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História Alexandre Alves

Letícia Fagundes de Oliveira


Ensino Fundamental
Anos Iniciais

Manual do
Professor

5
ANO
História
Ensino Fundamental
Anos Iniciais

Manual do
Professor

Alexandre Alves
Mestre e doutor em História Econômica
pela Universidade de São Paulo (USP)
Professor e autor de livros didáticos
Ex-professor do Ensino Superior
5 ANO

Letícia Fagundes de Oliveira


Bacharela em História pela Universidade
de São Paulo (USP)
Mestra em História Social pela USP
Especialista em Educação pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUC-RS)
Autora-colaboradora de coleções didáticas
do Ensino Fundamental e do Ensino Médio

1a edição, São Paulo, 2021


Direção editorial: Lauri Cericato
Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel
Gestão de área: Brunna Paulussi
Coordenação de área: Carlos Eduardo de Almeida Ogawa
Edição: Flávia Merighi Valenciano e Kátia Scaff Marques
Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha
Revisão: Mariana Braga de Milani (ger.), Alexandra Costa da Fonseca,
Ana Maria Herrera, Ana Paula C. Malfa, Carlos Eduardo Sigrist,
Flavia S. Vênezio, Gabriela M. Andrade, Heloísa Schiavo, Hires Heglan,
Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, Luiz Gustavo Bazana,
Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Sandra Fernandez,
Sueli Bossi e Vanessa P. Santos
Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.),
Luiza de Oliveira Massucato (edição de arte), Formato Comunicação (diagramação)
Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (coord.),
Célia Rosa (pesquisa iconográfica), Emerson de Lima (tratamento de imagens)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.),
Erika Ramires e Márcio Henrique (analistas adm.)
Ilustrações: Hagaquezart Estúdio, Luis Matuto, MAAL Ilustra
e R2 Editorial
Cartografia: Mouses Sagiorato e Vespúcio Cartografia
Design: Luis Vassallo (proj. gráfico, capa e Manual do Professor)
Foto de capa: Daxiao Productions/Shutterstock

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Angélica Ilacqua - CRB-8/7057


2021
Código da obra CL 720076
CAE 775283 (AL) / 775315 (PR)
1a edição
1a impressão
De acordo com a BNCC.
Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens
presentes nesta obra didática. Colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões
de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que,
eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão,
são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.

Impressão e acabamento

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Apresentação
Prezado(a) professor(a):

A educação vem passando por mudanças que refletem uma série de


transformações em curso no mundo atual. A globalização econômica, o surgimento
das tecnologias da informação e da comunicação, o desenvolvimento de novos
modos de interagir com o mundo e com as pessoas, assim como a reconfiguração
permanente das noções de tempo e espaço, colocam desafios inéditos para o
educador e o educando no contexto dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Para
enfrentá-los, novas formas de ensinar e de aprender se fazem necessárias.
Por essa razão, o principal documento norteador da coleção é a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), elaborada pelo Ministério da Educação (MEC), que pretende
fornecer uma resposta aos desafios do presente, indicando o conjunto de aprendizagens
essenciais que os estudantes devem desenvolver ao longo das etapas da Educação
Básica, para a formação humana integral e a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva. Além da BNCC, outros documentos e obras foram essenciais
na elaboração dos cinco volumes desta coleção. Na Seção introdutória deste Manual,
você terá acesso a esses fundamentos teórico-metodológicos.
Este Manual inclui também as orientações específicas para o conteúdo deste
volume, que trazem uma série de encaminhamentos para que o docente explore as
potencialidades do material, com o objetivo de organizar e enriquecer o seu trabalho.
Nessa segunda parte do Manual, encontram-se: orientações detalhadas para o ano
letivo; quadros com os objetivos pedagógicos e as competências e habilidades que
devem ser trabalhadas em cada unidade; possibilidades de encaminhamento para as
atividades; sugestões de atividades complementares que favorecem o trabalho com
os objetivos pedagógicos da etapa; orientações para a gestão da sala de aula; sugestões
de como conduzir o processo de avaliação; entre outros recursos.
Outra preocupação que nos acompanhou no desenvolvimento desta coleção
foi a de fazer uma obra que corresponda às necessidades práticas do professor e
que, ao mesmo tempo, seja prazerosa e lúdica para o estudante.
Ao propiciar a construção de pontes entre as nossas vivências contemporâneas
e as experiências das gerações passadas, a História nos oferece a noção de nossa
própria identidade. Assim, esperamos que esta coleção desperte o interesse dos
estudantes para o estudo da História, contribuindo para a formação de cidadãos
críticos, criativos e conscientes.

Os autores

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Sumário
Parte geral Monitoramento e registro......................... 16
Avaliação além do livro .................................... 17
Autoavaliação e avaliação em grupo ................. 18
Seção introdutória ..................................5
A remediação das aprendizagens..................... 19

A História nos Anos Iniciais do Ensino


Fundamental..................................................... 5 Organização geral da coleção ................. 19
Seções e boxes .................................................. 19
Ensinar História para a sociedade do
conhecimento ..................................................... 5 Avaliação diagnóstica ....................................... 19
Abertura de unidade ........................................ 19
O ensino por competências e habilidades
e os temas contemporâneos .............................. 6 Unidades e capítulos ........................................ 20
Falando sobre... ................................................ 20
Ensinar História para a cidadania
consciente e a valorização da Glossário .......................................................... 20
diversidade cultural ............................................ 8 Ler o mundo: História viva ................................ 20
Como a História contribui para Rede de conhecimentos ................................... 20
a alfabetização e a literacia Rever ideias ...................................................... 20
nos anos iniciais .................................................. 9 Avaliação de resultado ...................................... 20

Proposta teórico-metodológica da
coleção ............................................................. 11 Parte específica

Orientações para o volume 5 ................... 21


Recursos didáticos na coleção ................. 12
Como planejar o ano letivo .............................. 21
O trabalho com fontes históricas ..................... 12 Planejamento do ano letivo .............................. 22
Trabalhando com textos e atividades.............. 12 A BNCC............................................................. 26
Trabalhando com textos e imagens ................. 13
Trabalhando com oralidade ............................. 13 Referências bibliográficas
comentadas .................................................... 28
Trabalhando com a interdisciplinaridade ....... 13

O papel da avaliação ................................... 14 Reprodução do Livro


A avaliação formativa ....................................... 14 do Estudante
Avaliação diagnóstica ....................................... 15
Avaliação de processo ...................................... 15 Em tamanho reduzido
Avaliação de resultado ...................................... 16 com orientações específicas ................... 29

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Seção introdutória
A História nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental
Ensinar História para a que expressa melhor a complexidade e o dinamis-
mo das mudanças que estão ocorrendo [...]; o co-
sociedade do conhecimento nhecimento em questão não é só importante
A produção e a difusão da informação e do conhecimen- para o crescimento econômico, mas também pa-
to, assim como o desenvolvimento de tecnologias e o apri- ra fortalecer e desenvolver todos os setores da
sociedade.
moramento dos meios de comunicação, acompanham a
Apud: BURCH, S. Sociedade da informação/Sociedade do
história humana pelo menos desde o surgimento da escri- conhecimento. In: AMBROSI, A.; PEUGEOT, V.; PIMEN-
ta, há aproximadamente 5 mil anos. No decorrer das últimas TA, D. O desafio das palavras: enfoques multiculturais
sobre a sociedade da informação. Disponível em:
décadas, com a globalização econômica e cultural, esse https://ijp.short.gy/gqpjnp. Acesso em: 26 jul. 2021.
processo se acelerou, devido a uma série de descobertas
científicas e invenções técnicas, que deram origem ao que A inovação tecnológica que marca a sociedade da in-
se convencionou chamar sociedade da informação ou formação, segundo Abdul Waheed Khan, introduziu em
sociedade do conhecimento. nosso cotidiano novas formas de produzir e distribuir ideias,
Há polêmicas no uso dessas expressões para caracterizar bem como diferentes modos de consumir e comercializar
nossa sociedade hoje. Muitos especialistas afirmam que produtos e mercadorias (incluindo os bens culturais). Como
elas não devem ser interpretadas como equivalentes, pois consequência, assistimos ao surgimento de novas maneiras
o mero acúmulo de informação não gera automaticamen- de ser, de pensar, de agir e de interagir.
te conhecimento. Para se tornar conhecimento, a informa- Essas transformações colocam desafios sem precedentes
ção deve ser incorporada pelos indivíduos, gerando para a escola, já que o acesso à informação e a difusão do
transformações em seu modo de ser, pensar e agir – e, conhecimento são processos desiguais que tendem a criar
consequentemente, nas instituições de ensino e cultura, assimetrias e novas divisões sociais. Estudiosos do assunto
nos sistemas de representação política, etc. alegam que, para responder a esses desafios, é necessário
Abdul Waheed Khan, que foi Diretor-Geral Assistente do que a escola repense e modifique o seu papel na socieda-
Setor de Comunicação e Informação da Organização das de, tal como ressaltou o pedagogo e educador argentino
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unes- Juan Carlos Tedesco:
co), entre 2001 e 2010, estabeleceu a seguinte diferenciação Em um mundo no qual a informação e os co-
entre os conceitos: nhecimentos se acumulam e circulam através de
A sociedade da informação é a pedra angular meios tecnológicos cada vez mais sofisticados e
das sociedades do conhecimento. O conceito de poderosos, o papel da escola deve ser definido
“Sociedade da Informação”, a meu ver, está rela- pela sua capacidade de preparar para ouso cons-
cionado à ideia de “inovação tecnológica”, enquan- ciente, crítico, ativo dos aparatos que acumulam
to o conceito de “Sociedade do Conhecimento” a informação e o conhecimento.
inclui uma dimensão de transformação social, TEDESCO, J.C. Educar en la sociedad del conocimiento.
cultural, econômica, política e institucional, assim Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2014.
p. 67-68. (Traduzido pelos autores.)
como uma perspectiva mais pluralista e de de-
senvolvimento. No mundo em que vivemos, portanto, a escola não de-
O conceito de “sociedades do conhecimento” ve se limitar a transmitir conteúdos. Ela deve atuar no sen-
é preferível ao da “Sociedade da Informação”, já tido de desenvolver a capacidade de cada indivíduo de

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construir novas aprendizagens, valores e atitudes. A per- Nesta coleção, pensada pedagogicamente a partir da
manente inovação tecnológica que caracteriza a nossa centralidade do estudante como protagonista do processo
sociedade impõe a necessidade de uma educação igual- de ensino-aprendizagem, o trabalho com as habilidades
mente permanente, que vise ao desenvolvimento de um da BNCC se dá de modo progressivo, de um volume a ou-
conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e apti- tro. Ao mesmo tempo, evitamos “engessar” o trabalho do
dões necessário para a formação de cidadãos ativos e re- professor, que deve ter total liberdade e autonomia para
flexivos. trabalhar com os livros e construir suas aulas.
O ensino de História não pode e não deve ficar imune a
essas transformações, que exigem modificações didáticas
O ensino por competências e
e epistemológicas na abordagem do saber histórico em
sala de aula. A nosso ver, é importante que os estudantes
habilidades e os temas
aprendam a construir conhecimento em vez de memorizar contemporâneos
datas ou fatos, como pressupunha aquela velha concepção Em 1998, a Unesco publicou um documento que ficou co-
positivista de uma História objetiva. Nesse sentido, torna-se nhecido como Relatório Delors ou Jacques Delors. Tratava-se do
indispensável um saber histórico voltado para a vida e que resultado do trabalho desenvolvido pela Comissão Internacio-
responda às necessidades do presente. nal sobre a Educação para o Século XXI, então formada por
Em suma, um dos grandes desafios impostos pela so- educadores do mundo inteiro. Pode-se dizer que esse docu-
ciedade do conhecimento é encontrar meios de filtrar esse mento, que firmou o conceito dos “quatro pilares” da educação,
constante e ininterrupto fluxo de informações com o qual é um marco no ensino por competências e habilidades, que
convivemos diariamente. Dito com outras palavras, trata-se pauta grande parte do pensamento pedagógico contempo-
de descobrir como transformar informação em conhe- râneo. Segundo o Relatório Delors:
cimento. Pensando nisso, esta coleção se propõe a desen-
Para poder dar respostas ao conjunto de suas
volver as capacidades de selecionar, organizar e interpretar
missões, a educação deve organizar-se em torno
informações, por meio de discussões que estimulam a re- de quatro aprendizagens fundamentais que, ao
flexão e o pensamento crítico dos estudantes, e de ativi- longo de toda a vida, serão de algum modo, para
dades que exploram diferentes linguagens. cada indivíduo, os pilares do conhecimento:
Acreditamos que o desenvolvimento das competências aprender a conhecer, isto é, adquirir os instru-
gerais do Ensino Fundamental, das competências especí- mentos da compreensão; aprender a fazer, para
ficas de História e de Ciências Humanas, bem como das poder agir sobre o meio envolvente; aprender a
viver juntos, a fim de participar e cooperar com
habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
os outros em todas as atividades humanas; e,
nesta coleção permite responder aos desafios impostos
finalmente, aprender a ser, via essencial que in-
pela sociedade do conhecimento, promovendo o estudan- tegra as três precedentes. É claro que essas qua-
te a protagonista do processo de ensino-aprendizagem. tro vias do saber constituem apenas uma, dado
Assim, habilidades como compreender, identificar, analisar, que existem entre elas múltiplos pontos de con-
estabelecer relações, elaborar questionamentos, hipóteses, tato, de relacionamento e de permuta.
argumentos e proposições, etc. são trabalhadas em dife- DELORS, J. (coord.). Educação: um tesouro a descobrir.
São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco, 1998. p. 89-90.
rentes situações, por meio de sequências didáticas que
exploram diversos contextos, textos e linguagens. Além de subdividir o processo educativo em quatro
Na tentativa de superar as práticas mecânicas de me- aprendizagens fundamentais, o Relatório Delors coloca em
morização e “decoreba”, características do chamado ensino pauta a necessidade de preparar crianças e jovens para
tradicional de História, esta obra procura estimular a pro- compreender o mundo que os rodeia e nele atuar como
blematização de conceitos, a aquisição de procedimentos agentes conscientes e responsáveis. Como? Por meio da
e o desenvolvimento de atitudes necessárias ao enfrenta- aquisição de instrumentos e referências intelectuais, que
mento da sociedade do conhecimento. podem lhes proporcionar a compreensão do mundo, e

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Arte: Regiany Silva/porvir.org/Uso autorizado pela Agência Porvir
também da chamada “descoberta do outro”, que lhes per-
mite cooperar com os demais indivíduos em diversas ati-
vidades humanas e participar ativamente delas. Em
consonância com o Relatório Delors, a ênfase em uma edu-
cação comprometida com as questões da cidadania se faz
presente nesta coleção – tendo sido uma preocupação
constante na escrita desta obra.
A chamada formação cidadã continua sendo uma das
funções sociais mais importantes e específicas da área de
História na escola. Se, por um lado, o exercício da cidadania
consciente é um fator primordial para a construção de uma
sociedade mais justa, tolerante e sustentável, por outro, ele
é o resultado de uma educação de qualidade – que, por
sua vez, é o sustentáculo de uma sociedade mais justa,
tolerante e sustentável, pois é o que capacita os indivíduos
para o exercício da cidadania consciente. Há, portanto, uma
relação de circularidade entre educação e cidadania, que
nos remete novamente ao tema da sociedade do conhe-
cimento.
Acreditamos que é o acesso ao conhecimento que nos
transforma de habitantes deste ou daquele país, de prati-
cantes desta ou daquela religião, a cidadãos do mundo,
aptos a reconhecer e a respeitar as diferenças. Desse modo,
a garantia de uma educação de qualidade, integral e inclu-
siva seria um dos principais instrumentos para a construção
de uma sociedade mais justa, tolerante e sustentável para
todos. Para nós, portanto, educar para a cidadania cons-
ciente significa desenvolver, sobretudo, a capacidade de
agir e participar de projetos coletivos, como defende o
Relatório Delors.
O trabalho para se formarem cidadãos conscientes é
desenvolvido nesta coleção por meio do trabalho com as
competências e habilidades da BNCC. Ao longo da coleção,
você verá neste Manual do Professor inúmeras referências
sobre como melhor trabalhar as Competências gerais
para a Educação Básica (CG), as Competências especí-
ficas para Ciências Humanas, as Competências especí-
ficas de História e as Habilidades do componente
curricular.
As competências gerais são a meta da Educação Básica
e devem ser trabalhadas desde o início da escolarização. O
conjunto delas, e o resultado do trabalho com essas com-
petências, é o que pode ser considerado educação inte-
PORVIR. ORG. Entenda as 10 competências gerais
gral. Veja no diagrama a seguir uma interpretação dessas que orientam a Base Nacional Comum. Disponível em:
competências feita pelo instituto Porvir: https://ijp.short.gy/GCeiSi. Acesso em: 31 jul. 2021.

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As habilidades, por sua vez, são indicadas ao longo das e 11.645/2008, Parecer CNE/CP no 3/2004 e Resolução CNE/
colunas do Manual do Professor, junto à reprodução reduzida CP no 1/2004)
do Livro do Estudante. Elas são apresentadas sempre por meio • Saúde, vida familiar e social, educação para o consumo,
do código, por isso é importante saber o que cada um signi- educação financeira e fiscal, trabalho, ciência e tecnologia
fica. Veja o diagrama a seguir, retirado da BNCC, que explica a e diversidade cultural (Parecer CNE/CEB no 11/2010 e Reso-
composição do código da habilidade. lução CNE/CEB no 7/2010)

Para saber mais


EF67EF01
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricu-
O primeiro par de letras indica a O último par de números lar (BNCC), p. 30. Disponível em: https://ijp.short.gy/Nl8KQJ. Aces-
etapa de Ensino Fundamental. indica a posição da so em: 26 jul. 2021.
habilidade na numeração
sequencial do ano ou do Site do Ministério da Educação (MEC), onde consta a íntegra do
bloco de anos. documento da BNCC.
O primeiro par de números indica o
ano (01 a 09) a que se refere a O segundo par de letras indica o A BNCC destaca ainda que os temas contemporâneos de-
habilidade, ou, no caso de Língua componente curricular:
Portuguesa, Arte e Educação Física, o AR = Arte vem ser trabalhados de forma transversal e integradora em
bloco de anos, como segue: CI = Ciências
EF = Educação Física
todos os componentes curriculares. Ao longo desta coleção,
Língua Portuguesa/ Língua Portuguesa/
Arte Educação Física GE = Geografia esses temas são contemplados em textos, atividades, imagens,
15 = 1o ao 5o ano 12 = 1o e 2o anos HI = História
69 = 6o ao 9o ano 35 = 3o ao 5o ano LI = Língua Inglesa propostas didáticas e na seção Falando sobre..., criada com
67 = 6o e 7o anos LP = Língua Portuguesa
89 = 8o e 9o anos MA = Matemática esse objetivo. É importante que o professor relacione, sempre
que possível, os níveis global, regional e local ao abordar esses
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
Curricular, p. 30. Disponível em: https://ijp.short.gy/ assuntos, identificando problemas e questões específicos de
qpRnOM. Acesso em: 31 jul. 2021. sua região e/ou comunidade.
A redação da habilidade é uma expectativa de aprendi-
zado com ênfase em uma ação. Assim, na habilidade
Ensinar História para a
EF01HI01, do 1o ano de História, espera-se que o estudante cidadania consciente e a
identifique (ação) aspectos do seu crescimento. As habilida- valorização da diversidade
des da BNCC de História começam sempre com um verbo, cultural
que é a principal expectativa de aprendizado para aquela
Uma das principais funções do ensino de História nos Anos
habilidade.
Iniciais do Ensino Fundamental é contribuir para a formação
Por fim, a BNCC também contém os Temas contemporâ-
cidadã dos estudantes. Por isso, esperamos formar jovens ca-
neos transversais (TCTs), que estão diretamente relacionados
pazes de respeitar e valorizar a diversidade e compreender de
com a formação cidadã e abarcam diversas questões que
forma autônoma e crítica uma realidade que é cada vez mais
afetam a vida das pessoas, tanto em nível global quanto nos
complexa e multifacetada. Nesse sentido, o conhecimento
níveis local e regional. Entre os temas contemporâneos enfa-
histórico escolar pode ser encarado como um entre tantos
tizados na BNCC podemos destacar:
instrumentos que contribuem para a mudança das percep-
• Direitos da criança e do adolescente (Lei no 8.069/1990)
ções sociais em relação ao “outro”, à diferença. Ao fazê-lo, a
• Educação para o trânsito (Lei no 9.503/1997) disciplina retoma um papel tradicionalmente atribuído a ela,
• Educação ambiental (Lei no 9.795/1999, Parecer CNE/CP como ressaltou o historiador Christian Delacroix:
no 14/2012 e Resolução CNE/CP no 2/2012) A instrumentalização da História é constituti-
• Educação alimentar e nutricional (Lei no 11.947/2009) va de sua introdução no ensino escolar. [...] Sem
• Processo de envelhecimento, respeito e valorização do dúvida a História, mais do que as outras discipli-
idoso (Lei no 10.741/2003) nas escolares, sempre foi investida de uma missão
política e ética. A História a ser ensinada encon-
• Educação em direitos humanos (Decreto no 7.037/2009,
tra-se, portanto, perpetuamente inscrita numa
Parecer CNE/CP no 8/2012 e Resolução CNE/CP no 1/2012) tensão entre três polos: as finalidades cívicas e
• Educação das relações étnico-raciais e ensino de História e políticas que lhe são atribuídas e que justificariam
cultura afro-brasileira, africana e indígena (Leis no 10.639/2003 sua presença no currículo, a vontade de apoiá-la

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nos desenvolvimentos da historiografia e as ques- No ensino de História, o estudo da diversidade cultural é
tões postas por sua operacionalização pedagógica. indispensável para a compreensão dos fenômenos sociais,
DELACROIX, C. et al. Historiographies, I: Concepts et pois contribui com a ruptura de estereótipos evolucionistas e
débats. Paris: Gallimard, 2010. p. 138. (Traduzido pelos
eurocêntricos, ainda hoje bastante difundidos pelo senso co-
autores.)
mum. Daí a importância do estudo da diversidade cultural no
Um dos efeitos mais evidentes da transformação sociocultu- espaço escolar, onde se dá a convivência entre crianças, jovens
ral provocada pela globalização é uma crescente diversidade e adultos de diferentes origens socioculturais.
cultural observada em quase todas as sociedades, também co- Na historiografia tradicional, que remonta ao século XIX, a
nhecida como multiculturalidade ou hibridização das culturas. nação foi pensada com base no pressuposto da uniformida-
Segundo os antropólogos, esse fenômeno, que permite que de étnico-racial, e não a partir do princípio da diversidade
diferentes grupos humanos se engajem em processos de assi- cultural. Portanto, ao difundir essa visão etnocêntrica, a his-
milação, fusão e difusão de suas respectivas identidades culturais, toriografia acabou reforçando visões e estereótipos negativos
é decorrente do desaparecimento dos bloqueios à livre difusão sobre os povos que contribuíram para a formação da identi-
do conhecimento, inerente à globalização. Contudo, a hibridi- dade nacional brasileira, sobretudo afro-brasileiros e indíge-
zação cultural também tem o potencial de gerar conflitos entre nas, e também sobre as mulheres.
os diferentes grupos que compõem as sociedades.
O Brasil, por exemplo, é considerado um país multicultural, Como a História contribui para
porque abrange uma grande diversidade de culturas, que a alfabetização e a literacia
envolvem diferentes tipos de crenças, costumes, modos de nos anos iniciais
vida, etc. Essa foi outra preocupação que acompanhou a es-
Dados obtidos no Censo de 2010 revelaram que cerca de
crita desta obra: como levar o estudante a perceber e a valo-
15% das crianças brasileiras em idade escolar não sabiam ler
rizar a enorme riqueza cultural do país, compreendendo-a
ou escrever. Em resposta, foi lançado, em 2012, o Pacto Nacio-
como resultado de processos históricos de troca, negociação
nal pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). O acordo, fir-
e conflito entre diversos povos (indígenas, europeus, africa- mado entre as três esferas governamentais (federal, estadual
nos)? Por esse e outros motivos, procuramos enfatizar a for- e municipal), estabeleceu o compromisso de garantir a alfa-
mação cultural dos estudantes, contribuindo para a criação betização de todas as crianças até os oito anos de idade, ao
de repertórios e a aquisição de referências. final do 3o ano do Ensino Fundamental.
Vale dizer que nossa intenção ao abordar diferentes modos Desde 2013, diversas ações que contribuem para a alfabeti-
de viver, ser e pensar orientou a escolha dos conteúdos desta zação e o letramento foram colocadas em prática, tendo como
coleção, colocando em evidência a atualidade e a importân- eixo principal a formação continuada dos professores alfabeti-
cia do tema diversidade cultural. Antes mesmo de a BNCC zadores, com ênfase em Língua Portuguesa e Matemática.
torná-lo uma exigência para a área de Ciências Humanas, a A formação continuada como política nacional
Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural da Unesco é entendida como componente essencial da profis-
já havia evidenciado a importância do assunto: sionalização docente, devendo integrar-se ao coti-
A cultura adquire formas diversas através do diano da escola, e pautar-se no respeito e na
tempo e do espaço. Essa diversidade se manifesta valorização dos diferentes saberes e na experiência
na originalidade e na pluralidade de identidades docente. Logo, a formação continuada se constitui
que caracterizam os grupos e as sociedades que no conjunto das atividades de formação desenvol-
compõem a humanidade. Fonte de intercâmbios, de vidas ao longo de toda a carreira docente, com vis-
inovação e de criatividade, a diversidade cultural tas à melhoria da qualidade do ensino e ao
é, para o gênero humano, tão necessária quanto a aperfeiçoamento da prática docente.
diversidade biológica para a natureza. Nesse sen- BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação
Básica. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: docu-
tido, constitui patrimônio comum da humanidade mento orientador das ações de formação em 2014. Disponível
e deve ser reconhecida e consolidada em benefício em: https://ijp.short.gy/qKPULK. Acesso em: 26 jul. 2021.
das gerações futuras.
A nova Política Nacional de Alfabetização (PNA) aponta
UNESCO. Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural,
2002, p. 3. Disponível em: https://ijp.short.gy/F74j4M.
como uma de suas diretrizes, em seu artigo 5o, parágrafo I,
Acesso em: 26 jul. 2021. (Traduzido pelos autores.) “a priorização da alfabetização no primeiro ano do Ensino

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Fundamental”, iniciando na Educação Infantil e com meta de tuações de uso da língua e de reflexão sobre a língua e as
alfabetização até o 3o ano do Ensino Fundamental. Por isso, linguagens, contribuindo para sua formação como sujeito
as práticas de letramento e literacia tornaram-se uma preo- ativo, que interage com o texto na construção de sentidos.
cupação central no novo currículo. É importante, todavia, De acordo com a BNCC:
esclarecer a distinção entre os dois conceitos. Tradicionalmen- O Eixo Leitura compreende as práticas de lin-
te, letramento é definido como o desenvolvimento das ha- guagem que decorrem da interação ativa do leitor/
bilidades que permitem que o educando leia, escreva e se ouvinte/espectador com os textos escritos, orais e
comunique de maneira eficiente. Para tanto, ele deve ser capaz multissemióticos e de sua interpretação, sendo
de fazer uso da linguagem escrita nas diversas situações que exemplos as leituras para: fruição estética de textos
encontrará em seu cotidiano, seja em casa, seja na escola, e obras literárias; pesquisa e embasamento de tra-
considerando os distintos gêneros textuais, suportes, objetivos balhos escolares e acadêmicos; realização de proce-
dimentos; conhecimento, discussão e debate sobre
e funções da palavra escrita. Na BNCC, o termo ganhou um
temas sociais relevantes; sustentar a reivindicação
sentido ampliado, de acordo com as novas necessidades cria-
de algo no contexto de atuação da vida pública; ter
das pelo mundo digital, ressaltando-se a importância do mul-
mais conhecimento que permita o desenvolvimento
tiletramento, que envolve o ensino de habilidades
de projetos pessoais, dentre outras possibilidades.
específicas para a escrita e a leitura em ambientes digitais e BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
textos multissemióticos e multimidiáticos. Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em:
Já o termo literacia (derivado do inglês literacy) designa o https://ijp.short.gy/oK8WZ4. Acesso em: 26 jul. 2021.

conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relaciona- Uma especificidade da História decorre do fato de ela ser
dos à leitura e à escrita, bem como sua prática produtiva. É construída com base no estudo – que envolve análise, inter-
importante salientar, no entanto, que a literacia é parte do pretação, inferência, avaliação crítica, síntese e narrativa – das
processo mais geral de letramento e não um processo distin- mais diferentes fontes históricas (cartas, diários, documentos
to. Entre o letramento e a literacia, a mudança é apenas de oficiais, pinturas, gravuras, fotografias, objetos, vestimentas,
ênfase, posto que a literacia enfoca prioritariamente a fluência livros, filmes, peças publicitárias, etc.). Por esse motivo, o tra-
na leitura, enquanto o letramento refere-se aos processos balho com fontes históricas em sala de aula é uma oportuni-
gerais de desenvolvimento da leitura e da escrita. dade de explorar diferentes gêneros e suportes textuais, e
também de ampliar e aprofundar as práticas de letramento.
Para saber mais Outro aspecto a ser considerado, em uma perspectiva mais
BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educa- ampla, é que todo e qualquer tipo de escrita é uma prática
ção. Disponível em: https://ijp.short.gy/hMGiUc. Acesso em: 31 social – e, nesse sentido, todo e qualquer texto é revelador de
jul. 2021. determinada leitura de mundo, que é, por sua vez, condicio-
Conheça os artigos da Política Nacional de Alfabetização no
nada pelo papel que seu autor ocupa no mundo. Conhecer
site criado pelo governo federal para esse fim.
o modo como uma sociedade se organiza e a maneira como
No novo currículo, letramento, multiletramento e literacia os indivíduos que nela vivem dão sentido às suas experiências
atravessam os distintos componentes curriculares, que de- e vivências favorece uma melhor compreensão dos textos
vem colaborar no processo de desenvolvimento da compe- produzidos naquele contexto.
tência leitora e da escrita. Valorizar os diferentes saberes O estudo da História nos Anos Iniciais do Ensino Funda-
significa reconhecer que conhecimentos oriundos das dife- mental oferece às crianças em processo de alfabetização e
rentes áreas podem e devem ser apropriados pelas crianças, letramento a oportunidade de aprofundar seus conhecimen-
de modo que elas possam ouvir, falar, ler e escrever sobre tos não somente sobre a sociedade em que vivem, mas tam-
temas diversos e agir na sociedade. bém sobre diferentes sociedades que se desenvolveram em
Procurando contribuir com esse princípio, esta coleção outros tempos e espaços, contribuindo, assim, para uma in-
busca articular os trabalhos em conjunto com outras áreas do teração mais dialógica com os diversos gêneros e suportes
saber, deixando para o professor, ao considerar seu grupo e textuais estudados no contexto escolar.
seu contexto, a iniciativa de explorar outras oportunidades de O componente curricular História desta coleção também
alfabetização. O objetivo central é articular os conteúdos ao contribui para consolidar o domínio sobre o sistema de es-
Eixo Leitura da BNCC, propondo ao estudante diferentes si- crita alfabética, propiciando a interação ativa com textos

10
escritos, orais e multissemióticos para, assim, ampliar e apro- construção de sentidos passa pelo estudo de fontes históricas,
fundar a prática de letramento. Seguindo as orientações do como cartas, objetos de época, fotografias, pinturas, gravuras,
Eixo Leitura da BNCC e do Pacto Nacional pela Alfabetização testemunhos escritos e orais, literatura, cinema, etc. Dessa
na Idade Certa (PNAIC), a coleção de História propõe textos, forma, nesta coleção, o desenvolvimento da linguagem e das
imagens e atividades que desenvolvem a capacidade de ler, diferentes maneiras de se comunicar se articula ao trabalho
escrever e se comunicar de forma adequada e eficiente, con- com diferentes gêneros e suportes textuais e imagéticos.
siderando os distintos usos sociais da linguagem, os diferen- Outro objetivo do componente curricular é desenvolver ha-
tes gêneros e registros linguísticos e as diferentes funções da bilidades cognitivas, como a análise, a interpretação, a inferên-
comunicação na sociedade. O estudante é continuamente cia, a avaliação crítica, a síntese e a narrativa. As propostas de
estimulado a expressar-se – oralmente ou por escrito, indivi- atividades diversificadas em que o estudante deve fazer regis-
dualmente ou em grupo – em diferentes situações e contex- tros escritos a partir de dados colhidos, observações realizadas,
tos, tais como propor projetos coletivos, resolver problemas, debates com colegas, etc. ajudam na consolidação dos conhe-
refletir e debater sobre temas sociais relevantes, posicionar-se cimentos da disciplina e promovem o avanço da alfabetização
diante de questões importantes e sintetizar e formalizar o e do letramento. Além disso, vale destacar que os registros re-
resultado de pesquisas. queridos nas atividades de pesquisa e coleta de dados que a
No caso do componente curricular História, há uma espe- disciplina promove contribuem para ampliar e aprofundar tan-
cificidade a ser levada em conta: o uso da linguagem e a to as práticas de literacia quanto as de numeracia.

Proposta teórico-metodológica da coleção


Desde a Antiguidade até o século XX, quando os regimes de historiografia. A historiografia é constituída de distintas teorias
totalitários que emergiram no entreguerras procuraram con- e correntes de pensamento que explicam o processo histórico,
trolar a produção e o ensino do saber histórico, um dos usos e a História, como disciplina científica, abarca todas elas.
da História tem sido o de legitimar aqueles que detêm o po- Em outras palavras, é possível dizer que a historiografia é
der, manipulando a memória das pessoas e a visão que elas uma narrativa crítica, sempre parcial e sujeita a retificação,
têm do passado. No entanto, se utilizado de modo crítico e sobre os vestígios e os testemunhos das gerações passadas,
reflexivo, o saber histórico pode servir para criticar e modificar os quais, em conjunto, constituem o que chamamos de me-
as relações de poder, revelando-se um instrumento de trans- mória social. É esse conjunto de vestígios e testemunhos, a
formação do mundo. chamada memória social, que nos permite recontar a História
Ainda, na atual sociedade do conhecimento, o conhecimen- de dada sociedade. Essa diferença entre História e memória
to reflexivo da História é capaz de evitar o desconhecimento é muito bem esclarecida pelo historiador francês Pierre Nora
da experiência das gerações anteriores e a perda de contato no trecho a seguir:
com o passado, que marcam as gerações mais jovens. Ainda Memória, História: longe de serem sinônimos,
na década de 1990, o historiador inglês Eric Hobsbawm já tomamos consciência que tudo opõe uma à outra. A
apontava para essa questão: memória é a vida, sempre carregada por grupos vivos
[...] Quase todos os jovens de hoje crescem numa e, nesse sentido, ela está em permanente evolução,
espécie de presente contínuo, sem qualquer relação aberta à dialética da lembrança e do esquecimento
orgânica como passado público da época em que [...]. A História é a reconstrução sempre problemática
vivem. Por isso, os historiadores, cujo ofício é lem- e incompleta do que não existe mais. A memória é
brar o que outros esquecem, tornam-se mais impor- um fenômeno sempre atual, um elo vivido no eterno
tantes que nunca no fim do segundo milênio. [...] presente; a História, uma representação do passado.
HOBSBAWM, E. Era dos extremos. São Paulo: NORA, P. Entre memória e História: a problemática dos luga-
Companhia das Letras, 1995. p. 13. res. Projeto História. São Paulo: PUC, n. 10, p. 9, dez. 1993.

O ofício do historiador, a que Hobsbawm faz referência, abran- A memória e a reflexão crítica sobre ela (a historiografia, no
ge a reflexão sobre o passado e sobre a memória de homens e caso) são elementos fundamentais em nossa experiência de
mulheres que viveram em outros tempos e espaços, e seu re- mundo e na formação de nossa identidade, como acentua o
sultado, que é a construção da narrativa histórica, é chamado historiador David Lowenthal:

11
Relembrar o passado é crucial para o nosso passado é também aceitar que o passado não pode ser re-
sentido de identidade. Saber o que fomos confirma constituído em sua integralidade. O historiador, como vimos,
o que somos [...]. O passado nos cerca e nos preen- não narra o passado. A História constrói um discurso sobre o
che; cada cenário, cada declaração, cada ação con-
passado, que traz tanto o olhar como a subjetividade daque-
serva um conteúdo residual de tempos pretéritos.
le que narra.
Toda consciência atual se funda em percepções e
atitudes do passado; reconhecemos uma pessoa,
Esta coleção se orienta pelas diretivas e metodologias das
uma árvore, um café da manhã, uma tarefa, porque novas correntes de pensamento da historiografia recente,
já os vimos ou já os experimentamos. que evitam reduzir a complexidade dos fenômenos sociais
LOWENTHAL, D. Como conhecemos o passado. Projeto à estrutura político-econômica das sociedades, valorizando
História. São Paulo: PUC, n. 17, p. 63-199, nov. 1998. a dimensão sociocultural dos processos históricos. Diferentes
Conhecer o passado é uma forma de conhecer melhor a fontes históricas são utilizadas nesse sentido, a fim de apre-
nós mesmos: “saber o que fomos confirma o que somos”. sentar aos estudantes os modos de viver, ser e pensar em
Por outro lado, reconhecer que a História não representa o diferentes contextos históricos.

Recursos didáticos na coleção


O trabalho com fontes historiográficas, bem como a reprodução de imagens (pinturas,

históricas gravuras, fotografias, etc.) e de objetos da cultura material (ins-


trumentos de trabalho, peças de mobiliário, vestimentas, etc.).
Até o século XIX, somente as fontes documentais escritas, Além de trabalhar com fontes e linguagens diversas, a
especialmente os documentos produzidos por agentes da Igre- fim de contribuir para o desenvolvimento de habilidades
ja ou do Estado, eram consideradas fontes históricas. No decor- relacionadas à competência leitora dos estudantes, evitou-
rer do século XX, porém, essa noção se ampliou de forma -se apresentar a História como um relato fechado de um
considerável, devido, principalmente, à aproximação dos histo- passado distante da realidade dos estudantes. Afinal, um
riadores com outras áreas, como a Antropologia, a Sociologia, dos objetivos particularmente importantes do ensino-
a Demografia e a Arqueologia. Com isso, além dos documentos -aprendizagem da História no contexto escolar é o compro-
oficiais, diversos vestígios deixados pelas gerações passadas misso com a formação cidadã dos estudantes. Portanto,
começaram a ser utilizados para a reconstrução do passado: relacionar os conceitos e os conteúdos estudados com os
cartas, diários, relatos de viagem, pinturas, gravuras, fotografias, saberes prévios dos estudantes, aproximando a História de
objetos, vestimentas, livros, filmes, peças publicitárias, etc. seu cotidiano e auxiliando-os a compreender melhor a rea-
Essa ampliação da noção de fonte histórica foi defendida lidade social em que estão inseridos, é imprescindível para
e difundida, a partir da década de 1930, pelos historiadores da o alcance desse objetivo.
chamada Escola dos Annales, responsável pela renovação da
historiografia, no segundo quartel do século XX.
Trabalhando com textos e
A diversidade dos testemunhos históricos é atividades
quase infinita. Tudo que o homem diz ou escreve,
tudo que fabrica, tudo que toca pode e deve infor- O trabalho com textos e atividades nesta coleção visa cons-
mar sobre ele. truir sistematicamente noções e conceitos fundamentais pa-
BLOCH, M. Apologia da História. Rio de Janeiro: ra o ensino-aprendizagem de História, como mudança e
Jorge Zahar, 2002. p. 79.
permanência, fato, sujeito ou tempo, e também desenvolver
Uma das propostas desta coleção é oferecer aos estudan- a capacidade dos estudantes de pensar com lógica e de ex-
tes contato com parte dessa diversidade de fontes e testemu- pressar ideias, hipóteses ou sentimentos por meio da produ-
nhos históricos e com eles explorar suas diferentes linguagens. ção de textos.
Por esse motivo, apresentamos, ao longo dos volumes, excer- Tanto os textos como as atividades apresentadas são diver-
tos de depoimentos orais ou textos escritos, como artigos de sificados e estão relacionados às habilidades exigidas pela
jornais, revistas e sites e fragmentos de obras literárias ou BNCC para cada ano do Ensino Fundamental.

12
Em relação às atividades, vale destacar que elas costumam localização, por sua vez, servem para auxiliar os estudantes na
acompanhar o texto, propiciando uma reflexão sobre os temas identificação dos espaços a que o texto se refere.
e ampliando os conceitos. Além disso, elas não visam apenas
à verificação da assimilação dos conteúdos, mas também ao Trabalhando com oralidade
desenvolvimento de competências como compreensão, or-
Ao longo desta coleção, o uso da fala em diferentes situa-
ganização, planejamento e capacidade de análise e síntese.
ções comunicativas é privilegiado. Em vários momentos, os
As atividades de pesquisa, em particular, objetivam incitar
estudantes são convidados a expor experiências, justificar opi-
a curiosidade dos estudantes e permitem ao professor apro-
niões, lançar ideias, expor pesquisas e trabalhos realizados (em
fundar alguns dos assuntos tratados nos capítulos. Já as ativi-
grupo, em dupla ou individualmente), apresentar soluções
dades lúdicas procuram estimular a imaginação e a
para situações-problema, participar de dramatizações, etc.
criatividade dos estudantes, orientando-os a elaborar dese-
Acreditamos que essa proposta os ajudará a desenvolver tan-
nhos e histórias em quadrinhos, confeccionar painéis, organi-
to a fala como a escuta.
zar exposições, etc.
Quanto aos diferentes gêneros textuais contemplados ao
Trabalhando com a
longo da coleção, vale dizer que eles buscam contribuir, so-
bretudo, para o processo de alfabetização e letramento a que interdisciplinaridade
toda criança tem direito: “ser alfabetizada é um direito da A interdisciplinaridade pressupõe a articulação de diferen-
criança”. tes áreas do saber em torno de um interesse comum, seja a
resolução de um problema concreto, seja a compreensão de
Trabalhando com textos e um fenômeno de diferentes pontos de vista. No contexto
imagens escolar, a interdisciplinaridade adquire sentido quando os cha-
mados conteúdos programáticos se organizam com base no
Acreditamos que um trabalho progressivo de leitura e in-
desenvolvimento de competências e habilidades fundamen-
terpretação de imagens, como o proposto nesta coleção,
tais. Como observou a professora Ivani Fazenda:
ajuda a desenvolver os conceitos da disciplina e também de
A interdisciplinaridade visa à recuperação da
outros componentes curriculares. Para tanto, é imprescindível
unidade do humano através da passagem de uma
que texto e imagem dialoguem constantemente.
subjetividade para a intersubjetividade e, assim
Além disso, de modo a evitar que os estudantes aceitem e
sendo, recupera a ideia primeira de Cultura (forma-
compreendam as reproduções de imagens antigas como “re- ção do homem total), o papel da escola (formação
flexos” ou registros fiéis de fatos e acontecimentos históricos, do homem inserido em sua realidade) e o papel do
nesta coleção elas são trabalhadas sempre como representa- homem (agente das mudanças no mundo).
ções do passado. A ideia é ensinar os estudantes a ler pinturas, FAZENDA, I. Integração e interdisciplinaridade no ensino
gravuras, fotografias ou mapas entendendo que o passado é brasileiro: efetividade ou ideologia. São Paulo: Loyola,
2011. p. 82.
sempre representado a partir das convenções, linguagens e
códigos da sociedade em que a imagem foi produzida. Nesta coleção, a articulação de diferentes áreas do saber
Os mapas merecem referência especial nesse aspecto, uma em torno de um interesse comum norteou tanto a escolha
vez que a História é o estudo de homens e mulheres no tem- de temas e textos quanto de atividades. O trabalho com
po e no espaço. Nesse sentido, é importante que os estudan- leitura de tabelas, por exemplo, que permite o diálogo com
tes tenham contato com a linguagem cartográfica para que, as disciplinas de Ciências e Matemática, contribui para o
por meio dela, consigam contextualizar espacialmente os desenvolvimento do pensamento lógico. Já o trabalho com
diferentes momentos históricos estudados e, ainda, refletir mapas, que possibilita uma interface com a Geografia, con-
sobre as modificações provocadas no chamado espaço geo- tribui para o desenvolvimento da habilidade de orientação
gráfico por diferentes fatos e acontecimentos históricos. no espaço.
Em relação aos mapas históricos apresentados na coleção, De modo geral, as atividades que exploram diferentes gê-
eles também devem ser trabalhados como uma fonte histó- neros textuais e a relação entre texto e imagem permitem a
rica, já que permitem conhecer como o espaço era concebido interação com a Língua Portuguesa e a Arte, favorecendo o
e representado na época de sua elaboração. Os mapas de processo de alfabetização e letramento dos estudantes.

13
O papel da avaliação
A escola é um lugar privilegiado para o desenvolvimento quanto para a melhora da ação docente, ao fornecer informações
de competências e habilidades necessárias à construção do para que o professor reoriente sua prática e replaneje seus pro-
conhecimento. Na atual sociedade do conhecimento em pósitos.
que vivemos, marcada por um vertiginoso aumento da in- Nesta coleção, oferecemos diversas sugestões e atividades,
formação e por um acelerado desenvolvimento tecnológico, que poderão ser utilizadas para planejar as avaliações durante
novos paradigmas se impõem a essa instituição e aos seus todo o ano letivo. No início de cada volume, o Livro do Estu-
protagonistas. dante traz uma avaliação diagnóstica, cujo objetivo é identi-
A disciplina de História vem passando por modificações ficar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre os temas
importantes, provocadas tanto pela renovação historiográfica a serem estudados. Ao longo das unidades, as avaliações de
das últimas décadas como por reformas curriculares, como as processo visam acompanhar o desempenho dos estudantes
da BNCC, que redefiniram, entre outros aspectos, a sua abor- e da turma, a fim de identificar as defasagens e buscar meios
dagem em sala de aula. Nesse cenário de mudanças e de para remediar o aprendizado. No final de cada volume, forne-
novos paradigmas, torna-se imprescindível repensar a avalia- cemos também uma avaliação de resultado para averiguar
ção como prática inerente à educação escolar. a efetividade da aprendizagem dos objetivos de aprendizagem
As propostas curriculares e a legislação vigentes concebem do volume.
a avaliação da aprendizagem como um dos elementos que Todas essas formas de avaliação incentivam o professor a
compõem o processo de ensino-aprendizagem e reiteram se manter atento ao desempenho dos estudantes e aos con-
que ela seja contínua, formativa e personalizada para, de fato,
teúdos que precisam ser mais bem trabalhados, e a observar
permitir a melhora do desempenho do estudante ao longo
se a turma, como um todo, tem respondido à proposta didá-
do processo. A avaliação não deve ser vista como um fim em
tica implementada.Além disso, a fim de facilitar a organização
si mesma, mas somente como um meio para o fim maior, que
das informações proporcionadas pela realização das ativida-
é desenvolver as potencialidades e a autonomia do estudan-
des, sugerimos nesta coleção a utilização de rubricas como
te. Assim, não devemos pensar na avaliação como o momen-
instrumento avaliativo.
to da prova e da entrega dos trabalhos, cujo único objetivo
O esquema a seguir permite visualizar o planejamento do
seria atribuir notas aos estudantes. Para eles, a avaliação deve
processo avaliativo como uma série de etapas interligadas.
ser vista como um momento de estudo, reflexão e aprendi-
zado, enquanto que, para o professor, ela deve ser considera- 1. Estabelecer os 2. Determinar os 3. Analisar o
da uma forma de coletar informações necessárias para o objetivos de instrumentos desempenho
aprendizagem avaliativos dos estudantes
aperfeiçoamento de sua própria prática docente.

A avaliação formativa 4. Fornecer feedback 5. Remediar defasagens


A avaliação formativa deve permitir que, no princípio de um Elaborado pelos autores.
período letivo, o professor determine os objetivos de aprendi-
zagem, as habilidades e as atitudes a serem desenvolvidos, ava- No início de um período letivo, é muito importante que o
liando-os continuamente para identificar se foram atingidos ou professor determine quais são os objetivos de aprendizagem
se é necessária uma mudança de proposta. Ela permite, igual- que pretende atingir e como esses objetivos permitirão dar
mente, que o professor individualize a aprendizagem de cada conta do planejamento curricular para aquela etapa. Sem
estudante, incentivando aqueles que atingiram os objetivos a objetivos precisos, torna-se difícil tomar decisões pedagógicas,
progredir para a próxima etapa de aprendizagem e propondo definir planos de ação, escolher os procedimentos que nor-
novas atividades para aqueles que não os atingiram, para que tearão o processo avaliativo e ter um diagnóstico claro do
também tenham a oportunidade de obter êxito em seu apren- desempenho dos estudantes.
dizado. Dessa forma, a avaliação formativa contribui tanto para Nesta coleção, os objetivos foram estabelecidos com base
o crescimento do estudante, que aos poucos torna-se mais nos conhecimentos, nas competências e nas habilidades pre-
autônomo e, assim, protagonista da própria aprendizagem, conizados pela BNCC e que devem ser desenvolvidos pelos

14
estudantes no curso da escolaridade básica. No início de cada Avaliação de processo
unidade deste Manual do Professor, são sugeridos objetivos Há diversos modos de avaliar o desempenho dos estu-
pedagógicos, que se desdobram em séries de textos e ativi- dantes no decorrer do processo de ensino e aprendizagem.
dades no Livro do Estudante. Esses objetivos explicitam as Uma forma que facilita esse trabalho é o uso de rubricas,
intencionalidades didáticas dos textos e atividades e visam nas quais o professor pode registrar se determinada habi-
facilitar a avaliação da turma e do estudante. lidade foi desenvolvida plenamente, parcialmente ou não
Neste Manual do Professor sugerimos a utilização, ao longo foi desenvolvida. É possível utilizar também os objetivos
dos capítulos, de outros instrumentos avaliativos que serão de aprendizagem, definidos no início de cada unidade, ou
mencionados a seguir. Cabe ao professor adequá-los à sua os códigos das habilidades, conforme a BNCC. O professor
prática pedagógica, quando necessário, a fim de contribuir pode utilizar esse recurso para obter um quadro do desem-
com a aprendizagem dos estudantes. A aplicação do proces- penho geral da turma e do desempenho de cada estudan-
so de avaliação depende de quais instrumentos serão mobi- te e, assim, ter um diagnóstico de quais conhecimentos e
lizados, cabendo ao professor atentar para a clareza da habilidades foram assimilados e quais ainda precisam ser
comunicação, apresentando instruções objetivas que não mais bem trabalhados.
deem margem a dúvidas e possibilitem que, durante as ava- A seção Rever ideias desta coleção foi pensada para dar
liações, o estudante se concentre em seu próprio desempe- parâmetros de avaliação ao professor. Além das atividades, há,
nho. É necessário também que o professor esteja atento para no Manual do Professor, sugestões de rubricas que podem
a possibilidade de cola e plágio durante as avaliações. Essas ser alteradas ou complementadas. Os resultados das avalia-
atitudes são comuns durante processos avaliativos e podem ções de desempenho por meio da utilização de rubricas po-
distorcer as informações que o professor obterá do processo. dem auxiliar o professor a monitorar os aprendizados (veja o
Por isso, se o professor perceber a recorrência dessas práticas, item dedicado ao tema a seguir). Se realizadas ao longo do
é importante que tenha conversas francas e abertas com os ano, o professor poderá detectar as dificuldades individuais e
estudantes e determine com clareza o objetivo da atividade as da turma e implementar formas de ajudar os estudantes a
e as regras de comportamento durante a sua realização. superá-las. Poderá também dar feedbacks mais estruturados
e mais objetivos para os estudantes no que eles precisam se
Avaliação diagnóstica aprimorar.
A avaliação diagnóstica ou inicial é realizada para diagnos- A rubrica é um instrumento avaliativo que ajuda o professor
ticar os conhecimentos prévios dos estudantes, ou seja, aqui- a registrar os avanços e as dificuldades dos estudantes. Ela é
lo que já sabem fazer, em termos de habilidades e atitudes, utilizada para identificar o nível de desempenho do estudan-
ou que pensam saber (que podem aparecer com eventuais te em determinado objetivo de aprendizagem, classificando-
estereótipos e/ou preconceitos que levam consigo). Sua fun- -o a partir de critérios preestabelecidos e em diferentes níveis
ção, então, é indicar ao professor qual ênfase deve ser dada de desempenho, de forma gradativa. Enfatizamos que esses
ao ensino para que os estudantes possam aprender de forma critérios podem ser construídos com os estudantes ou apre-
mais eficaz. Nesse sentido, ela é uma ferramenta muito útil sentados a eles antes do início do trabalho. É importante que
para nortear o trabalho do professor e dar suporte ao seu o professor invista na elaboração dessas rubricas como ins-
planejamento pedagógico. trumento de avaliação e que os critérios de desempenho não
Costumeiramente, a avaliação diagnóstica é aplicada no início sejam elementos para a atribuição de notas.
do ano letivo, mas destacamos que ela pode acontecer em A rubrica tem a vantagem de tornar o trabalho de avaliar
qualquer momento da aprendizagem, como forma de sonda- mais claro e objetivo para o estudante, estimulando a comu-
gem. No momento da aplicação, o professor deve compartilhar nicação sobre os objetivos das atividades e o feedback aos
com os estudantes seus objetivos e suas expectativas em relação estudantes e ampliando a consciência sobre as dificuldades
aos seus processos de aprendizagens, e, quando aplicada no e as potencialidades de cada um deles. De igual maneira, ela
início do ano letivo, pode se basear nas expectativas de apren- torna mais eficiente e transparente a apresentação do resul-
dizagem do ano anterior. Os dados fornecidos por esse instru- tado das avaliações para pais e gestores e para o próprio pro-
mento avaliativo podem servir de base para o professor fessor, que poderá se autoavaliar e analisar o grau de
organizar o planejamento e manter o alinhamento de aprendi- cumprimento dos objetivos programados, fazendo ajustes de
zagens entre os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. estratégias sempre que achar necessário.

15
Para classificar o desempenho dos estudantes, sugerimos Outra forma de avaliação de resultado é a aplicação de provas,
três níveis: Desenvolvido, quando o estudante atingiu ple- ou avaliações somativas. Enfatizamos que a prova não deve ser
namente o objetivo; Desenvolvido parcialmente, quando vista como forma de punição ou de controle disciplinar na sala
ele atingiu a maior parte dos objetivos ou a parte principal, de aula e, tampouco, considerada o único instrumento de ava-
mas ainda não demonstrou domínio completo do conteúdo; liação dos estudantes. Ela deve ser utilizada ao lado de outros
e, por fim, Em desenvolvimento, quando o estudante ainda instrumentos avaliativos e, se utilizada da maneira producente,
não alcançou o desenvolvimento satisfatório do objetivo. consiste em um excelente momento de avaliação, tornando-se
O feedback ou retorno das atividades realizadas pelo estu- uma oportunidade privilegiada de aprendizagem e de reflexão
dante deve ser oferecido com a maior frequência possível e sobre os conteúdos nela abordados.
não somente após as provas. Ele deve acontecer frequente- Na elaboração de provas, ressaltamos a importância da
mente, na forma de comentários orais e escritos, após todas utilização de linguagem e instruções adequadas, claras e ob-
as atividades realizadas pelos estudantes. Esse retorno pode jetivas à faixa etária, evitando-se, assim, as chamadas “pega-
mostrar a cada estudante seus pontos fortes e fracos, os as- dinhas”. Em provas deve-se cobrar diferentes habilidades e
pectos em que ele se desenvolveu, conforme o esperado, e processos cognitivos trabalhados ao longo de cada unidade
aqueles em que deve investir mais. e não apenas questões de “decoreba” ou memorização. Além
Por meio desse retorno individualizado, o estudante vai se disso, é também muito importante fornecer um feedback aos
apropriando do próprio processo de aprendizagem, tornan- estudantes após as atividades avaliativas, para que eles per-
do-se mais autônomo. É imprescindível que em cada uma cebam suas dificuldades e facilidades.
dessas devolutivas, o professor, além de deixar claros os crité-
rios que foram utilizados para a correção, não descuide de
Monitoramento e registro
levantar os avanços e os resultados positivos do estudante, Monitorar o desempenho dos estudantes é uma das formas
incentivando-o a prosseguir estudando. Se houver dificulda- mais eficazes de aperfeiçoar o trabalho docente e facilitar o
de, é recomendável investigar o motivo para poder saná-la. processo avaliativo. Para isso, é importante ter critérios claros
Nesses momentos, é também importante fornecer um feedback e adotar práticas constantes de registro. Para compreender as
sobre o desempenho da turma como um todo, que pode ser dificuldades de aprendizagem, é imprescindível elaborar no-
tanto na forma de relatório como oralmente. vas estratégias avaliativas que facilitem a determinação dos
critérios avaliados, bem como da tabulação e análise de dados
Avaliação de resultado provenientes das atividades e das provas. O registro pode ser
A avaliação de resultado, nesta coleção a seção O que eu feito cotidianamente, a fim de facilitar a coleta e organização
aprendi?, deve ser aplicada ao término de cada ano letivo, de dados e a análise de desempenho da turma.
já que tem como objetivo evidenciar os saberes e conheci- Sugerimos a seguir duas tabelas de acompanhamento e
mentos que foram construídos, oferecendo uma visão geral monitoramento que podem ser utilizadas para acompanhar
de quanto os estudantes se aproximaram ou não das expec- o desempenho individual e coletivo dos estudantes. Essas
tativas previstas no início do ano letivo ou do trabalho com tabelas também podem ser utilizadas em conjunto com as
cada unidade. rubricas sugeridas ao longo das unidades.

Estudante: Turma:

1o bimestre
Objetivos pedagógicos da unidade Medidas para consolidar ou
Desempenho
remediar aprendizagens

Objetivo 1

Objetivo 2

Objetivo 3

Objetivo 4

16
Turma: Unidade 1

Objetivo de aprendizagem 1
Estudante
Desenvolvido
Desenvolvido Em desenvolvimento
parcialmente
Número 1 Nome do estudante 1

Número 2 Nome do estudante 1

Número 3 Nome do estudante 1

Número 4 Nome do estudante 1

Total Estudantes Porcentagem Estudantes Porcentagem Estudantes Porcentagem

4 1 25% 2 50% 1 25%

Objetivo de aprendizagem 2
Estudante
Desenvolvido
Desenvolvido Em desenvolvimento
parcialmente
Número 1 Nome do estudante

Número 2 Nome do estudante

Número 3 Nome do estudante

Número 4 Nome do estudante

Total Estudantes Porcentagem Estudantes Porcentagem Estudantes Porcentagem

Ao perceber que grande parte da turma teve dificuldade aspectos que o professor julgar pertinentes. O registro do que
com alguma atividade, recomendamos que o professor faça foi observado é extremamente importante para a validação
uma revisão e aplique outros exercícios, a fim de reforçar das informações e, para isso, o professor deve estabelecer
aquela aprendizagem. Vale também conversar com a turma campos nas rubricas para fazer essas anotações (ou registrá-las
para descobrir se o problema esteve relacionado à dificul- em material próprio, à parte), verificando o que vale a pena
dade da atividade, ao próprio conteúdo ou à didática utili- ser observado e qual é a importância atribuída aos dados
zada para apresentá-lo. Para o estudante que mostrou menos coletados. A observação permite, por exemplo, que o profes-
desempenho no geral, é importante que o professor forne- sor analise a postura dos estudantes no momento da prova,
ça um atendimento diferenciado, oferecendo reforço duran- se eles se mostram ansiosos ou tranquilos, se conseguem
te o decorrer do período letivo e não apenas em períodos enxergar o intuito qualitativo da avaliação ou só se inquietam
de recuperação. com as notas, se administram bem o tempo de aplicação de
uma atividade, etc. Ela possibilita também que o professor
Avaliação além do livro compreenda se a turma exige mais explicações durante uma
Outro instrumento de monitoramento é a observação. A atividade avaliativa ou se os estudantes já têm autonomia e
observação consiste em assistir ao estudante realizar certa preferem silêncio para se concentrar e, até mesmo, quais são
atividade, percebendo se ele domina ou não conhecimentos os mais tímidos e os mais extrovertidos na turma.
adquiridos, bem como sua fluência oral, postura, concentra- É possível confeccionar relatórios de observação com
ção, facilidade de leitura, comportamento, entre outros um checklist que discrimine os aspectos importantes a

17
serem compilados. Para facilitar esse registro, apresentamos professor poderá montar uma escala de acordo com o nú-
a seguir um exemplo de checklist que pode ser utilizado mero de lacunas preenchidas. Essas escalas podem resultar
para uma apresentação oral do estudante. Nesse exemplo, em nota ou, simplesmente, em níveis de desempenho.
sugerimos que os quadradinhos sejam preenchidos com Outra opção é desenvolver uma legenda e preencher as
um “ok” ou que sejam deixados em branco, de acordo com lacunas com siglas determinadas pelo professor, dando
a desenvoltura do estudante durante a apresentação. Para mais opções de correção. A seguir, o exemplo de tabela
tirar uma conclusão sobre o desempenho do estudante, o para checklist:

Nome do estudante:
Turma:
Nome da atividade: Data:
1. Expressão física
Fica ereto e olha diretamente para o público
Muda expressão facial conforme o tom da apresentação
Mantém contato visual com o público

2. Expressão vocal
Fala com voz clara e regular
Varia o tom para enfatizar pontos
Fala alto o bastante para ser ouvido pelo público
Pronuncia as palavras com ritmo regular
Enuncia cada palavra

3. Expressão verbal
Escolhe palavras precisas para passar o significado
Evita repetições desnecessárias
Profere frases com pensamentos ou ideias completos
Organiza a informação logicamente
Resume os pontos principais na conclusão
Fonte: RUSSELL, Michaele; AIRASIAN, Peter. Avaliação em sala de aula: conceitos e aplicações.
Porto Alegre: AMGH, 2014. p. 200.

Enfatizamos que um relatório bem elaborado, com critérios que os estudantes reflitam sobre a própria aprendizagem,
claros, explicando a postura de um estudante no decorrer de identifiquem dificuldades e reorientem suas estratégias, a
uma avaliação ou atividade, pode ser tão relevante quanto fim de chegar a um aprendizado mais sólido e significativo.
uma prova no planejamento pedagógico do professor. Com Ela também pode ser utilizada pelo professor para repensar
isso, deixamos claro que o checklist é uma ferramenta facilita- as próprias práticas e propostas de trabalho. Além de com-
dora, que permite que o professor defina os critérios de ava- plementar a análise do professor e envolver o estudante
liação previamente e ganhe tempo no momento de avaliar o no processo de avaliação, a autoavaliação é uma forma de
estudante. desenvolver a autonomia e a capacidade de autorregulação
do estudante, para que, no futuro, ele possa avaliar suas
Autoavaliação e avaliação em produções com consciência.
grupo O exercício da autoavaliação pode ser realizado durante
A autoavaliação é uma ferramenta essencial ao processo todo o processo de aprendizagem. Os estudantes podem, por
de aprendizagem dos estudantes e contribui para ressaltar exemplo, se posicionar com relação ao que aprenderam, após
o caráter formativo da avaliação. A autoavaliação permite atividades individuais e em grupo, ao final das aulas e/ou ao

18
final de uma semana ou sequência didática. Quando utilizada Porém, é fundamental ponderar sobre os chamados “erros”,
em trabalhos em grupo, ela estimula a participação e o esfor- que não podem e não devem ser interpretados como ausência
ço de todos os integrantes, proporcionando-lhes avaliar o de aprendizagem, e sim como indícios do processo de conhe-
outro e a si mesmos. É pertinente que a estrutura das questões cimento e das estratégias de aprendizagem de cada estudante
seja apresentada à turma antes de iniciar o trabalho, para que acerca de determinado conhecimento. Como nos informa a
todos estejam cientes dos critérios a serem avaliados. É igual- neurociência do aprendizado, o “erro” deve ser incorporado ao
mente importante estimular os estudantes a expressar suas processo de aprendizagem e não estigmatizado, pois é somen-
opiniões e impressões sobre os conteúdos e conceitos minis- te mediante o ciclo entre o “erro” e o feedback que o estudante
trados, os avanços atingidos e os obstáculos encontrados no desenvolve a metacognição, tornando-se consciente de seus
caminho. Assim, o desejo de aprender e a motivação para pontos fortes e fracos e desenvolvendo estratégias para supe-
participar das atividades didáticas podem ser constantemen- rar dificuldades.
te reforçados. Este Manual do Professor oferece diversas sugestões de
remediação de defasagens apresentadas pelos estudantes.
A remediação das São propostas atividades complementares, retomada de con-
teúdos e desenvolvimentos didáticos que estão espalhados
aprendizagens ao longo dos comentários ao Livro do Estudante. A indicação
Remediar a aprendizagem significa fazer uma intervenção dessas atividades para aqueles estudantes que possuem difi-
de caráter pedagógico no processo de ensino e aprendizagem culdades de aprendizagem é essencial para manter o nivela-
do estudante quando necessário. A remediação é importante mento da turma. Por isso, é muito importante que o professor
quando a análise de desempenho mostra que alguns estu- observe com constância o desenvolvimento do estudante
dantes estão tendo mais dificuldade com determinada habi- que se encontre em situação de remediação, fornecendo o
lidade, atividade ou conteúdo se comparados à turma em apoio necessário para que ele acompanhe o desempenho da
geral. turma.

Organização geral da coleção


Nesta coleção, os conteúdos do currículo são abordados capítulos, organizados em quatro unidades (com exceção do
com base em problemas ou conjuntos temáticos, que for- volume 1, com quatro capítulos e duas unidades), que apre-
necem o fio condutor para a estruturação dos volumes. sentam, por sua vez, seções e boxes com textos, imagens e
Assuntos apresentados em um dos volumes são, por vezes, atividades, entre outros recursos.
retrabalhados com nova perspectiva e mais profundidade Conheça, a seguir, a estrutura detalhada dos volumes:
em outro volume, o que garante a ampliação e a retomada
dos conhecimentos. Seções e boxes
A complexidade dos textos e das atividades também au-
menta de um volume para outro, propiciando a progressão Avaliação diagnóstica
cognitiva e o desenvolvimento dos objetos de conhecimento No início de cada volume há uma avaliação inicial, que
e das habilidades exigidos pela BNCC para cada ano de estu- visa fornecer um quadro do desempenho e do nível de co-
do. Ressaltamos que as atividades e os textos propostos não nhecimento da turma no início do período letivo. Os obje-
pretendem limitar nem predeterminar a forma e o conteúdo tivos e critérios das avaliações diagnósticas propostas nesta
das aulas. Ao contrário, espera-se que eles sejam um estímu- coleção são baseados nas expectativas de aprendizagem do
lo para os estudantes e um guia confiável para o professor na ano anterior e pretendem alinhar o planejamento pedagó-
elaboração de seu planejamento e na realização de suas aulas. gico entre os anos, nivelar os estudantes e direcionar o olhar
Para auxiliar o professor em seu trabalho com esta coleção do professor para as dificuldades de aprendizagem da turma.
em sala de aula, há, na parte específica deste manual, suges-
tões de encaminhamentos didático-pedagógicos, que visam Abertura de unidade
à exploração ou à ampliação de determinados conceitos e O objetivo das aberturas de unidade é explorar os conhe-
conteúdos. Cada volume da coleção é composto de nove cimentos prévios dos estudantes por meio da leitura de

19
imagens e de questões que possibilitam conversa oral e meio da análise de diferentes fontes históricas, e trabalhar as
coletiva dos aspectos a seres trabalhados. Esse momento competências gerais relacionadas à construção do conheci-
inicial permite aprimorar a habilidade de leitura da imagem mento científico e do repertório do estudante acerca dos
como fonte histórica e sensibilizar os estudantes para os processos e transformações sociais (competências gerais 1, 2
temas que serão explorados no decorrer da unidade. As e 7). Nesta seção, texto, imagens e atividades foram planeja-
atividades têm a finalidade de levantar os conhecimentos dos para permitir a construção do conhecimento de alguns
prévios dos estudantes e contextualizar o conteúdo tratado procedimentos que caracterizam o trabalho das Ciências
na unidade, ou apenas um aspecto relevante dele. Humanas, sobretudo da área de História. Com base na apre-
sentação e na análise de diferentes fontes históricas (mapas,
Unidades e capítulos fotografias, relatos, depoimentos, monumentos, cultura ma-
Cada unidade do livro é composta de dois ou três capí- terial, textos, etc.), buscamos desenvolver nos estudantes a
tulos, que exploram e desenvolvem os conteúdos e os con- habilidade do saber-fazer, criando oportunidade para eles
ceitos da disciplina de História para cada volume. No interior realizarem pesquisas e entrevistas, criarem HQs, elaborarem
dos capítulos, aparecem intercalados textos, imagens e ati- textos, etc. Desse modo, procuramos levar os estudantes a
vidades que favorecem a compreensão do tema tratado. Os observar o mundo que os rodeia, por meio de uma perspec-
temas apresentam questões iniciais, que criam oportunida- tiva crítica e ampliada, oferecendo visões diferenciadas sobre
des para o estudante pensar sobre o assunto que será abor- os processos e fatos históricos abordados, em vez de uma
dado, fazer relações com as próprias vivências e trocar ideias narrativa única e monolítica.
com os colegas e com o professor.
Rede de conhecimentos
Falando sobre... Esta seção propõe a retomada e a ampliação de alguns
Esta seção aborda os TCTs da BNCC: ética, direitos huma- conceitos e conteúdos desenvolvidos nos capítulos. Sua fun-
nos e cidadania; consumo e educação financeira; diversida- ção é estabelecer conexões e relações interdisciplinares com
de cultural; e assuntos relacionados à sustentabilidade. outros componentes curriculares, como Ciências, Língua Por-
Impacto ambiental, consumo, multiculturalismo, comuni- tuguesa, Arte, Matemática e Geografia, aprofundando um dos
dades tradicionais, transportes alternativos, entre outros assuntos tratados no capítulo.
temas, são discutidos de forma crítica e interdisciplinar, cha-
mando a atenção dos estudantes para questões contem- Rever ideias
porâneas e estabelecendo relações sistêmicas entre os O objetivo desta seção é auxiliar estudantes e professor na
conteúdos. Além de ampliar as possibilidades de reflexão e avaliação de processo, fornecendo um conjunto de atividades,
de interconexão entre os diferentes componentes curricu- incluindo questões objetivas e de múltipla escolha, que visam
lares, esta seção pretende estimular nos estudantes atitudes à retomada e à fixação dos objetivos de aprendizagem traba-
de respeito às diferenças individuais, de valorização da di- lhados em cada unidade. A seção possibilita que o estudan-
versidade cultural e de promoção da cidadania em âmbito te reflita sobre o próprio desempenho e ajuda o professor a
global. A seção permite também um trabalho inicial com (re)pensar estratégias para atingir os objetivos das unidades.
as competências socioemocionais da BNCC (competências
gerais 8, 9 e 10). Avaliação de resultado
A avaliação de resultado ou final deve ser aplicada ao
Glossário término de cada ano letivo, já que tem como objetivo evi-
As expressões e os termos considerados complexos ou denciar os saberes e conhecimentos que foram construídos
incomuns ao repertório dos estudantes são definidos próximo no decorrer do processo, oferecendo uma visão geral do
do texto correspondente, a fim de ampliar seu vocabulário e quanto o estudante se aproximou das expectativas previstas.
facilitar a compreensão do conteúdo. Por meio da análise dos resultados da avaliação de processo,
o professor pode detectar as dificuldades individuais e as da
Ler o mundo: História viva turma e implementar formas de ajudar os estudantes a su-
O objetivo desta seção é ampliar o estudo de alguns pro- perá-las, promovendo, ao final, melhores resultados quanto
cessos ou fatos abordados no capítulo, principalmente por ao seu processo de ensino-aprendizagem.

20
Orientações para o volume 5
Como planejar o ano letivo 7. Identificar o processo de modernização do Brasil, da Mo-
narquia à República: a urbanização, a industrialização e os
O planejamento é uma tarefa crucial na rotina do professor, avanços científicos do final do século XIX e início do XX
porque é dessa forma que ele orienta seu cotidiano: o que vai (mudanças e permanências). (EF05HI06, EF05HI07, EF05HI10)
ensinar, como e com qual objetivo. Ele também é importante
8. Entender o processo de organização do trabalho: a luta
para o professor atingir os objetivos propostos, de acordo com o
pelos direitos do trabalhador e das mulheres. (EF05HI04,
projeto pedagógico da escola e com os conteúdos programáticos.
EF05HI09)
Sugerimos ao professor organizá-lo de acordo com as unida-
9. Compreender e analisar os processos de industrialização,
des (quatro em cada volume, à exceção do 1o ano), planejando
de crescimento populacional e de urbanização ocorridos
os objetivos de uma sequência de aulas. Assim, fica mais fácil
no Brasil até a atualidade e seus contrastes. (EF05HI06,
refinar e aperfeiçoar o objetivo com base no resultado da aula
EF05HI08, EF05HI09)
anterior, reajustando o planejamento sempre que necessário.
Para poder analisar se o objetivo esperado foi atingido, uma boa Esses objetivos nortearam a elaboração da seção O que
estratégia é adotar pequenas avaliações, ao final de cada sequên- eu aprendi?, a avaliação de resultado da coleção.
cia. A coleção já traz todas essas ferramentas para o professor, No quadro a seguir estão apresentados os conteúdos dos
cabendo a ele a tarefa de organizar e selecionar os objetivos, as capítulos que compõem o volume 5, bem como as habilida-
avaliações e as atividades, segundo o seu planejamento. des previstas na BNCC trabalhadas em cada um desses capí-
Em síntese, o professor deve: tulos, precedidas de seu código de identificação.
Alguns temas trabalhados nos 3o e 4o anos ressurgem neste
• Avançar do planejamento da unidade para os planos de aula.
volume 5 com maior complexidade e aprofundamento. Para
• Escolher quais avaliações vai utilizar para verificar se a me-
iniciar, são abordados os conceitos de nomadismo e sedenta-
ta foi atingida.
rismo e as primeiras cidades e civilizações, introduzindo a noção
• Selecionar as atividades que serão usadas de acordo com
de Estado e suas diferentes implicações. Em seguida, foca-se
seus objetivos.
na organização administrativa do Brasil, sob o controle portu-
• Replanejar seus objetivos, caso perceba que a meta não foi guês, e na relação desigual entre colônia e metrópole. O con-
atingida. ceito de Estado é retomado na discussão sobre o processo de
Veja, a seguir, alguns objetivos de aprendizagem para o Independência do Brasil, mais adiante. Também são abordados
volume 5 desta coleção e as habilidades da BNCC relacionadas: temas como a primeira Constituição brasileira e a questão da
1. Comparar o modo de vida dos povos nômades com o modo cidadania, os monumentos históricos como locais de memória
de vida dos povos sedentários, compreendendo os motivos e a permanência da escravidão. As distintas formas de mobili-
que levaram alguns povos ao sedentarismo. (EF05HI01) zação e resistência contra a escravidão e a importância da cul-
2. Conhecer os papéis que o Estado assumia nas primeiras tura africana são tratadas no contexto da economia do café.
civilizações e comparar com as funções do Estado atual- Prosseguindo a reflexão sobre Estado e cidadania, são
mente. (EF05HI02) abordadas as consequências da mudança do regime mo-
3. Reconhecer a importância da religião nas primeiras civili- nárquico para o republicano, os fenômenos da urbanização
zações. (EF05HI03) e da imigração e o desenvolvimento da indústria. O mundo
do trabalho é abordado a partir das mudanças e permanên-
4. Compreender a construção dos conceitos de democracia
cias nas relações de trabalho, incluindo a organização de
e de cidadania. (EF05HI04, EF05HI05, EF05HI08)
trabalhadores e sua luta por direitos políticos e sociais. A
5. Conhecer a luta permanente pela ampliação dos direitos questão da cidadania é ampliada ao abordar a temática in-
universais a todos os brasileiros (direitos esses constantes dígena, tratada no contexto do processo de modernização
da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ratificada e interiorização do território brasileiro, bem como na discus-
pela Organização das Nações Unidas em 1948). (EF05HI04, são sobre os conceitos de democracia e de autoritarismo.
EF05HI05, EF05HI09) Os temas integradores dos direitos da criança e do adoles-
6. Entender e analisar o processo de formação do Brasil, do cente, do respeito ao idoso e da educação em direitos hu-
início da colonização ao Brasil Império, bem como suas manos concluem a discussão, neste volume 5, sobre
implicações sociais, políticas e econômicas. (EF05HI07) cidadania no presente.

21
Planejamento do ano letivo
Planejamento anual
Planejamento didático Cronograma

Partes do Livro do Práticas pedagógicas Aulas


Páginas Conteúdos BNCC Semanas
Estudante Livro do Estudante previstas
O que eu já sei? p. 8-11 Atividades de início de Avaliação diagnóstica 2 1
ano letivo para sondagens
de conhecimentos prévios
Unidade 1 – Civilização e p. 12-13 Abertura de Unidade; Levantamento de conhecimentos prévios EF05HI01 1 2
cidadania imagens e questões EF05HI02
EF05HI03
EF05HI04
EF05HI05

1o mês
EF05HI06
EF05HI10
Capítulo 1 – O início da p. 14-17 As primeiras cidades; A Levantamento de conhecimentos prévios; EF05HI01 1
civilização origem do comércio compreensão de leitura; observação e EF05HI02
Da vida nômade à vida interpretação de imagens e de mapa; EF05HI03
sedentária atividades de fixação (avaliativas) EF05HI06
EF05HI10
O Estado e o papel da p. 18-23 Civilização mesopotâmica; Compreensão de leitura; observação e EF05HI01 2 3/4
religião A origem da escrita; interpretação de imagens e de mapas; EF05HI02
Civilização egípcia atividades de fixação (avaliativas) EF05HI03
EF05HI06
Falando sobre ... p. 23 Formas de marcação do Leitura e compreensão de texto; produção EF05HI01 2
tempo de escrita; atividade de reflexão (avaliativa) EF05HI02
Ler o mundo: História viva p. 24-25 Patrimônio cultural Leitura e compreensão de texto; análise EF05HI10 1 5

1o bimestre
de imagens; atividades de fixação/reflexão
(avaliativas)
Mais atividades p. 26-27 Atividades de fixação e Atividades avaliativas EF05HI01 1
ampliação de conteúdos EF05HI02
EF05HI03
EF05HI06
Capítulo 2 – Democracia e p. 28-31 A comunidade dos Levantamento de conhecimentos prévios; EF05HI02 6
cidadania na Antiguidade: cidadãos; A democracia leitura e compreensão de texto; leitura de EF05HI03 2
Grécia e Roma em Atenas imagens e de mapa; produção de escrita; EF05HI04
A democracia no presente e atividades de fixação (avaliativas) EF05HI05
no passado
Falando sobre... p. 37 Respeito às diferentes Leitura e interpretação de texto; produção EF05HI03 1 7
religiões de escrita; ampliação de vocabulário; EF05HI04

2o mês
atividade de reflexão (avaliativa)
Ler o mundo: História viva p. 38-39 Roma e a Rota da Seda Leitura e compreensão de texto; análise de EF05HI02 1
imagem e de mapa; atividades de fixação/ EF05HI03
reflexão (avaliativas)
Mais atividades p. 40-41 Atividades de fixação e Atividades avaliativas EF05HI02 1 8
ampliação de conteúdos EF05HI03
EF05HI04
EF05HI05
Rever ideias p. 42-43 Atividades de revisão e Avaliação de processo EF05HI01 1
(Unidade 1) fixação de conteúdos da EF05HI02
Unidade 1 EF05HI03
EF05HI04
EF05HI05
EF05HI06
EF05HI10
Período de ajuste de calendário 2 9
Unidade 2 – Formando o p. 44-45 Abertura da unidade; Levantamento de conhecimentos prévios EF05HI01 1 10
Brasil imagens e questões EF05HI02
EF05HI04
EF05HI05
EF05HI06
2o bimestre

EF05HI07
EF05HI09
3o mês

EF05HI10
Capítulo 3 – Quando o Brasil p. 46-52 A exploração do pau- Levantamento de conhecimentos prévios; EF05HI01 1
era de Portugal -brasil; As drogas do sertão; leitura e interpretação de texto e de EF05HI02
Império marítimo português As capitanias hereditárias; mapas; atividades de fixação (avaliativas) EF05HI04
O governo-geral EF05HI07
Falando sobre... p. 47 Biopirataria Leitura e compreensão de texto e de EF05HI01
imagem; atividade de pesquisa (avaliativa) EF05HI04

22
Planejamento anual
Planejamento didático Cronograma

Partes do Livro do Práticas pedagógicas Aulas


Páginas Conteúdos BNCC Semanas
Estudante Livro do Estudante previstas

A sociedade colonial p. 53-59 Caçada aos “negros da terra”; Leitura e compreensão de texto; EF05HI01 2 11
Cana-de-açúcar e escravidão dos análise de fontes históricas; EF05HI02
africanos; A mulher no período atividades de fixação (avaliativas) EF05HI04
colonial; Uma sociedade de
escravizados, homens livres e
senhores

Ler o mundo: História p. 60-61 Direito indígena: a luta pelas Leitura e compreensão de texto EF05HI01 1 12
viva terras e de imagens; análise de fontes EF05HI04

3o mês
históricas; atividades de fixação/
reflexão (avaliativas)

Mais atividades p. 62-63 Atividades de fixação e ampliação Atividades avaliativas EF05HI01 1


de conteúdos EF05HI02
EF05HI04
EF05HI07

Capítulo 4 – O Brasil p. 64-67 A abertura dos portos; Mudanças Levantamento de conhecimentos EF05HI02 1 13
independente: nasce no Rio de Janeiro prévios; leitura e compreensão EF05HI04
uma nação de textos; atividades de fixação EF05HI05
A família real no Brasil (avaliativas); produção textual; EF05HI07
realização de dramatização EF05HI10

Brasil, um Estado, uma p. 68-71 A primeira Constituição do Brasil Leitura e interpretação de texto; EF05HI02 1
nação atividades de fixação (avaliativas) EF05HI04

Falando sobre... p. 71 Cidadania Leitura e compreensão de texto; EF05HI02 1 14


estabelecimento de relações EF05HI04
presente/passado; discussão EF05HI05
coletiva

Ler o mundo: História p. 72-73 Monumentos da história do Brasil Leitura e análise de imagens EF05HI07 1
viva (monumentos); atividades EF05HI10
avaliativas

2o bimestre
Rede de conhecimentos p. 74-75 O cotidiano da escravidão no Análise de documentos históricos; EF05HI02 1 15
Brasil atividades de análise de imagens EF05HI04
(avaliativas) EF05HI05

Mais atividades p. 76-77 Atividades de fixação e de Atividades avaliativas EF05HI02 1


ampliação de conteúdos EF05HI04
EF05HI05
EF05HI07

Capítulo 5 – A cultura do p. 78-81 Café e modernidade; O fim do Levantamento de conhecimentos EF05HI04 1 16

4o mês
café e o fim da escravidão tráfico de escravizados prévios; leitura e interpretação EF05HI05
A cultura do café de texto, de mapa, de imagens e EF05HI06
de gráfico; atividades de fixação EF05HI09
(avaliativas)

A sociedade se mobiliza p. 82-87 As leis abolicionistas; A difícil vida Leitura e interpretação de texto e EF05HI04 1
pela abolição dos ex-escravizados; A cultura de imagens; atividades de fixação EF05HI05
afro-brasileira; A capoeira (avaliativas)

Falando sobre... p. 84 Combate ao trabalho escravo Leitura e compreensão de texto; EF05HI04 1 17


estabelecimento de relações EF05HI05
entre presente/passado; atividade
de pesquisa (avaliativa)

Ler o mundo: História p. 88-89 A fotografia brasileira no século Leitura e compreensão de texto; EF05HI06 1
viva XIX análise de imagens; atividades de
fixação/reflexão (avaliativas)

Mais atividades p. 90-91 Atividades de fixação e de Atividades avaliativas EF05HI04 1 18


ampliação de conteúdos EF05HI05
EF05HI06
EF05HI09

Rever ideias p. 92-93 Atividades de revisão e fixação de Avaliação de processo EF05HI02 1


(Unidade 2) conteúdos da Unidade 2 EF05HI04
EF05HI05
5o mês

EF05HI06
EF05HI07
EF05HI09

Período de ajuste de calendário 2 19

23
Planejamento anual
Planejamento didático Cronograma

Partes do Livro do Práticas pedagógicas Aulas


Páginas Conteúdos BNCC Semanas
Estudante Livro do Estudante previstas

Unidade 3 – República e p. 94-95 Abertura da Unidade; Levantamento de conhecimentos prévios EF05HI02 1 20


trabalho Imagens; Atividades EF05HI04
EF05HI05
EF05HI06
EF05HI07
EF05HI09

Capítulo 6 – O Brasil p. 96-99 Da Monarquia à Levantamento de conhecimentos EF05HI02 1


republicano República; Uma república prévios; leitura e interpretação de texto, EF05HI04
Proclamação da República para poucos de imagens e charge; atividades de EF05HI05

5o mês
fixação (avaliativas) EF05HI09

O Brasil no início da p. 100-103 A chegada dos Leitura e interpretação de texto, de EF05HI02 1 21


República imigrantes; A fotografia, de charge e de gráfico; EF05HI04
transformação das atividades de fixação (avaliativas) EF05HI05
cidades; Rebelião na
cidade

Falando sobre... p. 101 Solidariedade aos Leitura e compreensão de texto; análise EF05HI04 1
imigrantes de gráfico; atividade de pesquisa e EF05HI05
elaboração de cartaz (avaliativa)

Ler o mundo: História viva p. 104-105 Cidadania em ação: Leitura e compreensão de texto; análise EF05HI04 1 22
projeto de lei de infográfico; atividades de fixação/ EF05HI05
reflexão (avaliativas) EF05HI09

As inovações tecnológicas p. 106-107 Abordagem sobre Leitura e compreensão de texto e EF05HI09 1


modernização e de fotografias; atividades de fixação
tecnologias urbanas (avaliativas)

Rede de conhecimentos p. 108-109 Como acontece a Leitura e compreensão de texto; análise EF05HI09 1 23

3o bimestre
inovação tecnológica? de infográfico e de imagem; atividades de
fixação (avaliativa)

Mais atividades p. 110-111 Atividades de fixação Atividades avaliativas EF05HI02 1


e de ampliação de EF05HI04
conteúdos EF05HI05
EF05HI09

Capítulo 7 – O Brasil dos p. 112-117 A dura rotina nas fábricas; Levantamento de conhecimentos EF05HI05 3 24/25
trabalhadores Os trabalhadores se prévios; leitura e compreensão de texto, EF05HI06
A luta dos trabalhadores organizam; A grande de tabela, de fotografia e de tirinha; EF05HI07

6o mês
greve de 1917; Direitos atividades de fixação (avaliativas) EF05HI09
para as mulheres

Falando sobre... p. 117 O Dia Internacional da Leitura e compreensão de texto; EF05HI05


Mulher estabelecimento de relações entre
presente/passado; discussão oral

Os trabalhadores p. 118-123 O direito à cultura e ao Leitura e compreensão de texto; EF05HI05 3 26


conquistam direitos lazer interpretação de linha do tempo; EF05HI07
análise de notícia; atividades de fixação
(avaliativas)

Ler o mundo: História viva p. 124-125 A Era de Ouro do rádio Leitura e compreensão de texto; EF05HI06 1
no Brasil produção de atividade e apresentação EF05HI07
em sala; atividades avaliativas EF05HI09

Rede de conhecimentos p. 126-127 A Semana de Arte Leitura e compreensão de texto; análise EF05HI06 1 27
Moderna de pintura histórica; atividades de fixação
(avaliativas)

Mais atividades p. 128-129 Atividades de fixação Atividades avaliativas EF05HI05 1


e de ampliação de EF05HI06
conteúdos EF05HI09
7o mês

Rever ideias p. 130-131 Atividades de revisão e Avaliação de processo EF05HI02 2 28


(Unidade 3) fixação de conteúdos da EF05HI05
Unidade 3 EF05HI07
EF05HI09

Período de ajuste de calendário 2 29

24
Planejamento anual
Planejamento didático Cronograma

Partes do Livro do Práticas pedagógicas Aulas


Páginas Conteúdos BNCC Semanas
Estudante Livro do Estudante previstas

Unidade 4 – Modernidade p. 132-133 Abertura da Unidade: Levantamento de EF05HI02 1 30


e cidadania imagens; atividades conhecimentos prévios EF05HI04
EF05HI05
EF05HI08
EF05HI09
EF05HI10

7o mês
Capítulo 8 – O Brasil se p. 134-137 O que atraía as pessoas Levantamento de EF05HI04 1
moderniza para as cidades?; Novas conhecimentos prévios; leitura EF05HI05
Cidades e indústrias indústrias; A indústria da e compreensão de texto; análise EF05HI08
borracha na Amazônia; de letra de canção; atividades de EF05HI09
A construção de Brasília fixação (avaliativas) EF05HI10

Ler o mundo: História p. 138-139 Brasília: uma cidade Leitura e compreensão de EF05HI10 1 31
viva planejada texto; elaboração de maquete;
atividade de pesquisa; atividades
avaliativas

A conquista do sertão p. 140-142 A expedição Roncador- Leitura e compreensão de texto; EF05HI04 1


-Xingu; A criação do análise de gráfico e de mapa; EF05HI05
Parque Indígena do atividades de fixação (avaliativas) EF05HI08
Xingu EF05HI09

Falando sobre... p. 143 Comunidades Leitura e compreensão de EF05HI04 2 32


tradicionais texto; atividades para reflexão EF05HI05
(avaliativas) EF05HI08

Rede de conhecimentos p. 144-145 Vigiando a Amazônia Leitura e compreensão de texto EF05HI09


e de imagens; atividades de EF05HI10

8o mês
fixação e de pesquisa digital

4o bimestre
(avaliativas)

Mais atividades p. 146-147 Atividades de fixação Atividades avaliativas EF05HI05 2 33


e de ampliação de EF05HI08
conteúdos

Capítulo 9 – Cidadania, A Constituição cidadã; Levantamento de EF05HI02 2 34


uma luta de todos p. 148-151 Os direitos das crianças conhecimentos prévios; leitura EF05HI04
Uma luta constante e dos adolescentes e compreensão de texto; análise EF05HI05
de gráfico e de artigos de leis;
atividades de fixação (avaliativas)

Ler o mundo: História p. 152-153 Acessibilidade urbana Leitura e compreensão de texto; EF05HI04 1 35/36
viva produção de pesquisa em EF05HI05
grupo; atividades avaliativas

Direito de ser igual e p. 154-157 Direito das mulheres; Leitura e compreensão de texto; EF05HI02 2
diferente Direitos dos afro- análise de gráfico; atividades de EF05HI04
-brasileiros; Direitos fixação (avaliativas) EF05HI05
dos idosos; O que é
cidadania?

Falando sobre... p. 157 Direitos Humanos Leitura e compreensão de texto; EF05HI04


análise de tirinhas; produção EF05HI05
textual
9o mês

Mais atividades p. 160-161 Atividades de fixação Atividades avaliativas EF05HI02 2 37


e de ampliação de EF05HI04
conteúdos EF05HI05

Rever ideias p. 162-163 Atividades de revisão e Avaliação de processo EF05HI04 2 38/39


(Unidade 4) fixação de conteúdos da EF05HI05
Unidade 4 EF05HI09

O que eu aprendi? p. 164-166 Avaliação final que Avaliação de resultado EF05HI01 EF05HI02 2
retoma os conteúdos de EF05HI03 EF05HI04
todo o volume 5 EF05HI05 EF05HI06
EF05HI07 EF05HI09
EF05HI10

Período de ajuste de calendário 2 40 aulas 9


meses

25
A BNCC e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com auto-
crítica e capacidade para lidar com elas.
Competências gerais da Educação 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
Básica cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respei-
to ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente cons-
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos so-
truídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para
ciais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades,
entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e
sem preconceitos de qualquer natureza.
colaborar para a construção de uma sociedade justa, demo-
crática e inclusiva. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsa-
bilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem
decisões com base em princípios éticos, democráticos,
própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a
inclusivos, sustentáveis e solidários.
análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver pro-
Competências específicas de
blemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base
nos conhecimentos das diferentes áreas.
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e cultu-
1. Compreender a si e ao outro como identidades diferentes,
rais, das locais às mundiais, e também participar de práticas
de forma a exercitar o respeito à diferença em uma socie-
diversificadas da produção artístico-cultural.
dade plural e promover os direitos humanos.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora,
2. Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técni-
como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –,
co-científico-informacional com base nos conhecimentos
bem como conhecimentos das linguagens artística, mate-
das Ciências Humanas, considerando suas variações de
mática e científica, para se expressar e partilhar informações,
significado no tempo e no espaço, para intervir em situa-
experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos
ções do cotidiano e se posicionar diante de problemas do
e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
mundo contemporâneo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de infor-
3. Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser hu-
mação e comunicação de forma crítica, significativa, refle-
mano na natureza e na sociedade, exercitando a curio-
xiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
sidade e propondo ideias e ações que contribuam para
escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informa-
a transformação espacial, social e cultural, de modo a
ções, produzir conhecimentos, resolver problemas e exer-
participar efetivamente das dinâmicas da vida social.
cer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com
apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe pos- base nos instrumentos de investigação das Ciências Huma-
sibilitem entender as relações próprias do mundo do tra- nas, promovendo o acolhimento e a valorização da diversi-
balho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania dade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
e ao próprio projeto de vida, com liberdade, autonomia, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos
consciência crítica e responsabilidade. de qualquer natureza.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações con- 5. Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo
fiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tem-
vista e decisões comuns que respeitem e promovam os di- pos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados.
reitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo
6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das
responsável em âmbito local, regional e global, com posicio- Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opi-
namento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos niões que respeitem e promovam os direitos humanos e a
outros e do planeta. consciência socioambiental, exercitando a responsabilidade
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e e o protagonismo voltados para o bem comum e a cons-
emocional, compreendendo-se na diversidade humana trução de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

26
7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica 3. Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e pro-
e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de posições em relação a documentos, interpretações e con-
informação e comunicação no desenvolvimento do ra- textos históricos específicos, recorrendo a diferentes
ciocínio espaço-temporal relacionado a localização, dis- linguagens e mídias, exercitando a empatia, o diálogo, a
tância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo resolução de conflitos, a cooperação e o respeito.
e conexão. 4. Identificar interpretações que expressem visões de diferentes
sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contex-
Competências específicas de to histórico, e posicionar-se criticamente com base em prin-
História para o Ensino Fundamental cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
1. Compreender eventos históricos, relações de poder e pro- 5. Analisar e compreender o movimento de populações e
cessos, mecanismos de transformação e manutenção das mercadorias no tempo e no espaço e seus significados
estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao lon- históricos, levando em conta o respeito e a solidariedade
go do tempo e em diferentes espaços para analisar, posi- com as diferentes populações.
cionar-se e intervir no mundo contemporâneo. 6. Compreender e problematizar os conceitos e procedimen-
2. Compreender a historicidade no tempo e no espaço, rela- tos norteadores da produção historiográfica.
cionando acontecimentos e processos de transformação e 7. Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de informação
manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e e comunicação de modo crítico, ético e responsável, com-
culturais, bem como problematizar os significados das lógi- preendendo seus significados para os diferentes grupos ou
cas de organização cronológica. estratos sociais.

Habilidades de História para o 5º ano do Ensino Fundamental


Unidade temática Objeto de conhecimento Habilidade
(EF05HI01) Identificar os processos de formação das culturas
O que forma um povo: do nomadismo aos
e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico
primeiros povos sedentarizados
ocupado.
(EF05HI02) Identificar os mecanismos de organização do
As formas de organização social e política: a
poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado
noção de Estado
e/ou de outras formas de ordenação social.
Povos e culturas: meu
lugar no mundo e meu O papel das religiões e da cultura para a formação (EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na
grupo social dos povos antigos composição identitária dos povos antigos.
Cidadania, diversidade cultural e respeito às (EF05HI04) Associar a noção de cidadania com os princípios de
diferenças sociais, culturais e históricas respeito à diversidade, à pluralidade e aos direitos humanos.
(EF05HI05) Associar o conceito de cidadania à conquista de
Cidadania, diversidade cultural e respeito às
direitos dos povos e das sociedades, compreendendo-o como
diferenças sociais, culturais e históricas
conquista histórica.
As tradições orais e a valorização da memória (EF05HI06) Comparar o uso de diferentes linguagens e
O surgimento da escrita e a noção de fonte para a tecnologias no processo de comunicação e avaliar os
transmissão de saberes, culturas e histórias significados sociais, políticos e culturais atribuídos a elas.
(EF05HI07) Identificar os processos de produção,
As tradições orais e a valorização da memória
hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a
O surgimento da escrita e a noção de fonte para a
presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem
transmissão de saberes, culturas e histórias
a sociedade na nomeação desses marcos de memória.
Registros da história: As tradições orais e a valorização da memória (EF05HI08) Identificar formas de marcação da passagem do
linguagens e culturas O surgimento da escrita e a noção de fonte para a tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas
transmissão de saberes, culturas e histórias originários e os povos africanos.
As tradições orais e a valorização da memória (EF05HI09) Comparar pontos de vista sobre temas que
O surgimento da escrita e a noção de fonte para a impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do
transmissão de saberes, culturas e histórias acesso a diferentes fontes, incluindo orais.
(EF05HI10) Inventariar os patrimônios materiais e imateriais
Os patrimônios materiais e imateriais da
da humanidade e analisar mudanças e permanências desses
humanidade
patrimônios ao longo do tempo.

27
Referências bibliográficas comentadas
BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz (org.). Agenda brasileira: temas de mente o objetivo de colocar a avaliação a serviço da aprendizagem do
uma sociedade em mudança. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. estudante.
Coletânea que discute os principais dilemas e desafios do Brasil atual HAYDT, Regina Célia. Curso de didática geral. 8. ed. São Paulo: Ática, 2006.
com um olhar histórico. Temas como a luta dos povos tradicionais por
Nesse livro, a autora discute a atividade docente e fornece orientações
direitos, a cultura brasileira, o desenvolvimento e o subdesenvolvimen-
práticas sobre tópicos como planejamento, objetivos, currículo e ava-
to econômico, a desigualdade social, as relações entre campo e cidade,
liação. Em linguagem clara e acessível, o livro destaca as bases teóricas
entre muitos outros, são debatidos com olhar arguto e atento às mu-
para uma prática docente mais eficaz e construtiva.
danças do presente.
MORETTO, Vasco Pedro. Prova: um momento privilegiado de estudo, não
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base
um acerto de contas. 9. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014.
Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em:
Nesse livro, o autor defende que é necessário dar novo significado à
https://tedit.net/cOJHJB. Acesso em: 4 ago. 2021.
prova como instrumento avaliativo. Para avaliar com mais eficácia, se-
Documento que reúne as aprendizagens essenciais que os estudantes
gundo o autor, é importante que a prova deixe de ser vista como forma
devem desenvolver em cada ano da Educação Básica.
de punição ou classificação para se tornar um momento de reflexão do
BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Alfabetização. Dispo- estudante sobre o próprio aprendizado.
nível em: https://ijp.short.gy/iYCwAk. Acesso em: 4 ago. 2021. PINSKY, Jaime (org.). Práticas de cidadania. São Paulo: Contexto, 2004.
Conheça os artigos da Política Nacional de Alfabetização, que norteia O livro reúne relatos de especialistas, ativistas, empresários e cidadãos
o trabalho com a alfabetização e a literacia nesta coleção. envolvidos na promoção da cidadania a partir de políticas públicas e
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de seus desafios de concretização na busca da efetivação da cidadania
Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. plena e da responsabilidade social.
O livro analisa o processo, ainda em curso, de formação da cidadania PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (org.). História da cidadania. São Pau-
brasileira desde a emancipação política, em 1822, até a redemocratiza- lo: Contexto, 2003.
ção. A abordagem destaca o processo de conquista dos direitos civis, Coletânea de textos que discute o processo histórico que levou à con-
políticos e sociais ao longo do tempo. quista dos direitos civis, políticos e sociais nas sociedades ocidentais. O
DELORS, Jacques (coord.). Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: livro se inicia com a pré-história da cidadania das civilizações antigas até
Cortez; Brasília: Unesco, 1998. o Renascimento; em seguida, discute a herança das grandes revoluções
Em 1996, a Unesco reuniu especialistas em educação de diversos países burguesas e, finalmente, trata das principais dimensões da cidadania,
para elaborar orientações sobre a educação para o século XXI. O resul- incluindo os direitos das mulheres, das minorias e a questão do meio
tado ficou conhecido como “Relatório Delors”, que passou a ser refe- ambiente no Brasil e no mundo. Referência indispensável para quem
rência incontestável nas discussões sobre competências e habilidades deseja entender o tema.
no currículo escolar. Entre outros assuntos, o relatório destaca os quatro PUIG, Josep. Democracia e participação escolar: propostas de atividades. São
pilares da nova educação: aprender a conhecer, aprender a viver juntos, Paulo: Moderna, 2000.
aprender a fazer e aprender a ser. Nesse livro, o autor ressalta a importância da participação dos estudan-
FAZENDA, Ivani (org.). Interdisciplinaridade: pensar, pesquisar e intervir. tes na vida escolar. O livro mostra que somente por meio dessa partici-
São Paulo: Cortez, 2017. pação, orientada pelos valores do diálogo, da cooperação e da justiça,
O livro reúne textos escritos por 36 pesquisadores da área de interdisci- é possível realizar o ideal educacional da formação humana completa.
plinaridade. Redigidos em forma de verbetes, como em uma enciclopé- RUSSEL, Michael K.; AIRASIAN, Peter W. Avaliação na sala de aula: conceitos
dia, o livro apresenta uma súmula da pesquisa sobre interdisciplinaridade e aplicações. Tradução de Marcelo de Abreu Almeida. 7. ed. Porto Alegre:
na educação. AMGH, 2014.
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de História. Campinas: Nesse livro, os autores destacam que a avaliação é um elemento fun-
Papirus, 2003. damental em todos os aspectos e momentos do processo de ensino e
Nesse livro, a autora reflete sobre a didática, as metodologias e as di- aprendizagem. O livro oferece informações valiosas sobre novos instru-
mensões do ensino de história na etapa do ensino fundamental. Além mentos e abordagens da avaliação, com a difusão das tecnologias da
de perspectivas teóricas, o livro oferece sugestões de fontes, linguagens, comunicação e da informação no ambiente escolar.
materiais, métodos e técnicas para tornar o ensino de história interes- TEDESCO, Juan Carlos. Educar na sociedade do conhecimento. São Paulo:
sante e prazeroso na sala de aula. Junqueira & Marin, 2006.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática edu- Nesse livro, o autor reflete sobre o surgimento da sociedade de conhe-
cativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000. cimento e sobre as mudanças necessárias para que a escola continue
Publicado originalmente em 1996, quando Freire – considerado um dos sendo um local privilegiado para a aquisição de conhecimento. Para
maiores pensadores da educação – ainda estava vivo, esse livro se tornou isso, ele destaca a necessidade de uma nova articulação entre socieda-
referência obrigatória em qualquer discussão sobre educação. O autor de e escola.
procura pensar, em uma perspectiva crítica e engajada, a educação como ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed,
expressão da autonomia e da liberdade intrínsecas do ser humano. 1998.
HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Tradução de Patrícia C. Ramos. O autor, que é referência nos estudos sobre avaliação educacional, pro-
Porto Alegre: Artmed, 2001. põe nesse livro análises e reflexões sobre o ato de ensinar, o papel social
O livro destaca o caráter formativo do processo de avaliação e fornece do ensino e orientações sobre como melhorar as práticas educativas
ao docente instrumentos e orientações sobre como realizar concreta- em sala de aula.

28
História
Ensino Fundamental
Anos Iniciais

Alexandre Alves
Mestre e doutor em História Econômica
pela Universidade de São Paulo (USP)
Professor e autor de livros didáticos
Ex-professor do Ensino Superior
5 ANO

Letícia Fagundes de Oliveira


Bacharela em História pela Universidade
de São Paulo (USP)
Mestra em História Social pela USP
Especialista em Educação pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUC-RS)
Autora-colaboradora de coleções didáticas
do Ensino Fundamental e do Ensino Médio

1a edição, São Paulo, 2021

29
Direção editorial: Lauri Cericato
Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel
Gestão de área: Brunna Paulussi
Coordenação de área: Carlos Eduardo de Almeida Ogawa
Edição: Flávia Merighi Valenciano e Kátia Scaff Marques
Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha
Revisão: Mariana Braga de Milani (ger.), Alexandra Costa da Fonseca,
Ana Maria Herrera, Ana Paula C. Malfa, Carlos Eduardo Sigrist,
Flavia S. Vênezio, Gabriela M. Andrade, Heloísa Schiavo, Hires Heglan,
Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, Luiz Gustavo Bazana,
Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Sandra Fernandez,
Sueli Bossi e Vanessa P. Santos
Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.),
Luiza de Oliveira Massucato (edição de arte), Formato Comunicação (diagramação)
Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (coord.),
Célia Rosa (pesquisa iconográfica), Emerson de Lima (tratamento de imagens)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.),
Erika Ramires e Márcio Henrique (analistas adm.)
Ilustrações: Hagaquezart Estúdio, Luis Matuto, MAAL Ilustra
e R2 Editorial
Cartografia: Mouses Sagiorato e Vespúcio Cartografia
Design: Luis Vassallo (proj. gráfico, capa e Manual do Professor)
Foto de capa: Daxiao Productions/Shutterstock

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Angélica Ilacqua - CRB-8/7057


2021
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1a edição
1a impressão
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de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que,
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são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.

Impressão e acabamento

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

30
APRESENTAÇÃO
Caro estudante,
Você já pensou em como seria viver em outra época
ou em um lugar com uma cultura diferente? Já imaginou
como as pessoas moravam, trabalhavam, se relacionavam,
brincavam e se divertiam no passado? Será que era da
mesma maneira que fazemos hoje em dia?
Aprender História é uma forma de responder a essas
e a muitas outras questões. A História é a ciência que
nos mostra a imensa riqueza e diversidade das culturas
humanas no presente e no passado. A maneira como as
pessoas vivem, pensam e se organizam pode ser muito
variada, mas sempre existe algo que une os seres humanos
em todas as épocas e lugares: a necessidade de sonhar,
criar, amar e se comunicar.
Esta coleção foi pensada para você, que sempre quer
saber mais, que adora novidades, aventuras e descobertas.
A História pode ser muito divertida; é como passear por
terras distantes, resolver um enigma ou decifrar um mistério.
Estudar História é também um modo de conhecer a
nós mesmos e de saber quem somos e de onde viemos.
Compreender como era a vida das pessoas em outras
épocas e lugares vai ajudá-lo a entender melhor sua vida
aqui no presente.
Vamos começar a nossa aventura?
Os autores.

31
CONHEÇA SEU LIVRO
Cada livro da coleção está dividido em unidades, que se subdividem em
capítulos.
Este volume tem quatro unidades.
O QUE EU JÁ SEI?
Não escreva no livro.
Sobre o processo de devastação da Mata Atlântica e
da extinção do pau-brasil ao longo do tempo, po-
demos afirmar que existe uma relação de causa e
extinção:
desaparecimento de uma
espécie animal ou vegetal.
O que eu aprendi?
consequência entre a exploração do pau-brasil pelos
1. Observe o mapa e responda às questões no caderno.

Portugal e a expansão marítima e comercial – século XV


portugueses ao longo de séculos e o fato de hoje existirem poucos exemplares
nativos na Mata Atlântica? Responda no caderno e justifique sua resposta.
Nesta seção, você vai fazer atividades

Banco de imagens/Arquivo da editora


3. Observe atentamente a ilustração, leia a legenda e, depois, faça o que se pede.
0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO
CÍRCULO POLAR ÁRTICO

a) Associe cada palavra ou expressão


para avaliar os conhecimentos

MAAL ilustra/Arquivo da editora


OCEANO
Lisboa PORTUGAL a seguir a uma parte específica
Ceuta
TRÓPICO DE CÂNCER ATLÂNTICO 1415 do engenho, conforme os núme-
Cabo Bojador
Calicute 3
OCEANO
1434
1498 OCEANO ros na ilustração. 2

adquiridos neste ano escolar.


GUINÉ
PACÍFICO 1434-1462 PACÍFICO
EQUADOR CONGO
1482-1485
0° 6
OCEANO
Porto Seguro
Melinde

ÍNDICO
senzala casa-grande
1500 Moçambique
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
1
Cabo da Boa
casa de

MERIDIANO DE
ESCALA Esperança

GREENWICH
0 2 455 4 910 1488 canavial
Quilômetros
purgar
Bartolomeu Dias
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO Vasco da Gama
Pedro Álvares Cabral
igreja moenda
Elaborado com base em: ALBUQUERQUE, Manoel M. de et al. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1986. p. 112-113. 5
4
a) Indique o item que completa a frase de forma correta. b) Qual era a função do engenho?
Os navegadores tiveram um papel de destaque na conquista de Escreva no caderno uma ou mais
novos territórios na África e na América a partir de 1415.
I. portugueses II. ingleses III. franceses
frases usando as palavras açúcar
e escravizado. O QUE EU APRENDI? Não escreva
b) No caderno, escreva uma ou duas frases usando as palavras “democracia” e “ci-
dadãos”, “debate” e “comunidade”.
no livro.
c) Leia a afirmação a seguir e reflita
b) Identifique no mapa um acontecimento e uma data relevantes na história do sobre ela. 3. No caderno, copie o quadro a seguir, relacionando a forma de governo à sua
1. Leia atentamente o poema e responda às questões no caderno. respectiva descrição e à data em que foi adotada. Atenção: copie em ordem

G. Sioen/De Agostini/
Álbum/Fotoarena
Brasil. Os escravos eram as mãos e os Representação esquemática dos edifícios que cronológica.

Edson Grandisoli/Pulsar Imagens


pés do senhor de engenho. compunham um engenho de cana-de-açúcar Adoração ao Nilo!
2. Observe a fotografia, leia a legen- (Pe. Antonil, 1711.) do período colonial. Salve, tu, Nilo! Formas de
da e, depois, o texto da página Que te manifestas nesta terra Rá: deus egípcio do sol; governo
Descrição Ano
seguinte. Agora, copie no caderno a frase que explica melhor o sentido dessa afirmação.
E vens dar vida ao Egito! é considerado a principal
divindade da religião egípcia. Forma de governo no Brasil após a independência. Garantiu direitos
I. Os escravizados usavam o próprio corpo no processo de produção doirrigar os prados criados por Rá,
[...] Ao República 1822
prosperidade: grande produção políticos a parte da população brasileira, mas manteve o trabalho escravo.
açúcar nos engenhos, tornando-se trabalhadores dispensáveis. Tu fazes viver todo o gado, de alimentos e outros bens;
Tu – inesgotável – que dás de beber à Terra! abundância; fartura. Sistema em que um governador-geral era encarregado de defender o
II. Os escravizados sustentavam todas as etapas de trabalho no processo
[...] Tu crias o trigo, fazes nascer o grão, Império território contra invasores, garantir o cumprimento da lei, assentar colonos 1534
Árvore do pau-brasil,
de produção de açúcar nos engenhos, tornando-se trabalhadoresGarantindo
indis- prosperidade aos templos. e organizar a administração.
espécie nativa da Mata
Atlântica com poucos pensáveis. [...]
Sistema de governo no qual um presidente eleito divide o poder com a
exemplares hoje no Brasil. LIVROS Sagrados e literatura primitiva oriental, t. II, apud SÃO PAULO. Secretaria de Estado Capitanias
da Educação, Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Coletânea de documentos Assembleia e o Senado. No seu início, não conseguiu modificar a estrutura 1889
hereditárias
8 9 históricos para o 1o grau - 5a a 8a séries. SE/CENP, 1979. p. 49. da sociedade brasileira e estava sujeito a fraudes eleitorais.

a) O poema se refere a qual civilização da Antiguidade? Divisão do território em 15 faixas horizontais, doadas pelo rei aos
Governo-
I. Civilização mesopotâmica. III. Civilização grega. donatários, com a condição de explorá-la com seus próprios recursos, 1549
-Geral
defendê-la contra invasões estrangeiras e garantir seu povoamento.
II. Civilização romana. IV. Civilização egípcia.
b) O poema trata o rio Nilo como uma divindade e diz que o sustento da popu- 4. Leia o texto a seguir, compare as imagens e responda no caderno.
lação que vive no entorno dele depende da produção de alimentos, que é
garantida pelas cheias do rio. Essa afirmação é correta ou incorreta? A população brasileira é formada, predominantemente, pela mistura das

O que eu já sei? 2. Observe o texto e a gravura a seguir. populações originárias do território (indígenas), pelos colonizadores europeus

De Luan/Alamy/Fotoarena
e pelos negros escravizados que foram trazidos da África.
A nasceu na Grécia antiga, há

Reprodução/Museu Imperial, Petrópolis, Rio de Janeiro.

Reprodução/Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.


cerca de 2500 anos, e significou uma
1 2
nova forma de organização da vida

Nesta seção, você vai fazer atividades


coletiva. Na democracia, é possível
resolver entre os grupos que formam
a comunidade dos por meio do Gravura mostrando reunião do
e não por meio da violência. conselho de cidadãos em Atenas, na
Grécia antiga. Autoria desconhecida.

para avaliar os conhecimentos a) Agora, reescreva o texto no caderno, completando-o com as palavras do
quadro a seguir.

cidadãos – democracia – diálogo – conflitos O ato de coroação do imperador D. Pedro II, óleo Festa de Nossa senhora do Rosário, padroeira dos

necessários para iniciar os estudos 164


sobre tela de François-René Moreaux, 1842. negros, litografia de Johann Moritz Rugendas, 1835.
165

deste ano escolar.

CAPÍTULO
UNIDADE Reprodução/Coleção particular

Professores e estudantes defendem a educação


4 O BRASIL INDEPENDENTE:

1 CIVILIZAÇÃO B pública e gratuita durante a Assembleia


Constituinte de 1988, em Brasília, Distrito Federal. NASCE UMA NAÇÃO
E CIDADANIA A família real no Brasil
Você sabia que a família real portuguesa mudou-se para o Rio de Janeiro em
1808? Quais teriam sido os motivos dessa mudança?

O Estado português chegou ao início do século manufaturado: o que é


XIX enfraquecido e dependente economicamente da produzido em série, com
riqueza de suas colônias e dos produtos manufatu- padrão único, por processo
manual ou mecânico.
rados importados da Inglaterra. Os ingleses compra-
vam, de Portugal, matérias-primas enviadas do Brasil,
como algodão, tabaco e madeiras, e vendiam produtos manufaturados para Por-
tugal e para o Brasil, como roupas e ferramentas. Esse comércio era muito mais
vantajoso para a Inglaterra, uma vez que a venda desses produtos proporcionava
mais lucro do que a venda de matérias-primas.
Em 1807, Portugal estava sob ameaça de ser invadido pelo Estado francês,
governado pelo imperador Napoleão Bonaparte, que tinha uma política de con-
quista de territórios na Europa e fora dela. Os interesses da França na Europa se
confrontavam com os do governo inglês, e Portugal, aliado da Inglaterra, hesitava
em romper com sua parceira comercial.

Reprodução/Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa, Portugal.


Detalhe de Embarque para o Brasil do príncipe regente de Portugal, D. João VI, e de toda a família real,
óleo sobre tela de Nicolas Delerive, 1807.
64

Observe e compare as imagens e, em seguida, leia atentamente as


legendas. Depois, converse com os colegas e o professor para respon-
der às questões oralmente.

1. Que época as imagens estão representando? Ricardo Azoury/Olhar Imagem

2. Quem são as pessoas representadas nas imagens? O que elas estão

A
A era de PŽricles, gravura do pintor alemão Philipp
von Foltz, 1853. Péricles foi um célebre orador,
general e político da Grécia antiga (século V a.C.).
fazendo?
3. Você sabe explicar o que é cidadania? Abertura de capítulo
Aqui você vai iniciar o estudo
12 13

do capítulo.
Abertura de unidade
Nesta seção, você vai conhecer os assuntos que
vai aprender ao longo da unidade. Com base
na leitura de imagens, vai também conversar REDE DE CONHECIMENTOS
Mm sto
tter
Shu
r/
axe ck

tora z/
Brasil: Sistema de Vigilância da Amazônia Legal

edi arro
com os colegas sobre o que já sabem a

o Cap
uiv dio
da
Banco de imagens/Arquivo da editora

Arq Stu
50º O

Vigiando a Amazônia Não escreva no livro.


Boa Vista
OCEANO
ATLÂNTICO
RORAIMA AMAPÁ
A Amazônia é uma área onde grande parte das riquezas naturais e mais da EQUADOR

São Gabriel
metade da população indígena do Brasil estão localizadas. Hoje, o governo brasi-

respeito dos temas que serão estudados.


da Cachoeira
Belém
Manaus Santarém
leiro conta com sistemas sofisticados para vigiar e controlar o território amazônico. Tefé
São Luís
Mapa
apa elaborado pelos aut
autores com base em:
Tabatinga AMAZONAS
PARÁ LOURENÇÃ Humberto J. A defesa nacional e a
LOURENÇÃO,
MARANHÃO
Amazônia: o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam).
A

Andre Dib/Pulsar Imagens


Jacareacanga Carajás

PI
p. 71-72. Disponível em: https://tedit.net/ewrrVF; SENA
Cruzeiro do Sul JÚNIOR, Paulo R. de. Defesa e soberania na Amazônia:
Conceição do Araguaia
ACRE
Rio Porto Velho
Alta Floresta um estudo sobre o Sipam/Sivam. p. 104. Disponível em:
Branco
RONDÔNIA TOCANTINS https://tedit.net/hK2huU. Acesso em: 22 fev. 2021.
BA
Vilhena MATO
GROSSO
A Amazônia Legal abarca o total dos
DISTRITO
FEDERAL
territórios do Acre, do Amapá, do
LEGENDA
Centros regionais de controle
Brasília
Amazonas, de Mato Grosso, do Pará, de
de informação MG
Radares fixos
GOIÁS ESCALA Rondônia, de Roraima e do Tocantins e,
Centro Integrado de Defesa Aérea e MS
0 355 710 parcialmente, do Maranhão (a oeste do
Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta)
Quilômetros
meridiano 44° oeste).

1. O mapa mostra os estados que têm algumas das principais bases para monito-
ramento da Amazônia Legal pelo sistema Sivam/Sipam. Observe-o e responda
às questões no caderno.
a) Onde estão localizados os centros regionais de controle de informação?

Rede de conhecimentos b) As queimadas na Amazônia ameaçam o meio ambiente e a vida das populações
que aí vivem. Só em 2020, houve mais de 222 mil focos de queimadas na região.
Indique as principais causas e consequências do aumento das queimadas.
2. Imagine que você e os colegas vão participar de uma expedição para estudar
os hábitos de um povo indígena que vive na Floresta Amazônica.

Nesta seção, você vai conhecer com mais Vista aérea do encontro dos rios Aripuanã e Guariba, no município de Apuí (AM). Foto de 2020.
a) Acessem o site do Instituto Socioambiental, que traz informações sobre os po-
vos indígenas do Brasil: https://ijp.short.gy/AE45Cx (acesso em: 22 fev. 2021).
No site, coletem informações sobre povos indígenas que vivem na região ama-

profundidade algum tema estudado no


zônica e escolham um deles.
O Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) é destinado a monitorar o espaço aé-
b) Façam uma lista dos itens indispensáveis na bagagem para essa expedição.
reo amazônico. Já o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) visa controlar o desma-
tamento, proteger parques nacionais e reservas indígenas, garantir a defesa dos recur- c) Pesquisem o modo de vida e os principais costumes do povo indígena
sos naturais da região e dar assistência às populações locais. O sistema Sivam/Sipam escolhido.

capítulo, relacionando-o com outras áreas foi inaugurado em 2002 e reúne informações de satélites, sensores, radares e aviões
para fiscalizar e controlar a área conhecida como Amazônia Legal, que constitui
cerca de 61% do território brasileiro. Observe o mapa da página a seguir.
d) Publiquem no mural da escola os detalhes da expedição e o que descobriram
sobre o povo indígena pesquisado.

144 145

do conhecimento.
4

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

32
FALANDO SOBRE...
Não escreva no livro.
Glossário
Comunidades tradicionais
A população que vive da Floresta Amazônica é
formada por indígenas, comunidades quilombolas
e povos ribeirinhos, que têm um papel muito
importante na preservação e na manutenção dos
ribeirinho: população
que vive à margem
dos rios.
Aqui você vai encontrar o significado
recursos da floresta.
Essas comunidades são das palavras destacadas no texto.
Ricardo Oliveira/Tyba
chamadas de comunidades
tradicionais, pois preservam
rituais religiosos, costumes e
conhecimentos que passaram
de geração em geração. As
pessoas que nelas vivem
fazem uso dos recursos da
floresta e muitas trabalham
Produtor rural de andiroba na comunidade ribeirinha do
no setor extrativista, como os Bom Jesus na Reserva de Desenvolvimento Sustentável
castanheiros e os seringueiros, de Uacari (AM). Foto de 2019.
entre outros. O modo de vida
Luciola Zvarick/Pulsar Imagens

das comunidades tradicionais

Ler o mundo: História viva


não agride o meio ambiente,
e seus conhecimentos sobre
plantas e ervas da floresta
são fundamentais para o
desenvolvimento de novos
medicamentos e terapias.
Porém, o modo de vida
dessas comunidades está
ameaçado por algumas
empresas e conflitos de terra.
Pai ensinando o filho a tocar a flauta uruá, no ritual wâtana,
para espantar a tristeza e trazer a alegria de volta. Aldeia
Wauja Piyulaga, Parque Indígena do Xingu. Foto de 2019.
Esta seção amplia o estudo de alguns
A valorização dos povos da floresta e a preservação de suas tradições e
de seu modo de vida são uma questão de cidadania e dever de todos os
brasileiros. assuntos abordados no capítulo,
• Reflita: Como as comunidades tradicionais ajudam a conhecer e a preservar a
floresta? Que fatores ameaçam seu modo de vida? Converse com os colegas.

143
muitas vezes por meio da análise de
diferentes fontes históricas.

Falando sobre... LER O MUNDO: HISTÓRIA VIVA 1. Observe a fotografia abaixo e, com base no texto que você acabou de ler, res-
ponda no caderno às questões.

Nesta seção, você vai Não escreva no livro.

Marc Ferrez/Coleção particular


A fotografia brasileira no século XIX
Desde o seu surgimento, a fotografia é uma das fontes históricas mais impor-
tantes para o estudo de determinado período. A fotografia chegou ao Brasil em
1839, trazida por um francês chamado Hercules Florence (1804-1879), que inven-

conversar com os colegas tou um processo próprio para tirar fotografias.


A partir de 1850, com a prosperidade trazida pelo café e o crescimento das
cidades, essa nova forma de arte logo se popularizou e surgiram estúdios fotográ-

sobre atitudes e valores


ficos nas principais cidades brasileiras. O francês Marc Ferrez (1843-1923) é consi-
derado um dos fotógrafos mais importantes da época no Brasil. Com sua câmera,
ele documentou a beleza da natureza e o cotidiano das grandes cidades do país.
Observe algumas fotografias de Marc Ferrez, feitas em estúdio.

importantes para a sua

Marc Ferrez/Coleção particular


Marc Ferrez/Coleção particular

formação como cidadão. Mulheres no mercado, foto de Marc Ferrez, Rio de Janeiro (RJ),1875.

a) Quando e por que razão a fotografia se popularizou no Brasil?


b) Que aspecto do cotidiano das cidades é retratado na fotografia acima?
c) Observe as ruas da cidade onde você mora. Esse tipo de trabalho ambulante
ainda existe? Compare com a imagem acima.
2. Reúna-se com os colegas e, com o grupo, siga o roteiro proposto.
• Escolham um bairro ou uma região do município onde vocês moram e façam
fotografias desse local.
• Pesquisem em arquivos públicos, bibliotecas, jornais ou na internet fotografias
antigas dessa região ou desse bairro.
MAIS ATIVIDADES escrever, desenhar e muitas outras coisas numa tela sensível ao toque. As tábu­
as de cera permitiam registrar poucas informações de cada vez; para escrever
• Montem um painel com as imagens que vocês produziram ou pesquisaram.
Não escreva no livro.
mais, era necessário aquecer a cera e apagar Negra
o quena Bahia,
tinhafoto de Marc Ferrez, cerca de 1884.
sido escrito. Já os Negro cesteiro,
cesteiro foto de Marc Ferrez, cerca de 1875. • Apresentem e discutam o resultado com os outros grupos.
88 enorme de informações (textos,
tablets possibilitam armazenar uma quantidade 89
1. Observe as imagens e responda às questões no caderno. imagens, fotos, vídeos, etc.), que podem ficar guardadas no próprio aparelho
Imagem A Imagem B ou na internet. O que você acha que mudou de uma época para a outra?
A. DAGLI ORTI/DEA/Album/Fotoarena/ Museu Arqueológico
Nacional, Nápoles, Itália.

Na imagem A, em
John Thys/AFP

mosaico de Pompeia
(Itália), datado do século 3. Copie no caderno a única alternativa correta sobre a Grécia antiga.
I d.C., Platão com um
grupo de discípulos a) Na democracia grega, os cidadãos manifestavam sua vontade política somente
na Escola de Atenas.
Na imagem B, em foto
por meio de seus representantes eleitos.
de 2020, professor
debate com estudantes
b) Oligarquia era uma forma de governo em que somente uma elite, formada
de uma universidade pelos cidadãos mais ricos, tinha participação política.
em praça no centro
de Middelburg, Países c) Em 27 a.C., Clístenes introduziu uma série de leis que tornaram possível a parti­
Baixos (Holanda).
cipação de todos os cidadãos na vida política de Atenas.
a) O que os discípulos ou estudantes estão fazendo nas duas imagens? d) Antes do surgimento da democracia em Atenas, a Grécia formava uma na­
b) Na sua opinião, qual era a importância da discussão coletiva na democracia ção unificada.
Não escreva no livro.
grega? Você acha que isso ainda é importante hoje?
c) Por meio do debate e da discussão podemos entender melhor os problemas da VENHA DESCOBRIR!
sociedade e encontrar soluções para eles. Escolham um tema social atual e or­
Reprodução/Editora Pequena Zahar

ganizem um debate na sala de aula. O professor fará a intermediação e ajudará ◆ Diário de Pilar na Grécia, de Flávia Lins e Silva,
a turma a definir as regras do debate. Pequena Zahar.
2. Observe as imagens e responda à questão no caderno. Pilar, uma menina que adora viajar pelo mundo,
desvenda a mitologia dos deuses gregos e se
Imagem A Imagem B aventura pelo monte Olimpo.
Pictures
alt
Reprodução/W
Erich Lessing/Album/Fotoarena/Museu Arqueológico Nacional,
Nápoles, Itália.

Disney
Mr.Whiskey/Shutterstock

◆ Hércules, dos Estúdios Disney, 1997.


Animação em DVD (ou blu-ray) sobre o célebre
Jovem
usando tablet herói grego, dotado de força descomunal.
Retrato de jovem com tela
com estilete e de toque ◆ Odisseia, de Homero, narrada por Ruth Rocha,
tabuletas de cera e caneta
Salamandra.
Salamandra

em Pompeia. compatível
Afresco do século com o Nesse épico da Grécia antiga, Ruth Rocha conta
Reprodução/Editora

I d.C. dispositivo. as peripécias do herói da Guerra de Troia, Ulisses,


na tentativa de voltar para Ítaca, sua ilha natal.
Nas civilizações grega e romana da Antiguidade, o papel ainda não existia.
Para escrever, utilizavam­se pequenas tábuas de cera que eram riscadas com
um estilete. Hoje existem tecnologias digitais, como os tablets, que permitem
40 41

Mais atividades Venha descobrir!


Nesta seção, há indicações de
Esta seção contém atividades
livros, sites, vídeos e filmes para
que retomam alguns temas
você complementar seu estudo.
estudados no capítulo.

REVER IDEIAS c) Você vê alguma semelhança entre a revolta popular contra a vacinação obriga-
tória em 1904 e a campanha de vacinação contra a covid-19 em 2021?
Não escreva no livro. d) Escreva um poema narrando seu ponto de vista sobre a pandemia do novo
coronavírus.
1. Leia o poema e responda às questões no caderno.
2. Leia o texto e responda à questão no caderno.
© Leônidas Freire/Fundação
Biblioteca Nacional, Rio de
Janeiro, RJ.

Meus curiosos senhores, O povo, então, levantou-se


Vou contar-vos a história Dizendo: Não me sujeito Nas fazendas, imperava a lei do coronel, criada
súdito: não livre; submetido
Que os jornais anunciaram À ordem do presidente, por ele, executada por ele. Seus trabalhadores e de-
à vontade de outro.
Da vacina obrigatória. Porque é contra o direito! pendentes não eram cidadãos do Estado brasileiro,
Esse caso que no Rio eram súditos dele. Quando o Estado se aproximava,
Ficou para eterna memória! [...] O povo danou-se ele o fazia dentro do acordo coronelista, pelo qual o coronel dava seu apoio político
E se revoltou! ao governador em troca da indicação de autoridades, como o delegado de polícia,
Mandou o presidente Ninguém vacinou o juiz, o coletor de impostos, o agente do correio, a professora primária. Graças ao
Da nossa República E a vacina acabou... controle desses cargos, o coronel podia premiar os aliados, controlar sua mão de
Que na praça pública O tempo fechou obra e fugir dos impostos.
Rio: a cidade
Se pegasse a gente, E a bala zuniu! CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho.
do Rio de Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. p. 56.
Obrigadamente O governo viu Janeiro.
Para vacinar. A coisa atrapalhada
Porém a Armada
bexiga: varíola.
Armada: a
• Transcreva no caderno apenas as afirmações verdadeiras.
I. Os trabalhadores e dependentes do
© Benett/Acervo do cartunista

Quis assim livrar Logo acudiu. polícia.


O povo da inimiga coronel eram cidadãos do Estado bra-
sileiro e, ao mesmo tempo, súditos do

Rever ideias
Peste da bexiga
Quem o vem devastar! coronel.
CALMON, Pedro. História do Brasil na poesia do povo. In: SÃO PAULO. Secretaria de Estado da II. Segundo o acordo coronelista, o coro-
Educação, Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Coletânea de documentos históricos
para o 1o grau – 5a a 8a séries. São Paulo: SE: CENP, 1979. p. 49. nel dava seu apoio político ao gover-
nador em troca da indicação de autori-
a) O poema se refere a que acontecimento do início da República? dades de interesse do coronel.

No final de cada unidade, você vai


I. Reforma e saneamento das cidades. III. O texto sugere que a indicação para
II. Chegada dos imigrantes. um cargo como o de coletor de im-
postos era muito útil ao coronel, pois
III. Revolta da Vacina.
lhe permitia não pagar os impostos Charge do artista Benett.
IV. Proclamação da República. devidos. Acervo do cartunista.

encontrar esta seção de atividades, que b) Na primeira estrofe do poema, o autor se refere a esse acontecimento como
“Esse caso que no Rio / Ficou para eterna memória!”. O que podemos concluir
desse trecho?
3. Que evento reuniu poetas, pintores, escultores, músicos e arquitetos em São
Paulo, em 1922, e revolucionou a arte no Brasil? No caderno, preencha as letras
que faltam e descubra.
I. Que o autor está escrevendo no momento dos acontecimentos e acha

retoma e amplia alguns conteúdos, que eles serão lembrados no futuro.


II. Que o autor não está escrevendo no momento dos acontecimentos, e
sim depois de eles terem ocorrido.
E
S❋M❋❋A

N A
D❋

R
A❋❋E

M T
❋O❋ER❋A

N D E

130 131

ajudando a avaliar os seus conhecimentos.

Estes ícones indicam atividades Este ícone indica que


Para casa que podem ser feitas em casa. a atividade é oral.
5

33
SUMÁRIO
O que eu já sei? ..................................................................................................................................... 8

Falando sobre... – Biopirataria .......................... 47


Unidade 1
A exploração do pau-brasil ........................... 48
Civilização e cidadania ....................... 12 As drogas do sertão...................................... 49
Capítulo 1 – O início da civilização ............... 14 As capitanias hereditárias ............................. 51
Da vida nômade à vida sedentária ..................... 14 O governo-geral ........................................... 52
As primeiras cidades ..................................... 15 A sociedade colonial ......................................... 53
A origem do comércio ................................. 16 Caçada aos “negros da terra” ......................... 53
O Estado e o papel da religião ........................... 18 Cana-de-açúcar e escravidão dos africanos .. 54
Civilização mesopotâmica ............................ 19 A mulher no período colonial ....................... 56
Civilização egípcia ........................................ 21 Uma sociedade de escravizados, homens
Falando sobre... – Formas de marcação livres e senhores ........................................... 57
do tempo .......................................................... 23 Ler o mundo: História viva – Direito indígena:
Ler o mundo: História viva – Patrimônio a luta pelas terras............................................... 60
cultural .............................................................. 24 Mais atividades ............................................... 62
Mais atividades ............................................... 26 Venha descobrir! ............................................. 63
Venha descobrir! ............................................. 27
Capítulo 4 – O Brasil independente: nasce
Capítulo 2 – Democracia e cidadania na uma nação .......................................................... 64
Antiguidade: Grécia e Roma .......................... 28 A família real no Brasil ........................................ 64
A democracia no presente e no passado ........... 28 A abertura dos portos .................................. 66
A comunidade dos cidadãos ........................ 29 Mudanças no Rio de Janeiro ......................... 66
A democracia em Atenas.............................. 30 Brasil, um Estado, uma nação ............................. 68
A cidadania em Roma antiga ............................. 32 A primeira Constituição do Brasil .................. 70
A República e os conflitos sociais .................. 33 Falando sobre... – Cidadania ............................ 71
O Império e a nova religião........................... 34 Ler o mundo: História viva – Monumentos
da história do Brasil ........................................... 72
Falando sobre... – Respeito às diferentes
religiões............................................................. 37 Rede de conhecimentos – O cotidiano da
escravidão no Brasil ........................................... 74
Ler o mundo: História viva – Roma e a
Rota da Seda ..................................................... 38 Mais atividades ............................................... 76
Mais atividades ............................................... 40 Venha descobrir! ............................................. 77
Venha descobrir! ............................................. 41 Capítulo 5 – A cultura do café e o fim
Rever ideias ....................................................... 42 da escravidão ..................................................... 78
A cultura do café ............................................... 78
Café e modernidade ..................................... 79
Unidade 2
O fim do tráfico de escravizados ................... 80
Formando o Brasil .................................. 44 A sociedade se mobiliza pela abolição ............... 82
Capítulo 3 – Quando o Brasil era As leis abolicionistas ..................................... 84
de Portugal ......................................................... 46 Falando sobre... – Combate ao trabalho
Império marítimo português ............................. 46 escravo .............................................................. 84

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

34
A difícil vida dos ex-escravizados .................. 85 Mais atividades ............................................. 128
A cultura afro-brasileira................................. 87 Venha descobrir! ........................................... 129
Ler o mundo: História viva – A fotografia
brasileira no século XIX ...................................... 88 Rever ideias ..................................................... 130
Mais atividades ............................................... 90
Venha descobrir! ............................................. 91 Unidade 4
Rever ideias ....................................................... 92 Modernidade e cidadania .............. 132
Capítulo 8 – O Brasil se moderniza ............. 134
Unidade 3 Cidades e indústrias......................................... 134
República e trabalho ............................ 94 O que atraía as pessoas para as cidades? .... 135
Capítulo 6 – O Brasil republicano ................. 96 Novas indústrias ......................................... 136
Proclamação da República................................. 96 A construção de Brasília.............................. 137
Da Monarquia à República............................ 97 Ler o mundo: História viva – Brasília: uma cidade
Uma república para poucos.......................... 98 planejada ........................................................ 138
O Brasil no início da República ......................... 100 A conquista do sertão ..................................... 140
A chegada dos imigrantes .......................... 100 A expedição Roncador-Xingu ..................... 141
Falando sobre... – Solidariedade aos Falando sobre... – Comunidades tradicionais... 143
imigrantes ....................................................... 101 Rede de conhecimentos – Vigiando a
A transformação das cidades ...................... 102 Amazônia ........................................................ 144
Ler o mundo: História viva – Cidadania em Mais atividades ............................................. 146
ação: projeto de lei .......................................... 104 Venha descobrir! ........................................... 147
As inovações tecnológicas ............................... 106
Capítulo 9 – Cidadania, uma luta
Rede de conhecimentos – Como acontece a
inovação tecnológica? ..................................... 108
de todos............................................................. 148
Mais atividades ............................................. 110 Uma luta constante ......................................... 148
Venha descobrir! ........................................... 111 A Constituição cidadã................................. 149
Os direitos das crianças e dos
Capítulo 7 – O Brasil dos trabalhadores .... 112 adolescentes .............................................. 150
A luta dos trabalhadores .................................. 112 Ler o mundo: História viva – Acessibilidade
A dura rotina nas fábricas ........................... 112 urbana ............................................................ 152
Os trabalhadores se organizam................... 114 Direito de ser igual e diferente ......................... 154
Direitos para as mulheres ........................... 116 Direitos das mulheres ................................. 154
Falando sobre... – O Dia Internacional da Direitos dos afro-brasileiros ........................ 155
Mulher ............................................................ 117 Direitos dos idosos ..................................... 156
Os trabalhadores conquistam direitos.............. 118 Falando sobre... – Direitos humanos .............. 157
O direito à cultura e ao lazer ....................... 121 O que é cidadania? ..................................... 158
Ler o mundo: História viva – A Era de Ouro do Mais atividades ............................................. 160
rádio no Brasil .................................................. 124
Venha descobrir! ........................................... 161
Rede de conhecimentos – A Semana de Arte
Moderna ......................................................... 126 Rever ideias ..................................................... 162

O que eu aprendi? ......................................................................................................................... 164


Referências bibliográficas comentadas ............................................................. 167

35
Orientações didáticas
O que eu já sei?
Atividade 1
A atividade parte da leitura e da
O QUE EU JÁ SEI?
interpretação de um mapa que repre- Não escreva no livro.
senta as rotas descobertas pelos na-
vegadores no contexto das Grandes 1. Observe o mapa e responda às questões no caderno.
Navegações. Peça aos estudantes que
leiam o título e a legenda do mapa
Portugal e a expansão marítima e comercial – século XV
antes de responderem às perguntas.

Banco de imagens/Arquivo da editora


0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Essa atividade é importante porque CÍRCULO POLAR ÁRTICO
retoma alguns conteúdos que servirão
de base para a compreensão da forma-
ção do Estado brasileiro, que será tra- OCEANO
Lisboa PORTUGAL
Ceuta
balhada ao longo de todo o volume. TRÓPICO DE CÂNCER ATLÂNTICO 1415
Cabo Bojador
Caso eles tenham dificuldade com OCEANO
1434
GUINÉ
Calicute
1498 OCEANO
PACÍFICO
o item b ressalte a importância dessa EQUADOR
PACÍFICO 1434-1462
CONGO

viagem para a história do Brasil mar- 1482-1485
Melinde OCEANO
cando o início do período de coloni- TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
Porto Seguro
1500 Moçambique ÍNDICO

zação do Brasil por Portugal. Essa


atividade mobiliza a CECH7, a CEH1 e Cabo da Boa

MERIDIANO DE
ESCALA Esperança

GREENWICH
0 2 455 4 910 1488
as habilidades EF04HI01 e EF04HI07. Quilômetros
Bartolomeu Dias
Atividade 2 CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO Vasco da Gama

A atividade busca verificar se o es- Pedro Álvares Cabral

tudante estabelece relações de causa Elaborado com base em: ALBUQUERQUE, Manoel M. de et al. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1986. p. 112-113.
e consequência entre o passado e o
presente, habilidade importante para a) Indique o item que completa a frase de forma correta.
o pensamento histórico ao mostrar Os navegadores tiveram um papel de destaque na conquista de
que decisões do passado impactam novos territórios na África e na América a partir de 1415.
o presente. O tema devastação da
floresta e o impacto ambiental é bas- I. portugueses X II. ingleses III. franceses
tante presente em nossos dias, moti-
b) Identifique no mapa um acontecimento e uma data relevantes na história do
vando uma boa conversa sobre a
devastação da Mata Atlântica ao lon- Brasil.
go do tempo e algumas políticas

Edson Grandisoli/Pulsar Imagens


públicas que buscam remediar esse 2. Observe a fotografia, leia a legen-
problema. Vale destacar, porém, que da e, depois, o texto da página
não foi só a exploração do pau-brasil seguinte.
que levou à devastação da floresta. 1. b) A viagem de Pedro Álvares Cabral a
Chame atenção para o papel funda- Porto Seguro, no atual estado da Bahia,
mental da preservação da Mata Atlân- em 1500: acontecimento que marca a
tica em relação ao abastecimento de chegada dos portugueses ao território
água, energia, agricultura, etc. no do atual Brasil. Árvore do pau-brasil,
cotidiano dos brasileiros. espécie nativa da Mata
Se os estudantes demonstrarem di- Atlântica com poucos
ficuldade para compreender os danos exemplares hoje no Brasil.
que a Mata Atlântica sofreu ao longo 8
dos séculos, visite com eles o site Aqui
tem mata?, da organização não gover-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
namental SOS Mata Atlântica, disponí-
vel em: https://ijp.short.gy/bJMUar
(acesso em: 17 jul. 2021). Digite o nome
de alguma cidade brasileira que esteja
entre os 17 estados que tinham territó-
rios de Mata Atlântica e veja com os
estudantes quanto restou de mata na-
tiva nela.
Essa atividade mobiliza a CG10, a
CECH3 e a CECH5, além da habili-
dade EF04HI05.

36
Orientações didáticas
Atividade 3
A atividade parte da leitura de tex-
Sobre o processo de devastação da Mata Atlântica e extinção: to e imagem sobre os engenhos de
da extinção do pau-brasil ao longo do tempo, po- desaparecimento de uma
espécie animal ou vegetal.
açúcar no período colonial. Os estu-
demos afirmar que existe uma relação de causa e dantes devem reconhecer e identifi-
consequência entre a exploração do pau-brasil pelos car partes do engenho na ilustração.
portugueses ao longo de séculos e o fato de hoje existirem poucos exemplares Para a produção textual do item b,
nativos na Mata Atlântica? Responda no caderno e justifique sua resposta. busca-se chamar atenção para o ca-
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. ráter indissociável entre produção de
3. Observe atentamente a ilustração, leia a legenda e, depois, faça o que se pede. açúcar e trabalho escravo naquele
contexto. A mesma relação é reafir-
a) Associe cada palavra ou expressão mada no item c, usando apenas uma

MAAL ilustra/Arquivo da editora


a seguir a uma parte específica frase de um documento histórico.
do engenho, conforme os núme- Nesse caso, os estudantes devem ler
3 as duas assertivas e identificar o erro,
ros na ilustração. 2 corrigindo-o. A leitura atenta e o sen-
6
tido do vocabulário são centrais para
senzala 6 casa-grande 3 o êxito do estudante. As palavras-cha-
1 ve são os antônimos “dispensáveis” e
casa de “indispensáveis”.
canavial 1 Essa atividade mobiliza as compe-
purgar 4
tências CECH2 e CEH6, e a habilidade
EF05HI06.
igreja 2 moenda 5
5
4
b) Qual era a função do engenho?
Escreva no caderno uma ou mais
frases usando as palavras açúcar
e escravizado.
c) Leia a afirmação a seguir e reflita
sobre ela.
Os escravos eram as mãos e os Representação esquemática dos edifícios que
pés do senhor de engenho. compunham um engenho de cana-de-açúcar
(Pe. Antonil, 1711.) do período colonial.

Agora, copie no caderno a frase que explica melhor o sentido dessa afirmação.
I. Os escravizados usavam o próprio corpo no processo de produção do
açúcar nos engenhos, tornando-se trabalhadores dispensáveis.
X II. Os escravizados sustentavam todas as etapas de trabalho no processo
de produção de açúcar nos engenhos, tornando-se trabalhadores indis-
pensáveis. b) Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Os engenhos transformavam em
açúcar a cana plantada e colhida no canavial. Todas as etapas da produção
envolviam o trabalho dos escravizados.
9

37
Orientações didáticas
Atividade 4
A atividade mobiliza a leitura e a
comparação de imagens, estabele- 4. Observe e compare as duas imagens. Depois, responda às questões.
cendo relações entre o passado e o

Reprodução/Coleção particular

Sergio Pedreira/Pulsar Imagens


presente e revelando a interconexão A B
entre o trabalho dos escravizados
negros no passado e as manifesta-
ções da cultura negra no presente. A
atividade permite estabelecer rela-
ções de mudança e permanência,
revelando a mudança das relações de
trabalho do escravo para o livre e a
permanência da cultura e do modo
de vida dos afrodescendentes no pre-
sente. Para estimular a reflexão, o
professor pode lançar perguntas mo-
tivadoras, como: Qual imagem retra-
ta o passado e qual retrata o presente?
Carregadores de café a caminho do Rio de Janeiro, Jogo de capoeira em Salvador (BA), 2019.
As relações de trabalho permanecem
aquarela sobre papel de Jean-Baptiste Debret, 1826.
as mesmas? A cultura negra era res-
peitada no passado? Somente os
Indique no caderno se cada afirmação se refere à imagem A, à imagem B ou
negros praticam capoeira no presen-
te? Essa análise coletiva deve prece- às duas, A e B.
der a leitura e a identificação das I. Pertence ao passado, à história do trabalho feito pelos escravizados no Brasil. A
assertivas. É importante chamar a
II. Migrantes africanos que no passado chegaram em massa à América trouxe-
atenção para expressões que reme-
tem ao tempo e que ajudam a inter- ram com eles seu modo de vida, valores e costumes, aos poucos incorpora-
pretar as imagens. Expressões como dos à cultura brasileira. A e B
“depois disso” (que indica uma suces- III. Faz parte do patrimônio imaterial do Brasil e está presente em várias regiões
são de fatos), “enquanto isso” (que do país. B
aponta a duração ou a sincronia entre
os eventos) e “ao mesmo tempo que” IV. O Brasil tem a maior população africana e afrodescendente fora da África. A e B
(que destaca sincronia e simultanei-
dade). No caso da afirmativa IV, a ideia 5. Carta, rádio, computador, televisão, jornal, tablet, revista, celular: tudo isso
é de sucessão, uma informação é in- são exemplos de meios de comunicação. Quais desses exemplos surgiram
terdependente da outra. Esse tipo de no passado e quais surgiram recentemente, isto é, pertencem ao tempo
atividade ajuda a desenvolver o racio- presente? Para casa Podem ser citados do passado: carta, rádio e televisão; do pre-
cínio lógico. sente: celular, computador e tablet.
Para dirimir dificuldades, sugeri- 6. Uma das principais características da cultura brasileira é a diversidade cultural.
mos assistir com os estudantes a ani- Nesse sentido, o Brasil é chamado de país multicultural, ou seja, um território
mação que conta a história da onde convive uma mistura de diferentes culturas e etnias.
capoeira em 3 minutos, disponível
em: https://ijp.short.gy/JHJi8Y (acesso Em sua opinião, podemos relacionar a diversidade cultural brasileira que vivemos
em: 17 jul. 2021). no presente com a chegada dos imigrantes no passado? Explique no caderno.
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apontem a contribuição dos imigrantes no passado, com
Essa atividade mobiliza a CG9, a
CECH4 e a habilidade EF04HI10. 10 seus costumes, hábitos e tradições (jeito de falar, de se alimentar, de morar, modo de se vestir, entre outros)
como parte indispensável da formação da diversidade cultural no presente.
Atividade 5
A atividade explora a historicidade Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

dos meios de comunicação, conteú-


do trabalhado no 4o ano. O objetivo ano ou a década em que foram inventados. Os
estudantes também podem inserir as datas de
é levar os estudantes a identificar
nascimento de seus pais e avós para ter um pa-
quais exemplos pertencem ao passa-
râmetro mais concreto da passagem do tempo.
do e quais pertencem ao presente,
Essa atividade ajuda a desenvolver a noção
mobilizando a habilidade EF04HI08.
de tempo histórico e mobiliza a CG4, a CECH5
Para remediar defasagens relacio-
e a CEH8.
nadas a essa habilidade do 4o ano,
sugerimos organizar os meios de co-
municação citados na atividade em
uma linha do tempo, mostrando o

38
Orientações didáticas
Atividade 6
Essa atividade também estimula a
7. Leia o texto a seguir, escrito por professores indígenas Pataxó. Ele trata dos reflexão e o pensamento lógico, de-
costumes e das tradições desse povo. Depois, responda às questões. senvolvendo a noção de causa e con-
sequência e de passado e presente.
O povo Pataxó e a Lua Espera-se que os estudantes con-
Lua para o povo Pataxó é uma índia velha cluam que a chegada dos imigrantes
Que tem muita força e sabedoria para nos ensinar. de diferentes etnias no passado con-
A lua nos ensina o tempo certo de plantar.
tribuiu para a diversidade cultural
brasileira no presente. A atividade
A lua nos ensina o tempo certo de caçar.
também retoma conteúdos relacio-
A lua nos ensina o tempo certo de pescar.
nados às migrações, presentes nas
A lua tem força para fazer as crianças andarem e habilidades EF04H10 e EF04HI11 do
[nascerem os dentes. 4o ano.
A lua clareia as noites escuras da floresta. Se os estudantes demonstrarem di-
A lua clareia os caminhos quando vamos caçar. ficuldade para trabalhar o tema das

ArtMari/Shutterstock
A lua nos defende de cobra durante a noite. migrações e dos impactos desse pro-
Nas noites de lua nós fazemos festas. cesso para a diversidade cultural brasi-
Nas noites de lua as estrelas caminham
leira, assista com eles ao vídeo “Turma
da Mônica: povo brasileiro”, disponí-
sem saber para onde elas vão.
vel em: https://ijp.short.gy/Szyu4n (aces-
Nas noites de lua nós dormimos mais tarde.
caititu: bicho também so em: 21 jul. 2021).
Nas noites de lua os índios mais velhos contam: conhecido como pecari, patina
História de onça ou porco-do-mato.
Atividade 7
Essa atividade mobiliza a leitura e
História de caititu
a interpretação do texto. Uma estra-
[...]
tégia para desenvolver a fluência é
ARARIBY; ANGTHICHAY et al. O povo Pataxó e suas histórias. fazer leituras coletivas com os estu-
São Paulo: Global, 2002. p. 16. Não escreva no livro.
dantes regularmente. Dê o exemplo,
use voz firme e pausas longas nos
a) Os Pataxó aprendem muito com a natureza. Cite alguns exemplos retirados lugares certos, marcando a pontua-
do texto. Resposta pessoal. Sugestão: Eles aprendem o tempo certo de plantar, caçar, ção e usando a entonação para ex-
pescar e de contar histórias. pressar ênfase. Já para desenvolver a
b) Leia novamente o texto e faça um desenho ou uma pintura expressando o que
compreensão, use a ideia de foco,
você entendeu. Resposta pessoal. apontando, antes da leitura, as ideias,
c) Converse com os colegas e o professor: Podemos dizer que os Pataxó têm res- os conceitos e os temas fundamentais
peito pela natureza? Justifique. Sim. O texto revela um sentimento de devoção à lua a serem descobertos no texto duran-
e à natureza, com muitos simbolismos e sentidos para a comunidade. te a leitura. O objetivo é aprender a
d) Qual é o papel dos mais velhos na comunidade Pataxó? Os mais velhos contam as diferenciar o que é principal daquilo
histórias que remetem às tradições dos Pataxó, passadas oralmente de geração em geração. que é secundário no texto lido. Outro
e) Converse com as pessoas mais velhas de sua família ou da comunidade. Peça recurso importante é pedir aos estu-
a alguém que conte a história de uma tradição familiar (festa, receita, ritual, dantes que recontem em casa o que
dança, entre outras). Registre essa história. Você pode, por exemplo, gravá-la aprenderam ao ler o texto.
com o celular ou fazer um registro escrito. Selecione um trecho dessa história Para remediar ou ampliar o conhe-
e compartilhe com os colegas e o professor. Para casa cimento, você pode contar histórias de
O objetivo desta atividade é estimular a troca de experiências geracional, o processo de tradição indígena, revelando diferen-
autoconhecimento e a valorização dos avós e ancestrais na própria comunidade. 11 tes visões de mundo e estimulando o
respeito às diferenças. Há vários contos
e textos disponíveis dentro e fora da
internet. Veja, por exemplo, esta repor-
tagem da revista Nova Escola, disponí-
vel em: https://ijp.short.gy/HxJUp7
(acesso em: 21 jul. 2021).
Essa atividade mobiliza a CG3, a
CECH4, a habilidade EF04HI03 e o
TCT sobre respeito e valorização do
idoso, vida familiar e social.

39
Orientações gerais para a seção O que eu já sei?

A avaliação diagnóstica tem o objetivo de coletar informações sobre o conhecimento dos estudantes no início
do processo de aprendizagem. Dessa forma, é possível avaliar se eles dominam determinados conhecimentos,
habilidades e competências, permitindo trabalhar de maneira mais eficaz as defasagens que o estudante carregou
consigo antes de dar prosseguimento aos estudos no ano presente. Esse tipo de avaliação qualitativa permite
mapear o nível de desempenho da turma, individualmente e em conjunto, revelando os níveis de proficiência dos
estudantes em diferentes habilidades, relacionando os conteúdos às exigências da BNCC. Assim, é possível desco-
brir quais habilidades e competências os estudantes já possuem e poderão ser mobilizadas durante o ano letivo.
Nesta coleção, há uma sugestão de quadro com o tempo previsto para a aplicação da avaliação diagnósti-
ca, mas o professor pode decidir utilizá-la de outras maneiras, por exemplo, segmentando-a durante o ano
letivo ou usando outros métodos complementares que envolvam a avaliação de outras linguagens, como:
apresentações orais, debates, produção de vídeos, entrevistas. Nesse sentido, as rubricas aqui apresentadas
servem de referência ao professor, sendo desejável adaptar ou recriar os objetivos e os níveis de desempenho,
conforme as necessidades e o contexto da turma em questão. As rubricas foram elaboradas com base nas
habilidades da BNCC do ano anterior, uma vez que essas habilidades são necessárias para o ano corrente.
Para reparar possíveis defasagens no processo de aprendizagem, são sugeridas estratégias para o professor
reavaliar e reprogramar os seus planejamentos ao longo do ano.
Por fim, é importante apresentar aos estudantes essas avaliações para que eles tenham consciência do desem-
penho de suas competências e habilidades, bem como reconheçam defasagens específicas que poderão ser
sanadas ao longo do caminho. Nesse sentido, o professor pode marcar uma conversa individual para o feedback.
Assim, desejamos que essas estratégias contribuam para que estudantes e professores possam caminhar juntos
para atingir altas expectativas de aprendizagem.

Para avaliação
As rubricas a seguir são um instrumento de avaliação formativa que permite mensurar o desempenho dos
estudantes e identificar quais conteúdos cada um deles precisa aprimorar antes de prosseguir nos estudos.

Critérios de
Desempenho Justificativa
avaliação
O estudante interpretou corretamente o mapa e
O estudante interpretou Desenvolvido identificou os portugueses e a viagem de Cabral
corretamente o mapa rumo à América do Sul em 1500.
Atividade 1

para chegar à conclusão


O estudante interpretou o mapa, mas não o
de que se tratava das
Desenvolvido parcialmente relacionou aos portugueses ou à viagem de Cabral
navegações portuguesas,
rumo à América do Sul em 1500.
responsáveis pela
chegada de europeus ao O estudante não interpretou corretamente o mapa
atual território brasileiro? Em desenvolvimento e não identificou os portugueses nem a viagem de
Cabral rumo à América do Sul em 1500.
O estudante estabeleceu relações de causa e
consequência entre a exploração da madeira
Desenvolvido do pau-brasil no passado e o fato de existirem
poucos exemplares de pau-brasil na Mata Atlântica,
contextualizando esse conhecimento na justificativa.
O estudante relacionou
Atividade 2

O estudante estabeleceu relações de causa e


a devastação da Mata
consequência entre a exploração da madeira do
Atlântica no presente
pau-brasil no passado e o fato de existirem poucos
à exploração do Desenvolvido parcialmente
exemplares de pau-brasil na Mata Atlântica,
pau-brasil durante o
mas não justificou essa relação corretamente na
período colonial?
justificativa.
O estudante não estabeleceu relações de causa e
consequência entre a exploração da madeira do
Em desenvolvimento
pau-brasil no passado e o fato de existirem poucos
exemplares de pau-brasil na Mata Atlântica.

40
Critérios de
Desempenho Justificativa
avaliação
O estudante relacionou corretamente as partes
do engenho às funções e etapas da fabricação do
Desenvolvido
açúcar e compreendeu o papel do escravizado,
O estudante associou
sem o qual o engenho não funcionaria.
as partes do engenho
Atividade 3

representadas na O estudante não relacionou corretamente as


ilustração às suas funções partes do engenho às funções e etapas da
na fabricação do açúcar Desenvolvido parcialmente fabricação do açúcar ou não compreendeu o
e compreendeu o papel do escravizado, sem o qual o engenho
papel do escravizado não funcionaria.
no funcionamento do
O estudante relacionou corretamente as partes
engenho?
do engenho às funções e etapas da fabricação do
Em desenvolvimento
açúcar e compreendeu o papel do escravizado,
sem o qual o engenho não funcionaria.
O estudante relacionou corretamente as imagens
Desenvolvido a situações de permanência, como as da cultura,
e de mudança, da condição de escravizados.
O estudante identificou
Atividade 4

corretamente mudanças O estudante relacionou corretamente algumas


e permanências na imagens, que descrevem situações do passado e
Desenvolvido parcialmente
história da população do presente sobre a vida e a cultura dos
afro-brasileira por meio afro-brasileiros, às afirmativas.
das afirmativas e das
O estudante não relacionou corretamente as
imagens?
imagens, que descrevem situações do passado e
Em desenvolvimento
do presente sobre a vida e a cultura dos
afro-brasileiros, às afirmativas.
O estudante identificou corretamente a carta,
o jornal, a revista e o rádio como meios de
Desenvolvido
comunicação utilizados com maior frequência
O estudante no passado.
Atividade 5

identificou os meios
de comunicação O estudante identificou corretamente alguns dos
mais utilizados no meios de comunicação utilizados no passado,
passado e os meios Desenvolvido parcialmente como a carta, o jornal, a revista e o rádio, mas
de comunicação mais incluiu na listagem alguns meios de
utilizados no presente? comunicação recentes.
O estudante não associou corretamente os meios
Em desenvolvimento
de comunicação ao passado e ao presente.
O estudante reconheceu traços culturais dos
Desenvolvido imigrantes e de seus descendentes e os relacionou
à diversidade cultural do país.
Atividade 6

O estudante associou a
chegada de imigrantes O estudante reconheceu traços culturais dos
no passado à diversidade Desenvolvido parcialmente imigrantes e de seus descendentes, mas não os
cultural no Brasil do relacionou à diversidade cultural do país.
presente?
O estudante não reconheceu traços culturais
Em desenvolvimento dos imigrantes e de seus descendentes nem os
relacionou à diversidade cultural do país.
O estudante interpretou o texto corretamente e
Desenvolvido reconheceu na cultura pataxó aspectos de sua
relação com o espaço e a natureza.
Atividade 7

O estudante interpretou
o texto e compreendeu O estudante interpretou o texto corretamente e
a relação dos indígenas Desenvolvido parcialmente reconheceu alguns aspectos da cultura pataxó,
Pataxó com o espaço, em mas sem relacioná-los ao espaço e à natureza.
especial com a natureza?
O estudante interpretou o texto, mas não
Em desenvolvimento reconheceu alguns aspectos da cultura pataxó
nem os relacionou ao espaço e à natureza.

41
Unidade 1 – Civilizações e cidadania

Introdução
Habilidades da BNCC
Objetivos pedagógicos desta unidade
relacionadas
1. Comparar os modos de vida dos povos nômades e sedentários compreendendo as razões
EF05HI01
que levaram alguns povos a se tornarem sedentários e outros a permanecerem nômades.

2. Identificar os papéis que o Estado assumia nas primeiras civilizações e comparar com as EF05HI02
funções do Estado em nossos dias. EF05HI05

3. Reconhecer a importância da religião nas primeiras civilizações. EF05HI03

4. Associar o impacto da democracia originada na Grécia à conquista de direitos ao longo da EF05HI04


história. EF05HI05

EF05HI04
5. Compreender o conceito de cidadania e sua importância no passado e no presente.
EF05HI05

6. Compreender o que é patrimônio cultural e reconhecer sua importância para a cultura


EF05HI10
material e a história dos povos.

7. Compreender o papel da escrita no processo de comunicação e os significados sociais e


EF05HI06
culturais atribuídos a ela.

Nesta unidade, os estudantes terão contato com alguns con- Um bom caminho para essa checagem é propor situações-
ceitos e temas importantes para o desenvolvimento de habili- -problema ou desafios que instiguem os estudantes a mobilizar
dades de História previstas na BNCC para o Ensino Fundamental conceitos que já foram introduzidos nos anos anteriores, como
– Anos Iniciais. Conceitos como civilização, Estado, democra- as noções de mudança e de permanência ao longo da história,
cia e cidadania, abordados em contextos históricos pertinentes, tendo em vista os acontecimentos que trouxeram grandes trans-
são essenciais para compreender a historicidade no tempo e no formações para a humanidade. Assim, os estudantes, estarão em
espaço, assim como para entender processos de transformação constante mobilização de conceitos explorados em sua trajetó-
da sociedade e de construção de identidades. ria escolar, fixando-os e revisando-os sob a luz de novas infor-
Os objetivos pedagógicos 1, 2 e 3 são abordados no capítu- mações obtidas no processo de aprendizagem.
lo 1 por meio de textos, imagens e atividades que levam o estu- Conceitos como civilização, Estado, democracia e cidadania
dante a compreender como o processo de sedentarização tornou já fazem parte do cotidiano dos estudantes, ainda que eles pos-
possível o surgimento das primeiras cidades, do comércio, do sam, em um primeiro momento, estranhar os termos e as cate-
Estado e da religião. Os objetivos pedagógicos 3, 4 e 5 são enfati- gorias utilizadas. No entanto, é importante que os estudantes
zados no capítulo 2, cuja seleção de conteúdo foi planejada para percebam que esses são apenas nomes formais para realidades
auxiliar o estudante no entendimento de como nasceu a demo- que já fazem parte de sua experiência; e, para que isso ocorra,
cracia na Grécia antiga e como surgiram os conflitos que estão na pode-se partir de exemplos mais concretos do cotidiano, que
base da cidadania na Roma antiga. O objetivo pedagógico 6 per- contribuam para tornar o conhecimento histórico mais palpável,
passa toda a unidade, com a apresentação de instrumentos, arte- atraente e motivante.
fatos e obras de arte que ensinam o estudante a compreender e
a valorizar o patrimônio histórico e cultural dos povos. Relação dos objetivos pedagógicos
com os conteúdos e atividades
Pré-requisitos para atingir os trabalhados na unidade
objetivos pedagógicos e para A unidade mobiliza as habilidades por meio do estudo da
trabalhar os principais conteúdos Pré-História e das civilizações mesopotâmica, egípcia, grega e
Ao iniciar os estudos, é importante checar quais conhecimen- romana. Ao propor o entendimento do processo que levou os
tos prévios os estudantes já possuem sobre os temas que serão primeiros seres humanos a tornarem-se sedentários, o estudan-
abordados. Essa avaliação poderá servir como guia para orientar te é convidado a compreender o que caracteriza a sedentari-
o planejamento de aulas e as atividades na prática. zação e sua contribuição para a formação dos primeiros

42
agrupamentos, das cidades e depois, com a necessidade de O tema patrimônio cultural permeia toda a unidade ao apre-
organização social, do Estado. sentar a ideia de patrimônio como vestígios deixados pelas mais
O comércio ganha destaque como atividade humana não só distintas sociedades humanas e a relação entre a cultura material
econômica, mas que propiciou ao longo da história trocas ma- e suas histórias.
teriais e culturais entre os diferentes povos pelo espaço geográ- Nesta unidade, os estudantes ainda terão a oportunidade
fico. A religião é apresentada como algo comum aos mais para analisar e interpretar documentos iconográficos e textuais,
diversos povos, trazendo, como exemplo, o politeísmo mesopo- relacionar processos históricos aos espaços nos quais ocorreram
tâmico, egípcio, grego e romano, com destaque para o choque e expressar seu ponto de vista por escrito e oralmente, desen-
entre o politeísmo romano e o surgimento do cristianismo. volvendo aspectos da literacia.
Para que o estudante possa vislumbrar a aplicação do con-
ceito de Estado, a unidade apresenta a Mesopotâmia, o Egito Objetivos pedagógicos e expectativas
antigo, bem como a Grécia antiga e a Roma antiga. Com o de aprendizado
estudo das cidades-estados gregas, os estudantes não apenas As rubricas a seguir são um instrumento de avaliação forma-
aprofundarão suas noções sobre o conceito de Estado, mas tiva que permite mensurar o desempenho dos estudantes e
também poderão compreender os conceitos de cidadania e identificar quais conteúdos cada um deles precisa aprimorar
de democracia. antes de prosseguir nos estudos.

O. P.* Desempenho Expectativas de aprendizado


Identifica as características dos povos nômades e sedentários e estabelece comparações sobre
Desenvolvido
os modos de vida deles.
1 Desenvolvido parcialmente Identifica parcialmente as características dos povos nômades e sedentários.
Em desenvolvimento Não é capaz de diferenciar o que caracteriza o modo de vida dos povos nômades e dos sedentários.
Entende a função do Estado nas primeiras civilizações humanas e aponta exemplos como o
Desenvolvido
Egito e a Mesopotâmia.
2 Desenvolvido parcialmente Entende parcialmente a função do Estado e não aponta exemplos.
Em desenvolvimento Não entende o papel do Estado nas primeiras civilizações.
Desenvolvido Entende a função da religião para as primeiras civilizações e seu caráter politeísta.
Desenvolvido parcialmente Entende parcialmente a função da religião para as primeiras civilizações.
3
Não compreende a função da religião para as primeiras civilizações e não sabe explicar o
Em desenvolvimento
conceito de politeísmo.
Desenvolvido Entende o conceito de cidade-Estado e o contexto de surgimento da democracia em Atenas.
Compreende parcialmente o conceito de cidade-Estado e o contexto de surgimento da
Desenvolvido parcialmente
4 democracia em Atenas.
Não compreende o conceito de cidade-Estado e nem o contexto de surgimento da democracia
Em desenvolvimento
em Atenas.
Estabelece comparações entre a cidadania na Grécia antiga e a cidadania no presente
Desenvolvido
apontando características de cada contexto.
5 Desenvolvido parcialmente Entende parcialmente o significado da democracia antiga e da moderna.
Não consegue identificar características da democracia antiga e da moderna e não entende o
Em desenvolvimento
conceito.
Entende o significado de patrimônio cultural e sabe apontar exemplos dentro e fora da sua
Desenvolvido
comunidade.
6 Desenvolvido parcialmente Entende parcialmente o significado do conceito e não é capaz de apontar exemplos.
Em desenvolvimento Não entende o conceito e não é capaz de apontar exemplos.
Compreende o papel da escrita ao longo da história e identifica exemplos de transformações
Desenvolvido
sociais e culturais decorrentes do desenvolvimento da comunicação.
Identifica exemplos de usos da escrita e os relaciona parcialmente a transformações sociais e
7 Desenvolvido parcialmente
culturais decorrentes do desenvolvimento da comunicação.
Não identifica exemplos de usos da escrita nem é capaz de relacionar o desenvolvimento da
Em desenvolvimento
comunicação a transformações sociais e culturais.

*Nota: ao longo desta unidade, os objetivos pedagógicos nos títulos de quadros serão abreviados como O.P.

43
Orientações didáticas

Competências da BNCC
UNIDADE

Reprodução/Coleção particular
Competências gerais da

1 CIVILIZAÇÃO
Educação Básica:
CG1, CG2, CG3, CG4, CG5, CG9, CG10
Competências específicas
de Ciências Humanas:
E CIDADANIA
CECH1, CECH2, CECH3, CECH5,
CECH6
Competências específicas
de História:
CEH1, CEH2, CEH3, CEH4

Componentes essenciais
para a alfabetização
• Desenvolvimento de vocabulário
• Compreensão de textos
• Produção de escrita

Qual era o papel do Estado nas pri-


meiras civilizações? Como nasceu o
comércio? Podemos associar a demo-
cracia antiga e a moderna? O que é
patrimônio cultural? Lançar perguntas
instigantes e motivadoras ao iniciar
cada tema pode ser um bom caminho
para atrair a atenção da turma e tam-
bém uma boa estratégia para obser-
var, atentamente, as colocações dos
estudantes, percebendo o conheci-
mento prévio que possuem e as faci-
lidades e as dificuldades de cada um
sobre o assunto.
Como proposta de abordagem
inicial sugerimos, antes de explorar a
abertura da unidade, que seja apre-
sentado um vídeo de história do Egi-
to antigo para crianças. Ele revela
cinco coisas que todo mundo deveria A era de Péricles, gravura do pintor alemão Philipp
saber sobre o Egito, de forma didática
A von Foltz, 1853. Péricles foi um célebre orador,
e sucinta. Esse recurso pode servir general e político da Grécia antiga (século V a.C.).
para provocar uma conversa sobre o
tema e avaliar os conhecimentos pré- 12
vios dos estudantes. Disponível em:
https://ijp.short.gy/1DkxN7. Acesso
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
em: 9 ago. 2021.

Unidade temática Objeto de conhecimento Habilidade

O que forma um povo: do nomadismo aos primeiros povos sedentarizados EF05HI01


BNCC

Povos e culturas: As formas de organização social e política: a noção de Estado EF05HI02


meu lugar no
mundo e meu O papel das religiões e da cultura para a formação dos povos antigos EF05HI03
grupo social
EF05HI04
Cidadania, diversidade cultural e respeito às diferenças sociais, culturais e históricas
EF05HI05

44
Orientações didáticas
O objetivo das aberturas de unida-
de é explorar os conhecimentos pré-
Professores e estudantes defendem a educação vios dos estudantes por meio de
B pública e gratuita durante a Assembleia imagens e de questões que possibi-
Constituinte de 1988, em Brasília, Distrito Federal. litem a discussão oral e coletiva de
temas. É importante garantir que
durante esse momento introdutório
todos possam se manifestar, mesmo
que as noções sobre os conceitos
sejam ainda parciais e incompletas.
Leia o título da unidade para os
estudantes e proponha uma conver-
sa sobre os conceitos de civilização e
de cidadania. Permita a eles que le-
vantem hipóteses livremente e anote
algumas palavras-chave na lousa. O
conceito de civilização será formali-
zado a partir da página 18, na qual
essa conversa poderá ser retomada.
Em seguida, peça que observem
os detalhes das imagens, identifican-
do os trajes, os cenários, o que as
pessoas estão fazendo, etc., e leia a
legenda com os estudantes.
Atividade 1
É provável que os estudantes não
tenham dificuldade em identificar
qual das imagens representa um pas-
sado mais distante, isto é, a gravura
do pintor alemão Philipp, que repre-
senta o governo de Péricles no sécu-
lo V a.C.; e a foto da Assembleia
Constituinte em 1988, a qual retrata
um acontecimento do presente.
Observe e compare as imagens e, em seguida, leia atentamente as Atividade 2
legendas. Depois, converse com os colegas e o professor para respon- Antes de responder à questão, os
der às questões oralmente. estudantes devem procurar as seme-
lhanças e as diferenças entre as duas
1. Que época as imagens estão representando? imagens por meio da análise delas e da
O passado (antiguidade) e o presente.
Ricardo Azoury/Olhar Imagem

2. Quem são as pessoas representadas nas imagens? O que elas estão leitura das legendas. Nesse momento,
fazendo? São cidadãos. Estão discursando ou reivindicando a aprovação dos oriente-os a perceber que, apesar das
cidadãos para alguma causa ou proposta. muitas diferenças, tanto a gravura
3. Você sabe explicar o que é cidadania? Resposta pessoal. Espera-se que os quanto a fotografia retratam pessoas
estudantes façam relações entre cidadania, cidade e cidadãos. reunidas no espaço público, discutindo
questões que interessam aos cidadãos
13 do Estado em que estão inseridas.
Atividade 3
Durante a discussão, pode-se esta-
belecer uma relação com o termo
Unidade temática Objeto de conhecimento Habilidade “cidade”, de onde deriva o termo “ci-
dadania” e com o termo “cidadãos”,
BNCC

Registros O surgimento da escrita e a noção de fonte para a membros de um Estado que gozam
EF05HI06
da história: transmissão de saberes, culturas e histórias de direitos para participar da vida po-
linguagens e Os patrimônios materiais e imateriais da lítica. Por fim, auxilie os estudantes a
EF05HI10
culturas humanidade perceber que, em cada uma das ima-
gens, os cidadãos estão em um mo-
mento de exercício de sua cidadania.

45
Orientações didáticas
Neste capítulo, o objetivo central é
proporcionar aos estudantes a com- CAPÍTULO
preensão do processo que levou à
sedentarização das primeiras socieda-
des e que as tornou mais complexas.
Duas civilizações da Antiguidade
estão em foco neste capítulo: a meso-
1 O INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO
potâmica e a egípcia. O estudo dessas
civilizações possibilitará aos estudantes Da vida nômade à vida sedentária
refletir sobre as primeiras instituições
políticas da história, reconhecendo o
papel desempenhado pela religião no Há cerca de 10 mil anos, o ser humano começou a abandonar a vida nômade.
contexto sociopolítico e econômico Em sua opinião, que razões levaram a essa mudança?
mesopotâmico e egípcio. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
Essa abordagem propicia o traba- Atualmente, a maioria das pessoas mora em cidades, possui residência fixa e
lho com as habilidades EF05HI01, compra alimentos em feiras e mercados. Mas nem sempre foi assim.
EF05HI02 e EF05HI03. O capítulo
trata, ainda, do desenvolvimento dos Antes do surgimento da agricultura e da criação de animais, há cerca de 10 mil
primeiros códigos escritos – o cunei- anos, os seres humanos viviam em pequenos grupos de caçadores-coletores, que
forme e o hieroglífico –, permitindo tinham um estilo de vida nômade. Isso significa que eles caçavam e coletavam os
que os estudantes conheçam o con- alimentos diretamente da natureza e, por isso, tinham de se deslocar continuamente
texto de criação da comunicação para atender às suas necessidades. Quando havia pouca caça em uma região, por
escrita e seu uso no registro de acor- exemplo, o grupo se mudava para outra área em que houvesse caça mais abundante.
dos comerciais, códigos sociais e ati- O domínio de técnicas agrícolas e da criação e domesticação de animais pos-
vidades cotidianas, além do trabalho
sibilitou às pessoas que se fixassem em certo local. Os seres humanos aprenderam
com a habilidade EF05HI04.
Por fim, o conceito de patrimônio a cultivar plantas, como trigo, cevada, milho, mandioca e batata, e a domesticar
cultural é desenvolvido com o obje- animais, como ovelhas, cabras, cavalos, galinhas e bois. Parte dos alimentos culti-
tivo de esclarecer para o estudante vados podia ser armazenada para períodos difíceis, como o inverno ou épocas de
a necessidade de valorização e de seca ou de escassez de alimentos.
preservação de expressões de iden- A passagem da vida nômade dos caçadores-coletores para a vida sedentária não
tidade de um povo, que devem ser aconteceu de uma hora para outra. Foi um processo lento, que demorou bastante
reconhecidas como heranças para
tempo. Por muitos séculos ainda, os povos nômades continuaram convivendo com
as próximas gerações, contemplan-
povos sedentarizados, e há casos de povos que,
do, assim, a habilidade EF05HI10.
Com isso, espera-se que os estudan- embora plantassem alguns alimentos, continuaram
tes compreendam que a sociedade preferindo o estilo de vida nômade.
atual é resultado de bens culturais
Ainda hoje podem ser encontrados sedentário: nesse
produzidos no passado e que ela, povos que adotam um estilo de vida
por sua vez, produz outros bens cul- contexto, significa fixo,
nômade ou seminômade, vivendo preso a um lugar; o
turais para o futuro. Essa percepção da caça e da coleta. É o caso, por contrário de nômade.
é importante para a identificação de exemplo, dos pastores nômades
si e de sua comunidade como sujei- que vivem no norte da Mongólia.
Na foto, nômade montado em uma
tos históricos.
rena, em Khuvsgul, Mongólia, 2017.
A abordagem das transformações Kertu Saarits/Alamy/Fotoarena

sociais, econômicas e culturais em 14


sua historicidade, propicia o trabalho
com as competências CECH5, CEH1,
CEH2 e CEH4. A consideração do Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

papel das atividades agrícolas, do co-


do modo de vida nômade dos beduínos que
mércio e dos regimes de trabalho nas
vivem no deserto do Saara. Assista com os
primeiras civilizações permite ainda a
estudantes ao vídeo Veja como vive o povo
interlocução com o tema contempo-
nômade no deserto do Saara. Disponível em:
râneo transversal Economia.
https://tedit.net/b736KJ. Acesso em: 22 jul.
Como atividade preparatória, su-
2021.
gerimos uma conversa sobre as
condições que os povos nômades
têm, nos dias de hoje, para manter
suas atividades de caça e coleta.
Vale mostrar uma situação concreta

46
Orientações didáticas
Leia o primeiro parágrafo do texto
com a turma para esclarecer como se
As primeiras cidades originaram as primeiras cidades. Rea-
lize a leitura compartilhada de todo o
A sedentarização levou a uma série de mudanças nas sociedades humanas. A agri-
texto da página 15 e do início da pá-
cultura e a pecuária proporcionaram maior oferta de alimentos. Com isso, a população gina 16, enfatizando as definições de
cresceu e as comunidades se tornaram maiores, formando as primeiras vilas e cidades. sítio arqueológico e patrimônio da
Uma das cidades mais antigas é a de Çatal Hüyük, que se formou há cerca de humanidade.
9 mil anos, no sul da atual Turquia. Escavações arqueológicas, feitas a partir de 1958, Retome com os estudantes o tema
revelaram que Çatal Hüyük chegou a abrigar 10 mil pessoas. Seus moradores dedi- da origem da agricultura e da criação
cavam-se à agricultura e a muitas outras atividades, de animais, já estudado em anos an-
teriores. Solicite a eles que expliquem
como o artesanato e a escultura. Por sua importân- sítio arqueológico: local onde
o que se lembram sobre o significado
cia, o sítio arqueológico de Çatal Hüyük é conside- ficaram preservados artefatos,
construções e outras evidências do termo “sedentário”. Em seguida,
rado patrimônio da humanidade pela Organização das atividades humanas no leia e discuta com a turma a questão
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a passado. inicial proposta na abertura do capí-
Cultura (Unesco). patrimônio da humanidade: tulo. Ao longo da conversa, enfatize
bem cultural ou natural que tem que a habilidade de produzir o pró-
Além de Çatal Hüyük, muitas outras cidades valor para a humanidade e, por
surgiram em diversas regiões do mundo após a di- isso, precisa ser preservado.
prio alimento por meio da agricultura
e da criação de animais permitiu o
fusão da agricultura e da criação de animais.
processo de sedentarização.
Ressalte que esse processo se deu,
Esta ilustração é uma representação atual

De Agostini Picture Library/Album/Fotoarena


de como teria sido a cidade de Çatal
no entanto, de maneira lenta e gra-
Hüyük há milhares de anos. Observe dual e que não ocorreu com todos
que ela era formada por casas de os povos do planeta. A ideia de que
tijolos unidas entre si, como o aprendizado da agricultura e da
uma colmeia de abelhas. Não criação de animais, bem como a se-
havia ruas entre as casas e
dentarização, sejam processos ne-
a entrada era pelo teto,
onde se subia usando
cessários e positivos às comunidades
uma escada de é alvo de críticas de especialistas
madeira. atualmente. É muito provável, inclu-
sive, que os últimos caçadores tives-
sem uma dieta mais variada e rica do
que os primeiros agricultores.
Explore a ilustração que represen-
ta a cidade de Çatal Hüyük, pedindo
aos estudantes que identifiquem as
moradias e os espaços destinados à
criação de animais e à prática da agri-
cultura. Leia a legenda com a turma
e solicite aos estudantes que imagi-
nem as razões que teriam levado à
criação de uma cidade como essa.
Encaminhe as discussões de modo
que os estudantes apontem a prová-
vel existência de recursos naturais na
15
região que viabilizaram o estabeleci-
mento da comunidade.

Atividade complementar Para saber mais


Para ampliar o tema e aproximá-lo do cotidiano dos estudantes, exiba o vídeo Cidades e comunida-
Para saber mais sobre descober-
des sustentáveis, produzido pela Unesco, disponível em: https://ijp.short.gy/ZJRlic. Acesso em: 9 ago.
tas em sítios arqueológicos, consulte
2021. Antes da exibição do vídeo, proponha uma discussão sobre o crescimento populacional a
partir da formação das cidades, quando o abastecimento de alimentos aumentou. Comente com os a matéria Como é a escavação de um
estudantes que a urbanização e as atividades agrícola e pecuária causam impactos ambientais, que sítio arqueológico?, disponível em:
se agravaram muito nos últimos anos. https://ijp.short.gy/5HhQLw. Acesso
A atividade propicia o trabalho com a CECH3 e com o tema contemporâneo transversal Meio em: 9 ago. 2021.
Ambiente, na macroárea temática Educação Ambiental.

47
Orientações didáticas
O capítulo trata da formação de
cidades nas proximidades de grandes
rios, na região do chamado “Crescente A maioria das cidades formadas nessa época se encontrava nas proximidades
Fértil”, e de fatores como a especializa- dos grandes rios, como o rio Nilo, no Egito, os rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia,
ção das atividades laborais e o exce- o rio Indo, na Índia, e os rios Azul e Amarelo, na China (observe o mapa abaixo). A
dente produtivo, que possibilitaram a proximidade com esses grandes rios tornava possível a agricultura em larga escala.
origem do comércio e do Estado.
Os habitantes dessas cidades construíram sistemas de irrigação que conduziam a
Explore o mapa desta página cha-
mando a atenção dos estudantes água dos rios para as lavouras, garantindo a fertilidade do solo o ano inteiro.
para o fato de que as primeiras cida-
des criadas pelos seres humanos es- As primeiras cidades

Banco de imagens/Arquivo da editora


tavam próximas a rios, dando
sequência à discussão já iniciada nas Mar Negro
Mar
páginas anteriores. Cáspio

)
elo
Anatólia Rio Indo

ar
Ri m
Antes de iniciar o estudo sobre o Çatal Huyük
Rio
oT
i
01_01_M001_5VVHisg23Sc
R io
H o a n g -H o ( A Taixiun

gr
Ebla Eu Cheng-ziyai Sufutum

e
comércio, estabeleça a distinção entre Mar
Mediterrâneo Jericó
fra
Mari tes Mesopotâmia
Mundigak Harapa
#A_#D_REAPROVEITAMENTO_ Erlitou
Anyang
Mehrgarh Tseng-tsou
produtores e consumidores e esclare- 30° N
Gizé Mênfis
Kish
Nipur
Uruk
Susa Pérsia MAPA_As primeiras cidades. China
Mohenjo-Daro
ça que essa atividade só foi possível Sacara Ur
Eridu Mapa reaproveitado do Pan-lou-cheng
ul)
(Az
graças ao aumento da produção de Tebas Ligamundo - PNLD 2019, v. 5, p. se

Ma
g-T
Y an

rV
Assuã Arábia Rio Rio
alimentos. Inicie a leitura do texto re- 12; manter
Lothal dimensões.
G a n ge s

erm
Egito
elh
ferente ao tema e destaque exemplos o Índia
Golfo
LEGENDA
Rio

de Egípcios
de especialistas nas comunidades OCEANO Bengala OCEANO
Nil

Mesopotâmicos
o

ÍNDICO PACÍFICO
antigas citados no subtítulo A origem ESCALA
Indianos
Chineses
do comércio. Pergunte a eles se essas 0 675 1 350
Cidades
Quilômetros 60° L
profissões existem ainda hoje, traba-
Elaborado com base em: A aurora da humanidade. Rio de Janeiro: Time Life/Abril Livros, 1993. p. 22-23. (Coleção História em revista).
lhando noções de permanência e
mudança ao longo do tempo.
É importante deixar claro que, na-
A origem do comércio
quele tempo, o comércio era realiza- O aumento da produção de alimentos e a vida nas cidades possibilitaram a
do por meio de trocas de produtos alguns membros das comunidades que se especializassem em outras atividades,
por quantidades equivalentes, ou além da agricultura e da criação de animais. Surgiram profissões como: fabricante
seja, ainda não havia moedas. Em se- de tijolos e cerâmica, alfaiate, tecelão, joalheiro, escultor, soldado e sacerdote.
guida, leia e discuta com os estudan-
tes os dois últimos parágrafos da Com a especialização, nasceu também o comércio. O fabricante de cerâmica,
página do Livro do Estudante. Desta- por exemplo, podia trocar seus vasos e potes por cereais, por couro de animais
que as relações de produção e distri- ou por qualquer outra coisa de que precisasse. A concentração da população nas
buição entre cidades e entre campo cidades facilitava essas trocas.
e cidade, em uma abordagem inter-
disciplinar com o componente curri-
Havia trocas não só entre os habitantes de uma mesma cidade, mas também
cular Geografia. com outras cidades, o campo, os vilarejos e os povos seminômades de regiões
mais distantes. Uma cidade podia, por exemplo, ter a função de centro comer-
cial de uma área maior. Assim, os moradores dos vilarejos vizinhos visitavam essa
cidade para fazer trocas comerciais. Isso significa que, com a maior especialização,
os habitantes de cada cidade produziam uma variedade de produtos, mas tam-
bém dependiam de produtos vindos de fora.
16

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

48
Orientações didáticas
1. a) Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Os caçadores-coletores tinham um estilo de vida Atividade 1
nômade e tinham de se deslocar de uma região para outra em busca Não escreva no livro. A atividade corresponde a uma sín-
1. No caderno, elabore frases com os termos apresentados nos itens a seguir. tese dos conceitos mais importantes
de alimentos para sua sobrevivência.
trabalhados até então neste capítulo.
a) caçadores-coletores – nômade – deslocar – região – alimentos – sobrevivência
Utilize-a como forma de avaliar se os
1. b) Resposta pessoal. Sugestão de resposta: O
b) agricultura – criação de animais – sedentarização – grupos humanos conceitos foram apreendidos pelos
desenvolvimento da agricultura e da criação de animais tornou possível a sedentarização dos grupos humanos. estudantes e como eles conseguem
c) concentração – população – cidades – especialização – comércio encadeá-los de forma lógica. A ativida-
1. c) Resposta pessoal. Sugestão de resposta: A concentração da população nas cidades de reforça o trabalho com a habilidade
2. Copie o quadro abaixo no caderno. permitiu a especialização das pessoas em diversas EF05HI01 e contribui para a consoli-
atividades e o surgimento do comércio. dação dos conhecimentos de literacia
Surgimento das cidades e alfabetização, incentivando o desen-
volvimento da produção de escrita e
Causa Fato Consequência
o desenvolvimento de vocabulário.
A Aumento da oferta de alimentos. D Essa atividade pode ser aplicada
para avaliar o objetivo pedagógico 1.
C Construção de sistemas de irrigação para abastecer as lavouras. F Veja a rubrica na base da página.
E Aparecimento da atividade comercial. B Atividade 2
Certifique-se de que os estudantes
Agora, complete as colunas Causa e Consequência associando os itens A a F compreendem as noções de causa e
consequência antes de realizar a ativi-
aos fatos destacados na coluna central do quadro.
dade. Se considerar necessário, leia o
A. Domínio das técnicas da agricultura e da criação de animais. enunciado e as afirmativas presentes
na atividade e exemplifique na lousa.
B. Cada um podia trocar com o outro algo de que precisasse. Atividade 3
C. As primeiras cidades situavam-se nas proximidades dos grandes rios. Apesar da distância temporal e das
diferenças de recursos e de infraes-
D. A população cresceu, levando à formação de vilas e cidades. trutura, é possível perceber seme-
lhanças entre as cidades primitivas e
E. Alguns membros da comunidade se especializaram em outras atividades, além as cidades atuais, tais como: a concen-
da agricultura e da criação de animais. tração de casas, que são construídas
próximas umas das outras; a existên-
F. Garantiam a fertilidade do solo o ano inteiro. cia de rios e de comércios.
3. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. A atividade favorece o trabalho com
3. Observe a imagem da cidade de Çatal Hüyük, apresentada na página 15. Com- a história local, já que o professor pode
pare-a com a cidade em que você vive. O que há de diferente e de semelhante explorar características próprias da sua
região, estabelecendo comparações
entre elas? Escreva no caderno o que você pensou. Para casa com os exemplos do livro para facilitar
4. Sim, os rios permanecem importantes no presente para o desenvolvimento das cidades. e tornar mais instigante a discussão. A
4. As primeiras cidades da civilização humana se desenvolveram ao longo dos rios, atividade também propicia a ênfase
como no caso do Egito e da Mesopotâmia. na habilidade EF05HI10.
Os rios continuam sendo importantes para o desenvolvimento das comunida- Atividade 4
des urbanas? Pesquise e cite exemplos (dentro e fora do Brasil) que compro- É importante assegurar que os es-
vem sua resposta. Sugestões: podem ser citadas cidades como: Paris (França) e o rio Sena; Lon- tudantes consultem fontes confiáveis
dres (Inglaterra) e o rio Tâmisa; New Orleans (Estados Unidos) e o rio Mississípi; Manaus (Brasil) e o rio para a pesquisa. Comente que atual-
17 mente várias cidades do mundo des-
Amazonas; São Paulo (Brasil) e o rio Tietê; Calcutá (Índia) e o rio Ganges.
poluíram os rios que atravessam sua
macha urbana e transformaram o uso
e o aproveitamento das águas deles
para atividades de lazer e turísticas, por
Critérios de
O. P. Desempenho Justificativa exemplo.
avaliação
O estudante
Desenvolvido
O estudante relacionou corretamente os termos a respeito
de sedentarização e articulou-os de forma lógica em uma
Para avaliação
relacionou os
termos destacados frase coerente. A rubrica ao lado é um instrumento
ao processo de O estudante relacionou alguns termos a respeito de de avaliação formativa que permite
1 sedentarização
Desenvolvido
sedentarização corretamente, mas não estabeleceu mensurar o desempenho dos estu-
parcialmente
de forma lógica e encadeamento lógico em uma frase coerente. dantes e identificar quais conteúdos
elaborou uma frase Em O estudante não foi capaz de articular os termos e elaborar eles precisam aprimorar antes de pros-
coerente? desenvolvimento uma frase de forma lógica e coerente. seguir nos estudos.

49
Orientações didáticas
Peça aos estudantes que respon-
dam à pergunta inicial da página do
Livro do Estudante. A resposta deve O Estado e o papel da religião
abranger o que eles entendem por
Estado e sua aplicação hoje em dia, Você já pensou em qual é o papel do Estado no cotidiano das pessoas?
nos espaços de convivência dos estu- Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
dantes. Apresente aos estudantes o As civilizações antigas eram caracterizadas por um conjunto de vilas e cidades
conceito de civilização, presente no
que tinham alguns traços em comum, como língua, cultura e religião. São ele-
início do primeiro parágrafo da página.
Utilize o mapa reproduzido na pá- mentos que caracterizam uma civilização: a existência de cidades, a especialização
gina para identificar a localização dos do trabalho, o domínio da escrita e a presença de institui-
instituição:
elementos mencionados no texto, tais ções complexas, como o governo e o Estado. Duas das mais cada uma das
como Crescente Fértil, os rios Nilo, antigas civilizações da história humana se desenvolveram em estruturas sociais
Jordão, Tigre e Eufrates. Permita aos uma região conhecida como “crescente fértil”, por causa de que regem uma
comunidade,
estudantes que observem o mapa suas terras boas para a agricultura em razão das cheias pe- estabelecidas
com atenção para que interpretem as riódicas de grandes rios, como o Nilo, o Jordão, o Tigre e o por lei ou pela
informações presentes nele. Relacio- Eufrates. Diversos povos fundaram vilas e cidades às margens tradição.
ne-o ao mapa da página 16 do Livro desses rios. Observe o mapa abaixo.
do Estudante, a fim de que os estu-
dantes tenham noção da região car- Algumas civilizações cria-
ram sistemas de irrigação e Crescente fértil
tografada de uma forma mais ampla.

Banco de imagens/Arquivo da editora


Comente com os estudantes as armazenagem para utilizar a 45º L

razões de o termo “crescente fértil” água dos rios na agricultura Mar


Cáspio

Ri o
ser utilizado para identificar a região e na criação de animais. A ig

T
r e
Nínive
entre a Mesopotâmia e o Egito e iden- construção desses sistemas
Mar Assur Rio E
tifique no mapa a presença de vários exigia técnicas sofisticadas Mediterrâneo Biblos
ufr
at

es
rios, explicando a sua importância e o trabalho coordenado de Sídon
Damasco
Mesopotâmia
Tiro
para as sociedades antigas. Nesse

Jordão
Babilônia
milhares de pessoas. O au- Jerusalém
Sais
momento, é preciso que os estudan- mento da população e sua

Ri o
Mênfis
tes reconheçam quais ações huma-
especialização em diversas Egito
nas são necessárias para que a água
profissões, a complexidade
Rio

dos rios seja controlada e utilizada em


Ni

Golfo
lo

Pérsico
benefício das comunidades. Peça a dos sistemas de irrigação Tebas

eles que se lembrem dos usos que e o surgimento do comér-


fazem da água nas atividades do dia cio tornaram necessária a TRÓPICO DE CÂNCER
Ma
rV

a dia. Se possível, desenvolva esse existência do Estado, um


erm

conteúdo em conjunto com o com-


elh

conjunto das instituições ESCALA


o

ponente curricular Ciências. que controlam determinado 0 250 500


Quilômetros
Em seguida, destaque a sofistica- território. O Estado e seus VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico: geral e Brasil. São Paulo: Scipione, 2013. p. 35.
ção das obras hidráulicas feitas pelas funcionários exerciam várias
civilizações antigas e a necessidade funções, como: manter a lei e a ordem nas cidades, protegê-las de invasões, coor-
de um esforço coletivo para a sua
denar as etapas dos trabalhos agrícolas e estabelecer regras para diversas profissões
realização. Demonstre aos estudantes
que as instituições de administração e para o comércio. Para realizar todas essas funções, o Estado cobrava da população
de determinado território e das pes- parte das colheitas como tributo.
soas que nele viviam – o Estado – ti- 18
veram origem na necessidade de
coordenar esse esforço coletivo. A
capacidade do líder político de asse- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

gurar a vida das pessoas da comuni-


trabalho contava com uma casta de pessoas
dade por meio da organização do
que atuavam como autoridades sacerdotais,
trabalho coletivo fez com que esse
políticas, jurídicas e fiscais. Nesse momento,
líder fosse visto como uma divindade,
retome a pergunta inicial e questione os estu-
daí a íntima relação entre poder polí-
dantes se eles mantêm a resposta dada ante-
tico e religião na Antiguidade.
riormente ou se gostariam de mudá-la.
Comente com os estudantes que
as funções da administração pública
não tinham relação direta com a pro-
dução nem com o comércio, mas os
regulavam. Assim, a divisão social do

50
Orientações didáticas
Prossiga com a leitura do texto e
chame a atenção dos estudantes pa-
Na Antiguidade, o Estado não era separado da religião. Em geral, os governan- ra alguns trechos, como o significado
tes eram vistos como representantes dos deuses na Terra ou como seres sagrados. da palavra “Mesopotâmia”, o controle
Eles exerciam poder e influência com o auxílio dos sacerdotes. das águas fluviais, a independência
Quase todos os povos da Antiguidade eram politeístas, ou seja, acreditavam das cidades, que formavam cada uma
um Estado diferente, e a ocorrência
em várias divindades. Os deuses podiam simbolizar fenômenos da natureza ou
de guerras. Peça aos estudantes que
forças que controlam a vida e as atividades humanas, como o destino, o tempo, observem a fotografia e leiam a le-
a morte e a justiça. Acreditava-se, por exemplo, que as colheitas e a prosperidade genda, destacando o significado e as
das cidades dependiam do culto aos deuses. características arquitetônicas dos zi-
gurates. Ressalte as funções logísticas
Civilização mesopotâmica e religiosas desse tipo de construção.
Mesopotâmia é um termo que vem da língua grega e significa “terra entre rios”.
A civilização mesopotâmica recebeu esse nome porque se localizava em um vale Para saber mais
situado entre os rios Tigre e Eufrates, na região onde hoje se encontra o Iraque. No começo eram os deuses, de
Há cerca de 8 500 anos, diversos povos, como os sumérios, os acádios e os Jean Bottéro. Civilização Brasileira,
caldeus, começaram a povoar essa região. Eles desenvolveram complexas técnicas 2011. Nesse livro, o historiador fran-
de irrigação para aproveitar os períodos de cheia e controlar as águas dos rios. cês e estudioso das civilizações
Com o tempo, fundaram várias cidades – Lagash, Ur, Eridu e Uruk são algumas mesopotâmicas percorre diversos
assuntos desde a culinária meso-
delas. Cada cidade era um Estado independente: tinha as próprias leis e o próprio
potâmica até a escrita cuneiforme
governo. As cidades competiam entre si e muitas vezes entravam em guerra umas e a mitologia da região localizada
com as outras. no atual Oriente Médio.
excedente: aquilo que
No centro das cidades mesopotâmicas havia um sobra ou excede; nesse
Como as guerras impactam a
templo chamado zigurate. Nele, os excedentes agrí- contexto, parte da produção preservação do patrimônio no Ira-
colas eram armazenados. Isso permitia alimentar a que não foi consumida e, que, antiga Mesopotâmia? Existe
população em épocas de fome, fazer comércio com por isso, é armazenada para relação entre os zigurates e a fa-
o futuro ou para intercâmbio mosa “torre de Babel”? Leia o arti-
outros povos e financiar exércitos para proteger e ex- comercial.
go e descubra. Disponível em:
pandir o território dessas cidades. https://ijp.short.gy/mUoDz9. Aces-
so em: 9 ago. 2021.
Os zigurates representavam a união entre o céu e a terra. Os
povos da Mesopotâmia acreditavam que as almas dos mortos
chegavam ao céu subindo os degraus do templo. Abaixo, o
zigurate de Ur, no Iraque, em foto de 2017.

Sergey Mayorov/Zoonar/Alamy/Fotoarena

19

51
Orientações didáticas
Peça aos estudantes que comentem
o significado da afirmação “cada cidade
tinha o seu deus”, reproduzida no pri- A religião era muito importante na vida dos povos mesopotâmicos. Na Meso-
meiro parágrafo da página. Espera-se potâmia, cada cidade tinha o seu deus. Os sacerdotes desempenhavam várias fun-
que eles notem o politeísmo religioso ções importantes. O texto a seguir trata de algumas delas:
dos mesopotâmios. Ressalte as funções
dos sacerdotes nessas sociedades, Cabia a eles articular os princípios divinos que
situavam o homem acima da natureza, incutir sis- incutir: inspirar, introduzir ou
mencionadas no texto de Joel Kotkin. cultivar (no espírito).
Com base no trecho apresentado, os temas de culto e regular as atividades de um grande
sistema de culto: conjunto
estudantes poderão compreender as- contingente de pessoas […] na realização de comple-
de crenças e rituais religiosos.
pectos da interação entre política e xas tarefas comunitárias […]. Os sacerdotes definiam
religião – ao mesmo tempo que defi- os calendários que determinavam os horários de tra-
niam os horários de culto, os sacerdotes balho, culto e alimentação de toda a população.
definiam também os horários de traba- KOTKIN, Joel. A cidade: uma história global. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 37.
lho, por exemplo.
Explique aos estudantes que o pri- Ao lado do zigurate ficava o palácio do governo. Como vimos, o governante
meiro sistema de escrita de que se tem era um chefe ou rei considerado representante dos deuses para governar. O poder
notícia é o cuneiforme, encontrado geralmente era transferido para um de seus descendentes.
em placas de argila na região que
abrangeu a antiga Mesopotâmia. Ex- A origem da escrita
plore as imagens da página 20 e peça
Na Mesopotâmia foi desenvolvida a escrita

The Bridgeman Art Library/


Fotoarena/Museu Hermitage,
São Petersburgo.
à turma que imagine como eram feitas
as placas e como era produzida a es- cuneiforme, o primeiro sistema de escrita de
crita com o uso das cunhas. Em segui- que se tem notícia. Os símbolos eram gravados
da, destaque, ao longo da leitura do em placas de argila com uma cunha. Inicial-
texto, os usos da escrita, bem como a mente, essa escrita era utilizada para registrar
Cunhas de cerca de 2200 a.C.,
função e a posição social do escriba. a contabilidade dos templos, a produção das utilizadas para gravar os
Explique à turma que, naquele tempo, colheitas, os tributos pagos, os empréstimos símbolos nas placas de argila.
a leitura e a escrita eram um privilégio e as transações comerciais. Com o tempo, ela
para poucos. Amplie a abordagem
passou a ser utilizada também para registrar a Os elementos da imagem não
perguntando aos estudantes como estão representados em tamanho

eles acham que é o acesso à alfabeti-


história, as tradições, os mitos e a literatura dos proporcional entre si.

zação hoje em dia, isto é, se a educa- povos da Mesopotâmia.


ção é para a maioria ou ainda está A escrita e a interpretação dos símbolos

Metropolitan Museum of Art, NY/Album/ Fotoarena/Museu


Metropolitano de Arte, Nova York, EUA
restrita a uma minoria. cuneiformes eram tarefas complexas que ape-
nas um pequeno grupo de pessoas dominava:
os escribas. A profissão de escriba era muito
valorizada na sociedade mesopotâmica e ga-
rantia riqueza e privilégios. Para se tornar es-
criba, era necessário frequentar uma espécie
de escola desde criança e fazer uma série de
exercícios até aprender todos os sinais e seus
significados em cada uma das línguas faladas
Placa de argila com escrita cuneiforme,
na Mesopotâmia. de cerca de 2500 a.C.
20

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

Para saber mais


A matéria PNAD Contínua 2016: 51% da população com 25 anos ou mais do Brasil possuíam ape-
nas o ensino fundamental completo, publicada pela Agência IBGE Notícias em dezembro de 2017,
traz dados sobre a escolaridade no Brasil, incluindo taxas de analfabetismo. Esses dados podem
ser utilizados como fonte para a discussão sobre a alfabetização atualmente. Disponível em:
https://ijp.short.gy/p1xbG2. Acesso em: 9 ago. 2021.
Navegando no site da organização Todos Pela Educação é possível encontrar indicadores
educacionais por localidades e dados sobre as metas pretendidas até o início da década de
2020. Esses dados também servem de subsídio para a discussão proposta sobre alfabetização
no Brasil atual. Disponível em: https://ijp.short.gy/gNKOxf. Acesso em: 9 ago. 2021.

52
Orientações didáticas
Explore a fotografia da página e
peça aos estudantes que reflitam so-
Civilização egípcia bre como foi possível a uma civilização
se organizar em uma região tão árida.
A povoação do Egito começou há cerca de 7 mil anos. Tribos nômades vindas de
Destaque a importância do rio Nilo no
regiões próximas foram atraídas pelas terras férteis às margens do rio Nilo e começa- acesso à água para a agricultura e ou-
ram a construir vilarejos no local. A região tinha ainda outra vantagem: o deserto do tras necessidades cotidianas. Informe
Saara funcionava como uma barreira natural contra invasões de povos estrangeiros. também que, apesar da aridez, a re-
Com o tempo, esses vilarejos se uniram, formando dois reinos: um ao norte e gião desértica garantia mais segurança
outro ao sul do rio Nilo. Diferentemente da Mesopotâmia, os dois reinos foram unifi- contra invasões de outros povos.
cados em um Estado centralizado, governado por um faraó, há cerca de 5 mil anos. Prossiga com a leitura do texto,
enfatizando as semelhanças e as di-
A centralização facilitou a organização do trabalho para as obras de irrigação, ferenças entre as sociedades egípcia
garantindo a melhoria das colheitas e permitindo o crescimento de cidades como e mesopotâmica. Enfatize a impor-
Tânis, Mênfis e Tebas. A agricultura dependia de cheias periódicas do rio Nilo. Nos tância das cheias do rio Nilo para
períodos de cheia, formavam-se depósitos de húmus no solo; essa substância fer- marcar o ritmo de trabalho dos cam-
tilizava uma estreita faixa de terra nas duas margens do rio. poneses egípcios.
O faraó era visto como um deus. Ele era considerado pro- faraó: título dado Comente que, quando eles não
aos soberanos no estavam trabalhando na lavoura,
prietário de todas as terras e riquezas do Egito e exercia seu Egito antigo. eram chamados pelo faraó para a
poder com a ajuda de funcionários, soldados e sacerdotes. húmus (ou humo): construção de grandes obras públi-
Os funcionários do faraó controlavam os trabalhos agrícolas e camada superior do
solo com grande
cas. Ressalte a função do faraó na
armazenavam os excedentes das colheitas, que eram utiliza- quantidade de organização do trabalho coletivo e no
dos no comércio com outros povos e para financiar grandes matéria orgânica. destino dos excedentes das colheitas.
obras, como a construção de templos e pirâmides. Por fim, analise a imagem e leia a
legenda com os estudantes, orientan-
As pirâmides do Egito foram erguidas há mais de 3 mil anos. Elas do o olhar deles para a magnitude
eram as tumbas dos faraós e representavam seu imenso poder na das pirâmides. Por meio desses ele-
sociedade egípcia. Técnicas avançadas de edificação foram utilizadas mentos, identifique a importância do
em sua construção, que exigiu o trabalho de milhares de pessoas,
muitas delas escravizadas. Na foto, as pirâmides de Gizé, em 2019.
faraó no dia a dia dos antigos egípcios
e a organização estatal por meio da
qual ele conseguia exercer seu poder
político e religioso.
Diego Fiore/Shutterstock

21

53
Orientações didáticas
Explore o relevo de um dos filhos do
deus egípcio Hórus para caracterizar

The Bridgeman Art Library/Fotoarena/Coleção particular


como os egípcios representavam seus Os egípcios eram politeístas, e a religião também desem-
deuses. A partir da leitura do texto da penhava um papel importante na vida de todos. Existiam
página, destaque as particularidades da deuses com forma humana, com forma de animais ou, ainda,
religião egípcia e sua importância no com formas humanas e de animais ao mesmo tempo. Havia,
cotidiano da população. por exemplo, deuses com forma de gato, chacal, serpente e
Atividade 1 crocodilo. Os egípcios acreditavam que os deuses habitavam
Essa atividade tem como objetivo os templos e que deviam ser celebrados pelos seres huma-
trabalhar conceitos estudados no ca- nos com cantos, danças e oferendas. Se os deuses não fos-
pítulo, tais como a função do Estado sem celebrados, acreditava-se que tragédias, como doenças,
e dos governantes nas civilizações
seca e fome, poderiam se abater sobre a população.
antigas. Verifique se os estudantes
apreenderam os conceitos e se con- Os egípcios desenvolveram um sistema de escrita co-
seguem fazer a operação inversa a nhecido como hieroglífico. A palavra hieróglifo significa
que estão acostumados: partir das “escrita dos deuses”, pois os egípcios acreditavam que a es-
respostas para formular as perguntas. crita era um presente dos deuses aos seres humanos. Os
Se considerar necessário, antes da hieróglifos eram escritos com pincéis e tinta sobre folhas
resolução da atividade, proponha aos feitas com a fibra do papiro, planta típica da região.
estudantes o seguinte exercício: For-
mule afirmações simples, como: “Es- Relevo
The Bridgeman Art Library/Fotoarena/Museu do Louvre, Paris, França.

tamos na sala de aula”. Em seguida, representando


um dos filhos
peça aos estudantes que pensem nas
do deus egípcio
perguntas possíveis para essa respos- Hórus, feito entre
ta. Chame-lhes a atenção para o ver- 715 a.C. e 332 a.C.
bo presente na resposta.
Essa atividade contribui para a Detalhe de papiro Os elementos da imagem não
consolidação dos conhecimentos de com escrita estão representados em tamanho
proporcional entre si.
literacia e alfabetização, incentivan- hieroglífica do Egito
do o desenvolvimento da produção antigo, datado do
século I a.C.
de escrita.
Não escreva no livro.
Atividade 2
Se considerar necessário, leia a ati-
1. No caderno, crie perguntas para as respostas a seguir.
vidade com os estudantes, antes de a) Suas principais funções eram manter a lei e a ordem nas cidades, protegê-las
eles associarem cada palavra a seu de invasões de povos inimigos, coordenar as etapas dos trabalhos agrícolas e
respectivo significado. estabelecer regras para diversas profissões e para o comércio. Resposta pessoal.
Transcrever trechos é um exercício Sugestão de pergunta: Quais eram as funções do Estado e de seus funcionários?
que contribui para a consolidação b) Eles eram vistos pela população como representantes dos deuses na Terra ou
dos conhecimentos de literacia e al- até mesmo como seres sagrados. Resposta pessoal. Sugestão de pergunta: Como
fabetização, incentivando o desen- os governantes eram vistos pela população nas civilizações antigas?
volvimento da produção de escrita. 2. Copie no caderno as frases dos itens a seguir e numere-os de acordo com o
significado de cada uma das palavras do quadro.

1. Cuneiforme 2. Hieroglífico 3. Pirâmides 4. Politeísmo


22

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

54
Orientações didáticas
Atividade 3
a) Foram construídas para serem as tumbas dos faraós e representavam seu imenso A atividade de pesquisa contribui
para a consolidação dos conheci-
poder na sociedade. 3
mentos de literacia e alfabetização; a
b) Crença religiosa em mais de um deus. 4 decifração de códigos estimula a
criatividade e a imaginação.
c) Sistema de escrita dos antigos egípcios. 2 Esse jogo em português foi adap-
tado a partir de material didático em
d) Primeiro sistema de escrita de que se tem notícia, desenvolvido pelos mesopo- inglês. O objetivo da atividade é des-
tâmicos. 1 pertar a curiosidade dos estudantes
sobre outros códigos escritos da lin-
3. Que tal aprender a escrever seu nome com hieróglifos do antigo Egito? Para guagem e a comparação desses có-
isso, consulte esta página da internet: https://ijp.short.gy/jXauEN (acesso em: digos com o alfabeto latino.
28 jun. 2021). Descubra a essência dessa escrita e divirta-se. É interessante conversar com os
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. estudantes sobre a história da escrita
e apresentar a eles alguns exemplos
de sistemas de escrita, como os pic-
FALANDO SOBRE... Não escreva no livro. togramas, cuneiforme, hieroglífica,
ideogramas e o alfabeto latino.
Formas de marcação do tempo
Falando sobre...

Thiayu Suyá/Instituto Socioambiental (ISA)


Uma das maneiras de Esta seção permite a compreensão
marcar o tempo é por meio de várias formas de marcação do tem-
de calendários. Eles permitem po para a organização da vida coletiva
organizar os trabalhos agrícolas, em diferentes sociedades, destacando
dividindo o ano em meses sua relação com a identidade de cada
e em estações, com base na uma delas. Ressalte que, ainda, hoje
observação dos astros. há diferentes formas de marcar o tem-
po, o que reflete essa diversidade de
O primeiro calendário que se
crenças, de culturas e de valores que
conhece surgiu na Mesopotâmia há entre as sociedades. Por meio des-
por volta de 2700 a.C. Ele divide sa reflexão, a seção tem como obje-
o ano em 12 meses de 29 ou tivo contribuir para que os estudan-
30 dias, com base nas fases da tes desenvolvam uma atitude positiva
lua, e por isso é chamado de em relação à pluralidade cultural, va-
calendário lunar. lorizando-a.
O calendário solar, mais Os povos indígenas do Brasil têm diferentes formas de Analise a imagem com os estudan-
organizar o tempo no calendário. tes comparando-a com o calendário
preciso que o lunar, foi inventado
usado diariamente na escola e estabe-
pelos egípcios. O ano desse calendário tem 365 dias, assim como o calendário leça semelhanças e diferenças. A aná-
que usamos hoje, que é chamado de calendário gregoriano. lise da imagem do calendário indígena
pode desenvolver uma comparação
◆ Qual é a importância do calendário para a organização do cotidiano entre a forma de marcação do tempo
escolar? Escreva no caderno o que você pensou. Para casa entre os povos indígenas e os não in-
Resposta pessoal.
dígenas. Tradicionalmente, povos in-
23 dígenas do Brasil, como os Kalapalo,
marcam o tempo de acordo com os
ciclos da natureza: as estações do ano,
o tempo do plantio ou da colheita; o
tempo da chuva ou da estiagem.
A vida social nas aldeias Kalapa- e a participação de membros de outras Essa atividade contribui para a
lo varia de acordo com as estações do aldeias. Na estação chuvosa, a comida consolidação dos conhecimentos de
ano. Na estação seca, que se estende de torna-se escassa e a aldeia fecha-se nas literacia e alfabetização, incentivando
maio a setembro, a comida é abundan- relações entre as casas e os parentes. [...] o desenvolvimento da produção de
te e é tempo de realizar rituais públicos, KALAPALO, Loike (liderança indígena). Geografia escrita e o desenvolvimento
que costumam contar com muita música Ind’gena. MEC/SEF/ISA, 1994. de vocabulário, além de colaborar
para os processos de interpretar e
relacionar ideias e informações.

55
Orientações didáticas
Ler o mundo: História viva
Esta seção enfoca o conceito de LER O MUNDO: HISTÓRIA VIVA
patrimônio cultural, explicando sua
classificação em material e imaterial
Não escreva no livro.
e oferecendo exemplos. Além disso,
estimula a valorização dos patrimô- Patrimônio cultural

Diego Fiore/Shutterstock
nios no Brasil e no mundo.
O patrimônio cultural inclui todos os
Explore as imagens e as legendas
com os estudantes antes de ler o tex- bens que tenham valor artístico, históri-
to da página. co ou cultural. Ele pode ser dividido em
O texto da Unesco reproduzido a patrimônio material e patrimônio ima-
seguir pode ajudar no trabalho com terial. Construções, monumentos, sítios
o conceito de patrimônio cultural em arqueológicos, objetos de arte, mobiliá-
sala de aula: rio, utensílios e máquinas, por exemplo,
fazem parte do patrimônio material. Já
O patrimônio cultural é de o patrimônio imaterial é constituído por As ruínas da antiga cidade de Mênfis foram
consideradas patrimônio da humanidade em
fundamental importância para tradições culturais, jogos, mitos, lendas, 1979. Mênfis foi fundada há mais de 5 mil anos e é
a memória, a identidade e a danças, receitas culinárias e técnicas di- testemunho do desenvolvimento e do declínio da
criatividade dos povos e a ri- versas. civilização egípcia. Foto de 2019.
queza das culturas.
• Patrimônio Cultural O patrimônio cultural abrange a história, os costumes e as tradições que ca-
Mundial: é composto por mo- racterizam os grupos humanos. Portanto, pode ser considerado a expressão da
numentos, grupos de edifícios identidade de um povo.
ou sítios que tenham um ex- Preservar o patrimônio é importante porque ele mantém viva, para as gerações
cepcional e universal valor his- futuras, a memória das gerações passadas. O patrimônio pode ser considerado
tórico, estético, arqueológico,
uma herança que as novas gerações recebem das gerações anteriores.
científico, etnológico ou antro-
pológico. A Unesco é a instituição que reconhece os bens culturais considerados patrimô-
• Patrimônio Natural nio de toda a humanidade por sua importância histórica, artística e cultural. Ela ajuda
Mundial: significa as forma- também a preservar o patrimônio histórico.
ções físicas, biológicas e geo-
lógicas excepcionais, habitats
Maarten Zeehandelaar/Shutterstock

de espécies animais e vegetais


ameaçadas e áreas que te- A cidade de Ouro Preto, localizada
nham valor científico, de con- no estado de Minas Gerais, foi
servação ou estético excepcio- fundada no final do século XVII e
nal e universal. passou a ser considerada patrimônio
histórico da humanidade em 1980.
Nesse sentido, a Unes-
A produção artística e cultural
co trabalha impulsionada pela da cidade caracterizou-se por
Convenção para a Proteção do trocas culturais entre portugueses,
Patrimônio Mundial Cultural e escravizados trazidos da África e
Natural (1972), que reconhece os descendentes desses povos,
que alguns lugares na Terra são nascidos no Brasil. Na foto, de 2020,
de “valor universal excepcional”, o centro histórico de Ouro Preto.
e devem fazer parte do patrimô-
24
nio comum da humanidade.
Especialmente a respeito
da Convenção do Patrimônio Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Mundial de 1972, como é po-
pularmente conhecida, é hoje o trimônio Cultural e Natural mais signifi- comunidades locais, a Convenção fun-
instrumento internacional da
cativos do mundo. ciona como uma ferramenta eficaz para
Unesco que obteve a adesão
A Lista do Patrimônio Mundial atual- o monitoramento da mudança climática,
de mais Estados Membros, in-
mente inclui 1007 sítios (779 culturais, da urbanização acelerada, do turismo em
cluindo o Brasil. Cerca de 190
197 naturais e 31 mistos) em 161 Esta- massa, do desenvolvimento socioeconô-
países já a ratificaram e se tor-
naram parte de uma comuni- dos-partes. Essa Convenção é única, por mico e dos desastres naturais, além de
dade internacional unida pela combinar os conceitos de conservação outros desafios contemporâneos.
missão comum de identificar e natural e de preservação de bens cultu- UNESCO. Patrimônio Cultural do Brasil. Disponível em:
salvaguardar os sítios do Pa- rais. Enfatizando fortemente o papel das https://ijp.short.gy/DIjRfq. Acesso em: 9 ago. 2021.

56
Orientações didáticas
Atividade 1
Explore a imagem antes de propor
1. Leia a notícia, observe a imagem e responda no caderno às questões. aos estudantes a realização de uma
[…] leitura compartilhada da notícia, que
trata de um tema atual: a destruição
A Unesco considerou a destruição do sítio arqueológico Estado Islâmico: de patrimônios culturais da Antiguida-
de Nimrud por terroristas do Estado Islâmico um “crime de grupo radical
que atua no de por membros do grupo terrorista
guerra” e pediu que os patrimônios da humanidade sejam
Iraque e na Síria. Estado Islâmico. Pergunte aos estudan-
protegidos. […]
tes se eles já ouviram falar desse grupo
As descobertas dos tesouros do parque de Nimrud na dé-
em notícias de TV, jornais, revistas ou
cada de 1980 são consideradas as mais importantes do século 20. Fundada há mais internet. Se considerar válido, comen-
de 3.300 anos, a cidade […] está localizada à margem do rio Tigre, ao sul da segunda te que entre as motivações para a ação
maior cidade do Iraque, Mossul, que foi tomada pelo Estado Islâmico em junho. sistemática de destruição patrimonial
UNESCO chama de “crime de guerra” destruição de sítio arqueológico pelo EI. Veja, 6 mar. 2015. está o fundamentalismo religioso des-
Disponível em: https://ijp.short.gy/Yxg36B. Acesso em: 19 jan. 2021.
se grupo: seus membros acreditam
que as sociedades antigas cultuavam
World History Archive/Alamy/Fotoarena

falsos deuses e eram idólatras.


Auxilie os estudantes na identifica-
1. b) Porque os patrimônios da ção do tema central do texto e asse-
humanidade mantêm viva, para gure que eles tenham uma atitude
as gerações futuras, a memória
das gerações passadas (no caso positiva com relação à preservação
da notícia, a memória da cultura dos patrimônios da humanidade,
mesopotâmica). identificando ações concretas que
podem ser tomadas para garantir a
Adeptos do Estado conservação desses monumentos
Islâmico destroem
esculturas produzidas pela
para as futuras gerações.
cultura assíria, em Mossul, Essa atividade contribui para a
Iraque. Cena de vídeo consolidação dos conhecimentos de
gravado em 2014. literacia e alfabetização, incentivan-
do o desenvolvimento da produção
a) Qual é o assunto da notícia? A destruição do sítio arqueológico de Nimrud pelo de escrita e o desenvolvimento de
grupo terrorista Estado Islâmico. vocabulário.
b) Por que patrimônios da humanidade, como o sítio de Nimrud, precisam ser
Atividade 2
preservados? Converse com os colegas.
O objetivo dessa atividade é des-
2. Para responder às questões propostas abaixo, visite a página da Unesco: https:// pertar o interesse dos estudantes
para a importância do patrimônio e
ijp.short.gy/rtYNrR. Acesso em: 4 jan. 2021. Respostas pessoais. Leia as orientações para
a atividade neste Manual do Professor. da cultura local. A atividade estimula
a) Qual é a mensagem do pôster da campanha da Unesco? Converse com o pro- a criatividade, a comunicação e a
fessor e os colegas. competência digital.
Oriente os estudantes a acessar o
b) Reunidos em grupos, selecionem um exemplo do patrimônio da sua região site no laboratório de informática da
que vocês consideram importante. Produzam um pôster (com texto e ima- escola. Caso não esteja disponível, é
gem) para divulgar e preservar esse patrimônio e publiquem o resultado nas possível acessar por meio de um
redes sociais dos grupos da escola, sob a coordenação do professor. smartphone ou tablet com acesso à
internet.
25

Para a resolução do item b, faça uma lista de Marque uma data para a apresentação e discus-
patrimônios de sua região, divida a sala em gru- são dos trabalhos.
pos, atribuindo a cada grupo um patrimônio O trabalho de conscientização sobre a impor-
diferente. Oriente os grupos a pesquisar na in- tância do patrimônio pode envolver essa e outras
ternet, em bibliotecas ou nos jornais locais infor- situações didáticas. Para tanto, consulte o kit peda-
mações sobre esse patrimônio. Se possível, gógico produzido pela Unesco: Patrimônio Mundial
organize previamente uma saída de campo nas mãos dos jovens. Nele, há variedade de textos,
para observar alguns desses patrimônios e orien- imagens, atividades, visitas e discussões preparadas
te os estudantes a tirar fotos e registrar dados para o ambiente escolar. Disponível em: https://
sobre ele (como data, placa comemorativa, etc.). ijp.short.gy/Q055Oe. Acesso em: 9 ago. 2021.

57
Orientações didáticas
Mais atividades 3. c) Respostas possíveis: “A cidade de Kunara
Esta seção sugere atividades para
resgatar os conteúdos aprendidos ao
MAIS ATIVIDADES fornece novos elementos sobre um povo até
então desconhecido, que permaneceu na perife-
ria dos estudos mesopotâmicos”; “A descoberta
longo do capítulo, ampliando e apro- mostra que o povo ‘tinha compreensão da escrita acádia e Não escreva no livro.
fundando alguns aspectos. Assim, ela suméria, bem como de seus vizinhos mesopotâmicos’”.
pode servir de diagnóstico para ava- 1. A profissão do escriba era muito valorizada nas sociedades antigas da Mesopo-
liar a compreensão dos estudantes e tâmia e do Egito.
as possíveis dificuldades de cada um.
Antes de realizar as atividades, pe- Discuta com os colegas e o professor: O papel da escrita no presente perma-
ça aos estudantes que recapitulem os nece importante? O que mudou em relação às sociedades antigas?
Respostas pessoais.
conceitos relendo páginas do capítu-
lo e consultando as anotações feitas
2. Em que profissões você considera que a escrita tem um papel de destaque?
no caderno. Promova uma conversa Faça uma lista delas no caderno. Resposta pessoal. Alguns exemplos: jornalista, escritor,
advogado, tradutor, compositor, editor, designer gráfico.
sobre o que foi estudado e peça à
turma que expresse oralmente o que
3. Visite o endereço eletrônico a seguir e leia a reportagem: SOUSA, Alana. Missão
compreenderam. Aproveite esse mo- arqueológica descobre cidade perdida de 4 mil anos na Mesopotâmia. Aventu-
mento para resolver possíveis dúvi- ras na História, 28 mar. 2019. Disponível em: https://tedit.net/bn1Dqc. Acesso
das. Registre uma síntese dos em: 20 maio 2021. Depois, responda no caderno às questões.
argumentos discutidos na lousa. Ao 3. b) Os pesquisadores encontraram pedaços de argila
a) Qual é o tema da reportagem? que continham a escrita cuneiforme. A descoberta
final, se necessário, complemente mostra que o povo tinha compreensão da escrita.
com algum aspecto que não tenha b) O que os pesquisadores descobriram com relação à escrita?
sido citado.
Após a realização das atividades c) Em grupo, retirem do texto algumas hipóteses elaboradas pelos pesquisado-
propostas na seção, verifique a neces- res sobre a sociedade descoberta na Mesopotâmia.
sidade de retomar coletiva ou indivi- Durante a correção, incentive os estudantes a ler as respostas em voz alta.
dualmente alguma delas. 4. E você, como aprendeu a escrever? Foi fácil ou difícil? A sua letra mudou em
relação ao passado? O que você faz ou poderia fazer para escrever melhor?
Atividade 1
Escreva no caderno um ou dois parágrafos sobre esse tema. Respostas pessoais.
A escrita permanece ocupando 5. Crescente fértil é o nome dado à região onde ocorrem cheias periódicas de grandes rios, como o Nilo, o Jordão,
um papel importante na sociedade, 5. O que é o crescente fértil? Responda oralmente. o Tigre e o Eufrates. Essa região apresenta
sobretudo porque, atualmente, vive- terras boas para a agricultura em razão dessas cheias e, nela, desenvolveram-se algumas das mais antigas civilizações.
mos na era da informação e do co- 6. Escreva no caderno as principais características destas duas civilizações que
nhecimento. A habilidade de ler e de se formaram na região do crescente fértil: civilização mesopotâmica e civili-
escrever é ensinada dentro e fora da zação egípcia. Para casa Leia as orientações para a atividade
escola, sendo considerada um impor- neste Manual do Professor.
tante direito das crianças, diferente- 7. Leia o texto com atenção e copie no caderno a alternativa correta.
mente do que acontecia no passado. Existem centenas de calendários diferentes. Alguns já não se usam há muito
Essa atividade propicia o desenvol- tempo. Outros continuam sendo utilizados em algum lugar do planeta. Foram ima-
vimento da expressão oral, da capa-
ginados em Roma, na América, na Índia, na África... Em todos os países, os fenô-
cidade de análise e da troca de
menos astronômicos forneceram a base dos dias, dos meses e dos anos. [...] Graças
informações.
a uma escrita e a um calendário, uma civilização pode entrar na História: ela sabe
Atividade 2 datar os acontecimentos, situá-los uns em relação aos outros e guardar registros
Transcrever trechos é uma ativida- desses dados.
de que contribui para a consolidação BAUSSIER, Sylvie; ANGELI, May. Pequena história do tempo. São Paulo: SM, 2005. p. 43.
dos conhecimentos de literacia e alfa- 3. a) A reportagem trata da descoberta de uma cidade perdida chamada Kunara, de cerca de 4 000 anos
betização, incentivando o desenvol- 26 atrás, na antiga Mesopotâmia. A cidade se localiza próximo à margem esquerda do rio Tanjaro.
vimento da produção de escrita e o
desenvolvimento de vocabulário. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Atividade 3
Antes da realização da atividade, ou refutadas ao longo ou após o desenvolvimen- lário, contribuindo, portanto, para a consolidação
explique aos estudantes a definição to da pesquisa. de conhecimentos de literacia e de alfabetização.
do termo “hipótese”, apresentando Ao final, o pesquisador pode divulgar os re- Atividade 4
exemplos na lousa. sultados de sua pesquisa em publicações cien- Resposta pessoal. O objetivo da atividade é
A hipótese é uma parte crucial do tíficas, passando, antes, pela análise de seus desenvolver a metacognição auxiliando o estu-
método científico. Para estudar um de- pares, e contribuindo para os estudos de outros dante a refletir sobre o seu processo de auto-
terminado assunto ou fenômeno natu- pesquisadores. conhecimento e de aprendizagem, além de
ral, o pesquisador formula perguntas e A atividade de localização e de extração de par- exercitar a habilidade da escrita.
possíveis respostas para essas questões tes do texto favorece a troca de informações, a A atividade de relacionar ideias e informações
(as hipóteses), que serão confirmadas expressão oral e o desenvolvimento de vocabu- contribui para a consolidação dos conhecimentos

58
Orientações didáticas
Atividade 5
A atividade contribui para a conso-
I. Existem calendários em todas as civilizações humanas, mas nem todos têm
lidação dos conhecimentos de litera-
a função de datar os acontecimentos e guardar registros.
cia e de alfabetização, incentivando
X II. Os diferentes calendários imaginados ou inventados pelas civilizações o desenvolvimento da expressão oral.
nasceram da observação dos fenômenos astronômicos. Eles têm a fun-
Atividade 6
ção de organizar os acontecimentos no tempo, além de deixar marcas Civilização mesopotâmica: for-
dessa civilização. mou-se no vale situado entre os rios
III. Os fenômenos astronômicos são a base de todos os calendários humanos, Tigre e Eufrates e desenvolveu sofisti-
apesar de muitos já terem desaparecido com a civilização que os criou. cadas técnicas de irrigação. Fundou
cidades-Estado independentes, no
centro das quais era construído o zigu-
rate. Os mesopotâmios eram politeís-
VENHA DESCOBRIR! tas. A religião era muito importante, e
cada cidade tinha o seu deus. Desen-
◆ Arqueologia egípcia. Disponível em: Reprodução/<www.arqueologiaegipci
a.com.br
volveu a escrita cuneiforme.
https://ijp.short.gy/Ex46YX. Acesso em: 7 fev. 2021. Civilização egípcia: formou-se às
Esse site traz uma diversidade de margens do rio Nilo. Desenvolveu-se,
informações sobre a antiga civilização egípcia. inicialmente, em dois reinos que aca-
Acesse o link https://ijp.short.gy/ICNLhh (acesso baram sendo unificados em um Esta-
do centralizado, governado por um
em: 19 jan. 2021) e veja como funcionava o
faraó, visto como um deus. A religião
processo de mumificação. era politeísta e desempenhava um
papel muito importante no sistema.
◆ Diário de Pilar no Egito, de Flávia Lins e Silva,
ra Zahar

Criou o sistema de escrita conhecido


ção/Edito

Pequena Zahar. como hieroglífico.


Pilar adora viajar pelo mundo com seu amigo A atividade de fazer inferências di-
Reprodu

Breno e seu gato Samba. Em uma viagem ao Egito retas contribui para a consolidação
antigo, Pilar e seus amigos vivem uma grande dos conhecimentos de literacia e al-
aventura: conhecem as pirâmides, entendem a fabetização, incentivando o desen-
religião egípcia, decifram hieróglifos e navegam volvimento da produção de escrita.
pelo rio Nilo. Atividade 7
Oriente os estudantes a encontrar
◆ Meu, seu, de todos: Patrimônio cultural, de nas frases os elementos que confor-
Renata Consegliere, Positivo. mam a alternativa correta com base
Positivo

Em linguagem direta e com muitas fotos nas pistas presentes no texto citado.
Reprodução/Editora

e ilustrações, o livro apresenta noções de


Venha descobrir!
Patrimônio cultural com ênfase nos patrimônios
Se os estudantes não tiverem aces-
do Brasil. so aos livros sugeridos, oriente-os a
Um mapa ao final do livro localiza os bens conversar com o bibliotecário da es-
culturais brasileiros reconhecidos pela Unesco cola ou de uma biblioteca municipal
como Patrimônio da Humanidade. para obterem indicações similares.
Oriente os estudantes a acessar o site
27 sugerido na sala de informática da
escola ou em casa.

de literacia e de alfabetização, incentivando o os locais da região para fazer um contraponto


desenvolvimento da produção de escrita. com a escrita cuneiforme do passado.
Visite por meio de ferramentas de pesquisa
e visualização de mapas, como o Google Maps,
entre outros, o zigurate histórico de Uruk no
Iraque e localize os rios Tigre e Eufrates. Nesse
tipo de ferramenta, é possível explorar pontos
de referência, como comércios, rios, estradas e
ruas da região. Nesse caso, é importante chamar
a atenção para a escrita em árabe que identifica

59
Orientações didáticas
Neste capítulo, o objetivo central
é orientar os estudantes na com- CAPÍTULO
preensão da origem da democracia DEMOCRACIA E CIDADANIA
e da cidadania a partir dos exem-
plos de duas civilizações da Antigui-
dade ocidental: Grécia e Roma. Para
isso, o capítulo trata da cidade-Es-
2 NA ANTIGUIDADE:
GRÉCIA E ROMA
tado de Atenas como modelo da
comunidade de cidadãos e, no caso
da Roma antiga, dos conflitos so-
A democracia no presente e no passado
ciais que levaram a plebe a conquis-
tar direitos. O estudo de alguns Dos 195 países que existem no mundo hoje, 110 são democracias, enquanto
aspectos das civilizações grega e os outros 85 são ditaduras. Você sabe qual é a diferença entre democracia
romana possibilitará aos estudantes e ditadura? Resposta pessoal.
refletir sobre as instituições políticas
e o processo de constituição da de-
mocracia e da cidadania na história, Numa democracia, todo cidadão adulto tem direito a votar em eleições livres
propiciando o trabalho com as ha- e a se candidatar a cargos políticos. Além disso, na democracia o cidadão tem
bilidades EF05HI02 e EF05HI05. o direito de expressar livremente sua opinião, inclusive para criticar o governo e
A difusão do cristianismo no auge aqueles que ocupam cargos públicos, e de se associar a partidos, sindicatos ou
do Império Romano é apresentada
ONGs para reivindicar mudanças. Já numa ditadura, não existe parte ou a totalidade
como exemplo de formas pelas quais
a religião e a cultura moldam a iden- desses direitos. Nas ditaduras, são comuns o uso da violência contra movimentos
tidade dos povos. O contraste entre sociais, a prisão de adversários políticos, a ausência de eleições livres e a censura
o monoteísmo cristão e o politeísmo aos meios de comunicação.
das religiões antigas permite a dis- A democracia é o único regime em que os cidadãos podem ser ouvidos e
cussão acerca da importância do participar das decisões do Estado. O Brasil passou por períodos de democracia
respeito à diversidade religiosa e da e de ditadura em sua história. Hoje, o país é um Estado democrático de direito,
compreensão da liberdade de crença garantido pela Constituição federal. Leia o que diz o primeiro artigo da Constituição:
como integrante dos direitos huma-
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
nos, dando ênfase às habilidades
ou diretamente, nos termos desta Constituição.
EF05HI03 e EF05HI04.
A compreensão da dimensão his- BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Artigo 1º, Parágrafo Único. Disponível
em: https://ijp.short.gy/zZXMUi. Acesso em: 1º mar. 2021.
tórica da democracia e da cidadania
em Grécia e Roma antigas propicia a
Juca Martins/Olhar Imagem

interlocução com a CECH6, principal-


mente nas atividades que pedem aos
Entre 1964 e 1985, o Brasil viveu sob o
estudantes que expressem sua opi-
regime da ditadura militar. Somente numa
nião ou ponto de vista sobre temas democracia é possível debater e encontrar
contemporâneos. soluções para problemas coletivos. As
O capítulo também propicia a in- ditaduras substituem o diálogo pela
terlocução com a CEH1 e a CEH2, repressão. Na foto, policiais com cães
mostrando os acontecimentos histó- treinados observam manifestação pacífica
contra o aumento do custo de vida na
ricos e relações de poder que estive-
cidade de São Paulo (SP), em 1978.
ram envolvidos no nascimento da
democracia e da cidadania, conside- 28
rando suas dimensões espaciais e
temporais. A discussão sobre demo-
cracia e cidadania, proposta no capí- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

tulo, também permite trabalhar o


Para explorar a fotografia e o texto introdu- ríodos democráticos e períodos de ditadura,
tema contemporâneo transversal
tório da página, é útil também estabelecer o como a ditadura militar evocada pela fotografia.
Cidadania e Civismo, principalmen-
te no que concerne à Educação em contraste entre democracia e ditadura. A dita-
Direitos Humanos. dura pode ser definida como um regime polí-
Para iniciar o estudo do capítulo, tico em que não estão presentes algumas ou
leia o título dele e explore com os mesmo todas as liberdades associadas à demo-
estudantes o significado dos con- cracia, como a liberdade de expressão, o direito
ceitos de democracia e cidadania a escolher governantes em eleições livres, a
consultando as definições em um existência de julgamentos justos, etc. Esclareça
dicionário. que ao longo do Brasil republicano houve pe-

60
Orientações didáticas
Para entender o nascimento da
democracia na Antiguidade, é impor-
A palavra “democracia” vem do grego e significa “governo do povo”. A democracia tante destacar que a Grécia era um
nasceu na Grécia antiga, há cerca de 2 500 anos, e significou uma nova forma de conjunto de cidades-Estado (ou pó-
organização da vida coletiva. Até então, em lugares como Egito e Mesopotâmia (que leis) autárquicas. Diferentemente de
você estudou no capítulo 1), a autoridade em geral era imposta por meio da violên- sua versão moderna, a democracia
cia. No Egito, por exemplo, todos deviam obediência ao faraó, que era a autoridade existente em Atenas era direta e se
restringia apenas aos cidadãos, ou
máxima, considerado a encarnação do próprio deus. Aqueles que não obedecessem
seja, limitava-se aos homens maiores
ao faraó estavam sujeitos a castigos e punições cruéis. Na Grécia antiga, foi inventada de idade, livres e nascidos em Atenas.
uma maneira não violenta para resolver conflitos entre os grupos que formavam a Dizer que essa forma de democra-
comunidade dos cidadãos. Vamos entender melhor como isso aconteceu? cia era direta significa afirmar que o
corpo dos cidadãos se reunia em pra-
A comunidade dos cidadãos ça pública, deliberava e decidia dire-
tamente sobre todos os assuntos
Na Antiguidade, a Grécia ainda não formava uma nação unificada. Os gregos relativos à administração do Estado.
viviam em cidades independentes, e cada uma delas funcionava como se fosse Nesse sentido, apesar de suas limita-
um país, com leis, costumes e instituições próprios. Essas cidades ficaram conhe- ções, a democracia ateniense é con-
cidas como cidades-Estado. A cidade-Estado grega era formada não só por seu siderada pelos especialistas como
território, mas também pela comunidade dos cidadãos, que eram coletivamente mais radical que as democracias re-
responsáveis pela administração, pelas instituições políticas e pela defesa da cida- presentativas modernas.
de. Na cidade de Atenas, por exemplo, a comunidade dos cidadãos se reunia para Para desenvolver o assunto, iden-
debater e discutir antes de qualquer decisão importante. Isso significava que a tifique a Grécia no mapa e, dentro
dela, localize as duas principais ci-
sociedade podia participar diretamente do governo e dos assuntos do Estado.
dades-Estado: Atenas e Esparta.
Destaque que a localização geográ-
Europa: as cidades-Estado gregas (séculos VIII a VI a.C.) fica de Atenas, próxima do litoral,
Banco de imagens/Arquivo da editora
20° L
Tanais
permitiu que essa cidade enrique-
cesse com o comércio marítimo.
Tiras
Esclareça que o modelo político
Quersoneso
ateniense serviu de inspiração para
Mar Negro
que outras cidades-Estado adotas-
Massalia
Volterra Ilíria
Odessos
Sinope sem o regime democrático.
Mesembria
Península
Ibérica Empórion Península Mar
Adriático
40° N
Em contraste, Esparta era uma oli-
Alalia Itálica Macedônia
Tarragona
Cumas Anfípolis
Trácia
Abdera
Bizâncio Gordium garquia, uma forma de governo em
Nápoles Samotrácia
Paestum
Eleia
Tarento Apolônia
Península
Troia
Ábidos
que somente a elite rica, e não todo
Mar Egeu ÁSIA MENOR
Síbaris Dodona Balcânica
Crotone Mar Jônico
Cabo Lacínio Delfos
Livadia
Tebas
Claros o corpo dos cidadãos, tinha partici-
Samos
Himera Locri Corinto
Olímpia Atenas
Éfeso
Mileto
Halicarnasso
Aspendo pação política.
Agrigento Siracusa Cós

Cartago
Selinus Gela
Bassae
Esparta
Delos
Epidauro
Rodes Solos Se achar necessário, trace na lousa
Numídia Argos Pafos

LEGENDA Nemeia Fenícia


uma linha do tempo destacando o
Grécia continental
Mar Med
iterrâneo
período da Antiguidade e o século
Grécia insular
Grécia peninsular Cirene V a.C., quando se deu o apogeu do
Grécia oriental
Magna Grécia
Líbia ESCALA Egito
regime democrático em Atenas. A li-
ÁFRICA 0 245 490
Áreas de colonização grega
Quilômetros
nha pode permanecer na lousa para
Fonte: elaborado com base em VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico. São Paulo: Scipione, 2011. p. 37.
que sejam inseridas as datas que apa-
recerão ao longo do capítulo. Suge-
29
rimos que a linha do tempo seja
utilizada como uma ferramenta de
compreensão da historicidade do
tempo e do espaço e de suas lógicas
de organização cronológicas, propi-
ciando o reforço da CEH2, bem como
da CECH5.

61
Orientações didáticas
A fotografia do Partenon permite
explorar o rico patrimônio cultural
ateniense. Enfatize que a cultura gre- Quem, no entanto, era considerado cidadão? De acordo com os costumes da
ga formou a base para o desenvolvi- Antiguidade, só podiam ser cidadãos os homens adultos nascidos livres. Os escra-
mento intelectual e cultural do vos, os estrangeiros e as mulheres não eram considerados cidadãos e, portanto,
Ocidente. Se achar necessário, explo- não tinham direito de participar das decisões da cidade. Mas, mesmo com essas
re um pouco mais esse patrimônio limitações, a possibilidade de os pobres e os humildes participarem da vida políti-
mostrando aos estudantes imagens
ca ao lado dos cidadãos ricos já era uma enorme conquista.
do teatro grego; de dramas escritos
no período clássico, mas encenados
ainda hoje, como Medeia e Édipo Rei; A democracia em Atenas
obras de filósofos como Platão e Aris- Atenas era uma cidade-Estado que ficava próxima do litoral grego e se desta-
tóteles e fotos de outros monumen- cava pela riqueza trazida pelo comércio marítimo e por suas extraordinárias realiza-
tos arquitetônicos. Pode-se, ainda,
ções culturais e intelectuais. Foi em Atenas que se desenvolveram o teatro grego,
apresentar descobertas científicas ou
temas matemáticos que foram con- a Filosofia, a Arquitetura, as Ciências e a Matemática, que formariam a base da
cebidos na Grécia antiga. cultura do mundo ocidental.
Para introduzir o tema da civiliza-
Great Pics - Ben Heine/Shutterstock

ção grega de uma maneira mais lú-


dica, sugerimos a exibição do vídeo
A Grécia Antiga: 5 coisas que você de-
veria saber, disponível em: https://
ijp.short.gy/YoIJIn. Acesso em: 9 ago.
2021. No decorrer da exibição, se ne-
cessário, faça pausas para explicar ou
ressaltar aspectos mais complexos
do nascimento e desenvolvimento
da civilização grega. Foto do Parthenon,
em Atenas, capital da
Grécia, em 2020.
Para saber mais
A ascensão de Atenas: a história Foi também em Atenas que surgiu o primeiro regime
oligarquia: forma de
da maior civilização do mundo, de democrático da história. Inicialmente, a cidade era uma governo em que apenas
Anthony Everitt. Crítica, 2019. Nes- oligarquia, mas, depois de uma série de agitações so- uma elite formada pelos
se livro, o autor apresenta um re- ciais e de reformas políticas, ela se tornou uma democra- cidadãos mais ricos tinha
participação política.
lato de como uma pequena cia. Um dos reformadores atenienses mais importantes foi
cidade-Estado grega, com cerca Clístenes, que em 509 a.C. introduziu leis que tornaram
de 200 mil habitantes, tornou-se possível a participação dos cidadãos na vida política de Atenas. Clístenes criou um
uma das mais importantes civiliza- sistema de rodízio que permitiu que todos os cidadãos nascidos em Atenas partici-
ções da história. O livro destaca o
passem do governo (porém, mulheres e escravos não eram considerados cidadãos).
período que vai do século VI ao
IV a.C., caracterizado pela revolu- Nesse sistema, os cidadãos eram escolhidos para os principais cargos públicos por
ção democrática e pelas grandes meio de sorteios, e não de acordo com o poder ou a renda de cada um.
criações culturais atenienses. Na democracia moderna, os cidadãos (todos, sem distinção de cor, gênero ou
classe social) manifestam sua vontade política por meio de representantes eleitos,
30

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

62
Orientações didáticas
Atividade 1
Antes de realizar a atividade, escla-
como deputados, prefeitos e vereado- reça eventuais dúvidas que os estu-

Celso Luix/Futura Press


res. Os debates e as decisões impor- dantes possam ter com relação aos
tantes, no entanto, não estão a cargo termos que aparecem em cada item.
dos cidadãos, mas de seus represen- O objetivo é rememorar conceitos bá-
tantes eleitos e de funcionários no- sicos e exercitar a escrita. O estudante
meados para funções específicas. Já deve produzir frases com sentido uti-
na democracia ateniense, os cidadãos lizando os conceitos dados. Utilize a
atividade como forma de avaliar se os
podiam se manifestar diretamente nas
conceitos foram apreendidos pelos
assembleias populares. Cada cidadão estudantes e como eles conseguem
podia expressar sua opinião, discutir encadeá-los de forma lógica.
Para uma sociedade mais igualitária, o ambiente
as questões coletivas (como as obras Ao solicitar que o estudante faça
político deve ter diversidade. Na foto, audiência
públicas) e participar das decisões im- pública na Câmara dos Vereadores de São Paulo (SP),
inferências diretas, a atividade contri-
portantes por meio do voto. em março de 2020. bui para a consolidação dos conheci-
mentos de literacia e alfabetização,
Mesmo sendo diferente, a democracia moderna se inspirou em várias das ins-
incentivando o desenvolvimento da
tituições da Atenas antiga. O direito de os cidadãos se expressarem livremente, de produção de escrita e o desenvol-
discutir com os outros as questões que dizem respeito à vida de todos, de votar vimento de vocabulário.
e de se candidatar a cargos públicos são alguns exemplos.
Não escreva no livro. Atividade 2
Nessa atividade, o objetivo é refor-
1. No caderno, construa frases com as seguintes palavras e expressões. çar a característica básica que define
a) democracia – Grécia antiga – organização – vida coletiva Exemplo: A democracia a democracia antiga e as democracias
nasceu na Grécia antiga e significou uma nova forma de organização da vida coletiva. modernas, sendo na primeira a carac-
b) Atenas – cidade-Estado – riqueza – realizações culturais Exemplo: Atenas era uma terística de ser direta e nas segundas,
cidade-Estado que se destacou por sua riqueza e suas extraordinárias realizações culturais. de ser representativa.
c) regime democrático – participação – cidadãos – política Exemplo: O regime de-
mocrático permite a participação de todos os cidadãos na vida política. Certifique-se de que os estudantes
2. Copie no caderno as características dadas a seguir, associando-as à democra- compreendem os conceitos abordados
cia antiga ou à democracia moderna. na atividade, como democracia, cida-
dão, assembleia, voto, representante.
Democracia antiga Democracia moderna Relacionar ideias e informações,
bem como analisar e avaliar conteúdo
e elementos textuais, contribuem pa-
ra a consolidação dos conhecimentos
• Os cidadãos manifestam sua vontade política por meio de representantes elei- de literacia e alfabetização, incenti-
tos, como deputados, prefeitos e vereadores. Democracia moderna. vando o desenvolvimento da produ-
Democracia
• Os cidadãos se manifestam diretamente nas assembleias populares. antiga. ção de escrita.
Essa atividade pode ser aplicada
• Cada cidadão pode expressar diretamente sua opinião na assembleia, discutin- para avaliar o objetivo pedagógico 2.
do com os demais as questões coletivas, e participar das decisões importantes Veja a rubrica na base da página.
por meio do voto. Democracia antiga.
• Os debates e as decisões importantes não são feitos pelos próprios cidadãos, Para avaliação
mas por seus representantes eleitos e por funcionários nomeados para fun- A rubrica a seguir é um instrumen-
ções específicas. Democracia moderna. to de avaliação formativa que permi-
31 te mensurar o desempenho dos
estudantes e identificar quais conteú-
dos eles precisam aprimorar antes de
prosseguir nos estudos.

O. P. Critérios de avaliação Desempenho Justificativa


O estudante alocou corretamente todas as características da democracia antiga
Desenvolvido
O estudante associou as e da democracia moderna nas respectivas colunas.
características da democracia
O estudante alocou corretamente algumas características da democracia antiga
2 antiga e da democracia Desenvolvido parcialmente
e da democracia moderna nas respectivas colunas.
moderna alocando as frases
nas colunas corretas? O estudante não alocou corretamente as características da democracia antiga e
Em desenvolvimento
da democracia moderna nas respectivas colunas.

63
Orientações didáticas
Peça aos estudantes que respondam
à pergunta que inicia o tema sobre a
cidadania na Roma antiga. A resposta A cidadania em Roma antiga
deve compreender o que eles enten-
dem por instituição política e se conhe- Você sabia que muitas das instituições políticas modernas, como cidadania, Se-
cem alguns exemplos, como o nado e plebiscito, se inspiraram na Roma antiga?
Congresso Nacional, o Senado e a cida-
A cidade de Roma está localiza-
dania garantida pela Constituição. Es- Europa: península Itálica
clareça que plebiscito é uma consulta da na península Itálica, numa planí- (séculos VIII a VI a.C.)
ao povo, que, geralmente, responde cie próxima ao litoral e cercada por

Banco de imagens/Arquivo da editora


LEGENDA
com “sim” ou “não”, sobre algum tema colinas. A cidade surgiu há cerca de Povos itálicos
específico. Um exemplo é o plebiscito 2 700 anos, da união de diversas vi- Rio Pó Etruscos

ocorrido em 1993, em que os eleitores Felsina


Ravena
Gregos
las e povoados situados nas colinas Rio Arno Cartagineses
tiveram que decidir sobre duas ques- Arretium Outros
tões: se o país deveria ser uma repúbli- próximas. Na Antiguidade, Roma era Volterra
úmbrios
Perúsia
uma cidade-Estado, da mesma for- Córsega

e
ca ou uma monarquia e se o sistema de

Tibr
sabinos
Tarquinia

Rio
governo deveria ser presidencialista ou ma que cidades gregas como Espar- Caera
Veias
latinos
parlamentarista. A maioria decidiu que ta e Atenas.
Roma
volscos
samnitas Mar
Adriático

o Brasil deveria continuar sendo uma Sardenha


Mar
Cumas
Cápua

república presidencialista. A primeira forma de governo de 40º N


Tirreno Nápolis
oscos
Península
Paestum Tarento
Itálica
Se achar necessário, como ativida- Roma foi a monarquia, que perdurou
de preparatória e para tornar o tema por cerca de 250 anos, desde 753 a.C. Sibaris
Mar
Jônico
mais próximo do cotidiano dos estu- O rei governava com o auxílio dos Crotona

dantes, escolha alguma pergunta que Himero


comícios curiais, uma assembleia Messina Reggio
aborde um tema de interesse levan- Selinus Sicília

tado pela turma e proponha uma que reunia o povo romano, e do Se- Cartago Agrigento
ESCALA
Mar Siracusa 0 115 230

votação, na qual a resposta deve ser nado, formado pelos aristocratas do- ÁFRICA Mediterrâneo
15º L
Quilômetros

“sim” ou “não”. Avalie o resultado jun- nos de grandes extensões de terra. Fonte: FRANCO JR., Hilário; ANDRADE FILHO, Ruy. Atlas: História
geral. 6. ed. São Paulo: Scipione, 2006. p. 10.
to com os estudantes. No século VI a.C., a monarquia pas-
Nesse momento, é também impor- sou a ser exercida por reis etruscos,
tante relembrar o conceito de cidada- comício curial: em Roma, os cidadãos eram
nia, que está no título do capítulo.
o que descontentou a aristocracia. divididos em cúrias, conforme seu local de
Em 509 a.C., um grupo de senadores residência. Na prática, as cúrias onde residiam
Explique que, de forma similar ao caso os cidadãos mais ricos tinham mais poder na
da democracia, a cidadania moderna expulsou o último rei etrusco, Tarquí- votação das leis.
é diferente da cidadania na Roma an- nio, o Soberbo, e instituiu o regime etrusco: povo de origem oriental que habitava a
tiga. Mas destaque que, em qualquer republicano. região da Toscana, no norte da atual Itália.
época, a cidadania envolve participa- cônsul: na antiga República de Roma, era o cargo
ção popular na política e a luta pela No novo regime, o rei foi substitu- de maior autoridade no controle e nas decisões do
Estado.
conquista de novos direitos. ído por dois cônsules, eleitos por um
Utilize o mapa reproduzido na pá- ano entre os mais ricos. Nos primeiros
gina para identificar a localização dos tempos da República, somente os ricos e poderosos podiam participar do governo
espaços mencionados no texto. Per-
e exercer as funções públicas. A desigualdade social crescia. Como consequência,
mita aos estudantes que observem o
mapa com atenção para que interpre- houve uma série de conflitos sociais que resultaram na ampliação do direito de
tem as informações presentes nele. cidadania.
Utilize a linha do tempo, sugerida 32
anteriormente, para localizar as datas
mencionadas na página. Esclareça as
diferenças entre os regimes de gover- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

no monárquico e republicano. Na
direito à participação política. A massa dos ci-
monarquia, o chefe de Estado herda
dadãos estava excluída, o que levou ao aumen-
o título de rei e o mantém por toda a
to da desigualdade social e aos conflitos entre
vida, repassando-o a seus descenden-
patrícios e plebeus. Essa discussão propicia a
tes. Na república, os chefes de Estado
ênfase nas habilidades EF05HI02 e EF05HI05
(dois cônsules, no caso de Roma) são
e na CEH1.
eleitos e exercem o cargo por um
determinado período de tempo. Des-
taque que nem toda república é de-
mocrática. No caso da Roma antiga,
somente os romanos ricos tinham

64
Orientações didáticas
Para abordar o texto, esclareça pa-
ra os estudantes o significado de clas-
A República e os conflitos sociais se social. Em geral, a classe social é
definida pelos sociólogos como a
A sociedade romana se dividia em duas classes sociais: patrícios e plebeus. A
posição que um determinado grupo
classe dos patrícios, ou patriciado, era composta de grandes proprietários rurais, de indivíduos ocupa no interior das
poderosos clãs descendentes de ancestrais comuns. A classe dos plebeus incluía relações de produção. Classe social
pessoas de diferentes camadas sociais, como camponeses, artesãos, pequenos co- pode ser um tema delicado, por isso
merciantes e imigrantes vindos de outras cidades da Itália. é importante tratá-lo de maneira ob-
Os plebeus não tinham direitos e, para piorar a situação, se empobreciam cada jetiva. As estatísticas oficiais no Brasil
dividem as classes sociais em cinco
vez mais. Para sustentar suas colheitas e sobreviver, os plebeus contraíam dívidas
categorias, A, B, C, D e E, conforme
com os ricos patrícios. Se não pudessem pagar as dívidas, tornavam-se escravos. critérios como renda, moradia, posse
Muitos plebeus eram convocados para lutar por Roma nas contínuas guerras, dei- de certos bens e grau de instrução.
xando suas pequenas propriedades abandonadas; ao retornarem, arruinados econo- Na Roma antiga, a principal divisão
micamente, perdiam as terras e eram escravizados por não arcarem com as dívidas. social era entre patrícios e plebeus.
Diante dessa situação terrível, os plebeus se organizaram e passaram a lutar, É importante entender os concei-
tos de classe social e de conflito social
por meio de greves militares, por reformas políticas e sociais para melhorar sua
para compreender como nasceu a
condição. Como os patrícios dependiam dos plebeus para cultivar suas terras, para cidadania na Roma antiga. Sobre os
o comércio e para lutar nas guerras, foram obrigados a ceder, concedendo alguns conflitos sociais no início da Repúbli-
direitos à plebe. A primeira conquista dos plebeus foi a ca romana, leia o texto do historiador
tribuno: título que
instituição do tribunato da plebe, uma assembleia for- recebiam os oficiais eleitos Pierre Grimal, nesta página.
mada pela plebe que elegia um tribuno para defender em Roma. Como enuncia a habilidade
seus interesses junto ao Senado romano. EF05HI05, é importante associar a
noção de cidadania à luta social e à
Por meio do tribunato da plebe e por se organizarem coletivamente, os plebeus
conquista de direitos em determina-
conquistaram o fim da escravidão por dívidas e o acesso a todos os cargos públicos da sociedade. Essa discussão também
da República. Outra mudança foi o reconhecimento dos plebiscitos, decisões tomadas propicia o trabalho com a CEH3 e
pela assembleia da plebe. Antes, essas decisões só valiam para os plebeus e não eram com a CEH4, mostrando visões de
reconhecidas pelo Senado. Com a mudança, os plebiscitos passaram a ter força de lei. diferentes sujeitos sociais, inseridos
em um mesmo processo histórico e,
akg-images/Album/Fotoarena/Palazzo Madama, Roma, Itália.

ainda, como a organização coletiva,


o diálogo e a negociação aparecem
na história como forma de resolução
pacífica de conflitos.

Cícero discursando
no Senado romano,
em afresco de
Cesare Maccari, do
século XIX.
33

Em pouco tempo, a situação da eles, acabara o trabalho nos campos, nas norte de Roma, no Monte Sacro. Perple-
maioria dos plebeus se tornou intolerá- oficinas, nas obras, não haveria mais ne- xos, os patrícios perceberam que estavam
vel, e estes não possuíam nenhum meio nhum plebeu nas assembleias, nem sol- reduzidos à impotência. Roma estava
legal de se fazer ouvir. Tentaram obter dados no exército. E, para evitar qualquer acabada se não conseguisse restabele-
reformas, um pouco mais de justiça, um risco de violência, o que certamente teria cer a concórdia. “[...] Os patrícios tiveram
pouco mais de humanidade. Em vão. Os acontecido se tivessem ficado na Cidade, que aceitar a criação de uma magistra-
patrícios entrincheiraram-se na lei. En- na presença de seus adversários, deci- tura unicamente plebeia – chamada de
tão, os plebeus organizaram uma espécie diram retirar-se até ver suas demandas tribunato da plebe –, que teria o poder de
de greve geral. Recusaram-se a partici- atendidas. Fizeram “secessão” e instala- proteger os pobres dos ricos”.
par por mais tempo da vida de uma ci- ram uma espécie de vasto acampamento GRIMAL, Pierre. História de Roma.
dade que os tratava como párias: para plebeu a quatro ou cinco quilômetros ao São Paulo: Ed. da Unesp, 2011. p. 40-41.

65
Orientações didáticas
Atividade Não escreva no livro.
Inicie a atividade propondo aos
estudantes uma leitura conjunta do • Leia atentamente o texto e responda às questões no caderno.
Os ricos tomavam a maior parte das terras públi- terras públicas: terras
texto e esclarecendo os termos do
glossário. Para responder aos itens a, cas e, confiantes de que ninguém as retomaria, come- pertencentes ao Estado.
b e c, o estudante deve reler o texto çavam a avançar nos lotes vizinhos e nos poucos acres acre: antiga unidade de
dos pobres camponeses das redondezas, às vezes pela medida usada para medir
a fim de encontrar a informação re- terras.
querida. Aproveite para resolver dú- persuasão, outras pela força, de forma que, ao final,
persuasão: convencimento.
vidas que possam ter restado da estavam em suas mãos imensas propriedades rurais, no
primeira leitura do texto. lugar dos antigos pequenos lotes camponeses.
Por meio do item d, o estudante APIANO. Guerras civis, 1,1,7. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla B. (org.). História da cidadania.
São Paulo: Contexto, 2008. p. 59.
deverá fazer uma reflexão acerca de c) Espera-se que os estudantes compreen-
uma informação dada no texto. a) A qual processo histórico se refere o texto? dam que o principal objetivo dos grandes
No item e, auxilie os estudantes Resposta correta: alternativa I. proprietários era acumular mais ter-
I. Aos conflitos sociais no período da República.ras para aumentar sua riqueza.
na procura de fontes confiáveis, na
elaboração e na postagem do texto II. À concentração do poder nas mãos dos imperadores.
a ser produzido. Se considerar ne- III. À adoção do cristianismo como religião oficial do Império.
cessário, leia os principais pontos do
b) A quais classes sociais pertenciam os “ricos” e os “pobres camponeses” no texto?
artigo no link sugerido a seguir, que Ao patriciado e à plebe, respectivamente.
aborda como fazer uma pesquisa c) Segundo o texto, qual era o objetivo dos grandes proprietários de terras?
confiável na internet. Disponível
d) Por que o processo descrito no texto prejudicava os pequenos camponeses?
em: https://ijp.short.gy/WZWOdG.
Acesso em: 9 ago. 2021. e) Em grupo, façam uma pesquisa sobre os conflitos pela terra no Brasil atual con-
Antes de avançar para o item O forme o roteiro a seguir. d) Espera-se que os estudantes entendam que os camponeses
dependiam de seus pequenos lotes de terra para seu sustento
império e a nova religião, retome 1. Reúnam-se em grupos e pesquisem o tema na internet. e o de suas famílias.
alguns conceitos da seção anterior e
resolva as dúvidas dos estudantes. Os 2. Selecionem alguns artigos, fotografias, mapas e dados sobre o tema.
conceitos de classe social e a divisão 3. Apresentem os resultados para o professor por meio de um e-mail ou de um
da sociedade romana entre plebeus aplicativo de mensagens.
e patrícios, ou plebe e patriciado, de- Resposta pessoal. Recomende aos estudantes que pesquisem em sites confiáveis na internet.
vem ficar claros para compreender as O Império e a nova religião
transformações da sociedade roma-
As conquistas da plebe descontentavam as camadas conservadoras do patriciado.
na. As datas mencionadas no texto
podem ser marcadas numa linha do Para aumentar suas posses, grandes proprietários de terra se apossavam ilegalmente
tempo na lousa. Esclareça também o de terrenos públicos e tomavam à força as propriedades dos pequenos camponeses.
significado de “reforma agrária” antes Nas cidades, os plebeus pobres sofriam com a fome e a miséria. Isso causou uma
de abordar as reformas dos irmãos séria crise social. Para melhorar a situação dos pobres, foram eleitos tribunos da plebe
Tibério e Caio Graco. Tibério Graco e anos mais tarde seu irmão, Caio Graco. Os irmãos Graco propuseram
leis para fazer uma reforma agrária em Roma, limitando o tamanho das enormes
propriedades dos ricos, distribuindo terras públicas aos
reforma agrária:
pobres camponeses e fornecendo alimento gratuito ao reorganização da estrutura
povo pelo Estado. agrária com o objetivo de
promover a redistribuição
As propostas dos irmãos Graco significavam uma de terras.
grande ampliação da cidadania para as camadas mais
34

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

66
Orientações didáticas
Na sequência do texto, para com-
preender a passagem da República
pobres da sociedade romana. No entanto, essas propostas mal pude- para o Império e a expansão do cris-
ram ser adotadas. Em vez disso, uma série de agitações sociais, tu- tianismo, é importante retomar, bre-
multos e guerras civis levou ao fim da República em Roma. No vemente, os três períodos que
lugar da República, foi instituído o Império, em que o poder es- marcam a história da civilização ro-
tava concentrado nas mãos de um único governante com po- mana: Monarquia (da fundação da
der absoluto. Após violentas batalhas, o primeiro imperador, cidade em 753 a.C. até a crise que dá
Otávio Augusto, assumiu o poder no ano 27 a.C. O senado e início à República em 509 a.C.), Re-
as assembleias continuavam existindo, mas sem ter poder de pública (de 509 a.C. até a ascensão

Alexander Moskovskiy/
Alamy/Fotoarena
verdade. Agora todo o poder pertencia ao imperador. de Otávio Augusto como primeiro
imperador em 27 a.C.) e Império (de
Durante o período da República, Roma havia conquis-
27 a.C. até 476 d.C., quando o Impé-
tado imensos territórios. Os imperadores procuraram manter
rio Romano do Ocidente é conquis-
essas conquistas e, ao mesmo tempo, garantir a paz interna. Soldado romano tado pelos povos germânicos). Para
Para isso, várias concessões foram feitas às camadas popu- representado em mais informações sobre o tema,
escultura russa do
lares, como a distribuição gratuita de trigo, que era a base século XIX. São pode-se consultar o site a seguir, que
da alimentação romana. Muitos imperadores também fizeram Petersburgo, foto conta também com uma série de
grandes obras públicas e valorizaram a cultura. de 2020. vídeos sobre o assunto (disponível
em: https://tedit.net/Gc8M0M. Aces-
A expansão máxima do Império Romano (século II d.C.) so em: 23 jul. 2021).
Utilize o mapa reproduzido na pá-
Banco de imagens/Arquivo da editora

gina para identificar a localização dos


Mar do espaços mencionados no texto. Per-
Norte
Britânia
Londres mita aos estudantes que observem o
OCEANO ÁSIA
ATLÂNTICO Colonia Agrippina mapa com atenção para que interpre-
Augusta Treverorum
REINO DE
tem as informações presentes nele.
Gália
Burdigala
Lyon Aquileia Dácia
BÓSFORO Mar
Cáspio O mapa mostra a máxima exten-
40°
N
Narbo Marselha
Rio Pó
Ancona Tomi Mar Negro Armênia são do Império Romano no ano
Lisboa Hispânia Terraco Salone

Óstia
Roma
Bizâncio
Trapezus 117 d.C. Nesse momento, Roma do-
Puteoli Macedônia
Gades
Grécia Ásia Menor IMPÉRIO
minava extensos territórios em toda
H

Tânger Mesopotâmia
Sicília PARTA
a Europa, no norte da África e no
WIC

Éfeso Rio
Atenas Eufr
ates
EEN

Mauritânia Antioquia R i o Ti
Cartago Siracusa gr
Numídia Síria
e
Oriente Médio, tendo também con-
E GR

Mar Mediterrâneo Chipre


Creta Tiro
trole do comércio no Mar Mediterrâ-
NO D

Jerusalém
Gaza Judeia
Cirene
neo. No período que ficou conhecido
IDIA

Alexandria Petra
MER

ÁFRICA Egito
ESCALA
como “Paz romana”, que vai de 27 a.C.
Ri

VICENTINO, Cláudio. Atlas


M
o

até 180 d.C., a prioridade deixou de


ar

LEGENDA 0 450 900


N

Ve
il o

histórico. São Paulo: Scipione,


mr

Extensão máxima do Império Romano


elh

Quilômetros
2011. p. 50. ser a conquista de novos territórios e
o

passou a ser o reforço das fronteiras


No século III, o Império Romano passou por uma grave crise. A economia es- e a manutenção dos territórios con-
tava desorganizada, as fronteiras do Império sofriam ataques constantes e o im- quistados, que se tornaram províncias
perador perdeu o controle sobre o exército. Um novo imperador, Constantino, no romanas. O mapa apresenta essa bus-
século IV, tentou restabelecer a ordem. Para dominar a crise, Constantino retomou ca por unidade, que seria ameaçada
o controle sobre o exército, reforçou as fronteiras e transferiu a capital de Roma por uma série de crises entre os sécu-
para Constantinopla (atual Istambul, na Turquia). los III e IV d.C., que levaria à queda do
Império Romano do Ocidente no
35
século V.

67
Orientações didáticas
Um episódio fundamental na his-
tória da civilização romana é o reina-
do do imperador Constantino, que se Para dar unidade a uma sociedade dividida,

Bildarchiv Steffens/akg/Album/ Fotoarena/Coleçao particular


converteu ao cristianismo e abriu o imperador Constantino se converteu ao cristia-
caminho para que a nova religião se nismo no ano 313 e passou a governar com o
difundisse por todos os cantos do auxílio de padres e bispos da Igreja. O imperador
Império, tornando-se a religião oficial. que sucedeu Constantino no poder, Teodósio, foi
Essa discussão permite abordar a ha-
além e tornou o cristianismo a religião oficial do
bilidade EF05HI03, pois destaca o
Império Romano, no ano 379. Os cristãos haviam
papel da cultura e da religião na for-
mação da identidade dos povos. sido perseguidos anteriormente, mas muitas pes-
soas, tanto da elite quanto do povo, se sentiam
Atividade 1 atraídas pela nova religião, que pregava o amor
Antes de realizar a atividade, escla-
ao próximo. Convertida em religião do Estado,
reça eventuais dúvidas que os estu-
dantes possam ter com relação aos o cristianismo se difundiu por todo o Império
Moeda com a efígie do imperador
termos apresentados no quadro. e começou a combater as outras religiões, que Constantino, cerca de 280-337 d.C.
O objetivo da atividade é exercitar a eram chamadas de “pagãs” pelos cristãos.
ordenação de acontecimentos na li- Não escreva no livro.
nha do tempo e fixar alguns proces- 1. Copie as duas colunas no caderno, mas atenção: ao copiar, ordene as datas
sos históricos mencionados no texto. na sequência correta. Os acontecimentos devem ser associados a suas res-
Relembre aos estudantes o que sig- pectivas datas.
nifica a.C. (antes de Cristo) e o sistema
de referência para a contagem do Datas Acontecimentos
tempo histórico (a partir do ano um,
antes de Cristo ou depois de Cristo). 313 Surgimento da cidade de Roma.
Como atividade preparatória, trace
uma linha do tempo na lousa, dividida 27 a.C. O cristianismo se torna a religião oficial do Império Romano.
em duas metades – à esquerda, a.C.; à
2 700 anos atrás O primeiro imperador, Otávio Augusto, assume o poder em Roma.
direita, d.C. Em seguida, marque na li-
nha algumas datas aleatórias e peça 509 a.C. Expulsão do último rei etrusco e instituição do regime republicano em Roma.
aos estudantes que identifiquem o
século correspondente. Essa atividade O imperador Constantino se converte ao cristianismo e passa a governar
379
também favorece o desenvolvimento com o auxílio de padres e bispos.
da CEH2 e da numeracia.
A atividade contempla o processo 2. No caderno, crie perguntas para as respostas a seguir.
de analisar e avaliar conteúdo e ele-
mentos textuais construindo e preen- a) Nos primeiros tempos da República, somente os ricos e poderosos podiam par-
chendo um quadro, o que, por sua ticipar do governo e exercer as funções públicas. Sugestão de pergunta: Em Roma,
vez, contribui para a consolidação dos no início da República, que grupos sociais tinham participação política?
conhecimentos de literacia e alfabe- b) Os plebeus conquistaram o fim da escravidão por dívidas, acesso a todos os
tização, incentivando o desenvolvi- cargos públicos da República e reconhecimento dos plebiscitos, decisões to-
mento da produção de escrita. madas pela assembleia da plebe. Sugestão de pergunta: Quais foram as conquistas
dos plebeus no período da República romana?
Atividade 2 c) Para controlar a crise, Constantino retomou o controle sobre o exército, refor-
Nessa atividade, para elaborar as çou as fronteiras e transferiu a capital de Roma para Constantinopla.
perguntas, oriente os estudantes a Sugestão de pergunta: Como o imperador Constantino conseguiu controlar a crise do Império
reler o texto do capítulo e a prestar 36 Romano?
atenção ao verbo das respostas. Por
exemplo, no item a, como o verbo é Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
“participar”, a pergunta tem que ser
“quem podia participar [...]” ou “quem
tinha participação política nos pri-
meiros tempos da República?”.
A atividade contempla o processo
de interpretar e relacionar ideias e
informações, contribuindo para a
consolidação dos conhecimentos de
literacia e de alfabetização, e incenti-
vando o desenvolvimento da produ-
ção de escrita e o desenvolvimento
de vocabulário.

68
Orientações didáticas
Falando sobre...
A comparação entre o politeísmo
FALANDO SOBRE... Não escreva no livro. dos povos antigos e o politeísmo das
religiões afro-brasileiras permite de-

akg-images/Album/Fotoarena/Museu de Berlim, Alemanha.


Respeito às diferentes religiões senvolver uma discussão sobre a di-
Os gregos e os romanos antigos eram politeístas, ou versidade cultural e o respeito ao
seja, acreditavam na existência de muitos deuses. Os deuses direito de crença. As religiões dos
gregos eram representados na forma humana e tinham os povos tradicionais e dos afro-brasilei-
ros, por exemplo, representam uma
mesmos sentimentos, angústias e desejos que os humanos.
enorme riqueza cultural. No passado,
Veja a seguir alguns deuses gregos e seus simbolismos. essas religiões chegaram a ser proibi-
• Afrodite: deusa do amor e da beleza. das. Hoje, por desconhecimento, elas
muitas vezes sofrem preconceito e
• Apolo: deus do Sol, das artes, da música e da profecia. até mesmo ataques violentos a seus
• Atena: deusa da sabedoria, da inteligência e da justiça. Afrodite, escultura
em mármore datada
locais de culto.
• Zeus: deus dos céus e dos relâmpagos; rei dos deuses. do século II d.C.
É importante respeitar a religião de
todas as pessoas e também as cren-
As religiões afro-brasileiras e indígenas também são
ças daqueles que não são religiosos.
politeístas: seus deuses e espíritos expressam os elementos do O estado brasileiro é laico, mas garan-

G. DAGLI ORTI/DEA/Album/Fotoarena/ Museu


Arqueológico de Olímpia, Grécia.
mundo, os sentimentos e valores do grupo. Veja alguns dos te a todas as pessoas o direito de pro-
deuses dos indígenas tupis e guaranis brasileiros: fessar sua religião de preferência ou
• Tupã: deus do trovão, considerado o criador dos céus, da de defender suas crenças. A Consti-
tuição Federal garante a liberdade
terra e dos mares, dos animais e das plantas. Ensinou aos
homens a agricultura, o artesanato e a caça. religiosa:

• Sumé: responsável por manter as leis e as regras que re-


VI – é inviolável a liber-
gem a comunidade. Ensinou aos indígenas conhecimentos
dade de consciência e de cren-
como o cozimento da mandioca e suas aplicações. Zeus (ou Júpiter,
ça, sendo assegurado o livre
• Ceuci: deusa protetora das lavouras dos indígenas. para os romanos).
Escultura em
exercício dos cultos religiosos
e garantida, na forma da lei, a
As religiões dos povos tradicionais e dos afro-brasileiros mármore datada do
século V a.C. proteção aos locais de culto e a
representam uma enorme riqueza cultural. No passado, suas liturgias;
chegaram a ser proibidas. Hoje, por desconhecimento, essas
BRASIL. Constituição da República
religiões muitas vezes sofrem preconceito e ataques violentos a seus cultos Federativa do Brasil de 1988. Artigo 5o.
e crenças. Disponível em: https://ijp.short.gy/
É importante respeitar a religião de todas as pessoas e as crenças dos XSOlnl. Acesso em: 9 ago. 2021.

que não são religiosos. O Estado brasileiro é laico e garante a todas as


pessoas o direito de professar e defender suas crenças ou mesmo de não
seguir nenhuma religião. A Constituição federal garante a liberdade religiosa. Atividade complementar
Organize a turma em grupos e pro-
•O Brasil é um país multicultural e os brasileiros têm crenças e religiões ponha aos estudantes uma pesquisa
diversas. Reflita e discuta com os colegas: O que podemos fazer para au- sobre o tema religiões e crenças no
mentar o respeito à diversidade de crenças no Brasil? Resposta pessoal. Brasil. Cada grupo ficará responsável
por pesquisar uma das seguintes reli-
37 giões ou sistema de crenças: cristia-
nismo; budismo; islamismo; religiões
afro-brasileiras; ateísmo; judaísmo.
Essa pesquisa pode ser feita em li-
vros ou no laboratório de informática
da escola, garantindo que os estudan-
tes naveguem de forma segura e uti-
lizem fontes confiáveis. Os resultados
da pesquisa deverão ser organizados
e compartilhados com os outros gru-
pos em sala de aula, na forma de ex-
posição oral ou por meio de cartazes.

69
Orientações didáticas
Ler o mundo: História viva
Para iniciar a atividade, leia o texto LER O MUNDO: HISTÓRIA VIVA
com os estudantes e localize no mapa
o Império Romano, o Império Chinês
e a Rota da Seda. Resolva as dúvidas
sobre o texto e sobre o mapa. Em Roma e a Rota da Seda
seguida, leia as perguntas com os es- Roma e China foram os mais importantes impérios da Antiguidade. As duas
tudantes e oriente-os a reler o texto civilizações não tiveram contato por muitos séculos. No século II a.C., estabelece-
para extrair a informação pedida em ram relações comerciais através da Rota da Seda, uma das maiores rotas comerciais
cada pergunta.
de toda a história.
A abordagem do conteúdo da se-
ção favorece o desenvolvimento da A Rota da Seda percorria toda a Ásia, ligando a China a Roma. Pela rota eram
compreensão de textos, mobilizan- intercambiados produtos como madeira, tecidos, perfumes, medicamentos e me-
do conhecimentos de alfabetização tais preciosos entre o Ocidente e o Oriente.
e literacia. O texto a seguir relata alguns detalhes dessa importante rota comercial.
Entre as duas civilizações mais importantes do mundo antigo, os romanos e
os chineses, havia um grande espaço geográfico. A rota por terra entre o oeste da
China e os portos mais próximos do Mar Negro, mesmo antes da era cristã, era
a mais longa do mundo. Atravessava montanhas e planaltos, planícies rochosas e
desertos salgados, correntezas fortes, desfiladeiros e imensas pastagens. A rota era
mais como uma corrida de revezamento do que uma procissão, pois os bens comer-
cializados eram passados de mercador para mercador, de bazar para bazar e, assim,
eles lentamente cruzavam o continente em carroças, a cavalo e em camelos que se
moviam em longos comboios.
A principal carga transportada do Oriente era a seda. Os ricos de Roma e Alexan-
dria veneravam artigos de vestuário feitos de seda e, por muito tempo, a China foi
o único fornecedor desses artigos [...]. Ao longo da rota da seda, em direção ao pôr
do sol, vinham não só o tecido, mas outros itens altamente valorizados no Ociden-
te: remédios de grande valor, como Reprodução/Biblioteca Britânica, Londres, Inglaterra.
ruibarbo em conserva e canela em
casca, bem como plantas e sementes
de importância ainda maior.
BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do
mundo. São Paulo: Fundamento
Educacional, 2008. p. 93-94.

Atlas catalão, de 1375, atribuído ao


cartógrafo Cresques Abraham, da escola
cartográfica de Maiorca, representando
caravana de comerciantes italianos
percorrendo a Rota da Seda.
38

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

70
Orientações didáticas
A atividade contempla os proces-
c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes entendam que, assim como o comércio, a troca de
ideias e experiências é enriquecedora para os povos, que podem desenvolver relações pacíficas, apren- sos de localizar e retirar informações
Ásia: A Rota da Seda (século VI) der com as diferenças e aumentar a compreensão mútua. explícitas de textos e de fazer inferên-
cias diretas, bem como o processo de
Luis Matuto/Arquivo da editora

interpretar e relacionar ideias e infor-


mações, além de mobilizar a CEH5,
pois estimula a compreensão do mo-
vimento de populações e mercado-
rias no tempo e no espaço e seus
significados históricos.
Ao incentivar que cada estudante
expresse sua resposta em voz alta, a
atividade permite o desenvolvimento
da capacidade de escuta e de fluên-
cia em leitura oral.

ESCALA
0 635
Quilômetros

Fonte: elaborado com base em VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico. São Paulo: Scipione, 2011. p. 49.

Não escreva no livro.

• Depois dea)lerAs mercadorias


o texto e observar o mapa, responda às questões a seguir no
eram passadas de mercador para mercador, de bazar para bazar e,
caderno. assim, lentamente cruzavam o continente em carroças, a cavalo e em camelos, que
se moviam em longos comboios.
a) Segundo o texto, como as mercadorias eram transportadas pela Rota da
Seda?

b) Por que a seda era a principal carga transportada na Rota da Seda do Oriente
para o Ocidente? Porque os ricos de Roma e de Alexandria veneravam artigos de vestuário
feitos de seda e, por muito tempo, a China foi o único fornecedor desses artigos.
c) Pela Rota da Seda não circulavam somente bens materiais, mas também costu-
mes, filosofias e tradições religiosas. Na sua opinião, qual é a importância das
trocas entre diferentes povos?
39

71
Orientações didáticas
Mais atividades 1. b) Resposta pessoal.
Esta seção sugere atividades para
resgatar o que foi aprendido e apro-
MAIS ATIVIDADES Espera-se que os estudantes entendam que a
livre expressão do pensamento e a discussão co-
letiva eram a base Não escreva no livro.
fundar partes do conteúdo. Ela pode da democracia grega e que ainda são importantes na democracia atual.
servir de diagnóstico para avaliar a
compreensão dos estudantes e as 1. Observe as imagens e responda às questões no caderno.
possíveis dificuldades de cada um.
Antes de realizar as atividades, se
Imagem A Imagem B

A. DAGLI ORTI/DEA/Album/Fotoarena/ Museu Arqueológico


Nacional, Nápoles, Itália.
Na imagem A, em
necessário, peça aos estudantes que

John Thys/AFP
mosaico de Pompeia
revejam as páginas do capítulo e ex- (Itália), datado do século
pressem oralmente o que foi estudado. I d.C., Platão com um
grupo de discípulos
Registre uma síntese na lousa. Ao final, na Escola de Atenas.
complemente com algum aspecto que Na imagem B, em foto
não tenha sido mencionado. de 2020, professor
debate com estudantes
Após a realização das atividades
de uma universidade
propostas na seção, verifique a neces- em praça no centro
sidade de retomar coletiva ou indivi- de Middelburg, Países
dualmente alguma delas. Baixos (Holanda).

Atividade 1 a) O que os discípulos ou estudantes estão fazendo nas duas imagens?


Eles estão debatendo com o mestre ou professor.
Oriente a turma a observar com
b) Na sua opinião, qual era a importância da discussão coletiva na democracia
atenção todos os elementos das ima-
gens para perceber as semelhanças grega? Você acha que isso ainda é importante hoje?
e diferenças entre elas. O objetivo da c) Por meio do debate e da discussão podemos entender melhor os problemas da
atividade é mostrar a importância do sociedade e encontrar soluções para eles. Escolham um tema social atual e or-
debate para a democracia. Na Grécia
ganizem um debate na sala de aula. O professor fará a intermediação e ajudará
antiga, como mostra o mosaico de
Pompeia, muitas vezes a atividade a turma a definir as regras do debate.
filosófica era conduzida sob a forma 2. Observe as imagens e responda à questão no caderno.
de um debate de ideias entre um
mestre e seus discípulos. Essa prática Imagem A Imagem B
também é adotada na educação mo-
Erich Lessing/Album/Fotoarena/Museu Arqueológico Nacional,
Nápoles, Itália.

Mr.Whiskey/Shutterstock
derna, muitas vezes chamada de “diá-
logo socrático”, como mostra a
fotografia à direita. Jovem
Para realizar a proposta do item c, usando tablet
há duas opções: pode-se dividir a sala Retrato de jovem com tela
com estilete e de toque
em grupos de debate ou deixar que tabuletas de cera e caneta
cada estudante se manifeste livremen- em Pompeia. compatível
te. É importante definir, antes da ativi- Afresco do século com o
dade, as regras do debate, tais como: I d.C. dispositivo.
o tempo que cada um poderá usar
para falar, se haverá direito a réplica ou Nas civilizações grega e romana da Antiguidade, o papel ainda não existia.
tréplica, o respeito à opinião e à vez do Para escrever, utilizavam-se pequenas tábuas de cera que eram riscadas com
outro. Para mais orientações sobre co- um estilete. Hoje existem tecnologias digitais, como os tablets, que permitem
mo conduzir um debate em sala, po- 40
de-se consultar o link disponível em:
https://ijp.short.gy/OBiQBq. Acesso em:
9 ago. 2021. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

Essa atividade permite o trabalho


com a CECH1, a CECH3 e a CECH6, o trabalho com a CEH3, a CEH4 e a habilidade
pois sugere que os estudantes cons- EF05HI04.
truam argumentos para defender Ao relacionar ideias e informações e estabe-
suas opiniões, enfatizando o respeito lecer comparações por meio de análise, os es-
à diferença, à diversidade de opiniões tudantes vão desenvolver a expressão oral, a
e à intervenção ativa nas questões do capacidade de análise e a troca de informações.
mundo à sua volta. Posicionar-se cri-
ticamente diante dos desafios do
cotidiano, assim como exercitar o
diálogo construtivo, também propicia

72
Orientações didáticas
Atividade 2
escrever, desenhar e muitas outras coisas numa tela sensível ao toque. As tábu- O objetivo da atividade é aproxi-
mar os temas estudados dos elemen-
as de cera permitiam registrar poucas informações de cada vez; para escrever
tos tecnológicos que fazem parte do
mais, era necessário aquecer a cera e apagar o que tinha sido escrito. Já os cotidiano dos estudantes e também
tablets possibilitam armazenar uma quantidade enorme de informações (textos, desenvolver a consciência crítica com
imagens, fotos, vídeos, etc.), que podem ficar guardadas no próprio aparelho relação ao uso das novas tecnologias.
ou na internet. O que você acha que mudou de uma época para a outra? Analise as duas imagens, leia a le-
Resposta pessoal. genda e o enunciado da questão com
os estudantes. Após a comparação
3. Copie no caderno a única alternativa correta sobre a Grécia antiga. das imagens e o esclarecimento das
Resposta correta: alternativa b.
a) Na democracia grega, os cidadãos manifestavam sua vontade política somente dúvidas, oriente os estudantes a res-
por meio de seus representantes eleitos. ponder no caderno a questão.
Relacionar ideias e informações
b) Oligarquia era uma forma de governo em que somente uma elite, formada contribui para a consolidação dos
pelos cidadãos mais ricos, tinha participação política. conhecimentos de literacia e alfabe-
tização, incentivando o desenvolvi-
c) Em 27 a.C., Clístenes introduziu uma série de leis que tornaram possível a parti-
mento da produção de escrita.
cipação de todos os cidadãos na vida política de Atenas.
Atividade 3
d) Antes do surgimento da democracia em Atenas, a Grécia formava uma na- Oriente os estudantes a reler o texto
ção unificada. do capítulo para localizar as informa-
Não escreva no livro.
ções abordadas em cada alternativa.
É importante que os estudantes com-
VENHA DESCOBRIR! parem o enunciado das alternativas
com os enunciados do texto para con-

Reprodução/Editora Pequena Zahar


◆ Diário de Pilar na Grécia, de Flávia Lins e Silva, cluir qual é a alternativa correta e quais
Pequena Zahar. estão incorretas. Resolva as dúvidas
Pilar, uma menina que adora viajar pelo mundo, conceituais que possam ter ficado da
leitura do texto.
desvenda a mitologia dos deuses gregos e se
Fazer inferências diretas contribui
aventura pelo monte Olimpo.
Pictures
ção/Walt

para a consolidação dos conheci-


Disney
Reprodu

mentos de literacia e alfabetização,


◆ Hércules, dos Estúdios Disney, 1997. incentivando o desenvolvimento da
Animação em DVD (ou blu-ray) sobre o célebre produção de escrita.
herói grego, dotado de força descomunal.
Venha descobrir!
◆ Odisseia, de Homero, narrada por Ruth Rocha, Se os estudantes não tiverem aces-
Salamandra. so aos livros sugeridos, peça a eles
ora Salamandra

que visitem a biblioteca da escola ou


Nesse épico da Grécia antiga, Ruth Rocha conta
uma biblioteca municipal e conver-
as peripécias do herói da Guerra de Troia, Ulisses,
Reprodução/Edit

sem com o bibliotecário para obter


na tentativa de voltar para Ítaca, sua ilha natal. indicações de títulos equivalentes.

41

73
Orientações didáticas
Rever Ideias
Atividade 1 REVER IDEIAS Não escreva no livro.
Leia com os estudantes o enuncia-
do da atividade e o trecho do decre-
to real egípcio. Depois leia as questões
e resolva as dúvidas de compreensão
de texto. Oriente os estudantes a reler 1. No Egito antigo, a preocupação dos governantes com a preservação dos mo-
o texto correspondente no capítulo numentos, estátuas e sarcófagos era bem intensa, uma vez que a destruição
para responder às questões. É impor- era uma prática corriqueira. Leia um texto que atesta essa preocupação, um
tante que eles tenham compreendi- decreto real de cerca de 2130-1980 a.C.:
do que se trata de um documento de
Quem em toda esta terra fizer algo nocivo ou perverso às suas estátuas, lajes,
época e consigam identificar sua
função. capelas, carpintarias ou monumentos que se encontrem no recinto de algum templo,
Espera-se que os estudantes en- Minha Majestade não permitirá que sua propriedade ou a de seus pais permaneçam
tendam a importância da preserva- com eles, ou se junte aos espíritos da necrópole, ou permaneça entre os vivos.
ção do patrimônio histórico não só VENTURA, Dalia. A verdadeira razão por que as estátuas do Egito têm os narizes quebrados.
BBC News Mundo, 27 abr. 2021. Disponível em: https://ijp.short.gy/KeGebz. Acesso em: 28 abr. 2021.
no caso do Egito, mas como forma de
testemunho da história da cultura Agora, responda no caderno.
material e imaterial da humanidade
ao longo do tempo. O conceito de a) Relendo o enunciado, no trecho “[...] a destruição era uma prática corriqueira”,
patrimônio material e imaterial foi a palavra em negrito pode ser substituída por: cotidiana
trabalhado em diferentes situações
ao longo da unidade. cotidiana – condenável – eventual – incomum
Essa atividade contribui para a
O decreto foi publicado pelo
consolidação dos conhecimentos de b) Quem publicou e qual era a função do decreto real? rei do Egito e tinha a função de
literacia e alfabetização, incentivan- alertar e punir aqueles que agissem contra a preservação dos templos, estátuas e monumentos.
do o desenvolvimento da produção c) Em sua opinião, a preservação do patrimônio histórico por parte dos governan-
de escrita. tes é uma preocupação exclusiva do passado? Justifique.
Atividade 2 2. O texto a seguir trata do papel da religião no Egito e na Mesopotâmia.
Leia com os estudantes o enuncia-
Copie no caderno o texto, completando-o adequadamente com as palavras
do da atividade e o texto com as la- 1. c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que pre-
cunas. Se necessário, oriente-os a do quadro.
servar o patrimônio histórico é uma preocupação ainda muito presente
reler partes do capítulo para preen- e necessária nos tempos atuais.
cher as lacunas no caderno. Resolva
religião – deuses – cultuados –
as dúvidas de vocabulário que pos-
sam ter ficado da leitura do texto. politeístas – proteger – tragédias – animais

No antigo Egito, assim como na Mesopotâmia, a desempenhava um papel


muito importante na vida das pessoas. Os deuses eram no cotidiano e, muitas
vezes, eram representados na forma de , como o gato, a serpente ou o croco-
dilo. Os eram muitos e variados, por isso podemos dizer que essas sociedades
eram . Eles acreditavam que os deuses podiam interceder em diferentes situa-
ções, para contra perigos e contra como a fome, as secas e as doenças.
42 religião; cultuados; animais; deuses; politeístas; proteger; tragédias.

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

74
Orientações didáticas
Atividade 3
3. b) Os estudantes devem perceber que a necessidade da comunicação humana e a linguagem Os estudantes devem inferir a se-
3. Uma turma de estudantes visitava uma exposição virtual cujo título era “Trans- quência temporal das formas de es-
formação da linguagem escrita: páginas do tempo”. Observe a seguir algumas crita e seus suportes. Eles devem
imagens que eles encontraram nessa exposição. escrita permanecem indispensáveis. compreender o uso de diferentes
No passado, poucas pessoas tinham acesso à escrita. Na era digital, mudaram os meios de comunicação.
Hoje temos acesso a uma enorme quantidade de informações e de conhecimentos de forma imediata. linguagens e tecnologias no processo
de comunicação ao longo do tempo.
Reprodução/Museu Metropolitano de Arte, Nova York, EUA.

Arquivo/Folhapress

ArdoPics/Shutterstock
É desejável que os estudantes en-
tendam a importância da escrita na
história humana e percebam como
esse conhecimento se ampliou e se
difundiu ao longo do tempo, enten-
dendo as relações de mudanças e de
permanências.
Atividade 4
Leia o enunciado e oriente os es-
Manuscrito alemão do Capa do Jornal Folha de Livro digital. tudantes a refletir sobre a questão
século XV. S.Paulo, 5 nov. 2008.
antes de responder. É importante que
a) Qual é a forma de comunicação escrita mais antiga e a mais recente? A mais antiga os estudantes compreendam que o
é a escrita cuneiforme da Mesopotâmia; a mais recente é a comunicação digital através do tablet. termo “crítica” não é algo necessaria-
b) Da comunicação escrita em singelas tábuas de argila até a comunicação digital mente negativo. Quando construtiva
do presente, o que mudou e o que permaneceu? e não voltada para o ataque pessoal,
mas para a melhoria de alguma reali-
4. Uma das críticas mais presentes nos dias de hoje é a desigualdade entre os dade ou instituição, a crítica é bem-
gêneros. As mulheres lutam há muito tempo para garantir seus direitos nos -vinda e faz parte da cidadania.
espaços públicos e privados. Os estudantes devem relacionar a
Consulte o link https://ijp.short.gy/4ZirDK (acesso em: 27 abr. 2021) e escolha uma noção de cidadania com os princípios
das personalidades do livro Brasileiras inspiradoras. Depois, escreva no cader- de respeito à diversidade de gênero
no o que mais o surpreendeu na história da personalidade escolhida. e com o respeito aos direitos huma-
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. nos. Espera-se que eles percebam a
5. Observe a fotografia a seguir e leia atentamente a legenda. ausência de personalidades mulheres
e de relatos femininos na narrativa
Aprender a se expressar bem e defender as ideias em que você oficial da história.
Nicholas Kamm/AFP/Getty Images

acredita é essencial para o crescimento pessoal e também para a Essa atividade contribui para a con-
democracia. A jovem sueca Greta Thunberg se tornou defensora solidação dos conhecimentos de lite-
do meio ambiente e ativista contra a crise climática. Ela debate racia e alfabetização, incentivando o
com as pessoas, mas também defende suas ideias e dialoga
desenvolvimento da leitura, da expres-
com políticos e autoridades para encontrar soluções para os
problemas ambientais atuais. Na fotografia, Greta discursa em
são oral e da produção de escrita.
Washington, D.C., Estados Unidos, em setembro de 2019.

• Reúnam-se em grupos, escolham um problema ambiental de sua região e, com


a coordenação do professor, pesquisem esse tema. Vocês devem propor uma
solução para esse problema. Depois, escolham um porta-voz do grupo para
defender as ideias para a turma.
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. 43

Atividade 5 ponsável por pesquisar um dos problemas levan-


Espera-se que os estudantes entendam que tados, na internet ou em livros da biblioteca.
a livre expressão do pensamento e a discussão Oriente os grupos a levantar fotografias, grá-
coletiva eram a base da democracia grega, mas ficos, reportagens, etc. que poderão ser exibidos
que são importantes na democracia atual. Os na apresentação e em cartazes. Sugira também
estudantes devem entender o direito de livre uma discussão com a turma para propor solu-
expressão como uma conquista histórica da ções para os problemas encontrados.
cidadania. Esse conteúdo mobiliza as CG5, CG9 Essa atividade incentiva a escuta e a troca de
e CG10 e a habilidade EF05HI05. ideias, além de contribuir para a consolidação
Oriente os estudantes a se reunir em grupos e dos conhecimentos de literacia e de alfabetiza-
faça com eles uma lista dos principais problemas ção e incentivar o desenvolvimento da expres-
ambientais de sua região. Cada grupo ficará res- são oral.
75
Unidade 1 – Civilizações e cidadania

Para avaliação
As rubricas a seguir são um instrumento de avaliação formativa que permite mensurar o desempenho dos estudantes e identifi-
car quais conteúdos cada um deles precisa aprimorar antes de prosseguir nos estudos.

Critérios de
O. P. Desempenho Justificativa
avaliação
O estudante entendeu a importância da preservação do
Desenvolvido patrimônio histórico do Egito e apontou a permanência dessa
Atividade 1

política no presente.
O estudante entendeu
a função do patrimônio O estudante entendeu parcialmente a importância da
Desenvolvido
6 histórico e a relação
parcialmente
preservação do patrimônio histórico do Egito, mas não
entre o presente e o entendeu a permanência dessa preocupação no presente.
passado?
O estudante não entendeu a importância da preservação do
Em desenvolvimento patrimônio histórico do Egito e nem a permanência dessa
política no presente.
O estudante percebeu O estudante percebeu plenamente o papel da religião
o papel da religião na Desenvolvido para os povos antigos e reconhece o significado de termos
Atividade 2

formação dos antigos relacionados às religiões mesopotâmicas e egípcias.


povos do Egito e da
O estudante percebeu parcialmente o papel da religião para
Mesopotâmia e foi capaz Desenvolvido
3 de associar corretamente parcialmente
os povos antigos ou não domina totalmente o significado dos
termos relacionados às religiões mesopotâmica e egípcias.
termos relacionados às
religiões mesopotâmica O estudante não percebeu o papel da religião para os povos
e egípcias às definições Em desenvolvimento antigos e não reconhece o significado de termos relacionados
que lhes correspondem? às religiões mesopotâmicas e egípcias.
O estudante sabe qual é a forma de escrita mais antiga e a mais
Desenvolvido recente e entende quais são as permanências e mudanças nos
O estudante sabe qual é
sistemas de escrita e nos suportes utilizados para registro.
a forma de comunicação
Atividade 3

escrita mais antiga e a O estudante sabe, parcialmente, qual é a forma de escrita


mais atual e reconhece Desenvolvido mais antiga e a mais recente e entende parcialmente ou não
7 as permanências e parcialmente compreende quais são as permanências e mudanças nos
mudanças nos sistemas sistemas de escrita e nos suportes utilizados para registro.
de escrita e nos suportes
O estudante não sabe qual é a forma de escrita mais antiga e a
utilizados para registros
mais recente e não compreende quais são as permanências e
ao longo do tempo? Em desenvolvimento
mudanças nos sistemas de escrita e nos suportes utilizados para
registro.
O estudante é capaz de ler e identificar ações que
Desenvolvido correspondem ao conceito de cidadania, aplicando
Atividade 4

corretamente o termo.
O estudante
compreende a definição O estudante é parcialmente capaz de ler e identificar ações
Desenvolvido
5 de cidadania e como ela
parcialmente
que correspondem ao conceito de cidadania, aplicando
é exercida, atualmente, corretamente o termo.
pelos cidadãos?
O estudante não é capaz de ler e interpretar ações que
Em desenvolvimento correspondem ao conceito de cidadania e não utiliza
corretamente o termo.
O estudante compreende a importância da liberdade de
Desenvolvido expressão e da defesa de ideias por meio de debate e do
O estudante
Atividade 5

diálogo como um exercício de fortalecimento da democracia.


compreende a
importância da O estudante reconhece a importância da liberdade de
Desenvolvido
4 liberdade de expressão
parcialmente
expressão e da defesa de ideias, mas não as associa ao
e do debate para o fortalecimento da democracia.
fortalecimento da
O estudante não reconhece a importância da liberdade
democracia?
Em desenvolvimento de expressão e da defesa de ideias e não as associa ao
fortalecimento da democracia.

76
Conclusão
Para avaliar e consolidar conhecimentos
Nesta unidade, os estudantes puderam conhecer alguns conceitos e temas importantes: civilização, Estado,
democracia e cidadania, abordados a partir do contexto da Grécia e da Roma antigas. Esses conceitos são impor-
tantes para o desenvolvimento das competências específicas de Ciências Humanas e de História para os Anos
Iniciais do Ensino Fundamental. É essencial ter uma boa compreensão deles porque reaparecerão em outros
contextos no decorrer deste volume.
O estudo desses temas propiciou, ainda, a compreensão do significado de patrimônio cultural e o reconheci-
mento de sua importância para a cultura material e a história dos povos, possibilitando desenvolver o objetivo
pedagógico 6. Para remediar o trabalho com o conceito de patrimônio histórico, retome os conteúdos relacio-
nados ao assunto abordados na unidade.
Ao apresentar e explorar modos de vida dos povos nômades e sedentários no capítulo 1, foi favorecido o
desenvolvimento do objetivo pedagógico 1 ao propor reflexões e comparações a respeito das razões que
levaram alguns povos a se tornarem sedentários e outros a permanecerem nômades. Esse objetivo foi avaliado
na página 17 do Livro do Estudante. Para remediar possíveis defasagens em relação ao tema, podem-se usar os
recursos propostos no link disponível em: https://ijp.short.gy/RmRwMs. Acesso em: 9 ago. 2021.
O estudo da unidade também permitiu reconhecer a importância da religião nas primeiras civilizações (obje-
tivo pedagógico 3). Caso os estudantes ainda demonstrem dificuldade, reforce o conceito de politeísmo, deixan-
do visível no ambiente escolar essa definição para ser relembrada sempre que possível.
Ao longo da unidade também foi possível conhecer os papeis que o Estado assumia nas primeiras civilizações,
em comparação com as funções do Estado em nossos dias (objetivo pedagógico 2). Para remediar defasagens
associadas a esse tema, pode-se propor que os estudantes façam uma pesquisa e ampliem a lista de frases com
características da democracia em cada período.
Entender o surgimento do Estado é importante para compreender o conceito de cidadania e sua impor-
tância no passado e no presente (objetivos pedagógicos 4 e 5). Para remediar defasagens relativas ao objetivo 4,
é possível propor outras atividades de debates. O conteúdo do link a seguir pode auxiliar a organizar um de-
bate (Aprender a debater, disponível em: https://tedit.net/daLz74. Acesso em: 2 jul. 2021). Caso haja necessidade
de remediar defasagem do objetivo pedagógico 5, aproveitando para reforçar a compreensão de textos,
sugerimos a releitura e o reconto do e-book Brasileiras inspiradoras antes de nova tentativa de realizar a atividade
do Rever ideias.
Caso seja necessário remediar a aprendizagem com relação ao objetivo pedagógico 7, sugerimos o trabalho
como o Museu da Língua Portuguesa. Aproveite para reforçar que a língua portuguesa também faz parte do
patrimônio imaterial dos brasileiros. Disponível em: https://tedit.net/G8MSBu. Acesso em: 23 jul. de 2021. É dese-
jável preparar essa questão dando exemplos de como a alfabetização abre as portas para o conhecimento e
para a cidadania, sendo indispensável para entender e atuar no mundo atual, cada vez mais complexo.
Possíveis dificuldades de leitura e compreensão podem ser sanadas mediante atividades extras, com foco em
compreensão leitora, e acompanhamento individualizado, caso a caso. Essas dificuldades podem ser detectadas
pela confecção de rubricas de acordo com as necessidades do professor.

Avaliação do desempenho individual e coletivo


Recomenda-se que, ao final dos trabalhos da unidade, seja retomado o quadro de expectativas de apren-
dizado para cada um dos objetivos pedagógicos, presente na Introdução desta unidade. Recomenda-se
também que os quadros de acompanhamento do aprendizado, presentes no item de Avaliação do Manual
do Professor – Seção Introdutória deste volume, sejam utilizados para monitorar o aprendizado individual
e coletivo dos estudantes.

77
Unidade 2 – Formando o Brasil

Introdução
Habilidades da BNCC
Objetivos pedagógicos desta unidade
relacionadas

1. Reconhecer as distintas formas de organização do Estado no Brasil (da colônia ao Império). EF05HI02

2. Compreender a Constituição como uma lei importante para definir a cidadania, os direitos
EF05HI05
sociais e a organização do poder em um Estado.

3. Conhecer os diferentes grupos sociais, suas trajetórias ao longo da história do Brasil e seus
EF05HI05
direitos sociais (ou a negação deles).

4. Compreender e reconhecer marcos de memória da história do Brasil. EF05HI07, EF05HI10

5. Reconhecer fontes históricas distintas, como fotografias, pinturas e monumentos, e refletir


EF05HI07, EF05HI09, EF05HI10
sobre seus significados políticos e históricos.

O objetivo básico da unidade é discutir o processo de forma- que possa servir como guia para orientar o planejamento e as
ção do Estado brasileiro partindo do período colonial, ou seja, atividades na prática. Um bom caminho para identificar tais co-
quando o Brasil era colônia e, portanto, parte do império portu- nhecimentos é propor situações-problema, desafios que obri-
guês, até o fim do regime imperial. O fio condutor é o processo guem os estudantes a mobilizar o que sabem a fim de resolver
de conquista da cidadania e a luta pela consolidação de direitos determinada tarefa. Esse caminho permite que o estudante pos-
civis, políticos e sociais, estabelecendo relações entre o presente sa mobilizar e modificar esses conhecimentos no processo cons-
e o passado, mudanças e permanências. tante de rever e de seguir aprendendo.
Nesta unidade, os estudantes serão introduzidos a conceitos Conceitos como Estado, monarquia e cidadania já foram es-
e temas importantes ao desenvolvimento das competências tudados num contexto distinto na unidade 1. Além disso, muitos
específicas de ciências humanas e de história para os anos iniciais dos marcos de memória que serão estudados já fazem parte do
do Ensino Fundamental. Temas como a formação do Estado, cotidiano dos estudantes, na forma de monumentos públicos,
mudanças e permanências na consolidação da sociedade nacio- nomes de ruas, avenidas e escolas. Para sensibilizá-los para o
nal, os marcos de memória do Brasil nação e o trabalho com tema, é possível organizar uma saída de campo caso sua região
fontes diversas são essenciais para desenvolver o raciocínio his- conte com alguma instituição cultural relacionada ao passado
tórico. O processo de independência do Brasil e a construção do monárquico brasileiro. Caso isso não seja possível, sugerimos
regime monárquico são mobilizados para contextualizar a his- visitas virtuais a instituições que serão indicadas neste Manual.
toricidade dos acontecimentos no tempo e no espaço, assim É possível que os estudantes estranhem, num primeiro momen-
como para entender processos de transformação da sociedade to, alguns dos conceitos e categorias trabalhados, principalmen-
e de construção de identidades de distintos grupos sociais. Nes- te aqueles que se referem a instituições políticas. Mas é
ta unidade, os estudantes ainda terão oportunidade para analisar importante que eles percebam que muitos desses termos já
e interpretar documentos iconográficos e textuais, relacionar fazem parte de sua experiência. Para que isso ocorra, é válido
processos históricos a seus espaços e expressar seu ponto de partir de exemplos mais concretos do cotidiano, que contribuam
vista por escrito e oralmente. para tornar o conhecimento histórico mais palpável, atraiam o
Veja a seguir o quadro completo que relaciona todos os ob- interesse e motivem.
jetivos da Unidade com as habilidades da BNCC.
Relação dos objetivos pedagógicos
Pré-requisitos para atingir os com os conteúdos e atividades
objetivos pedagógicos e para trabalhados na unidade
trabalhar os principais conteúdos A unidade 2 mobiliza as habilidades por meio do estudo do
Na unidade 2, para que os estudantes compreendam os con- processo de formação da sociedade e do Estado brasileiros, desde
ceitos trabalhados, é importante checar o que eles já conhecem o período colonial até o Segundo Império. No Capítulo 3, o estu-
sobre o assunto. Esses conhecimentos prévios são fundamentais dante compreende as primeiras atividades econômicas (como a
para que o professor avalie o que os estudantes já sabem para exploração do pau-brasil e a cana-de-açúcar) e as diferentes formas

78
de organização política impostas por Portugal à sua colônia ame- expansão da cultura do café, as primeiras ferrovias, a luta contra o
ricana. Neste capítulo, o estudante também compreende a cons- regime de trabalho escravo e a abolição. Neste capítulo, destaca-
tituição da sociedade colonial, a discriminação dos povos -se a luta do escravizados contra a opressão e a presença da cul-
originários e dos africanos escravizados, conhece uma diversidade tura africana no Brasil. Os conteúdos e atividades desta unidade
de fontes (documentos de época, gravuras, mapas, canções, nar- permitem aos estudantes o aprofundamento dos conceitos de
rativas etc.) e conecta o passado colonial com os problemas do Estado e de cidadania, trabalhando no contexto da história do
presente. No Capítulo 4, o estudante é convidado a compreender Brasil o que já havia sido introduzido na unidade 1 para o contex-
o processo de independência do Brasil e a construção do Estado to das civilizações clássicas da Antiguidade.
nacional, desde a chegada da família real portuguesa, em 1808,
até o reinado de dom Pedro I. Neste capítulo, o destaque se situa Objetivos pedagógicos e expectativas
na organização política do novo Estado, em nossa primeira Cons- de aprendizado
tituição e nos marcos de memória da nação, que revelam suas As rubricas a seguir são um instrumento de avaliação forma-
hierarquias entre diferentes grupos sociais, presentes ou ausentes tiva que permite mensurar o desempenho dos estudantes e
da memória nacional. No Capítulo 5, o estudante conhece as trans- identificar quais conteúdos cada um deles precisa aprimorar
formações da sociedade brasileira no Segundo Império, com a antes de prosseguir nos estudos.

Critérios de
O. P.* Expectativas de aprendizado
desempenho
Entendeu a diferença entre colônia e metrópole. Identificou a diferença entre as capitanias
Desenvolvido
hereditárias e o governo-geral. Associou a independência do Brasil à ideia de soberania da nação.

1 Desenvolvido parcialmente Atendeu parcialmente esses objetivos entre 50% ou mais.

Não compreendeu o significado de colônia e metrópole. Não reconheceu o que são capitanias
Em desenvolvimento
hereditárias e o governo-geral. Não entendeu a ideia de soberania nem de nação independente.

Entendeu o significado da Constituição como lei maior do país que garante direitos e deveres
Desenvolvido
aos cidadãos e citou alguns exemplos.

2 Desenvolvido parcialmente Entendeu parcialmente o significado da Constituição.

Não entendeu o significado da Constituição nem identificou exemplos concretos de direitos e


Em desenvolvimento
deveres.

Identificou diferentes grupos sociais como indígenas, africanos escravizados e homens brancos
Desenvolvido
livres e identificou alguns direitos e deveres.

Identificou parcialmente os grupos sociais que faziam parte da sociedade brasileira no passado
3 Desenvolvido parcialmente
colonial e imperial.

Não reconheceu os grupos sociais que faziam parte da sociedade brasileira no período colonial
Em desenvolvimento
nem no período imperial.

Entendeu a função dos monumentos históricos como marcos da memória e soube citar
Desenvolvido
exemplos no Brasil e em sua comunidade.
4 Desenvolvido parcialmente Entendeu parcialmente esse objetivo.

Em desenvolvimento Não compreendeu a função dos monumentos históricos e não soube citar exemplos.

Foi capaz de ler e entender diferentes fontes históricas como obras de arte, fotografias, mapas
Desenvolvido
e textos.
5 Desenvolvido parcialmente Identificou parcialmente algumas fontes históricas.

Em desenvolvimento Não conseguiu ler nem entender fontes históricas.

*Nota: ao longo desta unidade, os objetivos pedagógicos nos títulos de quadros serão abreviados como O.P.

79
Orientações didáticas
Competências da BNCC

Reprodução/Coleção particular
UNIDADE
Competências gerais da

2 FORMANDO
Educação Básica:
CG2, CG10
Competências específicas
de Ciências Humanas: O BRASIL
CECH1, CECH2, CECH3
Competências específicas
de História:
CEH1, CEH3, CEH4

Componentes essenciais
para a alfabetização
• Compreensão de textos: localizar
e retirar informação explícita
• Compreensão de textos: fazer
inferências diretas
• Compreensão de textos: inter- Coroação de dom Pedro, imperador do Brasil, de Jean-Baptiste Debret, 1828
(litografia colorida à mão, de 49 cm × 34 cm).
pretar e relacionar ideias e infor-
mações A cerimônia contou com a presença da elite do Império.
• Compreensão de textos: analisar
e avaliar conteúdos e elementos
textuais
• Produção de escrita

Crédito

Reprodução/Museu Imperial, Petrópolis, RJ.


Desenvolvimento de vocabulário

Antes de realizar as questões da na


abertura, lance questões motivadoras:
Você sabia que o Brasil já teve reis e ra-
inhas? Qual o tema central das imagens
reproduzidas? O que é uma cerimônia
de coroação? Espera-se que os estudan-
tes entendam que se trata de um ritual, Retrato do imperador dom
no qual uma pessoa assume a posição Pedro II aos 12 anos, de Félix
de monarca, rei ou imperador. Émile Taunay, 1837 (óleo sobre
Compare as duas reproduções que tela, de 90 cm × 66 cm). Filho mais
retratam o imperador D. Pedro II, a pri- novo do imperador dom Pedro I
meira aos 15 anos, a segunda, bem mais e da imperatriz dona Maria
Leopoldina, aos 15 anos Pedro
velho. Ao comparar essas imagens os es-
teve sua maioridade decretada
tudantes devem perceber que D. Pedro II para ser coroado imperador, em
permaneceu um longo período de tem- 18 de julho de 1841.
po no poder. Estimule-os a calcular esse
espaço de tempo a partir da leitura das
legendas. Chame atenção para alguns
44
símbolos da monarquia como a coroa do
imperador D. Pedro II. Questione a per-
manência desses símbolos da monarquia Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
como patrimônio histórico do Brasil. O
regime não existe mais, porém, símbo-
Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades
los desse poder permanecem guardados
As formas de organização social e política: a noção
BNCC

em instituições,, como o Museu Imperial Povos e culturas: EF05HI02


de Petrópolis, no Rio de Janeiro. de Estado
meu lugar no mundo
Discute-se aqui a organização do Cidadania, diversidade cultural e respeito às
e meu grupo social diferenças sociais, culturais e históricas
EF05HI05
poder político para compreensão da
ideia de Estado e também a noção
de cidadania e sua relação com os di-
reitos humanos, além do conceito de
cidadania digital, questão relevante no
contexto atual.

80
Orientações didáticas
Sugerimos ao professor uma dinâ-
Romulo Fialdini/Tempo Composto/Museu Imperial, Rio de Janeiro, RJ.

mica para introduzir a questão das for-


mas de governo e para avaliar os
conhecimentos prévios. O e-book Mo-

Reprodução/Museu Imperial de
Petrópolis, Petrópolis, RJ.
narquia × República compara essas duas
formas de governo a partir da icono-
grafia e apresenta as principais diferen-
ças por meio de imagens e símbolos. O
material é destinado aos estudantes do
Ensino Fundamental. Disponível em:
https://kwx.short.gy/oviUis. Acesso em:
14 jul. 2021.
Coroa de dom Pedro II
Para aprofundar e desenvolver o
em ouro cinzelado, com gosto pela leitura, sugerimos traba-
639 brilhantes e lhar, ao longo de toda a unidade, a
77 pérolas, de Carlos leitura de Histórias de reis e rainhas
Marin. (Vários autores, Cia. das Letras, 2010).
1. O fato retratado é a Baseado em histórias reais e fictícias,
coroação de dom Pedro I esse livro traz uma série de histórias
como imperador do Brasil, em que os reis são os protagonistas.
em 12 outubro de 1822,
logo após ter sido procla-
Atividade 1
mada a Independência do Oriente os estudantes a observa-
Brasil, em 7 de setembro rem atentamente as imagens e a
do mesmo ano. lerem as legendas para identificar o
Dom Pedro II na Abertura da Assembleia evento representado na obra de
Geral, do pintor paraibano Pedro Américo, Jean-Baptiste Debret.
1872 (óleo sobre tela).
Atividade 2
Antes de responder à questão, os
estudantes devem procurar as seme-
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam a juventude do monarca no contexto da co- lhanças e as diferenças entre as duas
roação (15 anos de idade) e o longo tempo que ele permaneceu no comando imagens. Eles devem perceber, a par-
do país, de 1841 até 1889 (48 anos, quando termina o período imperial e tem início a República).
Observe e compare as imagens. Depois, leia atentamente as legendas tir das legendas, que ambas represen-
para responder às questões. tam dom Pedro II, mas em dois
momentos distintos de sua vida.
1. Qual fato é representado na cerimônia da pintura histórica de Jean- Atividade 3
-Baptiste Debret? Deixe que os estudantes manifes-
tem livremente suas hipóteses sobre
2. Observe e compare as duas imagens de dom Pedro II. Quais ele- o regime vigente na época. Se neces-
mentos mais chamaram a sua atenção? sário, esclareça para a turma o signi-
3. Observando as joias e as vestimentas do imperador, que regime de ficado da palavra “regime”, que pode
causar estranhamento, porém, a tur-
governo estava presente nesse momento histórico: República ou
ma não deve ter dificuldade para as-
Monarquia? Troque ideias com os colegas e responda oralmente.
Monarquia. Leia orientações para a atividade neste Manual do Professor. sociar a existência de um rei ao
regime monárquico. Para remediar
45 eventuais defasagens, é possível re-
lembrar brevemente a diferença entre
República e Império, estudada para o
caso de Roma na unidade 1.

Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades


Compreender e reconhecer marcos de memória da
história do Brasil
Reconhecer fontes históricas distintas, como EF05HI07
BNCC

Registros da história: fotografias, pinturas e monumentos, e refletir sobre


linguagens e seus significados políticos e históricos
culturas Comparar pontos de vista sobre temas que
impactam a vida cotidiana no tempo presente, por EF05HI09
meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.
Os patrimônios materiais e imateriais da humanidade EF05HI10

81
Orientações didáticas
Neste capítulo, o objetivo central é
proporcionar aos estudantes a com- CAPÍTULO
preensão do processo que levou à for-
QUANDO O BRASIL
mação da sociedade colonial no Brasil.
Para isso, abordam-se as primeiras ati-
vidades econômicas da colônia e as
hierarquias sociais que se desenvolve-
3 ERA DE PORTUGAL
ram em função dessas atividades.
Espera-se que os estudantes pos-
sam:
Império marítimo português
1. Conhecer e diferenciar estraté-
gias de organização do poder e Como você imagina que ocorreu a exploração e o povoamento quando os
da sociedade nos primeiros anos portugueses chegaram ao território americano? Resposta pessoal.
de ocupação, como as capita-
nias hereditárias e o governo- Os Estados modernos começaram a surgir no sécu- monarquia: forma de governo
-geral. lo XV, com a centralização e a unificação do poder nas em que o poder é exercido por
mãos das monarquias. Portugal foi um dos primeiros um rei ou monarca.
2. Reconhecer a existência de tra-
feitoria: local estratégico,
balho escravo de indígenas e Estados europeus a se unificar, o que lhe permitiu sair escolhido pelos portugueses,
africanos. à frente na concorrência por territórios e riquezas. para troca de mercadorias
3. Identificar a escravidão como uma No fim do século XV e início do XVI, o Estado entre nativos e mercadores
portugueses.
violação dos direitos humanos. português havia se tornado um império marítimo
4. Reconhecer o papel de grupos e comercial, estabelecendo colônias e feitorias na
sociais que faziam parte da co- Ásia, na África e na América. Esse domínio favoreceu relações comerciais e trocas
lônia - como as mulheres, os culturais entre diferentes sociedades. Observe o mapa.
africanos escravizados, os povos
indígenas, os homens brancos Mundo: Império colonial português – fim do século XV e início do século XVI
proprietários de terras e admi-

Banco de imagens/Arquivo da editora


nistradores da colônia. 0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO

5. Reconhecer a resistência dos po- CÍRCULO POLAR ÁRTICO

vos indígenas no período colo-


EUROPA
nial e compará-la com a luta atual AMÉRICA PORTUGAL ÁSIA
Açores
de indígenas por suas terras e DO NORTE
Linha do Tratado de Tordesilhas

Madeira Ceuta
Ormuz
TRÓPICO DE CÂNCER Cabo Bojador Macau
tradições. AMÉRICA Cabo Verde
Arguim Damão
Diu
Goa
Socotra OCEANO
A EF05HI02 é mobilizada ao expli- OCEANO
PACÍFICO
CENTRAL OCEANO São Jorge
da Mina ÁFRICA Cochim
Calicute
PACÍFICO
ATLÂNTICO Colombo
car as relações entre colônia e metró- EQUADOR Príncipe
Malindi Málaca
Molucas

São Mombasa
pole e os sistemas de organização AMÉRICA
Recife
Salvador
Tomé Luanda OCEANO
DO SUL Moçambique ÍNDICO OCEANIA
política e administrativa no início da TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
Rio de
Santa
Helena Cidade Sofala
colonização. A EF05HI05 é mobiliza- Janeiro do Cabo
MERIDIANO DE
GREENWICH

Cabo da ESCALA
da ao apresentar ao estudante o pa- Boa Esperança 0 2 250 4 500

pel da mulher na sociedade colonial LEGENDA


Quilômetros
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
e também na seção Ler o mundo: Áreas controladas pelos portugueses no século XVI
Cidades e vilas criadas no domínio português
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO

história viva, ao propor a discussão Principais rotas comerciais portuguesas ANTÁRTIDA

dos indígenas na atualidade. A


EF05HI05 é trabalhada em textos e Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2006. p. 40.
atividades, ao discutir a preservação 46
de saberes relacionados à conquista
de direitos pelos povos indígenas. O
capítulo também permite a interlo- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
cução com a CECH1 e a CECH4, pois
ao abordar os grupos sociais do pe- textos e atividades que relacionam aconteci-
ríodo e propor um trabalho com os mentos históricos a relações de poder. O capí-
direitos indígenas, enfatiza o respeito tulo possibilita igualmente o trabalho com o
à diferença e a valorização da diversi- tema contemporâneo transversal Cidadania
dade. Nesse sentido, CEH1 e CEH3 e civismo, ao propiciar o aprofundamento da
também são mobilizadas a partir de Educação em direitos humanos.

82
Orientações didáticas
Analise o mapa da página anterior,
solicitando aos estudantes que identi-
O território que hoje forma o Brasil era a parte americana desse império. Quan- fiquem as áreas controladas pelos por-
do os portugueses chegaram a ele, em 1500, buscavam riquezas e recursos natu- tugueses no período e comente que
rais que pudessem ser explorados para aumentar a renda da Coroa portuguesa e parte do território que hoje forma o
gerar lucro para os mercadores. Na época, as riquezas mais cobiçadas eram metais Brasil fazia parte desse Império. Em
preciosos, como o ouro e a prata. Para explorar as riquezas de sua colônia, os por- seguida, discuta a questão proposta
no início do capítulo.
tugueses negociaram com os indígenas a utilização de seus conhecimentos sobre
Os estudantes devem compreen-
a mata nativa. der que o Brasil já era habitado pelos
indígenas antes da chegada dos eu-
ropeus. Como tinham interesse na
FALANDO SOBRE... Não escreva no livro. exploração de riquezas do território,
os portugueses utilizaram conheci-
Biopirataria mentos dos indígenas no acesso e na

Marcos Amend/Pulsar Imagens


Tradicionalmente, os povos que extração de matérias-primas, como o
pau-brasil. O povoamento ocorreu
vivem na Floresta Amazônica têm
aos poucos. Realize, então, a leitura
um modo de vida que não agride compartilhada do texto.
o meio ambiente. Eles conhecem a
floresta e seus recursos e dominam Falando sobre...
técnicas de uso sustentável da Nesta seção, estimule os estudan-
pesca e da agricultura, como o tes a valorizar a sabedoria indígena
uso de fertilizantes naturais. sobre a natureza e demonstre que
uma das formas mais eficientes de
Contudo, o crescimento das
garantir a sobrevivência da biodiver-
cidades, a construção de usinas Indígenas da etnia Enawenê-Nawê pescando de arco e sidade amazônica é permitir que es-
e estradas e a exploração da flecha em área com aguapés do rio Iquê, em Juína (MT). sas populações indígenas façam uso
floresta por grandes empresas Foto de 2020. dela, como vêm fazendo há milhares
têm ameaçado a existência e o modo de vida de anos.
dessas populações. Há grupos econômicos que biopirataria: neste contexto, Oriente a turma na seleção de fon-
apropriação ilegal dos
recorrem à biopirataria sem trazer nenhum tes para a pesquisa solicitada. É im-
conhecimentos tradicionais
benefício para essas comunidades tradicionais. dos povos da floresta por portante que eles recorram sempre a
A valorização dos povos da floresta e a grupos privados (como fontes confiáveis e que mencionem
indústrias farmacêuticas e de todos os materiais consultados. Arti-
preservação de suas tradições e de seu modo cosméticos) que visam obter gos acadêmicos sobre biopirataria
de vida são uma questão de cidadania e um lucro com esses saberes.
disponíveis na internet podem ser
dever de todos os brasileiros. consultados pelos estudantes com a
sua orientação ou com o acompanha-
• A seguir são apresentados alguns produtos da Floresta Amazônica. Organi- mento de um responsável.
zem-se em grupos. Cada grupo pesquisará um desses produtos. Depois, discu- Para aprofundar:
tam o resultado da pesquisa, elaborem um cartaz e façam uma exposição oral https://ijp.short.gy/Qvh0vd. Acesso
das descobertas. Resposta pessoal. Leia orientações para conduzir a pesquisa neste em: 7 ago. 2021.
Manual do Professor.
A atividade da seção contempla es-
✓ Açaí ✓ Andiroba ✓ Copaíba ✓ Espinheira-santa ✓ Jaborandi
te objetivo de literacia e alfabetização:
47 • Pesquisar, localizar e retirar infor-
mação de texto por meio digital.
Trabalho de pesquisa em grupo
favorece a troca de informações e
a habilidade de análise e de esta-
Como buscar fontes confiáveis: tes verifique se há referências às fontes, belecer relações. A atividade con-
data e nome do autor responsável. tribui para a consolidação dos
Refine as palavras-chave: quanto mais
Consulte fontes com reputação: conhecimentos de literacia e alfa-
refinados forem os termos de busca, mais fácil
utilize instituições de estudos reconheci- betização, incentivando a produ-
será encontrar resultados específicos.
das, centros de pesquisa e universidades ção escrita, a expressão oral e a
Analise o conteúdo: busque dife-
ou grandes especialistas na área. competência em tecnologia.
renciar opiniões de resultados e informa-
ções referenciadas e confiáveis. Educamídia materiais para o professor. Disponível
Avalie as fontes: fontes confiáveis em: https://kwx.short.gy/NX73BM. Acesso em:
citam outras fontes. Ao selecionar as fon- 5 abr. 2021.

83
Orientações didáticas
Aqui é importante que os estudan-
tes percebam as condições em que a
atividade de exploração do pau-bra- A exploração do pau-brasil
sil era desenvolvida e o tipo de rela-
O pau-brasil era a principal riqueza extraída da colônia nos primeiros trinta
ção que se estabeleceu entre os
colonizadores e os indígenas. Chame anos da ocupação portuguesa. A árvore, também conhecida como pau-de-tinta
a atenção deles para o documento ou ibirapitanga, como a denominavam os indígenas que habitavam o território, era
(um mapa da época) reproduzido na muito valorizada na Europa.
página e comente que os indígenas O pau-brasil era uma árvore nativa da Mata Atlântica e crescia no litoral sul-
faziam o trabalho de extração e trans- -americano, desde a região do atual estado do Rio Grande do Norte até onde
porte do pau-brasil. Em troca, rece- hoje fica o estado do Rio de Janeiro. Sua exploração era feita pelos indígenas, que
biam objetos como espelhos, tecidos,
realizavam a parte mais pesada do trabalho, como cortar, empilhar e transportar as
miçangas, machados de ferro, tesou-
ras e anzóis. toras para os navios em troca de objetos como facas, machados e anzóis. Esse tipo
Relembre a turma que essa árvore de troca era conhecido como escambo. A madeira era armazenada nas feitorias
fornecia um corante vermelho, utili- portuguesas, de onde era embarcada para a Europa.
zado pelos europeus principalmente

Reprodução/Instituto Cultural Banco Santos, São Paulo, SP.


para o tingimento de tecidos. Os in-
dígenas usavam esse corante para
tingir penas e a madeira com a qual
faziam arcos. Para administrar a extra-
ção e o comércio de pau-brasil, os
portugueses construíram feitorias,
guardadas por soldados e destinadas
a armazenar o produto.

Brasil, de Giovanni Battista Ramusio, 1556. Esse mapa representa a viagem do navegador francês Jean
Parmentier pelo litoral do território que hoje forma o Brasil. Nele podemos observar os indígenas extraindo
e carregando toras de pau-brasil.
48

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

Atividade complementar
Em 1978, entrou em vigor a lei n. 6 607, que declara o pau-brasil árvore nacional. Acesse com os
estudantes o texto dessa lei no site: https://kwx.short.gy/X4aSPl. Acesso em: 28 jul. 2021.Trabalhe com
a turma a estrutura do gênero textual lei, que apresenta artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens
para expor uma mensagem.
Instigue os estudantes a calcular há quanto tempo existe essa lei e pergunte: Na opinião de vocês,
a comemoração do dia do pau-brasil incentiva a preservação ambiental? Por quê? Espera-se que eles
reconheçam que tais iniciativas favorecem a discussão e a criação de ações em favor da conservação
do meio ambiente.

84
Orientações didáticas
2. a) A canção narra a chegada dos portugueses ao continente americano, ressaltando perdas e danos Explique aos estudantes que, ao
aos povos indígenas; “o fim da era indígena [...] / Levaram nosso ouro, mataram nossa gente, / Mancharam longo da colonização, a incursão pe-
As drogas do sertão nosso solo de sangue inocente”. lo interior do território permitiu aos
Outra riqueza também explorada pelos portugueses no período da coloniza- colonizadores conhecer plantas, fru-
tas e raízes que compunham a vege-
ção foram as drogas do sertão, nome dado aos produtos que não existiam na
tação local. O contato com as
Europa, como cacau, canela, cravo, baunilha e guaraná.
populações indígenas e com seu
Esses produtos tinham bons preços na Europa e eram utilizados principalmen- conhecimento sobre a natureza foi
te no preparo de remédios e como tempero de alimentos. Eram encontrados na fundamental para que os colonizado-
região amazônica e extraídos pelas missões jesuíticas, que utilizavam a mão de res conhecessem as potencialidades
obra indígena para esse trabalho. Os bandeirantes também adentravam no sertão curativas e culinárias das chamadas
em busca desses produtos, entrando, muitas vezes, em conflito com jesuítas e drogas do sertão, que não existiam
indígenas das missões. na Europa.
Não escreva no livro.
Retome com os estudantes quem
1. Responda no caderno às questões a seguir, sobre o Império colonial português. eram os jesuítas e os bandeirantes.
a) O Império colonial português começou a se formar no século XV. Que anos Comente que, interessadas na extra-
compreendem esse século? De 1401 a 1500. ção de drogas do sertão, as missões
de jesuítas exploravam o conheci-
b) De acordo com o mapa da página 46, que áreas pertenciam ao Império colonial mento e o trabalho dos indígenas. A
português entre os séculos XV e XVI? O Estado português dominava áreas na África, disputa por esses recursos e pela mão
na Ásia, na América e em ilhas do oceano Atlântico. de obra indígena causava, muitas ve-
2. Leia, ouça e cante esta canção, que conta a história da chegada dos portugue- zes, conflitos entre os jesuítas e os
ses ao Brasil. bandeirantes.
Cinco séculos Mancharam nosso solo de sangue Entre as drogas encontradas na
Há muito tempo atrás [inocente Amazônia, a mais importante foi o
De Lisboa partiram as caravelas de Cabral O lá eira, o lá rá cacau, que chegou a ser utilizado co-
Rumo às Índias, mas aportaram Mas agora tudo já mudou, mo moeda. Comente com os estu-
Num novo continente tropical Esse é o Garanchoso que é paz e amor dantes que o cacau é a matéria-prima
Era o descobrimento o fim da era E juntos vamos conclamar o amor do chocolate e ainda hoje é muito
[Indígena, importante para a economia brasilei-
E outros quinhentos virão, na alvorada
Tupi Guarani, Tupinambá, Parintintins, ra, sendo produzido principalmente
[da esperança
Não mais vão voltar Hoje o Brasil é criança brincando de na Bahia, com 90% de sua produção
Levaram nosso ouro, mataram nossa [Boi-Bumbá. voltada para a exportação.
Para ouvir a música, acesse:
[gente, https://ijp.short.gy/ififum. Acesso em: 5 jul. 2021. Atividade 1
E OUTROS quinhentos virão. Intérprete: Boi-Bumbá Grupo Garanchoso. Para responder às questões pro-
Compositor: Francisco Carlos de Alcântara. In: CANÇÕES do Brasil: o Brasil cantado por suas crianças.
Intérprete: Palavra Cantada. [s. l.]: Palavra Cantada, 2001. 1 CD, faixa 17. postas nesta atividade, os estudantes
deverão retomar as informações do
a) Que visão a canção transmite sobre o acontecimento da chegada dos portu- texto e do mapa da página 46. O item
gueses ao Brasil? Copie trechos da letra no caderno. a mobiliza, ainda, conhecimentos so-
b) A canção fala do passado e do presente. O que podemos perceber de diferente bre o intervalo de tempo que com-
no presente? Escreva no caderno. preende um século, reforçando a
numeracia. Caso seja necessário re-
3. Agora o artista é você: escolha uma melodia de sua preferência e escreva em mediar defasagens na compreensão
uma folha avulsa uma letra de música narrando o primeiro encontro entre portu- da contagem dos séculos, oriente os
gueses e indígenas. Use a criatividade! Resposta pessoal. estudantes a refazerem as atividades
2. b) A letra da música é organizada em estrofes. Na segunda estrofe o tema é o presente, no qual se 49 sobre séculos da unidade 1.
enfatiza a mudança desse cenário, agora positivo, trazendo esperança, paz e amor.
Atividades 2 e 3
As atividades estão relacionadas
entre si. Reforce o uso do conheci-
Atividade complementar mento dos indígenas pelos coloniza-
dores na exploração das riquezas
Trabalhe com a turma a lenda indígena do • Como a lenda do guaraná explica o apareci- encontradas.
guaraná, uma das chamadas drogas do sertão. mento dessa planta?
Uma versão dessa lenda está disponível no link
do Programa de Documentação de Línguas e
• De que forma essa lenda ajuda a preservar a
cultura indígena?
Culturas Indígenas, coordenado pelo Museu do É importante que os estudantes compreendam
Índio. Disponível em: https://kwx.short.gy/RG5sDY. que a lenda busca explicar um acontecimento mis-
Acesso em: 26 jun. 2021. terioso. Comente que, entre os indígenas, as lendas
Proponha, então, uma conversa orientada pe- são histórias tradicionais muito importantes para a
las questões a seguir: preservação da cultura de diversos povos.

85
Orientações didáticas
Atividade 4
Não escreva no livro.
Antes de realizar a atividade, orien-
te a observação atenta da gravura 4. Observe a gravura, leia a legenda com atenção, troque ideias com os colegas
reproduzida nesta página pelos estu- e responda no caderno às questões.
dantes, identificando as duas partes

Reprodução/Serviço Histórico da Marinha, Vincennes, França.


dessa representação (o mar e o porto)
e os elementos que a compõem (as
embarcações e as pessoas realizando
trocas comerciais). Mencione aos es-
tudantes que uma feitoria portugue-
sa poderia ter alguns aspectos
semelhantes aos dessa representação
de Theodore de Bry, embora possi-
velmente em menor escala. Espera-se
que eles relacionem a gravura ao que
aprenderam sobre a exploração de
recursos na América portuguesa.
Nos itens a e b, se observaram bem
a imagem, os estudantes não devem
ter dificuldades para inferir que se 4. b) Porque
os portugue-
trata de um porto e qual a sua função.
ses chegavam
Caso haja algum estranhamento, es- às colônias e
clareça que até a invenção do trem e ao Oriente em
dos automóveis, a maior parte das embarcações, Descrição da minha primeira viagem de navio de Lisboa, Portugal, de Theodore de
mercadorias circulava pelo mar e en- naus e carave- Bry, 1592 (gravura em metal). As mercadorias e as especiarias trazidas do Oriente e das
trava pelos portos. O item c requer las, nas quais colônias portuguesas entravam na Europa pelo porto de Lisboa, capital de Portugal.
uma pesquisa na internet. Se dispo- transportavam Esses produtos interessavam a pessoas de todo o mundo, que circulavam pela cidade
nível, utilize o laboratório de informá- os produtos. em busca de bons negócios.
tica da escola. Um smartphone com a) Que elementos da gravura indicam que o artista representou um porto?
acesso à internet também pode ser O grande número de embarcações atracadas e de mercadorias descarregadas, além do mar.
utilizado para a pesquisa. Esta ativi- b) Por que os produtos entravam em Portugal pelo porto?
dade ainda pode ser feita em dupla
c) Faça uma pesquisa na internet para descobrir a importância das “drogas do
ou em grupo.
Essa atividade exercita a imagina- sertão”. Escolha um ou dois exemplos e responda no caderno:
ção e incentiva a troca de ideias, além • Qual é a importância dessas especiarias hoje?
de contribuir para a consolidação dos
conhecimentos de literacia e alfabe-
• Onde elas são encontradas e exploradas?
tização, incentivando o desenvolvi- • Qual é a importância delas para a economia da região?
mento da expressão oral e da Em seguida, escreva no caderno um texto para um post, a ser divulgado
produção de escrita. na internet (caso você participe de alguma rede social), com o que você
descobriu de mais interessante.
Use como referência para a pesquisa as especiarias citadas no texto.
Sugestão de fonte de pesquisa: https://ijp.short.gy/mFkHV7. Acesso em:
5 jul. 2021.
Durante a correção, incentive os estudantes a ler suas respostas em voz alta. Leia orientações
50
para conduzir a pesquisa neste Manual do Professor.

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

86
Orientações didáticas
Durante a leitura do texto desta
página, retome com os estudantes o
As capitanias hereditárias Tratado de Tordesilhas, já estudado
no Livro do Estudante do 4o ano, de
Com a conquista, as terras onde hoje se localiza o Brasil passaram a ser uma
modo que relembrem a divisão das
posse de Portugal. Na época, a principal função das colônias era produzir riquezas terras americanas entre portugueses
para a metrópole (Portugal, neste caso). e espanhóis e a contestação dessa
Contudo, o Estado português não tinha recursos para explorar o território con- partilha por outras potências euro-
quistado. Além disso, o território era constantemente ameaçado por ataques de peias da época. Em seguida, chame
piratas e por interesses de outros Estados europeus, como França e Holanda. a atenção dos estudantes para o ma-
pa reproduzido nesta página e para
Diante da ameaça constante de invasão das terras por estrangeiros que tam- a data em que ele foi feito. Oriente-os
bém queriam explorar as riquezas do território e não reconheciam o Tratado de a observarem os detalhes do mapa e
Tordesilhas, em 1534 o rei de Portugal decidiu dividir o território americano em instigue-os a refletir sobre os conhe-
capitanias hereditárias. cimentos geográficos e cartográficos
O território foi então dividido em quinze faixas horizontais. Cada donatário necessários para produzi-lo, o que
recebia uma capitania com a condição de explorá-la com os próprios recursos. propicia o trabalho com a CECH7.
Entre as suas obrigações estavam: defender a terra contra invasões estrangeiras, Após a leitura do texto, discuta
com os estudantes o que significa o
garantir o povoamento e organizar as atividades econômicas.
fato de os donatários terem de explo-
rar seu lote de terra com seus próprios
Reprodução/Biblioteca da Ajuda, Lisboa, Portugal.

hereditário: que pode ser recursos. Encaminhe a discussão, aju-


herdado, transmitido aos
descendentes. dando-os a elaborar a ideia de que a
donatário: nobre português Coroa portuguesa implantou um
a quem a metrópole doava a sistema de colonização baseado em
capitania hereditária na colônia. investimentos privados, que dava aos
donatários muitos poderes, mas tam-
bém responsabilidades que a maioria
deles não tinha condições de cumprir.

Para saber mais


Antes de introduzir o tema, sugeri-
mos assistir ao vídeo Marco de Tordesi-
lhas e selecionar trechos para mostrar
Mapa de Luís Teixeira, cartógrafo
português, de cerca de 1586,
à turma. No vídeo, o historiador Eduar-
representando as capitanias hereditárias. do Bueno explica de forma descontraí-
Essas capitanias foram o primeiro da e bem-humorada esse tratado e
sistema de ocupação e exploração do apresenta um dos marcos físicos desse
território brasileiro. No entanto, houve acordo localizado em Cananeia no li-
donatários que jamais estiveram no toral sul de São Paulo. Disponível em:
Brasil; outros pouco se interessavam https://kwx.short.gy/RXxFph. Acesso
por suas propriedades. Somente as em: 2 jul. 2021.
capitanias de São Vicente, mais ao sul,
e de Pernambuco, mais ao norte, se
desenvolveram.

51

87
Orientações didáticas
Explique aos estudantes que o go- 1. Porque o governo português não tinha recursos para ocupar o território. Além disso, outros Estados
verno-geral, criado em 1548, foi uma europeus, como França e Holanda, não aceitavam o Tratado de Tordesilhas, Não escreva no livro.
alternativa ao fracasso administrativo O governo-geral acordo estabelecido entre Portugal e Espanha que dava a posse do terri-
das capitanias hereditárias, decorrente tório americano apenas a esses dois Estados.
O sistema de capitanias hereditárias fracassou. O Estado português encon-
do isolamento entre essas capitanias,
da falta de interesse ou experiência trou, então, outra solução para garantir o controle e a defesa do território: o
administrativa de seus donatários e da governo-geral.
resistência indígena à ocupação do Tomé de Souza, o primeiro governador-geral, chegou à colônia portuguesa em
território. A partir desse novo sistema, 1549. Ele foi encarregado de defender a costa e o interior do território contra
o governo português pretendia cen-
invasores, garantir o cumprimento da lei, assentar colonos
tralizar a administração colonial. Entre
e organizar a administração da colônia. Para isso, fundou a assentar: dar posse
as funções do governador-geral esta- legal de terra.
vam: a criação de novos engenhos, a cidade de Salvador, primeira capital do Brasil, no atual estado
integração dos indígenas aos centros da Bahia.
de colonização, o combate ao comér- Com a comitiva de Tomé de Sousa, vieram os jesuítas, padres missioná-
cio ilegal dos produtos, a construção
de embarcações, a defesa dos colonos
rios que tinham a missão de catequizar os indígenas, ou seja, convertê-los à fé
e a busca por metais preciosos. católica. Acreditava-se que a religião facilitava a submissão da população nativa
Relembre aos estudantes que São à Igreja e ao Estado português.
Vicente, na Baixada Santista, no esta-
do de São Paulo, foi a primeira vila 1. Por que a colônia portuguesa era um território ameaçado por invasões estran-
formada no Brasil, em 1532, e que seu
geiras? Responda no caderno.
fundador, Martim Afonso de Sousa,
recebeu ordens do rei de Portugal
para aí iniciar o plantio da cana-de- 2. Qual foi o primeiro sistema de ocupação e exploração que Portugal estabeleceu
-açúcar. Vale salientar que o sistema para a colônia portuguesa? Transcreva no caderno a única afirmação correta.
de capitanias hereditárias não foi ime- A afirmação correta é a b.
diatamente substituído com a orga- a) As capitanias hereditárias, faixas de terras entregues aos donatários, que pros-
nização do governo-geral. Em 1759, a peraram durante todo o período colonial.
capitania de São Vicente foi a última
b) As capitanias hereditárias, que foram entregues aos donatários. Esses, por sua
a ser destituída pela ação oficial do
governo português, o que comprova vez, pouco se interessaram pelas terras. Do total de quinze, somente duas ca-
que essas duas formas de organiza- pitanias prosperaram.
ção administrativa conviveram duran-
c) O governo-geral, que estava centralizado na cidade de Salvador, primeira ca-
te certo tempo na colônia.
pital do Brasil. 3. As capitanias hereditárias eram doadas pelo rei de Portugal aos do-
Atividade 1 natários, que deveriam investir recursos próprios para povoar, defender
e administrar o território na colônia, o que exigia não só dinheiro, mas
Auxilie os estudantes a resgatar
informações no texto e a associá-las
3. Por que os donatários pouco se interessaram pelas terras recebidas na colônia?
a conteúdos estudados anteriormen- Responda no caderno. também tempo e disposição para defender o território de invasões
externas, trazer colonos de Portugal, instalar engenhos, entre outras obrigações. Somente as
te, como as condições do Tratado de capitanias de Pernambuco e de São Vicente prosperaram nesse sistema.
Tordesilhas, para elaborar a resposta 4. Converse com os colegas sobre as questões a seguir.
a esta questão. 4. a) Porque o sistema de capitanias hereditárias fracassou. A implantação do governo-geral foi uma
A atividade contempla os seguintes a) Por que o governo-geral foi implantado na colônia? tentativa do Estado português
de garantir o controle e a de-
objetivos de alfabetização e literacia: b) Quais eram as funções do governador-geral? fesa do território americano.
Fazer inferências diretas; interpretar 4. b) Defender o território contra invasores, garantir o cumprimen-
e relacionar ideias e informações. 52 to da lei, assentar colonos e organizar a administração da colônia.
Contribui ainda para a consolidação
dos conhecimentos de literacia e alfa- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
betização, incentivando o desenvolvi-
mento da produção de escrita. de forma que cada estudante elabore mental- teracia e alfabetização, incentivando o desen-
mente o processo histórico em estudo. Sempre volvimento da produção de escrita.
Atividades 2 a 4
Estas atividades têm o objetivo de que necessário, oriente os estudantes a buscar
resgatar os principais conteúdos es- no texto as informações necessárias para res-
tudados, preservando uma sequência ponder às questões.
cronológica dos assuntos e formali- As atividades contemplam os seguintes ob-
zando o que os estudantes entende- jetivos de alfabetização e literacia: Fazer infe-
ram sobre eles. É importante que a rências diretas e Interpretar e relacionar
turma estabeleça as relações existen- ideias e informações. Essa atividade contribui
tes entre um questionamento e outro, para a consolidação dos conhecimentos de li-

88
Orientações didáticas
Encaminhe uma conversa introdu-
tória com os estudantes a partir das
A sociedade colonial questões iniciais propostas nesta pá-
gina. Comente que, no período colo-
nial, havia uma sociedade dividida
Como vocês imaginam a sociedade no período do Brasil colonial? Os direitos e entre senhores e escravizados e a
deveres eram iguais para todos? Que funções as mulheres desempenhavam? desigualdade não era questionada
Respostas pessoais. Leia as orientações neste Manual do Professor.
abertamente. Nesse período, as mu-
lheres indígenas e as mulheres africa-
Caçada aos “negros da terra” nas escravizadas eram as principais
responsáveis pelos serviços domésti-
A parceria entre indígenas e colonos não durou muito. Os colonos da capitania
cos. Em alguns casos, tinham certa
de São Vicente necessitavam de mão de obra para os trabalhos em suas proprie- autonomia e exerciam outras fun-
dades. Para isso, começaram a escravizar os indígenas, que eram chamados de ções. Já as mulheres portuguesas
“negros da terra”. Eles eram aprisionados pelos bandeirantes no sertão e, depois, vieram para formar famílias.
vendidos como escravos para cumprir diversas funções. Realize uma sondagem dos conhe-
cimentos prévios dos estudantes so-
Uma vez escravizado, o índio era submetido a todo tipo de trabalho: nas lavou- bre entradas e bandeiras. Relembre
ras, na derrubada das matas, no preparo das roças, nos engenhos, nos moinhos, nas que os bandeirantes eram homens
casas, no transporte de mercadorias, equipamentos e alimentos, na construção de envolvidos em expedições, denomi-
casas e edifícios, na caça, na pesca, no combate a outros povos. […] nadas bandeiras, que percorriam o
FERREIRA, Antonio Celso; IVANO, Rogério. A conquista do sertão. São Paulo: interior do território (o “sertão”) por
Atual, 2002. p. 19. (Coleção A vida no tempo).
longos períodos em busca de rique-
zas e para aprisionar indígenas. É in-
Reprodução/Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.

teressante mencionar que muitos dos


integrantes dessas expedições eram
indígenas escravizados, encarregados
do combate e da captura de outros
indígenas. Muitos dos chamados “ma-
melucos” (filhos de indígenas com
brancos) também acompanhavam as
bandeiras como guias e intérpretes,
em razão de seus conhecimentos so-
bre o sertão e sobre a língua-geral.
Peça aos estudantes que observem
a obra de Thierry Frères, reproduzida
nesta página, feita a partir de um dese-
nho de Jean-Baptiste Debret. Oriente a
leitura dessa obra, pedindo a eles que
façam uma descrição dela. Depois, per-
gunte que sentimentos percebem na
expressão corporal dos indígenas e
qual teria sido a intenção do autor ao
Soldados índios de Curitiba, escoltando selvagens, de Thierry Frères, 1834, com base em desenho de
retratar essa cena. Chame a atenção dos
Jean-Baptiste Debret (litografia, de 49 cm × 34 cm). Uma das atividades mais lucrativas dos bandeirantes
era aprisionar indígenas. estudantes para a condição precária
dos soldados, que carregam armas,
53
porém são representados descalços.
Ainda, oriente a turma a notar a data da
obra, que foi produzida mais de três
séculos após o início da colonização. É
Para saber mais importante que os estudantes perce-
bam que o processo de captura e es-
Eduardo Bueno. Náufragos, traficantes e degradados. Coleção Terra Brasilis. Rio de Janeiro: Objetiva, cravização de indígenas ocorreu
1998. O livro, fartamente documentado, relata de forma descontraída a aventura da descoberta e da durante todo o período colonial.
exploração do território do Brasil nos primeiros trinta anos após o descobrimento. Personagens e
histórias de aventuras podem ser selecionadas para leitura e conversa com os estudantes, estimulan-
do a curiosidade e o prazer da leitura.

89
Orientações didáticas
A leitura do texto e da reprodução
da pintura desta página, relacionados
ao engenho, deve ajudar o estudante Cana-de-açúcar e escravidão dos africanos Não escreva no livro.
a compreender as instalações onde
Entre os séculos XVI e XVII, nas capitanias de Pernambuco e Bahia, desenvolveu-
se realizava a produção de açúcar,
assim como aspectos do cotidiano no -se a cultura da cana-de-açúcar. Os donatários buscavam recursos para construir os
local. Chame a atenção dos estudan- engenhos e produzir o açúcar, que depois seria exportado para a Europa.
tes para os detalhes dessa obra de As mudas de cana-de-açúcar, a maior parte dos equipamentos necessários à
Benedito Calixto, como as pessoas produção e muitos dos produtos utilizados no cotidiano vinham do continente eu-
representadas e as condições em que ropeu. No mesmo período, navios transportando escravizados chegavam da África.
executam o trabalho. Os engenhos dependiam do trabalho dos africanos escravizados, responsável por
Ao abordar o regime de escravi-
quase todas as fases do processo de produção de açúcar.
dão, é importante destacar que o
tráfico de africanos escravizados para

Reprodução/Museu Paulista da USP, São Paulo, SP.


suprir a mão de obra necessária à pro-
dução açucareira gerava lucros para
a metrópole portuguesa.
Com o plantio da cana-de-açúcar,
a partir de 1530, tiveram início a distri-
buição das terras e a fixação de traba-
lhadores na América portuguesa. A
atividade agrícola na colônia pode ser
caracterizada a partir de três elemen-
tos principais: o latifúndio, a monocul-
tura (voltada para as exigências do
mercado europeu) e o trabalho escra-
vo. Esse sistema econômico, denomi-
nado plantation, perdurou por séculos
e o predomínio das grandes proprie-
dades sobre as médias e pequenas
prevalece até hoje no Brasil.
Atividade 1
Auxilie os estudantes na interpreta-
ção da expressão “negros da terra”. Em Moagem de cana na fazenda Cachoeira, em Campinas, de Benedito Calixto, 1880, com base em
seguida, ressalte que a escravidão in- desenho de Hercule Florence (óleo sobre tela, de 1,05 m × 1,36 m). A tela representa um engenho movido
dígena predominou em diversas re- a tração animal. Para moer a cana, os bois giravam em torno da roda do engenho. Um engenho em pleno
funcionamento precisava, em média, de oitenta trabalhadores. Os maiores engenhos chegaram a ter
giões da colônia, sobretudo em áreas
duzentos escravizados trabalhando.
menos enriquecidas, como Maranhão
ou São Paulo. Lembre aos estudantes 1. Por que os indígenas eram chamados de “negros da terra”?
que a escravidão indígena foi contem- Porque eram originários do território americano e, assim como os negros africanos,
porânea da escravidão de africanos ao eram escravizados pelos colonos.
longo de todo o período colonial. 2. Observe a pintura desta página e responda às questões no caderno.
2. a) A cana-de-açúcar.
A atividade contempla o seguinte a) Que produto está sendo processado na moenda?
objetivo de alfabetização e literacia: 2. b) É utilizada mão de obra de africanos escravizados.
Fazer inferências diretas. b) Que tipo de mão de obra é utilizado nesse trabalho?
Atividade 2 54
Oriente a leitura da imagem pelos
estudantes de modo que reconheçam Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
os feixes de cana, a função dos bois e o
mecanismo da moenda. Comente com 2. a) e b) Localizar e retirar informação explícita
eles que essa máquina possuía um alto por meio de leitura de texto e imagem. Essa
custo e não era produzida em território atividade contribui para a consolidação dos
colonial. Ressalte, ainda, que acidentes conhecimentos de literacia e alfabetização,
de trabalho eram comuns e muitos incentivando o desenvolvimento da fluência
escravizados perdiam a vida trabalhan- oral e da produção escrita.
do nesses locais.
A atividade contempla o seguinte
objetivo de alfabetização e literacia:

90
Orientações didáticas
Atividade 3
Realize a leitura compartilhada do
3. Leia o texto e faça no caderno as atividades a seguir. Para casa
texto com os estudantes, esclarecen-
A mãe de Iamê era uma índia guarani e havia do alguns termos que possam ser
apresar: aprisionar,
sido apresada em uma das entradas de Dom Miguel desconhecidos por eles. Inicialmente,
capturar, tomar como presa.
pelo sertão. Era assim naquela época: os paulistas – peça que respondam oralmente so-
que habitavam as colinas e os campos de São Paulo bre o que trata o texto, estimulando-
de Piratininga – passavam sua vida em viagens pelo sertão para procurar ouro, prata -os a identificar o assunto principal,
e aprisionar os índios. Iam a pé, em longas marchas pelas matas, desbravando a exercício que auxilia no desenvolvi-
terra, descobrindo novos lugares, conquistando o país. Eram homens fortes, ambi- mento da capacidade de síntese. Em
ciosos, acostumados a viver no desconforto das matas. seguida, auxilie-os a localizar no texto
Na maioria das vezes, não achavam nem ouro nem prata, mas encontravam as informações requeridas pelas
muitos índios que, também na maioria das vezes, conseguiam aprisionar, porque questões.
tinham a grande vantagem de carre-
gar as poderosas armas de fogo que Atividade complementar

Reprodução/Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.


os índios nem sabiam bem o que
Se possível, organize uma ativida-
eram. […]
de de estudo do meio em uma usina
Os que não morriam eram feitos de açúcar e álcool. Pesquise ante-
prisioneiros e levados para trabalhar riormente se há alguma usina pró-
nas roças, ou eram vendidos como xima à escola e se ela é aberta à
escravos para outros paulistas. Qua- visitação. O site Nova Cana, disponí-
se todo colono paulista, mesmo po- vel em: https://kwx.short.gy/J9GYBE
bre, tinha um nativo para trabalhar (acesso em: 7 ago. 2021), pode au-
por ele: os indígenas que caçavam, xiliar nessa tarefa. Essa proposta de
pescavam, plantavam, cozinhavam, atividade pode ser desenvolvida em
cuidavam das crianças e ainda ser- conjunto com os componentes cur-
viam de guia pelas matas do sertão. riculares de Geografia e Ciências.
Durante a visita, peça aos estudan-
SILVEIRA, Maria José. Iamê e Manuel Diogo nos campos de Piratininga na época
dos bandeirantes. Belo Horizonte: Formato, 2004. p. 13-14. (Coleção Meninos e meninas do Brasil). tes que levantem dados sobre o pro-
cesso atual de industrialização do
a) Associe as palavras numeradas de 1 a 3 às suas respectivas definições, lista- açúcar e do álcool, desde o plantio até
das a seguir. a produção, a embalagem e o arma-
zenamento. Oriente-os também a
observar como se dão as relações de
1. Sertão 2. Entrada 3. Bandeirantes trabalho nesses locais e a buscar in-
formações sobre o tratamento dado
I. Expedição organizada pelo governo para aprisionar indígenas e buscar aos problemas ambientais decorren-
metais e pedras preciosas. I) 2; II) 1; III) 3. tes da produção da usina.
Após a visita, organize a turma em
II. Corresponde à região interior de um território.
pequenos grupos e solicite a eles a
III. Participantes de expedições particulares no período colonial que partiam produção de um texto que compare
em busca de indígenas e riquezas. o que viram e o que leram sobre a
produção dos engenhos no período
b) Qual era a intenção de homens como dom Miguel ao aprisionar os indígenas? colonial.
Escravizá-los.
c) Que tipo de trabalho era feito pelos indígenas capturados?
Eles trabalhavam nas roças, caçavam, pescavam, plantavam, cozinhavam, cuidavam das 55
crianças e ainda serviam de guias pelas matas do sertão.

91
Orientações didáticas
No período colonial, grande parte
das mulheres estava subordinada ao
mando de um parente do sexo mas- A mulher no período colonial
culino, em geral, do pai ou do marido.
A partir de 1550, começaram a chegar à colônia portuguesa na América as mu-
A influência de mulheres livres no am-
biente doméstico se dava no trato lheres europeias. Eram órfãs, educadas em associações portuguesas, que vinham
com os criados da casa ou na nego- para casar-se com os colonos, ter filhos e educá-los de acordo com a sua religião.
ciação de direitos e tarefas delegadas No período colonial, a mulher era vista como propriedade do homem. A ela
ou permitidas pelo marido. No entan- cabiam basicamente os afazeres domésticos e o cuidado com os filhos. As mu-
to, há relatos que citam casos de mu- lheres que tinham oportunidade de aprender prestavam serviços de interesse dos
lheres que rompiam com a relação homens, como lidar com o comércio e ensinar os filhos dos senhores.
matrimonial e buscavam uma vida
autônoma, apesar de moralmente Mulheres negras, escravizadas ou forras (livres), assumiam outras funções. Era
marginalizadas por isso. Ainda assim, comum no cotidiano das vilas e cidades coloniais a presença de mulheres no pe-
foi somente com o incremento da vida queno comércio, como vendeiras, quituteiras e vendedoras ambulantes. A forte
urbana que as mulheres passaram a presença feminina no comércio de alimentos refletia a influência de duas tradi-
desfrutar de maior independência, ções: a africana e a portuguesa. Tanto lá como aqui, cabia às mulheres a tarefa
muitas delas estando envolvidas com de comercializar e distribuir produtos essenciais no cotidiano da população, como
a atividade comercial. Em Vila Rica doces, frutas, hortaliças, queijos e outros.
(atual Ouro Preto, no estado de Minas
Gerais), por exemplo, no ano de 1776,
Reprodução/Museus Castro Maya, Rio de Janeiro, RJ.

70% dos estabelecimentos comerciais


eram administrados por mulheres.
Leia o texto desta página com os
estudantes e destaque os papéis des-
tinados às mulheres portuguesas e às
mulheres de origem africanas e suas
descendentes, bem como suas posi- Café torrado, de
ções nos âmbitos privado e público. Jean-Baptiste Debret,
Chame a atenção da turma para as 1834-1839 (litografia
chamadas “negras do tabuleiro”, re- colorida à mão,
presentadas na gravura de Debret, e de 49 cm × 34 cm).
O comércio de
comente que essas mulheres eram
alimentos praticado
figuras marcantes no cotidiano colo- pelas mulheres
nial da cidade do Rio de Janeiro, sen- (conhecidas como
do relembradas ainda hoje por “negras do tabuleiro”)
mulheres que comercializam doces e era vital para abastecer
outros produtos em tabuleiros. as vilas e cidades no
período colonial.
Atividade 1 1. Os portugueses consideravam importante povoar o território
Não escreva neste livro. com famílias com características europeias.
É importante que os estudantes
compreendam que muitas das mu- 1. No processo de colonização, o que se pretendia com a vinda de mulheres
lheres europeias que chegavam à europeias para a colônia portuguesa na América? Responda no caderno.
colônia portuguesa na América eram
geralmente órfãs que vinham para 2. Analisando o contexto atual, o papel da mulher na sociedade brasileira mudou
casar-se com os homens brancos e em comparação com o período colonial? Explique oralmente. Resposta pessoal.
formar famílias. Ressalte que, mesmo 56
com o intuito de preservar as carac-
terísticas europeias nas famílias for-
madas na colônia, a matriz nacional Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

foi formada pela miscigenação entre


muitos aspectos, mudou consideravelmente em Para saber mais
indígenas, europeus e africanos – e,
relação ao período colonial. Hoje em dia as mu-
posteriormente, também asiáticos. História das mulheres no Brasil, de Mary del
lheres podem estudar, trabalhar, além de atua-
A atividade contempla os seguin- Priore (org.). Contexto, 1997. O livro foi escrito e
rem nas mais diversas profissões e terem muito
tes objetivos de alfabetização e lite- organizado de modo acessível a diversos públi-
mais liberdade em comparação com o passado.
racia: Localizar e retirar informação cos, de especialistas a estudantes, possibilitando
A atividade contempla os seguintes objetivos
explícita e produção de escrita. ao leitor conhecer um panorama das realidades
de alfabetização e literacia: Interpretar e rela-
Atividade 2 cionar ideias e informações; analisar e avaliar femininas no Brasil desde a colônia até os dias
Espera-se que os estudantes con- atuais.
conteúdo e elementos textuais e o desenvol-
cluam que o papel da mulher, em vimento da expressão oral.

92
Orientações didáticas
Para analisar adequadamente a
sociedade colonial, é importante que
Uma sociedade de escravizados, homens livres os estudantes compreendam a auto-
e senhores ridade que os senhores de engenho
tinham na época. Durante a maior
O conflito entre os interesses dos indígenas e os dos colonos europeus que parte desse período, tudo nessa so-
passaram a ocupar o território foi uma das marcas da colonização do Brasil. No pe- ciedade girava em torno da cultura
ríodo colonial, a expansão das plantações levou à expulsão dos indígenas de suas da cana-de-açúcar e da produção do
terras. Os indígenas, assim como os africanos trazidos para a América, passaram a açúcar. Portanto, o poder econômico,
ser utilizados como mão de obra escrava. político e ideológico pertencia àque-
les que possuíam os meios para pro-
A sociedade brasileira estava dividida entre escravizados, homens livres e se-
duzir o açúcar, ou seja, aos senhores
nhores de terra. Os escravizados, indígenas ou africanos, eram considerados instru- de terras e donos de escravizados.
mentos de trabalho e podiam ser vendidos ou trocados como mercadorias. Já os Eles estavam no topo da pirâmide
homens livres (roceiros, artesãos, pequenos comerciantes) eram, em sua maioria, social.
mestiços e de baixa renda. A produção da cana-de-açúcar
Apenas homens brancos e donos de terra ou grandes comerciantes podiam ser movimentava o tráfico de africanos
eleitos para as câmaras municipais e ter cargos ou títulos na administração colonial. escravizados pelo oceano Atlântico e
avançava pelas terras indígenas, tor-
Eles eram chamados de “homens bons” e formavam a elite da sociedade colonial.
nando os dois grupos vulneráveis aos
Enfim, era uma sociedade dividida de modo muito diferente do que estamos interesses econômicos dos portugue-
acostumados nos dias de hoje. A maior parte da população colonial, composta de ses. Eram esses grupos que compu-
escravizados e mestiços, era marginalizada e não podia participar das instituições nham a base da pirâmide social. No
administrativas ou religiosas da colônia. cotidiano colonial, os escravizados
executavam as funções pesadas na
Sociedade colonial brasileira agricultura da cana-de-açúcar e na
produção do açúcar.
Entre essas duas camadas havia
Senhores de terra: uma camada intermediária, formada
aristocratas, senhores por homens livres que, embora re-
de engenho.
cebessem pagamento por seus ser-
Homens livres: ferreiros, viços, também servia aos interesses
carpinteiros, capatazes, do senhor de engenho. No período
mestres do açúcar,
roceiros, lavradores, colonial, as camadas sociais eram
artesãos, pequenos rigidamente estratificadas, e era
comerciantes.
muito raro ascender de uma posi-
ção para outra.
Escravizados:
indígenas e
africanos. Para saber mais
Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque
ra
ed
ito de Holanda (org.). Companhia das
da
ivo
l /A
rq
u Letras, 2015. Essa obra é um clássico
ria

R2
Ed
ito
do pensamento político e social bra-
sileiro e continua sendo uma boa
leitura para professores aprofundarem
57 a compreensão da formação das hie-
rarquias entre portugueses, indígenas
e africanos no Brasil.

93
Orientações didáticas
Atividade 1
A pirâmide da sociedade colonial
brasileira, apresentada na página 57, 1. Observe a pirâmide social, na página anterior, Não escreva no livro.
deve ser analisada coletivamente an- e responda às questões no caderno.
tes que os estudantes realizem esta a) Quem está no topo da pirâmide? Os aristocratas e senhores de engenho, que
atividade. A identificação dos diferen- formavam a elite da sociedade.
tes grupos em determinadas posi- b) Quem compunha a maior parcela da sociedade colonial?
ções permite a compreensão do lugar Os escravizados e os homens livres.
social que ocupavam. 2. Observe a pintura a seguir e faça as atividades no caderno.
A atividade contribui para desen-

Reprodução/Câmara Municipal de São Paulo, SP.


volver a localização e retirada de
informação explícita e a produção
de escrita.
Atividade 2
Esta atividade sintetiza assuntos
trabalhados ao longo do capítulo.
Auxilie os estudantes a analisar a pin-
tura e a localizar as informações so-
licitadas no texto. No item c,
espera-se que eles identifiquem a
mulher em uma posição distante dos
acontecimentos, postada de certa
forma submissa atrás de uma figura
masculina e aparentemente alheia
ao que está ocorrendo na cena prin-
cipal. Para realizar o item d, utilize o
laboratório de informática da escola
ou oriente os estudantes a pesquisar
em um smartphone com acesso à
internet. Se a pesquisa for feita em Instituição da Câmara Municipal de São Paulo, de Antônio Parreiras, 1913 (óleo sobre tela). Esse edifício foi
casa, é recomendável o auxílio de um construído em 1560, mas não era fácil encontrar homens dispostos a assumir a administração das vilas.
adulto. Os estudantes devem visitar a
página da Câmara Municipal de sua a) Quem participa efetivamente da cerimônia representada nessa pintura?
Um padre e homens brancos, vestidos com roupas da época.
cidade e descobrir quantas mulheres b) Os indígenas participam da cerimônia? Como eles se encontram na pintura?
foram eleitas para a Câmara dos Ve- Não, eles ficam a distância, observando a cerimônia.
readores ou para outros cargos im- c) Na sua opinião, o que sugerem a postura e a posição da mulher na pintura?
Resposta pessoal.
portantes como a prefeitura e as d) No período colonial, as mulheres não podiam se candidatar a cargos na Câmara
secretarias municipais. Anote no qua-
Municipal.
dro o que eles descobriram e comen-
te sobre a importância da igualdade Acesse, com a orientação do professor, o site da Câmara Municipal da cidade
de gênero para a construção de uma onde você mora. Pesquise no site para descobrir qual é a participação das
sociedade mais justa. Esta atividade mulheres no município e na Câmara Municipal.
pode ser feita em grupo. Depois da pesquisa, discuta com os colegas: Hoje, homens e mulheres têm
A atividade contribui para inter- direitos iguais? Resposta pessoal. Leia orientações para conduzir a pesquisa neste Manual
pretar e relacionar ideias e infor- do Professor.
mações por meio de leitura de 58
imagem; Pesquisar, localizar e reti-
rar informação explícita de texto Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
e interpretar e relacionar ideias e
informações. Para saber mais
O site https://kwx.short.gy/UnZQtQ. Acesso em:
2 jul. 2021. O portal Plenarinho do Poder Legislativo
do Brasil é destinado às crianças e aos professores
no sentido de apresentar o poder legislativo e os
direitos e deveres dos cidadãos. Destaque para os
planos de aula para o professor cujos temas variam
entre cidadania digital, empoderamento feminino
e o projeto “mulheres extraordinárias”, todos rela-
cionados ao tema desse capítulo.

94
Orientações didáticas
Não escreva no livro. Atividade 3
Esta atividade estabelece um pa-
3. Leia o texto a seguir (texto 1) e um artigo da Constituição brasileira em vigor ralelo entre os direitos das pessoas
atualmente (texto 2). Em seguida, faça o que se pede. que viviam na colônia portuguesa na
Texto 1 América e os direitos das pessoas que
vivem no Brasil atual. Amplie a discus-
Hoje, a Constituição do Brasil garante a igual- Constituição: lei maior de são acerca dos direitos de igualdade
dade de todas as pessoas, independentemente de um país. A Constituição garantidos pela Constituição brasilei-
suas origens étnicas, gênero, língua, religião, estado define a organização
ra e estabeleça um paralelo com a
do Estado, assim como
social ou conjugal, crença religiosa, opinião política, os direitos e deveres efetividade desses direitos. Pode-se,
etc. Mas não era assim que funcionava a sociedade do cidadão. por exemplo, propor uma pesquisa
na época em que o Brasil era colônia de Portugal. com o objetivo de apurar os critérios
Texto elaborado pelos autores.
necessários a uma candidatura ao
cargo de vereador atualmente. No
item b, espera-se que os estudantes
Texto 2 concluam que, independentemente
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de origem, gênero, etnia, religião ou
inviolabilidade:
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos que não se pode situação social, todos devem ser tra-
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di- desrespeitar, deixar de tados com igualdade. Esse é um mo-
reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à reconhecer. mento propício para discutir com os
propriedade […]. estudantes situações de discrimina-
ção, preconceito e racismo, ainda tão
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
https://ijp.short.gy/lJyvZo. Acesso em: 5 jul. 2021. presentes na sociedade brasileira.
a) Hoje, a Constituição do Brasil garante a igualdade de todas as pessoas, independentemente de suas A atividade contribui para desen-
origens étnicas, gênero, língua, religião, estado social ou conjugal, crença religiosa, opinião política, etc. volver a localização e retirada de
a) Transcreva no caderno a frase do texto 1 que explica o artigo de lei apresentado informação explícita e a interpretar
no texto 2. e relacionar ideias e informações.
b) Em sua opinião, é justo que todos os brasileiros tenham os mesmos direitos Atividade 4
e deveres? Converse com um colega sobre essa questão e, depois, registre Esta atividade propõe que os estu-
no caderno suas conclusões. Resposta pessoal. dantes discutam sobre a desigualda-
de de gênero na política e sugiram
4. Em 2021, o Senado brasileiro con- medidas que possam ajudar a corrigir
Wallace Martins/Futura Press

tava com apenas 11 mulheres do tais desigualdades. Entre as possíveis


total de 81 senadores. Quais me- sugestões, os estudantes poderão
didas podem ser tomadas para apontar legislações que obriguem
corrigir as desigualdades entre uma paridade de gênero dentro dos
homens e mulheres na política? próprios partidos políticos, no mo-
mento de apresentar candidatos, por
Converse com os colegas.
exemplo, campanhas de conscienti-
Resposta pessoal.
zação para o grande público, entre
Senadora Kátia Abreu outros.
durante entrevista A atividade contempla os seguin-
coletiva, em Brasília tes objetivos de alfabetização e lite-
(DF), em 2020. racia: relacionar ideias e informações.
Essa atividade favorece a troca de
59 informações, a escuta e a expressão
oral.

Para saber mais


Superando o racismo na escola. Kabengeleb Munanga (org.). Disponível em: https://kwx.short.gy/SXtOgL.
Acesso em: 2 jul. 2021. Livro digital, com livre acesso, apresenta artigos destinados aos professores da edu-
cação básica, cujo intuito é desconstruir práticas e atitudes racistas no cotidiano escolar.

95
Orientações didáticas
Ler o mundo: História Viva
A seção enfoca o direito que ga- LER O MUNDO: HISTÓRIA VIVA
rante aos povos indígenas a manu-
tenção e a defesa de sua cultura e de
seu modo de vida. Ressalte que esse
direito foi conquistado ao longo de Direito indígena: a luta pelas terras
muitos anos de luta e mobilização
O Brasil é um país multicultural, pois nele há diferentes culturas que se rela-
indígena e também de ativistas não
indígenas. cionam. Essa convivência beneficia a todos e, muitas vezes, resulta em trocas de
Nesse estudo, é importante garan- saberes, estimulando o respeito aos diferentes jeitos de ser, de pensar e de agir
tir a análise do contexto histórico em de cada povo.
que os indígenas estão envolvidos. Os povos indígenas do Brasil conquistaram o direito de manter e defender o
Enfatize que a manutenção do seu seu modo de vida, suas crenças, tradições e costumes. É o que garante a Consti-
modo de vida tradicional depende da tuição de 1988, a lei maior do nosso país:
utilização plena das terras e dos re-
cursos naturais nelas disponíveis. Os Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas,
indígenas têm sido ameaçados prin- crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocu-
cipalmente e pelo avanço de fazen- pam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
das, pela grilagem (prática de fraudar
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
documentos para simular a posse de Disponível em: https://ijp.short.gy/dNi87W. Acesso em: 5 jul. 2021.
terra), pelas queimadas e pela explo-
ração mineral.
Antes de pedir que respondam às A lei garante aos povos indíge-

Gerson Gerloff/Pulsar Imagens


perguntas, chame a atenção dos es- nas liberdade para lutar por seus
tudantes para as fotografias desta direitos, aprender sua língua na es-
página, questionando-os sobre os cola e manter a posse da terra na
direitos indígenas que podem ser
qual tradicionalmente vivem.
identificados nelas.

jcbarreto/Futura Press

Alunos indígenas da etnia Guarani Mbya, da


Aldeia Tekoá Porã, em sala de aula na Escola
Estadual de Educação Básica Padre Antônio
Sepp, São Miguel das Missões (RS). Foto de 2019.

Em 2016, indígenas dos povos pataxó e tupinambá


se reuniram em frente ao Congresso Nacional, em
Brasília, em defesa da demarcação de reservas
indígenas. Os conflitos e protestos pela posse das
reservas permanecem no cotidiano do Brasil atual.

60

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

Atividade complementar
Para que os estudantes possam conhecer mais e aprender a valori- É importante dizer que, além dos mitos, existem outras
zar e respeitar a diversidade cultural dos povos indígenas sugerimos o formas de expressão oral, como os cantos, diálogos cerimo-
trabalho com os mitos indígenas. Leia o texto a seguir. niais e outros tipos de discurso [...]
Os povos indígenas, assim como outras sociedades, Disponível em: https://kwx.short.gy/HdXPAk. Acesso em: 2 jul. 2021.
também transmitem seus conhecimentos e experiências por O site apresenta uma série de mitos que podem ser selecionados
meio de mitos. Por serem populações que, até pouco tempo, pelo professor. Após a escolha, promova uma roda de leitura e crie um
não registravam seus saberes na forma de textos escritos, ambiente propício para essa atividade, usando a área externa, sentan-
o principal jeito de transmitir conhecimentos era — e ainda do no chão, escolhendo uma música indígena para a turma conhecer,
é — por meio da fala. entre outras possibilidades.

96
Atividade 1
Oriente os estudantes a reler o tre-
Não escreva no livro. cho da Constituição reproduzido na
página anterior e auxilie-os na interpre-
1. Converse com os colegas e responda às questões no caderno. tação desse texto. No item b, espera-se
a) Qual é o principal direito garantido aos indígenas pela Constituição brasileira de que a turma reflita sobre métodos de
1988? O que representa a garantia desse direito? mobilização legítimos dos povos indí-
genas do Brasil, como organização e
b) De que forma os indígenas podem lutar por seus direitos? Resposta pessoal. participação em protestos e reivindica-
ções, representatividade em cargos
2. Observe o mapa a seguir e responda no caderno às questões. Para casa políticos e acompanhamento da elabo-
1. a) O direito às terras que os indígenas tradicionalmente ocupam. A garantia desse direi- ração de políticas públicas.
to representa o reconhecimento e a importância cul- A atividade contribui para desen-
Brasil: terras indígenas – 2015 tural dos habitantes originais do território brasileiro.
volver a localização e retirada de

Banco de imagens/Arquivo da editora


50º O
OCEANO
a) Em que estados brasi- informação explícita, a análise e
RR
AP
ATLÂNTICO leiros está localizada a avaliação de conteúdo e elementos
EQUADOR

maior parte das terras textuais e a produção de escrita.
MA
indígenas reconheci- Atividade 2
AM
PA
CE
RN das pelo governo? Oriente a observação do mapa
PI PB

RO
PE
b) Esses estados fazem pelos estudantes. Peça a eles que ini-
AC AL
TO SE ciem a leitura pelo título e, em segui-
MT BA parte de quais regiões
da, leiam a legenda. Eles deverão
DF do Brasil? Pesquise em reconhecer os sinais cartográficos e
GO

MG
um atlas. interpretar as informações desse tipo
MS ES Das regiões Norte e
OCEANO de representação. Em seguida, auxilie
PACÍFICO
Centro-Oeste.
DE CAPRIC
ÓRNIO
SP RJ a turma a responder às questões. Po-
TRÓPICO PR
2. a) Nos estados do Acre, Ama- de ser interessante estabelecer uma
LEGENDA
SC Descrição das fases pá, Amazonas, Pará, Roraima, Mato comparação entre as terras indígenas
Declarada
RS Homologada
Grosso e Rondônia. existentes no litoral brasileiro na atua-
ESCALA Regularizada
0 470 940 Áreas não representáveis lidade e a ocupação dessa faixa do
nesta escala
Quilômetros
território no final do século XVI, repre-
Elaborado com base em: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed.
Rio de Janeiro, 2016. p. 112.
sentada no mapa das capitanias he-
reditárias da página 51. Durante o
3. Leia o depoimento dos indígenas ticuna. Depois, responda no caderno à ques- período colonial houve o assassinato
em massa de indígenas por europeus.
tão proposta. Resposta pessoal.
Espera-se que os estudantes concluam que, para os Ti- No item b, auxilie os estudantes na
A nossa riqueza está na terra. cuna, a terra é fonte de riqueza, pois é dela que retiram consulta de um atlas geográfico que
Na terra podemos formar nossas aldeias. seu sustento e expressam seu modo de vida. traga a divisão regional do Brasil.
Podemos cultivar nossas roças. Durante a correção, incentive os estudantes
Atividade 3
Nos rios, igarapés e lagos podemos pescar. a ler suas respostas em voz alta.
O depoimento indígena dos Ticuna
Na floresta que cobre a terra tem caça, remédios, frutas. enfatiza o valor da terra para seu povo.
Tem madeira para construir a casa e a canoa. [...] Antes de propor a atividade, leia o tex-
Nossa vida anda junto com a floresta. to em voz alta e peça que os estudan-
TICUNA. O livro das árvores. São Paulo: Global, 2008. p. 70. tes identifiquem quem está falando e
sobre qual assunto. Em seguida, con-
Explique, de acordo com o texto, por que a terra é tão importante para os Ticuna. verse sobre a questão do valor da ter-
61 ra para os povos indígenas e questione:
A terra tem o mesmo significado para
os povos indígenas e para os não indí-
genas? É importante que os estudan-
tes percebam que para os indígenas a
terra representa o território que permi-
te a reprodução física e cultural do seu
modo de vida, valores e saberes.
Esta atividade propicia o trabalho
com a CECH1, a CECH4, enfatizando
o respeito à diferença, o acolhimento
e a valorização da diversidade de in-
divíduos e grupos sociais. A atividade
também permite a interlocução com
a CEH4.

97
Orientações didáticas
Mais atividades
Atividade 1 MAIS ATIVIDADES
Após copiarem as respostas corre-
tas, auxilie os estudantes a identificar Não escreva no livro.
qual é exatamente o erro da afirmati- 1. Leia os itens a seguir e, depois, copie no caderno somente as afirmativas corretas.
va incorreta. Assim, peça a eles que Afirmativas corretas: a, b, d.
reescrevam a frase corretamente no a) Na época da chegada dos europeus ao continente americano, os portugueses
caderno e promova uma correção tinham um enorme império marítimo.
coletiva. Uma possibilidade de corre-
b) No início da exploração da América, os portugueses interessaram-se pelo pau-
ção é: Piratas, franceses e outros eu-
ropeus invadiam constantemente a -brasil e pelas drogas do sertão, mercadorias valorizadas na Europa.
colônia portuguesa, pois também c) Piratas, franceses e outros europeus invadiam constantemente a colônia portu-
tinham interesse pelas terras e que- guesa para traficar ouro e prata encontrados na costa americana.
riam explorar suas riquezas, como o
pau-brasil. d) O Tratado de Tordesilhas garantia aos portugueses a posse do território ameri-
Atividade 2 cano conquistado por eles em 1500.
Esta atividade tem como objetivo 2. Portugal era a metrópole e o Brasil, sua colônia. Sabendo disso, copie no ca-
verificar a apreensão dos conceitos
derno as duas definições a seguir e indique qual se refere à metrópole e qual
de colônia e metrópole, fundamen-
tais para a compreensão da história se refere à colônia. Para casa
do Brasil. Ao relacionar os números e
as definições, retome o significado
• Região fora dos limites geográficos de um Estado, conquistada, administrada e
explorada por ele. Colônia.
dos verbos apossar e explorar.
Atividade 3 • Estado que se apossa de uma região fora de seus limites geográficos e a explora.
Metrópole.
Auxilie os estudantes a localizar as 3. Embora os povos indígenas vivessem no território americano há muito tempo,
informações necessárias para respon- os portugueses decidiram ocupar a terra e organizar um sistema de adminis-
der às questões no conteúdo das
tração da colônia: as capitanias hereditárias. Com essas informações, responda
páginas 51 e 52. Eles deveriam explorar as capitanias com
no caderno às questões a seguir.
Atividade 4 os próprios recursos, defender a terra
O texto trata da região da Amazô- a) Quais eram as obrigações dos donatários? contra invasões estrangeiras, garantir o
nia Legal, na qual se concentra o povoamento e organizar as atividades econômicas.
maior volume de povos indígenas. b) Qual foi a medida tomada pelo Estado português em razão do fracasso desse
Após a leitura é importante retomar sistema de administração do território?
O Estado português adotou um novo sistema de administração: o governo-geral.
o mapa da página 61 e identificar com 4. Leia o texto com atenção e, depois, responda às questões no caderno.
a turma onde se localiza essa região.
Os estudantes devem associar as Onde vivem os povos indígenas do Brasil?
áreas com maior número de terras Cerca de 55% da população indígena vive na chamada Amazônia Legal. Essa
indígenas com o território compreen- região abrange os Estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima,
dido pela Amazônia Legal. Tocantins, Mato Grosso e a parte oeste do Maranhão.
A questão b retoma a importância As Terras Indígenas localizadas nessa região são maiores do que aquelas exis-
da terra para os povos indígenas, con- tentes em outras regiões do país. [...] Para os povos que habitam a região isso sig-
forme foi trabalhado na seção Ler o nifica uma melhor qualidade de vida, pois eles dependem diretamente do tamanho
mundo (páginas 60-61). Por fim, o
vídeo sugerido na letra c sobre as 62
brincadeiras indígenas tem o intuito
de despertar a empatia das crianças
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
revelando semelhanças e diferenças
nas brincadeiras e nas formas de brin- Para a realização do item c, avalie a possibili-
car. Essa atividade, mais lúdica, foi dade de requisitar uma TV ou monitor com
planejada para encerrar o estudo acesso à internet. Essa tarefa também pode ser
desse capítulo. Qual brincadeira a feita em casa, em dupla ou em grupo, caso não
turma gostaria de ensinar às crianças haja equipamento disponível na escola.
indígenas? Convide os estudantes a
escolher uma brincadeira que gos-
tem e gravem um pequeno vídeo
brincando e conversando com as
crianças indígenas simulando uma
brincadeira conjunta.

98
Orientações didáticas
Venha descobrir!
da área que ocupam para manter sua vida e sua cultura. Quanto maior é a Terra Se os estudantes não tiverem aces-
Indígena, mais plantas e animais existem e, assim, mais alimentos, mais remédios, so ao livro sugerido, oriente-os a con-
mais matéria-prima para a fabricação de objetos e casas, etc. versar com o bibliotecário da escola
TERRAS indígenas. Povos indígenas no Brasil Mirim. Disponível em: ou de uma biblioteca municipal. Esses
https://ijp.short.gy/6OikYZ. Acesso em: 5 jul. 2021. profissionais também podem sugerir
4. a) A Amazônia Legal é a região onde vive mais da metade da população indígena. Esses
povos estão espalhados por toda essa região, que abrange nove estados brasileiros. indicações similares. Incentive os es-
a) O que é e onde se localiza a Amazônia Legal? Reveja o mapa da página 61. tudantes a acessarem o site sugerido
na sala de informática da escola ou
b) Podemos dizer que existe uma relação entre a terra e a preservação da cultura em casa.
Sim. A terra para os indígenas é a fonte de recursos para a sobrevivência
indígena? Explique. da população e para manter sua cultura, expressa nas moradias, nas
festas, nos preparos de alimentos e nas tradições.
c) Assista aos vídeos sobre tradições e brincadeiras entre crianças indígenas.
Depois, com a orientação do professor, a turma pode conversar sobre as
brincadeiras que já conheciam e as que acharam mais divertidas. Vídeos dis-
poníveis em: https://ijp.short.gy/HgCJ7u; https://ijp.short.gy/7tEOKl. Acesso
em: 5 jul. 2021.Leia orientações para conduzir a seção de vídeos e a conversa no Manual
do Professor.

VENHA DESCOBRIR!

◆ Brasil: terra à vista! A aventura ilustrada do


descobrimento, de Eduardo Bueno, L&PM.

Reprodução/Editora L&PM
A grande aventura do descobrimento contada
do ponto de vista dos marinheiros assombrados,
que desafiavam o mar Tenebroso e seus monstros
assustadores... Das privações, da fome e do medo surge, no
horizonte, um exuberante Novo Mundo, um paraíso revelado. Do outro
lado da margem, nativos admirados observam com espanto as grandes
velas brancas que se aproximam da praia.
A aventura do descobrimento em páginas ricamente ilustradas.

◆ Gente colonial – 500 anos: o Brasil


Escola

colônia na TV. Disponível em: https://ijp.


Reprodução/TV

short.gy/mgKf6Z. Acesso em: 5 jul. 2021.


Os personagens históricos do período
colonial no Brasil são vividos por bonecos
mamulengos que narram, de forma leve e
descontraída, o modo como os primeiros
colonos se adaptaram à nova terra, o processo de
miscigenação e o contexto da chegada dos missionários jesuítas.

63

99
Orientações didáticas
O objetivo central do capítulo é a
compreensão do processo que levou CAPÍTULO
à independência e à construção do
Estado nacional no Brasil. Para isso,
trata-se das principais transformações
da sociedade brasileira desde a che-
gada da família real portuguesa até o
4 O BRASIL INDEPENDENTE:
NASCE UMA NAÇÃO
governo de dom Pedro I.
A EF05HI02 é mobilizada ao expli- A família real no Brasil
car o contexto da vinda da família real
portuguesa ao Brasil e o processo que
levou à independência. A EF05HI05 Você sabia que a família real portuguesa mudou-se para o Rio de Janeiro em
é abordada no contexto da primeira 1808? Quais teriam sido os motivos dessa mudança? Respostas pessoais. Leia as
orientações para a atividade
Constituição brasileira, com relação neste Manual do Professor.
ao direito à cidadania política por par-
O Estado português chegou ao início do século manufaturado: o que é
te da população. Tal questão é refor-
XIX enfraquecido e dependente economicamente da produzido em série, com
çada em outras atividades e seções.
riqueza de suas colônias e dos produtos manufatu- padrão único, por processo
As habilidades EF05HI07 e EF05HI10 manual ou mecânico.
são mobilizadas na seção Ler o mun- rados importados da Inglaterra. Os ingleses compra-
do: história Viva, que aborda os vam, de Portugal, matérias-primas enviadas do Brasil,
monumentos públicos à indepen- como algodão, tabaco e madeiras, e vendiam produtos manufaturados para Por-
dência como marcos de memória. tugal e para o Brasil, como roupas e ferramentas. Esse comércio era muito mais
São também abordadas na seção vantajoso para a Inglaterra, uma vez que a venda desses produtos proporcionava
Rede de conhecimento, a partir da mais lucro do que a venda de matérias-primas.
análise dos traços e heranças dos afri- Em 1807, Portugal estava sob ameaça de ser invadido pelo Estado francês,
canos escravizados em pinturas de governado pelo imperador Napoleão Bonaparte, que tinha uma política de con-
época. O capítulo ainda permite a in-
quista de territórios na Europa e fora dela. Os interesses da França na Europa se
terlocução com a CECH1 e a CECH4,
confrontavam com os do governo inglês, e Portugal, aliado da Inglaterra, hesitava
ao abordar os grupos sociais do Brasil
no século XIX e propor um trabalho em romper com sua parceira comercial.

Reprodução/Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa, Portugal.


com a herança africana, enfatizando
o respeito à diferença e a valorização
da diversidade. Nesse sentido, mobi-
liza-se ainda a CEH1 e a CEH3, a par-
tir de textos e atividades que
relacionam acontecimentos históri-
cos a relações de poder e destacam
distintas interpretações dos contex-
tos em questão. O capítulo também
possibilita o trabalho com o TCT
Cidadania e civismo, ao propiciar o
aprofundamento da Educação em
direitos humanos.
Explore a obra da página 64 e cha- Detalhe de Embarque para o Brasil do príncipe regente de Portugal, D. João VI, e de toda a família real,
me a atenção para o título: Embarque óleo sobre tela de Nicolas Delerive, 1807.
para o Brasil do príncipe regente de Por- 64
tugal, D. João VI, e de toda a família real.
Explique que dom João era chamado
de príncipe regente, pois ele governa- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

va Portugal no lugar de sua mãe, a


Antes de propor as atividades da página 65,
rainha Maria I, incapacitada por causa
de uma doença mental. O príncipe se organize na lousa uma linha do tempo com a
tornou rei em 1816, mas somente em cronologia dos principais acontecimentos que
1818 foi coroado, quando adotou o levaram a esse evento. Para isso consulte: Folha
nome de dom João VI. Em seguida, de S.Paulo. A vinda da corte portuguesa – Crono-
discuta com a turma a questão inicial, logia. Disponível em: https://kwx.short.gy/1gTiBE.
permitindo que imaginem livremente Acesso em: 17 jul. 2021. Esse recurso poderá aju-
as razões que teriam levado a família dar os estudantes a formular um mapa mental
real portuguesa ao Brasil. Prossiga com do processo e a compreender melhor o contex-
a leitura compartilhada do texto. to histórico em questão.

100
Orientações didáticas
Atividade 1
Ao saber que o governo francês planejava invadir Portugal, o príncipe regente, Diferentemente do que estão
acostumados, nesta atividade os es-
dom João, decidiu transferir a Corte portuguesa para o Brasil. A Corte incluía a família
tudantes deverão operar a relação
real e cerca de 15 mil pessoas, entre nobres, padres e profissionais a serviço da reale- inversa entre pergunta e resposta.
za. A viagem durou pouco mais de três meses. Após uma breve parada em Salvador, Assim, possibilita-se o desenvolvi-
a família real portuguesa desembarcou no Rio de Janeiro em 8 de março de 1808. mento de noções de causa e conse-
quência. Certifique-se de que os
1. No caderno, elabore uma pergunta adequada para Não escreva no livro. estudantes compreenderam a ativi-
cada uma das respostas a seguir. dade e oriente-os a utilizar as infor-
mações da página anterior para
a) Porque Napoleão Bonaparte, imperador da França, ameaçava invadir Portugal. realizá-la.
Resposta pessoal. Sugestão de pergunta: Por que a família real portuguesa se instalou no Brasil?
b) Porque dom João não queria romper relações com a Inglaterra, que era sua Contempla-se o seguinte objetivo
de alfabetização e literacia: Relacio-
parceira comercial e inimiga da França.
Resposta pessoal. Sugestão de pergunta: Por que Napoleão Bonaparte decidiu invadir Portugal? nar ideias e informações. Também
c) Porque Portugal vendia matérias-primas para a Inglaterra, que vendia produtos contribui para a consolidação dos
manufaturados para Portugal. Resposta pessoal. Sugestão de pergunta: Por que a Ingla- conhecimentos de literacia e alfabe-
terra levava vantagens no comércio com Portugal? tização, incentivando o desenvolvi-
2. Copie no caderno a única afirmação correta. mento da produção de escrita e o
A chegada da família real ao Brasil em 1808 relaciona-se: aumento de vocabulário.

a) ao desejo do rei de Portugal de mudar a sede do poder, transferindo a Corte Atividade 2


A atividade possibilita a leitura em
para a colônia na América.
voz alta, visando à fluência em lei-
X b) à necessidade de evitar a invasão do imperador francês Napoleão Bonaparte a tura oral. Leia todas as alternativas
Portugal. em voz alta e responda coletivamen-
te com a participação da turma.
c) à vontade de dona Carlota Joaquina, que buscava favorecer os interesses de sua Oriente os estudantes a procurar a
família se transferindo para a colônia. resposta no texto e os auxilie a per-
ceber por que as alternativas a e c são
3. Reveja a pintura de Nicolas Delerive, na página anterior, leia o texto e responda incorretas.
às questões no caderno. Para casa
Atividade 3
[…] “Uma cena terrível de confusão e aflição tomou conta de todas as classes Leia o texto com os estudantes e
assim que se tornou conhecida a intenção do príncipe de embarcar para o Brasil: compare a descrição com a pintura
milhares de homens, mulheres e crianças estavam constantemente na praia, em- da página anterior. Espera-se que a
penhando-se por escapar a bordo. Muitas senhoras distintas entraram na água na turma identifique que a imagem está
esperança de alcançar os botes, mas algumas, desgraçadamente, morreram na ten- em desacordo com o descrito no de-
tativa”, descreve o tenente Thomas O’Neill, que estava ao mar, em seu navio, mas poimento, pois não foram retratadas
ouviu a história de outro oficial britânico […]. pessoas se aventurando pelo mar
Veja 1808 – Edição Especial. São Paulo: Abril, mar. 2008. p. 13. para embarcar junto à família real.
Ao final desta atividade é possível
a) O texto e a pintura referem-se a que acontecimento? perguntar aos estudantes qual narra-
À transferência da família real portuguesa para o Brasil. tiva parece ser mais verdadeira: a do
b) Na sua opinião, a cena descrita no texto foi fielmente retratada na pintura? oficial inglês ou a da pintura de Nico-
Descreva um detalhe da pintura que justifique sua resposta. las Delerive. Aproveite o momento
Resposta pessoal. Leia orientações para a atividade neste Manual do Professor.
65 para explicar à turma que as duas
narrativas são pontos de vista parciais
que precisam ser analisadas e con-
frontadas com outros documentos.
A atividade contempla o seguinte
objetivo de alfabetização e literacia:
Interpretar e relacionar ideias e
informações. Contribui também
para a consolidação dos conheci-
mentos de literacia e alfabetização,
incentivando o desenvolvimento da
produção de escrita.

101
Orientações didáticas
O conteúdo das páginas 66 e 67
apresentam as implicações políticas,
econômicas e urbanas da transferên- A abertura dos portos
cia da família real para o Brasil, com
destaque para a construção de um 1 A primeira medida tomada por dom João assim que chegou ao Brasil foi a
império luso-brasileiro. Caso os estu- abertura dos portos brasileiros às nações amigas. Em tese, isso significava que
dantes apresentem dificuldades de o Brasil deixava de ser uma colônia portuguesa, ficando livre para fazer comércio
entender esse conceito, que é central com qualquer outro lugar do mundo. Mas essa medida beneficiou principalmente
na compreensão deste capítulo, re- os ingleses, que tinham condições privilegiadas para vender seus produtos manu-
lembre-os de que o Império colonial faturados no mercado brasileiro.
português era composto da metró- Na prática, com a transferência da Corte portuguesa, o Brasil deixava de ser um
pole (Portugal) e de seus domínios
território dependente de Portugal e passava a ser sede de todo o Império portu-
ultramarinos (colônias) na América, na
África e na Ásia, dos quais o Brasil era guês. A partir desse momento, todas as decisões do Império passaram a ser toma-
uma parte importante e significativa. das em sua sede no Rio de Janeiro, e não mais em Lisboa.
A transferência da Corte de Portu- Em 1815, dom João elevou o Brasil à categoria de Reino Estado soberano:
Estado cujo governo
gal para o Brasil teve como objetivo Unido a Portugal e Algarves. Apesar de ainda não ser inde- tem soberania sobre
preservar a família real e os demais pendente, o Brasil, com essa decisão, já assumia caracterís- determinada área
membros da Corte do risco de apri- ticas de um Estado soberano. geográfica, ou seja,
sionamento pelos franceses. Isso, na não é subordinado a
prática, evitava também a abdicação Em 1816, com a morte de sua mãe, dona Maria I, dom outro Estado.
da Coroa, a abolição da Monarquia e João tornou-se rei, assumindo o nome dom João VI.
a desintegração do Império. Por outro
lado, colocava o Brasil no centro das Mudanças no Rio de Janeiro
decisões imperiais e rebaixava a po-
sição que Portugal tinha até então. Em 1808, o Rio de Janeiro era uma cidade rústica e pacata. Com a vinda da
Destaque que a transferência da família real portuguesa, a capital do Brasil passou por diversas modificações: obras
Corte implicou profundas mudanças de infraestrutura urbana foram realizadas; novos edifícios foram construídos para
estruturais e econômicas no Brasil. abrigar os órgãos do governo; parte da população foi obrigada a ceder sua resi-
Os acordos estabelecidos com a In- dência para nobres, criados e funcionários da Corte. 2
glaterra significaram o fim do exclu-
sivo comercial, o que indicava que

Reprodução/Coleção particular
as relações comerciais brasileiras
com algumas nações não precisa-
riam mais passar pela intermediação
da metrópole.
Além disso, para abrigar a família
real e sua Corte e para atender ao
seu estilo de vida, foi necessário ga-
rantir uma infraestrutura adequada
no Rio de Janeiro. A cidade passou
por grandes transformações urba-
nas aos moldes europeus, e recebeu
Vista do Largo do Palácio, de Thierry Frères, 1834-1839, com base em desenho de Jean-Baptiste Debret
diversas instituições ligadas à ciên-
(litografia, de 23 cm × 37,5 cm). Nesse largo, ficava o palácio real, de onde o rei, dom João VI, governava o Brasil
cia e à cultura, como mostra o qua- e o Império português.
dro da página 67.
66

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

102
Orientações didáticas
Atividade 1
Além dos portugueses, muitos estrangeiros migraram para o Rio de Janeiro. Auxilie os estudantes a localizar no
texto da página 66 as informações
Com isso, entre 1808 e 1820, a população da cidade passou de 60 mil para 90 mil
solicitadas nesta atividade. Enfatize
pessoas. Entre esses estrangeiros estavam cientistas, artistas, militares e arquitetos. que o fim das restrições coloniais sig-
Para desenvolver a economia, a arte, a ciência e a cultura no Brasil, novas ins- nificava que o Brasil perdia o status de
tituições foram criadas. Observe o quadro a seguir. colônia, ainda que não pudesse ser
considerado um país formalmente
Instituição Ano de fundação Principal função soberano.
Banco do Brasil 1808 Primeiro banco brasileiro. Atividade 2
Comente com a turma que muitos
Responsável pela publicação de jornais, livros
Imprensa Régia 1808 moradores do Rio de Janeiro, na épo-
e panfletos impressos no Brasil.
ca da chegada da Corte, foram despe-
Museu Real 1808 Destinado à pesquisa científica. jados de suas casas para ceder
Real Teatro de São João 1813 Local de exibição de peças de teatro e óperas. moradia aos novos habitantes da ci-
dade. Eles chegavam, inclusive, a ter
Real Biblioteca 1814 Primeira biblioteca pública do país. de deixar em suas moradias as mobí-
Escola Real de Ciências, Centro de ensino de Ciências, Arte e Ofícios, lias, as louças e o que mais lhes fosse
1818 requisitado. As iniciais “PR”, de “prínci-
Arte e Ofícios como pintura, escultura e arquitetura.
Espaço para o cultivo de espécies pe regente”, marcavam a propriedade
Real Jardim Botânico 1819 que devia ser cedida aos novos mora-
vegetais do Brasil e do Oriente.
Fonte: Elaborado pelos autores.
dores. Popularmente, a sigla ficou
conhecida como “Ponha-se na rua”.
Não escreva no livro.
Oriente os estudantes na divisão
1. Transcreva no caderno uma frase do texto da página anterior que tenha rela- dos papéis que representarão. Incen-
ção com cada uma das expressões a seguir. Veja as sugestões de resposta sublinha-
das na página 66. tive cada dupla a dramatizar o diálogo
para o restante da turma. Ao final da
1. Fim das restrições comerciais. atividade, problematize a posição de
privilégio dos recém-chegados ao Rio
2. Moradia para os membros da Corte portuguesa. de Janeiro em relação aos antigos
moradores da cidade.
2. Em grupos, em uma folha avulsa, elaborem e dramatizem um diálogo entre Atividade 3
um funcionário do governo português e um morador do Rio de Janeiro na Oriente os estudantes na pesqui-
época da chegada da família real. Ao criarem o diálogo, levem em conta os sa de informações confiáveis sobre
aspectos a seguir. Resposta pessoal. as instituições indicadas no quadro.
• O funcionário deve explicar ao morador que sua moradia está sendo requisitada Proponha que apresentem seu tex-
to para o restante da turma, apro-
para abrigar membros da Corte.
veitando o momento para avaliar as
• O morador deve mostrar preocupação com a situação. informações pesquisadas e comple-
• O funcionário deve enumerar as vantagens de ter a Corte morando no Brasil. mentá-las sempre que necessário.
As atividades da página contem-
3. Pesquise uma das instituições, fundadas no começo do século XIX, apresenta- plam os seguintes objetivos de alfa-
das no quadro acima. Escreva, no caderno, um texto contando a função e a betização e literacia: Pesquisar,
importância dessa instituição atualmente. Para casa localizar e retirar informação ex-
Atividade de pesquisa. Leia orientações para conduzir a pesquisa neste Manual do Professor. 67 plícita de texto de meio digital; e
interpretar e relacionar ideias e
informações por meio de leitura e
troca de ideias. Contribui ainda para
a consolidação dos conhecimentos
de literacia e alfabetização, incenti-
vando o desenvolvimento da produ-
ção de escrita e da competência em
tecnologia.

103
Orientações didáticas
Para iniciar a discussão proposta
nesta página, é importante estabele-
cer relações entre a abertura dos por- Brasil, um Estado, uma nação
tos e a Independência do Brasil, uma
vez que o livre-comércio significou a
conquista da autonomia econômica O que significa ser independente? Na sua opinião, que mudanças a
brasileira e abriu caminho para a for- independência do Brasil trouxe para o povo? Respostas pessoais.
mação do Estado soberano. Com a
mudança da sede do Império portu-
guês, o Brasil passou a ter elites com Portugal entrou em crise durante o período em que a Corte portuguesa per-
interesses primariamente locais. As- maneceu no Brasil. A exclusividade do comércio com os brasileiros era a principal
sim, os privilégios da relação colônia- fonte de renda dos comerciantes portugueses, mas, com a abertura dos portos,
-metrópole se romperam e as elites eles perderam esse privilégio.
brasileiras e portuguesas passaram a O descontentamento dos portugueses levou à Revolução do Porto, ocorrida
disputar o direito de sediar a Monar- em Portugal em 1820. Uma das exigências dos revolucionários era o retorno ime-
quia e suas instituições. O aprofunda-
diato do monarca a Portugal. Sem alternativa, dom João VI partiu do Brasil com
mento dessa disputa, agravada pela
Revolução do Porto (1820), está no sua Corte em 1821, deixando seu filho, dom Pedro de Alcântara, como príncipe
cerne do processo de Independência regente do Brasil.
do Brasil. Tentando reverter a situação de crise em seu país, os revolucionários portugue-
Comente com os estudantes que, ses votaram leis que tornariam o Brasil novamente colônia de Portugal. Entre essas
como aponta o historiador José Mu- leis, havia decretos que extinguiam a regência de dom Pedro e exigiam sua volta
rilo de Carvalho no livro Cidadania no imediata para Portugal.
Brasil: o longo caminho (Civilização
Brasileira, 2008), “a principal caracte- Descontentes com a situação, membros da elite política brasileira começaram
rística política da Independência bra- a lutar pela independência e buscaram o apoio do príncipe regente dom Pedro,
sileira foi a negociação entre a elite que decidiu permanecer no Brasil, ade-
Reprodução/Museu Paulista da USP, São Paulo, SP.

nacional, a Coroa portuguesa e a In- riu ao movimento pela independência


glaterra, tendo como figura mediado- e expulsou as tropas portuguesas do
ra o príncipe D. Pedro”. Chame a Rio de Janeiro. Em 7 de setembro de
atenção para o fato de, até esse mo- 1822, durante uma viagem a São Paulo,
mento, o Brasil não existir como na- após ter sido informado de que uma
ção: as diferentes capitanias eram
expedição portuguesa desembarcaria
chamadas de “brasis”, denotando a
falta de unidade política e também na Bahia, dom Pedro proclamou a in-
territorial. O processo de indepen- dependência do país, que passou a se
dência econômica e política do Brasil chamar Império do Brasil.
deu início à formação de um senti-
mento de nação e de uma identidade
entre esses diferentes “brasis”. Sessão das Cortes de Lisboa, de Oscar Pereira da Silva,
Permita aos estudantes que se ex- 1922 (óleo sobre tela, de 3,15 m × 2,62 m). A obra
pressem livremente ao responder às representa as Cortes de Lisboa, logo após a Revolução
questões propostas no início desta do Porto. Nessa época, discutia-se nas Cortes se
Portugal e Brasil deveriam continuar unidos ou não.
página. Essas reflexões deverão ser
Os representantes do Brasil temiam o retorno
retomadas ao final do estudo deste à situação colonial anterior à abertura dos portos.
item, na página 71.
68

Para saber mais


Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
A corte portuguesa no Brasil (1808-
-1821), de Paula Porta. Saraiva, 2009.
(Coleção Que história é esta?). O livro
discute as mudanças decorrentes da
instalação da sede do governo portu-
guês no Brasil e os caminhos que
conduziram à independência, além
de chamar a atenção pela forma des-
contraída como aborda esse tema tão
importante da história do Brasil.

104
Orientações didáticas
Atividade 1
Não escreva no livro.
Auxilie os estudantes a localizar no
1. Descreva, no caderno, quais eram as intenções e quais eram as ações destes texto da página 68 as informações
dois grupos: Para casa a) Intenções: tornar o Brasil novamente colônia de Portugal. necessárias para a realização desta
Ações: votaram leis que tornariam o Brasil novamente depen-
a) o dos portugueses revoltosos; dente de Portugal. atividade.
b) Intenções: tornar o Brasil independente de Portugal. A atividade contempla o seguinte
b) o da elite política no Brasil. Ações: começaram a lutar pela independência do Brasil objetivo de alfabetização e literacia:
e a buscar o apoio de dom Pedro. Localizar e retirar informação ex-
2. Em setembro de 1822, dona Leopoldina, nomeada princesa regente interina plícita; fazer inferências diretas. A
do Brasil, reuniu o Conselho de Estado e, aconselhada por esse grupo, enviou transcrição de textos contribui para a
uma carta ao marido, dom Pedro, que estava em viagem a São Paulo, incenti- consolidação dos conhecimentos de
vando-o a proclamar a Independência do Brasil. Com base nessas informações, literacia e alfabetização, incentivando
observe a pintura e faça as atividades no caderno. 2. b) Sim, pois tomou a iniciativa de o desenvolvimento da produção es-
reunir o Conselho de Estado e escre- crita e o aumento de vocabulário.
veu uma carta
Reprodução/Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, RJ.

aconselhando Atividade 2
dom Pedro,
seu marido, a Esta atividade ressalta o importan-
proclamar a te papel de dona Leopoldina no pro-
Independência cesso de independência do Brasil. Ao
do Brasil.
realizá-la, os estudantes poderão re-
fletir sobre a participação feminina na
política no passado, o que permite,
inclusive, sua valorização no presente.
Na historiografia recente, o papel
de dona Leopoldina no acontecimen-
to da Independência do Brasil tem
recebido destaque. Explique aos es-
tudantes que, em 13 de agosto de
1822, dom Pedro, em viagem a São
Paulo, entregou o poder a ela, que,
nesse contexto, tornou-se chefe do
Conselho de Estado – órgão respon-
sável por aconselhar o soberano e
Sessão do Conselho de Estado, de Georgina de Albuquerque, 1922 (óleo sobre
auxiliá-lo em suas decisões – e prin-
tela, de 2,10 m × 2,65 m). Essa obra retrata um momento decisivo no processo de cesa regente interina do Brasil. Ao
independência do Brasil. A personagem em pé, à direita, com o braço estendido, é saber que Portugal pretendia chamar
José Bonifácio, expondo à dona Leopoldina os motivos de separar o Brasil de Portugal. dom Pedro de volta e rebaixar o Bra-
sil novamente ao estatuto de colônia,
a) Quem era dona Leopoldina? Era a esposa de dom Pedro. Ela governava enquanto o dona Leopoldina convocou uma ses-
monarca viajava, com o título de princesa regente interina do Brasil.
b) É correto afirmar que dona Leopoldina desempenhou importante papel na são do Conselho de Estado em 2 de
Independência do Brasil? Justifique sua resposta. setembro de 1822. Em 1o de dezem-
bro de 1822, dona Leopoldina foi co-
c) Muitas mulheres tiveram e continuam tendo importância e influência no cenário roada imperatriz, junto ao marido, na
político de vários países. Pesquise a biografia de uma mulher que tenha sido ou cerimônia de coroação e sagração de
seja chefe de Estado em algum país do mundo e apresente-a aos colegas. dom Pedro I.
Resposta pessoal. Os alunos podem citar as chefes de Estado Angela Merkel (Alemanha), Para finalizar a atividade, auxilie os
Theresa May (Grã-Bretanha), Michele Bachelet (Chile), Dilma Rousseff (Brasil), entre outras. 69 estudantes na pesquisa do item c e
organize a apresentação coletiva dos
resultados. Comente com a turma
que, apesar de a participação femini-
Orientações didáticas na na política ser muito mais relevan-
te hoje em dia, ainda está aquém das
Para saber mais possibilidades. Por isso, é preciso criar
condições para ampliá-la.
Georgina de Albuquerque (1885-1962), artista e professora nascida em Taubaté (SP), foi pioneira
entre as mulheres no meio artístico da capital federal no início do século XX. Seu estilo remete ao
Impressionismo e seus temas mais recorrentes são o nu, a paisagem e o retrato. Após 1920, sua obra
passa a adotar paletas mais sóbrias e temas mais próximos do cotidiano popular, como em No cafezal
(cerca de 1930).
Para saber mais sobre a carreira e a obra da artista, consulte o site: https://kwx.short.gy/mpqqPS.
Acesso em: 14 jul. 2021.

105
Orientações didáticas
Trabalhe com os estudantes o con-
ceito de Constituição, entendida co-
mo instrumento jurídico que regula A primeira Constituição do Brasil
o poder do governante e que deter-
Com a Proclamação da Independência, dom Pedro
mina as competências, os direitos e outorgar: autorizar,
os deveres dos cidadãos. É importan- recebeu o título de imperador e defensor perpétuo do conceder. Neste caso,
Brasil. Em 25 de março de 1824, após vários desenten- dizer que a Constituição
te lembrar que aceitar a Constituição de 1824 foi outorgada
significava, para o rei e seus súditos, dimentos com a elite que participou do processo de significa dizer que ela foi
submeter-se à lei e restringir o poder independência, dom Pedro outorgou a primeira Consti- imposta por dom Pedro.
absoluto do monarca. Na prática, o tuição da nova nação.
Estado passava a ser organizado e li- Veja o que diz o primeiro artigo dessa Constituição:
mitado pelas leis expressas na Cons-

Reprodução/Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.


tituição, resultado dos trabalhos de Art. 1. O IMPERIO do Brazil é a associação Politica de
uma Assembleia Constituinte. todos os Cidadãos Brazileiros. Elles formam uma Nação
Lembre os estudantes que a Cons- livre, e independente, que não admite com qualquer ou-
tituição representa a lei máxima de tra laço algum de união, ou federação, que se opponha
um país. Chame a atenção deles para á sua Independencia.
a grafia de algumas palavras no tre- BRASIL. Constituição Politica do Imperio do Brazil
cho selecionado da Constituição de (de 25 de março de 1824). Disponível em:
https://ijp.short.gy/PtSa1Q.
1824, escritas de acordo com normas Acesso em: 5. jul. 2021.
ortográficas em vigor na época.
Enfatize ainda que a renda de 100
Capa da primeira Constituição
mil-réis era considerada baixa. Boa par- do Brasil, de 1824.
te dos trabalhadores ganhava mais do
que isso e estava apta a participar das Com a Constituição, parte da população brasileira conquistou o direito à cida-
eleições. Destaque que a Constituição dania política, ou seja, o direito de eleger seus representantes. No entanto, apenas
representava avanços políticos, como homens livres maiores de 25 anos que tivessem uma renda mínima de 100 mil réis
a conquista, por parte da população por ano podiam exercer esse direito.
brasileira, do direito de votar e ser vota-
Estavam excluídos do direito ao voto:
Reprodução/Museu Imperial, Petrópolis, RJ.

da. No entanto, a manutenção da es-


as mulheres, porque o voto era restrito aos
cravidão significava uma limitação dos
direitos civis. homens; as pessoas escravizadas, porque
Após a discussão e a problematiza- não eram consideradas cidadãs; e os cida-
ção dos conteúdos presentes no tex- dãos com renda menor do que 100 mil réis.
to desta página, retome com os O fato de o Brasil ser um Estado sobe-
estudantes as questões iniciais da rano e ter uma Constituição não modificou
página 68. Comente que ser indepen- a organização da sociedade brasileira. A prá-
dente é poder agir com autonomia, tica da escravidão continuou existindo, e o
livre de qualquer influência, mas con- poder permaneceu concentrado nas mãos
siderando e respeitando as opiniões dos grandes proprietários de terra.
e as ideias de outras pessoas. Espera-
-se que os estudantes afirmem que,
na prática, o Brasil já era uma nação
Dom Pedro I, gravura de
independente quando se tornou Rei-
Francisco de Queiroz, 1826
no Unido a Portugal e Algarves. Po- (50 cm ×39 cm).
rém, foi só com a primeira Constituição
70
que os brasileiros conquistaram a ci-
dadania política. A Independência do
Brasil, no entanto, não garantiu mu- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
danças significativas para o povo: a
escravidão continuou existindo, o
sistema de governo foi mantido e não
foi dado nenhum benefício a grande
parte da população que morava no
Brasil. Como é possível observar, a in-
dependência foi desencadeada pelos
interesses das elites e atendeu princi-
palmente a elas.

106
Orientações didáticas
Atividade 1
Por meio do Poder Moderador, o
1. A Constituição de 1824 estabelecia a existência de quatro poderes para gover- imperador dominava os demais po-
nar o país. Observe como se organizavam esses poderes e responda às ques- deres, estabelecendo ou revogando
tões no caderno. normas. Além de ter o voto diferencial
em eleições, também podia nomear
Poder Moderador
(Imperador) e demitir ministros. Com base nessas
informações, oriente os estudantes na
Poder Legislativo
Poder Executivo
Poder Judiciário realização desta atividade, que con-
(Deputados e (Juízes e Tribunais)
senadores)
(Imperador e ministros)
Órgão maior: Supremo Tribunal de Justiça
templa os seguintes objetivos de al-
fabetização e literacia: Localizar e
retirar informação explícita; Fazer
a) Que poderes eram exercidos pelo imperador? O Poder Moderador e o Poder Executivo.
inferências diretas; interpretar e
b) A forma de organização dos poderes no Império conferia amplos poderes ao relacionar informações.
imperador. Explique por quê. O Poder Moderador, exercido pelo imperador, estava Atividade 2
acima dos outros poderes, o que lhe conferia o controle sobre todos eles.
Oriente os estudantes a conversar
2. Na escola onde você estuda, qual é o documento que estabelece direitos e com o administrador escolar para res-
deveres de todos os participantes do ambiente escolar? Responda oralmente. ponder a esta questão e obter mais
O documento é o regimento escolar.
informações sobre o documento.

Falando sobre...
FALANDO SOBRE... Não escreva no livro. Esta seção favorece a discussão e
o entendimento de conceitos e ques-
Cidadania tões essenciais para a formação cida-
A Constituição de 1824, outorgada por dom Pedro I, manteve a dã dos estudantes. Um dos conceitos
centrais é o da própria cidadania,
escravidão e a grande propriedade como base da economia. Isso excluiu a propiciando também uma avaliação
maioria da população da cidadania. A cidadania plena inclui: crítica de seu exercício nas diferentes
esferas e espaços sociais.
• direitos civis: direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade e à Junto à turma, estabeleça uma re-
igualdade perante a lei; lação entre os itens reproduzidos
nesta seção e a Constituição brasilei-
• direitos políticos: asseguram a participação do cidadão no governo por meio ra atual. Espera-se que os estudantes
de eleições, partidos e outras formas de demonstração política; notem que, em ambos os textos, são
descritos direitos dos indivíduos de
• direitos sociais: garantem a participação dos cidadãos na riqueza coletiva; uma sociedade. Estimule a turma a
compreendem o direito à educação, à saúde, a um salário justo, entre outros. considerar, inicialmente, a realidade
da comunidade em que vivem para
De 1822 até hoje, o Brasil passou por diversas mudanças, mas muitos responder à questão da atividade e
desses direitos ainda não são garantidos a todos os cidadãos brasileiros. propor soluções. Para ampliar a refle-
xão em uma esfera nacional, é possí-
1. Converse com os colegas e, juntos, pensem em soluções para ampliar vel selecionar notícias de jornais e
esses direitos para o maior número possível de pessoas no Brasil. revistas que corroborem as opiniões
Resposta pessoal. Leia orientações para a atividade neste Manual do Professor. expostas.
A atividade desta seção contempla
71 o seguinte objetivo de literacia: Ana-
lisar e avaliar conteúdo e elemen-
tos textuais. Além disso, favorece a
troca de ideias, a escuta e a fluência
em leitura oral.
Atividade complementar
Proponha uma atividade que estabeleça uma relação entre o passado e o presente. Utilize o roteiro:
1. Retome o conceito de cidadania no presente e proponha uma pesquisa sobre os direitos das
crianças definidos na Constituição de 1988.
2. Promova o levantamento de outros direitos que os estudantes considerem importantes e que não
estejam contemplados na Constituição. Os estudantes deverão votar em qual seria a melhor pro-
posta a ser incorporada à Constituição atual.
3. Oriente a turma na redação coletiva do novo item para a Constituição. A proposta pode ser encaminha-
da como sugestão ao Plenário, por meio do site: https://kwx.short.gy/h9FIVq. Acesso em: 14 jul. 2021.

107
Orientações didáticas
Ler o mundo: História viva
O Monumento da Independência LER O MUNDO: HISTÓRIA VIVA
está localizado na praça da Inde-
pendência, no município de Santos
(SP). De autoria do escultor Antonio
Sartori, o monumento foi escolhido Monumentos da história do Brasil
por meio de um concurso e elabo- O monumento é uma construção erguida para comemorar um acontecimento
rado especialmente para marcar a importante ou homenagear pessoas. Esse tipo de construção também tem um ca-
efeméride. Para saber mais sobre
ráter artístico, ou seja, é dotado de beleza estética. Os monumentos têm a função
esse monumento, consulte o link da
Assembleia Legislativa do estado de de preservar a memória de fatos importantes para determinadas comunidades.
São Paulo: https://kwx.short.gy/fn8A8E. As cidades apresentam monumentos históricos que simbolizam acontecimentos
Acesso em: 14 jul. 2021. significativos para a história de uma nação, de um estado ou de uma comunidade.
A fotografia do Monumento da A Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, é um exemplo de fato
Independência reproduzida nesta marcante. Há vários monumentos em homenagem a esse acontecimento histórico
página permite suscitar uma discus-
e a pessoas que lutaram por ele. Observe dois deles nas fotografias abaixo.
são sobre a função dos monumentos
como marcos da memória coletiva de

Rubens Chaves/Folhapress

Mauro Akiin Nassor/Fotoarena


uma comunidade.
Já o monumento dedicado à heroí-
na da Independência, Maria Quitéria
de Jesus Medeiros, foi erguido em
Salvador pela prefeitura da cidade em
homenagem ao centenário de morte
da combatente.
Antes de propor a realização das
atividades, peça a turma que leia a
legendada fotografia e questione os
motivos que fizeram a combatente
optar pelo disfarce de soldado para
que pudesse lutar. Sugerimos que o
professor assista com os estudantes
à animação Mulan (Disney, 1998) e
compare as duas histórias. Aproveite
para discutir por que heroínas mulhe-
res são menos presentes na história.
Essa conversa pode ser retomada
Monumento a Maria Quitéria de Jesus,
durante a atividade 3. erguido em 1953, em Salvador (BA).
Para finalizar, solicite aos estudan- Maria Quitéria de Jesus (1792-1853) foi uma
tes que recontem a história da anima- O Monumento da Independência foi criado em 1922 combatente que se destacou na luta pela
ção e da heroína baiana, em casa, como parte das comemorações do centenário da independência na Bahia. Por sua bravura em
para os familiares e que selecionem Independência do Brasil. Localizado na praça da combate, foi saudada pela população baiana
Independência, em Santos (SP), é dedicado a José e condecorada pelo Imperador dom Pedro I.
o trecho que mais gostaram para con-
Bonifácio, conhecido como o patriarca da Independência, Foi a primeira mulher a assentar praça
tar na sala de aula. Converse com a e a seus irmãos. Foto de 2017. nas Forças Armadas.
turma sobre aquilo que viram e
aprenderam, bem como sobre aquilo 72
que mais ou menos gostaram.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

Para saber mais


O trabalho com educação patrimonial e com o conceito de patrimônio proposto nesta seção pode ser apoiado pelo trecho a seguir:
O patrimônio cultural se manifesta, assim, como um conjunto de bens e valores [...] expressos em palavras, imagens,
objetos, monumentos e sítios, ritos e celebrações, hábitos e atitudes [...].
Trabalhar com a educação patrimonial não pode ser uma tarefa de passagem de informações e discursos pré-fabricados,
mas levar o educando [...] a procurar entender a linguagem cultural específica utilizada naquelas manifestações e envolver-se
efetivamente com elas [...].
HORTA, Maria de Lourdes Parreiras; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane Queiroz. Guia básico de educação patrimonial.
Brasília/Rio de Janeiro: Iphan/Museu Imperial, 2009. p. 29.

108
Orientações didáticas
Atividade 1
Não escreva no livro. Espera-se que os estudantes reco-
1. Na sua opinião, qual é a função dos monumentos históricos? nheçam que os monumentos são
Resposta pessoal. Leia orientações para esta atividade neste Manual do Professor. feitos para rememorar acontecimen-
2. Nosso patrimônio cultural e natural está constantemente ameaçado de desa- tos ou pessoas marcantes da História.
parecer. As guerras, os desastres naturais, o crescimento desordenado das ci- Nesse sentido, são construídos para
dades, a falta de investimento e o abandono colocam em risco a preservação permanecer ao longo do tempo.
do patrimônio em diferentes lugares do mundo. Observe a fotografia abaixo e Atividade 2
responda às questões. Avalie se os estudantes apresentam
uma atitude positiva em relação à pre-
servação dos monumentos históricos,

Romildo de Jesus/Futura Press


condenando o vandalismo e o abando-
no. Liste previamente os monumentos
importantes da cidade ou da região em
que a turma vive, para que investiguem
mais informações sobre essas constru-
ções e se apropriem de sua história.
Atividade 3
Para realizar a atividade, faça uma
lista das personalidades históricas de
sua região e divida a sala em grupos. É
importante que haja um equilíbrio en-
tre homens e mulheres na lista. Atribua
cada personalidade a um grupo e
oriente o grupo a pesquisar na internet
ou na biblioteca da escola. Na folha
avulsa, é importante que os estudantes
justifiquem por que razão tal persona-
lidade é relevante, ou seja, qual a con-
Monumento em homenagem ao escritor Jorge Amado, em Salvador (BA), em foto de 2018. A estátua
foi vandalizada em uma tentativa de roubo.
tribuição dela para a vida e o bem-estar
da sua comunidade. Na data marcada
a) No caderno, dê exemplos de problemas que dificultam a preservação do patri- para a apresentação dos trabalhos, pe-
ça a cada grupo para escolher um por-
mônio no local em que você vive. Resposta pessoal. Leia orientações para esta ativi-
dade neste Manual do Professor. ta-voz e expor os resultados. Comente
b) Discuta com os colegas: Por que é importante preservar os monumentos cada um deles, incentivando a produ-
históricos? Resposta pessoal. Leia orientações para esta atividade neste Manual ção dos estudantes.
do Professor. Outra sugestão é que os estudantes
3. Os monumentos nas ruas e praças das cidades prestam homenagem a homens gravem um vídeo sobre monumento
e mulheres que se destacaram em suas comunidades. No entanto, muitos per- ou patrimônio do município ou da re-
gião em que vivem, conforme o roteiro:
sonagens importantes são deixados de fora ou são esquecidos pela História.
Selecionem um monumento ou
Em grupos, escolham uma personalidade da comunidade em que vivem e que exemplar do patrimônio material ou
vocês consideram que deveria ser homenageada. Façam uma pesquisa sobre imaterial: edificações, praças, sítios
arqueológicos, danças, festas, tradi-
ela e produzam um texto, em folha avulsa, justificando essa escolha com ar-
ções etc.
gumentos e documentos (fotos, textos, objetos) que comprovem a relevância Gravem um vídeo com o celular,
dessa pessoa na comunidade. Divulguem o texto nas redes sociais. apresentando o local selecionado
Atividade de pesquisa. Leia orientações para a atividade neste Manual do Professor. explicando a importância e os moti-
73
vos pelos quais ele representa essa
comunidade e deve ser preservado.
Se desejar aprofundar o assunto,
consulte o material produzido pela
Unesco. “Patrimônio mundial em
mãos jovens”: Disponível em: https://
kwx.short.gy/g0gVXR. Acesso em: 6
abr. 2021.
A atividade contempla o seguinte
objetivo de alfabetização e literacia:
Interpretar e relacionar informações;
analisar e avaliar conteúdo e elementos
textuais. Também favorece a pesquisa,
a troca de ideias, a escuta, a expressão
oral e a produção de texto escrito.

109
Orientações didáticas
Rede de conhecimentos
Esta seção destaca aspectos do
cotidiano da escravidão a partir de
REDE DE CONHECIMENTOS
duas gravuras do artista francês Jean- Não escreva no livro.
-Baptiste Debret. Retome a gravura
da página 56, no capítulo 3, e apre- O cotidiano da escravidão no Brasil
sente à turma as características do Jean-Baptiste Debret chegou ao Brasil em 1816 e aqui permaneceu até 1831.
trabalho de Debret. Debret era um dos integrantes da Missão Artística Francesa, grupo de artistas e
É importante refletir sobre o uso artesãos franceses que veio ao Brasil a convite de dom João VI para fundar uma
de fontes no ensino e na construção
academia de Belas Artes no Rio de Janeiro. Observe duas obras desse artista.
do conhecimento histórico. O traba-
lho com fontes em sala de aula pode

Reprodução/Museus Castro Maya, Rio de Janeiro, RJ.


ser pensado sob dois aspectos prin- 1
cipais: mostrar aos estudantes as
fontes a partir das quais o conheci-
mento histórico é produzido e per-
mitir uma visão mais concreta em
relação ao passado.

Para saber mais


Além de evidências sobre o passa-
do, as fontes permitem a mobilização
da “imaginação histórica”, como apon- Casamento de negros
ta o historiador Peter Burke. de uma casa rica,
O uso de imagens por his- de Jean-Baptiste
toriadores não pode e não deve Debret, 1826 (litografia
ser limitado à “evidência” no colorida à mão, de
sentido estrito do termo [...]. 34 cm × 49 cm).
Deve-se também deixar espa-
Reprodução/Museus Castro Maya, Rio de Janeiro, RJ.

ço para o que Francis Haskell 2


denominou “o impacto da ima-
gem na imaginação histórica”.
Pinturas, estátuas, publicações
e assim por diante permitem a
nós, posteridade, compartilhar
as experiências não verbais ou
o conhecimento de culturas
passadas [...].Em resumo, ima-
Gravura representando
gens nos permitem “imaginar” o
cortejo fúnebre de
passado de forma mais vívida. criança negra, de
[...] O uso de imagens, em dife- Jean-Baptiste Debret,
rentes períodos, como objeto de 1826 (litografia
devoção ou meios de persuasão, colorida à mão,
de transmitir informação ou de de 34 cm × 49 cm).
oferecer prazer, permite-lhes 74
testemunhar antigas formas
de religião, de conhecimento,
crença, deleite, etc. Embora os Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
textos também ofereçam indí-
cios valiosos, imagens consti- Atividade complementar
tuem-se no melhor guia para o
Um exercício interessante com os estudantes é se colocar no lugar de Debret. Como o artista tra-
poder de representações visuais
balhava? Ele desenhava nas ruas ou pintava de memória em seu ateliê? Como seria feito esse mesmo
nas vidas religiosa e política de
registro nos dias de hoje?
culturas passadas.
O professor pode convidar os estudantes a documentar uma cena do cotidiano em sua comuni-
BURKE, Peter. Testemunha ocular: histó- dade usando os recursos do celular. O que eles escolheriam registrar? Por quê? Como fariam para
ria e imagem. Tradução de Vera Maria manter preservado esse registro? Essas questões, além de colocar o estudante como protagonista no
Xavier dos Santos. Bauru: Edusc, 2004.
p. 16-17.
processo de aprendizagem, pode ajudar a entender o papel dos documentos para o conhecimento
histórico. É desejável fazer uma parceria com o professor de artes se quiser aprofundar a atividade.

110
Orientações didáticas
Atividade 1
Na gravura Casamento de negros de
Debret viajou pelo Brasil e registrou em suas obras as paisagens do país e o co-
uma casa rica, Debret retrata uma ce-
tidiano de seus habitantes. O artista deu atenção especial à diversidade da cultura rimônia de casamento entre negros,
afro-brasileira que encontrou no Brasil. Os africanos trouxeram consigo tradições e representados no interior de um salão
costumes religiosos de seu continente, que se fundiram com alguns costumes dos com trajes ricamente decorados no
europeus. Leia a seguir um trecho escrito por Debret sobre a escravidão no Brasil: estilo ocidental. As roupas e o ambien-
te sugerem hábitos europeus, assim
Tudo assenta pois, neste país, no escravo negro; na roça, ele rega com seu suor como a cerimônia do casamento na
as plantações do agricultor; na cidade, o comerciante fá-lo carregar pesados fardos; presença de um padre católico.
se pertence ao capitalista, é como operário ou na qualidade de moço de recados Em uma visão contrastante, a obra
que aumenta a renda do senhor. Mas, sempre mediocremente alimentado e mal- Cortejo fúnebre de criança negra retra-
tratado […] 1. b) Na imagem 1, as roupas, a postura e o ambiente, bem como a presença de ta uma cerimônia predominantemen-
símbolos cristãos, sugerem hábitos europeus. Já na imagem 2, o modo de se vestir é africano (peito te africana. É possível perceber a
nu, pés descalços e objetos equilibrados na DEBRET, Jean-Baptiste. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil.
cabeça) e não há símbolos religiosos cristãos Belo Horizonte: Itatiaia/São Paulo: Edusp, 1989. t. II, p. 13. diferença na representação em fun-
(como a cruz) na cerimônia, revelando contraste entre costumes europeus e africanos. ção das roupas, tipicamente africanas,
Agora que você leu o texto acima e observou atentamente às duas imagens do tipo de caixão e da ausência, entre
da página anterior, leia o enunciado a seguir e, depois, responda no caderno às os participantes, de símbolos religio-
questões abaixo. sos cristãos, como a cruz.
A comparação e a análise dessas
1. As obras de Debret são importantes fontes históricas e fazem parte de nossa duas imagens permitem aos estudan-
memória cultural. A partir das representações do cotidiano dos escravizados tes perceber que os negros, mesmo
no Brasil feitas por Debret, podemos aprender um pouco sobre aspectos da adotando alguns hábitos culturais dos
cultura afro-brasileira no período imperial. brancos, mantinham aspectos de sua
cultura e tradição, processo denomina-
Com base nas imagens de Debret da página anterior, responda no caderno: do de aculturação pela Antropologia.
A atividade contempla os seguintes
a) Quais costumes foram retratados nas obras reproduzidas?
Um casamento e um cortejo fúnebre. objetivos de alfabetização e literacia:
b) Identifique a obra que retrata um costume africano e a que retrata um costume Fazer inferências diretas; interpre-
europeu. Justifique sua resposta. A obra 1 retrata um costume europeu e a obra 2 tar e relacionar ideias e informa-
retrata um costume africano. ções. O texto dessa seção pode ser lido
2. Faça uma pesquisa em livros ou na internet e anote no caderno costumes em voz alta por um ou mais estudan-
atuais que revelem a influência da cultura africana na sociedade brasileira. tes, visando a fluência em leitura oral.
Depois, troque com um colega para ver que costumes ele anotou. Para casa Atividade 2
Podem ser indicados a capoeira, o candomblé, o samba, a feijoada, entre outros. Estimule os estudantes a refletir so-
3. Em grupos, pesquisem e organizem um dossiê de imagens sobre a cultura bre exemplos de influência da cultura
afro-brasileira no Brasil. Atividade de pesquisa. Leia orientações para conduzir a pesquisa africana em aspectos que fazem parte
neste Manual do Professor. da vida deles e a pesquisá-los. É im-
Para organizar o trabalho, sigam o roteiro abaixo.
portante que o costume tenha relação
• Selecionem diferentes fontes, como livros, obras de referência e internet. com o espaço de vivência do estudan-
te, tornando a atividade de pesquisa e
• Escolham imagens que documentem diferentes aspectos da cultura afro-brasileira. a aprendizagem mais significativas.
A atividade contempla o seguinte
• Organizem as imagens selecionadas e elaborem legendas. objetivo de alfabetização e literacia:
• Discutam a melhor forma de divulgar o material produzido. Interpretar e relacionar informa-
ções; analisar e avaliar conteúdo e
75 elementos textuais. Favorece ainda
a pesquisa, a troca de ideias, a escuta,
a expressão oral e a produção de
escrita.
Para saber mais Atividade 3
Entre outras fontes, sugira aos estu-
https://kwx.short.gy/rDuUd4. Acesso em: 17 dantes que consultem o acervo da
jul. 2021. O link da Enciclopédia Itaú Cultural apre- Biblioteca Nacional, que disponibiliza
senta informações sobre Jean-Baptiste Debret e um projeto específico sobre o tema no
outras representações do cotidiano de escraviza-
link: https://kwx.short.gy/t1XH4Z (aces-
dos feitas pelo artista.
so em: 7 ago. 2021). Auxilie os estudan-
tes na organização das imagens
selecionadas e na escolha da melhor
forma para divulgar esse material.

111
Orientações didáticas
Mais atividades
Atividade 1 MAIS ATIVIDADES
Os estudantes devem identificar os Não escreva no livro.
marcos indicados ao longo do texto
1. Na ordem cronológica: 1807: E; 1808: C; 1815: F; 1821: B; 1822: A; 1824: D.
deste capítulo para a realização desta 1. No caderno ou em uma folha avulsa, trace uma linha do tempo como a do mo-
atividade.
delo abaixo. Deixe um espaço entre uma data e outra e depois copie, em ordem
A atividade contempla o seguinte
objetivo de alfabetização e literacia: cronológica, os acontecimentos listados na sequência. Para casa
Interpretar e relacionar ideias e 1808
1807 1815 1821 1822 1824
informações; analisar e avaliar con-
teúdo e elementos textuais e gráfi-
cos. Desenvolve ainda a representação Esta linha do tempo não representa o intervalo entre as datas de modo proporcional.
de uma linha do tempo, além de apri- A. Proclamação da Independência do Brasil.
morar a produção de escrita.
B. Dom João VI retorna a Portugal por causa da Revolução do Porto.
Atividade 2
Espera-se que, além de notar a cor C. Instalação da Corte portuguesa no Brasil e abertura dos portos às nações amigas.
da pele da mulher e o fato de ela es-
D. Dom Pedro outorga a primeira Constituição do Brasil.
tar descalça, os estudantes percebam
a sua condição social pela função que E. Diante das ameaças da França, dom João decide transferir a Corte portuguesa
exerce na representação: ela anda para o Brasil.
atrás do homem e carrega seus uten-
sílios. Após realizar a análise do deta- F. Elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves.
lhe da gravura, destaque que a 2. Observe a gravura e responda às questões no caderno.
estrutura social colonial foi pouco
alterada com o processo de Indepen- a) Qual é a condição social das duas pessoas representadas por Debret em pri-
dência do Brasil. meiro plano nesta gravura? O homem faz parte da elite e a mulher é escravizada.

Reprodução/Museus Castro Maya, Rio de Janeiro, RJ.


b) A ordem social re-
tratada na obra so-
freu alguma mu-
dança em razão da
Independência do
Brasil?
Não, a escravidão con-
tinuou a existir.

Oficial da Corte indo


ao palácio (detalhe), de
Jean-Baptiste Debret, 1822
(litografia colorida à mão,
de 49 cm × 34 cm).
76

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

112
Orientações didáticas
Atividade 3
Não escreva no livro.
Para realizar a atividade, oriente os
3. Com relação ao processo de Independência do Brasil em 1822, transcreva no estudantes a relerem o texto da pági-
caderno a alternativa correta. na 68. Esse é um bom momento para
I. Em Portugal, a Revolução do Porto, em 1820, exigia a volta da monarquia esclarecer as dúvidas que tenham fi-
portuguesa para Portugal. Esse movimento de pressão impactou a Indepen- cado da leitura do texto. Ajude os
estudantes a entender por que as
dência do Brasil, que acabou não acontecendo.
alternativas I e III estão incorretas. É
X II. O movimento pela Independência do Brasil emergiu da pressão de parte da possível propor uma correção, pedin-
elite política brasileira contra os portugueses. Em 7 de setembro de 1822, do que eles reescrevam as frases de
por fim, o Brasil rompeu os laços de dependência com Portugal e passou a modo a apresentarem os fatos corre-
se chamar Império do Brasil. tamente. Como sugestão:
I. Em Portugal, a Revolução do Por-
III. O conflito entre portugueses e brasileiros no contexto da Independência to, em 1820, exigia a volta da mo-
acalorou os ânimos e os portugueses passaram a exigir o retorno do Brasil à narquia portuguesa para Portugal.
situação de colônia, o que de fato aconteceu. Esse movimento de pressão im-
pactou a Independência do Brasil,
4. Releia o artigo 1º da Constituição de 1824, na página 70, e responda no caderno: que acabou acontecendo dois
4. a) O documento é a primeira Carta Magna do país, que traz o conjunto de leis que marca o anos depois.
a) Por que esse documento é tão importante para a história do Brasil? início do Bra-
sil como país independente e soberano. III. O conflito entre portugueses e bra-
b) Faça uma pesquisa para descobrir o que diz o artigo 1º da atual Constituição do sileiros no contexto da Indepen-
Brasil. Quantos anos se passaram? O que mudou e o que permaneceu? A atual dência acalorou os ânimos e os
Constituição do Brasil foi promulgada em 1988, portanto são 164 anos. portugueses passaram a exigir o
O artigo 1º da Constituição tem como fundamentos hoje: a dignidade humana; os valores sociais retorno do Brasil à situação de co-
do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político; além disso, a soberania e a cidadania não lônia, o que não ocorreu por causa
se modificaram. da declaração de Independência.
VENHA DESCOBRIR!
Atividade 4
◆ 1808 – A família real no Brasil. Espera-se que os estudantes te-
nham compreendido que a Constitui-
Reprodução/Carmem Sodré e Laurentino Gomes

Disponível em: https://tedit.net/J7QxKP.


Acesso em: 5 jul. 2021. ção é a lei máxima do país e, por isso,
Documentário sobre a chegada nossa primeira constituição é um mar-
co da memória nacional. Para o item b,
da família real ao Brasil, contada pelo
é possível consultar a Constituição em
jornalista Laurentino Gomes, autor do uma biblioteca ou acessá-lo no site do
livro 1808, sobre a vinda da família Palácio do Planalto. Disponível em:
real portuguesa para o Brasil. https://kwx.short.gy/N7t55l. Acesso
em: 14 jul. 2021.
Letras

◆ Dom João carioca, de Lilia Moritz Schwarcz e


Reprodução/Editora Companhia das

Spacca, Cia. das Letras. Venha descobrir!


Nesta história em quadrinhos, a historiadora Lilia Oriente os estudantes a acessar o
Schwarcz e o ilustrador Spacca contam a história da site sugerido na sala de informática da
chegada da família real ao Brasil de forma leve e escola ou em casa.
bem-humorada sem abrir mão do rigor histórico. Se possível, incentive-os a buscar
a história em quadrinhos sugerida
em bibliotecas, seja na escola, seja
77 na comunidade.

113
Orientações didáticas
O objetivo central do capítulo é
proporcionar aos estudantes a com- CAPÍTULO
preensão da inter-relação entre a cul-
A CULTURA DO CAFÉ
tura cafeeira e a luta pela abolição do
regime escravista. Para isso, trata-se
das principais transformações da so-
ciedade brasileira na segunda meta-
5 E O FIM DA ESCRAVIDÃO
de do século XIX.
A EF05HI05 é mobilizada na abor-
dagem da luta contra a escravidão e
A cultura do café
a injustiça inerente a esse sistema de
exploração do trabalho. O tema dos Em sua opinião, qual é a importância do café para a economia brasileira?
direitos humanos e a noção de que a Resposta pessoal.
cidadania se relaciona à conquista GooD
we
O café é um dos produtos de exportação mais importantes en
12
histórica de direitos também estão 3/

Sh
para a economia brasileira. No primeiro semestre de 2017, o café

utte
presentes. A EF05HI09 é mobilizada

rs t
ock
ao tratar do combate ao trabalho em brasileiro chegou a 113 países, segundo dados da Empresa Bra-
condições análogas à escravidão. O sileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). No passado, sua
texto e as atividades se reportam aos importância era ainda maior. Entre 1850 e 1920, o café corres-
princípios da cidadania e à Declara- pondia a três quartos (ou 75%) de tudo o que o Brasil exportava.
ção Universal dos Direitos Humanos.
Também se permite a interlocução Grãos de café
com a CECH1 e a CECH4, pois ao torrados.
abordar os grupos sociais do Brasil no Brasil: expansão do café – início do século XIX até 1880

Banco de imagens/Arquivo da editora


século XIX e propor um trabalho com Rio Gra
nde

luta contra a escravidão e a herança MATO


GROSSO
cultural africana, enfatiza o respeito à DO SUL Rio
Ri
MINAS GERAIS
ESPÍRITO
SANTO
Tie oP
diferença e a valorização da diversi- tê
Ribeirão Preto
ar
do

dade de indivíduos e grupos sociais. ad


oS
ul
SÃO PAULO Araraquara aíb
Nesse sentido, também a CEH1 e a Par
á

a n Rio
P ar
CEH3 são mobilizadas, a partir de Ri o
R io Par a n a p anem
a
Resende RIO DE JANEIRO
Vassouras
Guaratinguetá Lorena Bananal
textos e atividades que relacionam Campinas
Taubaté Angra Rio de Janeiro
acontecimentos históricos a relações PARANÁ
Sorocaba
São Luís do Paraitinga
Jacareí
dos Reis
Paraty TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
Ubatuba
de poder. O capítulo possibilita igual- LEGENDA
São Paulo
São
Caraguatatuba

mente o trabalho com o TCT Cida- Início do século XIX Santos Sebastião
Década de 1830
dania e civismo, ao propiciar o Década de 1850
ESCALA
OCEANO ATLÂNTICO 0 80 160
aprofundamento da Educação em Década de 1880
50° O Quilômetros

direitos humanos. Fonte: elaborado com base em ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. 17. ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 43.

A produção do café se difundiu do litoral fluminense para grande parte do estado de São Paulo, o sul de Minas e o
Orientações didáticas Espírito Santo. No século XX, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás também se tornaram produtores.
Converse com os estudantes sobre
a questão inicial da página 78, que Na colheita, fase mais trabalhosa da produção do café, exigia-se muito dos es-
permite avaliar saberes prévios da cravizados. Era comum oferecer benefícios para estimular o rendimento do traba-
turma e introduzir o assunto. Nesse lho, como roupas novas e dinheiro. No entanto, os castigos corporais continuavam
momento é importante ressaltar que, sendo aplicados na rotina do trabalho escravo.
como no passado, o café ainda é um 78
dos produtos de exportação mais
importantes no Brasil.
Em seguida, analise com a turma o Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
mapa sobre a expansão da produção
do café no século XIX. Mostre que no base da economia do Império até a Primeira Re- proprietários de terra dessa região enriquece-
período essa produção se difundiu pública (1889-1930). A mão de obra utilizada no ram e obtiveram títulos de nobreza da Coroa.
do litoral para grande parte do inte- início da lavoura de café era também de escravi- Eles eram conhecidos como “barões do café” e
rior do estado de São Paulo. zados, mas, entre o fim do século XIX e o início do compunham a base do governo imperial.
Comente que foi durante o reinado XX, foi substituída pela mão de obra imigrante
de dom Pedro II que o café se tornou assalariada.
líder nas exportações brasileiras. O pro- Com o desenvolvimento da cultura cafeeira
duto adquiriu tanta importância eco- no vale do Paraíba, entre São Paulo e Rio de
nômica na história nacional como a Janeiro, novos setores da sociedade ascende-
cana-de-açúcar e o ouro, tendo sido a ram à elite econômica e política brasileira. Os

114
Orientações didáticas
Atividade 1
Analise os gráficos com os estu-
Café e modernidade

Augusto Stahl/Coleção Gilberto Ferrez/Instituto Moreira Salles


dantes para que eles sejam capazes
O dinheiro acumulado com a exportação de interpretar as informações apre-
de café permitiu que o Brasil desse os primeiros sentadas. O portal Nova Escola dispo-
passos em direção à industrialização. Entre 1840 nibiliza artigos e planos de aula para
e 1860, produtos manufaturados – como cha- subsidiar o trabalho com gráficos, em
atividade interdisciplinar com a área
péus, tecidos, calçados, entre outros –, antes im-
de Matemática. Esse material orienta
portados, começaram a ser produzidos no Brasil. a organização de informações em
A economia do café também levou à implan- gráficos e tabelas e está disponível
tação das primeiras estradas de ferro. A primeira em: https://kwx.short.gy/CX1kUE
ferrovia, Estrada de Ferro Petrópolis, foi inaugura- Primeira locomotiva da Estrada de Ferro (acesso em: 7 ago. 2021).
da em 1854 e ligava o porto de Mauá, na baía de Recife-São Francisco, em foto de Augusto
Stahl, de 1858.
A atividade contempla os seguin-
Guanabara, à raiz da serra da Estrela, atual Magé. tes objetivos de alfabetização e lite-
racia: Interpretar e relacionar ideias
Em 1867, foi inaugurada a primeira ferrovia paulista, a Estrada de Ferro Santos- e informações por meio de leitura
-Jundiaí. Antes de sua construção, o café produzido no interior de São Paulo era de gráfico; Análise e comparação
transportado por tropas de mulas. A construção da ferrovia tornou o transporte do de gráficos; Fazer inferências dire-
café até o porto de Santos mais rápido e eficiente. tas. Essa atividade contribui para a
consolidação dos conhecimentos de
literacia e alfabetização, desenvolven-
1. Compare os gráficos a seguir e responda às questões no caderno. do a leitura e a interpretação de da-
dos presentes em gráficos.
Brasil: exportação de mercadorias – século XIX Não escreva no livro.
Atividade 2
Banco de imagens/Arquivo da editora

1821-1830 1881-1890
Auxilie os estudantes a resgatar no
1,6% 3,2% café Fonte: elaborado com base texto as informações necessárias para
açúcar em Comércio Exterior do
1,2% 8% 7,7% tabaco Brasil, n. 1, C.E. e n. 12-A subsidiar essa conversa. Se considerar
18,4% 4,2%
0,5% 13,6% 2,7%
erva-mate do Serviço de Estatística pertinente, aproveite o momento pa-
Econômica e Financeira
14,3% 9,9%
algodão
do Ministério da Fazenda.
ra apresentar outros exemplos de
cacau
20,6%
borracha In: SILVA, Hélio Schlitter. modernização em decorrência pelo
61,5% Tendências e Características
30,1% couros/peles
Gerais do Comércio Exterior
sucesso da cultura cafeeira, como a
outras
2,5% mercadorias no Séc. XIX. Revista de urbanização de cidades como São
Economia Brasileira, p. 8, Paulo e outras do interior do estado
jun. 1953.
paulista, nas quais houve a constru-
a) Qual produto teve o maior crescimento e quais tiveram a maior diminuição no ção de grandes obras e vias públicas.
volume de exportação de um período para outro? A atividade contempla o seguinte
Crescimento: café. Diminuição: couros/peles, algodão e açúcar. objetivo de alfabetização e literacia:
b) Quais produtos o Brasil começou a exportar na década de 1880? Analisar e avaliar conteúdo e ele-
A erva-mate e a borracha. mentos textuais. Favorece ainda a
c) A que conclusão se pode chegar sobre o nordeste brasileiro, que centralizava a troca de ideias, a escuta e a fluência
produção de açúcar? Com a diminuição das exportações de açúcar, o nordeste do Brasil em leitura oral.
entrou em crise.
2. Converse com os colegas sobre quais foram as principais mudanças que ocor-
reram no Brasil por causa da economia do café.
Os primeiros passos na industrialização do país e a implantação das primeiras estradas de ferro. 79

115
Orientações didáticas
Explique aos estudantes que, em-
bora a cafeicultura tenha ampliado a
escravidão no Brasil, com um grande O fim do tráfico de escravizados
número de escravizados trabalhando
Durante mais de três séculos, a vinda de escravizados da África sustentou a
tanto nas lavouras quanto em am-
bientes domésticos, havia muita pres- economia brasileira. Essas pessoas faziam a maior parte do trabalho pesado nas
são interna e externa pelo fim do fazendas, nas moradias e nas cidades. Além disso, o tráfico de escravizados era
tráfico de pessoas escravizadas, so- uma grande fonte de lucro para negociantes portugueses e brasileiros.
bretudo após a abolição nas colônias No entanto, aumentava cada vez mais a indignação de parte da sociedade con-
inglesas, em 1833. tra as condições desumanas desse comércio de pessoas no Brasil e no mundo. O
No Brasil, a abolição aconteceu governo inglês fazia pressão para que o governo brasileiro aprovasse uma lei proi-
gradualmente a partir de 1850, quan- bindo o tráfico de escravizados entre a África e o Brasil. As autoridades brasileiras,
do foi decretada a proibição do trans- porém, continuaram tolerando as embarcações que chegavam carregadas de escra-
porte e da venda de escravizados vizados. Descontente com essa atitude, o governo inglês aprovou uma lei em 1845,
entre a África e o Brasil. Externamen-
conhecida como Bill Aberdeen. Essa lei dava à marinha inglesa o direito de aprisionar
te, a pressão era exercida em especial
pela Inglaterra, que estava interessada embarcações que estivessem transportando escravizados da África para a América.
em controlar o continente africano e Os navios-patrulha britânicos passaram, então, a aprisionar essas embarcações no
torná-lo mercado consumidor de mar, impedindo que chegassem ao Brasil.
seus produtos. Internamente, havia o Diante do impasse entre brasileiros e ingleses, o governo do Brasil aprovou a
risco das insurreições dos escraviza- Lei Eusébio de Queirós, em 1850, que pôs fim ao tráfico intercontinental de africa-
dos e a pressão de setores que defen- nos escravizados. Contudo, as fazendas de café continuavam dependentes da mão
diam o regime de trabalho livre. de obra escrava, e o tráfico interno de escravizados, que vinham principalmente
Comente com a turma que o título das províncias do nordeste para trabalhar nas plantações de café do sudeste bra-
desta página trata apenas do fim do sileiro, continuou existindo.
tráfico atlântico de escravizados, já
que, internamente, o tráfico conti-

Reprodução/Coleção particular
nuou existindo e se tornou ainda mais
dinâmico para suprir a demanda de
mão de obra.
Por fim, chame a atenção dos es-
tudantes para a gravura de Johann
Moritz Rugendas reproduzida nesta
página, dando continuidade ao traba-
lho com imagens que apresentam
elementos sobre o cotidiano brasilei-
ro no século XIX. Peça à turma que
verifique os detalhes dessa imagem e
que comente o que ela informa sobre
o nosso passado. Aproveite o momen-
to para discutir as condições em que
viviam os africanos escravizados no
Brasil, estimulando a reflexão dos es-
tudantes sobre a necessidade de um Mercado de negros, de Johann Moritz Rugendas, 1835 (litografia colorida à mão, de
35,5 cm × 51,3 cm). Após longas viagens em condições desumanas em navios, os
movimento que lutasse por seus di- escravizados trazidos da África eram vendidos em mercados como esse no Brasil.
reitos como seres humanos. Ressalte
80
que o momento de modernização e
a abolição do tráfico de escravizados
marcaram o início do movimento Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
abolicionista no Brasil.

116
Orientações didáticas
Atividade 1
Não escreva no livro.
Antes de iniciar esta atividade, pe-
1. Observe a gravura, leia a legenda e responda às questões no caderno. ça aos estudantes que retomem a li-
The Bridgeman Library/Grupo Keystone/Coleção particular

1. c) Porque o governo inglês havia tografia da página anterior, que


aprovado uma lei em 1845, conhecida representa um mercado de escravos.
como Bill Aberdeen, que dava à ma-
rinha britânica o direito de aprisionar Solicite a eles que relembrem de que
navios que estivessem transportando maneira essas pessoas chegavam ali
escravizados da África para a América. e destaque o fato de que o tráfico de
Gravura de J. Cooper, feita com escravizados era lucrativo tanto para
base em ilustração de George os traficantes e para os senhores de
Lydiard Sulivan, de 1873. Diante
da aproximação de navios-
escravos. Em seguida, proponha uma
-patrulha britânicos, traficantes análise coletiva da gravura desta pá-
livram-se de sua “carga”. gina. Prossiga com a atividade, auxi-
liando os estudantes a responder às
a) De que “carga” os traficantes procuravam se livrar? questões propostas.
Dos africanos escravizados.
b) Como os traficantes procuravam se livrar dessa “carga”? A atividade contempla o seguinte
Atirando essas pessoas ao mar. objetivo de alfabetização e literacia:
c) Por que os navios-patrulha britânicos aprisionavam os navios que transporta- Fazer inferências diretas; interpre-
vam escravizados? 1. d) Descontente com essa atitude, o governo inglês aprovou uma lei tar e relacionar ideias e informações
em 1845, conhecida como Bill Aberdeen. Essa lei dava à marinha inglesa por meio de leitura de texto e ima-
d) No caderno, copie do texto da página anterior o trecho que se refere à gravu- gem. Favorece ainda a ampliação de
ra acima. o direito de aprisionar embarcações que estivessem transportando escravizados da vocabulário e o desenvolvimento da
África para a América. Os navios-patrulha britânicos passaram, então, a aprisionar
produção de escrita.
2. Analise a tabela e responda às questões no caderno. essas embarcações no mar, impe-
dindo que chegassem ao Brasil. Atividade 2
Auxilie os estudantes a ler e a inter-
Declínio da população escravizada por região brasileira (1872 a 1887) pretar os dados da tabela para, em
seguida, responder às questões. Eles
Regiões* 1872 1887
deverão exercitar as habilidades de
Norte 102 397 43 981 identificação e comparação de infor-
mações. Finalize a atividade pergun-
Nordeste 405 470 171 797 tando à turma quais eram as causas
da redução do número de escraviza-
Sudeste 891 306 482 327
dos no Brasil. Espera-se que os estu-
Centro-Oeste 17 319 8 188 dantes afirmem que, com a proibição
do tráfico transatlântico, não entra-
Sul 93 335 16 882 vam novos escravizados no Brasil e,
Brasil 1 509 827 723 175 assim, com as alforrias e mortes, o
número declinou consideravelmente
*Os dados da tabela consideram as atuais regiões brasileiras, conforme a classificação regional proposta pelo IBGE.
Fonte: elaborado com base em LUNA, Francisco V.; KLEIN, Herbert S. Escravismo no Brasil.
no período indicado. Aponte que es-
São Paulo: Imprensa Oficial/Edusp, 2000. p. 320. ses dados são independentes da con-
tinuidade do tráfico interno.
a) Entre os anos de 1872 e 1887, o que aconteceu com o número de escravizados A atividade contempla os seguin-
no Brasil? Decresceu. tes objetivos de alfabetização e lite-
b) Qual região concentrava a maior quantidade de escravizados? Por quê? racia: Interpretar e relacionar ideias e
A região Sudeste, porque os escravizados eram mão de obra para o cultivo do café, reali- informações por meio de leitura e
zado nas fazendas dessa região. 81 comparação de dados de uma tabe-
la. Fazer inferências diretas.

117
Orientações didáticas
Proponha uma discussão sobre a
questão inicial desta página, de forma
que os estudantes exponham o que já A sociedade se mobiliza pela abolição
sabem sobre o assunto e formulem
hipóteses, caso não conheçam as for-
mas de mobilização da sociedade no Na sua opinião, como as pessoas fizeram no século XIX para acabar com a
século XIX. Anote suas ideias e hipóte- escravidão? Resposta pessoal.
ses no quadro. Esclareça que, no pro-
cesso que culminou na abolição, os
escravizados resistiram à escravidão Entre 1840 e 1889, o Brasil viveu sob o governo de dom Pedro II. Esse período é
durante séculos e de diversas formas, conhecido como Segundo Reinado. Dom Pedro II se tornou imperador com apenas
com negociações, fugas, formação de 14 anos, em uma época em que o país passava por várias rebeliões e se acreditava
quilombos e rebeliões. Deixe claro que que a existência de um imperador poderia garantir a paz e a estabilidade.
essas formas de resistência vinham A proibição do tráfico de africanos foi o primeiro passo para a abolição da
acontecendo durante todo o período escravatura. Pessoalmente, o imperador dom Pedro II era favorável à abolição, mas
colonial. As discussões sobre a abolição
os grandes donos de terra consideravam a compra e venda de escravizados um
se intensificaram a partir do século XIX
e a população livre contribuiu com a investimento. Por isso, recusavam-se a discutir o fim da escravidão sem que o go-
criação ou incentivo a clubes, associa- verno os compensasse pelo capital que seria perdido.
ções e jornais que difundiam as ideias Enquanto o governo e os grandes donos de escravizados discutiam sem
abolicionistas. Nesse momento, o ob- chegar a nenhum acordo, a sociedade e os próprios escravizados começaram a
jetivo é que a turma entenda que a agir. Os escravizados resistiam à escravidão como podiam, principalmente por meio
abolição da escravatura foi consequên- de fugas, formação de quilombos
cia de uma ampla mobilização da so-
Reprodução/Revista Illustrada

e rebeliões.
ciedade civil, de escravizados e livres, e
não apenas um ato do governo. A partir de 1860, setores cada
vez mais amplos da população
livre das cidades se mobilizaram
Para saber mais em defesa da abolição. Surgiram
clubes, associações e jornais que
O texto a seguir, do historiador Má-
rio Maestri, pode ajudar a elucidar difundiam ideias abolicionistas.
alguns dos acontecimentos nesse
processo de luta contra a escravidão
no Brasil:
Até a segunda metade do
século XIX, o homem escraviza-
do lutou praticamente só contra
O movimento abolicionista adquiriu força
a escravidão. [...] a partir de 1880, e a emancipação dos
A vigilância britânica e escravizados no Brasil era considerada
uma efetiva política repressiva uma questão de tempo. No mesmo ano,
do governo imperial puseram a Revista Illustrada publicou uma caricatura de
fim ao tráfico internacional em Angelo Agostini, na qual um homem branco
direção ao Brasil. [...] Chega- usando um guarda-chuva tenta impedir a
chegada da emancipação, representada por
vam ao fim três séculos de co-
uma nuvem em forma de anjo.
mércio humano entre a África e
o Brasil. [...] 82
Após 1850, o crescimento do
tráfico intermunicipal e interpro-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
vincial levou município se pro-
víncias a viver em um inexorável
processo de desescravização. As transformações estruturais e a
Muitos senhores, sobretudo pressão pública internacional determina-
do Norte e Nordeste, vendiam ram, no início dos anos de 1860, o nasci-
os cativos e engajavam, por mento das primeiras correntes de opinião
salários ínfimos, membros da antiescravistas no Brasil. Era o nasci-
população livre e pobre expulsa mento do movimento emancipacionista.
pela seca das regiões semiáridas MAESTRI, Mário. Império: uma história do Brasil.
do interior. [...] São Paulo: Contexto, 2002. p. 115-120.

118
Orientações didáticas
Comente com os estudantes que
dom Pedro II era filho e sucessor de
Os clubes abolicionistas, por exemplo, ajudavam a alforria: liberdade concedida dom Pedro I, o proclamador da Inde-
esconder escravizados em fuga, arrecadavam dinhei- pelo senhor ao escravizado, pendência do Brasil. Ele assumiu o
ro para pagar as alforrias e defendiam os fugitivos voluntariamente ou mediante trono após o chamado Período Re-
pagamento. gencial (1831-1840), momento de
na Justiça. Muitos desses fugitivos eram encaminha-
dos aos quilombos, onde podiam se refugiar, viver e grande instabilidade política em que
eclodiram muitas revoltas no Brasil.
trabalhar livremente.
Explique também a eles a ideia de
“investidor”, para que compreendam
1. Leia o texto e depois responda às questões no caderno. Para casa
o papel dos senhores de escravos nas
A mulher no processo de abolição da escravatura discussões sobre a abolição e seus
interesses financeiros caso ela se con-
Compositora, instrumentista, regente. Rio de Janeiro, RJ, 17/10/1847 – idem,
cretizasse.
28/02/1935. Maior personalidade feminina da história da música popular brasileira
e uma das expressões maiores da luta pelas liber- Atividade 1
dades no país […]. Foi uma ativa participante do Esta atividade aborda o papel da
movimento pela abolição da escravatura, venden- mulher no processo de abolição, com
do suas partituras de porta em porta a fim de destaque para a figura de Chiquinha
angariar fundos para a Confederação Libertadora. Gonzaga, compositora e musicista
Com o dinheiro arrecadado na venda de suas carioca, filha de um militar com uma
músicas comprou a alforria de José Flauta, um escravizada liberta. Oriente os estu-
escravo músico. dantes na leitura do texto, esclarecen-
do as dúvidas que surgirem, e
Geledés – Instituto da Mulher Negra.
Chiquinha Gonzaga. Disponível em: auxilie-os na localização das informa-
https://ijp.short.gy/4sniOt. ções necessárias para responder às
Acesso em: 5 jul. 2021.
questões propostas.
A atividade contempla os seguin-
Reprodução/Coleção particular

angariar: arrecadar, juntar tes objetivos de alfabetização e lite-


colaborações em forma de apoio, racia: Localizar e retirar informação
dinheiro, mantimentos, etc.
explícita; além de favorecer o desen-
volvimento da produção de escrita.
Chiquinha Gonzaga, primeira Obs.: O texto dessa atividade pode
maestrina brasileira, foi também ser lido em voz alta por um ou mais
uma participante ativa da campanha estudantes, visando à fluência em
abolicionista. Foto de 1865.
leitura oral.

Não escreva no livro. Atividade 2


a) Qual era o talento de Chiquinha Gonzaga? Oriente os estudantes na produção
Chiquinha Gonzaga tinha talento para a música: era compositora, instrumentista e regente. da propaganda, pedindo que criem
b) De que forma ela contribuiu para a causa abolicionista? Ela vendia partituras de porta um slogan e usem fotografias, gravu-
em porta para conseguir fundos para uma instituição que comprava a alforria de escravizados. ras ou desenhos além do texto em
2. Imaginem que vocês fazem parte de um clube abolicionista que foi criado por apoio à abolição dos escravizados.
volta de 1887. Como vocês divulgariam as ideias do clube? Um site que pode ser consultado pa-
Em grupos, criem uma propaganda para difundir ideias abolicionistas. Produ- ra subsidiar essa elaboração é o do
zam cartazes bem coloridos e chamativos. Geledés – Instituto da Mulher Negra:
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. https://kwx.short.gy/6NP9s7 (acesso
83 em: jun. 2021). Após a criação da pro-
paganda, incentive os grupos a divul-
gar o trabalho em redes sociais, blogs
ou no site da escola.
Atividade complementar A atividade contempla o seguinte
objetivo de alfabetização e literacia:
O abolicionismo foi um movimento fundamen- • Eles lutam contra o que ou a favor de quê? Interpretar e relacionar ideias e
tal na luta pelos direitos civis no Brasil. Para trazer Se julgar necessário, indique aos estudantes informações; analisar e avaliar
o assunto aos dias de hoje, proporcionando aos alguns movimentos que podem ser analisados: o conteúdo e elementos textuais.
estudantes uma reflexão sobre demandas sociais dos trabalhadores sem-terra, o da população sem- Também favorece a criatividade, a
atuais, proponha a realização de uma pesquisa -teto, o feminista, o da defesa dos direitos de ne-
em jornais, revistas e na internet sobre movimen- troca de ideias, a escuta, a expressão
gros, o dos direitos dos indígenas, da população
tos civis contemporâneos no país. Oriente-os a oral e a produção de escrita.
LGBTIQ+, entre outros.
seguir o roteiro: Oriente os estudantes a sintetizar o resultado
• Quais são esses movimentos? da pesquisa em um texto no caderno, que pode-
• O que eles reivindicam? rá ser apresentado em sala de aula para a turma.

119
Orientações didáticas
Converse com os estudantes sobre
as leis abolicionistas apresentadas no
quadro da página 84 e explique suas As leis abolicionistas
consequências para os escravizados.
Pressionado pela sociedade, o governo aprovou medidas que extinguiram gra-
A Lei do Ventre Livre, por exemplo, não
assegurava novas oportunidades aos dualmente a escravidão (leia o texto do quadro abaixo). O Brasil foi o último país
beneficiados por ela e nem mesmo ocidental a libertar os escravizados. A escravidão era o maior obstáculo para a con-
garantia que eles se desvinculassem quista da cidadania pela população negra, uma luta que ainda ocorre no presente.
dos senhores. Já a Lei dos Sexagená-
rios beneficiou mais os donos de es- Ano Leis abolicionistas Medidas
cravizados do que os cativos.
Comente também que a Lei Áurea foi 1850 Lei Eusébio de Queirós Proibia o tráfico de escravizados.
assinada pela princesa Isabel, que go-
Declarava livres os filhos de escravizados nascidos a partir
vernava o Brasil na ausência de seu pai
da data da lei. Os beneficiados por essa lei deveriam ser
dom Pedro II, que estava na Europa 1871 Lei do Ventre Livre
entregues para o governo criá-los ou tinham que prestar
para tratamento médico. Essa lei foi trabalho ao senhor até os 21 anos.
enviada à Assembleia-Geral pela prin-
Libertava os escravizados com mais de 60 anos. Com
cesa no dia 8 de maio. Dois dias depois,
essa lei, os proprietários de escravizados não teriam
já estava aprovada e seguiu para o 1885 Lei dos Sexagenários
mais que sustentar escravizados de idade muito
Senado. No domingo, 13 de maio, foi
avançada para o serviço braçal pesado.
aprovada pelos senadores e, em segui-
da, sancionada pela princesa. Libertava os escravizados sem compensações aos
1888 Lei Áurea
senhores.
Atividade
Antes de solicitar aos estudantes a
realização desta atividade, certifique-
• Analise o quadro acima e responda: Quantos anos transcorreram entre a Lei
Eusébio de Queirós e o fim da escravidão? 38 anos.
-se de que eles compreenderam os
dados do quadro. Em seguida, orien-
te-os a utilizar as datas informadas FALANDO SOBRE... Não escreva no livro.
para fazer o cálculo.

Falando sobre... Combate ao trabalho escravo


Comente que atualmente, após O trabalho em condições análogas à escravidão ainda existe no Brasil,
mais de 130 anos da abolição da es- principalmente em setores como o da construção civil, o da indústria têxtil
cravatura, ainda há trabalhadores em e o das atividades rurais (pecuária, agricultura, carvoarias e madeireiras).
condições análogas à escravidão em
grandes propriedades rurais no inte-
Hoje, o direito ao trabalho digno para todos é reconhecido pela
rior do Brasil. A maioria dessas pes- Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal.
soas tem ascendência africana. É Combater e denunciar o trabalho escravo é uma obrigação de todos nós.
importante ressaltar para os estudan-
◆ Em duplas, pesquisem uma notícia que relate um caso de resgate de
tes que o trabalho forçado é uma
prática criminosa, que fere os direitos
trabalhadores em condições análogas às da escravidão no Brasil.
mais básicos do cidadão e, por isso, Anotem a data da notícia, o estado em que o caso aconteceu e a
deve ser combatida, tanto pela socie- medida tomada pela Justiça. Depois, mostrem às outras duplas o
dade civil quanto pelo Estado. resultado dessa pesquisa. Atividade de pesquisa. Leia orientações para a atividade
neste Manual do Professor.
O trabalho com esta seção propicia
um debate sobre a presença do racis- 84
mo e de práticas discriminatórias na
sociedade brasileira atual. As discussões
podem basear-se no texto a seguir: Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

Converse com os estudantes sobre


as permanências do trabalho escravo Por fim, oriente os estudantes a pesquisar, em
e das difíceis condições de vida en- fontes diversas, casos de escravidão contempo-
frentadas pela população negra até rânea. Um site que pode ser consultado como
os dias de hoje. É papel da escola es- apoio a essa pesquisa é o do programa Escravo,
timular o debate e a formação de nem pensar!, coordenado pela ONG Repórter
uma consciência crítica nos estudan- Brasil: https://kwx.short.gy/Ht7mmB. Acesso em:
tes em relação a práticas discrimina- 26 jun. 2021.
tórias e à desigualdade social.

120
Orientações didáticas
O texto desta página busca desta-
car a questão da inserção do negro
A difícil vida dos ex-escravizados na sociedade brasileira após a aboli-
ção, bem como as dificuldades en-
Após a abolição, os escravizados libertos não receberam assistência do governo
frentadas por essa população para
para se integrar à sociedade e se tornar cidadãos plenos. Como não tinham acesso conquistar o direito à plena cidadania,
à terra nem à educação, os ex-escravizados e suas famílias tiveram bastante dificul- luta que permanece presente nos
dade em se adaptar à nova situação. dias atuais.
No trecho a seguir, o historiador Flávio dos Santos Gomes conta como foi o Comente com os estudantes que
fim da escravidão para essas pessoas. o processo de abolição da escrava-
tura no Brasil teve seu desfecho com
[…] Os libertos, apelidados de “os 13 de maio”, procuravam redefinir os rumos a assinatura da Lei Áurea, em 1888.
de suas vidas. Famílias negras inteiras abandonaram fazendas, migrando para outras Entre os países ocidentais, o Brasil foi
regiões. Não poucos negociaram permanência e relações de trabalho com antigos pro- um dos últimos a abolir a escravidão.
prietários, garantindo salários, parcerias e roças. Esse longo período em que o traba-
GOMES, Flávio dos Santos. Negros e política (1888-1937).
lho escravo vigorou no Brasil é reco-
Rio de Janeiro: Zahar, 2005. p. 14. nhecido pelos especialistas como
uma das principais causas dos pro-
Os escravizados libertos também tiveram que lidar com a discriminação e o blemas econômicos e da desigual-
preconceito da sociedade. Sem outra perspectiva, muitos se estabeleceram nas dade social na atualidade brasileira.
periferias das cidades, vivendo sem um trabalho fixo. A abolição foi o começo de É importante enfatizar para a tur-
uma luta pela igualdade que permanece até os dias de hoje. ma que embora a Lei Áurea tenha
proibido o regime de trabalho escra-
Não escreva no livro. vo no Brasil, não proveu meios para
1. Leia o texto a seguir, sobre o papel da mulher nos quilombos e na luta por melhorar as condições de vida dos
direitos. Depois, responda às questões no caderno. Para casa libertos, que passaram a sobreviver às
margens da sociedade brasileira.
[…] as mulheres quilombolas tiveram e têm um papel de extrema importância
nas lutas de resistência, manutenção e regularização de seus territórios.
Atividade 1
Segundo o texto, as mulheres qui-
[…] estas mulheres têm sido as guardiãs das tradições da cultura afro-brasilei-
lombolas têm funções diversas, tanto
ra, além de cuidar da casa, dos filhos(as), dos(as) idosos(as), doentes, da roça, dos
no âmbito privado quanto no âmbito
animais e da preservação dos recursos naturais. Nos tempos da escravização, pro-
público, exercendo um importante
videnciavam alimentos e proteção aos refugiados(as) das lutas de resistência pela
papel na preservação da cultura afro-
liberdade e estavam diretamente envolvidas na organização do quilombo e de mui-
-brasileira e nas lutas pela manuten-
tas revoltas. […]
ção e regularização do território
PINTO, Célia Cristina da Silva; DEALDINA, Selma dos Santos. Mulheres quilombolas e quilombola. O texto menciona, ainda,
o direito à terra. CartaCapital, 15 de agosto de 2017. Disponível em: https://ijp.short.gy/ssyfIv.
Acesso em: 5 jul. 2021.
a função das mulheres quilombolas
no período da escravidão, quando
a) Quais são as principais funções das mulheres quilombolas segundo o texto? providenciavam alimentos e proteção
a refugiados, além de contribuírem
Escreva, com suas palavras, um resumo dessas funções. Resposta pessoal. Leia
orientações para esta atividade neste Manual do Professor. na organização do quilombo e de
b) Na sua opinião, a situação das mulheres dentro da comunidade quilombola du- revoltas.
rante o período da escravidão era melhor ou pior do que a de outras mulheres Após a leitura do texto e sua dis-
cussão, espera-se que os estudantes
livres daquela época? Resposta pessoal. Leia orientações para a atividade neste Manual
do Professor.
reconheçam que as mulheres eram
85 mais valorizadas nos quilombos do
que na sociedade tradicional da épo-
ca da escravidão. Na sociedade tradi-
cional, de modo geral permitia-se às
mulheres apenas a criação dos filhos
eo cuidado com a casa.
A atividade favorece: Localizar e
retirar informação explícita, além
de favorecer o desenvolvimento da
produção de escrita. O texto pode
ser lido em voz alta por um ou mais
estudantes, visando a fluência em
leitura oral; Interpretar e relacio-
nar ideias e informações.

121
Orientações didáticas
Atividade 2 Não escreva no livro.
Incentive a reflexão dos estudantes
nos itens a e b. Uma data comemorati- 2. Leia o texto a seguir e observe a pintura. Em seguida, responda às questões no
va como essa pode colaborar para um caderno.
maior conhecimento sobre a diversida- O Dia da Consciência Negra é celebrado no Brasil em 20 de novembro,
de étnico-racial existente em nosso data da morte de Zumbi, um grande líder negro do Quilombo dos Palmares.
país. A data também pode ser encarada Esse dia é dedicado à reflexão so-
como um incentivo para o respeito às

Reprodução/Museu Antônio Parreiras, Niteroi, RJ.


bre a importância dos afrodescen-
diferenças, com ênfase na CECH1 e na
CECH4. Comente com a turma que a dentes para o país e à luta contra
luta pela igualdade racial, o respeito e a desigualdade racial. Atualmen-
a tolerância são atitudes cidadãs. te, passados mais de 100 anos da
abolição, ainda há muito a ser fei-
Atividade 3
Sugerimos o trabalho com jornais to em favor da igualdade de opor-
e revistas. Traga jornais e revistas de tunidades e contra qualquer tipo
anos recentes para a sala, divida a sa- de discriminação.
la em grupos e distribua o material. Texto elaborado pelos autores.
Oriente os estudantes a pesquisar
matérias ou notícias concernentes ao
assunto. Auxilie os grupos a escolher
uma delas para expor aos demais.
É importante que os estudantes
percebam que buscar a igualdade de
Zumbi foi o último líder do Quilombo
direitos entre brancos e negros é uma dos Palmares. Considerado símbolo de
questão de justiça social, uma vez resistência contra a escravidão no período
que a população negra tem o direito colonial, ele lutou pela liberdade e pela
de ser tratada como cidadãos plenos. dignidade dos escravizados. Ao lado,
Os indicadores socioeconômicos Zumbi, de Antônio Parreiras, 1927 (óleo
sobre tela, de 1,13 m × 0,86 m).
mostram que a criação de políticas
públicas na busca da igualdade racial a) Na sua opinião, é importante ter uma data para promover a igualdade racial?
vem melhorando essas métricas. Nes-
Justifique sua resposta. Resposta pessoal. Leia orientações para a atividade neste
se sentido, podemos dizer que os Manual do Professor.
jovens negros hoje têm melhores b) No lugar onde você vive, é feriado nesse dia? Resposta pessoal.
oportunidades de acesso à educação,
a cultura e a saúde, por exemplo, do 3. A discussão sobre o direito à igualdade racial vem ganhando cada vez mais
que tiveram seus pais. No entanto, espaço na sociedade brasileira. Selecione uma notícia ou um acontecimento
ainda há muito trabalho a ser feito recente que reflita essa discussão. Converse com os colegas e o professor sobre
para que possamos superar esse abis- o conteúdo. Em seguida, reflitam: Por que é importante promover a igualdade
mo racial, herança dos séculos de de direitos entre brancos e negros no Brasil? Resposta pessoal. Leia orientações
escravidão negra na história do Brasil. para a atividade neste Manual do Professor.
A atividade contempla os seguintes 4. Reúnam-se em grupos e sugiram temas que vocês gostariam de discutir na
objetivos de alfabetização e literacia: escola no Dia da Consciência Negra. Anotem os temas propostos em uma lista.
Pesquisar, localizar e retirar infor- Depois, votem para eleger as três melhores sugestões e encaminhem à direção
mação explícita de texto e imagens da escola. Resposta pessoal.
de meio digital. Contribui também pa-
ra o desenvolvimento da competência 86
em tecnologia, além de favorecer a
escuta e a fluência em leitura oral. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Atividade 4
Promova um debate entre os gru- A atividade contempla os seguintes objetivos
pos sobre os temas levantados. Alguns de alfabetização e literacia: Analisar e avaliar
exemplos que podem ser apontados: conteúdo e elementos textuais. Contribui
cultura afro-brasileira; educação, em- ainda para a consolidação dos conhecimentos
prego e igualdade salarial para negros de literacia e alfabetização, incentivando o de-
na atualidade; participação de ho- senvolvimento da expressão oral, da escuta, da
mens e mulheres negros na política troca de ideias e da produção de escrita.
brasileira; homens e mulheres negros
cientistas e intelectuais, entre outros.

122
Orientações didáticas
O texto e a atividade da página 87
se inserem no contexto da valoriza-
A cultura afro-brasileira ção da cultura e das tradições da po-
pulação negra no Brasil. O texto
Os africanos e seus descendentes também lutavam, no cotidiano, para ter o direi-
revela práticas culturais dos afrodes-
to de praticar sua cultura e sua religião. Escravizados e negros livres praticavam dan- cendentes que eram discriminadas
ças como o lundu e o batuque, que se tornaram muito populares e deram origem, no passado, mas que aos poucos fo-
já no século XX, ao samba e a outras manifestações da música popular brasileira. ram incorporadas como parte signi-
ficativa da cultura brasileira. Ressalte
A capoeira tais manifestações culturais como
contribuições que passaram por sé-
Outra manifestação importante da cultura afro-brasileira é a capoeira, conside-
culos de resistência até chegar aos
rada ao mesmo tempo um jogo, uma dança e uma luta. Essa tradição foi trazida dias de hoje.
pelos africanos escravizados e aqui foi modificada. A capoeira se difundiu no Rio
de Janeiro e em Salvador durante o século XIX. Nessas cidades, as chamadas “mal- Atividade
Para ampliar as possibilidades di-
tas” (grupos de “capoeiras”, formados por negros livres, escravizados e até mesmo
dáticas com esse tema, esta atividade
brancos) se encontravam para competir e demonstrar suas habilidades. Às vezes, propõe uma pesquisa sobre diferen-
esses encontros viravam brigas e geravam confusão, o que levou as autoridades tes manifestações culturais afro-bra-
da época a reprimir essa manifestação cultural. sileiras: capoeira, ofício das baianas do
A capoeira chegou a ser considerada crime e ficou proibida por muito tempo, acarajé, samba de roda do Recôncavo
até ser finalmente aceita pelo governo, em 1937. Hoje, ela é apreciada e praticada Baiano e Festa do Nosso Senhor do
em todo o Brasil e em vários países do mundo. Em 2014, foi considerada patrimô- Bonfim. Divida os temas entre a turma
e oriente a pesquisa de cada grupo.
nio imaterial da humanidade
Para além da apresentação dos gru-
Sergio Pedreira/Pulsar Imagens

pela Organização das Nações pos em sala de aula, avalie a possibi-


Unidas para a Educação, a lidade de organizar uma exposição
Ciência e a Cultura (Unesco). na escola sobre a cultura afro-brasi-
leira no passado e no presente. Nesse
Não escreva no livro. caso, organize com os estudantes a
exposição do resultado dos trabalhos
e convide os responsáveis e os de-
mais membros da comunidade esco-
Roda de capoeira no bairro Amaralina, lar para conhecer as pesquisas.
em Salvador (BA), em foto de 2019. A A atividade contempla o seguinte
capoeira é praticada em todo o país objetivo de alfabetização e literacia:
em academias e em espaços públicos. Pesquisar, localizar e retirar infor-
mação explícita de texto e ima-
• A capoeira, o ofício das baianas do acarajé, o samba de roda do Recôncavo gens. Também contribui para a
Baiano e a Festa do Nosso Senhor do Bonfim são práticas culturais afro-brasileiras consolidação dos conhecimentos de
consideradas patrimônio imaterial. Reúna-se com os colegas e sigam o roteiro. literacia e alfabetização, incentivando
o desenvolvimento da produção de
• Escolham uma dessas práticas e façam uma pesquisa sobre ela. escrita e da competência em tecno-
• Organizem uma forma de apresentação dos dados coletados. logia, além de favorecer a escuta e a
fluência em leitura oral.
• Apresentem seu trabalho para os outros colegas da turma.
87

Para saber mais


Superando o racismo na escola, de Kabenge- foi elaborado no contexto da promulgação da O herói de Damião em: a descoberta da ca-
le Munanga (org.). Ministério da Educação, Lei n. 10 639, de 9 de janeiro de 2003, que tor- poeira, de Iza Lotito e Paulo Ito. Girafinha, 2006.
Secretaria de Educação Continuada, Alfabeti- nou obrigatório o ensino de história e cultura O livro narra a história de um menino que não
zação e Diversidade, 2005. O livro, organizado afro-brasileira na escola. Ele está disponível no encontrava um herói com a mesma cor da sua
pelo antropólogo Kabengele Munanga, forne- portal do Ministério da Educação, no link: pele, até descobrira capoeira. Narrada em ver-
ce subsídios para o trabalho, em sala de aula, https://kwx.short.gy/xeM3IS. Acesso em: sos, a obra traz ainda um histórico da capoeira,
com a questão do negro no Brasil. O material 17 jul. 2021. com um glossário dos termos utilizados.

123
Orientações didáticas
Ler o mundo: História viva
Nesta seção, o objetivo é destacar LER O MUNDO: HISTÓRIA VIVA
a fotografia como fonte histórica. Pa-
ra relacioná-la ao que a turma tem
estudado sobre a função da arte no Não escreva no livro.
conhecimento histórico, converse A fotografia brasileira no século XIX
brevemente com eles sobre as dife- Desde o seu surgimento, a fotografia é uma das fontes históricas mais impor-
renças entre o registro fotográfico e
tantes para o estudo de determinado período. A fotografia chegou ao Brasil em
o registro de gravuras, como as de
Debret. 1839, trazida por um francês chamado Hercules Florence (1804-1879), que inven-
Para entender a função da fotogra- tou um processo próprio para tirar fotografias.
fia como fonte histórica, é importan- A partir de 1850, com a prosperidade trazida pelo café e o crescimento das
te conhecer especificidades da cidades, essa nova forma de arte logo se popularizou e surgiram estúdios fotográ-
linguagem fotográfica. Diferente- ficos nas principais cidades brasileiras. O francês Marc Ferrez (1843-1923) é consi-
mente da pintura, por exemplo, a
derado um dos fotógrafos mais importantes da época no Brasil. Com sua câmera,
fotografia apreende a realidade de
forma mais direta. Contudo, é impor- ele documentou a beleza da natureza e o cotidiano das grandes cidades do país.
tante considerar que o fotógrafo o faz Observe algumas fotografias de Marc Ferrez, feitas em estúdio.
a partir do seu ponto de vista, e não
como um reflexo puro e simples do

Marc Ferrez/Coleção particular


Marc Ferrez/Coleção particular
mundo exterior. Por meio da seleção
do tema da fotografia, da escolha de
como pessoas ou objetos são retra-
tados e dos recursos técnicos utiliza-
dos, o fotógrafo consegue fazer um
recorte da realidade e apresentá-lo ao
espectador.
Explique aos estudantes que a in-
trodução da fotografia no Brasil, na
segunda metade do século XIX, acon-
teceu no contexto de prosperidade
econômica garantida pela economia
cafeeira. Essa nova técnica de produ-
zir imagens permitiu a documentação
das transformações pelas quais o país
passava, especialmente nas cidades.
A fotografia pode ser um recurso
didático valioso em função de seu
caráter lúdico, das diferentes possibi-
lidades de uso e de seu potencial de
estimular a criatividade, o senso esté-
tico e a autoestima dos estudantes.
Estimule a observação das fotografias
reproduzidas nesta seção. Por meio Negra na Bahia, foto de Marc Ferrez, cerca de 1884. Negro cesteiro, foto de Marc Ferrez, cerca de 1875.
dessa análise, espera-se que eles per-
cebam nas imagens desse fotógrafo 88
a presença constante de escraviza-
dos, sendo que a fotografia produzida Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
fora de estúdio apresenta uma cena
do cotidiano do Rio de Janeiro, no
século XIX.

124
Orientações didáticas
1. c) Sim. O comércio ambulante ainda é bastante presente nas cidades brasileiras. Entretanto, Atividade 1
hoje esse tipo de trabalho é livre, diferentemente do que observamos na fotografia Mulheres no A fotografia de Marc Ferrez permite
1. Observe a fotografia abaixo e, com base no texto que você acabou de ler, res- a observação de uma situação cotidia-
ponda no caderno às questões. mercado, de trabalhadoras escravizadas.
na no passado: escravos de ganho nas
ruas do Rio de Janeiro. Peça aos estu-

Marc Ferrez/Coleção particular


dantes que observem atentamente a
imagem e faça perguntas para orientar
a interpretação, como: Quem são as
pessoas retratadas? O que elas estão
fazendo? Essa imagem pertence ao
presente ou ao passado? Como vocês
sabem disso? Podemos observar situa-
ções semelhantes a essa no presente?
Quais sentimentos essa imagem nos
transmite? Que aspecto lhes chama
mais a atenção?
A atividade contempla Localizar e
retirar informação explícita; Anali-
sar e avaliar conteúdo e elementos
textuais. Aatividade favorece o desen-
volvimento da produção escrita.
Atividade 2
Espera-se que os estudantes per-
cebam como a fotografia ajuda a do-
cumentar transformações. A turma
deve comparar diferentes períodos
da história do município onde vivem
Mulheres no mercado, foto de Marc Ferrez, Rio de Janeiro (RJ),1875.
por meio de fotografias. As fotografias
podem ser feitas com celulares, má-
a) Quando e por que razão a fotografia se popularizou no Brasil? A partir de 1850,
por causa da expansão econômica trazida pelo café e do crescimento das cidades. quinas digitais ou analógicas. Se não
b) Que aspecto do cotidiano das cidades é retratado na fotografia acima? for possível fotografar, oriente-os a
O comércio de alimentos em um mercado de rua. pesquisar imagens atuais e antigas de
c) Observe as ruas da cidade onde você mora. Esse tipo de trabalho ambulante um determinado lugar.
ainda existe? Compare com a imagem acima. Espera-se que o trabalho produzi-
do por eles retrate paisagens e cenas
2. Reúna-se com os colegas e, com o grupo, siga o roteiro proposto. marcantes do cotidiano nos diferen-
• Escolham um bairro ou uma região do município onde vocês moram e façam tes períodos. A conclusão da ativida-
de deve ser orientada de modo que
fotografias desse local.
os estudantes reflitam sobre mudan-
• Pesquisem em arquivos públicos, bibliotecas, jornais ou na internet fotografias ças e permanências.
antigas dessa região ou desse bairro. Pode ser interessante fazer par-
ceria com a disciplina de Arte e am-
• Montem um painel com as imagens que vocês produziram ou pesquisaram. pliar o trabalho com a linguagem
• Apresentem e discutam o resultado com os outros grupos. da fotografia. Para saber mais, veja
o plano de aula com várias suges-
89 tões de abordagem. Disponível em:
https://kwx.short.gy/FZp49N. Aces-
so em: 17 jul. 2021.
A atividade contempla os seguin-
tes objetivos de alfabetização e lite-
racia: Pesquisar, localizar e retirar
informação explícita de texto e ima-
gens de meio impresso ou digital.
Também contribui para a consolida-
ção dos conhecimentos de literacia e
alfabetização, incentivando o desen-
volvimento da produção de escrita e
da competência em tecnologia, além
de favorecer a escuta e a fluência oral.

125
Orientações didáticas
Mais atividades
Atividade 1 MAIS ATIVIDADES
Espera-se que os estudantes perce-
bam que fugas de escravizados acon- 1. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes associem a presença comum de anún-
teciam com frequência, afinal, anúncios cios desse tipo nos jornais da época às fugas de escravizados serem frequentes.
como esse eram comuns nos jornais da 1. Observe o anúncio abaixo e responda às questões no caderno. Para casa
1. a) Uma recompensa para quem apreender e entregar um escravizado fugido ao seu proprietário.
época. É importante que a turma tam- a) O que o anúncio oferece?

Reprodução/Acervo DMPAH
bém reconheça a fuga de escravizados
como um dos principais meios para b) Sabendo que esse tipo de anún-
resistir à escravidão. cio era muito comum nos jornais
A atividade contempla os seguintes da época, você acha que as fu-
objetivos de alfabetização e literacia: gas de escravizados eram raras
Localizar e retirar informação ex-
ou frequentes? Explique.
plícita; fazer inferências diretas por
meio de leitura de texto e imagem. c) Além da fuga, que outras formas
Atividade 2 de resistência eram utilizadas pelos
Para a realização desta atividade, é escravizados?
necessário que os estudantes obser- A formação de quilombos e as rebeliões.
vem a imagem do cartaz com uma d) De que maneira alguns setores Anúncio de escravizado fugido publicado no jornal
perspectiva crítica. Auxilie-os a dife- da sociedade atuavam em favor O Paulista, de 1862.
renciar a narrativa criada pelo cartaz da abolição dos escravizados? Eles participavam de clubes e associações que facilitavam fugas,
escondiam escravizados e compravam alforrias. Havia também
e o cotidiano dos ex-escravizados a jornais que publicavam artigos que difundiam ideias abolicionistas.
partir de 1888. 2. Observe o cartaz de comemoração
O cartaz mostra um homem bran- da Lei Áurea ao lado e responda às
co e um homem negro dando um questões no caderno.

Reprodução/Arquivo Nacional, Rio de Janeiro (RJ).


aperto cordial de mãos e erguendo
cada um o seu chapéu em sinal de a) O que você vê no cartaz?
respeito. Passa, assim, a ideia de que
a abolição da escravidão foi alcança- b) Observe as vestimentas dos dois
da de forma também harmoniosa, homens. Elas indicam diferenças
sem conflitos. Porém, essa imagem entre eles? Explique.
contrasta com a real situação dos es-
cravizados libertos: os donos de es- c) Elabore uma frase que destaque
cravizados resistiram e não apoiaram o contraste entre essa imagem e
o fim da escravidão, e muitos escravi- a real situação dos escravizados
zados se envolveram no movimento libertos. Resposta pessoal.
abolicionista em defesa da liberdade. 2. a) Um homem branco e um homem negro cele-
Além disso, após a abolição, a situa- brando a lei que libertou os escravizados.
ção dos ex-escravizados ainda se 2. b) Sim, o homem branco veste uma roupa mais sofis-
manteve difícil, com muitos deles ticada enquanto o homem negro está com uma roupa
sofrendo com a falta de emprego, de simples e descalço, mostrando que há uma diferença
social entre eles. Cartaz de comemoração
terra para viver, etc. Desse modo, a
da Lei Áurea, 13 de maio
relação harmoniosa da imagem não de 1888.
corresponde à situação real dos es-
cravizados libertos. 90
A atividade contempla os seguin-
tes objetivos de alfabetização e lite- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
racia: Interpretar e relacionar ideias e
informações; analisar e avaliar conteú-
do e elementos textuais e imagéticos.
Desenvolve ainda a habilidade de
leitura e interpretação de imagem,
além de aprimorar a produção escrita
e ampliar o vocabulário.

126
Atividade 3
Oriente os estudantes a observa-
rem atentamente a reprodução da
capa de um jornal e a lerem a legen-
3. Observe a imagem, leia a legenda e responda às questões oralmente.
3. a) A capa do jornal O Abolicionista reforça o que diz o texto, funcionando como uma com- da. Para responder aos itens a e b, é
provação desse fato histórico. O local, a cidade do necessário que os estudantes re-
Reprodução/Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.

Rio de Janeiro, e o ano de 1880 também estão de leiam o texto da página 82 sobre a
acordo com o mesmo contexto. mobilização da sociedade civil para
a) Releia o último parágrafo da p. 82 (tó- a abolição. É possível aprofundar a
pico “A sociedade se mobiliza pela questão fazendo uma comparação
abolição”). A capa do jornal repro- com o presente.
duzida aqui reforça ou desmente o Converse com os estudantes sobre
que diz o texto? Justifique. as injustiças do Brasil atual e sobre
algo que precise ser “abolido” e me-
b) Procure o significado da palavra “abo- reça a mobilização da sociedade civil.
lição”. Escolha um sinônimo e escreva O jornal O Abolicionista serve aqui
uma frase sobre o que você apren- como exemplo de uma das estraté-
deu. Leia a sua frase para os colegas. gias adotadas pelo movimento para
3. b) Podem ser usados os sinônimos: “revogação”, divulgar, sensibilizar e engajar a po-
“extinção”, “anulação”, “supressão”. Leia orientações para pulação nessa causa. A imprensa abo-
a atividade neste Manual do Professor. licionista foi muito intensa nesse
período, estando presente nas prin-
Capa do jornal O Abolicionista, Rio de Janeiro, cipais capitais do Brasil, em maior
publicação de 1º de novembro de 1880. número no Rio de Janeiro, então ca-
pital do Império, e em São Paulo.
VENHA DESCOBRIR! O professor pode chamar a atenção
para o fato de esses jornais hoje terem

je
◆ Ciência Hoje das Crianças, n. 240. Quilombos e a função de fonte histórica, ou seja, eles
Ciência Ho
são vestígios materiais da luta da socie-
quilombolas do Brasil. /Instituto

dade pela emancipação dos escraviza-


Esse número da revista apresenta textos sobre
dos. Os jornais estão preservados no
ção
Reprodu

quilombos e quilombolas do Brasil, abordando sua


acervo de periódicos da Fundação Bi-
origem, que remete à época em que o país era um
blioteca Nacional, cujo acesso é livre e
Império e ainda tinha pessoas escravizadas.
pode ser consultado por qualquer ci-
dadão. Sugerimos ao professor fazer
uma consulta virtual a esse acervo e
buscar publicações desse gênero de
sal Music

sua cidade ou região. Disponível em:


◆ “Zumbi”, de Jorge Ben. In: Noites do Norte,
Reprodução/Univer

https://kwx.short.gy/LGnzqP. Acesso
de Caetano Veloso. Universal Music, 2012. em: 31 jul. 2021.
A música “Zumbi”, conhecida também como O contato com fontes históricas de
“África Brasil”, trata de Zumbi dos Palmares, líder diferentes gêneros desenvolve a com-
do Quilombo dos Palmares. petência leitora e a habilidade de
pesquisa em fontes virtuais, estimu-
lando a autonomia e o senso crítico
dos estudantes.

91 Venha descobrir!
Se os estudantes não tiverem aces-
so ao número da revista sugerida,
oriente-os a conversar com o biblio-
tecário da escola ou de uma bibliote-
ca municipal para obterem indicações
similares.
A música de Jorge Ben Jor pode
ser acessada em: https://kwx.short.
gy/c9NZnl. Acesso em: 14 jul. 2021.
Oriente os estudantes a acessarem
o site sugerido na sala de informáti-
ca da escola ou em casa.

127
Orientações didáticas
Rever ideias
Atividade 1 REVER IDEIAS
A atividade parte da leitura e da
interpretação de um artigo da Consti- Não escreva no livro.
tuição Federal de 1988. Os estudantes
devem ler e entender o vocabulário 1. Leia com atenção o texto abaixo e responda às questões no caderno.
específico da lei. A atividade estabele-
Título II - DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
ce conexão com a língua portuguesa
[...]
mobilizando a habilidade EF69LP27.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, ga-
O objetivo principal da atividade é es-
rantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
tabelecer comparações entre o passa-
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]
do colonial e o presente, chamando a
atenção para o fato de que houve BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: https://ijp.short.gy/fFodPp.
Acesso em: 6 jul. 2021.
conquistas históricas no processo de 1. b) No passado, estavam excluídos os escravizados e as mulheres, que
cidadania. Nesse sentido, a atividade compunham grande parte da sociedade colonial. Somente homens brancos e livres tinham direitos
também mobiliza a habilidade de His- a) A palavra inviolabilidade pode ser substituída por: de cidadania.
tória EF05HI05 e as competências
gerais 1 e 10, CG1, CG10 da BNCC. empoderamento reconhecimento desrespeito violação
Caso queira ampliar ou remediar reconhecimento
alguma dificuldade, sugerimos a con- b) Relacione o texto dos direitos e garantias fundamentais da Constituição bra-
sulta do plano de aula. Disponível em: sileira atual com o passado colonial. Que segmentos da sociedade colonial
https://kwx.short.gy/Yz0YCU. Acesso estavam excluídos com relação à igualdade e à liberdade?
em: 15 jul. 2021. 1. c) Direito de expressar suas opiniões livremente, direito de aprender e frequentar a
c) Cite alguns exemplos de direitos presentes no cotidiano dos cidadãos hoje.
Atividade 2 escola, direito de ir e vir, entre outros.
A atividade mobiliza a leitura e a 2. Com relação ao processo de independência do Brasil, transcreva no caderno a
interpretação do texto a partir de
afirmação correta. Afirmação I.
duas afirmativas. Há apenas uma res-
posta correta, mas é importante que I. Depois de proclamar a independência do Brasil em relação a Portugal, dom
durante a correção o professor con- Pedro I recebeu o título de Imperador e defensor perpétuo do Brasil. Dom Pe-
vide os estudantes a identificar o erro dro I também outorgou a primeira Constituição da nova nação.
e a corrigi-lo. Esse tipo de habilidade II. Após a proclamação da independência e com a primeira Constituição, a es-
desenvolve uma leitura mais atenta e cravidão foi revogada, e toda a população passou a ter o estatuto de cida-
acurada e possibilita retomar e escla-
dão brasileiro.
recer dúvidas com relação ao conteú-
do trabalhado. É importante que os 3. A fotografia ao lado foi tirada por

Marc Ferrez/Col. Gilberto Ferrez/Instituto Moreira Salles


estudantes percebam que a indepen-
Marc Ferrez, em uma fazenda de
dência trouxe mudança na conquista
dos direitos políticos, mas manteve a café no interior do estado de São
condição social da escravidão. Essa Paulo, em 1882. Observe-a com
atividade mobiliza as habilidades atenção para responder às ques-
EF05HI02 e EF05HI05. tões no caderno.
É importante que os estudantes Escravizados em terreiro de uma fazenda
tenham compreendido que a Cons- de café no Vale do Paraíba. Fotografia de
tituição é a lei magna de um país e Marc Ferrez, produzida em 1882.
que ela é redigida em certa lingua- 92
gem formal jurídica. Para remediar
dificuldades, peça que releiam o tex- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
to e refaçam as atividades das páginas
70 e 71. acontecimento no passado. A informação da Caso o estudante tenha alguma dificuldade
Atividade 3 data está disponível na legenda. Chame a aten- na realização desta atividade, oriente-o a reler
A atividade mobiliza a leitura e a ção para essa leitura. Essa atividade mobiliza a o texto das páginas 78 e 79 e a refazer as ativi-
interpretação da fotografia que apa- habilidade EF05HI05. dades da página 89.
rece aqui como documento histórico, A atividade contempla os seguintes objetivos
ou seja, como vestígio material da de alfabetização e literacia: Interpretar e rela-
relação entre a cultura do café e o cionar ideias e informações; analisar e avaliar
trabalho escravo. Nesse sentido, é conteúdo e elementos imagéticos. Desenvolve
importante que os estudantes perce- ainda a habilidade de leitura e interpretação de
bam que o fotógrafo registrou esse imagem, além de aprimorar a produção escrita.

128
Atividade 4
A atividade envolve a pesquisa em
3. c) Sem os trabalhadores escravizados, a produção de café nessa escala seria impossível. Porém, eles fontes virtuais previamente selecio-
não eram livres, não recebiam pelo trabalho que faziam e eram alvo de violência.
a) Quem são os trabalhadores representados na fotografia? O que eles estão fa- nadas. Reforce a importância de usar
zendo? São trabalhadores escravizados. Eles foram fotografados no terreiro de secagem fontes confiáveis de pesquisa. A ava-
de uma fazenda de café, onde espalham os grãos. liação deve se pautar na leitura, sele-
b) De acordo com a fotografia de Marc Ferrez, quem realizava a maior parte do ção e produção textual a partir dessas
A fotografia evidencia que a maior parte do trabalho era feita pe- fontes. A escolha desse monumento
trabalho com o café? los escravizados. Em algumas fazendas desse período, o trabalho
também era feito por imigrantes europeus. busca chamar a atenção dos estudan-
c) Sabendo que o café era o principal produto de exportação do Brasil nesse pe- tes para ausência das mulheres como
ríodo, qual era a importância desses trabalhadores para o país? heroínas em eventos históricos como
no caso da Independência do Brasil.
4. Observe a imagem e responda às questões no caderno. Nesse sentido, essa atividade permite
4. a) Os estudantes devem identificar as infor-
a) A escultura presta homenagem a que mações na legenda da imagem e responder que o professor retome e reforce essa
personagem da história nacional e por que a escultura presta homenagem a Maria discussão sobre a ausência de seg-
4. b) Atividade de pesquisa. Leia Quitéria de Jesus, heroína da luta pela mentos expressivos da sociedade
qual motivo? as orientações para a atividade independência do Brasil na Bahia.
neste Manual do Professor. como marcos da memória.
b) Faça uma breve pesquisa sobre essa per- Essa atividade mobiliza a habilida-
sonagem histórica. Para isso, consulte as se- de EF05HI07 e as competências ge-
guintes fontes de pesquisa (acesso em: 16 jul. rais CG5 e CG10.
2021). Para casa 5. b) Os clubes abolicionistas colabora- A atividade contempla os seguin-
vam com os escravizados que resistiam tes objetivos de alfabetização e lite-
Vídeo da TV Câmara:
à escravidão, auxiliando-os a fugir e au- racia: Pesquisar, localizar e retirar
https://ijp.short.gy/gMj3is mentando a pressão sobre o governo informação explícita de texto e
Sites educativos: para pôr fim ao regime escravista. imagens de meio digital. Contribui
Aventuras na História: https://ijp.short.gy/5u4sTJ. também para a consolidação dos co-
Mauro Akiin Nassor/Fotoarena

MultiRio: https://ijp.short.gy/SRmh0X. nhecimentos de literacia e alfabetiza-


Depois da pesquisa, escreva um parágrafo contando ção, incentivando o desenvolvimento
o que descobriu sobre a personagem. da competência em tecnologia, além
de favorecer a produção escrita.
5. Francisco José do Nascimento ficou conhecido como Estátua de Maria Quitéria Atividade 5
Dragão do Mar. Nascido em Aracati, no Ceará, ele de Jesus, em Salvador (BA), A atividade mobiliza os conheci-
comandou uma revolta de jangadeiros contra a es- em homenagem à sua
importante participação na
mentos sobre o movimento abolicio-
cravidão, movimento que resultou na libertação dos luta pela independência do nista a partir de perguntas diretas que
escravizados no estado do Ceará em 1884. Com base Brasil. Foto de 2020. permitem que os estudantes reto-
no que você estudou sobre o movimento abolicionis- mem e reforcem esse tema. Mobiliza
ta, responda às questões no caderno. a habilidade EF05HI05 revelando a
participação de parte da sociedade
a) Quando ocorreu a revolta liderada pelo Dragão do Mar, quais leis abolicionistas civil no processo de emancipação dos
já haviam sido aprovadas? Lei Eusébio de Queirós (1850) e Lei do Ventre Livre (1871). escravizados como conquista históri-
A Lei dos Sexagenários (1885) veio pouco tempo depois. ca para cidadania.
b) Como os clubes abolicionistas contribuíram para o fim da escravidão? Caso queira aprofundar essa temáti-
c) Quais formas de resistência contra a escravidão os escravizados organiza- ca e remediar defasagens em leitura,
vam? Os escravizados fugiam para quilombos ou para regiões distantes, organi- sugerimos o trabalho com a literatura
zavam levantes e resistiam aos trabalhos forçados. infantojuvenil, selecionando histórias
d) É possível afirmar que a sociedade civil participou da abolição? Justifique. que tragam vida ao cotidiano da escra-
Sim, é possível afirmar. A principal forma de resistência foi a dos escravizados, mas houve vidão nas cidades brasileiras. Sugerimos
também a participação de pessoas de várias camadas sociais. 93
a leitura do livro: Histórias da Preta de
Heloísa Pires Lima. São Paulo: Cia. das
Letrinhas, 2002.

129
Unidade 2 – Formando o Brasil

Para avaliação
As rubricas a seguir são um instrumento de avaliação formativa que permite mensurar o desempenho dos
estudantes e identificar quais conteúdos cada um deles precisa aprimorar antes de prosseguir nos estudos.

Critérios de
O. P. Desempenho Justificativa
avaliação
O estudante leu e entendeu
Desenvolvido plenamente o texto comparando
Atividade 1

O estudante leu e presente e passado.


entendeu o documento
2 e estabeleceu relações
Desenvolvido O estudante leu e entendeu
parcialmente parcialmente o texto.
presente e passado?
O estudante leu, mas não entendeu
Em desenvolvimento
o texto.

O estudante leu e interpretou


Desenvolvido
corretamente o texto.
Atividade 2

O estudante teve dificuldade em ler


O estudante leu Desenvolvido
ou teve dificuldade em interpretar
1 e interpretou parcialmente
corretamente o texto.
corretamente o texto?
O estudante teve dificuldade em ler e
Em desenvolvimento após ouvir o texto lido por outra pessoa
teve dificuldade em interpretar.

O estudante leu e interpretou


Desenvolvido
Atividade 3

corretamente o documento.
O estudante foi capaz
Desenvolvido O estudante leu e interpretou
3 de ler e entender o
parcialmente parcialmente o documento.
documento histórico?
O estudante não foi capaz de ler o
Em desenvolvimento
documento.

O estudante produziu um texto


Desenvolvido
Atividade 4

satisfatório e coerente.
O estudante produziu
um texto coerente a Desenvolvido O estudante produziu um texto
4e5 partir da pesquisa em parcialmente parcialmente satisfatório.
fontes virtuais?
O estudante não produziu texto
Em desenvolvimento
coerente de acordo com as fontes.

O estudante respondeu a todas as


Desenvolvido
perguntas de forma coerente.
Atividade 5

O estudante respondeu Desenvolvido O estudante respondeu a parte das


3 a todas as perguntas de parcialmente perguntas.
forma coerente?
O estudante não respondeu às
Em desenvolvimento perguntas ou respondeu de forma
incoerente.

130
Conclusão
Para avaliar e consolidar conhecimentos
Nesta unidade, o estudante conheceu o processo de formação do Estado brasileiro partindo do período
colonial, ou seja, quando o Brasil era parte do império português, até o fim do regime imperial. O fio condu-
tor foi o processo de conquista da cidadania e a luta pela consolidação de direitos civis, políticos e sociais,
estabelecendo relações entre o presente e o passado, mudanças e permanências ao longo do tempo.
Os estudantes também puderam conhecer alguns conceitos e temas importantes para o desenvolvi-
mento das competências específicas de ciências humanas e de história para os anos iniciais do ensino
fundamental. Temas como a formação do Estado, os processos de transformação da sociedade, a impor-
tância da Constituição e do respeito aos direitos humanos, as formas de luta e mobilização social contra
situações de exploração e os marcos de memória do Brasil como nação. A unidade propiciou o trabalho
com fontes históricas diversas, imagéticas e textuais, e propôs atividades que mobilizam diversos objeti-
vos de aprendizagem, habilidades e competências fundamentais na etapa, com atenção constante aos
objetivos de literacia e aprendizagem.
Tendo em vista os objetivos pedagógicos 1, 2 e 3, consideramos que a habilidade EF05HI02 foi mobili-
zada ao explicar as relações entre colônia e metrópole e os sistemas de organização política e administrativa
do Brasil no início da colonização e no período monárquico. Trabalhou-se a EF05HI05 quando o capítulo
apresenta ao estudante o papel da mulher na sociedade colonial, ao se discutir a preservação de saberes
relacionados à conquista de direitos pelos povos indígenas e também quando se abordou a luta contra a
escravidão e a injustiça inerente a esse sistema de exploração do trabalho. O tema dos direitos humanos e a
noção de que a cidadania se relaciona à conquista histórica de direitos pelas sociedades estão presentes ao
longo de toda a unidade. A unidade também permitiu a interlocução constante com a CECH1 e a CECH4;
pois, ao abordar os grupos sociais do período estudado e propor um trabalho com os direitos humanos,
políticos e sociais, enfatizou o respeito à diferença e a valorização da diversidade de indivíduos e grupos sociais.
Igualmente, a CEH1 e a CEH3 foram mobilizadas por meio de textos e atividades que conectaram aconteci-
mentos históricos a relações de poder e destacam distintas interpretações dos contextos em questão. A
unidade possibilitou também o trabalho com o TCT Cidadania e civismo ao propiciar o aprofundamento
da Educação em direitos humanos.
Tendo em vista os objetivos pedagógicos 4 e 5, a unidade trabalhou as habilidades EF05HI07 e EF05HI10
ao mobilizar o tema que aborda os monumentos públicos à independência como marcos de memória. Essas
habilidades também são abordadas a partir da análise dos traços e heranças dos africanos escravizados em
pinturas de época.
Para remediar defasagens, principalmente em relação à leitura e compreensão de texto, sugerimos que
o professor utilize a avaliação de processo, a fim de identificar tais defasagens e ministrar atividades comple-
mentares pertinentes. É possível também utilizar outras estratégias avaliativas para detectar defasagens, como
a observação, que consiste em assistir ou ouvir o estudante realizar certa atividade, observando fatores como
fluência oral, postura, concentração, facilidade de leitura e comportamento. O uso das rubricas sugeridas
neste manual pode facilitar o registro do progresso de cada estudante e da turma como um todo durante o
período de estudo da unidade.

Avaliação do desempenho individual e coletivo


Recomenda-se que, ao final dos trabalhos da unidade, seja retomada a tabela de expectativas de apren-
dizado para cada um dos objetivos pedagógicos, presente na Introdução desta unidade. Recomenda-se
também que as tabelas de acompanhamento do aprendizado, presentes no item de Avaliação do Manual
do Professor – Seção Introdutória deste volume, sejam utilizadas para monitorar o aprendizado individual
e coletivo dos estudantes.

131
Unidade 3 – República e Trabalho

Introdução
Habilidades da BNCC
Objetivos pedagógicos desta unidade
relacionadas
1. Compreender formas de organização do Estado no Brasil, com destaque para a passagem da
EF05HI02
monarquia para a República e o período republicano.

2. Compreender e comparar formas de exercer a cidadania e as violações aos direitos das EF05HI04
pessoas no Brasil República e também no Brasil contemporâneo. EF05HI05

3. Reconhecer o papel do uso de diferentes linguagens e tecnologias e seus impactos sociais,


EF05HI06
culturais e políticos no cotidiano das pessoas nas últimas décadas do século XIX e início do XX.
4. Conhecer a trajetória do trabalho no Brasil do século XX, bem como refletir sobre a luta EF05HI04
dos trabalhadores por direitos considerando os pontos de vista de diferentes grupos sociais EF05HI05
(mulheres, trabalhadores, elite letrada). EF05HI09

O objetivo básico da unidade é discutir o papel da luta pela também promove a contextualização dos conteúdos e o desen-
cidadania e por direitos sociais no Brasil republicano. Após o volvimento do raciocínio histórico.
fim do regime de trabalho escravista e da monarquia, o Estado
brasileiro incorporou aos poucos algumas das reivindicações das Pré-requisitos para atingir os
classes populares por direitos sociais. objetivos pedagógicos e para
Por meio do recorte cronológico entre a passagem da Mo- trabalhar os principais conteúdos
narquia para a República e a República no Brasil desde sua
Para que os estudantes compreendam os conceitos trabalha-
proclamação, a unidade mobiliza grandes temas, como formas
dos ao longo desta unidade, é importante checar que conheci-
de organização do Estado, cidadania, tecnologias, conflitos
mentos prévios eles já possuem sobre o assunto. Esses
sociais e pontos de vista dos distintos grupos em uma socie-
dade. Apresentar aos estudantes a organização do Estado no conhecimentos são fundamentais para avaliar o que os estudan-
Brasil, os conflitos sociais e a trajetória histórica pela conquista tes já sabem para que possa servir como guia para orientar o
de direitos sociais, permite que eles reflitam sobre os distintos planejamento e as atividades na prática.
pontos de vista e interesses e a mediação dos conflitos, bem Um bom caminho para identificar os conhecimentos prévios
como sobre a importância dos direitos sociais. Ao apresentar a é relembrar o conceito de cidadania, trabalhado nas unidades 1
trajetória dos trabalhadores no Brasil no início do século XX, a e 2, e também propor algumas atividades do capítulo 6 do
unidade possibilita ao estudante refletir sobre essas questões volume 4 desta coleção. Essa retomada pode auxiliar no traba-
relacionadas à cidadania e à conquista por direitos por meio lho com a unidade, reforçando o conceito de cidadania e as
de lutas sociais. características do trabalho industrial.
Nesta Unidade, os estudantes conhecerão alguns conceitos Conceitos como Estado, Monarquia, República e cidadania
e temas importantes para o desenvolvimento das competências já foram estudados em contextos distintos nas unidades 1 e 2.
específicas de Ciências Humanas e de História para os anos Muitos dos conteúdos que serão estudados nesta unidade 3 já
iniciais do Ensino Fundamental. O trabalho com as práticas de fazem parte do cotidiano dos estudantes. Eles podem reconhe-
cidadania em articulação com o processo de conquista de di- cer nomes como Bertha Lutz ou Getúlio Vargas em nomes de
reitos permite contemplar os objetivos pedagógicos 2 e 4. A logradouros públicos, por exemplo. Além disso, os grupos so-
questão da organização do poder político e as mudanças ins- ciais envolvidos e as questões referentes ao mundo do trabalho
titucionais no Estado brasileiro no período permitem enfocar pertencem ao cotidiano da família, do bairro e do município
o objetivo pedagógico 1. Já a reflexão sobre o impacto social do estudante.
das inovações tecnológicas propicia o trabalho com o objeti- Um bom caminho para atrair sua atenção para essas questões
vo pedagógico 3. é pedir que conversem com os adultos de sua família, especial-
O conteúdo da unidade também propicia trabalhar conheci- mente os mais velhos, que trazem vivência e experiência de
mentos de literacia e de numeracia ao propor atividades em que outros períodos históricos. Para sensibilizá-los para o tema, é
o estudante exercita a expressão escrita e oral, o debate e a tro- possível também organizar uma saída de campo se sua região
ca de ideias, a leitura e interpretação de imagens, os gráficos conta com alguma instituição cultural relacionada ao passado
e as tabelas. O uso de fontes diversas e de diferentes gêneros republicano brasileiro.

132
É possível que eles estranhem, num primeiro momento, al- No capítulo 7, o estudante é convidado a compreender como
guns dos conceitos e categorias trabalhados, principalmente se estruturou o mundo do trabalho no Brasil republicano e a
aqueles que se referem a instituições políticas. Para dissipar essa conhecer a dura rotina das primeiras fábricas, quando não havia
primeira impressão, é importante partir de exemplos concretos ainda direitos sociais. Ele também irá estudar sobre as formas de
do cotidiano, que contribuam para tornar o conhecimento his- luta dos trabalhadores e, particularmente, das mulheres, suas
tórico mais palpável para os estudantes. reivindicações, expectativas e conquistas. Neste capítulo, se des-
taca também o direito à cultura e ao lazer, sendo abordadas al-
Relação dos objetivos pedagógicos gumas das formas mais populares de lazer dos trabalhadores no
com os conteúdos e atividades período estudado, como o cinema, o rádio e o futebol. Por fim,
trabalhados na unidade o estudante é introduzido à inovação estética, estudando a his-
A unidade 3 mobiliza os objetivos de aprendizagem, compe- tória da Semana de Arte Moderna de 1922, que marcou a cultu-
tências e habilidades por meio do estudo do processo de desen- ra brasileira.
volvimento da cidadania em articulação com as transformações Nesta unidade, o estudante entrará em contato com uma di-
do Brasil após a Proclamação da República. As estratégias para versidade de fontes (documentos de época, leis, fotografias, gra-
explorar cada tema são diversificadas e incluem análises de fo- vuras e gráficos), podendo estabelecer conexões entre o passado
tografias, charges, tirinhas, reprodução de obras de arte, tabelas republicano e os problemas do presente.
e gráficos, além de pesquisas, elaboração de desenhos e explo-
ração de textos e documentos históricos. Objetivos pedagógicos e expectativas
No capítulo 6, o estudante compreende o significado histórico
da proclamação e conhece a primeira Constituição republicana e
de aprendizado
as práticas eleitorais fraudulentas desse período. Ele também enten- As rubricas a seguir são um instrumento de avaliação forma-
de as mudanças sociais e urbanas que ocorreram com a chegada tiva que permite mensurar o desempenho dos estudantes e
dos imigrantes. Além disso, aprende a valorizar o papel das inovações identificar quais conteúdos cada um deles precisa aprimorar
tecnológicas e fica conhecendo como se formula um projeto de lei. antes de prosseguir nos estudos.

Critérios de
O. P.* Expectativas de aprendizado
desempenho
O estudante compreende a diferença entre Monarquia e República e consegue reconhecer os
Desenvolvido
motivos da passagem de um regime a outro no Brasil.
O estudante não compreende plenamente a diferença entre Monarquia e República e reconhece
1 Desenvolvido parcialmente
alguns dos motivos da passagem de um regime a outro no Brasil.
O estudante não compreende a diferença entre Monarquia e República nem reconhece o
Em desenvolvimento
processo de transição entre os regimes.
O estudante compreende corretamente o conceito de cidadania e consegue dar exemplos de
Desenvolvido
violações à cidadania.
2 O estudante compreende parcialmente o conceito de cidadania e não consegue dar exemplos
Desenvolvido parcialmente
de violações à cidadania.
Em desenvolvimento O estudante não compreende o conceito de cidadania.
O estudante reconhece o papel do uso de diferentes linguagens e tecnologias e seus impactos
Desenvolvido
sociais, culturais e políticos nas últimas décadas do século XIX e início do XX.
O estudante reconhece o uso de diferentes linguagens e tecnologias, mas não compreende os
3 Desenvolvido parcialmente
impactos sociais, culturais e políticos nas últimas décadas do século XIX e início do XX.
O estudante não reconhece o uso de diferentes linguagens e tecnologias nem seus impactos
Em desenvolvimento
sociais, culturais e políticos nas últimas décadas do século XIX e início do XX.
O estudante identifica as transformações do trabalho no Brasil do século XX e reconhece o
Desenvolvido impacto das lutas trabalhistas na conquista de direitos considerando os pontos de vista de
diferentes grupos sociais.
4 Desenvolvido parcialmente
O estudante reconhece algumas das transformações trabalhistas mencionadas na unidade
considerando os pontos de vista de diferentes grupos sociais.
O estudante não identifica as transformações mencionadas nem reconhece alguns dos direitos
Em desenvolvimento
trabalhistas conquistados considerando os pontos de vista de diferentes grupos sociais.

*Nota: ao longo desta unidade, os objetivos pedagógicos nos títulos de quadros serão abreviados como O. P.

133
Orientações didáticas

Competências da BNCC UNIDADE


Competências gerais da
Educação Básica:
CG1, CG2, CG3, CG4, CG5, CG7, CG8,
CG9, CG10
Competências específicas
de Ciências Humanas:
CECH1, CECH2, CECH3, CECH4,
3 REPÚBLICA E
TRABALHO
CECH6
Competências específicas
de História:
CEH1, CEH2, CEH3, CEH4, CEH5

Componentes essenciais
para a alfabetização
• Desenvolvimento de vocabulário
• Compreensão de textos
• Produção de escrita

Como ocorreu a transição do regi-


me monárquico para o regime repu-
blicano no Brasil? Como as inovações
tecnológicas transformaram o coti-
diano das pessoas nesse período?
Como ocorre a luta pela cidadania e
pela conquista de direitos sociais?
Essas e outras questões serão respon-
didas ao longo dessa unidade, que
articula em textos, imagens e ativida-
des os conteúdos estudados aos ob-
jetivos de aprendizagem, habilidades
e competências exigidas pela BNCC.
Destacamos aqui a discussão da or-
ganização do poder político para
compreensão da ideia de Estado e
também a abordagem da noção de
A industrialização no Brasil foi tardia. As primeiras fábricas
cidadania e sua relação com os direi- modernas do país só apareceram no início do século XX e utilizavam
tos sociais, além do papel da inova- principalmente a mão de obra imigrante. Na fotografia, de 1928,
ção tecnológica e estética no trabalhadores da General Motors comemoram a produção do carro de
progresso da sociedade. número 50 mil, na avenida Presidente Wilson, em São Paulo (SP).
O objetivo das aberturas de unida-
de é explorar os conhecimentos pré- 94
vios dos estudantes por meio da
leitura de imagens e de questões que
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
possibilitam discussão oral e coletiva
dos aspectos a seres trabalhados. É
importante garantir que todos pos- Unidade temática Objetos de conhecimento Habilidades
sam se manifestar, mesmo que as
BNCC

Povos e culturas: As formas de organização social e política: a


opiniões e as ideias expostas sejam EF05HI02
meu lugar no noção de Estado
parciais em relação aos conceitos. Se
possível, no decorrer da sistematiza- mundo e meu Cidadania, diversidade cultural e respeito às EF05HI04
ção, retome com os estudantes essas grupo social diferenças sociais, culturais e históricas EF05HI05
ideias iniciais para que eles reorgani-
zem as informações de acordo com
os conhecimentos adquiridos.

134
Orientações didáticas
Antes de propor a resolução das
questões sugeridas na abertura, po-
de-se analisar as imagens com a par-
ticipação dos estudantes. Um
caminho é lançar perguntas motiva-
doras para estimular a observação.
Alguns exemplos são: Você sabia que
há 100 anos o Brasil já tinha fábricas
de automóveis? Para onde vocês
acham que estão indo os passageiros
deste bonde?
Atividade 1
Oriente os estudantes a observar
atentamente todos os elementos pre-
sentes em ambas as imagens e a ler
as legendas. Eles não devem ter difi-

Arquivo/Folhapress
Com a industrialização e a urbanização das cidades brasileiras, culdade em perceber que a maioria
surgiram também novos meios de transporte. Durante décadas, das pessoas em frente da fábrica e a
o bonde fez parte da paisagem das cidades e do cotidiano das bordo do bonde são trabalhadores.
pessoas. Na fotografia, de 1954, bonde lotado trafegando no
centro da cidade de São Paulo (SP). Atividade 2
Registre as hipóteses dos estudan-
tes no quadro sobre o significado do
relógio na parede da fábrica. Eles de-
vem perceber que sua função não é
informar as horas, mas medir a pro-
dutividade, ou seja, a quantidade de
carros produzidos na fábrica. Lembre-
Observe as fotografias e converse com os colegas e
-os de que a marca de carros produ-
o professor. Respostas pessoais. Leia as orientações para zida nessa fábrica ainda existe.
as atividades neste Manual do Professor.
1. Quem são as pessoas representadas nas duas Atividade 3
fotografias? Os estudantes devem fazer o exer-
cício de comparação entre presente
2. O que você acha que significa o relógio no e passado, identificando as perma-
canto esquerdo da fotografia que está na parte nências no tempo. Fale sobre as fábri-
de baixo da página? cas e meios de transporte de hoje e
auxilie-os a chegar à conclusão de
3. Cenas como essas ainda fazem parte do coti- que, embora o aspecto da fábrica e
diano da cidade onde você mora? os meios de transporte não sejam os
Reprodução/Coleção particular

4. Na região em que você vive, em que ramo de mesmos, cenas como essas ainda po-
atividade a maioria das pessoas trabalha? Como dem ser vistas em muitas cidades
brasileiras.
elas costumam se locomover para o local de
trabalho? Atividade 4
Anote no quadro as hipóteses e
percepções dos estudantes. Indique
95 o setor econômico em que a maioria
das pessoas de município em que
vivem trabalha (agropecuário, indus-
trial ou serviços). Ajude os estudantes
a refletir de que forma os trabalhado-
Unidade temática Objetos de conhecimento Habilidades res do município costumam ir ao local
de trabalho.
BNCC

Registros As tradições orais e a valorização da memória EF05HI06


da história:
O surgimento da escrita e a noção de fonte para a
linguagens e
transmissão de saberes, culturas e histórias EF05HI09
culturas

135
Orientações didáticas
O estudo deste capítulo possibilita
aos estudantes compreender como CAPÍTULO
se deu a passagem do regime monár-
quico para o republicano no Brasil, no
fim do século XIX, e de como o novo
regime reorganizou a vida política e
social nacional. Também é abordado
6 O BRASIL REPUBLICANO
o processo de modernização conser-
vador promovido pela República,
calcado no crescimento urbano e
Proclamação da República
industrial por meio do incentivo à
imigração europeia, sem, contudo, Você já sabe que o Brasil foi uma monarquia, mas sabe quando e por que
universalizar a cidadania para a popu- ele se tornou uma república? Resposta pessoal. Leia as orientações para a
lação brasileira. atividade neste Manual do Professor.
A EF05HI02 é mobilizada em
textos e atividades que tratam das Atualmente o Brasil é uma República Federativa, formada pela união de esta-
mudanças no Estado brasileiro após dos, municípios e do Distrito Federal (Brasília), que é a capital do país. Ele é regido
a Proclamação da República. A por uma Constituição, a lei máxima do país, que define os direitos e deveres dos
EF05HI04 é abordada ao longo do cidadãos. Leia o que diz um dos primeiros artigos da Constituição brasileira:
capítulo em textos e atividades que
ressaltam a noção de cidadania, os Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
princípios de respeito à diversidade I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
e à igualdade de direitos, como no II – garantir o desenvolvimento nacional;
conteúdo das páginas 79 a 81, que III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
mostram que a noção de cidadania e regionais;
está relacionada à conquista de di- IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
reitos e que a participação política idade e quaisquer outras formas de discriminação.
de cada um tem papel fundamental BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
nessa conquista. https://tedit.net/54uzdx. Acesso em: 18 mar. 2021.
A discussão sobre cidadania pro-
posta no capítulo também permite a Esses são os principais objetivos da república, república: sistema de
interlocução com a CECH1 e a CECH4, que devem ser cumpridos não somente pelo gover- governo no qual o chefe de
pois, ao abordar os grupos sociais do no, mas também por todos os cidadãos do país. Mas Estado é eleito pelo povo ou
período da Primeira República, contri- por seus representantes por
quando o Brasil se tornou uma república? tempo determinado.
bui para a compreensão de si e do
outro, o respeito à diferença e a valo-
Renato Cortez/Futura Press

rização da diversidade social. A discus-


são sobre inovação tecnológica
também mobiliza a CECH2, pois en-
foca os impactos sociais das novas
tecnologias. O capítulo permite, ainda, Ministro da Saúde Eduardo Pazuello
a interlocução com a CEH1, a CEH3 e em sessão de Debates Temáticos
a CEH4, a partir de textos e atividades sobre as dificuldades enfrentadas
pelo Brasil para imunizar a população
que relacionam acontecimentos his-
contra a covid-19, no Senado Federal,
tóricos a relações de poder e destacam em Brasília (DF). Foto de 2021.
distintas interpretações dos contextos
96
em questão. O capítulo possibilita
igualmente o trabalho com o tema
contemporâneo transversal Cidada- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
nia e civismo, ao propiciar o aprofun-
damento da Educação em direitos Chame a atenção para a imagem e a legenda,
humanos. esclarecendo, em linhas gerais, a função e o fun-
Antes de iniciar o trabalho com o cionamento do Senado Federal. Sugerimos apre-
capítulo, relembre o contexto históri- sentar um vídeo introdutório que explica o que
co estudado na unidade 2. Leia o é a Constituição de 1988 para os estudantes pro-
texto desta página com a turma, res- duzido pelo Plenarinho o jeito criança de ser cida-
saltando a definição de Constituição dão. Disponível em: https://tedit.net/8BQmAV.
e os objetivos fundamentais da Repú- Acesso em: 17 jul. 2021.
blica segundo a Constituição de 1988.

136
Orientações didáticas
É importante reforçar a diferença
entre o regime monárquico e o regime
Da Monarquia à República republicano e o processo que levou à
abolição da escravidão por meio da
Até 1888, ainda existia escravidão no Brasil. Os escravizados não eram consi-
mobilização da sociedade civil. Reto-
derados cidadãos e a maior parte da população livre era pobre, não tinha acesso me com os estudantes as diferenças
à educação e a outros serviços públicos. O Brasil era governado por um monarca, básicas entre Monarquia, em que o
dom Pedro II, e não por um presidente, como hoje. poder político pertence ao monarca e
Diversos setores da sociedade estavam descontentes com a Monarquia. A Igreja é transmitido de forma hereditária, e
condenava a interferência do monarca em seus assuntos internos. Muitos proprie- República, em que o país é governado
tários de terras ficaram contrariados, em 1888, com o por um presidente escolhido por meio
estancieiro: aquele que tem de eleição popular.
fim do trabalho escravo. Parte deles, como os cafei-
estância, ou seja, fazenda de Certifique-se de que os estudantes
cultores paulistas e os estancieiros gaúchos, também criação de gado. saibam que os movimentos abolicio-
desejava maior participação no governo. Um dos se- nista e republicano foram contempo-
tores mais descontentes era o dos militares, que se râneos e estimule-os a estabelecer
sentiam desprestigiados pelo governo monárquico. Esses setores passaram, então, a comparações entre ambos os movi-
defender a ideia de que o Brasil melhoraria se deixasse de ser uma monarquia e se mentos no que diz respeito à partici-
tornasse uma república. pação popular. Ressalte que, embora
a Monarquia tenha sido derrubada
Liderados pelos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, os militares
por uma ação militar, a República foi
tomaram o poder em 15 de novembro de 1889 e proclamaram a República. Eles resultado de um movimento alimen-
deram 24 horas para que o imperador dom Pedro II e a família real saíssem do tado pela insatisfação crescente de
Brasil. A Proclamação foi uma iniciativa dos militares e não contou com a partici- diferentes setores da sociedade com
pação direta da população, embora diversos grupos sociais apoiassem os militares. o governo.
Sempre que datas ou períodos de
• Observe a pintura e responda às questões no caderno. Não escreva no livro. tempo forem mencionados no decor-
rer da unidade, sugerimos utilizar a
Reprodução/Museu Histórico Rio de Janeiro, RJ.

ferramenta da linha do tempo para


deixar claras as relações de sucessão
e simultaneidade. O recurso da linha
do tempo permite que os estudantes
elaborem um “mapa” mental para
compreender as relações entre perío-
dos históricos.
A família imperial recebe a notícia
de que deve deixar o Brasil, de Para saber mais
Albert Chapon, 1892 (óleo sobre
tela). Na obra, o artista representou O canal Politize! é voltado à edu-
o imperador dom Pedro II recebendo cação política de jovens e adultos e
um comunicado.
apresenta vídeos, textos e depoi-
a) O personagem que entrega um comunicado ao imperador faz parte de que mentos acessíveis e didáticos que
ajudam a entender o contexto histó-
setor da sociedade? O que o identifica?
O personagem é um militar e pode ser identificado por seu uniforme. rico da transição entre o regime mo-
b) Por que o imperador foi obrigado a deixar o Brasil? nárquico para o regime republicano
Porque ele era o representante máximo da Monarquia, que havia sido derrubada na véspera no Brasil, bem como as particularida-
97
com a Proclamação da República. des da chamada Primeira República
ou República Velha. Disponível em:
https://tedit.net/2QXvAe. Acesso em:
17 jul. 2021.
Atividade A atividade contempla conhecimentos de
Observe a imagem com os estudantes e de- alfabetização e literacia ao solicitar os processos
monstre que na pintura estão representados de localizar e retirar informação explícita e fazer
dois grupos antagônicos. Do lado esquerdo, inferências diretas por meio de leitura de texto
estão os membros da família imperial e, do lado e imagem.
direito, três militares. O posicionamento dos
grupos indica haver tensão no ambiente. Cha-
me a atenção para o título da obra, na legenda,
e auxilie os estudantes a responder às questões
propostas.

137
Orientações didáticas
O texto desta página revela as con-
tradições entre os ideais republicanos
e aquilo que de fato aconteceu no Uma república para poucos
Brasil após a Proclamação da Repú-
A Proclamação da República despertou esperança de mudanças e melhorias
blica: exclusão da maioria da popula-
ção do direito ao voto e manipulação na vida da população. No entanto, a implantação desse sistema de governo não
de eleições e corrupção. conseguiu modificar a estrutura da sociedade brasileira nem garantir cidadania à
Inicie o assunto analisando a char- população. De acordo com o historiador José Murilo de Carvalho, no início da
ge reproduzida nesta página. Expli- República, cerca de 85% das pessoas eram analfabetas e 90% viviam no campo. O
que aos estudantes que a charge é poder político e econômico continuou concentrado nas mãos de grandes proprie-
uma representação artística na qual, tários de terras, chamados na época de coronéis.
geralmente, se faz algum tipo de crí-
Em 1891, no governo do marechal Deodoro da Fonse-
tica sobre um fato ou uma personali- promulgar: publicar
dade. Esse tipo de representação era ca, foi promulgada uma nova Constituição. Ela estabelecia oficialmente uma lei e
muito comum na época e veiculado que todo cidadão maior de 21 anos tinha direito a votar. ordenar sua execução.
nas revistas e nos jornais brasileiros Mas analfabetos, mulheres e militares estavam excluídos
da primeira metade do século XX. Em do direito ao voto. Isso significava que, na prática, cerca de 2% da população
seguida, pergunte aos estudantes o podia de fato exercer esse direito.
que eles acham que a charge mostra Os coronéis procuravam obrigar os votantes a eleger os candidatos indicados
e por que o eleitor foi representado
por eles, manipulando, assim, as eleições. Valia tudo para garantir o resultado de uma
dessa forma. Nessa charge de Storni,
publicada na revista Careta em 1927, eleição: roubo de urnas, falsificação de atas eleitorais, troca de favores (como
o voto de cabresto, uma das mais fa- uma vaga no hospital ou um emprego) e até mesmo
ata: registro escrito de uma
mosas fraudes eleitorais da Primeira uso de violência para intimidar eleitores. Por causa des- sessão, de uma assembleia.
República, é alvo de críticas. Naquele sas manipulações, as eleições do início da República fi-
período, era comum o eleitor receber caram conhecidas como eleições de cabresto.
um papel com o nome do candidato
escolhido pelo coronel da região e
apenas o depositar na urna.
Após a análise da charge, questio-
ne os estudantes se tal modelo de
República poderia ser chamado de
democrático. Avalie se eles com-
preendem o conceito de democracia
e estabeleça comparações com a
República na atualidade. No presente,
a Constituição de 1988 prevê o voto
secreto e com igual participação para
Nesta charge,
todos. Naquele contexto, o voto era publicada na
aberto, portanto era possível saber revista Careta
em quem o eleitor votaria, e censitá- em 1927, o
rio, baseado na renda do eleitor, o cartunista
© Storni/Coleção particular

que excluía grande parte da popula- Storni


representa
ção. Na prática, votavam os homens,
o voto de
brancos e proprietários, deixando de cabresto.
fora a maioria da população, incluin-
98
do todas as mulheres. É importante
que a turma reflita que, de lá para cá,
muitos direitos políticos foram con- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
quistados. Atualmente, toda a popu-
lação adulta nascida no país pode
votar e existem eleições livres e de- Para saber mais
mocráticas. Contudo, a cidadania é Cidadania no Brasil: o longo caminho, de
um processo ainda em construção e José Murilo de Carvalho. Civilização Brasilei-
necessita de constante reafirmação e ra, 2016. O livro faz um retrospecto da luta
aprimoramento por parte da socie- pela cidadania e pelos direitos civis no Brasil,
dade – daí a importância de a escola desde o movimento pela Independência até
educar os estudantes para práticas a atualidade. É uma obra fundamental para
cidadãs. entender os caminhos e descaminhos da
cidadania no Brasil.

138
Orientações didáticas
Atividade 1
Não escreva no livro. Oriente os estudantes a elaborar
1. Observe com um colega a charge de Storni, na página anterior. uma representação crítica sobre o
Em uma folha à parte, criem outra charge para representar o voto de cabresto. voto de cabresto. Comente que o de-
senho deve ser compreensível e levar
Para isso, sigam o roteiro. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
o leitor a refletir sobre o assunto.
• Troquem ideias sobre como o voto de cabresto será representado na charge. A atividade contempla conheci-
mentos de alfabetização e literacia, em
• Esbocem, em forma de rascunho, a ideia da charge que vocês resolveram especial os processos de interpretar e
desenvolver. relacionar ideias e informações; e de
analisar e avaliar conteúdo e elemen-
• Verifiquem no esboço se a charge de vocês faz sentido e se ela passa a ideia que tos textuais e imagéticos.
É possível ampliar a atividade suge-
vocês querem transmitir.
rindo que se elabore charges sobre a
• Façam o desenho final, adicionando cores ou efeitos de sombra à charge. venda e a compra de votos no presen-
te, estabelecendo relações entre o
• Elaborem um título criativo. passado e o presente. Para fundamen-
tar essa atividade, leia o artigo sugerido
• Sob a orientação do professor, organizem na sala de aula uma exposição das e converse com os estudantes antes de
charges produzidas. propor a atividade. Disponível em: ht-
tps://tedit.net/vdJQCz. Veja, também,
2. Leia o texto e responda no caderno às questões. Para casa uma charge de compra de votos ho-
je, disponível em: https://tedit.ne-
Artigo 299 da Lei n. 4 737, de 15 de julho de 1965 t/2aZvKd. Acessos em: 17 jul. 2021.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, Atividade 2
dinheiro, dádiva, ou qualquer vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou Auxilie os estudantes na leitura e
prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita: interpretação do artigo de lei, esclare-
Pena – reclusão de até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa. cendo os termos desconhecidos. Para
BRASIL. Código Eleitoral de 1965. Disponível em: https://tedit.net/nKdjFy. a realização desta atividade, eles deve-
Acesso em: 7 fev. 2021. rão compreender a redação dessa lei e
fazer uma análise crítica de sua aplica-
a) Qual é o tema do artigo? O artigo é parte de uma lei que estabelece punição bilidade de acordo com seus conheci-
para quem praticar fraude eleitoral ou compra de votos. mentos prévios e suas opiniões a
b) Quantos anos após a Proclamação da República essa lei foi publicada? respeito do sistema eleitoral atual. Es-
Setenta e seis anos depois. pera-se que a turma note que, ainda
c) Na sua opinião, a publicação dessa lei extinguiu a ocorrência de fraude eleitoral, que atualmente as eleições sejam livres
como a troca de votos por favores? Justifique sua resposta. e democráticas, isso não significa que
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. estejamos isentos de problemas de
d) Reflita: Por que o artigo diz que tanto dar quanto receber favores eleitorais é corrupção.
considerado crime? Ao trabalhar os itens c, d e e, apro-
veite para conversar sobre a importân-
e) Converse com os adultos da sua casa para saber se eles conhecem alguma
cia da ética na convivência entre as
história envolvendo favores eleitorais ou compra de votos. Escreva um pará- pessoas no espaço público e privado.
grafo para compartilhar com os colegas a história contada. Resposta pessoal. Será que vale tudo para se conseguir o
2. d) Resposta pessoal. O estudante deve compreender o enunciado do artigo do Código Eleitoral que se quer? O respeito ao outro e as
e perceber que ele se aplica tanto a postulantes a cargos políticos quanto aos próprios eleitores. 99 regras do jogo são indispensáveis para
A lei diz que ambos têm o dever de zelar pela justiça do voto.
o exercício da cidadania. Mesmo que
se queira muito ganhar, é preciso saber
perder e entender que isso faz parte do
jogo democrático.
Antes de propor essa atividade, apre-
sente a animação Por dentro do voto
eletrônico promovida pela Justiça Elei-
toral. Disponível em: https://tedit.net/
x7jbAo. Acesso em: 17 jul. 2021.
A atividade favorece o desenvolvi-
mento da compreensão de textos e
da produção de escrita.

139
Orientações didáticas
Para introduzir os temas abordados
nesse tópico, avalie a possibilidade de
assistir com os estudantes a um vídeo O Brasil no início da República
sobre as mudanças no Rio de Janeiro
e a questão social no início da Repú-
blica. O documentário educativo Que tipo de mudanças você acha que ocorreu no Brasil após a Proclamação
Questão social: Caso de polícia, da série da República? Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
500 anos: O Brasil República na TV, foi
produzido pela TV Escola, do Minis-
tério da Educação, e está disponível No início da República, o Brasil ainda era um país predominantemente rural. A
em: https://ijp.short.gy/x96fJi. Acesso maioria da população vivia e trabalhava no campo. Havia poucas indústrias e as
em: 13 ago. 2021. cidades estavam começando a se desenvolver.
Em seguida, converse com os es-
tudantes sobre a questão inicial pro- A chegada dos imigrantes
posta nesta página e permita que
imaginem quais transformações po- O fim do trabalho escravo no Brasil resultou na mudança do perfil dos trabalha-
dem ter ocorrido após a Proclamação dores das lavouras, principalmente nas grandes fazendas de café, na época a prin-
da República. O vídeo sugerido acima cipal riqueza do país. Nesse período, chegaram ao país muitos imigrantes vindos
e a fotografia reproduzida nesta pá- da Europa e da Ásia. Experiências com trabalhadores imigrantes já aconteciam em
gina podem ajudar nessa reflexão. menor escala desde as primeiras décadas do século XIX, sobretudo no sudeste e no
O tema da imigração é abordado sul do país. Muitas dessas tentativas não deram certo porque se esperava que os
no contexto da crise de mão de obra próprios imigrantes custeassem as despesas da viagem e a instalação nas fazendas
na lavoura, agravada com a abolição
e colônias. A partir de 1887, o governo mudou de estratégia e passou a financiar o
da escravatura, e da urbanização das
cidades. A vinda de milhões de imi-
transporte e a instalação desses imigrantes nas grandes propriedades rurais.
grantes principalmente da Europa foi Entre os anos de 1887 e 1914, chegaram ao Brasil quase 3 milhões de estran-
a solução encontrada para prover geiros. A maioria deles era composta de italianos, portugueses e espanhóis. Mas
mão de obra para as fazendas de vieram também imigrantes de outras partes do mundo, como os alemães e os
café logo após o fim do trabalho es- japoneses.
cravo. Além da questão produtiva,
tal contingente populacional era
Museu Histórico Regional Saburo Yamanaka, Bastos, SP.

conveniente aos interesses da elite


política, que pretendia “embranque-
cer” a população brasileira. Nesse
contexto, proliferaram ideias sobre o
“perigo amarelo”, representado pelos
imigrantes de origem asiática, sobre
quem recaía um estereótipo de in-
ferioridade étnica. Ao abordar esse
tema, reforce a importância da luta
contra qualquer forma de racismo e
discriminação, mobilizando a CECH1, Família de imigrantes
a CECH4, a CEH4 e o tema contem- japoneses em
plantação de melancia,
porâneo transversal Educação em
provavelmente na década
Direitos Humanos. de 1930.
Chame a atenção para a citação do
100
historiador Boris Fausto, na página
seguinte. Os imigrantes que se torna-
vam trabalhadores agrícolas nas pro- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
priedades rurais eram comumente
submetidos a maus-tratos e a condi- brasileira. Diante das condições no campo, mui-
ções de trabalho muito duras. A rea- tos imigrantes, atraídos pelas ofertas de empre-
lidade vivida por eles demonstra as go nas indústrias que cresciam nas cidades,
marcas profundas que os séculos de acabaram fixando-se em centros urbanos, em
escravidão deixaram na sociedade busca de melhor qualidade de vida.

140
Orientações didáticas
Falando sobre...
A maior parte desses imigrantes trabalhava nas fazendas de café, no estado de Esta seção permite aos estudantes
São Paulo. Eles recebiam baixos salários e enfrentavam condições de vida difíceis e refletir sobre a realidade dos desloca-
precárias. Leia o trecho a seguir, do historiador Boris Fausto. mentos humanos na atualidade, bem
como desenvolver atitudes positivas
Nos primeiros anos da imigração em massa, os imigrantes foram submetidos a
em relação à diversidade cultural en-
uma dura existência, resultante das condições gerais de tratamento dos trabalhado-
tre os povos e valorizar costumes e
res no país, onde eles quase equivaliam aos escravos.
crenças diferentes dos seus, mobili-
FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp, 2012. p. 158. zando a CECH4. O gráfico deve con-
Descontentes com essa situação, muitos imigrantes abandonavam as fazendas tribuir para que o estudante perceba
e iam para as cidades, onde passavam a trabalhar como artesãos ou como operá- que parte da nossa identidade foi e
ainda é composta pela cultura trazida
rios em fábricas ou, então, abriam pequenos negócios. Na cidade, as expectativas
pelos imigrantes e também propicia
de uma vida melhor e até mesmo de enriquecer eram maiores do que no campo. o desenvolvimento da numeracia.
Resposta pessoal. Leia as
orientações para a ativi- Solicite aos estudantes a leitura do
FALANDO SOBRE... dade neste Manual do Não escreva no livro. texto desta seção e direcione a per-
Professor. gunta do segundo parágrafo a eles:
O que leva pessoas a deixar a sua ter-
Solidariedade aos imigrantes
ra e se aventurar em outro país, mui-
Como você viu, com a abolição do trabalho Brasil: número de tas vezes sem sequer conhecer a
escravo no Brasil, uma grande quantidade de imigrantes – 2006-2015 língua falada e os costumes da sua
população? É importante estimulá-

Banco de imagens/Arquivo da editora


imigrantes chegou ao país para trabalhar nas Ano

fazendas de café. Esses imigrantes enfrentaram 2006 45 124 -los a perceber o outro com respeito
duras condições de vida e de trabalho, pois 2007 39 679 e empatia, colocando-se na situação
muitas vezes eram tratados pelos donos das 2008 40 128 dos imigrantes, nesse caso. Solicite,
2009 87 987 então, que tomem decisões como se
fazendas como escravos.
2010 54 876 fossem os próprios imigrantes, diante
O que leva pessoas a deixar a terra natal e 2011 74 943 das dificuldades que estes, de fato,
a se aventurarem em outro país, muitas vezes 2012 99 038 viveram ou ainda vivem.
sem conhecer a língua falada e os costumes 2013 107 989 A atividade proposta ao final desta
da população? 2014 119 431 seção pretende estimular uma discus-
As pessoas podem deixar seu país por 2015 117 745 são sobre o acolhimento de imigran-
0 50 mil 100 mil 150 mil tes e aprofundar o entendimento de
diversas razões: crise econômica, falta de
Nœmero de imigrantes conceitos e questões essenciais para
emprego, guerras, perseguição em virtude de a formação do futuro cidadão. Uma
VELASCO, Clara; MANTOVANI, Flávia. Em
crença, religião ou etnia, etc. O governo e a 10 anos, número de imigrantes aumenta 160% possibilidade de fonte de informa-
população do país que acolhe os imigrantes no Brasil, diz PF. G1, 25 jun. 2016. Disponível em:
ções para a realização do cartaz é o
https://tedit.net/l6cw5z.
devem recebê-los bem, ajudando-os a se Acesso em: 7 fev. 2021. site do Centro de Direitos Humanos e
integrarem à nova sociedade. Cidadania do Imigrante, disponível
em: https://ijp.short.gy/jqhQ59. Aces-
• Observem o gráfico acima e vejam a quantidade de imigrantes que chegou so em: 13 ago. 2021.
ao Brasil entre 2006 e 2015. Em seguida, reflitam: O que podemos fazer para
acolher melhor os imigrantes que chegam ao país? Com a mediação do
professor, pesquisem o assunto e registrem as informações em um cartaz.

101

Atividade complementar
Para tornar mais próxima e concreta a experiência dos refugiados no Brasil, sugerimos que os estu-
dantes escutem o depoimento de crianças refugiadas acolhidas no Brasil. O podcast produzido pela
ACNUR (Agência de refugiados da ONU) apresenta dados, análise de especialistas e depoimentos de
crianças do Congo, da Síria e da Venezuela. Refúgio em Pauta: episódio 03: Crianças refugiadas no Brasil.
Disponível em: https://ijp.short.gy/hIH09g. Acesso em: 13 ago. 2021.
Ao ouvir esses depoimentos, os estudantes devem perceber muitos pontos de contato entre a
vida das crianças refugiadas e a suas próprias, contribuindo para desenvolver a escuta e o sentimento
de empatia. Converse com os estudantes sobre a questão do que é acolhimento e deixe que eles
expressem seus sentimentos e ideias com relação a essa experiência.

141
Orientações didáticas
As cidades brasileiras foram moder-
nizadas a partir de um processo de re-
formas que alterou profundamente a A transformação das cidades
paisagem urbana, remodelando-a ao
Apesar de não ter conseguido garantir cidadania à maioria da população, o
estilo das capitais europeias. O momen-
to também propiciou uma diversifica- governo republicano se preocupava em passar uma imagem de progresso e mo-
ção no tecido social, proporcionando dernidade. Essa intenção se reflete até mesmo no lema inscrito na nova bandeira
o surgimento de uma classe média nacional: “Ordem e Progresso”.
sequiosa de consumir as novidades Uma das iniciativas do novo governo foi a transformação das cidades, que de-
vindas da Europa, como o carro, a má- veriam se tornar mais modernas, belas e higiênicas. Em cidades como São Paulo,
quina de escrever, o cinema, entre Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, construções antigas e ruelas estreitas
outras.
foram demolidas para dar lugar a prédios públicos, casarões e largas avenidas. A
A abordagem proposta neste ca-
pítulo destaca o lado negativo desse população mais pobre, que vivia nos cortiços, foi expulsa do centro das cidades
processo de modernização. Com ba- e acabou tendo que morar nos bairros da periferia.
cortiço: habitação coletiva
se no texto, os estudantes poderão Mais tarde, esse processo levaria à formação de fave- da população mais pobre de
compreender que a população pobre las e outras formas de habitação precária que ainda uma cidade.
das cidades e do campo não foi con- fazem parte da paisagem das cidades brasileiras.
templada nos planos de progresso do
governo republicano. Nas cidades, as
Augusto Malta/Acervo Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.

famílias com baixas condições so- Diante do crescimento


cioeconômicas foram expulsas para desordenado do Rio de
as periferias ou para os morros, como Janeiro e do sonho das
ainda acontece nos grandes centros autoridades de tornar a
urbanos brasileiros. Esse movimento capital do país semelhante
às cidades europeias,
ambíguo de modernização e expul-
foi iniciado um plano
são pode ser trabalhado inicialmente de reforma urbana que
a partir da análise da fotografia pre- desalojou a população mais
sente nesta página, em que se veem pobre, expulsando-a para
prédios sendo demolidos para dar a periferia. Ao lado, prédios
lugar a uma avenida mais espaçosa. em construção, entre eles
o Museu Nacional de Belas
Após a leitura do texto e da ima-
Artes e a Biblioteca Nacional.
gem, comente com os estudantes Foto de 1903.
que a urbanização foi impulsionada
pelas mudanças econômicas, sociais Outra iniciativa do governo foi tomar algumas medidas para higienizar as
e políticas do início do período re- cidades. No início da República, os habitantes das grandes cidades sofriam com
publicano. Além da chegada ao país constantes epidemias, como a febre amarela, a varíola, o tifo e a malária. Para
de diversas inovações tecnológicas,
prevenir essas epidemias, o governo promoveu a pesquisa de vacinas que com-
houve investimentos na moderniza-
ção da infraestrutura urbana e no batessem essas moléstias.
embelezamento das cidades, a fim Em outubro de 1904, para combater a varíola no Rio de Janeiro, o governo
de torná-las agradáveis para sua eli- determinou a vacinação obrigatória da população. Embora a medida fosse positi-
te. Proponha então uma reflexão va e necessária, ela foi aplicada de maneira autoritária. Os funcionários invadiam
sobre o lugar da população pobre a casa das pessoas e as vacinavam à força, sem que elas compreendessem para
nessas cidades modernas. Espera-se que servia a vacina.
que os estudantes notem que essas
102
pessoas não tinham lugar, pois, com
a justificativa de combater os focos
de insalubridade, responsáveis por Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
epidemias que assolavam as cidades,
muitas casas e cortiços do centro do Para saber mais
Rio de Janeiro foram destruídos, e
seus moradores, removidos para O texto a seguir, do historiador José Murilo de Carvalho, elucida o caráter cidadão da Revolta da Vacina:
áreas mais distantes da cidade. A Revolta da Vacina permanece como exemplo quase único na história do país de
movimento popular de êxito baseado na defesa do direito dos cidadãos de não serem
arbitrariamente tratados pelo governo. Mesmo que a vitória não tenha sido traduzida em
mudanças políticas imediatas além da interrupção da vacinação, ela certamente deixou
entre os que dela participaram um sentimento profundo de orgulho e autoestima, passo
importante na formação da cidadania.
CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não
foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 138.

142
Orientações didáticas
1. a) A organização das pessoas em dois grupos distintos avançando um contra o outro com objetos Chame a atenção dos estudantes
que podem ser utilizados como armas, além dos objetos atirados pela população em direção aos para a reação das camadas mais po-
Rebelião na cidade agentes de saúde. bres da população diante do processo
Revoltadas com essa atitude autoritária do poder público, as pessoas tomaram de modernização das cidades. O ca-
ráter autoritário das medidas gover-
as ruas da cidade e protestaram durante várias semanas. Muitas pessoas foram pre-
namentais causou descontentamento
sas e houve mortos e feridos. Esse acontecimento ficou conhecido como Revolta em diversos setores da sociedade e
da Vacina. provocou protestos que culminaram
em uma rebelião popular, conhecida
1. Observe a charge e responda às questões no caderno. Não escreva no livro.
como a Revolta da Vacina.
Atividade 1

Leônidas Freire/Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.


Solicite aos estudantes que identi-
fiquem os grupos rivais na charge de
Leônidas, destacando os elementos da
imagem que simbolizam os agentes
públicos e a população. No item b,
espera-se que os estudantes reconhe-
çam que atualmente há uma preocu-
pação em informar a população, por
diferentes meios de comunicação,
sobre os efeitos e a importância da
vacina. Com a chegada da pandemia
do coronavírus em 2020-2021, hou-
ve muita polêmica envolvendo as
vacinas, tema recorrente na impren-
sa durante todo esse período. É im-
portante chamar a atenção para a
Charge de Leônidas Freire sobre a Revolta da Vacina, publicada na revista O Malho de
questão da desinformação e das
29 de outubro de 1904.
fakenews propagadas, sobretudo,
nas redes sociais. Para aprofundar
a) Quais elementos da charge indicam que está havendo um confronto?
esse tema, consulte o site Educamí-
b) Compare a Revolta da Vacina com a campanha de vacinação contra o corona- dia: https://tedit.net/9U9aZw. Aces-
vírus em 2021. Quais são as semelhanças e as diferenças entre elas? so em: 1 jul. 2021. Nele, há diversos
Resposta pessoal. Espera-se que o estudante exercite a habilidade de comparação materiais, inclusive planos de aula,
2. Observe o gráfico e faça o que se pede. entre dois contextos distintos. para desenvolver esse tema.
• Na virada para o séculoã XX, o Brasil Brasil: pessoas ocupadas – 1920 Atividade 2
mantinha sua tradição de país agríco- Em 1920, a proporção de pessoas
Banco de imagens/Arquivo da editora

Pessoas em
la. Justifique essa afirmativa no cader- Indústria atividade: ocupadas na agricultura era de 69,7%
no com base nos dados do gráfico ao 1,2 milhão 9 milhões (6,3 milhões). É importante que os es-
13,8% tudantes compreendam essa porcen-
lado. Resposta pessoal. Leia as orientações 69,7%
para a atividade neste Manual do tagem. Se necessário, explique a eles
16,5%
Professor. que a cada 100 pessoas, aproximada-
Serviços
Fonte: SCHWARCZ, Lilia M. (coord.). A abertura para o mundo.
1,5 milhão
Agricultura mente 70 dedicavam-se à agricultura.
Rio de Janeiro: Objetiva: Fundación Mapfre, 2012. p. 43. 6,3 milhões
(História do Brasil Nação: 1808-2010, 3).
Esse dado justifica a afirmativa apre-
sentada nesta atividade.
103 Esta atividade contribui para o de-
senvolvimento da numeracia.

143
Orientações didáticas
Ler o mundo: História viva
O objetivo desta seção é possibili- LER O MUNDO: HISTÓRIA VIVA
tar ao estudante o conhecimento do
funcionamento do Poder Legislativo
a partir de uma explicação clara e
acessível sobre como são elaboradas Cidadania em ação: projeto de lei Não escreva no livro.
e aprovadas as leis. O tema faz parte Para a convivência em comunidade, são necessárias
da educação para a cidadania, uma esfera: nesse contexto,
regras ou leis. Elas garantem o funcionamento de di- âmbito; campo ou espaço
vez que busca desmistificar o funcio-
versos setores importantes para todos, como educação, compreendido dentro de
namento do poder político, tornan- determinados limites.
do-o mais próximo do universo saúde, transporte, segurança, entre outros. Quem elabo-
infantil. Espera-se que, com esta ati- ra e aprova as leis é o Poder Legislativo. Na esfera fede-
vidade e outras propostas nesta co- ral, esse poder é representado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal,
leção, os estudantes percebam que que, juntos, formam o Congresso Nacional, localizado em Brasília, capital do país.
os temas relativos à cidadania são de Antes de ser aprovada pelo Congresso Nacional, uma lei é chamada de pro-
interesse de todos. jeto. Ou seja, é uma ideia que pode ou não ser transformada em lei no futuro. A
Antes da realização das atividades,
aprovação de um projeto de lei depende de sua aceitação pelos representantes
proponha aos estudantes que assis-
tam ao vídeo sobre como se faz uma eleitos pela população. Todos os projetos de lei apresentados precisam estar de
lei, no canal do Plenarinho, disponível acordo com a Constituição federal, a lei máxi-

Thales Santos/Shutterstock
em: https://tedit.net/wULvV5. Aces- ma do país. Qualquer cidadão pode propor um
so em: 4 jun. 2021. Após a exibição projeto de lei.
do vídeo em sala de aula, promova Veja no esquema a seguir o caminho que
uma conversa entre os estudantes um projeto de lei percorre até ser aprovado e
para que exponham o que entende-
transformado em lei no Brasil.
ram dele.

Congresso Nacional, em Brasília (DF).


Foto de 2020.

Aprovação de uma nova lei


1 Cidadão 2 Presidente da Câmara 3 Na comissão, é escolhido 4 O presidente da
ou deputado encaminha o projeto para um relator que estuda o Câmara determina
propõe novo ser analisado por uma projeto e pode propor se o projeto deve
projeto de lei. comissão. Exemplo: se o emendas (ajustes) a ele. passar pelo
projeto trata de educação, O relator deve apresentar plenário, onde
segue para a Comissão o projeto aos colegas será discutido e
de Educação e Cultura. deputados. votado por todos
7

iStockphoto/Getty Images
Por fim, a nova os deputados que
lei é publicada no representam os
Diário Oficial para 6 Se aprovado também 5 Se não for aprovado, o brasileiros.
que todos fiquem no Senado, o projeto de projeto de lei é arquivado. Se
sabendo que, a lei segue para a sanção do for aprovado, o projeto vai
partir daquela data, presidente da República, que para o Senado, a outra casa
a lei entra pode aprovar a lei com ou do Legislativo, e segue um
em vigor. sem emendas (ajustes). caminho semelhante.

Texto elaborado pelos autores.

104

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

144
Orientações didáticas
b) Resposta pessoal. Espera-se que o estudante compreenda que o projeto de Catarina, de acordo Atividade 1
Os itens a e b contribuem para os
1. Leia, a seguir, o texto sobre um projeto de lei elaborado por uma estudante processos de analisar e avaliar con-
do Ensino Médio em 2017. com o texto, tem a intenção de “igualar um pouco a situação teúdo e elementos textuais, favore-
de escolas particulares e públicas na preparação para o Enem”.
Desde 2004, a Câmara dos Deputados seleciona anualmente 78 estudantes cendo a compreensão de textos. O
de Ensino Médio para fazer parte do Parlamento Jovem Brasileiro. Os estudan- texto dessa atividade pode ser lido
tes selecionados vão a Brasília e vivenciam a rotina de um deputado federal em voz alta por um ou mais estudan-
tes, visando a fluência em leitura
por uma semana. Eles têm a chance de propor projetos e desenvolver habili-
oral. Ele também favorece a produ-
dades importantes como a argumentação e o respeito às opiniões diferentes. ção de escrita e o desenvolvimen-
Alguns projetos dos estudantes já foram adotados por deputados e viraram lei. to de vocabulário.
A estudante Catarina Dias de Oliveira propôs, em 2017, que as escolas públicas No caso do item c, converse sobre
ofereçam exames simulados semelhantes ao Enem (Exame Nacional do Ensino a questão da educação em seu mu-
Médio). Tirar uma boa nota no Enem possibilita que os estudantes ingressem na nicípio ou região e levante alguns
universidade. Catarina afirmou que seu projeto é “uma maneira de igualar um temas apontados coletivamente pe-
pouco a situação de escolas particulares e públicas na preparação para o Enem”. los estudantes. Auxilie os estudantes
na tarefa de refletir sobre algum pro-
Seu projeto foi adotado por um deputado e levado para tramitação na Câmara.
blema que tenham observado no
Texto elaborado pelos autores com base em: https://tedit.net/rfDEJG. Acesso em: 2 jan. 2021.
cotidiano escolar e, assim, serem ca-
a) Qual é o tema do projeto de lei elaborado por Catarina? pazes de formular sucintamente esse
Que as escolas públicas ofereçam exames simulados semelhantes ao Enem. problema e dar uma razão para sua
b) Qual é a importância do projeto de Catarina para os estudantes de escolas pú- relevância.
blicas que estão no Ensino Médio? Atividade 2
c) Pense em um projeto que possa melhorar a vida dos estudantes do Ensino Para organizar esta atividade, orga-
Fundamental. Dê um título ao projeto, descreva seu objetivo em uma frase e nize uma votação para que a turma
escolha uma das sugestões levanta-
justifique a sua importância.
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. das na atividade anterior, que será o
objeto desse projeto de lei.
2. Vamos encenar a aprovação de um projeto de lei? Sigam o roteiro. Depois de escolhido o tema, oriente
• Escolham quem interpretará os seguintes papéis na encenação: o cidadão ou uma pesquisa sobre ele e organize um
dossiê com informações variadas, re-
o deputado que apresentará o projeto de lei; os integrantes da comissão que
analisará o projeto; o relator da comissão que pode propor emendas ao projeto colhidas de jornais, revistas, livros e sites.
Com base nesse dossiê, auxilie os estu-
de lei; e os deputados que vão votar para aprovar ou reprovar o projeto.
dantes a redigir o projeto de lei. Nessa
• Escolham um tema para o projeto de lei e escrevam os diálogos. Elaborem uma etapa da atividade, se possível, leia com
conversa que envolva todos os participantes com argumentos contra e a fa- a turma um projeto de lei na íntegra,
vor do projeto. Essa conversa deve elaborado por Richard Santos de Oli-
chegar a uma conclusão: o veira, um estudante de 12 anos, dispo-
nível em: https://tedit.net/Rl3WoW.
projeto de lei será ou não
Acesso em: 4 jun. 2021.
aprovado? Em seguida, oriente os estudantes
FoxyImage/Shutterstock

• Ensaiem os diálogos e con- na encenação das etapas de aprova-


videm colegas de outras tur- ção de um projeto de lei.
mas para a apresentação. A atividade contempla conheci-
Leia orientações para a atividade neste Manual do Professor. mentos de alfabetização e literacia ao
105 promover os processos de pesquisar,
localizar e retirar informação explícita
de texto e imagens de meio impresso
ou digital. Essa atividade também
Atividade complementar incentiva o desenvolvimento da pro-
dução de escrita e da competência
Se possível, organize uma visita da turma a em tecnologia, além de favorecer a
uma sessão da Câmara Municipal da cidade escuta e a fluência em leitura oral.
em que vivem. Com essa visita, os estudantes
poderão refletir se a encenação feita por eles
é parecida ou não com o trabalho de seus re-
presentantes.

145
Orientações didáticas
Chame a atenção dos estudantes
para a fotografia desta página, que
mostra bondes elétricos circulando As inovações tecnológicas
pelo centro da cidade de São Paulo
no início do século XX. Pergunte a
eles como deve ter sido a reação da O crescimento das cidades brasileiras no início da República foi acompanhado
população diante de uma invenção pela chegada de novas tecnologias. Mas será que essas inovações eram
dessas, quando o comum era o acessíveis a toda a população?
transporte por tração animal. Essa Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
conversa pode estimular a imagina-
Nas primeiras décadas da República, com as transformações urbanas e a che-
ção histórica dos estudantes e sen-
sibilizá-los para o tema das inovações gada dos imigrantes, a população das cidades brasileiras crescia cada vez mais. Aos
tecnológicas e seu impacto social. poucos, a iluminação elétrica substituiu a luz dos lampiões e os bondes movidos a
A questão da modernização urbana eletricidade e os primeiros carros movidos a gasolina passaram a circular nas ruas.
e das inovações tecnológicas, discuti- Também foram instaladas as primeiras linhas telefônicas.
da neste tópico, pode ser explorada a Para atender às cidades que cresciam e se modernizavam, o governo criou
partir da relação passado-presente, sistemas de esgoto e de água potável, melhorou portos e ferrovias e construiu as
propondo aos estudantes uma iden-
primeiras rodovias para os automóveis circularem.
tificação de permanências e rupturas.
Invenções que têm mais de cem anos, A máquina de escrever permitia redigir textos sem usar pena e tinta. O fonó-
como a fotografia e o cinema, são grafo possibilitava às pessoas ouvir música sem sair de casa e sem ter um instru-
exemplos de permanência, pois, mes- mento musical. O cinematógrafo, um aparelho que reproduzia imagens em movi-
mo tendo passado por muitas mudan- mento, forneceu as bases da indústria do cinema.
ças, continuam populares no mundo Porém, a população mais pobre, que vivia em pequenos municípios do interior
atual. Já o telefone celular e o compu-
ou nos subúrbios das grandes cidades, não teve acesso a essas inovações.
tador pessoal são exemplos de ruptu-
ra, pois, a partir de sua difusão, outras
Viaduto do Chá, na região central de São Paulo (SP).
tecnologias, como o telégrafo e a má-
Foto de 1918. Uma das novidades que ajudaram
quina de escrever, se tornaram obso- a modificar o cotidiano da população foi o bonde
letas. Comente também o exemplo da elétrico. O uso da eletricidade para mover bondes
luz elétrica, que é ao mesmo tempo (antes movidos por tração animal) permitia viagens
Arquivo/Agência Estado

uma ruptura e uma permanência: as mais rápidas e um serviço mais eficiente.


primeiras descobertas sobre a eletrici-
dade ocorreram na metade do século
XIX e revolucionaram os meios de
transporte e de comunicação; no en-
tanto, ainda no início do século XXI, há
moradias no Brasil e em outros países
do mundo que não têm acesso a ela.
Por fim, elabore uma lista na lousa
com as inovações citadas no texto
desta página. Peça aos estudantes
que identifiquem quais delas fazem
parte do dia a dia deles e quais já fo-
ram substituídas por outras tecnolo-
gias. Pode ser interessante, ainda,
ampliar essa abordagem para as ino- 106
vações mais recentes, promovendo
um debate sobre o acesso a essas Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
tecnologias, pedindo à turma que
reflita quais são populares e quais são
mais restritas, ou seja, aquelas que
poucas pessoas possuem.

146
Orientações didáticas
Atividade 1
Ao ler o trecho da canção reprodu-
1. Leia a seguir os versos de uma música do início do século XX. Depois, respon- zido nesta atividade, chame a aten-
da no caderno às questões propostas. Para casa ção dos estudantes para a relação
O vovô, agarra a direção, Não escreva no livro. bem-humorada e positiva que o au-
E com a outra mão, torce o bigodão, tor estabelece com o automóvel, uma
1. b) Iluminação elétrica nas ruas, bondes mo- novidade na época em que esses
Segue a vinte à hora, que emoção, vidos a eletricidade, as primeiras linhas telefô-
Olha o poste, olha o burro. versos foram escritos. Pergunte se
nicas, a máquina de escrever, o fonógrafo e o
(fom, fom). […] cinematógrafo.
eles possuem uma relação semelhan-
te com o automóvel. É possível, so-
CARRO de bigode. Intérprete: Francisco Petrônio. Compositores: Thalma de Oliveira e Filhinho.
Disponível em: https://tedit.net/XMVNVS. Acesso em: 7 fev. 2021.
bretudo em alguns lugares do Brasil,
que o uso do automóvel esteja tão
disseminado atualmente que tenha
a) A que novidade tecnológica se refere a música? Ao automóvel.
perdido essa sensação de novidade,
b) Que outras novidades tecnológicas surgiram no cotidiano das grandes cida- como era no início do século XX.
des no início do século XX? Aproveite o ensejo para demonstrar
à turma como a relação com a tecno-
c) Cite três novidades tecnológicas de grande impacto no século XXI que fazem logia muda ao longo do tempo. Nesse
parte do nosso cotidiano. Resposta pessoal. Podem ser citados: smartphones, tablets, sentido, converse sobre a inovação dos
internet, redes sociais, comércio on-line, videoconferência, etc. veículos elétricos, destacando a ques-
2. Observe a fotografia e responda às questões no caderno. tão ambiental do uso de energia limpa.
Para saber mais sobre a história dos
Reprodução/Coleção particular
2. b) Não. As melhorias carros elétricos, consulte o texto dispo-
não atingiram todas as nível em: https://tedit.net/Zv8M8B.
regiões nem todas as
pessoas foram atendi-
Acesso em: 17 jul. 2021.
das por redes de esgo- A atividade contempla conheci-
to adequadas, inclusive mentos de alfabetização e literacia ao
nas regiões que pas- promover a compreensão de textos
savam por melhorias
no início da República, e os processos de localizar e retirar
como a cidade do Rio informação explícita de textos; e de
de Janeiro, retratada na fazer inferências diretas por meio de
foto. leitura de texto.
Atividade 2
Auxilie os estudantes a identificar
Jovens e crianças
informações no texto deste capítulo
em frente a habitação e a analisar a fotografia desta ativida-
na cidade do Rio de para responder às questões. Com-
de Janeiro (RJ). Foto plemente a abordagem informando
de 1906. que, de acordo com a Pesquisa Na-
cional por Amostra de Domicílios
a) Quais foram os projetos implantados no início do governo republicano que (PNAD), em 2016, quase 30% dos lares
visavam à melhoria da saúde pública? A criação de sistemas de esgoto e de brasileiros não tinham rede coletora
água potável.
b) Esses projetos eram acessíveis a toda a população brasileira? Explique com base de esgotos. É importante problema-
tizar esse dado com os estudantes,
na observação da foto.
ressaltando a importância do acesso
107 à água e ao esgoto para a garantia de
condições básicas de saúde à popu-
lação. Se achar conveniente, amplie
essa conversa apresentando dados
sobre a situação do município ou re-
Para saber mais gião em que vivem.
Como fazíamos sem, de Bárbara Soalheiro e Negreiros. Panda Books, 2006. A obra, destinada A atividade contempla conheci-
às crianças, revela a história do desenvolvimento de serviços e tecnologias que modificaram o mentos de alfabetização e literacia ao
cotidiano das pessoas ao longo do tempo. De forma instigante, o livro busca explicar como o ser favorecer os processos de localizar e
humano vivia sem o dinheiro, a água limpa, a energia, entre outros. retirar informação explícita; e de fazer
inferências diretas por meio de leitu-
ra de texto e imagem.

147
Orientações didáticas
Rede de conhecimentos
Esta seção busca responder à per-
gunta de como acontecem as inova-
REDE DE CONHECIMENTOS
ções tecnológicas. O texto também
dá destaque para o funcionamento
do método científico, revelando a Como acontece a inovação tecnológica? Não escreva no livro.
lógica do pensamento científico e da
Hoje, é difícil imaginar como seria nossa vida sem as tecnologias digitais. Apare-
própria ciência. Por fim, o esquema
revela as quatro etapas necessárias
lhos celulares, computadores pessoais, e-mail, internet e redes digitais fazem parte
para que surja uma inovação. do nosso cotidiano. Essas tecnologias transformaram a maneira como trabalhamos,
É importante que os estudantes nos comunicamos, aprendemos e nos relacionamos no mundo atual.
percebam que a história da tecnolo- Quando seus pais tinham a sua idade, essas tecnologias
difundir: que se
gia caminha junto com a história da ainda não existiam ou não tinham se difundido. Já quando espalhou.
humanidade. A criação de tecnologia seus avós eram crianças, as tecnologias eram o rádio, a televi-
revela a maneira como os seres hu- são e os eletrodomésticos. Agora, imagine como era o mundo
manos adquirem conhecimento ao
para quem era criança no início do século XX. Nessa época, ainda não tinham se
longo do tempo e como são capazes
de aplicá-lo para superar as dificulda- difundido os automóveis, os aviões, a luz elétrica, o telefone, a bicicleta, a geladei-
des do cotidiano. A história da tecno- ra, a máquina de escrever e muitas outras invenções.
logia também se relaciona ao avanço Assim como esses exemplos, no espaço de apenas algumas gerações, diversas
da compreensão humana sobre os tecnologias surgiram e se propagaram, modificando a vida das pessoas. As inova-
elementos da natureza. ções tecnológicas são essenciais para o progresso social e econômico da socieda-
Inicialmente, leia o texto em voz de. Mas como surgem as inovações e como elas se difundem na sociedade?
alta lançando perguntas ao final de
cada parágrafo para verificar a com- Toda tecnologia surge, em primeiro lugar,
método científico: método
preensão leitora. Peça aos estudantes como uma ideia científica. Os cientistas estudam desenvolvido a partir do século
para conversar com os pais ou res- o comportamento dos fenômenos naturais e pro- XVII que consiste em observação
ponsáveis e pedir que relatem como sistemática, mensuração,
curam resolver problemas complexos utilizando o
experimentação e formulação de
era a relação deles com a tecnologia método científico. Os resultados obtidos pelos hipóteses para o conhecimento
no cotidiano, quando ainda eram cientistas são aplicados em novos produtos e no- dos fenômenos naturais.
crianças. Peça a eles também que vos serviços. Esses produtos e serviços são tes- implementar: executar, pôr em
registrem esses depoimentos usando prática um plano ou projeto.
tados, implementados e comercializados, como
a tecnologia do seu celular. Na sala de
aula, os estudantes devem relatar o mostra o esquema abaixo.
trecho que acharam mais interessan- Ciclo da inovação tecnológica Pesquisa científica (novas ideias,
te socializando essa experiência com novos métodos e soluções para
problemas complexos)
os colegas. Comercialização (as novas Pesquisa aplicada (procura
Para ajudar na compreensão do tecnologias se tornam de aplicação de princípios
acessíveis aos consumidores e científicos à invenção de
tema, faça um esquema na lousa as- se difundem na sociedade) novos produtos ou serviços)
sociando as diferentes gerações (avós,
pais e filhos) aos exemplos da tecno- Implementação (governos, Desenvolvimento experimental
logia presentes no texto. empresas e outras organizações (os novos produtos ou serviços
põem em prática as novas são desenvolvidos e testados
tecnologias desenvolvidas) para serem aperfeiçoados)
Esquema elaborado pelos autores.

108

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

Atividade complementar
Para esmiuçar o funcionamento do método
científico, leia com os estudantes o artigo da
revista Ciência hoje para crianças mostrando co-
mo a ciência explica o mundo. Disponível em:
https://tedit.net/TuiiuY. Acesso em: 7 jul. 2021. O
artigo traz exemplos simples e didáticos e apre-
senta situações de observação no cotidiano que
podem ser testadas pelos estudantes.

148
Orientações didáticas
Atividade 1
Aproveite para resolver dúvidas

Ronny Hartmann/AFP
que tenham ficado da leitura do tex-
to da seção. Confira se os estudantes
compreenderam o significado de
conceitos como “tecnologia”, “inova-
ção” e “implementação”.
A atividade contempla conheci-
mentos de alfabetização e literacia
relacionados à compreensão de
textos ao promover os processos de
localizar e retirar informação explícita
de textos; e de fazer inferências dire-
tas por meio de leitura de texto.
Atividade 2
Essa atividade valoriza o protago-
nismo jovem, a criatividade e a inova-
ção. Converse com os estudantes
sobre exemplos no cotidiano em que
jovens estudantes, utilizando materiais
locais, resolvem demandas em suas
comunidades. Para ajudar nessa con-
versa, consulte o artigo a seguir, dispo-
nível em: https://tedit.net/EvcUtw.
Acesso em: 7 jul. 2021.
Esse tipo de trabalho pode ser es-
timulado organizando uma feira de
Carro elétrico de fábrica alemã sendo testado na linha de montagem, em 2020. ciências na escola em parceria com
1. Professor, se necessário, leia o texto em voz alta e esclareça os termos complexos dando exemplos outros professores e estudantes.
de produtos do cotidiano dos estudantes, como um brinquedo eletrônico ou um celular. Essa atividade incentiva o desenvol-
1. Copie no caderno o enunciado que melhor define como acontece a inovação vimento da competência em tecnolo-
tecnológica. gia, além de favorecer a cooperação e
X a) Uma nova tecnologia surge como ideia científica que é depois aplicada à pro- o pensamento científico.
dução de novos produtos ou serviços, em uma sequência que envolve teste,
implementação e comercialização.
b) Uma nova tecnologia surge como resultado de testes realizados pelos inven-
tores, que em seguida aplicam o método científico para colocar em prática e
comercializar os novos produtos e serviços.
2. Em grupos, pensem em um problema ou uma dificuldade do cotidiano que
vocês queiram resolver e imaginem uma nova tecnologia para solucionar esse
problema. Expliquem para o professor e os colegas de que forma vocês pode-
riam colocar em prática essa ideia. Resposta pessoal. Professor, este é um exercício que
envolve debate e criatividade. Não há respostas corretas ou falsas. O importante é que os estudan-
tes percebam que há diversas condições e etapas para que uma ideia se transforme num produto. 109

Atividade complementar
Proponha aos estudantes a experiência de não usar nenhum aparelho ou sistema eletrônico durante um dia. Converse com eles, levando-os
a refletir sobre como as pessoas faziam antigamente para se comunicar e se divertir sem celulares e computadores, por exemplo. Depois, discu-
ta com a turma o resultado dessa vivência. Espera-se que os estudantes reconheçam a possibilidade de novas experiências de trocas, de sociali-
zação ou de brincadeiras em função do tempo liberado sem o uso de aparelhos eletrônicos.
Durante a discussão, é importante ressaltar que realizar atividades que não dependem de energia elétrica (televisão e computador, por exem-
plo) pode trazer oportunidades de convivência interessantes. Essa situação possibilita uma saída da zona de conforto e a criação de outras pos-
sibilidades de interação social e de entretenimento. Ao final, peça aos estudantes que escrevam um pequeno texto sobre essa vivência e
promova um momento para que possam compartilhar seus relatos.

149
Orientações didáticas
Mais Atividades
Atividade 1 MAIS ATIVIDADES
Oriente os estudantes a ler com Não escreva no livro.
atenção o enunciado e o trecho ci-
tado do historiador Boris Fausto an-
tes de responder às questões. Caso 1. Leia o texto abaixo para responder às questões propostas.
tenham dificuldade com esta ativi-
Do ponto de vista eleitoral, o “coronel” controlava os votantes em sua área de
dade, oriente-os a revisitar texto e
influência. Trocava votos, em candidatos por ele indicados, por favores tão variados
atividades das páginas 98 e 99.
Essa atividade favorece o desen- como um par de sapatos, uma vaga no hospital ou um emprego de professora.
volvimento de conhecimentos de FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp, 2012. p. 149.
alfabetização e literacia, promovendo
a compreensão de textos. a) A qual processo histórico o texto faz referência? Copie o único item correto
Atividade 2 no caderno.
Leia o trecho da notícia com os
I. À Proclamação da República.
estudantes para ajudá-los a identificar
a que movimento social ele se refere. II. À Revolta da Vacina.
Chame a atenção deles para a data III. À chegada dos imigrantes europeus.
dela, informada na fonte.
Para responder aos itens a e b, X IV. Às práticas políticas conhecidas como “eleições de cabresto”.
oriente os estudantes a reler o texto
das páginas 102 e 103. b) Segundo o texto, o objetivo dos “coronéis” era controlar as eleições por meio da
A atividade colabora com o desen- troca de votos por favores. Responda oralmente: Essa afirmação é correta ou
volvimento de conhecimentos de incorreta? A afirmação é correta.
alfabetização e literacia ao promover
a compreensão de textos e os pro-
2. Leia o trecho de uma notícia publicada em 1904 e responda às questões no
cessos de localizar e retirar informa- caderno.
ção explícita; e de fazer inferências
diretas por meio de leitura de texto. Tiros, gritaria, engarrafamento de trânsito, comércio fechado, transporte pú-
No item c, antes de propor a pes- blico assaltado e queimado, lampiões quebrados às pedradas, destruição de fa-
quisa, é importante conversar sobre chadas dos edifícios públicos e privados, árvores derrubadas: o povo do Rio de
fontes confiáveis de informação. Co- Janeiro se revolta contra o projeto de vacinação obrigatória proposto pelo sani-
mente com eles algumas dicas im- tarista Oswaldo Cruz.
portantes: 2. b) Construções antigas, habitações precárias GAZETA de Notícias, Rio de Janeiro, ed. 319, 14 nov. 1904.
• Ressalte que os primeiros resul- e ruelas estreitas foram demolidas para dar lugar
a prédios públicos, casarões e largas avenidas
Disponível em: https://tedit.net/nRrx6p.
Acesso em: 7 fev. 2021.
tados de sites de busca podem semelhantes às das cidades europeias.
ser publicidade, então é desejá-
a) Como ficou conhecido o movimento a que se refere a notícia? Revolta da Vacina.
vel que eles não se limitem às
primeiras páginas buscadas. b) Que outras medidas foram tomadas na época para modernizar e higienizar as
cidades brasileiras?
• É importante consultar conteú-
dos de diferentes fontes, sites c) Faça uma pesquisa na internet e descubra que medidas estão sendo adotadas
governamentais e institucionais para garantir a saúde da população da região em que você vive. Resposta pessoal.
de organizações, de revistas ou 110
de jornalismo, e de variados for-
matos, textos, vídeos, podcasts.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
• Após fazer a pesquisa, eles de-
vem selecionar as informações para incentivar a reflexão a respeito da con- vestigue a fonte”, “Busque informações
mais adequadas de cada uma. fiabilidade das informações e das fontes. melhores” e “Conheça o contexto”.
• Depois, analise junto com os es- • Para aprofundar a discussão sobre confia- Texto elaborado com base em: LOPES, Marina.
tudantes: Onde essa afirmação bilidade de fontes, pode-se utilizar a me- Como ajudar seus alunos a identificar fontes confiáveis de
informação. Porvir, 19 maio 2020. Disponível em:
foi encontrada? Quem disse isso? todologia do professor Mike Caulfield, https://tedit.net/RPavPm. Acesso em: 7 jul. 2021.
Há alguma intenção além de chamada SWIFT (sigla em inglês). Ela suge-
apresentar a informação? Faça re quatro “movimentos” para ajudar na
algumas dessas perguntas a eles escolha de fontes confiáveis: “Pause”, “In-

150
Orientações didáticas
Atividade 3
Para realizar a atividade, oriente os
3. Copie no caderno a única afirmação correta sobre a chegada dos imigrantes estudantes a reler o texto sobre os
ao Brasil. Para casa imigrantes nas páginas 100 e 101 do
a) Os imigrantes europeus chegavam ao país para trabalhar nas cidades, enquan- Livro do Estudante. Peça que leiam
com atenção as afirmações desta ati-
to os asiáticos vinham para trabalhar no campo.
vidade e as comparem ao texto des-
b) A adaptação dos imigrantes foi difícil porque o Brasil nunca havia tido experiên- sas páginas para avaliar quais são
cia com imigrantes antes. incorretas e qual é a correta. Na cor-
reção, peça a eles para justificar por-
X c) A maioria dos imigrantes era constituída de italianos, portugueses e espanhóis. que as afirmativas a, b e d estão
incorretas.
d) A maior parte dos imigrantes veio para trabalhar na lavoura de cana-de-açúcar
no Nordeste do país. Venha descobrir!
Se os estudantes não tiverem aces-
so ao livro sugerido, oriente-os a con-
VENHA DESCOBRIR! versar com o bibliotecário da escola
ou de uma biblioteca municipal para
◆ História do Brasil por Boris Fausto: República Velha. TV Escola, 2002. obter indicações similares. Oriente-os
Disponível em: https://tedit.net/cWYLpD. Acesso em: 8 maio 2021. a acessar os sites sugeridos na sala de
Trecho do documentário narrado pelo historiador Boris Fausto, centrado nos informática da escola ou em casa.
eventos da República Velha. O historiador aborda as transformações políticas e
sociais do período, trazendo explicações e muitas imagens de época.

◆ Século XX: primeiros tempos, direção de Fernando Severo. Brasil, 1993.


Curta-metragem. Instituto Itaú Cultural. Disponível em: ijp.short.gy/pJ7nLm.
Acesso em: 7 fev. 2021.
Cultural
O documentário apresenta, por meio de Fernando Severo/Instituto Itaú

narrativa, imagem e música, um panorama histórico


do Brasil no século XX, mostrando o processo de
urbanização do Rio de Janeiro, capital federal na
época, e de São Paulo, estimulada pela produção
do café, assim como a mudança nos costumes da
população influenciada pela cultura dos imigrantes e
pela chegada da eletricidade.

◆ Trem da vida, de Helena Guimarães Campos, Formato.


Narrada em versos, a obra acompanha a trajetória de
ra Formato

um povoado – posteriormente transformado em cidade –,


no qual se construiu uma estrada de ferro, revelando
ção/Edito

as consequências positivas e negativas do processo de


Reprodu

inovação trazido pela via férrea.

111

151
Orientações didáticas
Neste capítulo, o objetivo central
é proporcionar a compreensão da CAPÍTULO
organização do trabalho industrial e
O BRASIL DOS
do mundo do trabalhador nas primei-
ras décadas da República no Brasil.
Também serão discutidas as duras
condições de trabalho nas fábricas e
7 TRABALHADORES
a luta para a obtenção de direitos tra-
balhistas, refletindo sobre a atualida-
de desse tema.
A luta dos trabalhadores
Converse com os estudantes sobre
o que são direitos sociais e quais eles Como você imagina o cotidiano dos trabalhadores no início do século
consideram fundamentais para uma XX? Como eles lutavam por seus direitos?
vida digna. Deixe que conversem li-
vremente expressando suas opiniões Respostas pessoais. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
Hoje, os trabalhadores brasileiros têm direitos ga- remunerado: que recebe
sobre o assunto. Em seguida, apresen-
te o texto e a imagem da página e rantidos pela Constituição e outras leis federais. Esses uma recompensa, geralmente
direitos são conhecidos como direitos sociais. Entre em dinheiro, por um trabalho
faça as perguntas propostas no início prestado; retribuído com
do tópico. Registre as hipóteses le- eles estão os direitos a um trabalho digno, a um sa- salário.
vantadas pelos estudantes no quadro. lário justo, a férias e descanso remunerados.
Ao longo deste capítulo, a Embora nem sempre esses direitos sejam inteiramente cumpridos na prática,
EF05HI05 é mobilizada em textos e é importante que haja leis às quais os trabalhadores possam recorrer caso sofram
atividades que tratam das lutas dos
injustiças. Os trabalhadores também podem se organizar para lutar por seus direi-
trabalhadores por direitos, como as
primeiras greves operárias e na dis- tos e por melhores condições de vida e de trabalho.
cussão sobre a luta por cidadania e
pela igualdade de direitos das mulhe- A dura rotina nas fábricas
res. A EF05HI06 é abordada ao pro- No início do século XX, quando

Reprodução/Coleção particular
por a análise do rádio e das artes
a indústria começava a se desenvol-
plásticas, diferenciando comunicação
de massa de expressão artística. ver no Brasil, não havia leis para ga-
As atividades das seções Ler o rantir os direitos dos trabalhadores.
Mundo: História Viva e Rede de O trabalho nas fábricas era bastante
Conhecimentos mobilizam a duro. A jornada de trabalho chegava
EF05HI06 ao aproximar os universos a dezesseis horas por dia, os salários
da comunicação e da arte do cotidia- eram baixos, os acidentes eram mui-
no do estudante, levando-o a pesqui- to frequentes e as condições de tra-
sas e refletir sobre o uso dessas
balho, péssimas.
diferentes linguagens. A EF05HI09 é Operários da Companhia Martins Ferreira, em São
explorada mais enfaticamente na dis- Mulheres e crianças também tra- Paulo (SP), cerca de 1910. Havia muita demanda
cussão da igualdade de direitos para balhavam nas fábricas, mas ganhan- por ferraduras no início do século XX, pois nessa
as mulheres, luta que se mantém na do muito menos do que os homens época ainda não existiam veículos motorizados em
atualidade, e na discussão das con- adultos. Por trabalharem muitas ho- circulação e praticamente todo o transporte terrestre
era feito a cavalo. Muitas indústrias davam preferência
quistas de direitos pelos trabalhado- ras, as mulheres operárias tinham di- à contratação de imigrantes, que, em sua maioria, já
res como uma luta de caráter ficuldade para cuidar dos filhos, e as tinham alguma noção do processo industrial.
histórico e permanente.
112
A discussão sobre cidadania pro-
posta no capítulo também permite a
interlocução com a CECH1 e a CECH4 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
ao abordar distintos grupos sociais
(operários, mulheres, trabalhadores que relacionam acontecimentos históricos a re-
domésticos) do período estudado, lações de poder e destacam distintas interpre-
contribui para a compreensão de si e tações dos contextos em questão.
do outro, o respeito à diferença e a O capítulo possibilita igualmente o trabalho
valorização da diversidade social. O com o tema contemporâneo transversal Cida-
capítulo permite igualmente a inter- dania e civismo, ao propiciar o aprofundamen-
locução com a CEH1, a CEH2 e a to da Educação em direitos humanos.
CEH4 ao explorar textos e atividades

152
Orientações didáticas
Nesse momento, é importante dar
Não escreva no livro.
ênfase às condições de trabalho no
crianças operárias geralmente não tinham a oportunidade de ir à escola. Quando início da industrialização brasileira e
as empresas enfrentavam algum problema econômico, muitos trabalhadores eram à informação de que, nesse período,
demitidos sem nenhum tipo de compensação, e os que ficavam podiam ter seus os direitos sociais eram ignorados.
salários reduzidos. Atividade 1
Leia o enunciado da atividade e o
1. Leia o texto e, depois, no caderno, responda às questões. Para casa
trecho do relato sobre as condições
[…] das fábricas na época. Resolva as dú-
O ambiente daquelas fábricas, movidas a vapor, era completamente nocivo à vidas de vocabulário e de compreen-
saúde. Insalubre. Umidade, fumaça de carvão, vapor vazando e uma alimentação de
são do texto que possam surgir.
miséria eram o caldo ideal para a tuberculose e outras doenças infecciosas, como o
A abordagem da questão do traba-
tifo e a cólera. Em 1910, nas fábricas de São Paulo, a idade média de vida do traba-
lho pela narrativa do cotidiano permite
lhador chegava a 19 anos. […]
um melhor entendimento dos estu-
dantes sobre a experiência vivida. Roti-
GIANNOTTI, Vito. História das lutas dos trabalhadores no Brasil.
Rio de Janeiro: Mauad X, 2007. p. 53.
nas de trabalho muitas vezes exaustivas,
injustas e insalubres são uma realidade
de muitas famílias em todo o Brasil e
a) Qual é o tema do texto? O péssimo ambiente de trabalho e a alimentação precária
nas fábricas de São Paulo, no início do século XX. podem causar identificação entre os
b) Quais eram as consequências sofridas pelos operários? Doenças como a tuber- estudantes. Aproveite o potencial des-
culose, o tifo e a cólera, que levavam os trabalhadores à morte precoce. ta atividade para estabelecer relações
c) Sob a orientação do professor, faça uma pesquisa e descubra como são as con- de historicidade (permanências e rup-
dições de trabalho nas fábricas da região em que você vive. Para a pesquisa, turas) entre as condições de trabalho
você pode consultar jornais on-line da região e entrevistar moradores mais ve- nas primeiras décadas do século XX e
lhos da vizinhança. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual nas primeiras décadas do século XXI.
do Professor. A atividade contempla conheci-
2. Leia as informações da tabela e responda no caderno às questões propostas. mentos de literacia ao favorecer a
compreensão de textos e os pro-
Brasil: tipos de indústria e sua participação no valor da produção (1920) cessos de interpretar e relacionar
Participação no valor da produção
ideias e informações, bem como de
Tipo de indústria analisar e avaliar conteúdo e elemen-
(valores aproximados)
tos textuais. Esta atividade também
Alimentação 40% promove a produção de escrita e o
Têxtil 28% desenvolvimento de vocabulário.
Vestuário e objetos de toucador 8% Atividade 2
Indústria química e análogos 8% Leia o enunciado da atividade e au-
xilie os estudantes na interpretação das
Outros grupos 16%
informações da tabela. Nessa etapa, os
LIMA, Heitor Ferreira. História político-econômica e industrial do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1970. p. 331. estudantes devem ser capazes de com-
preender a noção intuitiva de porcen-
a) A que ano se referem os dados da tabela? 1920. tagem. Para maior clareza, é possível
desenhar no quadro um gráfico de
b) Nesse ano, dois tipos de indústria participavam, juntos, com mais de 60% no
setores, conhecido como “tipo pizza”,
valor da produção industrial do Brasil. Quais eram eles? para apresentar os dados. É importante
As indústrias de alimentação e têxtil.
113 que os estudantes consigam fazer a
comparação entre as quantidades. Esta
atividade propicia um trabalho interdis-
ciplinar com Matemática e estimula o
desenvolvimento da numeracia.
Comente com os estudantes que
as indústrias existentes no Brasil no
início do século XX eram de bens de
consumo; elas produziam bens que
eram, até então, importados. Se julgar
oportuno, explique a eles a função de
cada tipo de indústria mencionada na
tabela, estabelecendo, dessa forma,
conexões com o componente curri-
cular Geografia.

153
Orientações didáticas
Comente com os estudantes que,
entre 1917 e 1921, uma onda de gre-
ves se alastrou pelo país. A população Os trabalhadores se organizam
urbana se organizava para reivindicar
Em razão das condições de trabalho precárias e da exploração diária a que
direitos sociais e políticos em uma
República cujo poder estava concen- eram submetidos, os operários criaram organizações para lutar por seus direitos.
trado nas mãos de oligarquias forma- Suas principais reivindicações eram: jornada diária de oito horas, direito a férias e
das pelos grandes senhores de terra. descanso semanal remunerados, proibição do trabalho de crianças e do trabalho
Não havia qualquer legislação que noturno de mulheres, seguro contra acidentes de trabalho e aposentadoria.
assegurasse uma vida digna aos tra-
balhadores. A grande greve de 1917
Comente também que a exclusão
do poder político e as duras condi- Uma das formas de pressionar os patrões e o governo a melhorar as condições
ções de trabalho causaram reações de trabalho era a realização de greves. Em 1917, os trabalhadores decidiram fazer
em muitas partes do Brasil, como São uma greve geral, que praticamente parou o país, para reivindicar seus direitos. Ela
Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Ja- começou na cidade de São Paulo e se espalhou por diversas outras cidades.
neiro. Solicite a eles a leitura silencio- A mando do governo, os trabalhadores foram violentamente reprimidos pela
sa do texto, da imagem e da legenda polícia. Houve mortes e prisões, e muitos trabalhadores estrangeiros foram expul-
desta página.
sos do país. A greve de 1917 foi a primeira de uma série. Essas manifestações
Proponha uma conversa sobre o
que eles entendem por greve. Expli- foram muito importantes, pois denunciavam o caráter autoritário do governo re-
que a eles que as greves consistem publicano e revelavam a força da classe trabalhadora.
em parar a produção para que, assim,

Reprodução/Coleção particular
os patrões tenham seus lucros preju-
dicados e se sintam motivados a ne-
gociar. O direito à greve é garantido
pela Constituição Federal.
É importante que os estudantes
compreendam que a greve de 1917
caracterizou-se como uma situação
de conflito de interesses entre os
trabalhadores, de um lado, e os do-
nos de fábricas e o governo repu-
blicano, de outro lado. Chame a
atenção da turma para as causas e
consequências dessa greve e, se
necessário, organize-as em duas
colunas na lousa, para que os estu-
dantes possam visualizá-las.

Na greve geral de 1917, os trabalhadores protestavam


contra as péssimas condições de trabalho nas fábricas, carestia: falta de bens essenciais
a carestia e o autoritarismo do governo. Na foto, à sobrevivência ou escassez de
grevistas no largo do Palácio, em São Paulo (SP), um produto específico.
durante a greve geral.
114

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

Atividade complementar
A greve é uma forma legítima de protesto direitos. As informações e imagens deverão ser O que esse movimento reivindica? Alguma das
dos trabalhadores, por meio da qual eles ma- selecionadas e organizadas de forma clara e reivindicações desse movimento já foi contem-
nifestam sua vontade política e o desejo por objetiva. plada por meio de leis ou medidas do gover-
justiça social. Para aprofundar a questão, sugi- O resultado da pesquisa pode ser exposto no? Finalize a atividade propondo uma
ra aos estudantes uma atividade de pesquisa por meio de cartazes para uma discussão com comparação entre as demandas dos movimen-
em jornais, revistas ou na internet sobre algu- a turma. Para orientar a discussão, faça pergun- tos pesquisados e as estudadas neste capítulo
mas reportagens que tratem de greves e mo- tas aos estudantes como: Qual é o movimento até o momento.
vimentos atuais de trabalhadores em busca de de trabalhadores selecionado? Em que região
melhores condições de trabalho e garantia de ou regiões ele atua? Desde quando ele existe?

154
Orientações didáticas
Não escreva no livro. Atividade 1
O texto foi reproduzido na grafia da
1. Leia uma notícia do início do século XX, publicada novamente em 2011 para época e, por isso, pode ser necessário
comemorar um século do jornal gaúcho Correio do Povo. esclarecer dúvidas dos estudantes e
assegurar que eles compreenderam
Pelotas – No dia 13 do corrente, declararam-se em gréve os operarios da fa-
as palavras e o texto como um todo.
brica Fiação e Tecidos Pelotense. Os operarios que procuravam entrar na fabrica
Chame a atenção dos estudantes
foram impedidos nisso, bem como as operarias, pelos grêvistas. A fabrica teve de
para o fato de que o movimento dos
fechar por esse motivo. Deu origem á parede o facto de haverem sido despedidos
operários só se torna efetivo quando
os operarios Venancio Pons, José Paladino e Manoel Borba, pelo director da secção
existe solidariedade entre eles, o que
de tecelagem Luiz Mazzuchelli. Os operarios da Fiação solicitaram, então, do direc-
alguns cientistas sociais chamam de
tor-gerente que fosse Luiz despedido e reintegrados aquelles tres companheiros nos
“solidariedade de classe”. Para que
seus logares. Não sendo attendidos neste pedido, resolveram declarar-se em gréve.
esse tipo de solidariedade se desen-
CORREIO DO POVO. Porto Alegre, ano 116, n. 169, 18 mar. 2011. volva, é necessário que os trabalha-
Seção Há um século no Correio do Povo.
A greve ocorreu em razão do não atendimento ao pedido de reintegração de três colegas dores se reconheçam como iguais.
despedidos e da demissão do diretor da seção de tecelagem. Esta atividade pode ser aplicada
• Depois de ler o texto, responda no caderno: De acordo com a notícia, qual foi o para avaliar o objetivo pedagógico 4.
motivo da greve realizada pelos operários? Veja a rubrica a seguir, no item Para
avaliação.
2. Leia a tirinha e responda no caderno às questões.
Atividade 2

© Ziraldo Alves Pinto/Acervo do cartunista


Embora a tirinha seja bem-humo-
rada e trate da realização de uma
greve em tom de brincadeira, procu-
re relacioná-la com a realidade ope-
rária estudada até aqui neste capítulo.
Auxilie a turma durante a realiza-
ção do item c, que propõe a consulta
a um dicionário. Para a realização do
item d, divida a sala em dois grupos
ZIRALDO. O Menino Maluquinho. Disponível em: https://ijp.short.gy/Jds0AK. e auxilie cada um dos grupos a ela-
Acesso em: 17 jul. 2021.
borar seus argumentos. Antes do
debate ou da encenação, estabeleça
a) Que proposta Carolina faz aos colegas? Fazer uma greve. as regras a serem seguidas: tempo de
b) O que a turma pretende conseguir com o movimento? Um aumento de mesada. cada fala, direito à réplica, respeito à
vez e à opinião do outro.
c) Procure a palavra “greve” no dicionário e escreva seu significado no caderno. Esta atividade propicia a formação
Veja mais orientações para as atividades neste Manual do Professor. cidadã e o reconhecimento dos estu-
d) A turma pode se dividir em dois grupos: um vai representar o dono da fábrica dantes como sujeitos históricos e
e o outro, os trabalhadores. Cada grupo vai listar argumentos para organizar propicia o trabalho com a CEH4 ao
direitos e deveres de ambos os lados (empregados e empregadores). Depois levar o estudante a debater e posicio-
de prontas as listas, organizem uma encenação ou um debate em roda, em nar-se criticamente. Ela também con-
que cada grupo vai expor os itens para promover e estabelecer o que seriam templa conhecimentos de literacia ao
esses direitos e deveres. Vocês podem fazer uma votação final para demonstrar explorar os processos de interpretar
como funciona uma organização democrática. e relacionar ideias e informações.
Leia as orientações para o trabalho com a atividade neste Manual do Professor.
115

Para avaliação Critérios de


O. P.* Desempenho Justificativa
A rubrica a seguir é um instrumento de avaliação
avaliação formativa que permite mensurar O estudante O estudante compreendeu o texto e identificou
Desenvolvido
o desempenho dos estudantes e identifi- compreendeu todos os motivos da greve realizada pelos operários.
car quais conteúdos eles precisam aprimo- o texto e
O estudante compreendeu o texto e identificou
rar antes de prosseguir nos estudos. identificou Desenvolvido
4 os motivos parcialmente
apenas alguns os motivos da greve realizada pelos
operários.
da greve
realizada pelos Em O estudante não foi capaz de identificar os motivos da
operários? desenvolvimento greve realizada pelos operários após a leitura do texto.

155
Orientações didáticas
Apresente o texto e a imagem so-
bre a luta das mulheres por seus direi-
tos e proponha uma conversa em sala Direitos para as mulheres
de aula. Apesar de as mulheres brasi-
No início do século XX, com

Reprodução/Coleção particular
leiras só terem conquistado o direito
de votar e de ser eleitas em 1932, a o desenvolvimento da indústria,
luta pela ampliação de seus direitos as mulheres começaram a entrar
havia se iniciado já no século XIX. no mercado de trabalho, atuan-
Atividade 1 do principalmente como operá-
Leia o enunciado da atividade. Au- rias nas fábricas. No entanto, era
xilie os estudantes a localizar no texto comum elas receberem salários
as informações necessárias para de- mais baixos que os dos homens,
senvolver esta atividade, contribuin- cumprirem jornadas de trabalho
do para o desenvolvimento do que chegavam a dezesseis ho-
processo de localizar e retirar infor- ras por dia, além de cuidarem
mação explícita por meio de leitura da casa e dos filhos.
de texto.
Para mudar essa situação, as
Atividade 2 mulheres precisavam conquistar Mulheres operárias em indústria de tecelagem, em São Paulo
Leia o enunciado da atividade e sua participação política. Para (SP). Foto da década de 1920.
esclareça que “ter participação políti-
defender os direitos da mulher, em particular o direito ao voto, foi fundada em
ca” significa ter o direito de votar e de
ser votado em eleições. É importante 1922 a Federação Brasileira para o Progresso Feminino (FBPF). Entre os principais
que os estudantes relacionem o exer- objetivos dessa organização, estavam:
cício da cidadania ao cumprimento
[…] assegurar à mulher os direitos políticos que a nossa Constituição lhe confere
dos direitos e deveres por parte da
e prepará-la para o exercício inteligente desses direitos.
sociedade em que se vive e de seus
governantes. MORAES, Maria Lygia Quartim de. Cidadania no feminino. In: PINSKY, Jaime; PINSKY,
Carla Bassanezi (org.). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003. p. 508.
Essa atividade explora o processo
de interpretar a relacionar ideias e Por todo o país, as mulheres se organizavam na cam-
Acervo Iconographia/Reminiscências

informações e favorece a troca de panha pelo direito ao voto. Por fim, o governo aprovou,
ideias. em 1932, uma lei que garantia às mulheres o direito de
participar das eleições como eleitoras ou candidatas.
Não escreva no livro.

No início do século XX, a cientista Bertha Lutz se


destacou na defesa dos direitos das mulheres. Sua
atuação foi muito importante na campanha pelo voto
feminino. Foto de 1935.
Veja mais orientações para as atividades neste Manual do Professor.
1. Escreva no caderno as vantagens que os empregadores tinham quando con-
tratavam mulheres em vez de homens, no início do século XX. A principal van-
tagem que os empregadores tinham era pagar salários mais baixos para as mulheres.
2. Por que era importante para as mulheres ter participação política no Brasil? Na sua
opinião, essa importância se mantém nos dias de hoje? Responda oralmente.
A participação política permitiria às mulheres terem representantes que lutassem por seus
116 direitos. A resposta ao segundo questionamento é pessoal.

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

Para saber mais


O texto a seguir traz mais informações sobre o movimento sufragista brasileiro:
[Em 1933] Pela primeira vez, parte das mulheres brasileiras ia às urnas. Infelizmente, seus votos foram anulados pela
Comissão de Poderes do Senado, mas uma prefeita chegou a ser eleita, a primeira da história do Brasil: Alzira Soriano de
Souza, no município potiguar de Lages. Em 1932, enfim, no governo de Getúlio Vargas, promulgou-se o novo Código Eleitoral
[...] que garantiu o direito de voto às mulheres brasileiras. Nas eleições do ano seguinte foram eleitos 214 deputados. Entre
eles, uma única mulher: a paulista Carlota Pereira de Queiroz. Bertha Lutz, concorrendo pelo Distrito Federal (RJ), foi eleita
primeira suplente.
CHIAVASSA, Rosana. Mulheres: as desigualdades persistem. In: PINSKY, Jaime (Org.). Práticas de cidadania. São Paulo: Contexto, 2004. p. 34.

156
Orientações didáticas
Atividade 3
Leia o enunciado e o roteiro da
3. Entreviste uma mulher mais velha da sua família ou do bairro ou da rua em atividade. Auxilie os estudantes na
que você vive. Siga o roteiro e anote as respostas no caderno. Para casa realização da entrevista e na organi-
• Na época em que você começou a trabalhar, as mulheres podiam escolher e zação das informações fornecidas
pela mulher entrevistada. Ao debater
exercer qualquer profissão? Leia as orientações para a atividade
neste Manual do Professor. os resultados com os estudantes, se-
• Elas deviam cuidar dos afazeres domésticos e da criação dos filhos? lecione algumas questões para serem
tabuladas no quadro, como o núme-
• Você tem alguma ocupação remunerada atualmente? Qual? ro de mulheres entrevistadas que
possuem ocupação remunerada.
• Na sua opinião, o trabalho feminino é importante? Por quê? O item a da atividade pode ser
• Como você e as pessoas da sua família contribuem nas tarefas domésticas? apresentado oralmente. Para a reali-
zação do item b, oriente os estudan-
a) Apresente o resultado da entrevista à turma. tes a escrever um texto de cerca de
b) Depois, em grupos, elaborem um texto com o título: “O trabalho feminino na meia página, utilizando o resultado
da pesquisa feita.
atualidade”. A atividade contempla conheci-
mentos de literacia e alfabetização ao
FALANDO SOBRE... Não escreva no livro. promover o processo de interpretar
e relacionar ideias e informações,
O Dia Internacional da Mulher bem como incentiva o desenvolvi-
mento da produção de escrita e da
Comemorado no dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher relembra oralidade.
a importância da luta das mulheres por seus direitos. A comemoração surgiu
em 1909, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, quando foi instituído Falando sobre...
o Dia Nacional da Mulher. Pouco depois, em 1911, outros países também A celebração do Dia Internacional
passaram a celebrar o dia, que passou a se chamar Dia Internacional da da Mulher é comemorada anualmen-
te em diversos países do mundo. Esse
Mulher. Hoje, essa data é lembrada no mundo inteiro. O objetivo dessa
é um bom momento para reforçar a
comemoração é dar visibilidade à reivindicação das mulheres por direitos importância da igualdade entre os
iguais e à luta delas contra a discriminação e a violência. gêneros e o papel da cidadania ativa
na conquista histórica de direitos.
• Na sua opinião, qual é a
dpa/Picture Alliance/Easypix Brasil

Essa explicação pode chamar a


importância de existir uma atenção dos estudantes para a impor-
data internacional para a re- tância da luta por direitos e para a
flexão e discussão sobre os valorização das ações das mulheres
direitos das mulheres? do passado, além de outras que bus-
Resposta pessoal. Leia as cam igualdade de direitos e proteção
orientações para a atividade à mulher na atualidade.
neste Manual do Professor.

Manifestação durante o Dia


Internacional da Mulher na cidade
de Curitiba (PR). Foto de 2019.

117 Para saber mais


Projeto Mulher 500 Anos Atrás
dos Panos. Disponível em: https://
tedit.net/dnZTNh. Acesso em: 24
Atividade complementar jun. 2021. O site, mantido pela Re-
Para aprofundar o tema, proponha à turma uma pesquisa sobre mulheres que tiveram destaque de de Desenvolvimento Humano
na política, nas artes, nas ciências, no campo social ou na saúde. Organize os estudantes em grupos e (REDEH), uma organização não
oriente-os a fazer um recorte temporal do tema em pesquisa, como o período abordado neste capí- governamental sem fins lucrativos,
tulo ou os tempos de hoje. reúne um acervo de documentos
Depois de prontos, os trabalhos deverão ser apresentados à turma por meio de cartazes, que tam- sobre temáticas com o intuito de
bém podem ser expostos em algum local de circulação na escola. O objetivo desse trabalho é enfati- mostrar trajetórias de mulheres na
zar a importância das mulheres na produção de conhecimento e na luta pela cidadania. construção do Brasil. Ele apresen-
ta biografias, imagens e estudos
recentes, entre outros materiais.

157
Orientações didáticas
Converse com os estudantes sobre
o significado e a importância dos di-
reitos trabalhistas. Escreva no quadro Os trabalhadores conquistam direitos
quais direitos eles conhecem e deixe
que conversem livremente expres-
sando suas opiniões sobre a impor- Quais direitos do trabalhador você conhece? Na sua opinião, por que esses
tância desses direitos. direitos são importantes?
Respostas pessoais. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
Proponha uma leitura coletiva do
texto destas páginas e da linha do Desde a grande greve de 1917 até a atualidade, os trabalhadores conquistaram
tempo. Nesse momento, é importan- direitos importantes. Essas conquistas resultaram da luta cotidiana por melhores
te dar ênfase ao arco histórico de condições de trabalho. Contudo, o processo de conquista de direitos é uma luta
conquista de direitos trabalhistas
contínua, que faz parte da cidadania.
desde o início do século XX até a
atualidade. Também é importante Veja alguns dos principais direitos conquistados pelos trabalhadores no Brasil.
enfatizar que direitos podem ser con-
quistados ou perdidos, pois o proces- 1927
so histórico de conquista de direitos Aprovação do Código de Menores, que
Marc Ferrez/Coleção particular
depende da mobilização e da luta proibia o trabalho de crianças de até 11 anos e
instituía restrições para o trabalho de menores
coletiva. Os estudantes devem en- entre 12 e 17 anos.
tender que os direitos não são privi-
légios, mas conquistas da luta pela
cidadania. Eles garantem condições
fundamentais de trabalho, prevendo
medidas para coibir situações de ex-
ploração econômica e de insalubri-
Meninos
dade, por exemplo.
vendedores 1934
O estudo desse tema deve contri- de jornais, no Direito a férias para todos
buir para desfazer a concepção, ain- Rio de Janeiro os trabalhadores do comércio
e da indústria. Proibição do
da presente na cultura política (RJ). Foto de trabalho feminino em ambientes
brasileira, de que os direitos trabalhis- 1899. insalubres. Salário-maternidade
tas prejudicam o desenvolvimento e licença-maternidade.

econômico do país e são benefícios

Diego Padgurschi/Folhapress
concedidos por um Estado de carac-
terísticas paternalistas. 1932
Daniel Cymbalista/Pulsar Imagens

Jornada de oito horas para os


trabalhadores do comércio e da
indústria. Proibição do trabalho
noturno para mulheres. Criação
da Carteira Profissional.

Trabalhadores em linha de
Carteira de Trabalho produção de motores em
e Previdência Social indústria automobilística na
utilizada na atualidade. cidade de Taubaté (SP), em 2018.
118

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

Para saber mais


Na obra Cidadania no Brasil, o cientista político e historiador José Murilo de Carvalho analisa a orientação da sociedade para a exaltação
do Poder Executivo em detrimento do Poder Legislativo. O trecho a seguir permite compreender o papel da representação política e da
conquista de direitos pela via legislativa:
O Estado é sempre visto como todo-poderoso, na pior hipótese como repressor e cobrador de impostos; na melhor, como
um distribuidor paternalista de empregos e favores. A ação política nessa visão é sobretudo orientada para a negociação
direta com o governo, sem passar pela mediação da representação [...]. Essa cultura orientada mais para o Estado do que
para a representação é o que chamamos de “estadania”, em contraste com a cidadania.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 16. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. p. 221.

158
Orientações didáticas
Como a linha do tempo destas pá-
ginas demonstra, houve muitos avan-
1963 1986 ços na legislação trabalhista durante
Trabalhadores rurais conquistam Criação do seguro-desemprego. a Era Vargas.
os mesmos direitos dos
Cartão do

TJmedia/Shutterstock/Montagem: Fernanda Crevin


trabalhadores urbanos.
Cidadão, cuja
Para saber mais
função é facilitar
Delfim Martins/Tyba

o acesso do Sobre o processo de conquista


trabalhador aos
de direitos a partir desse período, o
benefícios sociais
e trabalhistas a
historiador José Murilo de Carvalho
que tem direito. contribui com a análise a seguir:
Ao lado do grande avanço
que a legislação significava, ha-
1988 via também aspectos negativos.
Trabalhador rural quebrando cacau, na Garantia do direito de greve. Proibição da
O sistema excluía categorias im-
cidade de Linhares (ES). Foto de 2019. diferença de salário entre homens e mulheres portantes de trabalhadores [...].
para a mesma função. Tratava-se, portanto, de uma
concepção da política social como
1943

Ormuzd Alves/Agência Estado


privilégio e não como direito. Se
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
código de leis que assegura os direitos dos
ela fosse concebida como direi-
trabalhadores. to, deveria beneficiar a todos e
da mesma maneira. Do modo
Chico Ferreira/Pulsar Imagens

como foram introduzidos, os


benefícios atingiam aqueles a
quem o governo decidia favore-
cer, de modo particular aqueles
que se enquadravam na estru-
tura sindical corporativa mon-
tada pelo Estado.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania
Gari varrendo praça na cidade de no Brasil: o longo caminho. 16. ed.
Itaberaba (BA). Foto de 2019. Greve geral em São Paulo (SP). Foto de 1989. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2013. p. 115.

1940
Criação do salário mínimo. 2013 Essas ressalvas, evidentemente,
Trabalhadores domésticos conquistam os direitos
não invalidam ou minimizam a im-
definidos na CLT. portância dos direitos conquistados
Ismar Ingber/Pulsar Imagens

ao longo de diversas lutas sociais du-


Fernando Favoretto/Criar Imagem

rante o século XX. Essas lutas fazem


parte de um longo processo de con-
quista da cidadania plena, ainda in-
completo no Brasil atual. A linha do
tempo deve ser entendida como re-
Cédulas e ferência desse processo contínuo de
moedas
Trabalhadora lutas. Ao explorá-la com os estudan-
do Real.
doméstica. tes, ressalte a ideia de que a cidadania
119 é uma batalha permanente pela liber-
dade, igualdade e participação de
toda a sociedade, sem discriminação
de qualquer natureza.

159
Orientações didáticas
Atividade 1 1. c) O nome “As Esquecidas da Abolição” diz respeito aos trabalhadores domésticos, que ainda não ha-
viam conquistado os direitos trabalhistas, fato que os mantinha em situação semelhante à da escravidão.
Leia o texto da notícia com os es-
tudantes, esclarecendo eventuais 1. Leia a notícia a seguir, publicada em 14 de novembro de 2012 na seção “As
dúvidas em relação ao vocabulário ou Esquecidas da Abolição”, do jornal Correio Braziliense. Depois, responda no
à interpretação. Espera-se que eles caderno às questões propostas.
identifiquem o tema da notícia e as
razões de ele ser considerado polê-
Empregadores acreditam em desemprego em massa no caso de
mico. O texto deste capítulo fornece regulamentação
subsídios para que os estudantes in- Apesar da aprovação unânime em comissão especial da Câmara dos Deputados
terpretem criticamente o contexto da na última semana, a Proposta de Emenda à Constituição 478/2010, que pretende
notícia e seu desfecho. igualar os direitos dos empregados domésticos aos dos demais trabalhadores no
c) O nome “Esquecidas da Abolição” país, ainda provoca muita polêmica. O projeto será encaminhado nos próximos dias
diz respeito aos trabalhadores do- ao plenário da Casa — onde terá de passar por duas votações e então seguir ao
mésticos, em especial às mulheres, Senado. Ao empregador interessa saber, exatamente, quanto custará ter uma pes-
que ainda não haviam conquista- soa que cuide de sua casa, filhos, plantas e animais, caso o texto seja aprovado
do os direitos trabalhistas, fato que sem modificações. Cálculos feitos por especialistas a pedido do Correio mostram
os mantinha em situação seme- que o impacto no bolso de quem contrata pode chegar a quase 50% sobre o valor
lhante à da escravidão. É importan- do salário pago atualmente — excluindo gastos variáveis, como vale-transporte e
te que os estudantes relembrem o eventuais horas-extras.
significado da palavra “abolição” e MARIZ, Renata. PEC que pretende igualar direitos das domésticas provoca polêmica.
interpretem a sua utilização no Correio Braziliense, Brasília, 14 nov. 2012. Disponível em: ijp.short.gy/Je2ZDd. Acesso em: 20 jul. 2021.

contexto da notícia, compreen-


Não escreva no livro.
Dirceu Portugal/Fotoarena

dendo a comparação do trabalho


doméstico ao trabalho escravo do 1. a) O projeto causou polêmica porque
século XIX. iria aumentar, para os empregadores, o
d) 1. O projeto é proposto; 2. Uma custo da contratação de empregados
comissão da Câmara analisa o pro- domésticos. Mesmo assim, os parlamen-
jeto; 3. O projeto vai para o Plenário tares da comissão especial aprovaram
o projeto.
para ser discutido e votado pelos
Mulher negra, empregada doméstica,
deputados; 4. O projeto é encami-
lavando louça em residência em Campo
nhado para o Senado; 5. O projeto Mourão (PR). Foto de 2020.
é sancionado pelo presidente da Veja as respostas completas dos itens c e d neste Manual do Professor.
República. a) Por que o projeto causou polêmica?
Para as questões d e e, retome as
atividades realizadas anteriormente, b) Observe novamente a linha do tempo das páginas anteriores e responda:
nas páginas 104 e 105 (capítulo 6), Quem venceu essa polêmica?
Os trabalhadores domésticos, que conquistaram os direitos trabalhistas.
sobre a redação, a tramitação de leis
c) Qual é a relação entre esse projeto de lei e o título da seção do jornal, “As Esque-
e o significado de PEC. Se necessário,
auxilie a turma a localizar essas infor- cidas da Abolição”?
mações no livro ou a pesquisá-las na d) Explique como funciona a tramitação de um proje- tramitação: andamento
internet. Algumas fontes de pesquisa to de lei. de um processo, de um
podem ser sugeridas aos estudantes: projeto de lei.
• Câmara dos deputados, disponível e) Você sabe o que significa PEC? Pesquise o significa-
do e escreva-o no caderno.
em: https://tedit.net/LHFIH2.
PEC significa Proposta de Emenda Constitucional. A PEC é um pedido de alteração de parte
• Plenarinho, disponível em: https:// 120 da Constituição, a lei maior do país.
tedit.net/V9i8Ek.
Acessos em: 13 ago. 2021.
A atividade desenvolve conheci- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

mentos de literacia ao promover os


processos de interpretar e relacionar
ideias e informações, bem como de
analisar e avaliar conteúdo e elemen-
tos textuais. Essa atividade também
incentiva a produção de escrita e o
desenvolvimento de vocabulário.

160
Orientações didáticas
Não escreva no livro. Atividade 2
Após responder aos itens a e b
2. Com a orientação do professor, faça uma pesquisa sobre salário mínimo e res- com os estudantes, apresente a eles
ponda no caderno às questões. Para casa a) O salário mínimo é o menor o artigo 6o da Lei n. 8542, de 23 de
salário que o empregador pode legalmente pagar a seus dezembro de 1992:
a) O que é salário mínimo? funcionários. Ele é garantido por lei e reajustado anualmente.
b) Faça uma pesquisa e descubra qual o valor do salário mínimo atual e o valor Salário-mínimo é a con-
aproximado que uma família gasta por mês na região em que você vive. De- traprestação mínima devida e
pois, compare os dois valores. A resposta depende do ano de uso do livro. paga diretamente pelo empre-
gador a todo trabalhador, por
c) Considerando os valores encontrados no item anterior, você acha que o salário jornada normal de trabalho,
mínimo garante melhores condições de vida ao trabalhador? Em sala de aula, capaz de satisfazer, em qual-
explique oralmente aos colegas e ao professor ou escreva no caderno. quer região do país, às suas
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. necessidades vitais básicas e
3. Leia a afirmativa a seguir. Depois, responda no caderno às questões propostas. às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde,
Os trabalhadores rurais sempre receberam o mesmo tratamento que lazer, vestuário, higiene, trans-
os trabalhadores urbanos. porte e previdência social.
Disponível em: https://tedit.net/DWInxM.
Acesso em: 4 jun. 2021.
a) A afirmativa é verdadeira ou falsa? A afirmativa é falsa.
b) Qual é a diferença entre trabalhadores urbanos e trabalhadores rurais? Em seguida, realize uma estimativa
Os trabalhadores urbanos são os que trabalham nas cidades, e os rurais, os que se ocupam dos gastos de um trabalhador, conside-
com trabalhos ligados ao campo, como agricultura e pecuária. Veja mais orientações para rando uma média de custos cotidianos
O direito à cultura e ao lazer a atividade neste Manual do Professor. básicos de acordo com os preços atuais.
O direito ao lazer é reconhecido pela Constituição federal como um dos di- Os custos para sustentar uma família
reitos mais importantes do indivíduo. Momentos de interrupção do trabalho e de também podem ser avaliados em pa-
ralelo. A partir do levantamento dos
descontração por meio de atividades prazerosas são fundamentais para uma vida
dados, proponha a discussão do item
digna e saudável. c. Espera-se que os estudantes com-
Nas décadas de 1930 e 1940, os trabalhadores brasileiros conquistaram benefícios preendam que o valor real do salário-
importantes, como a redução da jornada de trabalho, o direito a férias remuneradas -mínimo, pode não ser suficiente para
e o salário mínimo. Tais conquistas sustentar uma família, em contradição
Reprodução/Elisabeth Di Cavalcanti/Museus Castro Maya, Rio de Janeiro, RJ.

permitiram que muitos trabalha- com o que consta na lei. Se considerar


dores e suas famílias tivessem mais interessante, apresente à turma o salário
considerado mínimo pelo Dieese. Essa
tempo para a cultura e o lazer. Esse
atividade favorece o desenvolvimento
tempo livre era ocupado com ativi- de aspectos da numeracia.
dades que se tornaram muito popu- Essa atividade contribui, ainda, pa-
lares, como assistir a campeonatos ra a consolidação dos conhecimentos
de futebol, festejar o Carnaval, ir ao de alfabetização e literacia ao promo-
cinema e ouvir programas de rádio. ver os processos de interpretar e de
relacionar ideias e informações, e ao
Carnaval de subúrbio, de Emiliano Di Cavalcanti, incentivar o desenvolvimento da pro-
1962 (óleo sobre tela, de 66 cm × 50 cm). dução de escrita.
121 Atividade 3
Auxilie os estudantes a localizar na
linha do tempo das páginas 118 e 119,
no ano de 1963, a informação neces-
sária para responder ao item a. Caso
seja necessário, lembre-os a respeito
das diferenças entre campo e cidade
e entre os tipos de trabalho predomi-
nantes nesses locais para que respon-
dam ao item b.
A atividade contempla conhecimen-
tos de literacia ao explorar os processos
de localizar e retirar informação explícita
e de fazer inferências diretas, contribuin-
do para a compreensão de textos.

161
Orientações didáticas
Apresente aos estudantes o texto
e as imagens do tópico iniciado na
página anterior e também desta pá- Veja a seguir algumas das manifestações culturais mais populares entre os tra-
gina, que permitem ampliar a temá- balhadores brasileiros nas décadas de 1930 e 1940. Ainda hoje essas manifestações
tica do trabalho para o direito à são marcas da identidade brasileira.
cultura e ao lazer. A partir deste con-
teúdo, os estudantes conhecerão al-
Futebol Carnaval
gumas manifestações culturais que
faziam e ainda fazem parte do coti- É o esporte mais popular É a festa de rua mais popular
diano de muitos trabalhadores. do Brasil. A partir da década de do Brasil. Na década de 1930,
1930, deixou de ser uma atividade passou a receber apoio do Estado
Para saber mais amadora: times profissionais para a organização das escolas de
foram organizados para disputar samba e dos grandes desfiles em
Para apoiar a abordagem do as- campeonatos dentro e fora do país. cidades como Rio de Janeiro (RJ),
sunto em sala de aula, leia para a Salvador (BA) e Olinda (PE).
Conhecido como
turma o texto a seguir:

Acervo Iconographia/Reminiscências
“Diamante Negro”,
O direito ao lazer é asse-

Ademar Filho/Futura Press


Leônidas da Silva foi um
gurado a todos os cidadãos dos primeiros atletas
brasileiros na Constituição da negros a se destacar
República Federativa do Bra- no futebol brasileiro. Tradicional desfile
sil em seu artigo 6o, o que es- Leônidas é considerado o de bonecos
tabelece ao Estado uma ordem inventor do famoso “gol gigantes no
de bicicleta”, registrado Carnaval da cidade
para que possa proporcionar a
em fotografia do início de Olinda (PE). Foto
todos a satisfação deste direito. da década de 1940. de 2019.
[...] ao trabalhador, também ci-
dadão, é permitido o direito ao
lazer, nesse caso não ampara-
do somente pelo princípio da Cinema Rádio
dignidade da pessoa humana, Ainda é um dos meios de O rádio se popularizou no
mas tendo como alicerces o va- comunicação mais importantes Brasil a partir da década de 1930.
lor social da ordem econômica
do Brasil. Na década de 1930, As famílias se reuniam para ouvir
amparada pela valorização do
trabalho humano para propiciar chegou ao país o cinema falado. seus cantores e cantoras prediletos
ao trabalhador uma existência Foram fundadas companhias e para acompanhar as notícias,
digna. [...] cinematográficas, como a Cinelândia os discursos do presidente da
O reconhecimento do direito e a Atlântida, para produzir filmes República e as radionovelas.
social do lazer contribui para a populares com temática nacional.

AP Photo/Imageplus
expansão do ser humano na sua Antes da chegada da
Atores como Oscarito
essencialidade, com a liberação
Acervo Iconographia/Reminiscências

e Grande Otelo se televisão, o rádio era


para o convívio familiar, a con- destacaram atuando o principal meio de
fraternização com os amigos, a em comédias divulgação da música
prática de atividades lúdicas, populares, as popular brasileira. Na
esportivas, culturais, ao desfru- “chanchadas”. Na foto, foto, a cantora mais
os dois atores em A popular da época,
te das artes, ao estudo, o que
dupla do barulho, de Carmen Miranda,
o condiciona a um crescimento em 1939.
Carlos Manga, em 1953.
pessoal, familiar e social.
OLIVEIRA, Márcio Batista de. O direito 122
ao lazer na formação do homem social.
In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIII,
n. 76, maio 2010. Disponível em: Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
https://tedit.net/6sPXUD.
Acesso em: 13 ago. 2021.
Atividade complementar
As imagens desta página representam as principais manifestações culturais de massa que se de-
senvolveram no Brasil durante o século XX. Para aprofundar cada uma dessas manifestações, desen-
volva, se possível, um trabalho em interdisciplinaridade com Arte.
Organize a turma em grupos e encarregue cada grupo de pesquisar sobre um dos temas a seguir:
futebol, Carnaval, cinema e rádio. Os estudantes deverão pesquisar informações e imagens que per-
mitam construir uma linha do tempo da história sobre uma dessas manifestações no Brasil. O resulta-
do poderá ser exposto em um mural na sala de aula ou na escola. Para finalizar, discuta o resultado
com a turma, pedindo a cada grupo que explique o que pesquisou.

162
Orientações didáticas
Antes da realização das atividades,
Não escreva no livro. proponha uma conversa sobre o direi-
1. Nas primeiras décadas do século XX, uma das estratégias utilizadas pelas asso- to ao lazer como um direito à dignida-
ciações e pelos sindicatos de operários para arrecadar fundos ou divulgar suas de humana. Estimule os estudantes a
propostas era a realização de festivais. Leia o anúncio a seguir. refletir sobre o motivo de o lazer ser
considerado um direito e quais ativi-
dades mais gostam de fazer nos mo-

Reprodução/Coleção particular
mentos livres com a família. Trazer os
gostos pessoais e a experiência familiar
dos estudantes para a sala de aula po-
de auxiliar a envolvê-los no assunto em
estudo e contribuir para uma aprendi-
zagem mais significativa.
Atividade 1
Ao realizar esta atividade, ressalte
que os sindicatos nas primeiras déca-
das do século XX eram verdadeiros
pontos de encontro de trabalhadores.
1. a) Arrecadar Nesses locais, essas pessoas trocavam
fundos para experiências profissionais e pessoais,
instalar cadeiras divertiam-se e discutiam todo tipo de
na sede social assunto, desde política até, por exem-
das entidades plo, assuntos relacionados à cultura,
organizadoras do como o teatro de revista.
evento.
É possível que a linguagem do
Veja orientações
para a atividade anúncio cause algum estranhamento
neste Manual do aos estudantes. Leia o anúncio com
Professor. eles e esclareça o significado de ter-
mos como “proletario”, “assembleia”
Anúncio de festa operária realizada no início do século XX. e “conferencia”. Explique que a lingua-
gem respeita as convenções ortográ-
Agora, responda no caderno às questões propostas. ficas da época.
a) Qual era o objetivo desse “Grande festival proletário”? O contato com fontes históricas
propicia o desenvolvimento do racio-
b) Que frase do texto apela para a presença dos trabalhadores? cínio histórico e da autopercepção
“Nenhum operário que se interesse pela verdadeira causa que lhe afeta, não deverá faltar.” dos estudantes como sujeitos histó-
2. Escolha uma das personalidades mostradas nas fotos da página anterior e siga ricos, além de auxiliar a literacia e a
o roteiro. Para casa capacidade de expressão ao promo-
ver os processos de interpretar e rela-
• Faça uma pesquisa sobre essa personalidade. Depois, escreva uma pequena cionar ideias e informações e de fazer
biografia sobre ela em folha avulsa. inferências diretas.
• Reúna imagens que mostrem essa personalidade em seu trabalho e monte um Atividade 2
cartaz com esse material. Nos dois primeiros itens, espera-se
que os estudantes exercitem as habi-
• Apresente essa personalidade aos colegas e explique por que você a escolheu. lidades de pesquisa, síntese e expres-
123 são escrita. Para a realização do último
item, é preciso propiciar um ambien-
te de respeito às diferenças em rela-
ção à escolha da personalidade em
questão, bem como aos motivos que
levam os estudantes a admirá-la. Esse
é um momento importante para es-
timular a subjetividade, a autoestima
e a autenticidade dos estudantes.
A atividade contempla conheci-
mentos de literacia ao promover os
processos de interpretar e relacionar
ideias e informações, bem como de
analisar e avaliar conteúdo e elemen-
tos visuais e textuais.

163
Orientações didáticas
Ler o mundo: História viva
Esta seção destaca o período cha- LER O MUNDO: HISTÓRIA VIVA
mado de “Era de Ouro do rádio” e a
enorme popularidade que esse meio
de comunicação alcançou a partir da Não escreva no livro.
década de 1930. A Era de Ouro do rádio no Brasil
Leia o texto com os estudantes, O período entre as décadas de

Hulton Archive/Getty Images


destacando que essa novidade tec- 1930 e 1950 é conhecido como a
nológica alterou profundamente o Era de Ouro do rádio no Brasil. O
dia a dia das pessoas e o meio cultu- rádio se tornou um importante meio
ral no Brasil. Chame a atenção da tur-
de comunicação de massa, pois era
ma para as imagens presentes nesta
seção. Elas retratam os diferentes usos popular e atingia um grande núme-
do rádio no período. Comente com ro de pessoas.
os estudantes que o rádio possibilita- O rádio estava muito presente no
va uma sensação de maior proximi- cotidiano das famílias. Era por meio
dade entre o governante (Getúlio dele que as pessoas se informavam
Vargas) e a sociedade. Era comum sobre o Brasil e o mundo e também
que as pessoas se reunissem próxi-
se divertiam com as radionovelas, o
mas ao rádio para ouvir seus discur-
sos – a voz que saía do aparelho radioteatro, os programas musicais e Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, em
parecia se dirigir individualmente a de humor, além do futebol. pronunciamento à população pelo rádio, em 1930.
todos os brasileiros.

Arquivo/JCom/D.A Press
Comemoração do 28o aniversário da Rádio Nacional, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 1958. A Rádio
Nacional tornou-se a emissora oficial do governo brasileiro durante o mandato presidencial de Getúlio Vargas.
124

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

164
Orientações didáticas
Atividade 1
Era muito comum na época as pessoas se reunirem com a família e os amigos Leia o texto do depoimento com
os estudantes, esclarecendo even-
para ouvir seu programa favorito pelo rádio.
tuais dúvidas em relação ao vocabu-
lário ou à interpretação. Espera-se

Arquivo/Agência Globo
que eles identifiquem a autora do
depoimento.
A atividade desenvolve conheci-
mentos de literacia ao promover o
processo de localizar e retirar infor-
mação explícita de texto.
Atividade 2
Oriente os estudantes a se inspira-
rem no trecho do depoimento da
Torcedores acompanham atividade 1 para elaborar o seu pró-
pelo rádio, na cidade prio depoimento, colocando-se no
do Rio de Janeiro (RJ),
lugar da narradora. Caso os estudan-
a conquista do título
mundial pela seleção
tes não ouçam rádio, é possível adap-
brasileira de futebol tar a atividade pedindo que relatem
na Copa do Mundo algum programa que tenham o hábi-
de 1958. to de acompanhar na televisão ou em
canais da internet.
1. Leia o depoimento de Bethina Fróes sobre suas lembranças da década de 1950. Essa atividade propicia o desen-
volvimento da literacia ao promover
Eu e os meus irmãos mais velhos (que tinham entre 7 e 10 anos na década de
os processos de interpretar e relacio-
1950) ouvíamos a radionovela Lírios que nascem no lodo. Ficávamos acocorados
nar ideias e informações e de fazer
bem pertinho, ouvindo atentos para não perder nenhum minuto. Eu me lembro de
inferências diretas; favorece, ainda, a
me sentir arrebatada pela história da mocinha e do mocinho que não é muito dife-
produção de escrita em diferentes
rente das novelas de hoje em dia, só que eram bem mais curtas. Quando ficávamos
gêneros (depoimento) e o desenvol-
de castigo, meu pai proibia de ouvir a novela. Era um sofrimento…
vimento de vocabulário.
Depoimento de Bethina Fróes, especialmente para esta obra.

• Responda no caderno: Quem está narrando essa história?


Bethina Fróes, que ouvia rádio com seus irmãos na década de 1950.
2. Você tem o costume de ouvir rádio? Em caso afirmativo, dê um depoimento a
um colega contando que programa de rádio você mais ouve.
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
3. Que tal organizar um programa de rádio para apresentar aos colegas?
Dividam-se em grupos e sigam estes passos:
• Selecionem notícias, propagandas, piadas e músicas para serem transmitidas
nesse programa. Montem um roteiro com a ajuda do professor.
• Usem a criatividade e selecionem músicas ou criem sons com objetos do coti-
diano para ambientar a apresentação.
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
125

Atividade 3 nhado de vinheta, pela qual um dos integrantes do grupo será


Para iniciar esta atividade, organize a turma em grupos e entregue responsável. O grupo poderá apresentar o programa ao vivo ou
a eles um roteiro, que deverá ser preenchido com as seguintes in- gravado por meios eletrônicos (celular, gravador, câmera etc.). Para
formações: Qual é o tema do programa de rádio? Qual é o seu gê- finalizar, promova uma discussão sobre os resultados com a turma,
nero (informativo, noticiário, humorístico etc.)? Qual é o nome da ressaltando o que foi interessante e avaliando o que poderia melho-
emissora e dos locutores? Esse roteiro deverá ser utilizado para guiar rar em cada apresentação.
o processo de criação do trabalho do grupo. Por meio dessa abordagem, os estudantes não apenas poderão
Em seguida, oriente a produção dos programas, que deverão desenvolver um olhar crítico para os meios de comunicação, mas
durar aproximadamente cinco minutos cada um. Lembre aos grupos também aprenderão a usar recursos de mídia para se expressar e se
que os estudantes locutores deverão ter suas falas escritas e ensaia- comunicar melhor, além de desenvolver autonomia e capacidade
das antes da apresentação, e que o programa poderá ser acompa- de intervenção no mundo em que vivem.

165
Orientações didáticas
Rede de conhecimentos
O objetivo desta seção é ressaltar a
relevância da arte e dos movimentos
REDE DE CONHECIMENTOS
artísticos para a compreensão das
transformações históricas. Nela é apre- Não escreva no livro.
sentada aos estudantes a Semana de A Semana de Arte Moderna
Arte Moderna de 1922, que lançou as Nas primeiras décadas do sé-
bases da estética modernista no Brasil. culo XX, o Brasil passou por grandes

© Tarsila do Amaral Empreendimentos Reprodução/Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina.
Entre os pintores modernistas do pe-
transformações. A imigração, o pro-
ríodo, estão destacados Tarsila do
Amaral e Emiliano Di Cavalcanti. cesso de industrialização, a urbaniza-
Proponha um exercício de compa- ção das cidades, as novidades tecno-
ração entre as pinturas apresentadas. lógicas e os movimentos sociais trou-
Inicie o trabalho pedindo aos estu- xeram diversas mudanças para o país.
dantes que observem essas obras e Nesse clima de entusiasmo e
discutam as diferenças entre elas. inovação, alguns intelectuais e artis-
Oriente-os a observar as informações
tas mobilizaram-se para criar formas
das legendas (ano de produção, téc-
nica utilizada e dimensões de cada mais atualizadas e representativas
obra) e as características das obras da diversidade que constitui a cul-
(cores, traços, formas e proporções). tura brasileira.
Comente que a obra de Tarsila tem Em 1922, um grupo formado por
proximidade com desenhos infantis escritores, poetas, pintores, esculto-
e obras da cultura popular, principal- res, músicos e arquitetos se reuniu
mente do estilo de arte naïf (arte in-
no Teatro Municipal de São Paulo
gênua, feita por artistas autodidatas
e em geral inspirada em temas da
para um evento que revolucionou as Abaporu, de Tarsila do Amaral, 1928 (óleo sobre tela,
artes e agitou o cotidiano da cidade: de 85 cm × 73 cm). A obra tornou-se o símbolo do
cultura popular), e contrasta com a Modernismo no Brasil. Apesar de não ter participado
arte acadêmica e realista de pintores a Semana de Arte Moderna. Esse da Semana de Arte Moderna, a artista foi uma das
brasileiros do século XIX, como Bene- encontro mudou a maneira de fazer principais representantes desse movimento.
dito Calixto, Pedro Américo e Victor arte e marcou o surgimento do Mo-
Meirelles. dernismo brasileiro.
Atividade 1
Espera-se que os estudantes reco-
1. Leia o comentário da professora Marília Cardoso.
nheçam a pintura como representan- O objetivo dos artistas da Semana era introduzir um conceito renovador de arte,
te do Movimento Modernista por não tanto para os autores quanto para o público, convidando as pessoas a apreciarem
imitar a natureza, o que pode ser uma literatura que desobedece a gramática, uma pintura que não imita a natureza,
percebido, por exemplo, observando uma música que rompe com a harmonia e assim por diante.
suas proporções, não usuais na arte TURINO, Fernanda. Um ano moderno. Ciência Hoje das Crianças. Disponível em:
brasileira até então. Comente com os https://tedit.net/fVgUuT. Acesso em: 23 fev. 2021.
estudantes que as cores do Abaporu
– como o verde, o amarelo e o azul,
presentes na bandeira do Brasil – tam-
• Na sua opinião, a obra Abaporu se enquadra nas características do movimento
modernista? Explique oralmente. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade
bém são características do Movimen- neste Manual do Professor.
to Modernista. 126
Esta atividade propicia o desenvol-
vimento de conhecimentos de litera-
cia ao promover o processo de Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

analisar e avaliar conteúdo e elemen-


tos visuais e textuais, além de favore- Tarsila do Amaral (1886-1973)
cer a autoexpressão. Pintora modernista brasileira, teve influência do cubismo quando estudou em Paris, na França.
Suas obras se caracterizam pelo uso de cores vibrantes e de temas brasileiros, como a flora e a fauna
locais, as paisagens urbanas e rurais e o folclore. Uma de suas obras mais famosas é o Abaporu (1928),
que virou símbolo do movimento antropofágico, cujo mote era deglutir a cultura europeia vigente
e transformá-la em algo bem brasileiro. Para mais informações sobre a artista e suas obras, consulte:
Tarsila do Amaral. Disponível em: https://tedit.net/ivUhIR. Acesso em: 4 jun. 2021.

166
Orientações didáticas
Explique aos estudantes que, além
da pintura, outras formas de expressão
artística estiveram presentes no Movi-

Reprodução/Revisata de Antropofagia
mento Modernista, como a literatura
e a música, representadas nesta pági-
na pela Revista de Antropofagia e pe-
Reprodução/Elisabeth Di Cavalcanti/Coleção particular

la partitura do maestro e compositor


Heitor Villa-Lobos.
Comente que o Manifesto Antro-
pófago ou Manifesto Antropofágico,
escrito por Oswald Andrade e publi-
cado na Revista de Antropofagia, deu
início ao Movimento Antropofágico,
um dos marcos do Modernismo bra-
sileiro e da história da arte nacional.
Esse movimento pregava que os ar-
tistas se voltassem para a produção
nacional – ou seja, para a cultura in-
dígena e afrodescendente – e “dige-

Heitor Villa-Lobos/Acervo do IEB, USP, São Paulo, SP.


rissem” e reconstruíssem aquilo que
vinha do exterior, superando a socie-
Página da Revista de
dade patriarcal e capitalista da época.
Antropofagia, ano I, Ao explorar esses temas, a seção
Samba, de Emiliano Di Cavalcanti, 1928 maio de 1928. propicia o trabalho interdisciplinar
(óleo sobre tela, de 1,76 m × 1,55 m). com Arte.
A obra tem um tema bem brasileiro e rompe
com a representação tradicional da realidade. Atividade 2
Partitura de 1930 de Heitor Auxilie os estudantes a interpretar
Villa-Lobos, um dos músicos a obra de Di Cavalcanti e oriente-os a
que participaram da Semana ler a legenda antes de responder à
de Arte Moderna.
questão. O samba representado por
esse artista pode ser relacionado ao
que os estudantes aprenderam sobre
2. Responda no caderno: A obra do artista Di Cavalcanti aborda uma temática o Carnaval como manifestação cultu-
brasileira? Por quê? Sim, porque o samba é um gênero musical tipicamente brasileiro. ral de massa no Brasil.

3. A arte pode ser dividida em vários gêneros: música, dança, pintura, escultura, Atividade 3
Para organizar a exposição com as
teatro, literatura, cinema, fotografia, entre outros.
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. criações dos estudantes, estabeleça
a) Em grupos, imaginem que vocês são os protagonistas protagonista:
uma data e determine o tempo que
de uma Semana de Arte de 2022. Escolham um dos gê- personagem cada um terá para a exposição. Quem
neros mencionados e criem uma obra. Pode ser uma mú- principal de uma realizou um desenho, por exemplo,
história; pessoa que pode explicar por que escolheu tal
sica, um vídeo, um poema, fotos, etc. Não se esqueçam ocupa o primeiro tema ou tais cores etc.
de dar um título à obra. lugar em uma
A atividade contribui para o desen-
situação.
b) Combinem uma data para a apresentação dos trabalhos. volvimento da autoexpressão e da
criatividade, além de propiciar o de-
127 senvolvimento de conhecimentos de
literacia por meio de processos de in-
terpretar e relacionar ideias e informa-
ções de diferentes fontes e gêneros.
Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976)
Pintor modernista, ilustrador e muralista brasileiro, foi um dos idealizadores e organizadores da
Semana de Arte Moderna de 1922. Estudou em Paris, na França, onde teve influência de muitos in-
telectuais da época, o que contribuiu para a concepção de um estilo próprio, com uso de cores
quentes e formas simplificadas e curvilíneas. Suas obras representam temas sociais e nacionalistas,
valorizando o cotidiano do povo em cenas como as da favela, do samba, dos pescadores, entre
outras. Mais informações sobre o artista e suas obras podem ser obtidas em: https://tedit.net/dRHIRs.
Acesso em: 4 jul. 2021.

167
Orientações didáticas
Mais atividades
Atividade 1 MAIS ATIVIDADES

Reprodução/Coleção particular
Oriente a leitura da imagem e re-
tome com os estudantes os conteú-
dos das páginas 116 e 117 para realizar
esta atividade.
b) O trabalho nas fábricas era bastan-
te duro, tanto para homens quanto
para mulheres. A jornada de traba-
lho chegava a 16 horas por dia, os
salários eram baixos e havia muitos
acidentes. Mulheres e crianças re-
cebiam salários ainda mais baixos
que os dos homens.
Atividade 2
Auxilie os estudantes a localizar no
texto do capítulo as informações ne- Interior da seção de malharia de uma grande indústria em São Paulo (SP). Foto de 1920.
cessárias para fazer a atividade.
I. Greve de 1917; II. Operários das 1. Observe a fotografia e responda às questões. Não escreva no livro.
indústrias; III. Em São Paulo; IV. Jorna-
da diária de oito horas, direito a férias a) Quem aparece trabalhando nas máquinas dessa indústria? Mulheres.
e descanso semanal remunerados, b) Quais eram as condições de trabalho das operárias nessa época?
proibição do trabalho de crianças e Veja a resposta para a atividade neste Manual do Professor.
do trabalho noturno de mulheres, c) De que forma as mulheres começaram a lutar por melhores condições de
seguro contra acidentes de trabalho trabalho? Elas iniciaram um movimento para exercer seus direitos políticos: ter o poder
e aposentadoria; V. O movimento foi do voto e a possibilidade de se candidatar a cargos públicos.
violentamente reprimido pela polícia; 2. Copie os itens a seguir no caderno e complete cada um deles com as
houve mortes e prisões e operários informações do maior movimento operário ocorrido no Brasil no início do
estrangeiros foram expulsos do país; século XX. Veja a resposta para a atividade neste Manual do Professor.
VI. Ficou demonstrada a força dos
I. Nome do movimento IV. Principais reivindicações
trabalhadores.
II. Quem participou V. Resposta dos governantes
Atividade 3
Reforce com os estudantes que o
III. Onde se iniciou VI. Resultados do movimento
lazer é um direito social fundamental, 3. Responda às questões a seguir no caderno. Para casa
em geral, menosprezado ou desvalo-
rizado perante outros. a) Cite três atividades que faziam parte do lazer dos operários na primeira metade
Comente que há, no Brasil, uma do século XX. Podem ser mencionadas: ir a jogos ou ouvir pelo rádio jogos de futebol,
intensa desigualdade de acesso a ouvir programas de rádio, festejar o Carnaval, ir ao cinema.
equipamentos e bens culturais e ao b) Quais dessas atividades ainda fazem parte do cotidiano dos trabalhadores na
lazer. Segundo relatório do IBGE, de região em que você vive? Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade
neste Manual do Professor.
2019, 44% dos pretos e pardos viviam c) Quais atividades, diferentes das mencionadas, você acha que fazem parte do
em cidades sem cinemas, contra
lazer dos trabalhadores de hoje? Resposta pessoal. Podem ser mencionadas: jogar
34,8% da população branca; 37,5% videogames, passear no shopping center, usar o celular, ver televisão, dançar, etc.
dos pretos e pardos viviam em cida- 128
des sem museus contra 25,4% dos
brancos; quanto a teatros ou salas de
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
espetáculo, eram 35,2% pretos ou
pardos ante 25,8% para brancos. A
pesquisa completa está disponível Para saber mais
em: https://tedit.net/Vm2YcT. Acesso
em: 7 jul. 2021. SANTOS, Flávia Cruz. O lazer como direito social: sua inclusão na Constituição de 1988. Disponí-
vel em: https://tedit.net/8PAZO6. Acesso em: 2 jul. 2021.
Esse trabalho reconstitui a trajetória do lazer na Assembleia Nacional Constituinte 1987-1988,
identificando os atores políticos responsáveis por sua inclusão como direito social na Constituição,
bem como os interesses e os significados de lazer nesse processo.

168
Orientações didáticas
Atividade 4
Auxilie os estudantes a localizar no
4. Leia atentamente as afirmações a seguir. Depois, copie no caderno apenas as texto do capítulo as informações ne-
afirmações verdadeiras. Verdadeiras: II e IV. cessárias para resolver a atividade.
I. No início do século XX, já havia leis para garantir os direitos dos trabalhado-
res da indústria, mas não os direitos dos trabalhadores rurais. Venha descobrir!
Se os estudantes não tiverem aces-
II. Para reivindicar seus direitos, os trabalhadores fizeram uma greve geral que
so aos livros sugeridos, oriente-os a
praticamente parou o país em 1917. conversar com o bibliotecário da es-
III. No início do século XX, o trabalho feminino não era comum nas cidades cola ou de uma biblioteca municipal
porque as mulheres não podiam trabalhar em fábricas. para obter indicações similares. Orien-
IV. As mulheres conquistaram o direito de voto no Brasil em 1932. te os estudantes a acessar o site suge-
rido na sala de informática da escola
ou em casa.
VENHA DESCOBRIR!

◆ Imigrantes no Brasil do século XIX, de Edilene Toledo, Atual.


O livro aborda aspectos da vida e da inserção no mundo do trabalho
de milhões de imigrantes que chegaram ao Brasil ao longo do século XIX
vindos do continente europeu em busca de condições de vida melhores.
elo am

◆ O sonho do Abaporu, de Marcelo Cipis,


o/Editora Car

Caramelo.
Reproduçã

Nesse livro, escrito pelo artista plástico Marcelo


Cipis, o Abaporu, símbolo da cultura brasileira
criado por Tarsila do Amaral em 1928, ganha vida
fora da moldura do quadro e conduz o leitor a um
passeio pelo universo da arte contemporânea.

◆ Somos todas #DonasDaRua.


Disponível em: https://ijp.short.gy/ikl6F5.
Acesso em: 17 jul. 2021.
turmadamonica.uol.
com.br/donasdarua/

Nesse projeto, a Mauricio


de Sousa Produções (MSP), em
Reprodução/https://

parceria com a ONU Mulheres,


pretende contribuir para que os
direitos das meninas sejam
respeitados e para que elas
possam ser o que quiserem ser.

129

169
Orientações didáticas
Rever ideias
Atividade 1 REVER IDEIAS
A atividade apresenta um texto
poético que, em tom jocoso, faz uma Não escreva no livro.
sátira da Revolta da Vacina. O objetivo
é desenvolver a capacidade de leitu- 1. Leia o poema e responda às questões no caderno.
ra, interpretação, reflexão e criação a

© Leônidas Freire/Fundação
Biblioteca Nacional, Rio de
Janeiro, RJ.
partir do contato com a linguagem Meus curiosos senhores, O povo, então, levantou-se
poética. Vou contar-vos a história Dizendo: Não me sujeito
Para que os estudantes possam Que os jornais anunciaram À ordem do presidente,
perceber os sentidos do texto com os Da vacina obrigatória. Porque é contra o direito!
ritmos e as rimas, leia em voz alta mar- Esse caso que no Rio
cando com a entonação os trechos Ficou para eterna memória! [...] O povo danou-se
centrais do texto. Em seguida, resolva E se revoltou!
as dúvidas de compreensão e de vo- Mandou o presidente Ninguém vacinou
cabulário. Alguns termos de época Da nossa República E a vacina acabou...
podem causar estranhamento. Orien- Que na praça pública O tempo fechou
Rio: a cidade
te os estudantes a substituir o termo Se pegasse a gente, E a bala zuniu!
do Rio de
desconhecido pelo equivalente for- Obrigadamente O governo viu Janeiro.
necido no glossário para facilitar a Para vacinar. A coisa atrapalhada bexiga: varíola.
compreensão. Após a leitura, peça Porém a Armada Armada: a
que respondam aos itens a a d. Quis assim livrar Logo acudiu. polícia.
No item a, se algum estudante ti- O povo da inimiga
ver dificuldade para indicar o aconte- Peste da bexiga
cimento ao qual o poema se refere, Quem o vem devastar!
oriente-os a reler as páginas 95 a 103 CALMON, Pedro. História do Brasil na poesia do povo. In: SÃO PAULO. Secretaria de Estado da
do volume 5 para encontrar a respos- Educação, Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Coletânea de documentos históricos
ta correta. para o 1o grau – 5a a 8a séries. São Paulo: SE: CENP, 1979. p. 49.
No item b, os estudantes devem
prestar atenção ao verbo no passa- a) O poema se refere a que acontecimento do início da República?
do para concluir que o autor está I. Reforma e saneamento das cidades.
escrevendo após os acontecimen-
tos relatados.
II. Chegada dos imigrantes.
Nos itens c e d, não há uma única X III. Revolta da Vacina.
resposta correta. Nesses itens, se es- IV. Proclamação da República.
pera que o estudante reflita e consiga
expressar seu pensamento por escri- b) Na primeira estrofe do poema, o autor se refere a esse acontecimento como
to a partir da interpretação do poema “Esse caso que no Rio / Ficou para eterna memória!”. O que podemos concluir
e daquilo que conhece sobre a pan- desse trecho?
dêmica do novo coronavírus. I. Que o autor está escrevendo no momento dos acontecimentos e acha
No item d, criar um poema é um que eles serão lembrados no futuro.
excelente exercício de produção de
escrita, pois estimula a leitura e cola- X II. Que o autor não está escrevendo no momento dos acontecimentos, e
bora para o desenvolvimento de sim depois de eles terem ocorrido.
vocabulário, além de estimular a 130
criatividade. Essa atividade mobiliza
as competências CG8, CG10 e CEH5
e a habilidade EF05HI05. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

No item c, a questão estabelece


relações entre o passado e o presen- material disponível em: https://tedit.net/xkmjUp.
te. Essa é uma boa oportunidade Acesso em: 17 jul. 2021.
para conversar sobre o impacto da Para remediar dificuldades com fluência e
desinformação e das fakenews sobre correção escrita, sugerimos trabalhar novamen-
a decisão das pessoas. Vale lembrar te atividades semelhantes que também partem
também que as vacinas são um direi- de texto poético, presentes neste volume.
to, mas também um dever dos cida-
dãos, pois envolve a saúde de todos.
Para saber mais sobre educação para
mídia e desinformação, consulte o

170
Orientações didáticas
Atividade 2
c) Você vê alguma semelhança entre a revolta popular contra a vacinação obriga- A atividade apresenta um trecho
de livro sobre o coronelismo no início
tória em 1904 e a campanha de vacinação contra a covid-19 em 2021?
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. da República. Se achar necessário,
d) Escreva um poema narrando seu ponto de vista sobre a pandemia do novo faça a leitura em voz alta do texto e
coronavírus. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do depois resolva as dúvidas de com-
Professor. preensão e de vocabulário. Alguns
2. Leia o texto e responda à questão no caderno. termos utilizados pelo autor, como
“súditos” (fornecido no glossário),
Nas fazendas, imperava a lei do coronel, criada
súdito: não livre; submetido “acordo coronelista” e “apoio político”,
por ele, executada por ele. Seus trabalhadores e de-
à vontade de outro. podem gerar algum estranhamento.
pendentes não eram cidadãos do Estado brasileiro,
Auxilie os estudantes na compreen-
eram súditos dele. Quando o Estado se aproximava,
são do texto para que respondam às
ele o fazia dentro do acordo coronelista, pelo qual o coronel dava seu apoio político
questões.
ao governador em troca da indicação de autoridades, como o delegado de polícia,
Se algum estudante apresentar
o juiz, o coletor de impostos, o agente do correio, a professora primária. Graças ao
dificuldade, oriente-os a reler a pá-
controle desses cargos, o coronel podia premiar os aliados, controlar sua mão de
ginas 98 e 99, que esclarecem as
obra e fugir dos impostos.
fraudes eleitorais e a prática do co-
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. ronelismo no contexto da Primeira
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. p. 56.
República.
• Transcreva no caderno apenas as afirmações verdadeiras. Verdadeiras: II e III. Atividade 3
I. Os trabalhadores e dependentes do A atividade pede que os estudan-

© Benett/Acervo do cartunista
coronel eram cidadãos do Estado bra- tes preencham as letras faltantes para
descobrir a expressão SEMANA DE
sileiro e, ao mesmo tempo, súditos do
ARTE MODERNA.
coronel. Caso algum estudante não se re-
II. Segundo o acordo coronelista, o coro- corde do que foi esse importante
nel dava seu apoio político ao gover- evento para a cultura brasileira, é pos-
nador em troca da indicação de autori- sível remediar a dificuldade relendo
dades de interesse do coronel. as páginas 126 e 127.
III. O texto sugere que a indicação para
um cargo como o de coletor de im-
postos era muito útil ao coronel, pois
lhe permitia não pagar os impostos Charge do artista Benett.
devidos. Acervo do cartunista.

3. Que evento reuniu poetas, pintores, escultores, músicos e arquitetos em São


Paulo, em 1922, e revolucionou a arte no Brasil? No caderno, preencha as letras
que faltam e descubra. SEMANA DE ARTE MODERNA
S❋M❋❋A D❋ A❋❋E ❋O❋ER❋A

E N A R M T N D E

131

171
Unidade 1 – Como conviver

Para avaliação
As rubricas a seguir são um instrumento de avaliação formativa que permite mensurar o desempenho dos estudantes e identifi-
car quais conteúdos cada um deles precisa aprimorar antes de prosseguir nos estudos. Veja uma sugestão de avaliação do objetivo
de aprendizagem 4 desta unidade no item Para avaliação da página 155 deste Manual do Professor.

Critérios de
O. P. Desempenho Justificativa
avaliação
O estudante leu e entendeu o poema, compreendo
significados das violações aos direitos das pessoas no Brasil
O estudante Desenvolvido
República, respondeu corretamente os itens a e b e produziu
compreendeu os textos adequados nos itens c e d.
Atividade 1

significados das
violações aos direitos
O estudante leu e entendeu parcialmente o poema,
das pessoas no Brasil
2 República e respondeu
Desenvolvido compreendo significados das violações aos direitos das pessoas
parcialmente no Brasil República, respondeu corretamente os itens a e b, mas
corretamente aos itens
teve dificuldade para produzir textos adequados nos itens c e d.
a e b e produziu textos
adequados nos itens c
e d? O estudante leu mas não entendeu o poema e, portanto, não
Em desenvolvimento compreendeu os significados das violações aos direitos das
pessoas no Brasil República.

O estudante leu e interpretou corretamente o texto,


compreendendo a dinâmica política do coronelismo na
Desenvolvido
O estudante leu o organização do Estado na Primeira República, e transcreveu as
texto e compreendeu afirmações verdadeiras no caderno.
Atividade 2

a dinâmica política
do coronelismo O estudante leu o texto, mas compreendeu parcialmente a
1 na organização do Desenvolvido dinâmica política do coronelismo na organização do Estado
Estado na Primeira parcialmente na Primeira República, transcrevendo apenas uma afirmação
República, identificando verdadeira no caderno.
corretamente as
afirmações verdadeiras? O estudante não compreendeu o texto nem a dinâmica
Em desenvolvimento política do coronelismo na organização do Estado na Primeira
República, transcrevendo a afirmação falsa no caderno.

O estudante identificou o evento por meio da descrição


Desenvolvido fornecida e preencheu corretamente as letras que faltam nas
palavras.
Atividade 3

O estudante identificou
o evento por meio da
O estudante identificou o evento por meio da descrição
descrição fornecida e Desenvolvido
3 preencheu corretamente parcialmente
fornecida, mas não preencheu corretamente as letras que
faltam nas palavras.
as letras que faltam nas
palavras?
O estudante não identificou o evento por meio da descrição
Em desenvolvimento fornecida e não conseguiu preencher corretamente as letras
que faltam nas palavras.

172
Conclusão O objetivo pedagógico 1 foi contemplado ao explicar a
transição da Monarquia para a República e os problemas da
Para avaliar e consolidar nova organização política, como as fraudes eleitorais e a po-
lítica dos coronéis.
conhecimentos
O objetivo pedagógico 2 foi abordado ao apresentar o papel
Nesta unidade, o estudante pôde conhecer o papel da luta da mulher na conquista do direito ao voto e dos trabalhadores
pela cidadania e por direitos sociais no Brasil republicano e como, industriais na conquista de direitos trabalhistas. O estudo do
após o fim do regime de trabalho escravista e da monarquia, o mundo do trabalho, a partir da luta por direitos sociais, cidada-
Estado brasileiro incorporou aos poucos algumas das reivindica- nia e melhores condições de vida, visou contemplar o objetivo
ções das classes populares por direitos sociais. pedagógico 4.
A unidade deu destaque à discussão sobre as mudanças na or- A discussão sobre o papel das inovações tecnológicas, com-
ganização do poder político do Estado brasileiro, em conexão com parando presente e passado, propicia o trabalho com o objeti-
a abordagem da noção de cidadania e sua relação com os direitos vo pedagógico 3, que também é contemplado na abordagem
sociais. O estudante também pode compreender, numa compara- a respeito da Semana de Arte Moderna de 1922 e seus significa-
ção entre presente e passado, como as inovações tecnológicas
dos, em meio ao contexto de grandes transformações sociais,
transformam o cotidiano das pessoas. Outro tema de destaque, que
políticas e culturais do período.
propiciou a interlocução com a área de Artes, foi a inovação de
Ao longo das páginas deste Manual do Professor, nas orien-
linguagem e estética na Semana de Arte Moderna de 1922.
tações que acompanham os conteúdos abordados, foram su-
Ao longo dos capítulos, os estudantes também puderam co-
geridas extensões e complementações para as atividades do
nhecer alguns conceitos e temas importantes para o desenvol-
Livro do estudante, além de propostas adicionais de exploração
vimento das competências específicas de Ciências Humanas e
dos temas, com atividades e indicações extras para os temas.
de História para os anos iniciais do Ensino Fundamental. Temas
Caso não tenha sido possível aplicá-las no momento em que
como a formação do Estado, os processos de transformação da
são indicadas, aproveite para retomá-las como recurso para
sociedade, a importância da Constituição e do respeito aos di-
remediar defasagens identificadas em relação aos objetivos
reitos humanos, as formas de luta e mobilização social para a
pedagógicos elencados.
conquista de direitos sociais por diferentes grupos da sociedade.
É possível também utilizar outras estratégias avaliativas para
A unidade propiciou, ainda, o trabalho com fontes históricas
detectar defasagens, como a observação, que consiste em assis-
diversas, imagéticas e textuais, e propôs atividades que mobili-
tir ou ouvir o estudante realizar certa atividade, observando fa-
zam diversos objetivos de aprendizagem, habilidades e compe-
tores como fluência oral, postura, concentração, facilidade de
tências fundamentais na etapa, com atenção constante aos
leitura e comportamento.
objetivos de literacia e aprendizagem.
O uso das rubricas, sugeridas neste manual, pode facilitar o
O tema dos direitos humanos e a noção de que a cidadania
registro do progresso de cada estudante e da turma como um
se relaciona à conquista histórica de direitos pelas sociedades
todo durante o período de estudo da unidade.
estão presentes ao longo de toda a unidade. A unidade também
permitiu a interlocução constante com a CECH1 e a CECH4, pois,
Avaliação do desempenho individual e
ao abordar os grupos sociais do período estudado e propor um
trabalho com os direitos humanos, políticos e sociais, enfatizou coletivo
o respeito à diferença e a valorização da diversidade de indivíduos Recomenda-se que, ao final dos trabalhos da unidade, seja
e grupos sociais. Igualmente a CEH1 e a CEH3 foram mobilizadas, retomada a tabela de expectativas de aprendizado para cada
a partir de textos e atividades que conectaram acontecimentos um dos objetivos pedagógicos, presente na Introdução desta
históricos a relações de poder e destacam distintas interpretações unidade. Recomenda-se também que as tabelas de acompa-
dos contextos em questão. A unidade possibilitou também o nhamento do aprendizado, presentes no item de Avaliação do
trabalho com o tema contemporâneo transversal Cidadania e Manual do Professor – Seção Introdutória deste volume,
civismo, ao propiciar o aprofundamento da Educação em di- sejam utilizadas para monitorar o aprendizado individual e co-
reitos humanos. letivo dos estudantes.

173
Unidade 4 – Modernidade e cidadania

Introdução
Habilidades da BNCC
Objetivos pedagógicos desta unidade
relacionadas
1. Refletir sobre as mudanças no Brasil entre as décadas de 1930 e de 1960, incluindo
EF05HI02, EF05HI08
aquelas que envolvem os afro-brasileiros e os povos originários.

2. Reconhecer que os direitos civis, sociais e políticos conquistados durante o período


EF05HI04, EF05HI05
republicano são resultado de décadas de luta da sociedade civil.

3. Refletir sobre a trajetória histórica dos direitos de alguns grupos sociais,


especialmente com a promulgação da Constituição de 1988, como as mulheres, as EF05HI04, EF05HI05
crianças e os adolescentes, os idosos, os povos indígenas e os afro-brasileiros.

4. Valorizar a prática política e incentivar a empatia, a alteridade e o senso de justiça,


reconhecendo que o respeito à pluralidade se relaciona com uma sociedade mais EF05HI04, EF05HI08
justa e democrática.

Como ocorreu o processo de industrialização e modernização do Brasil no século XX? Como foi construída a
cidade de Brasília? O que aconteceu com as sociedades indígenas após a política de expansão para o Oeste? Qual
a importância da Constituição de 1988 e que grupos sociais ela reconheceu? Essas e outras questões serão tra-
balhadas ao longo da unidade, que articula conteúdos e objetivos de aprendizagem às competências e habili-
dades da BNCC.
O objetivo básico da unidade é discutir algumas características do processo de industrialização e de moderni-
zação do Brasil, e a luta por cidadania e justiça social por parte de distintos grupos sociais nas últimas décadas.
No capítulo 8, nas páginas 134 e 136, o estudante trabalha, o processo de urbanização e modernização que
ocorreu entre as décadas de 1930 e de 1960, com o desenvolvimento da indústria, conteúdo relacionado ao
objetivo pedagógico 1.
Esse objetivo pedagógico também está relacionado à expansão da fronteira agrícola para o Oeste e a
construção de Brasília, contextualizando a relação do Estado com os povos indígenas, conteúdos trabalha-
dos nas páginas 137 a 143 do Livro do Estudante.
No capítulo 9, o estudante é convidado a compreender a cidadania como uma luta constante pela ampliação
da esfera dos direitos, e a reconhecer os direitos de alguns grupos sociais, como os direitos das crianças e dos
adolescentes, das mulheres, dos idosos e dos afrodescendentes. O estudante também fortalece sua formação
cidadã entendendo que o Brasil é formado por uma pluralidade de culturas e que o respeito à diferença é parte
importante da prática da cidadania. Esses conteúdos estão relacionados aos objetivos pedagógicos 2, 3 e 4, e
foram trabalhados nas páginas 149 a 159.

Pré-requisitos para atingir os objetivos pedagógicos e para


trabalhar os principais conteúdos
Um bom caminho para identificar os conhecimentos prévios é relembrar alguns conteúdos já trabalhados nas
unidades 2 e 3 sobre o conceito de cidadania. Em particular, as atividades que dizem respeito à Constituição são
essenciais para o trabalho com esta unidade. Essa retomada pode auxiliar no trabalho com a unidade, reforçando
conceitos importantes para a compreensão e contextualização dos conteúdos.
Conceitos como Estado, Constituição, direitos sociais, trabalho industrial e cidadania já foram trabalhados nas
unidades 2 e 3 para o período monárquico e o início do período republicano. Nesta unidade, eles são retrabalha-
dos em um contexto contemporâneo que se aproxima mais do presente do estudante.

Objetivos pedagógicos e expectativas de aprendizado


Confira, a seguir, as expectativas de aprendizado para cada um dos objetivos de aprendizagem da unidade.
Recorra a eles para mensurar e acompanhar o desempenho dos estudantes, aplicando, ao longo do bimestre,
avaliações de processo.

174
Ao fim da unidade, há uma sugestão de avaliação na seção Rever ideias. Lembre-se de que esse instru-
mento de avaliação formativa deve ser conjugado com outras formas de avaliação, inclusive aquelas que já
fazem parte de seu repertório de trabalho.

Critérios de
O. P.* Expectativas de aprendizado
desempenho
O estudante identificou as principais transformações econômicas
ocorridas no Brasil entre as décadas de 1930 e 1960, com a emergência
Desenvolvido da classe operária urbana, o desenvolvimento do trabalho fabril e a
expansão da fronteira agrícola, compreendendo as transformações
sociais e políticas relacionadas a essas mudanças.

O estudante identificou as principais transformações econômicas


ocorridas no Brasil entre as décadas de 1930 e 1960, com a emergência
Desenvolvido
da classe operária urbana, o desenvolvimento do trabalho fabril e a
1 parcialmente
expansão da fronteira agrícola, mas não compreendeu as transformações
sociais e políticas relacionadas a essas mudanças.

O estudante não identificou as principais transformações econômicas


ocorridas no Brasil entre as décadas de 1930 e 1960, com a emergência
da classe operária urbana, o desenvolvimento o desenvolvimento
Em desenvolvimento
trabalho fabril e a expansão da fronteira agrícola, nem relacionou essas
mudanças às transformações sociais e políticas relacionadas a essas
mudanças.

O estudante relacionou a conquista de direitos civis, sociais e políticos às


Desenvolvido
pressões feitas pela sociedade civil ao longo do século XX.

O estudante identificou as pressões feitas pela sociedade civil ao longo


Desenvolvido
do século XX, mas não relacionou esses acontecimentos à conquista de
2 parcialmente
direitos.

O estudante não identificou as pressões feitas pela sociedade civil, nem


Em desenvolvimento relacionou esses acontecimentos à conquista de direitos ao longo do
século XX.

O estudante reconhece a Constituição de 1988 como uma conquista


Desenvolvido de todos os brasileiros, especialmente de grupos que eram privados de
direitos até então, como mulheres, indígenas e quilombolas.

O estudante reconhece a Constituição de 1988 como uma conquista


Desenvolvido
3 parcialmente
de todos os brasileiros, mas não identifica mulheres, indígenas e
quilombolas como grupos que eram privados de direitos.

O estudante não reconhece a Constituição de 1988 como uma conquista


Em desenvolvimento de todos os brasileiros nem que grupos como mulheres, indígenas e
quilombolas eram privados de direitos antes da Constituição.

O estudante relaciona a participação em uma sociedade democrática à


Desenvolvido
empatia, a valorização da alteridade e da diversidade e à justiça.

O estudante identifica a empatia, a valorização da alteridade e da


Desenvolvido
diversidade e a justiça como valores positivos, mas não os relaciona à
4 parcialmente
participação em uma sociedade democrática.

O estudante não considera a empatia, a valorização da alteridade e


Em desenvolvimento da diversidade e a justiça como valores positivos e não os relaciona à
participação em uma sociedade democrática.

*Nota: ao longo desta unidade, os objetivos pedagógicos nos títulos de quadros serão abreviados como O. P.

175
Orientações didáticas

Competências da BNCC UNIDADE

4
Competências gerais da
Educação Básica
CG1, CG2, CG3, CG4, CG7, CG10
MODERNIDADE
Competências específicas de
Ciências Humanas
E CIDADANIA
CECH1, CECH2, CECH4
Competências específicas de
História
CEH1, CEH3

Componentes essenciais
para a alfabetização
• Fluência em leitura oral Indígenas acompanham uma sessão da Assembleia
• Compreensão de texto
A
Constituinte em 1988, em Brasília (DF). A prática da
cidadania exige que os grupos sociais participem
• Produção de escrita das decisões do Estado e se organizem para
reivindicar direitos.

O objetivo das aberturas de unida-


de é explorar os conhecimentos pré-
vios dos estudantes por meio da
leitura de imagens e de questões que
possibilitam discussão oral e coletiva
dos aspectos a seres trabalhados. É
importante garantir que todos pos-
sam se manifestar, mesmo que as
opiniões e as ideias expostas sejam
parciais em relação aos conceitos. Se
possível, no decorrer da sistematiza-
ção, retome com os estudantes essas
ideias iniciais para que eles reorgani-
zem as informações de acordo com
os conhecimentos adquiridos.
A unidade também permite a in-
terlocução constante dos temas com
as competências CECH1, CECH2 e
CECH4, pois, ao abordar os grupos
sociais do período estudado e propor Manifestação a favor
um trabalho com os direitos huma- do impeachment do
nos, políticos e sociais, enfatizou o B presidente Collor, em
respeito à diferença e a valorização São Paulo (SP), 1992.
da diversidade de indivíduos e gru-
pos sociais. Igualmente, as competên- 132
cias CEH1 e CEH3 foram mobilizadas
a partir de textos e atividades que Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
conectaram acontecimentos históri-
cos a relações de poder e destacam estudantes, incentivando sua participação. Um
distintas interpretações dos contextos caminho é convidá-los a descrever textualmen-
em questão. A unidade possibilitou te as imagens apresentadas, na tentativa de
também o trabalho com os temas destacar as informações mais relevantes de ca-
contemporâneos transversais Cida- da contexto. Ao final, procure descobrir o que
dania e civismo e Educação em eles pensam a respeito de manifestações polí-
direitos humanos. ticas como as retratadas nas imagens.
Antes de propor a resolução das
questões sugeridas na abertura, é
possível analisar as imagens com os

176
Orientações didáticas
Atividade 1
Oriente os estudantes a observar

Salomon Cytrynowicz/Pulsar Imagens


atentamente todos os elementos pre-
sentes na primeira fotografia e a lerem
a legenda. Proponha a primeira ques-
tão e anote no quadro as hipóteses
levantadas pelos estudantes para a
razão que levou os indígenas ao Con-
gresso Nacional. Esclareça que uma
Assembleia Constituinte é um órgão
colegiado ao qual é atribuída a função
de redigir uma nova Constituição.
Com base na observação da imagem
e na leitura da legenda, os estudantes
devem chegar à conclusão de que os
indígenas também são cidadãos e es-
tavam no Congresso para defender os
direitos da população indígena.
Atividade 2
Oriente os estudantes a observar
atentamente todos os elementos pre-
sentes na segunda fotografia e a lerem
a legenda. Proponha a segunda ques-
tão e anote no quadro as hipóteses
levantadas pelos estudantes para o
motivo que levou os jovens e adoles-
centes retratados à manifestação. Es-
clareça que Impeachment é um
processo jurídico e político que pode
condenar um governante à destituição
por crime de responsabilidade. Em
1992, a população saiu às ruas para
Observe as fotografias e converse com os colegas e exigir o Impeachment do então presi-
dente Fernando Collor de Mello por
o professor. Respostas pessoais. Leia as orientações para a
atividade neste Manual do Professor. denúncias de corrupção. Na época,
1. O que o grupo de indígenas da fotografia A está muitos estudantes dos níveis funda-
mental e médio participaram dessas
fazendo no Congresso Nacional?
manifestações. Mesmo que tenham
2. O que os estudantes da fotografia B estão fazendo? dificuldade para entender o que é
Eder Chiodetto/Folhapress

Impeachment, os estudantes devem


3. Na sua opinião, qual é a relação entre a demo- chegar à conclusão de que, por meio
cracia e a participação política das pessoas nas da manifestação, os estudantes esta-
decisões coletivas? vam praticando sua cidadania.
Atividade 3
133 Deixe que os estudantes troquem
ideias e expressem livremente suas
opiniões. Relembre a eles o significado
de democracia, estudado na unida-
de 1. Recorde que, na Grécia antiga,
a democracia era exercida pelo corpo
dos cidadãos de maneira direta nas
assembleias públicas. A partir das hi-
póteses por eles formuladas para as
duas primeiras questões os estudan-
tes devem concluir que, hoje, a práti-
ca da cidadania exige que os grupos
sociais participem das decisões do
Estado e se organizem para reivindi-
car direitos.

177
Orientações didáticas
Este capítulo discute os processos
de industrialização e de urbanização CAPÍTULO
ocorridos no Brasil entre as décadas
de 1930 e 1960, e chama a atenção
para os contrastes que caracterizam
o processo de modernização do país,
apresentando a mistura típica do ar-
8 O BRASIL SE MODERNIZA
caico com o moderno.
O capítulo também enfoca a cons-
trução de Brasília e a interiorização do
Cidades e indústrias
povoamento, apontando e discutin-
do algumas de suas consequências, Na sua opinião, quais foram as mudanças realizadas pelo Estado brasileiro
como as disputas pelos territórios para tornar o Brasil um país industrializado e urbano?
indígenas e a precariedade da vida Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
dos migrantes.
Hoje, o Brasil é um país industrializado que atua em vários setores econômi-
Como atividade preparatória, con-
verse com os estudantes sobre o sig- cos importantes. Segundo um estudo realizado pelo Fundo Monetário Internacional
nificado do termo “modernização” e (FMI), em 2020 o país estava entre as maiores economias do mundo, ocupando a
proponha que citem exemplos do oitava posição. Naquele ano, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro
que consideram ser moderno; e tam- de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira chegou a quase 212 milhões
bém o oposto de moderno. Por ter de habitantes. A maioria desses habitantes (quase 85%) vive em cidades.
sido abordado anteriormente, ao lon- Mas nem sempre foi assim. Até a década de 1960, a maior parte da população
go do ano letivo, é esperado que os
brasileira vivia no meio rural, a agricultura ainda era o setor econômico mais im-
estudantes relembrem os significados
portante do país e as grandes cidades apenas começavam a se desenvolver.
do conceito, seus sinônimos e antô-
nimos. A ideia de moderno é geral- Havia muitos contrastes entre a cidade e o campo, assim como entre as diver-
mente associada aos processos de sas regiões do país. A maioria da população rural vivia em habitações precárias e
industrialização e urbanização e tam- não recebia nenhuma assistência do Estado. Por causa da pobreza no campo, todo
bém a avanços tecnológicos. Apro- ano milhares de pessoas se deslocavam do meio rural para grandes cidades, como
veite essa reflexão, portanto, para São Paulo e Rio de Janeiro, em busca de uma vida melhor. Entre 1930 e 1960, cer-
introduzir a questão inicial proposta ca de 20 milhões de pessoas migraram do campo para a cidade.
nesta página. Anote no quadro as
mudanças levantadas pelos estudan-
Marcel Gautherot/Instituto Moreira Salles

tes que teriam sido realizadas pelo


Estado brasileiro para tornar o Brasil
um país industrializado e urbano.
Comente com os estudantes que
Moradia feita de sacos de tecido
grande parte da população das maio-
nos arredores da cidade do Rio
res capitais brasileiras, como São Pau- de Janeiro (RJ), em fotografia
lo e Rio de Janeiro, tem origem em de Marcel Gautherot produzida
estados do Norte e do Nordeste. Con- em 1959. Habitações sem
verse com eles sobre as razões dos infraestrutura básica para o
migrantes para sair do meio rural e ir bem-estar das pessoas ainda são
muito comuns nas áreas mais
para o meio urbano, buscando pro-
pobres do Brasil e nas periferias
blematizar a realidade da vida e do das grandes cidades.
trabalho nas cidades. Esse pode ser
134
um bom momento para pedir aos
estudantes que contem suas histórias
familiares, ressaltando e valorizando Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
exemplos reais de migrantes internos.
Atividade complementar
Sempre que datas ou períodos de tempo forem mencionados no decorrer do capítulo, sugerimos
utilizar a ferramenta da linha do tempo para deixar claras as relações de sucessão e simultaneidade. O
recurso da linha do tempo permite que os estudantes elaborem um “mapa” mental para compreender
as relações entre períodos históricos. Utilize essa atividade para remediar a aprendizagem dos estudan-
tes caso eles apresentem dificuldade para contextualizar os processos históricos do capítulo.

178
Orientações didáticas
Atividade
Apresente aos estudantes algu-
O que atraía as pessoas para as cidades? mas informações sobre o samba-en-
No ambiente urbano, as pessoas tinham a perspectiva de obter empregos me- redo, subgênero do samba moderno
lhores, de habitar moradias com água encanada e luz elétrica e de conseguir esco- surgido no Rio de Janeiro entre o fi-
la para os filhos. No entanto, nem sempre o sonho de uma vida melhor se tornava nal da década de 1920 e o início da
realidade nas cidades. década de 1930. Comente com eles
que o samba-enredo se tornou ofi-
• No Carnaval de 2011, a escola de samba paulista Acadêmicos do Tucuruvi ho- cial no desfile das escolas de samba
menageou a migração nordestina para São Paulo. Leia a seguir um trecho do somente na década de 1940, e que
samba-enredo e faça o que se pede. o primeiro samba-enredo gravado
Leandro Farchi/Fotoarena
foi “Exaltação a Tiradentes”, da Impé-
Sou cabra da peste, vim lá do Nordeste rio Serrano, em 1955.
São Paulo é minha capital Leia a letra em voz alta com os es-
Levando alegria, eu vou por aí tudantes para ajudá-los a desenvolver
Eu sou valente, sou Tucuruvi a fluência em leitura oral, e lance
Vou embarcar nessa aventura perguntas para verificar a compreen-
Em busca de um lugar ao sol são de leitura. Aproveite para esclare-
Trago no peito desafio e esperança cer o vocabulário e aponte palavras
Na bagagem a lembrança, que remetem aos traços regionais do
Sonho ou realidade. Nordeste do Brasil, como “cabra da
Vou construindo ilusão, peste”. Lembre-se de analisar o título
Erguendo os pilares da cidade, da música: “Oxente, o que seria da
Deixando marcas da minha tradição […] gente sem essa gente? São Paulo: ca-
VAGUINHO et al. Oxente, o que seria da gente pital do Nordeste”.
sem essa gente? São Paulo: a capital do Nordeste. Se os estudantes tiverem dificul-
G.R.C.S.E.S Acadêmicos do Tucuruvi. Samba-enredo 2011.
Disponível em: https://ijp.short.gy/6NUxiI.
dade para responder ao item a, au-
Acesso em: 22 fev. 2021. xilie-os a interpretar a canção e a
localizar os versos correspondentes.
Para responder ao item b, eles de-
vem retomar o conteúdo do texto
desta página.
Escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi no
Desfile das Campeãs realizado no Sambódromo,
na cidade de São Paulo (SP). Foto de 2011.

a) Copie no caderno os versos em que o autor se refere à busca por uma vida
melhor. “Vou embarcar nessa aventura / Em busca de um lugar ao sol”.
b) Releia este verso do samba-enredo: Não escreva no livro.

Trago no peito desafio e esperança.

• Quais eram as esperanças das pessoas que migravam do campo para a


cidade? Empregos melhores, moradias com água encanada e luz elétrica, escola
para os filhos, entre outras.
135

Para saber mais


IBGE Educa
Disponível em: https://ijp.short.gy/XXwLiV. Acesso em: 25 jul. 2021.
O site IBGE Educa traz dados, mapas, livros e atividades pedagógicas destinadas aos professores.
Museu da Pessoa
Disponível em: https://ijp.short.gy/NSJAIN. Acesso em: 25 jul. 2021.
O Museu da Pessoa é exclusivamente virtual, e seu acervo é constituído de milhares de depoi-
mentos de pessoas e suas incríveis histórias de vida.

179
Orientações didáticas
Até a década de 1930, o Brasil era 1. a) Os ganhos eram: 60% da produção da borracha, 50% da colheita
majoritariamente um país agrário, de castanhas, 50% da madeira derrubada, toda a caça e a pesca e um
visto como arcaico e atrasado. Diante Novas indústrias terreno de um hectare para plantar.
disso, foi iniciado um processo de
A produção industrial no Brasil cresceu significativamente a partir dos anos
modernização com o objetivo de tor-
nar o Brasil um país industrializado e 1930. O Estado, chefiado por Getúlio Vargas, passou a investir principalmente na
urbanizado, e de superar seu passado produção de minérios como ferro e aço, na construção de estradas e ferrovias e
agrário e colonial. Esse processo con- na extração de petróleo. Na década de 1960, o presidente da República, Juscelino
tou com a elaboração do Plano de Kubitschek, lançou o chamado Plano de Metas, que visava acelerar esse pro-
Metas e com a criação de um parque cesso de industrialização e modernização do país. Com isso, surgiram novas in-
industrial mais diversificado, que am- dústrias, que fabricavam bens de consumo imediato e bens de consumo durável
pliou as siderúrgicas e passou a incluir e que exigiam elevados investimentos, tecnologia, equipamentos modernos e
indústrias de bens de consumo ime- trabalhadores qualificados.
diato (como alguns alimentos) e bens
de consumo duráveis. A indústria da borracha na Amazônia
Ao trabalhar as transformações
pelas quais o Brasil passou ao longo Parte dos trabalhadores que deixavam

Andre Dib/Pulsar Imagens


do século XX, o capítulo ajuda a de- o campo migrou para trabalhar na extração
senvolver o objetivo pedagógico 1 e de borracha na região da Amazônia. O látex
a habilidade EF05HI02. extraído das seringueiras servia de matéria-
O texto desta página chama a aten- -prima para a fabricação de pneus e outros
ção para o papel da produção de látex acessórios de borracha que eram utilizados
no abastecimento da indústria da nos automóveis.
borracha nesse contexto. Esse é um
tema bastante interessante para ser As condições de trabalho e habitação
aprofundado, possibilitando discus- nos seringais eram duras e precárias. Muitos
sões sobre as migrações internas e as trabalhadores morreram de doenças da flo- Extração de látex no seringal Vitoria Nova, no
condições do trabalho extrativista. resta, como a malária e a febre amarela. município de Tarauacá (AC). Foto deç2017.
Para aprofundar o tema, sugerimos
o vídeo “Viagens pela Amazônia”, dispo- • Observe um cartaz que informa as porcentagens de ganho prometidas aos
nível em: https://ijp.short.gy/MAbstO trabalhadores da região amazônica na década de 1940; depois, responda no
(acesso em: 29 jul. 2021). O vídeo dá caderno às questões propostas.
Não escreva no livro.
destaque ao ciclo da borracha e ao
desenvolvimento das cidades de Ma- a) Quais eram os ganhos prometidos aos

Reprodução/Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE.


naus e Belém em função da exploração trabalhadores da borracha?
desse cobiçado insumo da floresta. A b) As possibilidades de ganho prometi-
ocupação do Acre e os conflitos de
das eram atraentes? Por quê?
fronteira nessa região também são
destaque. O vídeo pode ser um ótimo Sim, porque os trabalhadores ganhariam uma boa por-
recurso para o professor, pois revela centagem sobre a produção de borracha, a coleta de
castanhas e a derrubada de madeira. Além disso, teriam
imagens de época e depoimentos de alimentos de graça com a caça, a pesca e sua plantação.
especialista que ajudam a contextuali-
zar esse período histórico. É desejável Cartaz elaborado pelo artista suíço
Jean-Pierre Chabloz, em 1943, para a campanha
que o professor assista previamente e
do Serviço Especial de Mobilização de
selecione os trechos que considerar Trabalhadores para a Amazônia.
mais relevantes, de acordo com a rea-
136
lidade escolar.
Atividade
É importante explicar aos estudan- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

tes que o cartaz é um veículo de pro-


paganda e que os ganhos reais dos Para saber mais
trabalhadores não condiziam com o
Seringueira, adaptado por Fabiana Werneck
que o cartaz anunciava.
Barcinski. Martins Fontes, 2010. O livro mostra
A atividade incentiva os estudantes
como a atividade da extração da borracha
a localizar e retirar informação explíci-
nos seringais provocou transformações polí-
ta por meio de leitura de um texto, e,
ticas, sociais e culturais no Brasil. Além disso,
assim, contribui para o processo de
discute questões relativas ao patrimônio am-
alfabetização.
biental, bem como à necessidade de sua
preservação.

180
Orientações didáticas
Prevista desde a Constituição de
1891, a transferência da capital visava
A construção de Brasília desenvolver e ocupar o interior do ter-
ritório brasileiro. Esquecido, o projeto
Em 1955, o governo começou a construção da nova capital do país: Brasília. A
voltou a ser discutido na Constituinte
transferência da capital da república do Rio de Janeiro para o Planalto Central já de 1946. A decisão final só saiu em 1955,
estava prevista desde a primeira Constituição republicana, em 1891, mas a ideia foi pouco antes da eleição para presidente
esquecida e só retomada na Constituição de 1946. de Juscelino Kubitschek (JK) em janeiro
Brasília foi construída para ser sím- de 1956. JK havia prometido em cam-

Herzog/ullstein bild/Getty Images


bolo da modernização do Brasil, contri- panha eleitoral que tiraria do papel o
buir para o desenvolvimento do interior projeto da nova capital. Além de pro-
mover a urbanização do Centro-Oeste,
do território e integrar as regiões. Com
transferir a capital para o interior do país
isso, pretendia-se gerar novos empre- partia de preocupações estratégicas
gos e deslocar parte da população para com a segurança nacional: no meio do
o interior, ainda pouco povoado. continente, a sede do governo seria de
mais difícil acesso e, portanto, mais bem
Não escreva no livro. protegida do que no litoral.
Atividade
No item a, é importante que os es-
tudantes percebam que o depoimen-
Obras de construção do
Congresso Nacional, em
to de Gustavo Alberto de Bouchardet
Brasília (DF). Foto de 1959. da Fonseca trata do período de sua
infância, portanto refere-se a um tem-
• Leia o depoimento de Gustavo Alberto de Bouchardet da Fonseca, nascido em po passado. Informe a eles que a Cida-
de Livre é um dos povoados que
1956, sobre a construção de Brasília. Para casa
cresceram nos arredores do Plano Pi-
[…] Nasci em Belo Horizonte, e logo minha família se mudou para uma ci- loto para abrigar os operários que tra-
dade que não tinha nascido ainda: Brasília. Meu pai foi trabalhar no hospital da balhavam na construção. No item b,
Cidade Livre, e eu cresci nos acampamentos dos construtores da nova capital: espera-se que percebam que os can-
virei brasiliense! […] dangos acreditavam que em Brasília,
Eu me lembro também que a gente comprava que- uma cidade nova, haveria mais possi-
rosene para colocar nos lampiões e lamparinas. Pois é, candango: nome dado bilidades para melhorar de vida.
aos trabalhadores que
Brasília não tinha luz elétrica ligada às casas, nem dos Para estimular a fluência em lei-
migraram para trabalhar
“candangos” nem dos doutores. E todo mundo morava na construção de Brasília. tura oral, peça para que os estudan-
meio junto, uma mistura de gente do Brasil inteiro! […] tes leiam o trecho do depoimento
SANTOS, José dos. Crianças do Brasil: suas histórias, seus brinquedos e seus sonhos. para um adulto e conversem sobre o
São Paulo: Peirópolis/Museu da Pessoa, 2008. p. 61. tema. A leitura dialogada é muito im-
Porque, quando sua família se mudou de portante para o desenvolvimento da
Agora, responda no caderno às questões. Minas Gerais para a Cidade Livre, Brasília literacia.
estava sendo construída. Por fim, aproveite para conversar
a) Por que Gustavo se refere a Brasília como a cidade que ainda não tinha nascido? sobre a importância de depoimentos
b) Na sua opinião, por que muitos candangos, assim como a família de Gustavo, como fonte histórica. É importante
que os estudantes percebam que a
permaneceram em Brasília após o término da construção?
história é vivida por todos e que os
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
137 cidadãos comuns são também sujeitos
da história.

Atividade complementar
Para aprofundar o tema, leia o seguinte trecho do livro A flor do cerrado: Brasília, de Ana Miranda, publicado pela Cia das Letrinhas.
De perto, as plantas, as árvores, o capim eram ainda mais inquietantes. As árvores nasciam retorcidas, inclinadas, iso-
ladas, com poucas folhas. A poeira vermelha subia em redemoinhos, que eu achava que era rodamoinho que rodava moinho,
às vezes quatro, cinco, dez redemoinhos giravam ao mesmo tempo, parecendo umas lagartas vermelhas dançando, em pé.
MIRANDA, Ana. A flor do cerrado: Brasília. São Paulo: Cia das Letrinhas, 2004. p. 57.

Solicite aos estudantes uma pesquisa de imagem que mostre a paisagem narrada pela autora. Isso os ajudará a identificar as principais carac-
terísticas da vegetação do cerrado.

181
Orientações didáticas
Ler o mundo: História viva
A construção de Brasília foi um LER O MUNDO: HISTÓRIA VIVA
marco na história do país não só por-
que a cidade foi construída para ser
a nova capital, mas também porque
incentivou a povoação do interior do Brasília: uma cidade planejada Não escreva no livro.

país, contribuindo para o desenvolvi- Nos anos 1950, o Estado brasileiro buscava superar o passado colonial e se
mento econômico do Centro-Oeste. modernizar investindo no futuro. Como vimos, a construção da nova capital federal
Assim, o capítulo ajuda a desenvolver e sua mudança para o Planalto Central expressavam esse desejo do moderno e
o objetivo pedagógico 1 e a habilida-
do novo.
de EF05HI02.
Inicie a abordagem desta seção a Brasília foi projetada pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer e construída
partir do título, perguntando aos es- durante o governo de Juscelino Kubitschek. Ela foi inaugurada em 21 de abril de
tudantes se sabem o que é uma cida- 1960, quando se tornou oficialmente a terceira capital do Brasil, depois de Salvador
de planejada. e Rio de Janeiro.
O planejamento urbano é uma A cidade cresceu mais que o esperado, como é comentado no texto a seguir.
preocupação desde as primeiras ci-
dades no Egito, na Mesopotâmia e no […] do papel à realidade, muita coisa mudou. […] a cidade foi pensada para reu-
vale do Indo, no início da sedentari- nir, no máximo, 600 mil habitantes […]. O grande número de migrantes, atraídos
zação humana. As cidades da Anti- pela promessa de muitas ofertas de empregos e uma vida melhor, provocou um mo-
guidade já tinham cuidado com a vimento de exclusão socioespacial, que acabou por marcar Brasília, tal como ocorre
organização dos assentamentos, a em outros espaços urbanos. […]
divisão entre ruas, a separação entre Os efeitos provocados por 2,5 milhões de pessoas que residem em Brasília atual-
o lado residencial e o comercial, a po- mente também precisam ser enfocados […]. Definitivamente, a cidade escapou do mo-
luição urbana, etc. Depois da Revolu- delo de urbanismo inicial e o que se vê num passeio pelas ruas é a repetição de alguns
ção Industrial, foi desenvolvida uma dos problemas que afligem outras localidades: centro lotado, trânsito pesado etc.
área de conhecimento e de atuação
TREVISAN, Rita. Projeto Brasília. Nova Escola. Disponível em: https://ijp.short.gy/ChAzFO.
prática voltada essencialmente às Acesso em: 19 fev. 2021.
questões da cidade: o urbanismo.
O movimento urbanístico foi uma Hoje, Brasília é admirada internacionalmente e reconhecida como patrimônio
reação à desordem e à sujeira que da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
caracterizavam as cidades industriais. Cultura (Unesco).
Por urbanismo entende-se um con- Cavan Images/Getty Images

junto de técnicas e disciplinas que


compreendem os processos urbanos
e que são aplicadas com o intuito de
melhor planificar as intervenções pú-
blicas e gerar bem-estar para os habi-
tantes. O urbanista considera fatores
como o uso da terra, o ambiente geo-
gráfico, as redes de transporte e o
traçado urbano para garantir um de-
senvolvimento ordenado dos assen-
tamentos urbanos. Preocupações Vista aérea da cidade de Brasília (DF). Foto de 2019.
com higiene e saúde pública também
podem ser consideradas. 138
No Brasil, a primeira cidade plane-
jada foi Petrópolis (RJ), inaugurada em Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
1843 pelo imperador Dom Pedro II. A
primeira capital planejada foi Teresina do tempo não acompanhou o que previa o
(PI), inaugurada em 1852 por José An- projeto original. Isso fez com que problemas
tônio Saraiva. Outras cidades brasilei- urbanos como excesso de população, infraes-
ras planejadas são: Boa Vista, em trutura insuficiente, poluição e criminalidade
Roraima; Palmas, em Tocantins; Lon- passassem a fazer parte da realidade dessas
drina e Maringá, no Paraná; Belo Ho- cidades.
rizonte, em Minas Gerais; e Goiânia,
em Goiás. É importante ressaltar que,
apesar do planejamento inicial, o
crescimento que se verificou ao longo

182
Orientações didáticas
Assim, as cidades planejadas dife-
rem das cidades espontâneas por
1. Observe as imagens e responda no caderno às questões. serem construídas segundo um plano
1. b) A forma de avião proposta pelo plano-piloto ainda está presente concebido previamente, que busca a
na cidade atual. No entanto, de acordo com o texto, Brasília fugiu do ordenação racional de seu espaço. Já
Reprodução/Acervo APDF (Arquivo Público do
Distrito Federal), Brasília, DF.

1 plano original, pois foi planejada para abrigar cerca de 600 mil pessoas
as cidades espontâneas ou naturais
e hoje tem cerca de 3 milhões de habitantes (população estimada, se-
gundo IBGE Cidades, disponível em: https://ijp.short.gy/48xlS0; acesso são as que surgem e se expandem
em: 23 fev. 2021), o que acarretou problemas semelhantes aos de outras desordenadamente, sem nenhum
grandes cidades brasileiras. planejamento prévio.

Acervo APDF (Arquivo Público do Distrito Federal)/Instituto Lúcio Costa, Brasília, DF.
2 Atividade 1
As imagens mostram aos estudan-
tes de que maneira os arquitetos con-
ceberam o projeto, considerando
reflexões sobre a forma e a função
das construções, e como a forma de
avião ou cruz ainda é perceptível no
traçado urbano atual (item a).
Em relação ao item b, leia o texto
com a turma e demonstre que, apesar
Acima, um croqui (esboço feito à de planejada, não teria como a nova
mão de um projeto arquitetônico) cidade ser isenta das contradições
e, ao lado, a planta do plano-piloto
que as demais cidades do país vivem
da cidade de Brasília, planejada
pelo urbanista e arquiteto Lúcio
ao longo de seu processo de urbani-
Costa. O famoso arquiteto Oscar zação: pobreza e superlotação, assim
Niemeyer também teve papel como suas consequências.
de destaque na construção de A atividade permite desenvolver
Brasília, pois projetou os principais a literacia ao solicitar aos estudantes
edifícios públicos da nova capital.
que localizem e retirem informa-
a) Compare as duas imagens. Com base na observação do plano de construção ções explícitas; e façam inferências
diretas por meio de leitura de texto
da cidade de Brasília, com o que ela se parece?
O plano lembra a forma de um avião ou de uma cruz. e imagem.
b) De acordo com o texto da página anterior, podemos dizer que a cidade de Atividade 2
Brasília obedece rigorosamente a esse plano original? Explique. No item a, aproveite para investi-
gar com os estudantes outros exem-
2. Imagine que você é um arquiteto e foi escolhido para planejar uma cidade do plos de cidades planejadas no Brasil
futuro. Como você faria essa cidade? Reúna-se em grupo para desenvolver esse e no mundo que possam servir de
projeto. inspiração para os projetos. Para o
a) Escolham uma forma para o plano-piloto e organizem a cidade, estabelecendo item b, consulte a possibilidade de
construir uma maquete virtual na sa-
os locais das áreas residenciais, comerciais e administrativas (públicas). Defi-
la de informática da escola, com o uso
nam também onde haverá parques, praças e outros locais de convivência en- do software livre Cosmopolita, dispo-
tre as pessoas. Usem a imaginação! nível em: https://ijp.short.gy/ddpxQq
b) Depois, montem uma maquete ou façam um desenho que expresse o projeto (acesso em: 29 jul. 2021).
final. Respostas pessoais. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. A atividade mobiliza as CG4 e CG5
da BNCC, relacionadas ao uso de dife-
139 rentes linguagens e ao uso de ferra-
mentas digitais para exercer a autoria.

Atividade complementar
Para trabalhar melhor o tema, divida a sala em grupos e peça a cada um que pesquise sobre uma
das cidades planejadas no Brasil. Os grupos deverão reunir informações sobre o planejamento e a
construção da cidade, incluindo esboços, mapas e imagens de diferentes tempos históricos. É impor-
tante que comparem as diferenças entre o plano original e a realidade enfrentada por essas cidades
hoje em dia. Os trabalhos podem ser expostos em um mural. Para finalizar, discuta os resultados com
a turma. Essa atividade faz conexão com a disciplina Geografia.
Uma fonte de pesquisa importante é a Biblioteca do IBGE, que reúne dados sobre todos os muni-
cípios brasileiros. Disponível em: https://ijp.short.gy/TqO4F7 (acesso em: 9 ago. 2021).

183
Orientações didáticas
Inicie o estudo deste tema deba-
tendo a questão inicial com os estu-
dantes. Incentive a imaginação deles A conquista do sertão Não escreva no livro.
questionando sobre as expedições
de que já ouviram falar, reais ou fictí-
cias, e sobre as dificuldades que os O que são expedições e quais são os objetivos delas? Na sua opinião, qual é
expedicionários encontravam pelo o significado do título desta página?
caminho. Em seguida, explore a ima- Respostas pessoais. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
gem e o mapa disponíveis na pági-
na 141 do Livro do Estudante para Uma das principais preocupações do Estado, entre as décadas de 1930 e 1960,
definir o termo “expedição”. Espera-se era desbravar o interior do território brasileiro, chamado de sertão.
que os estudantes compreendam Até a década de 1930, o Brasil era visto como um país com muitos territórios
que esse termo se refere ao ato de que ainda precisavam ser ocupados. A população brasileira era considerada insufi-
desbravar caminhos desconhecidos ciente para povoar esse grande território.
para descobrir novas possibilidades
de exploração dos recursos da terra Para melhorar a saúde da população, o Estado brasileiro realizou campanhas
e de estabelecimento populacional. de vacinação e dedetização e difundiu o uso de novos medicamentos, como os
Atividades como esta auxiliam no antibióticos, para combater doenças que provocavam a morte, como a malária, o
desenvolvimento de vocabulário tifo e a febre amarela. Essas iniciativas foram importantes, pois permitiram o cres-
dos estudantes, um dos componen- cimento da população brasileira.
tes essenciais para a alfabetização.
Peça aos estudantes que façam • Com base no texto lido e na análise do gráfico a seguir, responda no caderno
uma relação entre as expedições às questões.
brasileiras e as informações do grá-
fico desta página. A ideia é que eles Brasil: crescimento populacional em valores aproximados – 1920-1960
relacionem o crescimento da popu-

Banco de imagens/Arquivo da editora


lação brasileira ao povoamento do Milhões de habitantes*

interior do território e à ocupação de 80


71
terras originalmente habitadas por 70
povos indígenas, uma das contradi- 60
ções do período. 52
50
Promova uma leitura coletiva do 40
texto desta página para que os estu- 40
31
dantes sejam capazes de associar o 30

aumento populacional também ao 20


avanço nas políticas sanitárias e de 10
saúde, que possibilitaram o combate 0
das doenças típicas do sertão. 1920 1940 1950 1960 Década
* Valores arredondados.

Fonte: elaborado com base em: IBGE. Disponível em: https://tedit.net/3x5c3V.


Acesso em: 23 fev. 2021.

a) O que ocorreu com a população brasileira entre 1920 e 1960?


A população teve um aumento de aproximadamente 40 milhões de pessoas.
b) Que medidas tomadas pelas autoridades brasileiras no período favoreceram
o crescimento da população? Iniciativas de combate a doenças como malária, tifo
e febre amarela, por meio de campanhas de vacinação e de dedetização, além do uso de
140
novos medicamentos, como os antibióticos.

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

184
Orientações didáticas
O conteúdo desta página traba-
lha um aspecto do processo histó-
A expedição Roncador-Xingu rico conhecido como Marcha para
o oeste, que envolveu incursões em
Na década de 1940, o governo federal iniciou um programa denominado Mar-
áreas praticamente desconhecidas
cha para o oeste, cujo objetivo era ocupar e colonizar o centro-oeste do Brasil e pelo Estado brasileiro e, posterior-
a Amazônia, até então praticamente inexploradas. mente, a migração de pessoas. Bus-
Em 1943, iniciou-se a expedição Ron- que problematizar o nome desse
Brasil: expedição Roncador-Xingu cador-Xingu, que visava abrir estradas, movimento com os estudantes,
perguntando a que ele remete. Res-
Banco de imagens/Arquivo da editora

LEGENDA
cidades e campos de pouso para aviões,
AM
Trajeto da expedição Roncador-Xingu
além de incentivar a vinda de colonos salte que o deslocamento “para o
Área do Parque do Xingu
oeste” consistia no sentido contrário
PA atual
Divisão política para povoar e explorar economicamen-
ao do povoamento brasileiro, que
te essas regiões. No entanto, essas áreas se deu principal e inicialmente nas
eram habitadas por diversos povos indí-
a
uai

Rio Manissauá-M
içu regiões litorâneas. Se possível, utili-
Rio Arag
i ngu
Rio

Su genas que nunca haviam feito contato ze um mapa do Brasil para ilustrar
Rio X

iá-
TO
M
içu

RO
MATO GROSSO Rio
com os não indígenas. Por isso, até 1960, esses movimentos.
essa expedição foi chefiada pelos irmãos Comente com os estudantes que
Ta
Rio

ngu r

Te
ne

l
ue
es

Cláudio, Orlando e Leonardo Villas Bôas, a Marcha para o oeste foi importante
o
l
Cu
P
ire

s
Rio

15º S
Rio d as M o rt e s três sertanistas que defenderam os direi- porque contribuiu para o povoamen-
GO tos e os territórios dos povos indígenas. to do Centro-Oeste e para a formação
do atual Parque Indígena do Xingu,
No total, a expedição Roncador-Xin- sendo, portanto, um acontecimento
ESCALA gu abriu 1 500 km de picadas na mata, histórico visto com certa ambiguida-
0 175 350
Quilômetros
MS fundou 43 vilas e cidades, construiu de. A criação do Parque Indígena do
55º O

Mapa elaborado pelos autores em 2017 com base em: 19 campos de pouso e estabeleceu Xingu se deu por conta da necessidade
IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. contato pacífico com 5 mil indígenas. de se manter e preservar o modo de
vida dos povos indígenas, ameaçado
com o desenvolvimento econômico
Acervo Iconographia/Reminiscências
provocado pela Marcha para o oeste.

Expedição Roncador-Xingu,
Marcha para o oeste, na
década de 1940.
141

185
Orientações didáticas
O texto desta página trata da im-
portância da fundação do Parque In-
dígena do Xingu na preservação do A criação do Parque Indígena do Xingu Não escreva no livro.
modo de vida, dos costumes e das A Marcha para o oeste e as atividades econômicas que se desenvolviam na
tradições dos povos indígenas brasi-
região ameaçavam o modo de vida dos indígenas. Para preservar sua cultura, seus
leiros. A sua leitura coletiva propicia
uma discussão com a turma sobre os costumes e suas tradições, foi criado o Parque Indígena do Xingu, em 1961, com
direitos dos povos indígenas, especial- a participação dos irmãos Villas Bôas.
mente sobre as terras que ocupam Atualmente o Parque Indígena do Xingu é cercado por pastos e plantações
tradicionalmente. Julgando adequa- de soja. Garimpeiros e madeireiros vêm tentando invadir a área, e o contato
do, retome com os estudantes a ima- dos povos indígenas que aí vivem com

Cassandra Cury/Pulsar Imagens


gem da abertura da unidade, para a cultura dos não indígenas se intensifi-
destacar que o direito dos povos indí-
cou. Por essa razão, até hoje há uma luta
genas sobre as terras que ocupam
tradicionalmente foi reconhecido constante pela preservação ambiental e
pela Constituição de 1988. pela manutenção da cultura indígena.
O conteúdo desta página, ao abor-
dar os rituais utilizados por alguns dos Indígenas da etnia Kamaiurá, na aldeia Ipavu, dançando as
povos indígenas que habitam o Par- músicas do Tawarawanã, no Parque Indígena do Xingu, em
que Indígena do Xingu, permite o Gaúcha do Norte (MT). Foto de 2019.
trabalho com a habilidade EF05HI08,
uma vez que esses rituais são formas • A criação do Parque Indígena do Xingu permitiu aos povos indígenas a preser-
importantes de marcar a passagem vação de sua identidade e de seus valores culturais. As cerimônias e os rituais
do tempo. que marcam a passagem da infância para a adolescência, por exemplo, são
uma tradição que ainda está presente na cultura desses povos. Leia, a seguir,
Atividade
o texto sobre os rituais de iniciação do povo Kamaiurá, que vive no Parque
Após a leitura do texto desta ativi-
dade com os estudantes, verifique se Indígena do Xingu. Depois, responda no caderno às questões. Para casa
eles apresentam alguma dúvida em A formação da pessoa Kamaiurá implica um período de reclusão na puberdade.
relação ao vocabulário. Chame a aten- No caso dos homens, passam a receber sistematicamente ensinamentos sobre as
ção para a expressão “huka-huka”, que técnicas de trabalho masculino. O jovem aprende como costurar a pena na flecha,
se refere a uma forma de luta típica fazer pente, trançar cesta e fazer cocar. Paralelamente, é treinado regularmente na
dos povos indígenas do Xingu. luta de huka-huka. [...]
No item a, espera-se que os estu- Já a jovem entra em reclusão por ocasião de sua primeira menstruação, quando
dantes identifiquem que os meninos ela aprende a fazer esteira, tecer rede e a executar tarefas femininas no preparo dos
passam por um período de reclusão alimentos. Sua reclusão não dura mais do que um ano, período no qual ela não
e recebem ensinamentos sobre téc- corta os cabelos [...]. Ao sair, com um novo nome, é considerada adulta e pronta
nicas de trabalho masculino, tais co- para o casamento.
mo: fazer pente, costurar penas nas
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Povos Indígenas no Brasil. Kamaiurá. Disponível em:
flechas, trançar cestas e confeccionar https://ijp.short.gy/i6s2Zj. Acesso em: 22 fev. 2021.
cocares. Eles também são treinados
na luta. As meninas passam por um a) Na tradição do povo Kamaiurá, de que forma é marcada a passagem para a
período de reclusão após a menstrua- adolescência na vida de meninos e meninas? Explique com suas palavras.
ção e aprendem a fazer esteiras e a Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
executar tarefas femininas no preparo b) Em sua família, também existem festas ou cerimônias que marcam momentos
de alimentos. Durante o período de importantes na vida das pessoas? Dê exemplos e explique.
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
reclusão as meninas não cortam os 142
cabelos e, após esse período, estão
prontas para o casamento.
No item b, podem ser citados even- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

tos como batismo, primeira comu-


nhão ou crisma, festas de aniversário, Atividade complementar
formaturas, casamentos, bodas de Como medida de remediação de aprendizagem, assista com os estudantes ao vídeo educativo
prata, ouro, diamante, etc. “Menos preconceito, mais índio” produzido pelo ISA (Instituto Socioambiental). A ideia é que eles
formulem, por escrito, uma resposta para a pergunta proposta no vídeo: “Se os ‘homens brancos’ pu-
deram mudar desde 1500 até hoje, sem deixarem de ser o que são, por que não os indígenas?”. O vídeo
é curto e está disponível em: https://ijp.short.gy/gmouVh (acesso em: 20 jul. 2021).

186
Orientações didáticas
Falando sobre...
Não escreva no livro. O conteúdo desta seção possibilita
FALANDO SOBRE... uma discussão em sala de aula sobre
a relação sustentável estabelecida
Comunidades tradicionais entre o modo de vida das comunida-
A população que vive da Floresta Amazônica é des tradicionais e o meio ambiente. É
ribeirinho: população importante ressaltar, no entanto, que
formada por indígenas, comunidades quilombolas que vive à margem
dos rios. essa é apenas uma das razões pelas
e povos ribeirinhos, que têm um papel muito quais os modos de vida das comuni-
importante na preservação e na manutenção dos dades tradicionais devem ser valori-
recursos da floresta. zados e preservados.
Essas comunidades são Deixe claro para a turma que a va-

Ricardo Oliveira/Tyba
chamadas de comunidades lorização e a preservação dessas co-
tradicionais, pois preservam munidades correspondem também a
uma questão de cidadania, de respei-
rituais religiosos, costumes e
to e de reconhecimento à diversidade
conhecimentos que passaram
que caracteriza o povo brasileiro. Al-
de geração em geração. As gumas dessas populações ainda lu-
pessoas que nelas vivem tam por compensações pela forma
fazem uso dos recursos da como foram historicamente tratadas
floresta e muitas trabalham pelo Estado e por alguns setores da
Produtor rural de andiroba na comunidade ribeirinha do
no setor extrativista, como os Bom Jesus na Reserva de Desenvolvimento Sustentável
sociedade brasileira, especialmente as
castanheiros e os seringueiros, de Uacari (AM). Foto de 2019. comunidades quilombolas e os povos
entre outros. O modo de vida indígenas.
Atividade

Luciola Zvarick/Pulsar Imagens


das comunidades tradicionais
não agride o meio ambiente, A atividade pode ser realizada em
e seus conhecimentos sobre sala de aula, propondo que os estu-
plantas e ervas da floresta dantes respondam em voz alta às
perguntas, de modo a incentivar o
são fundamentais para o
desenvolvimento da argumentação
desenvolvimento de novos oral, relacionada à CG7. É importante
medicamentos e terapias. que os estudantes respeitem a vez do
Porém, o modo de vida colega falar e as diferentes opiniões.
dessas comunidades está
Pai ensinando o filho a tocar a flauta uruá, no ritual wâtana,
ameaçado por algumas para espantar a tristeza e trazer a alegria de volta. Aldeia
empresas e conflitos de terra. Wauja Piyulaga, Parque Indígena do Xingu. Foto de 2019.
A valorização dos povos da floresta e a preservação de suas tradições e
de seu modo de vida são uma questão de cidadania e dever de todos os
brasileiros. As comunidades tradicionais vivem dos recursos da floresta e sabem utilizá-los sem
agredir a natureza. Seus saberes tradicionais permitem conhecer as propriedades
• Reflita: Como as comunidades tradicionais ajudam a conhecer e a preservar a
floresta? Que fatores ameaçam seu modo de vida? Converse com os colegas.
medicinais de plantas e outros produtos, assim como modos sustentáveis de pesca e agricultura.
O crescimento das cidades, a construção de grandes obras de infraestrutura, como usinas e es-
tradas, e a exploração da terra por grupos econômicos poderosos ameaçam seu modo de vida. 143

187
Orientações didáticas
Rede de conhecimentos
Esta seção aborda a Amazônia e a
preocupação com sua segurança.
REDE DE CONHECIMENTOS
Para desenvolver o assunto, é impor-
tante saber um pouco mais sobre
essa região. A Amazônia estende-se Vigiando a Amazônia Não escreva no livro.

por nove países: Brasil, Bolívia, Colôm- A Amazônia é uma área onde grande parte das riquezas naturais e mais da
bia, Equador, Guiana, Guiana France- metade da população indígena do Brasil estão localizadas. Hoje, o governo brasi-
sa, Peru, Suriname e Venezuela. Sua leiro conta com sistemas sofisticados para vigiar e controlar o território amazônico.
floresta reúne uma das maiores bio-
diversidades do planeta.

Andre Dib/Pulsar Imagens


Cerca de 60% da Floresta Amazô-
nica encontra-se em território brasi-
leiro. O governo brasileiro criou, por
meio de um decreto-lei de 1966, a
Amazônia Legal, que abrange uma
área maior que o bioma amazônico.
O objetivo desse projeto é atrair in-
vestimentos que possam contribuir
para a ocupação e o desenvolvimen-
to da região. A Amazônia Legal abran-
ge, atualmente, os seguintes estados
brasileiros: Amazonas, Pará, Roraima,
Rondônia, Acre, Amapá, Tocantins,
Mato Grosso e parte do Maranhão.
O sistema Sivam/Sipam foi inaugu-
rado em 2002 e visa proteger a inte-
gridade da Floresta Amazônica. Entre
as principais ameaças, destacam-se:
• A biopirataria. É o comércio ilegal
de espécimes da flora e da fauna
nativas. Inclui não só o contraban-
do de animais e plantas, mas tam-
bém a apropriação indevida dos
conhecimentos tradicionais da Vista aérea do encontro dos rios Aripuanã e Guariba, no município de Apuí (AM). Foto de 2020.
população nativa para o desenvol-
vimento de produtos, como medi- O Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) é destinado a monitorar o espaço aé-
camentos ou cosméticos. reo amazônico. Já o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) visa controlar o desma-
• O desmatamento descontrolado. tamento, proteger parques nacionais e reservas indígenas, garantir a defesa dos recur-
A derrubada da floresta começou sos naturais da região e dar assistência às populações locais. O sistema Sivam/Sipam
no final dos anos 1950, para a foi inaugurado em 2002 e reúne informações de satélites, sensores, radares e aviões
construção de grandes estradas, para fiscalizar e controlar a área conhecida como Amazônia Legal, que constitui
como a Belém-Brasília e a Brasília- cerca de 61% do território brasileiro. Observe o mapa da página a seguir.
-Rio Branco. O incentivo dos go-
144
vernos militares dos anos 1960 e
1970 aos grandes empreendimen-
tos na região amazônica provocou Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
um desmatamento descontrolado
da floresta. direção à floresta. Depois de desmatar vastas A discussão sobre a importância da conser-
áreas, vendem as árvores cortadas a madei- vação e da vigilância da Amazônia propicia
• As queimadas. É outra forma de
reiras, que as transportam e comercializam uma interface com as áreas de Geografia e
desmatar destinada a abrir terre-
ilegalmente. com o tema contemporâneo transversal Meio
nos para o cultivo de commodities,
como a soja, ou para servir de pas- • Garimpos clandestinos. A descoberta de ou- Ambiente.
to para a criação de gado. Motiva- ro, diamante e outros metais e minerais pre-
dos pelo aumento do preço desses ciosos na região motivou o surgimento de
produtos no mercado internacio- dezenas de garimpos clandestinos na Ama-
nal, fazendeiros e criadores de ga- zônia Legal.
do expandem seus terrenos em

188
Orientações didáticas
m oc
er
ax k
/
Atividade 1
M erst
Sh
u tt
Oriente a observação do mapa
pelos estudantes e realize a atividade

ito z/
Brasil: Sistema de Vigilância da Amazônia Legal coletivamente antes de solicitar o re-

ed arro
ra
da ap
ivo o C
gistro das respostas no caderno.

qu di
Banco de imagens/Arquivo da editora

Ar Stu
50º O

OCEANO Em relação ao item b, incentive os


ATLÂNTICO
Boa Vista
RORAIMA AMAPÁ estudantes a organizar um dossiê de
EQUADOR
São Gabriel
0° fontes de informação publicadas e
da Cachoeira
Belém
atualizadas sobre esse tema. Esse é
Manaus Santarém

Tefé
São Luís
Mapa
apa elaborado pelos aut
autores com base em: um bom momento para conversar
Tabatinga AMAZONAS
PARÁ LOURENÇÃO, Humberto J. A defesa nacional e a
LOURENÇÃ sobre fakenews e sobre fontes confiá-
MARANHÃO
Carajás Amazônia: o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam).
A
Jacareacanga

PI
p. 71-72. Disponível em: https://tedit.net/ewrrVF; SENA veis de informação. Oriente-os a pes-
Cruzeiro do Sul
ACRE
Conceição do Araguaia JÚNIOR, Paulo R. de. Defesa e soberania na Amazônia: quisar individualmente ao menos
Rio Porto Velho um estudo sobre o Sipam/Sivam. p. 104. Disponível em:
Branco
Alta Floresta
TOCANTINS https://tedit.net/hK2huU. Acesso em: 22 fev. 2021. uma fonte por pessoa e, depois no
RONDÔNIA
Vilhena MATO BA
A Amazônia Legal abarca o total dos grupo, a escolher quais serão apre-
GROSSO
DISTRITO territórios do Acre, do Amapá, do sentadas aos colegas, de acordo com
LEGENDA FEDERAL
Centros regionais de controle
Brasília
Amazonas, de Mato Grosso, do Pará, de os seguintes critérios: a) nome da
de informação MG
Radares fixos
GOIÁS ESCALA Rondônia, de Roraima e do Tocantins e, fonte, data, local de publicação e au-
Centro Integrado de Defesa Aérea e MS
0 355 710 parcialmente, do Maranhão (a oeste do tor; b) por que essa fonte foi escolhi-
Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta)
Quilômetros
meridiano 44° oeste).
da? c) por que o grupo a considera
confiável; d) quais os pontos princi-
1. O mapa mostra os estados que têm algumas das principais bases para monito- pais da reportagem.
ramento da Amazônia Legal pelo sistema Sivam/Sipam. Observe-o e responda Para subsidiar o trabalho do pro-
às questões no caderno. fessor é possível consultar o site:
a) Onde estão localizados os centros regionais de controle de informação? https://ijp.short.gy/paiTNU (acesso
Manaus (AM), Belém (PA), Porto Velho (RO) e Brasília (DF). em: 10 ago. 2021).
b) As queimadas na Amazônia ameaçam o meio ambiente e a vida das populações
Atividade 2
que aí vivem. Só em 2020, houve mais de 222 mil focos de queimadas na região. Antes de sugerir aos estudantes
Indique as principais causas e consequências do aumento das queimadas. que escolham o que vão levar na ex-
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. pedição, peça a eles que pesquisem
2. Imagine que você e os colegas vão participar de uma expedição para estudar
os itens necessários para uma viagem
os hábitos de um povo indígena que vive na Floresta Amazônica. à Amazônia. Eles podem acessar sites
a) Acessem o site do Instituto Socioambiental, que traz informações sobre os po- especializados nesse tipo de viagem
vos indígenas do Brasil: https://ijp.short.gy/AE45Cx (acesso em: 22 fev. 2021). ou consultar livros de expedições, por
No site, coletem informações sobre povos indígenas que vivem na região ama- exemplo (item b).
Para a publicação dos resultados
zônica e escolham um deles.
deste trabalho, também é possível
b) Façam uma lista dos itens indispensáveis na bagagem para essa expedição. solicitar aos estudantes que divul-
guem as informações em blogs ou
c) Pesquisem o modo de vida e os principais costumes do povo indígena redes sociais (item d).
escolhido.
d) Publiquem no mural da escola os detalhes da expedição e o que descobriram
sobre o povo indígena pesquisado.
Leia orientações para o trabalho com pesquisa neste Manual do Professor.
145

189
Atividade 1
Leia o mapa com os estudantes e
relacione suas informações ao que foi
aprendido neste capítulo para que
realizem esta atividade. Ressalte a im-
MAIS ATIVIDADES
portância da leitura atenta da legenda. Não escreva no livro.
A atividade, que exige que os es-
tudantes localizem e retirem infor- 1. Observe o mapa e leia os itens a seguir. Depois, no caderno, copie a frase que
mações explícitas no texto, fazendo informa corretamente o resultado dos movimentos migratórios na distribuição da
inferências diretas, contribui com o população brasileira.
desenvolvimento dos componentes
essenciais para a alfabetização. • Na década de 1960, a população rural superou a população urbana.
Atividade 2 X • Na década de 1960, a população urbana superou a população rural.
Retome os conteúdos trabalha-
dos no capítulo para que os estu-
dantes sejam capazes de fazer a Brasil: principais movimentos
correspondência solicitada. É pos- 2. Plano de Metas: afirma- migratórios – 1940-1960
sível aprofundar a atividade, pro- tiva 2.

Banco de imagens/Arquivo da editora


50° O

pondo a construção de um mapa Marcha para o oeste: afir-


RR
mental a partir das referências já mativa 4. Equador AP

Expedição Roncador-Xingu:
presentes no quadro, associando afirmativa 1.
outras informações como datas, Parque Indígena do Xingu:
AM
PA
MA
CE
RN
imagens, palavras-chave, textos. O afirmativa 3. PI
PE
PB
AC
uso de mapas mentais é um ótimo RO TO AL
SE
recurso mnemônico para retomar e ESCALA MT BA
0 535 1 070
reforçar conteúdos estudados. Quilômetros
DF

GO
LEGENDA MG
Extração de borracha Agricultura (décadas ES
MS
(1942 a 1945): do de 1970 e 1980): do Sul
Nordeste para a região e do Sudeste para o SP RJ
Amazônica Centro-Oeste e para Trópico de
o Norte PR Capricórnio
Indústria (após 1945):
do Nordeste para o Mineração (década de OCEANO
Sudeste 1980): do Sudeste e do SC ATLÂNTICO
Construção de Brasília Nordeste para o Pará
(década de 1950): do e o Maranhão RS
Nordeste para o Divisão política atual
Centro-Oeste

Mapa elaborado pelos autores com base em: Almanaque Abril. São Paulo: Abril, 1996. p. 587.

2. Leia os itens do quadro e identifique a afirmativa numerada que define corre-


tamente cada um deles. Copie o quadro no caderno, deixando um espaço de
cinco linhas para cada coluna. Depois, em cada item das colunas do quadro,
transcreva as afirmativas correspondentes. Para casa

Marcha para Expedição Parque Indígena


Plano de Metas
o oeste Roncador-Xingu do Xingu

146

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

190
Atividade 3
Espera-se que os estudantes iden-
tifiquem a única alternativa correta
1. Missão organizada em 1943 e chefiada pelos irmãos Villas Bôas para abrir que a atividade apresenta. Também
estradas, cidades e campos de pouso de aviões e para fazer contato com é possível orientá-los a copiar as al-
ternativas incorretas no caderno,
povos indígenas da região Centro-Oeste do Brasil e da Amazônia.
corrigindo-as, como exercício de re-
2. Programa lançado em 1960, pelo presidente Juscelino Kubitschek, que visa- tomada. Para tanto, e como forma de
favorecer o desenvolvimento da ha-
va acelerar o processo de industrialização e modernização do Brasil.
bilidade de leitura e fluência oral,
3. Criado em 1961, em Mato Grosso, é uma reserva demarcada que abriga di- promova a leitura coletiva de todas
ferentes etnias indígenas. as alternativas.

4. Programa lançado pelo governo federal, na década de 1940, que tinha como Venha descobrir!
objetivo ocupar e colonizar a região Centro-Oeste do Brasil e a Amazônia. Se os estudantes não tiverem aces-
so ao livro sugerido, oriente-os a con-
versar com o bibliotecário da escola
3. Das afirmativas a seguir, copie no caderno a única correta. ou de uma biblioteca municipal para
a) A Marcha para o oeste e as novas atividades econômicas não afetaram o modo obterem indicações similares. Oriente
os estudantes a acessar o site sugerido
de vida dos indígenas, pois não abrangiam as áreas habitadas por eles.
na sala de informática da escola ou
b) A expedição Roncador-Xingu visava povoar e explorar economicamente as re- em casa.
giões Norte e Nordeste do país.
c) O objetivo do Plano de Metas era aumentar a produção agrícola para exporta-
ção no país.
X d) Até a década de 1960, a maior parte da população brasileira ainda vivia no
meio rural.

VENHA DESCOBRIR!

◆ Histórias do Xingu, de Cláudio Villas Bôas e


inhas
panhia das Letr

Orlando Villas Bôas, Companhia das Letrinhas.


A obra apresenta contos sobre o
Reprodução/Com

imaginário, os costumes e as crenças dos


indígenas do Xingu.

◆ Memorial da Democracia: Construção de


Brasília. Disponível em: https://tedit.net/2gzhTu.
Acesso em: 23 fev. 2021.
O site traz textos e um acervo de fotografias
que retratam a construção e a inauguração de Brasília.

147

191
Orientações didáticas
Este capítulo apresenta um pa-
norama do processo de luta pela CAPÍTULO
ampliação da cidadania no Brasil
CIDADANIA, UMA LUTA
contemporâneo. Nessa perspectiva,
são trabalhados os direitos das
crianças e dos adolescentes, os di-
reitos das pessoas com deficiência,
9 DE TODOS
os direitos das mulheres, os direitos
dos afro-brasileiros, os direitos dos
idosos e os direitos das comunida-
Uma luta constante
des tradicionais.
Tendo isso em mente, apresente Na sua opinião, qual é o papel de cada um de nós na luta pela cidadania?
aos estudantes a questão inicial su- Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
gerida nesta página. Espera-se que O Brasil ainda é um país marcado por muitas desigualdades sociais. No campo,
eles entendam que a cidadania impli- a divisão desigual da terra e o desrespeito aos direitos dos trabalhadores rurais
ca a participação da sociedade civil,
continuam sendo um grave problema. Nas cidades, as precárias condições nas
dos governantes e da comunidade
como um todo na luta pela melhoria periferias e a falta de empregos, de moradias de qualidade e de segurança são os
da vida da coletividade. maiores problemas.
Leia, em seguida, o texto desta pá- Muito tem sido feito para mudar essa situação. Iniciativas dos governos, dos
gina com os estudantes. Ele demons- movimentos sociais e das organizações não governamentais (ONGs) ajudam a me-
tra algumas dificuldades para a lhorar a vida dos mais necessitados e garantir cidadania a uma parcela importante
implementação de práticas cidadãs da população. Uma das principais formas de luta é a reivindicação de direitos por
no Brasil, mas, ao mesmo tempo, bus- meio da reformulação e do aperfeiçoamento das leis que regem o país.
ca reforçar a importância da ação da
sociedade civil para ampliá-las. Não escreva no livro.
Adriano Kirihara/Pulsar Imagens

O trabalho com os conteúdos des-


te capítulo visa proporcionar conhe-
cimentos e reflexões voltados à
formação e à prática cidadã. Por meio
do reconhecimento de determina-
dos grupos sociais como sujeitos de
direitos, espera-se que os estudantes
valorizem a prática política e desen-
volvam a empatia, a alteridade e o
Crianças do projeto SOS – Serviços
senso de justiça, valores que, quando de Obras Sociais em aula de música,
colocados em prática, ajudam a de- na cidade de Presidente Prudente (SP).
senvolver a CG10 da BNCC. Foto de 2019.
Julgando adequado, proponha
uma atividade preparatória de lei- • Pesquise em um dicionário o significado da palavra cidadão e explique no
tura coletiva de trechos da Constitui- caderno a frase a seguir. Cidadão: pessoa que goza dos direitos e cumpre os deveres
ção do Brasil, em especial de alguns estabelecidos pela Constituição do país.
itens do artigo 5o, que estabelece os A luta pela cidadania é uma luta cotidiana de todos os cidadãos – indi-
direitos fundamentais dos brasileiros. vidual e conjuntamente – por um país e um mundo mais justos e solidários.
A ideia é que os estudantes sejam ca-
pazes de explicar, com suas palavras, 148
o significado de cada direito. Por
exemplo, os direitos civis. Os direitos
civis incluem: as liberdades individuais Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

– como as liberdades de consciência,


de discordar sem ser perseguido. Por fim, os mobilizar em relação a esses direitos, individual-
de expressão e a de ir e vir –, o direito
direitos sociais, como o direito à educação, a um mente e em grupo, buscando que as leis e os
de ter um tratamento justo diante da
trabalho digno e a um salário justo, são modos cidadãos sejam respeitados.
lei, o de escolher seu trabalho sem
de garantir a justiça social e a participação na
sofrer coação, o de se relacionar com
riqueza coletiva.
pessoas do mesmo sexo sem sofrer
discriminação, entre outros. Os direi- Atividade
tos políticos, que garantem a legitimi- Verifique se os estudantes compreendem
dade das instituições políticas, que a Constituição estabelece direitos e deve-
incluem o direito de votar e ser vota- res, mas eles nem sempre são respeitados. Por
do, de se manifestar politicamente e isso, cada cidadão deve se conscientizar e se

192
Orientações didáticas
2. b) O direito à educação, previsto pela Constituição de 1988, não é garantido igualmente a todos os A base da Constituição de 1988 é a
cidadãos brasileiros. De acordo com os dados do gráfico, há desigualdades entre as diferentes regiões Declaração Universal dos Direitos Hu-
A Constituição cidadã do país: a porcentagem de analfabetos nas regiões Sul e Sudeste
é inferior à das demais regiões, sobretudo no Norte e Nordeste.
manos, de 1948. Ela reconhece princí-
pios fundamentais como a soberania
A Constituição federal de 1988, que ficou conhecida
democrático: que nacional, a dignidade do ser humano,
como Constituição cidadã, foi um grande avanço. Desde a permite maior igualdade o valor social do trabalho e da livre-
Independência, em 1822, até a atualidade, o Brasil já teve política e social ao povo, -iniciativa, o pluralismo político e o
oito Constituições. De todas elas, a Constituição cidadã é aos cidadãos.
Estado de direito. Em seu artigo 3o, ela
considerada a mais democrática de nossa história. traça objetivos de curto, médio e lon-
A seguir, veja alguns dos avanços da Constituição de 1988. Não escreva go prazo para metas como: a constru-
no livro. ção de uma sociedade livre, justa e
solidária; a erradicação da pobreza, do
• Reconheceu os direitos das minorias e dos grupos discriminados, como analfabetismo e da marginalização; a
redução das desigualdades sociais e
os indígenas e os quilombolas.
regionais; e o combate à discriminação
• Garantiu os direitos das mulheres e a proteção das crianças e dos jovens. e ao preconceito.
Comente com os estudantes que
• Proibiu qualquer forma de preconceito social, racial ou religioso entre entre o texto constitucional e a práti-
as pessoas. ca da realidade cotidiana dos brasilei-
ros ainda existe uma grande distância,
• Estabeleceu o direito de todos os trabalhadores a salário, moradia e que constitui um desafio para a so-
condições de vida adequadas. ciedade nacional. Porém, o reconhe-
cimento legal desses princípios já
constitui uma conquista que pode
Contudo, a sociedade deve se conscientizar de que é importante assegurar o
servir de referência para políticas pú-
cumprimento desses direitos e se mobilizar sempre que necessário. blicas que contribuam para reduzir
essa distância.
1. Por que a Constituição de 1988 ficou conhecida como Constituição cidadã? O tema dos direitos também pode
2. A educação é um direito social pre- ser trabalhado com os estudantes por
Brasil: taxa de analfabetismo meio da obra O livro das combinações:
visto pela Constituição de 1988. Ana-
entre indivíduos com 15 quando um país joga junto, de Mario
lise o gráfico e responda no caderno anos ou mais – 2015-2019 Rui Feliciani. Scipione, 2011. A obra
às questões. propicia discussões sobre o convívio
Banco de imagens/Arquivo da editora

(%)

a) Qual é a porcentagem de analfabe-


20 em sociedade e a importância da
Constituição.
tos na região onde você vive? 16,2
15
13,9 Atividade 1
b) Com base nos dados desse gráfico, O texto desta página trata da Cons-
é possível afirmar que o direito à 10
9,1 tituição de 1988, apelidada de Cons-
educação é garantido igualmente a 8,0
6,6
7,6 tituição cidadã por ser considerada
todos os cidadãos brasileiros? 5
4,3
5,7
4,9
um marco no reconhecimento dos
4,1
3,3 3,3 direitos humanos no Brasil. Auxilie os
2. a) Resposta pessoal. Leia as orientações
estudantes a localizar no texto a in-
para a atividade neste Manual do Professor. 0

Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) – Síntese


Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste formação requerida pela questão,
LEGENDA
de Indicadores 2020; IBGE Educa. Conheça o Brasil – População/Educação. 2015 2019
desenvolvendo a habilidade de loca-
Disponível em: https://ijp.short.gy/rxbujo. Acesso em: 25 fev. 2021.
1. Porque é um conjunto de leis que busca tornar o Brasil um país mais justo e sem grandes
lizar e retirar informação explícita de
desigualdades sociais. 149 textos.
Atividade 2
Após analisar o gráfico com os estu-
dantes e deixar que eles respondam
aos itens a e b, é possível perguntar à
turma as razões da diferença entre as
regiões em relação ao analfabetismo.
Promova uma reflexão sobre como
essa realidade inibe o desenvolvimen-
to e a ampliação da cidadania no Brasil.
A leitura do gráfico permite o traba-
lho com numeracia.

193
Orientações didáticas
O conteúdo desta página e da pró-
xima trata dos direitos das crianças e
dos adolescentes, codificados no Esta- Os direitos das crianças e dos adolescentes
tuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Por muito tempo, as crianças e os adolescentes não tinham direitos próprios
O ECA é o resultado das demandas
de movimentos sociais que, a partir e sofriam severas punições físicas e morais nas famílias e até mesmo nas escolas.
do fim da ditadura militar no Brasil, Alguma coisa precisava ser feita para mudar essa condição.
mobilizaram-se e colocaram em suas Em 1990, foi criado um conjunto de leis que visam proteger e garantir os direi-
pautas o combate aos maus-tratos e tos das crianças e dos adolescentes: o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
à exclusão social de crianças e ado- Segundo o ECA, criança é toda pessoa de até 12 anos de idade, e adolescente é
lescentes. toda pessoa com idade entre 12 e 18 anos.
Esse é um bom exemplo de como
a participação das pessoas pode

Adriano Kirihara/Pulsar Imagens


transformar uma realidade, pressio-
nando, no caso do ECA, o poder pú-
blico para instituir uma lei específica
de proteção aos direitos das crianças
e dos adolescentes.
Durante a abordagem do tema, é
importante discutir a situação da in-
fância desassistida no Brasil, apresen-
Crianças brincando
tando-a para a turma por meio de
de bola de gude
imagens, vídeos e reportagens. Co- em comunidade de
mente com os estudantes sobre a Rasinho, no sertão
pertinência atual de temas como a da Bahia. Foto de
proibição do trabalho infantil e o di- 2019.
reito das crianças ao lazer, à educação
e à moradia, entre outros. Veja alguns dos direitos estabelecidos pelo ECA.
Para conhecer mais a fundo o ECA e
sua interface com o ambiente escolar,
consulte a seguinte publicação: O ECA
• Garantia de todas as condições para que as crianças tenham um nasci-
mento e um desenvolvimento saudáveis.
na Escola: perspectivas interdisciplinares,
organizada por Luciana Calissi e Rosa
Maria Godoy Silveira, publicada pela
• Direito a brincar, participar de esportes e se divertir.

Editora Universitária da UFPB, 2013. Dis- • Direito a frequentar a escola pública sem a obrigação de

Hagaquezart estúdio/
Arquivo da editora
ponível em: https://ijp.short.gy/mnJmY5 trabalhar antes dos 16 anos.
(acesso em: 29 jul. 2021).
• Proteção contra qualquer forma de exploração, violência,
discriminação ou crueldade.
• Atendimento especializado para crianças e adolescentes
com alguma deficiência.
• Direito a ter suas opiniões e seu pensamento respeitados
por pais e professores.

150

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

Para saber mais


Anualmente, o Unicef publica relatórios sobre a situação de crianças e adolescentes no
mundo, contendo análises e sugestões de políticas públicas. Sobre o Brasil, estão disponíveis
dois relatórios:
• O direito de aprender: potencializar avanços e reduzir desigualdades. Brasília: Unicef, 2009. Dispo-
nível em: https://ijp.short.gy/WbO4kE (acesso em: 29 jul. 2021).
• O direito de ser adolescente: oportunidade para reduzir vulnerabilidades e superar desigualdades.
Brasília: Unicef, 2011. Disponível em: https://ijp.short.gy/d9oQBL (acesso em: 29 jul. 2021).

194
Orientações didáticas
Atividade 1
Leia a seguir um artigo do ECA. É importante que os estudantes
compreendam a responsabilidade
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais ine- coletiva pela efetivação dos direitos
rentes à pessoa humana […], assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, to- das crianças e dos adolescentes. Cha-
das as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, me a atenção deles para o fato de que
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. a implementação de leis exige um
compromisso de cumprimento de
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei n. 8 609, de 13 de julho de 1990.
Disponível em: https://ijp.short.gy/QcchUv. Acesso em: 26 fev. 2021. toda a sociedade.
Oriente a pesquisa indicando aos
estudantes sites confiáveis e adequa-

Cesar Diniz/Pulsar Imagens


dos para crianças. Por fim, auxilie os
grupos na organização das informa-
ções obtidas para compor o painel.
No site do Instituto Porvir, há um
texto que descreve quais são as me-
lhores práticas e quais precauções
devem ser tomadas ao fazer pes-
quisas na internet. Disponível em:
https://ijp.short.gy/ZRS3jv (acesso
em: 29 jul. 2021).
Essa atividade mobiliza as CG1 e
CG2 da BNCC.
Atividade 2
Espera-se que os estudantes perce-
bam que são capazes de promover
mudanças exercendo sua cidadania
tanto no âmbito familiar como na es-
cola ou na comunidade onde vivem.
Ao cultivar a responsabilidade com
Crianças se alimentando em escola estadual na comunidade quilombola Mata Cavalo, município de Nossa pequenas ações, como jogar lixo no
Senhora do Livramento (MT). Foto de 2020.
Não escreva no livro. lixo, preservar lugares públicos, auxi-
liar familiares no serviço doméstico ou
1. De acordo com o ECA, é dever da família, da comunidade, da sociedade em cumprir as regras existentes na escola,
geral e do poder público assegurar os direitos das crianças e dos adolescentes. a criança está exercendo sua cidada-
Leia orientações para o trabalho com pesquisa neste Manual do Professor. nia. Da mesma forma, reclamar por
a) Com a coordenação do professor, façam uma pesquisa em jornais, revistas e um serviço prestado de forma inade-
na internet para conhecer iniciativas e projetos que buscam garantir esses quada também é exercer a cidadania.
direitos. Atividades como essa contribuem
para o desenvolvimento da CG10,
b) Selecionem imagens e textos e elaborem um painel sobre o tema: Direitos das
principalmente no que diz respeito a
crianças e dos adolescentes. agir coletivamente com base em prin-
2. Na sua opinião, é preciso ser adulto para promover mudanças em benefício da cípios éticos, sustentáveis e solidários.
comunidade? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. 151

195
Orientações didáticas
Ler o mundo: História viva
Esta seção enfoca os direitos das LER O MUNDO: HISTÓRIA VIVA
pessoas com deficiência. Por muito
tempo, os direitos dessas pessoas
foram ignorados. Elas eram vistas Não escreva no livro.
como um grupo passivo, dependen- Acessibilidade urbana
te de proteção e caridade alheias, e De acordo com o último censo demográfico realizado pelo IBGE em 2010, no
não como sujeitos de direitos. Brasil existem cerca de 45 milhões de pessoas que apresentam pelo menos uma
Como decorrência da iniciativa das deficiência. Desse universo, a maioria vive em áreas urbanas. A preocupação em
pessoas com deficiência, essa visão
assegurar direitos às pessoas com deficiência vem crescendo nos últimos anos: há
começou a ser superada, o que levou
ações públicas e da comunidade nos espaços urbanos para garantir dignidade,
ao reconhecimento de seus direitos
e a ações do poder público e do ter- segurança e autonomia para esses cidadãos. Leia um trecho do Decreto Federal
ceiro setor, com vistas a garantir esses n.à 5 296, de 2004, sobre a promoção da acessibilidade:
direitos. Uma dessas iniciativas é a […] condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida,
homologação do Estatuto da Pessoa dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de
com Deficiência, que define os direi- transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por
tos das pessoas com deficiência. pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida […].
Leia o texto da lei com a os estu-
BRASIL. Decreto n. 5 296, de 2 de dezembro de 2004. Disponível em: https://ijp.short.gy/483Cj6.
dantes e converse sobre a acessibili- Acesso em: 28 fev. 2021.
dade da escola onde estudam e dos
locais que frequentam. É importante O espaço escolar é um bom exemplo dessa mudança de atitude em relação
que eles exerçam a empatia, colo- às pessoas com deficiência. Nesse sentido, foi criado o Programa Escola Acessível,
cando-se no lugar de pessoas que em 2011, para promover a adequação dos prédios e a oferta de transporte adap-
possam ter dificuldades para acessar tado, disponibilizar material didático e recursos de tecnologia e oferecer educação
espaços, serviços, etc.
bilíngue em língua portuguesa e Língua Brasileira de Sinais (Libras) nas escolas
Atividade 1 públicas do país.
Somente a fotografia B pode ser
considerada um exemplo de acessi- 1. Indique oralmente a fotografia que mostra a lei de acessibilidade sendo cumprida.
bilidade. Auxilie os estudantes a per- Dirceu Portugal/Fotoarena

Daniel Cymbalista/Pulsar Imagens


ceber que acessibilidade é a condição A B
para utilização com segurança e au-
tonomia, total ou assistida, dos espa-
ços e equipamentos urbanos, das
edificações, dos serviços de transpor-
te e dos sistemas e meios de comu-
nicação e informação por uma pessoa
com deficiência ou com mobilidade
reduzida.
Pessoas cadeirantes têm dificuldade de circular pelas Passageiro cadeirante aguardando embarque
Entre os exemplos de acessibilida- cidades em razão da falta de asfalto e dos buracos em vagão do metrô, na cidade de São Paulo (SP).
de os estudantes podem mencionar: que encontram pelo caminho. Na foto, trecho Foto de 2020.
corrimãos, rampas ou elevadores de irregular no município de Piraí do Sul (PR), 2014.
acesso para pessoas com deficiência
física; pisos táteis para pessoas com • Relate para a turma outros exemplos de acessibilidade que você conhece.
deficiência visual; e outros espaços 152 Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
públicos ou privados, como banhei-
ros adaptados para pessoas com de-
ficiências. Podem ser citados, ainda, Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

recursos tecnológicos, como lingua-


gem de computador adaptada às
pessoas com deficiência visual, por
exemplo.

196
Orientações didáticas
Atividade 2
Espera-se que os estudantes reco-
2. Por que é importante adaptar o ambiente em que vivemos para atender às nheçam que o ambiente adaptado
necessidades de todos? Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste
Manual do Professor.
facilita a locomoção e o acesso a
3. Observe a fotografia, leia o texto e responda no caderno às questões. diferentes espaços. Promova uma
conversa com a turma sobre a im-
Na manhã do último sábado (11), a assistente social Paula Ravenala acordou antes portância do respeito às diferenças
das 6 h. Aprontou-se e foi ao ponto de ônibus em sua cadeira de rodas. Foi banhar- e sobre o direito de igualdade para
-se no mar na praia de Pajuçara, em Maceió. [...] A alagoana descobriu há três anos o todos em nossa sociedade.
projeto Praia Acessível, da Prefeitura de Maceió.
Atividade 3
“Eu não conseguia chegar ao mar Incentive os estudantes a refletir
Josué Seixas/Folhapress

antes da cadeira anfíbia, porque as nor- que fazer coisas aparentemente sim-
mais atolam na areia e temos gastos com ples, como tomar banho de mar,
manutenção. Sempre ficava na calçada, pode ser muito complicado para
só fazia caminhada. Como faço tudo so- pessoas com deficiência. A praia, no
zinha, foi bom que a praia se tornasse entanto, é considerada um dos espa-
um direito de todos”. ços mais democráticos, por estar
aberta a todos e por promover o
SEIXAS, Josué. Cadeiras adaptadas facilitam
acesso de deficientes à praia em Alagoas. lazer. Nesse sentido, a iniciativa da
Correio dos Municípios, 15 jan. 2020. ONG é simples e criativa, além de
Disponível em: https://ijp.short.gy/Y6xf1T.
Acesso em: 25 fev. 2021. bastante inclusiva.
A atividade, que exige que os es-
tudantes localizem e retirem informa-
ções de um texto, contribui para a
Pessoa cadeirante usando equipamento adaptado alfabetização e a literacia, além de
para entrar no mar. O projeto Praia Acessível, em
Maceió (AL), ajuda as pessoas com deficiência motora
mobilizar as habilidades EF05HI04 e
a aproveitar os dias de sol na praia. Foto de 2020. EF05HI05 e a CG10 da BNCC.
Atividade 4
a) Qual é o tema da fotografia e do texto? O projeto Praia Acessível, que utiliza a ca-
É importante que os estudantes
deira anfíbia para ajudar pessoas cadeirantes a tomar banho de mar.
b) O que mais chamou sua atenção no projeto Praia Acessível, da prefeitura de discutam sobre algumas dificuldades
Maceió? enfrentadas por pessoas com defi-
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. ciência para elaborar uma campanha
4. Com a coordenação do professor, criem uma campanha para promover a inclu- pertinente e viável. Para auxiliar no
são das pessoas com deficiência. O roteiro a seguir ajudará vocês nesse trabalho. processo de pesquisa da campanha,
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. oriente os grupos na consulta ao site
1. Escolham o tema da campanha e a forma que vocês vão utilizar para divulgá-la. https://ijp.short.gy/ExDLbm (acesso
2. Coletem em revistas, jornais ou na internet depoimentos de pessoas com defi- em: 30 jul. 2021) e na leitura de seus
artigos.
ciência e outras informações que considerem necessárias para a campanha.
Sugerimos, ainda, pesquisar os pla-
3. Com base nos depoimentos e nas informações coletadas, criem mensagens nos de aula sobre produção de cam-
para incentivar a promoção de ações que permitam a inclusão de pessoas panhas publicitárias para o ensino
com deficência. Façam ilustrações adequadas ao tema. fundamental inicial, disponíveis em:
https://ijp.short.gy/Q3g6Fa (acesso
4. Com o professor, organizem a forma de divulgação da campanha. em: 30 jul. 2021).
153 Essa atividade mobiliza as habilida-
des EF05HI04 e EF05HI05 e as CG5
e CG10 da BNCC.

197
Orientações didáticas
Ao discutir com os estudantes a
questão inicial proposta nesta pá-
gina, permita que eles se manifes- Direito de ser igual e diferente
tem sobre o significado das palavras.
Depois, explique à turma que dis-
criminação é a ação ou o efeito de Explique com suas palavras o significado de discriminação e de preconceito.
separar, de pôr à parte, e preconcei- Você conhece alguma iniciativa da sociedade brasileira para assegurar
to é qualquer opinião generalizada cidadania aos grupos sociais discriminados?
concebida sem exame crítico. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
Neste momento, espera-se que
O Brasil é um país formado por uma pluralidade de culturas. Os indígenas
os estudantes levantem hipóteses,
com base no que já sabem, sobre
e outros povos (europeus, africanos e asiáticos) que se estabeleceram no país ao
quais seriam os grupos mais discri- longo do tempo contribuíram com seus hábitos, seus costumes e suas tradições,
minados na sociedade brasileira, e o que ajudou na formação da sociedade brasileira.
os associem a alguma ação gover- Apesar de muitos direitos serem garantidos aos cidadãos brasileiros, como o
namental afirmativa, como a Lei respeito a diferenças de crenças, costumes e hábitos, em nosso país ainda há mui-
Maria da Penha, o Estatuto da Igual- ta desigualdade, injustiça e exclusão social.
dade Racial, o Estatuto do Idoso, etc.
Finalize a discussão informando
à turma que há bens e serviços es- Direitos das mulheres
senciais para a realização pessoal e Atualmente, as mulheres contribuem para a sociedade exercendo as mais diver-
profissional dos indivíduos que não sas ocupações e profissões. Contudo, enfrentam dificuldades, como salários menores
são acessíveis a todos da mesma que os dos homens para exercer os mesmos cargos no mercado de trabalho, além
maneira.
de uma sobrecarga de funções domésticas e cuidado dos filhos.
O texto discute os direitos especí-
ficos das mulheres. Esse é um tema Para garantir a melhoria da situação das mulheres em nossa sociedade, foram
que envolve assuntos delicados, co- aprovadas leis que as protegem antes e depois do parto, que proíbem a discri-
mo situações de violência ou abusos minação e os abusos no ambiente de trabalho e que as defendem de situações
contra a mulher, e que, portanto, pre- de violência. Apesar dessas conquistas, muito ainda deve ser feito para garantir o
cisa ser discutido com cuidado com direito à cidadania das mulheres em todas as esferas sociais.
estudantes dessa faixa etária. Sugere-
-se abordar o tema a partir da luta das
Fernanda Brandão/Futura Press

mulheres por melhores condições de


trabalho e pela cidadania de um mo-
do geral. Nesse sentido, é importante
promover discussões que rompam
com os estereótipos sobre os papéis
de gênero na sociedade, pautados
por uma divisão tradicional do traba-
lho em que o homem é responsável Cartaz pendurado em
por prover o sustento da família, en- ato pelo fim da violência
quanto à mulher cabem as tarefas contra a mulher e pela
domésticas e a criação dos filhos. igualdade de direitos
no Dia Internacional da
A ampla maioria das famílias mo-
Mulher, em Uberlândia
noparentais no Brasil é composta (MG). Foto de 2020.
apenas pela mãe, que geralmente é
154
encarregada de jornadas triplas de
trabalho. Essas mulheres tendem a
depender mais de serviços públicos, Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
como os de saúde e educação, e ain-
da sofrem condições desiguais de Atividade complementar
salário em relação aos homens.
Caso você avalie que os estudantes apresentaram dificuldades para a compreensão do tema, pro-
ponha uma pesquise que auxilie na consolidação ou remediação do conteúdo.
Com as informações coletadas pelos estudantes, é possível propor a elaboração coletiva de uma
linha do tempo em que constem os direitos adquiridos pelas mulheres no Brasil ao longo dos anos.
Os estudantes podem obter informações pesquisando em revistas, livros ou em sites da internet,
preferencialmente indicados pelo professor.

198
Orientações didáticas
A leitura dos textos desta página
oferece uma boa oportunidade para
Direitos dos afro-brasileiros Não escreva no livro. retomar a discussão sobre diversida-
de cultural. Segundo a Unesco, a
Durante muito tempo, a escravidão no Brasil excluiu os negros africanos e seus
abordagem da diversidade cultural
descendentes brasileiros da cidadania. Mesmo com essa desvantagem, os afro-bra- na escola é um dos elementos de
sileiros se destacaram em diversas áreas ao longo dos anos: na música, na arte, nos maior relevância na construção de
esportes, na literatura, na ciência, entre outras. uma sociedade mais democrática e
Para garantir a cidadania plena aos afro-brasileiros, foram tolerante.

Mônica Zaratini/Agência Estado


criadas leis como o Estatuto da Igualdade Racial, de 2010, que É importante destacar que, até
visa combater a discriminação e diminuir a desigualdade social pouco tempo atrás, nos discursos ofi-
ciais e mesmo em obras didáticas de
e racial. Segundo essa lei, considera-se discriminação racial:
História, a nação era pensada a partir
de uma matriz branca, de origem eu-
ropeia e cristã. Pressupunha-se uma
uniformidade étnico-racial e oculta-
Milton Santos (1926-2001) foi um dos maiores va-se a grande diversidade que com-
geógrafos e intelectuais do Brasil, tendo lecionado
põe a sociedade brasileira.
em diversos países, como França, Canadá, Estados
Unidos e Inglaterra. Foto de 2000.
A historiografia das últimas décadas
tem buscado combater as visões nega-
[…] toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, des- tivas e estereotipadas dos africanos e
cendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir afro-brasileiros, destacando-os como
[…] o exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fun- sujeitos de sua própria história. No âm-
damentais […] em qualquer […] campo da vida pública ou privada […] bito pedagógico, a Lei n. 10.639 de
BRASIL. Estatuto da Igualdade Racial. Lei n. 12 288, de 20 de julho de 2010.
2003, que torna obrigatório o ensino de
Disponível em: https://ijp.short.gy/41j58H. história e cultura africana e afro-brasi-
Acesso em: 28 fev. 2021. leira na Educação Básica, contemplou
demandas de movimentos sociais que
• Leia o texto sobre a comunidade quilombola Patioba, em Sergipe, e responda reivindicavam a valorização da sua
no caderno às questões. Para casa a) A origem é africana; o samba de roda era identidade cultural e o reconhecimen-
praticado pelas mulheres escravizadas durante o período colonial no Brasil. to de sua contribuição para a sociedade
[...] A comunidade quilombola tem no samba de roda uma maneira de preser-
brasileira.
var os costumes dos antepassados. Ao som de músicas africanas, elas rodopiam
Se possível, trabalhe esse tema
enquanto agitam as saias, feitas para lembrar às que eram usadas pelas escravas.
apresentando à turma imagens ou
A tradição é passada entre as gerações. [...]
depoimentos orais que mostrem si-
A herança é mantida com orgulho pelo grupo. “A gente está buscando nosso
tuações e contextos de discriminação
resgate para não deixar acabar, estamos na luta pela preservação do samba de roda.
racial. Reforce o assunto com a análi-
É muito gratificante e eu adoro participar dessa brincadeira maravilhosa”, diz a agri-
se dos artigos da Constituição Federal
cultora Sueli Leite.
de 1988 que explicitam a necessidade
Quilombolas de SE lutam para manter antigas tradições populares. G1. de combate à discriminação, e do
Disponível em: https://ijp.short.gy/DI8bLs. Acesso em: 25 fev. 2021.
Estatuto da Igualdade Racial, que am-
plia e especifica esse ponto do texto
a) Qual é a origem da tradição cultural mencionada no texto? constitucional. É fundamental que os
b) Na sua opinião, a valorização da identidade e da cultura pela própria comunida- estudantes reconheçam o racismo
de quilombola é importante? Justifique sua resposta. como um problema social grave e
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. que compreendam a importância de
155
reivindicar o avanço nos direitos dos
afro-brasileiros.

Para subsidiar o trabalho de pesquisa do pro- de quilombola mencionada no texto, contribui


fessor, sugerimos a leitura e pesquisa da publi- com a alfabetização e a literacia dos estudantes.
cação “Superando o racismo na escola”. No item b, espera-se que os estudantes perce-
Disponível em: https://ijp.short.gy/yxJ07Q (aces- bam a importância das comunidades quilombo-
so em: 30 jul. de 2021). las valorizarem sua identidade, preservando suas
Atividade tradições culturais. Essa valorização é um modo
A atividade, que exige, no item a, que os es- de resistência contra o preconceito e a discrimi-
tudantes identifiquem a origem africana do nação. A justificativa da resposta contribui para o
samba de roda, tradição cultural da comunida- desenvolvimento da produção de escrita.

199
Orientações didáticas
A pirâmide etária e a sua respecti-
va legenda demonstram que a popu-
lação brasileira está envelhecendo Direitos dos idosos
rapidamente. Com isso, os maiores de
Hoje há mais de 20 milhões de idosos no Brasil. A melhoria do sistema de
60 anos se tornaram um setor da po-
pulação que exige mais atenção e saúde, assim como o maior acesso a medicamentos, tratamentos e alimentação de
cuidados. Essa nova realidade deu qualidade permitiram que as pessoas vivessem mais tempo, aumentando a quan-
maior visibilidade às condições em tidade de idosos na população brasileira. Observe o gráfico a seguir.
que viviam os idosos no Brasil e ao
tratamento precário que a legislação
Brasil: pirâmide etária de idosos – 2010-2020
vigente oferecia a eles.

Banco de imagens/Arquivo da editora


Atividades 1 e 2 2010 2020
É importante ressaltar a relevância
do Estatuto do Idoso para proteger Idade

os idosos e lhes garantir vida digna e acima de 70


direitos. O Estatuto do Idoso assegu-
ra direitos a pessoas com idade igual 65 a 69
ou superior a 60 anos, como aponta
o Ministério de Direitos Humanos. 60 a 64
Comente com os estudantes que, %
além do Estatuto do Idoso, outras 5 0 5 5 0 5
medidas governamentais, como o População total: 190,7 (em milhões) População total: 211,8 (em milhões)
Compromisso Nacional para o Enve- Total de idosos (60+): Total de idosos (60+):
lhecimento Ativo e o Plano de Ação 20,5 (em milhões), ou 10,8% cerca de 33,0 (em milhões), ou 15,7%

para o Enfrentamento da Violência


homens mulheres
Contra Pessoa Idosa, foram criadas
para assegurar os direitos dos idosos Fonte: IBGE. Sinopse do Censo Demográfico 2010, atualizado com dados da projeção da pirâmide etária.
no Brasil. Disponível em: https://ijp.short.gy/lvhA5X; https://ijp.short.gy/qYpxvM. Acesso em: 8 jun. 2021.
Em 2010, os idosos representavam mais de 10% da população brasileira; em 2020, dez anos depois, já
Atividade 3 representavam mais de 15%. Calcula-se que, nas próximas décadas, essa proporção aumente ainda mais. Daí a
Nesta atividade, enfatize a impor- importância de aprovar leis que favoreçam esse grupo, pois os jovens de hoje também se tornarão idosos um dia.
tância de oferecer um bom tratamen-
to aos idosos, em acordo com a Nem sempre os idosos têm seus direitos respeitados. Para garantir esses direi-
legislação vigente e outras medidas tos, foi instituído o Estatuto do Idoso em 2003. Essa lei visa assegurar aos maiores
governamentais que protegem esse
de 60 anos os direitos fundamentais a uma vida digna, à saúde, à educação, à cul-
grupo da população brasileira. Incen-
tive os estudantes a valorizar a expe- tura, ao esporte e ao lazer. Entre os direitos específicos dos idosos estão: gratuida-
riência de vida dessas pessoas. de e reserva de assentos no transporte público; desconto de 50% em atividades de
Converse sobre a importância do cultura, esporte e lazer; proteção contra negligência, discriminação e maus-tratos.
idoso na sociedade brasileira, resga-
tando histórias dos antepassados e Responda no caderno às questões propostas. Não escreva no livro.
ensinamentos trazidos pelos próprios 1. Quem é considerado idoso no Brasil?
estudantes. Essa pode ser uma boa Todas as pessoas maiores de 60 anos.
oportunidade para mostrar relatos de 2. Que direitos específicos estão garantidos a essas pessoas pelo Estatuto do Idoso?
experiência ou histórias dos povos 3. Na sua família há idosos? Como eles são tratados? Resposta pessoal.
indígenas brasileiros, entre os quais 2. Gratuidade e reserva de assentos no transporte público; desconto de 50% em atividades de
os anciãos, tradicionalmente, ocupam 156 cultura, esporte e lazer; proteção contra negligência, discriminação e maus-tratos.
um lugar de destaque. Leia, para os
estudantes, o texto a seguir. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

No Brasil, existem cerca de 220 cantos e as danças para os dias de é inventada, corresponde à realidade,
etnias indígenas e, em grande parte festas. [...] como um mapa guardado na memória.
delas, a figura do ancião é valoriza- Durante o ritual de benzimento Como conhecedores dos mitos, os ve-
da como um arquivo vivo. Os sabe- os idosos narram os mitos através de lhos têm a função de ensinar para os
res tradicionais englobam vários as- cantos. [...] Nessa viagem, os velhos mais novos o conhecimento dos ante-
pectos da vida nas aldeias, desde a fazem referências ao relevo e à geogra- passados.
medicina, com as curas através do fia de extensas regiões, do rio Orinoco PASCHOAL, Guto. Com ciência, 2002.
conhecimento dos remédios feitos de aos Andes. Só os velhos sabem os no- Disponível em: https://ijp.short.gy/a3BMzO.
ervas e dos rituais xamânicos, até os mes dos rios e lagos e a viagem não Acesso em: 30 jul. 2021.

200
Orientações didáticas
Falando sobre...
Não escreva no livro. Esta seção demonstra que certos
FALANDO SOBRE... direitos são universais, ou seja, de-
vem ser garantidos a todos os seres
Direitos humanos humanos. Eles tratam de questões
Os direitos humanos correspondem à liberdade e aos direitos básicos consideradas básicas a uma vida dig-
de todos os seres humanos. Durante as duas guerras mundiais que na, como moradia, alimentação, edu-
aconteceram no século XX, houve muita destruição e violência em diversas cação e segurança, além de respeito
e liberdade.
cidades e muitas pessoas morreram.
A Declaração Universal dos Direi-
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, representantes de nações tos Humanos é decorrente da atua-
do mundo todo se reuniram para definir os direitos de todos os seres lização e da ampliação da concepção
humanos, que devem ser respeitados por todas as pessoas e governos. moderna de cidadania nascida com
Assim nasceu a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um as revoluções burguesas, que origi-
documento elaborado coletivamente em 1948 que define quais são os naram o Estado liberal moderno
direitos humanos considerados universais. entre os séculos XVIII e XIX. As prin-
cipais referências de documentos
©Ziraldo Alves Pinto/Acervo do cartunista

históricos que definiram a cidadania


como garantia de direitos humanos
fundamentais foram a Declaração de
Independência dos Estados Unidos,
de 1776, e a Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão, de 1789.
Esse último documento destaca a
universalidade dos direitos humanos
ZIRALDO. Cartilha dos Direitos e o direito à dignidade de todas as
Humanos. p. 2-3. Disponível em: pessoas. Ele reconhece também que
https://ijp.short.gy/cj1xpp.
Acesso em: 26 fev. 2021. a cidadania implica direitos indivi-
duais, mas exige deveres com rela-
ção à coletividade.
©Ziraldo Alves Pinto/Acervo do cartunista

Na discussão proposta ao final da


seção, espera-se que os estudantes
compreendam que ações de respeito
e tolerância com o próximo, bem co-
mo atitudes cidadãs de luta por direi-
tos fundamentais, são positivas para
garantir os direitos humanos.
ZIRALDO. Cartilha dos Direitos Atividade
Humanos. p. 4-5. Disponível em:
https://ijp.short.gy/cj1xpp.
Converse com os estudantes sobre
Acesso em: 26 fev. 2021. o tema, lembrando que eles também
são responsáveis por garantir os direi-
• Reflita e responda no caderno: O que podemos fazer em nosso cotidiano tos humanos tratando bem os idosos,
para garantir o respeito aos direitos humanos? lutando para que a escola tenha aces-
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. sibilidade e conversando com colegas
157 que eventualmente tenham compor-
tamentos preconceituosos, na tenta-
tiva de explicar-lhes que preconceito
e discriminação não são admissíveis.

201
Orientações didáticas
Esta página do Livro do Estudante
e a seguinte apresentam uma sínte-
se do conceito de cidadania e dos O que é cidadania?
direitos civis, políticos e sociais a ela
A cidadania pode ser definida como o conjunto de direitos e deveres das pes-
atrelados.
Após a leitura do texto, sugerimos soas em uma sociedade. Direito é tudo o que você pode fazer sem violar as leis
que o professor proponha conversas do país. Deveres são as obrigações que você tem de respeitar, isto é, os direitos
e discussões sobre o que significa ser dos outros. Por exemplo, o direito que você tem de caminhar por uma rua limpa
cidadão na prática, uma vez que en- corresponde ao dever que todas as pessoas têm de não jogar lixo na rua, incluindo
tendemos que a cidadania na escola você. Portanto, podemos dizer que não existem diretos sem deveres.
deve se dar mais pela troca de infor- Os direitos e deveres não são fixos; eles podem variar de uma época para ou-
mações do que por meio de memo-
tra. Por exemplo, no Brasil, até 1932, as mulheres não podiam votar nem se candi-
rização de conteúdos.
Retome a atividade preparatória datar a cargos políticos. Essa injustiça foi corrigida em 1933, com uma lei que deu
sugerida na página 148 deste Ma- às mulheres o direito de participação política.
nual do Professor, que consiste na Os direitos também podem ser definidos como um processo contínuo de con-
leitura dialogada de um trecho da quistas históricas. O progresso social depende da prática da cidadania pelas pes-
Constituição, para avaliar a evolução soas que compõem a sociedade. Por isso, podemos dizer que a cidadania está
dos conhecimentos dos estudantes sempre em construção. A cidadania depende da ação de todas as pessoas para
sobre o tema.
transformar a nação, ampliando a esfera dos direitos e deveres ao longo do tempo.
As conversas e discussões aqui su-
geridas favorecem o trabalho com a Veja a seguir os principais direitos e deveres que as pessoas têm no Brasil.
habilidade EF05HI04.
Zé Paiva/Pulsar Imagens

Colheita de arroz
orgânico em
assentamento do
Movimento dos
Trabalhadores Rurais
sem Terra (MST), no
município de Viamão
(RS). Foto de 2020.

Direitos civis – São os direitos fundamentais à vida, à


liberdade, à propriedade e à igualdade perante a lei. Incluem
o direito de ir e vir, de escolher o trabalho, de se organizar, de
manifestar o pensamento, entre outros. Para garantir esses direitos
é preciso existir um sistema de justiça independente, eficiente e
acessível a todos.

158

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

Atividade complementar
Organize os estudantes em grupos e proponha que cada grupo realize uma das pesquisas propostas a seguir, todas sobre assuntos relacio-
nados ao tema cidadania.
• Pesquisem sobre a conquista do direito político do voto feminino, comparando o caso do Brasil com o de outros países da América Latina e
da Europa.
• Pesquisem sobre o contexto de nascimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no Brasil, mencionando seus pontos positivos
e algumas possibilidades de melhoria.
Oriente os estudantes na pesquisa, indicando sites confiáveis, livros e revistas. Explique a eles que é necessário sempre citar a(s) fonte(s)
completa(s) usada(s) na pesquisa. Oriente-os na seleção e na organização das informações principais, e na produção dos textos finais.
Sugira aos grupos que exponham para a turma os resultados da pesquisa e promova uma conversa sobre cada assunto pesquisado.

202
Orientações didáticas
Atividade 1
A atividade exige uma leitura
atenta e acurada das afirmações
Direitos políticos – Referem-se
Andre Arcenio/Olhar Imagem

apresentadas, contribuindo, assim,


à participação do cidadão no para a alfabetização e a literacia.
governo da sociedade. Incluem o
direito de eleger e de ser eleito Atividade 2
para cargos públicos, de organizar Para criar a campanha, sugerimos
escolher temas relacionados à comu-
partidos políticos e de fazer
nidade escolar e ao cotidiano dos
manifestações políticas. Os direitos
estudantes, como o direito à educa-
políticos dependem da existência de
ção e o Estatuto da Criança e do
eleições livres e de instituições que Adolescente. Sugerimos fazer um
representem a população, como o brainstorming (tempestade de ideias)
Manifestação contra cortes Senado e o Congresso Nacional.
na educação, na cidade de
para que todos participem sugerin-
Florianópolis (SC). Foto de 2019. do temas e ideias. Em seguida, esco-
lher de forma democrática os temas
que serão desenvolvidos.

Camila Lima/Futura Press


Direitos sociais – Garantem a
participação de todos na riqueza Para saber mais
coletiva. Incluem o direito à educação de
Como trabalhar a cidadania por
qualidade, ao trabalho, ao salário justo,
meio da construção de regras do gru-
à saúde e à aposentadoria. Os direitos
po, sequência didática disponível
sociais visam diminuir as desigualdades
em: https://ijp.short.gy/oPJ3Xf (aces-
sociais e garantir um mínimo de bem-estar so em: 30 jul 2021).
a todos os cidadãos. Eles são baseados Conheça cinco planos de aula so-
na justiça social e são um dever do Pessoa segurando a Carteira de Trabalho bre cidadania e direitos humanos,
Estado com os cidadãos. e Previdência Social (CTPS). reportagem da revista Nova Escola
disponível em: https://ijp.short.gy/
Não escreva no livro. OiO09D (acesso em: 30 jul 2021).
Podcast para os educadores am-
1. No caderno, copie a afirmação que melhor define a relação entre direitos e pliarem a discussão da cidadania em
deveres. sala de aula, disponível em: https://
X a) O direito de cada um de nós equivale a um dever da sociedade como um todo. ijp.short.gy/pZOfwb (acesso em: 30
A sociedade e o Estado devem respeitar esses direitos. jul 2021).

b) Os deveres de cada um de nós nem sempre correspondem aos direitos de to-


dos na sociedade.
2. Em grupo, escolham um dos três grupos de direitos mencionados no esquema
anterior e pensem em uma campanha para conscientizar as pessoas desses di-
reitos. Criem um logotipo e um lema para a campanha pensando nas pessoas
às quais a campanha se destina. Exponham os resultados por meio de cartazes
com textos e imagens. Resposta pessoal. Leia as orientações para esta atividade neste
Manual do Professor. 159

203
Orientações didáticas
A correção das atividades em sala
de aula é um momento de aprendi-
zado importante. Comente a resolu-
ção das atividades e lance perguntas
MAIS ATIVIDADES
Não escreva no livro.
instigantes. Peça aos estudantes que
participem da correção explorando
aspectos das atividades e observe 1. Leia a letra da canção “Todos juntos” e depois responda no caderno às ques-
atentamente as suas colocações, per- tões propostas.
cebendo as facilidades e dificuldades
de cada um. Desta forma será possí- Uma gata, o que é que é?
vel monitorar os aprendizados e re- – Esperta
mediar possíveis defasagens no E o jumento, o que é que é?
decorrer do trabalho com a unidade.
– Paciente
Atividade 1 Não é grande coisa realmente
Se possível, disponibilize a letra
Prum bichinho se assanhar
completa e reproduza a canção aos
estudantes. Aproveite a ocasião para E o cachorro, o que é que é?
fazer uma leitura em voz alta da letra, – Leal
deixando que todos a cantem depois, E a galinha, o que é que é?
atividade que contribui para a fluên-
– Teimosa
cia em leitura oral, um dos compo-
nentes essenciais para a alfabetização. Não parece mesmo grande coisa

© Ziraldo Alves Pinto/Acervo do cartunista


Em relação ao item b, espera-se Vamos ver no que é que dá
que os estudantes percebam que a Esperteza, Paciência
luta por direitos e melhores condi- Lealdade, Teimosia
ções de vida em uma sociedade pode
ser mais bem-sucedida quando pes- E mais dia menos dia
soas diferentes se reúnem e colocam A lei da selva vai mudar
seus talentos e vontades em prol de Todos juntos somos fortes
uma mesma causa. O verso que sin- Somos flecha e somos arco
tetiza essa ideia é “Todos juntos so-
mos fortes”. Incentive os estudantes Todos nós no mesmo barco
Ilustração de Ziraldo para o livro Os Saltimbancos.
a analisar a letra da música. Não há nada pra temer
Belo Horizonte: Yellowfante, 2019.
– Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer
[…]
BACALOV, Luis Enríquez; BARDOTTI, Sergio; BUARQUE, Chico. In: Os Saltimbancos.
Rio de Janeiro: Philips Records, 1977. 1 CD. Faixa 10.

a) Qual é o tema da canção? As características individuais de cada animal que, se reunidas,


dão força e podem trazer mudanças.
b) Na sua opinião, há alguma relação entre essa canção e o exercício da cidadania?
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
160

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

204
Orientações didáticas
Atividade 2
Auxilie os estudantes a perceber
2. Leia os itens numerados e depois copie no caderno o único item que explica que igualdade de direitos, em um
a afirmativa destacada a seguir. Para casa país como o Brasil é o mesmo que
respeitar e valorizar as diferenças
socioculturais.
O direito à igualdade e o direito à diferença são as faces de um país
formado por uma pluralidade de culturas como o Brasil. Atividade 3
A atividade exige que os estudan-
tes leiam com atenção e identifiquem
I. O Brasil é um país de poucas diferenças. Todos, igualmente, têm seus direi- a alternativa incorreta. É importante
tos respeitados. o professor chamar atenção para a
X II. O Brasil é formado por pessoas diferentes no que diz respeito à cultura e às leitura do enunciado, pois é comum
que haja erros.
necessidades. Todas devem igualmente ter condições dignas de vida e ser
tratadas com respeito.
III. Como o Brasil é um país formado por diferentes culturas, a igualdade não
deve fazer parte dos direitos garantidos a todos.

3. Sobre a Constituição de 1988, que ficou conhecida como Constituição cidadã,


não é correto afirmar: Para casa
a) É considerada a constituição mais democrática da história do Brasil.
X b) Garantiu a proteção das crianças e dos jovens, mas não os direitos das mulheres.

c) Considera a educação um direito social de todos.


d) Proibiu toda forma de preconceito entre as pessoas: social, racial ou religioso.

VENHA DESCOBRIR!

◆ Nossa Terra – Como os jovens estão


mentos
/Melhora

salvando o planeta, de Janet Wilson,


Melhoramentos.
ção
Reprodu

Essa obra traz histórias verdadeiras


de jovens de todo o mundo que
exerceram a cidadania ao criar
maneiras de ajudar pessoas, cultivar
plantas, preservar florestas e animais
e, dessa forma, mudar o mundo.

161

205
Rever ideias
Atividade 1
A atividade parte da leitura do tex-
to poético criado no contexto de fun- REVER IDEIAS
dação da cidade de Brasília. Para que Não escreva no livro.
os estudantes possam usufruir dos
sentidos do texto com os ritmos e as
rimas, leia em voz alta e, de preferên-
1. Leia o poema e, depois, responda no caderno às questões.
cia, o texto completo, que está dispo-
nível em: https://ijp.short.gy/84ial2 Vou-me embora pra Brasília,

Fonte: Plenarinho/Câmara dos Deputados - plenarinho.leg.br


(acesso em: 30 jul. 2021). Sol nascido em chão agreste.
O objetivo é desenvolver a capa- Como quem vai para uma ilha.
cidade de leitura, interpretação, re- A esperança mora a oeste.
flexão e criação a partir do contato [...]
com a linguagem poética. Vou-me embora pra Brasília,
No item c, criar um poema é um Que já nos meus olhos brilha.
excelente exercício de criatividade, Porque é a única cidade
pois estimula a leitura, além do de- Onde nunca haverá saudade.
senvolvimento de vocabulário e da [...]
produção de escrita, componentes
RICARDO, Cassiano. Toada para se ir a
essenciais para a alfabetização. Brasília. O Cruzeiro, 21 abr. 1960, apud Ilustração do Congresso Nacional, em Brasília (DF).
Essa atividade mobiliza a CG3 e a SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Educação,
Coordenadoria de Estudos e Normas
CECH2. Pedagógicas. Coletânea de documentos agreste: que se refere ao campo, selvagem.
A sequência didática indicada a se- históricos para o 1o grau - 5a a 8a séries.
guir pode contribuir para a remedia- São Paulo, SE/CENP, 1979. p. 54.
ção de aprendizagens na medida em
que permite recorrer a outras estraté- a) O poema descreve Brasília do

Vitor Marigo/Tyba
gias de leitura de textos poéticos. Dis- ponto de vista de quem?
ponível em: https://ijp.short.gy/KIfM8Q I. Dos arquitetos que fize­
(acesso em: 30 jul. 2021).
ram o projeto da cidade.
II. Dos políticos que inaugu­
raram a cidade.
X III. Dos trabalhadores que
migravam para a cidade.
IV. Dos funcionários públicos
que começavam a se
instalar na cidade. Avenida no centro de Brasília (DF). Foto de 2018.

b) De acordo com o quarto verso do poema, “A esperança mora a oeste”, as pes­


soas que migravam para Brasília tinham a esperança de ter uma vida melhor
na nova capital. Essa afirmação é correta? Sim, a afirmação é correta.
c) Escreva um poema em homenagem à cidade em que vive, do ponto de vista
de uma pessoa de fora que vem morar nela. Dê asas à imaginação!
Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
162

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

206
Atividade 2
A atividade solicita aos estudan-
tes que eles interpretem dois gráfi-
Não escreva cos de setores comparando a
2. Compare os gráficos a seguir. Depois, responda no caderno. no livro.
mesma categoria em dois diferentes
períodos históricos. Espera-se que
Produção agrícola e industrial Produção agrícola e eles identifiquem as alternativas cor-
no Brasil (1920) industrial no Brasil (1940) retas a partir da comparação dos

Banco de imagens/Arquivo da editora


dados e das informações. Essa ativi-
21% 43%
dade mobiliza as CECH1 e CECH4
Indústria da BNCC.
Indústria
79% Agricultura
57% Agricultura Para remediar defasagens com
relação à leitura e interpretação de
gráficos, sugerimos que o estudan-
te refaça a atividade da página 140
Fonte: FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp, 2012. p. 216.
e a atividade 2 da página 149, am-
a) Indique quais afirmações são verdadeiras. Verdadeiras: II e III. bas do Livro do Estudante. Se hou-
I. Entre 1920 e 1940, a parcela da agricultura na produção nacional aumentou. ver dúvida sobre o processo de
industrialização do Brasil e a rela-
II. Entre 1920 e 1940, a parcela da indústria na produção nacional aumentou. ção entre cidade e campo, sugeri-
III. Os gráficos refletem o aumento da produção industrial em relação à mos a releitura do conteúdo das
produção agrícola no Brasil no período entre 1920 e 1940. páginas 134 a 136 do Livro do Estu-
dante.
b) A comparação entre os gráficos permite afirmar que, apesar do aumento da
produção industrial, a agricultura continuava sendo a atividade econômica Atividade 3
A atividade solicita que os estu-
predominante no Brasil em 1940. Essa afirmação é correta? Afirmação correta.
dantes associem datas e fatos rela-
3. Uma forma de luta dos cidadãos é reivindicar a reformulação e o aperfeiçoa­ tivos ao processo de conquista de
mento das leis e dos princípios éticos que regem nossa vida. Copie o quadro a direitos da cidadania. O quadro faz
seguir no caderno e ordene corretamente as colunas, fazendo a associação entre uma síntese de todos os direitos
abordados no capítulo final. A tare-
o nome do documento, o ano em que foi aprovado e o seu objetivo principal.
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. fa de retomar e organizar essas in-
formações é relativamente simples.
Documento Ano Objetivo principal Para remediar possíveis defasa-
gens com relação a essa atividade,
Assegura aos maiores de 60 anos os direitos sugerimos construir uma linha do
Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA)
1948 fundamentais a uma vida digna, à saúde, à tempo a partir dessas mesmas in-
A B C educação, à cultura, ao esporte e ao lazer. formações. Associe datas e fatos a
imagens previamente selecionadas
Declaração Universal dos Visa combater a discriminação e diminuir a
B C
2003
D
que os estudantes devem colar no
Direitos Humanos desigualdade social e racial no Brasil.
local adequado. Os estudantes po-
Define os direitos de todos os seres humanos dem pesquisar as imagens em sites
Estatuto do Idoso 1990 que devem ser respeitados por todas as da internet, selecionar uma ou duas
C A B pessoas e todos os governos. e produzir uma legenda para apre-
sentar aos colegas. Depois, na sala
Conjunto de leis que visa proteger e garantir de aula, organize com eles e de
Estatuto da Igualdade Racial 2010
D D A os direitos das crianças e dos adolescentes. modo coletivo a linha do tempo.
163

207
Unidade 4 – Modernidade e cidadania

Para avaliação
As rubricas a seguir são um instrumento de avaliação formativa que permite mensurar o desempenho dos
estudantes e identificar quais conteúdos cada um deles precisa aprimorar antes de prosseguir nos estudos.

Critérios de
O. P. Desempenho Justificativa
avaliação
O estudante interpretou o poema
identificando corretamente o eu-lírico
Desenvolvido
e relacionou o poema à história da
O estudante construção de Brasília.
Atividade 1

interpretou o poema
e identificou que O estudante interpretou o poema
personagem o eu-lírico identificando corretamente o eu-lírico,
1e2 da poesia representa,
Desenvolvido
mas não relacionou corretamente o
parcialmente
relacionando-o à poema à história da construção de
história da construção Brasília.
de Brasília?
O estudante não interpretou o poema
Em desenvolvimento corretamente nem relacionou o poema à
história da construção de Brasília.

O estudante interpretou o gráfico


corretamente, identificando a tendência,
Desenvolvido e reconheceu que a agricultura
continuou importante para a economia
nacional.
Atividade 2

O estudante interpretou
O estudante interpretou a tendência
corretamente os
principal do gráfico, mas não reconheceu
1 gráficos identificando as Desenvolvido
que a agricultura permaneceu como
tendências econômicas parcialmente
atividade econômica principal nos dois
do Brasil no século XX?
períodos.

O estudante não interpretou o gráfico


corretamente, nem identificou as
Em desenvolvimento
tendências econômicas do Brasil no
século XX.

O estudante ordenou corretamente as


O estudante ordenou colunas e linhas em ordem cronológica,
Desenvolvido
as colunas e linhas em associando as datas às leis e declarações
relacionadas.
Atividade 3

ordem cronológica,
evidenciando
O estudante ordenou corretamente
conhecimentos a
3e4 respeito da evolução Desenvolvido
algumas colunas, demonstrando
conhecer apenas um conhecimento
das formulações de parcialmente
superficial sobre cada lei, estatuto e
direito para grupos
declaração.
humanos como idosos
e crianças? O estudante não ordenou corretamente
Em desenvolvimento
as linhas e colunas da tabela.

208
Conclusão
Para avaliar e consolidar conhecimentos
Nesta unidade, os estudantes ficaram conhecendo algumas características do processo de in-
dustrialização e de modernização do Brasil e a luta por cidadania e justiça social por parte de dis-
tintos grupos sociais nas últimas décadas. A unidade deu destaque à discussão sobre a conquista
de direitos após a Constituição cidadã de 1988 por distintos grupos sociais vulneráveis ou discrimi-
nados: pessoas com deficiência, mulheres, crianças e adolescentes, população afrodescendente e
pessoas idosas.
Os estudantes também puderam aprofundar alguns conceitos e temas importantes para o desen-
volvimento das competências específicas de Ciências Humanas e de História para os Anos Iniciais do
Ensino Fundamental, como cidadania, Estado e democracia, que já haviam sido trabalhados nas pri-
meiras unidades deste volume e agora podem ser desenvolvidos e aprofundados num contexto mais
próximo da realidade do estudante.
O trabalho com o processo de modernização da sociedade e da economia brasileira entre os anos
1930 e 1960 propiciou a abordagem do objetivo pedagógico 1. As atividades sugeridas entre as
páginas 134 e 139 do Livro do Estudante, bem como as que compõem a seção Ler o mundo, dedi-
cada à fundação de Brasília, permitem monitorar os aprendizados dos estudantes.
A reflexão sobre alguns grupos sociais que sofreram com esse processo, como os indígenas e os
povos tradicionais e a população pobre do campo e das cidades, nas páginas 140 a 143 do Livro do
Estudante, permitiu desenvolver os objetivos pedagógicos 1 e 4.
A discussão sobre a Constituição cidadã de 1988 e os direitos dos grupos sociais, desenvolvida
entre as páginas 148 e 159 do Livro do Estudante, enfatizou os objetivos pedagógicos 3 e 4.
Para remediar defasagens, veja as recomendações de atividades complementares e de práticas
pedagógicas nas páginas 206 e 207 deste Manual do Professor.
Além dessas recomendações, a seção Rever ideias do Livro do Estudante oferece ao professor a opor-
tunidade de utilizar uma avaliação de processo para verificar e monitorar o que os estudantes compreen-
deram ao longo do período de trabalho com a unidade. Para isso, sugere-se a utilização das rubricas da
página 164 deste Manual do Professor, que estabelece critérios de desempenho que permitem o monito-
ramento dos aprendizados e a identificação de deficiências de aprendizado.

Avaliação do desempenho individual e coletivo


Recomenda-se que, ao final dos trabalhos da unidade, seja retomada a tabela de expectativas
de aprendizado para cada um dos objetivos pedagógicos, presente na Introdução desta unidade.
Recomenda-se também que os quadros de acompanhamento do aprendizado presentes no item
de Avaliação do Manual do Professor – Seção Introdutória deste volume sejam utilizados para
monitorar o aprendizado individual e coletivo dos estudantes.

209
Orientações didáticas
O que eu aprendi?
Atividade 1 O QUE EU APRENDI? Não escreva
A atividade apresenta um hino re- no livro.
ligioso que, em tom poético, glorifica
as dádivas que o rio Nilo traz para o
1. Leia atentamente o poema e responda às questões no caderno.

G. Sioen/De Agostini/
Álbum/Fotoarena
Egito. O objetivo da atividade é de-
senvolver a capacidade de leitura, Adoração ao Nilo!
interpretação, reflexão e criação por Salve, tu, Nilo!
meio do contato com a linguagem Que te manifestas nesta terra Rá: deus egípcio do sol;
poético-religiosa. Para que os estu- E vens dar vida ao Egito! é considerado a principal
dantes possam perceber os sentidos divindade da religião egípcia.
[...] Ao irrigar os prados criados por Rá,
do texto com o ritmo do hino, leia em Tu fazes viver todo o gado,
prosperidade: grande produção
voz alta marcando com a entonação de alimentos e outros bens;
Tu – inesgotável – que dás de beber à Terra! abundância; fartura.
os termos mais importantes do hino. [...] Tu crias o trigo, fazes nascer o grão,
Em seguida, resolva as dúvidas de Garantindo prosperidade aos templos.
compreensão e de vocabulário, utili- [...]
zando os termos fornecidos no glos- LIVROS Sagrados e literatura primitiva oriental, t. II, apud SÃO PAULO. Secretaria de Estado
sário. Após a leitura, peça que da Educação, Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Coletânea de documentos
históricos para o 1o grau - 5a a 8a séries. SE/CENP, 1979. p. 49.
respondam às questões.
Atividade 2 a) O poema se refere a qual civilização da Antiguidade?
Converse com os estudantes, na I. Civilização mesopotâmica. III. Civilização grega.
correção desta atividade, sobre a im- II. Civilização romana. X IV. Civilização egípcia.
portância de resolver conflitos sem
recorrer à violência. Durante a corre- b) O poema trata o rio Nilo como uma divindade e diz que o sustento da popu-
ção, esclareça que a democracia per- lação que vive no entorno dele depende da produção de alimentos, que é
mite a alternância de poder sem que garantida pelas cheias do rio. Essa afirmação é correta ou incorreta?
os grupos opostos recorram a meios Correta.
2. Observe o texto e a gravura a seguir.

De Luan/Alamy/Fotoarena
como guerras civis.
Atividade 3 (página
seguinte) A nasceu na Grécia antiga, há
A atividade da página 165 pede cerca de 2500 anos, e significou uma
que o estudante relacione o ano, a nova forma de organização da vida
forma de governo e a descrição cor- coletiva. Na democracia, é possível
respondente dessas formas de gover- resolver entre os grupos que formam
no do Brasil dos períodos colonial e a comunidade dos por meio do Gravura mostrando reunião do
imperial. Oriente os estudantes a e não por meio da violência. conselho de cidadãos em Atenas, na
pensar “o que veio primeiro” e “o que Grécia antiga. Autoria desconhecida.
veio depois” e a organizar as colunas
na ordem cronológica a partir do ano. a) Agora, reescreva o texto no caderno, completando-o com as palavras do
Eles devem iniciar colocando os anos quadro a seguir. O estudante deve preencher, nesta ordem: democracia, conflitos,
cidadãos, diálogo.
em ordem crescente, depois identifi-
car qual forma de governo correspon- cidadãos – democracia – diálogo – conflitos
de a qual ano e, em seguida,
transcrever a descrição que define 164
essa forma de governo.

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

210
Orientações didáticas
Atividade 4
2. b) Sugestões de resposta: Somente na democracia os cidadãos podem se reunir e dialogar para resolver os
b) No caderno, escreva uma ou duas frases usando as palavras “democracia” e “ci- Leia o texto e peça aos estudantes
que observem atentamente as duas
dadãos”, “debate” e “comunidade”. problemas da comunidade. Numa democracia, o debate é imagens, prestando atenção em todos
importante para que cada um dos cidadãos exponha seu ponto de vista sobre os assuntos da comunidade.
3. No caderno, copie o quadro a seguir, relacionando a forma de governo à sua os detalhes, assim como na legenda.
respectiva descrição e à data em que foi adotada. Atenção: copie em ordem Para responder ao item a, eles deve
perceber o que há de comum e de
cronológica. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
diferente entre as duas imagens. Am-
bas retratam uma festa ou cerimônia,
Formas de
Descrição Ano em que pode ser vista uma multidão
governo
de pessoas. Porém, na imagem 1, que
Forma de governo no Brasil após a independência. Garantiu direitos retrata a elite do Império, observamos
República 1822
políticos a parte da população brasileira, mas manteve o trabalho escravo. apenas pessoas brancas; na imagem
2, que retrata uma festa popular, de
Sistema em que um governador-geral era encarregado de defender o
Império território contra invasores, garantir o cumprimento da lei, assentar colonos 1534 rua, observamos pessoas negras ou
e organizar a administração. mestiças, pertencentes às classes po-
pulares. Essa distinção social deve ficar
Sistema de governo no qual um presidente eleito divide o poder com a clara na resposta. O item b vai um pas-
Capitanias
Assembleia e o Senado. No seu início, não conseguiu modificar a estrutura 1889 so além e pede que o estudante for-
hereditárias
da sociedade brasileira e estava sujeito a fraudes eleitorais. mule uma hipótese para explicar a
Divisão do território em 15 faixas horizontais, doadas pelo rei aos
diferença. Nesse caso, não há uma
Governo- única resposta correta e é importante
donatários, com a condição de explorá-la com seus próprios recursos, 1549
-Geral valorizar as hipóteses formuladas pelos
defendê-la contra invasões estrangeiras e garantir seu povoamento.
estudantes. Uma resposta ideal seria
que o Império manteve a escravidão
4. Leia o texto a seguir, compare as imagens e responda no caderno. e não concedeu cidadania e participa-
ção política a toda a população. Por
A população brasileira é formada, predominantemente, pela mistura das isso, o povo não pode ser visto na ce-
populações originárias do território (indígenas), pelos colonizadores europeus rimônia de coroação de dom Pedro II
e pelos negros escravizados que foram trazidos da África. e, nas festas populares, não havia
membros das elites. Havia, portanto,
uma grande distância entre esses gru-
Reprodução/Museu Imperial, Petrópolis, Rio de Janeiro.

Reprodução/Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.

pos sociais.
1 2
a) Resposta pessoal. Respostas possí-
veis: Imagem 1: Exemplo: A imagem
retrata a coroação de dom Pedro II
em 1840. Ela representa a elite do
império, que estava presente na
coroação. As pessoas são todas
brancas. Imagem 2: Exemplo: A
imagem retrata a festa de Nossa
Senhora do Rosário, patrona dos
negros. Ela representa pessoas ne-
O ato de coroação do imperador D. Pedro II, óleo Festa de Nossa senhora do Rosário, padroeira dos gras com estandartes e instrumen-
sobre tela de François-René Moreaux, 1842. negros, litografia de Johann Moritz Rugendas, 1835. tos musicais e, à esquerda, alguns
165 brancos a cavalo.
b) Resposta pessoal. Espera-se que os
estudantes concluam que, na pri-
meira imagem, vemos somente
pessoas brancas porque eram os
descendentes dos colonizadores
europeus que formavam a elite do
Império. Os negros e os indígenas
não aparecem na primeira ima-
gem, pois estavam excluídos de
cerimônias das quais somente a
elite podia participar, diferente-
mente da segunda imagem, que
retrata uma festa popular, de rua,
portanto, de acesso livre ao povo.

211
Orientações didáticas
Atividade 5
A atividade parte de um texto da a) Quais são os eventos retratados e quem são as pessoas representadas nas
Unesco descrevendo um ritual indí-
imagens? Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
gena que foi considerado patrimônio
da humanidade. Com base no texto b) Com base no que você aprendeu, crie uma hipótese para explicar a diferença
e no que foi aprendido sobre socie- entre as imagens.
dade e cultura indígena, o estudante Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
deve ser capaz de responder aos itens 5. O ritual Yaokwa, do povo Enawenê-nawê, foi considerado patrimônio imaterial
a e b. Para responder ao item a, peça da humanidade pela Unesco. Não escreva
aos estudantes que leiam atentamen- Sobre o ritual, leia o texto e responda às questões no caderno. no livro.
te e procurem a resposta no texto.
Apenas a alternativa II está incorreta, Os Enawene-nawe vivem às margens do Rio Juruena, nas florestas fluviais da
pois o texto afirma que o ritual “se Amazônia meridional. Todos os anos, na estação seca, eles realizam o ritual Yaokwa,
prolonga por um período de sete para prestar homenagem aos espíritos [...].
meses, durante o qual os clãs assu- O ritual faz parte da vida cotidiana dos Enawene-nawe e se prolonga por um
mem diferentes atividades por turno”. período de sete meses, durante o qual os clãs assumem diferentes atividades por tur-
No item b, o estudante deve ter en- no: um grupo empreende expedições pesqueiras por todo o território, enquanto outro
tendido que o ritual é um patrimônio prepara oferendas de sal gema, pescado e comidas rituais para os espíritos, além de
da humanidade e está ameaçado por interpretar músicas e danças.
uma série de atividades que afetam O ritual combina os conhecimentos [...] sobre a agri-
indumentária: vestimenta
o modo de vida do povo indígena cultura, o tratamento de alimentos, o artesanato (confec- relacionada a determinada
mencionado. ção de indumentárias, utensílios e instrumentos musi- cultura, época, local, etc.
Atividade 6 cais) e a construção de casas e diques para a pesca. [...]
Para realizar a atividade, é impor- UNESCO. Patrimônio Mundial no Brasil. Disponível em: https://tedit.net/HIE0Ri. Acesso em: 19 maio 2021.
tante que o estudante tenha estuda-
do e compreendido o conteúdo do a) Copie no caderno apenas as afirmações verdadeiras. Verdadeiras: I e III.
capítulo 9. Ele deve entender os di- I. O povo Enawenê-nawê vive nas florestas da Amazônia, às margens do
reitos como conquistas históricas que rio Juruena.
foram obtidas mediante luta e mobi-
lização social e não como benesses II. Os clãs que participam do ritual fazem as mesmas atividades e ao mes-
concedidas pelas elites. mo tempo para garantir a preservação do ritual.
III. Entre as atividades realizadas durante o ritual Yaokwa, estão: expedições
pesqueiras, oferendas e comidas rituais para os espíritos, músicas e danças.
b) Segundo a Unesco, a exploração ilegal de minérios e madeira, a contaminação
da água, o desmatamento e as queimadas na floresta ameaçam gravemente
a conservação do ritual Yaokwa e a vida do povo Enawenê-nawê. Na sua opi-
nião, o que pode ser feito para impedir que isso aconteça?
6. Nas últimas décadas, foram aprovadas diversas leis que garantem o respeito
aos direitos humanos no Brasil. Essas leis foram conquistas importantes da so-
ciedade brasileira. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do
Professor.
Pesquise no seu livro ou na internet e escreva no caderno duas leis que demons-
tram respeito aos direitos humanos e à igualdade entre as pessoas no Brasil.
5. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes sugiram ações do poder público contra a po-
166 luição dos rios e as atividades econômicas ilegais e pela preservação do meio ambiente.

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.

212
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMENTADAS
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo O livro analisa, com um olhar histórico, a passagem do
Horizonte: Itatiaia, 1997. século XIX para o século XX, época contraditória marcada
Livro clássico da historiografia do Brasil colonial publicado por grande progresso científico e tecnológico, por um
em 1711. O padre jesuíta Antonil descreve de forma lado, e por guerras e desigualdade social, por outro.
detalhada toda a história da produção do açúcar, desde Citando farta documentação textual e iconográfica,
o plantio até o processo de exportação. Uma fonte trata-se de um título indispensável para entender esse
indispensável sobre esse tema. período que ficou conhecido como a “Belle Époque”
(bela época).
BAUSSIER, Sylvie. Pequena história da escrita. São Paulo:
Edições SM, 2005. CUNHA, Manuela Carneiro da. Índios no Brasil: história,
O livro narra a história social da escrita desde a invenção direitos e cidadania. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
dos primeiros sons e sinais até a chegada da informática O livro reúne textos que procuram desfazer mitos e
no mundo contemporâneo, em um panorama que preconceitos recorrentes sobre os indígenas brasileiros.
contempla diferentes culturas. A obra é indicada para o Trata também das diferentes etapas da política indigenista
público infantojuvenil. do Estado brasileiro, que passou do projeto de assimilação
forçada para a consagração dos direitos indígenas na
BELER, Aude Gros de. O Egito antigo passo a passo. São Constituição de 1988.
Paulo: Claro Enigma, 2016.
Escrito por uma egiptóloga, este livro conta com humor DEL PRIORE, Mary (org.). História das mulheres no Brasil.
e leveza a história da civilização egípcia. A autora se São Paulo: Contexto, 2006.
concentra principalmente no legado dos egípcios antigos Coletânea de artigos de especialistas que se debruçam
para a humanidade, como a Astronomia, o calendário sobre a história das mulheres de maneira ampla, envolvendo
solar e a Matemática. diferentes contextos, espaços e temporalidades: a fábrica,
a casa, a rua, o campo. Uma obra de referência sobre os
BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do mundo. São estudos de gênero.
Paulo: Fundamento, 2008.
DEL PRIORE, Mary; VENÂNCIO, Renato. O livro de ouro da
Livro didático sem academicismos que se propõe a
história do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
narrar os pontos centrais da história humana desde os
primórdios até o século XX. Para isso, o autor habilmente Manual da história do Brasil, com texto claro e
entrelaça Geografia, sociedade, cultura e religião. objetivo, que apresenta e analisa alguns dos principais
acontecimentos históricos desde o descobrimento até
BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz (org.). Agenda a globalização. O livro contém uma seleção de fontes
brasileira: temas de uma sociedade em mudança. São Paulo: primárias e secundárias que podem servir de referência
Companhia das Letras, 2011. para o planejamento do professor.
Coletânea que discute os principais dilemas e desafios
FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp,
do Brasil atual com um olhar histórico. Temas como a luta
2012.
dos povos tradicionais por direitos, a cultura brasileira, o
Escrita em linguagem acessível por um dos mais
desenvolvimento e o subdesenvolvimento econômico,
importantes historiadores brasileiros, o livro procura
a desigualdade social, as relações entre campo e cidade,
tornar compreensíveis as linhas principais da história
entre muitos outros, são debatidos com olhar arguto e
brasileira. Por meio de farta citação de documentos,
atento às mudanças do presente.
estatísticas e fontes históricas, Fausto sintetiza as
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo principais etapas da história do país, da colônia ao Brasil
caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. contemporâneo.
O livro analisa o processo, ainda em curso, de formação
FINLEY, Moses. Democracia antiga e moderna. Rio de
da cidadania brasileira desde a emancipação política, em
Janeiro: Graal, 1988.
1822, até a redemocratização. A abordagem destaca o
Escrito por um dos maiores helenistas do século XX, o
processo de conquista dos direitos civis, políticos e sociais
livro se concentra no estudo da democracia ateniense e
ao longo do tempo.
desenvolve uma série de comparações instigantes com
COSTA, Angela Marques da; SCHWARCZ, Lilia Moritz. 1890- o mundo moderno. Para isso, Finley dialoga com os
-1914: No tempo das certezas. São Paulo: Companhia das principais teóricos da democracia e mostra os meandros
Letras, 2000. da política na Atenas antiga.

167

213
Orientações gerais para a seção O que eu aprendi?

Com a aproximação do fim do ano letivo, é importante asse- líticas. A seleção de atividades para esta avaliação de resultado
gurar que o estudante tenha condições de prosseguir seus es- leva em conta o eixo deste volume e aborda a democracia, a
tudos. Para isso, a coleção dispõe da seção de avaliação de formação do Estado brasileiro e os direitos indígenas, não tendo
pretensão de esgotar todas as dimensões de cada objetivo e dos
resultado, uma verificação final do processo de aprendizado.
temas explorados ao longo dos capítulos.
Neste volume, os estudantes puderam aprender sobre os
Leia a seguir os objetivos do volume, algumas orientações pa-
antecedentes dos direitos humanos, da democracia e como o ra remediação da aprendizagem e rubricas que podem orientar
Brasil se tornou um país plural, em que pessoas de diferentes trabalhos específicos de remediação antes de o estudante conti-
etnias e origens lutaram para poder participar das decisões po- nuar seus estudos.

Objetivos pedagógicos do volume


1. Comparar o modo de vida dos povos nômades ao modo de vida dos povos sedentários, compreendendo os motivos que levaram alguns
povos ao sedentarismo (EF05HI01).
2. Conhecer os papéis que o Estado assumia nas primeiras civilizações e compará-los com as funções do Estado atualmente (EF05HI02).
3. Reconhecer a importância da religião nas primeiras civilizações (EF05HI03).
4. Compreender a construção dos conceitos de democracia e de cidadania (EF05HI04, EF05HI05, EF05HI08).
5. Conhecer a luta permanente pela ampliação dos direitos universais a todos os brasileiros (direitos esses constantes da Declaração Universal
dos Direitos Humanos, ratificada pela Organização das Nações Unidas em 1948) (EF05HI04, EF05HI05, EF05HI09).
6. Entender e analisar o processo de formação do Brasil, do início da colonização ao Brasil Império, bem como suas implicações sociais,
políticas e econômicas (EF05HI07).
7. Identificar o processo de modernização do Brasil, da Monarquia à República: a urbanização, a industrialização e os avanços científicos do
final do século XIX e início do XX (mudanças e permanências) (EF05HI06, EF05HI07, EF05HI10).
8. Entender o processo de organização do trabalho: a luta pelos direitos do trabalhador e das mulheres (EF05HI04, EF05HI09).
9. Compreender e analisar os processos de industrialização, de crescimento populacional e de urbanização ocorridos no Brasil até a
atualidade e seus contrastes (EF05HI06, EF05HI08, EF05HI09).

Atividade 1 Atividade 4
No item a, se algum estudante tiver dificuldade para indicar O estudante deve responder às questões com base nos dados
a civilização à qual o hino se refere, oriente-o a procurar a respos- fornecidos pela atividade (texto inicial para reflexão, imagens e
ta na unidade 1. No item b, os estudantes devem reler o hino e legendas) e no que foi estudado nos capítulos 4 e 5.
prestar atenção em todos os termos da afirmação para chegar à
conclusão correta. Atividade 5
A atividade exige que o estudante domine o conceito de patri-
Atividade 2 mônio imaterial e de patrimônio da humanidade, trabalhados em
diferentes momentos na coleção. Além do conceito de patrimônio,
A atividade pede que o estudante reescreva o texto no ca-
o ritual também é uma forma de marcar a passagem do tempo,
derno, preenchendo as lacunas com os termos fornecidos no
nesse caso, um marco social para o tempo biológico, que é o cresci-
item a. Oriente-os a ler atentamente e a observar com cuidado
mento das crianças e adolescentes e a entrada deles na vida adulta.
a gravura reproduzida na página. Sua função é relembrar o que
Caso haja necessidade de remediar defasagens, retomar atividades
o estudante aprendeu sobre a democracia grega. No item b,
sobre patrimônio histórico na unidade 1 e pedir que os estudantes
caso algum estudante tenha dificuldade, é possível remediar
releiam o que foi dito sobre os povos indígenas no capítulo 3.
orientando-o a reler a primeira parte do capítulo 2.
Atividade 6
Atividade 3 A atividade trabalha, principalmente, o tema dos direitos
Se houver dificuldade para realizar esta atividade, orien- humanos e as conquistas acerca desses direitos no Brasil, nas
te os estudantes a procurar os anos e formas de governo últimas décadas. O capítulo 9 apresenta uma série de conquis-
mencionados nos capítulos 3, 4, 5 e 6. Lembre-os de que, tas relevantes para diversos grupos sociais: mulheres, pessoas
até 1815, o Brasil fazia parte da estrutura administrativa de com necessidades especiais, população afrodescendente, crian-
Portugal, situação que começou a mudar com a chegada da ças e adolescentes e idosos. Para responder à questão, o estu-
família real, em 1808, a declaração de Reino Unido de Brasil dante deverá reler o capítulo e mencionar ao menos duas
Portugal e Algarves, em 1815, e, finalmente, a independência, dessas leis. Para remediar defasagens, peça aos estudantes
em 1822. que refaçam algumas das atividades desse capítulo.

214
Para avaliação
As rubricas a seguir são um instrumento de avaliação formativa que permite mensurar o desempenho dos estudantes e identifi-
car quais conteúdos cada um deles precisa aprimorar antes de prosseguir nos estudos.

Critérios de
O. P. Desempenho Justificativa
avaliação
O estudante O estudante identificou o poema como pertencente à civilização egípcia e
Desenvolvido
identificou as reconheceu a centralidade da religião para essa sociedade.
Atividade 1

características da O estudante identificou o poema como pertencente à civilização egípcia,


2 religião egípcia Desenvolvido mas não associou as características divinas atribuídas ao Nilo com a
no poema, parcialmente importância desse rio para a sobrevivência da população, aspectos
3 reconhecendo a evidenciados no poema da atividade.
importância da
religião para essa O estudante não identificou o poema como pertencente à civilização
Em desenvolvimento
civilização? egípcia nem reconheceu a centralidade da religião para essa sociedade.
O estudante reescreveu corretamente o texto no caderno, e elaborou
O estudante Desenvolvido uma frase empregando os conceitos de maneira coerente, demonstrando
Atividade 2

demonstrou conhecer o conceito de democracia e o contexto de seu surgimento.


conhecer o conceito
Desenvolvido O estudante reescreveu corretamente o texto no caderno, mas teve
4 de democracia e
parcialmente dificuldade para elaborar frases empregando os conceitos de forma coerente.
o contexto de seu
surgimento na Grécia O estudante não reescreveu corretamente o texto no caderno, e não
da Antiguidade? Em desenvolvimento conseguiu elaborar frases coerentes, demonstrando não ter compreendido
o conceito de democracia nem o contexto no qual ela surgiu.
O estudante O estudante identificou todos os momentos da formação do Estado
Desenvolvido brasileiro, relacionou-os à data correta e ordenou os acontecimentos
Atividade 3

identificou no
quadro diferentes cronologicamente.
momentos da Desenvolvido O estudante identificou todos os momentos da formação do Estado
6 formação do parcialmente brasileiro, mas não os relacionou à data correta.
Estado brasileiro, O estudante não identificou todos os momentos da formação do Estado
ordenando-os Em desenvolvimento brasileiro nem os relacionou à data correta e ordenou os acontecimentos
cronologicamente? cronologicamente de maneira incorreta.
O estudante identificou a coroação e a procissão como acontecimentos
O estudante relacionados a diferentes grupos sociais e étnicos, descendentes
interpretou Desenvolvido de portugueses, na coroação, e africanos e afro-brasileiros, na festa,
as imagens compreendendo a diferença social entre as duas imagens, uma com o
Atividade 4

corretamente, grupo social governante e a outra com escravizados e ex-escravizados.


relacionando-as com
O estudante identificou a coroação e a procissão como acontecimentos
o texto no quadro,
6 e identificou os
Desenvolvido relacionados a diferentes grupos sociais e étnicos, descendentes de
parcialmente portugueses, na coroação, e africanos e afro-brasileiros, na festa, mas não
acontecimentos
compreendeu a diferença social a diferença social entre as duas imagens.
e os grupos
sociais e étnicos O estudante não identificou a coroação e a procissão como
representados em acontecimentos relacionados a diferentes grupos sociais e étnicos, nem
Em desenvolvimento
cada imagem? compreendeu a diferença social entre as duas imagens, uma com o grupo
social governante e a outra com escravizados e ex-escravizados.
O estudante O estudante identificou no texto aspectos da cultura do povo Enawenê
identificou aspectos Desenvolvido e elaborou uma proposta coerente para impedir que atividades ilegais
Atividade 5

da cultura do povo prejudiquem as condições materiais da reprodução cultural desse povo.


Enawenê-nawê e O estudante identificou no texto aspectos da cultura do povo Enawenê
8 os relacionou aos Desenvolvido
e elaborou uma proposta coerente para impedir que atividades ilegais
perigos que esse parcialmente
prejudiquem as condições materiais da reprodução cultural desse povo.
povo enfrenta com as
atividades ilegais dos Em desenvolvimento O estudante não compreendeu o documento.
não indígenas?
O estudante pesquisou e selecionou leis, explicando por que demonstram
Desenvolvido
Atividade 6

O estudante respeito aos direitos humanos.


identificou entre os O estudante pesquisou e selecionou leis que demonstram respeito aos
Desenvolvido
8 itens pesquisados
parcialmente
direitos humanos, mas não soube justificar por que essas leis demonstram
leis que asseguram respeito pelos direitos humanos.
os direitos humanos? O estudante não conseguiu pesquisar ou não selecionou leis, que
Em desenvolvimento
demonstram respeito aos direitos humanos.

215
GRIMAL, Pierre. História de Roma. São Paulo: Editora Unesp, REIS, Daniel Aarão. Ditadura e democracia no Brasil: do
2011. golpe de 1964 à Constituição de 1988. Rio de Janeiro: Zahar,
Escrito por um grande latinista, o livro conta a história 2014.
da cidade de Roma e da civilização romana. Com uma Fugindo da interpretação tradicional do período da
linguagem quase literária, mas sem perder a precisão, ditadura militar no Brasil, Aarão Reis analisa como surgiu,
Grimal conduz o leitor da fundação de Roma ao auge do evoluiu, atingiu o auge e terminou a ditadura civil-militar
Império Romano, oferecendo um panorama instigante e no Brasil. Além de enfatizar a participação da sociedade
erudito sobre o tema. civil no regime, o autor debate as heranças dos anos de
chumbo que permanecem no presente.
KOSSOY, Boris. Um olhar sobre o Brasil. A fotografia na
construção da imagem da nação: 1833-2003. Rio de Janeiro: REIS, João José; GOMES, Flávio dos Santos. Liberdade por
um fio: uma história dos quilombos no Brasil. São Paulo:
Objetiva, 2012.
Companhia das Letras, 2008.
O livro faz parte de uma coleção que busca trazer novos
O livro reúne uma coletânea de artigos de historiadores
olhares para a história do Brasil. Nesse caso, pretende-se
e especialistas que traçam um panorama minucioso
contá-la desde os primeiros registros fotográficos, em
das estratégias de sobrevivência e de resistência dos
1830, até o século XXI.
quilombolas e de suas relações com a sociedade em
MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, diferentes regiões do país.
2020.
ROCHA, Ruth; ROTH, Otávio. Declaração Universal dos
O autor, especialista no assunto, apresenta de forma Direitos Humanos. São Paulo: Quinteto, 1986.
didática um panorama da história da África, respeitando O texto original da Declaração Universal dos Direitos
as diferenças sociais, culturais e históricas dos diferentes Humanos foi adaptado nessa obra, com competência e
povos e culturas que compõem o continente africano. Livro delicadeza, para crianças e jovens. Texto fundamental
pensado para o professor que sente falta de boas fontes de e indispensável a todos os estudantes, professores e
consulta sobre a cultura da África e dos afrodescendentes, cidadãos.
assunto obrigatório no estudo de História.
SACHS, Ignacy; WILHELM, Jorge; PINHEIRO, Paulo Sérgio (org.).
MESGRAVIS, Laima. História do Brasil colonial. São Paulo: Brasil: um século de transformações. São Paulo: Companhia
Contexto, 2001. das Letras, 2001.
A historiadora e especialista no período colonial (1500- Coletânea de ensaios de alguns dos principais intelectuais
-1822) explica de maneira didática e completa os brasileiros, o livro retrata a dinâmica das grandes
primeiros 300 anos da nossa história, abordando temas mudanças que pontuaram a história do país.
clássicos como o papel da escravidão, do ouro e do açúcar SCHWARCZ, Lilia Moritz (org.). História do Brasil nação:
nesse período. 1808-2010. Rio de Janeiro: Objetiva/Fundação MAPFRE,
NICOLAU, Jairo. Eleições no Brasil: do Império aos dias 2011-2014. 5 v.
atuais. Rio de Janeiro: Zahar, 2012. Essa obra em cinco volumes, ricamente ilustrada e editada,
O livro oferece um panorama dos sistemas eleitorais da é um pequeno monumento historiográfico. Escrita por
história do Brasil independente. O autor se concentra em alguns dos mais renomados historiadores em atividade
temas como os bastidores das campanhas, os perfis dos no Brasil, esmiúça as múltiplas dimensões (geográfica,
candidatos, o comportamento do eleitorado e os sistemas social, política, econômica, demográfica e cultural) da
história do Brasil como nação. Referência obrigatória para
de votação.
quem quer entender melhor o país.
PINSKY, Jaime (org.). Práticas de cidadania. São Paulo:
STADEN, Hans. Duas viagens ao Brasil. Belo Horizonte:
Contexto, 2004.
Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1974.
O livro reúne relatos de especialistas, ativistas, empresários
O livro é um relato histórico, publicado em 1557, que
e cidadãos envolvidos na promoção da cidadania a partir documenta a experiência de Hans Staden, alemão que
de políticas públicas e seus desafios de concretização foi aprisionado pelos Tupinambás e que viveu entre
na busca da efetivação da cidadania plena e da eles. O livro reúne informações de interesse sociológico,
responsabilidade social. antropológico e cultural sobre os primórdios do Brasil
PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (org.). História da colonial no século XVI.
cidadania. São Paulo: Contexto, 2003. TICUNA. O livro das árvores. São Paulo: Global, 2008.
Coletânea de textos que discute o processo histórico que O livro é uma coletânea de relatos, histórias e desenhos dos
levou à conquista dos direitos civis, políticos e sociais nas Ticuna que nasceu do curso de formação dos professores
sociedades ocidentais. Referência indispensável para o Ticuna. Nada melhor que conhecer hábitos, costumes e
professor. tradições narrados da perspectiva dos próprios indígenas.

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