brasileiras? questões a seguir.
os estudantes podem realizá-las indivi- a) Qual é o número de terras indígenas regula-
3 Um dos aspectos mais importantes na questão
dualmente e produzir registros escritos rizadas atualmente?
indígena atualmente é a demarcação de suas
para lhe entregar. b) Os povos indígenas podem vender ou alugar
terras, ou seja, estabelecer de maneira clara
suas terras, ou ainda negociar a exploração
3. Respostas variáveis de acordo com quais são os espaços que devem ser de uso ex-
dos recursos naturais nelas presentes por
o estado e o município onde os estu- clusivo das populações indígenas do Brasil. A
dantes vivem. Para a realização desta outras pessoas ou empresas?
Constituição brasileira, na qual constam as leis
atividade, certifique-se de que todos te- do país, já previa, em 1988, a demarcação de c) Os indígenas que vivem em áreas demarca-
nham acesso à internet. Caso note que terras indígenas. das são obrigados a viver nelas ou podem
a maior parte deles não tenha acesso, Acesse o site da Funai indicado a seguir para
migrar para outros lugares?
tente viabilizar a utilização dos compu- localizar as terras indígenas no mapa do Brasil. 9 Os cantores e cantoras listados a seguir pos-
tadores na escola ou em alguma biblio- Identifique o estado onde você vive e responda suem uma ou mais músicas que abordam o que
teca pública. às questões. é ser negro no Brasil, o racismo, sua cultura e
sua identidade. 9. Leia as orientações para a ativi-
4. Os africanos foram trazidos sobre- ⓿ FUNAI. Terras Indígenas – Situação fundiá- dade neste Manual do Professor.
tudo de três grandes áreas: África oci- ria. 2021. Disponível em: http://mapas2.funai.
dental (região que se estende entre gov.br/portal_mapas/pdf/brasil_indigena Karol Conká Timbalada
as atuais Gana e Nigéria), África cen- _11_2021.pdf. Acesso em: 24 mar. 2022. Emicida Baco Exu do Blues
tral (áreas correspondentes a trechos a) Quantos registros de terras indígenas você Jorge Ben Jor Djonga
dos atuais Camarões e sul de Ango- encontrou? Racionais MC’s Dona Ivone Lara
la) e África oriental (em torno do atual b) Quais são as principais etnias indígenas Rincon Sapiência Sandra de Sá
Moçambique). presentes na unidade da Federação onde Olodum Rico Dalasam
você vive?
5. O exemplo mais significativo está re- Gilberto Gil Elza Soares
lacionado às fugas e à formação de co- c) Há alguma terra indígena localizada no mu-
munidades quilombolas. Entretanto, nicípio onde você vive ou próximo dele? Se
Escolha um dos artistas da lista, ou algum ou-
também utilizavam outras estratégias, sim, qual é o nome dela? Qual é o tamanho
tro que conheça, e faça o que se pede.
como realizar as atividades lentamente dela? Qual etnia habita essa terra indígena
a) Procure na internet uma música do artista
ou intencionalmente inadequadas, além que você identificou?
selecionado em que a temática da negritude
de fingir estar doentes para não precisar 4 De quais principais áreas ou regiões do conti- esteja presente.
trabalhar, entre outras. Há exemplos de nente africano foram trazidas as pessoas es-
b) Ouça a música completa.
revoltas e lutas corporais também. cravizadas para o Brasil?
4. Leia a resposta neste Manual do Professor. c) Escreva no caderno de que maneira a músi-
6. A maior parte dos colonizadores 5 Os africanos e os descendentes resistiram ao ca trata da questão negra e o que mais cha-
portugueses era formada por homens trabalho escravo de várias formas. Cite alguns mou a sua atenção.
brancos, mas também vieram muitas exemplos. 5. Leia a resposta neste Manual do
Professor. d) Em sala, compartilhe com os colegas a le-
mulheres. Oficiais militares, funcionários 6 Quem eram os portugueses que migraram para tra da canção escolhida e suas impressões
da Coroa portuguesa, padres e alguns o Brasil durante o período de colonização? a respeito dela.
degredados, que vieram forçadamen- 6. Leia a resposta neste Manual do Professor.
te para cumprir penas por seus crimes. 2. Os portugueses aproveitarem muitos saberes dos povos indígenas; entre eles: o conhecimento sobre as plantas
94 comestíveis; as técnicas de caça; os caminhos nas matas; as fontes de água; e a localização, bem como os hábitos
de outros povos indígenas, não amistosos ou mesmo inimigos, que poderiam ser capturados para trabalhar como
7. Muitos outros povos vieram para o escravizados.
Brasil após a independência brasileira. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Entre eles, destacam-se italianos, ale- variações a cada ano; por isso, é importante orientar os separe de antemão aquelas que julgar pertinentes. Algu-
mães, espanhóis, japoneses, árabes, estudantes sobre como encontrar informações atualizadas mas sugestões de músicas dos artistas pré-selecionados
além de grupos eslavos. Também vieram (procuramos abarcar a maior diversidade possível de gê-
em relação ao tema.
muitos portugueses, não mais como co- neros musicais): Karol Conká: “Cabeça de nego”; Emicida:
lonizadores, mas como imigrantes livres. 8. b) Não. As terras indígenas são de uso exclusivo do povo “Mandume”; Jorge Ben Jor: “Negro é lindo”; Racionais MC’s:
O período de maior entrada de imigran- indígena ao qual foi destinada e não podem ser negocia- “Diário de um detento”, “Negro drama”; Rincon Sapiên-
tes no país foi iniciado na década de das, alugadas, arrendadas ou exploradas por não integran- cia: “A coisa tá preta”; Olodum: “Protesto Olodum”, “Faraó
1880 e terminou na década de 1930. tes da comunidade. divindade do Egito”, “Deusa do amor”; Gilberto Gil:
8. a) Segundo a Funai, há 488 terras “Refavela”, “Mãos de limpeza”; Timbalada: “Ashansú”,
8. c) Todo indígena tem o direito de transitar livremente pe-
indígenas regularizadas. Segundo o “Zorra”; Baco Exu do Blues: “Faixa preta”; Djonga:
lo país e escolher onde viver. “Olho de tigre”; Dona Ivone Lara: “Sorriso negro”; Sandra
Instituto Socioambiental, elas totalizam
487 homologadas, 120 em identifi- 9. O objetivo desta proposta é relacionar o debate cultu- de Sá: “Olhos coloridos”; Rico Dalasam: “Dalasam”; Elza
cação, 43 identificadas e 74 declara- ral sugerido na unidade com o cotidiano dos estudantes. Soares: “A carne”.
das. Esses números podem apresentar Se possível, reproduza algumas das músicas escolhidas ou
94
6
1. Espera-se que os estudantes apresentem seus conhecimentos prévios e repre-
sentações, como alto número de nascimentos, redução da mortalidade e maior promovem reflexões sobre os desafios
entrada de migrantes do que saída, por exemplo.
2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes citem o nome de locais que decorrentes do processo de envelheci-
eles acreditam serem os mais populosos, seja por conhecimento adquirido na mento da população brasileira e a ne-
escola, seja pelas representações e conhecimentos que construíram navegando
na internet, assistindo à televisão e em contato com adultos. cessidade de respeito e valorização do
populacionais do Idoso.
representações e conhecimentos que construíram nave-
gando na internet, assistindo à televisão e em contato com
adultos. E que eles justifiquem suas opiniões estabelecen- Estão propostas no capítulo a leitura
do causa e efeito coerentes.
e a interpretação de gráficos, de colu-
nas e linhas, tabelas, mapas temáticos
Leo Burgos/Pulsar Imagens
95
95
O conteúdo desta página explica a utilidade e a importância dos estudos populacionais. Apresenta o IBGE e o Censo
Orientações didáticas Demográfico.
O tamanho da população
O objetivo principal deste tópico é
O número de pessoas que formam uma população é um dos aspectos a ser observado para estudar
os estudantes construírem o conceito
e diferenciar países, regiões, estados e municípios. O número total de pessoas que habitam determinada
de população absoluta. Seu desenvol-
área é denominado população total ou população absoluta. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e
vimento aborda a utilidade e a impor-
Estatística (IBGE) é o órgão oficial responsável pela realização de muitos estudos sobre a população bra-
tância dos estudos populacionais e
sileira. Há também outros órgãos e instituições públicas e privadas, como universidades, que estudam as
apresenta o Censo Demográfico.
dinâmicas populacionais. A fotografia desta página retrata a realização do Censo Demográfico executado pelo IBGE
em 2010, o último até a data de publicação deste livro.
Explore
2. Em sala de aula, compare o dado obtido com os dados dos colegas. Eles são exatamente os mesmos? Justifique
sua resposta.
Os estudos sobre as dinâmicas populacionais servem para melhor planejar as políticas públicas, como
oferta de creches e escolas, postos de saúde e hospitais, moradia, transporte, assistência social e previden-
ciária, entre outras. Quanto melhores forem o levantamento e a interpretação desses dados, mais as necessi-
dades da população podem ser bem planejadas e praticadas pelos governos.
Além do número total da população, interessa saber quem são as pessoas, como elas vivem e onde
residem; se estudam, trabalham, estão desempregadas ou aposentadas; se habitam áreas urbanas ou ru-
rais, pequenas, médias ou grandes cidades ou propriedades; se são migrantes; a quais bens e serviços têm
acesso; grau de escolaridade; etnia; quanto ganham, etc. Além disso, os pesquisadores buscam estimar a
progressão dos números, realizando projeções.
2. O objetivo é o estudante perceber a transitoriedade do dado, ou seja, que o número da população absoluta brasi-
leira se altera a todo instante, pois é uma informação dinâmica. Os estudantes devem perceber que o número maior
96 é aquele que foi pesquisado recentemente. Devem concluir também que, considerando a ordem cronológica, os
números só aumentam, revelando que a população está crescendo.
96
áreas interioranas do território, a densi-
Distribuição espacial dade demográfica é menor.
A relação entre a população absoluta e o tamanho da área é outro dado fundamental para compreen- Você pode comentar que cada re-
der a produção do espaço geográfico. gião, estado e município brasileiros po-
A população relativa dem ter realidades muito diferentes em
ou densidade demográ-
Densidade demográfica dos países mais populosos – 2017 relação à quantidade de habitantes e
fica é calculada dividin- População total Densidade demográfica sua distribuição pelo território.
País Área total (km²)
do o total de habitantes (habitantes) (hab./km²) A população total de cada estado
de uma área (a popula- Bangladesh 164 669 751 147 630 1 115 brasileiro é bastante diferente. Mas,
ção absoluta) pelo ta- Índia 1 339 180 127 3 287 259 407
de modo geral, os estados localizados
manho dessa área. Veja mais próximos ao litoral, onde histori-
Paquistão 197 015 955 796 100 247
na tabela os números camente se concentraram as ativida-
do Brasil comparados
Nigéria 190 886 311 923 770 207 des econômicas mais rentáveis do país,
com alguns países. China 1 409 517 397 9 600 010 147 são aqueles que apresentam maior po-
Indonésia 263 991 379 1 913 580 138 pulação absoluta. Aqueles mais inte-
riores, sobretudo onde originalmente
México 129 163 276 1 964 375 66
predomina ou predominava a Flores-
Estados Unidos 324 459 463 9 831 510 33 ta Amazônica e o Cerrado, são os que
Elaborado com base em:
IBGE. Atlas geográfico Brasil 207 660 929 8 515 759 24 apresentam menor população. Isso
escolar. 8 ed. Rio de Rússia 143 989 754 17 098 250 8 também se explica pelo processo de
Janeiro: IBGE, 2018. p. 70.
ocupação do território brasileiro e pe-
1. Ásia: Bangladesh, Índia, Paquistão, China, Indonésia e Rússia (maior parte na Ásia e la implantação de redes de transporte.
menor parte na Europa). África: Nigéria. América: Brasil, Estados Unidos e México.
2. O Brasil apresenta a menor densidade demográfica entre os Essa reflexão sobre a distribuição
Explore três países listados, sendo cerca de um terço do valor do México. NÃO ESCREVA NO LIVRO. da população brasileira relaciona-se
1. Localize em um planisfério os países listados na tabela. De quais continentes eles fazem parte? com o processo histórico de ocupação
2. Compare a densidade demográfica do Brasil com a dos demais países americanos listados no quadro.
e formação do território (fluxos popu-
lacionais e econômicos) e auxilia na
construção da habilidade EF07GE02.
Países ou outros territórios com ele- Brasil: densidade demográfica – 2010
vada população absoluta são conside- 50º O
Trópico de
IBGE, 2012. p. 114. Habitantes (por kmá) Capricórnio PR São Paulo
Rio de Janeiro
3. Faça uma pesquisa para desco-
Este mapa foi elaborado tomando como
Menos de 1 Curitiba
brir a densidade demográfica de
SC
base territorial os setores do Censo de De 1,1 a 10 Florianópolis seu município e de seu Estado.
2010, e não as divisões administrativas. De 10,1 a 25
RS
Porto Alegre A resposta dependerá do muni-
Isso possibilita fornecer uma informação De 25,1 a 100
mais detalhada e adequada sobre a
0 465 930 cípio em que os estudantes resi-
Mais de 100
densidade populacional e sua distribuição. km dem. O dado pode ser encontra-
do na página Cidades@ no site
do IBGE, disponível em: https://
97 cidades.ibge.gov.br (acesso em:
10 jun. 2022).
97
Orientações didáticas Áreas pouco e bastante povoadas Brasil: crescimento da população nos municípios –
2010
Sugerimos iniciar este tópico por meio A anamorfose representa o Brasil de forma pro-
município onde moram e encaminhe ⓿ Acesse o site do IBGE, indicado a seguir, e pesquise o município onde você reside. Verifique a população total e
a resolução da atividade proposta na compare seu tamanho com os de outros municípios do mesmo estado em que você vive, além de outros estados
seção Explore. do Brasil. Veja também a densidade demográfica. Depois, elabore um breve texto para sintetizar os dados que
obteve.
IBGE. Cidades@. Conheça cidades e estados do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: https://cidades.ibge.
gov.br/. Acesso em: 8 fev. 2022.
98
98
Conexões com Orientações didáticas
Matemática
Conexões
Sugerimos planejar e eventualmen-
Estatística – Planejamento da pesquisa, coleta e interpretação de dados te desenvolver esta seção em conjunto
Gráficos, percentuais, estatísticas e números são muito importantes para analisar e comunicar o re- com o professor de Matemática. Essa
sultado de pesquisas em quase todos os campos do conhecimento. A ciência estatística reúne técnicas e parceria, com o objetivo da promoção
métodos de pesquisa para lidar com situações incertas. Apesar de sujeitos à margem de erro, os dados se da abordagem interdisciplinar do tema,
aproximam da precisão e, por isso, são utilizados como argumento de evidência sobre aquilo que se está pode se estender a, praticamente, todo
divulgando ou opinando. o conteúdo previsto para este capítulo.
O uso equivocado por inabilidade, seja com os procedimentos para coleta Organize a leitura compartilhada do
de dados, seja para organizá-los e interpretá-los, pode gerar resultados incer- inabilidade: falta de texto desta seção fazendo pausas para
aptidão ou de
tos. Portanto, é importante conhecer os conceitos, técnicas e procedimentos conhecimento necessário.
pedir aos estudantes que expliquem o
estatísticos, como determinar a quantidade de entrevistados, elaborar o roteiro que acabou de ser lido, enquanto você
de questionário e definir o perfil dos entrevistados, além de organizá-los previamente. registra na lousa palavras-chave para
Uma pesquisa bem-sucedida deve seguir várias regras, quando elaboramos um
auxiliar na explicação do conteúdo. Re-
experimento devemos ter uma pergunta bem formulada em mente, além disso, espaço amostral: grupo tome-as assim que a leitura de todo o
é preciso ter controle sobre todas as variáveis que podem afetar o experimento, de elementos que texto for finalizada para então realizar a
comportam todas as
ou ao menos conseguir monitorá-las. Além disso precisamos ter um bom espaço possibilidades de síntese e esclarecer eventuais dúvidas.
amostral, de forma que este represente bem a população em estudo. Outro ponto resultados de um
fundamental é que seu experimento deve ser reprodutível, isto é, outra pessoa experimento.
deve ser capaz de realizar o mesmo experimento e obter o mesmo resultado.
SATO, Eduardo Akio. Zohnerismo (parte 2): manipulando dados estatísticos. Blog Torta de maçã primordial. São Paulo:
Unicamp, v. 3, n. 8, jul. 2017. Disponível em: https://www.blogs.unicamp.br/tortaprimordial/zohnerismo-parte-2
-manipulando-dados-estatisticos/. Acesso em: 16 mar. 2022.
Além do uso equivocado por inabilidade, há quem propositalmente manipule os dados de acordo com
interesses pessoais ou por intenções econômicas ou políticas. Nessa prática, é comum a divulgação de
recortes descontextualizados dos dados, a valorização parcial de uma análise e a omissão da metodologia
de pesquisa. Há também pesquisas estatísticas manipuladas – empresas tabagistas, por exemplo, já finan-
ciaram pesquisas para provar que o cigarro não faz mal à saúde –, ou então, feitas com universo de amostra
(número de entrevistados, por exemplo) muito pequeno. Essas pesquisas são frequentemente utilizadas
por meios de comunicação, como sites e blogs, interessados em produzir “notícias” que são encaminhadas
pelas redes sociais e também por empresas e governos.
Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes, após pesquisarem, conversem entre
si e com apoio e orientação dos professores, identifiquem procedimentos estatísticos
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
comuns e importantes para os estudos populacionais e anotem e descrevam como são
⓿ Com auxílio dos professores de Geografia e de Matemática, realize as atividades a seguir.
99
99
Orientações didáticas
Crescimento da população brasileira
Peça aos estudantes que expliquem
e justifiquem quais conclusões podem Mesmo com a mortandade em massa da população indígena, iniciada na co-
ser obtidas por meio da leitura do grá- lonização do Brasil, a população brasileira vem crescendo ano a ano. Entretanto,
fico. Em seguida, solicite que apontem o ritmo e os fatores responsáveis pelo crescimento populacional se alteraram
o que explicaria o crescimento contínuo ao longo do tempo. Veja o gráfico a seguir.
do total da população brasileira ao lon-
go do tempo. Anote as considerações Brasil: crescimento demográfico – 1872-2010
na lousa.
200 000
100
Orientações didáticas
Crescimento natural
Explique os conceitos de crescimen-
O crescimento natural ou vegetativo de uma população é a diferença entre
to natural ou vegetativo, taxa de natali-
as taxas de natalidade e de mortalidade. Desconsidera-se a eventual entrada
dade e mortalidade. Em seguida, peça
ou saída de migrantes.
aos estudantes que leiam e interpretem
A taxa de natalidade é a relação entre os nascidos vivos registrados em um
o gráfico a partir das questões propos-
ano e o total da população. E a taxa de mortalidade é a relação entre o registro
tas na seção Explore.
total de óbitos em um ano e a população total. Ambas (taxas de natalidade e
mortalidade) são expressas em “por mil” a cada ano. Veja no gráfico a seguir a Explore
evolução dessas taxas no Brasil. Faça a correção oral e esclareça pos-
Brasil: evolução das taxas brutas de natalidade e de mortalidade (por mil)
síveis dúvidas. Sugerimos a leitura oral
– 1881-2010 e compartilhada do texto seguinte ao
50
gráfico para sistematizar a aprendiza-
45
gem sobre os conteúdos abordados
40
neste tópico.
35
Crescimento vegetativo
Taxas (por mil)
30 Taxa bruta de
natalidade
25
Taxa bruta de
20 mortalidade
Fórmula Produções/Arquivo da editora
15
10
0
1881 1890 1900 1910 1920 1930 1945 1955 1965 1975 1985 1995 2000 2010
Ano
Elaborado com base em: IBGE. Brasil: uma visão geográfica e ambiental no início do
século XXI. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 44. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.
br/index.php/biblioteca-catalogo?id=297884&view=detalhes. Acesso em: 16 mar. 2022.
1. A partir de qual data aproximada a taxa bruta de mortalidade passou a apresentar quedas bastante acentuadas?
Em meados dos anos 1930.
2. A partir de quando o ritmo da queda da taxa bruta de mortalidade diminuiu?
Aproximadamente a partir de 1965.
3. E a taxa bruta de natalidade, a partir de quando esse índice reduz intensamente?
Aproximadamente a partir de 1955, acentuando mais a partir dos anos 1970.
4. Considerando a evolução das linhas no gráfico, que projeção é possível fazer sobre as taxas de natalidade e
mortalidade? Provavelmente, as duas taxas devem seguir a tendência de queda, sendo que a taxa de natalida-
de tem mais margem para redução. E pode ocorrer de a taxa de natalidade passar a ser menor
que a taxa de mortalidade, o que pode levar à redução do número da população brasileira, caso
o país não receba significativa entrada de imigrantes, por exemplo.
101
101
Orientações didáticas
Fatores de redução das taxas de
Pergunte aos estudantes que situa-
ções ou fatores podem fazer as taxas
mortalidade e natalidade
de natalidade e de mortalidade serem A redução da taxa de mortalidade resultou de um conjunto de fatores. En-
reduzidas. Anote as hipóteses citadas tre eles, destacam-se os avanços da ciência e da Medicina e dos cuidados e
na lousa. Peça então que analisem as das ofertas de saneamento básico. No passado, muitas pessoas morriam por
fotografias dispostas no tópico e esta- doenças que hoje são curadas com uso de antibióticos, por exemplo. Também
beleçam uma relação entre elas e a re- foram inventadas e popularizadas vacinas que imunizam boa parte da popula-
dução da taxa de natalidade. ção, chegando até a erradicar algumas doenças. As pessoas foram instruídas a
Verifique se tanto as hipóteses dos ter mais cuidado com a higiene e ampliou-se a oferta de água tratada, coleta
estudantes quanto as relações esta- de lixo e disposição do esgoto. Também aumentou a oferta de atendimento
belecidas a partir das imagens deram médico e de alimentos.
conta de todos os fatores relacionados A redução da taxa de natalidade decorreu do avanço da ciência, mas, sobre-
a essa especificidade da dinâmica po- tudo, por conta das transformações na sociedade. Além do contínuo avanço da
pulacional. Em seguida, faça eventuais Medicina e do sistema de saúde, foram inventados medicamentos e métodos
complementações, seja por meio da ex- contraceptivos (para evitar a gravidez, como pílulas anticoncepcionais) acessí-
posição oral e dialógica, seja por meio veis à população.
da leitura compartilhada do texto. Entretanto, a adoção dessas práticas exigiu transformações na mentali-
dade da época, que implicaram, por
102
102
fatos. Já para realidades nas quais os
Trabalhando com gráfico dados variam menos, a média tende a
representar as muitas ocorrências. Eles
Taxa de fecundidade também devem relacionar o resultado
matemático da média com a realida-
Os estudos sobre população consideram, entre outras informações, a taxa de fecundidade de de- de, ou seja, concretamente é impossível
terminada região ou país. Isto é, considera-se o número médio de filhos que as mulheres têm durante uma mulher ter 1,9 filho. Para exemplifi-
sua idade fértil (aproximadamente de 15 a 49 anos) . Para esse tipo de estudo, os cálculos matemáticos, car, apresente a média entre uma mu-
as estatísticas e as estimativas (probabilidade e tendências) são muito importantes. E, para apresentar lher com um filho e outra com dois: o
os resultados, geralmente são utilizados os gráficos, como o que está no texto a seguir. Leia o texto e resultado seria 1,5 filho.
interprete o gráfico sobre a evolução da taxa de fecundidade no Brasil. Avalie a relevância e a possibilidade
A taxa de fecundidade indica quantos filhos, em média, tem a mulher brasileira. No Brasil, segundo o de orientar os estudantes a pesquisa-
Censo Demográfico 2010, as mulheres têm, em média, 1,9 filho. Como este número é uma média, existem rem sobre a taxa de fecundidade de ou-
mulheres com um filho e mulheres com dois, três ou mais filhos.
tros países para comparar com a taxa
O número de filhos por mulher vem se reduzindo no Brasil desde a década de 1960. Uma redução que
brasileira, e também relacionar essa
vem ocorrendo em todas as regiões brasileiras. Veja o gráfico a seguir:
taxa e o nível de desenvolvimento eco-
Brasil: taxa de fecundidade total de acordo nômico. Você pode, por exemplo, orien-
com as regiões – 1940-2010 tar os estudantes a escolher dois países
de cada continente para buscar esse
10
dado e organizar o resultado da bus-
ca de todos. De modo geral, em países
Taxa de fecundidade
8
IBGE. Censo Demográfico
6
1940 1980
1940/2010. Disponível em:
menos desenvolvidos, a taxa é elevada
1950 1991
https://cnae.ibge.gov.br/ e, em países desenvolvidos, é pequena,
Fórmula Produções/Arquivo da editora
Orientações didáticas Ao final da leitura, peça que comentem sobre o número Atividade complementar
médio de filhos por região, atualmente e no passado. Promo-
⓿ Em sua opinião, o que levou a
va uma breve conversa sobre suas hipóteses para justificar a
Trabalhando com redução do número de filhos. Anote as diferentes hipóteses
redução do número de filhos, de
modo geral?
na lousa e incentive os estudantes a avaliar a validade dos Espera-se que os estudantes
Explique aos estudantes que eles lerão um texto e inter-
argumentos que sustentam cada uma delas. respondam que, em geral, os
pretarão um gráfico sobre a redução do número médio de moradores do campo tinham
Os itens da atividade 6 promovem o detalhamento do
filhos no Brasil. O texto e, sobretudo, o gráfico contêm mui- estudo do número de filhos por família da turma, com o ob- mais filhos porque o custo para
tos números e é preciso cuidado nas suas interpretações. jetivo de ressaltar as possíveis diferenças entre as famílias sustentá-los era mais baixo, as
Dê início à leitura compartilhada, revendo e esclarecendo crianças e os jovens logo aju-
que são ignoradas nos cálculos médios. davam no trabalho doméstico e
dúvidas. Retome com eles, se necessário, o conceito de mé- Os estudantes deverão concluir que a média não repre- na roça, métodos contraceptivos
dia aritmética e problematize o fato de a média não ser um senta necessariamente a realidade da maioria dos indiví- eram desconhecidos, de difícil
número inteiro. Trata-se de ótima oportunidade para a abor- duos. Isso acontece quando há grande diversidade de dados, acesso ou mesmo pouco desen-
dagem interdisciplinar com Matemática. ou seja, quando a realidade é composta por variedade de volvidos na época, etc.
103
Orientações didáticas
Estrutura etária da população
Apresente aos estudantes as pirâmi-
des etárias e dialogue com eles sobre Outra relação bastante importante a ser feita nos estudos populacionais é a proporção entre as dife-
as informações que esse tipo de gráfico, rentes faixas etárias (de idade) e suas tendências para o futuro.
um histograma, apresenta e como os Identificar o número de crianças, jovens, adultos e idosos permite reconhecer as necessidades de inves-
dados são organizados. Peça-lhes que timento em educação, previdência (aposentadoria) e saúde. E, também, permite avaliar se o percentual de
comparem seus formatos e depreen- pessoas em idade produtiva (População Economicamente Ativa – PEA, que inclui as que estão ocupadas e
dam o que indicam sobre a dinâmica desocupadas) terá mais ou menos facilidade para sustentar as demais. Percentuais muito elevados de crian-
populacional do município, do estado ças constituirão alto custo para aqueles que estão em condição de produzir, pois elas precisam de muitos
ou do país que representa. Chame a cuidados (alimentação, saúde, vestuário, lazer, educação, etc.), que exigem tempo e renda dos adultos.
atenção para a base e o topo. Pergun-
Moçambique: pirâmide etária – 2019 Itália: pirâmide etária – 2019
te o que elevados índices de idosos ou
de crianças indicam sobre as condições Idade
(em anos)
Idade
(em anos)
Elaborado com base em: COUNTRYECONOMY.COM. Elaborado com base em: COUNTRYECONOMY.COM.
Disponível em: https://pt.countryeconomy.com/ Disponível em: https://pt.countryeconomy.com/
demografia/estrutura-populacional/mocambique. demografia/estrutura-populacional/italia.
Acesso em: 16 mar. 2022. Acesso em: 16 mar. 2022.
Interpreta-se esse tipo de gráfico comparando três grupos etários. A base, na parte inferior, representa
as crianças e os adolescentes (0 a 14 anos ou 0 a 19 anos) e revela o vigor da taxa de natalidade. O corpo, na
parte intermediária, representa a população adulta (20 a 59 anos) e, portanto, aquela compreendida na PEA.
E o topo, na parte superior, compreende a população idosa (60 anos ou mais), que revela, também, a expec-
tativa de vida.
Países mais pobres tendem a ter elevadas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida, o que leva a
uma estrutura social com poucos idosos e com número de crianças superior ao de adultos. E em países mais
ricos e desenvolvidos, em geral, as pessoas vivem mais tempo e o número de filhos é menor, o que reduz a
participação de crianças no conjunto da sociedade e aumenta a de idosos.
104
Leitura complementar
Pirâmide etária
A pirâmide de idades permite avaliar o número de pessoas por faixa etária e sexo, e seu tamanho (comprimento) depen-
de do total dos nascimentos por geração, da mortalidade e das migrações.
A forma geral da pirâmide também pode ser interpretada. A base larga indica alta natalidade, e o ápice muito agudo é
consequência da baixa expectativa de vida da população.
Quando sua base é mais estreita, e a forma geral, mais cheia, com ápice mais largo, há mortalidade e natalidade baixas,
com predomínio de população adulta e maior expectativa de vida.
Às vezes, sua silhueta pode apresentar reentrâncias, o que indica grande redução de nascimentos, em geral decorrente
de guerras.
MARTINELLI, Marcelo. Mapas, gráficos e redes: elabore você mesmo. São Paulo: Oficina de Textos, 2014. p. 81.
104
1. Em 1980, a pirâmide etária apresentava base bastante ampla, indicando o grande percentual de crianças no total da
população brasileira, e topo estreito, refletindo a pequena presença de idosos. A pirâmide de 2018 apresenta formato
bastante diferente daquela de 1980, refletindo a mudança no perfil etário da população brasileira. Sua base estreitou e
seu topo se alargou, indicando redução da participação de crianças e aumento de adultos e de idosos.
90+ 90+
Homens
85-89
80-84
75-79
Mulheres Homens
85-89
80-84
75-79
Mulheres leira aplicando os conceitos e os mé-
70-74
65-69
70-74
65-69 todos trabalhados no tópico anterior.
60-64 60-64
55-59
50-54
55-59
50-54
As atividades da seção Explore suge-
rem caminhos para a leitura e interpre-
45-49 45-49
40-44 40-44
35-39 35-39
30-34
25-29
20-24
30-34
25-29
20-24
tação desses histogramas. Além disso,
15-19
10-14
15-19
10-14 elas favorecem a contextualização e a
5-9 5-9
7 6 5 4 3 2 1 0
0-4
0 1 2 3 4 5 6 7 7 6 5 4 3 2 1 0
0-4
0 1 2 3 4 5 6 7
elaboração de hipóteses, tornando o
População (%) População (%) processo de aprendizagem mais signi-
ficativo para os estudantes.
Elaborado com base em: IBGE. Projeções e estimativas Elaborado com base em: IBGE. Projeções e estimativas da
da população do Brasil e das Unidades da Federação. Rio população do Brasil e das Unidades da Federação. Rio de
de Janeiro: IBGE. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/ Janeiro: IBGE. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/ Explore
apps//populacao/projecao/. Acesso em: 16 mar. 2022. apps//populacao/projecao/. Acesso em: 16 mar. 2022.
2. Resposta pessoal. Considerando que o estudante tenha 12 anos em 2024, em 2060 ele 3. No topo das pirâmides, sobretudo
terá 48 anos e estará compreendido na faixa 45-49 anos. Provavelmente haverá mais pes- naquelas de 2018 e 2060, a proporção
Explore soas nas faixas logo acima e logo abaixo dessa e menos naquelas
de mulheres é maior que a de homens.
bem mais abaixo e bem mais acima (lembrando sempre que se trata NÃO ESCREVA NO LIVRO.
de uma projeção).
1. Compare as pirâmides de 1980 e 2018, fazendo considerações para cada uma de suas faixas: base, intermediária
Isso significa que a expectativa de vida
e topo. delas é superior à dos homens. Algu-
2. Em que faixa etária você estará na pirâmide de 2060? Observe a quantidade de pessoas nas três faixas etárias
mas hipóteses para explicar esse fenô-
acima e, também, abaixo daquela na qual você estará compreendido. Haverá mais ou menos pessoas nelas com- meno: as mulheres têm mais cuidado
parado com a sua? com a saúde (procuram mais por aten-
3. Observe especificamente o topo das três pirâmides. Como é a proporção de população segundo o sexo? Que dimento médico e realizam acompa-
hipótese você poderia formular para explicar essa configuração? nhamento mais constante); se expõem
menos a alguns tipos de violência urba-
3. Leia a resposta e as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
na (maior cuidado ao dirigir, menor nú-
mero de brigas nas ruas, etc.).
Envelhecimento da população (longevidade)
As mudanças econômicas e sociais no Brasil têm alterado de forma bastante rápida sua estrutura etá-
ria. As melhorias sociais elevaram a expectativa de vida do brasileiro. Observe o gráfico a seguir.
4. A partir de qual Censo a esperança de vida em todas as regiões brasileiras é superior a 60 anos?
105
105
Orientações didáticas De um país com maioria da população vivendo no campo, o Brasil passou a ser um país majoritariamente
urbano. A redução das taxas de natalidade e mortalidade redesenharam a pirâmide etária brasileira em tempo
O trabalho com os conteúdos e grá-
relativamente rápido. O aumento do percentual de idosos na população é algo bastante positivo e um dos
ficos do tópico sobre envelhecimento
indicadores da melhora da qualidade de vida de um modo geral. Porém, também nos impõe novos desafios,
populacional, iniciado na página 105,
como pensar e ofertar renda para um maior número de pessoas aposentadas, bem como cuidados específicos
promove a construção das habilidades
com a saúde, o bem-estar e o lazer dessa parcela da população.
EF07GE04 e EF07GE10, além de estar
diretamente relacionado ao TCT Proces-
6,07 7,30
4,73 5,07
4,05 4,24
0
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 2020 2030 2040 2050
Ano
Elaborado com base em: IBGE. Brasil: uma visão geográfica e ambiental no início do
século XXI. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 64. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.
br/index.php/biblioteca-catalogo?id=297884&view=detalhes. Acesso em: 17 mar. 2022.
106
Eixos do Orientações didáticas
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de
conteúdos proposta nesta página, os
quadros desta página servirão de base
estrutural, possibilitando a sistemati-
DINÂMICAS
zação de conceitos e temas estudados
POPULACIONAIS
e também a oportunidade para sanar
CRESCIMENTO NATURAL
as dúvidas que surgiram ao longo do
(VEGETATIVO)
percurso.
Até 1970:
⓿ alta taxa de natalidade;
Promova a observação e a leitura
POPULAÇÃO BRASILEIRA ⓿ forte redução da taxa de
coletiva do esquema, atentando pa-
⓿ População absoluta – Brasil: mortalidade; ra os conceitos e os temas que foram
país populoso; ⓿ avanço da ciência, da Medicina desenvolvidos ao longo deste capítu-
⓿ População relativa – Brasil: país e no saneamento básico. lo e que serão importantes para o de-
pouco povoado; Após 1970: senvolvimento de habilidades da BNCC
⓿ Distribuição: concentrada na ⓿ urbanização: aumento do custo no decorrer desta e da próxima uni-
faixa litorânea e nas capitais
estaduais.
de vida, aumento das mulheres dade, especialmente as habilidades
no mercado de trabalho, EF07GE04, EF07GE09 e EF07GE10.
aumento de tempo de
formação profissional, novos
DEMOGRAFIA modos de vida, etc. = redução
BRASILEIRA da taxa de natalidade.
ESTRUTURA ETÁRIA
⓿ Proporção de crianças, jovens,
adultos e idosos; LONGEVIDADE
⓿ Dados organizados em gráficos: ⓿ Aumento da esperança de vida
pirâmide etária;
– maior número de idosos na
⓿ 19á0: base bastante larga e população;
topo estreito – muitas crianças ⓿ Necessidades de adequação
e jovens e poucos idosos;
de políticas públicas de
⓿ â01á: estreitamento da base e saúde, previdenciária, de
alargamento do topo – redução acessibilidade, de lazer e
proporcional de crianças e de convivência.
Os estudos
jovens, aumento de adultos e
sobre a população
idosos.
são fundamentais
para planejar as
políticas públicas e
de desenvolvimento
econômico e
bem-estar social.
107
107
2. e) Resposta pessoal. Primeiro, espera-se que o estudante consiga identificar a população absoluta do estado onde mora
e a compare com todos os demais estados brasileiros, argumentando se é um estado com mais ou menos população que
os demais. Em seguida, é esperado que ele compare a situação do estado onde mora com a dos demais estados que per-
tencem à mesma região. Nesse caso, ele fará um estudo regional
Orientações didáticas e poderá concluir que o estado onde mora tem dados superiores NÃO ESCREVA NO LIVRO.
ou inferiores à média dos estados que pertencem à mesma região,
por exemplo.
Atividades Retome População total ou absoluta é soma de todos os residentes de determinado local, sendo classificado
como populoso ou não. População relativa ou densidade demográfica e a população total dividida
pela área do local que ela habita, sendo classificado como muito ou pouco povoado.
1 Qual é a diferença entre população total ou absoluta e população relativa ou densidade
2. A atividade tem o objetivo de auxiliar demográfica? E quais são suas relações com os conceitos de populoso e povoado?
os estudantes na leitura e na interpreta- 2. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
ção do mapa. Avalie a necessidade de 2 Veja, no mapa a seguir, informações sobre a população brasileira. Observe o título, iden-
oferecer mais orientações, como a lei- tifique de quando são os dados e, por meio da legenda, verifique o que as cores indicam
tura do título, para saber qual informa- para então fazer uma boa leitura e interpretação das informações representadas nele.
ção é representada e sua data; o uso a) Qual é o título do mapa?
Brasil: população total – 2010
Brasil: população total – 2010.
das cores, para classificar e diferenciar b) As unidades da Federação com
da do mapa e comparando-o Elaborado com base em: IBGE EDUCA. Disponível em: https://educa.
ibge.gov.br/images/vamoscontar/atividades/populacao_total_
com os demais estados brasi-
uf_2010.jpg. Acesso em: 17 mar. 2022.
leiros e, também, com aqueles 2. b) Vermelho. Acima de 10 000 000 (dez milhões).
da mesma região. 2. c) Laranja-claro. Até 1 000 000 (um milhão) de habitantes.
4 Na sua opinião, o número de pessoas vivendo no município onde você mora é grande,
médio ou pequeno? Que indicadores ou situações você considerou para obter sua con-
5. a) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes identifiquem os espaços e lugares frequentados
clusão?pelos idosos no bairro onde moram e avaliem sua adequação à faixa etária, sobretudo em relação à
acessibilidade e à segurança.
5 O envelhecimento da população brasileira trará novos desafios para a sociedade, como
atendimento médico especializado, aposentadoria, espaços adequados aos idosos e es-
5. b) Respostas pessoais. Espera-se que o estudante dê exemplos de respeito ou
tímulo ao convívio social. desrespeito dos jovens na relação com os idosos.
a) Os idosos do bairro onde você mora frequentam as ruas, praças, clubes, comércio e
igrejas? Esses espaços estão adequados a eles?
b) Os mais jovens convivem e respeitam os idosos? De que forma?
4. Respostas pessoais. A atividade tem como objetivo fazer os estudantes pensarem sobre o tamanho relativo do muni-
cípio onde vivem, se é grande, médio ou pequeno. Para fazer essa afirmação, é necessário estabelecer critérios, parâme-
108 tros, que podem ser relativos, como a comparação com municípios vizinhos, ou absolutos, como a definição de número
de habitantes, conteúdo que será proposto nos próximos capítulos. Por fim, deve ficar claro para os estudantes que a
população brasileira não está distribuída igualmente pelo território, sendo que há estados mais populosos que outros.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
108
7 1. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante apre-
sente suas hipóteses e conhecimentos prévios, aprendi-
da valorização da diversidade, promo-
ção dos direitos humanos, a empatia
dos na escola ou em observações de seu cotidiano. Ele
pode citar melhoria de vida, busca de oportunidades, de
e a alteridade, contribuindo, portan-
trabalho, guerras, problemas ambientais, etc. to, para que os estudantes construam
2. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante avalie
migratórios
e que implicações para as famílias e também para o lugar
decorrem desse fato. e CG9, as CECH1, CECH2, CECH4,
CECH6 e CECH7, as CEG3, CEG4, CEG5,
CEG6 e CEG7, EF07GE02, EF07GE03,
Arquivo do jornal O Estado de S. Paulo/Estadão Conteúdo
EF07GE04, EF07GE09 e EF07GE10, e
também dialogam com os TCTs Educa-
ção para valorização do multiculturalis-
mo nas matrizes históricas e culturais
brasileiras, Diversidade Cultural e Edu-
cação em Direitos Humanos.
A migração tem sido uma constan-
te na dinâmica da população brasilei-
ra. Tanto as migrações internacionais,
caracterizadas pela vinda de imigran-
tes estrangeiros da Europa, África (nes-
se caso, mais marcadamente o tráfico
de pessoas escravizadas) e da Ásia, em
diferentes momentos históricos, quanto
as migrações internas. Este é também
um tema carregado de estereótipos e
de preconceitos contra os migrantes,
sobretudo os que buscam melhor con-
dição de vida. É, portanto, uma exce-
Para começar lente oportunidade para problematizar
Converse com os o senso comum e construir conceitos
colegas e o professor. desprovidos de estigmas e leituras par-
Migrantes provenientes da região Nordeste do Brasil chegando à capital paulista no
ciais, favorecendo a valorização da di-
1. O Brasil é um país
de migrantes. O ano de 1960. versidade e empatia. Nesse sentido, é
que pode levar as possível desenvolver com os estudantes
pessoas, como as os TCTs Educação em Direitos Humanos
da foto, a migrar?
2. A migração é um
Migração e Diversidade Cultural.
Sugerimos iniciar o capítulo promo-
tema relevante A dinâmica da população brasileira é marcada, entre outros fatores, pela vendo a leitura e a análise da fotografia
para a comunidade intensa imigração estrangeira no seu processo de formação e pelos desloca- inicial. Peça aos estudantes que des-
onde você vive?
mentos internos no país. crevam o que é retratado, como são as
Onde você mora
prevalecem os
Os deslocamentos populacionais de curta ou longa distância, temporários pessoas e quais características presen-
movimentos ou permanentes, fazem parte da história. Segundo o artigo 13 da Declaração tes na foto indicam se tratar de uma ce-
de partida ou Universal dos Direitos Humanos: na do passado. A leitura da legenda da
de chegada de […] 2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o pró- imagem fornece informações importan-
pessoas? Como prio e a esse regressar. tes para auxiliar na sua compreensão.
isso afeta a
UNICEF. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Paris: Assembleia Geral das Nações
comunidade e Unidas, 10 dez. 1948. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal Para começar
você? -dos-direitos-humanos. Acesso em: 18 mar. 2022.
Pergunte aos estudantes que desdo-
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Migrar transforma a pessoa, seu lugar de origem e o local do seu destino. bramentos de movimentos como esse,
no passado, são observados no presen-
109 te. Encaminhe a conversa pautada no
que propõe a atividade 1 para avaliar
que saberes eles têm sobre os fluxos
migratórios, sobre o que caracteriza as
BNCC no capítulo Introdução áreas de repulsão e atração populacio-
Competências gerais da Educação Básica (CG): 1, 2, 3 e 9. Neste capítulo, são desenvolvidos temas e conceitos re- nal. Anote no quadro as palavras-chave
lacionados a deslocamentos populacionais, com destaque ditas por eles.
Competências específicas de Ciências Humanas para o
para os fenômenos relacionados ao Brasil, mais especifica- Passe então para a atividade 2. Ex-
Ensino Fundamental (CECH): 1, 2, 4, 6 e 7.
mente os movimentos migratórios internos, o êxodo rural e plore a percepção dos estudantes, o
Competências específicas de Geografia para o Ensino sua relação com urbanização, o movimento migratório atual que não necessariamente corresponde
Fundamental (CEG): 3, 4, 5, 6 e 7. e o problema da xenofobia. à síntese dos fatos concretos. Cuide,
Habilidades de Geografia: EF07GE02, EF07GE03, Os conteúdos foram articulados e encaminhados por meio acolha e problematize eventuais colo-
EF07GE04, EF07GE09 e EF07GE10. de textos, mapas, tabelas e gráficos, representações artís- cações negativas sobre a chegada de
ticas, fotografias e atividades que reconhecem e valorizam migrantes, evocando valores essenciais
Temas Contemporâneos Transversais (TCTs): Educação
ao respeito e ao convívio social.
para valorização do multiculturalismo nas matrizes os conhecimentos científicos, promovem o pensamento crí-
históricas e culturais brasileiras, Diversidade Cultural, tico e criativo, a ampliação do repertório cultural, argumen-
Educação em Direitos Humanos e Vida Familiar e Social. tação, raciocínio geográfico e pensamento espacial, além
109
Orientações didáticas
Os movimentos migratórios
Retome as anotações sobre as cau-
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), órgão ofi-
sas e os fatores que provocam migração
cial da ONU, migrante é a pessoa que deixou de viver em seu lugar habitual
e peça aos estudantes que verifiquem
de residência e passou a viver em outro local (município, estado ou país), de
em qual grupo cada uma delas pode-
maneira temporária ou permanente. Todo migrante é, ao mesmo tempo, um
ria ser classificada, considerando a lis-
imigrante e um emigrante. É um emigrante em relação ao seu local de origem e
ta apresentada no Livro do Estudante.
um imigrante no seu local de destino. Portanto, sua definição depende de qual
Explore também as fotografias, pedindo
que procurem identificar as razões das referencial é adotado.
migrações que elas representam. A diferença de intencionalidade e de duração das migrações nos coloca a
complexa tarefa de distinguir e classificar os deslocamentos populacionais, que
hoje são motivados por diferentes razões e apresentam muitas características.
Os principais critérios para diferenciar e classificar os deslocamentos popu-
lacionais e as migrações da atualidade são:
⓿ migração individual (diversidade de motivações) ou migração de massa
(grande quantidade de pessoas);
⓿ migração voluntária ou migração forçada;
⓿ migração legal ou irregular;
⓿ migração definitiva ou temporária;
⓿ migração interna (limitada ao território de
Reprodução/Arquivo pessoal
um mesmo país) ou internacional (desloca-
mento de um país para outro).
Esses critérios podem ainda ser desdobrados em
outros, como em relação ao espaço (rural ou urba-
no), aos tamanhos e tipos das cidades, às distâncias
dos deslocamentos, à faixa etária e ao gênero dos
migrantes, etc.
Dário Oliveira/Alamy/Fotoarena
Detalhe de fotos e cartas em exposição sobre a contribuição Apresentação de dançarinos bolivianos em
dos imigrantes europeus para a formação da população São Paulo (SP), 2016.
brasileira e do Brasil, no Museu da Imigração Polonesa em
Águia Branca (ES), 2021.
110
110
Movimentos populacionais e Orientações didáticas
Explique aos estudantes que nos es-
suas motivações tudos populacionais são realizados al-
As características dos deslocamentos populacionais são muito variadas e se guns agrupamentos e classificações
alteram ao longo do tempo. Devido às disparidades econômicas entre os paí-
que diferenciam as razões das migra-
ses, muitas pessoas mudam dos locais mais pobres para mais prósperos com a
ções em grandes grupos e subgrupos.
expectativa de melhorar sua condição de vida. Há muitas outras causas, como
Entretanto, os motivos e as causas dos
a oportunidade de trabalho e desenvolvimento profissional, estudos, calamida-
deslocamentos são muitas vezes com-
de ambiental e perseguições políticas ou religiosas.
plexos e, às vezes, classificá-los em
As razões das migrações são, em grande parte, multifatoriais, envolvem
apenas uma categoria pode incorrer
numa simplificação do fato ou do fe-
mais de um aspecto, alguns de difícil classificação, como você já aprendeu. O
nômeno. Por exemplo, a distinção en-
motivo da saída pode estar no lugar onde a pessoa vive ou na expectativa de
tre migração temporária e definitiva tem
vida melhor no local para onde ela
Ekaterina Khudina/Shutterstock
suas nuances. Muitos migrantes se des-
se dirige. Ou nas duas coisas juntas.
locam com o intuito de fixar residência
Se analisarmos caso a caso, pes-
definitiva em outro lugar e, ao sentirem
quisarmos e entrevistarmos cada
saudade daqueles que ficaram para
um dos migrantes, perceberemos
trás, retornam. E outros partem pen-
que a realidade pode ser mais com-
sando em ficar apenas por um perío-
plexa do que aquela sintetizada em
do fora e decidem ficar porque casaram
categorias de análise e conceitos. A
ou avaliaram que construíram uma vida
migração analisada como fenôme-
mais interessante que a anterior.
no social ajuda a obter conclusões
Enfim, os exemplos descritos no pa-
que podem ser aproveitadas para
rágrafo anterior podem demonstrar me-
pensar políticas públicas, acordos
lhor aos estudantes que generalizações
internacionais e elaboração de in-
e sínteses são importantes para a com-
terpretações que ajudam a huma-
O Sahel é uma região da África localizada entre o deserto do Saara e as
preensão do fenômeno, porém, os da-
nidade a acolher as pessoas que vi-
terras férteis ao sul. Nela ocorrem frequentes períodos de seca, de modo dos são obtidos da reunião de histórias
vem em outro local que não aquele que a população rural residente é obrigada a se deslocar para obter individuais, vidas que não podem ser
de suas origens. alimento. Na foto, homem nômade em Chinguetti (Mauritânia), 2021.
resumidas a simples estatísticas.
Delfim Martins/Tyba
Leitura complementar
Motivos religiosos
No Brasil, o primeiro caso de mi-
gração por razão religiosa foi a dos
padres jesuítas europeus que para
cá vieram com o objetivo de catequi-
Construção de barragens zar os indígenas, no início da coloni-
para formação de lagos
das hidrelétricas deslocam zação portuguesa. Fundaram aldeias,
centenas de trabalhadores, chamadas de missões, nas quais
que passam a viver meses na professavam e ensinavam sua fé.
obra ou em suas imediações.
Muitos dos povos indígenas brasilei-
E o enchimento do
reservatório de água pode ros passaram a praticar o sincretismo
obrigar o deslocamento religioso, aceitavam parte do novo
de pessoas que vivem na credo trazido pelos europeus sem
área de inundação, como
esta na fotografia durante
necessariamente abandonar seus
construção de usina em crenças originais.
Altamira (PA), 2014. (Elaborado pelos autores)
111
111
Orientações didáticas
Deslocamentos forçados
Aborde o tema questionando quais
Há situações nas quais as pessoas são deslocadas contra a própria vontade,
fatores poderiam obrigar as pessoas a
por exemplo, devido a perseguições políticas, religiosas, étnicas ou algum even-
migrar e peça aos estudantes exemplos
to extremo, como desastres naturais. Tornam-se refugiadas. Migrar é um direito
atuais e do passado. Espera-se que eles
humano, mas forçar o deslocamento é não respeitar os direitos humanos.
citem guerras, eventos naturais extre-
Há um exemplo significativo para todos nós brasileiros e que está arraigado
mos, perseguições políticas e religiosas,
na formação do Brasil: o tráfico de escravizados de distintas regiões e povos
todos externos à vontade do migrante.
Em alguns casos, esses migrantes são da África para cá – tema abordado no Capítulo 5. Pessoas que foram tratadas
classificados como refugiados. como mercadorias e assim transportadas, mal acomodadas nos conveses de
navios e impedidas de decidir por suas vidas e destinos. Não sabiam ao cer-
Então, peça aos estudantes que
to para onde estavam sendo levadas, e muitas nem chegaram, em razão das
leiam a representação da pintura de
péssimas condições às quais eram submetidas na viagem (há estudos sobre a
Rugendas e avaliem o que é retratado
maior concentração de tubarões ao longo das rotas dos navios negreiros na-
sobre o deslocamento forçado de pes-
quela época em razão da quantidade de corpos que eram jogados ao mar). E,
soas da África para o Brasil, para serem
uma vez em terras brasileiras, podiam ser vendidas ou levadas por seus proprie-
comercializadas. Esse tema é retomado
tários para qualquer outro local, também sem poder escolher seus destinos.
nesse momento por ser estrutural para
compreender o Brasil, agora sob a ótica
Reprodução/Coleção particular
Leitura complementar
América, mosaico da África lho, os pesquisadores compararam o perfil genético de 6.267 indivíduos oriundos
O tráfico de escravos africanos, maior movimento de migração forçada dessas populações e de outras 11 da África. Os dados sugerem que a mistura nas
documentado pela história, moldou a composição genética das populações de Américas se intensificou entre 1750 e 1850, com o pico da chegada de africanos
norte a sul das Américas. Mais de 12,5 milhões de africanos foram trazidos para escravizados. Uma consequência da vinda de um número tão elevado de pessoas
o continente americano de 1514 a 1866 – a maior parte (61%) entre 1750 e 1850. Esse e da miscigenação é que, nas Américas, cada população afrodescendente preser-
período de maior tráfico transatlântico de escravos coincidiu com o aumento da va uma parte importante da diversidade das populações que partiram da África
miscigenação nas Américas (Molecular Biology and Evolution, 3 de março). Uma entre 500 e 150 anos atrás.
equipe internacional coordenada pelo geneticista Eduardo Tarazona Santos, da HENSCHEL, Alberto. América, mosaico da África. Pesquisa Fapesp, ed. 290, abr. 2020.
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), encontrou sinais dessa mistura no Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/america-mosaico-da-africa/.
genoma de nove populações das Américas com ascendência africana. No traba- Acesso em: 2 jun. 2022.
112
Migrações internas Isso ajuda a explicar por que no
Brasil foi desenvolvido um projeto na-
A maioria das migrações ao redor do mundo é interna, ou seja, se dá dentro cional bastante amparado no espaço,
de um mesmo país. Segundo o Censo Demográfico de 2010, cerca de 15% dos no território, e não tanto na ideia de
brasileiros não vivem na mesma unidade da Federação onde nasceram e esse nação e nacionalismo, como se deu
número se aproxima de 35% se considerarmos as mudanças de município, o em outros países. Muito em razão de
seu conteúdo populacional original-
que é expressivo e revela a importância das migrações internas para se com-
mente constituído por diversos povos
preender o país.
nativos e africanos escravizados, o
que dificultava o processo de cons-
113
Orientações didáticas Na trilha da Cartografia Mapas
Na trilha da Cartografia
Deslocamentos populacionais Brasil: distribuição da população – 2020*
também favorece a construção das ha- ciada aos ciclos de crescimento ou à estagnação PI PE
PB
AC
bilidades EF07GE09 e EF07GE10. econômica. TO AL
RO SE
MT BA
Para ler, interpretar e comparar os *População estimada para o ano de 2020: DF OCEANO
GO ATLÂNTICO
mapas destas páginas, os estudantes 211 755 692 habitantes.
MS
MG
precisam, primeiro, identificar como a Elaborado com base em: DISTRIBUIÇÃO e OCEANO
ES
REGIÃO
nhadas com espessuras variadas para Os deslocamentos populacionais pelo 30
NORDESTE
37
representar valores diferentes, ou seja, território brasileiro foram se tornando
2
10
26
0
00
44
38
28 32
o número de pessoas que migraram é
51
7
0
265
33
mais complexos ao longo do tempo e o
5 37
47
000
0
maior nas setas mais largas.
75
mapa migratório do país (marcado por
231
23 0
8
725 05
21
4
73
A leitura dos mapas deve possibilitar setas que indicam origem, destino e volu- REGIÃO 16
14
4
CENTRO- 511
-OESTE
me dos deslocamentos populacionais) foi
aos estudantes concluir que a região 78 3
44 REGIÃO
SUDESTE
17 4
72 055
sendo redesenhado, apresentando signifi-
43 020
OCEANO OCEANO
Nordeste sempre teve um importante
15
8
54
PACÍFICO ATLÂNTICO
cativas alterações no início do século XXI.
6
19
papel na dispersão da população. Isso
Trópico de C
a pricórni
o
Origem
Consequentemente, nos mapas, também
6
confirma o senso comum, que associa o
29
Região Nordeste
5
10
foram surgindo mais setas, de variados
nordestino com a migração. Entretanto,
Região Sudeste
REGIÃO
volumes populacionais e outras distâncias. Região Centro-Oeste SUL
há contrapontos no mapa que explici- Os atuais fluxos populacionais inter- Região Norte
0 495 990
tam que há migrantes de muitas outras nos indicam o seguinte:
Região Sul
km
localidades brasileiras, e, que no início ⓿ São Paulo – redução da atração. Elaborado com base
do século XXI, tem havido uma intensi- ⓿ Aumento de migrações de médias e curtas distâncias. em: IBGE. Atlas Nacional
Digital. Disponível em:
ficação da migração de retorno para o ⓿ Cidades médias (até 500 mil habitantes) passaram a atrair mais pessoas. https://www.ibge.gov.br/
Nordeste, ampliando o número de nor- ⓿ Nordeste – aumento da retenção da população.
apps/atlas_nacional/pdf/
and2018_138_Migracoes
destinos deixando a região Sudeste, so- ⓿ Migrações de retorno – Nordeste e Paraná. _interregionais_2015.pdf.
bretudo São Paulo. Acesso em: 15 mar. 2022.
⓿ Enfraquecimento das fronteiras de expansão agrícola.
É importante ressaltar que a hege- Leia as informações sobre deslocamentos de população no Brasil nos qua-
monia de determinada atividade eco- dros da página seguinte.
nômica em um período não significa
a completa aniquilação da atividade 114
anterior e tampouco a inexistência de
outros tipos de atividades. Outra impor- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
114
A leitura do texto complementar am-
plia a reflexão sobre o papel da popu-
A força da economia lação na formação do país. Avalie se é
O quê? Quando? Onde? Quem? o caso de trabalhar alguns trechos de-
Açúcar
Século XVI até meados do século Zona da Mata nordestina
Mão de obra de escravizados.
le com os estudantes. Esses encami-
XVIII. (destaques: Pernambuco e Bahia).
nhamentos possibilitam desenvolver as
Fim do século XVII até fim do
Ouro
século XVIII.
Sobretudo em Minas Gerais. Mão de obra de escravizados. habilidades EF07GE02 e EF07GE04, a
Meados do século XVIII e Norte e Nordeste, sobretudo CEG3, a CEG4, a CECH7, a CG1 e a CG2.
Algodão Mão de obra de escravizados.
começo do século XIX. Maranhão.
Fim do século XIX até início do Mão de obra de escravizados e 1. Oriente a elaboração desta ativida-
Café Sudeste, sobretudo São Paulo.
século XX. assalariados. de em duplas. Após 15 minutos, junte
Borracha Fim do século XIX e início do XX. Região Norte, sobretudo Acre.
Trabalho livre (extrativismo) e mão
de obra de assalariados.
duas duplas e oriente-as a compartilhar
Sudeste, sobretudo São Paulo e Rio
suas interpretações (determine 10 mi-
Indústria Fim do século XIX e século XX. Mão de obra de assalariados.
de Janeiro. nutos para essa etapa). Por fim, faça a
Elaborado com base em: FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2019; THÉRY, Hervé; MELLO-THÉRY, Neli correção oral, registrando palavras-cha-
Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2008; OLIVEIRA, Luiz Antonio ve na lousa e esclarecendo dúvidas.
Pinto de; OLIVEIRA, Antônio Tadeu Ribeiro de (org.). Reflexões sobre os deslocamentos populacionais no Brasil. Rio de
Janeiro: IBGE, 2011. v. 1 (Série Estudos e análises: informação demográfica e socioeconômica). Disponível em: https:// Preveja 5 minutos para os estudantes
biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv49781.pdf. Acesso em: 18 mar. 2022. adequarem suas respostas no caderno.
Migrações internas brasileiras – Séculos XX e XXI 2. Leia e explique as etapas desta pro-
Entre 1930 e 1980 A partir de 1980 posta de atividade, que deverá ser rea-
Situação das residências de lizada em período extra-aula e envolver
Campo-cidade (êxodo rural). Cidade-cidade (fenômeno urbano).
origem e destino
Industrialização e modernização da Desconcentração relativa das atividades
os pais ou responsáveis pelos estudan-
Causas centrais
agricultura. econômicas. tes. Sugira que, após elaborar o pri-
Principais consequências
Urbanização, crescimento das Aumento de fluxos intrarregionais e migração de meiro esboço do croqui, o estudante
cidades e metropolização. retorno, crescimento das cidades médias.
convide seus pais, responsáveis e ou-
Elaborado com base em: FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2019; THÉRY, Hervé; MELLO-THÉRY, Neli
Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2008; OLIVEIRA, Luiz Antonio
tros parentes para inserir mais informa-
Pinto de; OLIVEIRA, Antônio Tadeu Ribeiro de (org.). Reflexões sobre os deslocamentos populacionais no Brasil. Rio de ções na representação cartográfica que
Janeiro: IBGE, 2011. v. 1 (Série Estudos e análises: informação demográfica e socioeconômica). Disponível em: https:// está em elaboração, demarcando luga-
biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv49781.pdf. Acesso em: 18 mar. 2022.
res que foram importantes em suas his-
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
tórias de vida. Ou, ainda, que eles criem
croquis cartográficos para representar
1 Considere os mapas e descreva a inserção do estado onde você vive na evolução dos fluxos po-
suas histórias, dialogando com princí-
pulacionais internos brasileiros. Resposta variável de acordo com o local onde os estudantes vivem.
pios e métodos da cartografia social.
2 Você está neste lugar onde vive porque seus antepassados migraram. Eles podem ter enfren- Combine com os estudantes uma data
tado dificuldades e alegrias no processo e tiveram seus motivos para deixar seus lugares de para eles trazerem suas produções par-
origem. Com base nisso, siga as orientações: 2. Leia as orientações para a atividade neste ciais para compartilhar com os colegas
Manual do Professor.
a) Converse com seus familiares para saber os locais de origem de seus antepassados. Busque de turma, organizados em grupos de 4
descobrir quando partiram e as razões que os levaram a migrar. a 5 integrantes, e assim ampliar seus
b) Elabore um croqui cartográfico para localizar os municípios ou áreas de origem de seus an- repertórios e verificar como podem
tepassados. Trace linhas ou setas para representar o caminho que fizeram, identificando o(s) proceder para aperfeiçoar suas produ-
familiar(es) e as datas aproximadas. ções. Atenda individualmente aqueles
c) Compare o croqui da migração de seus familiares com as informações destas páginas e veri-
que estiverem com dificuldade. Mar-
fique se eles se inserem nos grandes fluxos migratórios do Brasil.
que outra data para a apresentação
final e a reflexão coletiva proposta no
d) Se você pudesse conversar com alguns de seus antepassados sobre como era a vida deles
item d. Os croquis e essa reflexão co-
no local onde nasceram e o contexto de suas migrações, o que gostaria de saber? Elabore as
letiva podem ser organizados para se-
perguntas que faria e anote-as no caderno. Compartilhe-as com os colegas de sala e, juntos,
rem apresentados para os familiares e
pensem em possíveis respostas que poderiam obter.
demais integrantes da comunidade es-
colar. Converse com o coordenador pe-
dagógico para avaliar como proceder.
115
Frentes de expansão – conceito amplo, que engloba todos os movimentos de deslo- local, ocupação das vilas, uso e ampliação dos caminhos e estradas delimitados pelos
camento populacional e do capital para novas áreas, para partes do território ainda não primeiros migrantes. Há maior investimento financeiro e a finalidade da ocupação é a
inseridos no sistema produtivo (“fundos territoriais”) e tampouco efetivamente ocupados produção comercial. A frente pioneira traz um conjunto de infraestruturas materiais e
pelos povos originários. Entretanto, há frentes de expansão que se caracterizam por mo- imateriais, como estradas, ferrovias, energia, máquinas, edificações, loteamentos de
vimentos menos volumosos e menos violentos no contato entre culturas. Trabalhadores terras, alguns órgãos públicos, igrejas, agências bancárias, financiamento, leis, normas,
rurais que se deslocam para terras distantes e se apropriam dela para seu sustento, etc. Nesse processo, é comum expulsar os posseiros, que não dispõem de títulos legais
os posseiros, são um exemplo. Não é incomum que, ao longo do tempo, estabelecem que comprovam que são donos das terras que ocupam, e invadir terras indígenas.
relações com os povos originários e a constituição de modos de vida também bastante (Elaborado pelos autores)
regulados pelos ritmos da natureza. Não se trata de um empreendimento econômico.
Frentes pioneiras – é por excelência um empreendimento econômico. Pode se
valer das estruturas constituídas pela frente de expansão anterior, como o conheci-
mento produzido sobre o território e povos originários, contratação de mão de obra
115
Orientações didáticas
Êxodo rural e urbanização
É muito importante que os estudan-
Os deslocamentos definitivos do campo para as
tes compreendam o êxodo rural como
locais (migrações para municípios pró- ⓿ Com base nos gráficos a seguir, descreva a evolução das populações rural e urbana da região onde se localiza
ximos ou dentro de um mesmo estado, o estado em que vive atualmente, comparando com o processo em todo o Brasil.
por exemplo), intrarregionais (dentro de
Brasil: evolução das populações rural e Brasil: evolução da proporção da população
uma mesma região) ou inter-regionais urbana – 1950-2010 urbana – 1950-2010
(entre regiões distintas). 16 100
2010
84
A leitura do gráfico de barras per- 44
Ano
1970 90
56
mitirá aos estudantes a compreensão 1950 64 80
Banco de imagens/
Arquivo da editora
36
de que o percentual da população do 0 20 40 60 80 100 (%)
70
%
Elaborado com base em: IBGE. Séries
lação urbana foi aumentando. Por meio históricas e estatísticas. Disponível em:
40
30
dos gráficos de linhas, os estudantes https://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.
20
poderão comparar a evolução da região aspx?vcodigo=POP122. Acesso em: 22 mar. 2022.
A partir dos anos 1990, diminuiu o fluxo campo-cidade. O desenvolvimento de novos centros econômi-
cos dispersos pelo território nacional enfraqueceu as intensas migrações entre as regiões (inter-regionais),
ainda importantes, e intensificou as migrações entre os estados de uma mesma região (intrarregionais). As
cidades médias passaram a receber um significativo número de migrantes.
116
116
Orientações didáticas
Deslocamentos pendulares
Este tópico desenvolve uma das con-
O êxodo rural brasileiro, associado à grande concentração econômica em alguns pontos do território,
sequências do êxodo rural brasileiro. É
alimentou o rápido crescimento populacional das grandes cidades, ocasionando inchaço urbano e metro-
importante os estudantes associarem a
polização.
intensidade e volume da migração com
O rápido crescimento proporcionou o alargamento da mancha urbana em direção às periferias e aos
o aumento da densidade demográfica,
municípios vizinhos. Muitas pessoas passaram a ter domicílio nessas cidades vizinhas, onde o custo de mo-
tanto da principal cidade de destino co-
radia é menor, e a trabalhar e estudar em outro município, que concentra as ofertas de trabalho e formação
mo dos municípios vizinhos, integrando
educacional. Esses municípios são interligados por uma rede de transporte.
esses espaços pelos fluxos cotidianos
Além disso, os altos custos e a perda da qualidade de vida nos grandes centros urbanos levaram uma
de pessoas, urbanização e conurbação,
parcela da população a ir viver em municípios próximos.
construindo um contínuo paisagístico
Essa separação entre local de moradia e local de trabalho e estudo resultou em intensos fluxos coti-
urbano muito semelhante.
dianos de pessoas de um município a
Rio de Janeiro: movimento pendular da Região Explique aos estudantes que para
outro, geralmente no início e no fim do Metropolitana – 2010 muitas pessoas que realizam o des-
dia. O movimento de pessoas, de ida
Balsa de transporte de
passageiros entre o trecho
de Rio de Janeiro (RJ) e
Niterói (RJ), 2021.
117
117
Orientações didáticas
Retirantes Leia as orientações sobre esta página neste Manual
do Professor.
Associar a migração ao retirante nor-
Uma associação que muitos brasileiros fazem em relação à migração é a do
destino dirigindo-se a centros urbanos
retirante nordestino empobrecido pela seca no Sertão, caracterizado pelo solo
do Sudeste não sintetiza o que é a mi-
rachado e pela vegetação seca. É uma paisagem que realmente se pode ver na
gração hoje no país.
região de tempos em tempos e bastante explorada pela mídia televisa.
Fato é que com o declínio da impor-
O Sertão é também a paisagem de clássicos da música, literatura e artes
tância do açúcar na economia nacional,
plásticas brasileiras. Então, não é de estranhar essa visão estereotipada que
que favoreceu a constituição do Nordes-
não é autêntica e se construiu da região.
te como o centro econômico do país até
meados do século XIX, a região passou a
Reprodução/Memorial J.Borges
ser o principal polo de repulsão popula-
cional brasileiro, resultando na marcha
de muitos de seus habitantes em dire-
ção à Amazônia, que viveu intensa ex-
ploração da borracha, um dos primeiros
movimentos de emigração em massa da
região. É fato também que, desde a he-
gemonia do complexo cafeeiro, sucedi- Os retirantes, de José
Francisco Borges, sem data
da pela industrialização, o Sudeste se (xilogravura). A família
constituiu como a grande área de atra- retirante nordestina foi
bastante retratada em
ção populacional e principal destino
xilogravuras, em literatura de
dos migrantes nordestinos. Entretanto, cordel. Sua circulação fora
os descolamentos populacionais inter- de contexto contribuiu para
a construção da imagem
nos no Brasil são mais difusos e com- estereotipada do nordestino.
plexos, como foi estudado.
O fenômeno dos retirantes insere-se no contexto do êxodo rural associado a
Explore a reprodução da xilogravura
um aspecto climático, mas não apenas. Trata-se de migrações de trabalhadores
do artista popular pernambucano José
rurais para os centros urbanos nordestinos e também para o Sudeste em razão
Francisco Borges, ou simplesmente J.
de um fenômeno natural, o clima semiárido - atuante em parte da região -, que
Borges. Peça aos estudantes que des-
compreende períodos de estiagens, mas esse não é o único e, muito menos,
crevam o que está retratado, como as São Paulo (SP) é a “maior
o principal fator. cidade nordestina fora do
pessoas estão vestidas, o número de Nordeste”. Monumento ao
Os principais fatores são: a concentração da propriedade rural; o abandono
crianças, o meio de transporte e a ve- Migrante Nordestino no
do poder público, evidenciado pela falta de infraestrutura local, como estradas, Largo da Concórdia, região
getação. central da cidade de São
canais de irrigação e cisternas; lideranças econômicas e políticas regionais e lo-
Você pode pedir a eles que pesqui- Paulo (SP), 2021.
cais que mobilizam as verbas públicas
sem como o Sertão nordestino foi apre-
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
J. Borges
Itaú Cultural.
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8837/j-borges. Acesso em: 29 jun. 2022.
No site do Itaú Cultural, está disponível a biografia e outras informações sobre o poeta e xilogravador.
118
Orientações didáticas
Você sabia?
Você sabia?
Migração sazonal
Chame atenção para a relevân-
O termo transumância é uma designação originalmente utilizada para
cia da sazonalidade, do ritmo da na-
identificar as migrações regulares de pastores e seus rebanhos de acordo com a
estação do ano e em busca de pasto ou locais mais quentes e abrigados. Hoje,
tureza, para a caracterização desse
aplica-se aos movimentos migratórios temporários, quase sempre relacionados tipo específico de migração temporá-
ao deslocamento de pessoas em determinadas épocas do ano para a execução de ria. Problematize a validade desse fator
determinados tipos de trabalho agropecuário, no campo, como colheita manual. atualmente, considerando tanto o de-
Podem ser compreendidos como migração sazonal. senvolvimento da tecnologia (sementes
No Brasil, alguns aplicam essa terminologia para se referir às migrações selecionadas ou geneticamente modifi-
temporárias de trabalhadores rurais entre o Sertão e a Zona da Mata, sub-regiões
cadas, adubação, irrigação de precisão,
do Nordeste, que, após colheita do feijão e do milho, vão trabalhar no período
de corte da cana e, depois, retornam às suas lavouras. É um fenômeno social que
etc.) quanto a possibilidade de produ-
também pode ser inserido nos movimentos pendulares de deslocamentos da ção de mais de uma safra por ano de
população. determinados gêneros agrícolas. Ques-
O corte da cana-de-açúcar é uma atividade responsável por esse tipo de tione, também, as mudanças econômi-
movimentação de pessoas para determinados espaços rurais também em outros cas e a contratação de trabalhadores
estados brasileiros, como São Paulo, Paraná e Minas Gerais. São os trabalhadores temporários em outros setores, como
volantes, ou “boias-frias”, assim nomeados em razão das precárias condições
indústria e comércio. Outro exemplo
de trabalho, sendo uma de suas características alimentar-se de marmitas frias
que levam ao trabalho, onde não há instalações para aquecê-las e tampouco
relacionado à sazonalidade é o turis-
sanitários adequados. mo de inverno e de verão, e os empre-
gos temporários criados para atender a
Luciana Whitaker/Pulsar Imagens
1 Investigue se no município ou estado onde você vive há pessoas que chegam para rea-
lizar trabalhos temporários ou que partem para fazê-los em outras localidades, retor-
nando depois para seus locais de origem.
2 Descreva a atividade que eles realizam em seus locais de origem e de destino da migra-
ção temporária.
1 a 4. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes pesquisem a realidade do município ou estado onde vivem
para verificar a existência de trabalhadores temporários em alguma atividade específica e que caracteriza desloca-
mentos de massa, e não apenas de um ou dois indivíduos. Eles devem especificar a atividade que os migrantes
realizam no local de destino e o que costumam realizar em seus locais de origem, e caracterizar os trabalhadores 119
(faixa etária, sexo, cor/raça, classe social, etc.).
119
Orientações didáticas Trabalhando com reportagem de jornal
Trabalhando com Divulgação de dados sobre os migrantes
Converse com os estudantes sobre O jornalismo cumpre importante papel de divulgar informações, veiculando-as por meio impresso,
como eles fazem para se informar so- televisivo, digital ou radiofônico. Bons jornais e programas jornalísticos reúnem, sintetizam e apuram fa-
bre o que acontece na comunidade tos, buscando transmiti-los de modo compreensível para a população. Também produzem notícias por
onde vivem, no município, no país e meio de investigações e reportagens. E cada um deles seleciona o que avalia ser importante comunicar
no mundo. Pergunte como fazem para segundo seus princípios, responsabilizando-se pelo que publicam. A maioria vive do número de leitores
averiguar a veracidade dessas informa- e da publicidade.
ções. Pode ser um momento oportuno
para discutir as fake news veiculadas NÃO ESCREVA NO LIVRO.
120
bastante por volta de 2016, em razão
Xenofobia da crise econômica e política do país.
Não é incomum a migração ser interpretada como um problema em vez de como um fenômeno social
semelhante a tantos outros. Alguns discursos transmitem a preocupação com a eventual chegada de pes- Atividade complementar
soas “estranhas”, revelando desconhecimento, medo e preconceito em relação ao migrante.
⓿ Observe a nuvem de palavras a
Esse sentimento de temor, desconfiança, antipatia, quando potencializado, pode desdobrar-se em vio-
seguir:
lência física e moral contra as pessoas originárias de outras localidades e/ou em políticas que visam inibir
migração – deslocamento –
sua chegada. Esses comportamentos e práticas denominam-se xenofobia. população – origem – destino
Leia o trecho do texto a seguir, que explica esse termo: – refugiados – fluxos – interna-
O termo xenofobia provém do conceito grego composto por xenos (“estrangeiro”) e phóbos (“medo”). A cional – nacional – povo – pes-
xenofobia faz, deste modo, referência ao ódio, receio, hostilidade e rejeição em relação aos estrangeiros. soa – liberdade – direito – pre-
A palavra também é frequentemente utilizada em sentido lato como a fobia em relação a grupos étnicos diferen- conceito – xenofobia – pobreza
tes ou face a pessoas cuja caracterização social, cultural e política se desconhece. – oportunidade – medo – segu-
DE LA GARZA, Cecília. Xenofobia. Open Editions Journals, v. 7, n. 2, 2011. rança – racismo – economia
Disponível em: https://journals.openedition.org/laboreal/7924. Acesso em: 10 maio 2022. – cultura – política – restrição
– deslocado – religião – atra-
Reprodução/Twitter
2. Resposta pessoal. Elas vão variar bastante em razão da percepção e da avaliação dos estudantes e dos seus fami-
liares. Eles podem responder que a oferta é suficiente ou insuficiente, apontar que o Estado falha no acolhimento
e no planejamento para o acolhimento dos migrantes que chegam ou, ainda, apontar que esse novo contingente 121
pressiona as estruturas existentes.
Orientações didáticas É possível, com base no tema, tratar das imigrações bra-
sileiras mais recentes. Apesar de o país não exercer grande
Sugerimos encaminhar este tópico promovendo a leitura atração do migrante internacional, no século XXI, registrou-
da campanha do Senado brasileiro contra a xenofobia para -se um relativo aumento de entrada de sul-americanos,
os estudantes compreenderem do que se trata. Pergunte a
africanos (ganeses e senegaleses, sobretudo), cidadãos
eles se saberiam dar exemplos concretos que tenham pre-
de outros continentes e também do retorno de brasileiros,
senciado ou visto nos meios de comunicação. Então, enca-
muito em razão da sua estabilidade política e econômica
minhe as propostas de atividade da seção Explore.
e redirecionamento de sua política externa como líder re-
Explore gional, e das oportunidade econômicas que isso trouxe ao
Parte dessa proposta foi prevista para ser desenvolvida país. Além de paraguaios e bolivianos, o Brasil passou a re-
junto aos pais ou responsáveis dos estudantes. Combine ceber haitianos, venezuelanos, colombianos e sírios, muitos
com eles algumas datas para organizar os trabalhos, como vindos como refugiados, a partir de 2010. É sempre impor-
uma data para apresentação prévia das pesquisas e ano- tante ressaltar que, numericamente, esse fluxo é pouco ex-
tações que realizaram. pressivo no total mundial e que esse movimento arrefeceu
121
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
l
Eixos do capítulo
Retome com os estudantes os con-
teúdos trabalhados neste capítulo e MOVIMENTOS
peça-lhes que apresentem explicações MIGRATÓRIOS
sobre o que aprenderam a partir dos
pontos destacadas nos quadros desta
seção. É importante que eles consigam MIGRAÇÕES INTERNAS
diferenciar diferentes tipos de desloca- ⓿ Principais motivos no Brasil: ciclos econômicos e
mentos populacionais e os resultados pobreza;
desse fenômeno no espaço geográfico. MIGRAÇÕES ⓿ Áreas de atração se formam com o
Considere tratar da dinâmica atual de ⓿ Tipos, causas e fatores variados; deslocamento do eixo econômico;
fluxos e, se pertinente, da situação na ⓿ Individuais, em massa, espontâneas, ⓿ Áreas de expulsão marcadas por estagnação ou
planejadas, forçadas, definitivas, declínio econômico e redução de oferta de
área onde vivem, demonstrando aspec-
temporárias, legais, irregulares; trabalho e renda;
tos populacionais do local. ⓿ Motivação econômica é a principal ⓿ Nordeste: historicamente, centro de dispersão
causa; populacional;
⓿ Áreas de expulsão e de atração. ⓿ São Paulo e Rio de Janeiro: historicamente,
centros de atração populacional;
⓿ Projetos de ocupação do interior: frentes
pioneiras e expansão agrícola.
DESLOCAMENTOS
POPULACIONAIS
INTERNOS E DE
ORIGEM EXTERNA
ÊXODO RURAL
⓿ Grande deslocamento de pessoas
do campo para a cidade – DINÂMICA ATUAL DOS FLUXOS
crescimento das cidades e INTERNOS
urbanização; ⓿ São Paulo: reduzindo poder de atração;
⓿ Retirantes: fenômeno social e ⓿ Cidades médias: passam a atrair mais pessoas;
político, também associado ao ⓿ Nordeste: aumento de retenção da população;
fenômeno natural da seca ⓿ Fronteiras de expansão agrícola: perdem força.
(indústria da seca) – localizado
no Sertão nordestino.
Brasil é marcado pela grande entrada de imigrantes no país e pelos deslocamentos internos de sua população.
Papel do Estado é relevante na interiorização da população a partir da segunda metade do século XX.
⓿ Xenofobia: preconceito e tratamento desumano contra imigrantes. No Brasil, as principais vítimas são
estrangeiros pobres e também nordestinos, quilombolas e indígenas.
122
122
1. Grande parte das migrações tem razões econômicas; as pessoas
migram para melhorar de vida, mas há muitas outras causas, como
a oportunidade de trabalho e desenvolvimento profissional, estudos,
calamidade ambiental, perseguições políticas ou religiosas, etc.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Orientações didáticas
2. A perda de importância do açúcar na economia internacional e o desenvolvimento de centros econô-
micos dinâmicos no Sudeste explicam os fluxos históricos de pessoas entre essas duas regiões. Apesar
Retome de a maior parte dos migrantes nordestinos terem partido de regiões que não sofrem com o fenômeno
da seca, a concentração fundiária, as estiagens e a falta de políticas sociais também contribuem para a
Atividades
expulsão do nordestino do Sertão.
1 Cite os principais motivos que levam as pessoas a migrar.
4. Em 2015, o Nordeste era a região on-
2 Como podemos explicar que a região Nordeste historicamente se constituiu na principal área de ex-
de viviam menos pessoas vindas de ou-
pulsão de população e que a região Sudeste se tornou a principal área de atração populacional?
tros estados; e a região Centro-Oeste,
3 O que provocou o êxodo rural brasileiro e quais foram as suas principais consequências? onde viviam mais. Uma das explicações
4 Leia o gráfico a seguir e responda: Quais regiões apresentam os maiores e os menores percentuais de pode partir do pouco potencial de atra-
pessoas que moram fora de seu estado de origem? O que poderia explicar isso? ção da economia nordestina sobre as
4. Leia a resposta para a atividade neste Manual do Professor. pessoas de outras regiões (a maior par-
3. Os principais fatores que promoveram
Brasil: migração interna – 2015 o êxodo rural brasileiro estão relacionados te da migração é composta do retorno
ao processo de industrialização do país, às
mudanças da economia, à mecanização da
de nordestinos), algo que vem mudan-
40
34 agricultura, à estrutura fundiária e à con- do nas últimas décadas, e pelo grande
centração de terras. Entre as consequên-
30 cias, temos um elevado número de mulhe- impacto dos migrantes em uma região
res e crianças nas cidades de repulsão (os pouco povoada como o Centro-Oeste,
homens foram a maioria dos que saíram
20 além da atração que sua agricultura co-
%*
123
8
1. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante dê sua opinião sobre desi-
BNCC no capítulo gualdade social e forneça exemplos. Ele também pode apenas dar alguns
exemplos, sem explicar o conceito de desigualdade social.
2. Respostas pessoais. Espera-se que o estudante cite exemplos de desi-
Competências gerais da Educação gualdade social presentes no local em que vive, por exemplo, as diferenças
nos tipos e na localização de moradias (considerando, inclusive, o exemplo da
Básica (CG): 1, 2, 3, 4, 7, 9 e 10. foto, em área atingida por cheia do rio), nos serviços e produtos consumidos,
na renda, na posse de bens, como veículos automotores, etc.
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental (CECH): 1, 2, 3, 4, 6 e 7. Desigualdades sociais
3. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante cite alguns exemplos mais comuns, como renda, qua-
Competências específicas lidade da moradia (tamanho, número de quartos e banheiros), número de bens (televisor, computador,
de Geografia para o Ensino ar-condicionado, etc.), entre outros. Marcos Amend/Pulsar Imagens
Fundamental (CEG): 3, 4, 5, 6 e 7.
Habilidades de Geografia: EF07GE04,
EF07GE06, EF07GE09 e EF07GE10.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Diversidade Cultural, Educação
em Direitos Humanos e Saúde.
Introdução
Neste último capítulo da Unidade 2,
são abordados significantes problemas
sociais brasileiros a partir da leitura e
interpretação espacial e geográfica da
desigualdade econômica e também a
relação entre pobreza e extrema po-
breza com raça ou cor, gênero e região.
Dessa forma, são apresentados e ana-
lisados índices socioeconômicos, co-
mo renda, índice de Gini e IDH, para
explicitar as desigualdades socioespa- Para começar
ciais existentes no Brasil. Os textos e Converse com os
atividades elaborados sobre esses te- colegas e o professor.
As margens dos rios são locais mais sujeitos a enchentes e veiculação de doenças.
mas priorizaram a perspectiva crítica e 1. Defina o que é desi- Na foto, vista de drone em área alagada próxima à margem do rio Negro, em
transformadora da realidade, na com- gualdade social para Manaus (AM), 2021.
preensão e superação dos problemas, você.
dialogando com as CG1, CG2, CG7 e 2. Como a desigualdade Contrastes socioespaciais
CG9, CECH1, CECH2, CECH3 e CECH4 social se manifesta no
e CEG6 e CEG7. Também foram mo- bairro ou município O Brasil é um país de contrastes. Para além da diversidade de paisagens
onde você vive? Há si-
bilizadas linguagens visuais, como re- naturais que formam seu extenso território, a formação do país e de sua so-
tuações como a da fo-
presentações artísticas e charges para tografia nesse local?
ciedade provocou e mantém grandes desigualdades na oferta de infraestru-
sensibilizar os estudantes para o pro- tura, bens e serviços, caracterizando suas paisagens humanas ou culturais.
3. Que indicadores so-
blema e também ampliar seu repertório cioeconômicos podem
Podemos, então, distinguir dois conjuntos de desigualdades: a social e a
cultural e de apreciação estética, de- ser aplicados para espacial. A social se manifesta entre determinados grupos de pessoas. A es-
senvolvendo as CEG3 e CEG4. Os gráfi- identificar a qualidade pacial ou territorial se caracteriza pela oferta de equipamentos e serviços
cos e os mapas possibilitam ampliar o de vida de determina- variados em cada local, em suas diferentes escalas: entre grandes regiões,
da população?
desenvolvimento do pensamento espa- estados, municípios e até mesmo bairros. E, por fim, podemos avaliar como
cial e do raciocínio geográfico mobiliza- NÃO ESCREVA NO LIVRO. as desigualdades e diferenças sociais estão espacializadas no território e se
dos nos textos, de forma coerente com configuram em desigualdades socioespaciais.
as CEG3 e CEG4.
O desenvolvimento dos temas des- 124
te capítulo também possibilita a cons-
trução de competências e habilidades Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
previstas na BNCC que tematizam as- social e que imagem seria mais adequada para retratar a Diferencie desigualdade social de espacial. Proponha
pectos socioemocionais, respeito, valo- desigualdade social que eles mais percebem onde vivem aos estudantes que analisem a desigualdade social no mu-
rização da diversidade e promoção dos ou por onde circulam. Esses encaminhamentos dialogam nicípio onde vivem, pedindo, por exemplo, que comparem
direitos humanos, notadamente a CG9, com as propostas de atividades da seção Para começar. as realidades concretas em diferentes bairros, como ofer-
CECH1 e CEG7. Para sistematizar a conversa inicial, leia as questões uma tas de serviços. Nesse momento, trata-se de uma sensibi-
a uma e peça que voluntários registrem na lousa palavras- lização e um aquecimento; os conceitos serão trabalhados
-chave ou expressões que eles avaliem essenciais para res- com mais profundidade ao longo do capítulo.
Orientações didáticas pondê-las. Tire uma foto desse registro para retomá-lo após
Peça aos estudantes que digam o a finalização do trabalho com o conteúdo proposto neste
que é desigualdade social, citando al- capítulo. Uma sugestão é você organizar esse registro em
guns exemplos concretos que observam papel kraft ou cartolina e deixá-lo afixado no mural da sala
em seu cotidiano, em situações e luga- de aula e retomá-lo para avaliar se as ideias iniciais se com-
res. Em seguida, peça que expliquem provaram ou não, ou, ainda, se há palavras ou expressões
por que a foto representa desigualdade mais precisas do que as registradas inicialmente.
124
dando lugar ao respeito à diversidade,
Diferenças entre pessoas a) A tela de Tarsila do
Amaral representa a diver-
sidade, mostrando operá-
ao multiculturalismo, enfim, ao outro.
rios fabris com diferenças É muito importante que os estudantes
Semelhanças e diferenças são definidas pelo estabelecimento de vários cri- de cor/raça/etnia e sexo, compreendam que todos os seres hu-
térios. Alguns podem ser naturais, como locais quentes e locais frios. Outros são e provavelmente cultural,
considerando mais expli- manos têm suas diferenças, e todas as
construções sociais, como: idiomas, religiões, nacionalidades. citamente apenas duas diferenças têm seu valor.
mulheres, entre outras,
Pode-se ter opiniões e preferências sobre o que é diferente. Entretanto, com as cabeças cobertas Para aumentar o repertório de ação
com um lenço.
quando se trata de seres humanos, as comparações entre as diferenças exigem b) Respostas pessoais. dos estudantes, pode ser interessante
bastante cuidado. Eventuais preferências ou formas de ser não deveriam ser Espera-se que o estudante
indique, entre as represen-
organizar simulações de situações des-
estabelecidas pela desqualificação do outro, muito menos serem usadas para tações, um ou mais rostos confortáveis em sala de aula, como pe-
discriminar, negar direitos e oportunidades ou para ser motivo de humilhação.
com o(s) qual(is) ele se
identifica.
quenas representações em grupo nas
quais eles interpretem diferentes per-
Para muitos, mais do que respeitada, a diversidade deve ser valorizada.
sonagens, ora ocupando a posição de
quem está desrespeitando, ora a de
Explore quem está sendo desrespeitado. Duran-
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
te as encenações, a turma deve sugerir
⓿ Observe a reprodução da famosa obra Operários, pintada pela artista brasileira possibilidades de ação para contornar o
Tarsila do Amaral (1886-1973). © Tarsila do Amaral Empreendimentos
Reprodução/Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado, São Paulo, SP. problema e apresentar estratégias para
resolvê-lo. Ao realizar tal procedimento,
cria-se um novo código de validade de
conduta entre os estudantes. Essa estra-
tégia possibilita a articulação com con-
teúdos de Arte, especificamente com
técnicas de dramaturgia (teatro).
Essas reflexões e atividades têm co-
mo finalidade melhorar a qualidade
das relações entre as pessoas no am-
biente escolar. E também são conso-
nantes com a valorização de conteúdos
atitudinais positivos e em diálogo com
as competências e habilidades previs-
tas na BNCC, que tematizam aspectos
socioemocionais, respeito, valorização
da diversidade e promoção dos direi-
tos humanos, notadamente as CG9,
CECH1 e CEG7.
Atividade complementar
⓿ Formem grupos de cinco ou seis
Operários, de Tarsila do Amaral, 1933 (óleo sobre tela).
integrantes. A ideia é vocês con-
versarem para identificar com-
a) O quadro representa a diversidade ou desigualdade da população brasileira? portamentos e gostos de que
Explique. todos os participantes comparti-
fenótipo: característica lham. Identifiquem: uma comida
b) Você se identifica com algum ou alguns dos 51 rostos pintados pela artista? observável de uma pessoa,
Quais são mais parecidos com você e seus familiares? determinada pela sua de que nenhum integrante gos-
c) Considerando a realidade brasileira, que outros traços fenotípicos podem herança genética ta; um tipo de comida de que
compor o quadro?
(genótipo) e pelas todos gostam; uma brincadeira
condições ambientais.
em que todos participam com
frequência.
c) O quadro poderia ainda compreender pessoas com traços que indicam origem japonesa, chinesa e coreana,
e mais pessoas com cabelos mais claros, loiros, de origem europeia. Há traços que sugerem origem indígena e ⓿ Anotem as respostas de cada
muitos mestiços, porém, no caso destes há poucas pessoas, comparativamente à realidade brasileira. 125 item anterior e compartilhem
com a turma para verificar se há
algo que foi comum para todos.
Orientações didáticas pessoas retratadas, o alinhamento delas, a paisagem in- ⓿ Professor, a atividade é uma
forma lúdica de explicitar as se-
dustrial ao fundo, a relação entre o título e a pintura, a da-
Sugerimos fazer a leitura compartilhada deste tópico ta de sua elaboração, etc. Com essas ações, os estudantes melhanças e diferenças de gos-
e promover entre os estudantes a interpretação do texto, tos entre os estudantes com a
estão ampliando seu repertório cultural e desenvolvendo perspectiva de colaborar com a
orientando-os a compreender que diferença e desigualda- habilidades de apreciação e interpretação estética, favore- construção da valorização da in-
de são dois atributos diferentes. cendo a valorização e fruição da linguagem artística, como dividualidade e do respeito pelas
preconizado na CG3. diferenças. Dessa forma, a ativi-
Explore dade fortalece o trabalho com
Se julgar pertinente, encaminhe uma reflexão sobre
Para a realização da atividade, peça aos estudantes que eventuais atitudes desrespeitosas em razão das caracterís- os TCTs Educação em Direitos
apreciem a obra de Tarsila do Amaral. Em seguida, pergunte Humanos e Diversidade Cultural.
ticas dos indivíduos. Deboches sobre algum traço físico ou
se já a conheciam e, em caso positivo, se eles se lembram comportamento de uma pessoa não são raros em sala de
de onde a viram e se conhecem outras obras da artista. aula ou na escola, geralmente partindo do princípio equi-
Peça-lhes que comentem o que o quadro comunica para vocado de que há um padrão de como as pessoas devem
eles. Oriente-os a avaliar os fenótipos e as expressões das ser. Ações desse tipo devem sempre ser problematizadas,
125
Leia as orientações sobre esta página neste Manual do Professor.
Orientações didáticas
Raça e etnia
Avalie a possibilidade de planejar,
Raça, historicamente, é um termo que se originou de uma leitura preconcei-
em conjunto com os professores de
tuosa para hierarquizar os humanos com base em suas características físicas,
Ciências e História, uma abordagem
mais notadamente a cor da pele. Biologicamente, comprovado por estudos ge-
que integre os conteúdos desses com-
néticos, todos os seres humanos pertencem a uma mesma raça, independente-
ponentes curriculares para tratar do te-
mente das diferenças da cor de pele e dos traços físicos. Porém, hoje, raça cons-
ma raça e etnia.
titui-se como um conceito sociológico, uma construção humana para agrupar
Explique que, biologicamente, todas
pessoas e diferenciá-la das demais, sem hierarquizá-las.
as pessoas pertencem a uma mesma
Muitos preferem empregar em vez de raça o conceito de etnia, um pouco
espécie animal, a humana, formada
mais amplo. Etnia se refere a um grupo humano identificado pelo conjunto de
por indivíduos, com suas múltiplas sin-
seus traços fenotípicos, suas semelhanças físicas e suas identidades culturais,
gularidades, que se diferenciam por
como língua, valores, tradições, etc.
características e habilidades físicas,
Leia a seguir um texto que explica como o Instituto Brasileiro de Geografia e
emocionais e intelectuais.
Estatística (IBGE) afere a cor ou raça das pessoas em suas pesquisas.
Contextualize o uso do conceito de O IBGE pesquisa a cor ou raça da população brasileira com base na declaração.
raça na abordagem que considera a di- Ou seja, as pessoas são perguntadas sobre sua cor e podem se declarar como bran-
ferenciação construída historicamente cas, pretas, pardas, indígenas ou amarelas.
entre as pessoas considerando, sobre- Se fôssemos uma pequena comunidade de 100 pessoas, 43 brasileiros se de-
tudo, a cor da pele e que está associa- clarariam como brancos, 47 como pardos, nove como pretos e, aproximadamente,
2. A própria pessoa entre-
um brasileiro se declararia como amarelo ou indígena. vistada diz qual é sua cor
do ao conceito de racismo. ou a que raça ela pertence.
COR ou raça. IBGE Educa Crianças, [s. l.], 2022. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/
Avalie se é pertinente tratar do pro- criancas/brasil/nosso-povo/19624-cor-ou-raca.html. Acesso em: 18 jan. 2022.
Não depende da avaliação
de outra pessoa (do entre-
blema do preconceito racial. Você po- vistador ou de um eventual
de apresentar aos estudantes exemplos Brasil: distribuição da população por cor ou raça (%) – 2016 “especialista”).
3. Resposta pessoal. Espera-se que o
atuais vividos em contextos públicos ex- 100 estudante indique uma entre as cores/
traescolares, por exemplo, agressões raças definidas pelo IBGE e seja res-
peitada sua opinião. Ele também pode
contra jogadores de futebol negros. Ex- apresentar outra definição, com a qual
80 76,8
plique que a rivalidade entre torcidas 72,3
tenha identificação.
não pode justificar atitudes de desres- 64,7 Elaborado com base em: INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
peito humano. Aproveite a situação pa- 60
55,3 ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por
52,2
ra propor aos estudantes que reflitam 46,7 Amostra de Domicílios Contínua (PNAD):
%
44,2
Características gerais dos moradores
sobre seus comportamentos quando 40 37 37,6 2012-2016. IBGE, Rio de Janeiro, 2017.
estão assistindo a jogos e campeona- Disponível em: https://biblioteca.ibge.
24,8
tos, seja na escola ou no estádio, e 19,5 18,7
gov.br/visualizacao/livros/liv101377
20 _informativo.pdf e SILVEIRA, Daniel.
promova uma autocrítica sobre o que
Fórmula Produções/Arquivo da editora
9,9 9
População que se declara preta cresce
8,2
eles dizem em público nesses contex- 6,9 7
3,8 14,9% no Brasil em 4 anos, aponta
0,8 0,2 0,6 0,2 0,7 0,9 IBGE. G1, Rio de Janeiro, 24 nov. 2017.
tos. Também podem ser explorados ca- 0
Centro- Norte Nordeste Sudeste Sul Brasil Disponível em: https://g1.globo.com/
sos recentes de grande repercussão, -Oeste economia/noticia/populacao-que-se
como o assassinato de George Floyd, -declara-preta-cresce-149-no-brasil-em
Parda Branca Preta Amarela ou ind’gena -4-anos-aponta-ibge.ghtml.
em 2020, nos Estados Unidos, e seu Acesso em: 21 abr. 2022.
desdobramento mundial com o slogan
“Black Lives Matter” (Vidas negras im-
Explore
portam), ou violências praticadas con- NÃO ESCREVA NO LIVRO.
tra negros no Brasil, que refletem o 1. Quais são as cores ou raças que o IBGE utiliza para classificar a população brasileira?
racismo estrutural do país, como per- Branca, preta, parda, indígena ou amarela.
2. Com base no que você compreendeu do texto, procure explicar: no que consiste a autodeclaração?
seguições e atitudes violentas em lo-
3. Você se autodeclararia de qual cor ou raça?
jas e mercados.
4. Como as diferentes cores ou raças estão distribuídas no território brasileiro?
Explore 4. Segundo o gráfico, pardos e brancos são maioria no Brasil. Os pardos são maioria nas regiões Norte, Nordeste
e Centro-Oeste. Os brancos são maioria no Sul (percentual elevado) e no Sudeste. Os amarelos e indígenas
Você também pode ampliar a discus-
126 representam um percentual bastante pequeno em todas as regiões.
são sobre o critério utilizado pelo IBGE
para classificar as pessoas segundo cor
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
ou raça. Explique que, apesar dos pro-
blemas desse critério, considerar o que não se pode imaginar que todos os indígenas reproduzam dade indígena. Não é muito fácil definir-se dentro de um
declara o indivíduo sobre si mesmo é os mesmos comportamentos e hábitos de tempos remotos. panorama de tantas misturas”, diz a enfermeira Daniela
respeitar como ele se vê, sua constru- Mesmo que um indígena se forme em universidade, pinte Lopes Siqueira Campos Klein, 46.
ção identitária. Você pode explorar o seu cabelo, use equipamentos tecnológicos, como celular e MOREIRA, Matheus. Não é fácil definir sua raça e cor dentro
exemplo de algumas declarações que laptop, fale outros idiomas, mude-se para outro país, etc., de tantas misturas, diz leitora. Folha de S.Paulo, São Paulo,
dizem que, por adoção de hábitos cul- nada disso é suficiente para retirar sua identidade. 30 jul. 2021. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/
turais não tradicionais, muitos indígenas Pode ser interessante também você compartilhar depoi- cotidiano/2021/07/nao-e-facil-definir-sua-raca-e-cor-dentro-de
já não podem mais assim serem con- -tantas-misturas-diz-leitora.shtml. Acesso em: 2 jun. 2022.
mentos de pessoas que têm dúvidas para definir sua cor ou
siderados, pois “perderam sua cultura”.
raça, como o exemplo transcrito a seguir:
Explique que toda cultura é dinâmica.
Dificilmente alguém imaginaria um des- “Venho de uma família com origens indígena e euro-
cendente de colonizadores portugueses peia, segundo relatos de minha avó materna. Quando
vivendo como seus antepassados vi- adolescente, considerava-me morena, depois branca,
viam, 500 anos atrás. Do mesmo modo, mas sempre tive vontade de buscar a minha ancestrali-
126
Desigualdades Orientações didáticas
Retome a questão da desigualda-
A desigualdade no contexto sociocultural se manifesta de distintas maneiras, de abordando suas dimensões mais
algumas são mais visíveis, outras não. Os salários entre as pessoas, por exem- e menos evidentes para os indivíduos,
plo, são diferentes. Variam em razão da profissão, do cargo, da experiência, do como a renda e a oferta de infraestru-
talento, do grau de dificuldade, da exigência ou responsabilidade, do número de tura onde as pessoas moram. Explique
pessoas aptas a realizar o trabalho e disponíveis no mercado, etc. Pode-se ques- porque apenas a renda não é suficien-
tionar se alguns desses critérios são justos, mas estão estabelecidos. te para avaliar a qualidade de vida das
Porém, pessoas com a mesma qualificação e no mesmo cargo ganhando salá- pessoas, apresentando outros fatores
rios diferentes é outra coisa. Assim como determinados cargos e posições serem que também são essenciais para es-
apenas ou majoritariamente ocupados por um grupo social, como homens bran- sa avaliação.
cos adultos. Nesses casos, não se trata mais de diferenças, mas de desigualdade. A foto é um ótimo exemplo do pro-
blema da desigualdade socioespacial
Tuca Vieira/Folhapress
no território brasileiro.
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
A desigualdade brasileira
vista do alto em imagens
impressionantes
CARRANÇA, Thais. Disponível em:
Condomínio de luxo https://www.bbc.com/portuguese/
separado por poucos geral-55327609. Acesso em: 29 jun.
metros da comunidade 2022.
de Paraisópolis, uma das
maiores de São Paulo (SP), No site da BBC News Brasil, es-
explicitando a desigualdade tão disponíveis imagens aéreas que
de renda e socioespacial da retratam a desigualdade brasileira.
cidade. Essa foto saiu em
Esse material pode ser interessan-
mídias de circulação nacional
e até mesmo internacional te para explorar o problema dessa
no ano de 2004, quando perspectiva, que favorece análises
foi publicada, contribuindo espaciais e desenvolvimento do ra-
para ampliar propostas de
trabalho com o tema.
ciocínio geográfico.
127
127
1. No período representado, o índice apresenta uma leve melhora, representada pela curva suave descendente entre
2012 e 2015, seguida de uma piora entre 2015 e 2018, com uma curva ascendente bastante inclinada, quando inicia
uma leve melhora.
2. A linha referente à região Sul aparece bem destacada das demais e apresenta os melhores índices regionais ao
Orientações didáticas longo do tempo.
Renda
Sugerimos que você, em conjunto
Historicamente, a concentração de renda no
Arte/G1
com o professor de Matemática, pla- Ranking de concentração de renda
Brasil é uma das maiores do mundo. Segundo o Re- Veja a posição do Brasil em relação a outros países
neje um encaminhamento integrado,
latório de Desenvolvimento Humano publicado pela
interdisciplinar, compreendendo os ín- 1% mais ricos (concentração de renda total)
ONU, em 2019, o país foi classificado em segundo
dices sociais (percentagem, índice de Catar 29%
lugar em má distribuição de renda entre a popula-
Gini e leitura e interpretação de grá- Brasil 28,3%
ção, atrás apenas do Catar, no Oriente Médio.
ficos de linha) para aferir e avaliar a Chile 23,7%
concentração de renda no Brasil e em O 1% da parcela mais rica da população brasilei- Turquia 23,4%
suas regiões. Esse encaminhamento ra detinha, em 2019, 28,3% da renda total do país. Líbano 23,4%
tem potencialidade para ampliar o en- Ou seja, quase um terço do dinheiro está nas mãos Emirados Árabes 22,8%
tendimento dos dados e a compreen- de pouquíssimas pessoas. Se considerarmos os 10% Iraque 22%
são do problema, e ainda favorece a mais ricos, eles ficavam com 41,9% da renda nacional. Índia 21,3%
interpretação de gráficos para avaliar a Em outro estudo, publicado em 2021 pelo banco Cre- Colômbia 20,5%
desigualdade socioeconômica entre as dit Suisse, o Brasil aparece em primeiro lugar nesse Estados Unidos 20,2%
regiões brasileiras, como prescrito na quesito (10% da população concentrando 49,6% de Rússia 20,2%
A compreensão do sistema propos- Há um indicador específico para medir a desi- Kuwait 19,9%
to por Gini não é tão simples. Dedique gualdade de renda, criado pelo matemático italia- Arábia Saudita 19,7%
um tempo para atender às dúvidas dos no Conrado Gini (1884-1965), o Índice de Gini (ou Omã 19,5%
estudantes. Apresente números hipo- Coeficiente de Gini). É um índice que varia de zero África do Sul 19,2%
téticos e peça a eles que comparem e a um; quanto mais próximo de zero, menor é a desi- Egito 19,1%
avaliem quais representam maior e me- gualdade e, quanto mais próximo de um, maior é a Barein 18%
nor concentração de renda, segundo desigualdade (zero significaria que não há desigual- Costa do Marfim 17,1%
esse índice, até avaliar que todos com- dade e um, que toda a renda está na mão de apenas Irã 16,3%
preenderam a aplicação do conceito uma pessoa). Segundo o IBGE, o Brasil apresentou 0 50 100
numérico. índice de 0,524 em 2020. Isso o coloca entre os paí- BRASIL tem 2ª maior concentração de renda do mundo,
ses mais desiguais do planeta. diz relatório da ONU. G1, [s. l.], 9 dez. 2019. Disponível em:
Explore Veja no gráfico a seguir a evolução recente do Ín-
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/12/09/brasil
-tem-segunda-maior-concentracao-de-renda-do-mundo
Peça aos estudantes que realizem in- dice de Gini do Brasil e de suas cinco grandes regiões. -diz-relatorio-da-onu.ghtml. Acesso em: 31 mar. 2022.
dividualmente a atividade 1 e, depois,
faça a correção coletiva. Esse procedi- Brasil: Coeficiente de Gini, segundo as Grandes Regiões – 2012-2019
mento pode auxiliar você a avaliar se 0,580 Explore
alguns estudantes estão com dificul- 0,560
1. Descreva a evolução do Índi-
dades para ler e interpretar o gráfico e 0,540
ce de Gini do Brasil no perío-
resolvê-las antes de eles tentarem rea- 0,520
Coeficiente
do representado no gráfico.
lizar os demais itens da seção. 0,500
0,480 2. Qual região se destaca por
0,460 apresentar dados melhores
0,440 do que as outras regiões?
Fórmula Produções/Arquivo da editora
128
Orientações didáticas
Pobreza
Apresente ou peça aos estudantes
O Banco Mundial classifica como pobres as pessoas que vivem com menos
que pesquisem na internet a cotação
de 5,50 dólares por dia e como extremamente pobre quem vive com menos de
oficial do dólar para calcular os valores
1,90 dólares diários. Segundo a pesquisa Sínteses dos Indicadores Sociais, pu-
de referência em real e classificar a po-
blicada pelo IBGE em 2021, com dados de 2020, um a cada quatro brasileiros é
breza e a extrema pobreza segundo a
pobre (24,1%), e os extremamente pobres são 5,7% da população. Ou seja, cerca
renda, tornando os valores menos abs-
de 50 milhões de pessoas viviam com menos de 450,00 reais por mês e 12 mi-
tratos para eles.
lhões de pessoas com menos de 155,00 reais mensais no ano de 2020. O estudo
Verifique no site do IBGE a disponi-
refere-se apenas à renda. A condição de vida de cada sujeito pode ser ainda pior
bilidade do relatório atualizado Sínte-
dependendo do acesso a educação, saúde, moradia, entre outros benefícios.
ses dos Indicadores Sociais e compare
Observe o gráfico a seguir.
com os dados citados no Livro do Estu-
Brasil: proporção de pessoas em pobreza e extrema pobreza*
dante, publicados em 2021.
(em %) – 2012-2020 Promova a leitura e interpretação do
* Por recebimento de programas sociais. gráfico.
35 ** Poder de Paridade de Compra (PPC) é um
32,1
método de ajuste dos valores em dólares
29,4 29,1 29,2 28,7 28,2 para adequá-los e compará-los ao poder de Explore
30 27,8
26,9 compra em diferentes países, ao custo de
27,3
26,2
26,8 27,1 vida. Os preços dos bens e serviços podem
Encaminhe a realização das ativida-
26,4 25,9
25 25,6
23,8
24,7
24,1 variar entre os países, pois 1 dólar pode des assim que tiver certeza de que os
20
comprar mais coisas em um local do que em estudantes compreenderam quais in-
outro, por exemplo.
formações estão representadas e de
%
0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ano
Elaborado com base em: GOMES, Irene.
Mesmo com benefícios emergenciais, 1 em
Pobreza (US$ 5,50 PPC**)
cada 4 brasileiros vivia em situação de
Fórmula Produções/Arquivo da editora
129
Orientações didáticas
Conheça mais
Conheça mais
Leia com os estudantes os gráficos
desta página e peça-lhes que identifi- Distribuição da
quem o que está representado em ca- riqueza no Brasil
da um deles. Explique que os gráficos
sobre a pobreza e a extrema pobre-
za indicam em quais regiões brasilei- Uma consideração bastante importante a ser feita é acerca de como a
ras estão os pobres e os extremamente pobreza está distribuída territorialmente. Dados da mesma pesquisa citada
pobres. Por exemplo, 45,5% de todos anteriormente deixam bastante claro onde vivem os mais pobres.
os pobres brasileiros vivem no Nordes-
te. Isso não quer dizer que quase a me- Brasil: população total e em situação de
tade da população nordestina é pobre, pobreza e extrema pobreza (em %) – 2020
mas sim que quase metade da popula- O primeiro gráfico representa o percentual da
ção brasileira classificada como pobre Nordeste 27,1%
população que vive em cada região. Como já
Sudeste 42,2%
vive no Nordeste. O mesmo raciocínio Norte 8,7% estudamos, a maior parte da população brasileira
se aplica ao gráfico sobre a extrema População
Sul 14,3% vive nas regiões Sudeste e Nordeste. Os outros
pobreza. total (%)
Centro-Oeste 7,8%
dois gráficos indicam a distribuição percentual de
pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza
O trabalho de interpretação desses pelo país, em cada uma das regiões, no ano de 2020,
gráficos atende ao que está prescrito
Nordeste 45,5%
Sudeste 28,7% com destaque para os elevados índices do Nordeste,
na habilidade EF07GE10. Também é Norte 13,2% que, praticamente sozinho, abriga metade das
possível e desejável desenvolver uma Pobreza
(US$ 5,50 PPC)
Sul
Centro-Oeste
7,3%
5,3%
pessoas em extrema pobreza de todo o país.
Fórmula Produções/Arquivo da editora
130
Atividade complementar
⓿ Você sabe o que é mortalidade infantil e por que esse dado é importante para estudar a qualidade de vida de uma popula-
ção? Faça uma pesquisa para saber como esse índice é aferido e, em seguida, responda às atividades propostas.
a) Quais informações é possível avaliar por meio do estudo da taxa de mortalidade infantil?
Espera-se que os estudantes respondam que a eficácia dos serviços públicos, como saneamento básico, sistema de saú-
de, disponibilidade de remédios e vacinas, acompanhamento médico, educação, maternidade, alimentação adequada,
entre outros.
b) Por que a taxa de mortalidade infantil é mais elevada em áreas pobres?
Espera-se que os estudantes respondam que em razão da falta de assistência e de orientação às grávidas, da deficiência
na assistência hospitalar aos recém-nascidos, da ausência de saneamento básico (desencadeando a contaminação de
alimentos e água, resultando em doenças) e da desnutrição.
130
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) Orientações didáticas
Em 2013, a metodologia de cálculo do IDH Global foi adaptada para calcular o IDH Explique a diferença entre o IDH e
dos municípios brasileiros (IDH Municipal – IDHM). O IDHM mantém as três dimensões do o IDHM, frisando a distinção dos índi-
desenvolvimento humano – saúde, renda e educação –, porém adaptou a metodologia aos ces considerados, deixando claro que,
indicadores disponíveis no país e mais adequados à avaliação da realidade dos municípios por essa razão, apresentam informa-
brasileiros. ções que não podem ser comparadas.
No cálculo do IDHM, a saúde é medida pela esperança de vida ao nascer. Para calcular a Esse encaminhamento favorece a com-
renda, considera-se a Renda Nacional Bruta per capita; na educação, considera-se a média preensão sobre os parâmetros para
de anos de estudos da população com 25 anos ou mais e a expectativa de anos de estudo. elaboração do conhecimento científi-
Por isso não é adequado comparar os números do IDH Global com os números do IDHM. co, desenvolvendo parcialmente a CG2,
Essa iniciativa resultou na publicação do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, CECH2 e CECH6 e CEG5.
atualizado por meio das estatísticas oficiais produzidas no país e disponível ao público pela Promova a leitura e a interpreta-
internet. ção coletiva do mapa, o que favorece
A leitura do mapa do Brasil identifica e localiza os municípios que apresentam os me- a construção do repertório que os estu-
lhores e piores IDHM, possibilitando identificar padrões de distribuição da desigualdade dantes devem mobilizar para responder
socioeconômica no território brasileiro. à atividade 1. Após leitura e comentá-
rios, determine um tempo para que
Brasil: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) – 2010 1. De modo geral, as regiões eles façam seus registros e comparti-
50° O Centro-Oeste, Sudeste e Sul con-
centram os municípios com os
lhem suas respostas. Avalie se é mais
melhores IDHM, enquanto os pio- adequado propor a resolução da ativi-
res estão localizados nas regiões
Equador
RR AP
Norte e Nordeste. dade 2 individualmente ou em duplas.
0°
Faça a correção oral.
DF
GO
Elaborado com base
MG em: PNUD. Atlas de
MS ES Desenvolvimento Humano
OCEANO OCEANO
PACÍFICO
no Brasil. O Índice de
SP ATLÂNTICO
RJ Desenvolvimento Humano
Banco de imagens/Arquivo da editora
131
Orientações didáticas
Desigualdade social
Pode ser interessante iniciar esse tó-
Se observarmos mais a fundo a sociedade, é possível notar que
justificativas usados para avaliar o su- sim como estão presentes em menor número em cargos de chefia.
cesso ou não das pessoas. A situação da população negra, que inclui pretos e pardos se-
gundo a classificação do IBGE, é também bastante crítica. Além
Em seguida, aborde com eles a char-
das menores médias de renda, é nesse segmento da sociedade que
ge, que faz uma crítica social. Pergunte
se observam os piores índices entre todos os indicadores sociais, Muitas mulheres têm o que alguns
que crítica ela explicita, se concordam pesquisadores identificam como tripla
como esperança de vida, escolaridade, vítimas da violência, etc.
ou não com ela e por quê. Peça-lhes jornada de trabalho: acumulam suas
Além disso, são poucos os negros e as negras nos cargos de di- atividades profissionais aos cuidados
que avaliem se a personagem da char- dos filhos e à manutenção dos trabalhos
reção das empresas, lecionando nas melhores universidades ou
ge “disputa” vagas no mercado de tra- domésticos.
balho sob as mesmas condições ou como proprietários de grandes empresas. Charge de Jean Galvão.
se pode se dedicar à sua formação No Brasil, a diferença de salários entre homens e mulheres é
do mesmo modo que pessoas de ou- muito grande. E maior ainda entre pessoas brancas e pretas ou pardas. Observe os gráficos.
tros grupos sociais. Pergunte que ou-
Brasil: rendimento médio de trabalho, Brasil: rendimento médio de trabalho,
tras pessoas também se encontram em segundo sexo – 2019 segundo cor ou raça – 2019
desvantagem e peça a eles que expli- 2.800 3.200
quem por quê.
Elaborados com base em:
2.400 2.800
Explore INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
2.000 2.400
Sugerimos que você organize a tur- Síntese de indicadores
sociais: uma análise das
ma em grupos de três integrantes para
Ilustrações: Fórmula Produções/Arquivo da editora
R$/m•s
1.600
1.600 condições de vida da
R$/m•s
132
Trabalhando com reportagem de jornal Orientações didáticas
Casas em condomínio
localizado no Lago Sul,
em Brasília (DF), 2020.
4. Resposta pessoal e variável de acordo com o local onde o estudante vive. Espera-se
que ele avalie a concentração espacial de renda no bairro ou município em que vive e NÃO ESCREVA NO LIVRO.
caracterize os moradores desse local.
1 Qual é a ideia central do texto? A reportagem informa que as maiores médias de rendimentos estão con-
centradas em uma área pequena e específica, o Lago Sul, em Brasília (DF).
2 Localize em um mapa o local de maior concentração de renda no país. Se possível, utilize
algum aplicativo de cartografia digital e altere as camadas das imagens disponíveis para
visualizar ruas, casas e áreas verdes, modificando a escala cartográfica por meio dos botões
de zoom. 3. De modo geral, os moradores do Lago Sul são, na maioria, brancos (quase 70%), casados,
com escolaridade alta e cristãos.
3 Qual é o perfil dos moradores onde a concentração de renda é maior no país?
4 Compare essas informações com o que você consegue perceber por meio da sua experiência
e observação do lugar onde vive e da comunidade de que faz parte.
2. Espera-se que o estudante mobilize seus conhecimentos procedimentais relacionados à localização de deter-
minado local em mapa em papel ou digital para localizar o Lago Sul, em Brasília. Por meio de aplicativos de carto-
grafia digital ou plataforma com imagens de satélite, a tarefa é mais simples, pois basta digitar a
localização procurada no campo de busca e trabalhar com múltiplas escalas e diferentes camadas de informações.
No mapa em papel, dependendo de sua escala, será possível apenas indicar a localização aproximada do Lago Sul
(muitos atlas escolares apresentam mapas de Brasília em grande escala). 133
133
Orientações didáticas Interagindo e convivendo
Interagindo e convivendo
Nesta seção, o objetivo é promover
Acesso à internet
a reflexão sobre o uso da internet co- Recentemente, a oferta e o uso da internet passaram a ser um indicador
mo indicador socioeconômico, conside- das condições de vida das pessoas. É por meio dela que, cada vez mais, temos
rando as transformações recentes da acesso a informação, lazer e serviços. Observe o mapa com alguns dados sobre
sociedade e a grande relevância que o acesso das pessoas à internet e as fotografias, que tratam de situações coti-
Tecnologias de Informação e Comuni- dianas envolvendo o uso dessa rede de comunicação.
cação (TICs) passaram a ter nos anos Veja o mapa a seguir, que mostra a proporção da população que tem acesso
1990, como meio de acesso a servi- à internet em seus domicílios.
ços variados, públicos e privados, de la-
zer, diversão, ensino e aprendizagem, Brasil: proporção da população residindo em domicílios
com acesso à internet – 2019
comunicação, financeiros (bancos,
por exemplo), aplicativos de serviços, 55º O
134
3. São necessários apare- Orientações didáticas
Shawn Goldberg/Shutterstock
lhos, como computadores
ou smartphones, dotados Sugerimos que as atividades 1, 2, 3
de capacidade de processa-
mento adequada e acesso e 4 sejam realizadas individualmente,
à rede de internet, seja por
cabo, seja usando sinal de possibilitando que sejam feitas em pe-
celular, que possibilitem alta ríodo extra-aula (mas não há restrição
transferência de dados (alta
velocidade). para desenvolvê-las em duplas, peque-
nos grupos ou também de forma co-
As tecnologias de letiva, oralmente, em aula). Depois de
informação e comunicação,
como computadores,
compartilhadas as respostas e feitos
câmeras de vídeo, os comentários, encaminhe, em aula, a
microfones, caixas de atividade 5. Sugerimos prever duas au-
som e conexão à internet,
possibilitaram reuniões las (contudo, dependendo do contexto
entre pessoas distantes e da dinâmica entre os estudantes, po-
geograficamente de
forma mais fácil. Na de ser que seja necessário mais tempo
foto, professora durante e cuidado na condução da atividade).
aula remota em Toronto
(Canadá), 2021. As atividades podem ser trabalha-
das ao longo do desenvolvimento dos
2. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante localize o estado onde mora, leia e
interprete a legenda do mapa, comparando a classificação de seu estado com a média da temas e dos conteúdos do capítulo ou
região à qual ele pertence (regiões administrativas do IBGE). ao final dele. Em ambos os casos, cum-
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
prem função formativa. Podem também
1 Em quais regiões brasileiras a proporção de pessoas morando em casas sem acesso à internet é cumprir função somativa se realizadas
maior? Regiões Norte e Nordeste. ao final do processo, pois os estudan-
tes podem fazê-las individualmente e
2 Qual é a situação do estado onde você vive, em comparação com a realidade da região à qual
produzir registros escritos para lhe en-
ele pertence?
tregar.
3 O que é necessário para acessar e utilizar a internet em casa, com boa qualidade, podendo par-
ticipar de chamadas e reuniões por vídeo, por exemplo?
5. As questões relativas ao bullying e ao
cyberbullying estão muito presentes no
4 Você se lembra que desafios você e sua família enfrentaram com a pandemia da covid-19, princi- ambiente escolar e é fundamental que
palmente em 2020 e 2021, em relação ao uso da internet? E atualmente, como é essa situação? o espaço da sala de aula seja utilizado
5 O uso inadequado da internet pode ser nocivo. Entre as diferentes razões, existe o chamado para que a turma as discuta de forma
cyberbullying, que é a perseguição sistemática a uma pessoa (bullying) potencializada pela in- horizontal e propositiva. Dar visibilidade
ternet, seja em redes sociais, seja em aplicativos de conversa. Em grupos, façam uma pesquisa e importância ao problema é parte de
sobre bullying ou cyberbullying. Depois, respondam às questões a seguir. sua solução. As respostas são pessoais,
mas espera-se que os estudantes refli-
⓿ Você já viu ou vivenciou algum caso de bullying ou cyberbullying em seu ambiente escolar?
tam sobre suas posturas como vítimas,
⓿ Qual é a sua avaliação a respeito do ocorrido e do seu comportamento na ocasião?
agressores ou, ainda, coniventes com a
⓿ Que ideias você imagina para que a comunidade escolar possa resolver esse problema? Pen- prática (quando a veem e não se posi-
se no papel dos professores, dos estudantes, da direção escolar e das famílias. cionam contra ela). Sugere-se promover
⓿ Você sabia que existe uma legislação de combate ao bullying? Leia o texto da Lei n. 13 185 a leitura da Lei n. 13.185/2015, dis-
(indicada a seguir) e pense em como ela pode ajudar na resolução dos conflitos. ponível em: http://www.planalto.gov.
BRASIL. Lei n. 13.185, de 6 de novembro de 2015. Institui o Programa de Combate à Intimidação br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/
Sistemática (Bullying). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 nov. 2015. Disponível em: http:// lei/l13185.htm (acesso em: 29 jun.
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13185.htm. Acesso em: 10 fev. 2022. 2022), que dispõe sobre o bullying e o
⓿ Elabore uma campanha com uma imagem ou um vídeo para sensibilizar e informar a comu- cyberbullying de maneira bem clara e
nidade escolar sobre o bullying e o cyberbullying. Não se esqueça de postar o resultado nas objetiva. Por fim, incentiva-se o bom uso
redes sociais e compartilhar com os colegas! 5. Leia as orientações para a atividade das redes sociais como forma de dis-
neste Manual do Professor. seminar o debate entre os estudantes.
4. Respostas pessoais. Espera-se que o estudante relate os desafios e problemas que enfrentou e as soluções
que utilizou (e talvez ainda utilize) para fazer uso da internet e compare a situação atual àquela de 2020 e 2021.
135
135
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de con-
teúdos proposta nesta página, os eixos
do capítulo servirão como base estrutu-
ral, possibilitando a sistematização de
DESIGUALDADES
conceitos e temas estudados e também
SOCIAIS
a oportunidade para sanar as dúvidas
que surgiram ao longo do percurso. RAÇA E ETNIA
DIFERENÇA E
Promova a observação e a leitura co- Raça: conceito de origem
DESIGUALDADE
letivas do esquema, atentando para os preconceituosa para buscar
legitimar cientificamente as Diferenças são comuns entre
conceitos que foram desenvolvidos ao pessoas e locais – resultam de
diferenças entre as pessoas e
longo deste capítulo e que serão impor- qualificá-las, que foi um conjunto de fatores e não
tantes para o desenvolvimento de ha- reconceituado são necessariamente negativos;
bilidades da BNCC no decorrer desta sociologicamente como um Desigualdade é um atributo
e da próxima unidade, especialmente atributo identitário. construído socialmente e que
confere diferentes
as habilidades EF07GE04, EF07GE09 Etnia: conceito pautado em
oportunidades e benefícios para
e EF07GE10. heranças genéticas, físicas e
os distintos grupos de pessoas
culturais.
que se diferem em razão de seu
IBGE: adota conceito de cor ou
gênero, raça/cor/etnia, origem,
raça: brancos, pretos, pardos,
classe social, etc.
amarelos ou indígenas. DESIGUALDADE
⓿ A maioria da população SOCIOESPACIAL
brasileira é composta de
pretos e pardos.
DESIGUALDADES
Renda – extremamente
concentrada no Brasil – 1% da
população detém quase 1/3 da
renda nacional;
SEGMENTOS SOCIAIS Pobreza – 1/4 da população
E TERRITÓRIO brasileira vive com menos de
A pobreza e as piores 5,50 dólares por dia.
condições de vida atingem As desigualdades IDH – Índice de
determinados grupos sociais, socioeconômicas e as Desenvolvimento Humano:
regiões e localidades: desigualdades socioespaciais ⓿ compreende saúde, educação
⓿ pretos e pardos; são ainda mais perversas e renda;
⓿ mulheres; quando retratam minorias ⓿ critério mais amplo para aferir
sociais periféricas. qualidade de vida e
⓿ regiões Nordeste e Norte;
⓿ contextos periféricos desigualdade social.
urbanos. IDH Municipal (IDHM):
⓿ adaptado aos dados
brasileiros;
⓿ permite avaliar a desigualdade
social e sua distribuição
territorial.
136
136
5. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante identifique a
desigualdade social no lugar onde vive, elabore um croqui car-
tográfico para localizá-la espacialmente e descreva como é ou NÃO ESCREVA NO LIVRO. a ela em razão de seus traços físicos. Tra-
são as paisagens desse local. ta-se de racismo.
nós temos que nos envolver. Sobre esta temáti-
Retome 1, 2, 3 e 4. Leia as respostas neste
Manual do Professor. 4. b) O IBGE classifica as pessoas co-
ca, realize as atividades a seguir.
mo brancas, pretas, pardas, amarelas e
1 Compare os significados de diferença e desi- a) Pesquise na internet movimentos e lutas por
indígenas. O dado é obtido por meio do
gualdade entre as pessoas. Cite exemplos. conquistas de direitos das mulheres e da
critério da autodeclaração.
2 Qual é a diferença entre pobreza e extrema população negra que contenham cartazes,
pobreza? faixas, símbolos e pôsteres com imagens e 6. Espera-se que os estudantes iden-
palavras de ordem que expressam seus sen- tifiquem movimentos sociais engaja-
3 O que é o Índice de Gini?
timentos e suas reivindicações. dos na luta pela conquista de direitos
4 Leia a declaração a seguir: b) Selecione aquelas imagens que mais lhe e igualdade de tratamento e oportuni-
[…] A analista Carla Vitor, 49, cresceu acreditan- chamaram a atenção e apresente aos cole- dades ou, ainda, ações reparatórias em
do ser branca, mas, com os anos, percebeu que seu
gas por meio de recursos digitais. prol da população negra e das mulhe-
cabelo encaracolado e sua cor da pele “causavam
c) Identifique as lutas e principais reivindica-
res, e selecionem as imagens que ava-
incômodo em algumas pessoas”. “Isso ganhou for-
ça em um local em que trabalhei, porque ouvi coi- ções por conquistas de direitos sociais na
liem ser as mais interessantes para
compartilhar com os colegas de turma.
sas como ‘Quem essa neguinha pensa que é?’.” Em comunidade em que vive e elabore peças de
2017, passou a se declarar parda. […] Também espera-se que observem ou in-
comunicação visual para apoiá-las.
FRAGA, Érica; MOREIRA, Matheus; VERPA, Danilo. vestiguem sua realidade local para des-
Leitores relatam como compreensão da própria 7 Observe o gráfico e responda: tacar movimentos sociais semelhantes
cor mudou. Folha de S.Paulo, São Paulo, 17 jul.
2021. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.
e pensar em formas e estratégias pa-
Brasil: taxas de mortalidade infantil – 1930-2014
br/cotidiano/2021/07/leitores-relatam-como- ra apoiá-los, ampliando suas visibilida-
compreensao-da-propria-cor-mudou.shtml. Acesso 22
20
des, como sugerido na atividade.
em: 24 jan. 2022.
18
a) O “incômodo” que algumas pessoas sentem 16 7. Se necessário, faça uma leitura pré-
via do gráfico com os estudantes, ques-
14
decorre de quais características da entrevista- 12
tionando-os sobre a interpretação que
%
10
da e como deve ser corretamente classificado? 8
fazem dos dados, e, em seguida, solici-
Fórmula Produções/Arquivo da editora
137
Orientações didáticas
Ponto de checagem NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Ponto de checagem
1. Leia as respostas neste Manual do Professor.
1 Analise a obra de arte. Depois, faça o que se a) Quais grupos populacionais do Brasil estão
A seção Ponto de checagem oferece
pede. representados na obra de arte?
um conjunto de atividades que auxilia
na avaliação da aprendizagem de con- b) Identifique um elemento da pintura que re-
Reprodução/Coleção particular
teúdos trabalhados na unidade. Para presenta uma concepção racista da socie-
mais orientações, veja o tópico Acom- dade brasileira na época.
panhamento das aprendizagens, nas c) Que relação é possível estabelecer ao con-
Orientações para este volume. frontar a pintura e os dados das tabelas?
d) Cite uma forma de resistência ao racismo na
1. a) Negra africana e branca europeia.
sociedade brasileira atual.
1. b) Atitude de servidão por parte dos 2 Analise as pirâmides etárias a seguir.
negros diante do homem branco que,
conforme a legenda da pintura, repre- Brasil: pirâmide etária – 2010
senta um proprietário de terra na pri-
O regresso à cidade de um proprietário de chácara, de Idade
meira metade do século XIX. Jean-Baptiste Debret, 1834-1839 (litografia aquarelada
(em anos)
100+
à mão). Homens
95-99
90-94 Mulheres
1. c) O estabelecimento do racismo es- 85-89
80-84
75-79
trutural, que se evidencia nos dados, os Agora, considerando que a maioria da popula-
70-74
65-69
2. a) Expectativa de vida que indica en- Elaborado com base em: IBGE. Desigualdades sociais por Brasil: pirâmide etária – projeção – 2060
velhecimento da população brasileira e cor ou raça no Brasil. Estudos e pesquisas: informação
demográfica e socioeconômica. n. 41. p. 1. Rio de Janeiro:
o aumento da população mais velha no IBGE, 2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/
Idade
(em anos)
topo da pirâmide. visualizacao/livros/liv101681_informativo.pdf.
100+
95-99
90-94
Homens Mulheres
Acesso em: 10 maio 2022. 85-89
80-84
75-79
70-74
65-69
55-59
50-54
45-49
40-44
Taxa de analfabetismo (%) 35-39
30-34
Cor e raça 25-29
20-24
Preta ou parda 6,8 20,7 9,1 Elaborado com base em: POPULATION Pyramid.
Disponível em: https://www.populationpyramid.net/
Elaborado com base em: IBGE. Desigualdades sociais por brazil/2060/. Acesso em: 12 maio 2022.
cor ou raça no Brasil. Estudos e pesquisas: informação
demográfica e socioeconômica. n. 41. p. 1. Rio de Janeiro:
IBGE, 2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/ a) Qual fator demográfico está expresso na
visualizacao/livros/liv101681_informativo.pdf.
Acesso em: 9 maio 2022. transformação do topo das pirâmides?
2. Leia as respostas neste Manual do Professor.
138
138
3. Leia as respostas neste Manual do Professor.
b) Descreva a evolução projetada para a base Orientações didáticas
OCEANO MS MG
PACÍFICO
PR
SP RJ
Trópico
de 5 Observe o gráfico a seguir. 3. c) O deslocamento se deveu à inten-
Capricór
5. Leia as respostas neste Manual do Professor.
sa exploração da borracha na região,
nio
SC
Brasil: rendimento médio mensal das
RS pessoas ocupadas (por cor ou raça) – 2018 o que ficou conhecido como “ciclo da
Direção e intensidade
do fluxo
0 645 1 290
borracha”. O primeiro ciclo ocorreu no
3 000
início do século XX, o segundo, na dé-
km
a) Identifique e explique o principal fluxo inter- 1 500 3. d) No estado de Mato Grosso e a ati-
no do país no século XX. 1 000 vidade é a agropecuária, que expandiu
b) Com base nos fluxos do mapa, aponte a prin- 500 a fronteira agrícola.
cipal concentração e a área com menor densi- 0
4. a) Mão de obra assalariada de imi-
Brancos Pretos ou pardos
dade demográfica no território brasileiro. grantes europeus e japoneses.
c) Aponte a principal causa do fluxo Nordeste- Elaborado com base em: IBGE. Pretos ou pardos estão
mais escolarizados, mas desigualdade em relação
-Norte. aos brancos permanece. Agência IBGE, 13 nov. 2019.
4. b) Lavoura cafeeira.
d) O fluxo em direção à região Centro-Oeste Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/
agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/ 4. c) Maior concentração de infraestru-
está mais concentrado em qual estado e re- releases/25989-pretos-ou-pardos-estao-mais tura, maior densidade demográfica.
lacionado a qual atividade econômica? -escolarizados-mas-desigualdade-em-relacao-aos
-brancos-permanece. Acesso em: 4 jun. 2022.
4. d) A estratégia tinha como objetivo
4 Analise o texto e a foto a seguir.
a) Como as desigualdades sociais e econômi- diminuir os chamados “vazios demográ-
O Censo de 1900 registra mais de 17 milhões de
residentes. Na primeira metade do século, a popu- cas são expressadas no gráfico? ficos” e realizar um branqueamento da
lação triplicou, informou o IBGE – 51,9 milhões de b) Aponte um reflexo da configuração socioe- população com a vinda de imigrantes
residentes em 1950. conômica apresentada na ocupação dos es- brancos europeus, em detrimento das
BARRETO, Gustavo. Imigrantes contribuíram com 19%
paços habitacionais brasileiros. populações indígenas e negras.
do aumento populacional do Brasil entre 1840 e 1940.
Mídia Cidadã. 12 out. 2014. Disponível em: https:// c) Cite um exemplo de como as desigualda- 5. a) As desigualdades se expressam
midiacidada.org/imigrantes-contribuiram-com-19-do
des social e econômica afetam a população nos rendimentos e levando em consi-
-aumento-populacional-do-brasil-entre-1840-e-1940/.
Acesso em: 8 maio 2022. mais pobre. deração a cor ou raça.
4. Leia as respostas neste Manual do Professor.
139
BNCC na unidade
Erich Sacco/Shutterstock
Competências gerais da Educação
Básica (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9
e 10.
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental (CECH): 1, 2, 3, 4, 5,
6 e 7.
Competências específicas
de Geografia para o Ensino
Fundamental (CEG): 1, 2, 3, 4, 5, 6
e 7.
Habilidades de Geografia: EF07GE02,
EF07GE03, EF07GE05, EF07GE06,
EF07GE07, EF07GE08, EF07GE09
e EF07GE10.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Saúde, Educação Alimentar
e Nutricional, Ciência e Tecnologia,
Educação para o trânsito, Educação
em Direitos Humanos, Trabalho,
Diversidade Cultural, Educação para
a valorização do multiculturalismo
nas matrizes históricas e culturais
brasileiras e Educação Ambiental.
Introdução
Nesta unidade, estão em foco te-
mas essenciais à compreensão da
produção e da organização do espa-
ço geográfico brasileiro em relação ao A Vista de Goiânia (GO), 2021,
cidade que oferece um conjunto
desenvolvimento das atividades rurais de serviços tipicamente urbanos à
e urbanas. Portanto, serão abordados população.
tanto aspectos sociais e ambientais da
vida urbana no cotidiano quanto temas Nesta unidade você vai estudar:
referentes à concentração fundiária e à ⓿ o processo de modernização do
Economia e
reforma agrária. território brasileiro;
⓿ as características da industrialização
Para que as atividades urbanas e ru-
brasileira e sua distribuição espacial;
rais se desenvolvam, é necessária uma
base material para que os fluxos de in-
formação, energia, mercadorias, entre
modernização ⓿ a urbanização do Brasil, o crescimento
das cidades e os problemas urbanos;
140
e a necessidade de aprender; que ela-
3
meios de transporte, comunicação e geração dade. Avalie a necessidade de encami-
de energia você reconhece nas fotos? Quais nhar alguma dinâmica específica para
deles fazem parte de seu cotidiano? os estudantes avaliarem como tem sido
a relação entre eles no ambiente esco-
lar e extra-aula, promovendo a constru-
141
ção das CG9, CECH1 e CEG7, as quais
se referem à cidadania e ao exercício
do respeito à diferença.
Para orientações sobre a avaliação das aprendizagens crescimento industrial e da modernização da agricultura. A
desta unidade, veja o tópico Acompanhamento das apren- população brasileira passou a se concentrar nas cidades e
dizagens, nas Orientações para este volume. Nele, também o crescimento urbano expandiu a oferta de comércio e de
constam os objetivos pedagógicos da unidade. serviços, criando vias de transportes e comunicações que
possibilitaram maior integração de áreas e regiões que até
Atividades então estavam isoladas.
Encaminhe as atividades propostas nesta abertura, de- As questões têm como objetivo mobilizar conhecimen-
terminando alguns minutos para os estudantes as lerem e tos prévios dos estudantes a respeito dos grandes temas
anotarem algumas palavras no caderno. Parte delas já foi e conceitos que serão desenvolvidos na unidade. Portan-
discutida nos encaminhamentos anteriores, e os estudan- to, não é esperado que eles as respondam com precisão
tes, portanto, já construíram um repertório inicial que pode- conceitual, identificando e relacionando fatos, fenômenos,
rá ser mobilizado em seus registros individuais. processos e períodos históricos, mas que relembrem e reto-
Explique a eles que o processo de urbanização brasilei- mem alguns saberes adquiridos na escola e na vida cotidia-
ro intensificou-se drasticamente por causa, sobretudo, do na, proponham perguntas, reconheçam o desconhecimento
141
9
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que o Brasil é
BNCC no capítulo industrializado e que muitos dos produtos que consomem, bem como máquinas
e equipamentos com os quais convivem, são produzidos por indústrias instaladas
no país. Nas paisagens, isso pode ser percebido por meio de edifícios industriais.
Competências gerais da Educação
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem: energia, matéria-prima, mão de obra, mercado
Básica (CG): 1, 2, 3, 6, 7 e 9. consumidor, redes de transporte e comunicação, fornecimento de água, etc. Os fatores locacionais para ins-
talação de fábricas e outras condições para o desenvolvimento industrial variam de acordo com o contexto
Competências específicas de histórico (político e econômico, sobretudo),
Ciências Humanas para o Ensino
Industrialização
o desenvolvimento de tecnologia e o que
será fabricado.
Fundamental (CECH): 2, 3, 5, 6 e 7.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem: geração de emprego, impostos e modernização,
Competências específicas de como possíveis vantagens, e aumento do trânsito, poluição, encarecimento do custo de vida e da terra como
Geografia para o Ensino Fundamental fatores potencialmente negativos.
© Tarsila do Amaral Empreendimentos Reprodução/Coleção particular
(CEG): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Habilidades de Geografia: EF07GE07, Para começar
EF07GE08, EF07GE09 e EF07GE10.
Converse com os colegas e o professor.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Saúde, Trabalho, Educação 1. O Brasil é um país industrializado? Que
indicadores presentes nas paisagens
Alimentar e Nutricional.
brasileiras e em seu cotidiano justificam sua
resposta?
142
Orientações didáticas
Os tipos de indústria
Peça aos estudantes que se orga-
As indústrias podem ser classificadas de várias maneiras, levando-se em conta diferentes critérios, como
nizem em trios e, juntos, descrevam o
a tecnologia empregada ou o tipo de produto. Se considerarmos seu foco de produção, poderemos classi-
que diferencia uma indústria da ou-
ficá-las em: indústrias de base (ou de bens de produção), indústrias de bens intermediários e indústrias de
tra (dentre as apresentadas nesta pá-
bens de consumo.
gina) e citem exemplos. Após o tempo
determinado por você, peça-lhes que
Alex Tauber/Pulsar Imagens
Sudeste
57,7%
Sul
Elaborado com base em: IBGE. Pesquisa industrial
19,2%
anual 2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.
br/visualizacao/periodicos/1719/pia_2019_v38_n1
_empresa_informativo.pdf. Acesso em: 5 fev. 2022.
* Segundo o valor da transformação industrial.
1. A maioria absoluta da produção industrial brasileira está concentrada na região Sudeste do Brasil. Segundo os
dados de 2019, mais da metade de toda a produção está nessa região. Em seguida, mas bem distante, está a
região Sul. E as menores participações estão nas regiões Centro-Oeste e Norte, com percentuais bem baixos. 143
143
Orientações didáticas
A industrialização brasileira
Comente com os estudantes que as
primeiras indústrias brasileiras, do final As primeiras indústrias no Brasil foram instaladas ainda no período colonial,
do século XIX, eram bastante rudimen- no final do século XIX, quando o Império deu lugar à República. Entretanto, o
tares, com pouco uso de tecnologia e país não se industrializou naquela época. Na realidade, o processo de industria-
algumas máquinas, além de serem dis- lização brasileiro, no qual a economia passou a ser orientada principalmente
persas pelo território, como nos esta- pelas atividades industriais, ocorreu cerca de cem anos após ela se desenvolver
dos da Bahia e do Rio Grande do Sul. na Europa, quando por lá o processo já estava bem mais avançado. Por isso,
A maioria das indústrias surgiu de ini- esse processo foi denominado de “industrialização tardia”.
ciativas privadas para beneficiar gê- Por aqui, a instalação das fábricas e o processo de industrialização de-
neros agropecuários, como o algodão correu da iniciativa privada, de empresários brasileiros, e sobretudo da
(produção de fios e tecidos) e o couro ação do Estado, no final do século XIX e mais intensamente a partir da
bovino. Entretanto, é um fenômeno iso- década de 1930.
lado e diferente da abrangência e do A primeira fase do processo de industrialização ocorreu entre 1880 e 1930,
grau de transformação do espaço geo- quando a exportação de café era a principal atividade econômica do Brasil e
gráfico brasileiro que ganhou força no favoreceu o acúmulo de capitais para a estruturação de fábricas que se con-
século XX e marca o processo de in- centraram nas cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Nessa primeira
dustrialização e modernização do país, fase, predominaram as indústrias têxteis, de vestuário, calçados e alimentos.
o que levou à urbanização, crescimento
Reprodução/Coleção particular
144
144
1. O trabalhador precisa exercer
atividades formalizadas em con- denominados trabalhadores autôno-
Mercado consumidor e mão de obra trato de trabalho e registro em
carteira de trabalho e previdên- mos. Muitos são trabalhadores formais,
Em compasso com o avanço do crescimento industrial e urbano, o Brasil
cia social. As férias remuneradas têm Cadastro Nacional de Pessoas Ju-
anuais de trinta dias passam a
conheceu a formação de um mercado consumidor interno que se tornou im- ser um direito depois de doze rídicas (CNPJ) – número que identifica
portante para o crescimento econômico do país. Esse mercado se formou pela
meses de trabalho. A indeniza-
ção por demissão só é válida
que a pessoa abriu uma empresa pa-
abolição da escravidão e pelo aumento do trabalho assalariado, realizado pela
depois do período de experiên- ra exercer atividade econômica. Entre-
cia de três meses e se o tra-
grande leva de imigrantes, sobretudo europeus. Diferentemente da mão de balhador não for demitido por tanto, muitos outros são trabalhadores
obra escravizada, o trabalhador livre e assalariado constitui-se como mercado
justa causa (excesso de faltas informais que prestam serviços sem
não justificadas, atitude ilegal,
consumidor para aquilo que é produzido pelo setor industrial de bens de consu- etc.). Tem direito ao seguro- contrato de trabalho ou vendem produ-
-desemprego o trabalhador for- tos sem possuírem documentação e li-
mo, alimentando, assim, parte da economia do país. mal dispensando involuntaria-
mente (sem justa causa) e que cença, como motoristas e entregadores
Na época, o trabalho não era regulamentado por leis trabalhistas como as não receba outros rendimentos de aplicativo sem CNPJ. Empregados
que existem hoje. Dias e horas de trabalho, as funções do trabalhador, condi- ou benefícios sociais, além de ter
trabalhado determinado período domésticos sem registro em carteira
ções para sua realização e a remuneração eram praticamente definidos pelo antes de solicitá-lo (entre nove e
doze meses, dependendo se é a também são trabalhadores informais.
empregador, com nenhum ou pouco diálogo com o operário. E as leis que havia,
sobre, por exemplo, acidentes de trabalho, férias e contratação de menores de
primeira a ou segunda solicitação Os encaminhamentos propostos
e o intervalo entre elas).
idade, eram pouco respeitadas e pouco fiscalizadas pelo governo. 2. De modo geral, são mais bem neste tópico têm estreita relação ao
Tentativas de organização entre operários, passeatas e algumas greves
remunerados os trabalhos que
exigem anos de formação, bas-
TCT Trabalho e fazem com que os es-
eram muito malvistas pela classe dominante. Não era incomum que os jornais
tante conhecimento e talento tudantes conheçam mais sobre o mun-
em sua execução; geralmente
do do trabalho e pensem em seu futuro
relatassem as reivindicações como badernas e classificassem seus organizado- exigem-se criatividade, geren-
ciamento e protagonismo. Têm profissional, uma dimensão importan-
res e participantes como pessoas ingratas por não valorizarem o trabalho que remuneração menor aqueles
trabalhos que exigem menos te para a construção de seus projetos
tinham, revelando heranças sobre as relações construídas no período escrava-
habilidade, conhecimento, for- de vida, favorecendo, assim, o desen-
gista e a desvalorização do trabalho braçal e das pessoas que o executavam. mação e experiências, como
tarefas repetitivas e braçais. volvimento da CG6. Nesta perspectiva,
3. Resposta pessoal. Espera- pode ser interessante pedir que pesqui-
Reprodução/Museu da Imigração do Estado de
São Paulo, São Paulo, SP.
1. O mundo do trabalho atualmente é muito mais complexo do que no início da industrialização. Organizações
de trabalhadores, por meio de sindicatos, pressionaram os patrões e o governo a criarem políticas salariais e a
regularem o trabalho, trazendo algumas garantias para o trabalhador, como férias remuneradas, indenização
por demissão sem justa causa e seguro-desemprego. Pesquise quais são as condições que o trabalhador deve
cumprir para ter direito aos benefícios citados.
2. O universo de profissões e as áreas de atuação se transformam e podem se valorizar ou desvalorizar com o tem-
po. Quais profissões e trabalhos são, atualmente, mais e menos remunerados? Qual é o perfil das pessoas que
os executam?
3. E você, já pensou em qual profissão e carreira seguir? Quais são seus talentos e suas afinidades? O que seria
preciso para conseguir ser e fazer o que você sonha em seu futuro? Anote suas reflexões e participe de uma roda
de conversa com os colegas para debaterem sobre os sonhos e planos da turma, e assim pensarem no que é
preciso fazer para conquistá-los.
145
145
Orientações didáticas
Crises externas e desenvolvimento
Conduza a proposta de ensino e
aprendizagem de forma a favorecer ao
industrial brasileiro
estudante a correlação entre eventos As reduções do preço do café no mercado internacional e os períodos de
internacionais e nacionais. O proces- crise econômica mundial, decorrente em parte da Primeira Guerra Mundial
so de industrialização brasileiro, em di- (1914-1918) e da quebra de empresas e da Bolsa de Valores de Nova York em
ferentes momentos históricos, ocorreu 1929, levou ao deslocamento de parte dos recursos destinados à produção ca-
em razão de desdobramentos daqui- feeira para o desenvolvimento da indústria. Esses fatores criaram novas opor-
lo que se passava no cenário interna- tunidades de lucro com a produção e venda de bens até então importados
cional. pelo Brasil, para os quais já havia mercado consumidor interno.
Para facilitar a visualização da con- Área de fábricas no bairro
Reprodução/Coleção particular
deste capítulo. É um trabalho que pode
ser planejado e desenvolvido de forma
integrada com História e favorece o de- O processo de industrialização brasileiro foi, em grande parte, pos-
senvolvimento da CECH5. sibilitado pelo capital acumulado na rede bancária e que não seria re-
investido nas plantações de café, em razão da reduzida possibilidade
Explore de lucro diante do contexto econômico mundial. Fabricou-se aqui, so-
Proponha a leitura crítica da repro- bretudo, bens de consumo não duráveis e semiduráveis, como sapatos,
dução do cartaz publicitário de refrige- roupas, produtos de higiene, alimentos, bebidas, gráfica (papelaria),
rante, um dos exemplos de produto da móveis, etc., que exigiam pouco investimento financeiro e tecnologias
indústria nacional. É uma oportunida- mais simples. Para isso, importou-se máquinas dos países que eram
de para trabalhar, de forma introdutó- expoentes industriais, deixando de investir no desenvolvimento tecno-
ria, as noções de prática de pesquisa lógico nacional e tornando o país dependente da tecnologia externa.
relacionada aos estudos de recepção
da indústria cultural, ou seja, interpre- A publicidade apresentada no cartaz desta página foi mantida para fins didáticos.
tações possíveis do público receptor ao Cartaz publicitário de produto industrializado fabricado no Brasil, 1933.
qual a publicidade naquela época era
dirigida. Elabore questões para auxiliar Explore
os estudantes a perceber os códigos e NÃO ESCREVA NO LIVRO.
mensagens veiculados no cartaz, como 1. No seu caderno, elabore uma descrição do cartaz publicitário desta página, destacando:
a imagem da criança e a palavra “ma- ⓿ a qual público principal se destina;
1. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
mãe” sugerindo se tratar de um produ- ⓿ a reação da criança ao estar com o produto em suas mãos;
to para a família, e assim associar seu ⓿ o ambiente no qual o produto é estimulado a ser consumido;
como publicidades semelhantes a esta podem impactar no modo de vida das pessoas;
consumo a um momento de convívio fa-
⓿
miliar e felicidade de certo modo sin- 2. Há cartazes semelhantes a este nos dias atuais? Você costuma consumir algum produto que tem esse tipo de
gela (e idealizada). É uma publicidade divulgação publicitária?
voltada aos adultos, pais e mães de fa- 2. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
mília. Peça aos estudantes que sele-
146
cionem imagens atuais de publicidade
de refrigerantes para verificar que códi-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
gos e mensagens são hoje veiculados,
a quem se destina o produto, se pa- redução de ingestão de vitaminas e minerais quando subs-
ra crianças, pais e mães ou para os jo- tituem bebidas mais saudáveis, como sucos naturais e lei-
vens, se compreendem a variedade da te – essa discussão contribui para a Educação Alimentar e
população brasileira, etc. Peça-lhes que Nutricional do estudante, um dos TCTs.
avaliem qual comportamento é asso- Essas reflexões possibilitadas pelo estudo das peças pu-
ciado ao consumo de refrigerante, em blicitárias do passado e do presente promovem também a
qual contexto o produto é consumido aprendizagem de noções de técnicas de investigação em
na peça publicitária, o que seu consu- Ciências Humanas que envolvem as práticas de pesquisa
mo proporcionaria ao consumidor, en- referentes à análise documental e ao estudo de recepção.
tre outros aspectos. Por fim, sugerimos
também discutir quais problemas de
saúde o consumo frequente de refrige-
rantes acarreta, como maior incidência
de cáries, contribuição à obesidade e
146
Orientações didáticas
Tecnificação do território
Sugerimos explorar o mapa para que
Além do capital, da concentração da mão de obra e do mercado consumidor, o ciclo do café também os estudantes relacionem a localiza-
propiciou a tecnificação dos territórios paulista e carioca, ou seja, a instalação de ferrovias, portos, es- ção da área de produção de café com
tradas, cidades, telégrafo, energia elétrica e o setor de serviços (bancos e comércio), fatores essenciais a tecnificação do território, nesse caso,
ao processo industrial, o que também explica a concentração espacial inicial da indústria no Brasil nessas representada pela instalação de ferro-
áreas do atual Sudeste. Entretanto, esses sistemas de infraestruturas, em menor diversidade e densidade, vias, promovendo o desenvolvimento
também foram instalados em outras regiões brasileiras onde as atividades econômicas se mostravam mais das CG1, CECH5 e CECH7, CEG2, CEG3
dinâmicas, com destaque para a faixa litorânea do país. e CEG4, e das habilidades EF07GE07,
EF07GE08 e EF07GE09, pois, ao lon-
Sudeste: localização das indústrias – 1930-1950
go do processo, mobilizam-se conhe-
50º O
BA
cimentos historicamente construídos,
estabelecem-se relações espaço-tem-
porais, observam-se os princípios de
DF localização e de distribuição espacial
e compreende-se a tecnificação do ter-
GO
ritório associada ao processo de indus-
trialização e instalação de redes de
transporte, por exemplo.
MG
Retome com os estudantes que o
ES desenvolvimento industrial é um fenô-
MS meno mais amplo que a fábrica e que
a planta industrial. O ritmo e a escala
SP
Elaborado com base em: da produção industrial estão associa-
ATLAS Histórico do Brasil. dos à necessidade de maior circulação
Portal de mapas/Arquivo da editora
RJ OCEANO
Rio de Janeiro: FGV-CPDOC,
ATLÂNTICO
2016. Disponível em: https:// e consumo, o que implica a adequa-
Trópico de Cap
ricórnio
atlas.fgv.br/marcos/ ção do território para os novos fluxos,
economia-na-era-vargas/
PR
mapas/grafico-industria
fixar um conjunto de diferentes objetos
0 150 300
Indœstria -nacional-da-volta-por-cima. técnicos que compreende a fábrica, as
km
Acesso em: 6 maio 2022. redes de transporte e comunicação, ge-
A partir da década de 1930, gradativamente, a elite agrária foi dando espaço para a elite urbana, forma- ração e transmissão de energia, entre
da por industriais, comerciantes e banqueiros. outros, o que caracteriza uma intensa
tecnificação do território e aumento de
Primeiro governo Vargas sua densidade e complexidade. É im-
portante que os estudantes compreen-
Com o governo do presidente Getúlio Vargas, entre 1930 e 1945 (que exerceria a presidência novamente dam a relevância do papel do Estado
entre 1951 e 1954), o Estado passou a investir fortemente na industrialização do país, sobretudo nas indús- nesse momento do processo da indus-
trias de base, que exigem grande volume de investimento e retorno a longo prazo e são essenciais (ainda trialização brasileira. Sua ação, inves-
mais naquela época) ao processo de industrialização, pois favorecem o desenvolvimento dos demais seto- tindo em setores de base, que exigem
res industriais. grande investimento financeiro e retor-
Destacam-se a criação de indústrias estatais de siderurgia (1941: Companhia Siderúrgica Nacional – no a longo prazo, não era muito atrativa
CSN), bens de capital (1942: Fábrica Nacional de Motores – FNM) e mineração (1942: Companhia Vale do Rio para o capital privado naquele contexto
Doce – CVRD). econômico e histórico. E, sem as indús-
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) também favoreceu a industrialização brasileira por meio de cri- trias de base e obras de infraestrutura,
ses de abastecimento e necessidade de produção local daquilo que ainda era importado e de negociações seria mais difícil que se desenvolvesse
que o governo fez para vincular seu apoio aos Aliados na guerra (Estados Unidos, Reino Unido e França) em o setor industrial em toda a sua com-
troca de investimento e repasse de tecnologia industrial. Ou seja, novamente a substituição de importa- plexidade (como as várias indústrias
ções foi um grande motivador do desenvolvimento industrial brasileiro. de transformação que fabricam bens
de consumo duráveis e não duráveis)
147 e assim dinamizar a economia, geran-
do emprego e fazendo o país crescer e
se modernizar.
Sugerimos propor a leitura compar-
tilhada desta página, fazendo pausas
para esclarecer dúvidas, complemen-
tar os exemplos e eventualmente in-
dicar fatos relacionados ao contexto
local e assim ajudá-los a dar sentido
ao texto lido, inferindo relações.
147
Orientações didáticas Conexões com
História
Conexões
1. Atividade de pesquisa.
Espera-se que o estudante
Se possível, avalie com o professor indique que o Plano de Metas
de História estratégias para desenvol- Pós-Segunda Guerra Mundial foi uma proposta que buscava
desenvolver economicamen-
ver o conteúdo desta seção, de for- Ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a industrialização brasileira te o país. Estava organiza-
ma interdisciplinar. Avalie, também, a ganhou uma nova configuração ao se desenvolver por meio da instalação de fi-
do em cinco setores: ener-
gia, transportes, indústria de
possibilidade de contar com o apoio liais de empresas estrangeiras (de origem europeia, japonesa e estadunidense) base (esses três com cerca
de 90% dos investimentos),
do professor de Arte e potencializar a que passaram a se internacionalizar na busca por mercado consumidor, oferta alimentação e educação. O
construção da CG4, na leitura e inter- de matéria-prima e energia, mão de obra mais barata e legislação favorável.
objetivo era superar os obs-
táculos estruturais que impe-
pretação da fotografia, como sugeri- diam o crescimento do país.
mos a seguir. 50 anos em 5 Foram pensadas ações que
proporcionassem reações em
cadeia, por exemplo, estimular
Explore No governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), foi desenvolvido a mecanização da agricultura
um ambicioso projeto de modernização do país, denominado Plano de Metas. O se desdobraria no estímulo às
Uma possibilidade de encaminha- fábricas de tratores. Também
mento é orientar a interpretação da projeto tinha como slogan promover o avanço econômico do país de 50 anos em visava consolidar a indústria
5 anos. O incentivo à industrialização mobilizou a instalação de infraestrutura automobilística no país e assim
fotografia, considerando-a como um reduzir a importação de veícu-
documento histórico, analisando seu viária e desenvolvimento do setor energético. Aumentou-se consideravelmente los e contribuir com as contas
públicas, especificamente para
contexto de produção, o que e como é a geração de energia elétrica e extração de petróleo, assim como a abertura e o saldo positivo na balança
pavimentação de estradas, estimulando a vinda de montadoras automobilísti- comercial.
representado (ângulo da foto que veicu-
la mensagem de imponência; grupo de cas estrangeiras ao país. Por outro lado, o transpor-
de uma mesma realidade local e expli- 1 Faça uma pesquisa para ampliar seu conhecimento sobre o “Plano de Metas” proposto no go-
car como iluminação, ângulos, escala verno de Juscelino Kubitschek. Identifique o que estava previsto neste plano e quais foram suas
e recortes podem alterar a informação. principais justificativas.
Esses procedimentos são comuns nas
2 Foi no governo de Juscelino Kubitschek que Brasília (DF) foi construída e a sede do Governo
análises de documentos em proces-
Federal mudou de localização. O que justificou essa ação e que desdobramentos teve para o
sos de pesquisa de práticas sociais e 2. O deslocamento da capital federal para o interior do país levou a uma maior inte-
território brasileiro? riorização do povoamento, integração de novas áreas ao setor produtivo (fronteiras
servem para que os estudantes com- agrícolas) e aproximou o centro político do país de capitais estaduais que estavam
preendam o procedimento de cons- mais distantes ao localizar a nova sede do governo na região central do país.
trução do conhecimento científico em
Ciências Humanas e para desenvolver 148
sua criticidade.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Organize os estudantes em roda
e peça a eles que apresentem e dis-
cutam os resultados da pesquisa que
realizaram a partir das propostas com-
preendidas nesta seção.
148
Orientações didáticas
Governos militares
Promova a leitura das fotografias e
Com a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, quem assumiu foi seu vice, João Goulart, que ten-
suas respectivas legendas para eviden-
tou promover um conjunto de reformas, como a agrária, a cambial, a tributária, a educacional, entre muitas
ciar as transformações das paisagens e
outras que desagradaram os setores mais conservadores da sociedade, uma grande parte da elite urbana e
os impactos ambientais decorrentes da
rural, bem como parte de empresas e investidores estrangeiros, que se mobilizaram para impedi-las.
implementação de grandes projetos de
Em 1964, os militares brasileiros, com apoio de parte da sociedade civil, destituíram o presidente (Golpe
engenharia na construção e na instala-
de Estado), fecharam o Congresso e assumiram o poder executivo no país, que deixou de realizar eleições
ção de infraestrutura no território brasi-
diretas para presidente até 1989.
leiro, uma marca da administração do
último governo militar brasileiro.
Solano José/Estadão Conteúdo
sigualdade social. –5
1945
1950
1955
1960
1965
1970
1975
1980
1985
1990
1995
2000
2005
2010
⓿ O gráfico representa o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro entre ú945 e 20ú0. Descreva
como a média móvel do crescimento do PIB se comportou algumas décadas antes e algumas décadas após o
golpe de ú964. A média móvel apresentou forte crescimento entre 1945 e 1960 (de 4% a 7%), com variação
mais estável nos últimos anos. Entre 1960 e 1975, houve um crescimento vertiginoso (de 5%
a 9%), seguido de uma queda ainda maior (atingindo 2%) e ficando mais estável a partir de
1990 e variando entre 1% e 3%.
149
149
Orientações didáticas
Desconcentração industrial
Até aqui, os estudantes desenvol-
veram estudos acerca do histórico do A década de 1980 foi conhecida como “a década
Brasil: evolução da participação no valor da produção
processo de industrialização brasileira. perdida” por ter sido marcada pela grande reces- industrial, por estados selecionados – 1939-2011
Sugerimos questioná-los sobre qual é são e crise econômica vivida pelo país e que se des- 70
o panorama atual da indústria no país. dobrou até o início dos anos 2000. Foi um período 60 58,2
Eles podem mencionar que hoje há fá- de estagnação das atividades industriais e muitas 50
48,9
bricas em todo território nacional. Per- fábricas foram deslocadas dos grandes centros ur- 40
gunte o que proporcionou a dispersão banos para cidades menores no mesmo estado ou
%
31,3
30
das indústrias para outras regiões e es- até para outros estados, que ofereciam condições
20
22,0
para as indústrias se instalarem em lo- Elaborado com base em: POCHMANN, Marcio. Brasil 1939 1970 2011
Ano
calidades mais distantes dos tradicio- sem industrialização: a herança renunciada [on-line].
Ponta Grossa: Editora UEPG, 2016. p. 86. Disponível São Paulo Rio de Janeiro Rio Grande
nais centros econômicos e industriais em: https://static.scielo.org/scielobooks/yjzmz/pdf/ Pernambuco Minas Gerais do Sul
do país? Promova, então, a leitura e a pochmann-9788577982165.pdf. Acesso em: 24 mar. 2022.
interpretação coletiva do gráfico. Em se- Na década de 1990, já em governo eleito
protecionismo: conjunto de ações governamentais para
guida, sugerimos encaminhar a resolu- democraticamente e com grande influência proteger a economia ou algum setor ou atividade específica
ção das atividades propostas na seção da globalização econômica e financeira, foi do país, como a proibição de importação de produtos e
Explore. Marque uma data para com- promovida no país uma abertura comercial
serviços ou fixação de impostos elevados.
partilhar as respostas e ampliar a lei- e ampliada à concorrência com empresas Brasil: distribuição espacial da indústria – 2016
tura do mapa.
estrangeiras. Esse movimento levou a uma
Esse conjunto de encaminhamentos maior competitividade interna, falência ou
favorece o estabelecimento de relação compra de empresas, privatizações e nova Equador
RR AP
2. Resposta variável, de acordo com o local onde reside o estudante. Espera-se que o
estudante identifique o estado onde se localiza o município em que vive e compare os
dados dele com dos demais estados da mesma região, avaliando
Explore se ele apresenta mais ou menos indústrias que a média regional
ou que alguns estados especificamente. NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1 A partir da análise do mapa, descreva no seu caderno a distribuição espacial das indústrias no Brasil, destacando
as regiões com maior e menor concentração.
2 Compare a situação do estado onde se localiza o município onde você vive com os demais estados da mesma
região.
1. A maior concentração industrial ocorre no estado de São Paulo, sobretudo na cidade de São Paulo e seu entorno.
Em seguida destaca-se o estado o Rio de Janeiro. Apenas esses dois estados já seriam responsáveis por colocar a
região Sudeste como a que apresenta mais indústrias no país, o que é fortalecido pela presença relevante de indús-
150 trias em Minas Gerais e no Espírito Santo. A região que vem em seguida é a Sul e, depois, a Nordeste. De modo
geral, as indústrias estão concentradas nas capitais dos estados, principalmente naqueles litorâneos.
150
1. Em linhas gerais, as indústrias instalam-se onde há condições de operação com custos mais baixos e lucros mais
elevados. Com mais locais com condições de receber instalações industriais por meio da instalação de toda rede de
infraestrutura necessária, o capital industrial avalia em quais delas é mais vantajosa (questões que envolvem tempo e
custo de transporte, disponibilidade e custo de água e energia, legislação ambiental, presença de mão de obra quali-
ficada e os custos da terra – compra ou aluguel de terrenos – e dos impostos, além de aspectos fiscais). Também
consideram outros benefícios que os lugares, no caso municípios e estados, podem oferecer, Orientações didáticas
Decadência como concessão de áreas, financiamento, renúncia ou redução de impostos, parcerias para
instalação de benfeitorias, etc. Se possível, consulte relatórios
Em meados da década de 1970, a indústria brasileira respondia por cerca de 22,5% do PIB nacional. No atuais do IBGE e do Banco Mundial pa-
início de 2020, respondia por 12%. Após estar entre os 10 países mais industrializados no mundo por cin- ra atualizar os dados sobre o percentual
quenta anos, em 2020, o país saiu desse grupo. O Brasil, atualmente, contribui com cerca de 2% da produ- da produção industrial no PIB nacional
ção industrial mundial e cerca de dois terços dessa produção é de baixa ou média tecnologia. e o posicionamento do país de acordo
com o valor do seu PIB quando for de-
Brasil: evolução da participação da produção
Brasil: principais atividades industriais – 2019
industrial no PIB – 1951-2021
senvolver este conteúdo.
Pergunte aos estudantes que tipos
%
produtos alimentícios
15,2%
30
em seus processos produtivos. Pergun-
25 te como são desenvolvidas novas tec-
Fabricação de coque, nologias e explique a importância do
de produtos derivados 20
13,6%
do petróleo e de
1951 1961 1971 1981
Ano
1991 2001 2011 2021
investimento em pesquisa e desenvol-
biocombustíveis
vimento, o que ocorre em departamen-
Fabricação de Elaborado com base em: PERFIL da Indústria tos especializados de universidades e
7,3% Brasileira. Disponível em: https://industriabrasileira.
produtos químicos
portaldaindustria.com.br/grafico/total/producao/#/
de grandes empresas.
Extração de petróleo e
industria-total. Acesso em: 24 mar. 2022. Ao apresentar o gráfico que repre-
7,2%
gás natural senta a evolução da participação da
Elaborado com base em: IBGE. Pesquisa Industrial
Anual, 2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.
indústria no PIB nacional, peça aos es-
Extração de minerais
metálicos
6,7% br/visualizacao/periodicos/1719/pia_2019_v38_n1 tudantes que descrevam o comporta-
_empresa_informativo.pdf. Acesso em: 24 mar. 2022. mento da curva, destacando períodos
A desindustrialização da economia nacional, iniciada na década de 1980, levou ao grande crescimento de alta e de baixa, e fazendo projeções
do setor de serviços. Entretanto, diferentemente do que ocorreu nos países mais industrializados e desen- futuras. Peça-lhes que elaborem expli-
volvidos, onde também houve a redução da participação da indústria na economia, a renda per capita não cações e hipóteses para justificar es-
evoluiu significativamente e a desigualdade econômica se acentuou. sa evolução.
Você sabia?
Você sabia? Sugerimos que seja feita a leitura
oral das duas questões desta seção e
Guerra fiscal e guerra dos lugares que os estudantes tentem respondê-las
São variados os fatores responsáveis pela maior dispersão industrial pelo território nacional e sua relativa sem a leitura do texto. Anote na lou-
desconcentração espacial, observada a partir da década de 1970, como: o desenvolvimento dos sistemas de
sa as principais ideias e palavras-cha-
transporte e comunicação, a maior oferta de energia em outras localidades, as transformações das técnicas
produtivas, os novos maquinários e as novas matérias-primas, o crescimento populacional, etc.
ve. Então, oriente a leitura individual e,
em seguida, peça a eles que retomem
Além disso, aumento dos custos de produção em antigas localidades de tradição industrial associada com
benefícios fiscais, imobiliários, financeiros e até ambientais, oferecidos pelos estados e municípios com o objetivo
as anotações da lousa para validá-las
de atrair empreendimentos industriais para seus territórios na perspectiva de modernizá-lo e dinamizá-lo ou não. Peça-lhes ainda que retomem
economicamente, levou muitas empresas a se deslocarem. Isso estimulou a competição entre os entes federativos as questões e as respondam oralmente.
para atrair determinadas indústrias por meio da oferta de condições fiscais e financiamento cada vez mais Esclareça eventuais dúvidas e determi-
favoráveis a elas, fenômeno que é denominado “guerra fiscal” ou “guerra dos lugares”. ne um tempo para que, individualmen-
te, elaborem as respostas por escrito no
caderno, aproveitando a conversa que
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1 O que pode levar as indústrias a mudarem a localização de suas plantas fabris? acabaram de ter e também os registros
2 Quais são as consequências negativas decorrentes da “guerra fiscal”?
da lousa. Ao final, alguns estudantes po-
dem ler seus textos e os demais podem
comentar se as respostas estão ade-
2. Por competirem para receber as indústrias por meio da redução dos tributos e impostos, os estados acabam quadas e completas.
renunciando a ganhos maiores e ainda podem se envolver em conflitos políticos entre si.
151
151
Orientações didáticas
A poluição industrial e
Sugerimos iniciar as reflexões e as
aprendizagens relacionadas ao tema os problemas socioambientais
proposto neste tópico indicando aos
Com a industrialização e o desenvolvimento tecnológico, os seres humanos puderam construir objetos
estudantes algumas ações prévias pa-
que transformaram profundamente a relação da sociedade com a natureza. O uso de tratores, caminhões
ra que eles as realizem sozinhos em
e outras máquinas para a realização de obras permitiram a construção de grandes represas e túneis, o re-
momento extra-aula. A proposta, ins-
corte de montanhas, o aterramento de pântanos e mangues, o intenso desmatamento e a exploração de
pirada no método da “sala de aula in-
minérios, recursos hídricos e muitos outros recursos do meio natural.
vertida”, objetiva que eles se preparem
Além disso, os meios de transporte tornaram o deslocamento de pessoas, mercadorias e informações
para as aulas, quando poderão desta-
muito mais rápido e barato e reconfiguraram a organização do território nacional.
car o que descobriram, fazer perguntas
A lógica econômica de ampliação do lucro levou ao desenvolvimento de alternativas para o aumento da
para esclarecer dúvidas que surgiram
produção. Para isso, elevou-se o fornecimento de matérias-primas e outros insumos industriais, como água
no processo, debater com os colegas
e energia, e estimulou-se o consumo. Como consequência desse processo, ocorreu um grande aumento do
e produzir sistematizações e sínteses.
descarte de rejeitos no meio ambiente.
Propomos que sejam encaminhadas A extração de matérias-primas, sua transforma-
152
1. A meta definida para o Brasil é: até 2030, modernizar a infraestrutura e reabilitar as atividades econômi-
cas para torná-las sustentáveis, com foco no uso de recursos renováveis e maior adoção de tecnologias e
processos industriais limpos e ambientalmente adequados.
2. A necessidade de modernização do parque industrial, com uso de tecnologia que exija menos energia,
recursos naturais e gerem menos desperdício e emissão de resíduos. Também se espera o uso de maté- compreensão e esclarecer dúvidas. Pe-
Trabalhando com metas e indicadores ça a eles que realizem individualmen-
rias-primas e fontes de energia sustentáveis, renováveis e com menor emissão de gases estufa. te ou em dupla as atividades de 1 a 3
3. Foi estabelecido apenas um indicador: a quantidade de emissão de CO2 relacionado ao PIB. (elas também podem ser encaminha-
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das como tarefa extra-aula). Conduza
A definição de metas, o planejamento de ações e a seleção de indicadores para avaliar o desenvolvi- coletivamente a interpretação e resolu-
mento e a eficácia da execução de determinado projeto é uma técnica de gestão empresarial bastante ção da atividade 4. Se pertinente, or-
comum para resolver um problema ou atingir determinados objetivos. ganize a turma em grupos de quatro
A Organização das Nações Unidas (ONU), visando promover o desenvolvimento sustentável de to-
integrantes e peça a eles que realizem
dos os países do mundo, definiu um conjunto de ações temáticas, nomeadas Objetivos do Desenvol-
as atividades 5 e 6. Eles podem levan-
vimento Sustentável (ODS) para parametrizar as políticas nacionais e internacionais. Os ODS são uma
tar hipóteses e ideias em sala, e você
agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável
pode acompanhar esse processo, auxi-
em setembro de 2015, composta por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030.
liando-os. Pode ser que eles precisem
O Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas (IPEA) elaborou análises e estabeleceu referenciais
fazer pesquisas e consultar especialis-
tas para auxiliá-los na definição de co-
para que esses objetivos e metas estabelecidos sejam cumpridos no Brasil. Leia a seguir uma das metas
mo resolver o problema selecionado.
relacionadas ao ODS 9 – Indústria, inovação e infraestrutura –, o compromisso que o Brasil deve assumir
Eles podem tentar conversar com téc-
e o indicador utilizado para avaliar se a meta estabelecida está sendo cumprida.
nicos de órgãos municipais ou recor-
Meta 9.4 Justificativa para a adequação rer aos meios digitais (e-mail ou redes
Nações Unidas [...] a proposta de adequação da meta leva em sociais) para fazer contato com pes-
Até 2030, modernizar a infraestrutura e reabi-
consideração o estágio de desenvolvimento da quisadores, especialistas, professo-
litar as indústrias para torná-las sustentáveis, com
economia brasileira e expande o conceito de “in-
res universitários e profissionais que
dústrias” para “atividades econômicas”.
eficiência aumentada no uso de recursos e maior tenham conhecimento sobre o tema.
Conceitos importantes mencionados na meta
adoção de tecnologias e processos industriais lim- Organize o compartilhamento das pro-
pos e ambientalmente adequados [...]. Reabilitar as atividades econômicas para torná- duções dos grupos. Avalie a possibilida-
-las mais sustentáveis – adoção de tecnologias e
Brasil de de promover uma ação para divulgar
processos produtivos que levem a redução de po-
Até 2030, modernizar a infraestrutura e reabi-
luentes e danos ambientais.
o plano de ação resultante da concilia-
litar as atividades econômicas para torná-las sus- ção das propostas de cada grupo.
tentáveis, com foco no uso de recursos renováveis Indicadores
e maior adoção de tecnologias e processos indus- 9.4.1 – Emissão de CO2 pelo PIB. 5. Espera-se que os estudantes estabe-
triais limpos e ambientalmente adequados.
leçam uma meta adequada ao proble-
IPEA. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, 2019. Disponível em:
https://www.ipea.gov.br/ods/ods9.html. Acesso em: 14 fev. 2022.
ma que identificaram, que pode se tratar
4. Resposta variável de acordo com o local onde o estudante vive. Espera-se que o estudante de sua eliminação ou redução em deter-
identifique um problema ambiental em seu cotidiano e o descreva com precisão. minado tempo e adotando alguma ação.
NÃO ESCREVA NO LIVRO. Espera-se também que identifiquem um
1 Qual é a meta definida para o Brasil e sua justificativa? problema simples, como algum tipo de
poluição de fácil percepção.
2 Para que a meta seja cumprida, o que o país precisa colocar em prática?
3 Que indicador foi eleito para avaliar o cumprimento da meta? Sugestões para o professor
4 Adequando a proposição de metas e indicadores para sua realidade, identifique um pro-
blema ambiental do lugar onde você vive e descreva-o, se possível, decorrente da atividade
Objetivos de
Desenvolvimento
industrial.
Sustentável (Nações
5 Estabeleça uma meta de resolução desse problema, explicando o que deve ser feito e dentro Unidas – Brasil)
de qual prazo. Disponível em: https://brasil.
un.org/pt-br/sdgs. Acesso em: 10
6 Selecione um indicador para avaliar se o problema está sendo reduzido ao longo da história e jun. 2022.
verificar se as ações planejadas para cumprir a meta estão adequadas ou precisam de ajustes.
Indicadores brasileiros
5. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. para os Objetivos do
6. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante defina um indicador de fácil aferição. Desenvolvimento
Sustentável
153 Disponível em: https://odsbrasil.
gov.br. Acesso em: 10 jun. 2022.
Orientações didáticas escolham alguém com numeração par ou ímpar para con-
versar. Terminado o rodízio de conversas, peça que cada um
registre em seu caderno frases e palavras-chave para defi-
Trabalhando com nir o que pensam significar “desenvolvimento sustentável”.
Sugerimos questionar os estudantes sobre o que sig- Se possível, exiba o vídeo “Desenvolvimento susten-
tável: o que é e quais são seus indicadores”, da série
nifica “desenvolvimento sustentável”. Explique que devem
IBGE Explica, disponível em: https://www.youtube.com/
compartilhar o que pensam e sabem com alguns colegas, watch?v=9v5aSqJ_bf8. Acesso em: 28 jun. 2022. Peça aos
em um sistema de rodízio que você conduzirá. Eles terão estudantes que comentem o conteúdo do vídeo e expli-
a oportunidade de conversar com mais três colegas, e es- quem o que pensavam antes e como pensam agora sobre
pera-se que complementem suas reflexões com o que ou- o significado do conceito de desenvolvimento sustentável.
virem de cada um deles. Escolha uma forma de conduzir Sintetize o conceito na lousa.
o rodízio de duplas. Você pode, por exemplo, identificar os Promova a leitura compartilhada do texto da seção, al-
estudantes com números e, a cada rodada, pedir que eles ternando os voluntários e fazendo pausas para verificar a
153
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de con-
teúdos proposta nesta página, os eixos
servem como base estrutural, possibili- INDUSTRIALIZAÇÃO
tando a sistematização de conceitos e
temas estudados e também a oportuni- INDUSTRIALIZAÇÃO
dade para sanar as dúvidas que surgi- BRASILEIRA
ram ao longo do percurso. ⓿ Tardia;
Promova a observação e a leitura ⓿ Substituição de importações;
TIPOS DE INDÚSTRIA
coletiva do esquema, atentando pa- ⓿ Formação de mercado
Extrativa e de transformação. consumidor e mão de obra;
ra os conceitos e temas que foram de- ⓿ De base (bens de produção); ⓿ Papel do Estado: investimento
senvolvidos ao longo deste capítulo e ⓿ Bens Intermediários; em indústrias de base, geração
que serão importantes para o desen- ⓿ Bens de consumo (duráveis e de energia, instalação de redes
volvimento de habilidades da BNCC não duráveis). de transporte e comunicações,
no decorrer desta e da próxima uni- políticas fiscais e financeiras
dade, especialmente as habilidades Mudanças para atração de empresas
EF07GE07 e EF05GE09. significativas na estrangeiras (transnacionais);
sociedade, nas relações ⓿ Industrialização concentrada:
com a natureza e na Sudeste, sobretudo no estado
produção e organização de São Paulo.
do espaço
geográfico.
TECNIFICAÇÃO DO DESCONCENTRAÇÃO
TERRITÓRIO ESPACIAL DA INDÚSTRIA
Ciclo do café – ferrovia, porto ⓿ Iniciada nas décadas de 1á80 e
de Santos, surgimento/ 1áá0;
crescimento de cidades, ⓿ Abertura econômica,
acúmulo de capital, formação PROBLEMAS globalização: maior
de rede bancária e comercial.
SOCIOAMBIENTAIS concorrência; busca por custos
⓿ 1930-1945 (Governo Vargas): menores de produção;
⓿ Aumento do ritmo de
indústrias de base nacional; ⓿ Desenvolvimento dos meios de
exploração da natureza
⓿ 1950 (Anos JK): redes de transporte, comunicação e de
(maior produção e
transporte e energia – cidades médias: ampliação das
consumo);
atração de indústrias localidades industriais;
⓿ Maior demanda de recursos
estrangeiras; ⓿ Guerra fiscal: estados e
naturais e produção de
⓿ 1964 (Governos militares): municípios criam situações
rejeitos sólidos, líquidos e
desenvolvimentismo – favoráveis para instalação de
gasosos, ocasionando
grandes empreendimentos indústrias em seus territórios.
diferentes tipos de poluição.
de infraestrutura.
Degradação da paisagem
⓿ Extração de recursos
naturais, abertura de
estradas, edificações,
geração de energia, etc. –
impactos socioambientais
negativos.
154
154
1. O processo de industrialização exige algumas características
do espaço urbano, como concentração de mão de obra, redes
Orientações didáticas
de transporte e energia e sistema bancário, que, por sua vez, se NÃO ESCREVA NO LIVRO.
desenvolvem ainda mais com a instalação das indústrias, sobretudo
quando concentradas em algumas áreas, atraindo mais trabalha-
dores (principalmente do espaço rural onde havia menos oferta de trabalho ou remunerações baixas). A
Retome abertura de estradas,
associação entre industrialização e urbanização leva à intensificação da tecnificação do território, como
ampliação de rede de comunicação, construção de usinas geradoras de energia, Atividades
surgimento e crescimento das cidades, o que caracteriza a modernização.
1 Qual a relação entre industrialização, urbanização e modernização do território brasileiro?
3. As empresas industriais no Brasil
2 Quais foram as principais ações que o Estado brasileiro adotou no século XX com a finalidade de pro-
estão concentradas na região Sudes-
mover a industrialização no país? 3. Leia a resposta neste Manual do Professor. te. Isso decorreu das condições ma-
3 Qual região concentra a maior parte das empresas industriais no país e o que explica suas localizações? teriais e não materiais – instalação de
4 Cite os potenciais problemas ambientais que podem decorrer da atividade industrial. rede de transportes, geração de ener-
4. Leia a resposta neste Manual do Professor. gia, formação de cidades e urbanização,
2. A maior parte das ações estatais para
Exercite promoção da industrialização se concen- desenvolvimento do setor financeiro,
traram entre 1930 e 1980 por meio da disponibilidade de capital, entre ou-
instalação da criação de grandes indústrias
5 Leia a charge a seguir. Depois, comente ao que ela se refere. estatais de base, extrativas e de geração de tros – provenientes da atividade cafeei-
energia (como siderúrgicas, hidrelétricas, ra que se concentrou na região, no Rio
© 2004 Jim Unger/Dist. by Andrews McMeel Syndication for UFS
155
155
1. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante liste seus conhecimentos
10
prévios sobre as características das cidades e do espaço urbano, que podem
BNCC no capítulo incluir o adensamento das edificações, o sistema de arruamento e avenidas, o
maior fluxo de pessoas, veículos e informações (bens materiais e imateriais),
ofertas de serviços, centralidade, etc.
Competências gerais da Educação 2. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante liste sua avaliação com base em suas experiências de vida
concreta e aprendizagens escolares (e não escolares), indicando vantagens na oferta de serviços, lazer, ativi-
Básica (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9 e 10. dades culturais, hospitais, escolas, faculdades e aeroportos, na diversidade de pessoas, na característica de
centro de irradiação de novidades, oferta de emprego, etc. Entre as desvantagens pode citar a violência, a
Competências específicas de poluição, o custo de vida, o ritmo intenso de vida, etc.
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental (CECH): 2, 3, 5, 6 e 7. Espaço urbano 3. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante apre-
sente sua reflexão sobre a desigualdade de serviços e
qualidade de vida nos diferentes bairros, áreas e ruas
de uma mesma cidade e explique por que, na opinião
Competências específicas dele, isso pode possibilitar diferentes experiências de
vida em uma mesma cidade.
de Geografia para o Ensino Reprodução/Galeria Jacques Ardies, São Paulo, SP.
Fundamental (CEG): 1, 3, 4, 5 e 6.
Habilidades de Geografia: EF07GE06,
EF07GE07 e EF07GE09.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação para o Trânsito,
Saúde, Diversidade Cultural, Educação
Ambiental e Educação em Direitos
Humanos.
Introdução
Neste capítulo, o tema central é o
espaço urbano brasileiro. Discute-se
o processo de urbanização do país na Para começar
perspectiva espacial, que implica tanto Converse com os
o aumento do número de cidades como colegas e o professor.
o fenômeno da metropolização, confi- 1. Identifique
gurando a rede e hierarquia urbana no características
Brasil. Aborda-se a centralidade da ci- de algumas
dade e do modelo de vida urbana na cidades, tomando
organização do espaço geográfico no como exemplo a
imagem, e aponte
plano mais amplo e são estudados as-
diferenças entre
pectos da vida nas cidades, com seus elas.
desafios sociais e ambientais. 2. Quais são os
Avalie a necessidade de retomar pontos positivos Elevado, de C. Sidoti, 2020 (óleo sobre tela).
conteúdos previstos para o 6o ano, e negativos de se
especificamente aqueles compreen-
didos nas habilidades EF06GE02 e
viver em cidades
com intensas Urbanização
atividades
EF06GE07, as quais se referem às Você tem construído uma boa noção para diferenciar a cidade e o campo.
urbanas?
transformações das paisagens por meio Já sabe utilizar conceitos e definições para identificar cada um desses espaços.
3. Você acha que
do trabalho humano e a compreensão E, mais do que conceituá-los formalmente, sabe, em linhas gerais, distingui-los
a experiência de
da interação sociedade e natureza (de por meio de suas paisagens, reconhecendo e identificando em cada uma des-
se viver em uma
modo especial a partir do surgimento mesma cidade sas parcelas complementares do espaço suas formas particulares, os diferentes
das cidades). pode ser diferente usos que os seres humanos empreendem em cada uma delas e até, talvez, asso-
dependendo do ciando sons e cheiros específicos ao meio rural e ao meio urbano.
Promova a leitura e descrição da bairro? Justifique
A urbanização se caracteriza pelo aumento do tamanho, da complexidade
paisagem representada na pintura sua resposta.
e do número das cidades, bem como pelo crescimento da população residente
na abertura do capítulo. Além de pe- NÃO ESCREVA NO LIVRO.
nelas, e impacta todo o território do país.
dir aos estudantes que descrevam
os elementos presentes na paisagem
(seus formatos, tamanho, disposição 156
e quantidade), aborde os sentimentos
que ela desperta, explorando o impac- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
to que a obra provoca em cada um dos Para começar para compreender; 2. Tenho alguma noção do que se trata,
estudantes, promovendo sua aprecia- As atividades podem ser realizadas em grupos de quatro mas tenho dificuldade em explicar; 3. Tenho conhecimento
ção e a valorização da representação e sei explicar do que se trata apresentando exemplos, mas
a cinco integrantes. Pode haver a escolha de um relator pa-
artística, como compreendido na CG3. tenho algumas dúvidas ou dificuldade para empregá-lo em
ra cada grupo, o qual poderá apresentar aos demais estu-
Repactue com a turma a importância situações inéditas; 4. Domino plenamente o conceito, con-
dantes as principais reflexões e conclusões que realizaram.
da escuta atenta aos colegas e o res- sigo descrevê-lo oralmente e por escrito, dando exemplos
peito às diferentes leituras, destacan- Retome o conceito de espaço urbano, trabalhado nos e mobilizando-o quando necessário. Os estudantes podem
do a importância de pertencer a um Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Incentive-os a citar associar símbolos ou cores para cada caso. E você pode uti-
grupo e o papel de cada um nele. suas principais características e as registre na lousa. De- lizar essas informações para planejar a ação pedagógica,
Retome o fenômeno da urbanização pois, peça que copiem em seus cadernos e classifiquem investindo mais tempo e propostas de atividades em deter-
da sociedade e o associe com o cresci- cada registro de acordo com uma legenda para indicar a minados temas e intervindo na formação de grupos hetero-
mento das cidades. Dê prosseguimento proficiência, o domínio que eles avaliam ter de cada um. gêneos, para que aprendam com os pares, e homogêneos,
à conversa orientada pelas atividades Essa legenda pode ser organizada em uma hierarquia de para você oferecer orientações dirigidas e adequadas aos
da seção Para começar. quatro níveis: 1. Não sei do que se trata e preciso de auxílio conhecimentos e necessidades de cada grupo.
156
marcado pela urbanização decorrente
As cidades da industrialização. A lógica e o ritmo
urbano-industrial superaram a lógica e
As cidades são apenas uma das
SL-Photography/Shutterstock
o ritmo do campo e foi transformando a
expressões materiais da urbanização.
cidade no centro das decisões dos pro-
Elas são fenômenos espaciais muito
cessos produtivos, inclusive em grande
antigos. Já a vida urbana é algo mais parte daqueles que transcorrem no es-
recente. As cidades se desenvolveram paço rural.
ao redor do mundo por diferentes ra-
zões e em diferentes momentos. As
primeiras, originadas na Antiguida- Atividade complementar
de, foram estabelecidas na região da ⓿ O objetivo da atividade é locali-
Mesopotâmia, onde hoje se localiza o zar onde habitam os diferentes
Iraque, e na Grécia antiga. Também povos indígenas atualmente no
estavam presentes no continente Brasil, lembrando que hoje são
americano, entre as civilizações maia, uma minoria numérica no país,
asteca e inca, e no continente africa-
mas que tem forte participação
na cultura brasileira.
no, como Cartago, na atual Tunísia, e
Timbuktu, no Mali.
⓿ Antes de promover a leitura
Ruínas de Teotihuacán, compartilhada, faça algumas
Diferentemente de outros povos que viviam no continente americano antes
localizadas próximas à perguntas aos estudantes para
da invasão europeia (“descobrimento da América”), no Brasil não havia aglo- Cidade do México, 2020. levantar suas expectativas e hi-
merações populacionais organizadas em edificações, arruamentos e modo de O local foi um grande e
importante centro urbano
póteses sobre o conteúdo do
vida semelhantes aos das cidades. Grande parte dos povos originários que vi- entre cerca de 100 a.C. até texto. Pergunte-lhes onde os
viam nas terras que hoje formam o Brasil se organizava em aldeias, muitas delas os séculos VII e VIII d.C. povos indígenas se encontram;
densamente povoadas. Entretanto, não tinham a prática de construir grandes e como é o local onde vivem; em
sólidas edificações em pedra, por exemplo. quais estados e regiões acham
Foi com a Revolução Industrial, a partir da segunda metade do século XVIII,
que o número de indígenas
é maior; se há povos indíge-
que tanto o número de cidades quanto o tamanho delas aumentaram signifi-
nas vivendo em cidades, e se,
cativamente. Além de locais de rituais sociais e centros comerciais, as cidades
numericamente, a população
passaram a ocupar a centralidade do processo produtivo, o que antes era papel indígena está aumentando ou
principal do campo. diminuindo.
Com isso, muitas cidades tornaram-se espaços verdadeiramente urbanos, e ⓿ E os povos indígenas brasileiros,
o modelo urbano-industrial passou a comandar a organização e a produção do onde estão? Será que todos
espaço geográfico ao redor do mundo. eles vivem na floresta, na área
rural? Leia o texto a seguir e
Michele Cattani/AFP
descubra.
No Brasil, até meados dos anos
70, acreditava-se que o desapa-
recimento dos povos indígenas
seria algo inevitável.
Nos anos 80, verificou-se uma
tendência de reversão da curva
Timbuktu (Mali), 2021. Essa demográfica e, desde então, a
área abrigou um importante população indígena no país tem
centro comercial do Império
do Mali entre os séculos
crescido de forma constante, in-
XIII e XV e um centro dicando uma retomada demográ-
de estudos e formação fica por parte da maioria desses
islâmica de grande prestígio.
Atualmente, atrai turistas do
povos, embora povos específicos
mundo todo. tenham diminuído demografica-
mente e alguns estejam até ame-
157 açados de extinção. [...]
Os mais de 240 povos indíge-
nas somam, segundo o Censo
IBGE 2010, 896 917 pessoas. Des-
Orientações didáticas localizados na península arábica, na Índia, na China, no Peru tes, 324.834 vivem em cidades e
e na Bolívia, por exemplo. 572 083 em áreas rurais, o que
Neste tópico, o objetivo é deixar claro que as cidades Explique a particularidade das civilizações que habita- corresponde aproximadamente a
são fenômenos geográficos antigos, anteriores ao processo vam o Brasil no passado e não apenas daquelas que vi- 0,47% da população total do país.
de industrialização, ao qual são geralmente associadas em venciaram o processo de colonização. Comente que muitas INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL.
razão da aceleração da urbanização. Para isso, são exem- de suas técnicas não foram materializadas em edificações Povos indígenas no Brasil. Quantos
plificados alguns núcleos urbanos de diferentes momentos que constituíram cidades, mas que muitos viveram em gran- são? Disponível em: https://pib.
históricos, todos muito anteriores à Revolução Industrial, e socioambiental.org/pt/c/0/1/2/
des concentrações populacionais em uma mesma área e
populacao-indigena-no-brasil. Acesso
localizados em diferentes continentes, também com o obje- durante anos interferiram nos ritmos da natureza e altera- em: 7 jun. 2022.
tivo de desconstruir eventual viés eurocêntrico, que associa ram suas configurações, espalhando sementes, promoven-
a origem da civilização, das técnicas e do desenvolvimen- do cortes e queimadas, o que contribuiu para a dispersão
to à Europa exclusivamente. Pode ser enriquecedor suge- de espécies, por exemplo.
rir uma pesquisa complementar de núcleos urbanos que É importante que os estudantes diferenciem a formação
surgiram antes da industrialização, como nos atuais países de cidades no passado com a alteração do modo de vida
157
Orientações didáticas
Formação das cidades no Brasil
Pergunte aos estudantes o que po-
Portugueses, franceses e holandeses fundaram as primeiras vilas no início
deria explicar a formação das cidades.
da ocupação do Brasil. Foram construídas edificações de grande porte, como
Estimule a reflexão por meio de per-
fortes e fortalezas, e formaram-se povoados e cidades.
guntas como: A cidade “surge” a partir
Esses núcleos urbanos surgiram com o propósito
Selecione três cidades “antigas” localizadas no estado onde você mora e pesquise sobre suas origens. Elas
Explore
⓿
devem ter sido fundadas no período colonial ou próximo deste. Com base na pesquisa, escolha uma delas e
Encaminhe a resolução da ativida- explique que funções ela cumpria na época de suas fundações, que fluxos passavam por ela e quais eram os
de proposta nesta seção como tarefa meios de transporte utilizados.
extra-aula. Avalie adequações da ati-
vidade para atender à diversidade de
158
perfis dos estudantes e também à rea-
lidade local. Você pode sugerir que al-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
guns estudantes as resolvam em duplas
e trios, ou que, individualmente, pes- (CECH7 e CEG3), reflexões e investigações que constroem
quisem apenas sobre o surgimento de o pensamento científico (CG2 e CECH6).
uma cidade, por exemplo. Eles também
podem elaborar representações carto-
gráficas fazendo uso de diferentes téc-
nicas (croquis cartográficos, uso de
mapas de base ou ainda programas di-
gitais, dependendo das habilidades já
desenvolvidas) para representar os flu-
xos que deram origem à cidade escolhi-
da. Defina uma data para apresentação
e debate sobre o resultado das pesqui-
sas. Essa atividade favorece o desen-
volvimento do raciocínio geográfico
158
imaginam que os moradores avaliam
As diferentes cidades a cidade onde vivem, o que ela tem
Em 2022, havia no Brasil 5 570 municípios, sendo a maioria deles dividida em de bom e de ruim na visão deles e se
espaço rural e espaço urbano. Segundo a legislação brasileira, toda sede do
acham que a maioria gosta de viver lá
município é uma cidade e, portanto, está localizada na parte urbana.
ou não. Então, converse com eles so-
Os tipos de cidades são variados. Isso implica paisagens diversificadas, sen-
bre o tema, de forma a concluírem que,
do influenciadas pelas condições naturais do local onde as cidades se forma-
para ter uma ideia um pouco mais pró-
ram, pelas atividades econômicas desenvolvidas e pela cultura de seu povo. E,
xima da realidade, é preciso entrevis-
ao longo da história, estão submetidas a ciclos econômicos e ações políticas que
tar as pessoas. Problematize quem deve
ser entrevistado e por que, quais per-
podem alterar de forma significativa suas dinâmicas. Observe as fotografias.
guntas fazer e como. Coletivamente,
elaborem um questionário curto, pre-
Tales Azzi/Pulsar Imagens
1 1. Resposta pessoal.
Espera-se que o estudan- ferencialmente com algumas questões
te descreva sucintamente
os traços marcantes da abertas e outras fechadas (cerca de
paisagem urbana do muni-
cípio onde vive, como a
três ou quatro questões e que não le-
densidade e a tipologia das ve mais de 10 minutos para respondê-
edificações, o sistema de
ruas e avenidas, a quanti- -las) e definam quantas pessoas cada
dade e os tipos de fluxos estudante vai entrevistar, observando a
urbanos, etc.
2. Resposta pessoal. variação de idade, gênero, cor ou raça
Espera-se que o estudante e localidade onde mora.
liste as atividades econô-
micas, culturais, religiosas, Em aula, envolva os estudantes na
esportivas, etc. mais signi-
ficativas no espaço urbano elaboração de uma planilha eletrônica
do município onde mora e para registrar as informações coletadas
estabeleça relações com a
formação de sua paisagem e facilitar a elaboração de sínteses. Pa-
– ruas e avenidas largas ra isso, será necessário orientar pro-
para atender o grande flu-
xo de transporte; ferrovias cedimentos básicos de tabulação de
para escoar a produção,
lazer e turismo; e grande
dados de questões abertas. Esses pro-
Jair Ferreira Belafacce/Shutterstock
1. Descreva os principais aspectos que você observa na paisagem urbana da cidade do seu município.
2. Identifique as principais atividades presentes na cidade do município onde você mora e as relações (econômicas,
culturais, religiosas, esportivas, etc.) que constituem essas paisagens.
159
159
Orientações didáticas
As redes urbanas
Questione os estudantes sobre as di-
versas relações que as cidades mantêm Não há um consenso ou um único conjunto de fatores utilizados para a clas-
umas com as outras, retomando con- sificação precisa das cidades segundo o tamanho de suas populações. Dentro
ceitos e temas trabalhados no 5o ano, a dos conjuntos de cidades compreendidas naquilo que comumente se nomeia
respeito da habilidade EF05GE09, es- cidades pequenas, médias e grandes, há um universo bastante variado delas.
pecificamente sobre as conexões e hie- Elas se diferenciam pelo número de sua população, extensão territorial, loca-
rarquia entre as diferentes cidades. lização e sítio geográfico, funções que abrigam, além da relação com outros es-
Trabalhe o esquema hipotético da paços, como com o campo ou outras cidades (próximas ou distantes – até mes-
rede urbana. Peça para os estudan- mo de outros países), definindo a posição e função que ocupam na rede urbana.
tes descreverem o que ela represen- ⓿ Redes urbanas: conjunto de cidades articuladas em redes de circulação
ta e quais cidades que eles conhecem de maior ou menor complexidade, com tamanhos e funções diferentes,
poderiam ocupar algumas das posições que estabelecem relações umas com as outras e com o espaço rural que
nesta rede de relações entre os diferen- as cerca. Em cada rede urbana identifica-se uma hierarquia de importân-
tes tipos de cidades. cia das cidades que a formam.
Distribua uma folha em branco e pe- Veja no esquema simplificado a seguir como isso funciona.
ça para que os estudantes, individual-
mente, esbocem a rede urbana em que
a cidade do município onde eles vivem Rede urbana
está inserida. Após o tempo determina-
do para a tarefa (cerca de 10 minutos),
peça para eles passarem o esquema
da rede urbana que elaboraram para
um colega (ao lado, à frente ou atrás)
ler o esquema que recebeu. Repita o
procedimento após um ou dois minu- Metrópole
tos e então oriente-os a repassar os Capital regional
esquemas no caminho contrário, até Cidades
que cada um receba sua produção.
Fluxo de pessoas
Determine alguns minutos para eles
eventualmente complementarem ou Fluxo de bens e capitais
Banco de imagens/Arquivo da editora
160
160
⓿ Grande Metrópole Nacional: grande concentração de atividades varia-
das e preponderância na influência em diversos campos em todo o terri- 1. Resposta pessoal. Espera- Leitura complementar
-se que o estudante identifique
tório nacional. No território brasileiro, apenas São Paulo (Arranjo Popula- em qual rede urbana o muni- Tamanho das cidades
cional de São Paulo/SP, segundo o IBGE). cípio onde vive está inserido
e a descreva sucintamente, Para o IBGE, cidades pequenas
⓿ Capital regional: centro urbano que concentra muitas atividades e exer- citando o nome das principais são aquelas com até 50 mil habi-
cidades que dela fazem parte tantes. Exercem influência apenas
ce influência regional sobre cidades pequenas e médias. Segundo o IBGE, e seus papéis na hierarquia
urbana. local, nos seus arredores. Entretanto,
existem, no Brasil, 97 capitais regionais.
nesse conjunto há muita diferença,
como cidades com menos de 10 mil
Brasil: rede urbana –2018
habitantes que se assemelham mais
1. Localize no mapa o município onde você mora e descreva como ele está inserido na rede urbana
brasileira.
2. Ainda de acordo com o mapa, quais são as principais cidades da rede urbana nacional?
3. Em que parte do território brasileiro estão concentradas as cidades mais importantes: na porção
interior ou próximos à costa?
161
161
Orientações didáticas
Hierarquia urbana
Peça aos estudantes que compa-
Até o ano 1970, aproximadamente, a hierarquia urbana brasileira apresenta-
rem as representações da rede urbana
va um aspecto semelhante ao representado no esquema a seguir.
brasileira no passado e a atual e que
nomeiem as principais alterações ob-
servadas ente os esquemas. Esquema clássico tradicional
Comente que, atualmente, produção
e consumo estão dissociados espacial-
Metrópole nacional
mente, ou seja, os locais de consumo
não são os mesmos ou exclusivamente
aqueles onde os bens são produzidos
e assim configura-se uma articulação Metrópole regional
e integração espacial para “aproximar”
os dois locais. Algumas cidades con-
centram o poder econômico e político, Centro regional
crescem em população e complexida-
162
162
Vida urbana Orientações didáticas
Além da alteração física, locacional
É bastante comum fazer uso do conceito de densidade para caracterizar a ci- e numérica das cidades, a industriali-
dade. Ou seja, o espaço urbano apresenta maior concentração populacional, de zação também altera o modo de vida
serviços, de edificações que o espaço rural. Essa grande quantidade de pessoas, urbano.
objetos e instituições e de tipos de trabalho, compreendidos nos setores secun-
Promova a leitura das fotografias e
dário e terciário, também acelera o ritmo de vida, aumentando a velocidade com
suas respectivas legendas e pergunte
que pessoas, mercadorias, informações e capitais circulam nas cidades.
aos estudantes que outras imagens po-
deriam exemplificar a atual diversida-
João Prudente/Pulsar Imagens
163
Orientações didáticas
Centralidade do espaço urbano
Pergunte aos estudantes qual a di-
É a cidade que atualmente comanda a organização e a produção do espaço
ferença entre centro e periferia. Peça
geográfico, de onde partem e para onde convergem os mais variados fluxos
a eles que expliquem se, do ponto de
materiais (bens de consumo, matéria-prima, alimentos, redes de transporte e
vista do raciocínio geográfico, centro
comunicação, etc.) e imateriais (decisões políticas, leis, finanças, ordens, infor-
e periferia têm correspondência com
mação, etc.).
a definição geométrica. O que signifi-
Grande parte do que transcorre no espaço rural é resultado das demandas
ca ser o centro? Nas cidades há ape-
nas um centro ou vários? Os centros e condições ofertadas pelas grandes cidades. A grande concentração de pes-
podem mudar de localização ao lon- soas nas cidades as torna grandes centros consumidores, e muito daquilo que
go da história? Dê exemplos do centro lá é consumido é produzido no campo, sob demanda da cidade. A variação
histórico de algumas cidades e peça- dos preços de boa parte do que é produzido no campo também é definida em
-lhes que avaliem se atualmente eles bolsas de valores nas grandes cidades. E essa definição de valor influencia a
ainda abrigam a maior parte do poder decisão do produtor rural e o que será cultivado ou criado na safra ou ciclo
econômico e político da cidade. Para seguinte.
saber mais sobre o conceito de centra- Cada vez mais, as atividades agrárias passam a depender dos insumos pro-
lidade e multicentralidade no espaço duzidos nas cidades – como fertilizantes, sementes, máquinas agrícolas, além
de contar com processos desenvolvidos em universidades e centros de pesqui- A industrialização e a
urbano, você pode ler o artigo disponí- urbanização estendem
vel em: https://journals.openedition. sas – e de regulações, fiscalizações de agências sanitárias, financiamentos e suas influências sobre
org/geografares/2980 (acesso em: demais decisões que são tomadas nas grandes cidades. o espaço rural por meio
do desenvolvimento dos
28 jun. 2022). Valores, comportamentos, hábitos e modos de vida urbano são veiculados sistemas de transporte
Aborde a relevância e o papel das re- de forma ostensiva pelo rádio, pela televisão e, mais recentemente, pela inter- e comunicações, que
possibilitam ou tornam
des de transporte e comunicação para net. Além disso, alguns elementos típicos da infraestrutura urbana passaram
mais rápidas as relações
a configuração e sustentação da cen- a ser instalados nos espaços rurais, como rede de energia elétrica, sistema de entre esses dois espaços.
telefonia e internet, pavimentação de ruas, fornecimento de água encanada, Na foto, destaque para
tralidade das cidades na organização e a construção de pistas
produção do espaço geográfico e a vei- coleta de esgoto e de resíduos sólidos, correio, transporte escolar, etc. Ou seja, elevadas no Trevo da
culação do modo de vida urbano tam- o modo de vida urbano se faz cada vez mais presente no espaço rural. Uglione, em Santa
Maria (RS), 2020.
bém para áreas rurais.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
164
164
Aproveite a temática para trabalhar
Direito à cidade com os estudantes a relação das pes-
O conceito de direito à cidade está pautado no princípio de que as cidades são espaços de construção e soas com deficiência e o espaço das ci-
uso coletivo. Assim, defende o direito às pessoas de participarem ativa e igualitariamente das decisões so-
dades. Inicialmente, questione-os sobre
bre os rumos da cidade, definindo o tipo de cidade que gostariam de viver, como acesso a moradia, mobili-
as diferentes situações de deficiência (fí-
dade urbana, uso e ocupação de espaços públicos, formas de lazer, segurança (não ser vítima de criminosos
sica, visual, auditiva, por exemplo). Em
nem sofrer com violência estatal, como da polícia) e ter mais participação política e na gestão do território.
seguida, com a sala dividida em grupos,
Atualmente, o Brasil conta com legislação bastante detalhada, constitucionalizada (Estatuto da Cida-
considerando os tipos de deficiências,
de – Lei nº 10 257, de 10 julho de 2001), e com diretrizes que têm como objetivo orientar a organização do
solicite que cada grupo converse sobre
o fato de a cidade estar adequada ou
espaço urbano, além de reduzir os problemas sociais, como o deficit de moradia.
não às pessoas com deficiência, levan-
do-se em conta a circulação e o acesso
Luciana Whitaker/Pulsar Imagens
165
Orientações didáticas
Conheça mais
Conheça mais
Problemas e desafios urbanos
Organize a turma em dez grupos e
As cidades são complexos sistemas de objetos geográficos que reúnem um amplo conjunto de pro-
sorteie entre eles os cinco temas apre-
blemas sociais e ambientais, ao mesmo tempo que apresentam grande diversidade cultural e muitas
sentados no infográfico: moradia, mo-
possibilidades de vida, ao menos teoricamente.
bilidade urbana, considerando também
No Brasil, o processo de urbanização foi bastante acelerado, refletindo as desigualdades sociais
pessoas com deficiência visual, auditi-
e muitas vezes atendendo a necessidades externas, do capital estrangeiro, o que resultou na forma
va e física, violência (urbana), áreas de
como as cidades e o meio urbano se estruturaram. Muitas cidades, sobretudo as médias e grandes,
risco e poluição. Cada tema será obje-
apresentam variadas dificuldades e problemas, como de moradia, mobilidade (transporte), emprego,
to de pesquisa e apresentação de dois
ausência de área verde, saneamento básico, ocupação de áreas de risco (como margens de rios e cór-
grupos. Oriente-os a pesquisar sobre o
regos e encostas e sopés de morros), violência, poluição sonora, do ar e das águas, segregação social,
tema designado para seu grupo. Eles
especulação imobiliária, etc.
devem explicar do que se trata, sua ori-
No infográfico, veja a síntese dos principais problemas e desafios que podem ser frequentes ou crô-
gem e propostas para minimizá-lo ou
nicos nas cidades, sobretudo nas maiores.
mesmo solucioná-lo. Em sala, junte os
grupos que pesquisaram o mesmo tema
para sistematizarem a pesquisa e se or- Áreas de risco – encostas
ganizarem para fazer uma apresentação e sopés de morro sujeitos
de 10 minutos para o restante da turma a deslizamentos; áreas de
várzea ou baixadas sujeitas a
nas aulas seguintes (agende no máximo
enchente e inundação.
dois grupos por aula para ter tempo pa-
ra comentar as apresentações e promo-
ver as sistematizações).
Outra possibilidade é você promo-
Mobilidade urbana – tráfico intenso
ver a leitura do infográfico em aula, de veículos automotores que provoca
conversar com os estudantes sobre os lentidão do trânsito e acidentes. Oferta
problemas e desafios urbanos descri- de transporte coletivo em número e
tos, apresentar exemplos de diferen- qualidade inadequados à demanda
tes locais e avaliar sua manifestação da população. Ausência de calçadas e
faixas seguras para o transporte ativo
local e então orientar um levantamen-
(pedestres, ciclistas, skatistas, etc.).
to bibliográfico sobre cada um deles,
organizando em documento digital
compartilhado. Para isso, verifique o
domínio dos estudantes no uso desse
Moradia – deficit habitacional
recurso e explique como fazer uma re- – oferta de habitação inferior
visão bibliográfica. Divida os temas en- à demanda da população,
tre os estudantes de forma a ter entre encarecendo o custo da moradia,
5 a 7 deles pesquisando o mesmo te- levando a classe mais baixa a viver
ma (considerando turmas de 30 a 45 em periferias distantes, áreas de
risco (encostas e sopés de morro
estudantes). Violência – patrimonial e contra a
e várzeas de rios e córregos) e
Previamente à aula, você pode pes- à constituição de aglomerações
pessoa (roubo e furtos de veículos,
residências, comércio e dinheiro e outros
quisar uma imagem de algum pro- subnormais, sem uma infraestrutura
bens portados pelas pessoas). Falta de
blema urbano local (ou da sede do adequada à vida urbana.
policiamento e iluminação pública. Ação
município, caso a escola esteja em área ostensiva e exagerada da polícia contra
rural) e enviá-la para os estudantes por indivíduos segundo sua cor/raça, local de
meio de dispositivos digitais para eles moradia ou circulação.
fazerem as primeiras reflexões. Em sa-
la, questione também qual seria a me-
166
lhor solução pensando na qualidade
ambiental e na maioria da população.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Os assuntos aqui abordados ofere-
cem oportunidade para trabalhar os
TCTs Saúde, Educação para o Trânsito
e Educação Ambiental.
166
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
167
Orientações didáticas
Sugerimos a realização da atividade complementar relacionada aos temas dos meios de transportes, meio ambiente,
saúde e deslocamentos em áreas urbanas.
Atividade complementar
1. Como é o trânsito e o sistema de transporte da cidade do município onde você vive?
Resposta pessoal. Dependendo da realidade socioeconômica dos estudantes ou do contexto espacial em que vivem, eles
podem não ter feito uso do transporte coletivo no município onde vivem. Se for esse o caso, considerar a realização de um
trabalho de campo para que os estudantes utilizem o transporte público pode ser uma experiência enriquecedora, sobretudo
se eles forem orientados a observar seu funcionamento, a identificar quem são os principais usuários do sistema, quais
linhas são mais cheias, o conforto dos veículos e o acesso a pessoas com deficiência.
167
Orientações didáticas Trabalhando com imagens
Trabalhando com Revitalizando os espaços
Sugerimos iniciar promovendo a lei- Registros fotográficos são excelentes fontes para identificar as alterações na paisagem. Localizar fotos
tura e comparação das duas imagens antigas de determinados locais possibilita explicitar as alterações por meio da comparação das formas
que representam o Pelourinho, em Sal- presentes no espaço geográfico e alguns de seus usos, como alteração de suas funções, valorização ou
vador (BA), em dois momentos distintos depreciação do espaço, qualidade ambiental, etc. Veja o exemplo do Pelourinho, em Salvador, Bahia:
para explicitar a alteração da paisagem
Audalio Dantas/Folhapress
Dado Photos/Shutterstock
decorrente do processo de revitalização
urbana. Esse procedimento favorece o
estabelecimento de relações espaço-
-temporais, como prescrito na CECH5.
Em seguida, pergunte o que pensam so- O Pelourinho, no centro
histórico de Salvador
bre esse tipo de transformação de áreas (BA), passou por um
urbanas ocupadas por população de processo de renovação
urbana para atrair os
baixa renda. Quem pode se beneficiar turistas que provocou uma
dessas transformações? Há riscos para valorização imobiliária e
os antigos moradores? Que cuidados é novos usos do espaço.
Antes, era um local onde
preciso observar para evitar que eles se- predominava a moradia de
jam expulsos do bairro? pessoas de baixa renda.
Atualmente, abriga muitas
A recuperação de áreas degrada- atividades comerciais,
das por meio de projetos urbanísticos cujos proprietários não
são os moradores locais.
sem dúvida torna a paisagem mais Fotos de 1951 e 2021,
harmônica e atraente. Geralmente é respectivamente.
acompanhada também por oferta ou Programas de revitalização de áreas urbanas podem dinamizar a vida econômica do local, mas tam-
melhoria dos serviços públicos e tem bém podem expulsar os moradores de baixa renda, quando o programa não é pensado para incluí-los e
potencial para atrair novos investimen- lhes dar o direito de desfrutar das melhorias do lugar onde sempre viveram.
tos e atividades, como comércio, empre- Desenhos, croquis e plantas cartográficas podem ser utilizados para planejar e projetar transforma-
sas, turismo, gerar renda e valorizar as ções espaciais e orientar o processo de revitalização urbana.
propriedades. Entretanto, se não forem 1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes identifiquem os locais não valori-
pensadas e desenvolvidas para atender zados e com paisagens degradadas em seu lugar de vivência, apresentem sugestões
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
para recuperá-los e avaliem se sua valorização ameaçaria a permanência dos atuais
às necessidades dos antigos moradores moradores.
1 Organizados em roda, conversem sobre o seguinte:
e criar mecanismos que favorecem suas
permanências, essas melhorias podem a) Que ruas, quadras, áreas ou mesmo bairros no município onde vocês vivem não são valo-
resultar em suas expulsões. rizados e apresentam paisagens degradadas?
Uma forma de segregar as pessoas é b) O que seria necessário fazer para recuperar esses espaços?
a expulsão de moradores de baixa ren- c) A recuperação desses espaços pode ameaçar a permanência dos atuais moradores? Por quê?
da de localidades nos centros urbanos 2 Reúnam-se em grupos de três a quatro estudantes e façam o que se pede.
por meio da valorização imobiliária. Es-
a) Identifiquem uma paisagem, trecho ou local do espaço urbano degradado no município
sa expulsão pode se dar de maneira di-
onde moram, pesquisem fotografias ou, se preferirem, registrem imagens.
reta, com obras do governo e realocação
b) Elaborem um desenho, croqui ou planta cartográfica projetando as alterações nessa área
dos moradores para locais distantes; ou
de forma a promover sua revitalização e garantir a permanência de eventuais moradores
indireta, por meio do encarecimento do
e comerciantes.
custo de vida associado à valorização
dos terrenos e imóveis em razão da ins- c) Organizem a exposição do trabalho do grupo.
2. Atividade em grupo. Espera-se que os estudantes sigam as orientações apresentadas, identifiquem um
talação de infraestruturas de transporte, trecho urbano degradado do município onde vivem (podem selecionar algo levantado na atividade anterior),
restauração de edifícios e de patrimô- elaborem as fotos e o croqui cartográfico de forma adequada, observando as relações de posi-
cionamento e distância daquilo que foi fotografado, e cuidem da exposição do seu trabalho.
nios históricos, maior oferta de serviços,
a chegada de novos fluxos e padrões de 168
comportamento estranhos à comunida-
de local que passa a não se ver mais Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
pertencente ao que até então era seu de recuperar áreas urbanas degradadas considerando as de imagens na internet. Se a opção for ir a campo, oriente
lugar de vida, o que alguns teóricos no- necessidades da população local e os potenciais riscos de os estudantes a não irem sozinhos, a pedir o auxílio de ao
meiam como gentrificação. projetos de revitalização, encaminhe a proposta da ativida- menos um adulto para acompanhá-los.
Se avaliar pertinente, você pode tra- de 1, organizando os estudantes em roda. As atividades desta seção promovem a identificação,
balhar esse conteúdo a partir da tira em Oriente a formação de grupos para o encaminhamento comparação e análise de intervenções humanas no espa-
quadrinhos e da charge que fazem re- da atividade 2. Sugerimos que o trabalho se inicie em au- ço e seus desdobramentos sociais e também orientam os
ferência ao processo de gentrificação la, com cada grupo selecionando o local que será objeto estudantes a propor ideias e ações para transformação es-
na página do Instituto CoUrb, disponível de estudo, distribuindo tarefas e elaborando um cronogra- pacial e social, observando as necessidades e os interes-
em: https://www.courb.org/pt/o-que-e ma. Enquanto eles trabalham, você pode orientar aqueles ses dos distintos segmentos sociais, em especial aqueles
-gentrificacao-e-por-que-voce-deveria com mais dificuldade. Peça que, no final da aula, eles com- com menos poder econômico, favorecendo, portanto, o de-
-se-preocupar-com-isso/ (acesso em: partilhem suas propostas com os demais colegas, que as- senvolvimento das CG9 e CG10, CECH3 e CECH6, CEG1,
7 jun. 2022). sim podem aproveitar soluções e ideias em que não haviam CEG3, CEG4, CEG5 e CEG6.
Após a sensibilização e compreen- pensado. A fotografia da área degradada escolhida pode
são dos estudantes para a necessidade ser obtida em trabalho de campo ou por meio de pesquisa
168
Eixos do Orientações didáticas
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de
conteúdos proposta nesta página, os
eixos aqui previstos servirão como
ESPAÇO
base estrutural, possibilitando a sis-
URBANO
tematização de conceitos e temas es-
tudados e também a oportunidade
para sanar as dúvidas que surgiram
ao longo do percurso.
Promova a observação e leitura co-
letiva do esquema, atentando para
VIDA URBANA REDE URBANA os conceitos e temas que foram de-
⓿ Complexidade do espaço ⓿ Articulação de um conjunto
senvolvidos ao longo deste capítulo e
urbano (grande quantidade de cidades por meio dos que serão importantes para o desen-
⓿ Cidades: sistemas de volvimento de habilidades da BNCC
e variedade de edificações, sistemas de transporte e
objetos geográficos que
serviços, pessoas, fluxos comunicação, com no decorrer desta e da próxima uni-
se tornam mais
variados, etc.); diferentes funções e dade, especialmente as habilidades
frequentes e com
Cidade ocupa papel central centralidades, influenciando
⓿
complexidade maior EF07GE06 e EF07GE07.
na organização e produção também o espaço rural;
com a urbanização;
do espaço geográfico: ⓿ A metrópole é a cidade mais
⓿ Urbanização: aumento
grande centro de decisões, importante na rede e
do número de cidades,
de consumo, sedes de hierarquia urbanas.
crescimento em
empresas e instituições Entretanto, atualmente, as
tamanho e aumento da
financeiras, poder político e relações e conexões entre as
população residente.
econômico, universidades e distintas localidades podem
centros de pesquisa, ocorrer de forma difusa.
culturais e médico-
-hospitalares e de lazer.
PROBLEMAS E
DIREITO À CIDADE DESAFIOS URBANOS
⓿ Moradia: alto custo, deficit
⓿ Cidade: espaço de uso
habitacional (favelização e
coletivo – cidadania. ⓿ Urbanização brasileira:
expansão da periferia);
Para ser democrático e tendência à ⓿ Especulação imobiliária;
inclusivo, deve garantir às metropolização;
pessoas o direito de decidir
⓿ Mobilidade urbana:
⓿ Poucas grandes cidades
em que tipo de cidade priorização do transporte
e milhares de cidades
querem viver e de participar motorizado individual
pequenas;
de sua construção. (trânsito lento, acidentes e
⓿ Concentração espacial:
poluição);
⓿ Estatuto da Cidade: capitais dos estados.
função social da
⓿ Variados tipos de poluição:
Destaque para São
propriedade urbana. Orienta do ar, dos cursos de água,
Paulo e Rio de Janeiro.
e regula o uso do espaço do solo, sonora, visual e
urbano. térmica;
⓿ Ocupação de áreas de risco;
⓿ Insegurança e violência.
169
169
1. A urbanização brasileira caracteriza-se pela constituição de algu-
Orientações didáticas mas grandes cidades que concentram as atividades econômicas,
políticas e de gestão, possuem elevado número de habitantes e
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
2. b) Essa distribuição das áreas mais com esgoto a céu aberto. Para saber mais sobre
PI PB Pessoa
Rio TO
AC Branco PE Recife
Porto AL
densamente urbanizadas resulta do essa temática, siga os passos apresentados.
Velho Maceió
Palmas SE
RO Aracaju
MT BA
processo de formação e concentração Cuiabá DF
Salvador
Antes da aula
Brasília
econômica do país, sobretudo aquele MG OCEANO
Assista a este vídeo sobre a falta de água nas
Goiânia
Belo ATLÂNTICO ⓿
Campo GO
decorrente da industrialização ocorrida
Horizonte ES
Portal de mapas/Arquivo da editora
Grande
OCEANO MS
Vitória grandes cidades:
no século XX.
SP RJ
PACÍFICO
Rio de Janeiro
PR São Paulo Trópico de
Áreas urbanizadas das Curitiba Capricó
rnio
170
11
1. Espera-se que o estudante mencione a diferença de organização do
espaço, dos tipos de atividade desenvolvida, da menor concentração
espacial de edificações e serviços, bem como da menor variedade destes. necessário, avalie a necessidade de re-
2. Espera-se que o estudante descreva a realidade local, ao menos aquela tomá-los, resgatando atividades e tex-
que ele consegue perceber e relacionar com as interações campo-cidade,
como apontar se há estabelecimentos comerciais agrícolas na paisagem tos conhecidos dos estudantes. Para
local, local de passagem de meios de transporte com gêneros agrícolas,
pessoas que trabalham no campo, etc.
isso, se possível, avalie junto à coorde-
3. Espera-se que o estudante liste os elementos culturais nação pedagógica a realização de re-
171
Os produtos de origem agrária, compreendidos na categoria “Básicos” (representados pela linha azul), eram respon-
sáveis por cerca de 85% das exportações brasileiras em 1964 e tiveram sua participação proporcional na pauta de
Orientações didáticas exportação do país reduzida, com algumas oscilações leves, até o ano 2000, quando voltaram a subir assumindo a
Produção agrária
primeira posição novamente entre 2010 e 2011. Apesar de sua redução, sempre
se mantiveram importantes, nunca apresentando percentual inferior que o de
Você pode orientar os estudantes a produtos semimanufaturados.
A produção realizada no espaço rural é muito significativa para a economia brasileira e na pauta de expor-
pesquisar entre cinco e dez manche-
tação do país. Embora as posições dos principais produtos exportados se alterem a cada ano, os produtos
tes sobre a produção agrária brasileira
agropecuários têm presença constante e importante na balança comercial brasileira.
durante o prazo de uma semana para
alimentar um mural em sala destinado
Brasil: exportação de bens básicos,
a elas. Indique alguns sites de notícias semimanufaturados e manufaturados – 1964-2014
que eles podem consultar. Ao final do
prazo estabelecido, promova a leitura 90
80
das manchetes solicitando que iden- 70
tifiquem os nomes dos gêneros agrá- 60
50
rios citados, onde são produzidos, se
%
40
a notícia é positiva ou negativa e do 30
20
que tratam. 10
20 4
20 6
20 8
20 0
20 2
19 2
19 4
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20 8
20 0
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19 8
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19 2
19 4
19 6
14
que no cenário mundial na produção
0
0
0
1
1
9
9
9
9
0
0
8
8
8
8
8
9
6
6
6
7
7
7
7
7
Global Transportation Map.
19
Ano Disponível em: https://
e comercialização de muitos gêneros www.sciencephoto.com/
agrários, figurando entre os maiores media/433064/view/global
Básicos Semimanufaturados Manufaturados
produtores e exportadores mundiais. -transportation-map. Acesso
em: 6 maio 2022.
Pergunte aos estudantes quais produ-
tos eles imaginam ser os principais na
pauta de exportação brasileira. Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Explore ⓿ Descreva a evolução da participação dos produtos de origem agrária, classificados como “Básicos”, na pauta
Promova a leitura compartilhada do de exportação brasileira ao longo do período registrado no gráfico.
expansão do cultivo de gêneros para exportação e a redução de áreas voltadas à produção doméstica,
que ficaram desvalorizadas em razão do volume total dos rendimentos. Segundo o Censo Agropecuário do
IBGE de 2017, o pessoal ocupado nas atividades agropecuárias naquele ano era de 15,1 milhões, 8% menos
que o contabilizado no Censo Agropecuário de 2006. Ou seja, o sucesso econômico do setor agropecuário
para exportação não se traduz em maior oferta de trabalho e de alimentos para o mercado interno.
172
172
Uso da terra Orientações didáticas
Verifique se os estudantes conhecem
O uso da terra no espaço rural é diferenciado entre matas e florestas, pasta- o conceito de uso da terra. Para auxiliar
hectare (ha): unidade de
gens naturais e artificiais e área de agricultura. O Censo Agropecuário de 2017 medida de área; um a retomada do conceito ou sua constru-
identificou 351 milhões de hectares destinados às atividades agropecuárias, 5% hectare equivale a
ção, se possível, exiba um mapa sobre o
10 000 m².
maior que o constatado no Censo de 2006. Interprete os gráficos a seguir. uso da terra do estado onde a escola se
situa, do município ou do Brasil – alguns
Brasil: utilização das terras
(% em hectares) – 2017 Brasil: lavouras (% em hectares) – 2017 podem ser encontrados no site do IBGE,
disponível em: https://www.ibge.gov.br/
Permanentes
Outros 12% geociencias/informacoes-ambientais/
8% cobertura-e-uso-da-terra/15833-uso
Lavouras -da-terra.html?=&t=acesso-ao-produto
18%
(acesso em: 10 jun. 2022), ou em
Pastagens
45% sites de órgãos de planejamento ou am-
bientais estaduais e municipais.
Matas e
Promova então a leitura e interpreta-
florestas
Temporárias
ção dos gráficos de setores sobre o uso
29%
88% da terra no espaço rural brasileiro e es-
timule os estudantes a fazer comentá-
rios sobre os percentuais – se acham
Brasil: pastagens (% em Brasil: matas e/ou florestas elevados ou não –, a necessidade de
hectares) – 2017 (% em hectares) – 2017
preservação de áreas naturais e even-
Plantadas Naturais ou
destinadas à
tuais comparações com o que viram no
em más
condições preservação Florestas
Elaborados com mapa apresentado anteriormente. Per-
base em: IBGE.
7% permanente ou
reserva legal
plantadas
Censo Agro gunte sobre exemplos de usos do es-
Ilustrações: Fórmula Produções/Arquivo da editora
8%
18% 2017. Resultados paço rural para atividades não agrárias.
definitivos.
Naturais Disponível
Caso eles tenham dificuldade em reco-
30% em: https:// nhecê-las, oriente a leitura do texto e,
censoagro2017.ibge. se já tiveram a oportunidade de visitar
gov.br/templates/
Plantadas censo_agro/ ou ver algum dos estabelecimentos ci-
em boas resultadosagro/ tados, peça que comentem como são.
condições Naturais estabelecimentos.
63% 74% html. Acesso em: 12
abr. 2022.
Explore
Você pode encaminhar a resolução
das atividades propostas individual-
Explore mente em sala ou como tarefa de casa.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
173
173
Orientações didáticas
Tamanho dos estabelecimentos
Sugerimos planejar com o profes-
A maioria dos estabelecimentos rurais no país, quase 70% de-
sor de Matemática o desenvolvimento Brasil: tamanho dos estabelecimentos
les, tem entre 1 e 50 hectares. rurais (em hectares) – 2017
de uma situação didática para traba-
mova atividades para eles compararem de módulo fiscal. Um módulo fiscal corresponde à área mínima a 100
7,8%
a dimensão de 1, 10 e 100 hectares necessária para que sua exploração seja economicamente viável,
variando entre 5 e 110 hectares. De 1 a 10
com referências espaciais empíricas Menos
de 1 38,2%
dos estudantes, como campo de fute- ⓿ Minifúndio – menor que 1 módulo fiscal (área insuficiente 12%
bol, o tamanho de uma quadra ou um para que a unidade produtiva seja economicamente viável). De 10 a 50
lote, a área do bairro e do município ⓿ Pequena propriedade – entre 1 e 4 módulos fiscais.
31,3%
onde vivem, por exemplo. ⓿ Média propriedade – mais que 4 e até 15 módulos fiscais.
Encaminhe a leitura e interpretação Elaborado com base em:
⓿ Grande propriedade – superior a 15 módulos fiscais. IBGE. Censo Agro 2017.
do gráfico pedindo para os estudan- Resultados definitivos.
Os latifúndios por dimensão são grandes propriedades de terra, com mais
tes fazerem sínteses das informações, Disponível em: https://
de 600 módulos fiscais. Porém, mesmo grandes propriedades de menores di- censoagro2017.ibge.gov.br/
como quais tamanhos dos estabeleci- templates/censo
mensões podem ser classificadas como latifúndios se não estiverem cumprindo
mentos são mais frequentes no campo _agro/resultadosagro/
função social, que é ser produtivo. Os latifúndios improdutivos podem ser reti-
brasileiro, por exemplo. estabelecimentos.html.
rados do proprietário, como prevê a legislação brasileira. Acesso em: 12 abr. 2022.
Pergunte aos estudantes o que po-
deria explicar a diferença dos preços da Brasil: módulos fiscais – 2012 1. As regiões Norte e Centro-Oeste
concentram os municípios onde os
terra no espaço rural. Com isso, espera- 50° O
módulos fiscais são maiores (ou a
-se que eles relacionem o valor da ter- região amazônica, considerando outro
AP recorte regional). E as regiões Sul e
ra com a possibilidade de ganho na sua
RR
Equador
0° Sudeste concentram os municípios
produção, o que implica muitos fatores, onde os módulos fiscais são menores.
como as condições naturais (fertilida- AM
PA MA CE 2. A variação é explicada pelo con-
RN
de, topografia, variação de temperatura PB ceito de módulo fiscal na qual o Incra
PI define a área de cada módulo de
e umidade, etc.), que usos são mais fa- AC PE
TO AL acordo com sua capacidade de explo-
voráveis, infraestrutura para escoamen- RO
BA
SE ração (é necessário que seja econo-
micamente viável essa capacidade de
MT
to da produção, legislação de uso da DF
exploração).
Amazônia Legal
terra, etc. Essa reflexão colabora com Tamanho de módulos
GO
De 22 a 35 SP RJ ATLÂNTICO
quência, estabelecendo relações com o De 40 a 50 PR Trópico de C
em: EMPRAPA. Módulos
apricórn
Fiscais. Disponível em:
que os estudantes comentaram sobre o
io
De 55 a 65
SC https://www.embrapa.
preço e valor da terra. De 70 a 80
RS br/codigo-florestal/
De 90 a 95
0 545 1 090
area-de-reserva-legal
Explore De 100 a 110
km
-arl/modulo-fiscal.
Acesso em: 12 abr. 2022.
Leia as atividades com a turma. Em
seguida, oriente a leitura e interpreta- Explore
ção do mapa e a consulta ao texto so- NÃO ESCREVA NO LIVRO.
bre a classificação dos tamanhos das 1. Descreva a variação regional dos tamanhos dos módulos fiscais no Brasil.
propriedades segundo o número de 2. O que explica essa variação regional?
módulos fiscais. 3. Descreva a situação no estado onde se localiza o município onde você mora.
3. Resposta variável de acordo com o local onde o estudante reside. Espera-se que ele identifique as classes de
tamanhos dos módulos fiscais em seu estado e comente sobre sua variação (muito ou pouca).
174
174
parágrafos, orientando a modificação
Agricultura familiar das duplas. Por fim, construa o registro
coletivo da lousa, observando a divisão
A agricultura familiar ou agricultura camponesa é caracteri-
Brasil: pessoal ocupado na agricultura em duas colunas, a partir das colabora-
zada pela gestão da propriedade feita por pessoas que mantêm familiar, por regiões (%) – 2017
ções dos estudantes e esclareça even-
175
1. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante liste os ingredientes presentes em suas refeições
no período de uma semana.
Orientações didáticas Trabalhando com registros
Trabalhando com
Comportamento cotidiano
Converse com os estudantes sobre Grande parte da alimentação humana é composta de alimentos industrializados ou semi-industria-
os hábitos alimentares de cada um, de lizados, muitos deles denominados ultraprocessados, como biscoitos, macarrão instantâneo, sucos de
suas famílias, da comunidade, regionais, caixinha, etc., sendo alguns deles questionáveis até mesmo se são alimentos em razão de seus baixos
do Brasil e de outros locais do mundo. valores nutritivos.
Leia com eles as descrições dos ti- REPRESENTAÇÃO COM DIFERENTES
Victoria Sergeeva/Shutterstock
sua composição. Nesse processo, não há adição
IMissisHope/Shutterstock
semelhante e o que mudou, e levantem de sal, açúcar, óleos e outras
hipóteses para explicar as mudanças e substâncias.
LEITE
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permanências.
to ata
Irina Iglina/
Shutterstock
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ut ac
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Sh atyk
Explique como desenvolver a ativida-
N
de proposta na seção. Eles podem fa-
zer seus registros em uma planilha em Processados
Alimentos que sofreram alterações, Ultraprocessados
papel ou aplicativo digital. Oriente-os como adição de sal, açúcar, óleo e Alimentos
outras substâncias. industrializados
a consultar seus pais ou responsáveis com cinco ou mais
para ajudá-los a completar a planilha ingredientes. São
Sira Anamwong/
Shutterstock
Chalintra.B/Shutterstock
considerados SUCO
Victoria Sergeeva/
Shutterstock
de consumo diário de alimentos e na nutricionalmente
alya_haciyeva/
Shutterstock
desequilibrados, pois
avaliação de eventual redução de con- são ricos em calorias,
sumo ou substituição de determinados açúcares, gorduras, sal
e aditivos químicos.
alimentos. Casos de carência ou insu-
ficiência alimentar por razões econô-
Elaborado com base em: BRASIL. Guia alimentar para a população brasileira. Brasília, DF: Ministério da Saúde,
micas necessitam de sensibilidade e 2016. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/escolha_dos_alimentos.pdf. Acesso em: 12 abr. 2022.
cuidado ao encaminhar a questão.
Complementarmente, você pode A culinária tradicional brasileira é bastante diversa regionalmente, composta de cereais, como arroz,
orientar a realização de uma pesqui- feijão e milho, proteínas animais (carnes, ovos, peixes, crustáceos), leguminosas (como mandioca e bata-
sa em grupo sobre práticas e hábitos ta), hortaliças e frutas. Entretanto, a ampliação da agricultura comercial para exportação, a redução da
alimentares regionais brasileiros. Os produção de alimentos, seu encarecimento e mudanças de comportamentos impulsionados pela disse-
grupos podem investigar os principais minação de um modo de vida urbano, associados à publicidade e maior oferta de produtos da indústria
pratos e ingredientes consumidos em alimentícia, vêm favorecendo a alteração do hábito e da cultura alimentar do brasileiro.
determinada região ou como um mes-
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
mo prato ou ingrediente é elaborado e
consumido em diferentes regiões. 1 Durante uma semana, anote os alimentos e as bebidas que ingeriu em todas as suas refeições
As reflexões e atividades propostas e intervalos entre elas.
nesta seção promovem a saúde física 2 Pesquise a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre alimentação equi-
dos estudantes ao possibilitar a ava- librada e saudável e compare as orientações com seus hábitos alimentares. Avalie quais in-
liação da sua alimentação, dialogando gredientes você poderia reduzir ou mesmo eliminar o consumo e que outros poderiam ser
com o TCT Educação Alimentar e Nutri- agregados à sua rotina alimentar. Estabeleça metas possíveis para você.
cional e com a CG8.
3 Busque informações sobre as tradições e hábitos alimentares da região, do estado ou mesmo
do município onde vive e compare com seu hábito alimentar.
2. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante compare a sua alimentação com aquela estabelecida pela OMS (ou
outra entidade médica ou nutricional que tenha consultado), avalie seus hábitos alimentares e estabeleça alterações
176 de hábitos e comportamento possíveis de serem assumidos.
3. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante liste e pesquise as tradições alimentares de onde vive e avalie se
elas fazem parte de seus hábitos de consumo.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Prato Cheio
Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2020/02/parece-comida-mas-nao-e/. Acesso em: 6 jul. 2022.
Podcasts temáticos produzidos pelo site jornalístico investigativo O joio e o trigo, nos quais se discutem alimentação, saúde e
poder. O primeiro episódio, “Parece comida, mas não é”, trata especificamente dos alimentos ultraprocessados.
176
1. Segundo a autora, os transgênicos e a edição do genoma favorecem a redução dos defensi-
vos (agrotóxicos) e de agentes causadores de doenças em humanos; também proporcionam o
aumento da produtividade, diminuindo o uso da terra e da água; possibilitam o aproveitamento
de áreas naturalmente inadequadas ao cultivo; e aumentam o valor nutricional dos alimentos.
que representa, percebendo, assim,
Contraponto uma norma. Oriente-os a concluir so-
bre a obrigatoriedade de alertar a pre-
Transgênicos sença de transgênicos nos alimentos.
Prossiga com a leitura compartilha-
A produção agrícola que faz uso de técnicas de melhoramento genético é contesta-
da dos textos, fazendo pausas para
da por um grupo de produtores e de cientistas, segundo os quais essa produção pode
comentários dos estudantes e escla-
trazer problemas ecológicos, pois ainda não se conhece seus efeitos a longo prazo nos seres huma-
recimentos de dúvidas. Explique quem
nos. No entanto, outro grupo alega que os transgênicos são seguros, reduzem o uso
são os autores dos textos (Embrapa e
de agrotóxicos e aumentam a produtividade (o que consequentemente aumenta a
Natalia Pasternak) ou encaminhe uma
oferta de alimentos e barateia seus preços).
pesquisa coletiva na internet para sa-
A seguir, leia a definição feita pela Embrapa sobre os transgênicos e os argu- ber mais informações sobre as fontes,
mentos da bióloga Natalia Pasternak em favor dessa tecnologia. caso haja recursos disponíveis em aula.
Transgênico é sinônimo para a expressão “Organismo Geneticamente Mo-
dificado” (OGM). É um organismo que recebeu um gene de outro organismo
Oriente-os também a ler o texto na ínte-
gra acessando a fonte indicada.
k
toc
doador. Essa alteração no seu DNA permite que mostre uma característica
ers
Explique como reconhecer fontes
utt
que não tinha antes. Na natureza, sempre ocorreram (e ainda ocorrem)
/Sh
confiáveis para os textos. Eles devem
Volk
alterações ou mutações naturais.
ssa
EMBRAPA. Transgênicos. Disponível em: https://www.embrapa.br/tema checar a autoria, se são pesquisado-
e
Van
-transgenicos/sobre-o-tema. Acesso em: 6 maio 2022.
Pela legislação brasileira, res ou cientistas que têm autoridade
Sem transgênicos toda embalagem de produtos sobre o tema ou de instituições que
[...] alimentares que possuem
ingredientes transgênicos deve mantêm pesquisadores com autorida-
Rejeitar a tecnologia de transgênicos (OGMs) e, mais recentemente, a
de edição de genoma (CRISPR) foi um tiro no pé. Essas técnicas, quando
apresentar um código específico, de sobre o tema e têm histórico de rigor
um símbolo de advertência. Há
bem utilizadas, permitem reduzir o uso de defensivos quase a zero, e propostas para extinguir essa
científico e imparcialidade. A data tam-
ainda diminuir a contaminação por agentes causadores de doenças em obrigatoriedade. bém deve ser observada, pois, no cam-
seres humanos. po científico, a verdade é normalmente
[...] provisória, transitória, novas pesquisas
Aqui no Brasil, o feijão RMD, resistente ao vírus do mosaico dourado transmitido pela mosca branca, e estudos permitem novas afirmações
permitiu reduzir o número de aplicações de inseticidas nas lavouras, de 15 a 20 por safra, para apenas três. e conclusões. Esse procedimento deve-
O feijão chegará às nossas mesas com muito menos agrotóxico.
rá ser observado na realização das ati-
OGMs também aumentam a produção por hectare, diminuindo o uso de terra e de água. Plantas dese-
nhadas para resistir a secas e condições extremas podem aproveitar solos que, antes, eram considerados
vidades 2 e 3.
impróprios para o cultivo. A biotecnologia pode aumentar o valor nutricional dos alimentos, usando pro- Converse com os estudantes sobre
cessos de biofortificação. a possibilidade de eles enviarem o ar-
Se o intuito do manejo orgânico é proteger o meio ambiente e reduzir o uso de pesticidas, qual o senti- tigo de opinião que elaboraram para
do em deixar a biotecnologia de fora? A resposta é a velha falácia do “natural é sempre melhor”, que impede algum veículo de comunicação, como
que o agricultor orgânico utilize produtos melhores e mais sustentáveis.
um jornal local, um site que trata de te-
PASTERNAK, Natalia. Mais saudáveis? Sem pesticidas? O mito da superioridade dos orgânicos. UOL, Viva Bem, 17
nov. 2019. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/opiniao/2019/11/17/mais-saudaveis-sem
mas correlatos, ou mesmo endereçar a
-pesticidas-o-mito-da-superioridade-dos-organicos.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 6 maio 2022. deputados federais e senadores (nes-
3 e 4. Resposta pessoal. Leia as orientações para as atividades neste
se caso, o artigo de opinião deverá ser
Manual do Professor. adequado para outro gênero textual –
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
carta – ou ao menos precedido de ou-
1 Cite os principais argumentos que a autora apresenta em defesa dos alimentos transgênicos. tro texto para contextualização).
2 Pesquise, na internet, justificativas e argumentos contrários à produção de OGM pela
3. Espera-se que cada estudante apre-
agricultura.
sente ao grupo as informações que re-
3 Com a turma em roda, participe de um debate sobre os pontos positivos e negativos uniu e se posicione diante da questão
relacionados à produção e ao consumo de alimentos agropecuários transgênicos. dos benefícios e riscos do uso de trans-
4 Elabore um artigo de opinião para apresentar e defender seu ponto de vista. gênicos na produção agrária.
177
Orientações didáticas
Mecanização
Peça aos estudantes que citem
exemplos do processo de moderni- Artefatos mecânicos com mais tecnologia como semeadeiras, colheitadeiras
zação e mecanização das atividades e tratores, entre outros, foram introduzidos no campo brasileiro em meados
agrárias e registre-os no quadro. Es- do século XX. De início, a maioria das máquinas agrícolas concentrava-se nos
pera-se que eles citem alguns tipos de estados das regiões Sul e Sudeste, com destaque para Rio Grande do Sul e São
máquinas agrícolas. Comente sobre Paulo. Além dos estados dessas duas regiões, Goiás e Bahia também apresen-
outras possibilidades, como uso de tavam um número de máquinas agrícolas superior ao dos demais estados de
tecnologias digitais, análise do solo e suas regiões.
previsão climática, uso de computa- Essas novas tecnologias aplicadas à produção rural provocaram muitas al-
dores, GPS e drones, vacinas, alimen- terações na forma que o trabalho é realizado. Em algumas fazendas produtoras
tação balanceada para os animais, de laranja, no interior de São Paulo, por exemplo, há máquinas importadas dos
ordenha mecânica, etc. Pergunte em Estados Unidos que em uma hora colhem os frutos de cem pés de laranja. Ima-
que tipo de estabelecimento agrícola gine o quanto esse equipamento reduziu o tempo para realizar esse trabalho e
essas tecnologias são mais frequentes a quantidade de empregos que deixaram de existir no espaço rural.
e por que, assim como em que regiões Alf Ribeiro/Shutterstock Máquina colheitadeira de café em fazenda
e estados ela é mais presente. em Gália (SP), 2019. A mecanização das
Outra possibilidade é orientar os es- atividades agrícolas dispensa trabalhadores
rurais, especialmente os temporários.
tudantes a pesquisarem na internet Os empresários dizem que as máquinas
imagens que retratam a mecanização suprem a falta de mão de obra.
e modernização do campo e, então,
em aula, comentarem com os cole-
gas o que descobriram. Dessa forma,
178
178
Já em 1950, os adubos de origem animal e vegetal deram lugar aos de ori- Orientações didáticas
gem mineral em todo o Brasil, sendo mais utilizados a partir de então. Nos anos
Peça aos estudantes que pesquisem
1970, o uso de fertilizantes ainda era concentrado nas regiões Sul e Sudeste,
a diferença entre a fertilização orgânica
sendo a adubação química maior que a orgânica. Data dessa época a entrada
e mineral, a técnica de rotação de cul-
de muitas empresas globais que atuam no ramo da agroalimentação.
tura e cultivo consorciado e o combate
A busca por grande produtividade levou a um aumento da monocultura
às pragas com agrotóxicos e por meio
para exportação praticada em grandes propriedades, mecanizada e submetida
do controle ecológico. Se houver pos-
ao mercado internacional de preços. Além disso, maior produtividade pode im-
sibilidade material e técnica, organize
plicar um aumento na degradação dos solos e dos recursos hídricos, que ficam
um circuito de aprendizagens compos-
mais escassos, poluídos ou com cursos assoreados.
to por estações nas quais esses temas
são abordados por meio de diferentes
Brasil: uso de adubação (em propriedades) – 2017
Elaborado com base em:
formas (vídeos, podcast, textos impres-
Química e IBGE. Censo Agro 2017. sos ou digitais, fotografias, esquemas,
orgânica Resultados definitivos. mapas). Você pode envolver os estu-
11% Disponível em: https://
censoagro2017.ibge.gov.br/ dantes na preparação das estações
templates/censo formando grupos temáticos que fica-
_agro/resultadosagro/pdf/
Orgânica
11% agricultura_familiar.pdf.
rão responsáveis por levantar as infor-
Acesso em: 12 abr. 2022. mações que serão disponibilizadas em
cada estação de aprendizagem.
Não fez Neste tópico, é importante que os
adubação
58% estudantes relacionem a intensa me-
Química
20% canização ao aumento de produti-
vidade, redução da mão de obra,
necessidade de grande volume de in-
Brasil: uso de agrotóxicos (em propriedades) – 2017
vestimento, o que se aplica sobretu-
Usa, mas não do aos gêneros agrícolas voltados à
precisou utilizar
3% exportação e compreendidos pela no-
meada agricultura comercial.
Utilizou
32%
179
179
Orientações didáticas
Questão agrária
Os temas, conteúdos e reflexões
mobilizadas neste tópico dialogam O ponto central da questão agrária brasileira é a estrutura ou organização fundiária. O Brasil apresenta
com habilidades previstas para o uma grande concentração de terras nas mãos de poucos proprietários, pessoas civis e empresas, e parcela
7o ano, especificamente as habilida- expressiva de trabalhadores rurais e de famílias não têm terra própria para morar e dela extrair os meios
des EF07GE02 e EF07GE03, e podem necessários à manutenção de suas vidas. Observe a tabela a seguir.
se tornar mais significativos e mais am-
plos se desenvolvidos de forma integra- Brasil: estrutura fundiária – 2017
180
As terras brasileiras só se tornaram propriedades privadas a partir de 1850, com a Lei de Terras, o que Orientações didáticas
impediria ex-escravizados, indígenas, camponeses e imigrantes pobres de se tornarem proprietários de
Avalie a viabilidade de propor pes-
terra, porque, a partir de então, elas deveriam ser compradas. Não bastava mais tornar produtivas as ter-
quisas prévias aos estudantes para
ras desocupadas, nomeadas de terras devolutas. Para explorá-las, era preciso pagar por elas, comprá-las.
eles ampliarem seus conhecimentos
Assim, as terras passaram a ter um valor de posse, ou seja, poderiam gerar riqueza por meio de sua compra
sobre a questão agrária brasileira e a
e venda, mesmo que não fossem exploradas para nada.
proposta da reforma agrária como um
Essa lei perpetua um dos maiores problemas sociais brasileiros: a não reparação dos escravizados pelos
mecanismo para atenuar parte dos pro-
anos de exploração e ainda o impedimento deles, por si sós, de conseguirem viver a partir seus próprios
blemas vividos no espaço rural brasi-
trabalhos na terra, tendo que a trabalhar para outras pessoas. Lembrando que a abolição da escravidão só
leiro (que apresenta, de modo geral,
foi ocorrer em 1888, quando a nova política de acesso à terra já estava consolidada.
índices socioeconômicos piores que a
média nacional, por exemplo).
Reforma agrária Pode ser sugerido aos estudantes
Ao longo dos anos, a mobilização pelo acesso à terra, pela conquista de uma parcela de solo no campo que busquem informações sobre o que
para trabalhar e viver dignamente e se livrar da pobreza e exploração às quais muitos camponeses e tra- defendem os movimentos sociais que
balhadores rurais estavam submetidos levou a mobilizações sociais, lutas e movimentos que provocavam lutam ou lutaram pela reforma agrária
e provocam instabilidades políticas. Diante do grande problema social e político, o governo elaborou, em (Ligas Camponesas; Comissão Pastoral
1964, o Estatuto da Terra, instrumento legal que visava desmobilizar os embates no campo. da Terra; MST – Movimento dos Traba-
O gráfico a seguir mostra como oscilou a distribuição de terras aos trabalhadores rurais nas últimas décadas. lhadores Rurais Sem Terra) e as entida-
des e organizações que são contrárias
Brasil: número de famílias assentadas – 1994-2021 à reforma agrária (UDR – União Demo-
crática Ruralista) para identificar suas
Atividade complementar
Elaborado com base em: INCRA. Incra nos Estados – Informações gerais sobre os assentamentos da
reforma agrária. Disponível em: https://painel.incra.gov.br/sistemas/index.php. Acesso em: 12 abr. 2022. 1. Pesquise em jornais e revistas
impressos ou digitais notícias
O Estatuto da Terra classifica as propriedades rurais segundo tamanho e produtividade e estabelece a sobre a violência no campo
política de reforma agrária, de distribuição de terras para camponeses, segundo diversos critérios. Entre- brasileiro. Descreva, de forma
tanto, não foi elaborada uma política de apoio ao desenvolvimento do pequeno produtor, como financia- resumida, o fato, quem são os
mento, assessoria técnica, compra, escoamento da produção, etc. envolvidos, onde e quando ocor-
A reforma agrária também está prevista na atual Constituição do país, pro- reu e por quê. Em aula, elabore
grilagem de terra: um cartaz coletivo no qual esta-
mulgada em 1988, que estabeleceu a necessidade de a terra ter função social. falsificação de
rá desenhado o mapa político
Entretanto, até agora, nenhum governo levou a cabo toda a necessidade de documentos para obter a
posse de determinadas do Brasil, onde cada estudante
redistribuição de terras previsto no Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA). áreas. irá demarcar o local aproxima-
Portanto, a questão agrária brasileira e seus desdobramentos, como grilagem do da ocorrência da notícia que
de terra, violência, ocupações e assassinatos de camponeses, ainda permane- pesquisou e relatá-la para os
cem um grave problema atual. demais colegas. Ao final, criem
um título para o mapa e definam
onde afixá-lo na escola.
181
2. Faça uma pesquisa para levan-
tar argumentos favoráveis e con-
trários à realização da reforma
agrária atualmente no Brasil.
Em sala, participe de uma roda
de debate para discutir se a re-
forma agrária é necessária no
Brasil.
181
Orientações didáticas
Problemas socioambientais
Converse com os estudantes sobre
A exploração econômica da área rural tem pro-
que problemas sociais e ambientais
local, regional ou mundial, por exem- badas ou queimadas para a formação de pastos e
plo. Espera-se que mobilizem seus áreas de cultivo. Todos os biomas brasileiros foram
conhecimentos prévios para estabele- bastante desmatados, com destaque para o Cerra-
cer relações de causa e efeito, promo- do e a Mata Atlântica.
vendo o desenvolvimento da CG1 e da A agropecuária, quando praticada de forma ina-
CG2, da CECH3 e da CECH6, da CEG1, dequada, também pode promover a contaminação
da CEG2, da CEG5 e da CEG6. O de- do solo, dos recursos hídricos e dos trabalhadores Área desmatada para criação de gado em Resende
pelo uso intensivo e descuidado de agrotóxicos; Costa (MG), 2021, no bioma de Mata Atlântica.
senvolvimento dos temas desse tópico
dialoga com o TCT Educação Ambiental. compactação, lixiviação e erosão do solo (perda de solo e também pode pro-
lixiviação: dissolução
vocar o assoreamento dos cursos de água) em razão de manuseio errado, como
Liste as contribuições na lousa e pe- pela água de
intenso trânsito de máquinas e animais, aragem e exposição do solo direto às componentes químicos
ça aos estudantes que expliquem apre- do solo.
sentando argumentos cientificamente chuvas e ao sol, técnicas de plantio inadequadas à declividade do terreno, etc.
vel, leia mais informações em artigo pu- Limite máximo por resíduo –
LMR (mg/kg)
Limite máximo por resíduo – LMR (mg/kg) Limite máximo por resíduo – LMR (μg/L)
(0,05 mg/kg)
(0,02 mg/kg)
Europeia. São Paulo: FFLCH/
cerem exemplos desse tipo de prática, USP, 2017. p. 252, 256 e 267.
o que é interessante, pois a criticida- Disponível em: https://
conexaoagua.mpf.mp.br/
de não se limita a apontar o problema, arquivos/agrotoxicos/05
mas também em inserir novos cami- Brasil
(8 mg/kg)
Brasil
(10 mg/kg)
Brasil
(500 μg/L) -larissa-bombardi-atlas
nhos, formas de fazer diferente daquilo 400x maior 200x maior 5 000x maior -agrotoxico-2017.pdf. Acesso
em: 6 maio 2022.
que avalia não estar adequado.
Leia o trecho inicial deste tópico, so-
182
bre problemas ambientais, e peça aos
estudantes que verifiquem se há pro-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
blemas citados que eles não aponta-
ram e também o contrário. Promova as que os eventuais problemas de contaminação por agrotó- Veneno”. Pode-se propor aos estudantes o estudo da legis-
devidas complementações e o esclare- xicos decorrem do uso inadequado (uso maior que o reco- lação brasileira sobre o tema e que mudanças estão sendo
cimento de dúvidas. mendado e em associação indevida com outros produtos, discutidas e propostas por deputados federais no momento.
O uso de agrotóxicos provavelmente por exemplo). Porém, há também pesquisadores que di- Para finalizar, promova a leitura e interpretação do gráfi-
também será apontado pelos estudan- zem ser impossível para o agricultor familiar seguir todas as co comparando a regulação de alguns tipos de agrotóxico
tes como uma atividade com risco po- orientações contidas na embalagem, que envolve transpor- entre Brasil e União Europeia.
tencial para ocorrências de problemas te, armazenamento e trajes específicos para manuseá-los.
no campo. Pergunte que problemas is- Sugerimos acompanhar as discussões sobre a alteração
so pode trazer, considerando os possí- da legislação sobre o tema, que passa por nomear os agro-
veis impactos no produtor rural (aquele tóxicos como “defensivos agrícolas”, flexibilização do con-
que manuseia o produto), para a fauna trole e aprovação do uso de agrotóxicos, concentrando o
e flora nativa, solo e recursos hídricos e processo no Ministério da Agricultura, excluindo gerência
nós, consumidores. Vale lembrar que há da Anvisa e do Ibama, como está descrito no Projeto de Lei
muitos estudos científicos que atestam no 6.299/2022, nomeado pelos opositores de “Pacote do
182
Orientações didáticas
Gás estufa
A violência no espaço rural está
A pecuária bovina, além de ser uma das atividades pioneiras para desbravar
bastante associada aos conflitos pela
áreas de matas e florestas, que muitas vezes são queimadas para a formação
terra, que vitimam sobretudo produto-
de pasto, também tem sido objeto de atenção em razão da sua participação no
res rurais sem terra e também povos
aumento do efeito estufa. O processo digestivo dos animais emite gás metano.
indígenas, comunidades descenden-
Essa é uma questão particularmente sensível no Brasil em razão do seu enorme
tes de quilombolas e outras comu-
rebanho bovino (218,2 milhões de cabeças de gado, 2020, segundo o IBGE), um
nidades tradicionais, consideradas
dos maiores do mundo. Há, também, a entrada de rebanhos pelas fronteiras
minorias sociológicas.
norte e, sobretudo, sul, induzindo o desmatamento.
Sistematize as reflexões promovendo
terra devoluta: terra a leitura compartilhada do texto com-
Violência pública sem uso e que
nunca teve proprietário. preendido no subtópico Aumento da
Também são frequentes os assassinatos de tra- produção, complementando a cons-
Bruno Kelly/Reuters/Fotoarena
balhadores sem-terra e líderes sociais que lutam trução das habilidades EF07GE06 e
pela reforma agrária. Grileiros contratam pessoas EF07GE07, da CEG2 e da CEG6, da
armadas (jagunços) para expulsar os posseiros CECH3 e da CECH6, da CG1 e da CG7.
(pessoas que sobrevivem da terra que ocuparam, Sugerimos a indicação do site do
geralmente chamadas de terras devolutas, há mui- Incra aos estudantes, disponível em:
tos anos). https://www.gov.br/incra/pt-br/
Outro problema social no espaço rural brasileiro assuntos/reforma-agraria (acesso em:
é o deslocamento e os embates com as populações 12 abr. 2022), no qual há um conjunto
tradicionais e grupos indígenas por meio do avanço de dados oficiais sobre a questão agrá-
de fronteiras agrícolas, formação de lagos artificiais ria brasileira, além da legislação sobre
para hidrelétricas, invasão de garimpeiros em terras o tema. Também recomendamos o Atlas
Indígena Yanomami observa operação da agência
protegidas (geralmente Terras Indígenas) e minera- ambiental brasileira contra a mineração ilegal em Terras
das situações alimentares no Brasil: a
ção industrial. Indígenas, na Floresta Amazônica, em Roraima, 2016. disponibilidade domiciliar de alimen-
tos e a fome no Brasil contemporâneo
(JUNIOR, José Raimundo Sousa Ribei-
Aumento de produção ro et al. Bragança Paulista: Universi-
Os problemas tendem a se tornar mais relevantes quando o ritmo de ex- dade São Francisco, 2021. Disponível
ploração do espaço rural aumenta, o que geralmente é resultado de processos em: https://sefras.org.br/wp-content/
associados ao capitalismo industrial. uploads/2022/02/Atlas_Situacao
A maior intensidade da produção exige maior quantidade de recursos na- _Alimentar-SEFRAS.pdf. Acesso em: 7
turais, como a água, por exemplo, que pode se tornar escassa, como já ocor- jul. 2022), que reúne mapas, gráficos e
re em algumas áreas. As culturas para exportação passaram pela revolução textos sobre a produção e o acesso aos
agrícola e modernização, substituindo áreas de cultivo destinadas à produ- alimentos no Brasil, destacando o pro-
ção doméstica, desvalorizando culturas alimenta- blema da fome.
Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens
183
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de
conteúdos propostos nesta página, es-
ESPAÇO RURAL
ta seção servirá como base estrutural,
possibilitando a sistematização de con-
ceitos e temas estudados e também a
oportunidade para sanar as dúvidas
que surgiram ao longo do percurso.
Promova a observação e leitura co- PRODUÇÃO AGRÁRIA AGRICULTURA FAMILIAR
letiva do esquema, atentando para os ⓿ Importante participação na Pequenas propriedades nas quais os
conceitos que foram desenvolvidos ao pauta de exportação brasileira trabalhadores rurais mantêm
longo deste capítulo e que serão impor- (soja, cana-de-açúcar, carne relações familiares, são proprietários
tantes para o desenvolvimento de ha- bovina e de aves, celulose, e residem no imóvel rural.
bilidades da BNCC no decorrer desta milho, laranja, café, etc.); ⓿ 65% do pessoal ocupado;
O espaço rural também
EXTRATIVISMO, ⓿ çç% dos estabelecimentos rurais,
e da próxima unidade, especialmente ⓿
AGRICULTURA E
compreende atividades não ocupando apenas 2ê% da área
as habilidades EF07GE02, EF07GE03, PECUÁRIA total;
agrárias, como extração
EF07GE06 e EF07GE07. mineral, turismo e lazer, Produção relevante para ⓿ Responsável por ç0% produção e
indústrias, etc. economia e formação alimentos no Brasil.
do território brasileiro.
MECANIZAÇÃO
Caracteriza a agricultura comercial
USO DA TERRA QUESTÃO AGRÁRIA para exportação (geralmente
⓿ Lavouras permanentes e Grande concentração de
⓿
grandes propriedades de
temporárias (ó8%); terras; monoculturas com trabalho
⓿ Pastagens (45%); ⓿ Não efetivação de assalariado).
⓿ Matas e florestas (2õ%); política adequada de ⓿ Tratores, máquinas agrícolas,
⓿ Outros (8%). promoção de fertilizantes artificiais,
Tamanho propriedades distribuição de terras agrotóxicos, sementes
⓿ Módulo fiscal; (reforma agrária, selecionadas e modificadas,
⓿ Minifúndio, pequenas, médias prevista na Constituição inseminação artificial, novas
e grandes propriedades; de óõ88); tecnologias (informática, GPS,
⓿ Latifúndios: por extensão ou
⓿ Conflitos sociais no imagens de satélite, etc.);
por improdutividade. campo. ⓿ Alto investimento financeiro;
⓿ Empresas: complexo
agroindustrial e agronegócio.
PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS
⓿ Diferentes escalas geográficas;
⓿ Desmatamento e queimadas da vegetação natural;
⓿ Perda e poluição dos solos, recursos hídricos e contaminação de trabalhadores rurais por uso inadequado de
fertilizantes artificiais, agrotóxicos e técnicas incorretas; esgotamento dos recursos naturais;
⓿ Rebanhos bovinos: compactação do solo e emissão de gás estufa;
⓿ Violência: grilagem de terra, ameaças e assassinatos de posseiros, líderes sem-terra, povos indígenas e
populações tradicionais.
184
184
1. O maior número de estabelecimentos agropecuários está no Nordeste, com destaque para a Bahia. E na região Centro-
-Oeste, há menor número de estabelecimentos. Nos estados do Amapá, Roraima, Amazonas, Acre e São Paulo também
há número menor de estabelecimentos comparado à realidade nacional.
Salvador
o pagamento em dinheiro para obter a
4 Quais as principais características Cuiabá
DF
Brasília
Goiânia
MG OCEANO propriedade da terra.
da modernização agrícola? GO Belo ATLÂNTICO
Campo Horizonte ES
5 Qual a principal questão agrária OCEANO
Grande
Vitória
6. São muitos e variados os problemas
no Brasil e como ela se originou?
PACÍFICO
MS SP RJ sociais e ambientais presentes no espa-
Rio de Janeiro
5. Leia a resposta neste Manual do Professor. PR São Paulo Trópico de
Capricó
ço rural brasileiro, entre eles: grilagem
6 Cite os principais problemas socio- Até 5 000 Curitiba rnio
de terras, violência contra posseiros, po-
De 5 001 a 10 000 SC
ambientais presentes atualmente RS
Florianópolis
pulações tradicionais e povos indígenas,
De 10 001 a 20 000
no espaço rural brasileiro. De 20 001 a 30 000
Porto Alegre
desmatamento, poluição e degradação
6. Leia a resposta neste Manual do Professor. 0 500 1 000
Mais de 30 000
do solo e recursos hídricos, etc.
Exercite
km
Elaborado com base em: IBGE. Censo Agropecuário 2006/2017. 7. Resposta pessoal. Espera-se que os
7 A música sertaneja atual retrata Disponível em: https://censoagro2017.ibge.gov.br/templates/censo_agro/
resultadosagro/pdf/estabelecimentos.pdf. Acesso em: 12 abr. 2022. estudantes selecionem músicas que te-
grande parte das transformações nham trechos que relatem ou indiquem
do campo brasileiro. Diferentemente das antigas modas de viola, cujas letras narravam a vida das pes- comportamentos, descrevendo a qual
soas simples no campo, hoje a paisagem rural e os hábitos de vida descritos não fazem mais referência tipo de paisagem e modo de vida estão
ao trabalhador rural sem instrução formal nem acesso à informação e tecnologia, mas a pessoas com mais próximos. Coletivamente, os estu-
hábitos de consumo e modos de vida mais associados ao espaço urbano. dantes podem ampliar a análise sobre
a) Pesquise e selecione uma letra de música sertaneja antiga para analisá-la e verificar que aspectos a transformação do espaço rural brasi-
do espaço rural ela descreve. 7. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do leiro por meio do conjunto de informa-
Professor.
b) Em seguida, pesquise e selecione outra letra de música sertaneja, porém atual, e realize o mesmo ções presentes nas músicas que todos
procedimento. 2. O uso da terra no espaço rural é diferenciado entre matas e florestas, pastagens naturais
selecionaram.
e artificiais e área de agricultura, sendo, segundo dados do Censo Agro do IBGE (2017):
c) Apresente suas conclusões para os colegas e compare suas interpretações sobre as mudanças no 8. a) Espera-se que os estudantes ci-
lavouras 18%, pastagens 45%, matas e florestas 29%,
espaço rural brasileiro retratado pela música. outros 8%. tem a crise econômica mundial (2018)
8 A FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) compila informações e a nova crise em razão da pandemia
mundiais referentes ao número de pessoas que não têm acesso à quantidade adequada diária de da covid-19, intensificada em 2020,
alimentos e regularmente divulga os dados consolidados no documento conhecido como Mapa aumento do desemprego, retorno da
da Fome. O Brasil conseguiu sair desse relatório no ano de 2014. Porém, retornou à lista dos
inflação e aumento do custo de vida
países que compõem o Mapa da Fome em 2018, ano em que, segundo o IBGE, cerca de 27% da
e do preço dos alimentos, insuficiência
dos programas de auxílio e transferên-
população brasileira estava vivendo em estado de insegurança alimentar. Em 2020, esse número
8. Leia a resposta e as orientações para a cia de renda, investimento na agricultu-
passou para 55,2% (segundo pesquisa da Rede Penssan).
atividade neste Manual do Professor. ra comercial para exportação e não na
a) Em dupla, listem hipóteses para explicar a contradição entre o Brasil ser uma das maiores potências
produção de alimentos para o merca-
agrícolas do mundo e apresentar grande percentual de sua população sofrendo com a fome.
do interno, etc.
b) Pesquisem na internet informações para verificar se suas hipóteses são adequadas.
c) Que medidas poderiam ser adotadas para resolver o problema da fome no Brasil? 8. b) Resposta pessoal. Espera-se que
4. A modernização agrícola é marcada pela mecanização (tratores, colheitadeiras, semeadeiras, etc.), utilização os estudantes comparem suas hipóte-
de insumos externos (fertilizantes, agrotóxicos, sementes transgênicas, inseminação artificial, etc.), grandes pro-
ses com o resultado da pesquisa que
priedades, produção voltada para exportação ou processamento agroindustrial, constituição de grandes empresas 185
agrícolas, altos investimentos, etc. fizeram e as ajustem ou as completem
com dados que encontrarem.
185
1. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante reflita sobre a relevância das variadas fontes de energia em seu coti-
diano por meio de uma reflexão hipotética e ele indique que as pessoas não poderiam utilizar veículos automotores,
ligar o chuveiro elétrico ou aquecido a gás, usar gás ou eletricidade para preparar
12
suas refeições, recarregar seus aparelhos eletrônicos, etc., concluindo que teria
de usar exclusivamente sua força física para executar um conjunto de tarefas,
BNCC no capítulo sendo impedido de realizar outros trabalhos e tendo seu dia muito diferente do
que está habituado.
2. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante reflita sobre sua realidade local
Competências gerais da Educação ou regional e perceba a diferença entre o espaço relativo e o espaço absoluto,
Básica (CG): 1, 2, 4, 5, 6, 8, 9 e 10. sem nomear os conceitos. Ou seja, perceba que há locais distantes fisicamente,
Fundamental (CEG): 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
Habilidades de Geografia: EF07GE02,
EF07GE03, EF07GE06, EF07GE07 e
EF07GE09.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação Ambiental,
Educação para a valorização do
multiculturalismo nas matrizes
históricas e culturais brasileiras e
Ciência e Tecnologia.
Introdução
Para começar
Neste capítulo, são enfocadas a
constituição e as potencialidades de Converse com os colegas e o
professor.
desenvolvimento das redes de energia,
transporte e comunicação no território 1. Imagine um dia da sua vida
nacional. É feita a caraterização desses sem acesso à energia elétrica
nem aos variados tipos de
sistemas, discutida sua implantação Montagem feita com imagem de cidade transmitindo a ideia de conexões,
combustível, como gás de tanto por meios de comunicação como por redes de transporte.
e distribuição espacial para eviden- cozinha, gasolina, óleo diesel e
ciar suas importâncias para os variados
processos produtivos e integração do
etanol. Que dificuldades você
e outras pessoas poderiam
Redes
território, considerando, também, que enfrentar e o que fariam para
A evolução das redes de transporte, comunicação e geração
atuam na sua reconfiguração ao longo superá-las?
e distribuição de energia no Brasil agilizou os deslocamentos de
da história, estando, portanto, em es- 2. Considere sua realidade para
pessoas e a troca de informações e produtos de um local para
treita relação com o desenvolvimento identificar locais aos quais
outro, assim como a produção de bens e serviços. De modo geral,
é fácil ir, apesar de serem
da habilidade EF07GE07. distantes fisicamente, e locais a circulação e a produção ficaram mais rápidas, ágeis e seguras.
Peça aos estudantes que comen- aos quais é difícil chegar, apesar Isso integrou mais localidades no circuito de produção e comer-
tem como interpretam a imagem de de muitas vezes não serem cialização de matérias-primas, gêneros agrícolas, bens industriali-
abertura do capítulo. Que mensagens distantes.
zados e serviços diversos, aumentando muito as possibilidades de
O que torna fácil ou difícil ir até
ela veicula? Espera-se que, entre ou- ganhos financeiros.
esses locais?
tras respostas, eles citem ideias de mo- Para que todo o fluxo de bens, matérias-primas, pessoas, infor-
3. Que meios de comunicação são
vimento, fluxo, velocidade. Auxilie-os a mações, dados, energia e veículos possa ocorrer, é necessária a ins-
utilizados no cotidiano de sua
aprofundar a leitura, questionando o família? Com qual finalidade? talação de um conjunto de infraestruturas no espaço geográfico,
que na imagem transmite essas ideias E as empresas e o governo, como estradas, portos, antenas, cabos, usinas, linhas de transmis-
e que elementos, que objetos técnicos que usos fazem dos meios de são de energia e mais um tanto de objetos e equipamentos fixados
são necessários no espaço geográfico comunicação?
ao território. Além disso, é fundamental a criação de normas, regu-
para possibilitar esses fluxos todos e se NÃO ESCREVA NO LIVRO.
lamentações e leis para orientar e regular esses usos.
o espaço geográfico do lugar onde eles 3. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante liste telefone fixo e/ou móvel, internet, televisão rádio, etc. e expli-
que que podem ser usados para se informar, conversar com pessoas (trabalho ou lazer), para trabalhar, etc. Sobre
vivem também é marcado por essa ve- 186 empresas e governo, poderia citar que os meios de comunicação são essenciais para esses grupos se informarem
locidade. Se não for, peça a eles que acerca do que está ocorrendo em diferentes locais, receberem e transmitirem informações, além de se comunicar
com a população.
deem exemplos de onde essa fluidez Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
está presente. Em seguida, encaminhe
as reflexões pautadas nas questões da realidades próximas e distantes, daquilo que é apresenta- dos ventos, do sol, da água, da combustão e de máquinas
seção Para começar. do no texto, favorecendo o desenvolvimento das habilida- que funcionam por meio delas. Essas ferramentas e técni-
des EF07GE06 e EF07GE07. cas possibilitam outros usos e exploração do território. E, no
Para começar Para sistematizar, você pode comentar que além das ra- caso do Brasil, caracterizado por sua grande extensão terri-
Se considerar pertinente, ao traba- cionalidades econômicas, das culturas, crenças, da política torial e sua continentalidade, elas foram e são fundamen-
lhar as atividades, retome com os estu- e do embate de forças que orientam a produção e organi- tais para a integração nacional. Porém, vale ressaltar que
dantes a noção dos conceitos de rede, zação do espaço geográfico, o desenvolvimento das técni- a imposição à natureza de outros tempos que não dos rit-
objetos fixos ao território e fluxos ma- cas ou apropriação de técnicas trazidas de outros contextos mos naturais, mas definidos pelos seres humanos por meio
teriais e imateriais. Então, promova a têm também um papel central nesse processo. A criação de suas máquinas, um tempo mecanizado, tem-se mostra-
leitura compartilhada dos dois pará- de saberes e ferramentas possibilita às sociedades vive- do indutor de problemas ambientais e sociais.
grafos iniciais deste tópico, fazendo rem de formas diferentes. Isso fica bastante evidente na
pausas para esclarecimento de dúvi- possibilidade de exploração do território advinda do aper-
das e pedindo para os estudantes da- feiçoamento dos sistemas de transporte, comunicação e
rem exemplos concretos, presentes em de geração e exploração de energia não humana, como
186
alguns exemplos, preferencialmente
O território brasileiro antes de povos indígenas originários do lo-
da mecanização cal ou estado onde se situa a escola
ou, então, solicitar essa tarefa aos es-
Antes do início da colonização, os diferentes povos que viviam nas terras
tudantes, complementando a propos-
que viriam a se tornar o Brasil atual utilizavam quase que exclusivamente seus
ta de atividade encaminhada na seção
saberes e conhecimentos sobre o território e suas forças e habilidades físicas Explore.
para explorá-lo, se deslocar, obter alimentos, se divertir, conduzir seus rituais e
Para sistematizar e promover o de-
tudo aquilo que implica a vida individual e social dos seres humanos.
senvolvimento da habilidade EF07GE02,
Esses povos originários não dis-
você pode comentar que é apenas com
⓿ Muitos dos povos originários brasileiros mantinham relações com o espaço muito diferentes daquelas trazidas
pelos europeus, pautadas na racionalidade econômica, na exploração, na compra e venda de produtos e no
lucro. Para eles, os elementos da natureza não são tratados como recursos naturais, em sua concepção
econômica, mas fazem parte de um conjunto integrado aos seus modos de vida. Rios, mata, solo, fauna e
demais elementos naturais são entidades sagradas, às vezes até compreendidos como integrantes da família
para muitos deles.
Selecione algum povo indígena brasileiro e pesquise os principais valores e crenças que orientam a relação
deles com a natureza.
Resposta pessoal. Espera-se que o estudante identifique algum povo indígena brasileiro e pesquise seu modo de
vida para reunir aspectos que revelam como eles se relacionam com os elementos da natureza – fauna, flora, rios,
pedras, corpos celestes, ventos, nuvens, chuva, rochas, solo, mar, etc. – e apresente suas anotações à turma. 187
187
Orientações didáticas
As redes de energia
Avalie a necessidade de retomar
conteúdos previstos para anos ante- Foi apenas no século XX que as redes de energia, comunicação e transporte, 1. As linhas em azul-escu-
ro, verde e em vermelho,
riores relacionados à diferenciação e como ferrovias, telégrafos e sobretudo estradas e rodovias, foram mais ampla- representando respectiva-
mente implantadas com traçados que integram diferentes localidades e mer- mente os setores indus-
caracterização das diferentes fontes trial, de transporte e ener-
de energia. cados regionais internos ao território brasileiro, mas ainda assim deixando uma gético.
imensidão do território isolado. 2. Os dados no gráfico
Pergunte aos estudantes que situa- apontam o aumento do
ções podem fazer o consumo de ener- Avaliar como a energia é consumida pelas diferentes atividades humanas e consumo de energia ao
longo da história, apesar
gia de determinado local ou região sua evolução ao longo da história indica como a sociedade está organizada e da redução da população
aumentar ou diminuir. se altera. rural (tema que os estu-
dantes já estudaram). Esse
Transformações na sociedade impactam diretamente na demanda por ener-
Comente com eles que a geração e fato é explicado do seguin-
te modo: a maior demanda
gia. Avanços tecnológicos, migrações em larga escala do campo para a cidade,
distribuição de energia possibilitou a por energia é decorrente
intensificação da urbanização, mecanização das atividades agrárias, aumento
constituição de uma rede importante da alteração da forma de
produzir no campo, com
para desenvolver projetos agropecuários, ou redução da renda dos trabalhadores e crescimento econômico são alguns maior presença de máqui-
industriais, urbanos, de serviços, trans- fatores que podem alterar (para mais ou para menos) o consumo de energia em nas, como tratores, irriga-
ção artificial, intensifican-
portes e comunicações por grande parte determinadas localidades e setores da economia. do a produção. No campo,
No Brasil, atualmente os meios de transporte e o setor industrial são os que a necessidade de energia
do país, dando exemplos locais e nacio- não natural também é
nais e solicitando aos estudantes que mais consomem energia. Veja, no gráfico a seguir, a evolução ao longo da histó- cada vez maior. Se antes
bastava a força humana,
também apresentem alguns exemplos. ria do consumo energético no país por cada setor. dos animais e da radia-
ção solar, atualmente há
Verifique as representações dos es- muitas máquinas movidas
Brasil: consumo final energético por setor – 1970-2018
tudantes sobre quais atividades e se- a derivados de petróleo
e equipamentos eletro-
tores da sociedade brasileira mais eletrônicos. Mas, mesmo
100
consomem energia e peça a eles que assim, o consumo energé-
tico das atividades agrope-
90
expliquem a razão disso. Em seguida, 80 cuárias é bem inferior ao
faça a leitura com eles do gráfico de 70
do setor industrial.
linhas. 60
106 tep*
50
Explore 40 Elaborado com base em: BRASIL. Ministério de
Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética.
Sugerimos orientar a realização indi- 30
Balanço energético nacional 50 anos: cinquenta
vidual da atividade 1 e propor que os 20 anos de estatísticas energéticas. Rio de Janeiro:
10 EPE. Disponível em: https://www.epe.gov.br/sites
estudantes se organizem em grupos de 0 -pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/
três a quatro integrantes com diferen- 1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002 2006 2010 2014 2018 Documents/BEN%2050%20anos.pdf. Acesso em:
6 maio 2022.
tes perfis para resolverem, juntos, a ati- Ano
Fórmula Produções/Arquivo da editora
1. Observando as curvas das linhas coloridas no gráfico, quais delas apresentaram maiores oscilações e, também,
maior crescimento ao longo dos anos?
2. Considerando o que você já estudou sobre o campo brasileiro, como a intensa migração para as cidades e o
processo de mecanização (agronegócio), explique a evolução do consumo de energia do setor agropecuário,
representado no gráfico.
188
188
A predominância do uso de recursos naturais renováveis na produção de energia no Brasil decorre de fatores naturais
e escolhas políticas. Por se tratar de um país com imenso território, onde predomina o clima Tropical e está presente
uma densa rede hidrográfica, é possível explorar esse potencial natural para construção de hidrelétricas, plantação de
cana-de-açúcar para produção do etanol, utilização da força dos ventos e do sol (ainda pouco aproveitado). Também
se utiliza a lenha de florestas cultivadas (pinus e eucaliptos, sobretudo) e extraída ilegalmente de matas nativas.
geração de energia. Quando isso acon-
Geração de energia tece, pode ser necessário acionar usi-
As principais fontes de energia utilizadas
nas termelétricas, que queimam carvão
Brasil: matriz energética – 2020 mineral e sobretudo óleo diesel, no ca-
no Brasil estão identificadas nos gráficos des-
Além disso, a recente descoberta de grandes reservas de petróleo no subsolo marinho (pré-sal) também possibilita
a manutenção futura dessa fonte de energia.
189
Orientações didáticas carvão mineral, ainda que não seja de elevado poder ca-
lorífero, rios caudalosos e com quedas d'água, depósitos
Oriente os estudantes a lerem os títulos dos dois gráfi- de petróleo e avaliações políticas e econômicas de explo-
cos de setores e também as informações neles representa- ração e integração do território nacional são pensadas on-
das. Peça-lhes que expliquem o que os diferencia, para eles de e como explorar os recursos para geração de energia e
compreenderem que no gráfico da matriz energética estão a consequente implantação de um sistema de infraestrutu-
representadas todas as fontes de geração de energia con- ra para distribuição, articulando habilidades de raciocínio
sumidas no Brasil e, no gráfico de matriz elétrica, apenas as geográfico (CEG3).
fontes para geração de energia elétrica.
Sugerimos promover a leitura detalhada de cada um de- Você sabia?
les isoladamente e depois compará-los. Peça a eles que Complemente a problematização sobre as hidrelétricas
façam sínteses. explicitando sua dependência do regime de chuvas. Perío-
Por fim, comente que a partir das potencialidades na- dos de baixa pluviosidade podem reduzir, inclusive, sen-
turais do território nacional, como presença de jazidas de sivelmente o reservatório e prejudicar a capacidade de
189
Orientações didáticas Na trilha da Cartografia Mapas
Na trilha da Cartografia
Representando o futuro
São dois os objetivos gerais propos-
As primeiras usinas hidrelétricas e termelétricas instaladas no Brasil datam do início do século XIX. Mui-
tos nesta seção: a explicitação do uso
tas delas eram privadas e atendiam necessidades locais e se localizavam próximas de onde a energia gerada
da linguagem cartográfica para repre-
era consumida, geralmente nos centros urbanos. A industrialização e a modernização do país aumentaram
sentar projetos e idealizações e, por-
a demanda pelo fornecimento de energia elétrica, o que levou o Estado brasileiro a investir intensamente
tanto, não limitada a representar o que
no setor no início do século XX, passando a centralizar o sistema energético, interligá-lo em rede e, assim,
existe na realidade atual, servindo tam-
transmitir a energia elétrica para localidades distantes de onde ela era gerada.
bém como um recurso para criação de
O gerenciamento do sistema é de responsabilidade das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras),
narrativas e discursos que anunciam o
futuro; e a descrição do sistema de dis- empresa estatal fundada em 1961. A privatização de diversas usinas de geração de eletricidade iniciada
tribuição de energia elétrica no Brasil. nos anos 1990 alterou o cenário nacional e as políticas de preço. Entretanto, a centralização do gerencia-
mento do sistema foi mantida por meio da empresa privada Operador Nacional do Sistema (ONS), que
Sugerimos iniciar propondo a leitu-
determina a geração e a transmissão de energia de cada unidade produtora. Os mapas a seguir retratam
ra compartilhada dos dois mapas. Em
a atual rede de energia elétrica brasileira – o Sistema Interligado Nacional (SIN), formado por quatro
seguida, peça para lerem o texto indivi-
subsistemas: Nordeste, Sudeste/Sul, Centro-Oeste e parte da região Norte – e o cenário planejado para
dualmente e de forma silenciosa. Então,
o futuro próximo. Os mapas, além de representarem informações do passado e do presente, servem para
peça a voluntários que se intercalem na
projetar o futuro.
releitura do texto, agora de forma com-
partilhada e fazendo pausas para co-
mentários e esclarecimento de dúvidas. Brasil: sistemas de transmissão existentes – 2017
50° O LTs são as linhas de
Encaminhe a resolução das ativi- transmissão.
dades 1 a 3 em duplas. Após o tem-
po determinado para a tarefa, peça a
eles que formem quartetos e compa- Equador
0°
345 kV
440 kV
publicacoes-dados
SUL -abertos/publicacoes/
500 kV
PublicacoesArquivos/
600 kV
publicacao-332/
765 kV topico-426/Cap04_
0 360 720
800 kV
km
Figuras.pdf. Acesso em:
12 abr. 2022.
190
Atividade complementar
⓿ O avanço tecnológico associado à políticas públicas tem papel central na redução ⓿ A eficiência energética é avaliada pela quantidade de energia que máquinas, pro-
do consumo de energia. Políticas tarifárias para estimular o menor consumo de cessos e demais objetos demandam para funcionar. São mais eficientes energeti-
energia, assim como o desenvolvimento de máquinas e demais equipamentos de camente aqueles que utilizam menos energia para realizar sua função. São muitos
maior eficiência energética, são alguns exemplos de boas práticas. os exemplos: prédios projetados para utilizar menos ar-condicionado ou sistema
⓿ Por lei, os aparelhos domésticos que consomem bastante energia devem apresentar de aquecimento, eletrodomésticos com tecnologia mais avançada, como fogões e
uma etiqueta sobre sua eficiência energética para orientar o consumidor. Trata-se fornos a gás mais eficientes, assim como refrigeradores e aparelhos de ar condicio-
de uma linguagem gráfica de fácil leitura e compreensão. Espera-se que as pessoas nado elétricos. A iluminação do tipo LED é outro bom exemplo de tecnologia barata
escolham os produtos mais eficientes, ou seja, aqueles classificados na classe A que possibilita grande economia de energia.
(representado pela cor verde-escura). Para você ter uma ideia da economia, uma ⓿ Além disso, nas residências, o comportamento das pessoas influencia bastante na
máquina de lavar classe A consome, em média, 20% menos energia que outra quantidade de energia consumida e no valor da conta a ser paga em cada mês.
compreendida na classe B.
190
1. As áreas de maior densidade de rede elétrica estão localizadas nas regiões Sudeste e Sul, com destaque para os nós
formados pelas grandes cidades – urbanizadas e industrializadas. Já as áreas com menor densidade de rede elétrica estão
localizadas no Norte e no Centro-Oeste, nas áreas de floresta e extensos campos agrícolas – de pecuária extensiva e
agricultura comercial, pouco habitados. Essa distribuição reflete a concentração econômica e demográfica do país.
3. Espera-se que o estudante localize
o estado onde está situado o municí-
Brasil: sistemas de transmissão existentes e planejados – 2027 pio onde ele mora e descreva a rede de
50° O
energia representada, podendo com-
parar sua densidade com aquela pre-
RR sente nos demais estados da mesma
AP
Equador
0°
região e com todo o território nacional.
345 kV 345 kV SC
440 kV 440 kV
500 kV 500 kV
RS
SUL
600 kV 800 kV
765 kV
0 330 660
800 kV
km
Elaborado com base em: BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética.
Plano Decenal de Expansão de Energia, 2017. Rio de Janeiro: EPE. Disponível em: https://www.epe.
gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-332/
topico-426/Cap04_Figuras.pdf. Acesso em: 12 abr. 2022.
1 No mapa de 2017, localize as áreas de maior e menor densidade de rede elétrica. O que explica
essa configuração?
2 No cenário projetado para 2027, que áreas e regiões terão aumentadas as densidades de infra-
estrutura de energia elétrica? E que áreas ainda permanecerão pouco atendidas pelo sistema?
3 Descreva como se configura a rede de energia elétrica no estado onde se localiza o município
em que você mora. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
4 Localize as principais usinas de geração de energia elétrica mais próximas ao município onde
você vive e demarque-as em um mapa digital ou em papel (ou ainda por meio de um croqui car-
tográfico). Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
5 Pesquise informações sobre a geração, a distribuição e o consumo de energia elétrica no muni-
cípio ou estado onde você vive. Verifique se a quantidade de energia gerada é suficiente ou não
para atender a demanda interna. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste
Manual do Professor.
2. Na projeção para 2027, a densidade da rede de energia ficará ainda maior nas regiões Sudeste e Sul, sendo
expandida para suas áreas mais interioranas, em direção às demais regiões. A densidade também aumenta
no interior do Nordeste e na porção leste da região Norte. Grandes áreas das regiões Centro-Oeste e Norte
191
permanecerão pouco atendidas pela rede de energia elétrica.
1. Quais atitudes as pessoas podem adotar em suas residências para reduzir o consu- cês consumiram mais e menos energia e busquem explicações para essa oscilação
mo de energia e a conta a ser paga? do comportamento da família.
Respostas possíveis: banhos mais curtos e menos quentes; não deixar a porta da A resposta desta questão é variável. Os estudantes podem associar os meses quen-
geladeira aberta por muito tempo nem abri-la a todo momento; juntar roupas para tes e frios ao maior ou menor uso do aparelho de ar condicionado e banhos mais ou
lavar (se utilizar máquinas de lavar) e passar, secar roupas em varal; apagar luzes de menos quentes; períodos que saíram de férias ou que hospedaram pessoas em suas
ambientes quando não há ninguém neles, reduzir o número de lâmpadas em cada casas, ou, ainda, alguma dinâmica regional ou particular específica.
ambiente e substituí-las por lâmpadas de LED; substituir aparelhos pouco eficientes 3. Há medidas que você e seus familiares poderiam adotar para reduzir o consumo de
energeticamente; instalar cortinas para reduzir a incidência do sol e manter as jane- energia residencial? O que é preciso fazer para colocá-las em prática?
las abertas para ventilação e, assim, reduzir a necessidade de ar condicionado, etc. Como resposta, espera-se que os estudantes avaliem, preferencialmente junto aos
2. Peça aos seus familiares a conta de energia do mês. Nesse documento há um gráfico seus familiares, seus cotidianos e verifiquem se há possibilidades de mudanças de
que representa o consumo dos últimos 12 meses. Identifiquem os meses em que vo- atitudes ou substituições de equipamentos e lâmpadas residenciais.
191
Orientações didáticas
Redes de transporte
Ao descrever o processo de instala-
ção e desenvolvimento das redes de A integração do território nacional brasileiro é um projeto recente. Após a colonização europeia, a ocu-
transporte no Brasil, promova articu- pação do Brasil ocorreu de forma fragmentada. Foram empreendidos projetos de exploração econômica
lações com a circulação de matérias- em algumas áreas, como produção de açúcar, pecuária, exploração de metais, pedras preciosas e recursos
-primas, bens, produtos e pessoas e naturais vegetais com a finalidade de exportação ou consumo local. Essas ações não resultaram na integra-
fixação de objetos técnicos no territó- ção do território por meio desses projetos, apesar da abertura de estradas e vias de transporte, na época
rio, desenvolvendo, assim, a habilidade percorridas por tropas de mulas e bois, conectando essas diferentes regiões.
EF07GE07 e o diálogo com a CEG2, a Mesmo muito depois, com a chegada das máquinas do período industrial, como os trens, as ferrovias se
CEG3, a CECH3, a CG1 e a CG2. instalaram de maneira regional, voltadas para escoar a produção, sobretudo do café, do interior de áreas
Peça aos estudantes que descrevam localizadas no atual Sudeste para o litoral, em Santos (SP), de onde seria embarcada em navios e levada
o que sabem sobre a evolução dos para a Europa e os Estados Unidos.
meios de transporte do Brasil, identifi-
cando os meios utilizados, suas finali- Sudeste: rede ferroviária de escoamento do café – início do século XX
192
Rodovias Atividade complementar
No Brasil, predomina o transporte terrestre por rodovias,
⓿ Leia a seguir os principais dados
Brasil: participação na matriz de sobre os acidentes apenas nas
responsável por cerca de 67% das cargas e 89% das pessoas transportes de cargas – 2020
rodovias federais no país em
deslocadas no país, as quais circulam por uma das maiores
21,6
2018, segundo a Confederação
malhas viárias do mundo. Esse modelo de desenvolvimento Nacional do Transporte:
Brasil 67,7
193
Orientações didáticas Trabalhando com mapa temático
Trabalhando com Rede de transporte brasileira
As reflexões e atividades propostas No Brasil, os sistemas de infraestruturas necessários aos diferentes tipos de transporte estão distri-
nesta seção favorecem o desenvol- buídos desigualmente pelo território. As regiões Sul e Sudeste contam com cerca de 70% do transporte
vimento das habilidades EF07GE06 de cargas e pessoas de todo o país. É nessas duas regiões que há menos áreas vazias (aquelas que não
e EF07GE09 e das CEG3 e CEG4 e dispõem de nenhum tipo de transporte moderno e rápido). Já nas regiões Norte e Centro-Oeste o iso-
CECH7. lamento foi rompido com a instalação de aeroportos. Porém, ainda há grandes áreas não atendidas por
Sugerimos encaminhar a resolu- sistemas de transporte terrestre com conexões intermunicipais e interestaduais, como pode ser obser-
ção individual da atividade (em aula vado no mapa a seguir.
ou em momento extra-aula). Promova
a correção e aprendizagem entre pa- Brasil: rede de transportes – 2017
res. Após todos finalizarem, oriente a 50° O
AM CE
lise global das informações, localizan- PA
MA Teresina RN
Natal
Curitiba
no país, explique aos estudantes que Rodovias SC
essa condição está atrelada aos trans-
Florianópolis
Pavimentada Elaborado com
RS
base em: IBGE.
portes terrestres (rodovias, ferrovias e Em pavimentação Porto Alegre
Atlas geográfico
dutovias), aquáticos (hidrovias e por-
Ferrovia
0 390 780 escolar. 8. ed, Rio
Hidrovia de Janeiro: IBGE,
tos) e aéreos (aeroportos, aeródromos km
2018. p. 141.
e heliportos). Destaque que o pro-
blema é um grande desafio ao país, A instalação de infraestrutura viária é essencial para o transporte de matéria-prima e mercadorias.
principalmente considerando suas di- Também possibilita o crescimento de cidades e o desenvolvimento de espaços rurais, que podem escoar
mensões continentais. mais facilmente sua produção, e facilita o deslocamento de pessoas.
a) De modo geral, os municípios localizados na faixa litorânea do país são bem ser-
vidas pelo sistema rodoviário. Destacam-se as regiões Sudeste, Sul e Nordeste.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
c) São muitos os exemplos de cidades com aeroportos internacionais, como São Paulo, Rio
de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Cuiabá, Manaus, Belém,
Porto Alegre, Florianópolis, etc.
194
Atividade complementar
⓿ Quais meios de transporte para deslocamentos intermunicipais, interestaduais e internacionais de pessoas e cargas estão
disponíveis no município onde você vive?
A resposta varia de acordo com o lugar onde vive o estudante, porém espera-se que ele reúna informações sobre as possi-
bilidades de transporte em diferentes escalas no município onde vive, obtendo alguns dados no mapa e outros por meio de
conversas com adultos e pesquisas na internet.
194
1. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante liste os principais meios de comunicação que usa em seu dia a dia
e explique sua finalidade.
2. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante avalie o tempo de uso que faz dos diferentes meios de comunicação
de acordo com a finalidade. Ele pode transformar os dados em gráficos por meio de programas de computador ou
manualmente, o que exigirá habilidades matemáticas (avaliar a possibilidade de desenvolver a atividade de maneira
por empresas e órgãos públicos. Nos
As redes de comunicação interdisciplinar).
anos 1990, foi substituída pelo fax,
que, por sua vez, foi substituído pela
Há vários meios de comunicação, mas os que mais influenciam as mudanças das paisagens são os capa-
internet alguns anos depois.
zes de transmitir ordem, enviar e receber dados, como telégrafo, rádio, telex, telefone e internet. Para fun-
Os avanços tecnológicos das tele-
cionar, precisam de uma infraestrutura que envolve antenas, cabos aéreos, subterrâneos e interoceânicos,
comunicações possibilitaram a expan-
fibras ópticas, satélites artificiais de comunicação, entre outros.
são mundial das empresas e bancos
Brasil: pessoas que utilizaram a internet (%) – 2018-2019
no final do século XX. A comunicação
pela internet, via satélite e fibra ópti-
NORTE
ca, conectou vários pontos do planeta,
didi_art/
Shutterstock
64,7% 69,2% NORDESTE
Na tela
que agora fazem parte de uma mes-
4zevar/Shutterstock
64,0% 68,6%
Uso de internet,
ma rede mundial que transmite e re-
televisão e celular no
Motivos para
Brasil
cebe dados e informações essenciais
não usar às suas operações. Os recursos digi-
Disponível em: https://
Em 2019, 75,4%
educa.ibge.gov.br/ tais agilizaram e até mesmo tornaram
dos que não
jovens/materias possíveis processos que não ocorriam
CENTRO-OESTE acessavam
-especiais/20787-uso antes, como aproximar o local de to-
1. Quais meios de comunicação você utiliza no dia a dia e com qual finalidade?
2. Por quanto tempo, aproximadamente, você usa os diferentes meios de comunicação para se divertir, estudar, se
informar e falar com amigos e parentes? Apresente sua resposta organizada em um gráfico de colunas ou setores.
3. E a internet, como avalia o tempo de uso que faz dela? Acha insuficiente, suficiente ou exagerado? Por quê?
195
195
Orientações didáticas Interagindo e convivendo
Interagindo e convivendo
O conteúdo desta seção e a reali-
A vida digital
zação das atividades propostas favore- A internet diminuiu o grande poder de poucos poderem decidir o
pixxelstudio91/Shutterstock
cem o desenvolvimento das CG4, CG5, que é informação e como contar os fatos. Hoje, milhares de pessoas
CG8, CG9 e CG10 e CECH2, dialoga tiram fotos, fazem vídeos, escrevem textos, gravam áudios e os pu-
com o TCT Ciência e Tecnologia e tam- blicam em alguma página nas redes sociais ou os compartilham por
bém explora noções de análise de mí- meio de aplicativos de mensagem.
dias sociais. Pode ser desenvolvida em
É importante conferir as informações encontradas na
conjunto com os professores de Arte e internet e nas redes sociais para evitar a disseminação
Língua Portuguesa. de notícias falsas, as chamadas fake news.
Tartila/Shutterstock
de vive intensamente as práticas com-
preendidas nas novas Tecnologias da
Informação e Comunicação, mais es-
pecificamente a vida digital, marcada
pelo uso de dispositivos eletrônicos,
como telefones inteligentes, computa-
dores e jogos conectados à internet e
que lhes possibilitam interagir entre si
e virtualmente com o mundo todo. Es-
sas práticas trouxeram novos comporta-
mentos, novas formas de se comunicar, A internet permitiu o surgimento dos vloggers, pessoas que gravam vídeos apresentando diferentes tipos de
se informar, se divertir, estudar, com- informações, como a demonstração de produtos, a utilização de programas de computador, a explicação de conceitos
científicos, descrições de viagens, etc.
prar, etc. Mesmo sendo virtuais, fazem
parte da realidade e mantêm estreita E, apesar dos momentos de lazer, das trocas de informações e da oportu-
relação com o mundo material. Estão nidade de expressar opiniões transmitidas por essa nova tecnologia, muito do
muito presentes entre as diferentes cul- que é veiculado pela internet pode ser equivocado ou deliberadamente falso,
ostracismo: exclusão,
turas juvenis contemporâneas no Brasil. uma mentira (fake news) inventada para obter algum benefício econômico, po- afastamento de
Sugerimos iniciar a abordagem do lítico ou prejudicar pessoas, empresas, instituições, etc. participação.
persecutório: que
tema perguntando que usos os estu- O ambiente virtual tem se mostrado também um local onde muitas pessoas persegue, importuna.
dantes fazem da internet e avaliarem são vítimas de comportamentos raivosos (por haters), perseguições e conde-
o que eles encontram de positivo e ne- nações ao ostracismo por alguma opinião (cancelamento), são espionadas de
gativo no universo digital. Após a mo- forma persecutória (o “stalk”) e ainda têm o comportamento monitorado na
bilização das experiências prévias dos rede por programas específicos que coletam e organizam seus dados com fina-
estudantes, promova a leitura compar- lidades econômicas e políticas. Há usuários que fazem provocações e criam po-
tilhada e comentada dos dois primei-
VectorBerry/Shutterstock
lêmicas para ganhar publicidade. Outros buscam mais seguidores e aprovações
ros parágrafos. (likes) expondo suas vidas, inclusive sua intimidade.
Alguns desses comportamentos, além de não fazerem bem ao estado emo-
cional das pessoas, são considerados crimes pela legislação brasileira e seus
autores podem ser processados e penalizados na vida concreta, física, com pa-
gamento de multas indenizatórias e até detenção.
Muitos aplicativos e
Por esses e por outros motivos, é muito importante estar atento àquilo que páginas na internet
se lê ou se vê na internet, às interações que se faz e ao que se publica, sobretu- permitem que as pessoas
usem este símbolo de like
do se puder ser ofensivo. Em outras palavras, é importante pensar bem antes de para indicar que gostaram
publicar ou enviar algum conteúdo na rede. de alguma publicação.
196
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Educam’dia
Disponível em: https://educamidia.org.br. Acesso em: 10 jun. 2022.
Site com o propósito de auxiliar o professor a compreender a educação midiática e a trabalhar com ela. Disponibiliza infor-
mações e planos de aula sobre o tema.
196
A criação é coletiva e colaborativa. Indique aos estudantes que escutar e respeitar o outro é fundamental. Oriente
os estudantes sobre não haver certo ou errado na produção, mas que é mais adequado evitar tons agressivos,
“textões”, abordagens moralistas e acusatórias. É melhor pensar em estratégias atraentes, que acolham o inter-
nauta, que o faça pensar e rever suas atitudes, mas sem se sentir necessariamente culpado. Algum humor pode
ajudar a veicular a mensagem. Orientações didáticas
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Após a leitura dos textos da página
1 Considerando as informações do texto e suas experiências na internet, converse com os colegas anterior, encaminhe a resolução da ati-
de turma sobre as perguntas a seguir: vidade 1 em grupos de cinco integran-
a) Que cuidados são necessários para evitar a disseminação de mentiras pela internet? tes. O debate pode ser mais rico se os
b) Como as pessoas podem fazer para verificar se uma informação que receberam é verdadeira? grupos integrarem estudantes de dife-
c) Diferentemente do mundo físico, o que se publica no mundo virtual pode alcançar grande
rentes perfis; para isso, crie alguns cri-
divulgação e sair do controle. Mesmo que o seu autor se arrependa e apague sua publicação,
térios para sua formação, retomando
outras pessoas já podem ter feito cópias dela. E as publicações podem reaparecer depois de
combinados e valores relacionados ao
respeito a opiniões diferentes e à coo-
um tempo esquecidas. Além disso, textos e imagens podem ser adulterados. Sabendo disso,
peração, reforçando a construção da
como adotar uma atitude responsável no uso dos aplicativos que permitem compartilha-
CG9. Organize uma roda de conversa
mento de mensagens, como texto, áudio, fotos e vídeos?
para compartilhar as reflexões e consi-
d) Apesar da adesão aos recursos da internet e de seu grande sucesso, milhares de pessoas
derações dos grupos.
não contam com meios para acessá-la cotidianamente em suas casas. O que fazer para
Na aula seguinte, retome as prin-
incluí-las?
cipais conclusões realizadas na au-
2 Agora, organizados em grupos de três a quatro estudantes, planejem uma campanha ou mensa- la anterior e encaminhe a atividade 2.
gens para ser compartilhada na internet sobre boas práticas de uso dessa tecnologia. Vocês po- Provavelmente, será necessário que
dem criar templates, cards, stickers ou peças para serem veiculadas nos carrosséis de imagens, os estudantes dediquem tempo extra-
timelines ou nas conversas em aplicativos de mensagem, como exemplificado nas imagens desta -aula para finalizá-la. Será necessário
página. Avaliem a receptividade das pessoas em relação a essas publicações. também o acesso a dispositivos digitais
conectados à internet, tanto para cons-
Imagens: Reprodução/safernet.org.br
197
197
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de con-
teúdos proposta nesta página, os eixos
do capítulo servirão como base estrutu- REDES DE ENERGIA,
ral, possibilitando a sistematização de COMUNICAÇÕES E
conceitos e temas estudados e também TRANSPORTES
a oportunidade para sanar as dúvidas
que surgiram ao longo do percurso.
Promova a observação e leitura co-
letiva do esquema, atentando para os
conceitos que foram desenvolvidos ao REDES DE ENERGIA REDES DE TRANSPORTE
longo deste capítulo e que serão impor- ⓿ Grande participação de fontes ⓿ Predomínio de sistema
tantes para o desenvolvimento de habi- renováveis na matriz energética terrestre, principalmente de
lidades da BNCC no decorrer desta e da brasileira; estradas e rodovias;
próxima unidade. ⓿ Matriz elétrica: predomínio de ⓿ Ferrovias em padrão de rede de
fonte hidráulica; drenagem – escoamento da
Para complementar esse estudo, in- produção até o litoral – sem
⓿ Geração, distribuição e
dicamos, nesta página, a leitura do tex- consumo de energia integração regional;
to que reporta à modernização dos espacialmente concentrada (a ⓿ Distribuição espacial desigual
transportes e das comunicações e do maior parte no Sudeste e a (concentrada no Sudeste, Sul e
site com informações diversas sobre menor, no Norte); faixa litorânea do Nordeste);
transporte ferroviário. ⓿ Hidrelétricas: impactos ⓿ Bacia Amazônica – sistema
socioambientais; hidroviário;
⓿ Desmatamento, deslocamento ⓿ Portos oceânicos.
Aumento dos
Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor
⓿
de população, alteração de
deslocamentos de
ritmos ecológicos.
pessoas, materiais e
Sobre Trilhos
informações
Disponível em: https://sobretrilhos.
(quantidade, velocidade
blogfolha.uol.com.br. Acesso em: 10
e diversidade);
jun. 2022. ⓿ Brasil – Século XX:
Blog que aborda aspectos atuais e
Integração territorial –
do passado e perspectivas do trans- circuito de produção e
porte ferroviário por meio de textos consumo.
jornalísticos que podem ser trabalha-
dos em aula por meio dos conceitos
da Geografia.
REDES DE COMUNICAÇÃO
⓿ Sistemas capazes de transmitir ordens, enviar
⓿ Instalação de redes de e receber dados têm maior potencial para
infraestruturas, distribuídas influenciar no uso do território.
desigualmente pelo território ⓿ Novos sistemas técnicos, transmitidos por
brasileiro.
sinais de rádio, celular e satélite, dispensam
⓿ Impactos socioambientais. infraestrutura física contígua – ampliação das
áreas de ação.
198
Leitura complementar
O mundo está menor?
Com a modernização dos transportes e das comunicações, foi possível interligar e conectar diversas localidades no mundo
todo. Essas conexões promoveram a acentuada redução de tempo para transportar pessoas e mercadorias de um lado para outro,
assim como receber notícias ou falar com pessoas em qualquer parte do mundo.
As transformações nos sistemas de transporte e comunicação tornou-os mais rápidos e transmitem a sensação de que as
distâncias entre os lugares foram encurtadas. É verdade que, em muitos casos, a distância a ser percorrida para ir de um ponto
a outro foi reduzida por meio da construção de estradas, pontes, viadutos e túneis. Mas esses locais não se aproximaram fisica-
mente, eles continuam onde sempre estiveram, a localização deles é a mesma. O que mudou foi o acesso entre eles.
Apesar de todo o avanço tecnológico e sua disseminação pelo mundo, há ainda locais e até mesmo regiões que contam com
pouca infraestrutura para transporte e comunicação eficientes e velozes. E nem todas as pessoas podem escolher entre os meios
de transporte e comunicação disponíveis, pois estão limitadas pelo baixo poder aquisitivo, pela pobreza. Para elas, o mundo
continua imenso, e muitos locais continuam inacessíveis.
(Elaborado pelos autores.)
198
2. As principais fontes de energia que compõem a matriz energética brasileira são petróleo e derivados, cana-de-açúcar
e derivados e hidráulica e, na matriz elétrica, as principais fontes de energia são hidráulica, gás natural, eólica e biomassa.
3. A cafeicultura estimulou a instalação de uma rede ferroviária para escoar a produção
de áreas interioranas, sobretudo do Oeste Paulista, para ser exportado pelo porto de
Orientações didáticas
Santos, também em São Paulo.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
8. As malhas rodoviária e ferroviária brasileiras estão
concentradas sobretudo na região Sudeste, com presenças menores,
mas também significantes, no Nordeste e no Sul.
Retome 5. Resposta pessoal. Leia as orientações para a) Compare o desempenho da região onde Atividades
a atividade neste Manual do Professor. você mora com a média brasileira.
1 Que setores de atividade mais consomem ener- b) Em quais áreas e regiões o uso da internet
gia no Brasil atualmente? 1. As indústrias 5. Resposta pessoal. Espera-se que o
e os transportes. nos domicílios é maior e menor? Que hipóte-
estudante cite o grande consumo de
2 Quais as principais fontes de energia presentes ses você sugere para explicar essa situação?
energia dos meios de transporte, de-
na matriz energética do Brasil? E especifica- 8 Observe os mapas a seguir e escreva no cader- monstrando que motores utilizam prin-
mente na matriz de energia elétrica? no uma descrição sobre a concentração das cipalmente derivados de petróleo, além
3 Qual atividade econômica estimulou o desen- malhas de transporte apresentadas. do etanol (no Brasil), menos poluente
volvimento de ferrovias a partir de 1850 e onde? que a gasolina.
Brasil: rede ferroviária – 2013
4 O que explica a prevalência da malha rodo- 55º O 6. Os meios de comunicação que mais
viária no território brasileiro? Quais suas van- influenciam na organização do espaço
RR AP
tagens e desvantagens? Equador
0º
geográfico e nas mudanças das paisa-
5 Elabore um texto com cerca de dois parágrafos AM PA
gens são aqueles capazes de transmitir
MA RN
ordens, enviar e receber dados, como o
CE
estabelecendo relações entre meios de trans- PI
PB
MS
OCEANO
SP
ES
o estudante identifique a região à qual
PACÍFICO
6 Como os diferentes meios de comunicação PR
RJ
Trópico de
o município onde vive está compreendi-
Capricó
promovem alterações na paisagem e possibili- SC
rnio
do e indique se os consumos total, rural
tam ampliar o uso do território? RS
e urbano nele estão acima, abaixo ou
6. Leia a resposta neste Manual do Professor. 0 690 1 380
Ferrovias construídas na média do consumo nacional.
Exercite 7. Leia a resposta e as orientações para a
atividade neste Manual do Professor.
km
Elaborado com base em: BRASIL. Ministério dos 7. b) As regiões onde há mais domicí-
Transportes. Mapa rodoviário. Disponível em: http://
7 Observe o gráfico a seguir, sobre o uso da in- www2.transportes.gov.br/bit/01-inicial/07-download/ lios que fazem uso da internet no Bra-
ternet no Brasil: mapaferro2013.pdf. Acesso em: 13 abr. 2022. sil são o Sudeste e o Centro-Oeste, e
aqueles onde o uso é menor são o Nor-
Brasil: domicílios em que havia utilização da Brasil: rede rodoviária – 2013 te e o Nordeste. A hipótese para expli-
internet, por situação de domicílio (%) – 2019 55º O
car essa situação tem relação com a
76,0 Equador
RR AP renda da população, o custo da internet
Norte 86,5 0º
38,4 e a presença ou ausência de infraestru-
Nordeste
74,3
81,3 AM PA
MA CE RN tura para oferta de internet residencial
(cabo, sinal de rádio ou celular, prove-
51,9
PB
PI
87,3 PE
dores, etc.).
AC
Sudeste 88,8 Total TO AL
64,6 RO SE
Urbana BA
84,9 MT
Sul 87,5 Rural DF
Fórmula Produções/Arquivo da editora
67,2 GO
86,4 MG
Portal de mapas/Arquivo da editora
Centro-Oeste 88,9 MS ES
OCEANO
62,1 PACÍFICO SP RJ
82,7
Brasil 86,7 PR Trópico de
C apricór
nio
55,6 SC OCEANO
Rodovia ATLÂNTICO
0 20 40 60 80 100
Federal RS
% 0 670 1 340
Estadual
km
Elaborado com base em: USO de internet, televisão
e celular no Brasil. IBGE Educa. Disponível em: Elaborado com base em: BRASIL. Ministério dos
https://educa.ibge.gov.br/jovens/materias Transportes. Mapa rodoviário. Disponível em: www2.
-especiais/20787-uso-de-internet-televisao-e transportes.gov.br/bit/01-inicial/07-download/
-celular-no-brasil.html. Acesso em: 13 abr. 2022. rodo2013.pdf. Acesso em: 13 abr. 2022.
4. A prevalência do transporte rodoviário no Brasil é resultado de políticas públicas para promover
a modernização do território brasileiro por meio da atração das indústrias automotivas: apesar de
entregar as mercadorias em seu destino final, diferentemente dos meios de transportes ferroviários 199
ou hidroviários, tem um custo de deslocamento da carga mais elevado que esses.
199
Orientações didáticas
Ponto de checagem NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Ponto de checagem
Brasil: ferrovia Transoceânica – 2015
A seção Ponto de checagem oferece 1 Para impulsionar as exportações, o Brasil, jun- 55º O
200
3. Leia as respostas neste Manual do Professor. 5. Leia as respostas neste Manual do Professor.
b) Aponte os problemas urbanos sociais e am- apresentar para a instalação de uma indús- 4. a) A foto mostra a liberação de ga-
bientais contidos no texto. tria do porte de um polo petroquímico pró- ses tóxicos, cujos impactos desenca-
ximo a São Paulo (SP)? deiam a problemas respiratórios e de
3 Segundo os dados do Censo Agropecuário de
pele, além da convivência diária com
2017, do IBGE, 77% dos estabelecimentos rurais 5 O serviço de internet é de grande importância o mal cheiro, ocasionado pela fumaça.
do Brasil desenvolvem a agricultura familiar. para atual integração nacional e a tendência
Contudo, a modalidade só ocupa 23% da área é aumentar ainda mais, pois a tecnologia 5G 4. b) Espera-se que os estudantes in-
de estabelecimentos agropecuários do país. pode ser até 100 vezes mais veloz que a ante- diquem o fato de São Paulo (SP) ser
A agricultura familiar também possui impor- rior. Observe no mapa os 17 municípios que, em uma centralidade em sua região metro-
tância quanto à oferta de postos de trabalho; 2021, já tinham o serviço de 5G ativado. politana, com grande influência urbana.
67% dos trabalhadores rurais ocupam funções Assim, a localização desfruta de deter-
nessa modalidade. Apesar da grande relevân- Brasil: municípios com acesso ao 5G – 2021 minada concentração de serviços e de-
mandas, ligados ao setor petroquímico,
Orientações didáticas 3. b) Espera-se que os estudantes apontem não ser uma di-
visão muito adequada, se levarmos em consideração que a
2. b) Os estudantes devem apontar, como problema am- agricultura familiar é maior em número de estabelecimentos
biental, a poluição sonora. Já, quanto a problemas sociais, e emprega mais mão de obra (comparada com a agricultura
podem citar, por exemplo, as pessoas em situação de rua, comercial). O fato de o maior volume de capitais ser direcio-
tentando dormir. nado para o agronegócio favorece a concentração de terras.
3. a) Espera-se que os estudantes indiquem que esse cré- 3. c) Em relação à familiar, a agricultura comercial empre-
dito rural é utilizado para investimento na produção e pro- ga menos pessoas, mobiliza maior quantia de investimen-
dutividade. No caso, a aquisição de sementes, maquinários, tos, utiliza mais maquinários e insumos, entre outros. Além
fertilizantes e agrotóxicos. Desse modo, o impacto no setor disso, enquanto a agricultura comercial visa, em parte, a ex-
promove aumento de lucros das atividades agropecuárias portação de commodities, a familiar está mais direcionada
mais desenvolvidas. a abastecer o mercado interno.
201
BNCC na unidade
Bernard Barroso/Shutterstock
Competências gerais da Educação
Básica (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9 e 10.
Competências específicas de Ciências
Humanas para o Ensino Fundamental
(CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Competências específicas de
Geografia para o Ensino Fundamental
(CEG): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Habilidades de Geografia: EF07GE01,
EF07GE02, EF07GE03, EF07GE04,
EF07GE06, EF07GE07, EF07GE08,
EF07GE09, EF07GE10, EF07GE11 e
EF07GE12.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação Ambiental,
Diversidade Cultural e Educação em
Direitos Humanos.
Introdução
Nesta unidade, serão colocadas em
foco temáticas essenciais à compreen-
são da distribuição das características
relacionadas à formação territorial e
aos aspectos naturais, sociais e econô-
micos, entre outros, das regiões brasilei-
ras. Para isso, serão utilizados diversos
recortes espaciais, passando por re-
giões e sub-regiões, buscando realizar
diversas análises críticas quanto a pro-
blemas ambientais e sociais. Portanto,
ao abordar as regiões, serão discutidos A Vista do Rio de
desde os processos econômicos e de- Janeiro (RJ), 2019.
naturais.
As habilidades EF07GE01, EF07GE02,
202
EF07GE08, EF07GE09, EF07GE10 e
EF07GE11 serão tratadas no decor-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
rer do Capítulo 13, em situações que
promovem a identificação das sub- desenvolvimento de conhecimentos quanto à relevância da formação socioterritorial da região Sul e o desenvolvimen-
-regiões nordestinas e reconhecimento Amazônia na região Norte, identificando as diferentes rela- to econômico da região.
de suas principais características natu- ções de povos indígenas e populações tradicionais com a Por fim, as habilidades EF07GE01, EF07GE02, EF07GE04,
rais e sociais. As habilidades EF07GE01 natureza e as ameaças socioambientais decorrentes de ati- EF07GE06, EF07GE07, EF07GE08 e EF07GE10 serão pro-
e EF07GE02 serão mobilizadas na abor- vidades econômicas legais e ilegais. movidas no Capítulo 17, ao abordar temas que possibilitam
dagem de temas referentes à moderni- As habilidades EF07GE01, EF07GE02, EF07GE03, o reconhecimento da região Sudeste enquanto centro eco-
zação do Nordeste, com a instalação de EF07GE06 e EF07GE11 serão mobilizadas no decorrer do nômico e político do país, bem como sua concentração de
cadeias produtivas de alta lucratividade Capítulo 15, no estudo sobre aspectos econômicos e co- infraestrutura e população.
que, contudo, não solucionam determi- merciais do Centro-Oeste, reconhecendo a importância dos Para orientações sobre a avaliação das aprendizagens
nados problemas sociais da região. projetos agropecuários para o desenvolvimento econômi- desta unidade, veja o tópico Acompanhamento das apren-
As habilidades EF07GE01, EF07GE02, co da região e os decorrentes problemas socioambientais. dizagens, nas Orientações para este volume. Nele, também
EF07GE03, EF07GE04, EF07GE06, As habilidades EF07GE01, EF07GE02 e EF07GE11 se- constam os objetivos pedagógicos da unidade.
EF07GE08 e EF07GE11 serão mobili- rão desenvolvidas no decorrer do Capítulo 16, ao com-
zadas no Capítulo 14, no decorrer do preender a especificidade do processo de ocupação e
202
1. A primeira foto retrata um aspecto da paisagem da cidade do Rio de Janeiro (RJ) na qual estão compreendidos ele- para os estudantes explicarem o que
4
foto?
2. Que outras paisagens você poderia juntar a
essas para representar melhor a diversidade
das regiões brasileiras?
203
203
BNCC no capítulo
Competências gerais da Educação
13 1. Resposta pessoal. É provável que o estudante encontre algumas paisagens
e informações relacionadas à seca, à pobreza, aos retirantes, ao turismo em
suas praias, que, por serem muito veiculadas, colaboram com a construção
estereotipada do Nordeste.
2. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante apresente exemplos mais
Básica (CG): 1, 2, 4, 5, 7, 9 e 10. específicos e localizados de alguns estados nordestinos, evitando represen-
tações estereotipadas.
Competências específicas de Ciências
Humanas para o Ensino Fundamental
(CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Região Nordeste
3. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante identifique algum(ns) elemento(s) da cultura nordestina no lugar
Competências específicas de onde vive ou até mesmo em seu modo de vida, como na culinária, na música, no vocabulário, nas artes, na esté-
Geografia para o Ensino Fundamental tica, na formação da população local, etc.
2022 NASA/TerraMetrics/Google Earth
(CEG): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Habilidades de Geografia: EF07GE02,
EF07GE03, EF07GE08, EF07GE09,
EF07GE10 e EF07GE11.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação Ambiental e
Diversidade Cultural.
Para começar
Introdução
Converse com os
Neste capítulo, são mobilizados prin- colegas e o professor.
cípios do raciocínio geográfico, da aná-
1. Quais são os tipos
lise da paisagem e explicitação das
de imagens mais
relações espaço-temporais para o es- comuns veiculadas
tudo da organização e produção do sobre o Nordeste
espaço geográfico da região Nordeste. brasileiro?
São caracterizadas as quatro sub- 2. A região Nordeste
-regiões nordestinas, consideran- é formada por
do seus aspectos naturais e huma- muitos estados
com áreas Composição de imagens de satélite com datas a partir de 2015, mostrando a região
nos, descrevendo como a sociedade, Nordeste do Brasil.
litorâneas, como
ao longo do tempo, ocupou e trans-
Panorama
é possível ver
formou cada uma delas. Por meio de na imagem, os
texto, atividades e correlação de ma- quais contam
O Nordeste corresponde a cerca de 18% do território nacional e compreende
pas climáticos, de vegetação natural com tradições,
paisagens o maior número de estados brasileiros (nove ao todo: Alagoas, Bahia, Ceará,
e densidade demográfica, promove-se
e economia Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), cada
as habilidades EF07GE02, EF07GE09 diferentes entre um com singularidades ambientais, sociais, econômicas e culturais, apesar das
e EF07GE11. Problematiza-se a ques- si. Cite exemplos
semelhanças que os aproximam.
tão da seca e da transposição do rio dessa diversidade,
A região abriga a segunda maior população do país, cerca de 57 milhões
São Francisco para desconstruir even- localizando-os nas
de pessoas, o que corresponde a 27% da população brasileira (IBGE, 2021), e é
tuais leituras estereotipadas da região. devidas unidades
da Federação. responsável por aproximadamente 14,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacio-
Também é abordado o desenvolvimen-
nal (IBGE, 2019), proveniente de atividades industriais, agrárias, comerciais e de
to industrial e agrícola, explicitando o 3. Quais elementos
da cultura serviços, principalmente.
processo de modernização e atração
nordestina estão O Nordeste é a região onde se iniciou a exploração colonial do país, por meio da
de capital em algumas localidades, o presentes em seu exploração da árvore pau-brasil, do plantio de cana-de-açúcar e da instalação dos
que favorece a construção das habili- município e na sua
engenhos ao longo do litoral, bem como por meio do desenvolvimento da pecuária
dades EF07GE02 e EF07GE08. vida?
bovina e do cultivo de algodão em seu interior. A partir do século XVIII, a região
Oriente a leitura e a interpretação da
tornou-se o centro irradiador do povoamento do país, de onde migraram muitos
composição de imagens de satélite. Pe- NÃO ESCREVA NO LIVRO.
trabalhadores para as regiões Norte, Centro-Oeste e, principalmente, Sudeste.
ça aos estudantes que identifiquem os
estados do Nordeste e explorem a va- 204
riação das dimensões de seus territó-
rios, a extensão de seus litorais, seus
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
posicionamentos longitudinais e latitu-
dinais. Peça-lhes que imaginem a rosa prévios, que usos da terra elas poderiam indicar, promoven- Problematize eventuais estereótipos e retome a importân-
dos ventos no centro da região e consi- do assim habilidades relacionadas ao desenvolvimento do cia do cuidado necessário ao nomear e caracterizar culturas
derem os pontos cardeais e colaterais raciocínio geográfico e pensamento espacial, como prescri- e pessoas, bem como o respeito aos colegas, estabelecen-
para estabelecer relações topológicas to nas CEG3 e CEG4 e CECH7. do diálogos cordiais diante da discordância, pautados em
entre os estados, diferenciar um litoral As informações factuais dos parágrafos iniciais situam argumentos sobre fatos e fenômenos e não sobre opiniões,
ao norte e outro à leste, perceber que a a região Nordeste em relação ao Brasil. Sua leitura indivi- promovendo, assim, as CG7 e CG9 e CECH1.
faixa oeste é praticamente tomada pe- dual e silenciosa proporciona aos estudantes estabelecer
los estados do Maranhão, Piauí e Bahia, relações com a conversa e reflexões feitas na seção Para
indicar as relações de vizinhança entre começar e, assim, organizar o pensamento e produzir no-
eles, bem como identificar os estados vas sínteses.
que fazem fronteira com cada estado
nordestino, etc. Explore as diferentes Para começar
tonalidades e texturas da imagem para As questões propostas nesta seção mobilizam saberes
que avaliem, com seus conhecimentos e representações dos estudantes sobre a região Nordeste.
204
serem abordadas com os estudantes e
Sub-regiões nordestinas somadas às pesquisas deles, caso elas
Nordeste: sub-regiões
Considerando suas características naturais (com des- não sejam citadas.
be
MA
deste apresenta distintos mosaicos de paisagens, muitas ar
i
gu
Teresina Natal
RN
Ja
com aspectos fisionômicos bastante diferentes entre si. Rio
mia do Nordeste. Você pode selecio-
aíba
rn
Pa João
PI
Com base nesses critérios, uma divisão muito recorren- R io PB
ribe
Pessoa
nar algumas delas para aprofundar
Rio Capiba
Recife
te da região propõe uma organização em quatro sub-re- PE seus conhecimentos sobre o tema
o
ncisc
giões: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-Norte. ou mesmo reproduzir em sala de
ra
AL 10º S
oF
Maceió
aula e servir de atividade de intro-
Sã
TO
io
R SE Aracaju
Tales Azzi/Pulsar Imagens
4
escolher uma das imagens en-
Paisagens que retratam as contradas e a fazer um desenho
características naturais típicas que mostre o perfil dessa vegeta-
que particularizam cada
sub-região nordestina. Na foto 1,
ção. Em sala de aula, eles deve-
vista da Zona da Mata em Cairu rão comparar sua representação
(BA), 2021. Na foto 2, vista do com a dos colegas. É provável
Agreste em Buíque (PE), 2022. Na que apareçam variados tipos
foto 3, vista do Sertão em Taperoá
(PB), 2019. Na foto 4, vista do nas produções dos estudantes,
Meio-Norte em Viana (MA), 2019. contribuindo para desconstruir
possíveis estereótipos sobre a
Evidentemente, as sub-regiões nordestinas apresentam variação natural de sua fisionomia de acordo vegetação da região Nordeste
com a diferença de relevo e solo, por exemplo, que interferem no desenvolvimento da flora e fauna e tam- ser seca, com poucas árvores,
bém no clima em escala local. Soma-se a esses fatos a herança das formas geradas pelos seus diferentes etc. Esta proposta trabalha a
usos ao longo da história. habilidade EF07GE01 e permite,
se necessário, retomar conteú-
dos relacionados à habilidade
Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
EF06GE09, remediando possí-
veis defasagens no aprendizado.
⓿ Faça uma pesquisa na internet sobre as notícias veiculadas a respeito da região Nordeste. Digite “Nordeste
brasileiro” e filtre a busca apenas por notícias. Classifique os dez primeiros resultados considerando se
abordam questões políticas, sociais, econômicas, ambientais, culturais ou esportivas e se relatam fatos ou
opiniões positivas ou negativas. Em sala de aula, compartilhe sua pesquisa e classificação com os colegas.
Avalie como a região foi mostrada pelos sites de notícias e se as imagens veiculadas reforçam a visão que você
tinha da região ou se trouxeram outras perspectivas.
205
205
Orientações didáticas Na trilha da Cartografia Mapas temáticos
Na trilha da Cartografia
Esta seção tem como proposta diver- Correlação entre mapas Nordeste: clima – 2013
trios. Para isso, avalie qual o melhor cri- ser mais precisa, originalmente essa técnica era MA
CE
tério: se formação espontânea, por afi- realizada por meio da sobreposição de mapas
Teresina
RN
Natal
nidade, por sorteio ou se proposto por elaborados em superfícies translúcidas, que per- João
você, com algum objetivo educacional, mitem a visualização do que está embaixo. Com
PI PB Pessoa
seja ele potencializar as aprendizagens o desenvolvimento da informática e do geopro-
Recife
PE
entre os pares ou aprender a trabalhar cessamento, os programas de computador rea- 10° S AL
com colegas de perfil diferente. Sugeri- Maceió
lizam a sobreposição ou mesmo a fusão digital TO
mos que eles façam as atividades 1, 2 SE
Aracaju
dos mapas, podendo produzir correlações e sín-
e 3 e depois se juntem com outra du- BA
teses das informações cartografadas. Também é
pla ou trio para comparar as respostas.
possível analisar essas informações comparando Salvador
Durante a resolução, acompanhe o tra- GO
os mapas visualmente. Observe:
balho dos estudantes para avaliar co- DF OCEANO
mo estão pensando, que recursos estão ATLÂNTICO
MG
mobilizando e como estão se relacio-
Nordeste: vegetação original
nando entre si. Faça a correção coleti- 0 365 730
km ES
va e então encaminhe a atividade 4. As Equador 40° O
0°
Climas controlados por massas de ar equatoriais e tropicais
duplas ou trios podem ser mantidos ou Litorâneo Úmido (Influenciado pela Massa Tropical Marítima)
alterados. Ao fazer a correção, retome São Luís
Tropical Semiárido (Tendendo a seco pela irregularidade
da ação das massas de ar)
os mapas, inclusive o das sub-regiões PA Tropical (Inverno seco e verão úmido. Predomínio da Massa
nordestinas para correlacioná-lo aos ti- Fortaleza
Equatorial Continental e da Massa Marítima e Continental)
Salvador
GO OCEANO
ATLÂNTICO
Banco de imagens/Arquivo da editora
DF
Floresta Amazônica
Mata Atlântica
MG MG
Cerrado
Caatinga
Mangue, Restinga, Jundu
Capital de estado ES 0 220 440
Rio km
206
206
Orientações didáticas
1. A correspondência não é exata ou
totalmente coincidente. Ao clima lito-
Nordeste: densidade demográfica – 2011
râneo úmido estão associadas as ve-
40° O
Equador
getações de Mata Atlântica, Mangue,
0°
Restinga e Jundu, que caracteriza a Zo-
na da Mata. Ao clima tropical semiárido
São Luís associa-se a Caatinga, que caracteriza,
PA
Fortaleza sobretudo, o Sertão. O clima tropical
está associado ao Cerrado e à Floresta
MA
CE Amazônica, com certa correspondência
Teresina
RN Natal
com o Meio-Norte. O Agreste localiza-se
PI PB
João entre a transição dos climas litorâneo
Pessoa
Recife
úmido e tropical semiárido.
PE
AL Maceió
10º S 2. Nessa escala dos mapas, em que a
TO SE generalização é elevada, ao clima tro-
pical estão associados diferentes for-
Aracaju
BA OCEANO
ATLÂNTICO mações vegetais e biomas, como a
Salvador
Habitantes (por km2)
Caatinga, o Cerrado, a Floresta Amazô-
GO
nica e vegetações litorâneas, por exem-
Banco de imagens/Arquivo da editora
Menos de 1
DF De 1 a 10 plo. E ao clima Tropical Semiárido, está
Elaborado com base em: FERREIRA,
De 10 a 25
Graça Maria Lemos. Moderno atlas associada apenas a vegetação do tipo
MG
De 25 a 100 geográfico. 5. ed. São Paulo: Moderna, Caatinga.
Mais de 100 2011. p. 28; IBGE. Atlas geográfico
0 220 440
Capital de estado escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 3. As maiores densidades populacio-
km
2012. p. 114.
nais estão nas áreas do entorno das
capitais e grandes cidades, sendo a
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
maioria delas ao longo do litoral, onde
Em duplas ou trios: Leia as respostas e as orientações para a atividade neste Manual do Professor. predomina clima tropical úmido.
1 Comparem os mapas dos principais tipos de clima do Nordeste com o mapa da distribuição da
vegetação nativa e destaquem as correlações existentes.
4. a) Sim, esse tipo de paisagem po-
de estar presente onde incide o clima
2 É possível afirmar que em cada tipo de clima apenas se desenvolve um tipo de vegetação? Pode semiárido de forma mais intensa, com
ocorrer o contrário? Citem exemplos que comprovem a resposta. grandes períodos de estiagem.
3 Agora, comparem o mapa da distribuição populacional nordestina com o mapa dos tipos climáticos.
b) Considerando esse mapa, com a dis-
4 É comum a veiculação de imagens do Nordeste e do nordestino vivendo sob clima semiárido e tribuição dos tipos climáticos no Brasil,
em meio à Caatinga, com solos rachados e assolados pela seca. Reflitam sobre os itens a seguir aproximadamente um terço do territó-
e façam o que é solicitado. rio do Nordeste.
a) Pelo estudo que vocês fizeram na correlação dos mapas, essa paisagem pode estar presente
c) A área onde incide o clima Tropical
no território do Nordeste?
Semiárido é onde se verificam os me-
b) Que proporção essa paisagem ocuparia nessa região? nores adensamentos populacionais da
c) É a paisagem onde vive a maioria dos nordestinos? Expliquem sua resposta. região. A maior parte da população do
d) Elaborem uma hipótese para explicar por que essa imagem do Nordeste e do nordestino é Nordeste se localiza na faixa litorânea,
bastante veiculada: quem poderia se beneficiar e se prejudicar com isso? Por que muitos pen- onde o clima é tropical úmido.
sam se tratar da única realidade existente na região?
d) Resposta pessoal. Espera-se que os
estudantes expliquem que o flagelo da
seca atingiu muitas pessoas e foi bas-
207 tante noticiado nos meios de comuni-
cação, levou muitos a migrarem para
outras localidades do Brasil e também
faz parte do cenário e até enredo de
muitas obras literárias, o que favoreceu
a construção de uma representação
estereotipada da região, ignorando ou
pouco se falando de toda a sua diversi-
dade. Há também razões relacionadas
a interesses políticos e econômicos, os
benefícios que uma elite regional des-
fruta dessa imagem, o que será estu-
dado adiante.
207
Orientações didáticas Zona da Mata
Arthur De Souza/Fotoarena
Brasil, por meio da plantação de cana e
concentrou a plantação de cana-de-açúcar, sendo
produção de açúcar (aproveitando con-
conhecida como Zona da Mata açucareira.
dições naturais favoráveis, como clima
O nome Zona da Mata faz referência à Mata
quente e úmido e solo fértil – massa-
Atlântica, bastante devastada pela exploração do
pê), atividade econômica tradicional
pau-brasil e pelo cultivo de cana-de-açúcar no pe-
que se manteve na região e está asso-
ciada a degradação da Mata Atlântica, ríodo colonial português e também no holandês,
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Literatura
Há alguns clássicos da literatura brasileira ambientados na Zona da Mata nordestina que podem ser lidos, integral ou par-
cialmente, para agregar mais elementos para compreensão da produção e organização do espaço geográfico dessa sub-região,
assim como indicar aos estudantes a fim de desenvolver hábito de leitura, ampliar a compreensão leitora e o repertório cultural
deles, o que favorece o desenvolvimento das CG3 e CG4 e também o trabalho interdisciplinar com Língua Portuguesa, potencia-
lizando a aprendizagem significativa. Nesse sentido, indicamos as obras Menino do Engenho, de José Lins do Rêgo, que aborda o
Nordeste açucareiro, e Terra do sem fim, de Jorge Amado, que retrata conflitos no Nordeste cacaueiro.
208
sobre os critérios de definição da região
Sertão do Semiárido Nordestino estão disponí-
veis no “Relatório Final do Grupo de Tra-
Atividade complementar
Brastock/Shutterstock
209
Orientações didáticas
Transposição do rio São Francisco
Avalie a necessidade de retomar
O Nordeste é caracterizado por uma rede hidrográfica pouco densa e muitos rios intermitentes, que
conteúdos trabalhados no Capítulo 4
secam ou reduzem muito sua vazão em períodos de seca, com exceção dos rios do Maranhão, quase todos
e também o mapa das bacias hidrográ-
perenes.
ficas brasileiras. A leitura desse mapa
A principal bacia hidrográfica da região é a do rio São Francisco (terceiro maior do país), muito impor-
possibilita localizar a bacia hidrográfica
tante por drenar extensas áreas de clima semiárido. Por essa razão, o rio está fortemente associado à histó-
do rio São Francisco e reconhecê-la co-
ria do povoamento da região, cumprindo a função de abastecimento de água, transporte de mercadorias,
mo a maior da região Nordeste. E pro-
mover a correlação entre esse mapa e deslocamento de pessoas, além de fonte de alimentos (pesca) e lazer. Por atravessar áreas de planalto, o
os mapas dos tipos de clima do Brasil São Francisco tem fortes quedas e corredeiras que foram aproveitadas para construção de hidrelétricas,
e das sub-regiões do Nordeste, revelan- como Xingó (AL e SE), Sobradinho (BA)
Transposição do rio São Francisco – 2019
do a importância do rio São Francisco e Paulo Afonso (BA). É também conhe-
38¡ O
r aœ
Rio Aca
Fortaleza ATLÂNTICO
além de pesca, navegação, lazer e ge- Sudeste, na serra da Canastra (MG), Açude
Araras Tr Can
e deságua no litoral nordestino, entre
ab al
ração de energia elétrica. alh do
ad
or
os estados de Alagoas e Sergipe.
Verifique se todos os estudantes
Quixadá
Crateús
compreendem e diferenciam os con- CE di
e
po
ri b
Macau
A
ua
io
ceitos de rios perenes e intermitentes.
Mossoró
R io Jag
R
R•pr. A.
Gon•••••• Natal
Em seguida, sugerimos que promova a Tauá Açude
Or——
Apodi RN
PI
leitura compartilhada do texto, esclare- Sousa Caicó
cendo dúvidas e proporcionando rela- Juazeiro
A
çu Açude PB Campina
João
do Norte Grande
ções entre as novas informações com
Coremas
a
Rio
Crato Junco do Pessoa
b
Ri o
aí
Seridó P ar
as reflexões feitas anteriormente. Explo- Araripina Juru
e ibaribe
ú
Elaborado com base em: WESTIN, Ricardo. Pa
j R io C ap
re o mapa para identificar a localização Senado do Império estudou transposição EI
XO TE
R
O Salgueiro
Rio
ST
E
Recife
8° S
E
do Rio São Francisco. Senado Notícias, 5 jun.
M oxotó
Rio Caruaru
Cabrobó
OL
B r íg
2017. Disponível em: https://www12.senado.
id PE
la transposição de parte das águas do
a Res.
E IX
Itaparica
o
leg.br/noticias/materias/2017/06/05/senado Garanhuns
Ri
rio São Francisco, pedindo para os es- -do-imperio-estudou-transposicao-do-rio Represa de
Sobradinho
Petrolina Barragem de
Itaparica
Rio
Sã
União dos
Palmares
Barragem
de Xingó
tudantes identificarem as áreas que se- -sao-francisco; DOMINGUES, Filipe. Com mais BA
Barragem de
o F
ranc AL
isc
Maceió
de 90% da transposição concluída, impactos Paulo Afonso Arapiraca
rão atendidas.
observa-fundaj-itens/observa-fundaj/
Oriente a realização da pesquisa Rio receptor Estância Aracaju
transposicao-rio-sao-francisco/com-mais Barragem
proposta na seção sugerindo fontes e -de-90-da-transposicao-concluida-impactos Capital de estado 0 940 1 880
-ambientais-no-rio-sao-francisco-ainda-sao
tipos de informações interessantes pa- -incertos. Acesso em: 8 mar. 2022.
Cidade
km
da correção dos dados apresentados. ⓿ Pesquise na internet argumentos favoráveis e contrários à transposição do rio São Francisco. Anote-os e, em
Pode ser interessante realizar um rodí- aula, promova um debate com os colegas, organizados em grupos com papéis diferentes. Um grupo formado
por apoiadores e outro, por contrários. Um terceiro grupo pode fazer o papel de mediador, ajudando a avaliar
zio entre os integrantes de cada grupo,
os argumentos, problematizando-os e conduzindo o debate.
fazendo-os ocupar diferentes papéis.
Determine o dia para o debate. Sua
preparação e organização deve com- 210
preender a retomada dos princípios de
respeito às pessoas, que o debate deve Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
ser em razão das ideias e pautado em
argumentos obtidos em fontes confiá-
veis (indicar as fontes), reforçando as-
sim o desenvolvimento das CG7 e CG9.
210
Orientações didáticas
Meio-Norte
Professor, entende-se como comunidades quilombolas urbanas as comuni-
dades remanescentes de quilombo que estão inseridas em contexto urbano.
Mais uma vez retome o mapa das
Sub-região localizada no noroeste que compreende grandes extensões do Piauí e do Maranhão, e tem como
sub-regiões do Nordeste para locali-
principal característica natural a presença de espécies vegetais de transição entre o Sertão e a Amazônia. Des-
zar o Meio-Norte. Correlacioná-lo com
tacam-se as palmeiras do tipo carnaúba e babaçu, que têm seus frutos, caules e folhas amplamente explora-
os mapa dos biomas brasileiros (ou
dos para diversas finalidades, como obtenção de ceras e óleos para a indústria de cosméticos. Compreende
mesmo da vegetação brasileira) facili-
grande parte da bacia hidrográfica do rio Parnaíba, a segunda maior da região e totalmente nordestina.
ta compreender seu aspecto fisiográ-
fico transacional (Caatinga, Floresta
Munique Bassoli/Pulsar Imagens
Elaborado com base em: EMBRAPA. Matopiba. BA Biomas b) As quebradeiras de coco têm se or-
Disponível em: https://www.embrapa.br/tema Amazônia ganizado em cooperativas e associa-
-matopiba; GARCIA, Junior Ruiz; FILHO, José
ções para extrair o óleo vegetal das
Cerrado
Eustáquio Ribeiro Vieira. O papel da dimensão GO
Caatinga
ambiental na ocupação do MATOPIBA. Confins, n. 35,
0 230 460
NÃO ESCREVA NO
Limites LIVRO.
municipais amêndoas e melhor negociar o valor
2018. Disponível em: https://journals.openedition.org/
confins/13045. Acesso em: 8 mar. 2022.
km DF
Limites estaduais
de seu trabalho e produção. Ainda há
muitas que vendem as amêndoas para
1 O que é a área Matopiba? Além do Cerrado, quais outros biomas fazem parte dessa área?
atravessadores.
2 Pesquise o trabalho das quebradeiras de coco e responda: c) Trata-se de uma prática econômica
a) O que elas extraem? Como é feita a extração? Para quem vendem?
tradicional (extração vegetal) que sem-
pre foi feita em ritmo e com técnicas
b) Essas mulheres trabalham por conta própria, são empregadas em empresas ou as-
harmônicas à manutenção da vegeta-
sociadas a cooperativas?
ção (Mata de Cocais). Entretanto, com
c) O desenvolvimento dessa atividade se dá de forma harmoniosa com a pecuária bo-
o avanço da agricultura e pecuária so-
vina e o cultivo da soja? Explique.
bre a região (Matopiba), que passou a
2. Leia a resposta e as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
ter as terras valorizadas principalmen-
1. Trata-se de uma área, principalmente do Cerrado, na qual se destaca a atividade das mulheres quebradeiras de te pela produção de soja, a prática es-
coco. Nela também ocorrem outras atividades econômicas, como agricultura e pecuária. O mapa indica que, além tá ameaçada pela privatização de terras
do Cerrado, também fazem parte do Matopiba a Amazônia e a Caatinga, 211
que até então eram de uso comum e
pelo desmatamento decorrente da agri-
cultura comercial.
211
Orientações didáticas
Maior dinamismo
Retome com os estudantes algumas
imagens e informações trabalhadas Nas últimas décadas, a região Nordeste vem conhecendo
Brasil e região Nordeste: percentual de
neste capítulo que retratam a moder- transformações, com maior dinamismo e crescimento dos três crescimento do PIB – 2007-2017
nização e o desenvolvimento econômi- setores da economia. Uma parte desse crescimento é resul-
%
1,9
1 1,3
cordam ou não com cada uma delas, parte é resultado de fatores oriundos da própria região, como 0
–0,1
0,5
2011
2007
2008
2009
2010
2012
2013
2014
2015
2016
2017
lenciosa do texto do Livro do Estudan- industriais, como Camaçari (BA), Pecém (CE) e Suape (PE), e
Ano
te, dividindo a turma em quatro grupos, houve ampliação de sua indústria extrativa, com destaque
cada um responsável pela leitura de um para a extração e o refino do petróleo. Foram feitas obras
Brasil Nordeste
parágrafo e elaboração da sua síntese para instalar diversas infraestruturas, como portos, rodovias, Elaborado com base em: ETENE. PIB do
para apresentar para o restante da tur- ferrovias, em parte por meio de repasses de verbas federais. Nordeste cresce acima da média nacional.
Diário econômico, ano II, n. 117 , 2 dez. 2019.
ma. Separe a lousa em quatro partes, Houve desenvolvimento de sua agricultura comercial com, en-
Disponível em: https://www.bnb.gov.br/s482
identificando uma para cada parágrafo, tre outros exemplos, a fruticultura irrigada – com destaque -dspace/bitstream/123456789/787/1/2019
e oriente os estudantes a fazer notas para uva e manga em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) e melão _DEE_117.pdf. Acesso em: 8 mar. 2022.
nas respectivas partes a partir da leitu- em Mossoró (RN) – e a produção de grãos, como soja e milho.
ra que realizaram. Quando todos finali- A região também atraiu empresas do setor de tecnologia e informática e desenvolveu centros avan-
zarem, promova a apreciação geral das çados, como o polo tecnológico Porto Digital, no Recife (PE), e o SergipeTec, em São Cristóvão, região me-
anotações e peça a eles que elaborem tropolitana de Aracaju (SE). Além disso, foram inaugurados centros universitários que realizam pesquisa
no caderno frases para sintetizar o que de ponta em diversos campos do conhecimento. O setor de turismo, já bastante forte ao longo do litoral,
foi explicado. conseguiu crescer, atraindo tanto brasileiros das demais regiões quanto grupos de estrangeiros, ao de-
senvolver novos centros de atração no litoral e também no interior, além de promover eventos e festas de
grande reputação e também algumas de valorização de sua rica cultura regional.
Apesar da melhora de sua situação econômica e social, a região ainda concentra os piores índices nacio-
nais em um conjunto de indicadores de qualidade de vida, como escolaridade, analfabetismo, renda, morta-
lidade infantil, esperança de vida, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e muitos outros. O problema da
concentração de renda e de terra não foi resolvido, sendo mantidos muitos latifúndios. A desigualdade social
permanece bastante elevada e o crescimento econômico ainda está limitado a alguns setores e localidades.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Complexo Industrial
e Portuário do Pecém,
2018, localizado entre os
municípios de Caucaia e São
Gonçalo do Amarante, que
estão entre os maiores PIB
municipais do Ceará.
Sugestão de leitura ao professor: MATOS, Getúlio Alves de Souza. Panorama socioeconômico do Nordeste: evolu-
ção e perspectivas. ETENE, 2019. Disponível em: https://g20mais20.bnb.gov.br/documents/45799/1057811/Pano
212 rama+Socioecon%C3%B4mico+do+Nordeste+-+Evolu%C3%A7%C3%A3o+e+Perspectivas.pdf/0cccefef-1ec8
-290d-9619-da0f4bcdea0a?t=1648743919141&download=true. Acesso em: 13 maio 2022.
212
Trabalhando com gráficos Orientações didáticas
6 Elaborado com base em: IBGE. PNAD- Sugerimos que os estudantes sejam
Covid-19. Disponível em: https://ftp.
4 ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/
organizados em trios ou quartetos com-
2 Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de preendendo diferentes níveis de domí-
0 _Domicilios_PNAD_COVID19/Mensal/ nio conceitual para que em conjunto
BA AL RN MA PE PB PI CE SE Tabelas/pnad_covid19_202005_trabalho
Estado _BR_GR_UF_20200702.xlsx. Acesso em: 8 leiam as orientações sobre como cons-
mar. 2022. truir um gráfico de colunas, trocando
ideias entre si até que a tarefa fique
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
totalmente compreendida e saibam
⓿ Escolha um dado social ou econômico, por exemplo o valor do PIB de cada estado, o valor das como proceder. Enquanto isso, circu-
exportações, o número de turistas, a taxa de analfabetismo, o IDH, o número de pessoas com le pelos grupos, observando como os
nível universitário, os estabelecimentos atendidos por coleta de esgoto, etc. Elabore um grá- estudantes interagem entre si e auxi-
fico comparando o desempenho desse dado entre os estados nordestinos. Para a construção lie em relação a qualquer dificuldade.
do gráfico, siga as orientações: Marque uma data para que apresen-
Etapas para construir um gráfico de colunas: tem a parcial do trabalho, ou seja, que
1 Pesquisa e organização das informações. eles apresentem que dados seleciona-
2 Determinação do número de colunas. ram, de qual fonte e comentem se uti-
3 Identificação do maior e do menor valor para decidir a extensão do eixo e sua escala, ou
lizaram recursos digitais ou não. Neste
seja, o quanto cada centímetro, por exemplo, representará.
momento, eles também podem conver-
sar entre si para aprenderem com os
4 Decisão sobre o uso de papel milimetrado, quadriculado ou de programa de computador
pares, trocar estratégias e conhecimen-
para desenhar o gráfico com base nos dados.
tos. E você pode avaliar se o que estão
5 Descrição do que cada eixo do gráfico representa, inserção da escala de valor em um deles
fazendo está correto e evitar que algum
e indicação do título com o ano e da fonte dos dados representados. estudante deixe de apresentar o traba-
Depois de construir o gráfico, elabore um ou dois parágrafos, analisando os dados. lho, orientando-o.
Apresente a produção para o restante da turma e, com os colegas, busque estabelecer rela- No dia da apresentação final, organi-
ções entre os dados que você utilizou. Leia as orientações para a atividade neste ze os gráficos dos estudantes por afini-
Manual do Professor. dade temática. Envolva-os nessa tarefa,
fazendo um levantamento dos temas
selecionados, anotando-os na lousa e
213 promovendo os agrupamentos. Peça a
eles que afixem seus gráficos e, em se-
guida, realizem uma apreciação geral,
buscando encontrar ao menos um grá-
fico com dados e tema diferente do que
fizeram, mas com o qual seja possível
estabelecer relações.
213
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de
conteúdos proposta nesta página, os
eixos presentes nela servirão de base
estrutural, possibilitando a sistemati- REGIÃO
zação de conceitos e temas estudados NORDESTE
e também a oportunidade para sanar ZONA DA MATA ASPECTOS NATURAIS
⓿ Sub-região mais dinâmica ⓿ Além do clima semiárido,
as dúvidas que surgiram ao longo do
economicamente; predominante, também estão
percurso. presentes na região o clima
⓿ Importantes polos
Promova a observação e leitura co- industriais, de tecnologia, tropical úmido ao longo do
letiva do esquema, atentando para os portuários e de produção litoral (onde se concentra a
conceitos que foram desenvolvidos ao agrícola; população), o clima tropical
e o equatorial;
longo deste capítulo e que serão im- ⓿ Maior concentração
populacional; ⓿ Diferentes tipos de
portantes para o desenvolvimento de
⓿ Onde se concentravam os vegetação, associados aos
habilidades da BNCC no decorrer des- tipos de clima: Caatinga,
engenhos de açúcar no ⓿ Segunda região mais
ta e da próxima unidade, em especial período colonial. Floresta Tropical, Cerrado
populosa do país;
as habilidades EF07GE02, EF07GE09 ⓿ Responsável por 1ô,ô%
e Mata dos Cocais.
e EF07GE11. do PIB nacional;
Para complementar esse estudo, su- ⓿ Onde se iniciou a
gerimos a leitura complementar sobre colonização por meio da
o Semiárido. AGRESTE exploração do pau-brasil
SERTÃO
e da cana-de-açúcar;
⓿ Estreita faixa – de norte a ⓿ Maior sub-região marcada
⓿ Grande fragilidade
sul – formada por pelo clima semiárido, com
socioeconômica.
planaltos e depressões chuvas escassas e irregulares,
entre a Zona da Mata e o onde predomina a Caatinga;
Sertão, onde se ⓿ Áreas irrigadas, como no vale
desenvolveu mata de do rio São Francisco,
transição compreendendo destacavam-se pela
a Mata Atlântica e fruticultura;
a Caatinga; ⓿ “Indústria da seca”: rede de
⓿ Predomínio de pequenas e pessoas e instituições que se
médias propriedades rurais beneficiam política e
com produção destinada à economicamente da seca.
população que habita a
Zona da Mata. ⓿ Grandes mudanças nas
últimas décadas;
⓿ Maior desenvolvimento ⓿ Rio São Francisco: principal
econômico; bacia hidrográfica –
Migração de retorno;
MEIO-NORTE
⓿
abastecimento de água, via
⓿ Modernização. de transporte, geração de
⓿ Transição entre o Sertão e
energia elétrica, pesca e lazer.
a Amazônia – vegetação
Rio da integração nacional;
caracterizada pela
presença de palmeiras:
⓿ Projeto de transposição de
babaçu e carnaúba; suas águas para
abastecimento de algumas
⓿ Compreende a bacia do
cidades e de áreas com
Parnaíba.
escassez de água. Avaliações
favoráveis e contrárias.
214
Leitura complementar
O Semiárido brasileiro é um território reconhecido pela legislação como sujeito a períodos críticos de prolongadas estia-
gens. A partir de convenções internacionais adotadas após a Conferência Internacional das Nações Unidas para o Combate
à Desertificação em Nairóbi, no Quênia, em 1977, o Polígono das Secas passou a ser denominado de Semiárido Brasileiro.
O Semiárido brasileiro é uma divisão regional cuja área geográfica de abrangência foi redelimitada em 2005, após a
constatação da inadequabilidade do critério anteriormente adotado, em vigor desde 1989, que levava em conta apenas a
precipitação média anual dos municípios dessa região, e novamente redefinida em 2017. O Semiárido atual compreende o
território de 1.262 municípios.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Catálogo de Metadados. Semiárido. Disponível em: https://metadados.snirh.gov.br/geonetwork/srv/api/
records/3c8b249e-8ec3-4db1-b188-bab3c3c3240f. Acesso em: 9 jun. 2022.
214
2. a) O autor avalia que a transposição do rio São Francisco é mais de caráter político que econômico ou social; que
ela atende ao abastecimento de água das cidades, mas não enfrenta o problema da “indústria da seca”, que não se
resume ao problema da falta de água.
215
215
BNCC no capítulo
Competências gerais da Educação
14
Básica (CG): 1, 2, 4, 5, 7, 8, 9 e 10.
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental (CECH): 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Região Norte
Competências específicas 1, 2 e 3. Respostas pessoais. Leia as orientações para as atividades neste
Manual do Professor.
de Geografia para o Ensino 2022 TerraMetrics/Google Earth
Fundamental (CEG): 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
Habilidades de Geografia: EF07GE02,
EF07GE03, EF07GE07, EF07GE08, Para começar
EF07GE09 e EF07GE11. Converse com os
Temas Contemporâneos Transversais colegas e o professor.
(TCTs): Diversidade Cultural e 1. A região
Educação Ambiental. destacada na
imagem ocupa
quase metade do
Introdução território nacional,
porém poucas
Neste capítulo, são mobilizados prin- pessoas de outras
cípios do raciocínio geográfico, da aná- regiões brasileiras
lise da paisagem e explicitação das a conhecem. O que
poderia explicar
relações espaço-temporais para o estu-
isso?
do da organização e produção do espa-
2. A Floresta
ço geográfico da região Norte.
Amazônica cobre
Enfoca-se a centralidade dos ritmos grande parte da
naturais, a magnitude da Amazônia e região Norte,
as distintas formas de relação entre a é importante
característica do Conjunto de imagens de satélite com datas a partir de 2015, mostrando a região Norte
sociedade e a natureza, dando visibili- do Brasil.
bioma Amazônia
dade àquelas desenvolvidas por povos
e tema frequente
originais e comunidades tradicionais,
problematizando as novas formas de
nos noticiários
nacionais e
Panorama
organização e produção do espaço internacionais. O A região Norte é a de maior extensão territorial, ocupando cerca de 45% do
geográfico da região decorrente de pro- que é veiculado
território nacional. É formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará,
sobre esse bioma
jetos de desenvolvimento econômico e Rondônia, Roraima e Tocantins. Sua população, cerca de 18,9 milhões de pes-
e as pessoas que
povoamento. Para isso, são articulados vivem nele? soas (IBGE, 2021), corresponde a menos de 9% dos brasileiros, o que resulta
textos, atividades, leitura e interpreta- na menor densidade demográfica do país. Entretanto, sua taxa de crescimento
3. Escreva cinco
ção de mapas e imagens, promovendo palavras ou demográfico é superior à média nacional.
as habilidades EF07GE03, EF07GE09 expressões que Na economia, essa região responde por aproximadamente 5,9% do Produto
e EF07GE11. Retoma-se e amplia-se você associa à Interno Bruto (PIB) nacional (IBGE, 2019).
a caracterização do bioma amazônico região Norte.
A ocupação e a exploração da região Norte durante a colonização foram
e o desenvolvimento industrial e agro- Não é necessário
limitadas às áreas adjacentes ao rio Amazonas para extração de recursos ve-
pesquisar, ou seja,
pecuário, explicitando o processo de getais (drogas do Sertão) e também a ações de catequização de indígenas. A
pode ser aquilo
modernização e atração de capital em que lhe vem à região passou por intensa exploração de látex das seringueiras durante o ciclo
algumas localidades e os decorrentes cabeça ao refletir da borracha, entre os séculos XIX e XX. A partir da década de 1960, passou a
problemas ambientais e sociais (habi- sobre essa região.
receber grandes projetos de infraestrutura e políticas de desenvolvimento eco-
lidades EF07GE02 e EF07GE08). NÃO ESCREVA NO LIVRO. nômico que provocaram significativos problemas socioambientais.
Oriente a leitura e interpretação da
composição de imagens de satélite. Pe- 216
ça aos estudantes que identifiquem os
estados da região Norte e explore a va-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
riação das dimensões de seus territó-
rios, seus posicionamentos longitudinais diferentes tonalidades e texturas da imagem para eles ava- população brasileira, que pode viajar a lazer, por optar por
e latitudinais. Peça-lhes que imaginem liarem, com seus conhecimentos prévios, que usos da terra fazer turismo em outras localidades.
a rosa dos ventos no centro da região elas poderiam indicar. Esses encaminhamentos promovem
2. Espera-se que os estudantes citem a importância da
e mobilizem os pontos cardeais e cola- habilidades relacionadas ao desenvolvimento do raciocínio floresta e do bioma para a regulação climática nacional e
terais para estabelecer relações topoló- geográfico e pensamento espacial, como prescrito na CEG3 mundial, bem como os problemas socioambientais relacio-
gicas entre os estados, indicar relações e CEG4 e na CECH7. nados ao desmatamento, à demarcação e à invasão de ter-
de vizinhança entre eles (fronteiras), si- ras dos indígenas e ao garimpo ilegal.
tuar os estados banhados pelo oceano Para começar
Atlântico e aqueles que fazem fronteira 3. Resposta pessoal. Dentre as diversas possibilidades de
com outros países, apresentando consi- 1. Espera-se que as hipóteses dos estudantes estejam re- respostas, é possível que citem a relevância da natureza na
derações das implicações geopolíticas e lacionadas à baixa densidade demográfica da região, à di- região (ou floresta ou bioma), sua beleza e biodiversidade;
sociais desses fatos. Explore o traçado ficuldade de acesso (grande distância dos maiores centros o problema do desmatamento e das queimadas; a presen-
do percurso do rio Amazonas, cruzando urbanos brasileiros, falta de vias de acesso e custo eleva- ça de povos indígenas e populações tradicionais; a sua ex-
a região de oeste a leste e também as do do transporte aéreo regional) e a valores de parcela da tensão territorial; a Zona Franca de Manaus, entre outros.
216
compartilhe-as com os estudantes. Per-
A relação sociedade e natureza gunte a eles quais são as razões desses
A região Norte é caracterizada por sua ampla conflitos e seus principais atores.
217
Orientações didáticas
Conheça mais
Conheça mais
As reflexões propostas nesta seção “Amazônias”
auxiliam na construção das habilidades
EF07GE09 e EF07GE11 e da CEG1 e Há uma quantidade de nomes iguais ou muito semelhantes, relacionados à Floresta Amazônica e ao rio
CEG4, CECH3, CECH7, CG1 e da CG2. Amazonas, que é importante distinguir, pois se referem a fatos e áreas distintas.
218
Orientações didáticas
Andre Dib/Pulsar Imagens
As matas de terra firme (ou caaetê) ocupam áreas que não sofrem
inundações periódicas – cerca de 90% do total da floresta. Compreendem
árvores de grande porte, com até 65 m. Bastante densas, seu dossel 1. A Amazônia Legal é mais extensa do
(conjunto formado pela cobertura das copas de árvores nas florestas) que a região geoeconômica Amazônia,
impede a entrada de 95% da luz solar. Seu interior é bastante úmido e não compreendendo todo o estado do Mato
apresenta muitos estratos. É a parte da floresta mais devastada, já que
Grosso e uma área maior dos estados
aí são encontradas as melhores espécies para a exploração da madeira.
Destacam-se o cedro, a castanheira e o mogno, entre outras espécies.
do Maranhão e do Tocantins.
Vegetação de matas de terra firme Carauari (AM), 2021. 2. A bacia Amazônica está compreen-
dida na região Norte, no bioma ama-
zônico, porém extrapola as áreas
Amazônia delimitadas pela Amazônia Legal e
Mar do
Caribe
As matas de igapó (ou
PANAMÁ
VENEZUELA tanha-do-pará, o guaraná, a pupunha,
OCEANO caaigapó) – constantemente
o açaí e o cupuaçu para a indústria ali-
Guiana
GUIANA Francesa ATLÂNTICO
(FRA) inundadas pelas águas dos
mentícia; e uma série de óleos, essên-
COLÔMBIA SURINAME
rios – apresentam muitas
EQUADOR plantas hidrófilas, como a cias, pastas e substâncias aproveitada
vitória-régia. Suas árvores têm pelas indústrias de cosméticos e farma-
ramificação baixa e densa e cêuticas.
estão localizadas na beira dos
PERU
rios. Destaca-se a palmeira
BOLÍVIA
BRASIL
Ilustração com do açaí. É o subgrupo
OCEANO
área drenada que apresenta a menor
PACÍFICO pela Bacia quantidade de espécies.
CHILE PARAGUAI Amazônica.
219
219
Orientações didáticas
A relevância da natureza
Sugerimos que você oriente os es-
A Amazônia tornou-se nas últimas décadas um foco de preocupação dos
tudantes a assistirem ao filme indica-
ambientalistas de todo o mundo. A importância ecológica da floresta é basea-
do no boxe Na Tela para se prepararem
da em alguns pontos, como a preservação da biodiversidade e o papel na ab-
para a aula e também realizarem as ati-
sorção de CO2. A tese “Amazônia é o pulmão do mundo”, porque produz mui-
vidades propostas na seção Explore.
to oxigênio devido à fotossíntese, muito explorada há alguns anos, deixou de
Se possível, reúna-se com o professor
ser considerada ao se descobrir que se tratava de uma afirmação equivocada,
de Ciências para avaliarem e planejarem
posto que, em razão da sua densidade de biomassa, a floresta acaba consumin-
juntos um trabalho integrado e interdis-
do o próprio oxigênio que produz. E já se verificou que as grandes produtoras
ciplinar sobre o tema aqui proposto.
de O2 são as algas marinhas, porém, é verdadeiro que a floresta responde por
Em aula, peça aos estudantes que
grande absorção de CO2 para a realização da fotossíntese necessária à sua ma-
comentem o conteúdo do filme, o que
nutenção, além de fixar o carbono, um importante serviço ecossistêmico que a
aprenderam assistindo-o e se ficaram
floresta em pé presta ao mundo todo.
com alguma dúvida, que pode ser com-
Outro serviço ecossistêmico é sua regulação climática em escalas regionais.
partilhada para tentar ser solucionada
Por exemplo, por meio de sua evapotranspiração e formação de massas de ar
pelos colegas ou virar tema de pesqui-
úmidas são levadas pelos ventos em direção sul, onde precipitam e irrigam as
sa. A seguir, encaminhe a leitura das
regiões Centro-Oeste e Sudeste do país. Esse fenômeno é conhecido como “rios
respostas que elaboraram para as ati-
voadores”.
vidades. Se possível, projete o mapa do
1. Massa equatorial continental
Brasil com a representação das princi-
Andre Dib/Pulsar Imagens
(mEc).
pais massas de ar que atuam no país. 2. Resposta pessoal. Espera-
-se que o estudante consul-
Eventualmente, retome conteúdos pre- te o mapa que pesquisou na
vistos para o 6o ano e também peça atividade anterior deste boxe
e avalie se a ação da massa
a eles que estabeleçam relações com equatorial continental avança
as explicações dadas nas previsões do sobre o lugar onde ele vive.
Ele também pode ampliar sua
tempo dos jornais televisivos para varia- pesquisa se considerar que as
informações do mapa não são
ção de temperatura e umidade. Esses suficientes para avaliar a rela-
encaminhamentos favorecem a aquisi- ção do clima do seu município
com a mEc.
ção da habilidade EF07GE11.
Converse com os estudantes sobre
a atenção que a Amazônia desperta Na tela
no mundo todo, especificamente em Rios que voam
razão de sua grande biodiversidade e Yana Marull e Safari
importância do bioma na manutenção Air Empreendimentos
da regulação climática. A comunidade Ltda., 2014.
científica, nacional e internacional, tem Disponível em: http://
alertado para os potencias efeitos ne- riosvoadores.com.br/
gativos do desmatamento e queimadas wp-content/uploads/
Amanhecer na Floresta Amazônica em Governador Jorge Teixeira (RO), 2019. Com os
sites/5/2013/05/Rios
das florestas, e alguns países têm feito rios de sua bacia hidrográfica, ela produz bastante umidade, que é lançada para a
atmosfera e pode se deslocar para outras regiões pela movimentação das massas de ar. -que-voam-site.pdf.
pressões políticas e econômicas para o Acesso em: 31 mar. 2022.
Brasil ampliar os mecanismos de prote- Livro disponível
ção ambiental e investimento, além de on-line que explica
propostas de desenvolvimento regional
Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO. o que são os “rios
que sejam sustentáveis e mantenham a 1. Pesquise em um mapa climático o nome da massa de ar responsável pela for-
voadores” e sua
conservação da floresta. Sistematize a mação dos “rios voadores” ou “rios aéreos” que se formam sobre a Floresta
importância e trata
de problemas locais,
reflexão explicitando a importância da Amazônica.
como desmatamentos e
Amazônia em distintas escalas geográ- 2. O lugar onde você mora sofre influência direta dessa massa de ar? queimadas.
ficas: a local e regional, em razão dos
modos de vida dos povos da floresta; a
regional-nacional, em razão da disper- 220
são de umidade e formação de chuvas;
e mundial, em razão de sua importân- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
cia para evitar o aumento do aqueci-
mento do planeta.
Encaminhe a leitura individual e si-
lenciosa do texto e da imagem e, em
seguida, peça aos estudantes que o co-
mentem, apontem o que já sabiam e o
que não sabiam, o que ainda não es-
tá muito claro e verifique, a partir das
eventuais dúvidas, que encaminhamen-
tos didáticos propor.
Os conteúdos desenvolvidos favore-
cem a promoção da CG1, CG2, CG7,
CECH3, CECH7, CEG5 e da CEG6.
220
Desenvolvimento econômico Atividade complementar
Até meados da década de 1950, a intervenção humana na Floresta Amazônica era muito baixa. A partir ⓿ Faça uma pesquisa para loca-
de então, foram iniciados programas de desenvolvimento econômico na região que implementaram proje- lizar os estados nos quais se
tos agropecuários, de mineração, de exploração madeireira, de instalação de usinas hidrelétricas e abertura desenvolve o “arco do desma-
de estradas, os quais foram intensificados nos anos 1960 e 1970, com os governos militares (1964-1985). O tamento” e busque nomes das
projeto da rodovia BR-230, a Transamazônica, por exemplo, foi um estimulador de ocupação e desmata-
principais rodovias que indu-
ziram a ocupação da faixa sul
mento da região sem, no entanto, efetivar o objetivo de integração nacional e desenvolvimento econômico
da Amazônia e que são atuais
prometido. Até hoje a via é intransitável em muitos de seus trechos de terra. vetores de sua expansão.
Resposta: O “arco do desmata-
Ricardo Oliveira/Tyba
221
Orientações didáticas A Zona Franca de Manaus, criada por decre-
estudantes que os agrupem por seme- enfrenta problemas de desigualdade social, sa-
possíveis razões e objetivos que pode- dústria se concentra na área do Projeto Grande
riam levar os governos a desenvolver es- Carajás, também implantado no período militar, que envolveu a construção da
se mecanismo de gestão do território. hidrelétrica de Tucuruí, um conjunto de rodovias e ferrovia. A capital do estado,
Promova a leitura do primeiro parágra- Belém, bastante populosa e urbanizada, abriga um importante conjunto de in-
fo desta página, incluindo a fotografia. dústrias de transformação.
Sugerimos encaminhar a resolução O estado de Rondônia vem apresentando bons resultados econômicos com
das atividades propostas na seção Ex- o desenvolvimento da agropecuária comercial, produzindo soja, milho, café e
plore como tarefa extra-aula com a gado bovino.
Projeto Grande Carajás – final do século XX
finalidade de os estudantes se prepa- Nos demais estados da região, as 50° O
rarem para discutir, na aula seguinte, atividades estatais, como empresas Exportação de minérios,
Rio
alumínio e alumina
os projetos de mineração e geração de e serviços públicos, têm participação AP
Tr
ombetas
Macapá
energia implementados na região Nor-
Equador
significativa na geração de renda, cer- 0°
vindos dos grandes projetos de desen- garimpo, extrativismo vegetal, peque- Hidrelétrica
CE
Indústria
volvimento econômico, sugerimos que nas indústrias e do setor de serviços azôn
ic a Tucuruí
Car
a jás
(alumina e
sam via alumínio)
an
privados.
Xingu
rro
aborde também a intensificação dos ov
ia
Tr Marabá Fe
MA
Teresina Cu Cobre
Cu
movimentos migratórios, urbanização Rio Fe Ferro
d
Mn
Ro
PA Carajás Mn Manganês
ília
os conflitos sociais decorrentes de in-
m-Bras
Bauxita
PI
Rio Tocantins
teresses opostos entre antigos e novos Ferrovia
Rod ovia Belé Rodovia
aia
MT Hidrovia
Rio Ara
222
Trabalhando com charges Orientações didáticas
© Jarbas/www.jarbasdomingos.com
curando agrupar integrantes com dife-
rentes perfis e habilidades. Relembre
a importância da convivência respei-
tosa, pautada no direito de falar e de
ser ouvido, de discordar com argumen-
tos e em prol da construção de uma re-
flexão coletiva, e não na imposição de
ideias, valorizando, assim, a construção
da CG9 e da CG10.
Depois que todos finalizarem as ati-
Charge de Flávio de Almeida. Charge de Jarbas Domingos. vidades, peça que um integrante de
cada grupo compartilhe suas respos-
© Angeli/Folha de S. Paulo 22.02.2005/Fotoarena
223
Orientações didáticas Interagindo e convivendo
Interagindo e convivendo
Os conteúdos e atividades propos-
Valorização das diferenças
tas nesta seção promovem o desenvol- O mercado de trabalho e as instituições de ensino têm valorizado e incentivado o desenvolvimento de
vimento da CG8 e da CG9, da CECH4 algumas formas de ser e de fazer dos indivíduos, nomeadas competências socioemocionais. Simplificada-
e da CECH7. mente, essas competências reúnem habilidades que envolvem compreender as emoções sobre si próprio e
Numere os estudantes aleatoria- sobre os outros. Isso, teoricamente, possibilita outros sentimentos, pensamentos e ações mais favoráveis
mente de 1 a 4, repetindo a nume- sobre si mesmo e também na relação com outras pessoas.
ração, e explique que esses números Entre as diversas competências socioemocionais, duas têm sido bastante divulgadas:
serão utilizados para formação de gru- ⓿ Resiliência: capacidade ou habilidade de
Retouch man/Shutterstock
Gavrilov Yan/Shutterstock
pos para dialogar sobre as duas ques- lidar bem com pressão, dificuldade, obs-
tões disponíveis nesta página. táculo, não se deixando abalar de forma
Promova a leitura compartilhada do significativa e, assim, superar os proble-
texto inicial, incluindo as definições de mas ou adaptar-se às mudanças.
resiliência e alteridade. Em seguida, pe-
Green Color/Shutterstock
ça a eles que formem grupos de quatro
integrantes, sendo cada um identifica-
A ideia de resiliência é pautada no princípio físico de um
do por um número diferente. Determine corpo, um objeto, que tem a capacidade de voltar à sua forma
o tempo para eles conversarem a par- original depois que a força que o deforma deixa de atuar.
tir do que é proposto na atividade 1.
Então, peça-lhes que reconfigurem os
grupos para que todos representem ⓿ Alteridade: capacidade de se colocar no lugar do
o mesmo número e encaminhe a ati- outro, entender seus valores e condições e não jul-
vidade 2. Peça-lhes que retornem à gá-lo; compreender a boa convivência com o dife-
configuração inicial dos grupos e ca- rente e valorizá-la.
da estudante comente a proposta que
Ao se reunir com os colegas, exercite a
seu grupo anterior fez para atender o empatia e o diálogo.
item b da atividade 2. Eles devem ava-
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
liar qual consideram mais interessante
e viável para a realidade deles e suge- 1 Organizados em pequenos grupos, conversem sobre essas duas competências – resiliência e
rir adequações, se for o caso. Um repre- alteridade – buscando exemplos do cotidiano de vocês em que elas podem ser relevantes. Se for
sentante de cada grupo deverá explicar o caso, pesquisem na internet mais informações sobre cada uma.
para a turma a proposta que foi sele- 2 Alguns estudantes passam, no cotidiano escolar, por situações de grande pressão social, como
cionada e aperfeiçoada. Os demais po- assédio, provocações, humilhações e outros tipos de violência. Sobre essa questão, reflitam:
dem fazer perguntas para esclarecer
a) O desenvolvimento da resiliência e da alteridade, tanto pelo sujeito oprimido quanto pelos
suas dúvidas ou sugestões para ade-
seus opressores, poderia auxiliar a evitar ou superar esse problema? Justifiquem.
quá-la. Após todas as apresentações,
peça a eles que avaliem quais eles po- b) Como aqueles que não estão envolvidos diretamente nessa situação de violência poderiam
deriam incorporar em seu cotidiano, intervir para que ela deixe de existir? 1 e 2. Leia as orientações para as atividades neste Manual
do Professor.
que atitudes se sentiriam confortáveis
em realizar. Espera-se que a atividade e Essas competências dialogam bastante com o contexto atual, que é caracterizado pela velocidade das
as reflexões sensibilizem os estudantes mudanças tecnológicas e sociais. Essas mudanças frequentemente apresentam novas situações de pres-
para eventuais problemas de relacio- sões sociais, muitas delas geradoras de adversidades e crises, pois estamos em um mundo cada vez mais
namentos entre as pessoas e eventuais marcado pelo encontro de culturas de diferentes povos e segmentos sociais minoritários – que, até então,
agressividade e perseguições sistemá- eram bastante silenciados em seus desejos, valores e cultura, mas que, com algumas recentes conquistas
ticas sejam eliminadas. Com esse tra- de direitos, ganharam mais visibilidade.
balho, eles adquirem repertório para
saber como agir diante da violência.
224
Leitura complementar
Trecho de entrevista com Ailton Krenak, líder indígena, filósofo, doutor e autor de livros, entre eles Ideias para adiar o fim do
mundo, publicado pela Companhia das Letras em 2019.
Quais são as suas ideias e inspirações para adiarmos o fim do mundo?
Precisamos ser críticos a essa ideia plasmada de humanidade homogênea em que o consumo tomou o lugar daquilo que
antes era cidadania. Para que cidadania, alteridade, estar no mundo de uma maneira crítica e consciente, se você pode ser
um consumidor? Essa ideia dispensa a experiência de viver numa terra cheia de sentido, numa plataforma para diferentes
cosmovisões. Boaventura de Sousa Santos nos ensina que a ecologia dos saberes deveria também integrar nossa experiên-
cia cotidiana, inspirar nossas escolhas sobre o lugar em que queremos viver, nossa experiência como comunidade. Nosso
tempo é especialista em criar ausências: do sentido de viver em sociedade, do próprio sentido da experiência da vida. Isso
gera uma intolerância muito grande com relação a quem ainda é capaz de experimentar o prazer de estar vivo, de dançar,
de cantar. E está cheio de pequenas constelações de gente espalhada pelo mundo que dança, canta, faz chover. O tipo de
224
Saberes indígenas Orientações didáticas
Importantes lideranças indígenas têm conquis-
Juliana Pesqueira/UOL/Folhapress
Sistematizada a primeira parte des-
tado mais espaço para divulgar o conhecimento e ta seção, comente que, atualmente,
as práticas construídas por seus povos, comparti- por distintas razões, convivemos de al-
lhando com os não indígenas suas reflexões sobre guma forma com pessoas diferentes
o mundo. Desse modo, apresentam importantes de nós e tomamos conhecimento do
contribuições para que seja avaliada a relação en- que pensam e fazem, seja pela visibi-
tre os seres humanos e, destes, com a natureza.
lidade proporcionada pelos recursos
Muitos desses saberes – apesar de não serem no-
digitais ou por ações políticas, lutas e
meados da mesma forma e não terem os mesmos
conquistas de segmentos sociais mino-
propósitos –, praticados de forma ancestral, com-
ritarizados que vêm conquistando mais
preendem valores e atitudes que dialogam com as
participação em espaços que até então
competências socioemocionais. Entre esses sabe-
não frequentavam ou eram invisibiliza-
dos. Isso tem possibilitado, entre outras
res, destacam-se a vida em comunidade e o con-
coisas, a maior veiculação de conhe-
ceito de “bem viver”.
cimento de diferentes formas de ser e
Leia trecho da entrevista de André Baniwa, líder
André Baniwa, vice-presidente da Federação das estar no mundo, que podem ser conhe-
indígena do Alto Rio Negro, Amazonas, região co- Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), em cidas e entendidas como outras expe-
nhecida como “Cabeça do Cachorro” em razão do Manaus (AM), 2021.
riências e saberes.
contorno dos limites de fronteira do país:
Sugerimos orientar a leitura do tre-
O seu livro Bem Viver e Viver Bem Segundo o Povo Baniwa cho da entrevista com André Baniwa
no Noroeste Amazônico Brasileiro traz a visão sobre sua cultura.
e as respectivas atividades como ta-
O que significa o conceito “bem viver”?
refa extra-aula. Explique que a leitu-
O livro representa uma reflexão coletiva a partir da I Conferência Baniwa so- ra da entrevista possibilita identificar
bre Educação e Organização Social, sobre porque estamos organizados em co-
munidades. Descobrimos que o bem viver é um discurso que o Baniwa vive todos
o que o entrevistado pensa a respei-
os dias. O matsiakaro weemaka é o modo de vida dos Baniwa. Tem que fazer bem to do que foi perguntando (análise de
a casa para morar bem. Tem que produzir bem a cestaria porque é a nossa alma. conteúdo). E as ideias defendidas, as
A pimenta, fazemos porque faz bem para nós. Tem que fazer escola para melho- palavras, conceitos e exemplos citados
rar a vida dos Baniwa. Não é uma preocupação excessiva com dinheiro, é para na entrevista, ou seja, como o entre-
trazer esse espírito de ficar bem. A questão é que bem viver é a busca constante;
vistado formula seu discurso, têm re-
o mal interfere constantemente na vida da comunidade, então é uma luta. O que
temos que fazer para viver bem? Por que eu tenho que trabalhar? Em que eu pre-
lação com sua visão de mundo e suas
ciso colaborar com as outras pessoas? O bem viver é amplo, não é uma matéria, ideologias. Por isso, é importante pes-
um tema, ele é o sentido da vida. Você só consegue atingir o bem viver se atingir quisar sobre quem profere o discurso,
um conjunto de regras. 1. Resposta pessoal. Espera- considerando sua idade, gênero, local
-se que a pesquisa do estudante
MENEZES, Débora. André Baniwa: “Sem organização, não há como compreenda que se trata de de origem, etnia, profissão, etc.
acessar políticas públicas”. Mongabay, 23 mar. 2020. uma filosofia que sustenta e dá
Disponível em: https://brasil.mongabay.com/2020/03/andre-baniwa-sem sentido a muitos dos modos Marque um dia para eles comenta-
-organizacao-nao-ha-como-acessar-politicas-publicas/. Acesso em: 9 mar. 2022. de vida indígena, sobretudo da rem a leitura e compartilharem suas
América Latina, a qual envolve
a convivência harmoniosa entre produções. Avalie a necessidade de,
NÃO ESCREVA NO LIVRO. as pessoas e das pessoas com nesse dia, promover a leitura comparti-
a natureza, valorizando bastante
1 O que significa o conceito de “bem viver” indígena? Pesquise na inter- o coletivo e a vida comunitária. lhada da entrevista.
2. Resposta pessoal. Espera-se
net informações sobre o conceito de “bem viver”, compartilhado por di- que os estudantes apresentem
versos povos indígenas latino-americanos, para enriquecer a definição em seus argumentos que o sen-
timento de pertencimento, que
apresentada por André Baniwa. implica cuidar e ser cuidado uns
pelos outros, bem como o res-
2 Como o modo de vida comunitário pode ajudar as pessoas a viverem de peito mútuo e a valorização de
todas as pessoas, pode melho-
forma melhor? Que valores e práticas associados a essa compreensão rar a convivência e que cada um
da vida em sociedade poderiam ser assumidos por vocês, estudantes? poderia assumir esses valores.
225
humanidade zumbi que estamos sendo convocados a integrar não tolera tanto prazer, tanta fruição de vida. Então, pregam
o fim do mundo como uma possibilidade de fazer a gente desistir dos nossos próprios sonhos. E a minha provocação sobre
adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história. Se pudermos fazer isso, adiaremos o fim.
Como os povos originários do Brasil lidaram com a colonização, que queria acabar com o seu mundo? Quais estratégias
esses povos utilizaram para cruzar esse pesadelo e chegar ao século 21 ainda esperneando, reivindicando e desafinando o
coro dos contentes? Vi as diferentes manobras que os nossos antepassados fizeram e me alimentei delas, da criatividade e
da poesia que inspirou a resistência desses povos.
MAAKAROUN, Bertha. “O modo de funcionamento da humanidade entrou em crise”, opina Ailton Krenak. Estado de Minas,
3 abr. 2020. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/pensar/2020/04/03/interna_pensar,1135082/funcionamento-da-humanidade
-entrou-em-crise-opina-ailton-krenak.shtml. Acesso em: 9 jun. 2022.
225
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de con-
teúdos proposta nesta página, os eixos
servirão como base estrutural, possibi-
litando a sistematização de conceitos e REGIÃO
temas estudados e também a oportuni- NORTE
dade para sanar as dúvidas que surgi- RELAÇÕES SOCIEDADE
ram ao longo do percurso. E NATUREZA
Promova a observação e leitura co- ⓿ Parte da população
letiva do esquema, atentando para os amazônica (povos indígenas
e comunidades tradicionais)
conceitos que foram desenvolvidos ao desenvolveu modos de vida
longo deste capítulo e que serão im- associados aos ritmos PROJETOS DE
portantes para o desenvolvimento de naturais, aprimorando formas DESENVOLVIMENTO
habilidades da BNCC no decorrer des- de convivência positivas para ECONÔMICO
ta e da próxima unidade, em especial a sociedade e para a ⓿ Projetos econômicos,
natureza; ⓿ Maior região
as habilidades EF07GE08, EF07GE09 brasileira;
sobretudo aqueles iniciados na
⓿ Necessidade de conservação
e EF07GE11. ⓿ Menor densidade
segunda metade do século XX,
de vastas extensões do provocaram desmatamento da
bioma amazônico. Portanto, o demográfica do
Floresta Amazônica, conflitos
discurso de “vazio país;
com povos indígenas e
demográfico” é falso. ⓿ Problemas e comunidades tradicionais,
desafios atração de migrantes de outras
socioambientais regiões e relativa urbanização;
decorrentes do ⓿ Destacam-se: abertura de
modelo de
estradas, projetos de ocupação
REGIONALIZAÇÕES desenvolvimento
das fronteiras, projetos de
⓿ Amazônia – bioma formado econômico.
mineração industrial e garimpo,
pelo conjunto de elementos construção de hidrelétricas,
naturais, com destaque para instituição da Zona Franca de
a Floresta Amazônica; Manaus, pecuária bovina
⓿ Amazônia Legal – região extensiva e agricultura
estabelecida pela Sudam com comercial (soja).
objetivo de promoção do
desenvolvimento econômico;
⓿ Amazônia – região
geoeconômica delimitada
segundo critério estabelecido
pelo geógrafo Pedro Pinchas
Geiger para regionalizar o
país. ⓿ Muitos povos da floresta e comunidades tradicionais ameaçados
por desmatamento, garimpo, poluição dos rios, invasão e grilagem
de terras. Boa parte deles está organizada e lutando para resistir às
ameaças externas;
⓿ Grande parte da comunidade científica defende o desenvolvimento
econômico sustentável da região, mantendo a floresta em pé,
garantindo os serviços ecossistêmicos que ela oferece (regulação
térmica do clima, formação de massas de ar úmidas que levam
chuvas para outras regiões, produção de alimentos, remédios e
cosméticos, etc.).
226
Para complementar esse estudo, indicamos realizar a atividade complementar do texto a seguir.
Atividade complementar
⓿ Oriente os estudantes a pesquisarem vídeos ou filmes que explicam as principais características naturais da Amazônia que
eles avaliam que ajudariam a construir uma boa noção desse bioma e que recomendariam aos colegas. Sugira que selecio-
nem títulos de curta duração (máximo 15 minutos). Com o resultado dessa pesquisa, eles devem:
1. Elaborar uma sinopse sobre o vídeo, indicando autoria, data, duração, os principais temas e conteúdos veiculados e onde
encontrá-lo.
2. Redigir um ou dois parágrafos para ressaltar os aspectos positivos do vídeo ou filme, com o objetivo de despertar o interesse
do leitor.
3. Compartilhar com os colegas de sala suas indicações. Eles podem apresentar oralmente em sala, afixar seus textos no mural
ou, então, pensar em formas de divulgação por meios digitais.
226
1. O conceito indica uma área com uma ocupação populacional
Orientações didáticas
muito baixa ou ausente. Na região Norte, o modo de vida de
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
muitos povos tem profunda relação com os ritmos da natureza, o
que demanda a conservação de extensas áreas naturais e resulta
em um menor adensamento populacional, diferente de outros espaços. Por essas razões, o conceito
Retome de “vazio demográfico” deve ser relativizado quando aplicado a essa região, ou até mesmo nem deve
ser aplicado. Atividades
1 O que significa o conceito de “vazio demográfico” e por que ele não é adequado à região Norte?
2. Os estudantes podem indicar o pro-
2 Quais são os principais projetos de desenvolvimento implantados na região Norte e quais suas conse-
jeto da via Transamazônica, os projetos
quências? 2. Leia a resposta neste Manual do Professor.
de mineração, como o Projeto Grande
3. a) O desmatamento apresentou bastante variação ao longo do período, com um
3 Leia o gráfico a seguir.
pico máximo em 1995, e uma redução mais intensa e praticamente contínua entre
Carajás, a construção de hidrelétricas
2005 e 2014, quando voltou a crescer. e da Zona Franca de Manaus, entre ou-
Amazônia: desmatamento – 1980-2021 tros. Entre as principais consequências,
km²/ano Elaborado com base em: INPE. podem citar aquelas relacionadas à de-
35 000 PRODES estima 7 989 km2 de gradação ambiental e aos impactos às
30 000 desmatamento por corte novo na
Amazônia em 2016. 29 nov. 2016. populações locais, além da atração de
25 000
Disponível em: http://www.inpe.br/ migrantes de outras regiões e do au-
Banco de imagens/Arquivo da editora
20 000 noticias/noticia.php?Cod
15 000 _Noticia=4344; PRODES.
mento da urbanização.
10 000
Monitoramento do Desmatamento
da Floresta Amazônica Brasileira 4. a) A Amazônia compreende mais de
5 000
por Satélite. Disponível em: http:// 180 povos indígenas e muitas comuni-
0 Período
www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/
dades tradicionais, como seringueiros,
2021
1988
1989
1990
2006
2007
2008
2009
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
programas/amazonia/prodes.
Acesso em: 9 mar. 2022. castanheiros, ribeirinhos, quilombolas
a) Descreva a evolução do desmatamento da Amazônia representado no gráfico.
e pescadores artesanais, entre outros.
b) Que problemas ambientais e sociais o desmatamento da floresta pode ocasionar? 4. b) Resposta pessoal. Espera-se que
3. b) Pode ocasionar problemas relacionados ao regime de chuvas, na própria região ou em outras, além
da redução da biodiversidade local e do agravamento nas condições de vida da população local. os estudantes selecionem um povo da
Exercite Floresta Amazônica e descrevam suas
4. Leia as respostas e as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
principais características, com desta-
4 Um exemplo famoso de convívio harmonioso entre a sociedade e a natureza é a ação das populações
que para a relação que estabeleceram
tradicionais, que extraem de forma sustentável o látex das seringueiras dispersas no meio da mata, ou
com o meio natural e os ritmos da natu-
dos coletadores de castanhas-do-pará, que respeitam seus ciclos naturais e não desmatam a floresta.
reza para sustentar seu modo de vida.
a) Pesquise os nomes de povos da floresta que têm seus modos de vida bastante associados aos rit-
mos naturais da Amazônia. 5. a) A maior parte do abastecimento
b) Escolha um deles para pesquisar onde se localiza, sua origem e que tipo de exploração faz da Amazônia. de água dos domicílios na região Nor-
te provém da rede geral de distribuição.
5 Leia o gráfico a seguir e responda às questões.
Poços profundos e rasos também têm
Brasil: domicílios, por fonte de abastecimento de água (%) – 2019 participação significativa no abasteci-
100
mento de água domiciliar.
90 Rede geral de
80 distribuição 5. b) A região Norte apresenta índice de
70 Fonte ou nascente abastecimento de água dos domicílios
60 Poço profundo Elaborado com base pela rede geral de distribuição muito in-
Fórmula Produções/Arquivo da editora
50 ou artesiano
em: IBGE Educa Jovens.
40 Outra forma de
Conheça o Brasil. População: ferior à média nacional e das demais
30 abastecimento
20 Poço raso, freático
domicílios brasileiros. regiões. A diferença entre a região Nor-
Disponível em: https://educa.
10 ou cacimba
ibge.gov.br/jovens/conheca
te e a Nordeste, que apresenta o pe-
núltimo percentual, é de mais de 20%.
0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro- Brasil -o-brasil/populacao/21130-
-Oeste
domicilios-brasileiros.html.
Região
Acesso em: 9 mar. 2022. 5. c) Espera-se que os estudantes ex-
a) Descreva como é o abastecimento de água nos domicílios da região Norte.
pliquem essa especificidade conside-
rando a dificuldade de instalação de
b) Compare a distribuição de água domiciliar da região Norte com a das demais regiões.
rede de distribuição de água domiciliar
c) O que essa especificidade da região Norte revela?
em uma região imensa, com domicí-
5. Leia as respostas e as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
lios espacialmente espalhados, muitos
227 em meio à floresta, bem como consi-
derando a vasta rede hidrográfica, que
faz com que muitos habitantes se sir-
vam diretamente dos cursos de água
para seu abastecimento e necessida-
des cotidianas.
227
1. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante cite exemplos de temas e
15
imagens mais frequentemente veiculadas pelos meios de comunicação sobre
BNCC no capítulo a região Centro-Oeste, como secas e enchentes no Pantanal, queimadas,
pecuária bovina extensiva, agricultura comercial – sobretudo de soja –, belezas
naturais, presença de povos indígenas e eventuais manifestações e conflitos
Competências gerais da Educação envolvendo-os, e toda a centralidade política de Brasília, a capital do país.
2. Resposta pessoal. O estudante pode citar festas juninas, pamonhas doce
Básica (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 9. e salgada, frutos do Cerrado (como o pequi, muito utilizado no arroz), paçoca
de carne, cerimoniais e festas indígenas, música sertaneja, pantaneira e moda
Competências específicas de de viola, etc.
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental (CECH): 1, 2, 3, 4, 5, R e g i ã o C e n t r o-O e s t e 3. Resposta pessoal.
Espera-se que o estudante
cite o projeto de estímulo à
6 e 7. ocupação do interior do país, promovendo a integração nacional e inserindo partes isoladas do território ao circuito
produtivo, e também a opção geopolítica de afastar a capital do país do litoral, dificultando a ocupação por uma
Competências específicas eventual invasão inimiga, algo bem distante no cenário atual.
2022 NASA/TerraMetrics/Google Earth
228
Orientações didáticas
Marcha para o Oeste
Você pode selecionar trechos de
A exploração do Centro-Oeste teve início com os bandeirantes no século XVI, que aprisionavam indí-
contos e poemas de dois importan-
genas e saíam em busca de pedras e metais preciosos, o que perdurou até o século XVIII. Dos garimpos
tes escritores identificados com a re-
se formaram arraiais, vilas e povoados. Mais tarde, alguns deles deram origem às cidades. Outras, como
gião Centro-Oeste: Cora Coralina e
Corumbá (MS), surgiram da construção de fortalezas, instaladas para garantir a posse territorial em área
Manoel de Barros, para trabalhar as-
de fronteira.
pectos culturais e a visibilidade que
Fazendas de gado foram instaladas na região entre os séculos XVII e XVIII para atender aos centros
esses escritores deram para os ele-
consumidores que se desenvolviam no Sudeste. A tecnificação do território e a instalação de algumas fer-
mentos paisagísticos e da região, e
rovias serviram para transportar os animais vivos. Entretanto, a ocupação da região se efetivou com a in-
também seus variados atores e seg-
dustrialização do país e, consequentemente, maior demanda por matéria-prima. Em 1914, por exemplo, foi
mentos sociais, promovendo também
inaugurada a antiga estrada de ferro Noroeste do Brasil (atual Ferrovia Novoeste S.A.), ligando Corumbá,
a ampliação do repertório cultural dos
no noroeste do estado do Mato Grosso do Sul, a Bauru, no oeste do estado de São Paulo, ainda na época
estudantes (CG3) e uma abordagem
do ciclo do café. interdisciplinar com Língua Portugue-
Nesse processo de incorporação do território do Centro-Oeste ao circuito produtivo capitalista, foi fun- sa. Outra possibilidade é pedir aos es-
damental um conjunto de ações do Estado brasileiro, que estimulou a expansão das fronteiras agrícolas e tudantes que pesquisem a vida e a
a colonização por meio da instalação de infraestrutura viária e de comunicação, além de financiamentos, obra desses poetas e selecionar algum
políticas fiscais e a construção de Brasília, iniciada em 1956. trecho de seus textos para ler para a
turma. Também é possível trazer con-
Reprodução/Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, RJ
229
Orientações didáticas
Agropecuária e indústria
Oriente a formação de duplas ou
A agropecuária é responsável por grande parte do PIB regional do Centro-Oes-
trios, o que pode facilitar a integração
te, sendo a maioria de sua produção destinada ao mercado externo. As indústrias
de estudantes com diferentes estágios
na região são pouco desenvolvidas em comparação com a média nacional, e mui-
de proficiência leitora e saberes, para
tas delas estão relacionadas às atividades rurais. Destacam-se, por exemplo, a Re-
que eles leiam o conteúdo desta pági-
gião Metropolitana de Goiânia (GO), o Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA)
na, destacando as ideias principais de
(GO), que concentra agroindústrias, indústrias farmacêuticas e montadoras de
cada parágrafo e articulando-as com o
que é representado nas imagens e in- automóveis, o município de Catalão (GO), Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT).
lourencolf/Shutterstock
cuária extensiva. A forma de ocupação
e produção do espaço geográfico da re-
gião resultou em baixa densidade de-
mográfica e poucas cidades grandes.
230
230
Agronegócio Leitura complementar
O agronegócio é caracterizado pelo uso intensivo de tecnologia e pelo cultivo de grandes extensões de O papel das redes na integração
terra (muitas delas latifúndios), bem como pela intensa mecanização e necessidade de muito dinheiro para do espaço rural
sua realização. Portanto, esse tipo de atividade agrícola, bastante presente na região, não recruta muitos Com a construção de estradas,
trabalhadores rurais e não está acessível aos pequenos produtores. hidrovias, portos, aeroparques e ins-
A maquinização e a quimização são dois pilares da agricultura moderna. Esses pilares são financiados talação de infraestrutura de teleco-
por grandes empresas agrícolas e consolidados por meio de parcerias institucionais que promovem práti- municações (telefone e internet), foi
possível interligar áreas em distintos
cas e discursos científicos, os quais transformam padrões de consumo e impõem ao território e à popula-
pontos do território, que puderam
ção os ritmos agrícolas artificiais.
vender e transportar sua produção
para o mundo todo. Ou seja, os avan-
Euclides Oltramari Jr/Futura Press
231
Orientações didáticas eles que expliquem como isso pode interferir na definição
do que será plantado, do fornecimento de crédito, e como
Avalie a necessidade de retomar conteúdos do Capítulo isso pode contribuir para encarecer o custo de alimentos.
11, ou de estabelecer relações entre o que foi trabalhado Essas reflexões colaboram para a construção das CG1,
nele e o que será trabalhado neste capítulo. CG2, CG7, CECH3, CECH6, CEG1, CEG5 e CEG6.
Peça aos estudantes que caracterizem o agronegócio.
Avalie a possibilidade de propor que pesquisem o ciclo pro-
dutivo da soja, milho ou algodão cultivado na região, iden-
tificando os locais, áreas ou regiões de origem e destino,
meios de transporte e a finalidade da produção para eles
melhor compreenderem o conceito de commodity.
Promova a leitura da imagem com exemplos da variação
de preços (cotação) de alguns gêneros agrícolas na bol-
sa de valores, tornados mercadorias (commodities). Peça a
231
Orientações didáticas Trabalhando com fotografia
Trabalhando com Estudando as paisagens
Nesta seção, são mobilizadas algu- Fotografias são como imagens recortadas da realidade, portanto não expressam toda a realidade.
mas noções de práticas de pesquisa Resultam do olhar, da técnica e da intenção do fotógrafo. Elas podem mostrar e esconder muitas infor-
social utilizadas em análise documen- mações e são recursos muito úteis para o estudo das paisagens, sobretudo para olhares treinados e
tal e estudos de recepção a partir de experientes. Analise a fotografia a seguir.
orientação para análise de fotografia,
retrata um aspecto bastante presen- Muitas pequenas cidades espalhadas pelo país têm nas atividades agrárias a principal fonte de ren-
te nas pequenas e médias cidades do da, de modo a orientar os fluxos e estabelecimentos comerciais nos municípios. São espaços urbanos
Centro-Oeste e também de outras re- cujos ritmos de vida são bastante organizados pelas práticas agrícolas, com ruas onde o trânsito de
giões brasileiras, que é a presença de tratores, caminhões e carroças é frequente, e nos quais boa parte da população trabalha direta ou indi-
equipamentos agrícolas em meio ur- retamente com a agricultura e a pecuária.
bano, assim como a oferta de serviços Mesmo em cidades médias, aspectos da vida rural são frequentes nas paisagens, e boa parte das
variados ao produtor rural geralmente atividades é influenciada pela sazonalidade do calendário das atividades agrícolas praticadas na região
presentes nessas cidades, favorecen- onde estão inseridas, oferecendo, em contrapartida, informações, equipamentos e serviços técnicos es-
do o desenvolvimento das CG2, CECH5 pecializados, financeiros e cartoriais. Além disso, a maioria dos trabalhadores rurais habita esses centros
e CEG2. regionais, fazendo deles uma “cidade do campo”.
Na atividade 2, é proposto que o es-
tudante faça ou pesquise uma fotogra- NÃO ESCREVA NO LIVRO.
fia com o objetivo de aprofundar sua
habilidade leitora de imagem e tam- 1 O que pode significar um trator, equipamento típico de áreas rurais, trafegando em rua em
bém sua habilidade de se comunicar área urbana? O que as pessoas e o tipo de comércio e serviços retratados indicam?
por meio desta linguagem, o que dia- 2 Produza imagens da cidade do seu município que indiquem a presença ou influência das ati-
loga com a CG4. Trata-se da contex- vidades agrárias. Se não encontrar, pesquise imagens de outros municípios na internet, em
tualização prática dos conhecimentos jornais e revistas. Leve para a sala de aula e explique aos colegas a relação campo-cidade que
estudados, um aprender pelo fazer. identificou na fotografia selecionada. Elabore uma legenda no caderno, publique por meio de
Incentive os estudantes a produ- canais digitais e avalie o engajamento e a interação que ela gerou.
zir suas próprias fotografias utilizando 2. Espera-se que o estudante identifique corretamente elementos associados às atividades
rurais e os insira na paisagem urbana de forma coerente e realista, ou seja, um modo possível
máquinas digitais ou aparelhos celu- na prática. Ele também pode encontrar imagens que comunicam essa relação entre o campo
lares. Alerte sobre os cuidados neces- e a cidade, em cuja legenda textual deverá explicitá-la.
sários para andar na rua com esses 232
equipamentos, sugerindo irem acom-
panhados por adultos, preferencial- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
mente seus responsáveis. Eles podem
fazer uso dos recursos das redes di- em diferentes redes sociais para verificar como variam as
gitais para editarem suas imagens e interações e reações; qualificar o tipo das interações (likes,
adicionarem um texto sintético com o emojis, figurinhas, comentários textuais, etc.). Uma ideia é
objetivo de orientar a leitura e interpre- os estudantes incentivarem seus seguidores a também pu-
tação da imagem que produziram. Sua blicarem fotos em seu feed de comentários que dialogam
publicação nas redes sociais e acom- com o tema da foto que publicaram, promovendo outras lei-
panhamento de sua repercussão, por turas do mesmo fenômeno.
meio dos diferentes níveis de intera-
ção, possibilitam que o estudante faça
uma análise que considere alguns pro-
cedimentos específicos para trabalhar
com avaliação das mídias sociais. Eles
podem publicar a mesma imagem e o
mesmo texto (no mesmo dia e horário)
232
características naturais regionais, com
Avanço sobre o Cerrado destaque para o trabalho realizado pe-
los técnicos da Embrapa e que, em cer-
Com o estímulo para colonização das terras
A topografia com vastas áreas planas é bastante propícia para o manejo por Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor
grandes máquinas. Tudo isso, somado ainda ao baixo preço da terra naquela
Embrapa Cerrados
época, criou um cenário ideal para o investimento da agricultura comercial. A
Disponível em: https://www.
força e a velocidade com as quais a agropecuária ocupou a região acentuaram embrapa.br/documents/1355008/
a ocorrência de queimadas e desmatamentos, contribuindo para reduzir o Cer- 0/Coleção+Cerrado/b6751c42
rado quase à metade de sua área original, de acordo com o IBGE. Além disso, -9977-c350-3243-1c40ab68a7e7.
outro grave problema é a fragmentação em pequenas áreas, o que impede a Acesso em: 11 jun. 2022.
hotspot: área de grande Nesta página, estão disponíveis
manutenção de várias espécies da fauna e flora locais. riqueza natural e elevado
A grande degradação e a ameaça de redução drástica da biodiversidade nível de ameaças am-
para download bibliografias publica-
bientais, exigindo fiscali- das pelo Embrapa que explicam e
inseriram o Cerrado na lista de hotspots, o segundo bioma brasileiro a ser assim
zação constante para caracterizam o Cerrado.
classificado (o primeiro foi a Mata Atlântica). preservação.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
⓿ Os incêndios em áreas de Cerrado e trechos do Pantanal são comuns, e muitos deles são provocados por
causas naturais. Consequentemente, boa parte das espécies vegetais tem mecanismos que as possibilitam
rebrotar depois de um tempo. Pesquise sobre os mecanismos de adaptação às queimadas desenvolvidos pelas
espécies vegetais do Cerrado.
Muitas espécies têm um sistema subterrâneo que lhes possibilita a rebrota depois da queimada, além da captura
de águas localizadas em camadas mais profundas do solo. Também apresentam caules espessos e recobertos
por um tipo de membrana não inflamável, isolando os tecidos vivos das plantas. 233
233
Orientações didáticas Você sabia? 2. Segundo o texto, a ferramenta facilita o mapeamento do território e promove sua gestão.
Isso constitui uma documentação que pode servir para comprovar a extensão e a posse
Você sabia? Georreferenciamento a serviço das comunidades do território kalunga e demover
a invasão de grileiros, que fazem
Antes da leitura do texto comple- remanescentes de quilombo uso de titulação falsa de terras
para se apropriarem delas.
mentar e realização das atividades pro- Kalungas usam mapeamento digital para defender seu território
postas, desenvolva alguma estratégias […] defender contra invasões atuais e futuras, os Kalungas
para ampliar a competência leitora co- Pela primeira vez em 300 anos, o maior quilombo re- realizaram o registro e a classificação adequada de
mo o levantamento de expectativa de manescente do Brasil conhece cada centímetro de seu seus recursos via georreferenciamento – ou mapea-
conteúdo por meio do título do texto. território. Graças a um projeto inédito de georreferencia- mento digital. A prática consiste no uso de imagens
Sugerimos perguntar o que é o georre- mento, os Kalungas puderam mapear a ocupação, os re- aéreas para mapear uma grande variedade de carac-
terísticas do solo com extrema precisão utilizando um
ferenciamento. Oriente-os a construir cursos naturais, as melhores terras para cultivo e as áreas
sistema de coordenadas geográficas. […]
uma noção de seu significado a partir sob ameaça de invasões dos 262 mil hectares da área
onde vivem, no norte de Goiás. [...]
da etimologia da palavra (geo, que cor-
Situado próximo ao Parque Nacional da Chapada dos Munidos de equipamentos e suporte técnico, os Kalun-
responde a “Terra”; e referenciamen- Veadeiros, o Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga gas realizaram um georreferenciamento detalhado de
to, “identificar, localizar”). Em seguida, ocupa um trecho de Cerrado conhecido por sua grande todo o seu território entre 2019 e 2021. Graças ao ma-
peça-lhes que pesquisem na internet biodiversidade e sua abundância de recursos naturais – o peamento digital, agora eles sabem exatamente onde
o que é o georreferenciamento e bus- território Kalunga possui nada menos que 879 nascentes, vivem as 1.600 famílias da área, o que produzem, se
quem exemplos. Eles descobrirão que cuja maioria deságua no Rio Paranã, um dos afluentes do têm acesso à eletricidade, o grau de preservação dos
o uso dessa tecnologia cumpre a fun- Rio Tocantins. recursos hídricos e do solo da comunidade, que tipo
de agricultura é adequada à terra, e muito mais.
ção de determinar a localização exata “Agora temos uma ferramenta importante para a gestão
e proteção de nosso território. Ela nos ajudará a planejar O CEPF também financia os Kalungas em seus esforços
do terreno na superfície terrestre, assim nosso futuro”, diz Jorge Oliveira, presidente da Associa- educacionais, construindo uma consciência ambiental
como sua área e forma. Portanto, tra- ção Quilombola Kalunga (AQK). na região, particularmente no que diz respeito às 19 es-
ta-se de identificar espacialmente uma Os Kalungas tiveram suas terras oficialmente reconhe- pécies ameaçadas da fauna e da flora que se encontram
informação. Após essas conclusões, cidas como território quilombola em 1996, mas apenas no território. Entre elas estão a Griffinia nocturna, planta
pergunte qual é a importância des- 55,3% da área foram titulados até agora. Isso abre espaço que floresce à noite, e duas aves: o jacu-de-barriga-
sa tecnologia para comunidades tra- para que o restante do quilombo seja invadido por ga- -castanha (Penelope ochrogaster) e a águia-cinzenta
(Harpyhaliaetus coronatus).
dicionais, como os remanescentes de rimpeiros em busca de ouro e pedras semipreciosas e
por grileiros, que vêm limpando ilegalmente a vegetação [...]
quilombolas. Promova, então, a leitura
nativa para cultivar nas terras kalunga.
compartilhada e alternada do texto. Su- Outros benefícios trazidos pelo georreferenciamento
Líderes comunitários afirmam que os grileiros frequente- são o maior conhecimento dos solos da região e sua
gerimos uma primeira leitura global e mente registram um terreno de 5 hectares fora do territó- fertilidade natural, bem como a melhor compreen-
uma segunda leitura pausada, esclare- rio e depois usam esta base legal para criar uma fazenda são da topografia e da disponibilidade de água, re-
cendo e comentando o conteúdo de ca- de 700 hectares, grande parte dela invadindo o quilombo. sultando num uso mais eficiente da terra. A adoção
da parágrafo. Mapear para conhecer e proteger de tecnologia apropriada trará maiores rendimentos
agrícolas sem a degradação dos recursos naturais do
Encaminhe a realização das ativida- Para saber quais terras poderiam ser utilizadas para
território.
des 1 e 2 em dupla, orientando os es- agricultura e quais precisariam de proteção para se
tudantes a realizar os registros em seus BORGES, Thaís; BRANFORD, Sue. Kalungas usam mapeamento digital para defender seu território. Mongabay,
25 mar. 2021. Disponível em: https://brasil.mongabay.com/2021/03/comunidade-kalunga-mapeia-seu-territorio
cadernos. Promova a correção oral, -digitalmente-para-sobreviver-no-cerrado/. Acesso em: 27 fev. 2022.
possibilitando a participação de todos
para a construção coletiva das respos- NÃO ESCREVA NO LIVRO.
234
Eixos do Orientações didáticas
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de con-
teúdos proposta nesta página, os eixos
do capítulo servirão como base estrutu-
REGIÃO ral, possibilitando a sistematização de
CENTRO-OESTE conceitos e temas estudados e também
a oportunidade para sanar as dúvidas
que surgiram ao longo do percurso.
Promova a observação e a leitura co-
letiva do esquema, atentando para os
conceitos que foram desenvolvidos ao
longo deste capítulo e que serão impor-
AGROPECUÁRIA tantes para o desenvolvimento de ha-
PROBLEMAS bilidades da BNCC no decorrer desta
⓿ Principal atividade econômica
SOCIOAMBIENTAIS e da próxima unidade, em especial das
da região;
Projetos de ocupação e ⓿ Indústria pouco desenvolvida habilidades EF07GE02, EF07GE03,
desenvolvimento econômico na ⓿ Região menos
região que desmataram grande populosa, com baixa
em comparação com a média EF07GE06 e EF07GE11.
nacional;
parte do Cerrado, além de gerar densidade ⓿ Destaque para o agronegócio,
conflitos com povos indígenas e demográfica;
que compreende as
povos e comunidades ⓿ População concentrada
agroindústrias, a agricultura
tradicionais, como quilombolas em poucas cidades.
comercial (soja e milho,
(todos ameaçados por invasão
principalmente), a pecuária
de garimpeiros e grilagem das
bovina extensiva para corte, e
terras).
o intenso uso de máquinas e
insumos químicos.
235
235
Orientações didáticas NÃO ESCREVA NO LIVRO.
236
236
16
1. Espera-se que o estudante reconheça a região Sul e descreva as paisagens
comumente associadas a ela, como invernos mais frios, grande influência
cultural da imigração europeia e eslava, praias e serras, etc. o que favorece a construção das habili-
2. Espera-se que os estudantes apresentem exemplos de tradições herdadas dades EF07GE02 e EF07GE04. Discu-
dos primeiros imigrantes europeus, como os açorianos, e da segunda leva de
europeus (alemães, italianos e eslavos). Também estão presentes tradições te-se a relevância e a singularidade do
de povos indígenas, remanescentes de quilombolas, pescadores tradicionais,
vaqueiros (gaúchos), etc.
processo de imigração europeia para a
3. Espera-se que os estudantes apresentem seus conhecimentos região, a condição de trabalhadores li-
Orientações didáticas
Oriente a leitura da composição de
imagens de satélite. Peça aos estu-
dantes que identifiquem os estados da
região Sul e explorem a variação das di-
mensões e formatos de seus territórios,
Para começar seus posicionamentos longitudinais e
latitudinais, e comparem a extensão de
Converse com os
seus litorais. Peça a eles que imaginem
colegas e o professor.
a rosa dos ventos no centro da região
1. Que tipos de e utilizem os pontos cardeais e colate-
paisagens são rais para estabelecer relações topológi-
encontradas na
cas entre os estados (a particularidade
região destacada
na imagem de de Santa Catarina ser o único estado a
satélite e que fazer fronteira com os demais que per-
fatores contribuem tencem à região, e de o Paraná ser o
para suas único a ter fronteira com estados de ou-
formações?
tras regiões e diferenciando-se por não
2. Que festas,
Composição de imagens de satélite, com datas a partir de 2015, mostrando a região Sul ter sua capital no litoral, como os ou-
tradições, folclore do Brasil. tros dois estados), indicar as relações
e hábitos culturais
de vizinhança entre eles e os países que
marcam essa
região?
Panorama fazem fronteira a oeste e pensar quais
3. A região Sul A região Sul corresponde a aproximadamente 6,8% do território nacional e
condições específicas esse dado es-
do Brasil é pacial pode proporcionar, promovendo
compreende os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. É a me-
reconhecida assim habilidades relacionadas ao de-
nor das regiões brasileiras e a única localizada em sua maior parte ao sul do tró-
por apresentar senvolvimento do raciocínio geográfico
pico de Capricórnio, com clima subtropical. Sua população total é de cerca de
indicadores sociais e pensamento espacial, como prescrito
melhores do que 30 milhões de habitantes, 14% da população nacional (IBGE, 2021). Além de ser
nas CEG3, CEG4 e CECH7.
a média nacional. bastante urbanizada (85%), a região também se destaca por apresentar índi-
O que poderia ces socioeconômicos melhores do que a média nacional, como o IDH. Também
As informações factuais dos parágra-
explicar essa
apresenta a menor taxa de natalidade do país. Possui economia diversificada e
fos iniciais situam a região Sul em re-
característica?
desenvolvida, o que confere à região a geração de aproximadamente 17,2% do
lação ao Brasil. Sua leitura individual e
NÃO ESCREVA NO LIVRO. silenciosa proporciona aos estudantes
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (IBGE, 2019).
estabelecer relações com a conversa e
as reflexões realizadas na seção Para
237
começar e, assim, organizar seu pensa-
mento e produzir novas sínteses.
Para começar
BNCC no capítulo Introdução
Problematize eventuais estereótipos
Competências gerais da Educação Básica (CG): 1, 2, 3, Neste capítulo, são mobilizados princípios do raciocínio a respeito da região Sul e retome a im-
4, 5, 7 e 9. geográfico, da análise da paisagem e explicitação das re- portância do cuidado necessário ao no-
Competências específicas de Ciências Humanas para o lações espaço-temporais para o estudo da organização e mear e caracterizar culturas e pessoas,
Ensino Fundamental (CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. produção do espaço geográfico da região Sul. bem como o respeito aos colegas de
São descritos e relacionados os principais aspectos na- turma, estabelecendo diálogos cordiais
Competências específicas de Geografia para o Ensino diante da discordância, pautados em
turais e humanos, descrevendo como a sociedade, ao lon-
Fundamental (CEG): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. argumentos sobre os fatos e fenôme-
go do tempo, ocupou e transformou o espaço, mobilizando,
Habilidades de Geografia: EF07GE01, EF07GE02, para isso, textos, atividades e leitura e interpretação de ma- nos, e não sobre a pessoa em si, pro-
EF07GE03, EF07GE04, EF07GE06, EF07GE09, EF07GE11 pas e imagens, destacando e caracterizando o desenvolvi- movendo assim as CG7, CG9 e CECH1.
e EF07GE12. mento socioeconômico da região, explicando as principais
Temas Contemporâneos Transversais (TCTs): Diversidade condições que possibilitaram o processo de modernização
Cultural e Educa•‹o Ambiental. e atração de capital que caracteriza grande parte da região,
237
Orientações didáticas
Colonização
Isaac Fontana/Shutterstock
Os conteúdos e encaminhamentos
No início da colonização portuguesa, o sul do
propostos neste tópico auxiliam na
Brasil não despertou muito interesse da Coroa.
construção das habilidades EF07GE02
Ficava longe de Salvador, então capital, não havia
e EF07GE03.
relatos da existência de metais e pedras preciosas
Pergunte aos estudantes o que eles
na região, e seu clima, semelhante ao de Portugal,
sabem sobre o processo de ocupa-
não favorecia o cultivo de gêneros agrícolas tropi-
ção da região Sul antes e depois da
cais, de grande valor comercial na época.
colonização. Em seguida, peça a eles
A região Sul era bastante povoada por diferen-
que leiam e interpretem as duas ima-
tes povos indígenas, como guaranis (mbyás), kain-
gens e suas respectivas legendas e es-
gangs e carijós, muitos submetidos a projetos de
timule comentários e apresentação de
evangelização por missionários jesuítas, sobretudo Crianças kaingang em Tamarana (PR), 2022. O povo
dúvidas. Promova a leitura comparti- kaingang vive em terras localizadas na região Sul desde
espanhóis. No século XVII, esses núcleos populacio-
lhada de todo o texto, alternando os muito antes da colonização europeia e ainda hoje resiste,
nais, as missões, passaram a sofrer sucessivos ata- mantendo suas tradições em meio às consecutivas
voluntários e fazendo pausas entre os tentativas de ocupação de seus territórios.
ques de bandeirantes paulistas para apresamento
parágrafos para complementações e
de indígenas. Esses núcleos entraram em declínio e
explicações. Especificamente em rela-
estabeleçam possíveis relações entre o pulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal, em 1759.
tamanho das propriedades dos colonos Isso ocorreu porque os jesuítas eram contrários à
e seu desdobramento na produção do escravização dos indígenas, o que atrapalhava os
espaço geográfico da região Sul. Vale interesses da Coroa.
destacar que, apesar da constituição A ocupação e a exploração da região iniciaram
de pequenas propriedades no início com a chegada de colonos açorianos a partir da se-
da ocupação não indígena da região e gunda metade do século XVI. Foi intensificada no
de menor concentração fundiária, com- início do século XIX com outros povos europeus, em
parado ao resto do Brasil, o problema projetos estatais de estímulo à imigração.
também está presente na região, tanto A política colonial de promover o povoamento
que movimentos sociais regionais por por meio da atração de famílias estrangeiras para
acesso à terra ganharam dimensão na- produzir em pequenas propriedades teve papel
cional, como o Movimento dos Traba- central na organização do espaço geográfico do Sul
lhadores Rurais Sem Terra, originado na e seus desdobramentos são visíveis até hoje.
região Sul.
açoriano: nativo dos
Explore Açores, arquipélago
português.
Encaminhe a realização da ativida-
de proposta na seção Explore para mo-
mento extra-aula.
Converse com os estudantes sobre a Missão de S. Miguel, autoria desconhecida,
1756 (planta). Os aldeamentos missionários
variedade de paisagens da região Sul eram constituídos de algumas edificações
com as quais se depararam ao longo que dividiam os indígenas dos jesuítas. No seu
entorno, os padres orientavam os índios no
da pesquisa. Pergunte se foi difícil loca-
trabalho na agricultura e na pecuária.
lizar aquelas que representavam aspec-
tos da colonização europeia e, também,
se havia imagens que representavam a Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
presença de outros povos, como rema- ⓿ Pesquise por imagens de paisagens da região Sul em revistas, jornais e na internet. Estude-as atentamente e
nescentes de quilombolas e indígenas, busque aspectos nelas que revelem a participação da imigração europeia em sua formação territorial.
ou, ainda, a de pessoas em situação de
Resposta pessoal. Espera-se que o estudante identifique imagens que apresentem traços arquitetônicos de tradi-
pobreza. Essa reflexão favorece a cons- ção europeia, como o estilo enxaimel, a produção agrícola associada a práticas e culturas europeias, como cultivo
trução da criticidade dos estudantes e 238 de uvas e fabricação de vinhos; a pecuária suína e a formação de frigoríficos, etc.
também da habilidade para compreen-
der e identificar estereótipos acerca Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
das paisagens e da formação territorial
da região Sul, dialogando com a habili-
dade EF07GE01.
238
Conexões com Orientações didáticas
História
Conexões
Avalie a possibilidade de encami-
Incentivo à ocupação europeia nhar o conteúdo desta seção de for-
Durante muitos anos, o atual extremo sul do Brasil esteve em litígio entre ma interdisciplinar com o professor de
litígio: disputa pela
Portugal e Espanha, cada um buscando ampliar seu domínio do território, ora propriedade do território.
História. Se não for possível ele abor-
por meio de acordos diplomáticos, ora por meio de conflitos armados e decla- dar nas aulas conteúdos relacionados
rações de guerra, mesmo após a assinatura do Tratado de Madri, em 1750, ela- ao tema, veja a possibilidade de vocês
borado especificamente para regular a divisão de terras na região. planejarem juntos estratégias e situa-
Após a independência do Brasil, em 1822, o novo governo imperial, liderado ções didáticas que você possa condu-
por dom Pedro I, considerava o “Brasil Meridional” um “vazio demográfico”, zir sozinho e que compreenda conceitos
apesar de haver núcleos de colonização de açorianos e da forte presença in- e habilidades de História, como as ha-
dígena na região. Os povos originários não faziam parte do ideal nacional da bilidades EF07HI11 e EF07HI12, que
época e não eram considerados brasileiros, tampouco os africanos escravi- tratam, respectivamente, da análise da
zados. Para efetivar o domínio sobre o território, era necessário efetivamente formação histórico-geográfica da Amé-
ocupá-lo, povoá-lo e torná-lo produtivo, afastando, assim, o risco de invasão rica portuguesa por meio de mapas his-
pelos países vizinhos. tóricos e da identificação da população
Diante do pouco interesse dos brasileiros
brasileira em diferentes épocas, levan-
239
Orientações didáticas
Os atores da colonização
Peça aos estudantes que leiam as fo-
A colonização açoriana concentrou-se ao longo da faixa litorânea entre San-
tos e a legenda. Peça a eles também
ta Catarina e Rio Grande do Sul onde cultivava trigo. Os açorianos dedicaram-
que detalhem os aspectos dos traços
-se à pesca e fundaram vilas. Sua influência cultural é ainda bastante forte em
arquitetônicos, as funções e os mate-
muitas localidades, como em Florianópolis (SC).
riais utilizados nas construções e com-
O segundo grande grupo a chegar foi o dos alemães. Eles se instalaram no
parem com o que está presente no
Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, bem como em São Leopoldo (RS), Blu-
entorno de onde vivem. O objetivo é
chamar a atenção para as heranças menau (SC) e Joinville (SC). Na sequência, chegaram os italianos, que ocuparam
culturais das imigrações materializadas sobretudo a Serra Gaúcha, com destaque para Bento Gonçalves, Caxias do Sul
na paisagem. e Garibaldi. Em menor número, mas ainda em quantidade significativa, vieram
poloneses, russos, ucranianos e outros povos eslavos, indo em grande parte
Explique que muitos núcleos de po-
para o Paraná.
voamento, sobretudo aqueles mais dis-
tantes nas serras, ficavam isolados, e
offleko/Shutterstock
Antonio Meneghini/Shutterstock
1 2
pouco se integravam à cultura brasilei-
ra, mantendo suas tradições, inclusive
seus idiomas. A relação com o gover-
no central limitava-se ao pagamento de
impostos e a alguns recrutamentos mi-
litares para combater as ameaças ao
território.
Em seguida, peça-lhes que listem os
povos citados no texto, os locais para
onde se dirigiram e quando.
CAIO MUNIZ/Shutterstock
Adilson Sochodolak/Shutterstock
3 4
A cultura dos povos europeus que se deslocaram ao Brasil foi sendo incorporada em nosso território ao longo dos anos.
Algumas dessas características podem ser identificadas nas paisagens que retratam as construções edificadas pelos
europeus. Note, nas fotografias, como aspectos arquitetônicos marcam esses locais. Foto 1, vista de Blumenau (SC), 2021.
Foto 2, vista de museu construído por italianos em Garibaldi (RS), 2020. Foto 3, casa de madeira em Bento Gonçalves (RS),
2021. Foto 4, centro religioso em destaque na imagem de Prudentópolis (PR), 2021, tradicional reduto de ucranianos.
Essa segunda leva de imigrantes ocupou, sobretudo, áreas serranas onde foi
desenvolvida uma forma de produção em pequenas propriedades e de trabalho
familiar, bastante diferente daquela que era praticada nas áreas campestres, na
qual predominava a criação extensiva de gado.
Já no início do século XX, imigrantes japoneses dirigiram-se para o interior
do Paraná, na época, bastante influenciado pela economia paulista, onde se
dedicavam ao trabalho no campo, sobretudo ao cultivo do café, inicialmente.
240
Atividade complementar
⓿ Segundo o texto a seguir, qual é a relação entre arquitetura, colonização e recursos naturais?
A “casa de madeira” traduz influência da colonização europeia no sul do Brasil, ou melhor, da imigração eslava e po-
lonesa em terras paranaenses. Acima de tudo, porém, sua existência está intimamente relacionada a um elemento: a
araucária. A abundância dos pinheirais na Região Sul, madeira facilmente utilizável, é a causa principal da difusão desse
tipo de habitação, que é um aspecto tradicional da paisagem do oeste paranaense.
CATALDO, Denilda Martinez. Casas de madeira do Paraná. In: IBGE. Tipos e aspectos do Brasil: excertos da Revista Brasileira de
Geografia. IBGE: Rio de Janeiro, 1970. p. 378.
240
regionais, como jabá e carne de sol).
Características do povoamento Apesar da grande presença de peque-
Por encontrarem contextos ambientais não tão distintos de seus locais de origem, os imigrantes eu- nas e médias propriedades onde se
ropeus podiam cultivar as mesmas espécies para as quais já dominavam as técnicas, como trigo, maçã
exercia o trabalho livre, também havia
e uva, além de ainda criar animais de pequeno porte, como suínos, coelhos e galináceos, tendo êxito em
latifúndios com mão de obra escraviza-
suas produções.
da, sobretudo no Rio Grande do Sul e
De modo geral, esses imigrantes europeus foram povos transladados, ou seja, que não tiveram que
no Paraná. Há na região comunidades
alterar de forma significativa seus modos de vida para se adaptar a um novo ambiente e tampouco foram
remanescentes de quilombos (se for o
obrigados a trabalhar em condições análogas à escravidão, como se deu em outras áreas do Brasil. Foram
caso, retorne ao mapa “Brasil: comu-
nidades remanescentes de quilombo
trabalhadores livres que puderam empreender em suas próprias terras, pequenas propriedades, onde se
– 2022”, que apresenta a distribuição
dedicavam à policultura e desenvolveram uma vida mais comunitária, o que se reflete na arquitetura, na
espacial das terras remanescentes de
culinária, na arte, no folclore e na cultura de um modo geral ainda encontrada na região Sul.
quilombos, na página 88, Unidade 2
deste volume), atestando a presença
Você sabia? histórica dos negros.
Branqueamento do país Você sabia?
O incentivo à imigração de europeus para o Brasil está inserido em um contexto racista, pós-abolição da Nesta seção, promove-se a amplia-
escravidão, que tinha como objetivo alterar a característica da população brasileira, marcada pelo grande número
ção do repertório cultural e da criti-
de pessoas negras, que compreende as pessoas pretas e pardas, segundo a atual denominação do IBGE. Essa
visão era declarada abertamente por muitos políticos, intelectuais e cientistas na época.
cidade ao propor a análise de uma
pintura que é contextualizada histori-
O negro representava, aos olhos de boa parte da inte-
camente, o que dialoga com a constru-
241
Orientações didáticas Trabalhando com podcast
Trabalhando com Cultura da região Sul do Brasil
A primeira parte do trabalho tem o Podcast é uma forma de veicular conteúdo pela internet no formato de áudio. Pode ser um programa
objetivo de ampliar o conhecimento so- periódico, especializado em determinado tema, uma série limitada por determinado período ou apenas
bre a linguagem do podcast, descobrir um episódio. Contempla narrações, diálogos, entrevistas, músicas e qualquer outro registro sonoro. Há
suas possibilidades e técnicas e pen- certa semelhança com programas de rádio, porém, é uma gravação que fica disponível para o ouvinte
sar em ferramentas digitais que podem acessar e ouvir quando e quantas vezes quiser.
mobilizar para gravarem o texto que vão
TMvectorart/
Shutterstock
Em seguida, eles devem identificar
um tema sobre o qual gostariam de
BearFotos/Shutterstock
se debruçar para aprender mais, pes-
quisar e levantar informações que se-
rão veiculadas por meio de áudio. Eles
podem selecionar temas relacionados
a cinema, literatura, esporte, games,
festas, folclore, turismo, questões am-
bientais, economia, política, etc. O im-
portante é abordar o tema de forma
Os áudios dos podcasts podem ser criados por
regional, identificá-lo com o que carac- apenas uma pessoa falando, como se estivesse
teriza a região Sul. contando uma história, ou com mais pessoas, como
se fosse uma entrevista ou um bate-papo.
Há importantes escritores e obras
de referência nacional que têm loca-
lidades da região Sul como cenário. NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Avalie indicar para os estudantes al- 1 Reunidos em grupos de quatro a cinco estudantes, conversem sobre os podcasts que conhe-
guns títulos para leitura total ou parcial cem e de que gostam, explicando do que tratam e por que os consideram legais.
e converse com o professor de Língua
2 Anotem as características positivas de cada um e avaliem se esses pontos positivos destaca-
Portuguesa para planejar um traba-
dos podem ser explorados em um podcast que vocês vão roteirizar e gravar para apresentar
lho interdisciplinar integrando as duas
algum aspecto da cultura da região Sul.
áreas. Entre os clássicos, destacam-se
O tempo e o vento, de Erico Verissimo, e 3 Definam o tema que gostariam de pesquisar e compreender mais. Busquem diversas fontes
os poemas de Mario Quintana. Há tam- para verificar a veracidade das informações que vão selecionar para divulgar.
bém uma significativa leva de escrito-
4 Escrevam um roteiro curto, com duração de, no máximo, cinco minutos (considerem que a
res contemporâneos, cujos enredos das
cada um minuto, em média, conseguimos pronunciar 150 palavras). Avaliem a possibilidade
obras descrevem aspectos atuais das
de inserir efeitos sonoros e trechos de músicas entre as narrações.
sociedades e dos espaços da região,
como Eliane Brum, Carol Bensimon e 5 Vocês podem usar o microfone de computadores e celulares e seus respectivos programas
Giovana Madalosso. de gravação de áudio. É importante escolher um ambiente silencioso. Utilize programas de
computador ou aplicativos para editar e finalizar a gravação de vocês.
242
242
no site do IBGE, no link disponível em:
Economia https://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_
Os três setores tradicionais da economia são bastante desenvolvidos e di- mapas/mapas_regionais/fisico/sul_
versificados na região Sul. Historicamente marcada pela criação de gado bo-
fisico1500k_2013.pdf (acesso em:
vino nos Campos Sulinos (Campanha Gaúcha), que fornecia para as demais
28 jun. 2022) –, para os estudantes
localidades brasileiras durante a colonização portuguesa, a atividade ainda é
analisarem a localização da UHE de
bastante importante na região. A pecuária de suínos e de aves, iniciada de for-
Itaipu no rio Paraná, promovendo, as-
ma mais consistente com a colonização europeia em pequenas propriedades,
sim, as CECH7 e CEG4 e a habilidade
desenvolveu-se bastante e atualmente lidera a produção nacional.
EF07GE09. Selecione fotos da região
antes e depois da instalação da UHE
Os campos onde inicialmente se praticava a
Mi Suzuki/Shutterstock
para os estudantes perceberem a alte-
agropecuária extensiva, de gado solto, passaram a
ração da paisagem e os impactos am-
ser ocupados por trigo e, em seguida, pela soja, que
bientais do projeto.
avançou do Rio Grande do Sul até o Paraná pela fai-
xa interior da região. Depois, rumou para as demais
A discussão sobre a construção e
regiões brasileiras, principalmente por meio da imi-
operação da UHE de Itaipu, pautada
gração de gaúchos e paranaenses que, em razão da
na análise do mapa político da região,
valorização das terras no Sul, buscavam terras mais
possibilita abordar sua importância
baratas e extensas na direção norte.
geopolítica, relacionada à localização
em Foz do Iguaçu, na região da Tríplice
A produção agrícola também se destaca, nas
Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai),
pequenas propriedades, no cultivo de arroz, taba- O cultivo de trigo adapta-se naturalmente aos tipos
climáticos mais frios e sua prática era dominada pelos promovendo aspectos do raciocínio
co, cebola, batata, milho, laranja, uva, maçã e outros
imigrantes europeus. Na fotografia, área produtora de geográfico. Atualmente, a região con-
gêneros alimentícios. trigo em Rolândia (PR), 2020.
centra imigração recente de povos ára-
Energia bes e tem sido área de atenção, desde
os atentados terroristas do Onze de Se-
Energeticamente, a região Sul é favorecida pela associação entre a rica rede tembro, o que deve ser problematiza-
hidrográfica e o predomínio de planaltos, condição adequada para a instalação do em relação a visões estereotipadas
de hidrelétricas, bastante comuns nos rios das bacias do Paraná e do Uruguai, e preconceituosas em relação aos po-
sendo a binacional de Itaipu, construída em parceria com o Paraguai, uma das vos árabes e não árabes originados do
maiores do mundo em geração de energia. Oriente Médio.
Tales Azzi/Pulsar Imagens
243
Orientações didáticas Indústria
Comente a grande relevância da in- O setor industrial regional do Sul é o segundo em importância nacional, e
dústria na região Sul. Você pode citar os sua maior concentração ocorre na região de Curitiba (PR), onde, apesar de ser
dados disponíveis a seguir.
a mais recente, é diversificada: automóveis, químicas, móveis, metalúrgicas e
⓿ Os cinco estados com mais es-
alimentícias, além da Região Metropolitana de Porto Alegre (RS) e Joinville (SC).
tabelecimentos industriais em A indústria moveleira também é bastante desenvolvida e dispersa territo-
2020: 1. São Paulo: 120 901; 2. rialmente. Entretanto, seu sucesso, associado ao uso intensivo da madeira pela
Minas Gerais: 59 876; 3. Santa construção civil e do corte de árvores para produção de lenha, está relacionado
Catarina: 44 731; 4. Rio Grande à grande devastação da Mata dos Pinhais (ou Mata de Araucárias), que hoje
do Sul: 44 657; 5. Paraná: 42 897. ocupa apenas 2% de sua área original.
⓿ Os cinco estados com maior par-
Adriano Vizoni/Folhapress
do Livro do Estudante e destaquem as concentrada em Blumenau (SC), município marca-
principais informações. Retome o tema do pela colonização alemã, cuja influência pode ser
do intenso desmatamento da Mata de observada em parte de sua arquitetura, suas festas,
Araucárias, também bastante explora- seus hábitos alimentares e nos traços físicos da po-
da para produção de papel e celulose. pulação. A produção de vinho, as fábricas de cigar-
É importante estabelecer conexões ro e de óleos vegetais também estão próximas às
entre o desenvolvimento de determi- áreas produtoras de uva, tabaco e soja, em maior
nados setores industriais e as práti- concentração do Rio Grande do Sul.
cas agrárias.
⓿ Outros dois tipos de indústria presentes na região Sul e bastante importantes a) A indústria têxtil fabrica teci-
dos e compreende a produ-
regionalmente são a têxtil e a cerâmica. Pesquise informações sobre elas e ção de roupas, tolhas, lençóis,
responda: tapetes, etc. A indústria cerâ-
mica produz revestimentos
a) Quais bens e produtos essas indústrias fabricam? cerâmicos, como azulejos e
b) Onde elas mais se concentram na região Sul? pisos, e também objetos de
uso doméstico, como louças.
b) O principal polo têxtil na região Sul está no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, com
destaque para os municípios de Blumenau, Brusque, Itajaí, Nova Trento, Luiz Alves,
244 São Bento do Sul e Jaraguá do Sul. O polo industrial de cerâmica da região Sul se
concentra ao sul do estado de Santa Catarina, com grande destaque para Criciúma.
244
Carvão mineral Leitura complementar
A região Sul concentra quase a totalidade da
245
1. O texto apresenta questões relacionadas à degradação do Pampa e à importância dos
Orientações didáticas corredores ecológicos como áreas de conservação.
2. Via de regra, os imóveis rurais situados na área caracterizada pelo bioma Pampa precisam
Você sabia? contar com ao menos 20% de cobertura vegetal nativa, ainda que existam exceções.
Você sabia?
Degradação ambiental do Pampa
A leitura do texto e as atividades
promovem o desenvolvimento da com- Mais degradado que Cerrado e Amazônia, Pampa é o bioma menos protegido do país
preensão leitora dos estudantes. O con- [...]
teúdo do texto e as reflexões propostas O Pampa é o bioma oficial brasileiro com menor percentual de terras dentro de unidades de conservação (2,7%).
exploram conceitos relacionados aos O Cerrado, em comparação, possui 8,3% de sua cobertura original em territórios de preservação ambiental; e a Amazônia,
mecanismos de gestão territorial pa- 27,3%. [...]
ra proteção ambiental, como legisla- Porém, para especialistas, criar áreas de conservação sem pensar nos corredores ecológicos como um todo não é o
ção ambiental, a implementação de bastante. “Precisamos de uma rede de pequenas áreas que se conectem uma com as outras”, afirma Pillar [Valério De
corredores ecológicos e unidades de Patta Pillar, professor do Instituto de Biociências da UFRGS]. Para Steigleder [Annelise Monteiro Steigleder, Promotora de
conservação, favorecendo associa- Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre], a criação de unidades de conservação precisa “vir concatenada
ções temáticas previstas na habilidade com instrumentos mais amplos de gestão territorial, de modo que se incentive os produtores a também preservarem.
Senão a gente vai ter uma ilha campestre rodeada por eucaliptos”, pondera.
EF07GE12.
Sugerimos encaminhar a realização Os corredores ecológicos são favorecidos com a obrigatoriedade de manutenção de reservas legais dentro das terras
produtivas. Pelo atual Código Florestal (lei 12.651/2012), a regra é que cada imóvel rural no Pampa deve manter 20% de
da proposta desta seção como ativida-
cobertura vegetal nativa. No entanto, há várias exceções, em especial no que concerne a áreas de uso consolidado. Onde
de extra-aula para os estudantes rea- a vegetação nativa foi totalmente suprimida antes de julho de 2008, por exemplo, não é necessária a reserva legal.
lizarem leituras, pesquisas e reflexões FONTANA, Vinícius; REED, Sarita. Mais degradado que Cerrado e Amazônia,
para serem compartilhadas em aula, Pampa é o bioma menos protegido do país. National Geographic, 4 out. 2019. Disponível em:
no dia que for combinado. Peça a eles https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2019/10/degradacao-cerrado-amazonia-pampa-bioma
-brasil-rio-grande-do-sul-vegetacao. Acesso em: 27 fev. 2022.
que registrem no caderno as respostas
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Pampas em área de
proteção ambiental em
Santana do Livramento
(RS), 2017. É possível notar
grandes áreas alagadas,
conhecidas como charcos,
que são importantes para
a manutenção da fauna
selvagem. Essas águas
têm sido expostas à
contaminação pelo uso de
insumos agrícolas.
3 Faça uma pesquisa para descobrir e conceituar o que é um corredor ecológico e por que
são importantes para a promoção da conservação ambiental.
3. Atividade de pesquisa. Espera-se que o estudante responda que o corredor ecológico é um instrumento de gestão
e ordenação territorial, definido pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, caracterizado por
246 uma faixa de vegetação ligando fragmentos de unidades de conservação separados pela atividade humana, possibili-
tando o deslocamento da fauna e da flora, bem como a troca genética entre as espécies e a dispersão de sementes.
246
Eixos do Orientações didáticas
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de
conteúdos proposta nesta página,
os quadros servirão de base estrutu-
REGIÃO
ral, possibilitando a sistematização de
SUL
COLONIZAÇÃO ECONOMIA conceitos e temas estudados e também
E FORMAÇÃO ⓿ Diversificada e desenvolvida;
a oportunidade para sanar as dúvidas
SOCIOESPACIAL ⓿ Pecuária bovina extensiva:
que surgiram ao longo do percurso.
⓿ Habitada por povos indígenas: Pampas gaúchos; Promova a observação e a leitura
catequização e apresamento ⓿ Suinocultura e avicultura bem coletiva do esquema, atentando pa-
por bandeirantes; desenvolvidas: frigoríficos; ra os conceitos que foram desenvol-
⓿ Colonização tardia: necessidade ⓿ Produção de grãos nas áreas de vidos ao longo deste capítulo e que
de promover a ocupação para campos (trigo, soja e milho) e
⓿ Menor região brasileira; serão importantes para o desenvolvi-
garantir a posse territorial – tabaco;
⓿ Localizada em sua maior mento de habilidades da BNCC no de-
incentivo à imigração europeia: ⓿ Fruticultura nas áreas serranas
⓿ alemães e italianos –
parte na zona climática
(maçã e uva);
correr do próximo capítulo, em especial
sobretudo em Santa Catarina
temperada (clima
⓿ Indústria diversificada: as habilidades EF07GE02, EF07GE03,
subtropical);
e Rio Grande do Sul; automobilística, química, EF07GE09 e EF07GE11.
⓿ Destaca-se por indicadores
⓿ poloneses, eslavos e extrativa, têxtil, alimentícia,
socioeconômicos melhores
japoneses – Paraná. moveleira, etc.;
do que a média nacional;
⓿ Trabalho livre e acesso à terra ⓿ Maiores reservas e extração de
⓿ Setor industrial: segundo em
(pequenas propriedades): carvão mineral;
importância nacional.
desenvolvimento de técnicas ⓿ Energia: áreas de planalto nas
agrícolas semelhantes àquelas bacias do Paraná e do Paraguai
que desenvolviam em seus – hidrelétricas (destaque para
locais de origem: Itaipu).
⓿ trabalho familiar e vida
comunitária – reprodução de
práticas sociais e culturais.
Características da colonização
colaboraram para o desenvolvimento
econômico e, sobretudo, para a
prosperidade social na região ser acima da
média nacional.
PROBLEMAS E DESAFIOS
SOCIOAMBIENTAIS
⓿ Indústria moveleira, agricultura e
urbanização: pressão na Mata dos
Pinhas (Mata de Araucárias) – reduzida
a 2% da extensão original;
⓿ Arenização de trechos dos Pampas
gaúchos;
⓿ Extração de carvão mineral.
247
247
Orientações didáticas NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Atividades Retome 1. Houve diferentes razões, entre elas: a grande distância de Salvador, então capital, o desconhecimen-
to da existência de metais e pedras preciosas na região e o clima não favorável ao cultivo de gêneros
agrícolas tropicais.
1 Por que a região Sul não atraiu grande contingente populacional no início do processo de colonização
3. O corte de árvores intensivo na Mata portuguesa no país?
dos Pinhais visava atender ao setor in- 2. Inicialmente a pecuária bovina, segui-
dustrial moveleiro e ao uso da madeira 2 Que exploração econômica se desenvolveu nos Campos Sulinos? da pelo cultivo de tabaco, soja, trigo,
dentre outros.
na construção civil. Ações de conser- 3 Quais atividades econômicas contribuíram de forma mais intensa para a devastação da Mata dos
vação ambiental podem ser atreladas Pinhais? O que é preciso fazer para evitar a perda do bioma e de sua biodiversidade?
à redução do consumo, ao refloresta- 3. Leia a resposta neste Manual do Professor.
4 Explique o que são os areais presentes no sudoeste do Rio Grande do Sul e por que eles não podem ser
mento e ao manejo das florestas, entre
considerados desertos. 4. Leia a resposta neste Manual do Professor.
outras possibilidades.
248
1. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante identifique que a imagem de
249
Orientações didáticas
Origem
Retome com os estudantes o histó-
No início da colonização, o litoral do Sudeste foi explorado por meio do
rico das principais atividades econômi-
extrativismo vegetal do pau-brasil, uma árvore nativa da Mata Atlântica, e
cas transcorridas no território brasileiro
de alguns núcleos de plantio de cana-de-açúcar, sobretudo nos litorais de
e peça a eles que identifiquem suas re-
São Paulo e do Rio de Janeiro, que não se desenvolveram tanto como no
lações espaciais com a atual região
Nordeste. É dessa época a fundação da Vila de São Vicente, no litoral sul
Sudeste. Relembre o projeto colonial e
paulista, em 1532.
seus interesses econômicos e destaque
o papel dos bandeirantes na explora-
Reprodução/Coleção particular
ção do interior do território a desco-
bertas de grandes reservas de ouro em
Minas Gerais.
Explore
Encaminhe a resolução das ativi-
dades propostas nesta seção e faça a
correção oral, orientando a leitura da
imagem e associando o grau de de-
senvolvimento técnico na época, iden-
tificado pelas ferramentas de trabalho,
com as possibilidades de intervenção
na natureza.
Você pode abordar o início do des-
matamento do bioma Mata Atlântica no
Sudeste, partindo do litoral pelo pro-
jeto colonial (extração vegetal) e in-
teriorizado pela exploração do ouro
e pelo desenvolvimento do complexo
cafeeiro, quando a voracidade e am-
pliação das áreas ocupadas, desmata-
das e queimadas foram intensificadas,
promovendo, de modo complemen-
tar, o desenvolvimento da habilidade
EF07GE11. Lavagem do minério
Foi da atual cidade de São Paulo, no século XVII, que partiram muitas das de ouro da montanha
bandeiras que desbravaram o interior do país em busca de metais e pedras Itacolomi (Lavage du
Minerai D’Or près de la
preciosas e de indígenas para servirem de mão de obra escravizada. Entre as montagne Itacolumi),
descobertas de jazidas minerais, a mais importante ocorreu em Minas Gerais, de Johann Moritz
Rugendas, 1835 (litografia).
no final do século XVII, onde atualmente estão Ouro Preto, Sabará, São João Africanos escravizados
del-Rei, Mariana, Tiradentes, entre outros municípios que se desenvolveram em prospectando ouro de
aluvião (em leito de rio) e
razão do ciclo do ouro.
de encosta de morro no
início do ciclo do ouro em
Minas Gerais.
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Mata Atl‰ntica
Direção: Paulo Rufino. São Paulo: Casa de Cinema Produções, 2005 (Documentário, 9’25’’).
Curta-metragem que narra a história natural da formação da Mata Atlântica, sua redução decorrente de processos econômi-
cos e sociais e o conhecimento de comunidades tradicionais sobre esse bioma.
250
abertura de estradas para escoamen-
Novo centro econômico e político to da produção feita no interior do país
A grande quantidade de ouro encontrada na re- e levada aos portos marítimos para ex-
Reprodução/Coleção particular
gião, associada à perda de importância da produ-
portação, resultado do caráter submis-
ção do açúcar no Nordeste, que passou a enfrentar
so do espaço colonial brasileiro aos
a concorrência com a produção em outros locais
interesses da metrópole. Auxilie-os a
do mundo, principalmente nas Antilhas, na América
estabelecer relações entre os meios de
Central, deslocou o centro econômico e político co-
transporte disponíveis na época (ani-
lonial para o Sudeste.
mais, como mulas, cavalos e bois) e a
grande distância entre local de origem
Assim, em 1763, o Rio de Janeiro substituiu Salva-
e destino, o que obrigava a paradas ao
dor como a capital do Brasil. Em 1808, a família real
longo do caminho. As paradas escolhi-
instalou-se na nova capital, fugindo da invasão de
das reuniam condições favoráveis, co-
Portugal por Napoleão Bonaparte, onde ficou até
mo abrigo e água, e localizadas entre
1821. Nesse período, a cidade passou por grandes
Villa Ricca, de Johann Moritz Rugendas, 1835 (litografia). distâncias condizentes com as possi-
transformações urbanísticas para abrigar a Coroa e
O transporte, em lombo de mulas, do ouro prospectado bilidades físicas dos animais e das
as milhares de pessoas da aristocracia portuguesa em Minas Gerais até os portos do litoral do Rio de
Janeiro para ser exportado para a Europa foi responsável
pessoas. O intenso fluxo e as paradas
(entre 10 mil e 15 mil pessoas).
pela abertura de estradas e caminhos, assim como pela frequentes nos mesmos locais levaram
formação de arraiais e vilas ao longo do trajeto. à formação de núcleos humanos esta-
Mão de obra livre belecidos para prestar pequenos servi-
No século XIX, a região Sudeste manteve sua importância econômica por ços úteis aos viajantes.
meio da plantação de lavouras de café, primeiro em terras fluminenses, depois Explore
por quase todo o Oeste paulista. Diferentemente da extração do ouro, reali-
Organize os estudantes em trios ou
zada praticamente apenas com mão de obra escravizada, durante o ciclo do
quartetos, oriente a resolução das ati-
café, ocorreu a proibição do tráfego de pessoas escravizadas da África (1850) e
vidades propostas, que articulam os
depois foi proibida a escravidão (1888), o que obrigou os fazendeiros a contra-
conteúdos do tópico sobre a extração e
tar mão de obra livre e assalariada, em parte constituída de imigrantes euro-
transporte de ouro por meio do traba-
peus e japoneses.
lho escravo, e, então, aborde a transição
A transição do trabalho escravo para o trabalho livre propiciou a formação
para o trabalho livre, lembrando que os
de uma massa de consumidores que dinamizaram a economia regional por meio
dois sistemas conviveram de forma le-
da necessidade de compra de bens básicos para a
gal durante um período da história.
Orientações didáticas localizar Salvador (BA), Ouro Preto (MG) e Rio de Janeiro
(RJ) para melhor se situarem e terem mais compreensão
Avalie a possibilidade de promover abordagem interdisci- sobre o deslocamento do eixo econômico e político com
plinar com História para tratar da vinda da família real para a descoberta de grandes minas de ouro em Minas Gerais.
o Brasil, seus motivos e as consequências para a sociedade Peça-lhes que localizem também as Antilhas, na América
e para a organização do espaço geográfico brasileiro, esta- Central Insular, por meio da consulta ao mapa político da
belecendo relações entre o que transcorria na Europa com América. Esses encaminhamentos favorecem o desenvolvi-
o que transcorria no espaço colonial português na América, mento das CECH7 e CEG4.
favorecendo o desenvolvimento da CECH5. Em aula, peça que relatem o que compreenderam da lei-
Oriente os estudantes a lerem este tópico no Livro do tura e as eventuais dúvidas. Incentive os próprios estudan-
Estudante em momento extra-aula, como estratégia para tes a apresentarem explicações para auxiliar os colegas.
se prepararem para as discussões e aprendizagem em au- Explore as imagens e as respectivas legendas para que
la a respeito do texto e imagem do primeiro tópico da pá- compreendam as conexões entre as atividades econô-
gina. Oriente-os a consultar o mapa político do Brasil para micas e as dinâmicas espaciais, mais especificamente a
251
Orientações didáticas
Tecnificação do território
Promova a leitura compartilhada
O café e a industrialização também favoreceram a instalação de uma in-
do texto, esclarecendo dúvidas e cer-
fraestrutura que incluía transportes e comunicações, como ferrovias, estradas,
tificando-se de que compreenderam
rodovias, portos, telégrafos, telefones e sistemas de geração de energia, além
as razões que transformaram algumas
de incrementar a demanda por matérias-primas, incentivar o desenvolvimento
áreas do Sudeste em centros de atra-
de uma rede financeira e de serviços (bancos, cartórios, órgãos públicos, co-
ção populacional, razões estas internas,
mércios, etc.) e alimentar o crescimento econômico. Esse cenário passou a atrair
como a sua dinamização econômica, e
também externas, especificamente, os muitas pessoas, sobretudo do Nordeste, onde a decadência econômica, a con-
problemas sociais vividos por parte da centração de terras no campo, a falta de políticas sociais e a ineficiência das
população nordestina. Além disso, re- existentes expulsaram a população mais pobre.
flita com eles sobre o ganho de fluidez Assim, a população do eixo Rio-São Paulo cresceu rapidamente. Novas
territorial proporcionado pelas capi- cidades surgiram, e o processo de urbanização ganhou escala, resultando
tais, gerado pelo café e pela indústria, no cenário atual da região, que é a mais populosa, povoada e urbanizada
e sua fixação parcial no território por do país.
meio da instalação de variados siste-
mas de engenharia voltados ao trans- População multiétnica
porte, à comunicação e à geração de
Os três estados mais populosos do país estão no Sudeste: São Paulo, Minas
energia. Essas reflexões proporcionam Imigrantes japoneses
Gerais e Rio de Janeiro, nessa ordem. Entretanto, atualmente, quase um terço
compreender a produção do espaço desembarcando no porto
dessa população não nasceu na região, o que atesta a relevância da imigração de Santos (SP), 1934. De
geográfico do Sudeste, à medida que Santos, eram levados
e a constituição de uma região multiétnica e multicultural.
dialoga com o desenvolvimento das ha- para a cidade de São
Após o encontro forçado entre portugueses, indígenas e africanos, vieram Paulo, para o interior do
bilidades EF07GE02 e EF07GE07.
alemães, italianos, espanhóis, japoneses, povos árabes, chineses, coreanos, la- estado e para outros
estados brasileiros,
Explore tino-americanos, haitianos e novamente africanos (agora como pessoas livres, inclusive no Sul do país.
Oriente a realização da atividade partindo de distintos
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Você pode selecionar trechos de livros, contos e poemas de importantes escritores identificados com a região Sudeste, como
Carlos Drummond de Andrade e Machado de Assis, para trabalhar aspectos culturais e a visibilidade que esses escritores deram
para os elementos paisagísticos da região, além de seus variados atores e segmentos sociais, promovendo a ampliação do
repertório cultural dos estudantes (CG3) e a abordagem interdisciplinar com Língua Portuguesa.
Outra possibilidade é pedir aos estudantes que pesquisem sobre a vida e a obra desses escritores e selecionem algum trecho
de seus textos para ler para a turma. Também podem trazer contribuições de outros escritores identificados com a região, ou
mesmo letras de música.
252
Orientações didáticas
Contraponto
Contraponto
Desconstruindo preconceitos
O conteúdo desta seção possibilita
Como o preconceito interfere na percepção sobre o desenvolvimento de trabalho inter-
a identidade do migrante nordestino
disciplinar com Língua Portuguesa. As
Pesquisa realizada pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da
USP mostra que a palavra “nordestino” está impregnada de preconceito e de
problematizações e reflexões realiza-
construções sociais que levam alguns brasileiros de outros Estados a enxergarem das nela favorecem o desenvolvimen-
os migrantes do Nordeste como “seres inferiores” – crença totalmente infundada to das CG5, CG8, CG9, CECH1, CECH4
e que remete aos piores episódios de perseguição da história, tendo por base a e CEG7.
ideologia eugenista de que supostamente a biologia poderia selecionar os “me-
Pergunte aos estudantes o que é o
lhores” membros da raça humana.
preconceito de origem geográfica ou re-
Expressões como “cabeça chata”, designação para má aparência; “baiano”
ou “paraíba”, indicativos de que alguém fez algo errado; e “mulher macho”, para
gional e peça exemplos. Peça para eles
mulheres paraibanas ou nordestinas, que seriam desprovidas de uma idealizada levantarem hipóteses sobre como es-
“feminilidade”, são algumas das condenáveis alcunhas que lhes atribuem valor sas visões negativas e preconceituosas
negativo nas metrópoles do Sul e Sudeste. A pesquisa propõe uma reflexão sobre são construídas. Oriente então a leitura
o assunto e a desconstrução dessa percepção generalista do migrante do Nor- silenciosa do texto e em seguida a lei-
deste, fato que dificulta ainda mais a vida desse povo que muitas vezes deixou
tura compartilhada. Estimule comentá-
sua terra em busca de uma vida melhor.
rios e troca de ideias. Explore também
FERREIRA, Ivanir. Como o preconceito interfere na percepção sobre a identidade do
migrante nordestino. Jornal da USP, 28 maio 2020. Disponível em: https://jornal.usp.br/ as imagens e pergunte quais sotaques
ciencias/preconceito-interfere-na-percepcao-sobre-a-identidade-do-migrante tendem a ser valorizados e desvalori-
-nordestino/. Acesso em: 11 mar. 2022.
zados. Pergunte como falam os apre-
sentadores dos telejornais nacionais
Reprodução/contramao.una.br/tag/lingua-portuguesa
253
Orientações didáticas Trabalhando com mosaicos
Trabalhando com Povos e comunidades tradicionais no Sudeste
Esta atividade promove o desenvol- Mosaico é uma técnica artística que consiste em juntar fragmentos de algum material e ordená-los
vimento da CG4 (Comunicação) e da para criar uma imagem ou formas harmônicas. É muito comum em painéis decorativos. Inspiradas nessa
habilidade EF07GE03, ao mobilizar o técnica, surgiram outras montagens que reúnem imagens ou recortes para formar um painel.
reconhecimento dos variados grupos
fizkes/Shutterstock
sociais presentes na região Sudeste.
Pode ser desenvolvida de modo inter-
disciplinar com Arte.
Os estudantes devem identificar as
comunidades tradicionais e povos in-
dígenas da região Sudeste e selecio-
nar fotos variadas para representá-los,
cuidando tanto do seu aspecto estéti-
co quando da diversidade étnica, etá-
ria e de gênero.
Uma alternativa é orientar a constru-
ção de um mosaico coletivo. Para isso,
você pode organizar que determina-
do número de estudantes, individual-
mente, pesquisem as características
de uma comunidade tradicional ou po-
vo indígena que vive na região Sudeste,
selecionar imagens de pessoas dessas
Os mosaicos podem ser feitos de diferentes formas de acordo com a intenção da mensagem a ser transmitida.
comunidades e também anotar quais
são suas principais características e se
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
preparar para comunicar aos seus cole-
gas de sala o que descobriu. O mosaico ⓿ Você vai montar um mosaico de imagens que retratem e sintetizem o conjunto de povos e
pode ser físico, como sugerido na ativi- comunidades tradicionais presentes na região Sudeste. Escolha os materiais e os recursos
dade no Livro do Estudante, ou então que preferir, como recortes de imagens de revistas coladas em papel Kraft ou cartolina, ou
digital. De maneira complementar, os montagens de imagens obtidas na internet em um suporte digital. É importante selecionar
estudantes podem localizar essas co- as imagens com cuidado. Elas devem representar a diversidade de modos de vida das popu-
munidades e povos em um único mapa lações tradicionais quem habitam essa região. Para isso, é importante fazer uma pesquisa
da região Sudeste, afixado em mural. sobre elas. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
254
254
A complexidade do território Orientações didáticas
Sugerimos que os estudantes pes-
O grande crescimento populacio- quisem previamente sobre o conceito
⓿ Descreva a densidade dos fluxos materiais e imateriais do lugar onde você vive. Quais são eles? São variados
ou limitados? E qual é a intensidade de cada um deles?
Respostas pessoais. Espera-se que o estudante identifique e diferencie os principais fluxos materiais e imateriais
que acontecem no lugar onde ele vive e os qualifique e quantifique (quais são, de onde saem e para onde vão,
quais são mais intensos e frequentes, etc.) 255
255
2. Espera-se que o estudante desenhe o croqui cartográfico com um perímetro semelhante ao da região Sudeste e
insira as informações respeitando a localização dos municípios e a distância aproximada entre eles.
Orientações didáticas Para além da megalópole, há outras cidades bastante importantes e grandes. Elas são dinâmicas econo-
micamente, apresentam polos industriais significativos e complexa rede de comércio e serviços. Além disso,
No tópico sobre mineração, são des-
configuram áreas de influência que polarizam a produção do espaço rural, onde a agricultura comercial é
tacadas duas importantes atividades
predominante. São muitos os exemplos, como Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros, Uberaba, Uber-
compreendidas na indústria extrativa
lândia e Araguari (essas três últimas formam o Triângulo Mineiro) e localizam-se em Minas Gerais; Soroca-
de recursos minerais praticadas atual-
ba, Ribeirão Preto, Presidente Prudente, entre outras cidades do estado de São Paulo; Vitória e Linhares, no
mente na região Sudeste com a fina-
Espírito Santo; e Campos dos Goytacazes, Macaé e Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro.
lidade de explicitar a complexidade
econômica do seu espaço geográfico
e que a exploração mineral não é al- Explore
O estudante deve listar aproximadamente vinte municípios, NÃO ESCREVA NO LIVRO.
go relevante apenas na história de sua dependendo da fonte de sua pesquisa
formação espacial, mas bastante signi- 1. Pesquise e identifique os municípios localizados no Sudeste com 500 mil habitantes ou mais.
ficativa na atualidade. 2. Elabore um croqui cartográfico da região e insira pontos para indicar a localização aproximada de cada município,
Na internet, há vídeos institucionais identificando-os com os respectivos nomes.
da Petrobras e da Vale que explicam 3. Como é a distribuição espacial desses municípios? Onde há maior e menor concentração populacional?
A maior parte dos municípios com mais de 500 mil habitantes da região Sudeste está em São Paulo e no Rio de
a formação dos recursos minerais e Janeiro. A maioria deles se localiza nas regiões metropolitanas de São Paulo (SP) e do Rio de Janeiro (RJ).
como é feita a extração de minerais
de ferro e o que é a camada de Pré- Minera•‹o
-Sal. Você pode selecionar alguns para A região Sudeste é rica em recursos naturais que são intensamente explorados. Entre eles, dois se des-
exibi-los em aula ou indicar que as- tacam nacionalmente: o ferro e o petróleo.
sistam a eles em momento extra-aula, Minas Gerais é o estado responsável por mais de um terço da extração dos minerais metálicos do país
como forma de preparação, implican- (como ferro, bauxita e manganês) e onde está instalada (e em operação) grande parte das siderúrgicas e
do o estudante de maneira ativa em das metalúrgicas. A região do Quadrilátero Ferrífero, no centro-sul do estado (compreendendo os municí-
seu processo de estudo e aprendi- pios de Itabira, Mariana e Ouro Preto), produz cerca da metade do minério de ferro nacional, em grande
zagem. Eles podem pesquisar alguns parte escoado por ferrovias até o porto de Tubarão, em Vitória (ES), onde é exportado.
outros recursos audiovisuais, que Em 2005, foram descobertas grandes reservas de petróleo de alta qualidade, denominadas camadas
abordam os riscos e problemas am- pré-sal, nas bacias sedimentares de Santos e de Campos. Esses depósitos de petróleo estão localizados em
bientais da extração de minerais de uma faixa litorânea de cerca de 800 quilômetros de extensão (entre Santa Catarina e o Espírito Santo) e
ferro e petróleo, e fazer uma lista para 200 quilômetros de largura, e situados entre 7 e 8 quilômetros de profundidade no assoalho marinho. A ex-
indicar para os colegas. ploração iniciou-se em 2012 e tem po-
Se possível, separe mapas da distri- tencial para gerar muita riqueza para Brasil: pré-sal – 2017
buição dos recursos minerais do Brasil os municípios litorâneos dessa área,
45° O
ES
e também da sua estrutura geológica, além de benefícios para todo o país, MG
disponíveis em atlas escolares e na in- uma vez que pode garantir a autossu- RJ
ternet, para os estudantes identifica- ficiência na produção de petróleo e o SP Trópico de Capricórnio
rem a localização e distribuição das lucro com sua exportação. BACIA
principais reservas minerais e áreas de DE CAMPOS
e os não metálicos e energéticos, co- Elaborado com base em: A DESCOBERTA Concessão
de um campo de petróleo e gás natural BACIA Cessão onerosa
mo o petróleo, às bacias sedimentares. em 5 passos. Petrobras, 20 fev. 2015.
SC
DE SANTOS
Partilha de produção
Disponível em: https://petrobras.com.br/
Explore OCEANO Exploração pós-sal
fatos-e-dados/a-descoberta-de-um RS 0 175 350 ATLÂNTICO Limite das bacias
-campo-de-petroleo-e-gas-natural-em-5 petrolíferas
Encaminhe as atividades da primei- -passos.htm. Acesso em: 11 mar. 2022.
km
produções. ⓿ Faça uma pesquisa para descobrir as principais áreas produtoras de petróleo no Brasil.
Em sala, organize uma grande roda e A produção de petróleo no Brasil ocorre em nove bacias petrolíferas. Os quatro maiores destaques são: bacia de
Campos (litoral que se estende do Espírito Santo até o norte do Rio de Janeiro); bacia de Santos (litoral sul do Rio
faça os croquis circularem entre todos de Janeiro até o litoral norte de Santa Catarina); bacia do Espírito Santo (centro e norte do Espírito Santo até o sul
os estudantes para eles observarem as 256 da Bahia); bacia do Recôncavo Baiano (estado da Bahia).
produções dos colegas e eventualmen-
te aprender com elas. Peça para alguns Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
voluntários comentarem o que os cro-
quis têm de semelhante, destaquem al-
gumas diferenças e se avaliam que seu
croqui precisa de alguma complemen-
tação ou correção. Por fim, peça que
analisem a distribuição espacial dos
municípios localizados no croqui, en-
caminhando oralmente a atividade 3.
Essas reflexões e atividades mobili-
zam o raciocínio geográfico e o pensa-
mento espacial (CECH7, CEG3 e CEG4)
e promovem o desenvolvimento da ha-
bilidade EF07GE09.
256
Orientações didáticas
Agropecuária
Promova a leitura das duas ima-
O Sudeste destaca-se pela forte presença da agricultura e da pecuária comerciais, modernas, com ele-
gens e suas respectivas legendas para
vado índice de mecanização e utilização de insumos, realizadas em grandes propriedades e com produção
os estudantes associarem a relevân-
associada à agroindústria e voltada para a exportação.
cia da agropecuária comercial pratica-
A produção de grãos, como soja e milho, pre-
luente que a gasolina e o óleo diesel. Atualmen- duas atividades. Determine o dia para
te, pode ser utilizado também nos motores de compartilhamento de resultados e es-
veículos do tipo flex, presentes em grande parte clarecimentos de dúvidas.
da frota de automóveis no Brasil.
A resposta depende da variação nos preços de combustíveis no momento da realização da atividade. De modo geral,
do ponto de vista econômico, só compensa abastecer os veículos com etanol quando seu preço corresponde a
até 70% do preço da gasolina. 257
257
Orientações didáticas
Problemas socioambientais
Oriente os estudantes a pesquisa-
O grande desenvolvimento econômico no cam-
que pesquisou, compreender suas ori- Os biomas naturais da região Sudeste foram
gens e consequências e registrar em bastante desmatados, restando poucas áreas onde
seus respectivos cadernos as informa- o Cerrado e a Mata Atlântica estão preservados.
ções centrais. Resíduos líquidos industriais, domésticos e de ati-
vidades agrárias poluíram recursos hídricos, e o Área ocupada em manancial em São Paulo (SP), 2019. O
Peça a um voluntário que cite e ex- adensamento urbano nessas áreas tem como resultado
abastecimento de água potável é crítico, sobretudo
plique um problema ambiental que a intensa exploração das águas e, em muitos casos,
em períodos de estiagem. Áreas de mangue foram
aprendeu com seu colega. Registre a poluição dos recursos hídricos devido à ineficiente
aterradas e ocupadas por indústrias e residências, e estrutura da rede de esgotos e tratamento de dejetos.
na lousa suas principais caracterís-
ticas. Em seguida, o colega citado se muitas praias urbanas ficam impróprias para banho durante grande parte do ano.
manifesta para fazer eventuais ajustes Emissões de gases pelas fábricas e pelos escapamentos de veículos são as principais responsáveis pela
e complementações. Verifique quem má qualidade do ar em muitas cidades, e essa situação é agravada no inverno, com a redução das chuvas.
mais pesquisou sobre o mesmo pro-
blema e peça para contribuírem. Re- Problemas sociais
pita o procedimento até que todos os
Os grandes contrastes sociais e a disparidade socioeconômica, sobretudo nas grandes cidades, resul-
exemplos de problemas ambientais e
tam em paisagens degradadas onde moram milhões de pessoas que não têm condições dignas de vida,
sociais pesquisados pela turma sejam
ou seja, de pleno exercício da cidadania. Essa população sofre com o transporte público caro e ineficiente,
abordados. Peça então para eles ava-
além da falta de oferta de moradias populares, sendo obrigada a viver em bairros com pouca oferta e baixa
liarem quais as possíveis relações entre
qualidade de serviços públicos e privados.
eles (por exemplo, o problema social do
Nessas áreas, os índices de violência contra o patrimônio e contra as pessoas são bastante elevados,
alto custo da moradia leva as pessoas a
fazendo da segurança pública uma das principais preocupações da população.
ocuparem áreas de manancial, se des-
dobrando em um problema ambiental).
Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens
258
As condições de vida das pessoas que vivem no mesmo município podem ser muito diferentes de acordo Orientações didáticas
com as características do bairro ou até da rua onde moram. Em geral, populações com melhores empregos
e maior qualificação profissional tendem a habitar as porções mais centrais, onde as ofertas de empregos Explore
estão concentradas e os serviços públicos são mais eficientes. Sugerimos propor a realização em
Os grupos menos favoreci- pequenos grupos das atividades com-
São Paulo (SP): óbitos por covid-19, segundo Distrito
dos tendem a ocupar as peri- Administrativo por residência – 11/3/ê0ê0 a 30/4/ê0ê0 preendidas na seção Explore. Enquan-
ferias das cidades, enfrentan- to isso, você pode circular entre eles
1. Quais dados são apresentados no mapa? O número de óbitos por covid-19 em cada Distrito Administrativo do
município de São Paulo (SP) entre os dias 11/3/2020 e 30/4/2020.
2. Em quais Distritos Administrativos observamos maiores percentuais de mortes por covid-19: nos centrais ou nos
periféricos? O maior número absoluto de óbitos no período ocorreu nos distritos periféricos localizados nas
Zona Leste e Zona Norte do município e em alguns distritos periféricos da Zona Sul.
3. Há correspondência entre os distritos com maior número de mortes e a existência de áreas com moradias pre-
cárias, como favelas e cortiços? Sim, há correspondência entre o maior número de óbitos, indicado pela cor
roxa no mapa, e as moradias mais precárias, indicadas pelas manchas pretas
no mapa.
259
259
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
l
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de con-
teúdos proposta nesta página, os eixos
servirão como base estrutural, possibi-
litando a sistematização de conceitos e REGIÃO
temas estudados e também a oportuni- SUDESTE
dade para sanar as dúvidas que surgi-
ram ao longo do percurso.
Promova a observação e a leitura co- COMPLEXIDADE DO
letiva do esquema, atentando para os TERRITÓRIO
conceitos desenvolvidos ao longo des- FORÇAS ECONÔMICAS ⓿ Diversidade e concentração de
te capítulo. ⓿ Exploração de ouro a partir
atividades dos três setores da
de meados do século XVIII:
economia;
o centro econômico e ⓿ Agropecuária diversificada e
político do país deslocou-se
desenvolvida: grande parte é
para a região;
modernizada e comercial;
⓿ Ciclo do café – transição da Concentra a maior
parte da população
⓿ Sedes de muitas empresas
mão de obra escrava para a
brasileira e da geração nacionais e estrangeiras,
livre: chegada de migrantes
de riqueza nacional, e é bancos, centros médicos, de
(mercado consumidor);
a mais industrializada e ensino e pesquisa, polo de
instalação de infraestrutura
tecnificada do país. divisão cultural;
de transportes e
⓿ Ampla e densa rede de
comunicação e da rede
transportes e comunicação:
bancária e comercial –
produção, circulação e
favoreceu o desenvolvimento
consumo de bens materiais e
industrial;
imateriais – nacional e mundial;
⓿ Industrialização – grande
⓿ Indústria extrativa mineral
atração de migrantes,
(MG) e petrolífera (litoral);
sobretudo nordestinos:
urbanização acelerada.
⓿ Eixo Rio-São Paulo: megalópole.
260
260
2. Trata-se de uma área bastante tecnificada, com densa rede de
transportes e comunicações, que concentra as principais univer-
sidades e os centros tecnológicos e de pesquisa do país, além
de abrigar parte significativa das indústrias e dos serviços mais
avançados.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Orientações didáticas
Retome presença por meio de estádios espalhados em
cidades de todo o Brasil. Todos os estados têm
Atividades
1. Leia a resposta neste Manual do Professor.
1 Quais são as relações entre o ciclo cafeeiro, o muitas equipes, que disputam títulos estaduais
trabalho livre e assalariado, a industrialização em várias divisões. Além disso, há os campeo- 1. Após a abolição da escravidão, o tra-
e o desenvolvimento econômico do Sudeste? natos nacionais e internacionais. balho assalariado, principalmente in-
Veja na tabela os times brasileiros que mais se
centivado pelo governo brasileiro para a
2 Descreva as principais características do es- vinda de imigrantes europeus, ocupou
paço geográfico da megalópole formada en- destacaram nacional e internacionalmente, em
grande parte da mão de obra emprega-
tre as cidades de São Paulo (SP) e do Rio de número de títulos, até 2021.
da no cultivo do café. O desenvolvimen-
Janeiro (RJ). to do complexo econômico cafeeiro foi
Campeonato Times Número de títulos
3 Liste dois problemas socioambientais comuns responsável pela acumulação de capi-
na região Sudeste e explique suas origens. Palmeiras 8 tal no Sudeste, estimulando o desen-
Santos 7 volvimento econômico da região, que
Exercite se destacou das demais e criou gran-
Flamengo 7
4. Leia a resposta neste Manual do Professor. de parte das condições necessárias ao
4 Observe o mapa a seguir, que mostra os per- Brasileiro e
Taça Brasil
Corinthians 7 processo de industrialização, também
centuais dos tipos de domicílio (casas e edifí- incentivado por ações do Estado.
São Paulo 6
cios) em cada região:
Cruzeiro 4 4. a) A moradia em edifícios apresen-
Brasil: tipos de domicílio segundo as Fluminense 4 ta maior percentual na região Sudeste.
grandes regiões – 2019
50º O Cruzeiro 6 4. b) A região Sudeste caracteriza-se
Grêmio 5 por grande número de pessoas (região
Equador
0º mais populosa do país), maior número
Copa do Brasil Palmeiras 4
de médias e grandes cidades e eleva-
6,6% 93,1%
Flamengo 3 do índice de urbanização, o que cola-
Corinthians 3 bora para a concentração de pessoas
8,7% 91,1%
e o aumento do custo da terra no es-
São Paulo 3
paço urbano, favorecendo a construção
Copa Palmeiras 3 de edifícios.
9,2% 90,5%
OCEANO Libertadores Santos 3
5. a) Os clubes de futebol brasileiros
Fórmula Produções/Arquivo da editora
OCEANO ATLÂNTICO
PACÍFICO
19,5% 80,3%
Trópico
de
Grêmio 3 que mais venceram os campeonatos
Capricór
nio
Mundial de Clubes São Paulo 3
listados estão sediados nos estados de
FIFA e São Paulo, do Rio de Janeiro e de Mi-
Santos 2
Edifício
Casa
14,8% 85,2%
0 620 1 240 Intercontinental nas Gerais, todos compreendidos na re-
km de Clubes Corinthians 2 gião Sudeste.
Elaborado com base em: IBGE Educa Jovens.
Elaborado com base em: DORNELAS, Marcondes.
Conheça o Brasil. População: domicílios brasileiros.
Ranking: 380 maiores campeões do futebol brasileiro.
5. b) Resposta pessoal. Espera-se que
Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/
Lista da 1ª a 124ª colocação. Campeões do futebol, 4 jul. os estudantes apresentem argumen-
conheca-o-brasil/populacao/21130-domicilios
-brasileiros.html. Acesso em: 11 mar. 2022.
2009. Disponível em: https://www.campeoesdofutebol. tos relacionados à concentração popu-
com.br/especial21.html. Acesso em: 17 mar. 2022.
lacional e ao maior número de clubes
a) Em qual região o percentual de oferta de a) Pesquise e indique: a quais estados perten- de futebol de grande porte na região e
moradias em edifícios é maior? cem os times que mais ganharam títulos? E também ao fato de esses clubes terem
b) O que poderia explicar essa situação? em quais regiões eles se localizam? maiores orçamentos, o que é um refle-
5 Ainda que muitos não se interessem por fute- b) Elabore uma hipótese para explicar a concen- xo da concentração da riqueza nacional
bol, ele aparece frequentemente nos noticiá- tração dos times que mais venceram campeo- na região Sudeste.
rios e faz parte da paisagem, marcando sua natos em apenas uma região brasileira.
3. O estudante pode indicar a ocupação em áreas de 5. Leia a resposta neste Manual do Professor.
mananciais e o despejo inadequado de lixo e esgoto sem
tratamento em canais hídricos das cidades, entre outras 261
possibilidades.
261
Orientações didáticas
Ponto de checagem NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Ponto de checagem Professor, informe aos estudantes que, apesar de algumas áreas da Mata dos Cocais apresentar
características do clima semiárido, ele não é predominante na sub-região.
A seção Ponto de checagem oferece 1 Analise o texto e a foto a seguir. 2 Analise o mapa e a manchete de reportagem
1. Leia as respostas neste Manual do Professor.
um conjunto de atividades que auxiliam sobre o desenvolvimento da atividade minera-
Carnaúba Sustentável
na avaliação da aprendizagem de con- dora na região Norte do país:
Acesso a tecnologias sustentáveis, educação 2. Leia as respostas neste Manual do Professor.
teúdos trabalhados na unidade. Para ambiental que agregue qualidade na relação diá- Brasil: municípios com maior área
mais orientações, veja o tópico Acom- ria com a Caatinga, e investimento social na cadeia minerada (em hectares) – 2020
panhamento das aprendizagens, nas
co. Entretanto, esses aspectos também de Placas, para armazenamento de água, Fogões AC 4 849
RO
Peixoto TO
Ecoeficientes, para o melhor aproveitamento da le- Azevedo
se manifestam em áreas mais reduzi- nha e redução de danos do uso do fogão, e Sistema
5 735
MT
das e específicas. Além disso, seu as- Bioágua, que possibilita o reúso das águas cinza[s], DF
pecto verdejante não reforça o traço provindas da pia da cozinha, lavanderia e chuveiro, GO
característico do Sertão e também da
0 455 910
na irrigação das plantas na produção de alimentos. MG
OCEANO km MS
Caatinga. Sendo assim, aproveite esse CARNAÚBA sustentável. Associação Caatinga, Ceará, PACÍFICO SP
exemplo para reforçar o caráter gene- [s. d.]. Disponível em: https://www.acaatinga.org.br/
carnauba-sustentavel. Acesso em: 29 abr. 2022.
Elaborado com base em: CHIARETTI, Daniela. Área
ralizante de muitas classificações, prin- ocupada pelo garimpo em terras indígenas cresceu
495% de 2010 a 2020. Valor Econômico, São Paulo,
cipalmente quanto elas compreendem
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
262
3. Leia as respostas neste Manual do Professor. 5. Leia as respostas neste Manual do Professor.
3 Analise a distribuição da produção de soja por b) Qual é a importância da pecuária para o desen- Orientações didáticas
região, no período de safra entre 2021 e 2022. volvimento da região? Isso ocorre ainda hoje?
Equador
0º
tidos das regiões Nordeste, Sudeste e
12,248 12,691
Equador
0º
Norte, estes não atingem os resultados
2020/21 2021/22
NORTE 23,597 24,426 NORTE
da região Sul, tampouco os da região
2020/21 2021/22
R$ 387 bilhões
5,5%
Centro-Oeste.
116,529 134,832 NORDESTE NORDESTE
R$ 1 trilhão
14,3% 3. b) Espera-se que os estudantes ci-
2020/21 2021/22
CENTRO-OESTE
OCEANO
ATLÂNTICO CENTRO-OESTE
tem o milho e a criação de gado co-
24,086 27,057
OCEANO
PACÍFICO 2020/21 2021/22
R$ 694 bilhões
9,9%
OCEANO
ATLÂNTICO
mo outras atividades desenvolvidas em
larga escala na região. Como impactos
SUDESTE SUDESTE
Trópico
78,558 89,604 Capricór
de R$ 3,7 trihões
AC RO TO
PI
PE
PB
e desertores dos exércitos espanhol e
MT
4 Analise o texto a seguir. GO DF BA AL português. Como atividades desenvol-
SE
Para a professora de antropologia e pesquisado-
MS MG
vidas, eram responsáveis pela captura
ra da UFRGS Maria Eunice de Souza Maciel não há
ES
de gado bovino selvagem na região dos
unidade quando o assunto é a origem do gaúcho.
SP População total Pampas.
[...] RJ
(mil habitantes)
PR De 466,0 a 1 000,0
Há 200 anos, o Pampa era como um grande sa-
De 1 000,1 a 5 000,0 4. b) Os estudantes devem indicar o
lão de baile, sem cercas e sem fronteiras. Até então,
RS
SC De 5 000,1 a 10 000,0
fato de a atividade pecuária ser tradi-
não existia um grupo que pessoas que se chamasse De 10 000,1 a 22 000,0
“gaúcho”. As missões jesuíticas tinham sido destruí- 45 103,1 cional para a região, estando presente
das e o rebanho, que havia sido trazido pelos padres desde o processo de formação e ocupa-
Elaborado com base em: IBGE Educa Professores. Você
para alimentar os povoados, se dispersava pelos
sabe o que é anamorfose? Disponível em: https://
ção do território brasileiro. Atualmente,
campos dando origem a grandes rebanhos livres. educa.ibge.gov.br/professores/educa-recursos/20815 a atividade em questão ainda é impor-
PESQUISADORES do RS explicam origem do nome e do -anamorfose.html. Acesso em: 8 maio 2022. tante, contudo, divide espaço com la-
homem do sul. G1, Rio Grande do Sul, 2019. Disponível
em: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/semana a) Com relação aos dois mapas, quais regiões vouras, sobretudo, de soja e milho.
-farroupilha/2013/noticia/2013/09/pesquisadores-do-rs
apresentam maiores e menores resultados
-explicam-origem-do-nome-e-do-homem-do-sul.html. 5. a) Espera-se que os estudantes indi-
quanto aos fenômenos representados?
Acesso em: 29 abr. 2022.
quem que a região Sudeste lidera tan-
a) Como eram os Pampas antes da ocupação b) Quais explicações podemos dar para a lide- to em população quanto no PIB. Já a
moderna? Qual seu papel para o desenvolvi- rança da região apontada no item anterior? região Norte apresenta os valores mais
mento econômico da região Sul? Qual sua relevância para a economia do país? baixos nos dois mapas.
4. Leia as respostas neste Manual do Professor.
263 5. b) Espera-se que os estudantes in-
diquem o fato de a região Sudeste, so-
bretudo, o estado de São Paulo, exercer
grande influência sobre a economia do
país por ter as principais cadeias pro-
dutivas e indústrias, concentrando,
assim, serviços e produtos que são ven-
didos para todo o território. O fato de ter
grande contingente populacional corro-
bora sua importância, já que sua pu-
jança econômica atraiu grandes fluxos
populacionais no decorrer dos anos,
sejam internos ou externos.
263
Orientações didáticas
Ponto de chegada
Ponto de chegada
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
p
Mulheres e crianças gritam e são silenciadas
Ra
Tratado de Tordesilhas
o
2. a) Frase incorreta: Com a República
ni
tô
a golpes de machete. Os sobreviventes do
An
Velha (1889-1930), a imigração para massacre, feridos e acorrentados, iniciam,
o Brasil encerrou e, por isso, o núme- sob chicote, uma marcha de 1 500 quilôme-
tros até a vila de São Paulo como escravos.
ro de imigrantes alemães e italianos di-
to
Cuiabá OCEANO
ba ais
Ga
or P
BASTOS, Giuliana. Os brutos que conquistaram ATLÂNTICO
l B ias
Ba r o d
Bu e n
Vila Boa
minuiu bastante. Frase corrigida: Com
oe D
to a
an não
Pa s
o Brasil. Superinteressante, 31 mar. 2000.
lo Silv
me a
r
a República Velha (1889-1930), a imi-
OCEANO oa
e M Fe
c
l Mor Vila Ribeirão do Carmo
u
Disponível em: https://super.abril.com.br/ PACÍFICO Santiago
eira C
ab
ra Vila Rica
l
gração para o Brasil continuou, haven- historia/os-brutos-que-conquistaram-o-brasil/. Antô Sabará
Terras pertencentes a nio Rde Xerez
e Man aposo Sorocaba Rio de Janeiro
Portugal no século XVIII oel P Tavare
Acesso em: 8 maio 2022.
do diminuição do número de imigrantes
reto s Trópico
Demais áreas pertencentes Taubaté de
ae es
Capricó
s P var
ao Brasil atual São Paulo rnio
s
alemães e aumento do de imigrantes
Dia o Ta
a) Quem são essas pessoas descalças, Limite atual do Brasil
ão os
Bandeira em busca de ouro
ern Rap
italianos. sujas e famintas citadas no texto? e pedras preciosas
e F nio
Bandeira em busca
tô
0 445 1 090
An
de indígenas
b) Agora, observe também o mapa e Cidade ou vila km
264
3. Leia as respostas neste Manual do Professor.
b) Analise atentamente a pintura e a legenda da IV. A região é associada às planícies alagadas Orientações didáticas
fotografia da página anterior. Essas pessoas es- do Pantanal Mato-Grossense, mas também
tão no lugar de partida ou chegada? Explique. apresenta serras, planaltos, chapadas e 2. b) Espera-se que os estudantes res-
3 Observe o mapa da divisão regional do Brasil depressões. Nos planaltos da região, nas- pondam que, conforme o próprio nome
e leia os textos a seguir. Depois, identifique a cem diversos grandes rios do Brasil. Seu da obra (citada na legenda da imagem),
qual região cada texto faz referência. clima é Tropical continental ou semiúmido, as pessoas representadas estão no lu-
com estações seca e chuvosa bem defini- gar de partida, pois são destacadas na
Brasil: macrorregiões – 2018 das, sendo o Cerrado o bioma original, que legenda como emigrantes. Como forma
55º O
predominava na região até o avanço da de complementação da análise da pin-
agricultura e da pecuária. tura, é possível explorar as expressões
Equador
0º
V. Desempenha papel de comando no territó- dos personagens da imagem e outros
1
rio brasileiro, fato que se deve ao grande
elementos. Pela quantidade de perten-
2
desenvolvimento das atividades econômi-
ces que estão levando e pelas expres-
Elaborado cas. Elevada densidade demográfica, me-
sões faciais e corporais, provavelmente
com base não queriam emigrar para outro local,
Portal de mapas/Arquivo da editora
3
trópoles nacionais, empresas multinacio-
OCEANO em: IBGE. mas alguma razão os obrigou a isso e,
OCEANO 4 ATLÂNTICO
Atlas nais, densa rede de transportes, intensa
PACÍFICO
Trópico d
e geográfico provavelmente, estão em busca de me-
Capricórn atividade comercial, predomínio de popu-
5
io
escolar. 8. lhores condições de vida – o que acon-
ed. Rio de lação urbana e polo de atração de popula-
0 845 1 690
Janeiro:
tece com boa parte das pessoas que
ção são características da região. A Mata
km IBGE, 2018. migram.
Atlântica e o Cerrado predominavam na
I. Foi a primeira região do país ocupada efe- região, cujo clima mais atuante é o Tropical. 3. I. Região Nordeste (2 no mapa); II.
tivamente pelos portugueses. Apresenta
4 Dados coletados pelo IBGE ao longo dos anos região Norte (1 no mapa); III. região
paisagens dominadas pelo clima semiárido,
mostram que o Brasil é marcado por desigual- Sul (5 no mapa); IV. região Centro-Oes-
onde há rios intermitentes, solos pedrego-
dades econômicas e sociais. Observe o mapa
te (3 no mapa); V. região Sudeste (4
sos e vegetação adaptada ao clima Semi-
a seguir, que revela um país de contrastes, em
no mapa).
árido; paisagens litorâneas variadas como
que é evidente o desigual rendimento mensal
manguezais, vegetação das dunas e restin-
per capita nos estados brasileiros.
gas, onde se localizam as maiores cidades;
paisagens de Cerrado, com clima Tropical e Brasil: rendimento mensal per capita – 2018
a presença de árvores baixas e arbustos.
DF OCEANO
nas terras indígenas são alguns problemas GO
ATLÂNTICO
socioambientais registrados na região. OCEANO MS
MG
ES
PACÍFICO
III. Subtropical é o clima predominante da re- Rendimento domiciliar
SP RJ
Trópico
de
per capita (R$) PR Capricór
gião. Mata de Araucárias e campos são as De 607,00 a 847,00 SC
nio
265
265
Falsa. Espera-se que os estudantes constatem que o campo não é autossuficiente nem é o espa-
ço que absorve mais rapidamente as modernizações do meio técnico-científico-informacional.
Mesmo com a modernização em áreas rurais, o campo ainda é dependente das cidades para
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
obter maquinário, mão de obra, etc.
Orientações didáticas a) O que as diferentes cores representam no Depois, reescreva a(s) falsa(s) no caderno, jus-
mapa? tificando sua resposta.
4. a) O rendimento domiciliar per capita b) Qual é o nome das duas regiões brasileiras ⓿ A mecanização do campo tende a reduzir a
das pessoas residentes em domicílios que concentram estados que apresentam população rural do Brasil. No entanto, ab-
particulares, segundo as unidades da pessoas com os menores rendimentos do- sorve trabalhadores como agrônomos, tra-
Federação, no Brasil, referente ao ano miciliares per capita? toristas, mecânicos e outros profissionais
de 2018. c) Qual é o nome da região brasileira que apre- que, mesmo morando nas cidades, traba-
senta pessoas com o maior rendimento do- lham nas atividades agrícolas. Verdadeira.
4. b) Regiões Norte e Nordeste.
miciliar per capita? ⓿ Artefatos mecânicos com mais tecnologia,
4. c) Região Sul. d) Qual é o rendimento domiciliar per capita do como semeadeiras, colheitadeiras e trato-
estado onde você mora? res, foram introduzidos no campo brasileiro
4. d) Resposta variável de acordo com
e) Elabore um texto para explicar a origem da em meados do século XX e intensificados a
o estado onde vive o estudante.
desigualdade socioespacial representada partir dos anos 1970. Verdadeira.
4. e) Atividade de produção textual. Os no mapa e possíveis encaminhamentos para ⓿ A agricultura de precisão, com intenso uso de
estudantes devem indicar que as re- solucioná-la. tecnologia, fertilizantes artificiais, irrigação
giões Nordeste e Norte apresentam os artificial, uso de GPS e imagens de satélites,
5 Com base no texto, selecione as frases corretas
estados com menores rendimentos do maquinários altamente especializados e pro-
e escreva-as no caderno.
país e que soluções visando a redução fissionais qualificados na área, concentra-se
das desigualdades estão associadas a Segundo o IBGE, no Brasil, em 2019, a na produção de alguns gêneros agrícolas e
medidas públicas de desenvolvimen- taxa de analfabetismo entre pessoas de em algumas áreas do território brasileiro, so-
to regional e melhoria na infraestru- 15 anos de idade ou mais chegou a 6,6%.
bretudo na agricultura comercial. Verdadeira.
tura, estimulando o desenvolvimento Nesse mesmo ano, para cada região do
⓿ No Brasil, o campo torna-se cada vez mais
econômico e social nestes estados. As Brasil, os valores eram de 13,9% para o Nor-
autossuficiente, pois é o espaço que induz o
mesmas medidas também se aplicam deste; 7,6% para o Norte; 4,9% para o Cen-
processo de modernização do país.
às demais regiões, visto que, apesar tro-Oeste; 3,3% para o Sul; e 3,3% para o
de elas apresentarem indicadores de Sudeste. 7 Leia o texto a seguir.
rendimento médio mensal per capita 5. Todas as frases estão corretas. As horas voam ao volante ou no transporte
superiores aos do Norte e do Nordes- a) As taxas de analfabetismo das regiões Sul público para milhões de pessoas que se deslocam
te, possuem margem para considerá- e Sudeste do Brasil são as menores. nessa ida e volta eterna entre a casa e o trabalho. O
veis avanços. b) A taxa de analfabetismo da região Nordeste morador de São Paulo gasta uma média de 2 horas
e 52 minutos por dia em deslocamentos em veí-
é, aproximadamente, quatro vezes maior do
5. Caso os estudantes reescrevam al- que as taxas das regiões Sudeste e Sul.
culo próprio e 2 horas e 46 minutos em transporte
público (usado por 62% da população local). Pela
guma frase no caderno, faça a correção
c) As regiões Nordeste e Norte apresentam as cidade circulam 5,4 milhões de carros, quase um
coletiva em sala de aula, orientando para cada dois habitantes. Cada mexicano dedica
maiores taxas de analfabetismo.
possíveis erros de compreensão deles 16 horas por semana aos trajetos. Bogotá não tem
d) A taxa de analfabetismo da região Sudeste é
sobre o tema. metrô e a maré humana de viajantes é canalizada
a metade da taxa de analfabetismo do Brasil. pelo sistema de ônibus. Em Lima, a única linha de
7. O problema é a mobilidade urba- 6 No Brasil, o processo de modernização do metrô não é suficiente...
na. Ela pode ser solucionada por meio campo foi induzido a partir do processo de [...]
da oferta de transportes coletivos em industrialização do país, a partir dos anos
MORENILLA, Juan. Cidades gigantes, desafios gigantes. El
País, Madri, 11 fev. 2016. Disponível em: https://brasil.elpais.
quantidade e qualidade adequadas
1930/1940. Esse processo acentuou-se a partir com/brasil/2015/04/09/internacional/1428595647_142720.
à demanda da população, constru- html. Acesso em: 2 maio 2022.
da década de 1960, principalmente nas regiões
ção de ciclovias e ciclofaixas, provi- A situação relatada no texto nos remete a
Sul e Sudeste, e se expandiu para outras regi- ⓿
dência de sinalização, asfaltamento e
ões sobretudo a partir da década de 1970. No um dos problemas das grandes cidades bra-
iluminação das ruas, revitalização de
entanto, desse período até a atualidade, muita sileiras e latino-americanas que representa
espaços degradados, etc. Se necessá-
coisa mudou na produção industrial e no cam- um desafio para os gestores dos municí-
rio, faça a leitura conjunta do texto em
po brasileiro. Sobre este tema, leia as seguin- pios. Qual é o problema apontado no texto?
sala de aula, analisando os principais
tes frases, indicando as verdadeiras e as falsas. Como ele pode ser solucionado?
pontos elencados.
7. Leia a resposta e as orientações para a atividade
neste Manual do Professor.
266
266
8 No Brasil, como em quase todo o mundo, as cidades são complexos objetos geográficos que, não raro, Orientações didáticas
reúnem um amplo conjunto de problemas sociais e ambientais, ao mesmo tempo que apresentam
grande diversidade em termos de crescimento, forma, tamanho, cultura, etc. Observe as fotografias a 8. Os estudantes podem citar moradias
seguir e, depois, faça o que se pede no caderno. 8. Leia as orientações para a atividade neste em áreas de risco, procura por empre-
Manual do Professor. go, transporte coletivo lotado, acúmulo
de lixo nas ruas, poluição do ar e po-
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Joa Souza/Shutterstock
Poluição do ar provocada por fumaça de
Deslizamento de terra em Petrópolis (RJ), 2022. escapamento de carro em Salvador (BA), 2018.
Bruno Rocha/Fotoarena
Fila para entrar em transporte público em Lixo acumulado em córrego em Santa Maria (RS),
São Paulo (SP), 2019. 2018.
⓿ Escreva uma lista dos problemas sociais e ambientais urbanos que você constata nas paisagens re-
tratadas. Na sua lista, acrescente outros problemas observados na cidade ou no bairro onde mora
e em outras cidades que você conhece ou viu nos meios de comunicação.
267
267
Orientações didáticas COMO FAZER
Como fazer Prática de
Trabalho de campo NÃO ESCREVA NO LIVRO.
pesquisa
Organização didática para o traba- O trabalho de campo é uma prática fundamental para estudar e investigar fatos e fenômenos re-
lho de campo lacionados à produção e à organização do espaço geográfico. Essa prática de pesquisa pode servir a
⓿ Definição do local, do tema, da
diferentes objetivos e utilizar variadas técnicas, tais como: entrevistas, observação e análise da paisa-
questão problematizadora e de gem, coleta de dados, registro de imagens, tomada de notas, etc.
outros componentes curriculares De modo geral, vai-se a campo a partir da necessidade de obter informações que, depois de or-
que podem ser articulados em um ganizadas, analisados os dados e construídos os relatórios, servirão para comprovar ou refutar uma
trabalho interdisciplinar; hipótese ou para caracterizar determinada área ou local, no caso específico da Geografia.
⓿ Levantamento bibliográfico sobre
Ao realizar uma saída a campo, é muito importante planejar os trabalhos que serão realizados e
o tema e contato com entidades escolher adequadamente as técnicas necessárias. Com um bom roteiro, há menores chances de ocorrer
que dispõem de material especí- equívocos.
fico para a pesquisa, como Iphan, Ao planejar os trabalhos de campo, deve-se tomar cuidado com a extrema valorização da observa-
AGB, IBGE e outros; ção do fato ou fenômeno no local visitado. Além disso, atente para a possibilidade de incorrer em clas-
⓿ Levantamento das instituições a sificações, caracterizações e generalizações equivocadas ao, por exemplo, considerar ser possível obter
serem visitadas no local definido todas as respostas e de saber de tudo diante dos sentidos humanos apenas ao observar a paisagem.
para o estudo do meio: museus, O geógrafo e professor Milton Santos faz a seguinte consideração sobre esse aspecto, nomeando o
centros de cultura, fábricas, asso- trabalho de campo de excursão. Leia:
ciação de moradores e outros; A excursão pode tornar-se um dos instrumentos mais perigosos do método
cingir: no texto, é
⓿ Preparação do material que se- geográfico porque pode cingir-se à explicação do que temos diante dos olhos, sinônimo de restringir.
rá utilizado em sala de aula e em ou do que vemos durante um percurso. Aí aparece a necessidade de antepor a
noção do fenômeno e sua escala e a noção do fenômeno e a escala da sua explicação. Raramente a escala
campo, em formato de apostila ou
de explicação é a escala do fenômeno e a excursão muitas vezes tende a simplificar o problema igualando
de fichas; ambas as escalas, o que proíbe reconhecer um pedaço do espaço como a localização de uma atividade
⓿ Organização do cronograma das
social, cujos determinantes ou causas devem ser buscadas em diversos níveis, um uma multiplicidade de
atividades; lugares, e raramente no próprio lugar.
⓿ Discussão e elaboração de pro- SANTOS, Milton. Responsabilidade social dos geógrafos. Território Livre, n. 1, 1979, p. 41-45.
Disponível em: http://www.miltonsantos.com.br/site/wp-content/uploads/2011/12/A-responsabilidade-social-dos
postas de síntese e da avaliação -geografos_MiltonSantos1978SITE.pdf. Acesso em: 9 maio 2022.
do trabalho realizado.
Preparação para a saída a campo
Um primeiro passo a ser realizado é
a leitura de textos sobre assuntos, pro-
cedimentos, temas e conceitos que se-
rão abordados durante o trabalho de
campo. Trata-se de um momento impor-
tes assumam o papel tanto de entre- pesquisam. Por isso, é interessante que essa postura de Portanto, é preciso de estudo efetivo sobre o local a ser vi-
vistador quanto de entrevistado. Eles investigação seja também antecipada, como experiência, sitado e os temas a ele associados.
devem ser orientados sobre as estraté- em sala de aula. Durante todo o trabalho, os estudantes deverão recolher
gias para abordar os entrevistados e a informações, que podem ser imagéticas, sonoras e textuais,
A questão problematizadora
assumir uma postura de respeito com para analisar e responder à questão proposta.
todos. Assim aprendem a fazer uso da A questão problematizadora ou situação-problema deve
ser elaborada junto aos estudantes logo no início do traba- O campo
entrevista como fonte de pesquisa ou
lho, na preparação do trabalho de campo, ainda em sala O campo é onde ocorre a coleta de dados e tomada de
o aperfeiçoam e também compreen-
de aula. Ela é uma questão que deve envolver os estudan- notas por meio de atividades de observação e de entrevis-
dem a estrutura e a função desse gê-
ta. A pesquisa ocorre por meio de diferentes atividades que
nero textual. tes e ser relevante para todos que moram ou visitam o local
foram preparadas antecipadamente pelo professor, em fun-
A observação é um requisito bási- de estudo. Para a construção de boas questões-problema, é
ção dos objetivos e da questão problematizadora.
co no trabalho de campo. Os principais importante que a maior parte da turma tenha domínio so-
dados coletados vêm do olhar aten- bre o conteúdo a ser trabalhado além de haver orientações
to dos estudantes sobre o local que acerca das pesquisas que os estudantes devem realizar.
268
⓿ comparar os dados obtidos;
⓿ trocar impressões;
⓿ relatar as experiências vividas no
O professor Milton Santos, no trecho anterior, alerta que nem todas as respostas para explicar
campo.
os fatos e fenômenos que se manifestam em determinada área ou local estão nele mesmo. Muitas
Após a organização dos dados, pas-
vezes, a resposta das perguntas que fazemos quando observamos algo na paisagem se encontra em
sa-se para o momento da produção de
outras localidades, distantes geograficamente e em outros tempos históricos. Por exemplo, medir as
relatórios e sínteses, que podem ser
temperaturas e as pluviometrias de um local todos os meses ao longo de um ano pode comprovar que
textos individuais ou uma produção
as médias estão diferentes de anos anteriores. Contudo, esses dados não explicam o fenômeno, que
coletiva. Essa etapa envolve uma pro-
pode estar relacionado tanto a aspectos de escala local ou regional, como desmatamento, ou global,
dução contínua de textos narrativos, ex-
como alteração do comportamento das massas de ar decorrentes do aquecimento global, resultado
positivos e dissertativos, em linguagens
do acúmulo de anos de gases estufa emitidos no mundo todo.
orais, visuais ou escritas, podendo con-
Isso nos mostra que o trabalho de campo é apenas uma parte
tar com diferentes suportes e meios de
da pesquisa em Geografia, devendo ocorrer outros processos que
comunicação, inclusive os digitais e vei-
complementem o que foi observado, como revisão bibliográfica,
culados pela internet.
observação de outros locais, etc. Dessa forma, o trecho de Milton
Em relação à produção de um tex-
Santos nos ajuda a dar a devida importância àquilo que deve ocor-
to, existem diferentes propostas que
Aspectos operacionais
Um bom trabalho de campo deve seguir determinados pontos para torná-lo viável. A seguir, propomos
uma lista com os principais pontos que merecem ser observados na organização desse tipo de atividade.
⓿ Definir com clareza o objetivo da saída a campo, ou seja, saber o motivo de determinado local
ser visitado, o que será feito lá e como realizar os procedimentos necessários.
⓿ Identificar recursos e materiais de apoio necessários (mapas, textos, fotos, imagens de satélite,
instrumentos de medição e aferição, bússola, máquina fotográfica, papel para desenho, cader-
neta de campo para tomada de notas, etc.).
⓿ Planejar a saída: determinar dia e horário, efetuar eventuais agendamentos das visitas, definir
o meio de transporte e elaborar um roteiro do trabalho de campo.
⓿ Definir todas as atividades que serão realizadas, como coletas de entrevistas (nesse caso, ela-
borar previamente o questionário), locais a serem visitados, informações que serão coletadas.
⓿ Organizar todos os documentos necessários para levar à saída de campo, como roteiro de per-
guntas para orientar entrevistas, lista de pontos de observação e registros, declarações com
as autorizações necessárias, etc.
⓿ Elaborar caderno de campo com textos, questões, imagens, mapas, espaços para anotações e
desenhos, roteiro do percurso e demais informações relevantes.
269
As atividades propostas para serem desenvolvidas no desenvolvimento da pesquisa em campo. No entanto, de-
campo podem ser: entrevistas, depoimentos, palestras, de- ve-se estar atento a elementos encontrados no campo que
senhos, fotografias, medição de temperatura e umidade do não foram considerados previamente e que podem se tor-
ar, coleta de espécies vegetais (desde que seja permitido nar importantes aspectos para a reflexão ou impedir a rea-
e seguro), uso de bússola, mapa e GPS para se orientar no lização de alguma atividade prevista.
local, aferição da frequência de algum fenômeno social ou A organização dos dados e a produção de síntese
natural (por exemplo, o número de pessoas que frequen- A organização dos dados, a construção de relatórios e a
tam determinado local em uma hora, a vazão de um rio em produção de síntese são etapas de fundamental importân-
determinada época do ano, etc.). Também é interessante cia que consistem na compilação e análise das informa-
prever momentos de registros reflexivos, autorais dos estu- ções coletadas, na busca de respostas à problematização
dantes, tomando nota de fatos, ideias, dúvidas e conclusões levantada quando da ida a campo. Nessa fase, fichas e
obtidos durante o trabalho de campo. anotações serão intensamente trabalhadas em sala de au-
É importante assinalar que as atividades prepara- la, em atividades individuais e em grupo. Os estudantes po-
das para a coleta de dados são fundamentais para o dem ser agrupados para:
269
Orientações didáticas
Os trabalhos propostos nessa ativi-
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Orientação prática Leia as orientações para a atividade
neste Manual do Professor.
dade promovem momentos nos quais
O que você acha de fazer um trabalho de campo? Para isso, siga os passos indicados a seguir.
os estudantes deverão exercitar a em-
1. Com a turma, definam a área que será visitada. Por exemplo, o centro histórico do município para
patia, resolver conflitos e agir com auto-
investigar seus atuais usos, as marcas do passado e suas mudanças; um bairro ou uma rua que
nomia, atitudes que trabalham a CG9 e
a CG10. Além disso, os estudantes po- apresenta constantes problemas ambientais para investigar e compreender suas causas; uma
derão construir argumentos baseados rua comercial para identificar as atividades econômicas nela realizadas; a origem dos produtos
em dados científicos para debater e e o público consumidor; uma feira de rua para identificar o que é vendido, a origem das frutas e
defender ideias que respeitem os direi- dos legumes, se os vendedores também são produtores, quem é o público consumidor, as razões
tos humanos e a sustentabilidade, tra- pelas quais fazem suas compras na feira, e não em outro estabelecimento comercial, a opinião
balhando a CEG6. dos moradores da rua sobre a realização da feira, etc.
Recomendamos a leitura do trecho 2. Organizem-se em grupos para realizar o levantamento de informações sobre o local antes da
do texto do professor Milton Santos, ci- realização do trabalho de campo. Cada grupo ficará responsável por pesquisar um tipo de ma-
tado na descrição das finalidades e ca- terial, como: mapas, imagens de satélite, fotografias atuais e antigas, textos sobre o lugar e sua
racterísticas do trabalho de campo, no história, algum problema atual, etc.
qual ele argumenta sobre o risco da 3. Após a pesquisa, analisem o que foi encontrado pelos grupos e definam o motivo do trabalho de
abordagem limitada pelo estudo das campo (que informações se tentará colher e como ela será obtida).
formas da paisagem que o pesquisa- 4. Elaborem o roteiro do trabalho de campo, definindo o dia da visita, os locais que devem ser visita-
dor deve evitar realizar. dos e as pessoas que eventualmente serão entrevistadas, os recursos essenciais para o registro
das informações (lápis ou caneta, caderno, smartphones para gravar sons e fazer fotos, mapas
para guiar o trajeto, etc.) e, eventualmente, a divisão de tarefas entre os estudantes.
Leitura complementar
5. Após a visita, organizem os dados coletados para a construção do relatório, do registro das
O formismo, como o nome está conclusões obtidas com o trabalho de campo, com as pesquisas complementares para a comu-
indicando, manifesta-se pela pre- nicação das principais informações obtidas e as considerações que elaboraram.
ocupação extrema com a forma.
6. Por fim, apresentem e divulguem o resultado do trabalho realizado.
Já houve um momento em que,
num ataque de soberba infantil,
o geógrafo se considerava um
‘homem, que vê’ e mesmo alguns
diziam que sua grande arma me-
todológica era o ‘olhômetro’, quer
dizer, a capacidade de, face de uma
paisagem, ver tudo. O geógrafo era
ensinado não a ser melhor, mas a
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Referências bibliográficas comentadas
AB’SÁBER, Aziz. Os domínios de natureza no Brasil: interpretar o lugar onde vive e compreender como
potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê uma cidade poderia ser organizada para atender
Editorial, 2003. às necessidades cotidianas de seus moradores.
Nesta obra, um dos mais importantes geógrafos
CARLOS, Ana Fani A. A cidade. São Paulo: Contexto,
brasileiros explica os principais processos, dinâmi-
2005.
cas e fisionomias das paisagens herdadas e trans-
formadas pelos ciclos da natureza. Reflexões sobre o espaço urbano por meio de suas
paisagens e dinâmicas, historicidade e territórios
ABRAMOVAY, Ricardo. Amazônia: por uma economia em disputas, com o propósito de repensar a noção
do conhecimento da natureza. São Paulo: Elefante, de cidade.
2019.
CASTELLS, Manuel. A questão urbana. Rio de Janeiro:
Neste livro, o professor sênior do programa de
Paz e Terra, 1983.
Ciência Ambiental do Instituto de Energia e
Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE–USP) Abordagem sociológica sobre a questão urbana
apresenta um conjunto de dados para defender sob a perspectiva dos conflitos de classes.
a exploração econômica da Amazônia, pautada
pela conservação dos ecossistemas, em conso- GUERRA, Antonio José Teixeira; CUNHA, Sandra
nância com os valores e desejos dos diferentes Baptista da (org.). Impactos ambientais urbanos no
povos que habitam a região. Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
Artigos escritos por diferentes autores, analisam
ANDRADE, Manuel Correia de; ANDRADE, Sandra os impactos ambientais da ocupação do território
Maria Correia de. A federação brasileira: uma análise brasileiro em diversos municípios do país, em dis-
geopolítica e geo-social. São Paulo: Contexto, 1999. tintos contextos econômicos, sociais e históricos.
Os autores explicam o processo de formação do
território brasileiro, a organização política em uni- GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José
dades federativas e descrevem as principais ca- Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico.
racterísticas das regiões administrativas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
Obra de referência sobre conceitos e terminolo-
AYOADE, Johnson Olaniyi. Introdução à climatologia
gias empregadas nos estudos de Geomorfologia e
para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
Geologia.
2006.
Obra de referência sobre o estudo das dinâmicas IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
climáticas, na qual o autor explica, em detalhe, IBGE, 2018.
os fatores e os elementos climáticos, tendo as re- Mapas do Brasil e do mundo com temáticas abran-
giões tropicais em foco. gentes e de relevância para trabalhar com estu-
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de dantes do Ensino Fundamental.
Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular.
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Povos indígenas no
Brasília, DF: MEC: SEB, 2018. Disponível em: http://
Brasil: 2006-2010. São Paulo: ISA, 2011.
basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/. Acesso em:
13 mar. 2022. Na nova edição desta clássica publicação é feita
uma síntese da situação indígena entre 2006 e
A BNCC é o documento que norteia a elaboração
2010, incluindo um caderno especial com imagens
dos currículos escolares da Educação Básica nas
de destaque e uma visão geral sobre 235 povos in-
redes de ensino de todo o Brasil. Foi elaborada
dígenas que vivem no Brasil.
com o objetivo de proporcionar a formação inte-
gral dos estudantes e permitir a construção de KRENAK, Ailton. O amanhã não está à venda. São
uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Paulo: Companhia das Letras, 2020a.
CAMPOS FILHO, Candido Malta. Reinvente seu bairro: Diante dos efeitos da pandemia de covid-19, o lí-
caminhos para você participar do planejamento de der indígena destaca a necessidade de a humani-
sua cidade. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2010. dade promover mudanças profundas e significa-
Neste livro, o urbanismo é explicado de ma- tivas no modo de vida, visando à conservação da
neira simples para possibilitar a todo cidadão natureza.
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KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. conteúdos relevantes para compreender o espaço
São Paulo: Companhia das Letras, 2020b. geográfico.
A obra é uma adaptação de duas conferências e
ROSS, Jurandyr Luciano Sanches. Geomorfologia:
uma entrevista, realizadas pelo autor em Portugal,
ambiente e planejamento. São Paulo: Contexto, 1991.
entre 2017 e 2019. O líder indígena Ailton Krenak
nasceu na região do Vale do Rio Doce, que hoje en- O livro descreve e explica os processos endógenos
contra-se profundamente afetada pelo extrativis- e exógenos responsáveis pela formação e modela-
mo mineral. gem do relevo.
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado.
Centauro, 2001. São Paulo: Edusp, 2008.
É considerada a obra que nomeou a luta dos cida- Obra sintética na qual o professor e pensador da
dãos pelo direito de viver em cidades que atendam Geografia apresenta categorias e conceitos cen-
às suas necessidades e desejos, ultrapassando a trais para compreender o fenômeno espacial.
discussão sobre a “problemática urbana” como
algo técnico e voltado aos especialistas. SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. São Paulo:
Nobel, 1998.
MORAES, Antonio Carlos Robert. Território e história Reflexões sobre a cidadania e a democracia por
no Brasil. São Paulo: Hucitec, 2002.
meio das análises de desigualdades socioeconô-
O livro traz uma discussão sobre as especificida- micas materializadas no espaço geográfico e os
des históricas e geográficas da formação do ter- diferentes desafios e facilidades que os sujeitos
ritório e da sociedade brasileira e seus desdobra- vivenciam em seus lugares de vida.
mentos na atualidade.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil:
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o território e sociedade no início do século XXI. Rio de
sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, Janeiro: Record, 2001.
1995.
A obra busca explicar a formação espacial do Brasil
Livro de referência do famoso sociólogo sobre a por meio de categorias de análises da Geografia
formação do povo brasileiro e uma rica descrição propostas pelos professores Milton Santos e
sobre as matrizes indígenas, africanas e europeias. María Laura Silveira.
RODRIGUES, Arlete Moysés. Moradia nas cidades SCHWARCZ, Lilia Moritz; GOMES, Flávio dos Santos
brasileiras. São Paulo: Contexto/Edusp, 1988. (org.). Dicionário da escravidão e liberdade. São
A obra traz uma discussão sobre a especulação Paulo: Companhia das Letras, 2018.
imobiliária e as reivindicações sociais por moradia A obra revela, de modo abrangente, como a escra-
nas grandes cidades brasileiras. vidão se enraizou no cotidiano da sociedade brasi-
leira evidenciando suas consequências perversas.
RODRIGUES, Arlete Moysés. Produção e consumo do
e no espaço: problemática ambiental urbana. São SPOSITO, Maria Encarnação B. Capitalismo e
Paulo: Hucitec, 1998. urbanização. São Paulo: Contexto, 2005.
No livro, a professora apresenta importantes dis- O livro aborda a história da formação do espaço
cussões teórico-metodológicas sobre a relação urbano com enfoque na relação entre o sistema
entre os problemas ambientais e a produção e or- capitalista e a produção e organização das cida-
ganização do espaço geográfico. des na perspectiva geográfica.
ROSS, Jurandyr Luciano Sanches (org.). Geografia do THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do
Brasil. 6. ed. São Paulo: Edusp, 1998. Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São
Obra escrita por um grupo de professores do Paulo: Edusp, 2005.
departamento de Geografia da USP que com- Conjunto de mapas, gráficos e textos que explicam
preende temas de Geomorfologia, Climatologia, a formação e a organização do espaço geográfico
Biogeografia, industrialização, problemas so- brasileiro. Destaque para o rico e até então inédi-
cioambientais, urbanização, população, globaliza- to material cartográfico, que permite entender o
ção, Geopolítica, questão agrária, dentre outros país por diferentes perspectivas espaciais.
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