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E N S I N O F U N DA M E N TA L
ANOS FINAIS
O
B RANC OS
Á Z AR O
AR D O CAMP
M OL ED U
L O
N SE R AD
A O P
R UN
B
GEOGRAFIA
COMPONENTE CURRICULAR:
G E O G R AF IA
MANUAL DO PROFESSOR
GEOGRAFIA
COMPONENTE CURRICULAR: GEOGRAFIA
E N S I N O F U N DA M E N TA L A N O S F I N A I S
EDUARDO CAMPOS
Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP)
Bacharel e licenciado em Geografia pela USP
Coordenador educacional e pedagógico do Ensino Fundamental e do Ensino Médio na rede
privada de ensino do estado de São Paulo
Atuou como professor no Ensino Fundamental, no Ensino Médio e no Ensino Superior
Autor de obras didáticas para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio
1ª edição
São Paulo, 2022
Bibliografia
Suplementado pelo manual do professor
ISBN 978-65-5767-503-8 (aluno)
ISBN 978-65-5767-504-5 (professor)
Impressão e acabamento
II
Apresentação
Professor(a),
Este material foi escrito com o objetivo de lhe apresentar a Coleção. Mais do que um ma-
nual ou guia, trata-se de um recurso para fornecer apoio em sua prática escolar cotidiana.
Nele, você encontrará informações sobre os fundamentos e os princípios que nortea-
ram a produção desta Coleção, bem como os pressupostos e as metodologias adota-
dos. Conhecerá como ela está estruturada e quais são os recursos que ela oferece para
que você possa promover diferentes objetivos de aprendizagem e uma articulação com
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Este material oferece ainda recursos para o
planejamento e a organização de projetos e de pesquisas com os estudantes e apresenta
sugestões de avaliações.
O intuito é oferecer um amplo material de apoio, sem enrijecer seu trabalho, pois en-
tendemos que os professores, por meio do estudo e da prática reflexiva, acumulam legi-
timamente o papel de mediadores e de intelectuais, sendo, portanto, autores e responsá-
veis pelo planejamento de suas aulas e pela aprendizagem dos estudantes.
Dessa forma, espera-se que esta Coleção seja um instrumento para apoiar sua prática
pedagógica, suas reflexões e facilitar o seu dia a dia nas diversas etapas que envolvem o
processo de ensino e aprendizagem, e também que ofereça flexibilidade para que você,
sempre que necessário, possa adaptar as propostas e sugestões que elaboramos às ne-
cessidades e características dos seus estudantes, da sua escola e do contexto regional
em que vivem.
Os autores.
III
Sumário
Orientações gerais Avaliações ..................................................................................... XXI
Avaliação formativa ...........................................................XXII
Ensino Fundamental • Anos Finais ............................................V Diferentes instrumentos de avaliação ......................... XXIII
A prática docente ................................................................... VI Propostas de avaliação nesta Coleção........................ XXIII
Avaliação diagnóstica ................................................... XXIII
A BNCC nesta obra ....................................................................... VI
Avaliações de processo ................................................. XXIII
Competências gerais, Avaliação de resultado .................................................. XXIV
específicas e habilidades ...................................................... VI
Monitoramento e registro .............................................. XXIV
IV
Orientações gerais
Ensino Fundamental – Anos Finais
A transição dos estudantes, que ainda são crianças, do 5º para Vale ressaltar que a prevalência de estudantes avaliados com
o 6º ano do Ensino Fundamental, é um marco significativo na vida processos de aprendizagem insatisfatória e encaminhamentos
escolar deles. Simbolicamente, a sociedade comunica, por meio para atividades de recuperação pedagógica está concentrada
da organização da educação formal escolar, que eles estão ama- justamente nos anos seguintes às transições entre ciclos, no 6º
durecidos para viver novos desafios cognitivos, caracterizados ano do Ensino Fundamental e no 1º ano do Ensino Médio. Esse
pela maior diversidade e especialização dos conteúdos escola- dado da realidade indica que o acolhimento dos estudantes e a
res, traduzidos em diferentes componentes curriculares. Os estu- preparação para as aprendizagens e exigências que vivenciarão
dantes passam a conviver com um maior volume de cadernos e no Ensino Médio devem ser uma referência para os Anos Finais do
livros, saberes, tarefas e variadas situações didáticas, não mais Ensino Fundamental.
contando apenas com um ou dois professores de referência, que Essa condição intermediária dos Anos Finais do Ensino Funda-
lhes acompanhavam durante todo o ano, mas têm acesso a um mental atribui a esses anos escolares a função de consolidar as
maior conhecimento sobre os processos de aprendizagem. Muitas aprendizagens iniciadas nos anos anteriores, remediar ou recu-
vezes, essa transição é também caracterizada por uma mudança perar eventuais lacunas, promover a construção de saberes es-
do turno e de unidade escolar. Os estudantes deixam de ocupar o senciais às aprendizagens previstas para o Ensino Médio e, so-
lugar de mais velhos no segmento anterior e voltam a ser os mais bretudo, propor novas aprendizagens capazes de proporcionar
novos do Ensino Fundamental – Anos Finais, o que também pode significado social e científico próprio para cada uma dessas eta-
gerar alguma insegurança. pas. Essas propostas devem ser significativas para o estudante, o
Se por um lado as aprendizagens realizadas nos anos ante- que é potencializado quando a escola o compreende como sujeito
riores (dentro e fora da escola), associadas ao desenvolvimento em formação, com múltiplas necessidades para além do desen-
cognitivo e à maturação de natureza biológica, possibilitam aos volvimento cognitivo, criando, assim, variadas situações para esti-
estudantes realizar raciocínios mais complexos, eles ainda estão mular o diálogo efetivo e o protagonismo nas suas aprendizagens
transitando da infância para a adolescência e a juventude. Por- formais, previstas pelos currículos de cada área do conhecimento
tanto, são atravessados por outras dimensões que envolvem a e de componente curricular, assim como de tantas outras apren-
vida social e o desenvolvimento psíquico e emocional, as quais dizagens, essenciais para a compreensão de si e da vida em so-
precisam ser integradas ao planejamento pedagógico e traduzi- ciedade. Dessa forma, é possível promover a Educação Integral,
das em práticas educacionais cotidianas de acolhimento. sobre a qual trataremos mais adiante.
A conquista da autonomia pelos estudantes passa necessa- Outro ponto que merece atenção, tanto para os Anos Finais
riamente pela vivência de situações mais complexas, que exigem do Ensino Fundamental como para os demais ciclos, é a reto-
a construção de novos saberes atitudinais (competências socio- mada de uma rotina de aprendizagem na escola, considerando
emocionais), procedimentais, conceituais e factuais. Ou seja, a que o contexto pandêmico, iniciado no ano 2020, desestruturou
autonomia deve ser ensinada e incentivada pela escola e pelas práticas e procedimentos escolares e exigiu reconfigurações e
famílias e também desejada pelos estudantes. encaminhamentos inéditos para a promoção dos processos de
ensino e aprendizagem. Problemas de acesso aos meios tecno-
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V
Entre brasileiros com 18 anos ou mais residentes com crianças com gressar no Novo Ensino Médio. Isso pressupõe que eles devem co-
até 3 anos, um terço (34%) mencionam que essas crianças frequenta- nhecer como a escola organiza a oferta de itinerários formativos e
vam uma creche antes da pandemia, o que revela que sofreram uma também investir tempo para conhecer seus gostos, pontos fortes
alteração significativa em sua rotina diária no período, uma vez que as e fracos, avaliar seu contexto de vida e ampliar seu conhecimento
creches fecharam. de mundo, enriquecendo seu universo de escolhas.
[...]
Ainda que a maioria dos residentes com crianças e adolescentes em
idade escolar que estavam matriculadas na escola antes da pandemia
A BNCC nesta obra
tenha afirmado que elas continuaram realizando atividades durante Homologada em dezembro de 2017, a Base Nacional Comum
o período da pandemia de COVID-19 no Brasil, os cerca de 4 milhões Curricular (BNCC) é um documento normativo, já previsto pela
de residentes com crianças ou adolescentes de 4 a 17 anos que rela- Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que define
taram que elas não realizaram atividades escolares à distância servem um conjunto de aprendizagens essenciais progressivas a serem
de alerta para mostrar que há margem para um agravamento da situa- alcançadas pelos estudantes da Educação Infantil e do Ensino
ção de exclusão no acesso à educação de crianças e adolescentes em Fundamental no Brasil. Em dezembro de 2018, foi homologado um
idade escolar em função das consequências trazidas pela pandemia. complemento da BNCC, voltado ao Ensino Médio, discriminando
UNICEF. Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e assim todas as competências e habilidades de responsabilidade
Adolescentes: Relatório de análise: 1ª Onda. p. 23 e 29. Disponível em: da Educação Básica das escolas brasileiras.
https://www.unicef.org/brazil/media/11331/file/relatorio-analise
-impactos-primarios-e-secundarios-da-covid-19-em-criancas-e Orientada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
-adolescentes.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022. Básica (DCN), a BNCC visa proporcionar uma formação integral
Assim, além dos tradicionais objetivos e das expectativas pre- dos estudantes, que contribua para a construção de uma socie-
vistos para os Anos Finais do Ensino Fundamental, os anos com- dade justa, democrática e inclusiva. Esse documento passa a ali-
preendidos para o uso desta Coleção (2024 a 2027) devem ser cerçar a produção de currículos e as práticas pedagógicas dos
pensados para atender estudantes com essas defasagens de componentes curriculares.
aprendizagem e de convívio social. Assim, você vai encontrar no No que se refere ao ensino de Geografia, ao enfatizar a im-
Livro do Estudante uma proposta de encaminhamento de te- portância e a centralidade do desenvolvimento do raciocínio geo-
mas e de conteúdos em complexidade adequada a esse contexto gráfico para a análise das interações entre sociedade e nature-
particular, incluindo atividades em duplas e em grupos, reflexões za, em diferentes escalas, contextos e épocas, a BNCC contribui
sobre situações-problema que promovem a construção de com- para o debate e o movimento de renovação da Geografia esco-
petências socioemocionais e o convívio respeitoso, além de traba- lar, estimulando práticas pedagógicas que possibilitem superar a
lhos envolvendo a comunidade escolar. Essas propostas buscam
aprendizagem baseada em memorização e simples descrição de
estimular o relacionamento e o convívio social e tornar a aprendi-
aspectos físicos e sociais, muitas vezes no contexto de realidades
zagem efetivamente significativa, favorecendo a construção de
distantes das vivenciadas pelos estudantes.
sentido e vínculos com o saber entre os estudantes e entre eles e a
comunidade. Todos esses encaminhamentos estão devidamente
explicitados nas Orientações para este volume, deste Manual do
Competências gerais, específicas e habilidades
Professor, na qual tratamos de cada volume desta Coleção. A proposta teórico-metodológica desta Coleção objetiva ar-
ticular o desenvolvimento das Competências gerais da Educação
A prática docente Básica, das Competências específicas de Ciências Humanas e das
Competências específicas de Geografia. Antes de indicar como
A função do professor é fundamental nesse percurso traçado
trabalhá-las, é necessário averiguar o que é preciso entender por
para os estudantes. Seu papel como mediador do processo de
competência, de acordo com a BNCC. Segundo o documento:
aprendizagem deve ter como objetivo tornar os estudantes dese-
josos pelo futuro, que queiram crescer, isto é, abandonar a infância [...]
em relação àquilo que significa dependência e falta de autonomia.
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conheci-
mentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas
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VI
A explicitação das competências fornece referências para o as mais diversas tecnologias de informação e comunicação são fontes
fortalecimento de ações que asseguram as aprendizagens essen- que estimulam sua curiosidade e a formulação de perguntas. O estí-
ciais definidas na BNCC. Ao adotar esse enfoque, esse documento mulo ao pensamento criativo, lógico e crítico, por meio da construção
indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas para e do fortalecimento da capacidade de fazer perguntas e de avaliar res-
o desenvolvimento dessas competências, que descrevem o que postas, de argumentar, de interagir com diversas produções culturais,
os estudantes devem “saber” (considerando a constituição de co- de fazer uso de tecnologias de informação e comunicação, possibilita
nhecimentos, habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, o que aos alunos ampliar sua compreensão de si mesmos, do mundo natu-
devem “saber fazer”, considerando a mobilização desses conhe- ral e social, das relações dos seres humanos entre si e com a natureza.
cimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas
As características dessa faixa etária demandam um trabalho no am-
complexas da vida cotidiana e do mundo do trabalho, além do
biente escolar que se organize em torno dos interesses manifestos
pleno exercício da cidadania.
pelas crianças, de suas vivências mais imediatas para que, com base
Essas competências podem ser desenvolvidas por meio das di- nessas vivências, elas possam, progressivamente, ampliar essa com-
versas propostas de atividades encontradas nesta Coleção. Tam-
preensão, o que se dá pela mobilização de operações cognitivas cada
bém é possível articular o trabalho com as Competências gerais
vez mais complexas e pela sensibilidade para apreender o mundo, ex-
(CG), as Competências específicas de Ciências Humanas (CECH)
pressar-se sobre ele e nele atuar.
e as Competências específicas de Geografia (CEG) nas variadas
seções que propõem atividades interdisciplinares e em grupo, na [...]
elaboração de seminários, na expressão de opiniões, no contato BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.
Base Nacional Comum Curricular: Brasília,
com diferentes linguagens e nas práticas de pesquisa para am-
DF: MEC: SEB, 2018. p. 56.
pliação do conhecimento.
Em vários momentos do desenvolvimento dos conteúdos, as
Em relação às CG1 e CG2 e à CEG1, ligadas ao processo de
atividades propostas no boxe Explore e nas diferentes seções
aplicação do conhecimento e ao exercício da curiosidade, a or-
dos capítulos estimulam o estudante a reconhecer mudanças
ganização da Coleção favorece a articulação e a ativação dos
sociais promovidas ou estimuladas pelos avanços tecnológicos
conhecimentos prévios dos estudantes, mobilizados na abertura
e pelas dinâmicas do meio técnico-científico e informacional,
de cada unidade e de cada capítulo (seção Para começar). As
perpassando, desse modo, a mobilização da CEG2 sobre a im-
atividades apresentadas no boxe Explore, distribuído ao lon-
portância dos objetos técnicos e a maneira como a humanidade
go dos capítulos, estimulam o protagonismo do estudante no
se apropriou da natureza, no decorrer de diferentes processos
processo de aquisição do conhecimento, ao abordarem opera-
históricos; e também a realizar pesquisas e acessar informações
ções cognitivas diversificadas, como leitura, reflexão, análise e
na internet com autonomia e debater com base em argumentos
interpretação dos recursos visuais; e também a exploração de
aspectos importantes desenvolvidos na Coleção, além de exi- confiáveis.
girem o levantamento de hipóteses. As propostas desse boxe Considerando esses objetivos, a construção da argumenta-
e das diferentes seções que permeiam as unidades, em vários ção é uma competência fundamental e é trabalhada na CG6 e na
momentos ao longo da Coleção, são pautadas pela resolução CECH6 da BNCC. A principal diferença entre elas reside na fon-
de problemas. Para favorecer a consolidação dos conhecimentos te de conhecimentos a serem mobilizados na argumentação. De
adquiridos nas diferentes atividades trabalhadas nos capítulos, modo mais abrangente, espera-se que o estudante argumente
as propostas avaliativas, apresentadas ao final de cada unida- com base em fatos, dados e informações confiáveis; assim como
de, na seção Ponto de checagem, propiciam a retomada do per- construa argumentos baseados nos conhecimentos de Ciências
curso de aprendizagem e uma reflexão sobre a construção do Humanas e nas informações geográficas.
conhecimento, ampliando a consciência do estudante sobre o Nesta Coleção, a seção Contraponto, presente em todas as
processo de estudar e aprender. unidades, privilegia o desenvolvimento dessas competências,
A CG3, que destaca a importância da construção do repertó- apresentando recursos textuais e visuais diversificados como
rio cultural dos estudantes, pode ser desenvolvida principalmente apoio para a seleção e a classificação de informações, o reco-
com base na reprodução de diferentes produções artísticas pro- nhecimento, a análise e a inferência de pontos de vista sobre o
postas nesta Coleção, e também nas seções Trabalhando com, assunto em estudo e, por fim, a elaboração ou a defesa de uma
Interagindo e convivendo e Conheça mais, as quais exploram re- opinião, a tomada de decisão ou, ainda, a construção de propos-
cursos textuais e visuais, analisados e interpretados. Essa propos- tas de encaminhamento. Nesse contexto, ao longo das etapas de
ta favorece a articulação entre a cultura e a sociedade com base estudo dos Anos Finais, o estudante é estimulado a desenvolver a
na análise e na leitura de obras de arte, poemas, imagens, entre argumentação para se posicionar diante de questões globais rele-
outros recursos relacionados ao tema principal e ao conhecimen- vantes debatidas na atualidade, como deslocamentos populacio-
to geográfico abordado em cada unidade. O trabalho com essa nais no mundo, igualdade de gênero e de oportunidades, defesa
Competência geral pode ser vinculado ao desenvolvimento das dos direitos humanos e conservação ambiental.
Competências específicas de Ciências Humanas 1 e 4, tendo em
O desenvolvimento do protagonismo do estudante e a promo-
vista que o aumento do repertório cultural dos estudantes favo-
ção de atitudes cidadãs, expressos na redação da CG4, na CECH3
rece atitudes de respeito à pluralidade de culturas, promoção dos
e na CEG7 da BNCC, são incentivados em diversos momentos
direitos humanos e valorização dos saberes, das potencialidades
desta Coleção, por exemplo, nas atividades propostas ao longo
e identidades de grupos sociais.
dos capítulos (boxe Explore) ou naquelas que os finalizam; e nas
O desenvolvimento da CG5, relacionada à compreensão, uso e
atividades práticas das seções, sobretudo na seção Interagindo
criação de tecnologias de informação e comunicação, também é
e convivendo, que estimulam seu papel protagonista no mundo,
favorecido na proposta teórico-metodológica desta Coleção, ten-
como a apresentação de soluções para certos problemas e o tra-
do em vista que, segundo a BNCC:
balho cooperativo, além de contribuir para a formação cidadã e
[...] ética. A CEG2 também é mobilizada nos quatro volumes, quando
As experiências das crianças em seu contexto familiar, social e cultural, são desenvolvidas análises a respeito dos avanços tecnológicos
suas memórias, seu pertencimento a um grupo e sua interação com verificados em diferentes etapas da história e na tecnificação
VII
do território, como os que marcaram as diversas etapas da Re- atuações das transnacionais, à integração econômica e finan-
volução Industrial, sobretudo ao longo dos três últimos séculos, ceira em escala global e aos intercâmbios históricos e culturais
e suas repercussões no mundo do trabalho, na agropecuária, no entre Europa, Ásia e Oceania.
espaço urbano, na exploração de recursos naturais – atividade A unidade temática Mundo do trabalho visa estimular a com-
extrativa –, possibilitando, assim, o estabelecimento de conexões preensão a respeito de como as atividades e o trabalho humano
entre temáticas diferentes do conhecimento geográfico. produzem e organizam o espaço geográfico, reconhecendo dife-
Visando atender aos objetivos do ensino da Geografia e o tra- rentes processos produtivos e a importância dos recursos natu-
balho com as competências explicitadas, a BNCC estabelece um rais, dos objetos técnicos e do desenvolvimento tecnológico para
conjunto de habilidades que os estudantes devem desenvolver a dinâmica socioeconômica, a vida e o trabalho da população.
ao longo de cada etapa da Educação Básica. Essas habilidades Desse modo, as transformações nas paisagens urbanas e rurais,
apresentam uma progressão de complexidade e estão vincula- inclusive as naturais, e seus processos desencadeadores são te-
das a objetos de conhecimento, organizados em cinco unidades máticas recorrentes no Volume 6. E, para a mobilização das habi-
temáticas para os Anos Finais do Ensino Fundamental, apresen- lidades relativas a essas dinâmicas, são propostas análises apoia-
tadas a seguir. das em atividades que exploram representações fotográficas ou
A unidade temática O sujeito e seu lugar no mundo se estrutu- cartográficas. Com efeito, nas explicações sobre as mudanças
ra ao longo dos quatro anos, de modo a ampliar as noções dos es- das relações sociedade-natureza com o surgimento das cidades,
tudantes sobre o lugar onde vivem (identidade), os modos de vida as formas de uso da terra, a apropriação dos recursos hídricos
de diferentes sociedades (alteridade), as características e as di- e as análises de diferentes formas de ação social no ambiente
nâmicas da população mundial e a hegemonia cultural europeia. físico, diversas abordagens a respeito do trabalho humano são
Assim, no Volume 6, o enfoque está pautado no reconhecimento secundadas, contribuindo para o entendimento das dinâmicas
dos lugares de vivência e na categoria de análise da paisagem, que estruturam o espaço geográfico. No Volume 7, é abordado
por meio do estabelecimento de relações com o cotidiano do es- o papel das diferentes formas de trabalho, no tempo e no espa-
tudante – seja ele residente no campo ou na cidade. Nessa pers- ço, e a produção de riqueza e desigualdade social e econômica
pectiva, as abordagens e as propostas de atividades, trabalhadas na formação da sociedade e do território brasileiro. No Volume 8,
em consonância com as habilidades da BNCC e, portanto, tra- são mobilizadas habilidades que analisam os padrões econômicos
tando de conteúdos relativos às dinâmicas naturais, às relações mundiais de produção e circulação de mercadorias agrícolas e in-
sociedade-natureza, às diferentes atividades econômicas, reme- dustrializadas, a influência do desenvolvimento científico e tecno-
tem, em muitos casos, ao cotidiano do estudante, sendo esse lógico nos tipos de trabalho e na economia latino-americana, as
encaminhamento também proposto no Volume 7, em que são características de países da América e da África, que possibilitam
abordadas as diferentes etnias e culturas que formam o povo a consecução de diversos aspectos relacionados a essa unidade
brasileiro e seus diferentes papéis na formação do território na- temática da BNCC. No Volume 9, isso se concretiza com o desen-
cional, valorizando as contribuições das matrizes indígenas, afri- volvimento de habilidades que relacionam os impactos das mu-
canas e europeias. Nos Volumes 8 e 9, ao tratar de temas sobre a danças técnicas e científicas no trabalho e o processo de urbani-
população mundial, inclusive a migração e a hegemonia da Euro- zação às transformações na atividade agropecuária, bem como
pa na política e na cultura, além da globalização e da geopolítica, à ampliação do desemprego estrutural; além disso, efetiva-se
da atuação das corporações internacionais, busca-se a contex- na compreensão e na análise do processo de industrialização,
tualização, a referência ao espaço de vivência e sua relação com levando-se em conta suas repercussões na produção nos conti-
outros modos de vida, com diferentes processos e fenômenos. nentes europeu, asiático e na Oceania.
A unidade temática Conexões e escalas objetiva assegurar, A unidade temática Formas de representação e pensamento
durante os Anos Finais do Ensino Fundamental de Geografia, espacial estabelece um feixe de objetos do conhecimento e das
a análise e a articulação de fatos, situações e processos natu- habilidades que visam desenvolver o raciocínio espaço-temporal,
rais, sociais, políticos, econômicos e culturais nas escalas local, por meio da linguagem cartográfica e gráfica, além de estimular a
regional e global para explicar as relações entre as sociedades interpretação e a elaboração de representações diversas, reconhe-
humanas, assim como as relações entre estas e a natureza. Para cendo-as como instrumentos de análise de dados e informações
tanto, no Volume 6 há uma abordagem conceitual sobre natu- para a produção do conhecimento geográfico. A abordagem dessa
reza, que visa promover reflexões e aprendizagens sobre proces- unidade temática no Volume 6 é feita com base em representações
sos e fenômenos naturais e sociais e as relações entre distintas de fenômenos físico-naturais e sociais da Terra, por meio de mode-
sociedades e o meio natural, além das operações cognitivas de los bidimensionais e tridimensionais, com ampla variedade de tipos
identificação, descrição, observação e análise, considerando as de mapas, blocos-diagramas e perfis topográficos, proporcionan-
relações temporais da natureza e os processos de ocupação e do, além da representação de elementos e estruturas da superfície
produção do espaço geográfico. No Volume 7, é analisado o do planeta, o exercício da construção e a interpretação da medida
processo de formação do território brasileiro, destacando tan- de distâncias no espaço. No Volume 7, estão presentes diferentes
to a expansão de seus limites territoriais quanto a ocupação e gráficos e mapas temáticos, em variadas escalas, para represen-
a produção do espaço geográfico ao longo da história, e tam- tar processos naturais, sociais e econômicos do Brasil. Há mapas
bém é feita uma ampla caracterização da população brasileira. representando as transformações espaciais ao longo de períodos
No Volume 8, ganham destaque os fatos e os processos sociais, históricos, correlações entre mapas temáticos e de diferentes mo-
políticos, econômicos e culturais, abordados com base na mobi- mentos da história e propostas de leitura e interpretação cartográ-
lização de habilidades para a compreensão dos fluxos migrató- fica que dialogam com imagens, com o texto e com o contexto dos
rios e de refugiados, da atuação das organizações internacionais espaços vividos dos estudantes. Nos Volumes 8 e 9, as habilidades
na integração da economia mundial, dos padrões de produ- relacionadas a essa unidade temática são mobilizadas por meio da
ção e circulação de mercadorias, entre outras temáticas. No elaboração de representações cartográficas diversificadas e pela
Volume 9, essa unidade temática permeia as análises relativas interpretação de mapas e anamorfoses geográficas que contem-
ao desenvolvimento das habilidades propostas pela BNCC, com plam o espaço mundial, inclusive os continentes americano e afri-
operações mentais e recortes temáticos, que se relacionam às cano. No Volume 9, dá-se sequência às análises das anamorfoses,
VIII
amplia-se o processo de elaboração e interpretação de gráficos e escola cumpra apenas a função da instrução cognitiva, torna-se
mapas, e é proposta a comparação e a classificação de diferentes necessário desenvolver processos integradores que sejam signifi-
regiões do mundo. cativos diante da heterogeneidade sociocultural na qual a escola
Por fim, a unidade temática Natureza, ambientes e qualidade está inserida, assim como considerar a fluidez com a qual os sa-
de vida organiza objetos de conhecimento e habilidades que ob- beres devem ser (re)formulados para acompanhar e explicar as
jetivam possibilitar ao estudante identificar e explicar componen- transformações do mundo.
tes e processos físico-naturais, reconhecendo diferentes modos A concepção de Educação Integral entende que as práticas
de apropriação dos recursos naturais e impactos socioambientais educativas devem garantir condições necessárias para os sujei-
observados nesse processo. Essa unidade temática é trabalhada tos se desenvolverem com autonomia, buscando constituir suas
em diversas situações de estudo ao longo do Volume 6, sobretu- identidades.
do a partir do Capítulo 5, quando as temáticas enfatizam ainda
mais as relações da sociedade com a natureza. A questão do equi-
líbrio no sistema Terra é tratada na perspectiva da reflexão diante
de diversas práticas sociais de ocupação e de uso dos espaços
e de elementos naturais, principalmente em relação à dinâmica
climática, aos recursos hídricos e ao solo. Estratégias didáticas
variadas são utilizadas no decorrer desse volume (utilização de
infográficos, gráficos, tabelas, charges, entre outros gêneros tex-
tuais), para proporcionar a identificação e a análise de diferentes
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apropriações dos recursos naturais. Dessa forma, possibilita-se
a reflexão sobre propostas e formas de relação sociedade-na-
tureza, que valorizam ações ambientalmente sustentáveis, con-
siderando-se, inclusive, as propostas de soluções de problemas
socioambientais. No Volume 7, são caracterizados os biomas
brasileiros, apresentados exemplos de diferentes relações da so-
ciedade com os ambientes naturais e expostos os problemas e
riscos de modelos não sustentáveis na perspectiva ambiental.
No Volume 8, por meio, também, de diferentes propostas de ati-
vidades, apoiadas em recursos visuais e textuais, e encaminha-
mentos dos textos na abordagem dos conteúdos, possibilita-se a
reflexão e a análise de problemas socioambientais e destaca-se a
necessidade que as sociedades de diferentes localidades têm de A Educação Integral deve levar em consideração as
uma melhor qualidade de vida, sendo esta, proporcionada, entre dimensões intelectuais, emocionais, políticas, sociais,
outros aspectos, pelo acesso aos serviços básicos de infraestru- físicas e culturais dos estudantes.
tura e saneamento, levando-se em conta os espaços africanos e
americanos. Ainda nesse mesmo volume, as abordagens sobre as Essa forma de educar deve ser um projeto coletivo, consoli-
questões ambientais compreendem acontecimentos, processos e dado por meio de responsabilidades compartilhadas entre edu-
cadores, gestores, comunidade, família e os próprios estudantes.
fenômenos presentes na Antártida. No Volume 9, as abordagens
Busca-se, então, um novo formato para a escola contemporânea,
introdutórias sobre os impactos da industrialização em diferentes
que associe os conteúdos a ações concretas nos campos da par-
tempos e espaços promovem a mobilização de habilidades que
ticipação cidadã e do pleno desenvolvimento dos sujeitos.
envolvem análises sobre as consequências da utilização de re-
cursos naturais e de diversas fontes energéticas. A compreensão É nítido que, nos últimos anos, a Educação Básica vem sendo
das questões socioambientais e do encaminhamento de possíveis desafiada a assumir compromissos formativos bem mais amplos
soluções tem sequência no desenvolvimento temático que con- do que a tradição da educação brasileira sempre o fez. A inserção
templa os territórios dos países da Europa, da Ásia e da Oceania. das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs)
nas aulas, por meio do uso de equipamentos como microcompu-
Nesta Coleção, na proposta teórico-metodológica, são con-
tadores, smartphones e tablets conectados à internet, contribui
templadas as habilidades descritas pela BNCC para cada um dos
para instabilizar os limites entre a escola e o mundo. Esses recur-
Anos Finais do Ensino Fundamental, abordando os objetos de co-
sos trazem consigo um universo multimidiático com o qual as ins-
nhecimento, os processos cognitivos a serem desenvolvidos de
tituições de ensino e os professores passam a lidar de maneira
acordo com cada indicação verbal, bem como os contextos e as
mais perene.
especificações contidas na redação de cada habilidade, de modo
a favorecer a apreensão de conhecimentos, a promoção do ra- A adoção de uma proposta de Educação Integral precisa es-
ciocínio geográfico, a formação de atitudes e valores positivos, o tar centrada no estudante. Isso significa que todo o programa
pedagógico (currículo, prática educacional, recursos, ambiente,
encaminhamento de reflexões e o estímulo às práticas de inter-
tempo e agentes educacionais) deve ser planejado, avaliado e re-
venção nos lugares de vivência do estudante.
posicionado de acordo com os interesses e as necessidades de
aprendizagem, e com o desenvolvimento, o contexto e as pers-
A concepção de Educação Integral pectivas dos estudantes, articulando passado, presente e futuro.
No esforço de garantir a personalização dos percursos formativos
A formação escolar é um processo fundamental na prepara- e considerando a singularidade de cada estudante, é necessário
ção de crianças e jovens para a vida adulta, fase na qual deverão que os educadores tenham uma compreensão ampla das diver-
exercer sua cidadania, nos mais variados aspectos, passando a sas formas de aprendizagem e de desenvolvimento possíveis para
integrar plenamente o corpo social, com todos os direitos e de- crianças e adolescentes e, portanto, de uma ampla gama de abor-
veres da vida adulta. Nesse sentido, não é mais suficiente que a dagens e métodos de ensino.
IX
cipação (para que as pessoas se sintam parte do processo edu-
cacional), conhecimento (valorização do olhar sobre o local como
possibilidade de estabelecer conexões), e intersetorialidade (para
garantir que condições dignas de existência sejam acessíveis a
todas as pessoas da sociedade). É impossível, portanto, pensar
em um conteúdo unificado para um país tão diverso em relação
a paisagens e modos de vida como o Brasil. Nesse sentido, com-
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preender o papel de cada agente educacional, valorizando sem-
pre o protagonismo dos estudantes, fará com que os objetivos
estabelecidos para a formação desses sujeitos sejam avaliados e
possam ser repensados, inclusive pelos próprios educandos, que
passam a agir com mais segurança e autonomia na tomada de
decisões e na atuação crítica no meio em que vivem.
X
seja possível, é preciso criar situações didáticas que auxiliem os No âmbito do ensino de Geografia, bem como em outros com-
estudantes a não apenas apreciar e consumir arte e cultura, mas ponentes curriculares dos Anos Finais do Ensino Fundamental, o
a participar de produções e se apropriar de suas linguagens e ele- planejamento docente também deve prever atividades que tor-
mentos, para se comunicar, se autoconhecer e construir sentimen- nem o conteúdo significativo para o estudante, com base em
tos de pertencimento ao grupo, à escola e à sociedade, com os metodologias e recursos relacionados ao uso das diferentes lin-
quais comunga determinados valores e saberes. guagens, com destaque para aquelas do campo das tecnologias,
Os processos educativos norteados pela ideia de protagonis- preparando os educandos para relações cada vez mais concretas
mo juvenil precisam estar relacionados a alguns pilares que ga- com a contemporaneidade e que serão aprofundadas ao longo
rantam uma aprendizagem significativa. São eles: do Ensino Médio, como está previsto na própria BNCC.
⓿ vontade (para traçar objetivos desafiadores e usar a criativida- Os educandos estão vivendo em um mundo marcado por di-
de para atingi-los); namismos que, tomados em conjunto, configuram a entrada da
⓿ significado (para dar sentido aos conteúdos, de forma articula- própria humanidade em uma nova etapa do processo civilizatório
da entre os componentes curriculares); (a globalização dos mercados, o ingresso na era pós-industrial e
outras percepções socioculturais), na qual esses indivíduos terão
⓿ atitude (ação que transforma as ideias em práticas);
uma participação fundamental. Para promover a Educação Inte-
⓿ reflexão (para pensar continuamente nas atitudes e nos objeti- gral, o educador deve estar, contudo, atento às particularidades
vos, revendo processos, se necessário).
sociais e culturais que distinguem as infâncias e as adolescências
Nesse cenário, há várias metodologias de ensino e aprendiza- (no plural, já que estamos tratando de fases da vida que se dife-
gem que pressupõem novas formas de relacionamento entre to- renciam segundo aspectos contextuais, econômicos, políticos e
dos os agentes participativos do ambiente escolar. biológicos). Assim, é necessário considerar quais linguagens são
A BNCC enfatiza o princípio do aprender a aprender, por meio praticadas por esses estudantes nos exercícios de autoria, sua es-
do desenvolvimento de competências que estimulem os estudan- sência de mutabilidade, suas constantes evoluções e recriações.
tes a conseguir lidar com a informação cada vez mais disponível,
agir com responsabilidade e ética no contexto das culturas digi- Culturas juvenis (diferentes interesses e
tais, aplicar saberes adquiridos na escola para resolver problemas
formas de aprendizagem)
reais, tomar decisões com autonomia, identificar e investigar as-
pectos relacionados aos problemas da comunidade, buscar so- Apesar de, em linhas gerais, o objetivo de a educação ser a
luções, conviver e aprender com as diversidades. Ou seja, os es- transcendência da experiência imediata, o ponto de partida de
tudantes devem ser expostos a novas formas de relação com o qualquer projeto pedagógico, sobretudo na perspectiva da Edu-
mundo, assim como a variadas possibilidades de ler e formular hi- cação Integral, deve ser o mundo e a realidade sociocultural dos
póteses sobre os fenômenos, inclusive para testá-las e refutá-las, estudantes; quer dizer, suas inquietações, seus interesses, suas
elaborar sínteses, mediar conflitos e exercer uma atitude ativa na percepções e linguagens a partir das quais se expressam. Sendo
construção de conhecimentos. assim, a escola exerce a importante função de acolher e de po-
tencializar a pluralidade identitária, fazendo com que os estudan-
tes se sintam seguros, representados nas práticas metodológicas
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XI
nais e, por isso mesmo, não podem ser ignorados pelos agentes Seguindo as orientações atreladas à CG9 da BNCC, é possível
educacionais. De acordo com a BNCC: construir também conhecimentos relacionados à empatia e à co-
operação com base no componente curricular de Geografia, con-
A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita
siderando os temas abordados e as práticas desenvolvidas. Por
atenção, para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, ga-
exemplo, ao tratar dos grandes conflitos que marcaram a história
rantindo integração e continuidade dos processos de aprendizagens
ou das crises migratórias, o educador pode destacar como o pre-
das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes relações
conceito, a falta de empatia e a intolerância acabam provocando
que elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a natureza
sérios conflitos. Nesse contexto, trabalhos em duplas e em grupos,
das mediações de cada etapa. Torna-se necessário estabelecer estra-
debates e outras formas de interação mediadas pelo professor em
tégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para
sala de aula, configuram momentos ricos para a construção do res-
os docentes, de modo que a nova etapa se construa com base no que
peito às diferenças e à valorização da diversidade. Até mesmo a di-
a criança sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade
vergência de opiniões, por vezes, pode contribuir para reflexões so-
de seu percurso educativo.
bre a importância da convivência para que a paz seja vislumbrada.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.
Base Nacional Comum Curricular: Brasília,
DF: MEC: SEB, 2018. p. 53. Respeito e diversidade nas escolas
Nesse contexto, o educador e o ambiente escolar necessitam fo- Ao analisar a questão da igualdade, constata-se que os estu-
mentar condições para uma relação afetiva entre os sujeitos e os dantes apresentam semelhanças e diferenças entre si, e isso deve
conteúdos, garantindo condições férteis de aprendizagem. Em um ser explorado de modo positivo, empático e agregador. Reconhe-
país marcado pelas desigualdades socioeconômicas, pela diversida- cer a diversidade entre os estudantes é uma forma de propor-
de cultural e pelos desníveis de aprendizagem e/ou de ordem psico- cionar a todos a oportunidade de acompanhar os processos de
lógica (agravados pela pandemia do coronavírus enfrentada a partir ensino, criando um universo coeso que facilite o aprendizado e
de 2020), é preciso que a escola reflita sobre os múltiplos contex- estabeleça a harmonia entre os educandos.
tos nos quais estão inseridos crianças e adolescentes. Esse deve ser A pluralidade de ideias e o respeito à diversidade, portanto, de-
um compromisso coletivo dos agentes educacionais, no esforço de vem pautar o trabalho realizado na Educação Integral e o desenvolvi-
perceber preferências em relação a estilos musicais, modalidades es- mento dos estudantes, o que será possível se forem consideradas
portivas, manifestações artísticas, entre outros elementos que con- as singularidades identitárias e os contextos sociais nos quais eles
ferem identidade aos diferentes grupos de estudantes, de maneira estão inseridos. Para garantir a efetivação desses pressupostos,
que os currículos reflitam essa pluralidade. Tornar o conhecimento gestores e professores devem consolidar ações e promover proje-
significativo faz com que eles compreendam a importância das ins- tos comprometidos com o combate ao preconceito, à discriminação,
tituições de ensino para o rompimento dos paradigmas socioeconô- ao não capacitismo, à equidade de gênero, entre outras causas que
micos. Assim, eles tendem a se apropriar do ambiente escolar, redu- fortalecem e ampliam as possibilidades para que os estudantes pos-
zindo os índices de evasão, sobretudo nos dois primeiros anos dos sam estabelecer contatos valorosos com as diferenças.
Anos Finais do Ensino Fundamental.
Também é importante considerar que as disparidades sociais
Considerando esses objetivos, os momentos de vida e pers- provocam impactos no processo educacional, mesmo que o estu-
pectivas futuras dos estudantes, espera-se que eles estabeleçam dante esteja inserido em uma proposta de Educação Integral. De-
com a escola um sentimento de pertencimento. Assim, ao reco- terminados conteúdos, por exemplo, são mais bem compreendi-
nhecer o espaço escolar como local que acolhe suas múltiplas ne- dos por estudantes que tiveram acesso, desde a infância, a obras
cessidades e desejos, eles são convidados a efetivamente parti- da literatura infantil (tendo nos contos de fada um exercício diário
cipar de seus processos educacionais. Para tanto, os conteúdos e para a fantasia), à internet, a jogos, ao cinema, ao teatro ou a
as práticas de ensino devem ser estimulantes, despertar o desejo exposições de artes. Por outro lado, indivíduos que não tiveram
de aprender e de permanecer na escola, possibilitando aos estu- as mesmas condições financeiras, psicossociais e culturais podem
dantes ampliar seus conhecimentos sobre o mundo e acerca de si apresentar maior dificuldade para aprender certos conteúdos,
próprios, construindo relações sociais que ampliam suas possibi- exigindo do educador versatilidade para planejar e, se for o caso,
lidades de realizações e escolhas. Dessa forma, as dimensões so- repensar suas práticas em sala de aula, buscando métodos que
cioafetivas e cognitivas são contempladas de forma concomitan- valorizem cada estudante, independentemente do lugar, grupo
te, potencializando a construção das habilidades e competências social ou família a que pertença.
necessárias para os estudantes desenvolverem saberes escolares
e não escolares, idealizarem trajetórias de vida e reconhecerem o
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que é preciso saber e fazer para alcançá-las, rompendo eventuais
ciclos de manutenção de precariedade.
Essas propostas estão alinhadas com algumas das principais
competências gerais da Educação Básica, as quais podem, inclusive,
servir de referência para o desenvolvimento da Educação Integral.
Seguindo as orientações atreladas à CG3 da BNCC, por exemplo,
os educandos devem aprender a valorizar, fruir e produzir diversas
manifestações artísticas e culturais. O contato com a arte e a mul-
ticulturalidade desenvolve o senso estético, a sensibilidade e o re-
pertório intelectual, além de apoiar a construção da identidade e o
respeito à diversidade. Considerar a inserção das culturas juvenis
nos projetos interdisciplinares, em fóruns específicos da institui-
ção de ensino e nas discussões em aulas, é uma forma de (re)sig- Vale salientar que o objetivo das instituições escolares é a formação
nificar o espaço escolar, intensificando o processo de apropriação autônoma de sujeitos engajados criticamente na compreensão de
dos saberes e aprimorando a criticidade; além de promover a si, dos outros e do mundo ao seu redor (uma sociedade plural e
aprendizagem de forma contextualizada. interdependente).
XII
Busca-se, assim, promover o protagonismo dos indivíduos gos modelos voltados ao enfrentamento da violência faz com que
inseridos na escola, considerando as competências a serem de- haja a intenção de buscar aspectos preventivos e formativos nas
senvolvidas e também suas identidades, seus valores e princípios escolas, para que a violência seja contida com base nos ideais de
adquiridos ao longo da vida. respeito e inclusão.
Além disso, é preciso compreender que as pessoas apresentam
diferentes tipos de inteligência, que não levam em consideração
apenas as capacidades lógicas e linguísticas reveladas por meio O ensino de Geografia
de testes cognitivos e assemelhados. As aptidões humanas não Ao proporcionar aos estudantes possibilidades de conhecer
podem ser, portanto, um fato isolado na importante tarefa de diferentes contextos, participar de discussões e de práticas que
identificar as singularidades presentes nas aulas. Nesse espectro, favorecem a aplicação do raciocínio geográfico, desenvolver o
os estudantes podem ser avaliados com base em suas potenciali- pensamento espacial, a capacidade de resolução de problemas,
dades individuais (lógico-matemáticas, linguísticas, interpessoais, a construção de argumentos, a análise de processos e da rela-
intrapessoais, corporais, espaciais, musicais, etc.). ção entre sociedade e natureza em tempos e espaços distintos,
Outra importante diferença entre os estudantes está relacio- a Geografia pode contribuir com a formação de cidadãos cons-
nada ao processo de aprendizagem, pois os tempos e as estraté- cientes da diversidade e dos desafios existentes no mundo, esti-
gias para aprender variam entre cada indivíduo. Também é fun- mulando-os a agir com autonomia e responsabilidade, de modo a
damental que os agentes do processo educacional (professores, tomar decisões cientificamente embasadas.
gestores, famílias e comunidade) busquem estar informados so-
bre situações que possam atravessar negativamente o percurso
formativo de crianças e adolescentes. O bullying, fenômeno que
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envolve atos de violência física ou verbal, ocorrendo de modo in-
tencional e repetitivo (intimidação sistemática) contra uma ou
mais vítimas e que pode se manifestar, inclusive, por meio das tec-
nologias digitais e redes sociais (cyberbullying), exige dos educa-
dores uma atenção especial, pois tende a desestimular a partici-
pação do estudante vítima desses atos nas dinâmicas em sala de
Por ser uma área do conhecimento que estuda e investiga as relações
aula, prejudicando seu processo de aprendizagem. Sobre o tema entre a sociedade e a natureza, a Geografia tem lugar privilegiado
da violência escolar, bullying e saúde emocional dos estudantes, na construção, pelo estudante, do conhecimento do espaço
reproduzimos o trecho a seguir, publicado pela Unesco: historicamente produzido.
A violência física pode causar ferimentos fatais ou não fatais, além de
Isso justifica apresentar uma proposta de análise que deve
outros tipos de danos físicos. A violência sexual traz o risco do HIV,
visar à compreensão das transformações sociais, inclusive dos
outras infecções sexualmente transmissíveis e gravidez não planeja-
paradigmas do desenvolvimento social, de maneira a contribuir
da. Além disso, a exposição precoce à violência e ao bullying pode ter
para a construção de outra relação entre a humanidade e o meio
consequências a longo prazo para a saúde. As crianças e adolescen-
natural, assim como de outra postura perante os problemas so-
tes que sofrem bullying são mais propensos a terem dificuldades in-
ciais no mundo. O estudo da Geografia é, portanto, fundamental
terpessoais, a se sentirem deprimidos, solitários ou ansiosos, a terem
na formação de um cidadão participativo, na medida em que lhe
baixa autoestima, pensamentos suicidas ou a tentarem o suicídio. A
permite apropriar-se de conhecimentos para compreender cri-
violência escolar e o bullying também afetam a saúde mental e emo-
ticamente a realidade, considerando diferenças, semelhanças e
cional dos agressores e das testemunhas.
desigualdades, bem como a necessidade de agir pela construção
⓿ Um relatório de 2016 do Centros de Controle de Doenças dos de um mundo ético, justo e solidário.
EUA [...] enfatizou o impacto da violência escolar na saúde física
Para atender a essa proposta, esta Coleção foi elaborada com
e mental, e observou que “muitos jovens sofrem danos não fa-
o intuito de possibilitar ao estudante o conhecimento das dinâ-
tais. Alguns desses danos são relativamente menores e incluem
micas específicas do espaço geográfico, que resultam tanto dos
cortes, hematomas e ossos quebrados. Outros danos, como feri-
fenômenos naturais quanto das ações da sociedade e dos indi-
mentos de bala e traumas, são mais sérios e podem levar à defi-
víduos (políticas, sociais, econômicas e culturais). Partindo desse
ciência permanente. Nem todos os danos são visíveis. A exposi-
objetivo, é feita uma abordagem analítica dos processos que pro-
ção à violência escolar pode levar a uma série de consequências
duzem e organizam o espaço geográfico, estruturam territórios
e comportamentos negativos relacionados à saúde, incluindo
e territorialidades. Busca-se, também, oferecer uma visão ampla
abuso de álcool e drogas, bem como ao suicídio. Depressão,
dos temas, sem, contudo, pretender esgotá-los, respeitando a
ansiedade e vários outros problemas psicológicos, incluindo o
cognição dos estudantes dessa faixa etária. Nesse sentido, o pro-
medo, podem resultar da violência escolar”.
fessor é quem deve fazer a seleção dos conteúdos que deverão
⓿ Um relatório recente da ONU [...] observa que “a saúde mental ser mais bem explorados, pela atualidade ou proximidade com o
e física de crianças que sofreram bullying está sob ameaça: eles cotidiano dos estudantes.
podem apresentar sinais de depressão, ter problemas para co-
As relações sociedade-natureza, aspecto fundamental para a
mer e dormir ou reclamar de sintomas físicos como dores de
compreensão do espaço geográfico, são trabalhadas em diferen-
cabeça ou estômago”. Estudantes que sofrem o bullying estão
tes contextos, ao longo da abordagem de diversos conteúdos pre-
mais sujeitos a terem depressão, se sentirem solitários, ansiosos
sentes nesta Coleção. Para orientar os estudantes no estabeleci-
ou a terem baixa autoestima.
mento dessas relações e na reflexão sobre elas, ao longo do texto
UNESCO. Violência escolar e bullying: relatório sobre a situação mundial.
Brasília, DF: Unesco, 2019. p. 28-29. Disponível em: https://prceu.usp.br/ explicativo e, sobretudo, junto a mapas, fotografias, tabelas e grá-
wp-content/uploads/2020/10/2018-UNESCO-Relatorio-Violencia ficos, são propostas diversas atividades que promovem reflexões
-Escolar-e-Bullying.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
e interpretações. Dessa maneira, objetiva-se também tornar mais
Nesse sentido, a necessidade de ampliação da discussão sobre dinâmico o processo de aprendizagem, instigando os estudantes a
cultura de paz deve ser uma prioridade. O esgotamento de anti- participar de forma ativa na estruturação dos conhecimentos.
XIII
Com a preocupação de oferecer aos estudantes repertório que seu município) ou por intermédio dos meios de comunicação, de
os ajude a compreender o mundo em que vivem e suas transfor- forma que sejam estimulados, inclusive, a questionar ideias e es-
mações, pressuposto para o exercício da cidadania, também são tereótipos veiculados por eles. Buscando outras possibilidades de
exploradas as principais categorias de análise geográfica – paisa- análise e compreensão, diversos temas e conteúdos geográficos
gem, lugar, espaço geográfico, território, região –, além de outros também são trabalhados de forma articulada com outros cam-
conceitos e procedimentos importantes para a análise espacial, pos do conhecimento, como a História, a Economia, a Biologia, a
como escala geográfica, tecnologia, sociedade, relações sociais, Antropologia, a Sociologia, a Matemática e a Arte.
poder, política, Estado e trabalho. Nesta Coleção, privilegia-se Quanto aos aspectos visuais da obra, é privilegiada uma dia-
ainda o estudo cartográfico, por meio de diversas propostas de gramação em que o texto principal é acompanhado de seções
leitura, interpretação, compreensão, comparação, análise, crítica temáticas, boxes, atividades e imagens variadas (fotografias,
e elaboração de diferentes tipos de representação cartográfica. mapas, gráficos, tabelas, infográficos, obras de arte, etc.). Esses
Sobre o tema Cartografia, recomendamos a leitura do seguin- elementos foram distribuídos de forma equilibrada, visando pro-
te trecho: piciar leveza e estimular a leitura e os estudos.
Mesmo considerando todos os avanços científicos e tecnológicos pro- O objetivo final desta Coleção é possibilitar aos estudantes
duzidos [...] através dos tempos, é possível, nos dias de hoje, enten- que desenvolvam a capacidade de adquirir e de elaborar saberes
der a condição de perplexidade de nossos ancestrais, no começo dos e conhecimentos, atuar no mundo de forma crítica, visando dar
dias, diante da complexidade do mundo a sua volta. Podemos também sua contribuição para o desenvolvimento de relações justas e so-
intuir de que maneira surgiu no homem a necessidade de conhecer lidárias entre os seres humanos e de práticas sustentáveis.
o mundo que ele habitava. O simples deslocamento de um ponto a
outro na superfície de nosso planeta, já justifica a necessidade de se
Operações cognitivas e
visualizar de alguma forma as características físicas do “mundo”. É fá- o componente curricular Geografia
cil imaginarmos alguns dos questionamentos que surgiram nas men- Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, o processo de apren-
tes de nossos ancestrais, por exemplo: como orientar nossos deslo- dizagem dos estudantes se desenvolve em torno das vivências e
camentos? Qual a forma do planeta? etc. O conceito de Cartografia dos interesses que cada um traz consigo, a fim de que, conforme
tem suas origens intimamente ligadas às inquietações que sempre se nos apresenta o texto da BNCC, eles possam ampliar a compreen-
manifestaram no ser humano, no tocante a conhecer o mundo que ele são de sua realidade, “o que se dá pela mobilização de operações
habita. O vocábulo CARTOGRAFIA, etimologicamente – descrição de cognitivas cada vez mais complexas e pela sensibilidade para
cartas, foi introduzido em 1839, pelo segundo Visconde de Santarém – apreender o mundo, expressar-se sobre ele e nele atuar” (BNCC,
Manoel Francisco de Barros e Souza de Mesquita de Macedo Leitão, 2018, p. 59). Esse processo estende-se para os Anos Finais do Ensi-
(1791-1856). A despeito de seu significado etimológico, a sua concep- no Fundamental, de modo tal que as operações cognitivas, em seu
ção inicial continha a ideia do traçado de mapas. No primeiro estágio conjunto, vão sendo mobilizadas de modo gradativo, conforme
da evolução o vocábulo passou a significar a arte do traçado de ma- a ampliação da escala geográfica abordada e da complexidade
pas, para em seguida, conter a ciência, a técnica e a arte de represen- dos fenômenos, processos e acontecimentos analisados.
tar a superfície terrestre. Em 1949 a Organização das Nações Unidas já
As operações cognitivas relacionam-se aos objetivos educa-
reconhecia a importância da Cartografia através da seguinte assertiva,
cionais, do mais simples ao mais complexo: conhecimento, com-
lavrada em Atas e Anais:
preensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. A partir de cada
“CARTOGRAFIA – no sentido lato da palavra não é apenas uma das um deles, ramificam-se diferentes processos cognitivos expressos
ferramentas básicas do desenvolvimento econômico, mas é a primeira em verbos, como: lembrar, identificar, interpretar, produzir, discu-
ferramenta a ser usada antes que outras ferramentas possam ser pos- tir, entre outros, necessários ao desenvolvimento de atividades
tas em trabalho.” (1) envolvidas no processo de ensino e aprendizagem.
O conceito da Cartografia, hoje aceito sem maiores contestações, Desse modo, para que um estudante atue como protagonista
foi estabelecido em 1966 pela Associação Cartográfica Internacional de sua aprendizagem, devem ser consideradas a progressão das
(ACI), e posteriormente, ratificado pela UNESCO, no mesmo ano: “A operações cognitivas, ou seja, primeiramente deve-se estimular
Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações a realização de processos cognitivos básicos, como memorizar,
científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de identificar e descrever, até que consigam realizar processos mais
observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para complexos, como avaliar, posicionar-se, discutir.
a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou re- Devido à sua importância na BNCC, os processos cognitivos
presentação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e norteiam os comandos das competências e habilidades, e se
socioeconômicos, bem como a sua utilização.” destacam de acordo com cada faixa etária. No que se refere à
O processo cartográfico, partindo da coleta de dados, envolve estudo, Geografia, no 6º ano, os verbos que se sobressaem nas habilida-
análise, composição e representação de observações, de fatos, fenô- des propostas são os de descrição, identificação e explicação.
menos e dados pertinentes a diversos campos científicos associados No 7º ano, predomina o comando de análise, presente também
a superfície terrestre. nos 8º e 9º anos, nos quais ainda se encontram comandos de
elaboração, associação, relação, entre outros.
(1) ONU, Departament of Social Affair. MODERN CARTOGRAPHY –
BASE MAPS FOR WORLDS NEEDS. Lake Success. Assim, nos volumes desta Coleção, as categorias de análise e
IBGE. Manual técnico em Geociências: noções básicas de Cartografia. os conceitos da Geografia – espaço geográfico, paisagem, lugar,
Rio de Janeiro: IBGE, 1999. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/ região, território, sociedade, natureza, trabalho – são desenvolvi-
visualizacao/livros/liv8595_v1.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022. dos e operacionalizados de modo processual, levando-se em con-
As categorias e os conceitos são abordados ao longo dos qua- ta o nível de cognição dos estudantes e o favorecimento que a
tro volumes desta Coleção e trabalhados de modo a aproximá- temática oportuniza, sempre em consonância com as habilidades
-los da realidade vivida pelos estudantes, seja presencialmente de cada ano, determinadas pela BNCC, bem como com as dife-
(no que diz respeito, por exemplo, à sua rua, ao seu bairro ou ao rentes competências gerais de Geografia e de Ciências Humanas.
XIV
Para a Geografia, é de extrema relevância a construção desses te, pois possibilita diferenciar vozes e concatenar as palavras de
processos cognitivos a fim de alcançar os objetivos educacionais forma fluida, facilitando a compreensão do texto. Assim, deve
expostos, para os estudantes serem sujeitos ativos de sua reali- ser mobilizada com recorrência, sobretudo quando propostos
dade, sabendo analisar os fenômenos e fatos, no tempo e no es- textos mais complexos e pertencentes a gêneros textuais ainda
paço, de forma crítica, e que os associem ao próprio cotidiano, não plenamente dominados pelos estudantes. Considerando os
atuando de forma propositiva no seu espaço de vivência, articu- diferentes contextos nos quais os estudantes estão inseridos,
lando o que nele transcorre com o que se manifesta em diferentes assim como eventuais lacunas de aprendizagem, a promoção da
escalas geográficas. leitura oral compartilhada e alternada (com pausas estratégicas
Isso exposto, são explicitadas a seguir algumas operações para observações, comentários, esclarecimento de palavras cujos
cognitivas trabalhadas ao longo desta Coleção, tendo em vista significados sejam desconhecidos e a articulação com os saberes
as possibilidades que a Geografia oferece para a consecução dos prévios dos estudantes) favorece a aprendizagem entre pares e a
objetivos educacionais no processo de ensino e aprendizagem. compreensão dos sentidos do texto.
Ler e compreender o que lê é fundamental para a autonomia O conjunto de operações que compreende a análise crítica, o
dos estudantes, pois possibilita que aprendam sobre os mais di- desenvolvimento da criatividade e a proposta de soluções relacio-
versos assuntos e participem com segurança dos debates base- na-se diretamente ao que estabelece a CG2, no que se refere ao
ados em informações veiculadas por meio de diversos gêneros e pensamento crítico, científico e criativo voltado à reflexão, à inves-
suportes textuais. Além de possibilitar, processual e gradualmen- tigação e à resolução de problemas. Esse conjunto de operações
te, que os estudantes sejam protagonistas de sua aprendizagem, considera o que é fundamental para o estudante em seu processo
a leitura tem o potencial de ser inserida em seus cotidianos, como de ensino e aprendizagem: que ele seja o protagonista desse pro-
uma atividade prazerosa. cesso, analise e crie soluções para os mais variados problemas ob-
servados em seu cotidiano.
O desenvolvimento de práticas de leitura, quando incorporado
por todas as áreas de conhecimento presentes na escola, feito de No contexto da Geografia, esse conjunto de operações cogni-
forma sistematizada, levando-se em conta os diferentes níveis de tivas corresponde também à CEG5, tendo em vista o “desenvol-
cognição, tanto na perspectiva da turma como dos diferentes anos vimento de processos, práticas e procedimentos de investigação
da etapa final do Ensino Fundamental (6º ao 9º), colabora também para compreensão do mundo”, a fim de propor perguntas e so-
para os estudantes, ao longo dos anos escolares, desenvolverem luções para os problemas relacionados não apenas à realidade
habilidades específicas relacionadas a diferentes componentes dos estudantes mas também aos fenômenos naturais, socioeco-
curriculares. Essa abordagem é uma forma de promover a inter- nômicos, políticos e do meio técnico-científico e informacional de
disciplinaridade, a qual possibilita aos professores se apropriarem diferentes locais e regiões do mundo.
de conceitos essenciais sobre o letramento para a leitura, conside- Ao longo desta Coleção, são apresentadas atividades de leitu-
rando a relação dialógica e contextualizada entre leitor e texto, e ra e interpretação de charges e de outros textos visuais, de repre-
promovendo estratégias compreendidas em três momentos: antes, sentações cartográficas e de textos verbais, a fim de promover
durante e depois da leitura. Ou seja, a equipe docente, pautando análises críticas, que considerem o problema em seu devido con-
cada ano (6º, 7º, 8º e 9º), compartilha de certos referenciais teóri- texto; e de desenvolver atitudes criativas, que exigem a mobiliza-
cos sobre como ensinar a ler para além da decodificação de sinais ção de habilidades, e propositivas, que demandam muitas vezes
gráficos, combinando práticas de ensino que são mobilizadas no uma ação concreta do estudante em seu espaço de vivência, in-
cotidiano, selecionando e diversificando os gêneros textuais mais cluindo até mesmo o uso de meios virtuais, como publicações na
adequados para cada ano e componente curricular. redes sociais das quais os estudantes fazem parte.
Espera-se, portanto, que as situações didáticas que envolvem o No Livro do Estudante, essas atividades estão presentes em
trabalho com textos desenvolvam nos estudantes a habilidade da diversos momentos, e, de modo especial, na seção Interagindo
leitura inferencial, isto é, uma leitura mais profunda que o reconhe- e convivendo. Nela, é promovido, entre outros aspectos, o exer-
cimento do que está escrito de forma explícita no texto, propor- cício da cidadania no sentido de que haja um engajamento dos
cionando, portanto, a mobilização de habilidades que explorem a estudantes na busca de soluções para diferentes problemas, em
dedução, a interpretação, o levantamento de hipóteses e a con- especial sociais e ambientais, que se apresentam a eles, por meio
clusão, que, por sua vez, são inerentes à reflexão e ao pensamento de estratégias baseadas em valores éticos. Também são exigidos,
crítico, reconhecendo, dessa forma, a essência dos textos, sua or- para a promoção de análises, alguns dos princípios do raciocínio
ganização, suas partes e em que medida se articulam. geográfico, como o da conexão e analogia de fenômenos, a fim
Nesta Coleção, além do texto-base, escrito em complexidade de relacionar problemas de outros locais com o lugar de vivência
textual adequada para cada faixa etária, e considerando o estu- dos estudantes.
dante como interlocutor, os conteúdos também são abordados Outra seção que propicia a mobilização desse conjunto de
com o apoio de textos de diferentes gêneros – entrevista, repor- operações cognitivas é a Conexões, que trabalha a interdiscipli-
tagem, notícia, artigo de divulgação científica, charge, poema, naridade, seja entre os conhecimentos trabalhados nos compo-
letra de canção, etc. –, trabalhados por meio de atividades espe- nentes curriculares de Ciências Humanas, seja com outras áreas
cíficas nas distintas seções da Coleção, entre elas Contraponto, do conhecimento. Nas diversas ocorrências dessa seção, os estu-
Conexão, Trabalhando com, Conheça mais, Você sabia? e Intera- dantes são convocados a articular diferentes conhecimentos para
gindo e convivendo. compreender fenômenos, processos e fatos, a fim de, em alguns
Nas Orientações para este volume, são apresentadas orienta- casos, propor soluções para problemas de seu cotidiano.
ções pontuais para o desenvolvimento da leitura oral e comparti- Além disso, nas Orientações para este volume, são propostas
lhada, assim como da leitura individual e silenciosa, duas práticas diversas atividades complementares, algumas baseadas em tex-
complementares para a promoção do letramento. Vale destacar tos de terceiros, que demandam dos estudantes discussões e to-
que a leitura oral e compartilhada é um recurso didático poten- madas de posicionamentos.
XV
Argumentação oral e escrita 1. Decomposição do problema: exercício de dividir o problema em
partes menores. Teoricamente, busca-se facilitar a resolução do
A argumentação, seja ela oral, seja escrita, está relacionada ao
problema ao “desmontá-lo” para deixá-lo menos complexo.
objetivo educacional de avaliação, correspondendo, assim, a um
dos processos cognitivos de maior complexidade, em conjunto 2. Padronização: identificação das relações de causa e efeito, das
com outros processos, como posicionar-se, discutir e debater. ações e dos comportamentos repetitivos, desnudando sua ló-
Devido a isso, ela está presente de modo mais recorrente nos gica de ocorrência.
8º e 9º anos dos Anos Finais do Ensino Fundamental, apesar de 3. Abstração: exclusão daquilo que não é fundamental à ocor-
também constar em variados momentos nos volumes de 6º e 7º rência e ao encaminhamento da resolução do problema. Tem
anos, considerando, sempre, a temática abordada e o nível de estreita relação com a decomposição e a padronização.
cognição dos estudantes.
4. Algoritmo: ordenação do processo, sequenciamento de ações
Essa operação cognitiva se relaciona tanto com a CG7, como
ou etapas para encaminhar a resolução do problema.
com a CECH6 e a CEG6, e exige dos estudantes, primeiramente,
Considerar essas etapas no encaminhamento de algumas
um conhecimento de fatos e dados reais. Especificamente, para
situações didáticas específicas, notadamente aquelas que envol-
o componente curricular Geografia, a argumentação relaciona-se
vem situações-problema que exigem observação, análise, inter-
à compreensão das informações geográficas, como dados de-
pretação e proposição de encaminhamentos e soluções, auxilia
mográficos, socioeconômicos e ambientais, para a negociação, o
na organização, estruturação sequencial e lógica do pensamento.
debate e a defesa de “ideias e pontos de vista que respeitem e
promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversi- Essa estratégia pode, como foi muitas vezes feito nesta Co-
dade e ao outro”, conforme expõe a CEG6. leção, ser aplicada em diferentes estudos em Ciências Humanas,
nos quais se busca compreender determinado fato ou dinâmica
Além disso, a argumentação articula-se fundamentalmente com
social de forma mais concreta. Um exemplo em que ela pode-
esse componente curricular, na medida em que a Geografia se pro-
ria ser aplicada seria para investigar problemas relacionados às
põe a compreender o “onde” e o “porquê” da ocorrência dos fatos
inundações e aos alagamentos em espaços urbanos. Nesse caso,
e fenômenos. Mediante essa compreensão, o estudante deve se
primeiramente, precisaria constatar a ocorrência desses proble-
posicionar, expondo sua opinião, explicando quais ações poderiam
mas e as relações mais simples de causa e consequência (chuvas
ser realizadas para solucionar os possíveis problemas que surgem
intensas). Em seguida, seria necessário localizar e caracterizar as
em decorrência do elemento em análise.
áreas onde esses problemas são mais frequentes (áreas baixas,
Nos volumes desta Coleção, são diversas as situações que margens de cursos de água), buscando similaridades e padrões
promovem o debate de ideias entre os estudantes, explorando a (quando ocorrem, se durante todo o ano ou em alguns meses es-
contraposição de diferentes pontos de vista sobre determinada pecíficos, associando o problema aos ciclos climáticos sazonais),
temática. Isso ocorre em especial na seção Contraponto, que traz inclusive associados a outras causas desse problema (impermea-
diferentes recursos visuais e textuais, muitos deles opinativos, bilização do solo, sistema de escoamento de água ineficiente, edi-
acerca de temas comumente considerados polêmicos. ficação em área de risco, etc.). Dessa forma, seria possível promo-
Assim, no contexto da Geografia, a argumentação oral per- ver uma investigação de fato, analisando o problema por partes
mite aos estudantes desenvolver a capacidade de defender em para identificar suas causas e pensar em possíveis ações humanas
público diferentes ideias, por exemplo, que contenham valores capazes de impedi-lo ou mitigá-lo.
éticos relevantes para a conservação ambiental e para o melhor
convívio social. A argumentação escrita favorece o desenvolvi-
mento da produção textual escrita, de forma coerente e com Conhecimento: ferramenta para
concatenação de ideias, de acordo com o tema proposto para
análise, debate e posicionamento.
transformar o mundo
Conhecimento requer informação, e para a construção do
Pensamento computacional conhecimento são imprescindíveis as operações cognitivas, ou
seja, a exploração de diversas habilidades. Em Geografia, a es-
De forma simplificada, o desenvolvimento do pensamento
truturação do conhecimento tem como foco o desenvolvimento
computacional consiste na adoção de um procedimento carac- do raciocínio geográfico na perspectiva do pensamento espa-
terizado por etapas claras e concatenadas, baseadas na obser- cial. Desse modo, no ensino desse componente curricular, a rea-
vação, no estudo e na busca de relações de causa e efeito, no lidade é apresentada ao estudante considerando as habilidades,
reconhecimento de padrões, na identificação, na compreensão os temas e as competências na dimensão da espacialidade.
e resolução de problemas (ou de uma situação-problema). Ele é
Com efeito, ao se estruturar o conhecimento em Geografia,
muito similar aos princípios da lógica cartesiana da Matemáti-
levando-se em conta a reflexão crítica acerca do espaço geo-
ca, mais especificamente à formulação de algoritmos, essenciais
gráfico e a sociedade que o constrói, aliado à formação cidadã,
para o funcionamento dos computadores.
tem-se uma base fundamental não somente para compreender
Trata-se, portanto, de um encaminhamento bastante coeren- esse espaço, em suas dinâmicas, características e desigualdades,
te com um ensino que visa promover o protagonismo do estu- mas também para propor soluções aos desafios com os quais os
dante e desenvolver aprendizagens significativas, possibilitando grupos humanos se deparam para a transformação socioespacial,
o reconhecimento de um problema (ou situação-problema) em sobretudo em contextos marcados pela intolerância, pelas desi-
seu contexto (eventualmente de seu cotidiano), da sua sistema- gualdades sociais, pelas dificuldades em ter uma vida digna, com
tização e análise, de forma ativa e cientificamente embasada, acesso à saúde, à educação, à moradia, ao saneamento básico, à
para diferenciar suas partes e relacioná-las, compreendendo-o mobilidade, ao lazer, entre outros. Nesse sentido, a CG1 da BNCC
em sua totalidade. preconiza que o ensino na Educação Básica deve levar ao entendi-
A proposição da abordagem baseada no pensamento compu- mento e à explicação da realidade, tendo em vista “a construção
tacional geralmente é compreendida da seguinte maneira: de uma sociedade justa, democrática e inclusiva”.
XVI
Contextualizar os conteúdos para dar sentido à aprendizagem
Considerando o que foi exposto, ganha relevância o desenvolvimento de uma aprendizagem que contextualiza a abordagem de
temas e a sistematização de conceitos, acompanhada de propostas de atividades e organização de seções que fazem referência ao
espaço em que vive o estudante e às situações por ele vivenciadas no cotidiano.
Ao ser convidado a refletir sobre seu lugar, suas experiências de vida e os processos que observa e vivencia, o estudante sente-se
mais estimulado para as práticas escolares, pois ganha sentido o que ele aprende e, em muitos casos, favorece uma intervenção prática
no meio em que está inserido: o apreendido, fortalecido pela consciência cidadã, que permeia atitudes e valores, pode resultar em uma
ação transformadora.
[...] cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, em suas respectivas esferas de autonomia e competência, incorporar aos currículos
e às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmen-
te de forma transversal e integradora. [...]
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular:
Brasília, DF: MEC: SEB, 2018. p. 19-20.
Essas temáticas são contempladas em habilidades dos componentes curriculares, cabendo aos sistemas de ensino e às escolas, de
acordo com suas especificidades, tratá-las de forma contextualizada.
Vale salientar que a abordagem dos Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) perpassa toda a Educação Básica, do Ensino Fun-
damental ao Ensino Médio, em todos os componentes curriculares.
As representações a seguir sintetizam como a BNCC compreende e define esses temas:
BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC. Brasília, DF: MEC, 2019. p. 8.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/guia_pratico_temas
_contemporaneos.pdf. Acesso em: 11 jun. 2022.
MEIO AMBIENTE
Educação Ambiental ECONOMIA
CIÊNCIA E TECNOLOGIA Educação para o Consumo Trabalho
Ciência e Tecnologia Educação Financeira
Educação Fiscal
MULTICULTURALISMO
SAÚDE
Diversidade Cultural
CIDADANIA E CIVISMO Saúde Educação Alimentar e
Educação para valorização do
Vida Familiar e Social Nutricional
multiculturalismo nas matrizes
históricas e culturais brasileiras Educação para o Trânsito
Educação em Direitos Humanos
Direitos da Criança e do Adolescente
Processo de envelhecimento, respeito e
valorização do idoso
BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC. Brasília, DF: MEC, 2019. p. 13.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/guia_pratico_temas
_contemporaneos.pdf. Acesso em: 11 jun. 2022.
XVII
Nesta Coleção, esses temas contemporâneos são trabalhados ser humano, organizado socialmente, pela satisfação de suas
de modo contextualizado ao longo da apresentação dos conteú- necessidades e pela sua realização pessoal.
dos e estão articulados ao texto principal, às leituras complemen- O desejo de descobertas sempre acompanhou a história da hu-
tares, às seções e às atividades. A cada volume, ao menos dois manidade. Graças a esse espírito investigativo, o ser humano foi
deles são trabalhados por meio de atividades ou de projetos. As
mobilizando saberes e habilidades, criando diferentes técnicas e
propostas de estudo visam estimular a discussão sobre esses te-
produtos que permitiram sua sobrevivência e ampliaram sua ca-
mas, assim como a participação ativa dos estudantes em expo-
pacidade de compreensão de fenômenos e de processos naturais
sições, campanhas e em outros tipos de evento que envolvam a
e sociais, possibilitando o desenvolvimento das sociedades e diver-
turma e toda a comunidade escolar (outras turmas, funcionários
sas melhorias na qualidade de vida das pessoas. Nesse percurso,
da escola, familiares, moradores e comerciantes locais, etc.).
reflexão, consideração dos erros e acertos do passado, avaliação
Contudo, não há um momento específico para introduzir esses de ideias, experiências e criações acumuladas foram fundamentais
temas como tópico principal. Ao contrário, eles devem ser inte- para a estruturação de novas ideias, experiências e criações.
grados, sempre que possível, às mais diversas práticas e vivências
educativas, de modo a favorecer a formação de atitudes cidadãs Na perspectiva individual, exercitar a curiosidade é algo que
e a conscientização da complexidade da vida em sociedade. se faz desde a primeira infância. A criança, ainda muito pequena,
tem em si o desejo de fazer descobertas – a motivação intrínseca
De acordo com o documento: Temas Contemporâneos Trans-
é bem marcante – e, depois que começa a falar, muitas de suas
versais na BNCC: contextos históricos e pressupostos pedagógi-
palavras e frases buscam a compreensão por meio de questiona-
cos, temos:
mentos: Por quê?, Como?, Onde?, Quando?, Eu posso fazer isso?,
Teóricos consagrados, que se interrogam sobre o futuro e a impor- Por que aquilo é assim?, De onde veio isso?.
tância da educação, defendem a visão da necessária associação do
Com o acesso ao ambiente escolar, a busca por realizar desco-
conteúdo escolar com a realidade vivida. Consideram que a educação
bertas continua. No entanto, também passam a existir sistemati-
escolar tem responsabilidade de transformar a realidade, trabalhando
camente algumas motivações extrínsecas, em geral com roteiros
além dos conteúdos considerados clássicos também aqueles que te-
pautados por atividades, pelos trabalhos em grupo com os co-
nham uma finalidade crítica social. Educar e aprender são fenômenos
legas de turma, pelas orientações dos professores, entre outros
que envolvem todas as dimensões do ser humano e, quando isso deixa
aspectos.
de acontecer, produz alienação e perda do sentido social e individual
no viver. É preciso superar as formas de fragmentação do processo pe- Durante os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a criança se
dagógico em que os conteúdos não se relacionam, não se integram e depara com demandas de pesquisas propostas pelos diferentes
não se interagem. componentes curriculares. Com efeito, na Educação Básica, a
pesquisa é um importante recurso para o estudante reconhecer
Nesse sentido, os Temas Contemporâneos Transversais têm a condi-
o mundo, refletir sobre ele, interpretá-lo, levantar hipóteses so-
ção de explicitar a ligação entre os diferentes componentes curricu-
bre processos e fenômenos, estabelecer pontos de vista, aplicar
lares de forma integrada, bem como de fazer sua conexão com situa-
ções vivenciadas pelos estudantes em suas realidades, contribuindo
conceitos apreendidos, fazer relações, pautar condutas, mobilizar
para trazer contexto e contemporaneidade aos objetos do conheci- habilidades, conhecimentos, atitudes e valores para construir sua
mento descritos na BNCC. autonomia intelectual. Ela tem como resultado a produção de co-
nhecimento pelo estudante, que passa, assim, a ter uma postura
Dentre os vários pesquisadores que investigam e discorrem sobre a
protagonista em sua trajetória escolar, aspecto fundamental, in-
relevância e responsabilidade da educação, parece ser consenso que,
clusive, para a construção de um projeto de vida.
para atingir seus objetivos e finalidades há que se adotar uma postu-
ra que considere o contexto escolar, o contexto social, a diversidade Embora a pesquisa e, em especial a científica, concentre-se
e o diálogo. em determinados âmbitos, como no profissional e no acadêmico,
essa prática é fundamental para diversos segmentos da socieda-
[...]
de. Portanto, é papel da Educação Básica favorecer a construção
BRASIL. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contextos
históricos e pressupostos pedagógicos. MEC, 2019. Disponível em:
de noções elementares de pesquisa. De acordo com o MEC:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/
contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022. [...] é preciso que o ato de pesquisar seja compreendido também como
uma aprendizagem a ser desenvolvida. Isso demanda, dos professores,
Para nortear o trabalho do educador e ajudá-lo a identificar os
investimento e planejamento de situações de aprendizagem que fo-
Temas Contemporâneos Transversais que se relacionam com os
mentem nos estudantes o desenvolvimento, entre muitas outras, das
conteúdos estudados ou com as seções, eles são indicados nas
habilidades de:
Orientações para este volume. Essas indicações servem de base
⓿ localizar;
para promover conversas com os estudantes e também para a
realização de atividades complementares e projetos de pesquisa. ⓿ selecionar e compartilhar informações;
Nesses momentos, você poderá oferecer condições para os estu- ⓿ ler, compreender e interpretar textos com maior grau de com-
dantes construírem uma postura mais propositiva diante desses plexidade;
temas, ou seja, passando de uma atitude inteiramente reflexiva ⓿ consultar, de forma crítica, fontes de informação diferentes e
para outra, prática, com base em experiências e desafios que vi- confiáveis;
venciam no cotidiano. ⓿ formar e defender opiniões;
XVIII
Todas essas habilidades favorecerão o avanço no processo de apren- contribuir para que eles se apropriem de elementos necessários
dizagem de diferentes naturezas e em diferentes campos do conhe- para a elaboração de uma revisão bibliográfica, considerando
cimento. O mais importante é que os estudantes se reconheçam não a especificidade estado da arte (expressão que resulta da tra-
como meros consumidores de conhecimento, mas como sujeitos ca- dução literal, do inglês: state of the art). Essa, por sua vez, na
pazes de produzi-los também. [...] perspectiva acadêmica, exige levantamento sobre a produção
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base científica a respeito de determinado tema (inserido em uma área
Nacional Comum Curricular: metodologia de pesquisa na escola. do conhecimento), a fim de constatar o que se produziu sobre
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/
praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/192-metodologia-de
a temática, quem são os autores, qual é a abordagem feita, se
-pesquisa-na-escola. Acesso em: 15 maio 2022. há lacunas e, nesse caso, se é possível acrescentar mais estu-
Essas habilidades são muito importantes para a construção dos científicos mostrando se há algo inovador sendo elaborado,
de noções elementares de pesquisa, visto que elas também dialo- propiciando, assim, uma organização sistematizada do que foi
gam com diversas Competências gerais da Educação Básica, bem produzido cientificamente.
como com as Competências específicas de Ciências Humanas e Para a preparação desse tipo de pesquisa, é necessário esque-
as Competências específicas de Geografia. matizar um recorte temporal-espacial, imprescindível para delimi-
tar o período e o local ou a região do tema pesquisado. Também é
Práticas de pesquisa no Ensino Fundamental – preciso avaliar e determinar quais tipos de publicações ou fontes
Anos Finais: noções introdutórias serão levantados, por exemplo, publicações disponibilizadas em
bancos de dados na internet, livros, revistas científicas. O enca-
Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, em geral, os estudan- minhamento desse trabalho requer a elaboração de descritores –
tes têm acesso a atividades de pesquisa de forma mais sistemática, expressões ou frases específicas para as buscas –, capacidade de
compreendendo as noções básicas de algumas formas de inves- seleção do material pesquisado, leitura e produção de resumos,
tigação, tendo em vista que o contato com as diferentes áreas do proposição de uma conclusão, entre outros processos.
conhecimento permite que eles analisem o mundo de forma mais
Na adequação dessa prática de pesquisa ao nível de estudan-
completa, profunda, significativa e contextualizada. No caso das
tes de 8º ano, por exemplo, a demanda está apoiada no levanta-
Ciências Humanas, a apropriação do raciocínio espaço-temporal pos-
mento de textos jornalísticos e de instituições que tratam de um
sibilita que eles compreendam, analisem e interpretem criticamente
tema específico: Os impactos dos conflitos na África à infância.
as ações humanas e as relações sociais em diferentes contextos.
Diferentemente da pesquisa científica tradicional, que deve Análise documental (sensibilização para
seguir determinadas etapas (como embasamento teórico, mate- análise de discurso)
riais e métodos, resultados, discussão, entre outros), a pesquisa
social envolve o entendimento do comportamento das pessoas, Os textos – escritos ou imagéticos – de características e gê-
e, portanto, da sociedade, ou seja, da vida social. Nesse sentido, neros variados têm uma proposta intrínseca fundamental: estão
as metodologias utilizadas podem variar de acordo com o que se sempre alinhados com a comunicação e, portanto, interligam um
pretende analisar nos diferentes contextos sociais. produtor (ou emissor) e um receptor, ou seja, os que elaboram
os textos e os que os leem e interpretam. Entre esses textos po-
Assim, para os estudantes dessa etapa do Ensino Básico, a pes-
dem ser destacados textos jornalísticos (publicados em jornais e
quisa é necessária para que eles mobilizem habilidades e conheci-
revistas), livros de variados tipos (que reúnem crônicas e diários,
mentos, se tornem sujeitos ativos de sua realidade e aprendizagem,
romances), cartas, filmes e documentários, fotografias, quadros e
assumindo o protagonismo na transformação social e no desenvol-
pinturas, entre outros exemplos.
vimento das competências relativas à ação responsável e cidadã.
Essa prática de pesquisa tem estreita relação com a CG1, CG2,
No caso específico da Geografia, considerando que seu foco é
CG4 e CG5 da BNCC. Assim, desenvolver no estudante sua capaci-
o estudo da produção e da organização do espaço geográfico, a
dade de analisar documentos, levando-se em conta os elementos
pesquisa é de extrema relevância para o entendimento da corre-
que expressam a visão do seu elaborador, as estratégias e recur-
lação entre os elementos naturais e os sociais. Ela é um subsídio
sos que utilizou, os valores que o permeia e o contexto histórico
para buscar respostas para o que a Geografia se propõe a fazer:
em que está inserido, é uma forma de ensiná-lo a selecionar fon-
compreender o “onde” e o “porquê” de um fenômeno ou processo
tes confiáveis, que não contenham informações falsas (fake news)
na realidade. Ela deve descrever os elementos do fenômeno e do
ou discursos que propagam o ódio, textos que carecem de bases
processo em diversos aspectos e, a partir disso, explicar de que
argumentativas ou que sejam pautados pelo senso comum. Essa
forma eles se relacionam, levando-se em conta as relações entre
dinâmica terá um efeito positivo na formação de um perfil de es-
as sociedades e a natureza – as características da formação vege-
tudante crítico e propositivo. Além disso, ao desenvolver as capa-
tal, do solo, do clima, da geomorfologia, entre outras.
cidades de análise, reflexão e interpretação, o estudante terá mais
Considerando o exposto, é importante ressaltar a necessidade facilidade de se apropriar de estratégias para desenvolver, de for-
de se apresentar aos estudantes noções básicas, e, portanto, intro- ma reversa, a competência argumentativa, pois compreenderá a
dutórias, de algumas metodologias de pesquisa, que serão explici- linha de raciocínio, o embasamento e os argumentos que os auto-
tadas a seguir e sistematizadas em suas ocorrências nos volumes res dos documentos empregam. Essa prática pode ser exercitada
desta Coleção, tanto no Livro do Estudante como nas Orientações ao longo de toda a Coleção e está proposta, de forma introdutó-
para este volume. Além dos momentos específicos em que serão ria, em algumas atividades. Seu encaminhamento é sugerido nas
trabalhadas de maneira mais pautada, esquematizadas com passo Orientações para este volume.
a passo, noções elementares de pesquisa social estão presentes
em outras situações ao longo dos quatro volumes. Construção e uso de questionários
Quando se fala em pesquisas, um recurso muito utilizado para
Revisão bibliográfica (estado da arte)
o levantamento de informações é o questionário. O objetivo des-
Levando-se em conta o estágio cognitivo dos estudantes, a se recurso nas práticas de pesquisa social está alinhado com a
aproximação com esse tipo de pesquisa nesta Coleção objetiva obtenção de opiniões, interesses, experiências, entre outros.
XIX
O uso de questionários tem algumas vantagens. Por exemplo, res apresentam em relação ao impacto que determinado produto
em entrevistas, ele ajuda a manter o anonimato, possibilita alcan- ou obra de arte provoca na vida deles.
çar um número maior de pessoas (que, inclusive, têm mais tempo No caso da Geografia, interessa de forma mais singular as
para elaborar as respostas) e auxilia na compreensão de uma re- transformações que o produto provoca nas relações sociais, no
gião bastante ampla ou mesmo uma escala nacional, pois as res- modo de consumo e no cotidiano das pessoas, o que afeta esco-
postas podem ser encaminhadas via Correios, por e-mail ou por lhas econômicas e políticas de diversos Estados-nação. Por isso,
meio de formulários digitais. Neste último caso, há plataformas nesta Coleção, o estudo de recepção explora contextos como o
que, inclusive, apresentam sínteses das respostas (tabulação), auxi-
da globalização e os efeitos da indústria cultural, no que se refere
liando na obtenção de dados e informações. No entanto, o questio-
à música, aos modos de vestir e de consumir, entre outros exem-
nário também apresenta limitações: não é acessível a pessoas não
plos. Atividades pontuais exploram essa prática de forma preli-
alfabetizadas, dificulta a checagem dos dados e informações, po-
minar, e orientações específicas sobre como encaminhá-las são
dem ter índices baixos de resposta, entre outros fatores limitantes.
encontradas nas Orientações para este volume.
Assim, apesar de ser uma prática simples dentro da proposta
de coleta de dados e informações (sejam quantitativas ou quali-
Observação, tomada de nota e construção de relatórios
tativas), a elaboração de um questionário na perspectiva da pes-
quisa social de caráter científico requer alguns cuidados, como A prática de pesquisa organizada em observação, tomada
uma pauta bem elaborada, com perguntas assertivas, uma vez de nota e construção de relatórios está alinhada ao trabalho de
que o elaborador do questionário não estará frente a frente com campo, que mobiliza os estudantes a desenvolver habilidades
a pessoa que vai responder às questões propostas. relacionadas à observação, investigação, comparação, interpre-
Essa prática de pesquisa de forma mais elaborada e pautada tação, análise, relação e síntese. A referida prática exige um pla-
está presente no volume de 6º ano, na seção Como fazer, mas nejamento minucioso e deve envolver não somente estudantes,
também poderá ser aplicada no trabalho com os demais volu- como professores, coordenação e direção da escola, além dos
mes desta Coleção, cabendo, apenas, que sejam feitos ajustes familiares.
para cada temática e objetivo pautado pelo professor. Algumas Comumente, essas etapas acontecem antes, durante e depois
das estratégias desenvolvidas para essa prática de pesquisa da saída para o campo propriamente dita. Antes da saída, é ne-
também podem nortear, com as devidas adequações, o encami- cessário definir com os estudantes quais são os objetivos da ativi-
nhamento de outras práticas presentes nesta Coleção, como a dade de campo, considerando os aspectos relacionados à obser-
observação, a tomada de notas, a construção de relatórios e a vação, à tomada de nota, à construção do relatório e aos outros
realização de entrevistas. componentes curriculares que podem ser envolvidos. O professor
pode convidar outros docentes para, juntos, traçarem essa eta-
Estudo de recepção (de obras de arte e de produtos da pa do planejamento e elaborarem materiais a serem previamen-
indústria cultural) te entregues aos estudantes, servindo de apoio à pesquisa e de
orientação para observação do local visitado, conforme objetivos
Nesta metodologia de pesquisa, o foco do estudo recai sobre
traçados. Nessa etapa, também é preciso definir o local a ser pes-
o receptor da mensagem. Nesse sentido, o estudo de recepção
quisado, conhecer os horários em que pode ser visitado e as re-
busca analisar quem comunica a mensagem, por que a comunica
e, sobretudo, para quem ela se destina e qual é o efeito social ou gras a serem seguidas durante visitas de grupos de estudantes,
cultural que se deseja produzir. Para entender esse efeito, deve-se se for o caso, o modo de deslocamento mais seguro até o local,
considerar que cada receptor reage de determinada forma, de- entre outros cuidados.
pendendo do contexto em que se encontra (social, familiar, nível Durante a visita, é necessário acompanhar os estudantes, a fim
de escolaridade, crença, sexo, cor ou raça, entre outros). Desse de que os objetivos traçados sejam cumpridos. Cuidados com a
modo, é preciso reconhecer que esse receptor não é um ser pas- segurança e o cumprimento de horários e combinados devem ser
sivo, mas que ele interage com tudo aquilo que um produto/obra aspectos observados e priorizados. Caso julgue necessário, orga-
de arte comunica e representa. nize a turma em grupos, deixando cada um deles responsável pela
Assim como em outras formas de pesquisa, o estudo de re- observação e pela tomada de notas sobre determinados aspec-
cepção deve ser realizado com base em algumas etapas, ainda tos do objeto de estudo investigado.
que simplificadas. Primeiramente, é necessário definir o objeto do Após a visita, os estudantes poderão trocar suas impressões
estudo, ou seja, o produto (obra de arte) a ser analisado. Em se- e descobertas em relação ao local visitado. Além disso, deverão
guida, deve-se atentar à forma de encaminhamento da pesquisa, identificar o que ainda é necessário pesquisar para que os obje-
que pode ser realizada de diversos modos, por meio de questio- tivos do trabalho de campo sejam atingidos e para elaborar um
nários ou de entrevistas, nos quais as perguntas devem buscar relatório da atividade. Essa prática pode ser realizada com base
entender qual o significado, a interação e o impacto que o objeto nos temas presentes em todos os volumes desta Coleção.
do estudo causa em quem o recebe. Para o encaminhamento des-
sa etapa, é importante que os estudantes tenham conhecimento Entrevistas
do objeto de pesquisa e do contexto histórico-cultural em que
ele se insere. Essas informações podem ser compartilhadas com A entrevista, inclusive como prática de pesquisa social, é uma
o receptor no momento da coleta de dados, sendo esta a terceira conversa entre duas ou mais pessoas – entrevistador(es) e entre-
etapa da pesquisa. vistado(s) – em que são feitas perguntas pelo(s) entrevistador(es)
Por fim, a fase final abrange a análise e a apresentação dos de modo a obter informações do(s) entrevistado(s).
dados levantados. Considerando que se trata de estudantes dos De forma semelhante ao questionário, a entrevista permite a
Anos Finais do Ensino Fundamental, pode-se propor o compar- coleta de dados e informações, mas tem a vantagem de poder ser
tilhamento em sala de aula das informações obtidas a partir da realizada com pessoas sem nenhum grau de instrução. Além disso,
interação com os receptores. Uma opção é comparar os dados, a possibilita que o entrevistador analise as reações do entrevistado,
fim de verificar as diferenças que os diversos grupos de recepto- quando esse procedimento é realizado de forma presencial.
XX
Contudo, existem diferentes formas de se realizar uma entre- rando um período determinado de postagens, ou de dois tipos de
vista. Quando há um roteiro de perguntas previamente elabora- discursos.
das para serem feitas ao(s) entrevistado(s), trata-se de uma en- Como última etapa, os dados devem ser sistematizados para
trevista estruturada ou padronizada. A entrevista que não tem comparação das informações obtidas e os resultados comparti-
esse roteiro é chamada de não estruturada. Nesse caso, depen- lhados na turma.
dendo das circunstâncias, conforme as respostas dadas pelo(s)
Ao longo dos volumes desta Coleção, são sugeridas análises
entrevistado(s), o entrevistador vai adequando as perguntas para
melhor atender aos objetivos da entrevista. Entretanto, indepen- de imagens para a compreensão da multimodalidade do discurso
dentemente da prática adotada, é muito importante que os ob- e, em específico no volume do 9º ano, é proposta uma atividade
jetivos sejam previamente delineados, a fim de que a entrevista de análise das métricas das mídias com relação aos influencers,
consiga atingi-los de maneira mais satisfatória. considerando o papel que eles têm na sociedade do consumo.
XXI
mais organizada seus processos de ensinar e aprender. Essa perspecti- [...] a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
va exige uma prática avaliativa que não deve ser concebida como algo
[...] avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
distinto do processo de aprendizagem. prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos re-
Entender e realizar uma prática avaliativa ao longo do processo é pau- sultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
tar o planejamento dessa avaliação, bem como construir seus instru- [...].
mentos, partindo das interações que vão se construindo no interior da BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9 394,
sala de aula com os estudantes e suas possibilidades de entendimen- de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF: MEC, 1996. Disponível em:
tos dos conteúdos que estão sendo trabalhados. http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/lei9394.pdf.
Acesso em: 11 jun. 2022.
[...]
É importante destacar que a avaliação determinada pela LDB
FERNANDES, Cláudia de Oliveira; FREITAS, Luiz Carlos de. Indagações
sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília, DF: MEC: SEB, 2007.
passou a ter um caráter político e social, contrapondo-se à práti-
p. 20. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/ ca educacional antiga, de caráter puramente técnico, certificado-
indag5.pdf. Acesso em: 11 jun. 2022. ra, realizada após as práticas de ensino para verificar o que cada
Assim, entendemos que, além de ser um processo contínuo, a estudante “aprendeu” (esta prática avaliativa é denominada so-
avaliação deve, em termos de conteúdo, abranger as ações didáti- mativa ou cumulativa). Desse modo, o caráter de regulação do
cas abordadas durante o trabalho com os conteúdos e ser plane- processo de aprendizagem deve predominar sobre o quantitativo
jada de acordo com os objetivos de aprendizagem. Esses objetivos e o classificatório, sendo necessário adotar variadas estratégias
são, de modo geral, voltados à compreensão e à operacionalização avaliativas para medir o progresso individual e contínuo, favore-
de conceitos, princípios, procedimentos, valores e atitudes. cendo o desenvolvimento intelectual dos estudantes e preservan-
do a qualidade necessária à sua formação escolar.
É importante salientar que não se trata simplesmente de ava-
liar o desenvolvimento do estudante, mas o próprio processo Nesse contexto, a avaliação passa a estar a serviço da apren-
de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a avaliação deve ser dizagem, ocorrendo ao longo do processo de ensino e aprendi-
capaz de indicar as alterações necessárias no processo, tornan- zagem e tendo caráter formativo, sendo denominada avaliação
do mais eficaz o trabalho do professor e mais significativa a ex- formativa ou processual. O acompanhamento contínuo das ati-
periência do estudante com a construção do conhecimento. Ela vidades realizadas em sala, a observação atenta do professor, os
deve constituir um instrumento dinâmico de retroalimentação sis- canais de comunicação e discussão com os estudantes são exem-
têmica para o docente, de modo a otimizar, durante o processo, o plos de meios para se conduzir a avaliação formativa. E, conside-
rando a centralidade do diagnóstico dos conhecimentos prévios
desenvolvimento de habilidades e competências.
dos estudantes para, a partir deles, se planejar diferentes situa-
Também é essencial que o professor construa uma relação com ções didáticas adequadas às necessidades e possibilidades de
seus estudantes, na qual a avaliação seja vista como um meio aprendizagens deles, a proposição de avaliações iniciais, diagnós-
para promover a aprendizagem e mediadora de suas devolutivas, ticas, são coerentes com o processo de avaliação formativa.
ou seja, que as avaliações, sejam elas provas, testes, trabalhos ou
qualquer outro instrumento avaliativo, não sejam a finalidade do
Vestery/Shutterstock
ensino, mas que sirvam para mediar o diálogo entre professor e
estudante para reconhecer lacunas e promover estratégias para
sua superação. Veja:
XXII
Outro aspecto importante a ser considerado no processo de ⓿ realização de projetos;
avaliação é a garantia da clareza em relação aos objetivos espe- ⓿ autoavaliação escrita ou oral;
rados em cada atividade e aos critérios que devem ser considera- ⓿ entrevista individual com os estudantes.
dos. Além disso, valorizar a participação dos estudantes, respeitar
suas particularidades (considerando o desenvolvimento de suas Vale ressaltar que as situações formais de avaliação represen-
competências socioemocionais) e encarar dúvidas e erros como tam geralmente um grande desafio para os estudantes, portanto,
momentos de avaliação são práticas que estimulam a queda de sugerimos a você que avaliações por meio de testes e trabalhos,
barreiras afetivas, a autoconfiança, a superação de dificuldades e por serem mais pontuais, tenham seus resultados sempre integra-
dos a outras formas de avaliação mais abrangentes, comprometi-
a valorização das conquistas.
das com a formação integral dos estudantes.
Quanto ao conteúdo, os critérios da avaliação devem contem-
No caso da observação constante, esta permite verificar o grau
plar tanto a operacionalização de conceitos quanto a mobilização
de comprometimento de cada estudante com as tarefas propostas,
de processos cognitivos, procedimentais e atitudinais. Isso signi-
não como instrumento de comparação entre eles e de atribuição
fica que, além do desenvolvimento das capacidades de conhecer,
de valores, mas para verificar o desenvolvimento individual. Assim,
aplicar e comparar os conceitos de Geografia, é importante ava-
recursos como a autoavaliação, a avaliação entre pares e o trabalho
liar as atitudes e os valores construídos pelos estudantes, bem
com projetos em grupo são importantes ferramentas, pois favore-
como a postura crítica deles diante da realidade e o discernimen-
cem a observação crítica e a reflexão de cada um sobre seu próprio
to quanto às ações adequadas para a preservação do patrimô-
desenvolvimento em relação ao estudo e à aprendizagem.
nio sociocultural e a adoção de valores éticos nas relações com
a natureza. Você ainda encontrará, nas Orientações para este volume, su-
gestões de momentos e formas de avaliação complementares,
Entendendo e assumindo que a avaliação é um processo per-
associadas às propostas de desenvolvimento dos temas, seções
manente e contínuo, ela será parte do cotidiano dos estudan- e atividades de cada unidade e capítulo, bem como sugestões de
tes nas aulas de Geografia. Assim, é importante que eles sejam condução de aula e estratégias de estudo que podem ser eficien-
habituados às avaliações e que você compartilhe o que espera tes, considerando o tema trabalhado.
que aprendam. Retomar conhecimentos prévios sobre os temas
trabalhados antes do estudo ser realizado, rever e sistematizar Propostas de avaliação nesta Coleção
os principais conteúdos tratados são algumas sugestões. Aqui, o
caderno de anotações tem papel fundamental. Nele, você poderá Avaliação diagnóstica
solicitar aos estudantes que:
Um encaminhamento bastante importante, considerando as
⓿ registrem aquilo que já sabem sobre o tema a ser estudado,
teorias cognitivistas da aprendizagem, implica em diagnosticar
suas hipóteses e explicações prévias; dúvidas e curiosidades
o que o estudante sabe sobre o conteúdo de ensino, para ati-
com relação ao tema de estudo;
var seus conhecimentos prévios e favorecer o estabelecimen-
⓿ façam anotações sobre o que foi visto em cada unidade ou de- to de relações e problematizações cognitivas, potencializando
batido em cada uma das aulas, criando uma espécie de resumo a aprendizagem. No contexto pós-pandêmico (relacionado à
do assunto discutido e das opiniões e conclusões às quais a covid-19), identificar as eventuais lacunas de aprendizagens, que
turma chegou; tenderam a crescer no período, é fundamental para planejar a
⓿ escrevam textos pessoais sobre aquilo que mais gostaram ação pedagógica, mapear as diferenças e semelhanças entre os
de aprender ou sobre aquilo que ainda sentem dificuldade estudantes e promover situações didáticas adequadas, assim
de compreender. Eles podem recorrer a desenhos e mapas como desafios que sejam realizáveis e que ampliem o desenvol-
conceituais como forma de representar suas produções e vimento cognitivo.
aprendizagens. Outra alternativa é que esses materiais sejam À medida que conversa com os estudantes sobre as questões
produzidos em duplas ou grupos, como se fosse um diário de apresentadas, também podem ser analisados aspectos relaciona-
estudo da turma. dos à saúde mental deles, considerando possíveis desconfortos
emocionais atrelados ao longo período de isolamento social re-
Diferentes instrumentos de avaliação sultante da pandemia da covid-19.
Para que possa espelhar os resultados obtidos pelo estudante Há nos volumes desta Coleção, de forma estruturada e forma-
nos vários momentos e desafios de sua aprendizagem, é impor- lizada, algumas situações especialmente planejadas para o diag-
tante que a avaliação seja feita de maneira constante e por meio nóstico da aprendizagem. A primeira delas é a seção Ponto de
de instrumentos, estratégias e processos variados, coerentes com partida, no início de cada volume, na qual são propostas ques-
os conteúdos que são objeto de ensino, como fatos e conceitos, tões escritas que visam avaliar a aprendizagem considerando
procedimentos e atitudes. Ou seja, para cada tipo de conteúdo habilidades desenvolvidas no ano anterior e que favorecem as
há instrumentos de avaliação mais adequados para explicitar a aprendizagens para o ano letivo vigente. A seção de abertura de
aprendizagem dos estudantes. Também devem ser propostos em unidade e Para começar (início de capítulo) também foram pensa-
momentos e situações mais adequados e já serem de conheci- das com esse propósito, porém os conhecimentos são explorados
mento deles. Alguns exemplos são: de forma oral, dialogada e coletiva.
⓿ provas escritas (dissertativas ou objetivas), sem ou com con-
Avaliações de processo
sulta, individual, em dupla ou em grupo;
⓿ elaboração de trabalhos escritos ou manuais; No Livro do Estudante, são incluídas variadas propostas de
atividades, compreendidas em suas diferentes seções, que pos-
⓿ apresentações orais, comunicação de pesquisas, seminários
sibilitam a avaliação constante e processual da aprendizagem.
temáticos;
Toda atividade é uma oportunidade para você avaliar a apren-
⓿ rodas de conversa; dizagem do estudante em relação à situação didática planejada
⓿ construção e análise de portfólios; e executada. Do mesmo modo, trata-se de um momento para o
XXIII
próprio estudante refletir sobre seu percurso e pensar sobre o que
6º ANO
é necessário fazer para aprender.
Ao longo dos capítulos, são propostas muitas atividades na UNIDADE 1 Nº DO ESTUDANTE (CHAMADA)
seção Explore, que favorecem, de forma pontual e constante, o OBJETIVOS
diagnóstico da evolução da aprendizagem dos estudantes, de (BNCC E
forma processual. Ao final do capítulo, na seção Atividades, são 1 2 3 4 5 6 7 8 9
COMPONENTE
propostas questões que possibilitam exercitar e retomar os con-
CURRICULAR)
teúdos trabalhados, servindo também para sistematizar, avaliar
e ampliar aprendizagens. Essa retomada auxilia os estudantes a 1. (EF06GE01) PL PL PA
identificar seus pontos fortes e fracos, assim como o professor a
2. (EF06GE02) PL PL PA
identificar lacunas, esclarecer dúvidas, orientar no estudo e criar
novas oportunidades de aprendizagem, por meio de materiais de 3. (EF06GE03) PA PL NA
apoio e planejamento de atividades complementares. 4. (EF06GE06) PL PL PL
Ao final de cada unidade, a seção Ponto de checagem traz ati-
5. (EF06GE08) PL PA NA
vidades para serem encaminhadas, preferencialmente, de forma
individual e por escrito, avaliando a aprendizagem das principais 6. (EF06GE09) PL PL PA
habilidades trabalhadas nos capítulos e fornecendo informações
Essa tabela apresenta o desempenho de três estudantes de
essenciais para planejar atividades de recuperação ou encami-
uma turma hipotética. Ao analisar as informações, é possível per-
nhar os conteúdos a serem trabalhados na próxima unidade.
ceber que os estudantes 1 e 2 atingiram plenamente os objeti-
vos de aprendizagem da maior parte das habilidades, mantendo,
Avaliação de resultado
cada um, apenas uma habilidade com os objetivos de aprendiza-
Finalizando cada volume, a seção Ponto de chegada apresen- gem parcialmente atingidos. O terceiro estudante requer maior
ta outro conjunto de atividades com a finalidade de avaliar as atenção do professor, visto que em apenas uma habilidade ele
habilidades e os conteúdos previstos para o ano. Essas questões apresentou nível pleno de aprendizado, além de que em duas de-
fornecem dados essenciais para encaminhar atividades de recu- las o desempenho foi insatisfatório.
peração ao final de cada ano letivo vigente e para orientar no Essas tabelas e planilhas também podem ser personalizadas
planejamento do estudo de Geografia para o ano seguinte. de diferentes formas, dependendo da necessidade de cada pro-
fessor e de cada momento a ser analisado. Por exemplo, ele pode
Monitoramento e registro apresentar a tabulação do desempenho dos estudantes a cada
Coerente à avaliação processual e formativa é o registro do capítulo, ou pelo conteúdo trabalhado. Para adequar o recurso a
desempenho dos estudantes, discriminando conteúdos e habili- cada um desses objetivos, basta alterar as informações disponí-
dades construídas ou em construção, a fim de favorecer o acom- veis na primeira coluna, adaptando-as para a realidade desejada.
panhamento das evoluções individuais e coletivas. Há diferentes
recursos que podem ser mobilizados para isso, a exemplo dos
quadros de registro e de monitoramento da aprendizagem, nos
quais são inseridos indicadores variados para acompanhar o
processo de aprendizagem de cada estudante. Esses quadros,
Stmool/Shutterstock
XXIV
A ficha de autoavaliação deve ser criada com base em cada momento de trabalho, podendo apresentar grande variedade de pontos a
serem analisados. A seguir, apresentamos um modelo pensado para ser aplicado após a execução de uma atividade em grupo.
EXPOSIÇÃO DOS CONTEÚDOS: Ao longo da última quinzena, promovemos uma atividade em grupo de produção da maquete de uma bacia hidrográfica. A con-
fecção da maquete foi orientada em sala de aula pelo professor e os grupos se organizaram para realizar a atividade. Na sequência, o produto foi apresentado à
turma, que pôde conhecer todos os elementos que o compõe. Agora, exponha suas impressões sobre sua atuação no trabalho.
Autoavaliação
Considerando minhas respostas na Ficha de Autoavaliação, que itens preciso aprimorar em uma próxima atividade semelhante? De que forma pretendo alcançar
tais objetivos?
XXV
dos e suas relações com as habilidades e competências previstas liados por meio de questões de múltipla escolha e em suporte di-
para cada ano e componente curricular. Nas mudanças programa- gital, o que pode implicar em outros desafios para aqueles que
das, está previsto que as provas serão personalizadas, com per- não estão habituados a essas situações e, eventualmente, até
cursos avaliativos alterados a partir das respostas do estudante a mesmo interferir em seu desempenho.
cada questão, o que será possibilitado pelo suporte digital. Salientamos que a articulação dessas avaliações com esta
Diante dessas informações, é importante ter acesso à mais re- Coleção não se restringe à preparação dos estudantes para ati-
cente publicação da Matriz de Referência de Ciências Humanas – vidades envolvendo simulados e provas de múltipla escolha. A
Anos Finais – Saeb, sob responsabilidade da Diretoria de Avalia- proposta desenvolvida no material colabora, inclusive, com o de-
ção da Educação Básica (Daeb), disponível no site do Inep, a fim senvolvimento de capacidades necessárias para a obtenção de
de conhecer quais conteúdos serão objeto de avaliação em cada bons índices nesse tipo de prova, sendo estes, consequência do
ano. Também é relevante considerar que os estudantes serão ava- que é construído na escola.
Texto principal
Com linguagem e abordagem adequadas à faixa etária a que se destina, o texto principal
esclarece os temas e os conceitos em seus vários aspectos, de forma analítica e gradativa,
sempre proporcionando o desenvolvimento das Competências gerais, específicas e das habili-
dades destinadas para cada ano a que se destinam os volu-
mes. Ele é exposto com o auxílio de:
⓿ recursos visuais variados – ilustrações, fotografias, ta-
belas, gráficos, representações cartográficas, esquemas,
sempre que necessário, acompanhados de legenda expli-
cativa que contextualiza ou articula o recurso ao texto;
⓿ boxe Explore – traz atividades de análise, leitura, interpre-
tação, reflexões sobre temas relacionados ao texto-base e
também representações diversas, como mapas, gráficos e
fotografias.
⓿ boxe Glossário – apresenta definições de sentidos de termos
cujos significados podem ser desconhecidos dos estudantes;
XXVI
⓿ boxes Biblioteca/Na tela – sugestões de livros, sites, aplicativos para smartphones, podcasts,
vídeos e filmes relacionados aos temas trabalhados, para que o estudante amplie seu conheci-
mento sobre eles.
Contraponto
Presente em todas as unidades, esta seção visa desenvolver a
argumentação oral e escrita dos estudantes, por meio da apre-
sentação de textos opinativos e de recursos visuais com diferentes
abordagens ou opiniões sobre determinado tema. Essa proposta
estimula os estudantes a reconhecer diferentes pontos de vista so-
bre um assunto, desenvolver e praticar a leitura inferencial e a se po-
sicionar diante de questões relacionadas à temática em discussão,
estimulando a formação de opiniões e a construção de argumentos
cientificamente pautados. O encaminhamento das atividades pode
favorecer debates e discussões em sala de aula, muitos deles rela-
cionados aos temas contemporâneos transversais, possibilitando ao
professor acompanhar e avaliar o desenvolvimento de habilidades e
competências por parte dos estudantes. A proposta descrita favore-
ce o trabalho com a CG7, a CECH6 e a CEG6.
Conexões
Com a proposta de conduzir a construção do conhecimento, por meio de diferentes formas
de organização interdisciplinar, esta seção está presente em todas as unidades e traz uma
considerável variedade temática, a fim de possibilitar a conexão da Geografia com outros com-
ponentes curriculares presentes na matriz curricular dos Anos Finais do Ensino Fundamental.
Em diversas oportunidades, como forma de ampliar o aprendizado significativo na Educação
Básica, são apresentados fenômenos, fatos ou situações que articulam a teoria e a prática,
conduzindo o estudante a resolver problemas do cotidiano que exigem a articulação de sabe-
res de distintos campos do conhecimento. Essa proposta permite o desenvolvimento da CG2,
da CECH6 e da CEG1.
Na trilha da Cartografia
Presente em todos os volumes desta Coleção, esta seção foi elaborada
com o objetivo de desenvolver a alfabetização cartográfica. Para isso,
são exploradas desde noções cartográficas elementares, dando sequên-
cia aos estudos iniciados nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, até a
construção de maquetes, leitura de mapas para localização e interpreta-
ção de fatos e fenômenos, correlação de mapas temáticos, interpretação
de imagens de satélite, anamorfoses geográficas e cartogramas, utiliza-
ção de recursos cartográficos digitais, elaboração de croquis cartográfi-
cos para espacialização de fatos e fenômenos.
Esse estudo cartográfico é feito de maneira sistematizada, buscando
o desenvolvimento do pensamento espacial e levando em consideração
o estágio cognitivo dos estudantes. Dessa forma, várias habilidades são
retomadas a partir de diferentes temas e em variados graus de comple-
xidade e de aprofundamento.
Outro aspecto fundamental dessa seção está relacionado ao tra-
balho com as representações cartográficas, que é feito de modo
articulado aos temas abordados no capítulo. Desse modo, estimula
os estudantes a ter uma compreensão mais clara da organização e do funcionamento do espaço
geográfico e, por conseguinte, a exercitar o pensamento espacial e aplicar os princípios do racio-
cínio geográfico, desenvolvendo a CECH7 e a CEG4. Dessa maneira, os estudantes compreendem
a importância da Cartografia para a leitura e a compreensão do território, e, consequentemente,
para uma intervenção e atuação consciente no mundo, em sua escala local, com a devida correla-
ção multiescalar.
Embora tenha grande destaque no processo de alfabetização cartográfica, o trabalho sugerido
nesta seção é complementado pela leitura e pelo estudo de diversos mapas e gráficos, presentes
ao longo do texto principal e em diversas seções. Muitas dessas representações são exploradas por
meio de atividades, as quais também contribuem para que os estudantes aprimorem a capacidade
interpretativa da linguagem cartográfica e desenvolvam uma melhor compreensão da relação entre
o espaço e suas formas de representação, tendo em vista as distintas intencionalidades, subjetivida-
des e propósitos que envolvem o processo de elaboração dessas representações.
XXVII
Conheça mais
Seção organizada em uma dupla de páginas que tem como objetivo
promover as aprendizagens por meio da articulação de diferentes elemen-
tos imagéticos, como infográficos, linhas do tempo, esquemas, gráficos,
fotografias, entre outras imagens, e desenvolver a comunicação por meio
da exploração da linguagem cartográfica, gráfica e iconográfica, presen-
tes na CG4, na CECH7 e na CEG4.
Interagindo e convivendo
Esta seção mobiliza diversas competências, por meio da leitura de tex-
tos e de imagens que apresentam situações-problema e permitem colo-
car em prática o exercício da cidadania, a formação ética e a valorização
das minorias sociais, destacados na CG10. Trabalha a CG7, que destaca o
exercício da argumentação – que permeia a sensibilização e o engaja-
mento em propostas que possibilitem superar os problemas sociais e
ambientais – na qual são mobilizados conhecimentos, atitudes e valo-
res, atributos essenciais para o desenvolvimento da empatia e da co-
operação, articulando-se também à CG9. A seção também estimula a
interação e o reconhecimento das diferenças entre os indivíduos, porém
sempre pautadas na valorização do bom convívio social, o que repercute
no combate aos diversos tipos de violência e de intimidação, possibilitan-
do o tratamento do autoconhecimento e do autocuidado, focos da CG8.
Você sabia?
Incorporada ao texto principal, esta seção apresenta textos de fon-
tes e autorias variadas, com informações que ampliam ou problemati-
zam temas abordados no capítulo. Como se trata de uma ampliação do
conteúdo, pode ser indicada para toda a turma ou apenas para determi-
nados grupos de estudantes, sempre com o propósito de avançar com
a CG1, que trata da valorização e da utilização dos conhecimentos para
entender e explicar a realidade.
Trabalhando com
Esta seção, presente em todos os capítulos, visa mobilizar diferentes processos
cognitivos por meio da exploração de um ou mais recursos textuais e/ou imagéti-
cos, como textos narrativos, letras de canções, charges, fotografias, poesias, mapas,
gráficos e infográficos, proporcionando, em diversas situações, a ampliação do re-
pertório cultural e da comunicação do estudante e favorecendo o desenvolvimento
da CG3 e da CG4. A interdisciplinaridade também está presente nessas propostas, de
forma direta ou indireta, o que, dependendo da temática, pode contemplar aborda-
gens relacionadas aos Temas Contemporâneos Transversais, permitindo o debate e a
busca pela resolução de problemas cotidianos, sempre com o propósito de dar significa-
do aos conceitos científicos trabalhados em sala de aula. De acordo com a quantidade
de estudantes na turma, a seção pode indicar que o trabalho seja realizado de forma
individual ou em grupo, desenvolvendo diferentes habilidades, como leitura, observação,
análise, comparação, identificação e síntese.
Para começar
Além do texto básico, os capítulos são compostos de diferentes recursos. Isso
possibilita um ensino mais dinâmico e orientado, além de oferecer maior autono-
mia para adaptação do material à realidade de cada turma. Todos os capítulos são
iniciados com uma proposta de atividade em que são combinados recursos visuais
(fotografias, obras de arte, mapas, gráficos, tabelas, infográficos, charges) com ati-
vidades orais ou escritas a serem desenvolvidas em sala de aula. As questões esti-
mulam reflexões sobre os conteúdos que serão tratados no capítulo e, ao mesmo
tempo, exploram os conhecimentos prévios dos estudantes.
Assim como ocorre na abertura de unidade, a abertura de cada capítulo propicia
uma oportunidade para o estudante opinar, argumentar e trocar ideias, desenvol-
vendo habilidades de observação, comparação, reflexão, discussão, análise crítica,
criativa e propositiva, relacionadas à CG7. Essa seção também propõe situações di-
dáticas que propiciam o levantamento de hipóteses pelos estudantes, permitindo
XXVIII
que eles mobilizem aquilo que já sabem e, posteriormente, confrontem esse conhecimento com os
conteúdos tratados no capítulo, ampliando seus atributos com a CG1.
Eixos do capítulo
Ao final de cada capítulo, um esquema com conexões em fios e setas, mostra a relação entre
os principais temas e conceitos trabalhados. Esse modelo de visualização dos conteúdos estuda-
dos no capítulo oferece condições de se retomar passagens essenciais, permitindo ao estudante
um padrão de pensamento conectado e identificação de padrões, reforçando a interpretação e
as relações entre os temas e conceitos tratados.
Atividades
Ao final de cada capítulo, há uma seção com atividades diversificadas que se
organizam em dois tipos: retomar e exercitar. A proposta do bloco de questões do
grupo Retome é de resgatar conteúdos e conceitos estudados no capítulo, propon-
do ao estudante uma resposta mais objetiva. Em Exercite, s‹o trabalhadas questões
mais contextualizadas, que utilizam diferentes estratégias para desenvolver o pensa-
mento crítico do estudante.
As atividades dessa seção podem ser feitas individualmente ou em grupo, em sala
de aula ou momento extra aula, dependendo da proposta da questão e das neces-
sidades específicas observadas com o grupo de estudantes da turma. Elas também
são uma oportunidade para professor e os estudantes avaliarem os conhecimentos
adquiridos e diagnosticarem possíveis defasagens de aprendizagem, retomando, se
necessário, os conteúdos para, então, dar sequência aos estudos.
Avaliações
Esta Coleção apresenta três modelos avaliativos, distribuídos de acordo com seus objetivos,
em etapas distintas dos volumes.
⓿ Ponto de partida: presente antes da abertura da primeira unidade, esse instrumento tem
como objetivo mapear conhecimentos e habilidades adquiridos pelos estudantes nos anos
anteriores para serem utilizados na presente etapa escolar. Essa ferramenta parte da propos-
ta diagnóstica de avaliação, proporcionando ao professor uma maior assertividade na pre-
paração do planejamento anual, considerando eventuais defasagens individuais e coletivas.
⓿ Ponto de checagem: cada volume apresenta quatro
atividades avaliativas nesta modalidade, que consiste
na coleta de informações no decorrer do processo de
aprendizagem, a fim de monitorar e acompanhar o ritmo
de desenvolvimento dos estudantes em relação às ha-
bilidades mobilizadas e ao conteúdo trabalhado na uni-
dade. Essa seção permite a identificação das principais
dificuldades dos estudantes no decorrer do processo
letivo, oportunizando que o professor possa redefinir
estratégias para ultrapassar as eventuais defasagens
individuais e coletivas.
⓿ Ponto de chegada: presente após o encerramento da
última unidade de cada volume, esse instrumento visa
oferecer ao professor informações a respeito do apren-
dizado dos estudantes ao final do ano escolar, sempre
considerando as respectivas habilidades de cada ano.
Como fazer
Seção presente em todos os volumes desta Coleção, aparece sempre
após o Ponto de chegada. Essa seção tem como objetivo apresentar ao
estudante alguns procedimentos e noções introdutórias de práticas de
pesquisa vinculadas ao estudo de Geografia, sempre sugerindo seu de-
senvolvimento em alguma situação concreta, o que permite o envolvi-
mento e a conexão dos estudantes na proposta da seção, favorecendo
o trabalho com as competências CG2, CECH2, CEG1 e CEG5.
XXIX
Sumário de todos os volumes
Volume 6
Ponto de partida ................................................................................................................................. 10
Unidade 1: Lugar, paisagem e espaço geográfico ..................................................................... 14
Capítulo 1: Lugar e paisagem ......................................................................................................... 16
Capítulo 2: Espaço geográfico ....................................................................................................... 29
Capítulo 3: Orientação e localização no espaço geográfico .....................................................42
Capítulo 4: Representações da superfície terrestre ................................................................... 55
Ponto de checagem ......................................................................................................................... 68
Unidade 2: O planeta em que vivemos – relevo e hidrografia ................................................. 70
Capítulo 5: O planeta Terra............................................................................................................. 72
Capítulo 6: A crosta terrestre e a estrutura interna do planeta .............................................. 85
Capítulo 7: Formas e agentes modificadores do relevo............................................................. 98
Capítulo 8: As águas ...................................................................................................................... 110
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 122
Unidade 3: O planeta em que vivemos – climas e formações vegetais ............................... 124
Capítulo 9: Atmosfera, tempo e clima ....................................................................................... 126
Capítulo 10: Tipos climáticos........................................................................................................ 138
Capítulo 11: Clima e problemas socioambientais ..................................................................... 151
Capítulo 12: Formações vegetais e a biodiversidade ............................................................... 163
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 176
Unidade 4: Recursos naturais, fontes de energia e atividades econômicas ...................... 178
Capítulo 13: Recursos naturais e fontes de energia ................................................................. 180
Capítulo 14: Organização do espaço e setores da economia ................................................. 192
Capítulo 15: Agropecuária ............................................................................................................ 205
Capítulo 16: Indústria, comércio e prestação de serviços...................................................... 218
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 230
Ponto de chegada ............................................................................................................................. 232
Como fazer ......................................................................................................................................... 236
Referências bibliográficas comentadas ...................................................................................... 239
Volume 7
Ponto de partida ................................................................................................................................. 10
Unidade 1: Formação e organização
do território brasileiro ....................................................................................................................... 14
Capítulo 1: Território e paisagens.................................................................................................. 16
Capítulo 2: Organização político-administrativa e cidadania .................................................. 29
Capítulo 3: Formação territorial......................................................................................................42
Capítulo 4: Sociedade e natureza .................................................................................................. 59
Ponto de checagem ......................................................................................................................... 76
Unidade 2: População brasileira ...................................................................................................... 78
Capítulo 5: Formação e diversidade do povo brasileiro ............................................................. 80
Capítulo 6: Dinâmicas populacionais ............................................................................................ 95
Capítulo 7: Movimentos migratórios........................................................................................... 109
Capítulo 8: Desigualdades sociais ............................................................................................... 124
XXX
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 138
Unidade 3: Economia e modernização do país .......................................................................... 140
Capítulo 9: Industrialização.......................................................................................................... 142
Capítulo 10: Espaço urbano .......................................................................................................... 156
Capítulo 11: Espaço rural .............................................................................................................. 171
Capítulo 12: Redes de energia, comunicações e transportes ............................................... 186
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 200
Unidade 4: Regiões brasileiras ....................................................................................................... 202
Capítulo 13: Região Nordeste ...................................................................................................... 204
Capítulo 14: Região Norte............................................................................................................. 216
Capítulo 15:Região Centro–Oeste............................................................................................... 228
Capítulo 16: Região Sul .................................................................................................................. 237
Capítulo 17: Região Sudeste ......................................................................................................... 249
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 262
Ponto de chegada ............................................................................................................................. 264
Como fazer ......................................................................................................................................... 268
Referências bibliográficas comentadas ...................................................................................... 271
Volume 8
Ponto de partida ................................................................................................................................. 10
Unidade 1: Espaço mundial e dinâmicas demográficas............................................................. 14
Capítulo 1: Estados nacionais e capitalismo ............................................................................... 16
Capítulo 2: O mundo globalizado .................................................................................................. 32
Capítulo 3: População mundial – crescimento e distribuição .................................................. 50
Capítulo 4: Movimentos populacionais ........................................................................................ 66
Ponto de checagem ......................................................................................................................... 80
Unidade 2: África................................................................................................................................. 82
Capítulo 5: África – passado e presente ....................................................................................... 84
Capítulo 6: Natureza e sociedade na África............................................................................... 100
Capítulo 7: África – características socioeconômicas.............................................................. 114
Capítulo 8: África do Sul, Egito e Nigéria................................................................................... 133
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 146
Unidade 3: América e Antártida .................................................................................................... 148
Capítulo 9: Regionalização e organismos internacionais na América ................................... 150
Capítulo 10: Relevo e águas continentais na América.............................................................. 164
Capítulo 11: Climas e formações vegetais na América ............................................................ 182
Capítulo 12: Antártida: biodiversidade e desafios ................................................................... 200
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 208
Unidade 4: América – geopolítica e diversidade socioeconômica ........................................ 210
Capítulo 13: Estados Unidos: geopolítica e economia ............................................................. 212
Capítulo 14: América Latina – contexto atual, México e Argentina ...................................... 236
Capítulo 15: Outros países latino-americanos .......................................................................... 252
Capítulo 16: As singularidades de Cuba e do Haiti ................................................................... 268
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 278
Ponto de chegada ............................................................................................................................. 280
Como fazer ......................................................................................................................................... 284
Referências bibliográficas comentadas ...................................................................................... 287
XXXI
Volume 9
Ponto de partida .............................................................................................................................. 10
Unidade 1: Geopolítica e globalização .......................................................................................... 14
Capítulo 1: Industrialização: uma perspectiva histórica ........................................................... 16
Capítulo 2: Industrialização: impactos territoriais e socioeconômicos................................... 28
Capítulo 3: As relações internacionais .......................................................................................... 43
Capítulo 4: A economia global e o mundo em rede .................................................................... 57
Ponto de checagem ......................................................................................................................... 76
Unidade 2: Europa ............................................................................................................................... 78
Capítulo 5: Europa: dinâmicas naturais e questões ambientais ............................................... 80
Capítulo 6: Demografia e conflitos no continente europeu ...................................................... 94
Capítulo 7: União Europeia, Rússia e CEI .................................................................................... 109
Capítulo 8: Europa: diversidade socioeconômica...................................................................... 124
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 138
Unidade 3: Oceania e Ásia .............................................................................................................. 140
Capítulo 9: Oceania: natureza, sociedade e economia............................................................. 142
Capítulo 10: Ásia: diversidade e processos naturais ................................................................ 158
Capítulo 11: Oriente Médio........................................................................................................... 177
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 204
Unidade 4: Ásia: potências globais e regionais ........................................................................ 206
Capítulo 12: Japão ......................................................................................................................... 208
Capítulo 13: Tigres Asiáticos ........................................................................................................ 221
Capítulo 14: China .......................................................................................................................... 234
Capítulo 15: Índia ........................................................................................................................... 249
Ponto de checagem ....................................................................................................................... 262
Ponto de chegada ............................................................................................................................. 264
Como fazer ......................................................................................................................................... 268
Referências bibliográficas comentadas ...................................................................................... 271
XXXII
Orientações para este volume
levando-se em conta as questões ambientais (EF08GE15,
Objetivos e justificativas EF08GE20, EF08GE22 e EF08GE23).
deste volume 6. Analisar as questões ambientais, territoriais e geopolíticas re-
O Volume 8 estrutura-se em 4 unidades e 16 capítulos. Nele, lacionadas ao continente Antártico (EF08GE21).
são analisados a Antártida e os continentes americano e africa-
7. Analisar características políticas, sociais e econômicas dos
no. Também são trabalhadas as noções sobre as dinâmicas de-
mográficas, o sistema socioeconômico capitalista, inclusive em países latino-americanos e africanos (EF08GE20, EF08GE22,
uma perspectiva histórica, as organizações internacionais e as EF08GE23 e EF08GE24).
relações entre os Estados-nação. Nesse sentido, o volume propi-
cia aos estudantes a compreensão de diversas características da
formação do espaço geográfico mundial, sendo mobilizados os
conceitos de Estado, nação, governo, territorialidade, redes, além
Acompanhamento das
da categoria de análise território. aprendizagens
A Unidade 1 contempla o estudo do espaço mundial e as di-
nâmicas demográficas. Analisa-se o capitalismo e suas diferentes
Ponto de partida
etapas, em especial a fase atual – a globalização e suas conse-
quências para a integração dos países –, os blocos econômicos e O acompanhamento das aprendizagens dos estudantes é um
as questões populacionais, as migrações internacionais e os mo- processo contínuo e, no início deste ano letivo, eles possivelmente
vimentos de refugiados. entrarão em contato com temas que já foram abordados em anos
A Unidade 2 trata da análise do continente africano, consi- anteriores, em diferentes escalas. Nesta etapa, podemos consi-
derando seus aspectos históricos, naturais e socioeconômicos, derar que alguns conhecimentos são esperados, considerando
oferecendo em um de seus capítulos uma abordagem específi- as habilidades da BNCC desenvolvidas ao longo do 7º ano, mas
ca referente aos países de grande relevância socioeconômica no também é possível trabalhar aspectos, ainda que de modo pouco
continente: África do Sul, Egito e Nigéria. profundo, relacionado aos objetivos do ano letivo vigente.
Na Unidade 3 são trabalhadas as regionalizações da América, De maneira que os estudantes possam realizar essa transição,
os conflitos e diferentes organismos relacionados ao continente, esta etapa introdutória propõe uma avaliação diagnóstica, cujo
bem como as características físico-naturais de suas regiões. Além
objetivo é resgatar conhecimentos prévios que se relacionem a
disso, é apresentada a Antártida, tendo por foco suas caracterís-
temas que serão explorados ao longo deste volume. Dessa forma,
ticas naturais e os desafios de controle e exploração, consideran-
será possível remediar defasagens de aprendizado e, ao mesmo
do a relevância ambiental do continente.
tempo, sondar os conhecimentos dos estudantes, proposta que
Na Unidade 4 são analisados aspectos geopolíticos e caracte-
objetiva auxiliar o planejamento do ano letivo.
rísticas econômicas e socioespaciais da América, com destaque
para a potência estadunidense e seus interesses nos mais diver- A seguir, oferecemos algumas orientações para o trabalho com
sos países latino-americanos. Na unidade são caracterizados vá- as atividades propostas na seção Ponto de partida, disposta no
rios outros países do continente em sua perspectiva sociocultural, início do Livro do Estudante.
econômica e espacial, desde os mais industrializados até aqueles
cujas economias são essencialmente ligadas ao setor agrário e
extrativista. Um dos capítulos da unidade explora, por exemplo, Atividade 1
as singularidades de Cuba e Haiti.
Conhecimentos prévios fundamentais
Para o volume do 8º ano, temos os seguintes objetivos:
Esta atividade objetiva uma retomada dos conceitos de terri-
1. Conhecer as rotas de dispersão da população humana, compreen- tório e Estado-nação, que devem ser tratados como conhecimen-
der e analisar os movimentos populacionais e outras dinâmicas tos-chave para o entendimento de diversos temas propostos ao
populacionais (EF08GE01, EF08GE02, EF08GE03 e EF08GE04). longo deste volume.
2. Elaborar e interpretar mapas e outras formas de represen- As questões apresentadas propõem uma reflexão acerca das
tação cartográfica, com destaque para a África e a América transformações na organização político-administrativa do Brasil
(EF08GE18 e EF08GE19). ao longo da história, do processo de expansão e ocupação do
3. Analisar e compreender os objetivos e as atuações das organi- território nacional e dos fatores associados, também mobilizando
zações internacionais, com destaque para o continente ameri- conhecimentos sobre regionalização.
cano (EF08GE05, EF08GE06, EF08GE11 e EF08GE12). Além de possibilitar o resgate de conhecimentos prévios dos
4. Analisar e compreender os processos de integração dos Esta- estudantes adquiridos durante o desenvolvimento das habilida-
dos-nação e de transformação produtiva, que impactam as des EF07GE02 e EF07GE09 no ano anterior, esta proposta fornece
atividades econômicas, em um contexto de desenvolvimento bases para que os estudantes utilizem tais conhecimentos para
científico-tecnológico e de ascensão dos Estados Unidos e da analisar processos similares em outras escalas, contemplando o
China (EF08GE05, EF08GE07, EF08GE08, EF08GE09, EF08GE13 desenvolvimento da habilidade EF08GE05. A interpretação de
e EF08GE14). mapas históricos e recentes ainda permite avaliar aspectos refe-
5. Identificar e analisar características climáticas, de formações rentes à literacia cartográfica, levando a uma aproximação com
vegetais, do relevo, da geologia e da hidrografia da América, aspectos da habilidade EF08GE18.
XXXIII
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
Habilidades Habilidades
Critérios de avaliação Desempenho Critérios de avaliação Desempenho
relacionadas relacionadas
O estudante interpretou
O estudante identificou e Desenvolvido e comparou os mapas
diferenciou os conceitos de Parcialmente temáticos, identificando Desenvolvido
Estado-nação e território desenvolvido o bioma amazônico como Parcialmente
nacional? Em desenvolvimento aquele que apresenta desenvolvido
maior proporção das áreas Em desenvolvimento
O estudante interpretou EF08GE05 protegidas com Unidades de
e comparou os mapas, EF08GE18 EF08GE15
Desenvolvido Conservação?
identificando as EF08GE18
Parcialmente EF08GE23
transformações no território O estudante identificou
desenvolvido
brasileiro referentes aos aspectos da Floresta
Em desenvolvimento Desenvolvido
limites e à organização Amazônica, relativos às
político administrativa? Parcialmente
dinâmicas desse bioma,
desenvolvido
suas paisagens e sua
Em desenvolvimento
Estratégias para a recuperação das aprendizagens importância para o Brasil e
a América do Sul?
Caso os estudantes apresentem dificuldades nos itens a e b,
promova uma retomada dos conceitos em questão por meio da
estratégia denominada recordatório. Nesse caso, crie uma tabe- Estratégias para a recuperação das aprendizagens
la na lousa com duas colunas, nas quais os estudantes devem Para remediar dificuldades no item a, tire fotos dos mapas e
citar o que já sabem sobre determinado assunto ou conceito e utilize um projetor para exibi-los aos estudantes em tamanho
também o que não sabem e gostariam de saber. Utilizando como grande, estimulando a observação coletiva e a comparação entre
base a coluna que evidencia os conhecimentos já adquiridos pe- as duas representações. Para ampliar a atividade, selecione tam-
bém outros mapas temáticos com informações sobre aspectos
los estudantes sobre esses conceitos (é necessário corrigir os
naturais do território brasileiro, trabalhando sua leitura e inter-
eventuais erros), incentive a turma a criar uma resposta coleti-
pretação com os estudantes. Estimule-os na leitura coletiva das
va para os itens em questão. Ao final dessa dinâmica, crie uma
legendas e questione-os de que modo são representadas as infor-
nova coluna na lousa e incentive os estudantes a identificar o que
mações em cada mapa. Mapas com informações sobre dinâmicas
aprenderam na atividade.
naturais nos territórios serão amplamente usados ao longo deste
Nos itens c, d e e, caso os estudantes tenham dificuldades, volume, portanto, é importante que os estudantes estejam aptos
incentive-os a realizar as atividades em duplas, trocando ideias a interpretá-los.
entre si para sanar as dúvidas que surgirem. Em seguida, realize a Ao longo do ano letivo vigente, para o desenvolvimento dos
observação coletiva dos mapas e estimule as duplas que se sen- objetivos de aprendizagem deste volume, também é importante
tirem confortáveis a expor suas respostas. Se possível, apresente que os estudantes já conheçam os aspectos principais da Flores-
outros mapas históricos do território brasileiro para ampliar a dis- ta Amazônica, sua importância e necessidade de conservação.
cussão. Exponha, também, mapas com diferentes propostas de Se tiverem dificuldades no item b, utilize a estratégia conhecida
regionalização para dar atenção ao item e. Se necessário, defina como pensar-conversar-compartilhar para estimular os estudan-
o conceito de regionalização na lousa e estimule os estudantes a tes a resgatar conhecimentos desenvolvidos no ano letivo ante-
identificar quais são os objetivos dessa ação nos mapas apresen- rior. Nesse caso, cada estudante deverá refletir sobre a questão
tados e que tipos de critérios podem ser usados para tanto. e, em seguida, compartilhar sua resposta com a dupla. Depois, a
conversa é expandida para a turma. Você também pode sistema-
tizar os conhecimentos sobre o tema em um mapa mental sobre o
Atividade 2
bioma amazônico na lousa.
Conhecimentos prévios fundamentais
Esta atividade propõe uma análise de mapas temáticos, esti- Atividade 3
mulando o trabalho com cartografia e possibilitando a retoma-
Conhecimentos prévios fundamentais
da de conhecimentos prévios relativos ao bioma amazônico e
Esta atividade propõe uma análise de um mapa com infor-
sua conservação. Essa proposta permite o resgate de habilida-
mações sobre a população indígena no Brasil, com o objetivo
des trabalhadas durante o ano letivo anterior, como a EF07GE09,
de identificar a presença marcante de indígenas no estado
a EF07GE11 e EF07GE12, que podem ser consideradas requisitos
do Amazonas e, de modo geral, na região de ocorrência da
para o trabalho parcial com as habilidades EF08GE15, EF08GE18 e
Floresta Amazônica. É possível trabalhar esta proposta em
EF08GE23 do ano vigente. conjunto com o mapa dos biomas brasileiros explorado na
Dessa forma, espera-se que os estudantes estejam aptos a in- questão anterior. Ela permite resgatar conteúdos referentes
terpretar mapas temáticos com informações sobre as Unidades às habilidades EF07GE04, EF07GE09 e EF07GE11, trabalhadas
de Conservação no território, e identificar aspectos relevantes so- durante o ano letivo anterior e que podem ajudar a uma apro-
bre o bioma amazônico e sua importância para o Brasil e a Améri- ximação com a habilidade EF08GE23.
ca do Sul, com atenção às suas paisagens, aos recursos hídricos e Dessa forma, espera-se que os estudantes estejam aptos a in-
sistemas de nuvens. Esta atividade também possibilita uma base terpretar o mapa com informações demográficas sobre territó-
para o trabalho com a atividade 3, que está relacionada ao de- rio, relacionando, por meio da cartografia, povos e determinadas
senvolvimento da habilidade EF08GE20. paisagens da América Latina.
XXXIV
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
Para remediar dificuldades nos itens a e b, promova a observa-
Habilidades ção coletiva do mapa, atentando à legenda. Explore o uso das co-
Critérios de avaliação Desempenho
relacionadas res no mapa apresentado e retome o conceito de ação antrópica,
por meio de uma conversa com a turma. Se considerar necessário,
O estudante identificou por exemplo, apresente imagens que mostrem áreas com vegeta-
Desenvolvido
e justificou uma maior ção nativa conservada ao lado de áreas com avanço da agrope-
Parcialmente EF08GE03
concentração de indígenas
desenvolvido EF08GE23 cuária. Isso pode auxiliar no desenvolvimento do item a e também
na região amazônica do
Em desenvolvimento possibilitar que os estudantes identifiquem ações humanas que
território brasileiro?
se configuram como pressões sobre a natureza, contemplando
também o item b.
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
No item c, incentive os estudantes a resgatar aspectos do ter-
Para remediar dificuldades, explore os elementos do mapa
ritório brasileiro que foram observados nos mapas das atividades
em questão e sane as dúvidas que surgirem em relação à sua
2 e 3. Nesse caso, oriente-os a identificar o bioma menos afetado
interpretação. Para ampliar a análise dessa proposta, estimule
como sendo a Floresta Amazônica e a identificar que, na área de
os estudantes na observação dos mapas presentes na ativi- ocorrência desse bioma, existem mais Unidades de Conservação.
dade 2 para comparem essa representação com os mapas da Questione-os também para que reconheçam a maior presença de
referida atividade e estejam aptos a relacionar, por meio da Terras Indígenas nessa região, mas ressalte que a Amazônia so-
cartografia, a presença de diversos povos indígenas ao bioma fre grande pressão de diferentes agentes que contribuem para o
Amazônia, comparativamente menos afetado pela ação da so- desmatamento.
ciedade do que os demais biomas brasileiros, propiciando, as-
sim, a manutenção dos modos de vida desses povos, bastante Atividade 5
dependentes da floresta, dos rios e de outros elementos natu-
rais. A proposta também favorece o trabalho com a literacia Conhecimentos prévios fundamentais
cartográfica. Espera-se que, dessa forma, estejam aptos a rea- Esta atividade propõe uma análise de um mapa da bacia hi-
lizar análises semelhantes em outros territórios, considerando drográfica formada pelo rio Amazonas e seus afluentes, mais uma
o desenvolvimento das habilidades EF08GE03 e EF08GE23. vez trabalhando aspectos relacionados à observação e interpre-
tação de representações cartográficas com informações naturais
Atividade 4 sobre um território, os quais podem ser considerados essenciais
para o desenvolvimento das habilidades EF08GE15 e EF08GE22.
Conhecimentos prévios fundamentais O trabalho com essas habilidades, por sua vez, se fundamenta
Esta atividade propõe uma retomada a respeito das pressões em conhecimentos sobre o relevo, as bacias hidrográficas e os
sobre a natureza, decorrentes das atividades humanas. Para rios brasileiros, previstos para o 6º ano por meio da habilidade
tanto, é possível aproveitar encaminhamentos das atividades EF06GE04, e no 7º ano por meio da habilidade EF07GE11. Espera-
anteriores, particularmente acerca dos biomas brasileiros, rela- -se que, dessa forma, os estudantes já tenham assimilado o con-
cionando-as à interpretação de um mapa temático das forma- ceito de bacia hidrográfica, assim como sua relação com o relevo
e a importância da cooperação entre países na conservação de
ções vegetais do Brasil e da ação antrópica sobre elas.
recursos hídricos.
Com base nessa proposta, espera-se que os estudantes es-
Essa proposta é contemplada por meio da análise e interpre-
tejam aptos a identificar em representações cartográficas as-
tação de duas fotografias, nas quais espera-se que os estudantes
pectos relacionados à ocupação e ao uso do solo, assim como
estejam aptos a identificar os usos das águas de dois rios da Bacia
identificar pressões sobre a natureza e as vegetações no Brasil.
Amazônica, reconhecendo a sua importância e possíveis impactos
Dessa forma, resgatam conhecimentos relacionados à habilida- ambientais associados. Esse trabalho específico resgata conteú-
de EF07GE06 do ano letivo anterior e tornam-se aptos a desen- dos desenvolvidos pelas habilidades EF07GE06 e EF07GE07, assim
volver parcialmente a habilidade EF08GE20, analisando proces- como favorece o desenvolvimento parcial da EF08GE22.
sos semelhantes em escala continental e mundial.
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
Habilidades
Habilidades Critérios de avaliação Desempenho
Critérios de avaliação Desempenho relacionadas
relacionadas
O estudante conceituou
O estudante interpretou corretamente bacia
Desenvolvido
o mapa corretamente, hidrográfica, interpretou a
Parcialmente
identificou as áreas em Desenvolvido imagem e identificou o rio
desenvolvido
vermelho como áreas Parcialmente Amazonas como formador
Em desenvolvimento
antropizadas e a Floresta desenvolvido de uma grande bacia
Amazônica como vegetação Em desenvolvimento hidrográfica? EF08GE15
ainda menos afetada pelas EF08GE20 EF08GE22
ações humanas? O estudante identificou
que os rios formadores Desenvolvido
O estudante identificou Desenvolvido dessa bacia hidrográfica se Parcialmente
ações humanas que Parcialmente originam nas áreas mais desenvolvido
degradam as formações desenvolvido elevadas do relevo, como Em desenvolvimento
vegetais no Brasil? Em desenvolvimento planaltos e montanhas?
XXXV
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
Nos itens a, b e c, para remediar dificuldades, observe a possi-
bilidade de projetar um mapa físico da América do Sul para aná- Habilidades
Critérios de avaliação Desempenho
lise coletiva da representação. Separe os estudantes em grupos relacionadas
e solicite que relembrem o que sabem sobre formas do relevo e O estudante identificou
bacias hidrográficas. Em seguida, oriente os grupos a resolver as os principais conjuntos
questões e compartilhar seus resultados com a turma. Se ainda de povos que ajudaram Desenvolvido
assim tiverem dificuldades, resolva as questões de forma conjunta. a formar a cultura e o Parcialmente
povo brasileiro e foi capaz desenvolvido
No item d, se os estudantes tiverem dificuldades, promova a de exemplificar outras Em desenvolvimento
leitura em voz alta da frase apresentada e realize questões que influências culturais desses
estimulem a turma a perceber que, considerando as bacias hidro- povos? EF08GE02
gráficas, os impactos gerados pela ação humanas em determina- O estudante reconheceu
dos pontos de um rio podem ser sentidos em uma área bastante que existem similaridades
Desenvolvido
extensa, muitas vezes a centenas de quilômetros de distância do entre o Brasil e os demais
Parcialmente
local originalmente degradado. Para focar na Bacia Amazônica, países da América Latina,
desenvolvido
considerando aspectos
apresente aos estudantes um mapa dessa bacia em todo o sub- Em desenvolvimento
de sua colonização e
continente e incentive-os a compará-lo a um mapa político da formação?
América do Sul, de modo a identificar que ela é compartilhada por
vários países. Oriente os estudantes a refletir sobre a importância
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
da conservação conjunta dessa bacia, de modo que eles possam
Para remediar dificuldades e promover uma dinâmica atrativa
realizar análises semelhantes ao longo deste volume, consideran- para o trabalho com os itens a a d, organize os estudantes em
do outros casos de recursos hídricos compartilhados por países grupos e utilize uma proposta de trabalho conhecida como reló-
latino-americanos e africanos. gio didático. Nesse caso, cada questão vai estimular uma roda de
No item e, produza duas colunas na lousa, uma para cada uso da discussão dentro de cada grupo, que deve ser cronometrada. Ao
água evidenciado nas fotografias. Inicialmente, estimule-os a iden- final do tempo, cada grupo escreve sua resposta em um cartão.
tificar esses usos, nomeando as colunas. Em seguida, oriente-os a Após encerrada essa dinâmica, recolha os cartões e organize uma
reconhecer a importância dessas atividades e possíveis impactos re- roda de conversa com a turma. Para cada questão, leia a resposta
lacionados. Se tiverem dificuldades, incentive-os a descrever as pai- oferecida por cada grupo e deixe que todos os estudantes se mani-
sagens evidenciadas na imagem e seus elementos, aproximando-as festem sobre o tema. Se tiverem dificuldades em algum ponto espe-
de um contexto mais próximo da realidade dos estudantes. Se consi- cífico e os cartões dos grupos não oferecerem respostas adequadas,
derar interessante, apresente alguma notícia ou reportagem de jor- realize as correções necessárias. Este é um momento oportuno tam-
nal sobre a importância da navegação da Amazônia para transporte bém para a retomada de conhecimentos de História, relacionados à
colonização do continente americano e ao tráfico de escravizados.
de pessoas e mercadorias, ou acerca da importância das hidrelétri-
cas no Brasil e os impactos causados pela construção de barragens.
É importante que estejam aptos a realizar essas análises, pois elas
Atividade 7
serão exigidas dos estudantes ao longo deste ano letivo. Conhecimentos prévios fundamentais
Neste ano letivo, serão estudados diversos temas relacionados
Atividade 6 aos fluxos migratórios, tanto históricos como contemporâneos.
Esta atividade objetiva que os estudantes estejam aptos a inter-
Conhecimentos prévios fundamentais pretar representações cartográficas que evidenciam fluxos migra-
Durante este ano letivo, os estudantes vão estudar sobre a co- tórios, além de propor uma retomada sobre conceitos e conteúdos
lonização e formação dos países da América Latina, a partir de in- para o entendimento das migrações internacionais. Nesse caso,
fluências de diferentes povos, notadamente indígenas, europeus por meio do resgate de conhecimentos sobre migrações internas
e africanos. Além disso, eles serão levados a reconhecer marcas no Brasil, espera-se que estejam aptos a fazer análises similares
da influência desses povos em sua realidade próxima. Portanto, em escalas mais amplas, como nos contextos da América Latina e
ao iniciarem o ano letivo vigente, espera-se que já reconheçam da África. Essa proposta resgata conteúdos relativos às habilida-
des EF07GE02 e EF07GE09 do ano letivo anterior e que podem ser
os povos formadores do povo brasileiro e também identifiquem
considerados fundamentos para o desenvolvimento das habilida-
algumas de suas contribuições culturais.
des EF08GE03 e EF08GE04 referentes ao ano letivo vigente.
Nesta atividade em particular, os estudantes são apresentados
a fotografias que evidenciam expressões com origens nesses três Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
conjuntos de povos (indígenas, europeus e africanos) e são leva-
Habilidades
dos a identificá-los. De maneira objetiva, as questões propõem Critérios de avaliação Desempenho
a retomada de conteúdos atrelados à habilidade EF07GE04, de- relacionadas
senvolvida no ano letivo anterior, para uma aproximação com a O estudante identificou
habilidade EF08GE02, trabalhada neste volume. a função das setas na
representação cartográfica Desenvolvido
No entanto, essa proposta também favorece o resgate de co- e reconheceu que elas Parcialmente EF08GE03
nhecimentos prévios sobre a colonização do continente america- representam a direção e desenvolvido EF08GE04
no e sobre a África, reconhecendo, no caso, a estreita relação do também a intensidade Em desenvolvimento
Brasil com esse continente, devido às influências culturais africa- de deslocamentos
nas na população brasileira. populacionais?
XXXVI
Habilidades Habilidades
Critérios de avaliação Desempenho Critérios de avaliação Desempenho
relacionadas relacionadas
O estudante identificou O estudante relacionou
Desenvolvido
fatores que motivam fluxos os gráficos e reconheceu
Parcialmente EF08GE03
migratórios, assim como a mecanização do campo Desenvolvido
desenvolvido EF08GE04
os conceitos de áreas de como um dos fatores Parcialmente EF08GE03
Em desenvolvimento
atração e áreas de repulsão? condicionantes do desenvolvido EF08GE13
desemprego rural, do êxodo Em desenvolvimento
rural e da urbanização
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
brasileira?
Se os estudantes tiverem dificuldades no item a, apresente ou-
tros mapas do tipo e promova uma conversa sobre mapas que re-
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
presentam fluxos e sua linguagem. Depois, estimule a observação
Se os estudantes tiverem dificuldades no item a, reproduza os
da legenda para que reconheçam os fluxos em questão.
gráficos na lousa, explicando a organização dos eixos e atentan-
Para remediar dificuldades nos itens b a e, resgate conhecimen- do às legendas, cotas e ao título.
tos prévios dos estudantes sobre migrações antes de retomar as Para remediar dificuldades nos itens b e c, promova a obser-
questões. Uma alternativa é organizar a sala de aula dentro da vação conjunta desses gráficos e questione os estudantes de
dinâmica dois, quatro e todos. Nesse cenário, os estudantes de- maneira que apontem a relação entre eles, retomando conceitos
vem primeiro conversar em duplas sobre as questões propostas. como mecanização, desemprego rural, êxodo rural e urbanização.
Depois, cada dupla deve se unir a outra dupla e repetir o procedi- Se achar interessante, escreva esses conceitos na lousa e estimule
mento em um grupo de quatro estudantes. Incentive-os a sanar os estudantes a contar o que sabem sobre eles, dentro da estra-
as dúvidas que existirem entre si e produzir respostas conjuntas tégia conhecida como tempestade de ideias. Nesse caso, eles po-
para as questões. Após os grupos encerrarem a atividade, expan- dem trabalhar em grupos e receber notas adesivas para escrever
da a análise de cada questionamento para uma discussão envol- o que sabem sobre cada conceito em questão. Após encerrada
vendo toda a turma. Os grupos podem apresentar suas respostas essa dinâmica, recolha as notas e realize uma conversa sobre cada
e discutir entre si caso surjam respostas contraditórias. Realize as conceito, lendo o que os grupos escreveram sobre eles. Vale res-
correções eventuais apenas se for necessário e eles não chegarem saltar que, durante essa conversa, as respostas para as questões
propostas na atividade devem surgir, mas não é necessário focar
à resposta correta por meio dessa conversa.
nelas por enquanto. Esses conceitos serão muito importantes ao
longo deste ano letivo, portanto a ideia principal é que os estu-
Atividade 8 dantes estejam familiarizados com eles. Após a conversa, oriente
os estudantes a retomar as atividades e, se ainda persistirem dú-
Conhecimentos prévios fundamentais
vidas, oriente-os a trabalhar em duplas.
Esta atividade parte da leitura de duas representações gráfi-
cas sobre o espaço rural brasileiro, que devem ser interpretadas
pelos estudantes e relacionadas entre si para que estes cheguem Unidade 1
às respostas esperadas, resgatando conhecimentos prévios nes-
se processo. Dessa forma, são retomados conteúdos relativos à Objetivos pedagógicos e habilidades relacionadas
habilidade EF07GE08 do ano letivo anterior, que podem ser con- 1. Compreender os conceitos de Capitalismo, Estado, Estado-na-
siderados requisitos para o desenvolvimento das habilidades ção, território e territorialidade e analisar a atuação das organi-
EF08GE03 e EF08GE13 do ano letivo vigente. zações internacionais no contexto da globalização (EF08GE05
Dentro do contexto descrito, espera-se que os estudantes e EF08GE06).
identifiquem que a mecanização no campo resultou na dimi- 2. Analisar o processo de globalização, considerando a forma-
nuição dos postos de trabalho, associando essa conjuntura ao ção dos blocos econômicos e o papel das grandes potências
êxodo rural e reconhecendo esses deslocamentos como um dos mundiais, particularmente Estados Unidos e China (EF08GE07,
fatores condicionantes da urbanização no Brasil. Dessa forma, EF08GE08 e EF08GE14).
estarão aptos a compreender processos semelhantes em ou-
3. Analisar os avanços tecnológicos no contexto da Revolução
tros países da América Latina e da África. Essa proposta tam-
Técnico-Científica e suas consequências para a integração do
bém deve contribuir para o desenvolvimento da EF08GE10, res-
espaço mundial, para as empresas e para o cotidiano das pes-
gatando conhecimentos sobre a má distribuição de terras no soas (EF08GE09 e EF08GE13).
Brasil e as lutas no campo.
4. Interpretar mapas e outras formas de representação cartográ-
fica (EF08GE19).
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
5. Conhecer as rotas de dispersão da população humana e analisar
Habilidades
Critérios de avaliação Desempenho características da dinâmica demográfica (EF08GE01 e EF08GE03).
relacionadas
6. Compreender os movimentos populacionais na América Latina
O estudante interpretou os
gráficos e identificou que, e relacionar aspectos das histórias das famílias do município
no período representado, Desenvolvido de vivência aos fluxos migratórios (EF08GE02 e EF08GE04).
o número de tratores Parcialmente EF08GE03
desenvolvido EF08GE13 Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
empregados no campo
Em desenvolvimento O quadro a seguir apresenta sugestões de critérios de avaliação e
cresceu e o número de
trabalhadores diminui? de algumas atividades que auxiliam no acompanhamento da apren-
dizagem dos estudantes ao longo do trabalho com a Unidade 1.
XXXVII
Quadro de acompanhamento das aprendizagens
O.P.* Critérios de avaliação Atividades relacionadas Desempenho Observações
Desenvolvido
Atividades 1, 2 e 3 (p. 19) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante entende a aplicação de Desenvolvido
conceitos espaciais, como Estado, nação, Atividade 1 (p. 20) Parcialmente desenvolvido
território e territorialidade? Em desenvolvimento
1
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 1
Em desenvolvimento
O estudante reconhece o papel de Desenvolvido
órgãos internacionais e suas diferentes Atividade (p. 40) Parcialmente desenvolvido
relações com os países? Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade 1 (p. 39) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante compreende o processo
de globalização, analisa a importância Desenvolvido
2 de acordos entre países e das cadeias Atividades 4, 5 e 6 (p. 49) Parcialmente desenvolvido
produtivas nas relações comerciais Em desenvolvimento
internacionais?
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 2
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante compreende os Atividade 6 (p. 47) Parcialmente desenvolvido
desdobramentos das recentes inovações Em desenvolvimento
3 tecnológicas para os setores econômicos Desenvolvido
e a sociedade em geral? Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 3
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividades 1, 2 e 4 (p. 52-53) Parcialmente desenvolvido
O estudante realiza a leitura e a Em desenvolvimento
4 interpretação de representações
cartográficas do tipo anamorfose? Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 4
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade 2 (p. 66) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante descreve processos
Desenvolvido
envolvendo diferentes situações de
Atividade 3 (p. 79) Parcialmente desenvolvido
deslocamento humano, considerando
Em desenvolvimento
aspectos histórico-geográficos?
Desenvolvido
Ponto de checagem
5 Atividade 5
Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade 1 (p. 75) Parcialmente desenvolvido
O estudante consegue diferenciar Em desenvolvimento
refugiado de imigrante? Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 5
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade 3 (p. 66) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante compreende os processos
6 de deslocamento humano?
Atividades 2 e 3 (p. 75) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 6
Em desenvolvimento
* Nota: ao longo deste Manual, os objetivos pedagógicos nos títulos de quadros serão abreviados como O. P.
XXXVIII
Ponto de checagem Atividade 6
Veja as orientações para o trabalho com a seção Ponto de che- • Objetivo avaliado: 6.
cagem da Unidade 1. É necessário que o estudante compreenda os processos de
deslocamento humano, inclusive no contexto de seu espaço de
Atividade 1 vivência – o município onde mora. Para isso, nesta atividade ele é
apresentado a um texto reflexivo sobre a importância de se levar
• Objetivo avaliado: 1. em consideração o contexto do deslocado.
Esta atividade exige que os estudantes identifiquem os concei-
tos trabalhados em um texto-base, relacionando-os a questões Estratégias para a recuperação das aprendizagens
geopolíticas da atualidade. A seguir, indicamos algumas estratégias para a recuperação
das aprendizagens, considerando os objetivos pedagógicos esta-
Atividade 2 belecidos para esta unidade.
Objetivo 1
• Objetivo avaliado: 2.
Na atividade 1, nos itens de a a d, caso os estudantes apresen-
Esta atividade exige que os estudantes analisem o atual contex-
tem dificuldades na diferenciação dos conceitos de Estado-na-
to de potências como os Estados Unidos e a China no contexto de
ção, território e territorialidade, retome-os utilizando como base
globalização econômica, pautado na busca por mercados fornece-
um programa de imagens de satélite. Nesse programa, explore
dores de matérias-primas e consumidores de produtos. Essa análi-
áreas de terras indígenas no Brasil, questionando os estudantes
se terá como plano de investigação os recentes acordos comerciais
sobre as territorialidades ali presentes. Dê exemplos com base
do Pacífico que envolveram diretamente esses dois países.
nas linhas tracejadas de algumas áreas do mapa, identificando
territórios de Estados nacionais e também algumas áreas que,
Atividade 3 atualmente, são objetos de disputa entre nações e Estados, ou
que representam territórios culturais de nações sem um Estado,
• Objetivo avaliado: 3.
como o dos curdos.
A atividade avalia a compreensão do estudante acerca da
Revolução Técnico-Científica por meio de um exemplo atual: o Objetivo 2
avanço tecnológico no espaço agrário. Levando isso em conside- Na atividade 2, em caso de dificuldades relacionadas aos itens
ração, observa-se o emprego de equipamentos informacionais a a c, pode ser necessário retomar características dos acordos co-
que fornecem indicadores e programações capazes de executar merciais contemplados nos textos. Explane um pouco sobre esses
de forma automática determinadas tarefas, como a rota defini- acordos e seus objetivos, a partir dos links indicados a seguir e
da da colheitadeira. A união entre técnica, ciência e informação que podem servir de auxílio para conduzir a atividade.
é a principal característica dos atuais espaços produtivos, defi- ⓿ O que é o TPP, o acordo econômico entre 11 países do qual Trump
nidos por Milton Santos como meio técnico-científico-informa-
retirou EUA. BBC, 24 jan. 2017. Disponível em: https://www.
cional. A partir do texto e interpretação da charge, é avaliado
bbc.com/portuguese/internacional-38729570. Acesso em:
se o estudante reconhece as características do atual estágio da
15 mar. 2022.
Revolução Técnico-Científica, bem como sua influência sobre a
⓿ Como o RCEP, o maior tratado de livre-comércio do mundo, afe-
economia, a sociedade e o mundo do trabalho, neste caso com
ta o Brasil e a América Latina. BBC, 17 nov. 2020. Disponível em:
ênfase sobre o espaço rural.
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54971949.
Acesso em: 15 mar. 2022.
Atividade 4
Caso prefira, sugira uma atividade para os estudantes a partir
• Objetivo avaliado: 4. desses links, como a criação de resumos em formato de carros-
sel ou de infográficos com os principais pontos relacionados aos
Os mapas de anamorfose modificam as formas e as áreas dos
acordos, destacando neles o papel de China e Estados Unidos.
territórios com o objetivo de representar de tamanhos distintos
conforme os atributos a serem demonstrados. Não há erros com Objetivo 3
esse tipo de projeção, sendo apenas uma forma de representar
Na atividade 3, pelo fato de serem abordados exemplos de
informações sobre a superfície terrestre. Assim, os limites entre os tecnologias aplicadas ao campo, estudantes que moram em
países são deformados de modo a atender às modificações impos- áreas urbanas podem ter dificuldades em identificar os aspec-
tas pela projeção. No mapa apresentado, por exemplo, espera-se tos e contribuições desses equipamentos, ou mesmo conse-
que os estudantes reconheçam que os territórios são deformados quências das inovações tecnológicas relacionadas ao trabalho
de acordo com a população urbana verificada em diferentes paí- e à comunicação, ainda que seja uma temática mais próxima
ses, com base no grau de deformidade de cada recorte nacional. à realidade deles. Para remediar isso, ao desenvolver os itens
a a c proponha uma atividade utilizando o Mentimeter. Esse
Atividade 5 criador de nuvem de palavras pode ser útil no levantamento de
objetos e práticas em que se utiliza inovações da indústria 4.0,
• Objetivo avaliado: 5.
no formato brainstorm. Exemplos como a realidade aumentada
Esta atividade trabalha duas definições centrais para o en- em games e a execução de tarefas, como pesquisas, por meio
tendimento dos deslocamentos humanos no espaço ao longo de assistentes virtuais operados por inteligências artificiais,
da história: a de refugiado e a de migrante. Por vezes, esses dois podem ser citados pelos estudantes.
conceitos são confundidos. O exercício ancorado aos dois termos
permite que os estudantes possam descrever passagens históri- Objetivo 4
co-geográficas que remetam a contextos e motivações relaciona- A atividade 4 trabalha a leitura e interpretação de representa-
dos a cada um desses grupos de indivíduos. ções cartográficas, utilizando como foco a anamorfose. Mesmo
XXXIX
que já tenham tido contato com anamorfoses anteriormente, é identificadas pelos estudantes para o deslocamento de migran-
possível que os estudantes ainda estranhem esse tipo de mapa tes na atividade 5.
devido às distorções, podendo sua análise ser difícil em um pri- No item b, os estudantes podem ter dificuldades em achar in-
meiro momento. formações ligadas a deslocamentos que levaram à formação da
Para remediar dificuldades nos itens a e b, busque habituar os população do município. É importante que, para remediar essa
estudantes à leitura e interpretação desse tipo de mapa e peça-lhes dificuldade, eles possam realizar uma pesquisa na internet, na bi-
que, em duplas, pesquisem outros mapas que usem a anamorfose blioteca ou mesmo na prefeitura do município.
em diferentes contextos, representando aspectos econômicos ou Para ampliar essa proposta, visto que a atividade contempla
sociais em escala mundial. Eles devem apresentar as informações
comidas e festas, promova um momento de confraternização,
contidas nele, como título, legenda e área de abrangência, realizan-
pedindo aos estudantes que levem comidas típicas dos povos
do a leitura e a interpretação do mapa junto com os demais cole-
imigrantes para serem visualizadas e consumidas por eles. É uma
gas. Caso haja tempo, promova uma bateria de exercícios visando
oportunidade interessante de associar às festividades que os
à interpretação das informações contidas nessas anamorfoses.
descendentes dessas populações realizam no município, além de
Objetivo 5 causar uma integração harmoniosa entre a turma.
Os estudantes podem não associar corretamente os termos
refugiado e migrante às suas respectivas definições. De fato, es-
ses dois conceitos são bastante confundidos, devido à similari- Unidade 2
dade em características, como o deslocamento. Dessa forma, ao
desenvolver os itens a e b, solicite aos estudantes que constru- Objetivos pedagógicos e habilidades relacionadas
am um quadro de semelhanças e diferenças entre as situações 1. Analisar e compreender a influência externa no continente afri-
que levam ao deslocamento de migrantes e refugiados. Peça a cano e as implicações no contexto geopolítico do pós-Segunda
eles que pesquisem na internet casos que motivam o desloca- Guerra Mundial e atual (EF08GE05, EF08GE06 e EF08GE08).
mento de refugiados, como as que ocorrem em países como a
Síria, em função da ocorrência de conflitos, assim como de situ- 2. Analisar a diversidade natural da África e as questões ambien-
ações que motivam o deslocamento de migrantes, como aquele tais presentes nesse continente (EF08GE20).
que ocorre entre México e Estados Unidos. Os exemplos podem 3. Analisar os países africanos no contexto da economia globaliza-
ser diversos, mas é interessante que os estudantes identifiquem da, bem como as características culturais, sociais e econômicas
ao menos um caso de situação para cada um dos tipos de mo- desses países (EF08GE09, EF08GE13, EF08GE14 e EF08GE20).
vimento populacional analisados (deslocamento de refugiados
e migrações). 4. Interpretar anamorfoses (EF08GE19).
Desenvolvido
Atividades 1 e 2 (p. 87) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante relacionou os conflitos
entre países africanos ao passado Desenvolvido
de dominação europeia e junção Atividade 1 (p. 99) Parcialmente desenvolvido
de etnias muito diferentes em um Em desenvolvimento
mesmo país?
Desenvolvido
Ponto de checagem
1 Atividade 1
Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade 3 (p. 86) Parcialmente desenvolvido
O estudante relacionou os interesses
Em desenvolvimento
geopolíticos de países europeus e
das potências da Guerra Fria com os
Desenvolvido
conflitos na África? Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 1
Em desenvolvimento
XL
O.P. Critérios de avaliação Atividades relacionadas Desempenho Observações
Desenvolvido
Atividades 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8
Parcialmente desenvolvido
(p. 105)
Em desenvolvimento
O estudante reconheceu aspectos
físicos do continente africano e Desenvolvido
relacionou alguns deles à diversidade Atividades 1, 2, 3 e 4 (p. 108) Parcialmente desenvolvido
dos biomas e às riquezas e Em desenvolvimento
potencialidades naturais da África?
Desenvolvido
Ponto de checagem
2 Atividade 2
Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante relaciona consequências Atividade 2 (p. 107) Parcialmente desenvolvido
ambientais e sociais das atividades Em desenvolvimento
extrativistas e agrícolas praticadas Desenvolvido
nos países africanos? Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 2
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividades 1 e 2 (p. 94) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante identifica atividades Desenvolvido
produtivas que inserem o continente Atividade 2 (p. 130) Parcialmente desenvolvido
africano numa economia globalizada? Em desenvolvimento
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 3
Em desenvolvimento
3
Desenvolvido
Atividade 1 (p. 127) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante reconhece as
consequências socioculturais para Desenvolvido
parcelas da população africana a Atividade 4 (p. 132) Parcialmente desenvolvido
partir da inserção numa economia Em desenvolvimento
globalizada?
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 3
Em desenvolvimento
Ponto de checagem
Veja as orientações para o trabalho com a seção Ponto de checagem da Unidade 2.
Atividade 1
• Objetivo avaliado: 1. influenciou o período pós-independência de um país africano
Esta atividade exige que os estudantes relacionem como se (Nigéria). Nesse sentido, espera-se que os estudantes compre-
deu a partilha da África por alguns países europeus, no final endam também como os interesses geopolíticos e econômicos
do século XIX e início do século XX, com um conflito identifi- de países europeus seguiram tendo influência sobre conflitos
cado do período do pós-guerra, analisando como a partilha e disputas no continente, mesmo após a descolonização.
XLI
Atividade 2 esse período histórico. Também é recomendável questionar os
estudantes de maneira que reconheçam a imensa riqueza petro-
• Objetivo avaliado: 2. lífera da Nigéria e identifiquem o petróleo como um recurso cru-
A partir da análise de um texto e de um mapa sobre caracte- cial para as grandes potências mundiais. Nesse sentido, além de
rísticas geológicas da África, espera-se que o estudante relacio- alinhamento político, faça-os reconhecer o desejo de garantir a
ne aspectos físicos do continente africano, com destaque para a exploração desse recurso como um fator determinante no apoio
presença de planaltos antigos e bacias sedimentares, à presença de países europeus à causa de Biafra.
de riquezas minerais e energéticas distribuídas pelo continente.
Objetivo 2
Espera-se, igualmente, que seja capaz de identificar problemas de
ordem social e ambiental relacionados às atividades econômicas No item a da atividade 2, se os estudantes apresentarem difi-
extrativistas, inclusive a partir do texto de apoio, que trata dos culdade para compreender a grande riqueza mineral e energética
diamantes provenientes de zonas de conflito ou onde são verifi- em países da África e relacionar a presença de minerais e combus-
cados casos de violação dos direitos humanos. tíveis fósseis, respectivamente, à presença de planaltos antigos
e bacias sedimentares, retome os conteúdos necessários sobre
estrutura geológica e formação de recursos naturais.
Atividade 3
No item b, utilize a leitura compartilhada do texto para incitar
• Objetivo avaliado: 3. uma roda de conversa sobre os problemas sociais e ambientais rela-
A partir da interpretação de um texto, o estudante deve indicar cionados à retirada de diamantes e outros recursos naturais do con-
onde se localizam os principais polos de tecnologia no continente tinente. Para tanto, crie uma tabela na lousa, para que os estudantes
africano, refletir sobre a importância desses polos para o desenvol- identifiquem impactos ambientais e sociais ou casos de violação dos
vimento social da população e inserção do continente no contexto direitos humanos, associados à exploração extrativista na África.
globalizado da era digital, transformando as economias urbanas
Objetivo 3
e rurais e, inclusive, atraindo investimentos para algumas regiões.
Caso o estudante apresente dificuldades nos itens a e b da
atividade 3, oriente-os a realizar a leitura oral e compartilhada
Atividade 4
do texto, proporcionando pausas para discussão. Estimule-os a
• Objetivo avaliado: 4. localizar o parágrafo do texto que localiza os países africanos que
vêm se destacando no contexto dos polos de tecnologia, depois
A partir da análise de uma anamorfose que é complementada
explore como o surgimento de empresas empreendedoras pode
por um texto, espera-se que o estudante identifique os países afri-
transformar as economias urbanas e rurais da África, auxiliando
canos que mais geram refugiados na atualidade, assim como os
na inserção dos países do continente na economia globalizada.
principais motivos relacionados aos deslocamentos de refugiados
Aproveite para resgatar o conteúdos sobre “fuga de cérebros”
no Sudão do Sul e suas consequências socioeconômicas.
para que os estudantes possam reconhecer que esses polos de
tecnologia têm o potencial de utilizar mão de obra qualificada,
Atividade 5
ajudando a combater esse problema.
• Objetivo avaliado: 5. Reforce que, embora o continente tenha polos tecnológicos e
A partir da leitura do texto, o estudante deve identificar os pro- países considerados grandes potencias econômicas, como Nigé-
blemas mais relevantes para os países africanos na atualidade, ria, Egito e África do Sul, as desigualdades e os problemas sociais
como os indicadores sociais ruins, além de reconhecer soluções são um desafio.
para superar esse problema, como: a atração de investimentos Objetivo 4
externos; o direcionamento de mais recursos para saúde e educa-
Caso os estudantes tenham dificuldades em ler e interpretar
ção; a garantia governos estáveis e democráticos; e a concessão
a anamorfose no item a da atividade 4, é possível resgatar as
de maiores benefícios à população advindos da exploração de re-
principais características desse tipo de representação, com a
cursos naturais do continente por empresas estrangeiras.
qual os estudantes já entraram em contato anteriormente. Após
Estratégias para a recuperação das aprendizagens uma breve conversa, retomando os objetivos das anamorfoses,
A seguir, indicamos algumas estratégias para a recuperação proponha a observação coletiva da representação e estimule-os
das aprendizagens, considerando os objetivos pedagógicos esta- a citar os países que aparecem com territórios mais extensos.
belecidos para esta unidade. No item b, retome com os estudantes os problemas principais
Objetivo 1 estudados acerca do continente africano, especialmente no Ca-
pítulo 5, que trata de conflitos, inclusive aqueles relacionados ao
Para remediar dificuldades nos itens a e b da atividade 1, pro-
Sudão e ao Sudão do Sul. Proponha aos estudantes que citem mo-
mova a leitura compartilhada do texto, realizando pausas para ga-
tivos que levam os refugiados em questão a se deslocar. Relacione
rantir que os estudantes compreendem seus principais aspectos e
o problema dos conflitos na região à partilha da África e posterior
tirando as dúvidas que surgirem. Em seguida, retome brevemen-
formação do Sudão, um país etnicamente diverso e religiosamente
te os conteúdos sobre a colonização da África por meio de uma
dividido, aproveitando para retomar também aspectos da inde-
roda de conversa. Para finalizar, estimule os estudantes a realizar
pendência do Sudão do Sul, em 2011. Se considerar necessário, leia
as questões dentro da dinâmica ativa dois, quatro e todos. Nesse
a definição de refugiado do Alto-comissariado das Nações Unidas
caso, oriente-os a conversar inicialmente com um colega, depois
para os Refugiados (ACNUR) para os estudantes. Se ainda encon-
em grupos de quatro e depois de modo a envolver toda a turma.
trarem dificuldades, produza uma resposta coletiva para o item na
No item c, caso os estudantes apresentem dificuldades para lousa, a partir dos pontos destacadas na conversa.
relacionar a influência de interesses estrangeiros no continente
africano, no contexto da guerra fria, sugerimos revisar os conte- Objetivo 5
údos sobre os desfechos da Segunda Guerra para os países eu- Caso o estudante tenha dificuldade na atividade 5, proponha
ropeus, URSS e Estados Unidos por meio de uma discussão sobre a leitura individual do texto, seguida de uma conversa em duplas.
XLII
Se quiser, realize então a leitura compartilhada do texto, ofere- analisando sua importância e atuação (EF08GE06, EF08GE11
cendo pausas para que as duplas se manifestem e expliquem seu e EF08GE12).
conteúdo, ou, alternativamente, exponham suas dúvidas.
2. Analisar alguns conflitos e tensões em regiões de fronteira na
No item a, é possível produzir, junto com os estudantes, um
América Latina (EF08GE11).
mapa mental na lousa, explorando as principais dificuldades dos
países africanos em geral, desde o período pós-independência até 3. Analisar o papel dos Estados Unidos como superpotência mun-
os dias de hoje. Depois, estimule-os a identificar qual desses proble- dial, considerando, também, as estruturas econômicas de pro-
mas é o mais explorado no texto. Espera-se que possam reconhecer dução, distribuição e comercialização de mercadorias agríco-
os indicadores sociais ruins e também sugerir soluções para esse las e industriais (EF08GE07, EF08GE08 e EF08GE09).
problema, como investimentos em saúde e educação.
4. Elaborar e interpretar mapas e outras formas de representação
O item b pode ser realizado em duplas para que os estudantes
cartográfica (EF08GE18 e EF08GE19).
tirem as dúvidas que surgirem entre si. Após essa dinâmica, ofe-
reça um momento para socialização das respostas. Verifique se 5. Analisar a importância dos recursos hídricos e do sistema dos
os estudantes reconheceram que, apesar de não ser o país mais rios voadores na América do Sul (EF08GE15).
populoso, a África do Sul se destaca pelo seu alto nível de indus-
6. Identificar paisagens e recursos naturais na América Latina,
trialização. Se considerar necessário, retome os conteúdos sobre
esse país no Capítulo 8, assegurando que os estudantes reconhe- bem como os problemas ambientais associados à utilização
ceram esse aspecto da economia sul-africana. desses recursos (EF08GE20, EF08GE22 e EF08GE23).
7. Analisar questões ambientais, territoriais e geopolíticas no
Desenvolvido
Atividades 1, 2 e 3 (p. 151) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante reconhece diferentes
Desenvolvido
formas de regionalização da América,
Atividades 1, 2, 3 e 4 (p. 152) Parcialmente desenvolvido
considerando seus diferentes
Em desenvolvimento
critérios?
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 1
Em desenvolvimento
1
Desenvolvido
Atividade 1 (p. 154) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante compreende objetivos
relacionados a organismos Desenvolvido
internacionais na América e no Atividade 2 (p. 163) Parcialmente desenvolvido
mundo, de forma a reconhecer sua Em desenvolvimento
importância e atuação deles?
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 1
Em desenvolvimento
Desenvolvido
Atividade 2 (p. 154) Parcialmente desenvolvido
O estudante compreende diferentes Em desenvolvimento
2 aspectos de disputas entre países
latino-americanos? Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 2
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante reconhece o papel dos Atividade 2 (p. 156) Parcialmente desenvolvido
Estados Unidos no contexto do Em desenvolvimento
3 USMCA, considerando a produção,
distribuição e comercialização de Desenvolvido
Ponto de checagem
mercadorias agrícolas e industriais? Parcialmente desenvolvido
Atividade 3
Em desenvolvimento
XLIII
O.P. Critérios de avaliação Atividades relacionadas Desempenho Observações
Desenvolvido
Atividade 2 (p. 181) Parcialmente desenvolvido
O estudante realiza a leitura e a Em desenvolvimento
4 intepretação de representações
cartográficas do tipo anamorfose? Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 4
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante compreende o sistema Atividades 1, 2 e 3 (p. 187) Parcialmente desenvolvido
de rios voadores e sua importância Em desenvolvimento
5 socioambiental no continente Desenvolvido
sul-americano? Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 7
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante reconhece os fatores Atividade 3 (p. 199) Parcialmente desenvolvido
naturais associados às paisagens Em desenvolvimento
6 do continente latino-americano,
assim como os possíveis problemas Desenvolvido
Ponto de checagem
ambientais vinculados? Parcialmente desenvolvido
Atividade 5
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante compreende os fatores Atividades 1 e 3 (p. 207) Parcialmente desenvolvido
motivadores das disputas geopolíticas Em desenvolvimento
7
entre países em relação ao território Desenvolvido
antártico? Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 6
Em desenvolvimento
Veja as orientações para o trabalho com a seção Ponto de che- • Objetivo avaliado: 4.
cagem da Unidade 3. Com base na análise de uma anamorfose sobre as origens dos
requerentes de asilo, os estudantes devem realizar a leitura de modo
a trabalhar a interpretação desse tipo de representação, inclusive no
Atividade 1
contexto da América Latina, identificando a Venezuela como país de
• Objetivo avaliado: 1. origem de um grande contingente de requerentes de asilo.
XLIV
Atividade 7 Norte). Para remediar dificuldades nos itens de a a c, realize a
leitura compartilhada do texto e resgate conhecimentos sobre
• Objetivo avaliado: 5. o acordo em questão no Capítulo 9 ou proponha uma pesqui-
A atividade 7 trabalha com a análise de uma imagem que re- sa complementar na internet. Se considerar necessário, selecione
presenta os sistemas de nuvens que se formam sobre a Floresta previamente algumas fontes confiáveis para leituras complemen-
Amazônica e atuam sobre o Brasil e a América do Sul. A partir da tares, que tratam especificamente da atualização do USMCA e da
leitura dessa representação, os estudantes são levados a identi- proposta Buy American. A resolução das questões pode ser feita
ficar os rios voadores e sua contribuição para o país e a região em duplas ou trios para que essa dinâmica seja facilitada.
citados, assim como reconhecer impactos ambientais que podem
Objetivo 4
comprometer a ocorrência desse fenômeno ou reduzir sua influ-
ência, destacando as consequências desse processo. A atividade 4 trabalha a leitura e interpretação de represen-
tações cartográficas, no caso, uma anamorfose. Por isso, para re-
Estratégias para a recuperação das aprendizagens mediar dificuldades, retome o conceito e as características desse
A seguir, indicamos algumas estratégias para a recuperação tipo de representação, relembrando os estudantes de que nas
das aprendizagens, considerando os objetivos pedagógicos esta- anamorfoses a área dos países é deformada de modo a atender
belecidos para esta unidade. ao objetivo de representar informações diversas. Em um primeiro
momento, é possível incentivar os estudantes a identificar que
Objetivo 1
informações são essas. O mapa apresentado, no caso, evidencia
No caso da atividade 1, no item a, incentive os estudantes na
quais países tiveram mais pedidos de asilo no ano de 2018. Se
leitura da legenda do mapa, que pode auxiliar na identificação
considerar necessário trabalhar com eles a análise de anamorfo-
da resposta. O recurso informa a situação de cada caso na Cor-
ses diversas antes da resolução dessa questão, os links a seguir
te Internacional de Justiça, que analisa e julga as reivindicações
trazem anamorfoses geográficas que podem ser usadas para
dos países. Aproveite para refletir e discutir com os estudantes
essa finalidade:
sobre como uma disputa territorial, em geral, pode dificultar o
estabelecimento de acordos e parcerias comerciais, como en-
⓿ Você sabe o que é anamorfose? Instituto Brasileiro de Geogra-
traves de entrada e saída de produtos e pessoas, problemas de fia e Estatística (IBGE). Disponível em: https://educa.ibge.gov.
ordem diplomática, etc. br/professores/educa-recursos/20815-anamorfose.html. Aces-
so em: 18 abr. 2022.
No item b, promova a observação coletiva e direcionada do
mapa para que os estudantes possam localizar áreas de conflito.
⓿ World Mapper. Disponível em: https://worldmapper.org/. Acesso
Para remediar dificuldades, realize essas questões coletivamente, em: 18 abr. 2022.
incentivando a resposta oral dos estudantes. Retome o significa- Em seguida, incentive-os a interpretar a anamorfose. Para res-
do de regionalização e resgate conhecimentos deles sobre a divi- ponder à questão, talvez seja necessário diferenciar o requerente
são entre América Latina e América anglo-saxônica. Produza duas de asilo do requerente de refúgio, pois se tratam de situações di-
colunas na lousa e peça-lhes que citem aspectos dessas regiões, ferentes. No caso, explique que o solicitante de asilo é aquele que
analisando os critérios usados nessa regionalização. Incentive os se desloca mediante perseguição política. Nesse caso, eles serão
estudantes a localizar, no mapa, países que fazem parte dessas estimulados a reconhecer a crise política no país como um fator
disputas, mas que não fazem parte da América Latina. condicionante.
Para ampliar o desenvolvimento desse objetivo, os estudan- Objetivo 5
tes podem realizar uma pesquisa na internet para ver com mais
Na atividade 7, no item a, se existirem dificuldades em rela-
detalhes as disputas territoriais. Caso ache pertinente, propo-
ção à interpretação da ilustração dos rios voadores, apresente
nha a construção de um infográfico com informações sobre a
outros materiais disponíveis sobre esse fenômeno para os estu-
origem, os motivos das disputas em vigência e o andamento de
dantes. Para desenvolver o item b e remediar dificuldades nesse
sua mediação, considerando a atuação dos organismos inter-
sentido, é importante que os estudantes reconheçam a impor-
nacionais.
tância desses sistemas de nuvens para o equilíbrio ambiental da
Objetivo 2 América do Sul. Realize uma roda de conversa sobre o tema e
Na atividade 2, um aspecto que deve ser mencionado é que levante os principais fatores que contribuem para a existência
os estudantes talvez não entendam a disputa, mesmo com o do fenômeno. Espera-se que, a partir dessa dinâmica, os estu-
texto fornecendo o suporte para a compreensão do tema. Uma dantes reconheçam a floresta como um fator condicionante
forma de remediar isso é realizar um aprofundamento a partir para a ocorrência dos rios voadores, assim como o desmatamen-
de pesquisas na internet sobre as motivações, origens e demais to dessa vegetação como uma ameaça à existência desse ciclo.
fatores que compõem a questão, encaminhamento que se ali- Aproveite ainda para conectar esse assunto com a recente crise
nha à proposta de trabalho de sala de aula invertida. Em segui- hídrica ocorrida na região Sudeste, para que os estudantes pos-
da, realize a leitura compartilhada do texto, oferecendo pausas sam refletir sobre as implicações, decorrentes de uma redução
para que os estudantes retomem o que foi pesquisado e dis- no padrão de precipitações em uma região.
cutam sobre o texto. Leia também os enunciados em voz alta
Objetivo 6
para remediar dificuldades nesse sentido. No item a, incentive
A caracterização de ambientes naturais é um aspecto que
os estudantes a resgatar aspectos da Bolívia que motivam essa
pode ser difícil para os estudantes, já que inúmeros fatores es-
disputa, notadamente a obtenção de uma receita e o fato de
tão associados à paisagem, como solo, clima, vegetação, relevo,
que o país não possui saída para o mar. No item b, incentive os
etc. Assim, na atividade 5, para desenvolver o item a, oriente os
estudantes a localizar no texto os fragmentos que sugerem as
estudantes a descrever a paisagem e suas características, rela-
respostas, trabalhando a localização de informações.
cionando-as ao clima e à vegetação. Antes de propor essa dinâ-
Objetivo 3 mica, se achar necessário, trabalhe a análise de outras paisagens
A atividade 3 é focada em um dos acordos que os estadu- com a mesma finalidade, estimulando os estudantes a descre-
nidenses fazem parte, em um nível subcontinental (América do ver de forma breve os aspectos naturais existentes. Havendo
XLV
atividades econômicas, como ocorre na fotografia desta ativi-
dade, eles deverão descrevê-las também. Caso julgue pertinente Unidade 4
para o desenvolvimento do item b, retome o conceito de deser-
tificação e incentive os estudantes a identificar as atividades
Objetivos pedagógicos e habilidades relacionadas
humanas que podem intensificar esse processo. Tanto o item a 1. Analisar os diversos aspectos que envolvem a ascensão econô-
como o item b podem também ser realizados em duplas, dentro mica, política e militar dos Estados Unidos e sua estruturação
da proposta de pensar-conversar-compartilhar. Nesse caso, os como potência hegemônica (EF08GE07, EF08GE08, EF08GE09,
estudantes devem primeiro refletir individualmente sobre o que EF08GE11, EF08GE18 e EF08GE19).
se pede nas questões, depois conversar com um colega. Quando 2. Identificar e analisar processos e características sociais, econô-
as duplas encerrarem a atividade, expanda a discussão de modo micos e ambientais, bem como os processos de desenvolvimento
que esta envolva toda a turma. industrial e agropecuário em territórios dos países da América
Latina (EF08GE09, EF08GE13, EF08GE20, EF08GE22 e EF08GE24).
Objetivo 7
3. Analisar a integração econômica dos países da América, consi-
Um aspecto que pode aparecer como dificuldade para os es-
derando: a atuação de organismos internacionais nesses territó-
tudantes é que há vários contextos que se referem ao continente
rios; a influência do capital estadunidense e chinês; os principais
antártico, como as disputas territoriais, motivações econômicas recursos naturais e as características e padrões de produ-
e fatores ambientais. Para que eles entendam esses contextos ção (EF08GE06, EF08GE07, EF08GE09, EF08GE14, EF08GE20,
ao desenvolver os itens a e b da atividade 6, retome os conteú- EF08GE22 e EF08GE24).
dos do Capítulo 12, sobretudo aqueles relacionados ao Tratado
4. Compreender a situação socioeconômica da América Latina,
da Antártida. Para complementar essa proposta, apresente o
identificando situações de desigualdade e segregação socio-
link a seguir, para que os estudantes acessem a reportagem e espacial nas grandes cidades latino-americanas (EF08GE16,
realizem a leitura: EF08GE17 e EF08GE20).
⓿ ANTÁRTIDA: os países que disputam a soberania do continen-
5. Reconhecer movimentos sociais brasileiros, comparando-os com
te gelado. BBC, 5 jan. 2021. Disponível em: https://www.bbc. movimentos em outros países latino-americanos (EF08GE10).
com/portuguese/geral-55476499. Acesso em: 17 abr. 2022.
6. Analisar o processo de independência e as revoluções de
Outra possibilidade que permitirá consolidar esses conteúdos Cuba e Haiti, considerando os conceitos de Estado, território
é propor a produção de um mapa mental com os estudantes so- e governo, e compreender as reformas migratórias em Cuba
bre os diferentes contextos ligados à Antártida. Você pode reali- (EF09GE04 e EF08GE05).
zar essa atividade em sala, utilizando a lousa, ou pode pedir aos
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
estudantes que construam, em grupo, de forma virtual, a partir do
O quadro a seguir apresenta sugestões de critérios de avalia-
programa disponibilizado no link sugerido a seguir.
ção e de algumas atividades que auxiliam no acompanhamento
⓿ CANVA. Disponível em: https://www.canva.com/. Acesso em: da aprendizagem dos estudantes ao longo do trabalho com a
17 abr. 2022. Unidade 4.
Desenvolvido
Atividade (p. 213) Parcialmente desenvolvido
O estudante compreendeu e Em desenvolvimento
constatou a posição de potência
Desenvolvido
hegemônica estadunidense,
1 por meio de aspectos econômicos,
Atividades 2 e 3 (p. 221) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
políticos e militares de suas relações
internacionais? Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 1
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante compreendeu aspectos Atividade (p. 245) Parcialmente desenvolvido
da integração econômica de países Em desenvolvimento
3 da América, levando-se em conta as
zonas de livre-comércio e os blocos Desenvolvido
Ponto de checagem
econômicos? Parcialmente desenvolvido
Atividade 1
Em desenvolvimento
XLVI
O.P. Critérios de avaliação Atividades relacionadas Desempenho Observações
Desenvolvido
Atividade (p. 241) Parcialmente desenvolvido
Em desenvolvimento
O estudante compreendeu a situação
socioeconômica da América Latina Desenvolvido
4 por meio da análise crítica sobre Atividade 2 (p. 251) Parcialmente desenvolvido
paisagens urbanas de grandes cidades Em desenvolvimento
da região?
Desenvolvido
Ponto de checagem
Parcialmente desenvolvido
Atividade 3
Em desenvolvimento
Desenvolvido
O estudante reconheceu e comparou Atividades 1 e 2 (p. 258) Parcialmente desenvolvido
as diversas formas e estratégias de Em desenvolvimento
5 atuação dos movimentos sociais de
luta pela moradia urbana em países Desenvolvido
Ponto de checagem
latino-americanos? Parcialmente desenvolvido
Atividade 3
Em desenvolvimento
Ponto de checagem
Veja as orientações para o trabalho com a seção Ponto de checagem da Unidade 4.
XLVII
de modo a compreenderem também a disparidade econômica uma população com problemas socioeconômicos. Em seguida,
entre Estados Unidos e os países da América Latina, que acaba questione-os quanto às situações que forçam as pessoas a vive-
sendo um fator condicionante desses fluxos migratórios. Após rem dessa maneira: espera-se que apontem problemas como o
essa dinâmica, oriente os estudantes a realizar a questão em du- desemprego e questões relacionadas à falta de políticas públicas
plas. Ao término dessa proposta, ofereça um momento para a so- voltadas à moradias populares. Utilize essa oportunidade para
cialização das respostas. explorar as justificativas para os países da região apresentarem
esse tipo de situação, levando-os a constatações como a questão
Objetivo 2
das economias pautadas na exportação de produtos primários.
A atividade 2 visa reforçar o objetivo 2 previsto para essa Uni-
dade. As características territoriais da América Latina solicitadas Para desenvolver os itens b e c, promova uma conversa para
no objetivo em questão são desenvolvidas no decorrer dos Capí- que os estudantes levantem dificuldades enfrentadas por essas
tulos 14, 15 e 16. Retome os temas dos capítulos indicados se con- pessoas e, ao realizar essa análise, resgatem conhecimentos e
siderar necessário, sugerindo que levantem informações quanto experiências prévias sobre situações semelhantes que já tenham
às características sociais, econômicas e ambientais dos países observado.
tratados nos capítulos apontados. Para desenvolver os itens a e Objetivo 5
b, a análise do mapa é necessária, o que pode ser feito coletiva- A atividade 3, especificamente no item d, visa desenvolver o
mente. Nesse caso, a própria tabela pode ser construída na lousa, objetivo 5 desta unidade. Os conteúdos que promovem o reconhe-
com ajuda dos estudantes, seguida de uma análise comentada cimento dos movimentos sociais brasileiros encontram-se no Ca-
dos dados. Para desenvolver o item c, promova um levantamento pítulo 15. Revisite o texto sobre os movimentos sociais, discuta-os
sobre os conhecimentos que possuem sobre a atual situação da novamente com os estudantes, de modo a promover as compara-
Venezuela e incentive-os a citar fatores que condicionam esses ções entre os movimentos da América Latina.
deslocamentos. Anote as contribuições dos estudantes na lousa,
Caso apresentem problemas quanto ao desenvolvimento do
retomando conteúdos do Capítulo 15.
objetivo em questão, pode-se desenvolver uma dinâmica de pes-
Objetivo 3 quisa e debate. No Brasil nós temos movimentos sociais que lu-
As orientações para o objetivo 1 e que dizem respeito à condu- tam por acesso a moradia urbana, contudo existem outros espa-
ção da atividade 1 também podem ser utilizadas neste momento, lhados pela América Latina. Sendo assim, sugira que pesquisem
considerando que a atividade contempla tanto o objetivo 1 como na internet informações sobre “Movimento Zapatista” (México),
o objetivo 3. “Movimento de Ocupantes e Inquilinos” (Argentina) e “MTST”
A partir da leitura, verifique a necessidade de retomar conheci- (Brasil). Na sequência, oriente os estudantes a comparar seus ob-
mentos prévios sobre blocos econômicos e regionais no continente jetivos e modos de ação.
americano. Análises sobre as consequências da integração econô- Por meio dessa comparação, espera-se que compreendam que
mica por meio de organismos internacionais são desenvolvidos no o Movimento Zapatista possui atuação mais abrangente, lutando
Capítulo 14. Para sanar as possíveis dificuldades apresentadas pelos por outros direitos além do acesso à moradia urbana, e desta-
estudantes, promova um debate sobre os trechos de reportagem quem que sua inspiração vem da luta de Emiliano Zapata no de-
apresentados. Organize a discussão por meio de questionamentos senvolvimento da Revolução Mexicana de 1910. Já o Movimento
sobre os conhecimentos que possuem da relação entre Estados de Ocupantes e Inquilinos está ligado diretamente à luta por po-
Unidos e México. Conduza, de modo a compreenderem a dubiedade líticas de habitação social, possuindo projetos de financiamento
na relação exposta e, se necessário, retome as características dos e capacitação de associações e cooperativas para produzir mo-
blocos econômicos para as relações comerciais mundiais. radias. Quanto ao MTST, espera-se que reconheçam que, por ter
Se quiser ampliar o desenvolvimento deste objetivo, promova surgido como versão urbana do MST, este movimento se asseme-
a exploração do tema por meio de uma pesquisa sobre outras lha ao Movimento Zapatista, mas, por posicionar-se diretamente
tentativas de integração econômica e comercial do continente em relação as políticas públicas de acesso a moradia urbana, en-
americano. Durante a década de 1990, por exemplo, existiu um tra em convergência com o Movimento de Ocupantes e Inquilinos.
esforço para desenvolver um bloco econômico que representaria Objetivo 6
uma zona de livre de comércio formada por todos os países ame-
A atividade 4 busca desenvolver o objetivo 6 desta unidade.
ricanos. Essa proposta era denominada ALCA e, na época, gerou
A análise sobre a revolução em Cuba e o período pós-revolução é
bastante polêmica. Oriente a pesquisa sobre os motivos que leva-
realizada no Capítulo 16 e o mesmo ocorre com aspectos relacio-
ram este bloco a não ser implementado e, na sequência, promova
nados às reformas migratórias de Cuba.
o compartilhamento de modo a sanar as dúvidas quanto à inte-
gração econômica e comercial dos países do continente. Para desenvolver os itens a e b, inicie um levantamento na lou-
sa sobre os usos da internet em nosso cotidiano. Retome o fato
Objetivo 4 de que a população da ilha vive em maior isolamento se compara-
A atividade 3 visa desenvolver o objetivo 4 desta unidade. As do a realidade brasileira, indicando que, por essa razão, o impacto
discussões que levam a compreender a situação socioeconômica do acesso à internet tende a ser bastante relevante. Com relação
da América Latina são desenvolvidos ao longo dos Capítulos 14, à sondagem de aspectos sobre a revolução cubana, discuta quais
15 e 16. O mesmo se dá para a análise da desigualdade e segrega- motivos levaram a demorar tanto tempo para a integração da ilha
ção socioespacial da região. às redes. Utilize essa oportunidade para apontar que a demora é
Para desenvolver o item a, caso os estudantes apresentem resultante, também, dos embargos econômicos e comerciais ao
dificuldades na compreensão da situação socioeconômica da qual o país está sujeito desde sua revolução.
América Latina e que é evidenciada pela paisagem em questão, Aproveite a retomada quanto à revolução cubana, ao promo-
solicite que revisitem o livro e destaquem os principais proble- ver o desenvolvimento do item c. Volte ao texto do livro sobre
mas urbanos que os países da região enfrentam. Posteriormente, as reformas migratórias, promovendo uma discussão sobre a mu-
retome a análise sobre a paisagem retratada, explorando as ca- dança na vida das pessoas a partir da possibilidade de deixarem
racterísticas das moradias de modo a constatarem se tratar de a ilha sem a necessidade de liberação do governo.
XLVIII
dada divisão operacional ou setorial (bacias hidrográficas, áreas
Ponto de chegada de proteção ambiental, setores censitários).”
Muito mais do que obter informações para classificar os es-
Nos mapas comumente mais utilizados, os continentes, países,
tudantes atribuindo-lhes notas ou conceitos, avaliações têm o
estados, municípios, etc., são representados com base nas áre-
objetivo de ajudá-los no reconhecimento das habilidades e dos
as territoriais. No caso da anamorfose geográfica, ao serem car-
conhecimentos mobilizados por eles ao final do ano letivo. Essas
tografados, os territórios sofrem uma deformação proporcional
atividades podem ser adaptadas e complementadas, ampliando
para expressar os fenômenos espaciais desejados. De um modo
a capacidade de análise e compreensão dos estudantes.
geral, as anamorfoses resultam em representações com grande
Com base nas informações coletadas é possível recuperar as poder de comunicação.
aprendizagens consideradas insuficientes, valendo-se de traba- A anamorfose apresentada foi selecionada para ampliar os
lhos diversos, em grupos ou individuais. Com isso, os estudantes conhecimentos dos estudantes sobre a questão dos deslocados
têm condições de superar as dificuldades e lacunas, retomando internos, com destaque para os continentes americano e africa-
as aprendizagens necessárias para este ano escolar. no, verificando, desta forma, se eles se mobilizam, parcialmente, a
O texto descritivo dos objetivos pedagógicos deste volume habilidade EF08GE19.
pode ser consultado no tópico Objetivos e justificativas deste
volume, neste Manual do Professor. Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
Critérios de avaliação Desempenho
Atividade 1
O estudante interpreta corretamente
Desenvolvido
• Objetivo avaliado: 1 as informações dos mapas e estabelece
Parcialmente desenvolvido
Entre os movimentos populacionais da atualidade, a questão dos associações com os deslocamentos
Em desenvolvimento
refugiados e imigrantes é das mais importantes. Essa é a temática populacionais atuais?
abordada na atividade 1, que leva o estudante a analisar as migra- O estudante identifica as principais causas Desenvolvido
ções no continente americano. Segundo a Organização Internacio- dos grandes números de deslocados em Parcialmente desenvolvido
nal para Imigração (OIM), em 2020, 281 milhões de pessoas moravam continentes como África e América do Sul? Em desenvolvimento
fora de seu país de origem. Desemprego, crises econômicas e catás- Observações
trofes naturais foram as principais causas que levaram milhares de
pessoas a deixar a sua terra natal. Por outro lado, as oportunidades
de emprego e as perspectivas de melhores condições de vida foram
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
os fatores de atração desse enorme contingente populacional.
Para o item a, eles devem identificar que, além dos deslocados
Ao estimular os estudantes a refletir sobre as sentenças, iden- internos, também existem os que se deslocam para outros paí-
tificando-as como verdadeiras ou falsas, os estudantes estarão ses, deixando seu país de origem. Ajude-os a identificar o título
mobilizando as habilidades EF08GE01, EF08GE03 e EF08GE04. do novo mapa, ajustando-o a esse grupo em questão. Para que
sejam capazes de realizar os demais itens da atividade, é sempre
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens recomendável trabalhar com outras anamorfoses e estilos de ati-
Critérios de avaliação Desempenho vidades envolvendo essas representações. No material indicado
a seguir é possível encontrar várias atividades sobre o tema que
O estudante reconhece que as migrações poderão inspirá-lo na criação de novas propostas para remediar
irregulares seguem sendo um problema Desenvolvido a aprendizagem.
contemporâneo relevante para os países Parcialmente desenvolvido
desenvolvidos, identificando a alternativa Em desenvolvimento PEREIRA, Thaylizze Goes Nunes. Instituto Claro. Educação.
falsa e reescrevendo-a corretamente? 15 out. 2021. Disponível em: https://www.institutoclaro.org.br/
educacao/para-ensinar/planos-de-aula/anamorfose-geografica
Observações
-exemplos-e-exercicios/. Acesso em: 12 jun. 2022.
Atividade 3
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
• Objetivo avaliado: 3.
Ao mapear os estudantes com dificuldades na realização da
As organizações ou organismos internacionais se referem às
atividade, o desafio é criar outras oportunidades para que eles
instituições internacionais que agregam países que possuem um
possam retomar os conteúdos e as habilidades não desenvolvidos.
ou mais objetivos e bens comuns. O surgimento dessas orga-
Para tanto, é necessário investir em pesquisas de recursos variados,
nizações ocorreu na segunda metade do século XX, mas foi no
como textos, fotografias, charges, mapas que, ao serem propos-
final da Guerra Fria, e com o crescente processo de globalização,
tos aos estudantes, possam ajudá-los a superar as dificuldades e
que elas se fortaleceram, conquistando cada vez mais espaço no
lacunas de seu aprendizado e a construir caminhos para atingir os
cenário mundial.
objetivos propostos.
A atuação dessas organizações baseia-se em objetivos, causas
ou missões que podem ser abrangentes ou específicas, a exemplo
Atividade 2
da Organização das Nações Unidas (ONU), do Fundo Monetário
• Objetivo avaliado: 2. Internacional (FMI), Organização dos Estados Americanos (OEA),
Segundo o IBGE, o mapa é uma “representação no plano, nor- etc. Transcendo fronteiras nacionais, diferentes organizações
malmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, natu- buscam promover a cooperação internacional tendo em vista a
rais, culturais e artificiais de toda a superfície da Terra (Planisfério melhoria das condições econômicas, políticas e sociais de seus
ou Mapa-múndi), de uma parte (Mapas dos Continentes) ou de associados.
uma superfície definida por uma dada divisão político-adminis- Os blocos econômicos regionais e internacionais também
trativa (Mapa do Brasil, dos Estados, dos Municípios) ou por uma se configuram como importantes agentes no processo de
XLIX
globalização, com objetivos pautados pelo fortalecimento da in-
tegração entre Estados-nação e com caraterísticas variadas, de- Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
pendendo dos objetivos específicos. Critérios de avaliação Desempenho
Os fundamentos citados anteriormente direcionam a atividade, O estudante identificou o que os gráficos Desenvolvido
que tem o propósito de checar os conhecimentos dos estudantes representam e interpretou as suas Parcialmente desenvolvido
sobre os objetivos de algumas organizações que atuam no conti- informações corretamente? Em desenvolvimento
nente americano. As atividades também têm o intuito de verificar
Desenvolvido
se eles se aproximam das habilidades EF08GE06 e EF08GE12. O estudante identificou que a China é o
Parcialmente desenvolvido
principal parceiro econômico do Brasil?
Em desenvolvimento
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens
O estudante identificou que os Estados Desenvolvido
Critérios de avaliação Desempenho Unidos importam mais da China do que Parcialmente desenvolvido
exportaram para o país? Em desenvolvimento
O estudante associa corretamente as Desenvolvido
organizações presentes no continente Parcialmente desenvolvido Observações
americano aos seus principais objetivos? Em desenvolvimento
Observações
Estratégias para a recuperação das aprendizagens
Diferentes tipos de gráficos e artigos veiculados por jornais
Estratégias para a recuperação das aprendizagens impressos, na internet, na televisão e por outros meios de comu-
Para remediar dificuldades nesta atividade, desenhe um qua- nicação abordam frequentemente as relações comerciais entre os
dro na lousa para retomar as organizações do continente ameri- Estados Unidos, a China e o Brasil. Para contemplar a interpre-
cano e seus objetivos, a partir de contribuições dos estudantes e tação dos gráficos desta atividade, apresente outros exemplos
resgatando conhecimentos prévios. No entanto, deixe a parte dos de gráficos que trabalhem esse contexto para os estudantes in-
objetivos inicialmente em aberto. Promova então uma dinâmica terpretarem e converse com a turma sobre essas representações.
para a leitura compartilhada das sentenças, na qual um estudan- Como o tema desta atividade é recorrente na mídia e auxilia a
te diferente lê uma sentença. Ofereça um momento para discus- compreender o cenário mundial e a inclusão do Brasil nesse con-
são para que os estudantes busquem relacionar corretamente os texto, atividades complementares podem ser bastante úteis neste
blocos aos seus objetivos e características. Realize as interven- momento. Há um vasto material que pode servir de base para a
ções necessárias e complete o quadro na lousa com um resumo elaboração de novas atividades e que pode ser pesquisado pelos
dos objetivos de cada organização. próprios estudantes e sob a sua orientação. Mais uma vez, oriente e
demonstre como realizar na internet pesquisas sobre temas espe-
Atividade 4 cíficos, pois trata-se de um procedimento dinâmico para auxiliar os
estudantes com dificuldades. Realizadas em duplas ou grupos, as
• Objetivo avaliado: 4. pesquisas podem originar jornais falados, murais de notícias, carta-
Cada vez mais a integração entre os Estados-nação e o desen- zes, resumos e outras formas de síntese sobre informações relacio-
volvimento técnico-científico ganham complexidade e importân- nadas às relações comerciais entre Brasil, China e Estados Unidos.
cia no cenário mundial, a ponto de gerar diversas consequências
que impactam as atividades econômicas e as relações entre os Atividade 5
países. Nesse contexto, a relação entre os Estados Unidos e a Chi-
na é um exemplo mais marcante. • Objetivo avaliado: 5.
A partir da entrada da China na Organização Mundial de Co- A variedade dos elementos físicos-naturais da América é tão
mércio (OMC), a economia chinesa cresceu aceleradamente em grande e complexa, quanto às questões ambientais que envol-
posições no ranking dos maiores exportadores. As tensões entre vem o continente. Para checar os conhecimentos dos estudantes
esse país e os Estados Unidos têm a ver com o enorme crescimento sobre o volume de conteúdos relacionados ao tema, seriam ne-
econômico do país asiático, que assusta e abala a posição esta- cessárias muitas atividades. Assim, para direcionar esta atividade,
dunidense no topo do sistema mundial. Mas, a bem da verdade, selecionamos um dos elementos que compõem a hidrografia do
é que esses dois países são tão “inimigos” como dependentes um continente. Trata-se do Sistema Aquífero Guarani, que recebeu o
do outro. A China é um dos maiores exportadores para os Estados atual nome em homenagem a um dos povos que habitavam a re-
Unidos e investe fortunas no tesouro estadunidense. Assim, muito gião onde ele se localiza.
dinheiro chinês estabiliza a economia dos Estados Unidos. Por ou- O grandioso aquífero se estende pelo subsolo de alguns países
tro lado, é justamente a compra de produtos pelos estadunidenses, do Mercosul, mas a maior parte se concentra no Brasil: 71%. O
que, em parte, garante o crescimento e a estabilidade da economia restante de sua área está distribuído da seguinte forma: 19% na
chinesa. A “guerrilha comercial” entre os dois países avança com Argentina (nesse país, os limites e as características do aquífero
taxações, impostos e tarifas de um sobre o outro. Nesse contexto, ainda são pouco conhecidos), 6% no Paraguai e 4% no Uruguai.
as relações entre as duas potências afeta a economia e a política Além de fornecer água potável por meio de outorgas de empresas
dos demais países, inclusive a do Brasil. de abastecimento público, esse elemento físico-natural é intensa-
Esta atividade apoia-se nos fundamentos brevemente explica- mente utilizado para uso industrial, para a agricultura irrigada e a
dos anteriormente. Para tanto, propõe a análise de gráficos de co- pecuária, além do turismo em águas termais.
lunas sobre as importações e exportações realizadas entre países Ao ler o texto, interpretar o mapa e refletir sobre a ilustração,
e também da União Europeia. A ideia é checar se os estudantes in- o objetivo da atividade é checar se os estudantes reconhecem
terpretam as representações gráficas, identificam a relevância da a localização e a importância do Sistema Aquífero Guarani e se
China no cenário mundial e sua posição em relação aos Estados identificam alguns elementos que colocam em risco esse sistema.
Unidos, bem como em relação ao Brasil. Essa proposta favorece o A atividade também tem o intuito de verificar se eles se mobili-
desenvolvimento da habilidade EF08GE07. zam, parcialmente, a habilidade EF08GE15.
L
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens Critérios de avaliação Desempenho
LI
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocio-
Quadro para o acompanhamento das aprendizagens nal, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo
Critérios de avaliação Desempenho suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para
lidar com elas.
O estudante conclui que, entre 2008 e Desenvolvido
2020, a pobreza extrema duplicou nas Parcialmente desenvolvido 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coopera-
áreas urbanas da América Latina? Em desenvolvimento ção, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos
direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade
O comentário sobre as fotos, elaborado
Desenvolvido de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, cultu-
pelo estudante, tem a ver com as ideias
Parcialmente desenvolvido ras e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
do texto proposto e inclui corretamente a
Em desenvolvimento 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexi-
expressão segregação espacial?
bilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em
Observações
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional
Comum Curricular. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2018. p. 9-10. Disponível em:
Estratégias para a recuperação das aprendizagens https://19q6.short.gy/TRQreM. Acesso em: 28 jul. 2021.
A realidade econômica e social das grandes cidades latino-a-
mericanas é um tema que, certamente, faz parte do cotidiano de Competências específicas de Ciências Humanas para o
muitos estudantes. Um volume expressivo de textos e fotografias Ensino Fundamental
sobre isso pode ser acessado na internet. As experiências pessoais
1. Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de forma
sobre o tema, aliadas a pesquisas de materiais, podem gerar novas
a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promo-
atividades. Nessa perspectiva, é possível também realizar atividades
ver os direitos humanos.
que contemplem análise comparativa entre as grandes cidades lati-
2. Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-cien-
no-americanas e africanas. Para isso, solicite aos estudantes que, em
tífico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências
grupos, pesquisem imagens dos dois conjuntos e exponham para a
Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e
turma em forma de seminário, analisando semelhanças e diferenças.
no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar
diante de problemas do mundo contemporâneo.
Competências e habilidades da BNCC
3. Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na na-
Competências gerais da Educação Básica tureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e
ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultu-
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos ral, de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social.
sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e ex-
4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com relação
plicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a cons-
a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instru-
trução de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
mentos de investigação das Ciências Humanas, promovendo o aco-
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria lhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos
das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar preconceitos de qualquer natureza.
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive
5. Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das
mesmo espaço e em espaços variados.
locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas
da produção artístico-cultural. 6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências
Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como
promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exer-
Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como co-
citando a responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem co-
nhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para
mum e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e senti-
mentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao 7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferen-
entendimento mútuo. tes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comu-
nicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal rela-
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e co-
cionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade,
municação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
sucessão, ritmo e conexão.
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional
Comum Curricular. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2018. p. 356-357. Disponível em:
e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. https://19q6.short.gy/TRQreM. Acesso em: 9 jul. 2022.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-
-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem enten-
der as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas Competências específicas de Geografia para o Ensino
Fundamental
alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 1. Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investiga-
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e deci- ção e de resolução de problemas.
sões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a 2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geo-
consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito gráfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. recursos da natureza ao longo da história.
LII
3. Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões
aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação hu- que requerem conhecimentos científicos da Geografia.
mana e produção do espaço, envolvendo os princípios de ana- 6. Construir argumentos com base em informações geográficas, de-
logia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localiza- bater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam
ção e ordem. a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao ou-
4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens tro, sem preconceitos de qualquer natureza.
cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das 7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsa-
geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam infor- bilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações
mações geográficas. sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos
5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de in- democráticos, sustentáveis e solidários.
vestigação para compreender o mundo natural, social, econômico, BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular.
político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e Brasília, 2018. p. 366. Disponível em: https://19q6.short.gy/jZwOTf. Acesso em: 9 jul. 2022.
LIII
Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2018.
p. 384-385. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 9 jul. 2022.
LIV
Situações de organização Capítulos e seções Unidades
Ponto de partida
Abertura de unidade
Capítulo 1
1o bimestre Capítulo 2
o Unidade 1
1 trimestre Capítulo 3
Capítulo 4
o
1 semestre Ponto de checagem
Abertura de unidade
Capítulo 5
Capítulo 6
2o bimestre Unidade 2
Capítulo 7
Capítulo 8
Ponto de checagem
2o trimestre
Abertura de unidade
Capítulo 9
Capítulo 10
3o bimestre Unidade 3
Capítulo 11
Capítulo 12
Ponto de checagem
o Abertura de unidade
2 semestre
Capítulo 13
3o trimestre Capítulo 14
o
Unidade 4
4 bimestre Capítulo 15
Capítulo 16
Ponto de checagem
Ponto de chegada
AB’SÁBER, Aziz. Os domínios de natureza no Brasil: potencialida- das paisagens no decorrer da história, as relações entre socieda-
des paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. de e natureza e os conceitos de paisagem, cultura e simbolismo.
Nesta obra, o autor, um dos mais importantes geógrafos brasilei- IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.
ros, explica os principais processos, dinâmicas e fisionomias das Disponível em: https://loja.ibge.gov.br/atlas-geografico-escolar
paisagens formadas e transformadas pelos ciclos da natureza. -8-edic-o.html. Acesso em: 15 jun. 2022.
AYOADE, Johnson Olaniyi. Introdução à climatologia para os tró- Atlas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística com diver-
picos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. sos mapas que apresentam aspectos e temas geográficos fun-
damentais para a compreensão do mundo e, especialmente, do
A obra trata dos princípios fundamentais da Climatologia, com
território brasileiro.
foco nas regiões intertropicais. Ao longo do livro, são explica-
dos os sistemas e os processos atmosféricos em uma linguagem O MENINO que lia cartas. Direção: Sibusiso Khuzwayo, África do
acessível, porém detalhada. Sul, 2019 (29 min).
Filme tem como cenário a África do Sul, podendo envolver apro-
BEM-VINDO a Nollywood. Direção: Jaime Meltzer, Documentário,
fundamento de conhecimentos sobre o apartheid e o ingresso
EUA, 2007 (58 min).
do país nos Brics.
O filme tem como cenário a indústria cinematográfica nigeriana,
sendo hoje a terceira maior indústria cinematográfica mundial, ROSS, Jurandyr. L. S. (org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995.
pouco conhecida ainda fora da África. Tendo como autores diversos professores e ex-professores do
departamento de Geografia da USP, aborda um leque de te-
CORRÊA, Roberto L.; ROSENDAHL, Zeny (org.). Paisagem, tempo e mas e áreas do conhecimento relevantes para o estudo dos es-
cultura. Rio de Janeiro: Editora da UERJ, 1998. paços geográficos brasileiro e mundial, como: Geomorfologia,
A obra apresenta quatro textos escritos ao longo do século XX Climatologia, Biogeografia, industrialização, problemas socio-
que apresentam como abordagem central a paisagem cultural, ambientais, urbanização, população, globalização, geopolítica e
em que são revelados a participação humana na transformação a questão agrária.
LV
Referências bibliográficas comentadas
ALMEIDA, Rosângela Doin de (org.). Cartografia escolar. São colas, sempre enaltecendo práticas de sucesso no processo de
Paulo: Contexto, 2007. ensino e aprendizagem.
Obra que trata da metodologia, da teoria e da prática na produ-
CAVALCANTI, Lana de Souza. Pensar pela Geografia: ensino e re-
ção e no uso de mapas nas escolas de Ensino Básico, contribuin-
levância social. Goiânia: C&A Alfa Comunicação, 2019.
do para que o professor possa desenvolver noções cartográficas
com crianças e adolescentes. O desenvolvimento do pensamento e, particularmente, do
pensamento geográfico nos estudantes deve pautar a relação
ALMEIDA, Rosângela Doin de; PASSINI, Elza Yasuko. O espaço ensino-aprendizagem em Geografia. Esse é o cerne da obra, pois,
geográfico: ensino e representação. 15. ed. São Paulo: Contexto, para autora, favorecerá a análise de diferentes fenômenos, acon-
2011. (Repensando o ensino). tecimentos e processos do cotidiano, pensados e interpretados
Obra clássica para o entendimento das diferentes etapas do na perspectiva espacial.
desenvolvimento do pensamento espacial da criança e de suas
possibilidades para a leitura, a interpretação e a elaboração CAVALCANTI, Lana de Souza; PIRES, Mateus Marchesan (org.).
de representações cartográficas, e pensada, portanto, para a Geografia escolar: diálogos com Vigotski. Goiânia: Alfa, 2022.
Educação Infantil e para os Anos iniciais do Ensino Fundamental, Reunião de artigos nos quais são apresentadas formulações
mas que pode ser utilizada como referência para os professores do teóricas e investigações sobre práticas de ensino de Geografia
6º ano (primeira etapa dos Anos Finais do Ensino Fundamental). embasadas nas proposições e nas metodologias decorrentes da
contribuição de Vygotsky.
ANJOS, Dayane Priscilla Bernardes; MONTE, Franciela Félix de
Carvalho. Protagonismo Juvenil e Educação Integral: o edu- FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: um pro-
cando como ator e autor do seu processo de aprendizagem. jeto em parceria. São Paulo: Loyola, 2002.
In: CONGRESSO Nacional de Educação, 5., 2018, Recife. Anais Livro escrito por uma das principais referências nesses temas
Eletrônicos [...]. Recife: Realize, 2018. p. 1-12. Disponível em: no país, reúne um conjunto de artigos sobre interdisciplina-
https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2018/ ridade e projetos de ensino articulando diferentes áreas do
TRABALHO_EV117_MD1_SA5_ID7557_08092018230323.pdf. conhecimento.
Acesso em: 2 jun. 2022.
Artigo resultante de uma pesquisa que buscou identificar como FERREIRA, Maria Mary. Relações de Classe e Gênero na Escola:
estudantes e outros atores do processo formativo (gestores, for- revisitando conceitos de igualdade, desigualdade, diferença, clas-
madores e professores) compreendem o protagonismo juvenil e se e gênero. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 7, p. 57-68,
suas relações com a formação integral do educando, no contexto 2014. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/revtee/article/
de uma escola de referência em Ensino Médio (horário integral), view/2952/2599. Acesso em: 2 jun. 2022.
implementada no município de Petrolina (PE). O artigo propõe uma discussão sobre os conceitos de igualdade,
diferença, identidade, etnia, classe e gênero na perspectiva de
CARLOS, Ana Fani A. A condição espacial. São Paulo: Contexto,
refletir e entender como esses conceitos marcam a construção
2011.
da identidade tendo a escola (em sentido amplo) como lócus.
Com foco no espaço como resultado da ação e da reprodução
social, a geógrafa analisa as relações sociais que se apropriam e FREIRE, Genebaldo. Atividades interdisciplinares de educação
configuram esse espaço, por meio dos fenômenos econômicos, ambiental. 2. ed. São Paulo: Gaia, 2012.
sociais, culturais e ambientais, destacando que toda atuação hu- A obra destina-se a professores das distintas áreas de conheci-
mana se realiza no tempo e no espaço. mento, traz 50 práticas de Educação Ambiental, sempre com in-
CARLOS, Ana Fani A.; CRUZ, Rita de Cássia Ariza da (org.). A ne- formações, definições, objetivos, princípios e estratégias. Temas
cessidade da Geografia. São Paulo: Contexto, 2019. relevantes da Educação Ambiental são abordados, como a água e
Coletânea de artigos de professores e pesquisadores universi- o homem, as indústrias e a comunidade e a preservação cultural.
tários que se debruçam em análises sobre categorias e concei- GARDNER, Howard. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de
tos, estudos e pesquisas da Geografia e sua importância para a Janeiro: Objetiva, 2000.
compreensão do mundo em que vivemos, levando em conta as
O autor da teoria das Inteligências Múltiplas traz um relatório
intensas e rápidas transformações presentes no espaço geográ-
sobre o desenvolvimento de seus próprios conceitos ao longo
fico, suas causas e impactos sociais, econômicos e ambientais, de
do tempo, adicionando três novas inteligências. A obra também
acordo com a realidade brasileira.
auxilia os educadores que desejam aplicar a teoria no ambiente
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. (org.); ROSSATO, Maíra escolar, além de especular a relação das inteligências múltiplas
Suertegaray; CÂMARA, Marcelo Argenta; LUZ, Robson Réus Silva com o mundo do trabalho.
da. Ensino da Geografia: caminhos e encantos. Porto Alegre:
Edipucrs, 2016. HAESBAERT, Rogério. Territórios alternativos. São Paulo:
Contexto, 2017.
Enfatizando a importância de estudar Geografia na escola,
tomando por base o lugar, as experiências com o espaço vi- A obra apresenta diversos artigos do autor com o intuito de
vido, esse livro se apoia em quatro relatos de professores da analisar o espaço geográfico e o território na modernidade e na
Educação Básica para considerar a construção de uma educa- pós-modernidade, discutindo, também, algumas categorias de
ção geográfica. análise estruturantes na ciência geográfica.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos et al. (org.). Geografia em SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo:
sala de aula: práticas e reflexões. 5. ed. Porto Alegre: Editora da Edusp, 2008.
UFRGS/AGB, 2010. Obra de referência para compreender (e refletir sobre) as cate-
A obra traz registros dos desafios que profissionais do compo- gorias de análise e os conceitos pilares dos processos e dos fenô-
nente Geografia enfrentam em sua rotina de trabalho nas es- menos estruturantes do espaço geográfico.
LVI
GEOGRAFIA
COMPONENTE CURRICULAR: GEOGRAFIA
E N S I N O F U N DA M E N TA L A N O S F I N A I S
EDUARDO CAMPOS
Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP)
Bacharel e licenciado em Geografia pela USP
Coordenador educacional e pedagógico do Ensino Fundamental e do Ensino Médio na rede
privada de ensino do estado de São Paulo
Atuou como professor no Ensino Fundamental, no Ensino Médio e no Ensino Superior
Autor de obras didáticas para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio
1ª edição
São Paulo, 2022
1
Direção executiva: Flávia Bravin
Direção de negócio: Volnei Korzenieski
Gestão editorial: Alice Ribeiro Silvestre
Gestão de planejamento: Eduardo Kruel Rodrigues
Gestão de projeto digital: Tatiany Renó
Gestão de área: Brunna Paulussi
Coordenação de área: Felipe Vinícius dos Santos e
Fabiana de Lima Oliveira
Edição: Daniel Zungolo Teixeira, Patricia Silva Coelho e
Raiane Gabriela Forti (estag.), Rogério Fernandes Cantelli (digital)
Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi, Camila Cunha,
Adriana Souza e Isabela Salustriano
Revisão: Mariana Braga de Milani (ger.), Flavia S. Vênezio,
Patricia Cordeiro, Sueli Bossi e Vanessa P. Santos
Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.),
Daniele Fátima Oliveira (edição de arte), Arte Ação (diagramação)
Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (ger.),
Claudia Balista, Douglas Cometti e Evelyn Torrecilla (pesquisa iconográfica),
Emerson de Lima (tratamento de imagens)
Direitos autorais: Fernanda Carvalho (coord.), Emília Yamada,
Erika Ramires e Carolyne Ribeiro
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Erika Ramires e
Tempo Composto Ltda.
Ilustrações: Ericson Guilherme Luciano, Fórmula Produções,
Lápis 13B, Luis Moura e Milton Rodrigues
Cartografia: Mouses Sagiorato, Portal de mapas e Sonia Vaz
Design: Flávia Dutra (proj. gráfico, capa e Manual do Professor)
Ilustração de capa: Paula de Aguiar
Pré-impressão: Alessandro de Oliveira Queiroz, Pamela Pardini Nicastro,
Débora Fernandes de Menezes, Fernanda de Oliveira e
Valmir da Silva Santos
Bibliografia
Suplementado pelo manual do professor
ISBN 978-65-5767-503-8 (aluno)
ISBN 978-65-5767-504-5 (professor)
Impressão e acabamento
2
Apresentação
Vivemos em um mundo complexo que se transforma em ritmo acelerado. Modi-
ficações nos modos de se comunicar, produzir, se divertir e obter informações vão
ocorrendo rapidamente. Abrem-se novas possibilidades de conhecer, compreender
e analisar o território e suas paisagens, particularmente com o desenvolvimento das
novas tecnologias da informação e comunicação.
Isso nos traz novos questionamentos e reflexões sobre fatos, fenômenos e pro-
cessos que mantêm relações estreitas com o espaço geográfico. Ler e interpretar
corretamente o mundo exige a mobilização de saberes e conhecimentos consoli-
dados, sistematizados e fundamentados por procedimentos científicos. O estudo
e as aprendizagens em Geografia oferecem a possibilidade de elaborar respostas a
muitas das indagações que tematizam as relações entre a sociedade e a natureza,
presentes em nosso cotidiano e também em contextos mais distantes.
Ao se envolver nas reflexões propostas neste livro, em um trabalho conjunto com
o professor e os colegas, você construirá muitas noções sobre o espaço geográfico
em diferentes escalas: local, regional, nacional e mundial. No decorrer do ano, po-
rém, surgirão outros questionamentos, pois a busca pelo conhecimento, pela com-
preensão do mundo em toda a sua complexidade, é uma tarefa que nunca termina.
E é também por meio do conhecimento que podemos encontrar caminhos para
estender os benefícios conquistados a um número cada vez maior de pessoas, re-
duzindo as desigualdades sociais que ainda persistem nos mais variados territórios,
de todos os países, e estão materializadas em suas paisagens.
Nesse contexto, estudar e aprender Geografia, campo do conhecimento que
discute a produção e organização do espaço pela sociedade, colabora para a for-
mação de cidadãos críticos, cientificamente informados, sensíveis e cientes da ne-
cessidade de construir projetos de vida e de sociedade que sejam democráticos,
inclusivos, solidários, sustentáveis e justos.
Bom trabalho!
Os autores
3
Sumário
Ponto de partida ......................................................... 10 Eixos do capítulo.......................................................... 30
Atividades ......................................................................31
Unidade 1
2
Espaço mundial e dinâmicas
demográficas............................................................14 O mundo globalizado ..............................................32
A fase atual do capitalismo – Revolução
Técnico-Científico-Informacional .................................. 32
1
Terceira Revolução Industrial e Indústria 4.0...... 34
Estados nacionais e capitalismo ......................16 Globalização e empresas multinacionais .................... 35
O capitalismo e a interdependência entre os
Estados-nação..................................................................... 16
Trabalhando com texto e mapa:
Capitalismo e espaço mundial ................................. 17
Desconcentração da produção e nova DIT ........... 36
As cadeias globais de produção e as novas
Conheça mais: Entendendo o conceito de tecnologias .................................................................... 37
território ..........................................................................18 Avanços tecnológicos ................................................. 38
Trabalhando com texto: Estado e Cadeias globais e acesso às tecnologias ............... 39
Estado-nação ................................................................ 20 A interligação econômica e financeira em um
Algumas características do capitalismo .............. 21 mundo desigual ............................................................ 40
Capitalismo comercial ................................................ 22 Você sabia?: Organismos internacionais ............. 40
Capitalismo industrial ................................................ 24 A classificação dos países.......................................... 41
Divisão Internacional do Trabalho ......................... 26 Contraponto: Meios de comunicação ................... 42
Capitalismo financeiro ou monopolista................ 27
Novas potências industriais e imperialismo ........ 28
O socialismo .........................................................................29
29
Ponto de partida
Estas atividades ajudam você a
retomar o que já estudou em anos
anteriores e a se preparar para
os novos conhecimentos que vai
encontrar ao longo do livro.
Abertura de unidade
Na seção que inicia as unidades, há textos e imagens
relacionados aos temas centrais que articulam os capítulos.
Há também atividades que o auxiliam a retomar o que você já
sabe sobre esses temas e que possibilitam novas reflexões.
Para começar
Este selo indica o momento Na abertura de cada capítulo, há uma imagem
Prática de em que noções introdutórias e algumas questões para que você e os colegas,
pesquisa de práticas de pesquisa orientados pelo professor, discutam temas e conceitos
serão mobilizadas. que serão desenvolvidos ao longo do capítulo.
4
Os blocos econômicos regionais.............................. 43 A distribuição da população na Oceania .............. 63
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ..... 44 Eixos do capítulo.......................................................... 64
Você sabia?: Índice de Riqueza Inclusiva.............. 45 Atividades ..................................................................... 65
Interagindo e convivendo: O mundo digital e as
redes sociais................................................................... 46 4
Eixos do capítulo.......................................................... 48 Movimentos populacionais ................................ 66
Atividades ..................................................................... 49 Deslocamentos populacionais ........................................66
Movimentos populacionais na América ................ 68
3 A diversidade de povos na América Latina .......... 70
Na trilha da Cartografia
Esta seção promove o
desenvolvimento de habilidades
relacionadas à leitura, interpretação,
comparação, análise e elaboração
de diferentes representações
cartográficas.
Conexões
Esta seção conecta a Geografia a outros componentes
curriculares para que você perceba que, quando
relacionamos conhecimentos de diferentes áreas, podemos
compreender melhor o mundo ao nosso redor.
5
Interagindo e convivendo: Uma narrativa 7
literária sobre a transformação ............................... 90
Interesses das grandes potências: o caso África – características
de Darfur ........................................................................ 92 socioeconômicas ..................................................... 114
Trabalhando com texto e gráfico: A África no A diversidade africana .................................................... 114
contexto da economia globalizada......................... 94 África do norte e África subsaariana ...................115
O potencial de desenvolvimento da África .......... 95 A composição étnica e as religiões .............................. 116
Revoltas populares no norte da África .........................96 Trabalhando com texto: De que África
Conexões com Língua Portuguesa: A voz estamos falando?.........................................................117
dos africanos ..................................................................97 A sociedade e as condições de vida
da população ..................................................................... 118
Eixos do capítulo......................................................... .98
O IDH dos países africanos .....................................119
Atividades ..................................................................... 99
A urbanização no continente africano .......................120
As principais cidades e os problemas
6 urbanos .........................................................................121
Natureza e sociedades na África ................... 100 Espaço econômico ............................................................ 122
Diversidade natural africana.........................................100 Agropecuária de subsistência................................122
África – algumas características naturais..........101 Agropecuária comercial...........................................123
Relevo ............................................................................102 Riquezas minerais ......................................................124
O Rift Valley .................................................................103 Indústria .......................................................................125
O turismo ......................................................................126
Na trilha da Cartografia • Mapa físico e
O potencial econômico da África ..........................127
perfil topográfico ....................................................... 104
A China na África........................................................129
Hidrografia ..................................................................106
O Nilo .............................................................................107 Contraponto: Diversificação da economia ........130
Climas ............................................................................108 Eixos do capítulo......................................................... 131
Formações vegetais ..................................................109
Atividades ....................................................................132
A desertificação do Sahel ........................................110
Trabalhando com texto: África e suas 8
dualidades territoriais ................................................111
África do Sul, Egito e Nigéria.............................133
Eixos do capítulo......................................................... 112
As potências econômicas da África ............................ 133
Atividades .................................................................... 113 África do Sul ................................................................
................................................................134
Trabalhando com
Nesta seção, você terá contato com diferentes recursos
visuais e textuais. Além disso, encontrará atividades
que promovem o desenvolvimento das habilidades de
compreensão, comparação, análise, entre outras.
Conheça mais
Com um visual atrativo que
integra ilustrações, fotografias
e textos, esta seção apresenta
informações para aprofundar
e complementar seus
conhecimentos sobre temas do capítulo.
Contraponto
Nesta seção, são apresentados temas para você trabalhar a
competência de argumentação por meio de imagens, textos
e atividades que promovem a multiplicidade de ideias.
6
Trabalhando com imagem de satélite e fotos: Eixos do capítulo.........................................................162
Desigualdades sociais ...............................................138 Atividades ....................................................................163
Egito ...............................................................................139
Conheça mais: Nilo: a força vital do Egito .......... 140 10
Nigéria ...........................................................................142
Relevo e águas continentais na América... 164
Eixos do capítulo........................................................ 144 Geologia e relevo na América........................................164
Atividades ....................................................................145 Placas tectônicas e estrutura geológica na
América .........................................................................165
Ponto de checagem .................................................. 146
Unidades de relevo da América .............................166
Abertura econômica e blocos econômicos ............... 155 Outras bacias da América do Sul ..........................179
Interagindo e
convivendo
Esta seção promove a
formação cidadã e ética,
abordando questões sociais
e ambientais, com atividades
que favorecem o seu papel
protagonista no mundo, como
a apresentação de soluções
para certos problemas e o
trabalho cooperativo.
Você sabia?
Apoiada em textos e, em alguns casos, em imagens, a seção contribui para a ampliação do
conhecimento, apresentando informações complementares.
7
Trabalhando com mapas: Clima e formação
vegetal ............................................................................185
Unidade 4
Conheça mais: Rios voadores ................................ 186 América – geopolítica e diversidade
Tipos de clima e cobertura vegetal ...............................188 socioeconômica ................................................... 210
Clima Polar ...................................................................188
Clima Frio Continental..............................................188 13
Clima Frio de Montanha...........................................189 Estados Unidos: geopolítica e economia ....212
Clima Temperado .......................................................190
Uma grande potência .........................................................212
Clima Equatorial.........................................................191
O crescimento econômico e a supremacia dos
Floresta Equatorial Amazônica .............................192 Estados Unidos.................................................................. 213
Conexões com Matemática: Desmatamento Na trilha da Cartografia • Mapa: Povos
na Amazônia.................................................................193 originários e a expansão territorial....................... 214
Clima Tropical..............................................................194 A conquista da liderança mundial.........................216
Clima Desértico ou Árido.........................................195 Superpotência ............................................................217
Clima Semiárido .........................................................196 O poderio militar dos Estados Unidos .................218
Clima Subtropical ......................................................197
A política externa estadunidense no século XXI ..... 219
Clima Mediterrâneo ..................................................197
Você sabia?: Os atentados terroristas de
Eixos do capítulo........................................................ 198 11 de setembro .............................................................219
Atividades ................................................................... 199 A Doutrina Bush .........................................................220
O governo Obama......................................................222
12 O governo Trump .......................................................223
Antártida: natureza ........................................................ 200 Conexões com Língua Inglesa: Branco ou preto,
Dinâmicas naturais e alterações humanas.........202 tanto faz ...........................................................................225
Biodiversidade...................................................................203 Interagindo e convivendo: A segregação
Controle e exploração na região................................. 204 racial nos Estados Unidos........................................ 226
Espaço econômico dos Estados Unidos .....................228
Trabalhando com texto: Mar Antártico............. 205
Produção agropecuária ...........................................228
Eixos do capítulo........................................................206 Recursos minerais e energéticos ...........................230
Atividades ....................................................................207 Atividade industrial ..................................................231
Ponto de checagem ..................................................208 Trabalhando com mapas: Áreas industriais .... 232
O transporte................................................................233
Eixos do capítulo........................................................ 234
Glossário
Atividades ................................................................... 235
Boxe que traz explicações,
junto ao texto principal do capítulo,
de palavras ou termos que talvez você não
conheça ou sobre cujos significados você Eixos do capítulo
tenha dúvidas. Nesta seção, há uma
retomada dos principais
Na tela e Biblioteca temas e conceitos
Para você ampliar suas fontes trabalhados no capítulo.
de conhecimento, propomos
nesta seção dicas de filmes,
Atividades
sites, livros, aplicativos, Depois que estudar
podcasts e outros recursos. o conteúdo de cada
Explore capítulo, você vai
As atividades que aparecem ao longo dos capítulos retomar e aprofundar
oferecem a possibilidade de interpretação e análise de seus conhecimentos
algum aspecto das temáticas trabalhadas, proporcionando por meio de atividades
um aprofundamento do assunto. variadas.
8
América do Sul................................................................... 257
14 América andina...........................................................257
América Latina – contexto atual, México e Trabalhando com texto: Movimentos
Argentina ................................................................... 236 sociais ............................................................................ 258
América Latina – contexto atual..................................236 Guianas .........................................................................264
A crise econômica ......................................................237 América platina ..........................................................265
Desafios para os países latino-americanos .......238 Eixos do capítulo........................................................ 266
Trabalhando com texto: Industrialização Atividades ................................................................... 267
na América Latina ...................................................... 239
O processo de diversificação industrial ..............240 16
Urbanização acelerada e desigualdade social ..241
As singularidades de Cuba e do Haiti ..........268
Conheça mais: Assentamentos urbanos
Cuba: passado e presente............................................. 268
precários e projetos inovadores de melhoria ..... 242
A independência e a revolução
México................................................................................. 244 socialista cubana .......................................................269
Extrativismo e indústria ..........................................245 A crise cubana e as transformações políticas
Argentina............................................................................246 e econômicas ...............................................................270
Espaço econômico .....................................................246 O espaço econômico cubano..................................272
O Pampa argentino ................................................... 247 Haiti: perspectiva histórica ........................................... 273
Demais regiões........................................................... 248 Trabalhando com texto e mapa: Haiti ................274
O setor industrial ...................................................... 248
Haiti: desastres naturais e condições
Contraponto: Meio ambiente ...............................249 socioeconômicas............................................................... 275
Ponto de chegada
No final do livro e de seu
ano de estudos, você
vai recordar e mobilizar
tudo o que aprendeu
com diferentes
atividades.
Ponto de
checagem
Estas atividades,
Como fazer que ficam no final
Orientações e propostas para das unidades, vão
você trabalhar com procedimentos permitir a você
e práticas diversificadas, como verificar como está
debates, elaboração de recursos sua aprendizagem.
visuais diferenciados, coleta de
dados, entrevistas, de modo mais
sistematizado e metódico.
9
9
Orientações didáticas
Ponto de partida
Ponto de partida
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Natal
RN c) Descreva as transformações que
político-administrativa do país também Teresina
João
PB Pessoa
PI ocorreram no território brasileiro,
mudou. No mapa 1, é possível perce- Rio
AC Branco
Porto
Palmas
PE
AL
Recife
Maceió analisando, também, o contexto
ber que, durante o período colonial, a
Velho SE
TO Aracaju
RO BA
histórico em que a formação des-
organização político-administrativa do PERU
MT
Cuiabá
Salvador
DF
se território se inicia.
território brasileiro estava baseada na Brasília
Goiânia
OCEANO
ATLÂNTICO
BOLÍVIA
divisão das capitanias hereditárias. No Campo
GO Belo
Horizonte
d) A gradual expansão e ocupação do
OCEANO Grande ES
mapa 2, observa-se uma nova divisão PACÍFICO MS
MG Vitória território brasileiro pode ser atri-
territorial, em estados. O início da for- SP RJ buída a que fatores?
Portal de mapas/Arquivo da editora
deram as Grandes Navegações com Elaborado com base em: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas
geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2019. p. 146.
intuito de estabelecer novas rotas co-
merciais para a Ásia e conquistar ter-
ritórios, a fim de explorá-los, caso das 10
áreas do continente americano.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
d) Espera-se que os estudantes citem, 8TELARISGeo_g24At_010a013_Ponto_Partida_LE.indd 10
que apresentam características em comum. Para tanto, po-
6/20/22 15:36
por exemplo, as atividades econômicas dem ser levados em consideração diferentes critérios, sejam
realizadas tanto durante o período co- estes naturais, econômicos, históricos ou culturais, dando
lonial como após a independência do origem a diferentes propostas de regionalização.
Brasil, o estímulo à colonização por
meio do incentivo a fluxos migratórios,
as negociações com outros países e até
mesmo os conflitos que definiram os li-
mites territoriais do país e suas frontei-
ras externas.
10
4. Leia as respostas e as orientações para a atividade
2. Leia as respostas e as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
neste Manual do Professor.
2 Observe os mapas a seguir. Brasil: população nas terras indígenas – 2010
Orientações didáticas
VENEZUELA GUIANA 50º O
Brasil: Unidades de Conservação – 2012 COLÔMBIA SURINAME
Guiana
Francesa 2. a) Espera-se que os estudantes re-
50º O Equador
RR AP (FRA)
0º conheçam que o bioma em questão
RR
é a Amazônia, marcado pela Floresta
Equador
Amazônica.
AP 0º AM PA MA CE
RN
AM PI PB
AC PE
PB PERU
MT BA
SE
floresta equatorial do mundo, compar-
RO TO BA
AL
SE
Municípios com a maior
quantidade de indígenas DF OCEANO tilhada por diferentes países da região.
GO
ATLÂNTICO
MT
DF
São Gabriel da
Cachoeira − 29 017 BOLÍVIA
MG
Sua conservação é importante porque
a região apresenta elevada biodiversi-
Parques nacionais São Paulo de MS
OCEANO OCEANO
Olivença − 14 947 ES
Reservas biológicas GO ATLÂNTICO
MG PACÍFICO SP
SP
PARAGUAI RJ Trópico de
res, garimpeiros, madeireiros, agrope-
Amazônia
Caatinga PR Capricórnio PERU
Cerrado
ARGENTINA
SC BOLÍVIA cuaristas.
Pantanal
RS OCEANO
Mata Atlântica ATLÂNTICO
Pampa
URUGUAI
0 615 1230 CHILE 4. a) São áreas antropizadas, isto é,
de Capricó rnio
que foram modificadas pela ação hu-
Problema ambiental PARAGUAI
km Trópico
Elaborado com base em: IBGE. Atlas OCEANO mana, geralmente de forma intensiva
PACÍFICO
e praticada por sociedades que repro-
Portal de mapas/Arquivo da editora
11
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Orientações didáticas b) Que ações estão afetando e ameaçando a e) Agora, observe as fotografias de rios dessa
vegetação natural no Brasil e na América bacia hidrográfica e descreva os usos das
4. b) Os estudantes podem citar, por do Sul? águas fluviais evidenciados nelas, sua im-
exemplo, que as vegetações nativas se c) De acordo com o mapa, qual área encontra-se portância para a sociedade e os possíveis
encontram ameaçadas pelo desmata- menos afetada pela ação humana? Descreva impactos ambientais relacionados.
mento para extração ilegal de madeira onde ela ocorre, caracterize a vegetação pre-
nco
des de Conservação e terras indígenas Rio T
AP
Bra
r
Rio aru
RR Ri
o
Jar
0º
i
Rio
ção ambiental pelo fato de regular ou Rio Japurá
R i o Içá
Ne
g Rio
Am a zonas
ro
Ri
proibir explorações econômicas inten- oS
olimões
Irir
i
ruá
ós
j
ari pa Rio
av
Ju
AM
sivas. Além disso, podem dizer se tratar a
a
eir
oT
io
J
R ad
Rio
PA
Ri
M
Rio
de áreas de difícil acesso. Purus
Rio
ns
Rio Tocanti
AC
Portal de mapas/Arquivo da editora
aia
5. a) Bacias hidrográficas são áreas
e
ing
cr
agu
A
Rio
Rio X
Rio Ar
RO TO
drenadas por um rio principal e seus
na
RioGu
Rio Jurue
apor
é MT
Balsa de transporte de passageiros e cargas durante
afluentes, separadas de outras áreas 0 400 880
ai travessia no rio Solimões, em Coari (AM), 2019.
similares por divisores de água e dife-
Ri aragu
km
uiabá
DF
oP
renciadas pela variação das formas e
oC
Bacia Amazônica GO 6 Observe as fotografias a seguir e leia as legen-
Ri
MS
elevação do relevo. das. Depois, faça o que se pede no caderno.
Elaborado com base em: FERREIRA, Graça Maria
Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. São
5. b) Estão presentes na área dessa
mentos). É possível que os estudantes drográficas necessitam firmar compro- Fotografia de tacacá
(caldo de goma da
façam referência somente às formas missos de responsabilidade em relação mandioca, camarões,
de relevo e não ampliem a noção pa- aos impactos causados pelo aproveita- tucupi e jambu) em
Santarém (PA), 2017.
ra as unidades de relevo. No entanto, mento de suas águas.
O tacacá – expressão
é importante estar atento para a ca- cultural de origem
Que ameaças você acha que os rios do con- indígena – é um
racterização de cada forma. A Floresta prato tradicional da
tinente americano enfrentam e por que é
Amazônica é caracterizada pela pre- culinária amazônica
importante que os países atuem em conjun-
sença de grande diversidade de espé- em estados da região
to na sua conservação? Norte do Brasil.
cies vegetais, com estratos variados, e
5. Leia as respostas neste Manual do Professor.
pode ser distinguida por Mata de Terra
Firme, Mata de Várzea e Mata de Igapó. 12
5. c) Espera-se que, com base na in- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
terpretação da imagem e nos conhe- 8TELARISGeo_g24At_010a013_Ponto_Partida_LE.indd 12
compartilham áreas de bacias hidrográficas importantes, uma fonte de energia renovável muito importante para o Bra-
6/20/22 15:36
cimentos prévios sobre relevo e bacias espera-se que os estudantes reconheçam que os impactos sil, contribuindo para a atividade industrial e o abastecimen-
hidrográficas, os estudantes reconhe- to das cidades com eletricidade.
causados por essas e outras atividades podem se estender
çam que esses rios se originam nas
para além da área onde elas são realizadas, afetando es- Como impactos, espera-se que os estudantes identifi-
porções mais elevadas da América do
sas bacias como um todo. Por isso, é importante que todos quem, por exemplo, poluição por embarcações, alterações
Sul, em áreas de planalto e nas monta-
cooperem e tenham responsabilidade no aproveitamento no regime fluvial dos rios pela construção de barragens,
nhas andinas.
de seus recursos hídricos. desmatamento causado pela construção das represas,
5. d) Como ameaças, os estudantes entre outros.
podem citar a poluição das águas de- 5. e) Espera-se que os estudantes percebam que os usos
vido às atividades humanas, o uso ex- são para navegação e geração de energia elétrica em uma
cessivo das águas para irrigação, a usina hidrelétrica. A bacia Amazônica conta com uma vasta
pesca excessiva, as alterações no flu- rede fluvial para a navegação, que serve tanto para o trans-
xo do rio devido à construção de barra- porte de pessoas como de mercadorias, sendo de grande
gens, entre outras. Como muitos países importância para as populações locais. A hidreletricidade é
12
7. Leia as respostas e as orientações para a atividade
6. Leia as respostas neste Manual do Professor. neste Manual do Professor.
a) Que tipos de deslocamento as setas repre- em muitas influências culturais prove-
Pessoas ocupadas
23
b) Você acha que essas influências também
(em milhões)
21 7. d) Espera-se que os estudantes con-
estão presentes em outros países do conti-
19
cluam que as áreas de atração, em
nente americano? Por quê?
geral, apresentam melhores oportu-
c) O que você sabe da colonização do Brasil 17
nidades de emprego, renda ou condi-
e de outros países americanos? Que povos 15
ções de vida.
1975 1980 1985 1995 2006 2017
foram responsáveis por esse processo? Ano
d) O Brasil e outros países americanos têm 7. e) No mapa, é possível observar que
influências culturais de povos africanos. a região Sudeste é uma área de atra-
Brasil: tratores no campo – 1975-2017
O que você sabe da África e dessa relação ção de fluxos migratórios intensos.
1 250
com as Américas?
8. a) A quantidade de pessoas empre-
Tratores (em milhares)
Ericson Guilherme Luciano/Arquivo da editora
1 000
7 Observe o mapa a seguir. gadas e tratores utilizados no campo
750
entre 1975 e 2017 no Brasil. Os estu-
Brasil: fluxos migratórios – 2005-2010
GUIANA 50º O
500
dantes podem citar ainda que o núme-
ro de pessoas empregadas diminuiu e
VENEZUELA Guiana
COLÔMBIA SURINAME Francesa 250
(FRA)
Equador
RR AP
0º 0 o número de tratores cresceu.
1975 1980 1985 1995 2006 2017
Ano
AM
PA MA CE
8. b) Espera-se que os estudantes con-
RN
PI PB
PE
Elaborados com base em: IBGE. Censo Agropecuário cluam que é possível observar um ce-
AC
RO
TO
BA SE
AL 2017. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. Disponível em: nário decorrente da mecanização nas
https://censoagro2017.ibge.gov.br/2012-agencia-
PERU MT
DF de-noticias/noticias/25791-com-aumento-da- atividades do campo. No caso, a introdu-
BOLÍVIA OCEANO
GO ATLÂNTICO
mecanizacao-agropecuaria-perde-1-5-milhao-de- ção e dispersão de uma nova tecnologia,
Fluxos trabalhadores.html. Acesso em: 25 maio 2022.
o trator, especialmente após a década
Portal de mapas/Arquivo da editora
OCEANO
De 10 000 a 30 000 MS MG ES
PACÍFICO
De 30 001 a 70 000
De 70 001 a 134 542
SP RJ Trópico
de
a) O que os gráficos revelam? de 1980, levou à redução da demanda
por trabalhadores, ao passo que ativida-
PARAGUAI PR Capricór
nio
CHILE
Saldo migratório b) Cite e explique as transformações que ocor-
SC
des antes feitas com a mão de obra de
De –237 134 a –100 001
De –100 000 a 0
RS
reram no espaço rural brasileiro decorrentes
De 1 a 100 000
De 100 001 a 255 796
URUGUAI
0 705 1 410
da introdução de novas tecnologias. trabalhadores rurais passaram a ser rea-
km
c) Leia a frase a seguir e explique-a. lizadas por máquinas.
Elaborado com base em: BAPTISTA, Emerson
Augusto; CAMPOS, Jarvis; RIGOTTI, José Irineu
O desemprego rural é um dos fatores re- 8. c) Espera-se que os estudantes re-
Rangel. Migração de retorno no Brasil. Mercator,
Fortaleza, v. 16, e16010, 2017. Disponível em: lacionados aos intensos movimentos popu- conheçam a influência da mecani-
https://www.scielo.br/j/mercator/a/hmW7dNy5Qjym lacionais do campo em direção às cidades. zação sobre a oferta de emprego no
dSXMwDmgcth/?lang=pt. Acesso em: 25 maio 2022.
8. Leia as respostas neste Manual do Professor.
campo, levando ao desemprego ru-
ral. Somado à má distribuição de ter-
13 ras, esse aspecto do espaço rural no
Brasil e em vários outros países da
8TELARISGeo_g24At_010a013_Ponto_Partida_LE.indd 13 6/20/22 15:36
América Latina contribuiu para as mi-
Orientações didáticas escravizados e hoje suas populações contam com núme- grações em direção às cidades e
ros expressivos de afrodescendentes. para a urbanização desses Estados-
-nações, especialmente durante a se-
6. a) Povos africanos, povos indígenas e povos europeus 6. c) Espera-se que os estudantes possam identificar os po- gunda metade do século XX.
(principalmente portugueses). A segunda parte da pergun- vos europeus, como espanhóis, franceses, portugueses, in-
ta é pessoal e pode envolver inúmeros exemplos relacio- gleses, como responsáveis pela colonização do continente
nados a culinária, música, dança, festas típicas, palavras americano. No caso do Brasil, a colonização foi feita por por-
originárias desses povos, estilos arquitetônicos, técnicas, tugueses. Eles podem citar que essa colonização resultou em
conhecimento e saberes, entre outros exemplos. consequências negativas para as populações indígenas, que
foram subjugadas e, em alguns casos, exterminadas.
6. b) Espera-se que os estudantes concluam que sim, pois
esse é um aspecto marcante em vários países, especial- 6. d) Espera-se que os estudantes identifiquem a escravi-
mente na América Latina. Isso se deve à colonização por dão como fator condicionante de migrações forçadas da
europeus e às fortes influências indígenas. Além disso, al- África em direção às Américas, que resultaram na presen-
guns outros países, além do Brasil, também receberam ça de afrodescendentes nas populações desses países e
13
Tales Azzi/Pulsar Imagens
BNCC na unidade
Competências gerais da Educação
Básica (CG): 1, 2, 5, 6, 7 e 9.
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental (CECH): 1, 2, 3, 4, 5 e 7.
Competências específicas
de Geografia para o Ensino
Fundamental (CEG): 2, 3, 4, 5 e 6.
Habilidades de Geografia: EF08GE01,
EF08GE02, EF08GE03, EF08GE04,
EF08GE05, EF08GE06, EF08GE07,
EF08GE08, EF08GE09, EF08GE12,
EF08GE13, EF08GE14, EF08GE19 e
EF08GE20.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação em Direitos
Humanos, Trabalho, Diversidade
Cultural e Ciência e Tecnologia.
Introdução
Inicie o estudo perguntando aos es-
tudantes o que eles entendem por ca-
pitalismo, Estado-nação, globalização
e demografia. Ao término da discussão,
solicite-lhes que produzam um texto
individual com as principais ideias le-
vantadas pela turma a respeito des-
ses temas. Oriente-os a guardar esses
textos, pois, ao final da unidade, pode
ser proposto um exercício de compara- A Vista aérea de contêineres
ção entre esse conhecimento prévio e no Porto de Santos em
Santos (SP), 2019.
o que foi apreendido acerca dos temas,
avaliando avanços e a necessidade de
eventuais retomadas. Nesta unidade você vai estudar:
capitalismo, Estado, Estado-nação,
Esp aço
⓿
Ao longo desta unidade serão co-
locadas em foco temáticas essenciais território, territorialidade;
à compreensão de conceitos funda-
⓿ Revolução Industrial, Divisão
mentais na Geografia. No primeiro ca-
pítulo, são abordadas as noções e os
mu ndial e ⓿
Internacional do Trabalho e socialismo;
globalização e blocos econômicos;
dinâmic a s
conceitos de capitalismo e suas fases
⓿ dinâmicas populacionais;
de desenvolvimento; Estado, país, na-
⓿ rotas de dispersão, fatores de atração
demográf ica s
ção e Estado-Nação; território e territo- e repulsão populacional e fluxos
14
hikrcn/Shutterstock
1
Geografia, a população dos países, quais
políticas ou religiosas no país de ori-
aspectos ou temas, além dos refugiados, são
gem. É importante que os estudantes
analisados? percebam que deslocamentos por si-
tuações de desemprego elevado, escas-
sez de alimentos ou crise econômica
15 não se encaixam como motivo para ca-
tegorizar um indivíduo como refugiado.
Nesses casos, trata-se de um migrante.
Não é o momento, contudo, de se exi-
gir uma conceituação correta a respeito
do tema, pois isso será feito no decor-
rer do Capítulo 4.
15
1
1. Os estudantes podem comentar a existência de lojas, aspecto que pode ser
observado na foto e na legenda, que informa se tratar de uma rua comercial.
BNCC no capítulo Pode-se inferir, portanto, que há compra e venda de mercadorias.
2. Resposta pessoal. Esse tipo de rua é comum na maioria dos municípios bra-
Competências gerais da Educação sileiros, sendo importante para que as pessoas possam adquirir produtos diver-
sos, como roupas, medicamentos, calçados, alimentos, eletrônicos, móveis,
Básica (CG): 1, 2, 6 e 9. entre outros.
3. Os estudantes podem considerar
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino Estados nacionais em sua resposta que as empresas
precisam de autorização do Estado
para funcionar, e que pagam impos-
Fundamental (CECH): 3, 5 e 7.
Competências específicas
e capitalismo tos. A via pública tem a circulação orientada pelo Estado,
que determina e executa a aplicação de faixas de segu-
rança para pedestres, a colocação de placas de trânsito
e semáforos; e a fiscalização é feita por funcionários públicos. A construção das vias públicas e sua manutenção
de Geografia para o Ensino também são de responsabilidade do Estado. Chico Ferreira/Pulsar Imagens
Fundamental (CEG): 2, 3, 4 e 6.
Habilidades de Geografia: EF08GE05
e EF08GE06.
Tema Contemporâneo Transversal
(TCT): Educação em Direitos
Humanos.
Introdução
Neste capítulo, será estudado o pro-
cesso de formação do capitalismo, com
análises de suas principais fases. Tam-
bém faz parte do escopo do capítulo o Para começar
estudo sobre as Revoluções Industriais,
Converse com os
a Divisão Internacional do Trabalho, o
colegas e o professor.
socialismo e os conceitos de Estado,
nação, território e Estado-nação, com 1. Qual aspecto
destaque para a mobilização da habili- econômico pode
ser destacado na
dade EF08GE05 da BNCC. Rua comercial em Itaberaba (BA), 2019.
fotografia?
Pretende-se que, com base nesse
conteúdo, os estudantes reflitam so-
bre as diferentes fases do capitalismo
2. Há espaços
como esses no O capitalismo e a
interdependência entre os
município onde
e seus desdobramentos socioespa- você vive? Qual é a
Estados-nação
ciais e ambientais, adotando um posi- importância deles
cionamento crítico diante da realidade, para as pessoas?
Explique.
com ênfase na questão dos direitos hu- Ao andarmos pelas ruas de onde vivemos, nos deparamos com elementos
manos. 3. Os tipos de
empresa presentes humanizados e naturais que formam a paisagem do nosso lugar, no qual circu-
Para começar nessa rua se lam pessoas que realizam diferentes atividades, estruturam múltiplas relações
relacionam e necessitam de diversos serviços e mercadorias. Isso compõe o espaço geo-
Se achar oportuno, amplie a temáti- com o Estado, gráfico. Esse espaço é resultado de transformações ocorridas com a estrutu-
ca, questionando os estudantes sobre que também
ração das relações entre a sociedade e a natureza, e entre os próprios seres
outras responsabilidades e funções do administra a via
pública. De que
humanos ao longo da história.
Estado. Questione-os também se o Es-
maneira ocorre As transformações que ocorrem na paisagem compreendem a formação de
tado brasileiro pode estabelecer regras
essa relação extensas áreas de plantações; a construção de cidades, com suas indústrias,
ou leis em outros Estados-nação. Esses empresa-Estado? comércio, atividades de serviços, moradias; e a construção de rodovias, ferro-
questionamentos favorecem uma dis- E a administração
vias, portos, aeroportos e usinas hidrelétricas. Essas transformações, bem como
cussão mais ampla sobre o Estado e o da via?
as características do espaço geográfico na maior parte dos países, são uma
desenvolvimento das análises no texto- NÃO ESCREVA NO LIVRO.
consequência do desenvolvimento do capitalismo.
-base do capítulo.
16
16
Orientações didáticas
Capitalismo e espaço mundial
Um dos objetivos deste capítulo é
O capitalismo é um sistema socioeconômico configurado no século XV e que
levar os estudantes a reconhecer que
define certas características das relações sociais e econômicas estabelecidas
o capitalismo atual é resultado de um
na sociedade.
processo histórico que pode ser dividi-
Ao analisar o espaço em que vivemos vamos constatando algumas dessas
do em períodos, em função de trans-
características, como a compra e a venda de mercadorias, as peças publicitá-
formações no pensamento vigente,
rias, as marcas de empresas particulares, as propriedades particulares, tanto no
nas técnicas e nos modelos produtivos,
campo (fazendas, sítios, chácaras) como nas cidades (casas, prédios de aparta-
cujas consequências sociais e ambien-
mentos, lojas, postos de combustíveis, etc.).
tais foram sentidas em todo o planeta.
Desde a origem do sistema capitalista, o espaço mundial vem sendo mar-
Ao longo desse percurso, o estudante
cado por uma crescente tendência à interligação, pois esse sistema é caracte-
será apresentado a conceitos impor-
rizado por um expressivo aumento de produção de mercadorias e geração de
tantes que ajudarão no entendimento
serviços. Estes, por sua vez, são provenientes de diferentes países. desses processos, com destaque para
O espaço mundial engloba o conjunto de Estados-nações e as relações os conceitos de Estado-nação e terri-
políticas e econômicas que se estabelecem entre eles, que muitas vezes são in- tório, que podem ser considerados re-
termediadas e até influenciadas pelas organizações internacionais, como a Or- quisitos para o desenvolvimento da
ganização das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a habilidade EF08GE05 da BNCC. Além
Organização Mundial do Comércio (OMC). disso, o texto teórico apresenta alguns
exemplos de organizações internacio-
SIO, NOAA, US Navy, NGA, GEBCO, IBCAO, INEGI,
Landsat/Copernicus PGC/NASA/Google Earth
17
Orientações didáticas
Conheça mais
Conheça mais
Entendendo o conceito de território
Nesta seção, os estudantes traba-
O conceito de território não se resume ao espaço no qual o Estado mantém sua soberania.
lham com a CEG3, uma vez que apli-
O território é produzido pelos processos que nele atuam, por relações estabelecidas por pessoas e
cam o raciocínio geográfico no que se
grupos sociais, inclusive no âmbito do Estado. Esses processos e relações compõem a territorialidade.
refere ao princípio da distribuição para
Para ampliar e sistematizar essas noções, leia os trechos de textos e observe as imagens a seguir.
entender que em uma mesma área po-
Depois, realize as atividades.
dem ser distribuídos diferentes objetos
e sujeitos, observando distintas lógicas.
1 O território [...] é fundamentalmente um
Aproveite para avaliar se os estudan-
espaço definido e delimitado por e a partir de
tes assimilaram os conceitos de territó-
18
18
América do Sul: político – 2018
Orientações didáticas
Como foi visto, território é um espa-
AMÉRICA 55º O
CENTRAL ço delimitado sobre o qual atua alguma 1. Se os estudantes tiverem dificulda-
GUIANA
SURINAME
forma de poder e onde se desenvolvem des, oriente-os a realizar a atividade em
VENEZUELA
Guiana atividades econômicas, se estabelecem duplas para tirar dúvidas entre si. De-
Francesa
COLÔMBIA
(FRA) relações sociais e políticas e no qual as pois, expanda a discussão para envol-
Equador
0º
pessoas realizam suas atividades cotidia- ver toda a turma e promova a leitura
EQUADOR Arq. de Fernando
de Noronha
nas, de trabalho, estudo, lazer e de caráter coletiva do texto e análise das imagens.
religioso, entre outras. Ou seja, onde se de-
PERU senvolvem as territorialidades.
2. Espera-se que os estudantes respon-
BRASIL
dam que sim. As pessoas que estão se
divertindo e praticando esportes esta-
BOLÍVIA
O CE A N O belecem uma territorialidade na medida
PACÍ FI CO em que se apropriam do espaço e fa-
PARAGUAI
e Capric
órnio zem uso dele, montando o seu território,
ico d
Tróp
assim como os demais frequentadores
OCEANO
CHILE ATL Â NTI C O
desta avenida, que estabelecem outras
URUGUAI relações e fazem outros usos desse mes-
ARGENTINA mo espaço. A rua, portanto, comporta di-
ferentes territorialidades.
Amplie o assunto e comente com os
Sonia Vaz/Arquivo da editora
19
Orientações didáticas Trabalhando com texto
Trabalhando com Estado e Estado-nação
Para ampliar o trabalho com a ha- O Estado é a forma organizada e centralizada de poder político sobre um território. Todos os que
bilidade EF08GE05, proponha à turma vivem nesse território estão submetidos às mesmas leis. Geralmente, a lei máxima de um Estado é a
uma discussão acerca dos conceitos de Constituição.
governo, Estado-nação e nação, que, As principais atribuições do Estado são: a organização econômica e jurídica; a criação de infraestru-
posteriormente, serão utilizados para tura (estradas, portos, saneamento básico, redes de energia elétrica etc.); a oferta de serviços, como
o entendimento de conflitos e tensões saúde e educação; a manutenção da ordem social por meio de um corpo policial; a segurança nacional,
no mundo. sob responsabilidade das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica); o estabelecimento de rela-
Aproveite para diferenciar os concei- ções com outros países – relações diplomáticas.
tos de país e nação, que muitas vezes Um conjunto de instituições, como o governo e os tribunais, com seus funcionários, garante o fun-
acabam sendo utilizados como sinô- cionamento do Estado. O governo é formado pelos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, que no
nimos. Comente com os estudantes Brasil compreendem três esferas: federal, estadual e municipal (nesta última, não há Poder Judiciário).
que, segundo os geógrafos Milton San- O conceito de nação refere-se a um grupo de pessoas que geralmente apresentam determinadas
tos e María Laura Silveira, “a existência semelhanças culturais, principalmente a língua, e um passado histórico comum, apesar das diferenças
de um país supõe um território. Mas a individuais. Em alguns casos, esse grupo tem também uma religião comum. A identidade e a consciên-
existência de uma nação nem sempre é cia nacionais estão presentes nos símbolos (bandeira, hino, entre outros), rituais e comemorações que
acompanhada da posse de um territó- manifestam.
rio e nem sempre supõe a existência de Nem sempre Estado e nação coincidem. Existem as nações indígenas que não se constituem em Es-
um Estado” (SANTOS, M.; SILVEIRA, M. tado. Há Estados, no entanto, que reúnem mais de uma nação ou apenas uma parcela da comunidade
L. O Brasil: território e sociedade do sé- nacional, o que pode gerar conflitos e instabilidade. A Espanha é um exemplo de país que abriga dife-
culo XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001). rentes nações, como os catalães, os bascos e os espanhóis. Já os curdos formam uma nação espalhada
A atividade proposta permite traba- por diversos países, como Turquia, Síria e Iraque.
lhar com o TCT Educação em Direitos
Ricardo Teles/Pulsar Imagens
20
Leitura complementar
Para ampliar a discussão, leia para a turma o texto complementar a seguir. Depois, são definidos como “direitos originários”, isto é, anteriores à criação do próprio
promova uma conversa com os estudantes. Estado e que levam em conta o histórico de dominação da época da colonização.
Povos Indígenas: conheça os direitos previstos na Constituição [...]
Na Constituição de 1988, os direitos dos índios estão expressos em capítulo es- De acordo com o texto constitucional, a obrigação de proteger as terras indíge-
pecífico (Título VIII, Da Ordem Social, Capítulo VIII, Dos Índios) com preceitos nas cabe à União. Nas Disposições Constitucionais Transitórias, fixou-se em cin-
que asseguram o respeito à organização social, aos costumes, às línguas, crenças co anos o prazo para que todas as terras indígenas no Brasil fossem demarcadas.
e tradições. “A população indígena hoje no Brasil tem o direito de buscar maior in- Porém, o prazo não se cumpriu.
tegração, bem como de se manter intacta em sua cultura, aldeada, se assim enten- OLIVEIRA, Cristiane. Povos Indígenas: conheça os direitos previstos na Constituição.
der que é a melhor forma de preservação”, explica [o professor de direito Gustavo] Agência Brasil, Rio de Janeiro, 19 abr. 2017. Disponível em: https://
agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-04/povos-indigenas-conheca
Proença. [...] Ainda no texto constitucional, os direitos dos índios sobre suas terras
-os-direitos-previstos-na-constituicao. Acesso em: 17 mar. 2022.
20
Orientações didáticas
Algumas características do capitalismo
Faça a leitura do texto desta página
Algumas características fundamentais do capitalismo são:
e promova uma conversa sobre os as-
⓿ A produção de mercadorias e a geração de serviços que são destinados suntos abordados, a fim de estimular
mercado: em economia,
ao mercado de consumo levam à concorrência entre as diversas empre- em sentido amplo, os estudantes a reconhecer o capitalis-
sas, que ofertam produtos e serviços (como mostra a fotografia a seguir), refere-se à oferta e à
procura de mercadorias e mo como um sistema estabelecido pe-
exigindo das empresas investimento em pesquisas para a criação de pro- serviços. las sociedades humanas ao longo da
dutos e serviços ou o aprimoramento daqueles já existentes. assalariado: relação de
troca da força de
história.
⓿ A propriedade privada dos meios de produção (fábricas, bancos, co- trabalho por uma
mércio e terras, como fazendas ou sítios) e dos bens pessoais (imóveis, remuneração/salário. Explore
veículos) é um direito, que pode ser transmitido aos descendentes dos Espera-se que os estudantes com-
proprietários. preendam que a geração das riquezas
⓿ O trabalho é assalariado e o valor da remuneração depende de vários
no capitalismo está associada à produ-
fatores, como a qualificação profissional e a maior ou menor oferta de
ção, à circulação e à comercialização de
mão de obra, por exemplo.
mercadorias. Dessa forma, é necessário
que os mecanismos do mercado (como
⓿ Existem diferenças entre as pessoas que compõem as distintas classes
concorrência, financeirização, regula-
socioeconômicas. Algumas destas pessoas são as que fazem parte do
ção de preços, entre outros) estejam em
poder econômico e/ou político.
permanente funcionamento para que o
⓿ As atividades econômicas têm, entre outros objetivos, a satisfação das capitalismo se reproduza como sistema
mais variadas necessidades e desejos das pessoas, materiais e imateriais, econômico, em uma engrenagem que,
e o aumento do capital (dinheiro, por exemplo) investido na produção e na na atualidade, abarca os mais remotos
geração de serviços, propiciando acúmulo de riquezas e obtenção de lucro. locais do planeta, seja no fornecimen-
O processo de desenvolvimento do capitalismo, particularmente a partir do to de matéria-prima ou de mão de obra
século XIX, foi marcado por conflitos entre empresários (donos dos meios de barata, seja no consumo.
produção) e trabalhadores. Enquanto estes lutavam por melhores condições Esta atividade permite que os estu-
de trabalho e salários justos, aqueles buscavam obter lucros cada vez maiores. dantes utilizem o conhecimento sobre
Atualmente, com os elevados índices de desemprego em todo o mundo, a ga- o mundo (quanto à economia) para a
rantia de emprego vem sendo o principal motivo de luta de grande parte dos compreensão da realidade em que vi-
trabalhadores em muitos países. vem, composta pelo capitalismo. Traba-
lha-se, assim, a CG1.
Daniel Cymbalista/Pulsar Imagens
Atividade complementar
⓿ A partir dos conteúdos apresen-
tados no texto, oriente os estu-
dantes a descrever de que forma
as características do modo de
produção capitalista descritas
Vista de interior de shopping center nesta página podem ser obser-
em Goiânia (GO), 2021. Os shoppings vadas em seu cotidiano e anote
centers concentram lojas diversas, as contribuições na lousa. Em
além de serviços, como salões de
beleza, cinemas, teatros, restaurantes,
seguida, oriente os estudantes
lanchonetes e cafés. a produzir, com base nas des-
crições da turma, um desenho
ou uma charge para caracterizar
Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
como os aspectos do capitalis-
mo atualmente encontram-se
⓿ Por que a economia de mercado é a essência do funcionamento do capitalismo? presentes em suas vidas.
Leia a resposta neste Manual do Professor.
21
21
Orientações didáticas
Capitalismo comercial
Inicie o tópico desta página pergun-
Em grande parte das atuais sociedades, há ampla diversificação na pro-
tando aos estudantes o que eles enten-
dução e na comercialização de mercadorias. Além disso, nesse contexto de
dem por capitalismo comercial. Deixe
mundo globalizado, diversos produtos que consumimos no cotidiano provêm
que falem livremente e anote na lou-
de localidades bem distantes.
sa as contribuições deles para corre-
Mas nem sempre foi assim. Nos séculos XV e XVI, período de formação do
ções posteriores.
capitalismo na Europa (capitalismo comercial), as mercadorias se restringiam
Proponha a leitura coletiva do texto e
a perfume, seda, madeira, marfim e, sobretudo, especiarias adquiridas na Ásia.
peça aos estudantes que estabeleçam
Essas mercadorias eram transportadas por vias terrestres e pelo mar Mediter-
conexões entre o texto e o mapa. Se
râneo e entravam na Europa principalmente pelas cidades de Veneza e Gênova.
possível, reproduza o mapa em tama-
É importante ressaltar que povos nórdicos (da porção norte da Europa),
nho ampliado para que seja feita uma
árabes, polinésios (da Oceania) e do Sudeste Asiático também atingiram está-
observação coletiva dele. Ao analisar o
gios de desenvolvimento significativo em termos de navegação em períodos
mapa, é importante que os estudantes
históricos anteriores.
reconheçam o papel fundamental das
Com a intensificação do comércio no interior da Europa, tornou-se neces-
rotas de comércio para as pretensões
sária a ampliação da rota comercial controlada pelos venezianos e genoveses.
comerciais dos europeus.
Além disso, outros povos queriam participar desse negócio, que era bastante
Destaque o protagonismo de Portu-
lucrativo. O desenvolvimento do transporte marítimo nesse período – com a
gal e Espanha no contexto das Gran-
invenção da caravela, da bússola, do astrolábio – possibilitou a navegação para
des Navegações e aproveite para
territórios mais distantes.
resgatar conhecimentos prévios sobre
Portugal e Espanha foram pioneiros nessa primeira etapa de formação do ca-
esse contexto.
pitalismo, marcada pelas Grandes Navegações. Com a chegada dos europeus à
América e a descoberta de novas rotas comerciais para regiões da Ásia, o comér-
cio entre a Europa e os diversos territórios de outros continentes foi intensificado
e as mercadorias passaram a ser transportadas em rotas realizadas pelo oceano
Atlântico, contornando o continente africano. Observe o mapa a seguir.
AMÉRICA E U R O PA
DO PORTUGAL
Lisboa ESPANHA ÁS I A
NORTE Palos
Trópico de Câncer Is. Canárias
Calicute OCEANO
AMÉRICA
CENTRAL ÁFRICA Cochim PACÍFICO
Equador
0º
AMÉRICA Melinde
Greenwich
DO OCEANO
Porto
SUL Seguro
Moçambique ÍNDICO OCEANIA
Trópico de Capricórnio
OCEANO
Meridiano de
OCEANO
PACÍFICO ATLÂNTICO
Elaborado com base em: DE ALBUQUERQUE, Manoel Maurício et al. Atlas histórico escolar.
Rio de Janeiro: MEC, 1991. p. 112-113.
22
Atividade complementar
⓿ Aproveite o tema desenvolvido nesta página para retomar conteúdos previstos para o 7o ano e realizar um trabalho integrado
com o componente curricular História, mobilizando a CECH5, por meio de uma pesquisa direcionada aos eventos ocorridos
nos séculos XV e XVI. Oriente os estudantes a pesquisar em fontes pré-selecionadas, na internet, em livros e em revistas,
exemplos de pinturas, ilustrações e registros de relatos sobre as Grandes Navegações, o capitalismo comercial no século
XVI e o conto dos povos europeus com povos indígenas no continente estadunidense. A partir da pesquisa dos estudantes,
organize uma conversa sobre o período, explorando as imagens, os eventos e as características da época.
22
Orientações didáticas
Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO. Objetivando deflagrar o estudo do
Observe a reprodução de um mapa elaborado no século XVI.
texto desta página, oriente os estu-
dantes a analisar com atenção o ma-
23
Orientações didáticas
Capitalismo industrial
Aproveite o estudo sobre o capita-
A Revolução Industrial, marcou a fase denominada de capitalismo industrial,
lismo industrial para explorar como
que teve início na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, e tomou
as fases do capitalismo têm ligações
projeção em outros países europeus, como França, Bélgica, Alemanha e Itália
entre si. Comente que o capitalismo
no decorrer do século XIX.
comercial proporcionou acúmulo de
A industrialização ocasionou profundas modificações na sociedade, na
capital e esteve relacionado ao cres-
economia e na produção e organização do espaço. A Primeira Revolução In-
cimento da manufatura nos chamados
burgos, como eram conhecidos os cen- dustrial, teve como elementos dinamizadores duas invenções: a máquina a
tros urbanos da Europa, contribuindo, vapor, movida a carvão mineral, principal fonte de energia desse período, e o
posteriormente, para a industrializa- tear mecânico, que revolucionou a produção têxtil. Nessa etapa, as indústrias
ção da Europa. se concentraram nas áreas próximas às minas de carvão.
soluções para o combate ao trabalho os operários tinham funções específicas, estabeleceu uma nova configuração
infantil no Brasil, especificamente no à Divisão Internacional do Trabalho a partir das novas potências econômicas.
município onde vivem (caso existam Estas forneciam produtos industrializados, enquanto as regiões dependentes –
essas situações no lugar de vivência). colônias e ex-colônias – forneciam as matérias-primas utilizadas na fabricação
Assim, é possível desenvolver com eles das mercadorias.
a capacidade de analisar criticamente
e de forma propositiva. 24
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Ser Criança: um olhar para a infância e a juventude diante do trabalho no Brasil
Direção: André Constantin. Caxias do Sul, 2018 (26 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yZnNN71rs2s.
Acesso em: 3 jun. 2022.
O documentário traz uma discussão sobre o trabalho infantil no Brasil, a partir de histórias e entrevistas com crianças e jovens
que foram vítimas de acidentes decorrentes desse tipo de trabalho.
24
A pressão dessas sociedades em processo de industrialização sobre a natureza se intensificou com a Orientações didáticas
exploração das minas de carvão mineral, a extração de minérios e o lançamento de poluentes na atmos-
Durante o estudo das páginas 24
fera pelas fábricas. Nas colônias, houve necessidade de ampliação das áreas agrícolas, sobretudo para
e 25, é importante retomar as noções
produção de algodão.
sobre o processo de urbanização de-
senvolvidas em anos anteriores. Ao
Look and Learn/Illustrated Papers Collection/Bridgeman
Images/Keystone Brasil/Cole•‹o particular
25
Orientações didáticas
Divisão Internacional do Trabalho
A partir do estudo sobre a função
A Divisão Internacional do Trabalho (DIT), iniciada nos séculos XV e XVI,
de cada uma das regiões do mundo
correspondeu, a princípio, à delineação do papel das metrópoles e das colônias
nas trocas comerciais internacionais,
no contexto da produção e do comércio internacional. Coube às colônias o for-
durante o capitalismo comercial e o
necimento de produtos agrícolas, como cana-de-açúcar, tabaco e algodão, e de
capitalismo industrial, os estudantes
especiarias e metais preciosos, que eram comercializados pelas metrópoles na
já reconheceram, neste capítulo, ca-
Europa com grandes lucros.
racterísticas da Divisão Internacional
do Trabalho (DIT) ao longo da histó-
26
Orientações didáticas
Capitalismo financeiro ou monopolista
Inicie os estudos sobre o capitalismo
Na segunda metade do século XIX, uma nova etapa de desenvolvimento
financeiro ou monopolista lendo com a
industrial provocou mudanças significativas na economia mundial e no terri-
turma o texto da página, destacando
tório de vários países, inaugurando o capitalismo financeiro ou monopolista.
os principais elementos desse período:
As bases tecnológicas dessa nova fase foram o motor a explosão, a hidrele-
uso de novas energias, desenvolvimento
tricidade e a extração e o refino do petróleo.
de indústria pesada, fabricação do au-
Esse período, que recebeu o nome de Segunda Revolução Industrial, foi
tomóvel, articulação entre o setor ban-
marcado pelo desenvolvimento da indústria pesada: metalúrgica, siderúrgica,
cário e o industrial, entre outros.
de máquinas e equipamentos industriais.
De maneira a organizar, posterior-
Vista de Steelton em cartão- mente, os conceitos estudados neste
Reprodução/Museu Bess Bower Dunn, Libertyville, EUA.
27
Orientações didáticas
Novas potências industriais
Ao promover a leitura do texto desta
página com os estudantes, enfatize os
e imperialismo
Reprodução/Coleção particular
fatores que contribuíram para que a In- No contexto do capitalismo monopolista, a
glaterra fosse perdendo sua hegemonia Standard Oil, por exemplo, foi a maior companhia
industrial, a partir do final do século XIX, petrolífera entre o fim do século XIX e o início do sé-
com o grande desenvolvimento econô- culo XX, chegando a controlar, em 1879, 90% das re-
mico dos Estados Unidos. finarias estadunidenses. Observe o cartum a seguir.
Para consolidar as discussões des-
se período da industrialização mun-
dial, assista com os estudantes ao Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
filme sugerido nesta página do Livro
do Estudante e explore a CEG6, deba- ⓿ Converse com os colegas e o professor. Que
papel o cartunista atribui a John Rockefeller
tendo com eles, por meio da elabora-
neste cartum?
ção de pontos de vista, as contradições
oriundas da intensificação da indus- John Rockefeller é retratado como “rei do mundo” por
causa do controle que exercia sobre o setor petrolífero,
trialização promovidas pelos modelos principal fonte de energia do planeta desde a Segunda
do fordismo e taylorismo. Se conside- Revolução Industrial.
rar pertinente, leia para os estudantes
os conceitos de taylorismo e fordismo
apresentados na leitura complemen-
tar sugerida nesta página do Manual Cartum representando John
Davison Rockefeller, fundador da
do Professor. Standard Oil Company [s. d.].
É importante realizar uma conversa
A partir da Segunda Revolução Industrial, a Inglaterra foi deixando de ser
em que se ressaltem os benefícios e os
o centro do sistema capitalista, passando a dividir essa posição com Estados
malefícios sociais e ecológicos a par-
Unidos, França, Alemanha e Japão. Bélgica, Itália, Suíça e Suécia também ala-
tir dessa nova etapa de desenvolvimen-
vancaram a produção industrial.
to do capitalismo e sua expansão para
Nesse período, as ferrovias foram aperfeiçoadas e implementadas em diver-
o mundo, principalmente no século XX.
sos trechos dos territórios dos países, o que possibilitou a instalação de indús-
Explore trias em áreas distantes dos locais de matéria-prima e da existência de fontes
Para a realização da atividade, in- de energia. Novos meios de comunicação foram desenvolvidos, como o telégra-
centive os estudantes a analisar o fo. Isso ampliou relações econômicas entre os países, com alterações na con- Na tela
cartum. Peça-lhes que analisem os re- figuração dos seus territórios e o estabelecimento de novas territorialidades.
Tempos modernos
cursos visuais utilizados (o personagem No início do século XX, o empresário Henry Ford desenvolveu uma nova
Direção: Charles
e sua vestimenta, o barril em que ele se forma de produção de automóveis nas fábricas, a linha de montagem na qual
Chaplin. Estados
encontra, os elementos em suas mãos, as peças vão se deslocando por meio de equipamentos, enquanto cada tra- Unidos, 1936 (87 min).
entre outros) e, a partir disso, conver- balhador, em seu posto de trabalho, executava uma tarefa específica em um Longa-metragem
se com eles sobre a mensagem que o tempo predeterminado. Essa produção em série, com forte especialização do de Charles Chaplin
elaborador do cartum quis passar. Esse trabalho, chamada fordismo, foi imortalizada por Charles Chaplin no filme que aborda a vida de
Tempos modernos, que fez uma crítica a este sistema. um operário, vítima
exercício favorece o trabalho com no-
do intenso ritmo
ções introdutórias da prática de pesqui- Nesse contexto, a ampliação da capacidade de produção levou à busca de
de trabalho braçal
sa de análise de discurso multimodal. novos mercados consumidores e de fontes de matérias-primas. Assim, as gran- na fábrica de onde
Em seguida, oriente-os a responder ao des potências industriais, como Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Bélgica e posteriormente será
que se pede. Espera-se que reconhe- Japão, passaram a controlar e explorar regiões na África e na Ásia, formando demitido e viverá
çam o papel de destaque desempe- impérios coloniais. Observe o planisfério da página seguinte. As disputas en- cômicas aventuras e
confusões.
nhado pelo empresário Rockefeller na tre eles, chamadas de imperialistas, desencadearam as duas Grandes Guerras
industrialização dos Estados Unidos em Mundiais no século XX.
razão de sua importância no ramo pe-
trolífero. 28
Leitura complementar
Fordismo Taylorismo
Conjunto de métodos de racionalização da produção elaborado pelo industrial Conjunto das teorias para aumento da produtividade do trabalho fabril, ela-
norte-americano Henry Ford, baseado no princípio de que uma empresa deve de- boradas pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. Abrange
dicar-se apenas a produzir um tipo de produto. Para isso, a empresa deveria adotar um sistema de normas voltadas para o controle dos movimentos do homem e
a verticalização, chegando a dominar não apenas as fontes das matérias-primas, da máquina no processo de produção, incluindo propostas de pagamento pelo
mas até os transportes de seus produtos. Para reduzir os custos, a produção deve- desempenho do operário (prêmios e remuneração extras conforme o número de
ria ser em massa, e dotada de tecnologia capaz de desenvolver ao máximo a produ- peças produzidas). O sistema foi muito aplicado nas medidas de racionalização e
tividade de cada trabalhador. O trabalho deveria ser também altamente especiali- controle do trabalho fabril, mas também criticado pelo movimento sindical, que o
zado, cada operário realizando apenas um tipo de tarefa. E para garantir elevada acusou de intensificar a exploração do trabalhador e de desumanizá-lo, pois pro-
produtividade, os trabalhadores deveriam ser bem remunerados e as jornadas de cura automatizar seus movimentos.
trabalho não deveriam ser muito longas. [...].
[...] SADRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo. Best Seller, 2000. p. 250 e 592.
28
Orientações didáticas
Explore
NÃO ESCREVA NO LIVRO. Inicie as discussões apresentando o
mapa para os estudantes e pedindo a
Planisfério: impérios coloniais – fim do século XIX eles que interpretem o que está sendo
representado. Esta atividade mobiliza a
PORTUGAL
FRANÇA estudantes a aplicar os princípios do ra-
ESPANHA
Coreia JAPÃO
OCEANO Gibraltar*
Marrocos
Argélia
Tunísia ciocínio geográfico de localização e de
ATLÂNTICO Tripolitânia
Trópico de Câncer Rio do Oro África Ocidental Egito
Francesa Índia Birmânia
Formosa
conexão.
Senegal Sudão
OCEANO
Honduras
Gâmbia
Guiné
Togo Anglo- Eritreia
Nigéria -Egípcio
Goa
Indochina
PACÍFICO
Para iniciar o estudo sobre o socia-
Guianas Serra Leoa Camarões
Equador Costa do Marfim Daomé
Congo
Quênia
Somália Cingapura
Sarawak
0º
lismo, questione os estudantes para
Costa do Gabão Belga África Oriental Bornéu Nova
OCEANO Ouro
Angola
Alemã OCEANO Java
Guiné
resgatar conhecimentos prévios sobre
PACÍFICO
Meridiano de Greenwich
Timor
40º N
ESPANHA
Alemanha Espanha temáticas), enfatizando como as so-
*Gibraltar era dominada pelo Reino Unido. Itália Japão
PORTUGAL 0 800 0 2 700 5 400
Países Baixos
ciedades fazem uso dos recursos da
km km
natureza ao longo da história nas di-
ferentes formas de organização social.
Comente que na URSS havia um plane-
Elaborado com base em: DE ALBUQUERQUE, Manoel Maurício
et al. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: MEC, 1991. p. 138-139. jamento bastante centralizado por par-
te do Estado, que controlava os meios
1. Que continentes tiveram territórios mais diretamente explorados pelos impérios coloniais? 1. África, Ásia e
Oceania. de produção, definindo o que e quanto
2. Quais foram as consequências da exploração da natureza nos territórios desses continentes? deveria ser produzido, em uma estrutu-
2. A intensificação da extração de minérios, pedras preciosas, madeira e outros recursos naturais e a ampliação
de áreas agrícolas geraram impactos profundos, como a diminuição da vegetação nativa, a poluição de rios e ra diferente do sistema capitalista. Es-
processos erosivos, modificando muitos ecossistemas. As sociedades de alguns países sofrem até hoje as
consequências desse intenso período de exploração. sas propostas permitem, também, uma
aproximação com a habilidade de His-
O socialismo tória EF09HI28, ao identificar e analisar
aspectos da Guerra Fria, considerando
Durante a fase de formação de impérios coloniais no capitalismo ocorreu uma o bloco liderado pelos soviéticos.
revolução socialista na Rússia, em 1917. Em 1922, foi proclamada a União das Re-
públicas Socialistas Soviéticas (URSS), primeiro Estado socialista do mundo. Explore
O socialismo é um sistema que organiza a vida política, social e econômica
de uma sociedade. Nele, as formas de produção e de organização do território
2. Comente que na África, na Oceania
são definidas pelo planejamento do Estado, e indústrias, máquinas, fontes de
e na Ásia já existiam formas de explo-
energia, meios de transporte, matérias-primas, enfim, todos os meios de pro-
ração da natureza, mas, com a che-
gada dos colonizadores, houve, sem
dução são estatais. Ao Estado cabe determinar os investimentos, os tipos de
dúvida, uma intensificação desse pro-
bens produzidos e a distribuição de mercadorias, além de oferecer educação,
cesso exploratório, com significativas
assistência médica, moradia, lazer e uma renda que garanta à população viver
consequências sociais e para os ecos-
de forma minimamente digna.
sistemas naturais, que perduram até os
Sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, diversos países, muitos deles
dias atuais.
por influência direta da URSS, adotaram o sistema socialista. A partir do final
dos anos 1980, o socialismo entrou em colapso.
29
29
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
Para desenvolver a retomada de con-
teúdos proposta, os Eixos do capítulo NAÇÃO
servirão como base estrutural, possibi- Nem sempre Estado e nação
litando a sistematização de conceitos e coincidem.
temas estudados e também a oportuni- ⓿ Grupo de pessoas –
dade para sanar as dúvidas que surgi- ESTADOS NACIONAIS semelhanças culturais,
30
Leitura complementar
Estados nacionais
Forma de Estado que se estruturou na Europa a partir do final da Idade Média e que definiu a fisionomia territorial e po-
lítica das modernas nações europeias. Correspondem ao período de consolidação do absolutismo monárquico, quando os
reis, apoiados pela burguesia, conseguiram firmar seu poder perante o papado e os senhores feudais. A política econômica
dos Estados Nacionais foi o mercantilismo, que favoreceu a acumulação primitiva de capitais, posteriormente aplicados
na Revolução Industrial. Embora voltada para o desenvolvimento comercial, a estrutura econômica dessas nações (Ingla-
terra, França, Portugal, Espanha) baseava-se na exploração agrícola dominada pela nobreza e pela Igreja, no artesanato
corporativista e na nascente produção manufatureira. [...]
SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do século XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2008. p. 313.
30
1. a) Imagem A: produção de açúcar – Capitalismo comercial;
imagem B: produção de tecidos – Capitalismo industrial; imagem
C: extração de petróleo – Capitalismo financeiro.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Orientações didáticas
1. b) Leia a resposta e as orienta-
a) Identifique as atividades presentes em
Retome ções para a atividade neste Manual do Atividades
Professor. cada uma das imagens e indique a etapa
1 Observe as imagens e faça o que se pede. do capitalismo à qual cada uma delas está
associada. 1. b) Espera-se que os estudantes
Reprodução/Coleção particula
A
b) Aponte alguns aspectos da relação socieda-
apontem que, no caso da produção de
de-natureza presentes em cada etapa.
açúcar, desenvolvida no Brasil e em ou-
tros países da América durante o ca-
2 Caracterize a Primeira Revolução Industrial. pitalismo comercial, é possível avaliar
2. Leia a resposta neste Manual do Professor.
os impactos na derrubada de forma-
Exercite
ção vegetal, tanto para a estruturação
3 Observe a imagem. A qual etapa do desenvol- de áreas de plantação, como para a
vimento do capitalismo ela pode ser associa- produção de lenha para os engenhos;
da? Explique. 3. Leia a resposta neste Manual nessa etapa, também, houve explora-
do Professor.
ção de outros recursos naturais em lar-
31
1. Os recursos são: rede de internet, com cabos de fibra óptica, cabos de cobre
BNCC no capítulo
Competências gerais da Educação
2 e satélites artificiais; energia elétrica, computador com conexão à internet.
Sim, pois o processo de globalização é caracterizado, entre outros aspectos,
por uma interação e integração seletiva e desigual entre pessoas, empresas e
países, apoiada nos avanços dos meios de comunicação e da informática.
2. Resposta pessoal. Possibilite que todos os estudantes possam relatar suas
Básica (CG): 1, 2, 5, 6, 7 e 9. experiências e as respectivas avaliações sobre o acesso no espaço de vivência
em relação à internet e a outros recursos de informática, considerando, inclusi-
Competências específicas de ve os contextos pandêmico e pós-pandêmico.
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental (CECH): 1 e 5. O mundo globalizado
Competência específica de Geografia
para o Ensino Fundamental (CEG): 5. Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Introdução
Neste capítulo, será estudado o pro-
cesso de globalização e seus desdobra-
mentos. A Revolução Técnico-Científica, Para começar
as novas tecnologias, a interligação Converse com os
econômica e financeira em um mundo colegas e o professor.
desigual, o papel das empresas trans- 1. Quais são
nacionais e a formação dos blocos os recursos
econômicos serão analisados, possibi- tecnológicos que
litando a mobilização de parte da habi- possibilitam esse
lidade EF08GE12. A abordagem sobre tipo de aula? Professor apresentando aula por videoconferência em Santa Maria (RS), 2019. Após a
É possível pandemia de covid-19, que surgiu no fim de 2019 e foi disseminada a partir de 2020, esse
a globalização, analisando também o relacionar o modelo de aula passou a ser muito utilizado em todo o mundo.
papel das organizações internacionais, processo de
permite o desenvolvimento da habili- globalização ao A fase atual do capitalismo –
dade EF08GE06. A abordagem a res- que está retratado
peito das grandes potências globais, na imagem?
Explique.
Revolução Técnico-
dos padrões de produção em escala
mundial, considerando também o con- 2. Você já participou -Científica-Informacional
de encontros ou
texto da influência estadunidense no Com o fim da Segunda Guerra Mundial, começou a se estruturar uma nova
aulas com essa
cenário internacional, propicia o tra- característica etapa de desenvolvimento do capitalismo, que vem se intensificando sobretu-
balho com as habilidades EF08GE07, (videoconferência)? do a partir dos anos 1970 e 1980.
EF08GE08 e EF08GE09. Além disso, Como você Essa fase é marcada pela supremacia dos Estados Unidos como principal
no capítulo são tratadas as dinâmicas avalia as suas
potência político-militar e econômica do planeta. No entanto, no período que
condições em
das atividades econômicas e os avan- sucedeu a Segunda Guerra até o final dos anos 1980, a União das Repúblicas
relação ao acesso
ços tecnológicos na caracterização da dos recursos Socialistas Soviéticas (URSS), que havia implantado o socialismo, rivalizava com
economia global, mobilizando as ha- tecnológicos os Estados Unidos como principal potência mundial, principalmente no aspecto
bilidades EF08GE13 e EF08GE14. listados na político-militar. A partir dos anos 1960, a ascensão econômica do Japão e da
O capítulo também visa estimular os resposta da
Alemanha elevou-os a grandes potências econômicas mundiais. Até os primei-
estudantes a desenvolver o raciocí- pergunta anterior?
ros anos do século XXI, esses países ocupavam, respectivamente, os postos de
nio geográfico e compreender melhor NÃO ESCREVA NO LIVRO.
segunda e terceira economias do mundo.
o mundo social, econômico, político e
cultural no qual estão inseridos. 32
Para começar
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Estimule os estudantes com ques- 8TELARISGeo_g24At_032a049_Uni1_Cap02_LE.indd 32 6/20/22 15:42
tionamentos sobre a presença, em seu Por outro lado, é importante destacar a presença desses a influência do desenvolvimento científico e tecnológico no
dia a dia, dos recursos tecnológicos, recursos e dessa modalidade de relacionamento entre as trabalho e na economia, além das CECH1 e CG5, consideran-
que possibilitam contatos instantâneos pessoas nas empresas e em muitas situações de trabalho, do a presença do mundo digital e do meio técnico-científico-
entre as pessoas, considerando, inclusi- sobretudo depois que a pandemia de covid-19 impactou -informacional, bem como o posicionamento dos estudantes
ve, de que maneira isso ocorre e qual a muitos procedimentos no mundo empresarial, e diversos diante dos recursos tecnológicos que possibilitam contatos
avaliação que fazem sobre isso para o trabalhadores passaram a realizar atividades de modo re- instantâneos entre as pessoas.
relacionamento interpessoal. É um bom moto, em suas próprias casas, inclusive participando de re-
momento para reconhecer o quanto va- uniões. Essa modalidade de relacionamento no mundo do
lorizam esses recursos, cujo uso, talvez, trabalho permaneceu, em parte, mesmo depois que as ati-
seja associado mais diretamente às re- vidades econômicas, de estudo e outras, foram liberadas
des sociais (mas é bom destacar outras após o período de isolamento social.
formas de utilização), ou saber se têm Esses questionamentos, com as respectivas análises, as-
algumas impressões negativas e quais sim como a atividade 1 desta seção, possibilitam a mobili-
são elas. zação parcial da habilidade EF08GE13, levando-se em conta
32
Atualmente, apesar de o mundo se estruturar de maneira multipolar, com
2. Quais são as áreas prioritárias
centros importantes na Europa (União Europeia), no Japão e, sobretudo, nos
na relação entre a China e os
Estados Unidos, a China também se consolida como grande potência econô- países latino-americanos?
mica. A ascensão chinesa, que se destaca a partir da última década do sécu- Resposta: comércio, energia, co-
lo XX, vem colocando o país em uma disputa com os Estados Unidos para o operação Sul-Sul, organizações
posto de maior economia mundial. regionais e multilaterais e laços
No passado, entre os séculos II a.C. e XIX d.C., a China teve grande influência culturais.
em extensas porções da Ásia e agora volta a uma posição de destaque.
33
Orientações didáticas
Terceira Revolução Industrial
Ao promover a leitura deste conteú-
do, certifique-se de que os estudantes
e Indústria 4.0
associam a fase atual do capitalis- A chamada Terceira Revolução Industrial dá início à fase de desenvolvimento
mo, também chamada de capitalismo do capitalismo a partir das décadas de 1960 e 1970. Neste período, foram desen-
informacional, à Terceira Revolução volvidas e criadas novas técnicas e possibilidades de produção industrial, que
Industrial ou Revolução Técnico-Cientí- permitiram o desenvolvimento de toda a cadeia econômica, como:
fico-Informacional. Ressalte que, entre ⓿ a produção de novas mercadorias;
os principais aspectos dessa revolução, ⓿ o desenvolvimento e a evolução de novos meios de transporte;
um dos mais marcantes foi a integra-
⓿ a descoberta e o uso de novas fontes energéticas e minerais;
ção entre conhecimento científico (uni-
versidades, centros de pesquisa, etc.) ⓿ o desenvolvimento de novas atividades profissionais;
e as indústrias. ⓿ a possibilidade de novas formas de comunicação a distância.
Mais recentemente, a intensificação A partir da década de 2010, há uma ampliação na utilização de sistemas
do uso de sistemas informatizados, a informatizados, da robotização e da automação. Nesse contexto, são estru-
robotização e a automação industrial, turadas: a computação em nuvem, na qual os arquivos e aplicativos passam a
entre outros fatores, vêm configurando, ser armazenados na rede, com acesso instantâneo (on-line), e não somente no
segundo especialistas, a Quarta Revo- computador; a automação e robotização total de algumas fábricas, em todo
lução Industrial e trazendo novas pos- processo produtivo; a impressão em 3-D, em que a mercadoria (peças de má-
sibilidades no mercado de trabalho e, quinas, brinquedos, objetos de decoração) é elaborada de modo tridimensional,
ao mesmo tempo, exigências para os em camadas, por uma impressora, que pode utilizar como matéria-prima plás-
profissionais que trabalharão nesses tico ou metal; a automação de meios de transporte, ou seja, que circulam sem
setores industriais, no sentido de apri- a atuação direta de um condutor; e a internet das coisas, que propicia a inte-
morarem conhecimentos relativos às ração de objetos com as pessoas, apoiada na rede mundial de computadores,
tecnologias de informação e comuni- como geladeiras que informam sobre a necessidade de compra de alimentos,
cação, considerando também as com- ou televisores, fechaduras e sistemas de iluminação inteligentes.
petências e habilidades relacionadas à Em razão dessas transformações, com uso intensivo de sistemas informati-
robótica e aos sistemas automatizados. zados, robotizados e automatizados, muitos estudiosos têm denominado esse
Sobre esse assunto, leia com os es- conjunto de mudanças de Quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0.
tudantes o texto complementar in-
Jiri ‘Tashi’ Vondracek/Shutterstock
34
Leitura complementar
Veja algumas profissões voltadas para indústria 4.0 Construção Civil: 1 - Integrador de sistema de automação predial; 2 - Técnico de
[...] Setor Automotivo: 1 - Mecânico de veículos híbridos; 2 - Mecânico especialis- construção seca [que utiliza água apenas na fundação, e nas demais partes utiliza
ta em telemetria; 3 - Programador de unidades de controles eletrônicos; 4 - Técnico estruturas metálicas, madeira, placas de gesso, por exemplo]; 3 - Técnico em au-
em informática veicular. tomação predial; 4 - Gestor de logística [fluxo de pessoas e materiais] de canteiro
de obras.
Tecnologias da Informação e Comunicação: 1 - Analista de IoT (internet das coi-
sas); 2 - Engenheiro de cibersegurança; 3 - Analista de segurança e defesa digital; Têxtil e Vestuário: 1 - Técnico de projetos de produtos de moda; 2 - Engenheiro
4 - Especialista em big data [análise de dados volumosos, complexos e diversifica- em fibras têxteis; 3 - Designer de tecidos avançados. [...]
dos, a fim constatar tendências e informações importantes nos negócios]. INDÚSTRIA 4.0: Entenda seus conceitos e fundamentos. Portal da Indústria.
Setor de Alimentos e Bebidas: 1 - Técnico em impressão de alimentos; 2 - Especia- Disponível em: https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/industria-4-0/.
lista em aplicações de TIC [Tecnologia da informação e comunicação] para rastrea- Acesso em: 30 abr. 2022.
bilidade de alimentos; 3 - Especialista em aplicações de embalagens para alimentos.
34
Globalização e empresas Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor
multinacionais Roger e eu
Direção: Michael Moore. Estados
Outra característica marcante dessa etapa é a globalização, com interde- Unidos, 1989 (91 min).
pendência entre pessoas e empresas de diferentes países, apoiada, sobretudo, Documentário que aborda os pro-
por uma ampla e estruturada rede geográfica mundial, que se distribui de for- blemas sociais vividos por uma cida-
de estadunidense quando os donos
ma desigual entre os países do globo, diferenciando os principais centros de
de uma montadora decidem trans-
comando dos fluxos mundiais.
ferir a empresa dos Estados Unidos
A relativa interdependência global é caracterizada pela intensa circulação de para o México.
mercadorias, capitais, informações e pessoas. E a rede geográfica mundial ci-
tada compreende toda a estrutura de telecomunicações, com cabos de fibra
óptica, satélites artificiais e cabos convencionais (de cobre) e de transportes,
com suas rotas de navegação marítima, fluvial, rodoviária e aérea, cujos nós de Leitura complementar
rede são os portos, aeroportos e centros de regulação e comando desses fluxos.
Recife é o Vale do Silício
No âmbito econômico, mantém-se o processo de centralização do capital por
brasileiro
meio de fusões (união de empresas) e aquisições (compra de empresas), iniciado
Berço de importantes centros
na fase anterior, levando à formação de oligopólios mundiais, que ocorre quan-
de inovação e do maior parque
do um pequeno número de grandes empresas multinacionais domina mercados
tecnológico do País, Recife é atual-
relevantes, como os de comercialização de produtos de alta tecnologia (informá- mente o maior polo tecnológico do
tica, equipamentos de telecomunicações, aviões), obtendo grandes lucros. Brasil. Cada vez em maior núme-
ro, multinacionais [...] escolhem a
VDB Photos/Shutterstock
35
Orientações didáticas Trabalhando com texto e mapa
Trabalhando com Desconcentração da produção e nova DIT
Leia com os estudantes o texto des- No contexto atual, intensifica-se o processo de desconcentração da produção industrial em escala
ta seção, que possibilita o trabalho com global, iniciado após a Segunda Guerra Mundial. Devido à evolução tecnológica nos setores de trans-
a habilidade EF08GE13, de forma par- portes e comunicações, as indústrias transnacionais estadunidenses, europeias e japonesas ampliam
cial, analisando a influência do desen- o número de suas fábricas, escritórios e centros de pesquisas, com filiais em diversos países. O baixo
volvimento científico e tecnológico na custo de mão de obra, os benefícios oferecidos pelos governos locais (como a redução de impostos) e a
economia, e mobiliza parcialmente as legislação ambiental menos rigorosa em alguns países são fatores que também estimulam as transna-
habilidades EF08GE08, levando-se em cionais a instalar fábricas nesses territórios, tornados mais permeáveis à ações externas.
conta a situação do Brasil e de outros O crescimento chinês, que reforçou a configuração de um importante polo de dinamismo econômico
países da América Latina, no contexto no sudeste e leste asiáticos, contou também com a estruturação de grandes grupos empresariais que
do pós-guerra, com a estruturação da abriram filiais em diversos países. Os centros mais dinâmicos desse polo são China, Japão e Coreia do
nova DIT, e EF08GE14, relacionada aos Sul, com destaque para os dois primeiros.
processos de desconcentração das ati- Esse contexto deu origem a uma nova Divisão Internacional do Trabalho (nova DIT) na qual alguns
vidades econômicas. países em desenvolvimento – além de produzir e exportar matérias-primas agrícolas e minerais – trans-
Ao realizar uma conversa sobre o te- formaram-se em produtores e exportadores de produtos industrializados. Observe o mapa a seguir.
ma desta seção, estimule os estudan-
tes a observar embalagens, etiquetas Planisfério: estrutura produtiva global de empresa – produto alimentício – final da década de 2000*
e manuais, a fim de identificar as ori- 0°
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
gens de diversos produtos consumidos Círculo Polar Ártico
sim, eles poderão concluir que muitos Trópico de Câncer MÉXICO ATLÂNTICO (vanilina)
Meridiano de Greenwich
Caldas
1. Espera-se que os estudantes indi- Círculo Polar Ártico ÁFRICA
AUSTRÁLIA
Lithgow
quem que a empresa é uma multina- 0 1 000 Los Cardales DO SUL
km ARGENTINA
cional ou transnacional porque atua
Banco de imagens/Arquivo da editora
também contribui para que esses paí- Elaborado com base em: OECD. Mapping global value chains. Disponível em: https://www.oecd.org/dac/aft/
ses passem a ser exportadores de bens MappingGlobalValueChains_web_usb.pdf. Acesso em: 14 dez. 2021.
industrializados. É importante resga- * A empresa realiza as vendas de seus produtos em dezenas de países ao redor do mundo.
tar os conhecimentos dos estudantes NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. Leia a resposta e as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
sobre as transnacionais, a partir dos 1 Por que essa empresa alimentícia é uma multinacional ou transnacional e por que é possível
exemplos vistos em anos anteriores, relacioná-la à nova DIT?
particularmente no 7o ano, a fim de fa-
cilitar as análises sobre a atuação des- 2 A empresa representada no mapa realiza as vendas de seus produtos em dezenas de países.
sas empresas no mundo globalizado, Para qual país é destinada boa parte do lucro da empresa? Explique.
conteúdo desenvolvido neste capítulo. 2. Boa parte do lucro vai para a Itália, que é onde se situa a sede da empresa.
36
também impactou as cadeias produti-
As cadeias globais de produção e vas globais. Explore esse impacto jun-
as novas tecnologias to aos estudantes promovendo a leitura
do trecho de texto indicado como leitu-
As grandes empresas multinacionais, de países como Estados Unidos, Ale-
ra complementar nesta página do Ma-
manha, Reino Unido, França, Itália, Suécia e Japão, descentralizam a produção,
nual do Professor.
criando padrões econômicos produtivos em escala mundial, estruturados em
redes geográficas, dependentes dos transportes e das telecomunicações, nas
quais cada país é responsável pela fabricação de determinados componentes Leitura complementar
do produto. Trata-se das cadeias globais de produção, nas quais as peças de
uma mercadoria são produzidas em diversos países. Essas corporações con- Guerra impacta produção de car-
tratam empresas para a fabricação de seus produtos (terceirizam a produção).
ros, aviões e alimentos; entenda
Há também as cadeias globais que processam mercadorias agrícolas, como A invasão da Ucrânia pela Rús-
milho, soja, cacau. sia encerra o risco de interromper a
Com o expressivo crescimento econômico da China, a partir da década de exportação de matérias-primas crí-
1990, multinacionais chinesas passaram a operar com base no padrão produti-
ticas e romper as cadeias de abaste-
cimento, advertiram especialistas,
vo das cadeias globais.
enquanto empresas multinacio-
A crise econômica provocada pela pandemia de covid-19 afetou diretamen-
nais que operam na região se pre-
te as cadeias globais de produção e todos os países dependentes das peças
param para as consequências.
produzidas em diferentes locais, sobretudo na China. A necessidade da redução
Uma disrupção das exportações
na circulação de pessoas e do distanciamento social refletiram na capacidade
russas atingiria um amplo leque de
produtiva das empresas em todo o mundo, ocasionando desemprego, redução indústrias, de fertilizantes a fabri-
de salários e perda de renda por muitas famílias. A retomada das atividades cantes de alimentos, automóveis e
contou com rígidos protocolos de segurança, mas o ritmo de recuperação foi aeronaves.
afetado pela escassez de componentes para a fabricação das mercadorias. Embora a Rússia seja mais co-
nhecida como grande exportadora
Emanuele Cremaschi/Getty Images
37
37
Orientações didáticas
Avanços tecnológicos
Inicie a conversa perguntando aos es-
O desenvolvimento tecnológico se tornou fator determinante do sucesso
tudantes quais tecnologias eles conhe-
de uma empresa, e mesmo de um país, no atual cenário competitivo do mer-
cem e quais suas respectivas vantagens
cado internacional e se difundiu por todos os setores econômicos, destacan-
e desvantagens, mobilizando, em parte,
do-se o industrial e o de serviços.
a CG5 no que se refere à compreensão
Os avanços tecnológicos nas áreas de eletrônica, microeletrônica, robótica,
de tecnologias digitais de forma crítica.
informática, biotecnologia e telecomunicações constituem um elemento fun-
Deixe que respondam livremente e ano-
te na lousa as indicações. damental na conquista e na ampliação de mercados consumidores. No contex-
to da Terceira Revolução Industrial, o geógrafo Milton Santos salientou que os
Em seguida, promova a observa-
espaços estão carregados de ciência, técnica e informação.
ção da fotografia e a leitura da legen-
da, utilizando a imagem para deflagar
38
Atividade complementar
⓿ Se julgar pertinente, proponha aos estudantes o desenvolvimento de uma pesquisa que os leve a compreender os impactos
das novas tecnologias da informação e da comunicação na vida das pessoas, promovendo o desenvolvimento da CEG5.
Sugira aos estudantes que façam quadros comparativos entre os dias atuais e épocas passadas. Eles vão completar esses
quadros com exemplos do presente e do passado, quando o impacto da circulação da informação era menos intenso no
dia a dia das pessoas. Para a investigação sobre o passado, eles poderão entrevistar idosos (parentes ou conhecidos) e
fazer-lhes perguntas como: “De que maneiras as pessoas obtinham informações antes do advento da televisão e do com-
putador?”, “Como ficavam sabendo de notícias de outras partes do mundo?”, “Essas notícias chegavam instantaneamente
ou demoravam?”, “Quais os principais impactos que você observou em razão dessas mudanças?”. Se considerar necessário,
auxilie-os a organizar a entrevista, trabalhando com eles noções básicas da prática de pesquisa Entrevista.
38
mundial, a partir da instalação de ca-
Cadeias globais e acesso às tecnologias bos de fibra óptica e de sistemas de
As cadeias produtivas globais são chamadas cadeias globais de valor (CGV), satélites artificiais de comunicação,
lingote: massa de metal
quando se considera todo o processo de produção, que envolve desde a con- sólida fundida em portos e aeroportos, bem como com
cepção do produto até o uso pelo consumidor final. Observe o mapa.
formato apropriado para os avanços nos sistemas de transpor-
o armazenamento.
tes, no contexto da Terceira Revolução
Planisfério: exemplo de cadeia global de valor – semicondutores – 2019 Industrial, a fluidez de informações e
mercadorias em escala global passa a
3 Do Japão para
e maximização dos lucros.
a Coreia do Sul
Trópico de Câncer
Os lingotes de
7 Da China para os TAIWAN
Estados Unidos OCEANO silício são
cortados
O consumidor compra
o produto final.
ATLÂNTICO 6 Da Malásia para a China
O chip é integrado ao MALÁSIA
em pastilhas. Leitura complementar
Equador
bem de consumo pelo 0°
5 De Taiwan para
OCEANO fabricante do produto final.
a Malásia O que é uma Cadeia Global de
Os moldes são
PACÍFICO montados, Valores?
Trópico de Capricórnio
Meridiano de Greenwich
OCEANO empacotados
ÍNDICO e testados. O conceito de CGV é bem com-
plexo. Ele é resumido em uma série
de expressões, como internaciona-
lização de produção, fragmentação
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Círculo Polar Antártico da produção, cadeia de suprimen-
Materiais tos, terceirização, etc. Mas para
Fabricação 0 2 430 4 860 entender bem o conceito, basta
Comercialização
km pensar no processo de produção do
i-phone. Ele tem o design e a mar-
Elaborado com base em: SIA. Beyond borders: the global semiconductor value chain. p. 27.
Disponível em: https://www.semiconductors.org/wp-content/uploads/2021/05/BCG-x-SIA
ca originários dos Estados Unidos,
-Strengthening-the-Global-Semiconductor-Value-Chain-April-2021_1.pdf. Acesso em: 30 nov. 2021. mas seus componentes são produ-
1. Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Malásia e China.
zidos em várias indústrias espa-
O consumo do produto final ocorre nos Estados Unidos, mas esse lhadas em países como Alemanha,
Explore é apenas um dos locais onde a mercadoria será comercializada, Japão, Coreia do Sul, China, etc. Ba-
pois ela é vendida no mundo inteiro. NÃO ESCREVA NO LIVRO.
sicamente é um produto que é feito
1. Quais países estão presentes na cadeia representada no mapa? Disponha-os na sequência em que se desenvol- separadamente em várias partes
ve a cadeia de produção, considerando a fabricação do produto e a inserção dele em outras mercadorias.
do mundo. É made in the world. A
2. Qual é a importância dessa cadeia global para a fabricação de outros produtos? Cadeia Global de Valores diz respei-
to, então, a essa internacionaliza-
No contexto do mundo globalizado, apesar de todos os avanços tecnológicos, o acesso à tecnologia, ção da produção.[...]
serviços e mercadorias modernas está restrito a uma pequena parcela da população mundial, que se con-
AS CADEIAS Globais de Valores
centra sobretudo nos países desenvolvidos. É nesses países também que as empresas e os governos têm e os desafios para os países que
interesse e condições de realizar fortes investimentos em pesquisas e desenvolvimento científico. desejam fazer parte de um modelo de
Ao diminuir o tempo de acesso aos diferentes locais, as tecnologias de comunicação e de transporte fragmentação da produção. Apex Brasil.
Brasília, DF, c2022. Disponível em:
acabam alterando as noções de espaço e de tempo, interferindo no modo como as pessoas trabalham, se https://portal.apexbrasil.com.br/
deslocam, se comunicam, compram e se divertem, gerando uma sensação de redução de distâncias. as-cadeias-globais-de-valores-e-os
Por um lado, essas inovações tecnológicas podem trazer diversas vantagens para pessoas e empresas, -desafios-para-os-paises-que-desejam
-fazer-parte-de-um-modelo-de
como maior rapidez no envio de informações e na realização de tarefas, mais opções de entretenimento e
-fragmentacao-da-producao/.
agilidade nos deslocamentos, facilidade de compras, etc. Por outro lado, elas podem causar maior nível de Acesso em: 30 abr. 2022.
estresse nas pessoas, em decorrência da busca desenfreada por consumo, de maiores pressões no trabalho
e de um ambiente mais competitivo, ampliar desigualdades sociais e espaciais, entre outros fatores.
2. Em sua resposta, os estudantes devem associar os semicondutores à matéria-prima, que é importante para a
produção de outras mercadorias, como smartphones, tablets, computadores, equipamentos médicos, da indústria
aeroespacial, etc. 39
39
Orientações didáticas
A interligação econômica e
Inicie o trabalho perguntando aos
estudantes se eles conhecem as for-
financeira em um mundo desigual
mas de interligação econômica e fi- A partir da década de 1980, o capitalismo passou por um processo de ex-
nanceira no mundo atual. Estimule-os pansão no que se refere à sua abrangência mundial. Nesse contexto, os agentes
a responder livremente e anote as con- do processo de globalização são os países desenvolvidos, sobretudo os mais
tribuições na lousa. Em seguida, faça a industrializados, as empresas transnacionais e os organismos internacionais,
leitura coletiva do texto desta página. como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial e a Organiza-
ção Mundial do Comércio (OMC), que substituiu o Gatt (iniciais em inglês de
Você sabia? Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio) em 1994.
Dê destaque à história dos organis-
Fabrice Coffrini/AFP
mos internacionais de integração eco-
nômica no mundo. Esse conteúdo é
introdutório e essencial para o desen-
volvimento da habilidade EF08GE06,
que será retomada nos Capítulos 5, 9,
13 e 14.
Espera-se que os estudantes con-
sigam compreender a importância do
Banco Mundial, do FMI e do Gatt na
integração econômica e cultural entre
diferentes países, já que atuam em es- Reunião da Organização
cala mundial. Se necessário, comente Mundial do Comércio em
Genebra (Suíça), 2019.
com os estudantes as contradições das
ações desses órgãos.
Você sabia?
Organismos internacionais
O Banco Mundial, o FMI e o Gatt foram criados no final da Segunda Guerra Mundial, quando os países
capitalistas definiram uma nova ordem econômica.
Inicialmente, o Banco Mundial tinha por objetivo captar recursos para a reconstrução europeia, após o término
da Segunda Guerra Mundial. Posteriormente, passou a fornecer recursos necessários à criação de infraestrutura
nos países em desenvolvimento.
O FMI foi criado para estimular o comércio internacional, promover ajuda econômica e fornecer assessoria
técnica aos países-membros com problemas financeiros. Esse organismo estabeleceu as regras básicas das
relações financeiras internacionais. O dólar, moeda dos Estados Unidos, passou a ser a referência dos preços no
comércio mundial e aceito em todas as transações.
O Gatt foi a terceira instituição criada com o objetivo de regulamentar o comércio mundial. Em 1º de janeiro de
1995, foi substituído pela OMC.
Essas três instituições são interdependentes. Os países que não respeitam as regras estabelecidas pela OMC
não têm acesso aos recursos financeiros do FMI nem do Banco Mundial. Do mesmo modo, o Banco Mundial só
libera recursos aos países que orientam a sua economia de acordo com as metas aceitas pelo FMI.
Porque tinham como objetivo, entre outros, estimular o comércio internacional e estabelecer regras básicas para
as relações financeiras internacionais, fundamentais para a construção de um mesmo sistema financeiro. Sim,
pois, ao promoverem o comércio internacional, estimulando a integração econômica, produtos de diversos paí-
ses passaram a estar presentes em outros, promovendo alterações de padrões de consumo, com repercussões
40 nos hábitos de consumo das sociedades.
40
Orientações didáticas
A classificação dos países
Para ampliar o conhecimento dos
Você estudou que os países desenvolvidos têm papel relevante no cenário
estudantes sobre os critérios de clas-
globalizado. Alguns países que se modernizaram a partir da segunda metade
sificação e agrupamento dos países,
do século XX alcançaram maior protagonismo no cenário político-econômico
promova uma conversa com a turma e
internacional em razão de sua capacidade de geração de serviços, produção
questione-os sobre o que eles enten-
de bens e acúmulo de reservas internacionais. São exemplos a China, a Índia,
dem por países desenvolvidos e em de-
o Brasil e a Coreia do Sul. Eles são chamados países emergentes.
senvolvimento. Desse modo, eles serão
estimulados a desenvolver a CG1.
reserva internacional: é a reserva de um país em moeda forte, como o dólar.
Ela é formada por aquilo que o país de fato mantém em caixa e pelos créditos
Em seguida, explique a eles que os
que tem com outros países. Esses créditos decorrem de aplicações (compra termos subdesenvolvimento e Terceiro
de títulos, por exemplo) e de empréstimos concedidos. Quando um país tem Mundo tiveram origem após a Segun-
reservas internacionais superiores à sua dívida externa, afirma-se que sua
situação financeira é boa. da Guerra Mundial, quando a Organiza-
ção das Nações Unidas (ONU) publicou
Atualmente, a maior parte dos países da América Latina e muitos países uma série de dados estatísticos sobre a
da Ásia e da África encontram-se em uma situação marcada pela dependên- situação socioeconômica de vários paí-
cia econômica, financeira e tecnológica, seja dos países desenvolvidos, seja dos ses do mundo. No entanto, atualmente
principais emergentes. Esses países também podem ser chamados de países esses termos são considerados pejora-
em desenvolvimento. Observe o mapa a seguir. tivos e, além disso, o conceito de Tercei-
ro Mundo perdeu o sentido após o fim
da Guerra Fria.
Planisfério: divisão socioeconômica – década de 2010
Aproveite o momento para apresen-
OCEANO
ÍNDICO em desenvolvimento; e semiperife-
Trópico de Capricórnio
ria para se referir a países periféricos
que atingiram um nível de industrializa-
ção maior do que o dos demais – o que
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
os coloca no grupo dos países indus-
Países desenvolvidos
Países em desenvolvimento
Círculo Polar Antártico
0 2 700 5 400
trializados e que apresentam valores
Países emergentes 0º km expressivos de Produto Interno Bruto
(PIB), sendo considerados e denomi-
Elaborado com base em: SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2013. p. 33; nados países emergentes.
GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 175.
É importante destacar que a divisão apresentada nesta representação cartográfica vem passando por modificações,
expressas pela própria presença do grupo dos emergentes, o que demonstra a diversidade e a heterogeneidade dos
países. No mapa, destacam-se China, Índia, Brasil, África do Sul, Egito, Turquia, México, Argentina, Indonésia, Coreia do
Sul, Taiwan, Malásia, Cingapura, Rússia e Arábia Saudita.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul formam o grupo que tem maior
expressão entre os emergentes, denominado Brics (sigla formada com a letra
inicial do nome de cada um desses países, em inglês).
41
41
1. Espera-se que os estudantes identifiquem como principais diferenças a leitura de jornais impressos em contraponto
à utilização de smartphones. Em relação aos meios de comunicação, na década de 1950, os principais eram o rádio
e o jornal impresso em papel. A televisão (recém-chegada ao Brasil) era restrita a poucas pessoas. Atualmente, além
desses meios, existe a internet, que pode ser acessada por meio dos smartphones, tablets,
Orientações didáticas computadores e alguns outros equipamentos.
Na resposta, os estudantes também podem
Contraponto indicar mudanças nos meios de transporte.
Contraponto
Meios de comunicação
A seção parte da análise de fotos pa-
Observe as fotografias a seguir.
ra deflagrar o assunto, propondo ques-
tões que estimulam os estudantes a
SSPL/Getty Images
refletir sobre transformações nos meios
de comunicação a partir de avanços
tecnológicos. Incentive-os também a re-
fletir sobre os impactos dessas mudan-
ças no cotidiano das pessoas.
Se os estudantes tiverem dificulda-
des, oriente-os a realizar a observa-
ção das fotos sozinhos e refletir sobre
2. Os estudantes podem
as questões. Depois, peça a eles que apresentar algumas con-
compartilhem suas impressões e dú- tradições no processo
Pessoas em de avanço dos meios de
vidas com um colega e que respon- trem em Londres comunicação. Por um
dam às questões em dupla. Finalize (Inglaterra), 1950. lado, o advento da inter-
net e de equipamentos
com uma discussão envolvendo toda agsaz/Shutterstock
cada vez mais funcionais
a turma, incentivando as duplas que para acessá-la ampliou
o acesso à informação.
se sentirem confortáveis a expor suas Por outro, esse acesso
ainda não é igualitário,
respostas aos colegas. uma vez que muitas pes-
Durante a execução dessa proposta, soas não têm condições
financeiras de adquirir
procure trabalhar a CG7, estimulando equipamentos que per-
os estudantes a expor seus pontos de mitem acesso à internet
e/ou pagar pelos servi-
vista ao analisar as imagens e aprovei- ços das operadoras que
oferecem conexão com
te para resgatar conhecimentos prévios a rede mundial, ou ainda
sobre outras transformações nos meios não disponível em algu-
mas localidades.
de comunicação.
ra, como a participação política. 1 Quais são as principais diferenças que você observa entre as fotografias? Que meios de
comunicação existiam na década de 1950 e quais são os meios utilizados atualmente?
4. Trabalhe com os estudantes a CG5,
incentivando-os a usar as tecnologias 2 O avanço nos meios de comunicação gerou maior acesso à informação? O acesso é igua-
digitais de informação e comunicação litário e universal?
de maneira crítica, reflexiva e ética. Res- 3 Os atuais meios de comunicação favoreceram a criação de sociedades mais democráti-
salte a importância de se verificar a ve- cas? Explique.
racidade das notícias e combater as
4 Sobre as informações veiculadas pelos meios de comunicação, o que se pode dizer quan-
fake news. Apresente um passo a pas-
to à qualidade e à credibilidade das notícias?
so para isso: a) checar a data de produ-
ção e veiculação da notícia; b) observar 5 O advento dessas novas tecnologias alterou as relações sociais e o comportamento das
se o autor tem outros textos publicados pessoas? 5. Leia a resposta e as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
e qual a avaliação deles; c) verificar se
o site, no qual a notícia foi publicada, 3. Espera-se que os estudantes sinalizem que a internet também possibilita acesso a diversos outros meios de
comunicação (TV, jornal, rádio, revista) e, portanto, a opiniões diversas sobre um mesmo tema. Cabe citar o adven-
é de confiança. to das redes sociais, que se tornaram meios de expressão e, muitas vezes, espaços de debate.
42 4. Embora o avanço dos meios de comunicação tenha possibilitado uma profusão de informações, estas, muitas
5. Espera-se que os estudantes res- vezes, são pouco confiáveis e podem ser falsas.
pondam positivamente a essa questão.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Enfatize com eles que existem muitos 8TELARISGeo_g24At_032a049_Uni1_Cap02_LE.indd 42 6/20/22 15:42
aspectos que podem ser considerados
no caso das conexões virtuais, como a
superficialidade nas relações entre as
pessoas, o desejo de mostrar uma per-
sonalidade diferente da realidade nas
redes sociais, os riscos do excesso de
exposição, entre outros.
42
comerciais que visam exclusivamente à
Os blocos econômicos regionais redução ou eliminação de tarifas adua-
Outra tendência importante verificada na atual fase do sistema capitalista é neiras (impostos de importação) entre
a formação dos blocos econômicos regionais. Nesses blocos, os países buscam,
os países-membros do bloco. Exemplo:
em geral, maior integração econômica, negociando maior liberdade comercial
acordo Estados Unidos-México-Canadá
entre os associados. São exemplos a União Europeia, o Mercosul e o acordo
(USMCA, das iniciais em inglês); União
Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, das iniciais em inglês), entre outros.
aduaneira: além de reduzir ou eliminar
Cada um deles apresenta particularidades e diferentes níveis de integração,
as tarifas aduaneiras entre os países
com o objetivo de se inserir no mundo globalizado de forma mais competitiva.
do bloco, estabelece as mesmas tari-
fas de exportação e importação para
A globalização e a intensificação da concorrência no mercado mundial entre
o comércio com países fora do bloco,
empresas e países impulsionaram a formação de alianças econômicas regio-
com a implantação da TEC (Tarifa Ex-
nais. A liberalização comercial pode ocorrer tanto em âmbito mundial, por inter-
terna Comum). É o caso, atualmente,
médio da OMC, como em âmbito regional, com os acordos comerciais definidos
do Mercosul; Mercado comum: visa à
em cada bloco econômico. Cerca de 60% a 70% do comércio mundial ocorre
livre circulação de pessoas, mercado-
dentro dos acordos de livre-comércio ou de outras formas de integração co-
rias, capitais e serviços. Além disso, os
mercial (outros tipos de blocos comerciais).
países-membros compartilham uma le-
Planisfério: blocos econômicos regionais – 2020 gislação comercial, ambiental, fiscal e
trabalhista. Um exemplo é a União Eu-
OCEANO
ÍNDICO o único bloco que atinge esse nível de
Trópico de Capricórnio
integração é a União Europeia.
No início de 2020, a Venezuela en-
contrava-se suspensa dos direitos e
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO das obrigações relacionadas ao blo-
Círculo Polar Antártico
co Mercosul. É necessário acompanhar
0 2 540 5 080
km
informações atualizadas sobre essa
questão, apresentando-as aos estu-
USMCA − Acordo Estados Unidos-México-Canadá Ecowas – Comunidade Econômica dos dantes. Recomendamos ter como fonte
Estados do Oeste Africano
Mercosul – Mercado Comum do Sul de consulta o próprio site desse grupo
SADC – Comunidade de
MCCA – Mercado Comum Centro-Americano Desenvolvimento da África Austral de integração regional, disponível em:
Comunidade Andina Sacu – União Aduaneira da África Austral https://www.mercosur.int/pt-br/. Aces-
CCG – Conselho de Cooperação do Golfo Anzcerta – Acordo Comercial sobre so em: 11 jun. 2022.
Relações Econômicas entre Austrália
UE – União Europeia
e Nova Zelândia
EFTA – Associação Europeia de Livre Comércio Apec – Cooperação Econômica
Ásia-Pacífico
CEI – Comunidade dos Estados Independentes
Caricom – Comunidade do Caribe
Asean – Associação dos Países do Sudeste Asiático
Opep – Organização dos Países
Cemac – Comunidade Econômica e Monetária da África Central Exportadores de Petróleo
UMA – União do Magreb Árabe Aliança do Pacífico
Elaborado com base em: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013.
p. 188; USMCA. Disponível em: https://usmca.com/. Acesso em: 12 jun. 2022.
43
43
Orientações didáticas
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
Retome com os estudantes as apren-
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), indicador estabelecido pela
dizagens sobre o conceito de IDH pre-
ONU para avaliar o nível de desenvolvimento econômico e social dos países, foi
vistas para o 7o ano. Pergunte sobre os
criado por um grupo de especialistas para o Programa das Nações Unidas para
países com melhor IDH do mundo e pe-
o Desenvolvimento (Pnud). O primeiro Relatório do Desenvolvimento Humano
ça-lhes que justifiquem suas hipóteses.
foi publicado em 1990 e, desde então, é atualizado anualmente, classificando
É importante que eles entendam que
todos os países de acordo com seu nível de desenvolvimento econômico e so-
muitas vezes o crescimento econômico
não gera melhores indicadores sociais. cial. É preciso ressaltar que a geração de um volume cada vez maior de riquezas
Por isso, as diferenças entre PIB e IDH (bens e serviços) não garante melhoria das condições de vida da maioria dos
podem ser consideráveis. habitantes dos países porque essa riqueza, em geral, é mal distribuída, princi-
palmente nos países em desenvolvimento.
Avalie se eles perceberam que os
Há diversos casos de países que apresentaram expressivo crescimento eco-
países com IDH muito elevado são de-
nômico entre a segunda metade do século XX e o início do século XXI, porém não
senvolvidos, nos quais a população tem
acompanhado de um desenvolvimento social efetivo, ou seja, com benefícios a
renda média mais elevada e os gover-
toda a população nas áreas de saúde, educação, habitação, saneamento básico,
nos oferecem serviços de educação e
transporte, etc. Em razão das más condições de vida de parte de suas popula-
de saúde de qualidade.
ções e das fortes desigualdades sociais existentes, países como Brasil, México
Retome também o conceito de coe-
e Argentina são classificados como emergentes. Observe o mapa a seguir.
ficiente Gini, que é utilizado para clas-
sificar os países de acordo com o grau
Planisfério: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – 2019
de desigualdade em termos de distri-
buição de renda. O índice varia de 0 a 0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Meridiano de Greenwich
OCEANO
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
0 2 540 5 080
km
A partir de 0,900 0,750-0,799 0,600-0,649 0,450-0,499 Sem dados
0,850-0,899 0,700-0,749 0,550-0,599 0,400-0,449
0,800-0,849 0,650-0,699 0,500-0,549 Abaixo de 0,400
Elaborado com base em: PNUD. Relatório do Desenvolvimento Humano 2020 – A próxima fronteira:
o desenvolvimento humano e o Antropoceno. Disponível em: http://hdr.undp.org/sites/default/files/hdr_2020
_overview_portuguese.pdf. p. 16-19. Acesso em: 17 dez. 2021.
44
Atividade complementar
⓿ Na sala de informática ou usando tablets ou smartphones com acesso à internet, apresente aos estudantes o ranking dos
municípios brasileiros de acordo com o IDHM, considerando o Censo de 2010, disponível no site do Pnud Brasil: https://
www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0.html. Acesso em: 30 abr. 2022.
⓿ Em seguida, oriente-os a buscar o valor de IDHM de seu município, comparando-o ao de outros municípios brasileiros.
Aproveite para realizar uma conversa sobre as condições de vida no município que afetam de maneira positiva ou negativa
o valor de IDHM.
44
Para classificar os países, o IDH leva em consideração três dimensões do Orientações didáticas
processo de desenvolvimento humano:
Observe se os estudantes compreen-
⓿ a longevidade, medida pela expectativa ou esperança de vida ao nascer, deram que, apesar de o IDH ser um re-
considerando as condições de moradia, saúde e alimentação; curso que busca sintetizar diferentes
⓿ o conhecimento, que considera a média de anos de escolaridade dos indicadores sociais, permitindo uma
habitantes com 25 anos ou mais e os anos de escolaridade esperados, análise mais acurada do nível de de-
ou seja, o número de anos de estudo que se espera de uma criança ao senvolvimento socioeconômico dos
ingressar na escola; países, esse índice também pode ser
⓿ o Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita (por indivíduo) ajustado, considerado limitado por esconder as-
que é a renda nacional bruta dividida pelo número de habitantes do país, pectos da realidade vivenciada por par-
renda nacional: a renda
expressa em dólares, considerando o poder de compra da população. nacional é composta de te de suas populações.
Embora o IDH não seja um indicador ideal, ele apresenta a vantagem de
todos os rendimentos Avalie se os estudantes reconhecem
obtidos por pessoas
considerar o desenvolvimento de forma mais abrangente e avaliar, até certo que recebem salários, a importância do Índice de Riqueza In-
ponto, o acesso da população aos benefícios proporcionados pelo crescimento rendas de aluguéis ou clusiva para uma análise mais ampla
aplicações financeiras,
econômico. Os indicadores mais gerais de desenvolvimento sempre estiveram arrendamentos de
do desenvolvimento sustentável de um
limitados ao desempenho econômico, como o PIB ou o PIB per capita. terras ou outras país, uma vez que ele considera crité-
Para considerar outros indicadores, relacionados à sustentabilidade, a ONU
propriedades, além dos rios sociais e ambientais.
lucros obtidos por
lançou em 2012 o Índice de Riqueza Inclusiva. Esse índice leva em conta a busca empresas, menos os Vale ressaltar que, desde 2020, a
por um desenvolvimento sustentável, ou seja, que atenda às necessidades das
impostos direitos, como ONU já vem divulgando, com o ranking
o imposto de renda.
populações no presente sem comprometer as demandas das gerações futuras. do IDH Global, um novo indicador que
Nessa perspectiva, a utilização dos recursos deve ocorrer de acordo com a ca- visa ajustar o IDH tradicional à ques-
pacidade de reposição da natureza, de modo que o crescimento econômico não tão ambiental. Trata-se do Índice de
agrida violenta e irreparavelmente os ecossistemas e possa, ao mesmo tempo, Desenvolvimento Humano Ajustado às
equacionar problemas sociais. Desse modo, deve ter como prioridade a diminui- Pressões Planetárias (IDHP), também
ção da pobreza e da desigualdade social. chamado de IDH Verde, criado pela
ONU e que leva em consideração, além
dos indicadores tradicionais do IDH, os
Você sabia? impactos das Pressões Planetárias (P),
Índice de Riqueza Inclusiva sobretudo as emissões de CO2 de cada
país. Se considerar interessante, pro-
[...]
ponha aos estudantes que façam uma
Um documento divulgado durante a conferência [Rio+20] pela Universidade das Nações Unidas e alguns parceiros
pesquisa sobre esse assunto.
anunciou a criação do Índice de Riqueza Inclusiva (Inclusive Wealth Report – IWR), que adiciona mais um caminho
para avaliar a evolução de um país [...]. Na seção Você sabia? é possível
No primeiro estudo feito, que incluiu 20 países, a China, que no período de 1990 a 2008 teve um crescimento econô-
propor aos estudantes realizarem a lei-
mico de 422%, descontadas as perdas de recursos naturais, caiu para 37%. O Brasil, que teve crescimento econômico tura do texto individualmente, levantan-
próximo de 40%, baixou para 13%, se avaliadas as perdas de recursos naturais ao lado do capital manufaturado e do do e anotando as possíveis dúvidas. Em
capital humano. E as avaliações podem incluir, ainda, além de índices de saúde e de relações sociais, até aspirações seguida, esclareça os levantamentos e
espirituais, a segurança ambiental, os ecossistemas e o valor de seus serviços (como fertilidade do solo, regime hídrico, solicite que algum estudante faça a lei-
equilíbrio do clima, estoques pesqueiros, potencial de recursos minerais e muitos outros) – bem como suas perdas.
tura em voz alta, para realização da ati-
[...] vidade. Para ampliar a abordagem
NOVAES, Washington. A perplexidade pode explicar a modéstia. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 22 jun. 2012. A-2. sobre esse índice, sugerimos o aces-
Disponível em: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-perplexidade-pode-explicar-a-modestia-imp-,889847.
Acesso em: 14 dez. 2021. so ao link https://www.politize.com.br/
inclusive-wealth/ (acesso em: 20 jun.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
2022), que traz uma matéria sobre ele.
⓿ Por que o Índice de Riqueza Inclusiva exige uma alteração nos padrões de produção e Além disso, disponibiliza um mapa e
consumo nos países? um vídeo sobre a temática da econo-
mia sustentável.
Porque para se classificar em posições melhores, de acordo com esse indicador, os países precisam valorizar o
equilíbrio das relações entre as sociedades e a natureza, com menor retirada de recursos naturais ou realizar isso
com pouco impacto ambiental, sem favorecer a degradação desses recursos, e isso exige que a produção de mer-
cadorias demande menos recursos ou mais recursos renováveis e polua menos. Além disso, os níveis de consumo 45
das sociedades têm de ser adequados aos ritmos naturais.
45
Orientações didáticas Interagindo
Interagindoo e convivendo
Interagindo e convivendo
A proposição da seção objetiva ana-
O mundo digital e as redes sociais Prática de
pesquisa
lisar criticamente o mundo digital e as Atualmente, grande parte das atividades que determinadas sociedades
redes sociais, mobilizando parcialmen- realizam no cotidiano fazem uso de recursos digitais. Computadores, tablets,
te a habilidade EF08GE13. Os estu- smartphones, televisores, até geladeiras e máquinas de lavar roupa, meios de
dantes deverão expor pontos de vista, transporte diversos, utilizam tecnologia em suas funções.
defender ideias, podendo inclusive, em Com base nessas informações, leia os textos a seguir e analise a imagem.
um exercício de protagonismo, propor Depois, faça o que se pede.
regras para o uso da rede mundial de Homo digitalis
computadores na escola. Cena de escritório:
Ao iniciar a seção, peça aos estudan- – No Facebook de novo, Agnelo? Cadê meu relatório?
tes que descrevam o que pensam sobre – (olhos fixos na tela) Aqui.
o mundo digital e as redes sociais, mobi- – E por que esse relatório não estava mais cedo na minha mesa? Vou ter que
lizando seus argumentos. Deixe que falem regular a internet de todo mundo por tua causa? O que que é isso?
livremente e anote na lousa as contribui- – Isso o quê?
ções para debate posterior. Em seguida, – Isso que você postou agora no Facebook.
oriente-os na realização das atividades in- – Eu posto várias coisas no Facebook. Não sei do que você está falando.
dicadas. Esse trabalho favorecerá o de- – (lendo o post) “Chegou a gentalha para estragar a minha felicidade.
senvolvimento das CG5 e CG7. Também #nãomexenaminhainternet.”
Personagem de um esquete [...] de humor, o tal chefe significa muito da vida esquete: breve
sugerimos a atividade complementar a encenação, em geral,
seguir, a fim de explorar realidades do real. Está cada vez mais difícil capturar a atenção das pessoas. O impacto da tecno-
de caráter cômico,
logia sobre o ser humano é brutal.
espaço de vivência do estudante. produzida para
O Facebook reina no tempo gasto on-line, um pedaço cada vez maior da vida internet, televisão,
A atividade 6 da página 47 introduz humana [...]. teatro, cinema ou
noções básicas a respeito da análise do Sutil e rapidamente, a maneira de enxergar o mundo muda. [...]
rádio.
discurso, destacando que nessa práti- A linguagem da tecnologia aproxima um brasileiro e um chinês. Mas os dis-
ca de pesquisa procura-se relacionar a tancia de quem está off-line. Nesse sentido, a internet se soma a outros fatores de
linguagem textual ou imagética com as desigualdade no planeta, como alimentação, educação e saneamento. A revolução
ideias transmitidas pelo seu elaborador. digital promove sua própria seleção natural.
As diferentes formas de expressões fala- DIAS, Roberto. Homo digitalis. Folha de S.Paulo, São Paulo, 19 jul. 2014.
das ou escritas (sejam em texto ou ou- A cultura digital invade a nossa vida
tro tipo de veículo – filmes ou imagens),
A cultura da atualidade está intimamente ligada à ideia de interatividade, de in-
de modo geral, carregam um conteúdo terconexão, de inter-relação entre homens, informações e imagens dos mais varia-
ideológico que é apreendido de diferen- dos gêneros. Essa interconexão diversa e crescente é devida, sobretudo, à enorme
tes formas pelos seus interlocutores. expansão das tecnologias digitais na última década. Com o forte crescimento da
Desse modo, ressalte com os estu- oferta e consumo de produtos ditos de última geração, já não se pode mais falar
dantes que é importante levar em conta do futuro que bate às nossas portas, mas simplesmente de alguns novos hábitos
disseminados entre milhões de pessoas por todo o mundo.
na análise do discurso o contexto polí-
Isso tem alimentado muitas fantasias e gerado grandes expectativas sobre a
tico-social em que o autor está inseri-
cultura digital nascente. São visíveis as inúmeras modificações presenciadas na es-
do ao elaborar a sua mensagem, pois a fera do trabalho, que tem seu dia a dia marcado cada vez mais pela forte presença
temática, a forma de abordar e a visão dos computadores, da internet e dos telefones celulares. No âmbito da educação,
particular que expressa estão relaciona- milhares de pesquisadores, professores e estudantes de todo o planeta apostam na
das a esse contexto e, de certa forma, internet, enxergando-a como fator tecnológico principal na evolução do ensino a
procuram atingir o receptor, o leitor do distância e presencial.
texto, neste caso. Comente que também COSTA, Rogério da. A cultura digital. 3. ed. São Paulo: PubliFolha, 2008. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/1034318-leia-trecho-de-folha-explica-a
na análise do discurso podem ser con- -cultura-digital.shtml. Acesso em: 17 dez. 2021.
siderados diversos tipos de documentos,
como filmes, documentários, cartas, diá- 46
rios, romances, contos, revistas, jornais.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
8TELARISGeo_g24At_032a049_Uni1_Cap02_LE.indd 46 6/20/22 15:42
Atividade complementar
⓿ Para complementar o estudo do tema, oriente os e) Como seria o seu dia a dia sem esses produtos? 2. Leia com atenção as informações obtidas nas suas
estudantes a realizar a atividade a seguir. Justifique sua resposta. entrevistas e organize um painel com as respostas.
1. Selecione dez pessoas do seu convívio diário, de f) Que produtos ou serviços tecnológicos de última Inclua também fotografias ou ilustrações dos pro-
diferentes idades. Podem ser pessoas da família ou geração você conhece e gostaria de utilizar no seu dutos ou serviços tecnológicos mais citados pelos
amigos. Pergunte a cada uma delas: dia a dia? entrevistados.
a) Qual é o seu nome? Oriente os estudantes a fazer as entrevistas com pes- Resposta: reserve um dia para que os resultados
b) Qual é a sua idade? soas de diferentes idades e, se possível, de contextos das entrevistas sejam apresentados. Após o levan-
c) Em que cidade você mora? sociais diferentes, para que se alcance um espectro tamento de todos os dados, os estudantes podem
d) Que produtos ou serviços tecnológicos (ex: televi- maior para as análises. Também é importante orien- ser incentivados a elaborar gráficos e/ou tabelas
são digital, smartphones, câmeras digitais, com- tá-los a exercitar a empatia com os entrevistados, com as informações obtidas.
putadores, internet) você utiliza no seu dia a dia? contemplando a CG9.
46
5. Espera-se que os estudantes com-
PanyaStudio/Shutterstock
preendam que não. Apenas uma pe-
quena parcela da população tem
condições de comprar mercadorias e
fazer uso de tecnologias mais avança-
das. Existe, assim, uma exclusão digital.
Daí a importância da criação de centros
que ofereçam gratuitamente recursos
tecnológicos fundamentais para a edu-
cação e para a formação profissional.
47
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
Aproveite a retomada proposta nesta
seção para conversar com os estudan- FASE ATUAL DO ⓿ Supremacia dos Estados
48
48
1. A Divisão Internacional do Trabalho refere-se à interdependência
entre as atividades econômicas realizadas em diferentes regiões
do globo. Na nova DIT, os países desenvolvidos concentram a
Orientações didáticas
fabricação de produtos de tecnologias mais sofisticadas, o desen- NÃO ESCREVA NO LIVRO.
volvimento de novos produtos, o setor de marketing, os serviços
financeiros e a gerência administrativa das grandes empresas. Já
os países em desenvolvimento continuam a produzir matéria-pri-
Retome ma, gêneros agrícolas e alguns bens industrializados, a partir da
expansão das empresas transnacionais. Atividades
1 O que significa Divisão Internacional do Trabalho? E quais são as caracte- 2. a) A ciência se aproxi-
rísticas da nova DIT?
ma da tecnologia industrial 5. Apresente aos estudantes alguns
competitiva. As pesquisas
científicas se orientam para exemplos de cartum, para que possam
2 Sobre as tecnologias que utilizamos na atualidade, responda: o desenvolvimento de novos se apropriar melhor desse gênero tex-
a) Como é a participação da ciência no desenvolvimento tecnológico? produtos, novos materiais e
até de outras formas de vida. tual de forma mais concreta.
b) Em que países se concentra a criação de tecnologias avançadas?
Por que isso ocorre? 2. b) Nos países desenvolvi- 6. Comente com os estudantes que, ge-
dos. Porque a criação dessa ralmente, essa frase é usada em defesa
3 O que é IDH? Explique qual é a sua vantagem entre outros indicadores avançada tecnologia exige
investimentos elevados em da livre circulação de capitais entre os
de desenvolvimento. 3. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um indi- pesquisa e desenvolvimento
cador de desenvolvimento econômico e social baseado científico. diferentes países. Entretanto, as fron-
em três áreas: educação, renda e expectativa de vida. Ele
apresenta a vantagem de mesclar dados econômicos e teiras são importantes e bem pautadas
Exercite sociais para a avaliação geral da condição de desenvolvi- quando o assunto é a livre circulação
mento dos países.
4 Leia o texto a seguir e, depois, faça o que se pede. de pessoas no mundo, pois há uma sé-
rie de medidas que a restringe.
O desafio das redes
Com a melhoria dos sistemas globais de logística e coordenação, esses for- 7. Procure trabalhar as CG2 e CEG5
necedores podem agora estar em praticamente todos os lugares. De fato, “nos orientando os estudantes a realizar a
arredores” da fábrica significa hoje qualquer lugar do . [...] pesquisa proposta em sites, revistas,
As empresas perceberam que podiam decompor suas cadeias de suprimentos jornais, etc. Posteriormente, organize
e dispersá-las pelo globo.
com os estudantes um momento pa-
KLEINDORFER, Paul. R.; WIND, Yoram; GUNTHER, Robert. E. O desafio das redes.
Porto Alegre: Bookman, 2012. p. 279-280.
ra socialização dos resultados da pes-
quisa. Se julgar pertinente, elabore com
a) Que aspecto da globalização, em particular no que se refere à atuação eles uma agenda dos eventos para que
das empresas multinacionais, é apresentado no texto? 4. a) A estruturação de cadeias produtivas globais. todos possam participar. Essa ativida-
b) Que palavra preenche corretamente a lacuna no texto? 4. b) Podem ser as palavras “mundo”, “pla- de também auxilia o desenvolvimento
neta” ou “globo”.
da CECH5, permitindo a comparação
5 Com base no que você aprendeu neste capítulo, crie no caderno um car- 5. Atividade prática. Esta
atividade pode ser condu- de eventos ocorridos simultaneamen-
tum com o tema: “O mundo globalizado e eu”. zida com o apoio dos pro-
fessores de Arte e Língua
te e em tempos e espaços diferentes.
Lembre-se de que o cartum é um gênero humorístico que se expressa por
Portuguesa.
meio da caricatura, ou seja, é uma anedota gráfica que pode ou não conter
algum texto.
6 “Vivemos em um mundo plano, em um planeta sem fronteiras.” Essa é uma 6. Resposta pessoal.
frase frequente para descrever a atual situação do mundo globalizado. No Retome e discuta com
os estudantes o conceito
caderno, escreva um pequeno texto de ao menos dois parágrafos, indican- de fronteira na Geografia.
Subsidie-os com informa-
do se você concorda com ela e justificando seu ponto de vista. ções suficientes para que
compreendam sua manu-
7 As facilidades que as novas tecnologias criaram para a comunicação entre tenção no mundo globa-
pessoas ao redor do mundo impressionam quem nasceu em uma época lizado.
na qual os jogos de uma Copa do Mundo de futebol eram transmitidos
apenas por rádio. A primeira Copa transmitida ao vivo pela televisão para
o Brasil foi a de 1970, disputada no México. De lá para cá, as informações
“em tempo real”, proporcionadas pelas telecomunicações via satélite, por
cabos de fibra óptica e por meios eletrônicos, nos mostram praticamente
qualquer local do mundo no momento em que os fatos estão acontecendo.
Faça uma pesquisa e elabore uma lista dos eventos que você considera
importante serem acompanhados ao vivo.
7. Resposta pessoal. É importante incentivar os estudantes a refletir sobre eventos esportivos,
conferências, encontros entre chefes de Estado, catástrofes naturais, etc.
49
49
BNCC no capítulo
Competências gerais da Educação
3 1 e 2. Leia a resposta e as orientações para as atividades neste Manual do
Professor.
População mundial –
Básica (CG): 2, 5 e 7.
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental (CECH): 2, 5 e 7. crescimento e
Competências específicas
de Geografia para o Ensino
distribuição
Fundamental (CEG): 3, 4, 5 e 6.
Bilhões de pessoas
10 8,5 Estados Unidos, Indonésia e Uganda.
7,8
Introdução
8
6 5,3
34% da população da Europa vai ter
60 anos ou mais até 2050.
41%
Neste capítulo, são mobilizadas as 4 da população do continente africano
tem menos de 15 anos.
habilidades EF08GE01, EF08GE03, 2 A África deve ser responsável por
EF08GE04, EF08GE19 e EF08GE20, mais da metade do crescimento da
0 população do planeta até 2050.
com análises sobre as dinâmicas de- 1990 2020 2030 2050 2100 Nos períodos 2000-2005 e 2010-2015,
mográficas da atualidade e também Período a taxa de mortalidade de crianças
acerca da dispersão da espécie hu- com menos de 5 anos caiu mais de
30% em 86 países.
mana e da ocupação dos continentes.
Nesse processo serão exploradas as lin-
guagens gráfica e cartográfica, a fim de
consolidar o raciocínio espaço-tempo- Elaborado com base em: POPULAÇÃO mundial vai crescer 53% e chegar a 11,2 bilhões em 2100.
ral por meio da análise de gráficos e O Globo, Rio de Janeiro, 29 jun. 2016. Disponível em: https://oglobo.globo.com/sociedade/
sustentabilidade/populacao-mundial-vai-crescer-53-chegar-112-bilhoes-em-2100-diz-relatorio
anamorfoses. -da-onu-17003177. Acesso em: 28 mar. 2022; ONU. Department of Economic and Social Affairs.
Para começar World Population Prospects 2019 – Volume 1: Comprehensive Tables. p. 2-3.
Para começar
Converse com os
Apresente aos estudantes o gráfico
colegas e o professor.
e peça-lhes que descrevam o que es-
tá representado. Em seguida, oriente- 1. Quais informações
Dinâmicas no crescimento
-os a responder às questões propostas,
trabalhando as CG7 e CEG6. De modo
o quadro apresenta
em relação à da população mundial
população da
introdutório, trabalhe com eles também Analisar diversos aspectos da população, como ritmo de crescimento, mor-
Europa e à da
a habilidade EF08GE03, e analisem, de África? Que
talidade, natalidade, distribuição etária e pelo território, entre outros, é funda-
forma comparativa, alguns aspectos da aspecto da mental para os governos dos países, para o planejamento socioeconômico e
dinâmica demográfica e característi- demografia elas para a definição de estratégias por parte do Estado.
revelam? O crescimento populacional, sem considerar o fator migratório – ou
cas da população de alguns locais e
regiões no mundo. Ao propor as ativi- 2. Que fatores seja, o fluxo de pessoas entre países, estados ou municípios –, é chamado
influenciam o crescimento vegetativo. A taxa de natalidade é o número de nascidos vivos
dades é possível desenvolver parte da
crescimento
CECH2, que estimula os estudantes a em um ano, calculado a cada mil habitantes. É a relação entre os nascimentos
populacional?
analisar o mundo social no qual estão O município
anuais e a população total, expressa por mil habi-
inseridos. onde você vive tantes. A taxa de mortalidade é o número de óbi- crescimento vegetativo:
é populoso e tos (mortes) em um ano a cada mil habitantes. É diferença entre a taxa de
1. Espera-se que indiquem o envelhe- natalidade e a taxa de
povoado? Por quê? a relação entre óbitos anuais e a população total, mortalidade.
cimento da população europeia e o NÃO ESCREVA NO LIVRO. expressa por mil habitantes.
grande crescimento populacional ob-
servado em países africanos.
50
2. Espera-se que indiquem aspectos
como redução nas taxas de mortalida- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
de infantil, melhoria nos sistemas de
saúde, aumento da esperança de vida,
etc. Ao responderem à segunda parte
da atividade 2, você pode avaliar se
eles distinguem os dois conceitos: po-
puloso (população numerosa) e povoa-
do (elevada densidade demográfica),
sendo que, neste último caso, a cidade,
que é a sede do município onde vivem,
tem de apresentar uma alta concentra-
ção de prédios, com muitos apartamen-
tos residenciais, a fim de justificar a alta
densidade demográfica.
50
Se julgar pertinente, finalize as dis-
Explore cussões lendo para os estudantes o
NÃO ESCREVA NO LIVRO. texto complementar indicado nesta pá-
1. O crescimento populacional
Observe o gráfico a seguir. foi lento até os séculos XVIII e gina do Manual do Professor. A partir
XIX e começou a acelerar no da leitura, promova questões que pro-
Mundo: crescimento da população – ano 1 a 2100 século XX.
2. Em um primeiro momento, porcionem reflexões sobre como de-
11 com a Revolução Industrial, verá ser a dinâmica de crescimento
houve migração intensa do
10 campo para a cidade nos paí- da população brasileira até o ano de
9 ses que passaram pelo pro- 2060, considerando-se as tendências
cesso de industrialização, e as
8 condições de vida nos espa- atuais, segundo o IBGE.
Bilhões de pessoas
7
ços urbanos eram precárias.
Entretanto, como estudado no
6 Capítulo 1, gradativamente
Revolução Industrial
5
ocorreram melhorias nas con-
dições de saneamento básico e
Leitura complementar
4 de vida, em geral, nas cidades,
o que contribuiu para a redu- População brasileira chegará a
3 ção da mortalidade. Incentive 233 milhões em 2047 e começará
Banco de imagens/Arquivo da editora
2 os estudantes a recordar e
fazer referência às transforma- a encolher, aponta IBGE.
1 ções tecnológicas decorrentes
desse processo, as quais con- A população brasileira continu-
0
tribuíram para melhorias nas ará a crescer até 2047, quando atin-
*
1
0
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0
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0
condições de saúde da popula-
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
ção em vários países.
girá 233,2 milhões de pessoas. No
*Projeção Ano
3. Espera-se que os estudan- entanto, a partir de 2048, haverá
tes apontem que entre os uma queda gradual até 2060, quan-
Elaborado com base em: RICKLEFS, Robert E. A economia da natureza. Rio de fatores que contribuem atual-
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 198; ONU. Department of Economic and Social mente para o crescimento da do recuará para 228,3 milhões, se-
Affairs. World Population Prospects 2019 Ð Volume 1: Comprehensive Tables. p. 2-3. população estão a melhoria no gundo estudo divulgado pelo IBGE.
acesso aos serviços de saúde,
1. Como você descreve o crescimento da população no período apresentado? mais anos de escolaridade das Hoje, o total de habitantes no
populações jovens, a amplia-
2. Que relação podem ter as transformações decorrentes da industrialização, entre ção do sistema de saneamento Brasil é de mais de 208 milhões.
o final do século XIX e o início do século XX, nos países que passaram pela Revo- básico, entre outros. A revisão 2018 da Projeção da Po-
lução Industrial, com a dinâmica populacional apresentada? pulação do Brasil detalha a dinâmica
3. Em sua avaliação, que fatores podem ter influenciado e influenciarão o cresci- de crescimento da população brasi-
mento populacional entre os anos de 2000 a 2100? leira, acompanhando variáveis como
fecundidade, mortalidade e migra-
Ritmo de crescimento populacional ções, e projeta o número de habitan-
tes para as 27 unidades da federação.
Ao longo da história, o crescimento populacional ocorreu de maneira relativa- Doze estados – [PI, BA, RS, AL,
mente lenta. Como você pôde analisar no gráfico desta página, os níveis popu- MG, PB, RJ, CE, PE, MA, PR e RN]
lacionais apresentaram pouquíssima variação entre o ano 1 e o ano 1500. Entre – deverão ter sua população re-
1500 e 1800, houve um ligeiro aumento; porém, foi a partir desse período que duzida antes de 2048 por conta de
ocorreu um vertiginoso crescimento. Fatores como doenças, epidemias, condi- fluxos migratórios negativos. Ou
ções precárias de higiene e saneamento e escassez de alimentos, mais comuns seja, maior saída do que ingresso
nesses primeiros séculos, por exemplo, reduziam a expectativa de vida da popu- de habitantes.
lação, contribuindo para que as taxas de crescimento vegetativo fossem baixas. Por outro lado, para 8 estados
Os avanços conquistados nas áreas de saúde e saneamento básico, a des- não há previsão de diminuição da
coberta e a fabricação de medicamentos e vacinas e o aumento da capacidade população até 2060. São eles: Goiás,
taxa de mortalidade
de produção de alimentos resultaram na redução das taxas de mortalidade, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
infantil: número de
particularmente da taxa de mortalidade infantil. Como consequência, houve óbitos (mortes) de Santa Catarina, Amapá, Roraima,
crianças com menos de Amazonas e Acre.
aceleração das taxas de crescimento vegetativo e aumento da expectativa de 1 ano de vida, a cada mil
vida. Entretanto, até meados do século XX, esses fenômenos se mantiveram, de nascidas vivas (excluindo Piauí, Bahia e Rio Grande do Sul
os natimortos), deverão ser os primeiros estados
certa forma, restritos aos países que primeiro se industrializaram, nos quais o considerando-se o a apresentar redução da popula-
processo de urbanização se desenvolveu mais intensamente, como alguns paí- período de um ano.
ção, impactados tanto pela perda
ses europeus, os Estados Unidos e o Japão.
de moradores para outros estados
como também pela queda das ta-
51 xas de fecundidade. [...]
BRITO, Carlos; ALVARENGA, Darlan.
População brasileira chegará a 233
Explore milhões em 2047 e começará a encolher,
Orientações didáticas aponta IBGE. G1, Rio de Janeiro e
Com as atividades desta seção, ao interpretar os dados São Paulo, 25 jul. 2018. Disponível
Inicie a conversa apresentando o gráfico desta página e em: https://g1.globo.com/economia/
discutindo sobre as dinâmicas no crescimento da popula- e as informações geográficas do gráfico, amplia-se o traba-
noticia/2018/07/25/populacao-brasileira
ção mundial. Peça aos estudantes que descrevam o que es- lho com as CG7 e CEG6. Aproveite a atividade 2 para in- -chegara-a-233-milhoes-em-2047-e
tá sendo representado. Deixe que falem livremente sobre as tegrar conhecimentos de História ao verificar na curva de -comecara-a-encolher-aponta-ibge.
crescimento populacional os acontecimentos históricos que ghtml. Acesso em: 21 mar. 2022.
características populacionais expressas no gráfico. Em se-
guida, a partir da leitura do texto nas páginas 50 e 51, apro- justificam a relativa queda no crescimento entre os anos
veite para mobilizar a habilidade EF08GE03 e destaque, 1200 e 1400. Explique que entre esses acontecimentos
assim, os conceitos de taxa de natalidade, taxa de mortali- está a pandemia da peste bubônica, também denominada
dade e taxa de mortalidade infantil, retomando aprendiza- peste negra, a qual matou cerca de um quarto da popula-
gens previstas para o 7o ano. ção europeia à época.
51
Orientações didáticas Na trilha da Cartografia A n a m o r fo s e
Na trilha da Cartografia
Distorção proporcional 3. Os países que estão com grandes dimensões no mapa desta página
são considerados “em desenvolvimento” e, no caso do IDH, são países
Esta seção mobiliza a habilidade que, em boa parte, se enquadram nos grupos de IDH médio ou IDH baixo.
Observe o mapa a seguir.
EF08GE19, levando o estudante a in-
terpretar anamorfoses que represen- Planisfério: população sem acesso à energia elétrica, por país – 2014
tam diferentes informações, como o
acesso à energia elétrica e a popula-
ção total por país. Além disso, ao in-
terpretar as anamorfoses sobre a
população mundial em dois contextos
históricos distintos, é possível desen-
volver a CECH5, bem como a habili-
dade EF08GE03, considerando que o
estudante é estimulado a refletir sobre
aspectos da dinâmica demográfica e América
sobre as características da população. África
Sonia Vaz/Arquivo da editora
52
5. É possível afirmar que, em 1900, China e Índia já eram os dois países mais populosos da Terra, situação que se
manteve em 2018. De modo geral, os países asiáticos mantiveram ou ampliaram sua participação no conjunto da
população mundial, assim como os do Oriente Médio. Orientações didáticas
6. No caso da América, a participação dos Estados Unidos e do
Canadá no conjunto da população mundial se manteve, enquanto a As atividades 5 e 6 favorecem o de-
Observe os dois mapas a seguir. do México, dos países da América Central e da América do Sul se senvolvimento das CECH5 e CECH7,
ampliou. No caso da África, os países ampliaram sua participação.
que auxiliam os estudantes na re-
Mundo: população total por países – 1900 solução das atividades por meio da
comparação de eventos ocorridos em
diferentes espaços e tempos, utilizan-
do a linguagem cartográfica para de-
senvolver o raciocínio espaço-temporal.
Se necessário, auxilie-os no reconheci-
mento das porções continentais colori-
das, em tons diferentes.
América
Elaborado com base Na atividade 7, note com os estu-
África em: WORLD MAPPER. dantes que, ao observar os países da
Sonia Vaz/Arquivo da editora
53
53
Orientações didáticas
O crescimento populacional nos países
A partir do que foi estudado até o
momento, peça aos estudantes que le-
emergentes e em desenvolvimento
vantem hipóteses sobre o crescimento A partir da segunda metade do século XX, as conquistas obtidas nos setores de saúde e saneamento
da população nos países emergentes e básico foram, em parte, estendidas às populações de alguns países em desenvolvimento. Esses avanços pos-
em desenvolvimento. Deixe que eles fa- sibilitaram, consequentemente, redução das taxas de mortalidade e maior crescimento populacional nesses
lem livremente e estimule-os a retomar grupos de países, situados, principalmente, na América Latina, na Ásia e na África.
as noções de industrialização tardia e Enquanto essas porções continentais registravam aumento do crescimento vegetativo, os países desen-
sobre os países em desenvolvimento, volvidos, em geral – particularmente os da Europa –, passaram a apresentar um
método contraceptivo
discutidas anteriormente. processo de crescimento demográfico lento. Com a intensificação do processo artificial: prática de uso
Em seguida, ampliando o trabalho de urbanização, no século XX, houve redução das taxas de natalidade nos paí- de medicamentos ou
dispositivos para evitar a
com a habilidade EF08GE03, leia com ses desenvolvidos. É importante destacar que, nos espaços urbanos, o custo de
gravidez nas relações
os estudantes o texto que descreve as criação dos filhos é maior e há mais acesso aos métodos contraceptivos artifi- sexuais.
ciais. Além disso, no decorrer do século XX, as conquistas femininas, que garan- taxa de fecundidade:
características da população nos terri- número médio de filhos
tórios desses países do globo, desta- tiram às mulheres maior participação no mercado de trabalho e nas decisões no por mulher, entre 15 e 49
cando os efeitos da urbanização, da âmbito familiar, contribuíram para a redução das taxas de fecundidade. anos (fase fértil).
industrialização e do avanço da ciên- Veja, na tabela que mostra os países mais populosos do mundo, a presença de apenas dois países de-
cia na dinâmica demográfica em várias senvolvidos (Estados Unidos e Japão) e o único país europeu: a Rússia, que é um país transcontinental, ou
regiões do mundo. Por fim, analise com seja, tem parte de seu território situado, também, no continente asiático.
eles as tabelas apresentadas na pági- Com a aceleração do processo de urbanização em países que se industrializaram no século XX, entre
na, a fim de ampliar o conhecimento eles o Brasil, as taxas de natalidade também declinaram, provocando sensível queda nas taxas de cres-
sobre a população mundial, por meio cimento vegetativo. Na África, que, de modo geral, apresenta uma percentagem relativamente baixa de
da análise de dados e informações geo- população urbana em relação à população rural, o número médio de filhos por mulher está próximo de
gráficas (CG7 e CEG6). cinco, devendo cair para perto de quatro, enquanto na América Latina e no Caribe, onde houve urbani-
Aproveite para enfatizar que o pla- zação intensa, a taxa média é praticamente a metade da africana, considerando os períodos 2010-2015 e
nejamento familiar é direito de toda 2020-2025, de acordo com as projeções. Veja a tabela a seguir.
mulher. Os instrumentos necessários
ao seu desenvolvimento representam, Mundo: quinze países mais populosos – 2020 Mundo: taxa de fecundidade por continente –
População estimada 2010-2015 e 2020-2025*
principalmente, informações e recursos Ranking País
para 2020 (em milhões) 2010-2015 2020-2025
para que a mulher possa optar por ter
1 China 1 439 Mundo 2,52 2,42
ou não ter filhos, de forma consciente
2 Índia 1 380 África 4,73 4,16
e voluntária, sem nenhum tipo de coer-
3 Estados Unidos 331 Ásia 2,21 2,09
ção e discriminação e no momento que
4 Indonésia 273 Europa 1,60 1,62
considere adequado, tendo acesso ao
5 Paquistão 220 América Latina e Caribe 2,14 1,96
método anticoncepcional mais indica-
6 Brasil 212 América do Norte 1,85 1,76
do para sua situação.
7 Nigéria 206 Oceania 2,44 2,30
8 Bangladesh 164 * Trata-se da fecundidade média nos referidos períodos
9 Rússia 145 (2010-2015 e 2020-2025). Ao se referir à América do
Norte, o relatório considera apenas os Estados Unidos
10 México 129 e o Canadá, excluindo o México, que está presente nos
11 Japão 126 dados referentes à América Latina e ao Caribe.
12 Etiópia 114 Elaborado com base em: ONU. World Population
Prospects 2019 – Volume 1: Comprehensive Tables.
13 Filipinas 109
p. 41-43 e 136-137.
14 Egito 102
15 Vietnã 97
Elaborado com base em: ONU. World Population
Prospects 2019 – Volume 1: Comprehensive Tables.
p. 10, 43 e 34-38.
54
54
Trabalhando com gráfico e mapa Orientações didáticas
Período
OCEANO
Trópico de Capricórnio
ÍNDICO homogênea no mundo em razão de
Elaborado com
base em: ONU.
diferentes condições de acesso aos
World Population serviços de saúde, medicamentos, sa-
Prospects 2019 – neamento, entre outros. Geralmente,
Círculo Polar Antártico
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO Volume 1:
Sonia Vaz/Arquivo da editora
55
1. Espera-se que os estudantes identifiquem que ambas as taxas são elevadas, porque a pirâmide tem a base larga, o que
indica muitos nascimentos, e é afunilada no alto, o que indica baixa expectativa de vida, sobretudo a partir dos 65 anos.
2. Os estudantes devem comentar que o governo deveria priorizar investimentos nas áreas de educação e saúde, em
razão do grande número de jovens e para ampliar a expectativa de vida da população, já que a taxa de mortalidade
Orientações didáticas
A distribuição da população
é elevada. Além disso, investi-
mentos na área de saneamento
básico também são importan-
56
Em alguns países latino-americanos, como os
Uruguai: pirâmide etária – 2021
Orientações didáticas
que apresentam atividade industrial mais diversifi-
Idade
cada – Brasil, Argentina e México – e índices sociais (em anos)
100+
Explore
mais elevados – Chile e Uruguai –, a taxa de nata- Homens 95-99
90-94
Mulheres
Nas atividades 1 e 2, apresente a
85-89
lidade vem diminuindo gradativamente, ao mesmo 80-84 pirâmide etária do Uruguai aos estu-
75-79
tempo que a esperança de vida vem aumentando. 70-74 dantes e peça-lhes que descrevam o
65-69
Observe a pirâmide etária do Uruguai. 60-64
que está representado. Em seguida,
55-59
50-54
1. A pirâmide do Uruguai é mais estreita na base, tem a 45-49 oriente-os a responder ao que se pe-
40-44
Comprehensive 35-39
Reino Unido 1,75 30-34
Tables. p. 143 e 145. 25-29
20-24
15-19
Elaborada com base em: U.S. CENSUS BUREAU. 10-14
5-9
International Database. Disponível em: https:// 0-4
www.census.gov/data-tools/demo/idb/#/ 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4
country?COUNTRY_YEAR=2021&COUNTRY_YR_ População
(em milh›es)
ANIM=2021&FIPS_SINGLE=GM. Acesso em: 1o dez. 2021.
57
57
Orientações didáticas
População: distribuição
pelo território
Inicie conversando com os estudan-
tes sobre o fato de que estudos arqueo-
1. Da África, pois todas as setas que direcionam a ocupação dos
lógicos e genéticos comprovam que os demais continentes partem daí, exceto as que são direcionadas
seres humanos modernos surgiram na Da África para o mundo para as Américas, que partem da Ásia Central e do Sudeste
Asiático.
África. Embora as datas para as migra- 2. Foi necessário desenvolver técnicas de navegação adequa-
Observe o mapa a seguir. das para o alto-mar.
ções da espécie humana em direção
aos demais continentes sejam incertas
Mundo: primeiros deslocamentos populacionais e ocupação dos continentes
e disputadas, acredita-se que os pri-
0º
meiros grupos humanos tenham dei- OCEANO
GLACIAL ÁRTICO
xado a África e migrado, inicialmente,
para a Ásia. Outros grupos, então, te- Círculo Polar Ártico
riam continuado o movimento migrató-
rio que terminaria por povoar a Eurásia, EUROPA Ásia
a Oceania e o continente americano. Central Leste da
Ásia
Ressalte com os estudantes que es-
OCEANO OCEANO
ses movimentos foram lentos e gra- Mediterrâneo Oriente ATLÂNTICO
PACÍFICO
duais, realizados por diferentes grupos Médio Trópico de Câncer
OCEANO
Meridiano de Greenwich
58
Atividade complementar
⓿ Apresente o texto a seguir aos estudantes. África”, declarou o paleoantropólogo Jean-Jacques Hublin [...].
Fósseis em Marrocos apontam que Homo sapiens surgiu 100 mil anos antes LOPES, Reinaldo José. Fósseis em Marrocos apontam que Homo sapiens surgiu 100 mil anos
antes. Folha de S.Paulo, São Paulo, 7 jun. 2017. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/
Fósseis descobertos nas montanhas do Marrocos sugerem que o primata ciencia/2017/06/1891003-fosseis-mais-antigos-do-homo-sapiens-sao-achados-no-marrocos.
bípede hoje conhecido como Homo sapiens, o ser humano anatomicamente shtml. Acesso em: 23 mar. 2022.
moderno, já habitava o continente africano há mais de 300 mil anos. [...] “Costu- ⓿ Após a leitura, apresente o seguinte questionamento aos estudantes: De acordo
mávamos achar que havia um berço da humanidade há 200 mil anos na África
com o texto, é possível afirmar que a dispersão da população humana pelo plane-
Oriental (Etiópia), mas nossos novos dados revelam que o Homo sapiens estava ta ocorreu imediatamente após o surgimento do ser humano? Por quê?
presente em todo o continente africano há cerca de 300 mil anos. Antes que nos
Resposta esperada: Não. De acordo com o texto, antes do processo de migração
espalhássemos para fora da África, houve um processo de colonização dentro da
para outros continentes, ocorreu uma colonização dentro da África.
58
Orientações didáticas
Fatores naturais, históricos e econômicos
na distribuição da população A fim de promover a CEG3 e desen-
volver a habilidade EF08GE01, peça
Um fator que favorece a concentração populacional é a presença de rios, aos estudantes que levantem hipóte-
principalmente aqueles em cujas margens se formam vales de terras férteis. ses sobre os fatores que influenciaram
Além disso, os rios são importantes para o fornecimento de água e alimento distintas sociedades em diferentes
(peixes e outros animais) e, dependendo de suas características, também po- tempos históricos a definir os espaços
dem ser utilizados para a navegação e o estabelecimento de portos. Muitas a serem ocupados. Assim, antes de ini-
cidades e regiões densamente povoadas se formaram às margens de rios, es- ciar a leitura do texto deste tópico, or-
pecialmente dos mais extensos, que interligam diferentes pontos do território. ganize na lousa um quadro dividido em
Observe a imagem a seguir. três colunas (fatores naturais/fatores
históricos/fatores econômicos). Peça-
59
59
Orientações didáticas
A distribuição da população na América
Auxilie os estudantes na interpreta-
Observe o mapa a seguir.
ção do mapa, mobilizando, em parte,
as habilidades EF08GE03, referente a Continente americano: distribuição da população – 2015
aspectos da dinâmica demográfica, e 90° O
EF08GE20, discutindo com eles os fa-
tores que explicam as maiores densida-
des demográficas em algumas regiões
do continente.
Se considerar oportuno, realize cone-
xões com História, retomando com eles
os fatores naturais, sociais, políticos e Círculo Polar Ártico
econômicos de ocupação do território
brasileiro e de outros Estados-nações
da América. Alguns desses fatores são
OCEANO
explicitados na página 61. PACÍFICO
Nova York
Explore São Francisco
Los Angeles OCEANO
Trópico de Câncer ATLÂNTICO
1. Peça aos estudantes que atentem ao Cidade do México
Caracas
fato de que as maiores concentrações
Equador
populacionais estão nas áreas litorâ- 0°
Densidade
neas, devido, primeiramente, ao pro- Banco de imagens/Arquivo da editora
demográfica Lima
Recife
(hab./km²)
cesso de colonização, que se iniciou Acima de 200 Trópico de Capricórnio Rio de
Janeiro
pelo litoral e, sobretudo, por conta de De 100 a 200
De 50 a 100
São Paulo
Elaborado com base
Santiago
aspectos econômicos que tornaram a De 25 a 50 Buenos Aires em: WESTERMANN
De 10 a 25 GRUPPE. Diercke
proximidade com o mar um importante De 1 a 10
Drei Universiatlas.
0 2 260 4 520
fator estratégico de ligação com outros Abaixo de 1
Cidade
Braunschweig, 2017.
km
continentes, sobretudo com a Europa. p. 38-39.
tacam como áreas de rarefação po- 2. Em quais países estão localizadas as grandes áreas menos povoadas da América? Que motivos podem explicar
pulacional no continente americano. A esse fato? Se necessário, utilize os mapas político, de vegetação e de clima do continente americano (os dois
últimos se encontram na Unidade 3, página 185). Leia a resposta e as orientações para a atividade nes-
partir da observação dos mapas, que te Manual do Professor.
evidenciam os principais tipos de clima
e vegetação do continente america- A América apresenta áreas com baixíssimas densidades demográficas em contraste com áreas de
no, eles podem reconhecer a influên- intensa concentração populacional. O pouco povoamento pode ser explicado pelas características na-
cia dos tipos climáticos Frio e Polar, de turais, como a presença de áreas desérticas, florestas densas e regiões extremamente frias, e por razões
condições adversas devido às baixas históricas e econômicas.
temperaturas. As áreas densamente povoadas estão mais próximas do litoral, em razão do processo de ocupação
no período da colonização, mas também pela proximidade com os portos marítimos ou fluviais-lacustres.
Muitas dessas áreas atingiram elevados níveis de desenvolvimento econômico, com a concentração de
atividades industriais e de comércio e serviços. São exemplos: a faixa litorânea, desde Boston, no norte, até
Washington, e a região dos Grandes Lagos e da costa da Califórnia, nos Estados Unidos; o litoral oriental
do Brasil, sobretudo na porção da região Sudeste; alguns trechos da fachada litorânea do Pacífico, na re-
gião da cordilheira dos Andes, na América do Sul; o litoral do Pacífico na América Central; e a região em
torno da Cidade do México.
60
60
Lagos. A colonização rumo ao oceano
Ocupação da América Pacífico foi um movimento posterior,
Durante o processo de colonização do continente americano, a população motivado por interesses econômicos.
se concentrou nas áreas próximas ao oceano Atlântico em razão da maior faci-
lidade de acesso às metrópoles europeias e de comunicação com elas.
Antes da chegada dos colonizadores europeus, havia áreas de alta concen-
Atividade complementar
tração populacional nos altiplanos andinos, nos planaltos encravados entre ⓿ Sugira aos estudantes a reali-
as montanhas do México e em partes da América Central continental. A abun- zação de uma pesquisa sobre
os povos originários da América,
dância de ouro e prata nessas terras habitadas por povos originários atraiu
como as chamadas civilizações
os espanhóis, que ocuparam essas regiões, erguendo fortificações e fundando
pré-colombianas (maias, incas
cidades, muitas vezes sobre antigos povoamentos para impor seu domínio. e astecas) e as influências cul-
A economia colonial, totalmente voltada para o continente europeu, foi o tural, arquitetônica e científica
fator determinante do padrão de distribuição da população na América. nas sociedades atuais de paí-
O povoamento do interior brasileiro pelos colonizadores teve início com as ses da América. Para isso, divi-
rotas estabelecidas para a criação de gado, que começaram a adentrar o terri- da a turma em grupos para que
tório ainda no século XVI, prosseguiu com as entradas e as bandeiras entre os
pesquisem essas civilizações.
Oriente os estudantes a pro-
séculos XVI e XVII e se intensificou com a busca e a exploração de ouro e pedras
curar informações sobre a or-
preciosas nos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, no século
ganização social e os aspectos
XVIII. Observe a imagem a seguir. culturais dessas civilizações em
textos e imagens na internet, em
Reprodu•‹o/Cole•‹o particular
61
Orientações didáticas quase todos os países da América Latina. Como essa divi-
são é pouco discutida, é provável que alguns estudantes a
Antes de iniciar a leitura do texto com os estudantes, co- desconheçam. Já a América Inglesa é formada por Estados
mente com eles que a América pode ser dividida em Amé- Unidos e Canadá.
rica Ibérica e América Inglesa. Verifique se os estudantes Após a abordagem inicial, procure traçar um breve pano-
reconhecem o significado da palavra “ibérica”, que remete rama da ocupação da América pelos povos colonizadores,
à península Ibérica, região onde estão localizados Espanha considerando, assim, os movimentos populacionais. Des-
e Portugal. Se estiver claro, pergunte aos estudantes o que se modo, os estudantes serão estimulados a desenvolver
eles imaginam que seja a América Ibérica e quais países a habilidade EF08GE01 e, de certa forma, a habilidade
estão incluídos nessa divisão regional. É importante que os EF08GE04, uma vez que a imagem desta página apresen-
estudantes compreendam que a América Ibérica é forma- ta a mão de obra escravizada.
da pelo conjunto de países que falam a língua espanhola Ao falar sobre a colonização inglesa na América, en-
ou portuguesa e que tiveram a colonização realizada por fatize que as áreas iniciais de ocupação se restringiam à
portugueses ou espanhóis. Desse modo, eles devem listar costa leste do continente, próximo à região dos Grandes
61
Orientações didáticas
A distribuição da população na África
Para a análise da distribuição da
No continente africano, as áreas mais densa-
62
62
Orientações didáticas
A distribuição da população na Europa
As fotografias disponibilizadas na
As maiores concentrações populacionais da Europa se encontram nas por-
página podem ser aproveitadas pa-
ções central e centro-ocidental, que correspondem às áreas industriais, aos
ra deflagrar o assunto e incentivar os
vales dos grandes rios e às planícies férteis. Nessas áreas, a densidade demo-
estudantes a realizar análises icono-
gráfica é superior a 200 hab./km². As partes menos habitadas do continente
gráficas, relacionando texto e imagem.
europeu são as regiões mais próximas ao círculo polar Ártico, como a península
Aproveite para mostrar a eles outros re-
Escandinava, a Finlândia, a porção norte da Rússia e as altas montanhas.
gistros fotográficos desses continentes
em revistas, livros e internet. Desse mo-
A distribuição da população na Ásia do, o desenvolvimento da CECH7 será
No continente asiático, estão locali-
favorecido.
63
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
Analise com os estudantes os eixos
do capítulo e aproveite para sanar even-
tuais dúvidas que tenham surgido. Pa- CRESCIMENTO DA
ra tanto, incentive-os a identificar o que POPULAÇÃO MUNDIAL
aprenderam e o que não compreen-
deram com clareza, anotando as con- CONCEITOS
tribuições dos estudantes na lousa e Crescimento vegetativo
realizando as remediações necessárias DISTRIBUIÇÃO DA ⓿ Diferença entre a taxa
FATORES
⓿ Naturais (presença de rios e litorais – favorecem; desertos e altas montanhas – dificultam);
⓿ Avanços tecnológicos – viabilizam a ocupação;
⓿ Fatores históricos e econômicos – associados ao desenvolvimento de determinadas atividades.
64
64
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Orientações didáticas
Retome 1. a) A população humana surgiu no continente africano, a dispersão Atividades
inicial foi em direção à Ásia.
1 Retome o mapa da página 58, que apresenta as rotas de dispersão do ser huma- Na atividade 1, no item a, é impor-
no pelo planeta, para responder às questões a seguir. tante que os estudantes compreendam
a) Com base no mapa, em qual continente a população humana se originou? E que esses deslocamentos ocorreram
para onde parte a primeira rota de dispersão. ao longo de milhares de anos, e que
b) Considerando os primeiros deslocamentos populacionais, qual dos continen- as rotas percorridas foram diversas e
tes povoados (África, Ásia, Oceania, Europa e América) foi o último destino dos complexas, não tendo seguido nenhum
1. b) O continente americano, entre 40 mil e 15 mil caminho previamente definido. No item
humanos? Quando esse deslocamento ocorreu? anos atrás.
c) Em relação ao deslocamento identificado na questão anterior, qual foi a rota b, caso os estudantes tenham dificul-
percorrida pelos humanos? 1. c) Provavelmente, o estreito de Bering, entre os continentes asiático
dades para responder às perguntas,
e americano. amplie o mapa e afixe-o na lousa en-
2 Por que, durante a colonização na América, houve maior concentração popula- quanto soluciona com eles as questões
cional na parte costeira? 2. A ocupação estava concentrada próxima ao Atlântico em decorrência propostas.
da proximidade com a Europa, onde se encontrava a metrópole.
65
BNCC no capítulo
Competências gerais da Educação
4 1. Os estudantes podem citar o grande volume de bagagem carregada e o fato
de eles estarem em grupo. Além disso, a expressão facial das pessoas repre-
sentadas transmite a ideia de algo triste, uma vez que a migração ocorre, na
maioria das vezes, em busca de melhores condições de vida.
Básica (CG): 2, 6 e 9. 2. Leia a resposta e as orientações para a atividade neste Manual do
Professor.
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental (CECH): 2, 3, 4 e 7. Movimentos populacionais
Competência específica de Geografia
para o Ensino Fundamental (CEG): 5. Reprodução/Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, SP.
Deslocamentos
principais deslocamentos para o conti-
nente americano, os que ocorrem entre
seus países e a diversidade de povos
que habitam a América Latina. Será
populacionais
abordada a questão dos movimentos De acordo com o relatório das migrações no
populacionais para o Brasil em uma mundo, desenvolvido pela Organização Internacio-
perspectiva histórica e atual (conside- nal para Imigração (OIM), em 2020 havia no mundo
rando, inclusive, o caso dos refugia- cerca de 281 milhões de pessoas morando em um
dos no país) e, por fim, será discutida a país diferente de seu país de origem. Entre os fa-
questão dos emigrantes. Para começar tores de repulsão, destacam-se o desemprego, as
Desse modo, a compreensão dos flu- crises econômicas e as catástrofes naturais, como
Converse com os colegas e o professor.
xos migratórios, considerando, inclusive terremotos e furacões ou secas prolongadas e ex-
a relação que o espaço de vivência do 1. Quais elementos da pintura permitem tremas. Os principais fatores de atração são maio-
estudante tem com esses fluxos, mobi- identificar a condição de migrante das pessoas res oportunidades de emprego, perspectivas de
representadas?
liza as habilidades da BNCC associadas melhores condições de vida e estabilidade política
2. Considerando a época em que a obra foi (países sem conflitos).
às dinâmicas demográficas: EF08GE01,
produzida e o fato de as pessoas estarem saindo
EF08GE02, EF08GE03 e EF08GE04. A intensificação do processo de globalização,
de um país da Europa, quais podem ter sido os
motivos que as levaram a se deslocar?
com o desenvolvimento dos meios de transporte
Para começar e de comunicação nas últimas décadas, facilitou o
3. O município onde você vive recebeu pessoas
vindas de outros locais? Se sim, vieram de outras deslocamento dos imigrantes para regiões mais dis-
2. Espera-se que os estudantes citem
regiões do Brasil ou de outros países? Você acha tantes de seu país de origem. Nesse sentido, a dis-
que essas pessoas, provavelmente, es-
que isso melhorou a vida delas? Explique. seminação das redes sociais e da internet, em geral,
tavam em busca de uma melhor con-
NÃO ESCREVA NO LIVRO. contribui para que as pessoas tenham um conheci-
dição de vida. Os fatores associados
mento mais amplo do mundo, favorecendo o conta-
são diversos, mas eles podem identifi-
to entre pessoas de diferentes países e a busca de
car desemprego, conflitos, pobreza, en-
informações.
tre outros exemplos.
Caso os estudantes tenham dificul-
66
dades no item 3, oriente-os a realizar
pesquisas na internet, em jornais ou
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
documentos antigos. Faça uma inte-
gração com conhecimentos de História, características do município no início do século XX que fa-
auxiliando os estudantes a verificar se voreceram, ou não, a entrada de migrantes.
há registros na prefeitura do município Inicie o tópico sobre deslocamentos populacionais co-
onde vivem sobre dados de imigrantes mentando com os estudantes que, ao longo da história, há
no início do século XX. Se possível, re- diversos registros de movimentos populacionais, motivados
serve um tempo das aulas para a apre- por diferentes fatores (de repulsão e de atração). Peça-lhes
sentação para toda a turma, que pode que relatem algum caso que conheçam sobre esses des-
ser realizada em uma roda de conver- locamentos e anote na lousa, para posteriores discussões.
sa ou em uma exposição na sala. Ca-
so exista algum museu relacionado à
história do município onde os estu-
dantes vivem, organize com eles uma
visita guiada ao local e estimule-os
a analisar durante a visita aspectos e
66
Observe o gráfico a seguir. Ele mostra a quantidade aproximada de pessoas que estavam como imigran- Orientações didáticas
tes em cada um dos países no referido ano.
Leia com a turma o texto da pági-
Mundo: principais países de destino dos na, destacando quais são os fatores de
migrantes internacionais (em milhões) – 2020
repulsão e de atração nos movimentos
Elaborado com base em: OIM. World Migration Report
Estados Unidos 2022. Disponível em: https://worldmigrationreport.iom. populacionais e as principais caracte-
Alemanha
int/wmr-2022-interactive/. Acesso em: 22 abr. 2022. rísticas desses deslocamentos na atua-
Arábia Saudita lidade, mobilizando parte da habilidade
Rússia
EF08GE01 e da habilidade EF08GE03,
no que se refere à mobilidade espa-
Destinos
Reino Unido Dos dez países listados, sete são considerados desen-
volvidos, oferecem boas condições de vida à sua popu- cial. Por fim, sinalize para os estudan-
Emirados Árabes Unidos lação em geral, com economia diversificada e bom
nível de avanço tecnológico. tes que os conflitos que motivaram a
França
intensificação do número de refugiados
Fórmula Produções/Arquivo da editora
Canadá
Explore no mundo, assim como as consequên-
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Austrália
cias desse tipo de fluxo migratório, se-
⓿ Qual é a característica comum a quase todos
Espanha rão analisados no 9o ano.
os países que mais tinham imigrantes em
0 20 40 60 Tenha atenção especial em relação
í0í0? Explique, considerando o que você
Migrantes internacionais
(em milhões) estudou no Capítulo 2 deste volume. ao conceito de refugiado, diferenciando
as migrações forçadas das migrações
Os países desenvolvidos são os que concentram o maior número de imigran- voluntárias. Enfatize que um refugiado
refugiado: cidadão de
tes. Considerando dados de 2020, apenas nos Estados Unidos havia 51 milhões um país que se desloca
somente ganha esse status após com-
de migrantes internacionais. internamente ou para provar o motivo de seu deslocamento;
outro país, em razão até que esse processo seja concluído,
As migrações internacionais também ocorrem entre países com igual nível de algum tipo de
de desenvolvimento, até mesmo pelo fato de que são poucos os imigrantes perseguição, pelo fato de ele é um solicitante de refúgio.
terem sido violados seus Auxilie os estudantes na leitura do
que têm condições de arcar com os custos de longas viagens para ingressar
direitos, como em
nos países desenvolvidos. No caso da África, a maior parte da população que situação de guerra ou gráfico sobre refugiados no mundo
migra para outro país não chega a sair do próprio continente. Além disso, nesse com a chegada de um em 2020, pois se trata de um gráfico
ditador ao poder, ou
continente, é grande o número de refugiados, pessoas que se deslocaram em ainda por ter sido
de linhas, com segmentação por co-
razão de conflitos internos, guerras civis, perseguições políticas ou religiosas. afetado por desastres res, composto, ou seja, há um acúmulo
naturais ou ação de de variáveis, cada qual com seus va-
Em 2020, havia cerca de 82 milhões de refugiados no mundo, considerando, crime organizado. Os
também, aqueles que se deslocaram internamente (observe o gráfico a seguir). governos dos países lores em milhões. Esse tipo de gráfico
formulam leis especificas, composto permite a comparação ano
Em decorrência da intensificação desses conflitos, a partir de meados da década
baseadas no Estatuto
de 2010, registrou-se a maior crise mundial de refugiados desde a Segunda dos Refugiados da ONU,
a ano das variáveis, e as cores garan-
Guerra Mundial, com 26,4 milhões de refugiados que deixaram seus países. que definem critérios tem uma percepção quase imediata da
para qualificar ou não a relação entre as variáveis. Nesse caso,
condição de uma pessoa
Mundo: refugiados (em milhões) – 2020 como refugiada, e, se for por exemplo, fica visualmente eviden-
o caso, oferecer a ela a te o grande número de pessoas des-
90 ajuda necessária.
Refugiados locadas internamente, identificado em
80 (sob mandato do Acnur)
azul-escuro.
Refugiados (em milhões)
70 Refugiados palestinos
60 (sob mandato do UNRWA*)
Explore
50 Pessoas deslocadas
internamente * Iniciais, em inglês, de Auxilie os estudantes na leitura do
40
Agência das Nações
30 Solicitantes da condição
Unidas de Assistência aos
gráfico e, se tiverem dificuldades em
Fórmula Produções/Arquivo da editora
de refugiado
20 Refugiados da Palestina. associar esses países ao elevado nível
Venezuelanos deslocados
10 fora de seu país (este número Elaborado com base em:
de desenvolvimento, apresente mapas
não inclui refugiados e ou tabelas com dados socioeconômi-
0 ACNUR. Dados sobre refúgio.
solicitantes da condição de
2010
2014
1990
1992
1994
1996
1998
2012
2016
2018
2020
2002
2004
2006
2008
2000
refugiados venezuelanos) Disponível em: https://www. cos que evidenciem a situação desses
acnur.org/portugues/dados
Ano -sobre-refugio/. Acesso em: países desenvolvidos.
22 abr. 2022. Os gráficos presentes nesta pági-
na auxiliam no trabalho com a primei-
67 ra parte da CECH7, no que se refere
ao uso da linguagem gráfica para o de-
senvolvimento do raciocínio espaço-
-temporal.
67
Orientações didáticas
Movimentos populacionais na América
Objetivando desenvolver o tema ini-
Além da imigração, com a chegada de diversos povos à América – europeus,
ciado nesta página, resgate conhe-
asiáticos e africanos (cuja imigração foi forçada) –, merecem destaque os fe-
cimentos dos estudantes sobre as
nômenos da emigração e os movimentos populacionais dentro do continente
migrações. Deixe que falem o que sa-
americano.
bem sobre o assunto e também o que
Ao longo do processo de ocupação do espaço e da estruturação dos terri-
gostariam de aprender, no contexto do
tórios dos países americanos, as crises econômicas e a perda de capacidade de
continente americano. Em seguida, uti-
lize a fotografia evidenciada nesta pá- retenção de mão de obra nos países em desenvolvimento geraram crescente
gina para deflagrar o assunto das áreas procura por novas alternativas no exterior.
de atração e repulsão. Estimule-os a fa- Apesar de ter provocado uma redução acentuada na quantidade de passa-
lar livremente sobre as impressões que geiros aéreos, a pandemia de covid-19 não impossibilitou que pessoas se des-
tiverem da cena. Também é um momen- locassem, em busca de melhores condições de vida em países desenvolvidos,
to oportuno para diferenciar os concei- sobretudo os Estados Unidos.
tos de migrante, imigrante e emigrante,
Antonio Ojeda/Agencia Press South/Getty Images
assim como sondar o que os estudan-
tes sabem sobre as migrações em dire-
ção aos Estados Unidos.
É importante que eles entendam que
os Estados Unidos atraem muitos imi-
grantes latinos por ser um país com
uma economia expressiva, onde mui-
tos trabalhadores nativos não querem
realizar determinados tipos de traba-
lho, como lavadores de pratos e ta-
lheres em restaurantes, entregadores,
pedreiros, entre outros, e já há um con-
tingente muito grande de latinos, e os
que chegam muitas vezes ainda conse-
guem trabalhar, mesmo que de forma
clandestina. Nesse contexto, desenvol-
va com eles a habilidade EF08GE04
lendo o texto e auxiliando-os a com-
preender os processos migratórios la-
tino-americanos, em uma perspectiva
histórica, destacando as causas des-
ses processos.
Imigrantes de diferentes origens da América Central em Acuña (México) dirigindo-se
à fronteira com os Estados Unidos, em 2021. Entre outubro de 2020 e setembro de
2021, diversos imigrantes foram presos pelas autoridades estadunidenses ao tentarem
ingressar ilegalmente no país.
68
Atividade complementar
⓿ Proponha aos estudantes que realizem uma pesquisa na internet sobre a condição dos imigrantes que buscam entrar e
vivem irregularmente nos Estados Unidos. A partir do resultado dessa pesquisa, organize um debate com a turma sobre os
direitos desses imigrantes e a forma como aqueles que são detidos são tratados pelo governo estadunidense. Dessa forma,
é possível desenvolver o TCT Educação em Direitos Humanos.
68
Dentro da própria América Latina, o Brasil atrai especialmente bolivianos, Orientações didáticas
peruanos e, mais recentemente, haitianos e venezuelanos. Além destes, tam-
Comente com os estudantes que,
bém é grande o número de imigrantes africanos no país.
embora o principal destino almejado
Desde a década de 1980, vem crescendo o número de mulheres latino-ameri-
por migrantes no continente america-
canas migrantes. As mulheres originárias dos países menos desenvolvidos (Bo-
no seja os Estados Unidos, outros paí-
lívia, Paraguai e Peru) costumam encontrar trabalho em casas de família ou em
ses desse continente têm atraído fluxos
pequenas indústrias instaladas em países vizinhos que apresentam melhores
migratórios no século XXI, como Brasil
condições socioeconômicas, como Argentina, Chile e Brasil. Entretanto, encon-
e Canadá.
tram muitas dificuldades de acesso a serviços básicos de saúde e segurança,
É importante que eles entendam
tornando-se vulneráveis à exploração, à violência e a doenças.
também que, devido a esses fluxos, em
É importante destacar que tanto mulheres quanto homens imigrantes fre-
muitos países são formadas comunida-
quentemente são vítimas de exploração nos países onde ingressam, às vezes
des de imigrantes. Em São Paulo, por
de forma irregular. É comum, por exemplo, submeterem-se a trabalho análogo
exemplo, comunidades de diversas na-
à escravidão, em oficinas de costura instaladas em diversas cidades. Embora
cionalidades podem ser encontradas,
seja ilegal e alvo de várias denúncias, essa prática continua a existir, não só na
com destaque para a boliviana. Essa
América Latina, como também em várias partes do mundo.
percepção favorece o desenvolvimen-
to parcial das habilidades EF08GE01
Marlene Bergamo/Folhapress
Sugestões
Sugestão para
paraooprofessor
professor
Circuito interno
Direção: Júlio Martí. Brasil, 2010.
(12 min).
Imigrantes de diversos Esse documentário retrata a vida
países fazem juramento em de um imigrante boliviano na cidade
cerimônia de concessão de de São Paulo, onde convive com a
cidadania canadense em
Toronto (Canadá), 2018. superexploração do trabalho.
69
69
Orientações didáticas
A diversidade de povos na
ireneuke/Shutterstock
Inicie a reflexão sobre a diversidade
de povos na América Latina, pedindo
América Latina
aos estudantes que procurem descre- A diversidade da população da América Latina
ver as características que conhecem se explica pelas particularidades do processo de co-
sobre os povos da América Latina, lonização de cada região e pela própria diversidade
apontando semelhanças e diferen- de povos originários.
ças entre as populações de cada país. No México, na América Central ístmica e nos An-
Trabalha-se, assim, o TCT Diversida- des, a colonização foi tipicamente espanhola. Hou-
de Cultural. Ao abordar esse assunto, ve forte miscigenação entre os colonizadores espa-
é importante salientar que a América nhóis e as mulheres ameríndias.
Latina apresenta algumas particulari- Em vários países latino-americanos é grande o Mulheres indígenas fazem artesanato em Cuenca
(Equador), 2019.
dades relacionadas à colonização, que percentual de indígenas e mestiços. Em países como
resultou em miscigenações, articulação o Peru, cerca de 25% da população é indígena. Na ístmico: refere-se à porção continental que une a
de diferentes costumes, línguas e cul- Guatemala, há cerca de 40% de indígenas em rela- América do Sul à América do Norte. Deriva do termo
“istmo”, que corresponde a uma estreita faixa territorial
tos religiosos. ção ao total da população. Na Bolívia, cerca de 62% que une duas porções maiores. Além disso, essa faixa
É importante que os estudantes re- são indígenas e 15%, mestiços. Observe o infográfico. situa-se entre dois mares.
conheçam que, em relação à presença
indígena, alguns países têm uma maior OS POVOS INDÍGENAS NA AMÉRICA LATINA
proporção desses povos entre suas po- Estima-se que, em 2010, viviam na América Latina cerca de 45 milhões de indígenas, o que representa 8,3% da população da
região. A ONU tem sido pioneira na defesa de seus direitos por meio de diversos mecanismos e normativas especiais.
pulações do que outros. Oriente-os na
observação do infográfico para que MÉXICO
70º O
HONDURAS
identifiquem alguns países com maior 15,1%
7% Atualmente, existem
17 milhões
presença indígena, a exemplo de Bolí- 537 mil 826 povos indígenas na
Golfo do
via, Guatemala, Peru e México. O Brasil, México Trópico de Câncer América Latina. Estima-se
COSTA RICA
2,4%
que outros 200 vivam
em comparação, apresenta uma popu- 105 mil
PANAMÁ
voluntariamente isolados.
12,3%
lação indígena pouco expressiva, em GUATEMALA 420 mil Os países com maior
41% VENEZUELA quantidade de povos
termos proporcionas. Aproveite para 5,9 milhões 2,7% indígenas são:
sondar os estudantes para que identi- 725 mil
EL SALVADOR Brasil – 305
fiquem as causas desse cenário, consi- 0,2% NICARÁGUA OCEANO Colômbia – 102
14,5 mil 8,9%
ATLÂNTICO Peru – 85
derando as características do processo Equador 520 mil
0º México – 78
de colonização do Brasil que resultou Bolívia – 39
COLÔMBIA
no quase total extermínio dos povos 3,4%
1,6 milhão
indígenas. Muitos povos indígenas se
EQUADOR
A proposta desta página estimula OCEANO 7% encontram em perigo de
PACÍFICO 1 milhão desaparecimento físico
o desenvolvimento das CG6, CECH2 e ou cultural:
PERU
CECH4, pois objetiva demonstrar a di- Trópico de Capricórnio 24% Brasil – 70
versidade das vivências culturais, por 7 milhões
BRASIL Colômbia – 35
0,5% Bolívia – 13
meio da análise do mundo social e BOLÍVIA
900 mil
62,2%
cultural, e da valorização da diversida- 6,2 milhões URUGUAI
de de indivíduos e grupos sociais, com 2,4% Os dados deste infográfico
CHILE 77 mil estão conforme o Censo
Sonia Vaz/Arquivo da editora
11%
seus conhecimentos, identidades e as- 0 880 1 760
1,8 milhão de 2010 – o último que
km PARAGUAI ocorreu até a publicação
pectos culturais. 1,8%
18,9% Porcentagem de pessoas ARGENTINA 113 mil
desta obra.
indígenas sobre a população 2,4%
955 mil
1 milhão Total da população indígena
Elaborado com base em: CEPAL. Los pueblos indígenas en América Latina. Disponível em: https://www.cepal.org/pt-br/
infografias/los-pueblos-indigenas-en-america-latina. Acesso em: 21 dez. 2021.
70
70
Além da composição étnica da América Latina, a influência dos povos indí- Orientações didáticas
genas pode ser notada nos costumes, na língua, na alimentação e nos cultos
A leitura conjunta das páginas 70 e
religiosos. De modo geral, entre o final do século XX e o início do século XXI,
71 permite aos estudantes refletir so-
houve avanços na participação política dos indígenas, que, em alguns países
bre a condição dos povos indígenas na
latino-americanos, como o Brasil, passaram a ocupar cargos em diversas esfe-
América Latina, proposta que pode ser
ras do governo e a intensificar suas lutas por reconhecimento de seus direitos.
complementada pela atividade e o fil-
Apesar das conquistas obtidas, os indígenas ainda têm uma participação
me sugeridos a seguir.
política pequena, sofrem discriminação social, econômica e cultural e são víti-
mas de violência, inclusive quando lutam pelo reconhecimento e pela demar-
cação de seus territórios (observe as fotografias a seguir). Os povos indígenas Atividade complementar
também enfrentam conflitos decorrentes da atuação de empresas minerado- ⓿ Oriente os estudantes a pes-
ras e outras que exploram combustíveis fósseis em suas terras, garimpeiros, quisar notícias, reportagens ou
além de agropecuaristas que procuram novas áreas para expansão de seus textos na internet sobre mudan-
negócios e madeireiros. ças na condição dos indígenas
em países da América Latina,
Fabiana Lando/Shutterstock
71
Orientações didáticas Conexões com
Língua Portuguesa
Conexões
Inicie a conversa perguntando aos
estudantes se eles já ouviram falar da Os afrodescendentes e a literatura
desse trabalho favorece o desenvolvi- Leia as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
1 Faça uma pesquisa para descobrir fatos importantes e outras obras da escritora Carolina Maria
mento da CG2 e da CEG5, também, le-
de Jesus. Prepare uma exposição de, no máximo, 10 minutos e apresente-a aos colegas e ao
vando-se em conta, respectivamente, o
professor. Em sua apresentação, você pode incluir trechos de obras da autora.
exercício da curiosidade intelectual e a
utilização de procedimentos de inves- 2 Você conhece outros escritores e artistas afrodescendentes que, por meio dos seus trabalhos,
tigação. lutaram contra o preconceito e denunciaram as duras condições de vida dos negros no Brasil e
Incentive-os a ler alguma das obras em outros países da América?
de Carolina Maria de Jesus, em espe- Faça uma pesquisa e traga um exemplo da obra desse artista (pode ser a fotografia de um qua-
cial Quarto de despejo, na qual podem dro, de uma escultura, de uma apresentação musical, teatral ou de televisão; o excerto de um
ser tratados aspectos da urbanização poema, conto, romance ou uma letra de música) para compor um mural na sala de aula. Identifi-
de grandes cidades brasileiras, consi- que o artista, a obra, o ano e o local em que foi realizada e o tipo de denúncia que ele fazia, por
derando fenômenos como favelização meio de sua arte, da discriminação ou das condições sociais impostas aos afrodescendentes.
e desigualdade social. Realiza-se, as-
sim, a interdisciplinaridade com Língua
Portuguesa. 72
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Eu não sou seu negro
Direção: Raoul Peck. Estados Unidos, Suíça, França, Bélgica, 2016 (94 min).
Partindo de uma obra inacabada de James Baldwin, o filme aborda questões raciais contemporâneas, apresentando detalhes
da vida de amigos desse escritor, como Martin Luther King Junior e Malcom X.
72
Orientações didáticas
Os imigrantes no Brasil
Antes de realizar a leitura do texto
A partir do século XVI, as terras que deram origem ao Brasil foram ocupadas
sobre os imigrantes no Brasil, peça aos
por colonizadores portugueses e, daí em diante, até a segunda metade do sé-
Biblioteca estudantes que citem alguns exemplos
culo XIX, houve a imigração forçada de milhões de africanos.
Imigrantes nas cidades de fluxos migratórios para o país ao lon-
Entre 1850 e 1934, ocorreu o maior fluxo de imigração espontânea no país
no Brasil do século XX. go da história e que retomem aprendi-
(observe o gráfico a seguir). Entre os grupos de imigrantes destacaram-se:
Luciana Cammarota. zagens previstas para o 7o ano. Deixe
⓿ italianos, espanhóis e japoneses, que serviram de mão de obra na lavou- São Paulo: Atual, 2007. que eles falem livremente e anote na
ra, após a proibição do tráfico de pessoas escravizadas em 1850 (Lei A obra apresenta lousa as contribuições. Em seguida,
Eusébio de Queirós) e a abolição da escravatura em 1888 (Lei Áurea); aspectos da vida dos procure traçar um breve histórico des-
imigrantes portugueses,
⓿ alemães e italianos, que se dirigiram para a atual região Sul com o objeti- sas migrações, destacando os momen-
alemães, espanhóis,
vo de ocupar as terras, incentivados pelo Estado brasileiro; italianos e suíços que
tos iniciais, a grande onda migratória
⓿ italianos, portugueses, espanhóis e sírio-libaneses, entre outros grupos, vieram para o Brasil no do final do século XIX e os movimentos
que compuseram a força de trabalho nas indústrias, principalmente na século XIX em busca de mais recentes de fluxos migratórios em
uma vida melhor. direção ao Brasil, desenvolvendo par-
cidade de São Paulo (SP).
A partir de 1934, foi estabelecida a Lei de Cotas, que restringia a entrada te da habilidade EF08GE04, no que se
de estrangeiros, com exceção dos portugueses. O declínio da economia cafeei-
refere aos fluxos migratórios na América
ra, decorrente da crise mundial de 1929, afetou o crescimento do Brasil. O país
Latina, especificamente no Brasil.
continuou a receber imigrantes, porém em proporção bem menor. A partir de Aproveite o tema desta página para
1940, a imigração esteve relacionada à conjuntura da Segunda Guerra Mundial conversar com os estudantes sobre a
e vieram judeus, poloneses, japoneses e chineses, por exemplo. herança cultural dos imigrantes e suas
contribuições para a formação da iden-
Brasil: imigração segundo a nacionalidade – 1829-1980 tidade cultural do povo brasileiro.
73
73
Orientações didáticas
Refugiados no Brasil
Inicie a abordagem do conteúdo
Na década de 1990, o Brasil aprovou uma lei que regula a situação dos re-
desta página retomando com os es-
fugiados, de acordo com a Convenção do Estatuto do Refugiado. Com a in-
tudantes o conceito de refugiado. Re-
tensificação da crise mundial de refugiados, em meados da década de 2010, o
lembre que uma pessoa nessa situação
país passou a receber mais pessoas fugindo de conflitos, guerras, perseguições
geralmente é acometida por algum ti-
políticas e religiosas. A partir de 2012, o Brasil registrou aumento no ingresso de
po de perseguição (política, religiosa,
refugiados, principalmente venezuelanos.
racial, etc.) ou por conflitos bélicos, os
quais determinam que tenha de sair do Observe, no gráfico, as solicitações
Brasil: solicitações de reconhecimento da condição
seu país de origem e pedir abrigo no de reconhecimento da condição de re- de refugiado (por sexo) – 2020
fugiado, por país de origem, em relação
País
Bangladesh
dade complementar sugerida nas pági- a fim de obter benefícios como docu- 1,1
0,1
Fabio Gonçalves/Fotoarena
ordem democrática.
74
Atividade complementar
⓿ Leia o texto a seguir e faça o que se pede. A onda migratória haitiana para o Brasil teve início em 2010, após um terre-
moto que devastou o país. A tragédia humanitária, no entanto, é muito anterior.
3 diferenças entre as migrações haitiana e venezuelana no Brasil
Desde 2004, o Brasil já comandava as tropas da ONU no país, que enfrentava
Em 2010, foi o Haiti. Em 2018, a Venezuela. Em menos de uma década, a socieda- violência e instabilidade política, ligadas a períodos ditatoriais anteriores.
de civil e o governo brasileiro foram confrontados duas vezes com ondas migra-
A imigração é mais presente na história haitiana do que venezuelana, pois as
tórias provocadas por crises econômicas, políticas e sociais nesses dois países. [...]
sucessivas ondas de crises políticas e de desastres naturais obrigaram muitos
A Venezuela enfrenta uma grave crise política e econômica que faz com que moradores do país a buscarem alternativas definitivas de saída. [...]
milhares de cidadãos fujam do país, cruzando fronteiras internacionais.
Embora as duas ondas migratórias tenham algumas semelhanças entre si, há
A oposição acusa o presidente, Nicolás Maduro, de comandar uma ditadura. pelo menos três diferenças que chamam a atenção de pesquisadores e de organi-
O governo acusa a oposição de tramar um golpe de Estado. [...] zações que trabalham com o tema. [...]
74
Trabalhando com fotografias Orientações didáticas
3 Pesquise com os colegas e o professor quais foram os principais movimentos migratórios que le-
varam à formação do município onde você vive. Converse com sua família sobre a origem de seus
antepassados, anote as informações e compartilhe-as na sala de aula. Verifique se há no municí-
pio/estado onde você vive algum museu que reúna registros dos fluxos migratórios da região.
2. Respostas pessoais. Auxilie os estudantes a reconhecer esses elementos, sobretudo se o município for bas-
tante populoso e eles não tenham contato com outros bairros onde possam existir essas marcas da presença de
migrantes.
3. Resposta pessoal. Oriente os estudantes a realizar uma pesquisa sobre as contribuições de membros da comu- 75
nidade para a formação do município onde a escola está localizada.
Os haitianos chegaram principalmente pelo No caso das venezuelanas, é diferente. De acordo ⓿ Que motivos levam haitianos e venezuelanos a mi-
Acre. De lá, queriam rapidamente sair pelo Brasil, com um estudo demográfico publicado em 2017, as grar para o Brasil e quais diferenças existem entre
em busca de emprego e de renda. Os venezuelanos mulheres venezuelanas representavam 37% do to- esses grupos?
chegam por Roraima e muitos preferem ficar por tal de imigrantes. Isso ocorre porque a rota, no caso Resposta esperada: No caso venezuelano, uma gra-
lá. Isso ocorre porque eles têm esperança de poder da Venezuela, é tida como mais direta e segura para ve crise política e econômica. No caso dos haitianos,
regressar rapidamente ao próprio país. [...] a viagem em família. [...] a onda migratória para o Brasil teve início em 2010,
De acordo com a Pastoral do Migrante, o número após um terremoto que devastou o país, que já en-
CHARLEAUX, João Paulo. 3 diferenças entre as frentava sérios problemas políticos e econômicos.
de mulheres imigrantes haitianas sempre foi muito migrações haitiana e venezuelana no Brasil. Nexo, [s. l.], Os locais de entrada desses grupos no país são
menor que o número de homens, no Brasil. Em 2014, 13 mar. 2018. Disponível em: www.nexojornal.com.br/
diferentes e, no caso venezuelano, o número de mu-
por exemplo, um dos momentos de mais alto fluxo, expresso/2018/03/13/3-diferenças-entre-as-migrações
-haitiana-e-venezuelana-no-Brasil. Acesso em: 10 jul. 2022. lheres imigrantes é mais expressivo.
a presença de mulheres haitianas era de apenas 7%.
75
Orientações didáticas
Os emigrantes
A leitura do texto sobre os emigran-
No fim da década de 1970, a economia brasileira enfrentou a mais grave crise
tes contribui para o desenvolvimen-
de sua história, que se estenderia pelas décadas seguintes. A inflação atingiu
to da habilidade EF08GE01. Aproveite
índices elevadíssimos e as taxas de desemprego aumentaram. Essa situação le-
para enfatizar que a situação vivencia-
vou muitos brasileiros a buscar oportunidades de emprego fora do país. Assim,
da pelos brasileiros que emigram é si-
teve início um movimento inédito em nossa história: a emigração.
milar à de muitos imigrantes que se
Nos anos 1980, houve um grande fluxo de brasileiros (os chamados
encontram em nosso território. Incen-
tive-os a refletir sobre o problema da decasséguis) para o Japão. Na década seguinte, a crise econômica nesse país
decasségui: descendente
xenofobia, ou preconceito contra es- provocou uma redução desse movimento migratório e o regresso de muitos de japonês que emigra
decasséguis. Contribuiu para isso o fato de que, a partir do início deste século, o para trabalhar no Japão.
trangeiros, na perspectiva dos brasi-
leiros que vivem no exterior. Explique Brasil passou a apresentar um ritmo mais acelerado de crescimento econômico.
que, em muitos casos, os brasileiros Por questões financeiras, boa parte dos brasileiros que emigram para países
também são vítimas de preconceito e desenvolvidos acaba aceitando trabalhos que não exigem muita qualificação,
discriminação nos países onde vivem, como operário (inclusive na construção civil), ajudante de cozinha, garçom, mo-
assim como ocorre com os imigrantes torista, faxineiro, babá, empregada doméstica, etc., embora muitos deles te-
bolivianos, africanos e haitianos em ci- nham nível universitário. Observe a fotografia e o gráfico a seguir.
dades brasileiras.
Steve Sanchez Photos/Shutterstock
brasileira no exterior:
1000000
estimativas referentes ao ano
500000 de 2020. Brasília, DF: 2021.
0 Disponível em: https://www.
2009 2010 2012 2013 2014 2015 2016 2018 2020 gov.br/mre/pt-br/assuntos/
portal-consular/arquivos/
Ano ComunidadeBrasileira2020.
pdf. Acesso em: 7 fev. 2022.
76
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Comunidade brasileira no exterior – Estimativas referentes ao ano de 2020
Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/portal-consular/arquivos/
ComunidadeBrasileira2020.pdf. Acesso em: 12 jul. 2022.
Nesse documento, há diversos mapas mostrando a presença de brasileiros no mundo inteiro, além de outros gráficos que
podem ser trabalhados com os estudantes.
76
Entre os emigrantes brasileiros há cientistas e Orientações didáticas
2 000 000
1 800 000
1600 000
Brasileiros no exterior
1400 000
1 200 000
1000 000
800000
600000 Elaborado com base em: BRASIL.
400000 Ministério das Relações Exteriores.
Secretaria de Assuntos de Soberania
Fórmula Produções/Arquivo da editora
ai
do
lia
ha
dá
a
ga
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Pa
em: https://www.gov.br/mre/pt-br/
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assuntos/portal-consular/arquivos/
ta
Pa’s
Es
77
77
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
A retomada de conteúdos promovida
por esta seção pode ser complementa- MOVIMENTOS
da por trabalhos de pesquisa relaciona- POPULACIONAIS
dos aos movimentos populacionais ao FATORES DE REPULSÃO
longo da história. Diversos registros de ⓿ Desemprego, crises
econômicas e catástrofes
movimentos populacionais motivados
naturais.
por diferentes fatores (repulsão e de ⓿ Principais destinos: países
atração) podem ser explorados nessa desenvolvidos;
FATORES DE ATRAÇÃO
pesquisa, considerando aquelas cita- ⓿ Países de repulsão: países
⓿ Maiores oportunidades de
das ao longo deste capítulo e também em desenvolvimento. emprego, perspectivas de
melhores condições de vida,
outras migrações históricas que os es-
estabilidade política.
tudantes conheçam. Peça-lhes que re- Intensificação do processo de
latem algum caso que conheçam sobre globalização.
esses deslocamentos e anote na lousa,
para posteriores discussões.
Também é possível explorar com os REFUGIADOS
Pessoas que se deslocam de seu lugar de
AMÉRICA
⓿
estudantes dados relativos aos mo-
origem pelos motivos de perseguição e
vimentos migratórios atuais, que po- ⓿ Principal destino: Estados Unidos;
violação de direitos humanos.
dem ser pesquisados na internet para ⓿ Fluxo intenso: México-Estados
a produção de um painel ou cartaz co- Unidos;
letivo sobre o tema, com dados, ima- ⓿ Canadá – trabalhadores
gens e textos. Para isso, diferentes especializados.
78
78
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Orientações didáticas
Retome Atividades
1 Considerando os movimentos migratórios, explique o que são fatores de atração e de repulsão e dê
exemplos para cada um deles. Leia a resposta e as orientações para a atividade neste Manual do 1. Espera-se que os estudantes apon-
Professor.
tem que os fatores de atração são
2 Quais fatores determinam o crescimento dos deslocamentos populacionais no mundo?
Os estudantes podem citar o desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação, que facilita aqueles que atraem migrantes pa-
o deslocamento dos imigrantes para regiões mais distantes de suas terras de origem. Cabe ressaltar ra determinado local, como: maiores
Exercite também a disseminação das redes sociais e da internet como fatores que contribuem para que as
pessoas tenham um conhecimento mais amplo do mundo, facilitando contatos e pesquisas. oportunidades de emprego, melhores
3 Os fluxos migratórios fazem parte da dinâmica do ser humano. Entretanto, esses fluxos ocorreram e condições de vida, ausência de confli-
ocorrem com maior ou menor intensidade em diferentes períodos da história e por motivos distintos. tos armados, estabilidade política. Os
Observe as fotos a seguir e responda às questões. Leia a resposta e as orientações para a atividade fatores de repulsão são aqueles que le-
neste Manual do Professor. vam as pessoas a abandonar o lugar de
Guilherme Gaensly/Fundação do Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo
B
to da situação retratada na fotografia
B é diferente, pois trata-se do perío-
do atual marcado pela entrada de re-
fugiados na Europa com o objetivo de
fugir de conflitos de ordem étnica, re-
ligiosa ou social.
79
2. a) A política externa da China é caracterizada pela formalização e expansão de
acordos comerciais com diversos países da América Latina e da África, pautando
suas exportações em produtos industrializados e importação de matérias-primas.
2. b) Estados Unidos e China disputam o protagonismo comercial no mundo, ou seja,
Orientações didáticas
Ponto de checagem NÃO ESCREVA NO LIVRO.
A seção Ponto de checagem oferece 1 Leia o texto a seguir. acordo apoiado pela China e que exclui os Estados
Unidos, país que deixou um grupo comercial rival
um conjunto de atividades que auxilia [...] a existência de país supõe um território. Mas na região sob o governo presidente Donald Trump.
na avaliação da aprendizagem de con- a existência de uma nação nem sempre é acom-
[...]
teúdos trabalhados na unidade. Para panhada da posse de um território e nem sempre
O RCEP agrupa os dez membros da Associação
supõe a existência de um Estado. Pode-se falar,
mais orientações, veja o tópico Acom- de Nações do Sudeste Asiático, China, Japão, Co-
portanto, de territorialidade sem Estado, mas é pra-
panhamento das aprendizagens, nas reia do Sul, Austrália e Nova Zelândia. [...]
ticamente impossível nos referirmos a um Estado
Orientações para este volume. VU, Khanh; NGUYEN, Phuong. Ásia forma maior
sem território.
bloco comercial do mundo, um grupo apoiado
SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: pela China e que exclui EUA. Uol, 16 nov. 2020.
1. a) País, território, nação, Estado e território e sociedade do século XXI. 9. ed. Rio de Disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/
territorialidade. Janeiro: Record, 2006. p. 19. reuters/2020/11/16/asia-forma-maior-bloco-comercial
-do-mundo-um-grupo-apoiado-pela-china-e-que
a) Identifique os conceitos espaciais aborda- -exclui-eua.htm. Acesso em: 14 mar. 2022.
1. b) Os estudantes podem mencionar
dos no texto.
relações sociais, políticas, culturais e a) Além da relação Estados Unidos-China, qual
b) Indique um tipo de territorialidade que uma
econômicas. é a temática presente nos textos? Explique.
nação pode exercer.
b) Explique a relação entre Estados Unidos e
1. c) Os curdos fizeram parte do Im- c) Explique a questão dos curdos, relacionan-
China no atual contexto do comercial inter-
pério Turco Otomano e não conquis- do-a aos conceitos apresentados.
nacional.
taram um território para constituir um d) Analise a situação dos povos indígenas do
Estado independente, após a Primei- c) Aponte uma consequência para os Estados
Brasil, levando-se em conta o que está no
ra Guerra Mundial. Eles constituem a Unidos considerando o que está exposto
texto anterior.
mais numerosa nação sem Estado no nos textos.
mundo, com cerca de 30 milhões de 2 Leia os textos a seguir.
3 Analise a tirinha e leia o texto a seguir.
habitantes. Texto 1 3. Leia as respostas neste Manual do Professor.
© Arionauro/Acervo do cartunista
[...] De alguma forma, esse acordo pode ser vis-
1. d) Os diversos povos indígenas no to como uma decorrência da não implementação
Brasil formam diferentes nações, mas da proposta de criação da Parceria Transpacífica
não têm um Estado soberano. (Trans-Pacific Partnership – TPP), que, por ocasião
do final das negociações, envolvia doze nações (Es-
tados Unidos, México, Canadá, Chile, Austrália, Nova
Zelândia, Brunei Darussalam, Japão, Peru, Singapu-
ra, Malásia e Vietnã). O pacto sinalizava uma impor-
tante diretriz da estratégia comercial e geopolítica
americana, e foi fortemente apoiado pelo então
ex-presidente Barack Obama. Em 2016, após cinco
anos de negociação, o acordo foi fechado e, caso
implementado, passaria a ser o maior acordo co- Charge “Vida no campo”, de Arionauro.
mercial do mundo. Entretanto, no primeiro dia de
semana completo no cargo, o presidente Donald [...] As informações chegam pelo telefone, via
Trump abandonou formalmente a ambiciosa TPP. internet. Os dados vêm de uma estação meteoro-
NONNEMBERG, Marcelo; MARTINS, Michelle; PEDROSA, lógica montada na propriedade. Se a umidade cair,
Fernanda. Um novo acordo comercial para Ásia e por exemplo, as máquinas precisam parar por cau-
Oceania: a parceria econômica abrangente. Carta de sa do risco de incêndio na plantação. [...] A colheita-
conjuntura IPEA, 15 dez. 2020. Disponível em: https://
www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/index.php/2020/12/
deira já vai para a lavoura com a rota definida. Ela é
um-novo-acordo-comercial-para-asia-e-oceania capaz até de desviar sozinha de uma árvore.
-a-parceria-economica-abrangente/. Acesso em: AGRONEGÓCIO brasileiro conta com satélites e
14 mar. 2022. inteligência artificial para produzir mais. G1, 31 ago.
Texto 2 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/jornal
-nacional/noticia/2020/08/31/agronegocio-brasileiro
Quinze economias da Ásia-Pacífico formaram o -conta-com-satelites-e-inteligencia-artificial-para
maior bloco de livre-comércio do mundo [...], um -produzir-mais.ghtml. Acesso em: 16 mar. 2022.
2. c) O indeferimento da Parceria Transpacífica e a concretização da Parceria Econômica Regional Abrangente se traduzem
na expansão da cadeia produtiva global da China, além da aproximação chinesa em mercados que, tradicionalmente, são
80 aliados estadunidenses, como a Coreia do Sul, o Japão, a Nova Zelândia e a Austrália, enquanto há uma diminuição da
influência dos Estados Unidos na região, com as estratégias protecionistas e conservadoras do governo de Donald Trump.
80
a) Destaque a característica da indústria 4.0 explicitada no texto. Orientações didáticas
b) Indique uma contribuição das tecnologias para a produção agrícola.
c) Avalie uma consequência da inovação tecnológica em relação ao trabalho humano e uma em rela- 3. a) A indústria 4.0 (ou Quarta Revo-
ção à comunicação. lução Industrial) consiste na adoção de
4. a) As formas e as áreas dos territórios são
modificadas de acordo com a intensidade das sistemas ciberfísicos, ou seja, a combi-
4 Analise as informações presentes na anamorfose a seguir. informações sobre cada um deles. No caso, se
nação entre componentes virtuais e me-
quer evidenciar quantitativamente a população
urbana entre os países. cânicos. Como explicitado no texto, há
Mundo: população urbana – 2017
sensores nas máquinas agrícolas que
RÚSSIA
REINO
fornecem informações para tomada de
UNIDO
ALEMANHA decisões e auxiliam no controle, monito-
ESTADOS TURQUIA
UNIDOS
FRANÇA
IRÃ
CHINA ramento e planejamento agrícola.
JAPÃO
MÉXICO 3. b) Redução do tempo de colheita no
BANGLADESH Elaborado com base em:
Banco de imagens/Arquivo da editora
81
BNCC na unidade 1. Resposta pessoal. Incentive a reflexão dos estudantes com questio-
Adrien Barbier/AFP
namentos. É possível que surjam generalizações e visões estereotipa-
das. Não é o momento de apresentar conclusões, mas de reconhecer a
Competências gerais da Educação diversidade e a complexidade do continente, evitando a disseminação
Básica (CG): 2, 3, 4, 5, 7, 8 e 9. de qualquer tipo de estereótipo.
2. Resposta pessoal. Os estudantes podem citar os mamíferos da
Competências específicas de fauna africana, o deserto do Saara, a Savana, a Floresta Equatorial do
Congo e a ilha de Madagascar, entre outros exemplos.
Ciências Humanas para o Ensino 3. Resposta pessoal. É possível que os estudantes comentem sobre
Fundamental (CECH): 2, 3, 4, 6 e 7. a geração de energia elétrica, necessária para o funcionamento dos
computadores e de outros equipamentos de informática. Os recursos
Competências específicas tecnológicos presentes nas fotografias são fundamentais aos países
africanos, pois possibilitam o desenvolvimento socioeconômico e con-
de Geografia para o Ensino tribuem para inserção desses Estados-nação ao processo de globaliza-
Fundamental (CEG): 1, 3, 4, 5 e 6. ção, em um nível de maior competitividade.
Introdução
Ao longo desta unidade, serão abor-
dados vários aspectos do continente
africano, desde características naturais
– como vegetação e clima, a exem-
plo dos desertos e florestas tropicais e
equatoriais densas – até aspectos cul-
turais da formação dos Estados-nação A Parque eólico em área
pós segunda Guerra Mundial e suas com vegetação de
consequências socioeconômicas para o Savana (Senegal), 2019.
África
EF08GE20, tendo em vista a análise de
características de Estados-nação afri- implicações no contexto geopolítico do
canos em seus aspectos políticos, so- pós-Segunda Guerra Mundial e atual;
cioeconômicos, culturais, problemas
⓿ os países africanos e a globalização;
socioambientais, entre outros.
⓿ as relações entre sociedade e natureza na
África;
Dessa forma, é importante acompa-
⓿ a diversidade cultural africana;
nhar se os estudantes compreendem ⓿ as principais potências da África.
como se deu a segregação de múlti-
plas etnias africanas distintas em cos-
82
tumes, idiomas e religião por países
europeus com interesses econômicos
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
e territoriais.
Além disso, também será objeto de contexto histórico da África do Sul, desde o passado de do-
ensino e aprendizagem o desempe- minação pelos ingleses, o período marcado pelo apartheid
nho econômico de alguns países afri- e, mais tarde, o ingresso do país no grupo Brics, mobilizan-
canos que se destacam na economia do a habilidade EF08GE09, referente à análise dos Brics
mundial, entre eles África do Sul, Egi- quanto aos "padrões econômicos mundiais de produção",
to e Nigéria; e como isso reflete no de- bem como a habilidade EF08GE06, tendo em vista a atua-
senvolvimento socioeconômico do país, ção desse grupo para a integração econômica no contex-
o que permite o trabalho com a habili- to africano.
dade EF08GE20, e, ao considerar a in-
fluência do desenvolvimento científico
e tecnológico na caracterização dos es-
paços africanos desses países, possi-
bilita-se a mobilização da habilidade
EF08GE13. Será abordado também o
82
No caso da fotografia que mostra a sa-
Simon Maina/AFP
la de aula com estudantes utilizando
tablets, questione-os se essa situação
é o padrão para os países do continen-
te. É provável que respondam que não,
como, de fato, ocorre na realidade, po-
rém, é preciso dizer que isso é uma re-
presentação, os estudantes não estão
respondendo pautados em aprendiza-
gens formais, mas sim pela constante
veiculação da condição de pobreza vivi-
da pelas populações dos diversos paí-
ses africanos.
Nas atividades 1 e 2, amplie as dis-
cussões iniciais e auxilie os estudantes
a identificar elementos gerais da Áfri-
ca e algumas especificidades de algum
país. Fique atento a visões estereo-
tipadas e anote-as para que sejam re-
tomadas em outro momento. Se for de
interesse da turma, trabalhe alguns dos
filmes apontados ao longo dos estudos
da unidade. Esse pode ser um momen-
to oportuno para explorar o repertório
cultural dos estudantes, desenvolvendo,
dessa maneira, a CG3.
Na atividade 3, deixe que os estu-
dantes respondam livremente e am-
plie a proposta questionando-os sobre
os recursos tecnológicos para os paí-
ses africanos. Muitos países da África
têm grande disponibilidade de ener-
gia eólica, como o Quênia, onde cer-
B Crianças manuseiam ca de 17% da energia produzida vem
tablets em escola
localizada na cidade de de parque eólico. Ressalte que a gera-
Avrankou (Benin), 2019. ção de eletricidade é um desafio pa-
ra os países do continente, sobretudo
Embora frequentemente a imagem da África em um contexto em que diversas eco-
seja associada à pobreza e a um conjunto nomias nacionais vêm apresentando
homogêneo, o continente é formado por crescimento econômico e os territórios
países com características distintas. NÃO ESCREVA NO LIVRO. dos Estados-nação africanos, em boa
1. Sobre quais países africanos você tem in-
parte, apresentam carência de infraes-
formações, como características culturais e trutura energética.
sociais?
2. Quais características naturais da África você
2
conhece?
3. Explique de que maneira as fotos desta aber-
tura podem ser associadas.
83
Para dar continuidade às reflexões e aprendizagens Para orientações sobre a avaliação das aprendizagens
desenvolvidas até o momento, retome parte dos temas desta unidade, veja o tópico Acompanhamento das apren-
e conceitos vistos na unidade anterior, aprofundando-os dizagens, nas Orientações para este volume. Nele, também
e dirimindo eventuais dúvidas ou inconsistências. Assim, constam os objetivos pedagógicos da unidade.
questione-os sobre o que sabem a respeito dos concei-
tos de Estado, nação, território; da atuação das organi- Atividades
zações mundiais no processo de globalização; do papel Inicie as atividades explorando com os estudantes as fo-
das grandes potências mundiais nos âmbitos econômi- tos de abertura. No caso da fotografia do parque eólico, é
co e geopolítico; das cadeias globais de produção; do importante que percebam também a presença da formação
desenvolvimento tecnológico no contexto da Revolução vegetal – Savana. Levante questionamentos a respeito das
Técnico-Científica. Isso pode ser realizado por meio de informações sobre os países africanos que são veiculadas
uma dinâmica, com as carteiras da sala de aula dispostas nos diversos meios de comunicação. Se achar pertinente,
em círculo, em que, a cada questionamento, os estudantes leve para a sala de aula outras imagens referentes ao con-
tenham a oportunidade para expor seus conhecimentos. tinente, para complementar essa problematização inicial.
83
1. Refere-se ao imperialismo europeu durante a fase do capitalismo financeiro ou
monopolista, entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do
século XX.
5
2. Resposta pessoal, no entanto, aproveite para integrar conhecimentos com
BNCC no capítulo História, uma vez que há muitos exemplos de resistência ao colonialismo, à explo-
ração de recursos no continente africano e mesmo ao tráfico de escravizados,
inclusive com o protagonismo de mulheres africanas. Além de Yaa Asantewaa,
Competências gerais da Educação outras rainhas lutaram pela independência de seus povos ainda durante as pri-
meiras tentativas de domínio do continente pelos europeus e de colonização, já nos séculos XVI e XVII, a exemplo
Básica (CG): 2, 3, 4 e 7. de Njinga a Mbande, rainha do Ndongo e do Matamba, atual Angola, que resistiu aos avanços colonialistas dos
África – passado
portugueses.
Competência específica de Ciências 3. Resposta pessoal. É provável que os estu-
Humanas para o Ensino Fundamental dantes façam referência ao neocolonialismo
e presente
e à Segunda Revolução Industrial, período no
(CECH): 2. qual as grandes potências do continente passam a disputar, controlar e
explorar regiões em diversas partes do mundo, sobretudo na África e na
Competências específicas Ásia, em busca de matérias-primas, mão de obra barata e novos mercados
de Geografia para o Ensino para seus produtos, principalmente na África, formando impérios coloniais.
Noahalorwu/Arquivo pessoal
Fundamental (CEG): 4 e 5.
Habilidades de Geografia: EF08GE05,
EF08GE06, EF08GE08, EF08GE13,
EF08GE19 e EF08GE20.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação Ambiental, Vida
Familiar e Social, Educação em
Direitos Humanos, Direitos da Criança
e do Adolescente, Diversidade
Cultural, Educação para valorização
do multiculturalismo nas matrizes
históricas e culturais brasileiras e
Ciência e Tecnologia.
Introdução
Neste capítulo, serão estudados
Para começar
os processos de neocolonização e de Estátua da rainha Yaa Asantewaa, no Museu Yaa Asantewaa localizada em Ejisu
descolonização da África, abordan- Converse com os colegas e o (Gana), 2016. Ela lutou para resistir à colonização britânica no território de sua
professor. nação, Ashanti, que, na época, representava um império dominante na porção sul
do as dificuldades pós-independência do atual território de Gana, na África Ocidental.
e os interesses das grandes potências 1. A que contexto histórico
O n eocolonialismo e a
no continente, os conflitos étnicos, as a luta de Yaa Asantewaa,
guerras civis, temática que exige e fa- na foto, se refere,
considerando a hegemonia
vorece a mobilização da habilidade
EF08GE05, uma vez que para a apro-
das potências europeias
em outras partes do
descolonização
priação desses temas são necessários mundo e as etapas do O período entre o fim do século XIX e o início do século XX foi marcado
conhecimentos sobre Estado, território, capitalismo?
pela disputa imperialista entre os países industrializados, que passaram
nação, sobre atuação das organizações 2. Você conhece outras a colonizar regiões em diferentes partes do mundo em busca de maté-
internacionais, a respeito dos contex- histórias de resistência à
rias-primas e novos mercados.
to geopolítico e econômico do pós-Se- colonização na África? Se
As necessidades criadas nessa etapa de desenvolvimento capitalista
sim, quais?
gunda Guerra e do início deste século, levaram à partilha dos territórios africanos e de parte do continente asiá-
favorecendo também, desse modo, o 3. O que você sabe sobre
tico entre as grandes potências europeias, em um processo conhecido
o contexto histórico da
trabalho com a habilidade EF08GE08. como neocolonialismo.
colonização da África pelas
Além disso, serão abordadas as ca- potências europeias, entre Apesar da resistência oferecida por alguns povos, a partilha da África
racterísticas socioeconômicas dos paí- os séculos XIX e XX? deu origem a territórios coloniais delimitados pelos interesses das potên-
ses africanos, tema relacionado com a NÃO ESCREVA NO LIVRO. cias imperialistas e provocou a desestruturação do modo de vida, da or-
mobilização da habilidade EF08GE20, ganização política e administrativa de diversas etnias do continente, mui-
considerando no decorrer do estudo a tas das quais constituíam nações sofisticadas política e culturalmente.
influência do desenvolvimento científico
e tecnológico na caracterização dos es- 84
paços do continente africano, o que per-
mite o desenvolvimento da habilidade
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
EF08GE13. São analisadas, também, or-
ganizações internacionais do continen- Para começar do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais bra-
te africano, levando em conta a atuação As atividades desta seção favorecem a mobilização da sileiras, uma vez que possibilita um contato dos estudantes
delas para a integração dos países no habilidade EF08GE20, no que se refere à espoliação dos com mulheres africanas que viveram em diferentes épocas
continente, permitindo a mobilização da povos africanos, inclusive ao longo da história. No entanto, e que se projetaram por diversos motivos, como relevância
habilidade EF08GE06. Por fim, a África vale destacar a resistência desses povos ao colonialismo, à na diplomacia, literatura, música, política, na luta contra o
será estudada no seu potencial de de- exploração e às influências externas que tinham (e têm) o colonialismo, entre outros, e com a habilidade de EF08HI26
senvolvimento e das revoltas populares caráter de desestruturar seus modos de vida e suas organi- (de História), considerando o protagonismo das populações
no norte do continente: Primavera Ára- zações políticas e territoriais. Nesse aspecto, apresente aos locais na resistência ao imperialismo na África.
be. No desenvolvimento deste estudo, estudantes o site: http://www.unesco.org/womeninafrica Ao iniciar a abordagem do tópico sobre neocolonialis-
os estudantes trabalharão com diferen- (acesso em: 11 jul. 2022), utilizando o recurso de tradu- mo e descolonização, pergunte aos estudantes o que eles
tes tipos de mapas, dados estatísticos ção do navegador, que mostra algumas mulheres relevantes entendem por neocolonialismo. Deixe que eles respondam
e textos, visando aplicar e aprofundar o na história dos países africanos, muitas delas protagonistas livremente e anote na lousa as contribuições, a fim de en-
raciocínio geográfico, mobilizando tam- na resistência à dominação estrangeira. A proposta favore- caminhar este início de estudo. No decorrer das análises do
bém a habilidade EF08GE19. ce uma aproximação com o TCT Educação para valorização capítulo, eles compreenderão essa temática.
84
1. Reino Unido e França.
2. São evidenciados no mapa: Angola, Cabo Verde, Guiné (atual Guiné-Bissau) e Moçambique. Existe ainda São Tomé
e Príncipe, que aparece no mapa sem identificação.
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
Observe o mapa a seguir. Ele evi-
África: impérios neocoloniais – fim do século XIX e início do
Orientações didáticas
dencia os territórios coloniais con- século XX
Auxilie os estudantes na interpreta-
trolados pelas potências europeias 0º
EU ROPA ção do mapa temático e das informa-
na África até a Primeira Guerra Mun-
OCEANO TUNÍSIA ções geográficas acerca do imperialismo
dial (1914-1918). Uma vez encerrado ATLÂNTICO MARROCOS ARGÉLIA
Mar Mediterrâneo
na África, o que promove a mobilização
o conflito, os territórios controlados Is. Canárias (ESP) TRIPOLITÂNIA
da CEG4, referente ao desenvolvimento
M
pela Alemanha foram entregues à RIO DO ORO EGITO ÁS IA
ar
(ESP) do pensamento espacial.
Ve
Trópico de Câncer
Liga das Nações e, posteriormente, ÁFRICA OCIDENTAL
r
Arq. de
m
FRANCESA
elh
Cabo Verde
à Bélgica, à França e ao Reino Unido. (POR)
Explore
o
SENEGAL SUDÃO
ANGLO- ERITREIA
GÂMBIA TOGO
DJIBUTI
GUINÉ
NIGÉRIA
-EGÍPCIO Auxilie os estudantes na interpre-
SERRA LEOA
LIBÉRIA
ABISSÍNIA
SOMÁLIA tação do mapa destacando a relação
Explore
CAMARÕES
Equador
COSTA DO
MARFIM
DAOMÉ
QUÊNIA
existente entre as potências europeias
0º
CONGO
COSTA DO GABÃO e os territórios africanos. Leia com a
1. Quais eram as potências que con- OURO BELGA ÁFRICA
trolavam boa parte do continente
I. Ascensão
(RUN)
ORIENTAL Is. Seychelles turma o texto da página e trabalhe a
ALEMÃ (RUN)
africano? Potências ANGOLA habilidade EF08GE05, retomando os
dominadoras
2. Quais territórios africanos foram co- I. Santa Helena MOÇAMBIQUE
conceitos de Estado, Estado-nação, ter-
Reino Unido
Meridiano de
Bélgica
texto complementar indicado nesta pá-
Greenwich
ÍNDICO
Elaborado com base em: ALBUQUERQUE, Portugal
Manoel Maurício de et al. Atlas histórico Espanha
0 1 030 2 060 gina do Manual do Professor, verifican-
km
escolar. Rio de Janeiro: MEC, 1983. p. 138-139. do se os estudantes compreenderam
as condições em que os colonizadores
Você sabia? encontraram o território africano.
85
Orientações didáticas No final da Segunda Guerra Mundial, apenas Egito, África do Sul, Etiópia e
Libéria eram independentes. Essa independência, porém, se dava apenas na es-
Ao realizar a leitura do texto desta Biblioteca
fera política, pois esses países se mantinham sob o domínio econômico e militar
página, em conjunto com o mapa, ava- A descolonização da
do Reino Unido (Etiópia, Egito e África do Sul) e dos Estados Unidos (Libéria).
lie se os estudantes reconhecem que Ásia e da África
A partir de 1950, no período pós-Segunda Guerra Mundial, a manutenção
a descolonização do continente foi re- Letícia Bicalho Canêdo.
das colônias mostrou-se difícil para as enfraquecidas potências europeias,
cente, em comparação à América Lati- São Paulo: Atual, 2004.
dando início ao movimento de descolonização da África. Com a independên- Coleção Discutindo a
na, acarretando diversos desafios para
cia da colônia britânica de Gold Coast (atual Gana) em 1957, as lutas em fa- História.
os países recém-formados, tema que
vor da descolonização se intensificaram, e movimentos nacionalistas surgiram A obra apresenta ao
será explorado com mais detalhes na
página 87. por toda a África. leitor um amplo painel
Entre 1960 e 1980, quase todos os países africanos conquistaram sua inde- do processo histórico
Aproveite para explicar brevemente dos continentes
pendência, seja de forma pacífica ou após guerras travadas com as forças euro-
o contexto geopolítico da Guerra Fria, africano e asiático,
peias. Estados Unidos e União Soviética apoiaram parte desses movimentos na
que marcou o período de descoloniza- referido no título, e
tentativa de ampliar suas áreas de influência no mundo, fator a ser considerado suas abordagens,
ção do continente africano.
no processo de descolonização do continente. proporcionando uma
Explore O último país africano a se formar foi o Sudão do Sul, em 2011, após se se- reflexão crítica.
Nas atividades 1 e 2, apresente o parar do Sudão. O Saara Ocidental, atualmente ocupado pelo Marrocos e por
mapa desta página para os estudan- grupos separatistas, segue sendo um território não autônomo e é considerado
tes e oriente-os a descrever o que ob- pela ONU um território não descolonizado. Observe o mapa a seguir.
servam. Auxilie-os na interpretação do
mapa e da linha do tempo e, se tive- África: cronologia das independências dos países – séculos XX e XXI
rem dificuldades, incentive-os a trocar EUROPA
1950
ideias com um colega para sanar as OCEANO MARROCOS
TUNÍSIA
ATLÂNTICO
dúvidas que surgirem. Estas atividades Saara
ARGÉLIA
LÍBIA EGITO
1955
TOGO
lidade EF08GE08, no que se refere SERRA LEOA
LIBÉRIA
GANA
NIGÉRIA SUDÃO ETIÓPIA
REP. CENTRO- DO SUL
CAMARÕES -AFRICANA
SOMÁLIA
1975
COSTA
à análise da situação dos países Equador DO MARFIM GUINÉ EQUATORIAL CONGO
UGANDA
QUÊNIA 0°
1980
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE GABÃO REPÚBLICA
africanos na ordem mundial do pós- Países não RUANDA
DEMOCRÁTICA BURUNDI
SEYCHELLES
1985
colonizados DO CONGO
Meridiano de
TANZÂNIA
-guerra, e certifique-se de que os estu-
Greenwich
ANGOLA
Antes de 1922
dantes compreenderam como a situa- ZÂMBIA MALAUÍ em: FNSP. Sciences Po –
De 1951 a 1958 1995
Atelier de cartographie.
ção geopolítica do período favoreceu Em 1960 NAMÍBIA
ZIMBÁBUE MADAGASCAR
Cartothèque. Paris, 2012.
Trópico de Capricórnio MOÇAMBIQUE MAURÍCIO 2000
a independência dos países africa- De 1961 a 1968 BOTSUANA
Disponível em: https://
De 1974 a 1977
nos. A fim de mobilizar a habilidade ÁFRICA
eSWATINI OCEANO 2005
Cada quadrado bibnum.sciencespo.fr/s/
De 1990 a 1993 LESOTO ÍNDICO
DO SUL
2010
indica o ano de
catalogue/ark:/46513/
EF08GE05, quanto à aplicação dos Em 2011 0 1 140 2 280
independência
de um Estado sc16d5zv. Acesso em:
conceitos de Estado e território, ques- * Território não autônomo 0° km 16 jun. 2022.
tione os estudantes de maneira que
identifiquem que os territórios das co-
lônias africanas passaram a ser gover-
nadas por novos Estados, constituídos Explore Leia as orientações para as atividades neste Manual do
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Professor.
com a independência, e não mais pe-
1. Em quais anos ocorreram mais independências? Cite três países que conquistaram sua independência nesse
los Estados europeus. período. Anos 1960. República Democrática do Congo, Somália e Nigéria.
2. As colônias portuguesas de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique se tornaram países independentes em qual
década? Década de 1970.
3. Analise a situação da África no contexto pós-Segunda Guerra Mundial e relacione a onda de independências no
continente à Ordem Mundial da Guerra Fria.
Espera-se que os estudantes citem o fato de que Estados Unidos e União Soviética, as potências hegemô-
nicas do período, disputavam áreas e redes de influência pelo mundo. Dessa forma, apoiavam movimentos
nacionalistas para garantir governos aliados no continente.
86
Atividade complementar
⓿ Oriente os estudantes a realizar uma atividade de investigação sobre elementos sociais e políticos da realidade africana.
Organize a turma em cinco grupos; cada grupo deverá pesquisar sobre um país, em diferentes momentos históricos, e seu
processo de descolonização.
⓿ O grupo 1 deverá escolher um país que passou por processos de descolonização antes da Segunda Guerra Mundial. O grupo
2 deverá realizar a pesquisa no recorte temporal de 1940 e 1959. O grupo 3 deverá pesquisar um país em que a descolo-
nização tenha ocorrido no ano de 1960. O grupo 4 ficará responsável por estudar a história de descolonização de um país
entre 1961 e 1968. Por fim, o grupo 5 pesquisará os processos de descolonização de um país em 1974.
⓿ Cada grupo deverá pesquisar os acontecimentos em cada país e organizar informações e imagens em um mural para apre-
sentação para todos os estudantes da turma. Organize um dia de seminário para que as apresentações sejam realizadas. Ao
final, os murais de cada grupo podem ser expostos em sala de aula. Esses encaminhamentos favorecem o desenvolvimento
das CEG5 (investigação e conhecimento científico) e CG2 (no que se refere ao pensamento crítico e investigativo).
86
As dificuldades pós-independência Orientações didáticas
Para trabalhar a habilidade
Como reflexo do baixo nível de desenvolvimento socioeconômico e da enor- EF08GE08, leia o texto desta página
me dependência externa, combinados com a desestruturação do sistema po- com os estudantes e analise a situa-
lítico-administrativo de seus povos autóctones, os países africanos passaram ção de alguns países da África no con-
autóctone: originário de
a vivenciar sérias dificuldades para manter sua autonomia política e promover região habitada por seus texto pós-Segunda Guerra Mundial,
a independência econômica e social. antepassados há muitos
séculos. com ênfase para a descolonização e,
A descolonização da África foi marcada pela manutenção das fronteiras co- principalmente, para a manutenção
loniais, que não coincidiam com as fronteiras étnicas do continente. Isso resul- das fronteiras coloniais como um fa-
tou na formação de Estados que não eram nações do ponto de vista cultural e tor condicionante de conflitos e ten-
que apresentavam, em alguns casos, profundas divisões étnico-religiosas. sões no continente.
Nesse contexto, diversos conflitos foram protagonizados por etnias rivais
competindo pelo poder, ou minorias étnicas e religiosas buscando autonomia Explore
de seus territórios por meio de movimentos separatistas. Também são recor- As atividades sugeridas possibi-
rentes os casos de corrupção e desvio de recursos do Estado por parte das litam a mobilização da habilidade
elites que controlam (frequentemente, de modo autoritário) o poder político EF08GE05. Para facilitar essa análise,
em muitos países do continente africano. retome com os estudantes a existên-
A busca pelo controle de áreas estratégicas, ricas em recursos minerais, ou cia da enorme diversidade étnica no
que apresentam condições favoráveis para a agropecuária também contribuiu continente africano, o que oferece uma
para a intensificação e a continuidade desses conflitos. oportunidade de aprofundamento dos
conceitos de nação, Estado, país e terri-
André Pinto/Alamy/Fotoarena
87
Orientações didáticas
Conflitos étnicos: o caso de Ruanda
Para dar continuidade às análises
No contexto das muitas disputas étnicas vivenciadas pelos países africanos,
dos conflitos étnicos no continente afri- Biblioteca
um exemplo marcante é o conflito entre hutus e tútsis em Ruanda, antiga co-
cano, aborda-se no texto desta página a A mulher de pés
lônia da Bélgica.
questão étnica em Ruanda, que ocasio- descalços
Na época da colonização, os belgas fomentaram rivalidades entre as duas
nou centenas de milhares de mortos, so- Scholastique
etnias, e os tútsis desfrutavam de certos privilégios. Os hutus, no entanto, re-
bretudo tútsis, e milhões de refugiados. Mukasonga. São Paulo:
presentavam a maioria da população ruandesa e, após a independência do
Explore a influência dos colonizado- Nós, 2017.
país, em 1962, ascenderam ao poder. Os tútsis passaram a ser perseguidos e
res na intensificação das rivalidades en- Esse livro narra
muitos foram exilados. Alguns desses formaram a Frente Patriótica Ruandesa as lembranças da
tre as etnias hutu e tútsi ao realizar a
(FPR) e retornaram em 1990, dando origem a uma guerra civil. autora, que teve a
leitura do texto desta página. Vale res-
O conflito se intensificou em 1994, após a morte de um presidente hutu mãe assassinada pelos
saltar que, na época, a ONU e os paí- hutus no contexto da
na queda do avião no qual retornava da Tanzânia, onde havia realizado uma
ses desenvolvidos foram duramente guerra civil ocorrida
negociação de paz com a FPR. O novo governo ruandês hutu então acusou os
criticados por não intervirem em Ruan- em Ruanda. Suas
tútsis pelo assassinato do presidente, estimulando o sentimento anti-tútsi no lembranças navegam
da quando o massacre já era, segundo
país. Nas semanas seguintes, milícias como a Interahamwe, treinadas e arma- entre a vida tranquila
muitos analistas, uma tragédia anun-
das pelo governo, promoveram um genocídio da população tútsi e de hutus antes do conflito e o
ciada. Utilize o filme sugerido nesta
moderados que se opuseram ao massacre. No caso, a França foi acusada de temor do genocídio.
página do Manual do Professor para
ensejar uma discussão sobre o tema. treinar e fornecer armas para o exército ruandês nos anos que antecederam
o genocídio.
Explore Durante e após o massacre da população tútsi, centenas de milhares de
genocídio: ato de
O desenvolvimento desta atividade civis foram mortos e cerca de 3 milhões de pessoas buscaram refúgio nos cometer assassinatos em
territórios de países vizinhos, incluindo tútsis e hutus, fugindo do avanço da massa, objetivando o
possibilita a mobilização da habilidade extermínio de
EF08GE08, uma vez que, para enten- FPR, que depôs o governo hutu e expulsou as milícias do país, ascendendo ao determinado conjunto da
der os conflitos em Ruanda, é neces- poder ainda em 1994. população. Pode ser
motivado por questões
sário que os estudantes considerem Em 2003, o líder da FPR, Paul Kagame, foi eleito presidente, sendo reeleito étnicas, religiosas e
aspectos da descolonização da África, em 2010 e 2017. Lideranças envolvidas no genocídio foram identificadas e con- políticas.
no contexto da ordem mundial do pós- denadas em um tribunal e, a partir de então, o governo passou a estimular o
-Segunda Guerra. Novamente eles de- nacionalismo ruandês para tentar promover uma reconciliação entre as princi-
vem analisar e explicar um conflito cujo pais etnias do país.
entendimento depende do domínio de
Thierry Orban/Sygma/Getty Images
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Hotel Ruanda
Direção: Terry George. Reino Unido e Africa do Sul, 2004 (121 min).
O filme é baseado em uma história verídica e relata a coragem de um gerente de hotel ao abrigar 1 200 tútsis durante a
guerra civil de 1994, em Ruanda, quando quase um milhão de tútsis foram brutalmente assassinados por milícias de etnia hutu,
salvando-os desse trágico genocídio.
88
Orientações didáticas
A União Africana (UA)
Dê continuidade à leitura do texto e
Para enfrentar os muitos desafios impostos ao continente, incluindo a manu-
promova a análise do papel da União
tenção da paz, em julho de 2002, foi formada a União Africana (UA), em substi-
Africana (UA) na integração política e
tuição à Organização da Unidade Africana (OUA). A iniciativa propôs a criação
econômica do continente, assim como
de um Parlamento continental, um tribunal pan-africano, um Banco Central e
na superação de conflitos e tensões
um Conselho de Paz no continente.
contemporâneas, ampliando o trabalho
Também faz parte dos planos da organização estimular a integração eco-
com a habilidade EF08GE08 e a articu-
nômica no continente e, no futuro, formar até mesmo uma união monetária. união monetária: lação da habilidade EF08GE06.
A Comunidade Econômica Africana (CEA) é o órgão da UA responsável por esse integração entre um
grupo de países que Ressalte com os estudantes que,
objetivo, englobando várias Comunidades Econômicas Regionais (CER) que decidem compartilhar atualmente, todas as nações africanas
funcionam como blocos econômicos regionais do continente, fortalecendo o uma política monetária e
uma moeda única. integram essa organização e explore o
comércio e a economia dos países-membros. A UA também encaminha acor- superávit: situação em fato de que a sede da UA foi construída
dos entre países africanos, organismos internacionais (como o FMI) e países que as receitas (ganhos)
são maiores que as com auxílio de investimentos da China.
desenvolvidos para obtenção de empréstimos. A aplicação desses recursos é
despesas (gastos). Destaque o fato de que a organização
em geral vinculada à abertura das economias para o capital estrangeiro, o que
conta com um órgão exclusivo dedica-
significa facilitar a entrada de empresas transnacionais. Dessa forma, os países
do à manutenção da paz, o Conselho
desenvolvidos seguem tendo grande influência sobre a economia e a política
de Paz e Segurança da União Africana,
interna dos países africanos.
que tem a prerrogativa de autorizar e
A UA também objetiva elevar o nível de desenvolvimento do continente,
organizar o envio de forças de paz para
mas, de modo geral, enfrenta os mesmos desafios compartilhados pelos Esta-
regiões assoladas por conflitos, sendo
dos africanos nessa busca, incluindo:
essas forças compostas por soldados
⓿ A instabilidade política, as rivalidades étnicas, a situação de pobreza e a dos países-membros.
forte desigualdade social, verificadas em muitos países africanos.
Explore
⓿ A desestruturação da agricultura familiar e de culturas de subsistência
devido à modernização do campo, que intensifica a degradação ambien- Para complemento da análise pro-
tal, o êxodo rural e a alteração das relações de trabalho no campo. posta, comente que, apesar de ser um
bloco importante e de contar com co-
⓿ A falta de investimentos em setores como saúde e educação, gerada pela
munidades econômicas regionais, a
redução de gastos do Estado para a geração de superávit nas contas
maioria dos países da África ainda rea-
governamentais, uma condição atrelada ao pagamento dos juros dos
liza a maior parte de suas relações
empréstimos vinculados ao FMI.
comerciais com países de fora do con-
tinente, o que evidencia um baixo nível
Minasse Wondimu Hailu/Anadolu Agency/Getty Images
de integração.
A organização, por meio de seus órgãos competentes, engloba diversos blocos econômicos regionais que objetivam
estimular o comércio entre os países africanos. No futuro, a organização também planeja a criação de uma união
monetária. 89
89
Orientações didáticas Interagindo e convivendo
Interagindo e convivendo Prática de
pesquisa
Jack Guez/AFP
fico foi um dos assuntos debatidos. Resta a esperança de que os
caminhos de todos eles se cruzem não só nas narrativas sobre
a guerra, mas também nas de sobrevivência e transformação
como as de Beah.
CANTARINO, Carolina. Para além da guerra, uma
narrativa sobre transformação. ComCiência, 10 abr. 2008.
Disponível em: www.comciencia.br/comciencia/handler.
php?section=8&tipo=resenha&edicao=34.
Acesso em: 30 mar. 2022.
90
Atividade complementar
Sugerimos duas atividades complementares aos estudantes, apresentadas a seguir: Oriente os estudantes a realizar a pesquisa sobre a temática em livros e filmes.
1. Agora, vocês vão pesquisar livros ou filmes que retratem a questão da violência e Após a realização do trabalho, organize com a turma um seminário para a apre-
dos conflitos no continente africano. sentação dos resultados. Esses encaminhamentos estimulam o desenvolvimento
⓿ Em duplas ou trios, selecionem o tipo de material que vocês preferem pesquisar: da CG2, considerando a pesquisa como um estímulo à curiosidade intelectual,
livros ou filmes. e da CEG5, pois a proposta permite o desenvolvimento da prática investigativa
para compreensão do mundo social.
⓿ Escolham o tema e os materiais a serem pesquisados.
2. Produza um desenho com base no seguinte tema: “Jovens contra a violência”.
⓿ De acordo com o material escolhido, pesquisem em revistas e jornais, na internet e Inclua, em sua ilustração, informações obtidas nas pesquisas feitas pelos grupos.
nas livrarias, livros ou filmes que retratem o tema. No caso de filmes, vocês também Após a elaboração dos desenhos, peça aos estudantes que apresentem para a
podem pesquisar em serviços de streaming ou lojas especializadas. turma o que foi desenhado e, se possível, organize uma exposição dos traba-
⓿ Após a seleção do livro ou do filme, preparem uma apresentação, que pode ser lhos na sala de aula ou em outro espaço da escola. Essa atividade favorece o
em forma de mural, painel, seminário ou encenação comentada de trechos do desenvolvimento da CG4, pois utiliza a linguagem do desenho para expressar
livro ou do filme escolhido. informações.
90
1. a) Espera-se que os estudantes percebam, por meio do fragmento de texto, que a violência da guerra civil em
Serra Leoa transforma o menino em um soldado, que, mesmo se tornando um assassino, nunca deixa de ser
criança. Dessas contradições, durante sua reabilitação, nasce um escritor.
1. b) Espera-se que os estudantes possam relacionar a experiência de Ishmael Beah de alicia -
do para a guerra com a dos meninos das favelas brasileiras aliciados pelo tráfico de drogas. NÃO ESCREVA NO LIVRO.
de crianças e jovens com o tráfico de
1. c) Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
1 Com base no texto, responda: drogas. Portanto, é fundamental a pre-
sença do Estado nos territórios das co-
a) Quais as principais transformações ocorridas com o menino Ishmael Beah?
munidades controlados por traficantes,
b) É possível relacionar a experiência de Beah em Serra Leoa com alguma situação que ocorre no
a partir da oferta de bons serviços de
Brasil? Comente. saúde, educação, saneamento básico,
c) Considerando o que foi tratado no item anterior, o professor organizará um debate. A proposta lazer, energia elétrica, segurança, den-
desta atividade é responder à seguinte questão: “Quais as soluções para impedir que tantos tre outros, garantindo direitos básicos
garotos sejam aliciados pelo tráfico de drogas no Brasil?”. para o exercício da cidadania. A pro-
2. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
2 Agora, vocês vão realizar um tipo de pesquisa que se apoia na proposta da chamada Prática de posta, nessa perspectiva, favorece o
pesquisa trabalho com os TCTs Vida Familiar e
pesquisa bibliográfica, com o objetivo de elaborar uma investigação e uma produ-
ção textual, que pode ser um artigo ou um relatório, por exemplo. Esse tipo de pesquisa começa pela Social, Educação em Direitos Humanos
definição de um tema e envolve o levantamento de livros, artigos e matérias de revistas, jornais, sites e Direitos da Criança e do Adolescente.
da internet, entre outros, que serão as fontes nas quais informações sobre o tema podem ser pesqui-
2. A proposta de pesquisa estabelecida
sadas. Nesse sentido, quanto mais amplo o tema, maior será a quantidade de fontes e informações a
nesta atividade aproxima o estudante
serem pesquisadas, obtidas e lidas que precisarão ser analisadas e interpretadas. No entanto, o tra-
de uma linha de pesquisa bibliográfi-
balho será mais demorado e corre-se o risco de não se conseguir realizar uma investigação criteriosa.
ca, chamada estado da arte, permi-
A proposta aqui estabelecida está relacionada aos conflitos no continente africano, mais precisa- tindo a mobilização de noções básicas
mente aos impactos desses conflitos nas crianças. Devem ser pesquisados artigos, matérias ou es- dessa prática de pesquisa. Para trilhar
tudos na internet, por meio de sites de busca, sobre esses conflitos, desde 2016 até os dias atuais, o objetivo dessa proposta, consideran-
tomando por base conflitos que ocorreram a partir da década de 1990. Para estruturarem a pes- do o nível de cognição e o repertório
quisa, considerem a necessidade de buscar fontes confiáveis, como organismos internacionais, si- dos estudantes de 8o ano, bem como a
tes governamentais ou de universidades e jornais de qualidade, sejam nacionais ou internacionais, dificuldade de acesso a uma ampla bi-
desde que, nesse caso, tenham o conteúdo disponível em língua portuguesa. Em seguida, formem bliografia estruturada em livros, não é
grupos de cinco ou seis integrantes, sigam as indicações e os referenciais a seguir. possível solicitar que busquem produ-
⓿ O tema a ser trabalhado é: Conflitos na África e impactos na infância. ções científicas sobre um determinado
⓿ Em uma roda de conversa, considerem o tema de pesquisa e definam frases para colocar no cam- tema. Desse modo, o encaminhamen-
po de busca dos sites de pesquisas, como “Conflitos na África e impactos na infância”, “Crianças to da pesquisa de estado da arte será
afetadas pelos conflitos na África”. A essas frases, para encaminhamento das buscas por fontes pautado em ferramentas e temas aces-
bibliográficas, dá-se o nome de descritores. síveis aos estudantes, como a internet,
⓿ Cada grupo deve selecionar dois artigos, matérias ou estudos. Depois, os integrantes devem em textos criteriosos, de fontes confiá-
ler, analisar e interpretar os textos, elaborando uma ficha-resumo com as ideias principais. É o veis, como organizações internacionais,
momento de se avaliar se são listados os impactos dos conflitos nas crianças (ou jovens) e de instituições governamentais, universi-
quais tipos são, qual a sua dimensão e em quais países ocorrem. É possível que alguns textos dades e jornais consolidados, nacio-
apresentem informações a respeito de como as crianças e jovens são envolvidos nos conflitos e nais ou internacionais (nesse caso, com
que surjam algumas propostas para minimizar esse problema. Anotem tudo na ficha-resumo, in- texto em língua portuguesa).
clusive o site pesquisado, o autor do texto, a data da publicação e algumas possíveis conclusões Esse tipo de investigação requer a
sobre essa grande problemática, presentes na fonte. definição de um recorte temático e de
⓿ Em seguida, vocês podem avaliar se há algo que deveria estar presente nas fontes pesquisadas um período para levantamento das pro-
e não está. Se sim, o quê? duções textuais e para a pesquisa do
⓿ Depois, cada grupo irá expor seus levantamentos com a leitura da ficha-resumo. Se achar opor- tema. Exige também a estruturação de
tuno, o professor pode anotar na lousa alguns apontamentos mais significativos de cada grupo. descritores, ou seja, frases que serão
⓿ Ao final, algumas análises podem ser feitas, levando-se em conta se há divergências dos au- utilizadas na localização dessas pro-
tores ou pesquisadores sobre o assunto, se existem instituições, governos, ONGs dedicadas à duções, caso se utilize dos recursos de
pesquisa dos impactos desses conflitos nas crianças e nos jovens. Feito isso, pode ser elaborado busca em sites da internet, disponíveis
um relatório geral sobre a pesquisa bibliográfica e as suas conclusões, indicando também o que em uma base de dados. Um dos obje-
seria necessário acrescentar ao assunto, ou seja, o que mais precisa ser trabalhado. tivos da pesquisa bibliográfica pautada
pelo estado da arte é identificar lacu-
nas existentes em trabalhos que ver-
91 sam sobre determinados temas, que
podem ser sistematizados com a pro-
dução de artigos relatando os resulta-
dos dessa prática de pesquisa.
Orientações didáticas situações semelhantes. Nesse sentido, é preciso ter cuida-
Essa proposta presente no desenvol-
do para não criar constrangimentos. Os estudantes podem
vimento de noções básicas de prática
1. a) É importante que os estudantes reconheçam e va- comentar que muitas dessas crianças iniciam suas ativi-
de pesquisa também favorece o traba-
lorizem o papel da música e da literatura para a reabilita- dades no tráfico de drogas para ajudar economicamente
lho com os TCTs Vida Familiar e Social,
a família, que convive com escassez de recursos, afetan-
ção de Beah. Educação em Direitos Humanos e Direi-
do a satisfação das necessidades básicas, como alimenta-
tos da Criança e do Adolescente.
1. b) Se achar pertinente, oriente os estudantes a levar pa- ção, vestuário e moradia. Também podem se envolver pelo
ra a sala de aula reportagens de jornais, revistas e portais medo, por coação, pela busca de proteção, pertencimento
da internet que retratem semelhanças entre o que Beah re- e, até mesmo, respeito. O acesso à educação, à formação
lata e os problemas de violência no Brasil. profissional, ao auxílio no desenvolvimento de um projeto
de vida, ao lazer, às atividades esportivas e culturais precisa
1. c) Esse é um tema delicado, pois os estudantes po- estar presente na vida desses jovens, pois cada um desses
dem estar inseridos em contextos no quais convivem com fatores é imprescindível para a redução do envolvimento
91
Orientações didáticas
Interesses das grandes potências:
As análises sobre a questão da re-
gião de Darfur mobilizam as habilidades
o caso de Darfur
EF08GE05 e EF08GE08, ao demanda- Frequentemente, a ocorrência de conflitos étnicos, guerras civis, golpes
rem conhecimentos relativos à aplica- de Estado e governos autoritários na África encobrem interesses de grandes
ção dos conceitos de Estado, território, potências. Exemplo disso é o caso da região de Darfur, localizada no oeste
nação e governo, uma vez que o gover- do Sudão.
no central reprime, em seu território, um Desde 2003, movimentos separatistas defendem a independência da região,
povo que não professa a religião mu- cuja população é predominantemente não muçulmana e etnicamente distin-
çulmana e é etnicamente diferente dos ta do restante do país. Nesse contexto, grupos rebeldes de Darfur acusam o
demais habitantes, impedindo que al- governo do país, formado pela elite árabe islâmica, de negligenciar a região.
cance a independência, criando um Es- Embates entre tropas do governo e grupos rebeldes ocorreram em diversas
tado. Trata-se de mais uma situação no ocasiões, e a milícia Janjaweed, apoiada pelo governo, protagonizou um geno-
contexto do processo de descoloniza- cídio da população não árabe da região visando a consolidação de um processo
ção da África, inserido no pós-guerra, denominado “limpeza étnica”.
com a interferência de potências es- Até o início de 2022, os conflitos em
ARÁBIA
ar
SAUDITA
Ve
rm
el
ho
DJIBUTI
10º N SOMÁLIA
Elaborado com base em: WHAT’S
ETIÓPIA
SUDÃO
the difference between Sudan
REPÚBLICA and Soth Sudan? Oxfam, 7 jul.
DO SUL
CENTRO-AFRICANA 0 360 720
Juba
2021. Disponível em: https://
km
www.oxfamamerica.org/explore/
Área de conflito stories/whats-the-difference
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA
UGANDA -between-sudan-and-south
DO CONGO QUÊNIA Capital de país
-sudan/. Acesso em: 12 maio 2022.
92
92
A oposição do governo sudanês ao separatismo em Darfur é parcialmente Orientações didáticas
explicada, também, pela existência de reservas petrolíferas na região.
Aproveite o momento para explorar
A solução definitiva para o conflito esbarra em uma série de problemas: a
a relação entre as riquezas naturais e
quantidade de milícias existentes, o grande número de refugiados, o crescimen-
o interesse de governos estrangeiros
to dos grupos rebeldes, a proliferação de armas na região e o desinteresse do
e grandes empresas na África, os con-
governo central, cujo presidente era um ditador que estava no poder desde
flitos e governos autoritários no con-
1989 e foi deposto em 2019. O governo sudanês sempre teve – e tem – estreita
tinente.
relação com a China, que compra cerca de 60% do petróleo do Sudão e vende
Um caso que pode ser trabalhado de
armamentos para o país.
forma complementar é o dos diaman-
Muitos dos desabrigados do Sudão se deslocaram para outros países da
tes de conflito, como são chamados os
África, principalmente para o Chade, país vizinho cuja população é etnicamen-
diamantes provenientes de áreas con-
te similar à população de Darfur. Além dos conflitos, a região de Darfur ainda
troladas por grupos armados rebeldes
enfrenta escassas áreas de terras férteis cultiváveis e secas prolongadas, agra-
que lutam contra os governos de seus
vando a situação da população local.
países. O caso mais famoso é o de Ser-
ra Leoa, onde tais pedras foram a prin-
Mahamat Ramadane/Anadolu Agency/AFP
Situações semelhantes à de Darfur são comuns nos países africanos, após Explore
a independência, e envolvem até mesmo interesses de empresas privadas, Oriente os estudantes na compara-
que se beneficiam economicamente com a exploração de recursos minerais ção dos conflitos de Darfur e Ruanda,
ou energéticos, como o petróleo, e procuram sempre apoiar governantes que Espera-se que os estudan- dando continuidade à mobilização das
tes analisem o fato de que
lhes favorecerão. governos de grandes potên- habilidades EF08GE05 e EF08GE08,
cias, como a China e a França consolidando conhecimentos sobre os
(por exemplo), podem, em
alguns casos, contribuir para fatores condicionantes dos conflitos no
a ocorrência de conflitos e
Explore a manutenção de regimes continente africano. Auxilie-os a identi-
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
não democráticos que vio- ficar similaridades entre os conflitos em
lam os direitos humanos no
⓿ Considerando o que você estudou sobre os conflitos étnicos em Ruanda e
continente. Isso ocorre por- questão, inclusive em termos de mortos
no Sudão, analise a situação dos países africanos, a partir do período que essas potências, muitas e refugiados, de perseguição e genocí-
pós-independência, e explique como os interesses das potências estrangeiras vezes, apoiam governos que
as favorecerão, considerando dio, comentando com os estudantes
em muitos casos acabam por impactar negativamente a manutenção da paz e o interesse dessas grandes que tal situação está presente em ou-
o avanço da democracia no continente. potências nos recursos natu-
rais do continente. tros países da África, como na Nigéria,
que será analisada no Capítulo 8.
93
Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor
Diamante de sangue
Direção: Edward Zwick. Estados
Unidos, 2006 (143 min).
O filme aborda as questões rela-
cionadas aos conflitos em Serra Leoa
(1991-2002) e as disputas por um im-
portante recurso mineral: o diamante.
93
Leia as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
1. As matérias-primas e alimentos têm uma participação expressiva, representando 80% das exportações
no período 2000-2017, enquanto as exportações de bens manufaturados representaram apenas 20%.
Orientações didáticas Trabalhando com texto e gráfico
Trabalhando com A África no contexto da economia globalizada
Promova a leitura compartilhada do Os governos que se estruturaram após os processos de independência foram, de modo geral, mar-
texto desta página e destaque algu- cados pelo autoritarismo e pela corrupção. Além disso, as disputas pelo poder entre etnias rivais, a
mas características da relação dos paí- carência de recursos financeiros e os interesses econômicos e político-militares das grandes potências
ses africanos com o mundo. Pergunte são fatores que dificultaram reformas na organização política e socioeconômica da maioria dos países
aos estudantes como, na opinião de- africanos.
les, os países africanos se inserem na No contexto da economia globalizada (caracterizada por intensos fluxos financeiros, desenvolvi-
economia globalizada. Retome algumas mento de tecnologia avançada e busca de mão de obra qualificada e mercados consumidores para
características da globalização para fa- produtos de alta tecnologia), a maioria dos países africanos encontram diversos desafios na tentativa
cilitar esse processo e questione-os, de se tornarem mais competitivos e atingirem um maior nível de desenvolvimento econômico.
também, sobre o que estudaram a res- Em virtude da modernização no campo e das vastas riquezas minerais e energéticas do continente,
peito da Nova Divisão Internacional do muitos países africanos passaram a integrar as redes de produção, distribuição e comercialização de
Trabalho (DIT). produtos do setor primário, vinculadas às corporações transnacionais. Consequentemente, são hoje
Aproveite esse momento para co- caracterizados pelo baixo nível de industrialização e economias voltadas à exportação de commodities.
mentar sobre a infraestrutura neces- Observe o gráfico.
sária para a conexão com o mundo
globalizado, como energia, telecomu- África: percentagem de tipos de produto
nas exportações – 2000-2017
nicações e transporte, destacando que Os lucros obtidos pelas exporta-
70
alguns países do continente africano ções, no entanto, são em grande parte
se encontram menos inseridos do que 60
enviados ao estrangeiro ou retidos por
outros nas cadeias globais de valor. Se 50 empresas e pequenas elites locais, não
achar interessante, explore também al-
40 se revertendo em diversificação eco-
guns recursos naturais importantes pa-
nômica e no desenvolvimento social.
%
94
Orientações didáticas
O potencial de desenvolvimento da África
As abordagens nesta página pos-
A África é um continente com amplo potencial para o desenvolvimento so-
sibilitam a mobilização da habilidade
cioeconômico, porém, a baixa diversificação da economia e os problemas rela-
EF08GE08, levando-se em conta a aná-
cionados à infraestrutura são obstáculos marcantes para seu crescimento.
lise da situação, em linhas gerais, dos
Um aspecto relevante é a dependência de exportações de commodities,
países africanos no contexto atual.
que torna as economias africanas sensíveis às variações no preço desses pro-
É importante que, durante o estu-
dutos no mercado internacional, uma vez que não garantem um fluxo de ca-
do sobre o continente africano, os es-
pitais mais regular.
tudantes identifiquem que se trata de
As matérias-primas minerais, o petróleo e os gêneros agrícolas, por exemplo,
um continente com amplo potencial de
apresentaram alta na primeira década do século XXI, porém, sofreram redução
desenvolvimento e oportunidades, in-
na demanda e nos valores na segunda década deste século e no período da
clusive para parcerias com o Brasil. Co-
pandemia de covid-19.
mente que, desde o início deste século,
Comparativamente aos bens industrializados, essas mercadorias têm um
valor agregado: valor alguns governos brasileiros fortalece-
valor agregado menor, gerando menos recursos financeiros no caso das vendas adicionado a uma
mercadoria,
ram e ampliaram as relações diplomá-
para outros países (exportações). E, devido à baixa diversificação de suas in-
considerando, ticas com alguns países africanos, com
dústrias, os países africanos seguem dependentes da importação de produtos principalmente, o aumento do número de embaixadas e
industrializados, principalmente de alta tecnologia. trabalho realizado (nível
de especialização e de consulados-gerais.
Para reverter esse cenário, os países africanos necessitam diversificar suas qualificação) e a Nesta página também é apresenta-
economias, melhorar e ampliar a infraestrutura energética, de telecomunica- tecnologia empregada
(pesquisas, máquinas, do aos estudantes o caso da Etiópia,
ções e de transportes, ampliar e fomentar suas indústrias, qualificar mão-de-
equipamentos) para sua país africano que vem adotando uma
-obra, melhorar as seguranças política e jurídica, a fim de atrair investimentos. produção. Assim, uma
tonelada de aço tem um
estratégia de industrialização para ex-
Ações nesse sentido têm sido empreendidas por países como a Etiópia, que
valor muitíssimo menor portação similar ao modelo adotado
tem expandido seus parques industriais (sobretudo nos setores agroalimentar, do que uma tonelada de por alguns países asiáticos ao longo do
farmacêutico, têxtil e de curtume) e sua infraestrutura contando com investi- um veículo, em uma
comparação simples. século XX. Aproveite esse exemplo pa-
mentos chineses; e o Quênia, onde foi aprovada, em 2015, uma nova legisla-
ra discutir o significado de valor agrega-
ção para atividades econômicas, que inclui a criação de uma Zona Econômica
do, conceito trabalhado na Unidade 1
Especial para a estruturação de empresas da indústria de transformação. No
e que é explicado no Glossário. Reto-
entanto, os investimentos estrangeiros, que são liderados pela China, ainda se
me também o conteúdo estudado na
concentram em boa parte nos setores de produção de matérias-primas mine-
página anterior, levando os estudantes
rais e agrícolas e no setor petrolífero. a identificar o potencial de desenvolvi-
mento de países africanos a partir de
Eyerusalem Jiregna/AFP
95
95
Orientações didáticas
Revoltas populares no
norte da África
Leia com os estudantes o texto des-
ta página e mobilize parcialmente a
habilidade EF08GE20 destacando as- Entre 2010 e 2011, a luta da população por democracia, abertura política e me-
pectos da situação dos países dessa lhorias sociais, entre outros aspectos, gerou uma onda de revoltas populares que
região setentrional do continente, em
atingiu o norte da África e o Oriente Médio, derrubando regimes autoritários e
termos políticos e populacionais. Dê
provocando uma mudança de olhar em relação ao mundo árabe, quase sempre
atenção às questões ligadas à Líbia,
visto exclusivamente na perspectiva das questões étnico-religiosas ou do petróleo.
à Tunísia e ao Egito, onde, em 2019,
Esse fenômeno social se tornaria conhecido como a Primavera Árabe e con-
por meio de um referendo, foi apro-
tou com uma ampla mobilização popular, com participação ativa de jovens e
vada uma reforma constitucional que
das redes sociais, utilizadas para disseminar informações e convocar pessoas
ampliou o mandato do presidente Ab-
para os protestos nas ruas.
del Fatah al-Sisi até 2030. Destaque,
Na Tunísia, onde o movimento se iniciou, a mobilização levou à queda do
principalmente, que a partir do perío-
ditador Ben Ali, abrindo espaço para que o partido islâmico moderado assu-
do pós-independência a maioria dos
misse o governo do país onde, desde 2014, são realizadas eleições livres. Apesar
países dessa região passou a se ca-
da abertura democrática, em 2018, o povo foi novamente às ruas para exigir
racterizar pela existência de regimes
melhoria nas condições sociais, desta vez após o país recorrer ao FMI para a
nacionalistas árabes, ligados a ditado-
obtenção de recursos, que em contrapartida exigiu um programa de redução
res que ficaram por décadas no poder.
dos gastos governamentais.
Converse com os estudantes so-
bre os principais aspectos que carac-
Martin Bureau/AFP
96
Atividade complementar
⓿ Explore as CG2 e CEG5, relacionadas ao desenvolvimento de práticas de investigação, orientando os estudantes a desenvol-
ver uma investigação sobre a chamada Primavera Árabe, que ocorreu em alguns países do mundo árabe a partir de 2011.
Incentive-os a fazer uma análise dos aspectos sociais e políticos das manifestações ocorridas, com base nas informações
coletadas, e a elaborar ideias e pontos de vista, trabalhando a argumentação (CG7).
⓿ Organize a turma em cinco grupos. Cada grupo deverá ficar responsável por pesquisar sobre os levantes populares em um
país do mundo árabe que esteve envolvido nessas lutas e protestos. Eles também deverão pesquisar sobre as consequências
e conquistas desses movimentos no país em questão. Após a pesquisa, organize um seminário com os estudantes, para a
apresentação dos resultados.
96
Conexões com 2. No item c, se achar oportuno, pro-
mova uma sessão de cinema para as
Língua Portuguesa apresentações e estimule, entre os es-
1. b) Os estudantes devem considerar o contexto da globalização. Assim, pode-se afirmar que o poema se mantém tudantes, uma eleição dos melhores
atual, uma vez que, em razão das hegemonias econômicas, políticas e militares, desafios semelhantes à época da vídeos, que podem seguir critérios prees-
A voz dos africanos colonização são impostos a diversos países africanos e suas populações, que lutam
para se libertar da dependência econômica, da corrupção e das guerras, ansiando por tabelecidos pela própria turma, como:
A África foi colonizada por diferentes povos europeus, inclusive os portugueses. Entre as diversas conse- seleção de autores e obras, elaboração
quências e legados da colonização lusa está a língua portuguesa, um dos idiomas oficiais de Angola, Cabo do vídeo e da edição, entre outros.
Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. segurança, justiça social e melhores condições de vida.
Em cada um desses países, surge uma literatura própria, que busca retratar a história e a sociedade
local. Na literatura africana de língua portuguesa, destacam-se diversos autores que, em suas obras, de-
Leitura complementar
nunciam a situação de opressão imposta pelos colonizadores e abordam as dificuldades enfrentadas pela Os textos e os contextos – As
sociedade no período anterior e pós-independência. Veja um exemplo a seguir. 2. a) Os estudantes literaturas africanas de língua
poderão citar autores portuguesa entre a ficção e a
Grito negro como: Mia Couto e realidade
Paulina Chiziane, de
Eu sou carvão! Moçambique; José A atual literatura africana escri-
E tu arrancaste-me brutalmente do chão Reprodução/Instituto Nacional do Livro e do Disco Luandino Vieira,
Pepetela e Uanhenga ta em português une um conjunto
E faz-me tua mina Patrão! Xitu, de Angola; e de autores que partilham uma si-
Eu sou carvão! Baltasar Lopes da
Silva e Daniel Filipe, nergia cultural a que corresponde
E tu acendes-me, patrão
de Cabo Verde. uma longa história comum feita
Para te servir eternamente como força motriz
de encontros e desencontros. Se
Mas eternamente não [...]
o contato entre culturas diversas
CRAVEIRINHA, José. Antologia poética. Belo Horizonte:
Editora da UFMG, 2010. p. 15.
nem sempre foi pacífico, a língua
portuguesa, apesar da forma como
Esse trecho de poema foi escrito no contexto da Reprodução da capa
de um dos livros de se divulgou, e se tornou veículo de
colonização de Moçambique pelos portugueses e Craveirinha, um dos uma cultura imposta, acabou por
retrata o anseio de liberdade de um povo submeti- principais poetas de transformar-se, de mais de uma
Moçambique e primeiro
do a adversas condições de trabalho e de tratamen- forma de aculturação e opressão
autor africano a receber
to social, em meio à uma situação de preconceito o Prêmio Camões, o imposta pelo colonizador, em ex-
e discriminação do negro. O “carvão” pode ser as- mais importante prêmio pressão de resistência que permi-
literário da língua
sociado à cor da pele dos africanos, enquanto “pa- portuguesa. tia não só romper as barreiras do
trão” se refere ao colonizador. território em que eram produzidas
1. a) Espera-se que os estudantes verifiquem que o poema faz uma denúncia ao coloniza- como ultrapassar as dificuldades
dor português, ao mesmo tempo que mostra a força e a não submissão do africano, o que
se pode apreender sobretudo pela leitura dos últimos versos. NÃO ESCREVA NO LIVRO. de contato entre os vários grupos
1 Após a leitura do poema, responda às questões. Leia as orientações para a atividade neste culturais que partilham o mesmo
Manual do Professor.
espaço mas utilizam línguas di-
a) O poeta faz uma denúncia das condições impostas à sociedade africana pelo colonizador por-
versas tornando-se, assim, numa
tuguês ou pode-se afirmar que o poema tem um tom de derrota e de resignação? Explique.
língua franca.
b) É possível estabelecer relações entre esse poema e a atual condição dos africanos, que nas- A língua do poder deu lugar ao
ceram nos países colonizados pelas potências europeias? Justifique sua resposta. poder da língua. O veículo de trans-
2. b) Resposta pessoal. Se achar pertinente, organize a turma em
2 Forme um grupo com os colegas. duplas ou trios e oriente-os a escolher autores diferentes para tra- missão da mensagem viu-se assim
balhar. subvertido e transformado em for-
a) Pesquisem outros autores africanos cujo país de origem tenha sido colonizado por Portugal
ma de expressar a resistência para
e escrevam uma breve biografia de cada um deles.
além dos limites do espaço geográ-
b) Separem trechos de suas obras e comentem que tipo de denúncia ou retrato fazem de seu país. fico imediato que a transmissão
c) Montem um vídeo declamando os trechos escolhidos, seguidos dos comentários elaborados oral permitia.
no item anterior. O vídeo deve ser feito por todos os integrantes do grupo e ter duração má- FERNANDES, Margarida. Os textos e
xima de cinco minutos. Para a captura das imagens, vocês podem usar celulares ou tablets os contextos – As literaturas africanas
com filmadora ou aparelhos específicos, como câmeras filmadoras. de língua portuguesa entre a ficção e
a realidade. p. 40-41. In: GONÇALVES,
António Custódio (org.). IV Colóquio
2. c) Atividade prática. A elaboração de vídeos costuma ser uma atividade bastante motivadora. Os vídeos pro-
postos nesta atividade são de fácil execução e podem ser feitos na própria escola ou como atividade para casa. Internacional Multiculturalismo,
97 poderes e etnicidades na África
Subsaariana. Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, 2002.
97
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
Ao propor a retomada dos conceitos
e temas estudados neste capítulo, re- NEOCOLONIALISMO A ÁFRICA NO CONTEXTO DA ECONOMIA
capitule com os estudantes aspectos ⓿ Partilha da África; GLOBALIZADA – DESAFIOS
relacionados à colonização africana ⓿ Potências europeias; ⓿ Carência de recursos financeiros;
e as consequências do neocolonialis- ⓿ Desestruturação da organização política e ⓿ Baixo nível de industrialização;
mo para os países do continente, as- social e exploração de recursos naturais. ⓿ Economias pouco diversificadas, fortemente voltadas
sim como em relação ao contexto da para a exportação;
⓿ Carência de infraestrutura energética, de
descolonização da África no período da
telecomunicações e de transportes;
Guerra Fria, fortalecendo o desenvol- ⓿ Baixa qualificação da mão de obra;
vimento das habilidades EF08GE05 e ⓿ Dependência financeira e tecnológica em relação aos
EF08GE08, tendo em vista as situações países desenvolvidos.
geopolíticas na África no período pós-
-guerra. Isso será importante para que,
nos próximos capítulos, eles compreen-
dam alguns aspectos socioeconômicos DESCOLONIZAÇÃO/
DIFICULDADES ÁFRICA – PASSADO
atuais dos países africanos. Aproveite
PÓS-INDEPENDÊNCIA E PRESENTE
para consolidar a aprendizagem sobre
os conceitos de Estado, nação e terri- ⓿ Processos de independência;
tório, fundamentais para o desenvolvi- ⓿ Manutenção das fronteiras coloniais;
mento da habilidade EF08GE05. ⓿ Dificuldades para manter sua autonomia
política e promover a independência REVOLTAS POPULARES NO NORTE DA
econômica e social;
ÁFRICA (DESDE 2010)
⓿ Democracias frágeis e regimes ⓿ Reivindicações: democracia, abertura política e
autoritários;
melhorias sociais durante a Primavera Árabe;
Leitura complementar ⓿ Corrupção e desvio de recursos do ⓿ Algumas (poucas) conquistas: regime democrático na
Estado por parte das elites.
Tunísia, derrubada de regimes ditatoriais em países do
Para o Brasil, que vem forta-
mundo árabe;
lecendo as relações diplomáti- ⓿ Retorno de governos autoritários no Egito e na Líbia.
cas, a cooperação econômica e o
intercâmbio cultural com aquele
continente [África] [...]. A crescen-
te aproximação com os países da
África se reflete internamente na
crescente valorização do papel do
negro na sociedade brasileira e
na denúncia das diversas formas
CONFLITOS ÉTNICOS E
de racismo. O enfrentamento da GUERRAS CIVIS
⓿ Países fragmentados do ponto de vista
EXEMPLOS
desigualdade entre brancos e ne-
étnico e religioso;
⓿ Ruanda: genocídio étnico em ã99é;
gros no país e a educação para as
⓿ Disputas pelo poder entre etnias rivais;
⓿ Darfur (Sudão), foco separatista, guerra civil a partir
relações étnicas e raciais ganhou de í003 e genocídio étnico.
⓿ Em alguns casos, encobrem interesses
maior relevância com a Constitui-
de grandes potências nos recursos
ção de 1988. O reconhecimento da
naturais existentes.
prática do racismo como crime é
uma das expressões da decisão
da sociedade brasileira de superar
a herança persistente da escravi-
dão. Recentemente, o sistema edu-
cacional recebeu a responsabili-
dade de promover a valorização 98
da contribuição africana quando,
por meio da alteração da Lei de Di- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
retrizes e Bases da Educação Na-
cional (LDB) e com a aprovação da Atividade complementar
Lei 10.639 de 2003, tornou-se obri-
⓿ Para promover a sistematização dos conceitos e temas
gatório o ensino da história e da
apresentados no esquema e remediar possíveis defasa-
cultura africana e afro-brasileira
gens que possam ter surgido no decorrer do estudo da
no currículo da educação básica.
unidade, promova questões para os estudantes responde-
Essa Lei é um marco histórico para a educação e a sociedade brasileira por criar, rem rapidamente. Nesse contexto, as questões devem ser
via currículo escolar, um espaço de diálogo e de aprendizagem visando estimular o simples, como: O que foi o neocolonialismo? Por que a
conhecimento sobre a história e cultura da África e dos africanos, a história e cultura descolonização do continente passou a estar no centro das
dos negros no Brasil e as contribuições na formação da sociedade brasileira nas suas disputas da Guerra Fria? Por que existem, no continente
diferentes áreas: social, econômica e política. africano, muitos conflitos motivados por questões étnicas?
Quais foram as causas do genocídio em Ruanda? O que
MAZRUI, Ali A.; WONDJI, Christophe (Ed.). História geral da África, VIII: África desde 1935.
foi a Primavera Árabe? O estudante, então, deve conversar
Brasília, DF: Unesco, 2010. p. VIII. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/
images/0019/001902/190256POR.pdf. Acesso em: 21 jun. 2022.
com um colega. Depois, expanda a discussão para envolver
toda a turma.
98
NÃO ESCREVA NO LIVRO. atividade promove, então, uma aproxi-
mação com as habilidades EF08GE13,
3. b) Espera-se que os estudantes possam concluir que tanto a expectativa de vida quanto
considerando o contexto de baixo de-
Retome a média de escolaridade são muito baixas, mesmo se comparadas às de outros países em
desenvolvimento, como os da América Latina, por exemplo. senvolvimento científico e tecnológi-
1 Relacione a colonização africana com a definição dos limites territoriais da maioria dos países desse co da maioria dos países africanos, e
continente e utilize os conceitos de Estado, nação e território para explicar as consequências atuais EF08GE20, quanto às características
desse processo. 1. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. econômicas desses países.
2 Analise a realidade dos países africanos, em relação aos seus aspectos econômicos estruturais, tipos de Já a atividade 3 propicia a mo-
trabalho e desenvolvimento tecnológico, escrevendo um parágrafo para explicar a afirmativa a seguir:
bilização da habilidade EF08GE20,
tendo em vista a análise de aspectos
No contexto da economia mundial globalizada (caracterizada por intensos fluxos financeiros, desen-
socioeconômicos de países da África,
volvimento de tecnologia avançada e busca de mão de obra qualificada e mercados consumidores
e a proposta da atividade 4 (prática)
para produtos de alta tecnologia), a maioria dos países africanos, sobretudo os subsaarianos (que se
propicia o trabalho com as CG2, CG3
situam ao sul do deserto do Saara), ainda é pouco competitiva.
2. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. e CEG5, já que estimula o desenvol-
vimento da pesquisa, da criatividade
Exercite
e do repertório cultural. Além disso, a
3 Analise o quadro e responda às questões a seguir. pesquisa aborda o TCT Educação pa-
a) Quais dos países ra valorização do multiculturalismo nas
Alguns países com os piores indicadores sociais – 2019
apresentados no matrizes históricas e culturais brasilei-
Esperança de vida Média de anos ras. Oriente os estudantes a responder
quadro fazem par- País IDH (posição)
ao nascer (anos) de escolaridade
te da África? Em sua às questões apresentadas e organizar
Mali 0,434 (184ª) 59,3 2,4 um seminário para a apresentação dos
avaliação, que fato-
res contribuem para Burundi 0,433 (185ª) 61,6 3,3 resultados. Se considerar pertinente,
esse cenário? Sudão do Sul 0,433 (185ª) 57,9 4,8
elabore com os estudantes um mural
para ser exposto em sala de aula ou na
b) Como você avalia a Chade 0,398 (187ª) 54,2 2,5
escola. Para suscitar as discussões, uti-
esperança de vida República Centro-Africana 0,397 (188ª) 53,3 4,3 lize a sugestão de livro desta página e a
ao nascer e a média
Níger 0,394 (189ª) 62,4 2,1 leitura complementar indicada na pági-
de anos de escolari-
Elaborado com base em: RELATÓRIO de desenvolvimento humano. A próxima
na anterior deste Manual do Professor.
dade dos países des-
fronteira: O desenvolvimento humano e o Antropoceno. UNDP, 2020. Disponível em:
tacados? http://hdr.undp.org/sites/default/files/hdr2020_pt.pdf. Acesso em: 12 maio 2022.
Sugestões
Sugestão para
paraooprofessor
professor
4 A cultura brasileira recebeu influências significativas da cultura africana. Pesquise as influências afri-
canas no modo de vida dos brasileiros. Para realizar a atividade, siga as instruções e observe um exem- África e Brasil africano
plo a seguir, na fotografia: 4. Atividade de pesquisa e exposição dos resultados. Leia as orientações para a SOUZA, Marina de Mello e. São
atividade neste Manual do Professor.
a) Procure em livros, revistas ou na internet aspectos da culinária, das religiões e da música em alguns Paulo: Ática, 2013.
países africanos.
A obra aborda diferentes aspectos
da história da África, estabelecendo
b) Pesquise como a culinária, as religiões e a
MehmetO/Shutterstock
1. Espera-se que os estudantes apontem que, no processo 2. Os estudantes poderão pontuar que os países africa-
de colonização africana, os limites foram definidos de acor- nos são altamente dependentes das exportações de ma-
do com os interesses europeus, separando etnias e, em térias-primas minerais e agrícolas. Além disso, são países,
alguns casos, agrupando etnias rivais, ou com profundas di- de modo geral, com precariedades em termos de infraes-
ferenças religiosas, em um mesmo território. trutura energética, de transportes e de telecomunicações,
Consequentemente, os países africanos tornaram-se Es- que contam com mercados consumidores de baixo poder
tados, mas não eram nações do ponto de vista cultural: são aquisitivo e dispõem de mão de obra pouco qualificada. Por
países multiétnicos (compostos de diversas etnias), o que tais razões, a maior parte dos países africanos participa da
dificulta a unidade nacional e contribui para a ocorrência economia globalizada na condição de agroexportador. Esta
99
BNCC no capítulo
Competências gerais da Educação
6 1. Sim, ele está presente na região Amazônica e o tipo climático é o Equatorial.
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
2. Os estudantes podem comentar a importância para a fauna da região,
inclusive para os gorilas; para a dinâmica das chuvas, não somente para a
região onde fica a floresta, mas para outras regiões também; para o abaste-
Básica (CG): 2, 3 e 5. cimento dos lençóis freáticos; entre outros aspectos.
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino Natureza e sociedades
Fundamental (CECH): 3, 4 e 7.
Competências específicas
na África
de Geografia para o Ensino Simon Maina/AFP
Fundamental (CEG): 4, 5 e 6.
Habilidades de Geografia: EF08GE13
e EF08GE20.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação Ambiental e Ciência
e Tecnologia.
Introdução
Este capítulo aborda a diversidade
natural africana, o relevo, a hidrografia,
o clima e a vegetação do continente e
de que forma os aspectos naturais in-
fluenciam na caracterização dos tipos
de atividade desenvolvidos em determi- Para começar
nadas regiões da África e na produção
Converse com os
e organização do espaço geográfico dos colegas e o professor.
países do continente. Trabalha-se, as-
1. O tipo de
sim, a habilidade EF08GE13. Com base
vegetação
nesses conteúdos, serão tratados, tam- retratado na
bém, alguns dos problemas ambientais fotografia existe
no continente que afetam as popula- no território
ções locais, desenvolvendo, portanto, a brasileiro? Se sim,
habilidade EF08GE20. indique a região
onde ele ocorre e o
Ao longo desse percurso, os estudan- Gorilas em Floresta Equatorial no Parque Nacional dos Vulcões (Ruanda), 2021.
tipo de clima a ele
tes serão apresentados a diversos ma- associado.
pas, fotografias e imagens de satélite
para compreensão dos fenômenos es-
2. Qual é a
importância da
Diversidade natural africana
tudados. Sugerimos que, ao trabalhar conservação desse A exuberante e diversa natureza africana torna o continente famoso em todo
esses temas, utilize, se possível, ima- tipo de floresta?
o mundo. A riqueza de sua emblemática fauna conta com animais como o gorila,
gens de satélite e fotografias comple- Considere os
aspectos naturais espécie endêmica das florestas equatoriais que existem na África central.
mentares, buscadas na internet, para A beleza de suas paisagens também é notável, pois é proporcionada por
em sua resposta.
que os estudantes possam conhecer uma grande diversidade de climas e formações vegetais, além de um relevo
3. Que outros tipos
mais sobre a enorme diversidade na-
de vegetação marcado por planaltos, planícies, cadeias de montanhas, falhas geológicas e
tural africana. da África você alguns dos maiores lagos do mundo.
conhece? E animais A seguir, vamos conhecer as principais características naturais da África e ana-
Para começar da fauna africana?
lisar as relações entre natureza e sociedade nesse complexo continente, dotado
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. Peça aos estudantes que indiquem de riquezas naturais que há séculos atraem o interesse de nações estrangeiras.
quais elementos da fotografia permi- 3. Respostas pessoais. É possível que os estudantes citem as vegetações Desértica e Tropical (associada à
Savana). Em relação aos animais, podem citar elefantes, leões, girafas, rinocerontes, hipopótamos, zebras, chim-
tem que eles realizem a associação da 100 panzés, entre outros.
vegetação identificada na fotografia
com a Floresta Amazônica. É possível Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
que eles mencionem a alta densidade
da vegetação, o solo coberto de folhas
(denominado serrapilheira, por conter
muita matéria orgânica), entre outros
atributos da imagem. Se julgar oportu-
no, apresente fotografias da Amazônia
semelhantes à desta página.
100
Orientações didáticas
África – algumas características naturais
Antes de realizar o estudo do texto
Banhada pelos oceanos Atlântico e Índico e pelos mares Mediterrâneo e Ver-
desta página, resgate conhecimentos
melho, a África é o terceiro maior continente do mundo em termos de extensão,
prévios dos estudantes sobre a África.
ocupando uma área de 30 309 677 quilômetros quadrados.
É possível que conheçam, por exem-
A nordeste, a África se une ao continente asiático por uma estreita faixa de
plo, algumas características das pai-
terra, situada entre o mar Vermelho e o Mediterrâneo, o istmo de Suez. Em 1869,
sagens formadas pelas savanas, onde
foi inaugurado o canal de Suez, de grande importância estratégica. Esse canal
vivem grandes mamíferos no continen-
proporcionou a redução do tempo de viagem, por via marítima, entre a Europa
te e, também, paisagens que retratam
e a costa oriental da África, o Oriente Médio e o Sul, Sudeste e Leste asiáticos
a extensão das dunas arenosas no Saa-
por via marítima.
ra, ambas bastante exibidas em progra-
A noroeste do continente africano está localizado o estreito de Gibraltar,
mas de televisão.
com 12 a 14 quilômetros de largura, que separa o Marrocos, na África, da Espa-
Em seguida, explore com os estu-
nha e do território de Gibraltar (pertencente ao Reino Unido), na Europa.
dantes alguns aspectos gerais da África.
Observe nas imagens de satélite a seguir essas características territoriais
Auxilie-os na interpretação da imagem
do continente descritas anteriormente.
de satélite e peça a eles que comen-
tem a diferença de cores na imagem,
Data SIO/NOAA/US Navy, NGA, GEBCO/Landsat/Copernicus/
IBCAO US Geological Survey/Google Earth
B C Mike Winters/Shutterstock
Ao observarem a composição das
imagens de satélite e a fotografia do
canal de Suez, associando-as, os es-
tudantes desenvolvem a CEG4, na
medida em que trabalham com o pen-
samento espacial ao interpretar as ima-
gens e identificar os usos que os seres
humanos fazem do espaço (no caso, do
A imagem de satélite B mostra o istmo de Suez, 2018, canal para comércio marítimo).
que liga os continentes africano e asiático. O istmo é
cortado pelo canal de Suez, ligação artificial que interliga
o mar Mediterrâneo (ao Norte) e o mar Vermelho (ao
Sul). Na fotografia C, navio atravessando o canal de Suez
(Egito), 2020. O canal permaneceu sob controle do Reino
Unido até 1956, quando passou para o domínio do Egito.
Atualmente, constitui uma importante fonte de receita
para a economia egípcia, já que os navios são obrigados
a pagar uma taxa ao atravessá-lo.
101
101
Orientações didáticas
Relevo
Na página 102, referente ao relevo
A maior parte da África é formada por planaltos antigos e bastante desgas-
africano, é possível utilizar o mapa físi-
tados pela erosão. Essa extensa área planáltica apresenta algumas fraturas,
co do continente apresentado na pági-
cuja formação está associada a grandes movimentos geológicos.
na 104 para destacar alguns aspectos
A mais expressiva dessas fraturas está situada do lado oriental do conti-
relacionados às variações de altitude
nente e corresponde a uma longa linha de falhas denominada Rift Valley, região
e às formas do relevo. Um deles, por
pontuada por grandes lagos, vales, escarpas e vulcões que representam algu-
exemplo, é a presença de grandes pla-
naltos na porção central e sul da África, mas das maiores elevações do continente.
os quais, inclusive, ocorrem tanto no Na porção norte da África, está a cadeia montanhosa do Atlas, onde se des-
interior como próximo do litoral. Essa taca a presença marcante do povo berbere. De formação geológica recente,
característica faz com que muitos rios essa cordilheira abrange partes da Argélia e do Marrocos e sua principal eleva-
que nascem nos planaltos corram em ção é o monte Toubkal (Marrocos), com 4 165 metros de altitude.
direção ao interior do continente, es- No Sul, está localizada a cadeia do Cabo, de formação geológica bem anti-
cavando leitos tortuosos em direção ao ga, portanto mais desgastada. Nela destacam-se os montes Drakensberg (com
mar, ou, em alguns casos, desaguan- elevações de até 3 482 metros de altitude).
do em lagos ou terminando por formar As planícies africanas localizam-se principalmente nas áreas próximas ao
deltas internos. litoral ou às margens de alguns rios. De pequena extensão, elas são mais po-
Se possível, a fim de trabalhar com a voadas em alguns trechos da Costa do Marfim, da Nigéria, do Togo, do Benin
CG5, mostre aos estudantes, por meio e de Gana.
de um programa de imagens de saté-
Jacek Sopotnicki/Alamy/Fotoarena
Kobus Peche/Alamy/Fotoarena
sidade.
102
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Delta do Okavango – Paraíso das águas
National Geographic. EUA, 2018 (88 min).
Documentário sobre as riquezas naturais do Delta do Okavango, formado por um rio que nasce em uma região de planalto em
Angola e corre em direção ao interior do continente, terminando por adentrar na depressão do Kalahari, onde forma um grande
delta interno que suporta incrível biodiversidade em uma região de deserto.
102
O Rift Valley Leitura complementar
A região do Rift Valley compõe-se de um grande complexo de falhas geológicas, que se estende desde a O grande vale do Rift na África
África meridional até o Oriente Médio. Na África, sua área de extensão corresponde ao Rifte Africano Orien- Oriental
tal, que se estende de Moçambique e, ao longo de duas seções principais, até o Djibouti, compreendendo
[...]
territórios de diversos países. Observe a imagem a seguir e o mapa da página seguinte.
O Grande Vale do Rifte da África
Oriental (Rift Valey) é uma das ma-
Data SIO/NOAA/US Navy, NGA, GEBCO/Landsat/Copernicus/IBCAO US Geological Survey/Google Earth
taca-se a presença do povo maasai, que luta para gicamente aos riftes principais. Al-
seguir praticando seu modo de vida, baseado no guns receberam nomes que refle-
pastoreio nômade, e conservar suas variadas ex- tem isso, como o Rifte de Nyanza,
pressões culturais que incluem danças, nas quais no oeste do Quênia, perto do lago
saltam bem alto, vestimentas, crenças, pratos culi-
Victoria.
nários e artesanatos. Assim, pode-se assumir um úni-
co rifte em algum lugar da África
Oriental com uma série de outros
Indivíduos da etnia maasai conduzem rebanho distintos, todos relacionados e
no Quênia, 2020. A principal atividade econômica produzindo a geologia e topografia
praticada pelos maasai é a criação de gado bovino e
caprino, aproveitando as pastagens naturais e da qual
distintas da África Oriental. [...]
obtêm parte das fontes de alimentos. NORONHA, Carina. O grande vale do
Rift na África Oriental. Igeológico,
[s. l.], 9 dez. 2019. Disponível em:
103
https://igeologico.com.br/o-grande
-vale-do-rifte-na-africa-oriental/.
Acesso em: 24 mar. 2022.
103
Orientações didáticas Na trilha da Cartografia Mapa físico e
perfil topográfico
Na trilha da Cartografia
Relevo
A realização das atividades da seção
Observe e interprete o mapa.
destas páginas estimula o desenvolvi-
mento da CECH7, bem como da CEG4, África: físico
uma vez que mobiliza a linguagem car-
tográfica para propiciar o desenvolvi- OCEANO
E U R O PA
mento do raciocínio espacial associado ATLÂNTICO Mar
à localização de aspectos naturais da Estreito
de Gibraltar
Cabo Bon
Med
ATLAS i t e rr
A DO
I. da Madeira Golfo de Gabes âneo
África. Para a realização das atividades, Toubkal CA
DEI Golfo de
Canal de
Suez
(4 165 m) M a g r e b Sidra DEPRESSÃO
os estudantes podem trabalhar em du- Is. Canárias DE QATTARA ÁSIA
RTO PLANALTO
DESE DRA DE TADEMAIT
plas ou grupos para conversar entre si Trópico d Cabo Bojador
D
DO R.
E S lo
e Câncer Ni
M TO
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Mtes. DESERTO
e tirar as dúvidas que surgirem. Depois, Cabo Branco Ahaggar Mtes. DA LÍBIA L. Nasser
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incentive-os a compartilhar as respos- DESERTO D O S A A R A DESERTO
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Arq. de DA NÚBIA
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Cabo Verde R. S MACIÇO RT
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(3 415 m)
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tas com a turma e realize as correções en
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L. Chade J. Marrah Ras Dashen od
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(3 070 m)
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vendo toda a turma. Mtes. PLANALTO ar lG
R. E hazal A L. Tana Mtes. Gardafui
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zu Midjurtina Chifre da
Djalon A R. B
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PLANALTO R África
R.
Para reforçar as aprendizagens, a
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Mtes. DA ETIÓPIA
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Baía de
respeito de conhecimentos mobilizados R. Oubangi R. Uele
le
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BeninI. Fernando
Cabo das Camerun
ba
L. Volta
L. Kyoga L. Turkana
LL
Palmas Golfo Pó (4 100 m) Congo
sobretudo a partir do 6o ano, questio-
L. Mobuto
R. OCEANO 0°
A
Equador da I. Príncipe Ruvenzori
RIFT V
Guiné I. S. Tomé R. O (5 119 m) R. T
g L. VitóriaQuênia ÍNDICO
Mtes. Mitumba
ana
nwich
PLANÍCIE DO
ongo
ne-os sobre quais elementos naturais
ou
Cabo Lopez
(5 199 m) Quilimanjaro
e
CONGO
RIFT VAL
R . L ua
R. PLANALTO (5 895 m)
.C
B
R. Cuango
Meridiano de Gree
estão representados no mapa. Eles de- R R.
San ru
DOS GRANDES
Golfo de I. Pemba
lab
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LAGOS Arq. de
ku
Benguela
sai
L. Tanganica I. Zanzibar Seychelles
a
vem indicar as formas de relevo (pla-
EY L
I. Ascensão L. Rukwa
Ponta das PLANALTO
Palmeirinhas DO
nícies e planaltos), os montes e picos, CONGO L. Malawi Arq. de
a
Comores Cabo Bobaomby
ng
Cabo Sta. PLANALTO
hi
R. Z a m
Altitude (m) Maria
R. Ok
DE
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as variações das altitudes, os vulcões, uc
u
D E S ERTO D
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I. de
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R. Cun
es Madagascar
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2 000
çam
an
v
os rios, os lagos, os mares, os oceanos,
b
I. Sta. Helena go e Cabo Masoala
1 000
Mo
Cabo Frio Cataratas de Vitória Ankaratra
500
os estreitos, os golfos e as áreas de-
de
Baía de (2 642 m)
200 Sofala
l
DESERTO
A N
na
R . L i mp o I. Maurício
Banco de imagens/Arquivo da editora
Ca
Trópico de Capricórnio DO
sérticas, por exemplo. Ressalte, poste- 0 I. Reunião
po
–133 AM KALAHARI
ÍBIA Cabo Corrientes
riormente, que as unidades de relevo Hidrografia
an
ge Cabo Vohimena
Rio intermitente
R.
Or G Elaborado com
(planície do Congo e planalto dos Gran- Área inundável
SB
ER Thabana
(3 482 m) base em: CALDINI,
Catarata EN
AK Vera; ÍSOLA, Leda.
des Lagos, por exemplo) não estão de- Sahel Nome de região
Cabo da Boa
Esperança DR
Cabo das Atlas geográfico
limitadas, mas com a indicação de sua Pico Agulhas
0 640 1 280
Saraiva. São Paulo:
Vulcão km
localização, justamente por se tratar de Saraiva, 2013. p. 150.
um mapa físico, e não de unidades de
O mapa evidencia as variações de altitude na África, identificando alguns dos principais picos e cadeias
relevo. Destaque também que no mapa
montanhosas, além dos trechos de planalto, entre outros aspectos. Ele também mostra os principais rios e
estão presentes os limites entre os paí-
lagos africanos.
ses, mas não os seus nomes.
A linha entre os pontos A e B nesse mapa corresponde ao trecho definido para elaboração do perfil
Esses encaminhamentos, além de
topográfico do continente, apresentado na página seguinte.
auxiliar os estudantes na retomada das
aprendizagens, conduzem a uma me- NÃO ESCREVA NO LIVRO.
lhor apreensão de características do es- 1 Qual faixa de altitude é predominante no continente africano? A faixa de 200 a 500 metros.
paço natural dos países africanos.
2 Qual é a forma de relevo predominante na África? Planalto.
Aproveite para promover a observa-
ção coletiva do mapa e do perfil de re- 3 Em que partes da África estão localizados os planaltos de maior altitude do continente? Cite o
levo, orientando a comparação entre nome de dois desses planaltos. Nas porções meridional e oriental do continente. Planalto dos
Grandes Lagos, Planalto da Etiópia, entre outros.
eles. Para que possam se situar em
relação à área do continente atraves-
sada pela linha usada para representa- 104
ção do perfil do relevo, chame atenção
para a localização do ponto mais al- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
to do continente, o monte Quilimanja-
ro, representado tanto no mapa como
no perfil de relevo.
104
Orientações didáticas
4. Espera-se que os estudantes reco-
Observe, agora, o perfil topográfico e a fotografia a seguir.
nheçam que os vulcões e os lagos são
África: perfil topográfico parte do grande complexo de falhas do
PLANALTO DOS GRANDES LAGOS
Rift Valley. Os lagos estão situados em
alguns trechos dessa linha de falhas, ao
metros MONTES ADAMAOUA
MONTES MITUMBA mesmo tempo que as depressões do
6 000
Rio Níger Rio Lualaba Lago Rift Valley são pontuadas por vulcões
Vitória
Rio Congo como o Quilimanjaro.
OCEANO ÍNDICO
Fórmula Produções/Arquivo da editora
Lago Volta
3 000
5. Espera-se que o estudante perceba
que é possível, pois, como percorrem
trechos de diferentes altitudes, os des-
níveis nos cursos desses rios favorecem
0 A B a construção de hidrelétricas, em fun-
Elaborado com base em: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Altas geográfico do estudante. São
ção da velocidade e da força das águas.
Paulo: FTD, 2016. p. 129; TOPOGRAPHIC-MAP.COM. Disponível em: https://pt-br.topographic-map.
com/. Acesso em: 16 jun. 2022. 6. É uma representação gráfica de um
corte do relevo, que permite visualizar
Nicola K photos/Alamy/Fotoarena
Monte ,
pico mais alto da África,
localizado entre o norte da
Tanzânia e o sul do Quênia.
Em primeiro plano, trecho
de Savana com elefantes
no Parque Nacional de
Amboselli (Quênia), 2020.
105
105
Orientações didáticas
Hidrografia
O estudo das páginas 106 e 107 po-
A África apresenta um vasto
de envolver a identificação dos rios no África: bacias hidrográficas – 2016
conjunto de rios e lagos que são
M
tipos de atividade econômica que ne- Trópico de Câncer
ar
Os grandes rios africanos for-
Ve
las se desenvolvem, promovendo a ha- BACIAS ENDORREICAS*
r
m
mam importantes bacias hidrográ-
el
BACIA DO
bilidade EF08GE13.
ho
ficas no continente, com destaque
SENEGAL
A DO BACIA
Além disso, entre as páginas 106 e CI DO
BA
NÍ
para as bacias do Nilo, do Congo,
G
BACIA R NILO AS
*
E
113, é possível mobilizar, com o con- DO
IC
do Níger, do Zambeze e do Orange. BACIA
O RRE
teúdo e atividades propostas no Livro VOLTA DO
Observe a localização dessas ba- SHEBELE
do Estudante, a habilidade EF08GE20,
END
Equador
0°
cias hidrográficas no mapa. BACIAS BACIA
em especial, no que se refere às pres-
I AS
SECUNDÁRIAS
(litoral atlântico) DO OCEANO
BAC
sões causadas na natureza devido às CONGO ÍNDICO
ações humanas. OCEANO
Ainda na página 106, ao trabalhar ATLÂNTICO BACIA DO
reenwich
ZAMBEZE
a hidrografia da África com os estu- BACIAS
dantes, verifique se eles reconhecem a ENDORREICAS* BACIA DO
ano de G
rnio
*As bacias endorreicas não deságuam Trópico de Capr
icó
LIMPOPO
importância do rio Nilo no norte do con- em oceanos e mares. BACIA DO
Meridi
tinente, tanto no transporte quanto na ORANGE BACIAS
Elaborado com base em: GIRARDI, SECUNDÁRIAS
agricultura. Comente também sobre a Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas 0 800 1 600
(litoral índico)
importância do rio Níger e do rio Con- geográfico do estudante. São Paulo:
km
FTD, 2016. p. 131.
go para as diferentes regiões onde se
localizam, explorando contrastes entre O rio Nilo forma uma extensa bacia hidrográfica que se estende desde a África oriental até a África do
esses rios e as áreas que atravessam. norte; no entanto, a construção de barragens e o controle do fluxo do rio ao longo de seu curso tem gerado
Ressalte que, enquanto o Nilo e o Níger diversos impactos sociais e ambientais.
atravessam, principalmente, áreas de O rio Congo, embora menos extenso do que o Nilo, tem a maior vazão (volume de água) do continente.
clima desértico e semiárido, o Congo Na bacia do rio Congo, localizada majoritariamente na República Democrática do Congo, desenvolve-se
atravessa uma exuberante Floresta Tro- uma intensa atividade de mineração também associada a diversos danos ao ambiente, como a poluição e
pical. Para enriquecer o estudo sobre o desmatamento da floresta equatorial.
esses rios, busque previamente ima- O Níger é o principal rio da África ocidental. Nasce na Guiné, próximo à fronteira com Serra Leoa, e
gens na internet para que os estudan- deságua no oceano Atlântico, na Nigéria. A região de seu delta é uma das principais áreas produtoras de
tes possam verificar esses contrastes. petróleo do continente, mas sucessivos derramamentos são um grave problema ambiental que ocorre há
décadas, prejudicando a vida das populações locais.
Explore
Os problemas ambientais verificados nas bacias dos rios Nilo, Congo e Níger geram consequências ne-
É importante que os estudantes reco- gativas para a sociedade e para a natureza. No primeiro caso, há prejuízos para a produtividade agrícola.
nheçam que qualquer tipo de poluição Nos demais, além de afetar os ecossistemas locais, os danos ambientais prejudicam os modos de vida de
da água traz sérias consequências para comunidades que praticam a agricultura e o extrativismo.
as atividades econômicas. Assim, a con-
taminação por petróleo torna impróprio
o uso da água, de maneira geral, além Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
de provocar a morte de diversas espé-
⓿ Considerando as atividades agrícola e pesqueira, discuta com os colegas as consequências da mineração e da
cies de animais e de plantas.
exploração de petróleo para a natureza na bacia do Congo e no delta do Níger e como elas impactam o modo
Se achar pertinente, após realizar a de vida das populações locais.
atividade, a qual mobiliza a EF08GE20,
Com o lançamento do petróleo nas águas do rio Níger, os diversos ecossistemas fluviais, terrestres e mesmo
oriente os estudantes a realizar uma marinhos são afetados, prejudicando a fauna e a flora que os compõem. Há também prejuízos para as pessoas
breve pesquisa sobre a importância 106 que vivem da pesca (fluvial e marinha) e da agricultura.
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
econômica e social desses rios para a
população local, bem como os riscos Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
dos impactos socioambientais que os
acometem. Desse modo, eles serão esti-
mulados a desenvolver a CG2 e a CEG5.
106
O Nilo Atividade complementar
Na África, está localizado um dos rios mais extensos do mundo, o Nilo, com
⓿ Leia o texto e responda às ques-
6 670 quilômetros de comprimento, dos quais 2 mil quilômetros são percorridos
tões que se seguem.
em área desértica. Nação Maasai
Esse rio de grande importância histórica nasce próximo ao lago Vitória e
Originários da região da
segue rumo ao norte, com o nome de Nilo Branco. Na cidade de Cartum, capi- 1. Espera-se que o estudante nascente do Nilo, os Maasai se
cite que, embora as cheias
tal do Sudão, ele se une ao Nilo Azul, que nasce no planalto da Etiópia. Ao se do Nilo possibilitassem a fer- caracterizam pela tradição semi-
tilização dos solos às mar-
juntarem, esses rios passam a formar um único curso de água, que atravessa o gens do rio, o desenvolvi- nômade e pecuarista, possuindo
deserto do Saara com o nome de Nilo, desembocando no mar Mediterrâneo. A mento e a aplicação de tec- o maior grau de especialização do
nologias, como as barragens
foz do Nilo, no Egito, é um imenso delta de grande proveito para a atividade que regulam o fluxo do rio e assunto em todo o leste africano.
agrícola, praticada na região há milhares de anos. os canais e sistemas de irri- Sempre em busca de terras mais
gação agrícola, viabilizaram
A população das margens do rio sempre dependeu das cheias anuais do Nilo um grande desenvolvimen- verdes para alimentar os reba-
to da economia agrícola no nhos, eles chegaram ao Quênia e
para o desenvolvimento da agricultura, pois suas águas, com as cheias, fertiliza- vale do Nilo, a despeito dos
vam os solos às suas margens. No entanto, o transbordamento do Nilo por vezes problemas ambientais oca- à Tanzânia há quinhentos anos e,
sionados pela ocorrência de com seus destemidos guerreiros,
falhava devido à ocorrência de períodos de seca, gerando grandes dificuldades. períodos de seca.
dominaram o território. Foi a
Para solucionar o problema,
107
Orientações didáticas
Climas
Auxilie os estudantes na observação
Atravessada pela linha do equador e pelos trópicos de Câncer e de Ca-
e interpretação do mapa e promova a
pricórnio, a África apresenta climas predominantemente quentes. Observe os
leitura do texto desta página para que
diferentes tipos climáticos presentes no continente e suas áreas de ocorrência
identifiquem os principais tipos climá-
no mapa.
ticos atuantes no continente africano.
Certifique-se de que eles compreen-
dam que o clima influencia direta- África: climas – 2009
0º Elaborado com base em:
mente as características da vegetação C. d
as EUROPA
Ca
n CALDINI, Vera; ÍSOLA,
em função das diferenças de umida- Leda. Atlas geográfico
ár
ias
Saraiva. São Paulo:
de e de temperatura, entre outros fato- Mar Mediterrâneo
Saraiva, 2009. p. 170.
res, portanto, pode ser associado a um
ou mais tipos de vegetação correspon- Trópico de Câncer ÁSIA
M
ar
Ve
dentes, que serão estudados na pági- Explore
rm
el
na seguinte.
ho
s
çõe
on
Ao promover o estudo desta página OCEANO M 1. Na porção
s
da
ATLÂNTICO centro-ocidental
C.
e a observação do mapa, retome com OCEANO
Equador ÍNDICO do continente
os estudantes os conteúdos estuda- 0º
africano,
dos sobre o Rift Valley e promova no- predominam quais
vamente a observação do mapa físico Equatorial
C. Sul-
tipos climáticos?
-Equatorial
do continente africano, apresentado na Tropical
2. Próximo aos
Meridiano de Greenwich
página 104. Esta é uma boa oportuni- Subtropical
trópicos de Câncer
Mediterrâneo
Banco de imagens/Arquivo da editora
r
tanto no sul
sca
vo sobre o clima. Oriente os estudantes Desértico
ga
g u ela
a comparar o referido mapa com o des- Frio de Montanha ad
a como no norte
M
do continente,
Ben
de
Corrente
ta página e explique que a existência
C.
destacam-se
de
marítima quente
C.
de planaltos e escarpas na porção les- Corrente 0 1 185 2 370
extensas áreas com
marítima fria
te do continente influencia o clima e km
ocorrência de quais
a distribuição dos tipos de vegetação tipos climáticos?
nessa região. No caso, as maiores alti- O clima Equatorial é caracterizado por elevados índices pluviométricos, chu-
3. Em trechos dos
tudes e as escarpas do Rift Valley, que vas bem distribuídas ao longo do ano, temperaturas médias anuais na faixa extremos norte e
impedem a passagem de massas de ar dos 25 °C e pouca variação na amplitude térmica, ou seja, na diferença entre a sul da África, às
temperatura máxima e a mínima. margens do mar
úmidas, influenciam a ocorrência de
O clima Tropical é caracterizado por duas estações bem definidas: uma Mediterrâneo
ambientes de savana no leste africano, (Marrocos, Argélia
em áreas próximas ao equador e em la- seca (inverno) e outra chuvosa (verão), com índices pluviométricos em torno de
e Tunísia) e do
titudes semelhantes às florestas tropi- 1 000 mm. oceano Atlântico
cais equatoriais que ocorrem na porção O clima Desértico é marcado por baixíssimos índices pluviométricos e gran- (África do Sul),
oeste da África. des oscilações de temperatura: durante o dia, o forte calor faz a temperatura ocorre qual outro
atingir quase 50 °C; à noite, em razão da rápida perda de calor do solo (ex- tipo climático?
Explore tremamente seco), as temperaturas caem bruscamente, chegando a menos de 4. Que tipo climático
As questões apresentadas estimu- 15 °C. ocorre apenas
em áreas que
lam os estudantes a desenvolverem O clima Semiárido é caracterizado por chuvas escassas e irregulares ao
representam
o raciocínio geográfico ao mobilizar longo do ano (quando acontecem, costumam ser concentradas em um curto grandes elevações
princípios de localização, delimitação, período), com ocorrência de períodos de secas prolongados. que existem
extensão e conexão, construindo estra- O clima Mediterrâneo é marcado pela influência da maritimidade e as tem- nos planaltos e
tégias de pensamento que também po- peraturas médias anuais situam-se entre 15 °C e 20 °C, com as chuvas se con- maciços vulcânicos
dem ser utilizadas para aprendizagem da África?
centrando no período do inverno. Nessas áreas, as condições são favoráveis aos
dos demais conteúdos propostos nes- cultivos de uvas, azeitonas, frutas e cereais. NÃO ESCREVA NO LIVRO.
108
Orientações didáticas
Formações vegetais
Na página 109, ao desenvolver com
Os tipos de vegetação encontrados no continente africano estão associa-
os estudantes o conteúdo acerca das
dos aos climas estudados anteriormente. Observe o mapa.
formações vegetais africanas, se possí-
Na África, localizam-se gran-
África: vegetação – 2006 vel, apresente para a turma fotografias
des desertos: o Saara, no Norte
h
reenwic
ção praticamente inexiste. Entre- Trópico de
C âncer dagem favorece o desenvolvimento da
tanto, no Saara existem diversos ÁSIA
eG
M
CEG4, pois estimula o uso das lingua-
ar
Meridiano d
oásis, nos quais se destaca a pre-
Ve
gens cartográficas e iconográficas para
mr
el
sença de palmeiras e a produção
ho
a resolução de questões que envolvem
de tâmaras. informações geográficas.
Na porção centro-ociden-
O estudo sobre a Floresta Equato-
tal do continente africano, onde
rial e as Savanas do continente afri-
predomina o clima Equatorial,
Equador
0° cano também permite comparações
destaca-se a Floresta Equatorial
com as formações vegetais do Brasil,
(na África central, é denomina-
OCEANO no caso a Floresta Amazônica e o Cer-
da Floresta do Congo), densa e ÍNDICO
Oásis e vegetação de oásis
rado, respectivamente. No entanto, ve-
constituída por árvores de gran- Manguezal
Florestas tropical e equatorial rifique se os estudantes reconhecem
de porte. Floresta de montanha que as espécies que compõe a fauna
Em áreas de ocorrência de Savana arborizada e çoresta degradada
desses ambientes na África são dife-
Floresta clara, savanas arborizadas
clima Tropical, a vegetação pre- Savanas e pradarias arborizadas
Trópico de Capricórnio
rentes daquelas associadas à Amazô-
dominante é a Savana, forma- Savana de altitude
nia e ao Cerrado.
Vegetação arbustiva (deserto)
ção bastante diversa, em geral Deserto
No caso das Savanas africanas, co-
caracterizada pela vegetação Vegetação mediterrânea
Estepes mediterrâneas subdesérticas
0 800 1 600 mente que, embora sejam semelhan-
rasteira, arbustos e árvores es- km
tes ao Cerrado brasileiro, abrigam
parsas (semelhante ao Cerrado Elaborado com base em: PENNAFORTE, Charles. África: horizontes e desafios
no século XXI. São Paulo: Atual, 2006. p. 37.
alguns grandes mamíferos que estão
do Brasil). Em áreas de clima Me-
entre os animais mais emblemáticos
diterrâneo, as vegetações características são o Maqui e o Garrigue, além de
oásis: área de deserto da fauna do continente e que não exis-
florestas de pinheiros e carvalhos em alguns trechos. Já nas áreas de clima onde os lençóis de água tem no Brasil, como elefantes, leopar-
semiárido, ocorre a vegetação de Estepe (pradarias). subterrâneos ficam
dos, leões, zebras, girafas, rinocerontes,
próximos à superfície,
Algumas regiões da África apresentam grande biodiversidade, com desta- entre outros exemplos. Já as florestas,
proporcionando a
que para a ocorrência de espécies endêmicas e grandes mamíferos. Para a con- ocorrência de vegetação apesar de similares às do Brasil, abri-
servação desse patrimônio, áreas protegidas têm sido criadas pelos governos verdejante.
endêmico: que existe gam grandes primatas, como gorilas e
de diversos países. somente em determinada chimpanzés.
região.
Elena Skalovskaia/Shutterstock
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Virunga
Direção: Orlando von Einsiedel.
Reino Unido, República Democrática
do Congo, 2014 (100 min).
Documentário sobre a conserva-
ção dos gorilas em um parque na-
Animais e vegetação de cional na República Democrática do
Savana no Parque Masai
Mara (Quênia), 2021.
Congo e que favorece o estudo sobre
as pressões sobre a natureza nas flo-
restas equatoriais da África.
109
109
1. Instalação de painéis solares para a produção de energia solar. Espera-se que o estudante cite que essa tecnologia
é usada para bombear água do subsolo e proporcionar o cultivo de hortas e pomares em um local onde as chuvas são
escassas. O plantio de árvores e o desenvolvimento de hortas na região, por sua vez, ajudam a conter a desertificação
do solo, aumentando sua capacidade biológica e (no caso das árvores) barrando o avanço das areias do deserto, que
Orientações didáticas são periodicamente carregadas pelos ventos para áreas mais ao sul do Saara.
A desertificação do Sahel
O conteúdo relativo à desertificação
No continente africano, as áreas desérticas vêm se ampliando nas últimas décadas. Esse fenômeno, que
da região do Sahel favorece o desenvol-
atinge principalmente as regiões semiáridas, é parcialmente explicado pelo desmatamento e pela prática
vimento da habilidade EF08GE20. Após
indevida de atividades agropecuárias nas áreas que margeiam os desertos.
a leitura do texto, discuta com os estu-
Um exemplo é a região do Sahel, que ocorre ao longo de uma faixa na margem sul do deserto do Saara
dantes as características dos impactos
(observe o mapa), de clima Tropical Semiárido e caracterizada por uma vegetação de Estepe em sua porção
sobre o meio ambiente nos diferentes
setentrional e pela Savana na parte meridional.
países que fazem parte dessa região.
No Sahel, constantes derrubadas
Ao longo do estudo, destaque as África: Sahel – 2005
de árvores para o estabelecimento de
de
M a r M e d i t e rr â n e o
h
pelas atividades agropastoris e pe- ATLÂNTICO
Greenwic
Meridiano
tamento da madeira, muitas vezes a
lo aproveitamento de madeira (lenha) Saara
única fonte de energia das populações Ocidental
M
como fonte de energia, cujo resultado
ar
n cer
Trópico de Câ
locais, vêm intensificando o fenômeno
Ve
também contribui para a desertifica- MAURITÂNIA
rm
SENEGAL MALI ÁSIA
da desertificação e tornando a região
el
NÍGER
ho
ção. Comente, ainda, que as mudanças GÂMBIA
ainda mais vulnerável às mudanças CHADE OCEANO
climáticas intensificam esse proble- GUINÉ- SUDÃO
ÍNDICO
climáticas. -BISSAU
ma, configurando um misto de cau- GUINÉ NIGÉRIA ETIÓPIA
REPÚBLICA SUDÃO
sas naturais e sociais que torna difícil COSTA DO CENTRO-
MARFIM CAMARÕES -AFRICANA DO SUL
sua resolução. Medidas que vêm sen- desertificação: perda total ou parcial da Equador
GANA BENIN REPÚBLICA
capacidade biológica do solo, que se 0º
TOGO DEMOCRÁTICA UGANDA 0 970 1 940
do adotadas para minimizar esse pro- torna árido, perde sua fertilidade e DO CONGO
0º km
cesso, incluindo o reflorestamento, são capacidade produtiva. As causas da
desertificação decorrem de variações Países africanos de predomínio saheliano Isoieta* dos 150 mm de
abordadas no texto e novamente explo- climáticas (secas prolongadas, por precipitações
Faixa saheliana de 6 400 km no sentido do
radas na seção de atividades, na pági- Isoieta* dos 1 000 mm de
exemplo) e da ação humana oceano Atlântico ao Índico
precipitações
na 113. Realize uma discussão sobre (desmatamento, queimadas, utilização
*Linha que une os pontos de uma região onde as precipitações médias são as mesmas para um
inadequada do solo). período considerado.
o tema com os estudantes, de modo a
contemplar o TCT Educação Ambiental. Elaborado com base em:
A desertificação acarreta sérios problemas para as sociedades que habitam ÍSOLA, Leda; CALDINI,
Vale ressaltar que as questões hu- as áreas afetadas e, desde o final do século XX, governos de alguns países, or- Vera. Atlas geográfico
manitárias no Sahel envolvem, além Saraiva. São Paulo: Saraiva,
ganizações não governamentais (ONGs), e comunidades locais vêm adotando 2005. p. 91 e p. 105.
da desertificação e da insegurança ali- ações de combate ao processo de desertificação no Sahel, com relativo sucesso.
mentar, diversos conflitos que terminam Um exemplo é o reflorestamento da região a partir do plantio de árvores, blo-
por criar um número expressivo de refu- Joerg Boethling/Alamy/Fotoarena
queando o vento que traz a areia do deserto em direção ao Sahel
giados e deslocados internos, agravan-
e contendo o avanço da desertificação. Além disso, a criação de
do ainda mais a situação.
hortas e pomares ajuda a desenvolver as economias locais.
Explore
Mulheres próximas a painéis solares e área cultivada em Maradi
Explique aos estudantes que a de- (Níger), 2020. Diante do problema da desertificação do Sahel e
sertificação acarreta sérios proble- buscando se adaptar às mudanças climáticas, a população do
Sahel se beneficia de projetos que envolvem a implementação
mas para as sociedades que habitam de tecnologias sustentáveis. No caso, a energia solar permite o
as áreas afetadas e que, desde o fim funcionamento de bombas para captar água subterrânea para ser
do século XX, governos de alguns paí- utilizada no cultivo de hortas e pomares. As árvores, por sua vez,
ajudam a frear o avanço do deserto.
ses, organizações não governamentais
(ONGs) e comunidades locais vêm ado-
tando ações de combate ao processo Explore Leia as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
de desertificação no Sahel, com rela-
1. Que tecnologia é evidenciada na fotografia? Como ela pode ser usada para ajudar a conter a desertificação
tivo sucesso. Cite o exemplo de reflo- do Sahel?
restamento da região com o plantio de
2. Esse tipo de iniciativa pode ajudar a gerar renda para a população rural? Justifique sua resposta, analisando a
árvores, bloqueando o vento que traz a
importância da tecnologia evidenciada na fotografia para a economia local.
areia do deserto em direção ao Sahel
e contendo o avanço da desertificação. 2. Espera-se que o estudante responda que sim, pois a tecnologia evidenciada permitiu a captação de água favo-
recendo a produção agrícola, além de proporcionar a subsistência da população, que é comercializada localmente
Além disso, indique como a criação de 110 e desenvolve as economias locais.
hortas e de pomares ajuda a desenvol-
ver as economias locais e peça a eles Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
que façam a leitura da fotografia.
Aproveite as atividades para mobili-
zar a habilidade EF08GE13, bem como
a CECH3, mencionando a importân-
cia da implantação de tecnologias sus-
tentáveis para obtenção de energia e
consequente desenvolvimento da po-
pulação local. Essa abordagem permi-
te também contemplar o TCT Ciência e
Tecnologia.
110
Trabalhando com texto Orientações didáticas
111
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
Na retomada dos conteúdos des-
te capítulo, uma sugestão é propor a DIVERSIDADE NATURAL AFRICANA
construção de mapas mentais indivi-
duais. Para tanto, oriente os estudantes
a organizar os principais assuntos, con- CARACTERÍSTICAS GERAIS
ceitos e informações obtidas ao longo ⓿ Litoral pouco recortado, com poucas possibilidades para a construção de portos.
do estudo em um mapa mental, que ⓿ Importância do canal de Suez para a navegação marítima mundial.
Ed
w
senvolvimento do turismo em áreas de
in
Re
Da
ms
elevada biodiversidade, a partir da ob-
vid
b erg
Wa
servação de animais.
ll/A
/VWPics/Universal Im
lamy/Fotoarena
Escarpas e vales
na região do Girafas no
ag e
Rift Valley, na Parque Nacional
sG
porção oriental do de Chobe, em
ro
up
continente africano área de Savana,
/
G
et
ty
Im
(Quênia), 2019. (Botsuana), 2019.
ag
es
Bri
Equatorial.
an M
ph e
argila, rodeado
n Butl
onaghan/Shutterstoc
por dunas
er/Shuttersto
vermelhas na
parte sul do
Deserto da
ck
Trecho de Namíbia, no
k
trilha no Monte Elgon Parque Nacional
(Uganda), 2020. Namib-Naukluft da
Namíbia, em 2021.
112
Atividade complementar
⓿ Como atividade complementar, peça aos estudantes que realizem comparações entre o mapa da página 108 (relacionado
aos climas) e o da página 109 (relativo às formações vegetais), a fim de encontrar associações entre os tipos climáticos e as
respectivas formações vegetais que se desenvolvem neles. Trabalhe, assim, com a conexão, um dos princípios do raciocínio
geográfico, e aproveite a dinâmica proposta para retomar os principais aspectos de cada tipo climático e de vegetação do
continente.
112
2. a) Sim, pois mostram aspectos das paisagens naturais que abrangem extensas
regiões desse continente: Deserto, Floresta e Savana. Por outro lado, é importante
salientar que há variações dessas paisagens, ou seja, não se pode considerar que
essas imagens contemplam toda a diversidade do continente.
NÃO ESCREVA NO LIVRO. de matéria orgânica, assim como blo-
3. a) Apesar de não apresentar título, os conteúdos foram trabalhados na unidade e, espera-se quear o vento que traz em direção ao
que o estudante identifique o rio Nilo, que nasce próximo ao lago Vitória e tem sua foz em um
Sahel as areias do deserto do Saara, fa-
Retome o rio atravessa áreas de paisagem tropical, 3 Observe o mapa a seguir.
delta no mar Mediterrâneo. Nesse trajeto,
semiárida e desértica.
vorecendo o avanço da desertificação.
Para atender à
Go
pesquisa favorecerá o trabalho com o
lfo
Aqaba
a seguir.
de
TCT Educação ambiental. Se julgar in-
Su
ez
Golfo de
teressante, organize um seminário pa-
Brian Monaghan/Shutterstock
113
BNCC no capítulo
Competências gerais da Educação
7 1. Resposta pessoal. Os estudantes poderão indicar informações relacionadas
à cultura dos povos africanos, com base nos estudos já realizados sobre os
grupos escravizados trazidos ao Brasil; aos aspectos da fauna e flora, pautados
em documentários que possam ter visto; além de características do clima, da
vegetação, etc. Atente-se a uma possível reprodução de estereótipos, reorien-
Básica (CG): 2 e 7. tando a reflexão dos estudantes sobre essas visões.
Fundamental (CEG): 1 e 5.
Habilidades de Geografia: EF08GE09,
EF08GE13, EF08GE14, EF08GE18,
EF08GE19 e EF08GE20.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação Ambiental,
Diversidade Cultural e Educação
para valorização do multiculturalismo
nas matrizes históricas e culturais
brasileiras.
Introdução
Neste capítulo, serão mobilizadas
as habilidades EF08GE09, EF08GE13,
EF08GE14 e EF08GE20, que contem-
plam análises sobre os principais as-
pectos culturais, socioeconômicos e
demográficos do continente africano. Para começar
Nesse processo, os estudantes vão es-
Converse com os
tudar a grande diversidade cultural afri-
colegas e o professor. Lagos (Nigéria) é a cidade africana mais populosa. Vem crescendo nos últimos anos
cana, a regionalização do continente, em função da acelerada urbanização verificada no continente e, de acordo com
as condições de vida, a integração en- 1. O que você sabe
estimativas, deverá ser a cidade mais populosa do mundo em 2100. Na foto, vista de
sobre as grandes centro da cidade em 2020, com uma grande densidade de pessoas e veículos nas ruas,
tre os países da África e sua relação
cidades da África? mesmo em um momento crítico da pandemia de covid-19.
com a China no contexto econômico
A diversidade africana
2. Que problemas
mundial. Ao analisarem e interpreta-
você acredita que
rem uma anamorfose na página 128, elas enfrentam?
os estudantes também vão desenvol-
NÃO ESCREVA NO LIVRO. A África é formada por 54 países que, entre si, apresentam diversidade cul-
ver a habilidade EF08GE18 e a habi-
tural, social e econômica.
lidade EF08GE19, ao elaborarem um
As condições de baixo desenvolvimento, que caracterizam boa parte dos
mapa com a proposta de atividade da
países africanos, acabam contribuindo para criar um estereótipo de pobreza
página 120.
que acompanha o continente. No entanto, essa visão esconde inúmeros con-
Para começar trastes e não traduz de maneira adequada a realidade africana.
Para compreender melhor as diferentes realidades da África, neste capítu-
As atividades podem ser utilizadas
para sondar conhecimentos prévios dos lo conheceremos a regionalização do continente, destacando suas principais
estudantes acerca da urbanização do divisões étnicas e religiosas, as condições de vida de sua população e as desi-
continente africano e de problemas ve- gualdades existentes, além de analisarmos seu espaço econômico e sua partici-
rificados em grandes cidades de países pação na economia mundial.
2. Resposta pessoal. A análise da fotografia pode ser um ponto de partida para possíveis respostas, como a questão
em desenvolvimento. A paisagem retra- da elevada densidade demográfica em algumas cidades, o congestionamento de veículos e a situação do sistema de
tada na fotografia pode ser explorada 114 transportes. O continente é bastante extenso e diverso e, por isso, é possível observar diferentes problemas em suas
áreas, como regiões de seca e/ou pobreza, conflitos internos, dificuldades de acesso a alimentos, medicamentos e
com esse objetivo, pois mostra uma água tratada, entre outros.
grande metrópole, densamente urba- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
nizada, com intenso fluxo de pessoas
e veículos. Além dos congestionamen-
tos de trânsito, resgate problemas co-
muns às grandes cidades para atender
à proposta presente no item 2. Aprovei-
te para estimular a leitura da legenda e
o reconhecimento da maior cidade afri-
cana, pertencente a um país que tam-
bém é o mais populoso do continente
e que será posteriormente estudado em
maiores detalhes no Capítulo 8.
114
Orientações didáticas
África do norte e África subsaariana
Inicie a conversa com os estudan-
Uma das regionalizações mais utilizadas para o estudo do continente africa-
tes solicitando-lhes que definam o que
no é a que estabelece a África do norte e a África subsaariana, com a fronteira
acham que pode significar a divisão en-
entre elas sendo definida, de modo geral, pela margem sul do deserto do Saara.
tre África do norte e África subsaariana.
A África do norte é formada por Egito, Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos
Deixe que eles falem livremente e ano-
(além do Saara Ocidental), países que se distinguem por serem mais homogê-
te as contribuições na lousa. É provável
neos do ponto de vista cultural. Nessa região, a população é majoritariamen-
que eles identifiquem a relação dessa
te branca, de origem árabe e adepta do islamismo. Esses países apresentam,
divisão com o deserto do Saara. Resga-
de modo geral, os melhores indicadores sociais e econômicos do continente,
te elementos do texto apresentado na
embora inferiores aos dos países desenvolvidos do mundo.
página 111, que podem auxiliar no de-
A África subsaariana compreende os países ao sul do deserto do Saara e é
senvolvimento do tema.
caracterizada por uma população majoritariamente negra e etnicamente muito
Em seguida, localize com eles tais re-
diversificada. As condições de vida nos países da África subsaariana também
giões com o apoio de um dos mapas do
variam bastante, mas a região engloba alguns dos países menos desenvolvidos
continente apresentados nesta unida-
do mundo, onde problemas como a pobreza extrema e a fome estão presentes.
de. Explore a habilidade EF08GE20 e
os aspectos dos países que compõem
pim van de pol/Shutterstock
115
115
Orientações didáticas
A composição étnica e as religiões
Apresente aos estudantes o mapa
desta página e peça-lhes que locali- A população africana é predominantemente ne-
África: diversidade étnica e linguística –
zem e interpretem coletivamente as in- gra, mas os brancos representam a maioria da po- fim do século XX
pulação da África do norte – dividida entre árabes e
assim, o raciocínio espacial, de modo berberes (incluindo os tuaregues). Também existem Mar Mediterrâneo
a mobilizar a CECH7. Em seguida, leia no continente minorias brancas de origem europeia, berberes
árabes
M
com eles o texto, dando destaque à Trópico de Câncer tuaregues
ar
Ve
grande diversidade de povos que cons- A população negra, predominante ao sul do Saa- ÁSIA
rm
elh
tituem a população da África. ra, apresenta grande diversidade de povos, religiões
o
sudaneses
Neste momento, é importante ressal- e idiomas. Além de diferentes línguas e dialetos nati- nilóticos
tar que os grupos descritos no texto não vos, são falados o francês, o inglês e o português, in-
etíopes
são etnias, mas sim grupos de povos troduzidos pelos colonizadores. Algumas regiões da Equador
0º
que falam línguas aparentadas. Evite, África subsaariana apresentam população majorita-
coissãs
OCEANO
OCEANO
ich
por exemplo, utilizar o termo “povo” ou riamente islâmica, mas há muitos cristãos, sobretudo ÍNDICO
o de Greenw
ATLÂNTICO bantos
“etnia” para se referir a grupos como os os que praticam o catolicismo. Destaca-se ainda uma
bantos e sudaneses, pois esses agrupa- grande variedade de crenças animistas.
Minorias étnicas
Meridian
de origem europeia coissãs
mentos envolvem inúmeros grupos ét- População branca
Apesar da enorme diversidade, os povos da Áfri- População negra Trópico de
nicos diferentes e se constituem como Capricórnio
ca subsaariana podem ser classificados em grandes Negros e coissãs malgaxes
indonésios
generalizações equivocadas. Destaque
grupos de acordo com similaridades culturais e lin- Primeiros
habitantes
o papel da mulher nas culturas africa- Limite meridional 0 1 060 2 120
guísticas. Observe a distribuição desses grupos no do islamismo
nas, seguindo a sugestão recomenda- 0º km
mapa e suas descrições a seguir.
da a seguir. Elaborado com base em:
⓿ Bantos: etnicamente diversos entre si, os povos falantes de JAGUAR. Atlas du continent
africain. Paris: Éditions du
línguas bantas são os mais numerosos na África subsaariana
Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor Jaguar, 1993. p. 47.
e encontrados na maior parte da região equatorial (bacia do
Mulheres africanas – Congo), da região dos grandes lagos e na África meridional.
A rede invisível ⓿ Sudaneses: povos falantes de línguas sudanesas estão esta-
Direção: Carlos Nascimbeni. Bra- belecidos principalmente na porção ocidental da África.
sil, 2012 (80 min). Biblioteca
Também são culturalmente diversos entre si.
O documentário aborda a condi- ABC do continente africano
ção feminina em países africanos ⓿ Nilóticos: povos falantes de línguas nilóticas habitam princi-
Rogério Andrade Barbosa. São
a partir de depoimentos de cinco palmente a região do alto curso do rio Nilo. Entre eles, Paulo: SM, 2007.
mulheres: Graça Machel, ativista de destaca-se a tradição do pastoreio seminômade. O autor apresenta o continente
direitos humanos moçambicana e
⓿ Povos autóctones das florestas: originalmente chamados de como fonte de riqueza cultural e
esposa de Nelson Mandela; Mama
histórica, além de apontá-lo local de
Sara Masari, empresária tanzaniana; pigmeus (termo atualmente em desuso), em razão da baixa
origem da espécie humana.
Leymah Gbowee, liberiana vencedora estatura, são etnicamente diversos e habitam as Florestas
do prêmio Nobel da Paz em 2011; Um passeio pela África
Equatoriais, conservando um modo de vida baseado na caça
Luisa Diogo, ex-Primeira Ministra de Alberto Costa e Silva. Rio de
e na coleta.
Moçambique; e Nadine Gordimer, Janeiro: Nova Fronteira, 2006.
sul-africana vencedora do prêmio ⓿ Coissãs: grupo que engloba os sãs e os cóis, povos que falam
Em uma viagem à África, três
Nobel de Literatura em 1991. línguas entre as mais antigas do mundo e que, de modo ge- crianças vão desconstruindo a
ral, preservam seu modo de vida, também baseado na caça e imagem que tinham do continente
na coleta. Encontram-se em maior número na Namíbia e em à medida que conhecem a
diversidade de povos e culturas
Botsuana.
presente nele, suas histórias e
⓿ Malgaxes: os povos malgaxes representam a maioria da po- diferentes formas de organização
pulação na ilha de Madagascar, sendo o grupo étnico Merina política e social, além de suas
contribuições para o mundo.
o mais numeroso.
116
Atividade complementar
⓿ Proponha aos estudantes uma atividade de pesquisa sobre as especificidades dos diferentes grupos étnicos africanos,
explorando os TCTs Diversidade Cultural e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais
brasileiras, bem como mobilizando as CG2 e CEG5.
⓿ Com a turma organizada em grupos, oriente-os a pesquisar imagens e textos sobre a história de cada grupo étnico africano,
os principais costumes (religiosos, culinários, danças, festas, etc.), entre outros temas.
⓿ Sabemos que a cultura brasileira recebeu influências significativas de culturas africanas. Assim, caso seja possível, comple-
mente a atividade sugerindo que eles pesquisem também como essas etnias influenciaram a cultura brasileira, englobando
temas como culinária, música, literatura, agricultura, religião e língua.
⓿ Programe uma aula para a socialização da pesquisa por meio de seminários. Se achar pertinente, organize um mural para
ficar exposto na sala de aula.
116
Trabalhando com texto
O texto e as propostas das ativida-
des desta seção possibilitam trabalhar
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. a leitura inferencial, uma vez que os
De que África estamos falando? estudantes são estimulados a refletir
Dos cinco grandes continentes do globo, o africano é o que tem a imagem a respeito da não homogeneidade da
mais homogênea ao olhar estrangeiro: ao mesmo tempo em que figura como a África, considerando uma série de fato-
origem de todos os negros do planeta – imagem que se sobrepõe à de origem res culturais, étnicos, políticos, históri-
da própria espécie humana –, é visto como um lugar exótico, ainda habitado por cos, por exemplo.
grandes animais selvagens, como elefantes, girafas, gorilas e leões, eternamente
marcado por guerras civis, muito distante do desenvolvimento atingido pelas na-
O dossiê completo da revista ele-
ções ricas do mundo ocidental e onde impera a pobreza da maior parte da popula- trônica ComCi•ncia sobre diver-
ção. De fato, um grande estereótipo que não condiz com olhares mais atentos. […] sos temas do continente africano,
Houve um contato intenso com povos árabes e uma forte influência de como os modos de vida e cultura,
sua cultura ao norte do continente, em uma faixa que abrange desde países colonialismo, conflitos, diversas for-
mais próximos do Oriente Médio, como a Somália, a Etiópia, o Sudão e o Egito, mas de resistência ao Imperialis-
passando por toda a costa do Mediterrâneo, onde estão Tunísia, Argélia e Mar-
mo, está disponível em: https://www.
rocos, e se estende até a Mauritânia, já na costa do Atlântico. Para se ter uma
ideia, na Mauritânia, o árabe é a língua oficial, que convive com outras cinco, comciencia.br/comciencia/handler.
incluindo a dos colonizadores franceses, e praticamente toda a população é de php?section=8&edicao=34&id=397
religião islâmica. Se por um lado é possível apontar semelhanças como essas (acesso em: 11 jul. 22), permitindo, as-
entre certos países, não faltam exemplos de peculiaridades que os distingam. sim, o acesso a outros artigos que de-
Enquanto a paisagem do maior deserto do mundo, o Saara, recorta lugares senvolvem outras temáticas.
como Argélia e Líbia, ao norte da África, e a Nigéria, na região oeste – esses três,
membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo –, imensas Florestas
Tropicais caracterizam a África central, onde fica o Congo. […] O Quênia é uma
nação mais bem estruturada e mais urbanizada do que países com problemas ge-
Leitura complementar
rados por guerras civis históricas, como Somália e Etiópia, com os quais faz divisa.
História geral da África
Até internamente os países africanos também têm sua diversidade. Com uma
área total de cerca de 924 quilômetros quadrados – o equivalente à Região Su- 1. A África não é homo- [...] O enfrentamento da desi-
gênea porque pode ser gualdade entre brancos e negros
deste brasileira –, a Nigéria é o país mais populoso da África [...]. Ali vivem pessoas considerada um mosaico
de mais de 250 etnias, dentre as quais as majoritárias são hausa, fulani, yoruba e de nações, povos, costu- no país e a educação para as re-
igbo, que juntas representam 68% da população e cujos respectivos idiomas são mes e religiões. Também lações étnicas e raciais ganhou
as línguas nacionais nigerianas, ao lado da oficial herdada do colonizador inglês. há muitas diferenças entre
os países que a compõem maior relevância com a Constitui-
“O continente é um mosaico de nações, povos, costumes, religiões. Em em termos políticos e de ção de 1988. O reconhecimento da
termos políticos e de desenvolvimento, há muitas diferenças, certamente. O desenvolvimento socioeco-
nômico. prática do racismo como crime é
impacto de um tipo de colonização (francesa, inglesa ou portuguesa) estrutu- 2. O país mais populoso uma das expressões da decisão da
rou a economia e a política dos diversos países de forma diferente, do mesmo da África é a Nigéria, onde
modo que a trajetória de cada um desses países e as opções políticas realizadas vivem pessoas de mais de sociedade brasileira de superar a
250 etnias, entre as quais herança persistente da escravidão.
depois das independências nacionais”, afirmou Tereza Cruz e Silva, do Centro as majoritárias são hausa,
de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique [...]. fulani, yoruba e igbo Recentemente, o sistema educacio-
(hauçás, fulanis, iorubás e nal recebeu a responsabilidade de
CUNHA, Rodrigo. De que África estamos falando? ComCiência, 9 abr. 2008. Disponível ibos), que juntas represen-
em: www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=34&id=396. tam 68% da população e promover a valorização da contri-
Acesso em: 14 abr. 2022. cujos respectivos idiomas buição africana quando, por meio
são as línguas nacionais
nigerianas. da alteração da Lei de Diretrizes e
NÃO ESCREVA NO LIVRO. 3. O continente africano Bases da Educação Nacional (LDB)
apresenta grande varie-
1 Por que não podemos tratar o continente africano como um ter- dade de características, e com a aprovação da Lei 10.639 de
sobretudo culturais e de 2003, tornou-se obrigatório o ensi-
ritório homogêneo? paisagens. Culturalmente,
o continente é, como o pró- no da história e da cultura africana
2 Qual é o país mais populoso da África? E que característica dessa prio texto diz, um “mosaico e afro-brasileira no currículo da
população é ressaltada? de nações, povos, costu-
mes, religiões”. Quanto às educação básica.
paisagens, o continente Essa Lei é um marco histórico
3 Quais características conferem grande diversidade interna ao africano apresenta o deser-
continente africano? to do Saara em grande para a educação e a sociedade brasi-
parte do seu território e leira por criar, via currículo escolar,
imensas florestas tropicais
na África central. um espaço de diálogo e de aprendi-
zagem visando estimular o conheci-
mento sobre a história e cultura da
117
África e dos africanos, a história e
cultura dos negros no Brasil e as con-
tribuições na formação da sociedade
Orientações didáticas sobre a África se tornou obrigatório no Brasil e resgate co- brasileira nas suas diferentes áreas:
nhecimentos sobre a participação dos povos africanos na social, econômica e política. [...]
formação do povo brasileiro. Para enriquecer essa conver- MAZRUI, Ali A.; WONDJI, Christophe
Trabalhando com sa, utilize a leitura complementar sugerida nesta página do (ed.). História geral da África: África
desde 1935. Brasília, DF: Unesco,
O trabalho com esta seção promove o desenvolvimento Manual do Professor.
2010. v. VIII, p. VIII. Disponível
dos TCTs Diversidade Cultural e Educação para valorização Nas atividades 1, 2 e 3, certifique-se de que os estu- em: http://unesdoc.unesco.org/
do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais bra- dantes identificaram que a África não é um continente images/0019/001902/190256POR.pdf.
Acesso em: 24 mar. 2022.
sileiras, considerando a proximidade cultural do povo bra- homogêneo, mas sim extremamente diverso, motivo pe-
sileiro com povos da África e a falta de conhecimentos que lo qual é importante evitar generalizações e estereótipos
muitos brasileiros têm acerca do continente africano, mui- sobre seus povos e também acerca de seus países. Dê
tas vezes entendido por meio de estereótipos que dificul- ênfase ao fato de que apenas um país, a Nigéria, pos-
tam a compreensão da enorme diversidade da África e seus sui mais de 200 etnias em seu território, uma diversidade
povos. Converse com os estudantes sobre o assunto, ques- consideravelmente maior que a grande maioria dos paí-
tionando-os de modo que reconheçam por que o ensino ses do mundo.
117
Orientações didáticas
A sociedade e as condições
de vida da população
Amplie o trabalho com a habilidade
EF08GE20, lendo com os estudantes o
texto dessa página e propondo a rea- Em 2021, a população absoluta do continente africano era cerca de 1,3 bilhão
lização das atividades. Se achar per- de habitantes, o que correspondia a aproximadamente 15% da população mun-
tinente, mostre a eles notícias atuais dial. De modo geral, os países africanos apresentam populações jovens e taxas
sobre problemas vivenciados pelos paí- de crescimento demográfico superiores a 2,2% (enquanto a média mundial é de
ses do continente africano, entre eles aproximadamente 1,2%).
a desigualdade socioeconômica, a in- Os indicadores sociais dos países africanos revelam as condições de vida
segurança alimentar, a prevalência ruins de parte de suas populações, principalmente na África subsaariana. Em
de doenças infecciosas, entre outros 2019, o valor do IDH médio da região era de 0,547 – o menor entre todas as
exemplos. Também é possível mostrar regiões do mundo, refletindo problemas como a baixa renda, a elevada morta-
aspectos positivos, como perspectivas lidade infantil e a falta de acesso à educação.
de crescimento econômico expressivo A escassez de recursos para investimentos em saúde e saneamento básico,
em alguns países, assim como avanços aliada à falta de políticas que priorizem a produção de alimentos para consumo
no combate a esses problemas. interno, tende a manter baixa a expectativa de vida em muitos países da África insegurança alimentar:
situação na qual as
Aproveite para destacar mais infor- subsaariana, contribuindo para a prevalência de doenças infecciosas como a aids pessoas não têm
mações sobre fatores ainda negligen- (provocada pelo HIV) e a malária, assim como para a situação de insegurança acesso permanente aos
ciados que contribuem para as altas alimentos em quantidade
alimentar à qual está sujeita uma parcela de sua população. ou diversidade suficiente
taxas de mortalidade e baixa expecta- Os países africanos apresentam ainda um dos piores níveis de desigualdade para satisfazer às
tiva de vida nos países da África sub- suas necessidades
do mundo, com coeficiente de Gini médio de 0,43. Para comparação, os países nutricionais, de maneira a
saariana, como a malária, infecção em desenvolvimento têm, em média, coeficiente de Gini de 0,39 (quanto mais ter uma vida saudável.
provocada por parasitas do gênero próximo de 1, maior a desigualdade entre as pessoas).
Plasmodium e transmitida por mos-
Luke Dray/Getty Images
Oriente os estudantes a realizar as África e também na América Latina. A partir dessa propos-
atividades conversando entre si. Nas ta, incentive-os a discorrer sobre as condições e saneamen-
atividades 1, 2 e 3, espera-se que, to básico nessas áreas e outros elementos que evidenciam
amparados pelo texto e com base na pobreza e também riqueza. Evite, dessa forma, criar a im-
interpretação das fotografias, eles dis- pressão de que todo o continente se resume à pobreza,
cutam sobre as desigualdades e con- pois existem muitos contrastes. Esses contrastes ocorrem
trastes socioeconômicos evidenciados tanto entre os países africanos, sendo estes relativos ao seu
em uma mesma cidade de um país nível de desenvolvimento econômico, como também entre
africano. Ao compararem uma área de- a população dos países, em função da concentração de ri-
senvolvida com outra marcada pela fal- queza nas mãos de uma pequena parcela da sociedade.
ta de infraestrutura urbana e moradias
precárias, eles estarão analisando a se-
gregação socioespacial que é uma ca-
racterística dos espaços urbanos na
118
de IDH dos países da África subsaaria-
O IDH dos países africanos na e da África do norte. No entanto, em
A África engloba países com níveis de desenvolvimento muito diferentes, motivo pelo qual é importante relação aos países da África subsaa-
evitar generalização sobre a pobreza do continente. Observe nos quadros os dez países mais e menos de-
riana, eles também devem reconhecer
senvolvidos do continente, de acordo com o IDH.
que existem múltiplos contrastes.
Na atividade 3, explore a relação
África: indicadores sociais dos dez países mais desenvolvidos – 2019 entre longa escolaridade e geração de
Rendimento Nacional mão de obra qualificada, estimulando
Esperança de vida ao Escolaridade (média
País Posição IDH – 2019 Bruto (RNB) per capita os estudantes a reconhecer também
nascer (anos) – 2019 de anos) – 2019
(em dólares) – 2019 outros aspectos, além da falta de in-
Maurício 66 0,804 75 9,5 25 266 vestimentos em educação, que levam
Seychelles 67 0,796 73,4 10 26 903 os estudantes a abandonar a escola,
Argélia 91 0,748 76,9 8 11 174 como a pobreza elevada, a inseguran-
Tunísia 95 0,740 76,7 7,2 10 414 ça alimentar e a ocorrência de conflitos.
Líbia 105 0,724 72,9 7,6 15 688 Acesse com os estudantes o re-
Botsuana 100 0,735 69,6 9,6 16 437 latório completo, disponível em:
África do Sul 114 0,709 64,1 10,2 12 129 https://hdr.undp.org/content/human
Egito 116 0,707 72 7,4 11 466 -development-report-2020 (acesso em:
Gabão 119 0,703 66,5 8,7 13 930 11 jul. 22), no qual pode ser baixada a
Marrocos 121 0,686 76,7 5,6 7 368 versão em língua portuguesa, a fim de
verificar os dados dos outros países afri-
África: indicadores sociais dos dez países menos desenvolvidos – 2019
canos, de acordo com o IDH, uma vez
Esperança de Escolaridade Rendimento Nacional
que, nesta página, por uma questão de
IDH espaço, foram listados apenas os dez
País Posição vida ao nascer (média de anos) Bruto (RNB) per capita
– 2019
(anos) – 2019 – 2019 (em dólares) – 2019 países mais desenvolvidos e os dez me-
Eritreia 180 0,459 66,3 3,9 2 793 nos desenvolvidos do continente.
Moçambique 181 0,456 60,9 3,5 1 250 Analise os indicadores e solicite que
Serra Leoa 182 0,452 54,7 3,7 1 668 comparem dados de "Esperança de vi-
Burkina Fasso 182 0,452 61,6 1,6 2 133 da ao nascer" e "Escolaridade (média
Sudão do Sul 185 0,433 57,9 4,8 2 003 de anos)" entre os países da África e
Burundi 185 0,433 61,6 3,3 754 aqueles Estados-nação que lideram a
Chade 187 0,398 54,2 2,5 1 555 lista do grupo de desenvolvimento hu-
República Centro-Africana 188 0,397 53,3 4,3 993
mano muito elevado.
Níger 189 0,394 62,4 2,1 1 201
Somália — — 57,4 — —
Elaborado com base em: UNDP. Human Development Report 2020. Disponível em: https://hdr.undp.org/system/files/
documents/global-report-document/hdr2020overviewportuguesepdf.pdf. Acesso em: 14 abr. 2022.
1. Os países da África do norte estão entre os mais
desenvolvidos do continente. Já entre os dez menos
Belenbmproyectos/Dreamstime/
Easypix Brasil
119
Orientações didáticas
A urbanização no continente africano
Ao iniciar a abordagem do tópico
desta página, pergunte aos estudantes De modo geral, os índices de urbanização na África são relativamente baixos (cerca de 40%, em média)
quais são as principais cidades da Áfri- e a maior parte da população do continente ainda vive no campo.
ca que eles conhecem. Anote na lousa Os países da África do norte são, em geral, os mais urbanizados (78% na Líbia, 67% na Argélia e 66% na
as contribuições para retomá-las pos- Tunísia). Alguns países da África subsaariana também apresentam populações majoritariamente urbanas.
teriormente, na página seguinte. Explo- Sobretudo na África subsaariana, o acelerado crescimento populacional (maior do que o aumento da
re a habilidade EF08GE20, lendo com produção rural), o processo de desertificação na região do Sahel, a busca pelos serviços urbanos, entre ou-
os estudantes o texto que expressa as tros fatores, vêm estimulando o êxodo rural, processo que tem se intensificado nas últimas décadas.
principais características da urbaniza- Dentro desse contexto, a taxa de urbanização no continente vem crescendo em um ritmo superior ao de
ção e da dinâmica populacional (cres- outros continentes – cerca de 1,3% ao ano entre 2015 e 2020. Os dados relacionados à Eritreia são referen-
tes ao ano de 2011.
cimento da população e migração)
África: população urbana por África: população urbana por África: população urbana por
nesse continente. Em seguida, oriente- países – 2020
países – 2020 países – 2020
-os a ler a tabela e responder ao que se
População População População
pede, ampliando o trabalho com a ha- País País País
urbana 2020 (%) urbana 2020 (%) urbana 2020 (%)
bilidade citada e mobilizando também eSwatini Etiópia 22
Líbia 81 24
a CECH7, no que se refere à utilização (ex-Suazilândia)
Malauí 17
Maurício 41
da linguagem cartográfica no desenvol- Angola 67
Libéria 52
Seychelles 58
vimento do raciocínio espaço-temporal Ruanda 17
Mali 44
relacionado à localização, como a ela- Tunísia 70
Camarões 58
Guiné-Bissau 44
boração do mapa na atividade 2 do Argélia 74
Nigéria 52
Moçambique 37
Explore, que mobiliza, também, a habi- Botsuana 71 Madagascar 39 Guiné 37
lidade EF08GE18. Egito 43 Zimbábue 32 Burundi 14
Ao realizar esse encaminhamento, Gabão 90 Comores 29 Burkina Fasso 31
aproveite para tecer comparações com África do Sul 67 Tanzânia 35 Eritreia 36
o processo de urbanização em outras Cabo Verde 67 Mauritânia 55 Serra Leoa 43
regiões do mundo, como a América La- Namíbia 52 Lesoto 29 Chade 24
tina. Apesar de a África ainda ser um Senegal 48
Marrocos 64 República
continente pouco urbanizado, isso vem 42
Uganda 25 Centro-Africana
Gana 57
mudando rapidamente. Explore outros República
Congo 68 Benin 48
fatores que contribuem para esse pro- Democrática do 46
Zâmbia 45 Sudão 35 Congo
cesso e não foram mencionados no
Togo 43 Níger 17
texto, como a concentração de terras São Tomé e
74
Príncipe Djibuti 78 Somália 46
férteis na mão de poucos proprietários,
Guiné Equatorial 73 Costa do Marfim 52 Sudão do Sul 20
a falta de apoio aos pequenos produ-
Quênia 28 Gâmbia 63 Saara Ocidental —
tores rurais e a busca por serviços de
saúde e educação e por oportunidades Elaborado com base em: World Bank. Disponível em: https://data.worldbank.org/indicator/SP.URB.TOTL.
IN.ZS?end=2020&name_desc=false&start=1960&view=chart. Acesso em: 14 abr. 2022.
de trabalho nas áreas urbanas.
Leia as respostas e as orientações para a atividade
Indique aos estudantes que a popu- Explore neste Manual do Professor. NÃO ESCREVA NO LIVRO.
lação africana deverá se tornar majorita-
riamente urbana nas próximas décadas. 1. Tomando por base os dados da tabela, agrupe os países, de acordo com as faixas percentuais de urbanização:
de 10% a 29%, de 30% a 49% e de 50% a 90%.
Explore 2. Depois, utilizando um mapa mudo da África com divisão por países e com base em um mapa político desse con-
tinente, faça o que se pede.
1. Os estudantes devem fazer o se- a) Escolha três cores, exceto azul, para representar cada um dos grupos de países distribuídos nos intervalos de
guinte agrupamento: grupo de 10% a porcentagem de urbanização da atividade 1.
29%: Quênia, eSwatini (ex-Suazilân- b) Faça uma legenda com as cores e os intervalos correspondentes.
dia), Ruanda, Comores, Lesoto, Ugan- c) Pinte as áreas territoriais de cada país com as cores correspondentes e elabore um título para o mapa.
da, Etiópia, Malauí, Burundi, Chade, Informe aos estudantes que, em abril de 2018, a Suazilândia mudou de nome, passando a ser chamada de eSwatini.
Níger e Sudão do Sul. Grupo de 30% 120
a 49%: Maurício, Egito, Zâmbia, Mada-
gascar, Zimbábue, Tanzânia, Senegal, Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Benin, Sudão, Togo, Mali, Moçambique,
dos países do continente. Defina com os estudantes as co-
Guiné, Guiné-Bissau, Burkina Fasso, Eri-
res que serão utilizadas para representar no mapa as taxas
treia, Serra Leoa, República Centro-Afri- de urbanização (por exemplo, sugerimos se use use amare-
cana, República Democrática do Congo lo para o intervalo de 10% a 29%; laranja para o intervalo
e Somália. Grupo de 50% a 90%: Líbia, de 30% a 49%; vermelho para o intervalo de 50% a 90%).
Seychelles, Tunísia, Argélia, Botsuana, Essas cores darão uma noção da intensidade da ocorrên-
Gabão, África do Sul, Cabo Verde, Na- cia da urbanização. Caso ache pertinente, dê o seguinte tí-
míbia, Marrocos, Gana, Congo, São To- tulo para o mapa: “África: taxas de urbanização por países
mé e Príncipe, Guiné Equatorial, Angola, – 2020”. Após a realização das atividades, peça aos estu-
Camarões, Nigéria, Mauritânia, Djibuti, dantes que façam a apresentação de suas representações.
Costa do Marfim, Gâmbia e Libéria.
120
As principais cidades e os problemas urbanos Atividade complementar
Os fluxos migratórios campo-cidade na África têm se dirigido principalmente para as grandes cidades,
⓿ Explore o mapa e a imagem
que vêm crescendo rapidamente e intensificando os graves problemas sociais e urbanos já existentes. Veja,
apresentados nesta página
e sua leitura e interpretação.
a seguir, uma projeção sobre as cidades mais populosas da África e suas populações nos anos de 2020 e 2035.
Para ampliar o estudo dessa
representação, proponha aos
África: principais aglomerações urbanas – 2020 e 2035
estudantes uma pesquisa em
EUROPA grupos sobre as maiores cida-
28,5 Mar Mediterrâneo des africanas. Oriente-os a se-
20,9 Cairo
lecionar e sintetizar, com base
Trópico
EGITO ÁSIA nas pesquisas, as informações
M
ar
de Câncer
que considerem mais relevantes
Ve
mr
elh
ou interessantes. Após a realiza-
o
24,4
14,3
ção da pesquisa, incentive-os a
NIGÉRIA
Lagos apresentar as descobertas aos
REPÚBLICA colegas em um formato definido
Equador DEMOCRÁTICA
26,6
DO CONGO
0° por eles (texto, podcast, cartaz,
14,3
Kinshasa Dar es Salaam
Elaborado com base em:
telejornal, guia turístico, entre
Luanda TANZÂNIA
United Nations. Department outros exemplos).
OCEANO ANGOLA
14,4
13,3 of Economic and Social
Meridiano de Greenwich
ATLÂNTICO 6,7
8,3 Affairs. Population Division
Trópico de Capricórnio
(2018). World Urbanization
Prospects. Disponível
Sonia Vaz/Arquivo da editora
121
121
Orientações didáticas
Espaço econômico
Amplie as discussões destacando
os tipos de prática agrícola existentes A colonização e a descolonização da África criaram repercussões que se fa-
no continente africano na atualidade, zem sentir ainda hoje, limitando o potencial econômico do continente. Antes
os tipos de produtos plantados no con- organizado de acordo com os interesses das antigas metrópoles, o espaço eco-
tinente e os locais onde ocorrem es- nômico dos países africanos hoje é organizado, em parte, em função dos inte-
sas práticas. Amplie o diálogo com os resses das grandes potências e corporações mundiais.
estudantes explicando como ocorre a
produção da pecuária. Agropecuária de subsistência
Explore Na maioria dos países africanos de hoje,
Issou Sanogo/AFP
As propostas de atividade possi- a agricultura é praticada de duas formas: de
bilitam a mobilização da habilida- subsistência ou comercial.
de EF08GE13, cobrando uma análise A agricultura de subsistência, praticada em
sobre a utilização de tecnologia para pequenas propriedades com o emprego de téc-
geração de energia elétrica tendo como nicas e instrumentos rudimentares, é desenvol-
fonte o Sol, e do TCT Educação Ambien- vida para atender às necessidades do produtor
tal. A atividade 2 propõe uma pesqui- e de sua família. Esse tipo de agricultura carac-
sa sobre a agricultura de subsistência, teriza-se pelos baixos rendimentos e pelo uso
muito importante para suprir as neces- coletivo da terra, herança das comunidades tri-
sidades alimentares da população afri- bais. Os principais cultivos de subsistência são a
cana. Você pode utilizar para pesquisa mandioca, o arroz, o milhete, o sorgo, o inhame
Mulheres trabalhando em área de plantação em
as sugestões desta página do Manual e a batata. Kokoti-Kouamékro (Costa do Marfim), 2020. No continente
do Professor. Em alguns casos, a agricultura de subsistên- africano, as mulheres desempenham um papel fundamental
na agricultura tradicional de subsistência.
cia está associada à prática do sistema itineran-
te, no qual se cultiva determinada área até que se esgote a fertilidade do solo,
para depois abrir espaço para o cultivo em outra área, ateando fogo na vegeta-
ção e usando as cinzas como fertilizante. No entanto, esse sistema nem sempre
é realizado com os cuidados necessários e, muitas vezes, acaba intensificando sobrepastoreio: situação
o desmatamento e a degradação dos solos. Sistemas mais sustentáveis, como na qual o pastoreio é
realizado de maneira
as agroflorestas, também são desenvolvidos em muitos países, mas o financia- intensiva, prejudicando o
mento para projetos de agricultura sustentável ainda é limitado. ciclo reprodutivo das
plantas que cobrem o
A pecuária tradicional também faz parte do modo de vida em muitas partes solo, que não conseguem
da África, com destaque para áreas de clima árido e semiárido, onde se pratica se recuperar. Leva à
perda de biodiversidade
o pastoreio nômade para criação de caprinos, ovinos e bovinos. Em alguns ca- e contribui para o
sos, esse sistema pode ocasionar o sobrepastoreio, contribuindo para intensifi- processo de
car impactos ambientais nessas regiões. desertificação.
1. A agricultura de subsis-
tência é fundamental para
Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
alimentar a população rural
africana, mas nem sempre
1. Analise a importância do financiamento para projetos de agricultura sustentável é praticada de maneira sus-
tentável e, além disso, é
na África, incluindo aqueles que usam tecnologias alternativas como painéis so- de baixa produtividade e,
lares para geração de energia elétrica. em muitos casos, ocupa
solos de qualidade ruim em
2. A agricultura de subsistência na África é praticada, principalmente, por mulheres comparação à agricultura
de diferentes idades. Algumas delas se destacam pelo protagonismo em proje- comercial, com a qual tem
dificuldade de competir. Os
tos voltados à agricultura sustentável. Com os colegas, faça uma pesquisa na
sistemas sustentáveis ten-
internet para descobrir exemplos de projetos como esses; depois, registre suas dem a ser mais produtivos e
descobertas no caderno. Leia as orientações para a atividade neste Manual do estáveis, portanto, além de
Professor. contribuir para empregar e
alimentar a população rural
africana, evita impactos ambientais. A utilização de fontes energéticas, como a solar, é necessária, muitas vezes,
para a retirada da água do subsolo, onde não há disponibilidade desse recurso em rios ou lagos.
122
122
Orientações didáticas
Agropecuária comercial
Ao abordar o tema da agropecuá-
Durante e após o período colonial, a produção agrícola africana deixou de
ria comercial no continente africano,
ser organizada de modo a atender às necessidades alimentares de seus habi-
peça aos estudantes que descrevam
tantes, sendo substituída, em boa parte, pela agricultura comercial de expor-
as principais características da agro-
tação, baseada no sistema de plantation, que gradualmente passou a ocupar
pecuária comercial a partir de conhe-
as melhores terras do continente.
cimentos prévios. Anote na lousa as
Praticado principalmente nas zonas litorâneas, esse sistema objetiva a pro-
contribuições. Explore a CEG1, utili-
dução de culturas destinadas ao abastecimento do mercado externo e é carac-
zando os conhecimentos geográficos
terizado pelo predomínio das monoculturas e das grandes propriedades. O uso
para compreender as relações en-
de tecnologias modernas também é uma característica desse modo de produ-
tre sociedade e natureza por meio da
ção, mas, no caso de alguns cultivos como tabaco, chá e cacau, destaca-se o
leitura do texto desta página com os
uso de mão de obra em etapas, como a colheita.
estudantes. Destaque algumas carac-
Na África, são produzidos em escala comercial, em boa parte destinados ao terísticas da agricultura no período co-
mercado externo, os seguintes produtos: cacau (Costa do Marfim, Gana e Ni- lonial e atualmente.
géria), amendoim (Nigéria, Senegal, Guiné-Bissau e Gâmbia), café (Etiópia, Cos-
ta do Marfim, Angola, República Democrática do Congo, Camarões, Uganda e Explore
Guiné), algodão (Sudão, Nigéria, Egito, Mali e Etiópia), cana-de-açúcar (Angola, Esta atividade possibilita a mobiliza-
Moçambique, África do Sul e Marrocos) e chá (Quênia, Uganda, Moçambique e ção da habilidade EF08GE13, ao de-
Malawi), além de frutas tropicais. Observe no mapa África: espaço econômico mandar análises sobre a influência da
– início do século XXI, adiante, na página 125 deste capítulo, as principais áreas tecnologia na atividade agrícola. Pa-
produtoras de alguns desses cultivos. ra complementar a resposta, é possí-
A pecuária comercial é praticada principalmente na África do Sul, tanto de vel explorar também o fato de que, no
maneira extensiva como intensiva, incluindo criações de bovinos, suínos e aves- continente africano, a agricultura co-
truzes, além de um dos maiores rebanhos de ovinos do mundo, destinado, so- mercial produz gêneros que são volta-
bretudo, ao fornecimento de lã para as indústrias locais e para exportação. dos, principalmente, à exportação. Ao
mesmo tempo, a agricultura tradicional
Luis Tato/AFP
⓿ A agricultura comercial na África é tecnologicamente mais avançada e mais produtiva do que a agricultura de
subsistência. Analise o impacto dessa forma de produção nas economias dos países do continente e, também,
para suas populações.
É esperado que os estudantes indiquem que o avanço tecnológico no setor primário da economia é positivo para
a economia dos países, porém que esse ganho não significa uma redistribuição da renda, uma vez que implica
redução no número de trabalho no campo e concentração na lucratividade. 123
123
Orientações didáticas
Riquezas minerais
Ao iniciar este tópico, faça perguntas
Desde o período colonial, as riquezas minerais africanas são exploradas predo-
aos estudantes para levantar os conhe-
minantemente por companhias estrangeiras. No período pós-independência, al-
cimentos prévios sobre o tema: Como
guns governos chegaram a nacionalizar suas principais jazidas, mas a maior parte
se realiza a exploração mineral na Áfri-
das áreas de extração segue concessionada às grandes empresas transnacionais.
ca? Ela é realizada por quais empre-
Entre os países com expressivas reservas de recursos minerais e energéticos,
sas – nacionais ou estrangeiras? Que
destacam-se: Angola, Líbia, Argélia e Nigéria, principais produtoras de petróleo
impactos socioambientais decorrem
dessa atividade econômica? Deixe que do continente e que fazem parte da Organização dos Países Exportadores de
eles respondam livremente e anote as Petróleo (Opep); a África do Sul, que possui amplas reservas de platina, ouro,
contribuições na lousa. diamante e carvão mineral; Botsuana, maior produtor mundial de diamantes;
a República Democrática do Congo, que, além de diamantes, tem grandes re-
Em seguida, com base na leitura do
servas de cobre (representa cerca de 50% do valor total de suas exportações)
texto desta página, trabalhe a habili-
e manganês; a Zâmbia, cuja economia é baseada na extração de cobre (corres-
dade EF08GE20, explicando aos es-
ponde a 80% das exportações do país); e Marrocos e Tunísia, grandes expor-
tudantes que, desde os primórdios da
tadores de fosfato. Veja esses e outros exemplos de exploração de recursos
colonização, as empresas estrangei-
minerais do continente no mapa África: espaço econômico – início do sécu-
ras procuraram controlar toda a explo-
ração mineral no continente africano. lo XXI, da página 125.
Comente, ainda, que ocorreram algu- No século XXI, alguns países obtiveram expressivo crescimento econômico
apoiados na exploração dos recursos minerais. Em Angola, por exemplo, o cres- Trabalhador medindo a
mas resistências em diversos setores profundidade de buracos
da mineração. cimento do PIB foi superior a 20% em meados da década de 2000, graças às
causados por explosão
exportações de petróleo. em mina de ouro em
Enfatize a importância do petró- Haut-Uele (República
Ainda assim, o crescimento econômico atrelado a essas exportações acaba
leo na região, destacando os princi- Democrática do Congo),
beneficiando uma camada restrita da população. Além disso, essas atividades 2021. As amplas riquezas
pais países onde esse recurso natural
geram impactos ambientais como desmatamento, a poluição dos solos e das minerais do Congo são
é encontrado. Se achar pertinente, or- motivo de disputas e
ganize um quadro na lousa, destacan- fontes de água, desestruturando atividades econômicas de subsistência nas instabilidade desde
áreas afetadas. que o país se tornou
do os principais minerais e os países independente.
produtores. Enfatize também a enor-
Hereward Holland/Reuters/Fotoarena
124
Leitura complementar
Sobre a milenar tradição da metalurgia na África, leia o texto a seguir para os Sankofa é um pássaro africano de duas cabeças que, segundo a filosofia do
estudantes. povo Akan, significa “nunca é tarde para voltar e apanhar aquilo que ficou atrás”.
Memórias da África em ferro: A mensagem subliminar esculpida em antigos Em outras palavras, podemos ler como o retorno ao passado para ressignificar
portões. o presente. [...] Este é um dos exemplos mais conhecidos da resistência esculpi-
da em ferro que os colonizadores até então não entendiam o significado daquele
[...] A população negra escravizada atuou firmemente pela sua libertação, po-
símbolo, mas que todos aqueles, vindos do continente africano, o identificavam
rém quando essa possibilidade ainda parecia irreal, sua resistência sempre foi
como uma simbologia de luta, de resistência e de preservação de suas histórias. [...]
algo nítido entre os escravizados, que ao ter sua força de trabalho e seus corpos
submetidos ao trabalho forçado e a violência, usou de suas memórias e raízes na CERQUEIRA, Jessica. Memórias da África em ferro: A mensagem subliminar esculpida
realização destes trabalhos, tornando-os um espaço de resistência, como, por em antigos portões. TNM, São Paulo, 21 maio 2016. Disponível em: https://
exemplo, os africanos ferreiros que esculpiram em seu trabalho símbolos de re- todosnegrosdomundo.com.br/memorias-da-africa-em-ferro-a-mensagem-subliminar
-esculpida-em-antigos-portoes/. Acesso em: 6 maio 2022.
sistência, como uma variação de um ideograma adrinkra, o “sankofa”.
124
Professor, comente com os estudantes que o mapa evidencia a
localização dos principais parques industriais da África e algumas
Indústria zonas onde se desenvolvem atividades agropecuárias e extrati-
vistas comerciais.
Leitura complementar
A maioria dos países africanos é dependente da importação de produtos industrializados e o setor in- O investimento industrial na
dustrial, em geral, tem baixa participação na composição do Produto Interno Bruto (PIB) da África. África: a dependência relativa-
Indústrias de bens de consumo duráveis estão concentradas em alguns países, como Marrocos, Tunísia, mente ao exterior, desde 1935
Egito, Senegal, Argélia, Etiópia, Nigéria e África do Sul. Na maior parte dos países da África subsaariana, no Ninguém pode negar a consi-
entanto, a atividade industrial é restrita basicamente às indústrias de bens de consumo não duráveis, ou derável participação levada a cabo
então atreladas ao setor extrativista. Em alguns países produtores e exportadores de petróleo, como Ni- pelos capitais externos no proces-
géria e Angola, o setor petrolífero vem apresentando crescimento e assume grande importância no cenário so da moderna industrialização
industrial africano. do continente africano, ao menos
Analise o mapa a seguir. após 1935. Esta fração constituiu,
inclusive e até os últimos anos, o
África: espaço econômico – início do século XXI essencial dos investimentos na
EUROPA Capital de país
indústria: investimentos públicos
Cidade diretos (ou indiretos, com “a ajuda
Argel Túnis
Rabat
Ma
r M Agropecuária e pesca externa”), investimentos privados,
e d ite
rr â n e o Cultivo Área com limitações ou ainda, investimentos patroci-
para uso agrícola
Cairo Pastagem
Pesca de alto nados por organismos internacio-
ÁSIA Floresta rendimento nais. Para a África negra francó-
M Trópico de Câncer
ar Indústria
fona, particular e anteriormente a
Ve
rm Área industrial
el
ho 1960, a metrópole (investimentos
Produto agrícola predominante
Dacar
públicos) e o setor privado francês
Algodão Chá
Amendoim Cítricos
intervinham, em sua totalidade, na
Adis-Abeba Banana Milho ordem de 95 a 98% do investimen-
Lagos
Batata Oliva to industrial; a participação das
Porto Harcourt Borracha Tabaco
Golfo Douala Cacau
holdings e dos interesses estran-
Equador
da Guiné 0° Tâmara
Nairóbi OCEANO Café Trigo geiros, com maior ênfase belgas,
Kinshasa
ÍNDICO Cana-de-açúcar Uva constituía 95% da economia belga
SEYCHELLES
(quanto à indústria, a proporção
e Greenwich
Automobilística
Eletrônica recurso aos capitais públicos e às
Trópico de Capricórnio Naval
Indústria tradicional nacionalizações de empresas pri-
Johannesburgo
(alimentícia, têxtil, de base e de bebidas) vadas, muito amiúde não africanas,
Banco de imagens/Arquivo da editora
Durban
Recursos energéticos [...] reduziram o peso relativo dos
Petróleo Carvão
Cidade do Cabo capitais estrangeiros no universo
Finanças
Centro econômico-financeiro
do investimento industrial. Mas,
0 720 1 440 em termos concretos e por uma
Turismo
km
0°
Ecológico, litorâneo, serrano, histórico trajetória marcada por desvios e
artifícios, pelo chamado aos capi-
Elaborado com base em: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4.
ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 149. tais externos com vistas a finan-
ciarem novos projetos industriais,
a dependência relativa ao exterior
Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
subsiste como uma realidade. […].
MAZRUI, Ali A.; WONDJI, Christophe
1. Localize no mapa as principais áreas industriais da África, relacionando esse aspecto do continente à sua urba-
(ed.). História geral da África. África
nização. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
desde 1935. Brasília, DF: Unesco,
2. Analise as principais características econômicas dos países africanos, considerando a importância dos setores 2010. v. VIII, p. 450-451. Disponível
agropecuário, extrativista e industrial. em: http://unesdoc.unesco.org/
images/0019/001902/190256POR.pdf.
2. Espera-se que os estudantes reconheçam a importância do setor primário (agropecuária e extrativismo) para Acesso em: 26 mar. 2022.
as economias dos países africanos, que são fornecedores de produtos desse setor no mercado internacional.
Espera-se que reconheçam, também, que a indústria tem um papel reduzido na geração de riqueza, em termos 125
de PIB, na maioria dos países africanos.
125
Orientações didáticas
O turismo
Ao abordar o turismo na África, co-
Apesar da riqueza cultural e natural da África, que estimula o desenvolvimento do turismo, apenas re-
mente com os estudantes que a parte
centemente a atividade passou a apresentar importância significativa na economia africana.
da África subsaariana onde predomina
Na África do norte, destaca-se o patrimônio histórico e cultural de países como o Egito, que conta com
a Savana é um patrimônio natural e po-
pirâmides, templos, museus, mesquitas e outras atrações que o eleva à condição de país mais visitado da
de ser considerada um dos elementos
África. Já na África subsaariana, a África do Sul é o país que mais se destaca na atividade turística.
de atração turística da região por meio
No contexto da maioria dos países da África subsaariana, destaca-se a importância de parques nacio-
da realização dos famosos safaris, desti-
nados à observação de animais icônicos nais e outras áreas de conservação, sobretudo aquelas dotadas de savanas e florestas tropicais. Nessas
da fauna africana. Logo, a conservação áreas, os famosos safáris (a palavra safári vem da língua suaíli e significa “viagem”), destinados à observa-
desses ambientes é fundamental para o ção de animais, atraem milhares de turistas de todo o mundo. Os mais visitados estão na África do Sul, em
desenvolvimento da atividade. Botsuana e no Quênia.
Devido às receitas proporcionadas Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
pelo turismo, muitos países têm amplia- Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
do as áreas de seus territórios destina-
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
126
126
Orientações didáticas
O potencial econômico da África
Ressalte com os estudantes que, a
A África é um continente com grande potencial de de- África: evolução dos investimentos despeito do grande potencial econômico
senvolvimento, sobretudo em razão da riqueza de recursos diretos chineses – 2003-2016
dos países do continente, existem mui-
Investimento
26 chineses, têm sido crescentes no senti-
países que oferecem mão de obra especializada, mercados 25 22 do de ampliar a conexão dos países afri-
consumidores em expansão, capacitação tecnológica e boa 20
15
16 canos às cadeias globais de valor.
infraestrutura de transportes e de comunicações. Diante 13
10 8 9
Aproveite para destacar a ascensão
dessas exigências, diversos países africanos são excluídos do
5 2 3
4 da economia chinesa no âmbito global,
mercado mundial. 0 1
0 que passa a desempenhar um papel
Recentemente, os crescentes investimentos chineses na
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
importante no desenvolvimento econô-
África (veja o gráfico) vêm contribuindo para elevar o poten-
Ano
mico de diversos países africanos, em
cial econômico de muitos desses países. No entanto, além da
um processo de recentralização das
baixa diversificação econômica, diversos fatores limitam o Elaborado com base em: SANZ, Beatriz. atividades econômicas, levando-se em
potencial das economias africanas, entre eles: Poder em expansão: China investe pesado
na reconquista da África. R7, 10 set. 2018. conta a injeção de capital da China em
⓿ O elevado deficit comercial, que tem impacto nas recei- Disponível em: https://noticias.r7.com/ diversos países do continente. O estu-
tas dos governos africanos. As exceções são a África do internacional/poder-em-expansao-china
-investe-pesado-na-reconquista-da
do desta página possibilita a mobiliza-
Sul e alguns dos grandes exportadores de petróleo do -africa-10092018. Acesso em: 12 maio 2022. ção da habilidade EF08GE14.
continente, como Líbia, Gabão, Nigéria, Angola e Argélia.
⓿ O endividamento externo, que, no caso de alguns países, che- deficit comercial: situação na qual
Explore
um país tem uma diferença negativa
ga a ser dezenas de vezes superior às exportações ou ao PIB. 1. Espera-se que os estudantes reco-
entre o valor das receitas de suas
⓿ A existência de regimes antidemocráticos, democracias frágeis exportações e o valor de suas nheçam que a maioria dos países da
despesas com importações.
e governos corruptos em alguns países. África apresenta limitações para rea-
⓿ A existência de redes de transporte, comunicação e energia insuficientes e, em alguns casos, precá- lizar investimentos, principalmente em
rias, que desestimulam os fluxos comerciais. infraestrutura, com o objetivo de se tor-
⓿ Dependência tecnológica e financeira em relação aos países desenvolvidos.
narem mais competitivos na economia
global. Nesse sentido, o capital chinês
⓿ Taxas de desemprego elevadas e que não são reduzidas ao longo do tempo (observe as tabelas), difi-
pode ser utilizado para ampliar e me-
cultando a inserção de jovens no mercado de trabalho.
lhorar a infraestrutura do continente,
Taxa de desemprego (%) – 2017-2019
possibilitando a construção de portos,
África/região 2017 2018 2019
ferrovias, rodovias, usinas de energia,
África 7,9 7,9 7,9
entre outros exemplos.
Elaborado com base em: OIT. Perspectivas Sociais e de
África do norte 11,7 11,5 11,4 Emprego no Mundo, 2018. Genebra: OIT, 2018 Disponível 2. Espera-se que os estudantes reco-
África subsaariana 7,2 7,2 7,3 em: https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/--- nheçam que ele é maior na África do
dgreports/---dcomm/---publ/documents/publication/
África do Sul 27,7 28,5 29,2 norte, em relação à África subsaariana,
wcms_631466.pdf. Acesso em: 12 maio 2022.
mas apresenta valores ainda mais altos
na África do Sul. Além disso, espera-se
Explore
NÃO ESCREVA NO LIVRO. que reconheçam que a taxa de desem-
1. Considerando o crescimento dos investimentos chineses na África, de que forma o capital chinês pode ser usado prego nessas regiões não tem sido re-
para ajudar o continente a superar alguns dos desafios citados no texto? duzida ao longo do tempo.
2. Analise a situação do desemprego entre 2017 e 2019, considerando as regiões evidenciadas.
3. A população africana é predominan-
3. Discuta com os colegas a relação entre a idade média de sua população e a importância da geração de empre-
temente formada por jovens que estão
gos e analise a situação da África.
se inserindo no mercado do trabalho.
1, 2 e 3. Leia as respostas e as orientações para as atividades neste Manual do Professor. Esses jovens, por mais que tenham
127 mentalidade empreendedora e amplo
potencial para desenvolver a economia
africana, muitas vezes esbarram no de-
semprego. Portanto, gerar empregos pa-
ra absorver esses jovens que adentram
o mercado de trabalho é uma forma de
desenvolver a economia do continente.
127
Orientações didáticas O desemprego e a fuga de cérebros
128
africanos, a modernização da infraes-
A China na África trutura permite uma maior integração
Chine Nouvelle//SIPA/Shutterstock
Vimos que as relações comerciais entre a China e os paí- desses países aos mercados globais e
ses africanos vêm crescendo significativamente no século XXI.
ainda impulsiona setores como extrati-
Nesse contexto, os chineses financiam obras de infraestrutura
vismo e indústria.
no continente, construindo rodovias, ferrovias, portos, redes de
energia elétrica e comunicação e planos de geração de energia
Atividades
alternativa. Além disso, diversas parcerias – joint ventures – nos complementares
setores petrolífero, minerador, de geração de energia, de indús-
tria de transformação e de telecomunicações já foram estabele-
⓿ Proponha aos estudantes a re-
alização de uma pesquisa, em
cidas entre empresas chinesas e africanas.
grupo, sobre as relações econô-
A China acaba se beneficiando desses investimentos, pois micas entre a China e os países
é a principal parceira econômica dos países africanos e uma da África na atualidade. A pes-
parte significativa dos recursos naturais importados pelo país quisa deve abarcar os principais
(incluindo cerca de 30% do petróleo) vem da África. Fotografia de ferrovia financiada pelos tipos de comércio estabelecidos
As ações chinesas na África fazem parte de um ambicio- chineses entre Etiópia e Djibuti, 2016. (importação, exportação, investi-
A interligação entre os dois países, por meio mentos chineses nos territórios
so projeto denominado Nova Rota da Seda (observe o mapa a desse sistema de transporte, é estratégica
africanos, etc.) e os principais
seguir). Em seu conjunto, a iniciativa abrange o território de 68 para o comércio internacional, melhorando
a integração desses países às redes globais impactos ambientais derivados
países e envolve os continentes asiático, europeu e africano por
e facilitando o transporte de pessoas e dos investimentos chineses em
meio da instalação de redes de cabos de fibra óptica, oleodutos, mercadorias. solo africano. Organize com a
gasodutos, complexos portuários, rodovias e ferrovias. turma um seminário para a so-
cialização dos resultados. Estes
Planisfério: Nova Rota da Seda – 2017 encaminhamentos promovem as
0°
REPÚBLICA
TCHECA POLÔNIA RÚSSIA
CG2 e CEG5.
⓿ Embora os investimentos chi-
ALEMANHA ESLOVÁQUIA
FRANÇA HUNGRIA
CAZAQUISTÃO
neses venham ajudando a
ESPANHA
ITÁLIA
SÉRVIA UZBEQUISTÃO
QUIRGUISTÃO
COREIA
DO NORTE
melhorar a infraestrutura nos
TURQUIA TURCOMENISTÃO
GRÉCIA TAJIQUISTÃO
CHINA países africanos, analistas in-
Mar Mediterrâneo AFEGANISTÃO
IRÃ ternacionais criticam o fato de
PAQUISTÃO
EGITO MIANMAR
Trópico de Câncer
a China dar sustentação a regi-
BANGLADESH TAIWAN
ÍNDIA
mes ditatoriais e corruptos, não
Mar
ERITREIA Arábico
TAILÂNDIA
Mar da
FILIPINAS
comprometidos com os direitos
China
TOGO DJIBUTI
Meridional
OCEANO humanos, em troca de acordos
COSTA GANA NIGÉRIA SUDÃO
VIETNÃ
SRI LANKA
DO MARFIM
CAMARÕES
DO SUL ETIÓPIA
SOMÁLIA
MALDIVAS
MALÁSIA
PACÍFICO comerciais que lhes favoreçam.
0° GABÃO
QUÊNIA Equador Qual é sua opinião sobre isso?
OCEANO
OCEANO TANZÂNIA ÍNDICO INDONÉSIA
Resposta esperada: Resposta
ATLÂNTICO ANGOLA SEYCHELLES
Gasoduto
pessoal. Os estudantes devem
Meridiano de Greenwich
129
129
Orientações didáticas
Contraponto Leia as orientações desta página neste
Manual do Professor.
Contraponto
Diversificação da economia
Nesta seção, trabalhe com os estu- Observe os gráficos, que fazem parte do relatório Perspectivas econômicas na África,
dantes a interpretação dos gráficos que publicado pela ONU em 2017. O primeiro mostra a porcentagem que o produto mais ex-
representam a diversificação da expor-
portado ocupa no conjunto das exportações africanas. Já o segundo identifica quantos ti-
tação dos países africanos e promova
pos de produtos compõem a maior parte das exportações totais, ou seja, mostra o quanto
o desenvolvimento da CECH7. Explore
o comércio exterior (referente à exportação) de determinado país africano é diversificado
também a CG7, estimulando-os a argu-
ou não. Essas situações apresentadas nos gráficos ainda persistem no continente.
mentar com base nos dados dos gráfi-
cos ao responderem às atividades. África: duas medidas da diversificação da exportação dos países – 2014
Contribuição do produto mais exportado Número de produtos que compõem 75%
3. Espera-se que os estudantes identi- nas exportações totais (%) ou mais das exportações totais
País País
fiquem que, de certa forma, há relação Sudão do Sul
99,8
Sudão do Sul 1
Angola Angola 1
entre o desenvolvimento de um país e Chade
96
95,2
Chade 1
Eritreia Eritreia 1
93,7
a diversificação de seus produtos pa- Nigéria
Congo
81,4
Nigéria
Congo
1
1
78,9
ra exportação, uma vez que um país Líbia
Serra Leoa
78,5 Líbia
Serra Leoa
1
1
76,8
com diversificação de produtos vende, Guiné-Bissau
Botsuana
75
72,9
Guiné-Bissau
Botsuana
1
2
Guiné Equatorial Guiné Equatorial 2
além de matérias-primas, produtos in- Sudão
68,2
66,1 Sudão 2
Burkina Fasso 65,2 Burkina Fasso 2
dustriais, de alta tecnologia e/ou semi- São Tomé e Príncipe 61,2 São Tomé e Príncipe 2
Zâmbia 59,7 Zâmbia 3
transformados. Malauí
Seychelles
59,7 Malauí
Seychelles
3
3
56,3
Comores 53,4 Comores 3
Cabo Verde 50,1 Cabo Verde 3 1. Espera-se que os estu-
Burundi 46,1 Burundi 3
República Centro-Africana 44 República Centro-Africana 4 dantes identifiquem que
Mali 43 Mali 4 quanto maior é a contribui-
Mauritânia Mauritânia 4
Libéria
42,4
40,7 Libéria 4 ção/participação do produ-
Guiné 40,4 Guiné 4 to mais exportado no total
Lesoto Lesoto
Benim
40,2
Benim
5
5
de exportações de um país,
40,1
Argélia 40 Argélia 5 menor é a diversidade de
Zimbábue 39,9 Zimbábue 5 produtos exportados.
Rep. Dem. do Congo Rep. Dem. do Congo 5
Gâmbia
37,6
36,6 Gâmbia 6
2. Observa-se que as maté-
Costa do Marfim 33,9 Costa do Marfim 7 rias-primas não transforma-
Gana Gana
Níger
32,5
Níger
7
9
das são os produtos que
32,3
Uganda 30,1 Uganda 9 compõem a maior parte
Somália 29 Somália 10 desse comércio.
Egito 28,4 Egito 10
Namíbia 28 Namíbia 11
Ruanda Ruanda 13
Togo
27
24,6 Togo 16 OCDE. Perspectivas
eSwatini
Madagascar
24,3 eSwatini
Madagascar
16 econômicas na África,
24 21
Camarões Camarões 2017. p. 85. Disponível em:
Banco de imagens/Arquivo da editora
23 22
Moçambique
Senegal
20,7 Moçambique
Senegal
25
27
https://www.oecd-ilibrary.
16,8
Djibuti 16,2 Djibuti 36 org/docserver/
Quênia Quênia
Tanzânia
15,9
15,5 Tanzânia
40
52
9789264278707-pt.pdf?
Maurícias 13,8 Maurícias 66 expires=1534368903&id=
Tunísia Tunísia 75
África do Sul
9
8,9 África do Sul 80 id&accname=guest&
Marrocos 8,8 Marrocos 88 checksum=BB000E654CD
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100 772FF4F6626633883FE18.
% Número de produtos
Acesso em: 14 abr. 2022.
130
Atividade complementar
⓿ Peça aos estudantes que respondam às seguintes questões, trocando informações com os colegas e realizando uma conver-
sa em sala de aula: “No que se baseia uma economia diversificada?”; “Por que é importante para um país ter uma economia
diversificada, especialmente em momentos de crise de determinado produto no mercado internacional?”.
⓿ Como resposta, é interessante que os estudantes indiquem que, em termos gerais, diversificar uma economia significa
investir na produção de vários produtos para exportação e para consumo do mercado interno, além de estimular o desenvol-
vimento de atividades dos setores primário e terciário (inclusive serviços). Desse modo, há um investimento em tecnologias
para incorporar ao comércio exterior do país produtos semitransformados ou de alta tecnologia. Nesse sentido, é importante
para um país possuir economia diversificada, pois, se a economia é dependente da exportação de um único produto (nor-
malmente matéria-prima), sofre impactos negativos diante da queda no preço dele.
130
Eixos do Orientações didáticas
capítulo
Eixos do capítulo
Aproveite o momento proporciona-
REGIONALIZAÇÃO E ESPAÇO ECONÔMICO do por esta seção para sanar dúvidas
DIVERSIDADE ÉTNICA ⓿ Agropecuária: agricultura e pecuária de subsistência; dos estudantes em relação aos conteú-
⓿ Egito, Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos; agricultura comercial (plantation) para exportação: dos estudados. Para tanto, desenhe três
cacau, amendoim, café, cana-de-açúcar, chá;
⓿ África do norte: predomínio de colunas na lousa, uma para os estu-
população branca, influência árabe e
⓿ Amplas riquezas minerais/energéticas: petróleo,
cobre, ouro, diamantes, manganês, fosfato; presença
dantes citarem conhecimentos impor-
islâmica/melhores indicadores sociais
de empresas transnacionais; tantes que adquiriram neste capítulo,
e econômicos;
⓿ Indústria: pouco diversificada, principalmente na outra para elencar as dúvidas que po-
⓿ África subsaariana: predomínio de
população negra; grande diversidade África subsaariana; países mais industrializados – dem ter surgido nesse processo e ou-
de etnias. Egito, Nigéria e África do Sul; tra para que eles identifiquem assuntos
⓿ Turismo: região do Mediterrâneo/parques nacionais sobre os quais gostariam de aprofundar
da África subsaariana – savanas e florestas; a aprendizagem. Complete esse quadro
⓿ Relações comerciais entre a China e diversos países
com as contribuições dos estudantes,
africanos vêm crescendo (Nova Rota da Seda).
esclarecendo as dúvidas. Em relação
POPULAÇÃO E URBANIZAÇÃO às aprendizagens nas quais eles gos-
tariam de se aprofundar, incentive-os
⓿ Êxodo rural: crescimento populacional,
processo de desertificação na região
a elencar um tema para realizar uma
do Sahel, busca por oportunidade de
ÁFRICA – pesquisa ou, alternativamente, busque
renda e serviços urbanos; CARACTERÍSTICAS materiais sobre o tema para trabalhá-
⓿ Inchaço das grandes cidades do SOCIOECONÔMICAS -lo com a turma.
continente;
⓿ Favelização; intensificação de
problemas urbanos. Atividades
O GRANDE POTENCIAL ECONÔMICO complementares
AFRICANO Proponha as seguintes questões
⓿ População predominantemente jovem e para os estudantes:
empreendedora; 1. Mesmo após a independência,
⓿ Grande riqueza natural; os países africanos mantiveram
⓿ Localização estratégica. características coloniais rela-
cionadas à organização de seu
SOCIEDADE E CONDIÇÕES DE espaço rural. Explique.
VIDA DA POPULAÇÃO Resposta esperada: No caso,
⓿ África do norte: países mais
desenvolvidos do continente;
FATORES QUE LIMITAM O espera-se que os estudantes
DESENVOLVIMENTO reconheçam que o espaço rural
⓿ África subsaariana: reúne alguns dos dos países africanos seguem
países com menor IDH do planeta;
⓿ Dependência financeira e tecnológica em relação
caracterizados pela agricultura
⓿ Serviços de saúde, educação e aos países desenvolvidos;
comercial voltada à exportação.
saneamento deficitários; taxas de
⓿ Endividamento externo/deficit comercial;
2. Qual é a relação entre os inves-
mortalidade infantil elevadas; baixo ⓿ Governos antidemocráticos e altos índices de
timentos da China na África e as
nível de escolaridade; corrupção;
riquezas minerais do continente?
⓿ Ampla desigualdade social. ⓿ Redes de transporte, energia e comunicação
Resposta esperada: Espera-se
deficitárias;
que os estudantes reconheçam
⓿ Desemprego, mão de obra com baixa
que a China vê nos países da
qualificação; “fuga de cérebros”: emigração de
África uma grande oportunidade
profissionais qualificados.
para atender suas demandas
por matérias-primas para a in-
dústria e recursos energéticos
como petróleo.
131
131
1. Na África do norte, verifica-se o predomínio da população branca, de origem árabe, adepta do islamismo. Na África
subsaariana, predomina a população negra, mas culturalmente menos homogênea. No caso, verifica-se uma grande
diversidade étnica e religiosa.
Chine Nouvelle//SIPA/Shutterstock
4 Escreva um texto utilizando as expressões:
riqueza, embora alguns países tenham
colonialismo, agricultura para exportação,
conseguido nacionalizar a exploração
agricultura de subsistência, ajuda humani-
de suas jazidas, e ainda provoca impac-
tária e países desenvolvidos. A foto pode
tos ambientais que degradam fontes de
ajudar a refletir sobre o tema.
água e formações vegetais no espaço
rural africano; na indústria, as dificulda- 4. Leia a resposta e as orientações para
des estiveram atreladas ao processo de a atividade neste Manual do Professor.
colonização.
As metrópoles controlavam o comér- Doação de alimentos e suprimentos para
população em situação de insegurança
cio e impediam a formação de uma alimentar em Pretória (África do Sul), 2020.
burguesia local, dificultando o acúmulo
de capital entre os africanos e o desen- Exercite 5. É possível utilizar a divisão da África em regiões – setentrional, meridional, ocidental, oriental e
central – para a escolha de cada país. Após as pesquisas, organize um seminário para a socialização
volvimento do mercado interno, fato- dos resultados. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
res que mobilizam a industrialização, 5 Um relatório divulgado pela OIT em 2017 revelou que os jovens de até 25 anos eram os mais afeta-
além de proibirem a construção de in- dos pelo desemprego, que atingia 10,3% da população da África. Reúna-se com três colegas e pes-
dústrias. quisem sobre a situação atual do desemprego no continente africano. Cada grupo pode escolher
um país, relacionando os índices de desemprego com outros dados da economia local (PIB, setores
4. Atividade de produção textual. Es-
econômicos, etc.).
pera-se que os estudantes façam uso
dos conceitos e discussões trabalhados 6 Observe a paisagem retratada a seguir, do Serenguéti, na Tanzânia.
nas aulas no decorrer do capítulo para a) Que cobertura vegetal está representa-
elisevonwinkle/Shutterstock
produzirem os textos. Caso tenham di- da na fotografia? Savana.
ficuldade, retome os conceitos, identifi- b) Que importância essa paisagem tem
cando palavras-chave e exemplificando para o desenvolvimento turístico no con-
cada um, para que eles desenvolvam a tinente africano? Discuta com os colegas
escrita. Ao escrever o texto, eles devem e o professor.
estabelecer relações entre a imagem e c) Quais problemas socioeconômicos difi-
as expressões: colonialismo, agricultu- cultam o maior desenvolvimento da ati-
ra para exportação, ajuda humanitária vidade turística na África subsaariana?
e países desenvolvidos, considerando,
6. b) A paisagem expressa a riqueza do patrimônio
por exemplo, o passado colonial e o ní- natural, que possibilita o desenvolvimento do turismo
vel de desenvolvimento do continente. ecológico.
6. c) A falta de uma ampla infraestrutura hoteleira e de
Sugere-se pedir aos estudantes que transportes, além dos constantes conflitos que ocor-
rem na região. A pandemia de covid-19 também limitou
leiam as produções para os colegas em os fluxos de turistas em direção ao continente. Paisagem mostrando animais e vegetação no Parque
um momento de socialização. Nacional de Serenguéti (Tanzânia), 2020.
132
8 1. É bastante expressiva. Os outros países
uma representação cartográfica com
base nessa análise possibilita a mobili-
que estão nomeados têm economias bem zação da habilidade EF08GE18.
menores que as do Egito, da Nigéria e da
África do Sul. Além disso, as economias Ao tratar dos conflitos contemporâ-
África do Sul,
desses três países superam as economias neos que ocorrem nesses países, em
dos países não nomeados.
2. Resposta pessoal. É possível que os estu- especial na Nigéria, são evocados con-
Egito e Nigéria
dantes façam referência, no caso do Egito, ceitos como território e nação para
ao rio Nilo, às pirâmides, à antiga civilização
egípcia; no caso da África do Sul, os estu- que os estudantes realizem uma aná-
dantes podem comentar sobre o apartheid,
sobre a presença de riquezas minerais; já no lise dessas situações, o que viabiliza o
caso da Nigéria, é possível que comentem aprofundamento do trabalho com a ha-
sobre o petróleo ou sobre o grupo terroris-
ta/fundamentalista islâmico Boko Haram. bilidade EF08GE05.
Países africanos: dimensão do PIB na economia do Leia as orientações para a atividade neste
continente – fim da década de 2010 Manual do Professor.
Além disso, são propostas reflexões
sobre o sistema de apartheid (origens,
consequências e fim oficial da segre-
Sudão Marrocos Quênia Etiópia
Para começar gação racial). Para desenvolver os es-
Converse com os colegas e o professor. tudos, é encaminhada a leitura e a
interpretação de textos informativos, fo-
1. De que maneira você analisa a
participação da África do Sul, do Egito
tografias, gráficos e mapas, visando es-
e da Nigéria no conjunto da economia timular o desenvolvimento do raciocínio
África
Egito Angola Argélia espacial a partir da discussão de as-
do Sul africana? Explique.
2. O que você sabe sobre esses três países pectos que dizem respeito à realidade
que serão estudados neste capítulo? socioeconômica desses Estados.
NÃO ESCREVA NO LIVRO. Antes de iniciar o estudo desta pá-
25 países
gina, localize com os estudantes, por
meio de um programa de mapas e ima-
Nigéria
gens de satélites, os três países traba-
lhados neste capítulo. Peça a eles que
Fórmula Produções/Arquivo da editora
20 países
mencionem, de acordo com as carac-
Elaborado com base em: AFDB. Perspectivas terísticas naturais do continente africa-
Econômicas na África 2019. [S. l.], 2019. p. 116.
Disponível em: https://www.afdb.org/ar/
no estudadas no Capítulo 6, quais são
A dimensão é o PIB medido em paridade do poder
de compra em dólares americanos.
documents/document/perspectivas os climas, os relevos e as formações ve-
-economicas-em-africa-2019-107320. Acesso getais predominantes nesses Estados-
em: 12 maio 2022.
-nação. A escolha por individualizar o
trabalho desses países em um capí-
As potências econômicas tulo não impede que sejam sugeridas
da África
aos estudantes pesquisas sobre quais-
quer outros países da África para que
África do Sul, Egito e Nigéria são as maiores economias do continente e
se aprofundem no conhecimento das
podem ser considerados as principais potências regionais da África. Em con-
diferentes realidades do continente.
traste com outros países, principalmente da África subsaariana, esses países Para começar
têm parques industriais e pautas de exportação diversificados, apesar de terem
suas particularidades. 2. Anote na lousa as contribuições
No entanto, problemas socioeconômicos sobre os quais você já estudou nos dos estudantes sobre os conhecimen-
capítulos anteriores, alguns deles agravados pela pandemia de covid-19, confi- tos que eles possuem desses países.
guram obstáculos ao desenvolvimento desses países. Além de ampliar a oferta Ao final do capítulo, retome o que eles
de trabalho para uma população com grande percentual de jovens, África do mencionaram para comparar com o
Sul, Egito e Nigéria precisam superar desafios, como oferecer saúde, educação, conteúdo construído e desenvolvido ao
moradia e saneamento básico adequado à maior parte da população. longo do capítulo em conjunto com os
estudantes.
133
133
Orientações didáticas
África do Sul
Ao trabalhar os conteúdos das pá-
A África do Sul está localizada em uma área estratégica que, no século XVII,
ginas 134 e 135, sobre o espaço
fazia parte da rota marítima que ligava a Europa à África Oriental, à Índia e ao
socioeconômico da África do Sul, pro-
Extremo Oriente. Ao cruzar o cabo da Boa Esperança, os navios atracavam na
mova uma conversa com os estudan-
região da atual Cidade do Cabo para abastecimento. Nessa região, formou-se
tes pedindo a eles que relatem o que
uma colônia de povoamento, inicialmente marcada pelo predomínio de holan-
conhecem sobre o país. Em seguida,
deses e pela dominação dos povos nativos.
procure destacar a abundância de ri-
quezas minerais nesse Estado-nação, Essa área passaria posteriormente ao controle do Reino Unido, potência
bem como outras características que imperialista que, entre o século XIX e início do século XX, expandiu seus do-
fazem com que a África do Sul seja mínios na região, extremamente rica em recursos minerais. O território que
considerada uma nação de grande po- hoje corresponde à África do Sul se tornou independente em 1910. Apesar de
tencial econômico e que, assim como uma divisão étnica profunda, o país herdou uma infraestrutura desenvolvida
o Brasil, integra o grupo Brics, forma- e expressivas riquezas, que hoje lhe garantem a posição de principal potência
do por países emergentes. A proposta da África subsaariana.
descrita favorece o desenvolvimen-
to da habilidade EF08GE20, tendo em Espaço econômico
vista a análise de características do Embora dependa em larga medida da explora-
África do Sul: economia – 2013
país africano em questão. ção de suas riquezas minerais, a África do Sul in-
no, que, no caso, tendem a ser mais senta uma produção agropecuária diversificada e Cidade do Cabo
0 320 640
úmidas e apresentar melhores condi- fornece diversos produtos do setor para o merca- 25° L km
ções para a prática da agricultura. Já do externo. Observe no mapa a organização do es- Agropecuária e pesca Produção industrial predominante
Cultivo Automobilística
as áreas de pastagens ocupam a maior paço econômico do país. Pastagem Naval
Área com limitações Indústria tradicional
parte do interior do país, que apresen- para uso agrícola (alimentar, têxtil, de base
ta condições de menor umidade. Em Pesca de alto rendimento e bebidas)
1. Onde estão localizadas as principais áreas de cultivo e pastagem da África do Sul? Que produtos se destacam
em cada um desses setores (agricultura e pecuária)?
2. Onde estão localizadas as principais áreas industriais na África do Sul? E quanto ao principal centro financeiro?
3. Espera-se que os estudantes reconhe-
3. Qual é o principal recurso energético explorado na África do Sul?
çam que é o carvão mineral.
2. Espera-se que os estudantes reconheçam que as principais áreas industriais se localizam ao redor das princi-
pais cidades do país: Johannesburgo, Cidade do Cabo e Durban. Quanto ao principal centro financeiro, trata-se de
134 Johannesburgo.
134
Extrativismo e indústria Orientações didáticas
Com uma área de 1 221 037 quilômetros quadrados, a África do Sul apresenta a maior concentração Ao dar sequência ao estudo sobre a
mundial de riquezas minerais. Aproximadamente 69% das reservas mundiais de platina, 56% das de cromo, África do Sul e seu espaço econômico,
24% das de diamante, 8% das de carvão mineral e 82% das de manganês estão localizadas no território
destaque que a excelente infraestru-
do país, que também possui reservas de ouro (responde por cerca de 35% da produção mundial), carvão
tura presente em seu território, muito
mineral, cobre, minério de ferro, estanho, chumbo, zinco, níquel, urânio, cobalto e prata.
avançada em comparação à maioria
dos países africanos, contribui para in-
serir o país nas cadeias globais de va-
Wikus De Wet/AFP
Exploração de carvão
mineral em Emalahleni
lor de maneira mais competitiva.
(África do Sul), 2019. O A integração dos países africanos
carvão mineral é outro
importante recurso
em blocos econômicos regionais, co-
energético. Cerca de 30% mo estudado no Capítulo 5, também
das minas exploradas são a favorece as exportações de produtos in-
céu aberto, fato que facilita
a extração do produto. dustrializados sul-africanos para países
Aproximadamente 80% vizinhos, como Moçambique. Por ser o
da eletricidade consumida
no país é proveniente país mais industrializado do continente,
desse combustível fóssil, a África do Sul se beneficia da maior in-
altamente poluidor, sendo tegração entre os países da região, ao
a área marcada por
impactos ambientais como passo que outros Estados-nação po-
a poluição do solo e das dem ser prejudicados, por se inserirem
fontes de água.
nas cadeias globais de valor em condi-
O extrativismo mineral gera volumosas receitas para a África do Sul, por meio das exportações de ções menos competitivas. Retome esse
commodities estratégicas para a China e os países desenvolvidos (observe o gráfico). Além do extrativismo, assunto com os estudantes, realizando
a atividade industrial tem uma participação expressiva na composição do PIB (cerca de 28%) do país. uma conversa sobre o tema.
A indústria sul-africana é bastante diversificada para
África do Sul: destino das exportações – 2019 Explore
os padrões do continente, tendo sido estruturada ao lon-
20
go do período de dominação europeia, com base em redes
1. A análise sobre o intercâmbio de
de transporte, energia e de comunicação desenvolvidas. 15
produtos agropecuários e industrializa-
15
A produção industrial inclui bens de consumo duráveis, dos da África do Sul com outros países
como veículos prontos, terceiro item mais exportado pelo do mesmo continente e do mundo per-
%
10
8
país, perdendo apenas para o ouro e para a platina. Nes- 7 mite o desenvolvimento da habilidade
6 6
se contexto, o país se destaca pelas exportações de pro- 5 EF08GE09.
do
ha
di
an
ni
Ch
Ín
ni
U
em
relacionadas ao desenvolvimento do
o
s
in
Al
do
Re
2. Atividade prática. Enfatize que o mapa precisa ter título e rosa dos ventos e que as setas devem ser proporcio-
nais aos valores das exportações (em porcentagem). Por exemplo, a seta direcionada para a China deve ter mais
que o dobro da espessura da direcionada para a Índia. 135
135
Orientações didáticas A sociedade e o apartheid
O estudo das páginas 136 e 137 Em 2019, a população da África do Sul era de cerca de 56 milhões de habi-
possibilita o desenvolvimento do TCT tantes, dos quais aproximadamente 79% eram negros (com significativa diver-
Educação em Direitos Humanos, além
sidade étnica), 9,6% brancos, 8,9% mestiços e 2,5% asiáticos (indianos, princi-
da CG9 (empatia e cooperação) e da
palmente).
habilidade EF08GE20, referente aos as-
Até a primeira metade dos anos 1990, o governo sul-africano mantinha uma
pectos relacionados a políticas instau-
forte política de segregação racial conhecida como apartheid, dentro da qual Na tela
radas em países africanos (no caso, a
os negros não usufruíam dos mesmos direitos dos brancos. O apartheid foi a
segregação racial na África do Sul). Nes- Infância roubada
oficialização de uma segregação racial que já existia desde os tempos coloniais,
se percurso, serão propostas reflexões Direção: Gavin Hood.
com a finalidade de sustentar um modelo econômico no qual os brancos con-
sobre o sistema de apartheid (origens, África do Sul/Inglaterra,
trolavam a produção e exploravam a mão de obra negra. 2005 (94 min).
consequências e fim da segregação ra-
Esse regime praticamente negava aos negros a condição humana e até hoje O filme conta a
cial oficial). Para desenvolver esse te-
tem seus efeitos sentidos na sociedade sul-africana. Em 1953, por exemplo, foi história de um jovem
ma, os estudantes vão realizar a leitura
publicada a Lei de Recreações, que estabeleceu bibliotecas, escolas, praias e líder de uma gangue na
e a interpretação de textos informativos África do Sul que, após
parques separados para brancos e não brancos. No grupo dos não brancos,
e fotografias, além de discutir sobre as- roubar um carro e sofrer
eram incluídos, além dos negros, os mestiços e os asiáticos, também vítimas da
pectos que dizem respeito à realidade um acidente, descobre
segregação racial. um bebê no banco
socioeconômica da África do Sul.
Alguns números expressam bem o resultado dos longos anos de apartheid na traseiro do veículo.
Antes de iniciar o estudo sobre a
África do Sul: até meados da década de 1990, havia na África do Sul aproxima- Sentindo-se perdido, o
questão do apartheid na África do Sul, rapaz leva o bebê para
damente 750 mil piscinas, privilégio praticamente exclusivo dos brancos, o que
explique, brevemente, sobre a popula- o gueto onde vive, em
significava a média de uma piscina para cada duas famílias brancas. Ao mesmo
ção branca presente no país. A África do Johannesburgo, e, a
tempo, cerca de 10 milhões de pessoas, quase todas negras, não tinham acesso
Sul recebeu uma colônia de povoamen- partir daí, enfrenta as
a água potável. Nessa mesma época, 84% das pessoas com curso universitário mais diversas situações
to europeia ainda no século XVII, que
eram brancas e apenas 7,5%, negras. Enquanto o índice de analfabetismo entre para tentar solucionar o
recebeu colonos predominantemente
os brancos era insignificante (apenas 1%), 50% dos negros eram analfabetos. problema.
holandeses. No decorrer da história, es-
ses colonos desenvolveram uma cultura
Andrzej Sawa/Sunday Times/Gallo Images/Getty Images
136
O fim do apartheid e a nova África do Sul Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
A partir dos anos 1980, passou a haver forte pressão interna- Sarafina: o som da
137
Orientações didáticas Trabalhando com imagens de satélite
Trabalhando com Desigualdades sociais
e fotos
A seção desta página possibilita o Você estudou que uma marca da sociedade dos países africanos é a desigualdade social. Os Esta-
uso de uma tecnologia digital (como as dos-nação do continente estão entre os que apresentam as maiores disparidades em termos sociais.
imagens de satélite) para que, por meio Analise as imagens e fotografias a seguir.
da leitura e da interpretação dessas
to espacial.
138
Orientações didáticas
Egito
Comente sobre o Egito com os estu-
Terceiro país mais populoso do continente, com 102,3 milhões de habitantes
dantes informando a importância histó-
(2020), o Egito, economicamente, é o principal país da África do norte. Mais de
rica desse país tanto para o continente
90% da população do país está concentrada no delta e no vale do rio Nilo, e
africano como para todo o mundo. Res-
as maiores cidades são: Cairo, a capital, com mais de 10 milhões de habitantes;
salte que o patrimônio histórico-cultu-
Alexandria, com mais de 5 milhões; Gizé, com mais de 4 milhões; e Xubra Quei-
ral egípcio advém, em grande parte, de
ma, com mais de 1 milhão.
uma prosperidade econômica da épo-
No território egípcio, formou-
JackKPhoto/Shutterstock
ca do Egito Antigo, que decorreu gra-
-se uma das maiores civilizações
ças ao desenvolvimento agropecuário
da Antiguidade, cujas marcas são
às margens do rio Nilo, que será trata-
significativas nas suas paisagens,
do com mais detalhes na seção que se-
como as pirâmides e outras obras
gue na próxima dupla de páginas.
arquitetônicas que formam um sin-
Resgate os conhecimentos dos es-
gular patrimônio histórico-cultural
tudantes sobre a África do norte para
que atrai milhões de turistas todos
que identifiquem algumas característi-
os anos (13,6 milhões em 2019). Essa
cas da população desse país, como o
atividade é responsável por cerca de
predomínio da etnia árabe, sua língua e
5,5% do PIB do país e por 9,5% dos
cultura. Também é possível resgatar co-
empregos, de acordo com dados do
nhecimentos desenvolvidos ao longo do
relatório Perspectivas Econômicas
estudo no Capítulo 7 para que os estu-
na África, 2021, do Banco Africano
dantes relembrem que a cidade do Cai-
de Desenvolvimento. Vista em perspectiva ro é uma das principais aglomerações
Desenvolvida dentro de um programa de substituição de importações, a in- da cidade do Cairo, às
margens do rio Nilo
urbanas da África. Se considerar opor-
dústria egípcia também é diversificada, com destaque para os setores têxtil, (Egito), 2021. tuno, reveja com os estudantes o que
alimentício, químico, farmacêutico, petrolífero e siderúrgico. A atividade agrí- foi estudado acerca do Canal de Suez
cola, praticada há mais de 7 mil anos, está concentrada no delta e às margens e também sobre a Primavera Árabe, no
do rio Nilo, uma vez que o restante do território do país é dominado por áreas Capítulo 5, tecendo comentários sobre
desérticas. As principais mercadorias produzidas são cana-de-açúcar e trigo, a importância estratégica do país para
além do algodão de altíssima qualidade, com fibras longas, bastante valorizado o comércio internacional e sobre a per-
no mercado internacional. sistência de regimes políticos autoritá-
rios nessa nação.
Cristian Zamfir/Shutterstock
139
139
Orientações didáticas
Conheça mais
Conheça mais
Nilo: a força vital do Egito
Oriente os estudantes na leitura
No século V a.C., o historiador grego Heródoto escreveu que o Egito era uma
das imagens desta seção. A leitura do
“dádiva do Nilo”. Recentemente, em 2021, o presidente egípcio, Abdel Fattah
mapa e do texto da página 141, em
al-Sissi, declarou que as águas do Nilo são “intocáveis” – exemplos separados
conjunto com as atividades que se-
por séculos, mas que evidenciam a importância do Nilo para a sociedade egípcia.
guem, em especial a atividade 3, au-
No entanto, a bacia do Nilo engloba áreas de diversos países, levantando
xiliam na mobilização da habilidade
questões importantes sobre a gestão de suas águas.
EF08GE20, principalmente no que se
refere às pressões causadas na natu- Nilo – passado e presente
reza e na sociedade devido a algumas A necessidade de estender os benefícios do Nilo por uma área cada vez maior
provocou, ainda no Antigo Egito [cerca de 3200 a.C.], o desenvolvimento da ciência
ações antrópicas no espaço (no caso,
de construção de canais que serviam tanto para irrigar terras áridas como [para] meio
a construção da hidrelétrica Grande de transporte. A maior parte das grandes construções egípcias – incluindo as pirâmi-
Renascença Etíope). des de Gizé – só foi possível graças ao sistema de transporte, sofisticadíssimo, que os
Ao realizar o estudo desta página egípcios desenvolveram através de canais – por onde foram transportadas pedras de
e observar a ilustração, realize uma granito de até 60 toneladas.
aproximação com o componente cur- Horizonte Geográfico, São Paulo, ano 11, n. 55, jan./fev. 1998. p. 16.
Granger/Fotoarena
tudantes conhecimentos previstos
para o 6o ano do Ensino Fundamen-
tal, sobre a importância do rio Nilo pa-
ra a civilização egípcia (considerando
o objeto de conhecimento “Povos da
Antiguidade na África”). Ressalte que
o rio Nilo, para os egípcios antigos, de-
tinha grande significado espiritual; as
cheias anuais desse rio eram conside-
radas um presente divino e eram mui-
to aguardadas, porém não eram dadas
como certas. Esse é um dos motivos
pelos quais o povo egípcio realizava
oferendas e construía monumentos
para os seus deuses.
Complemente o estudo da ilustração
comentando com os estudantes que os
egípcios antigos desenvolveram com-
plexos sistemas de canais e também
métodos de irrigação muito avança-
dos para a época, que dependiam das
águas do rio Nilo para proporcionar as
condições necessárias ao cultivo de ce-
reais em uma região desértica.
140
140
Etiópia decidida a seguir com construção pirâmides. A outra finalidade é a irriga-
África: bacia do rio Nilo
de represa no Nilo ção, fundamental para a prática da ativi-
R
O local é uma fonte de tensão entre os três paí- ocorre porque a Etiópia construiu uma
Nil
EGITO
ses [(Etiópia, Egito e Sudão)] desde o início da obra ÁSIA barragem para geração de energia no
o
Trópico de Câncer
em abril de 2011. rio Nilo Azul, principal formador do rio
M
ar
[...] Nilo. Com isso, o Egito, assim como o
Ve
rm
A Etiópia afirma que a energia que produzirá é
Sudão, teme que o fluxo de água do
el
vital para atender às necessidades de seus 110 mi-
ho
lhões de habitantes.
rio diminua, afetando o abastecimento
CHADE desses países e o desenvolvimento da
No entanto o Egito, que depende de 97% do SUDÃO Ri
ERITREIA
ranco
o
agricultura irrigada.
Nil
Nilo para irrigação e água potável, vê o reservatório
oA
N ilo B
etíope como uma ameaça ao seu abastecimento de
zu l
água. DJIBUTI
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
o
Ri
O Sudão, por sua vez, teme danos aos seus pró- SOMÁLIA
prios reservatórios se a Etiópia proceder com o en-
chimento total do local antes de chegar a um acordo.
REP.
CENTRO- SUDÃO DO SUL
ETIÓPIA África em Pauta #29 –
AFP. Etiópia decidida a seguir com construção
-AFRICANA Rio Nilo e a disputa
de represa no Nilo. Estado de Minas, 7 abr. 2021. Etiópia VS Egito
REP.
Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/ DEMOCRÁTICA Ponta de Lança Podcasts.Disponível
internacional/2021/04/07/interna_internacional,1254534/ DO CONGO UGANDA em: https://podcasts.apple.com/us/
Equador QUÊNIA OCEANO 0º
etiopia-decidida-a-seguir-com-construcao-de-represa
-no-nilo.shtml. Acesso em: 12 maio 2022. ÍNDICO podcast/%C3%A1frica-em-pauta-29
-rio-nilo-e-a-disputa-eti%C3%B3pia
Hidrelétrica Grande 0 375 750
Renascença Etíope TANZÂNIA km
-vs-egito/id1536504992?i=100055
2363676. Acesso em: 13 jul. 2022.
Elaborado com base em: NEVES, O podcast (a partir do minuto 59)
Ernesto. Águas turbulentas: a briga
pelo rio Nilo. Veja, 24 jul. 2020. trata da construção da hidrelétrica
Disponível em: https://veja.abril.com. Grande Renascença Etíope e os con-
br/mundo/aguas-turbulentas-a- flitos decorrentes entre os países da
Yirga Mengistu/Adwa Pictures Plc/dpa picture alliance/Alamy/Fotoarena
1 Por que o rio Nilo não seca, apesar de ter quase metade de seu curso em áreas desérticas?
2 Que relação há entre a estruturação de canais e a construção das pirâmides? Qual é a outra utili-
dade dos canais e qual é sua importância, considerando esse aspecto e as características climáti-
cas da região?
3 Em relação à gestão das águas da bacia do Nilo, por que se estabeleceu uma disputa entre o Egito
e a Etiópia, envolvendo também o Sudão?
141
141
Orientações didáticas
Nigéria
Ao encaminhar estudo e reflexões
A Nigéria é o país mais populoso da África, com cerca de 219 milhões de
sobre a Nigéria, inicialmente, destaque
habitantes. Destaca-se também pela enorme diversidade étnica, representa-
a importância do país do ponto de vista
da por centenas de etnias diferentes, sendo três delas predominantes: hauçá
demográfico e étnico – é o mais popu-
(30%), iorubá (15%) e ibo (15%). Esse fato dificultou o estabelecimento de uma
loso no continente e apresenta enorme
unidade nacional após a independência do país, em 1960.
diversidade étnica.
Em 1966, membros da etnia ibo derrubaram o governo nigeriano, instalan-
Além de deter reservas substanciais
do-se no poder. Repelidos por um golpe militar no ano seguinte, os ibos decla-
de petróleo (considerado de altíssima
raram a independência do território de Biafra, próximo ao delta do rio Níger,
qualidade nos mercados internacio-
dando origem à Guerra de Biafra.
nais), a Nigéria apresenta economia
Em razão da disputa pelas reservas de petróleo do delta, a guerra civil ni-
expressiva e diversificada, que vem de-
geriana durou cerca de três anos e só terminou com a rendição de Biafra. O
senvolvendo rapidamente seu setor ter-
conflito foi um dos principais do período pós-independência na África e evi-
ciário, inclusive com o surgimento de
denciou como os interesses das grandes potências mundiais, cujas empresas
um grande número de empresas inova-
apoiaram diferentes lados, desempenham um fator importante nos rumos dos
doras, ou startups.
países africanos.
Também é possível explorar, nesse
momento, a importância dos investi-
Espaço econômico
mentos chineses para o desenvolvimen-
to do país e de sua infraestrutura. Um A economia nigeriana representa praticamente 20% do PIB do continente
exemplo é o mercado de telecomunica- africano. No entanto, seus maiores parceiros comerciais são a China, a Índia e
ções, que cresceu de modo expressivo os países da União Europeia, e somente cerca de 13% do seu comércio exterior
no continente africano. O caso da Nigé- é realizado com outros países da África.
ria é ilustrativo, pois no ano 2000, com Além de apresentar um setor de serviços diversificado, a Nigéria é o principal
uma população de 160 milhões de ha- produtor de petróleo da África, e esse setor estimula a produção industrial do
bitantes, o país contava apenas 400 mil país, que se destaca, por exemplo, na produção de tintas, borrachas sintéticas e
linhas telefônicas fixas; em 2012, o nú- fertilizantes químicos (observe a fotografia a seguir). Mas também se destacam
mero de assinantes de telefones celu- as indústrias têxteis, alimentícias, de calçados, de aço e de cimento.
lares já era de 60 milhões. Nesse setor
Temilade Adelaja/Reuters/Fotoarena
das telecomunicações, a presença da
China é particularmente dominante.
Ao promover o estudo desta pági-
na, preste atenção ao desenvolvimen-
to da habilidade EF08GE20, referente
aos aspectos econômicos do país afri-
cano em questão. Ao tratar dos con-
flitos contemporâneos que ocorrem
nesse país, também são retomados
conceitos como território e nação para
que os estudantes realizem uma aná-
lise dessas situações, o que viabiliza
um aprofundamento do trabalho com
a habilidade EF08GE05. Consideran-
do que os estudantes também anali-
sam um importante conflito do período
pós-independência nigeriana, há a pos- Refinaria de petróleo e fábrica de fertilizantes próximo a Lagos (Nigéria), 2020. A riqueza das reservas de
sibilidade de trabalho com a habilida- petróleo gera receitas de exportação para o Estado nigeriano, mas contrasta com a pobreza da região, uma
de EF08GE08. das menos desenvolvidas do país.
142
142
A indústria cinematográfica Orientações didáticas
Hollywood e Bollywood são, respectivamente, as indústrias cinematográfi- Ao estudar com os estudantes sobre
cas dos Estados Unidos e da Índia. A Nigéria também tem uma produção de o grupo fundamentalista islâmico Boko
filmes, séries, documentários e novelas bastante expressiva, sendo responsável
Haram, mencione que, recentemente,
por cerca de 5% do PIB nigeriano. Trata-se de Nollywood, termo cunhado em
o grupo tem promovido sequestros que
2002 para se referir à indústria audiovisual do país, que tem como foco o de-
diferem dos que ocorriam no passado,
senvolvimento de narrativas baseadas na cultura, nos problemas sociais e nos
quando as motivações ideológicas pre-
desafios próprios da sociedade nigeriana.
valeciam (a aversão aos valores ociden-
tais). O objetivo principal nos sequestros
Nollywood produz cerca de 1 200 filmes por ano, perdendo apenas para
tem sido a obtenção de dinheiro.
Bollywood em volume de produção cinematográfica. Nos enredos, o inglês, a
língua oficial do país, está sempre presente, mas é mesclado com os idiomas Aproveite para comentar que, ape-
das centenas de etnias existentes na Nigéria.
sar de décadas de rivalidades entre
grupos étnicos e também entre cristãos
Florian Plaucheur/AFP
143
143
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
Ao retomar os conceitos e os temas Rajesh Jant
ilal/A
FP
desenvolvidos no decorrer do estudo do
capítulo sobre os principais países afri- ÁFRICA DO SUL
⓿ País mais industrializado do continente;
canos, aproveite para dar atenção es-
infraestrutura desenvolvida e localização
pecial à questão do rio Nilo, no Egito; estratégica; articulação com as cadeias
do apartheid, na África do Sul; e das produtivas globais de transnacionais;
questões étnicas e religiosas na Nigéria. ⓿ Maior concentração mundial de riquezas minerais:
O tema do apartheid pode ser apro- platina, cromo, diamantes ouro, carvão mineral e
fundado por meio de atividades com- outros;
⓿ Áreas limitadas para a produção agrícola; alta
plementares, por exemplo, debate,
produtividade: principais culturas – milho e trigo;
produção de podcast, linha do tem- ⓿ Forte política de segregação racial (apartheid) até
po, entre outros. Essas metodologias a década de 1990;
ativas podem ser promovidas com ba- ⓿ Desafios do pós-apartheid – formação de uma
se nos textos das páginas 136 e 137, sociedade democrática, multirracial e menos Vista aérea do porto de Durban
pesquisas e sugestões de leitura e fil- desigual. (África do Sul), 2021, o maior do
continente africano.
mes. Sobre esse tema, veja a ativida-
de complementar proposta na próxima
página deste Manual do Professor.
EGITO NIGÉRIA
⓿ Principal potência econômica da África do norte; ⓿ País mais populoso da África; enorme
grandioso patrimônio histórico-cultural; diversidade étnica (centenas);
⓿ Atividade turística: cerca de 5,5% do PIB; ⓿ Principal produtor de petróleo da África;
⓿ Indústria diversificada: setores têxtil, alimentício, ⓿ Indústrias químicas (petróleo), têxteis,
químico, farmacêutico, petrolífero e siderúrgico; alimentícias, de calçados, de aço e de cimento;
⓿ Delta e vale do rio Nilo: concentram mais de 9á% ⓿ úá% do PIB do continente africano;
da população; dependência de 97% do Nilo para ⓿ Nollywood – filmes, documentários, novelas –
irrigação e obtenção de água potável; culturas de cerca de 5% do PIB nigeriano;
cana-de-açúcar, algodão e trigo; ⓿ Divisão entre norte muçulmano e sul cristão
⓿ Grande Represa do Renascimento: impactos animista; Boko Haram (grupo fundamentalista
negativos no fluxo de água do rio Nilo – atritos islâmico) – terrorismo, sequestros e assassinatos.
políticos com Etiópia e Sudão.
144
Atividade complementar
⓿ Para um maior desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem proposto neste capítulo, sugerimos uma dinâmica
alternativa na qual os estudantes devem realizar uma pesquisa sobre um país africano escolhidos por eles. Para tanto,
a atividade pode ser realizada na sala de informática ou em casa e envolver uma pesquisa em sites de busca para que os
estudantes possam levantar informações sobre esses países. Depois, eles devem compartilhar os resultados com os colegas
por meio de um formato livre, que também pode ser escolhido por eles.
144
NÃO ESCREVA NO LIVRO. momento para que os estudantes com-
3. b) Espera-se que os estudantes notem que, apesar de o regime de apartheid ter ocorrido partilhem as informações pesquisadas
exclusivamente na África do Sul, em muitos países, inclusive no Brasil, há segregação social e e sejam convidados a refletir sobre as
Retome situações de discriminação étnica.
semelhanças e diferenças entre as bio-
1. Leia a resposta neste Manual do Professor.
1 Analise resumidamente as principais características econômicas do Egito e da Nigéria. grafias apresentadas.
2 A partir do fim do século XIX, o continente africano passou a ser alvo dos interesses das potências
europeias. Explique o interesse europeu pela África do Sul. 2. Leia a resposta neste Manual do Professor. Atividade complementar
A África do Sul instituiu a data
Exercite
⓿
145
145
Orientações didáticas
Ponto de checagem NÃO ESCREVA NO LIVRO.
A seção Ponto de checagem oferece 1 Leia o texto, que trata do conflito na Nigéria e, África: geologia
com base nos seus conhecimentos, responda
Meridiano de Greenwich
teúdos trabalhados na unidade. Para [...] O Biafra foi a primeira nação africana a re-
Ma
mais orientações, veja o tópico Acom- finar o seu próprio petróleo, o que desagradou às Trópico de Câncer
rV
erm
ÁSIA
multinacionais que ali operavam e que tinham sede
panhamento das aprendizagens, nas
elh
o
em Lagos, a capital.
Orientações para este volume.
[...]
1. a) A Nigéria apresenta mais de 250 A guerra do Biafra foi o primeiro grande desastre
Equador
0º
humanitário provocado por um conflito de origem
etnias, porém as mais expressivas são OCEANO
étnica, após o Holocausto. Foi também o primeiro Tipos predominantes
ÍNDICO
os hauçá, ao norte; os iorubás, a su- conflito armado do século XX na África, entre afri-
de rocha
Sedimentar (recente)
doeste; e os ibos, no sudeste do país. canos, e a primeira guerra onde a questão do aces-
Sedimentar (antiga)
Metamórfica
so às fontes de energia teve um peso determinante. Magmática
Trópico de
1. b) A Nigéria era um Estado-nação en- Por esse motivo, o Reino Unido foi a única potência
Movimentos da crosta
terrestre Capricórnio
quanto o Biafra era um território que pre- ocidental que alinhou com o Governo Federal da Falha
Dobramento recente
tendia ser reconhecido como um novo Nigéria que era apoiado pela União Soviética. Fossa tectônica 0 1 275 2 550
Vulcão ativo
país. Porém, a Nigéria não aceitou per- SOARES, Sérgio. Biafra: 40 anos da guerra que acabou km
com um país. Diário de Notícias, 14 jan. 2010.
der essa região, pois deixaria de ter um Elaborado com base em: MEC/FAE. Atlas geográfico.
Disponível em: https://www.dn.pt/globo/africa/biafra
trecho de seu território, e, além disso, im- Rio de Janeiro: FAE, 1984; ATLANTE geografico moderno.
-40-anos-da-guerra-que-acabou-com-um
Novara: Istituto Geografico De Agostini, 1998.
portantes reservas de petróleo. -pais-1469361.html. Acesso em: 7 abr. 2022.
a) Qual é a relação entre a formação geológica
1. c) O conflito ocorreu durante o pe- a) Embora a Nigéria possua grande diversida-
e a atividade mineradora nesse continente?
ríodo da Guerra Fria (1947-1989). Tan- de étnica, quais são as etnias predominan-
b) Cite alguns dos problemas relacionados à
to a União Soviética quanto o Reino tes no país?
atividade da mineração nos países africanos.
Unido tinham interesse em explorar as b) Em que implicava a independência do Biafra
jazidas de petróleo, abundantes na re- para a Nigéria? 3 Leia o texto a seguir e, depois, no caderno, faça
gião em que o Biafra tinha se auto- c) Qual era o interesse dos países europeus em o que se pede.
declarado independente, próxima ao apoiar o Biafra no conflito? Ao abrir em 2019 um centro de pesquisa sobre
delta do rio Níger. a inteligência artificial em Acra, a Google reforçou a
2 Leia o texto sobre a exploração de diamantes determinação da capital do Gana em se empenhar
2. a) Com grande extensão continen- no continente africano e observe o mapa dos em prol da transformação digital da África. Junto
tal e antiga formação geológica, o solo tipos de rocha encontrados na África. Depois, com Casablanca no Marrocos, Nairobi no Quênia,
africano guarda riquezas que são ex- responda às questões no caderno. Lagos na Nigéria e Cotonou no Benim, Acra é um
dos polos de atividade que aceleram a transforma-
ploradas em todo o território. Pedras [...] mantemos a regra comum de não comprar
ção no continente.
preciosas, como os diamantes, são en- de países que possuem queixas de direitos hu-
manos relativas ao mercado de diamantes, como [...]
contradas em porções de rochas mag-
Angola, Congo e Zimbábue. Para além do seu impacto econômico, a
máticas, bastante frequentes no litoral transformação digital deve permitir aos Estados
[...] Nós estamos de acordo com requerimentos
e na porção leste da África. Portanto, a africanos melhorarem as condições de vida dos
legais para prevenir lavagem de dinheiro e respeitar
mineração representa uma importante o meio ambiente e os direitos humanos e traba- seus concidadãos. Aplicativos já foram desen-
atividade econômica para o continen- lhistas. Outras ações nossas não são exigidas pela volvidos para a agricultura, um setor de peso
te, empregando milhares de pessoas lei, como a própria rastreabilidade de diamantes e a que representa 61% dos empregos e 36% do PIB
na extração de minérios para exporta- compra apenas de países que respeitem os direitos do continente. [...]
ção, como carvão e petróleo, além de humanos. [...] 5 POLOS urbanos no âmago da transformação digital
FONSECA, Mariana. De onde vem esse diamante, da África. The Agility Effect, 20 fev. 2020. Disponível em:
pedras preciosas, como diamantes, no https://www.theagilityeffect.com/br/case/5-polos
Tiffany? Exame, 31 jan. 2019. Disponível em: https://
Congo, Guiné, Namíbia, Angola e Áfri- exame.com/revista-exame/de-onde-vem-esse -urbanos-no-amago-da-transformacao-digital-da
ca do Sul. -diamante/. Acesso em: 7 abr. 2022. -africa/. Acesso em: 27 abr. 2022.
2. Leia as respostas neste Manual do Professor.
2. b) Algumas atividades extrativistas, 146
realizadas durante as guerras civis, vio-
laram direitos humanos – não oferecen-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
do condições básicas de segurança aos
mineradores – além de gerar impactos
ambientais, como erosão dos solos e
poluição de rios e lençóis freáticos. An-
gola, República Democrática do Congo,
Zimbábue e Serra Leoa, por exemplo,
faziam extração ilegal de minérios a
fim de financiar armamentos de guer-
ras para grupos rebeldes e separatistas.
146
3. b) Esses polos são importantes para atrair investimento em infraestrutura para as cidades, promover pesquisa e
tecnologias que podem ser usadas para ampliar o desenvolvimento econômico e social do continente – principal-
mente nos setores agrícola e industrial –, reduzindo as taxas de desigualdade que ainda são as maiores do mundo,
como aponta o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
3. a) Os principais polos ficam nas cidades de Acra
a) Cite os principais polos de tecnologia da África. (Gana), Nairóbi (Quênia), Lagos (Nigéria), Cotonou (Benin)
e Casablanca (Marrocos).
Orientações didáticas
b) Qual é a importância desses polos, considerando as taxas de desigualdade social na África?
SÍRIA
CHINA 4. b) O texto pode servir para indicar
AFEGANISTÃO
alguns pontos aos estudantes, que po-
IRÃ
dem mencionar as disputas políticas
MIANMAR
MALI
IRAQUE
entre etnias diferentes, crise humani-
NIGÉRIA
VIETNÃ
tária e o conflito civil, como sendo os
SUDÃO PAQUISTÃO
Refugiados por
COLÔMBIA
REPÚBLICA
ERITREIA
principais motivos. Mesmo com a inde-
COSTA
CENTRO-AFRICANA SUDÃO
país de origem DO
MARFIM DO SUL ETIÓPIA
SRI LANKA pendência do Sudão do Sul, em 2011,
(mil pessoas)
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA
SOMÁLIA conflitos armados e instabilidade polí-
De 10,0 a 120,0 DO CONGO
De 120,1 a 2 663,0
RUANDA
tica ainda têm expulsado os civis pa-
BURUNDI
4 850,8
ra países vizinhos. Nos últimos anos,
a questão das enchentes também se
Elaborado com base em: UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME. Human
destacou como um problema.
Development Report 2015. New York: UNDP, 2015. Disponível em: https://www.undp.org/
publications/human-development-report-2015#; IBGE Educa Professores. Você sabe o 5. a) Uma maneira seria atrair investi-
que é anamorfose? Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/professores/educa mentos estrangeiros que ampliassem a
-recursos/20815-anamorfose.html. Acesso em: 16 maio 2022.
infraestrutura nos países africanos.
[...] os confrontos registados no norte do Sudão do Sul agravam a situação humanitária local, já antes con-
siderada “desastrosa”. 5. b) Segundo o texto, a principal potên-
O estado de Unidade é uma região do país mais jovem do mundo especialmente habituada à instabilidade cia é a África do Sul, por ser o país mais
política, econômica e de segurança que impera desde a sua independência do Sudão em 2011, tendo também industrializado do continente africano.
sido alvo, nos últimos meses, das piores cheias dos últimos 60 anos.
LUSA. Regresso da violência ao Sudão do Sul provoca milhares de deslocados. Record TV Europa, 17 abr. 2022.
Disponível em: https://recordeuropa.com/noticias/mundo/regresso-da-violencia-ao-sudao-do-sul
-provoca-milhares-de-deslocados-17-04-2022. Acesso em: 27 abr. 2022.
a) Quais são os países africanos mais afetados e os menos afetados pela questão dos refugiados?
b) Explique os principais motivos desse fenômeno no Sudão do Sul.
a) De acordo com o texto, qual é a solução para o problema social apontado? Explique.
b) Qual é a principal potência econômica do continente africano e qual é o principal motivo para que
ela seja classificada assim?
5. Leia as respostas para a atividade neste Manual do Professor.
147
147
BNCC na unidade
Diego Vara/Reuters/Fotoarena
Competências gerais da Educação
Básica (CG): 2, 3, 4, 5, 7 e 10.
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental (CECH): 3, 5 e 7.
Competências específicas de
Geografia para o Ensino Fundamental
(CEG): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Habilidades de Geografia: EF08GE06,
EF08GE07, EF08GE08, EF08GE09,
EF08GE11, EF08GE12, EF08GE13,
EF08GE14, EF08GE15, EF08GE18,
EF08GE19, EF08GE20, EF08GE21,
EF08GE22 e EF08GE23.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Ciência e Tecnologia,
Educação Ambiental, Educação em
Direitos Humanos, Saúde e Educação
Alimentar e Nutricional.
Introdução
A unidade está apoiada em três te-
mas principais: as formas de regiona-
lização e os organismos internacionais
na América; as dinâmicas naturais e
os problemas ambientais no continen-
te americano; as questões ambientais,
territoriais e geopolíticas na Antártida.
Considerando as temáticas da re- A Reunião de representantes
gionalização, dos organismos interna- dos países durante a cúpula
do bloco do Mercosul,
cionais e da geopolítica na Antártida, é ocorrida em Bento Gonçalves
desejável que os estudantes possuam (RS), 2019.
como pré-requisitos para o desenvolvi-
mento do conteúdo proposto na unida- Nesta unidade você vai estudar:
de conhecimentos acerca da atuação ⓿ as diferentes formas de regionalização
das organizações mundiais e do papel da América;
das grandes potências mundiais nos
⓿ alguns conflitos e tensões em regiões de
contextos geopolítico e econômico glo-
bais. Dessa forma, questione-os sobre
Am éric a e ⓿
fronteira na América Latina;
a atuação de organismos internacionais
Ant ártida
isso, anotando na lousa algumas res- na integração econômica do continente;
postas dos estudantes. Pergunte a eles,
⓿ as características das paisagens naturais
também, o que sabem sobre o relevo, a da América e questões ambientais
148
Leia as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
1. No Capítulo 2, os estudantes já tiveram contato com o tema de blocos econômicos, e viram que esses
blocos estruturam negociações visando maior abertura comercial entre os associados.
Atividades
Chico Ferreira/Pulsar Imagens
Explore com os estudantes as fotos
de abertura, questionando-os também
sobre que tipo de negociações aconte-
cem em reuniões de integrantes de blo-
cos econômicos, como a mostrada na
fotografia dos representantes dos paí-
ses do Mercosul. No caso da fotogra-
fia do cultivo de café, procure ampliar
a análise considerando os diversos fa-
tores naturais para o desenvolvimento
dessa cultura.
B Cultivo de café em
Três Corações (MG), 2021,
utilizando técnica de
microterraceamento, que reduz
o processo de erosão.
3
2. Quais características naturais e que relação
sociedade-natureza são percebidas na foto e
na legenda do cultivo de café?
149
149
BNCC no capítulo
Competência geral da Educação
9 Leia as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
1. Resposta pessoal. Deixe os estudantes opinarem livremente. Os blocos
econômicos regionais procuram estabelecer regras que estimulam a compra e
a venda de mercadorias entre os países do bloco, aspecto que está relacionado
à fotografia do porto.
Regionalização e
Básica (CG): 2. 2. O México faz parte da América do
Norte. É possível que os estudantes infor-
Competências específicas de mem sobre as três porções continentais
Ciências Humanas para o Ensino
Fundamental (CECH): 5 e 7. organismos internacionais
na América
da América (do Norte, Central e do Sul), e também façam referência
Competências específicas ao critério socioeconômico, considerando os países desenvolvidos e
em desenvolvimento.
de Geografia para o Ensino CassielMx/Shutterstock
Fundamental (CEG): 5 e 6.
Habilidades de Geografia: EF08GE06,
EF08GE07, EF08GE08, EF08GE09,
EF08GE11, EF08GE12, EF08GE14 e
EF08GE20.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação em Direitos
Humanos, Saúde e Educação
Alimentar e Nutricional.
Introdução
Para começar
Neste capítulo, serão desenvolvi-
dos estudos acerca das formas de re- Converse com os
Vista do Porto de Vera Cruz (México), 2019, o maior desse país norte-americano.
colegas e o professor.
gionalização no continente americano,
algumas características socioeconô-
micas dos seus Estados-nações, além
1. Como a fotografia
do Porto de Vera América e suas
da atuação das organizações interna-
cionais e seus objetivos e impactos
Cruz se relaciona
com os blocos regionalizações
econômicos
nos territórios dos países dessa porção Os europeus que se dirigiram à América pertenciam a dois diferentes grupos
regionais?
continental, considerando, inclusive, os linguístico-culturais: os anglo-saxões, ingleses em maioria e holandeses, e os
2. Considerando o
conflitos e tensões. latinos, majoritariamente portugueses e espanhóis.
critério natural,
Dessa maneira, é importante que os de acordo com a Se considerarmos a língua falada e os traços culturais impostos pelos colo-
estudantes possuam como pré-requisi- legenda da foto, nizadores, o continente pode ser subdividido em:
tos conhecimentos sobre Estado e terri- à qual porção da ⓿ América Anglo-Saxônica, constituída pelo Canadá e pelos Estados Uni-
América pertence
tório e noções a respeito de como estão dos, colonizada principalmente pelos ingleses, cujo legado foram a língua
o México? O que
estruturadas as organizações mundiais, você sabe sobre (o inglês) e a religião (o protestantismo);
assim como de que maneira atuam as propostas de ⓿ América Latina, constituída pelo México, pela América Central (parte
grandes potências mundiais, em ter- regionalização
continental e parte insular) e pela América do Sul, cujos colonizadores,
mos geoeconômicos e geopolíticos. O desse continente?
predominantemente portugueses e espanhóis, deixaram como legado a
desenvolvimento dos estudos sobre a NÃO ESCREVA NO LIVRO.
religião católica e as línguas mais faladas nessa porção continental – o
temática a ser trabalhada mobiliza as espanhol e o português.
habilidades EF08GE06, EF08GE07, Apesar de muito comum, essa subdivisão contém alguma imprecisão. No
EF08GE08, EF08GE09, EF08GE11,
bloco da América Latina, existem países que foram colonizados por ingleses,
EF08GE12, EF08GE14 e EF08GE20.
como Granada e Belize; por holandeses, como Suriname e Antilhas Holandesas;
Para começar e por franceses, como Haiti. Na América Anglo-Saxônica, uma parcela conside-
rável da população canadense fala o francês (língua latina), em áreas de colo-
1. Para mobilizar a habilidade EF08GE09, nização francesa.
questione os estudantes sobre a impor-
tância dos portos no comércio interna- 150
cional e os tipos de mercadorias que
circulam nesses nós – os portos – das Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
redes de distribuição e intercâmbio de
produtos.
150
1. A origem dos povos europeus que colonizaram o continente.
2. Sim, pois Canadá e Estados Unidos são países desenvolvidos, enquanto os latino-americanos são todos países
em desenvolvimento. Cuba – também um país latino-americano – não se encaixa nesse critério, uma vez que não é
um país capitalista, mas um Estado-nação organizado nos moldes do regime socialista. É provável que os estudantes
tenham dúvidas em relação à América Latina e não conheçam a organização política e socioeconômica de Cuba, mas
América Anglo-Saxônica e América Latina isso será trabalhado neste volume. Orientações didáticas
Ao iniciar o estudo sobre as regiona-
Cí
OCEANO GLACIAL
Explore
rc
ÁRTICO
ul
ALASCA Po
o
(EUA) la
r Ár
Groenlândia
(DIN)
lizações da América nas páginas 150
tic
o
1. Que critério foi considera- e 151, enfatize a origem das termino-
do para estabelecer essa logias “anglo-saxão” e “latino”, dando
CANADÁ SÃO CRISTÓVÃO 60º O
E NÉVIS
divisão regional do conti- destaque, também, à ocupação do su-
ANTÍGUA E nente americano? deste do atual Canadá por franceses,
Porto Rico
BARBUDA
(EUA)
Guadalupe (FRA) 2. Se fôssemos estabelecer no caso, latinos. Eles ocuparam áreas
Mar do DOMINICA
Tró ESTADOS UNIDOS Caribe Martinica (FRA) como critério o nível de junto ao rio São Lourenço, região que
de pico SANTA LÚCIA
Cân
BARBADOS desenvolvimento socioe-
cer
BAHAMAS SÃO VICENTE E passou a ser chamada de Nova Fran-
HAITI
GRANADINAS
GRANADA
conômico dos países, a di-
REP.
visão regional seria igual à
ça. Por um longo tempo, as atividades
MÉXICO DOMINICANA
CUBA TRINIDAD
BELIZE 0 385 E TOBAGO do mapa? Explique. econômicas mais desenvolvidas nessa
GUATEMALA JAMAICA
EL SALVADOR
HONDURAS Antilhas
Holandesas km
3. É correto afirmar que a
área foram a caça de animais de peles
NICARÁGUA
Equad
COSTA RICA VENEZUELA
GUIANA
SURINAME América Latina corres- raras, como os ursos, e a pesca.
or PANAMÁ COLÔMBIA Guiana Francesa (FRA)
ponde às Américas Cen- Verifique também se os estudantes
OCEANO EQUADOR
tral e do Sul? Por quê?
PACÍFICO OCEANO
0° reconhecem quais foram as principais
PERU
BRASIL
ATLÂNTICO NÃO ESCREVA NO LIVRO. potências do mundo a partir das Gran-
0 1 270 2 540
BOLÍVIA
des Navegações. Aproveite para reto-
km
3. Não, pois o México, que per- mar com eles temas previstos para o
América Anglo-Saxônica PARAGUAI Tróp tence à América do Norte, tam-
7o ano, realizando interdisciplinarida-
Banco de imagens/Arquivo da editora
CHILE ico d
(colonizada e Ca
pric bém faz parte da América Latina.
predominantemente órn
por ingleses) URUGUAI
io Leia as orientações para a ativida- de com História, a partir da aproxima-
* Barbados, Guiana, Granada, Belize e
de neste Manual do Professor.
América Latina*
(colonizada ARGENTINA Trinidad e Tobago foram colonizados ção com as habilidades EF07HI08,
predominantemente por ingleses, sobretudo a partir do
por povos de século XIX. As Antilhas Holandesas e
o Suriname foram colonizados por
Elaborado com base em: EF07HI10 e EF07HI13, que dizem res-
línguas latinas)
holandeses; as primeiras, formadas LACOSTE, Yves (org.). Atlas peito às formas de organização e dinâ-
pelas ilhas de Aruba, Curaçao e Bonaire,
ainda pertencem aos Países Baixos.
2000: la France et le monde.
100º O 60º O
Paris: Nathan, 1999. p. 134. micas das sociedades americanas no
período colonial; e à lógica mercantil
que norteou as Grandes Navegações, e
Colonização de exploração em especial às porções territoriais da
e de povoamento América. Comente que no início desse
período, Espanha e Portugal exerceram
Na América Latina, predominou o modelo de colonização baseado na reti- uma liderança importante, pois foram
rada de recursos naturais das colônias com a utilização de mão de obra escra- os primeiros países a se lançarem ao
vizada: a colonização de exploração. Na tela mar em busca de um novo caminho pa-
Nos Estados Unidos e no Canadá, predominou a colonização de povoamen- ra as Índias e de novos territórios para
Dança com lobos
to. Os territórios que hoje correspondem a esses dois países começaram a ser exploração. Mais tarde, a Inglaterra –
Direção: Kevin Costner.
colonizados entre o final do século XVI e o início do século XVII. Os ingleses se que se destacou por um grande de-
EUA, 1990 (180 min).
estabeleceram na costa atlântica, organizando as Treze Colônias (Nova Ingla- senvolvimento industrial – exerceu um
O filme apresenta
terra), com clima Temperado, como o da Inglaterra e o da maioria dos países vários aspectos das papel de protagonismo na política ex-
europeus. Seus habitantes se dedicavam à agropecuária (pequenas proprieda- relações entre brancos terna mundial, dando lugar aos EUA já
des) e às atividades artesanais para atender às necessidades locais. Essa po- e indígenas no contexto em meados do século XX.
pulação desenvolveu um modelo de colonização baseado no trabalho livre e da Guerra de Secessão,
durante a década de Explore
voltado para a criação de um mercado interno.
1860, nos Estados
Esse modelo de colonização permitiu às Treze Colônias maior autonomia em
Unidos. Ao se aproximar 3. Apesar de o México ser um país
relação à Inglaterra e possibilitou a criação das bases do desenvolvimento que dos indígenas, o tenente
de língua latina (espanhol) e perten-
vieram a conquistar a partir do século XVIII. Quando a Inglaterra, entre 1764 e John Dumbar descobre
diversas características
cer à divisão regional América Latina,
1775, decidiu aumentar os impostos nas Treze Colônias e restringir as atividades
da cultura e do modo ele se insere em outra divisão regional
econômicas na região, teve início a guerra pela independência, que terminou em
de vida desses povos. por causa da sua localização geográfi-
1776, com a formação dos Estados Unidos da América.
ca, ou seja, por estar inserido na Amé-
rica do Norte.
151
151
1. A divisão política da América e sua organização espacial, considerando aspectos políticos e socioeconômicos.
2. Canadá e Estados Unidos. Esses países estão localizados na América do Norte.
3. O nível de industrialização e os tipos de produtos exportados.
Orientações didáticas
América – regionalização –
Ao promover o estudo sobre a re-
gionalização da América Latina por
critérios políticos e socioeconômicos
critérios políticos e socioeconômicos, Observe o mapa a seguir.
trabalhe a CECH7, desenvolvendo a lin-
guagem cartográfica, e incentive-os na América: organização espacial conforme Leia as orientações para as atividades
critérios políticos e socioeconômicos – 2020 neste Manual do Professor.
comparação dos mapas das páginas
90° O
151 e 152. OCEANO
GLACIAL ÁRTICO Explore
Ao analisar algumas características NÃO ESCREVA NO LIVRO.
km
0 1 800 3 600 *Nesse grupo, comparativamente aos demais
dantes os conceitos de desenvolvimen- País desenvolvido km da América Latina, as exportações de bens
to e subdesenvolvimento estudados País em desenvolvimento com Círculo Polar Antártico industrializados são significativamente mais
atividade industrial diversificada* diversificadas.
anteriormente. País em desenvolvimento com **Na maioria desses países, há uma grande
atividade industrial pouco ou
relativamente diversificada** dependência de exportações de produtos primários
3. Oriente os estudantes a fazer a aná- País socialista (agrícolas e minerais), e as exportações de bens
industrializados são pouco diversificadas.
lise da legenda do mapa para respon-
der ao que se pede. A divisão regional que o mapa apresenta foi estabelecida de acordo com
três critérios: o nível de desenvolvimento socioeconômico, a inserção do país
4. Comente com os estudantes que
na Divisão Internacional do Trabalho (DIT) e a forma de organização política
mais adiante, no Capítulo 16 deste
e socioeconômica.
volume, haverá um estudo de caso so-
Ao observar o mapa, verifica-se que a América Latina não é um conjunto
bre Cuba.
homogêneo de países em desenvolvimento. Alguns fatores provocaram uma
diferenciação de ordem econômica e social entre os países latino-americanos:
a duração do processo de colonização, o modelo de desenvolvimento, a forma
de integração no mercado internacional após a independência política, as ma-
neiras de aproveitamento dos recursos naturais, a distribuição das riquezas, o
volume de dinheiro investido em educação e saúde, entre outros.
152
152
Orientações didáticas
América Latina – classificação dos países
Inicie a conversa com os estudantes,
Os países da América Latina podem ser agrupados em:
pedindo a eles que descrevam formas
⓿ países capitalistas com atividade industrial diversificada (exportadores de regionalização que podem ser feitas
de produtos primários e industrializados), que apresentam produção in- na América Latina. Deixe que falem li-
dustrial relativamente elevada em diversos setores e uma pauta de ex- vremente e anote na lousa suas con-
portações industriais também relativamente diversificada. O México e tribuições.
a Argentina, por exemplo, exportam diversos modelos de automóveis e
Explore a CECH5, promovendo a lei-
produtos químicos, siderúrgicos e metalúrgicos; o Brasil, além desses pro-
tura coletiva do texto com os estudan-
dutos, exporta aviões comerciais de pequeno e médio porte, por exemplo; tes e analisando aspectos dos grupos
⓿ países capitalistas com atividade industrial pouco ou relativamente di- de países da América Latina, tomando
versificada, em que a maioria é bastante dependente de exportações de como base elementos políticos e eco-
produtos primários (agrícolas e/ou minerais); nômicos e comparando eventos que
⓿ país socialista, representado por Cuba. ocorrem de forma simultânea em di-
Entre os países capitalistas latino-americanos também há diferenças em re- ferentes espaços. Dessa forma, desta-
lação às condições de vida da população. Chile, Uruguai, Costa Rica e Argentina que os aspectos dos países capitalistas
apresentam indicadores sociais bem superiores aos de Honduras, Guatemala, com atividade industrial diversificada,
Bolívia, Paraguai e Haiti, por exemplo. Observe as fotos. dos países com industrialização pouco
ou relativamente diversificada e do país
DFLC Prints/Shutterstock
Omri Eliyahu/Shutterstock
dantes outras fotografias que
expressem diferentes realida-
des do continente americano.
Uma opção é utilizar um pro-
grama de imagens de satélite
Na foto, área urbana do bairro e mostrar locais que exempli-
de Santa Lucia (Honduras),
ficam as desigualdades socio-
2019. Esse país latino-
-americano tem um dos piores espaciais, como as favelas, os
indicadores de qualidade assentamentos e os bairros de
de vida, sendo que cerca da classes média-alta e alta em
metade da população vive em
situação de pobreza.
Santiago (Chile), Buenos Aires
(Argentina) e Bogotá (Colôm-
Essas diferenças demandam maior complexidade em eventuais políticas bia) ou de diversas cidades
conjuntas entre os países latino-americanos, e representam grandes desafios, brasileiras, como Recife (PE),
inclusive para a estruturação de blocos econômicos, como veremos a seguir. Salvador (BA), Belo Horizonte
(MG), Rio de Janeiro (RJ) e São
Um aspecto relacionado aos desafios no contexto da América Latina abarca
Paulo (SP). Também é possível
conflitos e tensões fronteiriços, que opõem diversos países. Veja como isso
comparar regiões de países di-
ocorre, lendo o texto da próxima página. ferentes do continente america-
no, a fim de que os estudantes
153 mobilizem as operações cogniti-
vas de comparação e análise.
153
Orientações didáticas Trabalhando com texto
Trabalhando com América Latina – conflitos e tensões em regiões de fronteira
Nesta seção, trabalhe a EF08GE11, Não existe hoje nenhuma guerra entre países na América Latina. Mas isso não significa que não haja
disputas. Pelo menos 12 divergências fronteiriças se desenrolam atualmente na região, envolvendo 15 países
analisando alguns conflitos em áreas latino-americanos.
de fronteira de países latino-america- “Essa é a região que mais recorre à Corte de Haia [principal órgão judiciário da ONU] para resolver divergên-
nos. Leia com os estudantes o texto da cias dessa natureza”, disse [...] Alberto Van Kleverer, responsável pela defesa da posição do Chile numa disputa
seção e oriente-os a responder ao que que se arrasta há 111 anos com a Bolívia. “Pelo menos os países daqui não têm recorrido à força”, pondera o ju-
é solicitado. rista. A Corte de Haia à qual Van Kleverer se refere fica na Holanda e serve para resolver impasses entre Estados.
[...]
Comente com a turma que, além das
Colômbia × Venezuela
questões apresentadas no texto, há ou-
Os dois países disputam um golfo no Caribe, importante pelas reservas de petróleo que contém. A Colôm-
tras tensões fronteiriças que envolvem bia diz que o limite deveria ser determinado pelas ilhas Los Monjes, que projetam as posses colombianas para
diretamente o território brasileiro. A se- além do continente. Já a Venezuela defende que marcos no continente deveriam ser usados como referência,
guir, exploramos dois exemplos que po- o que aumenta a posse venezuelana.
dem ser usados para uma conversa com A disputa ganhou novo capítulo em 2015, depois que a Venezuela expulsou cidadãos colombianos que
os estudantes ou mesmo para a reali- viviam em seu território, em retaliação a um enfrentamento entre contrabandistas e forças de segurança na
fronteira. Na mesma época, a Colômbia disse que caças de combate da Venezuela violaram seu espaço aéreo,
zação de uma pesquisa complementar: reavivando a animosidade latente.
⓿ A região limítrofe da Amazônia bra-
[...]
sileira com os demais países que Chile × Peru
possuem territórios na Amazônia Assim como a Bolívia, o Peru também perdeu território para o Chile na Guerra do Pacífico. Nesse caso, a
internacional, como Colômbia, Pe- divergência está no mar, não em terra. Peruanos e chilenos divergem sobre como traçar a linha imaginária
ru, Equador e Bolívia, e que passou que determina o que é de um país e o que é de outro.
a ser uma das principais portas de Para o Peru, a linha deve avançar sobre o Pacífico seguindo como um prolongamento da linha em terra, na
mesma inclinação, na direção sudoeste, o que tiraria parte do mar chileno. Para o Chile, esse prolongamento
entrada de drogas ilícitas no Brasil; deve ser horizontal, paralelo às linhas longitudinais do globo.
⓿ A chamada Tríplice Fronteira, re-
Em 2014, a Corte de Haia decidiu que a linha segue como pedem os peruanos até a metade. E, daí em
gião limítrofe entre Brasil, Paraguai diante, continua como pediam os chilenos. A decisão não pôs fim ao impasse, que se mantém agora em
e Argentina, onde, apesar dos es- relação a alguns marcos terrestres de apenas centenas de metros.
forços conjuntos dos governos dos [...]
três países, é grande o fluxo de Chile × Argentina
mercadorias contrabandeadas. Os A fronteira austral entre estes dois países é determinada em vários pontos por marcos naturais mutáveis,
o que leva a divergências esporádicas. O acordo que perdura até hoje determinou que, a partir da crista da
Estados Unidos insistem em afir-
cordilheira dos Andes, são os rios que determinam a linha fronteiriça – olhando para o norte, sabe-se que é
mar que, além de ser local de la- território argentino toda vez que as águas descem na direção leste (direita), e é território chileno quando elas
vagem de dinheiro, a região abriga correm na direção oeste (esquerda).
grupos financiadores de terroris- Antes desse acordo, manobras militares e provocações nacionalistas quase levaram os dois países a uma
tas que atuam em outras regiões guerra aberta em 1978. [...]
do mundo. El Salvador × Honduras × Nicarágua
Os três disputam a fixação de limites fronteiriços no Golfo de Fonseca. Os países são pequenos, mas fi-
zeram barulho. O caso foi parar no Conselho de Segurança das Nações Unidas, na Corte de Haia e na OEA
Atividade complementar (Organização dos Estados Americanos), com sede em Washington.
[...]
⓿ Trabalhe com os estudantes a
CHARLEAUX, João Paulo. 12 disputas de fronteira na América Latina. Nexo Jornal, 6 jun. 2016. Disponível em: https://
CEG5, solicitando a eles, se- www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/06/12-disputas-de-fronteira-na-América-Latina. Acesso em: 13 jun. 2022.
parados em grupos de quatro Leia as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
estudantes, que realizem uma 1. A Corte de Haia, principal órgão judiciário da ONU, o Conselho de Segurança NÃO ESCREVA NO LIVRO.
pesquisa sobre alguma das regi- da ONU e a Organização dos Estados Americanos.
ões de tensões fronteiriças men- 1 Quais organismos internacionais são apresentados como mediadores nos conflitos citados no texto?
cionadas no texto ou as aborda-
2 Explique os motivos dos conflitos entre Venezuela e Colômbia e entre Chile e Peru.
das neste Manual do Professor.
No caso da Venezuela e da Colômbia, ocorre uma disputa por um golfo no Caribe, onde há
Além disso, eles podem escolher reservas importantes de petróleo. No caso da disputa entre Chile e Peru, há o interesse
qualquer outro conflito ou situa- em manter uma área maior de soberania sobre o mar.
ção de definição de limites, em 154
região de fronteira que queiram
abordar, ainda que a questão
seja entre estados da federação Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
ou municípios. Na pesquisa,
eles devem compreender os
prováveis motivos que levaram
ao conflito ou à indefinição,
sejam eles de ordem natural e/
ou social e política. Ademais,
leve-os a pensar em possíveis
soluções para alguns dos confli-
tos. A pesquisa de cada um dos
grupos pode ser apresentada na
forma de seminários ou em uma
roda de conversa, a fim de que
os estudantes desenvolvam a
oralidade.
154
Abertura econômica e Orientações didáticas
blocos econômicos
Para resgatar conhecimentos pré-
vios que podem auxiliar no desenvol-
Entre o final dos anos 1980 e o início dos anos 1990, os espaços geográfi- vimento dos temas aqui estudados,
cos de diversos países da América Latina conheceram processos marcados pela
aproveite para retomar as análises so-
abertura econômica e pelas privatizações. Assim, no primeiro caso, houve redu-
bre esses organismos internacionais
ção de impostos de importação de mercadorias e maiores facilidades para a
– Banco Mundial, FMI e OMC –, desen-
entrada de empresas estrangeiras. No segundo, diversas empresas que perten-
volvidas no Capítulo 2 deste volume,
ciam ao Estado (empresas estatais) foram vendidas para empresas particula-
e trabalhe os impactos da implemen-
res, ação na qual houve participação expressiva de transnacionais estrangeiras,
tação das propostas dessas institui-
ções no espaço geográfico dos países
sobretudo em setores mais rentáveis, como o financeiro, o de telecomunicações
em questão, mobilizando a EF08GE06.
e o de energia elétrica.
Resgate também o que os estudantes
Essas políticas de abertura e de privatizações, que ocasionaram significati-
recordam sobre os blocos econômicos,
vas transformações socioespaciais nos países latino-americanos, resultaram da
seus objetivos, características e dife-
implementação de propostas elaboradas por instituições internacionais – Ban-
rentes níveis de integração.
co Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Interamericano de
Desenvolvimento (Bird) – e pelo governo dos Estados Unidos para resolver os
A partir da abordagem apresenta-
problemas de endividamento, inflação elevada e baixo crescimento econômico.
da nesta página do Livro do Estudante,
Esse plano de ações foi chamado de Consenso de Washington.
que introduz o estudo sobre a abertura
econômica e os blocos econômicos na
A partir de 1994, com a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC),
América Latina, complemente as dis-
esse organismo passou também a estimular a redução das barreiras à circula-
cussões trabalhando a EF08GE14. Para
ção das mercadorias em escala mundial.
isso, converse com os estudantes sobre
A abertura econômica e as privatizações vão ao encontro das ideias neoli-
as características da descentralização e
berais (neoliberalismo), uma vez que estimulam maior liberdade às empresas
recentralização da produção em vários
privadas, sobretudo transnacionais. A aplicação dessas ideias contribuiu para
locais da América Latina. Com base na
o controle da inflação, a ampliação da oferta de mercadorias e para períodos
leitura do texto, enfatize para a turma
de crescimento econômico mais acelerado. Entretanto, em termos sociais, não
que as mudanças ocorridas a partir
houve melhoria significativa, pois as desigualdades continuaram marcantes
dos anos 1980 resultaram na abertura
e uma expressiva parcela da população manteve-se em situação de pobreza.
econômica e em diversas privatizações.
Por isso, muitas pessoas e grupos sociais fazem diversos protestos contra as
Com isso, a produção industrial foi sen-
privatizações.
do desconcentrada espacialmente pa-
ra outras áreas do território brasileiro.
Mauro Akiin Nassor/Fotoarena
Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor
Podcast: Privatização:
muito além da venda de
estatais
Programa Diálogos na USP. Epi-
sódio 10. Disponível em: https://
jornal.usp.br/podcast/dialogos-na
-usp-11-privatizacao-muito-alem-da
-venda-de-estatais/. Acesso em: 11
jun. 2022.
No podcast são entrevistados dois
Protesto contra a
professores da Universidade de São
privatização dos Correios Paulo a fim de discutir o tema das
em Salvador (BA), 2021. privatizações no território brasileiro.
155
155
Orientações didáticas
Acordo Estados Unidos-México-Canadá
Ao realizar a leitura do texto com a
Uma das características do capitalismo atualmente é a formação dos blocos
turma, trabalhe a EF08GE12, objetivan-
econômicos regionais. Entre esses blocos no continente americano, o Acordo
do que eles compreendam a importân-
Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, das iniciais em inglês) se enquadra
cia desse bloco econômico. Destaque
na categoria de zona ou acordo de livre-comércio, que pressupõe acordos co-
que o bloco USMCA tem como objeti-
merciais com o objetivo exclusivo de reduzir ou eliminar tarifas aduaneiras (im-
vo constituir uma zona de livre-comér-
postos de importação) entre os países-membros do bloco. Esse acordo é resul-
cio (livre de impostos).
tado de algumas modificações no Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio
Ao promover essa análise, ressalte
(Nafta), criado em 1994.
as consequências da abertura do mer-
O Nafta estimulou a instalação de empresas estadunidenses no México,
cado mexicano para as empresas es-
onde elas podem produzir com custos menores, em razão de o valor da mão de
tadunidenses: embora o país tenha
obra ser menor. Percebendo essa tendência e temendo perder seus empregos,
apresentado crescimento econômico
muitos trabalhadores dos Estados Unidos, principalmente operários, se mani-
após a adesão ao Nafta, ampliou sua
festaram contra a constituição do tratado. Foi justamente esse um dos pontos
dependência econômica em relação
que motivaram os estadunidenses a exigir uma reestruturação nos termos do
aos Estados Unidos. Nesse contexto,
bloco econômico, determinando limites à transferência da indústria de veículos
muitas empresas mexicanas passaram
dificuldades devido à concorrência das para o México.
empresas dos outros dois países asso- Além disso, entre outras renegociações, foi necessário atualizar as regras do
ciados, onde a capacidade de inves- comércio eletrônico, bastante ampliado desde a inauguração do Nafta.
timentos, inclusive em tecnologia, é Atualmente, os governantes do Canadá e do México, sobretudo após a pro-
muito maior. Dessa forma, a adesão ao funda crise econômica ocasionada pela pandemia da covid-19, estão preocu-
bloco não trouxe benefícios significati- pados com a proposta “Buy American” (compre produtos feitos nos Estados
vos em termos de avanços tecnológicos Unidos, em tradução livre), do governo do presidente Joe Biden (que assumiu
para o México, pois muitas das novas in- o governo em 2021), a fim de estimular a presença de componentes produzidos
dústrias que lá se instalaram são ape- em território estadunidense, que, de acordo com a proposta, deveriam perfazer
nas montadoras estadunidenses. Além 60% de cada mercadoria e, em oito anos, chegar a 75%.
disso, destaque o fato de que agriculto-
Luis Gutierrez/Norte Photo/Getty Images
mercadorias. No entanto, com a crise ⓿ Por que a proposta “Buy American” pode provocar impactos no espaço
provocada pela pandemia da covid-19 geográfico mexicano, com repercussões socioeconômicas?
e com o aumento do desemprego nos
Estados Unidos, há uma preocupação
por parte dos governantes desse país 156
em ampliar os postos de trabalho inter-
namente e isso explica a política Buy Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
American (compre produtos feitos nos
Estados Unidos, em tradução livre). Atividade complementar
⓿ Trabalhe a CG2 e a CEG5, solicitando aos estudantes que pesquisem outro bloco econômico de que os Estados Unidos, o
México e o Canadá façam parte (APEC – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico). Nessa pesquisa, os estudantes de-
verão identificar o nome do bloco, os países-membros, a história da criação e do desenvolvimento e as principais propostas
de integração. Ao final, organize uma conversa para a socialização dessas informações.
156
Mercosul
Atividade complementar
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi criado em 1991, quando Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai
Se considerar interessante,
assinaram um tratado de livre-comércio. Depois, ingressaram também a Venezuela e a Bolívia. O objetivo
explore a metodologia ativa da
final desse tratado é criar um mercado comum, com livre circulação de pessoas, mercadorias, capitais e ser- sala de aula invertida e a CG2 e
viços. Atualmente, o Mercosul é uma união aduaneira que, na teoria, além de reduzir ou eliminar as tarifas a CEG5 propondo aos estudan-
aduaneiras, estabelece as mesmas tarifas de exportação e importação para o comércio com países fora do tes a realização de uma pesquisa
bloco, com uso da Tarifa Externa Comum (TEC). prévia sobre a situação atual do
O bloco conta com países associados, ou seja, que fazem parte da zona de livre-comércio, mas não da Mercosul, que deverá ser realizada
união aduaneira. Observe o mapa a seguir. em grupos antes do estudo desta
página. A seguir, apresentamos al-
gumas questões importantes para
América do Sul: Mercosul – 2021
o desenvolvimento dessa pesquisa
GUIANA e para a apresentação dos resul-
VENEZUELA* SURINAME tados, que podem servir como um
Guiana
Francesa (FRA) roteiro de estudo.
COLÔMBIA
⓿ Quais países integram o Merco-
Equador
0° sul atualmente e quais os seus
EQUADOR
principais interesses?
⓿ Quais são as principais propos-
tas no momento e as dificulda-
PERU BRASIL des para implementá-las?
⓿ Como está, na atualidade, o
BOLÍVIA** comércio de produtos agrícolas
e industrializados e as relações
icórnio
ligadas à arte e à cultura?
o de Capr PARAGUAI
Trópic Elaborado com base em: IBGE. ⓿ Como está a relação dos paí-
Atlas geográfico escolar.
OCEANO OCEANO ses-membros do Mercosul com
8. ed. Rio de Janeiro: IBGE,
PACÍFICO ATLÂNTICO 2018. p. 41; MERCOSUL. Países a Venezuela, nesse momento?
CHILE URUGUAI del Mercosur. Disponível em:
www.mercosur.int/quienes-
⓿ Como é a relação do Mercosul
ARGENTINA com outros blocos e com as
somos/paises-del-mercosur/.
Acesso em: 16 jun. 2022. maiores potências econômicas
Banco de imagens/Arquivo da editora
157
157
Orientações didáticas
Outros blocos econômicos e organismos
O estudo sobre outros blocos eco-
nômicos e organismos do continente
do continente americano
americano permite a ampliação do tra- Além dos blocos estudados, há outros que se formaram na América. Veja a
balho com as habilidades EF08GE06 e seguir outras organizações formadas no continente.
EF08GE12. Leia o texto com os estu- ⓿ Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) – Formada por tre-
dantes e apresente a eles outros blo- ze países (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Mé-
cos não descritos no texto, a exemplo xico, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela), em 1980, tem como
dos listados a seguir: objetivo o estabelecimento de um mercado comum.
⓿ Mercado Comum Centro-Ameri-
⓿ Comunidade Andina (CAN) – Integrado por Bolívia, Colômbia, Equador
cano (MCCA) — Reúne Guatema- e Peru, o bloco foi criado em 1969 e as suas principais finalidades são a
la, Honduras, El Salvador, Nicará- redução ou a eliminação de tarifas aduaneiras entre os países-membros.
gua, Costa Rica e Panamá, mas ⓿ Associação dos Estados Caribenhos (AEC) – Reúne 25 países da região
ainda não constitui uma zona de
caribenha, incluindo México, Colômbia, Venezuela e Cuba, e tem como
livre-comércio, apesar da deno-
objetivo a formação de uma zona de livre-comércio.
minação. Em função da pequena
consistência da economia dos pa- ⓿ União de Nações Sul-Americanas (Unasul) – Criada em 2004 pelos paí-
íses integrantes, o MCCA tem pou- ses da América do Sul com o objetivo de facilitar a integração política,
ca expressividade no cenário con- comercial (área de livre-comércio) e física (infraestrutura) na região e de
tinental. controlar a influência dos Estados Unidos na América Latina. No entanto,
⓿ Caricom (sigla em inglês de Co- em 2019, o Brasil e outros países formalizaram sua saída do bloco e, com
munidade do Caribe, também isso, ele entrou em um processo de esvaziamento e crise.
chamado de Mercado Comum ⓿ Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba) – Originada de
do Caribe) — Reúne algumas pos- um acordo firmado entre os governos venezuelano e cubano, contou
sessões, como Ilhas Virgens Britâ- com a entrada da Bolívia em 2006 e tem como finalidade a integração
nicas, Ilhas Turks e Caicos, Ilha de política, cultural, social e econômica dos países sul-americanos e da
Montserrat e mais treze países: América Central.
Antígua e Barbuda, Bahamas, Bar- ⓿ Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) – Tem como objetivo
bados, Belize, Dominica, Granada, a cooperação entre os Estados ibero-americanos para o desenvolvimen-
Guiana, Jamaica, São Cristóvão e to nos campos da ciência, da educação e da cultura, incluindo também
Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Espanha, Portugal e Guiné Equatorial, por exemplo.
Granadinas, Suriname e Trinidad e ⓿ Organização dos Estados Americanos (OEA) – É composta de todos os
Tobago. Esse bloco também não
35 países independentes da América e, entre alguns de seus princípios,
constitui ainda uma zona de livre-
propõe a garantia da democracia e a promoção do desenvolvimento
-comércio.
econômico, social e cultural.
⓿ Aliança do Pacífico — Fundada
Saul Loeb/AFP
158
158
Orientações didáticas
Contraponto
Contraponto
Desenvolvimento dos países na América Latina
Ao promover o estudo desta seção,
O texto 1 discorre sobre o pacote de ideias neoliberais, concebido em
trabalhe a CEG6, estimulando os es-
1989 por organizações internacionais e que foi destinado aos países latino-
tudantes a analisar as informações
-americanos sob a justificativa de propor caminhos para o desenvolvimento
geográficas presentes nos textos (mo-
desses Estados.
bilizando a leitura inferencial), para
O texto 2 refere-se à crise que se instaurou na Argentina após a adoção do Plano de Convertibilida-
trabalhar a habilidade de conclusão,
de, que, em linhas gerais, se tratava de uma aplicação rígida do neoliberalismo.
construir a argumentação e debater
O texto 3 trata da explosão social na Venezuela, ocorrida em 27 de fevereiro de 1989, conhecida
pontos de vista sobre o neoliberalismo
como Caracazo, que teve início após a aplicação de algumas medidas com orientações neoliberais.
na América Latina.
Leia-os atentamente.
Explore também as habilidades
Texto 1
EF08GE06, EF08GE07 e EF08GE08,
Williamson resumiu as teses que embasaram o Consenso de Washington em dez pontos estratégicos:
lendo os fragmentos dos textos para
1) disciplina fiscal; 2) priorização do gasto público em saúde e educação; 3) realização de uma reforma tribu-
tária; 4) estabelecimento de taxas de juros positivas; 5) apreciação e fixação do câmbio, para torná-lo com- analisar a situação de diversos países
petitivo; 6) desmonte das barreiras tarifárias e paratarifárias, para estabelecer políticas comerciais liberais; da América Latina no contexto do pós-
7) liberalização dos fluxos de investimento estrangeiro; 8) privatização das empresas públicas; 9) ampla des- -guerra e atual, além das atuações de
regulamentação da economia; e 10) proteção à propriedade privada. [...] O Consenso pretendia proporcionar organizações internacionais, bem co-
estabilidade macroeconômica, controle da inflação e crescimento sustentado. mo os impactos geoestratégicos, geoe-
MARTINS, Carlos Eduardo. Consenso de Washington. Enciclopédia Latinoamericana. conômicos e geopolíticos dos Estados
Disponível em: http://latinoamericana.wiki.br/verbetes/c/consenso-de-washington. Acesso em: 12 jan. 2022.
Unidos no contexto mundial contempo-
Texto 2 râneo. Oriente a turma a responder ao
A privatização de empresas do Estado e a flexibilização trabalhista produziram milhares e milhares de que se pede.
desocupados. A economia deixou de crescer e, por volta da década de 1990, entrou em recessão. Os argen-
tinos chegaram ao terceiro milênio com uma dívida pública e privada em torno de US$ 200 bilhões. O efeito 1. O Consenso de Washington caracteri-
da política de liberalização da economia sobre a indústria local foi devastador: a importação maciça de todo zou-se como um pacote de ideias neo-
tipo de bens, de alimentos até bens de capital, teve forte impacto negativo no nível de atividade de vários liberais elaboradas de acordo com os
ramos de produção.
interesses e posicionamentos de insti-
SEOANE, María. Argentina. Enciclopédia Latinoamericana.
Disponível em: http://latinoamericana.wiki.br/verbetes/a/argentina. Acesso em: 12 jan. 2022.
tuições financeiras internacionais, co-
mo o Banco Mundial e o FMI, e do
Texto 3 governo dos Estados Unidos. Essas
Multidões protestam contra pacote de Perez ideias pretendiam resolver, particular-
CARACAS – Em protestos ocorridos nas principais cidades da Venezuela, manifestantes queimaram mente, a crise de países latino-ame-
pneus e saquearam lojas ontem para reclamar contra o pacote econômico lançado pelo presidente Carlos ricanos, propondo caminhos para o
Andrés Perez semana passada. Em várias cidades próximas a Caracas a polícia teve de pedir auxílio à Guarda desenvolvimento por meio da aplica-
Nacional para conter os protestos. O pacote econômico aumentou os preços dos combustíveis e do trans- ção de algumas medidas: reforma fis-
porte em 100%, enquanto os salários [foram] reajustados em 30%. cal, abertura econômica e comercial, e
Reprodução de O Estado de S. Paulo, 28 fev. 1989. Disponível em: http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19890228 mudanças nas leis trabalhistas e no sis-
-34976-nac-0010-999-10-not. Acesso em: 12 jan. 2022.
tema de aposentadoria, além da privati-
zação de estatais.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
159
Orientações didáticas Interagindo e convivendo
Interagindo e convivendo
Exportações de produtos primários, transnacionais e alguns impactos
As análises do texto, do infográfico,
O Brasil é um dos grandes exportadores mundiais de soja, milho, café, entre outros produtos agrícolas, além
dos gráficos e das fotos da seção, bem
de açúcar e de suco de laranja. É também o maior exportador de carne bovina. Além disso, é um dos principais
como a realização das atividades, con- exportadores de minério de ferro do mundo. A produção desses gêneros da agropecuária, da cana-de-açúcar e
tribuem para a mobilização das habi- da laranja para a produção de açúcar e suco na agroindústria, bem como a extração de minério de ferro, promove
lidades EF08GE06 e EF08GE09, pois modificações nas paisagens do território brasileiro em muitos municípios.
contemplam a atuação das organiza- Leia as informações dos gráficos e do infográfico a seguir e observe as fotografias da página seguinte.
ções internacionais, considerando os
processos de integração cultural e eco- Mundo: exportadores agrícolas – participação no total (%) – 1995
80
nômica, assim como as estruturas glo-
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solucione as possíveis dúvidas apre- ta
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importante escutar as opiniões e consi-
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Os valores estão em dólares (indicados
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derações deles, para encaminhar tam- pelas barras) e as participações nos totais
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em porcentagens (%).
bém as propostas de atividades.
Caso considere pertinente e apro-
priado, é possível a realização de um Mundo: superávits agrícolas – 1995-2019
trabalho interdisciplinar com o com- PLANISFÉRIO: SUPERÁVITS AGRÍCOLAS – 1995-2019
Ano
ponente curricular Ciências, para País
tratar de hábitos saudáveis de alimen- 1995 2019
Argentina 9 33,7
alcançar com a proposta de trabalho.
Nova Zelândia 5,7 20,4
Uma possibilidade sugerida é a repro- MÉXICO TAILÂNDIA
160
Orientações didáticas
lourencolf/Shutterstock
161
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
Antes de promover o estudo desta
página, que possibilita uma retomada AMÉRICA E SUAS AMÉRICA ANGLO-SAXÔNICA
dos conteúdos do capítulo, proponha REGIONALIZAÇÕES ⓿ Canadá e Estados Unidos;
aos estudantes uma dinâmica: escreva, ⓿ Predomínio de colonização de povoamento (desenvolveu-se um modelo
na lousa, os termos regionalização do baseado no trabalho livre e voltado à criação de um mercado interno).
por exemplo, 10 minutos, para que eles ⓿ Predomínio de colonização de exploração (retirada Diferenciação entre:
de recursos naturais e mão de obra escravizada); ⓿ nível de desenvolvimento socioeconômico;
escrevam, no caderno, algo que apren-
⓿ Legado dos portugueses e espanhóis; ⓿ Divisão Internacional do Trabalho (DIT);
deram sobre esses temas. Depois, so-
licite aos estudantes que se sentirem ⓿ organização política e socioeconômica.
BLOCOS ECONÔMICOS
Acordo Estados Unidos-México-Canadá (1994):
⓿ Zona de livre-comércio (acordos comerciais entre os países-membros para a redução ou a
eliminação de tarifas aduaneiras, que são os impostos de importação).
Mercosul (1991):
⓿ Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai (ingresso posterior da Venezuela e negociação com a Bolívia);
⓿ Tratado de livre-comércio com o objetivo de tornar-se um mercado comum (com livre circulação de
pessoas, mercadorias e serviços);
⓿ Atualmente é uma união aduaneira com:
⓿ redução ou eliminação de determinadas tarifas e impostos;
⓿ tarifa externa comum (TEC): mesmas tarifas de exportação e importação para o comércio com
países fora do bloco para alguns produtos.
162
162
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Orientações didáticas
4. Leia as respostas e as orientações para a atividade
Retome 1. Leia a resposta para a atividade neste neste Manual do Professor. Atividades
Manual do Professor.
1 Observe a reprodução da obra de arte a seguir
48
3. b) A divisão linguística-cultural divide
2 Você estudou as características dos blocos
45 a América em dois blocos, e não três; e
econômicos regionais e as diversas modalida-
o México, na divisão por critérios natu-
des nas quais eles se encaixam. Considerando 42
rais, entra na América do Norte.
organismos de integração, como Mercosul, 39
92
94
96
98
00
02
04
06
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20
20
20
20
20
20
Mercosul e Aladi.
Nota: De acordo com a Cepal, “o grau de abertura de
4. a) Houve aumento significativo do
Exercite uma economia é um indicador que permite avaliar a
grandeza do comércio exterior em relação à produção grau de abertura das economias dos paí-
nacional de um país”. O valor do gráfico é uma média,
3 O continente parcialmente representado na considerando todos os países da América Latina e do ses no período considerado no gráfico.
Caribe, e mostra o quanto esses países se relacionam
imagem de satélite a seguir dispõe de ter-
econômica e financeiramente com os demais países. 4. b) A partir dos anos 1990, o FMI e o
ritórios em todas as zonas térmicas da Ter- Elaborado com base em: CEPAL. Disponível em: https:// Banco Mundial passaram a recomendar
ra, exceto na zona polar Antártica. Em linha statistics.cepal.org/portal/cepalstat/dashboard.
html?theme=2&lang=es. Acesso em: 22 dez. 2021. a abertura econômica dos países latino-
reta, do extremo norte ao extremo sul, são
-americanos, e isso pode ser constatado
mais de 15 mil quilômetros de extensão. Sua a) Em linhas gerais, como você analisa a evolu- de forma evidente no gráfico.
área total atinge cerca de 42 milhões de qui- ção do indicador retratado no gráfico?
lômetros quadrados, sendo o segundo mais b) Analise a atuação das organizações interna-
extenso do planeta, atrás da Ásia. cionais, com base no gráfico.
3. Leia as respostas e as orientações para a atividade
neste Manual do Professor.
163
163
BNCC no capítulo
Competências gerais da Educação
10 Leia as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
1. Para a navegação e para o transporte de pessoas e mercadorias, pois
o relevo é de planície, sem grandes desníveis e quedas-d’água. Resposta
pessoal. Considere também os municípios vizinhos e retome as formas de
aproveitamento dos cursos de água do município e suas condições em termos
Básica (CG): 2, 3, 4, 5 e 10. ambientais.
2. Resposta pessoal. É possível que os estudan-
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino Relevo e águas tes façam referência aos planaltos do território
brasileiro e às cadeias de montanhas, como a
cordilheira dos Andes na América do Sul, ou as
Fundamental (CECH): 3 e 5.
Competências específicas
continentais na AméricaMontanhas Rochosas na América do Norte. Em relação aos rios, o Mississípi é bastante extenso e
de Geografia para o Ensino importante para os Estados Unidos. Luciano Queiroz/Pulsar Imagens
Fundamental (CEG): 1, 2, 3, 4, 5 e 7.
Habilidades de Geografia: EF08GE13,
EF08GE15, EF08GE18, EF08GE19,
EF08GE20, EF08GE22, EF08GE23.
Tema Contemporâneo Transversal
(TCT): Educação Ambiental.
Introdução
Este capítulo aborda, inicialmen-
te, a estrutura geológica da América,
a dinâmica das placas tectônicas nes-
se continente, suas unidades de rele-
vo (e as atividades econômicas a elas Para começar
relacionadas) e suas riquezas minerais.
Converse com os
O estudo é apoiado na leitura de tex-
colegas e o professor.
tos informativos, comparação e análise
1. Para qual atividade Vista em perspectiva da planície do Pantanal, com destaque para o rio Apa, na fronteira
de fotografias, perfis de relevo e mapas entre Brasil e Paraguai em Porto Murtinho (MS), 2020.
econômica o
(incluindo a elaboração de uma repre-
Geologia e relevo na América
rio pode servir,
sentação cartográfica e, portanto, o tra- considerando as
balho com a habilidade EF08GE18). características da
Possibilita-se, assim, o desenvolvimen- forma de relevo? As formas de relevo predominantes no continente americano são as cadeias
to do raciocínio geográfico e a identi- Explique. Em seu
de montanhas, os planaltos e as planícies. Essas formações resultaram de pro-
espaço de vivência,
ficação das paisagens do continente cessos que se desenvolveram ao longo de bilhões de anos. Nesses processos,
há rios que são
americano. A primeira parte do capítulo aproveitados atuaram agentes internos (tectonismo, vulcanismo, abalos sísmicos) e externos
permite, dessa forma, a mobilização da dessa maneira? (água, vento, geleiras, seres humanos).
habilidade EF08GE23. 2. Além da forma de As áreas das cadeias de montanhas têm formação recente, considerando a
Na segunda parte do capítulo, o es- relevo presente história geológica do planeta, com processos que ocorreram há cerca de 70 mi-
tudo está focado na distribuição dos re- nesta fotografia, lhões de anos. Essas áreas são centros dispersores de águas, ou seja, porções do
cursos hídricos na América a partir de quais outras você
território onde se situam as nascentes de rios, assim como as áreas de planaltos.
acha que existem
imagens e mapas (mobilizando a habi- Entre os centros dispersores de águas do continente americano, destacam-
no continente
lidade EF08GE19), as principais bacias americano? -se as Montanhas Rochosas, o planalto Canadense, os montes Apalaches,
hidrográficas do continente, os usos da Em relação aos a cordilheira dos Andes, os planaltos Norte-Amazônicos, o planalto dos Parecis,
água e as relações sociedade-nature- rios, além dos os planaltos e serras de Goiás-Minas e os planaltos e serras do Atlântico. Essas
za, proporcionando o desenvolvimento brasileiros, quais elevações apresentam declives (vertentes) que orientam as direções dos rios.
das habilidades EF08GE15, EF08GE22 você conhece?
Nas planícies do continente, estendem-se diversos rios bastante extensos,
e EF08GE20. A abordagem deste tema NÃO ESCREVA NO LIVRO.
como o Solimões-Amazonas, na América do Sul, e o Missouri-Mississípi, na
busca estimular a valorização da água América do Norte.
como um recurso natural essencial pa-
ra a vida, a reflexão sobre os prejuízos 164
causados pela irrigação artificial, o po-
sicionamento crítico em relação aos im- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
pactos da ação humana sobre as águas
continentais e a valorização de ações estudantes já tiverem realizado as atividades.
que contribuem para a manutenção e
a recuperação da qualidade das águas
continentais.
Para começar
Como forma de aferição dos conhe-
cimentos prévios dos estudantes, ela-
bore na lousa uma lista com as formas
de relevo e rios mencionados pelos es-
tudantes nesta seção. Transfira-a para
uma folha de papel a fim de que a lis-
ta possa ser retomada e complemen-
tada ao final do capítulo, quando os
164
Orientações didáticas
Placas tectônicas e estrutura
geológica da América Ao promover o estudo sobre pla-
cas tectônicas e a estrutura geológi-
América: placas tectônicas
Devido à sua grande extensão, o continente ca da América, é importante recordar
Nazca
versidade de São Paulo. Disponível
em: http://moho.iag.usp.br/eq/dyfi.
Placa Sul-Americana Elaborado com base em: Acesso em: 29 mar. 2022.
ROSS, Jurandyr Luciano
Sanches (org.). Geografia do
Explore com os estudantes tremo-
Zona de atrito res de terra registrados e reportados
Brasil. São Paulo: Edusp/FDE,
1996. p. 31. no Brasil nessa seção do site do Cen-
tro de Sismologia da Universidade de
165 São Paulo.
165
Orientações didáticas
Unidades de relevo da América
Ao promover o estudo proposto nes-
A atuação dos agentes internos e externos contribuiu para a formação de
ta página com a leitura e interpretação
um relevo diversificado e de rara beleza na América.
do texto e do mapa, comente com os
Observe o mapa a seguir.
estudantes que, para nos referirmos às
principais formas de relevo, usamos os
América: relevo
termos: planalto, planície, depressão e OCEANO
cadeia de montanhas. Quando nos re- GLACIAL ÁRTICO
S AS
Círculo Polar Ártico
McKinley
s
ferimos a unidades de relevo, costu-
at a
(6 195 m)
Serra C HO
i a d a C o s t s Casc
mamos empregar um nome que faça
O
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R
referência a uma região (por exemplo,
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PLANALTO CANADENSE
planície Amazônica, depressão do São
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Nevada
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Francisco, planaltos Norte-Amazônicos,
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planalto Canadense ou do Labrador,
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PLANÍCIES
CENTRAIS
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cordilheira dos Andes, Montanhas Ro-
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PLANALTO
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DO COLORADO
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OCEANO
chosas, entre outros exemplos).
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PLANALTO
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CHIHUAHUA ATLÂNTICO
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Ma
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Trópico de Câncer PLANALTO
Proponha à turma a leitura, análise
rra
DE ANÁHUAC
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Se
Se
e interpretação do mapa desta página,
desenvolvendo o pensamento espacial, CO
NO
com utilização de linguagem cartográfi- RI
O
PLANALTO
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ca, conforme proposto na CEG4. Desta- NORTE-AMAZÔNICO
ND ES
Equador
0º
que a distribuição norte-sul da cadeia PLANÍCIE AMAZÔNICA
PLA
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de montanhas na porção oeste do con- OCEANO
DEPRESSÃO DA
AMAZÔNIA OCIDENTAL DEPRESSÃO DO
DO
SÃO FRANCISCO
tinente. Para ampliar seus conheci- PACÍFICO A PLANALTO
R
DOS PARECIS
CORDIL H E I
mentos sobre o assunto, leia o texto PLANALTOS
PLANALTOS E E SERRAS DO
CHAPADAS ATLÂNTICO
complementar sugerido nesta página Trópico de Capricórnio
DA BACIA DO LESTE-SUDESTE
PARANÁ
do Manual do Professor.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Aconcágua
A
(6 959 m) PLANÍCIE
PLANALTO DA PATAGÔNI
PLATINA
Explore Cadeias de montanhas
Altos planaltos
A comparação dos mapas de relevo Planaltos e maciços antigos
Depressões
e de placas tectônicas da América mo-
Planícies 0 1 090 2 180
biliza a aplicação dos princípios do ra- Pico km
60º O
ciocínio geográfico de localização e de
Elaborado com base em: ROSS, Jurandyr Luciano Sanches (org.). Geografia
conexão dos fenômenos, contribuindo do Brasil. São Paulo: Edusp, 2005. p. 53; PAULET, Jean-Pierre. Le géographie
com o desenvolvimento da CEG4. Além du monde. Paris: Nathan, 2000. p. 11.
disso, também mobiliza a CECH5, per- Leia as orientações para as ativida-
mitindo a comparação de eventos e Explore des neste Manual do Professor.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
166
Leitura complementar
Os outros continentes do mundo
[…] Em uma perspectiva global, a estrutura geológica dos continentes exibe um padrão geral, embora altamente
irregular. Os remanescentes erodidos das antigas rochas deformadas constituem os crátons continentais – núcleos
estáveis que compreendem os escudos e as plataformas continentais. Em torno desses crátons, estão dispostos os cin-
turões de montanhas alongados ou orógenos (do grego oron, “montanha”, e génos, “gerado por”), que foram formados por
episódios posteriores de deformação compressiva. Os sistemas orogênicos (de construção de montanhas) mais novos
são encontrados ao longo das margens ativas dos continentes, onde o movimento de placas tectônicas deforma conti-
nuamente a fraca costa continental.
PRESS, F.; SIEVER, R.; GROTZINGER, J.; JORDAN, T. H. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 506.
166
Orientações didáticas
Cadeias de montanhas e planaltos
Após a realização das atividades
A América do Norte e a América do Sul apresentam semelhanças em relação
iniciais, propostas nas páginas 164 e
à disposição das suas formas de relevo. Nessas duas grandes porções territo-
166, e antes de promover a leitura do
riais são encontradas, no sentido oeste-leste, três grandes unidades de relevo:
texto, se possível, acesse programas de
as grandes cadeias de montanhas, as planícies centrais e os planaltos.
navegação via satélite disponíveis na
Nos Estados Unidos e no Canadá, o conjunto de cadeias montanhosas do
internet para explorar imagens do con-
Oeste é formado pelas cadeias da Costa, pela serra Nevada, pela serra das
tinente com os estudantes. Nesse tipo
Cascatas e pelas Montanhas Rochosas. Na América do Sul, as montanhas rece-
de programa, é possível observar algu-
bem o nome de cordilheira dos Andes.
mas formas de relevo por diferentes ân-
No México, o prolongamento das Montanhas Rochosas forma a serra
gulos e verificar variações de altitude.
Madre Oriental e o prolongamento das cadeias da Costa forma a serra Madre
Pode-se, assim, explorar marcos natu-
Ocidental.
rais do continente, como a cordilheira
Entre a serra Nevada e as cadeias da Costa, localiza-se uma depressão alon- dos Andes e as Montanhas Rochosas,
gada (sentido norte-sul), o vale da Califórnia, que se tornou uma importante assim como do Brasil, como as serras
área agrícola dos Estados Unidos, graças ao sistema de irrigação, muito impor- do Brasil (do Mar, da Mantiqueira, do
tante para viabilizar o cultivo em locais onde há escassez ou chuvas irregulares. Espinhaço), as chapadas (Diamantina,
Observe a foto a seguir. dos Guimarães, dos Veadeiros, do Ara-
ripe), a região do planalto da Borbore-
SnapASkyline/Shutterstock
Kishor Kundaram/Shutterstock
cada subcontinente. Para apoiar
Entre a serra Madre Oriental o trabalho, podem ser utilizadas
(próxima ao Atlântico) e a serra Ma- imagens obtidas por satélites
dre Ocidental (próxima ao Pacífico) ou fotografias. As pesquisas de
estão localizados os planaltos ele- imagens também podem ser
vados do México. No norte do país,
feitas na internet. Organize com
os estudantes uma exposição da
encontra-se o planalto Chihuahua e,
produção final. Essa atividade
no sul, o planalto de Anáhuac, onde contribui para o desenvolvimen-
se desenvolveu a civilização asteca e to da CG4, estimulando a utili-
foi fundada a Cidade do México, nú- zação de diferentes linguagens
cleo inicial da ocupação espanhola. para expressar conhecimentos
dos componentes físico-natu-
Grand Canyon, com o rio Colorado,
rais. Caso proponha a confecção
no Arizona (Estados Unidos), 2020. O local de maquetes, reforce com a tur-
atrai milhões de turistas anualmente. ma a importância do uso de ma-
teriais reutilizáveis, sem a neces-
167 sidade da aquisição de novos
produtos. Para isso, proporcione
uma exposição dos trabalhos e,
na sequência, caso o descar-
te seja necessário, desenvolva
com os estudantes uma forma
apropriada para tal, separando
os materiais por categoria (pa-
pelão, madeira, plástico, etc.) e
destinando-os adequadamente
para a reciclagem.
167
Orientações didáticas
Cordilheira dos Andes América do Sul: áreas de criação de
lhamas e alpacas – 2006
A proposta de estudo desta página,
168
Atividade complementar
⓿ Sugira aos estudantes a organização de uma exposição sobre os Andes. Em grupos, a turma poderá pesquisar a localização
dos pontos mais altos dessa cordilheira, as características do relevo, da fauna e da flora, o modo de vida dos grupos sociais
que habitam a região, sua importância para a economia e o turismo local dos países que compartilham territórios dessa que
representa a maior cadeia de montanhas do mundo em extensão (aproximadamente 8 000 quilômetros). Essa atividade
contribui para o aprofundamento da CG2 ao estimular a curiosidade e a investigação sobre características e modos de vida
típicos da região em estudo. O formato de apresentação pode ser livre e definido pelos próprios estudantes, como cartaz,
seminário, podcast, telejornal, entre outros.
168
a sociedade e o Estado no planeja-
Planícies da América do Sul e mento de atividades econômicas a se-
planaltos do leste americano rem desenvolvidas em determinados
locais. Aproveite, então, para traba-
Na América do Sul, destacam-se três planícies:
lhar com os estudantes a CEG2, tendo
⓿ a planície do rio Orinoco, situada entre os Andes e os planaltos residuais em vista a utilização de recursos téc-
Norte-Amazônicos, ocupando, em maior parte, o território venezuelano. nicos para estabelecer conexões entre
Apresenta vegetação de Savana, conhecida como Lhanos, onde se de- conhecimentos da Geografia (no caso,
senvolve a criação de bovinos; das unidades de relevo presentes nas
⓿ a planície Amazônica, que acompanha o rio Amazonas e se caracteriza diversas regiões e as atividades de di-
por intenso processo de sedimentação; ferentes setores econômicos que mais
⓿ a planície Platina, que ocupa porções territoriais do Brasil, da Bolívia,
facilmente se adequam às característi-
do Paraguai, do Uruguai e da Argentina, e é atravessada por vários rios,
cas do relevo).
como o Paraguai e o Paraná. Essa planície se subdivide nas planícies do
Chaco, do Pantanal e do Pampa. Observe a foto a seguir. Leitura complementar
Wirestock Creators/Shutterstock
Sedimentos
A maior parte da superfície ter-
restre, incluindo o assoalho oceâ-
nico, é coberta de sedimentos. Dis-
postos em camadas de partículas
soltas, eles têm diversas origens,
reunidas em três grupos. O pri-
meiro grande grupo de sedimentos
é gerado pelo intemperismo dos
continentes. O segundo resulta dos
restos de organismos que secreta-
ram conchas minerais. Por fim, o
terceiro consiste em cristais inor-
gânicos que se precipitaram quan-
do elementos químicos dissolvidos
nos oceanos e lagos se combinaram
para formar novos minerais. [...]
PRESS, F.; SIEVER, R.;
GROTZINGER, J.; JORDAN, T. H. Para
entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre:
Área de cultivo na região Bookman, 2006. p. 195.
A parte leste, ou oriental, do continente americano é composta de extensos do Pampa argentino, La
planaltos bastante desgastados por processos erosivos. Na América do Norte, Pampa (Argentina), 2021.
169
Orientações didáticas naturais listados nesta página e visualizá-los por meio des-
ses recursos. Ao realizar essa proposta, auxilie os estudan-
Ao realizar o estudo sobre as planícies da América do Sul tes a perceber que as planícies correspondem às áreas de
e planaltos do leste americano, retome com os estudantes menor rugosidade do relevo.
os conhecimentos acerca do processo de sedimentação que Uma sugestão é acessar com os estudantes o mapa di-
predomina nas áreas de planície. gital interativo disponível em: https://www.arcgis.com/
Destaque também a relação entre as formações geológi- home/webmap/viewer.html?url=https%3A%2F%2Fgis.
cas antigas e a presença de recursos minerais. Se julgar ne- ngdc.noaa.gov%2Farcgis%2Frest%2Fservices%2Fweb
cessário, complemente as discussões lendo para eles o texto _mercator%2Fetopo1_hillshade%2FMapServer&source=sd
complementar sugerido nesta página do Manual do Professor. (acesso em: 23 jun. 2022). O mapa digital apresenta um
Se julgar pertinente, dê sequência à proposta desenvolvi- modelo do relevo terrestre, fornecendo uma referência visual
da na página anterior e acesse com os estudantes sites que para abordar as planícies destacadas no texto desta página.
disponibilizem imagens de satélites e mapas topográficos Comente com os estudantes que programas como es-
do mundo, orientando-os a pesquisar alguns dos marcos se, no qual se encontra o mapa digital interativo, auxiliam
169
Orientações didáticas Na trilha da Cartografia Mapas temáticos
Na trilha da Cartografia
O uso do solo na América Latina
O estudo desta seção visa levar os
O solo é fundamental para os seres humanos. Nele, cultivamos alimentos e criamos animais essenciais
estudantes a pensar e compreender a
à nossa sobrevivência. Entretanto, nem toda superfície terrestre é propícia à produção de gêneros alimen-
realidade por meio da leitura e do en-
tícios, e os seres humanos vêm agindo de modo a acentuar a degradação dos solos, a ponto de estes se
tendimento de mapas. A observação,
tornarem inúteis ao cultivo.
a percepção, a análise conceitual e a
Observe a sequência de mapas a seguir.
síntese de um tema pelas representa-
ções cartográficas possibilitam pensar
América Latina: Quanto há de solo naturalmente fértil?
significativamente o espaço geográfi-
co. O estudo das representações car- Trópico de Câncer Trópico de Câncer Trópico de Câncer
tes para a aquisição da CEG4. É por Trópico de Capricórnio Trópico de Capricórnio Trópico de Capricórnio
Aproveite o tema para desenvol- ESTADOS UNIDOS 60º O ESTADOS UNIDOS 60º O ESTADOS UNIDOS 60º O
ver com os estudantes trabalhos com- Trópico de Câncer Trópico de Câncer Trópico de Câncer
OCEANO OCEANO
ATLÂNTICO OCEANO
ATLÂNTICO ATLÂNTICO
Equador Equador Equador
0º 0º 0º
Aqui, as áreas
em verde
Aqui, as áreas representam
muito úmidas os solos
(há problemas Aqui, não
0 1 990
naturalmente
de drenagem). há solo. férteis.
km
Elaborados com base em: GARDI, Ciro; ANGELINI, Marcos et al. Atlas de suelos de América Latina y el
Caribe. Luxemburgo: Comisión Europea – Oficina de Publicaciones de la Unión Europea, 2014. p. 36.
170
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Mapbiomas
Disponível em: https://mapbiomas.org/. Acesso em: 29 mar. 2022.
Nesse site é possível acessar mapas e dados colaborativos atualizados do uso e da cobertura do solo no Brasil.
170
considerado uma ação que contribui pa-
ra a solução de algumas questões so-
cioambientais, no caso, a conservação
Compare a sequência de mapas da página anterior com o mapa a seguir. dos solos.
Ao ler o texto complementar com
América Latina: uso da terra – 2013 eles, aproveite também para realizar in-
60º O
ESTADOS UNIDOS terdisciplinaridade com Ciências, men-
cionando a capacidade de acúmulo de
Trópico de Câncer carbono que o solo possui se são rea-
lizadas práticas agrícolas sustentáveis.
Denomina-se esse fenômeno como se-
OCEANO
questro de carbono. Assim, conduz-se
ATLÂNTICO uma aproximação com a habilidade
EF08CI16, no que se refere à discus-
Equador são de iniciativas que contribuem pa-
0º
ra restabelecer o equilíbrio ambiental.
OCEANO
PACÍFICO
Leitura complementar
Agricultura intensiva
Agricultura extensiva Trópico de
Brasil passa a integrar iniciativa
Terra exposta
Capricórnio internacional Solos Vivos das
Floresta protegida
Américas
Vegetação original Transformar os sistemas agrí-
Outras vegetações
Banco de imagens/Arquivo da editora
171
Orientações didáticas
Águas continentais na América
Nesta página inicia-se o estudo
acerca dos recursos hídricos na Amé- Comparada a outras regiões do mundo, a América se encontra em uma situação relativamente confor-
rica, as principais bacias hidrográficas tável no que se refere à disponibilidade de água. No entanto, não se trata de um recurso acessível a todos.
do continente, os usos da água e as re- Além de o acesso a água tratada não ser garantido a muitas pessoas, a poluição de rios e lagos com-
lações sociedade-natureza, inclusive a promete a qualidade das águas superficiais e gera uma pressão maior nas reservas de águas subterrâneas,
partir de imagens e mapas, proporcio- como os lençóis freáticos e os aquíferos – formações rochosas nas quais a água se infiltra, se acumula e se
nando, assim, o desenvolvimento das movimenta. Observe a fotografia a seguir.
Os estudantes devem per-
habilidades EF08GE15 e EF08GE22. ceber que, nas reuniões dos
Eduardo Frederiksen/Shutterstock
comitês, são encaminhados
Leia com os estudantes o texto e procedimentos que buscam
gerenciar os usos das bacias
destaque os desafios da gestão hídri- hidrográficas, como a recu-
ca nos países do continente em decor- peração de rios por meio da
construção de estações de tra-
rência da poluição das águas geradas tamento de esgoto, e a redu-
por atividades humanas desenvolvidas ção da erosão na região da
bacia por meio de ações de
sem a devida regulação. Esse tema fa- orientação e acompanhamento
vorece o desenvolvimento do TCT Edu- das atividades agropecuárias.
Além disso, pelo fato de reunir
cação Ambiental. diversos segmentos da socie-
dade, os comitês possibilitam
Você sabia? uma atuação mais democrá-
tica. Essa atividade contribui
A atividade proposta contribui para o para o desenvolvimento do
TCT Educação Ambiental e das
desenvolvimento das CG10 e CEG7, fa- CG10 e CEG7, favorecendo a
ação voltada para questões
vorecendo a ação voltada para questões socioambientais com base em
socioambientais com base em princípios princípios sustentáveis. Leia as
orientações para a atividade
sustentáveis. Ao trabalhar com o con- neste Manual do Professor.
teúdo da seção, aproveite para propor
aos estudantes a atividade complemen- Poluição no rio Pinheiros,
São Paulo (SP), 2019.
tar sugerida nesta página do Manual do
Professor.
Você sabia?
Atividade complementar A gestão dos recursos hídricos
⓿ Proponha uma pesquisa em Para fazer frente à realidade da acessibilidade e qualidade da água, em 1997, o Brasil criou o Sistema Nacional
grupos sobre a existência de de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), um instrumento de gestão dos recursos hídricos no país.
Comitês de Bacias Hidrográficas O SINGREH, por meio da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Plano Nacional de Recursos Hídricos,
no município em que os estu- desenvolve projetos de recuperação de bacias hidrográficas, gestão compartilhada de bacias e procedimentos
dantes vivem e de que forma os para cobrança pelo uso da água retirada de fontes subterrâneas ou superficiais. A Agência Nacional de Águas
e Saneamento Básico (ANA), vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, é o órgão que responde pela
diversos munícipes estão repre-
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos.
sentados. Peça-lhes que relatem
as decisões e as ações mais Para tomar decisões que orientam projetos em bacias hidrográficas e cobrança pelo uso dos recursos hídricos,
recentes, procurando apresen- por exemplo, são criados Comitês de Bacias Hidrográficas. Esses comitês contam com a participação de usuários,
tar os interesses envolvidos e os da sociedade civil organizada e de representantes de governos municipais, estaduais e federal. São usuários das
bacias aqueles que captam água das fontes superficiais ou subterrâneas, os que lançam efluentes nos rios, os que
impactos socioambientais des-
fazem uso da irrigação, as empresas de saneamento básico e de distribuição de água, indústrias, mineradoras,
sas ações para a comunidade.
aquicultores (criadores de peixes), entre outros.
Sugira para auxílio da pesquisa
o site indicado pelo link nesta NÃO ESCREVA NO LIVRO.
página do Manual do Professor.
⓿ Converse com os colegas de turma e o professor sobre a importância dos Comitês de
Bacias Hidrográficas para o meio ambiente e para a sociedade.
172
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Comitês de Bacia Hidrográfica (CBHs)
Disponível em: https://www.gov.br/ana/pt-br/assuntos/gestao-das-aguas/fortalecimento-dos-entes-do-singreh/comites-de
-bacia-hidrografica. Acesso em: 29 mar. 2022.
O site disponibiliza mapas, estudos e legislação relacionados ao tema e informações sobre os CBHs estaduais e interestaduais.
172
Trabalhando com mapa e texto Orientações didáticas
comunidade não é
o capítulo. Em conjunto com a leitura
segura, ou se os seus do texto, é possível desenvolver também
70º O
sistemas de sanea- Trópico de Câncer
a CEG7, compreendendo a relevância
mento não atendem ESTADOS UNIDOS
CUBA de ações sustentáveis para pensar so-
aos requisitos básicos, HAITI
REP. DOMINICANA
bre questões socioambientais.
ANTÍGUA E
a água pode se tornar JAMAICA BARBUDA
um vetor de doenças.
Trópico de Câncer S. CRISTÓVÃO
E NÉVIS
DOMINICA Na atividade 2, estimule os estu-
MÉXICO BARBADOS
[...] BELIZE
NICARÁGUA Mar do Caribe dantes com perguntas, consideran-
HONDURAS
GUATEMALA
UNESCO. Águas da
OCEANO EL SALVADOR
TRINIDAD E TOBAGO
do, inclusive, o que já aprenderam no
PACÍFICO NICARÁGUA
América Latina e do COSTA RICA
PANAMÁ
VENEZUELAGUIANA
SURINAME
6o e 7o anos dos anos finais do Ensino
Caribe: contribuições Ilhas Galápagos COLÔMBIA Guiana Francesa (FRA)
Equador Fundamental, quando estudaram os
0º (EQU)
em tempos de EQUADOR
COVID-19. Disponível OCEANO
recursos hídricos do Brasil, sobretudo
Países que apresentam escassez BRASIL
em: https://pt.unesco.
de água e onde a situação é grave.
PERU ATLÂNTICO os rios que cortam o território nacional,
org/news/aguas-da
-america-latina-e-do
Países que apresentam água no limite
e podem sofrer sérios problemas com
BOLÍVIA mediante a mobilização das habilida-
Trópico de Capricórnio
-caribe-contribuicoes a escassez de água. PARAGUAI des EF06GE12 e EF07GE11.
-em-tempos-covid-19. Países que apresentam insuficiência
Acesso em: 12 jan. 2022.
de água e onde a situação é preocupante. CHILE A atividade 4 retoma o desenvol-
Países que apresentam suficiência de URUGUAI
água, mas onde a situação é vimento da CEG1, problematizando a
preocupante devido ao aumento da ARGENTINA
Elaborado com base em: população ou do alto consumo. interação sociedade-natureza, os de-
CLARKE, Robin; KING, Países que apresentam abundância safios e os impactos das atividades
Jannet. O atlas da água. do recurso. 0 1 770 3 140
São Paulo: Publifolha, Sem dados humanas que dependem da potencia-
90º O
km
2005. p. 22. lidade dos rios.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Converse com os colegas de turma e o professor. Leia as orientações para as atividades neste
Manual do Professor.
1 Qual é a situação geral dos recursos hídricos da América segundo as informações apresenta-
das no mapa? 1. Na América do Sul e na Central, de maneira geral, a situação é favorável. Já na América
do Norte, os Estados Unidos e o México encontram-se em uma situação preocupante.
2 Comparando as informações do texto e o que o mapa apresenta, por que, apesar de mui-
tos países latino-americanos apresentarem suficiência de água, parte da população não tem
acesso a esse recurso?
3 Como você avalia a oferta de água no seu município? Você sabe se a maioria da população do
seu lugar de vivência tem acesso à água tratada e ao sistema de esgoto?
3. Respostas pessoais.
4 Considerando seus conhecimentos sobre as características dos cursos dos rios e sua impor-
tância para a sociedade, de que modo as águas dos rios são aproveitadas pelo ser humano?
Que problemas afetam as águas superficiais e subterrâneas?
4. Os rios são aproveitados para geração de energia, transporte, abastecimento, irrigação e lazer.
Os principais problemas são poluição, uso intensivo de suas águas e assoreamento de rios e lagos.
2. Espera-se que os estudantes percebam que, apesar da disponibilidade de água na América,
a distribuição é feita de modo desigual entre a população. Além disso, mesmo contando com
esse recurso, ele não é totalmente propício para consumo, já que o saneamento é deficitário em
muitos países latino-americanos. 173
173
Orientações didáticas
Águas subterrâneas
Antes de realizar o estudo proposto
Segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), cerca de
no texto, no mapa e na atividade desta
40% dos municípios brasileiros são totalmente abastecidos por águas subter-
página, resgate conhecimentos prévios
râneas. Veja no mapa a seguir os principais aquíferos brasileiros.
dos estudantes sobre o ciclo da água
e as águas subterrâneas. Verifique se
Brasil: principais aquíferos – 2015
eles reconhecem os lençóis freáticos
50° O
e aquíferos como grandes reservató- Boa
OCEANO
Vista ATLÂNTICO
rios de água subterrânea, aproveitados
Barreiras Equador
para o consumo humano por meio da 0°
Alter do Chão
Serra
abertura de poços convencionais ou ar- Grande
tesianos. Explore o fato de que os aquí- Itapecuru
feros são usados para o abastecimento Beberibe
Solimões Sistema Aquífero
de muitas cidades e que, nas áreas ru- Grande Amazônia Poti-Piauí Exu
rais, muitas pessoas ainda dependem
do acesso à água subterrânea por meio Parecis
Urucuia-
Marizal
Cabeças
da construção de poços, em áreas onde -Areado
Bambuí
Elaborado com base em: ANA.
o abastecimento público de água enca- Cadernos de Recursos Hídricos. p. 43.
nada e a disponibilidade de águas su- Barreiras Disponível em: http://arquivos.ana.gov.
perficiais são limitados ou inexistentes. OCEANO br/planejamento/planos/pnrh/MP%20
PACÍFICO Bauru-Caiuá Trópico de
Aguas%20Subterraneas.jpg. Acesso
Valorize também a necessidade de polí- Guarani Capricórnio em: 18 jun. 2022; MADEIRO, Carlos.
Banco de imagens/Arquivo da editora
174
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
Disponível em: https://www.gov.br/ana/pt-br. Acesso em: 29 mar. 2022.
Aproveite a menção à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) para incentivar os estudantes a realizar uma
visita ao site desse órgão. O portal disponibiliza um mapa interativo que possibilita ao usuário navegar pelas regiões hidrográficas
brasileiras para obter informações sobre o planejamento e o gerenciamento dos recursos hídricos no país.
174
Bacias hidrográficas na América do Norte Leitura complementar
No Canadá, há diversas bacias cujos rios principais deságuam no ocea- A vida no Mississippi
no Glacial Ártico e na baía de Hudson. Nesse país, destacam-se dois rios: o
O poderoso Mississippi, o maior
Mackenzie e o São Lourenço, onde a construção de canais e eclusas também
rio dos EUA, inspirou e continua
nos Grandes Lagos tornou possível a chegada de embarcações de grande por-
inspirando grandes criações lite-
te, provenientes do oceano Atlântico, à cidade de Chicago (Estados Unidos), rárias e musicais, mas a verdadeira
localizada às margens do lago Michigan, no interior do continente. vida cotidiana do país tem raízes
O principal rio da mais importante bacia hidrográfica da América do Norte na parte mais baixa desse colossal
é o Mississípi, navegável praticamente em toda sua extensão, por ser um típico curso d’água. Enquanto você nave-
rio de planície. Seu principal afluente é o rio Missouri. ga ao longo do rio partindo de Nova
O Mississípi e o Missouri são rios de grande importância econômica, pois Orleans, a história do sul se desen-
suas margens apresentam solos férteis e planos, aproveitados principalmente rola diante de seus olhos.
para os cultivos de milho e de trigo. Além disso, exercem a função de escoadou- Hoje em dia, o elegante barco
ro de minerais, cereais e outros produtos cultivados nas regiões banhadas por a vapor Mississippi Queen, com
eles e por seus afluentes. rodas propulsoras e seis conveses,
Alguns afluentes do Mississípi, como o rio Tennessee, provocavam enchentes faz a viagem entre o porto de Nova
com graves consequências. Após várias obras de engenharia (construção de re- Orleans e a Oak Alley Plantation – a
mansão usada na cena de abertura
presas e diques), passaram a fornecer energia elétrica e se tornaram navegáveis
do clássico E o vento levou… Depois
em trechos mais extensos. Além disso, suas águas passaram a ser utilizadas na
segue para Natchez, o povoado
irrigação de plantações.
mais antigo junto ao rio, ainda no
estado da Louisiana. Em Natchez,
América do Norte: bacias hidrográficas
encontram-se mais casas no estilo
100º O
Círc
OCEANO
arquitetônico anterior à Guerra da
ulo
Vitória Baffin
Publifolha, 2015. p. 284.
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Sonia Vaz/Arquivo da editora
de
175
175
Orientações didáticas
Bacias hidrográficas na América do Sul
Sobre as bacias hidrográficas na
Na América do Sul estão situadas as duas maiores bacias hidrográficas do
América do Sul, ao interpretar o ma-
mundo: a bacia Amazônica e a bacia Platina.
pa desta página com os estudantes,
A bacia Amazônica, cujo principal rio é o Amazonas, ocupa uma área de
comente que o aproveitamento do po-
aproximadamente 7 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 4,8 milhões
tencial hidroviário dessas bacias é re-
estão em território brasileiro. Esse rio entra no Brasil com o nome de Solimões e,
cente. Pode-se citar como exemplo a
ao se encontrar com o rio Negro, recebe o nome de Amazonas.
implantação da hidrovia Tietê-Paraná
e seu uso para a circulação de merca- Os centros dispersores de águas do América do Sul: principais bacias hidrográficas
rio Amazonas situam-se nos Andes (onde
e na
Orin
Rio
Considerada a segunda maior bacia 1
a d al
Aproveite este tópico para retomar a PLANALTOS
hidrográfica do mundo, a bacia Platina
Rio M
questão geopolítica dos recursos hídri- NORTE-AMAZÔNICOS
ocupa uma área de cerca de 4 350 000 Ri
cos na América do Sul, ampliando o tra- 0º Ri o
o Negro Equador
quilômetros quadrados, abrangendo ter- Japurá on
maz a s
balho com a habilidade EF08GE22, no Rio Soli m ões Ri o A
ras do Brasil, do Paraguai, do Uruguai, da
C O
que se refere à identificação dos prin-
s
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Argentina e da Bolívia. a
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Rio T
cipais recursos naturais dos países lati- u
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Rio Xing
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Os principais rios dessa bacia são o
o
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Ri
no-americanos e análise do uso desses
s
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Paraná, o Paraguai e o Uruguai, todos
Rio
recursos. Para isso, leia o texto comple- PLANALTO 5
São
4
H
com nascente no Brasil. Na divisa da Ar- E DOS PARECIS
I
Ri o
mentar indicado nesta página do Ma-
R io
Lago
R
nual do Professor para os estudantes gentina com o Paraguai, o rio Paraguai Titicaca
PLANALTOS E SERRAS
A
DE GOIÁS-MINAS
e que pode embasar discussões com deságua no rio Paraná. Este, ao atraves- PLANALTOS E
uai
sar a cidade de Paraná, na Argentina,
ná
SERRAS DO
a turma.
P arag
ra
D O S
io ATLÂNTICO
Pa
Capricórn
tem sua denominação modificada para Trópico de
Rio
Rio
Explore rio da Prata. O rio Uruguai desemboca 3
i
ua
As atividades propostas exploram a na foz do rio da Prata. Observe o mapa
g
OCEANO
ru
OCEANO
Rio U
interpretação do mapa, mobilizando a a seguir. PACÍFICO ATLÂNTICO
A N D E S
CEG4, relacionada ao pensamento es-
Rio da Prata
pacial e princípios de localização, cone- 6
xão e analogia.
Bacias hidrográficas
1 – Bacia do Orinoco
2 – Bacia Amazônica
3 – Bacia Platina
4 – Bacia do São Francisco
5 – Bacia do Tocantins-Araguaia
6 – Bacia dos rios da Patagônia
Elaborado com base em:
LACOSTE, Yves (org.). Atlas Limite de bacia hidrográfica
0 550 1 100
2000: la France et le monde. km
Dispersores de águas
Paris: Nathan, 1999. p. 97.
1. Qual das bacias indicadas no mapa está localizada nas proximidades da região
de maior dinamismo econômico do Brasil? Bacia Platina.
2. Quais são os centros dispersores da bacia Amazônica?
Planaltos Norte-Amazônicos, cordilheira dos Andes e planalto dos Parecis.
3. Os planaltos e as serras do Atlântico são dispersores de quais bacias?
Bacia Platina e bacia do São Francisco.
4. O que explica o fato de não haver rios de grande volume que deságuam no ocea-
no Pacífico?
Leitura complementar
Geopolítica da América do Sul: Recursos estratégicos em posição relativamente confortável. O país dispõe de 12% das reservas de água
[…] Apontada como uma das principais causas de conflitos atuais e futuros no potável no mundo e de 53% do continente. Parte considerável desta posição de-
mundo, a escassez de água já atinge alguns países e ameaça muitos outros. Dispu- ve-se às bacias e aos aquíferos que banham grande parte do território, em espe-
tas em decorrência disso ocorrem não apenas pela distribuição natural dos recur- cial os aquíferos Guarani e Alter do Chão. Enquanto o primeiro é um dos mais
sos hídricos no mundo – que em termos absolutos são suficientes para assegurar extensos do mundo, com volume de 46.337 km³ e 1.196.500 km² distribuídos pelo
segurança hídrica a todos –, mas também por consequências da ação humana. Se Brasil (70,2%), Argentina (18,9[%]), Paraguai (6[%]) e Uruguai (4,9[%]), o segundo, em
na América do Sul, região que acumula mais de um quarto das reservas de água relação à reserva de água, é o maior aquífero conhecido atualmente, possuindo
potável no mundo, há constantes tensões provocadas por apropriações indevidas volume de 86.400 km³ ao longo de seus 437.500 km² sob os estados brasileiros do
da água, o mesmo ocorre em outras partes do globo, com embates históricos pelo Pará, Amazonas e Amapá.
controle de áreas bem abastecidas. Quanto à escassez, o Brasil e a região estão LIMA, Maria Regina S. et al. Atlas da política brasileira de defesa. Buenos Aires: CLACSO;
Rio de Janeiro: Latitude Sul, 2017. p. 67.
176
favorece o desenvolvimento do TCT
A bacia Amazônica Educação Ambiental.
O Amazonas é um rio de planície propício à navegação e que permite o acesso
de navios de grande porte ao porto de Manaus, às margens do rio Negro, no inte-
rior do continente. Por essa rede hidroviária são transportados grandes volumes Leitura complementar
de carga (produtos agrícolas, minerais e industrializados), além de pessoas.
Amazônia brasileira
Em alguns rios da bacia Amazônica foram construídas usinas hidrelétricas,
[…] O mundo das águas na Ama-
como a de Balbina, no rio Uatumã, e a de Samuel, no rio Jamari, além de Jirau e
zônia é o resultado direto da ex-
Santo Antônio, no rio Madeira.
cepcional pluviosidade que atinge
Particularmente nas hidrelétricas de Balbina e de Samuel foram formados
a gigantesca depressão topográfi-
lagos artificiais que provocaram a devastação de grandes áreas florestais, a ex- ca regional. O grande rio, ele pró-
tinção de importantes espécies da fauna e da flora amazônicas e o desalojamen- prio, nasce em plena cordilheira
to de habitantes das áreas inundadas. Além disso, a construção de hidrelétricas dos Andes, através de três braços,
na Amazônia afeta comunidades indígenas e outros povos e comunidades tradi- onde existem precipitações nivais
cionais que vivem da floresta, como as comunidades extrativistas e os ribeirinhos, e degelo de primavera, a mais de
que sobrevivem da pesca artesanal e da agricultura de subsistência. quatro mil metros de altitude. Fora
As novas hidrelétricas projetadas para a região são a fio de água, ou seja, este setor andino restrito e locali-
não requerem reservatórios (represas) grandes, pois a geração de energia de- zado, o corpo principal da bacia hi-
pende fundamentalmente da vazão do rio. Daí haver uma oscilação grande na drográfica depende de um regime
capacidade de geração de energia: no período das chuvas, gera-se mais ener- hidrológico totalmente pluvial.
gia do que em épocas de estiagem. São simplesmente fantásticos
Os impactos ambientais provocados pelas hidrelétricas na Amazônia vêm os números referentes à área de
extensão da bacia, o volume das
ocasionando uma série de protestos por parte de cientistas e ambientalistas
águas correntes, a largura média
nacionais e internacionais. Entretanto, há opiniões favoráveis à construção de
dos leitos e o débito dos grandes rios
hidrelétricas na região, sob a justificativa de que se trata de uma fonte re-
em diferentes setores. Calcula-se a
novável e de que, atualmente, tanto as projetadas (São Luís, no rio Tapajós)
área total da bacia em mais de seis
quanto aquelas que foram construídas recentemente (como Belo Monte, no milhões de quilômetros quadrados.
Barragem da Usina
rio Xingu, e Teles Pires, no rio de mesmo nome) são a fio de água, o que reduz Hidrelétrica de Belo Na Bacia Amazônica, vista em sua
os impactos socioambientais. Monte, em Vitória do totalidade, circulam 20% das águas
Xingu (PA), 2019.
doces existentes no planeta.
Ricardo Teles/Pulsar Imagens
177
177
Orientações didáticas A bacia Platina
Os estudos sobre a bacia Platina Na bacia Platina, em razão dos inúmeros trechos encachoeirados, o rio Para-
complementam o trabalho com as ha- ná e muitos de seus afluentes apresentam um enorme potencial hidráulico, em
bilidades EF08GE15 e EF08GE22 (con-
boa parte já aproveitado. Nesse rio, encontram-se várias usinas hidrelétricas,
siderando a gestão e comercialização
como Itaipu, Sérgio Motta (também chamada de Porto Primavera), Jupiá e Ilha
da água e a análise de seu uso para
Solteira, que fazem parte do complexo hidrelétrico de Urubupungá. Nos forma-
produção de energia, respectivamente),
dores do rio Paraná há também importantes usinas: Furnas e Volta Grande, no
ao abordar a construção de hidrelétri-
rio Grande; São Simão e Cachoeira Dourada, no rio Paranaíba.
cas e de hidrovias com fins de garantir a
Com a implantação da hidrovia Tietê-Paraná (interligada ao Paranaíba), pos-
produção econômica e a circulação de
sível graças à construção de eclusas em ambos os rios, o Paraná tem sido mais
mercadorias entre os países da América
bem aproveitado para a navegação, e por ele grandes quantidades de produ-
do Sul abrangidos por essa bacia. Res-
tos, principalmente agrícolas (como os grãos), são transportados.
salte a importância da cooperação en-
Formadas pelas ligações Tietê-Paraná e Paraguai-Paraná, as hidrovias do
tre os países para a manutenção dos
Mercosul possibilitam menor custo no transporte de mercadorias e pessoas em
recursos hídricos e a administração de
comparação aos demais meios de transporte, além de viabilizarem a integração
hidrelétricas.
econômica entre os países desse grupo. Observe o mapa a seguir.
É importante que os estudantes
compreendam a relevância da produ- Hidrovias do Mercosul: principais
produtos de exportação – 2012
ção de energia hidrelétrica no contexto
• Veículos e acessórios
da bacia Platina, relacionando a insta- (carros, caminhões,
TO peças)
RO • Máquinas, dispositivos elétricos
lação de usinas nessa região às con- e mecânicos
• Produtos químicos
MT
dições naturais do relevo onde fluem • Aço, chapas de aço, ferramentas
• Produtos minerais
15° S • Produtos alimentícios, bebidas, cacau
os cursos de água, com presença de Cuiabá • Produtos têxteis
á
T ie
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Aproveite para frisar a relevância
ar
P
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PARAGUAI o Rio Par SP
anap RJ
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Rio an
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va Rio de
a
í
Janeiro
e Paraguai-Paraná para a coopera- Assunção
PR Santos
Rio
Curitiba
ção econômica entre os países do á
Rio Paran i SC
Mercosul, contribuindo, assim, para o ua Florianópolis
ug
ARGENTINA
raná
Ur
Rio Ib RS
Elaborado com base em:
Ri
Rio Pa
icu
Porto Alegre
Jacuí
IBGE. Atlas geográfico
í
mediante a leitura, análise e interpre- • Máquinas, carros Lagoa dos Patos escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
Banco de imagens/Arquivo da editora
e respectivos
URUGUAI
Lagoa Mirim
IBGE, 2018. p. 105; BRASIL.
tação do mapa desta página, contri- componentes
• Soja e trigo
OCEANO
Ministério da Infraestrutura.
• Carne e laticínios ATLÂNTICO
buem para a aplicação do princípio • Aço e dispositivos
Montevidéu
Regiões hidrográficas.
do raciocínio geográfico de localização,
mecânicos
• Frutas, vinhos
Buenos • Trigo, arroz
• Carne e derivados
Disponível em: http://www.
• Produtos Aires • Peixe, laticínios, queijos transportes.gov.br/images/
em especial a atividade 1, mobilizan- petroquímicos
• Produtos de
• Produtos têxteis
• Óleos comestíveis aquaviario/2014/11/regioes
0 300 600
do também a CEG4, a qual trata, dentre couro, pele
• Peixe
• Produtos de couro, pele
• Cevada
_hidrovias.pdf. Acesso em:
km 50° O
10 jan. 2022.
outros aspectos, do uso da linguagem
cartográfica para desenvolvimento do
pensamento espacial. Explore Leia as orientações para as atividades neste Manual do
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Professor.
1. Que bacia hidrográfica é formada pelos rios que fazem parte das hidrovias do Mercosul? Bacia Platina.
2. As cargas transportadas por essas hidrovias são provenientes de quais setores econômicos?
As cargas correspondem a produtos industrializados, agropecuários e do extrativismo mineral e animal.
3. Que questões ambientais devem ser consideradas no que diz respeito ao fluxo de mercadorias, levando-se em
conta os biomas por onde elas passam?
É preciso considerar os possíveis vazamentos de produtos tóxicos nos cursos de água e os impactos das obras
que viabilizam as hidrovias nos biomas por onde passam, sobretudo no Pantanal (rio Paraguai), que apresenta o
maior índice de conservação.
178
178
Orientações didáticas
Outras bacias da América do Sul
Ao abordar o conteúdo desta pági-
A bacia do rio São Francisco está localizada totalmente em território brasi-
na, comente com os estudantes sobre
leiro. Esse rio atravessa uma extensa área de clima Semiárido (clima predomi-
os desafios da região do rio Orinoco,
nante do Sertão nordestino) e é aproveitado para irrigação e para transporte
na Venezuela, cujos povos indígenas
de pessoas e mercadorias entre diversos municípios do Sertão nordestino. Além
que habitam esse local sofrem de mo-
disso, tem enorme potencial hidráulico, o que favoreceu a construção de gran-
do especial com o avanço do garimpo,
des usinas hidrelétricas, como as de Sobradinho, Paulo Afonso, Xingó e Três Ma-
o qual causa poluição das águas, au-
rias. No entanto, o São Francisco enfrenta muitos problemas ambientais, como
mento de doenças e diversos outros da-
assoreamento, poluição e retirada excessiva de água, sobretudo para irrigação
nos ambientais e sociais. Para ampliar
e abastecimento populacional.
o estudo do tema, indique aos estu-
Na bacia do Tocantins-Araguaia há algumas hidrelétricas importantes,
dantes o site sugerido nesta página do
como a de Tucuruí e de serra da Mesa, no rio Tocantins, e sua hidrovia serve
Manual do Professor. A leitura do texto
para o escoamento de parte da produção agrícola do Centro-Oeste do Brasil. desta página, em conjunto com o tra-
No norte da América do Sul, nos territórios da Venezuela e da Colômbia, balho com o site indicado, permite a
encontra-se a bacia do rio Orinoco, a terceira maior bacia da América do Sul. O mobilização da habilidade EF08GE20,
Orinoco é navegável por embarcações de grande porte, desde a sua foz até a no que se refere à discussão das desi-
confluência com o rio Caroní, em Ciudad Guayana, por onde são transportadas gualdades sociais e das pressões sobre
mercadorias industrializadas e agropecuárias. a natureza e suas riquezas nos países
Às margens do Orinoco, na Venezuela, desenvolve-se a criação de gado, en- da América.
quanto em seu baixo curso concentram-se indústrias e usinas hidrelétricas. Em
Em relação às bacias que ocorrem
suas proximidades há uma das maiores reservas de petróleo do mundo, no nor-
em território brasileiro, aproveite pa-
te da Venezuela. As atividades econômicas, porém, têm gerado considerável ra resgatar conhecimentos prévios dos
impacto socioambiental em toda a bacia, inclusive no delta do rio, onde vivem estudantes sobre seus rios formadores.
comunidades de pescadores e povos indígenas. Observe a imagem a seguir. Se achar oportuno, comente que diver-
O território da Colômbia é também atravessado pelo rio Madalena. A im- sas regiões do Brasil, incluindo algumas
portância desse rio se deve ao aproveitamento de suas águas para geração de que compartilham as bacias hidrográ-
energia elétrica e para irrigação, que propicia o desenvolvimento de atividades ficas estudadas, enfrentaram, entre
agrícolas às suas margens. 2014 e 2016, uma das piores secas
da história devido à redução acentua-
Landsat/Copernicus/Data SIO, NOAA, US navy, NGA, GEBCO/Google Earth
179
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
Aproveite esta seção para retomar e
complementar com os estudantes a lis- ⓿ Cadeias de montanhas
GEOLOGIA E ⓿ Dobramentos modernos
180
NÃO ESCREVA NO LIVRO. subdimensionadas. Em relação a isso,
destaque com os estudantes que, no
Retome caso de muitos países da Europa, a área
territorial dos países forma linhas, mos-
1 Quais são as principais bacias hidrográficas do continente sul-americano? Explique sua importância. trando que praticamente toda a popu-
1. Leia a resposta neste Manual do Professor. lação tem acesso à água tratada. Essa
Exercite atividade contribui para o desenvolvi-
2 Interprete a anamorfose a seguir. 2. Leia a resposta e as orientações para a atividade mento da habilidade EF08GE19, uma
neste Manual do Professor. vez que proporciona o exercício de in-
Mundo: população sem acesso à água tratada (por país) – 2015 terpretação de anamorfose, com infor-
mações geográficas acerca da América.
Oeste Leste
Elaborado com base em: DORLING KINDERSLEY. World Reference Atlas. Londres: Dorling Kindersley, 1999. p. 19-21.
a) Nos dois perfis, como podemos caracterizar o relevo: no oeste, na parte central e no leste?
b) Que porções da América esses perfis representam no mapa América: relevo, da página 166?
c) Com base no segundo perfil, elabore no caderno um mapa da América do Sul que represente uma
área de criação de lhamas e alpacas, e uma área de agricultura mecanizada e das duas principais
metrópoles do Brasil. 3. Leia a resposta e as orientações para as atividades neste
Manual do Professor.
181
1. As principais bacias do continente sul-americano são: 2. A anamorfose indica o acesso da população mundial, por
bacia Amazônica, bacia do Orinoco e bacia Platina. As três país, à água tratada. Na América, há mais acesso à água
bacias abordadas estão situadas em territórios de países tratada em comparação à África, cujas áreas territoriais
diferentes. A do Orinoco se situa em territórios venezuelano dos países foram cartografadas de modo superdimensio-
e colombiano. A do Amazonas tem uma extensão de 7 mi- nado. Na América, nota-se uma diferença entre a Améri-
lhões de quilômetros quadrados, abrangendo Brasil, Peru, ca Latina, onde há países com mais pessoas sem acesso
Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana e Bolívia, e a Pla- à água tratada, e a América Anglo-saxônica, onde Estados
tina abrange terras do Brasil, do Paraguai, do Uruguai, da Unidos e Canadá, países com áreas territoriais maiores que
Argentina e da Bolívia. A conservação dessas bacias é de as dos países latino-americanos, têm suas áreas bastante
181
11
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
1. A foto mostra algumas características de uma paisagem da América: a presen-
BNCC no capítulo ça de neve, o lago parcialmente congelado, o relevo de montanha, a floresta de
clima Frio. Como o clima é frio, durante o inverno alguns cursos de água e lagos
Competências gerais da Educação congelam e a formação vegetal tem folhas com pontas finas (aciculifoliadas), a
fim de minimizar o acúmulo de neve, e sua estrutura apresenta um estreitamento de baixo para cima, consi-
Básica (CG): 5, 7 e 9. derando os galhos, pelo mesmo motivo (reduzir a acumulação de neve). Esses aspectos influenciam a orga-
C l i m a s e fo r m a ç õ e s
nização do espaço, como
Competências específicas de o desenvolvimento de ati-
Ciências Humanas para o Ensino vidades agropecuárias, os
vegetais na América
tipos de moradia, o apro-
Fundamental (CECH): 5 e 7. veitamento econômico de
determinadas coberturas
Competências específicas vegetais, entre outros.
2. Floresta de coníferas: vegetação bastante homogênea e adaptada ao clima Frio de Montanha.
de Geografia para o Ensino Luis War/Shutterstock
Fundamental (CEG): 1, 3, 4, 5 e 7.
Habilidades de Geografia: EF08GE15,
EF08GE18, EF08GE20, EF08GE22 e
EF08GE23.
Tema Contemporâneo Transversal
(TCT): Educação Ambiental.
Introdução
Este capítulo aborda os diferen-
tes tipos climáticos e coberturas ve- Para começar
getais naturais presentes na América, Converse com os
contemplando parte da habilidade colegas e o professor.
EF08GE23, referente aos aspectos da
1. Que caracterís
Geomorfologia, Biogeografia e Clima- ticas do continente
tologia da América. Também são estu- americano a foto
dadas as relações entre clima, fauna, grafia revela?
flora e atividades humanas no conti- Considerando
nente americano, verificando, assim, essas caracterís
ticas e seus
o uso e a ocupação do solo na Amé- conhecimentos, Parque Nacional de Banff, em Alberta (Canadá), 2018, em trecho dominado pelo clima
rica e seus recursos naturais, possibi- explique que Frio de Montanha.
litando o trabalho com a habilidade relação podemos
EF08GE22. Além disso, são estudados
também os recursos naturais e do sis-
estabelecer entre
o clima, o lago
Fatores climáticos
e a cobertura
tema de nuvens na Amazônia e nos An- O continente americano apresenta grande extensão territorial de norte a
vegetal. Explique
des, contribuindo para a mobilização também de que sul, não tendo porções territoriais apenas na Zona polar antártica. Nesse senti
da habilidade EF08GE15. Espera-se forma essas do, é um continente com características únicas no planeta. Além disso, a Amé
que, ao final, os estudantes valorizem a características rica apresenta diferentes formas de relevo e extensa costa oceânica, como foi
biodiversidade que caracteriza as pai- interferem na
visto no capítulo anterior. Esses fatores contribuem para a grande variedade
organização do
sagens do continente americano, posi- climática e de formações vegetais.
espaço geográfico.
cionem-se criticamente em relação às Como será analisado neste capítulo, muitas dessas formações já foram bas
2. Com base em seus
práticas que causam o desmatamen- tante transformadas pela ação humana, em razão da expansão das áreas urba
conhecimentos,
to das áreas de formação vegetal ori- indique o nome e nas, para o aproveitamento da madeira e de outros recursos, para formação de
ginal, permitindo, assim, a mobilização as características áreas agrícolas e de pastagens e mesmo para a extração de recursos minerais.
da habilidade EF08GE20, referente à da cobertura Embora os avanços tecnológicos tenham possibilitado a muitos países uma
discussão a respeito das pressões so- vegetal represen
menor dependência dos fatores naturais para o desenvolvimento econômico
bre a natureza. Esse trabalho é comple- tada na fotografia.
e social, diversas atividades humanas ainda guardam estreita relação com o
mentado com proposta, neste Manual NÃO ESCREVA NO LIVRO.
clima, particularmente a agricultura e a pecuária.
do Professor, para elaboração de ma-
pas que comparam a vegetação nati- 182
va com a atual de regiões da América,
permitindo a análise do uso e ocupa- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
ção do solo nesse continente. Desse
modo, é possível também o trabalho Ensino Fundamental –, quando estudaram as formações determinadas coberturas vegetais, o desenvolvimento e a
com a EF08GE18. Ademais, os estu- vegetais e os climas do Brasil. Se julgar adequado, ao fi- utilização de fontes energéticas, etc.
dos no decorrer do capítulo possibili- nal desta seção, retome com os estudantes os elementos Na atividade 2, estimule os estudantes a refletir sobre
tam que os estudantes valorizem o uso do clima e os fatores que determinam a ocorrência de di- a influência do clima na formação das coberturas vegetais.
de técnicas que superem as restrições ferentes tipos climáticos. As atividades propostas estimu-
impostas pelas condições climáticas e lam o desenvolvimento da CECH7, quanto à utilização da
tenham consciência da importância da linguagem iconográfica (a fotografia desta página) para
conservação da qualidade e da fertili- desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal quanto à
dade do solo. localização e conexão entre o clima e a formação vege-
tal apresentados.
Para começar Na atividade 1, incentive os estudantes a refletir sobre
Mobilize os conhecimentos dos es- como os aspectos climáticos influenciam a organização do
tudantes adquiridos nos anos anterio- espaço, como o desenvolvimento de atividades agropecuá-
res – 6o e 7o anos dos Anos Finais do rias, os tipos de moradia, o aproveitamento econômico de
182
A agropecuária é uma atividade que depende fortemente das condições Orientações didáticas
climáticas. As secas prolongadas (estiagem), por exemplo, podem prejudicar
Recorde com os estudantes a in-
a capacidade de produção agrícola (veja a foto 2), do mesmo modo que chuvas
fluência da latitude, do relevo, da alti-
em quantidades muito superiores aos volumes médios verificados em determi-
tude, da vegetação, da maritimidade e
nada região. As características climáticas condicionam a produção de várias
da continentalidade no clima. Utilizan-
culturas agrícolas: as épocas de semeadura, crescimento e colheita variam de
do um mapa físico da América do Sul,
acordo com a estação do ano. No entanto, as sociedades que atingiram avan-
trabalhe particularmente a influência
çado nível de desenvolvimento tecnológico produzem até mesmo em regiões
da disposição do relevo, fundamental
desérticas (veja a foto 1) e criam condições para a adaptação de diversas espé-
na dinâmica de circulação das massas
cies vegetais a climas diferentes de seu local de origem, além de desenvolverem
de ar no continente.
sementes e plantas geneticamente modificadas.
É importante destacar, com base na
temática abordada, que certas condi-
George Rose/Getty Images
1
ções de umidade de solo, como dis-
ponibilidade de água e temperatura
média, podem afetar de forma positi-
va ou negativa o desenvolvimento das
plantas, aumentando ou diminuindo a
produtividade do cultivo sazonalmen-
te. Ao longo da aula, explore o caso de
estiagem apresentado na fotografia da
plantação de milho, em Uauá (BA), em
2021, e peça aos estudantes que di-
Cultivo de uva em gam se conhecem casos recentes se-
área desértica da melhantes, questionando-os sobre as
Califórnia (Estados
Unidos), 2021.
possíveis consequências enfrentadas
pelos agricultores. Desse modo, eles se-
Ainda considerando a estreita relação entre as atividades humanas e o clima, rão estimulados a desenvolver a CEG1,
destaca-se o fato de que as regiões de clima Frio ou Polar, onde as temperatu- pois esse questionamento permite que
ras são extremamente baixas, apresentam menores densidades demográficas. os estudantes utilizem os conhecimen-
As regiões desérticas também são pouco povoadas, como veremos a seguir. tos geográficos para compreender a re-
Entre os fatores que influenciam a formação dos tipos climáticos do conti- lação sociedade-natureza, referente à
nente americano, destacam-se a latitude, o relevo, as correntes marítimas e a prática agrícola, exercitando o interesse
continentalidade. e espírito investigativo sobre as prová-
veis consequências causadas pela si-
Adriano Kirihara/Pulsar Imagens
Plantação de
milho prejudicada
pela estiagem, em
Uauá (BA), 2021.
183
183
Orientações didáticas
Latitude, relevo,
correntes marítimas e
Se julgar adequado, solicite aos estu-
dantes que observem o mapa de relevo
da América, na página 166 deste vo-
lume, para acompanhar o estudo des- continentalidade
ta página. Nesse sentido, aprofunde a A ampla extensão latitudinal do continente americano explica sua grande
abordagem dos fatores climáticos inicia- variedade climática.
da no tópico anterior e explore o desen- O relevo também contribui para a grande variedade de climas e de cober-
volvimento da habilidade EF08GE15, no turas vegetais na América, em razão das diferenças de altitude e da disposição
que se refere aos sistemas de nuvens e
de suas formas (cadeias montanhosas, planaltos, depressões e planícies). A al-
a cordilheira dos Andes.
titude explica, por exemplo, o acúmulo constante de neve nos Andes (altitudes
Utilizando um programa de imagens maiores) em plena Zona equatorial.
de satélite, e colocando como expres- A disposição espacial das formas de relevo pode facilitar ou dificultar o
são para pesquisar “deserto de Ataca-
deslocamento das massas de ar, que influenciam a distribuição da umidade e
ma”, é possível explorar a região desse
a variação de temperatura. As montanhas da costa ocidental americana, por
deserto, mostrando aos estudantes os
exemplo, funcionam como barreira à passagem das massas de ar, dificultando
contrastes entre as porções norte e
sua penetração e influindo na distribuição da umidade. Como consequência,
centro-sul e sul do Chile, uma vez que
existem áreas desérticas em várias regiões da costa ocidental do continente,
nestas (central e sul) a cor verde re-
como veremos mais adiante.
vela a presença de formações vegetais
As correntes marítimas também exercem influência sobre o clima do
e áreas de cultivos variados, enquan-
continente americano. Essa influência é mais sensível no litoral do Pacífico,
to a porção norte apresenta diferen-
tes tons de bege e marfim, reveladores onde as correntes frias da Califórnia e de Humboldt são alguns dos fatores
das paisagens desérticas, que se es- responsáveis pelo clima Árido ou Desértico na península da Baixa Califór-
tendem pelo litoral do Peru. Possibili- nia (América do Norte), na maior parte do litoral peruano e no deserto de
te também que os estudantes possam Atacama, no Chile (América do Sul), que está associado também à presen-
navegar nesse programa. Essa proposta ça da cordilheira dos Andes. Isso ocorre porque, ao passar sobre as águas
favorece a mobilização da CG5, no que frias dessas correntes, a umidade trazida pelos ventos quentes do oeste se
se refere à utilização de tecnologias di- resfria, se condensa e se precipita em forma de chuva. Quando chegam ao
gitais de informação. continente, essas massas de ar já não carregam umidade suficiente para
provocar chuvas. Veja a figura a seguir.
Lápis 13b/Arquivo da editora
Deserto
Ventos quentes
e úmidos
Costa do Chile
Corrente de
Humboldt
(Águas frias)
Oceano Pacífico
Elaborado com base em: NUNES, Lucí Hidalgo. Urbanização e desastres naturais.
São Paulo: Oficina de Textos, 2015. p. 28.
184
184
Trabalhando com mapas
Na atividade 3, estimule-os a reco-
nhecer as características que a posição
geográfica do extremo norte do conti-
Clima e formação vegetal nente americano (já abrangendo o cír-
As correntes marítimas também exercem influência no litoral Atlântico.
culo polar ártico) confere a essa área.
A corrente fria do Labrador, no inverno, determina as baixas temperaturas que
congelam parte das águas dos rios e dos lagos da costa nordeste da América
Atividade complementar
do Norte. Na porção meridional do litoral Atlântico, a corrente das Falklands é
⓿ Se julgar apropriado para o
um dos principais fatores responsáveis pelo clima Semiárido da Patagônia (ob-
momento, organize os estudan-
serve o mapa América: climas). tes em grupos e proponha-lhes
que realizem uma pesquisa em
América: climas América: cobertura vegetal nativa livros e na internet a fim de fazer
OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO uma comparação entre as áreas
originalmente ocupadas pela
Círculo Polar Ártico Círculo Polar Ártico
vegetação nativa no continente
C o rr
Corre
nt nt
americano e a cobertura atual
e
Jap e
remanescente. Se possível, se-
ed
ã
do abra
o
o
Pradarias
dos estudantes e realize a ati-
Co fórnia
r
Ca
rre
li
Co Trópico de Câncer
Golfo
do
uso de tablets ou smartphones
na própria sala de aula. Após a
Equador
Lhanos pesquisa, peça aos estudantes
Equador 0º
0º
que confeccionem mapas com-
OCEANO OCEANO Caatinga
OCEANO parativos que enfatizem essas
PACÍFICO ATLÂNTICO PACÍFICO OCEANO
Co
ATLÂNTICO
nte
Trópico de Capricórnio
Trópico de Capricórnio Chaco dos trabalhos, estimule-os a le-
de H
Br Pampa
do sas das mudanças observadas,
oldt
e
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Corrent
1 Responda no caderno: que tipo de informação esses mapas 1. O primeiro mapa traz infor-
mações sobre os climas da
apresentam? América; o segundo, sobre a
cobertura vegetal nativa do
2 De modo geral, existe correspondência entre os tipos de cober- continente americano.
tura vegetal nativa e os tipos de clima do continente americano? 2. Sim. Podem ser citados como
exemplos: Floresta Tropical e
Justifique com exemplos. clima Tropical; Caatinga e cli-
ma Semiárido; Tundra e clima
3 Dê um exemplo de clima e cobertura vegetal associada que ocor- Polar; Floresta Equatorial e cli-
ma Equatorial; entre outros.
ram exclusivamente na América do Norte. 3. Os estudantes podem citar
clima Polar e Tundra.
185
185
Orientações didáticas
Conheça mais
Conheça mais
Rios voadores
Inicie o trabalho com essa seção Andre Dib/Pulsar Imagens
A cordilheira dos Andes também desempe-
questionando os estudantes se já ou-
nha um papel importante na dinâmica climática
viram a expressão “rios voadores” e
de trechos mais amplos do continente america-
se compreendem o seu sentido, rela-
no, influenciando, em parte, o regime de chuvas
cionando-a à circulação de massas de
em porções dos territórios de alguns países da
ar carregadas de grande umidade, for-
América do Sul, particularmente do Brasil. Esse
madas em áreas de elevada evapora-
ção. É provável que os estudantes já fenômeno está diretamente relacionado ao
tenham tido contato com esta temáti- sistema de nuvens da Amazônia e, em seu con-
ca no 6o e 7o anos, tendo em vista o junto, tem a denominação de “rios voadores”.
estudo sobre os padrões climáticos do Veja a seguir como eles são formados.
mundo e do Brasil nesses anos, con- Texto 1
siderando as habilidades EF06GE03 Um dito popular antigo da região amazôni-
(quanto à descrição dos padrões cli- ca dizia que por lá havia apenas duas estações:
a úmida e a mais úmida. Mas a degradação da
máticos) e EF07GE11 (quanto à dinâ-
floresta, com aumento de desmatamento e quei-
mica dos componentes físico-naturais madas, já mudou a tradição. Há períodos de seca,
no Brasil). Entretanto, a abordagem e a época úmida não dura tanto. O que seria uma A evapotranspiração na
proposta nesta seção inclui a análise tragédia por si só promete um futuro ainda mais distópico para o Brasil – sem Amazônia é a grande
responsável pela umidade
conjunta de texto de terceiro, fotografia a Amazônia, o país pode virar um deserto.
carregada pelos “rios
e infográfico, mobilizando um proces- Quem explica esse cenário é o cientista Antonio Nobre, um dos responsá- voadores”. Na foto, é
so cognitivo mais complexo de análise veis por demonstrar como ‘rios voadores’ formados na Amazônia irrigam gran- possível observar a grande
de parte do Brasil e da América do Sul. Uma árvore grande, escreve Nobre no umidade local presente
e do princípio do raciocínio geográfico na atmosfera, próxima
relatório O Futuro Climático da Amazônia, bombeia do solo para a atmosfera
de conexão, favorecendo, desse modo, às copas das árvores, em
mil litros de água por dia.
Mâncio Lima (AC), 2021.
a retomada das aprendizagens e am- A floresta como um todo joga no ar um volume maior do que o do próprio
pliação dos conhecimentos a respei- rio Amazonas, que viaja até três mil quilômetros América do Sul à dentro.
to desse fenômeno fundamental para Isso ocorre por meio da transpiração das árvores. Para simplificar, isso signi- distópico: ruim,
precário.
os ecossistemas de biomas brasileiros, fica dizer que o suor das árvores amazônicas garante a chuva limpa que chega
para a prática de atividades econômi- ao Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil […].
cas, sobretudo, a agropecuária, e para VICENTE, João Paulo. Como os rios voadores da Amazônia levam água para o
resto do Brasil. National Geographic, [S.l.], 14 abr. 2021. Disponível em: https://www.
a manutenção de recursos hídricos em nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2021/03/posso-explicar-rios-voadores-da
boa parte do território brasileiro. -amazonia-brasil-deserto. Acesso em: 13 jan. 2022.
186
Orientações didáticas
1. O oceano Atlântico e a Floresta Ama-
zônica. Na região equatorial, a evapo-
ração é intensa e os ventos úmidos do
Essa umidade avança em sentido oeste oceano Atlântico, ao entrar na Amazô-
até atingir a cordilheira dos Andes.
Durante essa trajetória, o vapor de água nia, provocam chuvas. A floresta e os
sofre uma recirculação ao passar sobre a
floresta. rios também contribuem para a eva-
potranspiração, carregando a atmos-
A intensa
evapotranspiração e
fera de umidade – o que favorece a
condensação sobre a formação de nuvens, que seguem pa-
Amazônia produz a sucção
dos alíseos, bombeando ra o oeste.
esses ventos para o interior
do continente, gerando
chuvas e fazendo mover os 2. Os ventos úmidos que seguem na di-
“rios voadores”.
reção oeste encontram a barreira da
cordilheira; parte da umidade é preci-
pitada na região da Amazônia e parte é
desviada, tomando a direção do Brasil
Na faixa equatorial
central, sudeste e sul, atingindo a Bolí-
do oceano Atlântico via, o Paraguai e a Argentina. Essa umi-
ocorre intensa
evaporação. dade é fundamental para abastecer os
É lá que o vento
carrega-se de reservatórios de água nessas regiões,
umidade.
além de propiciar chuvas, imprescin-
díveis para a atividade agropecuária.
Um vídeo de animação explicando es-
se funcionamento pode ser encontrado
187
Orientações didáticas
Tipos de clima e de cobertura vegetal
Ao promover o estudo desta pági-
na, ressalte que o continente america- Apesar de determinados fatores climáticos predominarem em uma região, é a conjunção de todos eles
no apresenta variados tipos de relevo e que explica os diferentes tipos climáticos.
grande extensão latitudinal, abrangen-
do quatro zonas climáticas. Essa con- Clima Polar
dição proporciona uma considerável
O clima Polar está presente nas altas latitudes (acima de 60°) do hemisfério norte e tem como principal
diversidade de climas e, consequente-
característica as baixíssimas temperaturas.
mente, de coberturas vegetais.
Nesse tipo de clima, predominante no Alasca, no norte do Canadá e na Groenlândia, as médias anuais de
No tópico sobre o clima Polar, co-
temperatura estão sempre abaixo de 0 °C, e as precipitações médias anuais são inferiores a 250 milímetros,
mente com a turma a respeito dos po-
ocorrendo quase sempre na forma de neve.
vos que habitam áreas de clima Polar
O rigor climático não favorece o pleno desenvolvimento de vegetação. Apenas durante alguns meses do
na América, como os inuítes, que vi-
ano (de junho a agosto), quando as temperaturas são menos rigorosas e ocorre o degelo, desenvolve-se um
vem em regiões do Canadá, do Alasca
tipo de cobertura vegetal chamado Tundra. Veja a foto a seguir.
e da Groenlândia – território insular di-
namarquês situado a nordeste do Ca- MierCat Photography/Shutterstock
188
188
Originalmente, a Floresta Boreal cobria boa parte do Canadá, mas essa Orientações didáticas
vegetação foi intensamente explorada, o que acarretou gravíssimas conse-
Ao continuar a leitura do trecho de
quências para os ecossistemas em sua área de abrangência, levando ao
texto que fala sobre a Floresta Boreal,
desaparecimento de algumas espécies. Essa exploração teve como principal
comente que o Canadá é um dos gran-
objetivo a produção de celulose, matéria-prima da indústria de papel e de
des produtores e exportadores de celu-
tecido. Veja a fotografia a seguir.
lose e papel no mundo. Como destaca
o texto, a projeção do país para che-
Jesse Seniunas/Shutterstock
Vicunhas na Reserva
Nacional Los Flamencos,
próximo de São Pedro de
Atacama (Chile), 2018.
189
189
Orientações didáticas
Clima Temperado
Verifique se os estudantes reco-
O clima Temperado apresenta as quatro estações do ano bem definidas,
nhecem as características típicas das
considerando as variações de temperatura. Na América do Norte, esse clima
paisagens em cada uma das quatro es-
abrange uma área extensa. No território sul-americano, ocorre apenas em uma
tações no clima Temperado. Em segui-
pequena área.
da, proponha uma análise detalhada
Leia e compare as informações dos climogramas a seguir.
dos climogramas, atividade que esti-
mula o desenvolvimento da CECH7, por
Climograma: Temperado Oceânico Climograma: Mediterrâneo
meio do uso da linguagem gráfica para Precipitação Temperatura
Precipitação Temperatura
o desenvolvimento do raciocínio espa- (mm) média (ºC) (mm) média (ºC)
Explore
300 30 300 30
ço-temporal no que se refere à conexão
250 25 250 25
JeanLucIchard/Shutterstock
se refere à identificação de paisagens de, a vegetação característica desse
da América Latina. tipo climático é a Floresta Temperada,
cujas principais espécies são o carva-
lho, a faia, a bétula e alguns tipos de
pinheiro, que geralmente perdem suas
folhas durante o inverno e, por isso, são
chamadas de árvores de folhas cadu-
cas (caducifólias). Veja a foto a seguir.
Floresta Temperada na
época do inverno, no Parque
Nacional Bryce Canyon, Utah
(Estados Unidos), 2020.
190
190
Na América do Norte, a Floresta Temperada é encontrada na costa leste de pensamentos, estimulando, tam-
(Atlântico) e na costa oeste (Pacífico); na América do Sul, ocorre em uma es- bém, a argumentação, conforme orien-
treita faixa litorânea, no extremo sul do Chile. Essa vegetação passou por um ta a CG7.
intenso processo de exploração em função da boa qualidade de suas madeiras,
utilizadas para a extração de celulose, fabricação de móveis e construção civil.
Na porção central do Canadá e dos Estados Unidos (América do Norte), a
Leitura complementar
vegetação original é formada de Estepes que, nessa região, recebem o nome Os domínios de natureza no
de Pradarias. Na América do Sul, as Estepes se estendem pelo Uruguai e pelo Brasil
centro-norte da Argentina, com a denominação de Pampa. Veja a foto a seguir. No cinturão de máxima diver-
sidade biológica do planeta – que
Edsel Querini/E+/Getty Images
150 15 Elaborado com base em: origens distintas se maiores durante o verão boreal (de
MENDONÇA, Francisco; maio a julho).
100 10 envolvem em situações
DANNI-OLIVEIRA, Inês
Moresco. Climatologia: que misturam realidade
50 5 AB’SÁBER, Aziz N. Os domínios de
noções básicas e climas e imaginação ao
0 0 do Brasil. São Paulo:
natureza no Brasil: potencialidades
J F MAM J J A S O N D desbravar a Floresta
Oficina de Textos, 2007. paisagísticas. 6. ed. São Paulo: Ateliê
Meses do ano Amazônica.
p. 129. Editorial, 2011. p. 65-66.
191
191
Orientações didáticas
Floresta Equatorial Amazônica
Ao realizar o estudo desta página,
Nas áreas de clima Equatorial, a paisagem
192
Conexões com Orientações didáticas
Matemática
Conexões
Para o desenvolvimento desta seção,
Desmatamento na Amazônia retome com os estudantes o conceito
O bioma Amazônia é de extrema relevância, visto que abriga a maior biodiversidade do mundo atual- de Amazônia Legal e, caso os estudan-
mente, com mais de 2 milhões de espécies. Além disso, a floresta que faz parte dele tem uma grande impor- tes não tenham tido contato com es-
tância na regulação do regime de chuvas, tanto em nível regional quanto nacional. se conceito, informe a eles que o termo
Com uma maior conscientização da sociedade sobre a necessidade de reverter as ações humanas que engloba, em sua totalidade, os estados:
levam às mudanças climáticas – somada aos efeitos já sentidos em razão do aumento das temperaturas Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Roraima,
médias globais, como os eventos extremos –, foram obtidos alguns avanços na participação do Brasil no Rondônia, Tocantins, Mato Grosso e Ma-
conjunto das emissões de gases estufa. A partir de 2004, o desmatamento na Amazônia começou a ser ranhão (este, apenas parcialmente).
combatido com ações mais efetivas, como a promulgação de leis e de planos de conservação ambiental, Ao trabalhar essa temática, mobilize
além de uma maior fiscalização. o raciocínio espaço-temporal na análi-
Isso tudo é positivo, mas, apesar de sua importância, a Floresta Amazônica não está livre do desmata- se e comparação da sucessão de even-
mento. Interesses de grandes empresas agropecuárias, e principalmente de mineração, vêm colocando em tos relacionados ao desmatamento da
risco a sobrevivência da floresta, em especial nos últimos anos. Observe o gráfico e a tabela a seguir. Amazônia, o que favorece o desenvol-
vimento da CECH5 e da CECH7, além
Amazônia Legal: desmatamento – 1988-2021 Desmatamento na Amazônia Legal por da mobilização da EF08GE20, ao pos-
estado – 2020-2021 sibilitar análises a respeito das pres-
35
Estado 2020 (km2) 2021 (km2) sões sobre a natureza, e da EF08GE23,
29.1
30
Acre 706 871
ao trabalhar a identificação de paisa-
Desmatamento (mil km²)
25
gens naturais da América Latina, no ca-
20 Amazonas 1 512 2 347
so o bioma Amazônia. A proposta de
13.2
Fórmula Produções/Arquivo da editora
1995
2004
2014
2020
2021
te ao desmatamento e a importância
Ano
Rondônia 1 273 1 681 do monitoramento dessa situação.
Elaborado com base em: INPE. Coordenação-Geral Roraima 297 386 Se julgar importante, ou se os estu-
de Observação da Terra. INPE registra 6 9147 km2 de
desmatamento na Amazônia em 2017. Notícias OBT Tocantins 25 28 dantes tiverem dificuldades, proponha
INPE, 14 maio 2018. Disponível em: http://www.obt.inpe.
Amazônia Legal 10 841 13 235
a realização das atividades em duplas
br/OBT/noticias-obt-inpe/inpe-registra-6-947-km2- para que possam trocar ideias entre si
de-desmatamento-na-amazonia-em-2017; TAXA de Elaborado com base em: TAXA de desmatamento –
desmatamento – Amazônia Legal – Estados. TerraBrasilis. Amazônia Legal – Estados. TerraBrasilis. São José dos
e sanar as dúvidas que surgirem. Auxilie
São José dos Campos, 2022. Disponível em: http:// Campos, 2022. Disponível em: http://terrabrasilis.dpi.inpe. os estudantes na realização dos cálcu-
terrabrasilis.dpi.inpe.br/app/dashboard/deforestation/ br/app/dashboard/deforestation/biomes/legal_amazon/
biomes/legal_amazon/rates. Acesso em: 2 fev. 2022.
los se eles solicitarem. Após essa di-
rates. Acesso em: 2 fev. 2022.
nâmica, promova a realização coletiva
NÃO ESCREVA NO LIVRO. das atividades na lousa, incentivando
1 Sabendo que o campo de futebol do estádio do Maracanã tem uma área de 7 140 m² e com base as duplas a partilhar seus resultados e
nos dados do gráfico, calcule quantos campos de Maracanã foram desmatados em 1995 e em 2021. orientando colaborativamente em even-
Em 1995, 4 069 888 campos; e, em 2021, 1 853 641 campos. tuais ajustes conceituais.
2 Com base nos dados da tabela, calcule a variação aproximada (por estado) do desmatamento
entre 2020 e 2021. Acre: 23%; Amazonas: 55%; Amapá: 62%; Maranhão: 2,7%; Mato Grosso: 27%; Pará:
7%; Rondônia: 32%; Roraima: 29%; Tocantins:12%; Amazônia Legal: 22%.
3 Considerando os dados do gráfico e da tabela, calcule a contribuição percentual aproximada de
cada estado para o desmatamento na Amazônia Legal em 2021.
Acre: 6,5%; Amazonas: 17,7%; Amapá: 0,3%; Maranhão: 3,8%; Mato Grosso: 17%; Pará: 40%; Rondônia:
13%; Roraima: 3%; Tocantins: 0,2%.
193
193
Orientações didáticas
Clima Tropical
Ao abordar o tópico desta página,
O clima Tropical abrange a parte meridional dos Estados Unidos (Flórida),
destaque as formações vegetais origi-
grande parte do México, a América Central ístmica, as Antilhas e grande parte
nais que ocorrem associadas ao clima
da América do Sul, principalmente o Brasil. Esse tipo de clima se diferencia do
Tropical, retomando as características
Equatorial por apresentar duas estações bem definidas: a seca, que correspon-
das Florestas Tropicais, como a alta
de ao inverno, e a chuvosa, que corresponde ao verão.
biodiversidade. Ao analisar a temática,
Suas temperaturas médias entre os meses mais frios e os mais quentes os-
considerando os problemas ambientais
apontados (pressões sobre a nature- cilam entre 19 °C e 28 °C no decorrer do ano, e as médias anuais pluviométricas
Valerija Polakovska/Shutterstock
naturais, mobilizam-se as habilidades
EF08GE20 e EF08GE23. oriental da América do Sul, a influência
das massas de ar oceânicas provoca
Aproveite para destacar a relevância
maior umidade, o que proporciona o
das Florestas Tropicas no litoral brasilei-
desenvolvimento das Florestas Tropi-
ro e o impacto da sociedade sobre essa
cais, como a Mata Atlântica brasileira,
formação vegetal. Para ampliação dos
que foi quase totalmente devastada.
conhecimentos sobre as características
do Complexo do Pantanal, complemen-
te os trabalhos na página 195.
194
194
No Brasil, há ainda o Complexo do Pantanal, considerado um bioma forma-
do por um conjunto de ecossistemas único no mundo. Sua paisagem vegetal é Leitura complementar
classificada como complexa pelo fato de reunir espécies encontradas em todas
Impactos ambientais e socioeco-
as regiões naturais do Brasil. Se estende por uma região plana e de baixa altitu- nômicos no Pantanal
de, que fica inundada durante a estação chuvosa de verão. Nas pequenas ele-
Nas últimas três décadas, o Pan-
vações, formam-se ilhas que abrigam a fauna não aquática. A pecuária bovina tanal vem sofrendo agressões pelo
é a mais tradicional atividade econômica, mas a caça predatória e o garimpo homem, praticadas não somente
de ouro, além da prática da agropecuária nos limites do bioma, são os maiores na planície, mas principalmente
responsáveis pelos impactos ambientais na região pantaneira. nos planaltos adjacentes. Atual-
mente, os impactos ambientais e
Clima Desértico ou Árido socioeconômicos no Pantanal são
muito evidentes, decorrentes da
O clima Desértico ou Árido ocorre principalmente no sudoeste dos Estados inexistência de um planejamento
Unidos, no norte do México, em parte do litoral peruano, no sul da Argentina (de- ambiental que garanta a susten-
serto da Patagônia) e no norte do Chile (deserto de Atacama). Veja a fotografia tabilidade dos recursos naturais
a seguir. desse importante bioma.
A expansão desordenada e rápida
Kit Leong/Shutterstock
térmica anual e chuvas escassas e mal distribuídas, com índices plu- 200 20
assoreamento dos rios na planície,
150 15
viométricos, em geral, inferiores a 250 milímetros por ano. Observe o que tem intensificado as inunda-
100 10
o climograma a seguir. ções – com sérios prejuízos à fauna,
50 5
flora e economia do Pantanal. [...]
Elaborado com base em: MENDONÇA, Francisco; DANNI- 0 0
J F MAM J J A S O N D
-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e Meses do ano
IMPACTOS ambientais e
climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 131. socioeconômicos no Pantanal. Embrapa
Pantanal. Disponível em: https://www.
embrapa.br/pantanal/impactos
Explore -ambientais-e-socioeconomicos-no
NÃO ESCREVA NO LIVRO. -pantanal. Acesso em 30 mar. 2022.
⓿ Embora as condições climáticas de uma região influenciem a produção e a organização do espaço geográfico,
podemos afirmar que elas constituem um empecilho para o desenvolvimento econômico?
Leia a resposta e as orientações para a atividade neste Manual do Professor. Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
195 Brasil: Paisagens
de exceção – O
litoral e o pantanal
mato-grossense:
Orientações didáticas Explore patrimônios básicos
Os estudantes devem responder que sim, pois as con- AB'SABER, Aziz N. São Paulo: Ate-
Ressalte com os estudantes as características bem es-
dições climáticas muitas vezes atrapalham as atividades liê Editorial, 2006.
pecíficas do Complexo do Pantanal e analise os problemas
econômicas, sobretudo a agricultura. Ainda assim, é impor- A obra detalha processos e dinâ-
ambientais que a região vem sofrendo. Se julgar interes- micas de formação das paisagens de
tante observar que, se considerarmos a capacidade das so-
sante, proponha uma pesquisa de notícias ou reportagens exceção no território brasileiro, forne-
ciedades em desenvolver técnicas para modificar o espaço,
sobre o tema na internet para embasar uma posterior dis- cendo ricas análises das caracterís-
podemos afirmar que, em muitos locais, as condições cli-
cussão em sala de aula. Essas análises encaminham a ticas geomorfológicas do Pantanal e
máticas desfavoráveis não chegam a impedir o desenvol- das áreas litorâneas do país.
mobilização das habilidades EF08GE20 e EF08GE23, que
vimento econômico, desde que se disponha de recursos
pode ser ampliada com a leitura do texto complementar in-
para investir nessas técnicas. São exemplos de superação
dicado nesta página do Manual do Professor.
das características climáticas o desenvolvimento de ativi-
dades agrícolas em regiões desérticas com o auxílio da irri-
gação e a construção de cidades nessas áreas – como Las
Vegas (Estados Unidos).
195
Orientações didáticas
Clima Semiárido
Ao realizar o estudo do tópico sobre
Nas áreas onde predomina o clima Semiárido, as temperaturas médias
o clima Semiárido, promova uma con-
anuais são elevadas, superiores a 26 °C. As médias anuais de chuvas variam
versa a fim de explorar os conhecimen-
entre 500 e 700 milímetros e são muito irregulares.
tos dos estudantes acerca do processo
No Nordeste brasileiro, o clima Semiárido ocorre em uma área de aproxi-
de desertificação ao qual essas áreas
madamente 1 milhão de quilômetros quadrados. O tipo de vegetação carac-
estão naturalmente sujeitas e que pode
terístico é a Caatinga, formada por plantas xerófitas, ou seja, que se adaptam
ser intensificado devido às ações huma-
nas e às mudanças climáticas. É impor- a longos períodos sem chuvas. As árvores são, em geral, de pequeno porte e
tante que estimule conexões de regiões muitas delas com troncos retorcidos, que perdem as folhas nos longos períodos
que possuam a predominância do cli- de seca. Há também diversas espécies de cactáceas.
ma Semiárido no Brasil com localida- A área original dessa formação
Desertificação na região do
semiárido nordestino, Cariri
(PB), 2018.
196
Leitura complementar
Desertificação
A desertificação é o resultado da extrema degradação de terras situadas em regiões áridas e semiáridas. Ela pode ser
ocasionada tanto por atividades humanas quanto por variações climáticas. [...] Como a única e pouca água dessas regiões
é aquela que o solo retém, se este for removido, nenhuma água será armazenada e os desertos avançarão. Ela acontece
nas regiões mais secas, onde os solos estão mais vulneráveis à exploração agropastoril inapropriada. Uma das principais
causas é o excesso do uso dessas terras quando há um excesso de população. [...]
LEPSCH, Igo F. Formação e conservação dos solos. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. p. 188.
196
Orientações didáticas
Clima Subtropical
Ao analisarem a exploração de ma-
O clima Subtropical ocorre em zonas de transição entre as áreas de domínio
deira na Mata de Araucária ou Mata dos
dos climas Temperado e Tropical. Na América do Norte, ele está presente nas
Pinhais, os estudantes mobilizarão a
regiões Sul e Sudeste. Na América do Sul, ocorre na porção meridional do terri-
EF08GE22, no que se refere à utilização
tório brasileiro.
dos recursos naturais na América Lati-
As temperaturas médias anuais oscilam entre 17 °C (meses mais frios) e
na para a produção de matéria-prima.
24 °C (meses mais quentes), e a pluviosidade média anual varia entre 1 300 e
Ao promover o estudo do clima Me-
2 000 milímetros.
diterrâneo, ressalte a ocorrência de ve-
No Brasil, o tipo de vegetação que corresponde a esse clima é a Mata de
rões secos e invernos chuvosos e como
Araucária ou Mata dos Pinhais. Essa floresta, de grande importância econômi-
essa dinâmica impacta positivamen-
ca para a indústria de móveis e de papel (celulose), foi intensamente devastada.
te o desenvolvimento de culturas como
a da azeitona e a da uva (em particu-
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Plantação de uvas em
Millahue (Chile), 2018.
197
197
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
A retomada a partir dos eixos é im-
⓿ Latitude; ⓿ Atividades agropecuárias
portante para que os objetivos do ca- FATORES dependem, em parte, das
⓿ Relevo;
pítulo sejam consolidados. Promova CLIMÁTICOS Influenciam características climáticas.
⓿ Correntes marítimas;
com os estudantes a análise do qua- ⓿ Continentalidade.
dro, aproveitando para organizar ideias
Entretanto
e conceitos fundamentais relacionados
aos tipos de clima e vegetação da Amé-
rica. Tire as dúvidas que, porventura, CLIMAS E COBERTURAS VEGETAIS NA AMÉRICA Diversas sociedades se
desenvolveram em áreas com
tenham permanecido antes de pros-
diferentes tipos climáticos e
seguir para as atividades e estimule- formações vegetais a eles associadas.
-os a resgatar outros conhecimentos Altas latitudes
relacionados e que não foram expos-
tos, como o desmatamento crescente Clima Polar: Alasca, Norte do
Vegetação: Tundra.
na Amazônia e os sistemas de nuvens Canadá, Groenlândia.
que se formam sobre a floresta e cir-
culam para outras regiões da América
Clima Frio Continental: Canadá. Vegetação: Floresta Boreal.
do Sul, tendo grande influência sobre
o clima. Além disso, promova uma roda
de conversa para discutir as principais
pressões sobre a natureza causadas Médias latitudes
por diversas ações da sociedade nos Vegetação:
Vegetação:
⓿ Floresta Tropical;
Clima Tropical: México, América
⓿ Cerrado;
Central; grande parte da
América do Sul.
⓿ Lhanos;
⓿ Vegetação arbustiva;
⓿ Complexo do Pantanal.
198
198
1. Leia a resposta neste Manual do Professor.
co
rti
ÁRTICO
rÁ
vidades econômicas mais notáveis no território Po
la
tanhas, desde o norte da Califórnia até
lo
cu
brasileiro, a pecuária. Essa cultura está espalhada Cír
o Alasca. América do Sul: em uma es-
por todo o território nacional, e em cada recanto
se expressa com suas peculiaridades nas adapta-
treita faixa litorânea, no extremo sul do
ções locais. [...] Chile. Essas florestas foram intensa-
Hoje, a Caatinga já deixou de existir em 68% de mente devastadas pelo fato de estarem
sua área, mas a presença do vaqueiro encourado OCEANO localizadas em áreas que apresentam
ATLÂNTICO
persiste como símbolo da cultura de uma região intenso desenvolvimento agrícola e in-
â ncer
e como força de trabalho. Gerações transitam por Trópico de C
dustrial, além de ampla urbanização,
dentro dos gibões [(roupa feita de couro)], heredi- bem como para o aproveitamento da
tariamente transmitem conhecimentos e multipli- OCEANO
PACÍFICO madeira.
cam-se nas diversas faixas etárias. [...]
Equador
O couro ainda movimenta economicamen- 0º
2. Para encaminhar esta atividade, soli-
te a região. Mesmo com o advento de materiais
cite a alguns estudantes que leiam tre-
sintéticos, a pele natural tem o seu lugar, princi-
palmente na indústria de calçados e acessórios.
chos do texto apresentado. Antes de
Banco de imagens/Arquivo da editora
199
BNCC no capítulo
Competências gerais da Educação
12
Básica (CG): 2, 3 e 4.
Competência específica de Ciências
Humanas para o Ensino Fundamental Antártida:
(CECH): 7.
Competências específicas
biodiversidade e desafios
de Geografia para o Ensino Michelle Sole/Shutterstock
Fundamental (CEG): 3 e 5.
Habilidade de Geografia: EF08GE21.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Ciência e Tecnologia e
Educação Ambiental.
Introdução
Neste capítulo serão estudados as-
pectos naturais da Antártida, possi-
bilitando aos estudantes conhecer a
biodiversidade desse continente. Além
disso, serão abordados os interesses
econômicos pelos seus recursos natu-
rais, auxiliando nas análises do papel
geopolítico desse continente e de sua
importância para os países da Améri-
ca do Sul. O estudo será apoiado pela
Para começar
leitura e pela interpretação de mapas e
textos jornalísticos, levando os estudan- Converse com os
tes a se posicionar criticamente em re- colegas e o professor.
lação à importância da Antártida para 1. O que você Na foto, Base Orcadas, uma estação de pesquisa da Argentina localizada na ilha
a ciência e o ambiente. O conjunto des- conhece sobre Laurie (Antártida), 2020. Essa base é a primeira permanente após o Tratado da
o continente Antártida, em 1959.
sas propostas visa, portanto, ao desen-
antártico?
volvimento da habilidade EF08GE21.
2. Qual é a A ntártida: natureza
Para começar importância
da presença Com os recentes estudos sobre aquecimento global, as regiões ártica e
Ao desenvolver as atividades des-
de estações de antártica passaram a ter uma importância cada vez maior. Muitos países têm
ta seção, procure registrar na lousa os pesquisa, como grande interesse na exploração mineral do continente antártico e de trechos
principais aspectos do tema menciona- a mostrada na
submarinos do Ártico. Essa exploração, no entanto, pode gerar impactos am-
dos pelos estudantes para uma retoma- fotografia, na
Antártida? bientais graves, afetando outras regiões do planeta. Por esse motivo, está proi-
da na seção Eixos do capítulo.
bida a exploração na Antártida, onde há estações de pesquisas, e no Ártico isso
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. É provável que os estudantes co- causa muita polêmica.
mentem o fato de ser um continente Leia as respostas e as As regiões polares apresentam características bastante peculiares em ter-
orientações para as ativi-
frio ou gelado, que façam referência dades neste Manual do mos climáticos, biológicos, geológicos e hidrológicos. Muitas dessas caracterís-
Professor.
às geleiras, ao fato de ser desabitado, ticas ainda são pouco conhecidas pelos cientistas, como a aurora polar, fenô-
por exemplo. Ou, com base na fotogra- meno causado pelos ventos solares, na forma de luzes coloridas, que, ao atingi-
fia, que informem sobre a existência de rem a Terra, são direcionados para os polos pelo campo magnético do planeta.
bases de pesquisas.
200
2. Essas estações são fundamentais
para o conhecimento mais aprofunda-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
do do continente, como fenômenos me-
teorológicos, vida animal, influência em
outras regiões do planeta, por exemplo. Leitura complementar
Há também o interesse, por parte dos Uma dúvida quente: Antártida ou Antártica? correspondente. Era comum um aluno trocar as bolas e [...]
países, em manter a presença e, possi- referir-se ao continente antártico como “Antártica”. Nunca
“Prezado Sérgio, qual o nome correto do Polo Sul? Antár-
velmente, no futuro, o controle de um deixavam de corrigi-lo.
tica ou Antártida? [...] (Darcio Rangel)
trecho do continente. Faz anos que isso vem mudando. Não havendo o que se
Darcio traz uma questão que, mesmo sendo de escassa
Caso os estudantes questionem a relevância, costuma provocar debates escaldantes. Vamos possa chamar de posição “oficial” sobre o assunto, hoje as
denominação do continente, é possível começar pela vaca fria: em português, o nome tradicional duas formas, Antártida e Antártica, são empregadas no
ler o texto complementar sugerido nes- do continente gelado em torno do Polo Sul é Antártida (em português brasileiro [...].
ta página do Manual do Professor. Portugal, Antárctida). [...] RODRIGUES, Sergio. Uma dúvida quente: Antártida ou Antártica?.
Até algum momento impreciso dos anos 1980, talvez Veja, [s. l.], 31 jul. 2020. Disponível em: https://veja.abril.com.br/
coluna/sobre-palavras/uma-duvida-quente-antartida-ou
1990, não parecia haver dúvida sobre isso: Antártida era -antartica/. Acesso em: 11 jul. 2022.
o nome próprio e antártico (ou antártica), o adjetivo a ele
200
1. O mapa mostra os picos mais elevados e o planalto Americano, além dos limites das banquisas e as zonas
de icebergs.
2. Polônia, Brasil, Argentina, Reino Unido, Chile, Estados Unidos, Austrália, Rússia, Japão, Bélgica, França,
Alemanha, África do Sul e Nova Zelândia.
3. Os Estados Unidos.
Região antártica: polo sul Leitura complementar
90º O
Histórico da cooperação
S
científica
60º C O Estação Antártica
F I
C Í
Comandante Ferraz
BRA POL
A construção intelectual da
135º O A tico
P ntár EUA 45º O Antártica se inicia no século XIX,
ar A ARG
Po
l RUN CHI
ul o CO RUN não apenas por parte dos governos
rc RTI I. Alexander
ICA
ÁRT Is. Órcadas
Cí TÁ º S I. Thurston RUN ARG NT
AN 70 do Sul (RUN) interessados no continente, mas
A
A
Banquisa permanente
UL
EUA também por parte dos próprios
NS
Vinson Zona de icebergs
O
NÍ
L
(4 897 m) eddell exploradores, de sociedades cien-
IA
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Banquisa
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AC
Marie Byrd
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I. Berkner
EUA
s
Estação de pesquisa
que favoreceram a colaboração
M a r d e Ro s
ARG
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O C E
O
Pico
Terra RUN
entre nações. A oceanografia, a
AT L Â NT I C O
EUA Recurso mineral
meteorologia e a astronomia dão
OCEANO
de Coats
ALE Carvão mineral Ouro
Banquisa Polo Sul
180º de Ross AFS à ciência antártica fundamental
(2 080 m) Minério de ferro Cobre
Meridiano de Greenwich 0º
EUA EUA EUA Kirkpatrick EUA Terra da impulso, abrindo caminho para o
(4 528 m) RUS AFS – África do Sul
GLAC
Rainha Maud
NZL surgimento e consolidação de uma
Terra de ALE – Alemanha
Vitória
BEL “consciência antártica”, em que os
I AL
RUS ARG – Argentina
Polo Sul 80º S AUS – Austrália princípios da liberdade de pesquisa
Magnético
FRA (em 2000) RUS Terra de BEL – Bélgica e da cooperação ali consolidadas
O
AN
Enderby JAP BRA – Brasil contêm as sementes do Tratado
IC
T
FRA
ÁR
Terra de PLANALTO Banquisa RUS CHI – Chile
D
Antártico, que seria adotado muito
TI
Wilkes de Amery
N
AMERICANO EUA – Estados Unidos
O C
Banco de imagens/Arquivo da editora
AUS
depois, em 1959.
Í
AUS FRA – França
135º L
AUS 45º L JAP – Japão Um importante exemplo desse
RUS NZL – Nova Zelândia
Pr
o N
O processo foi o surgimento de pro-
jeç
ão E A POL – Polônia
postas, a partir de 1869, de estabe-
a zim O C
u tal e
quid RUN – Reino Unido
is tante 0 600 1 200
RUS – Rússia
lecimento de observatórios para o
90º L km
trânsito de Vênus em localidades
Elaborado com base em: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 161. subantárticas ou antárticas. Na-
quele contexto, estabeleceram-se
4. Resposta pessoal. Comente com os estudantes que pesquisas científicas na Antártida formatos padronizados para as
podem contribuir para a compreensão de diversos fenômenos climáticos da Terra e para o
observações de fenômenos magné-
Explore aprofundamento de conhecimentos sobre a biodiversidade.
NÃO ESCREVA NO LIVRO. ticos e buscou-se, ainda, coordenar
Converse com os colegas e o professor. os tempos de observação e com-
parar instrumentos com vistas a
1. Quais informações sobre relevo o mapa apresenta?
assegurar o máximo de compatibi-
2. Quais países mantêm estações de pesquisa na Antártida? lidade. Da mesma forma, o estabe-
3. Qual país tem mais estações de pesquisa? lecimento de uma rede de estações
4. Na sua opinião, qual é a importância de manter estações de pesquisa na Antártida? meteorológicas, em 1781, o estabele-
cimento de rede de estações para
5. Com base em seus conhecimentos, explique por que as informações sobre limites das banquisas no inverno e no
verão são relevantes.
medir o magnetismo terrestre, a
partir de 1832, e o primeiro núcleo
de estações permanentes para ob-
Os círculos polares (66° 33’ de latitude norte e sul) delimitam as regiões polares e assinalam o limite
servações geofísicas, a partir de
máximo de iluminação nessas regiões no início do verão (solstício de verão) em cada hemisfério. Dessa
1872, são importantes marcos da
forma, durante o verão, não há noite na região polar, que recebe os raios solares durante 24 horas. Com cooperação polar porque destacam
o início do inverno (solstício de inverno), acontece o contrário, ou seja, por cerca de três meses não se vê a importância das ilhas oceânicas,
diretamente a luz do Sol. das regiões desabitadas e das zonas
Enquanto no verão as temperaturas médias na Antártida oscilam em torno de 0 °C, chegando a 15 °C polares. As observações astronô-
no norte da península Antártica, no inverno elas se situam em torno de −35 °C, chegando a atingir −89 °C – micas de Edmund Halley no Atlân-
temperatura mais baixa já registrada no planeta, na estação russa Vostok, em 1983. tico Sul, ainda no século XVIII, e as
5. Porque há uma diferença significativa entre os limites no verão e no inverno, o que traz implicações para a nave- expedições de Alexander Humbold
gação, para a pesca e para os estudos dos pesquisadores, por exemplo. Leia as orientações para as atividades neste
Manual do Professor. 201 são emblemáticas nesse processo.
[…]
MACHADO, Maria Cordélia S.;
BRITO, Tânia (coord.). Antártica:
Orientações didáticas Explore ensino fundamental e ensino médio.
Brasília, DF: Ministério da Educação,
Ao abordar o mapa da região Antártida dessa página, Secretaria de Educação Básica, 2006.
Ao seguir o trabalho com o tópico sobre a natureza na
na atividade 5, é importante que os estudantes mobili- (Coleção Explorando o ensino, v. 9). p.
Antártida, iniciado na página anterior, introduza o desen-
zem os conhecimentos prévios sobre os efeitos das varia- 116. Disponível em: http://portal.mec.
volvimento da habilidade EF08GE21 e comente com os gov.br/seb/arquivos/pdf/EnsMed/
ções de temperatura para o congelamento da água e para
estudantes a grande reserva de água doce disponível nas vol09_meioambientantart.pdf. Acesso
o derretimento dela em estado sólido. Os conhecimentos em: 29 mar. 2022.
regiões polares, que chega a ser superior à reserva total
das características climáticas e zonas térmicas da Terra
dos rios do planeta. Se julgar pertinente, forneça a eles
também serão mobilizados para as análises desenvolvi-
um breve histórico dos estudos científicos na Antártida,
das no capítulo, assim como aqueles que se relacionam
com base no texto complementar sugerido nesta página
ao aquecimento global e suas consequências.
do Manual do Professor.
201
Orientações didáticas
Dinâmicas naturais e
Para ampliar o estudo proposto no
texto e na fotografia desta página, na-
alterações humanas
vegue com os estudantes pelo mapa A Antártida é coberta por uma camada de gelo cuja espessura varia entre
interativo da Antártida sugerido nes- 2 mil e 4 mil metros. Durante o inverno, sua área se torna o dobro da do Brasil
ta página do Manual do Professor, no (cerca de 19 milhões de quilômetros quadrados), pois nessa época o continente é
qual é possível observar o relevo do circundado por uma enorme massa de gelo flutuante, que se forma pelo congela-
continente e as bases de vários Esta- mento das águas da superfície oceânica. Essa massa é conhecida como banquisa.
dos-nação que desenvolvem pesqui- Observe no mapa Região antártica: polo sul, apresentado anteriormente.
sa na região. Essa proposta permite o As massas de ar formadas nessa região, ao se deslocarem, atingem a Argen-
desenvolvimento da CECH7, quanto ao tina, o Uruguai, o Paraguai e a Bolívia, além do Sul, Sudeste e, eventualmente,
uso da linguagem cartográfica para o o Centro-Oeste do Brasil, provocando baixas temperaturas, sobretudo no in-
Na tela
desenvolvimento do raciocínio espaço- verno, e, particularmente, na Argentina, no Uruguai e no Sul do Brasil, causam
Amyr Klink
-temporal. também chuvas de inverno.
Disponível em: http://
Ao promover a leitura do texto, res- Na primavera, o gelo começa a derreter, fazendo com que, no verão, a An-
www.amyrklink.com.br.
salte a diferença entre a banquisa (ca- tártida tenha 73% da superfície do inverno. O início da primavera também pro-
Acesso em: 13 jan. 2022.
mada de gelo flutuante formado pelo voca o desprendimento de grandes blocos de gelo das geleiras interiores. Esses
Site do navegador
congelamento da água salgada) e blocos se dirigem para o mar, formando os icebergs (veja a fotografia a seguir), Amyr Klink, que já
a espessa calota de gelo que cobre que, à deriva, são impulsionados pelas correntes marinhas e pelo vento. À me- realizou viagens de
quase todo o continente antártico. Ex- dida que se aproximam de latitudes mais baixas, eles vão derretendo. Também circum-navegação nos
plique aos estudantes que os icebergs representam grande perigo às embarcações. polos. Além de imagens
e vídeos, na página há
não são partes que se desprendem da
relatos dele sobre as
Andre Dib/Pulsar Imagens
202
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
REMA – Modelo de Elevação de Referência da Antártida
Disponível em: https://www.arcgis.com/apps/View/index.html?appid=86a9728459aa4d18b4444b74d330832e. Acesso
em: 30 mar. 2022.
O link dá acesso ao mapa que mostra detalhes do relevo antártico e permite ao usuário explorar a ocupação do continente,
mostrando a posição geográfica de bases e polos de pesquisa de diversos países.
202
Outra possibilidade de atividade
Biodiversidade complementar sobre a biodiversidade
antártica é sugerida a seguir.
Por causa do clima muito frio, a vegetação praticamente inexiste na Antárti-
da. Apenas em alguns locais se desenvolve a Tundra.
Nas ilhas próximas, como as Malvinas (Falklands), a abundância de plâncton
plâncton: organismo Atividade complementar
possibilita a existência de grande número de peixes, que servem de alimento microscópico, animal ⓿ Se possível, exiba para a turma
para pássaros, focas, pinguins, baleias, cachalotes e orcas. (zooplâncton) ou vegetal
(fitoplâncton), que vive o filme indicado nesta página
A biodiversidade é muito rica na região marinha situada no entorno do con- na água e é conduzido do Livro do Estudante, pois des-
tinente. Uma campanha oceanográfica realizada por um navio alemão no mar pelas correntezas. É se modo eles desenvolvem as
importante fonte de
de Weddell, em 2007, encontrou mais de 800 novas espécies que nunca tinham CG2 e CG3, com a ampliação
alimento para peixes e
sido descritas pela ciência. outros organismos. do pensamento científico e do
Grandes frotas pesqueiras, principalmente do Japão e da Rússia, têm se cachalote: mamífero da repertório cultural.
ordem dos cetáceos, de
deslocado para a região com a finalidade de explorar até mesmo a carne de dimensões comparáveis
⓿ Depois de terem assistido ao
pinguim, utilizada na produção de um concentrado proteico para a fabricação às da baleia. filme, faça uma roda de con-
de rações de aves, gado bovino e porcos. A pesca ilegal é uma ameaça para a
versa a respeito dele, propondo
as seguintes questões nortea-
preservação da biodiversidade da região.
doras: “Que tipo de animal é o
As correntes marinhas que partem da Antártida e se dirigem às áreas mais
pinguim?”, “Qual é a espécie de
próximas dos demais continentes contribuem para a formação do fitoplâncton pinguim retratada no filme?”,
e do zooplâncton, alimento para milhões de peixes que povoam os mares do “Quem choca o ovo do filhote de
hemisfério sul. pinguim: o macho ou a fêmea?”,
Um produto pesqueiro que vem atraindo a atenção de diversos países é o “Quem deles vai em busca de
krill, pequeno crustáceo parecido com o camarão e rico em proteínas. A pesca alimento para o filhote?”, “O que
indiscriminada do krill, porém, pode ocasionar problemas ecológicos na região.
os pinguins comem?”, “Como é
o lugar onde eles vivem?”, “Qual
A riqueza da fauna da Antártida compreende também as diversas espécies
é o nome da região em que se
de pinguins, focas, elefantes-marinhos e baleias. passa o filme? Localizem essa
região no globo terrestre.”, “Que
Saso Novoselic/E+/Getty Images
Na tela
A marcha dos pinguins
Krill atlântico. Direção: Luc Jacquet.
EUA/França, 2005
(80 min).
Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
O documentário
acompanha a jornada
⓿ Explique por que a pesca indiscriminada do krill poderá, com o tempo, ocasionar do ciclo reprodutivo
problemas ecológicos na região antártica. Troque ideias com os colegas e o de pinguins da espécie
professor a respeito disso. pinguim-imperador.
O krill é o alimento básico de muitas espécies marinhas que habitam a região; por
isso, a exploração indiscriminada desse crustáceo poderá causar desequilíbrios nos
ecossistemas antárticos. 203
203
Orientações didáticas
Controle e exploração
na região
Durante o trabalho com o tópi-
co sobre controle e exploração na re-
gião Antártida, desenvolva a habilidade O interesse em desenvolver pesquisas na Antártida, além de uma possível
EF08GE21 e o TCT Educação Ambien- posse de territórios na região com o objetivo de apropriação de recursos mi-
tal, destacando o papel ambiental e
nerais – o que é proibido atualmente –, fez com que diversos países procuras-
territorial que a Antártida desempenha
sem estabelecer suas bases científicas no continente. Há interesse dos países
na geopolítica mundial. Ao realizar es-
também na determinação de trechos do “mar territorial”. O Reino Unido, por
se estudo, espera-se que os estudan-
exemplo, reivindica direitos de soberania sobre aproximadamente 1 milhão de
tes reconheçam a presença de diversos
quilômetros quadrados de mar territorial nas proximidades de suas ilhas do
recursos naturais na Antártida, mas
Atlântico Sul – Geórgia do Sul e Falklands.
também que a exploração econômica
Um critério cogitado para a determinação da posse de áreas na Antártida é
desses recursos não é permitida sob o
o do pioneirismo, ou seja, as terras pertenceriam àquele que chegasse primeiro.
Tratado da Antártica.
Entretanto, alguns países, como a Argentina, o Chile e a Nova Zelândia, defen-
Para ampliar o estudo do tema, uma
dem que o direito de posse seja regido pela proximidade geográfica. Outros
possibilidade de leitura que pode com-
países, entre eles a Rússia, têm interesse em estabelecer outros critérios.
plementar seus conhecimentos e tam-
Em dezembro de 1959, foi assinado por 12 países o Tratado da Antártida,
bém ser realizada com os estudantes
que entrou em vigor em junho de 1961. Atualmente, 51 países, entre eles o Brasil,
se encontra nesta página do Manual
fazem parte desse tratado, que instituiu condições para a realização de pesqui-
do Professor.
sas e explorações no continente, como prioridade para a cooperação científica
internacional, e proibição de atividades militares e de exploração de reservas
minerais pelo prazo de 30 anos (até 1991).
Para ser admitido no tratado, o Brasil teve de organizar expedições à Antár-
tida, o que começou a ser feito regularmente em 1982, com o navio de apoio
oceanográfico Barão de Teffé. A partir de 1994, as expedições científicas brasi-
leiras ao continente antártico passaram a utilizar o navio Ary Rangel.
Clayton de Souza/Agência Estado
Em 1991, foi firmado um novo acordo, que entrou em vigência em 1998 (Pro-
tocolo de Madri), proibindo a exploração mineral e atividades militares por
mais 50 anos (até 2048).
204
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
MatŽria de capa: Ant‡rtica
TV Cultura, 10 jun. 2018. Disponível em: https://tvcultura.com.br/playlists/196_materia-de-capa-ultimos-programas
_7X4r36qclIw.html. Acesso em: 30 mar. 2022.
A matéria se dedica a apresentar as características do continente antártico e analisar os interesses crescentes pelos recursos
naturais, em especial da China.
204
Trabalhando com texto Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor
Antártica: ensino
Mar Antártico fundamental e ensino
Especialistas discutem a criação de área de proteção no Mar Antártico
médio
MACHADO, Maria Cordélia S.;
Delegações de cientistas de 25 países membros e de outras 11 nações que participam como observadores BRITO, Tânia (coord.). Brasília, DF:
reúnem-se, a partir deste domingo (20/10) [2013], no XXXII Encontro Anual da Comissão para Conservação Ministério da Educação, Secretaria
dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCAMLR), na cidade australiana de Hobart [...]. de Educação Básica, 2006. (Coleção
O assunto mais importante a ser discutido é a aprovação de propostas de criação de Áreas Marinhas Pro- Explorando o ensino; v. 9). Disponí-
tegidas (MPAs, sigla em inglês) para a região [antártica]. A primeira, apresentada pelas delegações de Nova vel em: http://portal.mec.gov.br/
Zelândia e Estados Unidos, visa criar um sistema representativo de MPAs no mar de Ross. A segunda, defen- seb/arquivos/pdf/EnsMed/vol09_
dida por Austrália, França e União Europeia, propõe a criação de um sistema de MPAs para Antártida Oriental. meioambientantart.pdf. Acesso em:
Mais de 200 cientistas marinhos, gestores de recursos naturais, políticos e di- 30 mar. 2022.
resiliência: capacidade
plomatas, divididos em grupos de especialistas, produziram informações básicas, Essa obra disponibiliza informa-
de um material retornar à
que geraram os documentos a ser discutidos na reunião da CCAMLR. De acordo sua condição original ções sobre estudos e pesquisas
com a gerente de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros da Diretoria de após ser tensionado ou
acerca da Antártida, em especial
Biodiversidade, Mar e Antártica do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Mônica deformado. No texto,
corresponde à relacionados ao monitoramento das
Brick Peres, os ecossistemas marinhos são a grande riqueza da Antártica. “Enten-
possibilidade de um mudanças climáticas a que ela está
der sua vulnerabilidade, garantir seu equilíbrio e resiliência são uma obrigação ecossistema retomar seu submetida.
de todos os países signatários do Sistema do Tratado Antártico”, disse. equilíbrio após sofrer
[…] alterações ambientais.
Para o presidente do grupo de trabalho sobre avaliação de estoques de peixes, Mark Belchier, [...] uma das
principais tarefas da reunião deste ano [2013] é definir limites de captura sustentáveis para a merluza negra Atividade complementar
(toothfish) e o peixe do gelo (icefish) naquelas partes do Oceano Antártico, onde são alvo de pescarias acom-
panhadas pela CCAMLR. Os dados levantados são utilizados para avaliar o estado e a gestão dessas pescarias
⓿ Amyr Klink, famoso navegador
gerenciadas, com informações coletadas nos navios de pesca comercial durante suas operações e a partir de brasileiro, já visitou as duas re-
levantamentos detalhados de pesquisa. giões polares. Proponha à turma
Mônica Peres explica que a área marinha do Tratado Antártico é uma das regiões ecologicamente mais
uma pesquisa para obter infor-
importantes do Hemisfério Sul. A produtividade primária, nos meses de verão, sustenta a produção de krill
mações das impressões desse
antártico [...] e de merluza negra (toothfish), ambas espécies-chave para a manutenção das populações de ba- explorador sobre a Antártida,
leias, focas, albatrozes e outros animais do topo da cadeia, responsáveis pelo transporte de toda essa matéria mobilizando a CG2. Se julgar
e energia (através da migração) para todos os outros oceanos do Hemisfério Sul, como os oceanos Pacífico, oportuno, para despertar a curio-
Atlântico, Índico. [...] sidade dos estudantes, apresen-
ASSIS, Luciene de. Especialistas discutem a criação de área de proteção no mar Antártico.
te a eles o artigo a seguir.
Ministério do Meio Ambiente, 18 out. 2013. Disponível em: https://www.gov.br/mma/pt-br/noticias/especialistas No Fim do Mundo: a conquista
-discutem-a-criacao-de-area-de-protecao-no-mar-antartico. Acesso em: 13 jan. 2022. da Antártica.
Amyr Klink, 13 out. 2014. Dispo-
O objetivo do encontro, no entanto, não foi atingido. Para ratificar a criação das áreas de proteção,
nível em: https://www.amyrklink.
era necessário o consenso entre as nações, mas Rússia, Ucrânia e China foram contrários à criação de
com.br/no-fim-do-mundo-a
áreas protegidas em torno da Antártida. -conquista-da-antartica/. Aces-
so em: 24 out. 2018.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
⓿ Em seguida, auxilie os estudan-
⓿ Muitas das espécies marinhas da Antártida são endêmicas. tes a integrar conhecimentos
de Língua Portuguesa acerca
a) Explique o que são espécies endêmicas. São espécies que só existem em determinada região,
área ou local. das características dos relatos
b) Cite algumas das principais espécies animais que os ecossistemas marinhos da Antártida de viagem como gênero tex-
abrigam. Merluza negra, peixe do gelo, baleias, focas, albatrozes, pinguins, entre outros. tual para mobilizar a CG4. Isso
c) Com o fracasso da proposta de se criarem áreas de proteção no mar Antártico, quais são pode ajudá-los a interpretar as
os problemas que os seres humanos podem ter de enfrentar? Explique montando uma informações geográficas des-
cadeia alimentar. Leia a resposta e as orientações para a atividade
critas por Amyr Klink acerca da
neste Manual do Professor. Antártida, distinguindo-as dos
trechos que abordam impres-
sões e sensações, aspectos
subjetivos também presentes
205 nos textos desse gênero. Após a
pesquisa, separe um momento
em sala de aula para que os
estudantes partilhem suas des-
continente para a pesquisa científica global em conjunto cobertas e conversem sobre a
Orientações didáticas relação entre esse explorador
com a atividade complementar e a sugestão de leitura in-
brasileiro e a Antártida.
seridas nesta página do Manual do Professor, é possível
Trabalhando com trabalhar com o TCT Educação Ambiental.
Ao realizar o estudo proposto nesta seção, aproveite
para comentar com os estudantes que o oceano Glacial c) Sem regras que definam a pesca sustentável das es-
Antártico é também chamado de oceano Austral. Aprovei- pécies locais, algumas delas podem sofrer significativa
te a seção para dar continuidade à mobilização da habili- redução ou mesmo futura extinção. Com isso, animais ma-
dade EF08GE21, analisando o papel da Antártida no seu rinhos de outras partes do planeta, como os que vivem nos
contexto geopolítico, tendo em vista o interesse de diver- oceanos do hemisfério sul, seriam afetados, conforme é
sos países na biodiversidade marinha do continente para possível observar no seguinte modelo simplificado de ca-
fins exploratórios. Nesse sentido, ressalte a importância de deia alimentar: baleias, focas, albatrozes – krill antártico
criação de áreas de proteção do oceano Antártico. Ao am- e merluza negra – produtividade primária (matéria orgâni-
pliar o estudo dos mares da Antártida e a importância do ca, como os fitoplânctons).
205
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
Ao desenvolver esta seção, procure
retomar os principais aspectos mencio-
nados pelos estudantes na seção Para
começar. Assim como nos outros capí-
tulos deste volume, você pode retomar
conhecimentos expostos pelos estu-
dantes nessa seção ao final do capí-
tulo. Essa retomada pode servir como
parâmetro para verificar o que os es- INVERNO
VERÃO
tudantes desenvolveram ao longo do ⓿ Não há dia por três meses em
⓿ Não há noite por três meses em
estudo e buscar eventuais estratégias boa parte do continente;
boa parte do continente;
para remediação da aprendizagem. ⓿ Temperatura médias de −35 °C;
⓿ Temperaturas médias de 0 °C;
⓿ Congelamento das águas da
Em seguida, realize um levantamen- ⓿ Desprendimento de icebergs
superfície oceânica (ampliação
to com os estudantes para que eles (perigo para as embarcações).
da banquisa).
mencionem aquilo que mais lhes cha-
mou a atenção no decorrer do estudo,
tendo em vista que, geralmente, a An-
tártida não se encontra entre os prin-
cipais temas noticiados no cotidiano
deles. ANTÁRTIDA
Para ampliar o estudo, se possível, CONTROLE E EXPLORAÇÃO
assista com os estudantes ao docu- ⓿ Interesse em exploração mineral,
mentário sugerido nesta página do Ma- ⓿ Natureza: região polar; aurora
posse de territórios e trechos de
austral; coberta por uma camada
nual do Professor. A partir das falas de mar territorial;
de gelo (espessura varia de 2 mil
diversos professores e das explicações a 4 mil metros).
relativas ao continente baseadas em ⓿ Riscos de impactos ambientais; ⓿ Vegetação: Tundra (apenas em
diferentes tecnologias, é possível dar ⓿ Instalação de bases científicas de alguns locais no verão);
sequência ao desenvolvimento do TCT diversos países. biodiversidade muito rica na
Educação Ambiental, assim como um 1959: Tratado da Antártida região marinha (krill – base da
trabalho adicional com o TCT Ciência e Tratado de cooperação científica cadeia alimentar).
internacional e proibição de
Tecnologia.
atividades militares e de exploração
A partir da exibição do documentá- de reservas minerais pelo prazo de
rio, peça aos estudantes que elaborem 30 anos (até 1íí1).
⓿ Expedições brasileiras à Antártida;
uma lista com os aspectos que consi- 1998: Protocolo de Madri Brasil
deraram mais relevantes abordados no
⓿ Brasil: Estação Antártica
Proibição da exploração mineral e de
Comandante Ferraz (EACF),
filme. Em seguida, proponha a sociali- atividades militares por mais 50 anos
localizada na ilha Rei George.
zação da lista de cada um com a tur- (até 2048).
ma toda.
206
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Antártica: O Continente dos Extremos
Profa. Dra. Rosalinda Montone (Idealização do projeto). Brasília, DF: Ministério da Ciência, Tecnologia e inovações, 2021.
Disponível em: http://cienciaantartica.mcti.gov.br/acoes/antartica-o-continente-dos-extremos/. Acesso em: 30 mar. 2022.
O documentário, produzido pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP), em parceria com o Ministério
do Meio Ambiente, apresenta as características geográficas do continente, sua formação, a influência que exerce na dinâmica da
Terra, sua biodiversidade, bem como o histórico de sua exploração e os desafios atuais.
206
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Orientações didáticas
Retome 1. O interesse em pesquisas na região visa à posse de territórios no continente, sua Atividades
eventual futura exploração econômica e interesses geopolíticos.
1 Por que a região antártica desperta o interesse de diversos países?
3. O Tratado da Antártida instituiu con-
2 Cite os critérios que poderiam determinar a posse de territórios na Antártida.
O pioneirismo na chegada e a proximidade geográfica. dições para pesquisas e explorações
3 O que foi definido no acordo assinado em 1991 entre os países que têm interesse na Antártida? no continente antártico, definidas co-
Leia a resposta e as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
4 Observe a fotografia e responda às questões a seguir. mo prioridades a cooperação científica
internacional, proibição de atividades
207
3. a) O acordo USMCA é uma área de livre-comércio, ou seja, pressupõe acordos
comerciais com objetivo exclusivo de reduzir ou eliminar tarifas aduaneiras (impos-
tos de importação) entre os países-membros do bloco.
Orientações didáticas
Ponto de checagem NÃO ESCREVA NO LIVRO.
3 Leia o texto a seguir sobre o contexto do atual acordo entre Canadá, Estados Unidos e México.
Trump vende como êxito pessoal o novo tratado com México e Canadá
Donald Trump apresentou [...] na Casa Branca, como se fosse um comício, o acordo com o Canadá e o Mé-
xico para refundar seu grande tratado comercial. A reforma do chamado Nafta, sigla em inglês do acordo que
os une desde 1994, foi uma de suas grandes promessas eleitorais. [...]
O novo marco já não se chama Nafta e TLC (Tratado de Livre-Comércio da América do Norte) e sim USMCA
de “United States, México, Canadá”, uma ordem de iniciais nada inocente que Trump repetiu várias vezes [...].
MARS, Amanda. Trump vende como êxito pessoal o novo tratado com México e Canadá. El País, Washington, 2 out. 2018.
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/01/economia/1538409844_277527.amp.html. Acesso em: 14 abr. 2022.
208
208
3. b) Houve a necessidade de atualizar as regras do comércio eletrônico.
3. c) Consiste em uma política econômica para estimular a presença de componentes produzidos em território
estadunidense, que, de acordo com a proposta, deveriam perfazer 60% de cada mercadoria e, em oito anos, chegar
a 75%. Essa política enfraqueceria o comércio de produtos canadenses e mexicanos no território estadunidense,
o que afeta o acordo USMCA.
a) Cite uma característica do novo acordo des- 6 Analise o texto a seguir. Orientações didáticas
tacado no texto. Ciência e política se fundem como o gelo na
b) Identifique uma atualização do USMCA Antártida. Russos, britânicos e norte-americanos 4. A Venezuela atravessa uma crise po-
em relação ao Nafta. avistaram pela primeira vez a imensa massa de lítica, econômica e humanitária que
gelo no sul do planeta no mesmo ano, 1820. [...] repercute, diretamente, em um deslo-
c) Explique o que é a proposta “Buy american”, Nas décadas de 1930 e 1940, Argentina, Alemanha,
avaliando um efeito para o USMCA. Estados Unidos e Noruega organizaram grandes
camento de parte de sua população
expedições científicas, que serviam também para para outros países, e, conforme de-
4 Analise a anamorfose a seguir.
4. Leia a resposta neste Manual do Professor. mapear as riquezas do mar que cerca a região [...]. monstrado na anamorfose, em um ele-
FIORAVANTI, Carlos. Território cobiçado. Pesquisa vado número de pedidos de asilo. Os
Mundo: origem dos requerentes de asilo – 2018 Fapesp, n. 287, jan. 2020. Disponível em: https:// demais países-membros do Mercosul
revistapesquisa.fapesp.br/territorio-cobicado/.
Acesso em: 11 maio 2022. entendem que houve violação de ter-
mos do acordo do bloco, considerando
Banco de imagens/Arquivo da editora
SÍRIA
a) Quais fatores motivam a disputa pelo terri-
AFEGANISTÃO
IRAQUE
o respeito à democracia, pelo gover-
tório antártico?
VENEZUELA no de Nicolás Maduro, e, desse modo,
América
b) Atualmente, quais atividades podem ser a Venezuela foi suspensa temporaria-
África
Ásia REPÚBLICA realizadas e quais estão proibidas? mente do Mercosul.
Europa DEMOCRÁTICA
DO CONGO
Oceania
7 Analise o mapa a seguir.
7. Leia as respostas neste Manual do Professor. 5. a) O clima associado à paisagem é o
Elaborado com base em: WORLDMAPPER.
Asylum-seeker origins 2018. Disponível em: https:// América Latina: rios voadores
Semiárido, que apresenta temperaturas
worldmapper.org/maps/asylum-seeker-origins-2018/?sf 70º O médias anuais elevadas, médias anuais
_action=get_data&sf_data=results&_sft_product
_cat=culture,people,society. Acesso em: 16 abr. 2022.
de chuvas baixas e irregulares no tem-
po e no espaço. A vegetação da paisa-
⓿ Considerando o país da América Latina, gem é a Caatinga, formada por plantas
Equador
relacione a situação expressa na anamor- 0º
de pequeno e médio portes, com tron-
fose ao fato de esse país ter sido suspen- cos retorcidos e que perdem as folhas
so temporariamente do Mercosul. nos longos períodos de seca.
5 Analise a foto a seguir. 5. b) As variações climáticas podem
5. Leia as respostas neste Manual do Professor.
ser apontadas pelos estudantes como
Andre Dib/Pulsar Imagens
Trópico de Capricórnio
um fator de ordem natural, enquan-
to o uso inapropriado do solo, como
OCEANO atividades agrícolas de uso intensi-
PACÍFICO OCEANO vo e o desmatamento, expondo o so-
ATLÂNTICO
lo, podem contribuir para o avanço da
Banco de imagens/Arquivo da editora
209
1. Os estudantes poderão citar as interferências militares e a política externa dos Estados
Unidos, em geral utilizadas para defender seus interesses, provocando reações em diferentes
BNCC na unidade países; o grande número de transnacionais estadunidenses e o poder que elas detêm; o Produto
Daisuke Shimizu/Shutterstock
Interno Bruto (PIB) elevado do país (maior do mundo); o enorme poderio militar estadunidense; o
avanço tecnológico; a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) e as pesquisas espaciais, men-
Competências gerais da Educação cionando o fato de os Estados Unidos terem enviado o primeiro ser humano à Lua; a indústria
de Hollywood; entre outros exemplos. Leia as orientações para a atividade neste Manual do
Básica (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8 e 9. Professor.
Competências específicas de 3. Os países latino-americanos exportam grandes quantidades de mercadorias agrícolas, recur-
sos minerais e energéticos. Além disso, no caso de Brasil, México e Argentina, também se
Ciências Humanas para o Ensino destacam bens industrializados de baixo e médio aporte tecnológico. Os estudantes podem
Fundamental (CECH): 1, 2, 3, 5, 6 e 7. destacar o fato de a América Latina apresentar diversidade na produção econômica, embora
não se destaque na fabricação de bens de alta tecnologia. Leia as orientações para a atividade
Competências específicas neste Manual do Professor.
de Geografia para o Ensino
Fundamental (CEG): 1, 3, 4, 5 e 7.
Habilidades de Geografia: EF08GE04,
EF08GE05, EF08GE06, EF08GE07,
EF08GE08, EF08GE09, EF08GE10,
EF08GE11, EF08GE12, EF08GE13,
EF08GE14, EF08GE16, EF08GE17,
EF08GE18, EF08GE19, EF08GE20,
EF08GE22 e EF08GE24.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação em Direitos
Humanos, Educação Ambiental,
Educação para o Consumo, Educação
Alimentar e Nutricional e Diversidade
Cultural.
Introdução
A unidade aborda a superpotência
mundial, os Estados Unidos, promoven-
do análises sobre o papel geopolítico
e econômico desse país no contexto
mundial, desenvolvendo a habilidade
EF08GE07, bem como suas caracterís-
ticas socioeconômicas e espaciais. A Porta-aviões estadunidense
USS Nimitz na Baía de
A unidade também discorre sobre a Yokosuka (Japão), 2021.
diversidade de alguns países da Amé-
rica Latina, a respeito, por exemplo,
de suas questões sociais, incluindo: Nesta unidade você vai estudar:
a compreensão dos fluxos migratórios ⓿ o papel geopolítico e econômico dos
no território latino-americano (mo-
bilizando a habilidade EF08GE04);
América – ⓿
Estados Unidos no contexto mundial;
as características socioeconômicas e
os movimentos sociais presentes na
América Latina (EF08GE10); as dife-
geopolítica e ⓿
espaciais dos Estados Unidos;
as características sociais, econômicas,
rentes áreas de conflito e tensão em políticas e territoriais de Argentina,
regiões de fronteira (EF08GE11); as diversidade Brasil e México;
aspectos e particularidades dos
problemáticas comuns a muitas das
⓿
210
reconhecendo a influência que a cul-
Brasil2/E+/Getty Images
tura e a economia dos Estados Unidos
têm no território brasileiro. As respostas
possibilitam também a identificação de
diferentes culturas juvenis, levando-se
em conta que determinados grupos de
jovens se apropriam mais de elementos
culturais estadunidenses e outros me-
nos ou até mesmo têm bastante aver-
são a esses elementos, adotando uma
postura bem crítica a tudo o que repre-
senta ou evoca a supremacia dos Esta-
dos Unidos.
Tanques de
B
armazenamento em
refinaria de petróleo em
Cabimas (Venezuela), 2019. A riqueza
petrolífera do país atrai interesses das
potências internacionais.
211
BNCC no capítulo
Competências gerais da Educação
13 1. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do
Professor.
2. Resposta pessoal. Como um importante polo de alta tecnologia, o Vale do
Silício abriga algumas das maiores empresas do ramo no mundo, cujos produ-
Básica (CG): 2, 4, 8 e 9. tos são difundidos internacionalmente. Oferece, assim, grande destaque aos
Estados Unidos no cenário econômico internacional de tecnologia de ponta.
Competências específicas de
Ciências Humanas para o Ensino Estados Unidos:
Fundamental (CECH): 1, 5 e 7.
Competências específicas
geopolítica e economia
de Geografia para o Ensino Hans Blossey/Alamy/Fotoarena
Fundamental (CEG): 1, 4 e 5.
Habilidades de Geografia: EF08GE05,
EF08GE07, EF08GE08, EF08GE09,
EF08GE11, EF08GE13, EF08GE14,
EF08GE18, EF08GE19 e EF08GE20.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação em Direitos
Humanos e Diversidade Cultural.
Introdução
Como pré-requisitos para o enca-
minhamento deste capítulo, é impor-
tante que os estudantes tenham se
apropriado dos conceitos de Estado,
governo e território, a fim de poderem
aplicá-los para compreensão de con-
flitos e tensões territoriais envolvendo
os Estados Unidos, contribuindo, as- Para começar
sim, para a mobilização das habilida- Converse com os
des EF08GE05 e EF08GE11. colegas e o professor.
Ademais, são necessárias noções 1. O que você sabe Vista de sede de empresa transnacional que
projeta e fabrica semicondutores na região semicondutor: matéria-prima
básicas sobre as grandes potências sobre a sociedade
do Vale do Silício, em Santa Clara, Califórnia usada na produção de chips que
mundiais, a fim de analisar os impactos e a economia dos (Estados Unidos). Fotografia de 2016. são utilizados em smartphones,
geoeconômicos e estratégicos que elas, Estados Unidos? tablets, computadores e até
E sobre suas mesmo em automóveis.
em especial os Estados Unidos, pos-
paisagens?
suem na escala mundial, tanto atual-
mente como no contexto do pós-guerra, 2. Você já ouviu falar
no Vale do Silício,
Uma grande potência
sendo possível desenvolver as habilida- região localizada Entre os séculos XVIII e XIX, a Inglaterra conquistou e colonizou regiões
des EF08GE07 e EF08GE08. na Califórnia, nos nas mais variadas partes da Terra, consolidando-se como principal potência
Nesse sentido, o capítulo propicia Estados Unidos,
econômica mundial. Já no decorrer do século XX, gradativamente, os Estados
também o trabalho com os padrões que representa
Unidos – uma ex-colônia inglesa – foram assumindo esse posto.
um polo de alta
econômicos mundiais de produção, Atualmente, a supremacia estadunidense se manifesta de diferentes ma-
tecnologia? Por
distribuição e intercâmbio de produtos, que você acha que neiras: por meio de sua capacidade tecnológica e seu vasto poder financeiro e
bem como dos processos de descon- ele é importante militar; de sua influência nos principais organismos internacionais (ONU, FMI
centração, descentralização e recen- para a economia
e Banco Mundial); do domínio das grandes transnacionais estadunidenses em
tralização das atividades econômicas, do país?
diversos setores; e da influência cultural proporcionada pela difusão da língua
mobilizando as habilidades EF08GE09 NÃO ESCREVA NO LIVRO.
inglesa, do modo de vida e de produtos estadunidenses pelo mundo.
e EF08GE14.
No decorrer do estudo, são analisa- 212
das características populacionais, urba-
nas e econômicas estadunidenses, bem
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
como as pressões no ambiente, propi- 8TELARISGeo_g24At_210a235_Uni4_Cap13_LE.indd 212 6/20/22 16:18
212
O crescimento econômico e a Orientações didáticas
Ao promover o estudo do texto nas
supremacia dos Estados Unidos páginas 212 e 213, verifique se os es-
A partir da segunda metade do século XIX, os Estados Unidos iniciaram tudantes reconhecem quais foram as
uma fase expansionista que não foi caracterizada pela anexação de territó-
Doutrina Monroe: em principais potências do mundo a partir
1823, o presidente dos
rios, mas pelo domínio de zonas de influência no mundo. Essa postura é exem- Estados Unidos, James das Grandes Navegações. Permita que
plificada pelos princípios da Doutrina Monroe e de outras doutrinas geopolí-
Monroe, enviou uma eles respondam comentando o que sa-
mensagem ao
ticas posteriores. Congresso, que ficaria
bem, contribuindo, assim, para o de-
Paralelamente, o país desenvolveu sua economia aproveitando a ampla dis-
conhecida como senvolvimento da CECH5, considerando
ponibilidade de recursos naturais (madeira, minérios, água, solo). Por meio da
Doutrina Monroe, cujo que a partir dessa verificação eles po-
slogan era “a América
para os americanos”. A dem comparar eventos ocorridos em
concessão de terras e da construção de ferrovias para facilitar o transporte,
Doutrina Monroe tempos diferentes e em espaços varia-
o governo estadunidense estimulou a expansão em direção ao oeste do país afirmava que a América
não se sujeitaria a outra
dos. Esse resgate também proporciona
(Marcha para o Oeste), objetivando ocupar e integrar esse extenso território
subordinação à Europa e uma aproximação com História.
ainda pouco desenvolvido. demarcava o continente
No início do século XX, quando a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) termi- como zona de influência
Depois de resgatar esses conheci-
nou, os Estados Unidos já haviam se tornado a maior economia mundial e sua
dos Estados Unidos. Foi mentos, explore o fato de que, no início
hegemonia se estendia por toda a América Latina. Mesmo assim, as grandes
uma clara advertência do período das Grandes Navegações,
aos países europeus,
potências geopolíticas da época ainda eram a Inglaterra e a França, que até a particularmente à Espanha e Portugal exerceram uma li-
primeira metade do século XX mantiveram um vasto império colonial, contro-
Espanha, para que não derança importante, nos séculos XVI e
tentassem recolonizar
o continente. XVII, pois foram os primeiros países eu-
lando territórios em diversas partes do planeta.
ropeus a colonizar novos territórios para
exploração. Mais tarde, a Inglaterra –
Bettmann Archive/Getty Images/Coleção particular
213
Orientações didáticas Na trilha da Cartografia Mapa
Na trilha da Cartografia
Povos originários e a expansão territorial
Além de possibilitar o desenvolvi-
A expansão do território dos Estados Unidos ocorreu gradualmente ao longo dos séculos XVIII e XIX
mento da literacia cartográfica, esta
(mapa 3, na página seguinte). Nesse processo, além de negociações políticas com países europeus e o México,
seção realiza uma aproximação com
ocorreram inúmeros conflitos com os diferentes povos originários que já habitavam esses territórios, antes
História e com o TCT Diversidade Cul-
da colonização pelos ingleses.
tural. Resgate conhecimentos prévios
Cada um desses povos tinha sua cultura e língua próprias (mapa 1), contudo a expansão estadunidense
dos estudantes sobre a colonização do
ocorreu de forma violenta, resultando em seu quase total extermínio. Atualmente, as populações indígenas
Brasil e teça comparações entre o que
remanescentes vivem principalmente em reservas reconhecidas pelo governo estadunidense e protegidas
ocorreu com os indígenas nos Estados
por lei (mapa 2). Observe os mapas e converse com seus colegas para realizar as atividades propostas.
Unidos e o que que ocorreu com os in-
dígenas no Brasil. Explore também o TCT Estados Unidos: divisão dos grupos linguísticos dos povos originários antes da colonização
Educação em Direitos Humanos lendo 1
com os estudantes trechos seleciona- C A N A DÁ
E
PLATÔ kutenai
E ST
dos da Declaração das Nações Unidas spokane
flathed gros ventre
RO
klikitat palus assinboin Grandes
blackfoot
sobre os Direitos dos Povos Indígenas, ka yakima Lagos
NO
lap nez perce
uy crow
sugerida para trabalho complementar
a yanktonai
TA
40º pennacook
N klamath santee
COS
mahican
maidu omaha
CA
A partir da comparação dos mapas,
pomo
washo iowa
erie OCEANO
OCEANO
LIF
illinois NORDESTE conoy ATLÂNTICO
espera-se que os estudantes identifi- PACÍFICO ÓR
NIA PLANÍCIES tutelo Grupos linguísticos
quem que o processo de expansão do chumash Na-Dene Aztec-Tanoan
e
tuscadora
ke
kiowa
território estadunidense ocorreu no
ro
serrano catawba Algonkian Keres
e
HAVAÍ
ch
zuni keres quapaw
Trópico de Câncer yavapai Gulf Yukian
mu
sentido leste-oeste. Dessa forma, eles 0 390
papago
SUDOESTE caddo SUDESTE
sk
og
ee
Tonkawa Kutenai
km tunica Siouan-Yuchi Karankawa
devem reconhecer que, à medida que mescalero
Sonia Vaz/Arquivo da editora
Iroquian Chimakuan
RÚSSIA
ocorria a expansão da colonização, os 0 900 lipan
atakapa
timucua Caddoan Salish
CA
Hokan-Coahuiltecan Wakashan
numerosos povos indígenas que habi- ALASCA karankawa
N
o oeste, região que hoje concentra as Elaborado com base em: LIBRARY of Congress. National atlas: Indian tribes, cultures & languages:
[United States]. Reston, Va.: Interior, Geological Survey, 1991. Disponível em: https://www.loc.gov/
principais e mais extensas reservas in- resource/g3701e.ct003648r/?r=-0.353,0.072,1.643,0.754,0. Acesso em: 8 abr. 2022.
dígenas do país.
Estados Unidos: reservas indígenas – 2021
100º O
2
CANADÁ
Grandes
Lagos
40º N
214
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas
NAÇÕES UNIDAS. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/
Declaracao_das_Nacoes_Unidas_sobre_os_Direitos_dos_Povos_Indigenas.pdf. Acesso em: 13 maio 2022.
O documento da ONU reconhece os direitos dos povos indígenas sobre suas terras, territórios e recursos, assim como os
deveres dos Estados perante essas populações.
214
2. a) Os conflitos resultaram na morte de milhares de pessoas dos mais diversos povos representados no mapa 1.
2. b) No mapa 1, observa-se uma grande diversidade de grupos linguísticos dos povos originários, que se diferenciavam
por sua cultura e língua próprias. Com os conflitos mencionados no item anterior, a maioria dos povos foi dizimada e
uma nova forma de poder político prevaleceu, gerando a divisão atual dos Estados Unidos, representada no mapa 3.
Orientações didáticas
As atividades propostas favorecem o
desenvolvimento da CECH7, promoven-
Estados Unidos: divisão política e expansão territorial – séculos XVIII-XX
do o raciocínio espacial relacionado à
Cedido pela
Grã-Bretanha
Comprado
da França
Cedido pela
Grã-Bretanha CANADÁ
3
localização e simultaneidade, contri-
em 1846
WASHINGTON
em 1803 em 1818 buindo para o trabalho com a CEG1,
(1889)
DAKOTA Grandes
MAINE
(1820) considerando que os estudantes são es-
DO NORTE Lagos
OCEANO MONTANA MINNESOTA
PACÍFICO OREGON (1889) (1889) (1859) VERMONT timulados a utilizar conhecimentos geo-
(1859) IDAHO
40º
N (1890)
DAKOTA DO SUL WISCONSIN
NEW HAMPSHIRE
NOVA MASSACHUSETTS
gráficos para a resolução das questões.
WYOMING (1889) (1848) MICHIGAN YORK
(1890) (1837) RHODE ISLAND
NEBRASKA
IOWA
(1846) OHIO
PENSILVÂNIA CONNECTICUT
NOVA JERSEY
3. a) Espera-se que os estudantes per-
Obtido como resultado
de guerra com o
NEVADA
(1864)
UTAH
(1867) INDIANA (1803)
(1816) DELAWARE OCEANO cebam que as terras e reservas indíge-
México em 1848 ILLINOIS VIRGÍNIA
(1896) COLORADO
(1876) KANSAS
(1818) OCIDENTAL
(1863)
MARYLAND
ATLÂNTICO nas são de extrema importância para
VIRGÍNIA
CALIFÓRNIA
(1861) MISSOURI
(1820)
KENTUCKY
(1792) esses povos, uma vez que não apenas a
HAVAÍ (1850) CAROLINA DO Etapas da formação
Trópico de Câncer ARIZONA OKLAHOMA
ARKANSAS
TENNESSEE
(1796)
NORTE do território
sobrevivência física deles está relacio-
(1912) (1907) Território das 13
0
km
360 NOVO MÉXICO
(1912) (1836)
MISSISSÍPI
CAROLINA DO
SUL colônias fundadoras nada a essas áreas, mas também a per-
Anexado
(1817) GEÓRGIA Aquisições pelo manência de suas culturas, tradições e
Banco de imagens/Arquivo da editora
1845 e 1898
PACÍFICO Golfo do México em 1819
0 790 0 340 680 (1907) Data de adesão
do estado à União
posta é pessoal, mas espera-se que
152º O 90º O
km km
os estudantes reconheçam que ape-
Elaborado com base em: BOUVET, Christian (dir.). Géographie Tales. Paris: nas a demarcação dessas terras não é
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. Hachette Éducation, 1998. p. 80.
1. Esse processo ocorreu de leste para oeste e ficou conhecido como Marcha para o
suficiente para garantir a autonomia e
Oeste. As datas de ocupação são um elemento importante para perceber que a ocupa- NÃO ESCREVA NO LIVRO.
a sobrevivência dos povos, sendo ne-
ção ocorreu nesse sentido.
cessário que mais terras sejam demar-
1 Em que sentido do mapa ocorreu a ocupação do território estadunidense? Considere as datas.
cadas e que esses territórios sejam
2 Compare os mapas 1 e 3 e responda às questões. respeitados, inclusive por meio da fis-
a) Quais foram os desdobramentos dos conflitos entre os colonizadores e os povos originários? calização, para que não sejam ocupa-
O que ocorreu com os diferentes povos representados no mapa 1? das ilegalmente para outros fins, como
b) Descreva as diferenças entre a divisão política (por estados) do mapa 3 e a divisão do terri-
a exploração de recursos de forma in-
discriminada.
tório por povos grupos linguísticos dos povos originários representada no mapa 1.
3 Com o professor e os colegas, pesquise um mapa das terras indígenas reconhecidas no Brasil 3. c) Tanto no Brasil como nos Estados
e compare-o com o mapa 2. 3. Leia as respostas e as orientações para a atividade Unidos, as terras indígenas se encon-
neste Manual do Professor.
a) Qual a importância das terras e reservas para os povos indígenas em cada um desses países?
tram mais a oeste, tendo em vista que o
processo de colonização dos territórios
b) Proporcionalmente, em qual dos dois países há uma maior área reservada aos povos indíge-
se iniciou na costa leste desses países.
nas? A demarcação dessas terras é suficiente, na sua opinião, para a autonomia e a manuten-
Na costa leste desses países há grande
ção dos modos de vida dos povos nesses locais?
concentração populacional.
c) Relacione a localização dessas áreas de terras indígenas em ambos os países com o processo
de colonização de cada um dos territórios. 4. Forneça uma base cartográfica des-
4 Pesquise um mapa mudo dos Estados Unidos com a divisão política. Sobre ele, elabore um mapa se país para os estudantes e explique
esquemático que indique as três etapas de ocupação do território estadunidense a partir das
que deverão usar 3 três cores distin-
Treze Colônias. Trace os limites dos territórios ocupados em cada época e desenhe setas com
tas para essa representação (por exem-
cores diferentes indicando o sentido de expansão em cada período. Faça uma legenda para as
plo, verde, vermelho e laranja). As setas
setas e crie um título para o mapa que sintetize esse processo.
indicam o movimento de ocupação e
4. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. conquista do território, em três etapas
ou períodos. É importante verificar a es-
colha das cores na elaboração da le-
215
genda, com as respectivas setas e as
datas dos períodos: aquisições pelo Tra-
8TELARISGeo_g24At_210a235_Uni4_Cap13_LE.indd 215 6/20/22 16:18
tado de Paris (1783), aquisições entre
1803 e 1819, aquisições e anexações
entre 1845 e 1898. A realização desta
atividade estimula o desenvolvimento
da EF08GE18, ao elaborar uma repre-
sentação cartográfica que demonstre o
processo de formação territorial dos Es-
tados Unidos, em suas três principais
fases de ocupação e expansão.
215
Orientações didáticas
A conquista da liderança mundial
Ao realizar o estudo desta página, é
No fim da Segunda Guerra Mundial (1945), as potências europeias se encontravam devastadas pelo con-
importante que os estudantes reconhe-
flito e haviam perdido sua condição hegemônica no mundo. O período pós-Segunda Guerra foi marcado
çam o dólar estadunidense como uma
pela Guerra Fria, travada entre duas superpotências: uma capitalista, os Estados Unidos, e a outra socialis-
moeda de intensa circulação em todo o
ta, a União Soviética (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS). Ambas procuravam demarcar ou
planeta. Explore o fato de que, após o
ampliar suas áreas de influência no mundo, evitando, no entanto, um conflito direto.
fim da Segunda Guerra Mundial, o dó-
Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos intervieram em diversos países da América Latina para manter
lar se efetivou como moeda de referên-
cia utilizada na maioria das transações sua zona de influência na região e conter o avanço do socialismo, inclusive ajudando a depor governos con-
financeiras e comerciais entre países, trários às suas pretensões na região e apoiando governos autoritários alinhados aos seus interesses, como
transformando-se também em uma es- ocorreu na Argentina, no Brasil e no Chile.
pécie de “mercadoria”. Na década de 1980, devido a uma série de fatores econômicos e políticos, a URSS entrou em declínio e
não mais conseguiram acompanhar o desenvolvimento estadunidense nos setores militar e aeroespacial.
Aproveite para pontuar a relevân-
Com a dissolução da União Soviética, em 1991, os Estados Unidos conquistaram uma posição de liderança
cia do desenvolvimento tecnológico
mundial, amparada por seu vasto poderio econômico e militar.
para a manutenção da liderança dos
O modelo de desenvolvimento estadunidense, porém, não pode ser considerado necessariamente um
Estados Unidos no cenário interna-
exemplo a ser seguido pelos demais países. Os Estados Unidos alcançaram o domínio econômico, político e
cional. Desse modo, eles poderão de-
senvolver, parcialmente, a habilidade militar internacional por meio de uma política externa expansionista e de ações contestáveis para defender
EF08GE14. Ao final, questione os estu- seus próprios interesses, incluindo intervenções militares. Além disso, os elevados níveis de consumo da
dantes sobre o modelo de desenvolvi- sociedade estadunidense contribuem para a geração de uma grande quantidade de lixo e poluentes.
mento dos Estados Unidos, chamando
Walter Cicchetti/Shutterstock
216
Orientações didáticas
Superpotência
Ao realizar a leitura do texto desta
Os Estados Unidos são a grande potência geopolítica e econômica mundial da atualidade, responsáveis
página, ressalte com os estudantes que
por aproximadamente um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta.
o nível de tecnificação, produção e con-
No território estadunidense, estão situadas sedes de importantes instituições financeiras mundiais e
sumo dos Estados Unidos é tão elevado
empresas transnacionais que atuam em vários setores da economia, proporcionando a difusão de produ-
que, reunindo aproximadamente 5% da
tos e da cultura desse país pelo mundo.
população do planeta, os estaduniden-
O país tem um grande mercado consumidor, ampla disponibilidade de recursos minerais, uma excelente
ses consomem cerca de um quarto da
infraestrutura de transportes, energia e telecomunicações e a maior concentração mundial de indústrias de
energia produzida no mundo.
ponta do mundo (observe o mapa).
Auxilie os estudantes a definir o que
é uma superpotência, descrevendo al-
Mundo: as principais indústrias de ponta – início do século XXI
0º
guns aspectos internos e externos que
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Elaborado com base levam esse país à condição de super-
em: MAGNARD. L’espace
potência. Enfatize os elementos (eco-
Círculo Polar Ártico mondial: géographie
Estocolmo terminales. Paris: Magnard, nômicos, políticos, militares e culturais)
Amsterdã
Londres
Moscou 2001. p. 55; atualizado que colocam esse país como liderança
Vancouver Toronto Ruhr pelos autores com base em:
Chicago Paris
Milão ALMEIDA, Allison; GOBI, mundial, com destaque para o desen-
São Francisco Madri Seul
Los Angeles
Dallas Nova York
Houston
Barcelona
Beijing
Xangai
Tóquio André. Ciência, tecnologia volvimento científico e tecnológico dos
Osaka e inovação na China: a
Trópico de Câncer OCEANO Taipé EUA, que influencia a economia de ou-
Cidade do ATLÂNTICO Hong Kong OCEANO nova jornada ao oeste.
México Mumbai
PACÍFICO ComCiência, 20 fev. 2018. tros países, criando, muitas vezes, rela-
Equador Cingapura 0º
Disponível em: http://www. ções de dependência. Essa abordagem
Meridiano de Greenwich
comciencia.br/ciencia
OCEANO -tecnologia-e-inovacao estimula o desenvolvimento da habili-
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
São Paulo
-nova-jornada-ao-oeste dade EF08GE13.
Banco de imagens/Arquivo da editora
217
217
Orientações didáticas
O poderio militar dos Estados Unidos
Ao realizar a leitura coletiva do texto
A hegemonia militar dos Estados Unidos tem um peso muito grande nas re-
desta página, promova uma discussão
lações de poder internacionais. O desenvolvimento da indústria de armamentos
sobre a influência do conhecimen-
no país recebeu fortes investimentos, sobretudo a partir da Guerra Fria, propor-
to científico na economia, com des-
cionando avanços tecnológicos que foram também aproveitados em diversos
taque para a indústria bélica e para
setores industriais, nos transportes e nas telecomunicações.
o desenvolvimento de novas tecnolo-
Nesse sentido, destaca-se o papel da indústria aeroespacial (satélites arti-
gias no caso dos Estados Unidos. Essa
abordagem favorece também o de- ficiais, foguetes, naves, ônibus espaciais), por meio da Agência Espacial Norte-
senvolvimento parcial da habilidade -Americana (Nasa). Mais de 3 mil novos produtos de consumo lançados pelos
EF08GE13. Estados Unidos na segunda metade do século XX foram criados a partir da
tecnologia desenvolvida, inicialmente, para produtos ligados à indústria bélica
Comente que o fortalecimento da es-
ou aeroespacial.
trutura militar chinesa é acompanhado
Também se destacam as agências de segurança estadunidenses, especialmen-
com preocupação pelos governantes
te o Birô Federal de Investigação (FBI), a Agência Central de Inteligência (CIA) e
dos Estados Unidos, que mantêm um
a Agência de Segurança Nacional (NSA). A sede do Departamento de Defesa dos
monitoramento do investimento do po-
Estados Unidos, o Pentágono, simboliza o poder de defesa e coordenação militar
derio militar chinês. Sobre a ascensão
da China e do leste e sudeste asiáti- do país – cuja estrutura engloba bases militares espalhadas pelo mundo.
co, promova a realização da atividade Embora a China tenha elevado seus gastos militares – o crescimento de in-
complementar sugerida nesta página vestimentos do país no setor foi de 110% entre 2008 e 2017, enquanto os Esta-
do Manual do Professor. dos Unidos reduziram seus gastos em 14% no mesmo período –, os investimen-
tos estadunidenses em defesa superam consideravelmente aqueles realizados
Converse também com os estudan-
pelas principais potências mundiais (observe o mapa – anamorfose – a seguir).
tes sobre os processos de descentra-
lização e recentralização do capital,
Mundo: gastos militares (por país) – 2017
destacando o fato de que o ritmo de
crescimento dos países do leste e su-
deste asiáticos passou a ser maior que
o dos países da Europa e América do
Norte. Essa abordagem estimula os
estudantes a desenvolver a habilida-
de EF08GE14 e a CECH5, mediante a
comparação de eventos ocorridos si-
Banco de imagens/Arquivo da editora
A análise e interpretação da anamor- Em 2020, os países que mais investiram na economia militar, de acordo com o relatório Trends in
fose possibilita a mobilização pontual World Military Expenditure, 2020, foram: Estados Unidos (39% do total gasto no mundo), China
da EF08GE19, pois apresenta informa- (13%), Índia (3,7%), Rússia (3,1%) e Reino Unido (3%).
ções geográficas acerca da América e Elaborado com base em: MILITARY spending 2017. World Mapper. Disponível em: https://
worldmapper.org/maps/military-spending-2017/. Acesso em: 16 mar. 2022.
de outras regiões do mundo. Auxilie os
estudantes na observação dessa repre-
sentação, conversando com eles breve- Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
mente sobre os aspectos principais de
⓿ Com base no mapa e de acordo com as informações da legenda-texto, avalie
uma anamorfose. Se tiverem dificulda-
a participação dos Estados Unidos nos gastos militares no mundo em 2017 e
des, oriente-os a realizar a atividade em em 2020.
duplas.
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes observem que, na anamorfose, o território dos Estados Unidos está
superdimensionado, proporcionalmente, em comparação com os demais países, demonstrando ser o que mais gasta
218 em termos militares. Também se espera que percebam que, de acordo com a legenda do mapa, em 2020, os investi-
mentos militares dos Estados Unidos representaram mais de um terço dos gastos realizados em todo o mundo, muito
acima do segundo colocado, a China, com 13%.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
8TELARISGeo_g24At_210a235_Uni4_Cap13_LE.indd 218 6/20/22 16:19
Atividade complementar
⓿ Oriente os estudantes a realizar a leitura do texto selecionado. Em seguida, proponha a seguinte atividade: O texto caracteriza um processo de
[...] Entre 1870 e 1972, a Europa e a América do Norte responderam por aproxima- recentralização e descentralização, conforme você estudou no Capítulo 2. Expli-
damente dois terços do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. En- que-os usando elementos do texto.
tretanto, no período de 2002 a 2012, esse valor foi reduzido para 36%, enquanto a par- Resposta esperada: o Sudeste e o Leste da Ásia passam a ter peso maior na
ticipação dos países do leste e sudeste asiático chegou a 44% (World Bank, 2013). [...] economia mundial, descentralizando o poder global. Além disso, a China, que se
constituiu um império entre o século II a.C. e o século XIX, com forte influência em
RODRIGUES, Bernardo Salgado; MARTINS, Carlos Eduardo da Rosa. A importância amplas porções territoriais da Ásia, passa a exercer importante papel na economia
da América Latina para a recentralização asiática no sistema-mundo. Plural, Revista
mundial (recentralização), com o Japão (grande potência global) e outros países
do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da USP, São Paulo, v. 24.2, 2017, p. 94-95.
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/plural/article/view/142995/137856. dessas regiões, como a Coreia do Sul.
Acesso em: 11 jul. 2022.
218
A política externa estadunidense Orientações didáticas
Ao realizar o estudo desta página,
no século XXI pergunte aos estudantes qual relação
Cada país estabelece formas de se relacionar com os demais, definindo sua política externa. Isso sig- pode ser feita entre “poder político” e
nifica, entre outras coisas, estabelecer acordos econômicos, alianças ou pactos de auxílio mútuo em caso
“poder militar”, estimulando-os a refle-
de conflito militar, ou planejar estratégias para obter apoio de outros Estados-nação na votação de reso-
tir sobre os impactos geoeconômicos e
luções por organismos internacionais.
geopolíticos da supremacia estaduni-
No período pós-Guerra Fria, a política externa estadunidense passou a ser pautada pelo que alguns
dense em relação aos demais países.
cientistas políticos chamaram de “intervencionismo humanitário”, ou seja, o desejo de proteger os interes-
Essa abordagem favorece o desenvolvi-
ses dos Estados Unidos, sob a justificativa de solucionar problemas político-sociais. Um exemplo foi a Guer-
mento da habilidade EF08GE07.
ra do Golfo, em 1991, na qual os Estados Unidos intervieram no Iraque após os iraquianos terem invadido o Certifique-se de que os estudantes
Kuwait – país rico em reservas petrolíferas e tradicional aliado do governo estadunidense. compreendem o que significa “política
No século XXI, contudo, os rumos da política externa estadunidense seriam influenciados de maneira externa”, questionando-os a respeito.
marcante pelos atentados de 11 de setembro de 2001, dando início a uma política externa voltada, princi-
No cerne da política externa, ou seja,
palmente, para combater o terrorismo.
em qualquer ação de um país ao se re-
lacionar com outro está sempre o de-
sejo de atingir determinados objetivos,
Você sabia? os que lhe são vantajosos. Desse modo,
Os atentados terroristas de 11 de setembro nas relações exteriores, haverá a inten-
ção, por parte de um Estado-nação, de
No dia 11 de setembro de 2001, quatro aviões comerciais foram sequestrados por integrantes da rede de
terrorismo internacional Al-Qaeda, liderada pelo saudita Osama bin Laden. Dois deles foram lançados contra as
lograr êxito ao secundar uma ação na
torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York; um deles, contra o Pentágono, em Washington; e o outro relação com outro Estado. Isso define
viria a cair em uma área desabitada na Pensilvânia, após os terroristas perderem o controle do avião. um padrão (atingir objetivos) que po-
O atentado representou o maior ataque realizado em território estadunidense desde o bombardeio japonês à de ser aplicado a várias situações no
base militar de Pearl Harbor, no Havaí, em 1941. Também entraria para a história como o atentado terrorista com o âmbito das relações internacionais. A
maior número de vítimas já registrado: 2 977 pessoas de diversas nacionalidades, além dos 19 terroristas. fim de propiciar o desenvolvimento do
pensamento computacional, você po-
Brad Rickerby/Reuters/Fotoarena
219
Orientações didáticas
A Doutrina Bush
Ao realizar a leitura do texto sobre
Com a chegada de George W. Bush ao poder, em 2001, o unilateralismo tor-
a Doutrina Bush, explore seus princi- unilateralismo: situação
nou-se a marca da política externa dos Estados Unidos, que passaram a atuar
pais objetivos, retomando o conteúdo na qual a política externa
de um país é baseada em
quase exclusivamente visando aos seus próprios interesses.
sobre os atentados de 11 de setem- ações unilaterais
Nesse período, o governo estadunidense se recusou a ratificar o Protocolo
bro de 2001 proposto na página 219. (independentes), em
de Kyoto, por não concordar com as metas para a redução na emissão de gases geral parciais e que
Destaque que a primeira ação dos objetivam atender a seus
do efeito estufa (CO2, principalmente); retirou-se da reunião contra a discrimi-
Estados Unidos no contexto dessa dou- próprios interesses.
trina foi a invasão militar ao Afeganis- nação e o racismo realizada na África do Sul no início de setembro de 2001; e
tão, seguida de uma longa ocupação, não assinou os termos para a criação de um Tribunal Penal Internacional.
sob o pretexto de capturar Osama Bin Além disso, de acordo com a Doutrina Bush, o governo estadunidense tinha
Laden, o líder da AL-Qaeda e responsá- o direito de se defender de modo preventivo e antecipado, empreendendo inva-
vel pelos atendados. sões e ataques a países que, do seu ponto de vista, constituíssem ameaça à sua
segurança nacional. Sob tal justificativa, os Estados Unidos voltaram a elevar
Aproveite a leitura do trecho do tex-
seus gastos militares (reduzidos após o término da Guerra Fria) e aprovaram
to que trata da invasão do Iraque para
leis de restrição aos direitos civis, como a permissão para grampear telefones e
exemplificar o unilateralismo da política
prender estrangeiros suspeitos. A ação mais contundente da postura unilateral
externa estadunidense nesse período.
Para tanto, realize uma conversa com dos Estados Unidos na era Bush, contudo, foi a invasão e a ocupação do Iraque,
os estudantes de modo que expressem em março de 2003, realizada sem a aprovação do Conselho de Segurança da
sua opinião sobre a ação unilateral dos ONU. A intervenção no Iraque foi baseada na alegação de que o governo ira-
Estados Unidos nesse episódio, consi- quiano possuía armas de destruição em massa e resultou na deposição do di-
derando que o país agiu sem a autori- tador iraquiano Saddam Hussein, morto em 2006. Depois de comprovado que
zação da ONU e que nunca foi provada o Iraque não tinha armas de destruição em massa (químicas ou nucleares), no
a existência de armas de destruição em entanto, ficou claro que o objetivo da intervenção no país era a destituição de
massa no Iraque. seu governante, que contrariava os interesses estadunidenses.
Yuri Cortez/AFP
ses e de outros assuntos, recomenda-
mos as sugestões de filme inseridas
nesta página do Manual do Professor,
que podem embasar trabalhos comple-
mentares com os estudantes.
Soldados estadunidenses em operação patrulham uma rua em Bagdá (Iraque), em 15 de junho de 2005.
220
220
A Guerra ao Terror Orientações didáticas
A reação estadunidense ao 11 de setembro de 2001, sob a Doutrina Bush, foi Ressalte que, apesar de todo o apa-
caracterizada pela política da Guerra ao Terror – direcionada aos países que, rato militar estadunidense, a chamada
segundo os Estados Unidos, apoiavam o terrorismo. Além do Afeganistão, base
“guerra ao terror” trouxe novos desafios
da ação da Al-Qaeda, a Coreia do Norte, o Irã e o Iraque foram conjuntamente
para o país, uma vez que, nessa guer-
tratados como “eixo do mal”.
ra, o “inimigo” não é um Estado-nação
A invasão militar ao Afeganistão em 2001, que ocorreu com a aprovação
militarmente poderoso, mas uma rede
do Conselho de Segurança da ONU, foi seguida da ocupação do país e da de-
mundial sem território claramente defi-
nido. Comente também que a partir de
posição do regime do talibã nas principais cidades afegãs, incluindo a capital,
meados da década de 2010 as ações
Cabul. Osama Bin Laden fugiu para o Paquistão com parte da Al-Qaeda, mas
terroristas vinham conhecendo uma re-
em 2011 foi capturado e morto por soldados estadunidenses.
dução, ao menos até o início dos anos
Além da intervenção no Afeganistão e da invasão do Iraque, as ações pro-
2020. Analistas internacionais atri-
movidas nessa etapa da Guerra ao Terror incluiriam também a construção de
buem essa queda à intensificação do
uma prisão na base militar de Guantánamo, em Cuba, para abrigar acusados
policiamento em países europeus e
de terrorismo. A atuação dos militares dos Estados Unidos nessa base envolve
dos serviços de inteligência, aliada ao
diversas acusações de violação dos direitos humanos.
combate de diversos Estados-nação a
A Guerra ao Terror seguiu influenciando a política externa estadunidense,
grupos terroristas, como o autoprocla-
mesmo após o governo de Bush e provocou, de acordo com estimativas, ao me-
mado Estado Islâmico.
nos 400 mil vítimas civis no Afeganistão, Iraque e Paquistão. Analise a charge.
Para complementar esse estudo,
apresente a charge para os estudan-
tes e peça-lhes que façam uma análise
de seu significado, procurando alinhar
imagens e textos. Se possível, estimule-
-os a resgatar conhecimentos de Histó-
ria referentes à influência dos Estados
Unidos no sistema político-econômico
mundial, contribuindo para o desen-
volvimento da habilidade EF08GE07,
1. Leia a resposta e as orien-
tações para a atividade neste bem como da CEG4, quanto ao uso
© Angeli, 10.09.2002/O Lixo da História, Cia das Letras/Fotoarena
221
Orientações didáticas
O governo Obama
Ao promover a leitura do texto teó-
Em janeiro de 2009, Barack Obama, do Partido Democrata, assumiu a presi-
rico, chame a atenção dos estudantes
dência dos Estados Unidos após uma campanha na qual defendeu mudanças
para a representatividade do fato de
nos rumos da política externa do país.
Barack Obama ter sido o primeiro pre-
Internamente, os principais desafios do governo Obama foram minimizar os
sidente negro da história dos Estados
efeitos da grave crise econômica de 2008, implementar medidas para retomar o
Unidos, cujo passado é marcado por
crescimento econômico e reduzir o desemprego. Obama também alterou as re-
segregação racial e racismo. Se jul-
gar adequado, promova uma conversa gras para a deportação de imigrantes e concedeu permissão de trabalho para
em sala de aula sobre essa questão, jovens que entraram irregularmente nos Estados Unidos na infância, desde que
o que estimula o desenvolvimento da não tivessem passagem pela polícia.
CECH1, referente à promoção de di- No que se refere às questões ambientais globais, o governo Obama se
reitos humanos. Apesar de a temática comprometeu a reduzir a emissão dos gases do efeito estufa, a partir de 2025,
desta página não estar relacionada ao entre 26% e 28% em relação aos níveis de 2005. Essa decisão foi tomada em
O ex-presidente cubano
Brasil, é possível trabalhar também o 2014, em um acordo firmado com a China, que também se comprometeu a Raúl Castro e Barack
TCT Diversidade Cultural, considerando reduzir suas emissões. Obama se cumprimentam
no encontro da Cúpula
a necessidade de maior participação Nas questões externas, também foram tomadas decisões importantes, como
das Américas, na Cidade
dos afrodescendentes na política bra- o plano para a retirada das tropas militares estadunidenses do Iraque, concluído do Panamá (Panamá),
no final de 2011, e a aproximação dos Estados Unidos com a Rússia, a China e a 2015. Esse gesto simbólico
sileira, pois é muito baixa e a repre- deu início à retomada
sentatividade do homem e da mulher União Europeia. Em 2015, o governo estadunidense passou a buscar uma reapro- das conversações para
afrodescendentes em cargos públicos ximação com o Irã, país com o qual os Estados Unidos não mantinham relações o restabelecimento dos
laços diplomáticos entre
eletivos no Brasil. Entre as iniciativas diplomáticas há mais de trinta anos; e com Cuba, com restabelecimento dos Cuba e Estados Unidos,
para mudar essa situação encontra- laços diplomáticos entre os dois países. Observe a foto desta página. concretizado nesse mesmo
ano. A reaproximação
-se uma regra estabelecida pela Jus- Apesar dessas medidas, o governo Obama participou da ofensiva da Or-
entre os dois países,
tiça Eleitoral, em dezembro de 2021, ganização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia, para a deposição do porém, viria a ser abalada
segundo a qual os partidos devem an- ditador Muanmar Kadafi, morto em 2011. Além disso, Obama manteve em fun- após a eleição de Donald
Trump, que, em 2017,
tecipar o repasse de verba para os can- cionamento a prisão militar na base estadunidense de Guantánamo, apesar de anunciou o cancelamento
didatos afrodescendentes. ter manifestado o interesse em fechá-la. do acordo com Cuba feito
pela gestão anterior.
Destaque ainda as alterações em
Mandel Ngan/AFP
222
222
Ordenada e Regular. No entanto, Trump
O governo Trump retirou o país do acordo.
O empresário e membro do Partido Republicano Ao propor uma análise de uma área
Reprodução/time.com/magazine
Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Uni- de tensão em região de fronteira na
dos em 2016, após uma campanha apoiada em pro- América Latina, ainda que seja entre
messas de aumento de emprego, manutenção das um país pertencente a essa região e
indústrias locais e defesa da supremacia estaduni- outro que faz parte da América Anglo-
dense. -saxônica (Estados Unidos), esta ativi-
No mesmo ano em que assumiu o poder, 2017, dade possibilita a mobilização parcial
Trump retirou os Estados Unidos de diversos acor- da EF08GE11.
dos e órgãos multilaterais, entre eles o Acordo de Pa-
ris (que estabelece metas de redução das emissões
Atividade complementar
de gases estufa). Ele também anunciou a revisão do
⓿ Leia com os estudantes o texto
acordo dos Estados Unidos com Cuba, estabelecido
a seguir, que aborda a relação
no governo Obama. entre Estados Unidos e Cuba no
Até o momento da pandemia de covid-19, em governo Biden. Solicite-lhes que
2020, que impactou o crescimento das economias do selecionem informações rela-
mundo, o governo de Trump foi marcado pelo cres- cionadas às questões internas,
cimento econômico e pela redução do desemprego. anotando-as no caderno. A de-
Entretanto, sua gestão também foi pautada pelo composição do texto trabalha um
retorno ao unilateralismo, pela tendência protecio-
aspecto do pensamento compu-
tacional relacionado ao princípio
nista, por embates com a China e por uma grande
do detalhamento.
aversão a imigrantes. Entre as medidas instauradas
sobre migração, destacam-se a política de “tolerân- Capa da revista Time de julho de 2018. Biden, de mãos atadas pela
cia zero”, que determinava a detenção ou deportação política interna em relação a
Cuba
instantânea de imigrantes irregulares, assim como a
ampliação do sistema de muros na divisa com o Méxi- A esperança de que o presiden-
co, buscando conter fluxos de imigrantes irregulares. te Joe Biden amenizasse as me-
1. A capa refere-se à questão didas comerciais e as restrições
da imigração no governo de
Donald Trump. Com a instaura- às viagens a Cuba estabelecidas
Explore ção de políticas rigorosas quan- por Donald Trump ficou refém
NÃO ESCREVA NO LIVRO. to à imigração, muitos latinos
foram detidos e submetidos à da política interna e da influente
1. Discuta com seus colegas o significado da capa da revista Time, considerando a deportação, o que ocasionou comunidade cubano-americana,
questão imigratória do governo de Trump. até mesmo, nos dois primei- ferozmente contrária a Havana,
ros anos do governo Trump, a
2. A região de fronteira entre Estados Unidos e México é uma fonte de tensões no separação de crianças de seus segundo analistas consultados
continente americano. Explique essa afirmação, analisando a política migrató- familiares, uma vez que elas pela AFP.
ficavam em abrigos enquanto
ria estadunidense durante o governo Trump e o papel da ONU na mediação o processo de detenção ou Biden era vice-presidente
dessas tensões. deportação de seus responsá-
veis ocorria. quando Barack Obama recons-
2. Leia as orientações para a truiu as relações com Cuba em
Em 2020, Joe Biden, do Partido Democrata (rival de Donald Trump), ven- atividade neste Manual do 2014, reabrindo missões diplomá-
Professor.
ceu as eleições estadunidenses. Em seu primeiro ano de governo, em 2021, ticas dos dois países, após déca-
Biden elevou os investimentos destinados à educação e à saúde e sinalizou das de embargo americano.
uma mudança no tratamento da questão da imigração irregular no país. No Essa abordagem permitiu que
entanto, até a primeira metade de 2022, pouco tinha sido feito para a ins- turistas dos Estados Unidos vi-
tauração de uma política migratória diferente daquela de Trump. Além disso, sitassem a ilha e possibilitou as
em 2021, Biden teve sua imagem desgastada pela retomada do poder do importações do país sob um go-
talibã no Afeganistão, após vinte anos de ocupação estadunidense, seguida verno comunista.
da evacuação das tropas estadunidenses remanescentes no país. Em 2022, Mas o apoio interno aos pro-
ele acirra relações com a Rússia por conta da Guerra da Ucrânia. testos da semana passada em
Cuba contra o governo e uma
maioria apertada no controle do
223
Congresso explicam por que o
presidente não reverte as medi-
8TELARISGeo_g24At_210a235_Uni4_Cap13_LE.indd 223 7/14/22 5:30 PM
das agravadas por Trump. [...]
Orientações didáticas migrações internacionais, considerando, entre outras coi- BIDEN, de mãos atadas pela política
sas, a garantia dos direitos dos imigrantes, o combate ao interna em relação a Cuba. Estado de
Ao realizar o estudo sobre os Estados Unidos durante o go- tráfico de pessoas e uma gestão de fronteiras baseada na Minas, [s. l.], 17 jul. 2017. Disponível em:
verno de Donald Trump, espera-se que os estudantes reco- https://www.em.com.br/app/noticia/
cooperação entre os países. internacional/2021/07/17/interna
nheçam que a política externa do país, assim como diversos _internacional,1287609/biden-de
assuntos internos (em especial a questão das migrações in- Explore -maos-atadas-pela-politica-interna
ternacionais), foram marcados por uma guinada em relação -em-relacao-a-cuba.shtml.
2. Espera-se que os estudantes reconheçam que essa fron- Acesso em: 6 abr. 2022.
à gestão Obama. Explore essa dualidade, considerando a al- teira é uma zona de tensão devido aos fluxos ilegais de pes-
ternância de governos estadunidenses e a oposição entre de- soas e, também, de mercadorias. No caso particular dos
mocratas e republicanos no país. fluxos de imigrantes ilegais, a política do governo Trump foi
É interessante explicar aos estudantes o significado do marcada pela ampliação do muro na divisa com o México e
Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular pela deportação de imigrantes ilegais. A ONU tenta mediar
da ONU: pacto estabelecido entre países-membros da en- questões relacionadas às migrações internacionais, por
tidade objetivando nortear e regular questões relacionais às exemplo, por meio do Pacto Global para Migração Segura,
223
Orientações didáticas
A dinâmica demográfica
Ao abordar o tópico sobre a pobreza
e o racismo, pergunte aos estudantes dos Estados Unidos
o que eles sabem sobre esse tema nos Os Estados Unidos são o terceiro país mais populoso do planeta, com apro-
Estados Unidos e peça a eles que le- ximadamente 331 milhões de habitantes, em 2020. Caracterizado como área de
vantem hipóteses para o fato de a po-
atração de imigrantes, o país também se destaca por abrigar o maior número
breza afetar especialmente hispânicos
de imigrantes em todo o globo – cerca de 44,4 milhões em 2019.
e afrodescendentes. Deixe que falem
Desde o final dos anos 1960, a média de crescimento populacional tem se
livremente e anote as contribuições na
mantido baixa, na faixa de 1% ao ano aproximadamente – o maior crescimento
lousa. É provável que façam referên-
vegetativo nos Estados Unidos se verifica entre afrodescendentes, asiáticos e
cia ao fato de os hispânicos serem em
hispânicos, enquanto entre os brancos as taxas são próximas de zero. Essas
boa parte imigrantes, que chegam ao
taxas de crescimento populacional e a alta expectativa de vida – 77,3 anos, se-
país para trabalhar em empregos de
gundo dados de 2020 – vêm acarretando uma transformação gradual na es-
baixa remuneração e que, muitas ve-
trutura etária da população estadunidense, com aumento na proporção de
zes, são discriminados por parcela da
idosos. Aproximadamente 37,2 milhões de pessoas eram consideradas pobres
população estadunidense. Já no caso
nos Estados Unidos em 2020, de acordo com os critérios do próprio país – que
dos afrodescendentes, alguns poderão
inclui nesse grupo, por exemplo, pessoas que fazem parte de famílias de quatro
citar que, durante um longo período,
integrantes com renda anual igual ou inferior a 26,2 mil dólares. A desigualdade
em vários estados, essa parcela da po-
socioeconômica é marcante, principalmente entre brancos e não brancos. A in-
pulação não tinha os mesmos direitos
cidência de pobreza, por exemplo, é maior entre hispânicos e afrodescendentes.
que os brancos. Vale ressaltar que a
Na tela
pobreza entre afrodescendentes é su-
Victoria Ditkovsky/Shutterstock
224
224
quando a coisa fica séria / Proteção /
Conexões com Para gangues, clubes e nações / Cau-
Língua Inglesa sando tristeza nas relações humanas /
É uma guerra por território em uma es-
cala global / Prefiro ouvir os dois lados
Branco ou preto, tanto faz da história / Veja, não se trata de ra-
ças / Apenas lugares, rostos / De onde
A produção cultural estadunidense se encontra presente no dia a dia de pessoas de diversos países,
o seu sangue vem / É onde é o seu lu-
principalmente entre os jovens. Essa influência dos Estados Unidos sobre outros Estados-nação pode ser
gar / Já vi o brilho ficar mais apagado
evidenciada por meio de produtos como filmes, séries, músicas, roupas, esportes, jogos, entre diversos
/ Não vou passar a minha vida sendo
outros exemplos.
uma cor / Não me diga que concorda
O músico Michael Jackson (1958-2009) é um exemplo dessa influência na área artística, com grandes
comigo / Quando te vi me criticando /
sucessos conhecidos em todo o mundo. Leia a letra de uma de suas canções.
Mas se você estiver pensando na minha
Black or white garota / Não importa se você é negro
[...] Just places, faces ou branco / Eu disse: Se você estiver
I am tired of this devil Where your blood comes from is where your space is pensando em ser minha garota / Não
I am tired of this stuff I’ve seen the bright get duller importa se você é negro ou branco / Eu
I am tired of this business I’m not going to spend my life being a color disse: Se você estiver pensando em ser
Sew when the boing gets rough Don’t tell me you agree with me
meu irmão / Não importa se você é ne-
I ain’t scared of your brother When I saw you kicking dirt in my eye
gro ou branco / É preto, é branco / É
I ain’t scared of no sheets But, if you’re thinkin’ about my baby
difícil para vocês sobreviverem / É pre-
I ain’t scared of nobody It don’t matter if you’re black or white
to, é branco, whoo.
Girl, when the goin’ gets mean I said if you’re thinkin’ of being my baby
Protection It don’t matter if you’re black or white 2. b) Há diversas canções, nacionais
For gangs, clubs and nations I said if you’re thinkin’ of being my brother e estrangeiras, que tratam da ques-
Causing grief in human relations It don’t matter if you’re black or white
tão do preconceito e da discrimina-
It’s a turf war on a global scale It’s black, it’s white
ção racial. A atividade possibilita aos
I’d rather hear both sides It’s tough for you to get by
estudantes investigar e ampliar o re-
Of the tale It’s black, it’s white, whoo
pertório deles, além de oferecer a
See, it’s not about races [...]
oportunidade de analisar as letras das
BLACK or white. Intérprete: Michael Jackson.
Reprodução/Sony Music
Compositores: Michael Jackson e Bill Bottrell. In: canções e aumentar sua capacidade
DANGEROUS. Intérprete: Michael Jackson. Epic Records, crítica sobre o tema. Se possível, orga-
Sony Music, 1991. Faixa 8.
nize uma espécie de sarau, em que os
2. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que se
trata da igualdade racial entre brancos e negros, um tema estudantes poderão ouvir e cantar as
que ganha destaque no contexto das relações raciais nos canções pesquisadas.
Estados Unidos, país marcado pelo racismo e pela desigual-
dade entre brancos e negros.
1 Forme um grupo com os colegas e faça a tradução da canção para a língua portuguesa.
2 Após realizar a tradução, responda às seguintes questões.
a) Em sua avaliação, qual é o principal tema da canção? Discuta com os colegas sobre o assun-
to, relacionando-o ao tema do racismo nos Estados Unidos.
b) Pesquise ao menos uma canção que trate da mesma temática. A canção pode ser brasileira
ou estrangeira. Conte aos colegas o que você descobriu.
2. b) Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
1. Embora ela possa ser encontrada em diversos sites, é interessante que os grupos traduzam a letra de acordo
com os conhecimentos que apresentam e com a ajuda de um dicionário inglês-português. Se necessário ajude-os
nessa etapa da atividade. Feita a tradução, peça aos grupos que se reúnam e elaborem uma única versão traduzida 225
da letra. Para isso, eles devem verificar as sugestões de tradução para cada verso da canção e escolher a melhor
proposta para compor a versão final.
225
Orientações didáticas Interagindo
Interagindoo e convivendo
Interagindo e convivendo
Inicie o estudo desta seção resga-
A segregação racial nos Estados Unidos
tando os conhecimentos dos estu- Durante os anos 1960, a luta pela igualdade racial nos Estados Unidos levou
dantes sobre a segregação racial nos à abolição das leis de segregação racial que ainda vigoravam em três estados
Estados Unidos e explorando alguns as- do sul do país – Alabama, Mississípi e Carolina do Sul. O texto a seguir é um tre-
pectos desse período, de forma a con- cho de um discurso de Martin Luther King (1929-1968), famoso líder ativista que,
textualizar a leitura do texto. pela defesa dos direitos dos afrodescendentes em seu país, ganhou o prêmio
Explique que, nos estados sulistas Nobel da Paz em 1964. Em 1968, foi assassinado em Memphis (Estados Unidos).
dos EUA, entre 1876 e 1965, vigora- Eu tenho um sonho
ram as chamadas leis de Jim Crow. Esse Há dez décadas, um grande americano, sob cuja sombra simbólica nos en-
conjunto de leis determinava, por exem- contramos hoje, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse magnífico decreto
plo, que veículos de transporte público surgiu como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que
arderam nas chamas da árida injustiça. [...]
e até mesmo escolas públicas tives-
Mas, cem anos depois, o negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do
sem instalações para brancos e negros.
negro ainda está tristemente debilitada pelas algemas da segregação e pelos gri-
A partir de meados do século XX, mui- lhões da discriminação. Cem anos depois, o negro vive isolado numa ilha de po-
tos jovens negros se mobilizaram con- breza em meio a um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o
tra a segregação racial. Nesse contexto, negro ainda vive abandonado nos recantos da sociedade na América, exilado em
Martin Luther King Jr. (1929-1968) e o sua própria terra. [...]
reverendo Jesse Louis Jackson (1941-) E digo-lhes hoje, meus amigos, mesmo diante das dificuldades de hoje e de
amanhã, ainda tenho um sonho, um sonho profundamente enraizado no sonho
se destacaram pela proposta de oposi-
americano.
ção pacífica. Na década de 1960, eles
Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e experimentará o
organizaram marchas pelos direitos de verdadeiro significado de sua crença: “Acreditamos que essas verdades são eviden- Martin Luther King
afrodescendentes, a luta pela conquis- tes, que todos os homens são criados iguais”. [...] discursa a favor do
ta dos direitos civis, levando, em última Eu tenho um sonho de que os meus quatro filhos pequenos viverão um dia direito de voto dos
afrodescendentes
instância, ao fim das leis de segrega- numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de
estadunidenses, em
ção racial, como é mencionado no tex- seu caráter. Hoje, eu tenho um sonho! Montgomery,
to introdutório. CURY, Fernanda. Martin Luther King, o pacificador. São Paulo: Minuano, 2006. p. 84 e 86. Alabama (Estados Unidos),
em 25 de março de 1965.
Aproveite o estudo sobre a questão
Bettmann Archive/Getty Images
226
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial
Disponível em: www.seppir.gov.br. Acesso em: 6 abr. 2022.
O portal reúne documentos e legislação brasileira sobre a promoção da igualdade racial, além de informações sobre políticas
públicas a esse respeito.
226
1. Sim, a notícia da morte brutal de George Floyd é apenas um dos vários exemplos de situações recentes em
que afrodescendentes foram discriminados e agredidos nos Estados Unidos. Apesar do fim das leis de segrega-
ção na década de 1960, a realidade descrita por King continua, portanto, fazendo parte da vida de muitos jovens
afrodescendentes no país.
Agora, leia a notícia a seguir, publicada no dia 27 de maio de 2020. Ela trata da onda de protestos inseri- Orientações didáticas
da no movimento Black Lives Matter (em português, Vidas negras importam), que ganhou grande destaque
Na atividade 1, os estudantes de-
nos Estados Unidos e grande parte do mundo, após a seguinte ocorrência:
verão responder afirmativamente à
Morte de homem negro filmado com policial branco ajoelhado em seu pescoço causa indignação questão, dando exemplos de situações
nos EUA
recentes em que afrodescendentes fo-
[...] Na noite de segunda-feira (25), foi a vez de George Floyd. Aos 46 anos, ele morreu depois de ter sido alge-
mado e ter o pescoço prensado contra o chão pelo joelho de um policial em Minnesota. [...]
ram discriminados e agredidos nos Es-
A cena gerou protestos no início desta semana, além de uma investigação do FBI, a polícia federal dos EUA, e tados Unidos. Se possível, mostre o
resultou na demissão dos agentes que participaram da ação. videoclipe da canção “Pride”, da ban-
DIAS, Marina. Morte de homem negro filmado com policial branco ajoelhado em seu pescoço da irlandesa U2, que fala sobre o líder
causa indignação nos EUA. Folha de S.Paulo, 27 maio 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ Martin Luther King, e da música “This
mundo/2020/05/morte-de-homem-negro-filmado-com-policial-branco-com-joelhos-em-seu-pescoco-causa
-indignacao-nos-eua.shtml. Acesso em: 16 maio 2022.
is America”, de Childish Gambino, na
qual é feita contundente crítica a como
os negros são tratados atualmente no
Sybille Reuter/Shutterstock
227
Orientações didáticas
Espaço econômico dos
Ao iniciar o estudo sobre o espa-
ço econômico estadunidense, resga- Estados Unidos
te conhecimentos prévios sobre essa Os Estados Unidos apresentam o maior PIB do mundo e uma economia bas-
sociedade, o alto padrão de consumo tante diversificada, que inclui um setor agropecuário moderno, um parque indus-
e nível elevado de produção tecnoló-
trial robusto e um setor de serviços desenvolvido, cuja massiva produção cultural
gica. Anote na lousa as contribuições
(filmes produzidos em Hollywood, por exemplo) é difundida em todo o mundo.
deles. Em seguida, faça a leitura do
Nesse contexto, parte significativa da riqueza gerada pelos Estados Unidos
texto desta página.
provém da comercialização de produtos agropecuários e industrializados, da
Ao abordar o tópico sobre a agro- remessa de lucros de transnacionais que atuam em diversos países, dos direitos
pecuária, trabalhe parcialmente a autorais de softwares e patentes, entre outros exemplos.
EF08GE13, lendo o texto com os es- Um aspecto relevante do espaço econômico estadunidense é que tanto as
tudantes e analisando como o de- indústrias como as propriedades agrícolas estão distribuídas ao longo de áreas
senvolvimento tecnológico e científico
específicas. Essas áreas são articuladas de acordo com os tipos de mercadorias
influencia a economia dos diferentes
produzidas e formam grandes faixas e cinturões conhecidos como belts (“cin-
espaços produtivos nos Estados Uni-
turões”, em inglês).
dos. Interprete com a turma a tabela
sobre os principais países exportadores
de produtos agrícolas, destacando que, Produção agropecuária
além dos Estados Unidos, líder mundial, Os Estados Unidos apresentam a mais extensa
dvande/Shutterstock
com quase o dobro das exportações do superfície cultivada (em relação ao tamanho de seu
segundo colocado, estão presentes en- território) do mundo: 21% de suas terras são apro-
tre os nove países o Brasil, a China e veitadas para a agricultura (no Brasil, esse percen-
a Índia, que compõem o conjunto dos tual é de aproximadamente 10%). Em virtude do
BRICS (assim como a Rússia e a Áfri- alto índice de mecanização do campo – a atividade
ca do Sul). No caso dos Estados Uni- agrícola emprega pouca mão de obra, correspon-
dos, merece destaque o fato de o país dente a 2,9% da população economicamente ativa –,
ter uma população de mais de 300 mi- os Estados Unidos se destacam pela alta produtivi-
lhões de habitantes, e ainda ter ampla dade. Observe o quadro.
capacidade de exportar gêneros agrí-
colas. São os casos, também, guarda- Mundo: principais países exportadores de produtos Colheitadeira transferindo milho para um transportador
das as devidas proporções, de Brasil, agrícolas – 2020* de grãos puxado por trator em Rockton, Illinois (Estados
China e Índia, ressaltando que esses Unidos), 2021.
Exportação (em
dois últimos têm populações em torno Ranking País
bilhões de dólares)
de 1 bilhão e 400 milhões de habitan-
tes. Essas análises possibilitam a mobi- 1º Estados Unidos 170
lização parcial da EF08GE09, referente 2º Brasil 93
aos “padrões econômicos mundiais de
* Exceto países da União Europeia. A União
produção, distribuição e intercâmbio 3º China 78
Europeia exportou 653 bilhões de dólares
dos produtos agrícolas”. 4º Canadá 70 em 2020, considerando as exportações
entre países do bloco e para fora do bloco.
5º Indonésia 46 Se considerarmos apenas as exportações
para fora da União Europeia, o valor é de
231 bilhões de dólares. Alemanha e França
6º Tailândia 41
aparecem geralmente entre os cinco
maiores exportadores.
7º México 41
Elaborado com base em: OMC. World Trade
8º Índia 39 Statistical Review 2021. p. 69. Disponível
em: https://www.wto.org/english/res_e/
9º Argentina 37 statis_e/wts2021_e/wts2021_e.pdf. Acesso
em: 5 jan. 2022.
228
228
Áreas de produção agropecuária Orientações didáticas
As regiões agrícolas dos Estados Unidos apresentam o maior nível mundial Ao realizar o estudo sobre o espa-
de integração com a indústria e o comércio. Essa integração é proporcionada ço agropecuário dos Estados Unidos,
pela associação de grandes fazendeiros com empresas comerciais e indústrias
destaque as regiões agrícolas espe-
transnacionais, que utilizam os produtos agropecuários como matéria-prima.
cializadas (belts ou cinturões) em
Destaca-se nesse sentido a formação de áreas especializadas no cultivo
produção de milho, soja, algodão, tri-
de diferentes produtos, de acordo com as condições do clima, dos solos e
go e cereais, de modo a mobilizar a
outros fatores.
CEG1, pois, neste caso, os conheci-
dry farming: processo
mentos geográficos são utilizados para
Entre as principais regiões agrícolas, destacam-se: o cinturão verde (green
que consiste na escolha compreender a relação sociedade-
belt, em inglês), especializado na produção de hortaliças e frutas; área onde de um solo profundo e -natureza referente ao uso do espa-
predominam o milho e a soja; as áreas de produção de trigo e outros cereais; e permeável que é arado
para que o pouco ço para atividades agrícolas. Enfatize
o cinturão do algodão (cotton belt, em inglês). No litoral do Golfo do México,
volume das chuvas o excelente desempenho dos Estados
onde o clima é Subtropical, são cultivados produtos como a cana-de-açúcar regionais não escoe ou
evapore, mas penetre o
Unidos na agroindústria, que se de-
e o arroz. Na Flórida, são produzidas frutas cítricas, destacando-se a laranja.
solo e fique retido. Existe ve à articulação entre indústria e co-
No vale da Califórnia, de clima Semiárido, são produzidos diversos tipos de o cuidado de cultivar mércio, associada aos investimentos
frutas, legumes e arroz, com a utilização das águas dos rios Sacramento e uma quantidade de
plantas de acordo com a em ciência e tecnologia nas ativida-
São Joaquim para a irrigação e a aplicação de técnicas agrícolas sofisticadas, reserva de água medida des rurais.
como o dry farming. periodicamente.
Para complementar esse estudo, co-
Estados Unidos: agropecuária – início do século XXI mente com os estudantes que, espe-
90° O
CANADÁ cialmente após a grande crise de 1929,
Grandes
o amparo do Estado à atividade eco-
Rio M
Lagos
N
40º
Culturas hortifrutigranjeiras
logia, na concessão de empréstimos a
io
(Green belt)
Oh
Rio
CALIFÓRNIA Culturas irrigadas
juros baixos aos agricultores e na eleva-
ípi
Arroz e frutas
do
Mis io
Trigo e cereais
Dry farming
OCEANO
dutos agrícolas. Essa ajuda do Estado
ATLÂNTICO Milho e soja
Tabaco e amendoim à economia, chamada subvenção ou
FLÓRIDA Elaborado com base em:
MÉXICO
Pecuária extensiva
(Ranching belt) LANGROGNET, Michel subsídio, contribuiu para a moderni-
OCEANO
PACÍFICO Trópico de
Câncer
Pecuária leiteira (Dairy belt) (dir.). Le grand atlas GEO zação do setor agropecuário em terri-
0 590 1 180 Zona não produtiva Gallimard du XXIe siècle.
km (desertos e florestas)
Paris: Gallimard, 2008. p. 19.
tório estadunidense, com a introdução
a) Frutas, arroz e legumes; pecuária leiteira.
de máquinas, como semeadeiras e co-
b) Frutas cítricas (como a laranja) e de outros tipos, arroz, algodão e tabaco. lheitadeiras, além de outros equipa-
Explore c) Dairy belt (leite e seus derivados).
mentos agrícolas que impactaram os
d) Arroz, frutas e pecuária extensiva. NÃO ESCREVA NO LIVRO.
229
Orientações didáticas
Recursos minerais e energéticos
Inicie a conversa sobre os recur-
O território estadunidense abriga grandes reservas de recursos minerais e
sos minerais e energéticos nos Estados
energéticos, com destaque para o urânio (os Estados Unidos lideram a pro-
Unidos apresentando aos estudantes
dução de energia nuclear) e os combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e
o gráfico e orientando-os na sua inter-
carvão mineral). Observe o gráfico, que evidencia a participação do país na pro-
pretação. Depois, leia com eles o tex-
dução mundial de alguns desses recursos.
to desta página analisando a produção
de carvão mineral, petróleo e urânio,
Estados Unidos: participação na produção mundial
em seus aspectos de distribuição pe- de algumas fontes de energia – 2020
lo território, políticos e ambientais, pos-
Petróleo Gás natural
sibilitando, dessa forma, a mobilização 18,6% 23,7%
parcial da EF08GE20, em especial no a
(1 posição no a
(1 posição no
ranking mundial) ranking mundial)
que se refere às “pressões sobre a na-
tureza e suas riquezas”. 81,4% 76,3%
Elaborado com base em:
Explore o conteúdo do texto ressal- BRITISH PETROLEUM.
tando que os Estados Unidos são gran- Fórmula Produções/Arquivo da editora Carvão mineral Statistical Review of World
des produtores de petróleo e também 6,7% Energy 2021. Disponível
a
(4 posição no em: https://www.bp.com/
possuem reservas consideráveis desse ranking mundial) content/dam/bp/business
recurso. Nesse sentido, a necessidade Mundo -sites/en/global/corporate/
Estados Unidos pdfs/energy-economics/
de importação de combustíveis fósseis 93,3%
statistical-review/bp-stats
advém tanto da alta demanda como da -review-2021-full-report.pdf.
intenção do país em manter suas reser- Acesso em: 18 maio 2022.
vas como reservas de fato. As principais áreas produtoras de petróleo e gás natural situam-se ao lon-
Amplie o estudo sobre recursos go do litoral do Golfo do México, no Texas, na Louisiana, no Novo México e no
energéticos destacando o fato de que, Alasca. Destaca-se ainda o crescimento da extração de óleo (petróleo leve) e
em 2021, os Estados Unidos apresen- gás de xisto (chamados de não convencionais) destinada à exportação. Já a
taram um inédito pacote de estímulo produção de carvão mineral, destinada sobretudo à produção de energia (por
focado em investimentos no aproveita- meio das usinas termelétricas), concentra-se na região dos montes Apalaches e
mento de fontes de energias alternati- das montanhas Rochosas.
vas e combate às mudanças climáticas,
Leitura complementar
Poluição de óleo no mar atingiu, em seis anos, área duas vezes maior que a As regiões mais críticas, segundo os pesquisadores, são os mares de Java (pró-
França ximo à Indonésia) e do sul da China, além do Golfo da Guiné (na África).
Manchas de óleo que juntas são duas vezes maiores do que a França poluíram o [...]
mar de 2014 a 2019, o que equivale a mais de 1,5 milhão de quilômetros quadrados A liberação de óleo no oceano é um problema relevante, podendo afetar a vida
de poluição oleosa no oceano. marinha – uma das preocupações no Brasil era o possível impacto nos corais do
[...] Parque Nacional Marinhos dos Abrolhos, que possui uma biodiversidade singu-
Os pesquisadores americanos e chineses das universidades de Nanjing, do Sul lar –, levar à perda de diversidade e à contaminação das cadeiras alimentares.
da Flórida e Estadual da Flórida usaram mais de 563 mil imagens de satélite para WATANABE, Phillippe. Poluição de óleo no mar atingiu, em seis anos, área duas vezes maior
detectar cerca de 452 mil locais com manchas de óleo em mares de todas as regiões que a França. Folha de S.Paulo, São Paulo, 16 jun. 2022. Disponível em: https://www1.folha.uol.
do mundo. com.br/ambiente/2022/06/poluicao-de-oleo-no-mar-atingiu-em-seis-anos-area-duas
[...] -vezes-maior-que-a-franca.shtml. Acesso em: 16 jun. 2022.
230
Orientações didáticas
Atividade industrial
Ao realizar o estudo das páginas
O setor industrial estadunidense é bastante diversificado e um dos mais
231 e 232, amplie o trabalho com a
completos do mundo, com indústrias siderúrgicas, químicas, automobilísticas,
EF08GE13, lendo e discutindo com os
aeronáuticas, eletrônicas e de informática, de equipamentos de telecomunica-
estudantes as características gerais da
ções, entre outras. Observe o mapa a seguir.
industrialização nos Estados Unidos e
Estados Unidos: atividade industrial – início do século XXI analisando como o desenvolvimen-
90º O to científico e tecnológico influencia
CANADÁ
Seattle as atividades urbanas e industriais, le-
Portland Minneapolis
vando-se em conta, também, a estru-
Billings
St. Paul
Boston
Regiões tradicionais turação de regiões com a presença de
intensamente industrializadas
40º
N Nova York Regiões novas intensamente
determinados tipos de indústrias. Espe-
Detroit
São Francisco
Salt Lake City Chicago
Cleveland
Pittsburgh
Filadélfia industrializadas (tecnologia ra-se que, nesse percurso, os estudan-
de ponta)
Denver
Baltimore Eletrometalurgia tes reconheçam que os Estados Unidos
Los Angeles Wichita
Kansas
City Louisville Norfolk
Indústria têxtil possuem um parque industrial diversi-
St. Louis Siderurgia
ficado e altamente desenvolvido, o que
Banco de imagens/Arquivo da editora
Memphis
OCEANO Indústria petroquímica
Phoenix
Birmingham ATLÂNTICO Indústria automobilística contribui para consolidar o poder eco-
OCEANO
PACÍFICO
Dallas
Baton
Atlanta
Charleston Indústria aeronáutica nômico do país.
Rouge Indústria naval
Houston Material bélico
Espera-se que identifiquem, igual-
Tampa
0 375 750
Nova Orleans
Material ferroviário mente, os processos de concentração
MÉXICO Golfo do México
km
Máquinas agrícolas
e desconcentração industrial no territó-
Elaborado com base em: WORLD atlas. London: Dorling Kindersley, 1999. p. 51; ÍSOLA, rio estadunidense. Em relação ao cin-
Leda; CALDINI, Vera. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 109. turão da manufatura, explorado nesta
A maior concentração industrial dos Estados Unidos está localizada no
página, ressalte o fato de que o desen-
nordeste do país, primeira região a se industrializar, processo estimulado pela
volvimento dessa região coincidiu com
abundância de recursos minerais na região. Abrangendo uma extensa faixa
a ascensão das indústrias automobilís-
ticas e siderúrgicas e, por causa disso,
desde o sul dos Grandes Lagos até o Atlântico, essa região é denominada
também ficou conhecido como “cintu-
cinturão fabril (manufacturing belt, em inglês) e ainda é responsável por qua-
rão do aço”. A decadência gradual des-
se 50% da produção do país, empregando cerca de 80% da mão de obra inse-
sa região industrial levou, inclusive, ao
rida no setor secundário.
uso da expressão “cinturão da ferru-
Nos arredores da cidade de Pittsburgh, desenvolvem-se as atividades si-
gem”, sendo que a cidade mais afetada
derúrgica e metalúrgica. Em Detroit e Chicago, estruturaram-se algumas das
foi Detroit, que em 2013 veio a declarar
maiores indústrias automobilísticas do mundo. A partir da década de 1980, fa-
falência municipal. Nessa cidade, que
tores como a maior competição da indústria automobilística de outros países
tem se recuperado de maneira pro-
e a baixa modernização de suas fábricas levaram a um processo de desconcen-
gressiva, os espaços antes destinados
tração industrial, e algumas cidades da região entraram em decadência, espe-
às indústrias vêm sendo gradualmente
cialmente Detroit, que sofreu forte evasão populacional.
ocupados para outros fins, como em-
presas do setor de serviços. Entretan-
Jim West/Alamy/Fotoarena
Vista de fábrica
abandonada em Detroit
(Estados Unidos), 2021.
231
231
Orientações didáticas Trabalhando com mapas
Leia as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
Trabalhando com Áreas industriais
Ao analisarem a distribuição das Desde a Terceira Revolução Industrial, o espaço econômico estadunidense passou a ser marcado
áreas industriais no território estadu- pela formação de áreas industriais de ponta (alta tecnologia), com destaque para o eixo Califórnia-
nidense e a organização do espaço -Texas, que recebeu a denominação de cinturão do Sol (sun belt, em inglês).
econômico desse país, os estudantes Nessa região, está localizado o Vale do Silício (Silicon Valley, em inglês), na Califórnia, onde se insta-
estarão utilizando a linguagem carto- laram, desde 1980, diversas indústrias de tecnologia de ponta, assim como universidades e centros de
gráfica e desenvolvendo o raciocínio pesquisa, também em Portland e Seattle.
espacial, ligado à localização e simul- Sobre esse assunto, observe e compare os mapas a seguir:
taneidade, trabalhando a CECH7.
Aproveite para enfatizar que, ao pas- Estados Unidos: indústrias de ponta (manufacturing e sun belt) – início do século XXI
so que se verificou o declínio parcial OCEANO
Seattle
Portland Boeing
90º O
C A NA DÁ
ra, outras regiões dos Estados Unidos Minneapolis Route 495 Boston
Parque tecnológico
Saint Paul IBM
apresentaram grande crescimento eco-
Salt Lake Detroit
City Nova York (indústria de
São Francisco
Software Valley
Chicago
Cleveland
alta tecnologia) Elaborado com base
nômico impulsionadas pela expansão Silicon Hewlett
Packard Denver
Kansas City
McDonnell-Douglas
Satellite Alley NASA
Indústria aeronáutica
em: BOUVET, Christian
Valley
do setor industrial, com destaque para
Saint Louis
Silicon Mountain (dir.). Géographie
Edwards Sede de empresa
Wichita Research Triangle Park de informática Tales. Paris: Hachette
o cinturão do Sol (sun belt, em inglês), Los Angeles
San Diego OCEANO Região de alta tecnologia Éducation, 1998. p. 121;
que se estende da Califórnia à Flórida. Phoenix
Silicon Prairie Texas Instrument
Atlanta ATLÂNTICO Limite do Sun belt ÍSOLA, Leda; CALDINI,
Austin Dallas Limite do Vera. Atlas geográfico
Destaque, nesse sentido, o desen- Compaq
Houston
Cape Kennedy
Manufacturing belt
Fachada marítima ativa Saraiva. 4. ed. São
0 580 1 160
volvimento de um dos tecnopolos mais km
MÉ X I C O Golfo do México
Silicon Beach
Miami
(intenso comércio com
o exterior)
Paulo: Saraiva, 2009.
p. 109.
importantes do mundo localizado no
90º O
estado da Califórnia, conhecido como 1. Há coincidências em relação à localiza-
ção de ambos – onde estão as universida-
C A NA DÁ
Vale do Silício, onde se situam as se- Seattle des e os centros de pesquisas, há diversos
parques tecnológicos e sedes de empresas
des de diversas empresas de tecnologia Portland
de informática, pois esses parques e essas
Minneapolis
de ponta, muitas do ramo da informáti- St. Paul Boston empresas necessitam de mão de obra qua-
lificada e dependem das pesquisas desen-
ca, mundialmente conhecidas, além de
Detroit Providence
Filadélfia Nova York
40º N Chicago Pittsburgh
Trenton volvidas nesses centros e universidades.
centros de pesquisa e universidades. São
Francisco
Salt Lake
City
Ann Arbor
Washington Dover
EUROPA
2. Espera-se que os estudantes identifi-
Denver
Antes de orientar os estudantes a rea- ÁSIA St. Louis
Richmond
Norfolk quem, principalmente, empresas do setor
de serviços on-line, como redes sociais e
lizar uma pesquisa sobre essa região,
Charlotte
Los San
Angeles Diego streaming, além de indústrias de computa-
explique que o nome “Vale do Silício”
Phoenix
Tijuana Atlanta AMÉRICA dores e/ou que desenvolvem softwares, cir-
El Paso LATINA
Dallas cuito integrado (CI), entre outros exemplos,
é utilizado porque o elemento químico OCEANO San
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Luís Ciudad
Austin OCEANO além de produtos ou serviços que eles
PACÍFICO Juárez
ATLÂNTICO
silício é uma importante matéria-prima Nuevo Laredo
Houston
Orlando
consomem ou já consumiram/utilizaram.
Laredo
para a produção de circuitos eletrôni- Trópico
de Câncer
Brownsville
Matamoros
AMÉRICA
Miami
LATINA
cos, componente essencial de compu- 0 550 1 100
MÉ X I C O
Na atividade 1, é necessário ressal- 1 Ao comparar os mapas, analise a localização de parques tecnológicos, sedes de empresas
tar que os nomes de empresas citados de informática, universidades e centros de pesquisa. A que conclusões você chegou?
no mapa Estados Unidos: indústrias de
ponta (manufacturing e sun belt) – iní- 2 Pesquise o nome de empresas que têm suas sedes no Vale do Silício e identifique produtos e
cio do século XXI, são imprescindíveis serviços que elas desenvolvem e que estão presentes em seu dia a dia.
ao estudo que se propõe e foram utili-
zados com fins didáticos, sem nenhum
intuito de propaganda. 232
Na atividade 2, que favorece o tra-
balho com o espaço de vivência e a Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
realidade dos estudantes, estimule a 8TELARISGeo_g24At_210a235_Uni4_Cap13_LE.indd 232 6/20/22 16:19
232
Orientações didáticas
O transporte
Continue as discussões sobre o es-
Os Estados Unidos têm uma rede de transportes moderna e altamente de-
paço geográfico estadunidense, inter-
senvolvida, que facilita o deslocamento de pessoas e o escoamento da produ-
pretando com os estudantes o mapa e
ção econômica agropecuária, extrativista e industrial. Observe o mapa.
realizando a leitura do texto desta pá-
gina. A partir das contribuições deles,
Estados Unidos: redes de transporte – início do século XXI
90° O
complemente a análise, destacando o
CANADÁ fato de o país ter portos nos oceanos
Seattle Atlântico e Pacífico, aspecto vantajoso
Portland
Spokane
Butte
Duluth
Gran
des
L
para as relações comerciais do país
Coos Bay Fargo Minneapolis Albany
e suas empresas. Aproveite essa con-
ag
Boston
os
OCEANO
PACÍFICO
Sioux Falls Detroit
Newark Nova York sideração e questione os estudantes
Cheyenne Chicago Filadélfia
Oakland Salt Lake
Omaha Toledo
Washington
Baltimore sobre essa posição estratégica dos Es-
São Francisco City
Denver
Kansas City
Saint Louis Norfolk OCEANO tados Unidos. Eles devem reconhecer
Los Angeles Long Beach Oklahoma
Memphis
Nashville ATLÂNTICO que esse aspecto do território estadu-
Wilmington
Albuquerque
City
Atlanta Charleston
nidense facilita a exportação e impor-
Banco de imagens/Arquivo da editora
233
233
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
A retomada de conteúdos propor-
cionada nesta seção favorece a con- ESTADOS UNIDOS:
solidação de temas, conceitos e GEOPOLÍTICA E ECONOMIA
características importantes sobre os
Estados Unidos, além de possibili-
tar mais um momento para sanar as
dúvidas que surgiram no estudo des-
te capítulo, reconhecer e reparar defa-
sagens no processo de aprendizagem. DINÂMICAS A POLÍTICA EXTERNA SUPERPOTÊNCIA
DEMOGRÁFICAS ESTADUNIDENSE ⓿ Elevado poderio militar;
Incentive os estudantes a reconhe- ⓿ Terceira maior população ⓿ Marcada pelo unilateralismo; ⓿ Avanço tecnológico;
cer temas sobre os quais gostariam de do mundo; ⓿ Doutrina Bush: contexto de ⓿ Empresas transnacionais e
aprender mais e anote as contribuições ⓿ Maior crescimento vegetativo Guerra ao Terror; concentração de indústrias
dos estudantes na lousa. A identifica- entre afrodescendentes, ⓿ Governo Obama: abandono de ponta;
ção desses temas pode levar à reali- asiáticos e hispânicos; da Doutrina Bush e ⓿ Ampla difusão de produtos
zação de uma pesquisa e posterior ⓿ Aspectos a serem superados: encaminhamento de conflitos da cultura estadunidense
discussão em sala de aula. desigualdade, pobreza internacionais; pelo mundo;
e racismo; ⓿ Governo Trump: tendência
Caso considere oportuno, peça a Disponibilidade de recursos
⓿
234
Atividade complementar
⓿ Após realizar com os estudantes a leitura do esquema e promover uma conversa para atender à retomada de conteúdos,
oriente-os a produzir um texto sobre a hegemonia dos Estados Unidos no mundo, explicando os fatores que fazem do país
a principal potência econômica mundial e analisando de forma crítica a influência cultural estadunidense no mundo e a
intervenção desse país em outras regiões do planeta. Dessa forma, eles poderão organizar os conhecimentos adquiridos em
um texto e trabalhar a capacidade de argumentação e análise crítica, posicionando-se em relação à atuação dos EUA no
contexto mundial, de forma positiva ou negativa, com base em informações confiáveis.
234
1. a) O grande poderio político-militar dos Estados Unidos.
1. b) Apesar da possibilidade de haver perda de soldados envia-
dos à guerra no exterior, o fato de a guerra ocorrer fora do próprio
território pode minimizar consideravelmente o número de mortos,
NÃO ESCREVA NO LIVRO. humanitário, que viria posteriormente a
particularmente de civis, e evitar boa parte dos prejuízos mate- ser transformada com os atentados de
riais, que ficam restritos aos equipamentos bélicos utilizados nos
confrontos. Leia as orientações para a atividade neste Manual do 11 de setembro de 2001. A partir de
Retome Professor. então, verificou-se a tendência ao uni-
2. Espera-se que os estudantes apon- lateralismo e à Guerra ao Terror, ain-
1 Observe a charge e responda ao que se pede. tem que a ordem mundial nesse período
era marcada pela Guerra Fria, com duas da que, durante o governo Obama, a
superpotências hegemônicas: Estados
235
235
14
Leia as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
1. A foto nos remete a pensar que sim, pois destaca a área de um complexo
BNCC no capítulo industrial, e dificilmente uma estrutura dessas estaria presente em um país que
não se industrializou, já que a presença desse complexo e sua estrutura produti-
Competências gerais da Educação va exigem grande consumo de energia elétrica; fabricantes dos componentes que serão utilizados na pro-
dução dos veículos, feitos por outras fábricas, operários especializados, entre outros. Quanto às condições
Básica (CG): 2, 5, 7 e 9. de vida da população, é possível avaliar que, por se tratar de um país em desenvolvimento, muitas pessoas
Fundamental (CEG): 3, 4, 5 e 7.
Habilidades de Geografia: EF08GE09,
EF08GE012, EF08GE13, EF08GE14,
EF08GE16, EF08GE17, EF08GE20,
EF08GE22 e EF08GE24.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação em Direitos
Humanos e Educação Ambiental.
Introdução
Este capítulo aborda a situação da
América Latina no início do século XXI.
Serão vistos os problemas da região e
seu potencial de crescimento inserido
no contexto dos “padrões econômicos
mundiais de produção, distribuição e
intercâmbio dos produtos”, mobilizan-
do a EF08GE09. Para isso, serão anali-
Para começar
sados e questionados os desafios para Converse com os colegas
os países latino-americanos, em espe- e o professor.
cial no que se refere aos problemas 1. Considerando as Vista interna de complexo industrial de uma empresa transnacional fabricante
verificados em seus espaços urbanos, características da de veículos, em General Pacheco (Argentina), 2021.
desenvolvendo, assim, as habilidades imagem retratada
EF08GE13, EF08GE16 e EF08GE17. na fotografia, é
possível afirmar que
América Latina –
contexto atual
Será analisada também a posição
a Argentina é um país
do Brasil no contexto latino-america- industrializado? O que
no e como se deram os processos de você sabe sobre as
Na primeira década deste século, a América Latina registrou um sig-
diversificação industrial e abertura condições de vida da
nificativo desempenho econômico – a média de crescimento anual da
econômica nos países da região, pos- população desse país?
região foi de cerca de 4% entre 2002 e 2011 –, apoiado, sobretudo, na
sibilitando o trabalho com as habilida- 2. Converse com seus
exportação de matérias-primas agrícolas e minerais, alimentos e produ-
des EF08GE14 e EF08GE20. Também colegas e, juntos, façam
um levantamento de tos energéticos. Nesse período, houve também aumento do nível de em-
serão trabalhadas as características so-
problemas e desafios prego, que, aliado à aplicação de programas de transferência de renda,
cioeconômicas do México e da Argen- que vocês acham que os proporcionou redução dos níveis de pobreza.
tina e os processos de formação dos países latino-americanos
No entanto, a reversão dessa tendência na década de 2010 é um dos
blocos econômicos da região, com des- enfrentam atualmente.
diversos desafios econômicos, políticos, sociais e ambientais que atin-
taque para o Mercosul. Nesse sentido, NÃO ESCREVA NO LIVRO.
gem a maior parte dos países latino-americanos, inclusive aqueles que
propicia-se o desenvolvimento das ha-
se caracterizam como países industrializados, como Argentina e México.
bilidades EF08GE22 e EF08GE24. 2. Os estudantes podem citar alguns dos seguintes problemas: a existência de grande parcela de pessoas em
situação de pobreza e em pobreza extrema, a necessidade de melhorar a educação, a saúde, as condições de
Para começar 236 moradia (inclusive saneamento básico) para a superação das desigualdades sociais e a promoção de uma relação
sociedade-natureza pautada no desenvolvimento sustentável, entre outros.
Utilize esta seção para levantar os
conhecimentos prévios que os estudan- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
tes apresentam sobre o contexto latino-
-americano, assim como para propor si-
tuações que estimulem a busca por re-
flexões sobre o tema. Anote na lousa
as contribuições que surgirem a partir
das atividades propostas. Caso existam
estudantes com dificuldades em parti-
cipar da roda de conversa inicial, reali-
ze, primeiramente, a leitura pausada da
fotografia em conjunto com a legenda,
desenvolvendo com eles a capacidade
de inferência de informações, seja em
textos, seja em imagens.
236
Orientações didáticas
A crise econômica
Ao promover a leitura e a interpre-
A partir de meados da década de 2010, o desempenho econômico da América
tação do conteúdo das páginas 236
Latina decaiu, e o crescimento médio anual do Produto Interno Bruto (PIB) da
e 237, aproveite para realizar uma
região foi de apenas 0,3% entre 2014 e 2019.
roda de conversa, a fim de iniciar o es-
Esse quadro foi agravado pela crise provocada pela pandemia de covid-19,
tudo sobre o contexto atual da América
que se disseminou pelo mundo em 2020, resultando no aumento do desempre-
Latina. Os estudantes não vivenciaram
go, da inflação, da informalidade e do número de pessoas vivendo em situação
a primeira década do século XXI, por-
de pobreza (com menos de US$ 5,50 por dia) e de pobreza extrema (com menos
tanto, comente com eles alguns as-
de US$ 1,90 por dia).
pectos que marcaram a ascensão
econômica de diversos países latino-
América Latina: pessoas em situação de pobreza e de pobreza extrema, em áreas urbanas e rurais
(% do total de pessoas) – 2008-2019*
-americanos.
Busque mostrar alguns gráficos que
Pobreza extrema Pobreza
representam esse cenário, nos quais
Ano Nacional Área urbana Área rural Nacional Área urbana Área rural eles podem verificar uma grande as-
(em porcentagem do total de pessoas) (em porcentagem do total de pessoas) censão do PIB entre os anos de 2002
2008 9,7 5,5 22,8 33,5 28,2 53,7 e 2008 e, posteriormente, na segun-
da década, uma grande redução des-
2012 8,4 5,5 20,3 28,7 23,9 48,0
se crescimento.
2014 7,8 5,2 18,6 27,8 23,6 45,1
Se possível, apresente o gráfico 1,
2016 9,8 7,2 20,7 29,9 25,9 46,5 disponível em: https://www.scielo.
2017 10,2 7,6 21,0 29,8 25,8 46,5 br/j/rec/a/xQ36qQWBhBQryM4BWR
2018 10,4 7,9 20,6 29,8 26,0 45,5 RTzNG/?lang=pt# (acesso em: 11 jul.
2022). Este gráfico mostra a taxa de
2019 11,4 8,9 21,7 30,5 26,8 45,9
crescimento do PIB da América Latina
2020 13,1 11,2 21,3 33,0 30,2 44,8 entre os anos 2000 e 2016. Se neces-
*Dados estimados com base em dezoito países. sário, esboce um rascunho dele na lou-
Elaborado com base em: ANUARIO Estadístico de América Latina y el Caribe. Cepal, 2020. p. 24. sa para mostrar aos estudantes.
Em seguida, ao realizar a análise da
tabela apresentada nesta página, caso
Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
promova uma aproximação com o coti-
Os estudantes devem con- diano dos estudantes, atente ao fato de
⓿ Analise a evolução da pobreza e da pobreza extrema (indigência) na América siderar que tanto a pobreza
quanto a pobreza extrema
que dificuldades econômicas, inclusive
Latina considerando o período representado na tabela e elabore um breve texto
com suas principais conclusões sobre o tema.
caíram entre 2008 e 2014. No relacionadas ao período de pandemia
entanto, a pobreza extrema
voltou a crescer a partir de de covid-19, pode ser um tema delica-
2016, com ampliação dos per- do para eles, uma vez que há contextos
Como se pode constatar pela análise da tabela, a redução da pobreza, em centuais, comparativamente
a 2008, e a pobreza em nível familiares bastante diversos e que si-
geral, foi interrompida a partir de 2014. A Comissão Econômica para a América
nacional, a partir de 2019, tuações difíceis poderão ser relatadas.
Latina e o Caribe (Cepal) apontou, como causas do retrocesso nos índices de atingiu um patamar superior
aos 30%. Cabe ressaltar que Neste contexto, é interessante ter como
pobreza, as crises econômicas em países como o Brasil e a Venezuela. os percentuais de pobres e
indigentes são maiores no
referência o trabalho com a CG9 no que
Diversos fatores contribuíram para o agravamento da situação econômica
espaço rural do que no espa- diz respeito ao exercício da empatia.
nos países latino-americanos, entre eles, a queda do preço das matérias-primas ço urbano. Leia as orienta-
ções para a atividade neste Ao ler com os estudantes os pa-
no mercado internacional e os muitos problemas estruturais nas economias da
Manual do Professor. rágrafos finais do texto desta pági-
região, como baixo nível de investimentos.
na, questione-os sobre as ideias que
No atual contexto mundial, com a ação humana na natureza provocando
eles possuem para melhoria da situa-
sérios problemas ambientais, novos padrões de desenvolvimento econômico e
ção de vida de boa parte da população
social são necessários para melhorar as condições de vida de milhões de pes-
dos países latino-americanos. Essas
soas em situação de pobreza e de miséria na América Latina.
ideias podem ser retomadas ao longo
do capítulo, possibilitando a mobiliza-
237 ção da CECH3 na medida em que os
estudantes são levados a identificar os
problemas socioeconômicos e propor
soluções para a sua resolução.
Explore
Discuta com a turma os elementos
do crescimento econômico da América
Latina e as consequências dele em re-
lação à pobreza e à desigualdade na
região. Apresente a tabela e peça aos
estudantes que façam uma descrição
do que está representado nela. Oriente-
-os a responder ao que se pede.
237
Orientações didáticas
Desafios para os países latino-americanos
Ao realizar a discussão do conteúdo
As particularidades geográficas latino-americanas oferecem grande poten-
desta página com os estudantes, pro-
cial de desenvolvimento. Nesse sentido, podemos destacar a possibilidade de
mova o trabalho com o TCT Educação Biblioteca
produção de fontes energéticas renováveis (biocombustíveis, por exemplo), a
em Direitos Humanos e explore parte
ampla disponibilidade de recursos hídricos (águas superficiais e subterrâneas), As veias abertas da
da CECH6, estimulando-os a refletir so-
minerais e energéticos, a existência de extensas áreas para a produção agrope- América Latina
bre outros desafios dos países latino-
cuária e a enorme biodiversidade verificada nos países da região. Eduardo Galeano. São
-americanos, como a exclusão social Paulo: Paz e Terra, 2007.
(em especial nas grandes cidades, te- Um dos desafios que se apresentam aos países latino-americanos é a difi-
culdade em criar condições para a inclusão social, a conservação da natureza e Essa obra clássica
ma que será melhor abordado nas pá- da literatura latino-
ginas 241, 242 e 243), as dificuldades a preservação das identidades culturais locais (dos povos indígenas, por exem-
-americana ajuda
de respeito às identidades culturais e plo), aspectos que deveriam estar presentes nos projetos governamentais de a compreender a
os elementos que dificultam o cresci- todos os países latino-americanos. história da América
Outros desafios envolvem gerar maior crescimento econômico, superando, Latina por meio de
mento econômico na região. É impor-
por exemplo, a carência em termos de infraestrutura. No caso dos transportes, uma profunda análise
tante que as ideias e os pontos de vista de sua formação,
da turma promovam os direitos huma- diversas obras de redes viárias (rodovias, ferrovias e hidrovias) vêm sendo reali-
das contradições
nos e a consciência socioambiental. zadas em territórios sul-americanos, algumas interligando os países. No entan- internas e dos desafios
Aproveite também para mobilizar to, sobretudo no Brasil, o transporte rodoviário – mais caro do que o ferroviário encontrados pelos
parte da habilidade EF08GE20 ao tratar e o hidroviário – ainda é predominante, elevando o custo da circulação de pes- países da região.
faz alusão à exploração do continen- fato de as rodovias, as ferrovias e os portos serem fundamentais para o escoa-
te pelas grandes potências, em parti- mento da produção, viabilizando fluxos de matérias-primas exportadas pelos
cular os Estados Unidos e as nações países latino-americanos para a China.
europeias. A atividade complemen-
iShoot Photography/Futura Press
Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor
Comissão Econômica
para a América Latina e o
Caribe (Cepal)
Disponível em: https://www.cepal.
org/pt-br. Acesso em: 11 jul. 2022.
Site da CEPAL em português que
pode ser utilizado para ampliar seus
Trecho da rodovia
conhecimentos ou para um trabalho Interoceânica (BR-317),
de pesquisa com os estudantes. Ele na fronteira entre
disponibiliza notícias e diversas infor- Assis (AC), no Brasil, e
Iñapari (Peru), 2022.
mações sobre os países da região,
dados e estatísticas, as áreas de
trabalho e os objetivos da Comissão. 238
Atividade complementar
⓿ A fim de adentrar com os estudantes na esfera das culturas juvenis, apresente ganhar porque perdemos: a história do subdesenvolvimento da América Latina
a eles o texto a seguir e, como complemento, se possível, reproduza também o integra a história do desenvolvimento do capitalismo mundial. Nossa derrota
videoclipe da canção “This is not America”, do rapper porto-riquenho Residente. sempre esteve implícita na vitória dos outros. Nossa riqueza sempre gerou nossa
pobreza por nutrir a prosperidade alheia: os impérios e seus agentes nativos”.
Isso não é América
Rapper porto-riquenho Residente lança clipe para dizer que América é um WAINER, João. Isso não é América. Folha de S.Paulo, 21 mar. 2022. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joao-wainer/2022/03/isso-nao-e-america.shtml.
continente inteiro, não só os EUA Acesso em: 5 abr. 2022.
[...]
Realize uma conversa com os estudantes e incentive-os a analisar o tema de
Em seu livro “As Veias Abertas da América Latina”, Eduardo Galeano escre- forma crítica, explorando a relação entre Estados Unidos e América Latina e resga-
ve uma frase sobre esse continente de que o Brasil finge não fazer parte e que tando conhecimentos do capítulo anterior nesse processo. Essa proposta favorece o
poderia ser a síntese do clipe de Residente: “Aqueles que ganharam só puderam desenvolvimento da capacidade de argumentação, relacionada à CG7 e à CECH7.
238
1. Comprando as matérias-primas minerais na América Latina e transformando-as por meio da refinação
e da fundição de metais; assim, a participação da China na produção de cobre refinado alcança 34,8%
do total mundial, contra 16% da América Latina e do Caribe. Leia as orientações para a atividade neste
Manual do Professor.
3. Os estudantes podem citar que a China investe, por exemplo, em infraestrutura de transportes
e energia. Isso facilita o escoamento da produção e cria vantagens para as cadeias produtivas na
América Latina, fornecendo, inclusive, bases para a industrialização de novas regiões (que passam
a atrair indústrias de outros locais oferecendo vantagens comparativas), promovendo também a
desconcentração industrial. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. 239
239
Orientações didáticas
O processo de diversificação industrial
Inicie o estudo proposto nesta pá-
Brasil, México e Argentina concentram aproximadamente 90% da produção
gina solicitando aos estudantes que
industrial da América Latina. Colômbia, Chile e Venezuela, na América do Sul, e
descrevam o que sabem sobre os pro-
Costa Rica, na América Central, são países relativamente industrializados.
cessos de industrialização no Brasil, no
A partir da década de 1950, o processo de crescimento industrial do Brasil,
México e na Argentina. Deixe que falem
da Argentina e do México ficou conhecido como Industrialização por Substi-
livremente e anote as contribuições na
tuição de Importações (ISI) e trouxe algumas consequências negativas.
lousa. É provável que nesse momento
eles consigam explanar melhor sobre o Nesse período, a chegada de empresas do setor automobilístico – com sede
caso brasileiro. nos Estados Unidos, na Europa e no Japão – estimulou a expansão do trans-
porte rodoviário nesses países. Isso acabou levando, principalmente no caso
Em seguida, explore a mobilização
brasileiro, à redução de investimentos em outros tipos de transporte, como o
parcial da habilidade EF08GE24 lendo
ferroviário, cujo custo é inferior.
o texto e discutindo com os estudantes
algumas características produtivas na
240
Atividade complementar
⓿ Explore as CG2 e CEG5 estimulando os estudantes a realizar uma pesquisa sobre a situação atual da industrialização no
Brasil, no México e na Argentina. Organize a turma em três grupos e oriente-os a pesquisar como se desenvolve a industriali-
zação nesses países na atualidade. É oportuno que conheçam mais sobre as realidades da Argentina e do México exploran-
do parte da habilidade EF08GE24 ao discutirem aspectos da produção industrial desses países.
⓿ Os grupos devem pesquisar reportagens e imagens ou fotografias que retratem os aspectos políticos, sociais e econômicos
da atualidade, relacionados à industrialização nesses Estados-nação. Após as pesquisas, organize um seminário para que
os grupos apresentem os resultados obtidos.
240
da segregação socioespacial atrelada
Urbanização acelerada a esse contexto social e urbano. Nesse
e desigualdade social sentido, são mobilizadas as habilidades
EF08GE17 e EF08GE20.
Os países latino-americanos apresentam elevados índices de urbanização.
Na atividade, os estudantes devem
O ritmo acelerado de crescimento da população urbana na segunda metade
considerar que a desigualdade é evi-
do século XX foi estimulado pelo êxodo rural, caracterizado pela intensa mi-
denciada pela existência de áreas
gração campo-cidade em um curto intervalo de tempo. Entre os fatores que
bem definidas e ocupadas de acor-
contribuíram para esse processo, podemos citar: o desemprego rural – provo-
do com o poder aquisitivo da popula-
cado pelo predomínio dos grandes latifúndios e pela mecanização das ativida-
ção. Dessa forma, é possível observar
des agrícolas –; a falta de incentivo aos pequenos produtores; a industrializa-
em uma mesma paisagem uma área
ção; o crescimento das atividades econômicas do setor terciário nas cidades; e
com moradias de alto padrão e bom
a busca por serviços urbanos, como saúde e educação.
nível de infraestrutura e uma área com
O crescimento acelerado das cidades, motivado também pelos fatores de
maior adensamento de moradias de
expulsão da população rural, e a falta de investimentos em educação e forma-
baixo padrão.
ção profissional, ajudam a explicar os problemas urbanos verificados nos países
da América Latina, como o desemprego e os altos índices de informalidade.
Um aspecto marcante das grandes metrópoles latino-americanas é a se- Atividade complementar
gregação socioespacial, resultante da ocupação de espaços bem definidos por ⓿ Converse com os estudantes
classes sociais específicas. Nas áreas em que se concentra a população com me- sobre a falta de moradia para
nor renda, a falta de atuação do Estado é marcante e se manifesta na presença parte da população nas cida-
de bairros com enorme carência de serviços e equipamentos urbanos – como des latino-americanas. Nesse
ruas asfaltadas, iluminação pública, redes de água e esgoto, postos de saúde, caso, trata-se de um problema
creches e escolas. Essa realidade contrasta com as condições de vida verificadas que afeta tanto pessoas em
situação de rua como aquelas
em bairros ocupados pelas populações de maior poder aquisitivo, que contam Vista de área urbana na
Cidade do México (México),
que vivem em moradias inade-
com boa infraestrutura – casas e edifícios de médio e alto padrão, ruas asfalta-
2020. A foto evidencia a quadas, que não proporcionam
das e bem iluminadas, fácil acesso a escolas, faculdades, hospitais, bibliotecas, segregação socioespacial uma existência digna. Ao reali-
parques, teatros, centros de cultura, cinemas, além de outros serviços. marcante das cidades da zar essa discussão, solicite a
América Latina.
eles que pensem em soluções
Alfredo Estrella/AFP
Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor
Momento Cidade #57:
Como grandes
metrópoles podem ajudar
sua população de rua
Jornal da USP. Disponível em:
https://jor nal.usp.br/podcast/
Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
momento-cidade-57-como-grandes
-metropoles-podem-ajudar-sua
⓿ Com base em elementos da foto, explique como a desigualdade social na América Latina se manifesta -populacao-em-situacao-de-rua/.
espacialmente. Converse com os colegas de turma sobre o assunto e evidencie de que forma isso acaba Acesso em: 15 maio 2022.
violando direitos básicos das populações de renda baixa. O podcast referido trata da ques-
Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. tão habitacional e das políticas pú-
blicas direcionadas à questão da
241 moradia nas grandes metrópoles,
podendo ser usado para ampliar
seus conhecimentos sobre o assunto
e também para estabelecer uma con-
Orientações didáticas Ao promover a leitura do texto com a turma e analisar as versa com os estudantes.
problemáticas das grandes cidades da América Latina, pro-
Uma proposta que pode ser utilizada neste momento é mova o trabalho com o TCT Educação em Direitos Humanos
a metodologia ativa sala de aula invertida. Nesse caso, an- e explore parte da CECH6, estimulando-os a refletir sobre
tes de iniciar a leitura do texto desta página, solicite aos a exclusão social e o direito à moradia. Explore também
estudantes que busquem na internet, em livros e revistas as habilidades EF08GE16 e EF08GE17, refletindo sobre os
imagens que reflitam características da urbanização e da problemas urbanos expostos e, particularmente, sobre a se-
desigualdade social no contexto da América Latina (dife- gregação socioespacial. Finalize essas discussões analisan-
rentes países). Então, peça-lhes que descrevam as ima- do a fotografia evidenciada nesta página e promovendo a
gens, citando as características que mais lhes chamaram a realização das atividades.
atenção. Anote na lousa as contribuições de cada um. Em
seguida, leia com eles o texto da página, destacando as Explore
causas que levaram à urbanização acelerada nessa região A discussão proposta nesta seção permite aos estudan-
e à ocorrência de diversos problemas sociais e ambientais. tes analisar o espaço urbano da América Latina e o aspecto
241
Orientações didáticas
Conheça mais
Conheça mais
Assentamentos urbanos precários e projetos inovadores de melhoria
Antes da realização das atividades,
A pobreza e a segregação socioespacial na América Latina estimulam a formação de favelas e a
solicite aos estudantes que leiam o tex-
ocupação de áreas de risco, como encostas de morros propensas a deslizamentos, locais sujeitos a
to, as imagens e os gráficos desta seção.
enchentes (onde as construções, em geral, são feitas sobre palafitas) e inundações (áreas marginais,
Questione-os sobre problemas comuns
que ficam em planícies de inundação ou de várzea).
às grandes cidades latino-america-
Nesses ambientes, caracterizados como as-
⓿ Primeiramente, organize uma Água encanada Rede elétrica Sistema de esgoto adequado
roda de conversa na qual os
estudantes irão mencionar as Nacional Nacional Nacional
ideias para o jogo. 12,7% 4,9% 38,3%
⓿ Separe uma aula para que or-
ganizem essas ideias pensando 61,7%
87,3% 95,1%
nas características que o muni-
cípio criado por eles terá. Em
Ilustrações: Fórmula Produções/Arquivo da editora
242
1. a) Os dados revelam maior carência de sistema de esgoto, sobretudo no espaço rural. A rede elétrica apresenta
maior percentual de oferta, considerando, em particular, o espaço urbano. No caso da rede de água, é grande o dese-
quilíbrio entre o espaço urbano e o espaço rural, que registra maior deficit. De modo geral, cerca de 13% da população
não dispõem de água encanada. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
2. a) Não há mais o descarte de lixo
a) Com base nos dados representados nos gráficos anteriores, como você avalia a oferta de servi- no local. No passado, antes de exis-
ços na América Latina? tir o parque urbano, o depósito de li-
b) Considerando a infraestrutura urbana e as características das habitações, o que é possível xo acarretava concentração de animais
constatar em relação às condições de vida da população na fotografia apresentada, de um transmissores de doenças, como ratos
trecho de Buenos Aires? e baratas; outros benefícios foram uma
2 Observe as fotografias a seguir e leia as legendas. dade neste Manual do Professor.
2. Leia as respostas e as orientações para a ativi- provável melhora na qualidade do ar
no local, bem como o oferecimento de
Trabalhadores em encosta na Comuna 4, mais espaços de lazer.
Raul Arboleda/AFP
1
favela em Medellín (Colômbia), 2014. Esse
local, que acumulou toneladas de lixo ao 2. b) Espera-se que os estudantes in-
longo de trinta anos, foi transformado em diquem se tratar de uma área com
parque urbano.
moradias precárias (devido à falta de
acabamento nas paredes), porém com
propostas de arte urbana por meio de
murais, enfatizando a noção de per-
tencimento dos moradores, bem como
atraindo a atenção de visitantes e turis-
Lucas Vallecillos/Alamy/Fotoarena
2 tas, o que pode gerar maior dinamismo
ao comércio local.
2. c) Oriente os estudantes a obser-
var a inclinação do relevo na fotogra-
fia. Aproveite para comentar com eles
Área revitalizada com arte em
murais na cidade de Medellín
que Medellín se localiza em uma região
(Colômbia), 2020. montanhosa, na cordilheira dos Andes.
Logo, o relevo deste local apresenta
grande variação de altitude, especial-
Gustavo Adolfo Delvasto Daza/Anadolu Agency/Getty Images
243
Orientações didáticas
México
Explique aos estudantes que, em 1994, na ocasião da adesão do México ao Nafta,
o EZLN organizou uma rebelião contra o governo mexicano, o qual, para sufocá-la,
convocou as forças do Exército.
Antes de promover o estudo propos-
to nesta página, peça aos estudantes O México é o segundo país mais populoso da América Latina, com população aproximada de 126 mi-
que descrevam as características que lhões de habitantes em 2020. A maior parte da população mexicana concentra-se na região Centro-Sul do
conhecem do México (culinária, cultura, território, no planalto de Anahuac – onde está localizada a Cidade do México, capital do país, e seu mais
economia, recursos naturais, entre ou- importante centro urbano, com população estimada em mais de 21,7 milhões de habitantes em 2020. As
tras). Anote na lousa as contribuições menores densidades demográficas são verificadas nos extremos norte e sul do país, assim como na maior
da turma. parte da costa do golfo do México (Atlântico).
Trabalhe a CECH7 apresentando aos Em várias regiões do México, sobretudo no norte, atuam diversos grupos ligados ao narcotráfico, pois
estudantes o mapa e peça a eles que o país é uma porta de entrada para as drogas nos Estados Unidos. No estado de Chiapas, o mais pobre do
descrevam o que ele representa, esti- país, destacam-se o predomínio da população indígena e os elevados índices de pobreza. Esse estado é o
mulando o desenvolvimento do racio- berço do movimento Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), grupo armado revolucionário que,
cínio espacial no que diz respeito à desde sua formação, pressiona o Estado mexicano a realizar mudanças sociais e econômicas na região.
localização e à simultaneidade. Faça a
interpretação cartográfica com a turma, Espaço econômico
procurando analisar de forma minucio-
O México apresenta o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina e uma economia
sa como se organiza a produção no
diversificada, com destaque para a alta participação do setor de comércio e serviços, assim como para a
país. Em seguida, desenvolva as habili-
indústria e o extrativismo. Observe o mapa da organização do espaço econômico mexicano.
dades EF08GE22 e EF08GE24, identi-
ficando os recursos naturais explorados
México: espaço econômico – início do século XXI
no território mexicano e analisando as Mexicali
suas demais características produtivas. E STADO S U NI DO S
Gr
Chihuahua
metrópoles latino-americanas e a rele-
an
Go
Ilha
de
lfo
Cedros Florestas
vância da atividade turística no país, Novo Laredo
da
Monterrey
ni
Culiacán Durango
âncer Cultura comercial e policultura
Trópico de C
Ao tratar do Exército Zapatista de Li- La Paz ZACATECAS
Cidade Vitória Terras não agrícolas
bertação Nacional (EZLN), leia para os OCEANO NAYARIT
MÉXICO Áreas de concentração industrial
San Luis Potosí Mérida Rio
PACÍFICO Tepic
Banco de imagens/Arquivo da editora
O turismo é uma importante atividade econômica do México, estimulada pela presença de cidades com
ampla infraestrutura dedicada ao setor, como Acapulco, na costa oeste, e Cancún, na costa leste. Além de
belas praias, o México reúne um rico e diversificado patrimônio histórico-cultural que inclui museus, monu-
mentos e ruínas das civilizações asteca e maia, atraindo o interesse de visitantes de todo o mundo.
Em relação à produção agropecuária, a participação do setor na composição do PIB é menor do que
no Brasil e na Argentina. No entanto, diversos cultivos se destacam no espaço rural mexicano, entre eles o
milho, a soja, o trigo, o algodão, o café e a cana-de-açúcar.
244
Leitura complementar
Revolta em Chiapas tes da Universidade Nacional, que, numa longa greve pela conservação do caráter
[...] O EZLN é um movimento armado que, diferentemente de muitos outros na público da educação, que se estendeu de 1999 a 2000, adotaram formas inovadoras
América Latina, não exigiu que a sociedade formasse uma organização semelhan- na elaboração de suas decisões, nos modos de conduzir as discussões e de nomear
te ou se apetrechasse com equipamentos de guerra. Em vez disso, sustenta que a seus representantes.
mudança acontecerá mediante a construção de outro modo de produção da vida, A luta dos zapatistas se processa na construção da autonomia, que também foi
e não pela tomada do poder do Estado. seguida pelos povos nativos de outras partes do país, das comunidades de apoio
O EZLN é composto de indígenas e, ainda que estes reivindiquem seus direitos que vão tecendo novas formas de sociabilidade entre mulheres e homens, entre
culturais, não é um movimento étnico. A denúncia da condição indígena é simul- velhos, adultos e crianças, entre professores e alunos, ao mesmo tempo que se
tânea à da homofobia, do sexismo, do antissemitismo etc. Essa postura permitiu conjugam tradição e apropriação de novos conhecimentos. [...]
agrupar uma corrente ampla de simpatizantes ou, mais ainda, de organizações MÉXICO. In: SADER, Emir; JINKINGS, Ivana (coord.). Latino-americana: enciclopédia
que procuram retomar o método político dos zapatistas. Foi o caso dos estudan- contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo, 2006.
244
Orientações didáticas
Extrativismo e indústria
O estudo das páginas 245 a 248 fa-
O território mexicano possui riquezas minerais como prata, chumbo, zinco,
vorece o trabalho com a habilidade EF-
cobre e uma das maiores reservas mundiais de petróleo e gás natural – as
08GE24, tendo em vista que auxilia no
exportações petrolíferas geram importantes fontes de divisas para o país. A fonte de divisas: fonte entendimento das principais caraterís-
abundância desses minerais e a expansão da produção de energia elétrica e de dinheiro que entra
no país. ticas produtivas de alguns países lati-
das indústrias petroquímicas, siderúrgicas e automobilísticas favoreceram o
no-americanos, no caso, o México e a
desenvolvimento industrial mexicano, marcado pela forte presença de trans-
Argentina. Ao tratar dos principais re-
nacionais estadunidenses.
cursos naturais desses países, também
A presença de unidades produtivas de empresas estadunidenses no Méxi-
é possível mobilizar parcialmente a ha-
co, chamadas de maquiladoras, aumentou com a criação do Nafta, substituí-
bilidade EF08GE22.
do pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), que, por sua vez,
Discuta com os estudantes como se
pode limitar a continuidade dessa ampliação, como visto no Capítulo 9. Essas
estrutura o intercâmbio de produtos
indústrias se beneficiam da mão de obra local barata e de impostos e encargos
industrializados envolvendo as parce-
sociais mais baixos (subsidiados pelo governo), além da localização estratégica
rias entre o México e os Estados Uni-
– a maioria está localizada na zona de fronteira, possibilitando o escoamento
dos, a partir da inserção de indústrias
de produtos com preços baixos e competitivos para o mercado estadunidense.
estadunidenses em território mexica-
A entrada de indústrias transnacionais no México alavancou as vendas de
no. Amplie as análises sobre os blo-
bens industrializados para o exterior, sobretudo produtos eletroeletrônicos, ele-
cos econômicos mobilizando parte da
trodomésticos e automotivos. Essas empresas importam parte dos componen-
habilidade EF08GE12 e refletindo so-
tes e peças de outras filiais ou de suas matrizes a fim de realizar a montagem
bre a importância da criação e do
da mercadoria final: máquinas fotográficas, computadores, impressoras, televi-
desenvolvimento do Acordo Estados
sores, veículos automotores, entre outros produtos. Unidos-México-Canadá (USMCA), an-
tes denominado NAFTA.
Andrea Sosa Cabrios/picture alliance/dpa/Imageplus
Explore
A análise das atividades das maqui-
ladoras no território do México, conside-
rando o intercâmbio de produtos com
os Estados Unidos, possibilita a mobi-
lização das habilidades EF08GE09 e
EF08GE24.
Funcionários em processo
de montagem de veículos
em unidade produtiva de
empresa transnacional em
San Luis Potosí (México),
2019. As maquiladoras se
beneficiam de vantagens
comparativas para fabricar
seus produtos no México,
de onde os produtos
são majoritariamente
exportados.
245
Orientações didáticas
Argentina
Assim como foi feito em relação ao
México, peça aos estudantes que des- Com uma população estimada em 45,3 milhões em 2020, a Argentina apresenta um território relativa-
crevam o que conhecem sobre a Argen- mente extenso que se destaca pela baixa densidade demográfica – a exceção é a província de Buenos Aires,
tina. É importante cuidar para que se com cerca de 16,5 milhões de habitantes (2020), onde está localizada a capital da Argentina.
evitem referências estereotipadas so- Entre as décadas de 1940 e 1960, os argentinos desfrutavam de um padrão de vida elevado. Depois des-
bre a Argentina e sua população. Apro- se período, no entanto, esse padrão começou a cair em razão de problemas internos e externos, durante e
veite essa retomada de conhecimentos após a ditadura militar (décadas de 1970 e 1980).
prévios para analisar algumas caracte- A partir dos anos 1990, o país vivenciou um processo bastante intenso de abertura econômica e pri-
rísticas do país no que se refere aos vatizações que, em um primeiro momento, provocou a queda da inflação e a estabilização da economia.
aspectos políticos, econômicos e de Todavia, o que se verificou no longo prazo foi a estagnação econômica e a elevação das taxas de inflação,
desigualdades sociais, proposta que além do aumento da pobreza, das desigualdades sociais e da dívida externa.
favorece o trabalho com a habilidade
EF08GE20. Pontue as mudanças ocor- Espaço econômico
ridas na economia e na política do país
ao longo do tempo e como isso interfe- O território argentino está subdividido em quatro regiões que apresentam características específicas em
riu (e ainda interfere) nas condições de relação à sua produção econômica: Pampa, Chaco, Patagônia e região andina. Observe o mapa do espaço
ai
espectro político e ideológico. Aprovei- OCEANO ejo
gu
BRASIL
a
PACÍFICO
Par
te para comentar com os estudantes Santiago
Rio
Região Andina del Estero
sobre o contexto atual da crise econô- Resistencia
Chaco
mica argentina. Mencione que, no final
ná
Rio Para
de 2021, quatro em cada dez argenti-
guai
nos vivam em situação de pobreza. Pa-
Rio Uru
Córdoba
Rosário
ra fomentar a discussão, leia para os Mendoza URUGUAI
estudantes o texto da Leitura comple- OCEANO
Rio Salado
Rio da
Prata ATLÂNTICO
mentar, sugerida na próxima página CHILE
Buenos Aires
ico
centrações industriais, agrícolas e de Puerto Santa Cruz
Criação de gado leiteiro Girassol Carvão
246
O Pampa argentino Projetando-se os dados da pes-
quisa para o total do país, conclui-
O Pampa é a região mais dinâmica do espaço geográfico argentino, concen-
-se que 18,8 milhões de habitantes
trando grande parte das produções agropecuária e industrial e cerca de 70% da Argentina são pobres, ou seja,
da população nacional. É onde se situa Buenos Aires e as cidades de Rosário e têm renda insuficiente para arcar
Córdoba, as mais importantes do país. com gastos básicos. Destes, quase
Trata-se de uma das áreas mais produtivas do globo, com destaque para a cinco milhões estão em uma situa-
agropecuária: na região é praticada atividade agrícola intensa, ao lado de uma ção muito mais grave: não contam
próspera criação de bovinos e ovinos. O solo da região do Pampa é muito fértil, com dinheiro suficiente para com-
o que favorece a alta produtividade, principalmente do trigo. É dessa região que prar alimentos e devem recorrer a
os argentinos obtêm metade de sua produção agrícola. refeitórios gratuitos ou a outro tipo
de ajuda.
Juan Mabromata/AFP
No meio deste ano, a renda per
capita dos 10% mais pobres da
sociedade argentina era de 5.675
pesos (313 reais, pelo câmbio oficial
atual), enquanto no extremo opos-
to os 10% mais ricos tinham uma
renda 25 vezes maior, de 142.116 pe-
sos (7.841 reais).
O problema da insegurança
alimentar nos lares com menos
recursos afeta inclusive a capital, a
cidade mais rica: 7,5% das famílias
portenhas correm o risco de passar
fome, segundo o Observatório da Dí-
vida Social da Universidade Católica
Argentina.
Área de criação de gado
Essa região apresenta similaridade com o Pampa brasileiro, particularmente bovino em fazenda [...]
no que se refere à existência de pastos naturais e à criação de bovinos para corte, próxima a Ramallo, “Em contextos altamente infla-
cerca de 245 km a
realizada de forma tanto extensiva como intensiva. O circuito da carne no Pampa noroeste de Buenos cionários, a maior proporção de
argentino é marcado pela presença de grupos industriais frigoríficos (inclusive Aires (Argentina), 2019. gastos alimentícios implica uma
brasileiros que atuam na Argentina) que abastecem os mercados interno e ex- maior dificuldade para poder al-
terno com carne de alta qualidade. A atividade pecuária possibilita também a cançar o consumo adequado de ali-
industrialização do couro para a fabricação de roupas, bolsas e calçados.
mentos. Esta diminuição da capa-
cidade de ter acesso aos alimentos
Em meados da década de 2000, a Argentina era o terceiro maior exportador
se traduz em situações de insegu-
de carne do mundo, mas a proibição temporária da exportação e a elevação de
rança alimentar. Sem dúvida, como
impostos no país contribuíram para uma diminuição no volume de carne argen-
mostra o estudo, a problemática
tina direcionado ao mercado externo. Atualmente, a Argentina está entre os teria sido muito mais grave sem os
dez maiores exportadores. O país se destaca nas exportações de cereais (trigo programas públicos e privados de
e soja) e lã, produtos que, juntos, representam cerca de dois terços das expor- assistência alimentar”, destaca o
tações argentinas. Os principais destinos são Brasil, China e Estados Unidos. relatório do Observatório. [...]
CENTENERA, Mar. Crise econômica
não dá trégua na Argentina: 4 em
Explore NÃO ESCREVA NO LIVRO.
cada 10 pessoas são pobres. El Pa’s,
Buenos Aires, 1o out. 2021. Disponível
⓿ Analise as principais características da região do Pampa argentino, em: https://brasil.elpais.com/
considerando os aspectos naturais da região e o intercâmbio de produtos economia/2021-10-01/crise-economica
agropecuários com os Estados Unidos e alguns países do Mercosul. -nao-da-tregua-na-argentina-4-em-cada
-10-pessoas-sao-pobres.html.
Espera-se que os estudantes reconheçam que a região apresenta solos férteis, pastagens naturais em abundância
e abriga uma produção dinâmica e moderna, tanto pecuária como agrícola. Destaca-se, nesse contexto, o circuito Acesso em: 11 jul. 2022.
da carne e a produção de cereais (trigo e soja) e lã, que geram exportações volumosas para os Estados Unidos e
também para o Brasil, país que, assim como a Argentina, integra o Mercosul. Leia as orientações para a atividade 247
neste Manual do Professor.
Orientações didáticas
Leitura complementar
Ao promover a análise do Pampa, destaque a importân-
cia dessa região para a produção agropecuária do país, Crise econômica não dá trégua na Argentina: 4 em
de forma a dar sequência ao trabalho com a habilidade cada 10 pessoas são pobres
EF08GE24. Analise as características de produção nessa re- Na Argentina, 4 em cada 10 pessoas são pobres, e 1 em
gião, retomando também o mapa da página anterior. cada 10 vive na miséria. Os dados do Instituto Nacional
de Estatística e Censos (Indec), correspondentes ao pri-
Explore meiro semestre de 2021, mostram a lenta recuperação da
Aproveite a atividade para mobilizar também parte da sociedade argentina depois da pandemia de covid-19 e dos
habilidade EF08GE22, destacando a importância da agro- anos anteriores de crise econômica. A pobreza só recuou
pecuária para a Argentina. Comente as similaridades entre 1,4 ponto percentual com relação aos 42% de seis meses
o Pampa argentino e o Pampa gaúcho, na região Sul do Bra- antes, mas segue muito longe dos 32,2% de cinco anos
sil, que resultam em uma maior integração econômica en- atrás, e ainda mais dos 24,7% registrados há uma década.
tre Brasil e Argentina.
247
Orientações didáticas
Demais regiões
Amplie as discussões iniciadas na
O Chaco, região ocupada pelo povo indígena Guarani, apresenta baixa den-
página anterior analisando com os es-
sidade demográfica, com predomínio da pecuária extensiva de bovinos e de
tudantes as características gerais das
espaços agrícolas dedicados ao cultivo do algodão, do sorgo e do milho.
demais regiões argentinas (Chaco, Pa-
Na Patagônia, a região menos povoada do país, predominam as grandes
tagônia e região andina). Destaque o
propriedades rurais. A prevalência dos climas Desértico e Semiárido dificulta
que é produzido nessas áreas e, se
a produção agrícola, no entanto a região se destaca na criação de ovinos em
possível, mostre por meio de um pro-
grama ou site de imagens de satéli- sistema extensivo, assim como na extração de petróleo e gás natural. Recente-
te algumas das regiões mencionadas mente, o turismo e o cultivo de uva para a fabricação de vinhos vêm se expan-
nesta página. Assim, trabalha-se com dindo na região.
a primeira parte da CEG4 no que se re- Na região andina, onde predomina o cultivo de frutas – com destaque para
fere ao uso da linguagem iconográfica a uva – e de oliveiras, a cidade mais importante é Mendoza, grande produtora e
para desenvolvimento do pensamento exportadora mundial de vinhos. A região também se destaca pela produção de
espacial. Essa proposta pode ser com- azeite, além da extração de petróleo e gás natural.
plementada também com a análise de
Andres Larrovere/AFP
fotografias.
Para complementar o estudo, orien-
te os estudantes a comparar o mapa do
espaço econômico argentino com um
mapa dos tipos climáticos da América
do Sul. Essa dinâmica pode render uma
discussão interessante neste momen-
to acerca da influência do clima sobre
a produção econômica, principalmen-
te na região andina e na Patagônia ar-
gentina.
Finalize aprofundando a habilidade
EF08GE24 ao trabalhar o tema do es-
paço industrial argentino. Discuta com
os estudantes as características da pro-
dução industrial no país, destacando os
setores alimentício e têxtil e a locali- Plantação de uvas (parreirais) em Mendoza (Argentina), 2021. Ao fundo, a cordilheira
dos Andes, de onde, no período da primavera, começa a drenagem da água com o
zação das principais áreas industriais, derretimento das neves, utilizada para irrigar as parreirais.
sobretudo ao redor da capital e princi-
pal metrópole argentina, Buenos Aires. O setor industrial
As indústrias argentinas se concentram principalmente na Região Metropo-
litana de Buenos Aires (siderúrgicas, estaleiros navais, refinadoras de petróleo,
indústrias mecânica, têxtil e alimentícia). Outros centros industriais importan-
tes ocorrem ao redor das principais cidades do país, como Rosário, Córdoba,
Santa Fé e Mendoza.
Os setores industriais mais expressivos são o de alimentos (carne) e o têxtil
(couro e lã), que aproveitam a grande disponibilidade de produtos agropecuá-
rios. Outros setores industriais presentes são o automobilístico, o metalúrgico e
o da construção civil. As empresas transnacionais controlam boa parte dessas
indústrias, como as fábricas do setor automobilístico, sendo marcante a pre-
sença do capital estrangeiro na economia do país.
248
248
Orientações didáticas
Contraponto
Contraponto
Meio ambiente
Leia o texto da seção com a turma
Leia o texto a seguir.
e proponha uma discussão sobre qual
Dívida e meio ambiente na América Latina tem sido o papel da América Latina na
Na América Latina, assim como no resto dos Estados Capitalistas Periféricos Estado Capitalista produção de mercadorias e quais são
(ECP), a questão do meio ambiente é particularmente delicada, pois o ritmo de Periférico (ECP): país em os principais impactos ambientais que
exploração dos recursos e de geração (e importação) de poluentes ultrapassa a desenvolvimento
localizado no hemisfério
afetam a região. Em seguida, oriente os
capacidade dos ecossistemas. Trata-se de um dos principais resultados da cons-
sul. estudantes a responder ao que se pede.
tante e crescente transferência de riqueza, que tem como pilar principal o paga-
impacto ecossocial:
mento das dívidas externas e que só foi possível mediante o aumento genuíno efeito no ambiente e na
Na atividade 1, comente com os es-
da produtividade, o empobrecimento das pessoas dos países devedores e o abu- sociedade, nesse caso, tudantes que a forma como a América
so da natureza. Tal transferência não se limita ao século XX e princípio do século decorrente da Latina participa da DIT é fundamental
XXI. Suas origens remontam à época colonial. [...] Os impactos ecossociais da exploração mineral.
Estado Capitalista para entendermos alguns dos proble-
exploração de minerais, ainda que devastadores, não alcançaram as dimensões
Central (ECC): país mas ambientais nessa região. A eco-
insustentáveis que atualmente se registram, promovidas pelo emprego de tecno- desenvolvido localizado
logias e técnicas próprias dos séculos XX e XXI. no hemisfério norte.
nomia latino-americana é baseada, na
A América Latina foi fonte não só de recursos valiosos, como o ouro e a maioria dos países, na produção de gê-
prata, mas também de diversas matérias-primas de baixo preço e que são extraí- neros primários (agricultura e minerais).
das fundamentalmente para exportação a granel. Esse papel é exercido ainda na Dessa forma, há uma grande explora-
atualidade, mas é realizado não mais pelo aparato de “funcionários” da colônia, ção de recursos naturais e, ao mesmo
e sim por atores empresariais dos Estados Capitalistas Centrais (ECC) e por
tempo, desmatamento para implanta-
atores nacionais/locais — embora, muitas vezes, estes últimos terminem sendo
sócios dos primeiros.
ção de monoculturas de exportação.
Esse mecanismo de transferência da riqueza natural vem se consolidando, A leitura e a interpretação do texto
1. Porque o ritmo de explo-
por um lado, com o pagamento de juros das dívidas externas, e por outro, graças ração dos recursos naturais permitem a mobilização da habilidade
a um comércio sustentado e ecologicamente desigual. Tal desigualdade trans- e de geração de poluentes EF08GE20, uma vez que contribui para
parece na enorme discrepância do tempo necessário para a produção dos bens ultrapassa a capacidade de
suporte dos ecossistemas. a análise de características econômicas
exportados pelos ECP, muito mais longo que o requerido pelos bens industriais e Leia as orientações para de países da América Latina em con-
os serviços dos ECC. A essa desigualdade acrescenta-se ainda a questão dos pre- a atividade neste Manual
ços das exportações dos ECP, nos quais estão incorporados os custos ambientais. do Professor. junto com as pressões causadas à na-
No mesmo teor e como resposta a tal sa- tureza. Nesse sentido, a seção também
Raul Arboleda/AFP
que, especialistas no assunto [...] vêm falando é uma oportunidade de trabalho com o
corretamente — desde 1992 [...] — de uma dí- TCT Educação Ambiental.
vida ecológica dos países do Norte com os do
Sul, já que estes têm de aumentar sua produti-
vidade e superexplorar seus recursos naturais.
SADER, Emir; JINKINGS, Ivana (coord.).
Latino-americana: enciclopédia contemporânea
da América Latina e do Caribe. São Paulo:
Boitempo, 2006. p. 76.
2. O texto mostra que a exploração de recursos minerais ocorria na época ou período colonial, com
fortes impactos ambientais, mas não no mesmo patamar que o verificado atualmente, em razão da
aplicação “de tecnologias e técnicas próprias dos séculos XX e XXI”.
249
249
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
Antes de realizar o estudo sobre os
Eixos do capítulo, incentive os estudan-
⓿ Relações comerciais intensas AMÉRICA LATINA – ⓿ Crescimento econômico e
250
1. a) Esse modelo acarretou a falência de muitas empresas nacio-
nais, que não suportaram a concorrência das empresas estran-
geiras, causou dependência tecnológica em relação às indústrias
transnacionais e a outros investimentos estrangeiros, além de
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Orientações didáticas
contribuir para o crescimento da dívida externa.
1. b) Ele acentuou as desigualdades sociais, pois não houve implementação de políticas do governo
Retome para melhorar a distribuição de renda. As indústrias transnacionais e os grandes grupos nacionais se Atividades
beneficiaram da mão de obra barata.
1 Industrialização com substituição de importações, protecionismo e presença de transnacionais são Na atividade 1, para a resolução
características marcantes do modelo econômico adotado na Argentina, no Brasil e no México entre as dos itens a e b, mobilize a CECH2, es-
décadas de 1940 e 1980, aproximadamente. Responda: 1. Leia as orientações para a atividade neste timulando os estudantes a analisar o
Manual do Professor.
a) Quais foram as consequências desse modelo para a economia desses países? mundo social com base nos conhe-
b) Quais foram as consequências sociais desse modelo econômico? cimentos das Ciências Humanas, vi-
sando que se posicionem diante de
2 Explique e analise os principais problemas urbanos da América Latina estudados neste capítulo,
problemas diversos.
considerando as condições de vida da população nas grandes cidades da região. 2. Espera-se que os
estudantes mencionem, por exemplo, o desemprego, a pobreza e a segregação socioespacial, que fazem Na atividade 2, se os estudan-
com que parte da população não tenha acesso a serviços básicos e moradia digna, vivendo em zonas de ris-
Exercite co e em condições precárias. Esse cenário é resultado de fatores como êxodo rural e urbanização acelerada, tes apresentarem dificuldades, peça
ampla desigualdade social e baixos investimentos do Estado em setores como moradia, saúde e educação, àqueles que se sentirem confortáveis
entre outros exemplos. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor.
3 Leia as informações do texto e do mapa. Depois, responda às questões. que leiam em voz alta a resposta pa-
Apesar de todas as dificuldades, comuns nas diferentes unidades de conservação, o Parque Nacional do ra uma discussão envolvendo toda a
Iguaçu é um modelo para os demais parques brasileiros. [...] em 1999, Iguaçu foi escolhido pelo Ibama para
turma, dedicando maior tempo a esta
ser usado como laboratório de um novo modelo de gestão. Entre os motivos da escolha estão a facilidade de
acesso ao local, graças à infraestrutura de transporte da tríplice fronteira, e o pioneirismo do parque, o primeiro
atividade, tendo em vista que é uma pos-
a ter um plano de manejo no Brasil. O trabalho é feito pelo Parque do Iguazu em parceria com o Jica (Japan sibilidade de trabalho com a habilidade
International Cooperation Agency). EF08GE16, que trata da análise de pro-
MARTINO, Natália. Onde os mundos se encontram. Horizonte geográfico, São Paulo, dez. 2010. p. 40. blemáticas urbanas na América Latina.
Tríplice fronteira 3. b) É importante observar se os es-
Barragem
de Itaipu tudantes são capazes de utilizar sím-
bolos e cores de forma coerente com
o que vêm estudando e com o nível de
BR
-27
7 cognição e conhecimento cartográfico
Ciudad
del Este Ponte da
B R AS I L
que se espera de um estudante de 8o
Amizade
Foz do
ano. Espera-se que identifiquem os es-
Iguaçu paços urbanos, as rodovias e ruas, os
Rio Paraná
Iguazú Ri 9
o Parque Nacional
Ig
ua Iguazú
çu
(Argentina) 3. d) Essas áreas representam parques
0 5 10
Elaborado com base
nacionais do Brasil e da Argentina, uni-
km
ARGENTINA Cataratas em: HORIZONTE dades de conservação ambiental. Em
Rodovias e ruas
do Igua•u
geográfico. São relação à relevância dessas áreas pa-
Barragem Paulo: Horizonte,
55º O
dez. 2010. p. 37. ra a cooperação entre as nações do
3. a) Porque se trata de uma região que fica na divisa Mercosul, espera-se que os estudan-
a) Por que o título do mapa é “Tríplice fronteira”? entre Paraguai, Brasil e Argentina.
tes reconheçam que os países eviden-
b) Identifique os elementos presentes no mapa e crie legendas de acordo com as cores e as formas
ciados fazem parte dessa organização
representadas. 3. b) Leia as orientações para a atividade neste 3. c) Entre Brasil e Paraguai,
Manual do Professor. e, como se trata de áreas localizadas
c) Que elementos definem os limites entre Brasil, Argentina e Paraguai? o rio Paraná; entre Brasil e em zonas de fronteira, é importante
Argentina, o rio Iguaçu.
d) Qual é a importância ambiental das áreas hachuradas? Em sua resposta, considere também a rele- que exista uma gestão conjunta desse
vância dessas áreas para a cooperação entre os países do Mercosul. imenso grupo de recursos naturais. A
e) A que país (ou países) pertencem as cataratas do Iguaçu? 3. d) e e) Leia as respostas e orientações para cooperação, no caso, é uma forma de
a atividade neste Manual do Professor.
garantir o desenvolvimento de todos os
251 países envolvidos. Neste item, mobili-
za-se a habilidade EF08GE22.
251
15
Leia as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
BNCC no capítulo 1. Como o Peru está na América do Sul e a altitude é elevada (3 400 m), os
estudantes devem concluir que o elemento natural em questão é a cordilheira
dos Andes.
Competências gerais da Educação 2. A igreja, na praça, mostra a influência da cultura espanhola. A arquitetura da
própria praça e das construções em seu entorno também evidencia a influên
Básica (CG): 1, 2, 4, 5, 7 e 9. cia espanhola.
Outros países
3. É provável que os estudantes
Competência específica de Ciências façam referência às desigualda
Humanas para o Ensino Fundamental des sociais, à pobreza e ao fato de
latino-americanos
as atividades primárias (agrope
(CECH): 7. cuária e mineração) terem consi
derável importância na economia,
Competências específicas entre outros exemplos.
de Geografia para o Ensino Erwin Widmer/Shutterstock
Fundamental (CEG): 1 e 5.
Habilidades de Geografia: EF08GE05,
EF08GE06, EF08GE07, EF08GE08,
EF08GE09, EF08GE10, EF08GE11,
EF08GE13, EF08GE17, EF08GE20,
EF08GE22 e EF08GE24.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação em Direitos
Humanos e Diversidade Cultural.
Introdução
Este capítulo aborda as semelhanças Para começar
e as particularidades socioeconômicas
Converse com os
de países latino-americanos. Nesse tra-
colegas e o professor.
balho, são feitas análises dos espaços
regionais da América Latina, iniciando- 1. A cidade de Cuzco,
no Peru, está situada
-se com um panorama da América Cen-
em meio a montanhas
tral, destacando-se a questão do canal que fazem parte de
do Panamá, e, em seguida, com a Amé- um elemento natural
rica do Sul, em que os países são ana- importante da
lisados considerando suas principais América do Sul. Você
especificidades. sabe que elemento
natural é esse?
Essas análises permitem o trabalho Vista da cidade de Cuzco (Peru), 2019, com a Plaza de Armas em primeiro plano. Antiga
2. Que elementos da capital do Império Inca, a cidade está situada a 3 400 metros de altitude.
com: a habilidade EF08GE06 ao tra-
paisagem da praça
balhar a atuação de organizações mun- central de Cuzco
diais; a EF08GE07, ao abordar o papel
e a influência dos Estados Unidos no
(Plaza de Armas)
mostram a influência
Diversidade entre os países
continente; as habilidades EF08GE09 e da colonização
Com exceção de Brasil, Argentina e México, os países da América Latina
EF08GE13, considerando os estudos so- europeia?
apresentam pouca ou relativa diversificação industrial. Consequentemente,
bre os padrões de produção em escala 3. O que você sabe
suas economias são dependentes dos setores primário e terciário.
global e o desenvolvimento científico e das características
socioeconômicas dos
Apesar dessas características comuns, é importante ressaltar que os paí-
tecnológico; as habilidades EF08GE10 ses latino-americanos que estudaremos neste capítulo apresentam caracte-
países latino-
e E08GE17, considerando o tratamen- -americanos, rísticas econômicas distintas e diversas particularidades.
to sobre os movimentos sociais nesses excetuando-se o A atividade industrial do Chile, da Colômbia e da Venezuela, por exemplo,
países e a segregação socioespacial nos México, a Argentina
é mais diversificada que a dos demais países; já no Uruguai e em alguns
ambientes urbanos; além das habilida- e o Brasil?
Estados-nações da América Central – Bahamas e ilhas Bermudas (possessão
des EF08GE20, EF08GE22 e EF08GE24, NÃO ESCREVA NO LIVRO.
do Reino Unido) –, o turismo é uma importante fonte de renda.
as quais dizem respeito às caracterís-
ticas socioeconômicas e espaciais dos
252
países latino-americanos; e, por fim, a
habilidade EF08GE08, tendo em vista a
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
análise da situação de alguns países la-
tino-americanos no período pós-guerra. Para começar mobiliza a EF08GE20, uma vez que propõe a análise de ca-
Para iniciar o trabalho com os te- racterísticas socioeconômicas de países da América.
As questões de início levam os estudantes a refletir sobre
mas do capítulo, questione os estudan- as características naturais e culturais presentes na fotogra-
tes a respeito do que sabem sobre: os fia. Ao mobilizarem conhecimentos sobre as características
conceitos de Estado, governo e territó- percebidas, reconhecendo que Cuzco está localizada na
rio (a fim de compreender alguns dos cordilheira dos Andes e apresenta uma arquitetura colo-
conflitos que se inserem no continente
nial, desenvolve-se um aspecto da CECH7, no que se refere
latino-americano, mobilizando a habili-
à utilização da linguagem iconográfica que trabalha o racio-
dade EF08GE05), a presença de orga-
nizações internacionais e sobre o papel cínio espaço-temporal relacionado à localização.
dos Estados Unidos na América Latina. Como a atividade 3 tem um caráter bastante amplo, é
Pergunte a eles, também, quais são os importante conduzi-la em clima de respeito pelos saberes
principais produtos de exportação das de cada indivíduo, desenvolvendo, assim, a CG9 (empatia
regiões a ser estudadas. e cooperação). O encaminhamento da atividade também
252
América Central Orientações didáticas
Para iniciar as discussões deste tó-
Na América Central, existem contrastes significativos relacionados às con- pico, proponha um bate-papo sobre
dições de vida da população. A Costa Rica, por exemplo, é um país com IDH a América Central com o objetivo de
considerado muito alto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi- oportunizar o compartilhamento dos
mento (Pnud). Já o Haiti é um dos países mais pobres do mundo, com taxas de conhecimentos prévios de cada estu-
mortalidade infantil superiores a 40‰ e uma parcela expressiva da população dante com os demais colegas de tur-
vivendo em condições de pobreza. ma, além de proporcionar um ambiente
propício à liberdade de argumentação
Gianfranco Vivi/Shutterstock
253
253
As principais cidades estão concentradas nas áreas próximas à costa do Pacífico, como San Salvador, Manágua e São
José, respectivas capitais de El Salvador, Nicarágua e Costa Rica. Leia as orientações para a atividade neste Manual
do Professor.
Orientações didáticas
América Central continental ou ístmica
Trabalhe a CECH7, interpretando com
A América Central continental é formada por um istmo situado entre o México (América do Norte) e a
a turma o mapa desta página com o ob-
Colômbia (América do Sul), com cerca de 2 300 km de extensão. Observe o mapa.
jetivo de desenvolver o raciocínio espa-
cial relacionado à localização. Peça aos
estudantes que interpretem as informa- América Central ístmica: político, rodoviário, ferroviário Explore
e agrícola – início do século XXI
ções geográficas representadas nele e ⓿ Observe no mapa as
oriente-os a responder ao que se pede. Golfo do
México áreas continentais
Aprofunde o trabalho com a CEG1, AMÉRICA
situadas próximas à
discutindo com os estudantes as ca- DO NORTE costa do Pacífico e
à costa do mar do
racterísticas da produção nas áreas de Belize City
Belmopán Caribe. O que é possível
planalto e nas baixadas litorâneas da BELIZE
concluir sobre a
região, assim como o papel da indús- GUATEMALA
Cortés
São Pedro Sula distribuição espacial das
Quezaltenango
tria em países como a Costa Rica e o HONDURAS
Cidade da Guatemala 15º N principais cidades da
Antígua
Panamá e acerca de como os governos Tegucigalpa
Santa Ana San Salvador
Sonsonate Mar das Antilhas Capital de país América Central?
São Miguel (Mar do Caribe) Cidade
EL SALVADOR
locais agem diante da implantação de NICARÁGUA Rodovia
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
León Manágua
transnacionais em seus territórios. Tais Ferrovia
Banco de imagens/Arquivo da editora
254
Canal do Panamá A construção do canal do
Panamá foi um grande feito
Orientações didáticas
da engenharia da época e Antes de desenvolver o estudo des-
Com a finalidade de encurtar a distância das viagens marítimas entre as envolveu diversas dificulda
costas do Atlântico e do Pacífico, permitindo mais rapidez na comunicação en-
des, como atravessar uma ta página, pergunte aos estudantes o
floresta densa. O desenvol
tre os territórios banhados pelos dois oceanos, foi construído um canal artificial vimento tecnológico que que sabem sobre o canal do Panamá.
permitiu essa ligação arti Deixe que falem livremente e anote na
em um dos pontos mais estreitos da América Central ístmica, no Panamá. ficial entre os oceanos
A história panamenha está diretamente relacionada ao canal. O território Pacífico e Atlântico teve lousa as contribuições, resgatando co-
grande impacto sobre a eco nhecimentos prévios sobre o tema, ou
que hoje representa o Panamá pertencia à Colômbia, e a construção do canal nomia mundial, encurtando
despertou o interesse de empresários franceses e estadunidenses. A indepen- as distâncias no transporte mesmo sobre outros canais artificiais
marítimo entre os dois ocea que os estudantes conheçam, como
dência do país, conquistada em 1903, se deu com a ajuda dos Estados Unidos nos. O canal foi de particular
importância para a ascen o canal de Suez, no Egito. Em segui-
em troca da concessão da área em que o canal está localizado. são econômica dos Estados
da, amplie o trabalho com a habilidade
As obras do canal do Panamá, iniciadas pela França em 1878, foram concluí- Unidos (país com abertura
para os dois oceanos), que EF08GE05, resgatando conceitos como
das em 1914 pelos Estados Unidos, que passaram a ter domínio sobre um trecho o construíram e administra
ram durante muito tempo. Estado, território e governo, com base
do território panamenho: uma faixa de terra de 18 quilômetros de largura, co-
Hoje, é fonte de divisas para no texto desta página, que explica a fi-
nhecida como Zona do Canal. Por meio do pagamento de uma taxa ao Panamá, o Panamá. Leia as orienta
ções para a atividade neste nalidade e a história de construção do
o país manteve esse direito até o ano 2000, quando a região foi devolvida aos Manual do Professor. canal do Panamá, que envolve a noção
panamenhos.
de soberania.
Desde então, devido à sua grande importância
EWY Media/Shutterstock
As análises sobre a construção do
para o comércio marítimo mundial, a Zona do Canal
canal e, de modo específico, a ativida-
passou a ser uma zona neutra internacional – pelo
de proposta, possibilitam a mobilização
canal do Panamá, transitou cerca de 6% do comér-
da EF08GE13, no que se refere à in-
cio mundial em 2020. O canal é administrado pela
fluência do desenvolvimento científico
Autoridade do Canal do Panamá, uma empresa pú-
e tecnológico na economia do Panamá.
blica. Tirados os custos de operação, as taxas cobra-
das de navios que passam por ali representam uma Explore
contribuição significativa para o PIB do país – cerca
É possível conversar com os estudan-
de 1,7 bilhão de dólares em 2019. O turismo também
tes sobre esse canal, destacando a rota
é uma importante atividade econômica local. que as embarcações precisariam reali-
zar caso não houvesse esse trecho para
a navegação, envolvendo maior tempo
de deslocamento e custo, além dos ris-
cos no deslocamento em áreas mais
frias do hemisfério sul.
Eclusas de Gatún, no canal do Panamá
(Panamá), 2022. A travessia do canal – que Para ampliar as discussões propos-
tem 85 quilômetros de comprimento – é tas nesta página, assista com os es-
possível graças a um sistema de eclusas e
comportas. Essa ligação entre os oceanos
tudantes ao vídeo sugerido a seguir, a
Pacífico e Atlântico foi um grande feito fim de que eles possam ter uma dimen-
tecnológico na época de sua criação, são da grande obra de engenharia que
pois o canal artificial atravessou áreas de
relevo acidentado e cobertas de vegetação o canal representa, bem como sua im-
densa. Milhares de operários morreram portância para o comércio marítimo in-
durante a obra, a maioria em decorrência
de doenças tropicais, como a malária. ternacional.
255
Orientações didáticas
Antilhas ou Caribe
Inicie a conversa com os estudantes
O arquipélago das Antilhas, ou Caribe, forma uma espécie de arco insular que
sobre as Antilhas perguntando-lhes on-
se estende de Cuba até bem próximo do litoral setentrional da América do Sul.
de se localiza esse arquipélago. Deixe
De acordo com a posição geográfica, suas ilhas estão distribuídas em quatro
que respondam livremente e anote na
grupos: Grandes Antilhas, Pequenas Antilhas, arquipélago das Bahamas e ilhas
lousa as referências sobre a sua posi-
Bermudas. As Bermudas, possessão do Reino Unido, estão localizadas a 32° de
ção geográfica e demais aspectos cita-
latitude norte, a nordeste das Bahamas, e não aparecem no mapa a seguir.
dos. Por fim, leia com a turma o texto
desta página e amplie o trabalho com
América Central insular (Antilhas): divisão política e agricultura – início
a CECH7 (raciocínio espaço-temporal) do século XXI
e a EF08GE24 realizando a observação AMÉRICA
coletiva do mapa, seguida da análise Golfo do
México
DO NORTE
Nassau
das características produtivas dessa E s tr
d a F e it o
BAHAMAS
Trópico de Câncer ló ri d
região. Ao realizar essa proposta, esti- Havana
a
E s Tu
CUBA (RUN)
de
tr ca
Ilhas Turks OCEANO
ei tã
espacial no que diz respeito à localiza- Ilha de
to
(RUN)
Pinos Santiago Ilha Grande Inágua Ilhas Virgens ATLÂNTICO
de Cuba
ção e à simultaneidade. Ilhas Cayman
(RUN) REPÚBLICA Porto Rico
(EUA) (RUN)
Ilha Anguila (RUN)
Ilha San Martin
HAITI DOMINICANA (EUA) (FRA e PBS)
A partir dos principais cultivos evi- JAMAICA
Kingston ANTÍGUA E
Porto Príncipe São Domingo San Juan Basseterre
BARBUDA
denciados no mapa, também é possí- 0 275 550 Ilha Hispaniola SÃO CRISTÓVÃO St. John’s Elaborado com base
E NÉVIS
km Ilha Guadalupe (FRA)
vel ampliar o estudo do tema e explorar Grandes Antilhas em: COMPACT World
Banco de imagens/Arquivo da editora
Brookgardener/Shutterstock
posta de afrodescendentes. dos investimentos estrangeiros. Desse
modo, os bancos locais abrigam grandes
fortunas de clientes do exterior, muitos
dos quais buscam esconder a origem ile-
gal de seu dinheiro.
256
256
América do Sul Atividade complementar
⓿ Se considerar pertinente e para
Os países da América do Sul, com a exceção do Brasil, podem ser subdivididos em três regiões:
desenvolver um aspecto do pen-
América andina, Guianas e América platina (países platinos). A seguir, estudaremos as particularida-
samento computacional, relacio-
des de cada uma delas. Explique aos estudantes que fatores como a pesca excessiva e o aquecimento nado à decomposição, solicite
global colocam em risco a estabilidade dos ecossistemas marinhos na região, con
figurandose como desafios a serem enfrentados por esses países para sustentar aos estudantes que organizem no
América andina sua atividade pesqueira. caderno, a partir da observação
e interpretação dos mapas, uma
A América andina é formada por Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, países que abran- tabela com três colunas que de-
gem, em seus territórios, partes da cordilheira dos Andes. No caso, os Andes são um elemento natural verão conter, respectivamente, o
muito marcante no território desses países, justificando a denominação regional. nome dos países, o nome dos mi-
A economia dos países da América andina, de modo geral, é estruturada em função das atividades nérios existentes no território des-
ses países e os principais cultivos
agropecuárias e extrativistas.
agrícolas neles realizados. Caso
A produção agrícola é bastante diversificada. Com exceção do Chile, onde predominam as culturas de
deseje introduzir um trabalho
clima Subtropical (trigo, uva e aveia), nos demais países andinos cultiva-se uma série de produtos tropi- com a CG5, ao utilizar ferramen-
cais, como café, milho, arroz, mandioca, cacau, banana e cana-de-açúcar. tas tecnológicas digitais de forma
A pesca também é uma atividade expressiva em alguns países da América andina, sendo o Chile e o significativa, proponha aos estu-
Peru os principais produtores de pescado. A presença de muitos peixes nas áreas litorâneas desses dois dantes que se reúnam em grupos
países se deve à passagem da corrente marítima de Humboldt (ou do Peru). Essa corrente traz grande entre três a cinco integrantes e
quantidade de plânctons, microrganismos que são a base da cadeia alimentar nos oceanos. transfiram tais dados para uma
planilha digital. Essa etapa pode
ser realizada utilizando disposi-
América do Sul: recursos minerais, países América do Sul: agricultura, países tivos diversos, como computa-
selecionados – início do século XXI selecionados – início do século XXI dores, tablets ou smartphones.
70° O GUIANA 70° O
GUIANA Antes do encaminhamento da
Caracas Georgetown Caracas Georgetown atividade, certifique-se de que
SURINAME SURINAME
Bogotá Paramaribo
Bogotá Paramaribo há uma quantidade suficiente de
Caiena Caiena
Equador
Guiana Guiana equipamentos. Reserve um mo-
Quito Francesa Equador Quito Francesa
0° 0°
EQUADOR VENEZUELA (FRA)
EQUADOR VENEZUELA (FRA) mento para a discussão dos da-
COLÔMBIA COLÔMBIA
OCEANO dos que foram tabulados e peça
PERU
OCEANO
PACÍFICO que construam coletivamente as
BOLÍVIA
PACÍFICO Lima
PERU
BOLÍVIA Capital de país Lima legendas para as tabelas, sempre
La Paz La Paz
Algodão preservando a interpretação de
Capital de país Sucre Arroz Sucre PARAGUAI cada grupo sobre as informa-
PARAGUAI Trópico de Aveia Trópico de
Alumínio
CHILE Assunção Capricórnio Assunção Capricórnio ções disponibilizadas nos mapas
Carvão Banana CHILE
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Elaborados com base em: SADER, Emir; JINKINGS, Ivana (coord.). Latino-americana: enciclopédia
contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo, 2006. p. 437.
Explore
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
⓿ Levando-se em conta as características econômicas dos países estudados, suas principais exportações e
importações, que papel eles ocupam na Divisão Internacional do Trabalho (DIT)? Escreva um texto para
justificar sua resposta, considerando os tipos de produto que esses países exportam e importam.
São países agroexportadores, produtores de matériasprimas agrícolas e minerais para os
mercados internacionais, em geral dependentes da importação de produtos industrializados
(principalmente de maior nível tecnológico e valor agregado), devido ao baixo nível de industria
lização de suas economias. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. 257
257
Orientações didáticas Trabalhando com texto
Leia as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
Trabalhando com Movimentos sociais
Essa seção permite trabalhar pon- Como contrapartida, resultado dos processos de concentração da renda, da riqueza e dos recursos natu-
tualmente a EF08GE10. Para tanto, leia rais que acompanharam as políticas neoliberais, novos movimentos sociais de base territorial – tanto no mun-
do rural como no espaço urbano – emergiram no cenário latino-americano. Eles se formaram, por exemplo,
o texto com os estudantes e procure
em relação à identidade étnico-cultural (os movimentos indígenas) e à carência (os chamados “movimentos
distinguir os tipos de movimentos so- sem”, tais como os sem-terra, sem-teto ou sem-trabalho). Ou, ainda, em relação a um habitat compartilhado
ciais existentes, propondo uma análise (por exemplo, os movimentos de moradores de favelas).
das suas ações e objetivos. Destaque [...]
elementos como as causas do surgi- Esses movimentos conquistaram uma forte influência em nível nacional e internacional, que transcendeu
mento desses movimentos, as pautas, as reivindicações setoriais e chegou a questionar tanto as políticas econômicas neoliberais, e a legitimidade
as bandeiras defendidas, as conquistas política dos governos que as impulsionam, quanto a forma constitutiva do Estado-nação na América Lati-
na [...] A prolongada ação dos povos mapuches do sul chileno (particularmente corporificada na chamada
alcançadas, onde ocorrem e quais são
Coordenadoria Arauco-Malleco) contra a apropriação de suas terras e a exploração predatória dos recursos
os seus principais opositores. naturais, como no vale do Cauca colombiano, é outro exemplo desse tipo de luta que parece desdobrar-se
Nas atividades 1 e 2, inicie a conver- em toda a região latino-americana.
sa perguntando aos estudantes quais Conflitos nos campos e nas cidades
movimentos sociais eles conhecem.
O surgimento e a consolidação dos movimentos indígenas na cena político-social vieram acompanhados
Deixe que se expressem livremente e pela emergência de mobilizações camponesas que alcançaram uma significativa presença tanto em nível
oriente-os caso surjam estereótipos ne- nacional como regional. Um caso emblemático, no Brasil, foi o do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
gativos sobre esses movimentos. Explo- Terra (MST). [...] Também se intensificaram as lutas camponesas no México, no Paraguai e na América Central,
re a CG9, debatendo esse tema com os e sua capacidade de convocar os pequenos produtores, castigados pelas políticas de liberalização do setor
agrícola, levadas adiante pelos acordos de livre-comércio.
estudantes e exercitando a empatia e o
De outro lado, no espaço urbano, os efeitos estruturais do desemprego acarretados pelas políticas neoli-
diálogo. Estimule-os a valorizar a diver-
berais significaram – fundamentalmente em países do Cone Sul – a aparição e consolidação de movimentos
sidade de grupos sociais, sem qualquer de trabalhadores desempregados. A Argentina apareceu como o caso mais emblemático desse fenômeno.
forma de preconceito. É importante que Principalmente a partir de 1999, esses movimentos dos piqueteiros ocuparam um lugar central no cenário do
eles reconheçam a existência de uma protesto contra o neoliberalismo e na aceleração da crise político-social que levou à renúncia do presidente
grande diversidade de movimentos so- Fernando De La Rúa, em dezembro de 2001.
ciais nos países da América Latina, que [...] a recorrência de longas marchas e manifestações que atravessam durante dias e semanas os espaços
deve ser respeitada. As discussões pro- regionais e nacionais parece querer se contrapor à dinâmica de segmentação territorial promovida pelo
neoliberalismo. Além disso, os distúrbios e levantes urbanos aparecem como estratégias que tendem a uma
postas favorecem também o trabalho reapropriação coletiva do espaço comunitário e à recuperação de uma visibilidade social negada pelos me-
com o TCT Educação em Direitos Hu- canismos de poder.
manos. [...]
Em tensão permanente com o mercado e o Estado, estendida no tempo ou instável e temporária, assen-
tada em práticas de produção e reprodução da vida ou operando simplesmente no terreno da gestão do pú-
blico-político, essa dinâmica de reapropriação coletiva do território social parece orientar a experiência não
só dos movimentos indígenas e camponeses, mas age também no espaço urbano.
SADER, Emir; JINKINGS, Ivana (coord.). Latino-americana:
enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe.
1. Os movimentos citados no texto são: o movimento dos povos São Paulo: Boitempo, 2006. p. 812-816.
mapuches, que reivindicavam suas terras e o fim da exploração preda
tória de seus recursos naturais; o Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST), que, por meio da ocupação de terras improdutivas,
demandam a reforma agrária; e os movimentos dos piqueteiros na NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Argentina, que exigem novas políticas econômicas e sociais.
1 Quais movimentos sociais são citados no texto? Converse com o professor e explique o que
cada um deles reivindica.
Atividade complementar
⓿ Se considerar oportuno, aprofunde o trabalho com a CG2 (pensamento crítico, científico e criativo) e a CEG5 (investigação
e conhecimento científico), orientando os estudantes a realizar uma pesquisa que resulte em uma análise crítica sobre a
realidade social, política e econômica latino-americana, mobilizando os conhecimentos de Geografia e de outros componen-
tes curriculares das Ciências Humanas. Para tanto, organize a turma em grupos e incentive-os a investigar sobre diferentes
movimentos sociais existentes na América Latina (MAB, MST, MTST, entre outros que podem ser previamente selecionados).
Cada grupo deverá ficar responsável pela pesquisa de um desses movimentos, contando sua história de criação, sua pauta
de reivindicação, onde atuam geograficamente, as conquistas e as dificuldades de implementação do que defendem e a re-
lação estabelecida com o Estado. Após as pesquisas, organize com a turma um seminário para apresentação dos resultados.
A proposta também contribui para o desenvolvimento da capacidade de investigação científica.
258
e a Colômbia. Com o término do tempo
Colômbia combinado para a pesquisa, proponha
Com uma população estimada em 50,8 milhões de habitantes em 2020, a uma roda de conversa para que haja o
Colômbia é o segundo país mais populoso da América do Sul. O litoral colom- compartilhamento de informações pe-
biano é banhado pelo oceano Pacífico e também pelo mar do Caribe – onde los estudantes. Essa proposta pode se-
está localizada a cidade de Cartagena, o principal destino turístico do país, que guir para o estudo com outros países no
reúne um rico conjunto arquitetônico do período colonial. decorrer do capítulo.
WILLIAM RG/Shutterstock
259
259
Orientações didáticas Chile
Ao realizar o estudo sobre o Chi- O Chile é o país mais desenvolvido da América Latina, levando em considera-
le, trabalhe as habilidades EF08GE08, ção o IDH, e se destaca pelas intensas relações comerciais que estabelece com
EF08GE20, EF08GE22 e EF08GE24,
países de diversas partes do mundo – cerca de 30% do que os chilenos conso-
analisando, respectivamente, a situa- fibra óptica: fibra de
mem é importado, e aproximadamente 30% de sua produção é exportada.
ção do país na ordem do pós-guerra vidro muito fina, que
Banhado pelo oceano Pacífico, realiza grande parte de suas transações
(como exportador de produtos do se- utiliza luz para
comerciais com países asiáticos, como Japão, Coreia do Sul, Malásia e Nova transmissão de dados,
tor primário no contexto da nova DIT), em vez de eletricidade,
Zelândia, e faz parte da Associação de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico
as suas características produtivas e so- como é o caso
(Apec) desde novembro de 1994. dos cabos convencionais
cioespaciais, as principais exportações de cobre. Esse material
Em termos de produção econômica, o Chile apresenta uma produção agríco-
para parceiros do Mercosul (como os não sofre interferências
la altamente especializada. Atrás apenas do Brasil, o país é o maior exportador eletromagnéticas e é
vinhos para o Brasil) e seu papel co-
de frutas da América do Sul, comercializando mais de trinta espécies diferentes capaz de transmitir uma
mo grande produtor e exportador mun- quantidade muito maior
no mercado externo. A atividade emprega mais de 500 mil pessoas, com quase
dial de cobre. Para ampliar o estudo do de informações do que o
8 mil produtores e cerca de 750 empresas exportadoras. O clima Mediterrâneo, cobre (cerca de 10 mil
tema, assista com os estudantes ao fil- vezes mais). Por esse
marcado por verões quentes e secos e por invernos frios e chuvosos, é extrema-
me indicado nesta página do Manual motivo, é muito utilizado
mente favorável à produção de uvas para a fabricação de vinhos, garantindo na transmissão de dados
do Professor.
posição de destaque para o país no mercado mundial do setor. entre computadores.
260
260
Venezuela Orientações didáticas
A Venezuela tem importantes reservas petrolíferas – uma das maiores do O estudo do tema proposto nesta
mundo – e integra a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). página permite mobilizar, assim como
O principal local de extração de petróleo no território venezuelano é o lago
no caso do estudo sobre o Chile, as
Maracaibo, mas a maior parte das reservas se encontra na bacia do rio Orinoco,
habilidades EF08GE08, EF08GE20,
onde a extração é mais difícil e cara.
EF08GE22 e EF08GE24. Nas discus-
sões, destaque a produção e a expor-
Isaac Urrutia/Reuters/Fotoarena
261
Orientações didáticas A crise econômica venezuelana
Amplie as discussões destacando Ancorada na exploração de petróleo, a economia venezuelana não resistiu
outras ações para minimizar a pobre- às crises econômicas de 2008 e de 2012, que ocorreram paralelamente à crise
za e a miséria na Venezuela e explo- política no país.
rando os desdobramentos das crises Após a morte de Chávez, em 2013, Nicolás Maduro foi eleito presidente.
econômicas de 2008 e 2012, mobi- O cenário político do país passou a ser marcado pela escalada autoritária de
lizando a EF08GE20. Aproveite pa- Maduro – que aparelhou o sistema judiciário e o Exército com aliados e foi
ra resgatar conhecimentos prévios dos reeleito para mais seis anos de mandato em 2018, por meio de eleições con-
estudantes sobre as migrações de ve- testadas por opositores e membros da comunidade internacional. Em 2019,
nezuelanos em direção a países vizi- seus opositores orquestraram uma tentativa de golpe de Estado, mas esta
nhos devido às condições econômicas terminou sendo malsucedida, e Maduro permaneceu no poder.
do país, que se intensificaram, princi- Com a queda nas receitas de exportação e uma elevada dependência de
palmente, a partir da segunda metade
importações, a Venezuela passou a conviver com escassez de produtos, infla-
da década de 2010. Propomos que dis-
ção e desvalorização de sua moeda. O agravamento da crise levou à emigra-
cuta com a turma a atual situação so-
ção de aproximadamente 1 milhão de venezuelanos, principalmente em direção
cial e política na Venezuela. Para isso,
a outros países latino-americanos – elevando as tensões com vizinhos (Brasil,
um caminho é propor aos estudantes
Colômbia e Guiana).
uma rápida pesquisa (cerca de 10 mi-
nutos) na internet, caso a escola dispo- Equador
nha dessa tecnologia. Peça a eles que
busquem sites confiáveis, preferencial- O Equador abriga reservas de ouro, prata, chumbo e zinco, mas a economia
mente jornalísticos, e anotem no ca- do país se baseia na exploração do petróleo, produto que corresponde a cerca
derno os principais acontecimentos e de 40% do total de suas exportações. Bastante dependente do mercado esta-
fatos sobre o tema proposto. Em segui- dunidense, o Equador exporta cerca de 50% das mercadorias produzidas em
da, proponha aos estudantes a cons- seu território para lá.
trução de um mural de fatos e notícias Apesar da grande produção petrolífera, aproximadamente 60% da energia
sobre o que pesquisaram. Esse mural consumida no Equador é proveniente de centrais hidrelétricas, cuja construção
pode ser construído em uma folha de é viabilizada pela abundância de rios com quedas-d’água. No setor industrial,
tamanho A1 ou de flip-chart. Permita merecem destaque as indústrias madeireiras e têxteis.
que os estudantes discutam o assunto Quito é a capital administrativa e o principal centro financeiro do Equador, Vista de escadaria no
livremente, o que proporcionará o de- mas a cidade portuária de Guayaquil é a mais populosa. bairro Las Peñas, em
Guayaquil (Equador), 2020.
senvolvimento da comunicação (CG4)
OSTILL is Franck Camhi/Shutterstock
262
Bolívia Orientações didáticas
A economia da Bolívia é dependente da exploração de recursos minerais e O trabalho com as características
energéticos como estanho, gás natural e lítio (minério utilizado na fabricação socioeconômicas e espaciais da Bo-
de baterias elétricas para automóveis movidos a eletricidade). A Bolívia tem as
lívia mobiliza a EF08GE20. Aprofun-
maiores reservas de lítio do mundo, o que confere ao país importância estraté-
de o trabalho explorando a EF08GE24,
gica significativa – considerando que, no futuro, pode ocorrer uma ampliação
por meio do estudo das característi-
do mercado em razão do aumento da frota de carros elétricos em escala global.
cas da produção econômica da Bo-
Com a chegada ao poder de um líder de ascendência indígena, Evo Morales,
lívia, que é pautada na exploração
do estanho, do gás natural e do lítio.
eleito presidente em 2005, a Bolívia passou a trilhar novos rumos na explora-
ção de suas reservas de gás natural e petróleo. Em 2006, Morales estatizou Ao desenvolver esse tema, converse
esses setores, medida que afetou diretamente a empresa brasileira de petróleo com os estudantes sobre as alterações
(Petrobras), que controlava 95% do refino e era responsável por cerca de 15%
ocorridas na sociedade boliviana com
do PIB boliviano.
a chegada ao poder de um líder indíge-
A partir da nacionalização, o controle de todo o processo de extração, pro-
na, Evo Morales, que procurou nacio-
dução e refino passou a ser responsabilidade de uma empresa estatal boliviana.
nalizar a exploração do petróleo e do
Paralelamente, acordos foram feitos com a Argentina e o Brasil para um aumen-
gás natural. Essa conversa pode envol-
to no preço do gás que a Bolívia vende a esses países – distribuído por meio de
ver também a ascensão de outros go-
vernos de esquerda na primeira década
gasodutos como o Bolívia-Brasil, inaugurado em 1999 e que é de grande impor-
do século XXI, tema do filme sugerido
tância no abastecimento das regiões Sul e Sudeste do Brasil. O aproveitamento
nesta página do Manual do Professor e
do gás natural da Bolívia faz parte de uma estratégia do governo brasileiro
que podem ampliar seus conhecimen-
para diversificação da matriz energética, muito dependente das usinas hidrelé-
tos sobre o assunto.
tricas e do petróleo.
Um aspecto relevante do território boliviano é a falta de acesso ao mar –
Amplie o trabalho desenvolvendo a
ao perder a província de Atacama (território costeiro) para o Chile na Guerra
EF08GE11 e discutindo com os estu-
do Pacífico (1879-1884), a Bolívia perdeu também sua única saída para o ocea-
dantes o conflito entre a Bolívia e o Chi-
no. Nas décadas de 1990, um acordo com o Peru permitiu à Bolívia dispor de
le em razão da tomada do território de
Atacama pelo Chile no passado, o que
uma zona franca comercial no porto peruano de Ilo. Bolívia e Chile não man-
impediu a Bolívia de ter uma saída para
têm relações diplomáticas desde
263
263
Orientações didáticas Peru
O conteúdo desta página dá conti- Assim como seus países vizinhos, o Peru tem importantes recursos minerais
nuidade ao trabalho com a habilida- em seu território, com destaque para o cobre (explorado no sul do país) e a pra-
de EF08GE24. Analise com a turma
ta – o Peru é o segundo maior produtor mundial.
as características produtivas do Peru,
A atividade turística também
Maximilian Bar/Shutterstock
pautadas na extração mineral e na ex-
é uma importante fonte de recur-
ploração turística e as formas de pro-
sos, dada a grande diversidade
dução das Guianas, retomando com os
de paisagens e o enorme e rico pa-
estudantes sua localização geográfica
trimônio arquitetônico-cultural do
antes de esclarecer como esses países
país. Até a chegada dos espanhóis,
se inserem na economia mundial.
no século XVI, o território do atual
Explore também alguns aspectos Peru foi sede do Império Inca. Ves-
marcantes da Guiana, da Guiana Fran-
tígios dessa civilização podem ser
cesa e do Suriname, países ou terri-
encontrados em diversas localida-
tórios que, em geral, acabam sendo
des, com destaque para as ruínas
pouco destacados nos estudos sobre
das cidades de Machu Picchu e
a América do Sul, apesar de fazerem
Cuzco, declaradas Patrimônio His-
limite com o Brasil. Nesse contexto, é
tórico e Cultural da Humanidade.
possível citar, por exemplo, o fato de
Um aspecto marcante da eco-
os afrodescendentes responderem pe-
nomia da América andina verificado
la maioria da população na Guiana e
no Peru é a existência de muitas
no Suriname. Destaque também a pre-
atividades econômicas que esca-
sença marcante de minorias étnicas de
pam ao controle do governo. Na
origem asiática nesses países. No caso
chamada economia informal, as
da Guiana Francesa, há maior presen-
pequenas indústrias e os setores
ça de indivíduos de origem europeia na
de transportes, construção e co-
composição de sua população. Outro
mércio não pagam impostos nem
aspecto interessante é a ocorrência da
registram seus funcionários.
Floresta Amazônica no território desses
países. Comente que, na Guiana Fran-
cesa, apenas um parque nacional, o
Parque Amazônico da Guiana, abran- Vista aérea de ruínas da
cidade sagrada de Machu
ge cerca de 40% do território nacional. Picchu (Peru), 2020.
Guianas
As Guianas estão localizadas ao norte do Brasil e, diferentemente dos
demais países sul-americanos, não foram colonizadas por espanhóis nem por
portugueses. Esses territórios foram colônias da França (Guiana Francesa),
Inglaterra (Guiana Inglesa) e Holanda (Guiana Holandesa).
Atualmente, as Guianas são constituídas de dois países independentes –
Guiana (ex-Guiana Inglesa) e Suriname (ex-Guiana Holandesa) – e um departa-
mento ultramarino francês, a Guiana Francesa.
Os minerais são a principal riqueza das Guianas, com destaque para a bau-
xita (minério de alumínio), extraída sobretudo na Guiana e no Suriname e ex-
portada para os Estados Unidos e o Canadá. Nas planícies setentrionais (lito-
ral), onde o solo é bastante fértil, destacam-se os cultivos de cana-de-açúcar,
cacau, café e frutas tropicais.
264
264
Orientações didáticas
América platina
Amplie as discussões sobre a rea-
A América platina é formada por Paraguai, Uruguai e Argentina (país estu-
lidade da economia do Paraguai,
dado no Capítulo 14). Os países platinos são assim chamados devido à presen-
destacando a potencialidade da agro-
ça da bacia Platina como elemento natural marcante de seus territórios.
pecuária no país para sua inserção em
uma economia globalizada. Destaque
Paraguai
também os principais produtos agríco-
Assim como a Bolívia, o Paraguai não tem saída para o mar, sendo o inter- las cultivados no país e como, atual-
câmbio comercial do país com o exterior feito predominantemente através dos mente, ele consegue gerar divisas com
rios Paraguai e Paraná (Assunção, capital do país, está localizada às margens a energia elétrica de Itaipu e Yaciretá,
do rio Paraguai) ou por rodovias que passam pelo território brasileiro, até atin- exportando energia, a partir dessas hi-
gir o porto de Paranaguá, no estado do Paraná. drelétricas, respectivamente, para o
A indústria paraguaia é pouco diversificada, e a atividade extrativa mine- Brasil e para a Argentina, seus par-
ral é inexpressiva. A economia do país é baseada na exportação de produtos ceiros importantes no Mercosul. Essa
agropecuários, principalmente soja, algodão, carne e laticínios. A distribuição análise aproxima a temática com a ha-
de terras é desigual, com grandes áreas concentradas nas mãos de poucos pro- bilidade EF08GE22.
prietários. Dê continuidade ao trabalho com a
Atualmente, o Paraguai se destaca como exportador de energia elétrica, EF08GE24, analisando as característi-
revendendo a parte da energia que não consome e que é produzida nas usinas hi- cas produtivas uruguaias. Pontue com
drelétricas binacionais de Itaipu (Brasil-Paraguai) e Yaciretá (Argentina-Paraguai). os estudantes como o turismo, a produ-
ção agropecuária e a indústria são de-
Uruguai senvolvidos no país, contribuindo para a
Cerca de 92% da população uruguaia vive em áreas urbanas. A capital do geração de divisas. Discuta com a turma
país, Montevidéu, concentra as atividades econômicas ligadas aos setores ban- os resultados da inserção do Uruguai no
cário e portuário, assim como a maior parte das indústrias – as principais são Mercosul, considerando, por exemplo, as
as alimentícias (frigoríficos e laticínios), têxteis (que aproveitam os produtos exportações de vinho e carne bovina pa-
agropecuários) e químicas. ra o Brasil, mobilizando, dessa forma, a
O PIB uruguaio é bastante dependente do setor terciário, com destaque EF08GE22.
para o turismo. Na região do Pampa uruguaio, destaca-se a atividade pecuária,
sobretudo a criação de gado bovino e ovino, responsável por boa parte das ex- Praia com grande
portações – a carne, o couro e a lã são os principais produtos. Com a integração quantidade de turistas em
Punta del Este (Uruguai),
ao Mercosul nos anos 1990, o Uruguai aumentou as exportações para o Brasil 2021. As praias de Punta del
e a Argentina. Este são um dos focos da
atividade turística no país.
DFLC Prints/Shutterstock
265
265
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
A análise dos eixos deste capítulo
abre a oportunidade de uma conver- ASPECTOS GERAIS OUTROS PAÍSES AMÉRICA CENTRAL
sa com a turma com o intuito de or- LATINO-AMERICANOS ÍSTMICA
⓿ Pouca ou relativa
ganizar as informações e os conteúdos diversificação industrial; ⓿ Colonização espanhola;
estudados ao longo deste capítulo. É ⓿ Dependência tecnológica e ⓿ Canal do Panamá:
financeira em relação aos importância estratégica para
possível retomar passagens que me-
países desenvolvidos; o comércio marítimo
reçam processos de remediação de ⓿ Produção de matérias-primas internacional;
aprendizagem como forma de alcan- minerais, petróleo e de AMÉRICA LATINA: ⓿ Diferenças quanto às
ce dos objetivos inicialmente traçados produtos agropecuários para REGIONALIZAÇÃO condições de vida da
no planejamento dos principais te- exportação. ⓿ América Central ístmica ou população. Na Costa Rica, o
mas do capítulo. Encaminhe, também, continental; nível de vida é mais elevado e
a realização da Atividade complemen- ⓿ Caribe ou Antilhas; o país é relativamente
América do Sul. industrializado;
tar sugerida nesta página do Manual do ⓿
⓿ Nicarágua, Panamá,
Professor. AMÉRICA ANDINA Honduras e El Salvador:
⓿ Bolívia, Chile, Colômbia, grandes desigualdades
Equador, Peru e Venezuela; sociais e dependência
⓿ Cordilheira dos Andes é um econômica do setor primário
elemento natural marcante (agricultura de exportação).
da região; AMÉRICA DO SUL:
⓿ Base da economia: produção REGIONALIZAÇÃO
de matérias-primas, que se ⓿ América andina (países
destinam ao mercado andinos);
CARIBE
externo; ⓿ Guianas;
⓿ Arquipélago; colonização
⓿ Produção agrícola britânica e francesa, também;
⓿ América platina (países
diversificada. Exceção do platinos).
⓿ Turismo como grande fonte
Chile – culturas de clima de divisas;
Subtropical (trigo, uva e ⓿ Agricultura de produtos
aveia). Demais países – tropicais;
produtos tropicais: café, ⓿ Alguns países se destacam
milho, arroz, mandioca, cacau, como paraísos fiscais ou
banana e cana-de-açúcar; financeiros (Bahamas e
Chile e Colômbia –
AMÉRICA PLATINA
⓿
Bermudas, por exemplo);
industrialização
⓿ Formada por Argentina, ⓿ Importantes jazidas de ferro,
relativamente diversificada; Paraguai e Uruguai; países
cobre, petróleo e bauxita.
que compartilham a bacia
⓿ Pesca expressiva no Chile e
Platina;
no Peru; corrente marítima de
Humboldt;
⓿ Paraguai: não tem saída para
o mar; indústria pouco
⓿ Venezuela: dependência de
diversificada; exportação de
exportações de petróleo;
produtos agropecuários; GUIANAS
crise econômica; área de
estrutura fundiária desigual; ⓿ Guiana, Suriname e Guiana
repulsão populacional.
⓿ Uruguai: turismo como uma Francesa (pertencente à
das principais fontes de França);
renda; criação de gado ⓿ Minerais são a principal
bovino e ovino; agricultura riqueza;
(trigo, milho e arroz); nível de ⓿ Planícies setentrionais
vida dos melhores para a (litoral), solo é bastante
América Latina. fértil – culturas tropicais.
266
Atividade complementar
⓿ Amplie a retomada de conteúdos proposta nesta seção orientando os estudantes a selecionar um país estudado neste
capítulo para a realização de uma pesquisa adicional na internet. Essa pesquisa deverá ser voltada aos aspectos culturais
desse país, para a posterior apresentação dos resultados em formato escolhido por eles. Vale ressaltar que, mediante o pro-
cesso de globalização vivenciado na América Latina, reconhecer as diferentes identidades de cada país é um processo que
pode auxiliar os estudantes na valorização da diversidade cultural da região. Essa pesquisa pode contribuir também para
despertar a curiosidade dos estudantes em relação aos aspectos culturais dos países estudados e promover o intercâmbio
cultural, fortalecendo vínculos entre os países latino-americanos.
266
2. Os estudantes devem citar a importância das exportações
de recursos como o cobre, no Chile, e o petróleo, na Venezuela.
Esperase que identifiquem que o cobre vem sendo parcialmente
substituído pela fibra óptica, e o petróleo, por fontes renováveis.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Orientações didáticas
Além disso, o preço desses produtos varia no mercado internacional, o que pode gerar instabilidade
Retome econômica. O Chile, no caso, apresenta a vantagem de uma maior diversificação econômica. Leia as
orientações para a atividade neste Manual do Professor. Atividades
1 Os chamados paraísos fiscais existem em vários locais do mundo e são numerosos na América Central. Na atividade 2, certifique-se de que
Responda: 1. a) Países onde existem bancos que garantem o sigilo bancário, não questionam os estudantes compreenderam o as-
a) O que é paraíso fiscal? a origem do dinheiro aplicado e o investem em indústrias, bolsas de valores, etc. sunto e conseguiram analisar a im-
São locais onde o dinheiro obtido em atividades ilegais pode ser “lavado”.
b) Cite países da América Central que podem ser considerados paraísos fiscais. portância da atividade mineradora no
1. b) Panamá, Bahamas e Bermudas. Chile e na Venezuela. Caso algum es-
2 Analise a importância da atividade mineradora no Chile e na Venezuela, identificando os principais
tudante apresente alguma dificuldade,
produtos do setor em cada país. Em sua análise, explique por que a dependência da exportação des-
retome os conteúdos trabalhados nas
ses produtos não é uma vantagem para esses países e identifique qual desses países apresenta maior
páginas 260 e 261.
diversificação econômica.
3 Qual importante atividade econômica, responsável por grande parte das exportações uruguaias, é 4. A atividade demanda a interpreta-
desenvolvida no Pampa? 3. A criação de gado bovino e ovino. As pastagens naturais que dominam a paisa ção dos gráficos e possibilita a mobili-
gem rural do Uruguai (Pampa uruguaio) favorecem a atividade criatória. A carne, o
couro e a lã são os principais produtos exportados. zação da habilidade EF08GE20, pois os
Exercite 4. a) Diminuição: indústria, pois há dependência tecnológica e pouca diversificação da atividade indus estudantes são levados a analisar algu-
trial. Aumento: administração pública.
mas características de grupos de países
4 Leia as informações dos gráficos. 4. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. latino-americanos com base em infor-
mações geográficas que expressam as-
América Latina e Caribe: participação dos setores de atividade econômica pectos econômicos e sociais.
comparativamente ao PIB total (%) – 199ç e 2ç19
Se necessário, faça a leitura conjun-
América Latina – 1990 América Latina – 2019 ta dos gráficos com os estudantes, des-
5,0% 2,0% 4,4% 2,9% tacando na lousa as informações mais
6,9% 5,5% importantes e solicitando que descre-
25,1% 23,9%
5,2% 6,1%
vam informações, estimulando uma
6,5% 8,1% análise da evolução, retomando con-
Intermediação financeira, atividades
teúdos e dados trabalhados ao lon-
14,4% 18,3%
18,8% 14,2%
imobiliárias, empresariais e aluguéis go do capítulo. Os valores podem ser
Administração pública e serviços
16,1% 16,6% comunitários e pessoais transformados em tabela, outra forma
Comércio, hotelaria e restaurantes de estimular a leitura e a interpreta-
Indústria manufatureira
Transporte, armazenamento e ção deles.
comunicações
Caribe – 1990 Caribe – 2019 Construção
2,6% 3,3% Agricultura, pecuária, caça, silvicultura
8,1% 7,7% e pesca
15,2% 17,3%
4,4% Exploração de minas e pedreiras
7,4%
Fórmula Produções/Arquivo da editora
11,4%
13,0% 21,8% 21,6%
a) Considerando ambas as regiões, cite um setor que teve aumento de participação no PIB no período
e um em que houve diminuição. Justifique a diminuição.
b) Explique a participação maior do setor de comércio, hotéis e restaurantes na economia dos países
do Caribe. 4. b) O turismo é uma das principais atividades econômicas da região, e os setores referidos
estão diretamente relacionados a essa atividade.
c) Justifique a participação maior do setor industrial na América Latina comparativamente ao Caribe.
4. c) Esperase que os estudantes tenham compreendido que, na América Latina, estão os três maiores países
em termos de produção e diversificação industrial (Brasil, México e Argentina), além de países com indústria
relativamente diversificada (Colômbia e Chile). 267
267
16
Leia as orientações para as atividades neste Manual do Professor.
BNCC no capítulo 1. Resposta pessoal. É possível que os estudantes comentem a existência de
clima tropical e a formação vegetal predominante ser a floresta tropical. Quanto
ao espaço socioeconômico, é possível que destaquem a dependência econô-
Competências gerais da Educação mica da produção agrícola e da extração de recursos naturais, e que mencio-
nem as condições de vida precárias. No entanto, como estudarão a seguir, o
Básica (CG): 2 e 3. caso de Cuba é singular, uma vez que não se trata de um país capitalista.
As singularidades
2. Resposta pessoal. Os estu-
Competência específica de Ciências dantes já sabem que Cuba é um
Humanas para o Ensino Fundamental país socialista, pois analisaram o
de Cuba e do Haiti
mapa da América que apresenta
(CECH): 7. a regionalização do continente de
acordo com os critérios políticos e
Competências específicas socioeconômicos.
de Geografia para o Ensino Data SIO, NOAA, US Navy, NGA, GEBCO/Landsat/Copernicus/INEGI/IBCAO/Google Earth
Fundamental (CEG): 4 e 5.
Habilidades de Geografia: EF08GE04,
EF08GE05, EF08GE07, EF08GE08,
EF08GE11, EF08GE20 e EF08GE24.
Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs): Educação Ambiental,
Educação Alimentar e Nutricional,
Educação para o Consumo e
Diversidade Cultural.
Para começar
Introdução Converse com os
colegas e o professor.
Neste capítulo, serão estudadas as
1. Considerando
características da sociedade, da econo- o que você
mia e do território de Cuba e do Haiti. já estudou
Serão analisados aspectos históricos e sobre a região
da independência de cada um desses apresentada
Estados-nação, bem como da Revolu- na composição
de imagens de
ção Cubana, desenvolvendo a habilida-
satélite, onde
de EF08GE05. Ao tratar da formação estão localizados
do espaço econômico, dos aspectos Cuba e Haiti, que
populacionais e das condições socioe- características
Composição com imagens de satélite de trecho do Caribe (Antilhas), datadas a partir
conômicas nesses países, esse percur- naturais e de 2015, com destaque para os territórios de Cuba e do Haiti.
so mobiliza as habilidades EF08GE20 socioeconômicas
268
A independência e a revolução Sugestão para
Sugestões paraooprofessor
professor
socialista cubana Treze Dias
Direção: Roger Donaldson. Esta-
A história cubana é marcada por incidentes e revoltas contra a dominação es-
dos Unidos, 2000 (145 min).
trangeira, à qual o país esteve submetido até 1959, quando ocorreu a vitória dos O filme retrata o episódio da cri-
revolucionários socialistas. Colônia espanhola desde o século XV, Cuba se tornou se dos mísseis de Cuba, no auge da
um Estado independente em 1898, porém ficou sob o domínio econômico dos Guerra Fria, quando a União Soviéti-
Estados Unidos – que, em 1902, passaram a intervir política e militarmente na ilha. ca decide implantar uma plataforma
Entre os personagens de destaque na história de Cuba estão o poeta José de lançamentos de armas nucleares
Martí, considerado herói da independência cubana; Ernesto “Che” Guevara; em território cubano. Com a des-
coberta desse fato pelos Estados
e Fidel Castro, líderes da Revolução Cubana de 1959, que depôs o ditador
Unidos, começa um jogo geopolíti-
Fulgencio Batista. Fulgencio, que havia conquistado o poder por meio de um
co que dura treze dias e coloca em
golpe de Estado em 1952, anulando a Constituição, governava o país de forma ameaça o destino da humanidade.
tão tirânica que até mesmo os Estados Unidos, em 1957, inicialmente apoiaram
o movimento revolucionário de Fidel Castro e “Che” Guevara.
Eniko Balogh/Shutterstock
Atividade complementar
⓿ Trabalhe as CG2 e CEG5 pro-
pondo aos estudantes que fa-
çam uma pesquisa sobre Che
Guevara, importante figura na
Revolução Cubana. Oriente os
estudantes a realizar essa pes-
quisa em livros, revistas, jornais
e internet. Em seguida, se pos-
sível, assista com eles ao filme
Diários de motocicleta, com
direção de Walter Salles (Brasil,
2004), sobre uma viagem de
Che pela América do Sul anos
antes da Revolução Cubana.
Na tela
Imagem de “Che” Guevara na Praça da Revolução, em Havana (Cuba), 2020. A figura
de “Che”, que era argentino, ainda é bastante cultuada pelos cubanos como grande Rocha que voa
revolucionário nacional.
Direção: Eryk Rocha.
Após a revolução, Cuba se tornou um Estado socialista. Fidel determinou Brasil; Cuba, 2002
(94 min).
a execução ou condenou ao exílio a maioria dos inimigos políticos, nacionali-
Documentário
zou os bancos, as refinarias de petróleo e as minas (que passaram a pertencer
produzido pelo filho
ao Estado cubano) e decretou a reforma agrária – por meio da qual as terras
do cineasta brasileiro
(latifúndios), controladas por grandes empresas, tornaram-se propriedades es- Glauber Rocha sobre
tatais. Internacionalmente, Cuba passou a manter relações políticas e econô- os anos em que seu pai
micas com os países aliados à União Soviética (Bulgária, Alemanha Oriental e ficou exilado em Cuba,
Tchecoslováquia, entre outros). entre 1971 e 1972. Por
meio de depoimentos,
Em 1961, no contexto da Guerra Fria, os Estados Unidos romperam relações
o filme procura resgatar
econômicas e diplomáticas com Cuba, impondo ao país um bloqueio econômico. a ligação entre os
Em 1962, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA). Ain- principais movimentos
da neste ano, a instalação de mísseis nucleares soviéticos na ilha gerou forte cinematográficos
tensão internacional, dando origem ao episódio que entraria para a história latino-americanos dos
anos 1960 e 1970.
como a “crise dos mísseis”.
269
269
Orientações didáticas
A crise cubana e as transformações
Para desenvolver o conteúdo propos-
to no texto desta página, é importante
políticas e econômicas
que os estudantes reconheçam a ele- No final da década de 1980, em virtude de problemas internos, a União So-
vada dependência econômica de Cuba viética fez cortes substanciais na assistência financeira que fornecia a Cuba.
em relação à União Soviética. Comen- Com o fim do regime soviético, em dezembro de 1991, a ajuda cessou por com-
te que os soviéticos eram os principais pleto. A falta de apoio financeiro, aliada à persistência do bloqueio econômico
consumidores dos produtos de exporta- imposto pelos Estados Unidos, contribuiu para que Cuba mergulhasse em uma
ção cubanos, principalmente o açúcar, profunda crise econômica.
mas também fornecia uma expressiva Em 1994, a população cubana passou a enfrentar um forte racionamento de
ajuda financeira ao país. alimentos, energia, combustível e papel. Diante da situação, milhares de cuba-
Após enfatizar essa dependência, nos deixaram o país, por meio de embarcações precárias, em direção a Flórida,
pergunte aos estudantes o que sabem nos Estados Unidos.
da crise cubana no contexto do final A fim de controlar a grave crise do país, a partir de 1994, o governo cuba-
da Guerra Fria. Anote as observações no decidiu ampliar a entrada de investimentos estrangeiros – estes feitos em
na lousa e converse brevemente sobre parceria com uma estatal, pois nenhuma empresa privada estrangeira tem
o tema antes de promover a leitura do autorização para atuar sozinha em Cuba. Nesse país, o Estado controla cerca
texto da página. Explique então as cau- de 90% da economia. O turismo foi o setor que mais recebeu investimentos
sas da crise e as consequências do fim estrangeiros em território cubano.
da União Soviética para Cuba, diante
ismel leal pichs/Shutterstock
270
270
Comente com os estudan-
Reformas tes que, apesar de permitir
a saída de cubanos, foram Leitura complementar
mantidas restrições a opo-
Na tentativa de erradicar a crise, Raúl Castro passou a se dedicar a reformas sitores ao regime cubano,
5 fatos sobre o socialismo em
importantes. Em 2011, por exemplo, o governo cubano autorizou a compra e bem como a pesquisadores,
médicos e atletas. Cuba
venda de casas e a comercialização de automóveis.
[...]
No ano seguinte, Castro implementou uma reforma migratória, que passou
a valer a partir de 2013, eliminando a necessidade de permissão de saída do país 1 – Cuba é comunista?
fornecida pelo governo (exigida desde os anos 1960). Em 2013, o governo de Apesar de Cuba manter um
Cuba intermediou a vinda ao Brasil de quase quatro mil médicos pelo Programa regime socialista, o termo “comu-
nismo” consta na Constituição
Mais Médicos (veja a foto a seguir), criado pelo Governo Federal brasileiro.
cubana. Ou seja, na teoria, as ações
políticas e sociais da ilha devem ser
Alan Marques/Folhapress
271
271
Orientações didáticas
O espaço econômico cubano
Ao tratar do espaço econômico cuba-
Atualmente, os setores de comércio e de serviços são os que mais contri-
no, trabalhe a CECH7 e a habilidade
buem para a atividade econômica de Cuba, com destaque para o turismo. No
EF08GE24, apresentando aos estudan-
entanto, apesar das limitações impostas por seu território, o país também pro-
tes a representação cartográfica e esti-
duz alimentos e matérias-primas para os mercados interno e externo – sendo a
mulando o raciocínio espaço-temporal
China o principal parceiro comercial de Cuba.
ligado à localização e à simultaneida-
Observe o mapa do espaço econômico cubano com a localização das prin-
de. Para tanto, oriente-os a descrever
algumas características produtivas de cipais atividades econômicas.
Base Naval de
volvidas, que costumam produzir uma de Cuba
Guantánamo (EUA)
0 70 140
enorme quantidade de lixo. Essa pro- km
posta permite uma reflexão sobre ati-
Altitude (em metros) Base naval Arroz Engenho de açúcar Turismo
tudes ecologicamente corretas em 200 500 1 000 Rodovia Café Gado Níquel
relação ao ambiente e acerca do uso Ferrovia Cana-de-açúcar Refinaria de petróleo Cobre
Capital de país Divisão Tabaco Cimento Cromo
racional dos recursos naturais, desen- Cidade administrativa Sisal Têxteis Manganês
volvendo o TCT Educação Ambiental.
Elaborado com base em: SADER, Emir; JINKINGS, Ivana (coord.). Latinoamericana: enciclopédia
Para dar continuidade ao trabalho contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo, 2006. p. 370.
sobre a economia cubana, leia com os
O açúcar e o tabaco são os principais produtos de exportação agrícola no
estudantes o texto complementar suge-
rido nesta página do Manual do Profes- país. O setor sucroalcooleiro cubano, que já enfrentou longa crise nas décadas
sor, que trata das relações atuais entre de 1990 e 2000, vem recebendo atenção especial do governo, que procura am-
China e Cuba no contexto da Nova Ro- pliar a produção de derivados da cana, como o rum (bebida alcoólica) e o etanol
ta da Seda. (álcool combustível), aumentando a capacidade exportadora do país e utilizan-
do essa matéria-prima também na alimentação do gado.
Quanto aos recursos minerais, Cuba tem grandes reservas de níquel, metal
muito utilizado na fabricação de aços especiais e de moedas. Estima-se que
10% das reservas mundiais de níquel estejam em território cubano, que também
abriga reservas de minério de ferro, manganês, cobre e petróleo.
A atividade industrial cubana não é significativa. Destacam-se apenas as
usinas de açúcar (de grande porte) e as indústrias dos setores farmacêutico e
tabaqueiro (fumo). Algumas indústrias de menor porte, como fábricas de rum,
de roupas e de cimento, além de refinarias de petróleo, também fazem parte
do espaço industrial cubano. A escassez de matérias-primas estimulou o apro-
veitamento de subprodutos da cana-de-açúcar para a fabricação de uma série
de produtos, como ração para animais, celulose, papel, entre outros exemplos.
272
Leitura complementar
China e Cuba concretizam aliança no âmbito da Nova Rota da Seda tecimento nos últimos dois anos, agravados pelas sanções dos Estados Unidos e
[...] pela redução dos carregamentos de petróleo bruto subsidiado da Venezuela.
Embora Cuba tenha aderido à iniciativa Nova Rota da Seda, em 2018, através de A China e Cuba já têm projetos energéticos em curso na ilha, incluindo vários
um memorando, trata-se agora de concretizar um calendário e um roteiro para relacionados com a utilização de energias eólicas e fotovoltaicas renováveis, uma
projetos bilaterais, como iniciativas em infraestruturas, tecnologia, cultura, edu- vez que Havana pretende que 24% do fornecimento de energia provenha destas
cação, turismo, energia, comunicações e biotecnologia. [...] fontes até 2030.
Para Zhou, o acordo vai ajudar a economia cubana a recuperar e a melhorar as O país asiático é atualmente um dos principais aliados políticos da ilha das Ca-
condições de vida da população local, e, ao mesmo tempo, promover a cooperação raíbas e o seu segundo maior parceiro comercial.
entre a China e a América Latina nos domínios do turismo e da energia. [...]
O perito salientou o potencial desta aliança na área da energia, um dos proble- AGÊNCIA Lusa. China e Cuba concretizam aliança no âmbito da Nova Rota da Seda.
mas mais prementes do país das Caraíbas, que tem registado problemas de abas- Observador, Lisboa, 27 dez. 2021. Disponível em: https://observador.pt/2021/12/27/china-e
-cuba-concretizam-alianca-no-ambito-da-nova-rota-da-seda/. Acesso em: 7 abr. 2022.
272
Haiti: perspectiva histórica Orientações didáticas
Para o desenvolvimento dos conteú-
Colonizado pelos franceses, o Haiti foi o primeiro território da América Latina dos sobre o Haiti, reveja os conceitos
a declarar independência, a constituir um Estado-nação e a proclamar a Repúbli- de Estado-nação com os estudantes,
ca. Esse processo de conquista de autonomia sobre o território foi alcançado de- associando esse termo à necessidade
pois de longas batalhas lideradas pelos próprios colonos e ex-escravizados. Entre de soberania e autonomia sobre o pró-
esses últimos, destacou-se Toussaint Louverture, que liderou tropas durante es- prio território. Assim, a leitura do texto
sas batalhas e foi responsável também pela libertação de escravizados no ter- desta página favorece o trabalho com
ritório da atual República Dominicana (país vizinho ao Haiti, na ilha Hispaniola). a habilidade EF08GE05. Lembre-os de
Apesar do sucesso do Haiti na guerra da independência, os Estados-nação que, de modo geral, existem alguns re-
que mantinham colônias vizinhas deixaram de manter acordos comerciais com quisitos para que seja considerado Es-
o país, temendo revoluções semelhantes em seus territórios. Em razão disso, tado-nação: povo, território, soberania
a recém-criada República haitiana passou por dificuldades socioeconômicas e Estado, que compreende o governo.
que repercutiram em sua trajetória histórica. Além disso, ao tratar da situação hai-
tiana e de seu governo ditatorial no
Eduardo Munoz/Reuters/Fotoarena
273
273
Orientações didáticas Trabalhando com texto e mapa
Trabalhando com Haiti
Trabalhe com os estudantes a O Haiti ocupa uma área territorial de aproximadamente 27 mil quilômetros quadrados, o que cor-
CECH7, instigando o raciocínio espa- responde à área do estado brasileiro de Alagoas. Localiza-se na segunda maior ilha da América Central,
ço-temporal. Mediante as atividades a ilha Hispaniola ou de São Domingos, que é dividida entre o Haiti e a República Dominicana.
propostas na seção, trabalha-se tam- A economia do Haiti baseia-se em parte na agricultura, que corresponde a aproximadamente 20%
bém a habilidade EF08GE24 na análi- do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Isso se deve ao contexto histórico ditatorial da era Duvalier,
se das características produtivas desse marcada pela estruturação econômica voltada à exportação de matérias-primas, com dependência de
país, desenvolvendo nos estudantes a importações e auxílio financeiro dos Estados Unidos. Um exemplo dessa situação foi a produção de
capacidade de inferência de informa- cana-de-açúcar, base da economia, que era controlada por empresários estadunidenses até a retirada
ções a partir da análise de representa- do regime autoritário em 1986. O resultado após todo esse período foi uma grave crise econômica.
ções cartográficas. Observe o mapa a seguir e atente para as informações relativas à economia do país para responder
Para ampliar o estudo sobre o Haiti, às questões.
aproveite para comentar com os estu- Haiti: físico, político e econômico – 2022
REPÚBLICA DOMINICANA
19º N
Montrouis
necessário para o despertar da valori- Ilha de
la Gonave
zação cultural sobre outros povos, as- Ilha
Grande
Jérémie Baía de
sim como orienta a CG3 (Repertório Cayemite Canal do Sul Port-au-Prince
Porto Príncipe
cultural). Pétionville
Leitura complementar
O Comitê Intergovernamental da Convenção [da Unesco] de 2003 decidiu É feito de giraumon, uma variedade de abóbora que era cultivada pelos povos
inscrever a ‘Sopa de Joumou’, indicada pelo Haiti, na Lista Representativa indígenas do Caribe, e é preparado e consumido especificamente no dia primeiro
do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. de janeiro – Dia da Independência do Haiti – quando constitui a primeira refei-
A sopa Joumou ou giraumon é uma sopa tradicional haitiana de abóbora ção do ano. Também serve como almoço tradicional de domingo. A preparação
feita com legumes, carne, macarrão e especiarias. É um prato comemorativo, da sopa Joumou é um assunto da família e da comunidade: as mulheres adminis-
profundamente enraizado na identidade haitiana, e sua preparação promove a tram as atividades gerais, as crianças ajudam a preparar os ingredientes, os arte-
coesão social e o pertencimento entre as comunidades. Originalmente reservado sãos fazem as panelas de alumínio e outros utensílios usados para preparar a sopa
aos proprietários de escravos, os haitianos se apropriaram da sopa quando con- e os agricultores trabalham a terra para colher os vegetais. Hoje, diversas varia-
quistaram a independência da França, tornando-a um símbolo de sua liberdade ções da sopa podem ser encontradas na culinária caribenha e latino-americana.
recém-adquirida e uma expressão de sua dignidade e resiliência.
JOUMOUS soup. Unesco. Disponível em: https://ich.unesco.org/en/joumou-soup-01221.
Acesso em: 7 abr. 2022. (Tradução livre dos autores desta obra.)
274
Haiti: desastres naturais e Orientações didáticas
condições socioeconômicas
Ao desenvolver o estudo proposto
nesta página, resgate conhecimentos
No ano de 2019, o Haiti encontrava-se na 170a posição no ranking do Índice e experiências dos estudantes sobre as
de Desenvolvimento Humano (IDH), de um total de 189 países. Grande parte migrações de haitianos para diferen-
de sua população, de um total de 11,2 milhões de habitantes, sofre os efeitos da
tes partes da América Latina, incluindo
pobreza, com cenários marcados pela desnutrição e falta de acesso a serviços
o Brasil, em virtude da crise econômi-
básicos de saúde e educação. Na capital, Porto Príncipe, as favelas dominam o
ca e também do grande terremoto de
espaço urbano, e o tráfico de drogas movimenta parte da economia da cida-
2010, seguido de uma epidemia de có-
de. Além da elevada proporção de pessoas vivendo em situação de pobreza,
lera. Para complementar esse assunto,
a extrema desigualdade social e a enorme concentração de renda e de terra são
mostre aos estudantes um mapa repre-
sentando as placas tectônicas e peça
outras marcas da sociedade haitiana.
que localizem o território do Haiti, ana-
Esse contexto se deve a diversos fatores, entre eles os sucessivos embargos
lisando as placas que estão situadas na
econômicos impostos ao Haiti desde sua independência, assim como o longo
região das Antilhas e a localização do
período de regimes ditatoriais e autoritários que o país enfrentou.
país em uma zona de limite entre pla-
Além disso, o território haitiano encontra-se em uma região sujeita à pas-
cas. Nesse sentido, eles são capazes de
sagem de furacões e de grande instabilidade geológica, com terremotos de
desenvolver os princípios do raciocínio
grandes proporções registrados ao longo da história, sendo um dos mais da-
geográfico no que diz respeito à loca-
nosos o ocorrido em 2010. As catástrofes naturais, que já provocaram a morte
lização e conexão, tendo em vista que
de milhares de pessoas, contribuíram para devastar ainda mais a já precária
são levados a realizar a associação da
infraestrutura do país, provocando a destruição de moradias, edifícios e estra-
movimentação das placas com os ter-
das, paralisando a economia haitiana e acarretando elevados custos ao Estado.
remotos que ocorrem no Haiti.
Para auxílio da reestruturação socioeconômica do Haiti, a ONU enviou uma
Aproveite para explorar o fato de
missão denominada MINUSTAH (sigla em inglês para Missão das Nações Uni-
que o principal objetivo da MINUSTAH,
das para a Estabilização no Haiti), da qual o Brasil foi responsável pela lideran-
a Missão de Paz da ONU no Haiti que
ça. A participação brasileira na MINUSTAH foi encerrada em 2017. Atualmente,
Na foto, área residencial contou com a participação do Brasil,
no entanto, são poucos os resultados concretos obtidos por esforços nacionais
de Porto Príncipe (Haiti) era acabar com a guerra civil e auxiliar
e internacionais no combate à pobreza e violência, bem como na estabilização parcialmente destruída
após um terremoto de
a reconstituição da paz, em meio a um
política do país. Como consequência, é marcante o enfraquecimento das insti-
grande magnitude que cenário de conflitos entre diversas fac-
tuições estatais, contexto que levou, por exemplo, ao assassinato do presidente atingiu o país em janeiro ções rivais e líderes locais por poder,
Jovene Möise, ocorrido em julho de 2021. de 2010 e deixou mais de
200 mil mortos. associados a episódios de violações
dos direitos humanos. Assim, é possível
arindambanerjee/Shutterstock
Sugestões paraooprofessor
Sugestão para professor
O Dia em que o Brasil
275 Esteve Aqui
Direção: Caio Ortiz e João Dorne-
las. Brasil, 2005 (70 min). Disponí-
vel em: https://pluto.tv/stream-br/
movies/o-dia-em-que-o-brasil-esteve
-aqui-2021-1-1. Acesso em: 11 jul.
2022.
Documentário que apresenta a his-
tória do Jogo da Paz.
275
Orientações didáticas Eixos do
capítulo
Eixos do capítulo
Antes de promover o estudo dos Ei-
xos do capítulo disponibilizados nes-
⓿ Sistema socialista de CUBA ⓿ Prioridade do governo aos
governo. setores de educação e saúde.
ta seção, incentive os estudantes a
resgatar conhecimentos sobre Cuba
e Haiti por meio de uma dinâmica de
retomada da aprendizagem, de mo-
do que eles possam elencar aspectos CRONOLOGIA ESPAÇO ECONÔMICO INDICADORES SOCIAIS
econômicos, políticos e sociais des- ⓿ Antes de 1959: Cuba foi ⓿ Produção agrícola: destaque ⓿ IDH entre os mais elevados
governada por regimes para o circuito da cana-de- da América Latina;
ses países. Para cada temática, os es-
autoritários apoiados pelos -açúcar e tabaco; China é a ⓿ Expectativa de vida de
tudantes devem escrever uma resposta Estados Unidos; condições principal parceira comercial 7à anos;
em uma folha de caderno, com limi- de vida precárias para a do país; ⓿ Mortalidade infantil
te de tempo de cerca de três a cinco maioria da população; ⓿ Turismo: principal atividade reduzida (4,76‰);
minutos para cada questão. Depois, ⓿ 1959: vitória dos econômica; conta com ⓿ Índice de analfabetismo
recolha as respostas e leia-as aleato- revolucionários socialistas investimentos estrangeiros; de apenas 0,2%.
liderados por Fidel Castro ⓿ Indústria pouco diversificada:
riamente para a turma, sem identificar
e “Che” Guevara; Fidel usinas de açúcar e dos
o estudante. Realize os apontamentos nacionalizou bancos, setores farmacêutico e
necessários de modo a remediar qual- refinarias de petróleo tabaqueiro, fábricas de rum,
quer lacuna que se faça presente du- e minas. Estatização dos roupas e cimento; refinarias
rante os trabalhos ao longo do capítulo. meios de produção, incluindo de petróleo.
Após a realização dessa atividade, pro- propriedades rurais;
276
Atividade complementar
⓿ Estimule o protagonismo dos estudantes e organize uma exposição sobre Cuba e Haiti. Essa proposta permite o trabalho
com as CG2 e CEG5. Dessa maneira, organize a turma em grupos e oriente-os a realizar uma pesquisa sobre um desses
países, levando em consideração aspectos naturais, históricos e culturais. A pesquisa poderá ser realizada em livros, revistas
e na internet, com o envolvimento dos professores de História e Arte. Após a realização da pesquisa, organize um seminário
para a apresentação dos resultados. Se achar pertinente, oriente os estudantes a montar um painel com textos (escritos por
eles ou extraídos das fontes de pesquisa) e fotografias pertinentes à realidade de cada uma dessas nações.
276
2. Os Estados Unidos são a principal potência econômica mundial
e opõem-se ao regime socialista cubano, o que traz implicações
econômicas para Cuba. O bloqueio significou a proibição a Cuba,
NÃO ESCREVA NO LIVRO. que Cuba promoveu uma reforma agrá-
a partir da revolução que nacionalizou empresas multinacionais ria, recebeu ajuda financeira e comer-
instaladas na ilha, de realizar qualquer transação comercial com os Estados Unidos ou
cial da antiga União Soviética e realizou
Retome com empresas estadunidenses e suas filiais. Se os estudantes apresentarem dificulda-
des para responder, oriente-os a fazer uma pesquisa na internet sobre o tema. Leia as investimentos sociais que resultaram
orientações para a atividade neste Manual do Professor.
1 Elabore uma linha do tempo registrando os principais acontecimentos políticos e socioeconômicos em melhores condições de vida de sua
ocorridos em Cuba em: população. O Haiti é um país marca-
⓿ 1898 Independência política em relação à Espanha.
do por forte instabilidade política em
sua história, acompanhada de influên-
⓿ 1902 Estados Unidos impõem o direito de intervir política e militarmente no país.
cia estrangeira nos assuntos internos, o
⓿ 1961 Estados Unidos rompem relações comerciais e diplomáticas com Cuba. que não favoreceu o desenvolvimento
⓿ 1962 Cuba é expulsa da OEA. socioeconômico e muito menos a re-
⓿década de 1990 Abertura do país a investimentos estrangeiros. dução das desigualdades sociais e da
Fidel Castro se afasta da presidência por doença, e seu irmão, Raúl Castro, assume o gover- pobreza, além de ter uma economia to-
⓿2006 em diante no; fase de transição política e econômica, com transformações no modelo, possibilitando,
por exemplo, a compra e a venda de alguns bens, além de incertezas quanto ao futuro. talmente dependente das exportações
2 Analise o impacto econômico da liderança mundial dos Estados Unidos sobre Cuba, explicando os de gêneros de baixo valor agregado. Es-
objetivos e o contexto do bloqueio comercial imposto pelos Estados Unidos ao país. ta atividade possibilita a mobilização
3 Explique os contextos político, econômico e histórico do Haiti que, em parte, contribuíram para que da habilidade EF08GE20.
o país apresente atualmente um dos piores indicadores sociais das Américas.
3. Os sucessivos embargos econômicos desde a independência do país, a emergência de regimes ditato- 6. b) Esta é uma atividade de pesquisa.
riais no século XX, o interesse econômico e geopolítico na área, em especial por parte dos Estados Unidos, Oriente os estudantes a realizar buscas
Exercite a pouca diversificação da atividade industrial do país, tornando-o dependente de importações de produtos
básicos, são fatores que auxiliam a entender a instabilidade política, econômica e social do Haiti. em sites confiáveis e, preferencialmen-
4 A fotografia a seguir apresenta uma te, abordando os mesmos aspectos cul-
lexosn/Shutterstock
paisagem cubana que oferece boas pos turais em ambos os países. Trabalhe as
sibilidades para a exploração de uma CG2 e CEG5, orientando os estudantes
atividade econômica. Que atividade é a fazer uma pesquisa com imagens que
essa e qual sua importância para o país? retratem semelhanças e diferenças en-
Trata-se do turismo, principal atividade eco- tre cubanos e haitianos. Após a pesqui-
nômica em Cuba e responsável por parte sa, organize uma forma de socialização
expressiva do PIB do país.
dos resultados. Caso julgue pertinente,
Praia na ilha Cayo
Coco (Cuba), 2021.
a atividade poderá ser feita em duplas
5. Leia a resposta e as orientações para a atividade neste Manual do Professor. ou pequenos grupos. Após a realização
5 A pequena diversificação da economia cubana sempre exigiu dos cubanos criatividade para reparar e das pesquisas, organize com a turma
reutilizar diferentes produtos, sendo os automóveis antigos um dos exemplos mais visíveis na paisa um mural e discussões sobre a sele-
gem do país. Converse com os colegas e o professor sobre como o Brasil poderia se valer dessa expe ção de imagens.
riência cubana em específico. Escreva um pequeno texto com suas conclusões.
277
1. d) Espera-se que os estudantes listem aspectos relacionados aos problemas
socioeconômicos que o país enfrentou nas últimas décadas, como a violência do
narcotráfico e a pobreza, além disso, há imigrantes de outros países que utilizam
o México como porta de entrada aos Estados Unidos.
Orientações didáticas
Ponto de checagem
Ponto de checagem NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Arte/G1
mércio, o que representa certo grau de tre Estados Unidos e México em agosto, mas ainda
integração. Portanto, o ponto de tensão faltava a inclusão do Canadá.
mais evidente nas relações entre eles CANADÁ e EUA chegam a acordo para substituir
o Nafta a poucas horas do prazo limite. G1, 1º out.
diz respeito à fronteira entre México e 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/
Estados Unidos. noticia/2018/10/01/canada-e-eua-chegam-a-acordo
-para-substituir-o-nafta-a-poucas-horas-do-prazo
1. c) Benefícios: a possibilidade de au- -limite.ghtml. Acesso em: 25 abr. 2022.
278
b) É visível uma distribuição irregular do fluxo de imigrantes venezuelanos? Quais explicações pode- dependentes de exportações do setor
mos apresentar para esse fato? 2. b) Leia a resposta neste Manual do Professor. primário.
c) Quais motivos levaram as pessoas a emigrar em massa da Venezuela? 3. c) Os estudantes devem exemplificar,
2. c) Leia a resposta neste Manual do Professor.
3 Alguns países da América Latina apre- mesmo que tenham conhecimento por
279
1. III. Falsa. A imigração irregular não deixou de ser um problema para os países desenvolvidos.
2. b) Na Colômbia, esse número é consequência dos conflitos envolvendo guerri-
lheiros, narcotraficantes e forças do governo. Já nos países africanos, os conflitos
Ponto de chegada
Orientações didáticas
Ponto de chegada internos, com perseguições étnicas e disputas por controle de ter-
ritórios entre forças do governo e grupos que buscam autonomia, NÃO ESCREVA NO LIVRO.
estão entre os principais motivos.
2. a) Há uma categoria de refugiados
1 Considere os movimentos migratórios inter- III. A imigração irregular deixou de ser um
que se deslocam para outros países.
nacionais entre os Estados Unidos e o México. problema para os países desenvolvidos,
Os motivos para o deslocamento são
pois uma série de tratados multilaterais
os mesmos que classificam um refugia- Leia as sentenças a seguir, selecione a falsa e,
tem reduzido o ingresso de imigrantes ile-
do interno, mas seu local de destino é no caderno, reescreva-a de modo a torná-la
gais em países como os Estados Unidos.
internacional. O título pode ser: “Mun- verdadeira.
do: refugiados externos” ou “Mundo: re- IV. Para tentar conter a entrada de imigran-
I. A pandemia da covid-19 não freou os des-
fugiados por países”. tes ilegais, os Estados Unidos recorrem à
locamentos de migrantes, que buscam
construção de diversas seções de muros
melhores condições de vida em países de- e cercas, no limite entre os territórios es-
senvolvidos, sobretudo os Estados Unidos. tadunidense e mexicano.
II. O México é um país de forte emigração e,
2 Anamorfose é um tipo de representação car-
ao mesmo tempo, país de transição das tográfica na qual os territórios representados
populações migrantes de outros países sofrem deformação proporcional ao tema de
latino-americanos em direção aos Esta- interesse. Observe a anamorfose a seguir e, de-
dos Unidos. pois, responda às questões no caderno.
UCRÂNIA
TURQUIA
AZERBAIJÃO
AFEGANISTÃO
SÍRIA
IRAQUE
PAQUISTÃO
MIANMAR
ÍNDIA
SUDÃO
NIGÉRIA IÊMEN
COLÔMBIA
Portal de mapas/Arquivo da editora
Deslocamentos internos
(mil pessoas) SUDÃO
DO SUL
De 12,0 a 200,0
De 200,1 a 500,0 SOMÁLIA
Elaborado com base em: IBGE Educa Professores. O que é anamorfose? Disponível
em: https://educa.ibge.gov.br/professores/educa-recursos/20815-anamorfose.html.
Acesso em: 25 maio 2022.
a) Que outro tipo de destino os refugiados têm d) O que você conclui ao observar o território
e qual seria o título de um mapa que o repre- brasileiro na anamorfose?
sentasse? 3 Em razão do fenômeno da globalização, os blo-
2. a) Leia a resposta neste Manual do Professor.
b) O que explica o grande número de desloca- cos regionais adquiriram maior importância no
dos no país da América do Sul e nos países cenário mundial. Essas organizações reúnem
da África, provavelmente? países associados que têm interesses comuns
c) Em 2015, que países apresentaram o maior nos planos econômico, político e social, mas
contingente de deslocados internos? apresentam diferentes objetivos e níveis de
280
4. a) Evidencia os valores das exportações e importações brasileiras, em bilhões de dólares, em
2021, segundo países selecionados que representam os principais parceiros comerciais do Brasil.
4. b) Espera-se que o estudante conclua que as exportações brasileiras para a China foram quase
três vezes maiores do que as exportações para os Estados Unidos.
4. c) Espera-se que o estudante indique que o Brasil importou mais da China do que dos Estados Unidos.
integração. Sobre as organizações presentes Mundo: comércio entre Estados Unidos e China Orientações didáticas
no continente americano, relacione cada uma (US$ bilhões) – janeiro a junho de 2019 e janeiro
a junho de 2020
delas à descrição correspondente. 3. A atividade reúne parte dos blocos
250 2 econômicos mundiais que podem ser
a) USMCA (Acordo Estados Unidos-México-
218,5
-Canadá). 3. Resposta: a) II; b) I; c) III. novamente caracterizados e diferen-
200
ciados um a um na correção, retoman-
pe o
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Ch
en
Eu U
Es
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281
5. a) Sistema Aquífero Guarani. Ele é importante porque é utilizado para uso industrial, para
a agricultura irrigada e a pecuária, além do turismo em águas termais e do abastecimento de NÃO ESCREVA NO LIVRO.
várias cidades.
Orientações didáticas III. A crise econômica provocada pela pan-
REPRESENTAÇÃO COM DIFERENTES
demia da covid-19 afetou diretamente ESCALAS E COM CORES FANTASIA.
Equador
RR AP não resultam em problemas ambientais.
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( ) Vários pesquisadores de diferentes na-
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cionalidades acreditam que, nos últimos
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a formação de icebergs de grande porte
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na Antártida está relacionada ao aumen-
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intensificando o derretimento das geleiras
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no continente.
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Portal de mapas/Arquivo da editora
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( ) O Tratado da Antártida (1961), atualmente
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assinado por 51 países, inclusive pelo Bra-
sil, instituiu regras para realizar pesquisas
SC
RS
0 590 1 180
e explorações científicas no continente.
km
Ele estabelece que o continente deve ser
Elaborado com base em: IBGE. Atlas geográfico
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. ocupado com fins pacíficos, priorizando o
intercâmbio de informações científicas.
c) A ilustração a seguir apresenta alguns ele- a) No caderno, anote a sequência correta das
mentos que ameaçam os reservatórios de frases de acordo com as alternativas do
águas subterrâneas. Observe-a e cite pelo quadro a seguir. 6. a) Resposta: II.
menos três desses elementos. Depois, expli-
I. V V F F III. F F V F
que como eles podem impactar negativa-
II. V F V V IV. F V V F
mente os reservatórios.
5. c) Leia a resposta neste Manual do Professor.
282
282
6. b) Espera-se que o estudante indique a terceira frase: “Vários pesquisadores de diferentes nacionalidades acreditam
que, nos últimos anos, a frequência com que tem ocorrido a formação de icebergs de grande porte na Antártida está
relacionada ao aumento de temperatura do planeta, que vem intensificando o derretimento das geleiras no continente”.
b) Observe a charge a seguir. Depois, em seu América Latina: pobreza extrema das áreas Orientações didáticas
caderno, copie a frase que, entre as opções urbanas – 2008-2020
anteriores, está relacionada à mensagem Pessoas em situação de pobreza 7. a) Espera-se que os estudantes
Ano
que o autor quis transmitir. extrema em áreas urbanas (%) comentem que a pobreza extrema au-
2008 5,5 mentou nessas áreas. No caso, pratica-
© Cícero/Acervo do cartunista
283
Orientações didáticas COMO FAZER
Como fazer NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Gráficos
Comente com os estudantes que, Os gráficos fazem parte do nosso dia a dia. Eles mostram dados de maneira mais visual e objeti-
em razão de suas características muito va. Ao ver dados expressos em gráficos, sejam de qual tipo forem, conseguimos comparar e avaliar a
particulares que reforçam a linguagem evolução de processos, fenômenos e acontecimentos. As empresas, os governos e outras instituições
visual, os gráficos são muito utilizados utilizam gráficos para analisar desempenhos financeiros, como evolução de ganhos e gastos; para re-
em telejornais, sites, jornais, revistas, conhecer fenômenos demográficos; para estabelecer estratégias em seus planejamentos, etc.
folhetos, livros, relatórios e apresen- Alguns recursos são requisitos básicos em um gráfico. Veja a seguir.
tações de slides e ideias por meio de
⓿ Título: apresenta o fenômeno, processo ou acontecimento e sua ocorrência no tempo (período
ferramentas digitais. Ao expressar in-
ou mês/ano) e no espaço (local).
formações estatísticas (em números),
na forma de gráfico, seja em linhas, co- ⓿ Legenda: identifica as cores ou outro recurso ilustrativo utilizado para diferenciar linhas, colu-
lunas, barras, circular (setor/pizza) ou nas, barras, por exemplo.
outros tipos, com uso de diferentes co- ⓿ Fonte dos dados: indica os responsáveis pela coleta dos números/informações (uma empresa,
res, a compreensão dessas informa- um instituto público ou privado, uma universidade, por exemplo).
ções é facilitada. ⓿ Expressões numéricas: podem estar em porcentagem ou em números absolutos.
Trabalhe com eles a importância de Observe, a seguir alguns tipos de gráficos e explicações a respeito de sua elaboração e suas finalidades.
cada um dos elementos listados, como
título, legenda, fonte dos dados e ex- Gráficos de linhas e de colunas
pressões numéricas, avaliando o que
Tanto no gráfico de linhas como no de colunas, há duas principais informações apresentadas. No
conhecem e analisando se possuem
eixo vertical, está localizada a escala, onde aparecem os valores do que se quer representar. No eixo
incompreensões, as quais poderão ser
horizontal, são apresentadas as variações, ou seja, informações que mostram os anos ou outra variá-
reorientadas em sala de aula.
vel. O gráfico a seguir reúne esses dois tipos de representação. Observe-o.
Ao apresentar os gráficos, comente
que a associação entre o gráfico de li- Brasil: evolução do volume importado e do gasto com a importação de petróleo – 2011-2020
nhas e o de colunas é utilizada na ela-
175 21
boração dos climogramas, bastante Eixo vertical da
conhecidos pelos estudantes no decor- 150 147,8
144,2 linha 18
Valores do gráfico
rer dos Anos Finais do Ensino Funda- 15.873,9
de linha.
Eixo vertical das 125 121,3 16.463,3 15
114
as colunas correspondem às precipita- Valores do 14.151,8 13.448,5
gráfico de coluna. 100 12
ções, ou seja, aos índices pluviométri-
cos; e as linhas, às médias mensais de 75
65,2 68,0 69,1 9
Ericson Guilherme Luciano/Arquivo da editora
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Orientações didáticas
Brasil: população em algumas Regiões
Os gráficos de barras e de setores
Gráfico de barras Metropolitanas – 2017 são comumente utilizados nos estudos
O gráfico de barras também apresenta os São Paulo (SP)
de diversos temas dos mais variados
eixos horizontal e vertical, mas há uma diferen- Rio de Janeiro (RJ) componentes curriculares no Ensino
ça em relação ao que entra em cada um desses Belo Horizonte e Colar Fundamental, desde os Anos Iniciais.
Metropolitano (MG)
eixos, comparado com o de coluna. Isso se justifica pela facilidade de cons-
Porto Alegre (RS)
Para representar a comparação entre dados, trução dessas representações por parte
Região Metropolitana
Fortaleza (CE)
por exemplo, referentes à população de países, Salvador (BA) dos estudantes, assim como a grande
estados ou municípios, é desejável utilizar o Recife (PE) visibilidade das informações repre-
gráfico de barras. No caso do gráfico apresenta-
Curitiba (PR) sentadas. À medida que os contextos
Campinas (SP)
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Orientações didáticas
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
A construção de gráficos com a evo- Existem também gráficos de colunas ou de barras compostas.
lução histórica de um fenômeno permi- Informe aos estudantes que royalties
Brasil: evolução da distribuição de royalties sobre a produção são quantias pagas a determinado
te aos estudantes entenderem eventos de petróleo e de gás natural, segundo beneficiários – 2012-2020 proprietário em razão da exploração
sucessivos que ocorrem no espaço geo- de algo ou de sua utilização. No caso
25 do gráfico apresentado nesta página,
gráfico, trabalhando a CECH7. são valores sobre a produção de
Se considerar interessante, converse 20 petróleo e sua consequente comer-
cialização.
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Referências bibliográficas comentadas
AB’SÁBER, Aziz. Os domínios de natureza no Brasil: Pautada no objetivo de retomar as discussões de políti-
potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, ca sobre a perspectiva da Geografia, o livro aborda di-
2010. versos temas relacionados à Geografia Política, à con-
O autor analisa os domínios paisagísticos e ecológicos e temporaneidade e a discussão de Estado-nação.
as faixas de transição no Brasil, na perspectiva de suas CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo César da Costa;
potencialidades. CORRÊA, Roberto Lobato. Geografia: conceitos e temas.
BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. A desordem mundial. Rio 10. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016. Com a coletânea sobre os conceitos e os temas perti-
Especialista em política internacional, Bandeira faz am- nentes à Geografia em foco, os autores se propõem a
pla e profunda análise das principais questões geopo- apresentar o quanto esse arcabouço conceitual e temá-
líticas do mundo contemporâneo, inclusive, dedicando tico pode auxiliar na compreensão de diversas questões
vários capítulos do livro aos interesses russos no Leste de caráter espacial que afetam a sociedade no mundo
Europeu, particularmente, a temática sobre a Ucrânia e contemporâneo.
o papel de Vladimir Putin. CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos et al. (org.). Ensino da
BARROS, José D’Assunção. História, Espaço, Geografia: Geografia: caminhos e encantos. Porto Alegre: Edipucrs,
diálogos interdisciplinares. Petrópolis: Vozes, 2017. 2016.
Nesse livro, o autor trabalha com os conceitos e pro- A partir dos quatro relatos de professores de
cedimentos próprios das disciplinas de Geografia e Geografia, é possível pensar em suas experiências e na
História e propõe as relações interdisciplinares entre construção de uma educação geográfica.
elas. CAVALCANTI, Lana de Souza. Pensar pela Geografia:
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação ensino e relevância social. Goiânia: C&A Alfa Comunicação,
Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC: 2019.
SEB, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec. A autora mostra a importância de desenvolver o pensa-
gov.br/abase/. Acesso em: 10 mar. 2022. mento geográfico nos estudantes, pois isso lhes possi-
A BNCC é o documento que norteia a elaboração dos bilitará a análise de diferentes fenômenos do cotidiano,
currículos escolares da Educação Básica nas redes de relacionados ao espaço.
ensino de todo o Brasil. Foi elaborada com o propósito GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina.
de proporcionar a formação integral dos estudantes e, 1. ed. Porto Alegre: L&PM, 2010.
assim, permitir a construção de uma sociedade justa,
Embasado em uma narrativa da reconstrução histórica
democrática e inclusiva.
da América Latina, o autor debate temas socioeconô-
CARLOS, Ana Fani Alessandri. A cidade. 8. ed. São Paulo: micos e políticos do continente.
Contexto, 2009.
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José
Com base em suas pesquisas ligadas à Geografia Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio
Urbana, a autora articula a teoria e a prática em todos de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
os capítulos do livro, desenvolvendo abordagens em
três níveis de análise: o econômico, o político e o social. A obra apresenta os conceitos e a terminologia empre-
gada nos estudos de Geomorfologia e Geologia.
CARLOS, Ana Fani Alessandri. A condição espacial. São
Paulo: Contexto, 2011. HAESBAERT, Rogério. Territórios alternativos. São Paulo:
Contexto, 2017.
A partir das noções de espaço e território, a profes-
sora e geógrafa analisa como as relações sociais se Trata-se de uma coletânea de artigos do autor, que
apropriam e constroem esse espaço, considerando os analisa o espaço geográfico e o território na moderni-
fenômenos econômicos, sociais, culturais e naturais na dade e na pós-modernidade e discute algumas catego-
superfície terrestre. rias de análises estruturantes na ciência geográfica.
CASTELLAR, Sônia (org.). Educação geográfica: teorias e HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos. São Paulo:
práticas docentes. São Paulo: Contexto, 2005. Companhia das Letras, 2012.
O material apresenta dez artigos de pesquisadores O livro expressa uma análise histórica do período com-
da área de Geografia, que propõem uma discussão da preendido entre a Primeira Guerra Mundial, em 1914, e
Metodologia no Ensino de Geografia. o fim da União Soviética, em 1991.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE,
e Terra, 2002. 2018.
A obra é um dos volumes da trilogia A era da informa- Atlas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ção: economia, sociedade e cultura. Este livro analisa com diversos mapas que apresentam aspectos e temas
de maneira ampla e profunda as implicações sociais e geográficos, fundamentais para a compreensão do
econômicas da revolução na tecnologia da informação, mundo e, especialmente, do território brasileiro.
desde os anos 1970 até a transição do século XX para o ISA. Almanaque Brasil socioambiental. São Paulo: ISA, 2008.
século XXI. O almanaque apresenta 95 verbetes sobre questões
CASTRO, Iná Elias de. Geografia e Política: território, socioambientais relevantes no território brasileiro e
escalas de ação e instituições. 4. ed. Rio de Janeiro: no planeta Terra. A obra aborda diversos temas, como:
Bertrand Brasil, 2011. água, recursos minerais e energéticos, diversidade
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socioambiental, cidades, modelos de desenvolvimento, processos e fenômenos que se desenrolam no espa-
entre outros. ço geográfico.
KABENGELE, Munanga (org.). Superando o racismo na SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. São Paulo: Nobel,
escola. Brasília, DF: MEC, 2005. 1998.
A obra apresenta uma análise sobre a importância das Tendo como foco os espaços vividos pelos sujeitos, o
tradições africanas na cultura brasileira e auxilia os autor apresenta reflexões a respeito da democracia na
professores a trabalharem contra as posturas racistas, perspectiva das desigualdades socioeconômicas, ma-
discriminatórias e preconceituosas. terializadas no espaço geográfico.
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, SANTOS, Milton. O trabalho do geógrafo no Terceiro
2001. Mundo. 5. ed. São Paulo: Edusp, 2009.
Superando a discussão sobre a “problemática urbana” Pautado em uma nova perspectiva de estudo dos pro-
como algo técnico e voltado aos especialistas, o autor blemas e dos desafios dos países em desenvolvimento,
desenvolve uma temática que enfatiza os direitos e as sobretudo urbanos, o autor também discute o papel da
necessidades dos cidadãos ao viverem em cidades. teoria e do empirismo na ciência geográfica.
MEREDITH, Martin. O destino da África: cinco mil anos de SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem. 5 ed. São
riquezas, ganância e desafios. Rio de Janeiro: Zahar, 2017. Paulo: Edusp, 2012.
O historiador inglês analisa os diferentes processos Com base nos debates do período técnico-científico-
políticos, sociais, econômicos e culturais ao longo da -informacional, o autor debate a construção do espaço
história dos povos africanos, desde o Egito antigo até frente ao avanço do capital, da divisão internacional do
os dias atuais. Especialista no continente africano, tam- trabalho e da acumulação desigual.
bém explora as características dos Estados-nação for-
mados após a etapa de descolonização. SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do
pensamento único à consciência universal. 10. ed. Rio de
OLIC, Nelson Bacic. Visões geopolíticas do mundo atual. Janeiro: Record, 2003.
São Paulo: Moderna, 2017.
Embasado em uma interpretação sobre os atores de
A obra analisa diversos conflitos e outras questões
uma nova globalização, o autor debate o tema a par-
geopolíticas do mundo atual, além de problemáticas
tir de três perspectivas: globalização enquanto fábula,
ambientais, econômicas, culturais e sociais.
enquanto perversidade e uma nova globalização como
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A globalização da uma nova possibilidade de mundo.
natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro:
SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: território
Civilização Brasileira, 2006.
e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record,
No contexto do processo de globalização, a natureza é 2001.
apropriada de tal modo que as consequências são de-
Os autores analisam a formação espacial do Brasil, fo-
sastrosas, do ponto de vista social e ambiental. Além
cando as categorias de análise, particularmente, aque-
desse aspecto, o livro mostra as estratégias de poder
las desenvolvidas por Milton Santos, e os conceitos da
que estão em jogo na geopolítica da biodiversidade e
ciência geográfica.
do desenvolvimento sustentável.
ROSS, Jurandyr Luciano Sanches. Geomorfologia: SAQUET, Marcos Aurelio; SPOSITO, Eliseu Savério (org.).
ambiente e planejamento. São Paulo: Contexto, 1997. Territórios e territorialidades: teorias, processos e conflitos.
Rio de Janeiro: Consequência, 2019.
O geógrafo analisa os processos endógenos e exóge-
nos responsáveis pela formação e pela modelagem do Coletânea de artigos de autores que se debruçam so-
relevo. bre os conceitos de território e territorialidade, na
perspectiva temporal, espacial, regional, paisagística e
ROSS, Jurandyr Luciano Sanches (org.). Geografia do cotidiana.
Brasil. 6. ed. São Paulo: Edusp, 1998.
SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Capitalismo e
O livro tem como autores diversos professores e ex-
urbanização. São Paulo: Contexto, 2005.
-professores do departamento de Geografia da USP.
Aborda um leque de temas relevantes para o espaço A geógrafa analisa a formação do espaço urbano, enfo-
geográfico brasileiro e mundial, como: Geomorfologia, cando a relação entre o sistema capitalista e a produ-
Climatologia, Biogeografia, industrialização, proble- ção e organização das cidades na perspectiva espacial.
mas socioambientais, urbanização, população, globali- TEIXEIRA, Wilson et al. (org.). Decifrando a Terra. 2. ed.
zação, Geopolítica e questão agrária. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
SADER, Emir; JINKINGS, Ivana (coord.). Latino-americana: Os autores analisam diversos temas relacionados à
enciclopédia contemporânea da América Latina e do Geologia, aos recursos hídricos, minerais e energéticos,
Caribe. São Paulo: Boitempo, 2006. aos processos erosivos e tectônicos, além de questões
Obra de referência para compressão de muitos pro- ambientais, e apresentam uma gama de conceitos da
cessos geopolíticos, econômicos, territoriais, ambien- ciência geológica.
tais, urbanos, políticos e demográficos nos países da TULCHIN, Joseph S. América Latina × Estados Unidos. São
América Latina. Paulo: Contexto, 2016.
SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São O autor analisa, com pertinência e profundidade, as
Paulo: Edusp, 2008. relações entre a superpotência mundial e os países do
Nessa obra, o autor explora as categorias de análi- subcontinente, destacando o papel das potências lati-
se e os conceitos pilares para o entendimento dos no-americanas emergentes: Brasil, Argentina e México.
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