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MANU

A
PROFE L DO
SSOR

6
Alysson Artuso Angela Raimondi
Luciane Lazzarini Vilmarise Bobato
Componente curricular: Ciências • Ensino Fundamental – Anos Finais

ANO

PNLD 2024-2027 PNLD 2024-2027

ANOS FINAIS... ANOS FINAIS...

Obras Didáticas Obras Didáticas


MANU
A
PROFE L DO
SSOR

6
Componente curricular: Ciências • Ensino Fundamental – Anos Finais

ANO

Alysson Ramos Artuso Luciane Lazzarini


Doutor em Métodos Numéricos em Engenharia pela Mestra em Ciências Biológicas, área de concentração em
Universidade Federal do Paraná (UFPR) Bioquímica, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Mestre em Educação e licenciado em Física pela UFPR Especialista em Educação, Meio Ambiente e
Desenvolvimento e bacharela em Ciências Biológicas
Atuou como professor de Ciências e Física na rede
pela UFPR
particular de ensino
Atuou como professora de Ciências, Biologia e
Professor de Educação Básica na rede pública de ensino Bioquímica nas redes pública e particular de ensino

Angela Cristina Raimondi Vilmarise Bobato


Doutora e mestra em Química, área de concentração em Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade
Química Inorgânica, pela Universidade Federal do Paraná Estadual de Ponta Grossa (UEPG-PR)
(UFPR)
Doutora e mestra em Educação Científica e Tecnológica
Licenciada em Química pela UFPR pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Professora de Química no ensino médio e superior na Atuou como professora de Ciências e Biologia na rede
rede particular de ensino pública de ensino

1a edição, São Paulo, 2022

“Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas


com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada”.
Direção executiva: Flávia Bravin
Direção de negócio: Volnei Korzenieski
Gestão editorial: Alice Ribeiro Silvestre
Gestão de planejamento: Eduardo Kruel Rodrigues
Gestão de projeto digital: Tatiany Renó
Gestão de área: Daniela Teves Nardi
Coordenação de área: Lucas Augusto Jardim
Edição: Regina A. Melo Garcia, Thaís de Oliveira dos Santos,
Larissa Prada, Susan Bruna Carneiro Aragão Mendes
e Rogério Fernandes Cantelli (digital)
Revisão técnica: Vivian Lavander Mendonça
Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi, Camila Cunha,
Adriana Souza e Isabela Salustriano
Revisão: Mariana Braga de Milani (ger.), Flavia S. Venezio,
Patricia Cordeiro, Sueli Bossi e Vanessa P. Santos
Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.),
Renato Akira dos Santos (edição de arte), JS Design (diagramação)
Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (ger.),
Claudia Balista e Danielle Alcântara (pesquisa iconográfica),
Emerson de Lima (tratamento de imagens)
Direitos autorais: Fernanda Carvalho (coord.), Emília Yamada,
Erika Ramires e Carolyne Ribeiro
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Erika Ramires e
Tempo Composto Ltda.
Ilustrações: Estúdio Ornitorrinco, Luis Moura, Osni de Oliveira,
R2 Editorial, Raul Aguiar e Walter Caldeira
Cartografia: Mouses Sagiorato e Vespúcio Cartografia
Design: Noctua Art (proj. gráfico e capa), Luis Vassallo (Manual do Professor)
Foto de capa: vitapix/E+/Getty Images
Pré-impressão: Alessandro de Oliveira Queiroz, Pamela Pardini Nicastro,
Débora Fernandes de Menezes, Fernanda de Oliveira e
Valmir da Silva Santos

Todos os direitos reservados por Editora Scipione S.A.


Alameda Santos, 960, 4o andar, setor 2
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Tel.: 4003-3061
www.edocente.com.br
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

#Sou+Ciências : 6º ano / Alysson Ramos Artuso...[et al].


-- 1. ed. -- São Paulo : Scipione, 2022.
(#Sou+Ciências)

Outros autores: Angela Cristina Raimondi, Luciane Lazzarini


e Vilmarise Bobato
Bibliografia
Suplementado pelo manual do professor
ISBN 978-65-5763-257-4 (aluno)
ISBN 978-65-5763-258-1 (professor)

1. Ciências (Ensino fundamental – Anos finais) I. Artuso,


Alysson Ramos

CDD 372.35
22-2432

Angélica Ilacqua - CRB-8/7057


2022
Código da obra CL 720445
CAE 798161 (AL) / 798162 (PR)
1a edição
1a impressão
De acordo com a BNCC.
Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens
presentes nesta obra didática. Colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões
de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que,
eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão,
são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.

Impressão e acabamento

II
Apresentação
Colega professor(a),
Esta coleção foi idealizada e desenvolvida para os estudantes dos anos finais do
Ensino Fundamental, levando em consideração o período em que ficaram afasta-
dos presencialmente da escola durante a pandemia de covid-19.
Por esse motivo, o objetivo principal da coleção é contribuir para a retomada e
a ampliação da construção do conhecimento, sempre tendo como base a alfabe-
tização científica e o desenvolvimento de competências e habilidades. Para isso,
trazemos elementos do contexto dos estudantes e oferecemos informações atua-
lizadas, com atividades de interpretação, oralidade e escrita, que são ampliadas
no decorrer dos volumes.
Buscamos sempre tornar acessível a interpretação dos fenômenos naturais tra-
balhados e a aproximação dos estudantes com o fazer científico, abordando as-
pectos do contexto de produção do conhecimento por vários cientistas, principal-
mente contemporâneos.
Pensando no seu trabalho em sala de aula, apresentamos propostas que pos-
sam ser desenvolvidas em sua realidade ou adaptadas para as necessidades do seu
contexto escolar. Além disso, trazemos sugestões de atividades, leituras, experi-
mentos e materiais de consulta para contribuir com suas reflexões e com o plane-
jamento e o desenvolvimento das aulas.
Desejamos a você um bom trabalho e sucesso nessa missão como educador(a)!

III
Sumário

Orientações gerais .............................................................................................................................................................................. VI


#I. Ensino Fundamental – Anos Finais .............................................................................................................................. VI
#II. Pressupostos teórico-metodológicos ........................................................................................................................ VI
#Reflexões sobre a prática docente ......................................................................................................................................................... VII
#Alfabetização Científica e Tecnológica (ACT) ...................................................................................................................................... IX
Abordagem Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) ....................................................................................................................... XI
#III. Metodologias e estratégias de ensino .................................................................................................................. XII
#Metodologias ativas .................................................................................................................................................................................... XIII
#Mobilização de conhecimentos prévios ................................................................................................................................................ XV
#Interdisciplinaridade ................................................................................................................................................................................... XV
#Contextualização .......................................................................................................................................................................................... XVI
Temas Contemporâneos Transversais (TCT) ........................................................................................................................................ XVIII
#IV. BNCC e ensino de Ciências ............................................................................................................................................. XIX
#Trabalho com as competências gerais .................................................................................................................................................. XX
#Trabalho com as competências específicas de Ciências da Natureza ....................................................................................... XXI
#Trabalho com unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades .......................................................................... XXII
#Leitura inferencial ........................................................................................................................................................................................ XXIII
#Produção de análises críticas, criativas e propositivas ................................................................................................................... XXIV
#Argumentações oral e escrita ................................................................................................................................................................... XXIV
#Investigação científica ................................................................................................................................................................................ XXV
As atividades de pesquisa no Ensino Fundamental – Anos Finais ............................................................................................. XXVI
#Pensamento computacional ..................................................................................................................................................................... XXVII
#Protagonismo juvenil ................................................................................................................................................................................... XXVIII
#Culturas juvenis ............................................................................................................................................................................................. XXIX
#Projeto de vida .............................................................................................................................................................................................. XXIX
#Respeito e diversidade nas escolas ....................................................................................................................................................... XXX
#V. Avaliações .......................................................................................................................................................................................... XXXI
#Instrumentos avaliativos ............................................................................................................................................................................ XXXIII
Exames de larga escala ........................................................................................................................................................................... XXXIII
#VI. Organização e estrutura da coleção ....................................................................................................................... XXXIV
#Linguagem da obra ...................................................................................................................................................................................... XXXIV
#Descrição das seções e dos boxes ......................................................................................................................................................... XXXV
#VII. Indicações de leituras, sites e vídeos ................................................................................................................... XXXVII
#VIII. Referências bibliográficas comentadas ............................................................................................................ XXXVIII
IV
Orientações específicas ................................................................................................................................................................ XLVII

#Volume 6 .................................................................................................................................................................................................... XLVII


Sumário ............................................................................................................................................................................................................... XLVII
Justificativa e pertinência do volume ........................................................................................................................................................ XLIX
Objetivos ......................................................................................................................................................................................................... XLIX
Caderno da BNCC para o(a) professor(a): competências e habilidades da BNCC .................................................................. LI
Competências gerais .................................................................................................................................................................................. LI
Competências específicas ........................................................................................................................................................................ LIII
Habilidades ................................................................................................................................................................................................... LIV
Proposta de planejamento e cronograma para utilizar o volume .................................................................................................... LVI

#Volume 7 ................................................................................................................................................................................................... LVII


Sumário ............................................................................................................................................................................................................... LVII
Justificativa e pertinência do volume ........................................................................................................................................................ LIX
Objetivos ......................................................................................................................................................................................................... LIX
Caderno da BNCC para o(a) professor(a): competências e habilidades da BNCC .................................................................. LXII
Competências gerais .................................................................................................................................................................................. LXII
Competências específicas ........................................................................................................................................................................ LXIV
Habilidades ................................................................................................................................................................................................... LXV
Proposta de planejamento e cronograma para utilizar o volume .................................................................................................... LXVIII

#Volume 8 ................................................................................................................................................................................................... LXIX


Sumário ............................................................................................................................................................................................................... LXIX
Justificativa e pertinência do volume ........................................................................................................................................................ LXXI
Objetivos ......................................................................................................................................................................................................... LXXI
Caderno da BNCC para o(a) professor(a): competências e habilidades da BNCC .................................................................. LXXIII
Competências gerais .................................................................................................................................................................................. LXXIII
Competências específicas ........................................................................................................................................................................ LXXV
Habilidades ................................................................................................................................................................................................... LXXVI
Proposta de planejamento e cronograma para utilizar o volume .................................................................................................... LXXVIII

#Volume 9 ................................................................................................................................................................................................... LXXIX


Sumário ............................................................................................................................................................................................................... LXXIX
Justificativa e pertinência do volume ........................................................................................................................................................ LXXXI
Objetivos ......................................................................................................................................................................................................... LXXXI
Caderno da BNCC para o(a) professor(a): competências e habilidades da BNCC .................................................................. LXXXIII
Competências gerais .................................................................................................................................................................................. LXXXIII
Competências específicas ........................................................................................................................................................................ LXXXV
Habilidades ................................................................................................................................................................................................... LXXXVI
Proposta de planejamento e cronograma para utilizar o volume .................................................................................................... LXXXVIII
V
Orientações gerais

# I. Ensino Fundamental – algumas reflexões sobre a prática docente e uma concepção de


Alfabetização Científica e Tecnológica (ACT) e da abordagem
Anos Finais Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS).

Os quatro anos finais do Ensino Fundamental são um desa-


fio em diversos aspectos para estudantes e professores. É um
# II. Pressupostos
momento de transição da infância para a adolescência e da
teórico-metodológicos
prática pedagógica de aprendizagens adquiridas nos segmen- De modo geral, a escola pública atende estudantes com di-
tos anteriores. No primeiro ano desse segmento, o estudante ferentes níveis e deficit de aprendizagem, precisando dar conta
está deixando o formato de aula com um ou poucos docentes, dessas desigualdades educacionais, mas também de diferen-
como é comum nos anos iniciais do Ensino Fundamental, para tes condições sociais (MIRANDA et al., 2022).
conhecer uma prática que envolve diversos professores, cada Tal cenário se agravou com a pandemia de covid-19, com efei-
um conduzindo um dos diferentes componentes curriculares, tos que podem impactar o aprendizado de toda uma geração.
com atividades progressivamente mais complexas. Tomando a escola como um possível espaço de transformação
Cabe, portanto, aos anos finais do Ensino Fundamental a da realidade social, entendemos que uma maneira de combater
retomada e a ressignificação dos conhecimentos aprendidos essas desigualdades é intensificar propostas de educação inte-
nos anos iniciais, ao mesmo tempo que se tem em vista maior gral, que não deve ser confundida com turnos de tempo integral
especialização, com “aprofundamento e ampliação de reper- (AMARAL, 2021; CENPEC, 2021; MACEDO, 2021).
tórios dos estudantes” (BRASIL, 2017, p. 60). Um dos caminhos para alcançar a educação integral – ou
O fortalecimento da autonomia dos estudantes é outro formação humana integral – tem como pressuposto a con-
objetivo elencado nas normativas educacionais brasileiras pa- cepção de escola unitária de Gramsci (2000), uma escola que
ra esse nível de ensino. Nelas, destaca-se a necessidade de possibilite a todos – camadas populares ou abastadas da so-
oferecer a eles conhecimentos e experiências de acesso e in- ciedade – as mesmas oportunidades de formação, o mesmo
teração com diversas fontes de informação, sempre de forma acesso ao conhecimento e à cultura.
crítica e com diferentes conteúdos científicos e curriculares. Outra característica da educação integral é sua formação
Desse fortalecimento, pode-se trabalhar o protagonismo ju- omnilateral, isto é, uma formação que considere todas as dimen-
venil, no qual o engajamento dos estudantes, a reflexão crítica sões do ser humano, possibilitando o desenvolvimento de cida-
e as ações coletiva e individual são estimulados. O respeito à dãos cada vez mais atuantes na sociedade. Isso significa tratar de
diversidade, a empatia e a responsabilidade devem ser pro- maneira integrada a ciência, a tecnologia, a cultura e o trabalho,
movidos de forma alinhada com uma formação integral funda- com ênfase no sentido ontológico do trabalho, isto é, nas ações
mentada nos princípios democráticos e nos direitos humanos. que os humanos fazem para produzir sua própria existência, ações
Segundo a BNCC (BRASIL, 2017, p. 61-62), capazes de transformar a natureza, estabelecer relações sociais,
[…] é preciso considerar a necessidade de desnaturali- manter ou modificar culturas, e assim por diante (SAVIANI, 2007).
zar qualquer forma de violência nas sociedades contem- Trata-se, assim, de uma proposta de formação humana integral
porâneas, incluindo a violência simbólica de grupos so- pelo viés da pedagogia histórico-crítica, que propõe a escola como
ciais que impõem normas, valores e conhecimentos tidos espaço capaz de transformar, em alguma medida, a sociedade e
como universais e que não estabelecem diálogo entre as responsável pela socialização da cultura e democratização dos co-
diferentes culturas presentes na comunidade e na esco- nhecimentos produzidos pela humanidade no processo histórico.
la. […] A compreensão dos estudantes como sujeitos com Além disso, tem como ponto de partida e de chegada a prática social,
histórias e saberes construídos nas interações com outras com os conteúdos que permitem aos estudantes emanciparem-se
pessoas, tanto do entorno social mais próximo quanto do e agirem em suas realidades com os recursos proporcionados pe-
universo da cultura midiática e digital, fortalece o poten- lo conhecimento historicamente sistematizado (SAVIANI, 2019).
cial da escola como espaço formador e orientador para a Porém, tal proposta de formação humana e integral também
cidadania consciente, crítica e participativa […]. guarda aproximações com outras tendências pedagógicas, co-
Para contribuir com essa etapa da Educação Básica, são expos- mo a psicologia histórico-cultural, a pedagogia crítico-social
tos a seguir os pressupostos teórico-metodológicos da coleção, dos conteúdos e a educação popular-crítica (SAVIANI, 2019).

VI
Essa proposição de formação humana integral alinha-se complementares, por exemplo) ou articulando a aprendizagem
com a BNCC, na qual se lê que: com a família, a comunidade ou a sociedade (JIMENEZ, 2016).
Independentemente da duração da jornada escolar, A essas três características pedagógicas citadas para a co-
o conceito de educação integral com o qual a BNCC es- leção, soma-se a promoção de uma Alfabetização Científica
tá comprometida se refere à construção intencional de e Tecnológica (ACT) – operacionalizada por meio da aborda-
processos educativos que promovam aprendizagens gem da ciência, da tecnologia e da sociedade – para compor os
sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e pressupostos teórico-metodológicos da obra. A importância
os interesses dos estudantes e, também, com os desa- da ACT é comentada mais adiante, neste Manual.
fios da sociedade contemporânea. (BRASIL, 2017, p. 14)
O livro didático é um dos diversos recursos a serviço das #Reflexões sobre a prática docente
práticas docente e discente. Logo, não deve ser visto como A escola não é alheia ao contexto em que está situada. A cultura
ferramenta única e suficiente para colocar em ação uma pro- social atravessa seus muros, para além da vontade de que ela faça
posta educacional (MEGID NETO; FRACALANZA, 2003). Con- parte ou não do processo pedagógico e das reflexões sobre a prá-
tudo, entendemos que o livro didático deve estar alinhado a tica docente. Dito de outro modo, as diversas formas de violência
características de uma proposta de educação que, no presente (física, psicológica, moral, etc.), os problemas de saúde pública, as
caso, é a da educação integral. desigualdades e as reflexões sobre as escolhas éticas e políticas de
nossa sociedade podem até não fazer parte do processo de ensi-

Sergio Pedreira/Pulsar Imagens


no-aprendizagem, mas estarão presentes no substrato dele, por
vezes sendo reproduzidos na escola (BORDIEU; PASSERON, 1992;
DAYRELL, 1996; GONÇALVES; GONÇALVES, 2017).
Sendo assim, a primeira urgência de transformação em rela-
ção à prática docente é restaurar a posição do(a) professor(a)
em seu local de fala como um dos atores sociais privilegiados
para pensar criticamente a realidade em interação com os es-
tudantes e os demais agentes da comunidade escolar.
Situa-se, assim, a escola como um dos espaços possíveis
para promover a transformação da realidade social, incluindo
um trabalho sistemático de promover a cultura de paz encam-
pado por toda a equipe escolar. No contexto da sala de aula,
o(a) professor(a) contribui para essa transformação ao trazer
para o processo pedagógico a discussão dos contextos local e
O livro didático pode enriquecer as práticas docente e discente. Na
imagem, estudante da Escola Municipal Benedito de Oliveira global, promovendo a valorização da escola, da comunidade
Barros, em Itaparica (BA), 2019. escolar e dos conhecimentos adquiridos.
Sendo assim, um livro didático para a educação integral,

Cesar Diniz/Pulsar Imagens


em algum momento, precisa:
• considerar de forma integrada as múltiplas dimensões dos
sujeitos e da estrutura social, como as dimensões intelectual,
afetiva, física, social, ética e simbólica, e a busca pela cons-
trução de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva;
• reconhecer os conhecimentos desenvolvidos na escola co-
mo parte, mas não como a totalidade do patrimônio cultu-
ral da sociedade. Com isso, faz-se necessário promover um
diálogo que envolva as aprendizagens escolares com ou-
tros saberes, como aqueles trazidos pelos estudantes para
É necessário combater a ideia de que o ensino é uma tarefa trivial,
a escola, adquiridos por meio de suas vivências cotidianas; na qual o(a) professor(a) precisa apenas compreender os
• proporcionar variadas oportunidades de aprendizagem, o conteúdos em um nível de aprofundamento superior ao dos
estudantes. É necessário estar clara, para a população em geral, a
que pode ocorrer com a mobilização de diferentes metodo-
complexidade da docência. Na imagem, professora e estudantes
logias e processos cognitivos, variações de espaços e tempos da Escola Estadual Quilombola Professora Tereza Conceição de
de aprendizagem (por meio de atividades experimentais ou Arruda, em Nossa Senhora do Livramento (MT), 2020.

VII
No trabalho sobre formação de professores dos pesquisadores Carvalho e Gil-Pérez (2011), a visão equivocada e simplista de
que para lecionar basta conhecer um assunto com mais profundidade do que os estudantes é tomada como o primeiro aspecto da
prática docente a ser superado. Mas são muitos os obstáculos; entre eles, as lacunas na formação de professores, a desvaloriza-
ção profissional, as precárias condições materiais de escolas e os problemas de saúde física e mental decorrentes dessas adver-
sidades. Como consequência, tem-se um ensino que é insuficiente, apesar dos esforços de parte a parte (AMADO, 2000; SILVA,
2018; OLIVEIRA, 2020).
Para iniciar uma mudança nesse cenário, Carvalho e Gil-Pérez (2011, p. 19) propõem que os professores não atuem de modo
isolado, mas realizem “um trabalho coletivo em todo o processo de ensino/aprendizagem: da preparação das aulas até a ava-
liação”. Além disso, esses pesquisadores destacam oito conhecimentos necessários na formação do professor, sintetizados no
esquema a seguir.

O que deverão “saber” e “saber fazer” os professores de Ciências

3. Adquirir
2. Conhecer e
O que exige conhecimentos Possibilita 4. Crítica
questionar o
teóricos sobre a fundamentada no
pensamento docente
O que exige aprendizagem de ensino habitual.
espontâneo.
Ciências.

Possibilita

Possibilita
8. Utilizar a
1. Conhecer a
pesquisa e a
matéria ensinada.
inovação.

6. Saber dirigir a
5. Saber preparar
7. Saber avaliar. atividade dos
atividades.
estudantes.

Elaborado com base em: CARVALHO, A. M. P.; GIL-PÉREZ, D. Formação de Professores de Ciências. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

Saviani (2012) também combate a visão simplista de que para ensinar basta o domínio do conteúdo. Para o autor, uma im-
portante etapa da ação docente é selecionar questões da prática social que viabilizem o processo pedagógico e a apreensão dos
múltiplos aspectos do conteúdo, como os aspectos científico, histórico, tecnológico e social. Tal seleção pode ser feita com os
estudantes, empregando o processo de formular perguntas e investigar respostas de modo perspicaz e voltado para possíveis
transformações da realidade social.
Dessa forma, cabe ao(à) docente levar em consideração também os possíveis questionamentos dos estudantes e da comunidade,
propondo abordagens e atividades que possibilitem a resolução dos problemas, inclusive por meio da elabo- Luis
Salv
at o
re/
ração de hipóteses e verificações experimentais, teóricas e/ou lógicas. Tal abordagem possibilitará Pu
l sa
rI
m
ag
ao estudante assumir a responsabilidade por suas próprias formulações intelectuais e estraté- en
s

gias de resolução de problemas, ao pensar e se posicionar perante as questões que a reali-


dade nos impõe. Desse modo, estimulam-se as capacidades de selecionar, interpretar e
processar informações, e organizar dados resultantes de aprendizagens e experiências
em meio a múltiplos estímulos recebidos do ambiente.
Elias e Vosgerau (2019, p. 46) também chamam a atenção para “a importância
de movimentos de reflexão realizados por docentes para mudanças e novo olhar
deles para suas práticas, para seus alunos e para o contexto educacional no qual
estão inseridos”. Inclusive, as próprias políticas e as normativas educacionais po-
dem ser alvo da reflexão docente, no sentido de se propor um trabalho pedagógico
que possa aperfeiçoar eventuais fragilidades ou inconsistências de políticas e nor-
mativas (ANTUNES JÚNIOR; CAVALCANTI; OSTERMANN, 2020).
Aplicação de jogos durante aperfeiçoamento de professores
em Educação financeira, em Jijoca de Jericoacoara (CE), 2019.

VIII
No contexto de educação integral e da ACT, o(a) profes- Portanto, a prática docente alinhada à educação integral re-
sor(a) é agente fundamental no processo de ensino-apren- quer o estímulo, de modo recorrente, à investigação científica,
dizagem, afinal tem como papel conhecer a realidade social ao pluralismo de ideias e ao pensamento crítico. É nesse senti-
em que ele(a) e os estudantes estão inseridos, selecionar ou do que a obra se configura, mantendo o(a) professor(a) em seu
formular questões relacionadas a ela, e propor e executar as papel central na seleção de conteúdos, problemas e aborda-
ações de ensino-aprendizagem com os estudantes e os pro- gens adequados, à medida que oferece opções, ideias e con-
fessores de outras áreas do conhecimento. textualizações que buscam contribuir para o trabalho docente.
Nesse âmbito, a obra visa contribuir com o trabalho docen-
te, por um lado, no nível de levantamento de possíveis ques- #Alfabetização Científica e Tecnológica (ACT)
tões, em especial quando são de caráter global – por exemplo: No início da pandemia de covid-19 no Brasil, em 2020, al-
promover a reflexão acerca das mudanças trazidas pelas má- gumas perguntas comuns foram: “Como surgiu a doença?”;
quinas térmicas (Volume 7, Capítulo 3) ou conciliar a demanda “Como as pessoas são infectadas?”; “Qual é o melhor trata-
por energia elétrica e a preservação do ambiente e dos recur- mento?”; “Como funcionam as vacinas?”.
sos naturais da Terra (Volume 8, Capítulo 10). Em meio às respostas, muitas informações falsas e postu-
Por outro lado, a obra também visa contribuir para o ensi- ras negacionistas da ciência se propagaram e prejudicaram o
no de conceitos e conhecimentos científicos, oferecendo uma combate à doença, evidenciando quanto a proposta da ACT,
transposição didática dos conteúdos elaborados e sistemati- originária do campo científico de ensino de Ciências, é neces-
zados pela humanidade, possibilitando o desenvolvimento da sária para a educação e deve estar presente nos materiais di-
capacidade investigativa dos estudantes e debatendo formas dáticos (CEDUC, 2021).
de integração, produção e disseminação dos conhecimentos. Por essa perspectiva, o foco do ensino não deve estar na
Tal concepção do papel do(a) professor(a) também encon- excessiva matematização dos conceitos a ser ensinados, mas
tra respaldo na BNCC, que propõe uma atuação docente na nos processos de construção, apropriação e interpretação des-
qual os estudantes ses conhecimentos.
[…] sejam progressivamente estimulados e apoia- Para Sasseron e Carvalho (2011), a ACT se articula no en-
dos no planejamento e na realização cooperativa de torno de três eixos estruturantes, conforme esquema a seguir.
atividades investigativas, bem como no compartilha-
mento dos resultados dessas investigações. Isso não Eixo estruturante 1: Eixo estruturante 2:
significa realizar atividades seguindo, necessariamen- envolve o envolve a reflexão acerca
entendimento de da natureza da ciência e
te, um conjunto de etapas pré-definidas, tampouco termos, conhecimentos dos aspectos contextuais,
se restringir à mera manipulação de objetos ou reali- e conceitos científicos éticos e políticos em que
zação de experimentos em laboratório. Ao contrário, fundamentais. está imersa.
pressupõe organizar as situações de aprendizagem
partindo de questões que sejam desafiadoras e, reco-
nhecendo a diversidade cultural, estimulem o interes-
se e a curiosidade científica dos alunos e possibilitem ACT
definir problemas, levantar, analisar e representar re-
sultados; comunicar conclusões e propor intervenções. Elaborado com base em:
(BRASIL, 2017, p. 320) SASSERON, L. H.; CAR-
VALHO, A. M. P. Cons-
truindo argumentação na
Eixo estruturante 3: sala de aula: a presença
Luciana Whitaker/Pulsar Imagens

envolve a discussão de do ciclo argumentativo,


relações existentes entre os indicadores de alfa-
betização científica e o
ciência, tecnologia, padrão de Toulmin. Ciência
sociedade e ambiente. & Educação, Bauru, v. 17,
n. 1, p. 97-114, 2011.

Em outras palavras, propõe-se um ensino que vise a ACT


em oposição à simples acumulação de conteúdo; ou seja,
um ensino que não negue a face acadêmico-científica das
Ciências da Natureza, mas que também não ignore sua con-
cepção como atividade social e cultural (CARVALHO, 2003;
A investigação científica, o pluralismo de ideias e o pensamento SASSERON, 2011).
crítico são requisitos para uma formação humana integral. Na
imagem, estudantes da Escola Municipal Max Fleiuss, no Rio de Entre as variantes da expressão ACT, está o uso dos ter-
Janeiro (RJ), 2022. mos letramento ou enculturação em vez de alfabetização;

IX
de modo geral, a proposta é a de uma prática capaz de “de-

João Prudente/Pulsar Imagens


senvolver em uma pessoa qualquer a capacidade de organi-
zar seu pensamento de maneira lógica, além de auxiliar na
construção de uma consciência mais crítica em relação ao
mundo que a cerca” (SASSERON, 2011, p. 61), que abrange
desde “princípios básicos de fenômenos do cotidiano até
a capacidade de tomada de decisão em questões relativas
à ciência e à tecnologia em que estejam diretamente en-
volvidos, sejam decisões pessoais ou de interesse público”
(SANTOS, 2007, p. 480).
Optando pelo termo letramento, a BNCC trata a ACT como
“a capacidade de compreender e interpretar o mundo (na- Estudantes da Escola Estadual Professora Leila Mara Avelino, em
tural, social e tecnológico), mas também de transformá-lo Sumaré (SP), utilizando notebooks em sala de aula para resolver
atividades.
com base nos aportes teóricos e processuais das Ciências”
(BRASIL, 2017, p. 319). Conforme a síntese de Fourez (2003), a perspectiva da ACT
Exemplificando, uma pessoa alfabetizada científica e tec- pretende:
nologicamente é aquela capaz de, por exemplo, compreen- 1. permitir aos estudantes se inserirem no universo técnico-
der bem a bula de um remédio, discutir impactos da telefonia -científico, podendo utilizar as Ciências da Natureza para
celular sobre os indivíduos e a sociedade, manipular produtos compreender e decodificar sua realidade, participando da
sanitários e aparelhos eletrodomésticos sem maiores riscos de cultura do nosso tempo;
provocar curtos-circuitos, queimaduras ou intoxicações, aten- 2. familiarizar-se com as principais ideias científicas da nos-
tar à data de validade e a outras exigências legais no comércio sa sociedade, como os modelos atômicos, a genética ou
de alimentos, tomar precauções para evitar doenças que afe- as formas de geração de energia elétrica, mantendo au-
tam a saúde individual e a coletiva, selecionar fontes confiáveis tonomia crítica em relação a ela;
de notícia ao fazer uso de tecnologias digitais de informação e 3. reduzir as desigualdades advindas da falta de compreen-
comunicação (TDIC), etc. são da ciência e da tecnologia;
Além disso, a pessoa alfabetizada científica e tecnologi- 4. ajudar as pessoas com meios e argumentos para a toma-
camente tem conhecimentos científicos e um repertório de da de decisão e a participação nos debates da sociedade
argumentos e habilidades de investigação que a permitem se que requerem conhecimentos científicos e senso crítico;
posicionar em debates de interesse individual e coletivo, co- 5. propiciar aos estudantes a participação produtiva no mun-
mo a mobilidade urbana, a vacinação em massa ou a geração do, compreendendo o potencial social, ambiental e econô-
de energia, assim como em assembleias ou audiências públi- mico da ciência e da tecnologia considerando seus riscos e
cas sobre problemas locais de sua comunidade, financiamen- incentivando vocações científicas ou tecnológicas.
to federal de pesquisas ou mudanças legislativas relacionadas
com ciência e tecnologia.

Luciana Whitaker/Pulsar Imagens


Ressalta-se que, com a presença intensa das TDIC na so-
ciedade, questões como a compreensão dessas tecnologias,
seu uso crítico, os impactos nos indivíduos e na sociedade e a
desigualdade de acesso também fazem parte da ACT.
Por esse motivo, é preciso que as TDIC estejam presentes
no processo pedagógico em pelo menos dois vieses:
• como objetos de estudo e discussão, por exemplo, o papel
que a luz, as cores e as imagens assumem na sociedade,
além do advento das mídias sociais digitais, presente no
Volume 9, Capítulo 10, desta coleção;
• como meios empregados para a realização de pesquisas, Estudantes preparando pão de queijo no Instituto Federal do Mato
para a execução de ações colaborativas e para a busca e a Grosso, em Cáceres (MT), 2018. Fazer um pão, cuidar de uma
horta, utilizar medicamentos, redes sociais ou dispositivos
disseminação de conhecimentos e iniciativas de conscienti-
eletrônicos, selecionar o meio de transporte, o lanche ou a forma
zação ou intervenção na realidade social, conforme ocorre de descarte de um resíduo são exemplos de participação produtiva
em diferentes momentos desta obra. no mundo, considerando um estudante da Educação Básica.

X
Desse modo, o desenvolvimento da ACT se mostra impor- a ligação obrigatória de causalidade na qual mais ciência resul-
tante para os estudantes no agora, para auxiliá-los na tomada taria, ao final do processo, em mais bem-estar. Também é re-
de decisões e nas discussões das quais já participam, e não so- corrente tomar esse raciocínio como salvacionista, no sentido
mente como algo para ser pensado para o futuro. Como afir- de que o desenvolvimento científico e tecnológico seria capaz
ma a BNCC, trata-se de um ensino que se compromete com de salvar a humanidade e solucionar todos os seus problemas.
os desafios da sociedade contemporânea, já que: Uma crítica a esse raciocínio, também chamado de modelo
No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu triunfalista da ciência e da tecnologia, é a de não haver espaço
contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser cria- para a participação da sociedade, o que ignora as inter-relações
tivo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, sociais com as políticas e com os desenvolvimentos científicos e
colaborativo, resiliente, produtivo e responsável re- tecnológicos. As consequências sociais e ambientais, em especial
quer muito mais do que o acúmulo de informações. as negativas ou inesperadas, são ocultadas, e a suposta supre-
Requer o desenvolvimento de competências para macia da ciência e da tecnologia é enaltecida (CEREZO, 1998).
aprender a aprender, saber lidar com a informação

Chico Ferreira/Pulsar Imagens


cada vez mais disponível, atuar com discernimento
e responsabilidade nos contextos das culturas digi-
tais, aplicar conhecimentos para resolver problemas,
ter autonomia para tomar decisões, ser proativo pa-
ra identificar os dados de uma situação e buscar so-
luções, conviver e aprender com as diferenças e as
diversidades. (BRASIL, 2017, p. 14)

#Abordagem Ciência, Tecnologia


e Sociedade (CTS)
Para diversos autores, como Santos e Mortimer (2000) ou
Lorenzetti e Costa (2020), uma maneira de colocar em práti-
Escultura tridimensional em acrílico que simula a estrutura do
ca a ACT consiste em utilizar a abordagem CTS. coronavírus na Exposição Coronaceno: reflexões em tempos de
Essa abordagem se caracteriza por explorar as relações e os pandemia, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ), 2021.
Questões políticas, econômicas, sociais, sanitárias, entre outras,
efeitos existentes entre a tríade ciência, tecnologia e sociedade,
influenciam os conhecimentos científicos e artefatos tecnológicos
às vezes acrescida explicitamente do termo ambiente, compon- desenvolvidos em cada época e lugar. No início da década de
do a sigla CTSA. Por exemplo, a abordagem CTS se preocupa 2020, a pandemia de covid-19 foi uma grande impulsionadora de
em explicitar e debater quais relações podem existir entre no- pesquisas em ciência e tecnologia.
vos conhecimentos e mudanças tecnológicas; entre a tecnolo- Silva (2015) sintetiza as três grandes correntes de contes-
gia disponível a certo grupo de pessoas e o estilo de vida delas; tação do modelo triunfalista em uma europeia, uma estadu-
entre as demandas e pressões sociais, políticas e econômicas e nidense e uma latino-americana. Na primeira corrente, o foco
a direção das pesquisas científicas; ou entre o desenvolvimento está nas inter-relações entre ciência, tecnologia e sociedade.
das teorias científicas e a maneira como as pessoas de deter- Na segunda, os interesses se voltam para as consequências
minada época e determinado lugar pensam sobre si próprias e ambientais e sociais dos artefatos tecnológicos. Na terceira,
sobre os problemas que as cercam (AIKENHEAD, 1994). as políticas públicas de ciência e tecnologia e os aspectos de
Essa abordagem surge no escopo do campo de estudos CTS desenvolvimento social, em especial as questões relativas a
– também chamados de estudos sociais da ciência (BAZZO, desigualdades, são enfatizadas.
1998; PINHEIRO; SILVEIRA; BAZZO, 2007). Os estudos CTS re- Cerezo (1998) mostra como essas correntes de pensamento
metem à década de 1960 e, entre outras considerações, apon- se articulam de modo a não dissociar da ciência e da tecnolo-
taram os equívocos do raciocínio linear de que a ciência produz gia os valores sociais, as pressões econômicas, as convicções
mais tecnologia, de que a tecnologia produz mais riqueza e de religiosas e os interesses profissionais e pessoais. Assim, a ati-
que riqueza produz mais bem-estar (ciência → tecnologia → vidade científica é percebida como um processo social con-
riqueza → bem-estar). Esse encadeamento de consequências, textualizado e capaz de desmistificar a ciência e a tecnologia.
abordado por Palacios et al. (2003), se daria do modo puro, autô- Uma consequência disso é que as políticas públicas precisam
nomo e neutro, isto é, sem interferências, sem depender de ou- ser definidas, levando-se em conta uma vasta gama de aspec-
tras variáveis e sem favorecer nenhuma visão de mundo em par- tos, consequências e inter-relações em um amplo processo
ticular. Por vezes, o raciocínio é determinista, como se houvesse democrático de tomada de decisão.

XI
No ambiente educacional, isso se traduz como uma necessi- muito ligado às descrições dos processos observados na na-
dade de mudança de conteúdos, enfoques, metodologias e atitu- tureza e na sociedade. Por isso, a ciência não pode ser tratada
des envolvidos com a aprendizagem científica e tecnológica, em como uma descrição objetiva e neutra do mundo, mas como
especial, com a intenção de promover o pensamento crítico. Em uma tentativa coletiva e provisória de satisfazer as necessida-
síntese, trata-se não apenas de se ensinar ciência, mas também de des de compreensão dos seres humanos, estando, portanto,
como se faz ciência e de que modo essa natureza do trabalho cien- também sujeita a relações de poder e de múltiplos interesses.
tífico se relaciona com aspectos tecnológicos, sociais e ambientais. Nem mesmo a natureza da ciência (construção, estabeleci-
Portanto, a incorporação de forma sistemática da aborda- mento e organização do conhecimento científico) é unívoca,
gem CTS em um material didático visa combater mitos, como tampouco a produção científica pode ser vista como uma se-
o da neutralidade da ciência, e expandir a capacidade refle- quência bem estabelecida de passos, como a visão tradicional
xiva e crítica dos estudantes. de método científico pode dar a entender.
Entendendo a ciência como processo de representação do Nessa perspectiva, podem ser abordados ao menos seis aspec-
mundo em contínua reformulação, o discurso científico está tos em uma abordagem CTS (SANTOS; MORTIMER, 2002, p. 7):

Aspectos de uma abordagem CTS

Filosófico: que inclui, entre outros, aspectos éticos do trabalho científico, o impacto das descobertas científicas sobre a sociedade e
1 a responsabilidade social dos cientistas no exercício de suas atividades.

Sociológico: que inclui a discussão sobre as influências da ciência e da tecnologia sobre a sociedade e, dessa última, sobre o progresso
2 científico e tecnológico; e as limitações e possibilidades de usar a ciência e a tecnologia para resolver problemas sociais.

Histórico: que inclui a discussão sobre a influência da atividade científica e tecnológica na história da humanidade, bem como os
3 efeitos de eventos históricos no desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

Político: que passa pelas interações entre a ciência e a tecnologia e os sistemas público, de governo e legal; pela tomada de decisão
4 sobre ciência e tecnologia; o uso político da ciência e da tecnologia; bem como pela relação entre ciência, tecnologia, defesa nacional
e políticas globais.

Econômico: com foco nas interações entre as condições econômicas e a ciência e a tecnologia, e nas contribuições dessas atividades para
5 o desenvolvimento econômico e industrial, a tecnologia e a indústria, o consumismo e o emprego da ciência e da tecnologia.

Humanístico: que inclui aspectos estéticos, criativos e culturais da atividade científica, efeitos do desenvolvimento científico sobre
6 a literatura e as artes, e a influência da humanidade na ciência e na tecnologia.

Elaborado com base em: SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem CTS (Ciência-Tecnologia-Sociedade) no contexto da educação brasileira.
Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, Minas Gerais, v. 2, n. 2, p. 1-23, 2000.

Apesar da atenção dedicada a essa abordagem, não se tra- #Para refletir e #Para interpretar, alguns debates que envol-
ta de propor, aqui, um conteúdo programático desvinculado vem conhecimentos científicos, questões éticas e políticas
da BNCC e baseado exclusivamente nos estudos CTS, mas de para sua compreensão e solução. Buscam-se, assim, a con-
optar por uma abordagem que possibilite a interação entre a textualização e a interdisciplinaridade do tema a ser traba-
CTS e os conteúdos cobertos pela BNCC e suas habilidades lhado, facilitando o engajamento do estudante e a interação
e competências, que devem ser de domínio dos estudantes com outros conhecimentos que ele já possui.
ao final do Ensino Fundamental. A proposta facilitada pela
BNCC, se aproxima de uma abordagem CTS já em sua primeira # III. Metodologias e estratégias
competência específica definida para o Ensino Fundamental de ensino
– Anos Finais: “1. Compreender as Ciências da Natureza co- O livro didático é um dos recursos à disposição do(a) pro-
mo empreendimento humano, e o conhecimento científico fessor(a) para seu trabalho em sala de aula. Embora exerça
como provisório, cultural e histórico” (BRASIL, 2017, p. 322). influência sobre a formação docente continuada, as escolhas
Nesta coleção, foram incorporados conteúdos e debates curriculares e a implementação de políticas públicas, seu papel
CTS ao desenvolvimento dos capítulos e das unidades como não deve ser superestimado (SILVA, 2012; AGUIAR; GARCIA,
forma de promoção de uma formação humana integral e de 2017; ROSA; ARTUSO, 2019; SILVA; ARTUSO; SUERO, 2020).
uma alfabetização científica e tecnológica. Por isso, foram pro- Assim quem define as metodologias de ensino são as esco-
postos ao longo do texto, em atividades e boxes #Para iniciar, las e os professores, afinal são eles quem melhor conhecem

XII
sua realidade e o contexto dos estudantes. Levando em con- • os problemas de educação não são solucionados pelo em-
ta essa definição, a escolha de uma coleção didática que se prego de metodologias ativas, dada a complexidade dos
alinhe às opções pedagógicas e metodológicas dos docentes processos de ensino e aprendizagem.
pode ser uma importante contribuição para o processo de en- Feitos esses alertas, não se pode descartar a possibilidade
sino e aprendizagem. de metodologias ativas contribuírem para uma educação in-
tegral na perspectiva, por exemplo, da pedagogia histórico-

Cesar Diniz/Pulsar Imagens


-crítica. Para isso, não se pode negligenciar a centralidade do
papel docente no processo de ensino-aprendizagem como
responsável pela seleção e pela abordagem de ensino dos co-
nhecimentos historicamente sistematizados, bem como pela
avaliação e pela recuperação das aprendizagens.
Na concepção da pedagogia histórico-crítica, a escola deve
ser valorizada como espaço de socialização do conhecimen-
to, sendo capaz de contribuir para eliminar desigualdades so-
ciais e promover o aprendizado e a inclusão (SAVIANI, 2012).
A educação integral proposta por essa concepção requer a in-
tegração dos conhecimentos, a igualdade de oportunidades e
a consideração de múltiplas dimensões do ser.
As metodologias de ensino de uma instituição devem ser definidas
pelos professores e pela escola, pois são eles que conhecem a Para Rebouças e Bezerra (2021, p. 1), as metodologias
realidade e o contexto em que os estudantes estão inseridos. Na ativas são capazes de contribuir com esses requisitos ao
imagem, professora com estudantes na Escola Estadual Quilombola promover a superação dos conhecimentos fragmentados
Professora Tereza Conceição de Arruda, em Nossa Senhora do
Livramento (MT), 2020. e ao instigar os estudantes “a interagir de maneira eficaz
no mundo em que vivem perante a construção de saberes
A seguir, são apresentadas algumas estratégias de ensino integrado às mais diversas práticas sociais”. Também Sou-
potencializadas pela coleção: as metodologias ativas, a mo- sa (2021), Paz e Rocha (2021), Rebouças e Bezerra (2021)
bilização de conhecimentos prévios, a interdisciplinaridade e e Costa e Azevedo (2019) conduziram investigações volta-
a contextualização. das aos pressupostos da educação integral, nas quais se evi-
denciou a possibilidade de metodologias ativas auxiliarem
#Metodologias ativas no desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo, na
Metodologias ativas são aquelas que “dão ênfase ao papel compreensão mais sistêmica dos fenômenos, nas tomadas
protagonista do estudante, ao seu envolvimento direto, par- de decisão e na execução de ações que proporcionem uma
ticipativo e reflexivo em todas as etapas do processo, experi- postura protagonista nos estudantes.
mentando, desenhando, criando, com orientação do profes- Algumas estratégias são particularmente possibilitadas pela
sor” (MORAN, 2018, p. 4). coleção: aprendizagem por pares, sala de aula invertida, deba-
As metodologias ativas são uma das tendências educacio- tes, seminário, entre outras. Elas são exploradas em atividades
nais atuais, que buscam propor alterações na dinâmica da sala que promovem o protagonismo estudantil e estão indicadas
de aula e colocar os estudantes em posições menos passivas e nas orientações específicas dessas atividades.
receptoras de informações e conhecimentos. A proposta não A aprendizagem por pares consiste em um trabalho coope-
é nova, remetendo ao movimento de renovação de ensino rativo entre os estudantes para que compartilhem explicações
conhecido como Escola Nova, surgido há mais de cem anos e respondam a questionamentos. Um exemplo é o(a) profes-
(KFOURI et al., 2019). sor(a) lançar um questionamento inicial e coletar as respostas
As tecnologias digitais de informação e comunicação e as dos estudantes. Se as respostas forem diversas, o(a) profes-
novas demandas do mundo do trabalho deram novo impulso sor(a) requisita que aqueles que deram respostas diferentes
para as metodologias ativas; para não serem apenas um mo- expliquem uns aos outros os seus raciocínios e, então, refaz a
dismo ou promotoras de uma escola reprodutora das desigual- pergunta, em busca de alterações nas respostas. Essa metodo-
dades da sociedade, Pischetola e Miranda (2019) chamam a logia pressupõe que a discussão com os pares facilita o conflito
atenção para dois pontos: cognitivo e a aprendizagem do estudante quando comparada
• metodologias ativas têm grande potencial, mas seu uso acrí- com a discussão com o(a) professor(a), tomado(a) pelo estu-
tico promove a ideia de que a organização da educação es- dante como alguém em um nível superior de conhecimento
colar deve partir de métodos e técnicas de ensino; em relação a ele (RODRIGUES; DIAS; SOUZA, 2016).

XIII
A sala de aula invertida remete à ideia de uma aula tradi- No contexto de diversificar as possibilidades de traba-
cional, em que o(a) professor(a) dá explicações em sala e, em lho pedagógico e o emprego de metodologias ativas, o es-
casa, o estudante faz atividades sobre o assunto explicado. quema a seguir destaca cinco ações essenciais, com foco
Nesse novo arranjo didático, esses momentos são trocados: na alfabetização científica como forma de tirar a ciência de
os estudantes têm contato prévio com o conteúdo em casa, seu isolamento e fazer com que o estudante seja capaz de
normalmente por meio de um material disponibilizado pelo(a) tomar decisões pessoais e coletivas de forma inteligente
docente, e em sala de aula faz atividades de operacionalização (LEMKE, 2006).
e aplicação do conhecimento, tendo o(a) professor(a) presen-
te para lhes auxiliar. Ação 1: ensinar ciência
O uso de debates é um estímulo para a participação dos es- aproximando-a dos
estudantes por meio de
tudantes em aula e para o desenvolvimento da argumentação, atividades que Ação 3:
do respeito e do diálogo (BARBOSA; MARINHO; CARVALHO, estimulem estudos da trabalhar com
2020). Após leituras, exposições ou atividades, o debate é pro- natureza (trabalho de diferentes
campo, leitura de fontes
posto para testagem e aplicação do conhecimento adquirido. histórias, entre outras). documentais.
De acordo com o assunto, o debate pode ter diferentes regras
e abrangências, podendo ser uma simulação de júri, reuniões,
assembleias e afins. Por exemplo, temas como a instalação de
Ação 2: estimular
uma usina elétrica em terras indígenas podem ser debatidos as trocas de
com a turma na forma de um júri, em que um grupo representa informações entre
a posição favorável, um grupo representa a posição contrária os estudantes.

e um terceiro grupo compõe o júri.


A promoção de seminários consiste em organizar apresen- Ação 5: aproximar,
tações dos estudantes sobre determinado tema, atentando por meio de práticas
de laboratório,
para que haja interação e continuidade nos trabalhos deles
ciência e tecnologia.
(BORGES, 2014). A pesquisa, a comunicação oral, a organiza- Ação 4: explorar
ção e a criticidade são capacidades trabalhadas na promoção diferentes formas da
linguagem (meios visuais,
de seminários. Pegando como exemplo o tema Genética, um audiovisuais, computador,
grupo de estudantes pode apresentar o que é hereditariedade diálogo, entre outras).
e como observá-la na natureza; outro grupo pode apresentar
Elaborado com base em: LEMKE, J. L. Aprender a hablar ciencia: lenguaje, aprendizaje y
um caso em que os conceitos de genótipo, fenótipo, gene do- valores. Barcelona: Paidós, 2006.

minante e gene recessivo estejam presentes, como o dos pelos


Por fim, há de se ter o cuidado com o uso de metodologias
de porquinhos-da-índia; outro grupo pode tratar da herança
ativas com grandes grupos, como turmas com 45 estudantes
genética dos grupos sanguíneos humanos e da transfusão de
ou mais. Ainda que no Ensino Superior haja estudos brasileiros
sangue, e assim por diante.
mostrando vantagens no uso de tecnologias digitais associa-
Cultura maker diz respeito a colocar a “mão na massa”, seja
das com metodologias ativas para turmas grandes, resultados
com a montagem de modelos, maquetes ou protótipos físicos,
similares não são encontrados na Educação Básica. Os efeitos
seja com ferramentas digitais para, por exemplo, simulações
ou levantamento e visualização de dados. A experimentação presentes na literatura especializada apontam justamente para
é, portanto, a base da cultura maker, requerendo também ca- o sentido oposto: atividades que requerem participação ativa
pacidades de planejamento e trabalho em equipe. A constru- dos estudantes têm seus efeitos prejudicados em turmas com
ção de modelos físicos tridimensionais para estudar os mo- mais de trinta estudantes, incluindo a diminuição na taxa de
vimentos dos corpos celestes e as estações do ano são um aprovação (DUSO; SUDBRACK, 2009; OLIVEIRA, 2010; MOU-
exemplo de aplicação da cultura maker para os anos finais do RÃO, 2013; MENDES, 2015; BEZERRA et al., 2020; MORAES,
Ensino Fundamental. 2021). Nesse sentido, a separação das turmas em grupos me-
No tópico Indicações de leitura, sites e vídeos, são reco- nores pode ser o melhor caminho para colocar em prática me-
mendados materiais que detalham essas e outras estratégias e todologias ativas e promover um ensino de Ciências capaz de
mostram como elas podem contribuir para o desenvolvimento proporcionar uma formação humana integral. Outra possibi-
da comunicação, do planejamento, da argumentação, do traba- lidade é a implementação de metodologias ativas com outros
lho em equipe, da empatia, da pesquisa, da criticidade e da to- professores, de modo a dividir entre os docentes a eventual
mada de decisão – todas competências abrangidas pela BNCC. sobrecarga decorrente da orientação dos estudantes.

XIV
#Mobilização de conhecimentos prévios objetivar a aproximação dos saberes e das práticas cotidianas
dos estudantes como maneira de promover a apreensão de
Mesmo em teorias de aprendizagem não exclusivamente
novas ideias e conhecimentos sobre os fenômenos naturais.
cognitivistas, os conhecimentos que os estudantes trazem para
Em caso de detectar defasagens, as retomadas de concei-
a sala de aula têm sido alvo de levantamentos e debates com
tos e discussões são muito indicadas e, em caso de heteroge-
vistas a proporcionar um trabalho pedagógico mais efetivo.
neidade, pode-se promover a recuperação das aprendizagens
Nos anos finais do Ensino Fundamental, esses conhecimen-
por meio de trabalhos em grupo e da aprendizagem por pares.
tos prévios tiveram a influência das aprendizagens obtidas nos
Mas, mais do que simplesmente buscar uma mudança concei-
anos iniciais, mas, no contexto das aulas de Ciências, eles não
tual ou uma ressignificação dos conhecimentos dos estudan-
necessariamente se aproximam das concepções científicas.
tes, pode-se pensar na noção de perfil conceitual, proposta
Por isso, uma estratégia de ensino é iniciar os assuntos rea- por Mortimer (1996, p. 20):
lizando um mapeamento dos conhecimentos prévios dos estu-
[…] Essa noção permite entender a evolução das
dantes – uma das funções do boxe #Para iniciar, presente no
ideias dos estudantes em sala de aula não como uma
início dos capítulos desta coleção. Outra possibilidade para o
substituição de ideias alternativas por ideias científi-
levantamento de conhecimentos prévios se dá pelo uso de ma-
cas, mas como a evolução de um perfil de concepções,
pas conceituais requisitados aos estudantes (SILVA; BIZERRA, em que as novas ideias adquiridas no processo de en-
2021) ou pela construção de questionários a ser aplicados an- sino-aprendizagem passam a conviver com as ideias
tes e depois do trabalho com um determinado tema, nos mol- anteriores, sendo que cada uma delas pode ser empre-
des de pré e pós-teste (MENDONÇA, 2017). gada no contexto conveniente. Através dessa noção é
Luciola Zvarick/Pulsar Imagens
possível situar as ideias dos estudantes num contexto
mais amplo que admite sua convivência com o saber
escolar e com o saber científico.

Um procedimento que facilita planejar a atividade pedagó-


gica com base na noção de perfil conceitual é a identificação
de possíveis obstáculos presentes nos conhecimentos prévios
para a compreensão dos saberes científicos. Uma estratégia
para superar esses obstáculos consiste em evidenciar para
os estudantes os limites presentes na concepção alternati-
va de descrever fenômenos naturais (HOFMANN; NAHIRNE;
STRIEDER, 2017).
Por exemplo, ao se deparar com a concepção de formato
Uma forma de conhecer e remediar possíveis defasagens é realizar plano para a superfície da Terra, pode-se mostrar como es-
um levantamento inicial dos conhecimentos prévios dos sa ideia é incapaz de explicar as sombras diferentes em duas
estudantes. Na imagem, estudantes da escola indígena da etnia
Waurá, da aldeia Piyulaga, em Gaúcha do Norte (MG), 2019. localidades do planeta no mesmo instante ou o fato de que o
mastro dos navios é a última parte dele a desaparecer da vista
Esse levantamento inicial pode evidenciar defasagens na no horizonte; essas duas evidências da esfericidade da Terra
aprendizagem e heterogeneidade nos conhecimentos dos es- são abordadas no Capítulo 1 do Volume 6 da presente coleção.
tudantes. Também pode mostrar a influência indesejável de Mais informações sobre conhecimentos prévios e de que
pseudociências e negacionismos ou o sincretismo comum de forma podem contribuir para o ensino-aprendizagem de con-
saberes populares com concepções científicas. ceitos científicos no âmbito das Ciências da Natureza estão dis-
Tais conhecimentos, afinal, não derivam simplesmente da poníveis no trabalho de Leão e Kalhil (2015) e Oliveira (2022).
educação formal prévia, mas também das interações sociais
com familiares, amigos e colegas, das culturas com as quais o #Interdisciplinaridade
estudante tem contato, do repertório da língua que domina e A questão interdisciplinar tem sido objeto de estudo de
das diversas fontes de informação e tecnologia de comunica- diversos pesquisadores ao longo dos anos e pode assumir
ção de que ele faz uso. diferentes sentidos e abarcar diferentes teorias (FAZENDA,
Além de conceitos, as habilidades, as atitudes e os valores 2001; BICUDO, 2008). Há, entretanto, uma visão coeren-
compõem os conhecimentos prévios e podem ser alvo de um te nos documentos oficiais ao tratar a interdisciplinaridade
mapeamento inicial capaz de fornecer subsídios para o plane- mais como uma atitude metodológica em relação às discipli-
jamento das ações pedagógicas posteriores. Tais ações podem nas do currículo do que como uma proposição de rupturas

XV
de fronteiras e fusão de estatutos teóricos entre as diferen- também é verdade que a foto do cogumelo resultan-
tes Ciências, ainda que haja uma polissemia para o conceito te da explosão nuclear também explica, de um modo
dentro dos próprios documentos (RICARDO, 2005). diferente da física, o significado da bomba atômica.
No âmbito desta coleção, a interdisciplinaridade é enten- (BRASIL, 2000, p. 75)
dida como uma integração de saberes passível de ser usada Nesse sentido, a visão de componentes curriculares bem
como estratégia de ensino. Para isso, pressupõe-se uma pos- estabelecidos pode contribuir para a interdisciplinaridade, en-
tura dialógica entre as Ciências e entre docentes de diferen- riquecendo a ambos os componentes, e os fenômenos mais
tes áreas do conhecimento, com conceitos apresentados de próximos do cotidiano podem ser usados como estratégias
modo articulado entre as áreas, ampliando os sentidos desses de ensino.
conceitos. A própria abordagem CTS requer a interdiscipli- Um caso ilustrativo está proposto no Capítulo 11 do Vo-
naridade entre as Ciências da Natureza e as Ciências Huma- lume 8, em que se relacionam os quadros de Giuseppe Ar-
nas. Além disso, na própria área das Ciências da Natureza, a cimboldo e os conceitos de estações do ano, ambientais
fragmentação dos estudos entre Astronomia, Biologia, Físi- e astronômicas, em atividades que envolvem as áreas de
ca, Geologia e Química pode prejudicar a compreensão das Linguagens e Ciências da Natureza. Tal proposta, inclusive,
Ciências da Natureza e as maneiras de conhecer e interpre- pode contribuir com a diminuição de defasagens de apren-
tar a realidade (GRAMOWSKI; DELIZOICOV; MAESTRELLI, dizagem entre os estudantes, na medida em que os coloca
2017). Por isso, com frequência, a coleção propõe integra- em contato com conceitos de diversas áreas, podendo al-
ções interdisciplinares em atividades e no boxe #Integran- cançar aprendizagens que não tinham adquirido em uma
do as Ciências. estratégia disciplinar.
A proposta interdisciplinar não pretende diminuir a neces- A interdisciplinaridade como estratégia pode ser execu-
sidade e o mérito do conhecimento disciplinar, pois garante tada por um(a) único(a) professor(a), mas também pode ser
profundidade aos estudos e especialidade aos profissionais, enriquecida com a participação de outros docentes e plane-
além de contar com especificidades históricas, epistemológi- jamentos conjuntos, eventualmente por meio da metodologia
cas e metodológicas de cada ciência. ativa de trabalho por projetos. Nas orientações específicas,
Contudo, embora haja vantagens na fragmentação dos são assinalados alguns momentos da obra propícios para es-
estudos, a realidade não é fragmentada, e o processo peda- se trabalho conjunto, seja por projetos, seja por outra forma
gógico pode se aproveitar da vantagem de – ao estudar um de organização dos professores. Alguns caminhos para o pla-
fenômeno ou aplicar um conhecimento – ter um momento nejamento individual ou coletivo são:
de reintegração das diversas dimensões do conhecimento • a implementação de práticas organizacionais de trabalho
em que se constrói uma visão mais sistêmica da realida- colaborativo na escola, com docentes de diversas áreas ten-
de, com conhecimentos se confirmando, complementando, do horários de trabalho coletivos previstos para o planeja-
ampliando e esclarecendo aspectos que, de outra maneira, mento de suas ações;
continuariam ocultos.
• a disponibilidade da gestão escolar e a busca dos docentes
Tal concepção está presente também em normativas nacio- por ações de formação continuada;
nais direcionadas à Educação Básica, ainda que não especifi-
• a identificação de objetos do conhecimento, competên-
camente aos anos finais do Ensino Fundamental:
cias ou habilidades que possibilitem a interdisciplinaridade
[…] A interdisciplinaridade deve ir além da mera jus-
(FAGANELLO, 2020).
taposição de disciplinas, e ao mesmo tempo, evitar a
diluição delas em generalidades. De fato, será princi- Mais subsídios para uma estratégia de ensino interdisciplinar
palmente na possibilidade de relacionar as disciplinas podem ser encontrados em Frade e Meira (2012), Masschmann
em atividades, ou projetos de estudo, pesquisa e ação, (2018) e Viçosa et al. (2018).
que a interdisciplinaridade poderá ser uma prática pe-
dagógica e didática adequada […]. #Contextualização
A interdisciplinaridade também está envolvida Contextualização é uma expressão com significado am-
quando os sujeitos que conhecem, ensinam e apren- plo, que pode remeter a diferentes níveis da organização do
dem sentem necessidade de procedimentos que, numa trabalho pedagógico, e capaz de integrar diferentes aborda-
única visão disciplinar, podem parecer heterodoxos, gens, metodologias e estratégias didáticas. Ao investigar seus
mas fazem sentido quando chamados a dar conta de usos no processo pedagógico, Silva (2007, p. 121) apresenta
temas complexos. Se alguns procedimentos artísti- três grandes perspectivas da contextualização. Leia a seguir,
cos podem parecer profecias na perspectiva científica, no esquema.

XVI
Assim, a partir da realidade imediata, pode-se, por exemplo,
A contextualização como exemplificação, entendimento ou
informação do cotidiano – pode ser caracterizada pela debater também outras realidades ou alternativas para o uso
compreensão de situações problemáticas e pela aplicação de de tecnologias ou aplicações do conhecimento científico.
1 conteúdos científicos emoldurados por situação do dia a dia
do [estudante], com ênfase na informação, e não no O uso dos conhecimentos prévios também é uma forma de
desenvolvimento de competências, atitudes ou valores. trazer elementos do cotidiano do estudante para a prática de
ensino contextualizada (FRANCO, 2021). Com isso, depara-se
A contextualização como entendimento crítico de questões com uma série de concepções que fazem parte da bagagem
científicas e tecnológicas relevantes que afetam a sociedade –
característica da abordagem CTS (Ciência, Tecnologia e cultural do estudante e que se relacionam com o conhecimen-
Sociedade), que em geral propõe a abordagem de temas de to científico e com a realidade em seu entorno.
2 interesse social que permitam o desenvolvimento de atitudes e
Como enfatizado, é possível que o estudante tenha for-
valores para que os estudantes enfrentem um mundo cada vez
mais tecnológico e possam atuar, com responsabilidade, frente mulado ou compreendido modelos explicativos diferentes
a questões problemáticas da ciência e da tecnologia daqueles construídos pela ciência, mas que até o momento
relacionadas à sociedade.
parecem dar conta de explicar os fenômenos com os quais
A contextualização como perspectiva da transformação da
ele se depara. Uma estratégia válida não é simplesmente
realidade social – caracterizada pela ênfase no entendimento confrontar o estudante com o conhecimento científico, mas
3 crítico dos aspectos sociais e culturais ligados à ciência e à valorizar seu modelo explicativo como construção autôno-
tecnologia; em outras palavras, a inserção da prática social no
ensino com vistas à transformação social. ma e, se for o caso, mostrar os limites de aplicação desse
modelo.
Elaborado com base em: SILVA, E. L. Contextualização no ensino de Química: ideias e propo-
sições de um grupo de professores. Orientadora: Maria Eunice Ribeiro Marcondes. 2007. A contextualização pode fornecer explicações de fenô-
144 p. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências) – Instituto de Química, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2007. menos não englobados pelo conhecimento prévio e permite
ampliar o campo de aplicação dos conhecimentos científi-
A BNCC apresenta a necessidade de contextualização dos
cos também para outras realidades. Ao estudar eletricidade,
saberes escolares na realidade dos estudantes, alertando para
por exemplo, o estudante poderá perceber que o conheci-
a promoção e a apreensão dessa realidade, bem como para
a intervenção nela (BRASIL, 2017). Dessa forma, não se de- mento popular sobre os raios não abarca todos os aspectos
ve compreender a contextualização somente como exempli- do funcionamento dos para-raios, como ilustrado no Capí-
ficação. Ela está imersa em aspectos históricos, científicos, tulo 8 do Volume 8. Em certo sentido, isso é uma expansão
tecnológicos e políticos, como nas duas últimas perspecti- da aplicação de conhecimentos da realidade imediata para
vas de Silva (2007), servindo de “tecido e costura” capaz de outras realidades, proporcionadas pela contextualização
unir em um todo orgânico a interdisciplinaridade, o trabalho e pela ACT. Nesse processo, promove-se a reflexão crítica
com os conhecimentos prévios e a abordagem CTS, em um do estudante sobre sua realidade e seus conhecimentos,
processo de ACT com o objetivo de promover a formação podendo impeli-lo a buscar novos conhecimentos e anali-
humana integral. sar outras realidades. Ou seja, a contextualização pretende
Atuando como eixo articulador do trabalho pedagógico, a fornecer significado ao que se quer ensinar ao estudante,
contextualização pode abarcar as dimensões da ciência, da despertando nele a vontade de adquirir um conhecimento
tecnologia, da cultura e do trabalho, entendido como as ações que ainda não possui, além de contribuir para que ele seja
realizadas para a construção da própria existência humana capaz de interferir em sua realidade imediata e para além
(SAVIANI, 2007). Assim, embora se parta da realidade vi- dela (LEITE; RADETZKE, 2017).
venciada pelo estudante, amplia-se o contexto para além do Mais uma forma de contextualizar é promover um traba-
reconhecimento ou da interação com a realidade imediata, lho de campo – uma possibilidade de metodologia ativa – em
construindo amplo encadeamento de raciocínios e articula- museus, observatórios, planetários, exposições, usinas, fábri-
ções também com outras realidades. cas e outras instituições, e fazer desse trabalho um ponto de
Como exemplos do uso da realidade imediata como forma partida para ampliar o sentido do que está sendo estudado.
de iniciar a contextualização, podemos citar a alimentação, Pode-se, por exemplo, tratar dos conhecimentos necessá-
o trânsito, as condições de moradia, o tempo atmosférico, rios às práticas de diversos profissionais, como enfermeiros,
os esportes, os usos de energia, etc. Para isso, podem ser farmacêuticos, engenheiros civis, químicos ou de alimentos,
utilizados matérias jornalísticas, trechos de materiais de di- mecânicos ou eletricistas. A própria comunidade escolar pode
vulgação científica, fotografias, obras de arte, textos literá- ser envolvida nessa atividade pedagógica e compartilhar com
rios e diversos outros gêneros textuais que permitam pensar os estudantes os conhecimentos pessoais e profissionais que
a realidade a partir de diferentes leituras e análises críticas. empregam no cotidiano.

XVII
as questões envolvidas na manutenção da biodiversidade. Ao

Delfim Martins/Pulsar Imagens


contextualizar na perspectiva mais ampla, a intenção é moti-
var o estudante a refletir sobre os aspectos sociais, ambientais
e econômicos da manutenção da biodiversidade para que ele
inicie o processo de aprendizagem reconhecendo o significa-
do do conteúdo que será aprendido. Essa é uma possibilidade
presente, por exemplo, no Capítulo 4 do Volume 9, em que o
assunto da conservação da biodiversidade pode ser iniciado
pelo tema das abelhas e pela reflexão sobre o que acontece-
ria se elas fossem extintas.
Para Figueiredo (2017, p. 82), a contextualização permite
aos estudantes refletir “sobre o verdadeiro papel da ciência
em suas vidas, entendendo-a como parte de uma cultura pro-
Estudantes no parque do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém duzida por homens e mulheres, bem como a sua relevância na
(PA), 2014.
compreensão dos fenômenos naturais por eles/as observados
Outra possibilidade de contextualização do conhecimento no mundo que os/as cerca”.
é o uso da história da ciência para caracterizar um problema, Para isso, devem ser ofertados aos professores um tempo
sua origem e as tentativas de solução que levaram a sucessivos adequado de preparação de aulas e alguma flexibilidade rela-
modelos teóricos. Afinal, o fato de a maior parte dos fenôme- tiva ao cumprimento de planos de ensino, sendo importante
nos da natureza e dos artefatos tecnológicos estar presentes a parceria com a equipe de gestão escolar nessa questão. Tais
no dia a dia não resume a ciência ao cotidiano nem torna su- requisitos foram apontados pelos próprios docentes em uma
ficientes os modelos construídos com base no senso comum. pesquisa realizada por Cortez e Darroz (2017), que revelou
A história, como aspecto de contextualização, mostra que fatores capazes de contribuir para o ensino contextualizado
a ciência retira o seu objeto de estudo do contexto em que ou de prejudicá-lo.
está inserido, idealiza condições, adapta observações e es- Esta coleção conta com contextualizações de diferentes
sa é uma das maneiras de construir suas teorias e mesmo de
naturezas, por exemplo, a partir do cotidiano, da tecnologia
desenvolver tecnologias. Essa construção pode ser marcada
ou da história da ciência, que podem auxiliá-lo(a) na tarefa do
por continuidades e rupturas, com diferentes implicações na
ensino contextualizado. Como as turmas costumam ser forma-
sociedade, e também pode ter gerado controvérsias, benefi-
das por estudantes de diferentes perfis, a variação no emprego
ciado algumas pessoas, promovendo determinadas relações
das estratégias de ensino é uma forma de tornar o ensino mais
de gênero, étnico/raciais, de classe, e assim por diante.
atrativo e efetivo a todos, respeitando os tempos e as expe-
Um exemplo abordado na coleção é o trabalho sobre calor
riências anteriores dos discentes. O incentivo ao diálogo, ao
e a vida na Terra, que envolve diversos capítulos do Volume 7.
questionamento para a solução de dúvidas e aprofundamento
Ele se inicia com a discussão energética, passa pela invenção
dos conhecimentos e dos trabalhos em grupos, assim como as
das máquinas térmicas e a Revolução Industrial, e culmina na
abordagens com outros professores e os trabalhos de campo,
intensificação do efeito estufa e na questão contemporânea
também podem ser estratégias muito proveitosas para lidar
das mudanças climáticas. Ao contextualizar a produção cientí-
com a variedade na base cultural e escolar dos estudantes.
fica e tecnológica, são reinseridos no processo pedagógico os
aspectos históricos, políticos, econômicos, filosóficos e sociais Temas Contemporâneos Transversais (TCT)
do conhecimento, enriquecendo as possibilidades de interdis-
ciplinaridade e de desenvolvimento do pensamento crítico. As estratégias da interdisciplinaridade e da contextualiza-
Uma sugestão é que a escolha dos contextos reflita dois ção se relacionam com a transversalidade do conhecimento.
aspectos: o conteúdo a ser aprendido e o que tem sentido Nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação
na prática social do estudante, em termos presentes e futu- Básica, consta o seguinte no parágrafo segundo do artigo 17:
ros. Por isso, a contextualização deve ser mais ampla do que § 2º A interdisciplinaridade e a contextualização de-
a perspectiva da exemplificação. Nessa perspectiva limitada, vem assegurar a transversalidade do conhecimento
um material didático ou o(a) professor(a) estruturaria um con- de diferentes disciplinas e eixos temáticos, perpassan-
teúdo de maneira demasiadamente abstrata e desvinculada da do todo o currículo e propiciando a interlocução entre
realidade e, ao final, ilustraria sua aplicação – por exemplo, os saberes e os diferentes campos do conhecimento.
definir biodiversidade de modo abstrato e, por fim, comentar (BRASIL, 2010b, p. 7)

XVIII
O conceito de transversalidade é esclarecido pelo Parecer contexto). Sob esse ponto de vista, parte-se do “pressupos-
CNE/CEB n. 7/2010 (BRASIL, 2010a), que o define como uma to de que os sujeitos são agentes da arte de problematizar e
proposta didática na qual os conhecimentos escolares são tra- interrogar, e buscam procedimentos interdisciplinares capa-
tados de forma integrada, em uma prática educativa em que zes de acender a chama do diálogo entre diferentes sujeitos,
não só se aprende sobre a realidade – os conhecimentos histo- ciências, saberes e temas” (BRASIL, 2010a, p. 24).
ricamente sistematizados –, mas também se aprende na reali- O trabalho da transversalidade por temas, os Temas Con-
dade (os conhecimentos devem ser contextualizados) e a partir temporâneos Transversais (TCT), foi a opção da BNCC (BRASIL,
da realidade (as problemáticas que os originaram emergem do 2017), que definiu seis macroáreas temáticas:

Governo Federal/Ministério da Educação/BNCC

BRASIL. Ministério da
Educação. Secretaria de
Educação Básica. Temas
Contemporâneos Transversais
na BNCC: contexto histórico
e pressupostos pedagógicos.
Brasília, DF: MEC: SEB,
2019. Disponível em: http://
basenacionalcomum.mec.gov.
br/images/implementacao/
contextualizacao_temas_
contemporaneos.pdf. Acesso em:
15 maio 2022.

Os temas visam integrar os conceitos, as habilidades e as Em todos os volumes desta coleção, os TCT estão presentes
competências curriculares à resolução de problemas e à cons- de modo a auxiliar os docentes a pôr em prática a obrigatorieda-
trução de uma sociedade mais justa, ética e igualitária. Assim, de legal de incorporá-los aos currículos escolares. Por exemplo,
promovem o conhecimento como construção coletiva, a subs- o Volume 8 contribui com o trabalho do tema Direitos da Criança
tituição de uma concepção fragmentada dos saberes por uma e do Adolescente (Capítulo 3), Educação Ambiental (Capítulos 1,
visão sistêmica e a problematização da realidade como situa- 10 e 13), Educação Alimentar e Nutricional (Capítulo 4), Saúde
ção de aprendizagem, segundo o documento que detalha os (Capítulos 2 a 7), Educação para o Consumo (Capítulo 9), Ciência
contextos históricos e os pressupostos pedagógicos dos TCT. e Tecnologia (Capítulo 8) e Diversidade Cultural (Capítulos 8, 11
Pensadores como Saviani (2019) e Santos (2012), que se e 12). Nas Orientações didáticas, mais detalhes são fornecidos
interrogam sobre o futuro e a importância da educação, de- sobre a possibilidade de trabalho com os TCT.
fendem a necessidade de associar o conteúdo escolar com a
realidade vivida. Consideram que a educação escolar tem a # IV. BNCC e ensino de Ciências
responsabilidade de transformar a realidade, trabalhando, A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), publicada em
além dos conteúdos considerados clássicos, também aqueles 2017 pelo Ministério da Educação, tem o objetivo de orientar
que tenham uma finalidade crítica social. a construção do currículo e das propostas pedagógicas nos
Educar e aprender são fenômenos que envolvem todas as sistemas e nas redes de ensino do Brasil, ou seja, o documen-
dimensões do ser humano e, quando isso deixa de acontecer, to busca definir os conhecimentos a que todos os estudantes
produz alienação e perda do sentido social e individual no vi- têm direito ao longo da Educação Básica.
ver. É preciso superar as formas de fragmentação do processo No entanto, esse objetivo não deve ser confundido com
pedagógico em que os conteúdos não se relacionam, não se uma ideia de estabelecer listas de conteúdos estanques ou
integram e não interagem. de uniformizar os currículos. A própria BNCC considera que
Nesse sentido, os TCT têm a condição de explicitar a liga- “as competências e diretrizes são comuns, os currículos são
ção entre os diferentes componentes curriculares de forma diversos”, como expresso anteriormente na Constituição Bra-
integrada, bem como de fazer sua conexão com situações vi- sileira e na Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Assim, as dispari-
venciadas pelos estudantes em suas realidades, contribuindo dades educacionais e os diferentes contextos e realidades das
para trazer contexto e contemporaneidade aos objetos de co- escolas e dos estudantes precisam ser os pontos relevantes
nhecimento descritos na BNCC. para pensar o currículo.

XIX
A BNCC, então, orienta a definição de aprendizagens es- de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os
senciais, e não apenas dos conteúdos mínimos a ser ensina- direitos humanos, a consciência socioambiental e o con-
dos (BRASIL, 2017). Reforça, em seu texto, a necessidade de sumo responsável em âmbito local, regional e global, com
equidade na educação brasileira, reconhecendo a importância posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo,
de compreender o que os estudantes de cada contexto neces- dos outros e do planeta.
sitam ao estabelecer os currículos. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
Para isso, a BNCC entende que as ações pedagógicas devem emocional, compreendendo-se na diversidade humana
ser organizadas visando ao desenvolvimento de competências e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com au-
e habilidades. As competências são definidas como “a mobi- tocrítica e capacidade para lidar com elas.
lização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habi- 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e
lidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e va- a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o res-
lores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do peito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento
pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASIL, e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos
2017, p. 13). O documento explicita as competências gerais sociais, seus saberes, identidades, culturas e potenciali-
que os estudantes devem desenvolver na Educação Básica: dades, sem preconceitos de qualquer natureza.
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente cons- 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsa-
truídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para bilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, toman-
entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e do decisões com base em princípios éticos, democráticos,
colaborar para a construção de uma sociedade justa, de- inclusivos, sustentáveis e solidários.
mocrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem #Trabalho com as competências gerais
própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a As competências gerais são trabalhadas dentro da estru-
análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investi- tura da BNCC para o Ensino Fundamental, que se organiza
gar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver em cinco áreas de conhecimento: Linguagens, Matemáti-
problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com ca, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Ensino Reli-
base nos conhecimentos das diferentes áreas. gioso. A área de Ciências da Natureza concentra o compo-
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e cul- nente curricular Ciências, que estabelece o trabalho com
turais, das locais às mundiais, e também participar de prá- conhecimentos da Biologia, da Física, da Química e das Geo-
ticas diversificadas da produção artístico-cultural. ciências, integrados para explicar os fenômenos naturais e
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-mo- permitir uma leitura de mundo mais condizente com a sua
tora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e di- complexidade.
gital –, bem como conhecimentos das linguagens artísti- Todas as competências gerais são trabalhadas em diferen-
ca, matemática e científica, para se expressar e partilhar tes momentos desta coleção, com indicações nas Orientações
informações, experiências, ideias e sentimentos em dife- didáticas. Alguns exemplos desses momentos estão elenca-
rentes contextos e produzir sentidos que levem ao enten- dos a seguir.
dimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de infor- Competência geral 1
mação e comunicação de forma crítica, significativa, re-
flexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as Essa competência é abordada e desenvolvida em momen-
escolares) para se comunicar, acessar e disseminar infor- tos que permitem aos estudantes mobilizar os conhecimen-
mações, produzir conhecimentos, resolver problemas e tos historicamente construídos sobre o mundo e as conclusões
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. que foram apreendidas pela humanidade ao longo da história
para compreender, por exemplo, os fenômenos relacionados
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais
à evolução biológica, à constituição da matéria e à constitui-
e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe
ção do Universo.
possibilitem entender as relações próprias do mundo do
trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cida-
dania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia,
Competência geral 2
consciência crítica e responsabilidade. Trabalhada ao longo da coleção nas atividades propostas,
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações con- principalmente na seção #Experimentar e nos boxes #Para
fiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos refletir, que dispõem de estratégias diversificadas conforme

XX
o objeto de conhecimento mobilizado, essa competência ofe- e reflexão do Capítulo 2 do Volume 8, sobre o conceito de
rece momentos de exercício da curiosidade intelectual e de adolescência em diferentes períodos da vida. Parte das ati-
prática da abordagem própria das Ciências. vidades propostas, ainda, mobiliza a avaliação de questões
ambientais e a proposição de soluções nos níveis individual
Competência geral 3 e coletivo, como no Capítulo 13 do Volume 6, sobre as trans-
formações da matéria.
São diversos os momentos em que manifestações artísti-
cas e culturais são apresentadas em contexto com os conheci-
Competência geral 8
mentos trabalhados, como no Capítulo 9 do Volume 9, em que
há a valorização da música e de cantores nacionais, a fruição O trabalho com essa competência ocorre principalmente
da escultura de Eco e a relação do mito grego com o conceito ao abordar questões relativas à saúde, como na Unidade 3 do
científico de som. Outro exemplo, no mesmo volume, está no Volume 6, que trabalha o uso de substâncias psicoativas e es-
Capítulo 10, em que luz e cor são tratadas por meio da obra timula o cuidado com a saúde física e emocional.
da artista peruana Cecilia Paredes e também de trabalhos do
artista indiano Anish Kapoor e do chinês Liu Bolin. No Capítu- Competência geral 9
lo 14, que trata da evolução estelar e da vida fora da Terra, os A empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coo-
estudantes são convidados a ler e analisar um trecho da obra peração são estimulados, por exemplo, no Volume 6, ao
Guerra dos Mundos, de H. G. Wells. longo do tópico As aparências podem enganar, durante as
atividades propostas de debate e de estratégias de reso-
Competência geral 4 lução de problemas. O trabalho com essa competência é
Ao longo da coleção, são reservados momentos, em espe- estimulado também em atividades que propõem a análise
cial na seção #Atividades ou no boxe #Para refletir, de produ- de questões socioambientais e relativas aos direitos huma-
ção de material de divulgação científica, utilizando diferentes nos – como no Volume 9, no estudo do som, por meio do
linguagens. São exemplos as situações que envolvem pesquisa exemplo de pessoas surdas aprendendo a tocar instrumen-
e argumentação, construção de gráficos e elaboração de his- tos musicais e utilizando mochilas sensoriais para a fruição
tórias em quadrinhos (como no Capítulo 4 do Volume 6, para de shows, desestimulando preconceitos com deficiências
explicar a formação do solo). auditivas ou de fala.

Competência geral 5 Competência geral 10


Trabalhada em especial nas seções #Atividades e #Expe- Essa competência é trabalhada, por exemplo, ao se aborda-
rimentar e nos boxes #Para refletir e #Para interpretar, em rem questões relativas à preservação ambiental e ao papel da
atividades elaboradas para o exercício da argumentação ba- mulher na ciência, como nos Capítulos 3 e 14 do Volume 9, no
seada em fatos, dados e informações confiáveis, geralmente, boxe #A ciência é feita por pessoas, que apresenta cientistas
por meio de pesquisas e coleta de dados. Parte das atividades brasileiras atuais, ou na proposta de uma atividade para com-
propostas mobiliza, ainda, a análise de questões ambientais bater o negacionismo científico, no Capítulo 13 do Volume 8.
e a proposição de soluções nos níveis individual e coletivo. Também na discussão do Capítulo 13 do Volume 8, sobre ge-
ração de energia elétrica e aquecimento global, encontram-se
Competência geral 6 passagens de texto e atividades que requerem dos estudan-
tes a tomada de decisão e a execução de ações responsáveis
Desenvolvida na seção #Atividades e nos boxes #Para inter- com base em princípios éticos, democráticos e sustentáveis.
pretar e #Para refletir, com a proposta de produção de mate-
riais de divulgação utilizando diferentes linguagens como fina- #Trabalho com as competências
lização de situações que envolvam pesquisa e argumentação. específicas de Ciências da Natureza
O ensino de Ciências sugerido na BNCC parte do pressu-
Competência geral 7 posto de que vivemos em uma sociedade fortemente mar-
Ao longo do volume, são reservados momentos, em espe- cada pelo desenvolvimento científico e tecnológico. Desse
cial em itens da seção #Atividades e do boxe #Para refletir, modo, somos cada vez mais dependentes de decisões que
para exercício da argumentação baseada em fatos, dados e precisam levar em conta conhecimentos científicos e análises
informações confiáveis, geralmente a partir de pesquisas e de seus processos e produtos considerando os contextos am-
coleta de dados. São exemplos as atividades de interpretação bientais, sociais, políticos e culturais. Essa perspectiva mostra

XXI
a importância do ensino de Ciências no Ensino Fundamental, alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, in-
estabelecido de forma a integrar os conhecimentos e compro- cluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho.
metido com a formação integral dos estudantes. 5. Construir argumentos com base em dados, evidências e
Para isso, é importante partir de uma concepção de ciência informações confiáveis e negociar e defender ideias e pon-
não neutra, ou seja, que possibilite identificar e analisar os di- tos de vista que promovam a consciência socioambiental e
ferentes impactos, incluindo os positivos e os negativos, que o o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando
desenvolvimento científico e tecnológico pode provocar sobre a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem pre-
a natureza e a sociedade. Em uma abordagem que contribua conceitos de qualquer natureza.
para a Alfabetização Científica e Tecnológica, como citamos 6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de in-
anteriormente, o foco do ensino não deve estar no domínio formação e comunicação para se comunicar, acessar e
dos aspectos matemáticos dos conceitos a serem ensinados, disseminar informações, produzir conhecimentos e resol-
mas no processo de construção, apropriação e interpretação ver problemas das Ciências da Natureza de forma crítica,
desses conhecimentos. significativa, reflexiva e ética.
A BNCC, então, coloca o protagonismo dos estudantes co- 7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-es-
mo primordial para que isso seja possível. Dentro do ensino de tar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-
Ciências, essa perspectiva se materializa a partir de atividades -se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhe-
investigativas e não de propostas fixas em que já se saibam os cimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.
resultados com antecedências ou descoladas de problemas 8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia,
reais dos estudantes e de sua comunidade. Assim, é necessá- responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determina-
rio que os professores organizem situações de aprendizagem ção, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Na-
partindo de questões que sejam desafiadoras e, reconhecendo tureza para tomar decisões diante de questões científi-
a diversidade cultural, estimulem o interesse e a curiosidade co-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde
científica dos estudantes e possibilitem definir problemas, le- individual e coletiva, com base em princípios éticos, de-
vantar, analisar e representar resultados, comunicar conclu- mocráticos, sustentáveis e solidários.
sões e propor intervenções (BRASIL, 2017, p. 322).
O trabalho com as competências específicas está presen-
Para orientar o trabalho no Ensino de Ciências, a BNCC, a te em diversos momentos de cada volume desta coleção, do
partir das competências gerais da Educação Básica e dos prin- mesmo modo como apresentado para as competências ge-
cípios do ensino das Ciências da Natureza apresentados ante- rais. Esses momentos estão indicados na parte específica des-
riormente, propõe que essa área de conhecimento permita o te Manual.
desenvolvimento das seguintes competências específicas no
Ensino Fundamental – Anos Finais:
1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendi-
#Trabalho com unidades temáticas,
mento humano, e o conhecimento científico como provi- objetos de conhecimento e habilidades
sório, cultural e histórico. A BNCC estabelece unidades temáticas para orientar a ela-
2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas ex- boração dos currículos de Ciências da Natureza, que se re-
plicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar petem em todo o Ensino Fundamental. São elas: Matéria e
processos, práticas e procedimentos da investigação cien- energia; Vida e evolução; Terra e Universo. O objetivo é
tífica, de modo a sentir segurança no debate de questões que essas unidades temáticas não sejam trabalhadas de for-
científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do ma isolada, mas que se integrem na interpretação de fenô-
trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a cons- menos naturais ou grandes temas, como Meio Ambiente ou
trução de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Saúde, por exemplo.
3. Analisar, compreender e explicar características, fenôme- Essa forma de estruturação trouxe também mudanças na
nos e processos relativos ao mundo natural, social e tec- forma que havia se estabelecido em décadas de ensino de Ci-
nológico (incluindo o digital), como também as relações ências nas escolas, sendo necessário rever abordagens, estru-
que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosida- turação da sequência de conteúdos e adequação de linguagens
de para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções para cada faixa etária dos estudantes.
(inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das A coleção didática apresentada visa exatamente auxiliar essa
Ciências da Natureza. nova perspectiva. Por exemplo, ao trabalhar o sistema nervoso
4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambien- humano com estudantes do 6º ano, há questionamentos muito
tais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor presentes entre os professores – “Como e o que aprofundar?”;

XXII
“Como aproximar dos estudantes esse assunto tão complexo?”; ação e de pensamento e o aumento do interesse dos estu-
“Quais conhecimentos prévios mobilizar?” –, com os quais es- dantes pela vida social e pela busca de uma identidade pró-
peramos contribuir ao trazer propostas pedagógicas e ativida- pria (BRASIL, 2017).
des que favoreçam a aprendizagem. A título de exemplo, o quadro a seguir apresenta uma se-
A própria BNCC propõe que essas unidades temáticas se- quência de objetos de conhecimento e habilidades da unida-
jam trabalhadas de forma continuada nos anos finais do En- de temática “Vida e evolução”, em que é possível identificar
sino Fundamental, de modo que a complexidade dos objetos que a habilidade proposta para o 6º ano é essencial para o
de conhecimento e das habilidades cresça de forma progres- desenvolvimento das habilidades dos anos seguintes, rela-
siva. Essa forma de trabalho deve permitir também a amplia- cionadas com a compreensão dos conceitos biodiversidade
ção paulatina da capacidade de abstração e da autonomia de e evolução biológica.

ANO OBJETO DE CONHECIMENTO HABILIDADE


EF06CI06
Concluir, com base na análise de ilustrações e/ou modelos
6º Célula como unidade da vida
(físicos ou digitais), que os organismos são um complexo arranjo
de sistemas com diferentes níveis de organização.

EF07CI07
Caracterizar os principais ecossistemas brasileiros
quanto à paisagem, à quantidade de água, ao tipo de
7º Diversidade de ecossistemas
solo, à disponibilidade de luz solar, à temperatura etc.,
correlacionando essas características à flora e fauna
específicas.

EF08CI07
8º Mecanismos reprodutivos Comparar diferentes processos reprodutivos em plantas e
animais em relação aos mecanismos adaptativos e evolutivos.

EF09CI11
Discutir a evolução e a diversidade das espécies com base na
9º Ideias evolucionistas
atuação da seleção natural sobre as variantes de uma mesma
espécie, resultantes de processo reprodutivo.

Nessa proposta, a coleção apresenta os conhecimentos em Em todos esses casos, os estudantes precisam atribuir sen-
diferentes níveis de aprofundamento, pensando a estrutura tidos aos textos com que têm contato. Para além de localizar
proposta pela BNCC de maneira a estimular um desenvolvi- informações, estabelecem relações com o que está explícito e
mento progressivo dos estudantes. Além disso, há a retomada implícito no texto, fazem deduções, tiram conclusões e podem
de conhecimentos em boxes, como #Integrando as Ciências, ter múltiplos entendimentos, a depender das experiências e dos
ou no texto principal da obra, indicando informações e deta- conhecimentos que possuem. Isso é fazer leituras inferenciais.
lhamentos para que os estudantes retomem informações e

James Jiao/Shutterstock
reflitam sobre o que está sendo apresentado.
Na perspectiva da BNCC, o ensino de Ciências também re-
quer a leitura inferencial; a produção de análises críticas, cria-
tivas e propositivas; as argumentações oral e escrita; a investi-
gação científica e o pensamento computacional por parte dos
estudantes. São esses os tópicos explorados a seguir.

#Leitura inferencial
A prática escolar é permeada por diversos tipos de leituras,
verbais e não verbais: são textos didáticos, notícias jornalísticas,
textos literários, textos científicos, histórias em quadrinhos, char-
ges, obras artísticas, fotografias, ilustrações, gráficos, entre ou-
tros.Também podem ser textos orais: as exposições dialogadas, A leitura inferencial é uma das capacidades a ser desenvolvida
as apresentações, os debates, as perguntas e as respostas, etc. pelos estudantes no Ensino Fundamental – Anos Finais.

XXIII
Novamente se observa como os conhecimentos prévios experiências e conhecimentos, favorecendo o trabalho com
são fatores a serem considerados no trabalho pedagógico, no estudantes de diferentes perfis.
caso, capazes de impactar a qualidade das inferências feitas Nesse contexto, é preciso contar com atividades variadas
pelos estudantes em suas leituras. Os conhecimentos mobi- que permitam a produção sistemática dos estudantes, com
lizados podem ser conceituais, procedimentais e linguísticos, propostas abertas para que eles tenham liberdade criativa,
todos articulados para se extraírem significados de um texto cujos resultados gerem proposições passíveis de ser dissemi-
(KLEIMAN, 2010). nadas e/ou efetivamente executadas.
Desenvolver a capacidade de inferir requer, portanto, o A diversidade das atividades é importante para que estu-
contato com diferentes gêneros textuais, o desenvolvimento dantes de diferentes perfis se sintam estimulados e possam
de competências comunicacionais e interpretativas, o racio- desenvolver suas aptidões. Por exemplo, algumas delas podem
cínio lógico dedutivo e o domínio de vocabulário e de concei- requerer a oralidade; outras, a produção textual; outras, ha-
tos técnicos e científicos. bilidades artísticas; outras, o domínio de tecnologias digitais
Questões que antecipam informações antes da leitura com- de informação e comunicação, etc.
pleta do texto, perguntas que relacionam o texto ao conteúdo Na coleção há recorrentes atividades que propiciam a
estudado e a elaboração de sínteses e conclusões que exigem produção de análises críticas, criativas e propositivas. Por
a articulação da ciência com o texto são maneiras de incre- exemplo, na Unidade 4 do Volume 9, em que se discute a As-
mentar a qualidade das leituras inferenciais dos estudantes tronomia, há produções que abordam o papel da mulher na so-
no âmbito do ensino de Ciências da Natureza. ciedade, o combate do negacionismo científico e a responsa-
Dedicar um tempo específico de aula para a leitura e o au- bilidade da mídia na divulgação de informações.
xílio individual aos estudantes, utilizar diferentes gêneros tex- Também é possível que sejam realizadas atividades envol-
tuais, explorar o que está implícito nos textos e incentivar a vendo atitudes solidárias e o contato com segmentos mais
turma a interpretar em grupo e a externar respostas que pre- vulneráveis da sociedade. Não só a criticidade e a proposição
enchem lacunas de informação são formas de promover o de- são desenvolvidas, mas também a empatia, a cooperação, a
senvolvimento da capacidade de inferir entre estudantes de responsabilidade e os princípios éticos e democráticos. Exem-
diferentes perfis. plos de ações desse tipo são as campanhas de arrecadação
De modo a contribuir para a prática constante de leitura e de mantimentos, a realização de mutirões e a visibilização
para o desenvolvimento da inferência, a coleção traz, entre ou- aos problemas e discursos de pessoas em situação de vulne-
tros, o boxe #Para interpretar, em que um texto é apresentado rabilidade social.
e seguido por questões que trabalham as informações explí- Outra possibilidade são atividades que envolvam o futu-
citas e as implícitas, exploram a apropriação dos significados ro dos estudantes, destacando a necessidade de se analisar
do texto e articulam essas informações e significados com o criticamente o presente para propor soluções futuramente.
conteúdo ensinado. É uma forma de estimulá-los à reflexão de suas próprias es-
colhas, como as relativas ao consumo, à alimentação ou à
#Produção de análises críticas, saúde. Os docentes podem, então, ajudá-los na superação
criativas e propositivas de dificuldades durante a produção de análises e na pro-
Ser capaz de analisar situações de forma crítica, criativa posição de ações que possam impactar o mundo em que
e propositiva é uma aptidão muito desejável para os tempos vivem e a si mesmos. Mais uma vantagem dessas ativida-
atuais. Não apenas porque há novas demandas profissionais des é a possibilidade de envolver o autoconhecimento e o
que requerem tais capacidades, mas, porque, na esteira das autocuidado.
pedagogias críticas, são aptidões fundamentais para a trans-
formação da realidade social (MOREIRA, 2021). #Argumentações oral e escrita
Lipman, Sharp e Oscanyan (2001) indicam que o melhor Explícita na BNCC, na competência geral 7 e na competên-
meio de estimular o pensamento crítico, criativo e proposi- cia específica 5 de Ciências da Natureza, a argumentação es-
tivo é envolver as pessoas no diálogo. Portanto, o diálogo e a tá vinculada a princípios educacionais, éticos e de cidadania.
escuta ativa são os primeiros passos para que os estudantes O encadeamento de ideias em discursos orais e escritos, de
sejam capazes de produzir análises críticas, criativas e propo- modo a defender um ponto de vista ou propor soluções para
sitivas. O diálogo estimula o conhecimento de outros pontos um problema, é central para a vida em sociedade.
de vista, outras realidades, outras formas de solução de con- Além disso, a construção do conhecimento científico po-
flitos, outras formulações de problemas, e assim por diante. de ser entendida como um processo de tomada de decisões
Além disso, ele também contribui para o compartilhamento de que requer a enunciação de argumentos para se defender

XXIV
uma escolha, levando-se em conta as evidências, os sabe- simplificações exageradas passam a ser alvo de criticidade dos
res e as crenças. estudantes, que se tornam capazes de defender seus pontos
de vista de forma cientificamente embasada.

George Rudy/Shutterstock
Novamente, a diversidade de atividades e seu emprego
sistemático contribui para ensinar estudantes de diferentes
perfis a desenvolver a capacidade de argumentar. Relações
dialógicas e participativas na sala de aula e uma visão flexível
do ensino de Ciências, interessado não só no saber científico,
mas também no fazer ciência, são estratégias que podem ser
empregadas no caso de turmas heterogêneas, como eviden-
ciado por Vieira e Zaidan (2016), ainda que no âmbito do en-
sino de Matemática.
Outra possibilidade é a reunião, durante a aula ou em ho-
rário posterior, para a construção coletiva de argumentos em
pequenos grupos sob orientação docente, na qual o(a) pro-
No ensino de Ciências a argumentação deve ser visada, exercitada
fessor(a) poderá identificar os níveis de proficiência dos estu-
e aprimorada.
dantes ao construírem e comunicarem argumentos e, assim,
Quando nós colocamos a capacidade de desenvolver os auxiliar mais individualmente. Algumas perguntas que po-
um argumento como um objetivo, significa um interes- dem ser feitas aos estudantes são: “Como você chegou a essa
se não somente na resolução de problemas de Ciências conclusão?”; “Como você sustenta cientificamente sua respos-
pelos estudantes (nível cognitivo ou estratégico), mas ta?”; “Como você argumentaria se estivesse em um debate?”;
também implica dar atenção aos critérios que condu- e “Por que você defende essa resposta?”.
zem a uma ou outra solução, ao porquê de algumas
Na coleção são diversos os momentos em que a argumen-
soluções terem sido descartadas, como esse processo
tação é trabalhada de forma oral ou escrita, em especial em
de comparação é compreendido, quais analogias ou
#Atividades e nos boxes #Para refletir. Por exemplo, no Volu-
metáforas levaram a esse entendimento (nível episte-
me 7, Capítulo 5, há um exercício de argumentação relaciona-
mológico), bem como no acompanhamento dos estu-
dantes em sua própria aprendizagem (nível metacogni-
do ao vínculo da erupção de vulcões e com a saúde das pes-
tivo) (JIMÉNEZ-ALEIXANDRE; RODRÍGUEZ; DUSCHL, soas. Nesse e em outros momentos, as Orientações didáticas
2000, p. 762, apud SASSERON; CARVALHO, 2011, p. 100). indicam o trabalho com a argumentação fazendo referência à
competência geral 7 ou à competência específica 5 da BNCC.
Entre outras opções, a argumentação pode ser trabalhada
em dois eixos concomitantes: um relacionado com a estrutura
#Investigação científica
do argumento e o outro relacionado com sua qualidade. Nessa
perspectiva, um primeiro passo para a argumentação é o le- A investigação científica é uma exigência da BNCC por es-
vantamento de dados e informações, que podem ser obtidos tar presente na competência específica 2 de Ciências da Na-
por meio de pesquisas e da leitura inferencial, e o cuidado com tureza, mas também é um requisito quando se trabalha com a
os dados existentes, que devem ser analisados criticamente. perspectiva de uma ACT dos estudantes: dominar processos,
Um segundo passo é trabalhar com os dados e as informações práticas e procedimentos da investigação científica, bem co-
de modo a estruturar um encadeamento lógico e coerente de mo refletir sobre elas e utilizá-las para a tomada de decisões.
descrições, justificativas e previsões embasadas nos dados e Uma forma de trabalhar a investigação científica é pelo estí-
informações. Essa etapa pode evidenciar contrastes, cone- mulo à pesquisa, pela proposição de situações-problema, pela
xões ou confirmações entre as informações, levando ao fim realização de experimentos e trabalhos de campo, bem como
do ciclo argumentativo, que se encerra com as construções pelo levantamento e pela análise de dados. A construção e a
lógicas que compõem as explicações enunciadas oralmente aplicação de questionários; o levantamento de bibliografias; a
ou por escrito ao se argumentar, conduzindo à comunicação elaboração de problemas; a construção de hipóteses; as pes-
de uma conclusão (SASSERON; CARVALHO, 2011). quisas em livros, artigos e na internet; a realização de previ-
Apropriar-se da estrutura de argumentação e dominar seu sões; e a análise e a comunicação de resultados são alguns
uso auxilia os estudantes na compreensão de textos cien- exemplos de atividades que, com os experimentos, compõem
tíficos e na diferenciação de afirmações científicas ou não o rol de estratégias utilizadas nesta coleção para promover o
(MCNEIL; KRAJCIK, 2011). Notícias falsas, negacionismos e trabalho com a investigação científica.

XXV
a construção de protótipos, debates lógico-argumentativos e

Art_Photo/Shutterstock
pesquisas bibliográficas. Algumas fontes de informações so-
bre o ensino por investigação podem ser encontradas em Car-
valho et al. (2013), Sasseron (2015) e Solino e Sasseron (2019).

As atividades de pesquisa no Ensino


Fundamental – Anos Finais
Fazer pesquisa é uma prática muito comum no ensino de
Ciências, mesmo sem relação com a investigação científica ou
com a experimentação. Por isso, cabe orientar os estudantes
sobre como realizar buscas com vistas ao levantamento de in-
formações e à apreensão de conteúdos.
A investigação não precisa estar restrita à execução de
experimentos em laboratórios, embora eles também sejam uma Um primeiro passo é garantir que os estudantes entende-
maneira de colocá-la em prática. ram o que está sendo pedido. Para isso, algumas sugestões
são: ler novamente o enunciado, estar disponível para tirar
O modo como essas atividades são apresentadas aos es-
dúvidas e questioná-los para verificar se compreenderam o
tudantes e conduzidas pelo(a) docente, assim como a própria
contexto em que a pesquisa foi pedida.
forma de abordar os conteúdos das Ciências da Natureza, po-
Entre os materiais que podem servir de fonte, há livros de
de contribuir para um maior desenvolvimento da investigação
divulgação científica, livros didáticos, livros científicos, revis-
científica. O objetivo é promover a reflexão crítica, a produ-
tas, jornais, artigos e sites de internet. Além das páginas de
ção ativa e o engajamento dos estudantes com o conhecimen-
órgãos oficiais, a internet também conta com buscadores es-
to e as atividades. Assim, demanda-se deles o domínio dos
pecializados de livros ou de trabalhos científicos.
procedimentos do fazer científico, os conteúdos conceituais,
incluindo o vocabulário científico, e diversos valores e com-

Rido/Shutterstock
portamentos, tais como responsabilidade, colaboração, cria-
tividade, resiliência e organização.
Coerentes com a formação humana integral, a pedagogia
histórico-crítica, a ACT e a abordagem CTS, o uso da pesquisa
como princípio educativo e a proposta de ensino por investi-
gação são formas de operacionalizar de modo sistemático e
recorrente o trabalho com a investigação científica.
Na proposta de pesquisa como princípio educativo, a reali-
dade dos estudantes é o ponto de partida para, em uma con-
cepção dialógica de educação, levantar alguns problemas
locais e/ou de interesse da comunidade escolar, a fim de se
prosseguir com a apreensão de conceitos, procedimentos e A pesquisa se inicia pela seleção de plataformas nas quais serão
feitas as buscas por meio das palavras-chave escolhidas.
atitudes científicas capazes de contribuir para a solução dos
problemas levantados e transformação da realidade. Cabreira, Quanto às palavras-chave, o uso dos conceitos científicos
Milani e Trombetta (2018), Diniz e Rodrigues (2020), Pauletti são uma boa alternativa para escolhê-las e executar as bus-
et al. (2021) e Araújo e Menin (2021) apresentam conceitua- cas em bibliotecas, livros eletrônicos ou buscadores de inter-
ções teóricas, relatam experiências de aplicação e alertam para net. Nos últimos, também é possível fazer a busca em forma
vantagens, possibilidades e dificuldades do princípio educati- de pergunta. Pode-se, então, perguntar aos estudantes quais
vo da pesquisa na Educação Básica. palavras-chave eles utilizariam e contribuir com as escolhas
No ensino de Ciências por investigação, partir de problema- deles, inclusive sugerindo o uso de operadores lógicos para
tizações propostas pelo(a) professor(a) e incentivar a elabora- buscas na internet, como os termos E/AND para que duas pa-
ção e o teste de hipóteses também são maneiras de colocar lavras obrigatoriamente sejam buscadas e OU/OR quando se
os estudantes em posições ativas de aprendizagem. Em torno quer encontrar apenas um dos termos procurados. Expressões
desse núcleo, há diferentes variantes de ensino por investiga- entre aspas também podem ser utilizadas nos buscadores para
ção, mas elas não se restringem a testar as hipóteses por meio que os resultados retornem com páginas nas quais há a mes-
apenas da experimentação, propondo, também, por exemplo, ma ordem das palavras da busca.

XXVI
Após a busca, o cuidado é com a seleção das fontes. Em espe- um conjunto de atitudes e habilidades derivadas dos campos
cial na internet, é possível obter resultados de pesquisa de diversas da matemática e da informática bastante útil para solucionar
fontes: sites de jornais e revistas, artigos científicos, visualização problemas na realidade de todas as pessoas. A ideia deriva da
de páginas de livros, sites governamentais, páginas de instituições forma como a Ciência da Computação trabalha com sistemas
de ensino, sites de perguntas e respostas, e páginas em geral. Mas grandes e complexos, nos quais há múltiplas variáveis atuando.
não é porque uma informação está em uma dessas fontes que ela é O pensamento computacional tem quatro pilares como base
confiável. Embora nos sites de pergunta e respostas e nas páginas (BRACKMANN, 2017), são eles: a abstração, a decomposição,
em geral a informação tenda a ser menos confiável, toda pesqui- o reconhecimento de padrões e o algoritmo.
sa deve ter seus resultados checados. Uma maneira de fazer isso A abstração diz respeito à capacidade de identificar e se-
é verificar se as mesmas informações estão presentes em outras lecionar dados e variáveis necessários para a solução de um
fontes independentes. Além disso, é necessário cuidado, pois, no problema. Por um lado, é muito comum que um problema do
caso de veículos de mídia, é comum um veículo adquirir matérias mundo real traga consigo muitas informações que não são re-
de outro ou replicar os dados, o que não caracteriza as fontes co- levantes para o seu estudo; por outro lado, pode haver outras
mo independentes. Trabalhos acadêmicos são revisados por pa- tantas informações necessárias para sua solução que não são
res, o que tende a lhes dar maior confiabilidade. expostas com o problema.
O passo seguinte é a organização dos dados. Uma estratégia A decomposição é a habilidade de dividir um grande e com-
é separar por tópicos ou assuntos e, então, construir um texto plexo problema em problemas menores ou em etapas mais
ou uma apresentação com base nessa organização, sempre ci- simples, de modo que a resolução dessas etapas ou desses
tando as fontes. Durante essa etapa, informações não confir- subproblemas leve à sua solução final.
madas por outras fontes também podem ser descartadas. No O reconhecimento de padrões é a aptidão para encontrar
texto escrito ou na apresentação oral, também é o momento similaridades e regularidades entre problemas e/ou variáveis.
de interpretar e relacionar os dados e contextualizar as fontes, Assim, métodos de resolução de problemas similares podem
eventualmente apontando limitações na pesquisa. ser empregados para a situação atual, ou relações matemáti-
Além de citar as fontes quando se expõem as informações cas entre as variáveis podem ficar evidentes quando se olha
coletadas nelas, elas devem ser referenciadas ao fim do traba- para o comportamento dos dados de um determinado proble-
lho. Caso julgue adequado, as fontes podem ser referenciadas ma ou, ainda, podem ser percebidas regularidades dentro das
segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Téc- etapas do próprio problema.
nicas (ABNT), mas esse não é um aprendizado essencial nos O algoritmo nada mais é do que uma sequência finita de
anos finais do Ensino Fundamental, podendo ficar em segun- passos a serem seguidos para a realização de uma tarefa ou a
do plano diante das outras habilidades desenvolvidas por uma solução de um problema. No campo computacional, são usu-
investigação científica e um trabalho de pesquisa. almente representados por uma linguagem de programação
executada em um computador. O algoritmo, quando claro e
#Pensamento computacional organizado, é facilmente reproduzível, possibilitando que ou-
A cientista da computação americana Jeannette Wing tros também empreguem os passos e sejam capazes de testá-
(2016) define a expressão pensamento computacional como -lo ou adaptá-lo para resolver problemas e tarefas similares.

Pilares do pensamento
computacional Banco de imagens/Arquivo da editora

Abstração: Decomposição: Reconhecimento Algoritmo:


diz respeito à habilidade de de padrões: sequência finita
capacidade de dividir um grande aptidão para de passos a
identificar e e complexo encontrar serem seguidos
selecionar dados problema em similaridades e para a realização
e variáveis problemas regularidades de uma tarefa ou
necessários para menores ou em entre problemas a resolução de
a solução de um etapas mais e/ou variáveis. um problema.
problema.
simples.

Elaborado com base em: BRACKMANN, C. P. Desenvolvimento do pensamento computacional através de atividades desplugadas na Educação Básica. Orientador: Dante Augusto Couto Barone.
2017. Tese (Doutorado em Informática na Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017.

XXVII
A BNCC traz o pensamento computacional de forma explí-

Cesar Diniz/Pulsar Imagens


cita, definindo-o como “[…] as capacidades de compreender,
analisar, definir, modelar, resolver, comparar e automatizar
problemas e suas soluções, de forma metódica e sistemáti-
ca, por meio do desenvolvimento de algoritmos […]” (BRA-
SIL, 2017, p. 474).
No campo pedagógico, as atividades podem se tornar
paulatinamente complexas ao longo dos Ensinos Fundamen-
tal e Médio para abarcar, até o fim dos estudos, os quatro
pilares do pensamento computacional de modo simultâneo.
Nesta coleção, o pensamento computacional é contempla-
do especialmente na seção #Atividades e no boxe #Expe-
rimentar, sem trabalhar necessariamente os quatro pilares
de modo simultâneo. Por exemplo, no Capítulo 1 do Volume Jovens durante manifestação global por ações de combate às
mudanças climáticas na avenida Paulista, em São Paulo (SP), 2022.
6, os estudantes são convidados e elaborar os passos de um
experimento – trabalhando com o pilar algoritmo. No Capí- Isso mostra que o protagonismo juvenil não somente se
tulo 14 do Volume 9, a proposta é identificar quais fatores relaciona com o envolvimento dos jovens com atividades
seriam essenciais para a vida fora da Terra, além de refletir do universo da escola ou pessoal, mas pode gerar efeitos
sobre as zonas habitáveis dos sistemas planetários. Assim, os e promover o desenvolvimento de habilidades para que
estudantes podem desenvolver a capacidade de abstração e eles tenham protagonismo na vida em sociedade. A esco-
reconhecimento de padrões do pensamento computacional. la é um importante espaço para os jovens reconhecerem
as oportunidades para exercitar sua capacidade de prota-
#Protagonismo juvenil gonizar ações.
O protagonismo juvenil é um conceito muito presente no Como define o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa:
texto da BNCC, relacionado com competências gerais e espe- O protagonismo juvenil parte do pressuposto de
cíficas na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensi- que o que os adolescentes pensam, dizem e fazem
no Médio. Ele está relacionado a dar sentido ao que se apren- pode transcender os limites do seu entorno pesso-
de por meio da contextualização, colocando os jovens como al e familiar e influir no curso dos acontecimentos
sujeitos de sua própria aprendizagem e na construção de seu da vida comunitária e social mais ampla. Em outras
palavras, o protagonismo juvenil é uma forma de re-
projeto de vida (BRASIL, 2017).
conhecer que a participação dos adolescentes pode
Os estudantes devem ser vistos como sujeitos ativos no
gerar mudanças decisivas na realidade social, am-
cotidiano escolar, e não meros “fazedores de tarefas” previa- biental, cultural e política onde estão inseridos. Nes-
mente determinadas, assim como colaboradores e partícipes se sentido, participar para o adolescente é envolver-
em instituições e movimentos sociais, incluindo os processos -se em processos de discussão, decisão, desenho e
educativos que com eles se desenvolvem. Logo, o(a) profes- execução de ações, visando, através do seu envolvi-
sor(a) assume o papel de parceiro(a) e orientador(a) na vi- mento na solução de problemas reais, desenvolver o
vência e no diálogo. As situações de ensino e aprendizagem seu potencial criativo e a sua força transformadora.
devem ser estruturadas para que os estudantes efetivamente (COSTA, 2006, p. 65)
consigam desempenhar esse papel ativo e criativo diante dos O protagonismo juvenil, então, se insere em uma proposta
saberes, reconstruindo-os e (re)inventando-os. de participação democrática e tem como propósito criar con-
Nesse contexto, a ação educativa que considera o prota- dições para que os jovens possam exercitar de forma criati-
gonismo juvenil rompe com a ideia de que os estudantes so- va e crítica a construção gradativa de sua autonomia (COSTA,
mente devem repetir o que lhes é ensinado. O que se explora 2006).
é que eles sejam participantes efetivos, não somente do pro- Esta coleção foi estruturada levando em conta essa per-
cesso de ensino-aprendizagem, mas também dos processos cepção, principalmente considerando que o ensino de Ciên-
de construção de mudanças sociais. Assim, o desenvolvimento cias envolve conhecimentos e reflexões voltados para temas
do protagonismo juvenil torna-se um aliado para a formação presentes no cotidiano e decisões que podem impactar a vi-
integral dos estudantes, desenvolvendo o senso crítico e ex- da dos estudantes e da comunidade, como as que envolvem
plorando os valores e princípios deles. meio ambiente e saúde.

XXVIII
#Culturas juvenis podem ser analisados de uma forma simplificadora ou unila-
teral (VELHO, 2010).
O conceito de culturas juvenis está associado a “situar o
processo de produção de significados em torno de uma ideia, As culturas juvenis podem ser expressas por diferentes
nesse caso, o universo da produção sociocultural dos jovens” meios, como teatro, música, cinema, artes plásticas, grafi-
(SANTOS; SANTOS; SCHNEIDER, 2020, p. 14). Para isso, é te e dança, mas, como observam Santos, Santos e Schneider
importante delimitar esse conceito como uma forma analítica (2020), permitem também o surgimento de inúmeras ou-
e explicativa de compreender o comportamento dos jovens, tras expressões nos tempos atuais, como a produção de mí-
entendendo que nem sempre eles se enquadram nas culturas dias alternativas, jovens escritores, produtores de conteúdo,
prescritivas que a sociedade lhes impõe (PAIS, 2012). designers de jogos digitais, empreendedores em start-ups di-
gitais, gestores de mídias digitais, etc.
Esse é um aspecto intrínseco dos jovens, à medida que se
expressam de forma própria, buscando mostrar seus valores Então,
e como buscam construir a sua história, segundo suas próprias Os jovens possuem um significativo campo de auto-
referências. Desse modo, eles mostram que o contexto atual nomia perante as instituições do denominado “mundo
é diferente do das gerações passadas e, a partir disso, cons- adulto” para construir seus próprios acervos e identi-
troem a base de sua história para o futuro. dades culturais. Há uma via de mão dupla entre aquilo
que herdam e a capacidade de cada um construir seus

Delfim Martins/Pulsar Imagens


próprios repertórios culturais. (MARTINS; CARRANO,
2011, p. 44)

Desse panorama, decorrem a importância e a necessidade


de inserir esses temas e as formas de expressão associadas às
culturas juvenis no cotidiano escolar e no currículo, principal-
mente como modo de contextualização. Com isso, se garante
na escola um espaço de inserção dessas manifestações cul-
turais, partindo do mundo dos estudantes para o desenvolvi-
mento dos mais variados conhecimentos.
Para que a escola de fato adentre o universo sociocultural
dos jovens, é importante pesquisar as preferências e as formas
de expressão dos estudantes, tais como as atividades espor-
O reconhecimento e a valorização das culturas juvenis enriquecem tivas com que se envolvem, os conteúdos midiáticos que pro-
o processo de construção do conhecimento. Na imagem, torneio duzem e consomem, os estilos musicais, artísticos e culturais
de robótica no festival SESI de robótica, em São Paulo (SP), 2020. com que se identificam e os espaços culturais que frequentam.
Assim, é imprescindível pontuar o uso do conceito de cul-
turas, no plural, pois #Projeto de vida
compreendemos a cultura como um conjunto de contri- O projeto de vida na BNCC é entendido como uma opor-
buições, trocas simbólicas (muitas vezes conflituosas) e tunidade para os estudantes reconhecerem seus interesses,
resistências ativas em que cada grupo se faz presente. limites, sonhos e potenciais, podendo assim definir metas e
A cultura dá lugar às culturas e essas efetivamente se estratégias para conseguirem alcançar o que planejam para seu
hibridizam no entrelaçamento dos múltiplos sujeitos futuro; isso não é feito de uma maneira descolada da realidade,
que se organizam socialmente (MARTINS; CARRANO, mas perpassando por “questionamentos sobre as diferentes
2011, p. 46). violências físicas e simbólicas que se configuram diante das
Nas culturas juvenis, esses múltiplos sujeitos são os jovens, desigualdades sociais, étnicas e de gênero” (BRASIL, 2022).
que se organizam socialmente em diferentes espaços e se en- Além disso, muitos estudantes demonstram de forma dire-
trelaçam em um processo de mediação entre eles e com ou- ta ou indireta aos professores que não seriam merecedores de
tras faixas etárias, em que por meio de rupturas, mudanças e sonhar. Diante de tal situação, grande parte do foco dos pro-
construções conduzem seu caminho no seu contexto histórico. fessores se estabelece em superar essas ideias deterministas
Assim, o conceito de culturas juvenis expressa complexidade e despertar nos estudantes a vontade de querer algo para si e
e heterogeneidade, a partir do momento em que se relaciona se identificarem com seus sonhos (BRASIL, 2022).
com um conjunto de experiências, performances e gestuali- Assim, a competência geral 6 para a Educação Básica defi-
dades comuns a uma pluralidade de comportamentos que não ne a necessidade de, com os estudantes,

XXIX
Valorizar a diversidade de saberes e vivências cul-

Cesar Diniz/Pulsar Imagens


turais e apropriar-se de conhecimentos e experiências
que [lhes] possibilitem entender as relações próprias
do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao
exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com li-
berdade, autonomia, consciência crítica e responsabi-
lidade. (BRASIL, 2017, p. 9)
O projeto de vida é algo que se delimita para toda a Edu-
cação Básica. Nos anos finais do Ensino Fundamental, ele se
configura como uma oportunidade de reflexão e autoconhe-
cimento que apresenta elementos que podem contribuir com
a atuação dos professores. Isso pode ser feito quando a esco-
la estabelece
uma articulação não somente com os anseios desses Mulheres com máscaras devido à pandemia de covid-19 segurando
jovens em relação ao seu futuro, como também com a imitação de carteira de trabalho e cartaz em que se lê “A vida das
mulheres negras importa”, em São Paulo (SP), 2020. Na camisa da
continuidade dos estudos no Ensino Médio. Esse pro- jovem à esquerda, lê-se “Lute como uma mulher”.
cesso de reflexão sobre o que cada jovem quer ser no
futuro, e de planejamento de ações para construir es-
se futuro, pode representar mais uma possibilidade de #Respeito e diversidade nas escolas
desenvolvimento pessoal e social. (BRASIL, 2017, p. 62) Diversidade nas escolas diz respeito à inclusão de dife-
Com isso, o contato e o trabalho com as culturas juvenis, rentes estudantes em um mesmo contexto educativo. Algu-
buscando o protagonismo juvenil para uma educação integral mas das diferenças que os estudantes apresentam são cultu-
dentro das definições e dos contextos apresentados até aqui, rais, socioeconômicas, étnico-raciais, de gênero, de corpo,
fazem todo o sentido. Afinal, deve-se considerar que “a BNCC de condição de saúde, de religião e de comportamento. O
propõe a superação da fragmentação radicalmente disciplinar respeito às diferenças dos indivíduos, a oferta de oportuni-
do conhecimento, o estímulo à sua aplicação na vida real, a dades a todos e o estabelecimento de um ambiente harmo-
importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e nioso de convívio são centrais para uma ação educacional
o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na cons- inclusiva e democrática.
trução de seu projeto de vida” (BRASIL, 2017, p. 15). Um primeiro objetivo é o combate a estereótipos e pre-
Como apresentado, o uso das linguagens que formam as conceitos. Uma das tensões que podem ocorrer em relações
culturas juvenis pode trazer para dentro da sala de aula o con- sociais complexas, como são as da escola, é a entre a suposta
texto dos estudantes, aproximando seu mundo das perspec- normalidade e a anormalidade, ou entre o comportamento
tivas e possibilidades para o futuro em seu projeto de vida. considerado padrão e o comportamento diverso. Tais dico-
No caso específico do Ensino Fundamental, o trabalho com tomias produzem estereótipos e estigmas. Segundo Erving
o projeto de vida pode ser feito por meio de simulações lúdi- Goffman (1988, p. 133):
cas, métodos ativos, encenações, dinâmicas e jogos coopera- A fórmula geral é evidente. Exige-se do indivíduo
tivos. Esse trabalho, sob orientação dos professores, permite estigmatizado que ele se comporte de maneira tal
aos estudantes internalizar saberes e traçar seus interesses, que não signifique nem que sua carga é pesada, e
perceber seus limites e potenciais, planejar metas e estraté- nem que carregá-la tornou-o diferente de nós; ao
gias para conseguir alcançar o que desejarem para seu futuro mesmo tempo, ele deve manter a uma distância tal
e até mesmo que, em um determinado momento, revejam es- que nos assegure que podemos confirmar, de ma-
sas metas e mudem de ideia, mas de uma maneira embasada, neira indolor, essa crença sobre ele. Em outras pala-
consciente e autônoma. vras, ele é aconselhado a corresponder naturalmente,
O respeito aos diferentes perfis e interesses e ao desen- aceitando com naturalidade a si mesmo e aos outros,
volvimento dos estudantes ao longo do processo é a principal uma aceitação de si mesmo que nós não fomos os
chave para acessar esses planos. Tal acesso pode ser realiza- primeiros a lhe dar. Assim, permite-se que uma acei-
do de forma sutil por meio de abordagens contextualizadas tação-fantasma forneça a base para uma normalida-
e de questionamentos de como entendem o mundo, como de-fantasma. (GOFFMAN, 1988, p. 133)
pensam o futuro ambiental ou social, e como se inserem nis- O respeito e a diversidade nas escolas não visam, portan-
so, por exemplo. to, apagar ou invisibilizar as diferenças. Como na reflexão de

XXX
Boaventura de Sousa Santos (2003, p. 56), “Temos o direito Sustentável (ODS) da ONU e os direitos humanos. Tam-
de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e te- bém pode ser formado um comitê aberto para a mediação
mos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos e a resolução de conflitos;
descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que re- • apresentar e debater histórias de adultos voluntários ou re-
conheça as diferenças e de uma diferença que não produza, tiradas de filmes e livros que envolvam temas como ansie-
alimente ou reproduza as desigualdades”. dade, depressão, automutilação ou pensamentos suicidas
Na escola, a importância de considerar, respeitar e acolher por causa de um convívio social não harmonioso.
as diferenças também tem a função de proteger a saúde física
e mental dos estudantes, combatendo, por exemplo, o racis-
mo, a homofobia e o bullying – prática de violência física ou
# V. Avaliações
Partindo da proposta da BNCC de protagonismo dos estu-
psicológica sistemática contra uma pessoa.
dantes e do compromisso com sua formação integral, pensar
Mediação, diálogo, respeito, empatia e solidariedade são a avaliação somente faz sentido se for considerada e condu-
valores fundantes para o processo de solução de problemas, zida de modo a priorizar a dimensão processual na aprendi-
de convivência harmoniosa e de promoção de uma cultura da zagem. Como enfatiza Luckesi (2009), a avaliação deve estar
paz. Algumas ações que a comunidade escolar pode realizar a favor do crescimento do(a) professor(a) e do estudante, em
nesse processo contínuo são: um processo dinâmico e integrativo.
• promover atividades de integração, em especial no início do Assim,
ano letivo, para que cada um possa falar sobre sua identi-
Não se avalia para atribuir nota, conceito ou menção.
dade e ter contato com a dos outros. Uma dinâmica possí-
Avalia-se para promover a aprendizagem do aluno. En-
vel é cada estudante escrever uma ou mais características
quanto o trabalho se desenvolve, a avaliação também
distintivas de si próprio em um papel e entregar ao (à) do- é feita. Aprendizagem e avaliação andam de mãos da-
cente. Em seguida, cada estudante se apresenta e, ao final, das – a avaliação sempre ajudando a aprendizagem.
o(a) professor(a) sorteia, um a um, o escrito inicial dos es- (VILLAS BOAS, 2004, p. 29)
tudantes e os lê para a turma, que tenta adivinhar quem é a
Nessa perspectiva, a avaliação apresenta como focos tan-
pessoa. Outra atividade é pedir aos estudantes que tragam
to o ensino (quando se avalia uma aula) quanto a aprendiza-
algum objeto de sua cultura familiar para que ele possa se
gem (quando avalia o estudante). A avaliação deve permitir
apresentar e contar a sua história com base nesse objeto;
a reflexão e ser orientada de modo contextualizado, pois o
• fortalecer a autoestima dos estudantes, apresentando a objetivo maior é a formação integral dos estudantes, a fim de
eles perfis de pessoas públicas que têm algo em comum promover o desenvolvimento de pessoas conscientes e par-
com eles e alcançaram grandes feitos. Outra possibilidade ticipativas. Isso pode ser feito a partir de diferentes perspec-
é convidar pessoas de diferentes raças, religiões, naciona- tivas avaliativas.
lidades, patologias, etc. para uma palestra com a turma. A
Entre elas, está a avaliação formativa, que, de acordo
palestra não necessariamente precisa girar em torno des-
com Hadji (2001), favorece o desenvolvimento do estudan-
sa diferença, mas pode, por exemplo, abordar como o as-
te, guiando e otimizando as aprendizagens em andamento, e
sunto estudado faz parte da vida pessoal ou profissional
dos professores, pois promove a oportunidade de analisar e
do palestrante;
reorientar o processo de ensino-aprendizagem.
• trabalhar a empatia ao identificar, com os estudantes, quais Assim, na avaliação formativa, os estudantes têm a pos-
são os sentimentos provocados por manchetes de notícias, sibilidade de perceber seus erros e acertos, e planejar ações
memes de redes sociais ou comentários na internet e como que favoreçam o desenvolvimento de sua aprendizagem. Para
esses textos ou os sentimentos que eles suscitam podem isso, a autoavaliação é parte importante da avaliação formati-
se relacionar com histórias de preconceito e intolerância; va, ocorrendo em todo o processo de ensino e aprendizagem,
• promover projetos de monitoria em que estudantes com com o próprio estudante refletindo sobre o que aprendeu e os
maior facilidade em uma área do conhecimento possam desafios que têm a superar.
cooperar com outros que apresentem dificuldade. Se pos- Para os professores, a avaliação formativa permite iden-
sível, pode haver um revezamento dos monitores a cada tificar limites e possibilidades de sua ação pedagógica, ana-
semana para que mais pessoas experienciem a situação de lisando o que vem sendo realizado em sala de aula e repen-
tirar e solucionar dúvidas no projeto. sando, se necessário, os planos de ação para que auxiliem a
• abordar o conceito de cultura da paz e sua ligação, aprendizagem com base nas características dos estudantes que
por exemplo, com o 16º Objetivo de Desenvolvimento compõem sua turma. Como afirma Perrenoud (1999), não há

XXXI
avaliação formativa sem considerar que todo o público escolar Libâneo (1994) identifica que a avaliação diagnóstica se
é heterogêneo e deve ter suas particularidades respeitadas, divide em três momentos, conforme apresentado a seguir.
já que os estudantes não desenvolvem seus conhecimentos
Sondagem: Acompanhamento: Realimentação da
da mesma maneira. permite ao (à) considerado o aprendizagem:
Para que isso seja possível, os estudantes precisam rece- professor(a) momento de chamada também
identificar o “apreciar os de feedback,
ber o retorno de suas avaliações, independentemente do ins- nível de resultados, caracteriza-se por
trumento avaliativo utilizado, pois é por meio desse retorno desenvolvimento corrigindo falhas, fundamentar o
que podem reconhecer a evolução dos seus conhecimentos. dos estudantes e esclarecendo processo de ensino
planejar as dúvidas, e aprendizagem,
Outra perspectiva avaliativa é a avaliação diagnóstica, de- atividades estimulando-os a em que tanto o(a)
finida por Luckesi (2009, p. 81) como “um instrumento de com- iniciais de continuarem professor(a)
ensino. trabalhando até que quanto os
preensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o alcance resultados estudantes podem
aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfató- positivos” (p. 197). observar pontos de
rias para que possa avançar no seu processo de aprendizagem”. consolidação e
aprofundamento
Essa concepção se torna ainda mais significativa após o difícil Elaborado com base em: LIBÂNEO, J. C. Didática. 13. ed. das aprendizagens.
São Paulo: Cortez, 1994.
período da pandemia de covid-19, em que foi necessário um
ensino remoto que, mesmo com os esforços das escolas, nem Já na avaliação processual, os estudantes têm a oportuni-
sempre conseguiu suprir todas as necessidades de aprendiza- dade de adquirir consciência sobre seu percurso de aprendiza-
gem dos estudantes. Nesta coleção, o boxe #Para iniciar e, em gem por meio de retroalimentações sistemáticas que passam
alguns casos, o boxe #Para refletir apresentam essa perspec- pela identificação de seu nível de compreensão dos conteúdos
tiva da avaliação diagnóstica no contexto pós-pandemia, com específicos, das habilidades desenvolvidas, das dificuldades,
o objetivo de identificar o estágio de aprendizagem dos estu- dos desafios e dos objetivos a serem alcançados.
dantes em relação ao assunto que será trabalhado. Assim, a avaliação processual permite fazer um acompa-
nhamento do ritmo da aprendizagem e ajustar as estratégias
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens

pedagógicas às características individuais dos estudantes. Ela


ocorre, portanto, ao longo do processo de ensino e aprendiza-
gem, e não ao final de um ciclo (VILLAS BOAS, 2004). Dessa
maneira, as questões da seção #Atividades, presentes tanto
no meio quanto no final dos capítulos, podem ser usadas para
a avaliação processual por meio da seleção feita pelos profes-
sores, indicando aos estudantes quais atividades devem ser
realizadas e em qual momento.
Mais uma vez, a autoavaliação também está presente para
a autorregulação do processo, entendendo que:
A autorregulação se baseia na autoavaliação; leva
o aluno a perceber melhor as modificações que tem
que introduzir para atingir um determinado objetivo
Menina assistindo a aula de Matemática on-line em casa durante e selecionar estratégias que permitam agir de acor-
pandemia de covid-19, em Santa Maria (RS), 2021.
do. A autoavaliação, a autorregulação, a autoapren-
Assim, a avaliação diagnóstica se configura como uma fer- dizagem, a autonomia pessoal são passos sucessivos
ramenta dialética, no sentido de permitir a interpretação dos que contribuem decisivamente com um melhor de-
resultados pelos docentes e a reavaliação de sua proposta senvolvimento educacional dos alunos, que se traduz
pedagógica e postura diante dos dados resultantes do diag- em atitudes formadoras permanentes. (ARREDONDO;
nóstico, sendo importante identificar também que a avalia- DIAGO, 2009, p. 161)
ção diagnóstica não é realizada apenas no início de trabalho, Considerando a importância da autoavaliação no proces-
mas também acompanha o progresso dos estudantes, cum- so avaliativo, a coleção apresenta o boxe #Para terminar,
prindo uma função de realimentação do processo de ensino que tem o objetivo de auxiliar o(a) professor(a) a organizar
(LIBÂNEO, 1994). Aqui também existe espaço para a autoa- esse momento. Por meio de questões que retomam os te-
valiação dos estudantes, a fim de que identifiquem e reflitam mas trabalhados na unidade, busca-se a identificação dos
sobre o caminho de aprendizagem percorrido após a avalia- desafios e conteúdos que foram compreendidos ou que ne-
ção diagnóstica. cessitam de retomada. A longo prazo, isso também permite

XXXII
aos estudantes identificar seu avanço, o desenvolvimento múltiplos. Cada um deles pode ser importante em momentos
de habilidades e suas principais dificuldades. Auxilia tam- diferentes, a depender do objetivo que se tem e do contexto
bém o(a) professor(a) a identificar esses mesmos pontos em que se trabalha.
nos estudantes e rever o planejamento das atividades e das A determinação dos instrumentos avaliativos é um dos prin-
abordagens pedagógicas para o trabalho com as unidades cipais pontos dentro da prática pedagógica, pois somente o(a)
seguintes, se necessário. professor(a) que convive com sua turma e conhece o contex-
to dos seus estudantes pode definir qual instrumento faz mais
#Instrumentos avaliativos sentido para cada momento. Assim, a seguir, exemplificamos
Quando se fala de avaliação, é importante delimitar não alguns dos instrumentos de avaliação possíveis, comentando
apenas as perspectivas avaliativas possíveis, mas também alguns dos principais aspectos que podem ser avaliados pe-
as possibilidades de instrumentos de avaliação, que são lo(a) professor(a).

INSTRUMENTOS AVALIATIVOS
Trabalho em
Debate Pesquisa Portfólio Prova escrita Relatório Seminário
grupo

Trata-se de Instrumento Configura- Pode ser Trata-se da Proposta de Construção


uma proposta que permite -se como dissertativa ou produção de um apresentação coletiva em que
em que os identificar uma forma objetiva e mobiliza texto, geralmente oral dos os estudantes
estudantes como os de registro do os estudantes para registrar estudantes podem chegar
podem expor estudantes processo de por meio de como o estudante para os colegas a reflexões
seus pontos buscam aprendizagem, questões abertas, compreendeu os sobre um tema, e produtos
de vista sobre informações que pode ser exploratórias procedimentos e os podendo utilizar específicos
um assunto, específicas estruturado ou de múltipla resultados de uma diferentes por meio da
desenvolver a sobre um com diferentes escolha, atividade prática, recursos. orientação do(a)
capacidade de determinado tipos de permitindo um trabalho de Permite avaliar professor(a).
ouvir outras tema e como linguagem. verificar as campo, uma como eles Permite avaliar
perspectivas relacionam Permite capacidades de observação ou sintetizam e como eles
sobre esse tema os resultados observar o interpretação de dinâmica. relacionam dividem tarefas
e exercitar a obtidos. É que cada texto e de aplicar informações, e se comunicam,
argumentação. importante estudante os conceitos além de além de quais
que identificou trabalhados habilidades de procedimentos
diferentes como nas situações comunicação e conteúdos
referências relevante propostas nas oral e uso de conseguem
sejam ao longo do questões. diferentes mobilizar
consultadas estudo de linguagens. durante o
e que gerem um tema ou trabalho.
reflexão projeto.
sobre o tema
pesquisado.

Exames de larga escala Os resultados do Saeb são base de cálculo do Índice de De-
senvolvimento da Educação Básica (Ideb). Além disso, são de
Exames de larga escala são avaliações externas que en-
acesso público e geram estudos que, por exemplo, identificam
volvem muitos estudantes. No Brasil, o Instituto Nacional de
como diferenças sociodemográficas se relacionam com o acerto
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é res-
nas questões. Contribui-se, assim, para a avaliação das políticas
ponsável por um conjunto de exames de larga escala deno-
públicas educacionais e a eventual proposição de novas políticas.
minado Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
(Saeb). No Ensino Fundamental – Anos Finais, há provas de Para as escolas e os professores, essa informação também
Ciências da Natureza para o 9º ano. Essas provas têm itens ali- pode ser proveitosa, proporcionando uma reflexão sobre a
nhados com a BNCC, buscando identificar o grau de domínio utilidade dos índices de acerto na definição de estratégias da
dos estudantes nas competências e habilidades da área. Por escola, no mapeamento do conhecimento esperado dos es-
isso, as atividades da coleção que trabalham as habilidades e tudantes ou na revisão de práticas educacionais.
as competências da BNCC favorecem também a preparação No âmbito internacional, um exame de larga escala que
para esse exame de larga escala. avalia conhecimentos de Ciências da Natureza é o Programa

XXXIII
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Ele é reali- #Linguagem da obra
zado a cada três anos pela Organização para a Cooperação
A obra foi pensada e estruturada para os estudantes a par-
e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com estudantes de
tir do olhar dos professores da Educação Básica. Isso significa
15 anos. Mais informações e reflexões sobre exames de larga
que consideramos para seu desenvolvimento diversas pesqui-
escala e sobre o Saeb podem ser encontradas em Marques,
sas realizadas com professores em que eles avaliaram livros
Stieg e Santos (2020) e em Borges, Almeida e Santanna (2021).
didáticos.

# VI. Organização e estrutura Um dos temas recorrentes nessas pesquisas é o fato de os


professores identificarem que a linguagem das obras está mui-
da coleção to distante dos estudantes, inclusive que ela pode ser um fator
dificultador da aprendizagem (GARCIA, 2017). Dessa maneira,
A coleção é composta de quatro volumes, cada um dividi-
a linguagem da obra foi desenvolvida com o objetivo de, em
do em quatro unidades, que, por sua vez, se subdividem em
geral, ser objetiva e direta, paulatinamente se complexifican-
capítulos.
do ao longo dos volumes, à medida que o estudante avança
Em cada capítulo, os assuntos são agrupados em tópicos e
nos anos finais do Ensino Fundamental.
subtópicos. No início dos capítulos, há uma imagem e questões
A linguagem, por vezes mais dialogada e próxima do estu-
disparadoras do assunto a ser desenvolvido, que podem ser-
dante, teve sempre o compromisso de ser rigorosa e isenta
vir para o levantamento de conhecimentos prévios dos estu-
de erros conceituais, cumprindo seu papel pedagógico sem
dantes, mas também podem ser suprimidas ou transformadas
se tornar um obstáculo para os estudantes do Ensino Funda-
em atividades finais, abrindo espaço para outras abordagens
mental – Anos Finais.
que o(a) docente julgar mais adequadas para cada momento.
Ao final dos capítulos, há uma seção de atividades variadas

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens


e, ao término de algumas unidades, uma síntese do que foi es-
tudado e questões de retomada do aprendizado que podem ser
utilizadas para a verificação dos conhecimentos apreendidos
pelos estudantes e de ações de remediação, caso necessário.
O número de capítulos, que soma treze ou catorze, é simi-
lar entre os volumes, em uma sequência de conteúdos que
tem como base:
• a programação típica dos currículos de Ciências pré-BNCC;
• as habilidades e as competências previstas pela BNCC;
• a integração entre as diversas Ciências da Natureza;
• a formação de uma linha temática lógica em cada volume.
Contudo, isso não significa que a ordenação dos conteú-
dos não possa ser modificada. O(A) professor(a) tem total au- O uso de uma linguagem mais informal no livro didático favorece a
aprendizagem.
tonomia para modificar a sequência, reduzir ou aprofundar
alguns conteúdos, afinal, o livro didático é uma ferramenta Consideramos, assim, que os próprios conceitos científi-
para auxiliar o trabalho pedagógico, não para ditar como ele cos fazem parte de uma linguagem que os estudantes estão
deve ser feito. estabelecendo, e compreender os textos em que eles estão
Assim, informações que o(a) professor(a) julgar de menor inseridos e são apresentados pode auxiliar no caminho. Es-
relevância podem ser sugeridas aos estudantes como parte de se fator é particularmente importante no contexto em que os
tópicos complementares para leitura em casa, por exemplo. Ou, estudantes apresentam durante anos possíveis defasagens
em casos em que julgar maior a necessidade de atenção, tópi- pós-pandemia, momento em que ficaram em ensino remoto.
cos podem ser usados como disparadores para pesquisas a ser Assim, a obra apresenta grande diversidade de gêneros tex-
realizadas pelos estudantes em outros materiais, expandido as tuais para facilitar e reforçar a compreensão de informações e
discussões trazidas pelo livro. Tais decisões e estratégias podem conceitos, sendo um suporte para o estudante e um facilitador
variar, a depender do tempo disponível, dos objetivos traça- para que o(a) professor(a) trabalhe a superação de possíveis
dos ao longo do ano e da dinâmica da turma em sala de aula. defasagens de aprendizagem dos estudantes.
A seguir, apresentamos como foi pensada a linguagem da Nessa proposta, é usado o recurso do diálogo com o estu-
obra, suas seções, seus boxes e o sumário de todos os volumes. dante e o apelo para a curiosidade, elemento tão presente na

XXXIV
divulgação científica e poderoso aliado na educação por ser A abertura de cada capítulo tem o objetivo de desper-
capaz de colocar os estudantes em uma posição protagonista tar o interesse dos estudantes pelo tema central e mobili-
de busca pelo conhecimento e envolvimento com o texto lido zar conhecimentos prévios. Um breve texto e uma imagem
(L’ECUYER, 2016). Esse apelo à curiosidade foi construído por apresentam uma contextualização e levam a reflexões que
meio de perguntas mais complexas, e não de intervenções sim- podem contribuir como ponto de partida ou problematiza-
plórias e passageiras. Também as recomendações dos trabalhos ção do tema a ser estudado. O boxe #Para iniciar apresen-
científicos do campo de ensino de Ciências foram levadas em ta questões de mobilização de conhecimentos prévios dos
conta, como as apresentadas por Vissicaro, Figuerôa e Araújo estudantes, relacionando-se com a abertura do capítulo.
(2016) e Silva e Milaré (2019) sobre como trabalhar pedagogica-
O boxe #Na BNCC apresenta os objetivos do capítulo e
mente, sejam as questões complexas de tomadas de decisão da
as habilidades trabalhadas. Ele foi elaborado com o objeti-
sociedade, sejam questões cotidianas aparentemente simples.
vo de facilitar o trabalho docente no momento de elaborar
Assim, as perguntas buscam estimular os estudantes a conhecer
planejamentos. Além disso, a presença do boxe de objeti-
mais e abarcam desde questões sociocientíficas sobre grandes
vos no Livro do Estudante permite aos estudantes retomar
temas da sociedade, como as relacionadas com o consumo de
os objetivos ao longo do capítulo para a autoavaliação de
água ou energia, até as que dialogam com o cotidiano imediato,
como os saberes populares relacionados à limpeza doméstica sua aprendizagem, compreender que existe uma Base Cur-
e ao uso de plantas medicinais. ricular Nacional e que ele tem acesso ao conhecimento a
que tem direito.
Em vários momentos, principalmente no Volume 6, são in-
seridos textos de divulgação científica para ser lidos em con-
CAPÍTULO 6

junto com o(a) professor(a) e os colegas, buscando uma inter-


Objetivos do capítulo

O ar, a atmosfera e as • Reconhecer as


substâncias que
compõem o ar

condições para a vida


atmosférico.
• Propor ações

pretação e uma síntese oral das principais ideias apresentadas,


individuais e
coletivas para a
preservação da
camada de ozônio.
• Avaliar os reflexos
da ação humana

em associação ao que está sendo estudado. Gradativamente


na intensificação
do efeito estufa,
pensando em
soluções que
minimizem os
impactos ambientais
associados a esse

na coleção, essa abordagem vai dando espaço para registros


quadro.

Na BNCC
Habilidades:
EF07CI12, EF07CI13
e EF07CI14.

escritos e uma maior autonomia em relação à dinâmica de lei- Representação artística do planeta Terra primitivo, quando as erupções
vulcânicas eram intensas e influenciavam a composição da atmosfera.
Giovanna B G de Almeida/Shutterstock

O ar atmosférico é uma mistura de substâncias gasosas. Ao longo bilhões de anos, a composi-

tura. Esse é um dos exemplos de como foram utilizadas fer-


ção dessa mistura passou por mudanças, até chegar ao estado que conhecemos atualmente.
Entre outros fatores, as transformações de composição da atmosfera possibilitaram que a vida
se desenvolvesse na Terra. A partir do momento que diferentes tipos de organismo começaram a
compartilhar espaços e a interagir uns com os outros, suas atividades também contribuíram para
a alteração da atmosfera. Sem dúvidas, a espécie que mais contribui para essas alterações é a es-

ramentas para aproximar a linguagem dos estudantes, o que


pécie humana, pois suas atividades, em especial após a Revolução Industrial, emitem uma elevada
quantidade de compostos gasosos.
Como os seres vivos dependem da atmosfera, devemos estar atentos às modificações que as ações
humanas provocam em sua composição. Entendendo como essas modificações ocorrem e quais são
suas consequências, podemos pensar em ações sustentáveis e responsáveis para estabelecer nova-
mente o equilíbrio. Neste capítulo, vamos discutir algumas ideias que podem ajudar nesse desafio.

também ocorre na associação entre imagens e textos, buscan- #Para iniciar


• Qual é a composição do ar atmosférico atualmente?
NÃO
ESCREV
NO LIVR A
O

do a melhor maneira de apresentar os conceitos e facilitar a


• Por que a camada de ozônio é importante para a vida? Qual é a sua situação atual?
• Como o efeito estufa regula a vida no planeta e que medidas podem ser tomadas para
evitar seu desequilíbrio?

Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte
as Orientações didáticas. 103

compreensão do conteúdo. P3_7SOUMAISCie_g24Sc_103a127_Uni2Cap06_LE.indd 103 5/9/22 15:13

#Descrição das seções e dos boxes No boxe #Integrando as Ciências, destaca-se a interdisci-
plinaridade, buscando romper com a visão fragmentada da
A abertura da unidade tem o objetivo de promover a sen-
ciência. Ele é variável e pode integrar conhecimentos de Quí-
sibilização sobre o tema central da unidade. Dessa forma,
utilizamos uma ilustração de caráter lúdico baseada em um mica, Física, Biologia, Geociências ou de outras áreas do co-
dos principais temas abordados na unidade e um breve texto nhecimento.
introdutório. Além disso, há o boxe #Foco na BNCC, conten- O boxe #Para interpretar tem como objetivo trabalhar a
do o código das competências gerais das competências es- leitura inferencial e a consolidação dos conteúdos estudados.
pecíficas de Ciências da Natureza e das habilidades da BNCC Ele apresenta um texto complementar ao principal e questões
trabalhadas na unidade. para interpretação e inferência de texto.

#Integrando as Ciências

2
Levente Fazakas/Shutterstock

Levente Fazakas/Shutterstock

Dalton e o daltonismo

Pai da teoria atômica descobriu a anomalia


O daltonismo, ou discromatopsia, foi desco- recessivo nos dois cromossomos X, daí a ra-
berto em 1794 pelo químico e físico britânico zão para a maior incidência do problema em
John Dalton […], o mesmo que formulou a teo- homens, que têm um cromossomo X e um
ria atômica. Ele apresentou a primeira descrição cromossomo Y. […]
da anomalia genética da qual ele próprio sofria. Os tipos de daltonismo são classificados
Em 1801, o físico inglês Thomas Young for- como:
Com deuteranomalia. Com protanopia.
mulou a primeira explicação científica para a Deuteranomalia: Tipo menos grave e mais
sensibilidade do olho humano às cores. comum, é a dificuldade em distinguir tonalida-
Raul Aguiar/Arquivo da editora

Cerca de 50 anos mais tarde, Hermann von des de verde.

COMPOSIÇÃO
Levente Fazakas/Shutterstock

Levente Fazakas/Shutterstock

Helmholtz, físico e fisiologista alemão, desen- Protanomalia: Dificuldade em distinguir


volveu a hipótese de Young e a converteu em tons de vermelho.
teoria, que se tornou universalmente aceita. (Em ambos os casos anteriores, a cor que
Assim, de acordo com a teoria de Young- causa confusão assume um tom acinzentado)
-Helmholtz, a retina possui três espécies de Tritanomalia: Dificuldade em reconhecer
células sensíveis: os cones. Cada cone é com- cores na faixa do azul-amarelo.

DA MATÉRIA
posto por pigmentos sensíveis a um dos três Monocromia: Tipo mais raro de daltonismo,
comprimentos de onda de luz: o Protan é o em que tudo é enxergado em preto, branco e
cone sensível ao vermelho; o Deutan, ao verde; tons de cinza.
e o Tritan, ao azul. A percepção limitada das co- Há ainda a dicromacia, que é a ausência de
res ocorre quando uma ou mais das três espé- Com protanomalia. Com tritanopia.
um tipo específico de cone. Esse defeito gené-
cies de cone não funcionam adequadamente. tico pode apresentar-se sob três formas, impe-
O daltonismo é hereditário, com trans- dindo a percepção do vermelho [protanopia],
Levente Fazakas/Shutterstock

Levente Fazakas/Shutterstock

missão ligada ao cromossomo X. Para ter a do verde [deuteranopia] ou do azul


anomalia, a mulher precisa possuir o gene [tritanopia].
AGÊNCIA SENADO. Pai da teoria atômica descobriu a anomalia. Senado Notícias, Brasília, DF, 13 jul. 2009.
A capacidade de modificar o mundo que nos cer-
Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/confusao-na-identificacao-
ca de uma maneira harmoniosa, que cause o mínimo das-cores/pai-da-teoria-atomica-descobriu-a-anomalia . Acesso em: 23 mar. 2022.
de impactos negativos nos ecossistemas, depende
do conhecimento historicamente construído pela A seguir, simulação da visão de uma mesma imagem por uma pessoa sem daltonismo e por
sociedade. Por exemplo, saber como aprimorar as pessoas com diferentes tipos dessa condição genética:
propriedades de um objeto, alterando a sua compo-
sição, é um caminho fértil para produzir soluções
Levente Fazakas/Shutterstock

Levente Fazakas/Shutterstock

cada vez mais sustentáveis. Ou seja, temos que sa-


ber, a fundo, como é a estrutura de um material e Com tritanomalia. Com monocromia.
como a organização de suas partículas afeta suas
características.
#FOCO NA BNCC Para isso, nesta unidade vamos estudar as ca- NÃO
ESCREV
NO LIVR A
Competências gerais: racterísticas básicas do átomo, uma das menores #Para interpretar O

1 e 2. unidades formadoras de matéria, como seu estudo


Competências específicas: ocorreu ao longo dos anos, como eles se organizam
1 Após a leitura do texto sobre o daltonismo, você consegue propor uma explicação para
1, 2 e 3. nos materiais em diferentes estados e em que pro-
o fato de os órgãos que expedem carteiras de habilitação fazerem testes para identificar
porções as substâncias formadas por eles reagem
Habilidades: Sem daltonismo. Com deuteranopia. se uma pessoa é daltônica? Qual seria a maior dificuldade encontrada por um daltônico
EF09CI01, EF09CI02, entre si nas transformações químicas.
ao dirigir? Como ela pode ser solucionada? 1. Resposta pessoal. Consulte as Orientações didáticas.
EF09CI03 e EF09CI07.

92 93 98 99

P3_9SOUMAISCie_g24Sc_092a109_Uni2Cap05_LE.indd 92 4/28/22 09:52 P3_9SOUMAISCie_g24Sc_092a109_Uni2Cap05_LE.indd 93 4/28/22 09:52 P3_9SOUMAISCie_g24Sc_092a109_Uni2Cap05_LE.indd 98 4/28/22 09:52 P3_9SOUMAISCie_g24Sc_092a109_Uni2Cap05_LE.indd 99 4/28/22 09:52

XXXV
No boxe #A ciência é feita por pessoas, destaca-se o traba-
#Experimentar GRUPO

lho com a História e a Filosofia das Ciências e valorizam-se as


Em pássaros, o tamanho e o formato do bico estão relacionados ao tipo de alimento que con-
somem. Observando os tentilhões, Darwin identificou que, em cada ambiente distinto das ilhas de
Galápagos, existia uma espécie com um tipo de bico. A atividade que será realizada agora busca
debater esta questão: Como explicar essas diferenças com base em um processo evolutivo?
Você e os colegas devem se reunir em grupos para a atividade. Lembrem-se de que nesta ati-
vidade estamos tentando criar um modelo para compreender melhor um fenômeno da natureza.
Ele não representa exatamente o que acontece e não leva em consideração o tempo evolutivo.

minorias representativas. Ele apresenta, por exemplo, o con- •



Material
4 formas ou bandejas.
Palitos de churrasco.
• Tesoura com pontas arredondadas.
• Grãos de arroz, feijões, cereal matinal de
• Garfos. formato redondo, balas de goma redondas e
em formato de minhoca, macarrão parafuso,
• Alicate.
aveia em flocos grandes.

texto histórico e sociocultural dos cientistas que estudaram e


• Pinça.
• Copos plásticos.
• Prendedores de roupa de madeira ou
• Relógio ou cronômetro.
plástico, de diferentes tipos.
• Pegador de macarrão.

Como fazer FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA

trabalharam determinado tema, e mostra aos estudantes que


As quatro formas devem ser numeradas

R2 Editorial/Arquivo da editora
e deixadas em quatro mesas diferentes. Na
forma 1, coloquem grãos de arroz e balas
de goma redondas; na forma 2, macarrão
parafuso e balas de goma em formato de mi-
nhoca; na forma 3, cereais matinais e aveia
em flocos; e na forma 4, feijões e aveia em
flocos.

diferentes pessoas podem fazer ciência.


Cada estudante do grupo deve representar
uma espécie de pássaro e, para isso, escolher
um objeto para representar seu bico e ter um
copo para armazenar o alimento que conse-
guir pegar.
Durante um minuto, tentem pegar a maior Qual alimento será mais fácil de obter
quantidade possível de alimentos da bandeja em cada bandeja?
usando apenas o objeto escolhido.

O boxe #Estude + apresenta sugestões de vídeos, filmes,


Cada estudante deve passar pelas quatro bandejas. Ao final, anotem qual alimento foi mais
fácil de pegar e em qual das bandejas foi mais fácil obter uma boa quantidade de alimento.
NÃO 1. Respostas pessoais. O objetivo é que os estudantes associem a capacidade de obter
ESCREV
Conclusão NO LIVR A
O
alimentos à sobrevivência. Desse modo, o ambiente em que sobreviveriam seria aquele
no qual conseguissem coletar alimento.
1 Em qual das bandejas você conseguiu pegar a maior quantidade de alimento com o objeto
escolhido? Se essa bandeja representasse um ambiente e você representasse uma espécie de

livros, sites, dicas de aplicativos, reportagens e simulações.


pássaro, as suas chances de sobreviver nesse ambiente seriam maiores ou menores? Por quê?
2 Os colegas que usaram objetos diferentes do seu tiveram o mesmo resultado? Como você
explicaria isso? 2. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.

20

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É importante lembrar que, quando Mendel realizou esses experimen-


tos e escreveu suas conclusões, a estrutura e o papel dos gametas na
#Estude +

A seção #Atividades apresenta questões para a retomada,


fecundação ainda não eram conhecidos, tampouco se sabia da existência • O legado de um
do DNA e dos genes. monge invisível
Além disso, quando Mendel publicou seu artigo, os naturalistas da Disponível em: https://
revistapesquisa.
época não deram a importância devida aos seus estudos. Parte disso se fapesp.br/o-legado-de-
deve ao contexto da época, mas também ao fato de ser o primeiro traba- um-monge-invisivel/.
lho no campo dos naturalistas que tinha tantos cálculos de probabilidade, Acesso em: 14 fev.

a consolidação e/ou o aprofundamento dos conteúdos abor-


o que dificultou sua análise por essas pessoas. 2022.
Os trabalhos de Mendel somente foram retomados e discutidos aproxi- Nessa reportagem,
é possível saber
madamente quarenta anos depois de sua publicação, quando ele já havia um pouco mais da
falecido. A redescoberta e a identificação da importância de seu trabalho história de Mendel, os
foram possíveis porque, durante as décadas em que esse trabalho ficou fatores que podem ter
esquecido, o estudo da célula e da hereditariedade já havia avançado. motivado seu estudo
com ervilhas e por

dados. Ela pode estar presente no decorrer do capítulo.


Atualmente, com maior conhecimento do mundo microscópico, da es- que seus trabalhos
trutura das células e do material genético, é possível explicar o que são demoraram para ser
os fatores propostos por Mendel e como eles determinam as caracterís- reconhecidos.
ticas de um organismo, de qualquer espécie.

#A ciência é feita por pessoas


O trabalho de Gregor Mendel foi redescoberto simultaneamente por três cientistas que tam-
bém estudavam hereditariedade. São eles William Bateson (1861-1926), Hugo de Vries (1848-
NÃO
-1935) e Carl Erich Correns (1864-1933). Estudando plantas e outros organismos, esses cien- ESCREV
NÃO
NO LIVR A ESCREV
tistas chegaram a conclusões semelhantes às de Mendel. No entanto, lendo o trabalho que ele
havia publicado décadas antes e com o maior conhecimento que tinham na época, conseguiram
interpretar melhor seus resultados e deram a Mendel os méritos de ser o primeiro a registrar
#Atividades
Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades. GRUPO
O

4. Observe a tirinha e responda às questões.


NO LIVR A
O

© Armandinho, de Alexandre Beck/


Acervo do cartunista
análises sobre a hereditariedade. 1. Agora quem vai ensinar um pouco mais sobre os biomas brasileiros é você! Você deve se or-
Por meio dessa nova leitura dos trabalhos de Mendel e da pesquisa desses e de outros cien- ganizar com alguns colegas de modo que na turma sejam formados sete grupos. Cada grupo
tistas posteriores, foi possível explicar os casos de hereditariedade para os quais as propostas deve sortear um dos biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa, Pantanal
de Mendel não se aplicavam. ou um ecossistema costeiro-marinho (à escolha do grupo). Você e seu grupo devem, então,
pesquisar mais informações sobre o ambiente sorteado, por exemplo, quais são as comuni-
A B C dades tradicionais que vivem no bioma ou ecossistema, como povos indígenas e quilombolas,
The Picture Art Collection/Alamy/Fotoarena

Bettmann Archive/Getty Images

Friedrich/Interfoto/Fotoarena

quais são os principais impactos negativos e ameaças que o ambiente sofre e como ele pode
ser preservado. Alexande Beck/Acervo do cartunista.

Com as informações selecionadas, seu grupo deve apresentar as informações para os demais a) O pau-brasil é uma árvore característica de qual bioma brasileiro?
colegas da turma. Pensem na forma de apresentação, que pode ser uma exposição oral, um b) Dos recursos naturais existentes no Brasil, o pau-brasil foi um dos primeiros explorados.
jornal impresso, um vídeo, um podcast, cartazes ou outra. Faça uma pesquisa e cite de que maneiras os colonizadores portugueses o utilizavam. Pes-
quise também qual é o nome indígena para essa árvore.
2. O gráfico apresenta a área ocupada por cada um dos biomas brasileiros no território nacional.
5. Leia a tirinha e responda às questões.
Área ocupada por bioma em relação à área territorial do Brasil

Banco de imagens/Arquivo da editora

© Fernando Rebouças/Acervo do cartunista


(F) 1,8%
Na fotografia A, o inglês William Bateson (1861-1926), na B, o holandês Hugo de
Vries (1848-1935) e, na C, o alemão Carl Erich Correns (1864-1933), cientistas que
redescobriram os trabalhos de Gregor Mendel sobre hereditariedade. (E) 23,3%

41

(D) 2,3% (A) 49,8% REBOUÇAS, F. Oi! O tucano ecologista. Disponível em: http://www.oiarte.com/tira_12.htm.
5. a) O bioma Amazônia apresenta como vegetação predominante uma floresta Acesso em: 23 mar. 2022.
P3_9SOUMAISCie_g24Sc_035a056_Uni1Cap02_LE.indd 41 4/28/22 09:50 tropical densa, com clima quente e úmido, com chuvas quase diárias. Localiza-se majoritariamente na região norte do Brasil.
(C) 10,1% a) A arara-macau é encon-
trada no bioma Ama- Distribuição geográfica da arara-
zônia. Dê duas caracte- -vermelha-grande e da arara-macau
rísticas desse bioma e

Vespúcio Cartografia/Arquivo da editora


(B) 13,0% 55º O
indique em que região do AMÉRICA
Elaborado com base em: IBGE. Biomas e sistema costeiro-marinho do Brasil: compatível com a escala Brasil ele se localiza. CENTRAL
1 : 250 000 — Série Relatórios Metodológicos, v. 45. Rio de Janeiro: IBGE, 2019. p. 113. Disponível em: b) Existem duas espécies
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101676.pdf. Acesso em: 29 jan. 2022.

O boxe #Para refletir contempla atividades que retomam


conhecidas como arara-
2. a) A) Amazônia; B) Mata Atlântica; C) Caatinga; D) Pampa; E) Cerrado; F) Pantanal. RR
a) Analise o gráfico e identifique, no caderno, a que bioma cada porcentagem corresponde. -vermelha: Ara chloropte- Equador AP

rus (também chamada de
b) Que características você esperaria observar na vegetação predominante do bioma repre- arara-vermelha-grande) AM
PA CE
MA RN
sentado por B? A vegetação desse bioma sobrevive a quais condições ambientais? e Ara macao (também PI PB
AC PE
chamada araracanga). OCEANO RO TO
AL
3. Em relação aos ecossistemas costeiros, analise as afirmações e, se julgar que alguma delas é PACÍFICO BA
SE
Analise o mapa e explique
incorreta, corrija-a no seu caderno. MT
DF OCEANO
se uma dessas espécies

conhecimentos ou exploram o que está sendo discutido, com


GO
ATLÂNTICO
a) Os recifes de corais ocorrem em qualquer área de mar aberto próxima à costa dos pode ser considerada en- MS
MG
ES
continentes. dêmica da Amazônia. SP RJ
Trópico
PR de
b) Os manguezais abrigam uma grande diversidade de animais. Capricó
rnio
Fonte: DIAS, V. Estudo com araras- SC
c) Pelo fato de os oceanos não serem atingidos pelas mudanças climáticas, não há riscos de vermelhas ajuda a conservação da 0 710 1420
RS

sobrevivência para os recifes de corais. espécie. Agência USP de Notícias, km


16 fev. 2012. Disponível em:
d) As restingas são protegidas por lei para conter sua destruição, principalmente por em- http://www.usp.br/agen/?p=88506. Arara-vermelha-grande Arara-macau ou araracanga
(Ara chloropterus) (Ara macao)
preendimentos imobiliários.

o objetivo de consolidar a compreensão do conteúdo teórico


Acesso em: 14 mar. 2022.

218 219

P3_7SOUMAISCie_g24Sc_195a221_Uni3Cap10_LE.indd 218 5/9/22 15:42 P3_7SOUMAISCie_g24Sc_195a221_Uni3Cap10_LE.indd 219 5/9/22 15:42

abordado ou mobilizar reflexões para que cada um coloque seu A seção #Mural de ideias é composta de um resumo do que
ponto de vista; as questões podem ser discutidas oralmente foi trabalhado até o momento, na forma de um esquema com
e, algumas vezes, o registro das respostas é sugerido como boxes e imagens.
uma maneira de o estudante acompanhar o seu processo de O boxe #Para terminar está localizado dentro da seção
desenvolvimento de conhecimento. #Mural de ideias. Ele apresenta questões reflexivas para a re-
tomada dos conteúdos, permitindo ressaltar as relações entre
#Para refletir NO
NÃO
ESCREV
A
LIVR
O
o que foi trabalhado em cada capítulo da unidade.
Leia o texto a seguir e, depois, responda às questões.
Nos séculos XVI e XVII, na Europa, existiam os chamados gabinetes de curiosidades, que
eram pequenas salas, armários ou arcas nos quais eram colecionados diversos objetos, como
medalhas, instrumentos científicos, esculturas antigas ou pré-históricas. Nesses gabinetes
também havia objetos relacionados à natureza, como ossos de animais, plantas secas, frag-
mentos de rochas, conchas, pinturas de paisagens ou seres vivos, entre outros. Esses materiais
eram expostos em reuniões particulares e estudados pelos naturalistas da época, ajudando-os
a divulgar suas ideias entre outros naturalistas. Com o passar do tempo, essas coleções foram
ficando muito grandes, e um gabinete ou uma sala já não era mais suficiente para guardar todo
esse material.
#Mural de ideias
Então, a partir do século XVIII, os gabinetes começaram a ser substituídos por museus de
história natural e museus de arte. Isso mostra como os gabinetes de curiosidades foram impor-
Para finalizar o estudo desta unidade, vamos retomar os principais conceitos estudados
tantes para divulgar os conhecimentos e as ideias sobre o mundo natural e, posteriormente,
até aqui?
para montar as coleções de rochas, conchas, fósseis e insetos que estão espalhadas por todo
o mundo hoje.
Note a reprodução da obra de arte Gabinete de curiosidades, que mostra um exemplo de
Vírus Moneras
como eram essas coleções. Depois, converse com os colegas e o(a) professor(a) sobre as ques- ares;
Invertebrado seres acelul seres proca
tões a seguir. riontes;
poríferos, s: intracelulares autótrofo
cnidários, parasitas s
; heterótrof ou
Oficina de pedras semipreciosas, Florença, Itália.

platelmintos, obrigatórios os;


nematódeos s. bactérias
artrópodes , moluscos, microscópico
e unicelularee algas
equinodermo s.
s.

es, Fungos
dos: peix e
Vertebra répteis, aves
anfíbios, s.
mamífero
Seres vivos uni ou pluric
heterótrof
os.
elulares;

Animais
heterótrofos;
os
pluricelulares; Plantas zoári
Proto ;
invertebrados e autótrofos ulares
unicel
vertebrados. fotossintetizante trofos
s; heteró
pluricelulares;
briófitas, pteridófi
gimnospermas tas,
e
angiospermas.

Gabinete de curiosidades, obra do pintor italiano Domenico Remps Biomas brasileiros


Os organismos vivos
(1620-1699), datada de 1690 (óleo sobre tela, 99 cm × 137 cm). Amazônia, Cerrado,
Mata Atlântica,
se relacionam nas
Museu dell’Opificio dele Pietre Dure, Florença, Itália. teias alimentares
Caatinga, Pampa e
Pantanal. dos ambientes dos
1 Como essas coleções de amostras naturais e os registros de lugares e de espécies em ecossistemas.
pinturas podem ter sido importantes para os estudos da biodiversidade e da história do NÃO
ESCREV
planeta Terra? 1. Resposta pessoal. Consulte as Orientações didáticas. NO LIVR A
O

2 Na cidade ou no estado em que você mora existe algum museu com esse tipo de
#Para terminar
1, 2, 3, 4 e 5. Consulte as Orientações didáticas.
coleção? Qual é a importância dela hoje em dia para estudar e compreender a natureza
1 Elabore um esquema com os nomes dos principais grupos de plantas estudados nesta
e a sua diversidade? 2. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
unidade. Dê um exemplo de cada grupo que pode ser encontrado na sua região.

12
2 Diferencie animais vertebrados de invertebrados e cite pelo menos quatro grupos de
cada, com exemplos.
3 Explique de que maneira os seres vivos se relacionam nas teias alimentares e a
importância dos diferentes níveis tróficos para os ecossistemas.
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4 Cite os nomes dos seis biomas brasileiros e o que mais chamou a sua atenção em cada
um deles.
5 Com base no que você aprendeu nesta unidade, retome suas respostas do boxe #Para
iniciar e faça correções, se necessário.

221

A seção #Experimentar apresenta propostas de ativida- P3_7SOUMAISCie_g24Sc_195a221_Uni3Cap10_LE.indd 221 5/9/22 15:42

des práticas ou investigativas que envolvem a organização de Ao longo dos capítulos, o glossário apresenta a definição
materiais e procedimentos, a observação e a interpretação de um termo ou expressão em destaque no texto, auxiliando
de resultados. os estudantes na leitura e na interpretação.

XXXVI
# GARCIA, R. S. Argumentação e a construção de contra-
-argumentos em um debate sobre uma questão
Há diversas espécies de cactos nesse bioma, como o mandacaru e o
xiquexique, e bromélias, como a macambira. Também podemos encon-
trar na Caatinga árvores como o juazeiro, o umbuzeiro, a carnaubeira, as
catingueiras, o angico, o mulungu e o marmeleiro.

sociocientífica em uma sala de aula dos anos finais do

Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo


Macambira
(Bromelia laciniosa,

Ensino Fundamental. Orientadora: Danusa Munford.


mede cerca de 20 cm
de comprimento),
bromélia típica da
Caatinga.

2020. 184 p. Dissertação (Mestrado em Educação e


Ciência) – Faculdade de Educação, Universidade
A Caatinga já abrigou a ararinha-azul, uma ave considerada extinta
na natureza. A arara-azul-de-lear ainda é encontrada na região, mas a
espécie está ameaçada de extinção. Nesse bioma, além de outras aves e
inúmeros invertebrados, podem ser encontrados mamíferos como o ra-

Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020.


to-de-fava, o mocó, a onça-pintada, a onça-parda, a jaguatirica, o gato-
-maracajá, o gato-do-mato, o tamanduá-bandeira e o tatu-bola. A princi-
pal ameaça para os animais desse bioma é a caça, geralmente associada
ao tráfico de animais silvestres.

Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/

Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo

Agami Photo Agency/Shutterstock


handle/1843/37897. Acesso em: 2 maio 2022.
Dissertação que propõe uma sequência didática e traz infor-
Mocó (Kerodon rupestris, mede cerca de Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari, mede
25 cm de comprimento), mamífero endêmico cerca de 72 cm de comprimento), ave endêmica da
do bioma Caatinga. Caatinga.

O bioma Caatinga encontra-se bastante alterado, com a substituição

mações para o trabalho com o debate, em especial da argu-


de espécies vegetais nativas por pastagens e agricultura, com o em-
Desertificação:
prego de desmatamentos e queimadas para o preparo da terra. Além alteração no solo
de destruir a cobertura vegetal, essas atividades também destroem o arenoso que o torna
habitat dos animais silvestres, prejudicam a qualidade da água e o equi- pobre e ressecado,
líbrio do clima e do solo, favorecendo o processo de desertificação em sem condições de

mentação e da contra-argumentação, em aulas de Ciências da


algumas regiões. sustentar vegetação.

207

Natureza no Ensino Fundamental – Anos Finais.


P3_7SOUMAISCie_g24Sc_195a221_Uni3Cap10_LE.indd 207 5/9/22 15:42

Todas as unidades apresentam pelo menos um infográfico,


# LEAL, C. A. et al. Seminário como uma prática pedagógica
que tem o objetivo de aprofundar ou apresentar informações a partir do sexto ano do Ensino Fundamental. South
relacionadas a um tema de modo dinâmico, por meio da lei- American Sciences, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 1-33, 2021.
tura de textos breves e imagens complementares. Disponível em: https://southamericansciences.com.br/
index.php/sas/article/view/165. Acesso em: 2 maio 2022.
#Mimetismo e camuflagem
Mimetismo e camuflagem/El Bibliote S.A.

FORA DE PROPORÇÃO
Elaborado com base em: REECE, Jane B.; URRY, Lisa A.; CAIN, Michael L.; WASSERMAN, Steven A.; MINORSKY,
Peter V.; JACKSON, Robert B. Biologia de Campbell. Tradução Anne D. Villela et al. 10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
Artigo centrado nos seminários como uma estratégia ativa de
Mimetismo e camuflagem/
El Bibliote S.A.

ensino no Ensino Fundamental, mostrando como eles podem


São características que muitas espécies possuem e que consistem em se assemelhar a outros animais ou objetos do
ambiente. Os cientistas interpretam tais características como formas de enganar os predadores, ou surpreender as
presas. Por isso, considera-se que o mimetismo e a camuflagem foram essenciais para a sobrevivência das espécies
que os apresentam.

Coloração
Mimetismo batesiano

ser organizados e o potencial que tem no desenvolvimento


Consiste em um tipo de adaptação em que as espécies Esse nome foi uma homenagem a
apresentam o revestimento do corpo com a cor predominante Henry Bates. Corresponde a uma
do ambiente em que vivem. Assim, fica mais difícil de serem adaptação em que uma espécie
identificadas por presas e predadores. Veja os exemplos: indefesa apresenta características
semelhantes às de uma espécie

cognitivo e social dos estudantes.


tóxica para os predadores, que a
evitam por conta disso.

Por exemplo, várias espécies de


borboletas são semelhantes às
borboletas tóxicas do gênero
Heliconius.
Borboleta-monarca
Mecanismos de Mimetismo Mecanismos de Mimetismo mülleriano
Urso-polar Grilo Sapo camuflagem Camuflagem É a adaptação mimetização
Geralmente, a É a adaptação de alguns seres São mecanismos

# MAZUR, E. Peer Instruction: a revolução da aprendizagem


camuflagem é Esse nome foi uma homenagem
que alguns seres vivos ao terem que permitem a
percebida pela a Fritz Müller. Neste caso, duas
Padrões vivos possuem características algumas espécies
coloração da pele, ou mais espécies apresentam
ao terem semelhantes a aparentarem ser
Consistem em uma adaptação em que padrões repetitivos no por padrões de as mesmas características que
características outras espécies e mais perigosas
revestimento do corpo dificultam a visualização no ambiente pelagem ou do funcionam como alertas de
semelhantes ao assim enganando ao imitarem ou se
ou confundem predadores e presas. revestimento corporal advertência aos predadores,
ambiente em predadores ou parecerem com

ativa. São Paulo: Penso, 2015.


que dificultam a como cores chamativas.
que vivem. presas. outras espécies.
visualização do
organismo no
ambiente. Há também Por exemplo, algumas espécies de
a camuflagem auditiva vespas têm cores chamativas que
e a olfativa. afugentam Vespa

Automimetismo

Onça-pintada

Camuflagem auditiva ou olfativa


Girafa Cobra-coral

A camuflagem auditiva consiste em imitar sons realizados


Trata-se do caso em que uma
característica do corpo tem o
aspecto de outra estrutura, o
que espanta os predadores.
Por exemplo, manchas similares
Livro do professor e pesquisador Eric Mazur que apresenta a
metodologia ativa da aprendizagem por pares (peer instruction)
por outras espécies mais perigosas ou para atrair presas por a olhos ou extensões que se
determinado som. No caso da camuflagem olfativa, podem ser movem, como caudas.
substâncias liberadas no ambiente que confundem presas e Camaleão
predadores. Por exemplo, o peixe-borboleta apresenta uma mancha
que lembra um olho, confundindo o predador quanto ao
local exato de sua cabeça. Peixe-borboleta

para o ensino de Ciências.


Henry Bates Fritz Müller
Sabia que... Foi um naturalista inglês que Foi um naturalista alemão
Para Charles Darwin, tanto o mimetismo quanto iniciou uma expedição em 1848 que se mudou para o Brasil
a camuflagem foram muito importantes para o pela Floresta Amazônica, que em 1852 estudou espécies da
desenvolvimento da seleção natural que permitiu a durou seis anos. Estudou mais de Floresta Amazônica. Escreveu
existência das atuais espécies. dez mil espécies, a maioria delas vários artigos sobre a teoria da
desconhecidas dos naturalistas da evolução e identificou o tipo de
época. Ele observou e descreveu o mimetismo que leva seu nome.
mimetismo nas borboletas.

# MORALES, A. C.; CATELLI, F. A formação de grupos


26 27

P3_9SOUMAISCie_g24Sc_008a034_Uni1Cap01_LE.indd 26 4/28/22 09:50 P3_9SOUMAISCie_g24Sc_008a034_Uni1Cap01_LE.indd 27 4/28/22 09:50

operativos e sua influência no processo de aprendizagem


no laboratório de eletricidade. Educitec - Revista de

# VII. Indicações de leituras, Estudos e Pesquisas sobre Ensino Tecnológico, Manaus,


v. 4, n. 8, 2018.
sites e vídeos Artigo sobre a formação de grupos operativos que considera
também a afinidade e a colaboração dos integrantes que for-
# CIEB – Centro de Inovação para a Educação Brasileira. mam o grupo em atividades de ensino de Ciências no Ensino
Currículo de Referência em Tecnologia e Computação. São Fundamental.
Paulo. Disponível em: https://curriculo.cieb.net.br. Acesso
# PAULA, B. B. de; MARTINS, C. B.; OLIVEIRA, T. de. Análise
em: 2 maio 2022.
da crescente influência da cultura maker na educação:
Site que auxilia no trabalho com pensamento computacional, revisão sistemática da literatura no Brasil. Educitec –
Revista de Estudos e Pesquisas sobre Ensino Tecnológico,
cultura digital e tecnologia digital e propõe organizações cur-
Manaus, v. 7, p. 1-23, 2021. Disponível em: https://
riculares para abordar esses temas no Ensino Fundamental. sistemascmc.ifam.edu.br/educitec/index.php/educitec/
article/view/1349. Acesso em: 2 maio 2022.
# D’MASCHIO, A. L. Cultura maker apoia o aprendizado
criativo durante a pandemia e na retomada das aulas. Revisão sistemática da literatura sobre cultura maker no Brasil
em que ela é conceituada como uma proposta de ensino ligada
Porvir, São Paulo, 29 out. 2021. Disponível em: https://
à criatividade e à solução de problemas de modo ativo e fre-
porvir.org/cultura-maker-apoia-o-aprendizado-criativo
quentemente interdisciplinar. O trabalho descreve propostas
-durante-a-pandemia-e-na-retomada-das-aulas/. Acesso
de atividades, seus conteúdos, infraestrutura, materiais ne-
em: 2 maio 2022.
cessários e estratégias de ensino adotadas.
Matéria jornalística sobre a cultura maker, trazendo uma intro-
# PORTO, M. B.; MARTINS, A. P. B. O ensino e a
dução ao tema, expondo como pode ser implementada e como
aprendizagem das Ciências da Natureza no Ensino
se relaciona com competências e habilidades específicas da Fundamental II: uma proposta envolvendo a natureza da
BNCC. ciência. Revista Thema, Pelotas, v. 15, n. 3, p. 981-990,

XXXVII
2018. Disponível em: https://periodicos.ifsul.edu.br/index. O trabalho associa conceitos de ergonomia com a organização
php/thema/article/view/938. Acesso em: 2 maio 2022. do trabalho e a saúde dos professores, destacando a importân-
O artigo traz reflexões sobre a atividade docente e uma pro- cia do ambiente de trabalho o dos docentes para um ensino de
posta de como se ensinar a natureza da ciência de modo inte- melhor qualidade.
grado aos conteúdos de Ciências da Natureza para os anos fi-
# AMARAL, I. C. M. As desigualdades sociais e a educação.
nais do Ensino Fundamental.
Congresso Internacional e Congresso Nacional Movimentos
# ROCHA, Z. F. D. C. Dinâmica de um Grupo de Sociais & Educação, São Paulo, v. 1, n. 1, 2021.
Aprendizagem em Ciências no Ensino Fundamental: A autora discute as relações entre educação e sociedade, prin-
Grupos Operativos e Teoria do Vínculo na aprendizagem. cipalmente em relação à escola como um espaço para legitimar
Lisboa: Novas Edições Acadêmicas, 2017. a transformação da realidade social diante da desigualdade.
Obra que traz o referencial teórico e um relato de experiência
do emprego de grupos operativos para o ensino de Ciências no # ANTUNES JÚNIOR, E. L. Q.; CAVALCANTI, C. J. H.;
Ensino Fundamental. Em especial, é analisado como os inte-
OSTERMANN, F. Base Nacional Comum Curricular, Ciências
da Natureza nos anos finais do ensino fundamental e os
grantes do grupo se estruturam para a realização de suas tare-
mitos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade. Em Aberto,
fas com resultados que contribuem para a aprendizagem.
Brasília, v. 33, n. 107, p. 141-154, 2020.
# RUTHES, R. A construção do debate em sala de aula. A pesquisa busca identificar na BNCC dos anos finais do Ensino
Orientador: Leandro Neves Cardim. 2019. 196 p. Fundamental como questões sociocientíficas em perspectivas
Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Programa de Pós- críticas são sustentadas e interpeladas.
-Graduação em Filosofia, Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, 2019. Disponível em: https://acervodigital.ufpr. # ARAÚJO, P. E.; MENIN, O. H. Sequência didática sobre
br/handle/1884/64413. Acesso em: 2 maio 2022. arboviroses aspirando à consciência crítica na formação
Dissertação que aborda o debate como um meio pedagógico integral. Revista de Ensino de Biologia da SBEnBio, São
para o ensino escolar. O foco não são as Ciências da Natureza, Paulo, v. 14, n. 2, p. 991-1010, 2021.
mas os detalhamentos das etapas de um debate, seus concei- O artigo apresenta uma sequência didática baseada na pesqui-
tos teóricos e os relatos de experiências de aulas em que o de- sa como princípio pedagógico para a formação integral dos es-
bate foi utilizado são válidos para qualquer área da Educação tudantes em relação às arboviroses.
Básica.
# ARREDONDO, S. C.; DIAGO, J. C. Avaliação educacional e

# VIII. Referências bibliográficas promoção escolar. Tradução: Sandra M. Dolinsky. Curitiba:


Ibpex; São Paulo: Unesp, 2009.
comentadas O livro busca trabalhar a prática avaliativa voltada para o de-
senvolvimento dos conhecimentos e a formação intelectual
# AGUIAR, C. F.; GARCIA, N. M. D. O livro didático e o baseada em conteúdos, estratégias, valores e atitudes dos es-
currículo de Ciências: a importância da pesquisa em sala de
tudantes.
aula. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM
EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS, 11, 2017, Florianópolis. Atas […] # BARBOSA, C. L. B.; MARINHO, D. M.; CARVALHO, L. S. C. O.
Florianópolis: Abrapec, 2017, Debate como metodologia de ensino para a aprendizagem
O artigo apresenta diferentes elementos que justificam a im- crítica. In: ALMEIDA, B. T.; CARVALHO, D. A. S. O. Programa
portância da pesquisa sobre o uso dos livros didáticos em sala de residência pedagógica na licenciatura em informática –
de aula, observando as atividades dos professores. partilhando possibilidades. Natal: Faculdade Metropolitana
Norte Riograndense, 2020. p. 22-32.
# AIKENHEAD, G. S. What is STS science teaching? In:
Capítulo dedicado a analisar as possibilidades de emprego do
SOLOMON, J.; AIKENHEAD, G. S. STS education:
debate como metodologia de ensino na Educação Básica por
international perspectives on reform. New York: Teachers
College Press, 1994. p. 47-59. meio de um estudo de caso. Os resultados apontam para uma
postura dialógica e um bom aproveitamento intelectual, cole-
No artigo, o autor delimita o conceito de Ciência, Tecnologia e
tivo e individual dos estudantes.
Sociedade (CTS) – em inglês, science-technology-society (STS)
– e sua relação nas escolas com o ensino de Ciências. # BAZZO, W. A. Ciência, Tecnologia e Sociedade e o contexto
da educação tecnológica. Editora da UFSC: Florianópolis,
# AMADO, E. O trabalho dos professores do Ensino 1998.
Fundamental: uma abordagem ergonômica. Orientadora:
Vânia Ribas Ulbricht. 2000. 104 p. Dissertação (Mestrado O livro discute a importância do ensino no campo da Engenha-
em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de ria brasileira, propondo um rompimento com o paradigma do
Santa Catarina, Florianópolis, 2000. ensino tradicional nessa área.

XXXVIII
# BEZERRA, L. F.; GONÇALVES, C. P.; CUNHA, D. O. da; # BRASIL. Ministério da Educação. Projeto de vida: ser ou
OLIVEIRA, F. L. de. Análise da correlação entre a média de existir? Brasília, DF: Ministério da Educação. Disponível
alunos por turma na taxa de rendimento de alunos nas em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
escolas públicas de Ensino Médio no município do Rio de implementacao/praticas/caderno-de-praticas/
Janeiro. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 20, aprofundamentos/200-projeto-de-vida-ser-ou-existir.
n. 36, 2020. Acesso em: 28 maio 2022.
Com base em um estudo de caso das escolas públicas de Ensi- O texto, vinculado à implementação da BNCC, detalha a pers-
no Médio do Rio de Janeiro, o texto discute a relação entre a pectiva relacionada ao projeto de vida na Educação Básica.
média dos estudantes e suas taxas de rendimentos.
# BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação
# BICUDO, M. A. V. A pesquisa interdisciplinar: uma Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF:
possibilidade de construção do trabalho científico/ Ministério da Educação, 2017. Disponível em: http://
acadêmico. Educação, Matemática e Pesquisa, São Paulo, basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_
v. 10, n. 1, p. 137-150, 2008. site.pdf. Acesso em: 19 abr. 2022.
O texto explicita o significado de interdisciplinaridade nas con- Documento com as orientações para gestores e professores
cepções e metodologias científicas. Apresenta tensões e em- com os conhecimentos básicos que devem nortear a constru-
bates em torno desse conceito apontando principalmente a ção dos currículos no território brasileiro.
história dos períodos moderno e contemporâneo.
# BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação
# BORDIEU, P.; PASSERON, J. A reprodução: elementos para Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais -
uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Ensino Médio. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2000.
Alves, 1992. Documento com diretrizes elaboradas para orientar professo-
Na tese que apresentam no livro, os autores discutem a repro- res e gestores escolares sobre bases legais e aspectos funda-
dução da cultura dominante a partir dos sistemas de ensino e mentais de cada área do conhecimento.
como isso reforça o poder simbólico e a reprodução contínua
# BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos
das relações de força na sociedade.
Transversais na BNCC: propostas de práticas de
implementação. Brasília, DF: Ministério da Educação,
# BORGES, A. P. N. R.; ALMEIDA, S. P. N. C.; SANTANA,
2019a. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.
K. C. L. Avaliação educacional: o Saeb, seus pressupostos,
gov.br/images/implementacao/guia_pratico_temas_
finalidades e repercussões. Preprint, submetido em 10 set.
contemporaneos.pdf. Acesso em: 1º maio 2022.
2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/
SciELOPreprints.2938. Acesso em: 29 maio 2022. Documento que apresenta sugestões de como contextualizar
o que é ensinado em sala de aula com os Temas Contemporâ-
Artigo que aborda as políticas públicas educacionais no Brasil
neos, com o objetivo de aumentar o interesse dos estudantes
e o Saeb.
e a relevância desses Temas para o desenvolvimento deles co-
# BRACKMANN, C. P. Desenvolvimento do pensamento mo cidadãos.
computacional através de atividades desplugadas na
Educação Básica. Orientador: Dante Augusto Couto # CABREIRA, M. C.; MILANI, R.; TROMBETTA, F. A pesquisa
Barone. 2017. Tese (Doutorado em Informática na como princípio pedagógico: possibilidades no ensino de
Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ciências e Matemática nos anos finais do Ensino
Porto Alegre, 2017. Fundamental. In: JORNADA DE PESQUISA EM ENSINO DE
CIÊNCIAS EXATAS, I, 2018, Rio Grande. Anais […]. Rio
O texto problematiza o fato de que somente o uso de aparatos Grande: Furg, 2018.
tecnológicos na sala de aula não garante a melhoria do ensino,
O artigo apresenta um estudo de levantamento bibliográfico
mas pode ser uma forma para que os estudantes encontrem
referente à busca de pontos de convergência entre o ensino de
soluções para problemas complexos.
Ciências e o educar pela pesquisa na perspectiva da aprendi-
# BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional da zagem significativa.
Educação. Parecer CNE/CEB n. 7/2010. Brasília, DF:
Ministério da Educação, 2010a. # CARNEIRO, M. H. S.; SANTOS, W. L. P.; MÓL, G. S. Livro
didático inovador e professores: uma tensão a ser vencida.
Parecer que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o En- Ensaio – Pesquisa em Educação em Ciências, São Paulo,
sino Fundamental de nove anos. v. 7, n. 2, 101-113, 2005.

# BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional da O artigo discute como o livro didático inovador pode contribuir
Educação. Resolução CNE/CEB n. 4/2010. Brasília, DF: para uma reflexão e a mudança da prática docente.
Ministério da Educação, 2010b.
# CARVALHO, A. M. P. Critérios estruturantes para o ensino
Resolução que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Ge- das ciências. In: XV SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE
rais para a Educação Básica. FÍSICA, 2003, Curitiba. Atas […]. Curitiba: CEFET-PR, 2003.

XXXIX
O texto busca apresentar os grandes eixos da didática das Ciên- # DAYRELL, J. A escola como espaço sócio-cultural. In:
cias que respondem a questões fundamentais, e critérios es- DAYRELL, J. (org.). Múltiplos olhares sobre educação e
truturantes que busquem organizar as muitas influências so- cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1996. p. 136-162.
fridas na disciplina. O autor discute os múltiplos olhares sobre a educação e a cul-
tura na escola e como ela pode atuar dentro desse contexto
# CARVALHO, A. M. P. et al. Ensino de Ciências por
como um espaço sociocultural relevante.
investigação: condições para implementação em sala de
aula. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
# DINIZ, M. G.; RODRIGUES, L. A. A pesquisa como princípio
O livro tem o objetivo de auxiliar os professores no aprimora- pedagógico: os desafios na práxis docente para
mento dos conhecimentos sobre as questões atuais e impor- ressignificação de conhecimentos. Revista Insignare
tantes relacionadas ao ensino-aprendizagem de Ciências por Scientia – RIS, v. 3, n. 3, p. 224-240, 2020.
investigação. Artigo que apresenta discussões e resultados referentes ao uso
das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) pelos
# CARVALHO, A. M. P.; GIL-PÉREZ, D. Formação de
professores no contexto da globalização. Expõe a necessidade
professores de Ciências. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
de fortalecer políticas públicas de acesso ao mundo digital pa-
O livro discute a necessidade da ruptura entre os professores ra a construção de uma sociedade crítica.
com uma visão simplista sobre o que é ensinar Ciências e pro-
põe uma ideia de aprendizagem como construção do conheci- # DUSO, A. P.; SUDBRACK, E. M. Política educacional: para
mento com as características de uma pesquisa científica. além da racionalidade econômica – questionando a
enturmação. Revista de Ciências Humanas URI, v. 9,
# CENPEC – CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM p. 1-50, 2009.
EDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIA. A escola de O texto discute o processo de formação de turmas do Ensino
um novo tempo: práticas pedagógicas no contexto da
Fundamental e como ele é estabelecido nas políticas educa-
pandemia. São Paulo: Moderna, 2021.
cionais.
A publicação apresenta sugestões de práticas pedagógicas pa-
ra professores e gestores no contexto da pandemia e também # ELIAS, A. P. A. J.; VOSGERAU, D. S. R. Reflexões sobre a
reflexões sobre esse contexto educacional. prática docente no contexto da Educação Básica: o que nos
dizem as pesquisas brasileiras. Ensaios Pedagógicos, São
# CEREZO, J. A. L. Ciencia, Tecnología y Sociedad: el estado Paulo, v. 3, n. 3, p. 46-58, 2019.
de la cuestión en Europa y Estados Unidos. Revista O artigo apresenta um trabalho com o objetivo de identificar o
Iberoamericana de Educación, v. 18, p. 41-68, 1998.
que as pesquisas brasileiras apontam sobre os processos de re-
O trabalho apresenta como se dá a abordagem CTS no campo flexão realizados por docentes que atuam na Educação Básica.
internacional, comentando seus princípios, suas justificativas
e seus antecedentes no âmbito educacional. # FAGANELLO, J. Estudo da BNCC sobre o ensino de Física
nos anos finais do Ensino Fundamental com enfoque na
# CORTEZ, J.; DARROZ, L. M. A contextualização no ensino interdisciplinaridade. Orientadora: Neusete Machado Rigo.
de Ciências na visão de professores da Educação Básica. 2020. 52 p. Monografia (Licenciatura em Física) –
Revista Thema, Pelotas, v. 14, n. 3, p. 182-190, 2017. Universidade Federal da Fronteira Sul, Cerro Largo, 2020.
O artigo apresenta uma pesquisa que busca identificar as con- Trabalho que analisa a BNCC com o objetivo de reconhecer na
cepções de professores acerca da contextualização no ensino organização curricular do Ensino Fundamental como o conheci-
de Ciências e destacar os fatores que prejudicam ou contribuem mento de Física é trabalhado em Ciências da Natureza e as pos-
para essa prática. sibilidades de interdisciplinaridade com a Biologia e a Química.

# COSTA, A. C. Protagonismo juvenil: adolescência, # FAZENDA, I. C. A. (org.). Interdisciplinaridade: dicionário


educação e participação democrática. Salvador: Fundação em construção. São Paulo: Cortez, 2001.
Odebrecht; São Paulo: FTD, 2006.
O livro foi organizado por Ivani Fazenda, mas conta com a con-
Obra que traz referencial teórico sobre o protagonismo juvenil tribuição de cinquenta autores para apresentar um glossário
e experiências pessoais da força transformadora de jovens. de termos relacionados à interdisciplinaridade.

# COSTA, G. M. C; AZEVEDO, G. X. Metodologias ativas: # FIGUEIREDO, G. A. Educação contextualizada e


novas tendências para potencializar o processo de ensino- convivência com o semiárido brasileiro: perspectivas para
-aprendizagem. Revista Iniciação & Formação Docente, o ensino de Ciências. Orientador: José Antônio Novaes da
São Paulo. v. 6, n. 2, p. 286-299, 2019. Silva. 2017. 192 p. Dissertação (Mestrado em Educação) –
O trabalho apresenta uma análise sobre metodologias ativas Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2017.
na educação e expõe como podem auxiliar no processo de en- O trabalho é uma análise da compreensão de professores pa-
sino-aprendizagem para proporcionar o protagonismo dos es- raibanos sobre a contextualização no ensino de Ciências da Na-
tudantes. tureza e chama a atenção para a necessidade de incrementos

XL
na formação inicial e continuada de docentes e para o uso da # GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere. Rio de Janeiro:
contextualização como forma de os estudantes perceberem o Civilização Brasileira, 2000. v. 2.
papel da Ciência em suas vidas. Segundo caderno escrito por Gramsci enquanto estava preso
no período ditatorial na Itália, o texto versa sobre a educação
# FOUREZ, G. Crise no ensino de Ciências? Investigações em
Ensino de Ciências, São Paulo, v. 8, n. 2, p.109-123, 2003. como processo de ação e instrumento de luta.

Nesse clássico texto, o autor propõe uma revisão crítica sobre # HADJI, C. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed
os principais problemas enfrentados pelo ensino de Ciências Editora, 2001.
na atualidade. O autor discute nesse livro a importância da avaliação a servi-
ço das aprendizagens e dá caminhos para isso ser feito.
# FRADE, C.; MEIRA, L. Interdisciplinaridade na escola:
subsídios para uma Zona de Desenvolvimento Proximal # HOFMANN, J. L.; NAHIRNE, A. P.; STRIEDER, D. M. Um
como espaço simbólico. Educação em Revista, São Paulo, diálogo sobre as concepções alternativas presentes no
v. 28, n. 1, p. 371-394, 2012. ensino das Ciências. Arquivos do MUDI, São Paulo, v. 21,
O artigo apresenta uma pesquisa em que se investigou o tra- n. 3, p. 90-101, 2017.
balho de duas professoras e como esse trabalho poderia atuar O trabalho apresenta uma revisão bibliográfica sobre as con-
para encorajar os estudantes a cruzar a fronteira entre as duas cepções alternativas no ensino de Ciências e que podem se
disciplinas ministradas por elas. configurar em obstáculos para a aprendizagem dos conheci-
mentos científicos.
# FRANCO, L. G. (org.). Ciência em contexto: propostas para
construir espaços-tempos de ciência na escola. São Paulo: # JIMENEZ, M. C. R. Educação integral: um conceito em
Na Raiz, 2021. busca de novos sentidos. São Paulo: Cenpec Educação,
O livro discute propostas didáticas que apresentam o objetivo 2016.
de favorecer o desenvolvimento de visões mais complexas so- O livro estabelece a definição de educação integral, sua con-
bre a ciência e seu papel na sociedade atual. cepção pedagógica e desafios para sua implementação no con-
texto brasileiro.
# GARCIA, N. M. D. (org.). O livro didático de Física e Ciências
em foco: dez anos de pesquisa. São Paulo: Livraria da # KFOURI, S. F.; MORAIS, G. C.; PEDROCHI JUNIOR, O.;
Física, 2017. PRADO, M. E. B. B. Aproximações da escola nova com as
Coletânea de trabalhos científicos sobre o livro didático que metodologias ativas: ensinar na era digital. Revista de
discute, entre outras questões, o livro didático como produto Ensino, Educação e Ciências Humanas, São Paulo, v. 20,
cultural e como mercadoria, o Programa Nacional do Livro e n. 2, p. 132-140, 2019.
do Material Didático (PNLD) e potencialidades e fragilidades O texto traça um paralelo entre a escola nova, que coloca os
dos usos do livro didático em sala de aula. estudantes como centro do processo formativo, e as metodo-
logias ativas, que buscam o protagonismo dos estudantes e que
# GOFFMAN, E. Estigma. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988. têm ganhado espaço na atualidade.
Obra sociológica que analisa a identidade e as relações sociais
da pessoa estigmatizada, em especial quando isso é derivado # KLEIMAN, A. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura.
de diferenças físicas, de raça, nação, religião e comportamen- Campinas: Pontes, 2010.
to diante das normas. O livro busca descrever aspectos que constituem a leitura e sua
complexidade. Expõe também a multiplicidade de processos
# GONÇALVES, N. G.; GONÇALVES, S. A. Pierre Bourdieu: cognitivos que constituem a atividade de leitura.
educação para além da reprodução. São Paulo: Vozes,
2017. # LEÃO, N. M. M.; KALHIL, J. B. Concepções alternativas e os
Nesse livro, o autor discute a importância de desvendar o pa- conceitos científicos: uma contribuição para o ensino de
pel de cada pessoa no espaço social para que ela não se sinta Ciências. Latin-American Journal of Physics Education, v. 9,
n. 4, 2015.
tão à deriva diante da realidade e tenha os instrumentos fun-
damentais para visualizar possibilidades de mudança. O texto apresenta um breve histórico do ensino de Ciências no
Brasil e explora as concepções alternativas dos estudantes, dis-
# GRAMOWSKI, V. B.; DELIZOICOV, N. C.; MAESTRELLI, S. cutindo como elas podem ser trabalhadas pelos professores.
R. P. O PNLD e os guias dos livros didáticos de Ciências
(1999-2014): uma análise possível. Ensaio Pesquisa em # L’ECUYER, C. Educar na curiosidade: a criança como
Educação em Ciências, São Paulo, v. 19, 2017. protagonista da sua educação. São Paulo: Fons Sapientiae,
As autoras realizam uma análise profunda dos guias dos livros 2015.
didáticos de Ciências da Natureza identificando fatores e cri- O livro discute como professores e pais podem respeitar o de-
térios relevantes na avaliação desses livros no Programa Na- senvolvimento natural infantil por meio do despertar da curio-
cional do Livro e do Material Didático. sidade e instigando as crianças para o aprendizado.

XLI
# LEITE, F. A.; RADETZKE, F. S. Contextualização no ensino # MARTINS, C. H. S.; CARRANO, P. C. R. A escola diante das
de Ciências: compreensões de professores da Educação culturas juvenis: reconhecer para dialogar. Educação,
Básica. Vidya Revista Eletrônica, v. 37, n. 1, p. 273-286, Santa Maria, v. 36, n. 1, p. 43-56, 2011.
2017.
Nesse artigo, os autores discutem os processos sociais e cul-
O texto apresenta uma análise das compreensões de profes- turais contemporâneos produtores das culturas juvenis e cha-
sores de Ciências da Natureza acerca do processo de contex- mam a atenção para a necessidade de reconhecer esses pro-
tualização na Educação Básica. cessos nas escolas.

# LEMKE, J. L. Aprender a hablar ciencia: lenguaje, # MASSCHMANN, F. O. A aprendizagem significativa como


aprendizaje y valores. Barcelona: Paidós, 2006. suporte para interdisciplinaridade no ensino de Ciências da
O livro discute a relação entre linguagem e Ciências, construin- Natureza. Orientador: Roniere dos Santos Fenner. 2018.
do, com base em várias questões referentes a esse tema, uma 29 p. Monografia (Licenciatura em Educação do Campo) –
reflexão acerca da importância de se pensar esse aspecto no
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Tramandaí,
2018.
do ensino de Ciências.
O trabalho reflete sobre a aprendizagem significativa e a inter-
# LIBÂNEO, J. C. Didática. 13. ed. São Paulo: Cortez, 1994. disciplinaridade e como esses dois conceitos podem ser traba-
Nessa obra, a Didática é apresentada partindo de seus vínculos lhados em conjunto em busca de se tornarem um suporte para
entre finalidades sociopolíticas e pedagógicas e as bases teó- a aprendizagem.
rico-científicas e técnicas do processo ensino e aprendizagem.
# MCNEILL, K. L.; KRAJCIK, J. S. Supporting Grade 5-8
# LIPMAN, M.; SHARP, M. A., OSCANYAN, S. F. Filosofia na Students in Constructing Explanations in Science: The
sala de aula. São Paulo: Nova Alexandria, 2001. Claim, Evidence, and Reasoning Framework for Talk and
Writing. New York: Pearson, 2011.
O livro apresenta um método de ensino de Filosofia para estu-
dantes de Ensino Médio com vários exemplos de locais onde já O livro apresenta elementos para auxiliar os estudantes a de-
foi colocado em prática com resultados satisfatórios. senvolver explicações dentro das Ciências para os diferentes
fenômenos por meio de diferentes estratégias que podem ser
# LORENZETTI, L.; COSTA, E. M. A promoção da implementadas pelos professores.
alfabetização científica nos anos finais do Ensino
Fundamental por meio de uma sequência didática sobre # MEGID NETO, J.; FRACALANZA, H. O livro didático de
crustáceos. Revista Brasileira de Ensino de Ciências e Ciências: problemas e soluções. Ciência & Educação,
Matemática, São Paulo, v. 3, n. 1, 2020. Campinas (SP), v. 9, n. 2, p. 147-157, 2003.
Por meio do exemplo de uma sequência didática sobre crustá- O livro traça um panorama histórico e contextualizado do livro
ceos, o texto discute a importância da alfabetização científica didático de Ciências no Brasil, com vários elementos que dis-
nos anos finais do Ensino Fundamental. cutem sua concepção, avaliação e o estabelecimento do Pro-
grama Nacional do Livro e do Material Didático.
# LUCKESI, C. Avaliação da aprendizagem escolar. São
Paulo: Cortez, 2009. # MENDES, L. H. V. Impacto do tamanho da turma nos
O texto apresenta a avaliação da aprendizagem escolar por meio quantis de desempenho de alunos do 5º ano do Ensino
de estudos críticos e proposições para que ela se torne viável nas Fundamental. 2015. 31 p. Monografia (Bacharelado em
escolas e mais construtiva no processo de ensino-aprendizagem.
Ciências Econômicas) – Universidade de Brasília,
Brasília, 2015.
# MACEDO, R. M. Direito ou privilégio? Desigualdades A monografia apresenta uma reflexão com base em uma pes-
digitais, pandemia e os desafios de uma escola pública. quisa que investiga o impacto do tamanho da turma no desem-
Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 34, 73, p. 262-280, penho dos estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental.
2021.
A autora discute no texto impactos na educação decorrentes # MENDONÇA, J. M. Intervenção didática sobre intoxicação
da pandemia de covid-19 no Brasil em 2020, colocando como alimentar em ambiente escolar: conhecimentos prévios e
panorama central a questão do acesso dos estudantes da Edu- cuidados com os alimentos. Orientadora: Clara de Fátima
cação Básica às atividades on-line. Gomes Cavados. 2017. 34 p. Trabalho de Conclusão de
Curso (Especialização em Ensino em Biociências e Saúde) –
# MARQUES, R.; STIEG, R.; SANTOS, W. Exames Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de
estandardizados: uma análise dos modelos e das teorias na Janeiro, 2017.
produção acadêmica. Meta: avaliação, Rio de Janeiro, v. 12, Por meio de uma discussão referente à conservação dos ali-
n. 34, p. 1-27, 2020. mentos e sua relação com a intoxicação alimentar, a autora
Artigo que analisa o debate sobre exames de larga escala em constrói uma reflexão sobre o papel dos conhecimentos pré-
diversos países, incluindo o Brasil. vios no processo de ensino-aprendizagem.

XLII
# MIRANDA, L. H. M. PLACCO, V. M. N. S.; FERREIRA, P. V.; Marilena Aparecida Rosalen. 2022. 30 p. Monografia
SILVA, D. A. Desafios e utopias nas escolas públicas (Licenciatura em Ciências) – Universidade Federal de São
paulistas: um (re)olhar sobre o descritor “desigualdade Paulo, Diadema, 2022.
socioeconômica”. FINOM Humanidades e Tecnologia, São
O trabalho discute a relação entre os conhecimentos prévios
Paulo, v. 33, n. 1, p. 43-56, 2022.
dos estudantes e o ensino de Ciências, refletindo sobre como
O texto busca discutir quais são os desafios da escola na atua- esses conhecimentos podem se configurar aliados dos profes-
lidade por meio da reflexão sobre as desigualdades socioeco- sores na construção dos conhecimentos pelos estudantes.
nômicas evidenciadas nas escolas públicas.
# OLIVEIRA, J. M. Custo-efetividade de políticas de redução
# MORAES, T. O. Análise da média de alunos por turma e do tamanho da classe e ampliação da jornada escolar: uma
taxas de rendimento: Anos Finais do Ensino Fundamental aplicação de estimadores de matching. Rio de Janeiro:
da Rede Municipal de Educação de São Luís (MA), no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
período de 2015 a 2019. Orientador: Wagner Silveira 2010.
Rezende. 2021. 9 p. Trabalho de Conclusão de Curso
(Especialização em Estatística e Avaliação Educacional) – O trabalho tem o objetivo de contribuir para a discussão refe-
Faculdade de Educação, Universidade Federal de Juiz de rente à identificação do impacto de políticas de redução do
Fora, Juiz de Fora, 2021. Disponível em: http://repositorio. tamanho das turmas e do aumento da jornada escolar no ren-
ufjf.br:8080/jspui/handle/ufjf/13348. Acesso em: 1º maio dimento escolar dos estudantes.
2022.
O artigo apresenta uma reflexão com base em uma pesquisa # OLIVEIRA, M. T. et al. Síndrome de Burnout em professores
universitários: revisão integrativa da literatura. Revista
que investiga o impacto do tamanho da turma no desempenho
Eletrônica Acervo Saúde, São Paulo, v. 12, n. 9,
dos estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental.
p. e3688-e3688, 2020.
# MORAN, J. M. Metodologias ativas para uma aprendizagem O artigo apresenta uma revisão da literatura sobre como a sín-
mais profunda. In: BACICH, L.; MORAN, J. (org.). drome de Burnout tem afetado professores universitários, dis-
Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma cutindo os impactos que gera no trabalho desses docentes.
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
O autor discute a definição e os objetivos das metodologias # PAIS, J. M. Buscas de si: expressividades e identidades
ativas para que, de fato, acompanhem os objetivos pretendi- juvenis. In: ALMEIDA, M. I. M. de; EUGENIO, F. Culturas
dos no processo de ensino-aprendizagem. juvenis: novos mapas do afeto. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
O artigo faz parte de um livro que aborda os problemas enfren-
# MOREIRA, E. S. O pensamento crítico e criativo no Ensino tados pelas juventudes urbanas no Brasil e apresenta os jovens
Fundamental I. Orientador: Pricila Kohls dos Santos. 2021.
em sua multiplicidade.
109 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade
Católica de Brasília, Brasília, 2021. # PALACIOS, E. M. G. et al. Introdução aos estudos CTS:
Trata-se de um trabalho de pesquisa em que são investigados Ciência, Tecnologia e Sociedade. Cadernos de Ibero-
conceitos sobre os pensamentos críticos e criativos na visão -América. Madrid: OEI, 2003.
de professores e gestores do Ensino Fundamental I de uma re- O trabalho busca aprofundar e ampliar a discussão sobre os
de de ensino particular. estudos CTS no Brasil por meio de diferentes perspectivas apre-
sentadas no texto pelos autores.
# MORTIMER, E. F. Construtivismo, mudança conceitual e
ensino de Ciências: para onde vamos? Investigações em
# PAULETTI, F. et al. A importância das perguntas de
Ensino de Ciências, Minas Gerais, v. 1, n. 1, p. 20-39, 1996.
estudantes na pesquisa em sala de aula: um exemplo no
O autor discute criticamente aspectos do construtivismo e das Ensino Fundamental. Revista de Educação, Ciências e
estratégias de ensino para a mudança conceitual. Assim, bus- Matemática, São Paulo, v. 11, n. 2, 2021.
ca construir um modelo alternativo para compreender as con- Considerando o tema “lixo”, o artigo discute como as pergun-
cepções dos estudantes em uma noção de perfil conceitual.
tas e as respostas dos estudantes podem se configurar como
# MOURÃO, A. K. P. A influência da quantidade de alunos em importante ponto de partida para pesquisas em sala de aula.
sala no rendimento escolar. Orientador: Francisco
# PAZ, J. F.; ROCHA, R. P. Metodologias ativas, pensamento
Alexandre de Oliveira Feitosa. 2013. 61 p. Monografia
crítico e criativo e outras tendências para o ensino na
(Licenciatura em Física) – Universidade Federal do Ceará,
Caucaia, 2013. atualidade. Humanidades & Inovação, São Paulo, v. 8,
n. 41, p. 122-131, 2021.
O texto discute a relação entre a quantidade de estudantes em
O trabalho busca analisar o atual contexto escolar referente às
sala de aula e o rendimento escolar.
transformações cotidianas e a possibilidade do uso das meto-
# OLIVEIRA, E. F. O ensino de Ciências a partir de dologias ativas aplicadas ao ensino e à aprendizagem na era
conhecimentos prévios dos estudantes. Orientadora: das tecnologias digitais.

XLIII
# PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das Os autores realizaram uma extensa pesquisa com professores
aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999. de todo o Brasil referente a como eles usam os livros didáticos
Nessa obra, o renomado autor mostra a complexidade do pro- e discutem o papel que esse elemento didático constitui nas
blema da avaliação e aborda como ela está no âmago das con- práticas desses docentes.
tradições do sistema educativo por meio de textos que podem
ser lidos de forma independente e que abordam diferentes te- # SANTOS, B. S. Reconhecer para libertar: os caminhos do
mas dentro da avaliação. cosmopolitismo multicultural. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2003.
# PINHEIRO, N. A. M.; SILVEIRA, R. M. C. F.; BAZZO, W. A.
Ciência, Tecnologia e Sociedade: a relevância do enfoque O livro aborda as lutas pelo reconhecimento do direito à dife-
CTS para o contexto do Ensino Médio. Ciência & Educação, rença de diversos movimentos sociais.
São Paulo, v. 13, p. 71-84, 2007.
# SANTOS, C. S. Ensino de Ciências: abordagem histórico-
O texto discute os pressupostos do movimento CTS e ressalta
-crítica. 2. ed. Campinas: Autores associados, 2012.
a importância de seu enfoque para a construção de questiona-
mentos críticos e reflexivos no contexto científico-tecnológico, Tendo em vista a emancipação do estudante e a possibilidade
especialmente para o Ensino Médio. de transformação social, César Santos discute nesse livro a pe-
dagogia histórico-crítica e a defende como instrumento para
# PISCHETOLA, M.; MIRANDA, L. T. Metodologias ativas:
o ensino de Ciências.
uma solução simples para um problema complexo? Revista
Educação e Cultura Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 16,
# SANTOS, V. S.; SANTOS, J. F.; SCHNEIDER, H. N. Culturas
n. 43, p. 30-56, 2019.
juvenis, socialidade e educação: elementos para (re)pensar
O texto discute a importância das metodologias ativas e pro- a formação humana na cibercultura. Interfaces Científicas,
blematiza sua inserção no processo de ensino-aprendizagem. Aracaju, v. 10, n. 2, p. 11-24, 2020.
# REBOUÇAS, M. S. C.; BEZERRA, D. P. Metodologias ativas O artigo reflete sobre os fenômenos socioculturais das ju-
como práxis interdisciplinar na educação profissional e ventudes contemporâneas, sendo uma possibilidade para
tecnológica. Research, Society and Development, v. 10, (re)pensar a educação em sua dimensão humanística, cria-
n. 16, 2021.
tiva e solidária.
No contexto da educação profissional e tecnológica, o texto
reflete sobre o uso das metodologias ativas aliadas à interdis- # SANTOS, W. L. P. Educação científica na perspectiva de
ciplinaridade nas escolas. letramento como prática social: funções, princípios e
desafios. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro,
# RICARDO, E. C. Competências, interdisciplinaridade e v. 12, n. 36, p. 474-550, 2007.
contextualização: dos Parâmetros Curriculares Nacionais a
uma compreensão para o ensino das Ciências. Orientador: O artigo apresenta, por meio de visões sociológicas e filosófi-
Arden Zylbersztajn. 2005. 257 p. Tese (Doutorado em cas da ciência, uma discussão sobre concepções históricas
Educação Científica e Tecnológica) – Universidade Federal acerca do papel da educação científica. Além disso, traz tam-
de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.
bém uma revisão da literatura sobre significados da educação
Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam orientações científica.
para o ensino das Ciências, ponto de partida desse texto, que
explora a reflexão acerca dos conceitos de competências, in- # SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Uma análise de
terdisciplinaridade e contextualização nesse documento. pressupostos teóricos da abordagem CTS (Ciência-
-Tecnologia-Sociedade) no contexto da educação
# RODRIGUES, M. A. F. M.; DIAS, E. M.; SOUZA, F. N. brasileira. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências,
Aprendizagem por pares e questionamento na iniciação e
Minas Gerais, v. 2, n. 2, p. 1-23, 2000.
revisão do tema ácido/base em contexto CTS. Indagatio
Didactica, Aveiro, v. 8, n. 1, p. 1644-1662, 2016. Os autores aprofundam a discussão referente à abordagem CTS
Pesquisa portuguesa em que a aprendizagem por pares foi apli- no contexto da educação brasileira por meio da análise de seus
cada a turmas do 8º ano da Educação Básica para o ensino do pressupostos teóricos.
assunto de ácidos e bases em uma abordagem CTS. Os pesqui-
sadores concluem que a metodologia favorece o desenvolvi- # SASSERON, L. H. Alfabetização científica, ensino por
mento de capacidades sociais e o conhecimento, por parte do investigação e argumentação: relações entre Ciências da
professor, das dificuldades dos estudantes. Natureza e escola. Ensaio Pesquisa em Educação em
Ciências, Minas Gerais, v. 17, n. especial, p. 49-67, 2015.
# ROSA, M. D.; ARTUSO, A. R. O uso do livro didático de
Ciências de 6º a 9º ano: um estudo com professores Neste texto, a autora aprofunda a discussão referente à alfa-
brasileiros. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em betização científica, associando-a ao ensino por investigação
Ciências, Minas Gerais, v. 19, p. 709-746, 2019. e argumentação.

XLIV
# SASSERON, L. H. Alfabetização científica: uma revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências, São Paulo, v. 16,
n. 1, p. 59-77, 2011.
Nesse texto clássico, a autora discute, por meio de uma revisão bibliográfica aprofundada, o conceito de alfabetização científica.

# SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. Construindo argumentação na sala de aula: a presença do ciclo argumentativo, os
indicadores de alfabetização científica e o padrão de Toulmin. Ciência & Educação, Bauru, v. 17, n. 1, p. 97-114, 2011.
Nesse trabalho, as autoras analisam discussões ocorridas em sala de aula, identificando relações entre a argumentação e a alfabetiza-
ção científica.

# SASSERON, L. H. Ensino de Ciências por investigação e o desenvolvimento de práticas: uma mirada para a Base Nacional
Comum Curricular. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 1061-1085, 2018.
O artigo discute a BNCC por meio da análise do ensino de Ciências por investigação e do desenvolvimento de práticas em seu texto.

# SAVIANI, D. A pedagogia histórico-crítica. Revista Binacional Brasil-Argentina: diálogo entre as ciências, Vitória da Conquista,
v. 3, n. 2, p. 11-36, 2014.
O texto é o registro de uma conferência proferida pelo professor Saviani em que se abordam as origens da pedagogia histórico-crítica
e seus fundamentos filosóficos, psicológicos e didático-pedagógicos.

# SAVIANI, D. Escola e democracia. 42. ed. Campinas: Autores Associados, 2012.


O livro apresenta uma discussão referente às relações entre educação e democracia, considerando que é necessário articular o traba-
lho desenvolvido nas escolas com o processo de democratização da sociedade.

# SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica, quadragésimo ano: novas aproximações. Campinas: Autores associados, 2019.
Esse livro é a continuação da delimitação da pedagogia histórico-crítica, resultado da sistematização da teoria resultante de conferên-
cias proferidas pelo professor Saviani entre 2005 e 2019.

# SAVIANI, D. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 12,
n. 34, p. 152-165, 2007.
O artigo apresenta uma discussão sobre a necessidade do restabelecimento da articulação entre trabalho e educação, tendo o traba-
lho como princípio educativo.

# SILVA, E. F.; VEIGA, I. P. A. Ensino Fundamental: da LDB à BNCC. Campinas: Papirus, 2018.
O trabalho faz um apanhado histórico referente às legislações e aos documentos relacionados ao Ensino Fundamental no Brasil, desde
a instituição da primeira LDB, em 1961, até a atual BNCC.

# SILVA, E. L. Contextualização no ensino de Química: ideias e proposições de um grupo de professores. Orientadora: Maria
Eunice Ribeiro Marcondes. 2007. 144 p. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências) – Instituto de Química, Universidade de
São Paulo, São Paulo, 2007.
O trabalho foi estruturado com base na investigação das ideias e proposições de um grupo de professores a respeito da contextualiza-
ção no ensino de Química.

# SILVA, K. V. F. D.; ARTUSO, A. R.; SUERO, R. A política pública do Programa Nacional Do Livro Didático (PNLD) como uma
tecnologia na Educação Básica. Revista Mundi Sociais e Humanidades, Paranaguá, v. 5, n. 1, p. 72-1-72-15, 2020.
Os autores apresentam uma argumentação que relaciona a influência do Estado capitalista no Programa Nacional do Livro e do Mate-
rial Didático com a ideia de tecnologia, caracterizando o livro didático como uma tecnologia de ensino.

# SILVA, L. A. R.; MILARÉ, T. Truques populares de limpeza doméstica: potencialidades para a Alfabetização Científica e
Tecnológica. Scientia Naturalis, Rio Branco, v. 1, n. 3, p. 355-368, 2019.
O artigo analisa e discute as potencialidades do uso de vídeos sobre truques populares de limpeza doméstica no ensino de Química,
sob a perspectiva da Alfabetização Científica e Tecnológica.

# SILVA, L. M. S. et al. Relação entre a desvalorização profissional e o mal-estar docente. Revista Latino-Americana de Estudos
em Cultura e Sociedade, v. 4, n. 752, p. 1-10, 2018.
O artigo apresenta uma pesquisa de investigação sobre como a desvalorização dos professores pode ser um desencadeador de mal-
-estar docente, impactando seu trabalho.

XLV
# SILVA, M. A. A fetichização do livro didático no Brasil. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 37, p. 803-821, 2012.
O autor apresenta uma reflexão acerca das diversas polêmicas que envolvem os livros didáticos, veiculadas pela imprensa na década
de 2010, buscando demonstrar a supervalorização desse instrumento didático/pedagógico na cultura escolar da época.

# SILVA, P. B. C. Ciência, tecnologia e sociedade na América Latina nas décadas de 60 e 70: análise de obras do período.
Orientador: Alvaro Chrispino. 2015. 122 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro Federal de Educação Tecnológica
Celso Suckow da Fonseca, Rio de Janeiro, 2015.
O trabalho discute os enfoques teóricos de CTS vinculados a ideias europeias e norte-americanas, e questiona como esses pensamen-
tos podem se relacionar ao pensamento CTS latino-americano e às concepções de CTS atuais.

# SILVA, R. C.; BIZERRA, A. M. C. Uso de mapas conceituais para identificação de conhecimentos prévios no ensino de Química
orgânica. REAMEC - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, Cuiabá, v. 9, n. 3, p. 1-13, 2021.
O texto apresenta uma análise referente aos conceitos de mapas conceituais e conhecimentos prévios e examina de que maneira eles
podem se articular no ensino de Química.

# SILVA, R. S. A mediação pedagógica no desenvolvimento de uma sequência de ensino investigativa que articula conhecimentos
astronômicos e físicos. 2019. 144 p. Dissertação (Mestrado em Ensino de Física) – Universidade Federal do Espírito Santo,
Vitória, 2019.
Usando a articulação entre conhecimentos astronômicos e físicos, esse trabalho discute o papel da mediação pedagógica no desen-
volvimento de uma sequência de ensino investigativa.

# SOLINO, A. P.; SASSERON, L. H. A significação do problema didático a partir de potenciais problemas significadores. Ciência e
Educação, Bauru, v. 25, n. 3, p. 569-587, 2019.
O trabalho se estrutura com base na questão: “De que forma professor(a) e estudantes atribuem sentidos e significados a um proble-
ma didático trabalhado em aula investigativa?”. Assim, analisa a significação de um problema didático em uma atividade baseada no
ensino por investigação.

# SOUSA, R. M. S. Metodologias ativas para o ensino-aprendizagem de língua portuguesa: proposta para os anos finais do Ensino
Fundamental. Orientador: Cilson César Fagiani 2021. 125 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Uberaba,
Uberlândia.
O texto trabalha as definições e as possibilidades das metodologias ativas, discutindo elementos importantes relacionados a essa pro-
posta metodológica.

# VELHO, G.; DIAS, F. Juventude contemporânea: culturas, gostos e carreiras. 7 ed. Rio de Janeiro: Letras, 2010.
Trata-se de uma coletânea de textos que analisa e discute a juventude contemporânea usando para isso diferentes aspectos, como
religião, saúde, consumo, arte, sexualidade, educação e tecnologia.

# VIÇOSA, C. S. C. L. et al. Desafio da formação continuada em abordagens acerca do meio ambiente em uma perspectiva
interdisciplinar. Revista Interdisciplinaridade, São Paulo, n. 12, p. 84-101, 2018.
O artigo é a síntese de uma pesquisa realizada com professores do Ensino Fundamental com o objetivo de identificar subsídios opor-
tunizados pela formação continuada relacionada ao tema “Meio ambiente e interdisciplinaridade”.

# VIEIRA, G. A.; ZAIDAN, S. Estratégias de ensino de Matemática para turmas heterogêneas. Em Teia – Revista de Educação
Matemática e Tecnológica Iberoamericana, v. 7, n. 3, p. 1-19, 2016.
Por meio do estudo de relatos de professores, apresentam-se reflexões sobre quais estratégias de ensino selecionar para turmas he-
terogêneas de Matemática.

# VILLAS BOAS, B. M. F. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas: Papirus, 2004.


O livro discute a possibilidade de uso do portfólio, tendo como ponto de referência o trabalho pedagógico na avaliação formativa.

# WING, J. Pensamento computacional: um conjunto de atitudes e habilidades que todos, não só cientistas da computação,
ficaram ansiosos para aprender e usar. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, Ponta Grossa, v. 9, n. 2, p. 1-10,
maio/ago. 2016.
O artigo delimita o conceito de pensamento computacional e reflete sobre seus limites e suas possibilidades dentro do ensino de Ciências.

XLVI
Orientações específicas

Cada volume da coleção se dedica a um ano do Ensino Fundamental – Anos Finais. Os quadros a seguir apresentam a relação
dos objetivos a serem desenvolvidos em cada capítulo do volume, as competências e as habilidades da BNCC trabalhadas no
volume e opções de cronograma bimestral, trimestral e semestral.

# Volume 6
O Volume 6 se inicia com a unidade O planeta Terra, que trabalha a unidade temática “Terra e Universo” da BNCC. O primeiro
capítulo aborda a aparência da Terra e as evidências de seu formato esférico. O segundo capítulo trata da passagem do tempo
medida a partir de movimento dos astros, em especial o movimento das sombras geradas por um gnômon. No terceiro capítulo
as camadas da Terra são abordadas, desde a atmosfera até o núcleo do planeta. O Capítulo 4 encerra a unidade focando a cros-
ta do planeta e a discussão sobre a formação e cuidados com o solo.
A Unidade 2 trata dos seres vivos no planeta. Começa pela compreensão sobre a água, a vida e o ambiente, no Capítulo 5. O
sexto capítulo aborda a célula como unidade funcional e estrutural dos seres vivos e propõe o reconhecimento dos principais ní-
veis de organização dos seres vivos. No Capítulo 7, o assunto é a locomoção humana, aproveitando-se das discussões anteriores
para concluir que a estrutura, a sustentação e a movimentação dos animais vertebrados resultam da interação entre os sistemas
muscular, esquelético e nervoso. Nessa unidade, “Vida e evolução” é a unidade temática trabalhada.
A Unidade 3 traz elementos para a discussão de como percebemos o mundo, também na unidade temática “Vida e evolu-
ção”. O primeiro assunto, no Capítulo 8, é o sistema nervoso e suas integrações. Na sequência, o Capítulo 9 trata dos sentidos
e de suas relações com o sistema nervoso. Fechando a unidade, o Capítulo 10 aborda o efeito das drogas no sistema nervoso.
Completando o trabalho do volume, a unidade Entendendo o mundo enfoca a unidade temática “Matéria e energia” da BNCC.
O Capítulo 11 inicia com o reconhecimento dos materiais e suas principais classificações, discutindo também o descarte deles.
O Capítulo 12 trata das misturas, suas classificações, as formas de separação e os impactos do descarte inadequado. Por fim, no
Capítulo 13 – As transformações da matéria – analisam-se alguns contextos em que as transformações químicas são utilizadas
para promover soluções sustentáveis para o ambiente.

Sumário
UNIDADE 1 – O planeta Terra.............................. 8 #Camadas da atmosfera................................................. 44
#O interior da Terra ........................................................... 46
CAPÍTULO 1 – A aparência da Terra .................................. 10 #Experimentar .................................................................... 48
#As aparências podem enganar................................... 11 #Rochas e minerais .......................................................... 50
#Evidências científicas do formato da Terra.............. 13 #Atividades ......................................................................... 56
#Experimentar .................................................................... 13
CAPÍTULO 4 – A crosta da Terra.......................................... 59
#Atividades.......................................................................... 15
#Experimentar .................................................................... 17 #A crosta terrestre na história da Terra ...................... 60
#Atividades.......................................................................... 25 #Os seres vivos moldam a crosta terrestre ............... 63
#Como o solo se forma ................................................... 64
CAPÍTULO 2 – A Terra e o Sol .............................................. 26 #Experimentar .................................................................... 68
#Movimento da Terra e a marcação do tempo ........ 27 #Experimentar .................................................................... 74
#Experimentar .................................................................... 32 #Atividades.......................................................................... 77
#Diferentes escalas de tempo ...................................... 40 #Mural de ideias ................................................................ 79
#Atividades ......................................................................... 41

CAPÍTULO 3 – A estrutura do planeta Terra .................... 42


#A atmosfera ...................................................................... 43

XLVII
UNIDADE 2 – Seres vivos no planeta........... 80 CAPÍTULO 10 – Efeitos das drogas
no sistema nervoso................................................................. 177
CAPÍTULO 5 – Água, vida e ambiente ............................... 82
#Drogas e o corpo humano ........................................... 178
#A água e os seres vivos................................................. 83 #Atividades.......................................................................... 191
#O ciclo da água ............................................................... 88 #Mural de ideias ................................................................ 193
#Experimentar .................................................................... 90
#Vida: interação com o ambiente ............................... 91 UNIDADE 4 – ENTENDENDO O MUNDO ....... 194
#Atividades ......................................................................... 94
CAPÍTULO 11 – Materiais: classificação e descarte .... 196
CAPÍTULO 6 – Das células aos organismos .................... 96 #Classificando os materiais ........................................... 197
#As células .......................................................................... 97 #Atividades ......................................................................... 200
#Experimentar .................................................................... 101 #Impactos do descarte incorreto
#Experimentar .................................................................... 104 de plásticos ......................................................................... 201
#Características dos seres vivos ................................... 105 #Experimentar .................................................................... 206
#Níveis de organização dos seres vivos ..................... 108 #Atividades ......................................................................... 207
#Organização do corpo humano .................................. 110 #Outra categoria de materiais:
#Atividades ......................................................................... 112 os medicamentos .............................................................. 209
#Atividades.......................................................................... 213
CAPÍTULO 7 – Locomoção humana ................................... 115
CAPÍTULO 12 – As misturas ao nosso redor................... 214
#Sistema esquelético ...................................................... 116
#Sistema muscular ........................................................... 123 #Classificando as misturas ............................................. 215
#Experimentar .................................................................... 128 #Experimentar .................................................................... 219
#A saúde dos sistemas esquelético e muscular ..... 129 #Quando as misturas são um problema.................... 220
#Atividades ......................................................................... 131 #Separando as misturas ................................................. 225
#Mural de ideias ................................................................ 133 #Experimentar .................................................................... 227
#Atividades ......................................................................... 232
UNIDADE 3 – PERCEBENDO O MUNDO...... 134 #Extração e refino do petróleo...................................... 236
CAPÍTULO 8 – Sistema nervoso e suas integrações .... 136 #Atividades ......................................................................... 238

#As células do sistema nervoso ................................... 137 CAPÍTULO 13 – As transformações da matéria ............. 241
#Sistema nervoso.............................................................. 142 #Tipos de transformação ................................................ 242
#Atividades ......................................................................... 149 #Experimentar .................................................................... 245
CAPÍTULO 9 – Os sentidos .................................................... 152 #Experimentar .................................................................... 251
#Transformações químicas
#Os sentidos e os seres humanos .............................. 153 no cotidiano ........................................................................ 253
#Olfação ............................................................................... 155 #Atividades ......................................................................... 260
#Experimentar .................................................................... 156 #Mural de ideias ................................................................ 262
#Gustação ........................................................................... 157
#Experimentar .................................................................... 160 Competências gerais e específicas ................................... 263
#Tato ...................................................................................... 161 Habilidades ............................................................................... 263
#Audição .............................................................................. 163
#Visão ................................................................................... 168 Referências bibliográficas comentadas ........................... 264
#Experimentar .................................................................... 170
#Atividades ......................................................................... 175

XLVIII
Justificativa e pertinência do volume
Os objetivos apresentados a seguir foram articulados com os pressupostos teórico-metodológicos da obra. Na primeira
unidade do 6º ano, sobre Terra e Universo, os objetivos se justificam por permitirem o trabalho de competências e habilida-
des da BNCC e valorizarem o conhecimento científico historicamente sistematizado. Em particular, há a preocupação inicial
com a dinâmica de funcionamento da ciência, que se entende pertinente diante da proposta da obra de promover uma alfa-
betização científica e tecnológica em uma abordagem que relacione ciência, tecnologia e sociedade. Assim, objetivos como
a compreensão de como as Ciências buscam resolver problemas e o reconhecimento do formato da Terra e de suas camadas
são importantes para os estudantes desenvolverem um pensamento crítico, podendo inclusive combater pseudociências e
negacionismos científicos.
Na segunda unidade, os estudantes devem compreender as relações entre água, vida e ambiente e, aprofundando-se nos
organismos vivos, têm contato com o conceito de célula e de sistemas do corpo humano responsáveis pela locomoção. A per-
tinência dos objetivos reside na importância ambiental e nos cuidados com a saúde para a preservação da vida e justificam-se
diante das possibilidades de trabalho da BNCC, da valorização do conhecimento científico produzido pela humanidade e das
reflexões proporcionadas sobre as relações entre ciência, tecnologia e sociedade.
Na terceira unidade, a percepção do mundo por meio dos sentidos e o conhecimento sobre os efeitos das drogas no
sistema nervoso propõem aos estudantes objetivos em torno da compreensão básica do sistema nervoso, inclusive na
coordenação de funções vitais, no reconhecimento de relações entre o sistema nervoso e os órgãos dos sentidos, e na
compreensão de como as drogas psicoativas podem afetar a saúde. Sua pertinência reside em abordar a saúde pessoal e
coletiva e esclarecer como os sentidos compreendem o ambiente ao nosso redor, podendo proporcionar uma alfabetiza-
ção científica e tecnológica.
A quarta unidade inicia o estudo da matéria e suas transformações, com a pertinência dos objetivos vinda do impacto que o
descarte inadequado de materiais pode causar e no debate de soluções sustentáveis para o ambiente. Assim, objetivos como o
reconhecimento dos materiais, a classificação das misturas e a identificação de evidências que caracterizam uma transforma-
ção química são justificados pela possibilidade de relações entre ciência, tecnologia e sociedade que permitem, além de valo-
rizar o conhecimento científico historicamente produzido e sistematizado e a possibilidades de os estudantes desenvolverem
competências e habilidades da BNCC a partir desses objetivos.

Objetivos

UNIDADE 1 – O PLANETA TERRA OBJETIVOS


• Reconhecer o formato da Terra.
Capítulo 1 – A aparência da Terra • Discutir evidências do formato esférico da Terra.
• Compreender como as Ciências buscam resolver problemas.

• Relacionar as mudanças nas sombras geradas por um gnômon ao longo do dia


com a rotação da Terra.
Capítulo 2 – A Terra e o Sol
• Compreender as estações do ano como consequências da relação entre a
translação da Terra e a inclinação do seu eixo de rotação.

• Reconhecer a atmosfera terrestre e suas camadas.


• Reconhecer as camadas da Terra.
• Compreender como as Ciências buscam resolver problemas.
Capítulo 3 – A estrutura do planeta Terra
• Identificar a estrutura interna do planeta Terra em desenhos e modelos.
• Identificar os diferentes tipos de rocha.
• Compreender a relação entre rochas sedimentares e a formação de fósseis.

• Compreender a formação da crosta terrestre.


• Reconhecer as características da crosta terrestre.
Capítulo 4 – A crosta da Terra
• Compreender a origem do solo e sua composição.
• Discutir a importância do cuidado com o solo. Reconhecer as partes do solo.

XLIX
UNIDADE 2 – SERES VIVOS NO PLANETA OBJETIVOS
• Compreender a distribuição da água no planeta Terra, comparando as
quantidades de água salgada e de águas continentais.
• Caracterizar a hidrosfera.
• Propor formas sustentáveis de utilização da água potável.
Capítulo 5 – Água, vida e ambiente
• Recordar os estados físicos da água.
• Caracterizar a biosfera.
• Compreender que ambientes distintos abrigam diversidade de seres vivos.
• Propor cuidados com o planeta Terra.

• Compreender a teoria celular e o papel da célula como unidade funcional e


estrutural dos seres vivos.
• Caracterizar as principais partes de uma célula e os principais tipos celulares.
Capítulo 6 – Das células ao organismo
• Reconhecer os principais níveis de organização dos seres vivos.
• Identificar os principais tipos de tecido do corpo humano.
• Propor cuidados com o planeta Terra.

• Reconhecer os ossos e a estrutura do esqueleto humano.


• Compreender como os músculos e os ossos atuam na movimentação do corpo.
• Concluir que a estrutura, a sustentação e a movimentação dos animais vertebrados
Capítulo 7 – Locomoção humana resultam da interação entre os sistemas muscular, esquelético e nervoso.
• Identificar atitudes que promovem a saúde dos sistemas muscular e esquelético.
• Compreender a importância da autonomia na movimentação de pessoas com
mobilidade reduzida ou com outras deficiências.
UNIDADE 3 – PERCEBENDO O MUNDO OBJETIVOS
• Conhecer a estrutura básica do sistema nervoso humano.
• Compreender as funções do sistema nervoso.
Capítulo 8 – Sistema nervoso e suas
• Reconhecer as relações que o sistema nervoso estabelece com outros sistemas do
integrações
corpo humano.
• Discutir a importância do sistema nervoso para a coordenação das funções vitais.

• Discutir a importância dos sentidos e relacioná-los à percepção do ambiente que


nos cerca.
Capítulo 9 – Os sentidos • Identificar a estrutura básica dos órgãos dos sentidos.
• Reconhecer as relações entre o sistema nervoso e os órgãos dos sentidos.
• Analisar exemplos de alterações e problemas no sistema sensorial.

• Discutir os efeitos das drogas psicoativas nas sinapses.


Capítulo 10 – Efeito das drogas no sistema • Classificar as drogas psicoativas com base nas reações que causam no organismo.
nervoso • Conhecer as relações entre o uso de drogas e o sistema nervoso.
• Compreender como as drogas psicoativas podem afetar a saúde.
UNIDADE 4 – ENTENDENDO O MUNDO OBJETIVOS
• Reconhecer os materiais e classificá-los com base em suas principais características.
Capítulo 11 – Materiais: classificação e
• Compreender os impactos causados pelo descarte inadequado de materiais, tanto
descarte
no ambiente quanto na sociedade.

• Classificar as misturas como homogêneas ou heterogêneas.


• Identificar os métodos mais adequados para a separação dos componentes de
Capítulo 12 – As misturas ao nosso redor diferentes misturas.
• Identificar os impactos causados pelo descarte inadequado de determinadas
misturas no ambiente.

• Diferenciar transformações físicas e químicas.


• Identificar as evidências que caracterizam uma transformação química,
Capítulo 13 – As transformações da matéria relacionando-as a fenômenos do cotidiano.
• Analisar alguns contextos em que as transformações químicas são utilizadas para
promover soluções sustentáveis para o ambiente.

L
Caderno da BNCC para o(a) professor(a): competências e habilidades da BNCC
A seguir, identificamos todas as competências gerais, as competências específicas e as habilidades da BNCC que são tra-
balhadas no volume. Além disso, apresentamos alguns exemplos de como e em quais momentos esse trabalho ocorre. Já nas
Orientações didáticas da reprodução do Livro do Estudante, apresentamos de forma mais detalhada o trabalho com as compe-
tências e as habilidades, página a página.

Competências gerais

COMPETÊNCIAS GERAIS EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

Assim como todo o tópico Evidências científicas do formato da Terra,


1
do capítulo A aparência da Terra, a atividade proposta no boxe #Para
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente
refletir (p. 22) permite aos estudantes mobilizar conhecimentos
construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital
historicamente construídos sobre o mundo físico para elaborar
para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo
argumentos a respeito do formato do planeta Terra, principalmente ao
e colaborar para a construção de uma sociedade justa,
listar evidências e conclusões que foram apreendidas pela humanidade
democrática e inclusiva.
ao longo da história.

Ao longo do volume, as atividades propostas na seção #Experimentar,


2
dispondo de estratégias diversificadas conforme o objeto do
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem
conhecimento mobilizado, oferecem momentos de exercício da
própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a
curiosidade intelectual e de prática da abordagem própria das
análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar
Ciências. Além disso, alguns itens da seção #Atividades, assim como
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver
algumas ocorrências dos boxes #Para refletir, propõem reflexões e/ou
problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base
investigações, em geral articuladas com situações que envolvem pesquisa,
nos conhecimentos das diferentes áreas.
argumentação e produção de material de divulgação.

No primeiro capítulo do volume, a obra literária de Terry Pratchet é


tema para discutir o formato da Terra, assim como explicações das
culturas grega e hindu. Também a constelação da Ema, de povos
3
tupis-guaranis, é valorizada para abordar os astros no céu. Ao final do
Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e
capítulo, a Atividade 5 envolve os estudantes em uma produção de
culturais, das locais às mundiais, e também participar de
história em quadrinhos. No segundo capítulo, práticas culturais diversas
práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
relacionadas com a mensuração do tempo são abordadas, como os casos
chinês e do povo ameríndio Suyá, além de ser proposta a audição da
obra As Quatro Estações, de Vivaldi.

4
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-
Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens da
-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora
seção #Atividades e em uma ocorrência do boxe #Para refletir (p. 188),
e digital –, bem como conhecimentos das linguagens
de produção de material de divulgação científica utilizando diferentes
artística, matemática e científica, para se expressar e
linguagens como finalização de situações que envolvam pesquisa e
partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos
argumentação.
em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.

5 A competência aparece na obra em momentos relacionados à solicitação


Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de de pesquisas aos estudantes ou à divulgação de dados e ideias científicas
informação e comunicação de forma crítica, significativa, em diferentes formas de comunicação. Por exemplo, ao tratar das
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo fotografias da Terra no Capítulo 1, a obra propõe a compreensão de
as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar pesquisas da internet com base em critérios éticos e reflexivos, além de
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e estimular o acesso a informações digitais sobre circum-navegação ou ao
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. mapeamento tridimensional dos objetos em órbita da Terra.

LI
COMPETÊNCIAS GERAIS EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

6
Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais Os tópicos Evidências científicas do formato da Terra (p. 16) e Diferentes
e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe escalas de tempo (p. 40) proporcionam um momento de contato com
possibilitem entender as relações próprias do mundo do diferentes culturas por meio da análise de como diferentes povos
trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania organizavam o tempo em escalas, em especial calendários, ao longo da
e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, história.
consciência crítica e responsabilidade.

7
Argumentar com base em fatos, dados e informações Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em
confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos itens da seção #Atividades e do boxe #Para refletir, para exercício
de vista e decisões comuns que respeitem e promovam da argumentação baseada em fatos, dados e informações confiáveis,
os direitos humanos, a consciência socioambiental e o geralmente por meio da promoção de pesquisas e coleta de dados.
consumo responsável em âmbito local, regional e global, Parte das atividades propostas, ainda, mobiliza a avaliação de questões
com posicionamento ético em relação ao cuidado de si ambientais e a proposição de soluções nos níveis individual e coletivo.
mesmo, dos outros e do planeta.

8
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e Ao abordar questões relativas à saúde, em especial a respeito do uso
emocional, compreendendo-se na diversidade humana de substâncias psicoativas, o cuidado com a saúde física e emocional é
e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com estimulado.
autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9
A empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação são
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
estimulados ao longo do tópico As aparências podem enganar (p. 11),
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito
durante a proposição de atividades de debate e de estratégias de
ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e
resolução de problemas. São estimulados, também, em atividades que
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais,
propõem a análise de situações que envolvem questões socioambientais
seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
e relativas aos direitos humanos.
preconceitos de qualquer natureza.

10
Ao abordar questões relativas à saúde, em especial a respeito do uso de
Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
substâncias psicoativas, e propor a análise de situações que envolvem
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
questões socioambientais e relativas aos direitos humanos, atitudes
tomando decisões com base em princípios éticos,
pessoal e coletivamente responsáveis são estimuladas.
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Ground Picture/Shutterstock

A valorização dos saberes e o exercício da empatia e do diálogo são fundamentais para a prática da cidadania.

LII
Competências específicas
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS
A abordagem do capítulo A aparência da Terra mobiliza conhecimentos
1
historicamente construídos sobre o mundo físico para auxiliar os
Compreender as Ciências da Natureza como
estudantes a elaborar argumentos a respeito do formato do planeta
empreendimento humano, e o conhecimento científico como
Terra, principalmente ao listar evidências e conclusões que foram
provisório, cultural e histórico.
apreendidas pela humanidade ao longo da história.

2 Ao longo do volume, as atividades propostas na seção #Experimentar,


Compreender conceitos fundamentais e estruturas dispondo de estratégias diversificadas conforme o objeto do
explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar conhecimento mobilizado, oferecem momentos de prática de
processos, práticas e procedimentos da investigação processos relativos à investigação científica. Além disso, alguns itens da
científica, de modo a sentir segurança no debate de questões seção #Atividades, assim como algumas ocorrências dos boxes #Para
científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo refletir, propõem reflexões e/ou investigações, em geral articuladas
do trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a com situações que envolvem pesquisa, argumentação e produção de
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. material de divulgação.

3
Analisar, compreender e explicar características, fenômenos
e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico A abordagem do capítulo A aparência da Terra e A Terra e o
(incluindo o digital), como também as relações que se Sol possibilita aos estudantes analisar, compreender e explicar
estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para características e fenômenos relativos ao mundo social por meio do
fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive exercício da curiosidade, da observação, do diálogo e da investigação.
tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências
da Natureza.

Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens da


4 seção #Atividades e do boxe #Para refletir, para a avaliação de questões
Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais ambientais e a proposição de soluções nos níveis individual e coletivo. A
e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor abordagem do capítulo Materiais: classificação e descarte, em especial,
alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, estimula a constante avaliação de aplicações e implicações socioambientais
incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho. do uso e do descarte de materiais, bem como dos desenvolvimentos
científico e tecnológico para a produção desses materiais.

5
Construir argumentos com base em dados, evidências Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em
e informações confiáveis e negociar e defender itens da seção #Atividades e do boxe #Para refletir, por meio partir
ideias e pontos de vista que promovam a consciência da promoção de pesquisas e coleta de dados. Parte das atividades
socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, propostas, ainda, mobiliza a avaliação de questões ambientais e a
acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de proposição de soluções nos níveis individual e coletivo.
grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.

6
Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens
Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de
da seção #Atividades e em uma ocorrência do boxe #Para refletir
informação e comunicação para se comunicar, acessar e
(p. 188), de produção de material de divulgação científica utilizando
disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver
diferentes linguagens como finalização de situações que envolvam
problemas das Ciências da Natureza de forma crítica,
pesquisa e argumentação.
significativa, reflexiva e ética.

7
Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, Ao abordar questões relativas à saúde, em especial a respeito do uso
compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se de substâncias psicoativas, o cuidado à saúde física e emocional é
respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos estimulado.
das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.

8
Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia,
Ao abordar questões relativas à saúde, em especial a respeito do uso de
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
substâncias psicoativas, e propor a análise de situações que envolvem
recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para
questões socioambientais e relativas aos direitos humanos, atitudes
tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e
pessoal e coletivamente responsáveis são estimuladas.
socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com
base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

LIII
Habilidades
HABILIDADES EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS
Os tópicos Classificando as misturas e Quando as misturas são um problema
propõem a classificação de misturas em homogênea e heterogênea por meio de
EF06CI01
exemplos do cotidiano, em especial aqueles ligados ao descarte de materiais e
Classificar como homogênea ou heterogênea
à preservação do ambiente. A seção #Experimentar do capítulo As misturas ao
a mistura de dois ou mais materiais (água e sal,
nosso redor favorece um momento de classificação de misturas simples de serem
água e óleo, água e areia etc.).
preparadas, enquanto as atividades do mesmo capítulo propõem a análise e a
argumentação acerca dos temas estudados.

O capítulo As transformações da matéria, como um todo, apresenta, por meio de


EF06CI02
exemplos do cotidiano, as principais evidências de ocorrência de transformações
Identificar evidências de transformações
químicas, evidenciando que essas transformações podem ser observadas pela
químicas a partir do resultado de misturas de
alteração das propriedades dos materiais. Nesse contexto, o capítulo propõe duas
materiais que originam produtos diferentes dos
práticas na seção #Experimentar para a investigação de transformações químicas
que foram misturados (mistura de ingredientes
comuns, que são a formação de ferrugem e a fermentação de uma massa de pão.
para fazer um bolo, mistura de vinagre com
Além disso, as atividades do capítulo propõem a análise e a argumentação acerca
bicarbonato de sódio etc.).
dos temas estudados.

EF06CI03
Selecionar métodos mais adequados para a
O tópico Separando as misturas apresenta, por meio de exemplos do cotidiano,
separação de diferentes sistemas heterogêneos
métodos de separação de misturas com base em suas propriedades. As atividades
a partir da identificação de processos de
do capítulo As misturas ao nosso redor propõem a análise e a argumentação acerca
separação de materiais (como a produção de
dos temas estudados.
sal de cozinha, a destilação de petróleo, entre
outros).

Os tópicos Impactos do descarte incorreto de plásticos e Outra categoria de


materiais: os medicamentos propõem uma análise de como os materiais são
EF06CI04 utilizados e modificados para atender às demandas dos seres humanos e como,
Associar a produção de medicamentos e durante esse processo, tanto o desenvolvimento da ciência quanto o da tecnologia
outros materiais sintéticos ao desenvolvimento favorecem o aperfeiçoamento ou a criação de novos materiais quanto às
científico e tecnológico, reconhecendo necessidades de modificações nos materiais impulsionam esse desenvolvimento.
benefícios e avaliando impactos As atividades do capítulo Materiais: classificação e descarte propõem a análise
socioambientais. e a argumentação acerca dos temas estudados, com destaque para a atividade
disponível na página 200, que promove a investigação da produção de diferentes
tipos de material.

Os tópicos As células e Características dos seres vivos apresentam, principalmente


por meio de representações gráficas, a organização básica de diferentes tipos de
EF06CI05
células e seu papel no balanço energético, na capacidade de reprodução, no ciclo
Explicar a organização básica das células e seu
de vida e na reação a estímulos dos seres vivos. A seção #Experimentar do capítulo
papel como unidade estrutural e funcional dos
Das células aos organismos ainda possibilita a observação das células de uma cebola
seres vivos.
e a construção de um modelo celular em três dimensões, enquanto as atividades do
mesmo capítulo propõem a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.

Os tópicos Níveis de organização dos seres vivos e Organização do corpo humano


EF06CI06 apresentam, principalmente por meio de representações gráficas, a organização
Concluir, com base na análise de ilustrações e/ou básica dos sistemas que compõem o organismo dos seres vivos, em especial, dos
modelos (físicos ou digitais), que os organismos seres humanos. A seção #Experimentar do capítulo Das células aos organismos
são um complexo arranjo de sistemas com ainda possibilita a construção de um modelo celular em três dimensões, enquanto
diferentes níveis de organização. as atividades do mesmo capítulo propõem a análise e a argumentação acerca dos
temas estudados.

Os tópicos As células do sistema nervoso e Sistema nervoso apresentam as


principais partes do sistema nervoso, destacando seu funcionamento. Além disso,
exploram questões como saúde e segurança, em especial, segurança no trânsito.
EF06CI07
As atividades do capítulo Sistema nervoso e suas integrações propõem a análise e a
Justificar o papel do sistema nervoso na
argumentação acerca dos temas estudados.
coordenação das ações motoras e sensoriais do
O capítulo Os sentidos, em sua totalidade, relaciona as ações sensoriais do corpo
corpo, com base na análise de suas estruturas
humano com o funcionamento do corpo humano e aborda questões relativas à
básicas e respectivas funções.
saúde. As atividades da seção #Experimentar, em especial, propõem investigações
acerca de dois sentidos: a olfação e a gustação. Já a seção #Atividades propõe a
análise e a argumentação acerca dos temas estudados.

LIV
HABILIDADES EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS
EF06CI08
Explicar a importância da visão (captação
Os tópicos Os sentidos e os seres humanos e Visão exploram a importância da
e interpretação das imagens) na interação
visão para a interação do organismo humano com o meio, analisando questões de
do organismo com o meio e, com base no
saúde, como a necessidade de uso de lentes corretivas. As atividades do capítulo Os
funcionamento do olho humano, selecionar lentes
sentidos, ainda, propõem a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.
adequadas para a correção de diferentes defeitos
da visão.

Os tópicos Sistema esquelético e Sistema muscular apresentam as principais partes


dos respectivos sistemas, destacando seu funcionamento e a interação entre eles.
EF06CI09
Já o tópico A saúde dos sistemas esquelético e muscular explora questões como
Deduzir que a estrutura, a sustentação e
saúde e acessibilidade. A seção #Experimentar do capítulo Locomoção humana
a movimentação dos animais resultam da
propõe a construção de um modelo articulado de uma mão para aprofundar a
interação entre os sistemas muscular, ósseo e
compreensão da importância de articulações, ligamentos, músculos e ossos para
nervoso.
os movimentos dos dedos. As atividades propõem a análise e a argumentação dos
temas estudados.

O capítulo Efeito das drogas no sistema nervoso aborda como diferentes substâncias
EF06CI10
psicoativas afetam o sistema nervoso, propondo reflexões acerca do consumo
Explicar como o funcionamento do sistema
consciente de drogas legalizadas, como medicamentos, e dos impactos físicos e
nervoso pode ser afetado por substâncias
psicológicos do abuso de drogas. As atividades propõem a análise e a argumentação
psicoativas.
dos temas estudados.

Os tópicos A atmosfera, Camadas da atmosfera e O interior da Terra apresentam


as principais camadas do planeta Terra em uma abordagem contextualizada, com
base em fenômenos naturais e exemplos do cotidiano. A seção #Experimentar
do capítulo A estrutura do planeta Terra propõe a confecção de um modelo físico
EF06CI11 das principais camadas do planeta, de modo a possibilitar a observação em
Identificar as diferentes camadas que estruturam três dimensões. As atividades propõem a análise e a argumentação dos temas
o planeta Terra (da estrutura interna à atmosfera) estudados. Os tópicos A crosta terrestre na história da Terra, Os seres vivos moldam
e suas principais características. a crosta terrestre, Como o solo se forma, A água e os seres vivos e Vida: interação
com o ambiente aprofundam as características da crosta terrestre, relacionando-as
à interação com os seres vivos, em especial, os seres humanos, pelo uso do solo e da
água. As atividades dos capítulos citados propõem a análise e a argumentação dos
temas estudados.

O tópico Rochas e minerais apresenta diferentes tipos de rocha (magmáticas,


EF06CI12
metamórficas e sedimentares), comentando o processo de formação de cada um
Identificar diferentes tipos de rocha,
deles e apresentando exemplos. Ao abordar as rochas sedimentares, o tópico
relacionando a formação de fósseis a rochas
também descreve o processo de fossilização. As atividades do capítulo A estrutura
sedimentares em diferentes períodos geológicos.
do planeta Terra, ainda, propõem a análise e a argumentação dos temas estudados.

O capítulo A aparência da Terra conduz um processo investigativo das principais


evidências que demonstram a esfericidade da Terra. Em sua abertura, apresenta,
como mote, uma história em quadrinhos a respeito da observação do horizonte
e do questionamento acerca do formato da Terra. O tópico As aparências podem
enganar apresenta a análise da situação proposta na história em quadrinhos, de
EF06CI13
forma a verificar sua aplicabilidade no levantamento de evidências científicas. Em
Selecionar argumentos e evidências que
seguida, o tópico Evidências científicas do formato da Terra propõe a análise de
demonstrem a esfericidade da Terra.
diferentes argumentos e evidências que demonstram o formato esférico da Terra,
como sombras diferentes em lugares diferentes, ocorrência da circum-navegação,
observação dos astros no céu e fotografias da Terra feitas pelas missões espaciais.
As análises propostas nesse tópico são permeadas por experimentos de análise de
curvatura e de projeção de sombras e por atividades de análise e argumentação.

EF06CI14 O tópico Movimento da Terra e a marcação do tempo conduz à observação da


Inferir que as mudanças na sombra de uma vara projeção de sombras de árvores e gnômons por meio da percepção da passagem
(gnômon) ao longo do dia em diferentes períodos do tempo (dias e meses), correlacionando esses fatos com os movimentos relativos
do ano são uma evidência dos movimentos entre a Terra e o Sol e evidenciando a ocorrência dos movimentos de rotação e
relativos entre a Terra e o Sol, que podem ser translação da Terra e a inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano da
explicados por meio dos movimentos de rotação sua órbita. A seção #Experimentar do capítulo A Terra e o Sol permite a observação
e translação da Terra e da inclinação de seu eixo da projeção de sombra por um gnômon em tempo real por meio da construção de
de rotação em relação ao plano de sua órbita em um relógio de sol. As atividades permitem a análise e a argumentação dos temas
torno do Sol. estudados.

LV
Proposta de planejamento e cronograma para utilizar o volume
A seguir, apresentamos uma sugestão de cronograma, com organização por aula, bimestre, trimestre ou semestre.
Vale ressaltar que esse cronograma é uma sugestão, podendo ser alterado da maneira mais adequada à sua realidade escolar.

SITUAÇÕES DE ORGANIZAÇÃO PARTE DO VOLUME TEMPO ESTIMADO

Abertura de unidade e Capítulo 1 2 semanas

Capítulo 2 2 semanas
1º bimestre Unidade 1
1º trimestre

Capítulo 3 2 semanas

Capítulo 4 3 semanas
1º semestre

Período para ajuste no planejamento (1 semana)

Abertura de unidade e Capítulo 5 3 semanas


2º bimestre

Unidade 2 Capítulo 6 3 semanas

Capítulo 7 3 semanas
2º trimestre

Período para ajuste no planejamento (1 semana)

Abertura de unidade e Capítulo 8 3 semanas


3º bimestre

Unidade 3 Capítulo 9 3 semanas

Capítulo 10 3 semanas
2º semestre

Período para ajuste no planejamento (1 semana)


3º trimestre

Abertura de unidade e Capítulo 11 3 semanas


4º bimestre

Unidade 4 Capítulo 12 3 semanas

Capítulo 13 3 semanas

Período para ajuste no planejamento (1 semana)

TOTAL ANUAL 40 semanas letivas

LVI
# Volume 7
A primeira unidade do Volume 7 é A energia e a vida na Terra, que contempla a unidade temática “Matéria e energia” da BNCC.
O Capítulo 1 aborda a energia e sua presença em diferentes contextos históricos. No segundo capítulo, a energia interna e sua re-
lação com a temperatura e o calor – processo de transferência de energia quando há diferença de temperatura entre os corpos –
são estudadas. Fechando a unidade, o capítulo Máquinas térmicas enfoca o funcionamento desses dispositivos e suas implicações
científicas, sociais, tecnológicas e ambientais.
A segunda unidade enfoca a unidade temática “Terra e Universo” da BNCC e inicia as explicações pelo modelo das placas tec-
tônicas e de fenômenos naturais, como terremotos e tsunamis. No quinto capítulo, os vulcões e os ventos são objeto de estudo.
No sexto e último capítulo da unidade, o ar, a atmosfera e as condições para a vida são abordados. A terceira unidade traz ele-
mentos para a discussão de como percebemos o mundo, também na unidade temática “Vida e evolução”. O primeiro assunto,
no Capítulo 8, é o sistema nervoso e suas integrações. Na sequência, o Capítulo 9 trata dos sentidos e de suas relações com o
sistema nervoso. Fechando a unidade, o Capítulo 10 aborda o efeito das drogas no sistema nervoso.
A terceira unidade, Diversidade de vida na Terra, da unidade temática “Vida e evolução”, começa tratando da diversidade dos
seres vivos no Capítulo 7. O Capítulo 8 trata das plantas e o Capítulo 9, dos animais, discutindo a importância ecológica desses
seres vivos e seus papéis nas teias alimentares. No Capítulo 10, os biomas brasileiros são caracterizados e as principais amea-
ças a eles são comentadas.
Finalizando o Volume 7, a unidade Meio ambiente e saúde se insere na unidade temática “Vida e evolução” da BNCC. O
Capítulo 11 estuda as alterações ambientais e a qualidade de vida, dando continuidade à abordagem de como os impactos am-
bientais ameaçam ecossistemas e espécies no Brasil. O Capítulo 12 trata do ambiente, de doenças e defesas do corpo humano
e reconhece, entre outros fatores, a importância da preservação ambiental e da vacinação para a saúde pública. O último capí-
tulo, Políticas públicas para a saúde, debate o saneamento básico, o tratamento de resíduos e o acesso a esportes e lazer para
o bem-estar e a saúde das pessoas.

Sumário
UNIDADE 1 – A energia e a vida na Terra 8 #O funcionamento das
máquinas térmicas............................................................ 59
CAPÍTULO 1 – A energia e as máquinas .......................... 10 #Atividades.......................................................................... 64
#O fogo como fonte de energia .................................... 11 #Mural de ideias ................................................................ 65
#O ser humano e a energia ........................................... 14
#Atividades.......................................................................... 20 UNIDADE 2 – O planeta não para ................... 66
#Máquinas simples........................................................... 22 CAPÍTULO 4 – Continentes em movimento ..................... 68
#Experimentar .................................................................... 31
#Placas tectônicas ............................................................ 69
#Máquinas simples........................................................... 32
#Deriva continental e tectônica de placas ................ 70
#Atividades.......................................................................... 34
#Costas sul-americana e africana................................ 72
CAPÍTULO 2 – Temperatura e calor .................................... 36 #Experimentar .................................................................... 74
#Formação de cadeias de montanhas ....................... 75
#Temperatura e energia................................................... 37
#Terremotos ........................................................................ 77
#Calor.................................................................................... 39
#Atividades.......................................................................... 83
#Sensação térmica ........................................................... 41
#Experimentar .................................................................... 42 CAPÍTULO 5 – Ventos e vulcões .......................................... 85
#Propagação de calor...................................................... 44
#Vulcões ............................................................................... 86
#Atividades.......................................................................... 52
#Atividades.......................................................................... 89
CAPÍTULO 3 – Máquinas térmicas ..................................... 54 #Ventos e o ambiente ...................................................... 95
#Atividades.......................................................................... 101
#O surgimento das máquinas térmicas ...................... 55

LVII
CAPÍTULO 6 – O ar, a atmosfera e as CAPÍTULO 10 – Biomas brasileiros.................................... 195
condições para a vida ............................................................ 103
#Biomas brasileiros .......................................................... 196
#A composição do ar ....................................................... 104 #Sistema costeiro-marinho do Brasil .......................... 213
#Os poluentes atmosféricos........................................... 108 #Os habitantes da Floresta Amazônica ...................... 216
#Os poluentes atmosféricos e as #Atividades.......................................................................... 218
mudanças climáticas........................................................ 112 #Mural de ideias ................................................................ 221
#Atividades.......................................................................... 126
#Mural de ideias ................................................................ 127 UNIDADE 4 – Meio ambiente e saúde ........ 222
CAPÍTULO 11 – Alterações ambientais
UNIDADE 3 – Diversidade e qualidade de vida ................................................................ 224
de vida na Terra .............................................................. 128 #Fenômenos naturais e alterações
CAPÍTULO 7 – Diversidade de seres vivos ....................... 130 nos ambientes .................................................................... 225
#Ação humana e impactos ambientais...................... 227
#Os seres vivos .................................................................. 131
#Atividades.......................................................................... 239
#Vírus .................................................................................... 135
#Atividades.......................................................................... 139 CAPÍTULO 12 – Ambiente, doenças e
#Bactérias ............................................................................ 140 defesas do nosso corpo ........................................................ 242
#Reino dos protistas......................................................... 144 #Doenças relacionadas com a
#Reino dos fungos............................................................. 148 degradação ambiental ..................................................... 243
#Experimentar .................................................................... 152 #Atividades.......................................................................... 251
#Atividades.......................................................................... 153 #Defesas do corpo humano........................................... 252
#Atividades.......................................................................... 257
CAPÍTULO 8 – As plantas ...................................................... 155
CAPÍTULO 13 – Políticas públicas para a saúde........... 259
#Características gerais das plantas ............................. 156
#Os grupos de plantas..................................................... 160 #Políticas públicas e saneamento básico.................. 260
#Partes de uma angiosperma ....................................... 163 #Estação de tratamento de esgoto ............................. 264
#Experimentar .................................................................... 170 #Políticas públicas e bem-estar.................................... 269
#Atividades.......................................................................... 171 #Qualidade de vida e tecnologia ................................. 272
#Materiais biodegradáveis ............................................. 274
CAPÍTULO 9 – Os animais ..................................................... 173 #Atividades.......................................................................... 276
#Características gerais dos animais ............................ 174 #Mural de ideias ................................................................ 278
#Animais invertebrados ................................................... 175 Competências gerais e específicas ................................... 279
#Atividades.......................................................................... 186
Habilidades ............................................................................... 279
#Animais vertebrados ...................................................... 188
#Atividades.......................................................................... 193 Referências bibliográficas comentadas ........................... 280
Fernando Lessa/Alamy/Fotoarena

O ser humano sempre teve uma relação


de dependência com o meio ambiente,
fundamental para sua sobrevivência ao
longo da história. Entretanto, é necessário
reconsiderar o impacto ambiental que as
ações humanas têm provocado e
desenvolver uma postura mais ética,
harmoniosa e respeitosa com a natureza.

LVIII
Justificativa e pertinência do volume
Na primeira unidade, os objetivos versam sobre a relação entre energia e alimentação; a diferenciação de calor, temperatura
e sensação térmica; e a interação entre as máquinas térmicas e o ambiente. A relevância desses objetivos está na compreensão
da energia – conceito utilizado no decorrer dos estudos do Ensino Fundamental – e na importância do tema para a sociedade,
visto que o contexto da Revolução Industrial que perpassa a unidade gerou novas formas de produção econômica, novas rela-
ções sociais e tecnologias e novos conhecimentos científicos e a interlocução dessas diversas áreas contribui para uma formação
humana integral. A justificativa para a escolha dos objetivos está no potencial de permitir o desenvolvimento de habilidades e
competências dos estudantes, proporcionar reflexões sobre a natureza da ciência e as relações CTS, e valorizar o conhecimen-
to científico historicamente sistematizado.
Na segunda unidade, o foco está nos movimentos do planeta, abordando-se objetivos, como: a compreensão do modelo de
placas tectônicas e sua relação com fenômenos naturais, como tsunamis e terremotos; a compreensão da relação entre calor,
massas de ar e ventos; e a avaliação dos reflexos da ação humana na intensificação do efeito estufa. De modo similar à unidade an-
terior, os objetivos se justificam por permitirem a apreensão do conhecimento científico historicamente construído e sistematiza-
do, a compreensão da natureza da ciência e de suas relações com a tecnologia e o ambiente e o desenvolvimento de competências
e habilidades da BNCC. A pertinência decorre da compreensão do mundo natural e dos impactos ambientais causados pela ação
humana, inclusive para se poder propor soluções que minimizem esses impactos.
A terceira unidade versa sobre a diversidade de vida na Terra, com objetivos sobre o conhecimento de vírus e viroses, a iden-
tificação dos principais grupos de plantas, a compreensão da importância ecológica dos grupos de animais e a caracterização
dos biomas brasileiros em relação ao solo, ao clima, à vegetação predominante e a outros fatores. Esses objetivos são pertinen-
tes por permitirem aos estudantes a compreensão do mundo natural e a tomada de decisão embasada sobre a preservação dos
biomas brasileiros. Dentro da proposta teórico-metodológica da obra, justificam-se por valorizarem o conhecimento científico
e estabelecerem relações entre ciência, tecnologia e sociedade.
A unidade final trata do meio ambiente e da saúde, com a identificação de alguns fenômenos naturais e como eles podem
afetar os ecossistemas, o reconhecimento da importância da vacinação para a saúde pública e da tecnologia para a qualidade de
vida. Novamente, a valorização do conhecimento historicamente construído e sistematizado é justificativa para tais objetivos,
com sua pertinência sendo dada pelo combate a posturas negacionistas em relação à ciência e no posicionamento em questões
e políticas públicas ambientais e sanitárias da sociedade. Também as relações CTS e o desenvolvimento de competências e ha-
bilidades dos estudantes são possibilitadas pelos objetivos, justificando-se, assim, sua inserção na obra, com pertinência dada
também pela ACT almejada.

Objetivos

UNIDADE 1 – A ENERGIA E A VIDA NA TERRA OBJETIVOS

• Relacionar energia e alimentação.


• Compreender o desenvolvimento da humanidade atrelado à energia.
Capítulo 1 – A energia e as máquinas • Compreender o funcionamento das máquinas simples.
• Reconhecer mudanças sociais, econômicas e culturais relacionadas à
ciência e à tecnologia.

• Diferenciar temperatura, calor e sensação térmica.


Capítulo 2 – Temperatura e calor
• Conhecer formas de propagação de calor e suas aplicações.

• Conhecer o funcionamento das máquinas térmicas.


• Descrever interações entre as máquinas térmicas e o ambiente.
Capítulo 3 – Máquinas térmicas
• Compreender relações entre ciência, tecnologia e sociedade no contexto
da Revolução Industrial.

LIX
UNIDADE 2 – O PLANETA NÃO PARA OBJETIVOS

• Compreender o modelo das placas tectônicas e sua relação com


fenômenos naturais, como tsunamis e terremotos.
• Comparar o formato das costas da América do Sul e da África,
Capítulo 4 – Continentes em movimento considerando a teoria da deriva dos continentes e a da tectônica de
placas.
• Compreender como são gerados os terremotos e os tsunamis.
• Debater a ocorrência de terremotos e tsunamis no Brasil.

• Relacionar as placas tectônicas à formação de vulcões e à ocorrência de


erupções vulcânicas.
Capítulo 5 – Ventos e vulcões • Compreender a relação entre calor e atividade vulcânica.
• Analisar por que no Brasil não há atividade vulcânica.
• Compreender a relação entre calor, massas de ar e ventos.

• Reconhecer as substâncias que compõem o ar atmosférico.


• Propor ações individuais e coletivas para a preservação da camada de
Capítulo 6 – O ar, a atmosfera e as condições ozônio.
para a vida • Avaliar os reflexos da ação humana na intensificação do efeito estufa,
pensando em soluções que minimizem os impactos ambientais
associados a esse quadro.

UNIDADE 3 – DIVERSIDADE DE VIDA NA TERRA OBJETIVOS

• Compreender a teoria da evolução química na origem da vida na Terra.


• Compreender como é realizada a classificação dos seres vivos.
Capítulo 7 – Diversidade de seres vivos • Conhecer os vírus e as viroses.
• Reconhecer e caracterizar os organismos pertencentes aos reinos
Monera, Protista e Fungi.

• Compreender a importância da fotossíntese para a vida no planeta.


• Reconhecer a importância das plantas nas teias alimentares.
Capítulo 8 – As plantas • Identificar os principais grupos de plantas, suas características gerais e
alguns de seus representantes.
• Reconhecer as principais partes de uma angiosperma e suas respectivas
funções.

• Diferenciar animais invertebrados de animais vertebrados.


• Reconhecer os principais grupos de animais invertebrados e vertebrados
Capítulo 9 – Os animais e alguns de seus representantes.
• Compreender a importância ecológica dos grupos de animais
apresentados.

• Caracterizar os biomas brasileiros em relação ao solo, ao clima, à


vegetação predominante e a outros fatores.
• Identificar representantes da fauna e da flora características de cada
bioma brasileiro.
Capítulo 10 – Biomas brasileiros • Compreender a importância de preservar a fauna e a flora de cada bioma
apresentado.
• Reconhecer as principais ameaças à integridade dos biomas brasileiros.
• Conhecer três ecossistemas que compõem o sistema costeiro-marinho do
Brasil.

LX
UNIDADE 4 – MEIO AMBIENTE E SAÚDE OBJETIVOS

• Identificar alguns fenômenos naturais e como eles podem afetar os


ecossistemas.
Capítulo 11 – Alterações ambientais e qualidade • Reconhecer impactos ambientais que ameaçam ecossistemas e espécies
de vida no Brasil.
• Compreender como determinadas ações humanas causam ou
intensificam problemas ambientais.

• Compreender que a poluição e outras formas de degradação dos


ambientes comprometem a saúde humana.
Capítulo 12 – Ambiente, doenças e defesas do • Identificar as principais doenças humanas relacionadas a problemas
nosso corpo ambientais.
• Reconhecer a importância da vacinação para a saúde pública.
• Compreender como as vacinas agem no organismo.

• Identificar que o saneamento básico faz parte das políticas públicas.


• Reconhecer a importância do tratamento da água e do esgoto para a
saúde pública.
• Compreender que o tratamento dos resíduos sólidos é necessário para
Capítulo 13 – Políticas públicas para a saúde
garantir a saúde humana e preservar os ambientes.
• Compreender que o acesso a esportes e lazer contribui para o bem-estar
e, portanto, para a saúde das pessoas.
• Reconhecer a importância da tecnologia para a qualidade de vida.

Ann Rodchua/Shutterstock

A vacinação é um ato de prevenção individual importante para promover a saúde coletiva.

LXI
Caderno da BNCC para o(a) professor(a): competências e habilidades da BNCC
A seguir, identificamos todas as competências gerais, as competências específicas e as habilidades da BNCC trabalhadas no
volume. Além disso, apresentamos alguns exemplos de como e em quais momentos esse trabalho ocorre. Já nas Orientações
didáticas da reprodução do Livro do Estudante, apresentamos de forma mais detalhada o trabalho com as competências e as
habilidades, página a página.

Competências gerais

COMPETÊNCIAS GERAIS EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

1
Valorizar e utilizar os conhecimentos A abordagem dos itens destacados permite aos estudantes mobilizar
historicamente construídos sobre o mundo físico, conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico para
social, cultural e digital para entender e explicar a compreender os fenômenos relacionados à energia, em especial no que tange ao
realidade, continuar aprendendo e colaborar para uso de máquinas simples e térmicas, e à diversidade dos seres vivos, conclusões
a construção de uma sociedade justa, democrática que foram apreendidas pela humanidade ao longo da história.
e inclusiva.

2
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer
Ao longo do volume, as atividades propostas, principalmente, na seção
à abordagem própria das ciências, incluindo
#Experimentar e nos boxes #Para refletir, dispondo de estratégias diversificadas
a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
conforme o objeto do conhecimento mobilizado, oferecem momentos de
imaginação e a criatividade, para investigar causas,
exercício da curiosidade intelectual e de prática da abordagem própria das
elaborar e testar hipóteses, formular e resolver
Ciências.
problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas)
com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

No Capítulo 1, quadros de Heinrich Füger e Tarsila do Amaral são apresentados


3 para a discussão do fogo como fonte de energia, de modo a promover a
Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas valorização e a fruição dessas obras e manifestações artísticas e culturais. Nas
e culturais, das locais às mundiais, e também atividades, as pirâmides egípcias e os moais da ilha de Páscoa complementam
participar de práticas diversificadas da produção e expandem a abordagem sobre o Stonehenge brasileiro no debate sobre suas
artístico-cultural. construções e seus papéis culturais e científicos. No Capítulo 3, o surgimento das
máquinas térmicas é contextualizado pela obra artística de Elizabeth Thompson.

4
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou
visual-motora, como Libras, e escrita), corporal,
visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens da seção
das linguagens artística, matemática e científica, #Atividades, de produção de material de divulgação e de sistematização de ideias
para se expressar e partilhar informações, e conceitos, utilizando diferentes linguagens.
experiências, ideias e sentimentos em diferentes
contextos e produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.

5
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais
de informação e comunicação de forma crítica,
Nas atividades dos Capítulos 1, 2, 3 e 10, as tecnologias digitais de informação e
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
comunicação são utilizadas para a produção de conhecimento, bem como para a
sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
comunicação, o acesso a informações e a disseminação delas.
acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

LXII
COMPETÊNCIAS GERAIS EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

6 No Capítulo 1, além de citações sobre os pescadores bororos e os povos nativos


Valorizar a diversidade de saberes e vivências que construíram o Stonehenge brasileiro, o tópico A energia, a tração animal e
culturais e apropriar-se de conhecimentos e as ferramentas leva os estudantes a refletir e se apropriarem de conhecimentos
experiências que lhe possibilitem entender as acerca de mudanças nas relações sociais de trabalho, implicações éticas e
relações próprias do mundo do trabalho e fazer econômicas do uso de animais em atividades produtivas, do gasto energético de
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao trabalhadores de diferentes ocupações, do consumo energético médio ao longo
seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, de diferentes momentos da história e de impactos produzidos pela Revolução
consciência crítica e responsabilidade. Industrial e pelos carros, entre outros, no ambiente e na organização do trabalho.

7
Argumentar com base em fatos, dados e
informações confiáveis, para formular, negociar e
Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens da seção
defender ideias, pontos de vista e decisões comuns
#Atividades e dos boxes #Para refletir, para exercício da argumentação baseada
que respeitem e promovam os direitos humanos,
em fatos, dados e informações confiáveis, com grande enfoque na avaliação de
a consciência socioambiental e o consumo
aplicações e implicações socioambientais da ciência e de suas tecnologias.
responsável em âmbito local, regional e global,
com posicionamento ético em relação ao cuidado
de si mesmo, dos outros e do planeta.

9
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de Ao propor o debate sobre o uso de animais de tração no Capítulo 1, os estudantes
conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar são levados a se colocar no lugar do outro, exercitando a empatia, e a contribuir
e promovendo o respeito ao outro e aos direitos com a resolução de conflitos levando em conta as diferenças entre grupos sociais.
humanos, com acolhimento e valorização da No debate acerca do bullying digital, no Capítulo 13, o exercício do diálogo, da
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus empatia, da resolução de conflitos, da promoção ao respeito ao outro e aos
saberes, identidades, culturas e potencialidades, direitos humanos é estimulado.
sem preconceitos de qualquer natureza.

10
Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e Ao abordar questões relativas à saúde, em especial quanto à vacinação, atitudes
determinação, tomando decisões com base pessoal e coletivamente responsáveis são estimuladas.
em princípios éticos, democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários.
Andrey_Popov/Shutterstock

A valorização da diversidade de
indivíduos, saberes e culturas é
imprescindível na construção de
uma sociedade mais justa,
empática, ética, inclusiva
e sustentável.

LXIII
Competências específicas

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

A abordagem dos itens destacados permite aos estudantes


1 mobilizar conhecimentos historicamente construídos sobre o
Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento mundo físico para compreender os fenômenos relacionados à
humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e energia, em especial no que tange ao uso de máquinas simples e
histórico. térmicas, e à diversidade dos seres vivos, conclusões que foram
apreendidas pela humanidade ao longo da história.

2
Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas
Ao longo do volume, as atividades propostas, principalmente na
das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas
seção #Experimentar e nos boxes #Para refletir, dispondo de
e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir
estratégias diversificadas conforme o objeto do conhecimento
segurança no debate de questões científicas, tecnológicas,
mobilizado, oferecem momentos de prática de processos relativos
socioambientais e do mundo do trabalho, continuar aprendendo e
à investigação científica.
colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática
e inclusiva.

3
Analisar, compreender e explicar características, fenômenos
Nos Capítulos 1, 2, 3 e 11, são exploradas relações entre o mundo
e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico
natural, social e tecnológico por meio da análise, da compreensão
(incluindo o digital), como também as relações que se estabelecem
e da explicação dos estudantes, com base nos conceitos científicos
entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar
estudados.
respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das Ciências da Natureza.

4 Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial


Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e em itens da seção #Atividades e dos boxes #Para refletir, para
culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas exercício da argumentação baseada em fatos, dados e informações
aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles confiáveis, com grande enfoque na avaliação de aplicações e
relativos ao mundo do trabalho. implicações socioambientais da ciência e de suas tecnologias.

5
Construir argumentos com base em dados, evidências e
informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial
vista que promovam a consciência socioambiental e o respeito em itens do boxe #Para refletir, para exercício da argumentação
a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade baseada em fatos, dados e informações confiáveis.
de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer
natureza.

6
Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em
e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar itens da seção #Atividades, de produção de material de divulgação
informações, produzir conhecimentos e resolver problemas das e de sistematização de ideias e conceitos utilizando diferentes
Ciências da Natureza de forma crítica, significativa, reflexiva e linguagens.
ética.

8
Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, Ao abordar questões relativas à saúde, em especial quanto à
recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para vacinação, atitudes pessoal e coletivamente responsáveis são
tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e estimuladas.
socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com
base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

LXIV
Habilidades

HABILIDADES EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

O tópico Máquinas simples apresenta a aplicação das máquinas simples


EF07CI01 ao longo da história, enfatizando usos cotidianos, enquanto a atividade
Discutir a aplicação, ao longo da história, das #Experimentar do capítulo A energia e as máquinas propõe a produção
máquinas simples e propor soluções e invenções de um protótipo de máquina simples, e as atividades do capítulo, além de
para a realização de tarefas mecânicas cotidianas. propor a análise e a argumentação acerca dos temas estudados, estimulam a
proposição de aplicações das máquinas simples.

O capítulo Temperatura e calor, em sua primeira parte, apresenta a


EF07CI02 diferenciação entre temperatura, calor e sensação térmica, expondo um
Diferenciar temperatura, calor e sensação breve panorama histórico do entendimento acerca do calor ao longo dos anos,
térmica nas diferentes situações de equilíbrio dando exemplos do cotidiano e propondo uma atividade de investigação a
termodinâmico cotidianas. respeito da sensação térmica. Além disso, as atividades do capítulo propõem a
análise e a argumentação acerca dos temas estudados.

EF07CI03
O tópico Propagação de calor apresenta as formas de propagação de calor
Utilizar o conhecimento das formas de propagação
por meio de exemplos do cotidiano, apresentando também as aplicações
do calor para justificar a utilização de determinados
de materiais bons ou maus condutores e de equipamentos ou soluções
materiais (condutores e isolantes) na vida cotidiana,
tecnológicas nesses contextos. As atividades do capítulo Temperatura e calor,
explicar o princípio de funcionamento de alguns
além de propor a análise e a argumentação acerca dos temas estudados,
equipamentos (garrafa térmica, coletor solar etc.)
estimulam a proposição de aplicações de materiais em situações que
e/ou construir soluções tecnológicas a partir desse
envolvem propagação de calor.
conhecimento.

O tópico O ser humano e a energia apresenta um panorama do balanço


energético existente em diversas atividades humanas, abordando desde o
EF07CI04
consumo de alimentos até o uso de ferramentas para atividades essenciais,
Avaliar o papel do equilíbrio termodinâmico
enquanto o boxe #Integrando as Ciências do capítulo Máquinas térmicas
para a manutenção da vida na Terra, para o
apresenta um panorama do balanço energético que se estabelece entre
funcionamento de máquinas térmicas e em outras
os seres vivos de um ecossistema por meio da alimentação. Além disso,
situações cotidianas.
as atividades dos capítulos A energia e as máquinas e Máquinas térmicas
propõem a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.

O tópico O surgimento das máquinas térmicas apresenta um panorama


EF07CI05 histórico do uso de diferentes combustíveis e máquinas térmicas ao longo
Discutir o uso de diferentes tipos de combustível dos anos, tangenciando questões econômicas, políticas e socioambientais
e máquinas térmicas ao longo do tempo, para relacionadas aos desenvolvimentos dessas tecnologias, enquanto o tópico
avaliar avanços, questões econômicas e problemas O funcionamento das máquinas térmicas apresenta como os diferentes
socioambientais causados pela produção e uso combustíveis são empregados nessas máquinas. Além disso, as atividades do
desses materiais e máquinas. capítulo Máquinas térmicas propõem a análise e a argumentação acerca dos
temas estudados.

Ao longo do capítulo A energia e as máquinas e do tópico O surgimento


EF07CI06
das máquinas térmicas, são apresentadas perspectivas socioculturais das
Discutir e avaliar mudanças econômicas, culturais
mudanças que o desenvolvimento de novos materiais e novas tecnologias,
e sociais, tanto na vida cotidiana quanto no mundo
em especial no que diz respeito ao uso de máquinas simples e de máquinas
do trabalho, decorrentes do desenvolvimento de
térmicas, trouxe para a vida cotidiana dos seres humanos. Além disso,
novos materiais e tecnologias (como automação e
as atividades dos capítulos A energia e as máquinas e Máquinas térmicas
informatização).
propõem a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.

LXV
HABILIDADES EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

EF07CI07
Caracterizar os principais ecossistemas brasileiros O capítulo Biomas brasileiros caracteriza os principais ecossistemas, bem
quanto à paisagem, à quantidade de água, ao como o sistema costeiro-marinho, correlacionado suas características à flora e
tipo de solo, à disponibilidade de luz solar, à fauna específicas de cada um. Além disso, as atividades do capítulo propõem
à temperatura etc., correlacionando essas a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.
características à flora e fauna específicas.

EF07CI08
O capítulo Alterações ambientais e qualidade de vida apresenta como as ações
Avaliar como os impactos provocados por
humanas impactam o ambiente, em especial no que diz respeito a catástrofes
catástrofes naturais ou mudanças nos componentes
naturais ou mudanças provocadas por ações antrópicas nos componentes
físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema
físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema, que afetam suas populações.
afetam suas populações, podendo ameaçar ou
Além disso, as atividades do capítulo propõem a análise e a argumentação
provocar a extinção de espécies, alteração de
acerca dos temas estudados.
hábitos, migração etc.

EF07CI09
Ao longo do tópico Doenças relacionadas com a degradação ambiental,
Interpretar as condições de saúde da comunidade,
conceitos básicos em saúde pública são apresentados. Já o capítulo Políticas
cidade ou estado, com base na análise e
públicas para a saúde apresenta diferentes parâmetros para a análise das
comparação de indicadores de saúde (como taxa
condições de saúde pública, como as indicações de saúde e os resultados de
de mortalidade infantil, cobertura de saneamento
políticas públicas. Além disso, as atividades dos capítulos Ambiente, doenças
básico e incidência de doenças de veiculação
e defesas do nosso corpo e Políticas públicas para a saúde propõem a análise e
hídrica, atmosférica entre outras) e dos resultados
a argumentação acerca dos temas estudados.
de políticas públicas destinadas à saúde.

EF07CI10
Argumentar sobre a importância da vacinação para O tópico Defesas do corpo humano apresenta argumentos sobre a importância
a saúde pública, com base em informações sobre da vacinação para a saúde pública, expondo os princípios acerca da
a maneira como a vacina atua no organismo e o imunidade para explicar seu funcionamento. Além disso, as atividades do
papel histórico da vacinação para a manutenção capítulo Ambiente, doenças e defesas do nosso corpo propõem a análise e a
da saúde individual e coletiva e para a erradicação argumentação acerca dos temas estudados
de doenças.

Ao longo do capítulo A energia e as máquinas, são apresentadas perspectivas


socioculturais de como o uso de tecnologias, em especial no que diz respeito
EF07CI11
às máquinas, impactou e impacta a vida cotidiana dos humanos. O capítulo
Analisar historicamente o uso da tecnologia,
Alterações ambientais e qualidade de vida apresenta como as ações humanas
incluindo a digital, nas diferentes dimensões da vida
impactam o ambiente. Já o capítulo Políticas públicas para a saúde apresenta
humana, considerando indicadores ambientais e de
diferentes indicadores ambientais e de qualidade de vida que permeiam a
qualidade de vida.
sociedade atual. Além disso, as atividades dos capítulos propõem a análise e a
argumentação acerca dos temas estudados

EF07CI12 Ao longo de toda sua extensão, o capítulo O ar, a atmosfera e as condições


Demonstrar que o ar é uma mistura de gases, para a vida explora a composição do ar atmosférico e os fenômenos naturais e
identificando sua composição, e discutir fenômenos antrópicos que podem alterá-la, dando destaque para os impactos ambientais
naturais ou antrópicos que podem alterar essa dessa modificação. Além disso, as atividades do capítulo propõem a análise e
composição. a argumentação acerca dos temas estudados.

LXVI
HABILIDADES EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

EF07CI13
Descrever o mecanismo natural do efeito estufa,
Ao analisar a contribuição dos poluentes atmosféricos para as mudanças
seu papel fundamental para o desenvolvimento
climáticas, o capítulo O ar, a atmosfera e as condições para a vida explora
da vida na Terra, discutir as ações humanas
o mecanismo natural do efeito estufa e seu papel para o desenvolvimento
responsáveis pelo seu aumento artificial (queima
da vida na Terra, além de propor reflexões acerca das ações antrópicas que
dos combustíveis fósseis, desmatamento,
afetam negativamente esse processo. Além disso, as atividades do capítulo
queimadas etc.) e selecionar e implementar
propõem a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.
propostas para a reversão ou controle desse
quadro.

EF07CI14 Ao analisar a contribuição dos poluentes atmosféricos para as mudanças


Justificar a importância da camada de ozônio climáticas, o capítulo O ar, a atmosfera e as condições para a vida explora
para a vida na Terra, identificando os fatores a camada de ozônio e seu papel para a manutenção da vida na Terra, além
que aumentam ou diminuem sua presença na de propor reflexões acerca das ações antrópicas que afetam negativamente
atmosfera, e discutir propostas individuais e essa camada. Além disso, as atividades do capítulo propõem a análise e a
coletivas para sua preservação. argumentação acerca dos temas estudados.

Após apresentar as placas tectônicas e a teoria da deriva continental e das


placas tectônicas, o capítulo Continentes e movimentos aborda a formação
EF07CI15
de cadeias de montanhas, vulcões, terremotos e tsunamis no planeta Terra,
Interpretar fenômenos naturais (como vulcões,
enquanto o tópico Vulcões, do capítulo Ventos e vulcões, apresenta um
terremotos e tsunamis) e justificar a rara ocorrência
aprofundamento da ocorrência desse fenômeno, e ambos justificam a rara
desses fenômenos no Brasil, com base no modelo
ocorrência dos fenômenos naturais no Brasil por sua posição geográfica em
das placas tectônicas.
relação às placas tectônicas. Além disso, as atividades dos capítulos propõem
a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.

O capítulo Continentes em movimento, em sua primeira parte, apresenta


EF07CI16 as placas tectônicas e a teoria da deriva continental e das placas tectônicas
Justificar o formato das costas brasileira e africana para, em seguida, abordar a complementaridade das costas sul-americana
com base na teoria da deriva dos continentes. e africana. Além disso, suas atividades propõem a análise e a argumentação
acerca dos temas estudados.
Phovoir/Shutterstock

A aprendizagem deve ser abrangente,


contínua e vista pelo estudante como
algo prazeroso que permeará toda a sua
vida, favorecendo o desenvolvimento da
autonomia para aprender sob diferentes
modos e manusear materiais diversos.

LXVII
Proposta de planejamento e cronograma para utilizar o volume
A seguir, apresentamos uma sugestão de cronograma, com organização por aula, bimestre, trimestre ou semestre.
Vale ressaltar que esse cronograma é uma sugestão, podendo ser alterado da maneira mais adequada à sua realidade escolar.

SITUAÇÕES DE ORGANIZAÇÃO PARTE DO VOLUME TEMPO ESTIMADO

Abertura de unidade e Capítulo 1 2 semanas

Capítulo 2 2 semanas
1º bimestre Unidade 1
1º trimestre

Capítulo 3 2 semanas

Capítulo 4 3 semanas
1º semestre

Período para ajuste no planejamento (1 semana)

Abertura de unidade e Capítulo 5 3 semanas


2º bimestre

Unidade 2 Capítulo 6 3 semanas

Capítulo 7 3 semanas
2º trimestre

Período para ajuste no planejamento (1 semana)

Abertura de unidade e Capítulo 8 3 semanas


3º bimestre

Unidade 3 Capítulo 9 3 semanas

Capítulo 10 3 semanas
2º semestre

Período para ajuste no planejamento (1 semana)


3º trimestre

Abertura de unidade e Capítulo 11 3 semanas


4º bimestre

Unidade 4 Capítulo 12 3 semanas

Capítulo 13 3 semanas

Período para ajuste no planejamento (1 semana)

TOTAL ANUAL 40 semanas letivas

LXVIII
# Volume 8
O Volume 8 se inicia com a unidade Vida e reprodução, alinhada à unidade temática “Vida e evolução” da BNCC. O primeiro
capítulo trata da reprodução dos seres vivos, continuada no segundo capítulo por meio da abordagem da reprodução humana
e das transformações da puberdade. No Capítulo 3, a saúde e a sexualidade são o foco de estudo.
A segunda unidade dá prosseguimento à unidade temática “Vida e evolução” da BNCC e trata do corpo humano. O Capítu-
lo 4 aborda a nutrição e a digestão; o Capítulo 5, a respiração; o Capítulo 6, a circulação e o sistema imunitário; e o Capítulo 7, a
excreção. Estudam-se, assim, os sistemas integrados do corpo humano, bem como doenças que os afetam e hábitos que con-
tribuem para a manutenção da saúde.
A terceira unidade se associa à unidade temática “Matéria e energia” da BNCC para abordar a energia elétrica. No Capítulo 8,
a eletricidade é introduzida por meio da ideia literária de geração de vida por meio da eletricidade. No Capítulo 9, os aparelhos
elétricos são estudados em associação com o consumo elétrico residencial. O Capítulo 10, finalizando a unidade, trata da gera-
ção de energia elétrica por diferentes tipos de usinas.
A última unidade do volume, da unidade temática “Terra e Universo” da BNCC, aborda os movimentos da Terra no Capítulo 11
e a Lua no Capítulo 12. O Capítulo 13 trata do clima e do tempo, discutindo a ação humana e o aquecimento global.

Sumário
UNIDADE 1 – Vida e reprodução ...................... 8 UNIDADE 2 – Corpo humano:
CAPÍTULO 1 – Reprodução nos seres vivos .................... 10 sistemas integrados ................................................... 72

#Importância da reprodução......................................... 11 CAPÍTULO 4 – Nutrição e digestão .................................... 74


#Tipos de reprodução ...................................................... 12 #Nutrição e alimentação ................................................ 75
#Metamorfose do gafanhoto ......................................... 24 #Atividades.......................................................................... 81
#Metamorfose da borboleta .......................................... 25 #Digestão ............................................................................. 82
#Experimentar .................................................................... 26 #Experimentar .................................................................... 82
#Atividades.......................................................................... 31 #Atividades.......................................................................... 89
CAPÍTULO 2 – Reprodução humana e transformações da
CAPÍTULO 5 – Respiração ..................................................... 91
puberdade.................................................................................. 33
#Sistema respiratório....................................................... 93
#Adolescência e puberdade .......................................... 34
#Experimentar .................................................................... 96
#Sistema endócrino e hormônios ................................ 35
#Atividades.......................................................................... 102
#Sistema genital masculino ........................................... 37
#Sistema genital feminino.............................................. 39 CAPÍTULO 6 – Circulação e defesa .................................... 104
#Fecundação ...................................................................... 44
#Sistema cardiovascular ................................................. 105
#Gestação ........................................................................... 46
#Parto.................................................................................... 47 #Experimentar .................................................................... 113
#Gestação, parto e saúde .............................................. 48 #Sistema linfático ............................................................. 115
#Atividades.......................................................................... 49 #Sistema imunitário ......................................................... 116
#Atividades.......................................................................... 120
CAPÍTULO 3 – Sexualidade e saúde .................................. 52
CAPÍTULO 7 – Excreção ......................................................... 123
#Sexualidade humana..................................................... 53
#Métodos contraceptivos ................................................ 56 #Excreção ............................................................................ 124
#Métodos contraceptivos ................................................ 58 #Sistema urinário .............................................................. 125
#Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ......... 61 #Corpo humano ................................................................. 132
#Atividades.......................................................................... 68 #Atividades.......................................................................... 134
#Mural de ideias ................................................................ 71 #Mural de ideias ................................................................ 135
LXIX
UNIDADE 3 – Energia Elétrica............................ 136 UNIDADE 4 – Terra, clima e tempo ................ 212
CAPÍTULO 8 – A eletricidade................................................ 138 CAPÍTULO 11 – Movimentos da Terra ............................... 214
#Os raios e a eletricidade............................................... 139 #Movimentos de rotação e translação da Terra ....... 215
#Experimentar .................................................................... 141 #As estações do ano ....................................................... 217
#Atividades.......................................................................... 145 #Experimentar .................................................................... 219
#Condutores elétricos ...................................................... 147 #Atividades.......................................................................... 223
#Corrente elétrica.............................................................. 148
CAPÍTULO 12 – A Lua ............................................................. 224
#Para-raios .......................................................................... 157
#Atividades.......................................................................... 158 #Fases da Lua .................................................................... 225
#Experimentar .................................................................... 227
CAPÍTULO 9 – Aparelhos elétricos ..................................... 160
#As crateras da Lua .......................................................... 231
#Circuitos elétricos............................................................ 161 #Experimentar .................................................................... 232
#Experimentar .................................................................... 163 #Chegada do ser humano à Lua .................................. 238
#Experimentar .................................................................... 167 #Eclipses .............................................................................. 240
#Atividades.......................................................................... 168 #Experimentar .................................................................... 242
#Transformações de energia .......................................... 169 #Atividades.......................................................................... 243
#Atividades.......................................................................... 171
CAPÍTULO 13 – O tempo, o clima e a ação humana ... 244
#Consumo de energia elétrica ...................................... 174
#Atividades.......................................................................... 177 #Tempo e clima.................................................................. 245
#Previsão do tempo ......................................................... 246
CAPÍTULO 10 – Gerando energia elétrica........................ 179
#Experimentar .................................................................... 249
#As fontes de energia ...................................................... 180 #Fatores climáticos ........................................................... 250
#Usinas e transformação de energia .......................... 186 #O ser humano e as
#Fontes de energia renováveis e não renováveis .... 196 alterações climáticas........................................................ 257
#Atividades.......................................................................... 198 #Atividades.......................................................................... 261
#Transmitindo energia elétrica ...................................... 201 #Mural de ideias ................................................................ 262
#Produção de energia elétrica no Brasil .................... 205
Competências gerais e específicas ................................... 263
#Atividades.......................................................................... 209
#Mural de ideias ................................................................ 211 Habilidades ............................................................................... 263
Referências bibliográficas comentadas ........................... 264

jack_lin/Shutterstock

As fontes renováveis de geração de energia,


como a energia eólica, têm se tornado uma
tendência de investimento mundial e uma
forma de minimizar os impactos ambientais
gerados pelas sociedades humanas.

LXX
Justificativa e pertinência do volume
A primeira unidade trata da unidade temática “Vida e evolução”, com objetivos ligados à relação da reprodução com a he-
reditariedade e da adaptação dos seres vivos ao ambiente, à compreensão das transformações que ocorrem na puberdade e a
relação delas com os hormônios e o sistema nervoso, e à discussão da sexualidade e sua importância na vida humana. O conhe-
cimento de si é parte da educação humana integral, o que concede pertinência aos objetivos da unidade. Além disso, eles se
justificam por valorizarem o conhecimento científico produzido e sistematizado na história da humanidade e por possibilitarem
trabalhar com competências e habilidades da BNCC.
A segunda unidade aborda os sistemas integrados do corpo humano. Os objetivos tratam do conhecimento do próprio cor-
po, mas também do sistema respiratório e os danos do tabagismo, do sistema imunitário e das vacinas e da excreção e dos pro-
blemas de saúde no trato urinário. São objetivos pertinentes por tratarem da saúde e do autoconhecimento – importantes para
uma educação integral –, mas também de uma alfabetização científica e tecnológica, como na discussão das vacinas e do taba-
gismo. Tais objetivos são justificados por trazerem relações entre ciência, tecnologia e sociedade, permitirem a apreensão do
conhecimento científico historicamente construído e propiciarem o desenvolvimento de competências e habilidades da BNCC.
Na terceira unidade, sobre a energia elétrica, a ênfase na alfabetização científica e tecnológica destaca a pertinência dos ob-
jetivos desta unidade. Identificar riscos e benefícios da eletricidade para o indivíduo e para a sociedade, refletir sobre o consumo
elétrico residencial e o acesso à eletricidade e formar um repertório de argumentos sobre vantagens e desvantagens dos diferen-
tes modelos de usinas geradoras de eletricidade são alguns dos objetivos justificados por permitirem profícuas discussões das in-
ter-relações entre CTS. O conhecimento científico também é valorizado, e competências e habilidades da BNCC – em especial as
ligadas a discussões ambientais, sustentabilidade e tomadas de decisão – também são justificativas para a escolha dos objetivos.
Por fim, o volume encerra com uma unidade que engloba estudos sobre a Lua, a Terra e o clima. A análise do papel da Lua
em diferentes culturas, o reconhecimento de diferenças nas estações do ano de acordo com as regiões do Brasil e a discussão
do comportamento humano em relação ao aquecimento global são exemplos de objetivos, cuja pertinência está na formação
humana integral – ao abranger as dimensões científica, tecnológica e cultural – e na alfabetização científica e tecnológica, ao
discutir, em especial, a ação humana relativa às mudanças climáticas. Por valorizar o conhecimento científico, abordar a natu-
reza da ciência ligada aos estudos de clima e tempo, estabelecer relações entre CTS e, ainda, contribuir com o trabalho de ha-
bilidades e competências da BNCC, justificam-se os objetivos dessa unidade final.

Objetivos

UNIDADE 1 – VIDA E
OBJETIVOS
REPRODUÇÃO

• Compreender a importância da reprodução para a continuidade das espécies de seres vivos.


Capítulo 1 – Reprodução dos seres
• Diferenciar reprodução assexuada de reprodução sexuada.
vivos
• Relacionar a reprodução com a hereditariedade e a adaptação dos seres vivos ao ambiente.

• Conhecer o sistema endócrino humano e a importância dos hormônios para o


funcionamento do organismo.
• Compreender a estrutura do sistema genital masculino e do sistema genital feminino.
Capítulo 2 – Reprodução humana e
• Identificar as etapas do ciclo menstrual.
transformações da puberdade
• Conhecer aspectos da fecundação humana, do desenvolvimento embrionário e do parto.
• Compreender as transformações que ocorrem na puberdade e a relação delas com os
hormônios e o sistema nervoso.

• Discutir a sexualidade e sua importância na vida humana.


• Diferenciar métodos contraceptivos.
• Entender a importância dos métodos contraceptivos para evitar a gestação.
Capítulo 3 – Saúde e sexualidade • Reconhecer a importância dos preservativos para se proteger de infecções sexualmente
transmissíveis (IST).
• Identificar sintomas, formas de transmissão e de prevenção das principais infecções
sexualmente transmissíveis (IST).

LXXI
UNIDADE 2 – CORPO HUMANO:
OBJETIVOS
SISTEMAS INTEGRADOS

• Caracterizar os principais nutrientes dos alimentos.


• Compreender a importância de uma alimentação saudável.
Capítulo 4 – Nutrição e digestão • Caracterizar os principais nutrientes dos alimentos.
• Reconhecer os principais órgãos do sistema digestório.
• Identificar as funções do sistema digestório e os órgãos que as realizam.

• Reconhecer os órgãos do sistema respiratório humano.


• Compreender a principal função do sistema respiratório.
Capítulo 5 – Respiração • Compreender a ventilação pulmonar.
• Caracterizar algumas das doenças mais comuns que afetam o sistema respiratório.
• Reconhecer os prejuízos do tabagismo para o sistema respiratório.

• Reconhecer os principais órgãos dos sistemas cardiovascular e linfático.


• Compreender como ocorre a circulação do sangue e da linfa pelo corpo.
Capítulo 6 – Circulação e defesa
• Identificar as funções básicas do sistema imunitário e reconhecer a importância das vacinas.
• Caracterizar algumas das principais doenças que afetam os sistemas cardiovascular e imunitário.

• Compreender os mecanismos de excreção do corpo humano.


• Reconhecer e caracterizar os órgãos do sistema urinário.
Capítulo 7 – Excreção
• Reconhecer hábitos que contribuem para a manutenção da saúde do sistema urinário.
• Identificar as principais doenças que afetam o sistema urinário.

UNIDADE 3 – ENERGIA
OBJETIVOS
ELÉTRICA

• Compreender os conceitos de cargas elétricas e de corrente elétrica.


• Diferenciar materiais bons e maus condutores elétricos.
Capítulo 8 – A eletricidade • Compreender como a eletricidade se relaciona com as esferas da ciência, da tecnologia e da
sociedade.
• Identificar riscos e benefícios da eletricidade para o indivíduo e para a sociedade.

• Ler de maneira crítica matérias sobre ciência e tecnologia.


• Identificar os elementos de um circuito elétrico.
Capítulo 9 – Aparelhos elétricos • Reconhecer transformações de energia.
• Reconhecer a grandeza da potência elétrica.
• Refletir sobre o consumo elétrico residencial e o acesso à eletricidade.

• Identificar diferentes fontes de energia.


Capítulo 10 – Gerando energia • Formar um repertório de argumentos a respeito das vantagens e desvantagens dos
elétrica diferentes modelos de usinas geradoras de eletricidade.
• Refletir sobre os modos de produção e consumo da sociedade e seus impactos ambientais.

UNIDADE 4 – TERRA, CLIMA E


OBJETIVOS
TEMPO

• Conhecer os movimentos da Terra.


• Relacionar o movimento de translação e a inclinação do eixo de rotação da Terra às estações
Capítulo 11 – Movimentos da Terra
do ano.
• Reconhecer diferenças nas estações do ano de acordo com as regiões do Brasil.

• Explicar as fases da Lua e os eclipses.


Capítulo 12 – A Lua • Analisar o papel da Lua em diferentes culturas.
• Compreender como hipóteses podem ser testadas no contexto de estudos sobre a Lua.

• Diferenciar tempo e clima.


Capítulo 13 – O tempo, o clima e a
• Compreender a ciência relacionada com o tempo e o clima.
ação humana
• Discutir o comportamento humano em relação ao aquecimento global.

LXXII
Caderno da BNCC para o(a) professor(a): competências e habilidades da BNCC
A seguir, identificamos todas as competências gerais, as competências específicas e as habilidades da BNCC que são tra-
balhadas no volume. Além disso, apresentamos alguns exemplos de como e em quais momentos esse trabalho ocorre. Já nas
Orientações didáticas da reprodução do Livro do Estudante, apresentamos de forma mais detalhada o trabalho com as compe-
tências e as habilidades, página a página.

Competências gerais

COMPETÊNCIAS GERAIS EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

1
Valorizar e utilizar os conhecimentos A abordagem dos capítulos A eletricidade, Movimento da Terra e A Lua permite aos
historicamente construídos sobre o mundo estudantes mobilizar conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo
físico, social, cultural e digital para entender e físico para compreender os fenômenos relacionados à eletricidade, às estações do
explicar a realidade, continuar aprendendo e ano e à ocorrência dos eclipses, conclusões que foram apreendidas pela humanidade
colaborar para a construção de uma sociedade ao longo da história.
justa, democrática e inclusiva.

2
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer
à abordagem própria das ciências, incluindo
Ao longo do volume, as atividades propostas, principalmente na seção
a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
#Experimentar, dispondo de estratégias diversificadas conforme o objeto do
imaginação e a criatividade, para investigar
conhecimento mobilizado, oferecem momentos de exercício da curiosidade
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
intelectual e de prática da abordagem própria das Ciências.
resolver problemas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das
diferentes áreas.

A abordagem do capítulo A eletricidade é permeada por uma análise social e


3
histórica da obra Frankenstein, de Mary Shelley, o que favorece a valorização da
Valorizar e fruir as diversas manifestações
literatura. No capítulo Movimento da Terra, ao abordar as estações do ano, quadros
artísticas e culturais, das
artísticos são explorados para a análise da interpretação humana do fenômeno
locais às mundiais, e também participar de
natural. Por fim, no capítulo A Lua, as fases da Lua são estudadas por meio da
práticas diversificadas da
análise de diferentes artes visuais, produzidas por diferentes povos em diferentes
produção artístico-cultural.
momentos históricos.

4
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral
ou visual-motora, como Libras, e escrita),
Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens da seção
corporal, visual, sonora e digital –, bem como
#Atividades e em duas ocorrências do boxe #Para interpretar, de produção de
conhecimentos das linguagens artística,
material de divulgação utilizando diferentes linguagens como finalização de
matemática e científica, para se expressar e
situações que envolvam pesquisa e argumentação.
partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais
de informação e comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas diversas A atividade 4 da página 243 do capítulo A Lua propõe a gravação de um vídeo. Outro
práticas sociais (incluindo as escolares) para se exemplo é uma atividade do capítulo O tempo, o clima e a ação humana, que propõe
comunicar, acessar e disseminar informações, um trabalho com o site do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal
e coletiva.

LXXIII
COMPETÊNCIAS GERAIS EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

6
Valorizar a diversidade de saberes e vivências A abordagem do capítulo A eletricidade é permeada por uma análise de saberes
culturais e apropriar-se de conhecimentos e populares a respeito da eletricidade. No capítulo Movimento da Terra, ao abordar
experiências que lhe possibilitem entender as estações do ano, as concepções de diferentes povos são apresentadas com o
as relações próprias do mundo do trabalho objetivo de propor a reflexão de que as estações também são definidas com base em
e fazer escolhas alinhadas ao exercício da fatores culturais. Por fim, no capítulo A Lua, as fases da Lua são estudadas por meio
cidadania e ao seu projeto de vida, com da análise de diferentes artes visuais produzidas por diversos povos em diferentes
liberdade, autonomia, consciência crítica e momentos históricos, as quais são permeadas por elementos culturais diversos.
responsabilidade.

7
Argumentar com base em fatos, dados e
informações confiáveis, para formular, negociar Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens da seção
e defender ideias, pontos de vista e decisões #Atividades e dos boxes #Para refletir e #Para interpretar, para exercício da
comuns que respeitem e promovam os direitos argumentação baseada em fatos, dados e informações confiáveis, geralmente por
humanos, a consciência socioambiental e meio da promoção de pesquisas e coleta de dados. Parte das atividades propostas,
o consumo responsável em âmbito local, ainda, mobiliza a avaliação de questões ambientais e a proposição de soluções nos
regional e global, com posicionamento ético em níveis individual e coletivo.
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e
do planeta.

8
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua Ao abordar questões relativas à saúde, em especial a respeito da reprodução humana
saúde física e emocional, compreendendo-se e da sexualidade, o cuidado com a saúde física e emocional é estimulado. Também
na diversidade humana e reconhecendo suas os cuidados com a saúde física são trabalhados no contexto dos efeitos da corrente
emoções e as dos outros, com autocrítica e elétrica e dos para-raios, no capítulo Aparelhos elétricos.
capacidade para lidar com elas.

9
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de
conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar A empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação são estimulados
e promovendo o respeito ao outro e aos direitos durante a proposição de atividades de debate e a proposição de estratégias de
humanos, com acolhimento e valorização resolução de problemas. São estimulados também em atividades que propõem
da diversidade de indivíduos e de grupos a análise de situações que envolvem questões socioambientais e relativas à
sociais, seus saberes, identidades, culturas e saúde humana.
potencialidades, sem preconceitos
de qualquer natureza.

10 Ao abordar questões relativas à saúde, em especial a respeito da reprodução humana


Agir pessoal e coletivamente com autonomia, e da sexualidade, atitudes pessoal e coletivamente responsáveis são estimuladas.
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e Também na discussão sobre geração de energia elétrica e sobre o aquecimento
determinação, tomando decisões com base global, encontram-se passagens de textos e atividades que requerem dos estudantes
em princípios éticos, democráticos, inclusivos, a tomada de decisão e a execução de ações responsáveis, com base em princípios
sustentáveis e solidários. éticos, democráticos e sustentáveis.
Vasin Lee/Shutterstock

Compreender os fenômenos
naturais e os impactos
ambientais decorrentes da ação
humana permite aos estudantes
adquirir conhecimento suficiente
para entender os riscos
decorrentes dessas ações e
implementar medidas de
prevenção no dia a dia.

LXXIV
Competências específicas

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

A abordagem dos capítulos A eletricidade e A Lua permite aos


1
estudantes mobilizar conhecimentos historicamente construídos
Compreender as Ciências da Natureza como
sobre o mundo físico para compreender os fenômenos relacionados
empreendimento humano, e o conhecimento científico como
à eletricidade e à ocorrência dos eclipses, conclusões que foram
provisório, cultural e histórico.
apreendidas pela humanidade ao longo da história.

2
Compreender conceitos fundamentais e estruturas
explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar Ao longo do volume, as atividades propostas, principalmente na seção
processos, práticas e procedimentos da investigação #Experimentar, dispondo de estratégias diversificadas conforme o
científica, de modo a sentir segurança no debate de questões objeto do conhecimento mobilizado, oferecem momentos de prática de
científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do processos relativos à investigação científica.
trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a construção
de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

3 A abordagem do capítulo A eletricidade possibilita aos estudantes


Analisar, compreender e explicar características, analisar, compreender e explicar características e fenômenos relativos
fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e ao mundo social por meio do exercício da curiosidade, da observação,
tecnológico (incluindo o digital), como também as relações do diálogo e da investigação. No capítulo A Lua, os estudantes são
que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade convidados a fazer observações da Lua no céu e analisá-las, inclusive
para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções produzindo um vídeo sobre o assunto. No capítulo O tempo, o clima e a
(inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das ação humana, duas atividades requerem explicações sobre fenômenos
Ciências da Natureza. naturais e relações com o mundo social.

4
Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens
Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais
da seção #Atividades e do boxe #Para interpretar, para a avaliação
e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor
de questões ambientais e para a proposição de soluções nos níveis
alternativas aos desafios do mundo contemporâneo,
individual e coletivo.
incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho.

5 Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens


Construir argumentos com base em dados, evidências e das seções #Atividades e #Experimentar e dos boxes #Para refletir e
informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos #Para interpretar, para exercício da argumentação baseada em fatos,
de vista que promovam a consciência socioambiental e o dados e informações confiáveis, geralmente por meio da promoção
respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando de pesquisas e coleta de dados. Parte das atividades propostas, ainda,
a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem mobiliza a avaliação de questões ambientais e a proposição de soluções
preconceitos de qualquer natureza. nos níveis individual e coletivo.

6
Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens
informação e comunicação para se comunicar, acessar e da seção #Atividades e em duas ocorrências do boxe #Para interpretar,
disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver de produção de material de divulgação utilizando diferentes linguagens
problemas das Ciências da Natureza de forma crítica, como finalização de situações que envolvam pesquisa e argumentação.
significativa, reflexiva e ética.

7
Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-
Ao abordar questões relativas à saúde, em especial a respeito da
-estar, compreendendo-se na diversidade humana,
reprodução humana e da sexualidade, o cuidado com a saúde física e
fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo
emocional é estimulado.
aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas
tecnologias.

8
Ao abordar questões relativas à saúde, em especial a respeito da
Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia,
reprodução humana e da sexualidade, atitudes pessoal e coletivamente
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
responsáveis são estimuladas. Também na discussão sobre geração de
recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza
energia elétrica e sobre o aquecimento global, encontram-se passagens
para tomar decisões frente a questões científico-
de textos e atividades que requerem dos estudantes a tomada de
-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde
decisão e a execução de ações responsáveis com base em princípios
individual e coletiva, com base em princípios éticos,
éticos, democráticos e sustentáveis.
democráticos, sustentáveis e solidários.

LXXV
Habilidades

HABILIDADES EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

Os tópicos As fontes de energia e Fontes de energia renováveis e não


EF08CI01
renováveis apresentam exemplos de diferentes fontes de energia,
Identificar e classificar diferentes fontes (renováveis
relacionando-as ao uso de energia pela sociedade. Além disso, as
e não renováveis) e tipos de energia utilizados em
atividades do capítulo Gerando energia elétrica propõem a análise e a
residências, comunidades ou cidades.
argumentação acerca dos temas estudados.

EF08CI02 O tópico Circuitos elétricos fornece subsídios para a produção de circuitos


Construir circuitos elétricos com pilha/bateria, fios e elétricos, como proposto na seção #Experimentar do capítulo Aparelhos
lâmpada ou outros dispositivos e compará-los a circuitos elétricos. Além disso, as atividades do capítulo propõem a análise e a
elétricos residenciais. argumentação acerca dos temas estudados.

EF08CI03
Classificar equipamentos elétricos residenciais (chuveiro, O tópico Transformações de energia fornece subsídios para a classificação
ferro, lâmpadas, TV, rádio, geladeira etc.) de acordo dos aparelhos elétricos conforme a transformação de energia executada.
com o tipo de transformação de energia (da energia Além disso, as atividades do capítulo Aparelhos elétricos propõem a análise
elétrica para a térmica, luminosa, sonora e mecânica, por e a argumentação acerca dos temas estudados.
exemplo).

EF08CI04
O tópico Consumo de energia elétrica fornece subsídios para o cálculo do
Calcular o consumo de eletrodomésticos a partir dos
consumo energético dos aparelhos elétricos conforme a transformação
dados de potência (descritos no próprio equipamento)
de energia executada. Além disso, as atividades do capítulo Aparelhos
e tempo médio de uso para avaliar o impacto de cada
elétricos propõem a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.
equipamento no consumo doméstico mensal.

EF08CI05
Propor ações coletivas para otimizar o uso de energia
As atividades ao longo do capítulo Gerando energia elétrica possibilitam
elétrica em sua escola e/ou comunidade, com base
a proposição de ações coletivas para o consumo consciente de energia
na seleção de equipamentos segundo critérios de
segundo critérios de sustentabilidade e consumo responsável.
sustentabilidade (consumo de energia e eficiência
energética) e hábitos de consumo responsável.

EF08CI06
Os tópicos Usinas e transformação de energia, Transmitindo energia
Discutir e avaliar usinas de geração de energia
elétrica e Produção de energia elétrica no Brasil apresentam um panorama
elétrica (termelétricas, hidrelétricas, eólicas etc.),
dos principais meios de geração de energia elétrica empregados no Brasil e
suas semelhanças e diferenças, seus impactos
no mundo. Além disso, as atividades do capítulo Gerando energia elétrica
socioambientais, e como essa energia chega e é usada
propõem a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.
em sua cidade, comunidade, casa ou escola.

O capítulo Reprodução nos seres vivos, em especial o tópico Tipos


EF08CI07 de reprodução, fornece, por meio de exemplos de reprodução em
Comparar diferentes processos reprodutivos em plantas diferentes espécies, subsídios para a comparação de diferentes processos
e animais em relação aos mecanismos adaptativos e reprodutivos no que diz respeito aos mecanismos adaptativos e evolutivos
evolutivos. de cada espécie. Além disso, as atividades do capítulo propõem a análise e
a argumentação acerca dos temas estudados.

Os tópicos Adolescência e puberdade, Sistema endócrino e hormônios


e Menstruei, e agora? propõem uma análise de como a puberdade se
EF08CI08
relaciona com aspectos biológicos, como a capacidade reprodutiva da
Analisar e explicar as transformações que ocorrem na
espécie humana e a ação de hormônios sexuais, e sociais. As atividades do
puberdade considerando a atuação dos hormônios
capítulo Reprodução humana e transformações da puberdade propõem a
sexuais e do sistema nervoso.
análise e a argumentação acerca dos temas estudados, com destaque para
o boxe #Para interpretar.

LXXVI
HABILIDADES EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

EF08CI09
O tópico Métodos contraceptivos é iniciado com a proposição de um debate
Comparar o modo de ação e a eficácia dos diversos
acerca da responsabilidade compartilhada entre homens e mulheres para
métodos contraceptivos e justificar a necessidade
a prevenção da gravidez. A partir desse tema, os métodos contraceptivos
de compartilhar a responsabilidade na escolha e na
e sua eficácia são apresentados. Além disso, as atividades do capítulo
utilização do método mais adequado à prevenção da
Sexualidade e saúde propõem a análise e a argumentação acerca dos temas
gravidez precoce e indesejada e de Doenças Sexualmente
estudados.
Transmissíveis (DST).

O tópico Infecções sexualmente transmissíveis (IST) apresenta algumas


EF08CI10
das principais IST, listando sintomas, modos de transmissão e estratégias
Identificar os principais sintomas, modos de transmissão
de prevenção, como uso de preservativos e vacinação. Além disso,
e tratamento de algumas DST (com ênfase na AIDS), e
as atividades do capítulo Sexualidade e saúde propõem a análise e a
discutir estratégias e métodos de prevenção.
argumentação acerca dos temas estudados.

EF08CI11 O tópico Sexualidade humana explora aspectos sociais, individuais,


Selecionar argumentos que evidenciem as múltiplas emocionais e históricos da sexualidade humana, promovendo reflexões
dimensões da sexualidade humana (biológica, a respeito. Além disso, as atividades do capítulo Sexualidade e saúde
sociocultural, afetiva e ética). propõem a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.

O capítulo A Lua apresenta diversos modelos explicativos acerca da


EF08CI12
Lua, incluindo modelos de diferentes culturas, e as atividades da seção
Justificar, por meio da construção de modelos e da
#Experimentar propõem a confecção de modelos. Por meio dessa
observação da Lua no céu, a ocorrência das fases da Lua
abordagem, é proposto um modelo explicativo para a ocorrência dos
e dos eclipses, com base nas posições relativas entre Sol,
eclipses. Além disso, as atividades do capítulo propõem a análise e a
Terra e Lua.
argumentação acerca dos temas estudados.

O capítulo Movimento da Terra faz, em toda sua extensão, um resgate dos


EF08CI13
conhecimentos estabelecidos ao longo do Ensino Fundamental acerca
Representar os movimentos de rotação e translação
dos movimentos de rotação e translação da Terra para propor a análise da
da Terra e analisar o papel da inclinação do eixo de
influência desses movimentos, bem como da inclinação do eixo de rotação
rotação da Terra em relação à sua órbita na ocorrência
da Terra na ocorrência das estações do ano. Além disso, as atividades do
das estações do ano, com a utilização de modelos
capítulo, especialmente da seção #Experimentar, propõem a análise e a
tridimensionais.
argumentação acerca dos temas estudados.

EF08CI14 O tópico Fatores climáticos apresenta as principais variáveis envolvidas


Relacionar climas regionais aos padrões de circulação na configuração do clima de diferentes regiões. Além disso, as atividades
atmosférica e oceânica e ao aquecimento desigual do capítulo O tempo, o clima e a ação humana propõem a análise e a
causado pela forma e pelos movimentos da Terra. argumentação acerca dos temas estudados

O tópico Previsão do tempo apresenta instrumentos de medição para expor


EF08CI15
as principais variáveis envolvidas na previsão do tempo, enquanto a seção
Identificar as principais variáveis envolvidas na previsão
#Experimentar do capítulo O tempo, o clima e a ação humana propõe a
do tempo e simular situações nas quais elas possam ser
simulação da medição de uma delas. Além disso, as atividades do capítulo
medidas.
propõem a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.

O tópico Produção de energia elétrica no Brasil apresenta exemplos de


ações voltadas para o restabelecimento do equilíbrio ambiental por meio da
EF08CI16
análise do consumo energético nacional e mundial, enquanto o tópico O ser
Discutir iniciativas que contribuam para restabelecer
humano e as alterações climáticas apresenta um panorama das alterações
o equilíbrio ambiental a partir da identificação de
climáticas nos últimos anos. Além disso, as atividades e o boxe #Para
alterações climáticas regionais e globais provocadas pela
interpretar do capítulo Gerando energia elétrica, bem como as atividades
intervenção humana.
do capítulo O tempo, o clima e a ação humana, propõem a análise e a
argumentação acerca dos temas estudados.

LXXVII
Proposta de planejamento e cronograma para utilizar o volume
A seguir, apresentamos uma sugestão de cronograma, com organização por aula, bimestre, trimestre ou semestre.
Vale ressaltar que esse cronograma é uma sugestão, podendo ser alterado da maneira mais adequada à sua realidade escolar.

SITUAÇÕES DE ORGANIZAÇÃO PARTE DO VOLUME TEMPO ESTIMADO

Abertura de unidade e Capítulo 1 2 semanas

Capítulo 2 2 semanas
1º bimestre Unidade 1
1º trimestre

Capítulo 3 2 semanas

Capítulo 4 3 semanas
1º semestre

Período para ajuste no planejamento (1 semana)

Abertura de unidade e Capítulo 5 3 semanas


2º bimestre

Unidade 2 Capítulo 6 3 semanas

Capítulo 7 3 semanas
2º trimestre

Período para ajuste no planejamento (1 semana)

Abertura de unidade e Capítulo 8 3 semanas


3º bimestre

Unidade 3 Capítulo 9 3 semanas

Capítulo 10 3 semanas
2º semestre

Período para ajuste no planejamento (1 semana)


3º trimestre

Abertura de unidade e Capítulo 11 3 semanas


4º bimestre

Unidade 4 Capítulo 12 3 semanas

Capítulo 13 3 semanas

Período para ajuste no planejamento (1 semana)

TOTAL ANUAL 40 semanas letivas

LXXVIII
# Volume 9
O último volume da coleção inicia com a unidade temática “Vida e evolução” da BNCC. A Unidade 1 – Evolução biológica e
genética – trata das ideias evolucionistas no primeiro capítulo, comparando ideias de Lamarck e de Darwin. O Capítulo 2 trata
da hereditariedade e da Genética, relacionando o material genético e a expressão das características nos seres vivos. O tercei-
ro capítulo estuda aplicações da Genética, incluindo técnicas da Biotecnologia. O quarto e último capítulo da unidade trata da
conservação da biodiversidade e de sua relação com o desenvolvimento sustentável.
A segunda unidade – Composição da matéria – se alinha à unidade temática “Matéria e energia” da BNCC. O Capítulo 5 estuda
os principais modelos de estrutura da matéria em nível atômico. O Capítulo 6 aborda a radioatividade e sua aplicação na área da
saúde. No Capítulo 7, são tratadas as mudanças de estado da matéria e sua associação com o grau de agregação das partículas.
No Capítulo 8, o foco são as transformações químicas e sua simbologia.
A terceira unidade aborda as ondas, também na unidade temática “Matéria e energia” da BNCC. O Capítulo 9 inicia com o
estudo do som, apresentando uma introdução aos elementos de uma onda e discutindo aplicações das ondas sonoras. No Ca-
pítulo 10, o foco são a luz e as cores, refletindo-se sobre o papel delas na sociedade atual. O Capítulo 11 encerra o estudo das
ondas com foco nas ondas eletromagnéticos, no qual se busca compreender o espectro eletromagnético e identificar aplica-
ções para as ondas eletromagnéticas.
A última unidade da coleção explora a Astronomia, com foco na unidade temática “Terra e Universo” da BNCC. O Capítulo 12
trata de Astronomia e cultura, reconhecendo a importância da leitura do céu em diferentes culturas. O Capítulo 13 trata do Sis-
tema Solar e de sua localização no Universo. Por fim, o Capítulo 14 aborda a evolução estelar e a vida fora da Terra.

Sumário
UNIDADE 1 – Evolução #Proteção da biodiversidade......................................... 78
biológica e Genética.................................................. 8 #Unidades de conservação............................................ 79
#Sustentabilidade ............................................................. 85
CAPÍTULO 1 – Ideias evolucionistas .................................. 10 #Pegada ecológica............................................................ 87
#Fixismo e transformismo............................................... 11 #Atividades.......................................................................... 88
#As ideias de Lamarck .................................................... 13 #Mural de ideias ................................................................ 91
#As ideias de Darwin........................................................ 16
#Experimentar .................................................................... 20 UNIDADE 2 – Composição da matéria ....... 92
#Mimetismo e camuflagem............................................ 26 CAPÍTULO 5 – Do que é feita a matéria ........................... 94
#Atividades.......................................................................... 33
#A partícula fundamental
CAPÍTULO 2 – Hereditariedade e Genética ..................... 35 da matéria ........................................................................... 95
#Hereditariedade............................................................... 36 #Experimentar .................................................................... 105
#Os trabalhos de Mendel ............................................... 37 #Atividades.......................................................................... 109
#Atividades.......................................................................... 44
CAPÍTULO 6 – Radioatividade ............................................. 110
#Determinação cromossômica do sexo ..................... 50
#Atividades.......................................................................... 54 #A identificação da radioatividade .............................. 111
#Aplicações da radioatividade...................................... 115
CAPÍTULO 3 – Aplicações da genética ............................. 57 #Atividades.......................................................................... 123
#Histórico da Biotecnologia ........................................... 58
CAPÍTULO 7 – Mudanças de estado da matéria ........... 124
#Biotecnologia depois da descrição do DNA ........... 60
#Atividades.......................................................................... 71 #Estados de agregação da matéria............................. 125
#Mudanças de estados
CAPÍTULO 4 – Conservação da biodiversidade ............. 73 de agregação ...................................................................... 133
#Biodiversidade de dinâmica do planeta.................. 74 #Estados da matéria ........................................................ 136
#Biodiversidade e as atividades humanas ................ 75 #Atividades.......................................................................... 138
LXXIX
CAPÍTULO 8 – Transformações químicas ......................... 140 #Ondas eletromagnéticas na
comunicação e na saúde ............................................... 214
#Representações das
#Atividades.......................................................................... 218
transformações químicas ................................................ 141
#Mural de ideias ................................................................ 221
#Leis ponderais ................................................................. 144
#Atividades.......................................................................... 150
UNIDADE 4 – Astronomia ........................................ 222
#Mural de ideias ................................................................ 151
CAPÍTULO 12 – Astronomia e cultura ............................... 224
UNIDADE 3 – Ondas..................................................... 152 #Leituras do céu ................................................................ 225
CAPÍTULO 9 – Som .................................................................. 154 #Atividades.......................................................................... 242
#O que é uma onda?....................................................... 155 CAPÍTULO 13 – Sistema Solar e Universo ....................... 243
#Experimentar .................................................................... 156
#A compreensão do Universo
#Entendendo as características dos sons ................. 163
está em transformação.................................................... 244
#Atividades.......................................................................... 166
#Atividades.......................................................................... 254
#Falando e ouvindo .......................................................... 168
#Sistemas planetários ..................................................... 255
#O eco e suas aplicações .............................................. 176
#Sistema Solar................................................................... 258
#Atividades.......................................................................... 179
#Atividades.......................................................................... 262
CAPÍTULO 10 – Luz e cores .................................................. 183
CAPÍTULO 14 – Evolução estelar e vida fora da Terra . 265
#Reflexão, refração e absorção da luz........................ 184
#Olhando para um céu estrelado ................................ 266
#Luz e cores ........................................................................ 187
#Estrelas e evolução estelar .......................................... 269
#Experimentar .................................................................... 190
#A vida ao redor das estrelas........................................ 277
#Luz, imagem e sociedade ............................................. 191
#Atividades.......................................................................... 283
#Atividades.......................................................................... 200
#Mural de ideias ................................................................ 286
CAPÍTULO 11 – Ondas eletromagnéticas ........................ 203
Competências gerais e específicas ................................... 287
#Ondas mecânicas e
Habilidades ............................................................................... 287
ondas eletromagnéticas .................................................. 204
#Espectro eletromagnético ............................................ 208 Referências bibliográficas comentadas ........................... 288
SeventyFour/Shutterstock

As atividades práticas no
ensino de Ciências favorecem
a interatividade e o
desenvolvimento de
habilidades relacionadas à
compreensão do método
científico, bem como a
assimilação mais efetiva
do conteúdo.

LXXX
Justificativa e pertinência do volume
Assim como nos demais volumes, a educação integral e a alfabetização científica e tecnológica guiaram a escolha dos ob-
jetivos do Volume 9. Na primeira unidade, o foco é a evolução biológica e genética, com objetivos acerca da compreensão da
relação entre a evolução e a diversidade de espécies do planeta Terra, da compreensão da hereditariedade e da discussão da
importância da manutenção da biodiversidade para a continuidade da vida humana na Terra, além da relação entre desenvol-
vimento sustentável e a conservação da biodiversidade, entre outros. Tais objetivos são pertinentes por abordarem questões
éticas, políticas e científicas da sociedade, como a biotecnologia e a preservação da biodiversidade, e se justificam diante da
valorização do conhecimento científico e do trabalho com competências e habilidades da BNCC.
A segunda unidade trata da composição da matéria, com objetivos relacionados aos principais modelos atômicos, à radioati-
vidade e suas aplicações, aos principais fatores responsáveis pelas mudanças de estado de agregação da matéria e à simbologia
aplicada nas equações químicas. Esses objetivos são pertinentes e visam proporcionar o desenvolvimento da ACT, com a esco-
lha dos objetivos justificada diante das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, da valorização do conhecimento histori-
camente sistematizado e do trabalho com competências e habilidades da BNCC que eles permitem explorar.
Na terceira unidade, as ondas são estudadas, com especial destaque para o som e a luz. Debater a poluição sonora; refle-
tir sobre o papel da luz, das cores e das imagens na sociedade; e identificar aplicações para ondas eletromagnéticas são alguns
dos objetivos dessa unidade, cuja pertinência está em contribuir com uma formação humana integral e com a ACT, na medida
em que chama a atenção para questões ambientais e de saúde física e mental. A escolha dos objetivos se justifica pela gama
de habilidades e competências que eles permitem trabalhar, pelas relações entre ciência, tecnologia e sociedade que podem
ser exploradas e pela valorização do conhecimento científico na análise e tomada de decisão em situações do cotidiano e em
questões relevantes para a sociedade, desde a escolha de fones de ouvido até o debate sobre mídias sociais e eventuais riscos
no uso de telefones celulares à saúde.
Na última unidade do volume, a Astronomia é foco de atenção, com objetivos que envolvem reconhecer a importância da
leitura do céu em diferentes culturas, a localização do Sistema Solar na galáxia e no Universo e a identificação de condições re-
lacionadas à viabilidade de vida em outros sistemas planetários. A valorização do conhecimento científico, a discussão da na-
tureza da ciência e o trabalho com as competências e habilidades da BNCC justificam a escolha desses e dos demais objetivos
da unidade. Além disso, são objetivos pertinentes em virtude de trabalharem as dimensões científica, cultural, tecnológica e
do trabalho, enfatizando ações dos seres humanos de diversas culturas para produzir e garantir sua própria existência, em uma
formação integral que, como tal, considera as diversas dimensões do ser humano.

Objetivos

UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO BIOLÓGICA E GENÉTICA OBJETIVOS

• Diferenciar fixismo e transformismo.


• Comparar as ideias evolucionistas de Lamarck e Darwin.
Capítulo 1 – Ideias evolucionistas • Reconhecer a relação entre o contexto histórico e o avanço dos
conhecimentos científicos.
• Compreender a relação entre a evolução e a diversidade de espécies
do planeta Terra.

• Compreender a hereditariedade nos seres vivos.


• Compreender as ideias de Mendel sobre hereditariedade.
Capítulo 2 – Hereditariedade e Genética
• Relacionar o material genético à hereditariedade e à expressão das
características nos seres vivos.

• Compreender as principais técnicas da Biotecnologia e a importância


Capítulo 3 – Aplicações da Genética delas no cotidiano.
• Discutir o uso da Biotecnologia e sua aplicabilidade na vida humana.

LXXXI
• Compreender a importância da preservação da biodiversidade e das
unidades de conservação nesse processo.
• Discutir a importância da manutenção da biodiversidade para a
Capítulo 4 – Conservação da biodiversidade
continuidade da vida humana na Terra.
• Analisar a relação entre desenvolvimento sustentável e a
conservação da biodiversidade.

UNIDADE 2 – COMPOSIÇÃO DA MATÉRIA OBJETIVOS


• Reconhecer os principais modelos de estrutura da matéria em nível
Capítulo 5 – Do que é feita a matéria
atômico ao longo da história.

• Identificar os principais eventos históricos que proporcionaram


descobertas importantes nos estudos das radiações e da estrutura da
Capítulo 6 - Radioatividade matéria.
• Reconhecer os avanços tecnológicos que permitiram a aplicação da
radioatividade na área da saúde.

• Associar o grau de agregação das partículas a cada estado de


agregação da matéria.
Capítulo 7 – Mudanças de estado da matéria
• Reconhecer os principais fatores responsáveis pelas mudanças de
estado de agregação da matéria.

• Reconhecer a simbologia aplicada nas equações químicas.


Capítulo 8 – Transformações químicas • Analisar as transformações químicas com base nas relações de massa
entre as substâncias envolvidas.

UNIDADE 3 – ONDAS OBJETIVOS


• Identificar elementos de uma onda.
• Debater a poluição sonora.
Capítulo 9 – Som
• Diferenciar infrassons e ultrassons.
• Reconhecer aplicações das ondas sonoras.

• Refletir sobre o papel da luz, das cores e das imagens na sociedade.


Capítulo 10 – Luz e cores • Identificar os principais fenômenos que ocorrem com a luz.
• Compreender a relação entre luz e cor.

• Diferenciar ondas mecânicas de ondas eletromagnéticas.


• Compreender o espectro eletromagnético.
Capítulo 11 – Ondas eletromagnéticas
• Identificar aplicações para as ondas eletromagnéticas.
• Debater relações entre ciência, tecnologia e sociedade.

UNIDADE 4 – ASTRONOMIA OBJETIVOS


• Reconhecer a importância da leitura do céu em diferentes culturas.
Capítulo 12 – Astronomia e cultura • Reconhecer usos práticos e simbólicos de constelações.
• Compreender formas de investigar cientificamente o Universo.

• Compreender a evolução do conhecimento sobre a origem da Terra,


do Sol e do Universo.
• Descrever a estrutura e a composição de sistemas planetários.
Capítulo 13 – Sistema Solar e Universo
• Identificar os corpos que compõem o Sistema Solar e reconhecer
algumas de suas propriedades.
• Localizar o Sistema Solar na galáxia e no Universo.

• Reconhecer estrelas e propriedades físicas relacionadas à


classificação estelar.
Capítulo 14 – Evolução estelar e a vida fora da Terra • Compreender o ciclo de vida de uma estrela.
• Identificar condições relacionadas à viabilidade de vida em outros
sistemas planetários.

LXXXII
Caderno da BNCC para o(a) professor(a): competências e habilidades da BNCC
A seguir, identificamos todas as competências gerais, as competências específicas e as habilidades da BNCC que são tra-
balhadas no volume. Além disso, apresentamos alguns exemplos de como e em quais momentos esse trabalho ocorre. Já nas
Orientações didáticas da reprodução do Livro do Estudante, apresentamos de forma mais detalhada o trabalho com as compe-
tências e as habilidades, página a página.

Competências gerais

COMPETÊNCIAS GERAIS EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

1
Valorizar e utilizar os conhecimentos
A abordagem dos itens destacados permite aos estudantes mobilizar conhecimentos
historicamente construídos sobre o mundo
historicamente construídos sobre o mundo físico para compreender os fenômenos
físico, social, cultural e digital para entender e
relacionados à evolução, à constituição da matéria e à constituição do Universo,
explicar a realidade, continuar aprendendo e
conclusões que foram apreendidas pela humanidade ao longo da história.
colaborar para a construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva.

2
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer
à abordagem própria das ciências, incluindo
Ao longo do volume, as atividades propostas, principalmente na seção
a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
#Experimentar e nos boxes #Para refletir, dispondo de estratégias diversificadas
imaginação e a criatividade, para investigar
conforme o objeto do conhecimento mobilizado, oferecem momentos de exercício
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
da curiosidade intelectual e de prática da abordagem própria das Ciências.
resolver problemas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das
diferentes áreas.

No capítulo Som, há a valorização da música e de cantores nacionais, a fruição da


escultura de Eco e a relação do mito grego com o conceito científico. Luz e cor são
3
tratadas por meio da obra da artista peruana Cecilia Paredes e também com a presença
Valorizar e fruir as diversas manifestações
de trabalhos do artista indiano Anish Kapoor e do chinês Liu Bolin no capítulo Luz e
artísticas e culturais, das
cores. A abordagem do capítulo Astronomia e cultura relaciona as leituras do céu e
locais às mundiais, e também participar de
explicações sobre a origem do Universo por diferentes culturas por meio da análise de
práticas diversificadas da
produções culturais como obras visuais, construções, mitos e filmes. Além disso, no
produção artístico-cultural.
capítulo Evolução estelar e a vida fora da Terra os estudantes são convidados a ler um
trecho da obra Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, e analisá-lo.

4
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral
ou visual-motora, como Libras, e escrita),
corporal, visual, sonora e digital –, bem como Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens da seção
conhecimentos das linguagens artística, #Atividades, de produção e disseminação de material de divulgação, utilizando
matemática e científica, para se expressar e diferentes linguagens.
partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.

A compreensão e a utilização de tecnologias digitais estão presentes na abertura do


5
capítulo Som, ao se pedir aos estudantes que procurem na internet por áudios que
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais
reproduzem sons da natureza e sons da cidade, ouvi-los e analisá-los de maneira
de informação e comunicação de forma crítica,
crítica e reflexiva. Também na atividade 5 da página 167 é requisitada uma pesquisa
significativa, reflexiva e ética nas diversas
sobre notícias sobre surdez para análise crítica e disseminação da informação. No
práticas sociais (incluindo as escolares) para se
capítulo Sistema Solar e Universo, tecnologias digitais de informação e comunicação
comunicar, acessar e disseminar informações,
são usadas em duas atividades para acessar informações e produzir conhecimentos.
produzir conhecimentos, resolver problemas e
No capítulo Evolução estelar e a vida fora da Terra, formulários, planilha eletrônica
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal
e editor de texto podem ser utilizados para a confecção, a distribuição e a análise de
e coletiva.
um questionário.

LXXXIII
COMPETÊNCIAS GERAIS EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

A abordagem do capítulo Astronomia e cultura é permeada por uma análise das


6
leituras do céu e explicações sobre a origem do Universo por diferentes culturas
Valorizar a diversidade de saberes e vivências
por meio da análise de produções culturais como obras visuais, construções, mitos
culturais e apropriar-se de conhecimentos e
e filmes. Também o texto Nem todo surdo é mudo, do capítulo Som permite a
experiências que lhe possibilitem entender
valorização de vivências diversas e expande as possibilidades de compreensão dos
as relações próprias do mundo do trabalho
campos da linguagem e da comunicação. No capítulo Luz e cores, a apropriação
e fazer escolhas alinhadas ao exercício da
de conhecimentos para entender escolhas de iluminação pública e iluminação de
cidadania e ao seu projeto de vida, com
carnes também é abordada com o viés de exercício da cidadania, consciência crítica
liberdade, autonomia, consciência crítica e
e responsabilidade, inclusive permitindo a compreensão de decisões tomadas por
responsabilidade.
profissionais desse campo de trabalho.

7
Argumentar com base em fatos, dados e
informações confiáveis, para formular, negociar
Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens da seção
e defender ideias, pontos de vista e decisões
#Atividades e dos boxes #Para refletir e #Para interpretar, para o exercício da
comuns que respeitem e promovam os direitos
argumentação baseada em fatos, dados e informações confiáveis, com grande
humanos, a consciência socioambiental e o
enfoque na avaliação de aplicações e implicações políticas, socioambientais e
consumo responsável em âmbito local, regional
culturais da ciência e de suas tecnologias.
e global, com posicionamento ético em relação
ao cuidado de si mesmo, dos outros e do
planeta.

8
O cuidado com a própria saúde auditiva e da fala está presente no texto e em
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua
atividades do capítulo Som. No capítulo Luz e cores, ao propor a reflexão a respeito
saúde física e emocional, compreendendo-se
da exploração da imagem nas redes sociais, o autoconhecimento, em especial
na diversidade humana e reconhecendo suas
das emoções, é estimulado. No capítulo Evolução estelar e a vida fora da Terra, o
emoções e as dos outros, com autocrítica e
autoconhecimento sobre as emoções é trabalhado na atividade 8.
capacidade para lidar com elas.

No capítulo Som, a empatia e a valorização da diversidade são enfatizadas


9 na abordagem do som, por meio de exemplos de surdos aprendendo a tocar
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de instrumentos musicais e mochilas sensoriais para a fruição de shows, desestimulando
conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar preconceitos relacionados a deficiências auditivas ou de fala. No capítulo Astronomia
e promovendo o respeito ao outro e aos direitos e cultura, as diferentes leituras do céu evidenciam a existência de diferentes
humanos, com acolhimento e valorização culturas que devem ser respeitadas e com as quais é possível estabelecer diálogos
da diversidade de indivíduos e de grupos relacionados ao conhecimento científico. Também a leitura da Lua como um homem
sociais, seus saberes, identidades, culturas e alimentado por suas esposas é problematizada, promovendo a reflexão sobre
potencialidades, sem preconceitos de qualquer identidades e preconceitos. No capítulo Evolução estelar e a vida fora da Terra, o
natureza. diálogo e a resolução de conflitos são exercitados para a discussão do papel e da
responsabilidade da mídia.

Ao abordar questões relativas à preservação ambiental, atitudes pessoal e


coletivamente responsáveis são estimuladas. Ao refletir sobre o papel da mulher a
10
partir de um mito no capítulo Astronomia e cultura, também podem estar presentes
Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
ações ou tomadas de decisão, baseadas em princípios éticos, inclusivos e solidários.
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e
No capítulo Sistema Solar e Universo, ações individuais de argumentação e diálogo
determinação, tomando decisões com base
com base em princípios éticos, democráticos e solidários são propostas em uma
em princípios éticos, democráticos, inclusivos,
atividade que visa o combate ao negacionismo científico. No capítulo Evolução estelar
sustentáveis e solidários.
e a vida fora da Terra, o papel e a responsabilidade da mídia são alvo de debate, tendo
como base princípios éticos e democráticos.

LXXXIV
Competências específicas
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS
A abordagem dos itens destacados permite aos estudantes mobilizar
1
conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico para
Compreender as Ciências da Natureza como
compreender os fenômenos relacionados à evolução, à constituição da
empreendimento humano, e o conhecimento científico
matéria, aos sons, às cores e à constituição do Universo, conclusões que
como provisório, cultural e histórico.
foram apreendidas pela humanidade ao longo da história.

2
Compreender conceitos fundamentais e estruturas
explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar Ao longo do volume, as atividades propostas, principalmente na seção
processos, práticas e procedimentos da investigação #Experimentar, dispondo de estratégias diversificadas conforme o
científica, de modo a sentir segurança no debate de questões objeto do conhecimento mobilizado, oferecem momentos de prática de
científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo processos relativos à investigação científica.
do trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

3
Analisar, compreender e explicar características,
fenômenos e processos relativos ao mundo natural, A abordagem dos itens destacados possibilita aos estudantes analisar,
social e tecnológico (incluindo o digital), como também compreender e explicar características e fenômenos relativos ao mundo
as relações que se estabelecem entre eles, exercitando social por meio do exercício da curiosidade, da observação, do diálogo e
a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas da investigação.
e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das Ciências da Natureza.

4 Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens


Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais da seção #Atividades e dos boxes #Para refletir e #Para interpretar,
e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor para exercício da argumentação baseada em fatos, dados e informações
alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, confiáveis, com grande enfoque na avaliação de aplicações e implicações
incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho. políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias.

5
Construir argumentos com base em dados, evidências
e informações confiáveis e negociar e defender Na seção #Atividades e nos boxes #Para interpretar, os estudantes são
ideias e pontos de vista que promovam a consciência requisitados a argumentar e defender pontos de vista que valorizem a
socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, diversidade e promovam o respeito ao outro.
acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de
grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.

6
Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de
Ao longo do volume, são reservados momentos, em especial em itens da
informação e comunicação para se comunicar, acessar
seção #Atividades, de produção e disseminação de material de divulgação
e disseminar informações, produzir conhecimentos e
utilizando diferentes linguagens.
resolver problemas das Ciências da Natureza de forma
crítica, significativa, reflexiva e ética.

O cuidado com a própria saúde auditiva e da fala está presente no texto


e em atividades do capítulo Som. No capítulo Luz e cores, ao se propor
7
a reflexão a respeito da exploração da imagem nas redes sociais, o
Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-
autoconhecimento, em especial das emoções, é estimulado. No capítulo
-estar, compreendendo-se na diversidade humana,
Ondas eletromagnéticas, o cuidado de si na exposição à radiação
fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo
ultravioleta também é abordado. No capítulo Sistema Solar e Universo,
aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas
o respeito ao outro está presente ao se debaterem negacionismos
tecnologias.
científicos, assim como o cuidado de si e do outro levando em conta as
reações que mídias e redes sociais podem promover.

8 Ao se abordarem questões relativas à preservação ambiental, atitudes


Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, pessoal e coletivamente responsáveis são estimuladas. Ao refletir sobre
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, o papel da mulher a partir de um mito no capítulo Astronomia e cultura,
recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza também podem estar presentes ações ou tomadas de decisão baseadas
para tomar decisões frente a questões científico- em princípios éticos, inclusivos e solidários. No capítulo Sistema Solar
-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde e Universo, ações individuais de argumentação e diálogo, com base
individual e coletiva, com base em princípios éticos, em princípios éticos, democráticos e solidários, são propostas em uma
democráticos, sustentáveis e solidários. atividade que visa o combate ao negacionismo científico.

LXXXV
Habilidades

HABILIDADES EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

Partindo da definição dos estados da matéria por meio do conceito de grau


EF09CI01
de agregação, o capítulo Mudanças de estado da matéria correlaciona as
Investigar as mudanças de estado físico da matéria e
mudanças de estado e o modelo de constituição submicroscópica da matéria.
explicar essas transformações com base no modelo de
Além disso, as atividades do capítulo propõem a análise e a argumentação
constituição submicroscópica.
acerca dos temas estudados.

O tópico Leis ponderais apresenta as principais leis que descrevem as


EF09CI02
relações de proporcionalidade entre as quantidades de reagentes e produtos
Comparar quantidades de reagentes e produtos
envolvidos em transformações químicas. Além disso, as atividades do capítulo
envolvidos em transformações químicas,
Transformações químicas propõem a análise e a argumentação acerca dos
estabelecendo a proporção entre as suas massas.
temas estudados.

O capítulo Do que é feita a matéria descreve os principais modelos atômicos


EF09CI03 propostos ao longo da história da ciência, apresentando os contextos científicos
Identificar modelos que descrevem a estrutura da época de cada proposição e suas implicações científicas e tecnológicas.
da matéria (constituição do átomo e composição Já o capítulo Radioatividade, especialmente o tópico A identificação da
de moléculas simples) e reconhecer sua evolução radioatividade, destaca a importância dos trabalhos sobre as emissões nucleares
histórica. para a compreensão do átomo. Além disso, as atividades dos capítulos propõem
a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.

EF09CI04 O capítulo Luz e cores explora a relação entre luz e cor, e a seção
Planejar e executar experimentos que evidenciem #Experimentar oferece a oportunidade de executar um experimento que
que todas as cores de luz podem ser formadas pela evidencie que todas as cores de luz podem ser formadas pela composição das
composição das três cores primárias da luz e que a cor três cores primárias da luz e que a cor de um objeto está relacionada também
de um objeto está relacionada também à cor da luz à cor que o ilumina. Além disso, as atividades do capítulo propõem a análise e
que o ilumina. a argumentação acerca dos temas estudados.

O capítulo Som, em sua totalidade, e os tópicos Luz, imagem e sociedade,


do capítulo Luz e cores, e Som e Ondas eletromagnéticas na comunicação e
EF09CI05
na saúde, do capítulo Ondas eletromagnéticas, promovem a compreensão
Investigar os principais mecanismos envolvidos
de como o som e a imagem são formados, transmitidos e captados,
na transmissão e recepção de imagem e som que
especialmente pelos humanos, e suas implicações para a comunicação
revolucionaram os sistemas de comunicação humana.
humana. Além disso, as atividades dos capítulos propõem a análise e a
argumentação acerca dos temas estudados.

EF09CI06
Classificar as radiações eletromagnéticas por suas O tópico Ondas mecânicas e ondas eletromagnéticas apresenta os principais
frequências, fontes e aplicações, discutindo e conceitos relacionados às radiações eletromagnéticas, e as atividades do
avaliando as implicações de seu uso em controle capítulo Ondas eletromagnéticas exploram mais a fundo a classificação das
remoto, telefone celular, raio X, forno de micro-ondas, radiações eletromagnéticas por suas frequências, fontes e aplicações.
fotocélulas etc.

EF09CI07 Os tópicos Aplicações da radioatividade e Ondas eletromagnéticas na


Discutir o papel do avanço tecnológico na aplicação comunicação e na saúde apresentam as principais aplicações das radiações
das radiações na medicina diagnóstica (raio X, na produção de energia, na Medicina diagnóstica, no tratamento de doenças
ultrassom, ressonância nuclear magnética) e no e na conservação de alimentos. Além disso, as atividades dos capítulos
tratamento de doenças (radioterapia, cirurgia ótica a Radioatividade, Som e Ondas eletromagnéticas propõem a análise e a
laser, infravermelho, ultravioleta etc.). argumentação acerca dos temas estudados.

O capítulo Hereditariedade e Genética promove, em toda sua extensão,


EF09CI08
a associação entre os gametas e a hereditariedade, enquanto o capítulo
Associar os gametas à transmissão das características
Aplicações da Genética promove a discussão acerca do uso desses
hereditárias, estabelecendo relações entre ancestrais
conhecimentos no campo da Biotecnologia. Além disso, as atividades dos
e descendentes.
capítulos propõem a análise e a argumentação acerca dos temas estudados.

LXXXVI
HABILIDADES EXEMPLOS GERAIS DE COMO SÃO TRABALHADAS

EF09CI09
O tópico Os trabalhos de Mendel apresenta os principais conceitos
Discutir as ideias de Mendel sobre hereditariedade
relacionados à hereditariedade propostos por Mendel, e as atividades do
(fatores hereditários, segregação, gametas,
capítulo Hereditariedade e Genética propõem a resolução de problemas
fecundação), considerando-as para resolver problemas
envolvendo a transmissão de características hereditárias em diferentes
envolvendo a transmissão de características
organismos.
hereditárias em diferentes organismos.

EF09CI10
Comparar as ideias evolucionistas de Lamarck Os tópicos As ideias de Lamarck e As ideias de Darwin fornecem subsídios
e Darwin apresentadas em textos científicos e para a comparação das ideias evolucionistas e da diversidade biológica. Além
históricos, identificando semelhanças e diferenças disso, as atividades do capítulo Ideias evolucionistas propõem a análise e a
entre essas ideias e sua importância para explicar a argumentação acerca dos temas estudados.
diversidade biológica.

O tópico As ideias de Darwin apresenta os conceitos de adaptação e seleção


EF09CI11
natural dentro da teoria evolutiva de Darwin, e a seção #Experimentar do
Discutir a evolução e a diversidade das espécies com
capítulo Ideias evolucionistas oferece a oportunidade de simular algumas
base na atuação da seleção natural sobre as variantes
observações feitas por Darwin nas ilhas Galápagos que contribuíram para a
de uma mesma espécie, resultantes de processo
formulação dessa teoria. Além disso, as atividades do capítulo propõem a
reprodutivo.
análise e a argumentação acerca dos temas estudados.

EF09CI12
Justificar a importância das unidades de conservação
O capítulo Conservação da biodiversidade, em especial o tópico Unidades
para a preservação da biodiversidade e do patrimônio
de conservação, apresenta a importância desses espaços para a preservação
nacional, considerando os diferentes tipos de
da biodiversidade. Além disso, suas atividades propõem a análise e a
unidades (parques, reservas e florestas nacionais),
argumentação acerca dos temas estudados.
as populações humanas e as atividades a eles
relacionados.

EF09CI13
Os tópicos Sustentabilidade e Pegada ecológica fornecem subsídios para
Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução
que os estudantes reflitam sobre iniciativas individuais e coletivas para
de problemas ambientais da cidade ou da comunidade,
questões socioambientais, como nas atividades do capítulo Conservação da
com base na análise de ações de consumo consciente
biodiversidade, em especial, do boxe #Para refletir.
e de sustentabilidade bem-sucedidas.

EF09CI14
Descrever a composição e a estrutura do Sistema Solar O capítulo Sistema Solar e Universo discute as principais conclusões humanas
(Sol, planetas rochosos, planetas gigantes gasosos acerca da composição do Sistema Solar e de sua localização na galáxia e
e corpos menores), assim como a localização do no Universo. Além disso, as atividades do capítulo propõem a análise e a
Sistema Solar na nossa Galáxia (a Via Láctea) e dela no argumentação acerca dos temas estudados.
Universo (apenas uma galáxia dentre bilhões).

EF09CI15 O capítulo Astronomia e cultura relaciona as leituras do céu e explicações


Relacionar diferentes leituras do céu e explicações sobre a origem do Universo elaboradas por diferentes culturas por meio
sobre a origem da Terra, do Sol ou do Sistema Solar às da análise de produções culturais, como obras visuais, construções, mitos
necessidades de distintas culturas (agricultura, caça, e filmes. Além disso, as atividades do capítulo propõem a análise e a
mito, orientação espacial e temporal etc.). argumentação acerca dos temas estudados.

EF09CI16
O tópico A vida ao redor das estrelas, do capítulo Evolução estelar e a vida
Selecionar argumentos sobre a viabilidade da
fora da Terra, explora o conceito de zona habitável para fornecer subsídios
sobrevivência humana fora da Terra, com base nas
à seleção de argumentos sobre a habilidade da sobrevivência humana
condições necessárias à vida, nas características dos
fora da Terra. Além disso, as atividades do capítulo propõem a análise e a
planetas e nas distâncias e nos tempos envolvidos em
argumentação acerca dos temas estudados.
viagens interplanetárias e interestelares.

EF09CI17
O tópico Estrelas e evolução estelar, do capítulo Evolução estelar e a vida
Analisar o ciclo evolutivo do Sol (nascimento, vida
fora da Terra, apresenta os estágios da vida de uma estrela, destacando
e morte) baseado no conhecimento das etapas de
informações sobre o Sol. Além disso, as atividades do capítulo propõem a
evolução de estrelas de diferentes dimensões e os
análise e a argumentação acerca dos temas estudados.
efeitos desse processo no nosso planeta.

LXXXVII
Proposta de planejamento e cronograma para utilizar o volume
A seguir, apresentamos uma sugestão de cronograma, com organização por aula, bimestre, trimestre ou semestre.
Vale ressaltar que esse cronograma é uma sugestão, podendo ser alterado da maneira mais adequada à sua realidade escolar.

SITUAÇÕES DE ORGANIZAÇÃO PARTE DO VOLUME TEMPO ESTIMADO

Abertura de unidade e Capítulo 1 2 semanas

Capítulo 2 2 semanas
1º bimestre
Unidade 1
1º trimestre

Capítulo 3 2 semanas

Capítulo 4 3 semanas
1º semestre

Período para ajuste no planejamento (1 semana)

Abertura de unidade e Capítulo 5 3 semanas


2º bimestre

Unidade 2 Capítulo 6 3 semanas

Capítulo 7 3 semanas
2º trimestre

Período para ajuste no planejamento (1 semana)

Abertura de unidade e Capítulo 8 3 semanas


3º bimestre

Unidade 3 Capítulo 9 3 semanas

Capítulo 10 3 semanas

Período para ajuste no planejamento (1 semana)


2º semestre

Abertura de unidade e Capítulo 11 3 semanas


3º trimestre

Capítulo 12 2 semanas
4º bimestre

Unidade 4
Capítulo 13 2 semanas

Capítulo 14 2 semanas

Período para ajuste no planejamento (1 semana)

TOTAL ANUAL 40 semanas letivas

LXXXVIII
6
Componente curricular: Ciências • Ensino Fundamental – Anos Finais

ANO

Alysson Ramos Artuso Luciane Lazzarini


Doutor em Métodos Numéricos em Engenharia pela Mestra em Ciências Biológicas, área de concentração em
Universidade Federal do Paraná (UFPR) Bioquímica, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Mestre em Educação e licenciado em Física pela UFPR Especialista em Educação, Meio Ambiente e
Desenvolvimento e bacharela em Ciências Biológicas
Atuou como professor de Ciências e Física na rede
pela UFPR
particular de ensino
Atuou como professora de Ciências, Biologia e
Professor de Educação Básica na rede pública de ensino Bioquímica nas redes pública e particular de ensino

Angela Cristina Raimondi Vilmarise Bobato


Doutora e mestra em Química, área de concentração em Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade
Química Inorgânica, pela Universidade Federal do Paraná Estadual de Ponta Grossa (UEPG-PR)
(UFPR)
Doutora e mestra em Educação Científica e Tecnológica
Licenciada em Química pela UFPR pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Professora de Química no ensino médio e superior na Atuou como professora de Ciências e Biologia na rede
rede particular de ensino pública de ensino

1a edição, São Paulo, 2022

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.


FRONTIS_OBJ_1_SOU_MAIS_CIENCIAS_SCIPIONE_PNLD_2024_LE.indd 1 15/08/22 09:06

1
Direção executiva: Flávia Bravin
Direção de negócio: Volnei Korzenieski
Gestão editorial: Alice Ribeiro Silvestre
Gestão de planejamento: Eduardo Kruel Rodrigues
Gestão de projeto digital: Tatiany Renó
Gestão de área: Daniela Teves Nardi
Coordenação de área: Lucas Augusto Jardim
Edição: Regina A. Melo Garcia, Thaís de Oliveira dos Santos,
Larissa Prada, Susan Bruna Carneiro Aragão Mendes
e Rogério Fernandes Cantelli (digital)
Revisão técnica: Vivian Lavander Mendonça
Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi, Camila Cunha,
Adriana Souza e Isabela Salustriano
Revisão: Mariana Braga de Milani (ger.), Flavia S. Venezio,
Patricia Cordeiro, Sueli Bossi e Vanessa P. Santos
Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.),
Renato Akira dos Santos (edição de arte), JS Design (diagramação)
Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (ger.),
Claudia Balista e Danielle Alcântara (pesquisa iconográfica),
Emerson de Lima (tratamento de imagens)
Direitos autorais: Fernanda Carvalho (coord.), Emília Yamada,
Erika Ramires e Carolyne Ribeiro
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Erika Ramires e
Tempo Composto Ltda.
Ilustrações: Estúdio Ornitorrinco, Luis Moura, Osni de Oliveira,
R2 Editorial, Raul Aguiar e Walter Caldeira
Cartografia: Mouses Sagiorato e Vespúcio Cartografia
Design: Noctua Art (proj. gráfico e capa), Luis Vassallo (Manual do Professor)
Foto de capa: vitapix/E+/Getty Images
Pré-impressão: Alessandro de Oliveira Queiroz, Pamela Pardini Nicastro,
Débora Fernandes de Menezes, Fernanda de Oliveira e
Valmir da Silva Santos

Todos os direitos reservados por Editora Scipione S.A.


Alameda Santos, 960, 4o andar, setor 2
Cerqueira César – São Paulo – SP – CEP 01418-002
Tel.: 4003-3061
www.edocente.com.br
atendimento@aticascipione.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

#Sou+Ciências : 6º ano / Alysson Ramos Artuso...[et al].


-- 1. ed. -- São Paulo : Scipione, 2022.
(#Sou+Ciências)

Outros autores: Angela Cristina Raimondi, Luciane Lazzarini


e Vilmarise Bobato
Bibliografia
Suplementado pelo manual do professor
ISBN 978-65-5763-257-4 (aluno)
ISBN 978-65-5763-258-1 (professor)

1. Ciências (Ensino fundamental – Anos finais) I. Artuso,


Alysson Ramos

CDD 372.35
22-2432

Angélica Ilacqua CRB-8/7057 Angélica Ilacqua - CRB-8/7057


2022
Código da obra CL 720445
. CAE 798161 (AL) / 798162 (PR)
1a edição
1a impressão
De acordo com a BNCC.
Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens
presentes nesta obra didática. Colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões
de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que,
eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão,
são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.

Impressão e acabamento

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.


6SOUMAISCie_g24Sc_002_CREDITOS_LE.indd 2 7/14/22 7:06 PM

MPU_INICIAIS_6S+Cieg24Sc_002.indd 2 7/15/22 4:32 PM


Apresentação

Prezado(a) estudante,
Vacina, telefone celular, estação espacial, aquecimento global, gené-
tica, geração de energia, medicamentos, tratamento de água, alimen-
tação… Esses são só alguns assuntos com os quais nos deparamos na
nossa vida em sociedade.
As Ciências da Natureza têm a ver com todos esses assuntos e mui-
to mais – economia, política, tecnologia, cultura – tudo se soma para
compreendermos como o mundo funciona!
Por isso, este livro vai ajudar você a conhecer e compreender os
conhecimentos das Ciências da Natureza, relacionando-os ao seu dia a
dia. No entanto, para que isso aconteça, é imprescindível a sua partici-
pação e a colaboração com os colegas, os professores e a comunidade
É importante seguir nesse caminho sem medo de errar, pois as pró-
prias ciências podem errar, mas estão em constante revisão e aper-
feiçoamento. Assim também é o conhecimento que vamos adquirindo
ao longo da vida.
Aproveite esta oportunidade para aguçar a sua curiosidade, ampliar
seus questionamentos e, assim, entender melhor o mundo, o ambiente
e a si mesmo. Vamos lá?
Os autores

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

3
Conheça seu livro

ABERTURA DE UNIDADE
Apresenta uma ilustração e um breve texto introdutório para
mobilização dos temas abordados na unidade.

4ENTENDENDO
O MUNDO

Raul Aguiar/Arquivo da editora


Entender o mundo que nos cerca é um desafio que
move a humanidade há muito tempo.
É comum que a busca pela compreensão de como
o mundo funciona comece pela observação dos mate-
riais e dos fenômenos que nos cercam. Você já pensou
de que é feito tudo o que existe? Ao longo da história,
pessoas ligadas às Ciências da Natureza têm se em-
#FOCO NA BNCC penhado para responder a essa e a outras questões.
Competências gerais: O trabalho dessas pessoas permite entender como al-
2, 7, 9 e 10. guns materiais se comportam e descobrir maneiras de
Competências específicas: modificá-los e de aplicá-los no dia a dia, sempre na bus-
2, 4, 5 e 8. ca de formas de melhorar processos no futuro.
Habilidades: Nesta unidade, convidamos você a trilhar um pouco
EF06CI01, EF06CI02, mais o caminho da ciência. Vamos lá?
EF06CI03 e EF06CI04.

194 195

#Foco na BNCC
Apresenta os códigos das habilidades,
as competências gerais e as competências
específicas da BNCC trabalhadas na unidade.

CAPÍTULO
Apresenta uma imagem e CAPêTULO 7
Objetivos do capítulo

um texto introdutório para Locomo•‹o humana


• Reconhecer os ossos
e a estrutura do
esqueleto humano.
• Compreender como
Objetivos do capítulo
os músculos e os

mobilizar o assunto tratado ossos atuam na


movimentação do
corpo.
• Concluir que
a estrutura, a
e da BNCC
no capítulo.
sustentação e a

Neste boxe, você


movimentação dos
animais vertebrados
resultam da
interação entre os
sistemas muscular,
esquelético e

encontrará os objetivos
nervoso.
• Identificar atitudes
que promovem a
saúde do sistema
muscular e
esquelético.
• Compreender a
importância da
autonomia na
movimentação
de pessoas com
de aprendizagem
mobilidade reduzida
ou com outras
deficiências.

Na BNCC
pretendidos para o
#Para iniciar
Habilidade: EF06CI09.

O corpo humano é capaz de realizar muitos movimentos, Prazis Images/Shutterstock


capítulo, além das
Aqui você encontra questões
permitindo diversas experiências.

Observando a fotografia, podemos imaginar que as pessoas ali retratadas enfrentaram desafios
diferentes. Seja correndo, seja andando ou movendo a cadeira de rodas, todas conseguiram atin-
gir o objetivo de se locomover e de chegar àquele lugar. A expressão do corpo de cada uma delas
habilidades da BNCC
que mobilizarão o que transmite uma sensação de alegria, euforia.

#Para iniciar
NÃO
ESCR
EVA
NO LIVRO
trabalhadas.
já conhece do assunto • Que estruturas do nosso corpo se relacionam com a locomoção?
• Você já sofreu uma fratura óssea ou conhece alguém que passou por essa situação?
• Como é a locomoção de outros animais?

trabalhado no capítulo. 115

Na imagem a seguir, vemos a trajetória aparente do Sol no horizonte #A ciência é feita por pessoas
ao longo de um dia de verão na Antártida.

Albert Bruce Sabin (1906-1993) foi um médico, microbio-


#A ciência é feita
Kyodo News Stills/Getty Images

Ywane Yamazaki/Estadão Conteúdo/AE


logista e pesquisador polonês naturalizado norte-americano,
pioneiro em demonstrar a proliferação do vírus da poliomie-
lite em amostras de tecido humano. A doença causada por
esse vírus é muito grave.
Com a colaboração de outros cientistas, ele desenvolveu

<pg. 127>
uma vacina oral contra a poliomielite que leva seu nome, Sabin.
A vacina eliminou efetivamente essa doença em quase todo o
mundo, com exceção de alguns países da Ásia e da África.
por pessoas
Fotomontagem que
evidencia a trajetória
aparente do Sol, na
Antártida, durante o
A vacina Sabin é administrada oralmente, por meio de
“gotinhas”, e a vacinação é feita na infância. No Brasil, para
estimular a adesão à vacina, as campanhas de vacinação cos-
tumam contar com a participação do personagem Zé Gotinha. Albert Bruce Sabin
vacinando uma criança
Aqui você saberá
verão. Fotografia de 2016. É importante que todas as crianças brasileiras estejam vacinadas

mais como a ciência é


para que a poliomelite continue inexistente em nosso país. contra a poliomielite em
São Paulo (SP), 1970.
O trecho a seguir explica um pouco mais essa doença.

Poliomielite
#Integrando as Ciências A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, pólio ou

#Integrando Muito embora possa parecer interessante viver em um local no qual a claridade do dia nunca
termina, isso pode trazer problemas para o nosso corpo. É comum, nas regiões onde ocorre o
fenômeno do sol da meia-noite, que muitas pessoas se queixem de insônia. Vamos entender
ainda doença de Heine-Medin, é uma infecção viral aguda causada
por um dos três poliovírus existentes.
É uma doença contagiosa, que ataca o sistema neurológico afe-
tando o corpo inteiro, podendo causar paralisia dos movimentos
Aguda:
diz-se de uma doença
que se desenvolve
rapidamente, com
construída pelas mais
sintomas fortes.

diversas pessoas.
um pouco melhor esse efeito. musculares. [...]

as Ciências
Contagiosa:
Estudamos até aqui vários fenômenos que se repetem, ou seja, que ocorrem de forma cíclica. Introduzido no organismo por diferentes vias, o vírus é elimi- transmitida pelo
De forma similar, dentro do nosso corpo também ocorrem mudanças cíclicas. Por exemplo, temos nado pelas fezes. Uma criança pode pegar poliomielite através do contato.
necessidade de comer e dormir em momentos específicos do dia. Dependendo do momento e dos contato direto, isto é, tendo contato com outra criança infectada
Profilático:
kodin07/S
hutte
estímulos externos que recebe, nosso corpo produz substâncias que afetam fatores como pela doença ou através do contato indireto, isto é, através da água, que serve para
rsto
ck
humor, saciedade, disposição e sono. Uma dessas substâncias é a melatonina, que alimentos, [...] prevenir ou atenuar
está diretamente relacionada com o sono que sentimos ao anoitecer.

Aqui você
Não existe tratamento específico para combater o vírus da po- doenças.
Quando o Sol se põe e a noite se inicia, a luminosidade diminui e isso é liomielite. [...] Epidemias:
percebido por nossos olhos, levando o corpo a produzir a melatonina. Pela O vírus da poliomielite é um dos vírus mais resistentes, sobrevi- rápido alastramento
manhã, o nascer do sol traz de volta a luminosidade e o corpo deixa de vendo durante meses nas águas dos esgotos. A vacinação é o meio de doenças, atingindo
produzir essa substância. Assim, o corpo desperta e ficamos ativos muitas pessoas em
profilático mais eficiente contra esta doença, visto que desde 1960,
para um novo dia. uma região.

encontra textos
quando começaram as campanhas de vacinação, a poliomielite
Esse ciclo que acontece no intervalo de 24 horas e entre outras deixou de ser uma das doenças causadoras de epidemias entre a
atividades biológicas, nos mantém atentos em certos horários do dia população infantil. A vacina de prevenção para esta doença é
e nos faz sentir sono à noite é chamado de ciclo circadiano, também a Sabin ou antipólio.
conhecido como ciclo biológico.
io da Saúde

NUNES, Cássia; SILVA, Ivana.


Em regiões como o norte da Noruega, como o Sol não deixa de

que relacionam
Poliomielite. Fiocruz. Disponível em:
Governo Federal/Ministér

brilhar durante o período do sol da meia-noite, os olhos recebem luz http://www.fiocruz.br/biosseguranca/


continuamente, sem interrupção. Consequentemente, o corpo não pro- Bis/infantil/poliomielite.htm. Acesso
duz melatonina de modo normal. Isso pode causar insônia em muitas em: 6 jan. 2021.
pessoas, o que compromete a qualidade de vida. Usar cor-
Sol da meia-noite observado tinas que bloqueiam a luz na janela do quarto e cobrir os O Zé Gotinha é a mascote criada em 1986 para

as diversas áreas 38
em Troms og Finnmark, na
Noruega, em 2020.
olhos com máscara são algumas das medidas que ajudam
a dormir durante o período em que esse fenômeno ocorre.
ilustrar a campanha de vacinação contra a
poliomielite realizada pelo Ministério da Saúde.

127

das Ciências.

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

4
# Níveis de organização dos seres vivos Chamamos a posição do nascer do sol nos equinócios de primavera e outo-
no de ponto cardeal leste. A partir desse ponto, podemos determinar os pon-
tos cardeais norte, sul e oeste, que você observou nas imagens anteriores.

#Estude +
Estudamos que a célula é a unidade básica e funcional dos seres vivos.
Nos organismos unicelulares, uma única célula é responsável por todo Ao longo da história, diferentes civilizações criaram observatórios
o organismo. E nos organismos pluricelulares, porém, como milhares de astronômicos, construções destinadas, principalmente, a prever com
células se arranjam para trabalhar de forma organizada e integrada, ga- precisão datas como equinócios e solstícios e a facilitar a determi-
rantindo a vida? nação dos pontos cardeais. Como exemplo desse tipo de construção,

Aqui você
Observe a imagem a seguir, que representa os níveis de organização podemos citar o observatório mais antigo encontrado nas Américas,
dos seres vivos. o Chankillo (Templo das 13 Torres), que foi construído há mais de 2 mil
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
anos e fica localizado em Casma, no Peru.
Tecido Órgão Organismo Em Chankillo há 13 torres, de 2 m a 6 m de altura, alinhadas de norte

#Para refletir
Sistema
a sul em uma colina, como mostra a imagem a seguir. Em 21 de dezem-

encontra
bro, solstício de verão no hemisfério sul, é possível visualizar o nascer
do sol alinhado à direita de todas as torres. Conforme os meses passam,
a posição do nascer do sol muda, sendo visível entre diferentes torres,

R2 Editorial/Arquivo da editora
da direita para a esquerda. Com isso, em 21 de junho, quando ocorre o

Neste boxe,
Célula
solstício de inverno, o nascer do sol é visto à esquerda de todas as torres.

sugestões de

Janine Costa/AFP
Organela

você terá a
Molécula Átomo As treze torres de Chankillo
vistas de longe, na cidade de

livros, filmes, População:


conjunto de
organismos
Casma, no Peru, em 2021.

NÃO

#Para refletir
oportunidade
ESCR

vídeos, sites e
de uma EVA
NO LIVRO
espécie.

1 Se lhe dissessem que há um lugar na Terra em que o Sol fica muitos meses sem se pôr,
você acreditaria?
Comunidade:
2 Se isso for verdade, você consegue imaginar que lugar seria esse?

de refletir sobre
Ecossistema: conjunto de
Biosfera: conjunto conjunto de
comunidades e fatores

reportagens para
de ecossistemas populações.
não vivos do ambiente.
da Terra.
Como observamos na representação da pá- época do outro solstício, não receber luz solar
Representação esquemática dos níveis de organização dos seres vivos. gina 35, localidades da Terra que ficam próxi- em nenhum período do dia. Por exemplo, o Sol

aprofundar seu
Há níveis de complexidade inferiores à célula: as organelas, as molé-
culas e os átomos. Uma molécula é formada por um conjunto de átomos;
uma organela, por sua vez, é formada por diversas moléculas. A célu-
la tem organelas e outras estruturas também formadas por moléculas.
mas aos polos podem ser muito iluminadas ou
ficarem sem iluminação direta do Sol. Isso pode
ocorrer por longos períodos, dependendo da
proximidade entre o polo e a região. Em datas
próximas a um solstício, esses locais podem re-
nunca se põe entre abril e agosto em certas ci-
dades do norte da Noruega, país do hemisfério
norte. Esse fenômeno é conhecido como sol da
meia-noite. Por outro lado, entre outubro e fe-
vereiro, o Sol nunca chega a nascer no horizonte
os assuntos
trabalhados no
Existem ainda níveis de organização superiores à célula. Nos organismos ceber luz solar durante as 24 horas do dia; e, na nesses mesmos locais.
pluricelulares, as células se organizam em níveis cada vez mais comple-

conhecimento. xos de organização. Da mesma maneira, os organismos participam de


conjuntos cada vez mais abrangentes, até a biosfera.
#Estude +
• As quatro estações
Disponível em: https://www.camara.leg.br/radio/programas/528650-as-quatro-estacoes/.
#Estude +

• O grande livro de ciências do Manual do Mundo, de Iberê Thenório e Mari Fulfaro. Rio de Janeiro:
Sextante: 2019.
Nesse livro, os criadores do canal de vídeos Manual do Mundo apresentam muitas informações curiosas
sobre células, seres vivos e vários outros temas estudados pelas Ciências da Natureza.
Acesso em: 14 out. 2021.
Antonio Vivaldi (1678-1741) foi um compositor nascido em Veneza, na Itália. Entre várias de suas obras
da música clássica, destaca-se a composição intitulada As quatro estações. Vivaldi buscou transmitir
impressões de cada uma das estações do ano nos quatro concertos que compõem a obra. Ouça os
áudios dessa composição nesse site para conhecer um pouco mais dessa obra de Vivaldi.
capítulo.
108 37

NÃO

#Experimentar
GRUPO ESCR
EVA

#Experimentar
NO LIVRO
#Para interpretar
Leiam o texto a seguir e respondam às questões.
O objetivo desta atividade é identificar a importância da cobertura vegetal para a conservação
Dia da Terra: o futuro do planeta do solo.
está em nossas mãos Preservar a vegetação ATENÇÃO! ATENÇÃO!

Material
Aqui você encontra
ck
de um ambiente é uma to Realize essa atividade Lave bem as
ers
A preservação e a proteção da biodiver- hutt apenas com a supervisão mãos depois de
n/S
forma de cuidar da Terra. esig
Nature D de um adulto. tocar na terra.
sidade marcam esta data na qual vários paí-
• 3 galões de água de 5 L, vazios e limpos, com tampa.
ses realizam atividades para promover o uso Se você ainda não pensou em tudo que
responsável dos recursos naturais pode fazer para contribuir com o cuidado da • Amostra de solo humífero ou terra vegetal.

propostas de
[...] Terra, aqui vão alguns conselhos simples: • Placas de terra com grama viva.
A Organização das Nações Unidas (ONU) • 3 garrafas PET de 2 L, vazias e limpas, com tampa.
• Utilizar lâmpadas de baixo consumo e
decidiu designar o 22 de abril como o Dia da investir em LED. • Barbante.
Terra para reconhecer que o planeta que ha- • Folhas secas e gravetos (serapilheira).
• Não usar embalagens plásticas.
bitamos, com seus ecossistemas, é o lugar da • 6 L de água.

atividades práticas
• Utilizar a bicicleta como transporte.

#Para
humanidade e que, para alcançar um justo
• Apostar em energias renováveis. • Regador.
equilíbrio entre as necessidades econômicas,
sociais e ambientais dos habitantes do pla- • Dar vida à natureza plantando árvores. • Tesoura com pontas arredondadas.
neta e as futuras gerações, é necessário pro- • Visitar um parque nacional ou reservas
mover a harmonia com a natureza e a Terra. de biosfera para admirar e conscien- Como fazer

interpretar
[...]
Comemoramos o Dia da Terra para lem-
tizar-se de sua beleza e interconexão
entre os elementos.
Você e mais dois colegas devem
se reunir e, com a ajuda do(a) pro- ou investigativas que

Dotta2/Arquivo da editora
brar que o planeta e seus ecossistemas nos • Reciclar e conhecer o que é biodegra- fessor(a), cortar os galões de água
dão a vida e nos proporcionam as matérias- dável e o que não é. fazendo uma abertura, como mos-
-primas para subsistir. Nesse dia assumimos

abordam o conteúdo
• Não utilizar sacolas plásticas e, se for tra a imagem. Cortem também as
também a responsabilidade coletiva [...] de preciso, reciclá-las. garrafas PET de modo a retirar o

Neste boxe, fomentar essa harmonia com a natureza e a


Mãe Terra, porque “Mãe Terra” é uma expres-
são comum utilizada para se referir ao planeta
Terra em diversos países e regiões, o que de-
[...]
No entanto, o conselho mais efetivo talvez
seja o de nos conscientizar de que todos os
fundo delas.
Removam a tampa dos galões.
No primeiro, deve ser adicionado

estudado.
apenas o solo; no segundo, o solo
monstra a interdependência existente entre dias são o Dia da Terra para nos comprometer com serapilheira sobre ele; e no ter-

você terá
os seres humanos, as demais espécies vivas com o meio ambiente e o futuro da huma- ceiro, o solo com grama sobre ele.
e o planeta que todos habitamos. nidade.
Utilizem as garrafas PET para
[...]
coletar a água. Elas devem ser pre-
LÓPEZ, A. Dia da Terra: o futuro do planeta está em nossas mãos. El País, edição Brasil, 22 abr. 2018. sas com barbante ao redor da boca
de cada galão, conforme mostra a

acesso a
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/22/ciencia/1524408059_778849.html. Acesso em: 6 nov. 2021.
imagem.
1 Ao ler o texto, vocês encontraram palavras cujos significados não conhecem? Pesquisem na Certifiquem-se de que todo o experimento está montado. Então, encham o regador com 2 L
internet ou consultem um dicionário e registrem no caderno as definições que encontraram. de água. Coloquem essa quantidade de água de maneira gradual no galão com grama, regando
2 De acordo com o texto, por que é necessário promover a harmonia entre a natureza e a Terra? toda a superfície. Repitam esse procedimento no galão com a serapilheira e, por último, no galão
apenas com solo.

questões de 3 Que outros conselhos vocês dariam para o cuidado com a Terra?

#Estude +
Aguardem alguns minutos e observem a intensidade da cor da água que saiu de cada um dos
galões para identificar em qual deles ocorreu maior transporte de solo pela água.

Conclusão
NÃO
ESCR
EVA
NO LIVRO

interpretação
• Biodiversidade: cuidando da Mãe Terra, de Miriam Duailibi. São Paulo: Brasil Sustentável, 2013.
Afirmando que “a Terra é nossa casa comum”, a autora deste livro apresenta aos leitores os principais 1 Em qual galão se observou maior transporte de solo pela água? Por que isso ocorreu?
biomas brasileiros e diversos animais que neles vivem para que conheçam mais a extraordinária
biodiversidade brasileira, sempre enfatizando a necessidade de preservá-la. 2 Como esse experimento nos ajuda a justificar por que o solo sem cobertura vegetal pode se
tornar menos fértil e sofrer erosão?

93 74

de textos.

NÃO

#Atividades
ESCR
EVA

#Mural de ideias
NO LIVRO

#Atividades 1. Explique o que é uma célula.


2. Compare as duas imagens a seguir e, no caderno, responda às questões propostas.
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
Para finalizar o estudo desta unidade, vamos retomar os principais conceitos estudados até aqui?
#Mural de
Nesta seção, A
1
B
Todos os seres
vivos são
compostos de
As células

composta de
plasmática,
eucariótic
têm uma estrutura as
básica
membrana ideias
Ilustrações: Andrea Danti/Shutterstock

citoplasma
As células são as células (exceto e núcleo. As
células

você encontra
unidades estruturais vírus). procarióticas
4 não têm núcleo

Ao final de cada
e funcionais dos seres delimitando
o material
vivos. genético.
2
5

atividades 8 A sustentação e a
movimentação do ser humano
e de outros animais com
A água é importante
para a presença
vida na Terra.
da
unidade, você
coluna vertebral resultam da Célula como
que retomam,
7 interação entre os sistemas
3

a) Identifique o tipo da célula A e da célula B e cite uma característica que você observou para
muscular, esquelético e
nervoso, que trabalham de
forma conjunta e integrada.
unidade de
vida Sem água
há vida na
líquida não
forma como
mos. Todas
encontrará em
consolidam e
a conhece no
têm água

formato de
fazer essa identificação. as células
seu interior.
b) Qual é o nome da estrutura indicada com o número 1?
Nos organismos
c) Qual é o nome da estrutura indicada com o número 2? as
pluricelulares, como
as
d) Qual é o nome e a função da organela celular indicada com o número 3? plantas e os animais,
em

aprofundam
células se organizam Os organismos são Os seres vivos
e) Que estrutura está indicada com o número 4? órgãos, A hidrosfe

esquema o resumo
tecidos, esses em um complexo arranjo do planeta, em ra
é o conjunto
formam
f) Cite o nome da região indicada com o número 5. que por sua vez de estruturas com seus ambientes, das águas
sistemas. diferentes níveis de formam a do
g) Analisando as organelas indicadas com os números 6 e 7, é possível afirmar que são a mes- organização biológica. biosfera.
planeta Terra.

ma estrutura em células diferentes? Explique a função dessas organelas.

os conteúdos
h) O que é a estrutura indicada com o número 8 e por que ela não aparece na célula B?

3. Explique uma evidência em que se baseia a teoria celular.


4. Em relação à presença ou à ausência de núcleo, como as células podem ser classificadas? #Para terminar
NÃO
ESCR
EVA
NO LIVRO
do que foi estudado.
abordados no
5. Leia com atenção o trecho da notícia a seguir sobre um pedido da Organização Mundial da
Saúde (OMS). 1 Qual é a importância da água para os seres vivos e por que devemos preservar as
fontes de água do planeta?
OMS pede urgência por vacina contra bactéria mortal que afeta milhares de bebês 2 Explique por que a célula é considerada a unidade da vida.
A bactéria estreptococo do Grupo B (GBS, na sigla em inglês) é inofensiva para a maioria das
3 Sabemos que a locomoção envolve ossos, músculos e outras estruturas. Explique

capítulo.
pessoas, incluindo mulheres grávidas contaminadas, mas pode ser extremamente grave – e,
às vezes, fatal – quando é transmitida para os bebês. [...] como ocorre a interação entre os sistemas esquelético, muscular e nervoso.

FORATO, F. OMS pede urgência por vacina contra bactéria mortal que afeta milhares de bebês. Canaltech, 5 nov. 2021. 4 Com base no que você aprendeu nesta unidade, retome suas respostas do boxe #Para
Disponível em: https://canaltech.com.br/saude/oms-pede-urgencia-por-vacina-contra-bacteria-mortal-que-afeta- iniciar e faça correções, se necessário.
milhares-de-bebes-200888/. Acesso em: 12 dez. 2021.

112 133

#Para terminar
Neste boxe, você vai ter contato com questões
que encerram o conteúdo da unidade.
Ícone

Utilizado quando a atividade deve ser


GRUPO
realizada em grupo.

Selos

NÃ ATENÇÃO! Gloss‡rio
CORES FANTASIA FORA DE PROPORÇÃO
ESC O
REVA Aqui você compreende
NO L
Realize essa atividade
IVRO apenas com a supervisão
de um adulto. FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS
e amplia seu repertório
de palavras.

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

5
Sum‡rio

UNIDADE 1

Ilustrações: Raul Aguiar/


Arquivo da editora
O PLANETA TERRA 8

UNIDADE 2
CAPÍTULO 1 A aparência da Terra 10

SERES VIVOS NO PLANETA 80


#As aparências podem enganar, 11
#Evidências científicas do formato da Terra, 13
#Experimentar, 13
#Atividades, 15 CAPÍTULO 5 Água, vida e ambiente 82
#Experimentar, 17
#Atividades, 25
#A água e os seres vivos, 83
#O ciclo da água, 88
#Experimentar, 90
CAPÍTULO 2 A Terra e o Sol 26 #Vida: interação com o ambiente, 91
#Atividades, 94

#Movimento da Terra e a
marcação do tempo, 27
#Experimentar, 32 CAPÍTULO 6 Das células aos organismos 96
#Diferentes escalas de tempo, 40
#Atividades, 41
#As células, 97
#Experimentar, 101
#Experimentar, 104
CAPÍTULO 3 A estrutura do planeta Terra 42 #Características dos seres vivos, 105
#Níveis de organização dos seres vivos, 108
#Organização do corpo humano, 110
#A atmosfera, 43
#Atividades, 112
#Camadas da atmosfera, 44
#O interior da Terra, 46
#Experimentar, 48
#Rochas e minerais, 50 CAPÍTULO 7 Locomoção humana 115
#Atividades, 56

#Sistema esquelético, 116


CAPÍTULO 4 A crosta da Terra 59 #Sistema muscular, 123
#Experimentar, 128
#A saúde dos sistemas esquelético
e muscular, 129
#A crosta terrestre na história da Terra, 60
#Atividades, 131
#Os seres vivos moldam a crosta terrestre, 63
#Mural de ideias, 133
#Como o solo se forma, 64
#Experimentar, 68
#Experimentar, 74
#Atividades, 77
#Mural de ideias, 79

Reprodução
R d ã dod Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

6
UNIDADE 4

ENTENDENDO O MUNDO 194

UNIDADE 3 CAPÍTULO 11 Materiais: classificação e descarte 196

PERCEBENDO O MUNDO 134 #Classificando os materiais, 197


#Atividades, 200
#Impactos do descarte incorreto
CAPÍTULO 8 Sistema nervoso e suas integrações 136 de plásticos, 201
#Experimentar, 206
#Atividades, 207
#As células do sistema nervoso, 137 #Outra categoria de materiais:
os medicamentos, 209
#Sistema nervoso, 142
#Atividades, 213
#Atividades, 149

CAPÍTULO 12 As misturas ao nosso redor 214


CAPÍTULO 9 Os sentidos 152

#Classificando as misturas, 215


#Os sentidos e os seres
humanos, 153 #Experimentar, 219
#Olfação, 155 #Quando as misturas são um problema, 220
#Experimentar, 156 #Separando as misturas, 225
#Gustação, 157 #Experimentar, 227
#Experimentar, 160 #Atividades, 232
#Tato, 161 #Extração e refino do petróleo, 236
#Audição, 163 #Atividades, 238
#Visão, 168
#Experimentar, 170
#Atividades, 175 CAPÍTULO 13 As transformações da matéria 241

CAPÍTULO 10 Efeitos das drogas no sistema nervoso 177 #Tipos de transformação, 242
#Experimentar, 245
#Experimentar, 251
#Transformações químicas
#Drogas e o corpo humano, 178
no cotidiano, 253
#Atividades, 191
#Atividades, 260
#Mural de ideias, 193
#Mural de ideias, 262
Ilustrações: Raul Aguiar/
Arquivo da editora

Competências gerais e específicas 263

Habilidades 263

Referências bibliográficas comentadas 264

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

7
1
Unidade 1
#Foco na BNCC e nos TCT
Competências gerais
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9.
Competências específicas de
Ciências da Natureza
1, 2, 3, 4, 5 e 6.
Habilidades
EF06CI11, EF06CI12, EF06CI13
e EF06CI14.
Temas Contemporâneos
Transversais
• Diversidade Cultural

O PLANETA
• Ciência e Tecnologia

Conceitos da Unidade
Evidência científica, esfericidade da

TERRA
Terra, trajetória aparente do Sol no ho-
rizonte, estações do ano, marcação do
tempo e gnômon, atmosfera, camadas
da atmosfera, manto, núcleo, rochas e
minerais, crosta terrestre, diferença en-
tre as crostas terrestres continental e
oceânica, relevo, relações entre os se-
res vivos e as mudanças na crosta ter-
restre, formação e usos do solo, tipos
de solo e cuidados com o solo.
Conteúdos procedimentais
• Identificar e selecionar evidências
científicas.
• Debater com base em argumentos
científicos.
• Compreender o uso de analogias e
seus limites.
• Compreender como as Ciências bus-
cam resolver problemas.
• Reconhecer encadeamentos lógicos
de ideias e argumentos para a cons-
trução e a testagem de conhecimen-
tos científicos.
• Relacionar conceitos e teorias cientí-
ficas com fenômenos da natureza e/
ou aplicações da ciência.
• Elaborar e executar procedimentos 8
experimentais para a construção e
a testagem de conhecimentos cien-
tíficos. Reprodução
R d ã dod Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

• Medir dados experimentais e relacio-


Conteúdos atitudinais
ná-los com conceitos, fenômenos e/
ou teorias. • Valorização do conhecimento sistematizado historica-
• Comunicar evidências, argumentos e mente construído.
conceitos científicos. • Valorização da diversidade.
• Respeito nos debates de ideias e na argumentação.
• Compromisso com o conhecimento científico.
• Curiosidade pela natureza.
• Criticidade em relação à ciência, à tecnologia e à so-
ciedade.

8
Ilustrações: Raul Aguiar/Arquivo da editora

teorias com as quais trabalhamos, dos


problemas de cada tempo e lugar);
• não é exclusivamente empirista
(não a conhecemos apenas por meio
de nossos sentidos ou experiências,
“apenas observando o que acontece
ao nosso redor”);
• trabalha com vários métodos de
produção do conhecimento científi-
co que não constituem uma sequên-
cia fixa e infalível de passos.
Antes de começar o trabalho com a
unidade, sugerimos que você comente
com os estudantes as características
identificadas nos itens apresentados, ini-
ciando o desenvolvimento da competên-
cia específica 1 de Ciências da Nature-
za. Informe que a ilustração de abertura
da unidade não tem caráter científico,
mas lúdico. Ela tem como objetivo des-
pertar o interesse dos estudantes.
Se achar pertinente, para tratar do
intervalo de tempo transcorrido desde
o surgimento do planeta até o presen-
te, pode-se comparar a idade da Terra
com um calendário anual. Se o tem-
po de existência da Terra equivalesse
Ao longo da história, o planeta Terra passou por muitas a um ano de nosso calendário, a vida
transformações: continentes e oceanos já apresentaram for-
teria surgido no início de março; e o
mas e relevos diferentes dos que conhecemos; a atmosfera já
teve outros gases em sua composição; muitos grupos de seres ser humano, apenas no fim do dia 31
vivos que viveram aqui já não existem mais, como os dinossau- de dezembro. Você também pode cons-
ros; entre tantas outras mudanças. truir uma linha do tempo com barban-
Somos tão pequenos em relação ao tamanho do planeta te. A ideia é fixar em uma parede um
e, diante de tantas transformações, é muito difícil entendê-lo barbante de 4,6 m, em que cada mi-
apenas observando o que acontece ao nosso redor. Mas o co- límetro corresponde a um milhão de
nhecimento adquirido e passado de geração em geração per- anos. A extremidade mais à esquerda
mitiu que pessoas em diferentes partes do mundo contribuís- representa o surgimento da Terra, e a
sem para aumentar o aprendizado sobre a Terra.
extremidade mais à direita represen-
Esses conhecimentos não são fixos nem perfeitos, por isso, ta o tempo presente. Essa proposta de
#FOCO NA BNCC às vezes, nós nos corrigimos, aprendemos com visões diferen-
oficina do Setor de Ciências da Terra da
Competências gerais: tes ou com os nossos próprios erros – e vamos esclarecendo
Universidade Federal do Paraná está
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9. as dúvidas que surgem. Em alguns momentos podemos rom-
per com conhecimentos construídos por gerações anteriores e disponível em: https://acervodigital.
Competências específicas:
1, 2, 3, 4, 5 e 6. apresentarmos novas explicações, com base no que a geração ufpr.br/handle/1884/66718 (acesso
atual pensa e percebe na natureza. Esse é um jeito de ver o ca- em: 5 maio 2022). Se possível, realize
Habilidades:
EF06CI11, EF06CI12, minho das Ciências. Um caminho que se abre agora para você, a atividade em sala de aula e insira na
EF06CI13 e EF06CI14. nesta unidade. Vamos iniciar essa exploração? linha do tempo os acontecimentos es-
tudados ao longo dos capítulos.
9

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

Orientações didáticas • é provisória (conhecimentos não são fixos nem perfeitos);


Nesta unidade, serão abordadas algumas característi- • está imersa em relações sociais (incluindo contextos
cas do planeta Terra, como sua forma, sua estrutura e seus culturais diversos, de modo que “aprendemos com a con-
movimentos, assim como os elementos fundamentais da tribuição de visões diferentes”);
ciência e do trabalho científico. No texto inicial, temos a • não é linear, pois novas formas de ver o mundo podem
concepção de que a ciência: causar revoluções que rompem com o pensamento até
• trata do conhecimento sistematizado historicamente então vigente (“podemos romper com conhecimentos
construído (“passado de geração em geração”); construídos”);
• é uma atividade coletiva (não é feita por indivíduos su- • não é uma observação neutra, aproblemática ou
postamente geniais de poucos países, mas por pessoas a-histórica (depende do “que a geração atual pensa e
de diferentes partes do mundo); percebe na natureza”, de nossas visões de mundo, das

9
Orientações didáticas
A história em quadrinhos apresenta
CAPÍTULO 1
Objetivos do capítulo
diferentes raciocínios sobre a forma da
Terra. Sugerimos que, antes de iniciar • Reconhecer o

A aparência da Terra
formato da Terra.
a leitura, você convide dois estudan- • Discutir evidências
tes para ler em voz alta a história em do formato esférico
quadrinhos. Um representará Mateus; da Terra.
e outro, Júlia. • Compreender como
as Ciências buscam
Ao final da leitura, ressalte aos estu- resolver problemas.
dantes que Mateus pensa não ser ne-
cessário subir na torre, mas se permite Na BNCC
duvidar de sua ideia inicial. Essa é uma Habilidade: EF06CI13.
postura importante para o fazer científi-
co que exercita a competência geral 2.
Depois, comente que Júlia faz obje-
FORA DE PROPORÇÃO
ções ao pensamento de Mateus e, para
entender melhor a questão, formula no- CORES FANTASIA

vas perguntas: “O suposto plano que É mesmo? Mas,


compõe a Terra não deveria ter um fim? Vou subir na torre dos se é só olhar em
Como seria esse fim?”. Ressalte para salva-vidas para ver o barco linha reta, onde a
os estudantes a conduta de Júlia, que, do pai por mais tempo. reta acaba?
mesmo não concordando, debate com
respeito, mantendo o diálogo e a civi- Será? Não vá, Júlia.
Conseguimos ver
lidade. Pergunte como eles lidam com
daqui como se Não entendi
situações semelhantes: “O que vocês estivéssemos lá em o que você
costumam falar para uma pessoa com cima, é só olhar em perguntou, Júlia.
quem não concordam? De que manei- linha reta!
ra?”. Na sequência, a pergunta pode ser
invertida, incentivando os estudantes a Se a Terra é Não sei... mas repara no que nós conseguimos enxergar de onde
pensar sobre como se comportam se assim, reta, estamos. Não parece tudo plano daqui, assim como o lugar onde
outra pessoa acha que eles estão er- onde ela acaba? estão as montanhas, as casas, a água?
rados: “Como costumam reagir quando
uma pessoa não concorda com vocês?
O que fariam se estivessem no lugar
do outro?”. Refletir sobre uma situa-
ção colocando-se no lugar do outro é
uma forma de trabalhar a competên-
cia geral 9.

R2 Editorial/Arquivo da editora
Mas na internet tem de tudo...
A história em quadrinhos também Parece, mas deve ter uns mil formatos
pode mobilizar a reflexão sobre a di- será que é diferentes para a Terra. Como
vulgação científica e a importância de realmente? saber em qual confiar?
sempre pesquisar informações em fon- Parece mesmo, né?
tes confiáveis. Se julgar pertinente, co- Mas pode não ser...
mente que, atualmente, é possível en- depois a gente busca
contrar na internet muitas discussões na internet, Júlia.
sobre o terraplanismo, ou seja, a ideia A gente pode tentar descobrir
de que a Terra é plana; no entanto, por conta própria...
elas trazem informações sem respal- 10
do científico.

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

10
Os personagens dessa história em quadrinhos, Mateus e Júlia, estão Orientações didáticas
conversando sobre o formato da Terra. Sob o ponto de vista de Mateus, se Além dos argumentos trabalhados na
apenas olhamos ao nosso redor, ela parece plana. Mas Júlia tem um racio- história em quadrinhos e no texto, o for-
cínio interessante: se a Terra é plana, onde ela acaba? Ao final do diálogo, mato arredondado da Terra pode ser iden-
os irmãos têm a ideia de pesquisar na internet o que outras pessoas já dis- tificado considerando a diferença entre a
seram ou esquematizaram sobre o formato do planeta, mas outra questão
visão que alguém tem no alto de uma tor-
surge: dá para confiar em tudo o que a gente lê na internet?
re e a visão quando uma pessoa está no
Ao longo deste capítulo, vamos compreender como as Ciências lidam
chão. É por isso que, na época das Gran-
com perguntas como essas. Você já deve ter estudado o formato da Terra
e visto fotografias do planeta, mas vamos fazer como Mateus sugeriu e
des Navegações, por exemplo, havia mas-
tentar descobrir a resposta por nós mesmos? tros nos navios, para aumentar a possibili-
NÃ dade de se avistar porções de terra (“Terra
ESC OREVA
NO L
IVRO
à vista!”). Se o planeta fosse plano, não
#Para iniciar haveria necessidade de alguém subir no
mastro, pois seria possível ver a mesma
• O que você sabe do formato da Terra? paisagem ao olhar do convés.
• Como podemos saber qual é o formato da Terra?
#Para iniciar
Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações didáticas. Este boxe tem o objetivo de auxiliá-

# As apar•ncias podem enganar


-lo na identificação dos conhecimen-
tos, das habilidades, das atitudes e dos
valores dos estudantes. Por isso, suge-
Ser questionador é uma atitude que pode contribuir para se fazer ciên- rimos que eles realizem o registro de
cia, mas é preciso saber como questionar. Relembre a conversa entre Júlia suas respostas iniciais no caderno, a
e Mateus: ela não concordou com a ideia do irmão, mas isso não causou fim de que possam ser retomadas e
agressividade ou desrespeito. Ninguém ficou bravo ou se sentiu ofendido
revistas no final do capítulo. Isso con-
durante a conversa.
tribuirá para que se tornem conscientes
Essa conversa começou porque Júlia queria subir na torre dos salva-vidas
e protagonistas de suas aprendizagens.
para ver o barco do pai ao longe, no mar, por mais tempo. Mateus discordou
da ideia, pois, para ele, a visualização do barco seria a mesma tanto da areia As atividades desse boxe mobilizam
como do topo da torre. Além disso, se Júlia tivesse observado o mar de uma os conhecimentos prévios dos estudan-
posição mais alta, ainda assim não notaria nenhuma curvatura no horizonte. Horizonte: linha tes e favorecem a retomada da habi-
Olhar para o horizonte de uma posição mais alta não comprova que a imaginária que lidade EF03CI07, já trabalhada nos
ideia do planeta ser plano é incorreta, mas isso também não significa que avistamos ao longe e Anos Iniciais do Ensino Fundamental,
essa ideia está correta. Para compreender um fenômeno precisamos tes- que parece dividir o que trata do formato esférico da Terra.
tar diferentes raciocínios ou observações para obtermos mais informações. céu e a terra ou o céu
Talvez os estudantes respondam com
e o mar.
Por exemplo, mesmo a Terra sendo arredondada, a curvatura do planeta é facilidade que a Terra é arredondada.
muito pequena em comparação com a distância que conseguimos enxergar Sentidos: no contexto,
refere-se aos cinco Neste momento, deixe-os falar e for-
estando em sua superfície e, por isso, não a percebemos. Os nossos senti-
sentidos – visão, mular suas hipóteses. Atente para os
dos podem nos fornecer muitas informações sobre o mundo ao redor, mas audição, tato, olfação estudantes que apresentarem dificul-
a nossa primeira interpretação pode nos enganar. e gustação. dades para responder às atividades
e retome o conteúdo do 3º- ano, se
#Para refletir NÃ
ESC O
NO L
REVA
IVRO
achar pertinente.
Depois, sugerimos que mantenha um
1 Você já foi enganado pelos seus sentidos? Por exemplo: estava em casa, prestes a sair; registro dessas respostas, para que os
achou que estava quente, não pegou um casaco e mais tarde passou frio? Ou entendeu
estudantes possam retomá-las posterior-
errado uma palavra enquanto lia um texto ou conversava com alguém? Com base
nesses exemplos, você diria que as impressões fornecidas pelos nossos sentidos são mente e verificar se modificariam algo
sempre corretas? Explique. no que responderam. Uma reposta pos-
sível para a segunda questão é: pelas
1. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas. fotografias da Terra e pelos vídeos dos
11
voos orbitais. Se achar pertinente, você
pode perguntar aos estudantes se eles
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id já viram fotos da Terra vista do espaço.
#Para refletir
#Atividade complementar 1. Espera-se que os estudantes se
Há alguns sites e aplicativos em que é possível observar lembrem de situações em que seus
as dimensões da Terra, o que favorece no trabalho com sentidos lhes deram impressões er-
a competência geral 5, se julgar oportuno. radas, mas peça que citem exem-
Se houver possibilidade, sugerimos que os estudantes plos com justificativas. Por exem-
acessem o site Google Earth, disponível em: https://earth. plo: “Achei que a construção que
google.com/web/ (acesso em: 13 maio 2022). Utilizando eu enxergava no horizonte estava
o recurso de régua (“Medir distância e área”), eles po- perto, mas, ao caminhar em dire-
dem obter a distância entre Rio de Janeiro e São Paulo, ção a ela, percebi que estava lon-
por exemplo. A seguir, podem medir a distância entre Rio
ge”. Nessa atividade, trabalha-se a
de Janeiro e um local distante, como Tóquio, no Japão.
competência específica 3 de Ciên-
cias da Natureza.

11
Orientações didáticas Uma maneira de testar se faz diferença subir na torre dos salva-vidas
Inicialmente, sugerimos que mostre para enxergar o barco no horizonte é comparar o que se vê lá de cima
as imagens do barco vistas por Júlia e com o que se vê da areia. Vamos supor que Júlia subiu na torre e Mateus
por Mateus como uma representação ficou na areia. A imagem a seguir mostra como eles veriam o barco se
da realidade. No entanto, o argumen- distanciando da costa.
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA
to também poderia ser elaborado por
meio do raciocínio matemático geomé- A B

R2 Editorial/Arquivo da editora
trico. Da mesma maneira racionalista,
Júlia fez uma objeção de caráter lógico
Visão Visão
à ideia de Mateus de a Terra ser plana de Júlia de Júlia
(“como seria o seu fim?”).
Pode-se, então, destacar para os es- Visão de Visão de
tudantes que o conhecimento científi- Júlia Mateus Júlia Mateus
co pode ser testado ou construído com
base na razão (ou o pensamento teóri-
co) ou na experiência (a empiria). A vi-
sualização e a comparação dos esque-
mas da visão que Júlia tem do barco, Mateus Mateus

em cima da torre, e do ponto de vis-


ta de Mateus, na areia, são formas de
estimular os estudantes a organizarem
e analisarem os dados, uma habilida-
de importante no trabalho científico. Representação esquemática da visão do barco por Júlia, no alto da torre dos salva-vidas, e por Mateus, na areia da
Além disso, dessa forma você trabalha praia, ao nível do mar, em dois instantes diferentes enquanto o barco se afasta da praia.
a competência geral 2 e a competência
específica 2 de Ciências da Natureza. Como observado na imagem B, o barco se afasta da costa, sumindo no
horizonte primeiro para Mateus. No mesmo instante, para Júlia, o barco
está ainda está visível e vai demorar um pouco mais para desaparecer. Ou
seja, Júlia estava certa em pensar que subindo na torre dos salva-vidas
veria o barco do pai por mais tempo, mesmo que por poucos segundos
a mais que Mateus. Se a Terra fosse plana, essa diferença não existiria.
Porém, como dissemos, nem sempre podemos confiar apenas nas
impressões que os nossos sentidos fornecem. Também precisamos ter
cuidado com conclusões apressadas. Até agora, temos uma evid•ncia
contrária à ideia de a Terra ser plana e a favor de a Terra ser arredonda-
da, mas continuaremos a testar essas ideias em outras situações.

Você sabe o que é uma evid•ncia? Evidente é aquilo que está à vista de todos,
o que todos podem verificar ou concluir. Desse modo, a evidência, no contexto
científico, tem relação com essa ideia. Todos que subissem na torre observariam
o mesmo que Júlia. Já aqueles que ficassem na areia observariam o mesmo que
Mateus. Isso seria válido para qualquer praia em que a observação pudesse ser
feita. Assim, ao repetirem o raciocínio ou o estudo realizado, as pessoas devem
colher a mesma evidência. Mas, cuidado: podem existir muitas explicações
possíveis para um mesmo fenômeno na natureza. Portanto, quanto mais
evidências – dados, informações, observações, etc. – juntarmos a respeito de um
fenômeno, mais confiança teremos em estabelecer uma ideia ou uma conclusão,
ainda que provisória, sobre ele.

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Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Para saber
Distância ao horizonte: navio “afundado”!
Na página indicada, o professor Fernando Lang explica como é possível estimar a distância que o horizonte geométrico se
encontra de um observador que está a uma altura H da superfície da Terra. O exemplo do texto mostra que, de uma altura
de 2 m da superfície, vê-se um horizonte a aproximadamente 5 km, porém, em uma torre de 20 m, observa-se um horizon-
te a aproximadamente 16 km de distância.
Disponível em: https://cref.if.ufrgs.br/?contact-pergunta=distancia-ao-horizonte-navio-afundado. Acesso em: 13 maio 2022.

12
Orientações didáticas
# Evidências científicas

Gilberto Mesquita/Shutterstock
A realização do experimento em du-
do formato da Terra plas estimula a aprendizagem entre
pares e auxilia o processo de busca
Observe novamente a imagem anterior, Mastro de diferentes visões, pois os dois es-
que representa o barco se afastando da cos- tudantes terão de observar as mesmas
ta. Preste atenção na maneira como Mateus evidências. Esses processos são impor-
o enxerga: a última parte do barco a sumir
tantes na construção do conhecimento
do seu campo de visão é a bandeira, locali-
zada no topo do mastro. Será que esse fato
científico. Se isso não ocorrer, pode ser
pode fortalecer ou enfraquecer as ideias porque um dos estudantes realizou o
sobre o formato da Terra? Para continuar procedimento de forma diferente. Por
nossa investigação, faça o experimento a O mastro é a parte alta do barco que segura a vela. exemplo, um estudante pode não ter
seguir. Na imagem, barco em Angra dos Reis (RJ), 2019. observado o experimento na altura da
mesa (na primeira parte do experimen-

#Experimentar to) ou não ter posicionado a cartolina


ATENÇÃO!
Realize a atividade
apenas com a supervisão na altura do seu nariz (na segunda par-
de um adulto.
te). Se isso acontecer, sugerimos solici-
Neste experimento, vamos simular dois formatos da Terra para entender como eles interferem tar aos estudantes que repitam o pro-
na maneira como observamos um barco no horizonte. cedimento experimental.

Material #Experimentar

Imagens: Dotta2/Arquivo da editora


Essa atividade trabalha a competên-
• Cartolina. • Régua. cia geral 2, a competência específica
• Massa de modelar. • Lápis. 2 de Ciências da Natureza e a habili-
• Palito de sorvete. dade EF06CI13.
Além das perguntas propostas na se-
Como fazer ção, outra sugestão para registrar o que
foi observado no experimento é solici-
Forme dupla com um colega. Modele a mas- tar aos estudantes que filmem o pro-
sa no formato de um pequeno paralelepípedo.
Espete o palito de sorvete na massa modela-
cedimento experimental ou tirem fotos.
da. A massa vai representar o barco na água Como complemento à atividade, se
e o palito de sorvete vai representar o mastro. houver tempo em seu planejamento,
Coloque a cartolina em cima de uma mesa sugerimos que aproveite a oportuni-
e, utilizando a régua e o lápis, trace uma linha dade para debater com os estudantes
reta de uma borda até a outra da cartolina. as fontes de desinformação e as fake
A cartolina representa a superfície da Terra. news acerca do formato da Terra. Você
Fique agachado para posicionar seu olhar pode fazer uma roda de conversa e
na altura da mesa, perto de uma das extre-
aproveitar as informações do #Para ler,
midades da reta desenhada na cartolina. Seu
colega de dupla deverá colocar a massa de na próxima página. Crie um ambiente
modelar com o palito próximo da borda da confortável para que os estudantes se
mesa em que você está e então ir afastando a expressem, reforçando a importância
massa sobre a linha reta lentamente, até que de respeitar os colegas. Dessa forma,
ela chegue à outra borda da cartolina. Obser- você trabalha a competência geral 9 e
ve o que muda na sua visão da massa e do a competência específica 6 de Ciências
palito conforme se afastam na cartolina plana.
Depois, troque de posição com o colega para
da Natureza.
que ele faça a observação.
Agora, levante-se e segure a cartolina na
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#Para saber
ROSA, C. T. W.; DARROZ, L. M.; TYBURSKI, L. A forma MELO, L. W. S.; PASSOS, M. M.; SALVI, R. F. Análise de
da Terra no ensino fundamental: a qual fonte de publicações ‘terraplanistas’ em rede social: reflexões
informação os alunos outorgam maior autoridade para o ensino de ciências sob a ótica discursiva de
epistêmica? Revista Thema, v. 15, n. 3, p. 1019- Foucault. Revista Brasileira de Pesquisa em Educa-
-1033, 2018. ção em Ciências, v. 20, p. 275-294, 2020.
Os autores dessa obra investigaram quais fontes de infor- Nesse trabalho, os autores defendem que o trabalho peda-
mação causam mais impactos nos estudantes e observaram gógico, frente à expansão de conspirações e negacionismos,
que o livro didático é a fonte mais importante, defendendo, é mais produtivo quando não se pauta por uma oposição
portanto, que a discussão da Terra plana encontrada nas in- frontal, sendo essa a abordagem que procuramos realizar
ternet e nas redes sociais também estivesse explicitamente no capítulo.
presente nos livros do Ensino Fundamental.

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Orientações didáticas altura dos seus olhos, próximo do seu nariz.

Dotta2/Arquivo da editora
As vertentes epistemológicas con- O próprio peso da cartolina vai fazer o outro
temporâneas reconhecem várias esco- lado cair, formando uma pequena curvatura
las de pensamento sobre a origem do sobre a mesa. Você pode ajustar o modo de
segurá-la para formar a curvatura. Assim, a
conhecimento (como o racionalismo e reta desenhada na cartolina deverá apontar
o empirismo), sua essência (como o para a mesa.
realismo e o relativismo) ou sobre as Seu colega pode ajudá-lo com uma das
possibilidades de se conhecer (posição mãos a posicionar a cartolina, se for preciso.
dogmática, cética, pragmática, etc.), to- Com a outra mão ele deve, novamente, co-
das com ramos e subdivisões. No en- locar a massa de modelar com o palito pró-
tanto, posições extremas – como a ori- ximo da borda que você está observando e
ir afastando a massa sobre a linha reta len-
gem do conhecimento ser só a razão
tamente, até que ela chegue à outra borda
ou só a experiência – costumam ser da cartolina. Mais uma vez, revezem a posi-
tidas como ingênuas e passam uma vi- ção e percebam o que muda na sua visão da
são deturpada sobre a ciência e o fa- massa e do palito, conforme se afastam na
zer científico. Justamente por isso bus- cartolina curva.
camos mostrar essas duas formas de
se conhecer e, aqui, pode-se destacar NÃ
ESC O
para os estudantes que o conhecimen- Conclusão NO L
REVA
IVRO 1. No caso da cartolina plana, a massa de modelar não desaparece no horizonte. Na
to científico pode ser testado ou cons- cartolina curvada, a massa desaparece antes do palito.
truído tendo como origem a experiên- 1 No caso da cartolina plana, a massa de modelar desapareceu do seu campo de visão antes
cia. Além das referências da abertura do palito? E no caso da cartolina curvada?
da unidade, mais informações sobre o 2 Lembre-se de que a massa de modelar com o palito representa um barco com mas-
assunto podem ser obtidas em: tro se afastando em direção ao horizonte e a cartolina representa a superfície da Terra.
CHALMERS, A. F. O que é ciência afi- Como esse experimento se relaciona com nossa investigação sobre o formato da Terra?
nal? São Paulo: Brasiliense, 1993. 2. Se as pessoas no cais de um porto observarem as bandeiras dos navios sumindo por último no horizonte,
então temos uma evidência a favor da curvatura da Terra.
OLIVEIRA, I. A. Epistemologia e edu-
cação: Bases conceituais e racionali-
Nos barcos a vela, as velas são sustentadas feitas desde tempos antigos, quando esse tipo
dades científicas e históricas. Petrópo- pelos mastros. Se você estiver na costa e obser- de barco era um importante meio de transporte
lis: Vozes, 2016. var um barco a vela ao longe, no mar, a última pelos mares. Se a Terra fosse plana, sem cur-
coisa a desaparecer do seu campo de visão será vatura, você veria apenas o barco diminuir de
o topo do mastro. Observações como essa são tamanho com a distância.
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA

R2 Editorial/Arquivo da editora
Se um barco estiver se afastando da costa, a última parte a desaparecer no horizonte será o mastro.
Se o barco estiver se aproximando, o mastro será a primeira parte a ficar visível no horizonte.

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#Para ler
A Terra é redonda dito logo. Cumpre-se, então, o conselho: a Terra é re- tas’ defendem a ideia de que a Terra é um disco plano,
Na era de ouro da comunicação, pululam informa- donda. Para um(a) leitor(a) desavisado(a), pode pare- que estaria acelerado ‘para cima’, simulando o efeito da
ções falsas que buscam difundir crenças sem qualquer cer exagero ter que lembrar o formato de nosso plane- gravidade. Para os integrantes desses grupos, aliás, a
base científica. Conceitos consolidados ao longo de sé- ta, mas os tempos mudam e nem sempre para melhor. gravidade não existe. Os modelos sobre a Terra plana
culos, como a esfericidade da Terra, passam a ser ques- Esse fato científico consolidado tem sido questionado são vários, mas a ideia básica de todos é a mesma.
tionados de forma simplória e irresponsável. Páginas em sítios pseudocientíficos na internet. Nossa tarefa [...]
pseudocientíficas na internet desautorizam, por exem- aqui é consertar esse equívoco. MORICONI, M. A Terra é redonda. Ciência Hoje, 26 dez. 2018.
plo, a eficácia de vacinas e a utilidade da energia nuclear. Recentemente, em todo mundo – o que inclui o Bra- Disponível em: https://cienciahoje.org.br/artigo/a-terra
Mas, conhecer e entender o mundo a partir do método sil –, proliferam ‘sociedades’ que defendem a teoria da -e-redonda/. Acesso em: 13 maio 2022.
científico é a forma mais eficiente de melhorá-lo. Terra plana. Ao contrário do que imaginaríamos a par-
Um dos conselhos mais conhecidos em divulgação tir de todo o conhecimento e evidências adquiridos a
científica é: se há algo importante a ser dito, que seja favor de um planeta esférico, os chamados ‘terraplanis-

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#Atividades

ESC OREVA
NO L
IVRO
b) Fotografias espaciais, posição dos
astros no céu, a sombra da Terra
Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades. sobre a Lua durante um eclipse
1. Explique o que é uma evidência científica. [...] você pode ver duas vezes o pôr do lunar, etc.
sol usando qualquer estrutura alta, mas isso
2. Você já conhecia a evidência do mastro c) Supondo a resposta que a Ter-
depende de chegar rápido ao topo. Dá até
do navio sumindo por último no horizonte para ver o mesmo efeito em um dia calmo ra é arredonda porque em um
como forma de apoiar a ideia de que a Ter- na praia, sem qualquer estrutura ou equipa- eclipse lunar a sombra é arre-
ra é arredondada? Caso não a conhecesse, mento. Primeiro, deite na areia e olhe para o dondada, pode-se esperar uma
o que essa evidência o ajudou a entender horizonte. Quando o Sol desaparecer com- resposta como: não é muito con-
melhor: o texto, as imagens do livro, a ativi- pletamente, pule o mais rápido que você pu- vincente, pois, se a Terra fosse um
dade com a cartolina ou a conversa com os der. Você ainda conseguirá ver o fim do pôr disco plano, ela também pode-
colegas ou com o (a) professor(a)? do sol mais uma vez. [...] ria fazer sombras arredondadas
3. Pergunte ao menos a três pessoas adultas, Quanto mais longa a estrutura, e quanto durante um eclipse. Explicações
como parentes e vizinhos, qual é o formato da mais rápido você chegar ao topo dela, mais
desse estilo podem ser utilizadas
Terra. Em seguida, pergunte a elas como che- tempo vai durar seu segundo pôr do
sol. [...]
para chamar a atenção para a ne-
garam a essa conclusão. Para responder a essa cessidade de rigor nas definições
DIAZ, J. Burj Khalifa é tão alto que você pode ver o pôr
última questão, elas devem falar quais evidên-
do sol duas vezes no mesmo dia. Gizmodo Brasil, 11 jun. científicas.
cias consideraram para indicar o formato da 2012. Disponível em: https://gizmodo.uol.com.br/burj-
Terra. No caderno, copie o quadro a seguir. khalifa-e-tao-alto-que-voce-pode-ver-o-por-do-sol-
d) Sugerimos comentar os fenôme-
duas-vezes-no-mesmo-dia/. Acesso em: 13 ago. 2021. nos que os estudantes ainda não
Por que você chegou estudaram, como o eclipse.
Qual é o a) Relacione a situação descrita na matéria
a essa conclusão? Ao final do capítulo, esta atividade
formato (ver o pôr do sol duas vezes no mesmo
(Evidências para o pode ser retomada. É possível sugerir
da Terra? dia) com a ideia de Júlia (subir na torre
formato da Terra)
dos salva-vidas para ver o barco do pai aos estudantes que conversem nova-
Pessoa 1 mente com as pessoas entrevistadas,
por mais tempo). Essa situação seria pos-
Pessoa 2 sível se a Terra fosse plana? contando o que eles aprenderam.
4. a) Não seria possível.
b) Imagine que uma pessoa está no térreo 4. a) É uma situação análoga à do
Pessoa 3
do edifício Burj Khalifa enquanto outra barco e da torre dos salva-vidas.
... está no topo. Represente no caderno, Contudo, o prédio é muito mais
com desenhos esquemáticos, o que cada alto e, subindo de elevador, é pos-
Em seguida, responda às questões:
pessoa observa nas situações a seguir: sível ver o pôr do sol por mais
a) Qual foi o formato mais citado?
• 1 : o Sol desaparece no horizonte para tempo.
b) Você já conhecia as evidências apresen- quem está no térreo; b) Espera-se que ao representar
tadas por essas pessoas?
• 2: o Sol desaparece no horizonte para as situações em desenho, o es-
c) Você acha que a resposta delas à segun- quem está no topo do prédio. tudante represente que a pes-
da pergunta fez sentido? Explique.
soa que está no térreo do prédio
d) Peça ao (à) professor(a) que comente as Creative Family/Shutterstock
observará o Sol se pondo antes
evidências apresentadas pelas pessoas
que a pessoa que está no topo
entrevistadas.
do prédio.
4. Leia um trecho da matéria de um jornal, a
Edifício Burj
seguir.
Khalifa,
Burj Khalifa é tão alto que você pode ver localizado em
o pôr do sol duas vezes no mesmo dia Dubai, nos
Emirados Árabes
Eis uma curiosidade que vai lhe deixar Unidos. Ele tem
surpreso: o Burj Khalifa, edifício mais alto do 828 m de altura.
mundo, é tão alto que você pode ver o pôr Fotografia
do sol na base, subir até o topo e ver o pôr de 2019.
do sol de novo.

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Orientações didáticas respostas lógicas para o que seria o fim da Terra caso ela
O grupo de atividades presentes nesta página permite fosse plana ou a observação do que acontece quando
ampliar e desenvolver a habilidade EF06CI13, orienta os um navio se afasta da costa são exemplos de evidên-
estudantes na seleção argumentos e evidências que de- cias, todas favoráveis à ideia de que o formato da Terra
monstrem a esfericidade da Terra, e as competências gerais é arredondado.
2 e 9, estimulando os estudantes a exercitarem a análise 2. A intenção desta atividade é a autoavaliação e a refle-
crítica e o diálogo. xão dos estudantes. Sugerimos que a utilize para iden-
tificar eventuais dificuldades de aprendizado. Se achar
#Atividades pertinente, retome o texto, as imagens e os registros da
1. Elemento usado para fortalecer ou enfraquecer uma atividade experimental do capítulo para remediar pos-
ideia científica, como um raciocínio, uma observação síveis defasagens de aprendizado.
ou um resultado, que pode ser replicado por qualquer 3. Algumas respostas possíveis são:
pessoa. O resultado de cálculos geométricos, a falta de a) Formato redondo ou arredondado.
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Orientações didáticas
Sombras diferentes em lugares diferentes
Para explorar as competências gerais
Desde a Antiguidade, a humanidade se pergunta sobre o formato da
1 e 6, a competência específica 1 de
Terra, assim como Júlia e Mateus. Povos de lugares e épocas distintas
Ciências da Natureza e a etnociência,
contribuíram com explicações baseadas em suas observações e em sua
sugerimos comentar com os estudan- cultura.
tes a influência da forma de pensar de Por exemplo, na obra hindu Bhagavata Purana (produzida entre os
cada civilização e do ambiente em que anos 800 e 1 000), encontramos passagens com referências à Terra com
essas sociedades vivem e na maneira o formato de uma bola redonda, enquanto em outras ela é descrita como
como produzem conhecimento. Tam- um disco plano.
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA
bém é possível ocorrer o contrário: o
conhecimento produzido pode influen-

Paul Kidby/Acervo do artista


ciar elementos culturais, como a ma-
neira de contar histórias e o ambien-
te em que essas histórias se passam.
Inicialmente, antes de ler o tex-
to com os estudantes, sugerimos que
verifique se eles conhecem diferentes
descrições do formato da Terra, como
a mostrada na imagem da obra A cor
da magia.
Depois, você pode selecionar estu-
dantes para ler em voz alta cada um
dos parágrafos do texto. No final, suge-
rimos que comente que o abandono do
modelo plano da Terra não ocorreu so-
mente por causa das evidências cientí-
ficas da Terra esférica; nesse caso, pelo
Modelo da Terra segundo a teoria apresentada na obra A cor da magia,
menos outros dois fatores foram impor- de Terry Pratchett.

Reprodução/Editora Conrad
tantes: o prestígio que alcançou Aristó-
teles, um dos defensores da Terra es- Algumas dessas ideias sobre a forma da Terra foram aproveitadas
férica, e a concepção de Universo que pela literatura, como no livro A cor da magia (1983), do escritor inglês
entendia as formas esféricas como per- Terry Pratchett (1948-2015). Esse é o primeiro livro de uma série chama-
feitas. Sendo esférica, a Terra se alinha- da Discworld (Planeta Disco, em tradução livre para o português) sobre
va com essa concepção. Ao trabalhar aventuras em um planeta plano. No livro, esse mundo em forma de disco
está posicionado nas costas de quatro elefantes que se equilibram sobre
esse assunto com os estudantes, você
uma tartaruga gigante. É justamente até a tartaruga que os aventureiros
reforça a relação entre o fazer científico querem chegar.
e o contexto de produção do conheci-
Não foi somente na Índia de muitos séculos atrás que coexistiram
mento, trabalhando a competência es- crenças de uma Terra plana ou redonda; o mesmo ocorreu na Grécia por
pecífica 1 de Ciências da Natureza. determinado tempo. No século VI a.C., por exemplo, algumas pessoas
Capa de A cor da magia,
defendiam um formato plano, outras um formato redondo. Com o passar
de Terry Pratchett. Esse
do tempo, o modelo esférico foi tendo cada vez mais prestígio e o modelo é o primeiro livro de
plano foi sendo abandonado. uma série de obras de
Foi justamente na Grécia antiga que um pensador chamado Eratós- aventuras fantásticas
tenes (276 a.C.-194 a.C.) obteve uma importante medida que serve de muito bem-humoradas,
evidência para nossa investigação sobre o formato da Terra. Para com- com magos, dragões e
preendermos melhor essa medida, faça a atividade a seguir da seção outras criaturas em um
universo alternativo.
#Experimentar.

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#Para saber
Por que a Terra PARECE plana (mas não é)? Sobre a forma da Terra
No vídeo, do Canal Física Faz Sentido, o professor Araújo No artigo, o professor Fernando Lang, da Universidade Fede-
explica por que, na nossa escala humana, a superfície da ral do Rio Grande do Sul, aborda a evolução da concepção
Terra parece ser plana. da forma da Terra ao longo da história.
Disponível em: https://youtu.be/Qba_qCbFg3s. Acesso em: Disponível em: http://www1.fisica.org.br/fne/phocadownload/
15 abr. 2022. Vol15-Num2/a02-low.pdf. Acesso em: 13 maio 2022.

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ATENÇÃO!

#Experimentar GRUPO Realize a atividade


seguida, debate os passos elaborados,
apenas com a supervisão
de um adulto.
trabalhando a competência geral 9.
Nesse momento, verifique se todos os
estudantes compreenderam o que deve
As sombras dos objetos dependem da posição da fonte de luz e do formato da superfície em
que são formadas. Nesta atividade, você vai simular o que acontece com as sombras de dois ser feito e se os passos elaborados pe-
objetos que estão distantes um do outro, em um modelo de superfície plana e em um modelo de los grupos são semelhantes ou muito
superfície redonda. diferentes. Depois dos debates, anote
no quadro de giz um modelo dos passos
Material elaborados por eles, e atente aos estu-
dantes e aos grupos que apresentarem
• Lanterna (pode ser a de um telefone celular). • 2 lápis de mesmo tamanho. dificuldades em elaborar os passos do
• Placa plana de isopor. • Régua. experimento.
• Metade de uma bola de isopor. • Cômodo escuro. Definidos os passos, os grupos po-
dem desenvolver a atividade. Se de-
Dotta2/Arquivo da editora

sejar, o experimento também pode ser


realizado em casa. Nesse caso, defina
os passos em sala de aula e peça aos
estudantes que os copiem no caderno.
Alguns materiais Incentive-os a registrar suas observa-
necessários para ções no caderno.
a realização do A seguir, observe um exemplo de
experimento.
uma sequência de passos para desen-
volver a atividade:
Como fazer 1. Espete vários palitos em posições
diferentes na placa plana (modelo
Forme dupla ou trio com os colegas de turma. O objetivo é investigar como serão as sombras de
de Terra plana) e na bola de isopor
dois objetos semelhantes em duas situações: quando eles estão sobre uma superfície plana e sobre
uma superfície curva. A placa plana de isopor e a metade da bola de isopor correspondem a essas (modelo de Terra esférica).
duas superfícies, respectivamente. Com a placa de isopor, poderemos representar um modelo de 2. Os palitos devem estar perpendicu-
Terra plana e, com a bola, um modelo de Terra redonda (também podemos usar o termo “esférica”). lares à superfície do isopor e devem
A lanterna representa o Sol, que está muito distante da Terra. ter a mesma altura nos dois mode-
Os lápis representam os dois objetos, por exemplo, duas torres. Eles devem ter exatamente o los. Evite colocar palitos muito próxi-
mesmo comprimento e vocês podem usar a régua para conferir. mos, para que a sombra de um pali-
Usando esses materiais, como podemos fazer para observar como são as sombras no modelo to não se sobreponha à dos outros.
plano e no modelo redondo? Em outras palavras, quais devem ser os passos do experimento? 3. Apague as luzes do cômodo e dire-
Converse também com os outros grupos para saber como eles pensaram em fazer o experimen- cione a luz da lanterna sobre cada
to. Em seguida, discutam novamente como deve ser o passo a passo da atividade para consegui-
um dos modelos. Observe o tama-
rem responder às perguntas. Se preferirem, vocês podem usar mais do que dois lápis.
nho e a direção das sombras.
Dica: Leiam as perguntas a seguir antes de elaborar os passos que o grupo vai seguir
para desenvolver a atividade.

ESC O
Conclusão NO L
REVA
IVRO

1 No modelo de Terra plana, as sombras têm mesmos tamanho e direção?


1. Sim, as sombras têm o mesmo tamanho e a mesma direção.
2 No modelo de Terra esférica, as sombras têm o mesmo tamanho e a mesma direção?
2. Não, no modelo de Terra esférica as sombras têm tamanhos e direções diferentes.
3 Se as sombras de objetos semelhantes são diferentes quando medidas no mesmo horário em
lugares diferentes, isso é uma evidência a favor de qual modelo de formato da Terra?
3. É uma evidência a favor do modelo de Terra esférica.
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Orientações didáticas procedimentos científicos. Além disso, estímulos e propos-


A atividade experimental propõe aos estudantes que tas complementares podem auxiliar no desenvolvimento
eles elaborem os passos experimentais, visando diversifi- do pensamento computacional (identificação de padrões),
car o papel das atividades práticas no ensino de Ciências e por meio da abstração e da decomposição para a execu-
colocá-los em posições mais ativas no processo de apren- ção de uma tarefa.
dizagem. Dessa forma, você trabalha a competência geral Inicialmente, sugerimos que providencie os materiais ne-
2, a competência específica 2 de Ciências da Natureza e cessários para a realização da atividade. Se possível, leve
a habilidade EF06CI13. uma lanterna para a sala de aula, caso os estudantes não
tenham telefone celular. Para começar, leia em voz alta
#Experimentar com os estudantes todo o experimento.
Essa seção tem o objetivo de apresentar propostas de Depois, sugerimos que a construção das etapas do ex-
atividades práticas investigativas, introduzindo aos estu- perimento seja feita em pequenos grupos, conforme su-
dantes as práticas de pesquisa, mobilizando processos e gerido na atividade: cada grupo formula os passos e, em
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Orientações didáticas Se o Sol estiver exatamente em cima de uma vareta vertical, ela não
Apresentamos a evidência das som- produzirá sombra. Essa posição do Sol é conhecida como “sol a pino”.
bras por meio da medida de Eratós- Na época de Eratóstenes, muitas observações dos astros do céu já ha-
tenes, por ser um marco histórico. No viam sido feitas e era possível saber, com exatidão, o dia e o horário em
entanto, pelos relatos que temos, na que ocorreria o fenômeno do sol a pino em algumas localidades. Essas
previsões podiam ser encontradas em bibliotecas, como a da cidade de
época do grego já era consenso o mo-
Alexandria, uma das maiores e mais importantes bibliotecas do mundo
delo de Terra esférica, e o objetivo de na Antiguidade, fundada no início do século II a.C., no Egito.
Eratóstenes era determinar o tamanho
Ao pesquisar nos registros daquela biblioteca, Eratóstenes encontrou
do planeta. dados sobre o dia e o horário em que uma vareta não produziria sombra
A rigor, Eratóstenes se referiu à au- na cidade de Siena (atual Assuan, no Egito), no início do verão. Entretanto,
sência de sombra em um poço na ci- naquela mesma data e naquele mesmo horário, o sol não estaria a pino
dade de Siena (atual Assuan) em uma em Alexandria. Então, ele cravou uma vareta sob o sol e mediu, para esse
data específica, o que didaticamente mesmo dia e horário, o comprimento da sombra da vareta em Alexandria.
equivale a dizer que uma vareta vertical Caso a Terra fosse plana, não deveria haver diferença entre a sombra das
não possui sombra. Em Alexandria, ao varetas em Alexandria e em Assuan, mas a diferença existia. Se alguém
contrário, uma vareta vertical produzia repetir essa medida atualmente, fará a mesma observação que Eratóste-
nes. Essa é mais uma evidência a favor da curvatura da Terra.
sombra no mesmo dia.
Com base no tamanho da sombra da A imagem a seguir é de uma esfera. Supondo que a Terra é uma es-
fera e com base no comprimento da sombra de uma vareta, medido em
vareta, Eratóstenes determinou um ân-
Alexandria, Eratóstenes conseguiu estimar a circunferência da Terra. Os
gulo de 7,2º entre Alexandria e Siena. valores obtidos por ele foram muito próximos dos valores obtidos com
Como a distância entre as duas cida- tecnologias atuais: aproximadamente 40 000 km.
des era conhecida (aproximadamente FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
800 km), por meio de uma regra de Esquema da direção
dos raios solares e das
três, pode-se calcular a circunferência sombras existentes ou
da Terra: não em Alexandria e em
R2 Editorial/Arquivo da editora

7,2° ⎯ 800 km Assuan nos modelos de


Terra plana e esférica. O
360° ⎯ x Representação de observado em Alexandria
uma esfera e de sua
360° · 800 é o que acontece na
x= ⇒ circunferência, indicada segunda imagem; pelo
7,2° pela linha preta. ângulo da sombra,
⇒ x = 40 000 km foi possível calcular a
circunferência da Terra
Pela relação matemática entre cir- e o seu raio.
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA
cunferência e raio (C = 2πR), também
R2 Editorial/Arquivo da editora

é possível obter o raio médio da Terra, Raios do Sol Raios do Sol


que é aproximadamente 6 400 km. Um
valor muito próximo do que conhece-
mos hoje, que é 6 371 km.

Sem
Sombra sombra

Alexandria Assuan Alexandria Assuan


No modelo de Terra plana, o sol estaria a pino
nas duas cidades, na mesma data e no mesmo No modelo de Terra arredondada, o sol estaria a pino em
horário. Não haveria sombra naquele instante. Assuan, mas, na mesma data e no mesmo horário, ele não
estaria exatamente acima da vareta em Alexandria.

18

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Para saber
Eratóstenes e a circunferência da Terra – Qual é o tamanho do universo? Uma proposta de
por Carl Sagan sequência de ensino investigativo sobre os métodos
O vídeo, com cerca de 7 minutos, é um trecho da série de Eratóstenes e Aristarco para medir os tamanhos
Cosmos, de 1980, em que o cientista Carl Sagan explica o da Terra e da Lua
feito de Eratóstenes. Apesar de a série ser antiga, pode ser Artigo que traz uma sequência didática para abordar o mé-
interessante mostrá-la aos estudantes, pois ela explora as todo de Eratóstenes a partir de um ensino por investigação.
principais descobertas científicas sobre o Universo. Comen- A proposta pode ser desenvolvida para um projeto de ensino
te que, atualmente, ela foi regravada com a apresentação mais amplo sobre o Universo. Disponível em: https://www.
do físico Neil de Grasse Tyson. relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/398. Acesso
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fu9Z7YuXLVE. em: 20 maio 2022.
Acesso em: 22 maio 2022.

18
Orientações didáticas
Circum-navegação
Vamos retornar à situação que abriu este capítulo: Júlia perguntou Inicialmente, ao retomar o questio-
onde acabaria o planeta, caso ele fosse plano. Uma maneira prática de namento de Júlia sobre onde acabaria
descobrir isso é navegar sempre na mesma direção. Júlia e Mateus po- o planeta se ele fosse plano, você pode
deriam pesquisar navegantes que já fizeram isso. mostrar as imagens da página para os
CORES FANTASIA
estudantes e comentar que a circum-
-navegação é mais uma evidência de
R2 Editorial/Arquivo da editora

que a Terra é esférica e, portanto, não


Esquema de uma bola tem bordas.
esférica e de um disco Para apresentar as viagens de cir-
de vinil plano. Se a Terra cum-navegação, é possível realizar
for redonda como uma uma aula ou atividade em colabora-
bola, navegar sempre
na mesma direção
ção com o professor do componente
contornaria o planeta. curricular de História ou de Geografia,
Mas, se a Terra for plana para comentar algumas viagens histó-
como um disco, em algum ricas e explorar esse e outros mapas
momento se chegaria ao
sobre o assunto. Se houver tempo em
limite; então, como seria
esse fim? seu planejamento, providencie previa-
mente esses mapas e conteúdos. Os
Essa pesquisa nos leva a vários nomes, como o do português Fernão mapas podem ser expostos em sala
de Magalhães (1480-1521). Ele viveu na época das Grandes Navegações, de aula durante a apresentação dos
em que Portugal e Espanha buscavam novas rotas comerciais para o conteúdos, para estimular a curiosida-
Oriente, em especial para a Índia. Além das rotas pretendidas, as expedi- de dos estudantes.
ções levaram os viajantes a terras antes desconhecidas pelos europeus, Assim como na menção ao expe-
como a América. rimento realizado por Eratóstenes,
Em 1519, a expedição comandada por Magalhães saiu da Espanha e partimos de um fato histórico para
seguiu sempre para oeste. Em 1521, ele morreu em uma batalha nas Filipi- contextualizar a evidência da circum-
nas, e seu lugar na expedição foi assumido pelo espanhol Juan Sebastián
-navegação. Se achar pertinente, en-
Elcano (1476-1526). Quase três anos depois, Elcano conseguiu retornar à
Espanha. O trajeto é mostrado no mapa a seguir. riqueça a aula em um trabalho con-
junto com os professores da área de
Ciências Humanas e comente com os
Trajeto da expedição de Magalhães-Elcano em uma volta
estudantes que Magalhães não tinha
ao mundo
a intenção de demonstrar a esferici-
Vespúcio Cartografia/Arquivo da editora

0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO


Elaborado com base
Círculo Polar Ártico
em: VICENTINO, C. dade do planeta. A viagem tinha inte-
Atlas histórico: Geral resses primordialmente mercantilistas,
ÁSIA & Brasil. São Paulo:
AMÉRICA Sanlúcar de Barrameda
EUROPA
Scipione, 2011. p. 90. como disputar com Portugal a posse
20 setembro, 1519 OCEANO
DO NORTE 6 setembro, 1522
PACÍFICO
das Ilhas Molucas, perto das Filipinas.
Trópico de Câncer OCEANO
OCEANO AMÉRICA ATLÂNTICO
FILIPINAS
PACÍFICO CENTRAL
ÁFRICA
Equador

Fern Mapa que mostra
2
Meridiano de Greenwich

ão d AMÉRICA OCEANO
52

e Mag -1
DO SUL ÍNDICO 21
alhã
es,
151 hãe
s),
15 a rota da viagem
Trópico de Capricórnio 9-15 gal OCEANIA
21
e Ma de volta ao mundo
ed
ort
Elcano (após a m
Cabo Desejado
(Cabo Horn)
feita pela expedição
Cabo da Boa Esperança
Magalhães-Elcano.
Fernão de Magalhães Estreito de Todos-os-Santos
(Estreito de Magalhães)
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO A viagem durou
Sebastián Elcano Círculo Polar Antártico
Morte de Magalhães
1 082 dias e retornou
ANTÁRTIDA
20 setembro, 1519 Início da viagem
0 3 320 ao ponto de partida,
6 setembro, 1522 Término da viagem
km a Espanha.

19

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

19
Orientações didáticas Magalhães e Elcano não chegaram ao fim da Terra, em

Reprodução/https://www.amyrklink.com.br
Depois, também é possível comen- um abismo no oceano, em um grande paredão de monta-
tar as competições atuais de circum- nhas ou em qualquer outro obstáculo que os impedisse de
-navegação da circunferência da Terra continuar viajando sempre na mesma direção. O que fize-
na linha do Equador, com aproximada- ram foi completar uma volta inteira ao redor do planeta, ou-
tra evidência de que o modelo de Terra arredondada é mais
mente 40 000 km. Para comparação, a
adequado em comparação com o modelo de Terra plana.
circum-navegação de Amyr Klink, aci-
Esses navegadores foram os primeiros a dar a volta ao
ma da latitude 60°, percorreu cerca de
mundo, o que chamamos de circum-navegação. Muitos
20 000 km. No caso da circum-navega-
outros homens e mulheres também fizeram viagens assim
ção de Magalhães-Elcano, as paradas e, hoje, existem até competições de velocidade para circum-
feitas tornaram a viagem mais longa -navegar o planeta.
em relação à de Klink. Logo, a diferen- Um brasileiro que deu uma volta completa navegando ao
ça de duração dessas viagens não se redor do mundo foi Amyr Klink (1955-). Em 1998, a bordo
deve somente aos trajetos realizados. do veleiro Paratii, ele utilizou uma rota bem mais curta que
a da expedição Magalhães-Elcano. Sua ideia foi navegar no
entorno da Antártida, no polo sul. É uma travessia difícil
por causa das correntezas e do frio, mas Klynk a comple-
tou após somente 88 dias. Em 2003, ele repetiu a façanha,
em uma nova embarcação e com uma tripulação de cinco Embarcação utilizada por Amyr
pessoas. Nessa segunda vez, completou a volta em 76 dias. Klink. Fotografia de 2014.

Trajeto de Amyr Klink em sua segunda viagem de


circum-navegação
Vespúcio Cartografia/Arquivo da editora

Elaborado com base


em: KLINK, Amyr.

ANO AT NTICO ÁFRICA Mar sem fim. São
OCE
DO SUL Paulo: Companhia
MADAGASCAR
das Letras, 2000.
BRASIL
Is. Sandwich
I. Geórgia
URUGUAI do Sul Círcu
lo Polar Ant
árti
co
ARGENTINA Is. Orkney
do Sul
Mar de
CHILE PE Weddell
AN NÍN ANTÁRTIDA
TÁ SU
RT LA OR IEN TAL

O C E AN O Í ND I C O
I
I. Alexander CA

ANTÁRTIDA Polo sul geográfico


OC IDEN TAL
Mar de
Amundsen Mar de
Ross
OCEANO GLACIAL
OC

ANTÁRTICO
Mapa da circum-
EA
N

-navegação feita por


O

AC AUSTRÁLIA
P

ÍF
IC
O A.Klink em torno da
Antártica. Entre a
NOVA ZELÂNDIA
Rota de 0 1720 3 440 partida e a chegada
viagem
km ao mesmo ponto
passaram-se 76 dias.

#Estude +
• Viagens de circum-navegação
Disponível em: https://www.marinha.mil.br/dphdm/viagens-de-circum-navegacao. Acesso em: 15 ago. 2021.
Site da Marinha do Brasil sobre viagens de circum-navegação. Traz informações sobre a primeira
viagem desse tipo na história, sob o comando inicial do navegador português Fernão de Magalhães, e
de oito viagens de circum-navegação feitas pela Marinha brasileira, a primeira delas entre 1879 e 1881.

20

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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#Para saber
A Terra é plana, de Daniel J. Clark. Estados Unidos: Netflix, 2018. Entrevista com Mario Livio, autor do livro Galileu e os negadores da
Neste documentário, há vários experimentos, sempre frustrados, que tentam com- ciência
provar que o formato do planeta Terra é plano. Em vários momentos, há cientistas Nesta entrevista, o astrofísico compara períodos históricos e coloca em contexto
que explicam por que os experimentos realizados só trazem mais evidências da alguns aspectos de nossa época. Por exemplo, uma pesquisa do Instituto Data-
esfericidade do planeta. Essas são partes ricas do documentário, e algumas cenas folha realizada em julho de 2019 apontou que 7% dos brasileiros acham que a
podem ser separadas para serem trabalhadas pedagogicamente, a fim de mostrar Terra é plana. Para Livio, números como esse são alarmantes, mas também indi-
a grande influência que as convicções e as relações sociais podem ter em nossas cam que nunca houve tão poucos negacionistas como atualmente, apesar da vi-
conclusões, mesmo que as evidências colhidas indiquem o sentido contrário. Há, sibilidade que eles têm.
ainda, o relato de um psicólogo que explica que a crença no formato plano da Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52803301. Aces-
Terra pode, para além dos argumentos científicos, se relacionar com a identidade so em: 23 abr. 2022.
dessas pessoas e o desejo de pertencimento a um grupo.

20
Reprodução/<http://www.telescopiosnaescola.pro.br/indigenas.pdf>
Orientações didáticas
Os astros no céu
Júlia e Mateus, nossos personagens do início O conteúdo explora a observação do
do capítulo, também poderiam investigar o for- céu noturno para evidenciar a forma da
mato da Terra observando o céu. “Como assim?”, Terra. As constelações são 88 divisões
você pode pensar, “Como olhar para o céu pode da esfera celeste delimitadas pela União
nos dar informações sobre o formato da Terra?”. Astronômica Internacional (UAI), defini-
Para começar a responder a essa pergunta, va- das desde a década de 1920. Ou seja,
mos ler um relato da exploradora e escritora aus- são regiões do céu, não desenhos. O
tríaca Ida Pfeiffer (1797-1858). Pfeiffer foi a primei- sentido da palavra constelação usado
ra mulher a circum-navegar o planeta e a escrever por Ida Pfeiffer (uma figura no céu) é
sobre isso. Em sua primeira volta ao mundo, ela o que hoje a UAI chama de asterismo,
saiu da Alemanha e passou pelo Tahiti e por países
fato que pode ser interessante de co-
como Brasil, Chile, China, Índia e Grécia. A viagem Povos indígenas tupis-guaranis, como os
se deu entre 1846 e 1848, mais de 300 anos de- També, identificam nos astros do céu uma
mentar com os estudantes.
pois da expedição de Magalhães-Elcano. Leia um ema. Na cabeça da ema, existe um conjunto de Além do movimento aparente do céu
trecho dos relatos de Pfeiffer a seguir. estrelas que chamamos de Cruzeiro do Sul. noturno, é possível fazer perguntas sobre
o movimento aparente do Sol. Pergunte
Nós já estávamos muito próximos da linha do equador e gos-
aos estudantes, por exemplo, para onde
taríamos, como os outros viajantes, de ver as louvadas constelações
do Sul. Eu já ouvira falar muitas vezes do Cruzeiro do Sul. Como não con-
o Sol vai quando se põe no Brasil. A al-
segui encontrar as estrelas sozinha, pedi que o capitão as mostrasse para ternância do dia e da noite também é
mim. Ele nunca ouvira falar dessa constelação, assim como o segundo Constelação: região uma evidência do formato arredondado
capitão; o timoneiro era o único que não a desconhecia por completo. do céu, definida pelo do planeta.
Com a ajuda dele conseguimos encontrar o firmamento de quatro es- ser humano, onde há Para explorar mais o relato de Ida
trelas, que formavam uma espécie de cruz cortada, mas que não um conjunto de astros,
Pfeiffer, leia com os estudantes o trecho
tinham nada de especial e não nos deixou muito entusiasmados. [...] incluindo estrelas
que aparentemente do boxe #Para ler. Nele, pode-se traba-
PFEIFFER, I. A jornada de uma mulher pelo mundo. In: EBERSPÄCHER, G. J. Ida Pfeiffer e formam uma figura. lhar o medo que o desconhecido pode
o Brasil: literatura de viagem e sua tradução como Bildung. 2019. Dissertação (Mestrado Povos diferentes
em Letras) – Setor de Letras, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. p. 111-193, p. 124.
causar no ser humano e como boatos
identificaram figuras podem se propagar e fazer parte do
diferentes no céu.
Algumas constelações,
imaginário popular. Esta é uma oportu-
Reprodução/Coleção particular

como o Cruzeiro nidade para conversar com os estudan-


do Sul, são visíveis tes sobre a interferência das falácias no
apenas em um comportamento e no pensamento de um
hemisfério.
grupo de pessoas.
Ida Pfeiffer (1797-1858) Timoneiro: a pessoa
fez diversas viagens responsável por guiar #Para interpretar
pelo mundo e as relatou o barco manobrando o
1. A resposta à questão está no Livro
em livros. Esses livros timão.
do Estudante.
fizeram muito sucesso
no século XIX. 2. A resposta à questão está no Livro
do Estudante. Sugerimos que co-
mente com os estudantes que Ida

ESC OREVA Pfeiffer via com frequência coisas
#Para interpretar
NO L
IVRO

1. A Europa se localiza no hemisfério norte e a constelação do Cruzeiro do Sul


novas em suas viagens, mas depois
é visível apenas no hemisfério sul. dizia que não eram muito entusias-
1 Antes da expedição relatada no texto, Ida Pfeiffer vivia na Europa. Por que ela não tinha mantes. Segundo a pesquisadora e
visto a constelação do Cruzeiro do Sul antes daquela viagem? tradutora do trecho utilizado, Gisele
2 Ida Pfeiffer tinha certa expectativa de ver estrelas novas no hemisfério sul. Quando Eberspächer, essa reação pode ser
localizou o Cruzeiro do Sul, qual foi sua reação? 2. Reagiu sem empolgação. reflexo de certa empáfia europeia,
que, baseada em uma visão impe-
rialista, atribui menos valor às terras
21
colonizadas.

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
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#Para ler
Já antes de passar pela linha [do equador], nós, os passa- Quanto a mim, esperava juntar histórias trágicas para
geiros, havíamos conversado com frequência sobre os sofri- apresentar aos meus leitores – já os via vertendo lágrimas
mentos e torturas aos quais estaríamos sujeitos abaixo da com as narrações dos nossos sofrimentos e me via como
Linha do Equador. Todos tinham lido ou ouvido coisas hor- uma quase mártir!
ríveis e insistiam em contá-las para os outros. Um esperava Ah! Tristemente me enganei. Nós todos permanecemos
sofrer dores de cabeça e cólicas; o segundo imaginava que em boa saúde – e nenhum dos marinheiros caiu de exaustão
–, o navio não pegou fogo e as provisões não estragaram –
os marinheiros desfalecessem de exaustão; um terceiro re-
apenas continuaram tão ruins como eram antes.
ceava um calor tão intenso que [...] secaria o navio sendo que
só jogar água continuamente nele evitaria sua combustão; PFEIFFER, I. A jornada de uma mulher pelo mundo. In: EBERSPA-
CHER, G. Ida Pfeiffer e o Brasil: literatura de viagem e sua tradução
um quarto temia que todas as provisões estragassem e todos como Bildung. 2019. Dissertação (Mestrado em Letras) – Setor de
morressem de fome. Letras, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2019. p. 125

21
Orientações didáticas A linha do equador é uma linha imaginária que separa os hemisférios
Sugerimos que, na continuação norte e sul da Terra. No relato, Pfeiffer chama a atenção do leitor para
do conteúdo sobre a observação dos a expectativa de muitos no navio de ver um conjunto de estrelas que
astros no céu, você destaque que as eles não conheciam: o Cruzeiro do Sul. Na tripulação do navio, nem o Tripulação: conjunto
constelações visíveis na mesma épo- primeiro nem o segundo capitão sabiam dessas estrelas. Só o timoneiro de pessoas que
conhecia essa constelação. trabalham em uma
ca em cada hemisfério são diferentes, embarcação. O capitão
e esse é mais um argumento para a Assim como Ida Pfeiffer, os gregos da Antiguidade haviam nota-
(ou comandante) é o
do que, durante suas viagens para lugares mais ao sul, conseguiam ver
esfericidade do planeta. principal responsável
estrelas que não viam em regiões mais ao norte. Com base nesse fato, pelo comando da
Neste momento, você pode pergun- deduziram que a Terra não podia ser plana. Afinal, o céu seria o mesmo tripulação. Na sua
tar aos estudantes: “Se a Terra fosse para todas as pessoas se o planeta tivesse formato plano. ausência, quem
plana, haveria essa diferença? Ou vo- FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA comanda é o segundo
cês acham que todas os astros seriam capitão.
visíveis em todas as regiões do plane- Polo norte Estrelas visíveis para
ta?”. Deixe que eles falem e formu- A diferença dos
um observador do
Linha do hemisfério norte. astros visíveis
lem suas hipóteses, e crie um ambien-
Equador no céu nos
te confortável para que todos possam hemisférios norte
se expressar. Esteja atento aos estu- e sul é mais uma
dantes que mostrarem dificuldades evidência científica
para responder a essas perguntas e, a favor do modelo
esférico do
se necessário, retome alguns conteú- planeta.
dos desse assunto.
#Para refletir
1. É possível que os estudantes respon-

R2 Editorial/Arquivo da editora
dam que podemos observar um bar-
co por mais tempo se estivermos em
um lugar alto; ou o fato de algumas Polo sul
estrelas não serem visíveis nos dois Estrelas que uma pessoa Cruzeiro
do hemisfério norte não do Sul
hemisférios. Aproveite esta atividade
consegue enxergar.
para trabalhar a competências gerais
1 e 9 e a competência específica 2
de Ciências da Natureza.
Se achar pertinente, você pode pro- #Para refletir NÃ
ESC O
NO L
REVA
IVRO
mover um debate entre os estudantes.
1 Caso você tivesse que explicar a alguém o formato do planeta,
Organize-os em uma roda de conver- quais argumentos usaria?
sa e deixe que cada um expresse suas
ideias e seus argumentos para explicar 1. Apresentaria evidências, como: o que é possível notar ao observar de um lugar alto
o formato do planeta. Nesse momen- um barco por mais tempo; ou o fato de algumas estrelas não serem visíveis nos dois

to, verifique se eles utilizam argumentos


As fotografias da Terra hemisférios, por exemplo.
com base científica e se compreendem Já abordamos diferentes evidências que Júlia e Mateus poderiam usar
para concluir sua investigação favorecendo o formato arredondado da
as evidências que estudaram sobre o
Terra: os mastros dos navios sumindo por último no horizonte, as som-
formato da Terra. Esteja atento aos es- bras em regiões diferentes do planeta, as viagens de circum-navegação
tudantes que apresentarem dificuldade e as estrelas visíveis só em um ou em outro hemisfério.
para responder à atividade e retome o Mas há uma importante pergunta que Júlia fez a que ainda não res-
conteúdo, se achar necessário. pondemos: ao encontrarmos imagens da Terra na internet, como saber se
podemos ou não confiar no que vemos? Como saber se as imagens são
reais ou montagens?

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Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Atividade complementar
Se houver disponibilidade em seu planejamento, sugerimos sugerimos fixar uma data no Stellarium e observar o céu
esta #Atividade complementar. da cidade natal de um dos estudantes. Ainda na mesma
Há aplicativos e programas de observação do céu que po- data, mude a localização para um ponto bem ao norte,
dem auxiliar no entendimento da evidência da esfericidade como Ottawa, no Canadá, e para um ponto bem ao sul,
da Terra, trabalhando-se, assim, com a competência geral 5. como Bariloche, na Argentina. Observe as estrelas e as
Sugerimos utilizar o Stellarium, que simula um planetário constelações visíveis em cada local e compare-as com
e é gratuito. os estudantes.
Para mostrar que o céu é visto de diferentes maneiras Disponível em: https://stellarium-web.org/. Acesso em: 15
dependendo da localização do observador no planeta, abr. 2022.

22
A Terra vem sendo observada pela humanidade há mui- Orientações didáticas
to tempo; porém, estamos em sua superfície. Olhando Inicialmente, sugerimos comentar
para o planeta desse ponto de vista é difícil saber sua novamente as evidências tratadas até
aparência e seu formato. Uma alternativa para esse aqui para dar novas oportunidades
problema é observá-la mais de longe. Com o desen- de aprendizagem para os estudantes.

Reprodução/NASA
volvimento de novas tecnologias, conseguimos criar
Caso eles tenham dúvidas, esse pode
veículos capazes de se distanciarem da Terra.
ser um momento propício para retomá-
Em outubro de 1957, a Rússia enviou o primeiro
-las, permitindo um novo momento de
satélite artificial ao espaço, o Sputnik. Um mês de-
pois, a cadela Laika foi o primeiro ser vivo enviado para
trabalho com a habilidade EF06CI13
orbitar a Terra. Em 1961, o russo Iuri Gagarin (1934-1968) e o Tema Contemporâneo Transversal
foi o primeiro homem a viajar no espaço, e em 1963, a rus- Ciência e Tecnologia.
sa Valentina Tereshkova (1937-) foi a primeira mulher. Hoje, Fotografia da Terra Você pode pedir aos estudantes que
são milhares de satélites e centenas de pessoas que já viajaram tirada em 1972 listem no caderno as evidências cientí-
pelos astronautas
ao redor da Terra – ou que estão viajando neste exato momento! ficas sobre o formato da Terra que es-
estadunidenses da
missão Apollo 17, tudaram, compondo uma pequena fra-
se explicando a evidência. Atente aos

UIG/Fotoarena
com destino à Lua.
estudantes que não conseguirem lis-
Satélite: nome dado tar nenhuma ou poucas evidências, re-
a um corpo que se tomando o conteúdo se achar neces-
move ao redor de um sário. Após esse momento, você pode
planeta no espaço.
pedir aos estudantes que leiam as evi-
A Lua é um satélite
natural da Terra. dências em voz alta, anotando-as no
Fotografia da quadro de giz.
cadela Laika Caso ache pertinente, também é
em parte da
possível pedir a eles que confeccionem
cápsula que
a levaria ao cartazes com uma breve explicação das
espaço. evidências e algumas imagens para re-
presentar cada uma delas. Esses carta-
zes podem ser fixados no mural da sala
Os satélites artificiais servem para, entre outras funções, realizar es- ou nos corredores da escola, para que
tudos científicos sobre o planeta, o Sistema Solar e o Universo, facilitar fiquem visíveis para todos.
a comunicação por grandes distâncias, permitir que nos orientemos por Há outras evidências científicas so-
Sistema de Posicionamento Global (do inglês Global Positioning System, bre o formato da Terra que não tratamos
GPS) e monitorar movimentações de aviões e navios ou queimadas, fu-
por questões didáticas, como os eclip-
racões e outros fenômenos da natureza.
ses. Ainda na Grécia antiga, Aristóteles
Outras estruturas que podem estar no entorno da Terra são as esta-
utilizava os eclipses lunares como argu-
ções espaciais. Elas são produzidas para que seres humanos possam ficar
longos períodos no espaço.
mento para a esfericidade do planeta.
A força gravitacional também é uma im-
#Estude + portante evidência.

• Lixo espacial é problema crescente com soluções difíceis


Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/lixo-espacial-e-problema
-crescente-com-solucoes-dificeis/. Acesso em: 23 abr. 2023.
A reportagem trata sobre o lixo espacial, formado por mais de 100 milhões
de fragmentos de foguetes, satélites e equipamentos inoperantes em órbita
da Terra. O lixo espacial passou a ser colocado em órbita da Terra com o
lançamento dos primeiros satélites, e atualmente gera discussões sobre
seus riscos e possíveis soluções para sua diminuição.

23

R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

23
Orientações didáticas Já existiram dez estações espaciais em volta da Terra. Elas pertenciam
Também pode ser interessante co- à China, à Rússia e aos Estados Unidos. Atualmente, a única em funciona-
mentar que o formato da Terra é cha- mento é a Estação Espacial Internacional (EEI). Essa estação é um projeto
mado de geoide, e que o achatamento mantido por 15 países, cuja construção se iniciou em 1998. A cada seis
dos polos é da ordem de 30 km, muito meses, uma equipe de até 8 pessoas da estação é trocada. Astronautas
visitantes de muitos países, incluindo o Brasil, já estiveram lá.
pequeno em comparação com o raio
da Terra, 6 371 km. Assim, podemos
A B

Reprodução/NASA

Reprodução/NASA
considerar que a Terra tem a forma de
uma esfera quase perfeita.
Depois da leitura dos textos, suge-
rimos que converse com os estudan-
tes sobre maneiras de fazer pesquisas
em fontes confiáveis na internet, iden-
tificando informações falsas e falácias.
Faça uma roda de conversa e crie um
Na fotografia A, vemos a Estação Espacial Internacional tirada pela equipe
ambiente confortável para que todos se
do ônibus espacial Discovery, em 2009. Na estação, há uma área dedicada a
expressem. No texto, apresentamos al- observações do exterior, de onde são feitas fotografias da Terra. Na fotografia B,
gumas possibilidades: comparar infor- a astronauta americana Christina Koch (1979-) dentro do módulo cúpula da EEI,
mações de diversas fontes, dar prefe- com uma câmera na mão e a Terra ao fundo. Fotografia de 2019.
rência a fontes oficiais e fazer pesquisas
em documentos de diferentes épocas é Também enviamos ao espaço sondas e robôs para investigarem outros
uma maneira. Dessa forma, você traba- astros e planetas, para fotografá-los ou coletar material para análise,
como amostras do solo de Marte. Muitas dessas sondas também produ-
lha a competência específica 3.
zem diversas fotografias da Terra.
Há inúmeras fotografias da Terra, tiradas e divulgadas em diferentes
épocas por pessoas de diversos países. Às vezes, por nações que com-
petiam entre si. Foi o caso dos Estados Unidos e da Rússia, que viveram
disputas em várias áreas ao longo da segunda metade do século XX. Uma
dessas disputas foi a chamada corrida espacial para mostrar quem tinha
maior domínio da tecnologia espacial.
Comparar informações de diversas fontes, dar preferência a fontes
oficiais e fazer pesquisas em documentos de diferentes momentos histó-
ricos é uma maneira de ter mais confiança nas informações pesquisadas.
No nosso caso, com fotos de ângulos variados produzidas por agências
aeroespaciais de diferentes países ao longo de tantos anos, todas mos-
trando o mesmo formato arredondado para o planeta, podemos assumir
que essas fotografias são mais uma evidência para nossa lista.

Ao longo de todo o capítulo, você teve contato com evidências fa-


voráveis ao modelo de Terra arredondada. Porém, de acordo com o
conhecimento científico atual, um modelo ainda melhor para descre-
ver o formato da Terra é o geoide. Segundo esse modelo, os polos do
planeta são levemente achatados e ele é um pouco mais largo na linha
do equador.
Se a Terra fosse representada por uma bola de isopor de 1 m de
altura, teríamos que tirar menos de 2 mm de cada polo para termos
um modelo de geoide. É muito pouco. Tão pouco que nosso olhar nem
perceberia a diferença, assim como não percebemos ao observarmos
fotografias do planeta.

24

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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#Atividade complementar
Em 1957, quando a cadela Laika foi lançada ao espaço, não se sabia ao certo ou mesmo a morte do animal seriam compensadas pelas contribuições para o
quais seriam os efeitos da viagem em seu corpo. Os sinais vitais da cachorra fo- trabalho científico. A outra considerava que não temos o direito de usar a vida
ram monitorados, mas não havia esperança de ela voltar à Terra com vida. Isso de animais para benefício próprio em termos de vantagens econômicas, polí-
gerou um debate sobre o direito dos animais naquela época. ticas ou mesmo científicas. Hoje, o debate sobre os direitos dos animais está
Com base nesse contexto, pode-se propor aos estudantes a seguinte atividade: mais amadurecido. Atualmente, existem comitês de ética que regulam esse tipo
O que você pensa sobre o uso de animais em pesquisas científicas? Converse de prática. Sugerimos realizar seminários ou produzir uma mídia, como vídeos
com um colega sobre isso. Em seguida, relate a conclusão de vocês para o(a) ou podcasts, sobre os direitos dos animais. Para isso, oriente os estudantes a
professor(a) e os colegas. pesquisar a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, da Organização das
As respostas são pessoais, mas, no final da década de 1950, a questão foi de- Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), trabalhando
batida com base em duas posições. Uma defendia que a situação de estresse as competências gerais 3 e 9.

24
#Atividades

ESC OREVA
NO L
IVRO Orientações didáticas
O grupo de atividades presentes
Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades.
nesta página permite ampliar e desen-
1. Tales de Mileto (624 a.C.-546 a.C.) foi um pensador grego que viveu há cerca de 2,5 mil anos. Ele
pensava que a Terra tinha a forma de um disco plano. Para sustentar sua ideia, quais dos argu- volver as habilidades EF06CI13, pois
mentos a seguir ele poderia usar? Explique sua resposta no caderno. trabalha a seleção de argumentos e
evidências que demonstrem a esferici-
a) As sombras de varetas em diferentes lugares da Terra.
dade da Terra, e favorece trabalho com
b) O modo como navios desaparecem no horizonte.
as competências gerais 2, 4, 7 e 9 e a
c) O fato de algumas estrelas serem vistas somente no hemisfério sul, e outras apenas no competência específica 1 de Ciências
hemisfério norte.
da Natureza.
X d) A linha do horizonte. Sugerimos que selecione alguns exer-
2. Em 2017, um grupo de estudantes britânicos cícios para que sejam feitos em sala de

Reprodução/University of Leicester
lançou um balão especial capaz de chegar aula e outros em casa com a ajuda da
a mais de 23 km de altura em relação ao ní- família ou do responsável. Separe al-
vel do mar. Para efeito de comparação: as guns minutos de sua próxima aula para
montanhas mais altas da Terra não chegam realizar a correção dos exercícios e ve-
a 9 km de altitude. Esse balão continha uma rificar possíveis defasagens de conteú-
câmera que filmou o trajeto. Nas imagens, é do. Caso julgue necessário, faça uma
possível observar a curvatura da Terra. Por revisão dos conteúdos abordados até
que não conseguimos perceber essa curva-
o momento.
tura no nosso dia a dia? Converse com um
colega. Explique sua resposta e ouça a res- Fotografia da Terra e do Sol tirada por uma #Atividades
posta dele. Em seguida, responda à pergunta câmera instalada em um balão que chegou
a 23 000 m de altura, em um projeto de 1. O único argumento que poderia ser
por escrito no caderno e incorpore os argu-
mentos da conversa em sua resposta. estudantes britânicos realizado em 2017. usado é o da linha do horizonte. Mas
2. A superfície da Terra é muito grande em comparação a nós, logo, a curvatura é muito suave quando olhamos para o horizonte. esse argumento também é falho,
3. A constelação de Órion é visível nos hemisférios sul e norte. O nome dessa constelação vem da pois o raio da Terra é muito maior
mitologia grega, na qual Órion era um caçador. Observe as duas fotografias a seguir. A primeira que a distância que conseguimos ver
foi tirada no Irã, no hemisfério norte. A segunda foi tirada na Austrália, no hemisfério sul. no horizonte.
2. O formato da Terra começa a ser per-
A B
Babak Tafreshi/SPL/Fotoarena

ceptível entre 15 e 20 mil metros de


altitude.
Na imagem A é 3. a) A resposta à questão está no Li-
possível observar a vro do Estudante.
constelação de Órion
no hemisfério norte,
3. b) À medida que nos afastamos da
já na imagem B é região equatorial, alteramos o ân-
possível observar a gulo de visualização, e as cons-
constelação de Órion telações podem ser vistas com
no hemisfério sul.
orientações diferentes, inclusive
invertidas, evidenciando o forma-
a) O que há de diferente nas duas imagens da constelação de Órion? to esférico da Terra.
3. a) A constelação aparece invertida em cada hemisfério.
b) Relacione essa diferença com evidências do formato da Terra. 4. A ciência pode ser caracterizada
3. b) Se a Terra fosse plana, essa constelação apresentaria aspecto muito semelhante em qualquer um dos hemisférios. por buscar soluções para proble-
4. Como a ciência nos ajuda a concluir qual formato melhor representa a forma da Terra? mas científicos e propor estratégias
4. Por meio de um conjunto de evidências que favorecem determinado modelo.
5. Na abertura do capítulo, apresentamos uma história em quadrinhos com os personagens Ma- de investigação (por meio de méto-
teus e Júlia. Suponha que eles fizeram as observações, os experimentos e os raciocínios tra- dos científicos) para resolver esses
balhados ao longo deste capítulo. Elabore no caderno uma história em quadrinhos mostrando problemas – exemplos são os racio-
as descobertas deles. Na fala dos personagens, exponha o que você aprendeu neste capítulo. cínios, as observações e os experi-
mentos que podem ser replicáveis
25
por outras pessoas.
5. Esta atividade pode ser feita em du-
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id pla ou em grupo para aproveitar as
diferentes afinidades dos estudan-
tes, já que alguns têm mais facili-
dade para desenhar, outros para
fazer diálogos, etc. Trata-se de uma
atividade mais lúdica, que pode ser
utilizada para aplicar o método de
aprendizagem por pares e ensejar
um trabalho conjunto com a área
de Linguagens.

25
Orientações didáticas
CAPêTULO 2
Objetivos do capítulo
Neste capítulo, os estudantes vão
• Relacionar as

A Terra e o Sol
estudar o movimento aparente do Sol, mudanças nas
trabalhando a habilidade EF06CI14 e sombras geradas
a competência específica 3 de Ciên- por um gnômon ao
longo do dia com a
cias da Natureza. Assim, neste primei- rotação da Terra.
ro momento, sugerimos perguntar aos • Compreender as
estudantes, com base na imagem da estações do ano
como consequência
abertura do capítulo, como é o céu no da relação entre a
início da manhã e no final da tarde. translação da Terra
Inicialmente, sugerimos que peça e a inclinação do seu
eixo de rotação.
aos estudantes que observem a ima-
gem de abertura do capítulo e apro- Na BNCC
veite para discutir com eles os termos Habilidade: EF06CI14.
o “Sol nasce” e o “Sol morre”, comu-
mente utilizados, orientando-os a usar
preferencialmente as expressões “pôr
do sol” e “nascer do sol”.
Depois, você pode ler o texto com os
estudantes e pedir a eles que respon-
dam à pergunta do terceiro parágrafo:

Leo Caldas/Pulsar Imagens


“Você já pensou por que o nascer e o
pôr do sol ocorrem?”. Nesse momen-
to, deixe-os falar e formular suas hipó-
teses. Se achar pertinente, você pode Pôr do sol às margens do cânion do Talhado, conhecido como
anotar no quadro de giz algumas res- cânion do Xingó, em Canindé de São Francisco (SE), 2021.
postas dos estudantes, para que sejam
revistas no final da aula. A cada dia que passa, muita coisa acontece. Enquanto alguns estudantes tomam o café da ma-
nhã e vão para a escola, outras pessoas vão para o trabalho, caminham, fazem exercícios físicos e
#Para iniciar tantas outras atividades. É impossível listar todos os eventos que acontecem pelo mundo ao longo
Este boxe tem o objetivo de auxiliá- de um dia. E, mesmo que nenhum dia seja igual ao outro, vários acontecimentos se repetem com
-lo na identificação dos conhecimen- certa regularidade. Entre eles, há um evento que acontece todos os dias: o pôr do sol.
tos prévios, das habilidades, das ati- Não importa se você está na praia, em uma grande cidade ou em uma cidade do interior, o Sol
tudes e dos valores dos estudantes. surge pela manhã e vai se pôr no horizonte ao final da tarde. Quando o Sol se põe, tons averme-
Por isso, sugerimos que eles realizem lhados tomam conta do que antes era um céu azulado. Além disso, os contornos arredondados do
o registro de suas respostas iniciais no Sol ficam mais evidentes e temos até a impressão de que ele fica maior.
caderno, a fim de que possam ser re- Você já pensou por que o nascer e o pôr do sol ocorrem? Ao longo deste capítulo, vamos apren-
der mais do movimento aparente do Sol no céu e como esse movimento nos ajuda a medir a pas-
tomadas e revistas no final do capí-
sagem do tempo. Vamos lá?
tulo. Isso contribuirá para que se tor- NÃ
ESC O
REVA
nem conscientes do desenvolvimento NO L

#Para iniciar
IVRO

de suas aprendizagens e da constru-


ção do seu conhecimento. • Como o movimento aparente do Sol no céu se relaciona com a passagem do tempo?
• Por já terem tido contato com o tema • O Sol se põe sempre no mesmo lugar, independentemente do local do planeta Terra em
nos Anos Iniciais do Ensino Funda- que ele é observado? Compartilhe o que você sabe.
mental, é possível que os estudan-
tes reconheçam uma relação entre o Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações didáticas.
26
movimento aparente do Sol e a mar-
cação do tempo, em especial a pas-
sagem de um dia. Pensando nisso, a Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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primeira questão pode ser ampliada
perguntando como o movimento da • Os estudantes podem responder que o Sol se põe sem-
Lua está relacionado com a marca- pre no mesmo lugar, reconhecendo a direção em que
ção do tempo, tema também já abor- ele se põe, isto é, a direção leste. Não é esperado, nes-
dado nos Anos Iniciais. Com base nos te momento, que os estudantes reconheçam mudanças
movimentos dos astros, civilizações em relação à época do ano ou em diferentes localida-
diferentes produziram calendários ba- des da Terra. Essa questão será retomada adiante, no
seados no Sol, na Lua ou em ambos. tópico Translação da Terra.

26
# Movimento da Terra e
Orientações didáticas
Inicialmente, sugerimos que propo-
a marca•‹o do tempo nha aos estudantes uma situação hi-
potética em que eles imaginem a vida
A espécie humana, como a conhecemos atualmente, surgiu há pelo antes da existência de relógios. Por
menos 200 mil anos. Desde então, a humanidade passou por transfor- exemplo, caso faltasse luz na escola
mações e desenvolveu ferramentas e técnicas para otimizar a busca por e todos os equipamentos eletrônicos,
alimentos e a sobrevivência. Por exemplo, a linguagem humana pode ter como celulares e relógios, estivessem
se desenvolvido há cerca de 70 mil anos, o que facilitou a comunicação
sem bateria, como poderíamos perce-
e a vida em comunidade.
ber a passagem do tempo? Nesse mo-
Medir a passagem do tempo foi uma das habilidades essenciais para
mento, crie um ambiente confortável
a sobrevivência das primeiras comunidades humanas. Ao saírem para
caçar e coletar comida, era muito importante que os membros dessas para que todos se expressem.
comunidades tivessem certa noção de quanto tempo ainda restava até Depois da leitura do texto, se hou-
o anoitecer; assim, evitavam voltar aos abrigos ao cair da noite, quando ver tempo em seu planejamento, você
havia maior presença de predadores. pode pedir aos estudantes que deba-
Atualmente, podemos prever o início da noite consultando um re- tam entre si e reflitam sobre outras
lógio. Mas você sabe como nossos antepassados faziam isso? Uma questões relacionadas à ausência de
das principais formas de registrar a passagem do tempo, e que foi relógio no cotidiano dos nossos ante-
utilizada por diferentes civilizações, é a observação da sucessão dos passados.
dias e das noites. Para iniciar o assunto da rotação
Todos os dias, desde o nascer até o pôr do sol, temos a impressão de da Terra, sugerimos que proponha aos
que o Sol se move no céu. Muito embora tenhamos a percepção de que o estudantes que observem a imagem
Sol se move no céu ao longo do dia, esse movimento é apenas aparente
da árvore projetando uma sombra no
para um observador na Terra. Vista do espaço, é a Terra que está em
chão. Utilize-a para questioná-los so-
movimento em torno do Sol.
bre a posição do Sol, que não está no
A seguir, vamos explorar com mais detalhes os movimentos realiza-
enquadramento.
dos pela Terra e compreender sua relação com a marcação da passa-
gem do tempo. Se possível, sugerimos que essa in-
vestigação seja feita na própria escola:
Drea
mst se, pela janela da sala de aula ou em
Rotação da Terra ime
/Ea
sy p
ix B outro espaço coberto da escola, os es-
ra s
il
Olhando apenas para a imagem, você tudantes conseguirem enxergar a som-
seria capaz de afirmar qual era a posição bra de objetos (mas sem ver o Sol di-
aparente do Sol no céu no momento retamente), pergunte, depois de eles
da fotografia? Se sim, qual foi seu ra- observarem a sombra, qual é a posição
ciocínio para responder à questão?
aparente do Sol naquele momento e
A sombra da árvore é a nossa solicite-lhes que justifiquem suas res-
pista para resolver esse simples
postas. Essa atividade pode ser reali-
mistério. Como a sombra está pro-
jetada no chão para o lado esquer-
zada em uma roda de conversa. Assim,
do da imagem, podemos entender após o levantamento de hipóteses, os
que a posição aparente do Sol será estudantes poderão buscar visualizar
do lado direito da imagem. o Sol para verificar a relação entre a
posição dele e a da sombra.

A sombra da árvore
projetada no solo depende
diretamente da posição
aparente do Sol no céu.

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Reprodução
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27
Orientações didáticas Os raios de luz emitidos pelo Sol chegam até o planeta de forma para-
Inicialmente, se quiser aprofundar os lela e podem ser representados por linhas retas. A partir dessa informa-
conceitos de movimento relativo, sugeri- ção, podemos desen-
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA
mos que pergunte aos estudantes: “Por volver um esquema
que o Sol nasce na direção leste e se que represente a po-

R2 Editorial/Arquivo da editora
sição aparente do Sol
põe na direção oeste se a Terra gira de
para verificar nossa
oeste para leste?”. Crie um ambiente hipótese.
para que os estudantes se sintam con-
fortáveis para falar e deixe que todos se
expressem, considerando todas as res-
postas. A #Atividade complementar a
l
seguir pode contribuir para esse debate. So
o
zd
lu
#Para refletir Representação da
o
Sugerimos que os estudantes fa- esquemática da çã
ire
projeção da sombra de D
çam a atividade proposta neste boxe uma árvore no chão.
com os colegas, para trabalhar a com- Comprimento
petência geral 2 e a competência es- da sombra

pecífica 2 de Ciências da Natureza.


Esta atividade também pode ser uma
oportunidade para aplicar a meto- #Para refletir 1. Espera-se que os estudantes argumentem que a som-
bra da árvore teria diferentes comprimentos e orientações GRUPO

ESC O
NO L
REVA
IVRO
dologia ativa de aprendizagem en- dependendo do horário.
tre pares. 1 Converse com os colegas sobre a seguinte questão: Se pudéssemos observar a
Assim, você pode pedir aos estudan- sombra da árvore em diferentes momentos do dia, sempre a veríamos com o mesmo
comprimento e na mesma posição? Ou a sombra teria posição e comprimento
tes que se dividam em duplas e deba-
diferentes dependendo do horário?
tam a questão. Esteja atento aos estu-
dantes que apresentarem dificuldade.
Esta atividade retoma o conteúdo já Ao longo da manhã, é possível observar que o comprimento de uma
visto nos Anos Iniciais do Ensino Funda- sombra vai diminuindo. Vamos supor que a imagem da sombra da ár-
mental. Depois, as duplas podem dizer vore no chão (mostrada anteriormente) tenha sido registrada às 10 ho-
em voz alta suas respostas, que podem ras da manhã. Como a sombra da árvore estará por volta do meio-dia?
ser anotadas no quadro de giz por você, Aproximadamente nesse horário, o Sol estará no ponto mais alto de sua
trajetória aparente no céu. Nesse instante, a sombra da árvore estará Trajetória:
se achar pertinente. Nesse momento, linha imaginária
concentrada na área do chão que fica embaixo de sua copa e terá o me-
você pode agrupar as respostas seme- que representa as
nor comprimento daquele dia. Já no período da tarde, quando a posição
lhantes, auxiliando as duplas que apre- aparente do Sol for oposta à da manhã, veremos uma sombra projetada diferentes posições de
sentarem respostas muito diferentes. um corpo no espaço
no lado oposto da FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA com o passar do
imagem original, tempo.
ou seja, no lado es-
R2 Editorial/Arquivo da editora

querdo da árvore.
O comprimento da
sombra aumenta no
decorrer da tarde. Lado em que o Lado em que Representação
Sol se põe. o Sol nasce. esquemática da mudança
de posição da sombra
projetada por uma árvore
conforme o movimento
Sombra durante Sombra ao Sombra durante aparente do Sol no céu.
o nascer do sol. meio-dia. o pôr do sol.

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#Atividade complementar
Simulando a Terra e o Sol ja em seu campo de visão. O estudante que representa
Convide dois estudantes para ir à frente da sala: um repre- a Terra deve estar alinhado com sua mão esquerda vol-
sentará a Terra e o outro, o Sol. tada para oeste e sua mão direita para leste.
• Identifique no local da sala os pontos cardeais; mante- • Peça a ele que gire de oeste para leste e que anuncie
nha o estudante que faz o papel do Sol parado. em voz alta quando ele vir o Sol em seu campo de visão.
• Solicite ao estudante que representa a Terra que junte • Pause o movimento de giro e pergunte aos estudantes
as mãos próximo das têmporas para restringir o campo da turma em qual ponto cardeal o Sol apareceu. Siga
de visão. O estudante deve apenas conseguir ver o que com a rotação e peça ao estudante que representa a
está à sua frente. Terra que anuncie quando o Sol desapareceu de seu
• Posicione, então, o estudante que representa a Terra em campo de visão. Pause novamente a atividade pergun-
frente ao que representa o Sol, mas sem que este este- tando na direção de qual ponto cardeal isso ocorreu.

28
A partir desse experimento mental apresentado na página anterior, Orientações didáticas
podemos concluir que a posição e o comprimento da sombra projetada Para complementar o trabalho com
por um objeto em uma superfície estão relacionados com a posição da a habilidade EF06CI14, sugerimos que
fonte de luz. Mas, afinal, qual é a relação da formação de sombras com converse com os estudantes sobre as
os movimentos da Terra? imagens apresentadas nesse trecho e,
No caso das sombras projetadas em presença de luz natural, a va- se houver possibilidade, mostre a ani-
riação da posição da fonte de luz acontece porque a posição aparente mação da variação da sombra do simu-
do Sol no céu muda ao longo do dia. Essa variação ocorre em razão do
lador, indicada a seguir.
movimento de rotação do planeta Terra.
Depois, durante a leitura do texto,
Na rotação da Terra, o planeta gira em torno de si mesmo e esse mo-
verifique se os estudantes se recordam
vimento sempre ocorre no mesmo sentido. Se observássemos o planeta
acima do polo norte, poderíamos afirmar que o sentido dessa rotação é
dos movimentos de rotação da Terra.
anti-horário, ou seja, no sentido oposto ao que os ponteiros de um relógio Retome esses conteúdos, caso perceba
se movem. possíveis defasagens de conhecimen-
Por esse motivo, temos a percepção de que o Sol se move no céu tam- to entre os estudantes. O movimento
bém em sentido anti-horário, mesmo que ele esteja ocupando a mesma de rotação da Terra foi apresentado no
posição no espaço. Por convenção, referimo-nos à direção em que o Sol 5º- ano, de acordo com a habilidade
nasce como leste e à direção em que o Sol se põe como oeste. EF05CI11, relacionada aos Anos Ini-
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA
ciais do Ensino Fundamental.
No final, para avançar na discussão
A B sobre o tempo de duração de um dia,
R2 Editorial/Arquivo da editora

Anti-horário sugerimos que leia para os estudantes


Meio-dia
o texto a seguir.

Sentido de
#Para saber
rotação
Simulador do movimento do Sol
(tradução livre)
Pôr do Nascer O simulador disponibilizado pela Uni-
sol do sol versidade de Nebraska – Motions of
Oeste Leste the Sun Simulator – permite verificar
a variação da sombra de uma pes-
soa na superfície da Terra ao mes-
Representação esquemática do sentido de rotação da Terra, em A, e do movimento aparente do Sol no céu mo tempo que observamos a trajetó-
da direção leste para a direção oeste, em B. Ambos os movimentos ocorrem no sentido anti-horário. ria do movimento aparente do Sol. O
simulador permite selecionar várias
Cada rotação da Terra dura 23 horas, 56 minutos e 4 segundos. Arre- opções de animações diferentes. As-
dondando esse tempo para 24 horas, temos a definição do dia terrestre. sim, sugerimos escolher uma latitude
Dessas 24 horas, cada região do planeta pode permanecer iluminada que se localize no Brasil e observe a
pelo Sol durante 12 horas, em média. Nesse período, a posição aparente variação da sombra ao longo do ano
do Sol no céu vai sendo alterada da direção leste para a direção oeste, em um mesmo horário.
de forma que as sombras são projetadas da direção oeste para a direção Disponível em: https://astro.unl.
leste no decorrer do dia. e d u / c l ass a c t i o n / a n i m a t i o ns /
coordsmotion/sunmotions.html.
Rotação da Terra e medição da passagem do tempo Acesso em: 7 maio 2022.
Depois de compreender a relação do movimento aparente do Sol com
o movimento de rotação da Terra e o movimento das sombras ao longo
do dia, podemos retornar ao que nos motivou nessa jornada – a forma
como os antepassados mediam o tempo e sua relação com os movimen-
tos da Terra. Para isso, vamos viajar até a China.

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Reprodução d Livro
Li do d Estudante
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#Para ler
Quem definiu o tamanho das horas e dos minutos? em 60), os babilônios dividiram a hora em 60 partes, ‘in-
Grandes civilizações dividiram o tempo em unidades ventando’ o minuto”, explica o metrologista (especialista
que usamos até hoje em sistemas de medida) Pedro Luiz Montini, do Instituto
Os babilônios, povo que viveu entre 1950 a.C. e 539 a.C., de Pesos e Medidas (Ipem-SP). “Dividindo o minuto em 60
na Mesopotâmia, foram os primeiros a marcar a passa- partes, eles chegaram à definição do segundo, embora só
gem do tempo. Ao construir o relógio de sol, dividiram o tenha sido possível detectá-lo com precisão séculos de-
dia em 12 partes e depois em 24, que são as horas que usa- pois”, completa. [...]
mos até hoje. “Como usavam os sistemas numéricos duo- MIRANDA, S. Quem definiu o tamanho das horas e dos minutos?
decimal (baseado no número 12) e sexagesimal (baseado Superinteressante, São Paulo, 2 maio 2011.

29
Orientações didáticas Na província de Shanxi, no norte da China, há um sítio arqueológi-
Nesse momento, sugerimos que co chamado Taosi. Lá, pesquisadores encontraram diversos objetos que
retome a pergunta inicial do capítu- evidenciam a existência de um dos mais antigos locais de observação
lo, questionando os estudantes sobre astronômica da humanidade. Entre os objetos, estava uma vareta, que os
como os conhecimentos do movimen- pesquisadores consideram que era usada para medir a sombra produzi-
da pela luz do Sol em diferentes momentos do dia. Essa vareta, cravada
to aparente do Sol no céu auxiliam a
verticalmente no solo, é a versão simples de um dos mais antigos instru-
responder à pergunta de como nossos mentos astronômicos, chamado gn™mon.
antepassados mediam o tempo.
Para compreender melhor o funcionamento de um gnômon, vamos
O funcionamento do gnômon pode fazer um exercício de imaginação. Pense em uma praça, um parque ou
ser explorado por meio do exercício um campo aberto nas proximidades de onde você mora. Agora, imagine
mental sugerido no texto, o que pode que você está nesse lugar.
ser feito retomando as respostas dos São 8 horas da manhã de um dia

stockphotofan1/Shutterstock
estudantes no boxe #Para refletir. Após de sol e não há árvores ou outras
a leitura do texto e a retomada das construções por perto. Você pega
respostas do boxe, pergunte aos estu- uma vareta de madeira com aproxi-
dantes se eles alterariam o que res- madamente 0,5 m de comprimento
ponderam na questão. Atente para os e a finca verticalmente no chão. Ao
estudantes que apresentarem dificul- se afastar um pouco da vareta, você
observa a sombra projetada por ela
dades para comparar suas respostas e
no chão.
retome o conteúdo, se achar necessá-
Em seguida, imagine-se voltando
rio, para remediar possíveis defasagens
ao mesmo local às 16 horas e obser-
de aprendizado. vando a sombra projetada pela vareta
Sugerimos, caso a escola disponha no chão nesse momento. A sombra
de espaço e haja tempo no seu plane- está no mesmo lugar que estava às 8
jamento, propor a construção de um horas? Para qual lado, em relação aos
gnômon fixo simples. Esse instrumen- pontos cardeais, a sombra apontava
to permite a observação dos movimen- pela manhã? Vareta fincada
verticalmente no solo.
tos da Terra por meio da variação das Observe o esquema que representa a variação esperada para a posi-
sombras ao longo do ano, o que justi- ção e o comprimento da sombra projetada pela vareta ao longo do dia.
fica a sua instalação. Caso seja possí-
vel a construção, é importante retornar FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA

a ele durante o ano letivo, para que os


Estúdio Ornitorrinco/Arquivo da editora

estudantes registrem, analisem as di-


ferenças na sombra e debatam as in-
formações obtidas.

Norte Norte Norte

Oeste Leste Oeste Leste Oeste Leste


Som Meio-dia rde
bra a ta
da
ma b ra d
Sul nhã Sul om Sul
S

Representação esquemática da sombra projetada por uma vareta


no início da manhã, ao meio-dia e no fim da tarde.

30

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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#Para saber
Astronomia em casa – Quem com gnômon mede,
o tempo será medido
Nesse vídeo, com cerca de 6 minutos de duração, você
encontra uma explicação clara e bem ilustrativa sobre as
sombras e como o gnômon pode ser utilizado para mar-
car o tempo. Ao final do vídeo, o apresentador também
comenta sobre a medida da circunferência da Terra reali-
zada por Eratóstenes.
D i s p o n í ve l e m : h t t ps : / / w w w. yo u t u b e . c o m /
watch?v=ccX2ZcvkvbU. Acesso em: 22 maio 2022.

30
Às 8 horas, o Sol está no lado leste do horizonte e a sombra da vareta Orientações didáticas
é projetada a oeste, com um comprimento maior do que aquele verificado #Para interpretar
ao meio-dia. Às 16 horas, o Sol está do outro lado, a oeste, e a sombra é As atividades desse boxe oferecem
projetada para o leste, com comprimento também maior do que o obser- aos estudantes a oportunidade de de-
vado ao meio-dia. Às 8 horas e às 16 horas, os comprimentos das som-
senvolver as habilidades de leitura,
bras são praticamente iguais, mas elas apontam para lados diferentes.
uma vez que demanda processos de
A observação das mudanças de posição e comprimento das sombras
compreensão e inferência de textos.
ao longo do dia permite medir a passagem do tempo com mais precisão
Após a leitura do texto, peça aos estu-
do que simplesmente saber que o dia começou com o nascer do sol e
que ele acabará com o pôr do sol. Por esse motivo, o gnômon é uma fer- dantes que respondam às atividades
ramenta que permitiu a construção de um dos primeiros relógios usados no caderno e, depois, disponibilize um
por nossos antepassados – o relógio de sol. período para a leitura e discussão so-
bre as respostas.

ESC OREVA
Inicialmente, sugerimos que convide
#Para interpretar NO L
IVRO alguns estudantes a ler em voz alta os
parágrafos do texto apresentado nes-
Relógio de sol de 2 mil anos é se boxe. Crie um ambiente confortável

Erich Lessing/Album/Fotoarena
encontrado na Turquia
para que nenhum estudante se sinta
Os pesquisadores envolvidos na importante constrangido em ler em voz alta. Peça
descoberta afirmam que o artefato, feito de mármore, a eles que, durante a leitura do texto,
é raro na região
sublinhem palavras que não conheçam
Em meio a escavações que estão sendo realizadas nas
e chame a atenção deles para as pala-
ruínas da antiga cidade de Laodiceia, na Turquia, desde
vras do glossário.
2003, uma grande e rara descoberta foi feita recentemente.
Um antigo relógio de sol, que data de mais de 2 mil anos, foi Depois, você pode comentar com
encontrado pelos pesquisadores da Universidade Pamukka- os estudantes que a Arqueologia é
le, da Turquia. um campo que estuda as diferentes
Um dos principais pesquisadores envolvidos no sítio sociedades humanas com base nos
arqueológico, o arqueólogo Celal Şimşek, revelou que o materiais que encontramos delas. Na
achado é muito raro na região. De acordo com Şimşek, análise desses objetos, é possível co-
o artefato que remonta ao período helenístico possui nhecer mais sobre os hábitos de vida,
características únicas em relação aos outros relógios de o comportamento, os valores e mesmo
sol já encontrados. Relógio de sol de as formas de pensar das civilizações.
Feito de mármore, o grande objeto possui decoração de 2 mil anos. [A agulha
de projeção de
Por exemplo, encontrar um relógio de
folhas em seu interior. O relógio possui uma forma esférica e está orien-
sombras não estava no sol tão antigo significa que há muito
tado para o sul, contendo grafias de nomes de estações do ano, meses
e horas em grego. artefato encontrado tempo a marcação do tempo era algo
e foi colocada para importante para as pessoas que viviam
Além disso, Şimşek afirmou que os pesquisadores ainda estão em demonstrar o
busca de um último pedaço do artefato. O relógio normalmente de- na região que hoje é a Turquia. Anali-
funcionamento do
veria possuir uma barra indicadora, que é denominada gnômon, relógio.] sando os objetos da sociedade atual,
que funciona como uma agulha de projeção de sombras para podemos perceber que para nós a mar-
a indicação das horas. Artefato: cação do tempo também é importante,
objeto. mesmo que utilizemos instrumentos di-
BARREIROS, I. Relógio de sol de 2 mil anos é encontrado na Turquia.
Aventuras na História, 26 mar. 2020. Disponível em: https://aventurasnahistoria. Período Helenístico: ferentes: relógios digitais em telefones
uol.com.br/noticias/historia-hoje/relogio-de-sol-de-2-mil-anos-e-encontrado-na- período da Grécia celulares, por exemplo.
turquia.phtml. Acesso em: 12 set. 2021. antiga, entre os
séculos III a.C. Se achar pertinente, você pode veri-
1 O relógio de sol de 2 mil anos não estava completo. Que parte e II a.C. ficar se existe algum relógio de sol na
estava faltando, de acordo com o texto? Responda no caderno. cidade onde se localiza a escola, em al-
guma praça mais antiga ou em museus.
1. A agulha indicadora, ou gnômon, uma vareta que projeta a sombra na superfície do relógio de sol.
Se houver, é possível organizar uma visita
31 ao local ou sugerir aos estudantes que o
visitem em alguma oportunidade. A ati-
vidade pode, inclusive, ser parte de um
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id projeto interdisciplinar com Ciências Hu-
manas com vistas a resgatar memórias,
artefatos e histórias sobre a passagem e
a medição do tempo.
1. Espera-se que os estudantes co-
mentem que o que estava faltando
era a agulha (uma vareta) que pro-
jeta a sombra no relógio de sol, in-
dicando a hora.

31
#Experimentar
Orientações didáticas
#Experimentar
Esta seção tem o objetivo de apre-
sentar propostas de atividades práticas
investigativas, introduzindo aos estudan- Relógio de sol
tes as práticas de pesquisa, mobilizan- O gnômon permite a construção do relógio de sol, instrumento que registra a passagem das
do processos e procedimentos científi- horas durante o dia. Que tal construir um?
cos. Além disso, estímulos e propostas
complementares podem auxiliar no de- Material 1. O sentido da rotação da sombra é
senvolvimento do pensamento compu- horário, enquanto o sentido do movi-
• 1 base plana (placa de isopor ou papelão). • Lápis. mento aparente do Sol é anti-horário.
tacional (identificação de padrões), por
• Vareta de aproximadamente 60 cm. • Caneta. 2. Uma vantagem é a montagem
meio da abstração e da decomposição simples; além disso, o funcionamento
para a execução de uma tarefa. • Régua. • Relógio. depende apenas do Sol (não precisa
Nesta atividade experimental, os es- de pilhas, por exemplo). Uma des-
tudantes terão oportunidade de fazer Como fazer vantagem é que não é possível medir
o tempo durante a noite ou em dias
o seu próprio relógio de sol, possibili- • Fixe a vareta verticalmente na base. nublados por meio do relógio de sol.
tando aplicar a metodologia ativa de
• Certifique-se de posicionar seu relógio de sol em um local que receba a luz solar ao longo de
cultura maker e explorar o Tema Con- todo o dia.
temporâneo Transversal Ciência e Tec- • Iniciando pela manhã, a cada hora inteira, observe a sombra da vareta na base e trace uma linha
nologia. Também é uma oportunidade exatamente na direção e com o comprimento da sombra, usando a régua. Consulte o relógio e
para trabalhar a habilidade EF06CI14, marque o horário na extremidade da linha. Ao final da atividade, a base terá as marcações das
a competência geral 2 e a competência linhas representando as sombras e os horários observados.
específica 2 de Ciências da Natureza. • Se for possível manter o relógio de sol no mesmo local, volte no próximo dia ensolarado para
No desenvolvimento experimental verificar o horário indicado pela sombra da vareta e compare com o horário fornecido por um
pode-se utilizar, no lugar do isopor ou relógio atual.

do papelão, outra base plana, como ESC O
REVA

uma folha mais firme (de maior gra- Conclusão NO L


IVRO

matura). Para fixar a vareta na vertical,


pode-se utilizar massa de modelar ou 1 Qual é o sentido de rotação da sombra ao longo do dia: horário ou anti-horário?
uma borracha. O importante é fixar a 2 Cite uma vantagem e uma desvantagem do relógio de sol.
vareta na vertical (pode ser um pali- FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
to de churrasco ou um graveto apro-

R2 Editorial/Arquivo da editora
ximadamente reto). A base deve ficar
apoiada em uma superfície horizontal.
Tanto a orientação da base quanto a
da vareta podem ser verificadas com
o auxílio de um nível, se o estudante
tiver acesso.
A seguir, sugestões de respostas às
questões do item Conclusão.
1. Espera-se que os estudantes indi-
quem a forma correta da sombra,
mas, caso apresentem dificuldades,
sugerimos que solicite a eles que
comparem o relógio de sol com o re-
lógio comum (não digital). Se achar Representação esquemática de montagem do relógio de sol.
necessário, retome os conteúdos es-
tudados em páginas anteriores. 32
2. Nesse momento, você pode divi-
dir os estudantes em dois grandes
grupos: um grupo deve citar a van- Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

tagem do relógio de sol, e o outro


deve citar a desvantagem. Dê um em voz alta o que escreveram e vá listando no quadro
tempo para os estudantes escre- de giz. Após coletar algumas respostas, pergunte se
verem no caderno a vantagem e algum estudante citou alguma vantagem ou desvan-
a desvantagem que desejam citar. tagem ainda não listada. Atente aos estudantes que
Depois, solicite a alguns dos estu- apresentarem dificuldade para responder à atividade
dantes de cada grupo que leiam e retome o conteúdo, se achar necessário.

32
Com as explicações sobre o relógio de sol e a sua construção, com- Orientações didáticas
preendemos como podemos usar um gnômon para acompanhar o mo- Antes de iniciar a leitura do texto, su-
vimento das sombras ao longo do dia e medir a passagem do tempo. gerimos fazer aos estudantes a pergun-
Nas civilizações antigas, o tempo era organizado em intervalos menores, ta apresentada no segundo parágrafo:
como as horas, e o relógio de sol passou a ter um mostrador que permitia “Em um mesmo horário, o comprimen-
relacionar a sombra a um determinado horário.
to da sombra será sempre o mesmo ou
Mas há uma questão bastante curiosa a ser respondida: Em um mes- ele muda ao longo dos meses?”. Nesse
mo horário, o comprimento da sombra será sempre o mesmo ou ele
momento, deixe os estudantes falarem
muda ao longo dos meses?
e expressarem suas ideias e considere
Para responder à questão, vamos considerar um local no Rio Grande
todas as respostas.
do Sul, estado mais ao sul do Brasil. Quando registramos o comprimento
das sombras de um gnômon nesse local, sempre ao meio-dia, em diferen-
Depois, sugerimos comentar com os
tes meses do ano, obtemos resultados semelhantes aos representados estudantes que no relógio de sol a posi-
a seguir. ção da sombra indica o horário, mas, se
for possível fazermos observações em
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
dias e meses diferentes, vamos notar
que tanto a posição quanto o tamanho

R2 Editorial/Arquivo da editora
da sombra vão variar ao longo do ano.
Essas mudanças na sombra dependem
da posição geográfica. Essa observação
também pode ser realizada utilizando
o simulador indicado anteriormente no
#Para saber +. Caso haja possibilidade
e tempo em seu planejamento, sugeri-
mos que utilize o simulador na sala de
informática com os estudantes.
Depois desse momento, pergunte
Julho Outubro Janeiro
aos estudantes se eles conhecem al-
gum outro movimento que a Terra faz,
para verificar se eles apresentam al-
Representação esquemática da projeção da sombra por um mesmo gnômon, ao gum conhecimento prévio sobre o mo-
meio-dia, em diferentes meses do ano, considerando um local no hemisfério sul.
vimento de translação. Você pode per-
guntar: “Além de girar ao redor de si,
No esquema anterior, observamos que o comprimento da sombra vocês acham que a Terra faz algum ou-
muda de acordo com a época do ano. Agora, a questão é: Por que o com- tro movimento?”. Deixe os estudantes
primento das sombras muda em diferentes meses, ainda que o registro falarem e formularem suas hipóteses,
seja feito sempre no mesmo horário? Para responder a essa pergunta, que podem ser registradas no quadro
será preciso estudar outro movimento do nosso planeta – a translação.
de giz e retomadas ao final do con-
teúdo. Dessa forma, os estudantes po-
Translação da Terra dem comparar o que sabiam com o
Além de girar ao redor de si, a Terra percorre uma trajetória ao redor que aprenderam após os estudos.
do Sol. Ela completa uma volta ao redor do Sol em aproximadamente
365 dias e esse tempo foi definido, por tradição, como sendo a duração
de um ano.
A trajetória da Terra em torno do Sol também é chamada de órbita
e é apenas um pouco mais oval do que uma circunferência, formando
uma figura geométrica chamada elipse. A órbita da Terra é uma elipse
tão sutil que é quase uma circunferência.

33

Reprodução
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#Para saber
Movimento de rotação
Se possível, realize a atividade “Movimento de rotação”, da
Secretaria da Educação e do Esporte do Estado do Paraná.
Disponível em: http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/
modules/links/uploads/2/13287336rotacao_terra.pdf.
Acesso em: 7 maio 2022.

33
Orientações didáticas Para compreender como o comprimento da sombra projetada por um
Inicialmente, se desejar tornar a gnômon é alterado ao longo do ano, precisamos analisar o movimento
ideia do eixo de rotação menos abs- de translação e de que forma a luz do Sol chega até a Terra. Para isso,
trata, você pode construir um modelo precisamos retomar o movimento de rotação.
simples da Terra com uma bola de iso- Para compreender a rotação um pouco mais a fundo, vamos fazer uma
por e um palito de churrasco fixado no analogia com o giro de uma bola de basquete no dedo de uma jogadora.
centro. Ressalte que o palito represen- Ela equilibra a bola girando-a sobre seu dedo, que está alinhado a um
eixo de rotação. Observe que a quadra onde a jogadora se encontra é Plano:
ta o eixo de rotação e represente a li- superfície de
um plano perpendicular ao eixo de rotação da bola.
nha do equador desenhando-a na bola. duas dimensões,
Para trabalhar com o modelo e aguçar como largura e
Eixo de rotação

mikimad/Getty Images
a imaginação dos estudantes, pergunte comprimento.
sobre a sua localização, já iniciando o Perpendicular:
dois elementos que se
trabalho com os conceitos de latitude Perpendicular encontram formando
e longitude. Uma sugestão é conversar um ângulo de 90°,
previamente com o(a) professor(a) de como as linhas que
Geografia para entender como esse as- formam uma cruz
O eixo de rotação é uma linha ou os cantos de uma
sunto é tratado, a fim de relacionar os
imaginária que passa pelo parede.
dois componentes curriculares. centro de um corpo – neste
Depois, sugerimos que faça a lei- caso, a bola de basquete – e
tura em voz alta do texto com os es- em torno da qual o corpo gira.
tudantes, chamando a atenção deles
para as palavras destacadas no glos-
sário. Atente aos estudantes que não Assim como ocorre com a bola de basquete girando, o planeta Terra
compreenderem os termos ou os graus também apresenta um eixo de rotação. Porém, diferentemente da joga-
apresentados. dora que gira a bola em um eixo de rotação perpendicular ao plano da
A ilustração apresenta a forma da quadra, o eixo de rotação do planeta Terra apresenta uma inclinação de,
órbita da Terra ao redor do Sol. Embo- aproximadamente, 67° em relação ao plano de referência.
ra essa órbita seja uma elipse, é prati- Mas você deve estar se perguntando em relação a qual plano é essa
camente circular. Assim, não é exagero inclinação. No caso da Terra, não há quadra ou chão para usarmos como
representar a órbita da Terra na forma referência, como ocorre no caso da jogadora de basquete. Por esse mo-
tivo, precisamos definir o plano de referência de outra forma.
de uma circunferência.
Nesse momento, verifique se os estu- A solução para compreender a inclinação do eixo de rotação é usar
como plano de referência a órbita da Terra em torno do Sol em seu
dantes conseguem diferenciar a rotação
movimento de translação. Observe o plano da órbita representado na
da translação da Terra. Caso perceba al- imagem a seguir.
guma dificuldade entre eles, retome os FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA
conteúdos, se achar pertinente.
R2 Editorial/Arquivo da editora

Sol

Plano definido a Representação esquemática da


Eixo de partir da trajetória inclinação do eixo de rotação da
rotação do movimento de Terra em relação à sua órbita.
translação da Terra. Neste esquema, estamos
representando uma visão em
Terra
perspectiva do plano da órbita;
67°
Órbita afinal, a órbita da Terra é
praticamente circular.

34

Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Para saber
Construindo uma elipse
Se achar pertinente, você pode assistir ao vídeo indicado, com quase 3 minutos de duração, e demonstrar em sala de aula
aos estudantes como se desenha uma elipse.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=G9w5SXI1I7g. Acesso em: 7 maio 2022.

34
Ao analisar a imagem a seguir, notamos que a inclinação do eixo de Orientações didáticas
rotação da Terra faz com que as regiões norte e sul do planeta recebam Para debater com os estudantes a
raios solares de modos diferentes. influência do eixo de rotação na ilumi-
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA nação dos hemisférios, você pode uti-
lizar o globo de isopor com o palito de
Eixo de rotação
R2 Editorial/Arquivo da editora

da Terra churrasco sugerido anteriormente. Uti-


Raios solares
lize uma lanterna para representar o
Os raios solares Sol. Apague as luzes da sala e ilumine
Dia chegam ao planeta a Terra em miniatura com a lanterna,
paralelos, iluminando os mantendo o eixo sempre na mesma po-
hemisférios norte e sul sição. Em seguida, varie a posição da
Noite de formas diferentes.
Note como um polo pode
Terra em torno da lanterna, simulando
estar completamente o movimento de translação.
iluminado e o outro, não. Sugerimos que deixe os estudantes
explorarem livremente o modelo da Ter-
ra feito com a bola de isopor e a lan-
A combinação da translação da Terra com a inclinação do planeta em terna. Peça a eles que manipulem o
relação ao plano da órbita faz com que a luz do Sol ilumine os hemis- modelo e demonstrem a rotação e a
férios norte e sul de modo diferente em momentos diferentes do ano. translação da Terra. Em seguida, dei-
Observe a seguir a representação da Terra iluminada pelo Sol em 21 de xe que eles investiguem a variação da
junho de 2023 (a situação se repete em outros anos, mas às vezes é no iluminação nos diferentes hemisférios
dia 20 de junho).
durante o ano.
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA
Esse modelo também pode ser usa-
Norte do para discutir um fenômeno impor-
R2 Editorial/Arquivo da editora

Raios solares tante relacionado à forma da Terra. Su-


Linha do gerimos que oriente os estudantes a
Equador
indicar com o modelo, em diferentes
posições, onde está o lado noturno do
Representação planeta. A cada época do ano, o lado
esquemática de como noturno mostra diferentes regiões do
a Terra é iluminada em
céu (aqui representadas pelas paredes
21 de junho de 2023.
da sala de aula) e, portanto, diferentes
Sul constelações. Esse fato é um argumen-
to a favor da forma esférica da Terra,
Nessa data, por causa da inclinação da Terra, o hemisfério norte do planeta fica exposto ao sol como discutido no capítulo anterior.
por mais tempo ao longo do dia do que o hemisfério sul. Em junho, os dias são mais longos que as
noites no hemisfério norte. Já no hemisfério sul, as noites são mais longas que os dias.
Em 20 ou 21 de junho temos o início do inverno no hemisfério sul e o início do verão no hemis-
fério norte. Chamamos esse evento de solstício de verão ou inverno, dependendo do hemisfério
em que se está. No solstício de verão, o dia é o mais longo da estação, enquanto no solstício de
inverno a noite é a mais longa da estação.
Em 21 ou 22 de dezembro acontece o solstício de verão no hemisfério sul e o de inverno no
hemisfério norte.
Já em 22 ou 23 de setembro, ambos os hemisférios da Terra são iluminados da mesma forma.
Nessa ocasião, os dias e as noites têm a mesma duração: 12 horas. Temos o início da primavera no
hemisfério sul e o início do outono no hemisfério norte. Esse evento é chamado de equinócio de
primavera ou de outono, dependendo do hemisfério em que se está.

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Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
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#Para saber
Movimento relativo Terra-Sol
Nesse texto, do Grupo de Estudos e Divulgação de Astro-
nomia Intercampi (Gedai), do Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), são apresentados
os principais conceitos e fenômenos relacionados ao mo-
vimento da Terra, incluindo o movimento aparente do Sol
no céu e as estações do ano. O texto inclui um link para
uma videoaula no final e um simulador.
Disponível em: https://www.cac.cefetmg.br/wp-content/
uploads/sites/30/2019/10/Atividade-Movimento-aparente
-do-Sol.pdf. Acesso em: 7 maio 2022.

35
Orientações didáticas O outro equinócio acontece em 20 ou 21 de março: é o início do outono CORES FANTASIA
O tema das estações do ano deve no hemisfério sul e o início da primavera no hemisfério norte.
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS
ser tratado com muita atenção. Alguns
estudantes podem pensar que o verão Setembro: equinócio

Luis Moura/Arquivo da editora


e o inverno são explicados pela varia- de primavera no N
ção da distância da Terra em relação hemisfério sul. Inclinação
ao Sol. Sugerimos, antes de abordar o do eixo de
rotação
assunto, questionar os estudantes so- N
N
bre a causa das estações. Se algum S
Junho: solstício Dezembro:
estudante relacionar as estações com de inverno no
Linha do solstício de verão
a distância ao Sol, chame a atenção hemisfério sul.
N no hemisfério sul.
Equador
para o fato de que verão e inverno
ocorrem simultaneamente em hemis- S S

férios diferentes.
Inicialmente, sugerimos que utilize a Março: equinócio de
ilustração apresentada para exemplifi- S
outono no hemisfério sul.
car as informações das páginas ante- Representação
riores. Se achar pertinente, peça aos esquemática de como a
Portanto, a rotação é responsável pela sucessão de dias e noites, e a Terra é iluminada pelo
estudantes que repliquem, no cader- translação, somada à inclinação do eixo de rotação da Terra, é respon- Sol nos equinócios e nos
no, um modelo simples da ilustração, sável pela existência das diferentes estações do ano. solstícios.
adicionando a ela as datas informadas Como consequência da inclinação do eixo terrestre, que provoca a ilu-
nas páginas anteriores. Atente aos es- minação desigual dos hemisférios da Terra em momentos diferentes do
tudantes que apresentarem dificulda- ano, podemos observar que o Sol não nasce sempre no mesmo ponto do
des de relacionar as informações com horizonte. Observe uma sequência de fotos do nascer do sol no mesmo
a ilustração e retome alguns conteú- local, em quatro datas diferentes do ano.
dos, se achar necessário.
Dulcidio Braz Júnior/Física na Veia

Depois, você pode ler o texto com os Solstício


de inverno
estudantes, chamando a atenção deles
para as fotografias mostradas. Quando
questionados sobre onde o Sol nasce
e onde se põe, os estudantes tendem
a responder “no leste” e “no oeste”, res- Equinócio de
primavera
pectivamente. Ressalte, à luz do assun-
to que estamos desenvolvendo, que o N L S
Sol não nasce e não se põe todos os
dias na mesma posição. Somente nos Solstício
dias dos equinócios (quando a noite e de verão

o dia têm durações iguais) ele nasce


exatamente sobre o ponto cardeal leste
e se põe sobre o ponto cardeal oeste.
Equinócio
de outono

Embora o Sol sempre nasça na direção leste, o nascer do sol ocorre exatamente
no ponto cardeal leste em duas datas: os equinócios de primavera e outono.
Fotografias da cidade de São João da Boa Vista (SP) tiradas em 21 de junho,
22 de setembro, 21 de dezembro de 2017 e 20 de março de 2018.

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Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Para saber
O céu que nos envolve
Nesse livro, escrito por vários autores e coordenado pelo professor Enos Picazzio, da Universidade de São Paulo (USP), são
abordados vários assuntos relacionados à Astronomia de forma clara e didática. O capítulo 3 aborda o movimento aparente
do céu. O livro está disponível na íntegra para download gratuitamente no site da USP.
Disponível em: https://www.iag.usp.br/astronomia/sites/default/files/OCeuQueNosEnvolve.pdf. Acesso em: 7 maio 2022.

36
Chamamos a posição do nascer do sol nos equinócios de primavera e outo- Orientações didáticas
no de ponto cardeal leste. A partir desse ponto, podemos determinar os pon- Sugerimos, inicialmente, retomar os
tos cardeais norte, sul e oeste, que você observou nas imagens anteriores. pontos cardeais, perguntando aos es-
Ao longo da história, diferentes civilizações criaram observatórios tudantes sobre as direções norte, sul,
astronômicos, construções destinadas, principalmente, a prever com leste e oeste a partir de seu lugar na
precisão datas como equinócios e solstícios e a facilitar a determi- sala de aula. Certifique-se de que todos
nação dos pontos cardeais. Como exemplo desse tipo de construção, os estudantes compreenderam e con-
podemos citar o observatório mais antigo encontrado nas Américas,
seguem localizar os pontos. Se achar
o Chankillo (Templo das 13 Torres), que foi construído há mais de 2 mil
anos e fica localizado em Casma, no Peru.
pertinente, desenhe os pontos cardeais
no quadro de giz, para que fiquem à
Em Chankillo há 13 torres, de 2 m a 6 m de altura, alinhadas de norte
a sul em uma colina, como mostra a imagem a seguir. Em 21 de dezem-
vista dos estudantes durante a aula.
bro, solstício de verão no hemisfério sul, é possível visualizar o nascer Muitas cidades têm regiões indicadas
do sol alinhado à direita de todas as torres. Conforme os meses passam, pelos pontos cardeais (Zona Norte, Zona
a posição do nascer do sol muda, sendo visível entre diferentes torres, Sul, etc.). Se for o caso da cidade onde
da direita para a esquerda. Com isso, em 21 de junho, quando ocorre o se localiza a escola, aproveite para con-
solstício de inverno, o nascer do sol é visto à esquerda de todas as torres. versar com os estudantes sobre a utili-
dade dessa nomenclatura.
Janine Costa/AFP

Durante a leitura do texto, sugerimos


que pergunte aos estudantes se eles co-
As treze torres de Chankillo nhecem algum outro observatório astro-
vistas de longe, na cidade de nômico.
Casma, no Peru, em 2021.
#Para refletir
1. É possível que muitos estudantes

ESCR O já tenham ouvido falar de regiões
#Para refletir NO
EVA
LIVR
O iluminadas durante todo o verão.
A expressão “sol da meia-noite”
1 Se lhe dissessem que há um lugar na Terra em que o Sol fica muitos meses sem se pôr,
você acreditaria?
pode surgir espontaneamente nas
respostas. Se for o caso, sugerimos
2 Se isso for verdade, você consegue imaginar que lugar seria esse? que aprofunde a discussão investi-
1. e 2. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
gando o quanto os estudantes co-
nhecem o assunto.
Como observamos na representação da pá- época do outro solstício, não receber luz solar
gina 35, localidades da Terra que ficam próxi- em nenhum período do dia. Por exemplo, o Sol 2. Se a atividade com o modelo da Ter-
mas aos polos podem ser muito iluminadas ou nunca se põe entre abril e agosto em certas ci- ra e a lanterna tiver sido feita em
ficarem sem iluminação direta do Sol. Isso pode dades do norte da Noruega, país do hemisfério sala de aula, é provável que os es-
ocorrer por longos períodos, dependendo da norte. Esse fenômeno é conhecido como sol da tudantes já tenham percebido que
proximidade entre o polo e a região. Em datas meia-noite. Por outro lado, entre outubro e fe- esse fenômeno ocorre nos polos.
próximas a um solstício, esses locais podem re- vereiro, o Sol nunca chega a nascer no horizonte
ceber luz solar durante as 24 horas do dia; e, na nesses mesmos locais.
#Estude +
• As quatro estações
Disponível em: https://www.camara.leg.br/radio/programas/528650-as-quatro-estacoes/.
Acesso em: 14 out. 2021.
Antonio Vivaldi (1678-1741) foi um compositor nascido em Veneza, na Itália. Entre várias de suas obras
da música clássica, destaca-se a composição intitulada As quatro estações. Vivaldi buscou transmitir
impressões de cada uma das estações do ano nos quatro concertos que compõem a obra. Ouça os
áudios dessa composição nesse site para conhecer um pouco mais dessa obra de Vivaldi.

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Reprodução
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#Para saber
Sol da meia-noite – Galeria do Meteorito
Nesse vídeo, com cerca de 7 minutos de duração, você
encontra a explicação do fato de nos polos o Sol não
se pôr no verão e não nascer no inverno. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=z3FPZIyqTqc. Acesso
em: 7 maio 2022.

37
Orientações didáticas Na imagem a seguir, vemos a trajetória aparente do Sol no horizonte
A iluminação da Terra nos polos é ao longo de um dia de verão na Antártida.
um assunto que gera grande curiosi-
dade nos estudantes por ser algo que

Kyodo News Stills/Getty Images


foge ao nosso cotidiano. Se possí-
vel, mostre o vídeo indicado no boxe
#Para saber + da página anterior so-
bre o sol da meia-noite. Converse
também sobre a vida nesses locais
e as adaptações necessárias. Incenti-
ve uma discussão perguntando como
seria ter aulas durante um inverno em Fotomontagem que
que fosse sempre noite, por exemplo. evidencia a trajetória
aparente do Sol, na
#Integrando as Ciências Antártida, durante o
O texto desse boxe possibilita o tra- verão. Fotografia de 2016.
balho interdisciplinar ao oferecer ao es-
tudante a oportunidade de estabelecer
a conexão entre diferentes componen-
tes curriculares, evitando a rígida com- #Integrando as Ciências
partimentalização do conhecimento.
O ciclo biológico possui relação di-
reta com a iluminação solar. Converse Muito embora possa parecer interessante viver em um local no qual a claridade do dia nunca
com os estudantes sobre a variação do termina, isso pode trazer problemas para o nosso corpo. É comum, nas regiões onde ocorre o
fenômeno do sol da meia-noite, que muitas pessoas se queixem de insônia. Vamos entender
ritmo de atenção deles e sobre as ati-
um pouco melhor esse efeito.
vidades que realizam durante o dia e a
Estudamos até aqui vários fenômenos que se repetem, ou seja, que ocorrem de forma cíclica.
noite, por exemplo. É possível que mui- De forma similar, dentro do nosso corpo também ocorrem mudanças cíclicas. Por exemplo, temos
tos estudantes tenham o costume de necessidade de comer e dormir em momentos específicos do dia. Dependendo do momento e dos
ficar acordados até muito tarde, dor- kodin07/S
hutte
estímulos externos que recebe, nosso corpo produz substâncias que afetam fatores como
rsto
ck
mindo poucas horas por noite. Aqui humor, saciedade, disposição e sono. Uma dessas substâncias é a melatonina, que
é um bom momento para destacar a está diretamente relacionada com o sono que sentimos ao anoitecer.
importância biológica do sono, bem Quando o Sol se põe e a noite se inicia, a luminosidade diminui e isso é
como da produção de melatonina. percebido por nossos olhos, levando o corpo a produzir a melatonina. Pela
manhã, o nascer do sol traz de volta a luminosidade e o corpo deixa de
No #Para saber +, é indicado um
produzir essa substância. Assim, o corpo desperta e ficamos ativos
texto sobre o ciclo circadiano, relacio- para um novo dia.
nando-o ao rendimento escolar. Suge- Esse ciclo que acontece no intervalo de 24 horas e entre outras
rimos que o leia para os estudantes a atividades biológicas, nos mantém atentos em certos horários do dia
fim de enriquecer a discussão. Ques- e nos faz sentir sono à noite é chamado de ciclo circadiano, também
tione os estudantes sobre como eles conhecido como ciclo biológico.
percebem o seu próprio ritmo biológico Em regiões como o norte da Noruega, como o Sol não deixa de
durante os turnos de aula. brilhar durante o período do sol da meia-noite, os olhos recebem luz
continuamente, sem interrupção. Consequentemente, o corpo não pro-
duz melatonina de modo normal. Isso pode causar insônia em muitas
pessoas, o que compromete a qualidade de vida. Usar cor-
Sol da meia-noite observado tinas que bloqueiam a luz na janela do quarto e cobrir os
em Troms og Finnmark, na olhos com máscara são algumas das medidas que ajudam
Noruega, em 2020. a dormir durante o período em que esse fenômeno ocorre.

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Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Para saber
Relação entre ritmo circadiano, turno e rendimento escolar de alunos do Ensino Fundamental
Informações sobre a relação do ciclo circadiano com o rendimento escolar.
FINIMUNDI, Márcia; RICO, Eduardo Pacheco; SOUZA, Diogo Onofre. Relação entre ritmo circadiano, turno e rendimento es-
colar de alunos do Ensino Fundamental.
Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/download/8179/5711. Acesso em: 7 maio 2022.

38
Orientações didáticas
A translação da Terra e as sombras
Depois desse estudo sobre a translação, podemos retomar uma ques- Depois de discutir a variação da
tão que permanece em aberto. Você lembra qual era? Queríamos enten- sombra do gnômon e o movimento da
der por que as sombras de um gnômon, registradas sempre ao meio-dia, Terra ao redor do Sol, o mais importan-
têm comprimentos diferentes em diferentes épocas do ano. Será que, te nesse momento é relacionar os dois
com base no que aprendemos, você consegue responder? Talvez a ilus- efeitos, ressaltando que a sombra do
tração a seguir o ajude a elaborar um argumento. gnômon varia ao longo do ano devido
à posição aparente do Sol, e que esta
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
depende da posição da Terra em sua
órbita. Se achar pertinente, sugerimos
R2 Editorial/Arquivo da editora

que utilize o simulador indicado ante-


riormente ou o simulador indicado a
Solstício de seguir, no #Para saber +.
inverno A posição aparente do Sol no céu
L tem grandes implicações na constru-
N Ao longo do ano, o nascer
e o pôr do sol ocorrem ção civil. Note que o Sol fica mais pró-
em pontos diferentes, ximo ao horizonte norte no inverno, o
Horizonte do
resultando em diferentes que causa sombras mais longas. Dessa
observador
trajetórias aparentes no
céu. Essas trajetórias estão
forma, especialmente em regiões frias,
representadas para um as casas do hemisfério sul devem ter
Equinócios S observador localizado no janelas na face norte, para permitir a
de outono e O hemisfério sul.
primavera
entrada da luz solar, a fim de aquecer
Solstício de
verão o interior. O mesmo ocorre com siste-
mas de aquecimento solar ou geração
Note que a trajetória aparente do Sol no céu ocorre mais próximo do de energia solar fotovoltaica, que são
horizonte no inverno do que no verão. Com isso, a sombra projetada pelo mais eficientes quando instalados no
gnômon quando o Sol atinge o ponto mais alto da trajetória aparente telhado das casas na face voltada para
(ao meio-dia) terá comprimentos diferentes dependendo da estação do o lado norte.
ano. O mesmo acontece com qualquer corpo, como a árvore do exemplo
que exploramos no início do capítulo ou o corpo de uma pessoa.

FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA


R2 Editorial/Arquivo da editora

Verão

Inverno

A sombra do gnômon será


menor ao meio-dia de um dia
de verão quando comparada
com a sombra ao meio-dia de
um dia de inverno por causa da
trajetória aparente do Sol no
céu, visto no hemisfério sul.

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#Para saber
Simulador de estações
No simulador de estações desenvolvido pela Universidade de Nebraska-Lincoln (Estados Unidos), é possível observar a
variação da posição aparente do Sol no céu em conjunto com a posição da Terra em sua órbita ao redor do Sol. É possível
também ajustar a posição do observador na Terra, a fim de simular as sombras em diferentes lugares da Terra.
Disponível em: https://astro.unl.edu/naap/motion1/animations/seasons_ecliptic.html. Acesso em: 7 maio 2022.

39
k
toc
# Diferentes escalas

ers
Orientações didáticas

utt
Sh
er/
atig
Inicialmente, sugerimos que co-
mente como eram os primeiros ca-
lendários em diferentes culturas. Essa
de tempo
abordagem auxilia no trabalho com as Sabemos que a rotação da Terra define a duração
competências gerais 3 e 6 e é tam- do dia em 24 horas, enquanto a translação define a
bém uma oportunidade para trabalhar duração do ano em 365 dias. Mas, entre um dia e um
o Tema Contemporâneo Transversal Di- ano, temos outra medida importante – os meses. De
janeiro até dezembro, o ano é dividido em doze meses.
versidade Cultural. Na atividade com-
A divisão do tempo em dias, semanas e meses é regis-
plementar a seguir, sugerimos desta- trada em calendários.
car que em cada cultura a construção
Os primeiros calendários usados pela humanidade datam
do calendário é proposta de uma for- de, aproximadamente, 2700 a.C. e surgiram na Mesopotâmia,
ma diferente. Depois dessa atividade, em um território onde hoje estão localizados os países Síria, Ira-
é possível aprofundar as características que e Irã. Tais calendários já contavam com uma divisão em doze Comemoração do
do calendário gregoriano. meses. Na mesma época, os chineses também desenvolveram seu próprio ano-novo chinês em
calendário, que é usado até hoje e cujo ano-novo não coincide com o início Xangai, China, em 2019.
Em 5 de fevereiro daquele
#Atividade complementar do ano do calendário que adotamos no Brasil. Enquanto aqui o fim do ano
ano, teve início o ano
ocorre em 31 de dezembro, na China o ano-novo é marcado pela lua nova 4717 do calendário
O calendário de diferentes que ocorre entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro. Além disso, o calendário chinês, representado pelo
culturas chinês é organizado em ciclos de doze anos, e cada ano desse período é porco, terminando em
Esta atividade pode ser realizada em relacionado a um animal: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, 25 de janeiro de 2020,
grupos. A turma pode ser organizada carneiro, macaco, galo, cachorro e porco. quando teve início o ano
em três ou quatro grupos. Cada grupo O calendário que adotamos atualmente é chamado gregoriano e foi do rato.
deverá elaborar um seminário sobre instituído em 1582 pelo papa Gregório XIII (1502-1585). Esse calendário
a origem e as características do ca- deriva de uma antiga versão romana na qual o ano era dividido em dez
lendário adotado em uma determina- meses. O nono e o décimo meses eram chamados, respectivamente, de
da cultura; por exemplo, o calendário novembro e dezembro. A esse calendário foram adicionados dois meses,
chinês, o calendário dos povos indí- incluídos no início do ano (janeiro e fevereiro).
genas, o calendário gregoriano. O período real de translação da Terra ao redor do Sol é de 365 dias, 6
Oriente os estudantes a pesquisar horas e 8 minutos. Para corrigir as 6 horas e 8 minutos adicionais G e o graf
em fontes confiáveis e a utilizar foto- a cada ano, no calendário gregoriano, temos o acréscimo de a in d
íg e n
a-
Par
grafias ou ilustrações. Os seminários 1 dia a cada 4 anos, formando o chamado ano bissexto.
q ue
Ind
íge
podem ser apresentados em slides, O mês escolhido para contemplar essa correção é o
na
d

o
em uma aula escolhida por você.

Xi
mês de fevereiro.

n
gu
.S
ão
Os povos indígenas brasileiros marcam o

Pa
u
lo :
tempo geralmente com base na observação

Ins
titu
do movimento aparente das constelações e

to S
o cioa
de diferentes eventos ambientais e sociais, o

m b ien t al/M E C
que pode ser considerado um calendário ba-
seado em um ciclo anual. Observe, a seguir,
uma representação possível para o calendá-
rio do povo Suyá, desenvolvido pelo professor
Thiayu Suyá, e que relaciona as fases do ciclo
com os meses do calendário gregoriano.

Representação do calendário do povo


Suyá. Cada mês é representado por um
evento que se repete todo ano, como
plantios, colheitas e hábitos sociais.

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#Para saber
Origem e evolução do nosso calendário Calendário
Nesse texto, o professor Manuel Nunes Marques explica O texto do Observatório Abrahão de Moraes da USP aborda
como foram surgindo as ideias para a elaboração do ca- de forma resumida o desenvolvimento do calendário. Dis-
lendário e como ele foi modificado ao longo da história. ponível em: http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/
Disponível em: http://www.mat.uc.pt/~helios/Mestre/ mencurio/calendario.html.
H01orige.htm. Acesso em: 18 maio 2022. Acesso em: 7 maio 2022.

40
#Atividades

ESC OREVA
NO L
IVRO
pela inclinação do eixo de rota-
ção da Terra e pelo movimento de
Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades. translação.
1. Observe, na representação a seguir, a som- de rotação e translação e, no caderno, es- 4. Espera-se que os estudantes co-
bra projetada por um gnômon às 10 horas e creva a explicação que você daria a Marina mentem sobre os cômodos das suas
às 14 horas de um mesmo dia. para ajudá-la a entender o assunto.
residências que recebem mais ilu-

R2 Editorial/Arquivo da editora
Gn™mon 4. Você já observou como a luz do Sol incide minação solar. Por exemplo, no sul
no local em que você mora? Há alguma mu- do Brasil a incidência da luz do Sol
dança na posição onde bate essa luz entre é maior no mês de julho do que em
janeiro e julho? Escreva no caderno um tex- janeiro em janelas voltadas para a
to explicando que mudanças são essas. Se face norte.
você ainda não observou essa diferença, 5. A Lua completa uma volta em torno
14 horas pode perguntar aos adultos de seu convívio. da Terra em 28 dias. Se considerás-
10 horas
5. Um dos padrões regulares utilizados para a semos esse tempo para a construção
elaboração de calendários é a observação de um calendário, teríamos a neces-
dos movimentos cíclicos da Lua. sidade de aproximadamente 13 me-
No caderno, faça um desenho que repre- ses para completar um ano. A opção
sente a sombra projetada pelo gnômon às Pesquise em livros, revistas, jornais e sites
adotada para manter os 12 meses
11 horas, às 12 horas e às 13 horas desse qual é o tempo que a Lua leva para comple-
foi adicionar dias em cada mês. Por
mesmo dia. tar uma volta ao redor da Terra e como esse
isso, alguns meses têm 30 dias e ou-
tempo foi usado para desenvolver calendá-
2. Para dizer que o Sol está no ponto mais alto rios. Escreva um texto curto que apresente tros 31 (fevereiro, 28 ou 29).
da sua trajetória aparente no céu, podemos essas informações e compartilhe suas des- 6. Não teríamos as estações do ano
usar a expressão “sol a pino”. Em que mo- cobertas com os colegas. Se desejar, insira definidas, e os dias e as noites te-
mento do dia isso ocorre? 2. Ao meio-dia. imagens para ilustrar o seu trabalho. Peça riam igual duração em qualquer pe-
3. Pedro estava ajudando Marina a compreen- ao (à) professor(a) dicas para identificar fon- ríodo do ano.
der por que existem as estações do ano. tes confiáveis de consulta. 7. Por meio dos movimentos de rotação
Para isso, ele fez um desenho para explicar (definição dos dias) e de translação
6. Se o eixo de rotação da Terra não fosse in-
a trajetória da Terra ao redor do Sol. (definição do ano).
clinado, como seriam as estações do ano
8. Solicite aos estudantes que pes-
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA nos hemisférios norte e sul? Complete sua
resposta fazendo, no caderno, um desenho quisem em fontes confiáveis sobre
esquemático dessa situação. a duração de dias e de noites nos
outros planetas. Resposta espera-
7. De que forma os movimentos da Terra se
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da: Sim, o tempo de rotação e de


relacionam com a marcação do tempo nos translação de cada um também de-
calendários? termina a duração dos dias e dos
8. Além da Terra, o Sistema Solar é formado anos. Por exemplo, em Mercúrio o
pelos planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Jú- dia (rotação) tem duração de 58
piter, Saturno, Urano e Netuno. Todos eles dias e 16 horas terrestres e seu pe-
apresentam rotação e translação, embora ríodo de translação (o ano) é de 88
a duração dos movimentos em cada plane- dias terrestres.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes ta seja diferente. Nesses planetas também
discordem da afirmação de Pedro.
9. A resposta à questão está disponível
ocorrem dias e noites? E anos? Escreva, no Livro do Estudante. Os estudantes
Pedro disse: “Marina, quando a Terra se apro- no caderno, um argumento para responder podem pesquisar os anos bissextos
xima do Sol, fica muito quente e é verão. Já a essas perguntas com base no que você no site Calendário-365, disponível
quando a Terra está longe, é inverno”. aprendeu neste capítulo.
em: https://www.calendario-365.
O que você acha da explicação de Pedro? 9. Consulte um calendário do ano vigente. Es- com.br/anos-bissextos.html. Aces-
Revise o que você estudou dos movimentos tamos em um ano bissexto? 9. Próximos anos so em: 22 maio 2022.
bissextos: 2024, 2028 e 2032.
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Orientações didáticas 1. Representação esperada:


N
Banco de imagens/
Arquivo da editora

Gnômon
#Atividades
O grupo de atividades presentes nesta página permite
ampliar e desenvolver as habilidades EF06CI14, as com- 14 h
petências gerais 2 e 7 e as competências específicas 2 e 5 13 h 10 horas
12 h 11 h
de Ciências da Natureza.
Sugerimos selecionar alguns exercícios para que sejam 2. Ao meio-dia. Mas, se estivesse no equador, não produ-
feitos em sala de aula e outros em casa com a ajuda da ziria sombra. A sombra é projetada dependendo da po-
família ou responsável. Separe alguns minutos de sua pró- sição no globo terrestre.
xima aula para realizar a correção dos exercícios e verificar 3. A resposta à questão está disponível no Livro do Es-
possíveis defasagens de conteúdo. Caso julgue necessário, tudante. A trajetória da Terra ao redor do Sol é prati-
faça uma revisão dos conteúdos abordados até o momento. camente circular. As estações do ano são explicadas
41
Orientações didáticas
O capítulo aborda a estrutura, as ca-
CAPÍTULO 3
Objetivos do capítulo

A estrutura do
madas da atmosfera, as camadas inter-
nas e a identificação de rochas e fós- • Reconhecer a
atmosfera terrestre
seis da Terra. e suas camadas.

planeta Terra
Inicialmente, sugerimos que peça • Reconhecer as
aos estudantes que observem a ima- camadas da Terra.
gem de abertura do capítulo. Sugeri- • Compreender como
as Ciências buscam
mos que faça uma comparação entre resolver problemas.
um abacate e a Terra. Essa proposta é • Identificar a
de Santos e Infante-Malachias (2013), estrutura interna
que identificaram a capacidade de mo- do planeta Terra em
desenhos e modelos.
delos didáticos de analogia favorece-
• Identificar os
rem a aprendizagem dos estudantes do diferentes tipos de
Ensino Fundamental. rocha.
Depois, você pode ler o texto com os • Compreender a
estudantes e, caso queira explorar mais relação entre rochas
sedimentares e a
a analogia do abacate, outras pergun- formação de fósseis.
tas a serem feitas nesse momento são:
Na BNCC
“Como seria o abacate se: tivesse me-
nos polpa ou se não tivesse a casca?”; Habilidades:
EF06CI11 e
“E se o caroço fosse muito grande ou a EF06CI12.
casca fosse muito fina?”; “E se a pol-
pa fosse muito dura ou não existisse o Abacateiro (Persea sp.) e seus frutos (medem cerca de 11 cm). Jair Ferreira Belafacce/Shutterstock
caroço?”. Levar abacates para a sala
de aula, a fim de que os estudantes te- A imagem de abertura deste capítulo apresenta abacates ainda ligados à árvore. Mas, se vamos es-
nham contato físico com a fruta e suas tudar as camadas do planeta Terra, o que o abacate faz aqui? Você pode estar se perguntando: “O que
estruturas pode ser enriquecedor. a Terra e um abacate têm em comum?”. Para compreender isso, vamos fazer algumas comparações.
Trabalhar com as perguntas iniciais Primeiro, é importante pensar no formato da fruta e depois no formato do planeta Terra. Será
e as camadas do abacate é o início que é isso que eles têm em comum? Alguns abacates são arredondados, mas não todos. O forma-
do desenvolvimento da habilidade to típico é oval, com uma ponta mais alongada. Então, essa comparação não é útil para nós neste
EF06C11. Além disso, ao exercitar a momento.
curiosidade intelectual dos estudan- Outra comparação é pensar que o abacate tem ar ao seu redor, assim como a Terra tem ar em
tes, levando-os a elaborar hipóteses, há volta de sua superfície, que chamamos de atmosfera. No entanto, também não é bem isso que
eles têm em comum. O ar da atmosfera faz parte do planeta. Já o ar ao redor do abacate não faz
o desenvolvimento do trabalho com a
parte da fruta.
competência geral 2.
No decorrer deste capítulo, você vai perceber que algumas comparações podem ser feitas entre
os dois. Claro que não podemos comparar diretamente um abacate com o planeta Terra, eles são
muito diferentes, mas podemos estabelecer algumas relações, dentro de certos limites, para nos
ajudar a entender algumas estruturas do planeta onde vivemos.


ESC OREVA
NO L
IVRO

#Para iniciar
• O que você imagina que o planeta Terra e um abacate têm em comum?
• O que você sabe do interior da Terra?
Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações didáticas.
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#Para iniciar • A primeira pergunta visa estabelecer uma analogia en-


Este boxe tem o objetivo de auxiliá-lo na identificação tre o modelo de camadas internas da Terra e o abacate.
dos conhecimentos prévios, das habilidades, das atitudes Como toda analogia, esta tem suas limitações, que serão
e dos valores dos estudantes. Por isso, sugerimos pedir a expressas ao longo do capítulo. Espera-se que alguns es-
eles que realizem o registro de suas respostas iniciais no tudantes já conheçam o modelo de camadas da estrutura
caderno, a fim de que possam ser retomadas e revistas interna da Terra, ainda que não formalmente, e associem
no final do capítulo. Isso contribuirá para que se tornem a existência do caroço do abacate ao núcleo do planeta.
conscientes do desenvolvimento de suas aprendizagens e • Espera-se que os estudantes comentem sobre a lava ou
da construção do seu conhecimento. o magma que há no interior do planeta. Essas respostas
A seguir, sugestões de respostas e comentários às ques- podem ser exploradas para ampliar o vocabulário e o
tões propostas. campo conceitual de domínio dos estudantes.

42
# A atmosfera
Orientações didáticas

ITAR-TASS News Agency/Alamy/ Fotoarena


Inicialmente, antes da leitura do tex-
As auroras são fenômenos to, sugerimos que pergunte aos estu-
observados próximo aos polos dantes se eles sabem o que são auro-
do planeta Terra. Quando esse ras boreais e se já viram algum vídeo
fenômeno ocorre próximo do ou comentário sobre elas. Se possível,
polo norte, é chamado de aurora mostre o vídeo indicado no boxe #Para
boreal. Quando acontece próxi- saber +.
mo do polo sul, recebe o nome Leia o texto com os estudantes, co-
de aurora austral. mentando o período em que houve
Esse fenômeno ocorre porque mais gás oxigênio no ar e um grande
partículas vindas do espaço, emi- surgimento de seres vivos. É interessan-
tidas pelo Sol, se chocam com te destacar que a primeira atmosfera
partículas do ar que compõem a do planeta não tinha quantias significa-
Aurora boreal vista da superfície terrestre
atmosfera, a camada de ar que em Murmansk, na Rússia, em 2022. tivas de gás oxigênio. Os primeiros seres
envolve o planeta. Embora não seja possível ver essas vivos que surgiram eram bactérias. Ao
partículas a olho nu, conseguimos ver a luz emitida quando algumas longo de milhões de anos, o gás oxi-
delas se chocam. gênio produzido por elas transformou
As auroras não são os únicos fenômenos que acontecem radicalmente a atmosfera, permitindo
na atmosfera. Relâmpagos, nuvens, chuvas e ventos são o surgimento de seres vivos mais com-
exemplos cotidianos e que ocorrem em todos os luga- plexos e evoluídos, ou seja, as caracte-
Austrália rísticas de nosso planeta estão intima-
res da Terra. Aliás, fenômenos atmosféricos existem
também em outros planetas! mente ligadas à vida. No período entre
Atualmente, sabe-se qual é a composição 850 milhões e 550 milhões de anos,
da atmosfera de alguns planetas e, entre eles, a concentração de gás oxigênio subiu
apenas a Terra tem atmosfera composta prin- acima dos níveis atuais, permitindo a
chamada Explosão Cambriana, surgi-

Reprodução/NASA
cipalmente dos gases oxigênio e nitrogênio.
mento de inúmeras espécies de plantas
Esses dois gases são importantes para a
e animais mais complexos.
vida no planeta. O oxigênio é o gás que muitos
seres vivos utilizam no processo de respiração,
inclusive os seres humanos. Já o gás nitrogênio
é transformado em compostos que são funda-
mentais para as plantas e outros seres vivos.
Antártida
Mas nem sempre foi assim. No passado da Terra,
durante muitos anos, houve menor proporção de gás oxi- Aurora austral
gênio na atmosfera. E, por algum tempo, também houve mais em fotografia da
gás oxigênio no ar do que atualmente. Esse período coincide com a época Terra tirada de um
em que houve o surgimento de muitos seres vivos. satélite, em 2006.
Outra característica da atmosfera terrestre é que ela é muito fina em
comparação com o tamanho do planeta.
Não há um limite bem definido entre o fim da atmosfera e o começo Rarefeita:
com menor
do espaço sideral. Isso acontece porque a atmosfera vai se tornando gra-
concentração de
dativamente rarefeita com a altitude, ou seja, quanto maior a distância partículas.
entre a superfície da Terra e a atmosfera, menor a quantidade de gases. Altitude:
Cerca de 90% de toda a massa de ar está em uma região de até 20 km medida da altura a
de altitude. partir do nível do mar.

43

Reprodução
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#Para saber
Vídeo de um evento de aurora
Com meio minuto de duração, o vídeo mostra uma aurora vista de fora da Terra.
Disponível em: https://images.nasa.gov/details-jsc2015m000204.
A evolução da composição da atmosfera terrestre e das formas de vida que habitam a Terra
Artigo que relaciona as variações da composição da atmosfera terrestre com o surgimento e as mudanças das formas de
vida na Terra.
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc38_4/06-EA-57-15.pdf.
Acesso em: 10 maio 2022.

43
#Camadas da atmosfera
Orientações didáticas
O infográfico aprofunda o trabalho
com a habilidade EF06CI11, ao apre-
sentar as camadas da atmosfera e suas
características. Sugerimos destacar que
não existem limites bem definidos para O planeta Terra está rodeado por uma camada relativamente fina de-
nominada atmosfera, comumente chamada de ar, cuja função é per-
cada camada. As divisões utilizadas mitir a vida no planeta. Ela consiste em uma mistura de gases, prin-
são consideradas para facilitar o estu- cipalmente nitrogênio molecular (78%) e oxigênio molecular (21%).
do das diferenças observadas em cada
faixa de altitude.
Depois disso, é importante destacar
para os estudantes os eventos e os fe- CAMADAS DA ATMOSFERA Nave e estação
Auroras boreais

nômenos conhecidos entre as cama- espacial: 408 km


das. Por exemplo, pode acontecer de 1. Troposfera
alguns estudantes imaginarem que a É a camada mais fina da atmosfera, variando aproximadamente entre 8 km (nos
camada de ozônio seja a última, mas polos) e 20 km de altitude (na linha do equador). Nós vivemos rodeados pelo
ar da troposfera e é nessa camada onde ocorrem as nuvens, as chuvas e os
ela se localiza relativamente perto do relâmpagos. Quanto maior a altitude, menor é a temperatura e mais rarefeito é
solo, a cerca de 30 km. Destacar a al- o ar, o que dificulta a respiração de muitos seres vivos.
titude de voo dos aviões e a localização
Características
dos satélites também é interessante
para dar uma visão geral da estrutura
da atmosfera. Lembre-se de comparar
a dimensão das camadas com o tama-
nho do planeta (cerca de 12 mil km de Diminuição da Tem espessura de Nela são formados os fenômenos
temperatura com aproximadamente meteorológicos, como os ventos,
diâmetro) para dar uma visão da di- o aumento da 20 km no equador e as tempestades, as chuvas e as
mensão da atmosfera em relação a ele. altura. 8 km nos polos. nevascas.
Salto espacial
A divisão de camadas apresentada mais alto: 39 km
tem por base a temperatura. Na estra-
tosfera, a temperatura é mais alta do O2
que na troposfera em razão, principal- Nela se Faz com que
concentra a as variações de
mente, da absorção da radiação pela maior parte do temperatura entre
camada de ozônio. Na mesosfera, o oxigênio e do o dia e a noite não É a mais ána das camadas
comportamento da temperatura volta vapor de água. sejam tão grandes. da atmosfera.

a ser como na troposfera, diminuindo


com a altitude. Na termosfera, a tem- 2. Estratosfera
peratura volta a subir, em razão da ab- Chega até 50 km de altitude. Aviões a jato podem viajar nas partes mais inferiores da
sorção de ondas curtas por átomos e estratosfera, pois nela não há tempestades e ventos como na troposfera.
íons. Nessa faixa ocorre a reflexão de
Características
ondas de rádio. Por sua vez, a exosfe-
ra é a última camada (às vezes defi-
nida como a subdivisão superior da
termosfera), extremamente rarefeita, a
ponto de não participar de processos
de filtração de radiação como as ou- Balões É onde se localiza a Tem pouco vapor
meteorológicos camada de ozônio, de água, razão
tras camadas. A colisão entre molécu- chegam até essa que absorve boa pela qual há
las é extremamente rara nessa cama- camada. parte dos raios poucas nuvens
ultravioleta do Sol. nessa camada.
da, sendo que algumas escapam do
campo gravitacional terrestre. 44

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Orientações didáticas

Camadas da atmosfera/Elbibliote.com S.A.


Elaborado com base em: DIAS, A. A. C.; ANDRADE-NETO, A. V.; MILTAO, M. S. R. A atmosfera terrestre: composição e estrutura.
Cadernos de Física da UEFS, v. 5, n. 1-2, 2007.; FURTADO, M. Tsi. Modelo adiabático da atmosfera terrestre compatível com o
aquecimento global e o efeito estufa. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 34, n. 3, 2012.
É possível encontrar, em livros ou si-
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA
tes, diferentes valores e divisões para
as camadas. Também não há consenso
Exosfera sobre o início do espaço interplane-
tário. A Federação Aeronáutica Inter-
nacional adota a linha de Karman, a
5 Satélites
100 km de altura, como divisão. Afi-
nal, a partir dessa altitude, a densi-
3. Mesosfera dade da atmosfera é tão baixa que
Alcança 85 km de altitude. Na mesosfera ocorrem as menores não há mais sustentação aerodinâmi-
550 km
Termosfera temperaturas da atmosfera, que podem chegar a –100 °C. Às
vezes, observa-se nessa camada um fenômeno chamado “chuva ca para velocidades abaixo da veloci-
de meteoros”, ou “estrelas cadentes”. Esse fenômeno acontece dade orbital (24 000 km/h). O nome
quando uma grande quantidade de pequenos corpos celestes da linha é uma homenagem ao físico
atravessa a mesosfera em alta velocidade, incendiando-se e
4 deixando rastros visíveis no céu. húngaro Theodore von Karman (1881-
Linha de Karman -1963), que pesquisava e trabalhava
Características com foguetes.
85 km Mesosfera Também pode ser importante refor-
çar com os estudantes que esquemas e
modelos são simplificações, mas ainda
Meteoritos Contém Contém a parte mais Há muito É nela que ocorre assim são úteis para o conhecimento
3 apenas 0,1%
do total do ar
fria da atmosfera. pouco
vapor de
a desintegração
de meteoritos
científico, pois favorecem o estudo e a
atmosférico. água. que entram na investigação da realidade a partir de
atmosfera. uma forma mais simples e compreen-
50 km Estratosfera sível, que pode ser detalhada e desen-
4. Termosfera volvida posteriormente.
Estende-se até 550 km de altitude. A 100 km de altitude foi deánida a linha
2 Camada
imaginária de Karman. Ela é muito usada para separar o que é a Terra do que é
o espaço exterior.
#Para saber
de ozônio
Jumping From Space!
Características Felix Baumgartner bateu alguns re-
Troposfera cordes com esse salto, inclusive o
20 km Na de maior velocidade em queda li-
termosfera,
as partículas
vre: 1 357,6 km/h, que é uma velo-
de ar estão cidade superior à do som no ar, de
É onde A atividade solar faz a A Estação Espacial
muito 1 236 km/h. Disponível em: https://
1 separadas.
ocorrem as
auroras boreais
temperatura oscilar bastante na
termosfera. Sua temperatura
Internacional orbita
a Terra nessa youtu.be/E9oKEJ1pXPw. Acesso em:
e austrais. pode chegar até 1 700 °C. camada. 10 maio 2022.

5. Exosfera
É a camada mais Características
exterior da atmosfera,
Sua
acima de 550 km de
composição
altitude.
difere pouco da O ar
composição do perde suas
espaço sideral. características
É onde está físico-químicas.
a maioria dos A temperatura
satélites artificiais. não varia.

45

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Atividade complementar
Explorando as camadas da atmosfera mada da atmosfera. Você pode deixar livre a escolha da
Sugerimos uma atividade complementar para os estudantes mídia ou realizar uma votação para a turma definir qual
reproduzirem as informações apresentadas no infográfico tipo de mídia vai utilizar.
utilizando uma mídia digital, como vídeo, podcast, slides ou Após essa escolha, cada grupo vai criar a forma que re-
música. Se não for possível utilizar um recurso digital, esta presentará a sua camada da atmosfera. Se, por exemplo,
atividade pode ser realizada por meio de uma encenação for vídeo, podcast ou teatro, a turma pode criar uma his-
de teatro ou da construção de um cartaz. tória em que um personagem percorre todas as camadas
Sugerimos que a turma seja organizada em cinco grupos, da atmosfera narrando e representando as características
de forma que cada grupo seja responsável por uma ca- de cada uma delas.

45
# O interior da Terra
Orientações didáticas
Sugerimos, inicialmente, retomar a Casca
comparação do abacate com a Terra, O infográfico apresentado anteriormente mostra que a atmos- Polpa
feita no início do capítulo, com o pro- fera terrestre pode ser compreendida por um modelo de cama-
das. Vamos analisar agora a estrutura interna do planeta Terra.

Artem Kutsenko/Shutterstock
pósito de discutir a estrutura do interior
da Terra, que começará a ser estudada. Lembre-se de uma das perguntas iniciais do capítulo: O que
Se achar pertinente, antes da leitu- você imagina que o planeta Terra e um abacate têm em comum?
ra do texto, você pode mobilizar o que Voltando à comparação entre o abacate e a Terra, quando o
os estudantes já sabem. Para isso, per- cortamos ao meio observamos uma fina casca que envolve a pol-
gunte: “O que vocês acham que existe pa amolecida, que por sua vez está ao redor da semente. A semente Semente
é uma estrutura arredondada que, se for plantada, poderá originar um
no interior da Terra?”. Nesse momen- Cortando um abacate
novo abacateiro. No interior do planeta Terra não há uma semente, mas,
to, deixe que eles falem e expressem de maneira semelhante ao abacate, há diferentes camadas que variam ao meio, podemos
suas ideias. Se também achar pertinen- identificar três partes
em constituição e consistência.
te, você pode anotar algumas respostas ou camadas.
Desde que foi formada, há mais de 4 bilhões de anos, a Terra passa
na lousa, para que, no final do capítulo, por transformações contínuas. A superfície terrestre, por exemplo, já foi
os estudantes comparem o que já sa- muito diferente. O resfriamento lento e gradativo da superfície permitiu
biam com o que aprenderam. a formação de rochas e o acúmulo de água líquida. De acordo com as
Depois, peça aos estudantes que evidências científicas, nos ambientes aquáticos surgiram os primeiros
observem a imagem da lava sendo ex- seres vivos. Apesar de a superfície terrestre ter muitas regiões com tem-
pelida e leia o texto com eles. peraturas que permitem a existência de vida, no interior do planeta a
temperatura é extremamente elevada.
#Para refletir
Este boxe trabalha a competência
ImageBank4u/Shutterstock

geral 2 e a competência específica 2


de Ciências da Natureza. Sugerimos
que incentive os estudantes a trocar
ideias e a justificar suas respostas.
Espera-se que eles comentem que
a lava vai resfriar e solidificar. Nesse
momento, sugerimos comentar que a
lava pode ter temperaturas de 600 °C
até 1 250 °C e viscosidades diferen-
tes. Pode-se também aproveitar para
No interior da Terra existem
comentar que o material expelido por
diferentes materiais. Alguns
vulcões é uma importante fonte de co- deles chegam à superfície
nhecimento sobre a composição do in- quando, por exemplo, um
terior da Terra. vulcão expele lava. Na imagem,
erupção de vulcão na Islândia,
em 2021.

#Para refletir GRUPO



ESC O
NO L
REVA
IVRO

1 O que você acha que acontece com a lava depois de expelida


na superfície terrestre? Troque ideias com os colegas.

1. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.


46

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Para saber
Google Earth – Vulcões voláteis
No Google Earth podemos visualizar imagens de vulcões
ativos de vários lugares do mundo.
Disponível em: https://earth.google.com/web/
@-8.12164201,112.92534162,2976.91056391a,5693.
82500491d,35y,0.70950867h,64.06355048t,0r/
data=CjASLhIgNGFiYmQ4OWNiNDUwMTFlNzgwYzQ1ZmY
zYTA0NDEwZDgiCmdjc19saXN0XzE?hl=pt-BR. Acesso em:
10 maio 2022.

46
Orientações didáticas
A estrutura da Terra
As ilustrações e o conteúdo desta
Assim como a atmosfera, o interior do planeta Terra também pode ser
página ampliam o trabalho com a ha-
dividido e representado em camadas. Da superfície para o centro do pla-
bilidade EF06CI11, ao identificar as ca-
neta, são identificadas três camadas: crosta terrestre, manto e núcleo.
madas da Terra e apresentar suas prin-
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA cipais características.
A habilidade de interpretação de di-
Esquema em corte da estrutura da Terra
ferentes tipos de representação, como
Litosfera ilustrações, esquemas, modelos, gráfi-

R2 Editorial/Arquivo da editora
cos, entre outros, é fundamental para
Manto

Crosta terrestre
a articulação entre conteúdos concei-
Núcleo tuais e procedimentais.
externo
Após a leitura do texto com os es-
Núcleo
interno
tudantes, sugerimos que se certifique
de que todos compreenderam as re-
presentações esquemáticas apresen-
6 000 km

5 000 km

4 000 km

3 000 km

1 000 km
2 000 km

0 km
tadas. Certifique-se também de que
eles compreenderam a relação entre
a representação esquemática das ca-
Elaborado com base em: GROTZINGER, J. P.; JORDAN, T. H. Understanding Earth. 7th. ed. madas mais superficiais e o esquema
New York: Freeman, 2014. p. 10, 14.
em corte da estrutura da Terra.

Crosta terrestre
Essa é a camada mais externa da Terra. Nós vivemos na superfície da
crosta. Ela apresenta variações na espessura e é composta de rochas e
solo.
A crosta pode ser dividida em dois tipos: a crosta oceânica e a crosta
continental. A crosta oceânica tem espessura de 5 km a 10 km e está
localizada no fundo dos mares e oceanos. A crosta continental é mais
espessa, pode ter entre 25 km e 50 km de profundidade, e forma os
continentes e as partes rasas de mares e oceanos, próximos ao litoral.
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS

CORES FANTASIA
R2 Editorial/Arquivo da editora

Crosta
oceânica

Representação
esquemática das
Crosta
continental
camadas mais
superficiais do
Litosfera planeta Terra.
Litosfera Observe que a
crosta continental
é mais espessa que
a crosta oceânica,
Região superior e que a litosfera é
do manto formada pela crosta
e por uma parte do
manto.

47

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Reprodução Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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47
Orientações didáticas
Manto sistência pastosa. O material do manto recebe o
#Experimentar Logo abaixo da crosta existe uma região nome de magma. Além de no manto, o magma
Esta seção tem o objetivo de apre- rochosa chamada de manto, com cerca de pode ser encontrado no interior da crosta, nas
sentar propostas de atividades práticas 3 000 km de espessura. É nessa região que está câmaras magmáticas. Quando é expelido por um
investigativas, introduzindo aos estudan- vulcão, o magma passa a ser chamado de lava.
a maior massa da Terra.
tes as práticas de pesquisa, mobilizan- A crosta e a parte do manto que está em con- Núcleo
do processos e procedimentos científi- tato com ela formam, juntas, uma camada rocho- É a região mais interna, constituída de ferro e
cos. Além disso, estímulos e propostas sa chamada de litosfera, com cerca de 100 km de níquel. Inicia-se a cerca de 2 900 km da superfí-
complementares podem auxiliar no de- espessura. A litosfera é fragmentada em grandes cie e se estende até o centro da Terra, a mais de
senvolvimento do pensamento compu- blocos rochosos, as placas litosféricas ou tectô- 6 300 km de profundidade. O núcleo externo é
tacional (identificação de padrões), por nicas. Na superfície das placas tectônicas, estão predominantemente líquido e o núcleo interno,
os continentes e o fundo dos oceanos. na maior parte, é sólido. Estima-se que a tem-
meio da abstração e da decomposição
para a execução de uma tarefa. Abaixo da litosfera, a temperatura é tão alta peratura no núcleo do planeta seja em torno de
que parte das rochas do manto passa a ter con- 6 000 °C.
Esse experimento propicia o traba-
lho com as competências gerais 2, 4 e

#Experimentar
5, e com a competência específica 2 GRUPO
de Ciências da Natureza, pois oferece
estratégias diversificadas para traba-
lhar o objeto do conhecimento mobili- Nesta atividade, você e os co-

Fotos: Dotta2/Arquivo da editora


zado e oferece momentos de exercício legas vão construir um modelo
da curiosidade intelectual e de prática das camadas do planeta Terra
da abordagem própria das ciências, co- com massa de modelar.
muns na investigação científica, além
de promover a divulgação de dados e Material
ideias científicas em diferentes supor-
• Massa de modelar de diversas
tes de comunicação.
cores.
O importante desta atividade é des-
• Pedaço de linha.
tacar as propriedades gerais de cada
camada, em especial o tamanho delas
em relação ao planeta e à crosta. Des-
Como fazer
taque o tamanho do manto e do nú- Observando as imagens e o
cleo, mostrando que eles juntos têm a esquema da estrutura interna da
maior parte da massa do planeta. Nes- Terra, mostrado na página ante-
se momento, verifique se os estudantes rior, construam um modelo representando as camadas do planeta, desde a crosta terrestre até
o núcleo. Utilizem cores diferentes para cada camada e a cor azul para representar os oceanos.
conseguem relacionar as camadas dos
Lembrem-se de representar também os continentes.
modelos feitos com as camadas apre-
Quando o modelo estiver pronto, vocês podem dividi-lo ao meio usando a linha, com cuidado.
sentadas nas ilustrações. Ele ficará semelhante ao da imagem mostrada. Relembrem as características das camadas da
Este é um bom momento para ve- Terra usando o modelo feito por vocês.
rificar se os estudantes compreende- NÃ 1. Espera-se que os estudantes representem, pelos menos, a crosta terrestre, o manto
ESC O
ram os conceitos apresentados até este Conclusão NO L
REVA
IVRO
e o núcleo. Alguns podem representar a diferenciação entre o núcleo interno e externo.
2. Camada mais interna: núcleo. Camada mais externa: crosta terrestre.
ponto do estudo. Se achar pertinente,
retome os textos e as ilustrações das 1 Quantas camadas diferentes o modelo feito por vocês apresenta? Quais são elas?
camadas da Terra para remediar pos-
síveis falhas nas aprendizagens. 2 No modelo que vocês construíram, qual foi a camada mais interna? E a mais externa?
As respostas às questões propostas
no item Conclusão estão disponíveis no
3 Retomem o esquema de estrutura da Terra e respondam: O modelo que vocês fizeram repre-
senta as espessuras das camadas do planeta de modo proporcional? Expliquem.
Livro do Estudante. 3. Espera-se que os estudantes concluam que o modelo não representa as camadas da Terra de modo proporcio-
nal. A crosta é extremamente fina quando comparada com o manto e com o núcleo. Seria impossível representar
48 essa pequena espessura com a massa de modelar.

Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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48
Orientações didáticas
#Integrando as Ciências Sugerimos retomar a discussão so-
bre a escala de nosso planeta e suas
Viagem ao centro da Terra camadas, comentando as dificuldades

Rakot13/CC BY-SA 3.0


Um jovem e seu tio resolvem viajar ao de perfurar o solo em grandes profun-
centro da Terra. Dirigem-se, então, à crate- didades. Embora 12 km pareçam uma
ra de um vulcão na Islândia, que acreditam grande profundidade, uma breve com-
ser a porta de entrada para o interior do paração com o raio ou o diâmetro do
planeta. Na incrível aventura, encontram
planeta mostrará o quanto é fina a ca-
um mundo subterrâneo repleto de surpre-
sas que vão de oceanos a dinossauros. Pa-
mada em que vivemos.
rece fantástico? E é, mas trata-se apenas de #Integrando as Ciências
uma história de ficção. O livro Viagem ao
centro da Terra, do francês Julio Verne, não Imagem da tampa que cobre o poço O texto deste boxe possibilita o traba-
se aproxima nem um pouco da realidade. superprofundo de Kola. lho interdisciplinar ao oferecer aos estu-
Até hoje, quase 150 anos depois do lançamento do livro, enveredar-se pelo interior do dantes a oportunidade de estabelecer a
planeta é impossível para o homem e, ainda que a viagem se tornasse real, o que encontra- conexão entre diferentes componentes
ríamos seria bem diferente. [...] curriculares, evitando a rígida comparti-
mentalização do conhecimento.
Investigação subterrânea
O texto comenta a história do livro
[…] Alguns aparelhos especiais tentam perfurar a crosta terrestre para alcançar camadas
Viagem ao centro da Terra, de Júlio Ver-
mais profundas e retirar amostras para análise. “A perfuração mais profunda foi feita na Pe-
nínsula de Kola, na antiga União Soviética, nos anos 1970, e atingiu cerca de 12 quilômetros,
ne (1828-1905), que pode ser conheci-
mas o projeto foi encerrado”, conta Roberto [Cunha, geólogo da Universidade Federal do Rio do entre estudantes. Questione se algum
Grande do Sul]. “Hoje, o navio japonês Chikyu está perfurando o fundo do Oceano Pacífico, estudante já leu o livro ou se conhece al-
perto da Nova Zelândia”. guma adaptação dele para o cinema ou
Perfurar a crosta terrestre é um projeto caro e trabalhoso, mas existem outras formas outras mídias.
de descobrir os materiais que formam a Terra. “Quando ocorre um terremoto, as ondas de Vale comentar que, apesar de pa-
choque – também chamadas ondas sísmicas – atravessam todo o planeta, sendo detectadas recer estranho atualmente, em alguns
por uma rede de sismógrafos espalhados pelo mundo”, explica Roberto. “A velocidade dessas momentos da história, cientistas defen-
ondas varia com o tipo de material que elas atravessam. Então, o atraso na velocidade de deram a teoria de que a Terra era oca
cada onda dá pistas sobre o material que foi atravessado”.
no seu interior, abrigando diferentes
Além de ficar de olho nos terremotos, os cientistas usam simulações em computador para
formas de vida. Essa teoria, depois de
investigar o centro da Terra. “As simulações são importantes porque tentam representar as
condições do interior do planeta, que são inacessíveis para nós”, ressalta o pesquisador. […]
ter sido comprovada como cientifica-
mente inviável, ainda foi defendida por
CHAGAS, Catarina. Viagem ao centro da Terra. Ciência Hoje das Crianças, [s. l.], 10 dez. 2012. Disponível em:
http://chc.org.br/viagem-ao-centro-da-terra/. Acesso em: 26 nov. 2021.
um tempo pela pseudociência.
Esse boxe favorece o trabalho com
o Tema Contemporâneo Transversal
O navio japonês Chikyu conseguiu perfurar a crosta oceânica, ultrapassando o limite da crosta Ciência e Tecnologia e com o tema da
em uma placa litosférica. No entanto, em 2019, a ferramenta de perfuração do navio quebrou em pseudociência.
contato com rochas rígidas e, até 2021, o projeto não havia sido retomado.
#Para interpretar
#Para interpretar NÃ
ESCR O
NO
EVA
As atividades deste boxe oferecem
LIVR
O aos estudantes a oportunidade de
1 Qual é a vantagem de perfurar o fundo do mar? desenvolver as habilidades de leitura,
uma vez que demanda processos de
2 O desenvolvimento de tecnologias é fundamental para o estudo do interior da Terra.
Identifique no texto um exemplo dessa relação entre ciência e tecnologia e explique-o compreensão e inferência de textos.
com as próprias palavras no caderno. Após a leitura do texto, peça aos estu-
dantes que respondam às atividades
1 e 2. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas. no caderno e, depois, disponibilize um
49 período para a leitura e discussão so-
bre as respostas.
1. A crosta oceânica tem espessura
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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t h reduzido.
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menor do que a crosta continental, o
que permitiria chegar a camadas mais
profundas da litosfera perfurando um
buraco de menor comprimento.
2. O desenvolvimento de ferramenta
capaz de perfurar rochas extrema-
mente rígidas e funcionar em altas
temperaturas é necessário para abrir
buracos muito profundos na crosta.

49
# Rochas e minerais
Orientações didáticas
Esse conteúdo inicia o trabalho
com a habilidade EF06CI12 ao apre- Ao andar pelas ruas, você já deve ter observado diversas construções:
sentar aos estudantes algumas rochas casas, prédios, calçadas, pontes, etc. Você já se perguntou, porém, de
e minerais. onde vêm os materiais utilizados nessas construções? Alguns deles po-
Inicialmente, sugerimos que utilize dem ser encontrados na natureza e são extraídos de rochas.
a pergunta do primeiro parágrafo para As rochas compõem a litosfera, ou seja, a região que compreende a
mobilizar e identificar o que os estu- crosta e uma parte superior do manto. Elas são formadas por minerais,
dantes já sabem. Pergunte a eles do materiais naturais geralmente sólidos, como o ferro e o alumínio.
que acham que as construções cita- Observe na imagem a seguir os principais minerais presentes no gra-
das são feitas e deixe-os falar e expres- nito, um tipo de rocha muito utilizado em calçamentos, revestimentos e
sar suas ideias. Eles poderão respon- bancadas de pia.
der, por exemplo, que as calçadas são
Ao estudar as propriedades dos minerais, os cientistas consideram
feitas com rochas ou apenas pedras.
algumas características como brilho, transparência, cor e dureza, que é
Se achar pertinente, pergunte a eles se a capacidade de resistência da superfície do mineral. Quanto mais difícil
conhecem algum tipo de rocha e, em for de riscar, maior é a sua dureza.
caso afirmativo, peça-lhes que contem
onde a viram. Ressalte que o mármo- Granito

Fokin Oleg/Shutterstock
Feldspato
re e o granito, comuns atualmente em (rocha) (mineral)
Yes058 Montree Nanta/
Shutterstock

residências, por exemplo, são tipos de


rochas. Verifique se os estudantes já vi-
ram o granito e chame a atenção deles
para as imagens, mostrando a consti-

michal812/Shutterstock
tuição desse material.
Se considerar pertinente, solicite
aos estudantes que tragam amostras Quartzo
de rochas, ou de utensílios feitos com Biotita (mineral)
Bjoern Wylezich/
Shutterstock

(mineral) O granito é uma rocha


elas, para que possam ser analisados
formada, principalmente,
por toda a turma e discutidos ao lon- pelos minerais quartzo,
go do conteúdo. Outra possibilidade feldspato e biotita, um tipo
é preparar uma apresentação com Nadezhda Bolotina/ de mica.
Shutterstock
imagens dos tipos de rochas, eviden-
ciando as diferenças entre elas e suas O quartzo é o mineral mais abundante na superfície da Terra. Ele tem
ampla utilização, como na indústria de vidros, pois na areia há grande

Finesell/Shutterstock
aplicabilidades.
quantidade de quartzo. Também está presente na composição de com-
putadores e de fibras ópticas. Esse mineral existe em variedade de cores,
como rosa, verde, amarelo e branco, sendo utilizado na confecção de
joias e de objetos de decoração.
De acordo com a origem das rochas, podemos classificá-las em: mag- Quartzo amarelo
brasileiro lapidado.
máticas (ou ígneas), metamórficas e sedimentares.

Ao longo da evolução de nossa espécie, os seres humanos aprende-


ram a utilizar rochas e minerais para fabricar diversos objetos. Lascas
de rochas tornaram-se ferramentas para caçar e cortar alimentos. Al-
guns milhares de anos depois, em diversas civilizações, desenvolveu-se
a produção do bronze a partir de dois tipos de mineral, em um dos
exemplos mais antigos do uso desses materiais. Com o bronze, molda-
vam-se armas, jarras e muitos outros artefatos.

50

Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
d id

#Atividade complementar
Pesquisando os usos de cada tipo de rocha A apresentação pode ser livre, utilizando recursos digitais
Sugerimos uma atividade complementar para enriquecer o ou cartazes com imagens. O objetivo da atividade é dar
assunto sobre os tipos de rochas. ênfase às aplicações comuns e cotidianas das rochas na
Os estudantes podem ser organizados em grupos, de for- região onde os estudantes vivem e não tanto às caracte-
ma que cada grupo fique responsável por um tipo de rocha. rísticas ou à formação de cada rocha, assunto que será
Cada grupo deverá pesquisar os usos mais comuns de cada estudado a seguir.
tipo e apresentar para a turma na aula seguinte. Pode-se solicitar também a cada grupo que investigue quais
são os tipos de rochas mais comuns no Brasil.

50
Orientações didáticas
Rochas magmáticas ou ígneas
O conteúdo apresentado continua o

tom pfeiffer/Alamy/Fotoarena
No início da formação da Terra havia inten-
trabalho com a habilidade EF06CI12.
sa atividade vulcânica na superfície do plane-
Inicialmente, para explicar a forma-
ta. Assim, grandes quantidades de lava, vapor
de água e gases eram lançadas continuamen- ção das rochas magmáticas, sugeri-
te na superfície terrestre. A lava, como vimos mos retomar a estrutura da Terra, evi-
anteriormente, origina-se do magma. denciando o magma. Uma dúvida que
Lentamente, o planeta foi se modificando. pode surgir é por que o magma é líqui-
A quantidade de lava expelida foi diminuin- do, se ele é formado por rochas. Para
do, enquanto a lava que estava na superfície explicar essa questão, comente que o
resfriou e se solidificou, formando as rochas magma é muito quente e está sob alta
da crosta terrestre. Posteriormente, rochas Erupção do vulcão Cumbre Vieja, em La
Palma, nas ilhas Canárias, arquipélago da
pressão. Devido a essa alta pressão,
da superfície da crosta deram origem ao solo pode escapar para a superfície através
Espanha, em 2021.
em diversas regiões.
dos vulcões. Para explicar esse proces-
Além disso, havia o magma que se infiltrava na camada rochosa da so, uma possibilidade é compará-lo a
crosta. Ao se solidificar, esse magma deu origem a rochas em camadas
uma panela de pressão.
mais profundas da crosta, e não na superfície.
Esses dois processos de formação de rochas a partir da lava ou do
magma ocorrem até hoje. São processos lentos, que podem durar milha-
res ou milhões de anos.
As rochas que se formam diretamente da

Julio Ricco/Shutterstock
lava, na superfície do planeta, ou do magma,
quando dentro da crosta, são chamadas ro-
chas magmáticas ou ígneas. Entre as rochas
magmáticas estão o basalto, o granito e a pe-
dra-pomes.
O granito é muito utilizado em acabamen-
tos da construção civil, como revestimentos
de pisos, batentes de janelas, calçamentos,
bancadas de cozinhas e banheiros. Essa rocha
também pode ser esculpida, dando origem a
monumentos e objetos de decoração. Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret
A pedra-pomes é porosa e apresenta su- (1894-1955), 1953 (grupo de esculturas em
perfície áspera. Ela é utilizada para polimento granito, 12 m × 50 m × 15ám). Localizado no
de objetos e como esfoliante da pele. Já o Parque Ibirapuera, em São Paulo (SP), 2019.
basalto é bastante utilizado em calçamentos
e é o principal constituinte da crosta oceânica.
Basalto.
tamfarkas/Shutterstock
Sahara Prince/Shutterstock

Africa Studio/Shutterstock

Pedra-pomes.

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Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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#Para saber
Serviço Geológico do Brasil – rochas Factos sobre vulcões | National Geographic Portugal
No site do Serviço Geológico do Brasil, você encontra mais O vídeo, com cerca de 5 minutos, mostra vulcões ativos e
informações sobre os processos de formação de rochas e comenta as erupções vulcânicas. Você pode selecionar a
sobre os minerais presentes em cada tipo, com ênfase para tradução automática da legenda para ver o vídeo com le-
as rochas encontradas no Brasil. genda em português.
Disponível em: http://www.cprm.gov.br/publique/SGB- Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Aw4jcsuePoE.
Divulga/Canal-Escola/Rochas-1107.html. Acesso em: 10 maio 2022.

51
Orientações didáticas
Rochas sedimentares
Sugerimos, inicialmente, destacar o
As rochas sedimentares são formadas por fragmentos de outras rochas que se depositam e
fato de que as rochas também sofrem
são compactados, formando camadas. Esses fragmentos são chamados sedimentos e se formam
a ação das mudanças do ambiente.
pela ação do intemperismo, ou seja, pela ação de fatores como vento, chuva, sol intenso, diferen-
Uma possibilidade para iniciar a con- ças de temperatura, etc. Observe a seguir a representação esquemática de formação das rochas
versa sobre as rochas sedimentares é sedimentares.
perguntar para os estudantes se as ro-
chas podem mudar com o tempo ou
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA 1 A ação do intemperismo desgasta as rochas.
Chuvas e ventos carregam os sedimentos.
não. Nesse momento, deixe que eles
se expressem e troquem ideias. Caso
respondam que as rochas podem mu- 2 Os sedimentos se depositam nas regiões
dar com o tempo, peça-lhes que expli- mais baixas de rios, mares e oceanos.

quem as mudanças e quem ou o que


as pode causar.
3 As camadas de sedimentos se
Depois, você pode solicitar aos estu- sobrepõem e pressionam as camadas
dantes que citem fatores naturais que de baixo, que se tornam compactas e
podem modificar uma região rochosa. sofrem transformações, originando as
rochas sedimentares.
Durante a leitura do texto, sugerimos
que peça aos estudantes que anotem
R2
Ed

no caderno palavras das quais não sai-


it
oria

Horus2017/Shutterstock
l/A

bam o significado. Se houver possibi-


rqu

Representação esquemática da formação


ivo
d

lidade, ofereça dicionários a eles para


ae

das rochas sedimentares.


dit
ora

que procurem o significado das pala-


Em razão do processo de formação, as rochas sedimentares têm ca-
vras anotadas ou oriente-os a pesqui-
madas paralelas e horizontais. Essa característica é conhecida como es-
sar em dicionários on-line. tratificação.
São exemplos de rochas sedimentares o arenito, o argilito e o calcário.
O arenito é composto de sedimentos que chamamos de areia. O cal-
cário, por sua vez, tem em sua composição minerais que contêm cálcio.
Um dos componentes do argilito é a argila, muito utilizada na fabri-
cação de tijolos, telhas e objetos domésticos, como pratos e panelas. A Estratificação de uma
rocha sedimentar,
queima da argila produz um material bastante resistente que chamamos
Itu (SP), 2019.
de cerâmica.

Zig Koch/Pulsar Imagens


Adriano Kirihara/Pulsar Imagens

Joa Souza/Shutterstock

Formação em arenito
A argila pode ser obtida do no Parque Estadual
argilito e utilizada para fazer de Vila Velha, em
Rocha calcária no Parque objetos de cerâmica. Arte em Ponta Grossa (PR),
Estadual do Jalapão (TO), 2018. cerâmica, Salvador (BA), 2021. 2018.

52

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Para ler
Mineração, ambiente e sociedade: impactos cortes em blocos de dimensão padronizada e confere segundo lugar, há problemas associados à extração
complexos e simplificação da legislação à mina a aparência de um poço dotado de enormes mineral em si, que pode levar ao rebaixamento do
A principal forma de extração mineral no Brasil plataformas em degraus. O preparo da escavação é lençol freático e ao comprometimento da recarga dos
ocorre por meio das minas a céu aberto. Sua instala- feito a partir da perfuração dos blocos e da infusão de aquíferos; por fim, existe o risco de contaminação dos
ção inicia com o desmatamento da região a ser lavra- cargas de explosivos. A detonação afrouxa os blocos, corpos d’água. [...]
da e a retirada de todo o solo fértil. Como esse solo permitindo que escavadeiras mecânicas carreguem o MILANEZ, Bruno. Mineração, ambiente e sociedade: impactos
normalmente possui baixo teor de minério, ele é con- material extraído em caminhões fora de estrada para complexos e simplificação da legislação UFJF, 2017. Disponível
traditoriamente chamado de “estéril” pelas minerado- as unidades de beneficiamento. [...] em: https://www.ufjf.br/poemas/files/2014/07/Milanez-2017-
Com relação aos recursos hídricos, os impactos da Minera%C3%A7%C3%A3o-ambiente-e-sociedade.pdf. Acesso
ras. Esse estéril é, então, acumulado em grandes pi- em: 10 maio 2022.
lhas. Na maior parte dos projetos de grande escala, em mineração ocorrem, pelo menos, em três níveis. Pri-
seguida, inicia-se o processo de extração; que envolve meiramente, existe o elevado consumo de água; em

52
Orientações didáticas
Fósseis
Como são constituídas de camadas, as rochas sedimentares apresentam uma ordenação tem- O conteúdo e a representação es-
poral, na qual as camadas mais profundas são as mais antigas. Além disso, nelas é possível ocorrer quemática aprofundam o trabalho
o processo de fossilização, ou seja, formação de fósseis. com a habilidade EF06CI12, relacio-
Os fósseis são restos de seres vivos ou vestígios de suas atividades, como pegadas, que ficaram nando a formação de fósseis às ro-
preservados ao longo do tempo em rochas, gelo ou âmbar (resina de algumas plantas). chas sedimentares.
O tema dos fósseis, provavelmente,
A B vai despertar a curiosidade dos estu-
liga_sveta/Shutterstock

yoko.kym/Shutterstock
dantes. Sugerimos que comece ques-
tionando o que eles sabem sobre o
assunto, o que são fósseis, como são
formados, etc. Se na cidade onde se lo-
caliza a escola houver um museu, uma
possibilidade é organizar uma visita, de
forma que os estudantes possam ver
fósseis reais.
Depois desse mapeamento inicial,
sugerimos que leia o texto com os es-
Fósseis de seres já extintos nos ajudam a compreender a história da vida na Terra. Nas tudantes, chamando a atenção deles
fotos, podemos observar conchas preservadas de animais marinhos chamados amonites para a representação esquemática.
(A) e a pegada de um dinossauro (B). Esses dois fósseis são do Período Jurássico, entre
200 milhões e 146 milhões de anos atrás, aproximadamente.
É importante destacar o processo de
formação de fósseis a partir de seres
Existem diferentes tipos de fossilização. A seguir, observe no esque- FORA DE PROPORÇÃO vivos e que a descoberta deles per-
ma a formação de um fóssil a partir de um esqueleto de dinossauro. mite reconstruir grande parte da his-
CORES FANTASIA
tória da vida em nosso planeta. Muitos
estudantes podem ter dificuldade em
compreender a relação entre fósseis e
O animal morre Com a decomposição rochas. Vale destacar aqui que fósseis
e seu corpo é das partes moles do de ossos, por exemplo, não são ossos, e
recoberto por corpo do animal,
sedimentos. restam os ossos e os
sim formações minerais constituídas de
Esse processo dentes. ossos ou outros restos de seres vivos.
é facilitado se 2
o animal morto
estiver na água.
1
R2 Editorial/Arquivo da editora

3 4
Gradualmente, Após milhões de anos, as partes
Representação esquemática
os sedimentos duras çcam fossilizadas, rígidas como
da formação de um fóssil.
vão preenchendo rochas, e podem ser descobertas,
os espaços das principalmente por cientistas
partes duras. especializados, como os paleontólogos.

53

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Atividade complementar
Exposição sobre fósseis
Sugerimos uma atividade complementar em que os es-
tudantes façam pesquisas sobre fósseis, que poderão
ser apresentadas à turma ou às outras turmas da escola.
Para a elaboração, sugerimos que os estudantes formem
grupos e se organizem livremente, tanto na escolha dos
assuntos (por exemplo, formação de fósseis, fósseis no
Brasil, o que se pode estudar a partir dos fósseis, etc.)
quanto na forma de apresentação (vídeos, slides, mo-
delos ou outras formas). Os trabalhos podem ser apre-
sentados em uma aula escolhida por você.

53
Orientações didáticas A preservação das partes moles do corpo de um animal é muito difícil

RomanVX/Shutterstock
Inicialmente, sugerimos que verifique de acontecer, devido ao processo natural de decomposição. Porém, há ca-
se os estudantes sabiam que animais sos em que o corpo de um animal pode ficar preservado por milhares ou
podem ser preservados em âmbar ou milhões de anos. É o caso de insetos preservados no âmbar e de alguns
soterrados no gelo. mamutes encontrados na Sibéria, na Rússia, que ficaram soterrados no
gelo e tiverem parte do corpo preservada.
Ao iniciar a leitura do texto e chamar
a atenção dos estudantes para as ima-

ITAR-TASS News Agency/Alamy/ Fotoarena


gens, sugerimos que pergunte a eles:
Inseto preservado
“Qual é a importância de estudar os em âmbar.
fósseis?”. Deixe que eles expressem
suas ideias e conduza a discussão para
a importância dos fósseis para estimar
a idade da Terra, por exemplo.
Por fim, você pode verificar se os
estudantes ainda apresentam alguma
dúvida sobre as rochas sedimentares e
os fósseis. Caso tenha adotado a #Ati-
vidade complementar sugerida na pá-
gina anterior, esse pode ser um bom
momento para os estudantes apresen-
tarem seus trabalhos sobre os fósseis.

Em 2007, o corpo congelado e em perfeito estado de um filhote de mamute,


chamado de Lyuba, foi encontrado por um pastor de renas na Sibéria.
Provavelmente, Lyuba ficou congelado por cerca de 40 mil anos. Os mamutes
estão extintos há 10 mil anos.

O estudo dos fósseis é importante para a compreensão da história da


Terra e das formas de vida que já estão extintas. Além de nos fornecer
informações sobre os próprios seres vivos e sua evolução, estudar os
fósseis é uma maneira de avaliar a idade das rochas em que eles foram
encontrados. Isso é importante porque possibilita estimar a idade da
Terra em mais de 4 bilhões de anos!
Além dos fósseis, as rochas sedimentares podem abrigar depósitos de
petróleo, amplamente explorados em diversas regiões do mundo, inclu-
sive no Brasil. O petróleo é um material formado há milhões de anos, re-
sultado da decomposição de organismos marinhos, principalmente seres
microscópicos. É do petróleo que podem ser obtidos alguns combustíveis,
como a gasolina e o óleo diesel.

#Estude +
• Desvendando o passado da Terra: os fósseis e o trabalho do paleontólogo
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kp7rJWABauw. Acesso em: 28 nov. 2021.
Vídeo do Museu Paraense Emílio Goeldi com explicações sobre os tipos de fóssil, o trabalho do
paleontólogo e alguns fósseis encontrados no Pará, estado onde se localiza o museu.

54

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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#Para saber
Dá pra reviver dinossauros pelo DNA? Calçamento na região de Araraquara revela pegadas
Nos conhecidos filmes da franquia Jurassic Park, dinossauros fósseis de dinossauros
são revividos a partir de DNA recolhido de mosquitos conser- Reportagem sobre pegadas de dinossauros encontradas em
vados em âmbar. Nesse vídeo do canal Manual do Mundo, rochas usadas para fazer calçamentos na região de Arara-
esse tema é abordado investigando se seria possível de fato quara (SP).
reviver os dinossauros a partir de DNA encontrado em fósseis. Disponível em: https://www.estadao.com.br/noticias/
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pn6- geral,calcamento-na-regiao-de-araraquara-revela-pegadas
pNVHqWk. -fosseis-de-dinossauros,536813.
Acesso em: 10 maio 2022.

54
Orientações didáticas
Rochas metamórficas
Esse conteúdo encerra o detalha-
As rochas metamórficas são aquelas que surgem de transformações sofridas tanto pelas rochas
mento sobre os tipos de rocha.
magmáticas quanto pelas rochas sedimentares. Por exemplo, o calcário, que é uma rocha sedimentar,
Inicialmente, sugerimos que pergun-
quando submetido a altas pressões e temperaturas, pode dar origem ao mármore, uma rocha metamór-
fica, no interior da crosta terrestre. te aos estudantes sobre os usos conhe-
Outros exemplos de rochas metamórficas são a ardósia, o gnaisse e a pedra-sabão.
cidos dessas rochas. O mármore, muito
usado em pias e bancadas, por exem-
plo, é um tipo de rocha metamórfica,
formada a partir do calcário. Verifique
se os estudantes já o conheciam.
O mármore (no detalhe) Depois, vale destacar aqui a relação
é a rocha branca que, das rochas metamórficas com as ígne-

Aleksandr Pobedimskiy/Shutterstock
com o basalto (preto),
as e as sedimentares.
pode compor as calçadas
de algumas cidades, #Integrando as Ciências
formando mosaicos em
pavimentos, como nessa O texto deste boxe possibilita o tra-
imagem na cidade de balho interdisciplinar ao oferecer ao es-
Curitiba (PR), 2018. tudante a oportunidade de estabelecer
conexão entre diferentes componentes
Alf Ribeiro/Shutterstock curriculares, evitando a rígida comparti-
mentalização do conhecimento.
#Integrando as Ciências Sugerimos orientar os estudantes a
fazer a leitura do texto em duplas e de-
pois conversarem sobre notícias que já
Impactos da mineração
ouviram envolvendo a extração de mi-
Os minérios (rochas e minerais com importância econômica) são
Marcos Amend/Pulsar Imagens
nérios. Proponha a elaboração de se-
extraídos da natureza pelo processo de mineração. Esse processo é
minários sobre mineração e peça aos
muito importante para a indústria mundial, pois fornece fontes de
energia e matéria-prima para a fabricação de muitos produtos. estudantes que coletem notícias envol-
Embora existam leis que regulem as atividades de mineração, a vendo essa atividade.
extração de minérios causa impactos ambientais negativos, como Também é possível explorar o tema
danos aos seres vivos, ao solo e aos recursos hídricos de uma região. por meio de um debate, organizando a
Em algumas técnicas de extração de minérios, determinadas turma em dois grupos, um favorável ao
substâncias são utilizadas para facilitar o processo. Algumas delas processo de mineração e outro des-
podem causar danos à saúde dos trabalhadores da mineração, além favorável, apresentando os riscos e os
de contaminar o solo e a água, o que ameaça a sobrevivência de prejuízos ambientais dessa prática. É
diversos seres vivos. Um exemplo é o mercúrio, ainda utilizado na Atividade ilegal de
extração ilegal de ouro. mineração em terra importante que os pontos negativos e
indígena do povo os positivos sejam discutidos e que os
Conflitos sociais em regiões de mineração, muitas vezes envol-
munduruku, em estudantes elenquem ações que pos-
vendo povos indígenas e comunidades tradicionais, também são
Jacareacanga (PA), 2020. sam minimizar os impactos negativos,
comuns.
visto que essa é uma atividade econô-
mica muito importante na sociedade.
Dessa forma, você trabalha a compe-
#Para refletir GRUPO

ESC O
NO L
REVA
IVRO
tência geral 7.
1 Na região em que você mora, a mineração é uma atividade relevante? Forme um grupo #Para refletir
com mais dois colegas. Pesquisem e listem os pontos positivos e os negativos dessa
1. Espera-se que os estudantes façam
atividade na região ou em uma região próxima.
comentários sobre alguma minera-
1. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas. dora da região onde moram ou so-
55 bre notícias a respeito da minera-
ção que foram destaque em todo
o Brasil. Por exemplo, o rompimen-
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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d id
to da barragem de Brumadinho em
2019 e o rompimento da barragem
de Mariana em 2015, ambos em Mi-
nas Gerais. Os rompimentos dessas
barragens foram considerados de-
sastres industriais, humanitários e
ambientais. Essa abordagem é in-
teressante para trabalhar a compe-
tência geral 7 e as competências
específicas 4 e 5 de Ciências da
Natureza.

55
Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades.

#Atividades
NÃO
Orientações didáticas ESCR
NO L
EVA
IVRO
O grupo de atividades presente
nesta página e nas próximas permite
1. Reproduza a imagem a seguir no caderno Jeff Bezos vai ao espaço –
ampliar e desenvolver as habilidades e identifique as camadas da atmosfera, e diz que o rival Richard Branson
EF06CI11 e EF06CI12, pois retoma o representando o que pode ser encontra- não esteve lá
conteúdo abordado no capítulo: as ca- do em cada uma delas com desenhos ou […] Na manhã desta terça-feira [20/07/2021],
racterísticas das camadas da atmosfera colagens. Jeff Bezos [...] viajou ao espaço com mais três
terrestre, a estrutura do interior da Terra acompanhantes. O voo durou apenas 10 mi-
e alguns tipos de rochas. nutos, mas foi suficiente para que os tripulan-
CORES FANTASIA
Sugerimos que selecione algumas tes vissem a Terra de cima. O bilionário esco-
atividades para que sejam feitas em FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS
lheu a data de hoje porque é o aniversário (de
52 anos) do pouso da Apollo 11 na Lua.
sala de aula e outras em casa com a
ajuda de familiares ou responsáveis. Mas o inglês Richard Branson [...] apro-
veitou a brecha e decolou antes, realizando
Separe alguns minutos de sua próxi-
um voo similar e também tripulado no dia
ma aula para realizar a correção das 11 de julho, mais de uma semana antes. Isso
atividades e verificar possíveis defasa- desencadeou uma guerra indireta, e pública,
gens de conteúdo. Caso julgue neces- 550 km entre os dois bilionários: a equipe de um tem
sário, faça uma revisão dos conteúdos menosprezado o feito do outro, dizendo que
abordados até o momento. o rival não esteve realmente no espaço.
Ambos os voos foram suborbitais, ou
#Atividades seja, as naves alcançaram a fronteira do espa-
1. Espera-se que os estudantes re- ço e voltaram, sem dar uma volta ao redor da
lembrem algumas características Terra. Mas há grandes diferenças entre eles.
de cada camada da atmosfera. Caso Jeff Bezos viajou a bordo do foguete New
seja necessário, sugerimos que eles Shepard (o nome é uma homenagem ao as-
assistam ao vídeo A atmosfera – tronauta Alan Shepard, que em 1961 se tor-
nou o primeiro americano a ir ao espaço).
Camadas da Terra – Ciências para
Após o lançamento, a espaçonave subiu cer-
crianças. Disponível em: https:// ca de 75 quilômetros até que a cápsula onde
youtu.be/p7fYXt-_K9Q. Acesso em: estavam os tripulantes se desprendesse do
10 maio 2022. foguete. Ela seguiu até alcançar 100 quilôme-
85 km tros de distância do nível do mar [...].
Para aprofundar a discussão, uma
Richard Branson, por sua vez, viajou a
possibilidade é propor questões como:
bordo do VSS Unity, um veículo aéreo forma-
“Seria possível os aviões voarem nas ca- do por dois aviões. O avião maior decolou e
madas superiores à troposfera?”; “Por 50 km subiu até alcançar 15 km de altitude – quan-
que os satélites não podem ficar em ca- do liberou o avião menor, que seguiu rumo
madas mais próximas da Terra?”. ao espaço levando os tripulantes. Ele
alcançou uma altitude de 86 km. […]
2. a, b) As respostas às questões pro-
postas estão disponíveis no Livro do 20 km
FIORATTI, C.; GARATTONI, B. Jeff Bezos vai ao
espaço – e diz que o rival Richard Branson não
Estudante. Espera-se que os estu- esteve lá. Superinteressante, São Paulo, 20 jul. 2021.
dantes comentem a diferença de al- R2 Editorial/Arquivo da editora

titude alcançada em cada um dos


voos. Uma possibilidade de explorar 2. Em julho de 2021, dois bilionários dos Esta-
mais essas viagens é indicar aos es- dos Unidos da América inauguraram voos
Suborbitais: que não completam
tudantes um vídeo de cada um dos tripulados privados ao espaço. A reporta- uma volta em torno do planeta;
voos realizados: Jeff Bezos no espa- gem a seguir trata de uma polêmica que portanto, um voo suborbital não
ço: veja imagens de dentro da cabi- surgiu em relação a esses voos. chega a ser um voo orbital.
ne durante voo histórico, disponível
56
em: https://youtu.be/oboxzItufRc;
Bilionário Richard Branson chega
ao espaço, disponível em: https:// R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id
youtu.be/9exoQZBBCfA. Acesso em:
10 maio 2022. é abordar esse tema com a área de Ciências Humanas
Sugerimos também explorar as para trazer mais questões associadas a disputas espa-
questões comerciais e sociais envol- ciais, bem como os pontos positivos e os negativos de
vidas nessa corrida espacial entre uma disputa e as perspectivas dos estudantes sobre o
dois bilionários. Uma possibilidade turismo espacial.

56

ESC O
NO L
REVA Orientações didáticas
IVRO
a) Pelo que você estudou sobre a atmosfera terrestre, cada empresário chegou a qual #Atividades
camada da atmosfera? 2. a) Jeff Bezos alcançou a termosfera e Richard Branson atingiu a mesosfera.
3. a, b) As respostas às questões pro-
b) Explique se, pela definição de linha de Karman, eles chegaram ao espaço.
2. b) Tomando por base a linha de Karman (100 km de altitude), Bezos chegou ao espaço (alcançou 100 km de postas estão disponíveis no Livro
altitude), mas Branson não (atingiu 86 km de altitude). do Estudante. Nesta questão é in-
3. Em 2012, o paraquedista austríaco Felix Baumgartner (1969-) saltou de uma altura de quase
40 km, batendo o recorde mundial de altitude de salto de paraquedas. O veículo usado pelo teressante retomar como varia a
paraquedista para atingir essa altitude foi um balão estratosférico. Veja uma imagem de Felix densidade do ar em cada camada,
no instante do salto. destacando a importância da rou-
pa adequada para o salto e o equi-
pamento com oxigênio. Uma suges-

Red Bull Stratos/AP Images


tão é retomar com os estudantes as
características da estratosfera e co-
mentar que nessa altitude o para-
quedista teve a oportunidade de ob-
servar a curvatura da Terra.
4. A resposta à atividade proposta está
disponível no Livro do Estudante. Es-
pera-se que os estudantes identifi-
quem corretamente as camadas do
interior da crosta terrestre. Podem
surgir curiosidades, como saber qual
foi o buraco mais profundo já ca-
vado. Sugerimos a seguinte repor-
tagem para promover a discussão
Paraquedista Felix Baumgartner em salto realizado a 39 000 m de altura em 2012.
dessas curiosidades:
a) De qual camada da atmosfera o paraquedista saltou? 3. a) Ele saltou da estratosfera. • PIESING, Mark. O buraco mais pro-
b) Por que Felix Baumgartner está usando roupas especiais? 3. b) As roupas especiais o protegem
fundo já cavado na Terra. BBC News
do frio exterior e permitem que ele tenha oxigênio para respirar. Brasil, 25 maio 2019. Disponível em:
4. No caderno, indique o nome das partes que formam a estrutura da Terra, sinalizadas pelos https://www.bbc.com/portuguese/
números na imagem a seguir. vert-fut-48330248. Acesso em: 10
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
maio 2022.

Atmosfera
1

Crosta terrestre
2

3
Manto
Walter Caldeira/Arquivo da editora

Núcleo
4
externo
Núcleo
5
interno

57

R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

57

ESC OREVA
NO L
IVRO

Orientações didáticas 5. Explique o que é o magma e qual é a dife-

iStockphoto/Getty Images
5. O magma corresponde a rochas rença entre magma e lava.
com consistência pastosa e alta
6. Um tipo de calçamento chamado de calçada D
temperatura que fica retido no inte- portuguesa, por ter se originado em Portu-
rior da crosta ou do manto. Quando gal, utiliza rochas brancas e pretas para for- C
é expelido por um vulcão, ele pas- mar diferentes desenhos ou composições.
sa a ser chamado de lava. Aqui su- B

gerimos destacar que o material é A

Rogério Reis/Pulsar Imagens


o mesmo; o nome diferente é para
indicar a sua localização e que os
magmas podem ter distintas com-
posições químicas. a) Qual é o tipo de rocha que aparece na ima-
6. As rochas pretas são basalto, uma gem? Como você chegou a essa conclusão?
rocha magmática, e as brancas po- b) Das camadas sinalizadas da imagem, qual
dem ser mármore, uma rocha meta- é a mais antiga? Por quê?
mórfica.
7. A pedra-sabão é um tipo de rocha 9. Observe atentamente a imagem a seguir,
analisando os fósseis representados nela.
metamórfica. Essa rocha é formada Calçada portuguesa no Rio de Janeiro (RJ), 2021.
pela transformação das rochas mag- FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA

máticas ou sedimentares. De acordo com o que você estudou neste 9. a) Os fósseis da camada 5 são mais recentes do que os
8. e 9. As respostas às questões pro- capítulo, quais são as rochas geralmente uti- da camada 1, pois a rocha é sedimentar e uma camada é
lizadas nesse estilo de calçamento? Identifi- mais nova ou recente quando
postas estão disponíveis no Livro do comparada com as cama-
Estudante. que o tipo de cada rocha. das que estão abaixo dela.
7. Aleijadinho (1730-1814) foi um importante
escultor brasileiro. Entre suas obras está
Os doze profetas, um conjunto de escultu-
ras monumentais instaladas em Congonhas
(MG). Para confeccionar essas obras ele uti- 9. b) Não,

R2 Editorial/Arquivo da editora
12
pois é
lizou pedra-sabão. possível 11
reconhecer 10
na imagem
Arnika Ganten/Shutterstock

9
fósseis
como 8
folhas de 7
plantas e
6
pegadas
5
de animais
4
(camada 9).
3
2

Vista parcial da obra Os doze profetas, de Aleijadinho, a) Em relação à história da Terra, quais
em Congonhas (MG), em junho de 2021. fósseis devem ser mais recentes: os que
estão na camada 1 ou os que estão na
Que tipo de rocha é a pedra-sabão? Como camada 5? Por quê?
essa rocha é formada?
b) Observando a diversidade de fósseis en-
8. A paisagem mostrada na imagem a seguir contrados nessa rocha, responda: Os fós-
localiza-se em Salta, na Argentina. Nela po- seis são formados apenas de partes duras
demos observar uma formação rochosa. de animais? Justifique sua resposta.
8. a) A rocha é sedimentar, por causa das camadas horizontais e paralelas (estratificação).
8. b) Camada A, pois os sedimentos vão se sobrepondo às camadas que já existiam. Uma camada é mais
58 antiga em relação às que estão acima dela.

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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58
Orientações didáticas
CAPêTULO 4 Sugerimos que inicie a abordagem
Objetivos do capítulo
da página perguntando aos estudan-
• Compreender tes como eles imaginam a Terra pri-

A crosta da Terra
a formação da
crosta terrestre.
mitiva. Deixe que eles exponham suas
ideias, sempre mediando para garantir
• Reconhecer as
características da que nenhuma resposta seja desmere-
crosta terrestre. cida por outros estudantes. Após esse
• Compreender a pequeno bate-papo, apresente a ima-
origem do solo e gem da Terra primitiva e explique que se
sua composição. trata de uma representação artística.
• Discutir a Ressalte que, embora tenha sido ela-
importância do
cuidado com o borada com base na imaginação, foram
solo. usadas informações de pesquisas geo-
• Reconhecer as lógicas, espaciais, biológicas, químicas
partes do solo. e físicas. Enfatize, portanto, que as re-
presentações artísticas são fundamen-
Na BNCC
tadas em inúmeros estudos.
Habilidade: Depois, sugerimos que questione
EF06CI11.
como os estudantes imaginam que as
montanhas atuais se formaram, quanto
CORES FANTASIA tempo isso levou, se elas se ergueram a
FORA DE PROPORÇÃO partir da crosta terrestre ou se foram os
vales que afundaram. Esse último ques-

Library/ Fotoarena
tionamento é importante, pois possibi-

Richard Bizley/
Science Photo
lita identificar como os estudantes vêm
construindo seu conhecimento sobre a
Representação artística da crosta terrestre primitiva. estrutura da Terra, bem como sua inter-
pretação dos fenômenos naturais. Nes-
Observe atentamente a imagem de abertura deste capítulo. A crosta terrestre representada se momento, pode ser que eles citem
nela não se parece com a crosta que habitamos hoje, não é mesmo? Isso porque a imagem repre- eventos como terremotos, vulcões, mo-
senta um momento do desenvolvimento da Terra em que a crosta terrestre ainda estava no início vimentos dos oceanos, entre outros. Não
de sua formação. Você acha que ela mudou muito de lá para cá? é necessário aprofundar os mecanismos
Você estudou anteriormente que a Terra é composta de diferentes camadas, da superfície até o desses fenômenos, a ideia é que os es-
interior do planeta. A superfície corresponde à crosta terrestre, uma camada sólida onde vive uma tudantes formulem hipóteses e consi-
grande diversidade de seres vivos, e onde o ser humano constrói e planta. Ela passou por diversas gam respondê-las no decorrer do ca-
mudanças durante toda sua história de formação e continua se transformando, tanto por fatores
pítulo. Dessa forma, você favorecerá o
naturais quanto pela ação dos seres humanos.
trabalho com a competência geral 2.
É isso que estudaremos ao longo deste capítulo. Vamos compreender como a crosta terrestre
se formou, como se modificou e continua se modificando. #Para iniciar

ESCR O Este boxe tem o objetivo de auxiliá-
EVA
NO LIVR
O -lo na identificação dos conhecimentos
#Para iniciar prévios, das habilidades, das atitudes
• O que você sabe da formação da crosta terrestre? Troque ideias com os colegas e o (a) e dos valores dos estudantes. Por isso,
professor(a). sugerimos que eles realizem o registro
• Como interagimos com a superfície da Terra? de suas respostas iniciais no caderno,
a fim de que possam ser retomadas e
Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações revistas no final do capítulo. Isso contri-
didáticas. 59
buirá para que se conscientizem do de-
senvolvimento de suas aprendizagens e
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id da construção do seu conhecimento.
• Espera-se que os estudantes mobilizem
os conhecimentos referentes às cama-
das da Terra e à aparência da Terra pri-
mitiva tratados anteriormente para con-
cluir que, provavelmente, a superfície da
Terra primitiva era quente e foi se res-
friando ao longo do tempo.
• Os estudantes podem citar ativida-
des como agricultura, construção de
prédios, construção de estradas, ex-
tração de rochas e outros materiais,
entre outras. Incentive-os a citar o má-
ximo de exemplos que conseguirem. Es-
ses exemplos podem ser anotados no
quadro de giz.
59
# A crosta terrestre na história da Terra
Orientações didáticas
Neste momento, será trabalhada a
formação da crosta terrestre por meio Os estudos realizados por diferentes áreas das Ciências da Natureza
de elementos que os estudantes já ti- estimam que o planeta Terra tenha se formado entre 4,5 bilhões e
veram contato no capítulo que trata da 5 bilhões de anos atrás. Ao longo de todo esse tempo, a crosta terrestre
formação da Terra e dos tipos de rocha. ficou exposta aos mais variados fenômenos naturais, como chuva, vento,
Assim, é favorecido o desenvolvimento granizo, relâmpagos, grandes mudanças de temperatura, vulcões, terre-
da habilidade EF06CI11. motos, maremotos, raios solares, meteoritos, entre outros. Isso tudo fez Meteoritos: fragmentos
com que ela se modificasse e fosse sendo moldada. sólidos vindos do
Caso haja disponibilidade em seu espaço sideral.
cronograma, antes de iniciar o traba- Mas como era a crosta em sua origem? Antes de mais nada, lembre-
Muitos são destruídos
-se: sempre que pensamos nas modificações na superfície da Terra, preci-
lho com esse conteúdo, peça aos estu- na atmosfera,
samos imaginar que elas ocorreram durante bilhões ou milhões de anos. podendo formar o
dantes que façam uma pesquisa sobre
Segundo uma hipótese científica, logo após sua formação, a Terra era rastro luminoso que
o início da formação da crosta terres-
muito quente, inclusive na superfície, que tinha consistência pastosa, pa- chamamos de meteoros
tre e que apresentem na próxima aula recida com a da lava vulcânica. Com o passar de milhões de anos, a crosta ou estrelas cadentes.
todas as dúvidas que eles tiverem en- terrestre foi se resfriando e tornando-se sólida. Assim foram se formando Mas há meteoritos que
quanto realizavam as pesquisas. Após as primeiras rochas. O material quente e pastoso do manto continuou a chegam até a superfície
sanar todas as dúvidas dos estudantes, da crosta e alguns
chegar à crosta pela intensa atividade dos vulcões.
podem pesar toneladas,
solicite que eles reúnam as informa- É importante lembrar que nesse período não existiam seres vivos (mi- causando grande
ções e montem uma apresentação, que crorganismos, animais ou plantas) no planeta. As temperaturas muito eleva- impacto.
poderá ser divulgada para a comunida- das, a composição da atmosfera e outras condições da superfície da Terra
de escolar por meio de sites, blogs ou impossibilitavam a existência de vida como a conhecemos atualmente.
das redes sociais. Dessa forma, você Alguns milhões de anos após a formação do planeta, provavelmente
favorecerá o trabalho com a metodo- havia uma atmosfera primitiva e, entre os gases atmosféricos, estava o
logia ativa da sala de aula invertida e vapor de água. Como as temperaturas elevadas da superfície terrestre
foram diminuindo, tornou-se possível a condensação da água, ou seja, a
com as tecnologias de comunicação e
passagem da água do estado gasoso para o líquido. Assim, as tempesta-
informação (TICs).
des passaram a ser frequentes.
Caso não haja disponibilidade em
A água líquida começou a se acumular nas regiões mais baixas da su-
seu cronograma, sugerimos que solicite
perfície, formando os primeiros reservatórios de água sobre a crosta, que
a alguns estudantes que façam a leitura posteriormente originaram os oceanos. Isso significa que, antes da solidi-
do texto em voz alta. Depois, peça a ou- ficação da crosta, os oceanos não existiam; eles se formaram depois do
tros estudantes que relatem o que en- resfriamento da crosta e da formação das rochas. Segundo a hipótese
tenderam na leitura, favorecendo, dessa científica que estamos analisando, há cerca de 4 bilhões de anos os
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
forma, a leitura inferencial do texto. Dei- oceanos primitivos já existiam, provavelmente com água quen-
xe que eles exponham suas ideias. Após te, rica em materiais dissolvidos das rochas, e sem vida.
esse breve bate-papo, explique que a Após a formação dos oceanos, a crosta terrestre pas-
Terra em seu início era muito quente e sou a ter duas regiões:
que, com o passar do tempo, pela ação • crosta oceânica, que se localiza abaixo dos
das tempestades e de outros fatores do mares e oceanos;
ambiente, foi se resfriando, o que resul- • crosta continental, onde estão as flores-
tou na solidificação e na formação das tas e todos os outros ambientes terrestres.
primeiras rochas. Apesar de existirem essas duas regiões, a
Jagoush/Shutterstock

Caso julgue necessário, você pode aparência da superfície da Terra era muito
exemplificar esse processo por meio diferente, sem a divisão de continentes e
de vídeos de sites de compartilha- oceanos atuais.
mento que mostrem o resfriamento da
Representação artística do início da
lava expelida por vulcões, fazendo uma
solidificação das rochas na crosta terrestre.
analogia com o que ocorreu no pla-
neta no início de sua formação. Essa 60
compreensão é importante para que
os estudantes possam identificar que
a crosta oceânica e a continental tive- Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

ram a mesma origem, mas o fato de as


primeiras terem ficado submersas e as
outras não influenciou a forma como
se transformaram ao longo do tempo.

60
Orientações didáticas
Relevo
Sugerimos que inicie a abordagem
Com a formação da crosta terrestre, diversos processos passaram
sobre o relevo, analisando com os es-
a interagir de forma lenta e dinâmica com as rochas, moldando a superfí-
tudantes o esquema da página. Expli-
cie do planeta Terra. Com esses processos, que atuam até hoje, forma-se
o relevo, que é constituído do conjunto de saliências e reentrâncias da que que ele apresenta o ponto mais
crosta terrestre, como montanhas, vales e planícies. alto e o mais profundo da crosta ter-
Na crosta continental, vários fenômenos naturais participam desse restre. Peça que analisem esses pontos
processo, como chuvas, relâmpagos, ventos, marés e raios solares. Na da imagem e leiam os textos referen-
história da Terra, as rochas recém-formadas da crosta terrestre prova- tes. Depois, solicite a alguns estudan-
velmente apresentavam superfícies irregulares e esses fenômenos con- tes que expliquem o que compreende-
tribuíram para acentuar ou amenizar essas irregularidades, desgastando, ram na leitura do esquema. Deixe que
fragmentando e transformando as rochas. Com isso, a superfície da Terra eles exponham suas ideias, suas dúvi-
alterou-se ao longo de milhões de anos. das e seus comentários.
A fragmentação das rochas originou tipos de rocha diferentes, como Você também pode utilizar o esque-
as rochas sedimentares, por meio da ação do intemperismo. Além disso, a ma para mostrar o que é uma monta-
Everest
localização dos continentes, rios e oceanos mudou muito desde a forma- Montanha mais alta do nha, um declive e uma ilha. Caso jul-
ção da crosta, o que contribuiu para transformar a superfície terrestre. mundo, que está em
Esses e outros fatores produziram e continuam a transformar o relevo
gue necessário, o aspecto da geologia
uma região onde a crosta
que observamos na atualidade. terrestre é muito espessa. das ilhas pode contribuir para a com-
Localiza-se na Ásia preensão da irregularidade da crosta
A crosta muda ao longo do tempo e faz parte de uma
FORA DE PROPORÇÃO E DISTÂNCIAS CORES FANTASIA
cadeia de montanhas
oceânica.
Muitas das áreas dos continentes
atuais já estiveram alagadas pelos chamada Himalaia. Uma atividade que pode ser realiza-
oceanos milhões de anos atrás. Por Crosta continental Ilhas da é utilizar um mapa-múndi ou globo
exemplo, regiões do norte de Minas Nessa área existem As ilhas, em sua maioria,
Gerais e do sudoeste do Paraná diferentes tipos de correspondem ao topo
terrestre para localizar o ponto onde os
apresentam fósseis de animais ambiente, como de montanhas da crosta estudantes estão: o monte Everest (na
marinhos em suas rochas. Isso indica cidades, áorestas, oceânica que estão fora fronteira entre a China e o Nepal) e a
que esses locais já foram cobertos desertos, rios, lagos, da água. A maior parte da
por água do mar no passado. montanhas e planícies. montanha está submersa.
fossa das Marianas, no oceano Pacífico.
Esclareça possíveis dúvidas que surjam
durante a fala dos estudantes.
Amadeu Blasco/Shutterstock

Crosta oceânica best works/Shutterstock


Essa parte da crosta terrestre está submersa na água
dos oceanos. Repare que ela também apresenta
relevo. Podem existir montanhas, vales e grandes
declives. Muitas dessas áreas oceânicas já estiveram
acima do nível do mar no passado da Terra.

Declives: inclinações para baixo em um terreno.

A crosta terrestre tem composição e


profundidade muito variadas, sendo dife- Fossa das Marianas
rente em cada local da Terra. Por isso deve Esse local é considerado o ponto mais profundo da crosta
ser estudada em detalhes, pois é sobre ela terrestre, localizado no oceano Pacíâco. Somente foi
que está toda a vida do planeta. Além dis- possível fazer a medição de sua profundidade utilizando
so, é o lugar em que todas as atividades equipamentos avançados. Nas fossas marinhas, a espessura
humanas são realizadas. da crosta terrestre geralmente é mais âna, aproximando-se
do manto terrestre que âca abaixo dela.

61

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para saber #Atividade complementar


Por que ainda sabemos muito pouco sobre a fossa das Marianas Material necessário
Este vídeo, com cerca de 10 minutos de duração, mostra a fossa das Marianas
e apresenta as explorações que foram feitas ao longo do tempo na região.
• Recipiente de plástico pequeno transparente.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wksSISInTnc. Acesso em:


• Massa de modelar.

23 abr. 2022. • Água.


Desenvolvimento
Peça aos estudantes que criem com a massa de modelar, no interior do reci-
piente de plástico, alguns tipos de relevo, como montanhas ou vales. Em segui-
da, oriente-os para que adicionem água e observem o tipo de relevo que fica
submerso mais rapidamente. Dessa forma, é possível estabelecer uma com-
paração entre o modelo construído pelos estudantes e as formações da crosta
oceânica e das ilhas, por exemplo.

61

Orientações didáticas GRUPO ESC O
REVA

#Para interpretar
NO L
IVRO
#Para interpretar
As atividades deste boxe oferecem A crosta terrestre foi moldada por diferentes fato-
aos estudantes a oportunidade de

Leo Caldas/Pulsar Imagens


res, resultando nas paisagens que conhecemos atual-
desenvolver as habilidades de leitura, mente. Observe estas imagens.
uma vez que demanda processos de As duas imagens
compreensão e inferência de textos. mostram cânions lo-

Tales Azzi/Pulsar Imagens


Após a leitura do texto, peça aos estu- calizados no Brasil.
Para entender o que é
dantes que respondam às atividades
um cânion, leia o texto
no caderno e, depois, disponibilize um a seguir e, depois, res-
período para a leitura e discussão das ponda às questões.
respostas. Cânion do Xingó (também conhecido
como cânion do Talhado), localizado
Durante a leitura de textos mais lon- Cânion Itaimbezinho, localizado no entre os estados de Sergipe (SE)
gos, os estudantes podem apresentar município de Cambará do Sul (RS), 2019. e Alagoas (AL), 2021. Por esse
dificuldades de concentração. Uma for- cânion passa o rio São Francisco.
ma de envolvê-los com o tema é reali-
zar inicialmente a leitura das imagens
associadas ao texto e relacioná-las O que são cânions? Como eles surgiram?
com o cotidiano dos estudantes. Nes- Cânions são vales profundos com encostas quase verticais, que podem se estender por cen-
tenas de quilômetros e atingir até 5 mil metros de profundidade. À primeira vista, quem observa
te caso, é possível questionar se exis-
esses gigantescos entalhes na superfície do planeta poderia imaginar que eles foram criados de
te algum cânion próximo da região ou uma hora para outra por algum fenômeno catastrófico, como um terremoto capaz de abrir a
estado onde moram. Outra possibilida- terra e gerar um precipício.
de é propor uma rápida pesquisa so- Nada disso: em geral, os cânions têm um aprofundamento lento, que pode durar milhões de
bre o tema, para então iniciar a leitu- anos. Os autores principais dessas obras de arte são os rios. “Dependendo da declividade do terreno,
ra do texto. da quantidade de água e das fraturas do relevo, um curso d’água tem a capacidade de entalhar as
Peça a alguns estudantes que leiam rochas do leito por onde corre, dando origem aos paredões”, afirma a geógrafa Lylian Coltrinari, da
o texto em voz alta. É importante res- Universidade de São Paulo (USP).
saltar que, nesse momento, não é es- Entretanto, um rio não constrói um cânion sozinho. Nesse processo, também desempenham
perado que eles identifiquem todos os um papel importante os chamados soerguimentos, processos de choque e deslocamento de
termos ou se aprofundem na formação placas no interior da crosta terrestre que elevam gradualmente o relevo da região. Conforme o
dos cânions, mas que compreendam terreno sobe, os rios que correm na superfície começam a ganhar ve-
Fluvial: relacionado
locidade e a aprofundar seus leitos, aumentando a altura dos paredões.
a ideia geral do texto, que aborda as aos rios.
Para os cientistas, os cânions possibilitam entender a origem das
maneiras como os fenômenos naturais Gravidade: força de
rochas e do relevo de uma região. [...] Mas os cânions de hoje não atração em direção
moldam a crosta terrestre. são retratos exatos do passado. “Além da contínua erosão fluvial, a ao centro de um
Dessa forma, você desenvolverá o ação do calor, do vento, do gelo e da própria gravidade terrestre, que corpo. A gravidade
trabalho com a leitura por inferência causa desmoronamentos, modificou o aspecto dessas feições da Terra atrai objetos
dos estudantes. ao longo do tempo”, diz Lylian. [...] e seres vivos no
A seguir, as sugestões de respostas RATIER, Rodrigo. O que são os cânions? Como eles surgiram? Superinteressante,
sentido do centro
e comentários às questões propostas. São Paulo, 18 abr. 2011.
do planeta.
1. Esta questão tem como objetivo am- Desmoronamentos:
desabamentos ou
pliar o vocabulário dos estudantes. 1 Além das palavras que estão no glossário, há alguma palavra do deslizamentos de
Por isso, traga dicionários para a sala texto cujo significado você desconheça? Se houver, consulte um rochas ou solo por
de aula e os forneça aos estudantes dicionário e anote a palavra e sua definição no caderno. ação da gravidade,
1. Resposta pessoal. que podem ser
para realizarem a atividade. É impor- 2 De acordo com o texto, quais são os fatores que originaram os favorecidos por
tante reforçar como procurar as pa- cânions? diferentes causas.
lavras e a necessidade de identifi-
car qual dos sentidos indicados em
2. Erosão pela água dos rios (fluvial), ação do calor, vento, gelo e dos desmoronamentos causados pela gravidade da Terra.
cada verbete se aplica ao contexto. 62
2. A resposta a esta questão está no
Livro do Estudante.
R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

62
# Os seres vivos moldam
Orientações didáticas

ck
rs to
utte
O conteúdo abordado nesta página

s/ S h
BHam m
a crosta terrestre favorece o desenvolvimento da habili-
dade EF06CI11.
Até aqui tratamos da transformação da crosta terrestre Para iniciar, sugerimos que retome
pela ação de fenômenos naturais como chuvas, relâmpa- com os estudantes os elementos que
gos, ventos, água dos rios e oceanos. Esses fatores inte- modificam a crosta terrestre: ações físi-
gram o intemperismo, como já vimos no capítulo anterior. cas e/ou químicas, como estudado an-
Eles modificam as rochas e moldam o relevo desde a forma-
teriormente. Nesse momento, pode-se
ção da crosta terrestre, há mais de 4 bilhões de anos.
verificar possíveis defasagens de conteú-
Segundo evidências científicas, os seres vivos surgiram após
do. Caso julgue necessário, realize uma
a formação dos oceanos primitivos, há cerca de 3,5 bilhões de A ação das plantas
anos. Com o passar do tempo, a diversidade de seres vivos foi au- breve revisão dos conteúdos principais
desagrega os minerais da
mentando. Havia organismos vivendo em diversos ambientes, aquáticos rocha, em um exemplo de abordados até o momento. Ressalte
e terrestres, interagindo e levando a transformações nas características intemperismo causado por que os seres vivos também modificam
daqueles ambientes. Mas como isso é possível? seres vivos. a crosta terrestre.
A interação e a transformação causadas por seres vivos ocorrem de dife- Aproveite o momento para apresen-
rentes maneiras. Por exemplo, existem organismos que liberam substâncias tar os exemplos indicados no Livro do
que reagem com determinados minerais e corroem rochas. Outro exemplo Estudante, que envolvem tanto a libe-
é o crescimento de estruturas capazes de fragmentar rochas, como raízes ração de substâncias por espécies de
de plantas. Recentemente na história do planeta Terra, mais um grupo de microrganismos e plantas como a ação
seres vivos passou a causar transformações na crosta: os seres humanos. mecânica das raízes, por exemplo.
De modo geral, o processo de desagregação de rochas acontece pela
ação de diferentes fatores. Vamos imaginar uma situação que se inicia
com a ação dos raios solares: durante o dia, eles aquecem a rocha e isso
#Para ler
faz com que ela se dilate. À noite, a temperatura diminui e a rocha volta Como foi formado o solo, essa
a seu tamanho normal. Esse processo pode ser imperceptível aos nossos impressionante fonte da vida
S chn ei de r/ Al a my/F
olhos, mas, ao longo dos anos, pode causar pequenas rachaduras onde ach
im oto
s-
Jo a re
na [...] “Liquens podem colonizar pe-
organismos, como bactérias e liquens, podem crescer. an

H
dras”, diz Paul Falkowski, da Universi-
Esses organismos liberam substâncias que podem gradativamente dade Rutgers em Nova Jersey, nos EUA.
corroer a rocha e gerar uma fenda. Nela, os minerais desagregados e os “Eles também produzem ácidos orgâni-
sedimentos trazidos por chuvas e ventos podem criar condições para a cos que aumentam o intemperismo” [...]
semente de uma planta germinar e se desenvolver, como a árvore da ima-
Ao acelerar o efeito de intempérie nas
gem apresentada. Com o passar do
rochas, os liquens liberam ainda mais
tempo, as raízes da árvore podem

Arctic ice/Shutterstock
nutrientes no solo, tornando-o mais
crescer entre as rachaduras da ro-
fértil e abrindo caminho para que ou-
cha, tornando-as ainda maiores. As
tras formas de vida se mudassem para
raízes também causam a fragmen-
a Terra. “Os liquens foram decisivos
tação da rocha em partes menores.
para a colonização da Terra pelas plan-
Essa sequência de eventos é tas”, diz Falkowski.
um exemplo de como os fatores do […]
intemperismo atuam na fragmen-
tação e transformação das rochas. ASHER, C. Como foi formado o solo,
essa impressionante fonte da vida. BBC
News Brasil, 28 jan. 2016. Disponível
em: https://www.bbc.com/portuguese/
noticias/2016/01/160127_vert_earth_solo_lab.
A areia da praia ou do rio é formada por Acesso em: 27 abr. 2022.
sedimentos originados do intemperismo.

63

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para saber
Aprenda mais sobre solos
Vídeo educativo da Embrapa Solos, com cerca de 7 mi-
nutos, explicando os tipos de solo brasileiros e a área de
atuação dessa instituição.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lBRFa_
cMfG8. Acesso em: 22 abr. 2022.

63
Orientações didáticas
#Integrando as Ciências
Neste momento, aprofundaremos
o desenvolvimento da habilidade

Ligh
tField
EF06CI11. Sugerimos que inicie o tra- A dilatação é um processo em que determinado ma-

Studios/S huttersto
balho identificando os conhecimentos terial aumenta em tamanho, expande-se em razão do
prévios dos estudantes sobre o solo e aumento de sua temperatura. Quando perde calor e
sua temperatura é reduzida, o material se contrai
a relação que estabelecem com ele e tende a voltar ao tamanho inicial. Conforme comen-

ck
em seu cotidiano. Pergunte se eles têm tamos anteriormente, as rochas passam por dilatação
uma horta em casa, se cuidam de plan- e contração, dependendo da temperatura.
tas, entre outras perguntas que consi- Essa propriedade dos materiais é estudada pela
derar relevantes. Os contextos são inú- Física. Ocorre não somente com rochas, mas também com
meros. Caso alguém relate que vive em metais, concreto e objetos de madeira, e cada material apre- Conhecer o processo de
senta uma proporção de dilatação diferente. A dilatação dos dilatação térmica dos
uma encosta com risco de deslizamen-
materiais é levada em consideração ao planejar construções de pré- materiais nos ajuda em
tos, por exemplo, explique quais medi- tarefas cotidianas, como
dios, casas, pontes, etc. e na fabricação de objetos e equipamentos
das podem ser tomadas para garantir que utilizamos em nossas atividades diárias. abrir com mais facilidade
a segurança dos moradores do local. a tampa metálica de um
O princípio da dilatação é usado, por exemplo, para abrir tampas pote de vidro.
#Integrando as Ciências de metal de um pote de vidro. Colocando o pote fechado com a
tampa na água quente, o metal da tampa dilata e fica mais fácil para
O texto deste boxe possibilita o traba- abrir, já que o vidro dilata menos que o metal. Então, sempre que
lho interdisciplinar ao oferecer aos estu- não conseguir abrir a tampa metálica de um pote de vidro, peça a
dantes a oportunidade de estabelecer a um adulto que use esse recurso para abri-lo para você.
conexão entre diferentes componentes
curriculares, evitando a rígida comparti-
mentalização do conhecimento.
Aproveite para instigar a curiosidade
dos estudantes fazendo alguns questio- # Como o solo se forma
namentos: “Por que há espaços entre os O desgaste e a fragmentação das rochas que estudamos até aqui, tanto
blocos de concreto em construções de por ação de fatores não vivos quanto de seres vivos, é a primeira etapa
pontes?”; “Por que, em linhas férreas, há para a formação do solo, que também faz parte da crosta terrestre.
um espaço entre os trilhos de metal?”. É no solo que o ser humano constrói casas, que as florestas e outros
Deixe que formulem hipóteses e incen- ecossistemas terrestres se desenvolvem e que as plantações germinam.
tive-os a expor suas ideias. Já pensou em como seria nossa vida sem ele? Mas como o solo se forma
Depois, explique que o conceito de de rochas, que parecem tão inóspitas? É o que vamos estudar agora.
dilatação está associado a diversos Chamamos de rocha-mãe (ou rocha matriz) a rocha que dá origem ao
materiais do cotidiano e ocorre devido solo. Com a fragmentação dessa rocha, forma-se a parte mineral do solo,
à exposição desses materiais ao calor. composta de grãos de rochas que ficaram cada vez menores e de seus mi-
Caso julgue necessário, comente tam- nerais. Esses componentes se misturam a outros materiais, provenientes
bém a contração dos materiais quan- dos seres vivos ou que estão dissolvidos na água — como folhas, galhos,
frutos, restos de animais mortos e dejetos (fezes e urina) —, e formam a
do submetidos a temperaturas baixas.
parte orgânica do solo.
Se houver disponibilidade em seu
Aqui temos mais um exemplo da ação dos seres vivos na crosta ter-
cronograma, peça aos estudantes que,
restre, pois diversos microrganismos — como bactérias e fungos — atuam
em grupos, realizem uma pesquisa so- Matéria orgânica:
na decomposição da matéria orgânica. As substâncias resultantes da
bre dilatação e contração térmica dos materiais
decomposição que permanecem no solo são importantes para as plantas.
materiais. Peça que cada grupo sele- provenientes de seres
Isso torna a parte orgânica mais espessa e com coloração marrom-escura. vivos, como fezes e
cione um tipo de material, como plás- Além disso, os animais que cavam galerias e túneis no solo auxiliam na restos do corpo de
tico, madeira, vidro e diferentes tipos maior penetração de água e ar, que fazem parte da composição do solo animais, plantas e
de metal. Após obterem os resultados, e contribuem para a transformação da matéria orgânica e de minerais. outros organismos.
eles devem apresentar um seminário
64
para a turma, utilizando alguma TIC.
Durante a apresentação, faça alguns
questionamentos para observar se os Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
conceitos foram compreendidos. Caso
não seja possível utilizar as TICs, peça
aos estudantes que elaborem cartazes.
Dessa forma, você viabiliza o trabalho
com a metodologia ativa da sala de
aula invertida.

64
A presença de água e ar entre os grãos de rocha e a matéria Orientações didáticas

Tatiana_Pink/Shutterstock
orgânica faz com que o solo fique menos compacto, com mais Peça aos estudantes que observem a
espaço para as raízes das plantas crescerem e as sementes ger- imagem da horta de coentro e identifi-
minarem. Geralmente, quanto mais “fofo” e marrom-escuro for o quem os elementos da imagem. Nesse
solo, mais fértil ele é, ou seja, com grande quantidade de matéria momento, é importante que compreen-
orgânica, sais minerais, ar e água, o que é bom para as plantas. dam que o solo é um fator essencial em
Minhocas se alimentam de matéria orgânica do solo e liberam sais minerais,
plantações, pois é determinante para o
que são importantes para o crescimento das plantas. Elas também constroem crescimento das plantas e está direta-
galerias e túneis ao se locomoverem entre os blocos de solo, facilitando a mente relacionado ao desenvolvimento
penetração de água, ar e raízes. Na imagem, é possível observar minhocas no dos seres vivos, incluindo os seres hu-
solo em uma pequena horta de coentro (Coriandrum sativum, mede até 1 m). manos. Outro ponto que eles podem
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA identificar é o crescimento das raízes
no solo. Destaque a relação entre esse

Editorial/Arquivo da editora
crescimento e a maneira como as par-
tículas do solo se fixam entre essas es-
truturas, bem como a importância da
cobertura vegetal para o solo. Explore os
conhecimentos prévios dos estudantes
sobre esse recurso natural e questione
se eles gostam de se envolver em tare-
fas como plantio de hortas ou mesmo
de plantas em vasos.
Em seguida, peça que analisem o
esquema da formação do solo a partir
da rocha-mãe. Explique que o solo é a
parte mais externa que recobre a cros-
ta terrestre. Além disso, comente a for-
mação gradativa do solo e das camadas
em épocas diferentes. Ressalte o fato de
Esquema da formação do solo a partir
de rocha-mãe (ou rocha matriz). Esse as camadas apresentarem composições
Rocha-m‹e
processo dura milhares de anos. diferentes e, portanto, características e
propriedades diversas. Nesse momento,
você pode retomar a relação dos seres
vivos com o solo, ressaltando que os se-
res vivos fornecem a matéria orgânica
Fragmentação da Fragmentos de rocha se O acúmulo de matéria É possível identificar
rocha-mãe pelo misturam com materiais orgânica e a ação de os horizontes ou as
que faz parte de sua composição. Ana-
intemperismo. derivados de seres vivos, seres vivos alteram ainda camadas do solo, da lise, por meio do esquema, o fato de a
Isso forma a parte como urina, fezes e mais os fragmentos rocha-mãe até a superfície. desagregação do solo possibilitar o de-
mineral do solo. restos de organismos em de rocha. Isso provoca Quanto mais superficial
decomposição. Começa a aumento da parte for a camada de solo,
senvolvimento de plantas maiores. Co-
se formar uma camada fina orgânica do solo. mais recente ela é. mente que as raízes precisam de espa-
de parte orgânica do solo. ço e de uma estrutura menos dura que
a rocha para crescerem e absorverem
#Estude + nutrientes e água.
• O que é e como se forma o solo?
Disponível em: https://www.embrapa.br/contando-ciencia/solos. Acesso em: 2 dez. 2021.
O texto e a animação do vídeo mostram, com linguagem simples, como é a constituição do solo e como
ele se forma a partir da rocha-mãe.

65

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para saber
Formação do solo
A animação apresenta a formação do solo com o pas-
sar do tempo.
Disponível em: https://www.youtube.com/shorts/
sjPJUMeGPbM. Acesso em: 22 abr. 2022.

65
Orientações didáticas
Tipos de solo
Nesta página são apresentadas al-
As rochas podem ser de tipos diferentes umas das outras, certo?
gumas características principais que
Vimos isso nos capítulos anteriores. Cada ecossistema apresenta carac-
permitem diferenciar e classificar os
terísticas que podem diferenciá-lo dos outros, como o conjunto de seres
solos. É importante que os estudan- vivos que ali vive, as condições do clima, a altitude do local em relação
tes reconheçam que a composição do ao nível do mar, etc.
solo apresenta diferentes caracterís- Isso também é verdade se pensarmos na história de um determinado
ticas, como a permeabilidade à água ecossistema ou região, que pode se alterar muito ao longo do tempo.
e a quantidade de umidade e matéria Há dez milhões de anos, a região da Floresta Amazônica era coberta
orgânica disponível. Essas característi- por mar; uma região que no passado era um bosque, hoje pode ser um
cas possibilitam o desenvolvimento de campo. Mas qual é a relação disso tudo com o solo?
diferentes espécies de plantas. Fatores Esses aspectos tão diferentes influenciam as características do solo
como quantidade de matéria orgânica, enquanto ele se forma a partir da rocha-mãe. Por essa razão, solos de re-
argila e areia são os principais respon- giões diferentes podem ser muito distintos entre si. Características como
sáveis por um solo mais ou menos úmi- cor, acidez, quantidade de matéria orgânica, tamanho dos grãos, entre
outras, permitem distinguir entre variedades de solos que ocorrem em vá-
do e aerado, o que também impacta
rias regiões do planeta. Observe na imagem exemplos de diferentes solos.
diretamente o desenvolvimento de di-
versas espécies de plantas.
Reforce os exemplos que são apre- ck Exemplo de alguns
rsto
tte
sentados e questione os estudantes Sh
o t/S
hu
tipos de solo.
el-
Pix
sobre os tipos de solo na região onde
vivem, bem como as culturas encontra-
das nas atividades agrárias locais. Os
Existem alguns compostos que estão presentes em muitos tipos de Argila:
nomes dos tipos de solo não são de-
solo. O que diferencia um solo de outro é, principalmente, a quantidade substância formada
talhados por não ser esse o foco nos de cada composto presente nele. Esses compostos são matéria orgânica, por sedimentos
Anos Finais do Ensino Fundamental e areia e argila. A proporção entre esses materiais é um dos fatores que muito pequenos, bem
existirem muitos pormenores concei- determinam as características do solo. menores que os da
tuais complexos na Pedologia. areia. Sua principal
A cor varia de acordo com as proporções de diferentes substâncias característica é
No site do Instituto Brasileiro de que compõem o solo. Por exemplo, na maioria das vezes, a matéria or- absorver bastante
Geografia e Estatística (IBGE), pode ser gânica em maior quantidade deixa o solo com coloração marrom-escu- água, tornando-se
encontrado um vasto material e mesmo ra mais evidente. O tipo de rocha-mãe que deu origem à parte mineral mais compacta e
mapas com a distribuição e a classifi- também influencia a cor e outras características do solo, como os solos dura depois de seca.
avermelhados e amarelados encontrados na Floresta Amazônica, que Por isso, é usada
cação dos solos em nosso país. A aná- desde tempos antigos
são ricos em compostos de ferro.
lise desses mapas e materiais permi- para a confecção de
te identificar os diversos tipos de solo Os solos podem ser classificados com base em diferentes caracterís- recipientes.
ticas, como textura, profundidade, composição, drenagem e relevo. Além
e suas características. Uma atividade
disso, a proporção de matéria orgânica deles pode variar. Edson
Gran
que você pode desenvolver com os es- dis
o li/P
uls
O solo rico em matéria orgânica é conhecido como humí- ar
tudantes é solicitar a eles que identifi- Im
ag
fero. Esse nome vem da palavra húmus, material de colo- e

ns
quem em um desses materiais quantos
ração marrom-escura formado por compostos orgânicos
tipos de solo existem no estado onde e restos em decomposição. Solos humíferos são muito
moram. O objetivo seria identificar a va- férteis e indicados para plantações e hortas.
riedade de solos, e não os nomes e as
classificações. Outra forma de traba-
lhar essa diversidade é a análise da O solo marrom-escuro é rico em matéria
orgânica e proporciona umidade e nutrientes
distribuição da vegetação ou mesmo para o crescimento das plantas de uma horta.
das culturas agrícolas, identificando os
tipos de culturas que são realizados em
locais específicos e relacionando-os às 66
condições ambientais e do solo.

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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66
Os solos podem ter diferentes capacidades de drenagem. Nos solos Drenagem: Orientações didáticas
excessivamente drenados, a água se infiltra com facilidade, não ficando processo relacionado Inicialmente, sugerimos que utilize
disponível para as plantas. Os solos são bem drenados quando a água com a passagem ou o as imagens da página para mostrar aos
passa e se acumula em partes em que as plantas conseguem absorvê-la. escoamento da água
por um material. estudantes a diferenciação das plantas
Os solos são mal drenados quando a água tem dificuldade para se infil- que crescem em ambientes diversos.
trar e se acumula na superfície, que se alaga com o excesso de água. Isso
Chame a atenção deles para as plan-
acontece em solos muito compactos e sem espaços entre os grãos.
tas que têm as raízes mais superficiais
Os solos arenosos são aqueles que
e espalhadas, na primeira imagem, e
apresentam grande quantidade de areia

Schankz/Shutterstock
e armazenam menos água, já que ela
para os cafeeiros, cujas raízes não con-
escoa rapidamente através da areia e seguimos ver, pois são mais profundas,
chega rapidamente às camadas mais na segunda imagem.
profundas do solo. As plantas que cres- Depois, pergunte aos estudantes o
cem em solos arenosos têm caracterís- porquê dessa diferença e tente enca-
ticas que lhes permitem sobreviver nes- minhar o debate sobre a permeabilida-
sas condições, como ervas e arbustos de e a firmeza do solo. As plantas que
com raízes que se espalham pela areia se desenvolvem no solo arenoso, que é
e árvores com raízes muito profundas.
mais instável, apresentam como adap-
A argila é um material que absorve tação raízes mais espalhadas que lhe
muita água e possui espaços menores Planta com longas raízes
que se espalham pelo dão maior estabilidade e possibilitam
entre suas partículas. Solos argilosos
geralmente ficam encharcados após chover, com aparência barrenta. A
solo arenoso. maior captação de água, enquanto os
infiltração de água é lenta e há muitas plantas que crescem nesse tipo cafeeiros possuem raízes mais profun-
de solo. Alguns solos argilosos apresentam coloração avermelhada em das, que também conferem melhor es-
razão da alta concentração de compostos de alumínio e de ferro. tabilidade no solo.
Cada um dos exemplos de solo citados tem diferentes quantidades Nessas abordagens, é sempre im-
de materiais orgânicos e minerais, o que impacta as espécies de plantas portante ter em mente que as plantas
que podem se desenvolver neles. Outra característica que influencia a e os animais apresentam adaptações
fertilidade dos solos e varia entre eles é o espaço entre os grãos ou que foram selecionadas naturalmente
sedimentos, como a areia e a argila. Essa característica determina a dre- no decorrer do tempo. Assim, mesmo
nagem do solo e a quantidade de água e ar entre os grãos. que os conceitos de evolução biológica
e seleção natural não sejam trabalha-
Jair Ferreira Belafacce/Shutterstock

dos de forma direta, fazer essa abor-


dagem permite que esse conhecimen-
to se desenvolva gradativamente. Por
isso, é importante sempre relacionar as
características do ambiente com as ca-
racterísticas dos seres vivos que permi-
tam a sobrevivência nele.

Os cafeeiros são plantas que


se desenvolvem melhor em
solos argilosos, comuns em
áreas do Paraná e de Minas
Gerais. Na imagem, agricultores
trabalhando na colheita de café
em Apucarana (PR), 2021.

67

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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t h reduzido.
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#Atividade complementar
Para exemplificar como a composição e as características
do solo podem interferir nas plantas que se desenvolvem,
você pode propor aos estudantes que pesquisem plantas
cujas flores apresentam coloração diferente, dependendo
do solo em que crescem. Um desses exemplos é a es-
pécie Hydrangea macrophylla, conhecida popularmente
como hortênsia. Ela é originária da China, mas ampla-
mente encontrada no Brasil, em regiões de altitude, onde
as temperaturas são mais amenas. As flores dessa planta
em solo ácido apresentam uma coloração azulada; e em
solos básicos, coloração cor-de-rosa.

67
GRUPO

#Experimentar
Orientações didáticas
#Experimentar
Esta seção tem o objetivo de apre-
sentar propostas de atividades prá- Nesta atividade, vamos identificar como o tipo de solo influencia a absorção e o escoamento
ticas investigativas, introduzindo aos da água.
ATENÇÃO! ATENÇÃO!
estudantes as práticas de pesquisa e
Realize essa atividade Lave bem as
mobilizando processos e procedimen- Material apenas com a supervisão
de um adulto.
mãos depois de
tocar na terra.
tos científicos. Além disso, estímulos
e propostas complementares podem • Amostra de solo arenoso.
auxiliar no desenvolvimento do pen- • Amostra de solo humífero.
samento computacional (identificação • Amostra de solo argiloso.
de padrões), por meio da abstração e • 3 garrafas PET transparentes de 1 L, limpas.

Dotta2/Arquivo da editora
a decomposição para a execução de • 3 pedaços de tecido de algodão.
uma tarefa. • Elástico ou fita adesiva.
O experimento propicia o trabalho • 1,5 L de água.
com as competências gerais 2 e 4, e • Pá pequena ou colher.
com a competência específica 2 de • Tesoura com pontas arredondadas.
Ciências da Natureza, pois dispõe de • Copo medidor.

Dotta2/Arquivo da editora
estratégias diversificadas para traba- • Cronômetro ou relógio.
lhar o objeto do conhecimento mobili-
• Caneta do tipo marcador permanente.
zado e oferece momentos de exercício
da curiosidade intelectual e de prática Como fazer
da abordagem própria das ciências, co-
muns na investigação científica, além Você e mais dois colegas devem se reunir e, com a ajuda do(a) profes-
sor(a), cortar as garrafas PET ao meio. A parte superior de cada garrafa

Dotta2/Arquivo da editora
de promover a divulgação de dados e Abertura
será usada como funil e a parte inferior, como suporte.
ideias científicas em diferentes suportes
Envolvam a boca das garrafas com o tecido, deixando-o bem estica-
de comunicação. Além disso, esta ativi-
do. Fixem o tecido com elástico ou fita adesiva.
dade trabalha a habilidade EF06CI11, Solo
Encaixem a parte superior das garrafas na inferior, com a boca vi-
já que apresenta as características do rada para baixo, e, em cada uma delas, coloquem uma amostra de solo Garrafa
solo, que é um dos elementos da cros- diferente usando a pá ou a colher. Com a caneta, escrevam o nome de Pano
preso
ta terrestre. cada amostra na parte externa da garrafa, para identificação.
Antes de iniciar o experimento, oriente Antes de colocar a água, um dos colegas deve estar preparado para
os estudantes sobre o uso e o descarte usar o relógio ou o cronômetro para marcar o tempo que a água levará
dos materiais. O solo pode ser descar- para passar pelo funil e chegar à base da garrafa.
tado no jardim ou horta da escola, já as Aos poucos, coloque 500 mL de água sobre uma das três amostras de solo. A água deve ser
garrafas PET podem ser lavadas e guar- medida previamente com o copo medidor. Com o relógio ou cronômetro, marquem o tempo que
levou para toda a água despejada cair na base da garrafa. Repitam esse procedimento para cada
dadas para serem reutilizadas em outros
uma das outras duas amostras.
experimentos ou mesmo por outros es-
Esperem alguns minutos e identifiquem em qual das amostras há maior quantidade de água
tudantes. Se não for possível guardá-las, na base da garrafa e a cor dessa água.
encaminhe-as para a reciclagem. NÃ
ESC OREVA
O solo humífero pode ser encontra-
do em lojas de jardinagem. Não sendo
Conclusão NO L
IVRO
1. A resposta depende do resultado obtido. Espera-se que a amostra de solo arenoso
absorva mais água e a de solo argiloso, menos água.
possível obter as amostras dos solos 1 Qual amostra de solo absorveu mais água e qual amostra absorveu menos água? Justifiquem
arenoso e argiloso, sugerimos que pro- a resposta.
videncie areia de construção e argila 2 Qual dessas amostras de solo é mais indicada para fazer uma horta com plantas que crescem
(pó), que não são solos, mas possibi- melhor em solo “fofo” e rico em sais minerais? Escrevam no caderno o nome desse tipo de solo
litam a comparação e a interpretação e comparem sua capacidade de drenagem com a dos outros tipos.
dos resultados. 2. A amostra de solo humífero é a mais indicada. Sua drenagem é menor que a do solo arenoso e maior que
68 a do solo argiloso.
Antes de iniciar o experimento, é im-
portante explicar aos estudantes os ob-
jetivos do experimento e o que eles de- Reprodução
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verão fazer e observar. Se preferir, anote
esses pontos no quadro de giz para que a amostra do solo com areia. É importante que eles re-
eles fiquem atentos ou prepare um ro- lacionem essa informação ao fato de o solo arenoso não
teiro com instruções para a marcação apresentar muita umidade. Já o solo argiloso pode acu-
do tempo de passagem da água e a mular água na superfície e ficar encharcado; por isso, ele
observação da quantidade de água que demora mais para passar pelo funil.
atravessa o solo e da cor dessa água. Sabemos que esses momentos de experimento são mui-
Esses procedimentos são importan- to aguardados pelos estudantes e que eles se envolvem
tes para que os estudantes possam com esse tipo de atividade. Ressalte os propósitos do ex-
discutir as questões propostas ao final perimento e sua relação com o conteúdo que está sendo
da atividade. Espera-se que eles iden- trabalhado e com as habilidades que devem ser desenvol-
tifiquem que a amostra do solo com vidas. Mesmo sendo um experimento bastante simples, ele
maior quantidade de argila e de maté- permite várias discussões que auxiliam no desenvolvimento
ria orgânica reteve mais água do que dos objetivos didáticos das aulas.
68
Orientações didáticas
Usos do solo
O tratamento conceitual de usos de
Por que é importante estudar os solos? Porque dependemos dele para
solos pode ser feito de forma integrada
a nossa sobrevivência, assim como os outros seres vivos que habitam os
com o componente curricular de Geo-
ambientes terrestres. Reflita: De onde vêm os alimentos? E os materiais
utilizados para construir casas ou prédios? grafia. Em Ciências, um dos principais
A agricultura foi uma das primeiras maneiras de os seres humanos
objetivos didáticos ao trabalhar esse
da Pré-História utilizarem o solo — e ainda hoje é uma das principais conteúdo é relacionar o solo com o
atividades humanas nesse sentido. Com a experiência, identificaram que meio ambiente e com o funcionamen-
alguns tipos de solo — que apresentavam quantidades satisfatórias de to e o equilíbrio dos ecossistemas. Nes-
água, nutrientes e espaço para o crescimento das raízes — eram mais se contexto, destaque a ciclagem dos
férteis que outros. nutrientes e os papéis dos organismos
Na Antiguidade, em muitas civilizações (como mesopotâmica e egíp- decompositores e das plantas. Esse
cia), as plantações eram realizadas próximo a rios, em terrenos que ala- tema relaciona-se com a produção de
gavam durante alguns períodos do ano, o que promovia reposição dos alimentos, principalmente pelo fato de
nutrientes no solo das margens. a saúde do solo ser fundamental para
Com o desenvolvimento a produção alimentícia.
das técnicas agrícolas, ou- Inicialmente, ressalte aos estudan-

Granger, NYC./Alamy/Fotoarena
tras estratégias para manter
tes que o solo é um recurso natural
a fertilidade e a saúde do solo
foram desenvolvidas.
não renovável e que sem ele não tería-
mos como produzir alimentos. Logo, a
desertificação e o desmatamento são
empecilhos para a agricultura. Para
aprofundar os conceitos de recurso
natural não renovável e recurso natu-
Pintura de 1450 a.C. ral renovável, você pode mencionar ou-
representando atividades tros exemplos dessas duas categorias
agropecuárias desempenhadas de recursos e a importância deles para
pelo povo do Egito.
(Autor desconhecido;
o cotidiano das pessoas.
dimensões 27,4 cm × 18,3 cm). Depois, durante a leitura do texto,
comente com os estudantes que, com
o crescimento da população, precisa-
mos de cada vez mais alimentos e que
podemos esgotar o solo cada vez mais
No entanto, quando essas técnicas agrícolas não são utilizadas, o solo rápido se medidas de proteção do solo
pode ficar pobre em nutrientes após algumas colheitas, tornando-se me-
não forem implementadas. Nesse mo-
nos fértil e comprometendo novas plantações.
mento, pergunte aos estudantes se eles
O solo é um recurso natural não renovável e, com o tempo, pode se Recurso natural não
já ouviram falar sobre técnicas que evi-
esgotar na natureza. renovável:
recurso encontrado tam o esgotamento dos solos ou pro-
A desertificação e a arenização são dois exemplos de processos
na natureza que leva movem a sua recuperação.
que ocorrem em razão do esgotamento do solo. A principal causa de muito tempo para se
ambos é a retirada das plantas nativas e o esgotamento de nutrientes e formar ou se renovar.
da matéria orgânica por meio de atividades agrícolas. Assim, sem a par- Assim, dependendo
te orgânica do solo, os nutrientes não vão sendo repostos e as plantas da velocidade de seu
não conseguem crescer e se desenvolver. O solo sem cobertura vegetal consumo, pode se
fica totalmente exposto à ação da chuva e do vento, que carregam con- esgotar na natureza.
sigo os sedimentos pelo processo de erosão. Quando os processos de
arenização e desertificação se tornam mais intensos no decorrer dos
anos, as consequências são irreversíveis para a produtividade do solo.

69

R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
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#Para saber
A importância do solo como recurso para uma vida mais
sustentável
Vídeo explicativo, com cerca de 2 minutos, sobre a importância do
solo para a vida na Terra.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=--1q3X1Rv6U.
Acesso em: 20 abr. 2023.

69
Orientações didáticas A desertificação é um dos maiores problemas relacionados ao solo
Inicialmente, solicite aos estudantes na atualidade. Por ser irreversível, reduz as áreas propícias ao cultivo.
que fechem os olhos e imaginem um Compromete as características originais do solo de tal maneira que não
local para iniciar uma plantação. Após permite reestabelecer nem mesmo a vegetação nativa do local.
a reflexão, você pode anotar no quadro Outro efeito preocupante da desertificação é a redução dos corpos
de giz as principais características men- de água locais (como riachos e lagoas). Sem vegetação, a umidade do
cionadas por eles e comentar que a ter- solo fica reduzida e a água não chega às camadas mais profundas, onde
antes existia um reservatório de água subterrânea. Esses reservatórios
ra que eles imaginaram provavelmente
abastecem as nascentes e, sem eles, os riachos desaparecem.
é rica em nutrientes. No entanto, se for
utilizada sem estudos e sem o manejo

Gerson Gerloff/Pulsar Imagens


Delfim Martins/Tyba
adequado, os nutrientes se esgotam,
e a terra pode virar um deserto. A au-
sência de plantas causa o esgotamento
dos rios e dos lagos da região.
Depois, durante a leitura do texto
e a análise das fotografias, comente
que esses processos ocorrem de for-
ma gradativa, principalmente em áreas
de solo abandonado ou utilizado até
seu esgotamento, sem cobertura vege-
tal ou proteção.
#A ciência é feita por pessoas
Este boxe busca destacar os grandes
nomes por trás das pesquisas e desco-
bertas científicas, bem como o contexto
histórico no qual elas foram realizadas. Terreno em processo inicial de desertificação, Terreno arenizado em virtude da retirada de
nome que se dá à degradação do solo que ocorre cobertura vegetal causada pelo uso intensivo
Conhecer História e Filosofia da Ciência em climas semiáridos e com pouca chuva, como da pecuária e agricultura. Na imagem, terreno
é fundamental para a compreensão de na região de Mandacaru (PE), 2017. arenizado na cidade de Manoel Viana (RS), 2021.
que a ciência é um processo dinâmi-
co e mutável, relacionado com diversos
fatores do cotidiano, da dinâmica da
natureza e que seus diversos conceitos #A ciência é feita por pessoas
foram desenvolvidos com base na me-
todologia científica, levando em consi- O estudo do solo existe desde que as comunidades humanas co-
deração os conhecimentos adquiridos meçaram a cultivar plantas, no Período Neolítico (entre 7000 a.C. e
2500 a.C.), e se expandiu entre diversos povos da Antiguidade, como
posteriormente em uma cultura ou pela
os que viviam nas regiões da Mesopotâmia e do norte do continente
comunidade científica. africano. Atualmente, o estudo do solo como área científica é cha-
Se considerar pertinente, você pode mado de pedologia. Entre outros objetivos, essa área estuda como o
sugerir que os estudantes visitem o site solo se forma a fim de conservá-lo mais eficientemente. A pedologia
da Embrapa ou que pesquisem o que é uma área das Ciências desenvolvida em diversos países do mundo,
é a Pedologia. Proponha que identifi- inclusive no Brasil.
quem o objeto de estudo dessa área A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) possui
e que exponham o resultado da pes- uma unidade, chamada Embrapa Solos, apenas para estudos e pesqui-
sas sobre solo. Nela, muitos pesquisadores trabalham no desenvolvi-
quisa em uma roda de conversa. Res-
mento de técnicas para melhor conservar o solo e garantir a produção
salte a importância das contribuições nas áreas de cultivo, bem como preservar os ecossistemas naturais.
da Pedologia, uma área específica da
ciência que estuda o solo.
70
Os povos originários das Américas,
da Ásia e da África já estudavam os
solos muito antes da sistematização Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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d id
desses conhecimentos como ciência. É
importante evidenciar esse fato e valo-
rizar a contribuição dos conhecimentos
e das técnicas desenvolvidos por esses
povos, o que reforça o trabalho com
a competência geral 6. Esse conteúdo
está relacionado ao Tema Contempo-
râneo Transversal Diversidade Cultural.

70
Além da agricultura, outra forma de uso do solo é a pecuária, que pode Pecuária: Orientações didáticas
utilizar grandes áreas de solo para pastagem. Um dos maiores proble- atividade econômica Inicialmente, sugerimos que pergunte
mas relacionados à pecuária é o desmatamento de ambientes naturais que envolve criação aos estudantes: “Em que regiões de um
para formar pastagens, o que reduz a diversidade de plantas e animais e venda de animais,
como bois, ovelhas campo de futebol a grama não cresce?”.
na região e prejudica não apenas a área do pasto, mas também as áreas É possível que eles mencionem a região
e cabras.
naturais ao redor. Outra consequência da criação de animais é o desgaste perto do gol. Nesse momento, comente
e a compactação do solo pelo constante
que, como o goleiro está quase sempre
pisoteamento dos animais. Isso diminui
nessa região, o solo acaba sendo com-

Gabriel Cabral/Folhapress
os espaços entre os grãos do solo — o
que deixa o solo menos “fofo” — e difi- pactado, o que impede que as raízes das
culta a fixação das raízes de plantas. Se plantas se desenvolvam. Faça um para-
esses impactos perdurarem por muito lelo com o que ocorre em uma trilha em
tempo e o manejo correto do solo não um bosque ou floresta, por exemplo. A
for realizado com frequência, este pode passagem constante das pessoas com-
sofrer desertificação ou arenização. pacta o solo gradativamente, impedindo
Atualmente existem técnicas que o desenvolvimento das plantas.
permitem cultivar plantas e criar ani- Esses exemplos práticos ajudam os
mais com menos impactos negati- estudantes a entender o processo de
vos ao ambiente, incluindo os cuida-
pisoteamento dos animais, conforme
dos com a conservação do solo. Um
exemplo é o sistema agroflorestal ou o exemplo apresentado no Livro do
agrofloresta, em que a produção agro- Estudante com relação aos rebanhos
pecuária é feita mantendo-se a vegeta- bovinos e aos danos que podem de-
ção nativa do local. sencadear no solo, que vão além do
desmatamento de áreas para a forma-
ção de pastagens.
Criação de gado em sistema agroflorestal na
Cidade de Nova Canaã do Norte (MT), 2017. #Para refletir
Esta atividade auxilia no desenvol-
vimento da competência geral 7 e das
#Para refletir NÃ
ESC O
NO L
REVA
IVRO
competências específicas 4 e 5 de
Ciências da Natureza.
1 Por mais que o desmatamento seja uma das principais Inicialmente, se achar pertinente, su-
ameaças à Floresta Amazônica atualmente, explique por gerimos que retome a função dos de-
que esse solo não é o ideal para a produção agrícola. Para compositores nos ambientes, fazendo
responder a essa uma revisão conceitual de como a ma-
Rita Barreto/Fotoarena

pergunta, pesquise as téria orgânica decomposta retorna ao


características do solo solo e fica disponível aos seres vivos,
da Floresta Amazônica
e a importância da como plantas e minhocas.
serapilheira para sua Serapilheira: camada Depois de responderem à atividade,
manutenção. Registre de restos de plantas — comente que, sem a ciclagem dos nu-
a resposta no caderno, folhas, galhos, frutos, trientes presentes na matéria orgânica
citando as fontes que etc. — que cobre o solo
da floresta. Também decomposta e nos restos de seres vivos
você consultou. que se acumulam na serapilheira, o de-
pode conter restos
de animais. A matéria senvolvimento de plantas e animais é
orgânica, por meio comprometido.
Serapilheira em trecho do Parque Nacional do
da decomposição,
Jaú na cidade de Novo Airão (AM), 2019.
é transformada em
nutrientes que mantêm
a fertilidade do solo.
1. Espera-se que os estudantes reflitam e concluam que o solo amazônico é pobre em
nutrientes por ter uma camada orgânica rasa. Por isso, não é adequado à produção agrícola. 71

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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#Para saber
Sistemas agroflorestais para a recuperação de áreas degradadas
Este vídeo, com cerca de 3 minutos de duração, apresenta as agroflorestas, cultivadas por meio de técnicas que conciliam
o plantio de alimentos e o desenvolvimento de plantas de sistemas florestais.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0J5nd5P4xgc. Acesso em: 23 abr. 2022.

71
ens
Im ag
Orientações didáticas

Mario Friedlander/Pulsar
Cuidados com o solo
Este conteúdo apresenta alternati-
vas para o uso dos recursos naturais, Por meio da decomposição de ma-
téria orgânica no solo, nutrientes são
auxiliando o trabalho com a competên-
continuamente repostos, mantendo sua
cia geral 6. É importante os estudan- fertilidade. No solo fértil, as plantas ab-
tes compreenderem que essas técni- sorvem nutrientes necessários. No entan-
cas agrícolas avançaram de diferentes to, dependendo do tipo de plantação e das
maneiras, de acordo com as diferenças técnicas de uso do solo, a reposição desses
culturais e as condições ambientais das nutrientes pode ser prejudicada, levando aos
civilizações, e foram aprimoradas para processos de desertificação e arenização, por
manter os nutrientes, a umidade e os exemplo. Por isso, é importante cuidar do solo
microrganismos no solo. na produção agrícola.
Inicialmente, comece a leitura do A plantação de soja — espécie que exige grande
texto em voz alta com os estudantes e quantidade de nutrientes — é muito comum no Brasil por
peça que apontem palavras que ainda meio do sistema de monocultura, em que apenas um produ- Colheita mecanizada
não conhecem. Anote essas palavras to é plantado várias vezes seguidas no mesmo local, o que pode de soja em sistema de
comprometer a fertilidade do solo com o tempo. monocultura em
no quadro de giz e, se possível, forne- Sapezal (MT), 2021.
ça dicionários para que eles procurem A fim de manter a fertilidade do solo, diversas técnicas são desen-
volvidas para garantir a reposição de nutrientes e evitar a erosão. Uma
o significado das palavras.
dessas técnicas é o sistema agroflorestal (mencionado anteriormente),
Ao retomar a leitura do texto com os
em que as árvores e a cobertura vegetal nativa de uma região são man-
estudantes, ao trabalhar o assunto do tidas nas áreas onde se realizam atividades agropecuárias.
plantio direto, mais uma vez a ação dos
Em plantações de larga escala pode ser empregado o uso de rotação
decompositores e a ciclagem dos nutrien- de culturas. Nessa técnica, o plantio de uma espécie que demanda mais
tes precisam ser retomadas. Reforce esse recursos do solo é intercalado com o plantio de outra espécie que repõe
assunto com os estudantes e verifique se os nutrientes absorvidos na lavoura anterior. Isso ocorre, por exemplo,
eles compreenderam a abordagem. ao intercalar o plantio de soja com o plantio de feijão. A soja absorve
grande quantidade de nutrientes com nitrogênio; o feijão tem em suas
#Para saber raízes microrganismos que liberam compostos com nitrogênio no solo, Plantio direto, técnica
repondo, assim, os nutrientes absorvidos pela soja. em que os restos de
Metodologia e pré-história da Outra maneira de conservar o solo é por meio da técnica de plantio plantas da cultura
África (volume I) direto, que consiste em, após realizar a colheita, deixar os restos das plan- anterior (palha) são
Obra publicada pela Unesco em tas cobrindo o terreno. Isso deixados no terreno
2010, apresenta em um de seus ca- para proteger e
protege os microrganismos da
pítulos as origens, o desenvolvimento enriquecer o solo.
ação direta dos raios solares,

Borodkin Vladymir/Shutterstock
e a expansão das técnicas agrícolas do vento e da chuva, garantin-
africanas. Fragmentos do texto po- do ao solo matéria orgânica
dem ser utilizados para a discussão e umidade. Ao serem decom-
em aula e a indicação de exemplos postos, esses restos de plantas
da diversidade das técnicas agríco- liberam nutrientes para o solo,
las desenvolvida por povos distintos. enriquecendo-o naturalmente.
É possível fazer o download da obra
gratuitamente, no link disponível em: A rotação de culturas e o
http://www.dominiopublico.gov.br/ plantio direto são técnicas
download/texto/ue000318.pdf. comuns no Brasil, mas exis-
tem muitas outras formas de
BioAS – Tecnologia de produção de alimentos para
Bioanálise de Solo não empobrecer o solo nem o
O vídeo, com cerca de 5 minutos de levar aos processos de deser-
duração, explica como é realizado o tificação ou arenização.
estudo para a reparação do solo.
Disponível em: https://www.youtube. 72
com/watch?v=IBJYc30aFas.
Acesso em: 23 abr. 2022.
Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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#Atividade complementar
Para trabalhar a rotação de culturas e principalmente a atuação das folhas e Após uma ou duas semanas, eles poderão observar se o volume da amostra de fo-
dos restos vegetais na proteção do solo e na ciclagem de nutrientes, você pode lhas e se os restos de plantas diminuíram. Peça também que observem o aspecto
propor aos estudantes que se organizem em grupos para realizar a atividade. dessas partes vegetais, assim como investiguem a presença de fungos, por exemplo.
Se a escola tiver um pátio ou jardim amplo, a atividade pode ser realizada nele. As folhas que foram enterradas podem apresentar fragmentação de suas partes ou
Se não, pode ser realizada em potes plásticos grandes com solo dentro (que o limbo foliar pode ter desaparecido. É importante discutir e questionar para onde
foram esses materiais orgânicos das plantas e o que fez com que eles se degradas-
poderão ser reutilizados no experimento que será proposto na sequência do
sem, reduzindo seu volume, por exemplo. Nessa exploração final, é importante que
capítulo). A ideia é que os estudantes acumulem folhas na superfície do solo e os estudantes usem luvas e máscaras ao mexer nos restos vegetais. Possivelmente,
enterrem algumas folhas superficialmente. A cada dois dias, os estudantes po- eles vão identificar fungos. É importante que eles concluam que a ação de micror-
dem regar esses locais com pouca água. ganismos permitiu o retorno dos nutrientes que compunham as plantas para o solo.

72
Evitar que resíduos tóxicos e contaminantes cheguem ao solo também Poluição: alterações Orientações didáticas
é uma medida importante para preservá-lo. Nas cidades, por exemplo, de- no solo, na água ou no Inicialmente, sugerimos trazer para
pósitos de lixo a céu aberto ou despejo de esgoto sem tratamento são as ar do ambiente que a sala de aula duas flores brancas re-
principais fontes de poluição e de contaminação do solo. As indústrias prejudicam os seres
vivos que ali vivem, cém-cortadas (preferencialmente, ro-
também podem liberar substâncias tóxicas no solo e na água. Há diversas sas brancas) e duas vasilhas transpa-
podendo também
regulamentações e leis para controlar o descarte indevido de poluentes afetar a saúde e as rentes. Encha uma das vasilhas com
no ambiente, mas isso ainda ocorre em diversas regiões do país. atividades do ser água e a outra com água colorida com
Já em áreas rurais, além da contaminação por lixo e esgoto descar- humano.
anilina alimentícia. Cada flor será colo-
tados de maneira incorreta, as principais fontes de contaminação são Contaminação:
defensivos agrícolas e fertilizantes que infiltram no solo com a água da
cada em uma vasilha. Pergunte aos es-
presença de materiais
chuva e podem ser carregados até corpos de água, como reservatórios que contêm agentes tudantes o que eles acham que acon-
subterrâneos, rios e lagos. causadores de tecerá com as flores. Deixe que eles
doenças — como respondam e formulem suas hipóteses,
bactérias, vírus, considerando todas as respostas.
Adriano Kirihara/Pulsar Imagens

ovos de vermes — ou
substâncias tóxicas Após o experimento, ressalte o fato
que podem causar de a flor ter absorvido a anilina que es-
problemas de saúde tava na água. Se achar necessário, para
aos seres vivos e remediar as aprendizagens, retome os
danos ao ambiente.
conteúdos de absorção dos nutrientes
Defensivos agrícolas:
pelas plantas. Após a dinâmica, comen-
substâncias usadas
para matar plantas ou te que, em um solo poluído, as plantas
animais considerados também absorvem a poluição.
pragas em lavouras. Depois, sugerimos que faça a leitura
do texto em voz alta com os estudan-
tes, chamando a atenção deles para
A conservação do solo é também responsabilidade do poder público, que deve os termos destacados no glossário e
fornecer à população tratamento de água e de esgoto e sistema para a destinação pontuando a diferença entre a conta-
correta de resíduos, como coleta de lixo municipal e aterros sanitários – locais em minação e a poluição. Com relação ao
que resíduos são enterrados e decompostos, sem contaminar o solo. Na imagem, controle biológico, comente que exis-
aterro sanitário localizado em Presidente Prudente (SP), 2019.
tem maneiras de controlar espécies
O controle biológico que destroem plantações para reduzir
Podemos diminuir a contaminação do solo por meio de tratamento da utiliza uma espécie
água e do esgoto, descarte correto de resíduos e redução do consumo o uso de substâncias como os agrotó-
de ser vivo para
para gerar menor quantidade de lixo. O controle e a regulamentação para reduzir ou eliminar a
xicos, que poluem o ambiente e podem
o uso de agrotóxicos e fertilizantes, além de investimentos em técnicas população de outra danificar a saúde das pessoas.
agrícolas menos agressivas, ajudam a reduzir a liberação dessas subs- espécie. Na imagem,
tâncias no ambiente. mosca da espécie
Trichopoda pennipes,
usada no controle
Controle biológico biológico de pragas.
Mario Saccomano/Alamy/Fotoarena

[O objetivo] do controle biológico é controlar as pragas agrícolas e


os insetos transmissores de doenças a partir do uso de seus inimigos
naturais, que podem ser outros insetos benéficos, predadores, parasitoi-
des e microrganismos, como fungos, vírus e bactérias. Trata-se de um
método de controle racional e sadio, que tem como objetivo final utili-
zar esses inimigos naturais que não deixam resíduos nos alimen-
tos e são inofensivos ao meio ambiente e à saúde da população.
EMBRAPA. Controle biológico. Disponível em: https://www.embrapa.br/tema-controle-biologico/sobre-o-tema.
Acesso em: 16 fev. 2022.

73

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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d id

#Para saber
Controle biológico do percevejo-de-renda da
seringueira através de micoinseticida formulado
em óleo emulsionável
Este painel mostra que o controle biológico realizado foi
tão efetivo quanto o controle feito por meio dos agrotó-
xicos químicos, mas é dependente de fatores bióticos e
abióticos.
Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/
bitstream/CPAC-2009/24142/1/p2002_22.pdf. Acesso
em: 24 abr. 2022.

73
#Experimentar
Orientações didáticas
#Experimentar
Este experimento propicia o traba-
lho com as competências gerais 2 e 4, O objetivo desta atividade é identificar a importância da cobertura vegetal para a conservação
e com a competência específica 2 de do solo.
Ciências da Natureza, pois dispõe de ATENÇÃO! ATENÇÃO!

estratégias diversificadas para traba- Material Realize essa atividade


apenas com a supervisão
Lave bem as
mãos depois de
de um adulto. tocar na terra.
lhar o objeto do conhecimento mobili-
• 3 galões de água de 5 L, vazios e limpos, com tampa.
zado e oferece momentos de exercício
• Amostra de solo humífero ou terra vegetal.
da curiosidade intelectual e de prática
da abordagem própria das ciências, co- • Placas de terra com grama viva.
muns na investigação científica, além • 3 garrafas PET de 2 L, vazias e limpas, com tampa.
de promover a divulgação de dados e • Barbante.
ideias científicas em diferentes supor- • Folhas secas e gravetos (serapilheira).
tes de comunicação. • 6 L de água.
Inicialmente, sugerimos que expli- • Regador.
que aos estudantes os objetivos do • Tesoura com pontas arredondadas.
experimento e o que deverão fazer e
observar. Depois, faça a leitura do ro- Como fazer
teiro apresentado e, após certificar-se
Você e mais dois colegas devem
de que todos entenderam a monta-
se reunir e, com a ajuda do(a) pro-

Dotta2/Arquivo da editora
gem, você pode solicitar aos estudan- fessor(a), cortar os galões de água
tes que elaborem hipóteses sobre o fazendo uma abertura, como mos-
aspecto da água que passará por cada tra a imagem. Cortem também as
um dos galões. Sugerimos que pergun- garrafas PET de modo a retirar o
te: “Em qual dos galões vocês acham fundo delas.
que a água sairá mais escura?; “E em Removam a tampa dos galões.
qual galão sairá mais transparente?”. No primeiro, deve ser adicionado
apenas o solo; no segundo, o solo
Você pode perguntar, também, sobre
com serapilheira sobre ele; e no ter-
a velocidade de escoamento da água, ceiro, o solo com grama sobre ele.
se achar pertinente. Deixe que eles fa- Utilizem as garrafas PET para
lem e formulem suas hipóteses, que coletar a água. Elas devem ser pre-
podem ser anotadas no quadro de giz sas com barbante ao redor da boca
para que eles possam compará-las de cada galão, conforme mostra a
com o que responderão na atividade 1. imagem.
Depois, realize o experimento com Certifiquem-se de que todo o experimento está montado. Então, encham o regador com 2 L
os estudantes, solicitando a eles que de água. Coloquem essa quantidade de água de maneira gradual no galão com grama, regando
toda a superfície. Repitam esse procedimento no galão com a serapilheira e, por último, no galão
anotem no caderno a aparência da
apenas com solo.
água que sai de cada galão.
Aguardem alguns minutos e observem a intensidade da cor da água que saiu de cada um dos
Após finalizarem o experimento e galões para identificar em qual deles ocorreu maior transporte de solo pela água.
responderem às atividades, peça a NÃ
ESC O 1. A resposta depende do resultado observado. Espera-se que, no galão contendo apenas solo,
Conclusão
REVA
eles que comparem as respostas ob- NO L
IVRO seja observado maior transporte de sedimentos pela água, evidenciado pela cor mais intensa
tidas com as anotadas no quadro de da água coletada. Isso ocorre porque o solo está descoberto e exposto à erosão pela água.
giz. Se achar necessário, você pode re- 1 Em qual galão se observou maior transporte de solo pela água? Por que isso ocorreu?
tomar o conteúdo visto para tirar even- 2 Como esse experimento nos ajuda a justificar por que o solo sem cobertura vegetal pode se
tuais dúvidas. tornar menos fértil e sofrer erosão?
As respostas às questões propostas 2. O experimento simula o que acontece quando o solo tem a cobertura vegetal retirada, ficando exposto à
74 ação das chuvas, que arrasta os sedimentos e o desgasta.
no item Conclusão estão disponíveis no
Livro do Estudante.
Esta atividade auxilia no trabalho Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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com a habilidade EF06CI11, apresen-
tando características do solo, um dos perimentos. Materiais como garrafas plásticas podem ser
elementos da crosta terrestre. encaminhados para a reciclagem ou mesmo higienizados
Mais uma vez, é importante conver- e guardados para serem usados em atividades experi-
sar com os estudantes sobre o des- mentais com outras turmas ou em outros momentos. As
carte dos materiais utilizados no ex- amostras de solo podem retornar para as áreas externas,
perimento. Em Ciências, trabalhamos assim como as plantas e os outros materiais orgânicos
muito a questão ambiental e a impor- utilizados. O importante aqui é que os estudantes se en-
tância de refletir sobre as atividades volvam não somente com a montagem dos experimentos
humanas e seus impactos no ambien- mas também com sua desmontagem, refletindo sobre a
te, e isso também se aplica ao des- melhor maneira de descartar os materiais ou mesmo so-
carte dos materiais utilizados em ex- bre possibilidade de reúso.

74
Orientações didáticas
Atividades humanas e a crosta terrestre
Antes de trabalhar este conteúdo,
Os seres humanos estão no planeta Terra há milhares de anos e inte-
se houver espaço em seu planejamen-
ragem diretamente com a crosta terrestre, pois é nela, em sua camada Região de extração de
to, sugerimos que proponha aos estu-
mais superficial, que constroem cidades, fazem plantações, barragens mármore em Ourolândia
ou retiram recursos naturais, como rochas e minerais. (BA), 2019. Nela, a dantes a realização de uma pesquisa
Vimos como a agricultura e a pecuária podem alterar o solo, mas outras vegetação foi removida e sobre intervenções humanas na crosta
as rochas são extraídas terrestre e suas implicações. Oriente-
atividades também provocam impactos nos ambientes e podem transfor-
para fins comerciais. Essa -os a pesquisar em fontes confiáveis. As
mar de forma profunda a crosta terrestre. Observe estes outros exemplos. atividade altera a paisagem
e a crosta terrestre.
pesquisas podem ser feitas em grupos
de seis estudantes, e as apresentações
Luciana Whitaker/Pulsar Imagens

para a turma feitas em mais de uma


aula. Dessa forma, você contextualiza
o conteúdo apresentado e trabalha a
competência geral 2 e a competência
específica 2 de Ciências da Natureza.
Sugerimos que leia o texto com os
estudantes e comente que, no caso da
extração de mármore, após a retirada
dessa rocha, levará muitos anos para
que o ambiente se reestabeleça. Se
achar pertinente, retome os tipos de
rocha que foram trabalhados no capí-
tulo anterior.
Depois, você também pode comen-
tar que a extração de petróleo e princi-
palmente de água dos lençóis freáticos
pode gerar terremotos ou afundamen-
tos de terra.
Este assunto será trabalhado de
forma mais detalhada no componen-
O petróleo fica armazenado em rochas te curricular de Geografia. No entanto,

renatopmeireles/Shutterstock
localizadas em camadas profundas da crosta neste momento, é importante que os
terrestre e é extraído para produção de estudantes compreendam que a ação
combustíveis e outros materiais, como plásticos.
Dependendo de como é extraído, tremores de
humana é um fator relevante de mu-
terra podem ocorrer, assim como acontece com dança da crosta terrestre.
a retirada de gás natural e de água de lençóis
freáticos. Na imagem, plataforma de exploração
de petróleo no Rio de Janeiro (RJ), 2021.

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Reprodução
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Li do d EEstudante
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t h reduzido.
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#Para saber
Estudo comprova que atividades humanas causam A megacidade que está afundando e pode ficar
terremotos mortais. GIBBENS, Sara. submersa em três décadas. MEI LIN, Mayuri;
A reportagem apresenta casos gerais em que a mineração, HIDAYAT, Rafki.
as barragens e outras atividades humanas têm causado al- Reportagem sobre a cidade de Jacarta, na Indonésia. Esti-
terações nos ambientes e na crosta terrestre, impactando a ma-se que, se nada for feito até 2050, a cidade será total-
vida das próprias pessoas e de outros seres vivos. mente submersa, pois está afundando, entre outros fatores,
Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil. pela retirada excessiva de água do lençol freático. Além do
com/meio-ambiente/2017/10/estudo-comprova-que texto, a reportagem apresenta uma animação que explica
-atividades-humanas-causam-terremotos-mortais. como ocorre esse processo.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/
geral-45168320.
Acesso em: 12 maio 2022.
75
Orientações didáticas

Mario Friedlander/Pulsar Imagens


Comente com os estudantes as in-
terferências humanas na crosta terres-
tre, chamando a atenção deles para
as fotografias apresentadas. Caso te-
nha dividido este tópico em duas au-
las, esse é um bom momento para dar
continuidade às apresentações das
pesquisas sugeridas.

Garimpo legal de
ouro em Nova Santa
Helena (MT), 2021.

Delfim Martins/Pulsar Imagens


A extração de ouro
é uma atividade que
causa grande impacto
ambiental, pois altera
completamente a
paisagem, modifica
o relevo, retira a
vegetação nativa e,
em muitos casos, gera
conflitos com parte da
população local.

Ao construir túneis, estradas,


cidades ou outras estruturas,
os seres humanos modificam o
relevo natural da crosta terrestre.
No caso dos túneis, as montanhas
são cortadas e perfuradas para
permitir a passagem de estradas.

Esses são apenas alguns exemplos de como os seres humanos mo-


dificam a crosta terrestre. Precisamos pensar nos impactos que essas
atividades causam no planeta como um todo e de que maneira isso pode
interferir na continuidade da oferta de recursos naturais que mantêm
todos os seres vivos do planeta.

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Livro ddo EEstudante
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#Atividades

ESC OREVA
NO L
IVRO
os oceanos após seu resfria-
mento, já que antes era tão
Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades. quente que a água evapora-
1. A imagem a seguir representa uma região 6. O solo é composto de parte orgânica e de par- va imediatamente. Além dis-
litorânea em corte, com a indicação da es- te mineral. Quais são as diferenças entre elas? so, possibilitou a formação
trutura da crosta terrestre e do relevo. Com
base na observação da imagem, explique o 7. Observe a imagem que representa as diferentes do solo e, consequentemen-
que são a crosta terrestre e o relevo. camadas de solo e responda ao que se pede. te, o desenvolvimento de di-
versos seres vivos adaptados
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA a esse ambiente.
5. Os microrganismos, as plan-
musicman/Shutterstock

R2 Editorial/Arquivo da editora
tas e os animais contribuem
para a formação da parte
orgânica do solo e de seus
nutrientes por meio de subs-
A
tâncias que liberam e da de-
B composição dos organismos
quando morrem. Isso garan-
C
te a fertilidade e a permea-
bilidade do solo, bem como
D melhor absorção de água.
6. A parte orgânica é composta
E principalmente de nutrientes
proporcionados pela decom-
posição de restos de animais
2. Neste capítulo foi apresentada a história da a) Identifique a rocha-mãe que deu origem
e plantas; já a parte mineral
formação da crosta terrestre. No caderno, ao solo.
conte essa história por meio de desenhos.
do solo é formada a partir da
b) Qual camada de solo apresenta a maior
Você pode fazer uma história em quadri- fragmentação da rocha-mãe.
quantidade de matéria orgânica em sua
nhos ou um desenho esquemático. O impor- composição?
7. a) A camada que correspon-
tante é representar as diferentes fases da de à rocha-mãe é a mais
c) Explique como ocorreu o desenvolvimen-
formação da crosta terrestre. profunda, indicada pela
to da parte orgânica desse solo até atin-
gir essa profundidade. letra E.
3. Fenômenos naturais, aliados aos seres vi-
vos — como bactérias, musgos e liquens —, b) A camada com maior
atuaram na modificação da crosta terrestre. 8. Os antigos povos amazônicos viviam da quantidade de matéria
De que maneira esses seres vivos contribuí- caça, da pesca, do cultivo de algumas plan- orgânica é a mais expos-
ram para a transformação das rochas nas tas (como a mandioca) e organizavam as ta e próxima da atmos-
diversas estruturas da crosta terrestre que aldeias de maneira que não sofressem com fera, onde se encontram
existem atualmente? acúmulo de dejetos e resíduos. Para isso,
as plantas, indicada pela
eles separavam uma área onde queimavam
4. A crosta terrestre é a camada da Terra onde o que restava dos alimentos e enterravam letra A.
muitos seres vivos, incluindo os seres huma- fezes e outros excrementos. Com o passar c) A rocha-mãe sofre frag-
nos, se desenvolvem. Para isso, eles estabele- de milhares de anos, essas áreas de solo se mentação ao longo do
cem interações complexas com ela nas diver- tornaram cada vez mais férteis e marrom-es- tempo por ação do intem-
sas atividades que desempenham. Explique curas, o que contrasta com os solos marrom- perismo e, assim, é que-
como a formação da crosta terrestre permitiu -amarelados característicos da Amazônia, brada em partes cada vez
que a vida se expandisse pelo nosso planeta. que apresentam maior quantidade de argila. menores. Esses fragmen-
5. Explique a importância da presença de mi- Explique por que esses solos marrom-escu- tos se misturam à matéria
crorganismos, plantas e animais para a for- ros são mais férteis que os solos marrom- orgânica derivada dos se-
mação do solo no planeta. -amarelados. res vivos e, após milhares
de anos, reações entre os
77
componentes minerais e
orgânicos do solo tornam
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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t h reduzido.
d id a parte orgânica cada vez
maior e mais profunda,
Orientações didáticas vo são os contornos que ela possui, sendo formado por permitindo o desenvolvi-
diferentes fatores de intemperismos. mento de maior número e
O grupo de atividades presentes nesta página permite
2. Espera-se que os estudantes representem nos dese- diversidade de seres vivos.
ampliar e desenvolver as habilidades EF06CI11.
nhos as etapas de resfriamento das rochas e sua frag- 8. Esses solos são mais fér-
Sugerimos que selecione alguns exercícios para que sejam
mentação pela ação dos fenômenos ambientais e, pos- teis por apresentarem maior
feitos em sala de aula e outros em casa, com a ajuda da fa-
teriormente, dos seres vivos. Esta atividade propicia o quantidade de matéria orgâ-
mília ou do responsável. Separe alguns minutos de sua pró-
trabalho com a competência geral 4 e a competência nica, derivada da decompo-
xima aula para realizar a correção dos exercícios e verificar
específica 6 de Ciências da Natureza. sição dos dejetos enterrados
possíveis defasagens de conteúdo. Caso julgue necessário,
3. Esses seres vivos liberam substâncias que degradam pelos povos amazônicos mi-
faça uma revisão dos conteúdos abordados até o momento.
as rochas, corroendo-as gradativamente; assim, elas se lhares de anos atrás.
#Atividades transformam ou se fragmentam no decorrer do tempo.
1. Espera-se que os estudantes identifiquem que a cros- 4. A formação da crosta terrestre possibilitou a existência
ta terrestre é uma das camadas da Terra e que o rele- de ambientes em que a água se acumula, formando
77
Orientações didáticas 9. Em campos de futebol de parques públicos, quele sonho não existia chão. Lá fui eu caindo,
#Atividades é comum que a grama não cresça na área despencando, voando, esvoaçando. O mundo
9. Na região do gol, o goleiro fica em frente ao gol, mesmo que tenha o mesmo ali era um lugar sem terra, por isso tudo vivia
se movimentando durante todo tipo de solo e de grama do restante do cam- boiando no ar. […] Mas a terra tem seus tru-
po. Como podemos explicar esse fenômeno? ques. Ela não gosta de ser maltratada, não se-
o jogo. Esse pisoteamento contí-
nhor! Quando fazem queimadas ou destroem
nuo torna o solo mais compacta- 10. A imagem a seguir mostra um mapa de re- o mato ou enchem o chão de lixo e porcaria a
do, pois suas partículas se juntam, giões do Brasil que sofrem processo de de- terra fica triste, vira deserto, corpo árido, seco,
o que dificulta o desenvolvimento sertificação. Identifique em quais regiões estéril, que não dá mais nada. Ela, que era ge-
das raízes da grama. Além disso, o esse processo está mais avançado e quais nerosa, formosa, úmida, florida, risonha, fofa,
pisoteamento da grama pode inibir medidas poderiam ser tomadas para que macia, fértil, cheia de sombra, cheia de perfu-
a desertificação não se expanda para ou- me, cheia de riachinhos, borboletas, besouri-
seu crescimento.
tras áreas. nhos, bichinhos e bichões, de repente fica tão
10. As regiões Nordeste e Norte do
Brasil são as que mais apresen- dura e rachada que só consegue inventar pó,
Áreas no Brasil em processo areia e desolação. Se a terra fosse um deserto
tam áreas com desertificação, en-
de desertificação e arenização ia ter chão, mas como a gente ia ficar?
quanto a região Sul apresenta are-
55º O

Vespúcio Cartografia/Arquivo da editora


nização. Para reverter esse quadro, AZEVEDO, Ricardo. Você me chamou de feio,
sou feio mas sou dengoso! 1. ed. São Paulo:
é importante utilizar técnicas de re- Moderna, 2007. p. 9-12.
Equador

cuperação dos solos, como reflo-
restamento, plantio direto e rota- Com base na leitura do texto, responda às
ção de culturas. questões.
11. a) Espera-se que os estudantes a) O personagem do texto pergunta: “Se não
justifiquem que, sem a terra, fosse a terra, a gente pisava onde?”. Com
não teríamos como construir base nessa questão, explique qual é a im-
OCEANO
nossas casas, produzir alimen- ATLÂNTICO portância do solo para os seres humanos.
OCEANO

tos ou criar animais. Assim, o


PACÍFICO
Índice de vegetação
b) Ao final do texto, o personagem afirma
solo é essencial para a vida Baixo Trópico de C
apricórn
io
que a terra não gosta de ser maltratada
como conhecemos. e que ela vira corpo “seco”, “estéril” e
b) O personagem descreve nes- não produz “mais nada”. Qual processo
0 635 1 270 ele está descrevendo? Como o solo pode
te momento os processos de Alto km perder a fertilidade?
desertificação e arenização do
LABORATÓRIO DE ANÁLISE E PROCESSAMENTO DE
solo. Eles ocorrem quando os IMAGENS DE SATÉLITES. Índice de Vegetação por 12. Sobre a crosta terrestre e a ação humana, co-
nutrientes do solo se esgotam Diferença Normalizada (IVDN). Disponível em: pie no caderno as alternativas corretas.
lapismet.com.br/dados. Acesso em: 14 abr. 2022.
ou o solo fica sem cobertura ve-
X a) A crosta terrestre é modificada pelos
getal e, dessa forma, chuvas e 11. Leia o fragmento de texto a seguir. seres humanos, muitas vezes, de forma
ventos carregam os nutrientes Tem gente que pensa que terra só serve irreversível, como no caso da extração de
do solo para outros locais, o para cavar buraco no chão, para ser hotel de rochas pela mineração.
que dificulta o estabelecimen- minhoca, para enfiar poste de luz ou então X b) O solo é um dos componentes da crosta
to de plantas e o deixa vulnerá- para sujar o pé de lama em dia de chuva, mas terrestre que mais foram alterados pelas
vel aos processos de desertifi- não é nada disso. Se não fosse a terra, a gen- atividades humanas.
cação e arenização. te pisava onde? Se não fosse a terra, a gente
X c) Construção de estradas e cidades e ater-
12. A resposta à questão está no Livro construía nossa casa onde? E as cidades? E
as estradas? E os campinhos de futebol? Sem
ros de terrenos podem ser considerados
do Estudante. mudanças da crosta terrestre causadas
a terra a gente não ia jogar bola nunca mais!
Uma vez eu tive um sonho. Sonhei que esta- por atividades humanas.
va dormindo com vontade de fazer xixi. Con- d) As rochas mais profundas não fazem parte
tinuei sonhando e pulei da cama. Pobre de da crosta terrestre e, por isso, podem ser
mim! Quando pisei no chão, descobri que na- retiradas sem causar danos ao ambiente.

78

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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#Mural de ideias
O #Mural de ideias também pode ser
copiado no caderno ou utilizado como
avaliação. Nesse caso, solicite aos es-
tudantes que desenvolvam um resumo,
um esquema, um diagrama com texto
Para finalizar o estudo desta unidade, vamos retomar os principais conceitos estudados até aqui?
e imagem ou um mapa conceitual im-
presso ou digital sobre um ou mais te-
mas apresentados nos pequenos boxes.

Várias evid #Para terminar


ências cien
comprovam tíficas Este boxe tem o objetivo de estimu-
A Terra apresenta a esfericid
Terra, com ade da
O solo apresenta formato esférico. o: lar a interação entre os estudantes e a
uma parte mineral e – o mastro
de um navi
uma parte orgânica. a última pa
rte a sumir
oé revisão de alguns pontos da unidade,
Dependendo de sua horizonte; no
permitindo que eles percebam a evo-
composição, ele pode – as sombr
ser classificado em locais difere
as são dife
rentes em lução dos conhecimentos adquiridos.
ntes;
diferentes tipos. – circum-n Além disso, algumas atividades podem
avegação;
– os astros
no céu;
favorecer aos estudantes que compa-
– as fotogr
afias da Te rem suas concepções prévias com o
rra.
que aprenderam nos estudos da unida-
de. Aproveite esse momento para pedir
A crosta terrestre
formou-se do magma
que resfriou e, ao longo
Planeta Terra Os mov
imentos
aos estudantes que retomem as ques-
tões do boxe #Para iniciar.
Terra d d
de milhões de anos, etermin a
foi se transformando
marcaç
ão do te
am a Você pode reservar um tempo para
por exe mpo,
no solo. mp
movime lo, o
que eles respondam às atividades no
nto apa caderno. Depois, peça para que se divi-
do Sol n ren
o horizo te
nte. dam em grupos e comparem, oralmen-
te, as respostas dadas, reformulando-
éo
-as durante os debates. Atente-se aos
A rotação a
to da Terr estudantes que mostrarem dificulda-
movimen ma,
Tanto o planeta Terra to rn o dela mes de em responder às questões e reto-
em
quanto a atmosfera A inclinaç sp on sá vel pelos
re me os conteúdos que eles manifesta-
ão da Terr s noites.
são estruturados em em relaçã
o ao Sol e
a dias e pela é o
ão rem maiores dificuldades.
camadas. a incidênc A translaç a
ia desigu
al to da Terr
de luz sola movimen Por fim, a lista da atividade 1 pode
r nos do Sol e
hemisféri
os norte em torno
e a o ano. ser fixada na sala de aula, para que fi-
do planet
a determ
sul determin
as estaçõ inam
es do ano. que visível para toda a turma. Espera-
-se que os estudantes compreendam
que saber mais sobre a formação do
planeta, sua esfericidade, a formação

ESC O
do solo, as atividades humanas que po-
REVA
NO L
IVRO dem impactar o planeta, nosso papel
#Para terminar GRUPO
diante desses processos e os cuidados
com o solo é fundamental para o cul-
1 Com base no que foi estudado nesta unidade, troque ideias com os colegas e com o (a) tivo de alimentos e a sustentabilidade
professor(a) e montem uma lista com informações importantes sobre a formação do
planeta Terra, sua forma esférica estruturada em camadas e as camadas da atmosfera. do planeta.

2 Com base no que você aprendeu nesta unidade, retome suas respostas do boxe #Para #Conversa de professor
iniciar e faça correções, se necessário.
1 e 2. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
Ao incentivar os estudantes a
79 listarem informações que julgarem
mais importantes no estudo dos
temas trabalhados nesta unidade,
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id propiciamos a participação ativa na
aula e facilitamos a compreensão
Orientações didáticas #Mural de ideias dos conceitos abordados.
Sugerimos que retome brevemente com os estudantes O #Mural de ideias apresenta as principais ideias tra-
os objetivos apresentados nesta unidade para identificar balhadas na unidade. Inicialmente, sugerimos que solicite
se houve alguma defasagem ou dificuldade de aprendiza- aos estudantes que leiam em voz alta o esquema e ano-
gem no decorrer do trabalho com o conteúdo. tem no caderno uma frase ou palavras sobre o que eles
Caso isso ocorra, faça uma breve revisão, apresentan- compreenderam e possíveis dúvidas.
do os conteúdos que julgue mais pertinentes para o de- Peça aos estudantes que expressem suas dúvidas
senvolvimento dos estudantes. Você pode utilizar a seção e solicite que a turma contribua na resolução dessas
#Mural de ideias como ferramenta para averiguar e sanar dúvidas, tornando-os protagonistas na construção do
possíveis dúvidas dos estudantes. conhecimento.

79
2
Unidade 2
#Foco na BNCC e nos TCT
Competências gerais
2, 4, 5, 7, 8, 9 e 10.
Competências específicas de
Ciências da Natureza
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8.
Habilidades
EF06CI05, EF06CI06, EF06CI09 e
EF06CI11.
Temas Contemporâneos
Transversais
• Educação Ambiental

Seres vivos
• Saúde
• Ciência e Tecnologia
• Educação em Direitos Humanos

no planeta
Conceitos da Unidade
Importância da água para os seres vi-
vos, hidrosfera, estados físicos da água,
ciclo da água, células, características e
níveis de organização dos seres vivos,
tecidos do corpo humano, sistema es-
quelético, sistema muscular, movimen-
tos e coordenação do sistema nervoso,
saúde dos sistemas esquelético e mus-
cular, acessibilidade.
Conteúdos procedimentais
• Praticar a comunicação, ao observar o
mundo a sua volta e ao fazer relatos
de informações sobre a hidrosfera, re-
lacionando com os estados físicos da
água, o ciclo da água e a importância
da água para os seres vivos.
• Elaborar explicações com o auxílio de
modelos (ao fazer montagens e mo-
delos de células).
• Observar e descrever objetos e fenô-
menos (ao analisar esquemas da or-
ganização dos seres vivos).
• Usar técnicas de investigação (ao for-
mular, propor e verificar hipóteses).
• Praticar a comunicação, ao obser-
var o mundo à sua volta e ao fazer
80
relatos de informações (ao analisar
imagens de pessoas com mobilida-
de reduzida). Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

• Argumentar a favor de opiniões (ao


explicar hipóteses formuladas e apre- Conteúdos atitudinais
sentar conclusões). • Exercitar a curiosidade na resolução de problemas, em-
• Aprimorar seus saberes e incorporar basando-se em conceitos de Ciências da Natureza.
o conhecimento científico (ao anali- • Reconhecer-se como parte da natureza, respeitando o
sar o funcionamento do sistema lo- ambiente e todas as formas de vida.
comotor humano e sua relação com
o sistema nervoso).
• Interessar-se por elementos e fenômenos da natureza,
como aqueles relacionados ao ciclo da água.
• Observar e descrever fenômenos (ao
• Conhecer, aceitar e respeitar a importância da acessibi-
analisar as mudanças de estados fí- lidade na locomoção de pessoas com mobilidade redu-
sicos da água). zida, praticando a empatia.
• Tomar decisões baseando-se em conhecimentos científi-
cos historicamente construídos e reconhecidos.
80
Orientações didáticas
Nesta unidade, trabalharemos a di-
versidade biológica, a adaptação dos
seres vivos em diversos ambientes, a
importância da água para a sobrevivên-
cia dos seres vivos e a locomoção hu-
mana. Por isso, estimule os estudantes
a investigar, questionar, criar hipóteses
e perceber o mundo ao redor deles, a
fim de favorecer e desenvolver o pen-
samento científico.
É esperado que, ao final da unidade,
os estudantes sejam capazes de com-
preender os conceitos científicos apre-
sentados e relacioná-los com as di-
mensões da sociedade, da tecnologia
e da saúde, e entender os processos
de construção da ciência. Esse conjun-
to de saberes está relacionado com o
processo de alfabetização científica.
Por isso, trabalharemos a diversida-
de biológica e a importância da água
para a vida na Terra de maneira inte-
grada com as dimensões da sociedade
e do meio ambiente.

Raul Aguiar/ Arquivo da editora


A abertura da unidade apresenta
uma célula animal. É interessante mos-
trar que, apesar de todos os seres vi-
vos serem diferentes, eles têm algo em
comum: são formados por células, que
são a unidade fundamental do ser vivo.
A partir dessa imagem, é interes-
sante sugerir que os estudantes refli-
tam sobre a importância da água para
os seres vivos, tanto animais quanto
vegetais. Peça a eles que anotem no
A Terra é um planeta com características únicas, entre caderno pelo menos três perguntas
elas a existência de seres vivos. A vida está presente nas que gostariam que fossem respondi-
florestas, nos desertos, no alto das montanhas, nas profun- das até o final da unidade.
#FOCO NA BNCC dezas dos oceanos, nos centros urbanos, nos polos e até nos Em seguida, eles podem comparti-
Competências gerais: ambientes próximos de vulcões. lhar essas perguntas com toda a turma,
2, 4, 5, 7, 8, 9 e 10. A vida na Terra só é possível por causa da grande quan- para que todos reflitam sobre as res-
Competências específicas: tidade de água no planeta e, nesta unidade, vamos entender postas ao final da unidade. Caso você
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. sua distribuição e sua importância para os seres vivos. Além queira realizar uma dinâmica com os
Habilidades: disso, vamos estudar os seres vivos e como a organização do
EF06CI05, EF06CI06, estudantes, peça a eles que, em con-
nosso corpo pode permitir que façamos coisas incríveis.
EF06CI09 e EF06CI11. senso, escolham três das perguntas
que anotaram no caderno e escrevam-
81 -nas em um cartaz para que, ao final do
estudo da unidade, verifiquem se elas
foram ou não respondidas.
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id Informe que a ilustração de abertura
de unidade não tem caráter científico,
mas sim lúdico. Ela tem como objetivo
despertar o interesse dos estudantes.

81
Orientações didáticas
Neste capítulo, os estudantes com-
CAPÍTULO 5
Objetivos do capítulo

Água, vida e
preenderão a importância da água
para a manutenção da vida no plane- • Compreender a
distribuição da água
ta Terra. no planeta Terra,

ambiente
Inicialmente, sugerimos que per- comparando as
gunte aos estudantes os tipos de cor- quantidades de água
salgada e de águas
pos hídricos que conhecem e qual é continentais.
a diferença entre eles. É bem provável • Caracterizar a
que os estudantes falem de rios, la- hidrosfera.
gos e mares. Nesse caso, vale a pena • Propor formas
sustentáveis de
lembrar que rios e lagos são fontes de utilização da água
água doce e que os mares e oceanos potável.
são fontes de água salgada. Nos rios, a • Recordar os estados
água percorre um caminho e, nos lagos, físicos da água.
ela fica praticamente parada. • Caracterizar a
biosfera.
Depois, você pode chamar a atenção
• Compreender que
para o lago que aparece na fotografia e ambientes distintos
perguntar se ele é natural ou feito pelo abrigam diversidade
ser humano, engajando uma discussão de seres vivos.
• Propor cuidados
em sala sobre a interferência do ser com o planeta Terra.
humano nos ambientes naturais e suas
consequências, tanto boas quanto ruins. Na BNCC
O conteúdo deste capítulo aborda o Habilidade: EF06CI11.
Tema Contemporâneo Transversal Edu-
cação Ambiental.

Rita Barreto/Fotoarena
#Para iniciar
Este boxe tem o objetivo de auxiliá-
-lo na identificação dos conhecimentos
No Pantanal, existe grande diversidade de plantas aquáticas, como as vitórias-régias
prévios, das habilidades, das atitudes (Victoria amazonica, folhas medem até 2 m de diâmetro) e as ninfeias (flores medem de
e dos valores dos estudantes. Por isso, 10 a 15 cm de diâmetro). Pantanal, Corumbá (MT), 2018.
sugerimos que eles realizem o registro
de suas respostas iniciais no caderno, Sem água não há vida!
a fim de que possam ser retomadas e Pelo menos não a vida da forma como a conhecemos e como os cientistas a descrevem. Todos
revistas no final do capítulo. Isso contri- os seres vivos são constituídos de água, em maior ou menor proporção, e necessitam dela para
buirá para que se conscientizem do de- sobreviver, independentemente do ambiente em que vivem. Além de estar presente no corpo dos
senvolvimento de suas aprendizagens e seres vivos, a água faz parte da natureza, compondo os rios, os oceanos e muitos outros ambientes.
da construção do seu conhecimento. Para que todos tenham qualidade de vida, a água dos ambientes deve ser preservada e utilizada
A seguir, as sugestões de respostas de maneira consciente e responsável, evitando desperdícios.

e comentários às questões propostas: ESC OREVA
NO L
IVRO
• Sugerimos que explore com os estu- #Para iniciar
dantes o que eles já sabem em rela-
ção às diferentes maneiras com que a • Qual é a sua opinião sobre a importância da água para os seres vivos?
água auxilia na manutenção da vida • No município em que você mora, há rios, lagos ou oceano? Como está a qualidade da
no planeta. Pergunte sobre os habitat água nesses locais?
aquáticos, a água corporal, as carac-
Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações didáticas.
terísticas de solvente da água e o va-
82
por de água presente na atmosfera.
• É importante que haja uma discussão
sobre a qualidade da água dos recur- Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
sos naturais e, caso os estudantes co-
nheçam locais poluídos, sobre o que
cada um pode fazer para melhorar a
água desses locais. Se a região onde
se localiza a escola for banhada por
algum rio ou estiver próxima ao ocea-
no, sugerimos que questione os estu-
dantes sobre a importância ecológi-
ca e econômica da água na vida das
pessoas da comunidade local.

82
# A água e os seres vivos
Orientações didáticas
O conteúdo desta página dá conti-
Entre as características mais impressionantes do planeta Terra, está nuidade ao trabalho com a habilidade
a presença de seres vivos e de água no estado líquido. EF06CI11, uma vez que aprofunda as
Até o momento, ainda não foram encontradas em outros planetas características da crosta terrestre, re-
formas de vida semelhantes às que conhecemos, e as pesquisas para lacionando-as com a interação com os
identificar água líquida fora da Terra são bastante intensas. seres vivos, em especial os seres hu-
Cientistas sugerem que as primeiras formas de vida da Terra surgiram manos, pelo uso do solo e da água.
na água. Isso nos leva a pensar: Se em algum outro planeta existir água, Neste momento, será trabalhada
ele também poderá abrigar formas de vida? Temos de nos lembrar que a principalmente a relação entre a água
Terra, além de água, apresenta temperatura, luminosidade e outras con- e os seres vivos. Inicialmente, sugeri-
dições que permitem a existência dos seres vivos. Assim, a presença de mos que chame a atenção dos estu-
água é, então, um bom indício da possibilidade de vida, mas não o único.
dantes para o fato de que todos os
Além de ter permitido o surgimento das primeiras formas de vida, a
seres vivos têm uma porcentagem de
água está presente na constituição dos seres vivos, em maior ou menor
água no corpo. Para suscitar a reflexão,
quantidade. As águas-vivas, por exemplo, são animais aquáticos consti-
tuídos por mais de 95% de água. O corpo humano adulto, por sua vez, sugerimos perguntar: “Onde é mais fá-
tem cerca de 75% de água em sua composição. cil encontrar seres vivos, em uma flo-
resta ou em um deserto? Por quê?”.
Deixe que os estudantes se expressem
David Hall/Nature/Fotoarena

As águas-vivas têm e considere todas as respostas. Essa


mais de 95% do corpo reflexão tem como objetivo gerar ques-
constituído por água. O tionamentos a respeito da importância
tamanho desses animais da água para a sobrevivência dos se-
pode variar muito de
acordo com a espécie. Na
res vivos.
imagem, água-viva-de- Depois, você pode ler o texto com
-ovo-frito (Phcellophora os estudantes e, ao final, comentar
camtschatica, mede até que pesquisas estão sendo feitas para
6 m), vista de dentro para
identificar água líquida em outros pla-
fora da água.
netas. Os cientistas imaginam que,
como ocorre aqui na Terra, a presença
de água líquida, além de outros fatores,
Milan Ilic Photographer/Shutterstock

é um ponto importante para a vida em


No corpo humano, outros planetas.
a quantidade Caso os estudantes fiquem curio-
de água varia sos sobre a presença de água no or-
conforme a ganismo, sugerimos que comente com
idade: é maior
nos indivíduos
eles alguns dos processos dos quais
mais jovens e ela participa:
vai diminuindo
conforme
• Regulação da temperatura corporal:
faz parte do suor que, ao evaporar,
envelhecemos.
causa o resfriamento da superfície
do corpo.
A água é essencial para o bom funcionamento do organismo de ani- • Metabolismo: permite o meio ade-
mais, plantas, fungos e de todos os seres microscópicos. Além da água quado para reações enzimáticas.
que bebemos ou que usamos para regar as plantas, a água presente no
ar atmosférico, na forma de vapor, é imprescindível para a manutenção • Processos fisiológicos: na digestão,
da vida.
está presente desde a saliva até o
suco pancreático, auxiliando no pro-
83 cesso digestório.
• Transporte de substâncias: compõe
o plasma sanguíneo, que garante o
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id
transporte de diversas substâncias,
como sais minerais e nutrientes.
#Para saber
• Eliminação de substâncias: compõe
Astrobiologia, nas fronteiras do a urina, que garante a eliminação de
conhecimento e do Universo substâncias tóxicas ou que estão em
O artigo trata da pesquisa de vida em outros planetas. excesso.
Disponível em: https://www5.usp.br/noticias/espe-
cial-2/astrobiologia-nas-fronteiras-do-conhecimento-e-do
• Proteção: está presente nos líquidos
encontrados entre as articulações e
-universo/. Acesso em: 11 maio 2022.
nas meninges, protegendo contra im-
pactos. E como está presente no lí-
quido amniótico, também garante a
proteção do feto.

83
Orientações didáticas
Hidrosfera
Inicialmente, sugerimos pedir aos
Em 1961, o russo Yuri Gagarin (1934-1968), pri-
estudantes que observem bem a foto
meiro astronauta a observar a Terra do espaço,
desta página, que apresenta o planeta
disse: “A Terra é azul!”. Ele fez essa afirmação
Terra. Peça a eles que debatam entre porque, visto do espaço, a cor predominante
si e levantem hipóteses, justificando-as, do planeta Terra é o azul. Isso ocorre, prin-
sobre a quantidade de água salgada e cipalmente, em razão da presença de água

Reprodução/NASA
a quantidade de água doce existentes em abundância, tanto na atmosfera quanto
no planeta. O conteúdo apresentado na superfície do planeta, que é composta de
favorece o trabalho com a competência mais de 70% de água.
específica 3 de Ciências da Natureza. Toda a água presente no planeta Terra,
Nesse momento, verifique o que os tanto na atmosfera quanto nos oceanos, nos
estudantes se recordam sobre o que foi rios, nos lagos ou nos seres vivos, constitui a
hidrosfera. Cerca de 97,5% dessa água é sal-
trabalhado em anos anteriores a res-
gada, compondo as águas oceânicas. Os outros
peito da água no planeta, de modo que
2,5% são de águas continentais, popularmente
as informações repassadas por eles chamadas de água doce, que estão presentes, em
possam ser complementadas. Deixe- maior parte, em geleiras e calotas polares. Uma peque- As fotos da Terra tiradas
-os falar e expressar o que lembram. na parte das águas continentais é líquida, e menor ainda é a do espaço revelam uma
Depois de ler o texto com os estu- quantidade disponível em rios e lagos. Essa pequena parte da hidrosfera imensidão azul por causa
da abundante presença
dantes, chame a atenção deles para o é a principal fonte da qual o ser humano obtém água para beber, cozi-
de água nos oceanos.
gráfico apresentado, fazendo comen- nhar, irrigar lavouras, criar animais, utilizar em processos industriais e em Fotografia feita em 1972
tários sobre a quantidade de água muitas outras atividades. Apenas em poucos locais do mundo o oceano por astronautas da missão
que pode ser consumida em relação à é a fonte principal de água para consumo, após passar por tratamento. Apollo 17, dos Estados
Unidos da América.
água total do planeta. Comente a im-
portância do uso consciente da água, Para que a água possa ser usada para beber ou cozinhar, ela precisa
ser potável, ou seja, própria para o consumo. A água potável não pode
das boas práticas de consumo, da pro-
ser salgada e não pode conter substâncias ou microrganismos que pre-
teção de nascentes e de não poluir os judicam a saúde. Nem toda água doce é potável e, por isso, na maioria
cursos de água. Certifique-se de que das vezes, é necessário tratá-la. Além disso, nem toda água doce está
todos os estudantes conseguem ler o em fontes acessíveis, o que diminui ainda mais a quantidade de água
gráfico. Auxilie aqueles que apresenta- disponível para utilização.
rem alguma dificuldade em ler os nú-
meros e entender as fatias.
Se achar pertinente, comente que, Distribuição de água no planeta Terra

R2 Editorial/Arquivo da editora
embora existam cerca de 2,5% de
água doce no planeta, a maior parte Total global 2,5% do total global
Águas continentais
(água) (águas continentais)
dela, no entanto, não está disponível (água doce)
para o consumo humano, pois está na Águas oceânicas
(água salgada)
forma de gelo, como neve permanente
nos polos e regiões montanhosas, ou,
Geleiras e neves eternas
então, retida, como águas subterrâneas
Rios e lagos
em lençóis freáticos. Assim, da quanti-
Águas subterrâneas
dade total de água doce na Terra, ape-
Solo, pântanos e geadas
nas 0,26% encontra-se disponível para
consumo humano. Caso queira tornar o
Elaborado com base em: BRASIL. Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio
assunto mais “palpável” para os estu- Ambiente. Plano Nacional de Recursos Hídricos. Consumo sustentável: Manual de educação.
dantes, você pode comentar: “Se toda Brasília, DF: Consumers International: MMA: MEC: IDEC, 2005. Disponível em:
a água doce do planeta Terra coubesse http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf. Acesso em: 21 out. 2021.

em uma garrafa PET de 2 L, aproximada- 84


mente 5 mL estariam disponíveis para o
consumo.”. Comente que cerca de 5 mL
é menos do que cabe na própria tampi- Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
nha da garrafa PET. Se achar pertinente,
você pode fazer essa representação na esse cenário, há necessidade de uma cooperação inter-
prática para os estudantes, levando uma nacional com a proteção a nascentes, rios, lagos e bacias,
garrafa PET de 2 L com água para a sala bem como o compartilhamento de tecnologias de trata-
de aula e retirando, do total, aproxima- mento de água.
damente uma tampinha.
No final, é interessante comentar
com os estudantes que a escassez de
água afeta cerca de 40% da popula-
ção mundial, e esse número deverá su-
bir ainda mais como resultado das mu-
danças climáticas e da má gestão dos
recursos hídricos naturais. Para mudar

84
2. Aproveite esta atividade para verifi-
Água doce e sustentabilidade car o que os estudantes já sabem
Dos cerca de 2,5% da água doce do pla- Os principais aquíferos do Brasil sobre economia de água. Comen-
neta, quase 70% estão em forma de gelo, re- te com eles diferentes maneiras de

Vespúcio Cartografia/Arquivo da editora


55º O

tidos nas calotas polares, e o restante está RORAIMA


economizar água, direcionando as
AMAPÁ
distribuído, principalmente, em águas subter- Equador Rio 0º respostas da próxima atividade.
N egro

râneas, rios e lagos. Rio Ama zona


s

pi
3. Sugerimos que a resposta para esta

ur u
Ri
So

oG
li m ba

ós
õ es i

As águas subterrâneas incluem os aquí- Ir i r


aj

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Rio Parn
p
Ta Ri o

questão seja construída com contri-

o
ra
AMAZONAS CEARÁ RIO GRANDE

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ei

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ad

ru
PARÁ MARANHÃO M

Ju
feros, estruturas geológicas subterrâneas Ri o DO NORTE

o
Ri

u
s
PIAUÍ
buições de toda a turma. Entre as

Xing
ru
Rio P u PARAÍBA
formadas por rochas porosas e permeáveis

ia
Rio
Ri
o

ns
ua
ACRE PERNAMBUCO Te
les

Rio Tocanti
ag
ã
un
situações para economizar água, os

Ar
Pi
Ab
ALAGOAS

res

Rio
que são capazes de reter a água das chuvas, R io

r u e na
RONDÔNIA TOCANTINS SERGIPE

ancisco
BAHIA

Rio Ju
atuando como reservatórios subterrâneos. MATO GROSSO
Ri
oG
uap
o ré estudantes podem citar: não deixar

o Fr
Rio das
DISTRITO


Cont

Por meio deles, os cursos de rios, lagos e nas- FEDERAL as


torneiras abertas, tomar banhos rá-

io
R Rio Pard o
OCEANO uit i n
honha
GOIÁS Jeq

centes são mantidos estáveis e o excesso de ATLÂNTICO Ri


o

io
pidos, não utilizar grandes quanti-
MINAS

R
Rio G

água da chuva é absorvido. MATO


GROSSO GERAIS
ESPÍRITO SANTO
Rio
T iet
r ande D oce

dades de água para lavar carros ou

á
ê
OCEANO DO SUL n

a
SÃO PAULO Rio Paraíba do Sul

r
Pa
Rio P

Há muitos aquíferos no Brasil, alguns de PACÍFICO ara


calçadas, consertar vazamentos, en-

o
RIO DE JANEIRO na

Ri
pane
m
a
PARANÁ Trópico
de
grandes extensões, como mostra o mapa. Capricór
nio
Rio Igua
çu tre outras. Entre as atitudes possíveis
SANTA CATARINA Rio Uru

Indispensável à vida, esse recurso é tam- RIO GRANDE


g uai
para não contaminar as águas sub-
DO SUL
bém fundamental para o funcionamento de 0 540 1 080 terrâneas, podem ser citadas: desti-
nossa sociedade. Dependemos da água para km nar adequadamente o lixo, não des-
a produção de energia e de produtos em ge- Açu Içá Sistema Aquífero
cartar substâncias químicas, como
Guarani
ral que consumimos no cotidiano, incluindo Alter do Chão Itapecuru
Sistema Aquífero
Areado Jandaíra Parecis medicamentos, de forma inadequa-
alimentos. Bambuí-Caatinga Missão Velha Tacaratu
Barreiras
Mauriti
Trombetas da; não degradar as florestas nativas
A escassez desse recurso é agravada Boa Vista
Pirabas Tucunaré
Urucuia
Grajaú
e as matas ciliares; entre outras.
pela poluição das fontes de água doce, tan- Cabeças Poti-Piauí
Furnas Serra Grande Com estas atividades, espera-se
to superficiais quanto subterrâneas, pelos A disponibilidade de
desperdícios na utilização desse recurso e, Fonte: IBGE. Águas água potável é um fator
retomar habilidades trabalhadas em
subterrâneas. Disponível em: anos anteriores, pois os estudantes
principalmente, pelo consumo crescente na https://atlasescolar.ibge.gov. preocupante para o mundo
todo. Mesmo no Brasil, podem selecionar argumentos que jus-
agropecuária e na indústria. br/images/atlas/mapas_brasil/
considerado um país
brasil_aguas_subterraneas. tifiquem a importância da cobertura
Com o crescimento populacional e o de- pdf. Acesso em: 21 out. 2021. privilegiado por concentrar
senvolvimento das economias dos países cerca de 11% de toda a vegetal para a manutenção dos cursos
água doce do mundo.
emergentes, a demanda por água só tende a aumentar. Cabe a nós reco- de água, das águas subterrâneas e até
nhecer a importância desse recurso e utilizá-lo de maneira sustentável, Saneamento básico: do ciclo da água, além de identificar
sempre lembrando que a água está presente em tudo o que consumimos, nome dado a serviços
urbanos essenciais
os principais usos da água nas ativi-
seja de maneira direta, seja indireta. dades cotidianas, discutindo e propon-
para a população,
A preservação das fontes de água e o crescimento planejado das áreas como tratamento e do formas sustentáveis de utilização
urbanas também são indispensáveis, assim como a garantia de acesso abastecimento de água, desse recurso.
universal ao saneamento básico, que é fundamental para o desenvolvi- coleta e tratamento de
mento de uma sociedade sustentável e para a conservação das águas e esgoto, limpeza urbana,
de outros recursos naturais. coleta e tratamento de
lixo e manejo das águas
das chuvas.
#Para refletir 1, 2 e 3. Respostas pessoais. Consulte
as Orientações didáticas. GRUPO

ESC O
NO L
REVA
IVRO

1 A água é a maior necessidade e a maior riqueza da humanidade. Expliquem essa afirmação.


2 Para vocês, o que é consumo consciente de água potável?
3 Como vocês, suas famílias e os colegas podem colaborar para economizar água
potável e para não contaminar as águas subterrâneas? Discutam e proponham formas
sustentáveis de utilização da água.

85

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

Orientações didáticas em que vivem, a recuperação de águas já poluídas e o sa-


Esta página aborda as águas doces existentes no Brasil, neamento básico, entre outros temas relacionados.
principalmente dos aquíferos. Para iniciar o trabalho com o #Para refletir
conteúdo, sugerimos que auxilie os estudantes a identificar As atividades deste boxe propiciam o trabalho com as
o aquífero relacionado à região em que vivem. competências específicas 4, 5 e 8 de Ciências da Nature-
Depois, para explicar a formação dos aquíferos, é inte- za, uma vez que levam os estudantes a avaliar questões
ressante retomar o conteúdo sobre a superfície terrestre ambientais e a propor soluções em nível individual e co-
e os tipos de rocha. Ressalte que o Brasil é um país ri- letivo, e com as competências gerais 7 e 10.
quíssimo em termos de água doce, mas nem sempre ela Sugestões de respostas às questões propostas.
é vista com sua devida importância por conta da poluição. 1. Espera-se que os estudantes respondam que a água
Sugerimos que peça aos estudantes que, em grupos, re- é necessária para o desenvolvimento e a manutenção
alizem seminários sobre o tratamento de água da cidade da vida.
85
Orientações didáticas
Os estados físicos da água
Para introduzir o assunto de estados
Nas imagens a seguir, podemos observar diferentes ambientes. Em que locais de cada imagem
físicos da água para os estudantes, su-
você identifica a presença de água?
gerimos colocar um cubo de gelo sobre
um prato no início da aula e pedir a
eles que comentem o que acham que Dia de inverno na
vai acontecer. É possível que muitos di- cidade de Coquitlam,
gam que o gelo vai derreter, mas deixe no Canadá, 2022.
que se expressem.
Depois, peça aos estudantes que ob-

Dgu/Shutterstock
servem as imagens apresentadas e apro-
veite para comentar que a água está
Andre Dib/Pulsar Imagens
presente em diversas formas em nosso
planeta. Você pode pedir aos estudantes
que comentem diferentes locais da natu-
reza onde é possível encontrar água em
diferentes estados físicos. Salto Corumbá, em
Se achar pertinente, peça que ela- Corumbá de Goiás
borem hipóteses sobre a existência dos (GO), 2021.
diversos estados físicos da água, ques-
tionando se o mesmo ocorre com ou-
tras substâncias.
Ao final da aula, o gelo terá derreti-

Tales Azzi/Pulsar Imagens


do, mas sugerimos que aguarde o pró-
ximo conteúdo para explicar aos estu-
dantes o que aconteceu.
#Para refletir
Rio Abiaí, em Pitimbu
1. A resposta à questão está disponí- (PB), 2021.
vel no Livro do Estudante. A ques-
tão apresentada pode gerar algumas
dúvidas, pois os estudantes podem
pensar que a “fumaça” é água no es- Nos ambientes mostrados anteriormente, a água está presente na neve, nas nuvens, na cachoeira,
no rio e até no ar, apesar de não ser visível. Como estudamos no início do capítulo, a água também faz
tado gasoso. Caso surja essa dúvida,
parte da estrutura dos seres vivos e, portanto, está presente na vegetação retratada em cada imagem.
sugerimos que comente que as go-
À medida que se aquece ou se esfria, a água pode mudar de estado físico. Ela pode ser encon-
tículas de água, que chamamos de
trada nos estados sólido, líquido ou gasoso, considerando as condições ambientais do planeta.
“fumaça” da cachoeira, são água em
O estado sólido pode ser exemplificado pelo gelo presente na neve, nas geleiras, na geada, no
estado líquido. O vapor de água não
granizo ou no congelador das geladeiras. No estado líquido, a água é encontrada nos oceanos, nas
pode ser observado, por isso é muito nuvens, nos lagos, nos rios, nos reservatórios subterrâneos, entre outros ambientes. E é no estado
importante que os estudantes com- gasoso que encontramos a água na atmosfera, sob a forma de vapor de água. Não conseguimos
preendam que as nuvens são forma- enxergar a água no estado gasoso, mas ela está presente no ar que respiramos.
das por água no estado líquido.

#Para refletir ESC O
NO L
REVA
IVRO

1 Qual é o estado físico da água que compõe as nuvens? E da “fumaça” que parece sair da
cachoeira? Conte o que você sabe para os colegas e o(a) professor(a).

1. As nuvens e a “fumaça” que parece sair da cachoeira são compostas de água no estado líquido, em gotículas.
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Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Para saber
Estados da matéria e as transições de fase. do Universo. As rochas sólidas, por exemplo, já foram líqui-
BAGNATO, V.; MUNIZ, S. das, sob a forma de magma, enquanto os metais só chegam
Ao olharmos ao nosso redor, observamos que uma mesma à crosta terrestre devido a sua capacidade de se solidificar.
substância pode existir de formas diferentes na natureza. Como isso ocorre? Quais são os principais elementos físi-
O caso mais evidente é o da água, mas, embora ela seja a cos na estrutura da matéria que fazem isso acontecer? Para
substância mais importante para a vida em nosso planeta, a saber mais sobre essas e outras questões, recomendamos
mudança de estado físico não é um privilégio apenas dela. A a leitura desse texto.
maioria das substâncias se comporta dessa forma. Essa ca- Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
pacidade da matéria de se apresentar de formas diferentes php/1919247/mod_resource/content/5/T3_Capitulo8_
é um fator preponderante na dinâmica de nosso planeta e v1.2.pdf. Acesso em: 11 maio 2022.

86
Orientações didáticas
As mudanças de estado físico da água
Quando tomamos um sorvete em um dia muito Inicialmente, sugerimos que peça
quente, percebemos que logo ele começa a derre- aos estudantes que leiam o texto em
ter. Se não for consumido rapidamente, em poucos voz alta. Você pode solicitar que cada
minutos o sorvete se torna um suco. Isso acontece parágrafo seja lido por um estudante.
porque a água presente no sorvete passa do estado Ao longo da leitura, certifique-se de que
sólido para o estado líquido, em um processo cha- todos estão compreendendo; peça aos
mado de fusão. estudantes que anotem no caderno as
As mudanças de estado físico da água estão rela- palavras que não conhecem e forneça

JGI/Jamie Grill/Getty Images


cionadas ao seu aquecimento ou resfriamento, ou seja, a eles o significado de cada uma delas.
ao ganho ou à perda de energia na forma de calor. No Caso o conteúdo da página ante-
exemplo anterior, a água do sorvete recebeu calor do ar,
rior tenha sido trabalhado em outra
que estava mais quente que o sorvete, causando a fusão.
aula, retome os estados físicos. Nes-
Quando colocamos água no congelador, ela passa do estado
se momento, é importante chamar a
líquido para o sólido por um processo chamado de solidificação.
Isso acontece porque o interior do congelador está mais frio do que
A água do sorvete atenção dos estudantes para o esque-
está em fusão, ou seja, ma apresentado. Se achar pertinente,
a água. passando do estado
Quando a água líquida é aquecida e passa para o estado gasoso (va- peça a eles que copiem o esquema
sólido para o líquido.
por), ocorre a vaporização. no caderno.
Quando a água passa do estado gasoso (vapor de água) para o estado Ao final, caso tenha adotado a su-
Se a vaporização for
líquido, após ser resfriada, o processo é chamado de condensação ou lenta, como acontece
gestão de colocar um cubo de gelo so-
liquefação. Essa mudança está relacionada com a formação de nuvens com as roupas que bre um prato durante a aula, pergunte
na atmosfera. secam no varal, ela aos estudantes qual foi a transforma-
As mudanças de estado físico não acontecem somente com a água. recebe o nome de ção que aconteceu com ele.
evaporação. Se a
Outras substâncias e outros materiais também podem passar de um
vaporização for rápida,
estado físico para outro, dependendo de condições como temperatura com a formação de
e pressão. Uma rocha, por exemplo, está no estado sólido e pode sofrer bolhas no interior
fusão no interior na Terra, onde a temperatura é muito alta, como estu- de um líquido, como
dado na Unidade 1. ocorre com a água em
uma chaleira sendo
Em condições específicas, a água pode passar diretamente do esta- aquecida pelo fogo, ela
do sólido para o gasoso em um processo chamado de sublimação. Já é chamada de ebulição.
a passagem do estado gasoso diretamente para o sólido é chamada de
ressublimação.
R2 Editorial/Arquivo da editora

Ressublimação

Fusão Vaporização

S—lido Líquido Gasoso

Solidificação Condensação Esquema das mudanças


de estado físico de uma
substância, como a água.
Sublimação

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Li do d EEstudante
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#Atividade complementar
Geladinho caseiro Como fazer
Faça o suco e despeje nos saquinhos, fechando-os com
Material um nó. Caso utilize as forminhas de gelo, cubra com papel
• Suco de fruta. filme e espete um palito de dente em cada cubo. Leve os
• Saquinhos de geladinho ou forminhas de gelo (nesse saquinhos ou as forminhas ao freezer.
caso, incluir papel filme e palitos de dente). Peça aos estudantes que escrevam no caderno as mudan-
• Freezer. ças de estados físicos observadas no geladinho.

87
# O ciclo da água
Orientações didáticas
O infográfico favorece a retomada
da habilidade EF05CI02, já trabalha-
da nos Anos Iniciais do Ensino Funda- A quantidade de água presente na hidrosfera é quase sempre a mesma ao longo
mental, relacionada ao ciclo da água. do tempo, o que muda é o local e a forma como ela é encontrada na natureza, ou
Espera-se que os estudantes consigam seja, seu estado físico: líquido, sólido ou gasoso.
explicar o ciclo hidrológico aplicando A água da Terra está continuamente passando de um estado para outro. Ela
pode estar na atmosfera, presente nas nuvens, chegar ao solo por meio da chuva
os conhecimentos sobre as mudanças
e da neve, escoar pela superfície para rios, lagos e oceanos e se infiltrar no solo.
de estado físico da água. Ela também pode estar congelada nos pontos mais altos de algumas montanhas e
Durante a apresentação do infográ- nos polos do planeta.
fico, retome com os estudantes a im-
portância do ciclo da água para a agri- Água armazenada como gelo e neve Nuvens e vapor
de água
cultura, o clima, a geração de energia
elétrica, o provimento de água potável
e o equilíbrio dos ecossistemas.
Além de retomar conteúdos já traba-
lhados, a abordagem do ciclo da água
auxilia a desenvolver as habilidades tra-
balhadas nos capítulos anteriores, re- Precipitação
lacionadas ao planeta Terra, e prepara Evaporação
para o estudo das substâncias e da se- Escoamento
paração de misturas, objeto de estudo superficial e infiltração

da Unidade 4.
Sugerimos que comente com os es-
tudantes que, por meio da energia pro-
veniente do Sol, a água presente nos Rios e lagos

oceanos, rios, lagos, solos e seres vivos


evapora, passa a incorporar o ar atmos-
férico e aos poucos vai se condensando
e formando as nuvens, para então se
precipitar novamente ao solo na forma
de chuva, granizo ou neve.
Os animais precisam continuamente
de água, devolvendo-a ao ambiente pela
respiração, transpiração ou excreção. Fluxo de água
Infiltração no solo
As plantas também liberam água,
que sai pelas folhas da planta na for-
ma de vapor e passa para a atmosfera.

Deságue
Fluxo de águas subterrâneas de rios

Base rochosa

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Livro ddo EEstudante
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Orientações didáticas
O processo pelo qual a água da su-
perfície terrestre evapora, com a passa-
gem da água ao estado de vapor pela
transpiração, principalmente das plan-
ENERGIA DO SOL tas, é chamado evapotranspiração.
A principal fonte de energia que mantém o ciclo da água (ciclo A presença de florestas e demais co-
hidrológico) é o Sol. A energia do Sol aquece a Terra e é responsável berturas vegetais é muito importante
pela evaporação da água de rios, lagos e oceanos, pela fusão da para que a água seja absorvida pelos
neve e do gelo e pela liberação de água pelos seres vivos por meio solos e forme as águas subterrâneas.
da transpiração.
O asfaltamento, o calçamento e as de-
mais construções urbanas prejudicam
a absorção e o escoamento adequado
FORA DE PROPORÇÃO das águas das chuvas, podendo cau-
sar problemas como enchentes e ala-
CORES FANTASIA
gamentos.

#Para saber

TRANSPORTE O ciclo da água, The Water Cycle,


Portuguese
Evaporação Disponível em: https://www.usgs.
gov/special-topics/water-science
Água/Elbibliote.com S.A. -school/science/o-ciclo-dagua
-water-cycle-portuguese. Acesso em:
3 jun. 2022.
Evaporação e
Na versão em português, esse site
transpiração apresenta um resumo do ciclo da
dos seres vivos água, com explicações sobre algu-
mas de suas especificidades, como
evapotranspiração, precipitação, ar-
mazenamento da água como gelo e
neve, entre outras. Também apresenta
uma estimativa da distribuição global
da água nas suas diferentes formas.

Oceano

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R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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89
#Experimentar
Orientações didáticas ATENÇÃO!

#Experimentar Realize essa atividade


apenas com a supervisão
de um adulto.
Esta seção tem o objetivo de apre-
sentar propostas de atividades práticas
investigativas, introduzindo aos estudan- Vaporiza•‹o da ‡gua
tes as práticas de pesquisa, mobilizan- Analisando a representação do ciclo da
do processos e procedimentos científi-

Dmitriy Kazitsyn/Shutterstock
água nas páginas anteriores, você pode

Picsfive/Shutterstock
cos. Além disso, estímulos e propostas identificar que uma das etapas é a eva-
complementares podem auxiliar no de- poração da água dos oceanos e dos con-
senvolvimento do pensamento compu- tinentes. Uma vez que não conseguimos
tacional (identificação de padrões), por enxergar o vapor de água, como podemos
meio da abstração e da decomposição confirmar que, de fato, a água evapora?
para a execução de uma tarefa. Podemos constatar que ocorre evapo-
Esse experimento propicia o traba- ração, por exemplo, quando uma panela
com água fica muito tempo sobre a chama
lho com a competência geral 2 e com
do fogão e a quantidade de água dentro

sangsiripech/Shutterstock

Tim UR/Shutterstock
as competências específicas 2 e 3 de dela diminui. Mas será que a água evapora
Ciências da Natureza, pois dispõe de es- do mesmo jeito na natureza? Como isso Materiais que serão
tratégias diversificadas para trabalhar o acontece? utilizados na atividade.
objeto do conhecimento mobilizado e
oferece momentos de exercício da curio-
sidade intelectual e de prática da abor-
Material
dagem própria das ciências, comuns na • 1 copo de plástico pequeno, com capa-
investigação científica. cidade para 50 mL.
O experimento tem o objetivo de tra- • 1 copo grande de vidro transparente ou
balhar com a vaporização e a conden- outro recipiente de boca larga para cobrir

Maryna Kulchytska/Shutterstock
sação da água. Nele será possível com- o copo pequeno, mas sem encostar nele.
provar a vaporização da água, pois não • 1 prato de plástico pequeno.
conseguimos enxergá-la. Por ser abs- • Jarra com água para encher o copo pe-
trata, a vaporização pode ser de difícil queno.
compreensão para alguns estudantes. • Massa de modelar.
A fim de garantir a segurança dos es- Materiais que serão utilizados na atividade.
tudantes, supervisione todas as etapas Como fazer
da atividade prática, principalmente a
manipulação do copo ou recipiente de Coloque o copo plástico sobre o prato e encha-o com água sem derramar, até um pouco abaixo
vidro. Se preferir, faça você o experi- da borda. Em seguida, coloque o copo grande de vidro com a boca virada para baixo e cobrindo o
mento como demonstração para os copo plástico, como uma redoma de proteção.
estudantes. Com a massa de modelar, vede toda a borda do copo de vidro que está em contato com o prato,
Devido à logística das aulas, se pre- de modo que o ar não entre nem saia.
ferir, o experimento pode ser observa- Por fim, deixe a montagem exposta à luz do Sol por 3 horas.
do no dia seguinte, desde que, antes Antes de verificar o resultado, responda: Você espera observar mudanças na montagem após
de ser analisado, seja mantido expos- a exposição à luz do Sol? Qual ou quais?
to ao sol por pelo menos 30 minutos. NÃ
ESC O
1. O volume de água dentro do copo plástico tende a diminuir, porque sofre vaporização
Conclusão
REVA
Sugerimos montar o experimento já em NO L
IVRO pela exposição à luz do Sol. Espera-se observar gotas de água na parede interna do copo
de vidro, já que, por estar mais fria, causa a condensação do vapor de água.
ambiente com muita incidência solar,
para evitar seu transporte, que pode 1 O que aconteceu com a água dentro do copo plástico e com a parte interna do copo de vidro?
Como você explica esses resultados?
causar falhas.
Explore as informações dos estudan- 2 Por que foi importante vedar bem o espaço entre a borda do copo de vidro e o prato?
2. Sem uma boa vedação, o vapor de água do ar ao redor poderia entrar e o vapor contido no copo poderia sair.
tes, valorizando as hipóteses sobre as 3 Quais mudanças de estados físicos da água ocorreram nesta atividade?
3. Vaporização (líquido → gasoso) e condensação (gasoso → líquido).
maneiras pelas quais a água evapora na
natureza. Incentive-os a apresentar justi- 90
ficativas para essas hipóteses.
A elaboração de hipóteses compre-
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Livro ddo EEstudante
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ende uma parte significativa da cons-
trução do conhecimento científico. É
também um exercício essencial para o Comentários às questões propostas no item Conclusão.
desenvolvimento do letramento científi- As respostas estão disponíveis no Livro do Estudante:
co. Assim, quando pertinente, exercite a 1. É esperado que os estudantes respondam que o volu-
elaboração de hipóteses com os estu- me de água dentro do copo diminuiu com o passar do
dantes e, sempre que possível, amplie tempo, pois sofreu o processo de vaporização. Com o
a discussão a respeito de diferentes passar do tempo, também, poderá haver gotículas no
maneiras pelas quais essas hipóteses copo de vidro, provando que a água sofreu vaporização.
podem ser testadas. 2. Caso o experimento seja feito em sala de aula, é inte-
Após a realização do experimento, ressante deixar alguns espaços vedados e outros sem
peça aos estudantes que respondam vedar e pedir aos estudantes que levantem hipóteses
às perguntas propostas no Livro do sobre a diferença entre os dois casos.
Estudante. 3. Esta atividade auxilia na compreensão dos conceitos de
vaporização e de condensação.
90
# Vida: interação com o ambiente
Orientações didáticas
O conteúdo apresentado auxilia no
O planeta Terra abriga uma quantidade imensa de diferentes formas trabalho com a habilidade EF06CI11,
de vida que estão presentes nos mais variados ambientes. uma vez que aprofunda as característi-
O conjunto formado pelos seres vivos e pelos ambientes em que vivem cas da crosta terrestre, relacionando-as
é chamado de ecossistema. O conjunto de todos os ecossistemas da com a interação com os seres vivos, em
Terra, por sua vez, recebe o nome de biosfera. Como podemos encontrar especial os seres humanos, pelo uso
vida em ambientes variados, a biosfera compreende regiões da litosfera, do solo e da água.
da hidrosfera e da atmosfera. A biosfera inclui todas as comunida-
des vivas da Terra, desde a abundância
10 km de altitude
R2 Editorial/Arquivo da editora

Representação de vida nas florestas tropicais até o fi-


esquemática de toplâncton fotossintético nos oceanos
uma região da do mundo. De modo geral, a distribui-
biosfera e de seus ção da vida na Terra reflete variações
3 km de altitude limites. Observe
no destaque
nos ambientes do mundo, principal-
de ampliação a mente em relação à temperatura e à
0 km (nível do mar) representação de disponibilidade de água. Comente isso
Intervalo
da biosfera microrganismos com os estudantes, se achar pertinen-
2 km de profundidade
com a maior da água.
te. Para chamá-los à reflexão, você
quantidade
de seres pode retomar a pergunta sugerida an-
vivos. teriormente: “Onde é mais fácil encon-
trar seres vivos, em uma floresta ou em
10 km de profundidade Elaborado um deserto? Por quê?”.
com base em:
RAVEN, P. H. et Quase três quartos da superfície da
CORES FANTASIA al. Biology. Nova Terra são cobertos por oceanos. Os
York: McGraw
FORA DE PROPORÇÃO Hill, 2002.
oceanos têm uma profundidade mé-
dia de cerca de 3 km e são, em sua
Analisando a imagem, é possível perceber que há seres que habitam maior parte, frios e escuros. Os or-
ambientes da hidrosfera, como os animais marinhos. Há também seres ganismos fotossintéticos estão con-
que vivem no solo, que faz parte da litosfera, e estão em contato com o finados a alguns metros da superfí-
ar, que faz parte da atmosfera. cie, pois dependem da luz solar. Os
O detalhe da imagem representa seres vivos microscópicos que vivem organismos que vivem abaixo desse
na água. Há também organismos muito pequenos que vivem nos solos e nível obtêm quase todos os seus ali-
até mesmo no ar. Embora não seja possível enxergá-los a olho nu (sem mentos indiretamente, como resulta-
microscópio), eles também fazem parte da biosfera.
do das atividades fotossintéticas que
ocorrem acima deles.
Seres vivos na água Em seguida, sugerimos que comente
A diversidade de organismos aquáticos é muito grande. Para facilitar o que a distribuição dos seres vivos em
estudo dessa diversidade, tanto nos ambientes de água salgada como nos diferentes regiões também está rela-
de água doce, podemos distribuir os vários organismos em três grupos, cionada com a interação das caracte-
listados a seguir. rísticas do próprio planeta, como dis-
• Plâncton: conjunto de organismos que vivem livremente na parte tintos tipos de solo ou a ocorrência de
mais superficial da água; em geral, são transportados pelas corrente- montanhas e vales.
zas, com exceção de algumas espécies capazes de se locomover em Analisando a distribuição da biosfe-
uma pequena área ao seu redor. A maioria dos plânctons é micros- ra, podem-se citar dois fatores físicos
cópica. Há dois tipos de organismos planctônicos: os fitoplânctons principais:
(fazem fotossíntese) e os zooplânctons (não fazem fotossíntese).
• A quantidade de calor solar que atin-
91 ge diferentes partes da Terra e as va-
riações sazonais desse calor.

Reprodução
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• Circulação atmosférica global e circu-
lação oceânica.
Juntos, esses fatores constituem o
clima local. Assim, determinam os valo-
res e a distribuição das chuvas, ou seja,
a disponibilidade de água. Entender es-
ses fatores é importante para que os
estudantes compreendam os diferen-
tes biomas encontrados no mundo.

91
Orientações didáticas • Nécton: conjunto de organismos que nadam livremente pela água
Inicialmente, sugerimos que cha- e não dependem das correntezas. Exemplos: baleias, golfinhos, di-
me a atenção dos estudantes para versos peixes, tartarugas marinhas.
a ilustração das regiões de um lago. • Bentos: organismos que vivem junto ao substrato, ou seja, no fundo
Você pode comentar que, no estudo de oceanos, rios ou lagos. São exemplos as algas macroscópicas, as
da Biologia marinha, além de plânc- estrelas-do-mar, os corais, os mexilhões, etc.
ton, nécton e bentos, existem séstons,
que correspondem às partículas de ori- CORES FANTASIA

R2 Editorial/Arquivo da editora
gem animal ou mineral presentes na FORA DE PROPORÇÃO
superfície da água. São importantes
como fontes de alimentação de ani-
mais filtradores, como mexilhões, os-
tras e esponjas.
As ilustrações desta página são fon-
tes importantes de informação para os Plâncton Representação
estudantes. Comente que os organis- esquemática
das diferentes
mos que não conseguimos enxergar a
regiões de um
olho nu são imprescindíveis para os lago com os
ambientes aquático ou terrestre. Nécton conjuntos de
Após apresentar e comentar as ilus- seres que ali
trações, sugerimos que leia o texto com vivem: plâncton,
nécton e bentos.
os estudantes. Bentos
O conteúdo apresentado relaciona-
-se com a competência específica 3
de Ciências da Natureza, estimulando Seres vivos no solo
os estudantes a analisar, compreender Na Unidade 1, vimos que o solo é composto de uma parte mineral e
e explicar características, fenômenos e uma parte orgânica, além de água e ar. A parte mineral é aquela que se
processos relativos ao mundo natural. originou da degradação das rochas. A parte orgânica é formada por res-
tos de seres vivos, como plantas (folhas, galhos, frutos) e animais (ossos,
fezes), e por fungos e bactérias, que fazem a decomposição.
O solo abriga uma rica diversidade de organismos, não apenas na superfí-
cie, mas também no seu interior. A dinâmica dos seres vivos no solo garante
que ele fique areado e descompactado. Isso permite que haja espaços no
solo para que o ar circule e a água das chuvas escoe. Também é sobre o solo
que encontramos a maioria dos animais e das plantas terrestres.
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA

Representação
esquemática de um
corte de solo com
alguns dos diversos
organismos que ali
Fragmentos
vivem.
de rocha

Rocha matriz Ilustrações elaboradas


com base em: EVERT,
R2 Bactérias R. F.; EICHHORN, S.
Arq Edito
uiv rial/
od
ae
e outros E. Raven Biology of
dit
ora organismos Plants. 8. ed. New York:
microscópicos W. H. Freeman, 2013.

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Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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GRUPO ESC OREVA Orientações didáticas
NO L
#Para interpretar IVRO
#Para interpretar
Leiam o texto a seguir e respondam às questões. As atividades deste boxe oferecem
aos estudantes a oportunidade de de-
Dia da Terra: o futuro do planeta senvolver as habilidades de leitura, uma
está em nossas mãos Preservar a vegetação vez que demandam processos de com-
k
de um ambiente é uma oc
rst
A preservação e a proteção da biodiver- Shu
tte preensão e inferência de textos. Após a
forma de cuidar da Terra. esign/
Nature D
sidade marcam esta data na qual vários paí- leitura do texto, peça aos estudantes
ses realizam atividades para promover o uso Se você ainda não pensou em tudo que que respondam às atividades no ca-
responsável dos recursos naturais pode fazer para contribuir com o cuidado da derno e, depois, disponibilize um perío-
[...] Terra, aqui vão alguns conselhos simples: do para discutir a leitura e as respostas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) • Utilizar lâmpadas de baixo consumo e Inicialmente, sugerimos que comen-
decidiu designar o 22 de abril como o Dia da investir em LED. te com os estudantes que a biosfera e
Terra para reconhecer que o planeta que ha- toda a biodiversidade do planeta estão
• Não usar embalagens plásticas.
bitamos, com seus ecossistemas, é o lugar da ameaçadas por ações humanas que
humanidade e que, para alcançar um justo • Utilizar a bicicleta como transporte.
precisam ser revistas e que é neces-
equilíbrio entre as necessidades econômicas, • Apostar em energias renováveis.
sária uma consciência mundial sobre
sociais e ambientais dos habitantes do pla- • Dar vida à natureza plantando árvores.
neta e as futuras gerações, é necessário pro- a relação de interdependência entre
• Visitar um parque nacional ou reservas
mover a harmonia com a natureza e a Terra. os seres humanos, outros seres vivos
de biosfera para admirar e conscien-
[...] tizar-se de sua beleza e interconexão
e nosso planeta.
Comemoramos o Dia da Terra para lem- entre os elementos. Com a leitura e a discussão do tex-
brar que o planeta e seus ecossistemas nos • Reciclar e conhecer o que é biodegra- to, os conteúdos abordados no capí-
dão a vida e nos proporcionam as matérias- dável e o que não é. tulo poderão ser retomados, uma vez
-primas para subsistir. Nesse dia assumimos • Não utilizar sacolas plásticas e, se for que estão relacionados com a dinâmi-
também a responsabilidade coletiva [...] de preciso, reciclá-las. ca do planeta.
fomentar essa harmonia com a natureza e a O trabalho com o texto apresenta-
Mãe Terra, porque “Mãe Terra” é uma expres- [...] do aborda a competência geral 7 e a
são comum utilizada para se referir ao planeta No entanto, o conselho mais efetivo talvez competência específica 5, estimulando
Terra em diversos países e regiões, o que de- seja o de nos conscientizar de que todos os
monstra a interdependência existente entre a consciência socioambiental e o con-
dias são o Dia da Terra para nos comprometer
os seres humanos, as demais espécies vivas com o meio ambiente e o futuro da huma-
sumo responsável com posicionamento
e o planeta que todos habitamos. nidade. ético em relação ao cuidado de si mes-
[...] mo, dos outros e do planeta.
Comentários às questões propostas:
LÓPEZ, A. Dia da Terra: o futuro do planeta está em nossas mãos. El País, edição Brasil, 22 abr. 2018.
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/22/ciencia/1524408059_778849.html. Acesso em: 6 nov. 2021.
1. Essa questão tem como objetivo am-
pliar o vocabulário dos estudantes.
1 Ao ler o texto, vocês encontraram palavras cujos significados não conhecem? Pesquisem na Por isso, sugerimos que leve dicioná-
internet ou consultem um dicionário e registrem no caderno as definições que encontraram. rios para a sala de aula e os forne-
1. Resposta pessoal. Consulte as Orientações didáticas.
2 De acordo com o texto, por que é necessário promover a harmonia entre a natureza e a Terra? ça aos estudantes para realizarem a
2. Para alcançar um justo equilíbrio entre as atuais necessidades econômicas, sociais e ambientais dos habitantes
3 Que outros conselhos vocês dariam para o cuidado com a Terra? do planeta e as das futuras atividade.
3. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas. gerações. 2. A resposta a esta questão está no
Livro do Estudante.
#Estude + 3. Sugerimos que selecione alguns es-
tudantes para que apresentem suas
• Biodiversidade: cuidando da Mãe Terra, de Miriam Duailibi. São Paulo: Brasil Sustentável, 2013. respostas à turma. Faça correções às
Afirmando que “a Terra é nossa casa comum”, a autora deste livro apresenta aos leitores os principais
biomas brasileiros e diversos animais que neles vivem para que conheçam mais a extraordinária
falas dos estudantes, se necessário.
biodiversidade brasileira, sempre enfatizando a necessidade de preservá-la.

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#Para ler
Impacto ambiental sitivo, quando beneficia de alguma forma componentes do
A resolução 001/86 – CONAMA define impacto ambiental ambiente, ou negativo.
como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas Além disso, o impacto pode ser caracterizado quanto aos
e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma seguintes parâmetros:
de matéria ou energia resultante das atividades humanas Frequência: contínua, descontínua, sazonal
que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança Extensão ou abrangência: linear, espacial, etc.
e o bem-estar da população; as atividades sociais e econô- Reversibilidade: reversível/temporário, irreversível/per-
micas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio manente
ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”. Magnitude: grande, média, pequena [...]
Dessa maneira podemos dizer que impacto ambiental é a LAGANKE, R. Impacto ambiental. Disponível em: http://ecologia.
modificação na estrutura e/ou na composição do ambiente, ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/conservacao_impacto.htm.
Acesso em: 11 maio 2022.
decorrente de atividades humanas. O impacto pode ser po-
93
#Atividades

ESC OREVA
Orientações didáticas NO L
IVRO

O grupo de atividades presentes


nesta página permite ampliar e desen- Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades.
volver as habilidades EF06CI11, pois 1. Explique o que é a hidrosfera.
retomam as camadas que estruturam 2. “Será que precisamos nos preocupar com o desperdício de água? Olhe quanta água há nos
o planeta Terra e suas características. oceanos!”, disse um jovem enquanto observava o mar.
Apresenta também atividades que de- a) Quais são as porcentagens aproximadas de água salgada e de águas continentais presentes
mandam o resgate de temas estudados no planeta Terra? 2. a) 97,5% de água salgada e 2,5% de águas continentais.
no capítulo, bem como a reflexão acer- b) Que argumentos você usaria para explicar a esse jovem por que precisamos evitar o des-
ca da preservação do meio ambiente perdício de água? 2. b) O ser humano depende das fontes de água doce. Apenas 2,5% da hidrosfera cor-
responde às águas continentais, e apenas uma pequena parte dessa parcela está dispo-
e do bem-estar social. Além disso, há nível em rios e aquíferos, podendo ser retirada para consumo humano.
o trabalho com as competências es- 3. Observe o esquema a seguir, com as mudanças de estados físicos da água, e responda às questões.
pecíficas 4, 5, 6 e 8 de Ciências da

R2 Editorial/Arquivo da editora
Natureza e as competências gerais 2, AUMENTO DA TEMPERATURA
4, 7 e 10.
Sugerimos que selecione alguns
FUSÃO VAPORIZAÇÃO
exercícios para que sejam feitos em
sala de aula e outros em casa, com
a ajuda da família ou do responsável.
Separe alguns minutos de sua próxima A B C
aula para realizar a correção dos exer-
cícios e verificar possíveis defasagens
de conteúdo. Caso julgue necessário, SOLIDIFICAÇÃO CONDENSAÇÃO
faça uma revisão dos conteúdos abor-
dados até o momento.
REDUÇÃO DA TEMPERATURA
#Atividades
1. Hidrosfera é o conjunto de toda a
a) Como se chamam os estados físicos identificados por A, B e C, respectivamente?
água presente no planeta, seja na 3. a) A: sólido; B: líquido; C: gasoso.
atmosfera, nos oceanos, nos rios, nos b) Cite três locais da natureza onde podemos encontrar a água no estado B.
3. b) Rios, lagos, oceanos, aquíferos, nuvens, entre outros.
lagos, no solo, nas reservas subterrâ- c) Explique o que é fusão.
3. c) Fusão é a passagem de um material (neste caso, a água) do estado sólido para o estado líquido.
neas ou nos seres vivos. d) Cite um local onde podemos encontrar a água no estado C.
3. d) Na atmosfera.
2, 3 e 4. As respostas às questões es-
4. Leia a tirinha a seguir e responda às questões.
tão no Livro do Estudante.

© Armandinho, de Alexandre Beck/Acervo do cartunista


a) No último quadrinho, há um cano ligando a calha do telhado a um grande recipiente, que
armazena água. Agora, explique: Por que não faltou água na casa do Armandinho?
b) O que ele quis dizer com “a solução caiu do céu”? 4. b) A solução para a falta de água veio com a
chuva, que foi armazenada.
4. a) Porque na casa dele há um sistema de captação da água das chuvas, em que
94
a água que cai sobre os telhados é direcionada para caixas-d’água.

Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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ESC OREVA
NO L
IVRO Orientações didáticas
5. A imagem a seguir representa, de forma resumida, o ciclo da água.
#Atividades
a) Escreva no caderno o nome das etapas
Designua/Shutterstock
numeradas de 1 a 4. 5, 6 e 7. As respostas às questões es-
b) O que ocorre na etapa 5? tão no Livro do Estudante.
5. b) A infiltração da água no solo. 8. Esta questão é uma atividade de
2 1 c) O que está representado na etapa 6?
5. c) O fluxo da água subterrânea em direção conscientização. Podem ser elabo-
ao oceano. rados cartazes para serem afixados
4 nos espaços da escola. Também po-
3 FORA DE PROPORÇÃO
dem ser criados cartazes digitais
CORES FANTASIA para serem publicados nas mídias
Oceano
5. a) 1: Condensação (formação de nuvens); digitais da escola. O ideal seria orga-
Rio 2: Precipitação; 3: Evaporação; 4: Transpiração/ nizar a sala em grupos, e cada grupo
5 evaporação.
produzir um cartaz com uma temáti-
6
ca diferente.
6. Dependendo das condições ambientais, a água das nuvens pode precipitar-se na forma de gra-
nizo. Ao atingir a superfície terrestre, o granizo pode causar danos aos animais e às plantas, e
trazer muitos prejuízos para a agricultura e para as habitações.
Viktor S
erge
evi
ch
/Sh
Jaqueline Briel/Getty Images

ut
te
r

st
oc
k
Pedras de
granizo.

Em relação ao granizo, responda às questões.


a) O granizo é água em qual estado físico? Onde ele se forma?
6. a) O granizo é água em estado sólido. Ele se forma na atmosfera, nas nuvens.
b) Você já viu uma precipitação de granizo? Conte aos colegas como foi a experiência.
6. b) Espera-se que os estudantes relatem suas vivências pessoais. Dependendo da região do país e da época
do ano, a ocorrência de granizo pode ser mais ou menos comum.
7. Leia a seguir a chamada de uma reportagem que destaca o Pantanal como Reserva da Biosfera
Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
O Pantanal Mato-Grossense, maior planície alagada do planeta,
foi reconhecido como Reserva da Biosfera pela Unesco em 2000
PLANO de Ação da Reserva da Biosfera do Pantanal 2020-2023. SOS Pantanal, Campo Grande, 2 jan. 2020.
Disponível em: https://www.sospantanal.org.br/plano-de-acao-da-reserva-da-biosfera-do-pantanal-2020-2023/.
Acesso em: 13 dez. 2021.
7. a) Atmosfera é a camada de ar que envolve o planeta; a hidrosfera compreende todas as
regiões com água; e biosfera é o conjunto de todos os seres vivos e os ambientes onde vivem.
a) Considerando o que você já estudou, diferencie atmosfera, hidrosfera e biosfera.
b) Explique por que o Pantanal faz parte da biosfera.
7. b) No Pantanal, há rios, lagoas, planícies e todos os seres vivos que fazem parte desses ambientes.
8. Reúna-se com os colegas e façam cartazes com frases sobre os cuidados que devemos ter para
preservar a biosfera e todo o planeta Terra. Fixem os cartazes em locais de grande movimenta-
ção da escola para que as pessoas se conscientizem das ações concretas que cada um de nós
pode realizar pelo bem comum do planeta.

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Orientações didáticas
Neste capítulo, trabalharemos com
CAPÍTULO 6
Objetivos do capítulo

Das células
o conceito de célula e apresentaremos
suas principais partes, enfatizando seu • Compreender a
teoria celular e o
papel como unidade estrutural e fun- papel da célula como

aos organismos
cional dos seres vivos. Para que os es- unidade funcional e
tudantes compreendam que os orga- estrutural dos seres
vivos.
nismos são um complexo arranjo de
• Caracterizar as
sistemas com diferentes níveis de orga- principais partes
nização, abordaremos a relação da cé- de uma célula e
lula com a organização geral dos seres os principais tipos
celulares.
vivos por meio da análise de ilustrações • Reconhecer os
e esquemas. principais níveis de
Considerando a importância do mi- organização dos
seres vivos.
croscópio para o estudo das células, ele
• Identificar os
será apresentado como um objeto auxi- principais tipos de
liar na pesquisa científica. Esse conteú- tecido do corpo
do está relacionado ao Tema Contempo- humano.
râneo Transversal Ciência e Tecnologia, Na BNCC
e oferece ferramentas aos estudantes
Habilidades:
para que compreendam a presença do EF06CI05 e
pensamento científico e do desenvol- EF06CI06.
vimento tecnológico na sociedade em
que vivem.

Science Source/Fotoarena
As atividades e as ilustrações ao
longo do capítulo favorecem o traba-
lho com as habilidades EF06CI05 e
EF06CI06 da BNCC.

#Para iniciar
Este boxe tem o objetivo de auxiliá-lo Imagem de células do sangue humano colorida artificialmente e obtida por microscopia eletrônica, com
na identificação dos conhecimentos aumento de 8 700 vezes. As imagens obtidas ao microscópio são chamadas micrografias.
prévios, das habilidades, das atitudes
e dos valores dos estudantes. Por isso, Na imagem, podemos observar exemplos de células, as menores estruturas que compõem o
sugerimos que eles realizem o registro nosso corpo. Nós não conseguimos enxergá-las a olho nu, ou seja, sem equipamentos específicos de
de suas respostas iniciais no caderno, observação jamais saberíamos que elas existem. Assim como o nosso corpo é feito dessas minús-
a fim de que possam ser retomadas e culas estruturas, o corpo dos outros seres vivos, com exceção dos vírus, também é. Com diferentes
revistas no final do capítulo. Isso contri- formatos e variadas dimensões e funcionalidades, essas estruturas garantem o funcionamento dos
organismos vivos e a manutenção da vida.
buirá para que se conscientizem do de- NÃ
ESC O
senvolvimento de suas aprendizagens e NO L
REVA
IVRO
da construção do seu conhecimento. #Para iniciar
Sugestões de respostas e comentá-
rios às questões propostas: • Que estruturas você imagina que estão retratadas na imagem?
• Provavelmente os estudantes cita- • Em sua opinião, podemos afirmar que algo existe mesmo sem enxergá-lo?
rão as células sanguíneas, conforme • De que maneira podemos comprovar a existência de estruturas que não conseguimos
a legenda da imagem de abertura do enxergar?
capítulo. Outras respostas podem ser
Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações didáticas.
apresentadas, e todas devem ser con- 96
sideradas. Sugerimos que aproveite
esse momento para relembrá-los dos
sistemas digestório, respiratório e car- Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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diovascular vistos nos anos anteriores.
• Verifique os conhecimentos prévios • Neste momento, podem ser abordados diversos conteú-
dos estudantes sobre o microscó- dos relacionados ao saber científico e às maneiras como a
pio, já apresentado em anos ante- Ciência comprova suas hipóteses. Interpretar procedimen-
riores durante o estudo dos micror- tos da investigação científica oportuniza o desenvolvimen-
ganismos. to da competência específica 2 de Ciências da Natureza.
Durante o debate, é importante que os estudantes ex-
pressem suas ideias livremente. Após estudar o capítulo, é
interessante retomar essas atividades para eles compara-
rem o que sabiam com o que aprenderam após os estudos.

96
# As células
Orientações didáticas
A pergunta inicial poderá auxiliar no
Observe as fotos a seguir e responda: O que esses organismos têm resgate das características dos seres
em comum? vivos que os estudantes já sabem. Al-
gumas possibilidades de resposta po-
dem ser apresentadas, mas direcione a

thanin kliangsa-ard/Shutterstock
conversa para os conceitos de células,
Cajueiro (Anacardium occidentale,
mede cerca de 12 m de altura). Onça- tecidos, órgãos e sistemas, que serão
-pintada (Panthera onca, mede até trabalhados na sequência do capítulo.
1,8 m de comprimento). Apesar de tão Depois, se achar pertinente, peça
diferentes, o cajueiro, a onça-pintada e aos estudantes que desenhem como
os seres humanos têm algo em comum:
corpo constituído de células, assim eles imaginam que sejam as células
como todos os outros organismos de diferentes organismos. Antes da lei-
vivos, com exceção dos vírus. tura do texto, você pode perguntar se
eles acham que a onça tem uma ou
muitas células, introduzindo os con-
ceitos de organismos pluricelulares e
Pedro Helder Pinheiro/Shutterstock

iStockphoto/Getty Images

unicelulares.
As fotos mostram uma planta, uma
onça e um grupo de crianças. Optamos
por representar organismos presentes,
de alguma maneira, no cotidiano dos
estudantes. A inclusão dos seres hu-
manos como uma espécie animal é um
conceito que será apresentado em vá-
rios momentos para que eles desen-
volvam gradativamente a percepção de
As células são as menores unidades estruturais e funcionais que for- que nós também somos animais.
mam os organismos vivos. Elas produzem substâncias e obtêm a energia Também é apresentado um orga-
necessária para a manutenção da vida. nismo do reino Protoctista, do qual
Há organismos que apresentam muitas células, como as plantas e os fazem parte os protozoários, organis-
animais, e por isso são chamados de pluricelulares. Há também organis- mos unicelulares e microscópicos. Nes-
mos que são constituídos de apenas uma célula, e por isso são chamados
te momento, sugerimos que comente
de unicelulares, como as bactérias, os protozoários, algumas algas e
alguns fungos. Os vírus, conforme já comentamos, não são formados
com os estudantes que a maioria dos
por células. organismos unicelulares só pode ser
visualizada por meio de equipamen-
tos específicos, como os microscópios.
Frank Fox/SPL/Fotoarena

Os protozoários são Após a leitura do texto e a apre-


organismos unicelulares, ou
seja, todas as suas funções
sentação das imagens, sugerimos
vitais são realizadas por uma que comente com os estudantes
única célula. Na imagem, que todos os seres vivos são forma-
um protozoário chamado dos por células. Nesse momento, ini-
Frontonia sp. Imagem
cia-se o trabalho com a habilidade
colorida artificialmente,
obtida por microscopia EF06CI05, apresentando a célula
óptica, com aumento como uma unidade estrutural e fun-
aproximado de 225 vezes. cional dos organismos. O trabalho com
essa habilidade será aprofundado por
97
meio da apresentação da organização
básica das células.

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Orientações didáticas
Microscópios 3
Inicialmente, sugerimos que você re-
Como as células são, em geral, muito pequenas, não conse-
tome as atividades do boxe #Para ini-
guimos enxergá-las a olho nu, ou seja, sem a ajuda de equipa-
ciar para verificar se os estudantes asso-

kwanchai.c/Shutterstock
mentos de ampliação. Para conseguirmos observar as células
ciam a utilização de microscópios com a e o que há dentro delas, utilizamos os microscópios.
visualização de estruturas que não po- 2
O desenvolvimento e o aperfeiçoamento do microscópio
dem ser vistas a olho nu. permitiu que os seres humanos conhecessem células, micror-
Durante a leitura do texto, pode ser ganismos e diversas outras estruturas invisíveis ao olho humano. 1
interessante comentar algumas diferen- O microscópio de luz ou microscópio óptico, de maneira
ças entre o microscópio eletrônico e o simplificada, é constituído por um conjunto de lentes. Quando
óptico. Se for possível e considerar perti- um feixe de luz atravessa a amostra a ser observada e as lentes,
nente, mostre imagens de materiais vis- forma-se uma imagem ampliada do material. Alguns modelos desse
tos nos dois tipos de microscópio e fei- tipo de microscópio podem aumentar até pouco mais de mil vezes.
tas com diferentes técnicas. Para fazer a observação, geralmen-
te o material é previamente preparado
em uma lâmina de vidro e pode receber

Gorodenkoff/Shutterstock
corantes para facilitar a identificação
das estruturas. Atualmente, as imagens
obtidas por microscopia óptica também
podem ser editadas e colorizadas por
computador.
Existem também os microscópios
eletrônicos, que têm grande capacidade
de aumento, permitindo que a imagem
do material observado seja aumentada
em milhares ou até um milhão de vezes.
Os microscópios eletrônicos permitem
observar, por exemplo, a estrutura do
coronavírus Sars-CoV-2, o vírus respon-
sável pela covid-19, que é muito menor
do que as células humanas. Pesquisadora utilizando
um microscópio óptico.
A partir da metade do século XX, com Na ampliação, uma
o desenvolvimento da tecnologia, os microscópios eletrônicos passaram pequena lâmpada emite
a ser associados a computadores. Por meio deles, as imagens também um feixe de luz (1). A
podem ser colorizadas e ainda mais ampliadas. amostra de material é
preparada sobre uma
lâmina de vidro, que
Marcus Brandt/picture alliance/Getty Images

é apoiada na mesa do
microscópio (2). A luz
passa pela lâmina e por
uma lente, chegando
às lentes oculares (3),
de onde o observador
aproxima os olhos.

Pesquisadora utilizando um microscópio


eletrônico. Nesse tipo de equipamento,
não é a luz que atravessa o material
a ser observado, mas, sim, partículas
chamadas elétrons.

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Reprodução
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#Atividade complementar
Montando um sistema simples de lente de aumento • A primeira coisa a fazer é conseguir a lente. Na maio- • Separe materiais que possibilitem que a luz da
Material ria das válvulas estilo pump, há uma bolinha de vi- fonte passe através deles, como algumas folhas,
dro. Precisaremos dessa bolinha. Desmonte a válvula asas de insetos pequenos e cortes de raízes.
• Um pedaço de papelão. e encontre a bolinha, que fica perto da mola. Higie-
• Fonte luminosa. nize-a com cuidado para não danificá-la.
• Coloque o microscópio próximo ao material que
• Clipes de papel. será observado e perto da fonte luminosa. Aten-
• Tesoura. • Pegue o pedaço de papelão e dobre-o ao meio, fa- ção: oriente os estudantes a não olhar diretamen-
• Um sabonete líquido com válvula pump. zendo um furo do tamanho da bolinha de vidro pró-
ximo à beirada.
te para a luz.
Como fazer • Quanto mais potente for a fonte luminosa, melhor
Esse protótipo de microscópio é baseado no micros- • Acople a bolinha no furo de maneira firme e fixe a será a visualização dos detalhes dos materiais
cópio de Anton van Leeuwenhoek (1632-1723) e bolinha no papelão. que serão observados.
apresenta uma capacidade de aumento reduzida.

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#A ciência é feita por pessoas Orientações didáticas
#A ciência é feita por pessoas
Muitos historiadores sugerem que o início A B O texto deste boxe possibilita o traba-

SSPL/Getty Images

Bettmann Archive/Getty Images


do desenvolvimento de equipamentos que lho interdisciplinar ao oferecer aos estu-
permitiram às pessoas enxergar estruturas dantes a oportunidade de estabelecer a
muito pequenas e invisíveis a olho nu ocor- conexão entre diferentes componentes
reu por volta de 1600, pelo fabricante de len-
curriculares, evitando a rígida comparti-
tes holandês Zacharias Janssen (1585-1638),
com a ajuda de seu pai. O equipamento que
mentalização do conhecimento.
eles desenvolveram ampliava a imagem de Durante a leitura do texto, sugerimos
um objeto em cerca de 20 vezes. que chame a atenção dos estudantes
No século XVII, o cientista inglês Robert Modelo do microscópio utilizado por Robert para as imagens que o acompanham
Hooke (1635-1703) desenvolveu um microscó- Hooke (A) e o desenho que ele fez da observação e peça a eles que observem o primeiro
de um corte muito fino de cortiça (B). microscópio e elaborem hipóteses sobre
pio e o utilizou para observar fatias finas de
cortiça, uma parte da casca de algumas árvo- as transformações desse instrumento ao
res. Na imagem aumentada, ele verificou que a cortiça era formada por pequenas cavidades longo do tempo.
semelhantes a favos de uma colmeia de abelhas, ou seja, com finas paredes que delimitavam Este conteúdo trabalha as compe-
espaços vazios. Hooke desenhou essas estruturas e chamou cada uma de célula (do latim cella, tências específicas 1 e 2 de Ciências
que significa “pequeno quarto”, “cela”).
da Natureza.
Hoje, sabemos que a cortiça é um material constituído de células mortas. O que Hooke obser-
vou eram, na verdade, as paredes das células e os espaços vazios que eram ocupados por elas A teoria celular
quando vivas. Depois desse estudo, tanto Hooke como outros pesquisadores viram estruturas se- Na publicação de Hooke chamada
melhantes às da cortiça em outras partes de plantas, mas preenchidas com material gelatinoso.
Micrographia é possível encontrar pos-
Observando partes de animais ao microscópio, também se verificou a existência de peque-
tulados sobre o estudo de organismos
nas unidades gelatinosas, mas sem paredes rígidas entre elas. Com o tempo, o termo “célula”
vivos e descrições sobre a eficácia de
passou a ser utilizado para referir-se às unidades vivas de plantas, animais e, depois, de todos
os seres vivos (exceto vírus). alguns instrumentos desenvolvidos para
pesquisas laboratoriais. Nesse livro,
também foi proposto o primeiro con-
A teoria celular Célula ceito de célula com base na descrição
Com o auxílio dos microscópios, os cientistas identificaram a pre- da observação da cortiça.
sença de células em plantas, animais e outros seres vivos. Com base Em 1838, Matthias Schleiden, um bo-
nessa evidência, Matthias Schleiden (1804-1881) e Theodor Schwann tânico alemão, relatou sua observação

Science Source/Easypix Brasil


(1810-1882), dois cientistas alemães, propuseram a teoria celular, de que todos os tecidos vegetais consis-
que depois foi complementada pelo médico alemão Rudolf Virchow tem em massas organizadas de células.
(1821-1902). Essa teoria propõe que todo ser vivo é composto de uma No ano seguinte, o zoologista Theodor
ou mais células, que funcionam como unidades básicas da vida. Com Schwann estendeu a observação de
o avanço no estudo dos seres vivos e a descoberta de novas evidên-
Schleiden para os tecidos animais e pro-
cias, a teoria celular foi sendo ajustada. Alguns dos princípios dessa
teoria são: pôs uma base celular para todos os or-
ganismos vivos. Assim, a formulação da
• a célula é a unidade estrutural e funcional dos seres vivos, portanto, teoria celular está ligada às percepções
todos os seres vivos são formados por uma ou mais células; Imagem de células de
folha de cebola (Allium de Schleiden e Schwann. Em 1858, a
• a célula é a menor unidade viva;
cepa) obtida por ideia de que todos os organismos vivos
• as atividades de um organismo dependem das propriedades de suas microscopia óptica, com são compostos de uma ou mais célu-
células, nas quais ocorrem diversas transformações químicas. Assim, aumento aproximado las adquiriu um significado ainda mais
o mau funcionamento da célula pode provocar doenças no organismo de 76 vezes. O material
e até levar à morte; recebeu um corante
amplo, quando o patologista Rudolf
ao ser preparado para Virchow formulou a generalização de
• todas as células originam-se de outras já existentes. As células-mães
transmitem suas características às células-filhas, para que sejam observação. que as células só podem se originar de
semelhantes. células preexistentes. Após a perspecti-
99 va apresentada na teoria da evolução
de Darwin, publicada no ano seguinte,
o conceito de Virchow assumiu um sig-
R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
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nificado ainda mais amplo.
Os textos oportunizam a continuidade
#Para saber do trabalho com a habilidade EF06CI05
Quão importante foi a invenção do microscópio? A e o desenvolvimento das competências
história da invenção do microscópio específicas 1 e 2 de Ciências da Natu-
Por meio desse artigo, é possível saber mais sobre a evo- reza e do Tema Contemporâneo Trans-
lução do microscópio e sua importância para o desenvol- versal Ciência e Tecnologia.
vimento da ciência.
Disponível em: https://renbio.org.br/index.php/sbenbio/
article/view/16/8. Acesso em: 20 abr. 2023.

99
Orientações didáticas
Estrutura da célula
Inicialmente, você pode solicitar aos
Existem células de muitos tipos, com diferentes formatos e tamanhos.
estudantes que façam desenhos de cé- As células eucarióticas
Ao analisar as células do corpo humano, por exemplo, é possível encon-
lulas, consultando outras fontes de pes- são aquelas que
trar diversos tipos celulares que desempenham diferentes funções. Com
quisa, como a internet. Oriente-os a pes- as atividades dos diversos conjuntos de células, o organismo funciona têm núcleo, ou seja,
quisar em fontes confiáveis. Assim, você material genético
adequadamente.
envolvido por
oportuniza o trabalho com a competên- Animais, plantas, protozoários, algas e fungos têm o corpo formado membrana nuclear.
cia geral 4. por células que apresentam uma estrutura básica composta de mem- Os seres vivos
Depois, estimule-os a apresentar brana plasmática, citoplasma e núcleo, analisados, brevemente, a seguir. formados por células
para a turma os desenhos elaborados eucarióticas, como
• A membrana plasmática é uma película que reveste toda a célula, animais, plantas,
e faça perguntas sobre os elementos protegendo o meio interno. Ela controla e regula a passagem de todas protozoários, algas e
que eles desenharam no interior das as substâncias que entram na célula e que saem dela. fungos, são chamados
células. Como os estudantes ainda • O citoplasma preenche o interior da célula e é delimitado pela mem- de eucariontes.
vão estudar as principais estruturas e brana plasmática. É constituído de um composto gelatinoso que con- Também existem
as respectivas funções, neste momen- tém água, sais minerais e outros materiais. Nos seres citados anterior- células sem núcleo,
em que o material
to, apenas instigue a curiosidade de- mente, o citoplasma abriga diversas organelas celulares, diferentes
genético está disperso
les sobre o que existe dentro de uma estruturas que realizam funções específicas e garantem a manuten- no citoplasma. Nesse
célula. Dessa forma, você aprofunda o ção da célula. caso, são chamadas de
trabalho com a habilidade EF06CI05. • O núcleo está imerso no citoplasma e é envolto por uma membrana células procarióticas
Este assunto pode ser um pouco abs- nuclear. No interior do núcleo está o material genético do organismo, e os organismos com
que contém as informações das características e do funcionamento esse tipo de célula são
trato para os estudantes, já que a maio- os procariontes, como
da célula.
ria das células é microscópica. Por isso, FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA as bactérias.
na sequência, sugerimos uma atividade
prática que pode ser realizada caso haja
Núcleo
um microscópio na escola.
Após a leitura do texto e a análise
Membrana
da ilustração, peça aos estudantes que plasmática
retomem os desenhos realizados e os
comparem à ilustração apresentada.
Eles podem enriquecer os desenhos
com o citoplasma, o núcleo e as orga-
nelas celulares, para consolidar o apren-
dizado de que as células apresentam
outras estruturas em seu interior.

Citoplasma Organelas
sto
ck celulares
er
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Vin

Representação esquemática de célula eucariótica animal em corte, ou seja,


como se estivesse cortada ao meio para vermos o seu interior.

100

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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#Para saber
Descobrindo o mundo microscópico. DESSEN, E.;
OYAKAW, J.
Nesse artigo, há um roteiro de uma atividade que pode
motivar os estudantes a compreender o conceito de célu-
la, sua diversidade e sua importância para os processos
biológicos que ocorrem na natureza. Caso seja possível
incorporá-la em seu planejamento, sugerimos que a ativi-
dade seja feita no laboratório da escola.
Disponível em: https://genoma.ib.usp.br/files/upload/44/
manual-eucariotos.pdf. Acesso em: 29 abr. 2022.

100
#Experimentar
ATENÇÃO! Orientações didáticas
Esta atividade deve ser
realizada com a ajuda Antes de iniciar a atividade com os
do(a) professor(a). Não
manuseie os itens de
material do experimento estudantes, verifique a disponibilidade
sozinho.
dos materiais e do microscópio na es-
Observação de células de uma cebola cola. O experimento foi adaptado para
Os microscópios são equipamentos que possibilitam o estudo das células. Nesta atividade, você utilizar materiais de fácil acesso.
vai preparar uma amostra de cebola e observar suas células ao microscópio óptico. Caso a escola não tenha placas de
Petri, utilize um prato descartável. O
Material ideal é utilizar álcool etílico (etanol) lí-
• Cebola. • Pinça.
quido superior a 90%, mas também é
• Lâminas e lamínulas de microscopia. • Álcool etílico. possível utilizar o álcool a 70%. A etapa
• Violeta de genciana 1%. • Água. de manuseio do etanol deve ser feita
• 2 conta-gotas ou pipetas plásticas. • Papel-toalha. exclusivamente pelo professor.
• Prato descartável pequeno ou placa de Petri. • Microscópio óptico (se disponível na escola). A violeta genciana pode ser adquiri-
da em farmácias e drogarias e tem um
Como fazer A escama da cebola é uma folha modificada chamada catafilo. O procedimento descrito visa
retirar uma amostra da epiderme de um catafilo interno da cebola. preço acessível. Lembre-se de que esse
Retire uma escama (camada) da cebola descascada e, com a ajuda da pinça, remova apenas corante pode manchar a pele tempo-
uma película da superfície da escama da cebola. rariamente e também roupas e outros
utensílios utilizados no experimento.
A B
Dotta2/Arquivo da editora

Dotta2/Arquivo da editora

Retirada de uma
#Experimentar
escama da cebola Esta seção tem o objetivo de apre-
(A) e de uma película sentar propostas de atividades práti-
da superfície dessa cas investigativas, introduzindo aos
escama (B).
estudantes as práticas de pesquisa,
mobilizando processos e procedimen-
Coloque a película da cebola sobre o prato. Com a ajuda do(a) professor(a), pingue uma gota
tos científicos. Além disso, estímulos
de violeta de genciana 1% sobre ela. Tenha cuidado para não tocar no conta-gotas, pois o corante e propostas complementares podem
pode manchar temporariamente a pele. Aguarde por 5 minutos. auxiliar no desenvolvimento do pensa-
Depois, com um conta-gotas limpo, adicione algumas gotas de álcool etílico sobre a película mento computacional (identificação
até encobri-la e aguarde mais 5 minutos. de padrões), por meio da abstração e
Com a ajuda da pinça, retire a película do prato e coloque-a sobre a lâmina. Para retirar o da decomposição para a execução de
excesso de corante, com a ajuda do(a) professor(a), limpe a amostra pingando algumas gotas de uma tarefa.
álcool sobre ela, por duas vezes. Depois, pingue algumas gotas de água. O álcool e a água usados As células da cebola são alonga-
para lavar a lâmina podem ser recolhidos no prato. das, com núcleo e parede celular evi-
Deixe a lâmina secar naturalmente sobre o papel-toalha por 5 minutos. Depois desse tempo, dentes, além do vacúolo, que ocupa
o(a) professor(a) vai auxiliar na colocação da lamínula sobre a película e a posicionar a lâmina no
grande parte do citoplasma. Durante
microscópio óptico. Observe-a em diversos aumentos.
a realização do experimento, sugeri-
Caso não haja microscópio disponível na escola, esta etapa será realizada por meio de obser-
vação de imagens apresentadas pelo(a) professor(a). mos comentar com os estudantes que
a membrana plasmática não é visível
Elaborado com base em: CHIKUCHI, H. A.; MORAES, M. J.; TORRES, B. B. Preparação e
observação de lâminas coradas com violeta genciana para observação de células. Disponível em: ao microscópio óptico, mas está bem
http://www.biologia.seed.pr.gov.br/arquivos/File/praticas/laminas_coradas.pdf. Acesso em: 13 abr. 2022. próxima à parede celular.
NÃ A observação e o registro são pro-
ESC O
Conclusão NO L
REVA
IVRO
1. Resposta pessoal. Espera-se que seja possível observar células semelhantes às
cedimentos próprios da investigação
mostradas nas imagens. científica; portanto, ao vivenciá-los, os
1 As imagens que você observou ao microscópio são parecidas com as imagens anteriores? estudantes têm a oportunidade de de-
Descreva como são as células que você observou. senvolver a competência específica 2
de Ciências da Natureza e a compe-
101
tência geral 2.
Se não for possível utilizar um micros-
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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t h reduzido.
d id
cópio, analise com os estudantes o ví-
deo disponível em: https://www.youtube.
Comentário relacionado à questão proposta no item com/watch?v=G7Fwc7bFPTw; acesso
Conclusão: em: 21 abr. 2022. Outra possibilidade é
1. A resposta à questão proposta está disponível no Livro apresentar imagens de células da cebola
do Estudante. Solicite aos estudantes que falem suas aos estudantes, fixando-as impressas na
respostas e, após realizarem seus desenhos, mostrem- lousa ou projetando-as.
-nos à turma, para que possam comparar suas obser- Mesmo que não haja um microscó-
vações com as dos colegas. pio, é interessante comentar com os es-
tudantes como uma lâmina é preparada
Esta atividade auxilia no desenvolvimento do trabalho
para ser observada ao microscópio, as
com a habilidade EF06CI05.
funções dos corantes (neste caso, evi-
denciar a parede celular) e do álcool
(limpar a clorofila do catafilo da cebola)
e por que a amostra precisa ser tão fina.
101
Orientações didáticas
Célula animal e célula vegetal
O texto e as ilustrações apresenta- Tanto os animais quanto as plantas são eucariontes, ou seja, têm
das dão continuidade ao aprofunda- células eucarióticas em que o material genético está delimitado por
mento da habilidade EF06CI05, pois membrana dentro de um núcleo. As células animais e vegetais também
apresentam a organização básica da apresentam diversas organelas celulares em comum. Além da membra-
célula e seus principais componentes. na plasmática e do núcleo, há também o citoplasma, uma região entre
Antes de trabalhar com as diferenças o núcleo e a membrana plasmática composta de material gelatinoso,
entre as células animais e as vegetais, onde são encontradas várias organelas, como: a mitocôndria, respon-
você pode comparar o funcionamen- sável pelo processo de respiração celular, que gera energia a partir de
nutrientes e do gás oxigênio; o retículo endoplasmático, uma rede de
to de uma fábrica ao funcionamento
canais, responsável pela produção e transporte de substâncias pelo in-
de uma célula. Na fábrica, cada tra- terior da célula e para fora dela; e o complexo golgiense, uma pilha
balhador desempenha uma função, de vesículas achatadas, responsável por armazenar, envolver e eliminar
mas é o trabalho de todos, em conjun- substâncias das células.
to, que permite o pleno funcionamento Apesar das semelhanças, esses dois tipos celulares apresentam al-
da fábrica. Assim como os trabalhado- gumas estruturas específicas. Por exemplo, as células vegetais têm
res de uma fábrica, cada organela tem cloroplastos, organelas celulares esverdeadas onde ocorre a fotossín-
sua função, que é fundamental para o tese, que não estão presentes nas células animais. A fotossíntese é um
funcionamento celular: a mitocôndria processo em que, a partir da luz solar, do gás carbônico e da água, são
é responsável pela respiração celular produzidos açúcares e gás oxigênio. Os açúcares são nutrientes usados
e pela geração de energia; os retícu- na respiração celular, ou seja, são fontes de energia para a célula.
los endoplasmáticos são responsáveis Outra característica das células vegetais que está ausente nas células
pela síntese e pelo transporte de subs- animais é a parede celular em volta da membrana plasmática. Nas célu-
las vegetais, essa parede é feita de celulose e é responsável por proteger
tâncias na célula; o complexo golgiense
a célula. Nessas células também há uma organela cheia de líquido, que
é responsável por armazenar, envolver e armazena principalmente água, chamada de vacúolo de suco celular.
eliminar substâncias da célula; e o nú-
Observe e compare, nas imagens a seguir, as principais organelas das
cleo é o centro das informações, pois células animais e vegetais.
abriga o material genético.
É importante que os estudantes com- CORES FANTASIA
A
preendam que existem diferenças bási- Membrana plasmática
Núcleo FORA DE PROPORÇÃO
cas entre a célula animal e a vegetal.
Como nem todas as organelas celulares Citoplasma

serão abordadas no Ensino Fundamen- Núcleo


tal, devido à sua complexidade, ressal-
tamos as diferenças mais básicas entre
os dois tipos celulares. Mitocôndria
B

Retículo
endoplasmático

rial/
editora
s: R2 Edito
Arquivo da
Ilustraçõe
Complexo golgiense

Representação esquemática
comparativa, em corte, de célula Vacúolo de
animal (A) e célula vegetal (B). suco celular
Cloroplasto Parede
celular
102

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Atividade complementar
Algumas empresas comercializam uma variedade de lâ-
minas com material já fixado. Caso haja um microscó-
pio na escola, se for possível, adquira algumas lâminas
prontas com diferentes tecidos animais e vegetais para
que os estudantes observem as diferenças entre os tipos
celulares. Peça a eles que representem, por meio de
desenhos, suas observações. Dessa forma, você opor-
tuniza o trabalho com as competências específicas 2
e 6 de Ciências da Natureza e a competência geral 2.

102
Orientações didáticas
Célula procariótica
As bactérias e as arqueas são organismos unicelulares FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA As bactérias estão entre as mais an-

R2 Editorial/Arquivo da editora
procariontes. tigas e estruturalmente mais simples
Como estudamos, as células procarióticas têm membra- e mais abundantes formas de vida na
na plasmática e citoplasma, mas não têm núcleo. Nessas Terra. Atualmente, cerca de 5 000 tipos
células, o material genético encontra-se no citoplasma e não diferentes de bactérias são reconheci-
Parede
está envolvido por membrana. Esse tipo de célula também dos, mas há, sem dúvida, milhares sem
celular
não apresenta organelas como as encontradas em células identificação adequada. Nas décadas
animais e vegetais. Outra característica das células procarió-
Material de 1970 e 1980, um novo tipo de pro-
ticas é a parede celular, que é diferente daquela encontrada
nas plantas, mas apresenta função de proteção semelhante.
genético carionte foi analisado, o que acabou le-
Citoplasma vando à classificação de um novo tipo
Representação esquemática de célula de uma bactéria, em de célula procariótica, a arqueobacté-
corte. Algumas bactérias, como a representada, podem Membrana ria (ou Archaea).
conter ainda uma cápsula externa ao redor da parede celular. plasmática As bactérias são onipresentes na
Terra e vivem em todos os lugares onde
2. Com o início do tratamento com o antibiótico, as bactérias mais frágeis come- ESCNÃO
RE
çam a ser eliminadas e os sintomas melhoram. Se a administração do antibiótico NO LIVRVA os eucariontes são encontrados. Muitos
#Para interpretar for interrompida antes do período prescrito, as bactérias mais fortes, que ainda
O
ambientes mais extremos em que as
estão vivas, começam a se multiplicar, gerando novas bactérias resistentes, e bactérias são encontradas seriam letais
Leia o texto a seguir e responda às questões. é bem provável que o mesmo medicamento não cure
mais essa infecção. para qualquer outra forma de vida. Es-
Uso de antibióticos – orientações ses ambientes hostis podem ser seme-
Antibióticos são substâncias capazes de eliminar ou impedir a mul- lhantes às condições presentes na Ter-
Infecções:
tiplicação de bactérias, por isso são usados no tratamento de infecções entrada e
ra primitiva, quando a vida começou. É
bacterianas. Sua descoberta revolucionou a história da Medicina, pois an- multiplicação de provável que as bactérias tenham evo-
teriormente muitas pessoas morriam em decorrência de diversos tipos microrganismos luído para habitar essas condições ad-
de infecções. Atualmente, porém, o uso indiscriminado de antibióticos causadores de versas no início e mantiveram a capaci-
vem fazendo com que as bactérias se tornem resistentes aos tratamentos, doenças no corpo.
dade de explorar essas áreas.
gerando um grave problema no mundo todo. Indiscriminado:
feito de modo Elaborado com base em: RAVEN, P. H. et al.
O uso indiscriminado ocorre quando os antibióticos são usados para Biology. 12th ed. New York: McGraw-Hill, 2020;
tratar infecções que não são causadas por bactérias, como resfriados, por irregular, sem
SADAVA, D. et al. Vida: a ciência da Biologia.
controle. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020.
exemplo; quando tomados em doses incorretas e quando o tempo de
tratamento é inadequado.
Inicialmente, sugerimos que apre-
Como o uso incorreto torna as bactérias resistentes? sente a célula bacteriana para resga-
Quando se inicia o uso de um antibiótico o doente geralmente apresenta sintomas como dor tar conhecimentos prévios dos estu-
e febre. Com a tomada das primeiras doses as bactérias mais frágeis começam a ser eliminadas dantes em relação aos microrganismos.
e os sintomas melhoram. Se o paciente suspende o uso neste momento, as bactérias mais for-
Você pode relembrar com eles as for-
tes que continuam vivas começam a se multiplicar novamente e os sintomas vão reaparecer.
Como as novas bactérias são descendentes daquelas mais resistentes, é bem provável que mas de transmissão de algumas doen-
o mesmo medicamento não cure mais esta infecção. [...] ças bacterianas e as atitudes e as me-
didas adequadas de prevenção. Este
BRASIL. Ministério da Saúde. Uso de antibióticos – orientações. Biblioteca virtual em saúde, dez. 2009.
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/uso-correto-de-antibioticos/. Acesso em: 5 nov. 2021. momento é oportuno para resgatar a
habilidade EF04CI08, relacionada aos
1 Muitos antibióticos matam as bactérias porque destroem a parede celular delas. Qual é Anos Iniciais do Ensino Fundamental,
a função da parede celular? 1. A parede celular protege a célula procariótica.
que propõe atitudes e medidas para
2 De acordo com o texto, como o uso indiscriminado de antibióticos atua na resistência prevenção de doenças associadas a ví-
das bactérias a esses medicamentos? rus, bactérias e protozoários.
3 Com o auxílio do(a) professor(a), faça uma lista de atitudes que devemos ter para evitar Depois, pode ser interessante co-
que bactérias causadoras de doenças se tornem resistentes aos antibióticos. mentar que as características das célu-
las bacterianas são muito importantes
3. Nunca usar antibióticos sem a indicação do médico ou dentista; usar a dose prescrita nos horários corre-
103 para a escolha do antibiótico correto
tos; não parar o tratamento antes do prazo indicado, mesmo que os sintomas tenham melhorado, etc.
para tratar determinadas doenças e
para o desenvolvimento de novos me-
Reprodução
R d ã ddo Livro
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dicamentos.
#Para interpretar os estudantes a agir com responsabilidade, recorrendo aos
As atividades deste boxe oferecem aos estudantes a opor- conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar deci-
tunidade de desenvolver as habilidades de leitura, uma vez sões relacionadas à saúde individual e à saúde coletiva.
que demanda processos de compreensão e inferência de Ao discutir as atividades propostas com os estudantes, lem-
textos. Após a leitura do texto, peça aos estudantes que res- bre-se de comentar com eles que somente médicos e den-
pondam às atividades no caderno e, depois, disponibilizem tistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças,
um período para a leitura e discussão sobre as respostas. indicar tratamentos e receitar remédios.
Esse texto trabalha a competência geral 10 e a compe-
tência específica 8 de Ciências da Natureza ao estimular

103
#Experimentar
Orientações didáticas
GRUPO
#Experimentar
Esta seção tem o objetivo de apre-
sentar propostas de atividades práti-
cas investigativas, introduzindo aos
Modelo de célula
estudantes as práticas de pesquisa, As células eucarióticas e suas organelas são invisíveis sem auxílio de instrumento óptico e,
mobilizando processos e procedimen- muitas vezes, não conseguimos imaginar com muita clareza a sua estrutura. Por isso, você e os
tos científicos. Além disso, estímulos colegas vão construir um modelo de célula para compreender sua organização.
e propostas complementares podem
auxiliar no desenvolvimento do pensa- Material
mento computacional (identificação • Diversos objetos feitos de material reci- • Fios de lã.
de padrões), por meio da abstração e clável, como garrafinhas de água, potes • Tesoura com pontas arredondadas.
da decomposição para a execução de de iogurte, rolos de papel higiênico, etc.
• Cola.
uma tarefa. • Pote plástico grande.
• Fita adesiva.
Este experimento propicia o trabalho • Gel de cabelo.
• Canetas hidrocor (canetinhas).
com as competências gerais 2, 4 e 5 • Massa de modelar.
• Folhas de papel sulfite.
e com a competência específica 2 de • Pedrinhas (rochas).
Ciências da Natureza, pois dispõe de • Sementes variadas.
estratégias diversificadas para traba-
lhar o objeto do conhecimento mobili-
Como fazer
zado e oferece momentos de exercício
da curiosidade intelectual e de prática Em pequenos grupos, escolham um modelo para montar: célula animal, vegetal ou procariótica
da abordagem própria das ciências, co- (bacteriana). Lembrem-se de que a célula deve conter pelo menos as seguintes estruturas: mem-
muns na investigação científica, além brana plasmática, citoplasma e material genético. Conversem com os colegas do grupo e analisem
quais materiais da lista podem representar essas estruturas.
de promover a divulgação de dados e
Em seguida, elaborem um modelo, preferencialmente tridimensional, utilizando o material dis-
ideias científicas em diferentes supor-
ponível. Vocês podem usar como base as ilustrações do livro ou fazer pesquisas de outras imagens
tes de comunicação. de células na internet.
A produção de modelos tridimensio- Após terminarem a montagem do modelo, identifiquem as principais partes da célula confeccionada.
nais (de células procariontes e euca-

ESC O
riontes animais e vegetais) utilizando
materiais recicláveis, massa de mode-
Conclusão NO L
REVA
IVRO

lar e outros materiais pode auxiliar no


1 O seu grupo montou qual modelo de

Vladra14/Shutterstock
entendimento da estrutura microscópi- célula?
ca das células, promovendo o trabalho
com a competência geral 4. 2 Que estruturas estão representadas
As células vistas ao microscópio e as no modelo construído?
imagens (fotos ou ilustrações) que apa-
3 Quando os modelos estiverem pron-
recem nos livros podem dar a impressão tos, se possível, tirem fotos e com-
de que elas têm apenas duas dimensões. partilhem nas redes sociais da esco-
Logo, o modelo tridimensional pode auxi- la ou de seus familiares. Promovam
liar os estudantes a percebê-las nas três uma exposição dos modelos em uma
dimensões. área da escola que possa ser visita-
da por outros estudantes.
Além disso, por meio da análise
do modelo físico, os estudantes po- Modelos de células
dem compreender a estrutura da cé- vegetal e animal feitos
com massa de modelar.
lula e sua participação na complexi-
dade dos organismos, o que colabora 1, 2 e 3. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
para o desenvolvimento das habilida- 104
des EF06CI05 e EF06CI06.
Sugestões de respostas e comen-
tários às questões propostas no item Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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Conclusão:
3. Estimule os estudantes a apresentar seus modelos para
1. Resposta variável para cada grupo.
os colegas de turma e para os demais estudantes da
Pode haver modelos de células pro-
escola.
cariontes e eucariontes tanto ani-
mais quanto vegetais. Se julgar oportuno e houver disponibilidade em seu pla-
2. Depende da célula que cada grupo nejamento, oriente os estudantes na divulgação digital dos
representou. No caso da célula vege- modelos produzidos, usando as mídias sociais da escola,
tal, é preciso verificar se os estudan- por exemplo, e favorecendo, dessa forma, a aproximação
tes não se esqueceram do vacúolo, deles às culturas juvenis.
da parede celular e dos cloroplastos.

104
# Características dos seres vivos
Orientações didáticas
Inicialmente, sugerimos que retome
Os seres vivos têm algumas características em comum, além da pre- com os estudantes a participação dos
sença de uma ou mais células. O que nos define como “vivos” é um cloroplastos na fotossíntese e explique
conjunto de características ausentes nas estruturas que não têm vida. que as algas também realizam fotossín-
Vamos estudar algumas delas. tese. Se achar pertinente, comente que,
além da luz solar, organismos autotró-
Necessidade de energia ficos específicos (quimiossintetizantes)

lovelyday12/Shutterstock
Luz solar
podem utilizar outras fontes energéticas.
Para que as células funcionem adequadamente e
Gás oxigênio No entanto, não iremos aprofundar esse
o organismo consiga desempenhar as suas funções,
os seres vivos necessitam de energia. Essa energia conteúdo no 6º– ano.
provém de nutrientes com função energética presen- Depois, você pode explicar aos estu-
Gás carbônico
tes nos alimentos. dantes que a necessidade de energia
Alguns seres vivos, como as plantas e as algas, pro- faz parte do metabolismo dos seres vi-
duzem o próprio alimento por meio da fotossíntese, Açúcares vos, que envolve tanto as reações que
utilizando luz solar, gás carbônico e água. O alimento Água liberam energia como aquelas que con-
das plantas e algas são açúcares, ricos em energia. somem energia.
Os seres vivos que produzem o próprio alimento são A partir da luz solar, do A reprodução será trabalhada de
chamados de autótrofos. gás carbônico e da água, forma aprofundada no 8º– ano. No en-
Outros seres, como os animais, não produzem o próprio alimento e os organismos autótrofos tanto, neste momento, é importante
sobrevivem com fontes de alimentação externas ao corpo, ou seja, ali- fotossintetizantes
produzem açúcares e o
que os estudantes compreendam que
mentam-se de outros seres vivos. Os alimentos contêm nutrientes ricos
utilizam como alimento. é possível que um organismo, embora
em energia de que esses organismos necessitam. Os seres vivos que não
produzem o próprio alimento são denominados heterotróficos. Na fotossíntese, gás tenha capacidade de reprodução, não
oxigênio também é se reproduza ao longo de sua vida;
produzido e liberado para por exemplo, há pessoas que não têm
Capacidade de reprodução o ambiente.
filhos, mas todos nós fomos gerados
Existem muitos processos reprodutivos diferentes entre os seres vivos, por meio da reprodução.
que variam de acordo com as características de cada espécie. É por meio
da reprodução que os organismos garantem a perpetuação da espécie. Perpetuação:
Como estudamos, um dos princípios da teoria celular é o de que toda ação de perpetuar, de
célula provém de uma célula preexistente. Um ser vivo também é pro- continuar por muito
tempo.
veniente de um ou de dois seres vivos, dependendo da espécie. Esse
processo está diretamente relacionado à capacidade de reprodução.

Cnri/SPL/Fotoarena
5 second Studio/Shutterstock

rafapress/Shutterstock

Em algumas espécies de Filhotes de capivaras Imagem da bactéria Klebsiella


plantas, a produção de provenientes de um casal pneumoniae (colorida artificialmente
sementes é parte fundamental (macho e fêmea, Hydrochoerus e obtida por micrografia eletrônica
da reprodução. Cada semente hydrochaeris). O animal adulto de transmissão, ampliação de
de melancia (Citrullus lanatus), mede cerca de 1,20 m de 26 200 vezes). Nesse processo,
por exemplo, pode gerar uma comprimento. uma bactéria se divide
nova melancia. em duas novas bactérias.

105

Reprodução
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105
Orientações didáticas
Ciclo de vida
Inicialmente, sugerimos uma dinâ-
Geralmente, os seres vivos nascem, crescem, se desenvolvem e depois
mica previamente combinada com um
morrem. Ou seja, apresentam um ciclo de vida básico, que pode ou não
dos estudantes da turma. Antes da lei- apresentar todas as etapas. Por exemplo, nem sempre um ser vivo se
tura do texto, você pode fazer um sinal, reproduz e deixa descendentes, ou, ainda, ele pode morrer antes de se
combinado previamente, para que um desenvolver por completo.
dos estudantes faça um barulho alto. É Como no planeta Terra há uma grande diversidade de formas de vida,
provável que todos olhem para o local a duração de cada uma das fases do ciclo de vida e a maneira como o ser
onde está o estudante que fez o barulho. vivo passa por elas são muito variáveis.
Então, explique que esse é um exemplo Borboletas e mariposas, por exemplo, apresentam formas bem dife-
de reação a um estímulo; nesse caso, rentes ao longo do ciclo de vida. Dos ovos eclodem larvas que se ali- Eclodem:
o sonoro. mentam e crescem. Após certo tempo, cada larva forma um casulo e saem do ovo.
Durante a leitura e apresentação das transforma-se no indivíduo adulto.
imagens, sugerimos que comente com FORA DE PROPORÇÃO

os estudantes que alguns seres vivos

DHDeposit18/Depositphotos/Fotoarena

leopictures/Depositphotos/Fotoarena
nascem com uma aparência diferen- Trevor Smith/Alamy/Fotoarena

Zanna Pesnina/Shutterstock
te da que terão quando forem adultos,
como as borboletas.
Ovo

Lagarta
Pupa Adulto
(larva)

A borboleta-coruja (Caligo beltrao) é a maior borboleta do Envergadura:


Brasil, podendo medir 17 cm de envergadura. Do ovo até a comprimento de uma asa à outra,
pupa, passam-se cerca de três meses e meio. O tempo de vida considerando a extremidade de cada asa.
da borboleta adulta é de, aproximadamente, 3 meses.

Reação a estímulos
Vladimir Wrangel/Shutterstock
No ambiente em que vivemos há diferentes ti-
pos de estímulo, por exemplo, luminosidade, cores,
sons, odores, mudanças de temperatura, texturas
de superfícies, etc. Esses estímulos podem ser de-
tectados pelo corpo e desencadear reações nos
seres vivos, como sensação de calor ou frio, dor,
entre outros.
Seja a buzina de um carro, seja o sinal da escola,
seja um colega chamando o seu nome ou encos-
tando em seu braço, de várias maneiras estamos
detectando estímulos e interagindo com o espaço
ao nosso redor. E com os outros seres vivos não é
diferente. Há organismos unicelulares, por exem- A anêmona-do-mar (Actinia equina, mede cerca
plo, que fogem de fontes de luz. Em alguns casos, de 8 cm de altura e 6 cm de diâmetro) é um animal
os cientistas interpretam essa “fuga” como uma marinho que tem tentáculos sensíveis ao toque,
forma de evitar danos à célula pelo calor asso- o que pode ser interpretado como uma reação de
ciado à luz do Sol. Outra interação comum ocorre proteção ou defesa. À esquerda, a anêmona está
em plantas cujos caules crescem em direção com os tentáculos abertos; à direita, os tentáculos
à luz. As plantas, como já estudamos, necessitam estão recolhidos após receberem um estímulo de
da luz como fonte de energia. toque.

106

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
d id

#Para ler
Fatos que você precisa saber sobre o Aedes aegypti uma lanterna para iluminar as larvas, ou produzir sombra
[...] sobre a água em que há larvas junto à superfície em local
É fácil reconhecer as larvas: elas fogem da luz claro. Se elas fugirem, fica confirmado que é A. aegypti. O
mosquito adulto também tem esta característica e é muito
O A. aegypti adulto é fácil de reconhecer: as listras bran- arisco, se desloca com muita velocidade.
cas nas patas são visíveis sem dificuldades. Outra informa-
ção importante é que o mosquito tem fotofobia (ou seja: ele GARCIA, M.; AGUIAR, R. Fatos que você precisa saber sobre o
Aedes aegypti. Fiocruz, Rio de Janeiro, 18 abr. 2008.
tem grande aversão a luz). As larvas do A. aegypti fogem da Disponível em: http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.ht
luz, diferentemente das larvas de outros mosquitos urbanos. m?infoid=361&sid=32&tpl=printerview.
Por isso, quando a pessoa está em dúvida se a larva que foi Acesso em: 25 abr. 2022.
encontrada é de A. aegypti ou não, uma saída eficiente é usar

106
1. Espera-se que os estudantes citem as características dos seres vivos trabalhadas anteriormente: capacidade de
reprodução, necessidade de energia, reação a estímulos e organização celular.
Existe uma discussão no meio científico a respeito dos vírus: Eles são Orientações didáticas
2. De acordo com o tex-
seres vivos ou não? to, “um ser vivo é qual- O texto auxilia o trabalho com a com-
Os vírus não são formados por células, mas têm material genético. quer coisa capaz de se
petência específica 1 de Ciências da
reproduzir, evoluir e man-
Eles são capazes de entrar em células vivas e usar a estrutura delas para ter um metabolismo”. Natureza, ao enfatizar que a ciência é
se reproduzir, ou seja, criar cópias. feita por várias pessoas e está em cons-
Leia o texto a seguir para conhecer mais a respeito dessa discussão. tante transformação.
GRUPO

ESC OREVA
Embora o foco no momento seja
#Para interpretar
NO L
IVRO
o estudo das células, sugerimos que
FORA DE PROPORÇÃO
você, inicialmente, aproveite o assun-
Leiam o texto a seguir e respondam às questões. to tratado nesta página para conver-
CORES FANTASIA sar com os estudantes sobre os vírus,
O que é um ser vivo? um assunto bastante relevante no con-
[...] A princípio, um ser vivo é qualquer coisa capaz de se texto da pandemia de covid-19. Essa

StudioMolekuul/Shutterstock
reproduzir, evoluir e manter um metabolismo (isto é, produ- abordagem auxilia o trabalho com a
zir energia quando come ou respira). Mas só isso não resolve. competência específica 4 de Ciências
O caso dos vírus, por exemplo, divide os pesquisadores. Al- da Natureza, referente à avaliação das
guns os consideram vivos, já que sabem se reproduzir. Outros aplicações da ciência aos desafios do
acham que não [...]. “Os vírus são apenas produtos da matéria mundo contemporâneo, bem como de
viva, como os elementos químicos que produzem as cores de suas implicações.
uma flor. [...]”, diz o virologista americano Eckard Wimmer, da Vários estudos apontam os vírus
Universidade de Nova York. Ele tem trunfos para sustentar sua como seres vivos, ainda que seu lugar
posição, já que foi o líder da equipe que criou o primeiro vírus Ilustração do vírus na árvore da vida não esteja comple-
em laboratório, uma cópia do vírus da poliomielite [...]. causador da poliomielite, tamente esclarecido. Apesar de não
[...] Sua posição, porém, está longe de ser unânime no meio
que infecta determinadas possuírem células, os vírus dependem
células humanas.
científico. “Os vírus podem, sim, ser considerados formas de de células vivas para realizarem suas
vida. Eles não têm metabolismo próprio, mas utilizam a ma- atividades vitais. Isso comprova que
Metabolismo:
quinaria das células em seu benefício. Além disso, evoluem”, diz o conjunto de atividades essenciais à vida só ocor-
microbiologista Carlos Menck, da USP. [...] transformações rem no interior de células vivas, con-
Quanto aos outros seres, não resta dúvida: ácaros, grama, fungos
que ocorrem com forme postulado pela teoria celular.
as substâncias Como o debate sobre os vírus se-
de queijo gorgonzola e tudo o mais que contiver células são, sim, no interior de um
rem considerados seres vivos ou não
considerados vivos. As minúsculas bactérias, aliás, são tidas como os organismo.
é frequente no estudo sobre os vírus,
seres de maior sucesso no planeta, pois se adaptaram a praticamen- Poliomielite:
te todos os hábitats e se reproduzem há 3 bilhões de anos. Tudo isso também chamada sugerimos aproveitar essa discussão e
com o organismo mais simples de todos, formado por uma célula só. paralisia infantil, é propor uma atividade de júri simulado,
uma doença que na qual uma parte da sala defenderia
VERSIGNASSI, A. O QUE é um ser vivo? Mundo estranho, 4 jul. 2018. pode comprometer que os vírus são seres vivos e a outra
o sistema nervoso
e causar paralisia
parte da sala defenderia que eles não
1 Como vocês explicariam o que é um ser vivo? muscular. são seres vivos. Essa atividade opor-
Unânime: tuniza o desenvolvimento da compe-
2 De acordo com o texto, o que é um ser vivo?
aprovado por todos ou tência geral 9, exercitando a empatia,
3 Se um organismo é formado por uma ou várias células, existe pela maioria. o diálogo, a resolução de conflitos e
dúvida se ele é ou não um ser vivo? Justifiquem sua resposta. a cooperação.
4 Na opinião de vocês, é comum ocorrer divergências dentro da
comunidade científica, como relatado no texto? Discutam com
o(a) professor(a) e os colegas. 4. Respostas pessoais. Consulte as
Orientações didáticas.

3. Se o organismo possui célula, certamente ele é um ser vivo. A célula é uma


característica exclusiva dos seres vivos. 107

R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para interpretar replicada e obtida por meio de estudos, observações


As atividades desse boxe oferecem aos estudantes a e experimentações, de forma que qualquer pessoa, in-
oportunidade de desenvolver as habilidades de leitura, uma dependentemente do que acredita ou não, possa che-
vez que demanda processos de compreensão e inferência gar às mesmas conclusões ou refutá-las, ao analisar
de textos. Após a leitura do texto, peça aos estudantes que a forma como ela foi construída. Porém, muitas vezes,
respondam às atividades no caderno e, depois, disponibilize os resultados obtidos possibilitam múltiplas interpre-
um período para a leitura e discussão sobre as respostas. tações, como no caso de os vírus serem ou não vivos.
As discussões contrárias oportunizam novas pesquisas
1, 2 e 3. As respostas às questões estão no Livro do
e estudos e, assim, o conhecimento vai sendo transfor-
Estudante.
mado ao longo do tempo.
4. Toda afirmação científica necessita de fundamento,
deve ser passível de testes e ser racionalmente válida
e justificável. Além disso, deve ter a possibilidade de ser
107
Orientações didáticas
O conteúdo apresentado oportuniza # Níveis de organização dos seres vivos
o trabalho com a habilidade EF06CI06 Estudamos que a célula é a unidade básica e funcional dos seres vivos.
por meio de representações gráficas da Nos organismos unicelulares, uma única célula é responsável por todo
organização básica dos seres vivos plu- o organismo. E nos organismos pluricelulares, porém, como milhares de
ricelulares. células se arranjam para trabalhar de forma organizada e integrada, ga-
Inicialmente, comente com os estu- rantindo a vida?
dantes que os seres unicelulares não se Observe a imagem a seguir, que representa os níveis de organização
organizam em tecidos ou sistemas, mas dos seres vivos.
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
podem viver próximos uns aos outros for- Tecido Órgão Organismo
mando colônias. Sistema
Os termos “átomos” e “moléculas”
ainda não foram trabalhados com os
estudantes neste volume. Eles apare-

R2 Editorial/Arquivo da editora
cem no esquema para que os estudan-
Célula
tes comecem a desenvolver a noção de
organização em unidades ainda meno-
res do que as células.
Organela
Molécula Átomo

População:
conjunto de
organismos
de uma
espécie.

Ecossistema: conjunto de Comunidade:


Biosfera: conjunto conjunto de
comunidades e fatores
de ecossistemas populações.
não vivos do ambiente.
da Terra.

Representação esquemática dos níveis de organização dos seres vivos.

Há níveis de complexidade inferiores à célula: as organelas, as molé-


culas e os átomos. Uma molécula é formada por um conjunto de átomos;
uma organela, por sua vez, é formada por diversas moléculas. A célu-
la tem organelas e outras estruturas também formadas por moléculas.
Existem ainda níveis de organização superiores à célula. Nos organismos
pluricelulares, as células se organizam em níveis cada vez mais comple-
xos de organização. Da mesma maneira, os organismos participam de
conjuntos cada vez mais abrangentes, até a biosfera.
#Estude +
• O grande livro de ciências do Manual do Mundo, de Iberê Thenório e Mari Fulfaro. Rio de Janeiro:
Sextante: 2019.
Nesse livro, os criadores do canal de vídeos Manual do Mundo apresentam muitas informações curiosas
sobre células, seres vivos e vários outros temas estudados pelas Ciências da Natureza.

108

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Atividade complementar
Para aprofundar o trabalho com a habilidade EF06CI06,
você pode montar com os estudantes um esquema real
para simular a ilustração dos níveis de organização dos se-
res vivos. Utilizem os modelos de células já confeccionados
anteriormente na seção #Experimentar, bichos de pelúcia,
bonecos, plantas da escola ou vasos com plantas trazidos
pelos estudantes, priorizando materiais reutilizáveis e que
possam ser reaproveitados depois da atividade. Embora não
seja o foco do estudo no momento, sugerimos que comente
com os estudantes a importância do equilíbrio dos ecossis-
temas para a harmonia de todos os seres vivos.

108
As células são unidades básicas dos seres vivos. Apresentam diferen- Orientações didáticas
tes formas e funções, e o organismo de animais e de plantas são consti- A análise da ilustração comparativa
tuídos por diferentes tipos celulares. No corpo humano, por exemplo, as entre a organização de uma planta e
células que formam os músculos do coração são diferentes das células do a organização de um animal permite
fígado, que por sua vez são diferentes das células ósseas. Os tamanhos explorar a habilidade EF06CI06, auxi-
também são variados. As diferenças entre as células estão relacionadas
liando os estudantes a perceber que os
às funções que desempenham no organismo.
organismos são um complexo arranjo
Na maioria dos organismos pluricelulares, as células se organizam em
de sistemas com diferentes níveis de
tecidos, que são conjuntos organizados de células com funções e estrutu-
ras semelhantes. As células ósseas, por exemplo, se organizam formando
organização.
o tecido ósseo. Esse tecido é responsável pela manutenção da parte rígida Durante a leitura do texto, sugerimos
dos ossos. Outro exemplo são as células musculares que, juntas, formam que comente com os estudantes que o
os tecidos musculares, como o tecido muscular estriado cardíaco. esquema não apresenta sistemas equi-
Um conjunto de tecidos forma uma estrutura com funções específicas, valentes entre animais e plantas, mas
chamado de órgão. O osso, por exemplo, é um órgão formado pelo tecido apenas um exemplo de cada ser vivo
ósseo e por outros tecidos. Esse órgão participa da sustentação do corpo. apresentado.
Outro exemplo de órgão é o coração, do qual faz parte o tecido muscular
estriado cardíaco.
Os sistemas são compostos de um conjunto de órgãos que funcio-
nam de maneira integrada e, juntos, realizam determinadas funções. O
sistema esquelético, por exemplo, é formado pelo conjunto de ossos que
tem como função principal a sustentação do corpo. O coração, por sua FORA DE PROPORÇÃO
vez, faz parte do sistema cardiovascular, que transporta o sangue pelo
corpo. O conjunto de sistemas compõe o organismo. CORES FANTASIA

A organização do corpo das plantas é semelhante à organização do


corpo dos animais. Embora as células vegetais sejam diferentes, elas
também se agrupam formando tecidos, que formam órgãos, que com-
põem sistemas e, por fim, o organismo.

R2 Editorial/Arquivo da editora

Célula Tecido Órgão Sistema Organismo

Representação esquemática comparativa entre a organização corporal de um tomateiro (Solanum lycopersicum,


mede até 3 m) e a de um cachorro (Canis lupus familiaris, mede cerca de até 110 cm). Na representação da planta,
foi especificado o sistema foliar; e, na do animal, o sistema cardiovascular.

109

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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t h reduzido.
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#Atividade complementar
Na consulta a livros ou durante as pesquisas às ima-
gens na internet, peça aos estudantes que construam
esquemas de organização do corpo de uma planta e
de um animal. Eles podem utilizar desenhos ou recor-
tes de revistas para representar as células, os tecidos,
os órgãos, os sistemas e o organismo.
Peça a eles que façam o esquema em uma folha de
papel A3, se possível, e exponha na sala de aula.

109
# Organização do corpo humano
Orientações didáticas
O esquema apresentado possibilita
o trabalho com a habilidade EF06CI06, O corpo humano é um complexo arranjo de sistemas integrados. Cada
ao mostrar que o organismo humano, sistema depende de outros para desempenhar bem a sua função. Juntos,
apesar de sua complexidade, é formado todos os sistemas trabalham sincronizados, garantindo o funcionamento Sincronizados:
por diferentes arranjos de apenas quatro adequado do organismo. que são feitos ao
Os sistemas do corpo humano são constituídos de diversos órgãos, mesmo tempo.
tipos principais de tecidos.
O objetivo da apresentação dos teci- que, por sua vez, são formados por diversos tecidos. Esses tecidos po-
dos neste momento não é aprofundar o dem ser agrupados basicamente em quatro tipos diferentes: conjuntivo,
conceito, mas ressaltar a complexida- epitelial, nervoso e muscular.
de de organização das células no cor- O esquema a seguir apresenta alguns tipos de tecido.
FORA DE PROPORÇÃO
po humano.

Dr Keith Wheeler/SPL/
Fotoarena
O tecido muscular estriado esque-

Babul Hosen/Shutterstock
lético e o tecido ósseo voltarão a ser
estudados no próximo capítulo. Já os
neurônios serão estudados com mais

Steve Gschmeissner/SPL/
Fotoarena
detalhes no Capítulo 8.
Após a leitura e observação do es- Tecido nervoso
(ampliação de Tecido epitelial
quema que apresenta os tecidos do 24 vezes). (ampliação de
corpo humano, você pode propor aos 87 vezes).
estudantes uma metodologia ativa de Tecido conjuntivo

Jose Calvo/SPL/Fotoarena
sala de aula invertida, na forma de se- cartilaginoso (ampliação
minários, organizando a turma em gru- de 17 vezes).

pos e sorteando um tecido para cada


grupo de estudantes. Cada grupo deve
Steve Gschmeissner/SPL/
Fotoarena

pesquisar e apresentar informações Tecido muscular


sobre o tipo de tecido sorteado. Essa não estriado (ou
atividade possibilita que os estudan- liso) (ampliação de
87 vezes).
tes exercitem o compartilhamento do

Astrid & Hanns-frieder Michler/


SPL/Fotoarena
conhecimento. Tecido muscular estriado
Roman Samborskyi/Shutterstock

cardíaco (ampliação de
85 vezes).
Tissuepix/SPL/Fotoarena

Tecido conjuntivo
adiposo (ampliação
de 24 vezes).

Steve Gschmeissner/
SPL/Fotoarena
Tecido conjuntivo ósseo
(ampliação de 48 vezes).
Jose Luis Calvo/Science
Source/ Fotoarena

Tecido muscular
Tecido conjuntivo
estriado esquelético
sanguíneo
(ampliação de
(ampliação de
72 vezes).
120 vezes).

Exemplos de tecidos do corpo humano: tecido conjuntivo (tecido adiposo, tecido ósseo, tecido cartilaginoso e tecido
sanguíneo); tecido epitelial; tecido nervoso e tecido muscular (estriado cardíaco, estriado esquelético e não estriado
(liso). As imagens dos tecidos foram obtidas por microscopia óptica de amostras coradas.
110

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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#Para ler
Combinação inovadora de célula-tronco e impres- tecidos hepáticos. A técnica permite produzir tecidos Após a impressão, os tecidos passam por um período de
são 3D produz minifígados para transplante a partir do sangue do próprio paciente, eliminando os maturação de 18 dias até estarem prontos para uso.
Técnica permite produzir tecidos a partir do sangue riscos de rejeição. [...]
do próprio paciente, eliminando os riscos de rejeição [...] De acordo com o pesquisador, a nova técnica permite
Uma técnica inovadora, que combina células-tronco “As células extraídas do sangue são reprogramadas imprimir em 90 dias um fígado humano em laboratório, a
e impressão em 3D e que produz tecidos hepáticos hu- para regredirem a um estado de células-tronco embrio- partir da coleta de sangue.
manos em 90 dias para serem usados em transplantes, nárias, com o potencial de se diferenciarem em qualquer [...]
foi desenvolvida em pesquisa do Instituto de Biociên- linhagem celular”, descreve o pesquisador. “Essas células BERNARDES, J. Combinação inovadora de célula-tronco e
cias (IB) da USP. O método emprega células do sangue, se diferenciam em esferoides hepáticos, e o estudo é o impressão 3D produz minifígados para transplante. Jornal da
primeiro a reportar a produção de tecidos hepáticos to- USP, São Paulo, 16 dez. 2019. Disponível em: https://jornal.usp.br/
reprogramadas para se transformarem em células-
ciencias/ciencias-biologicas/combinacao-inovadora-de-celula
-tronco, que vão se diferenciar em agrupamentos de talmente a partir de células IPS, com um método muito -tronco-e-impressao-3d-produz-tecido-para-transplante-de-
células hepáticas, usadas nas matrizes de impressão dos superior à dispersão individual de células.” figado/. Acesso em: 6 nov. 2021.
110
Orientações didáticas
Tecido epitelial Tecido muscular
#Integrando as Ciências
O tecido epitelial é formado por células muito Esse tecido tem células chamadas de mióci-
O texto deste boxe possibilita o traba-
próximas umas das outras. Há pouca quantidade tos, que apresentam a capacidade de se contrair.
lho interdisciplinar ao oferecer aos estu-
de matriz extracelular, a substância que fica en- Há diferentes tipos de tecido muscular. O te-
dantes a oportunidade de estabelecer a
tre as células. cido muscular estriado cardíaco, por exemplo,
está presente no coração. Já o tecido muscular conexão entre diferentes componentes
Os diversos tipos de tecido epitelial são res- curriculares, evitando a rígida comparti-
estriado esquelético está presente na composi-
ponsáveis pela proteção e pelo revestimento do mentalização do conhecimento.
ção dos músculos que nos permitem caminhar,
nosso organismo e de diversos órgãos, como co- O texto apresentado propicia o tra-
falar, gesticular, escrever e todas as outras
ração, intestino, estômago e pulmões. ações de movimentação do nosso corpo. Existe, balho com o Tema Contemporâneo
Também são responsáveis pela liberação de ainda, um tipo de tecido muscular não estriado Transversal Ciência e Tecnologia.
saliva, leite, suor, lágrimas e hormônios. (ou liso) que forma os músculos dos órgãos in-
ternos, como o estômago e o intestino.

Tecido conjuntivo
Tecido nervoso
Existem diversos tipos de tecido conjuntivo,
como o tecido sanguíneo, o ósseo, o adiposo e As células do tecido nervoso têm a capacidade
o cartilaginoso. de transmitir impulsos elétricos. É por meio delas
que nós conseguimos detectar estímulos do am-
Ao contrário do que ocorre nos tecidos epite- biente e reagir a eles, interagindo com o meio à
liais, há bastante matriz extracelular, ou seja, gran- nossa volta. O tecido nervoso também coordena
de quantidade de substâncias entre as células. as funções dos diversos sistemas do organismo.
Nos diversos tipos de tecido conjuntivo, há As principais células do tecido nervoso são
diferentes tipos de organização celular, com di- chamadas de neurônios e são encontradas na
versas funções. medula espinal, no encéfalo e nos nervos.

#Integrando as Ciências
CORES FANTASIA FORA DE PROPORÇÃO
O avanço da tecnologia tem possibilita-

SciePro/Shutterstock
do que diversos dispositivos sejam desen-
volvidos para serem implantados ou conec-
tados ao corpo humano. Podemos citar,
por exemplo, os marca-passos cardíacos,
que auxiliam o coração a contrair adequa-
damente, e as pílulas inteligentes, cápsulas
com sensores que percorrem o organismo
em busca de sinais fora do padrão.
Atualmente, cientistas de vários labo-
ratórios do mundo buscam tecnologias
que possibilitem a impressão tridimen-
sional (3-D) de tecidos humanos vivos.
O objetivo é conseguir sobrepor finas O marca-passo é um pequeno dispositivo alimentado
por bateria que, ligado ao coração, garante o ritmo
camadas de células e reproduzir tecidos e
dos batimentos cardíacos.
até mesmo órgãos inteiros.
Elaborado com base em: NOVAS tecnologias entram no corpo humano. Exame, 23 jul. 2014. Disponível em:
https://exame.com/ciencia/novas-tecnologias-entram-no-corpo-humano/. Acesso em: 6 nov. 2021.

111

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
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#Para saber
Já imprimimos órgãos humanos; bioimpressão 3D Coração com tecido humano é feito em
é futuro dos transplantes impressora 3D
Este artigo trata das pesquisas sobre a impressão 3D de ór- Este vídeo, com quase 3 minutos de duração, mostra a pre-
gãos que têm sido desenvolvidas no Brasil. sença da tecnologia de impressão 3D em diversos procedi-
Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/ mentos da Medicina.
redacao/2019/09/20/bioimpressao-o-futuro-nos-orgaos Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TdZjRfrD8e8.
-humanos-impressos-em-laboratorio.htm. Acesso em: 20 abr. 2022.

111

#Atividades
ESC O
REVA
Orientações didáticas NO L
IVRO

O grupo de atividades presentes


nesta página e nas próximas permite Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades.
1. Explique o que é uma célula.
ampliar e desenvolver as habilidades 1. A célula é a unidade básica dos seres vivos, menor estrutura funcional dos organismos.
EF06CI05 e EF06CI06. 2. Compare as duas imagens a seguir e, no caderno, responda às questões propostas.
Sugerimos que selecione alguns exer- FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
cícios para que sejam feitos em sala de
aula e outros em casa com a ajuda da
A
família ou responsável. Separe alguns mi- B
1
nutos de sua próxima aula para realizar a

Ilustrações: Andrea Danti/Shutterstock


correção dos exercícios e verificar possí-
veis defasagens de conteúdo. Caso julgue 4
necessário, faça uma revisão dos conteú-
2
dos abordados até o momento.
5
Antes de iniciar as atividades, relem-
bre aos estudantes que a célula é a 6

menor unidade funcional do organismo.


Quando várias células se juntam, elas 8
formam um tecido.
#Atividades 7
3
1. A resposta à questão está no Livro
do Estudante.
2. Esta atividade auxilia os estudantes
na compreensão do aspecto e da fun- a) Identifique o tipo da célula A e da célula B e cite uma característica que você observou para
ção de algumas organelas celulares e fazer essa identificação.
2. a) A: Célula vegetal; B: Célula animal.
de sua presença, ou não, em ambas b) Qual é o nome da estrutura indicada com o número 1?
2. b) Núcleo.
as células. c) Qual é o nome da estrutura indicada com o número 2?
2. c) Vacúolo de suco celular.
2. a) Espera-se que os estudantes citem d) Qual é o nome e a função da organela celular indicada com o número 3?
2. d) Cloroplastos, que realizam a fotossíntese.
uma característica exclusiva de um e) Que estrutura está indicada com o número 4?
2. e) Membrana plasmática.
dos tipos celulares como forma de f) Cite o nome da região indicada com o número 5.
2. f) Citoplasma.
reconhecê-los, por exemplo: pre- g) Analisando as organelas indicadas com os números 6 e 7, é possível afirmar que são a mes-
sença de parede celular, de clo- ma estrutura em células diferentes? Explique a função dessas organelas.
2. g) Sim, são mitocôndrias. Tanto as células vegetais quanto as células animais realizam respiração celular por meio das
roplastos ou de vacúolo de suco h) O que é a estrutura indicada com o número 8 e por que ela não aparece na célula B? mitocôndrias.
celular na célula vegetal. 2. h) É a parede celular, estrutura exclusiva das células vegetais.
2. b, c, d, e, f, g, h) As respostas às ques- 3. Explique uma evidência em que se baseia a teoria celular.
3. O fato de que os seres vivos são formados por uma ou mais células (exceto os vírus).
tões estão no Livro do Estudante. 4. Em relação à presença ou à ausência de núcleo, como as células podem ser classificadas?
3. A resposta à questão está no Livro
do Estudante. A teoria celular apre- 5. Leia com atenção o trecho da notícia a seguir sobre um pedido da Organização Mundial da
senta várias evidências, entre as Saúde (OMS).
quais podemos citar: OMS pede urgência por vacina contra bactéria mortal que afeta milhares de bebês
• a célula é a unidade estrutural e A bactéria estreptococo do Grupo B (GBS, na sigla em inglês) é inofensiva para a maioria das
funcional dos seres vivos; pessoas, incluindo mulheres grávidas contaminadas, mas pode ser extremamente grave – e,
• a célula é a menor unidade viva; às vezes, fatal – quando é transmitida para os bebês. [...]

• as atividades de um organismo FORATO, F. OMS pede urgência por vacina contra bactéria mortal que afeta milhares de bebês. Canaltech, 5 nov. 2021.
Disponível em: https://canaltech.com.br/saude/oms-pede-urgencia-por-vacina-contra-bacteria-mortal-que-afeta-
dependem das propriedades de
milhares-de-bebes-200888/. Acesso em: 12 dez. 2021.
suas células;
112
• todas as células originam-se de
outras já existentes.
4. Células com material genético deli- Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
mitado por membrana, formando um
núcleo, são chamadas de eucarióti-
cas. As células que não apresentam
núcleo delimitado por membrana
são chamadas de procarióticas.

112

ESC OREVA
NO L
IVRO
Orientações didáticas
#Atividades
a) A bactéria GBS é um ser vivo? Por quê? 5. a) A resposta à questão está no Li-
5. a) Sim, pela teoria celular a bactéria é um ser vivo, pois é formada por célula. vro do Estudante.
b) Ao visualizar essa bactéria ao microscópio eletrônico, seria possível observar membrana
plasmática, citoplasma e núcleo? Justifique sua resposta. b) Seria possível observar membra-
na plasmática e citoplasma, mas
6. No esquema a seguir estão ilustrados os níveis de organização dos seres vivos. não o núcleo, pois a bactéria é
um ser procarionte, cujo material
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
genético está disperso no cito-
plasma. Retome as imagens da
atividade 2 para mostrar aos es-
tudantes como seria um núcleo
organizado.

Estúdio Ornitorrinco/Arquivo da editora


Átomo 12

Molécula
2

11
10

7
8

113

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

113
6. a) 1: Átomo; 2: Molécula; 3: Organelas celulares; 4: Célula; 5: Tecido; 6: Órgão; 7: Sistema; 8: Organismo; NÃ
ESC O
9: População; 10: Comunidade; 11: Ecossistema; 12: Biosfera. NO L
REVA
IVRO
Orientações didáticas 6. b) A unidade básica estrutural e funcional de um organismo são as células. Elas formam diferentes
tecidos e eles compõem complexos arranjos de sistemas que caracterizam um organismo.
#Atividades a) Analise o esquema e escreva no caderno a sequência completa dos níveis de organização
6. a) A resposta à questão está no Li- dos seres vivos, indicando os nomes que substituem os números apresentados. A sequência
deve se iniciar no nível menos abrangente.
vro do Estudante. Os estudantes
b) Analisando o esquema, o que você pode concluir da organização corporal de um organismo?
devem iniciar o esquema com os
átomos, considerado o nível me- c) É possível afirmar que cada nível de organização de um organismo funciona de maneira
independente? Explique.
nos abrangente, terminando com
a Biosfera, que compreende todos 7. Sobre os tecidos do corpo humano, analise as informações a seguir e verifique se elas são
os seres vivos do planeta. corretas ou incorretas. No caderno, corrija as afirmações que considerar incorretas.
b) A resposta à questão está no Li-
a) O tecido epitelial é formado por células muito próximas umas das outras.
vro do Estudante. A unidade bá- 7. a) Correta.
b) Os neurônios são células características do tecido muscular.
sica estrutural e funcional de um 7. b) Incorreta. Os neurônios são células características do tecido nervoso.
organismo são as células. Elas c) Os tecidos ósseo e cartilaginoso são variedades do tecido conjuntivo.
7. c) Correta.
formam diferentes tecidos, que d) O tecido adiposo é uma variedade de tecido epitelial.
7. d) Incorreta. O tecido adiposo é uma variedade de tecido conjuntivo.
compõem complexos arranjos de e) No encéfalo, podemos encontrar neurônios.
7. e) Correta.
sistemas que caracterizam um f) Miócitos são células características do tecido conjuntivo.
organismo. Talvez os estudantes 7. f) Incorreta. Miócitos são células características do tecido muscular.
8. A imagem a seguir, obtida por meio de microscopia, é uma amostra de tecido humano que
tenham um pouco de dificulda-
recebeu corante para melhor visualização das estruturas celulares. Observe-a e responda às
de para responder a essa ques-
questões no caderno.
tão. Vale a pena comentar que os 6. c) Não, a
átomos formam as moléculas que separação em

Jose Luis Calvo/Science Source/ Fotoarena


formam as proteínas, entre outras níveis de organi-
zação é apenas
macromoléculas, que formam as uma maneira
organelas celulares. de classificar
c) A resposta à questão está no Li- e organizar as
estruturas. Na
vro do Estudante. realidade, elas
7. A atividade estimula os estudantes a funcionam de
modo integrado
compreender algumas características e dependem
dos tecidos do corpo humano. A cor- umas das
reção das frases incorretas possibilita outras.

que os estudantes aprofundem a com-


pressão do conteúdo apresentado.
7. a, b, c, d, e, f) As respostas às ques-
tões estão no Livro do Estudante.
8. a, b) As respostas às questões estão
no Livro do Estudante. Amostra de tecido do corpo humano. Imagem
c) Resposta pessoal. Espera-se que colorida artificialmente e obtida por microscopia
óptica, com aumento de 1295 vezes.
os estudantes relacionem o de-
senvolvimento dos microscópios
a) Se as células apresentadas na imagem têm a capacidade de realizar contração, de que tipo
com o estudo das células e dos
de tecido elas fazem parte? 8. a) Tecido muscular.
tecidos, que permite compreen-
b) As estruturas alongadas apresentam coloração diferente das demais estruturas celulares
der a estrutura e o funcionamento
porque o corante utilizado reage com o material genético da célula. Com base nessa infor-
dos seres vivos. mação, qual estrutura celular aparece em roxo? 8. b) Núcleo.
c) Elabore um pequeno texto a respeito da importância dos microscópios para o estudo dos
seres vivos e para a construção do conhecimento científico.

114

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

114
Orientações didáticas
CAPêTULO 7 Neste capítulo, apresentaremos aos
Objetivos do capítulo
estudantes como ocorre a locomoção
• Reconhecer os ossos humana e as estruturas do corpo en-

Locomo•‹o humana
e a estrutura do
esqueleto humano. volvidas nesse processo, ressaltando
• Compreender como a importância da interação entre os
os músculos e os sistemas muscular, esquelético e ner-
ossos atuam na voso. A acessibilidade também é um
movimentação do
corpo. dos temas tratados neste capítulo, com
• Concluir que o objetivo de discutir a garantia da lo-
a estrutura, a comoção autônoma para todo cidadão
sustentação e a
movimentação dos
brasileiro. Dessa forma, será favoreci-
animais vertebrados do o desenvolvimento do Tema Con-
resultam da temporâneo Transversal Educação em
interação entre os
sistemas muscular,
Direitos Humanos.
esquelético e Sugerimos que, inicialmente, peça
nervoso. aos estudantes que se levantem e an-
• Identificar atitudes dem alguns passos para a frente e para
que promovem a
saúde do sistema
trás. Questione o que foi necessário
muscular e para que o movimento fosse realizado.
esquelético. Depois, solicite a eles que pensem em
• Compreender a algum movimento que possa ser reali-
importância da
autonomia na zado pelo corpo e pergunte se apenas
movimentação o fato de pensar nesse movimento foi
de pessoas com suficiente para realizá-lo. Deixe que os
mobilidade reduzida
ou com outras estudantes expressem suas ideias e co-
deficiências. mentem o que sentiram ao realizar a
atividade. Dessa forma, é favorecido o
Na BNCC
trabalho com a habilidade EF06CI09.
Habilidade: EF06CI09. Esse tipo de atividade inclui situa-
ções cotidianas no contexto do ensino,
para estimular a compreensão dos es-
tudantes acerca da locomoção.
O corpo humano é capaz de realizar muitos movimentos, Prazis Images/Shutterstock
Neste primeiro momento, é possível
permitindo diversas experiências.
verificar se os estudantes compreendem
que a locomoção depende da interação
Observando a fotografia, podemos imaginar que as pessoas ali retratadas enfrentaram desafios
diferentes. Seja correndo, seja andando ou movendo a cadeira de rodas, todas conseguiram atin-
entre várias partes do corpo. Ao final do
gir o objetivo de se locomover e de chegar àquele lugar. A expressão do corpo de cada uma delas capítulo, esperamos que eles entendam
transmite uma sensação de alegria, euforia. que a locomoção depende basicamente
NÃ da interação entre três sistemas: esque-
ESC OREVA
NO L
IVRO
lético, muscular e nervoso.
#Para iniciar
• Que estruturas do nosso corpo se relacionam com a locomoção?
• Você já sofreu uma fratura óssea ou conhece alguém que passou por essa situação?
• Como é a locomoção de outros animais?

Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações
didáticas. 115

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para iniciar • Resposta pessoal. Caso tenha sofrido algum tipo de fra-
Este boxe tem o objetivo de auxiliá-lo na identificação tura óssea, aproveite para contar como isso aconteceu
dos conhecimentos, das habilidades, das atitudes e dos e explore os procedimentos que foram necessários para
valores dos estudantes. Por isso, sugerimos que eles re- a recuperação da fratura. Histórias ajudam a criar senti-
alizem o registro de suas respostas iniciais, a fim de que mentos de identificação com os estudantes e motivar o
possam ser retomadas e revistas no final do capítulo. Isso interesse pelo assunto estudado.
contribuirá para que eles se tornem conscientes e prota- • Incentive os estudantes a lembrar os mais variados tipos
gonistas de suas aprendizagens. de animal, como aquáticos ou voadores, quadrúpedes ou
• Espera-se que os estudantes indiquem as pernas, os mús- bípedes e o próprio ser humano. Você também pode co-
culos e os ossos. É possível também que alguns já consi- mentar que nem todos os animais se locomovem, como
gam relacionar a locomoção ao sistema nervoso. corais, anêmonas e esponjas.

115
# Sistema esquelético
Orientações didáticas
Ao iniciar a abordagem do capítu-
lo, sugerimos a retomada dos níveis de Quando o corpo se movimenta, diversas es-

LightField Studios/Shutterstock
organização dos seres vivos: célula, te- truturas interagem: ossos, músculos, articula-
cido, órgão, sistema e organismo. Nes- ções, tendões, ligamentos e nervos. Os nervos
te momento, inicia-se o trabalho com fazem parte do sistema nervoso. Já as demais
a habilidade EF06CI09, favorecendo estruturas citadas participam de outros siste-
também o trabalho com o Tema Con- mas que, juntos, permitem a locomoção, a rea-
lização de diversos movimentos e a interação
temporâneo Transversal Saúde. Expli-
com pessoas e com o ambiente onde estão.
que que um dos sistemas responsáveis
Além dos movimentos, a interação entre os
pela locomoção é o esquelético. Vale
sistemas esquelético e nervoso garante a sus-
ressaltar que alguns autores utilizam o tentação e define a estrutura do nosso corpo.
termo “aparelho” para denominar um Esses sistemas também são responsáveis pela
conjunto de sistemas; logo, os sistemas locomoção de outros animais que têm coluna O ser humano e o
envolvidos na locomoção são chama- vertebral: peixes, anfíbios, répteis, aves e demais mamíferos. cachorro têm coluna
vertebral. Nesses
dos de aparelho locomotor. Vamos iniciar o estudo deste capítulo pelo sistema esquelético hu- animais, a estrutura,
Muitos estudantes podem entender mano. a sustentação e a
a palavra “esqueleto” como sinônimo movimentação do
corpo resultam da
de “osso”. Por isso, é importante que
Ossos interação entre os
fique claro que o esqueleto é uma es-
Os ossos são os principais constituintes do sistema esquelético. Eles sistemas esquelético,
trutura de sustentação e que, nos se- muscular e nervoso.
res humanos, os ossos são os principais são responsáveis pela sustentação do corpo, suportam a força dos mús-
culos na realização dos movimentos e protegem os órgãos internos. Por
componentes dessa estrutura. Comen-
exemplo, o cérebro é protegido pelos ossos do crânio; o coração e os
te também que existem seres vivos que pulmões, pelas costelas; e a medula espinal, pela coluna vertebral.
não possuem ossos, mas apresentam
Os ossos são formados principalmente pelo tecido ósseo, um tipo de
esqueleto. Por exemplo, os equinoder- tecido conjuntivo. A substância que fica entre as células desse tecido é
mos têm esqueleto calcário, e os ar- rica em sais minerais, principalmente cálcio e fósforo, o que o torna duro
trópodes têm exoesqueleto (externo ao e confere resistência aos ossos. Apesar de rígido, o tecido ósseo não for-
corpo) de quitina. Outras funções do ma uma massa uniforme e os ossos são leves. No interior deles, existem
esqueleto, como a proteção dos órgãos canais por onde passam vasos sanguíneos ou que estão preenchidos
internos, também podem ser explora- por medula óssea vermelha. Os vasos sanguíneos transportam sangue,
das com os estudantes. levando nutrientes e gás oxigênio até as células ósseas e recolhendo os
Neste tópico, é importante que eles resíduos produzidos por elas. A medula óssea vermelha é o tecido que
compreendam que os ossos são com- produz as células do sangue. Em ossos longos, também podemos encon-
trar gordura em uma região chamada de medula óssea amarela.
postos de uma estrutura rígida e, ao
mesmo tempo, flexível. Comente que Apesar de resistente a impactos, uma
pessoa pode sofrer uma fratura óssea, que

Yok_onepiece/Shutterstock
os sais minerais conferem a rigidez e
consiste na ruptura de um osso. Esse tipo de
que o colágeno proporciona certa flexi- A B
rompimento pode ser diagnosticado por meio
bilidade. Sugerimos que pergunte aos de uma radiografia, um exame de imagem que
estudantes por que é importante que utiliza raios X. As células do tecido ósseo po-
os ossos tenham rigidez e flexibilidade. dem se regenerar, ou seja, se multiplicar e res-
Espera-se que eles relacionem essas taurar a região fraturada. Mas, para que isso
características ao fato de que os ossos ocorra, é importante manter a região imobi-
devem ser estruturas resistentes e ca- lizada e é por isso que, em muitos casos, co-
pazes de absorver impactos. Comente loca-se gesso ao redor do membro fraturado.
Algumas vezes também é necessária a reali- Radiografia de membros inferiores mostrando
sobre as fraturas ósseas e a importân- osso fraturado (A) e osso íntegro (B).
cia do desenvolvimento de tecnologias zação de cirurgias.
de imagem como os raios X. 116
Uma das características dos ossos
em diferentes espécies é sua densi-
dade. O vídeo indicado no boxe #Para Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

saber + apresenta um experimento


que pode ser realizado para ampliar o #Para saber
desenvolvimento do tema.
Pontociência – Densidade dos ossos e dentes
O vídeo, com cerca de 7 minutos, mostra um experimen-
to em que a densidade de diferentes tipos de osso é
calculada.
Disponível em: https://youtu.be/NCo7cDfraAk. Acesso em:
9 maio 2022.

116
Orientações didáticas
Esqueleto humano
Neste tópico, os estudantes terão
Uma pessoa adulta tem 206 ossos. O conjunto desses ossos forma o
o primeiro contato com a imagem da
esqueleto. Os ossos podem ser longos, como o fêmur; chatos ou planos,
composição dos ossos em um esque-
como os do crânio, ou curtos, como as vértebras.
leto humano, continuando o trabalho
O esqueleto de homens e de mulheres pode apresentar algumas di-
ferenças. Por exemplo, o quadril das mulheres geralmente é mais largo
com a habilidade EF06CI09.
e circular. Já nos homens, o tórax e os ombros geralmente são relativa- Sugerimos que peça aos estudantes
mente maiores e mais robustos. Essas diferenças são desencadeadas que observem a imagem do esquele-
pela ação de hormônios que participam do desenvolvimento ósseo na to humano e os questione se todos os
adolescência. ossos têm o mesmo formato. Solicite a
CORES FANTASIA eles que identifiquem os ossos que es-
tão protegendo órgãos, como o cérebro,
stihii/Shutterstock

o coração, os pulmões e a medula es-


pinal. Além disso, questione se todos
Ossos do
crânio Mandíbula os ossos do esqueleto se movimentam.
Após a observação e a análise imagé-
Esterno tica, peça que deem exemplos de os-
Clavícula sos móveis e imóveis. Esse momento de
Escápula sensibilização inicial pode ser aprovei-
tado para diferenciar o esqueleto axial
Úmero
Costela do apendicular.
Nos links disponíveis no boxe #Para
Vértebra saber +, você encontra informações e
recursos complementares relacionados
Ílio
Ulna ao esqueleto humano.

Rádio Sacro

Carpo
Púbis
Metacarpo

Falanges Ísquio

Fêmur

Patela
Representação
Tíbia esquemática do esqueleto
humano com a indicação
e a nomenclatura de
alguns ossos.
Fíbula

Tarso Elaborado com base


em: TORTORA, G. J.;
DERRICKSON, B. Corpo
Metatarso
humano: fundamentos
Falanges de Anatomia e Fisiologia.
10. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2016.

117

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para saber
Sistema ósseo 3D Anatomia 3D
Aplicativo para celular que fornece informações sobre o es- Aplicativo para celular que apresenta a anatomia humana.
queleto humano em 3D. Disponível em: https://play.google.com/store/apps/
Disponível em: https://play.google.com/store/apps/ details?id=com.AnatomyLearning.Anatomy3DViewer3.
details?id=com.androiddevelopermx.blogspot.bones3d. Acesso em: 21 maio 2022.

117
Orientações didáticas No esqueleto humano, os ossos que protegem os órgãos vitais consti-
Com base nos conhecimentos adqui­ tuem o esqueleto axial: ossos do crânio e do tronco (coluna vertebral e
ridos sobre o esqueleto humano ao caixa torácica). Os demais ossos estão relacionados à movimentação do
longo dos anos, a Biotecnologia vem corpo e formam o esqueleto apendicular: nos membros superiores (os-
desenvolvendo estruturas sintéticas sos das mãos, dos braços e antebraços) e da cintura escapular (ombro);
nos membros inferiores (coxa, perna e pé) e da cintura pélvica (quadril).
que podem contribuir para a melho­
ria da qualidade de vida das pessoas. CORES FANTASIA
Informações como a do texto no boxe

VectorMine/Shutterstock
#Para ler podem ser compartilhadas Esqueleto apendicular Esqueleto axial
com os estudantes, estimulando o in­
teresse no tema tratado.
Cintura escapular Crânio

Braço Caixa torácica

Coluna
Antebraço vertebral
Cintura
pélvica Representação
Mão esquemática do
sistema esquelético
humano destacando
Coxa
o esqueleto axial e o
esqueleto apendicular.

Ilustrações elaboradas
Perna com base em:
TORTORA, G. J.;
DERRICKSON, B.
Corpo humano:
Pé fundamentos de
Anatomia e Fisiologia.
10. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2016.

Ossos da cabeça CORES FANTASIA


Os ossos do crânio formam um tipo
de capacete, que envolve e protege al-

stihii/Shutterstock
guns órgãos do sentido e o encéfalo,
do qual o cérebro faz parte. Não há
espaços entre os ossos que formam a
caixa craniana, eles estão firmemente
unidos e são imóveis. Na face, a man- Caixa
craniana
díbula é o maior e único osso móvel
da cabeça. Os dentes localizam-se na
Ossos
mandíbula e na maxila e, ao mover a da face
mandíbula, podemos mastigar os ali-
mentos. Maxila

Representação esquemática do crânio


humano adulto em vista lateral. Mandíbula

118

Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.


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#Para ler
Ossos “vivos” são criados por cientistas com impressora 3D Se bem-sucedida, essa tecnologia pode ser explorada para diversas aplicações clí-
Cientistas australianos desenvolveram uma tecnologia que permite fabricar os- nicas, onde existe uma grande demanda por implantes para reparação de defeitos
sos artificiais com células vivas utilizando uma tinta especial e uma impressora 3D. estruturais causados por traumas ou doenças como o câncer.
A técnica de bioimpressão produz estruturas ósseas que “calcificam em questão [...]
de minutos”. LUCENA, A. Ossos “vivos” são criados por cientistas com impressora 3D. Olhar digital,
O processo funciona basicamente como a fabricação de blocos de construção em 26 jan. 2021. Disponível em: https://olhardigital.com.br/2021/01/26/noticias/ossos-vivos-
forma de tecidos ósseos [...]. sao-criados-por-cientistas-em-impressora-3d/. Acesso em: 18 abr. 2022.

118

P1_MPU_U3_C7_6S+Cieg24Sc_115a133.indd 118 4/24/23 3:19 PM


Caso considere oportuno, peça que
Ossos do tronco realizem uma pesquisa sobre as doen-
No tronco, encontramos principalmente duas partes do esqueleto: a ças degenerativas de disco ou degene-
coluna vertebral e a caixa torácica.
ração discal. Oriente-os a realizar as
A coluna vertebral funciona como um eixo de sustentação do corpo, ao pesquisas em fontes confiáveis. Esse
qual estão ligados a cabeça, os membros superiores e os inferiores. É cons-
tipo de atividade é uma importante
tituída por ossos pequenos chamados de vértebras. Entre as vértebras há
os discos intervertebrais, estruturas cartilaginosas que amortecem os ferramenta para o desenvolvimento da
impactos quando movimentamos o tronco e que permitem alguns movi- autonomia na busca por informações.
mentos da coluna. O eixo de sustentação do corpo é, portanto, ao mesmo As pesquisas podem ser apresentadas
tempo forte e flexível. aos colegas em sala de aula.
Como curiosidade, comente que, du-
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
rante a evolução dos hominídeos, gru-
po dos quais os seres humanos fazem
Medical Art Inc/Shutterstock

Curvaturas da coluna vertebral

Alila Medical Media/Shutterstock


Representação parte, os indivíduos perderam a cauda,
Vértebras
Disco esquemática de comum em outros mamíferos. Explique
intervertebral uma vértebra
e de um disco
que a postura bípede pode ter favoreci-
intervertebral. do o desaparecimento dessa estrutura,
Curvatura cervical
(formada por mas ainda há um vestígio do que, em
vértebras cervicais) nossos ancestrais, já foi uma cauda: o
Curvatura torácica
cóccix. Última estrutura da nossa co-
Em um indivíduo adulto, as quatro últimas vértebras se (formada por luna vertebral, o cóccix é formado por
unem e formam o cóccix. As cinco vértebras anteriores ao vértebras torácicas) quatro vértebras fundidas.
cóccix também se fundem e formam o osso sacro. As demais É importante que durante o estudo
Curvatura lombar
vértebras são ossos pequenos, com um orifício no centro. A união (formada por dos ossos do corpo humano, os estu-
dos orifícios internos das vértebras forma o canal vertebral, onde vértebras lombares) dantes compreendam a diversidade
está a medula espinal, que faz parte do sistema nervoso. Curvatura sacral das estruturas, seus formatos e sua lo-
Na coluna vertebral podemos identificar quatro curvaturas: (formada por calização, mas não há a necessidade
cervical, próxima à cabeça e que está na região que chamamos vértebras sacrais)
de decorar os nomes apresentados nas
e cóccix
de pescoço; torácica ou dorsal, ocupando a maior parte das cos-
ilustrações. O livro didático pode servir
tas; lombar, região que antecede o início das nádegas; sacral,
na região das nádegas. de apoio para relembrar os nomes dos
A caixa torácica é formada pelas costelas e pelo osso esterno. Ela protege
Representação ossos, bem como desenhos e anota-
esquemática das ções no caderno.
os pulmões e o coração. Na região posterior (das costas), as costelas estão curvaturas da coluna
ligadas à coluna vertebral. Na região anterior (no peito), há uma cartilagem vertebral.
que une as costelas ao osso esterno. A caixa torácica se movimenta durante
a inspiração e a expiração, aumentando e diminuindo de volume e sendo Ilustrações elaboradas
com base em: TORTORA,
fundamental para a entrada de ar nos pulmões e sua posterior eliminação. G. J.; DERRICKSON,
B. Corpo humano:
fundamentos de Anatomia
sciencepics/Shutterstock

e Fisiologia. 10. ed. Porto


Alegre: Artmed, 2016.
Costelas FORA DE PROPORÇÃO

CORES FANTASIA
Caixa
torácica Representação
Osso esterno
esquemática da
caixa torácica em
vista anterior, com
Cartilagem destaque para o osso
esterno e as costelas.

119

R d ã ddo Li
Reprodução Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

Orientações didáticas presentes em seres vivos muito diferentes. Incentive os


Sugerimos que inicie a abordagem levantando os conhe- estudantes a expor livremente sua opinião sobre o assunto
e ajude-os a perceber que, assim como o tronco da árvore,
cimentos prévios dos estudantes sobre o assunto. Pergun-
nosso tronco tem a função de sustentação.
te-lhes quais ossos estão localizados na região do tronco.
Continuando a abordagem deste tópico, peça aos estu-
Caso não recordem o nome dos ossos, peça que observem
dantes que observem a imagem que apresenta as vérte-
novamente a imagem do esqueleto, no tópico anterior, e bras e destaque que uma vértebra não encosta na outra,
identifiquem os ossos que estão dispostos na região do pois entre elas existe o disco intervertebral. Depois, peça
tronco. Solicite que eles toquem e sintam as próprias vér- a eles que comentem algumas possíveis funções dessa es-
tebras, as costelas e o esterno. trutura, considerando sua localização. Se julgar pertinen-
Depois, peça que comparem o nosso tronco com o te, comente que, durante o processo de envelhecimento,
tronco de uma árvore, descrevendo suas características. a espessura desses discos pode reduzir, perdendo a flexi-
Destaque que ambos têm o mesmo nome, mas estão bilidade e a elasticidade.
119
Orientações didáticas
Ossos dos membros
Ao abordar este tópico, sugerimos O esqueleto apendicular é formado pelos membros superiores, que
que peça aos estudantes que movi- incluem os ombros, os antebraços, os braços e as mãos; e pelos membros
mentem seus membros, observando inferiores, compostos de quadril, coxas, pernas e pés.
quantas partes podem ser movimen- Na estrutura óssea do pé podemos encontrar diversos ossos distri-
tadas e os movimentos que podem ser buídos em ossos do tarso (ossos da parte superior do pé), do metatarso
realizados. Durante a atividade, incen- (ossos que se articulam com os dedos) e das falanges (ossos dos dedos).
tive-os a observar a localização dos A estrutura óssea da mão também é formada por diversos ossos,
ossos apresentados na ilustração e a como os ossos do carpo (ossos do punho), os do metacarpo (ossos da
identificar os ossos envolvidos nos mo- palma da mão) e as falanges (ossos dos dedos).
vimentos dos membros em seu corpo. FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
Ao movimentarem braços e pernas, so-
licite que indiquem o(s) osso(s) que Regiões do

R2 Editorial/Arquivo da editora
membro inferior
está(ão) sendo utilizado(s). Caso te-
nha um modelo anatômico do esque- Regiões do
membro Quadril
leto humano, ajude-os a identificar no
superior
modelo os ossos dos membros apre-
sentados nas ilustrações. Ombro
Para complementar o conteúdo de-
senvolvido neste tópico, apresentamos
Coxa
a seguir uma sugestão de #Atividade Braço
complementar que contribui para que
os estudantes compreendam a asso-
ciação entre o esqueleto e os tipos Representação
de movimento que os animais podem esquemática de
Antebraço esqueleto humano
realizar.
com a indicação das
Carpo regiões dos membros
Perna
superiores e inferiores.
Metacarpo
Mão
Falanges Elaborado com base
em: TORTORA, G. J.;
Tarso DERRICKSON, B. Corpo
Metatarso humano: fundamentos

de Anatomia e Fisiologia.
Falanges 10. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2016.
ndra Cur y/Pulsar Image
C a s sa ns

O esqueleto dos seres humanos se diferencia do esqueleto de


outros mamíferos em vários aspectos, incluindo a capacidade de
realizar alguns movimentos. Entre eles estão os movimentos
dos dedos: nós podemos, por exemplo, fazer movimentação em
pinça, unindo a ponta do dedo polegar com a ponta de um dos
outros dedos da mesma mão. Esse movimento é possível por
causa da posição do polegar em relação aos demais dedos
da mão.
Jovem indígena da etnia
Kamayura utilizando o
movimento de pinça dos dedos.

120

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Atividade complementar
O que o esqueleto revela sobre a forma de Peça também que os estudantes comentem as caracterís-
locomoção dos seres vivos? ticas dos esqueletos que eles consideraram para inferir a
Esta atividade favorece o trabalho com a capacidade de forma de locomoção de cada animal. Por exemplo, o es-
fazer inferências com base na observação de imagens de queleto dos cães tem as quatro patas apoiadas no solo,
esqueletos de animais, com o objetivo de associar a forma por isso os estudantes podem deduzir que são quadrúpe-
do esqueleto ao tipo de locomoção. des e se locomovem apoiando-se nas quatro patas; no es-
Para isso, traga para a aula imagens de esqueletos de di- queleto das cobras, não é possível observar estruturas que
versos animais e peça aos estudantes que infiram como os demonstrem a presença de patas; logo, eles podem inferir
animais se locomovem e o tipo de ambiente em que eles que elas rastejam. Esta atividade pode ser feita em grupo
vivem. Você pode selecionar, por exemplo, imagens de aves, ou individualmente.
cobras, cães e animais marinhos, como a baleia.

120
Orientações didáticas
Articulações FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA

Os ossos, como já estudamos, são rígidos,


Sugerimos que utilize a imagem apre-
sentada para mostrar o tecido conjunti-

Tefi/Shutterstock
não flexíveis. Ao dobrar a perna ou levantar
o braço, os ossos daquela região do corpo Membrana vo que está presente nas articulações.
sinovial
permanecem com seu formato. Então, como Comente que a cartilagem e o líquido
os movimentos são possíveis? Os movimen- sinovial protegem o osso contra o atrito
tos corporais ocorrem graças às articula- Cartilagens e o desgaste.
ções, regiões de contato entre dois ou mais Após a análise da imagem, peça aos
ossos. Nessas regiões há outros tipos de te- estudantes que movimentem punhos,
Líquido
cido conjuntivo protegendo os ossos, desse sinovial calcanhares, pescoço, coluna, joelhos
modo, o atrito entre eles é reduzido. e cotovelos e, com base em suas per-
As articulações estão presentes nos joe- cepções, classifiquem as articulações
lhos, cotovelos, punhos, tornozelos, ombros, Osso
em móveis (sinoviais), semimóveis ou
entre outras regiões. Elas podem ser classi-
imóveis.
ficadas, conforme o grau de mobilidade, em
Caso na turma haja algum estudante
móveis (sinoviais), semimóveis ou imóveis. Representação
esquemática de uma com uma deficiência que o impeça de
As articulações móveis são flexíveis e possibilitam movimentos em
articulação sinovial, em realizar os movimentos propostos, peça
uma ou mais direções, dependendo do encaixe dos ossos. São encon- corte, com a cavidade a um colega que se voluntarie e faça
tradas, por exemplo, nos ombros, nos joelhos e nos cotovelos. Nessas (espaço) onde fica o
articulações, os ossos se mantêm unidos por um tecido conjuntivo de- líquido sinovial.
alguns desses movimentos relatando o
nominado ligamento. Além disso, entre as cartilagens que protegem que está sentindo.
os ossos existe um espaço preenchido pelo líquido sinovial, que reduz Como informação complementar, é
o atrito, atuando como um lubrificante e amortecendo as articulações possível comentar com os estudantes
durante os movimentos. que, ao nascermos, várias estruturas do
As articulações semimóveis são flexíveis e apresentam cartilagens corpo ainda não estão completamen-
entre os ossos. Como o nome indica, a articulação semimóvel permi- te desenvolvidas, como o crânio. Cite
te movimentação parcial, em que os movimentos não são tão amplos o exemplo dos fontículos dos recém-
como os permitidos pelas articulações móveis. São exemplos de arti- -nascidos, destacado no texto do boxe
culações semimóveis aquelas encontradas entre uma vértebra e outra, #Para ler, ao final da página.
na coluna vertebral.
As articulações imóveis são fibrosas e não permitem movimento #Para saber
entre um osso e outro. Nesse caso, as duas superfícies ósseas estão
firmemente unidas, como a maioria das articulações que estão entre Por que as juntas estalam?
os ossos do crânio. FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
O vídeo, com cerca de 4 minutos, ex-
Nos bebês recém-nascidos, entre plica como é uma articulação sinovial,
os ossos do crânio há um espaço, por que as articulações estalam e al-
stihii/Shutterstock

constituído por tecido conjuntivo, guns mitos sobre isso.


chamado de fontículos. Os ossos Disponível em:
ainda estão se formando e, durante https://youtu.be/IjiKUmfaZr4.
o nascimento por parto natural, os Acesso em: 12 abr. 2022.
fontículos permitem que alguns os-
sos se desloquem sem causar danos
ao crânio.

Representação esquemática do crânio


adulto, com as articulações imóveis entre
os ossos destacadas em marrom.

121

R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para ler
Moleira é a denominação popular dos espaços que separam o crânio dos ral posterior”. Além disso, diz o professor, as fontanelas permitem que os ossos do
recém-nascidos crânio se movimentem e, com isso, a cabeça do bebê passa de maneira mais fácil
pelo canal vaginal na hora do parto. “Até o segundo ano de idade, as fontanelas fe-
[...] o professor Luis Fernando Tirapelli descreve a moleira, denominação popular
cham-se, pois os espaços intermediários ossificam-se e tornam-se as suturas visí-
que se dá para as fontanelas, espaços macios e membranosos que separam os ossos
veis no neurocrânio.” […]
do crânio dos recém-nascidos.
Segundo Tirapelli, “existem duas fontanelas simples que estão localizadas na TIRAPELLI, L. F. Moleira é a denominação popular dos espaços que separam o crânio dos
recém-nascidos. Jornal da USP, São Paulo, 15 jun. 2018. Disponível em: https://jornal.usp.br/
região central do crânio, denominadas anterior e posterior, e outros dois pares de atualidades/moleira-e-a-denominacao-popular-dos-espacos-que-separam-o-cranio-dos
fontanelas localizados lateralmente no crânio, denominadas lateral anterior e late- -recem-nascidos/. Acesso em: 12 abr. 2022.

121
Orientações didáticas
Estimule os estudantes a se revezarem #Para interpretar NÃ
ESC O
NO L
REVA
IVRO
na leitura do texto em voz alta. Após a lei-
Leia o texto a seguir e responda às questões.
tura, questione-os sobre a postura que
geralmente adotam ao estudar em casa Desvios posturais na infância
ou ao mexer no computador ou celular. e adolescência
Sugerimos que trabalhe este tópi- A infância e a adolescência são períodos Algumas medidas ajudam a prevenir estes
co com o(a) professor(a) de Educação importantes para o desenvolvimento do siste- desvios, como:
Física para que ele possa apresentar ma musculoesquelético. Assim, a adoção de
aos estudantes alguns tipos de exercí- hábitos posturais incorretos nessa fase pode • Os cuidadores devem prestar atenção
cio que podem ser feitos para manter a ocasionar o surgimento de desvios anormais quanto à posição em que a criança dor-
na coluna. As causas mais comuns destes me, senta, caminha, usa o computador ou
postura no dia a dia.
desvios são má postura durante as aulas, o celular e assiste à TV.
A leitura do texto e as atividades pro-
uso incorreto de mochila escolar, a utilização • As crianças não devem carregar mais do
postas neste tópico favorecem o desen- que 10% do seu peso corporal na mochila
volvimento das competências gerais 8 e de calçados inadequados, o sedentarismo e
a obesidade. e devem sempre usar as duas alças.
10, das competências específicas 7 e • Os professores também podem ajudar a
8 de Ciências da Natureza e do Tema As principais alterações posturais na popu-
identificar os desvios posturais que ocor-
Contemporâneo Transversal Saúde, ao lação infantojuvenil são:
rem em seus alunos e esclarecê-los sobre
abordar questões relativas à saúde e • Hipercifose torácica: desvio da coluna a importância de uma boa postura.
propor a análise de situações que en- torácica “para a frente”, o que ocasiona a • A realização de atividades físicas regulares
volvem questões socioambientais e posição de “corcunda”, com o pescoço, ajuda a fortalecer a musculatura e a pre-
relativas aos direitos humanos, bem ombros e cabeça inclinados para a frente. venir a obesidade.
como desenvolvem atitudes pessoais • Escoliose toracolombar: curvatura anor- O diagnóstico dos desvios posturais é feito
e coletivamente responsáveis. mal da coluna vertebral para um dos lados por um médico ou um fisioterapeuta e deve
do tronco. Os ombros e quadris ficam com ser realizado o mais precocemente possível
#Para interpretar um lado mais alto que o outro. para evitar a necessidade de correções cirúr-
O texto proposto trata das principais • Hiperlordose lombar: acentuação da cur- gicas. Os métodos de tratamento incluem
alterações na postura durante a infân- vatura lombar, o que deixa os glúteos mais atividades físicas, fisioterapia, pilates e
cia e a adolescência. Nessas fases da destacados e a barriga mais saliente. coletes.
vida, os desvios de postura podem sur- DESVIOS posturais na infância e adolescência. Observatório da Saúde da Criança e do Adolescente.
gir em decorrência da sobrecarga em Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/observaped/desvios-posturais-na-infancia-e-adolescencia/.
mochilas, sedentarismo, obesidade, en- Acesso em: 1º jan. 2022.

tre outros fatores.


1 Você conhece alguém com algum problema de
MixMedia/Getty Images

Após a leitura do texto, peça aos estu-


postura? Se possível, descreva esse desvio.
dantes que respondam às atividades no
caderno e, depois, disponibilize um pe- 2 De acordo com o texto, quais são as alterações
ríodo para discutir o texto e as respostas. posturais mais comuns na população
1. A ocorrência de desvios posturais é infantojuvenil? Explique como é cada uma
dessas alterações.
comum, e o diagnóstico pode ser fei-
to por um ortopedista. Contudo, há 3 Você pratica todas as medidas que auxiliam
pessoas que apresentam esse tipo a prevenir os desvios posturais de coluna,
de desvio de forma mais acentuada. conforme citado no texto? Qual(is) deles você
Por isso, conduza o tema ressaltan- acha que precisa praticar mais?
1, 2 e 3. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
do que essa condição afeta a saúde
As mochilas devem ser utilizadas nas costas,
das pessoas e pode ter várias cau- com as duas alças sobre os ombros e seu peso
sas. Destaque a importância de tratar não deve ultrapassar 10% do peso corporal.
as diferentes características pessoais
com respeito e empatia, buscando o
combate ao bullying
bullying.
2. As alterações mais comuns são: hi-
percifose torácica, desvio na coluna 122
em que a caixa torácica está deslo-
cada para a frente; escoliose toraco-
Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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lombar, caracterizada por uma cur-
vatura na coluna para um dos lados
do tronco; hiperlordose lombar, em #Para ler
que a curvatura da região da lombar Má postura e uso excessivo do celular podem causar O uso excessivo do celular ou tablet, por horas, pode cau-
é mais acentuada. a síndrome de text neck sar alguns problemas ortopédicos. [...]
3. Incentive os estudantes a se senta-
A cena mais comum de ver nos dias atuais são pessoas com CAPOMACCIO, S. Má postura e uso excessivo do celular
rem de maneira adequada na car-
a cabeça baixa olhando para o celular. [...] Esse ato é conhecido podem causar a síndrome de text neck. Jornal da USP, São
teira. Explique que os efeitos da má
como síndrome de text neck – texto e pescoço, em inglês –, um Paulo, 27 set. 2021. Disponível em: https://jornal.usp.br/
postura podem não ser percebidos
tipo de tensão que causa dores fortes na parte superior dos atualidades/ma-postura-e-uso-excessivo-do-celular-podem
de forma imediata, porém podem in-
ombros e pescoço e atingindo a coluna cervical. -causar-a-sindrome-de-text-neck/. Acesso em: 12 abr. 2022.
terferir na saúde na idade adulta.
O texto a seguir apresenta informa-
ções interessantes sobre o uso do celu-
lar, tão comum na sociedade atual, e o
desenvolvimento de alterações posturais.
122
# Sistema muscular
Orientações didáticas
Retome a ideia de que a locomoção
Os ossos são muito importantes para a realização dos nossos movi- só é possível por meio da interação en-
mentos, mas o esqueleto não se move sozinho: ele necessita da ação tre os sistemas esquelético, muscular e
coordenada dos músculos para que o corpo se mova. nervoso, dando continuidade ao desen-
volvimento da habilidade EF06CI09.
Tipos de músculo Para iniciar a abordagem do sistema
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
muscular, verifique os conhecimentos
Além do movimento do corpo, os tecidos mus-
prévios dos estudantes sobre a locali-

R2 Editorial/Arquivo da editora
culares são responsáveis pelas contrações do co- Tecido muscular
ração, pela manutenção do equilíbrio e da postura estriado zação dos músculos no corpo. Pergunte
esquelético onde se localizam os músculos. Possi-
corporal, pelo movimento dos alimentos ao longo
do sistema digestório, pelos movimentos respira- velmente, eles mencionarão os múscu-
tórios e dos olhos, etc. Núcleos los esqueléticos. Se esse for o caso, ex-
celulares
Os miócitos (células do tecido muscular), tam- plique que os órgãos internos também
bém chamados de fibras musculares, se alongam possuem músculos. A função da mus-
e se encurtam quando ocorre algum movimento. culatura não estriada dos órgãos in-
Há três tipos de tecido muscular, cada um deles ternos está relacionada principalmen-
com características específicas, principalmente em te ao movimento de substâncias para
relação ao tipo de contração que suas células reali- Miócitos
dentro e para fora do corpo ou den-
zam: os músculos estriados esquelético e cardíaco Representação tro do próprio corpo. Exemplifique es-
e o músculo não estriado. esquemática do músculo sas situações por meio dos movimen-
O músculo estriado esquelético realiza movimento voluntário, ou estriado esquelético
do braço e, no detalhe, tos peristálticos dos órgãos do sistema
seja, sua contração pode ser controlada e responde à nossa vontade. De
modo geral, está associado a um osso. Esse tipo de músculo é responsá- miócitos (fibras digestório durante a passagem de ali-
vel pelos movimentos mais perceptíveis do nosso corpo, como aqueles musculares) que o mentos e a evacuação. Então, elabore
formam. no quadro de giz a tabela do rodapé,
realizados ao andar, sorrir, correr, pular, escrever, etc.
O músculo estriado cardíaco, também chamado de miocárdio, é que sintetiza as características de cada
encontrado apenas no coração. Apresenta contração rápida, ritmada tipo de músculo.
e involuntária, ou seja, sua atividade não depende de uma intenção cons- Ilustrações elaboradas Explique que tanto os movimentos
ciente para acontecer. com base em: MOORE, voluntários como os involuntários de-
K. L. et al. Anatomia
O músculo não estriado (antes chamado de liso) está presente em ór- orientada para a clínica. pendem da participação do sistema
gãos internos, como estômago e intestino. Tem movimento involuntário, 6. ed. Rio de Janeiro: nervoso. Logo, essa classificação está
ou seja, que não pode ser controlado e não depende da nossa vontade. Guanabara Koogan, 2011.
relacionada ao fato de conseguirmos
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
controlar de forma consciente ou não
esses movimentos.
Ilustrações: R2 Editorial/Arquivo da editora

Tecido muscular #Atividade complementar


estriado cardíaco
Observando células
Tecido muscular musculares
não estriado
Sugerimos que os estudantes façam
um desenho das células de cada
tipo de músculo. Para observar os
diferentes tipos de células muscu-
lares, você pode utilizar o atlas vir-
tual disponível em: https://editora.
pucrs.br/edipucrs/acessolivre/
Representação esquemática da musculatura Representação esquemática da livros/atlas-de-histologia/tecido
estriada cardíaca do coração (miocárdio). musculatura não estriada do estômago.
-muscular.html. Acesso em: 13 maio
2022.
123 Espera-se que os estudantes consi-
gam observar e identificar as estrias
presentes nos músculos estriados
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
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e sua ausência nos músculos lisos.
Caso haja, na escola, um microscó-
Tipo de músculo Onde é encontrado Tipo de movimento pio e lâminas dos tecidos muscula-
res, planeje um momento para os
Estriado esquelético Músculos associados ao esqueleto Rápido e voluntário
estudantes observarem essas estru-
Estriado cardíaco Miocárdio (coração) Rápido e involuntário turas no microscópio.
Órgãos internos (bexiga, intestino, esôfago,
Não estriado (liso) Lento e involuntário
vasos sanguíneos, etc.)

123
Orientações didáticas
Músculo estriado esquelético e
Sugerimos que inicie a abordagem
deste tópico perguntando aos estudan-
a movimentação do corpo
tes qual tipo de músculo, entre os estu- O corpo humano apresenta mais de 500 mús-
culos estriados esqueléticos, que correspondem

Denis Kuvaev/Shutterstock
dados, está associado aos movimentos
do corpo. Peça que observem a ima- a aproximadamente 40% do peso de uma pes-
soa. Como esses músculos se encontram, em sua
gem (movimentos do braço), e comen-
maioria, ligados aos ossos, recebem o nome de
te que os músculos estão ligados aos músculos esqueléticos.
ossos por meio dos tendões, estruturas
Mas nem todos os músculos esqueléticos es-
formadas por colágeno. Para exemplifi- tão ligados a ossos. Alguns deles estão presos
car, peça aos estudantes que toquem à pele, como os do rosto, e permitem as expres-
no tendão calcâneo (popularmente co- sões faciais. A língua também é um músculo ca-
nhecido como tendão de aquiles), que paz de grande amplitude de movimentos, indis-
liga os músculos da panturrilha ao osso pensáveis para a alimentação e para a fala.
Os músculos
calcâneo. Nos músculos que se ligam aos ossos, as es- esqueléticos permitem
Oriente os estudantes a realizar os truturas que fazem a ligação da extremidade do a movimentação
movimentos com um braço ou com músculo com o osso são os tendões, filamentos fibrosos muito resis- do corpo e são
uma perna. Durante a execução dos tentes formados por tecido conjuntivo. Movimentos repetitivos podem responsáveis pelas
movimentos, peça que coloquem a causar uma inflamação do tendão, chamada de tendinite. expressões faciais.
mão sobre o membro para que possam Na execução de movimentos, os músculos se encurtam e se alongam.
Quando os miócitos se contraem, o músculo encurta e puxa os tendões,
sentir a movimentação do esqueleto e
que por sua vez puxam os ossos aos quais estão presos. Geralmente, os
verificar quais músculos estão relaxa-
músculos esqueléticos trabalham aos pares — enquanto um deles se con-
dos e quais estão contraídos. Destaque trai, o outro relaxa. Esse processo em que os músculos atuam de modo
que a movimentação ocorre pela ação oposto é chamado de antagonismo muscular.
de um par de músculos. Analise a imagem a seguir: quando o antebraço é flexionado, ocorre
Ao abordar o assunto trabalhado a contração do músculo bíceps braquial e o relaxamento do músculo trí-
neste tópico, é importante deixar claro ceps braquial. Em contrapartida, se o tríceps é contraído, o bíceps relaxa
para os estudantes que o movimento e o antebraço se abaixa.
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
de flexão ocorre quando os ossos asso-
ciados ao músculo contraído se aproxi-

Aldona Griskeviciene/Shutterstock
Representação
mam, enquanto o movimento de exten- esquemática do
são ocorre quando os ossos se afastam antagonismo
do músculo que está contraído. Além muscular entre o
do bíceps e do tríceps, no braço, ou- bíceps e o tríceps
do braço na flexão Bíceps
tros exemplos de músculos antagônicos contraído Tríceps Bíceps
e extensão do Tríceps relaxado
são os posteriores da coxa e os qua- antebraço. Quando o relaxado
contraído
Tendão ligado
dríceps, sendo que o primeiro é consi- bíceps se contrai, ele ao rádio
derado flexor, e o segundo, extensor; e puxa o tendão ligado
os músculos relacionados ao movimen- ao rádio, um dos
ossos do antebraço.
to do tornozelo, sendo o tibial anterior O movimento
o flexor, e o gastrocnêmio, o extensor. acontece na Antebraço
articulação do Antebraço
estendido
flexionado
cotovelo.

Elaborado com base em: TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de
Anatomia e Fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

124

Reprodução
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#Atividade complementar
Alongamento muscular alongados até surgir discreto desconforto (não dor), devendo
Sugerimos que realize, com o(a) professor(a) de Educação ser mantidos assim por cerca de 30 s. O alongamento deve
Física, uma sessão de alongamento muscular com os es- ser feito depois do aquecimento a fim de aumentar mais
tudantes. efetivamente a amplitude de movimento.
O texto a seguir fala dos benefícios do alongamento. 1. Melhora do desempenho físico. Uma articulação flexí-
O objetivo geral do alongamento é alcançar o arco de mo- vel consegue realizar movimento em todo o seu arco de
vimento normal das articulações e a mobilidade dos tecidos movimento, o que melhora o desempenho.
moles ao redor delas. Para a maior parte dos indivíduos, a 2. Diminuição do risco de lesão. O alongamento diminui
melhor rotina de alongamento envolve alongamento está- a resistência em vários tecidos moles de forma que a
tico, isto é, alongamento sustentado e lento que mantém o probabilidade de exceder a extensibilidade máxima do
músculo em posição de estiramento. Os músculos devem ser tecido durante uma atividade [...] é menor.

124
A imagem a seguir identifica alguns dos principais músculos esquelé- Orientações didáticas
ticos do corpo humano. Sugerimos que trabalhe com o(a)
CORES FANTASIA
professor(a) de Educação Física para
que ele apresente alguns exercícios físi-
stihii/shutterstock

Fáscia deltóidea: levanta o braço lateralmente.


Bíceps e tríceps braquiais: flexionam e Temporal: auxilia na mastigação. cos que mobilizam diferentes músculos
Frontal: responsável por elevar as
estendem o antebraço. do corpo. Durante a prática dos exercí-
Flexores e extensores de dedos: permitem o sobrancelhas e enrugar a pele da testa.
abrir e fechar das mãos. cios, oriente os estudantes a observar
em si mesmos os músculos trabalha-
Occipitofrontal dos e o tipo de movimento que estão
(ventre frontal) fazendo: extensão ou flexão.
Temporal

Trapézio
Peitoral
maior
Fáscia
deltóidea Tríceps
braquial
Bíceps
braquial Latíssimo
dorsal
Extensor
Reto do dos dedos
abdômen Flexor
superficial
dos dedos

Adutor longo
Glúteo
máximo
Reto da coxa Sartório

Gastrocnêmio
Tibial
anterior

Sóleo

Trapézio: eleva os ombros. Glúteos: formam as nádegas. Mantêm


Peitoral maior: move os braços para a as coxas afastadas e auxiliam na
frente. manutenção da postura ereta.
Reto do abdômen: flexiona o tórax Sartório: permite cruzar as pernas.
sobre o abdômen. Gastrocnêmio: forma a panturrilha.

Representação esquemática de alguns músculos estriados esqueléticos do corpo humano.

Elaborado com base em: TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de
Anatomia e Fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

125

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Reprodução d Livro
Li do d Estudante
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3. Redução da dor muscular. O alongamento pode redu- Após a sessão de alongamentos, motive a discussão por
zir parte do dolorimento muscular resultante da práti- meio dos seguintes questionamentos:
ca de exercícios físicos. a) Quais regiões do corpo que vocês mais sentiram di-
4. Melhora da postura. A má postura é consequência do ficuldade em alongar? Há alguma razão que possa
posicionamento inadequado de várias partes do corpo estar relacionada com essa dificuldade?
e dos efeitos da gravidade ao longo de vários anos. O
b) Observando a imagem do livro e considerando as
alongamento pode ajudar a realinhar os tecidos moles
para melhorar e manter a boa postura.
regiões do corpo que você mais sentiu durante o
alongamento, quais músculos foram alongados?
Elaborado com base em: TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B.
Corpo humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 14. ed.
c) Você se sentiu melhor após os exercícios? Fale so-
Porto Alegre: Artmed, 2016. bre o que sentiu.

125
Orientações didáticas
#Integrando as Ciências
Sugerimos a retomada da imagem de
abertura do capítulo e das hipóteses
elaboradas no boxe #Para iniciar. Dis- As alavancas são máquinas simples que facilitam a realização de muitas tarefas. Muitos os­
cuta-as com os estudantes e ressalte sos de nosso corpo obedecem ao princípio de funcionamento das alavancas, ou seja, funcionam
que os movimentos voluntários também como ponto de apoio para realizar uma força.
dependem do estímulo do sistema ner- Nessas alavancas do cor­ FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
po humano, um ou mais mús­
voso. Chame a atenção para a pessoa Esforço
culos realizam esforço para Músculo
cadeirante representada na imagem e

R2 Editorial/Arquivo da editora
vencer a resistência do pró­
pergunte por que, mesmo realizando o prio peso daquela parte do Esforço
estímulo nervoso, o movimento voluntá- corpo ou de objetos que even­
rio não acontece nesse caso. tualmente sejam carregados
Em seguida, converse sobre a cãi- pela pessoa.
Apoio
bra muscular. Questione-os se já tive- Resistência
Representação esquemática
ram cãibra. Peça que descrevam a sen- comparando o movimento do Apoio
Tendão
sação, identifiquem se a contração é braço com o de uma alavanca.
Resistência
voluntária ou involuntária e elaborem
hipóteses sobre como esse fenôme- Elaborado com base em: ROBERTS, A. et al. The Complete Human Body:
The Definitive Visual Guide. 2nd ed. London: Dorling Kindersley, 2016.
no ocorre.
Peça aos estudantes que se reúnam
em grupos e pesquisem as respostas Movimentos e coordenação do sistema nervoso
dos questionamentos levantados ante-
O movimento acontece porque existe a coordenação entre o sistema
riormente. Oriente-os a apresentar, por muscular e o sistema nervoso.
meio de cartazes ou de ferramentas di-
Como sabemos, a contração dos músculos estriados esqueléticos é
gitais, as informações encontradas. Des- voluntária, ou seja, depende em grande parte da nossa vontade. Sendo
sa forma, é favorecido o trabalho com assim, nós podemos desencadear o início de um movimento quando
a habilidade EF06CI09. Esta atividade desejamos ou necessitamos.
busca colocar o estudante como prota- A contração dos músculos ocorre como resposta a estímulos do sis-
gonista no ensino e favorece o trabalho tema nervoso. As células do sistema nervoso que enviam estímulos aos
com a metodologia ativa da aprendi- músculos são os neurônios Eugene Onischenko/Shutterstock

zagem baseada em problemas. motores, que controlam


a contração muscular. No
#Integrando as Ciências caso das pessoas com para-
O texto deste boxe possibilita o traba- lisias musculares, a conexão
lho interdisciplinar, pois oferece aos es- entre os neurônios motores
tudantes a oportunidade de estabelecer e os músculos não se esta-
conexões entre diferentes componentes belece e, por isso, não con-
seguem movimentar pernas
curriculares, evitando a rígida comparti-
e braços, por exemplo.
mentalização do conhecimento.
O fato de os ossos e as articulações
estarem organizados anatomicamente
como alavancas para facilitar a execu- Os movimentos
ção de um trabalho possibilita a arti- realizados em um jogo
culação entre a Biologia e a Física. Os de vôlei ocorrem devido
à ação dos neurônios
ossos são as alavancas, e as articula- motores nos músculos.
ções oferecem o ponto de apoio para
a movimentação do músculo. Em um
movimento como a flexão do braço, a
126
gravidade oferece resistência ao mo-
vimento do antebraço. Relacione essa
questão anatômica às ferramentas que Reprodução
R d ã ddo Li
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h reduzido.
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usamos como alavancas, como as cha-
ves fixas, a chave de roda, o pé de ca- #Para saber
bra, a tesoura, o alicate, entre outras.
Em Ciências é preciso estimular a curiosidade de O que causa a cãibra?
pesquisador Vídeo explicativo, com cerca de 2 minutos e meio, sobre as
O texto apresenta um histórico do ensino de Ciências da cãibras e como preveni-las.
Natureza no Brasil e as tendências metodológicas atuais, Disponível em: https://youtu.be/Pwxo_G1sUuc.
favorecendo a curiosidade e a autonomia dos estudantes. Acesso em: 10 maio 2022.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1100/
em-ciencias-e-preciso-estimular-a-curiosidade-de
-pesquisador.

126
#A ciência é feita por pessoas Orientações didáticas
A discussão do texto deste boxe está
relacionada aos Temas Contemporâ-
Albert Bruce Sabin (1906-1993) foi um médico, microbio-
neos Transversais Ciência e Tecnologia

Ywane Yamazaki/Estadão Conteúdo/AE


logista e pesquisador polonês naturalizado norte-americano,
pioneiro em demonstrar a proliferação do vírus da poliomie- e Saúde.
lite em amostras de tecido humano. A doença causada por O modo de ação das vacinas será
esse vírus é muito grave. estudado de maneira detalhada no 7o
Com a colaboração de outros cientistas, ele desenvolveu ano, mas a consciência da importân-
uma vacina oral contra a poliomielite que leva seu nome, Sabin. cia da vacinação para a saúde coletiva
A vacina eliminou efetivamente essa doença em quase todo o deve ser estimulada em todos os anos.
mundo, com exceção de alguns países da Ásia e da África. A vacinação contra a poliomielite, tra-
A vacina Sabin é administrada oralmente, por meio de balhada no texto, costuma ser feita em
“gotinhas”, e a vacinação é feita na infância. No Brasil, para várias doses, durante a infância. Você
estimular a adesão à vacina, as campanhas de vacinação cos- pode incentivar os estudantes a veri-
tumam contar com a participação do personagem Zé Gotinha. Albert Bruce Sabin
vacinando uma criança
ficar se há esses registros e as datas
É importante que todas as crianças brasileiras estejam vacinadas em que foram feitos em sua carteira
para que a poliomelite continue inexistente em nosso país. contra a poliomielite em
São Paulo (SP), 1970. de vacinação.
O trecho a seguir explica um pouco mais essa doença.
#A ciência é feita por pessoas
Poliomielite Este boxe destaca os grandes nomes
A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, pólio ou por trás das pesquisas e das descober-
ainda doença de Heine-Medin, é uma infecção viral aguda causada Aguda: tas científicas, bem como o contexto
por um dos três poliovírus existentes. diz-se de uma doença
que se desenvolve histórico no qual elas foram realizadas.
É uma doença contagiosa, que ataca o sistema neurológico afe-
rapidamente, com Conhecer História e Filosofia da ciência
tando o corpo inteiro, podendo causar paralisia dos movimentos
sintomas fortes. é fundamental para a compreensão de
musculares. [...]
Contagiosa: que a ciência é um processo dinâmico
Introduzido no organismo por diferentes vias, o vírus é elimi- transmitida pelo
nado pelas fezes. Uma criança pode pegar poliomielite através do e mutável, relacionado com vários fato-
contato.
contato direto, isto é, tendo contato com outra criança infectada res do cotidiano e com a dinâmica da
Profilático:
pela doença ou através do contato indireto, isto é, através da água, natureza, bem como seus diversos con-
que serve para
alimentos, [...] prevenir ou atenuar ceitos foram desenvolvidos com base
Não existe tratamento específico para combater o vírus da po- doenças. na metodologia científica, levando em
liomielite. [...] Epidemias: consideração os conhecimentos adqui-
O vírus da poliomielite é um dos vírus mais resistentes, sobrevi- rápido alastramento ridos por uma cultura ou pela comuni-
vendo durante meses nas águas dos esgotos. A vacinação é o meio de doenças, atingindo dade científica.
profilático mais eficiente contra esta doença, visto que desde 1960, muitas pessoas em
uma região. Sugerimos que a abordagem sobre a
quando começaram as campanhas de vacinação, a poliomielite poliomielite seja utilizada para sensibi-
deixou de ser uma das doenças causadoras de epidemias entre a
lizar os estudantes em relação a essa
população infantil. A vacina de prevenção para esta doença é
a Sabin ou antipólio. doença e à importância da vacinação.
Uma atividade de pesquisa e apre-
de da Saú

NUNES, Cássia; SILVA, Ivana.


Poliomielite. Fiocruz. Disponível em:
sentação de informações também pode
l/Ministério

http://www.fiocruz.br/biosseguranca/ ser realizada, estimulando a autonomia


Bis/infantil/poliomielite.htm. Acesso
dos estudantes e favorecendo o traba-
era

em: 6 jan. 2021.


Governo Fed

lho com a metodologia ativa. Algumas


O Zé Gotinha é a mascote criada em 1986 para
sugestões de pesquisa são: a contribui-
ilustrar a campanha de vacinação contra a ção de Albert Bruce Sabin para a ciên-
poliomielite realizada pelo Ministério da Saúde. cia e a relevância das campanhas de va-
cinação para a prevenção de doenças.
Os estudantes também podem pesqui-
127
sar exemplos de campanhas já veicula-
das pelo Ministério da Saúde e discutir
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id a importância da criação de persona-
gens como o Zé Gotinha e sua famí-
lia para o sucesso dessas campanhas.
Materiais educativos sobre as campa-
nhas de vacinação podem ser obtidos
em alguns postos de saúde. Caso consi-
ga obter alguns folhetos educativos, leia
e discuta as informações com os estu-
dantes. Depois, disponibilize o material
para toda a comunidade escolar. A visi-
ta de um profissional de saúde também
pode ser interessante, pois colocaria o
estudante em contato com um profis-
sional que atua de forma direta com a
prevenção de doenças.
127
#Experimentar
Orientações didáticas ATENÇÃO!
Os modelos didáticos facilitam a ob- Realize essa atividade
apenas com a supervisão
servação e a compreensão de fenômenos de um adulto.

e processos da ciência. Utilize o mode-


lo da mão e a experimentação para de- Movimentos da mão
monstrar como as estruturas estudadas, Nesta atividade, você vai compreender a importância das articulações, dos ligamentos, dos
principalmente as articulações, os mús- músculos e dos ossos para os movimentos dos dedos das mãos.
culos, os tendões e os ossos, atuam em
conjunto para gerar os movimentos. Material
Ao manusearem o modelo, os estu- • Folha de EVA fina ou folha de papelão. • Tesoura com pontas arredondadas.
dantes poderão compreender os con- • Barbante. • Lápis e canetas coloridas.
ceitos estudados e relacioná-los ao seu
• Canudos plásticos. • Palito longo de madeira sem pontas.
cotidiano, além de vivenciarem um mo-
• Fita adesiva.
mento de interação pessoal.
É possível incentivar os estudantes Como fazer
a enfeitar o modelo, utilizando a ima-
ginação. Coloque uma de suas mãos aberta sobre a Aten•‹o: Os fios que saem dos dedos anular
folha de EVA ou de papelão e contorne­a com o e médio devem ser unidos com um nó antes de
#Experimentar lápis, desenhando também o punho e uma pe­ entrarem nos canudos da palma da mão. Esse
quena porção do antebraço. nó representa um ponto de união entre dois
Este boxe tem o objetivo de apresen-
Em seguida, recorte com a tesoura o molde tendões da mão.
tar propostas de atividades práticas in-
da mão. Observe na sua mão as articulações Por fim, com fita adesiva, fixe o palito de
vestigativas, introduzindo aos estudantes dos dedos e faça um traço para cada articula­ madeira no centro da mão. Realize os diversos
as práticas de pesquisa e mobilizando ção no molde, com o lápis. Depois, dobre a folha movimentos possíveis puxando os barbantes.
processos e procedimentos científicos. de EVA ou de papelão nesses traços, para que Decore o molde como preferir.
Além disso, estímulos e propostas com- fiquem marcados nos dedos do molde. FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
plementares podem auxiliar no desen- Corte os canudos em pedaços do tamanho

R2 Editorial/Arquivo da editora
volvimento do pensamento computacio- de cada espaço que intercala as dobras dos de­
nal (identificação de padrões), por meio dos. Fixe cada um dos pedaços de canudo com
fita adesiva no molde da mão. Corte cinco pe­
da abstração e da decomposição para a
daços maiores de canudo, que representarão os
execução de uma tarefa. metacarpos, e fixe­os no espaço corresponden­
Este experimento propicia o trabalho te à palma da mão.
com a habilidade EF06CI09, a compe- Em seguida, fixe um pedaço grande de bar­
tência geral 2 e a competência espe- bante na parte que corresponde à ponta de
cífica 2 de Ciências da Natureza. Por cada dedo. Passe o barbante por dentro dos
meio da atividade proposta, o objeto pedaços de canudos correspondentes aos ossos Representação esquemática do modelo de
dos dedos e da palma da mão. mão.
do conhecimento é mobilizado, ofere-

cendo momentos de exercício da curio- ESC O
Conclusão
REVA
NO L
IVRO
Respostas pessoais. Consulte as FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
sidade intelectual e de prática da abor- Orientações didáticas.
dagem própria das ciências.

R2 Editorial/Arquivo da editora
Caso considere pertinente, modelos 1 Quais estruturas da mão foram representadas pelos canudos, Polegar
pelas marcas ou vincos nos dedos e pelos barbantes?
mais elaborados podem ser desenvol-
vidos pelos estudantes. Incentive-os a 2 Com base na observação do modelo, sem a presença das arti­
Mínimo

culações, seria possível movimentar os dedos da mão? Indicador


realizar pesquisas e buscar materiais
e formas mais eficientes de monta- 3 Posicione sua mão sobre a bancada, conforme representado Anelar
gem de um modelo da mão como o na figura, e siga as instruções do(a) professor(a). Tente levan­
Manter
tar cada um dos dedos separadamente. O que você observou? o dedo médio
apresentado no vídeo indicado no boxe Elabore uma explicação para o resultado. dobrado e
#Para saber +. Esta atividade favorece encostado na mesa.
o trabalho com a metodologia ativa
128
e com o pensamento computacional.
A seguir, sugestões de respostas às
questões propostas. Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
1. Ossos da mão, tendões e as arti-
culações. 3. Oriente os estudantes a posicionar a mão conforme in- #Para saber
2. Não. As articulações móveis são im- dicado na ilustração e tentar levantar separadamente
portantes para desencadear o mo- cada um dos dedos. Espera-se que eles mencionem Como fazer a incrível mão biônica de papelão
vimento do esqueleto, elas atuam que a movimentação dos dedos fica menos limitada caseira
como ponto de apoio do movimento quando o dedo médio não está dobrado e apoiado. A O vídeo, com cerca de 13 minutos de duração, apresenta
no sistema de alavanca formado pe- maior limitação de movimentação se dá com o dedo o tutorial para montar uma mão biônica caseira.
los ossos, pelas articulações e pelos Disponível em: https://youtu.be/ADjNclZNSGc.
anelar. Para explicar o resultado, os estudantes podem
Acesso em: 12 abr. 2022.
músculos. As articulações também associar essa limitação do movimento, principalmente
são importantes para reduzir o atrito do dedo anular, ao fato de os tendões desse dedo e do
entre os ossos e evitar desconfortos dedo médio terem um ponto de união, representado
ao realizar um movimento. pelo nó no modelo.

128
# A saúde dos sistemas esquelético e
Orientações didáticas
Sugerimos que estimule uma discus-
muscular são sobre o que é saúde, verificando
se os estudantes têm o hábito de pra-
Alimentação balanceada, hidratação do corpo, vacinação em dia e ticar exercícios físicos com os familiares
prática de atividades físicas são atitudes fundamentais para manter a e quais ações eles já fazem e podem
saúde geral. Entre todas essas atitudes, vamos destacar a importância adotar para se manterem saudáveis.
das atividades físicas para garantirmos a boa saúde dos sistemas esque- Assim, eles podem identificar colegas
lético e muscular.
que se interessam pelos mesmos tipos
O Ministério da Saúde recomenda que pessoas entre 6 e 17 anos pra- de atividade física.
tiquem uma hora ou mais de atividade física por dia, dando preferência
É interessante conversar sobre jogos
para aquelas que aumentem a respiração e os batimentos cardíacos.
Recomenda, ainda, pelo menos três vezes por semana, atividades de for- e brincadeiras que estimulam a prática
talecimento dos músculos e dos ossos, que envolvam movimentos como de atividades físicas. Questione se eles
saltar (por exemplo, pular corda) e puxar ou empurrar (por exemplo, consideram que os jogos e as brinca-
movimentar algum objeto). Ao fazer atividades como essas, tome sempre deiras promovem o mesmo efeito na
cuidado para evitar quedas, que podem até causar fraturas ósseas. saúde física que a prática de esportes,
Se não for possível fazer as atividades físicas recomendadas, tenha os treinos em academia ou os exercí-
em mente que fazer qualquer atividade física, pelo período que for pos- cios ao ar livre, favorecendo o trabalho
sível, é melhor que não fazer nada. Mas lembre-se: siga as orientações com o Tema Contemporâneo Transver-
de um médico, de um fisioterapeuta ou do(a) professor(a) de Educação sal Saúde.
Física para não ultrapassar os limites do seu corpo e para escolher as
atividades mais adequadas para você.
#Para saber
E o mais importante: evite ficar muito tempo em comportamento se-
dentário! Sempre que possível, reduza o tempo em que você permanece Guia de atividade física para a
sentado ou deitado, assistindo à televisão ou usando celular, computa- população brasileira
dor, tablet ou videogame. Por exemplo, a cada 1 hora usando um desses Esse guia apresenta recomendações
aparelhos, pare e movimente-se por pelo menos 5 minutos, aproveitando relacionadas à atividade física.
para mudar de posição, ficar em pé, ir ao banheiro, beber água e alongar Disponível em:
o corpo. São pequenas atitudes que podem ajudar a melhorar a qualida- https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
de de vida. Crie uma rotina para as suas atividades diárias, organizando publicacoes/guia_atividade_fisica_
seu tempo com momentos para estudar, praticar atividade física, relaxar, populacao_brasileira.pdf.
comer e dormir. Acesso em: 11 maio 2022.
A prática regular de exercí-
cios físicos, além de beneficiar
os sistemas esquelético e mus-

Spotmatik Ltd/Shutterstock
cular, pode melhorar a saúde
do coração, desenvolver habi-
lidades motoras, melhorar o
humor e reduzir a sensação de
estresse e ansiedade, além de
auxiliar no controle do peso e
diminuir o risco de obesidade.

As atividades físicas podem ser


realizadas no seu tempo livre, nos
deslocamentos a pé, na escola e
até mesmo nas tarefas domésticas.

129

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para ler
Atividade física associada a games ajuda a promover a saúde planejam-se fatores como volume (número de sessões de treinamento na semana),
Não é nenhuma novidade o quanto a prática de atividades físicas faz muito bem carga (tempo de treinamento) e intensidade (alta, média ou baixa). Já atividade física
ao organismo. Os benefícios são inúmeros, como a contribuição para o bom funcio- é qualquer ação que gere gasto calórico, como, por exemplo, lavar a calçada ou partici-
namento de órgãos como o coração e o intestino. Também diminui a ansiedade, o par de um jogo que exija movimento corporal.
estresse, a depressão e ajuda na melhora do humor e da autoestima. A Organização A grande maioria dos jogos virtuais ativos disponíveis no mercado promove a prá-
Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos semanais de atividade física leve ou tica de atividade física com gasto calórico, mas não permite estabelecer um plano de
moderada (cerca de 20 minutos por dia) ou, pelo menos, 75 minutos de atividade física treinamento, que seria a base do exercício físico. [...]
de maior intensidade por semana (cerca de 10 minutos por dia).
PUC-PR. Atividade física associada a games ajuda a promover a saúde. G1, 16 jan. 2019.
[...] Segundo o professor Paulo Cesar de Barros, coordenador do curso de Bacha- Disponível em: https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/puc-pr/
relado em Educação Física da PUCPR, entende-se como exercício físico um plano de profissionais-do-amanha/noticia/2019/01/16/atividade-fisica-associada-a-games-ajuda-a
treinamento para determinado objetivo, como, por exemplo, perder peso. Para tanto, -promover-a-saude.ghtml. Acesso em: 22 maio 2022.

129
Orientações didáticas
Movimentos e acessibilidade
O decreto 5 296, de 2 de dezembro
Os movimentos do corpo são realizados pela integração do sistema
de 2004, regulamenta as leis n. 10 048,
nervoso com os sistemas muscular e esquelético. Problemas em um des-
de 8 de novembro de 2000, e n. 10 098,
ses sistemas podem resultar em paralisia de determinada região do cor-
de 19 de dezembro de 2000, que esta- po. São vários os motivos que levam à impossibilidade de movimentação
belecem, respectivamente, a prioridade de alguma parte do corpo. Essa pode ser uma característica que a pessoa
de atendimento, as normas gerais e os apresenta desde sua formação, antes do nascimento, ou que adquire ao
critérios básicos e as providências para longo da vida. Situações como acidentes e doenças, como a poliomielite,
a promoção da acessibilidade das pes- podem acarretar a paralisia de certas partes do corpo.
soas portadoras de deficiência ou com Dependendo do tipo de deficiência, a pessoa pode precisar de ben-
mobilidade reduzida. gala, cadeira de rodas ou muletas, de modo temporário ou durante toda
Sugerimos que você promova uma a vida. Esses equipamentos auxiliam a locomoção de pessoas com a
mobilidade reduzida. Mobilidade:
discussão com os estudantes sobre o
capacidade de se
conceito de acessibilidade. Nesse con- Para que as pessoas com mobilidade reduzida ou com outros tipos
movimentar.
texto, sugerimos que peça a eles que de deficiência tenham garantido seu direito de se locomover de maneira
observem, durante seu deslocamento autônoma, foi instituída no Brasil a Lei de Acessibilidade. Essa lei, ofi-
cializada em 2004, estabelece normas e critérios que buscam garantir
para a escola, quais são as estratégias
a acessibilidade, ou seja, as condições para que qualquer pessoa, inde-
de acessibilidade presentes nesse traje- pendentemente de suas características físicas, possa realizar todas as
to, como elevadores em ônibus, rampas, suas atividades e participar da vida em sociedade. As imagens a seguir
pisos táteis, semáforos sonoros. Ques- representam alguns exemplos de normas exigidas por essa lei.
tione quais são os principais beneficia-
dos por essas estratégias. Os elevadores
e as rampas beneficiam, por exemplo, A B

Beekeepx/Shutterstock
Rubens Chaves/Pulsar Imagens

cadeirantes, pessoas com mobilidade


reduzida ou famílias com carrinhos de
bebê; já o piso tátil e o semáforo so-
noro atendem pessoas com deficiên-
cia visual.
Se for possível, faça uma entrevista
com algum cadeirante ou pessoa com
mobilidade reduzida pedindo que rela-
te os principais problemas que enfrenta
no dia a dia relacionados à acessibilida-
de. Caso algum estudante da turma seja
cadeirante, verifique se ele tem interesse Ônibus adaptados e calçadas com rampa de acesso são algumas das maneiras de permitir a locomoção
em compartilhar suas vivências com os segura dos usuários de cadeiras de rodas. Além disso, locais com escadas devem ter a opção de
rampa, para permitir o acesso desses usuários e de outras pessoas com mobilidade reduzida.
demais colegas. Sugerimos que incenti-
ve os estudantes a propor possíveis so-
luções para os problemas mencionados
pelo entrevistado. #Estude +
Sugerimos também que peça aos es-
tudantes que pesquisem tecnologias • Uma nova amiga, de Lia Crespo e Cisko Diz. Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência
de São Paulo.
desenvolvidas para garantir a acessi- Disponível em: https://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/livro-acessivel/uma-nova-amiga/. Acesso
bilidade ou que auxiliam na recupe- em: 6 jan. 2021.
ração da mobilidade, como as próte- Conheça a história de João, uma criança cheia de imaginação, que tem a vida transformada após sofrer
ses robóticas. Um vídeo sobre esse um acidente. Diante de sua nova realidade, ele conta com o apoio dos familiares, dos amigos e dos
professores para lidar com os desafios e ultrapassar os obstáculos.
assunto está indicado na seção #Para
saber +. Essa abordagem favorece o
130
trabalho com o Tema Contemporâneo
Transversal Ciência e Tecnologia.
As atividades propostas e o tema Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
contemplam a habilidade EF06CI09,
pois ampliam o debate, explorando #Para saber
questões como saúde e acessibilida-
de; além disso, incentivam os estudan- Conceito de acessibilidade
tes a exercitar a empatia, o diálogo, a Nesta página, o conceito de acessibilidade é apresentado.
resolução de conflitos e a cooperação, Disponível em: https://www.ufc.br/acessibilidade/
conceito-de-acessibilidade.
promovendo o respeito ao outro e aos
direitos humanos, com acolhimento e Próteses robóticas evoluem; veja o que há de novo
valorização da diversidade de indiví- no mundo dos membros biônicos
O vídeo, com cerca de 6 minutos, mostra as tecnologias
duos e de grupos sociais, contemplan-
disponíveis para o desenvolvimento de próteses.
do, assim, a competência geral 9. Disponível em: https://youtu.be/O0d_pBhlUaU.
Acesso em: 11 maio 2022.

130
#Atividades

ESC OREVA
NO L
IVRO Orientações didáticas
O grupo de atividades presente nes-
Consulte as Orientações didáticas para as respostas e comentários das atividades.
ta página permite ampliar e desenvol-
1. Quais estruturas estão envolvidas na locomoção dos seres humanos?
1. Ossos, músculos, articulações, tendões, ligamentos e nervos. ver a habilidade EF06CI09, pois tra-
2. Identifique o tipo de tecido responsável por formar os ossos e cite uma característica desse balha o papel do sistema nervoso na
tecido. 2. Os ossos são formados por tecido conjuntivo ósseo. Esse tecido apresenta células vivas, e os espaços coordenação das ações motoras do
entre elas são preenchidos por uma substância rica em sais minerais.
3. Diferencie esqueleto axial de esqueleto apendicular. corpo e a interação entre os sistemas
4. a) O crânio (também chamado de caixa muscular, ósseo e nervoso. Além do de-
4. A imagem a seguir apresenta a parte supe- craniana) envolve e protege o encéfalo. CORES FANTASIA senvolvimento das competências gerais
rior de um esqueleto humano. 4, 7, 8, 9 e 10 e das competências
4. b) 2: Vértebra; 3: Clavícula.

aatggjky/Shutterstock
a) No caderno, explique a importância da específicas 5, 6, 7 e 8 de Ciências da
estrutura indicada com o número 1. Natureza, ao abordar, com o uso de
b) Identifique corretamente o nome dos 1 diferentes linguagens, questões relati-
ossos indicados com os números 2 e 3. vas à saúde e propor a análise de si-
c) Leia esta informação: tuações que envolvem questões so-
cioambientais e relativas aos direitos
Os dentes estão entre as estruturas humanos e às atitudes pessoais e co-
mais resistentes do corpo humano. São 2
3 letivamente responsáveis.
ricos em cálcio e têm uma coloração es­
Sugerimos que selecione alguns
branquiçada, mas não são considerados
ossos. Os dentes são formados basica­ exercícios para que sejam feitos em
mente de um tecido calcificado, chamado sala de aula e outros em casa, com a
dentina, coberto de esmalte, um compos­ ajuda da família ou responsável. Se-
to resistente e brilhante. pare alguns minutos de sua próxima
aula para realizar a correção dos exer-
Observando os dentes na imagem do esqueleto, cite o nome dos ossos dos quais os dentes cícios e verificar possíveis defasagens
estão mais próximos. 4. c) Os dentes se localizam próximos à mandíbula e à maxila.
de conteúdo. Caso julgue necessário,
5. Sobre o esqueleto humano, analise as afirmações a seguir e verifique se elas são corretas ou faça uma revisão dos conteúdos abor-
incorretas. Em seguida, no caderno, corrija as afirmações que considerar incorretas. dados até o momento.
a) Os ossos rádio e ulna localizam-se no antebraço. 5. a) Correta.
b) O fêmur é o osso do braço. 5. b) O fêmur é o osso da coxa.
5. c) As costelas fazem parte da caixa torácica. As vérte-
c) As costelas formam a coluna vertebral. bras formam a coluna vertebral.
d) Os ossos do crânio protegem o encéfalo. 5. d) Correta. 5. e) O punho é sustentado pelos
e) O punho e a palma da mão são sustentados por um único osso. carpos e a palma da mão é sus-
tentada pelos metacarpos.
6. Considerando os tecidos musculares, leia as palavras do quadro e, no caderno, associe cada
uma delas a um número do texto. 6. (1) miócitos; (2) contração; (3) movimento; (4) tecido; (5) músculos;
(6) estriado cardíaco; (7) não estriado; (8) estriado esquelético.

estriado cardíaco estriado esquelético não estriado contração

tecido músculos miócitos movimento

As células do tecido muscular são chamadas de (1) e têm a capacidade de realizar (2), ou seja,
podem se alongar e se encurtar e assim realizar um (3). Há três tipos de (4) muscular e cada um
deles é responsável por formar (5) com características específicas. O tecido muscular (6) é encon-
trado apenas no coração, formando o miocárdio. O tecido muscular (7) é responsável por formar
grande parte de nossos órgãos internos, como os intestinos e o estômago. O tecido muscular (8)
forma os músculos que podem estar presos aos ossos, sendo responsável pela movimentação.
3. Os ossos que protegem os órgãos vitais constituem o esqueleto axial, como os ossos da cabeça e do tronco. Os ossos que
estão relacionados à movimentação do corpo (membros superiores e inferiores) formam o esqueleto apendicular. 131

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Atividades 5. A resposta à questão proposta está no Livro do Estudante.


1, 2 e 3. As respostas às questões propostas estão no Li- 6. A resposta à questão proposta está no Livro do Estu-
vro do Estudante. dante. Sugerimos que peça aos estudantes que copiem
4. A resposta à questão proposta está no Livro do Estu- o texto no caderno, substituindo os números pelas pa-
dante. Caso observe que os estudantes apresentaram lavras do quadro e, depois, peça que troquem com um
dificuldade em identificar as estruturas, sugerimos que colega o texto, realizem a leitura e comentem se em al-
peça que revejam o esqueleto, no início do capítulo, e gum trecho utilizaram outra palavra e o motivo de con-
comparem com a imagem apresentada na atividade, siderarem que a palavra escolhida é a mais adequada.
identificando as estruturas.

131

ESC OREVA
NO L
IVRO

Orientações didáticas 7. Observe a fotografia a seguir e explique como os sistemas esquelético, muscular e nervoso
#Atividades atuam em conjunto e possibilitam a realização desta atividade.
7. Para realizar as mano-
7. A resposta à questão proposta está bras no skate, comandos do
no Livro do Estudante. sistema nervoso chegam a

Ezra Shaw/Getty Images


determinados músculos
8. Osteoporose: caracterizada pela esqueléticos, que se con-
perda de massa óssea, provoca o traem. Na contração e no
enfraquecimento dos ossos. A pes- relaxamento dos músculos,
os ossos são puxados na
soa acometida pela doença fica região das articulações, pro-
vulnerável a quedas devido ao alto movendo o movimento.
risco de fraturar os ossos. A inges-
tão adequada de cálcio, a produção
de vitamina D e a prática de exercí- Skatista brasileira
cios físicos são fundamentais para Pâmela Rosa durante
a prevenção dessa doença. Ressal- os Jogos Olímpicos
te para os estudantes que mulheres de 2020, realizados
em Tóquio, no Japão.
na menopausa têm mais chance de
desenvolvê-la.
Tendinite: caracteriza-se por infla-
mações no tendão. Essas inflama- 8. Algumas doenças ou alterações em estruturas envolvidas na locomoção podem causar dores
ções podem surgir em decorrência ou desconforto, prejudicando a saúde da pessoa. São exemplos dessas condições: osteoporose,
da sobrecarga dos tendões, causa- tendinite, hérnia de disco e luxação. Pesquise uma dessas condições para entender suas prin-
da pela falta de fortalecimento dos cipais causas, os sintomas e o tratamento.
músculos, pela falta de alongamento Certifique-se de consultar fontes confiáveis de informação, como sites de instituições de pes-
ou por postura inadequada. quisa, de universidades, do Ministério da Saúde, entre outros. Registre suas descobertas no
Hérnia de disco: mudança da po- caderno e, depois, compartilhe-as com os colegas em uma roda de conversa organizada pelo(a)
sição normal dos discos interverte- professor(a).
brais, causada por envelhecimento, 9. Os exercícios físicos são muito importantes para o fortalecimento dos ossos e dos músculos.
sedentarismo, tabagismo ou hábito Desenhe no caderno, ou recorte de jornais e revistas, imagens relacionadas à saúde dos siste-
relacionado ao levantamento incor- mas esquelético e muscular. Você pode escolher situações benéficas ou que devem ser evitadas.
reto de peso. Elabore uma legenda explicando cada imagem.
Luxação: deslocamento das extremi-
10. Leia a tirinha a seguir e responda às questões no caderno.
dades dos ossos em relação à arti-

© Rafael Camargo/Acervo do cartunista


culação, em decorrência de quedas,
prática esportiva, fraqueza muscular.
Comentário: Oriente os estudantes
a consultar fontes confiáveis – como si-
tes relacionados ao Ministério da Saú-
de ou com conteúdos produzidos por
profissionais da saúde – e buscar in-
formações sobre palavras ou expres-
sões que não conheçam. Incentive-os
a escrever as informações consultadas
com as próprias palavras. Fonte: Rafael Camargo/Acervo do cartunista
9. Resposta pessoal. Espera-se que 10. a) Mirella e Rafael são pessoas com mobilidade reduzida. Manoel tem deficiência visual.
os estudantes escolham imagens a) Na tirinha, quais são os personagens com mobilidade reduzida?
de pessoas praticando atividades b) Como podemos transformar o ambiente para garantir a acessibilidade de todos?
10. b) Combater o preconceito e a discriminação, além de garantir acessibilidade aos locais e serviços, por exemplo,
físicas e se alimentando adequa- adaptando construções e meios de transporte com rampas e tecnologias que garantam a acessibilidade, disponibilizando
damente. Quanto às situações que 132 serviços adaptados para diferentes tipos de deficiência, entre outras medidas previstas na legislação brasileira.
devem ser evitadas, espera-se que
escolham imagens de pessoas com
postura incorreta e se alimentando Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

inadequadamente.
10. A resposta à questão proposta
está no Livro do Estudante.

132
#Mural de ideias
Você pode reservar um tempo para
que eles respondam às atividades no
caderno. Depois, peça que comparem
oralmente as respostas, reformulando-
-as durante os debates. Atente aos es-
Para finalizar o estudo desta unidade, vamos retomar os principais conceitos estudados até aqui? tudantes que mostrarem dificuldade em
responder às questões e retome os con-
teúdos que eles manifestarem maiores
As células
eucarióticas dificuldades. Proporcione um ambiente
Todos os seres têm uma es
trut
vivos são composta de ura básica em que eles se sintam confortáveis para
membrana
compostos de plasmática,
e núcleo. As
citoplasma se expressar.
As células são as células (exceto células
unidades estruturais vírus). procariótic
as não têm
1. O corpo humano é constituído apro-
delimitand núcleo ximadamente por 70% de água, que
e funcionais dos seres o o materia
genético. l
vivos. exerce várias funções, como controle
de temperatura e transporte de subs-
tâncias. Desse modo, a preservação
das fontes de água potável é impor-
A água é impo
tante para garantir sua disponibilida-
rtante
A sustentação e a para a presen
ça da
de para a manutenção da vida e seu
movimentação do ser humano vida na Terra tratamento é fundamental para evitar
.
e de outros animais com
coluna vertebral resultam da
interação entre os sistemas
Célula como a veiculação de doenças por meio da
água, como a poliomielite, a cólera e
muscular, esquelético e
nervoso, que trabalham de
forma conjunta e integrada.
unidade de o
a esquistossomose.
2. A célula é considerada a unidade da
líquida nã
Sem água rma como
vida há vida na
fo
os. Todas
a conhecem m água no
vida porque todos os seres vivos são
formados por célula. Além disso, ne-
la s tê las, ocorrem as reações químicas ne-
as célu
or.
seu interi cessárias para manter as funções vi-
Nos organismos tais do organismo.
o as
pluricelulares, com 3. O sistema nervoso é responsável por
mais, as
plantas e os ani
zam em estimular os movimentos. Para isso, ele
células se organi Os organismos são Os seres vivos
órgãos, A hidrosfe
tecidos, esses em um complexo arranjo do planeta, em é o conjun
ra emite impulsos nervosos que chegam
formam
que por sua vez de estruturas com seus ambientes, das água
to
até os músculos e estimulam sua con-
sistemas. diferentes níveis de formam a s do
planeta Te tração. O esqueleto dá suporte para o
organização biológica. biosfera. rra.
movimento dos músculos, facilitando
esse processo anatomicamente e co-
nectando-se com as articulações e os

ESC OREVA
músculos como uma alavanca.
NO L
IVRO

#Para terminar #Conversa de professor


1 Qual é a importância da água para os seres vivos e por que devemos preservar as Ao incentivar os estudantes a con-
fontes de água do planeta? tar suas experiências, de seus fami-
2 Explique por que a célula é considerada a unidade da vida. liares ou conhecidos, propiciamos a
participação ativa na aula e facilita-
3 Sabemos que a locomoção envolve ossos, músculos e outras estruturas. Explique mos a compreensão dos conceitos
como ocorre a interação entre os sistemas esquelético, muscular e nervoso.
abordados.
4 Com base no que você aprendeu nesta unidade, retome suas respostas do boxe #Para Aproveite a curiosidade natural dos
iniciar e faça correções, se necessário. 1, 2, 3 e 4. Respostas pessoais. Consulte as estudantes para enriquecer as con-
Orientações didáticas.
tribuições durante o encaminhamen-
to dos temas.
133

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

Orientações didáticas O #Mural de ideias também pode ser copiado no cader-


Sugerimos que retome brevemente com os estudantes no ou utilizado como avaliação. Nesse caso, solicite aos es-
tudantes que desenvolvam um resumo, um esquema, um
os objetivos apresentados nesta unidade para verificar se
diagrama com texto e imagem ou um mapa conceitual im-
houve alguma defasagem ou dificuldade de aprendizagem
presso ou digital sobre um ou mais temas apresentados nos
no decorrer do trabalho com o conteúdo.
pequenos boxes.
#Mural de ideias #Para terminar
O #Mural de ideias apresenta as principais ideias tra- Este boxe tem o objetivo de estimular a interação en-
balhadas na unidade. Inicialmente, sugerimos que solicite tre os estudantes e a revisão de alguns pontos da uni-
aos estudantes que leiam em voz alta o esquema e ano- dade, permitindo que eles percebam a evolução dos co-
tem no caderno possíveis dúvidas. Depois, solicite que a nhecimentos adquiridos. Aproveite esse momento para
turma contribua na resolução dessas dúvidas, tornando-os pedir aos estudantes que retomem as questões do boxe
protagonistas na construção do conhecimento. #Para iniciar.
133
3
Unidade 3
#Foco na BNCC e nos TCT
Competências gerais
2, 4, 7, 8, 9 e 10.
Competências específicas de
Ciências da Natureza
2, 6, 7 e 8.
Habilidades
EF06CI07, EF06CI08
e EF06CI10.
Temas Contemporâneos
Transversais
• Ciência e Tecnologia

PERCEBENDO
• Educação para o Trânsito
• Saúde

O MUNDO
Conceitos da unidade
Sistema nervoso, células do siste-
ma nervoso, sinapses, funcionamento
do sistema nervoso, relações do siste-
ma nervoso com outros sistemas, im-
portância do sistema nervoso. Sentidos,
relação dos sentidos com o sistema ner-
voso, importância da interpretação do
ambiente a partir dos sentidos, proble-
mas de saúde associados aos sentidos.
Efeitos das drogas no sistema nervoso,
diferenciação entre drogas estimulan-
tes, depressoras e perturbadoras e de-
pendência química.

Conteúdos procedimentais
• Elaborar explicações e/ou modelos
e associá-los à interpretação dos
sentidos.
• Usar técnicas de investigação (ao for-
mular, propor e verificar hipóteses).
• Argumentar a favor de opiniões (ao
explicar hipóteses formuladas e apre-
sentar conclusões).
• Aprimorar seus saberes e incorporar
o conhecimento científico (ao anali-
sar o funcionamento do sistema ner-
voso e sua relação com outros siste- 134
mas do corpo e os sentidos).
• Observar e descrever fenômenos (ao Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
analisar os efeitos das drogas no sis-
tema nervoso). • Desenvolver o respeito por si mesmo e pelas outras
pessoas.
Conteúdos atitudinais
• Compreender a importância do autocuidado e os efeitos
• Conhecer e aceitar opiniões de ou- de suas escolhas.
tras pessoas. • Posicionar-se diante de conquistas e inovações tecno-
• Desenvolver e estimular atitudes lógicas.
científicas, como curiosidade, orga- • Identificar como o meio e a sociedade podem estimu-
nização e rigor nas observações. lar o consumo de determinadas substâncias e produtos.

134
Orientações didáticas
Nesta unidade, trabalharemos o pa-
pel do sistema nervoso na coordena-
ção das ações motoras e sensoriais
do corpo e a interação entre o siste-
ma nervoso e o sistema locomotor. Por
isso, estimule os estudantes a investi-
gar, questionar, criar hipóteses e perce-
ber o mundo ao redor. Dessa forma, é
possível favorecer e desenvolver o pen-
samento científico.
Por meio desse trabalho, é esperado
que, ao final desta unidade, os estu-
dantes sejam capazes de compreender

Raul Aguiar/Arquivo da editora


os conceitos científicos apresentados
e relacioná-los com as dimensões da
sociedade, da tecnologia e da saúde.
Além disso, espera-se que eles com-
preendam os processos de construção
da ciência, com o objetivo de favorecer
o processo de alfabetização científica.
Para isso, propomos o trabalho com
os seguintes objetos de conhecimento:
a interação entre o sistema nervoso e
as ações motoras e sensoriais do cor-
po. Esses conteúdos serão abordados
de maneira integrada com as dimen-
sões da sociedade, da tecnologia e da
saúde no decorrer da unidade.
Sugerimos que, para iniciar a uni-
dade, explore a imagem de abertura.
Todos os dias, o tempo todo, reconhecemos sen- Peça aos estudantes que analisem a
sações do nosso corpo, como fome, sede, alguma imagem e todos os seus elementos.
dor e até mesmo nossas emoções. Também interagi- Depois, questione-os sobre a percep-
mos com o ambiente e com as pessoas, por exemplo, ção deles da imagem. Logo em segui-
identificando determinados riscos, como o momento da, explique que na imagem é possível
certo de atravessar uma rua.
observar alguns sentidos relacionados
Nesta unidade, vamos aprender como nosso sis- ao corpo humano, como a gustação e
tema nervoso e os nossos sentidos atuam na per-
a audição.
cepção e interação do organismo com o mundo,
captando e interpretando estímulos e gerando res- Após esse breve bate-papo, sugeri-
#FOCO NA BNCC postas a eles. Além disso, vamos compreender como mos que peça aos estudantes que ano-
Competências gerais: determinadas substâncias podem interferir no fun- tem no caderno pelo menos três per-
2, 4, 7, 8, 9 e 10. cionamento desse sistema e alterar nossos sentidos. guntas que eles gostariam que fossem
Competências específicas: respondidas até o final desta unida-
2, 6, 7 e 8. de, apenas observando a imagem de
Habilidades: EF06CI07, abertura e o tema. Essas perguntas de-
EF06CI08 e EF06CI10. vem ser retomadas ao final do trabalho
135 com a unidade. Esse trabalho favore-
ce o acompanhamento de aprendizado
dos estudantes.
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id Informe que a ilustração de abertura
de unidade não tem caráter científico,
mas sim lúdico. Ela tem como objetivo
despertar o interesse dos estudantes.

135
Orientações didáticas
Para iniciar, sugerimos que peça aos
CAPêTULO 8
Objetivos do capítulo

Sistema nervoso
estudantes que observem e analisem
a imagem de abertura. Na sequência, • Conhecer a
estrutura básica
solicite a eles que expressem o que do sistema

e suas integrações
sabem sobre esse esporte e os Jogos nervoso humano.
Olímpicos de 2020, que ocorreram no • Compreender
as funções do
Japão, em 2021, devido à pandemia sistema nervoso.
de covid-19. • Reconhecer as
Comente que o skate foi um esporte relações que o
estreante nos Jogos Olímpicos de 2020 sistema nervoso
estabelece com
e peça aos estudantes que realizem

A.RICARDO/Shutterstock
outros sistemas do
uma pesquisa rápida sobre o resulta- corpo humano.
do do Brasil nessa modalidade. Além • Discutir a
disso, peça que pesquisem os Jogos importância do
sistema nervoso
Paralímpicos, verificando qual foi o es- para a coordenação
porte que garantiu mais medalhas ao das funções vitais.
Brasil. Esse bate-papo inicial é impor- Na BNCC
tante para mobilizar o conteúdo que
será abordado no capítulo. Habilidade:
EF06CI07.
Pergunte aos estudantes o que é ne-
cessário para que uma pessoa consiga
fazer manobras de skate, quais as par-
tes do corpo envolvidas e como é pos-
sível ter equilíbrio para não cair. Nesse
momento, não se esperam respostas
corretas. As questões servem para que A atleta brasileira Pâmela Rosa durante competição de skate nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
os estudantes iniciem as discussões
referentes aos sistemas do corpo hu- Nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, que ocorreram em 2021 no
mano e para identificar se eles asso- Japão, o skate passou a fazer parte do conjunto de esportes olímpicos
ciam órgãos do sistema nervoso com e, com isso, a modalidade se popularizou ainda mais, em todo o mundo.
essa atividade. Para praticar skate, além de equipamentos de proteção, como capa-
Sugerimos que mencione o fato de a cete, joelheira e cotoveleira, é necessário muito treino para o equilíbrio
atleta da imagem estar utilizando equi- e o controle corporal durante a execução das manobras.
pamentos de proteção, como: capace- O sistema nervoso também é responsável por comandar a execução dos
te, joelheiras e cotoveleiras. movimentos, pelo equilíbrio e pelo que chamamos de coordenação motora.
Esse sistema também se relaciona com outras funções do nosso or-
#Para iniciar ganismo, como a sensação de dor. Ao longo deste capítulo, vamos com-
Este boxe tem o objetivo de auxiliá- preender como o sistema nervoso coordena as funções vitais e participa
-lo na identificação dos conhecimentos de diferentes atividades que realizamos todos os dias.

prévios, das habilidades, das atitudes ESC OREVA
NO L
IVRO
e dos valores dos estudantes. Por isso,
sugerimos que eles realizem o registro #Para iniciar
de suas respostas iniciais no caderno, • O sistema nervoso é formado por quais órgãos?
a fim de que possam ser retomadas e • De que maneira o sistema nervoso consegue integrar diferentes órgãos e os movimen-
revistas no final do capítulo. Isso contri- tos do nosso corpo?
buirá para que se conscientizem do de-
senvolvimento de suas aprendizagens e Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações didáticas.
136
da construção do seu conhecimento.
Sugestões de respostas e comentá-
rios às questões propostas: Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
• Espera-se que os estudantes citem
cérebro, nervos e medula espinal, • Espera-se que os estudantes reflitam sobre os comandos
por exemplo. Pode ser que não men- do corpo necessários para que os movimentos sejam rea-
cionem o cerebelo, o bulbo ou o en- lizados. Se achar pertinente, utilize o exemplo de usuários
céfalo, mas essa questão apresenta de cadeira de rodas que perderam o movimento das per-
exatamente o objetivo de identificar nas, para que seja possível associar que o sistema nervo-
o que eles associam diretamente ao so está conectado aos órgãos relacionados à locomoção.
sistema nervoso.

136
# As células do sistema nervoso
Orientações didáticas
Neste tópico, serão trabalhadas ini-
O sistema nervoso é composto de um conjunto de órgãos que permi- cialmente as células do sistema ner-
tem integrar funções do nosso corpo. Além de regular o funcionamento voso, dando ênfase aos neurônios que
dos órgãos vitais, esse sistema identifica e interpreta os estímulos do transmitem os impulsos nervosos.
ambiente e coordena as respostas do corpo a esses estímulos. Nesse momento, é importante que os
Mas como isso funciona? Vamos pensar no caso da skatista da ima- estudantes identifiquem os neurônios
gem de abertura do capítulo. Quando ela visualiza um obstáculo, por como células. Explique que o neurônio,
exemplo, logo há a resposta do corpo em fazer movimentos para pular por ser uma célula, apresenta membra-
com o skate. Porém, como tudo isso acontece na plasmática, citoplasma e núcleo. Des-
Núcleos de células
dentro do organismo?

Ed Reschke/Getty Images
da glia (gliócitos) sa forma, é possível relembrar conteúdos
Os órgãos do sistema nervoso são forma- já abordados e verificar possíveis defasa-
dos por tipos de células específicos, os neu-
gens de conteúdo dos estudantes.
rônios e as células da glia (gliócitos). Os
estímulos e as informações passam de um Além disso, sugerimos que retome
neurônio a outro por meio de impulsos ner- rapidamente a organização dos seres
vosos, que são extremamente rápidos. Já as Neurônio vivos, tendo como exemplo o sistema
células da glia sustentam, nutrem e defendem nervoso. Se possível, apresente imagens
os neurônios, entre outras funções. de células, tecidos e órgãos do sistema
Micrografia eletrônica
de tecido nervoso, nervoso e, em seguida, uma imagem do
Neurônios colorida artificialmente. sistema nervoso por completo.
Ampliação Peça aos estudantes que desenhem
Os neurônios são as células que condu- desconhecida. no caderno a estrutura de um neurônio,
zem as diferentes informações transmitidas pelo sistema nervoso por
meio dos impulsos nervosos. Observe a seguir a estrutura básica de um
identificando corpo celular, dendritos
neurônio. e axônio. Reconhecer essas estruturas
contribui para que eles compreendam
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA o sentido da transmissão dos impul-
Dendritos
sos nervosos.
Osni de Oliveira/Arquivo da editora

Axônio Terminações Explique que é por meio da transmis-


do axônio são de impulsos nervosos que é possí-
Corpo
celular Representação esquemática vel a comunicação entre uma célula e
de um neurônio. outra. Essa comunicação pode se dar
entre neurônios ou entre um neurônio e
uma célula muscular, por exemplo. Use
Existem neurônios que detectam estímulos sensoriais: por exemplo, uma o exemplo da xícara de chá quente para
mudança de temperatura. Para compreender isso, vamos imaginar que você tornar esse processo de comunicação
está prestes a pegar uma xícara de chá, e pela pele você percebe que a xícara celular mais tangível para os estudantes.
está muito quente. São neurônios que levam essa informação até a medula
O tema abordado nesta página fa-
espinal, que recebe a informação e retransmite impulsos nervosos para outros
vorece o início do trabalho com a ha-
neurônios que chegam até os seus músculos. Como resultado, você move a
mão, afastando-a da xícara, assim evitando se queimar. Esse processo ocorre bilidade EF06CI07.
em milésimos de segundo. Os neurônios têm uma estrutura celular que permi-
te receber e transmitir impulsos nervosos rapidamente por todo o organismo.
Como outras células, os neurônios apresentam membrana celular, cito-
plasma e núcleo. A maior parte do citoplasma e o núcleo localizam-se no
corpo celular. Há ramificações chamadas dendritos, geralmente pequenas
e numerosas, e um prolongamento chamado axônio, que tem a extremidade
ramificada. A extremidade do axônio pode se comunicar com outro neurônio
ou com outras células do corpo, como células musculares e de glândulas.

137

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

137
Orientações didáticas
Impulso nervoso e sinapse
Sugerimos que utilize o esquema As sinapses são as regiões em que os neurônios se conectam por
apresentado na página para comparar meio de uma fenda (um espaço muito pequeno), na qual os neuro-
como um neurônio é observado ao mi- transmissores (substâncias químicas) são liberados. É por esse espaço
croscópio e como é representado em que os neurotransmissores liberados por um neurônio ativam outro,
ilustrações. Explique que no microscó- transmitindo o impulso nervoso. Os impulsos nervosos sempre percor-
pio o tecido nervoso recebe corante rem o mesmo caminho no neurônio, nesta ordem: dendritos → corpo
para que seja possível verificar mais celular → axônio.
facilmente as suas estruturas. Vamos estudar como acontece a transmissão do impulso nervoso de
Pode-se propor aos estudantes que um neurônio a outro, pela sinapse. Observe a seguir a conexão entre
identifiquem as sinapses, ressaltando dois neurônios.
que são espaços muito pequenos en-
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
tre um neurônio e outro, e que eles não
chegam a se tocar. Outro ponto impor- Corpo celular: região em que está o núcleo e
tante é ressaltar que os neurônios po- a maior parte do citoplasma. O número e o comprimento de
dem ter tamanhos e formatos um pou- dendritos, o tamanho do axônio
e o formato do corpo celular
co diferentes uns dos outros.
Ed Reschke/Getty Images

podem variar entre os neurônios.


Explique que as sinapses podem Essas características variam com a
localização do neurônio no organismo
ser químicas, quando liberam neuro- e com o número de sinapses
transmissores, ou elétricas (não apro- estabelecidas com outras células.
fundada nesta coleção devido ao grau
de complexidade), caso em que não
ocorre a liberação de neurotransmisso- Axônio: prolongamento com
res, mas sim de corrente elétrica. Esse ramificações na extremidade.
tipo de sinapse é mais rápida do que
a sinapse química, mas esta última é
o tipo de sinapse que mais ocorre no
corpo humano.
Dendritos: prolongamentos
geralmente numerosos.
Osni de Oliveira/Arquivo da editora

Estrato mielínico (bainha de mielina):


Micrografia eletrônica de tecido nervoso, colorida estrutura que envolve o axônio e está
artificialmente. Ampliação desconhecida e presente na maioria dos neurônios. Ela
representação esquemática da conexão de dois aumenta a velocidade de transmissão de
neurônios. impulsos nervosos.

138

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Atividade complementar
Peça aos estudantes que formem uma fila em que fiquem parando o tempo que leva para haver reação ao estímulo.
com as mão próximas, mas sem que elas se toquem. Esse processo pode ser repetido algumas vezes e, então,
Explique que cada um deles representa um neurônio. pode-se retirar um estudante da fila, deixando um espaço
O primeiro estudante da fila vai comandar os “impulsos para que eles compreendam que, sem um neurônio, ocorre
nervosos”. Dessa maneira, oriente-o a apertar a mão do a interrupção da passagem do impulso nervoso.
segundo estudante da fila e soltar. O segundo estudan- O objetivo desta atividade é que os estudantes compreen-
te deve apertar a mão do próximo, e assim por diante, até dam a relação entre os neurônios e como eles transmitem
chegar ao último da fila. as informações de um a outro, gerando os impulsos nervo-
Peça a um estudante que fique fora da fila para cronome- sos, o que favorece o trabalho com a habilidade EF06CI07.
trar o tempo até a “informação” chegar ao final da fila, com-

138
Quando o impulso ner- FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
Orientações didáticas
voso chega ao final do Aqui as sinapses e seus tipos serão
axônio, ocorre a liberação Sentido do impulso nervoso trabalhados de modo geral, já que são
de substâncias denomina- processos complexos para o entendi-

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


das neurotransmissores, mento nesse nível escolar. O impor-
que podem ter diferentes Neurônio 2
Neurônio 1 tante nesse momento é que os estu-
composições químicas.
dantes saibam que existem sinapses
Os neurotransmissores
químicas com a ação de neurotrans-
ficam armazenados dentro Corpo celular
do axônio de cada neurô-
missores. Mais uma vez, retome os co-
nio. Quando o impulso ner- nhecimentos sobre as células, como a
voso chega à extremidade membrana plasmática, as organelas
do axônio, os neurotrans- Neurotransmissores que produzem os neurotransmissores
Axônio
liberados
missores são liberados e as vesículas membranosas em que
no pequeno espaço da eles ficam armazenados.
sinapse. Eles se ligam, ge- Além disso, peça aos estudantes que
ralmente, na membrana Fenda sináptica observem atentamente a representação
dos dendritos do próximo
dos neurônios e da fenda sináptica.
neurônio, transmitindo o
impulso nervoso. Após a #Integrando as Ciências
liberação, os neurotrans-
O texto deste boxe possibilita o traba-
missores podem ser ra-
lho interdisciplinar ao oferecer aos estu-
pidamente destruídos,
absorvidos pelo neurônio Dendrito dantes a oportunidade de estabelecer a
que os liberou ou absorvi- conexão entre diferentes componentes
dos por células da glia (glió- curriculares, evitando a rígida comparti-
Representação
citos). Observe a imagem. esquemática de dois mentalização do conhecimento.
Também existem neurônios cujos axônios se conectam com outros neurônios e, no detalhe, Sugerimos que solicite a um estu-
tipos de célula, como os neurônios que transmitem informações aos mús- de forma ampliada, uma dante que leia o texto em voz alta para
culos esqueléticos. Nesse caso, as sinapses ocorrem entre neurônios e sinapse, com a liberação a turma. Após isso, peça que falem o
células musculares. O impulso nervoso chega às ramificações na extre- de neurotransmissores.
que sabem das substâncias químicas.
midade do axônio e os neurotransmissores são liberados nas sinapses. Esse conceito foi visto nos anos iniciais
Os neurotransmissores são detectados pelas células musculares, que se
do Ensino Fundamental e pode ser re-
contraem. Esse é um exemplo de como os neurônios coordenam uma ação
tomado aqui como uma revisão, sendo
do corpo, a contração muscular.
essencial para o ensino do componen-
te curricular Química, nas Ciências da
#Integrando as Ciências Natureza. Por ser um conceito amplo
e básico, deve ser desenvolvido gradu-
almente no decorrer das abordagens.
As substâncias químicas estão presentes em todos os ambientes
e dentro do nosso organismo. Existem muitas substâncias, cada
O texto no boxe #Para ler apresenta
uma delas com composição e características diferentes. O gás oxi- o conceito e a definição de substân-
gênio e o gás carbônico são exemplos de substâncias, assim como cia química e pode ajudar a ampliar a
a água, que faz parte dos ambientes e do corpo dos seres vivos. abordagem do tema.
Há substâncias produzidas apenas pelos seres vivos, como as
gorduras, os açúcares, o material genético e as proteínas presen-
tes nas células. Os neurotransmissores também são exemplos de
substâncias produzidas pelo corpo e existem em diversos tipos,
com variadas composições químicas.

139

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para ler
[...] Substância química é definida pela IUPAC como “Ma-
téria de composição constante melhor caracterizada pelas
entidades (moléculas, fórmulas unitárias, átomos) de que é
composta. Propriedades físicas tais como densidade, índi-
ce de refração, condutividade elétrica, ponto de fusão etc.
caracterizam a substância química” (IUPAC, 2014, tradução
nossa). [...]
BELLAS, R. R. D. et al. O conceito de substância química e seu
ensino. Química Nova na Escola, v. 41, n. 1, p. 17-24, 2019. Disponível
em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc41_1/05-CCD-67-18_ENEQ.
pdf. Acesso em: 22 maio 2022.

139
Orientações didáticas
Neurotransmissores
O trabalho sobre os neurotransmis-
É difícil imaginar que as funções do nosso corpo, assim como reações, emoções, manifestações
sores está diretamente ligado ao de-
de humor e pensamentos, são coordenados por neurotransmissores, substâncias que transmitem
senvolvimento da habilidade EF06CI07,
o impulso nervoso de um neurônio a outro. Existem muitos tipos de neurotransmissores e cada um
e a proposta é utilizar exemplos pró- deles está envolvido em ações diferentes do sistema nervoso.
ximos do cotidiano, associando-os à Observe alguns exemplos no esquema a seguir.
ação dos neurotransmissores. Isso é CORES FANTASIA

feito no esquema apresentado na pá-


Acetilcolina Dopamina

Ilustrações: Osni de Oliveira/Arquivo da editora


gina, que pode ser explorado com os Neurotransmissor envolvido no comando das Causa a dilatação
estudantes. O objetivo aqui não é que contrações dos vasos
eles memorizem a ação de cada neu- musculares pelo sanguíneos. Sua
sistema nervoso, liberação também
rotransmissor, mas que identifiquem na memorização está relacionada com
que para cada tipo de reação, emoção de informações e o humor, o sono, as
ou estímulo existe um neurotransmis- no aprendizado. sensações de prazer
e a aprendizagem.
sor específico e que o equilíbrio deles
é essencial para mantermos a saúde.
Dentro desse tema, é citada a alte-
Serotonina
ração dos níveis dos neurotransmisso-
Importante no
res, que pode ser desencadeada por controle dos
diversos fatores e levar a transtornos e Endorfinas ciclos de sono e
doenças psicológicas. Se os estudantes São um grupo de neurotransmissores que inibem a vigília (período
sensação de dor e intensiçcam a sensação de bem- em que estamos
questionarem e se interessarem pelo estar e felicidade. As atividades físicas desencadeiam a acordados), no
assunto, é sempre importante expli- liberação desses neurotransmissores. apetite e na
sensação de bem-
car que esse tipo de situação somente
-estar.
pode ser diagnosticado após uma ava-
liação médica, a qual indicará as for-
mas de tratamento.
A saúde mental é um tema bastante
difundido e, nesse momento, pode ser Glutamato
citado pelos estudantes, sendo impor- É um neurotransmissor
tante orientá-los, se tiverem angústias, cuja liberação
a compartilharem-nas com uma pes- está envolvida nos
processos de memória
soa adulta em que confiem para que e aprendizagem.
possam receber a ajuda adequada.

Como vimos nas imagens anteriores, os neurotransmissores estão envolvidos nas diferentes ações
do sistema nervoso. A liberação de um tipo de neurotransmissor depende do tipo de estímulo, do
órgão do sistema nervoso, entre outros fatores. Por exemplo, a luminosidade é o principal estímulo
relacionado à liberação de serotonina e outras substâncias envolvidas no sono e no despertar. Até os sen-
timentos que temos pelas outras pessoas são comandados pelos impulsos nervosos e neurotransmissores.
Alterações nos níveis de neurotransmissores liberados podem desencadear problemas de
saúde, como crises de ansiedade e pânico, depressão, entre outros. Esses problemas geralmente
são causados por um conjunto de fatores, entre eles hábitos de vida, acontecimentos cotidianos
e problemas genéticos. O importante é que seja realizada uma avaliação médica para chegar ao
diagnóstico correto e sejam indicados tratamentos específicos para cada pessoa.

140

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Para saber
Neurotransmissores na depressão 4 fatos sobre a saúde mental no Brasil
Nesse vídeo, com cerca de 9 minutos, é explicada a relação O vídeo, com quase 5 minutos, faz um resumo dos dados
dos neurotransmissores entre si e mostrado um conjunto de relacionados à saúde mental dos brasileiros no período de
fatores que desencadeiam a depressão. 1996 a 2017.
Disponível em: Disponível em: https://youtu.be/_jASRUAZcgQ.
https://www.youtube.com/watch?v=IRt7MnBQs_U. Acesso em: 27 abr. 2022.

140

ESC OREVA

#Para interpretar
NO L
IVRO
Orientações didáticas
#Para interpretar
Leia o texto a seguir e responda às questões.
As atividades desse boxe oferecem
aos estudantes a oportunidade de de-
A química da paixão
senvolver as habilidades de leitura,
[...] Sim, suspiros, suores, olhares perdidos eos mesmos que nos proporcionam prazer em
todas as sensações comuns àqueles que estão comer quando sentimos fome e em beber quan-
uma vez que demandam processos de
encantados com alguém nascem no cérebro do temos sede. Estar em contato com a alma compreensão e inferência de textos.
e são resultado de uma combinação de com- gêmea, mesmo que por telefone ou e-mail, re- Após a leitura do texto, peça aos estu-
ponentes que se somam a fatores culturais e sultará na liberação de mais endorfina e dopa- dantes que respondam às atividades
genéticos [...]. mina, ou seja, de mais e mais prazer. no caderno e, depois, disponibilize um
Havendo interesse por outra pessoa, a A feniletilamina [...] é outra molécula natural período para discussão sobre a leitura
química rola com substâncias que provocam associada a essa avalanche de transformações, e as respostas.
sintomas intensos e avassaladores em todo o assim como a noradrenalina, que contribui Sugerimos que utilize o texto do boxe
corpo. Os mais evidentes são o aumento da com a memória para novos estímulos. Por isso para explicar que o corpo responde aos
pressão arterial, da frequência respiratória e os apaixonados costumam se lembrar da rou-
sinais químicos transmitidos durante as
dos batimentos cardíacos, a dilatação das pu- pa, da voz e de atos triviais de seus amados. [...]
pilas, os tremores e o rubor, além de falta de sinapses. Dessa forma, os neurotrans-
Enquanto a maioria das substâncias quími-
apetite, concentração, memória e sono. [...] missores são capazes de estimular ou
cas apresenta níveis mais elevados no auge da
Uma das responsáveis pelas descargas de paixão, a serotoni- inibir reações que podem estar asso-
emoções para o coração e as artérias é a do- na, que tem efeito ciadas a aspectos físicos, como o au-

DisobeyArt/Shutterstock
pamina, um neurotransmissor [...]. Ficamos calmante e nos mento de batimentos cardíacos, ou a
agitados, corajosos e dispostos a realizar novas ajuda a lutar contra o aspectos psíquicos, como memória,
tarefas, apesar de dormirmos e comermos mal. estresse, diminui estresse e sentimentos.
[…] Juntos [dopamina e endorfina], esses em cerca de 1. Os sentimentos são resultados das
agentes estimulam os circuitos de recompensa, 40%. [...] ações de neurotransmissores, subs-
ROCHEDO, A. A química da paixão. Emoção e Inteligência. Superinteressante, tâncias químicas liberadas durante
São Paulo, ed. 223, fev. 2006. p. 26-31. as sinapses químicas. Esse processo
é controlado pelo sistema nervoso.
1 Dizer que gostar de alguém é obra do coração é comum na poesia romântica, mas, na 2 e 3. As respostas às questões pro-
realidade, seria mais adequado dizer que a paixão começa no cérebro, parte do sistema postas estão disponíveis no Livro do
nervoso. Justifique essa afirmação. Estudante.
2 Quais neurotransmissores são citados no texto? Com relação ao tópico Células da glia
2. Dopamina, endorfina, feniletilamina, noradrenalina, serotonina.
3 De acordo com o texto, neurotransmissores fazem os músculos tremerem. Como os (gliócitos), informe que, recentemente,
neurônios comandam a contração muscular? 3. As informações são transmitidas por impulsos os estudos sobre o sistema nervoso
nervosos que ocorrem nas sinapses entre a extremidade do axônio de um neurônio e a membrana da célula
muscular. mostram que existem diferentes tipos
de células gliais com diferentes fun-
ções. No entanto, o objetivo, neste mo-
Células da glia (gliócitos) mento, é que os estudantes compreen-
Além dos neurônios, o sistema nervoso apre- Com o avanço nos estudos do tecido ner- dam que o sistema nervoso é formado
senta outras células, geralmente menores e mais voso, estão surgindo novas evidências sobre por neurônios e células gliais.
numerosas: são as células da glia. Existem diversos as funções dessas células. Recentemente, por Essas células também estão em cons-
tipos de células da glia (gliócitos), com diferentes exemplo, descobriram-se evidências de que al- tante estudo, e nem tudo foi definido
funções. Entre elas, podemos destacar: produção guns tipos de células da glia podem se dividir e com relação a elas. Atualmente, sabe-se
do estrato mielínico (bainha de mielina) que envol- formar neurônios. O importante é perceber que que alguns tipos de células gliais tam-
ve o axônio da maioria dos neurônios, sustentação o sistema nervoso não é formado somente de
dos neurônios no tecido nervoso, nutrição e regu- neurônios, mas que outras células também fa-
bém processam informações como os
lação do funcionamento dos neurônios. Algumas zem parte dele e são fundamentais para o seu neurônios, porém esse processo ainda
células da glia destroem agentes invasores. funcionamento. não foi totalmente compreendido.
1. Os sentimentos que reconhecemos como paixão são resultado da liberação de neurotransmissores por neurônios, que Se desejar, aproveite a oportunida-
fazem parte do sistema nervoso. 141 de para destacar o fato de a ciência
estar em constante mudança e de os
conhecimentos estarem sendo sem-
R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id
pre ampliados.
#Para ler
[...] O coletivo glia foi criado ainda no século 19 para descrever a “cola neural” dade funcional; funcionam como células-tronco em alguns locais específicos;
(semelhante a glue, em inglês), isto é, a substância que se acreditava amorfa, posi- capturam os aminoácidos excitatórios em excesso, prevenindo a ocorrência de toxi-
cionada entre os neurônios para mantê-los na sua posição. [...] cidade sobre os neurônios; ajudam a posicionar os neurônios durante o desenvolvi-
No final do século 20 a situação começou a mudar [...] os experimentos foram mento e a orientar as fibras nervosas a achar os alvos certos; e muito mais. [...]
mostrando uma infinidade de funções que elas exercem no sistema nervoso: cui- LENT, R. Igualdade de gênero no sistema nervoso. Ciência Hoje, [S. l.], 29 dez. 2006. Disponível
dam da defesa contra microrganismos e lesões de várias estirpes, produzindo rea- em: https://cienciahoje.org.br/coluna/igualdade-de-genero-no-sistema-nervoso/.
ções inflamatórias [...]; regulam o suprimento sanguíneo dos locais com maior ativi- Acesso em: 12 jul. 2022.

141
Orientações didáticas
Nesse momento, o conteúdo sobre # Sistema nervoso CORES FANTASIA
o sistema nervoso central está focado Como você estudou anteriormente, as
na compreensão das funções que os células organizam-se em tecidos, que com-

R2 Editorial/Arquivo da editora
órgãos e as estruturas que o formam põem os órgãos, que formam sistemas. Os
apresentam, utilizando como exemplo neurônios e as células da glia organizam- Encéfalo
Sistema
o esquema mostrado na página. -se no tecido nervoso e formam órgãos nervoso
A divisão entre sistema nervoso cen- que constituem o sistema nervoso, com central
Medula
a função de captar estímulos, vindos do
tral (SNC) e sistema nervoso periféri- espinal
ambiente externo ou do próprio organis-
co (SNP) se refere a uma organização mo, e de coordenar respostas a esses estí-
didática anatômica. O SNC age como mulos. O sistema nervoso é formado pelos
centro de comando, é ele que controla seguintes órgãos e estruturas: encéfalo,
o organismo e responde aos estímulos medula espinal, nervos e gânglios.
internos e externos. Já o SNP se ramifica Para facilitar o estudo, o sistema nervo-
por todo o corpo por meio dos nervos. so é dividido em duas partes:
Dessa forma, o SNP envia informações • Sistema nervoso central (SNC): forma- Nervos
do SNC para o restante do corpo ou do pelo encéfalo e pela medula espinal. O
leva informação do corpo até o SNC. encéfalo é composto do cérebro e de ou-
Essas informações podem estar relacio- tras regiões. A medula espinal localiza-se
nadas aos sentidos que possibilitam a no canal existente na coluna vertebral.
percepção do ambiente ou à realização • Sistema nervoso periférico (SNP):
dos movimentos. corresponde aos nervos e aos gânglios. Sistema nervoso
Sugerimos que reforce aos estudan- Os nervos são formados por longos periférico
tes a integração entre os sistemas ner- axônios que se conectam com o SNC e
com os outros órgãos do corpo, como
voso, muscular e esquelético. Explique
estômago, intestinos, coração, músculos
que os músculos estriados esqueléticos
esqueléticos e pele. Os corpos celulares
só contraem porque o “comando” (im- dos neurônios que formam os nervos
pulso nervoso) para a contração é dado podem estar no SNC ou nos gânglios.
pelo encéfalo e transmitido por meio da
Como podemos relacionar a estrutura
medula e dos nervos até os músculos. do sistema nervoso com as respostas do
Comente também que é a medula nosso corpo aos estímulos? Os nervos es-
espinal que conecta a informação que tão espalhados pelo corpo e captam es- Representação
sai ou deve chegar até o encéfalo. Por tímulos, como mudanças de temperatura, esquemática dos
isso, se ela sofrer algum tipo de lesão dor, pressão e muitos outros, e os encaminham, por meio de impulsos órgãos que compõem
que interrompa esse fluxo de informa- nervosos, até a medula espinal e o encéfalo. o sistema nervoso
dos seres humanos.
ções, há perda da sensibilidade da Ao chegar ao encéfalo, os estímulos são interpretados. Isso permite Os gânglios não estão
pele e paralisia dos músculos. buscarmos formas de responder ao estímulo: colocar uma roupa própria representados.
Sugerimos que explore a imagem e para um dia frio ou quente, prestar atenção em alguma dor, verificar de
questione os estudantes sobre por que onde vem a pressão em nossa pele. Existem também respostas invo-
luntárias do corpo, que não controlamos com a nossa vontade, como
os nervos estão espalhados por todo
estudaremos mais adiante.
o corpo. Ajude-os a compreender que
essa disposição dos nervos é necessá-
ria para monitorar as condições dos am-
#Estude +
bientes interno e externo do corpo e que • Atlas do corpo humano
esse monitoramento é importante para Diferentes tipos de atlas do corpo humano, disponíveis gratuitamente na internet ou em bibliotecas,
apresentam imagens e mais informações sobre o sistema nervoso e como ele capta e interpreta
que o SNC possa desencadear respos- estímulos no organismo.
tas que reagirão a cada estímulo.
142

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Para saber
Smart Servier Medical Art
Esse site disponibiliza de forma gratuita ilustrações esque-
máticas de estruturas do corpo humano.
Disponível em: https://smart.servier.com/category/ana-
tomy-and-the-human-body/nervous-system/. Acesso em:
27 abr. 2022.

142
Orientações didáticas
Sistema nervoso central (SNC)
Sugerimos que ajude os estudantes
Como você viu anteriormente, o sistema nervoso central é respon-
a associar cada região do encéfalo a
sável por receber e interpretar as informações e gerar respostas aos
suas partes correspondentes: cérebro,
estímulos. Também é responsável por manter as atividades vitais em
funcionamento constante, como a respiração pulmonar e os batimentos tálamo, hipotálamo, ponte e bulbo. É
do coração. Esses são movimentos automáticos e involuntários, ou seja, importante que eles façam a leitura
que não dependem da nossa vontade e que são coordenados por deter- da imagem identificando as estrutu-
minadas regiões do SNC. ras, lendo as informações dos textos e
A medula espinal e o encéfalo, que formam o SNC, estão protegidos associando-as com o que está sendo
por ossos. A medula espinal está localizada em um canal existente no trabalhado. O objetivo não é que me-
interior da coluna vertebral e o encéfalo se localiza no interior do crânio. morizem a função de cada órgão, mas
O encéfalo tem diferentes regiões, como cérebro, cerebelo, tálamo, que compreendam a interação do sis-
hipotálamo, ponte e bulbo. Cada uma dessas regiões exerce um conjun- tema nervoso com as diversas funções
to de funções específicas. Conheça as principais funções de cada uma do corpo humano. Dessa forma, é fa-
dessas regiões do encéfalo no esquema a seguir. vorecido o trabalho com a habilidade
CORES FANTASIA
EF06CI07.
Utilize a #Atividade complemen-
Cérebro: entre suas funções está a memória, tar para que os estudantes percebam
Crânio: conjunto de ossos que reveste todo a consciência, a linguagem, as emoções, a
o encéfalo, protegendo-o de possíveis batidas. interpretação dos sentidos e o controle dos
como determinadas regiões do encéfa-
O crânio faz parte do sistema esquelético. movimentos musculares voluntários, como lo são mobilizadas.
mover as mãos para segurar objetos ou mover
as pernas para se exercitar.
#Para saber

Tálamo: região que recebe as informações e as A história da


direcionam para o cérebro, além de participar neurociência
Osni de Oliveira/Arquivo da editora

de processos envolvidos na consciência, no O site apresenta uma cronologia da


aprendizado de novos conhecimentos, entre
história da Neurociência, destacan-
outros.
do os eventos que foram importantes
para seu desenvolvimento.
Cerebelo: relacionado com a coordenação Disponível em: http://bio-neuro-
motora fina, como escrever e fazer trabalhos psicologia.usuarios.rdc.puc-rio.br/a
manuais, e com o equilíbrio do corpo. Por
-hist%C3%B3ria-da-neuroci%C3%
exemplo, uma pessoa com problemas no
cerebelo tem dificuldade em se manter em pé e AAncia.html#:~:text=1859%3A%20
caminhar em linha reta. Charles%20Darwin%20publica%20
a,o%20Pr%C3%AAmio%20Nobel%20
de%201906.
Hipotálamo: região responsável pela regulação Acesso em: 22 maio 2022.
da temperatura do corpo, pelo controle das
sensações de fome e sede, pela produção de
alguns hormônios, entre outras funções.

Ponte: área que participa da coordenação


motora, ou seja, o controle dos movimentos
Bulbo: área localizada entre a ponte do corpo. Além disso, ajuda as regiões do
e a medula espinal. Essa área controla bulbo que regulam a respiração pulmonar e os
funções automáticas do nosso corpo, batimentos cardíacos.
por exemplo, respiração, digestão,
batimentos do coração, tosse e espirro.

Representação esquemática do sistema nervoso central (em corte) no corpo humano.

143

Reprodução
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Li do d EEstudante
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#Atividade complementar
Solicite aos estudantes que escrevam seu nome completo Para que os estudantes identifiquem a atuação da ponte,
em uma folha de papel – então questione qual órgão do pode-se solicitar a eles que façam polichinelo ou então
encéfalo é mais requisitado nesse trabalho (o cerebelo, que atividades diferentes ao mesmo tempo com as duas mãos.
é responsável pela coordenação motora fina). Com relação ao funcionamento do bulbo, eles podem sen-
Outras atividades que podem ser realizadas são: cortar um tir o batimento cardíaco ou prestar atenção à respiração.
papel em formato circular, pintar um desenho sem sair das
linhas que o demarcam ou andar sobre uma corda estica-
da no chão sem se desequilibrar.

143
Orientações didáticas Podemos afirmar que o funcionamento do sistema nervoso central é
Quando se trata de Ensino Funda- bastante complexo. Mas o mais importante é entender que as regiões do
mental Anos Finais, o mais relevante SNC recebem, interpretam e transmitem informações na forma de im-
é que os conhecimentos façam senti- pulsos nervosos. Essas informações são trazidas e levadas pelos nervos.
do dentro do cotidiano dos estudantes Os órgãos do SNC são os responsáveis por nos manter vivos e por
e das atividades que realizam, já que coordenar nossos movimentos. Vimos que o encéfalo e a medula espi-
eles precisam desempenhar seu papel nal são protegidos por estruturas do esqueleto, que é resistente. Entre
cada órgão do SNC e os ossos há três membranas chamadas meninges.
de cidadãos no presente, tomando de-
Entre as duas meninges mais internas existe o líquido cerebrospinal.
cisões e cuidando de sua própria saú- Todo esse revestimento é uma proteção contra impactos leves.
de e da coletiva, como indicado pela
competência específica 7.
Você já deve ter ouvido falar
Nesse sentido, a abordagem sobre o de uma doença chamada me-

Reprodução/Prefeitura de Nova Lima, Minas Gerais.


sistema nervoso, nesse momento, apre- ningite. Essa doença pode ser
senta questões práticas e cotidianas, grave, pois consiste na inflama-
assuntos que estão na mídia e que ge- ção das meninges, membranas
ram discussões relacionadas à saúde e que revestem o encéfalo que,
como estudamos, é um órgão
à proteção dos órgãos e das estruturas
essencial à vida.
do sistema nervoso. Dessa forma, essa
A meningite pode ser cau-
discussão favorece o trabalho do Tema sada por vírus, bactéria ou
Contemporâneo Transversal Saúde. fungo. É necessário atendi-
Sugerimos que inicie explicando aos mento médico imediato, pois
estudantes sobre a meningite, doen- a taxa de mortes devido à me-
ça que acomete tanto crianças quanto ningite é alta, principalmente
adultos e que precisa ser diagnostica- em crianças. Alguns tipos po-
dem ser evitados com vacina
da rapidamente para evitar que cause e, no Brasil, há vacinas contra
sequelas graves e leve ao óbito. Com- meningite disponibilizadas
plemente dizendo que para alguns ti- gratuitamente pelo Progra-
pos de meningite existe vacina, a qual é ma Nacional de Imunizações
disponibilizada gratuitamente pelo Sis- (PNI), do Ministério da Saúde.
tema Único de Saúde (SUS).
Caso julgue necessário, proponha
uma pesquisa sobre as formas de
transmissão, os sintomas e a preven- Campanha de vacinação
ção. Para estimular os estudantes a se contra a meningite bacteriana da
envolver com a pesquisa, apresente da- cidade de Nova Lima (MG), em 2020.
dos epidemiológicos, reforce o número
de casos e em qual faixa etária é mais
Apesar de o SNC estar protegido por ossos, pelas meninges e pelo líqui-
comum o aparecimento da doença.

GaudyGarden/Shutterstock
do cerebrospinal existem atividades potencialmente perigosas e que podem
Após a explicação sobre a meningi- levar a quedas e impactos mais fortes, provocando lesões graves chamadas
te, faça comentários sobre equipamen- traumatismos. Quando a região atingida é a cabeça ou o tronco, as lesões
tos de proteção. Peça aos estudantes podem resultar no rompimento das barreiras de proteção e em danos no
que façam uma lista dos equipamen- encéfalo ou na medula espinal, respectivamente.
tos ou das práticas adotadas, em suas O traumatismo craniano, por exemplo, é uma lesão em que um ou
residências e na escola, que estão re- mais ossos do crânio se quebram, podendo acarretar um dano no encé- Capacete para andar
de bicicleta.
lacionados à prevenção de acidentes. falo e levar o indivíduo à morte. Para prevenir o traumatismo craniano,
Caso haja disponibilidade no cro- foram desenvolvidos os capacetes, que fornecem uma proteção maior ao
nograma, peça aos estudantes que encéfalo na prática de atividades em que há risco de impacto na cabeça.
pesquisem dados de acidentes rela- 144
cionados à falta de utilização de equi-
pamentos de segurança. Após a coleta
desses dados, peça a eles que se reú- Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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nam em grupos e proponham medidas


de proteção que diminuiriam o número
de casos de acidentes. Por fim, peça
que elaborem cartazes de conscien-
tização para ser expostos na escola.
Essa atividade favorece o trabalho da
metodologia ativa de aprendizagem
baseada em problemas.

144
Lesões na medula espinal também podem gerar graves consequên- Orientações didáticas
cias, como a perda da sensibilidade e do controle dos movimentos dos Continuando a discussão sobre as
músculos esqueléticos. Essas lesões podem ser de origem não traumáti- formas de evitar acidentes que com-
ca, por exemplo, lesões congênitas ou que se desenvolvem ao longo da Congênitas: prometam o SNC, sugerimos que apre-
vida em razão de doenças. Elas também podem ter origem traumática existentes no feto ou
sente alguns exemplos do cotidiano
devido a acidentes. desde o nascimento.
dos estudantes, como: o uso de ca-
As lesões na medula espinal podem interromper a comunicação entre Reabilitação:
processo de pacetes é importante para proteger a
os nervos e o encéfalo. Dependendo da região atingida e do tamanho
recuperação de uma cabeça durante a prática de determi-
da lesão, a pessoa pode perder o movimento das pernas, condição cha-
capacidade que havia nados esportes, a utilização de meios
mada paraplegia. Se a paralisia atinge pernas e braços, chamamos te- sido perdida.
traplegia. Atualmente, existem diversas atividades de reabilitação para de transporte como motocicletas, bici-
pessoas que nasceram com essas condições ou que as adquiriram após cletas e para a realização de algumas
uma doença ou um acidente. As terapias e atividades visam melhorar a atividades de trabalho.
mobilidade, a autonomia e a qualidade de vida dessas pessoas. Para finalizar a questão das lesões
Em casos de acidentes, existem coletes específicos com sustentação medulares, sugerimos que ressalte aos
que dificultam as fraturas em vértebras, para dar proteção extra à medu- estudantes a importância de acionar os
la espinal. No caso de uma queda em casa ou de um acidente de trânsito, bombeiros ou os serviços de emergên-
não se deve mover as vítimas, pois isso pode agravar possíveis lesões cia para resgate caso eles presenciem
na coluna vertebral e, consequentemente, na medula espinal. Sempre algum acidente.
acione os bombeiros ou equipes de resgate, pois esses profissionais são
Aproveite esse momento para expli-
treinados para imobilizar a vítima corretamente e minimizar os danos.
car que muitas lesões medulares ocor-
rem em mergulhos em águas rasas.

ArtFamily/Shutterstock
Ressalte os riscos de mergulhar de ca-
beça em áreas sobre as quais não se
conhece nem a profundidade nem a
composição do leito, que pode apre-
sentar rochas, por exemplo. Se os es-
tudantes morarem em uma região li-
torânea ou com muitas cachoeiras e
rios, essa discussão pode ser muito
proveitosa.
Reforce também que nem todas as
lesões medulares são iguais, portanto
as consequências delas para as pes-
soas podem ser diferentes, assim como
as limitações que geram e os tratamen-
tos e as terapias possíveis.
Para evitar lesões graves e salvar vidas no caso de acidentes
Caso julgue necessário, apresente
de trânsito, os passageiros de um veículo devem usar o cinto de outras doenças que acometem o sis-
segurança, e as crianças pequenas devem ser acomodadas em tema nervoso, principalmente devido
cadeirinhas especiais, sempre no banco traseiro do veículo. ao envelhecimento, como o mal de
Tom Dib/Futura Press

Parkinson e o mal de Alzheimer.


Em espaços públicos, preste Trabalhar esse tema favorece o de-
atenção em placas de piso senvolvimento do Tema Contemporâ-
molhado, para evitar quedas neo Transversal Saúde.
e lesões, inclusive no crânio.

145

Reprodução
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#Para saber
Instituto Novo Ser Comitê Paralímpico Brasileiro
O instituto promove diversas ações para a acessibilidade O site reúne informações sobre os atletas e suas conquistas.
de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, como Além disso, oferece cursos para a qualificação de profissio-
praia para todos, futebol em cadeira de rodas, entre outros. nais para atuar como técnicos e árbitros, por exemplo, em
Disponível em: http://www.novoser.org.br. competições que envolvem pessoas com deficiência.
Disponível em: http://www.cpb.org.br.
Acesso em: 27 abr. 2022.

145
Orientações didáticas
Ato reflexo FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
Sugerimos que peça a algum es-
Além de transmitir as informações entre o encéfalo e
tudante que leia em voz alta o trecho
os nervos ligados a ela, a medula espinal realiza respos-

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


apresentado sobre o ato reflexo. Após Receptor sensorial Neurônio sensorial
tas simples e rápidas diante de determinados estímulos.
a leitura, peça a alguns estudantes que
Por exemplo, se encostamos o dedo indicador em um
expliquem o que compreenderam do espinho de forma inesperada, nossa reação é afastar
texto e pergunte se eles já presencia- o dedo imediatamente, em um movimento rápido e in-
ram ou viveram o ato reflexo em algum consciente. Esse movimento parece imediato porque ele Neurônio
momento. é controlado pela medula espinal, não pelo encéfalo. Os motor
Após esse breve bate-papo, peça aos impulsos nervosos que surgiram com o estímulo do es- Representação
estudantes que comparem o processo pinho na pele são transmitidos por um nervo à medula da medula espinal
espinal e ela envia a resposta para os músculos, que se em corte
desencadeado por um ato reflexo com Músculo flexor
os demais processos estudados até o movem, retirando o dedo de perto do espinho. Representação
momento em que há a participação do Essa reação rápida se chama ato reflexo. Isso tam- esquemática do
encéfalo. Faça correções se necessário. bém acontece quando tocamos em algo muito quente, por exemplo. ato reflexo.
Nesse momento, é possível observar al- O encéfalo recebe os impulsos nervosos gerados por esse estímulo
guma defasagem de conteúdo. Suge- algumas frações de segundo depois e, por isso, temos consciência do ato
reflexo logo depois que ele acontece.
rimos que, caso isso ocorra, faça uma
breve revisão do que foi estudado até Os cientistas interpretam o ato reflexo como uma característica im-
portante para a sobrevivência de diversos animais, inclusive dos seres
o momento.
humanos. Por esse processo, é possível ter respostas muito rápidas dian-
Vale ressaltar que, nesse momento, te de situações que trazem perigo à vida, evitando lesões mais graves.
o ato reflexo é apresentado de forma
simplificada, pois o objetivo é que o
estudante compreenda a importância
da resposta rápida desencadeada pe- #A ciência é feita por pessoas
los neurônios sensitivos e motores liga-
dos à medula espinal.
O neurocientista Miguel Nicolelis estuda a integração entre

Reuters/Fotoarena
#A ciência é feita por pessoas mente e corpo [...].
Este boxe busca destacar os grandes Um dos mais conhecidos projetos de Miguel é o Andar de Novo
nomes por trás das pesquisas e desco- [...] A colaboração internacional, que reúne neurocientistas, ro-
boticistas, neuroengenheiros, cientistas da computação, neuroci-
bertas científicas, bem como o contexto
rurgiões e profissionais da reabilitação e tem o objetivo de criar
histórico no qual elas foram realizadas.
uma “roupa robótica” [também chamado exoesqueleto ou esque-
Conhecer História e Filosofia da Ciência leto externo], quer ajudar pessoas paralisadas a recuperar seus
é fundamental para a compreensão de movimentos. Um protótipo foi mostrado na abertura da Copa do
que a ciência é um processo dinâmico Mundo de 2014, no Brasil, com Juliano Pinto, paraplégico, dando
e mutável, relacionado com diversos fa- o pontapé inicial no jogo de abertura.
tores do cotidiano, da dinâmica da na- Esse mecanismo é possível porque, mesmo que uma pessoa parali-
tureza, e que seus diversos conceitos sada não consiga mexer os membros, ela ainda tem os neurônios res-
foram desenvolvidos com base na me- ponsáveis por pensar no movimento, como “quero chutar a bola com
todologia científica, levando em consi- o pé esquerdo”. O que está comprometida é a conexão entre esses
deração os conhecimentos adquiridos neurônios e aqueles que realmente executam o movimento, ou seja,
falta o “dedo de apertar o botão” do controle remoto. Essa conexão é,
posteriormente em uma cultura ou pela
então, feita pela “roupa” robótica. Bem futurista, né? Mas é realidade! O cientista brasileiro
comunidade científica. Miguel Nicolelis e a “roupa
No boxe é apresentado um texto so- BONASSA, Ana Claudia M.; FREITAS, Laura Marise de; ARAÚJO, Renan
Vinicius de. Super-heróis da Ciência: 52 brasileiros e suas pesquisas robótica” que ele idealizou
bre Miguel Nicolelis, o primeiro cientis- transformadoras. Rio de Janeiro: Harperkids, 2021. p. 108. e ajudou a desenvolver.
ta brasileiro a ter um trabalho publica-
do na primeira página da Science, uma
146
das mais prestigiadas revistas científi-
cas do mundo.
O objetivo aqui é que os estudantes Reprodução
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compreendam a relação entre o siste-
ma nervoso central e o sistema nervo- que a ciência está em constante evolução e de que es-
so periférico, bem como de que forma ses estudos são importantes para que se consiga chegar
as lesões medulares interrompem esse a algo efetivo que melhore o deslocamento e a qualidade
processo e de que maneira a ciência de vida de pessoas com lesões medulares, contribuindo
tenta reverter essa situação. desse modo para o desenvolvimento da competência es-
Espera-se também que os estudan- pecífica 2 de Ciências da Natureza e do Tema Contempo-
tes identifiquem e debatam o fato de râneo Transversal Ciência e Tecnologia.

146
Orientações didáticas
Sistema nervoso periférico (SNP) FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
Sugerimos que leia o texto em con-
O sistema nervoso periférico é formado
Continuidade do nervo para os junto com os estudantes. Depois dis-
por nervos e gânglios distribuídos ao longo

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


músculos do antebraço e da so, peça a eles que analisem todos os
de todo o corpo. Os nervos estão direta- mão. Essa comunicação permite
mente interligados ao sistema nervoso cen- o estímulo para a contração pontos da representação esquemática
tral, enquanto os gânglios são conectados dos músculos, o que resulta nos da mulher bebendo água. Solicite que
movimentos. digam o que entenderam e o que mais
com os nervos. Os gânglios são pequenos
grupos de neurônios que participam da acharam interessante sobre o SNP.
transmissão de informações. Nesse momento, a abordagem do
Como já vimos, os nervos são feixes de sistema nervoso periférico é construí-
Nervo motor saindo
axônios. Os nervos sensitivos são forma- da para os estudantes por meio de
da região cefálica
dos por axônios que conduzem os estímu- da medula espinal exemplos do cotidiano, com o objetivo
los para a medula espinal e o encéfalo. Os e se estendendo de que eles associem os conhecimen-
nervos motores conduzem os impulsos para o braço.
tos trabalhados com o que observam
nervosos do encéfalo e da medula espinal
para os órgãos e as estruturas do corpo.
na realidade. Além disso, é importan-
Representação
Existem também os nervos mistos, que esquemática do braço,
te diferenciar as atividades voluntárias
reúnem axônios com função sensitiva e axônios com função motora. do antebraço e da mão, das involuntárias realizadas pelo siste-
Por exemplo, ao ver um objeto que está caindo no chão, são nervos destacando alguns ma nervoso, bem como ressaltar como
ossos, músculos e elas garantem a sobrevivência, princi-
com função sensitiva que levam a informação dessa imagem até o cére-
nervos (em amarelo).
bro, na forma de impulsos nervosos. Esses impulsos são interpretados no palmente aquelas relacionadas com as
cérebro, que envia uma resposta. Assim, os nervos com função motora funções vitais.
levam para seus músculos a resposta de mover os braços e as mãos para Chame a atenção dos estudantes
agarrar esse objeto. para a coordenação dos órgãos inter-
Podemos identificar dois conjuntos de nervos no SNP: aqueles res- nos pelos nervos. Explique que, quando
ponsáveis pelas ações voluntárias e aqueles envolvidos nas ações in- sentimos fome e sede ou vontade de
voluntárias ou autônomas. ir ao banheiro, por exemplo, os nervos
Mover os braços para segurar um objeto ao vê-lo cair é um exemplo que estão nesses órgãos transmitem
de uma ação voluntária, ou seja, uma reação a um estímulo que é con- a informação para o sistema nervoso
trolada pela vontade da pessoa. Entre os nervos relacionados às nossas
central, onde ocorre a interpretação.
ações voluntárias estão os nervos motores que chegam aos músculos
esqueléticos, desencadeando movimentos como andar, correr, tocar um
instrumento musical, mexer os braços ou a cabeça.
Outro conjunto de nervos controla as funções involuntárias, ou seja,
que são independentes da nossa vontade. Algumas dessas funções são CORES FANTASIA
os batimentos do coração, a pressão arte-
rial, a liberação de hormônios pelas glân-
dulas, a respiração pulmonar e a digestão GoodStudio/Shutterstock

dos alimentos.
Quando dormimos, por exemplo, con-
tinuamos respirando, o coração continua
batendo e o estômago segue digerindo os
alimentos. Todas essas atividades ocor-
rem de modo autônomo, sem precisarmos
pensar em como essas funções ocorrem.

Mesmo dormindo, todas as nossas funções


vitais, como a respiração e os batimentos
do coração, continuam sendo realizadas.

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Reprodução
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#Atividade complementar
Investigando a dor do membro fantasma volvida e aplicada para estudantes do 8o ano, requer como
A proposta é envolver os estudantes em uma investigação pré-requisito o conhecimento sobre o sistema nervoso. Des-
para explicar como o fenômeno da dor do membro fantas- sa forma, os estudantes vão mobilizar os conhecimentos do
ma é possível. A investigação é uma metodologia ativa que assunto deste capítulo.
tem por objetivo aproximar os estudantes dos procedimen- Para desenvolver a atividade, utilize o material a seguir:
tos e das práticas da ciência. FRANCO, L. G. (org.). Ensinando Biologia por investigação:
Para isso sugerimos a sequência didática Investigando nos propostas para inovar a ciência na escola. São Paulo: Na
anos finais do Ensino Fundamental: uma experiência com Raiz, 2021. p. 67-68. Disponível em: https://zenodo.org/
estudantes do 8o ano. Embora seja uma sequência desen- record/4635440#.YlyDd-jMKiM. Acesso em: 17 abr. 2022.

147
Orientações didáticas O sistema nervoso periférico também é responsável por conduzir im-
Na continuidade do estudo sobre o pulsos nervosos que são interpretados, no SNC, como sensação de dor.
sistema nervoso periférico, é citada a Sentir dor pode ser interpretado como uma forma de defesa do nosso
importância da dor na proteção do or- corpo e, apesar de não ser agradável, nos mantém alertas se algo não
ganismo, pois, a partir dela, identifica- estiver funcionando bem.
mos que algo não está bem e que pre- Existem casos raros de pessoas que apresentam uma falha nesse pro-
cisamos pedir ajuda. cesso e não sentem dor. Essa condição é perigosa, pois essas pessoas
podem não perceber que estão machucadas e que precisam de atendi-
Sugerimos que pergunte aos estudan-
mento médico, por exemplo.
tes se eles já sentiram alguma dor. Por
exemplo, dor ao cair, ao se machucar, NÃ
ESC O
ao ralar o joelho, bem como dores de REVA

#Para interpretar
NO L
IVRO
cabeça ou musculares. Esses exemplos
podem ajudar a associar os conhecimen-
Leia o texto a seguir e responda às questões.
tos sobre o sistema nervoso e facilitar a
compreensão do conteúdo. Pessoas que não sentem dor têm
Além disso, sugerimos que explique dificuldade para detectar doenças
sobre as anestesias e como elas blo- [...] Quando criança, nunca chorava após um machucado, mesmo depois de quebrar o braço
queiam os impulsos nervosos, evitan- ao cair de uma mesa [...] Uma bolha surgiu por culpa de um sapato apertado e, sem que ela
do que a pessoa sinta dor em procedi- sentisse dor, a ferida inflamou, transformou-se em uma úlcera e causou uma osteomielite (in-
mentos operatórios, por exemplo. fecção no osso). [...] O departamento de neurologia do HC [Hospital das Clínicas de São Paulo]
Pode-se perguntar aos estudantes se constatou que a menina sofre de [...] insensibilidade congênita à dor. A doença, genética e sem
tratamento, prejudica a sensibilidade dos nervos periféricos [...] Investigando antecedentes fami-
eles já receberam anestesia e de que
liares, chegaram ao pai, que sofre do mesmo distúrbio. [...] Com a constatação, Mariana passou
tipo. É importante ressaltar que os mé- a prestar mais atenção no corpo, à procura dos ferimentos que não sente. Todos os dias, verifica
dicos precisam fazer uma avaliação dos especialmente os pés e as mãos, regiões mais insensíveis a dor – quanto mais distante da
pacientes com diferentes exames para medula espinhal, menor a capacidade de sentir. [...]
definir o uso de anestésicos, já que es- SILVEIRA, J. Eles não sentem dor. Folha de S.Paulo, São Paulo, ano 89,
tes podem levar a reações alérgicas ou n. 29.208, p. C10, 22 mar. 2009.
mesmo provocar respostas inespera- 3. Os nervos conduzem o estímulo, que é
interpretado como dor no SNC. Sem o funcionamento desses nervos, a comunicação entre a região afetada
das do organismo. Esse tema favorece do corpo e o SNC fica interrompida.
o trabalho com o Tema Contemporâneo 1 Há alguma palavra do texto cujo significado você não conhece? Consulte um dicionário
Transversal Saúde. para descobri-lo. 1. Resposta pessoal.
2 Qual é a função dos nervos do sistema nervoso periférico? 2. Conduzir impulsos nervosos, tanto
#Para interpretar das diversas partes do corpo para o SNC como do SNC para outras partes do corpo.
O texto proposto é uma reportagem 3 Como o fato de os nervos não serem sensíveis faz com que uma pessoa não sinta dor?
que mostra o caso de uma menina que
não apresenta sensibilidade à dor e os
problemas decorrentes dessa condição.
O objetivo é que os estudantes debatam Como é possível fazer procedimentos muito dolorosos, mas funda-
mentais para a saúde, como cirurgias médicas e odontológicas? Nesses

Estrada Anton/Shutterstock
a importância do sistema nervoso para
casos, para evitar ou aliviar a sensação de dor, foram desenvolvidos os
a sobrevivência. Após a leitura do texto, anestésicos, substâncias que impedem temporariamente que os impulsos
peça a alguns estudantes que expres- nervosos sejam passados de um neurônio para outro.
sem o que entenderam e o que mais Existem diferentes tipos de anestesia e vamos citar dois deles. Em pro-
acharam interessante sobre o texto. cedimentos mais simples, como o tratamento de uma cárie dentária, pode
1. Essa questão tem como objetivo am- ser utilizada uma anestesia local, que atua apenas no tecido nervoso da
pliar o vocabulário dos estudantes. área onde foi aplicada.
Por isso, sugerimos que leve dicioná- Para grandes cirurgias é utilizada a anestesia geral, que adormece o Paciente recebendo
rios para a sala de aula e os forne- paciente e bloqueia toda a dor durante o procedimento. aplicação de anestesia local.
ça aos estudantes para realizarem a
148
atividade
2 e 3. As respostas às questões estão
no Livro do Estudante. R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para ler
Biotecnologia: analgésicos feitos com venenos de animais substituem serpente Crotalus durissus cascavella: a cobra cascavel. [...] Ambos os anestésicos
morfina apresentaram potência analgésica sobre a dor de cerca de 100 a 200% superior à da
O Ceará vem despontando no que diz respeito a inovações na área de Biotecnolo- morfina, além de boa absorção por via oral. [...]
gia. Um desses exemplos é a pesquisa que conseguiu desenvolver novos analgésicos
FONTENELE, C. C. Biotecnologia: analgésicos feitos
para o tratamento de dores neuropáticas a partir de substâncias da biodiversidade com venenos de animais substituem morfina. Casa Civil do
do Nordeste. [...] Governo do Estado do Ceará, Fortaleza, 11 jan. 2017. Disponível em:
Um desses compostos obtidos por síntese foi prospectado a partir da telocino- https://www.casacivil.ce.gov.br/2017/01/11/biotecnologia-analgesicos-feitos-com-venenos-de
bufagina, uma substância do veneno do anfíbio Rinhella jimi, popularmente conhe- -animais-substituem-morfina/.
cido como sapo-cururu. O outro composto foi prospectado a partir do veneno da Acesso em: 27 abr. 2022.

148
#Atividades

ESC OREVA
NO L
IVRO
Orientações didáticas
O grupo de atividades presentes nes-
Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades.
ta página e nas páginas seguintes per-
1. A imagem a seguir é um esquema de um neurônio, um dos tipos celulares que forma o sistema
nervoso. 1. a) A: núcleo; B: corpo celular; C: dendritos; D: estrato mielínico (bainha de mielina); E: axônio. mite ampliar e desenvolver a habilida-
1. b) Os impulsos nervosos percorrem o seguinte caminho no neurônio: dendritos → corpo celular → axônio. de EF06CI07, pois trabalha o papel do
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA sistema nervoso na coordenação das
ações motoras e sensoriais do corpo.
C

Aldona Griskeviciene/Shutterstock
Sugerimos que selecione algumas ati-
vidades para serem feitas em sala de
aula e outras, em casa. Separe alguns
B
minutos da aula seguinte para realizar a
correção das atividades e verificar possí-
veis defasagens de conteúdo. Caso jul-
gue necessário, faça uma revisão dos
D conteúdos abordados até o momento.

A #Atividades
E 1 e 2. As respostas às questões estão
no Livro do Estudante.

a) Escreva no caderno o nome das estruturas indicadas pelas letras na figura.


b) Explique como a estrutura do neurônio se relaciona com a transmissão de impulsos nervosos.

2. Leia o texto a seguir antes de responder às questões


[...] Doce atra•‹o

RHJPhtotos/Shutterstock
S o b r e m e s a p r e p a ra d a , m e s a
posta e você mal pode esperar
pelo fim do jantar? Do fundo da mesa,
dentro daquele pote especial, os bo-
linhos de banana parecem sorrir…
Antes de atacá-los, você saberia res-
ponder o que lhe faz sentir tão atraído
por essas doces delícias?
Pois existe uma resposta cientí-
fica para isso e ela está em um lu-
gar muito pequeno – um espaço
entre células do cérebro que (acre-
dite!) é mil vezes menor que a es-
Bolinhos de banana.
pessura de um fio de cabelo.
Nesses locais acontece a comunicação entre células do cérebro, os neurônios, e é o açúcar um
dos responsáveis pela liberação de mensageiros – os neurotransmissores – que vão estabelecer
essa conversa entre as células. Serotonina e a B-endorfina (beta endorfina) são os neurotransmis-
sores acionados quando ingerimos açúcares.
Esses dois mensageiros são capazes de modificar o nosso estado de humor. Quando são libe-
rados naqueles mínimos espaços entre os neurônios, a pessoa se sente relaxada, fica otimista e
melhora sua autoestima. Por isso, então, nos sentimos tão bem quando comemos doces.

149

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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ESC OREVA
NO L
IVRO

Orientações didáticas Mesmo sem saber da ligação do açúcar com esses prazeres, muita gente, quando se sente
#Atividades triste, corre para a geladeira para devorar um docinho. Mas vai um alerta: açúcar em exces-
3. A resposta à questão está no Livro so pode causar a obesidade e diabetes, graves problemas de saúde.
do Estudante. RECEITA africana salpicada de ciência. Ciência Hoje das Crianças, 31 maio 2016. Disponível em:
http://chc.org.br/acervo/receita-africana-salpicada-de-ciencia/. Acesso em: 4 nov. 2021.
4. A resposta à questão está no Li-
vro do Estudante. A endorfina ini- a) Quais são os neurotransmissores citados no texto? 2. a) A serotonina e a B-endorfina.
be a sensação de dor e intensifica a
b) Como se chama o que o texto denomina de “espaço entre células do cérebro, os neurônios”?
sensação de felicidade. No entanto, O que ocorre nesses espaços?
isso é momentâneo, já que os neu- 2. b) São as sinapses. Nelas são liberados os neurotransmissores que desencadeiam os impulsos nervosos.
rotransmissores são retirados das si- 3. Os neurotransmissores são muito importantes no sistema nervoso. Explique onde eles são
napses após um tempo. encontrados e a função deles. 3. Os neurotransmissores são encontrados nos neurônios e nas sinap-
ses e têm a função de transmitir os impulsos nervosos de um neurônio a outro.
5. A resposta à questão está no Livro
4. Uma pessoa convidou um amigo para um jogo de vôlei porque, segundo ela, estava estressada e
do Estudante. precisava liberar endorfina para ficar melhor. Sabendo que a endorfina é um neurotransmissor,
6. a) A resposta à questão está no Li- pode-se dizer que a afirmação dessa pessoa faz sentido? Justifique.
vro do Estudante. Os nervos que 4. Sim, pois a endorfina desencadeia reações de bem-estar no corpo. Consulte as Orientações didáticas.
fazem parte do sistema nervoso 5. Qual é a importância das células da glia (gliócitos) no sistema nervoso dos seres humanos?
5. As células da glia nutrem e fornecem suporte aos neurônios, entre outras funções.
periférico encaminham os impul- 6. Com base no esquema, identifique quais estruturas fazem parte do sistema nervoso periférico
sos nervosos correspondentes e quais formam o sistema nervoso central. Depois, responda às questões no caderno.
aos estímulos do ambiente para
que sejam interpretados no sis- CORES FANTASIA

tema nervoso central, que então Encéfalo

S K Chavan/Shutterstock
produz estímulos que são levados
pelos nervos a outras partes do
corpo, desencadeando movimen-
tos, por exemplo. Medula
b) A principal função dos nervos é espinal
o encaminhamento dos impulsos
nervosos e estímulos de resposta
ao que é captado do ambiente,
Nervos
realizando a comunicação com o
encéfalo e a medula espinal.
7. A resposta à questão está no Livro
do Estudante.

6. a) Fazem parte do SNP: nervos e gânglios; e do SNC: encéfalo e medula espinal. Consulte as orientações didáticas.
a) Explique como esses órgãos trabalham em conjunto para receber, interpretar e responder
aos estímulos do ambiente.
b) Escreva qual é a principal função das estruturas que compõem o sistema nervoso periférico,
representadas na imagem.
7. O encéfalo é formado por diferentes regiões, e cada uma delas é responsável por coordenar
funções distintas do corpo. Essas funções podem ser voluntárias ou involuntárias. Copie a ta-
6. b) A principal função dos nervos é a comunicação das diversas partes do corpo com o encéfalo e a medula espinal.
bela a seguir no caderno e responda, para cada atividade, se ela é voluntária ou involuntária,
e qual região do encéfalo a coordena.

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Livro ddo EEstudante
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150

ESC OREVA
9. O bulbo coordena ações involuntárias e vitais do organismo como os movimentos respiratórios, os batimentos NO L
IVRO
cardíacos e a digestão. Quando lesionado, essas funções são interrompidas e a pessoa falece.
Orientações didáticas
10. a) O ato reflexo ocorre com os ner-
vos sensitivos mandando o estímulo Região (ou regiões) do #Atividades
Atividade Tipo de ação
para a medula espinal que, como res- encéfalo que a coordena
8. F, V, V, F, F. A seguir, comentamos
posta, envia impulsos nervosos para
movimentar o corpo, afastando-o do Bulbo. as alternativas incorretas.
perigo, sem a participação do cérebro. ( ) voluntária a) Os nervos fazem parte do SNP.
Espirrar.
( x ) involuntária
d) As meninges revestem cada órgão
Cérebro, cerebelo. do SNC, ou seja, o encéfalo e a
( x ) voluntária medula espinal.
Escrever em uma folha de papel.
( ) involuntária
e) Há outras regiões do encéfalo
que comandam as ações invo-
( ) voluntária
Controlar os batimentos do coração.
( x ) involuntária
Bulbo. luntárias, como o bulbo.
9, 10, 11, 12 e 13. As respostas às
Cérebro. questões estão no Livro do Estudante.
Lembrar dos detalhes de um acontecimento ao ( x ) voluntária
contá-lo para um colega. ( ) involuntária
13. Os anestésicos impedem a
passagem dos impulsos nervosos Cérebro e cerebelo.
entre os neurônios, o que impede ( x ) voluntária
Chutar uma bola.
a interpretação dos impulsos ner- ( ) involuntária
vosos e a sensação de dor.

8. Analise se estas afirmações sobre o sistema nervoso estão corretas ou incorretas. No caderno,
escreva corretamente as afirmações que considerar incorretas.
a) A medula espinal, o cérebro e os nervos fazem parte do sistema nervoso central.
b) O crânio e as vértebras são estruturas que protegem o encéfalo e a medula espinal, respec-
tivamente. 11. Os estímulos para a contração muscular vêm do encéfalo, passam pela medula espinal e che-
gam aos nervos. Dependendo da área da medula e da extensão da lesão, a pessoa pode perder os movimentos.
c) O cerebelo é uma das regiões do encéfalo e está relacionado com o equilíbrio do corpo.
d) As meninges e o líquido cerebrospinal revestem apenas o encéfalo.
e) Todas as atividades involuntárias do corpo são comandadas pelo cérebro.
8. Corretas: b, c. Consulte as Orientações didáticas.
9. Quando uma pessoa sofre um acidente que lesiona o bulbo, que se localiza em uma região popu-
larmente chamada de “nuca”, a morte é praticamente instantânea. Explique a função dessa região
do encéfalo e justifique por que uma pessoa morre rapidamente quando essa região é lesionada.

10. A pele humana tem muitos receptores sensoriais, estruturas que captam diferentes estímulos,
como mudanças de temperatura e textura dos objetos. Essas estruturas transformam o estí-
mulo em impulsos nervosos, conduzidos por nervos. Assim, se colocamos a mão em um objeto
que nos machuca ou em uma superfície muito fria, temos a reação imediata de afastar a mão,
o que caracteriza o ato reflexo.
a) Explique como ocorre o ato reflexo e quais são as estruturas do sistema nervoso que estão
envolvidas nessa ação.
b) Por que o ato reflexo é importante para a nossa sobrevivência? 10. b) O ato reflexo nos mantêm
afastados de perigos e evita lesões mais graves como queimaduras ou cortes, por exemplo.
11. Explique por que uma lesão na medula espinal pode comprometer os movimentos de pernas e
braços, dependendo do tipo de lesão e da região da medula espinal onde ela ocorre.
12. Cite um exemplo de ação involuntária e outro de ação voluntária do corpo humano, comandada
pelo sistema nervoso. 12. Os batimentos cardíacos ou os movimentos respiratórios são funções involuntárias. Já
uma função voluntária são os movimentos do corpo a partir dos músculos esqueléticos.
13. Os anestésicos permitem fazer procedimentos médicos sem que o paciente sinta dor. Explique
como essas substâncias atuam para inibir a dor.

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Reprodução
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Li do d EEstudante
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151
Orientações didáticas
Recomendamos que use o exemplo
CAPêTULO 9
Objetivos do capítulo
de caminhar em uma rua movimenta-
da e a imagem de abertura do capítulo • Discutir a

Os sentidos
importância dos
para sensibilizar os estudantes sobre a sentidos e relacioná-
importância dos órgãos dos sentidos. -los com a percepção
Você também pode aproximar essa do ambiente que nos
cerca.
abordagem mostrando a imagem da
• Identificar a
abertura e questionar os estudantes estrutura básica dos
sobre qual é a rua mais movimenta- órgãos dos sentidos.
da da cidade onde eles vivem e quais • Reconhecer as
relações entre o
cuidados precisam ter para atravessar sistema nervoso
a rua nesse local, por exemplo. e os órgãos dos
Peça aos estudantes que deem ou- sentidos.
tros exemplos de situações em que • Analisar exemplos
de alterações e
eles acreditam que os órgãos dos sen- problemas no
tidos são muito mobilizados. Eles po- sistema sensorial.
dem mencionar situações como as que
Na BNCC
acontecem ao praticar diferentes es-
portes, estar em uma praça de alimen- Habilidades:
EF06CI07 e
tação de um shopping ou em uma feira EF06CI08.
de alimentos, um cinema ou um teatro,
por exemplo.

Chico Ferreira/Pulsar Imagens


#Para iniciar
Este boxe tem o objetivo de auxiliá-lo
na identificação dos conhecimentos,
habilidades, atitudes e valores dos es-
tudantes. Por isso, sugerimos que eles
realizem o registro de suas respostas
iniciais, no caderno, a fim de que pos- Pessoas atravessando a rua na faixa de pedestres, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), 2021.
sam ser retomadas e revistas no final
do capítulo. Isso contribuirá para que Você já andou em uma rua bastante movimentada? Pense em tudo em que precisamos prestar
se tornem conscientes do desenvol- atenção para atravessar uma rua em segurança: o som dos carros e das pessoas, os avisos luminosos
vimento de suas aprendizagens e da e sonoros que indicam se podemos ou não atravessar e as sinalizações, como placas ou faixas de pe-
construção do seu conhecimento. destres pintadas no chão. Em uma rua movimentada, letreiros e placas de propaganda, vendedores
ambulantes, cheiros de comida, entre tantas outras coisas, também podem chamar a nossa atenção.
• O objetivo desta atividade é levantar Perceber todos esses sinais é muito importante, pois eles nos permitem reconhecer o ambiente
os conhecimentos prévios dos estu-
em que estamos e reagir, caso algo inesperado aconteça. Os sinais vindos do ambiente funcionam
dantes, já que esse assunto foi tra-
como estímulos que são captados pelos nossos órgãos dos sentidos.
balhado nos Anos Iniciais do Ensino

ESC O
Fundamental. É importante deixar es- NO L
REVA
IVRO
paço para que eles conversem entre #Para iniciar
si e identifiquem cada um dos órgãos
dos sentidos: pele, olhos, orelhas, lín- • Que órgãos do corpo humano estão relacionados aos sentidos?
gua e nariz. • Pense no trajeto que você faz da sua casa até a escola e responda: Que sentidos você
• A partir de uma situação real, auxilie usa e como eles o ajudam a chegar em segurança até a escola?
os estudantes a contextualizar o uso
Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações didáticas.
dos sentidos no dia a dia. Caso es- 152
queçam de elencar algum órgão, eles
podem lembrar os sentidos de que
fazem uso no percurso de casa até a Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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escola, sendo eles: visão, audição, ol-


fação, gustação e tato. Pode ser que o cheiro de um lugar pelo qual eles passem, como restau-
sentido mais citado seja a visão, mas rantes, lanchonetes ou lojas. Comente também sobre as
é importante chamar a atenção para pessoas com deficiência visual, que utilizam o tato para
a audição, relacionada a perceber o se locomoverem pelas cidades utilizando bengalas para
trânsito e os movimentos da cidade, perceber os pisos, sejam eles táteis ou não, e seus pa-
e para a olfação, que pode identifi- drões, e também a audição, que lhes permite ouvir bu-
car alguma situação de perigo ou o zinas, entre outros sons.

152
# Os sentidos e os seres humanos
Orientações didáticas
Recomendamos que ajude os estu-
O corpo humano tem cinco sentidos principais. Cada um deles está dantes a relacionar os órgãos respon-
CORES FANTASIA
associado a um órgão específico do corpo e à captação de um tipo dife- sáveis por perceber os estímulos do
rente de estímulo, como representado no esquema a seguir. FORA DE PROPORÇÃO ambiente a cada tipo de sentido. Aju-
de-os a compreender também que a

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


interpretação para os estímulos perce-
bidos pelos sentidos tem relação com
o sistema nervoso central.
Nesse momento, inicia-se o trabalho
Olhos Nariz Língua Orelha Pele
com as habilidades EF06CI07, que re-
Visão Olfação Gustação Audição Tato laciona as ações sensoriais do corpo
Percepção da luz e Percepção Percepção Percepção Percepção das texturas humano e aborda questões relativas à
das imagens que se dos odores. dos gostos. dos sons. das superfícies, da
formam a partir dela. pressão, das variações na
saúde e investigações acerca dos sen-
temperatura, entre outras. tidos, e EF06CI08, que explora a im-
Representação
portância da visão para interação do
Cada órgão dos sentidos capta um tipo de estímulo diferente, e o esquemática dos organismo com o meio.
conjunto desses órgãos nos permite interpretar o ambiente e interagir cinco sentidos do ser
com ele. Mas como acontece esse processo? humano. #Atividade complementar
Os órgãos dos sentidos não funcionam
Sentindo os sentidos
de maneira isolada, e cada um deles en-
Esta atividade oportuniza o trabalho
via impulsos nervosos ao cérebro, onde

Estúdio Ornitorrinco/Arquivo da editora


Órgãos dos sentidos
com a competência geral 2, pela
os estímulos do ambiente são interpre-
qual é possível estimular os sentidos
tados. Por exemplo, se uma pessoa olha
dos estudantes e propor reflexões
para o sinal de pedestres quando ele está
Nervos por meio de um modelo de rotação
com a luz vermelha acesa ou escuta o
por estações de aprendizagem. Para
ruído dos veículos em movimento, a ima-
isso, organize os estudantes em cin-
gem captada pelos olhos e o som capta- Cérebro
co grupos. Cada grupo deve iniciar
do pelas orelhas são levados por nervos
até o cérebro. Em regiões específicas do
por uma estação, apresentando ma-
cérebro, esses estímulos são interpreta- teriais que se relacionem com cada
dos, e a pessoa tem consciência de que um dos sentidos. Determine um tem-
não deve atravessar a rua naquele mo- Ao atravessar a rua, usamos po para cada grupo realizar a tarefa
mento. Assim, os órgãos dos sentidos sempre interagem com o sistema informações obtidas pelos em cada estação; após esse período,
nervoso por meio de impulsos nervosos, que são interpretados no cére- sentidos, como o sinal eles devem trocar de estação, para
luminoso para pedestres. que, ao final da atividade, todos os
bro, gerando uma resposta.
Em algumas cidades, há estudantes tenham passado por to-
Essas interpretações são desenvolvidas no decorrer da vida por semáforos para pedestres das as estações. Peça que relatem
meio de experiências e aprendizados. Por exemplo, aprendemos a re- com um sinal sonoro, que
as sensações, memórias e emoções
conhecer sabores e cheiros agradáveis e associá-los a memórias afe- permite às pessoas com
deficiência visual saber
que a imagem, áudios, texturas, odo-
tivas, e a reconhecer o cheiro de fumaça como um sinal de alerta para
o momento certo de res e sabores lhes provocaram.
um possível incêndio.
atravessar a rua. Separe um momento para sistema-
tizar com todos os estudantes as
#Para refletir NÃ
ESC O
NO L
REVA
IVRO
percepções deles. Nesse momen-
to, ressalte as funções do cérebro
1 No capítulo anterior, estudamos que o cérebro faz parte do encéfalo. Relembre e responda: de processar memórias e emoções
1. a) Sistema nervoso central e de interpretar os sentidos. Comen-
a) O encéfalo pertence ao sistema nervoso central ou periférico? (SNC). te que o sistema nervoso é capaz
b) Do que é constituído e qual é a principal função do sistema nervoso periférico? de integrar todas essas informações.
Explore também a importância evo-
1. b) O sistema nervoso periférico (SNP) é constituído de nervos e gânglios, e sua principal lutiva dos sentidos e a integração
função é transmitir impulsos nervosos para o SNC e dele para outras partes do corpo. 153
deles à memória e às emoções.
A seguir, apresentamos algumas
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id sugestões de como organizar cada
estação:

Imagem: produza um painel que mostre um céu bem Texturas: vende os olhos dos estudantes e faça-os to- Sabores: traga para a sala de aula suco de limão sem
escuro, carregado de nuvens, na iminência de chover. car três objetos diferentes. Selecione objetos com ca- açúcar, iogurte sem sabor e mel. Cada estudante deve
Sugestão de perguntas: a) O que você sente ao ver racterísticas distintas como: um bicho de pelúcia, uma experimentar os alimentos. Sugestões de perguntas: a)
esta imagem?; b) A imagem lhe traz alguma lembran- coroa de abacaxi e gel de cabelo ou gelatina. Peça Como você caracteriza o gosto dos alimentos: doce, sal-
ça?; c) Caso você não pudesse enxergar, que outras aos estudantes que, inicialmente, toquem os objetos gado, azedo, amargo?; b) Qual reação você teve ao expe-
sensações poderiam indicar o fenômeno da imagem? de forma suave. Somente depois, se eles sentirem se- rimentar cada um deles?; c) Misture um pouco do iogurte
Áudios: toque para os estudantes áudios com: som gurança, devem pressionar um pouco mais os objetos. com o mel e o suco de limão. Descreva o que acontece
de cachoeira, córrego ou rio; e som de mar com on- Sugestões de perguntas: a) Qual foi a sensação que com o sabor. Algum gosto prevaleceu mais que outro?
das quebrando na areia. Sugestões de perguntas: você teve ao tocar os objetos?; b) Ao tocá-los, você A olfação será tratada em específico na seção #Ex-
a) O que você sente ao ouvir esses sons?; b) Eles lhe conseguiu identificar os objetos?; c) Você acha que perimentar, portanto, nesse momento, sugerimos que
trazem alguma lembrança? algum dos objetos oferece perigo? sejam trabalhados apenas os outros sentidos.

153
Orientações didáticas Por possibilitarem a interpretação do ambiente, os sentidos tam-

Floki/Shutterstock
Ao abordar a relação entre os senti- bém tornam possíveis a reação e a produção de respostas a situa-
dos e a evolução dos seres humanos, ções que vivemos — incluindo as potencialmente perigosas. Isso foi
sugerimos que retome o exemplo do ca- fundamental no processo evolutivo da espécie humana. Pense na
pítulo anterior de pessoas que não con- importância de identificar quais frutos eram comestíveis e quais
eram venenosos, observar os hábitos dos outros animais para poder
seguem sentir dor e as possíveis con-
fugir deles ou caçá-los, identificar os melhores materiais para fazer
sequências para a saúde delas. Utilize abrigos ou mesmo roupas para se proteger, entre outras situações.
os exemplos apresentados para mostrar Nesse morangueiro (Fragaria
Toda essa interação com o ambiente foi determinada pela
como os sentidos favorecem a sobrevi- percepção do mundo por meio dos sentidos. Por mais que nos- vesca, sua planta pode chegar a
vência humana e a de outros animais. sas tarefas diárias tenham mudado muito ao longo da história, até 20 cm de altura) há morangos
em bom estado e alguns que não
#Para interpretar essa interação ainda acontece, por exemplo, quando testamos a
devem ser consumidos por não
temperatura de uma bebida encostando rapidamente a pele na estarem maduros ou estarem
As atividades deste boxe oferecem xícara, quando escolhemos a faixa de pedestres para atravessar apodrecendo. Os órgãos dos
aos estudantes a oportunidade de a rua, quando sentimos um cheiro forte e desagradável, quan- sentidos ajudam os seres humanos
desenvolver as habilidades de leitura, do nos desviamos da bola durante um jogo de vôlei ou quando a detectar informações como cor,
uma vez que demandam processos de tomamos qualquer tipo de atitude em resposta à percepção do cheiro e textura dos alimentos.
compreensão e inferência de textos. que está ao nosso redor.
Recomendamos que o texto seja NÃ
ESC O
direcionado para que os estudantes #Para interpretar NO L
REVA
IVRO

percebam como o fogo favoreceu a


sobrevivência humana. Questione os es- Leia o texto a seguir para saber mais da relação entre os sentidos e a sobrevivência dos ho-
minídeos. Ao longo da história, existiram diversas espécies de hominídeos, mas apenas uma delas
tudantes como o fogo pode ser percebi-
prevaleceu até hoje: a nossa espécie, chamada Homo sapiens.
do por meio dos sentidos. Eles podem
mencionar: o tato, devido à diferença A descoberta que mudou a humanidade
de temperatura; a visão, devido à lu- Há centenas de milhares de anos, nas noites frias de inverno, a escuridão era um grande ini-
minosidade; o olfato, devido à fumaça; migo. [...] Havia muitos predadores com sentidos aguçados, e que poderiam atacar facilmente
a gustação, devido à possibilidade de enquanto dormíamos. O frio intenso era outro inimigo. Não eram fáceis os primeiros passos da
cozinhar e alterar o sabor de alimentos; humanidade, dados por antepassados muito diferentes de nós.
e a audição, devido à possibilidade de Até que, um dia, talvez ao observar uma árvore atingida por um
Gorodenkoff/Shutterstock

raio, os hominídeos primitivos descobriram algo que modificaria


escutar o som dos estalos provocados
complemente o rumo da nossa evolução: o fogo. Ao dominar essa
pelas fagulhas ou brasas (crepitação). entidade, foi possível se aquecer, proteger-se dos predadores e ain-
Após a leitura do texto, peça aos estu- da cozinhar os alimentos. Como nenhuma outra criatura do nosso
dantes que respondam às perguntas no planeta, conseguimos usar a nosso favor um fenômeno natural
caderno. Depois, disponibilize um perío- para ajudar a vencer as dificuldades diárias.
do para discutir a leitura e as respostas. Com o fogo, a noite já não era mais tão perigosa, e diminuía a
necessidade de se esconder ou lutar. Acredita-se que a descober-
Ser capaz de gerar e controlar ta de seu uso tenha agido diretamente sobre a nossa forma
o fogo mudou a maneira como de pensar, pois permitiu mais tempo para pensarmos. [...]
os seres humanos percebiam e
DE OLIVEIRA, A. A descoberta que mudou a humanidade. Ciência Hoje,
interagiam com o ambiente, há 16 jul. 2010. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/coluna/a-descoberta-
centenas de milhares de anos. que-mudou-a-humanidade/. Acesso em: 10 nov. 2021.

1 Há alguma palavra do texto que você não conhece? Anote-a no caderno e pesquise seu
significado. 1. Resposta pessoal.
2 Localize no texto o trecho que cita os benefícios do uso do fogo pelos seres humanos
no passado. No caderno, explique dois desses benefícios e com qual sentido (ou quais
sentidos) cada um deles se relaciona.

2. O fogo permitiu o aquecimento, a proteção contra os predadores e o cozimento dos alimentos. O aque-
154 cimento relaciona-se com o tato, a proteção contra predadores pode envolver a visão e o cozimento dos
alimentos relaciona-se com a gustação e a olfação.

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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154
# Olfação
Orientações didáticas
Sugerimos que, para iniciar a dis-
A olfação é o sentido que nos permite sentir cheiros e o órgão respon- cussão sobre o olfato, peça aos estu-
sável por captar esses estímulos é o nariz. Ele é dividido em duas narinas, dantes que conversem com familiares
e o interior delas é chamado de cavidades nasais (antes chamadas de sobre odores que ativam a memória
fossas nasais). afetiva. Peça que façam uma entre-
Mas como aquele cheirinho de pão recém-assado chega ao nosso na- vista com os familiares questionando
riz? Isso acontece porque diferentes materiais podem liberar substâncias um cheiro de que eles gostam muito
odoríferas no ar e, quando essas substâncias chegam às cavidades na- Odoríferas: e descrevam que tipo de emoção ou
sais, são detectadas pelas células receptoras olfatórias que transmitem que liberam odor ou
evento lhes vêm à memória quando
esses estímulos para o cérebro, por meio dos nervos olfatórios. No cére- cheiro.
sentem determinado cheiro. Com base
bro, esses estímulos serão interpretados como odores. Dispersão:
espalhamento ou nas entrevistas, é possível discutir com
A liberação de substâncias percebidas como odores ocorre não só
disseminação. os estudantes como desenvolvemos
com o pão, mas também com diversos outros materiais, como madeiras,
perfumes, alimentos, produtos de limpeza ou de higiene e organismos, a chamada memória afetiva e como,
como plantas e outros animais. É a dispersão delas pelo ar que faz com para cada pessoa, isso se estabelece
que seja possível percebermos cheiros a longas distâncias. de forma diferente. Você pode associar
CORES FANTASIA
essa discussão à relação entre o olfato

Estúdio Ornitorrinco/Arquivo da editora


Cérebro e a interpretação no sistema nervoso
3. Os impulsos central, que é trabalhada no Livro do
nervosos são
encaminhados para 1. As substâncias Estudante.
o cérebro pelo odoríferas que são Explore o esquema apresentado na
nervo olfatório. Cavidades nasais liberadas no ar pelo
pão chegam às
página e reforce as estruturas e os pro-
cavidades nasais. cessos envolvidos na olfação. Esse con-
teúdo é uma boa oportunidade para de-
Substâncias odoríferas senvolver a competência específica 2
de Ciências da Natureza.

2. As células receptoras
olfatórias, encontradas
no revestimento das
cavidades nasais, detectam Células
as substâncias odoríferas e receptoras
geram impulsos nervosos. Nervo olfatórias
olfatório
Representação
Elaborado com base em: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. esquemática das
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. estruturas e dos
processos envolvidos na
Como mostrado no esquema anterior, as substâncias odoríferas esti- olfação.
mulam as células receptoras do olfato e esse estímulo é convertido em
impulsos nervosos. Quando esses impulsos nervosos chegam ao cére-
bro, eles são interpretados, e a pessoa identifica que se trata do cheiro
de pão assado. Esse processo pode desencadear diferentes sensações
no corpo, como o aumento da salivação na boca, preparando a pessoa
para se alimentar do pão. No entanto, se ela não gosta de pão, não terá
essa reação, e essa é uma consequência da interpretação que o cérebro
faz dos odores. Essas experiências são registradas em nosso cérebro à
medida que crescemos. Assim, criamos uma memória dos odores e os
associamos a sensações e emoções.
155

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para saber
O uso dos sentidos, olfato e paladar, na Por que o olfato é o sentido mais importante vel em: https://revistapesquisa.fapesp.br/os-misterios-
percepção dos aromas: uma oficina temática para nossas emoções do-cheiro/.
para o ensino de Química A reportagem trata dos diferentes aspectos de nossa Algo aqui não cheira bem... A Química do mau
O artigo descreve uma atividade usada para desen- vida influenciados pelo olfato. cheiro
volver o conteúdo de Química orgânica por meio da Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/ O artigo explora como o mau cheiro contribuiu para a so-
percepção de aromas e os sentidos. geral-60393885. brevivência humana, já que muitas vezes está associado
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/ Os mistérios do cheiro ao perigo, e aborda questões relacionadas à memória
qnesc44_1/09-EQF-49-20.pdf. O texto destaca a variação genética que pode fazer olfativa. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/
com que pessoas percebam odores de forma diferente qnesc33_1/01-QS9309.pdf.
e discute o olfato numa perspectiva evolutiva. Disponí- Acesso em: 13 maio 2022.

155
#Experimentar
ATENÇÃO!
Realize essa atividade
Orientações didáticas apenas com a supervisão
GRUPO de um adulto.
#Experimentar
Aqui são propostas investigações acer- Vamos identificar alguns materiais por meio do olfato? Com a ajuda do(a) professor(a), reúna-se
ca de dois sentidos: a olfação e a gusta- com um colega e realizem o teste a seguir.
ção, sendo uma boa oportunidade para
trabalhar a habilidade EF06CI07, que Material
destaca o papel do sistema nervoso na
• Amostras de ervas aromáticas e temperos (hortelã, alecrim, manjericão, capim-cidreira, entre
coordenação das ações motoras e senso- outros).
riais. Além disso, a seção apresenta ativi- • Flores variadas.
dades práticas investigativas que levam os • Amostras de alimentos (banana, maçã, tomate, cebola, alho, laranja, limão, entre outros).
estudantes a hábitos de pesquisa, mobi-
• Amostras de bebidas (sucos variados, chás e café).
lizando processos e procedimentos cien-
• Um pedaço de tecido para usar como venda.
tíficos. Esses estímulos e essas propostas
complementares podem auxiliar no de-
senvolvimento do pensamento compu-
Como fazer
tacional (identificação de padrões), por O(A) professor(a) vai preparar as diferentes amos-
meio da abstração. tras sem que você e seus colegas saibam quais são

NATI_HDEZ/Shutterstock
Esta atividade também possibilita o elas.
desenvolvimento da competência geral Inicialmente, ajude, com cuidado, o colega a colocar
2 e da competência específica 2 de a venda sobre os olhos. Depois, o(a) professor(a) vai
lhe entregar quatro amostras de materiais. Ofereça
Ciências da Natureza.
uma amostra de cada vez para o colega vendado sen-
Sugestões de respostas às questões tir o cheiro.
propostas no item Conclusão: O colega deve, apenas com o olfato, tentar identifi-
1. Espera-se que os estudantes identifi- car qual é o material e relatar a sensação, a memória
quem algumas amostras, porém eles ou a emoção que ele associa àquele odor. Você deve
podem ter dificuldade em conhecer anotar essas informações no caderno, montando um
ou lembrar alguns nomes. O objetivo quadro que contenha os seguintes títulos:
não é acertar todas as amostras, mas • Número da amostra.
pensar em como ocorre no corpo a • O que é a amostra?
identificação desses odores e na res- • O que o colega respondeu?
posta que isso desencadeia. • Sensação, memória ou emoção que o colega associa à amostra.
2. É importante que os estudantes Quando ele terminar, será a sua vez de ser vendado, e seu colega lhe oferecerá outras quatro
tenham um espaço para conversar e amostras para que você as identifique com o olfato. Ele também deve anotar as informações que
pensar nas sensações desencadeadas você fornecer durante a atividade no quadro montado no caderno.
pelos odores. Por exemplo, o chá de Ao final da atividade, comparem suas anotações e conversem sobre as questões a seguir.
camomila pode trazer a lembrança da NÃ
ESC O
família quando eles estão com alguma Conclusão NO L
REVA
IVRO

indisposição; já o orégano pode trazer


a lembrança de uma pizza. Retome, 1 Vocês conseguiram identificar todas as amostras? Que dificuldades vocês enfrentaram para
nesse momento, se possível, a relação identificá-las?
entre as terminações nervosas das
2 Quais sensações, memórias e emoções vocês compartilham em relação às amostras? E quais
cavidades nasais, do nervo olfatório, sensações, memórias e emoções foram diferentes entre vocês?
com a interpretação do cérebro dos
estímulos olfativos. 3 Na opinião de vocês, a resposta da questão anterior é uma evidência de que a interpretação
dos cheiros pode variar entre as pessoas? Por quê?
3. Os estudantes podem perceber que 1, 2 e 3. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
cada odor pode ativar diferentes ti- 4 Qual estrutura do corpo é responsável pela associação de memórias e emoções aos odores?
pos de emoções ou memórias en- 4. O cérebro.
tre as pessoas. Escute os estudan- 156
tes e comente que essa diferença
se dá porque cada indivíduo tem
Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
uma experiência diferente quando
sente determinado cheiro. E é essa
experiência que fica na memória;
por isso, quando a pessoa sente o
cheiro, a memória associada a ele
é recrutada. Existem alguns estu-
dos que também mostram que há
variação genética entre as pessoas,
o que faz com que elas sintam chei-
ros de formas diferentes. Consulte o
boxe #Para saber +, na página an-
terior, para outras referências.
4. A resposta à questão está no Livro
do Estudante.

156
# Gustação
Orientações didáticas
Sugerimos que inicie a abordagem
A gustação é o sentido que nos permite identificar e diferenciar os do tópico desta página questionando
gostos de alimentos, bebidas e outras substâncias que ingerimos. Na os estudantes sobre a diferença entre
parte superior da língua, há papilas gustatórias (estruturas visíveis a gosto e sabor.
olho nu), e cada papila gustatória apresenta estruturas microscópicas Explique que o sabor está associa-
chamadas de botões gustatórios. do ao sentido da gustação e do olfa-
Quando mastigamos os alimentos, certas substâncias estimulam os to. Os gostos diferenciados pelo pala-
botões gustatórios. São gerados impulsos nervosos, enviados por nervos dar caracterizam-se pela capacidade
até o cérebro, onde são interpretados e identificados os diferentes gostos. de perceber a presença de diferentes
Pela gustação, podemos identificar e diferenciar cinco gostos básicos: compostos nos alimentos, que estão
azedo, doce, salgado, amargo e umami. Muitas vezes chamado de quinto associados ao ácido, ao azedo, ao sal-
sabor, o umami pode ser percebido em alimentos que combinam uma
gado e ao doce.
substância chamada ácido glutâmico (ou glutamato) com minerais, como
o sódio e o potássio. O umami está presente, por exemplo, em cogumelos, Você pode citar também o fato de os
no molho de soja, em algas, peixes e alimentos temperados com uma gostos servirem de alerta; por exemplo,
substância chamada glutamato monossódico. o sabor amargo está associado a um
Na realidade, quando comemos um alimento, sentimos o seu sabor, mecanismo de defesa do corpo para
e não apenas os gostos. O sabor é resultado da mistura dos gostos cap- reconhecer alimentos estragados ou
tados pela gustação e dos cheiros captados pelo olfato, além de outras com substâncias tóxicas.
informações como a textura, a consistência e até a temperatura do ali- Explore o esquema apresentado
mento. Todas essas informações são integradas no cérebro e geram a na página e reforce as estruturas e
sensação de sabor. Representação
esquemática dos os processos envolvidos no processo
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
Detalhe da superfície sentidos da gustação da gustação. Esse conteúdo é uma
da língua e da olfação. boa oportunidade para desenvolver a
competência específica 2 de Ciências

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


Células receptoras da Natureza.
olfatórias
Botão
gustatório

Faringe
Célula receptora
gustatória

Nervo

Detalhe do botão
Língua gustatório

Elaborado com base em: RAVEN, P. H. et al. Biology. 12th ed. New York: McGraw-Hill Education, 2019.

157

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para saber
O que é umami?
O portal Umami traz informações sobre o quinto gosto, um
pouco sobre a história dessa descoberta, uma lista de ali-
mentos ricos em umami, etc.
Disponível em: https://www.portalumami.com.br/sobre/o-
que-e-umami/. Acesso em: 13 maio 2022.

157
Orientações didáticas
#Integrando as Ciências
#Integrando as Ciências
O texto deste boxe possibilita o tra- A olfação e a gustação são sentidos que envolvem receptores químicos, já que os estímulos
balho interdisciplinar ao oferecer ao es- identificados são substâncias químicas. Não podemos nos esquecer de que alimentos, bebidas
tudante a oportunidade de estabelecer e outras substâncias são formados de diferentes tipos de componentes, detectados por re-
ceptores específicos. Quando um componente é detectado por um receptor químico, surgem
conexão entre diferentes componentes
impulsos nervosos nos neurônios ou nas células receptoras, enviados até o cérebro. Assim, o
curriculares, evitando a rígida comparti- estudo desses dois sentidos envolve diversas áreas da ciência, integrando conhecimentos da
mentalização do conhecimento. organização do corpo (Anatomia), da estrutura e da função das células (Biologia celular) e das
Os estudantes ainda não têm um co- estruturas das substâncias (Química).
nhecimento vasto dos conceitos da Quí-
mica e da Física. O objetivo aqui é que
eles apenas compreendam que as sensa- É a mistura de sensações proporcionada pelos

João Prudente/Pulsar Imagens


ções provocadas pelo olfato e pela gus- vários sentidos que define o nosso paladar, ou
tação dependem de características físi- seja, o registro em nosso cérebro dos sabores
cas, como solubilidade e volatilidade, e dos alimentos e das combinações de que gosta-
de características químicas das substân- mos. Cada vez que experimentamos um tipo dife-
cias que ativam os receptores sensoriais rente de alimento, registramos novas sensações.
do sistema nervoso. Por isso, nesse mo- O paladar está relacionado, portanto, a uma in-
terpretação individual dessas sensações. Assim,
mento, é importante trabalhar essas ca-
experimentar um alimento é a única maneira de O momento da merenda escolar é uma oportunidade
racterísticas de forma simplificada. Por saber se vamos gostar dele ou não. O alimento de experimentar diferentes alimentos. Na imagem,
exemplo, explique aos estudantes que, que não é saboroso para alguém pode ser agra- estudantes durante o almoço na Escola Estadual
ao ingerir um alimento frio, partículas dele dável a seu paladar. Professora Leila Mara, em Sumaré (SP).
se dissolvem na saliva; já se o alimento
for quente, as partículas se desprendem #Para interpretar NÃ
ESC O
REVA
para a cavidade nasal e ativam as célu- NO L
IVRO

las receptoras, que encaminham as infor- Você já se perguntou por que as pimentas ardem na boca? Isso se deve à interpretação que
mações para serem interpretadas pelo o cérebro dá para as sensações produzidas por uma substância presente nelas. Leia o texto a
cérebro. Esse tipo de explanação pode seguir e responda às questões.
auxiliar os estudantes a entender que as Por que a pimenta arde? [...]
propriedades físicas e químicas das mo- As pimentas ardem porque possuem as chamadas capsaicinoides. Essas substâncias de nome
léculas são importantes, por exemplo, esquisito não têm cheiro nem [gosto], mas estimulam as células nervosas da boca, produzindo
para criar produtos que se tornam mais aquela sensação de ardor, como se a boca estivesse pegando fogo. As capsaicinoides são produ-
atrativos devido ao cheiro, como perfu- zidas por glândulas localizadas [no] tecido esbranquiçado onde ficam grudadas as sementinhas.
mes, produtos de limpeza e alimentos. A ‘temperatura’ de cada espécie desse fruto depende da concentração de capsaicinoides
que ela possui. [...]
#Para interpretar
PAQUETE, S. Por que a pimenta arde? Qual a pimenta mais ardida do mundo?
Convide alguns estudantes a realizar Mundo estranho, 4 jul. 2018.
a leitura do texto em voz alta. Em se-
guida, sugira que respondam às ques-
1 Com base no texto, pode-se dizer que, quanto maior a quantidade de capsaicinoides na
tões propostas. pimenta, maior será a sensação de ardor na boca? Por quê?
1, 2 e 3. As respostas às questões es- 1. Sim, pois a ardência depende da concentração dessa substância na pimenta.
tão no Livro do Estudante. 2 A partir da sensação que a pimenta provoca na boca, como podemos diferenciar o que é
sabor e o que é gosto?
3 A última frase do texto menciona a “temperatura” de cada espécie de pimenta. Ao
utilizar esse termo, qual ideia o autor quis passar sobre as pimentas?
3. A ideia de que, quanto maior for a “temperatura” da pimenta, mais ela arde.

2. O gosto refere-se ao sentido da gustação, e há apenas cinco tipos: doce, salgado, azedo, amargo e umami.
158 Já o sabor envolve a combinação de dois ou mais sentidos; nesse caso, do gosto captado pela gustação da
pimenta e de seu cheiro, captado pela olfação.

R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
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#Para ler
Perfumes: uma química inesquecível Nota do meio (ou coração do perfume): é a parte interme-
[...] A análise química dos perfumes mostra que eles são diária do perfume, e leva um tempo maior para ser percebi-
uma complexa mistura de compostos orgânicos denomina- da, de três a quatro horas.
da fragrância (odores básicos). Nota de fundo (ou base do perfume): é a parte menos volá-
[...] til, geralmente leva de quatro a cinco horas para ser percebi-
Os perfumes têm em sua composição uma combinação da. É também denominada “fixador” do perfume.
de fragrâncias distribuídas segundo o que os perfumistas DIAS, S. M.; SILVA, R. R. da. Perfumes: uma química inesquecível.
denominam de notas de um perfume. Assim, um bom per- Química Nova na Escola, n. 4, 1996. Disponível em: http://qnesc.sbq.
fume possui três notas: org.br/online/qnesc04/quimsoc.pdf. Acesso em: 19 abr. 2022.
Nota superior (ou cabeça do perfume): é a parte mais volá-
til do perfume e a que detectamos primeiro, geralmente nos
primeiros 15 minutos de evaporação.
158
Orientações didáticas
Problemas de olfação e de gustação
O conteúdo desta página está re-
Por diferentes motivos, algumas pessoas podem ter a percepção dos
lacionado ao Tema Contemporâneo
cheiros ou dos gostos comprometida, ou mesmo interrompida. Isso in-
Transversal Saúde. Sugerimos que seja
terfere em diferentes aspectos da vida, pois, como estudamos, associa-
mos muitas sensações, reações e emoções aos odores e aos sabores feita uma abordagem prévia para iden-
dos alimentos. tificar os conhecimentos dos estudan-
Um exemplo da redução da olfação ocorre com pessoas que são fu- tes sobre os comprometimentos sen-
mantes. Substâncias presentes no cigarro podem se acumular, danificar tidos por pessoas que apresentam
e reduzir a sensibilidade das células receptoras do olfato nas cavidades problemas de olfação e de gustação.
nasais. Geralmente, se a pessoa parar de fumar, o olfato volta a ser mais Destaque que, durante a pandemia
sensível com o passar do tempo, recuperando também a percepção do de covid-19, várias pessoas apresenta-
sabor dos alimentos. ram, como um dos sintomas, a perda
O olfato também é reduzido quando estamos gripados. Isso aconte- do olfato e do paladar. Questione os es-
ce pelo excesso de muco, que é uma substância pegajosa que protege tudantes se eles foram infectados pelo
o sistema respiratório. Nesse caso, o muco se acumula nas cavidades coronavírus, e se conhecem pessoas ou
nasais e dificulta o contato das substâncias odoríferas com as células
se eles mesmos tiveram perda de olfato
receptoras do olfato. Assim, não conseguimos distinguir bem os cheiros,
o que compromete também a percepção do sabor dos alimentos.
e gustação causada pelo coronavírus.
Pergunte se eles conhecem outros fato-
Outras doenças respiratórias, como a rinite e a sinusite, também
podem afetar o olfato pelo acúmulo de muco. A perda do olfato e da
res que podem alterar esses sentidos.
gustação também são sintomas da covid-19, doença causada por um Em seguida, sugira aos estudantes a
Pandemia: doença
tipo de coronavírus que provocou uma pandemia em 2020. Nesse caso, que se espalha por leitura do texto apresentado na página
identificou-se que esse tipo de coronavírus causa uma inflamação per- todo o mundo em e peça que listem os principais motivos
sistente nas células receptoras das cavidades nasais, o que interrompe curto intervalo de que podem afetar a sensação do olfato
a passagem dos impulsos nervosos para o nervo olfatório e deste para o tempo, infectando e da gustação.
cérebro. Assim, apesar de as substâncias odoríferas chegarem às células grande número de
pessoas.
Se julgar oportuno, apresente aos
receptoras olfatórias, o estímulo não chega ao cérebro e, portanto, não é estudantes mais informações sobre
interpretado, ou seja, a pessoa não sente cheiro.
Ber
a covid-19, como histórico da pan-
Para a maioria das pessoas que se recuperaram n ard
oE demia, vacinas, etc. Consulte o boxe
ma
da doença, essa foi uma situação temporária. nu
ell
e/
Sh #Para saber +, que traz algumas dicas
No entanto, em muitos casos, a perda de ut
te
de sites sobre covid-19.

rs
olfato persistiu após a recuperação; em

to
ck
outros, a interpretação dos odores foi
prejudicada e modificada – ao cheirar
um alimento antes considerado ape-
titoso, por exemplo, esse cheiro pas-
sou a ser interpretado como desa-
gradável. Em ambos os casos foram
necessários tratamento e acompa-
nhamento médico para a recupera-
ção do olfato, quando possível.

O excesso de muco nas


cavidades nasais dificulta a
percepção dos odores e dos
sabores dos alimentos.

159

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
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#Para saber
Folha informativa sobre covid-19; Histórico da A perda de olfato na covid-19 já tem explicação –
pandemia de covid-19 pelo menos em parte
Portal da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) que Artigo sobre a perda de olfato decorrente de infecção por
traz informações completas sobre o surto de covid-19 no covid-19 escrito pelo médico infectologista e doutor em Epi-
mundo, conforme dados fornecidos pela Organização Mun- demiologia Sérgio de Andrade Nishioka e publicado no por-
dial da Saúde (OMS). tal da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS).
Disponível em: https://www.paho.org/pt/covid19; https:// Disponível em: https://www.unasus.gov.br/especial/
www.paho.org/pt/covid19/historico-da-pandemia-covid-19. covid19/markdown/335. Acesso em: 13 maio 2022.
Acesso em: 13 maio 2022.

159
#Experimentar
Orientações didáticas ATENÇÃO!
Realize essa atividade
apenas com a supervisão
#Experimentar do(a) professor(a).

Com esta atividade, os estudantes


Vamos investigar o que acontece quando mastigamos um alimento em duas situações: com o
podem observar a relação entre olfato e nariz tampado e sem tampar o nariz.
gustação por meio da interpretação dos
sabores dos alimentos. Antes de iniciar a
Material
atividade, investigue junto aos estudan-
tes se algum deles apresenta algum tipo • Alimentos da merenda escolar.
de alergia alimentar. Caso necessário,
consulte a diretoria da escola e os pais/ Como fazer
responsáveis para aplicar a atividade, já
que a proposta é que os estudantes pro- Para identificar a relação entre a olfação e a gustação, na hora da merenda escolar ou do lan-
che, tampe o nariz com os dedos, coloque o alimento na boca e o mastigue.
vem alguns alimentos. Sugerimos que, se
possível, sejam escolhidos alimentos com

Dotta2/Arquivo da editora
odor bem característico, como mexerica,
café, chocolate e iogurte de morango.
Uma opção para favorecer a constru-
ção do conhecimento pelos estudantes
é usar esta atividade antes de iniciar o
conteúdo sobre como funcionam a gus-
tação e a olfação. Dessa forma, eles po-
derão elaborar hipóteses para explicar
o fenômeno observado na atividade e
buscar evidências que refutem ou con-
firmem as hipóteses iniciais e, então, ela-
borar explicações. Essa forma de condu-
zir a atividade favorece a aproximação
dos estudantes com práticas da ciência.
Sugerimos que explore outros senti-
dos além da gustação e do olfato. Você
pode pedir aos estudantes que des-
crevam o aspecto visual dos alimen-
tos analisados, bem como a textura e
o cheiro deles. Essa atividade favore- Então, observe: Você consegue sentir o sabor do alimento que está mastigando? Com qual das
ce o desenvolvimento da competência sensações de gosto esse alimento está mais associado: doce, salgado, azedo, amargo ou umami?
geral 2 e da competência específica 2 Depois de engolir essa primeira quantidade de alimento, mastigue uma nova porção do mesmo
de Ciências da Natureza. alimento, mas agora sem tampar o nariz. Repita as observações feitas anteriormente.
Caso haja na sala de aula algum es- Na próxima aula de Ciências, converse com os colegas e o(a) professor(a) sobre as questões
a seguir.
tudante com deficiência em um dos ór-

gãos dos sentidos, sugerimos que ele ESC O

também participe e compartilhe com a Conclusão NO L


REVA
IVRO

turma como é a sua percepção sobre


os aspectos analisados dos alimentos 1 Houve diferença entre mastigar o alimento tampando o nariz e sem tampá-lo? Se houve,
explique essa diferença. 1. Tampando o nariz, fica mais difícil de definir o sabor do alimento e de identificar
selecionados. a sensação e o gosto associados a ele.
As respostas às questões propostas 2 Como as observações que você fez durante a atividade estão relacionadas ao que estudamos
no item Conclusão estão disponíveis até aqui sobre os sentidos? 2. Com essa atividade simples, espera-se que os estudantes reconheçam a
relação entre olfação e gustação na interpretação dos sabores dos alimentos.
no Livro do Estudante. A seguir, comen-
160
tários relacionados a essas questões:
1. Espera-se que os estudantes iden-
tifiquem que, tampando o nariz, Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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fica mais difícil de definir o sabor
do alimento e de identificar a sen- moléculas gasosas são liberadas e ativam os recepto-
sação e o gosto associados a ele. res olfatórios por meio da comunicação entre a garganta
2. Espera-se que os estudantes reco- e o nariz. Essa comunicação pode ser bloqueada quan-
nheçam a relação entre olfação e do, por exemplo, o indivíduo está com o nariz entupido.
gustação na interpretação dos sa- Você pode, inclusive, questionar os estudantes se eles
bores dos alimentos. Isso ocorre têm dificuldade em sentir o sabor dos alimentos quan-
porque, ao mastigar um alimento, do estão gripados.

160
# Tato
Orientações didáticas
Sugerimos que inicie perguntando
O tato é o sentido que nos permite perceber sensações como va- aos estudantes qual é o órgão que está
riações de temperatura, forma dos objetos, diferentes texturas — lisas, associado ao tato. Muitos associam so-
ásperas, macias —, variações de pressão sobre a pele, entre outras. mente as mãos a esse sentido, por isso
A pele é o órgão responsável por captar esses estímulos. Abaixo demonstre que toda a pele é capaz de
da camada mais superficial da pele, existem outras camadas de teci- perceber o ambiente pelo tato. Para
dos. Entre elas, estão os receptores sensoriais, que se ligam a ner- isso, peça a um estudante que encos-
vos conectados à medula espinal e ao cérebro, onde esses estímulos te levemente uma caneta nas costas de
são interpretados. um colega, por exemplo. Outra possibi-
Podemos perceber as sensações do tato por todo o corpo, mas esses lidade: leve para a sala de aula duas
receptores sensoriais não são distribuídos de maneira uniforme. Portan- bacias com água em temperaturas di-
to, existem regiões da pele que são mais sensíveis aos estímulos do tato
ferentes, uma fria e outra morna. Peça
e outras que são menos sensíveis. Nas palmas das mãos, por exemplo,
temos muito mais receptores do que na pele que reveste o cotovelo. a um estudante que coloque a mão nas
Representação
esquemática da
bacias e pergunte a ele qual delas con-
CORES FANTASIA estrutura da pele e dos tém a água fria e qual contém a água
principais receptores morna. Em seguida, peça a outro es-
FORA DE PROPORÇÃO sensoriais do tato. tudante que coloque o pé nas bacias e

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


faça a ele a mesma pergunta.
Recomendamos também que per-
gunte aos estudantes se eles pensam
que toda a superfície da pele é capaz
Superfície da pele
de perceber estímulos ambientais na
mesma intensidade. Use esse questio-
namento para discutir o fato de que os
Pelo
receptores sensoriais da pele não es-
tão distribuídos de maneira uniforme.
Explore o esquema apresentado na
Receptores página para mostrar os diferentes tipos
sensoriais de receptores sensoriais, associando-
de dor -os aos estímulos que interpretam.
Receptores (terminações
sensoriais nervosas Uma questão que pode ser levanta-
que detectam livres). da pelos estudantes durante a discus-
variação de são sobre a estrutura da pele é a exis-
temperatura e
pressão leve. tência de pelos nos seres humanos. O
Receptores texto do boxe #Para ler pode auxiliar
sensoriais em relação a essa questão.
que detectam
forte pressão.

Ramificação nervosa
responsável pela
movimentação do
Nervos que levam os pelo (como ocorre
estímulos captados quando está frio e o
pelos receptores pelo se arrepia).
sensoriais até o cérebro.

Elaborado com base em: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.

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Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para ler
Por que temos pelos no corpo? que ele chegue diretamente na nossa cabeça e isso foi uma
Temos pelos no corpo porque, nós, seres humanos, somos característica evolutiva… Para entender isso, é só a gente
lembrar dos homens das cavernas… Eles tinham que andar
mamíferos! E uma das características de todos os mamíferos
o dia todo à procura de alimento, debaixo do sol forte. Aquela
é a presença de pelos no corpo, como nos leões, cachorros, ga-
cabeleira deles os protegia de insolações! E você já pensou
tos… Além disso, nossos pelos ajudam no controle da tempe-
nas nossas sobrancelhas e nossos cílios? Eles também nos
ratura e nos protegem. Sabe como é isso? Quando sentimos protegem… As sobrancelhas evitam que o suor caia nos olhos
frio, ficamos arrepiados e os pelos se levantam, não é? Dessa e nossos cílios evitam a entrada de ciscos, insetos, poeiras e
forma, eles tentam prender uma camada de ar em volta do outras coisas incômodas nos nossos olhos. Então, é isso! [...]
nosso corpo, para evitar que um ar mais frio fique em contato
GREGORY, F. Por que temos pelos no corpo? Universidade das
com a gente! E a proteção, como será que isso ocorre? Os pe- Crianças. Disponível em: http://www.universidadedascriancas.org/
los da nossa cabeça, os cabelos, nos protegem do sol, evitam perguntas/por-que-temos-pelo-no-corpo/. Acesso em: 13 maio 2022.

161
Orientações didáticas Como representado no esquema anterior, há vários tipos de recepto-
Para dar sequência ao estudo do tato, res do tato, que são estimulados por diferentes fatores. Se encostarmos
reforce que esse sentido é o responsável a mão na pele do braço, vamos sentir a leve pressão do toque; mas, se
pela percepção do toque e não ocor- apertamos ou prendermos o braço em algo, essa pressão vai ser bem
re em uma região específica, como os maior e vai estimular também os receptores de dor, que nos indicam
que algo está errado. Nesse sentido, o tato é também um mecanismo de
outros sentidos, mas em todo o corpo.
defesa do nosso corpo, já que a percepção da dor é um importante sinal
Esclareça que isso acontece graças aos de alerta para as condições do corpo.
receptores táteis existentes por toda a
Outro exemplo da importância do tato está na movimentação dos
pele, como pode ser visto no esquema pelos, que ficam arrepiados quando sentimos frio. Com esse mecanismo,
da página anterior. Explique que esses uma quantidade maior de ar fica retida junto à nossa pele, o que reduz
receptores táteis têm importante papel a perda de calor da superfície do corpo para o ar.
sensorial e, graças a eles, podemos sen-
tir a variação da temperatura e da pres-
são, além da dor, um mecanismo sensi-
Problemas de tato
tivo que nos avisa se nosso corpo está Algumas pessoas podem ter certas disfunções que impedem que os
sofrendo ou sofrerá uma lesão. impulsos nervosos dos receptores sensoriais da pele sejam adequada-
Retome as ideias já discutidas ante- mente interpretados pelo cérebro. Essa é uma condição rara em que
geralmente a pessoa não perde totalmente a sensação do tato, mas é in-
riormente sobre os riscos associados à in-
capaz de sentir dor física ou identificar variações de temperatura. Podem
capacidade de algumas pessoas em ati- existir diferentes causas para essa condição, e algumas delas ainda não
var os receptores sensoriais do tato. Esse foram totalmente determinadas, como no caso das pessoas que nascem
é outro momento oportuno para desen- sem a capacidade de ter essas sensações.
volver a habilidade EF06CI07. Como já mencionado, a dor é um importante mecanismo de alerta
Para auxiliá-lo na abordagem desse e não sentir dor, apesar de a princípio parecer uma vantagem, na
assunto, sugerimos a leitura dos textos realidade, é algo muito perigoso. Uma pessoa com essa condição
indicados no boxe #Para saber + e no pode, por exemplo, se machucar ou queimar uma parte do corpo sem
boxe #Para ler, a seguir. perceber, não identificando prontamente a lesão e não a tratando, o
que pode agravá-la.
Essa condição é congênita, isto é, a

Mila_chen/Shutterstock
#Para saber
pessoa nasce com ela. Ainda não exis-
Insensibilidade congênita à dor: te cura para essa doença e é necessário
breve introdução à síndrome de acompanhamento médico ao longo de
Riley-Day toda a vida, principalmente durante a in-
Artigo que descreve a síndrome de fância e a velhice.
Riley-Day, uma desordem do siste-
ma nervoso que prejudica a funcio-
nalidade dos neurônios sensoriais,
responsáveis por reagir a estímu-
los externos. A dor é um importante sinal de alerta do
Disponível em: http://www.petquimica. corpo. Sempre que sentir dor, avise um
ufc.br/insensibilidade-congenita-a adulto e explique o que está sentindo.
-dor-breve-introducao-a-sindrome-de
-riley-day/. Acesso em: 13 maio 2022.
Você se lembra de quando estudamos sistema nervoso e anestesia?
Alguns tipos de anestesia local interrompem a comunicação entre os
receptores sensoriais da pele e os nervos. Impedindo-se a passagem
dos impulsos nervosos, os estímulos naquela região não chegam ao
cérebro e, portanto, a pessoa não sente dor enquanto o efeito do anes-
tésico durar.

162

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Para ler
O que Ž dor? da pré-história e os vários documentos escritos ulterior- • modificações do ambiente em que vivemos e, pro-
“DOR – Experiência sensitiva e emocional desagra- mente, [...]. A expressão da dor varia não somente de um vavelmente, do reconhecimento de novos quadros
dável associada ou relacionada a lesão real ou poten- indivíduo para outro, mas também de acordo com as dolorosos e da aplicação de novos conceitos que tra-
cial dos tecidos. Cada indivíduo aprende a utilizar esse diferentes culturas.” A ocorrência de dor, especialmente duzam seu significado.
termo através das suas experiências anteriores.” (In- a crônica, é crescente, talvez em decorrência de: Além de gerar estresses físicos e emocionais para
ternational Association for the Study of Pain – IASP). • novos hábitos de vida; os doentes e para os seus cuidadores, a dor é razão de
“A dor continua sendo uma das grandes preocu- • maior longevidade do indivíduo; fardo econômico e social para a sociedade.
pações da humanidade. Desde os primórdios do ser • prolongamento de sobrevida dos doentes com afec- TEIXEIRA, M. J. O que é dor? Sociedade Brasileira para
humano, conforme sugerem alguns registros gráficos ções clínicas naturalmente fatais; Estudo da Dor (SBED). Disponível em: https://sbed.org.br/
o-que-e-dor/. Acesso em: 13 maio 2022.

162
# Audi•‹o
Orientações didáticas
Recomendamos que inicie este tema
A audição é o sentido que nos permite perceber os sons do ambiente. questionando os estudantes se o Sol,
Esses estímulos são captados pelas orelhas. cometas, estrelas e satélites que vemos
A orelha é dividida em três regiões: orelha externa, orelha média e no céu produzem algum tipo de som.
orelha interna. Essas regiões apresentam estruturas complexas em que Por meio dessa pergunta, você pode
as ondas sonoras (vibrações que se “espalham” pelo ar) são captadas e desenvolver a ideia de que não existe
convertidas em impulsos nervosos. Esses impulsos são levados por um ar entre esses astros celestes no es-
par de nervos até o cérebro, onde são interpretados como sons. paço; assim, será possível trabalhar o
Analise o esquema a seguir, que representa as principais estruturas do Representação conceito de que o som precisa de um
sistema auditivo e como elas atuam de maneira coordenada na audição. esquemática da meio para se propagar.
estrutura das orelhas
externa, média e
Outra atividade possível é reproduzir
CORES FANTASIA FORA DE PROPORÇÃO
interna. áudios de ruídos que possam trazer
conforto e desconforto aos estudantes.

R2 Editorial/Arquivo da editora
Orelha externa Orelha média Orelha interna
A cada áudio reproduzido, questione
os estudantes sobre as emoções ou
4 Ductos semicirculares
as sensações que os sons despertam.
Discuta como essas interpretações dos
Ossículos
Estribo ruídos podem afetar a concentração,
Bigorna
Martelo 6 Nervo provocar relaxamento ou alterar o humor.
vestibulococlear Explore o esquema apresentado na
(nervo auditivo)
página e cada estrutura presente nas
Janela do orelhas. Mostre aos estudantes o cami-
vestíbulo nho que o som percorre na orelha para
Janela da
5 que esse estímulo possa ser interpre-
cóclea tado pelo cérebro. Ressalte as funções
1 Pavilhão dos ossículos para amplificar o som e a
auricular
(ou auditivo) 3 Membrana mudança de meio pelo qual o som se
timpânica propaga ao chegar na janela da cóclea.
(tímpano) Esse também é um tópico pelo
Tuba auditiva
2 Meato acústico externo qual pode ser explorada a habilidade
(canal auditivo)
EF06CI07, ao se relacionarem as ações
sensoriais do corpo humano com a
1 A parte da orelha externa, composta do pavilhão auricular (ou auditivo), direciona as vibrações audição e abordar questões relativas
sonoras para a parte interna da orelha.
à saúde, além da competência geral 2
2 Essas vibrações sonoras são encaminhadas pelo meato acústico externo (canal auditivo) para e do Tema Contemporâneo Transversal
as partes mais internas da orelha média.
Saúde.
3 A primeira estrutura ao ênal do meato acústico externo é a membrana timpânica (tímpano). Ao
receber as vibrações sonoras, ela também vibra e transmite esse estímulo para os ossículos.
4 Os ossículos da orelha interna são um conjunto de três pequenos ossos chamados de martelo,
bigorna e estribo (nomes derivados de seus formatos), articulados entre si. Esses ossículos
se movem com as vibrações da membrana timpânica e ampliêcam o som, que passa do meio
gasoso (ar dentro da orelha) para o meio líquido que está dentro da janela da cóclea.
5 Quando as vibrações chegam à cóclea, o líquido que está dentro dela se movimenta,
estimulando os receptores sensoriais localizados no interior dessa estrutura. Isso faz com que
sejam gerados impulsos nervosos, conduzidos pelo nervo vestibulococlear (nervo auditivo) até
o cérebro, onde são interpretados.

Elaborado com base em: RAVEN, P. H. et al. Biology. 12th ed. New York: McGraw-Hill Education, 2019.

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Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Atividade complementar
Construindo um molde da orelha interna que peça aos estudantes que comparem as figuras do
Peça a cada estudante que construa um molde da orelha molde com a imagem desta página, para que consigam
interna, de acordo com o disponibilizado no site indicado a perceber como ele deve ser montado.
seguir, e identifique as estruturas apontadas. As instruções Disponível em: https://www.actiludis.com/wp-content/
sobre como usar o molde estão em espanhol, mas por meio uploads/2014/08/Oido-interno-sin-datos.pdf. Acesso
das imagens é possível entender como proceder. Sugerimos em: 14 maio 2022.

163
Orientações didáticas É importante lembrar que todo esse processo ocorre em frações de
Reforce com os estudantes a impor- segundos. Nós reagimos ao som a partir da interpretação que o cérebro
tância de limpar corretamente as ore- faz dele. Uma música de que gostamos pode desencadear boas sensa-
lhas, ressaltando que não se deve intro- ções, já um ruído alto pode nos causar incômodo e irritação.
duzir nenhum objeto no canal auditivo e A orelha tem ainda estruturas relacionadas a outras funções. A tuba
que as hastes flexíveis devem ser usadas auditiva, por exemplo, sai da orelha média e se liga à faringe. Essa es-
somente para a limpeza da parte exter- trutura atua equilibrando a pressão interna da cabeça com a pressão
atmosférica.
na da orelha. É importante reforçar tam-
bém a forma correta de retirar o cerume. Os ductos semicirculares (antes chamados de
canais semicirculares), por sua vez, são estruturas

Abbie Parr/Getty Images


Ressalte a relação da orelha interna
ligadas à janela da cóclea que também têm líquido
com o equilíbrio do corpo. O equilíbrio em seu interior. Eles estão relacionados ao equilíbrio
é percebido por uma junção de fatores, do corpo e à orientação espacial. Isso porque, quando
como giros e posicionamentos vertical e nos movimentamos, o deslocamento do líquido den-
horizontal do corpo. Destaque a desen- tro desses canais estimula receptores relacionados
voltura da atleta olímpica mostrada na à percepção da orientação corporal. É o nervo ves-
fotografia e converse com os estudan- tibulococlear que conduz essa informação a regiões
tes sobre o treinamento, a insistência e do encéfalo, como o cerebelo.
a dedicação dos atletas olímpicos para Você já brincou de girar muito em torno de si
efetuar movimentos perfeitos. mesmo e, ao tentar caminhar em linha reta logo em
seguida, se desequilibrou? Isso acontece porque o
fluido dentro dos canais se movimenta com o giro Esportes que
#Para saber do corpo e tende a continuar em movimento quando paramos repentina-
envolvem giros e
movimentos rápidos
Fone de condução óssea? Nós mente. Assim, a interpretação dos impulsos nervosos produzidos pelos e repetitivos exigem
testamos! ductos semicirculares torna-se confusa, e podemos ter a sensação de muito treinamento
tontura ou desequilíbrio. e técnica para que o
Vídeo com cerca de 10 minutos que
explica como é possível ouvir músi- Você já reparou que produzimos uma secreção amarelada no interior atleta consiga manter o
da orelha externa? Essa secreção tem o nome de cerume e é um tipo de equilíbrio. Na fotografia,
ca embaixo da água por meio dos
cera. Ela protege a parte interna da orelha, pois impede a passagem de Rebeca Andrade, atleta
fones de condução óssea. Disponível brasileira de ginástica
em: https://youtu.be/laNx0pN1VKY. sujeiras, poeira e até microrganismos. Os pelos da orelha também auxi-
artística, durante as
Acesso em: 14 maio 2022. liam nessa função de reter possíveis elementos externos.
Olimpíadas de Tóquio,
É muito importante não tentar retirar esse cerume do interior da ore- em 2021.
lha com hastes de algodão ou com outros objetos. Também não devemos
pingar líquidos ou medicamentos na orelha sem orientação médica. Fazer
isso pode levar a uma lesão da membrana timpânica e causar problemas
de saúde, como infeções e até a perda da audição. As hastes flexíveis com
algodão servem somente para limpar as dobras do pavilhão auricular e
retirar o excesso de cerume que pode se acumular nessa parte da orelha.

A B Na foto A, está a maneira


correta de usar hastes
flexíveis com algodão para
secar e limpar as dobras
Fotos: natali_ploskaya/Shutterstock

do pavilhão auricular. De
preferência, essa limpeza
deve ser feita com uma
toalha limpa. Nunca faça
como na foto B, pois essas
hastes não devem ser usadas
no interior da orelha.

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Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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Orientações didáticas
#Integrando as Ciências #Integrando as Ciências
O texto deste boxe possibilita o tra-
Quando uma pessoa toca as cordas de um violão ou bate em um tambor, o movimento balho interdisciplinar ao oferecer ao es-
desse instrumento produz ondas sonoras, que, de maneira simplificada, são vibrações que tudante a oportunidade de estabelecer
se propagam pelo ar. Essas vibrações chegam até a membrana timpânica, no interior das conexão entre diferentes componentes
orelhas, fazendo-a vibrar e, a partir disso, os impulsos nervosos são gerados e interpreta-
curriculares, evitando a rígida comparti-
dos pelo cérebro.
CORES FANTASIA FORA DE PROPORÇÃO mentalização do conhecimento.
Sugerimos que comente que algu-

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


Fonte Propagação Receptor mas propriedades físicas do som são
do som
usadas pelo cérebro para interpretá-lo,
como frequência, amplitude e duração.
Produção A amplitude determina a intensidade ou
de som Audição
do som a altura do som; a frequência se relacio-
na com a característica grave ou aguda
do som. Ondas de baixa frequência ge-
ram sons graves, e as de alta frequência,
sons agudos.
As ondas sonoras geradas pelo instrumento musical se propagam no ar e chegam às orelhas. Ao abordar o tópico “Problemas de
audição”, explique que a intensidade
A voz humana também é gerada por uma vibração, neste caso, das pregas vocais (cor- do som é medida em decibéis (dB). Su-
das vocais), membranas localizadas na laringe. Essas pregas vibram quando o ar que sai gerimos que comente que sons acima
dos pulmões passa por elas. Por meio do movimento dos músculos que se ligam a essa de 80 dB podem prejudicar os recepto-
estrutura e dos músculos da boca e da língua, articulamos essa vibração em diferentes res sensoriais da orelha, o que, a longo
sons e palavras.
prazo, leva à perda auditiva.
As características dos sons e das ondas sonoras são estudadas pela área das Ciências Ressalte a importância da Triagem
chamada Física, e esses conhecimentos contribuem para compreendermos como as ondas
sonoras se comportam nos diferentes ambientes e como produzimos e interpretamos os sons.
Auditiva Neonatal (TAN), conhecida
como “teste da orelhinha”, feita em re-
cém-nascidos. Explique que se trata de
um teste que não causa dor ou des-
Problemas de audição conforto. Nele, é colocada uma sonda
Como estudamos, cada orelha é formada por diversas estruturas e, delicada no canal auditivo do bebê. Por
por isso, os problemas de audição podem decorrer de vários fatores, de- meio de um aparelho acoplado à son-
pendendo da estrutura afetada. Muitos deles podem causar a redução da, é emitido um estímulo sonoro pelo
ou até a perda completa da audição. Uma pessoa pode nascer com um retorno do qual é possível identificar se
problema de audição ou desenvolvê-lo durante a vida de forma gradati- há alterações na capacidade auditiva
va ou instantânea, por exemplo, em decorrência de lesões causadas por do bebê.
traumas ou pela exposição a sons muito intensos por longos períodos.
Bebês recém-nascidos passam por exames, por exemplo o “teste da
orelhinha”, obrigatório nas maternidades, que servem para identificar #Atividade complementar
as condições da audição. Se existirem problemas, é importante que Como outros animais ouvem?
os profissionais de saúde determinem o grau da perda auditiva, qual Sugerimos que peça aos estudantes
estrutura da orelha apresenta problemas e quais são os tratamentos uma pesquisa para comparar a au-
indicados. Em caso de surdez ou grande perda auditiva, também é im- dição humana com a de outros ani-
portante que a família, com auxílio de profissionais, estimule a criança mais, como o cão, o elefante, a águia,
a aprender outras formas de comunicação, como a língua de sinais. a baleia e o morcego. Peça que pes-
Cada país tem sua própria língua de sinais. No Brasil, usa-se a Língua quisem se esses animais ouvem sons
Brasileira de Sinais (Libras). que os humanos não podem ouvir.
165 Solicite também que investiguem o
sistema de ecolocalização, que mor-
cegos e animais aquáticos, como ba-
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id leias e golfinhos, possuem.
Você também pode sugerir aos es-
tudantes que pesquisem fatores ex-
#Para saber ternos, como explosões e fogos de
artifício, podem afetar a audição dos
Veja como funciona a ecolocalização – o sonar
animais e comprometer a saúde de-
inerente da natureza
les, bem como influenciar no seu
O artigo aborda o funcionamento do sistema de ecoloca-
comportamento.
lização, que orienta os animais no ambiente e os auxilia
na busca por alimentos.
Disponível em: https://noticias.ambientebrasil.com.br/
clipping/2021/02/11/167402-veja-como-funciona
-a-ecolocalizacao-o-sonar-inerente-da-natureza.html.
Acesso em: 25 maio 2022.

165
Orientações didáticas A Libras, assim como outras línguas de sinais, utiliza gestos, ex-
Com relação à Língua Brasileira de pressões faciais e corporais. Assim como nas línguas orais, cada língua
Sinais (Libras), você pode estimular os de sinais tem seu vocabulário, seu conjunto de regras e suas formas
estudantes a pesquisar cursos on-line, de expressão.
se possível, para aprender os diferen-
tes sinais que ajudam a interagir com
A B

Fotos: Dotta2/Arquivo da editora


pessoas com deficiência auditiva no
cotidiano, ou mesmo aplicativos que
atuam como tradutores da língua por-
tuguesa para a Libras.
É possível, também, pesquisar so-
bre as pessoas ouvintes que traba-
lham como tradutores de Libras em
eventos ou programas de televisão,
por exemplo. Discuta com os estudan-
tes a importância dessa ferramenta Sinais em Libras para
para a inclusão das pessoas ao aces- livro (A) e maçã (B).
Ao longo do tempo, pessoas sem deficiência auditiva também po-
so às informações. As setas indicam os
dem apresentar diminuição da audição. Até certo ponto, essa redução
movimentos que devem
Esse conteúdo favorece o trabalho é considerada normal e compatível com o envelhecimento. No entanto, ser feitos com as mãos
das competências gerais 4 e 9 e da ela pode ser acelerada, por exemplo, pela exposição diária a ruídos e que fazem parte da
competência específica 2 de Ciências intensos e prolongados no ambiente de trabalho, no local de moradia, representação do sinal.
da Natureza. no trânsito ou mesmo pelo hábito constante de ouvir som muito alto
com fones de ouvido.
Recomendamos que promova uma
discussão sobre o Programa Nacional A intensidade do som (chamada popularmente de volume) nos fones
de ouvido é um dos principais fatores atuais relacionados à redução da
de Educação e Controle da Poluição
audição entre os jovens. Por isso, é muito importante, sempre que pos-
Sonora – Silêncio, normatizado pela
sível, não permanecer muito tempo com fones de ouvido e nunca os
Resolução n. 2, de 1990, do Conselho ajustar em um volume muito intenso. Faça um teste: quando estiver com
Nacional do Meio Ambiente (Conama), fones de ouvido, ajuste o volume, retire-os e deixe-os próximo a você; se
bem como sobre a lei do silêncio da você conseguir ouvir o som, é porque está intenso demais.
cidade onde se localiza a escola, que
estabelece que atividades industriais,
EgudinKa/Shutterstock

comerciais, sociais e recreativas podem Muitos especialistas


afirmam que os fones
gerar ruídos apenas em determinados mais indicados são
dias e horários. os que se acomodam
sobre as orelhas, e
não no interior delas.
Quanto mais próximos
das estruturas
internas da orelha,
maiores as chances
de causarem danos à
audição quando usados
inadequadamente. Em
todo caso, para cuidar da
audição ao usar fones, o
ideal é deixar o volume
pouco intenso e não os
utilizar por muitas horas.

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Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Para saber
Resolução n. 2, de 8 de março de 1990, do
Conama
Resolução que normatiza o Programa Nacional de Educa-
ção e Controle da Poluição Sonora – Silêncio.
Disponível em: http://conama.mma.gov.br/?option=com_
sisconama&task=arquivo.download&id=99. Acesso em:
13 maio 2022.

166
#Estude + Orientações didáticas
Alerte os estudantes sobre o perigo
• Fones de ouvido: eles são prejudiciais para nossa saúde? do uso recorrente de fones de ouvido e

Reprodução/Ministério dos Direitos Humanos


Disponível em: http://informe.ensp.fiocruz.br/noticias/ O ícone
50478. Acesso em: 30 dez. 2021. de mãos
da exposição a sons intensos, reforçan-
Leia a reportagem sobre os cuidados com o uso de fones espalmadas do o que é trabalhado no texto. Reforce
de ouvido do Informe ENSP, da Fiocruz, e aproveite indica que também quais são os melhores mode-
para conhecer como funciona um aplicativo de tradução um site tem a los de fones de ouvido para preservar
automática da língua portuguesa para Libras, o VLibras, ferramenta de
usado pelo Governo Federal. Durante a navegação a audição e controlar a intensidade do
tradução para
nessa página, procure o ícone representado, clique nele, Libras. som, bem como devem ser utilizados.
selecione um trecho ou uma palavra do texto e veja a Ressalte a importância do uso de
tradução em Libras.
equipamentos de proteção individual
No caso de ambientes de trabalho com muitos ruídos, como fábricas (EPIs) por profissionais que se
ou oficinas, é obrigatório que os trabalhadores utilizem equipamentos expõem a ruídos intensos durante
de proteção individual (EPIs), como protetores auriculares que abafam o trabalho. Esclareça que, além de
os sons. Para cada nível de intensidade de ruído a que o trabalhador está ocorrer por fatores já apontados, a
submetido, é indicado um protetor auditivo específico. De acordo com redução da audição também pode
a legislação brasileira, é responsabilidade do empregador fornecer EPIs ser causada pelo entupimento do
adequados a todos os funcionários. canal auditivo com cerume ou líquidos
devido a infecções. Nesses casos,
Em certas funções, deve-se sempre procurar um médico
o uso de EPIs é especialista para desobstruir o canal
obrigatório e tem o auditivo e indicar o melhor tratamento.
objetivo de preservar Essas discussões favorecem o trabalho
a saúde das pessoas
que as exercem. O com o Tema Contemporâneo Transversal
protetor auricular abafa Saúde e a competência específica 2 de
o ruído e preserva Ciências da Natureza.
a saúde auditiva da Veja no boxe #Para saber + informa-
trabalhadora.
ções disponíveis no portal do Ministério
da Saúde sobre assistência a pessoas
aydinmutlu/Getty Images

com deficiência auditiva.

Ia stremsk yi/Alamy/Fo
Leonid to are
na

A diminuição ou perda auditiva pode ser identificada por meio


da avaliação de um profissional de saúde. Em alguns casos,
pode ser recomendado o uso de aparelhos auditivos. Esses
equipamentos captam os sons do ambiente, amplificando-
-os, e encaminham as vibrações para o interior da orelha.
Em outros casos, tratamentos cirúrgicos podem ser re-
comendados para recuperar a audição.

Existem diferentes modelos de aparelhos


auditivos. Por meio de exames, os especialistas
configuram esses aparelhos de maneira
individual, adequada para cada caso.

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Reprodução Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Vis‹o
Orientações didáticas CORES FANTASIA
Recomendamos que inicie a dis-
FORA DE PROPORÇÃO
cussão sobre o sentido da visão
questionando os estudantes se é pos-
sível enxergar em um ambiente total- Humor vítreo (ou
Os órgãos relacionados ao sentido da visão são os olhos. Eles captam corpo vítreo) –
mente escuro. substância gelatinosa
estímulos luminosos, formando uma imagem, que é enviada ao cére-
Para tornar a prática experimental, bro por impulsos nervosos para ser interpretada.
que preenche o bulbo
ocular e mantém sua
você pode levar para a sala de aula O olho é formado por diversas estruturas que atuam na captação forma esférica.
uma caixa de sapatos totalmente fe- da luz, na formação da imagem e na transformação dos estímulos
chada com fita adesiva e com um pe- luminosos em impulsos nervosos.
queno furo em um dos lados para que
os estudantes olhem dentro da caixa Representação
por ele. Ao olhar por esse furo, o es- esquemática da
Os cílios, as sobrancelhas e as pál- estrutura do olho
tudante não conseguirá ver o interior pebras protegem os olhos da entrada humano.
da caixa. Pergunte por que não é pos- de poeira, suor, luminosidade intensa e
sível enxergar o interior da caixa. De- outras partículas. As pálpebras também Nervo óptico – transmite os
pois, faça um segundo furo na caixa, ajudam a manter os olhos úmidos, já impulsos nervosos gerados na
retina para o cérebro, onde a
do lado oposto do primeiro, e peça que espalham a lágrima produzida nas imagem é interpretada.
aos estudantes que olhem dentro dela glândulas lacrimais quando piscamos. Os
novamente. Agora, ao olhar dentro da canais lacrimais direcionam as lágrimas
caixa, o estudante conseguirá enxergar para a cavidade lacrimonasal.
seu interior. Além disso, as lágrimas contêm uma
Por meio dessa dinâmica, você pode substância que mata alguns tipos de
bactérias. A produção e a liberação das
mostrar e discutir que a luz é extrema-
lágrimas também estão ligadas a uma
mente importante para a formação da parte do cérebro relacionada ao proces-
imagem pelo olho e sua interpretação samento das emoções.
pelo cérebro. Explique que, na verda-
de, os olhos são órgãos para a capta-
CORES FANTASIA
ção da luz.
Explore o infográfico para que os es- FORA DE PROPORÇÃO
tudantes consigam identificar as princi-
pais estruturas do olho e suas funções.
Ressalte que a retina é a estrutu- Glândula lacrimal
ra responsável por transformar ener- Retina – localiza-se no
gia luminosa em impulsos nervosos, fundo do globo ocular
e nela estão as células
que serão interpretados pelo cére- fotorreceptoras, ou
bro. Recomendamos que explique seja, que reagem à
detalhadamente como os cílios, as Canais lacrimais luz e geram impulsos
nervosos. É na retina que
pálpebras, as sobrancelhas e as lá- as imagens se formam.
grimas protegem os olhos. Recomen-
Ducto lacrimonasal Representação
damos, também, que enfatize como as esquemática da posição
estruturas dos olhos são sensíveis, sen- da glândula lacrimal e Íris – parte colorida dos
Ilustrações: Estúdio
Ornitorrinco/Arquivo da editora

do necessário ter muito cuidado com dos canais lacrimais. olhos. A quantidade
esses órgãos. e a concentração de
pigmentos variam entre as
Com relação à função das pálpe- pessoas, caracterizando
bras e das lágrimas, você pode ressal- diferentes cores de olhos.
tar como elas são importantes para
manter os olhos úmidos e conservar 168
suas estruturas.
Esse conteúdo possibilita o trabalho
com a habilidade EF06CI08, pois apre- Reprodução
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h reduzido.
d id

senta a base do funcionamento do olho


humano e suas estruturas.

168
Orientações didáticas
Uma prática muito frequente ao se

Ilustrações: Estúdio Ornitorrinco/Arquivo da editora


Observe as imagens a seguir, que mostram a pupila de uma pessoa em dois momen-
tos diferentes. Com muita luminosidade no ambiente, a pupila se “fecha”, tornando-se trabalhar o sentido da visão nos se-
uma abertura pequena. Com pouca luminosidade, a pupila se dilata, tornando-se uma res humanos é fazer uma compara-
abertura maior. Isso se chama acomodação da pupila para a captação da luz pelos olhos. ção com a visão de outros mamíferos
e mesmo de outras espécies animais.
Para isso, podem ser feitos questiona-
mentos como: Eles conseguem diferen-
ciar cores?; As estruturas da visão dos
animais são equivalentes às dos se-
Pálpebra Detalhe do olho de uma pessoa em dois ambientes com res humanos? Essa é uma abordagem
luminosidades diferentes.
interessante nesse momento, porque
permite que os estudantes compreen-
Esclera – parte branca dos Os olhos são compostos de
olhos. Ela mantém o formato estruturas que captam a luz. As
dam que existem células na retina que
do globo ocular e é nela que
imagens são formadas na reti- captam a luz de maneiras diferentes.
estão fixados os músculos
que movimentam os olhos. na, mas, se não forem trans- Essas discussões favorecem o traba-
mitidas ao cérebro, não é pos- lho com o Tema Contemporâneo Trans-
sível interpretá-las. É o nervo versal Saúde e a competência geral 2.
óptico que conduz os impulsos A seguir, apresentamos, no boxe
nervosos da retina à região do #Para ler, texto, que pode auxiliá-lo a
cérebro onde as imagens são explorar esse assunto em sala de aula.
Cílios interpretadas.
A imagem formada na re-
tina é invertida em relação à
posição do objeto. O cérebro,
ao receber os impulsos nervo-
Lente (antes chamada
sos vindos de ambos os olhos,
de cristalino) – a interpreta-os de maneira inte-
estrutura que focaliza grada, invertendo a imagem re-
a imagem na retina. cebida e gerando a percepção
do objeto e de sua posição real.

Estúdio Ornitorrinco/Arquivo da editora


Retina
Raios Córnea
luminosos

Íris Imagem

Córnea – camada
transparente por
onde a luz entra
nos olhos.
Objeto
CORES FANTASIA Pupila

FORA DE PROPORÇÃO Lente Nervo


Pupila – abertura óptico
central na íris que Representação esquemática da estrutura interna do olho
controla a entrada
humano e da formação da imagem na retina.
de luz nos olhos.

169

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Reprodução Livro ddo EEstudante
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#Para ler
Os animais enxergam em preto e branco? mentos – o verde e o azul. Veem, portanto, menos cores. Esses
bichos estão adaptados para a vida noturna, que exige mais
Depende. As formas de ver o mundo são tão variadas
atenção às formas do que aos tons. Os únicos bichos que en-
quanto a própria natureza. “A percepção das cores depende
xergam em preto e branco são os que possuem um único pig-
dos tipos de pigmentos na retina”, diz Dora Fix Ventura, neu- mento, como os peixes abissais, que vivem em locais de bai-
rocientista da USP. Nos seres humanos e nos outros primatas, xíssima iluminação, onde não há cores para serem vistas. No
há três pigmentos – o verde, o azul e o vermelho – permitindo extremo oposto há um camarão com 12 tipos de pigmentos.
a visão do vermelho ao violeta. Muitos insetos, aves, répteis e “Os cientistas não conseguem nem imaginar como é a visão
peixes têm um pigmento extra, para a luz ultravioleta, e por desse animal, mas ela deve ser fantástica”, diz Dora.
isso enxergam coisas para nós invisíveis. Já mamíferos como CARDOSO, I. Os animais enxergam em preto e branco?
gatos e cachorros são daltônicos, porque possuem só dois pig- Superinteressante, 31 dez. 2000.

169
Orientações didáticas
Ilusão de óptica

Andrey Korshenkov/Shutterstock
Antes de iniciar a atividade da se-
Todos os sentidos dependem da
ção #Experimentar, sugerimos que sen-
captação de estímulos e da interpre-
sibilize os estudantes sobre o assunto
tação deles pelo cérebro, e com a vi-
que será abordado. Para isso, use ima- são não é diferente. Algumas vezes, o
gens de ilusão de óptica semelhantes cérebro pode se enganar com o que
à apresentada no Livro do Estudante, estamos observando, o que acontece
que podem ser encontradas on-line, ou quando a imagem é de difícil inter-
como as que estão no site do Museu pretação, capaz de gerar diferentes
das Ilusões, cujo link está indicado no percepções. Chamamos esse tipo de
boxe #Para saber +, a seguir. Pergun- fenômeno de ilusão de óptica.
te aos estudantes a impressão deles
acerca das imagens. Pergunte também
quais técnicas eles acreditam que po-
dem ser usadas para criá-las. Eles po- Esta imagem gera um efeito de ilusão de
dem mencionar o uso de sombras, óptica. Note que os raios coloridos parecem
espelhos, posicionamento de objetos se mover, apesar de estarem parados.
para criar ilusão de perspectiva (dei-
xar objetos maiores ou menores do que
realmente são), combinação de deter-
minadas cores e formas geométricas. #Experimentar GRUPO

#Experimentar Você mesmo pode criar uma ilusão de óptica. Para isso, vamos construir um brinquedo cha-
Esta seção tem o objetivo de apre- mado de taumatrópio.
sentar propostas de atividades práticas
investigativas, introduzindo aos estu- Material
dantes hábitos de pesquisa, mobilizan-
do processos e procedimentos científi- • Cartolina. • Barbante. • Furador de papel.
cos. Além disso, estímulos e propostas • Lápis coloridos. • Tesoura com pontas arredondadas. • Copo ou caneca.
complementares podem auxiliar no de-
senvolvimento do pensamento compu- Como fazer
tacional (identificação de padrões), por
Marque um círculo na cartolina contornando a boca

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


meio da abstração e da decomposição do copo ou da caneca com um lápis. Corte o círculo de
para a execução de uma tarefa. cartolina. De um lado, desenhe uma folha e, do outro, uma
Sugerimos que esclareça aos estudan- lagarta ou uma borboleta. Tente desenhar no centro do
tes que eles produzirão uma ferramen- círculo em ambos os lados.
ta para criar uma ilusão de óptica. Esta Em seguida, prenda dois pedaços de barbante, um em
atividade favorece o desenvolvimento da cada lado oposto do círculo. Para isso, peça ao(à) profes-
competência geral 2 e da competência sor(a) que faça um furo de cada lado com o furador de
papel. Depois, amarre o barbante. Por fim, gire os dois
específica 2 de Ciências da Natureza. pedaços de barbante ao mesmo tempo, fazendo o círculo
Sugestão de resposta à questão pro- girar rapidamente.
posta no item Conclusão: NÃ
ESC O
Conclusão
REVA
1. Espera-se que os estudantes perce- NO L
IVRO 1. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
bam que, ao girar o disco, a lagarta
parece ficar sobre a folha que eles 1 Converse com os colegas e o(a) professor(a): O que aconteceu ao girar o disco de papel rapi-
desenharam. Isso acontece porque damente? Por que vocês acham que isso ocorreu?
é criada uma ilusão de óptica, fe-
nômeno que, como já visto, ocorre
170
quando o cérebro analisa uma ima-
gem de forma errada ou imprecisa.
No caso do taumatrópio, essa ilu- Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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são é ocasionada pelo movimento
rápido e pela posição dos desenhos #Para saber
centralizados.
Museu das Ilusões Você sabe o que é um taumatrópio?
O site contém imagens que podem ser disponibilizadas Material disponibilizado pelo Museu da Imagem e do Som
para análise das ilusões de óptica. Disponível em: http:// de Santa Catarina que explica como funciona um tauma-
www.museudasilusoes.com.br/#prettyPhoto. trópio e oferece possibilidades de desenhos que podem ser
Como as ilusões de óptica enganam o cérebro feitas pelos estudantes.
Vídeo com cerca de 5 minutos que mostra algumas ilusões Disponível em: https://www.cultura.sc.gov.br/downloads/mis/
de óptica e explica o porquê de você ver o que não é real. downloads-4/2546-taumatropio-casa-de-ideias-revisado-1.
Disponível em: https://youtu.be/rfdJyDfIHIc. Acesso em: 14 maio 2022.

170
Orientações didáticas
Problemas de visão
Antes de iniciar a abordagem do as-
Existem diferentes tipos de problemas de visão, e alguns deles impe- Nitidez: no caso sunto, sugerimos questionar os estudan-
dem a pessoa de enxergar com nitidez os objetos que estão perto ou da visão, a imagem
está evidente, não
tes se há entre eles casos de miopia, hi-
que estão longe; outros podem até mesmo levar à perda parcial ou total
da visão. As pessoas podem nascer com esses problemas ou adquiri-los embaçada, com permetropia ou astigmatismo.
durante a vida. contornos definidos. Pergunte aos estudantes que usam
No processo de envelhecimento, é natural, até certo ponto, que ocorra Divergem: afastam-se óculos ou lentes como eles enxergam
de um ponto. quando não fazem uso desses equipa-
um comprometimento parcial da visão. Alguns hábitos de vida podem
acelerar esse processo, como muita exposição a telas (televisores, com- mentos. Discuta como a tecnologia tem
putadores ou celulares). contribuído para melhorar a qualidade de
Em muitos casos, problemas relacionados à nitidez de imagens po- vida das pessoas que apresentam pro-
dem ser corrigidos com óculos, lentes de contato ou, dependendo do blemas de visão. Essa abordagem favore-
caso, com cirurgias. Mas como as lentes dos óculos ajudam a enxergar ce o trabalho com a competência geral 8
melhor? Isso depende do formato e do efeito que elas provocam nos e a competência específica 4 de Ciências
raios de luz. Vamos conhecer alguns exemplos. da Natureza. Ao trazer esse tema para
discussão, aproveite também para tra-
balhar os Temas Contemporâneos Trans-

iStockphoto/Getty Images
Uma pessoa que enxerga os objetos que estão dis- versais Saúde e Ciência e Tecnologia.
tantes embaçados ou sem nitidez tem um problema Recomendamos que use a #Ativi-
de visão chamado miopia. Nesse distúrbio, geralmente dade complementar sugerida a seguir
o bulbo ocular é levemente mais alongado ou existe para mostrar como as lentes atuam
alguma mudança na curvatura da córnea, fazendo para ajustar a imagem para pessoas
com que a imagem se forme antes da retina. Para a que apresentam miopia, astigmatismo
correção desse problema, são indicados óculos com ou hipermetropia. Essa discussão fa-
lentes divergentes, que recebem esse nome porque
vorece o desenvolvimento da habilida-
divergem os raios luminosos. Esse desvio faz com que
os raios cheguem até a retina, formando a imagem no de EF06CI08.
local certo.
Simulação da visão de uma pessoa com miopia. Note que a imagem
ao fundo aparece embaçada e a flor próxima ao observador está
focada. Mesmo que a pessoa míope tente focar a paisagem ao fundo,
a imagem obtida não é nítida.

FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA

A B Ilustrações: Osni de Oliveira/Arquivo da editora


Lente do olho Lente do olho
Lente divergente

Raios luminosos Raios


luminosos

Objeto Objeto
longe longe
Imagem se forma Imagem se forma nitidamente na retina
desfocada na retina

Representação esquemática da formação da imagem no olho míope sem lente (A) e com a
correção de uma lente divergente (B). Perceba que, sem a lente corretiva, a imagem se forma
antes da retina. O uso da lente faz com que a luz seja direcionada para a área certa, na retina.

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Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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t h reduzido.
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#Atividade complementar
Como corrigir problemas de visão? onde a imagem está se formando: antes, depois ou sobre
Sugerimos que utilize o simulador indicado no site a seguir a retina. A partir daí, discuta o problema de visão relacio-
com os estudantes para analisar problemas de visão (mio- nado. Em seguida, peça aos estudantes que selecionem o
pia e hipermetropia) e selecionar a lente mais adequada tipo de lente que deve ser usado para corrigir o problema.
para corrigi-los. O simulador está disponível em: https://www.laboratoriovirtual.
Acesse o site e selecione um dos tipos de olho disponíveis fisica.ufc.br/olho-humano-defeitos-visao. Acesso em: 14 maio
e a distância do objeto. Oriente os estudantes a observar 2022.

171
Orientações didáticas
Se achar conveniente, aproveite para Uma pessoa que enxerga os objetos que

iStockphoto/Getty Images
discutir situações de bullying que po- estão próximos embaçados tem um proble-
dem ocorrer em relação às pessoas que ma chamado hipermetropia. Nesse caso, o
usam óculos. Isso é comum principal- bulbo ocular geralmente é levemente mais
mente na infância e pode ser trabalha- curto e a imagem se forma depois da reti-
na. Para a correção desse problema, são
do a partir de textos relacionados, ou
indicadas lentes convergentes, que rece-
mesmo de pessoas famosas ou perso- bem esse nome porque convergem os raios Convergem:
nagens que usem óculos, por exemplo. luminosos e levam à formação da imagem vão em
O trabalho com esse tema permi- no local certo, ou seja, na retina. direção a
te estimular os estudantes a exercitar um mesmo
a empatia, o diálogo, a resolução de ponto.
Simulação da visão de uma pessoa com hipermetropia. Note que a
conflitos e a cooperação, promovendo paisagem ao fundo aparece focada e a flor aparece embaçada. Mesmo que
CORES FANTASIA

o respeito ao outro e aos direitos hu- a pessoa hipermetrope tente focar a flor, a imagem obtida não é nítida.
FORA DE PROPORÇÃO
manos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos A B

Ilustrações: Osni de Oliveira/Arquivo da editora


sociais, contemplando assim a compe- Lente do olho Lente do olho
tência geral 9. Lente convergente
Raios
Consideramos interessante também luminosos
Raios
discutir ações que podem ser adotadas luminosos
para evitar os problemas relacionados à
visão, como aqueles que já são comuns
entre pessoas que têm contato com telas
de televisores, computadores ou celula- Objeto Objeto
res por tempo prolongado. Imagem se forma próximo Imagem se forma próximo
desfocada na retina
nitidamente na retina

Representação esquemática da formação da imagem em um olho hipermetrope sem lente


(A) e com a correção de uma lente convergente (B). Perceba que, sem a lente convergente,
a imagem se forma depois da retina. A lente corretiva direciona a luz para a área certa,
sobre a retina.

iStockphoto/Getty Images
Uma pessoa que enxerga embaçado tanto objetos
próximos quanto distantes pode ter um problema de
visão chamado astigmatismo. Isso acontece devido a
irregularidades na córnea ou na lente dos olhos, e os
raios luminosos sofrem desvios antes de chegarem à
retina. Para a correção, são indicadas lentes que des-
viam parte dos raios luminosos para compensar as al-
terações nas estruturas dos olhos.

Simulação da visão de uma pessoa com astigmatismo. Note que, para


uma pessoa com esse tipo de problema de visão, tanto a paisagem ao
fundo quanto a flor, que está em primeiro plano, aparecem desfocadas.

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Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Para saber
SBP atualiza recomendações sobre saúde de 12 questões para ajudar pais a lidar com o Quatro olhos: como lidar com o bullying ao usar
crianças e adolescentes na era digital bullying escolar óculos na infância
Site da Sociedade Brasileira de Pediatria que orien- O texto publicado no site do Sindicato dos Profes- O texto discute a questão do bullying sofrido por crian-
ta sobre o uso de telas por crianças e adolescentes. sores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo ças que usam óculos. Além disso, apresenta algumas
Disponível em: https://www.sbp.com.br/imprensa/ (Apeoesp) traz informações e esclarecimentos sobre estratégias para combater o problema.
detalhe/nid/sbp-atualiza-recomendacoes-sobre bullying, além de dados estatísticos sobre ocorrên- Disponível em: https://lenscope.com.br/blog/
-saude-de-criancas-e-adolescentes-na-era-digital/. cias envolvendo esse problema nas escolas. quatro-olhos/.
Disponível em: http://www.apeoesp.org.br/ Acesso em: 14 maio 2022.
publicacoes/observatorio-da-violencia/12-questoes-
para-ajudar-pais-a-lidar-com-o-bullying-escolar/.

172
Outro problema de visão é o glaucoma, uma doença grave que pro- Orientações didáticas
voca o aumento da pressão do humor vítreo, substância que preenche a O glaucoma e a catarata também
cavidade ocular, podendo causar dano permanente na retina e no nervo são problemas relacionados à visão
óptico e até levar à perda total da visão. Se a doença for identificada e abordados no capítulo. Sugerimos que
tratada rapidamente, esses danos podem ser evitados. Dependendo do peça aos estudantes que façam uma
tipo e do estágio da doença, os principais sintomas podem incluir dores
pesquisa sobre o número de casos des-
nos olhos e na cabeça, diminuição do campo de visão e visão embaçada.
sas doenças no Brasil e sobre como
A catarata é outro tipo de lesão ocular, bastante comum
prevenir o seu desenvolvimento.

ARZTSAMUI/Shutterstock
em pessoas idosas. Nesse caso, a lente do olho se torna turva,
dificultando a passagem da luz. A catarata começa como uma
Recomendamos que, ao abordar o
mancha pequena no olho e geralmente aumenta com o passar tema da deficiência visual, questione
do tempo, prejudicando cada vez mais a visão. Atualmente, os estudantes sobre as medidas que
existe um procedimento cirúrgico relativamente simples para poderiam ser adotadas para favorecer a
a correção da catarata, que consiste em substituir a lente do acessibilidade e a inclusão de pessoas
olho por uma lente artificial, restabelecendo a visão. Detalhe do olho de uma com deficiência visual nas escolas.
No Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada pessoa com catarata em Incentive-os a pesquisar tecnologias
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, foram estágio avançado.
que proporcionem essa acessibilidade.
identificadas mais de 6,9 milhões de pessoas com alguma deficiência vi- No boxe #Para saber +, a seguir, in-
sual. Uma sociedade acessível para pessoas com deficiência é um direito dicamos um site que apresenta diversas
que deve ser garantido. Atualmente, existem muitas soluções de acessibi-
tecnologias para a inclusão de pessoas
lidade que garantem segurança e autonomia para pessoas cegas ou com
baixa visão realizarem as mais diversas atividades do cotidiano.
com deficiência. Esse tema proporciona
o trabalho com a competência geral 9 e
Por exemplo, as calçadas podem apre-
a competência específica 2 de Ciências

Motortion Films/Shutterstock
sentar piso tátil com padrões determinados
que indicam o sentido ou a presença de um da Natureza.
obstáculo. Reconhecendo os padrões do piso
com uma bengala, a pessoa com deficiência #Para saber
consegue identificar esquinas, locais de tra-
vessia, entradas de prédios, etc. 10 tecnologias sociais pela inclu-
O braile é um sistema de escrita, leitura são da pessoa com deficiência
e impressão em relevo muito utilizado pelas O site traz exemplos de soluções tec-
pessoas com deficiência visual. Nesse siste- nológicas que favorecem a acessibi-
ma, cada letra e cada número correspondem lidade de pessoas com deficiência.
a um padrão de combinação de pontos em No piso tátil, o padrão com linhas retas Disponível em: https://institutolegado.
relevo, que a pessoa decodifica com o tato. indica o sentido da calçada em que é org/blog/tecnologias-sociais-para
seguro continuar andando, e o padrão -pessoas-com-deficiencia/. Acesso
Além do sistema braile, também existem materiais tá- com “bolinhas” indica algum obstáculo em: 14 maio 2022.
teis, como mapas e esquemas em relevo, que possibilitam ou ponto de atenção.
a leitura e a compreensão de materiais impressos. Outra
solução de acessibilidade bastante utilizada atualmente são
programas de computador e aplicativos que fazem a leitura
oral de livros, páginas da internet, telas de computadores e
smartphones, além da descrição de imagens e vídeos, entre
Africa Studio/Shutterstock

outros recursos.
Apesar da grande diversidade de soluções de acessibilida-
de já desenvolvidas e da exigência da acessibilidade pela lei
brasileira, a maioria das cidades, dos comércios e de outros
estabelecimentos não está totalmente acessível a pessoas
com deficiência. É nosso dever como cidadãos, com ou sem
deficiência, cobrar que a legislação seja obedecida e que so- Pessoa lendo texto
luções de acessibilidade sejam implantadas nesses locais. escrito em braile.

173

Reprodução
R d ã ddo Livro
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#Atividade complementar
Discutindo o capacitismo de pessoas que as frequentam visitarem a escola) para do Brasil (ONCB). Disponível em: http://oncb.
Capacitismo é o preconceito contra pessoas com que os estudantes possam compreender como a res- org.br/documentos/capacitismo-secretaria-de
deficiência. Ele acontece quando alguém julga que a trição de um dos sentidos (no caso, visual ou auditivo) -sau%CC%81de-e-educacao-da-oncb.pdf.
pessoa com deficiência é inapta à vida em sociedade, não incapacita o indivíduo para a vida em sociedade.
que é incapaz de cuidar da própria vida e de ser uma Outra sugestão é que, se possível, leve os estudantes para • Capacitismo: entenda o que é e como evitar
preconceito disfarçado de brincadeira, da CNN
pessoa autônoma e independente. assistir a um jogo do time de futebol de pessoas com
Sugerimos que promova uma discussão sobre esse as- deficiência visual da cidade onde se localiza a escola. Brasil. Disponível em: https://www.cnnbrasil.
sunto com os estudantes. Para isso, busque as institui- Para obter mais informações sobre o assunto, suge- com.br/saude/capacitismo-entenda-o-que
ções de pessoas com deficiência visual ou auditiva da rimos a leitura dos textos: -e-e-como-evitar-preconceito-disfarcado-de
cidade onde se localiza a escola. Verifique a possibili- -brincadeira/.
dade de os estudantes visitarem essas instituições (ou
• Capacitismo, da Secretaria de Saúde e
Acesso em: 14 maio 2022.
Educação da Organização Nacional de Cegos

173

ESC O
REVA

#Para interpretar
NO L
IVRO
Orientações didáticas
#Para interpretar
Leia o texto a seguir, converse com os colegas e respondam às questões no caderno.
As atividades apresentadas neste
boxe oferecem aos estudantes a opor- Óculos falsos: por que evitar o uso?
tunidade de desenvolver as habilida- Seduzidas pelo preço, muitas pessoas optam por comprar óculos fabricados de maneira irre-
des de leitura, uma vez que demandam gular e sem os devidos cuidados exigidos pela lei, os famosos óculos falsos.
processos de compreensão e inferên- O problema é que, nesse caso, economizar não vale a pena. Os produtos falsificados podem
cia de textos. ocasionar graves problemas oculares no futuro. [...]
O objetivo da atividade desta página é
promover uma conversa sobre um com- Óculos falsos de grau
portamento muito comum no cotidiano O principal transtorno em adquirir óculos de grau comprados em lojas ou comércios informais
dos estudantes: o uso de óculos de grau é que o paciente deixa de ir ao oftalmologista, ou seja, não dá a atenção necessária a sua própria
e de sol falsificados, comprados em lojas saúde. [...] Com isso, [ele] deixa de fazer exames importantes. Entre eles o de fundo de olho (capaz
de ruas e vendedores ambulantes. O im- de diagnosticar glaucoma ou doenças relacionadas à retina, como o diabetes).
portante aqui é alertar para os riscos do Ainda, é válido destacar que o diabetes não controlado pode levar o paciente à perda da visão,
uso desses produtos e informar que ócu- de modo irreversível, em cerca de dez anos.
los de grau podem ser adquiridos gratuita- Mesmo quando a pessoa não apresenta uma doença ocular grave, o hábito de usar óculos
mente no Sistema Único de Saúde (SUS). falsos com grau pode desencadear complicações [...].
A discussão desse texto possibilita o tra-
balho com as competências gerais 7, 8 Óculos falsos de sol
e 10 e da competência específica 7 de Assim como protegemos nossa pele dos raios do Sol, também devemos ter cuidados com os
Ciências da Natureza. Esse conteúdo tam- nossos olhos. Para isso, nada melhor do que usar óculos de sol adequados para proteger a visão
bém está relacionado ao Tema Contem- de raios ultravioleta (UV). Mas é aí que mora o problema.
porâneo Transversal Saúde. Muitas pessoas usam óculos falsos de sol como um acessório, o que é um erro. Mal sabem
Sugerimos que peça aos estudan- que o produto de baixa qualidade também traz consequências para a saúde dos olhos.
tes que façam uma pesquisa sobre As lentes piratas podem ser extremamente nocivas, porque elas aumentam a agressão dos
os custos dos óculos, bem como so- raios solares.
bre opções que sejam acessíveis e O que não pode faltar nos óculos são filtros UV-A e UV-B e a certificação de origina-
certificadas. lidade. Todas as lentes dos produtos originais são testadas com aparelho específico que
Sugerimos também que explique aos analisa a proteção UV e dessa forma classifica a categoria dos óculos de sol. [...]
estudantes como os óculos de sol falsi-
ficados podem danificar a visão a longo ÓCULOS falsos: por que evitar o uso? Hospital de olhos, 26 jun. 2018. Disponível em:
prazo. Diga a eles que, ao colocarmos https://www.hospitalholhos.com.br/noticia/oculosfalsosporqueevitarouso/.
Acesso em: 31 mar. 2022.
óculos de sol mais escuros, as pupi-
las dilatam e, assim, mais raios lumi- O oftalmologista é o médico especializado na visão e somente ele pode recomendar óculos de grau.
nosos entram nos olhos e com eles a É possível realizar consultas com esse tipo de especialista pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
radiação UV. Se os óculos forem certi- Já os óculos de sol, muitas vezes, são usados para acrescentar estilo ao visual. Mas precisamos verificar
também a qualidade desses óculos.
ficados, essa radiação é filtrada e os
Converse com os colegas e o(a) professor(a) sobre as questões a seguir.
olhos ficam protegidos. Porém, se eles
forem falsificados, a falta de qualida-
de fará com que mais radiação penetre 1 Qual é o principal fator que leva as pessoas a escolher óculos de grau ou de sol
falsificados?
nos olhos, o que, a longo prazo, pode
trazer danos graves à retina e às outras 2 Segundo o texto, quais são os principais riscos de usar óculos falsificados?
estruturas desses órgãos. 3 Você já se consultou com um oftalmologista para verificar se precisa usar óculos?
Sugestões de respostas às questões Compartilhe com os colegas como foi essa experiência.
propostas no boxe: 1, 2 e 3. Consulte as Orientações didáticas.
1. O principal fator é o fato de serem
mais baratos. 174
2. O uso de óculos de grau falsificados
faz com que as pessoas deixem de
ir rotineiramente ao oftalmologista e, Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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com isso, elas acabam por não fazer


exames periódicos importantes rela- dilatam a pupila e também sobre o procedimento do
cionados à visão. Já o uso de óculos exame, que geralmente consiste em identificar letras ou
de sol falsificados é prejudicial por não palavras de diferentes tamanhos. Durante essa discus-
proteger os olhos da radiação solar. são, você pode questionar os estudantes que usam ócu-
3. Resposta pessoal. Os estudantes po- los sobre o que os levou a pensar que pudessem ter pro-
dem comentar sobre os colírios que blemas de visão e a procurar um médico oftalmologista.

174
Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades.

#Atividades

ESC OREVA
NO L
IVRO
Orientações didáticas
Sugerimos que use as ativida-
1. Os órgãos dos sentidos captam os estímulos do ambiente, que são encaminhados na forma de impulsos ner-
des desta seção como evidências de
1. Explique a relação entre o sistema nervoso e os órgãos dos sentidos. vosos para o cérebro, onde
eles são interpretados e as respostas são geradas. aprendizagem relacionadas ao desen-
2. No caderno, escreva qual é o órgão receptor dos estímulos para cada um dos sentidos. volvimento das habilidades EF06CI07
a) Olfação. 2. a) Nariz. c) Tato. 2. c) Pele. e) Visão. 2. e) Olhos. e EF06CI08.
b) Gustação. 2. b) Língua. d) Audição. 2. d) Orelhas. Você pode sugerir aos estudantes
que façam as atividades aos poucos,
3. Quando uma pessoa está na cozinha preparando alimentos, mesmo se estivermos em outro conforme a organização do seu plane-
local da casa, geralmente é possível sentir o cheiro e identificar pelo olfato qual alimento ela jamento, e escolher algumas como es-
está preparando. Sobre isso, responda no caderno: tratégia de revisão de conceitos ao final
a) Como o cheiro desses alimentos chega até o nariz? do estudo do capítulo.
b) De que maneira o olfato consegue captar e distinguir os odores, como o cheiro da comida? Se possível, selecione algumas ativi-
dades para que sejam feitas em sala de
4. Quando estamos gripados, é difícil de identificar os sabores dos alimentos. Por que isso aula e outras em casa com a ajuda de fa-
acontece? Quando estamos gripados, com muito muco acumulado nas cavidades nasais, as substâncias odo- miliares ou responsáveis. Separe alguns
ríferas dos alimentos não chegam até os receptores sensoriais. minutos de sua aula seguinte para rea-
5. No interior da boca, principalmente na superfície da língua, existem diversas estruturas cha- lizar a correção das atividades e verificar
madas de botões gustatórios. Elas são responsáveis por captar os estímulos relacionados à possíveis defasagens de conteúdo. Caso
gustação.
5. a) Os botões gustatórios identificam as sensações de gosto: salgado, doce, amargo, azedo e umami. julgue necessário, faça uma revisão dos
a) Quais são as principais sensações que essas estruturas conseguem identificar? conteúdos abordados até o momento.
b) Como os estímulos captados pelos botões gustatórios chegam até o cérebro para serem
interpretados? 5. b) Os estímulos captados pelos botões gustatórios chegam ao cérebro por meio dos #Atividades
impulsos nervosos, conduzidos pelos nervos aos quais estão ligados. 1 e 2. As respostas às questões estão
6. O tato é o sentido que capta diversos estímulos por meio de diferentes receptores localizados no Livro do Estudante.
nas camadas da pele. Uma das sensações identificadas na pele é a dor. Qual é a importância 3. a) Os alimentos liberam substâncias
da dor para a nossa saúde e sobrevivência? odoríferas, formadas por partículas
que se espalham pelo ar e entram
7. Quando se toca um tambor, ele vibra e, com isso, ondas sonoras são emitidas no ar.
nas cavidades nasais, permitindo a
a) Descreva o caminho dessas ondas sonoras do tambor até a parte interna da orelha. identificação dos cheiros.
b) Como uma pessoa ouvinte consegue identificar que o som ao longe é de tambor, mesmo b) No interior das cavidades nasais,
sem ver os músicos tocando? existem receptores de substân-
cias odoríferas. Eles captam o
Sidney de Almeida/Shutterstock

estímulo do cheiro e o nervo ol-


fatório, por meio de impulsos ner-
vosos, que levam essa informação
até o cérebro.
4 e 5. As respostas às questões estão no
Livro do Estudante.
6. O tato permite percebermos situa-
ções em que poderíamos nos ferir. A
sensação de dor na pele nos permi-
te identificar, por exemplo, se temos
alguma lesão ou queimadura.
7. a) As ondas sonoras se propagam
pelo ar, a partir do tambor, e pas-
sam pelo meato acústico exter-
no de cada orelha, chegando até
175
a membrana timpânica. Ela vibra
e essas vibrações se propagam
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id pelos ossículos da orelha média
e chegam à janela cóclea, movi-
mentando um líquido que a pre-
enche. Essa movimentação ativa
receptores, que geram impulsos
nervosos conduzidos pelo nervo
vestibulococlear.
b) Os impulsos nervosos gerados pelas
ondas sonoras chegam ao cérebro,
onde são interpretados. O tipo de
som que está sendo ouvido é iden-
tificado com base nas memórias e
experiências prévias da pessoa.

175

ESC OREVA
Orientações didáticas 8. Leia o texto a seguir e responda à questão.
NO L
IVRO

#Atividades Um tablado de madeira e boa vontade é tudo de que um surdo precisa para dançar, conforme
Ruth Souza, intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) do Festival de Dança de Joinville. Este
8. A resposta à questão está disponível
ano, ela conta que pela primeira vez um grupo de deficientes auditivos dançou uma coreografia
no Livro do Estudante. de hip-hop como parte das ações do evento. [...]
9. a) retina; b) íris; c) pupila; d) cór-
Eduardo Tanaka é de Curitiba (PR), onde atua como professor de Libras. Ele nasceu ouvinte,
nea; e) nervo óptico. mas aos seis meses teve meningite e ficou surdo. [...] Ele foi um dos surdos que caiu na dança e
A imagem se forma no olho a partir da integrou a coreografia de hip-hop montada em Joinville. Segundo ele, é pela vibração do chão
passagem dos raios luminosos pela cór- que eles conseguem acompanhar o ritmo. [...]
nea. Em seguida, a lente focaliza a ima- VALENTINI, G. Sentimos a música através da vibração, diz dançarino surdo. G1, 24 jul. 2014. Disponível em: http://
gem na retina onde a imagem se forma g1.globo.com/sc/santa-catarina/festival-de-danca-joinville/2014/noticia/2014/07/sentimos-musica-atraves-da-
invertida e menor que o tamanho real. O vibracao-diz-dancarino-surdo.html. Acesso em: 10 nov. 2021.
8. A vibração é gerada pelas ondas sonoras, que se propagam tanto na madeira do tablado quanto no ar. Essas
nervo óptico leva o impulso nervoso para vibrações podem ser percebidas no chão de madeira e indicam o ritmo da música.
o cérebro, onde a informação é interpre- O que gera as vibrações no chão e no ar e permite às pessoas com deficiência auditiva dançar,
mesmo sem escutar a música que está tocando?
tada e identificamos o ambiente ou ob-
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
jeto e reagimos a ele. 9. Analise ilustração e escreva

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


10. Resposta pessoal. Espera-se que os no caderno o nome das estru-
estudantes relatem de que maneira turas indicadas com as letras A B
os sentidos estudados nos auxiliam A, B, C, D e E. Depois, descre-
va como ocorre o processo de
a interpretar o ambiente e reagir
formação da imagem no olho
a ele para desempenhar alguma
e sua interpretação. D
atividade. Oriente os estudantes a E
considerar, durante a realização da
tarefa escolhida, características do
ambiente que estimulam os senti- C
C
dos, como descrito na abertura do
capítulo, por exemplo. 10. Algumas tarefas do cotidiano podem ser realizadas de modo “automático”, sem que precisemos
11. As respostas às questões estão no pensar muito nelas. São exemplos: caminhar pelo bairro, andar de bicicleta, praticar esportes
Livro do Estudante. ou interagir com os colegas. Escolha uma atividade desse tipo e descreva, no caderno, como
os sentidos e o sistema nervoso participam dela e o auxiliam na interpretação do ambiente.
11. A miopia é um problema de visão que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Ele consiste
na dificuldade de enxergar com nitidez as imagens de objetos distantes. A imagem a seguir
simula como uma pessoa com miopia enxerga com e sem óculos.
11. a) Nos olhos de

Christoph Burgstedt/Shutterstock
uma pessoa com
miopia, a imagem de
objetos distantes se
forma antes da reti-
na. Isso geralmen-
te ocorre por causa
do formato do olho,
levemente mais alon-
gado, ou em razão
de alterações em
estruturas, como na
lente do olho.
a) Na miopia, por que a imagem de objetos distantes não é nítida?
b) Os óculos usados por uma pessoa míope devem ter que tipo de lente para corrigir esse
problema de visão? 11. b) A lente para a correção da miopia é chamada de divergente, pois desvia os raios
luminosos de modo que a imagem se forme na retina.

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Reprodução
R d ã dod Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

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Orientações didáticas
CAPêTULO 10 Sugerimos que inicie o trabalho com
Objetivos do capítulo

Efeito das drogas


o conteúdo explicando aos estudantes
• Discutir os efeitos que o tema deste capítulo está rela-
das drogas
psicoativas nas cionado às drogas, que são compostos

no sistema nervoso
sinapses. que, quando ingeridos de alguma ma-
• Classificar as drogas neira, interagem com o sistema nervoso
psicoativas com causando uma reação no organismo.
base nas reações
que causam no Nesse momento, você pode questio-
organismo. nar os estudantes sobre quais efeitos
Reprodução/Prefeitura Municipal de Uberlândia, Minas Gerais.

• Conhecer as são esses e perguntar se todas as dro-


relações entre o
uso de drogas e o
gas causam as mesmas reações no sis-
sistema nervoso. tema nervoso ou se cada tipo de dro-
• Compreender ga tem um efeito diferente. Por meio
como as drogas dessas questões, é possível identificar,
psicoativas podem
afetar a saúde.
também, o que eles consideram “dro-
gas” e a visão que apresentam des-
Na BNCC se tema.
Habilidade: EF06CI10. Com base nessas discussões, suge-
rimos que os instigue a pensar no ter-
mo “drogaria”, que costuma ser asso-
ciado às farmácias. Então, pergunte se
os medicamentos também podem ser
considerados drogas e se eles sabem
a diferença entre drogas lícitas e ilíci-
Cartaz de divulgação
tas e por que as drogas lícitas só po-
da Semana Municipal
de Prevenção às dem ser consumidas a partir de deter-
Drogas do município minada idade.
de Uberlândia (MG), Durante as discussões, pode ser in-
2020. teressante pedir aos estudantes que
registrem suas ideias. Retome as ano-
tações após aprofundar o conteúdo
Você já ouviu falar em drogas? Frequentemente vemos reportagens, campanhas de conscien- deste capítulo para avaliar as novas
tização e alertas sobre essas substâncias e os efeitos que elas podem causar no organismo. No percepções sobre o assunto.
entanto, definir o que são drogas é uma tarefa complexa, pois elas podem ser muito diferentes
O conteúdo abordado neste capítulo
umas das outras. Algumas são proibidas, outras podem ser utilizadas sob indicação de médicos,
outras são liberadas apenas para adultos.
auxilia no trabalho com as competên-
cias gerais 8 e 10, ao abordar ques-
Neste capítulo, vamos conhecer como as drogas atuam no sistema nervoso e os impactos que
podem causar no nosso corpo e na nossa vida social.
tões relativas à saúde, especificamente
NÃ as relacionadas ao uso de substâncias
ESC O
REVA
NO L
IVRO
psicoativas, e as competências espe-
#Para iniciar cíficas 7 e 8 de Ciências da Natureza.
Além disso, possibilita a mobilização
• Com base nos seus conhecimentos, quais estruturas do sistema nervoso você acha que do Tema Contemporâneo Transversal
podem sofrer a ação das drogas? Saúde.
• Pense nas drogas das quais você já ouviu falar. A que temas elas costumam estar asso-
ciadas?

Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações didáticas.
177

Reprodução
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Li do d EEstudante
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t h reduzido.
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#Para iniciar as sinapses e as terminações nervosas. O importante é


Este boxe tem o objetivo de auxiliá-lo na identificação dos que eles identifiquem a relação entre as drogas e o sis-
conhecimentos prévios, das habilidades, das atitudes e dos tema nervoso, mas é possível que também mencionem
valores dos estudantes. Por isso, sugerimos que os estudan- outros sistemas, caso associem drogas a medicamentos.
tes realizem o registro de suas respostas iniciais, a fim de que • Essa questão tem o objetivo de identificar substâncias que
possam ser retomadas e revistas no final do capítulo. Isso con- os estudantes relacionam com o conceito de droga para,
tribuirá para que se tornem conscientes do desenvolvimento com base em suas respostas, desenvolver a abordagem do
de suas aprendizagens e da construção do seu conhecimento. capítulo. Eles também podem associar as drogas a proble-
Sugestões de respostas e comentários às questões mas de saúde e violência.
propostas:
• O texto de abertura menciona o sistema nervoso, e os es-
tudantes podem citar o cérebro, os neurotransmissores,

177
# Drogas e o corpo humano
Orientações didáticas
Inicialmente, sugerimos que leia o
texto com os estudantes e os auxilie a A Organização Mundial da Saúde (OMS) define droga como toda
diferenciar os termos “drogas” e “subs- substância que não é produzida pelo organismo, mas que é capaz de
tâncias psicoativas”. Pergunte se eles já provocar alterações em seu funcionamento. Com base nessa definição,
ouviram falar na Organização Mundial um medicamento para dor, por exemplo, é classificado como droga.
da Saúde (OMS) e explique que se trata Existem algumas drogas que agem diretamente no sistema nervoso
de uma instituição internacional ligada central provocando alterações, que podem ser mais leves ou mais in-
às Nações Unidas (ONU), que direciona tensas, na interpretação dos sentidos, na forma de pensar ou no com-
medidas e protocolos para o combate a portamento. Essas drogas são chamadas de substâncias psicoativas
doenças com base em evidências cientí- ou psicotrópicas.
ficas. Essa discussão é importante para Geralmente, associamos o termo “droga” às substâncias que po-
que os estudantes reconheçam a con- dem causar dependência, que não são socialmente aceitas ou que são
fiabilidade das informações veiculadas classificadas como drogas ilícitas, ou seja, ilegais, pelo fato de sua
comercialização e seu uso serem proibidos por lei. Mas é importante
pela OMS.
entendermos que existem outras substâncias que também são drogas
Depois da leitura, você pode chamar a
psicoativas e que podem representar riscos para o nosso organismo se
atenção dos estudantes para o esquema utilizadas sem indicação médica ou em quantidades e frequências ina-
apresentado. Ao discutir os tipos de subs- dequadas. Neste capítulo, vamos usar o termo “droga” para nos referir
tância psicoativa, recomendamos ressal- às substâncias psicoativas que serão estudadas mais adiante.
tar que, quando ingeridas, elas podem Observe no esquema a seguir a classificação de diferentes drogas,
interferir na percepção, na consciência, com base nos efeitos que elas provocam no sistema nervoso central.
na cognição, no humor e nas emoções.
Comente que o álcool e a nicotina, em- FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
bora sejam considerados drogas lícitas,
são exemplos de substâncias psicoativas.

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


Se achar pertinente, peça aos estu-
dantes que classifiquem, no caderno, as Classificação das substâncias psicoativas
drogas que serão discutidas ao longo do
capítulo em estimulantes, depressoras
ou perturbadoras.
Nesse momento, inicia-se o trabalho
com a habilidade EF06CI10, ao abor-
dar o tema que trata como o funcio-
namento do sistema nervoso pode ser
afetado por substâncias psicoativas.

Depressoras: diminuem Perturbadoras:


a atividade cerebral, alteram a percepção
tornando as reações e as dos sentidos. Podem
percepções mais lentas. provocar alucinações
representação esquemática (percepções
de uma sinapse distorcidas com base
ou não na realidade,
Estimulantes: aumentam a atividade de determinadas áreas como ver imagens ou
cerebrais, tornando as reações e as percepções mais rápidas. ouvir sons que não
A pessoa fica agitada e pode ter dificuldade em adormecer. são reais).

As drogas psicoativas afetam as sinapses entre neur™nios.

178

Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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#Para saber
Histórias das drogas 11 perguntas para você conhecer a legislação sobre
O artigo contextualiza a história das drogas, comentando bre- drogas no Brasil
vemente a relação de diferentes civilizações com as plantas. Cartilha do governo federal sobre a legislação sobre o uso
ARAÚJO, M. R.; Moreira, F. G. Histórias das drogas. In: SILVEIRA, de drogas no Brasil.
D. X.; MOREIRA, F. G. (org.). Panorama atual de drogas e depen- Disponível em: https://www.gov.br/cidadania/pt-br/noticias
dências. São Paulo: Atheneu, 2006. p. 9-14. Disponível em: -e-conteudos/publicacoes-1/desenvolvimento-social/
https://www.researchgate.net/profile/Fernanda-Moreira-8/ cartilha_11-perguntas-para-voce-conhecer-a-legislacao-sobre
publication/230824004_Panorama_Atual_de_Drogas_e_ -drogas-no-brasil.pdf.
Dependencias/links/60213b9792851c4ed55810c8/ Acesso em: 22 abr. 2022.
Panorama-Atual-de-Drogas-e-Dependencias.pdf.

178
Orientações didáticas
Medicamentos
Inicialmente, sugerimos que faça a
Desde que os seres humanos passaram a se organizar em comunida-
leitura do texto e discuta com os estu-
des, no período pré-histórico, buscam conhecer mais a natureza e utilizar
plantas e outras substâncias para aliviar dores e combater doenças ou dantes como os desenvolvimento dos
desconfortos. Os medicamentos que utilizamos atualmente são resultado medicamentos favoreceu a sobrevivên-
de todo esse processo e amenizam sintomas, curam doenças e salvam cia humana.
vidas diariamente. Pergunte como eles acreditam que
Antes de um medicamento chegar até a farmácia para ser comerciali- civilizações antigas sobreviviam sem os
zado, ele passa por longos períodos de pesquisa, testagem, aprovação por medicamentos atuais e como tratavam
órgãos competentes e rígido controle de qualidade nas indústrias farma- as doenças. Eles podem mencionar al-
cêuticas. Tudo isso para garantir que ele não traga danos à saúde das pes- gumas plantas medicinais. Essa discus-
soas que o utilizarem, bem como para orientar os consumidores a respeito são promove o trabalho com a etno-
de efeitos adversos que ele possa causar no organismo. Efeitos adversos:
reações indesejadas
ciência, campo de conhecimento que
Os medicamentos atuam no organismo humano de diferentes manei-
que um medicamento mobiliza diferentes áreas para o registro,
ras e, por isso, são classificados como drogas. Muitos medicamentos são
também substâncias psicoativas, já que atuam no sistema nervoso. Eles
pode provocar no a apreensão e a valorização de conhe-
organismo. cimentos de comunidades tradicionais
atuam diretamente nos neurotransmissores e nas sinapses, auxiliando, por
exemplo, no controle de problemas de saúde mental como ansiedade, crises Prescrição: (indígenas, ribeirinhos, quilombolas, en-
recomendação de
de pânico, depressão ou insônia. tre outros).
uso por meio de uma
Em todos esses casos, os medicamentos precisam ter a prescrição receita médica. Ao citar as plantas medicinais que
feita por profissionais da saúde. Somente eles podem recomendar um conhecem, por exemplo, os estudan-
tratamento e adequar a dose do medicamento para cada pessoa, com base tes têm a oportunidade de relacionar
em fatores como idade e peso, e orientar por quanto tempo o medicamento conhecimentos extraescolares com os
deve ser administrado. conteúdos curriculares. Essa é uma for-
De acordo com o nível de ação e seus possíveis efeitos adversos, os Classificação dos ma de aproximar as principais ideias da
medicamentos recebem uma classificação. Observe na imagem a seguir. diferentes tipos etnociência do ensino de Ciências. Por
de medicamento.
isso, sugerimos incentivá-los a mencio-
Tarja vermelha
Osni de Oliveira/Arquivo da editora

nar as plantas medicinais que eles co-


São medicamentos vendidos
somente com a apresentação nhecem e perguntar se eles acham que
de receita médica, que fica com Tarja amarela elas são mais eficazes que os medica-
o farmacêutico no momento da São os medicamentos
compra. Nesta categoria, estão
mentos sintéticos. É importante observar
chamados de genéricos,
os antibióticos e alguns tipos de ou seja, que recebem o
se eles acreditam que, por serem na-
anti-inçamatório. nome do princípio ativo turais, as plantas medicinais não apre-
de que são feitos, e não sentam riscos de efeitos adversos. Aler-
o “nome de marca” dado
Tarja vermelha por um laboratório. (Um te para o risco de intoxicações em caso
São medicamentos medicamento genérico de consumo inadequado dessas plan-
vendidos somente também pode ter tarja
com a apresentação tas. Esclareça que muitos dos medica-
vermelha ou preta,
da receita; no dependendo do mentos desenvolvidos e comercializados
entanto, ela não seu tipo.) atualmente em farmácias originaram-se
precisa ficar retida
na farmácia. Nesta do estudo de plantas.
categoria, estão N‹o tarjados
medicamentos que São medicamentos classificados
podem provocar como isentos de prescrição Tarja preta
efeitos adversos médica. Nesta categoria, estão São medicamentos vendidos somente
graves. medicamentos como xaropes para com receita médica especial, que fica
tosse, antitérmicos (para febre) retida na farmácia. Esta categoria inclui os
e antiácidos (para azia ou má medicamentos psicotrópicos, que atuam
digestão). diretamente no sistema nervoso central e
podem gerar dependência.

179

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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t h reduzido.
d id

#Para saber
Indígenas brasileiros e o uso das plantas
O artigo apresenta exemplos do conhecimento dos povos
indígenas sobre o manejo e o uso de plantas.
GAUDÊNCIO, J. da S.; RODRIGUES, S. P. J.; MARTINS, D. R.
Indígenas brasileiros e o uso das plantas: saber tradicio-
nal, cultura e etnociência. Khronos, [S. l.], n. 9, 2020,
p. 163-182. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/
khronos/article/view/171134. Acesso em: 23 abr. 2022.

179
Orientações didáticas Com essa classificação, fica mais fácil perceber a importância de so-
Após a leitura do texto com os es- mente usar medicação prescrita pelos profissionais de saúde, evitando a
tudantes, sugerimos que continue automedicação, que é o ato de utilizar medicamentos por conta própria.
orientando-os sobre os riscos da au- Além disso, é importante sempre armazenar medicamentos em locais
tomedicação, o que também inclui os de difícil acesso para as crianças, como no alto de armários. Uma dose
inadequada de um medicamento pode causar quadros de intoxicação
medicamentos não tarjados.
grave, sendo necessário atendimento médico de urgência.
O texto apresentado promove o tra-

balho com o Tema Contemporâneo ESC O
REVA

#Para interpretar
NO L
IVRO
Transversal Saúde.
#Para interpretar Um dos principais problemas de saúde pública no mundo é a automedicação. Esse hábito
As atividades deste boxe oferecem pode acarretar intoxicação, dependência e levar ao desenvolvimento de outras doenças. Leia
aos estudantes a oportunidade de de- o texto a seguir, que aprofunda esse assunto, e responda às questões.
senvolver as habilidades de leitura,
uma vez que demandam processos Automedicação
de compreensão e inferência de tex- Às vezes as pessoas sentem dores de cabeça, enjoos, dores de estômago, resfriado, mas
tos. Após a leitura do texto, peça aos acham que não há necessidade de consultar um médico. [...] elas buscam uma solução para o
estudantes que respondam às ativida- problema utilizando medicamentos por conta própria, sem prescrição médica ou orientação de
um profissional de saúde.
des no caderno e, depois, disponibilize
um período para a leitura e discussão Esse comportamento [...] ficou conhecido como automedicação. [...] este tipo de “prescrição”
incorreta e ilegal é muito perigosa. [...] Não existe medicamento livre de riscos para quem o uti-
das respostas.
liza, por isso é tão importante a prescrição correta. [...]
A seguir, sugestões de respostas e
[...] A utilização de medicamento sem a orientação de um especialista pode não resolver o
comentários às questões propostas:
problema, agravar doenças, mascarar sintomas [...] e causar sérios danos ao organismo.
1. A automedicação pode agravar a As práticas de automedicação mais comuns ocorrem com a utilização de antibióticos [...]. Se
doença, mascarar sintomas e cau- o tipo escolhido não for o mais adequado para tratar a infecção, poderá ocorrer o fortalecimento
sar danos ao organismo. do agente infeccioso [...], causando o agravamento da doença.
2. O uso inadequado de antibióticos [...] Por que as pessoas se automedicam, em vez de procurar um médico? [...] muitas pessoas
pode provocar a seleção de bacté- acham que não é necessário procurar um médico, em função de considerarem o problema como
rias resistentes a eles. Sugerimos algo de solução fácil e imediata. Outra razão é [...] dificuldade de grande parte da popula-
que explique aos estudantes que o ção, em especial a de baixa renda, em ter acesso aos serviços de saúde. [...]
antibiótico não torna a bactéria mais BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Vigilância Sanitária e escola: parceiros
resistente, mas seleciona as mais re- na construção da cidadania. Brasília, DF: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2008. p. 54. Disponível em:
http://antigo.anvisa.gov.br/documents/33864/284972/manual_visaescola_professores.pdf/
sistentes de uma população já exis- 19f01ae9-c5fb-4ed7-a443-2e69c7028fc3. Acesso em: 23 jan. 2022.
tente. Comente também que os anti-
bióticos são usados apenas para
1 Quais são os riscos a que as pessoas

Neirfy/Shutterstock
infecções causadas por bactérias.
se expõem pela automedicação?
Além disso, é importante ressaltar
que, desde 2010, a venda de anti- 2 Segundo o texto, as práticas de
bióticos no Brasil somente pode ser automedicação mais comuns ocorrem
com a utilização de antibióticos para
feita com receita médica.
tratar uma infecção. Se o remédio
3. As pessoas se automedicam por não escolhido não for o mais adequado
achar necessário procurar um médi- nesse caso, o que poderá acontecer?
co, por pensarem que os sintomas
são simples ou pela dificuldade de 3 Por quais motivos você acha que as
pessoas se automedicam? Como isso Os medicamentos devem ser consumidos
acessar um serviço de saúde gra- apenas sob recomendação médica.
poderia ser resolvido?
tuito em curto prazo. Essas questões 1, 2 e 3. Consulte as Orientações didáticas.
podem ser resolvidas por meio de
investimentos públicos no Sistema 180
Único de Saúde (SUS), para facilitar
o acesso da população, e de cam-
panhas de conscientização sobre os Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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riscos da automedicação.

180
Orientações didáticas
Nicotina
Para iniciar o trabalho com o conteú-
A nicotina é encontrada na planta chamada tabaco, da qual se retiram
do, sugerimos que leia o texto com os
as folhas para servir de base para a produção do cigarro. Trata-se de uma
droga lícita, ou seja, a venda e o consumo são permitidos por lei para pes- estudantes. Depois, você pode pedir a
soas maiores de 18 anos. No entanto, o hábito de fumar causa danos à eles que comecem a elaborar no ca-
saúde, tanto a curto quanto a longo prazo. derno uma tabela, listando as conse-
quências para o organismo de cada
Como a nicotina atua no corpo tipo de droga que será estudado ao
A nicotina é classificada como uma droga estimulante, pois, uma vez longo do capítulo. Essa lista pode ser
que chega ao cérebro, ela se liga a determinados receptores na sinapse retomada e completada ao longo dos
entre neurônios, alterando a liberação de hormônios estimulantes, como a
estudos.
adrenalina. Esse hormônio desencadeia o aumento da frequência cardíaca,
a contração dos vasos sanguíneos e o aumento da pressão sanguínea. Depois, sugerimos que faça uma roda
Uma sensação de ansiedade é desencadeada na pessoa que fuma, fa-
de conversa e pergunte a eles por que a
zendo com que ela sinta necessidade de fumar cada vez mais. Esse ciclo venda de cigarro é permitida, se a nicoti-
pode levar à dependência da nicotina e, consequentemente, do cigarro. na e outras substâncias que ele contém
Um quadro constante de alta da pressão sanguínea e dos batimentos são tóxicas ao organismo. Uma possível
cardíacos, desencadeada pelos hormônios estimulados pela nicotina, não explicação são os altos impostos cobra-
é saudável, pois pode sobrecarregar os vasos sanguíneos e o músculo dos na venda desse produto, o que gera
que forma o coração. É por isso que o cigarro está associado a doenças arrecadação para o governo. Além dis-
cardiovasculares, como infarto do miocárdio e hipertensão, e ao aciden- so, os efeitos colaterais do cigarro são
te vascular cerebral (AVC), que ocorre nos vasos sanguíneos cerebrais. observados em médio ou longo prazos
Essas doenças podem levar à morte.
e não inviabilizam o convívio social ou
Além disso, o cigarro não é feito somente de nicotina. Ele apresenta interferem na produtividade das pessoas
outras centenas de substâncias que podem ser tóxicas. A fumaça gerada
pela queima do cigarro faz com que essas substâncias se espalhem por
no mercado de trabalho.
todo o organismo por meio do sangue, podendo gerar consequências Outro motivo é a movimentação eco-
desagradáveis ou mesmo causar doenças. Considere alguns exemplos: nômica, que envolve desde a produção
do tabaco em plantações, que são mui-
• a perda da sensibilidade dos receptores de olfação e gustação, inter-
ferindo na percepção desses sentidos; to presentes, principalmente no Sul do
Brasil, até as cadeias industrial e de co-
• problemas bucais e dentários em razão do FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
acúmulo de resíduos de cigarro na boca; mércio. Solicite que façam uma pesqui-
sa sobre esse assunto e discutam em

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


• doenças respiratórias causadas pela fumaça
do cigarro na traqueia, que não consegue rea- sala os resultados encontrados. Essa
lizar a filtragem adequada do ar; discussão oferece uma oportunidade
Traqueia de desenvolver a argumentação dos es-
• danos nos alvéolos pulmonares, onde ocor-
rem as trocas de oxigênio e gás carbônico Vasos tudantes e oportuniza o trabalho com a
sanguíneos Coração
quando respiramos, levando à redução da ca- competência geral 7.
pacidade respiratória, chamada de enfisema
pulmonar.
Outra grave doença que pode se desenvolver
por causa do hábito de fumar é o câncer, não
apenas nos órgãos do sistema respiratório, mas
também em outras partes do corpo.
Pulmões

Os órgãos dos sistemas respiratório


e cardiovascular são alguns dos mais
afetados pelo hábito de fumar.

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Orientações didáticas
Fumante passivo
Antes de iniciar a leitura do texto, su-
Fumar já foi uma atitude muito comum em ambientes fechados como
gerimos que pergunte aos estudantes
restaurantes, ônibus e até aviões. Mas isso começou a mudar com a
se eles convivem com fumantes ativos
divulgação de pesquisas científicas comprovando que a fumaça do ci-
e questione o que eles acham disso, se garro pode causar danos no organismo das pessoas, mesmo que elas
isso traz incômodos e se já sabiam que não fumem.
o tabagismo também afeta quem não
É chamado de fumante passivo a pessoa que não fuma, mas convive
fuma diretamente. Depois, leia o texto
com quem fuma ou permanece em ambiente com fumaça gerada pela
com os estudantes.
queima do tabaco. Alguns dos problemas de saúde que acometem os
Se achar pertinente, explore ain-
fumantes também podem afetar fumantes passivos se essa convivência
da mais o tema e, se possível, mostre
ocorrer por bastante tempo. Por esse motivo, desde 2014, uma lei federal
aos estudantes o gráfico que compara
brasileira proibiu o fumo em locais fechados de uso coletivo, públicos e
a prevalência de tabagismo entre ho-
privados, como restaurantes, bares, casas de shows, transporte público,
mens e mulheres, associada ao início
entre outros. Com essa lei, fumar só é permitido em áreas específicas,
das ações de controle do consumo de
geralmente abertas e separadas das áreas comuns. Além disso, é espe-
tabaco, disponível no link indicado no cialmente importante evitar o contato de crianças, idosos e mulheres
boxe #Para saber +. gestantes com a fumaça do cigarro.
Outro ponto que pode ser discuti-
O problema, então, é apenas o cigarro? Não. Todos os produtos que
do é como eles avaliam a importância
são derivados do tabaco ou que levam à inalação de sua fumaça podem
da legislação que proíbe o fumo em
causar danos à saúde e levar à dependência da nicotina. Alguns exemplos
locais fechados de uso coletivo para
são charutos, cachimbos, dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) e
a saúde dos trabalhadores desses lo-
narguilés. Como o tabagismo foi classificado como doença e é um pro-
cais. Reforce como a saúde dessas
blema de saúde pública, também existem legislações para regularizar a
pessoas poderia ser comprometida
propaganda desses produtos. Anúncios de cigarro, por exemplo, são proi-
por estarem expostas à fumaça do ci-
bidos em jornais, na televisão e no rádio, e as embalagens de produtos
garro antes de essa legislação ser im-
derivados de tabaco devem ter avisos sobre os riscos de consumi-los. A
plementada. Você pode incentivá-los a
exposição das embalagens nos locais de venda também só é permitida
elaborar hipóteses sobre o resultado se for acompanhada de avisos sobre os perigos do tabagismo.
dessa legislação ao longo dos próxi-
mos anos. Verifique se eles concluem
Jo Galvao/Shutterstock

que provavelmente ocorrerá a redução


de doenças respiratórias na popula-
ção, por exemplo.

#Para saber
Dados e números da prevalência
do tabagismo Desde 2014, todos
os locais coletivos no
Disponível em: https://www.inca.gov.
Brasil, sejam privados
br/observatorio-da-politica-nacional- ou públicos, precisam
de-controle-do-tabaco/dados-e- indicar as áreas onde
numeros-prevalencia-tabagismo. é proibido fumar, para
Acesso em: 3 jun. 2022. evitar que as pessoas
O site disponibiliza dados publicados se exponham ao fumo
pelo Observatório da Política Nacional passivo.
de Controle do Tabaco.

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R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Para ler
Tabagismo de aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de
[...] fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer
A Organização Mundial da Saúde aponta que o tabaco de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na
mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 mi- cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de
lhões dessas mortes resultam do uso direto desse produto, estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traqueia, brôn-
enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não fumantes quios e pulmão.
expostos ao fumo passivo. [...]
[...] BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer.
O tabagismo é uma doença que contribui para o desen- Tabagismo, Brasília, DF, 25 abr. 2022. Disponível em:
https://www.inca.gov.br/tabagismo. Acesso em: 22 abr. 2022.
volvimento dos seguintes tipos de câncer: leucemia mieloi-

182
Orientações didáticas
#Para refletir NÃ
ESC O
NO L
REVA
IVRO
Sugerimos que, após a leitura do tex-
to, discuta o aumento do consumo de
Leia o texto a seguir e desenvolva a atividade.
cigarros eletrônicos entre os jovens. No
Por que os jovens começam a fumar?
boxe #Para saber +, há a indicação de
Existe uma série de motivos que levam jo- Por isso, é importante nos informarmos so-
um site que aponta algumas causas.
vens a fumar pela primeira vez e que os faz bre as consequências do uso do tabaco e sua
continuar fumando. Os principais deles estão relação com a saúde de fumantes ativos e pas-
Converse com os estudantes sobre a
relacionados à aceitação social, ao convívio sivos. Essas informações podem nos ajudar a influência da mídia ou de alguma pes-
com fumantes na família e ao contato com be- tomar decisões de maneira mais consciente. soa que admiram no comportamento
bidas alcoólicas. Afinal, ninguém precisa se sentir pressionado deles.
Podemos perceber, então, que esse proces- a experimentar algo apenas para ser aceito em Para sensibilizar os estudantes, re-
so é mais fortemente desencadeado pelas inte- um grupo. comendamos que faça uma analogia
rações sociais que um jovem estabelece do que com o marketing de influência, em que

Monkey Business Images/Shutterstock


por outros fatores e, mesmo que a venda de empresas pagam artistas ou pessoas
cigarro e outros produtos com tabaco seja proi-
que têm grande número de seguido-
bida para menores de 18 anos, muitos jovens
entram em contato com o fumo antes mesmo res em perfis de redes sociais para di-
dessa idade. vulgar algum produto ou serviço. Essa
Esse contato também pode acontecer estratégia tem o objetivo de estimular
por meio da televisão ou da internet, vendo, o público dos influencers a consumir
por exemplo, personagens de filmes, séries e determinadas marcas.
videoclipes fumando, assim como em publicida- Preservar amizades e relações saudáveis é muito
Depois, ao abordar as bebidas alcoó-
des associadas a produtos derivados do tabaco. importante para mantermos hábitos saudáveis.
licas, recomendamos que peça aos es-
1 Agora, pense em programas de televisão, sites de compartilhamento de vídeos, tudantes que expliquem por que essas
serviços de streaming e redes sociais com que você tem contato cotidiano. Analise drogas são consideradas depressoras do
se eles mostram personagens fumantes ou propagandas de produtos relacionados ao sistema nervoso.
tabaco. Anote no caderno se você se depara com essas situações e esses conteúdos.
Depois, discuta com os colegas e anote as conclusões a respeito da importância #Para refletir
de ações para impedir que crianças e jovens entrem em contato com esse tipo de 1. Você também pode pedir aos estu-
informação na mídia. 1. Respostas pessoais.
dantes que pesquisem e analisem
propagandas veiculadas nas mídias
que alertam sobre o tabagismo na
Bebidas alcoólicas infância ou na adolescência. Se jul-
As bebidas alcoólicas são drogas lícitas, ou seja, a venda e o consumo gar conveniente, trabalhe com o pro-
são permitidos por lei para pessoas maiores de 18 anos. fessor de Linguagens, incentivando
Existem diversos tipos de bebida alcoólica, mas o que elas apresentam os estudantes a reconhecer os prin-
em comum é a presença de um composto chamado de etanol ou álcool /Fot oa re na
cipais argumentos usados para aler-
etílico, conhecido popularmente como álcool. tar os jovens sobre os riscos de co-
urici o

O etanol ingerido é rapidamente absorvido pela parede do estômago e meçar a fumar.


Ma

pelo intestino delgado. Uma vez absorvido, o etanol é transportado por todo
io
oi s

o corpo pela corrente sanguínea, chegando ao cérebro, onde afeta alguns


Al

neurotransmissores. Isso causa efeitos diferentes à medida que a pessoa


continua a beber e a quantidade de etanol circulando em seu corpo aumenta. Placa de proibição
O etanol é uma droga depressora do sistema nervoso central. Inicial- da venda de bebidas
mente, ele age diminuindo a atividade de partes do cérebro que contro- alcoólicas a menores
lam determinados comportamentos. À medida que a pessoa continua de 18 anos. Crianças e
consumindo a bebida alcoólica, a percepção dos sentidos e os reflexos adolescentes não devem
ficam mais lentos, a coordenação motora e o equilíbrio ficam prejudica- ingerir bebidas alcoólicas.
dos, e a pessoa se sente sonolenta.

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Li do d EEstudante
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t h reduzido.
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#Para saber
Parar de fumar
Disponível em: https://saudebrasil.saude.gov.br/component/
tags/tag/parar-de-fumar. Acesso em: 2 jun. 2022.
Portal do Ministério da Saúde que traz vários artigos rela-
cionados aos malefícios do tabagismo e ações para inibir
o vício de fumar.

183
Orientações didáticas São esses efeitos que fazem com que a ingestão de bebidas alcoólicas
Inicialmente, sugerimos que chame a seja potencialmente perigosa, podendo gerar consequências tanto para
atenção dos estudantes para a ilustra- a saúde quanto para a sociedade, como acidentes de trânsito e outras
ção apresentada, que mostra os órgãos atitudes que colocam a própria pessoa e outras em risco.
associados ao metabolismo do álcool. Esses efeitos podem durar horas, dependendo, entre outros fatores,
Embora não seja possível visualizar o da quantidade de bebida alcoólica ingerida. Em situações extremas, uma
fígado na ilustração, comente que ele quantidade muito elevada de álcool no corpo pode provocar desmaio ou
perda de consciência, o que é muito perigoso. Nesse caso, é necessário
é fundamental para a eliminação do
atendimento médico.
álcool e, por isso, é um dos órgãos que
Da quantidade total de etanol circulante no sangue, uma pequena FORA DE PROPORÇÃO
mais podem sofrer danos decorren-
parte é eliminada no ar expirado e na urina, mas a maior parte é meta-
tes do consumo dessa substância. Um bolizada pelo fígado para posterior CORES FANTASIA
exemplo é a cirrose alcoólica. eliminação, um processo de desinto-
Além disso, caso tenha adotado a ta-

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


xicação do organismo que leva mui-
bela de efeitos das drogas no organismo tas horas para se completar. O etanol ingerido vai
sugerida no conteúdo sobre a nicotina, O tempo de absorção do etanol passando dos órgãos do
peça aos estudantes que coletem as in- depende de alguns fatores, como a sistema digestório para
o sangue. A absorção
formações necessárias sobre os efeitos velocidade de consumo da bebida e
do etanol se inicia no
do álcool e as adicionem à tabela. a presença de comida no estômago. revestimento interno da
Depois, sugerimos que faça uma roda boca e do esôfago, em
pequenas quantidades.
de conversa para debater os efeitos das
drogas, que afetam não só o organis- Cerca de 20% do etanol
mo do indivíduo que a consome como Representação esquemática de como ocorre
é absorvido na parede
a absorção do álcool no corpo humano. As do estômago.
também outras pessoas, gerando diver- bolinhas e as setas vermelhas representam o
sos problemas. Para orientar no debate, etanol (álcool) presente na bebida alcoólica;
Cerca de 75% do
mencione acidentes de trânsito, dados as bolinhas azuis representam o alimento. etanol é absorvido no
sobre custos médicos para atender ví- intestino delgado.
timas de trânsito, problemas familiares, Fonte: Centro de Informações sobre
Saúde e Álcool (CISA). Metabolismo do Uma pequena parte
entre outros relacionados ao uso de dro- álcool. 25 maio 2015. Disponível em: restante do etanol
gas. Observe com atenção se esse as- https://cisa.org.br/index.php/sua-saude/ é absorvida pelo
informativos/artigo/item/
sunto é delicado para algum estudante 47-metabolismo-do-alcool.
revestimento do
intestino grosso.
e interfira caso alguém se sinta descon- Acesso em: 3 jan. 2021.
fortável. Essa discussão contribui para o
trabalho com a competência geral 10 e
as competências específicas 7 e 8 de Bebidas alcoólicas e adolescência

ão SP.
tião,
A venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos

ra de São Sebastiã
Ciências da Natureza.
é proibida por lei no Brasil. Os especialistas em saúde são
unânimes em afirmar que ingerir álcool na juventude é bas-
tante prejudicial. Durante a adolescência, o corpo ainda está

eitura
refeitu
S/Pref
em crescimento e desenvolvimento e, quanto mais cedo se

EDES/P
SEDE
dá o contato com o álcool, maiores as chances de danos no

SE
desenvolvimento cerebral e de dependência em relação ao
álcool na vida adulta. Além disso, essas pesquisas mostram
que o consumo de álcool aumenta o risco de experimentar
outras drogas.

Cartaz de conscientização contra a venda de


bebida alcoólica para crianças e adolescentes
da cidade de São Sebastião (SP), 2018.

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#Para ler
Metabolismo do álcool sensíveis aos efeitos do álcool do que os homens principal-
[...] mente devido a aspectos fisiológicos. Por exemplo, o álcool
Independentemente da quantidade que uma pessoa con- mistura-se facilmente com a água do corpo, e como as
some, o corpo pode metabolizar apenas uma certa quantida- mulheres possuem proporcionalmente menos água que os
de de álcool a cada hora. Esse montante varia amplamente homens, o etanol se torna muito mais concentrado em seu
entre os indivíduos e depende de uma série de fatores, in- organismo, o que agrava seus efeitos.
cluindo o tamanho do fígado e massa corporal. CENTRO de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA).
Além disso, vale ressaltar que o organismo feminino tam- Metabolismo do álcool, 25 maio 2015. Disponível em:
https://cisa.org.br/sua-saude/informativos/artigo/item/47-
bém apresenta menores níveis das enzimas responsáveis
metabolismo-do-alcool. Acesso em: 25 maio 2022.
pela metabolização do álcool e, por isso, este permanece em
seus corpos por mais tempo. Assim, as mulheres são mais

184
Orientações didáticas
Maconha
A partir desta página, as drogas ilíci-
A maconha, cujo nome científico é Cannabis sativa, é uma planta ori-
tas serão o objeto de estudo. Se possível,
ginária da China, também conhecida como cânhamo. Historicamente,
converse com o orientador pedagógico
passou a ser cultivada para fornecer fibras utilizadas na produção de
tecidos, papel e cordas. Ainda hoje, fibras de cânhamo podem ser utili- para verificar a melhor maneira de abor-
zadas para essas finalidades, embora em menor escala, pois em muitos dar esse tema e, se possível, peça a ele
casos elas já foram substituídas por materiais sintéticos. que participe das aulas.
Inicialmente, esclareça que o objeti-
vo deste conteúdo é que os estudantes

Photomann7/Shutterstock
compreendam os efeitos das drogas no
sistema nervoso.
Depois, inicie a leitura do texto com
eles e ajude-os a compreender que a
maconha é uma droga perturbadora.
Oriente-os na seleção de informações
do texto para preencher a tabela que
está sendo construída. Se julgar ne-
Fibra extraída da planta cessário, peça que busquem outras
Cannabis sativa, cujo uso
fontes confiáveis para pesquisar mais
tem sido substituído por
substâncias sintéticas mais informações sobre o efeito dessa dro-
resistentes, como o plástico. ga no organismo.
Depois, se achar pertinente, chame
a atenção dos estudantes para o últi-
mo parágrafo do texto e discuta com
Além do uso de suas fibras, alguns povos de regiões da Ásia usavam
eles a diferença entre consumir ma-
essa planta em rituais religiosos e como remédio para dor e outras
enfermidades. conha e apenas o canabidiol, que em
alguns países é utilizado para o trata-
É importante salientar que, naquela época, não existia a tecnologia
que se tem hoje para produzir e comercializar medicamentos. Também mento de doenças.
não eram feitos os rigorosos testes que atualmente são exigidos para
comercializar uma substância como medicamento. Entretanto, já na-
quela época, foram identificados os efeitos alucinógenos da maconha,
tornando-a conhecida como uma droga alucinógena.
A partir da década de 1930, a maconha passou a ser proibida em diver-
sos países, como no Brasil, em que ela é considerada uma droga ilícita,
ou seja, é proibida por lei. Isso se deve ao fato de ser uma planta com
propriedades alucinógenas. Além disso, ao ser consumida por meio do
fumo, pode causar problemas respiratórios. No entanto, existem países
em que a maconha é liberada.
Recentemente, no Brasil, foi liberada pela Agência de Vigilância Sa-
nitária (Anvisa) a comercialização de produtos que têm entre seus com- Princípios ativos:
postos princípios ativos extraídos da maconha, como o canabidiol. O substâncias que
uso dessa substância foi liberado por haver comprovação científica de apresentam efeitos
terapêuticos, ou seja,
seus efeitos na redução de crises convulsivas, que são acarretadas por
podem ser usadas
problemas no sistema nervoso. Esses medicamentos têm o canabidiol em tratamentos para
isolado, sem outros compostos da planta que podem ocasionar os efeitos problemas de saúde.
alucinógenos associados ao consumo da maconha, e as farmácias só Podem ser produzidas
podem vendê-los mediante apresentação de receita especial, já que são em laboratório ou ser
rotulados com tarja preta. extraídas de plantas.

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Orientações didáticas
LSD
Inicialmente, sugerimos que leia o tex-
to com os estudantes e os incentive a A sigla LSD é uma redução do nome químico dessa droga alucinó-
gena: dietilamida do ácido lisérgico. Trata-se de uma droga ilícita.
usar as informações do texto para justi-
ficar a classificação do LSD como droga O LSD foi sintetizado pela primeira vez em um laboratório che-
fiado pelo químico suíço Albert Hofmann (1906-2008), na década
perturbadora. Em seguida, peça que re-
de 1940, enquanto ele pesquisava o
gistrem as informações na tabela propos-
desenvolvimento de um medicamento
ta anteriormente.

Henri Koskinen/Shutterstock
para estimular a circulação sanguínea
Sugerimos que associe a história da e evitar enxaqueca. Durante a pesquisa,
descoberta do LSD com a importância ele identificou que os efeitos do com-
dos testes e das pesquisas que avaliam posto nos neurotransmissores caracte-
os efeitos dos fármacos no organismo rizavam o LSD como um alucinógeno.
antes de aprová-lo para a comercializa- Inicialmente, essa droga foi direcionada
ção e a utilização em tratamentos. Você para auxiliar no tratamento de doenças
também pode discutir a participação da mentais, mas esse uso foi interrompi-
Agência Nacional de Vigilância Sanitá- do e a substância passou a ser usada
ria (Anvisa) no processo de aprovação sem uma aplicação medicinal específi-
e liberação de remédios no Brasil. Se ca, sendo classificada como uma droga
ilícita. O LSD foi sintetizado
achar pertinente, peça aos estudantes pela primeira vez em
que façam uma pesquisa curta sobre O LSD atua diretamente nas sinapses entre neurônios do encéfalo laboratório a partir
o assunto, a ser debatido em uma aula e faz com que as percepções dos sentidos fiquem alteradas. Por isso, de uma substância
ele é classificado como uma droga perturbadora do funcionamento derivada do fungo
escolhida por você.
do sistema nervoso. Claviceps purpúrea
Uma pequena quantidade de LSD pode provocar efeitos por até (haste escura na
#Integrando as Ciências foto), que acomete
O texto desse boxe possibilita o traba- 12 horas nas sinapses, ocasionando as alucinações. O grande proble-
o centeio. Várias
ma é que essa percepção distorcida da realidade pode levar a pessoa outras espécies
lho interdisciplinar, ao oferecer aos es-
a colocar a própria vida em perigo, por perder a noção dos riscos a de fungo também
tudantes a oportunidade de estabelecer
que está exposta. produzem substâncias
a conexão entre diferentes componentes alucinógenas.
Pode-se perceber que os principais danos do LSD a longo prazo
curriculares, evitando a rígida comparti-
não são físicos, mas sim psicológicos, já que a droga pode afetar de
mentalização do conhecimento.
maneira crônica o funcionamento de algumas áreas do cérebro. Crônica:
Sugerimos que use esse texto para de longa duração.
mostrar aos estudantes que, assim
como a nomenclatura biológica das
espécies tem regras, os nomes dos #Integrando as Ciências
compostos químicos também seguem
determinados padrões. Estes são fun-
Os nomes das substâncias químicas geralmente são extensos
damentados no conhecimento da com-
e podem até ser difíceis de ler, mas, com o tempo, vamos nos
posição química da matéria e possibili- acostumando e compreendendo o seu significado. Esses nomes
tam a comunicação entre os membros derivam da estrutura dessas substâncias e são formulados pelos
da comunidade científica para a carac- químicos, profissionais que se dedicam a estudar a composição
terização das moléculas e dos princípios das substâncias e suas transformações. Existe uma organização
ativos dos fármacos. não governamental internacional, chamada União Internacio-
nal de Química Pura e Aplicada (IUPAC, do inglês International
Union of Pure and Applied Chemistry), que regulamenta a clas-
sificação, a nomenclatura e as siglas de todos os compostos
químicos conhecidos.

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#Para saber
Aprovação de medicamentos. Disponível em: https:// Fases de desenvolvimento de um novo medicamento.
youtu.be/UdTUlaWiQI8. Disponível em: https://www.inca.gov.br/pesquisa/ensaios
Nesse vídeo, com cerca de 18 minutos, o médico Drauzio -clinicos/fases-desenvolvimento-um-novo-medicamento.
Varella entrevista uma professora universitária do curso de O site apresenta de forma esquemática as fases de uma pes-
Farmácia para contar como ocorre o processo de pesquisa quisa para o desenvolvimento de um novo fármaco.
e testes de novos medicamentos Acesso em: 23 abr. 2022.

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Orientações didáticas
Cocaína
Inicialmente, sugerimos que leia o
A cocaína é uma substância presente na planta da espécie Erythroxylum
texto com os estudantes. Depois, reco-
coca, chamada popularmente de coca e originária da região dos Andes sul-
mendamos que os oriente a selecionar
-americanos. Ela é classificada como uma droga estimulante do sistema
nervoso, pois interfere nas sinapses, principalmente naquelas que envol- informações do texto para justificar a
vem o neurotransmissor dopamina, que está relacionado a sensações de classificação da cocaína como droga
relaxamento e prazer, deixando a pessoa mais disposta e aumentando a estimulante e a registrar as consequên-
atividade mental. cias do seu uso na tabela proposta an-
Esses efeitos chamaram a atenção dos colonizadores espanhóis, que teriormente.
levaram a planta para a Europa e, posteriormente, para a América do Depois, você pode discutir a ques-
Norte. A partir de 1860, foi criada uma maneira de extrair um dos prin- tão etnocientífica relacionada ao uso
cípios ativos da planta e de vendê-lo de forma concentrada em pó. Até o das folhas de coca pelos povos andi-
início do século passado, era possível comprar cocaína como um estimu- nos. Essa discussão favorece o desen-
lante ou fortificante do sistema nervoso em farmácias e, por um tempo,
volvimento da competência geral 10 de
a droga também foi adicionada a alguns alimentos e certas bebidas. No
entanto, com o passar dos anos, notou-se um grande número de mortes
Ciências da Natureza. Nessa discussão,
associadas ao consumo frequente da cocaína, que também passou a ser questione os estudantes sobre a dife-
relacionada com casos de crime e violência. Assim, sua comercialização rença entre consumir a folha e consu-
e seu uso na indústria alimentícia foram proibidos na maioria dos países mir os princípios ativos da planta de
a partir de 1914, quando ela passou a ser considerada uma droga ilícita. forma concentrada. Deixe que eles fa-
A cocaína tem efeitos diretos na dopamina, prolongando sua perma- lem e expressem suas ideias.
nência nas sinapses. Quando seus efeitos passam, a pessoa entra em Esse conteúdo aborda mais um
um quadro de tristeza profunda e, com o uso frequente da substância, a exemplo da importância de controlar e
produção de dopamina pelos neurônios pode reduzir gradativamente. A pesquisar substâncias antes de liberá-
pessoa passa, então, a usar quantidades cada vez maiores da droga para -las para serem comercializadas em me-
obter os mesmos efeitos iniciais, o que gera a dependência.
dicamentos ou alimentos. Se você achar
O uso dessa substância é potencialmente perigoso, pois desencadeia pertinente, pode propor aos estudantes
o aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial do usuário.
que pesquisem como isso ocorreu em
Se consumida em grande quantidade de uma única vez, pode levar à
overdose, que é a morte por parada cardíaca em decorrência do exces-
décadas passadas e aos efeitos sociais
so de droga no organismo. que o uso da cocaína teve nas popula-
ções, que culminaram na sua proibição.
Ronaldo Schemidt/AFP

Planta de coca
(Erythroxylum coca,
mede até 1,8 m) na
cidade de Trinidad
Pampa, na Bolívia, 2020.

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t h reduzido.
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#Para saber
O uso da folha de coca em comunidades tradicionais Adolescentes, rua, drogas e substâncias psicoativas
Esse artigo discute questões sociais e culturais relacionadas O artigo aborda o consumo de drogas por crianças e adoles-
ao uso de coca e à criminalização da cocaína. centes em situação de rua e fornece embasamento teórico
BARRETO, I. F. O uso da folha de coca em comunidades tradicio- para fundamentar políticas públicas.
nais: perspectivas em saúde, sociedade e cultura. História, Ciên- SANTANA, J. P. et. al. Adolescentes, rua, drogas e subs-
cias, Saúde-Manguinhos. v. 20, n. 2, 2013. Disponível em: https:// tâncias psicoativas: um estudo sobre risco e proteção.
www.scielo.br/j/hcsm/a/jRWvGPfgYGPSyFTVnszJZGK/?lang=pt. Psicologia, Teoria e Pesquisa. v. 37, 2021. Disponível em:
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&
pid=S0102-37722021000100513&lng=es&nrm=iso&tlng=pt.
Acesso em: 24 abr. 2022.

187
Orientações didáticas Os povos originários da região dos Andes têm o hábito cultural de
Sugerimos que aproveite o conteúdo usar folhas da planta de coca há mais de 8 mil anos. O hábito da masti-
desta página para discutir questões so- gação das folhas estimula o sistema nervoso e ajuda a reduzir os efeitos
ciais relacionadas ao consumo de drogas, da baixa concentração de gás oxigênio no ar nas regiões montanhosas
medidas de saúde pública e políticas pú- em que essas populações vivem. As folhas de coca podem também ser
usadas para fazer chá, que, segundo a tradição desses povos, ajuda no
blicas de prevenção e combate às drogas.
processo de digestão.
Para isso, pode ser interessante trabalhar
com professores da área de Ciências Hu-

Christian Inga/Shutterstock
manas. Esse debate promove o trabalho
com as competências gerais 8 e 9 e com
as competências específicas 7 e 8.
Se achar pertinente, você pode solici- A região dos Andes é
bastante montanhosa,
tar aos estudantes que façam uma pes- e algumas cidades ficam
quisa sobre políticas públicas de pre- a até 3 mil metros de
venção e combate às drogas. A pesquisa altitude. Nesses locais, o
pode ser apresentada em um seminá- gás oxigênio está presente
rio, com os estudantes organizados em em menor concentração
no ar, o que provoca vários
grupos. Oriente-os a pesquisar em fon- efeitos no corpo humano.
tes confiáveis e a inserir as fontes dos Na fotografia, a cidade de
dados apresentados. Os grupos podem Cuzco, no Peru, em 2021.
apresentar seus trabalhos em aulas es-
colhidas por você. Essa pode ser uma
maneira de dar mais subsídios para que Crack
os estudantes façam a atividade 3.
O crack é um derivado da cocaína. Também é uma droga estimulante
#Para refletir e ilícita. O uso dessa substância provoca reações no corpo humano mui-
to semelhantes às da cocaína, podendo gerar danos mais devastadores
1. Os estudantes podem citar elemen- e com maior potencial de gerar dependência, sendo um grave problema
tos como curiosidade, rebeldia, pro- de saúde pública, principalmente nas grandes cidades.
blemas de relacionamento familiar,
falta de informação, forma de se en-
turmar com os colegas ou mesmo
a inconsequência dos atos que re- #Para refletir GRUPO

ESC O
NO L
REVA
IVRO

alizam. Eles podem problematizar o


Até aqui você conheceu diferentes tipos de droga e seus efeitos. Todas causam danos graves
fato de o álcool e o tabaco serem à saúde física e mental, além de problemas sociais. Quando usadas na adolescência, os danos
mais presentes em seu cotidiano, podem ser ainda mais devastadores. Prevenir e alertar as pessoas dos riscos associados ao
além de serem drogas legalizadas consumo de cigarros, bebidas alcoólicas e outras drogas é fundamental para evitar doenças e
e com menor custo, o que as tor- mortes.
nam mais acessíveis. É importante Converse com o (a) professor(a) e os colegas sobre o que foi estudado e depois responda às
estimular que eles se manifestem e questões a seguir.
apresentem suas impressões. 1 Quais motivos você acha que levam os adolescentes a experimentar drogas?
2. Os estudantes podem escolher um 2 Por que você acha que é necessário evitar o uso de drogas?
exemplo de substância psicoativa e 3 Que tipo de campanha ou medidas você considera realmente efetivas para
explicar como ela afeta o funciona- desestimular jovens e adolescentes a experimentar drogas? Converse com os colegas
mento do sistema nervoso. A percep- e, com base na discussão, criem uma campanha de conscientização dos riscos do
ção da integração desse sistema com consumo de drogas. Vocês podem elaborar cartazes para afixar na escola ou criar
outros também pode levá-los a pen- podcast para divulgação em redes sociais.
sar nos danos que podem ser cau-
Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
sados em órgãos de outros sistemas, 188
por exemplo, o aumento dos batimen-
tos cardíacos. Também podem men-
cionar questões associadas à saúde Reprodução
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mental, ao convívio em sociedade e


à maior exposição à criminalidade e Eles podem criar cartazes para serem fixados em di- como finalização de situações que envolvem pesquisas
à violência. versos locais da escola ou material de divulgação di- e argumentação. Além disso, esse conteúdo está re-
3. Os estudantes podem citar campa- gital para ser publicado nas mídias sociais da escola, lacionado ao Tema Contemporâneo Transversal Saúde.
nhas que tenham relatos de ex-depen- por exemplo. Deixe-os livres para escolher o material de Ao elaborar as campanhas, sugerimos que os incenti-
dentes químicos e das suas famílias divulgação a ser produzido, favorecendo, dessa forma, ve a usar linguagem própria, com gírias e exemplos de
ou que alertem para os efeitos des- a aproximação deles às culturas juvenis. Entretanto, situações que eles costumam vivenciar, para que esta-
sas substâncias. Se houver dispo- ressalte que, tanto o material quanto sua elaboração beleçam uma comunicação mais assertiva com o públi-
nibilidade em seu planejamento, devem seguir princípios éticos e sustentáveis. A ativi- co jovem e com o contexto da comunidade escolar. Se
oriente os estudantes na elaboração dade colabora com o desenvolvimento das competên- julgar necessário, mostre algumas campanhas que foram
da campanha de conscientização cias gerais 4, 5, 7 e 10 e das competências específi- feitas para que os estudantes analisem e emitam suas
dos riscos do consumo de drogas. cas 2, 6 e 8, pois propõe a produção de material de opiniões, caso você não tenha optado pelos seminários.
divulgação científica, utilizando diferentes linguagens

188
Orientações didáticas
Dependência química
Inicialmente, sugerimos que leia o
A dependência química é um transtorno que atinge pessoas que texto com os estudantes. Depois, você
usam drogas. Seus efeitos são percebidos não somente na saúde física
pode discutir o que é dependência quí-
e mental, mas também nas relações sociais.
mica e quais são as consequências para
É considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma doen-
o indivíduo acometido por esse transtor-
ça crônica, ou seja, que dura por um longo período, necessitando de
acompanhamento médico. Essa determinação mostra que o que define no. Questione-os por que a Organização
a dependência química não é a vontade incontrolável de usar determi- Mundial da Saúde (OMS) considera a
nada droga, mas o fato de a pessoa ser incapaz de viver sem consu- dependência química uma doença. Para
mi-la, perdendo o controle com relação a seu uso e sofrendo danos no isso, sugerimos que retome o conceito de
sistema nervoso. Por esse motivo, trata-se de uma doença que precisa doença definido pela OMS, que considera
de tratamento. aspectos físicos, mentais e sociais.
Chame a atenção deles para o fato

iStockphoto/Getty Images
de a dependência química estar asso-
ciada à incapacidade de viver sem o
consumo de uma droga, que pode ser
lícita ou ilícita. Com base nessa informa-
ção, você pode desenvolver uma discus-
são sobre a importância de conversar
sobre as drogas e estar ciente de seus
efeitos e riscos, não somente relaciona-
dos ao sistema nervoso mas ao corpo
como um todo, principalmente na ado-
lescência.

O tratamento da dependência química muitas vezes pode envolver


ciclos de terapia.

Nenhuma pessoa percebe que está se tornando um dependente quí-


mico. É comum que, no início do consumo, as pessoas pensem que estão
no controle, decidindo quando e em quais contextos utilizam a droga.
Além disso, a dependência pode se estabelecer de forma diferente nas
pessoas. Fatores como o tipo de droga usada, características genéticas,
contexto social e familiar e questões psicológicas podem influenciar no
processo de desenvolvimento da dependência química.

189

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

189
Orientações didáticas É fundamental não iniciar o uso de drogas, porque, depois que a de-
Sugerimos que peça aos estudantes pendência química se estabelece, o tratamento pode ser muito longo e
que façam uma pesquisa sobre as pos- doloroso. Além disso, o período de dependência pode gerar impactos nos
sibilidades de tratamento de dependen- estudos, no trabalho, na convivência social e no desenvolvimento pessoal.
tes químicos. Em suas pesquisas, eles O diagnóstico de dependência química é feito por médicos, psicólogos
podem encontrar grupos de apoio, como e terapeutas, em um trabalho conjunto. Com base no diagnóstico, podem
os alcoólicos anônimos ou os narcóti- ser determinados tratamentos específicos, considerando as característi-
cas da pessoa, o grau de dependência e o tipo de droga usada.
cos anônimos, medicamentos que con-
tribuem para reduzir os sintomas de abs- Isso envolve o empenho da pessoa dependente em atividades que
retirem o foco do uso da droga, como tratamentos terapêuticos, ativida-
tinência, psicoterapias e internação. Os
des físicas, e o apoio de familiares e amigos. Trata-se de uma fase difícil
estudantes também podem pesquisar para o paciente, que passa por um período de desintoxicação, também
grupos específicos de apoio para ado- chamado de abstinência, caracterizado por diversos sintomas mentais e
lescentes dependentes químicos e suas físicos que decorrem da interrupção do uso da substância química que
famílias e compreender como se consti- causa a dependência.
tuem esses grupos. Os trabalhos podem Tratamentos, auxílio e acompanhamento para dependentes químicos
ser apresentados em aulas previamente são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas Unidades Básicas
definidas por você. de Saúde (UBS) e nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

Clarildo Menezes/Prefeitura de Maricá, RJ.


Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS) do
município de Maricá
(RJ), em 2019.

#Estude +
• Doces venenos: conversas e desconversas sobre drogas, de Lidia Aratangy.
São Paulo: Melhoramentos, 2015.
Mergulhando no amplo e complexo tema das drogas, esse livro contribui
para a compreensão do tema e o esclarecimento de dúvidas. Por meio dessa
leitura e de conversas com os colegas, o (a) professor(a) e os familiares, é
possível compreender melhor e com mais maturidade esse assunto.

190

Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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#Para ler
Quais tipos de tratamento parte dos casos as técnicas usadas para o tratamento familiares e a prevenção de recaídas. Como a depen-
Cada dependente químico estabelece uma relação precisam ser constantemente reavaliadas durante o dência afeta vários aspectos da vida do paciente ela
diferente com a droga e cada dependente apresenta tratamento e adaptadas ao momento do paciente. demanda uma abordagem multidisciplinar por uma
necessidades diferentes. Isso acontece porque a de- [...] equipe composta ao menos por médicos, enfermeiros,
pendência química resulta da interação de vários A interrupção do uso da droga é apenas um primeiro psicólogos, neuropsicólogos, terapeutas ocupacionais,
aspectos da vida do indivíduo: biológico, psicológico passo de um o processo de tratamento que pode durar assistentes sociais e outros profissionais.
e social. Desse modo, as intervenções devem ser dife- em média de 1 a 5 anos. O tratamento do paciente de- CENTRO Regional de Referência em Drogas – UFMG.
renciadas para cada indivíduo e devem considerar to- pendente deve ser planejado buscando-se não somente Quais tipos de tratamento. Minas Gerais: UFMG, [20--].
interromper o uso da droga, mas visando à reinserção Disponível em: https://crr.medicina.ufmg.br/saber-sobre/quais-
dos os aspectos envolvidos. Não existe, assim, um tra-
tipos-de-tratamento. Acesso em: 24 abr. 2022.
tamento único para a dependência química. Na maior do paciente em novas atividades sociais, profissionais,

190
#Atividades

ESC OREVA
NO L
IVRO Orientações didáticas
O grupo de atividades presentes
Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades.
nesta página permite ampliar e desen-
1. A nicotina é considerada uma droga estimulante, e seus efeitos alteram a ação de neurotrans-
missores no sistema nervoso. No entanto, o fumo pode ocasionar problemas em outros siste- volver a habilidade EF06CI10.
mas do corpo. Sobre isso, responda às questões no caderno. Sugerimos que selecione alguns exer-
cícios para que sejam feitos em sala de
a) Cite dois outros sistemas do corpo que podem ser diretamente afetados pelo hábito de fumar
aula e outros em casa, com a ajuda da
e explique por que eles são afetados.
família ou do responsável. Separe alguns
b) Como a nicotina age no sistema nervoso, gerando um efeito estimulante?
minutos de sua próxima aula para realizar
2. Explique a importância da lei que proíbe o fumo em locais de uso coletivo como restaurantes, a correção dos exercícios e verificar possí-
escolas, ambientes de trabalho, transporte coletivo, entre outros. veis defasagens de conteúdo. Caso julgue
necessário, faça uma revisão dos conteú-
3. As bebidas alcoólicas são drogas depressoras do sistema nervoso central. Mesmo que uma pes-
dos abordados até o momento.
soa tome uma pequena dose de bebida, são necessárias algumas horas para que o álcool seja
totalmente eliminado do corpo. Explique como o álcool é absorvido pelo organismo e chega ao Outra sugestão é selecionar alguns
sistema nervoso central. exercícios para que os estudantes façam
à medida que você discute o conteúdo.
4. Em vários lugares do Brasil, são feitas fiscalizações para verificar se motoristas estão dirigindo Uma forma de variar estratégias de corre-
sob o efeito de bebidas alcoólicas. Para isso, é realizado o teste do bafômetro, com um aparelho ção de exercícios é incentivar os estudan-
que mede a quantidade de álcool no ar expirado pela pessoa e mostra o provável valor corres-
tes a discutir a resposta em grupos e de-
pondente à quantidade de álcool que ela tem no sangue. Pelo valor obtido no bafômetro, o fiscal
pode saber se o motorista consumiu bebida alcoólica nas últimas horas. Analise a importância pois reelaborar uma única resposta da
desse controle. 4. A fiscalização e a proibição do consumo de álcool são importantes pelo fato de essa substân- forma mais completa possível.
cia ser uma droga depressora do sistema nervoso, comprometendo a capacidade de dirigir com
segurança. #Atividades

Salty View/Shutterstock
1. a) O sistema respiratório é afetado pelo
hábito de fumar, porque as substân-
cias absorvidas com a fumaça do ci-
garro causam danos à traqueia e a
outras vias respiratórias, chegando
aos alvéolos dos pulmões. O siste-
ma cardiovascular é afetado porque
as substâncias presentes no cigar-
ro causam danos aos vasos san-
guíneos e ao coração, levando ao
desenvolvimento de doenças cardio-
vasculares.
b) A nicotina altera os impulsos ner-
vosos no cérebro, estimulando a
liberação de hormônios como a
5. Por um período a cocaína e o LSD foram comercializados para diferentes usos, até que seus adrenalina, que provoca ao au-
efeitos psicoativos foram identificados. Esses casos aconteceram em uma época em que não mento da frequência cardíaca e
se tinha controle rigoroso das pesquisas científicas relacionadas a medicamentos, tampouco
da pressão sanguínea.
normas rígidas para testes antes de alguma substância ser liberada para venda.
2. Essa lei diminui a possibilidade de
Com base nas situações citadas, responda no caderno qual é a importância de, atualmente, uma pessoa que não fuma se tornar
existirem normas rígidas de controle da produção e da comercialização de substâncias como um fumante passivo.
medicamentos. 3. É absorvido principalmente no estôma-
6. Vimos neste capítulo que existem algumas drogas lícitas. Explique por quais motivos o uso de go e no intestino delgado e transpor-
drogas deve ser evitado, mesmo no caso das drogas lícitas. tado pelo corpo por meio do sangue.
6. Porque o consumo de drogas pode trazer graves consequências para a saúde física e mental, bem como para O sangue passa pelo fígado, em um
as interações sociais. 191
processo relativamente lento. O álcool
chega rapidamente ao sistema nervo-
Reprodução
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so central, onde reduz a atividade de
certas áreas cerebrais, uma vez que é
uma droga depressora.
4. A resposta à questão proposta está
no Livro do Estudante. Esta ativida-
de mobiliza o Tema Contemporâneo
Transversal Educação para o Trânsito.
5. As normas são importantes porque
evitam que medicamentos sejam usa-
dos de maneira indiscriminada ou sem
o conhecimento seguro de seus efei-
tos, o que poderia colocar em risco a
vida de quem os utiliza.
6. A resposta à questão proposta está
no Livro do Estudante.
191

ESC OREVA
NO L
IVRO
Orientações didáticas
#Atividades
7. A dopamina é um neurotransmissor associado às sensações de bem-estar e prazer. Ela é libe-
7. Pode ocorrer um desequilíbrio na pro-
rada, por exemplo, quando ingerimos um alimento de que gostamos muito, quando escutamos
dução e na liberação de dopamina. uma música que nos agrada ou quando praticamos exercícios. No entanto, algumas drogas
Isso pode levar à dependência quími- atuam nas sinapses, onde há liberação de dopamina, prolongando a sensação de bem-estar en-
ca da droga, o que ocorre no caso do quanto estão presentes no sistema nervoso. Explique as consequências desse processo a longo
uso da cocaína, por exemplo. prazo no organismo e cite o nome de uma droga que age especificamente sobre a dopamina.
8. A resposta à questão proposta está 8. A dependência química é considerada pela OMS uma doença crônica. Explique o que é depen-
no Livro do Estudante. dência química. 8. Dependência química é a doença relacionada ao uso frequente de uma determinada
9. Após a pesquisa e a produção dos es- droga, causada por danos nas sinapses cerebrais. Seus efeitos são sentidos na saúde
9. Leia o texto a seguir. física e mental e nas relações sociais.
tudantes, sugerimos que os incentive a
Por que quem bebe não pode dirigir?
criar uma campanha de conscientiza-
Para dirigir, uma pessoa precisa estar alerta, com seus reflexos rápidos, sem sono e com total
ção relacionada ao movimento Maio
controle de suas funções motoras. O álcool é uma substância depressora do sistema nervoso
Amarelo para ser divulgada na comu- e compromete exatamente essas funções. A pessoa alcoolizada corre o risco de adormecer
nidade escolar. Os estudantes podem ao volante ou de não conseguir reagir rapi-
fazer vídeos, podcasts ou cartazes. Se damente caso ocorra algo inesperado. Além

Bruno Amaral/Fotoarena
preferir, trabalhe com professores da disso, a sensação de euforia e de desinibição
área de Linguagens. causada inicialmente pelo álcool pode levar
a pessoa a dirigir em alta velocidade, des-
Se houver disponibilidade em seu respeitando leis de trânsito e ignorando os
planejamento, oriente os estudantes riscos. Por esses motivos, dirigir alcoolizado
na elaboração da campanha. Eles po- é proibido por lei, principalmente porque um
dem criar cartazes para serem fixados motorista nessas condições coloca em pe-
em diversos locais da escola ou mate- rigo a vida de outras pessoas que estão no
trânsito.
rial de divulgação digital para ser publi-
Para conscientizar os motoristas da im-
cado nas mídias sociais da escola, por
portância desse tema e chamar a atenção
exemplo. Deixe-os livres para escolher o para o alto índice de mortos e feridos no
material de divulgação a ser produzido, trânsito em todo o mundo, foi criado o mo-
favorecendo, dessa forma, a aproxima- vimento Maio Amarelo. Durante o mês de
ção deles à das culturas juvenis. En- maio, principalmente, o movimento promove
tretanto, ressalte que, tanto o material espaços de divulgação em empresas e outras
organizações para discutir a importância da
quanto sua elaboração devem seguir
responsabilidade no trânsito para preservar
princípios éticos e sustentáveis. A ativi- a vida.
dade colabora com o desenvolvimento
das competências gerais 4, 5, 7 e 10 e Agora, pesquise se o movimento Maio Ama-
das competências específicas 2, 6 e 8, relo já promoveu campanhas em sua cida-
de e escreva, no caderno, um texto sobre a
pois solicita a produção de material de
importância de ações de sensibilização dos
divulgação científica, utilizando diferen-
motoristas para os acidentes de trânsito e
tes linguagens, como finalização de si- os impactos que geram na sociedade.
tuações que envolvem pesquisas e ar- 9. Respostas pessoais.
gumentação. Além disso, esse conteúdo
está relacionado ao Tema Contemporâ- Prédio com materiais de divulgação
neo Transversal Saúde. do movimento Maio Amarelo em
São Paulo (SP), 2019.

192

Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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#Conversa de professor
Sabemos que trabalhar o sistema nervoso e os sentidos no tensidade do som alta em fones de ouvido são exemplos de
6–o ano é um desafio, pela complexidade que esses temas questões que possibilitam a aplicação dos conhecimentos
apresentam e os fenômenos fisiológicos que envolvem. Por no agora e que envolvem o entendimento do sistema nervoso
isso, é necessário pensarmos uma outra forma de estruturar de forma geral, facilitando a compreensão pelos estudantes.
esse trabalho, uma delas é ter como objetivo que os estu- Além disso, a questão das drogas está também associada a
dantes compreendam a integração do corpo, que é promo- esse assunto. O mais importante neste momento é dar es-
vida pelo sistema nervoso, e a percepção do ambiente pelos paço para que os adolescentes conversem sobre o assunto
sentidos. Por exemplo, compreender como uma anestesia e tirem suas dúvidas. Essa é a maior contribuição que po-
funciona, a relação entre os sentidos e o cérebro, quais neu- demos oferecer, que os estudantes tenham elementos para
rotransmissores são liberados em uma situação específica, avaliar os riscos de cada tipo de droga e os comportamentos
a importância do uso de capacetes ou de não deixar a in- que elas desencadeiam.

192
#Mural de ideias
#Para terminar
Este boxe tem o objetivo de estimu-
lar a interação entre os estudantes e a
revisão de alguns pontos da unidade,
Para finalizar o estudo desta unidade, vamos retomar os principais conceitos estudados atŽ aqui? permitindo que eles percebam a evo-
lução dos conhecimentos adquiridos.
Além disso, algumas atividades podem
favorecer aos estudantes a comparação
Os estímulos e as informações Os neurotrans de suas concepções prévias com o que
missores atuam
passam de um neurônio na transmissã
o dos impulsos aprenderam nos estudos da unidade.
O sistema nervoso a outro por meio de nervosos, entre
neurônios
é composto de um impulsos nervosos, que são e entre estes e
células de Atente aos estudantes que mostra-
conjunto de órgãos extremamente rápidos. As diferentes órg
Existem muito
ãos do corpo. rem dificuldade em responder às ques-
formados por células células gliais sustentam e s tipos de
específicas, que são os defendem esses neurônios, neurotransmisso
res, e cada um
tões e retome os conteúdos em que eles
neurônios e as células entre outras funções. deles está envo
diferentes do sis
lvido em ações manifestarem maiores dificuldades.
gliais. tema nervoso. Proporcione um ambiente em que
eles se sintam confortáveis para se ex-
pressar. Outra opção é escrever algu-
mas perguntas em tiras de papel e pe-
A dependência química O sistema nervoso é dir aos estudantes que as sorteiem e
Sistema
atinge pessoas que usam formado pelo sistema
com frequência determinada nervoso central e
respondam a elas em pequenos gru-
droga, sendo que seus efeitos pelo sistema nervoso pos ou com a turma toda, estimulan-
nervoso
são sentidos não somente na periférico, que coordenam
saúde física e mental, mas do o debate.
as funções voluntárias e
também nas relações sociais. involuntárias do corpo. 1. Antes da elaboração do texto, esti-
mule os estudantes a pensar como
os termos abordados no enunciado
se relacionam. Essa discussão inicial
As drogas chamadas
de os captam
substâncias psicoativas Os sentid pode ajudá-los a organizar as princi-
As drogas podem afetar a os do
ou psicotrópicas agem os estímul ra serem pais ideias.
percepção dos estímulos pa
diretamente no sistema ambiente
pelo sistema nervoso. A dos pelo 2. As drogas depressoras agem no sis-
nervoso central, o que interpreta o
leva Organização Mundial da da sentid
a alterações que pod
em cérebro. Ca um tema nervoso diminuindo a ativida-
Saúde (OMS) define droga ad o a
ser leves ou intensas está lig s
na como toda substância que capta esse de cerebral e tornando seu funcio-
interpretação dos sen
tidos, órgão que
na forma de pensar ou não é produzida pelo ul os.
no estím namento mais lento, causando, por
comportamento. organismo, mas que é capaz
de provocar alterações em exemplo, relaxamento do corpo e
seu funcionamento. sensação de sonolência. As drogas
estimulantes afetam o sistema ner-
voso, deixando a pessoa agitada. As

ESC O
drogas perturbadoras alteram a per-
REVA
NO L
IVRO cepção dos sentidos e podem levar
#Para terminar a alucinações.
3. Antes de retomar os registros do boxe
1 Com base no que foi estudado nesta unidade, escreva um texto relacionando o sistema
nervoso, os neurônios, as sinapses e os sentidos. #Para iniciar, recomendamos que os
estudantes respondam novamente às
2 Explique, por meio de um esquema, como as substâncias classificadas como drogas perguntas agora que já estudaram o
podem interferir no sistema nervoso.
capítulo. Então, oriente-os para que
3 Com base no que você aprendeu nesta unidade, retome suas respostas do boxe #Para comparem as novas respostas com as
iniciar e faça correções, se necessário. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas. respostas iniciais. Peça aos estudan-
tes que comentem se houve muitas
193 mudanças nas respostas e ajude-os a
perceber se eles avançaram na com-
preensão desse conhecimento.
Reprodução
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Orientações didáticas #Mural de ideias


Sugerimos que retome brevemente com os estudantes O #Mural de ideias apresenta as principais ideias tra-
os objetivos apresentados nesta unidade para verificar se balhadas na unidade.
houve alguma defasagem ou dificuldade de aprendizagem Inicialmente, peça aos estudantes que expressem suas
no decorrer do trabalho com o conteúdo. dúvidas e solicite que a turma contribua na resolução des-
Caso isso ocorra, faça uma breve revisão, apresentando sas dúvidas, tornando-os protagonistas na construção do
os conteúdos que julgue mais pertinentes para o desenvol- conhecimento.
vimento dos estudantes. Você pode utilizar a seção #Mural O conteúdo apresentado nesta seção também pode ser
de ideias como ferramenta para averiguar e sanar possíveis copiado no caderno ou utilizado como avaliação. Nesse caso,
dúvidas dos estudantes. solicite aos estudantes que desenvolvam um resumo, um
esquema, um diagrama com texto e imagem ou um mapa
conceitual impresso ou digital sobre um ou mais temas apre-
sentados nos pequenos boxes.
193
4
Unidade 4
#Foco na BNCC e nos TCT
Competências gerais
2, 7, 9 e 10.
Competências específicas de
Ciências da Natureza
2, 4, 5 e 8.
Habilidades
EF06CI01, EF06CI02, EF06CI03 e
EF06CI04.
Tema Contemporâneo Transversal
• Educação Ambiental
• Saúde

ENTENDENDO
• Ciência e Tecnologia
Conceitos da Unidade
Classificação de materiais, proprie-

O MUNDO
dades e aplicações de materiais metá-
licos, cerâmicos e poliméricos, impac-
to de materiais no ambiente, materiais
sintéticos, princípio ativo, misturas ho-
mogêneas e heterogêneas, métodos de
separação de misturas, transformações
físicas e químicas, evidências de trans-
formações químicas.
Conteúdos procedimentais
• Relacionar as propriedades dos dife-
rentes materiais a aplicações cotidia-
nas e industriais.
• Reconhecer os impactos causados
pelo descarte inadequado de mate-
riais no meio ambiente.
• Propor ações que minimizem impac-
tos do uso de diferentes materiais na
sociedade.
• Interferir no ambiente de forma posi-
tiva, ao propor os métodos mais ade-
quados para a separação dos com-
ponentes de diferentes misturas, em
situações práticas.
• Identificar as evidências que carac-
terizam as transformações químicas,
relacionando-as a processos indus-
triais e do cotidiano.
194
Conteúdos atitudinais
• Exercitar a curiosidade aplicada à re- Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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solução de problemas, embasando-
-se em conceitos da área de Ciências
da Natureza.
• Reconhecer-se como parte do meio ambiente, respeitan-
do todas as formas de vida.
• Aplicar o método científico em diver-
• Refletir e tomar decisões considerando os conhecimen-
sas situações. tos científicos historicamente construídos e reconhecidos.
• Debater sobre temas ambientais, respeitando as opiniões
das outras pessoas.

194
Orientações didáticas
Nesta unidade, trabalharemos o
mundo material, ou seja, todas as coi-
sas que são feitas de matéria, suas ca-
racterísticas, suas propriedades e como
elas podem ser transformadas. Ao lon-
go da unidade, incentive os estudantes
a investigar, questionar, criar hipóteses
e observar o mundo ao seu redor. Des-
sa forma, é possível desenvolver o pen-
samento científico.
Por meio desse trabalho, é esperado
que, ao final dessa unidade, os estu-
dantes sejam capazes de compreender
os conceitos científicos apresentados
e relacioná-los com as dimensões da
sociedade, da tecnologia e da saúde.
Além disso, para favorecer o proces-
so de alfabetização científica, espera-
-se que eles compreendam os proces-
sos de construção da ciência.
Para isso, propomos o trabalho com
os seguintes objetos de conhecimen-

Raul Aguiar/Arquivo da editora


to: materiais sintéticos, misturas homo-
gêneas e heterogêneas, separação de
materiais e transformações químicas.
Sugerimos que explore a imagem
da abertura. Pergunte aos estudantes
o que eles têm curiosidade de apren-
der sobre a ciência. Compartilhe com
eles o fascínio dos cientistas por enten-
der como e por que acontece tudo o
que se passa ao nosso redor.
Entender o mundo que nos cerca é um desafio que
move a humanidade há muito tempo. Após esse breve bate-papo, suge-
rimos que peça aos estudantes que
É comum que a busca pela compreensão de como
o mundo funciona comece pela observação dos mate-
observem a ilustração de abertura e
riais e dos fenômenos que nos cercam. Você já pensou o tema que será estudado, e anotem
de que é feito tudo o que existe? Ao longo da história, no caderno pelo menos três perguntas
pessoas ligadas às Ciências da Natureza têm se em- que eles gostariam de responder até o
#FOCO NA BNCC penhado para responder a essa e a outras questões. final dessa unidade. Essas perguntas
Competências gerais: O trabalho dessas pessoas permite entender como al- devem ser retomadas ao final do tra-
2, 7, 9 e 10. guns materiais se comportam e descobrir maneiras de
balho e favorecem o acompanhamento
Competências específicas: modificá-los e de aplicá-los no dia a dia, sempre na bus-
ca de formas de melhorar processos no futuro. do aprendizado dos estudantes.
2, 4, 5 e 8.
A ilustração de abertura da unidade
Habilidades: Nesta unidade, convidamos você a trilhar um pouco
EF06CI01, EF06CI02, mais o caminho da ciência. Vamos lá?
não tem caráter científico, mas sim lú-
EF06CI03 e EF06CI04. dico. O objetivo é despertar o interesse
dos estudantes.
195

Reprodução
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Li do d EEstudante
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195
Orientações didáticas
Neste capítulo, apresentaremos aos
CAPÍTULO 11
Objetivos do capítulo
estudantes alguns materiais presentes
em seu cotidiano e o desenvolvimento
científico e tecnológico necessário para Materiais: classificação • Reconhecer
os materiais e
classificá-los

e descarte
a produção desses materiais, com os com base em
objetivos de avaliar os impactos de sua suas principais
características.
utilização, compreender a forma corre-
• Compreender os
ta de realizar o descarte, sem impac- impactos causados
tar negativamente o meio ambiente, e pelo descarte
refletir e desenvolver soluções para os inadequado de
materiais, tanto no
problemas que envolvem essa temáti- ambiente quanto na
ca. Dessa forma, trabalharemos a com- sociedade.
petência geral 7 e aprofundaremos o Na BNCC
desenvolvimento do Tema Contempo-
Habilidade: EF06CI04.
râneo Transversal Educação Ambiental.
Sugerimos que, inicialmente, peça
aos estudantes que observem a ima-
gem de abertura do capítulo. Faça al-
guns questionamentos para mobilizar
e despertar o interesse dos estudan-
tes, como: “Vocês sabem qual é a ori-

chaiyapruek youprasert/Shutterstock
gem dessa garrafa de plástico?”, “Qual
é seu destino correto?”, “Por que essa
garrafa está na água?”. Deixe que os
estudantes expressem suas ideias e,
depois, explique que, ao longo desse
capítulo, eles serão capazes de respon- O aumento do consumo de materiais descartáveis tem gerado grandes quantidades de lixo e
der a esses questionamentos. preocupado países de todo o mundo.
Nesse primeiro momento, é possível
Ao longo dos anos, a humanidade tem usado diversos materiais disponíveis no planeta. Investi-
verificar a preocupação dos estudantes
gando como são os materiais naturais, foi possível aprender como modificá-los e, ainda, criar outros
com a preservação do meio ambiente, tipos, de acordo com as necessidades de cada época. Entretanto, apesar das vantagens de ter mais
se valorizam a reciclagem e a reutilização recursos para facilitar o dia a dia, o uso excessivo dos materiais na produção de mais e mais objetos
de materiais, se sabem como descartar desencadeou um problema grave: depois de usados, muitos objetos são descartados, permanecendo
os resíduos adequadamente, e se expres- no ambiente durante muito tempo. Atualmente, uma das principais preocupações da sociedade é
sam outras ideias acerca do consumo, do descobrir como reduzir o consumo de materiais e combater os impactos negativos do seu descarte.
descarte e do destino do lixo. Espera-se Neste capítulo, vamos conhecer os principais tipos de material presentes em nosso cotidiano,
que, ao final do estudo, eles consigam discutir os impactos que o uso excessivo deles está trazendo para o planeta e pensar em ideias
mobilizar, interligar e praticar os conheci- para reverter alguns dos problemas identificados. Vamos lá?

ESC OREVA
mentos relacionados ao meio ambiente. NO L
IVRO

#Para iniciar #Para iniciar


Este boxe tem o objetivo de auxiliá-lo • Dos vários tipos de material que existem, quais deles podem estar ameaçando os am-
na identificação dos conhecimentos, das bientes naturais? Compartilhe o que você sabe.
habilidades, das atitudes e dos valores • Considere que um ambiente, como um rio ou lago, está contaminado com um material pro-
dos estudantes. Por isso, sugerimos duzido pelo ser humano. É possível afirmar que esse material é visível a olho nu? Por quê?
que eles realizem o registro de suas
Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações didáticas.
respostas iniciais no caderno, a fim de 196
que possam ser retomadas e revistas
no final do capítulo. Isso contribuirá
para que se tornem conscientes do Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
desenvolvimento de suas aprendizagens
e da construção de seu conhecimento. Caso julgue necessário, questione se eles realizam algum
Sugestões de respostas e comentários tipo de separação no descarte de lixo e se no bairro em
às questões propostas: que residem há coleta seletiva e reciclagem de resíduos.
• No primeiro item é possível que os • O segundo item mobiliza os estudantes a pensar na pos-
estudantes respondam: embalagens sibilidade de existirem resíduos no ambiente tão peque-
e objetos plásticos, óleo de cozinha nos que não possam ser facilmente vistos a olho nu. Essa
usado, sucata, móveis usados, derra- questão pode ser retomada no item sobre a presença de
mamento de petróleo, entre outros. microplásticos no ambiente.

196
# Classificando os materiais
Orientações didáticas
Para iniciar o trabalho com esse tó-
Todos os objetos que usamos pico, sugerimos que você avalie os co-

Franco Hoff/Pulsar Imagens


no dia a dia, as ruas pelas quais ca- nhecimentos prévios dos estudantes.
minhamos e as construções, como Pergunte a eles o que compreendem
nossa residência e a escola, são fei-
sobre materiais, como eles são forma-
tos de materiais. Uma das maneiras
de compreender os materiais é clas-
dos, do que eles são constituídos.
sificá-los, ou separá-los em grupos, Depois, explique a eles a impor-
com base em suas semelhanças. tância de compreender as caracterís-
Mas como podemos determinar as ticas dos materiais. Cite alguns exem-
semelhanças entre os materiais? plos para mobilizar e chamar a atenção
Em geral, quando vamos separar dos estudantes, como quando os astro-
elementos de um conjunto em gru- nautas foram à Lua e trouxeram amos-
pos, escolhemos uma característica
tras do solo. Com base na análise das
que está presente em mais de um
características das rochas, dos miné-
elemento do grupo para ser usada
como critério de classificação. No rios e do solo, cientistas identificaram
caso dos materiais, o critério de O teatro Ópera de Arame, em Curitiba (PR), é feito de várias a composição e as propriedades dos
classificação pode ser determinada estruturas metálicas tubulares. Fotografia de 2019. materiais que fazem parte do solo lu-
característica, como aplicação (para nar. De forma semelhante, aqui na Ter-
que são usados), composição (do que são feitos), propriedades (como se ra, quando engenheiros e químicos de-
comportam em determinadas situações), entre outras. senvolvem materiais sintéticos, como
Existem diversas possibilidades de classificação dos materiais. Para os plásticos biodegradáveis, eles inves-
simplificar nosso estudo, neste momento vamos trabalhar com a classifi- tigam as características que são inte-
cação de alguns materiais considerando suas propriedades, dividindo-os ressantes para esses materiais e quais
em três grandes grupos: materiais metálicos, materiais cerâmicos e
componentes podem ser usados para
materiais poliméricos. Fique atento às principais características que
constituí-los.
permitem diferenciá-los entre si.
Sugerimos que você apresente as três
classificações dos materiais presentes
Materiais metálicos no capítulo: materiais metálicos, cerâ-
É relativamente fácil saber que tipo de material está neste grupo, micos e poliméricos. Apresente alguns
certo? Os metais! Ao observar rapidamente o ambiente a sua volta, exemplos com base nos objetos repre-
você provavelmente consegue reconhecer objetos ou estruturas feitas sentados nas imagens do livro. Peça aos
de metal. Mas você consegue imaginar as propriedades que os metais estudantes que descrevam os materiais
têm em comum? apresentados. Em seguida, escreva as
Uma das características que torna os metais muito usados pela in- características que eles elencarem.
dústria é sua capacidade de ser moldado nos mais diferentes formatos, Moldado: que teve sua Por fim, sugerimos que leia com os
quando aquecido a altas temperaturas. Isso acontece porque, a altas tem- forma alterada. estudantes o texto referente aos mate-
peraturas, o metal se torna mais maleável – e pode até mesmo se fundir, Maleável: flexível. riais metálicos.
isto é, passar do estado sólido para o estado líquido. Quando resfriada
novamente, a peça formada, seja maciça, seja oca, apresenta proprieda-
des como a resistência mecânica e o brilho de sua superfície.
As peças metálicas podem ser moldadas muitas vezes e transforma-
das em objetos diferentes. Quando uma peça metálica é modificada para
ser reaproveitada, dizemos que ela foi reciclada. Ainda neste capítulo,
vamos falar sobre reciclagem e modificações que podemos fazer nos
materiais para utilizá-los pelo maior tempo possível, evitando seu des-
carte permanente.

197

Reprodução
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Li do d EEstudante
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t h reduzido.
d id

#Atividade complementar
Slime Depois de separar os materiais necessários, oriente- preciso amassar o material com as mãos até ficar com
Peça aos estudantes que, em grupos pequenos, orga- -os a colocar a água boricada em um dos copos e, uma textura elástica e homogênea.
nizem os seguintes materiais: depois, adicionar o bicarbonato de sódio, aos pou- Utilize essa atividade para despertar o interesse
• 2 copos plásticos descartáveis. cos, com o auxílio de uma colher. Solicite a eles que dos estudantes com relação ao conteúdo que será
esperem até que as bolhas se desfaçam totalmente. abordado nesse capítulo. Peça a eles que observem
• 2 colheres plásticas descartáveis.
No outro copo, oriente os estudantes a colocar a cola o slime e descrevam as características do material:
• 150 mL de água boricada.
branca e adicionar o corante, se desejarem. Peça a mole, maleável, duro, entre outras. Dessa forma, é
• 110 g de cola branca.
eles que, utilizando a colher, adicionem o líquido do possível trabalhar com algumas propriedades dos
• 1 colher de sopa de bicarbonato de sódio. primeiro copo e misturarem a cola, agitando de for- materiais de forma lúdica.
• Corante alimentício (opcional). ma intensa. Quando a cola deixar de ser líquida, será

197
_Gusev/Shutter
ksim st o
Ma
Orientações didáticas Os metais também são materiais dúcteis, ou
ck

PitukT
V/S
hu
tte
Para continuar a abordagem do tópi- seja, que podem ser facilmente transformados A DyziO/Shutte
rs
to
c

co Materiais metálicos, retome as ideias


r st o
em fios. Outra característica importante: eles

k
ck

são bons condutores de eletricidade e de calor, C


expostas na leitura e questione os estu- B
dantes se eles já sabiam que todos os como estudaremos adiante.
metais podem ser moldados. Depois,
solicite que mencionem alguns exem- As imagens representam três características dos
plos de metais presentes no cotidiano metais: altas temperaturas de fusão (A); podem ser
deles. Corrija os exemplos incorretos. moldados (B); e podem ser transformados em fios (C).
Explique as características dos ma-
teriais maleáveis, dúcteis, duros e que- Alguns metais podem ser atraídos por um imã e isso está
bradiços e dos condutores térmicos e relacionado a um tipo de propriedade magnética que eles

Sergej Razvodovskij/Shutterstock
condutores elétricos bem como as pro- possuem. É comum pensarmos que qualquer metal apresenta
priedades magnéticas. Peça aos estudan- esse comportamento; no entanto, isso não é uma regra ge-
tes que indiquem exemplos de metais uti- ral. Normalmente, os objetos metálicos que têm esse tipo de
lizados em materiais do seu cotidiano e propriedade magnética são feitos de ferro, níquel ou cobalto.
suas características, relacionando o tema
abordado com suas vivências. Nem todos os metais são atraídos por ímãs. Na imagem,
parafusos feitos de ferro são atraídos por um ímã.
#Para ler
É o Venom? Slime magnético pode Em geral, objetos metálicos são bons condutores térmicos.
se mover e buscar objetos

yuratosno3/Shutterstock
Isso significa que eles esquentam muito rápido quando são
[...] submetidos a uma fonte de calor. Apesar de alguns metais
A revista New Scientist publicou um mudarem de cor em altas temperaturas, nas situações coti-
vídeo mostrando o slime em ação. “Um dianas de aquecimento, eles não mudam de aparência. Por
robô feito de lodo magnético pode ser isso precisamos tomar muito cuidado para não encostar ne-
implantado dentro do corpo para rea- les durante o aquecimento.
lizar tarefas como recuperar objetos
engolidos por acidente” [...]. ATENÇÃO!
As grades metálicas e os bocais do
De acordo com o estudo publicado Nunca toque em grades de fogão fogão não mudam de aparência com
na revista científica Advanced Func- enquanto a chama do fogo estiver o aquecimento, mas ficam muito
acesa ou logo após desligá-la.
tional Materials, ainda se trata de um quentes rapidamente.
protótipo. Sua estrutura flexível pode
ser controlada por ímãs e é um bom
Além de bons condutores térmicos, os metais são bons
condutor elétrico [...].
FabrikaSimf/Shutterstock

condutores elétricos. Não à toa, os fios elétricos são feitos


O slime é feito de uma mistura de
de metais e revestidos de materiais que são maus conduto-
polímeros (macromoléculas formadas a Fio metálico res elétricos, como o plástico. Sem essa proteção, há risco de
partir de unidades estruturais menores)
choque elétrico ao manipular fios que estejam conectados a
chamados de álcool polivinílico. Além
uma fonte de energia elétrica. Por isso, é importante nunca
disso, é composto por bórax, uma mistura
tocarmos em partes metálicas quando os objetos estão liga-
química amplamente usada em produtos
dos a uma fonte de energia.
de limpeza, e partículas de ímã de neodí-
mio, elemento químico de estado sólido. Os fios metálicos são bons condutores ATENÇÃO!
“[...] Quando você o toca muito ra- Revestimento plástico de eletricidade. Na imagem, o metal Nunca toque uma pessoa que esteja levando
um choque elétrico, pois você também
pidamente, ele se comporta como um isolante (mau condutor dos fios é o cobre, e eles estão pode levar um choque. Caso você presencie
sólido. Quando você o toca suavemen- de energia elétrica) protegidos por um revestimento um acidente desse tipo, procure ajuda de
adultos. Eles devem usar objetos feitos de
te e lentamente, ele se comporta como plástico, um material mau condutor materiais que são maus condutores elétricos,
como madeira, plástico ou borracha, para
um líquido”, afirma Zhang [professor elétrico que evita choques. afastar a vítima da fonte de eletricidade.

Li Zhang, cocriador da tecnologia]. Ele


acrescenta que a invenção ainda não 198
atua de maneira independente até o
momento. “O objetivo final é implantá-
-lo como um robô. Ainda consideramos Reprodução
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h reduzido.
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a pesquisa básica para tentar entender
suas propriedades materiais”, explica.
Por enquanto, não existem planos para
a aplicação da invenção na área médica,
pois algumas partículas ainda são tóxi-
cas. Mas Zhang destaca que a seguran-
ça do material em tratamentos de saúde
depende apenas do tempo em que o
slime permanecer no corpo do paciente.
FERREIRA, A. É o Venom? Slime magnético
pode se mover e buscar objetos. Tilt, São Pau-
lo, 1º- abr. 2022. Disponível em: https://www.
uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2022/04/01/
venom-slime-robotico-pode-um-dia-buscar
-objetos-perdidos-no-nosso-corpo.htm.
Acesso em: 4 abr. 2022.
198
Orientações didáticas
Materiais cerâmicos
Para introduzir o trabalho com os ma-
Pense nos objetos que costumamos usar durante as refeições, como
teriais cerâmicos e os poliméricos, suge-
pratos, copos e xícaras. De quais materiais eles costumam ser feitos?
rimos que pergunte aos estudantes quais
Esses utensílios são comumente fabricados com vidro ou porcelana, que
são exemplos de materiais cerâmicos. são os materiais mais indicados para
produzir recipientes de marmita, colhe-
res utilizadas na preparação de alimen-

BG-Studio/Shutterstock
tos em superfícies quentes, formas para
assar bolos no forno e cabos para car-

Evgeny Karandaev/Shutterstock
regadores de celular. Antes de escolhe-
rem os materiais, peça que eles reflitam
sobre as propriedades que eles devem
ter com base em seu uso. Por exemplo,
recipientes de marmita devem ser bons
isolantes térmicos, assim como as colhe-
res. Já as formas devem ser constituídas

VanoVasaio/Shutterstock
por um bom condutor térmico para que
conduzam o calor do forno. Os cabos do
celular devem ser feitos de um material
que seja bom condutor elétrico para que
a eletricidade fornecida pela rede elétri-
ca alimente a bateria do celular. Espe-
ra-se que, com esse exercício, os estu-
dantes relacionem as características dos
materiais à sua aplicabilidade.
A porcelana da xícara, o vidro da jarra e do copo e as
peças que costumam recobrir paredes e pisos (azulejos, Peça aos estudantes que observem os
ladrilhos, etc.) são exemplos de materiais cerâmicos. materiais cerâmicos representados nas
imagens. Nesse momento, a abordagem
dos materiais cerâmicos é apresentada
por meio de exemplos comuns no coti-
diano dos estudantes. Questione se eles
Os materiais cerâmicos são duros e quebradiços, ou seja, não podem
recordam de outros objetos em suas re-
ser deformados, mas se quebram ao sofrer impactos. Você já deve ter
percebido essa propriedade ao ver que um objeto de vidro se parte em
sidências que representam esse tipo de
pedaços ao cair no chão. Essa característica é diferente da dos metais, material e estimule-os a compartilhar
que sofrem deformação por impacto, isto é, ficam amassados. suas vivências. Destaque que os mate-
riais cerâmicos apresentam alta resistên-
Você se lembra de que falamos de dureza no Capítulo 3? Um mate- cia mecânica e térmica e são vastamente
rial duro, isto é, com alta dureza, consegue riscar um material menos utilizados na construção civil, em pisos,
duro que ele. telhas, azulejos, tijolos e lajes. Eles são
constituídos de sílica e outros minerais
Ao contrário dos metais, os materiais cerâmicos são maus condutores com características argilosas.
térmicos e elétricos. Por isso, algumas peças projetadas para funcionar Já os poliméricos podem ser rígidos,
como isolantes térmicos ou elétricos são feitas de material cerâmico. Isolantes: materiais flexíveis e apresentar alta elasticidade,
É por esse motivo que xícaras e utensílios que vão ao forno costumam que são maus como as borrachas. Peça aos estudan-
condutores térmicos
ser feitos de cerâmica ou vidro: quando comparados aos metais, os ma- tes que indiquem exemplos de objetos
ou elétricos.
teriais cerâmicos demoram um pouco mais para aquecer, mas demoram presentes em seu dia a dia produzidos
mais para esfriar, conservando o alimento quente por mais tempo. com materiais poliméricos. Destaque
199 que, pela diversidade de característi-
cas, os materiais poliméricos são uti-
lizados em diversas áreas. Peça que
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t h reduzido.
d id indiquem alguns objetos do cotidiano
produzidos com materiais poliméricos.
Caso mencionem utensílios descartá-
veis, aproveite para questioná-los so-
bre os impactos desses materiais no
meio ambiente.

199
Orientações didáticas
Materiais poliméricos

monticello/Shutterstock
#Atividades Você sabe o que significa a palavra
O grupo de atividades presentes “polimérico”? Ela vem de polímero e
nesta página permite ampliar e desen- informa que materiais desse tipo têm
uma estrutura composta de muitas
volver a habilidade EF06CI04, pois leva
(poli) partes (meros) que se repetem.
o estudante a associar a produção de
Os representantes mais conhecidos
materiais sintéticos ao desenvolvimen-
desse grupo são os plásticos, que são
to científico e tecnológico, reconhecen- os polímeros mais flexíveis. Os plásticos são muito usados como substitutos de outros
do benefícios e avaliando impactos so- materiais em diferentes objetos, especialmente embalagens.
Não é difícil fundir um material poli-
cioambientais, por meio da proposta mérico, como os plásticos comuns. Alguns plásti- tipos de embalagem por outros de menor custo,
de investigação da produção de dife- cos têm a sua forma facilmente alterada apenas a substituição dos materiais cerâmicos (como o
rentes tipos de material. pelo contato com água quente. Por esse motivo, vidro) e dos materiais metálicos (como as latas)
1. Para orientar os estudantes na eles são moldados mais facilmente que os me- pelos poliméricos começou a tomar um rumo que,
pesquisa, forneça algumas fontes tais. Além disso, materiais poliméricos são maus no início, parecia trazer mais vantagens do que
confiáveis e destaque que eles devem condutores térmicos e elétricos, o que os tornam desvantagens.
ficar atentos para diferenciar ciência bons substitutos de materiais cerâmicos em al- Porém, com o tempo, percebemos que a rea-
gumas peças. lidade é outra. O consumo de objetos e emba-
de pseudociência. Comente que, ao
realizar uma pesquisa na internet, Um objeto feito de material polimérico, por lagens considerados descartáveis, ou seja, que
exemplo o plástico, tem menor massa e maior podem ser “jogados fora” após serem usados
deve-se utilizar palavras-chave
durabilidade , dependendo das condições do am- uma ou poucas vezes, cresceu rapidamente.
entre aspas, para que a busca seja
biente do que um objeto feito de metal. Caracte- Com esse aumento, surgiram diferentes proble-
assertiva. Explique que eles devem rísticas como essas, além do baixo custo de pro- mas, como o acúmulo de plástico nos ambientes.
consultar sites que disponibilizam dução, fizeram com que os materiais poliméricos Até aqui estudamos alguns tipos de material,
conteúdo confiável, como bibliotecas se tornassem cada vez mais utilizados. suas propriedades e seus usos. Agora, vamos
virtuais, sites de universidades (.edu), A partir do momento em que as empresas estudar como o descarte dos materiais, como o
de órgãos governamentais (.gov) perceberam que poderiam trocar determinados plástico, pode afetar o ambiente.
ou sem fins lucrativos (.org). Se
optarem por utilizar notícias, oriente-
#Atividades

ESC OREVA
os a observar a data da publicação NO L
IVRO

para não utilizarem informações


Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades.
desatualizadas. Após a pesquisa, 1. Como os materiais metálicos, cerâmicos e poliméricos são produzidos? Escolha um dos
incentive os estudantes a se itens listados a seguir, faça uma pesquisa sobre ele em livros, revistas ou sites e monte um
expressarem de diferentes maneiras. resumo das informações encontradas sobre sua produção para compartilhar com os colegas.
Eles podem criar materiais impressos, Você pode fazer uma lista, escrever um texto, montar uma história em quadrinhos, fazer um
digitais, artísticos, textuais, orais ou cartaz ou explicar oralmente para os colegas da turma.
escritos. Essa atividade promove a Sugestões de itens para pesquisar (você pode escolher outro se desejar):
criatividade e a diversidade de ideias • placa de vidro; • chapa de alumínio; • garrafa plástica do tipo PET.
e possibilita o envolvimento dos
2. Os plásticos recebem siglas, como PET, PS, PP, PEAD, etc., dependendo de sua composição
estudantes que não têm proximidade
química. Pesquise quais são os materiais atualmente utilizados nas embalagens plásticas
com as ciências.
de água mineral (garrafa, tampa e rótulo) e o tempo de decomposição desses materiais. No
Além disso, esse tipo de atividade é caderno, organize as informações em um quadro, como o modelo a seguir. Escreva também
uma metodologia ativa, que estimula o significado das siglas que dão nome aos diferentes tipos de plástico.
a autonomia e o protagonismo dos
estudantes no processo de aprendizagem. Garrafa Tampa Rótulo
As discussões sobre o tema são Tipo de material
ferramentas importantes para estimular Tempo de decomposição
os estudantes a exercitar a empatia,
o diálogo, a resolução de conflitos e a
200
cooperação, promovendo o respeito ao
outro, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos, trabalhando, Reprodução
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assim, parte da competência geral 9.
2.
Garrafa Tampa Rótulo
PET (polietileno tereftalato) PET (polietileno
Tipo de
PP (polipropileno) – garrafões PP (polipropileno) tereftalato)
material PC (policarbonato) – garrafões
Tempo de Mais de 100
Mais de 100 anos* Mais de 100 anos*
decomposição anos*
*Os valores podem variar, dependendo da fonte de pesquisa.

200
# Impactos do descarte incorreto
Orientações didáticas
Nesse tópico, é favorecido o trabalho
de plásticos com a habilidade EF06CI04, por meio
da apresentação da problemática dos
Acabamos de estudar os plásticos, que são materiais poli- microplásticos. Pergunte aos estudantes
méricos presentes em nosso dia a dia. Mas você já ouviu falar se eles conhecem esse termo. Caso al-
em microplásticos, que são fragmentos muito pequenos de guém conheça, peça que compartilhe
materiais plásticos? Eles podem chegar aos ambientes natu-
as informações que tem a respeito do
rais de diversas maneiras, principalmente por meio de embala-
gens e outros objetos plásticos descartados de forma incorreta. tema. É provável que apresentem pouco

k
conhecimento acerca desse conteúdo.

toc rs
tte
Depois, peça aos estudantes que refli-

hu
O microplástico é um material que, de tão leve e pequeno,

/S
ka
ch
viaja pelo ar e consegue se espalhar facilmente, causando mui- tam acerca do seguinte questionamento:

o
en
ol
r
Uk
tos problemas ambientais. “Qual é o grande problema causado pe-
los microplásticos?”. Inicialmente, a dis-
Enquanto objetos de plástico estão se decompondo na natureza, Os microplásticos são cussão pode ser conduzida em pequenos
pequenos pedaços vão se desprendendo e são carregados pelo vento, fragmentos de plástico
com no máximo 5 mm
grupos. Peça a eles que registrem suas
misturam-se com as partículas de poeira e, assim, se espalham por toda
de extensão, isto é, eles ideias no caderno. Em seguida, solicite
parte. E, do mesmo modo que é bem complicado recolher de volta as
plumas de uma almofada que foram jogadas ao vento, os microplásticos
são bem menores que um que as compartilhem com a turma.
grão de arroz. Caso considere pertinente, sugerimos
são partículas difíceis de serem recolhidas e eliminadas, uma vez que são
muito pequenas e circulam livremente. que peça aos estudantes que pesqui-
Neste momento, pode ser que você esteja pensando: “Qual é o gran- sem uma reportagem sobre os micro-
de problema causado pelos microplásticos?”. Considerando apenas os plásticos e seus impactos no meio am-
impactos negativos à saúde humana, podemos citar a inalação de par- biente ou na saúde humana e levem-na
tículas plásticas presentes no ar, o que pode causar graves problemas para a sala de aula. Depois, peça que
respiratórios, e a contaminação da água, que pode provocar intoxicação troquem a reportagem escolhida com
pela ingestão de microplásticos. um colega, leiam-na e compartilhem
Atualmente, diversos cientistas se dedicam a compreender quais são oralmente um resumo. Essa atividade
os impactos negativos dos microplásticos no corpo dos seres vivos, in- também pode ser utilizada para verificar
cluindo o nosso, e no ambiente.
as fontes escolhidas pelos estudantes
FORA DE PROPORÇÃO
ao realizar suas pesquisas. Caso os estu-
Ao serem espalhados dantes escolham reportagens de fontes
Natalia Dolgosheeva/Shutterstock

pelo ambiente, os não confiáveis, explique por que ela não


Dotted Yeti/Shutterstock

microplásticos podem
contaminar oceanos,
é confiável e ressalte as informações ou
rios e até fontes de água dados que possam estar incorretos, to-
potável. Microplásticos mando sempre o cuidado de não cons-
já foram encontrados tranger o estudante que a escolheu.
até na água vendida em
garrafas.

Agora, se pensássemos em todos os ecossistemas afetados pela pre-


sença dos microplásticos, a lista de impactos negativos seria bem longa.
Como é muito difícil separar essas partículas de outras, como poeira e areia,
muitos ambientes são contaminados, incluindo os seres que ali vivem.
Por esse motivo, esses contaminantes entram facilmente nas cadeias
alimentares dos ecossistemas, o que só aumenta as proporções do pro-
blema. Além do plástico não ser digerido pelos seres vivos – acumulan-
do-se no organismo deles –, alguns tipos liberam substâncias tóxicas que
são adicionadas na sua fabricação.

201

Reprodução
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t h reduzido.
d id

#Para ler
Microplásticos na atmosfera podem afetar estrutural, sendo fragmentado em partículas cada vez tornam uma espécie de substrato para vírus e bac-
sistema respirat—rio menores. As partículas menores de 5 milímetros são térias, que formam uma espécie de biofilme. Com a
[...] o plástico é um material polimérico, do qual classificadas como microplásticos. possibilidade de inalarmos essas partículas, a nossa
existem, hoje, mais de 5 mil tipos, todos com uma “Essas partículas no meio ambiente têm uma saúde pode ser afetada”, explica o pesquisador. [...]
grande quantidade de aditivos químicos que dão as característica diferente daquelas já produzidas em
MICROPLÁSTICOS na atmosfera podem afetar sistema
características e propriedades a cada um desses tipos. tamanhos muito pequenos. Os microplásticos ab-
respiratório. Jornal da USP, 26 ago. 2020. Disponível em:
Esse material, quando não jogado fora corretamen- sorvem alguns poluentes do ar, como os que saem de https://jornal.usp.br/ciencias/microplasticos-na-atmosfera-
te, fica livre no meio ambiente e, após uma série de escapamentos de automóveis. Compostos orgânicos podem-afetar-sistema-respiratorio-de-forma-grave/. Acesso
processos químicos e biológicos, sofre uma alteração podem também se ligar a essas partículas, o que as em: 5 abr. 2022.

201
Orientações didáticas
Ilhas de plástico
Esse tópico e o infográfico favore-
Uma das fontes de entrada dos microplásticos no ambiente marinho
cem o trabalho com o Tema Contem-
são as ilhas de plástico, muito conhecidas pelos ambientalistas. Intruso Ambientalistas:
porâneo Transversal Educação Ambien- pessoas que
em um ambiente muito delicado, o lixo plástico tem se acumulado rapi-
tal. Ao explorar o tópico, sugerimos que damente nos oceanos. se dedicam a
peça aos estudantes que observem a Atualmente, há cinco ilhas de plástico gigantescas nos oceanos (con-
assuntos relativos à
fotografia da ilha de plástico, localizada preservação do meio
fira no infográfico a seguir), que se mantêm flutuantes em vórtices de ambiente.
no Haiti. Em seguida, apresente o grá- correntes marítimas. Há cinco redemoinhos oceânicos: dois no oceano Vórtices: movimentos
fico que mostra cinco ilhas de plástico Atlântico, dois no Pacífi- intensos de uma

RICARDO ROJAS/Reuters/Fotoarena
gigantescas nos oceanos Pacífico Sul, co e um no Índico. Esses massa de água em
Atlântico Norte, Atlântico Sul, Índico e redemoinhos arrastam espiral, em torno de
Pacífico Norte. Explique a relação en- os materiais que flu- um eixo, como o que
tre os vórtices de correntes marítimas, tuam na água, como os ocorre em um vaso
plásticos descartados sanitário ao acionar a
movimentos intensos de uma massa descarga.
no mar ou que chegam
de água em espiral, e a formação das até ele, e os acumulam
ilhas. Espera-se que eles compreen- Ilha de plástico na praia de Cap-Haitien, em grandes extensões
dam que os redemoinhos nos oceanos no Haiti, 2018.
de lixo flutuante.
arrastam as partículas e elas se acumu-
lam em grandes extensões do oceano. Ilhas de plástico no mundo Fonte: DESCUBRE las islas de
plástico que contaminan
Depois, sugerimos que chame a
Reprodução/© 2022 Iberdrola

nuestros océanos. Iberdrola.


atenção dos estudantes para as infor- Disponível em: https://
mações do infográfico. Caso julgue per- www.iberdrola.com/
sustentabilidade/as-5-ilhas-de
tinente, peça que se revezem na leitura -lixo-nos-oceanos. Acesso em:
oral. O infográfico favorece a leitura e 7 jan. 2022.

a interpretação do texto, além do de-


senvolvimento da competência leitora
dos estudantes.
O infográfico apresenta várias infor- Representação
mações referentes à ilha de plástico esquemática
da localização
no Pacífico. Depois da leitura, peça aos ´
geográfica das
estudantes que comentem o dado que cinco ilhas de
mais lhes chamou a atenção e apre- plástico conhecidas
sentem sugestões de possíveis solu- atualmente.
ções para esse problema. CORES FANTASIA

Cada uma dessas imensas aglomerações de resíduos plásticos se dis-


tribui por uma grande área e não se localiza apenas na superfície do
oceano, mas também em maiores profundidades.
Para ter uma ideia do tamanho que elas podem atingir, a ilha de plásti-
co do Pacífico Norte tem uma superfície de 1,6 milhão de km2, área maior
que o território das regiões Sul e Sudeste do Brasil somadas.
Apesar de serem conhecidas como “ilhas”, essas regiões não são gran-
des massas compactas de plástico isoladas no meio do oceano. O termo
ilha se refere ao fato de a concentração de fragmentos plásticos ser maior
nessas áreas do que em outros pontos. A maior parte desse lixo correspon-
de aos microplásticos, mas há fragmentos maiores. Estudos mostraram a
presença de fragmentos plásticos no sistema digestório de animais mari-
nhos que vivem na região da grande “ilha” de plástico do Pacífico Norte.

202

R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para saber
Ilha de lixo no oceano Pacífico As imagens que mostram o gigantesco mar A criativa solução da Noruega para acabar com
Disponível em: https://revista.grupofaveni.com.br/ de lixo no Caribe o lixo plástico nos oceanos
index.php/revistainterdisciplinardafarese/article/ Disponível em: https://youtu.be/snHn5HQxweo. Disponível em: https://youtu.be/lMeeSYO_i7U.
view/933/646. Vídeo do canal BBC News Brasil, com cerca de 1 minu- Vídeo do canal BBC News Brasil, com cerca de 2 mi-
Texto sobre a grande mancha de lixo no Pacífico. to, que mostra as acusações trocadas pela Guatemala e nutos, que mostra a estratégia da Noruega para redu-
por Honduras relacionadas à poluição no mar do Caribe. zir a quantidade de plástico no oceano.
Acesso em: 18 maio 2022.

202
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
Orientações didáticas
Reprodução/© 2022 Iberdrola
#Para refletir
Representação A atividade desse boxe oferece aos es-
esquemática das tudantes a oportunidade de desenvolver
características as habilidades de leitura, uma vez que
da grande ilha
demanda processos de compreensão e
de plástico do
Pacífico.
inferência de textos.
1. Sugerimos que essa reflexão seja feita
individualmente. Os estudantes podem
fazer o registro em diferentes formatos,
como um esquema, um podcast,
um desenho, um vídeo ou uma
carta/e-mail para os representantes
da indústria, o Ministério do Meio
Ambiente ou a subprefeitura local.
Se julgar oportuno e houver disponibi-
lidade em seu planejamento, oriente os
estudantes na elaboração do material de
divulgação sugerido nesse boxe. Eles po-
dem criar cartazes para serem fixados em
diversos locais da escola ou material de
divulgação digital para ser publicado nas
mídias sociais da escola, por exemplo.
Deixe-os livres para escolher o material
de divulgação a ser produzido, favorecen-
do, dessa forma, a aproximação deles às
culturas juvenis. Entretanto, ressalte que,
tanto o material quanto a sua elaboração
devem seguir princípios éticos e sustentá-
veis. A atividade colabora com o desen-
volvimento das competências gerais 2, 7
e 10 e das competências específicas 4,
5 e 8, pois solicita a produção de mate-
rial de divulgação científica, utilizando di-
ferentes linguagens como finalização de
situações que envolvem pesquisas e ar-
gumentação. Além disso, esse conteúdo
está relacionado ao Tema Contemporâ-
Fonte: DESCUBRE las islas de plástico que contaminan nuestros océanos. Iberdrola. Disponível em:
https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/as-5-ilhas-de-lixo-nos-oceanos. Acesso em: 7 jan. 2022. neo Transversal Educação Ambiental.

#Para refletir GRUPO



ESC O
NO L
REVA
IVRO
#Para saber

1 Quais mudanças poderiam ajudar a diminuir o problema das ilhas de plástico? Estudantes criam máquina que
Pense em conjunto com os colegas nas mudanças que vocês poderiam sugerir separa microplásticos da areia.
para indústrias, governos e cidadãos. Façam um seleção das sugestões da turma e Disponível em: https://ciclovivo.com.br/
divulguem em mídias sociais e para a comunidade escolar. inovacao/tecnologia/estudantes-criam
-maquina-que-separa-microplasticos
1. Resposta pessoal. Consulte as Orientações didáticas. -da-areia/.
203 Artigo sobre um grande aspirador que
retira o plástico e devolve a areia para
a praia, desenvolvido por estudantes
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id de Engenharia canadenses.
Como os países estão virando a
#Atividade complementar maré da poluição plástica nos
mares.
Após o trabalho com o infográfico, sugerimos uma atividade Atlântico Sul. A empresa alega que a responsabilidade é
Disponível em: https://www.unep.
de júri simulado, em que uma indústria de bebidas interna- dos órgãos públicos que gerenciam o saneamento bási-
org/pt-br/noticias-e-reportagens/
cionalmente conhecida será julgada por comercializar seus co da região.
reportagem/como-os-paises-estao
produtos em garrafas PET. Para isso, a turma deve ser orga- Sugerimos que os estudantes conheçam a Lei n. 12 305,
-virando-mare-da-poluicao-plastica
nizada em dois grupos: um de acusação, representado por de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional
-nos-mares.
uma organização não governamental que atua na limpeza de Resíduos Sólidos. Disponível em: http://www.planalto.
Artigo sobre a campanha Mares Lim-
dos oceanos, e outro de defesa. Caso a turma tenha mui- gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm.
pos, do Programa das Nações Unidas
tos estudantes, é possível escolher alguns para atuar como Acesso em: 7 abr. 2022.
para o Meio Ambiente (Pnuma).
juízes e jurados. Para essa atividade, é importante estabelecer as regras do
Acesso em: 12 maio 2022.
A acusação alega que o fabricante das garrafas deve se júri simulado com os estudantes.
responsabilizar pela limpeza do plástico dos oceanos no

203
Orientações didáticas #A ciência é feita por pessoas
#A ciência é feita por pessoas
O texto do boxe conta a história de Em 2019, Boyan Slat (1994-), um holandês estudante de Engenha-
Boyant Slat e como foi possível, a partir da ria Aeroespacial e fundador da ONG The Ocean Cleanup, lançou uma ONG: sigla de
estação flutuante de despoluição oceânica. Organização Não
observação de um problema, da pesqui- Governamental; é uma
sa e da proposta de solução criada ain- A ideia surgiu depois de um mergulho no mar, durante as férias, instituição sem fins
da em sua adolescência, desenvolver uma quando ele viu mais resíduos plásticos do que peixes na água. No co- lucrativos formada
estação flutuante de despoluição do oce- meço, Boyan apresentou um projeto de coletor de lixo marítimo na por pessoas que têm
feira de ciências da escola, mas, alguns anos depois, ele pôde trans- interesse em questões
ano, alguns anos depois. Assim como Slat,
formar sua ideia em realidade. Por meio de parcerias com empresas de relevância social.
pessoas ao redor de todo o globo buscam de tecnologia, sua meta é eliminar a ilha de plástico do Pacífico Norte
novas tecnologias e soluções para os im- até 2040.
pactos gerados no meio ambiente. Jo
u
É importante que você faça a leitura No mesmo ano em que a estação flutuante de coleta de plástico r1
3_

Ka
entrou em ação, um grupo de doze estudantes canadenses de

m
prévia do texto e avalie como ele será

ilo
/H
Engenharia Mecânica criou um aspirador chamado de Hoola

olla
inserido em seu planejamento.

O
ne
One, que separa o microplástico da areia, como forma de aju-
Este boxe busca destacar os grandes
dar a limpar uma praia do sul do Havaí. O projeto foi financia-
nomes por trás das pesquisas e desco- do por uma fundação sem interesses lucrativos, e a próxima
bertas científicas, bem como o contexto meta é aperfeiçoá-lo e criar um equipamento portátil.
histórico no qual elas foram realizadas.
Conhecer História e Filosofia da ciência Hoola One, máquina que aspira a areia
é fundamental para a compreensão de poluída, retém os microplásticos e devolve
que a ciência é um processo dinâmi- a areia limpa para o ambiente.
co e mutável, relacionado com diversos
Movido pela mesma preocupação de despoluir a água de resí- Re
pro
du
fatores do cotidiano e da dinâmica da çã
o
duos sólidos, o brasileiro paranaense Diego Saldanha (1986-), /A

ce
natureza, e que seus diversos conceitos

rv
também em 2019, resolveu construir uma barreira que se-

op
a rt
foram desenvolvidos com base na me- gurasse o lixo presente no riacho que passa nos fundos de

icu
lar
todologia científica, levando em consi- sua casa. Sentindo-se responsável por cuidar do rio no qual
deração os conhecimentos adquiridos brincava desde pequeno, ele desenvolveu um mecanismo
posteriormente em uma cultura ou pela para ajudar a limpá-lo.
comunidade científica.
Sugerimos que você utilize a meto-
A ecobarreira consiste em um obstáculo feito de galões
dologia ativa de sala de aula inverti- vazios envolvidos por uma rede, que retém os resíduos
da, em que os estudantes realizam a sólidos que são arrastados pela correnteza do riacho.
leitura do texto antes da aula. Oriente
a leitura, por exemplo, pedindo aos es-
tudantes que identifiquem as principais
ideias do texto. Para isso, direcione-os #Para refletir NÃ
ESC O
NO L
REVA
IVRO
com as seguintes perguntas:
1 Depois de ler essas histórias, você se sentiu motivado a pensar em alternativas para
• Quem é Boyan Slat? ajudar na remoção de plásticos do ambiente? Como você faria isso?
• O que aconteceu durante as férias 2 Na região onde você mora, existem lagos, rios ou praias que estejam poluídos com
dele?
plásticos ou ambientes em que você já tenha observado acúmulo de resíduos plásticos?
• Qual é sua meta? Existem pessoas preocupadas em resolver esse problema? Que tal pesquisar alguns
• O que o texto relata sobre um grupo exemplos de pessoas que se aventuraram nesse desafio na comunidade em que você
vive? Registre no caderno os dados de sua pesquisa e compartilhe os resultados em
de estudantes canadenses?
mídias sociais e para a comunidade escolar.
• O que o paranaense Diego Saldanha
fez? 1. e 2. Resposta pessoal. Consulte as Orientações didáticas.
204
• O que há de comum entre Boyan Slat,
os estudantes canadenses e Diego
Saldanha?
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h reduzido.
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Após a leitura em casa, sugerimos
que, em duplas ou grupos, os estudan- #Para refletir esse problema em pequenas situações que precisam ser
tes compartilhem suas respostas e for- resolvidas e apresentar as soluções que promoveriam a
As atividades deste boxe oferecem aos estudantes a
mulem um esquema colaborativo com limpeza dos oceanos.
oportunidade de desenvolver as habilidades de leitura, uma
as principais ideias identificadas. Esse 2. Caso os estudantes se sintam motivados a realizar um
vez que demandam processos de compreensão e leitura
esquema pode ser impresso ou digi- trabalho de conscientização com a comunidade, faça
por inferência.
tal. Após essa atividade, sistematize as uma parceria com os professores de História e de Geo-
1. Essa atividade oportuniza o trabalho com o pensamen-
principais ideias do texto com a turma. grafia para que eles auxiliem os estudantes a identificar
to computacional. Com base na problemática tratada
neste tópico, peça aos estudantes que elaborem um in- as mudanças que o espaço geográfico local sofreu ao
fográfico. Oriente-os a destacar o problema inicial, nes- longo da história e como é possível iniciar um trabalho
se caso, o acúmulo de plásticos nos oceanos, decompor de conservação do meio ambiente.

204
Orientações didáticas
Alternativas para o descarte de plásticos
Sugerimos que inicie a abordagem
Cientistas e ativistas da área ambiental têm alertado, há
deste tópico com o questionamento do
muito tempo, que os governantes precisam criar leis mais
livro “Você sabe o significado dos ter-
rígidas para controlar a contaminação do ambiente com ma-
teriais plásticos. Essa contaminação aumentou muito nas úl- mos reciclável, reutilizável e recuperá-
timas décadas em razão do uso desenfreado de objetos e vel?”. Peça aos estudantes que façam
embalagens plásticas descartáveis. Nos últimos anos, alguns uma lista de materiais do cotidiano
países têm tomado medidas com essa finalidade, como des- que podem ser reciclados, reutilizados
tacamos a seguir. ou recuperados.
• Desde 2018, o Reino Unido proibiu o uso de microesferas Pergunte se eles têm o costume de

k
toc
ers
de plástico nos cosméticos. fazer essas ações e quais são suas van-

utt h
/S a
tagens e suas desvantagens.

an
• No Brasil, que está entre os cinco maiores produtores de

ks
O
a
ov
lixo plástico do mundo, algumas ações também começaram a Ne
m
Em seguida, solicite que leiam o tex-
ser aplicadas. No estado de São Paulo, no ano de 2019, começou to do livro e apontem similaridades e
a vigorar um projeto de lei que proíbe que os estabelecimentos Transformar pneus em diferenças entre as ações que eles pra-
comerciais forneçam canudos plásticos, seguindo o exemplo do canteiros de flores é um
exemplo de reutilização.
ticam e as realizadas em outros países.
Rio Grande do Norte e de cidades como Fortaleza, Rio de Janeiro Questione se alguma delas pode ser
e Salvador. Também em 2019, no estado do Rio de Janeiro, foram
utilizada no Brasil.
aprovadas restrições para as sacolas plásticas distribuídas nos co-
mércios.
• Em 2019, países da União Europeia começaram a proibir o uso de
talheres, copos e pratos descartáveis feitos de plástico. Eles esta-
beleceram uma meta de que até 2030 a maioria das embalagens
plásticas nos países-membros seja reutilizável ou reciclável.
Os exemplos citados são ações que permitem reduzir o consumo de
objetos plásticos, conscientizar os consumidores e diminuir a quantidade
de resíduos plásticos produzida diariamente. Evitar as embalagens e os
objetos de plástico descartáveis ou desnecessários é o principal passo para
reduzir o lixo plástico no mundo.
Além de reduzir o consumo, existem outras ações que ajudam a re-
duzir o descarte de lixo: podemos recuperar ou dar um novo uso a um
objeto que já não atende à sua função original ou podemos encaminhá-lo
para a reciclagem caso ele seja feito de um material reciclável.
Você sabe o significado dos termos reciclável, reutilizável e recupe-
rável? Confira as definições e seus símbolos a seguir.
Juliasuena/Shutterstock

Reciclável Reutilizável Recuperável


O material pode ser O material pode O material que perdeu
processado, servindo ser reutilizado sem as suas características
de matéria-prima para processamento, originais pode ser
a fabricação de outros geralmente com uma reutilizado, geralmente
objetos feitos do aplicação diferente do sendo transformado em
mesmo material. objeto original. um material com aplicação
diferente do original.

205

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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t h reduzido.
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#Atividade complementar
Sugerimos que proponha aos estudantes que elaborem, em objetivo de enriquecer a atividade realizada.
grupos, um painel de descarte com base nas alternativas de Depois, peça aos estudantes que pesquisem como é feita
descarte de plásticos levantadas no texto e em uma pes- a reciclagem desse material, bem como opções de reuti-
quisa em livros, na internet ou em revistas. O painel deve lização e de recuperação. Solicite a eles que apresentem
ser elaborado em cartolina e pode ser utilizado como fer- para a turma o objeto escolhido e os resultados de suas
ramenta de conscientização na escola. pesquisas em um painel de cartolina.
Primeiro, peça aos estudantes que se organizem em grupos Os painéis podem ser expostos na escola próximo às latas
e escolham um tipo de objeto produzido com plástico que de lixo, buscando a conscientização dos demais estudan-
seria descartado e que está disponível em suas residên- tes e incentivando a reflexão sobre os materiais que estão
cias. Oriente os grupos a escolher objetos distintos, com o sendo descartados.

205
#Experimentar
Orientações didáticas ATENÇÃO! ATENÇÃO!
Se precisar que a Lave bem as mãos
O desenvolvimento dessa seção fa- garrafa seja cortada, após manipular a

Christoph Walter/Shutterstock
peça ajuda a um adulto! terra.
vorece o trabalho com a competência
geral 2, pois promove a imaginação e Um dos tipos de embalagem plástica descartável mais comuns
a criatividade, bem como momentos de no dia a dia das pessoas é a garrafa plástica. Materiais de limpeza,
exercício da curiosidade intelectual e água mineral e bebidas, em geral, são vendidos em frascos plásticos
de prática da abordagem própria das que, na maioria das vezes, são descartados. Que tal dar um destino
diferente a algumas dessas embalagens, reutilizando-as?
ciências, como a investigação, a refle-
xão e o uso da análise crítica para criar A ideia desta atividade é dar uma nova utilidade a algo que
seria descartado. Vale transformar garrafas plásticas em vasos
soluções e resolver problemas. estilizados para plantas, estojos para lápis e canetas, enfeites,
Para esse experimento, é importante suportes, brinquedos... enfim, use a criatividade! Pesquisas na
pedir aos estudantes que preparem os internet podem ajudá-lo a se inspirar.
materiais previamente, guardando gar- Exemplo de reutilização
rafas plásticas descartáveis com ante- Material de garrafas PET
transformadas em vasos
cedência. Verifique com a coordenação • Garrafas plásticas descartáveis de qualquer para uma horta vertical.
da escola as recomendações para a tamanho, limpas e vazias.
realização de atividades experimentais • Canetas coloridas para pintar. • Tesoura com pontas arredondadas.
em sala de aula. • Papel para rascunho. • Câmera fotográfica (opcional).
Essa proposta estimula a expressão
e criatividade dos estudantes, mas é im- Como fazer
portante orientá-los e supervisioná-los Selecione um tipo de garrafa plástica considerando o objeto que será construído.
quanto ao uso de objetos cortantes ou
Se possível, fotografe a embalagem antes de realizar o próximo passo.
perfurantes durante a realização do tra-
Planeje o formato do produto final e faça um rascunho no papel para avaliar se será necessário mu-
balho. Enfatize que a prática de reutili- dar sua forma. Verifique se outros materiais serão necessários, além daqueles listados anteriormente.
zação de uma garrafa plástica, dando- Trace, com uma caneta colorida, os contornos que deverão ser recortados na embalagem, caso precise.
-lhe outro uso, é mais indicada quando
Com a ajuda de um adulto, recorte a embalagem e faça o acabamento necessário.
a embalagem já não pode mais ser reu-
Se possível, fotografe as etapas de produção e o objeto quando estiver pronto.
tilizada para comportar bebidas, pois
Na apresentação da atividade, mostre seu rascunho em papel e explique o passo a passo, até
esse seria o reúso mais adequado. a finalização do seu produto. Não se esqueça de mencionar a utilidade do objeto construído e, se
#Experimentar possível, utilize as fotos registradas para ajudar na sua narrativa (não é necessário levar o objeto
à escola no dia da apresentação).
Este boxe tem o objetivo de apre- NÃ
ESC O
sentar propostas de atividades prá- Conclusão NO L
REVA
IVRO 1, 2 e 3. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
ticas investigativas, introduzindo aos
estudantes as práticas de pesquisa, 1 Você acha que conseguirá usar o objeto que produziu? Ele teria utilidade para outra pessoa?
Quantas vezes ou por quanto tempo esse produto poderia ser reutilizado?
mobilizando processos e procedimen-
tos científicos. Além disso, estímulos 2 De que maneira as pessoas poderiam aplicar o conceito de reutilização de objetos e materiais para
melhorar a cidade em que você vive? Quais são os objetos e os materiais mais disponíveis para isso?
e propostas complementares podem
auxiliar no desenvolvimento do pen- 3 Existe algum programa ou uma campanha

Richie Chan/Shutterstock
samento computacional (identifica- na cidade onde você mora que incentive a
coleta seletiva de materiais, a reciclagem,
ção de padrões), por meio da abs-
a reutilização ou a recuperação? Se exis-
tração e da decomposição para a tir, identifique quais são eles.
execução de uma tarefa.
O pavilhão de um parque de exposições em Taiwan. Ele é
Peça aos estudantes que leiam o
a primeira construção de grande porte no mundo feita de
modo de fazer e organizem suas ações tijolos de garrafas PET (foram usadas mais de 1,5 milhão
previamente. Sugerimos que solicite de garrafas plásticas). Imagem obtida em 2021.
a eles que escrevam uma lista de
planejamento, indicando cada etapa a
206
ser realizada e a possibilidade de produzir
resíduos durante a experimentação, o
que inviabilizaria a reutilização desses Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
materiais. É importante que eles saibam
o objetivo da confecção do novo objeto. 2. As pessoas poderiam verificar se podem reutilizar objetos
Sugestões de respostas e comentários e materiais antes de descartá-los. Exemplos: embalagens
às questões propostas no item Conclusão: de papel, papelão ou plásticas, pneus, garrafas de vidro.
1. Os estudantes podem confeccionar 3. Em alguns municípios, há ecopontos e serviços de coleta
objetos duráveis como vasos para seletiva que recolhem material reciclável ou reutilizável.
plantas, porta-lápis, porta-retratos,
brinquedos, luminárias, entre outros.

206
Orientações didáticas
E o descarte de outros materiais?

Banco de imagens/Arquivo da editora


Nos tópicos anteriores, discutimos
Até o momento nossa discussão está voltada ao descarte do plásti-
os tipos de material, formas corretas
co, mas não podemos nos esquecer de que outros materiais também
de descarte e o termo reciclagem.
costumam ser descartados, como vidro, metal e papel. Esses materiais
também integram a categoria de materiais recicláveis. Nesse tópico, os materiais recicláveis
Além disso, existem diversos tipos de plástico, e alguns deles não po-
serão explorados de forma mais
dem ser reciclados, em razão da tecnologia atual das usinas de reciclagem. aprofundada. Como a reciclagem é
Observe a seguir uma lista de alguns objetos que são recicláveis e Este símbolo pode ser um assunto bastante explorado desde
outros que não são considerados recicláveis. encontrado em algumas a Educação Infantil, espera-se que os
embalagens e representa estudantes já tenham familiaridade
que elas são feitas de
com o termo. Porém, é possível que
Banco de imagens/Arquivo da editora

É reciclável ? Esquema com o material reciclável.


Sim Sim Sim Sim padrão de cores
eles compreendam a necessidade de
Tampas, potes, Garrafas, potes, Jornais, caixas, Latas de alumínio,
utilizado nos #Estude + reciclar, mas ainda não conheçam o
garrafas, recipientes copo e frascos de rascunhos de papel, ferragens, canos,
de limpeza, baldes medicamentos. papelão e revistas. arames e pregos. recipientes de processamento do material reciclável
e brinquedos.
coleta seletiva. • Recifavela: após a coleta. O material reciclável é
plástico, reciclagem e
inspiração. Movimento fonte de renda para muitas famílias que
PAPEL METAL
PLÁSTICO VIDRO Não Não Plástico Transforma trabalham com a coleta independente
Não
Cabo de panela,
Não
Espelhos, louças,
Adesivos, etiquetas,
fotografias, papéis
Clipes, grampos,
esponja de aço,
Disponível em: ou em cooperativas. Essas pessoas
https://www.
espuma, acrílico cerâmicas e engordurados e
papel higiênico.
latas de tinta,
plasticotransforma.
realizam a separação fina para a
e EVA. porcelana. pilhas e baterias.
com.br/materia venda do material, que será utilizado
Elaborado com base em: SAIBA quais tipos de lixo são recicláveis ou não
recicláveis e aprenda a fazer o descarte correto. Ecycle. Disponível em: https:// -detalhe/recifavela na fabricação de novos objetos.
-plastico-reciclagem
www.ecycle.com.br/lixo-reciclavel-e-nao-reciclavel/. Acesso em: 12 jan. 2022.
-e-inspiracao. Acesso
Com o objetivo de ampliar os co-
O processamento do material na reciclagem gasta menos água e ener- em: 20 abr. 2023. nhecimentos dos estudantes acerca
gia do que a produção do mesmo tipo de material a partir dos recursos O plástico pode causar do tema e da comunidade na qual es-
impactos negativos tão inseridos, proponha que realizem
naturais. Por isso, os materiais reciclados são geralmente mais baratos
no ambiente, mas,
para as indústrias e sua produção causa menos impactos. com as tecnologias entrevistas com pessoas que trabalham
Tanto em casa quanto em outros locais por onde circulamos, devemos de reciclagem e de forma independente ou em coope-
separar os materiais recicláveis dos não recicláveis. Os objetos feitos de a consciência do rativas na comunidade. Peça que ela-
consumidor, é possível
materiais recicláveis devem ser descartados nas lixeiras de coleta seleti- gerar impactos borem um roteiro da entrevista e au-
va, que são identificadas de acordo com o padrão de cores apresentado positivos, evitando a xilie-os na composição de perguntas
na imagem anterior. poluição ambiental direcionadas ao trabalho realizado por
Empresas de coleta seletiva, ou coletores autônomos, recolhem esses e gerando trabalho
para muitas pessoas. essas pessoas e à importância social
resíduos e os levam aos centros de reciclagem, locais onde a separação Acesse o endereço e econômica dos materiais recicláveis.
dos materiais recicláveis é feita, e cada tipo de material é reprocessado eletrônico para As entrevistas podem ser gravadas e
de maneira específica. Nos municípios ou locais onde não há o serviço conhecer o trabalho
de uma cooperativa de apresentadas em formato escrito ou
público de coleta seletiva, os cidadãos podem separar corretamente os
materiais e entregá-los a pessoas ou cooperativas que os encaminham coleta e triagem de de podcast, favorecendo a aproxima-
plástico. ção deles às culturas juvenis. Depois,
para a reciclagem.
programe uma apresentação das en-
trevistas e, por fim, faça uma roda de

#Atividades

GRUPO ESC O
NO L
REVA conversa.
IVRO
Para finalizar, converse com os estu-
Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades. dantes sobre o que pode ser feito com
1. Em equipe, pesquisem os materiais que mais são descartados na região em que vocês moram.
Em seguida, pensem em um novo destino para eles. Vale propor formas de transformar esses os materiais que não podem ser reci-
materiais para torná-los úteis novamente, ou, ainda, pensar em substituí-los por materiais que clados. Nesse momento, é importante
causem menos impactos quando descartados. Por fim, escolham uma forma de divulgação dos que eles compreendam que a redução
resultados obtidos por vocês. do consumo é uma das principais solu-
ções para que esse tipo de lixo não seja
1. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
207 produzido. Leve-os a refletir sobre quais
materiais recicláveis podem ser utiliza-
dos no lugar daqueles que não são re-
R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id cicláveis ou reutilizáveis.
#Atividades
#Para saber
1. Sugerimos que organize os estudantes
Por que o Brasil ainda recicla tão pouco (e produz Cerca de 800 mil pessoas vivem da reciclagem no Brasil em grupos. Cada grupo deve realizar
tanto lixo)? Disponível em: https://www.reciclasampa.com.br/ a pesquisa acerca de um tipo de
Disponível em: https://aesbe.org.br/novo/por-que-o-brasil artigo/cerca-de-800-mil-pessoas-vivem-da-reciclagem material. Incentive-os informando que
-ainda-recicla-tao-pouco-e-produz-tanto-lixo/. -no-brasil. a quantidade de materiais reciclados
Reportagem que explica por que o Brasil tem índices bai- Artigo que apresenta os dados da reciclagem no Brasil. no Brasil ainda é muito pequena. Esse
xos de reciclagem. Acesso em: 6 abr. 2022.
conteúdo está relacionado ao Tema
Contemporâneo Transversal Educação
Ambiental. Veja mais informações no
boxe #Para saber +.

207
Orientações didáticas #A ciência é feita por pessoas
#A ciência é feita por pessoas
O boxe apresenta exemplos de jo- Conversamos sobre ações que podem ser tomadas para reduzir a quantidade de plástico
vens brasileiros premiados em 2018 que é descartada no ambiente, incluindo formas de reaproveitá-lo – renovando o material para
o mesmo tipo de uso ou transformando-o em outras coisas – para prolongar sua vida útil.
por seus projetos relacionados ao tema
“Inovações para Conservação da Natu- Em 2018, o Prêmio Jovem Cientista, na categoria Ensino Médio, teve como tema “Inovações
para Conservação da Natureza e Transformação Social”. Confira, a seguir, quem foram os jovens
reza e Transformação Social”. A apre-
premiados, suas ideias inovadoras e os professores que os orientaram.
sentação dos projetos desses jovens
premiados, em idade semelhante à dos Prêmio Jovem Cientista (2018) – Ensino Médio
estudantes, e de outros que se engaja-
ram em projetos de pesquisa pode ser 1 lugar
o Desenvolvimento de um filme plástico biodegradável a partir do resíduo
agroindustrial do maracujá Re p r o d
uç ão /
tratada de forma inspiracional, valori- A partir da casca do maracujá, a estudante
A rq
uiv
o
pe
zando as competências e as possibili- Juliana Davoglio Estradioto desenvolveu

ss
oa
l
dades de mudança geradas por jovens um filme plástico biodegradável (FPB)
em suas comunidades. para substituir embalagens de mudas
Este boxe busca destacar os grandes de plantas, que geram alta quantidade de Juliana Davoglio Estradioto,
nomes por trás das pesquisas e desco- resíduos na agricultura. A inovação re- estudante do Instituto Federal
duz a poluição causada pelos sacos de Educação, Ciência e
bertas científicas, bem como o contexto Tecnologia do Rio Grande do Sul
plásticos convencionais, se decompõe
histórico no qual elas foram realizadas. em 20 dias e não precisa ser retirada no (IFRS), foi orientada por Flávia
Conhecer História e Filosofia da ciência momento do plantio. Santos Twardowski Pinto.
é fundamental para a compreensão de Re p r o d u ç ã o
/ Ar q
que a ciência é um processo dinâmi- 2o lugar Captação e uso da água da chuva no u iv
op
es
so
co e mutável, relacionado com diversos ambiente escolar através de caixa feita

al
a partir de garrafas PET e cimento ecológico da
fatores do cotidiano e da dinâmica da
cinza da fibra do coco (Cocos nucifera) Sandro Lúcio
natureza, e que seus diversos conceitos Nascimento Rocha,
Para economizar água potável, o estudan-
foram desenvolvidos com base na me- estudante do Colégio
te Sandro Lúcio Nascimento desenvolveu uma
todologia científica, levando em consi- caixa sustentável de captação da água da chuva Estadual Norberto
deração os conhecimentos adquiridos Fernandes (CENF),
para a sua escola. O projeto teve como base a
posteriormente em uma cultura ou pela em Caculé (BA),
criação de um cimento ecológico feito a partir de
foi orientado por
comunidade científica. fibras de coco e semelhante ao produto comercial Edjane Alexandre
O objetivo é inspirar os estudantes e garrafas tipo PET no lugar de tijolos, evitando o des- Costa Soares.
a despertar seu interesse pela ciência. carte de resíduos plásticos na natureza.
É importante que eles estabeleçam re-
3o lugar
Rep rod u ção/Ac
Aquameaça: [...] identificação e monitoramento er v
op
a rt
lações entre ciência, tecnologia e so- de ameaças a ecossistemas aquáticos ic u
l ar

ciedade, percebendo que o desenvol- O estudante Leonardo Silva de Oliveira utili- Leonardo Silva de
vimento científico pode contribuir com zou a tecnologia como ferramenta para preser- Oliveira, estudante
ações sociais de conservação e pre- vação da natureza e educação ambiental da do Instituto Federal
população. Ele criou um aplicativo de celular de Educação do
servação ambiental. Identifique se há
para monitoramento participativo dos ecossis- Ceará (IFCE), foi
algum estudante que se interessa pelo orientado por
tema e procure auxiliá-lo em seus in- temas aquáticos, que recebe informações dos
Humberto Beltrão.
usuários sobre ameaças aos rios e mares, como
teresses sobre a carreira científica.
descarte de lixo, despejo de esgoto ou pesca
Busque parcerias com universidades excessiva e ilegal.
ou ONGs locais para que o estudante
BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. CNPq. XIX Prêmio Jovem Cientista, 2018. Sobre o prêmio.
possa ter a oportunidade de conhecer e Vencedores. Disponível em: https://estatico.cnpq.br/portal/premios/2018/pjc/premio.html.
participar de ações em seu município. Acesso em: 12 abr. 2022.

208

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Para saber
Prêmio Jovem Cientista Reportagem sobre a estudante Juliana Davoglio Estradioto,
Disponível em: http://www.jovemcientista.cnpq.br/. premiada em 2018.
Site oficial do Prêmio Jovem Cientista, uma iniciativa do Ciência e sociedade: filho de agricultor e estudante
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). de Medicina que emocionou o Brasil!
Plástico feito com casca de maracujá garante o Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bxxt
Prêmio Jovem Cientista a estudante gaúcha -UFsTis.
Disponível em: https://conexaoplaneta.com.br/blog/ Entrevista com Sandro Lúcio Nascimento Rocha, que ingres-
plastico-feito-com-casca-de-maracuja-garante-o-premio sou no curso de Medicina e recebeu um prêmio em 2018.
-jovem-cientista-a-estudante-gaucha/. Acesso em: 17 maio 2022.

208
# Outra categoria de materiais:
Orientações didáticas
Neste tópico, trataremos de outra
categoria de materiais, os medicamen-
os medicamentos tos. Ao longo do estudo, será favorecido
Como mencionado no início deste capítulo, a forma como agrupamos o trabalho com a habilidade EF06CI04.
os materiais pode ser uma questão de escolha. Até agora, para fazer Esse conteúdo também está relacio-
essa classificação, tomamos como base o comportamento que os ma- nado aos Temas Contemporâneos Trans-
teriais têm em determinada situação, ou seja, suas propriedades. Nossa versais Ciência e Tecnologia e Saúde.
discussão, a partir daqui, será centrada em materiais classificados com
Alguns estudantes podem apresen-
base nos componentes que fazem parte dos medicamentos – ou, como
chamamos popularmente, remédios –, que são compostos que consumi- tar dificuldades em falar no assunto,
mos para regular nossa saúde. por isso, verifique previamente com a
CORES FANTASIA
orientadora educacional se há históri-
co na turma de algum caso de doença,
traumas ou perdas de familiares que
Edge Creative/Shutterstock

possam causar possíveis dificuldades


Apresentados ou até mesmo bloqueios na aprendi-
em cápsulas, zagem dos estudantes.
comprimidos, Pergunte aos estudantes se eles
líquidos ou cremes,
já precisaram tomar algum medica-
os medicamentos
foram mento ou se já utilizaram produtos
desenvolvidos, ao naturais como chás, infusões ou pre-
longo do tempo, parados. Verifique quais ideias eles
nos mais variados apresentam acerca da fabricação dos
formatos.
remédios, tendo o cuidado de não en-
trar em especificidades para que ne-
nhum estudante se sinta incomodado
Vamos, então, analisar os medicamentos considerando seus benefí- com o tema.
cios, os impactos de sua produção e seu descarte. Inicialmente, vamos
Com base na conversa com os estu-
verificar como alguns cientistas se inspiraram na natureza para descobrir
a ação de algumas substâncias e desenvolver os medicamentos. dantes, você terá identificado o reper-
tório deles acerca de medicamentos
e plantas medicinais. Sugerimos, en-
Da natureza à farmácia tão, que você escolha algumas plantas

Gorodenkoff/Shutterstock
Há pessoas que não gostam de ingerir ne- medicinais na farmacopeia brasileira e
nhum tipo de medicamento pelos mais varia- peça aos estudantes que pesquisem os
dos motivos, mas o que não podemos negar é princípios ativos e as ações medicamen-
que esses compostos foram desenvolvidos para tosas. Escolha as plantas apontadas pe-
nos ajudar a superar problemas de saúde. Mas
los estudantes e acrescente outras que
você já se perguntou como um pesquisador
eles desconhecem para aumentar o re-
cria um medicamento? A resposta a essa per-
gunta não é tão simples, pois os caminhos pos- pertório. Os estudantes podem apresen-
síveis são muitos; porém, algumas descobertas tar os resultados da pesquisa oralmente
importantes nessa área tiveram uma origem Quando um medicamento é fabricado em ou por meio de registro escrito.
comum: a natureza! laboratório, dizemos que ele é sintético.
As pessoas que estudam os medicamentos estão sempre atentas às Princípio ativo:
descobertas que possam ajudá-las no desenvolvimento da sua área de substância presente
pesquisa. Entre descobrir o princípio ativo, sintetizá-lo no laboratório em um medicamento
e comercializá-lo como um remédio, na prateleira de uma farmácia, o e responsável pelo
caminho é longo. efeito dele.

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Reprodução Livro ddo EEstudante
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#Para ler
História da Farmácia No século II, os árabes fundaram a primeira escola terapêuticos podiam ser comprados nas boticas. Ge-
A origem das atividades relacionadas à farmácia se de farmácia de que se tem notícia, criando inclusive ralmente, o boticário manipulava e produzia o medi-
deu a partir do século X com as boticas ou apotecas uma legislação para o exercício da profissão. Em 1777, camento na frente do paciente, de acordo com a far-
[...] Neste período, o boticário tinha a responsabilida- Luis XV determina a substituição do nome de apoticá- macopeia e a prescrição médica. [...]
de de conhecer e curar as doenças, mas para exercer rio pelo de farmacêutico. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DE MINAS GERAIS.
a profissão devia cumprir uma série de requisitos e ter [...] História da Farmácia. Disponível em: https://www.crfmg.org.
local e equipamentos adequados para a preparação e O boticário no Brasil surgiu no período colonial, br/externo/institucional/historia_historia.php. Acesso em:
quando medicamentos e outros produtos com fins 6 abr. 2022.
armazenamento dos medicamentos. [...]

209
Orientações didáticas A obtenção de um dos medicamentos para febre e dores de cabeça

Shansh23/Shutterstock
O tema tratado nesse tópico possibi­ mais vendido no mundo seguiu essa trajetória. Na Antiguidade (400 a.C.),
lita a abordagem da pseudociência na os gregos já usavam o chá das folhas e das cascas do tronco de uma ár-
área da saúde. O texto a seguir apre­ vore, o salgueiro, para combater esses desconfortos. Somente em 1853, o
senta algumas informações que podem princípio ativo desses medicamentos, uma substância chamada ácido ace-
tilsalicílico, foi obtido em laboratório pelo químico francês Charles Gerhardt
ser discutidas em sala de aula.
(1816-1856). A transformação do princípio ativo em medicamento ocorreu
em 1897 e foi realizada pelo químico alemão Felix Hoffmann (1868-1946). É possível extrair o ácido
#Para ler Agora confira, no trecho de reportagem a seguir, o que alguns cien- salicílico das folhas e
tistas brasileiros têm a dizer sobre o desafio de buscar na natureza a das cascas do tronco do
Pseudociência na rede pública de cura de doenças.
salgueiro.
saúde: quem paga a conta?
A homeopatia é uma conhecida for-
ma de medicina alternativa. Bastante
#Integrando as Ciências
popular no Brasil, foi objeto de uma lei
promulgada no final de maio de 2017, Saiba como pesquisadores “caçam” remédios na natureza
que prevê sua inclusão nos hospitais
Em laboratórios, florestas ou até no fundo do mar, cientistas procuram substâncias
municipais de São Paulo.
capazes de curar doenças.
Podemos arriscar que a maioria dos
pacientes acredita que a homeopatia é [...] No interior de São Paulo o CIBFar, Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade de
cientificamente comprovada. Afinal, se Fármacos, reúne cientistas do Laboratório de Física da USP de São Carlos, Institutos de Quími-
assim não fosse, por que incluí-la no rol ca da Unesp de Araraquara e Unicamp, Departamento de Química da UFSCAR (Universidade
de medicamentos prescritos? Federal de São Carlos) e Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto, com
a missão de encontrar novas substâncias na natureza que possam combater doenças, espe-
Na realidade, porém, a homeopatia
cialmente as chamadas “doenças negligenciadas”, como a malária, que atingem populações
não é comprovada pela ciência. Seus
pobres e não despertam muito interesse da indústria farmacêutica.
“medicamentos” não passam pelos
mesmos testes rigorosos que os con- Tudo começa com uma aposta: uma folha, caule ou raiz de planta, por exemplo, que
vencionais. Criada no final do século pode conter substância curativa. “Fazemos coleta de partes das plantas, ela chega fresca, nós
18 pelo médico alemão Samuel Hah- secamos, depois de seca nós moemos e reduzimos a pó”, mostra Paulo Cezar Vieira, químico
nemann, essa vertente praticamente da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto.
não sofreu alterações significativas em A segunda fase é verificar se a substância é capaz de combater algum microrganismo. Isso
200 anos. Passou ao largo de todas as é feito no LEMiMo, Laboratório de Epidemiologia e Biologia Molecular da USP de São Carlos,
descobertas científicas que revolucio- que conta com um banco com mais de mil bactérias para testes. [...]
naram a medicina, e seus princípios Se a nova substância mata alguma bactéria, a pesquisa prossegue. O passo seguinte é
contrariam o que sabemos hoje sobre melhorar a molécula para que ela se torne mais barata e eficiente [...].
Química e Física. Para chegar ao mercado, o novo medicamento ainda tem que passar pelo desenvolvi-
TASHNER, N. P.; YAMASHITA, M. T.; SPIRA, mento pré-clínico, que inclui testes com animais ou células de animais, três fases de pesquisa
B. Pseudociência na rede pública de saúde: clínica (em humanos) e só então o interessado pode pedir autorização à agência reguladora,
quem paga a conta? Veja Saúde, 3 abr. 2019. como a Anvisa, [...] para fabricar e vender o remédio. Estima-se que para cada substân-
Disponível em: https://saude.abril.com.br/ cia aprovada foram testadas outras 10 mil sem sucesso. Isso mesmo, 10 mil. [...]
coluna/com-a-palavra/pseudociencia-na
-rede-publica-de-saude-quem-paga-a-conta/. FERRI, Marcelo. Saiba como pesquisadores “caçam” remédios na natureza. G1, 30 abr. 2020. Disponível
Acesso em: 13 maio 2022. em: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/especiais/noticia/2020/04/30/saiba-como-
pesquisadores-cacam-remedios-na-natureza.ghtml. Acesso em: 18 jan. 2022.

Caso considere pertinente, per­


gunte aos estudantes se eles NÃ
ESC O
REVA

#Para interpretar
NO L
conheciam os termos homeopatia e IVRO

pseudociência. Peça que, em grupos,


pesquisem o tema e elaborem um 1 Cientistas de diversas áreas trabalham juntos no desenvolvimento de novos
texto, podcast ou vídeo explicando medicamentos. Quais áreas científicas são citadas na reportagem?
os termos, identificando o impacto
1. Física, Química, Ciências Farmacêuticas, Epidemiologia e Biologia Molecular.
das pseudociências na saúde da
210
população e sugerindo soluções para
esclarecer a população sobre o tema.
O resultado das pesquisas pode ser R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
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exposto para os demais estudantes da
turma e nas mídias sociais da escola. O texto apresenta como os pesquisadores brasileiros in­ #Para saber
vestigam novas substâncias por meio de evidências cien­
#Integrando as Ciências Como identificar a pseudociência no nosso cotidiano?
tificas para a fabricação de fármacos. A leitura pode ser
O texto deste boxe possibilita o traba­ realizada individualmente ou em duplas. Peça aos estu­ Disponível em: http://abne.org.br/col­como­identificar­a
lho interdisciplinar ao oferecer aos estu­ dantes que anotem as dúvidas enquanto realizam a leitura. ­pseudociencia­no­nosso­cotidiano?­10.
dantes a oportunidade de estabelecer a No texto, a professora doutora Lívia Gonçalves explica
Em seguida, discuta com eles as principais ideias do texto.
conexão entre diferentes componentes como identificar uma pseudociência.
curriculares, evitando a rígida comparti­ #Para interpretar
mentalização do conhecimento. 1. A resposta à questão está no Livro do Estudante.

210
Uma área de pesquisa como a dos medicamentos Orientações didáticas
requer persistência e dedicação. Mas não é difícil Após a discussão sobre a fabricação
de entender o motivo, não é mesmo? A imensa di- dos medicamentos, questione os estu-
versidade de recursos naturais que podem ser es- dantes sobre o que fazer com os me-
tudados e o cuidado exigido em todo o processo, dicamentos que não foram utilizados,
desde o início da pesquisa até a disponibilização de
quais são os locais possíveis para des-
um medicamento à população em geral, são fatores
que tornam a tarefa dos pesquisadores desafiadora.
carte e como a família deles costuma
descartar esse tipo de resíduo. Depois,
peça que respondam à questão 1 do
Da farmácia de volta à natureza? boxe #Para refletir.
Não! Enfatize que é necessário ter cuida-

k
toc
do ao descartar os remédios para evitar

rs
tte
Agora, vamos pensar o seguinte: Depois de sair da pra-

u
Sh
a contaminação do ambiente, já que

ff/
ko
teleira de uma farmácia e ir para nossa casa, qual será o

n
de
são substâncias químicas e seu des-

ro
destino do medicamento que não for utilizado? Go

carte irregular pode contaminar o solo


#Para refletir NO L

ESC O
REVA
IVRO
e a água.
O desenvolvimento
#Para refletir
1 Quais problemas ambientais podem ser causados pelo científico e tecnológico
descarte incorreto de medicamentos? Justifique. é fundamental para 1. O descarte inadequado dos medica-
o desenvolvimento mentos no lixo comum ou na rede
2 Na sua opinião, a responsabilidade pelo descarte correto das pesquisas na área de esgoto pode contaminar o solo e
de medicamentos deve ser somente dos fabricantes desses farmacêutica.
produtos? as águas de rios, lagos e até mesmo
do oceano.
1. e 2. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas. 2. Discuta com os estudantes sobre a
São necessários alguns cuidados importantes ao descartar os remé- responsabilidade dos fabricantes em
dios de que não precisamos mais ou que ultrapassaram a data de valida- fornecer locais adequados para a po-
de, para que os ambientes naturais não sejam contaminados. pulação descartar os medicamentos,
bem como o dever das pessoas de se
Zay Nyi Nyi/Shutterstock

conscientizar e descartar essas subs-


tâncias de maneira adequada.

Os medicamentos
e suas embalagens
podem causar
graves impactos no
ambiente quando
descartados de
maneira inadequada.

Remédios são produtos químicos fabricados para combater diferentes


problemas de saúde. Alguns são desenvolvidos para eliminar microrga-
nismos, como fungos, bactérias e vírus, outros para combater inflama-
ções ou aliviar sintomas de doenças. Você consegue imaginar o que pode
acontecer quando esses compostos são descartados no ambiente, atin-
gindo o solo e os cursos de água?

211

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Reprodução Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Para ler
Governo Federal regulamenta correto descarte de ponto fixo de recebimento a cada 10 mil habitantes. No prazo
medicamentos de dois anos, todas as capitais do Brasil e os municípios com
A medida busca efetivar a destinação ambientalmente cor- população superior a 500 mil habitantes serão contempla-
reta para proteger o meio ambiente e a saúde da população dos com os pontos de coleta. E em até cinco anos, os municí-
A partir de agora, os consumidores devem efetuar o pios com população superior a 100 mil moradores.
descarte dos medicamentos domiciliares vencidos ou em [...]
desuso e de suas embalagens nos pontos de coleta, sejam
GOVERNO Federal regulamenta correto descarte de medicamen-
eles drogarias, farmácias ou outros pontos definidos pelos tos, 5 jun. 2020. Disponível em: https://coresab.com.br/2020/06/11/
comerciantes. As drogarias e as farmácias terão de disponi- governo-federal-regulamenta-o-descarte-correto-de-medicamentos/.
bilizar e manter, em seus estabelecimentos, pelo menos um Acesso em: 12 jul. 2022.

211
Orientações didáticas A facilidade de dispersão das substâncias que compõem os medica-
Para finalizar a abordagem sobre o mentos quando chegam a esgotos ou rios está relacionada com sua ca- Chamamos de
solubilidade a
descarte de medicamentos, peça aos es- pacidade de se dissolver na água. Não é difícil entender o motivo, pois,
capacidade de uma
tudantes que revezem a leitura dos tipos se boa parte do nosso organismo é formada por água, espera-se que os substância de se
de medicamento e os impactos que po- remédios consigam interagir bem com esse líquido. dissolver em um
dem ser causados pelo descarte desses Quando medicamentos vencidos são jogados no lixo comum, a desti- líquido. Logo, podemos
nação mais provável é o aterro sanitário da cidade. Se, nesse processo, dizer que vários
materiais em ambientes naturais.
medicamentos são
acontecer o contato direto dos medicamentos com o solo, eles podem se
solúveis em água.
dissolver na água que se infiltra no solo naturalmente, durante as chuvas,
#Atividade complementar
e chegar aos lençóis freáticos, que abastecem rios e lagos.
Sugerimos que proponha aos estu- Em diversos países, inclusive no Brasil, já foram detectados diferentes Lençóis freáticos:
dantes a elaboração de um mapa de princípios ativos de medicamentos contaminando a água de rios e outros reservatórios
descarte de medicamentos. ambientes aquáticos, além de estarem presentes na água que passa pe- subterrâneos de
Inicialmente, peça que se reúnam em água. Muitos lençóis
las estações de tratamento de água e esgoto de algumas cidades. freáticos são fonte de
grupos e escolham um bairro próximo Muitos desses princípios ativos podem causar desequilíbrios ambientais, água para o consumo
à escola. Oriente-os para que cada
pois afetam os seres que vivem nos ambientes contaminados. Outras subs- humano.
grupo escolha um bairro diferente.
tâncias produzidas pelo ser humano, como cosméticos, produtos de limpeza
Solicite que pesquisem nesse bairro
e os agrotóxicos usados na agricultura, também contaminam a água.
locais de descarte de medicamen-
tos. A pesquisa pode ser realizada A seguir, apontamos alguns im-

Ismar Ingber/Pulsar Imagens


na internet ou nos postos de saú- pactos já detectados da presença
de. Depois, peça que elaborem um de substâncias medicamentosas nos
mapa, digital ou em papel, com pon- ambientes naturais.
tos de referência e os locais onde Antibióticos: podem causar o
esses materiais podem ser descarta- surgimento de bactérias cada vez
dos. O mapa deve conter elementos mais resistentes e difíceis de serem
cartográficos, como rosa dos ventos, combatidas.
ruas, pontos de referência, legendas, Anticoncepcionais e repositores
entre outros. Essa atividade pode ser hormonais: podem afetar o sistema
feita em parceria com os professo- reprodutivo de animais aquáticos,
res de Geografia e Arte, e os mapas causando, por exemplo, a feminiza-
podem ser disponibilizados para a ção de peixes machos ou problemas Em determinados locais, como farmácias, é possível realizar
comunidade escolar. o descarte correto de medicações.
de desenvolvimento em filhotes.
Antineoplásicos e imunossupressores: utilizados em qui-

Gopixa/Shutterstock
mioterapia (tratamento de câncer), podem desencadear muta-
ções genéticas em seres vivos.
Outros medicamentos: pela ação do calor e da umidade, po-
dem se transformar em substâncias tóxicas e afetar o equilíbrio
dos ecossistemas, sendo também transmitidos de um organismo
a outro pela cadeia alimentar.
Além dos danos aos seres aquáticos, a contaminação por me-
dicamentos afeta os organismos que se alimentam desses seres,
como algumas aves. Nós, seres humanos, também fazemos parte
dessa rede de relações e podemos ser afetados, por exemplo,
ao comer peixes contaminados ou ter contato com água não A coleta seletiva de
tratada. medicamentos descartados
Por causa desses riscos, os medicamentos devem ser coletados é de extrema importância
separadamente e destinados para receber um tratamento espe- para evitar a contaminação
cializado. do solo e da água.

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Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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O grupo de atividades presentes na página seguinte per- Sugerimos que selecione alguns exercícios para que sejam fei-
mite ampliar e desenvolver a habilidade EF06CI04, pois tos em sala de aula e outros em casa com a ajuda da família
trabalha a produção de medicamentos e outros materiais ou responsável. Separe alguns minutos de sua próxima aula
sintéticos associados ao desenvolvimento científico e tec- para realizar a correção dos exercícios e verificar possíveis de-
fasagens de conteúdo. Caso julgue necessário, faça uma revi-
nológico, reconhecendo benefícios e avaliando impactos
são dos conteúdos abordados até o momento.
socioambientais. Também são contempladas as compe-
tências gerais 2, 7, 9 e 10 e as competências específicas
2, 4, 5 e 8 de Ciências da Natureza.

212
#Atividades

ESC OREVA
NO L
IVRO
Orientações didáticas

GRUPO Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades. #Atividades
1. Forme um grupo de até quatro estudantes. 4. O PET (polietilenotereftalato) é um dos 1. A maneira adequada de descartar
Cada integrante do grupo deverá entrevis- plásticos mais utilizados e mais conheci- medicamentos vencidos ou que não
tar os pais ou responsáveis e perguntar dos pelas pessoas. O reaproveitamento foram usados é levá-los para Unida-
onde eles costumam descartar os medica- do PET não se limita a transformar uma des Básicas de Saúde (UBS), farmá-
mentos vencidos ou que não foram usados. garrafa de plástico em outra, pois, atual- cias ou supermercados.
Registrem as respostas no caderno. mente, há artigos como mochilas, jaquetas 2. O descarte de resíduos foi regula-
e tênis feitos de embalagens descartadas
mentado por meio da Política Nacio-
GRUPO desse plástico. Como é chamado esse tipo
nal de Resíduos Sólidos, instituída
2. Reúna-se com os colegas de grupo para res- de reaproveitamento de material: recicla-
gem, reutilização ou recuperação? pela Lei n. 12 305, de 2 de agosto
ponder à questão: “Como vocês poderiam de 2010. Ela estabelece que os re-
contribuir para evitar a contaminação do
síduos sólidos não devem ser lança-
meio ambiente pelos medicamentos?”. Deba- 5. Em 2016, cientistas japoneses anunciaram
tam essa questão e, se desejarem, pesquisem para o mundo uma descoberta fantástica: dos na rede pública de esgotos ou
em fontes confiáveis como deve ser feito o uma bactéria que se alimenta exclusiva- em corpos de água. Eles devem pas-
descarte correto desses materiais. Apresen- mente de plástico do tipo PET. Em poucas sar por tratamentos químicos, sendo
tem o resultado da pesquisa com um texto, semanas, uma colônia de bactérias, Ideo- os serviços públicos de limpeza ur-
um quadro que sintetize as informações, um nella sakaiensis, “devorou” uma chapa fina bana e de manejo de resíduos sóli-
desenho com legendas explicativas, uma char- de PET. Apresente alguns motivos que jus- dos responsáveis pelo seu tratamen-
ge ou qualquer outra forma de linguagem que tificam o fato de essa descoberta ser con- to e seu descarte.
vocês preferirem. siderada tão importante. 4. Reutilização, pois o material é trans-
3. Reproduza o quadro a seguir no caderno. formado em um objeto de maior va-
Para cada uma das aplicações ou dos obje- 6. As “ilhas de plástico” que flutuam atual- lor econômico agregado.
tos listados, indique o melhor material (me- mente nos oceanos do nosso planeta são 5. A vantagem é a deterioração de um
tal, cerâmico ou polímero) a ser utilizado em um grave problema ambiental da atualida- material que levaria vários anos para
sua fabricação e a propriedade que justifica de. Essas montanhas de resíduos sólidos
se decompor no ambiente. Entretan-
a utilização desse material (condutividade não são constituídas apenas por plásti-
cos, mas boa parte delas contém políme-
to, esse tipo de bactéria pode produ-
elétrica, condutividade térmica, magnetismo,
ros que boiam quando são despejados na zir toxinas em sua digestão, podendo
temperatura de fusão). Ao lado da proprie-
dade, use os termos alto/baixo, bom(boa)/ água. gerar outro problema.
mau(má) para dar o sentido de ser o melhor 6. Sugerimos a retomada do infográfico
a) Explique, resumidamente, como se for-
material indicado. É possível indicar mais de com os estudantes, bem como das
mam as ilhas de plásticos nos oceanos.
um tipo de material para um mesmo objeto. reflexões e das soluções desenvolvi-
b) Por que grandes quantidades de resí- das ao longo do capítulo.
Aplicação/objeto Material Propriedade duos dessa natureza vão parar no mar? a) As correntes marítimas arrastam
Cabo de panela c) Você pratica atitudes positivas para evi- os materiais, que ficam presos
tar que os plásticos contaminem o am- em vórtices oceânicos e vão se
Fio elétrico acumulando.
biente em que vivemos?
Revestimento b) As pessoas descartam incorre-
de fio elétrico tamente objetos feitos desses
7. O microplástico é visto como um problema
Ímã de geladeira de ordem global. Essas minúsculas partí- materiais (principalmente em-
culas já foram, inclusive, encontradas em balagens) e as chuvas, ventos e
Caneca térmica
regiões desabitadas do planeta, como al- subidas de marés arrastam tudo
Grelhas de guns alpes na França. Elabore uma expli- para o mar.
churrasqueira cação para o fato de esse material poluen- c) Resposta pessoal. Espera-se que
Vaso de plantas te ter ido parar em lugares longínquos e os estudantes compartilhem e re-
desabitados. flitam sobre suas atitudes.
7. Espera-se que os estudantes respon-
213
dam que por serem muito leves, fo-
ram levados por correntes de ar. Ve-
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id rifique se ainda há alguma dúvida
acerca desse conteúdo. Caso seja ne-
3. Os materiais devem ser escolhidos por meio de suas propriedades para as aplicações necessárias. cessário, sugerimos que os estudan-
tes assistam ao vídeo Microplásticos
Aplicação/objeto Material Propriedade e a poluição nos oceanos, disponível
em: https://youtu.be/adc0cOqE4qs.
Cabo de panela polímero ou cerâmico má condutividade térmica
Acesso em: 7 abr. 2022.
Fio elétrico metal boa condutividade elétrica
Revestimento de fio elétrico polímero má condutividade elétrica
Ímã de geladeira metal magnetismo
Caneca térmica polímero ou cerâmico má condutividade térmica
alta temperatura de fusão e boa condu-
Grelhas de churrasqueira metal
tividade térmica
Vaso de plantas polímero ou cerâmico má condutividade térmica

213
Orientações didáticas
Neste capítulo, os estudantes apren-
CAPêTULO 12
Objetivos do capítulo

As misturas ao
derão as características das misturas
homogêneas e heterogêneas. Identifi- • Classificar as
misturas como
carão os processos de separação de homogêneas ou

nosso redor
misturas em diferentes situações co- heterogêneas.
tidianas, bem como os impactos cau- • Identificar os
métodos mais
sados pelo descarte incorreto de de- adequados para
terminadas substâncias e materiais no a separação dos
ambiente. Partindo daí, poderão se po- componentes de
diferentes misturas.
sicionar e propor soluções sustentáveis
• Identificar os
para minimizar esses impactos no am- impactos causados
biente e na sociedade. Dessa forma, pelo descarte
aprofundaremos o desenvolvimento do inadequado
de determinadas
Tema Contemporâneo Transversal Edu- misturas
cação Ambiental. no ambiente.
Sugerimos, inicialmente, pedir aos
Na BNCC
estudantes que analisem a imagem
do descarte de esgoto doméstico na Habilidades:
EF06CI01 e
água de um rio. Pergunte quais pro- EF06CI03.
blemas esse descarte pode ocasionar,
tanto para a saúde dos animais quan-

JonShore/Shutterstock
to dos seres humanos que consumirem
essa água contaminada. Em seguida,
você pode perguntar se eles conhecem
os processos de separação e de trata-
mento de água, bem como outros pro-
cessos de separação de misturas.
Registre, por exemplo, em uma pau- O despejo de esgoto doméstico e industrial na água de rios, lagos e mares prejudica
ta de observação, as respostas dos es- todos os seres que vivem nesses ambientes.
tudantes: se eles conhecem as etapas
de tratamento de água, se valorizam a Os materiais usados pelos seres humanos, muitas vezes, são descartados de maneira inadequa-
água limpa que consomem, se conhe- da. Esse descarte polui os ambientes, em especial as águas, de diferentes maneiras. Por exemplo, o
cem os métodos de separação de dife- despejo de esgoto doméstico ou industrial nos rios causa um problema muito difícil de resolver, pois
a remoção de resíduos líquidos do ambiente aquático é bem mais trabalhosa do que a de resíduos
rentes misturas e se relacionam esses
sólidos, como embalagens e outros objetos que compõem o lixo flutuante.
métodos às propriedades dos materiais
Neste capítulo, vamos conhecer estratégias de classificação das misturas e alguns métodos de
e das substâncias.
separação que podemos usar no nosso dia a dia. Com base nesses conhecimentos, discutiremos
como resolver os impactos negativos do descarte inadequado de materiais. Vamos lá?
#Para iniciar

Este boxe tem o objetivo de auxiliá- ESC OREVA
NO L
#Para iniciar
IVRO
lo na identificação dos conhecimentos,
habilidades, atitudes e valores dos
estudantes. Por isso, sugerimos que eles • Qual é o caminho percorrido pelos materiais descartados no ralo de uma pia até chegar
realizem o registro de suas respostas a rios, lagos, lençóis freáticos e mares?
iniciais no caderno, a fim de que possam • Quais são os principais problemas ambientais causados pela prática de jogar resíduos
ser retomadas e revistas no final do na pia, principalmente óleo de cozinha?
capítulo. Isso contribuirá para que se Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações didáticas.
tornem conscientes e protagonistas de 214
suas aprendizagens
Uma questão adicional pode ser
levantada: quantos litros de água cada Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
litro de óleo contamina. Para auxiliá-
-lo(a) com essa questão, sugerimos #Para saber
a leitura do texto proposto no boxe
#Para saber +, a seguir. Pergunte aos Como descartar o óleo de cozinha?
estudantes se eles acham que as Algumas orientações sobre descarte de óleo de cozinha
pessoas da família deles descartam podem ser encontradas no portal do Consórcio Público
de Manejo dos Resíduos Sólidos da Região Metropolita-
corretamente o óleo usado na cozinha
na B (CPMRS). Disponível em: https://cpmrsrmb.ce.gov.
e se conhecem os impactos causados br/informa/73/como-descartar-o-oleo-de-cozinha. Aces-
pelo descarte incorreto do óleo e de so em: 3 jun. 2022.
outras substâncias.

214
# Classificando as misturas
Orientações didáticas
Sugerimos que você discuta com os
No Capítulo 11 nós estudamos os materiais e apren- estudantes a importância de aprender-
demos que podemos classificá-los de acordo com ca- mos as características dos diferentes
racterísticas como aplicação, composição e proprieda- tipos de mistura que nos cercam. Per-

Carol
des. Agora, vamos explorar uma forma de classificação

Sh
gunte sobre os tipos de mistura com

utte
considerando a composição, isto é, do que os materiais

r/
que eles têm contato nas diferentes

Shu
tte
são feitos.

r
situações cotidianas e quais critérios

st o
ck
Os materiais podem ser formados por um ou mais com- eles usariam para classificar essas mis-
ponentes. Podemos considerar que cada componente é uma turas. Você pode, por exemplo, cons-
substância, ou seja, um tipo de matéria com propriedades bem
truir um mapa mental no quadro de
definidas.
giz, distribuindo os exemplos de mis-
Quando um material é formado por mais de um componente, dizemos O suco coado de laranja
turas e os critérios apresentados pelos
que ele é uma mistura. Uma mistura é um conjunto de duas ou mais com acerola é uma
substâncias, que podem ser separadas com base em suas propriedades. mistura com aspecto estudantes.
uniforme na qual não Sugerimos que, em seguida, você
Uma das formas de classificar as misturas é de acordo com o seu
conseguimos identificar peça aos estudantes que leiam o texto
aspecto visual. Para entender isso, podemos pensar em dois exemplos: visualmente as frutas
um suco de frutas e uma salada de frutas. #Classificando as misturas. Em segui-
que foram usadas em
Quando preparamos um suco de laranja com acerola, precisamos des- seu preparo. da, peça a eles que identifiquem, entre
cascar, picar e processar as frutas com a ajuda de alguma máquina, como os exemplos que elencaram, as mis-
um liquidificador. Depois de bater tudo muito bem e coar, obtemos um líqui- turas homogêneas e as heterogêneas.
do no qual não conseguimos mais identificar visualmente as frutas usadas. Nesse momento, inicia-se o trabalho
Por esse motivo, falamos que o suco coado é uma mistura homogênea. com a habilidade EF06CI01, quando
Em contrapartida, quando preparamos uma salada de frutas, ape- os estudantes propõem a classificação
nas descascamos e picamos os ingredientes. Mesmo que os pedaços de misturas em homogênea e heterogê-
sejam bem misturados, ainda é possível identificar visualmente cada nea a partir de exemplos do cotidiano.
fruta. Por esse motivo, dizemos que a salada de frutas é uma mistura Por fim, sugerimos que reforce as ca-
heterogênea.
racterísticas das misturas homogêneas
e heterogêneas, com base nos exem-
pilipphoto/Shutterstock

plos apresentados.

Quando observamos
uma salada de
frutas, conseguimos
identificar as
diferentes frutas
que foram usadas
em seu preparo.

Cada porção visível de uma mistura é chamada fase. Por esse motivo,
também podemos classificar as misturas de acordo com o número de fases.
Vamos entender um pouco mais essa classificação?

215

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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t h reduzido.
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#Para ler
Misturas Todas as vezes que um material entrar em contato com outro, teremos a for-
Entenda o que são misturas, além de conhecer suas possíveis classificações! mação de uma mistura. Muitas pessoas têm o hábito de dizer que uma mistura
só acontece quando um dos materiais envolvidos se dissolve (como é o caso do
Fazer uma mistura é um procedimento extremamente rotineiro em nossas vi-
sal na água) e que água e óleo não se misturam porque o óleo não se dissolve na
das. Com certeza, todos nós já fizemos uma ou várias. Quer ver um exemplo? O “ar- água. Como uma mistura é a união de dois ou mais materiais e a água está em
roz com feijão” de cada dia ou, quem sabe, a maionese e o catchup em um sanduíche. contato com o óleo (unidos), água e óleo formam sim uma mistura, mesmo que
Mas você sabe a definição de mistura? não haja dissolução.
A mistura é simplesmente a união de duas ou mais substâncias diferentes. De [...]
acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, união significa junção, ade- DIAS, D. L. Misturas. Escola Kids. Disponível em: https://escolakids.uol.com.br/ciencias/
são ou contato. misturas.htm. Acesso em: 16 maio 2022.

215
Orientações didáticas
Misturas homogêneas
Neste tópico, apresentamos as ca-
Misturas que apresentam uma única fase são chamadas de homogê-
racterísticas e alguns exemplos de mis-
neas. Essas misturas podem ser gasosas, líquidas ou sólidas.
turas homogêneas. Sugerimos que você
peça aos estudantes que apresentem
outros exemplos de misturas homogê-

GOLFX/Shutterstock
neas com as quais eles têm contato
em seu cotidiano, além dos exemplos
apresentados no Livro do Estudante. Quando enchemos
Peça aos estudantes que registrem um balão de festa,
os exemplos deles no caderno e, em se- assopramos uma
guida, debatam com os colegas as con- mistura homogênea
gasosa para o seu
clusões. Sugerimos que, ao final, você interior.
registre um mapa mental no quadro de
giz com os resultados e discuta com os
estudantes as características das mistu-
ras que exemplificaram.

aminphotoz/Shutterstock
#Atividade complementar
Química na cozinha O bronze, uma liga
metálica usada
A atividade a seguir tem o objetivo
em medalhas,
de levar os estudantes a refletir so- é composto de,
bre a química no cotidiano, por meio aproximadamente,
da análise ou atividade prática. 90% de cobre e
Sugerimos que escolha uma receita 10% de estanho,
não muito simples, que apresente sendo uma mistura
algumas misturas, e prepare-a com homogênea sólida.
o auxílio dos estudantes, chamando
a atenção deles para os ingredien-
tes utilizados e os tipos de mistura
formados, focando-se aqui na iden-
The Old Photographer/Shutterstock

tificação das misturas homogêneas.


Verifique a possibilidade de usar o
ambiente da cozinha da escola para A água de coco sem
a realização dessa atividade e, caso pedaços da polpa
não seja possível, pode-se realizar da fruta ou outros
uma roda de conversa e análise das fragmentos sólidos
etapas da receita. visíveis é uma
mistura homogênea
líquida.

Quando fazemos uma pesquisa na internet sobre misturas, é comum


encontrarmos textos que usam a palavra solução como sinônimo de mis-
tura homogênea. Essa relação é verdadeira: toda solução é uma mistura
homogênea.

216

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
d id

216
1. O sangue, quando observado a olho nu, parece homogêneo; porém,
se observado ao microscópio, podemos ver que se Orientações didáticas
#Para refletir trata de uma mistura heterogênea. NÃO
ESCR
NO
EVA Sugerimos que você explique aos es-
LIVR
O
tudantes as características dos coloides.
1 O sangue é uma mistura formada por
diversos componentes. Uma gota de Destaque que esses compostos estão
sangue tem aspecto visual uniforme, presentes em diferentes substâncias do
ou seja, com uma única fase, líquida e cotidiano, por exemplo: sorvete, maione-
vermelha. Se essa gota for observada se, iogurte, queijo, chantilly, gelatina, pe-
ao microscópio, porém, será possível dras preciosas, espuma, nevoeiro.
observar diversos componentes.
Considerando essas informações, você #Para refletir

na
are
classificaria o sangue como uma mistura

oto
Antes de solicitar aos estudantes

L/F
homogênea ou heterogênea?

P
/S
que desenvolvam a atividade proposta

dt
te
r gs
Bu
Ilustração de componentes do sangue. to
ph neste boxe, sugerimos que você peça
ris
Ch
a eles que classifiquem o sangue como
FORA DE PROPORÇÃO mistura homogênea ou heterogênea.
Após ouvir as respostas, explore as
CORES FANTASIA
Como estudado anteriormente, as misturas podem ser classificadas de imagens apresentadas na página. Es-
acordo com o aspecto visual. Mas isso significa que observar uma mistura clareça que elas foram obtidas a par-
a olho nu é suficiente para classificá-la como homogênea? tir da ampliação do material (no caso,
Existem algumas misturas que podem gerar confusão em relação à sangue e leite) através de lentes de
sua classificação, pois, pela observação a olho nu, parecem homogêneas, microscópios que conseguem aumen-
mas, quando usamos lentes de aumento, conseguimos identificar mais de tar muitas vezes o tamanho original do
uma fase. É o caso do sangue: observado a olho nu parece uma mistura que está sendo observado. Se dese-
homogênea, mas, ao microscópio, é formado por componentes como os jar avançar um pouco mais, esclareça
glóbulos vermelhos (ou hemácias) e os glóbulos brancos. Outro exemplo que, na ilustração dos componentes
é o leite, como você pode observar a seguir.
do sangue, estão representados: he-
mácias (ou glóbulos vermelhos), leucó-
citos (ou glóbulos brancos), plaquetas
POWER AND SYRED/SPL/Fotoarena

e plasma. Com relação ao leite, pode-


-se afirmar que se trata de uma mistura
heterogênea na qual, quando observa-

t o ck
da ao microscópio, é possível visuali-
rs
tte
hu
zar substâncias como água e partículas
/S
to
fo

de gordura.
tic

ria
ad
Destaque que determinadas misturas
possuem aspecto homogêneo a olho nu,
Ao observar o leite através
das lentes de um microscópio
mas que, quando observadas em instru-
é possível identificar sólidos mentos como microscópios, é possível
dispersos na fase líquida. visualizar as suas diferentes fases. Des-
(Aumento de 188 vezes, sa forma, essas misturas são classifica-
aplicada em 4,9 cm.)
das como misturas heterogêneas.

Quando uma mistura apresenta aspecto uniforme a olho nu e não


uniforme ao microscópio, ela recebe o nome de coloide e é classificada
como heterogênea.
As misturas homogêneas têm aspecto uniforme, com uma única fase,
mesmo quando observadas ao microscópio.

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Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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t h reduzido.
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#Para ler #Para saber


Soro caseiro é fornecida gratuitamente nos postos de saúde ou em far- O mundo dos coloides
Uma mistura homogênea de muita importância em si- mácias populares. É importante seguir as medidas indicadas Artigo que explica propriedades e
tuações de emergência é o soro caseiro. Em casos de desi- para o preparo do soro, já que a ingestão de sal ou açúcar em aplicações dos coloides.
dratação do organismo, essa mistura repõe a água e os sais excesso é prejudicial ao organismo. Disponível em: http://qnesc.sbq.
minerais perdidos por meio de diarreia e vômito. De qualquer maneira, é sempre recomendada a ida aos org.br/online/qnesc09/quimsoc.pdf.
Para preparar um copo de soro caseiro, basta colocar em postos de saúde e passar por uma consulta médica para que Acesso em: 16 maio 2022.
um copo 200 ml: água filtrada, uma colher-padrão (o lado seja avaliado o tratamento mais adequado.
menor) de sal de cozinha e duas colheres-padrão (o lado Elaborado com base em: ALAGOAS (Estado). Secretaria de Estado da
maior) de açúcar. Misture bem todos os ingredientes e beba Saúde. Como preparar o soro caseiro. Disponível em: http://cidadao.
saude.al.gov.br/como-preparar-o-soro-caseiro/.
pequenos goles várias vezes durante o dia. A colher-padrão
Acesso em: 16 maio 2022.

217
Orientações didáticas
Misturas heterogêneas
Neste tópico, apresentamos as ca-
Se, ao observar uma mistura, consegui-
racterísticas e alguns exemplos de mis-

Charoen Krung Photography/Shutterstock


mos diferenciar regiões com aparências
turas heterogêneas. Sugerimos que você
diferentes, podemos afirmar que se trata
peça aos estudantes que apresentem de uma mistura heterogênea, pois ela é
outros exemplos de misturas heterogê- composta de duas ou mais fases.
neas com que eles têm contato em seu Vamos pensar novamente em um suco,
cotidiano, além dos exemplos apresen- mas, desta vez, de maracujá, sem coar as
tados no Livro do Estudante. sementes. A aparência dele será parecida
Sugerimos que você explique que as com a da imagem a seguir, na qual pode-
substâncias heterogêneas podem ser mos observar duas fases. Com o passar
compostas de uma mesma substância do tempo, as sementes da fruta podem se
em diferentes estados de agregação, depositar no fundo do copo, tornando a
diferença das fases ainda mais evidente.
por exemplo, um copo com água líqui- O suco de maracujá sem coar é uma mistura heterogênea
Uma vez que observamos duas fases dife-
da e com cubos de gelo (água no es- renciáveis na mistura, ela é heterogênea com aspecto composto de duas ou mais fases.
tado sólido). e bifásica.
Peça aos estudantes que registrem
os exemplos deles no caderno e de-

JFunk/Shutterstock
Misturas heterogêneas contendo duas e três fases são chamadas,
batam com os colegas as conclusões. respectivamente, bifásica e trifásica. A partir de quatro fases,
Assim como foi feito com as misturas dizemos que são misturas polifásicas.
homogêneas, peça que registrem em
um mapa mental no quadro de giz os
resultados da discussão e retome com Os confeiteiros adoram explorar as diferentes fases de uma sobre-
eles as características das misturas que mesa, que, às vezes, impressiona pela aparência, além do sabor. O bolo
exemplificaram. da imagem a seguir é formado por creme e camadas de massa, que
Estimule os estudantes a investigar, a diferem pelo corante que foi adicionado. Assim, esse bolo pode ser
considerado uma mistura heterogênea sólida polifásica.
questionar, a criar hipóteses e a perce-
ber o mundo ao redor. Dessa forma, é Nem toda mistura heterogênea sólida apresenta fases tão organi-
zadas ou evidentes quanto o bolo da imagem anterior. Na realidade,
possível favorecer e desenvolver o pen-
quando observamos os objetos e compostos presentes nos ambientes,
samento científico. Por meio desse tra- percebemos vários materiais sólidos que são misturas heterogêneas O bolo de
balho, é esperado que, ao final desta polifásicas, mas que não conseguimos contar quantas fases eles têm. aniversário com
unidade, os estudantes sejam capazes camadas coloridas
de compreender os conceitos científi- é uma mistura
heterogênea

Yes058 Montree Nanta/Shutterstock


cos apresentados e relacioná-los com polifásica sólida.
as dimensões da sociedade, da tecno- As rochas são formadas
pela combinação de
logia e da saúde. Além disso, espera-se
diferentes tipos de
que eles compreendam os processos de minerais, resultando
construção da ciência, com o objetivo em misturas com várias
de favorecer o processo de alfabetiza- formas, cores, aspectos
ção científica. e fases. Na imagem,
observe que não é
tão fácil identificar os
diferentes minerais
nessa amostra de
granito sem o auxílio de
uma lente de aumento.

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Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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ATENÇÃO!
Não descarte a mistura

#Experimentar
de óleo com água na pia. Orientações didáticas
O (A) professor(a) vai
encaminhar a mistura
para o descarte correto.
Sugerimos que você oriente os es-
tudantes a formar pequenos grupos
para execução do experimento pro-
Classificando algumas misturas do nosso cotidiano posto nesta página. Peça que cada in-
Em nosso cotidiano temos contato com várias misturas. Algumas são mais simples, outras são tegrante do grupo fique responsável por
mais complexas. Você consegue classificá-las como homogêneas ou heterogêneas? trazer para a sala de aula pelo menos
Nesta atividade, vamos misturar alguns materiais e classificar as misturas formadas. um dos materiais listados. Oriente-os
na execução de cada etapa e peça que
Material anotem todos os dados obtidos duran-
te o experimento, a fim de que possam
• 4 copos transparentes com volume de, aproximadamente, 200 mL. discutir com toda a turma os resulta-
• Colheres pequenas (de chá). dos obtidos.
• Água de torneira, filtrada ou mineral. Esse experimento é interessante para
• Sal de cozinha. que os estudantes compreendam na
• Açúcar. prática como identificar e caracterizar
• Areia. as diferentes misturas com que temos
contato no cotidiano. Ao final do expe-

buradaki/Shutterstock
• Óleo de soja.
• Etiquetas ou caneta marcadora. rimento, oriente os estudantes quan-
to ao descarte correto dos materiais
e das substâncias utilizados. Por meio
Como fazer desse experimento, é possível comple-
Numere os copos usando as etiquetas ou a caneta. mentar a discussão sobre a importân-
Adicione água em cada um deles, até pouco mais da me- cia do descarte correto dos materiais
tade. Em seguida, adicione uma colher (de chá) rasa dos sem impactar negativamente o meio
componentes nos copos de acordo com o quadro a seguir. Cada componente ambiente, bem como refletir sobre os
deve ser adicionado
em um copo com problemas que envolvem essa temáti-
Copo 1 2 3 4
água. ca. Nesse caso, estaremos contribuindo
Componente Sal de cozinha Açúcar Areia Óleo de soja para desenvolver o Tema Contemporâ-
neo Transversal Educação Ambiental.
Ao adicionar cada material na água, mexa a mistura com a colher por 2 minutos e deixe as Essa seção tem o objetivo de apre-
misturas em repouso por cerca de 5 minutos.
sentar propostas de atividades práti-
No caderno, copie o quadro a seguir e anote os resultados observados. cas investigativas, introduzindo aos
estudantes as práticas de pesquisa,
Copo 1 Copo 2 Copo 3 Copo 4
mobilizando processos e procedimen-
Número de fases tos científicos. Além disso, estímulos
Classificação e propostas complementares podem
(homogênea ou heterogênea) auxiliar no desenvolvimento do pensa-
mento computacional (identificação

ESC O
1. Resultados esperados: 1 e 2: mistura homogênea, com uma fase líquida transparen- de padrões), por meio da abstração e
Conclusão NO L
REVA
IVRO
te; 3: mistura heterogênea bifásica, com água na fase superior e areia na fase inferior;
4: mistura heterogênea bifásica, com óleo na fase superior e água na fase inferior. da decomposição para a execução de
uma tarefa.
1 Faça um desenho de cada copo, representando o que você observou após os 5 minutos de
repouso. Não se esqueça de identificar as fases de cada mistura. #Experimentar
2 Explique por que alguns materiais se dissolvem na água e outros não. 2. Resposta pessoal. 1. A resposta à questão está disponí-
3 Observe os copos em que se formaram misturas heterogêneas. Houve mudança na posição da fase vel no Livro do Estudante. É espera-
da água, em relação ao componente adicionado? Se sim, por que você acha que isso aconteceu? do apenas que os estudantes iden-
3. No copo 3, a fase da água era superior e, no copo 4, inferior. Verifique os conhecimentos prévios dos estudan- tifiquem corretamente as fases de
tes ao tentarem explicar esse resultado. 219
cada mistura.
2. É esperado que os estudantes possam
Reprodução
R d ã ddo Livro
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t d t em tamanho
t h reduzido.
d id relacionar a solubilidade às caracterís-
ticas de cada substância utilizada.
3. A resposta à questão está disponível
no Livro do Estudante. Sugerimos que
você introduza o tema da densidade
das substâncias para explicar a divi-
são das fases observadas nos copos.

219
# Quando as misturas são um problema
Orientações didáticas
Sugerimos que você resgate o ex-
perimento realizado na seção #Experi- Observe o cartaz a seguir. Você sabe por que não devemos descartar
mentar para explicar as características óleo no ralo da pia?
da mistura de água e óleo. Com base
nessa mistura, você pode aprofundar

Reprodução/Comitê Cubatão Cachoeira Joinville


Cartaz de conscientização
o estudo do tema, bem como explicar do Comitê de Gerenciamento
como as propriedades densidade e so- das Bacias Hidrográficas dos
lubilidade influenciam a caracterização Rios Cubatão e Cachoeira,
das misturas heterogêneas. em Joinville (SC), publicado
em 2021. No Brasil, a cada
Em seguida, sugerimos que você re- ano, mais de 700 milhões
tome a discussão sobre o descarte do de litros de óleo de cozinha
óleo. Para isso, peça aos estudantes são descartados de maneira
que pesquisem, em fontes confiáveis, incorreta no ambiente.
outros impactos causados pelo des-
carte incorreto do óleo sobre o meio
ambiente além dos citados no Livro
do Estudante. Peça que registrem os
resultados de sua pesquisa no cader-
no e que debatam com os colegas as
conclusões. Saliente como essas ano-
tações podem ser utilizadas ao longo
deste capítulo.
O boxe #Para ler, a seguir, aborda o
descarte incorreto do óleo de cozinha
usado. No boxe #Para saber +, apre-
sentamos algumas sugestões de sites
para pesquisa. Ao ser despejado
Analise a fotomontagem do cartaz: o que acontece com o óleo mistu- na água, o óleo
#Para saber forma gotículas (A)
rado à água? O óleo não se dissolve na água e a mistura desse material
e, depois de alguns
com água resulta em uma mistura heterogênea bifásica, como você deve
O prejuízo do óleo de cozinha no instantes de repouso,
ter verificado anteriormente na seção #Experimentar e como pode ve- a mistura adquire
meio ambiente rificar na imagem a seguir.
Vídeo, com cerca de 1 minuto, que aspecto bifásico, com
explica de maneira didática e resu- Óleos, azeites e gorduras usados na cozinha e em processos indus- uma camada de óleo
triais não devem ser despejados no encanamento da rede de esgoto sobre a água (B).
mida o impacto do descarte incorreto
ou diretamente no solo, em córregos ou ria-
do óleo de cozinha usado.
chos, pois essas substâncias afetam vários A B

Science Source/Fotoarena
Science Source/Easypix Brasil

Disponível em: https://aesbe.org.br/


ecossistemas. O óleo, em contato com outro
novo/o-prejuizo-do-oleo-de-cozinha-
material, forma uma película na superfície.
no-meio-ambiente/.
No solo, essa camada superficial de óleo
Acesso em: 6 jun. 2022.
impede a infiltração de água, o que altera
as condições para os seres que ali vivem.
Nos ambientes aquáticos, a película de óleo
prejudica a passagem de luz e gás oxigênio
da atmosfera para a água. Esse efeito afeta
a sobrevivência de diversos seres aquáticos,
além de contaminar aves que interagem
com esses ambientes.

220

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
d id

#Para ler
O prejuízo do óleo de cozinha no meio ambiente As redes coletoras de esgoto são feitas para conduzir apenas dejetos líquidos.
Os brasileiros utilizam o óleo de cozinha para fritar diversos alimentos, tanto em Apesar de o óleo ter a consistência líquida, uma vez que ele se mistura com a água,
casa, como em estabelecimentos comerciais. Após a utilização, muitas pessoas não sa- se solidifica e faz com que a tubulação fique obstruída, levando ao mau funciona-
bem como descartá-lo e acabam jogando o produto nos ralos das pias, vasos sanitários, mento das estações de tratamento.
ou colocam em sacolas plásticas e recipientes fechados e os depositam no lixo. Porém, Isso significa que boa parte desse resíduo chega aos mananciais e fica na super-
todas essas formas de jogá-lo fora estão erradas e prejudicam o meio ambiente. fície dos rios e lagos, impedindo a entrada de luz e oxigênio, causando a morte de
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abio- várias espécies aquáticas.
ve), o consumo de óleos vegetais no Brasil se situa em torno de três bilhões de litros [...]
ao ano, e a estimativa é que, a cada quatro litros consumidos, um seja descartado de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS ESTADUAIS DE SANEAMENTO. Disponível em:
forma incorreta, o que representa mais de 700 milhões de litros ao ano lançados no https://aesbe.org.br/novo/o-prejuizo-do-oleo-de-cozinha-no-meio-ambiente/.
meio ambiente sem o devido cuidado e controle. Acesso em: 16 maio 2022.

220
Além do óleo de cozinha, outros materiais não devem ser descartados Orientações didáticas
nos esgotos residenciais, pois também causam prejuízos ao ambiente, Com base no cartaz, sugerimos que
incluindo os seres vivos. Materiais descartados em pias, tanques e vasos você peça aos estudantes que pes-
sanitários podem entupir os canos da rede de esgoto, o que exige muito quisem em revistas, livros ou na inter-
trabalho e alto custo para limpar. A imagem a seguir apresenta alguns net quais os impactos que o descar-
desses materiais.
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA te incorreto de diferentes substâncias
no esgoto residencial pode ocasionar
elenabsl/Shutterstock

para o ambiente. É interessante que


MATERIAIS QUE NÃO DEVEM SER eles pesquisem dados sobre as quan-
tidades de materiais e substâncias que
DESCARTADOS NO ESGOTO RESIDENCIAL são descartadas nas diferentes regiões
do país. Proponha também que pes-
quisem os processos necessários para
tratar a água contaminada por substân-
cias descartadas irregularmente.
Marque uma data com antecedên-
ÓLEOS, AZEITES TINTAS
E GORDURAS cia; nesse dia, os estudantes deverão
trazer o resultado de suas pesquisas.
Eles deverão apresentar seus argu-
mentos para toda a turma e, poste-
PÓ DE CAFÉ E ETIQUETAS riormente, em conjunto, definir quais
FOLHAS DE CHÁ AUTOCOLANTES
ações poderiam ser propostas para
minimizar os impactos causados pelo
Observe
atentamente no descarte incorreto dessas substâncias
cartaz os materiais no esgoto doméstico. Dessa forma, fa-
MASSAS, ARROZ MEDICAMENTOS
E AVEIA
que não devem ser voreceremos o trabalho com a compe-
descartados no tência geral 9, pela qual os estudantes
esgoto doméstico,
já que podem causar exercitam a empatia, o diálogo, a re-
entupimento dos solução de conflitos e a cooperação.
CASCAS DE OVO RESTOS DE PAPEL-TOALHA FARINHA PRODUTOS DE canos de esgoto. Com isso, também será favorecido o
COMIDA E HIGIÊNICO LIMPEZA
trabalho com a metodologia ativa de
aprendizagem baseada em problemas.
#Para refletir
#Para refletir NÃ
ESC O
NO L
REVA
IVRO Sugerimos que você promova um
1 Já que não devemos descartar o óleo de cozinha nem no ralo da pia, nem no vaso momento de trocas de relatos entre
sanitário, o que fazer com esse material? Qual é o destino mais adequado? Por quê? os estudantes sobre como eles des-
Troque ideias com um colega e depois, juntos, pesquisem o tema, verificando se suas cartam as substâncias e os materiais
ideias iniciais estavam corretas. apresentados até aqui. Essa experiên-
2 Qual é o destino do óleo usado na sua casa? E na escola? Caso não saiba, pergunte aos cia será um importante subsídio para
adultos de sua casa e a funcionários da escola. as próximas atividades.
1. Espera-se que os estudantes res-
3 Compartilhe com os colegas de classe alguma atitude que pode ser
praticada para evitar que os ambientes naturais sejam contaminados por
GRUPO pondam que o ideal é adicionar o
óleos e gorduras. Depois, em grupo, elaborem um cartaz com as atitudes listadas para óleo usado em garrafas PET e, em
divulgá-lo na escola ou na comunidade do entorno, ou no site ou no perfil em rede social seguida, depositar a garrafa em
da escola, caso optem por desenvolver um cartaz digital. pontos de coleta específicos.
1., 2. e 3. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
2. Sugerimos que você oriente os estu-
dantes a realizar uma pesquisa em
221
casa e na escola para saber qual é o
destino do óleo usado. Essa informa-
R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id ção será bem útil para a produção
do cartaz de conscientização quanto
#Para ler ao descarte correto do óleo usado.
3. Sugerimos que, com base nas pes-
E o ralo levou... mulo acaba formando uma rede que prende outros materiais, quisas realizadas, os estudantes ela-
A falta de cuidados com o ambiente pode se voltar contra obstruindo as tubulações. O excesso de produtos químicos de borem um cartaz para divulgar, na
você. Essa afirmação pode parecer meio batida, mas é ainda limpeza é outro problema frequente, pois pode prejudicar o pró- escola ou na comunidade, a impor-
mais verdadeira quando consideramos a infinidade de coisas prio sistema de tratamento dos esgotos, tornando-o ineficiente. tância do descarte correto do óleo
que são jogadas no ralo das pias. Tem gente que não pensa Nos locais onde não há tratamento de esgoto o descarte
de cozinha e de outras substâncias
duas vezes antes de atirar no ralo cotonetes, restos de comida inadequado de produtos pelo ralo costuma agredir dire-
tamente o ambiente. Isso porque os dejetos acabam sendo
para minimizar os impactos causa-
ou a poeira varrida da casa. Com o tempo, essas coisas se trans- dos no ambiente.
formam em obstruções nos encanamentos que podem provo- lançados nos rios, córregos e no mar, na maioria das vezes
car graves entupimentos na rede de esgotos ou em casa. [...] causando mau cheiro e a morte de animais e plantas.
Um dos principais vilões que descem pelos ralos é o fio den- MUGIATTI, A. E o ralo levou… Superinteressante,
tal. Fabricado com materiais cada vez mais resistentes, seu acú- São Paulo, ed. 247, dez. 2007.

221
Orientações didáticas
#Para interpretar
#Para interpretar
As atividades deste boxe oferecem Leia, a seguir, trechos de notícias que retratam ações para evitar os impactos do descarte
aos estudantes a oportunidade de de- incorreto de óleo de cozinha no ambiente. Depois, responda às questões.
senvolver as habilidades de leitura,
uma vez que demandam processos de Programa “Olho no Óleo” – Coleta do óleo de fritura
compreensão e inferência de textos. Em 2018, a Prefeitura [de São José dos Pinhais (PR)] criou o programa Olho no Óleo, que visa
Sugerimos que peça aos estudantes promover a coleta e a reciclagem do óleo de fritura, bem como reduzir o impacto do descarte
que, durante a leitura do texto, desta- incorreto do óleo no ambiente. A população pode levar seu óleo usado nos pontos de coleta,
quem todos os pontos que considerem localizados em escolas, subprefeituras e Armazém da Família.
interessantes. Eles podem ser utilizados O óleo recolhido é levado [por uma] empresa credenciada pela Secretaria de Meio Ambien-
para estimular discussões aprofundan- te. Após um rigoroso processo de reciclagem o óleo recuperado é utilizado como matéria-
do o estudo do tema com base na curio- -prima para a fabricação

Reprodução/Secretaria do Meio Ambiente/Prefeitura De São José Dos Pinhais, PR.


de detergentes, sabões e
sidade dos estudantes. Em seguida,
outros produtos quími-
peça que pesquisem se há na cidade cos. A cada 100 litros de
onde vivem algum programa de incen- óleo usado coletado, a
tivo ao descarte correto de óleo usado. empresa deixa em torno
Peça que consultem a diretoria para sa- de 10 litros de material de
ber que ações a escola toma para des- limpeza para a unidade, o
cartar o óleo usado e, caso seja neces- que traz economia para
sário, peça que proponham ações para os cofres públicos. As es-
colas que integram o pro-
descartar corretamente esse óleo. Suge-
grama aproveitam para
rimos também que você peça aos estu- trabalhar com os alunos
dantes que pesquisem receitas para a a importância do descarte
fabricação de sabão e detergente utili- correto e da preservação
zando como matéria-prima o óleo usado do meio ambiente.
e divulguem o resultado na comunidade [...]
como uma alternativa para minimizar os
impactos causados no ambiente pelo
descarte incorreto dessa substância.
Essa dinâmica propicia o trabalho
com a competência geral 2 e a com-
petência específica 2 de Ciências da
Natureza, pois dispõe de estratégias Cartaz de divulgação
diversificadas para trabalhar o objeto do programa Olho
do conhecimento mobilizado e oferece no Óleo. Em 2021,
momentos de exercício da curiosidade o município de São
intelectual e de prática da abordagem José dos Pinhais
(PR) contava com
própria das ciências, comuns na investi- mais de 40 pontos
gação científica. Além disso, promove a de coleta, entre
divulgação de dados e ideias científicas escolas, creches e
em diferentes suportes de comunicação. órgãos municipais.

SECRETARIA Municipal de Meio Ambiente. Divisão de Disposição de Resíduos Recicláveis. Programa “Olho no
Óleo” – Coleta do óleo de fritura. Disponível em: http://www.sjp.pr.gov.br/secretarias/secretaria-meio-ambiente/
servicos/programa-olho-no-oleo-coleta-do-oleo-de-fritura/. Acesso em: 10 dez. 2021.

222

R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para saber
Coleta de óleo de cozinha
Portal da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do
Estado de São Paulo que explica como descartar corre-
tamente o óleo de cozinha e indica locais para a entre-
ga do óleo usado. Disponível em: https://www.infraestru
turameioambiente.sp.gov.br/coleta-de-oleo-de-cozinha/.
Acesso em: 12 jul. 2022.

222

ESC O
NO L
REVA
IVRO
Orientações didáticas
#Para interpretar
Por que reciclar o óleo de cozinha Após a leitura do texto, peça aos estu-
[...] dantes que respondam às atividades no
Para se ter ideia do dano, é necessário apenas 1 litro de óleo para contaminar 20 mil litros caderno. Depois, disponibilize um perío-
de água, de acordo com dados da Sabesp [Companhia de Saneamento Básico do Estado de do para discutir a leitura e as respostas.
São Paulo]. Sugerimos que você reforce a impor-
catalina.m/Shutterstock
E tem mais: ao ser descartado tância da implementação de programas
incorretamente, o óleo vai direto como o “Olho no óleo” para minimizar
para a rede de esgoto, e, caso esta os impactos causados pelo descarte in-
não tenha um tratamento adequa- correto dessa substância no ambiente,
do, pode causar entupimento dos
bem como de outros programas que uti-
canos. Para desentupir o encana-
lizam o óleo usado como matéria-prima
mento é necessário o uso de pro-
dutos químicos poluentes, geran- para a fabricação de outras substân-
do ainda mais danos ambientais e cias, como sabão e detergente.
gastos econômicos. 1 e 2. As respostas às questões pro-
Uma vez no esgoto, o óleo de postas estão disponíveis no Livro
cozinha usado chega às Estações do Estudante.
de Tratamento de Esgoto (ETEs), é
separado da água e tratado. Dessa #Para saber
forma, a água pode ser novamen-
te despejada nos rios e lagos. Esse O óleo usado pode ser matéria-prima para fabricar sabão e
Ecoóleo – Reciclar para preservar
tratamento nas ETEs, porém, é outros produtos.
Cartilha que ensina como descar-
realizado apenas com [uma parte] tar o óleo de cozinha, além de abor-
do esgoto, ou seja, o óleo acaba chegando aos mananciais aquáticos Mananciais: dar outros aspectos que envolvem
de qualquer forma. Além disso, os gastos com esse processo são altos: minas de água; coleta e reciclagem. Disponível em:
cerca de 20% do custo com o tratamento do esgoto. olhos-d’água, https://www.saobernardo.sp.gov.
[...] Caso cozinhe apenas em casa e deseje ajudar com a reciclagem nascentes, fontes.
br/documents/895750/896247/
de óleo de cozinha, você deve esperar o óleo utilizado esfriar para de- Biodiesel: Cartilha+Coleta+%c3%93leo/1e4
pois despejá-lo em uma garrafa PET. combustível
162a0-aaf5-96e4-cc4d-6cbf042
produzido de óleos
[...] Chegando às empresas de reciclagem, o óleo será trans- vegetais. fb4ef?version=1.0.
formado em sabão, detergente e até biodiesel. Acesso em: 17 maio 2022.
RECICLA Sampa. Reciclagem de óleo de cozinha. Por que reciclar o óleo de cozinha. Disponível em:
https://www.reciclasampa.com.br/artigo/por-que-reciclar-o-oleo-de-cozinha. Acesso em: 13 jan. 2022.

É importante que existam cada vez mais parcerias entre escolas, prefeituras, organizações
não governamentais (ONGs), empresas, universidades e a comunidade em geral, para vencer o
desafio de eliminar o descarte indevido do óleo na natureza.
Conforme relatado nos textos anteriores, o óleo usado pode ser matéria-prima para a fabri-
cação de sabões e detergentes, bem como ser transformado em biodiesel, um combustível para
veículos. Leia o texto a seguir, sobre o desenvolvimento de uma máquina para coletar óleo usado
e encaminhá-lo a uma usina produtora de biodiesel.

1 Com base nos textos, responda: O óleo de cozinha usado pode se transformar em
matéria-prima para que tipos de produto?
1. Sabões, detergentes e outros produtos de limpeza; biodiesel.
2 Qual é a importância dos pontos de coleta de óleo usado e a destinação desse material
para reciclagem? 2. Os estudantes podem destacar que essas medidas diminuem os impactos ambien-

tais no solo e nos ambientes aquáticos, além de evitar entupimento dos canos de esgoto e o tratamento
de alto custo para retirar o óleo do esgoto doméstico. 223

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

223
Orientações didáticas
Sugerimos que você explique aos es- #A ciência é feita por pessoas
tudantes a importância de estudos re-
lacionados ao descarte de óleo para a Parceria entre alunos da USP São Carlos e empresa cria
produção de biodiesel. Explique como máquina para coleta de óleo de cozinha usado
esse combustível contribui com o am- Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, em parceria com um em-
biente, visto que é considerado uma presário, desenvolveram um equipamento que promete auxiliar na coleta do óleo de cozinha
fonte de energia renovável. Você pode usado. O objetivo é incentivar a reciclagem, já que o óleo recolhido será transformado em
aproveitar esse momento para discu- biodiesel. Ernesto Reghran/Pulsar Imagens

tir a importância das fontes de energia [...] “Aqui a gente vê uma oportunidade in-
renováveis para o desenvolvimento de crível de gerar um impacto na sociedade atra-
vés do retorno financeiro, até impacto com
uma sociedade mais sustentável.
alunos de como executar o projeto e colocar
#A ciência é feita por pessoas em prática o que recebemos da universidade”,
relatou o estudante Fabio Rodrigues.
Este boxe busca destacar os grandes
nomes por trás das pesquisas e desco- O professor de engenharia mecânica da USP,
Oscar Rodriguez, explicou que em países de-
bertas científicas. Essa é também uma
senvolvidos, como nos Estados Unidos, a maior
boa oportunidade de desenvolver as ha- parte do biodiesel é feita do óleo descartado. [...]
bilidades de leitura, uma vez que são de-
mandados processos de compreensão e Processo
inferência de textos. O óleo usado é colocado dentro da máqui- O óleo é um produto utilizado diariamente na
Após a leitura do texto, sugerimos na e, depois de alguns minutos, o recipiente produção de alimentos e sua reciclagem pode
que você organize a turma em grupos e é devolvido ao ‘doador’. Uma tela inserida no evitar danos ao meio ambiente.
solicite que elaborem um texto ou que equipamento mostra a quantidade de óleo Robert Nickelsberg/Getty Images

despejada e qual foi a contribuição do doador


façam cartazes de divulgação, que po-
para a natureza.
derão ser expostos na escola, no bairro
[...] O material coletado pelo equipamen-
ou nos locais de coleta de óleo usado,
to é levado para uma empresa especializada
a fim de incentivar as pessoas a contri- para que seja transformado em biocombus-
buírem com o descarte correto. tível menos poluente. Ele poderá ser usado
como complemento do diesel em caminhões
#Para refletir
e caminhonetes. [...]
1. Sugerimos que você incentive os es-
tudantes a verificar se há pontos de Depois de reciclado, o óleo de cozinha pode ser
coleta de óleo usado na região onde usado como biocombustível menos poluente.
moram. Caso não haja, peça que
pensem em formas de divulgação da PARCERIA entre alunos da USP São Carlos e empresa cria máquina para coleta de óleo de cozinha usado.
G1 São Carlos e Araraquara, 28 abr. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/
importância dessa coleta. Caso seja noticia/2021/04/28/parceria-entre-alunos-da-usp-sao-carlos-e-empresa-cria-maquina-para-coleta-de-oleo-
necessário, elaborem um e-mail, em de-cozinha-usado.ghtml . Acesso em: 10 dez. 2021.
parceria com o(a) professor(a) de
Língua Portuguesa, a ser endereça-
do à Secretaria do Meio Ambiente #Para refletir GRUPO

ESC O
NO L
REVA
IVRO
da cidade, solicitando a implemen-
tação de pontos de coleta e de um 1 Há pontos de coleta de óleo usado na sua escola ou em outro local do bairro? Com os
programa de reutilização do óleo colegas, pensem em uma forma de divulgar esse ponto de coleta na comunidade, com
usado, com base no programa de- orientação do(a) professor(a). Se não houver pontos de coleta, vocês podem escrever
um e-mail para a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de sua cidade, explicando
senvolvido pelos estudantes da USP
a importância da coleta e reciclagem do óleo usado.
São Carlos. Essa atividade permite o
desenvolvimento da argumentação 1. Resposta pessoal. Consulte as Orientações didáticas.
por parte dos estudantes, bem como 224
o desenvolvimento da competência
geral 7.
Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

224
# Separando as misturas
Orientações didáticas
Neste tópico, apresentamos as ca-
Você deve ter percebido o quanto é importante conhecer as mistu- racterísticas ou propriedades que in-
ras para evitar que compostos indesejáveis se formem, principalmente Um planejamento fluenciam os métodos de separação
quando o resultado prejudica o ambiente. Deve ter percebido também a sempre começa com de misturas.
perguntas que nos
importância de saber como separar misturas, como no caso da necessi- Sugerimos que você enfatize que co-
levam a descobrir
dade de retirar o óleo da água para evitar a contaminação de rios e lagos. nhecer as propriedades das substân-
como traçar a
Você sabe como pode ser feita a separação de misturas? estratégia mais cias é importante para definir o melhor
A partir de agora, vamos discutir sobre processos utilizados para se- adequada. método para separá-las. Por exemplo,
parar os componentes de uma mistura. Para isso, precisamos conhecer o nas estações de tratamento de água
máximo possível as características ou propriedades dos componentes
e de esgotos (ETE e ETA), é necessário
presentes, procurando por diferenças entre eles que permitam a sepa-
ração. ter esses conhecimentos para selecio-
nar as técnicas mais eficazes de sepa-
A seguir, vamos conhecer as propriedades mais importantes para pla-
nejar a separação das misturas. ração, pois as sujeiras incorporadas na
água e no esgoto têm partículas com
diferentes composições e tamanhos.
Tamanho dos componentes Você pode comentar que o método

Maximov Denis/Shutterstock
Quando temos uma mistura heterogênea de peneiração é importante em dife-
com um ou mais tipos de componente sóli- rentes situações, como na indústria ou
do, comparar os tamanhos dos componentes mesmo na cozinha de casa. Essa abor-
nessa mistura é um dos primeiros passos para dagem favorece o desenvolvimento da
escolher a melhor maneira de separá-los. Em
habilidade EF06CI03, que apresenta,
alguns casos, a diferença de tamanho é bem
evidente e a separação é facilitada; em outros,
a partir de exemplos do cotidiano, mé-
é necessário usar algum instrumento para aju- todos de separação de misturas com
dar no procedimento. base em suas propriedades.

Um refresco feito de fatias de limão e água é um #Para saber


exemplo de mistura heterogênea sólido-líquido. As fatias
de limão podem ser facilmente separadas da água, com Ciências da Natureza: misturas e
os dedos ou uma peneira, e descartadas no lixo orgânico. técnicas de separação
No portal Conexão Escola da Prefeitu-
ra de Goiânia (GO) há uma proposta
Studio Peace/Shutterstock

de atividade dirigida aos estudantes


do 6º-ano.
Disponível em: https://sme.goiania.
go.gov.br/conexaoescola/ensino_
fundamental/misturas-quimicas-e
-as-tecnicas-separacao/. Acesso em:
17 maio 2022.
No preparo de várias
receitas à base de
farinha, uma mistura
heterogênea sólido-
-sólido, é indicado o
uso de uma peneira
para separar os
grãos maiores dos
menores.

225

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
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225
Orientações didáticas
Densidade
Sugerimos que, com base na mistu-
Ainda considerando as misturas heterogêneas, podemos explorar as
ra de água, óleo e areia, você explique
diferenças de densidade entre os materiais que as compõem. Densidade:
como a densidade pode influenciar as propriedade
Se colocarmos volumes iguais de dois líquidos diferentes em copos
características de determinada mistura. relacionada à massa
distintos, e compararmos a massa deles usando uma balança, vamos
Peça aos estudantes que indiquem constatar que os líquidos apresentarão massas diferentes. Nesse caso,
e ao volume de um
outros tipos de substância que possam corpo ou objeto. Ela
o líquido que apresentar a maior massa será o mais denso. pode ser calculada
estar relacionados à diferença de den- Vamos considerar como exemplo um copo com 200 mL de água e dividindo o valor
sidade. Você pode, por exemplo, ques- outro copo com 200 mL de óleo de soja. Em uma balança de dois pra- da massa (m) do
tioná-los sobre a diferença de densi- tos, que permite comparar as massas, um copo foi colocado no prato material pelo volume
dade entre madeira e água. Pergunte A e o outro, no prato B. O prato com o copo com água ficou um pouco (V) ocupado por essa
massa. Escrevemos a
a eles como uma tora de madeira ou abaixo da altura do prato com o copo com óleo. Isso indica que a massa
fórmula da densidade
um navio conseguem flutuar sobre as de 200 mL de água é maior que a de 200 mL de óleo. O resultado seria m
águas. Se quiser trabalhar com outro o mesmo usando outros volumes, desde que fossem iguais nas duas (d) assim: d = .
V
exemplo, cite as ocorrências de vaza- amostras. Assim, o óleo de soja é menos denso do que a água.
mento de petróleo em alto-mar e per- CORES FANTASIA FORA DE PROPORÇÃO
gunte por que o petróleo não sedimen-
Osni de Oliveira/Arquivo da editora

ta e permanece na superfície.
A B
Espera-se que os estudantes perce-
bam que a extensão por onde se espa-
lha o petróleo é o maior problema (de- O copo no
vido à dificuldade em contê-lo em um prato A contém
o líquido menos
único espaço). Espera-se que mencio-
denso, já que,
nem, também, que as correntes marí- para o mesmo
timas movimentam as manchas de pe- volume,
tróleo, contaminando os animais, que apresenta
acabam morrendo ou migrando para massa menor.
outros lugares, e que as misturas se
infiltram em lugares de difícil acesso
para remoção. Nessa mistura
heterogênea
A densidade não é uma propriedade exclusiva de líquidos. Ela também trifásica, a areia é o
pode ser determinada para sólidos ou gases. material mais denso
e o óleo é o menos
Não vamos nos preocupar, neste momento, em calcular valores de den-
denso.
sidade de objetos. Em vez disso, vamos relembrar da atividade da seção
#Experimentar, em que misturamos água com outros materiais. Você se
lembra do resultado obtido para a mistura água + óleo? E para a mistura
água + areia?
Nos dois casos, obtivemos uma mistura heterogênea. Entretanto, na pri-
meira mistura, o óleo fica por cima da água. Na segunda mistura, a água fica
por cima da areia. Por que isso acontece?
Óleo
Em uma mistura heterogênea com uma das partes líquida, o material que
flutua é menos denso que o líquido. Já o material que afunda é mais denso
do que o líquido.
Água
Por isso, ao misturar areia e óleo na água, obtemos uma mistura trifásica,
Dotta 2/Shutterstock

sendo a água a fase do meio (intermediária); a areia, por ser mais densa do
que o óleo e a água, constitui a fase inferior; e o óleo, menos denso do que
a água, forma a fase superior. Areia

226

R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para saber
Simulador Phet Colorado – Densidade
Nesse simulador, é possível testar e comparar a densidade
de algumas substâncias.
Disponível em: https://phet.colorado.edu/sims/html/density/
latest/density_pt_BR.html. Acesso em: 17 maio 2022.

226
#Experimentar
1. Dos exemplos citados na lista de material, a tampa de garrafa plástica deve Orientações didáticas
flutuar na água e, portanto, ter densidade menor que 1 g/mL. O lacre de lata de
alumínio e a bolinha de gude (ou peça de cerâmica) devem afundar e têm densi- #Experimentar
dade maior do que 1 g/mL.
Este boxe tem o objetivo de apre-
Comparando as densidades de alguns materiais sentar propostas de atividades prá-
Nesta atividade, vamos analisar a densidade de alguns materiais.
ticas investigativas, introduzindo aos
Quando medimos um volume de 1 mL de água pura e conferimos sua massa em uma balança, à
estudantes as práticas de pesquisa,
temperatura de 25 °C, obtemos o valor de 0,997 g. Por ser um valor muito próximo de 1, consideramos mobilizando processos e procedimen-
que a massa de 1 mL de água pura é igual a 1 g. Assim, sua densidade é igual a 1 g/mL. A água pura é tos científicos. Além disso, estímulos
aquela que não tem nenhuma outra substância dissolvida ou misturada a ela. e propostas complementares podem
Não usaremos água pura nesta atividade, mas sim água de torneira, que contém gases, sais mi- auxiliar no desenvolvimento do pensa-
nerais e outros componentes dissolvidos. Mesmo assim, vamos considerar que ela tem densidade mento computacional (identificação
bem próxima de 1 g/mL. de padrões), por meio da abstração e
da decomposição para a execução de
Material ATENÇÃO!
Fique atento ao manusear as peças metálicas uma tarefa. O boxe também propicia o
para evitar acidentes.
• 1 recipiente (copo ou pote) plástico transparente. trabalho com a competência geral 2 e
• 1 colher. a competência específica 2 de Ciên-
• Água de torneira. cias da Natureza, pois dispõe de es-
• Tampa de garrafa plástica e outros objetos pequenos feitos de diversos tipos de plástico. tratégias diversificadas para trabalhar
• Lacre de lata de alumínio e outras peças metálicas pequenas. Utilize objetos que caibam o objeto do conhecimento mobilizado
por completo no recipiente, sem encostar nas bordas, e que possam entrar em contato com e oferece momentos de exercício da
a água. curiosidade intelectual e de prática da
• Bolinha de gude ou uma pequena peça de cerâmica. abordagem próprias das ciências, co-
ATENÇÃO!
muns na investigação científica, além
Como fazer
Consulte o (a) professor(a) ou um adulto para saber quais
materiais podem ser usados no experimento. Não utilize
objetos com superfícies cortantes, para evitar acidentes.
de promover a divulgação de dados e
ideias científicas em diferentes supor-
No caderno, copie o quadro de exemplo a seguir, deixando uma linha em branco para cada
tes de comunicação.
material que será testado.
Sugerimos que você oriente os es-
Grupo de Resultado (flutuou Conclusão (menos denso tudantes a formar pequenos grupos
Tipo de material Objeto
materiais ou afundou) ou mais denso que a água) para a execução do experimento. Peça
Exemplo 1: Tampa a eles que anotem no caderno todos os
Poliméricos
plástico PEAD plástica dados obtidos durante o experimento
Exemplo 2: liga Lacre de lata para que possam discutir, em momen-
Metálicos
de alumínio de alumínio
to posterior, com toda a turma.
Preencha o recipiente com água até pouco mais da metade de sua capacidade. Em seguida, coloque Esse experimento é interessante
o primeiro objeto na água e observe. Se ele flutuar, mexa com a colher por alguns instantes, tentando para que os estudantes compreendam
afundá-lo. Remova a colher, deixe a mistura em repouso e anote no quadro o resultado observado, a diferença entre densidade e flutua-
relacionando corretamente o objeto com o material do qual ele é feito. Retire o objeto do recipiente. bilidade de distintos materiais. Ao final
Repita as etapas para todas as amostras de materiais.
ATENÇÃO!
do experimento, oriente-os quanto ao

ESC O descarte correto dos materiais e subs-
Conclusão NO L
REVA
IVRO
Não descarte os objetos na pia nem em cestos
de lixo. Peça orientação ao (à) professor(a).
tâncias utilizados. Esse é um momen-
to interessante para discussão sobre
1 Quais materiais usados na atividade têm densidade maior que 1 g/mL? E quais têm densidade
menor? Justifique sua resposta. a importância do descarte correto dos
materiais utilizados e da separação dos
2 Os polímeros polipropileno (PP) e tereftalato de polietileno (PET) são utilizados em embalagens
materiais para posterior reciclagem.
plásticas. Pesquise o valor da densidade desses dois plásticos. Com base nos valores encon-
trados, responda: Seria possível diferenciar os dois tipos de plástico, PP e PET, por meio de um Se julgar oportuno, retome, caso ne-
teste como o que realizamos aqui? Por quê? cessário, o uso do simulador apresen-
2. Como a densidade do PP é 0,905 g/mL e a do PET é 1,36 g/mL, seria possível diferenciar os dois plásticos tado no boxe #Para saber +, na página
por esse tipo de teste. O objeto feito de PP flutuaria na água e o objeto feito de PET afundaria. 227
anterior. Peça aos estudantes que fa-
çam uma relação entre os valores obti-
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id dos dos materiais e das substâncias uti-
lizados no simulador e no experimento.
Sugestões de respostas às questões
apresentadas no item Conclusão:
1. Dos exemplos citados na lista de
material, a tampa de garrafa plás-
tica deve flutuar na água; portanto,
tem densidade menor que 1 g/mL.
O lacre de lata de alumínio e a boli-
nha de gude (ou peça de cerâmica)
devem afundar; portanto, têm den-
sidade maior do que 1 g/mL.
2. A resposta está no Livro do Estudante.

227
Orientações didáticas
Solubilidade
Neste tópico, apresentamos a solu-
Uma das propriedades mais importantes, quando falamos de misturas,
bilidade e a temperatura de ebulição
é a solubilidade. Como estudamos no Capítulo 11, a solubilidade pode
como duas importantes propriedades
ser interpretada como a capacidade de uma substância se dissolver em
que caracterizam e são influenciadas um líquido. Mas, quando tratamos de misturas de modo mais abrangente,
pela composição das misturas. podemos considerar que a solubilidade é a capacidade de um material,
Sugerimos que você use como que chamamos de soluto, se dissolver em outro material que esteja em
exemplos sal, açúcar e água para ca- maior quantidade na mistura, que chamamos de solvente.
racterizar o soluto e o solvente em Os solutos podem ser sólidos, líquidos ou gasosos. Quando um soluto
uma mistura. consegue se dissolver completamente no solvente, dizemos que esse
Sugerimos, também, que você des- soluto é solúvel nesse solvente. É o caso do sal e do açúcar, que são so-
taque que a variação da quantidade lúveis na água, o solvente. Entretanto, essa propriedade de se dissolver
de soluto em uma determinada quan- completamente depende também da temperatura e da quantidade de
solvente e de soluto misturados.
tidade de solvente pode influenciar a
caracterização da mistura (mistura in- Ao dissolver todo o soluto adicionado ao

art samuel/Shutterstock
solvente, o resultado obtido será uma mis-
saturada e saturada), bem como a tem-
tura homogênea, também chamada de so-
peratura de ebulição dessa mistura. lução, como vimos anteriormente. Em uma
solução, dizemos que soluto e solvente são
#Para saber miscíveis entre si, ou seja, geram uma mis-
tura com uma única fase.
Solubilidade das substâncias
No caso de solutos insolúveis no solven-
Vídeo, com cerca de 3 minutos, que
te, isto é, de solutos e solventes imiscíveis
explica, de forma bem didática, as
entre si, teremos misturas heterogêneas. É
características da solubilidade de
o que acontece com o óleo e a areia em con-
uma mistura.
tato com a água.
Disponível em: https://www.youtube. O leite em pó é um
com/watch?v=IqPRAA7qr0E. Acesso sólido solúvel em água
em: 17 maio 2022. usado no preparo de
Maya Kruchankova/Shutterstock

Molhos e temperos bebidas e receitas. Ou


à base de vinagre e seja, leite em pó e água
azeite são exemplos são miscíveis.
de misturas
heterogêneas
formadas por
materiais imiscíveis
entre si, já que o
óleo é insolúvel no
vinagre.

Temperatura
Temperatura de ebulição de ebulição:
temperatura
A temperatura de ebulição é uma propriedade importante para a
constante, a
separação de algumas misturas homogêneas, especialmente as soluções determinada
em que o solvente é a água. Os solutos dissolvidos não entram em ebuli- pressão, na qual uma
ção ao mesmo tempo que a água da solução, pois possuem temperaturas substância passa
de ebulição bem mais altas. Desse modo, é possível separar o soluto do do estado líquido
solvente ao aquecê-los. para o estado gasoso.

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Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Para ler
Como separar e destinar o lixo doméstico para reci- “A etapa mais difícil no processo de reciclagem é conscien-
clagem tizar a população sobre a separação correta dos resíduos ge-
A reciclagem é um conjunto de técnicas de reaproveitamen- rados em casa. É preciso ter atenção sobre a composição do
to de materiais descartados, que são utilizados como matéria- lixo e, minimamente, separar o seco do úmido. Vale destacar
-prima para um novo produto. Trata-se de uma alternativa de que é preciso higienizar os materiais: se estiver sujo, dificulta
tratamento de resíduos sólidos que é vantajosa tanto do ponto a reciclagem, porque existe um custo maior para essa limpe-
de vista ambiental, quanto do social, já que reduz o consumo de za”, explica Felipe Sombra, professor e pesquisador da Escola
recursos naturais, poupa energia e água, diminui o volume de de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
resíduos acumulados em aterros e lixões e emprega milhares ressaltando que faltam ações no sentido de informar a popu-
de pessoas, segundo o Ministério do Meio Ambiente. lação sobre o assunto, inclusive na grande mídia. [...]

228
Orientações didáticas
Métodos de separação de misturas
Neste tópico, apresentamos os di-
A necessidade de separar misturas está presente na sociedade há muito
ferentes métodos de separação de
tempo e em diferentes atividades, como processar e armazenar alimentos,
misturas. Sugerimos que você faça um
fabricar objetos, criar materiais sintéticos, construir máquinas, entre ou-
tras. Por isso, é importante conhecer os principais métodos de separação. resgate histórico, por exemplo, desde
Para promover a separação de misturas temos sempre que analisar o
a alquimia, para discutir o uso e a im-
tipo de mistura que queremos separar e quais são as propriedades dos portância dos métodos de separação
seus componentes. Quanto mais materiais estiverem presentes na mistura, de misturas, bem como sua contribui-
mais difícil será a separação e mais etapas e técnicas teremos que utilizar. ção para o desenvolvimento científico
Atualmente, com o avanço científico e tecnológico, os processos indus- e tecnológico. Explique aos estudantes
triais usam diversos métodos de separação, mas todos eles têm algumas a importância de se conhecer as pro-
etapas em comum, baseadas nas principais técnicas de separação. É so- priedades das substâncias que com-
bre essas técnicas que vamos discutir. Começaremos por métodos que põem uma mistura no momento de es-
se aplicam às misturas heterogêneas, para depois estudar as misturas colher o melhor método para separar
homogêneas. diferentes substâncias e materiais de
Catação uso cotidiano.
Sem dúvida, a catação é o método mais sim- Pergunte aos estudantes se eles fa-
ples e barato de separação dos componentes zem uma seleção prévia dos materiais,

Chico Ferreira/Pulsar Imagens


de uma mistura heterogênea de sólidos. Basta por exemplo, ao separar resíduos secos
usar as mãos, uma pinça, uma garra, ou outro e úmidos, antes de encaminhá-los para
instrumento similar, para selecionar os compo- o descarte. Com base nas respostas,
nentes que queremos retirar da mistura. A di- explique a importância desses conhe-
ferença de tamanho dos componentes da mis- cimentos na separação dos materiais
tura é a propriedade explorada nesse método. que serão encaminhados para recicla-
Em usinas e cooperativas de reciclagem de gem, bem como desse processo para
resíduos sólidos, essa é uma prática comum
o desenvolvimento sustentável.
para separar os diferentes tipos de material a
serem reciclados. Em casa e na indústria ali-
mentícia, também é rotina separar impurezas #Para saber
de alguns alimentos, como grãos, frutas e ver- As cooperativas
duras, por meio da catação. de reciclagem
Como funcionam as centrais que
promovem a seleção separam os recicláveis
Peneiração ou tamisação dos diferentes Nesse vídeo, com quase 4 minutos, há
É bem provável que você já tenha manipulado uma peneira. Esse tipo materiais recicláveis uma explicação de como funcionam
de utensílio é bastante útil no por catação. Central as centrais que separam recicláveis.
dia a dia, pois permite separar Mecanizada de Disponível em: https://www.youtube.
Rudra Narayan Mitra/Shutterstock

tanto sólidos de líquidos, quan- Triagem Carolina com/watch?v=OMBfKlWwAH4. Aces-


to sólidos de diferentes tama- Maria de Jesus, São so em: 17 maio 2022.
nhos, quando a catação não se Paulo (SP), 2016.
mostra um processo vantajoso.
Na construção civil, a areia é
peneirada para separar os grãos
maiores dos menores, obtendo
uma areia mais fina. Na culiná-
ria, a técnica costuma ser apli-
cada à farinha e ao açúcar.
A areia é peneirada para ser utilizada
na construção civil, especialmente nos
acabamentos de superfície das paredes.

229

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
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Como separar o lixo doméstico Papéis podem ser dobrados, mas a recomendação é que
[...] Segundo a Comlurb, os materiais devem ser colocados não sejam amassados. O isopor deve ser disposto junto aos
limpos (basta uma rápida limpeza) e secos em sacos plásticos plásticos; vidros quebrados e outros materiais cortantes
transparentes ou translúcidos (azul e verde), para que o gari embrulhados em papel grosso (do tipo jornal) ou colocados
possa verificar o conteúdo. Sacos pretos servem apenas para em uma caixa, para evitar acidentes.
os lixos orgânico e úmido, não sendo recolhidos pela equipe [...]
da coleta seletiva. FERNANDES, F. Como separar e destinar o lixo doméstico para re-
Recicláveis não devem ser misturados com orgânicos, por ciclagem. MultiRio, 5 jun. 2019. Disponível em: http://www.multirio.
exemplo: sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes. Pa- rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/reportagens/14985
péis com material orgânico, como caixas de pizza engordura- -como-separar-e-destinar-o-lixo-dom%C3%A9stico-para
-reciclagem. Acesso em: 17 maio 2022.
das, não se destinam à reciclagem. [...]

229
Orientações didáticas
Levigação
Neste tópico, apresentamos os mé-

Robert Gubbins/Shutterstock
A técnica da levigação consiste em passar uma mistu-
todos de levigação, separação magné- ra de sólidos com densidades diferentes por água cor-
tica, sedimentação e decantação. Per- rente. Os sólidos menos densos são arrastados pela água,
gunte aos estudantes se eles usam enquanto os mais densos ficam no fundo do recipiente.
algum desses processos no cotidiano. Na prática manual, usa-se um recipiente que se parece
Você pode anotar os exemplos apre- com uma bacia (bateia), mas existe a versão mecanizada
sentados por eles na quadro de giz, desse método, com esteiras.
Processo de levigação manual.
montando assim um quadro de ideias.
Em seguida, você pode auxiliar os
estudantes a relacionar os exemplos
Separação magnética

Silarock/Shutterstock
apresentados aos seus respectivos mé-
No Capítulo 11, estudamos que, entre os metais, exis-
todos de separação. Você pode usar o
tem alguns que são fortemente atraídos por ímãs. Os me-
exemplo da sedimentação do sangue tais mais comuns que apresentam forte magnetismo são
e questionar os estudantes se essa é ferro, o níquel e o cobalto. Logo, se algum desses metais
uma mistura heterogênea. Em seguida, estiver presente em misturas heterogêneas de sólidos,
retome a discussão sobre a importân- a maneira mais rápida de separá-los dos outros, caso a
cia do descarte correto do óleo de cozi- catação não seja viável, é utilizar um ímã. A separação
nha usado e reforce como ele e os deri- magnética é muito comum na indústria de reciclagem, que
vados do petróleo, quando descartados costuma usar guindastes equipados com eletroímãs, isto
de maneira incorreta, podem prejudi- é, ímãs ativados por energia elétrica.
car o meio ambiente. Os eletroímãs ajudam a separar materiais metálicos magnéticos de outros componentes.
O uso de eletroímãs é seguro, pois eles podem ser ligados apenas quando necessário.

Sedimentação e decantação

Science Source/Fotoarena
Em uma mistura heterogênea sólido-líquido formada
por um sólido mais denso que o líquido, com o passar
do tempo, o sólido se deposita no fundo do recipiente.
Esse processo é chamado de sedimentação e você pos-
sivelmente verificou esse fenômeno quando preparou a
mistura de água e areia.

Ao adicionar areia na água, é possível observar o processo


de sedimentação após certo tempo em repouso.

Quando é preciso acelerar o processo de sedimentação,


Kamon_wongnon/Shutterstock

podemos promover a centrifugação, utilizada para pequenos


volumes de misturas. A partir de um movimento rotacional, isto
é, em círculo, em alta velocidade, as centrífugas aceleram o
processo de separação das fases de uma mistura heterogênea.
Essa técnica é muito usada em laboratórios de análises clínicas,
para separar as fases do sangue, que é uma mistura coloidal.

Em laboratórios de análises clínicas, tubos vedados contendo


amostras de sangue são inseridos na centrífuga. Após a centrifugação,
os componentes mais densos ficam concentrados no fundo do tubo,
evidenciando que o sangue é uma mistura heterogênea.

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Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Para saber
Separação de misturas nas indústrias
Plano de aula elaborado pela Revista Nova Escola, desti-
nado aos professores de 6º- ano, com o objetivo de iden-
tificar processos de separação de misturas utilizados em
produções industriais, propiciando o desenvolvimento da
habilidade EF06CI03, que visa selecionar métodos ade-
quados de separação de materiais.
Disponível em: https://novaescola.org.br/planos-de-aula/
fundamental/6ano/ciencias/separacao-de-misturas-nas
-industrias/2964. Acesso em: 17 maio 2022.

230
Após esperar o sólido da mistura heterogê- Orientações didáticas
nea sedimentar, é possível escoar o líquido para #Para refletir
outro recipiente, por um processo que chama- Sugerimos que, nesse momento,
mos de decantação. você peça aos estudantes que citem
A decantação não é um método de separa- impactos causados pelo derramamen-
ção aplicado apenas a misturas heterogêneas to de óleo no ambiente. É possível que
sólido-líquido. Quando temos uma mistura de lí- no início eles tenham dificuldades nes-
quidos imiscíveis, como a água e o óleo, podemos
sa identificação. Nesse caso, você pode
separá-los também por decantação, mas utilizando
organizar a turma em pequenos grupos
um aparelho chamado funil de decantação.

ck
to
para pesquisar, em fontes confiáveis,

rs
te
É importante lembrar que essas técnicas são efi-

ut
Sh
s/
iod
ica os impactos causados pelo derrama-
cientes em procedimentos de laboratório ou indústrias. ias
pe
r

A decantação his
t or mento de óleo na natureza e os méto-
Já para situações em maior escala, por exemplo,
da fase líquida dos utilizados para recuperar esse óleo
quando misturas de óleo e água atingem o meio deve ser feita
ambiente, as medidas de separação são mais com-
e o ambiente que foi contaminado.

Science Source/Fotoarena
com muito
plexas. Esse conteúdo trabalha a compe-
cuidado, para
não carregar tência específica 4 de Ciências da
Além do descarte incorreto de óleo de cozinha
por residências e comércios, outra fonte de polui- as partículas Natureza e está relacionado ao Tema
ção ambiental são o petróleo e os combustíveis de- sólidas. Contemporâneo Transversal Educação
rivados dele, despejados em cursos de água. Esses Ambiental.
vazamentos podem ocorrer durante a extração e o 1, 2 e 3. As respostas às questões pro-
transporte do petróleo até as refinarias. No caso dos postas estão disponíveis no Livro do
No funil de decantação,
combustíveis, como diesel e gasolina, os vazamen- o líquido mais denso é Estudante.
tos ocorrem no transporte ou nos tanques que ficam escoado pela torneira,
no subsolo dos postos, podendo contaminar lençóis e coletado em um
freáticos. Tanto o petróleo quanto os combustíveis recipiente.
derivados dele são altamente tóxicos.

HO/PERNAMBUCO STATE GOVERNMENT/AFP


Em 2019, várias praias
do litoral do Nordeste
foram atingidas por
um derramamento
de óleo combustível
no mar. Fotografia da
praia de Peroba em
Maragogi (AL).

#Para refletir NÃ
ESC O
NO L
REVA
IVRO

1 Quais são as maiores dificuldades encontradas na separação de misturas em situações


de derramamento de óleo na natureza? 1. A separação, nesse caso, deve ser feita em larga escala,
o que gera grande dificuldade no processo.
2 Quais são os principais impactos aos seres que vivem nos ambientes afetados por
acidentes como esse? 2. A contaminação de águas e mananciais prejudica os seres que vivem nesses
locais, podendo tornar o ambiente inabitável para eles.
3 Que medidas devem ser tomadas para evitar um acidente dessas proporções?
3. Espera-se que os estudantes indiquem reforços na segurança do transporte e armazenamento dessas substâncias,
por exemplo. 231

Reprodução
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#Para saber
Impactos ambientais Derramamento de óleo no mar e implicações tóxicas
Artigo que explica as consequências do derramamento de da exposição aos compostos químicos do petróleo
óleo nos ecossistemas marinhos. Tese desenvolvida para o Programa de Pós-Graduação em
Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/emergencias Atenção Integral à Saúde.
-quimicas/tipos-de-acidentes/vazamentos-de-oleo. SILVA, D. C. P. et al. Derramamento de óleo no mar e impli-
cações tóxicas da exposição aos compostos químicos do
petróleo. Revista Contexto & Saúde, v. 21, n. 44, p. 332-
-344, 2021. Disponível em: https://www.revistas.unijui.edu.
br/index.php/contextoesaude/article/view/11470.
Acesso em: 12 maio 2022.

231
Orientações didáticas
Filtração
Neste tópico, apresentamos o mé- No caso de misturas heterogêneas nas quais há um sólido disperso em
todo da filtração. Peça aos estudantes um líquido ou em um gás, podemos separá-los por filtração.
que citem em quais momentos coti- Essa é uma das técnicas mais comuns nos processos industriais que
dianos eles observam a filtração de envolvem o processamento de materiais, como produção de alimentos,
substâncias. Pode ser que respondam tratamento de água e esgoto, produção de medicamentos, entre outros.
durante o preparo do café ou mes- Já nas residências, podemos encontrar sistemas de filtração em filtros de
mo quando filtram a água. Peça tam- barro ou em um aspirador de pó. Em todos os casos existe um filtro, que
bém que descrevam as diferenças en- serve de barreira para reter as partícu-

Ed Viggiani/Pulsar Imagens
tre esse processo e o da peneiração. las sólidas, e um recipiente para coletar
o que passa pelo filtro, que é chamado O filtro de barro é
Você pode orientá-los de modo que de filtrado. O material que fica preso na muito comum no Brasil.
relatem as diferenças entre as subs- malha do filtro é chamado resíduo. Dentro do recipiente de
tâncias em relação ao tamanho das A diferença entre a peneiração e fil-
barro, que serve para
partículas filtradas. Você pode, ainda, armazenar e manter a
tração está no tamanho das partículas temperatura da água, há
citar o uso de ultrafiltros, por exemplo, que podem ser separadas em cada mé- um dispositivo chamado
em indústrias farmacêuticas e alimen- todo. A filtração pode separar partículas vela, composto de uma
tícias, que retêm partículas com diâ- bem menores do que a peneiração. camada de cerâmica
metros menores que 1 000 nm. Quando o líquido é escoado através porosa, uma de carvão
do filtro por um funil, chamamos esse ativado – usado para
#Atividades procedimento de filtração simples. retirar resíduos de
cloro –, e uma camada
Sugerimos que você peça aos es- Quando uma bomba é usada para su-
de prata coloidal, um
tudantes que pesquisem, em fontes gar o líquido, tornando seu escoamento
produto que mata
confiáveis, os métodos que podem ser mais rápido, chamamos de filtração a bactérias.
aplicados para separar mistura que en- vácuo.
volva água, areia e óleo. Você pode fa-
zer essa mistura na escola e solicitar
Mehmet Cetin/Shutterstock

Rabbitmindphoto/Shutterstock
aos estudantes que montem um es-
quema para separá-la. Dessa forma,
eles terão ainda mais subsídios para
responder à questão proposta.
A resposta à questão 1 é pessoal.
No entanto, espera-se que os estudan-
tes indiquem a decantação e a filtração
como métodos de separação.

Sistema de filtração simples. Sistema de filtração a vácuo.

#Atividades

ESC OREVA
NO L
IVRO

Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades.


1. Ao longo deste capítulo, você conheceu a separação da mistura de óleo, água e areia. Agora,
conhecendo alguns métodos de separação de misturas, reúna-se novamente com seu colega
de atividade e revejam suas ideias iniciais e respondam novamente à pergunta: Como você
faria para separar a mistura de óleo, água e areia?

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Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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#Atividade complementar
Como filtrar água suja? Como fazer crianças e adolescentes compreendam a importância
Cada vez mais as fontes de água limpa e potável es- Passo 1 de ter água potável. Lembramos que não se trata de
tão se tornando escassas no mundo e se torna mais Com a tesoura você deverá dividir a garrafa PET em dois um filtro que possa ser usado para um grande volume
imprescindível reutilizar a água. [...] pedaços. O pedaço do gargalo da garrafa deverá ter uns de água, mas é válido como estudo. 2) Oriente os es-
Como construir um filtro de garrafa PET 20 cm, será nessa área que se colocará um chumaço de tudantes para que não bebam a água filtrada, já que
O filtro feito de garrafa PET é uma das técnicas mais algodão com uma camada de carvão por cima, uma ca- ela pode ser própria para uso, mas não para ingestão.
antigas e conhecidas para filtrar água suja [...]. mada de areia e, por fim, uma última camada de pedras. CULTURA MIX . Disponível em: https://meioambiente.
Para construir o seu filtro de garrafa PET será neces- Passo 2 culturamix.com/projetos/como-filtrar-agua-suja. Acesso em:
sário contar com garrafas desse material de 2 litros, Depois de montar as camadas, como indicado acima, 17 maio 2022. (Adaptado).
areia limpa, carvão em pó, algodão, tesoura e pedras basta juntar a outra parte da garrafa como se fosse um
pequenas. Com os materiais à sua disposição, é só suporte e um receptor para a água que vai ser filtrada.
começar a fazer o seu filtro, mãos à obra. Dicas: 1) Esse filtro é um excelente trabalho para que

232
Orientações didáticas
Dissolução fracionada ou extração por solvente
Quando uma mistura de sólidos é muito difícil de separar, pois os Para abordar o método de disso-
materiais que a compõem têm tamanhos e densidades diferentes e não lução fracionada ou extração por sol-
são magnéticos, não podemos usar os métodos já estudados. É o caso vente, você pode utilizar o processo de
da mistura de areia fina e sal marinho. preparo do café. Esse processo pode
ser relacionado à filtração ao separar
pó do líquido e à extração dos compo-
Joachim Hiltmann/imageBROKER/ Fotoarena

A areia da nentes do café, por meio da adição da


praia está em água quente no pó de café. Dessa for-
constante ma, você pode auxiliar os estudantes a
contato com os
sais presentes
compreender que, em determinada si-
na água do mar. tuação, podem ocorrer diferentes pro-
Mar Morto, cessos de separação de misturas. Em
Jordânia, data seguida, sugerimos que você comen-
da fotografia não
te com os estudantes, e, caso consi-
informada.
dere pertinente, leia o texto do boxe
#Para ler, como o método de extração
por solventes contribuiu, ao longo do
tempo, com os processos de obtenção
de óleos essenciais de flores e plan-
tas, os quais dão origem aos diferen-
tes perfumes.
Mais uma vez, é uma boa oportuni-
Nesse exemplo, o fato de ser uma mistura sólida também exclui a dade para o trabalho com a habilida-
temperatura de ebulição como propriedade a ser explorada. Nesse caso, de EF06CI03.
outra propriedade poderia ser explorada: a solubilidade. A areia não se
dissolve na água, mas o sal sim. Então, o ponto de partida para separar os
componentes dessa mistura é adicionar água e mexer pelo
tempo que for necessário, para que todo o sal se dissolva.
tag2016/Shutterstock

Como a estratégia foi adicionar à mistura de sólidos um


solvente que dissolve só um deles, dizemos que foi feita
uma dissolução fracionada ou extração por solvente.
A dissolução fracionada produz uma nova mistura:
água com sal + areia. Por esse motivo, o processo de se-
paração do sal e da areia não termina por aí. Com uma
filtração, é possível avançar mais uma etapa, separando a
areia da solução de água e sal. Mais adiante, vamos apren-
der como separar o sal que ficou dissolvido na água.
Um exemplo cotidiano de dissolução fracionada segui-
da de filtração é o preparo de café coado. Após adicionar
a água quente, os componentes solúveis do pó de café
se dissolvem na água e a mistura vai sendo filtrada pelo
coador, seja ele de pano, papel ou outro material.

No preparo do café, ocorrem a


dissolução fracionada e a filtração
simples, ao mesmo tempo.

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Reprodução
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#Para ler
Extraindo óleos essenciais de plantas tração de uma essência natural é realizada por prensagem,
Uma forma de tentar eternizar alguns aromas é através maceração, extração com solventes voláteis, enfleurage ou
através de destilação por arraste a vapor. Este último méto-
dos perfumes. Os perfumes são soluções que contêm subs-
do se mostra como o mais eficiente e de menor custo, sendo
tâncias aromáticas com um cheiro agradável e penetrante.
ainda o mais adequado para a extração de determinadas
O principal constituinte de um perfume é a essência (óleo
substâncias de uma planta. [...]
essencial). As essências podem ser de origem natural ou
sintética. As de origem natural são geralmente extraídas GUIMARÃES, P. I. C.; OLIVEIRA, R. E. C; ABREU, R. G. Extraindo
óleos essenciais de plantas. Química Nova na Escola, n. 11, maio
de plantas, flores, raízes ou animais, enquanto as sintéticas 2000. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc11/v11a10.
tentam reproduzir no laboratório os aromas naturais. A ex- pdf. Acesso em: 17 maio 2022.

233
Orientações didáticas
Evaporação
Para abordar o método de evapo- No exemplo anterior, ao separar o sal e a

Luciana Whitaker/Pulsar Imagens


ração, você pode usar o exemplo da areia, obtivemos uma solução de água com
obtenção do sal marinho. Peça aos es- sal. Essa mistura pode ser separada por
tudantes que pesquisem quais são as meio da evaporação, caso não tenhamos in-
regiões do mundo onde esse proces- teresse em recuperar a água que foi usada
so é realizado. Peça a eles que apre- na dissolução.
sentem os resultados da pesquisa para Esse é o processo mais comum para se
toda a turma, em data previamente es- obter sal marinho. Nas salinas, enormes
tipulada por você. tanques são preenchidos com água do mar
Sugerimos que você pergunte aos (mistura de água e sal), que é deixada em
repouso, exposto ao sol, por longos períodos
estudantes se poderiam usar a evapo-
para que toda a água evapore.
ração para separar rapidamente certa
quantidade de uma mistura de água e Destilação Trabalhadores nas salinas de Lagoa de Araruama
sal em um laboratório. Em seguida, ex- E se precisássemos recuperar os dois (RJ), em 2018.
plique que o método de destilação sim- componentes da mistura homogênea de
ples é comumente utilizado para separar água e sal, o que poderíamos fazer? Nesse caso, precisaríamos aplicar o
mais rapidamente misturas de sólidos e método da destilação. A evaporação consiste
líquidos. Peça aos estudantes que pes- Adequada para misturas homogêneas, a destilação se baseia nas tempe- na passagem, lenta
raturas de ebulição dos diferentes componentes na mistura. Usando equipa- e gradual, da parte
quisem outras substâncias que podem superficial de um
ser separadas por meio desse método. mentos específicos para cada tipo de mistura, podemos promover a ebulição
líquido para o estado
e o resfriamento de um componente por vez, coletando-o em seguida.
Neste tópico, ainda damos sequência gasoso.
ao trabalho com a habilidade EF06CI03. Se a diferença entre as temperaturas de ebulição de cada componente
for grande, devemos usar a destilação simples. Essa técnica é adequada
para misturas homogêneas só-
#Para saber lido-líquido, como a solução de

Ajamal/Shutterstock
água e sal. Termômetro
Destilação simples
Vídeo, com cerca de 2 minutos, que A mistura é aquecida em um
apresenta o método de destilação sim- balão de vidro até que o sol- Saída
vente entre em ebulição, a uma Rolha de água
ples de uma mistura de água e corante. quente
Disponível em: https://www.youtube. temperatura que pode ser mo-
com/watch?v=UhnDfPPVFgI. Acesso nitorada por termômetro. Nes-
se instante, o vapor do líquido Condensador
em: 17 maio 2022.
começa a subir, até chegar à
saída lateral, onde encontra o
condensador, que é um tubo
resfriador. No condensador, o Vapor
vapor passa para o estado líqui- Balão de
do e assim o solvente é coletado vidro
no recipiente conectado à outra Solução
extremidade. Nesse momento, o
Frasco de
líquido passa a ser chamado de coleta
destilado. Bico de
Entrada
Bunsen
de água
fria
Destilado
Sistema de destilação
simples em pequena escala.

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Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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#Para ler
çgua destilada vapor de água entra obrigatoriamente no interior do condensador. Ao passar pelo
Você sabia que existe um tipo especial de água que é utilizado, entre outras condensador, o vapor de água transforma-se novamente em água líquida (conden-
aplicações, na preparação de medicamentos para evitar contaminação? Trata-se sação) e cai no erlenmeyer ou béquer que foi colocado na saída do condensador.
da água destilada, isto é, a água que passa pelo processo de destilação simples e Ao analisar o processo de destilação da água, percebemos que ela é uma água
não possui nenhuma substância dissolvida nela, sendo considerada, por isso, um pura porque todas as outras substâncias presentes na mistura continuam no balão
material puro. [...] após o aquecimento. Em razão da pureza que a água destilada apresenta, ela é uti-
Para a produção da água destilada, inicialmente se coloca a mistura (água do rio, lizada não só na produção de medicamentos, mas também em diversos experimen-
por exemplo) no balão de destilação. Em seguida, liga-se o bico de bunsen para que tos dentro de um laboratório.
a mistura seja aquecida. Com o calor, a água presente na mistura é transformada DIAS, D. L. Escola Kids. Disponível em: https://escolakids.uol.com.br/ciencias/agua-destilada.htm.
em vapor. Como a saída superior do balão de destilação é vedada por uma rolha, o Acesso em: 17 maio 2022.

234
Para misturas homogêneas líquido- Orientações didáticas

Ajamal/Shutterstock
-líquido, nas quais as diferenças entre Termômetro Neste tópico, apresentamos o méto-
as temperaturas de ebulição não são Saída do da destilação fracionada. Explique
muito grandes, devemos usar a desti-
Rolha
de água as diferenças entre as aparelhagens uti-
lação fracionada. quente
lizadas no processo da destilação fra-
A principal diferença entre as apa- cionada e na destilação simples. Des-
relhagens da destilação simples e da Condensador
taque o uso da destilação fracionada
fracionada é a presença de um tubo
na indústria petroquímica para a sepa-
de vidro conectado ao balão de vidro. Coluna de
Esse tubo é a coluna de fracionamen- fracionamento ração dos diferentes derivados do pe-
to e garante a melhor separação dos tróleo. Explique que a destilação fracio-
componentes da mistura. Entrada de
nada é um método de separação que
Vapor
Enquanto um dos componentes es- água fria apresenta diferentes pontos de ebuli-
Frasco de
tiver fervendo, a temperatura perma- Balão de
Solução
coleta ção, como é mostrado no esquema da
nece constante, o que é possível acom- vidro coluna de fracionamento do petróleo.
panhar pelo termômetro, acoplado Se houver possibilidade, peça aos
no final da coluna de fracionamento. estudantes que pesquisem, em fon-
Assim que o primeiro componente se tes confiáveis, e expliquem as diferen-
separa da mistura na forma de vapor, Destilado ças entre a obtenção do álcool e a dos
a temperatura começa a aumentar, e é
Sistema de destilação componentes do petróleo por meio do
necessário trocar o frasco coletor para
receber o próximo componente da mistura. O componente líquido que
fracionada em pequena processo de destilação fracionada.
tiver a temperatura de ebulição mais alta será o último a ser isolado.
escala. Esclareça que o álcool também é co-
Na indústria, a destilação fracionada é o método empregado para fa-
nhecido como etanol ou álcool etílico.
zer a separação dos componentes do petróleo. Mas os aparelhos usados Para facilitar o desenvolvimento do tra-
não são pequenos como os mostrados nas imagens anteriores. Nas refi- balho, você pode apresentar aos estu-
narias de petróleo, por exemplo, as colunas de fracionamento costumam dantes algumas questões que servirão
ser uma das partes mais altas, e são chamadas torres de destilação. de orientação para a pesquisa, como:
Observe, no esquema a seguir, quais são os produtos derivados da • Como é feita a extração, o transporte
destilação fracionada do petróleo e suas principais aplicações. CORES FANTASIA FORA DE PROPORÇÃO e o refino do petróleo?
Vimos que a extração e o
Torre de
Gases • Quais são os principais derivados do
transporte de petróleo po- petróleo e quais são seus usos?

Osni de Oliveira/Arquivo da editora


fracionamento Gás liquefeito de petróleo (GLP,
dem causar grandes danos
• Quais são as consequências ambien-
20 °C
gás de cozinha)
ambientais em decorrência
de vazamentos do material.
Nafta
Gases e solventes
tais relacionadas ao uso dos deriva-
70°C
Além disso, a cadeia produti- dos de petróleo?
va do petróleo traz impactos Gasolina
120 °C Gasolina para • Qual é a principal matéria-prima uti-
para o ambiente nas refina- veículos lizada para a produção do etanol no
rias, pois elas consomem Querosene
170 °C Combustível de Brasil?
muita água e energia para
funcionar, liberam gases po- Diesel
avião e parafina
• Como é obtido o etanol e quais são
luentes para o ar e produzem
270 °C Óleo diesel as etapas que envolvem a sua pro-
(combustível)
outros resíduos tóxicos. Óleos lubrificantes dução?
• Quais são as consequências ambien-
370 °C Óleos lubrificantes
Elaborado com base em: UNIVERSIDADE e ceras
de Coimbra. Faculdade de Ciências e Óleos combustíveis Combustíveis tais relacionadas à produção do etanol?
600 °C para barcos,
Tecnologia. Portal Laboratórios Virtuais
de Processos Químicos. Disponível em: fábricas e Se julgar oportuno, você pode so-
http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/
Petróleo
Resíduo
centrais de licitar aos estudantes que pesquisem
bruto aquecimento
index.php?option=com outras atividades em que a destilação
_content&task=view&id=224&Itemid=415. Asfalto para
Acesso em: 26 jan. 2022. estradas e telhados fracionada é empregada.
Representação esquemática de uma torre de
destilação de petróleo.
235

R d ã ddo Li
Reprodução Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Para saber

Como é produzido o etanol? De onde vem e como é produzido o etanol no Brasil?


Matéria que explica resumidamente o processo de produção Artigo que apresenta o histórico da produção do eta-
do etanol. Disponível em: https://unica.com.br/setor nol no Brasil e as regiões produtoras de matéria-prima.
-sucroenergetico/etanol/. Além disso, apresenta a produção do biodiesel por re-
Preparando o etanol gião. Disponível em: https://cbie.com.br/artigos/de
Guia de experimento para a obtenção de uma mistura de -onde-vem-e-como-e-produzido-o-etanol-no-brasil/.
substâncias, sendo o etanol o principal componente. Acesso em: 17 maio 2022.
Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/
estrategias-ensino/preparando-etanol.htm.

235
CORES FANTASIA FORA DE PROPORÇÃO

#Extração e refino do petróleo


Orientações didáticas
Inicialmente, sugerimos que você
pergunte aos estudantes se eles sa-
bem como ocorre a extração do petró-
leo. Pode ser que eles tenham dificul-
dades em explicar como efetivamente COLUNA DE
ocorre esse processo. Alguns podem ter PERFURAÇÃO
tido acesso a informações sobre plata- Cano que se
introduz no solo.
formas de petróleo em livros, revistas,
na internet ou até mesmo na televi-
são, mas podem não saber como ocor-
re a extração em sua totalidade. Expli-
1 BUSCA 3 EXTRAÇÃO

que as diferentes etapas da extração. Ocorre por meio da Se for um poço produtivo, as
implementação de métodos SISTEMA DE
sondas de perfuração são trocadas
Uma sugestão é usar o vídeo indicado indiretos, pelos quais se obtém BOMBEAMENTO
por sistemas de extração.
Se o petróleo não flui
no boxe #Para saber +, na página se- indícios (nem sempre conclusivos)
da presença de petróleo. naturalmente para
guinte, como subsídio para sua expli- fora, utiliza-se um
cação. Questione os estudantes sobre
os problemas causados pela extração 2 EXPLORAÇÃO
sistema de bombas.

e pelo transporte do petróleo. Sugeri- Tanque de recuperação


mos ainda que você trabalhe interdis-
ciplinarmente com o componente cur-
ricular Geografia as características das
rochas das quais é extraído o petróleo.
Em seguida, para ilustrar sua expli-
cação, sugerimos que explore o info- POÇO
gráfico #Extração e refino do petróleo. Quando se detecta um possível
EXPLORATÓRIO
poço, são realizadas perfurações
Peça aos estudantes que analisem para veriãcar a presença de petróleo
atentamente a imagem e todos os seus e seu potencial econômico. 1
elementos. Depois, questione-os sobre A) Utilizam-se motores de alta Injeção de gás ou
a percepção deles a respeito da ima- potência, que fazem girar a água
coluna de perfuração. Adiciona-se água ou
gem. Sugira que façam a leitura do in- gás em alta pressão.
fográfico seguindo a numeração pro- B) Na extremidade da coluna
posta nas caixas de textos. de perfuração há uma broca
que perfura as rochas que
A seguir, apresentamos uma sugestão diãcultam a chegada ao 2
de leitura no boxe #Para ler que aborda petróleo.
Subida do petróleo
alguns dos impactos ambientais causa- A água ou o gás injetado
C) Antes de a broca chegar ao
dos pelo uso do petróleo. faz com que o petróleo seja
ponto onde está o petróleo
empurrado para cima com
diminui-se a velocidade
mais força, facilitando sua
da perfuração, para que o
extração.
petróleo, por ação da pressão, BROCA DE
vaze do poço. PERFURAÇÃO • Xisto • Água
• Gás • Rocha
• Petróleo

236

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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#Para ler
Impactos ambientais causados pelo petróleo Além disso, a produção de petróleo trabalha sem- entrada de luz no mar e a fotossíntese dos vegetais não
pre com grande risco potencial de poluição ambien- pode ser realizada da forma correta, além de impreg-
Pela sua importância vital para o abastecimento de
tal. Só a refinaria de petróleo é responsável pela maior nar as penas das aves e escamas dos peixes, impedindo
energia, o petróleo é considerado um recurso estraté- parte da poluição do ar, uma vez que são emitidos po- a respiração e causando a morte por hipotermia.
gico e básico para a sociedade industrial contemporâ- luentes em forma de fumaça com óxidos sulfúricos e
nitrogenados, enxofre e metais pesados. Como minimizar esses impactos?
nea. Porém, diante de tanta dependência sobre ele, há
uma expectativa de que em 40 ou 50 anos ele possa Apesar de todos esses impactos negativos, é o trans- Há algumas tecnologias utilizadas para minimizar
porte de cargas — especialmente em oceanos — que os estragos causados pelos acidentes, como o uso de
estar completamente em extinção — o que expõe a
ocupa o primeiro lugar de impacto ambiental. Isso dispersantes, absorventes sintéticos, absorventes natu-
necessidade de buscar por novas alternativas mais porque frequentemente ocorrem vazamentos de pe- rais e absorventes para óleos viscosos.
econômicas e menos poluentes. tróleo que causam um prejuízo inestimável para a vida A prevenção é sempre a melhor forma de diminuir
[...] marinha. As manchas de óleo resultantes impedem a os impactos ambientais. Nesse sentido, é importante
236
Orientações didáticas

Petróleo/Elbibliote.com S.A.
Se julgar oportuno, uma opção para
avaliação do aprendizado é que os es-
tudantes se reúnam em grupos e pes-

4 TRANSPORTE 5 REFINO
quisem os acidentes ambientais que já
ocorreram no Brasil. Por meio de carta-
O petróleo bruto pode Cada derivado do petróleo zes ou pelo uso de ferramentas digitais,
ser transportado para as tem um ponto de ebulição
refinarias por meio de característico, o que facilita a
eles deverão apresentar aos colegas, em
navios petroleiros. separação dos componentes do data previamente estipulada por você,
petróleo bruto. Essa operação as informações encontradas. Dessa for-
302,81 utiliza como processo de
separação de mistura a destilação
ma, é favorecido o desenvolvimento da
fracionada. COLUNA DE competência geral 2 e das competên-
bilhões de barris é a FRACIONAMENTO
quantidade de barris que cias específicas 2, 4 e 5 de Ciências da
podem ser extraídos na Natureza. Essa atividade busca colocar
Venezuela, tornando-o o
país com mais reservas de o estudante como protagonista no ensi-
REFINARIA
petróleo no mundo. no, favorecendo o trabalho com a meto-
dologia ativa de aprendizagem baseada
NAVIO em problemas.
PETROLEIRO

#Para saber
Aula: Extração de petróleo em 5
minutos
Vídeo, com cerca de 5 minutos, que
apresenta uma simulação de como
ocorre a extração do petróleo.
Cada derivado do petróleo tem uma temperatura
de ebulição diferente, o que facilita a separação Disponível em: https://www.youtube.
dos componentes do petróleo cru. Isso é feito com/watch?v=3K-ZqYtMu6U. Acesso
por meio da destilação fracionada do petróleo. em: 17 maio 2022.

Principais produtores de petróleo


Países Mil barris por dia
EUA 16 476
Arábia Saudita 11 039
Rússia 10 667
Canadá 5 135
Iraque 4 114
China 3 901
Emirados Árabes Unidos 3 657
Irã 3 084
Brasil 3 026
Kuwait 2 686

Elaborado com base em: INSTITUTO Brasileiro de Petróleo


e Gás (IBP). Maiores produtores mundiais de petróleo em
2020. Disponível em: https://www.ibp.org.br/observatorio-do-
setor/snapshots/maiores-produtores-mundiais-de-petroleo-
em-2020/. Acesso em: 26 jan. 2022.

237

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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investir na adoção de rigorosas medidas preventivas contra aci- Em paralelo a isso, há a indicação de instalações de filtros
dentes em plataformas de petróleo, bem como em uma fiscali- e equipamentos antipoluentes nas indústrias, planejamento
zação mais rigorosa do governo, manutenção das plataformas e de construção de fábricas longe das cidades, implantação de
refinarias, aplicação de multas pesadas para qualquer acidente mais áreas verdes em centros urbanos, melhor gerenciamen-
causado pelo petróleo e cuidado com as lavagens de reservató- to do tráfego para evitar congestionamentos, controle da qua-
rios para que a água contaminada não seja despejada no mar. lidade de combustível e ampliação de transportes coletivos
No caso da emissão de monóxido de carbono na atmosfera, menos poluentes, como o metrô.
que é capaz de afetar o equilíbrio térmico da estratosfera e agir COMO podemos diminuir os impactos ambientais causados pelo
diretamente na saúde humana, outras medidas como rodízio petróleo? Pensamento Verde, 25 abr. 2018. Disponível em: https://
de automóveis em grandes cidades são boas tentativas de des- www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/como-podemos-
pejar um pouco menos de poluentes de petróleo no ar. Na prá- diminuir-os-impactos-ambientais-causados-pelo-petroleo/.
Acesso em: 17 maio 2022.
tica, porém, essas medidas apresentam resultados mínimos.
237
#Atividades

ESC OREVA
Orientações didáticas NO L
IVRO

Sugerimos que você oriente os estu-


Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades.
dantes a consultar as anotações que fi-
1. Observe nos quadrinhos abaixo a sequência de ações e consequências do des-
zeram, os vídeos a que assistiram e os carte de óleo. Forme um grupo de trabalho com mais dois colegas e, juntos, GRUPO

textos que leram e acompanharam ao elaborem uma nova sequência de quadrinhos, com medidas ambientalmente
longo do estudo deste capítulo. Sugira corretas para o descarte de óleo. Ao final, compartilhem o resultado com os
que, caso necessário, sempre retornem colegas de outros grupos. CORES FANTASIA FORA DE PROPORÇÃO
aos conceitos estudados. Se eles ainda
apresentarem dúvidas, sugerimos que

Celli07/Shutterstock
você retome alguns conteúdos e veri-
fique se há alguma defasagem ou di-
ficuldade de aprendizagem. Você pode
orientá-los durante esse processo para
que compreendam como se dá a cons-
trução do conhecimento.
#Atividades
1. Resposta pessoal. Os estudantes po-
dem representar, por exemplo, o co-
zinheiro recolhendo o óleo usado já
frio em uma garrafa PET e enviando-
-o a um ponto de coleta para reci-
clagem.
2. a, b, c) As respostas estão disponí- 2. O biodiesel é uma alternativa sustentável ao diesel. Responda às questões a seguir com base no
que estudamos neste capítulo e, se necessário, faça uma pesquisa para obter mais informações.
veis no Livro do Estudante. 2. a) O diesel é um combustível para motores, usado, por exemplo, em cami-
d) A produção de biodiesel a partir a) Para que o diesel é utilizado? nhões.
do óleo de cozinha usado neces- b) Como o diesel é obtido? 2. b) O diesel é obtido do petróleo, na destilação fracionada.
sita que os cidadãos recolham o c) Por que o biodiesel é mais sustentável do que o diesel?
2. c) O biodiesel polui menos o ar e não depende da extração de petróleo, que causa diversos impactos ambientais.
óleo e o entreguem nos postos de d) Neste capítulo, estudamos um modo de produção de biodiesel. Explique por que esse tipo
coleta para que seja encaminhado de produção precisa da colaboração dos cidadãos.
2. d) Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
às usinas produtoras de biodiesel.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os 3. Um método comumente utilizado para extrair ouro da natureza é a levigação, pela qual é pos-
estudantes respondam que a prática sível separar o ouro de outros grãos do solo. Pesquise os impactos ambientais causados pela
atividade do garimpo de ouro no Brasil. Discuta os resultados de sua pesquisa com os colegas.
do garimpo de ouro no Brasil é pre-
judicial ao ambiente porque muitos

Luciana Whitaker/Pulsar Imagens


garimpeiros utilizam mercúrio para
separar o ouro de impurezas, e esse
mercúrio acaba contaminando os
rios e os solos.

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Livro ddo EEstudante
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ESC OREVA
NO L
IVRO
Orientações didáticas
4. Leia a seguir o trecho de uma reportagem.
#Atividades
Você já parou para pensar sobre como os produtos que consome chegam até você?
O sal, por exemplo, produto tão básico, que não pode faltar em nenhuma cozinha. Sabe
4. a, b) As respostas estão disponíveis
onde é produzido? Tem noção de que de todo o sal consumido no Brasil, mais de 90% é produ- no Livro do Estudante.
zido numa região do estado do Rio Grande do Norte? A atividade é tradicional e movimenta a c) Resposta pessoal. Espera-se que
economia de diversos municípios no litoral norte potiguar. Mas, como qualquer atividade os estudantes escrevam que os
humana, tem seus impactos sobre o ambiente natural [...] manguezais são ecossistemas ricos
CRISPIM, Maristela. Salinas do Rio Grande do Norte estão no centro de uma grande polêmica. em diversidade de espécies. Atuam
EcoNordeste, 30 dez. 2019. Disponível em: https://agenciaeconordeste.com.br/ como “berçário” para muitos ani-
salinas-do-rio-grande-do-norte-estao-no-centro-de-uma-grande-polemica/.
Acesso em: 14 jan. 2022. mais marinhos e são frequentados
por animais terrestres em busca de
a) Explique como é o método de separação de misturas usado nas salinas. alimento. Assim, a destruição dos
4. a) O método usado é a evaporação: apenas a água do mar evapora com o calor do Sol, separando-o do sal.
b) Um dos principais impactos ambientais das salinas é o vazamento de grandes pilhas de manguezais afeta os ecossistemas
sal para o mar e para os manguezais. Explique o que acontece com o sal ao ter contato marinhos e terrestres.
com o mar, citando a propriedade dos componentes da mistura envolvida. 5. a, b) As respostas estão disponíveis
4. b) O sal se dissolve na água do mar, aumentando sua salinidade. A propriedade envolvida é a solubilidade.
c) Com base em seus conhecimentos ou em dados obtidos em uma pesquisa, escreva um breve no Livro do Estudante.
texto explicando por que as salinas não deveriam ameaçar a preservação dos manguezais. c) Resposta pessoal. Espera-se que
os estudantes citem que os prin-
5. No capítulo anterior, estudamos os impactos ambientais causados pelo uso excessivo de cipais impactos ambientais se
plásticos, principalmente em embalagens e objetos descartáveis, e pelo descarte incorreto
relacionam ao vazamento de pe-
desse material. Os plásticos convencionais são obtidos de nafta e parafina, produtos do
petróleo. 5. a) Destilação fracionada. A propriedade relacionada é a temperatura de ebulição, que é diferente
tróleo, que afeta o mar e outros
para cada componente da mistura. ambientes. As propriedades rela-
a) Como a nafta, a parafina e outros produtos do petróleo são obtidos nas refinarias? Qual cionadas são a solubilidade, pois
propriedade dos componentes explica esse método?
o óleo é insolúvel em água, e a
b) A parafina é uma cera, presente em velas e em muitos outros usos, e sua densidade é densidade, pois, sendo o óleo
menor do que a da água. Adicionando um pedaço de parafina à água, qual resultado você menos denso que a água, forma
espera observar? Descreva o tipo de mistura resultante.
uma camada superficial nos am-
5. b) O resultado esperado é a parafina flutuando na água, em uma mistura heterogênea sólido-líquido.
bientes aquáticos.
MOLPIX/Shutterstock

Aspecto da
parafina
sólida.

c) Explique quais são os principais impactos ambientais causados pela cadeia produtiva do
petróleo, desde a extração até o transporte. Relacione esses impactos às propriedades
do óleo.

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Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
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ESC OREVA
Orientações didáticas 6. Uma usina de reciclagem recebeu
NO L
IVRO

Alex Popov/Shutterstock
uma remessa de bandejas plásti-
#Atividades cas. Os funcionários, perceberam
6. a, b, c) As respostas estão disponí- que o número do código, que in-
veis no Livro do Estudante. dicaria o tipo de plástico de que
d) Resposta pessoal. Possibilidades elas são feitas, estava desgastado
de resposta: decantação da mistu- e ilegível. Apesar da dúvida sobre
ra líquida homogênea ABS + ace- a composição do plástico desses
tona para outro recipiente, res- objetos, eles sabem que poderia
tando o PET no copo de origem; ser polímero PET ou polímero ABS.
remoção do plástico sólido da Ao pesquisar no catálogo disponí-
mistura com uma pinça (catação). vel na usina, foram levantadas as
seguintes informações para esses
7. Resposta pessoal. Possibilidade de
dois materiais:
resposta: dissolução fracionada do Modelo de bandeja plástica.
açúcar com água, seguida por filtra-
ção, para isolar a terra (retida no fil-
tro) da solução de água com açúcar Densidade a Solubilidade em
e, por fim, evaporação da água. 25 °C (em g/mL) acetona

Polímero PET 1,15 a 1,25 Insolúvel

Polímero ABS 1,04 a 1,06 Solúvel

a) Fazendo-se um teste de verificação de densidade, adicionando pedaços dos dois polímeros


a um recipiente com água pura, num dia em que a temperatura está a 25 °C, seria possível
diferenciá-los entre si? Explique seu raciocínio. 6. a) Não. Ambos afundariam, pelo fato de a densidade
Dado: densidade da água a 25 °C: 0,997 g/mL.da água, a essa temperatura, ser igual a 0,997 g/mL e
os dois materiais terem densidades em faixas acima disso.
b) Fazendo-se um teste de verificação de solubilidade, adicionando, separadamente, pedaços
dos dois polímeros a um recipiente com acetona pura, seria possível diferenciá-los entre
si? Classifique as misturas obtidas em homogênea ou heterogênea e quanto ao número
de fases presentes. 6. b) Sim. A mistura PET + acetona seria heterogênea bifásica, pois esse polímero é
insolúvel em acetona. No caso da mistura ABS + acetona, seria homogênea (monofásica).
c) Fazendo-se um teste de verificação de solubilidade, adicionando, juntos, pedaços de cada
um dos dois polímeros em um recipiente com acetona pura, como seria classificada a
mistura obtida quanto ao número de fases? Quantos componentes estão contidos nesta
mistura? 6. c) A mistura PET + ABS + acetona seria heterogênea bifásica, constituída de três componentes
(fase sólida: PET; fase líquida: ABS + acetona).
d) Sabendo que a densidade da acetona é de 0,8 g/mL, a 25 °C, proponha maneiras de se-
parar os componentes da mistura do item anterior, sem ter contato direto da pele com a
acetona do recipiente.

7. Um grupo de escoteiros foi acampar em uma região de Mata Atlântica para conhecer o ha-
bitat de algumas espécies de plantas e de animais. Ao organizar os mantimentos, um dos
escoteiros derrubou, sem querer, uma pequena quantidade de açúcar no chão de terra, pró-
ximo às barracas. Como o açúcar derrubado poderia atrair formigas para o acampamento,
causando transtornos, é importante que ela seja removida do local. Proponha uma maneira
de o escoteiro remover esse açúcar derramado, explicando os critérios que escolheu para
o procedimento sugerido.

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Livro ddo EEstudante
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Orientações didáticas
CAPêTULO 13 Neste capítulo, trabalharemos os dife-
Objetivos do capítulo

As transformações
rentes tipos de transformação que ocor-
• Diferenciar rem com a matéria, reconhecendo as
transformações
físicas e químicas. evidências que identificam uma trans-

da matéria
• Identificar as formação química. Os estudantes ana-
evidências que lisarão as transformações que ocorrem
caracterizam uma em diferentes contextos cotidianos, a fim
transformação
química, relacio-
de propor soluções sustentáveis para mi-
nando-as a nimizar possíveis impactos relacionados
fenômenos do a essas transformações no ambiente e
cotidiano. na sociedade.
• Analisar alguns Sugerimos, inicialmente, que você
contextos em que
as transformações peça aos estudantes que analisem a
químicas são imagem das meninas tomando água. Per-
utilizadas para gunte a eles quais transformações ocor-
promover soluções
sustentáveis para o rem quando as meninas bebem água, por
ambiente. exemplo. Observe se eles citam as trans-
formações que acontecem no interior do
Na BNCC
nosso organismo. Em seguida, você pode
Habilidade: EF06CI02. perguntar aos estudantes se eles conhe-
cem as etapas e as transformações pelas

fizkes/Shutterstock
quais a água passou até ser considerada
potável e ser distribuída para o consumo.
Observe e registre, por exemplo, em
uma pauta de observações, as respostas
dos estudantes. Verifique se eles conhe-
cem as etapas de tratamento da água e
se valorizam a água limpa que conso-
mem, bem como se expressam outras
ideias acerca da importância e da ne-
A água tratada é a que passou por processos físicos e químicos até ser considerada potável.
cessidade do tratamento de água para
Neste capítulo, vamos estudar as transformações que alteram a composição da matéria e exem- a manutenção da saúde da população.
plos de processos em que ocorrem essas transformações. Para isso, vamos descobrir quais são as Esse conteúdo está relacionado ao Tema
pistas que devemos observar para descobrir se uma mudança de composição ocorreu ou está ocor- Contemporâneo Transversal Saúde.
rendo em determinado momento e entender como acontecem alguns processos já bem conhecidos,
#Para iniciar
seja na indústria, seja no nosso cotidiano.
Este boxe tem o objetivo de auxiliá-
Conhecer como é possível modificar a composição de um material ajuda o ser humano a pro-
mover transformações em diferentes contextos, como no tratamento da água que consumimos. -lo na identificação dos conhecimentos

prévios, das habilidades, das atitudes e
ESC O
NO L
REVA dos valores dos estudantes. Por isso, su-
IVRO

#Para iniciar gerimos que eles realizem o registro de


suas respostas iniciais no caderno, a fim
• Você sabe como o fermento faz com que as massas cresçam? Compartilhe o que você sabe. de que possam ser retomadas e revis-
• Você já ouviu falar que não devemos comprar latas de alimentos em conserva que este- tas no final do capítulo. Isso contribui-
jam amassadas? Você sabe dizer o porquê? rá para que se tornem conscientes do
• Você conhece algum processo utilizado no tratamento da água? Descreva-o para os colegas. desenvolvimento de suas aprendizagens
e da construção do seu conhecimento.
Respostas pessoais para mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes. Consulte as Orientações didáticas.
Com base nas ideias registradas
241
pelos estudantes durante a análise da
imagem, direcione a discussão utilizan-
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id do as perguntas do boxe #Para iniciar.
Você pode utilizá-las para questioná-
-los sobre como as diferentes transfor-
mações contribuem para a produção
e a conservação dos alimentos, bem
como influenciam o desenvolvimento
da sociedade e impactam o ambiente.
Considerando as respostas apre-
sentadas, você poderá identificar se os
estudantes sabem diferenciar as trans-
formações químicas e físicas que ocor-
rem em diferentes contextos cotidianos,
e se reconhecem as evidências da ocor-
rência das transformações químicas.

241
# Tipos de transformação
Orientações didáticas
Sugerimos que você discuta com
os estudantes sobre a importância de Os materiais podem ser transformados de
aprender as características das trans- diferentes maneiras. Quando apenas o estado
formações físicas e químicas, os fatores físico ou o formato do material é alterado, di-
que contribuem para a ocorrência das zemos que ocorreu uma transformação física.
transformações, e as evidências que ca- Entortar, cortar, aquecer e moldar uma peça me-
racterizam a ocorrência de determinada tálica são exemplos de transformações físicas.
transformação, para que eles compre- Quando a composição da matéria é altera-
endam os fenômenos e os processos da, isto é, quando são produzidos materiais com
propriedades diferentes dos materiais originais,
que ocorrem em diferentes contextos.
dizemos que ocorreu uma transformação química.
Pergunte aos estudantes em quais Essas transformações também podem ser chamadas
situações eles observam a ocorrência de reações químicas e ocorrem pela influência de al-
dessas transformações. Para isso, você guns fatores, como interação entre substâncias, variação oc
k

utt
ers
t
Sh
pode fazer uma tabela na lousa com de temperatura, ação da luz, entre outros. Mr
.1/

O derretimento do
duas colunas. Em cada coluna, colo- Você mesmo já promoveu transformações químicas, mesmo que ferro é um exemplo de
que um tipo de transformação (quími- não tenha percebido. E não estamos falando daquelas transformações transformação física da
ca ou física) e, em seguida, distribua que ocorrem todos os dias, no organismo, de maneira involuntária, como matéria. Nesse caso,
as situações elencadas pelos estudan- a conversão da energia dos alimentos em energia para o funcionamento a transformação é a
das células, por exemplo. Assar um bolo, cozinhar um ovo ou simples- mudança de estado físico,
tes nas duas colunas. de sólido para líquido.
Sugerimos que, com base nos exem- mente descascar uma fruta são processos cotidianos que desencadeiam
reações químicas.
plos apresentados pelos estudantes,
você peça que identifiquem em quais
situações ocorrem as transformações
matkub2499/Shutterstock

químicas e físicas, considerando as O escurecimento da polpa


características de cada transforma- de uma maçã depois de
ção. Apresente situações diferentes cortada ocorre devido a
das elencadas, para que os estudan- reações químicas entre
substâncias da fruta e o
tes possam estabelecer relações entre gás oxigênio do ar.
suas características e o tipo de trans-
formação, expandindo e aprofundando
suas ideias.

Mikhaylovskiy/Shutterstock
Por fim, sugerimos que explique
as características e as diferenças das
transformações químicas e físicas,
com base nos exemplos apresentados
na #Atividade complementar, a seguir.

Compare o aspecto do ovo cru (0 min) com o do ovo em diferentes estágios


de cozimento. Durante o cozimento, algumas substâncias presentes no ovo
passam por transformações químicas, fazendo a aparência e a textura da
clara e da gema mudarem.

242

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
d id

#Atividade complementar
Transformações químicas e físicas Coloque o vinagre em um dos copos. Adicione o bicarbo-
Sugerimos uma atividade complementar de demonstração nato de sódio, aos poucos, com o auxílio da colher. Espere
da ocorrência de uma transformação química. Para isso, até que as bolhas se desfaçam totalmente.
serão necessários os seguintes materiais: Ao final do experimento, peça aos estudantes que clas-
• 2 copos de vidro transparentes. sifiquem essa reação em química ou física, e expliquem
em quais evidências eles se basearam para chegar a essa
• 2 colheres de chá.
conclusão.
• Aproximadamente 100 mL de vinagre.
• Aproximadamente meia xícara de bicarbonato de sódio.

242
Orientações didáticas
Percebendo a ocorrência de uma
Para abordar as transformações
transformação química químicas, sugerimos que pergunte aos
Agora que já conhecemos os tipos de transformação da estudantes como podemos comprovar
matéria, vamos investigar como diferenciar as transforma- que de fato ocorreu esse tipo de trans-
ções físicas das transformações químicas. Para isso, preci- formação. Você pode usar como base

Pask
samos observar a principal diferença entre elas: a mudança

o
algumas das situações elencadas por

Ma
das propriedades da matéria.

ksim
eles na tabela da atividade anterior,

/
Sh
Enquanto as transformações físicas alteram apenas o estado

utt
ou mesmo utilizar o exemplo da ex-

ers
físico ou o formato dos materiais, as transformações químicas po-

toc
k
dem provocar mudanças que, em alguns casos, não são facilmente plosão dos fogos de artifício, para que
observadas a olho nu. Por isso, com um olhar atento, investigativo, eles possam elencar as evidências que
conseguimos identificar a ocorrência de uma transformação química pro- percebem nesse tipo de transformação.
curando sinais que indiquem mudanças que normalmente ocorrem nesse As luzes dos fogos
Sugerimos que você oriente os es-
tipo de transformação. A seguir, vamos estudar alguns desses sinais. de artifício são tudantes a apresentarem outras situ-
desencadeadas por ações em que ocorre a liberação de
Liberação de luz reações químicas. Os luz, devido à ocorrência de uma trans-
A luz é um fenômeno que desperta grande interesse da humanidade. profissionais que lidam
formação química, por exemplo quan-
Uma forma de produzir luz é a partir de reações químicas. Um exemplo com esse artefato devem
são os fogos de artifício, que fascinam muitas pessoas durante as explo- ter cuidados para garantir do acendemos um palito de fósforo ou
sões coloridas que são promovidas em grandes comemorações. a própria segurança e mesmo durante a queima de um com-
a dos espectadores da bustível. Além desse exemplo, você
No caso dos fogos de artifício, o que causa a liberação de luz é uma
queima de fogos. pode usar a reação de combustão para
reação química chamada combustão, também conhecida como quei-
ma. Quando um material é queimado, como acontece com a pólvora relacionar as transformações químicas
dos fogos de artifício, ele é chamado de combustível. Nesse processo, à mudança na constituição microscó-
o combustível reage com o gás oxigênio do ar, a partir do fornecimento pica do material, que não retorna à sua
de energia térmica por uma fonte, como uma faísca. Além da grande composição inicial após a combustão.
liberação de energia na forma de luz e calor, esse tipo de reação pode Espera-se que, com esse exercício, os
produzir gás carbônico, outros gases ou carvão e água. estudantes possam compreender que
Você deve ter observado na imagem anterior que os fogos de artifí- determinados fatores evidenciam a ocor-
cio podem ter cores diferentes. Além da pólvora, cada um deles contém rência de uma transformação química.
em sua composição substâncias com determinados metais, como zinco,
potássio, estrôncio, sódio ou cobre. Quando esses metais entram em
contato com grandes quantidades de energia, como a que é liberada
durante a explosão, eles emitem luzes de diferentes cores, o que faz com
que cada tipo de fogo de artifício tenha uma cor ao explodir. No entanto,
nem toda reação de combustão produz luzes coloridas.
A imagem a seguir mostra a cor que cada metal citado no parágrafo
anterior produz quando entra em contato com uma chama.
Zern Liew/Shutterstock

As cores dos
fogos de artifício
dependem dos
metais que fazem
parte de sua
Zinco Potássio Estrôncio Sódio Cobre composição.

243

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

243
Orientações didáticas
Formação de produto sólido
Neste tópico, apresentamos a forma- Algumas reações químicas resultam na formação de produtos sólidos. Quando dois líquidos
ção de sólidos, por meio dos processos são misturados e surge um sólido na mistura, podemos afirmar que ocorreu uma transformação
de precipitação e oxidação (ferrugem), química. Esse processo é chamado precipitação e o produto sólido é o precipitado.
como mais uma evidência da ocorrên-
cia de uma transformação química.

NatalieIme/Shutterstock

Sakdinon Kadchiangsaen/Shutterstock
Sugerimos que, com base nas imagens
apresentadas no livro, você peça aos
estudantes que indiquem outras situa-
ções em que ocorrem transformações
químicas com a formação de sólidos.
Em seguida, peça a eles que expliquem
quais transformações ocorrem mais
Quando iodeto de potássio e nitrato de A formação da ferrugem
lentamente e quais ocorrem mais ra- chumbo são dissolvidos em água, há a ocorre quando a peça de
pidamente. Solicite que registrem suas formação de nitrato de potássio e de um ferro fica exposta ao ar, em
explicações no caderno e que deba- precipitado amarelo, o iodeto de chumbo. certas condições.
tam suas conclusões com os colegas.
Ao final, registre na lousa os resultados A formação de sólidos pode ser rápida, como podemos perceber na primeira imagem, em que o
e discuta com os estudantes por que precipitado surge assim que uma substância entra em contato com a outra. Há também reações em
algumas reações de formação de sóli- que a formação do produto sólido é relativamente lenta, como o aparecimento da ferrugem sobre
dos ocorrem mais rápido do que outras. uma peça de ferro. Com o passar do tempo, a superfície metálica brilhante da peça vai dando lugar
a um sólido castanho (marrom-alaranjado). O ferro da peça, quando ficou exposto ao gás oxigênio
#Integrando as Ciências do ar, passou por uma reação química de oxidação.
O texto deste boxe possibilita o traba-
lho interdisciplinar ao oferecer aos estu- #Integrando as Ciências
dantes a oportunidade de estabelecer a
conexão entre diferentes componentes
curriculares, evitando a rígida comparti- Cuidado com as embalagens metálicas amassadas!
mentalização do conhecimento. Muitos alimentos, como conservas, são vendidos em latas de metal. A parte interna dessas
embalagens é revestida de películas protetoras para que o alimento não entre em contato direto
Sugerimos que você peça aos estu-
com a parte metálica. Para prevenir o rompimento da película interna, a indústria de enlatados
dantes que relatem se eles, ou seus fa- tem optado por revestimentos internos feitos de materiais flexíveis, mais difíceis de serem
miliares e colegas, já compraram latas rompidos no amassamento da lata.
de alimentos amassadas, por exemplo Se um impacto na lata, entretanto, for forte o suficiente para rom-
de milho ou ervilhas. Em seguida, com per o revestimento interno, os ácidos e as gorduras do alimento
base no texto apresentado na página, armazenado podem oxidar o metal da lata. A oxidação do metal
peça que produzam um novo texto do contamina o alimento com substâncias liberadas durante essa
reação química. Além disso, se houver a exposição do conteúdo

Good luck images/Shutterstock


tipo informativo descritivo, ou mesmo
ao ambiente externo à lata, fungos e bactérias podem se prolife-
um infográfico, para que possam di-
rar no alimento. Nesse caso, as latas geralmente ficam estufadas
vulgar suas conclusões e conscienti- também.
zar seus familiares e colegas sobre a A ingestão de alimento contaminado pode provocar diver-
importância de não comprar latas de sos problemas, como intoxicação alimentar, infecções ou rea-
alimentos amassadas, rompidas e/ou ções alérgicas. Por isso, devemos prestar muita atenção antes
estufadas, bem como alertar sobre os de comprar alimentos enlatados e observar se as latas estão Alimentos vendidos em latas
amassadas ou estufadas. Mesmo que o afundamento seja pe- devem ser consumidos se a lata
problemas que podem ocorrer caso estiver em perfeitas condições
queno, não temos como saber se houve ou não o rompimento
consumam alimentos provenientes de e dentro do prazo de validade.
da camada protetora interna da lata antes de abri-la.
latas que estejam danificadas. É inte-
ressante também a orientação sobre
o descarte correto das latas depois de
244
consumir os alimentos.

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Para saber
Tem problema comprar alimentos com embalagem
danificada?
Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/
redacao/2020/12/03/e-melhor-nao-comprar-alimentos
-com-embalagem-danificada.htm. Acesso em: 12 abr. 2022.
A matéria explica os riscos de consumir alimentos que não
estejam em boas condições de armazenamento.

244
#Experimentar
Orientações didáticas
#Experimentar
Esta seção tem o objetivo de apre-
Investigando a formação da ferrugem sentar propostas de atividades práti-
cas investigativas, introduzindo aos
Neste experimento, vamos investigar as condições necessárias para
a formação de ferrugem. Vimos que ela resulta da reação do ferro com
estudantes as práticas de pesquisa,
o gás oxigênio, mas que condições podem acelerar esse processo? Será mobilizando processos e procedimen-
que há maneiras de evitar ou dificultar a oxidação do ferro? É o que tos científicos. Além disso, estímulos
vamos tentar descobrir ao realizar este experimento. e propostas complementares podem
auxiliar no desenvolvimento do pensa-
mento computacional (identificação
Material de padrões), por meio da abstração e
da decomposição para a execução de
• 5 recipientes de vidro transparente pequenos ou tubos de ensaio.
uma tarefa.
• 5 pregos novos de ferro, de tamanho médio. Esse experimento propicia o traba-
• 5 pedaços de barbante, um pouco maiores do que os recipientes. lho com a competência geral 2 e com
• 2 colheres pequenas (de chá). a competência específica 2 de Ciên-
ATENÇÃO!
cias da Natureza, pois dispõe de es-
• Giz de lousa (vários pedaços). Esta atividade só deve
ser realizada com
a orientação de um
tratégias diversificadas para trabalhar
• Pilão e almofariz ou aparato similar para moer o giz. adulto. Tenha muito o objeto do conhecimento mobilizado
cuidado ao manipular
• Lixa metálica ou esponja de aço. os pregos. Não aspire o
pó de giz.
e oferece momentos de exercício da
• Caneta para escrever em vidro. curiosidade intelectual e de prática da
abordagem própria das ciências, co-
• Água de torneira.
muns na investigação científica, além
• Sal de cozinha. de promover a divulgação de dados e
• Óleo de soja. ideias científicas em diferentes supor-
• Câmera fotográfica, como a de um celular (opcional). tes de comunicação.
Como é um experimento de moni-
toramento de um fenômeno, ou seja,

ESC O não se encerra em uma única aula, o(a)
Como fazer NO L
REVA
IVRO
professor(a) pode optar por fazer um
conjunto demonstrativo, ou realizar o ex-
Numere os recipientes de 1 a 5. Em seguida, copie o quadro a seguir no caderno.
perimento em equipes, caso haja um lo-
cal seguro para manter os recipientes
Quadro de resultados do experimento
isolados até que o experimento termine.
Recipiente 1 2 3 4 5 Sugerimos que você oriente os estu-
Prego em Prego imerso Prego imerso Prego imerso Prego dantes a formarem pequenos grupos
Conteúdo contato com em água de em água com em óleo de recoberto com para executar o experimento e discu-
o ar torneira sal cozinha pó de giz tir os resultados obtidos ao longo da
Aparência no atividade. Peça que relacionem o tem-
estado inicial po de formação da ferrugem a outros
Aparência após tipos de transformação, por exemplo
7 dias o tempo de apodrecimento de frutas
e verduras ou mesmo de combustão
Aparência após
14 dias de uma determinada substância. Esse
experimento é interessante para que
Use esse quadro como modelo para acompanhar a aparência do prego, nos diferentes meios, nos períodos indicados.
compreendam que determinadas rea-
245 ções levam mais tempo para ocorrer,
enquanto outras ocorrem mais rapida-
mente, e os fatores que podem influen-
Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id ciar determinadas transformações. Ao
final do experimento, oriente os estu-
dantes quanto ao descarte correto dos
materiais utilizados.

245
Orientações didáticas Com a ajuda de um adulto, lixe a superfície dos pregos com lixa ou
ATENÇÃO!
#Experimentar esponja de aço, lave-os com água e enxugue-os muito bem. Em seguida, Não descarte o óleo
Essa etapa do procedimento, que amarre um pedaço de barbante na cabeça de cada prego e coloque um nem o pó de giz na pia.
Peça orientação ao (à)
prego em cada recipiente, deixando uma parte do barbante para fora professor(a).
sugere que a superfície dos pregos
para tirá-lo do recipiente nos períodos de observação de resultados.
seja lixada, é destinada à remoção da
camada de zinco do prego galvaniza-

Dotta2/Arquivo da editora
do. Se julgar interessante, indique uma
pesquisa sobre o motivo de a indústria
produzir pregos revestidos com zinco e
promova uma discussão a respeito,
após os estudantes concluírem todas
as etapas do experimento.
Mais informações sobre o processo de
galvanização podem ser obtidas no site
indicado no boxe #Para saber +, a seguir.
Terminado o experimento, os pregos
podem ser lavados e guardados em Exemplo de
ambiente seco; a água e a solução montagem do
salina podem ser descartadas na pia; experimento.
o óleo deve ser armazenado em frasco
com tampa e destinado à coleta sele-
tiva para reciclagem, e o pó de giz pode O recipiente 1 deve conter somente o prego limpo. Adicione água de
torneira ao recipiente 2. Dissolva uma colher rasa de sal de cozinha em
ser descartado em lixo comum, horta água de torneira e adicione a mistura ao recipiente 3. Adicione óleo de
ou vaso com planta. cozinha ao recipiente 4. Moa o giz e adicione o pó ao recipiente 5. Em
Sugestões de respostas e comen- cada recipiente, a quantidade de material adicionado deve ser suficien-
tários às questões propostas no item te para cobrir todo o prego.
Conclusão: Cada prego deve ser colocado em cada um dos recipientes nume-
1. Espera-se que os estudantes res- rados. Faça uma observação inicial para ver a aparência dos pregos,
anotando no quadro de resultados do experimento, na linha do estado 1. Espera-se que a oxidação
pondam ao questionamento sobre ocorra mais rapidamente e
inicial. Se for possível, registre também com fotos a aparência do prego
os ambientes do planeta que apre- intensamente no recipiente
em cada recipiente a cada observação. Repita as observações e anote 3, no qual o prego ficou
sentam fatores semelhantes, afir- os resultados no quadro pelas próximas duas semanas. em contato com água e sal,
mando que são os ambientes com simulando o ambiente mari-
água e sal, como o marinho, o lito- NÃ
nho ou litorâneo.
ESC O
râneo, as praias, o mar e os oceanos.
Conclusão
REVA
NO L
IVRO
2. Espera-se que a for-
Sugerimos que você complemente mação de ferrugem seja
menos intensa no recipiente
a abordagem do item Conclusão, ins- 1 Com base no que foi observado, qual foi o recipiente em que o prego 5 (prego coberto pelo pó de
tigando os estudantes a pensar que de ferro oxidou mais rapidamente? Quais fatores do ambiente em giz) do que no recipiente 1,
nessas regiões há maior número de que foi colocado esse prego favoreceram a formação da ferrugem? o que indica que a umidade
Que ambientes do planeta apresentam fatores semelhantes? do ar é um fator que influen-
estruturas metálicas oxidadas e que é cia a oxidação.
preferível utilizar materiais mais resis- 2 O giz usado para escrever na lousa é feito de sulfato de cálcio, uma
3. Incentive a argumenta-
tentes à corrosão do que os metais. substância com grande capacidade de absorver a umidade do ar.
ção dos estudantes ao jus-
Com base nessa informação, compare os resultados observados tificarem suas hipóteses.
Por isso, muitas vezes, as estruturas de
nos recipientes 1 e 5. Espera-se que a oxidação
portas e janelas contêm mais vidro do
que metal; outro exemplo são os obje- 3 Elabore hipóteses ou explicações provisórias para os resultados do ferro seja menos intensa
nos recipientes 4 e 5, em
observados nos recipientes em que o ferro oxidou menos ou não que não há contato direto do
tos de metal que dão lugar aos feitos oxidou. Compartilhe suas hipóteses com a classe no momento da ferro com o ar (que contém
com materiais poliméricos, além de ou- discussão coletiva dos resultados. gás oxigênio e água).
tros argumentos que complementem o
contexto desta questão. 246
Caso não venha à tona durante a
discussão, é importante induzir os es-
Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
tudantes a pensarem que, para ocorrer
a oxidação, é necessário que o mate-
cópicas e como essas substâncias são utilizadas no coti- #Para saber
rial a ser oxidado esteja exposto ao ar
diano para retirar a umidade de determinados ambientes,
úmido, para que o oxigênio e a água Galvanização: uma proposta para o ensino de
estejam em contato com a superfície por exemplo o guarda-roupa. Explique como a umidade
eletroquímica
do material (sem abordar, no entanto, influencia a oxidação de determinadas substâncias.
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/prelo/
equações ou conceitos específicos de 3. Sugerimos que você instigue os estudantes a construir EEQ-23-20.pdf. Acesso em: 30 maio 2022.
reações de oxirredução). seus argumentos com base nos dados e resultados ob- Esse artigo explica como a técnica da galvanização é apli-
2. Sugerimos que você explique as ca- tidos ao longo da execução do experimento, bem como cada, permitindo ensinar conceitos fundamentais sobre
racterísticas das substâncias higros- divulgar e discutir suas conclusões com a turma. eletroquímica.

246
Orientações didáticas
Mudança de cor
Uma evidência de reação química interessante é a mudança de cor. Nesse momento, apresentamos a mu-
Quem nunca se surpreendeu ao ver uma transformação que começa de dança de cor como uma evidência da
uma cor e termina de outra? O amadurecimento das frutas e o cozimen- ocorrência de uma transformação quí-
to dos alimentos estão entre os vários exemplos desse fenômeno que mica. Sugerimos que você peça aos es-
ocorre no cotidiano. tudantes que relatem se, por exemplo, já
perceberam a mudança de cor de frutas

Greoss/Shutterstock
A B

ffolas/Shutterstock
e legumes e se relacionam essa mudan-
ça de cor à ocorrência de uma transfor-
mação química. Peça que mencionem
outros exemplos cotidianos em que a
mudança de cor evidenciou a ocorrên-
cia de uma transformação química.
Com base na explicação sobre os in-
dicadores ácido-base, sugerimos que
você peça aos estudantes que citem
A energia térmica transforma o açúcar (foto A) em caramelo (foto B), provocando quais substâncias de seu cotidiano
alterações na composição química e no aspecto físico, incluindo a cor.
possuem características ácidas e quais
apresentam características alcalinas.
Alena Brozova/Shutterstock

O amadurecimento Oriente-os a fazer em casa a solução


dos frutos, como o indicadora de repolho-roxo (mostrada
tomate, envolve reações na indicação do boxe #Para saber +,
químicas acompanhadas
de mudanças de cor,
a seguir) e a testar algumas substân-
textura e sabor. cias elencadas por eles. Em seguida,
peça que registrem seus resultados no
caderno e, em um momento posterior,
Nos laboratórios, algumas reações químicas conhecidas e acompa- apresentem e expliquem seus resulta-
nhadas de mudança de cor são úteis para dar pistas sobre os tipos de dos para a turma.
substância presentes em um sistema de estudo. Chamamos as substân-
Espera-se que, com esse exercício,
cias usadas nessas investigações de indicadores.
os estudantes possam compreender
A partir do repolho-roxo, por exemplo, é possível preparar um extrato
como determinadas substâncias são
indicador que muda de cor de acordo com a acidez de uma substância ou
mistura. Se uma amostra está muito ácida, a mistura com o extrato fica utilizadas para a identificação das ca-
avermelhada e, se a amostra estiver alcalina, a mistura fica amarela. Quan- Alcalina: também racterísticas e das propriedades de
do a substância ou mistura não está nem ácida nem alcalina, a mistura chamada de básica, outras diferentes substâncias de uso
com o extrato de repolho-roxo fica azulada e dizemos que ela está neutra. é o oposto de estar cotidiano, e como a mudança de cor
ácida. pode comprovar a ocorrência de uma
transformação química.
Vins Contributor/Shutterstock

Na jarra está o extrato


de repolho-roxo, que tem
coloração violeta. O extrato
muda de cor de acordo
com as características do
meio ao qual é adicionado,
como vemos nos copos:
avermelhado (meio ácido),
azulado (meio neutro) e
amarelo (meio alcalino).

247

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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t h reduzido.
d id

#Para saber
A mágica da água que muda de cor
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=ezPSwEug40A&%20
t=72s. Acesso em: 13 maio 2022.
Nesse vídeo, com cerca de 4 minutos, é realizada a experi-
ência do indicador ácido-base, feito com suco de repolho-
-roxo. Nele, é possível observar como ocorre a mudança de
cor em diferentes substâncias de uso cotidiano.

247

ESC O
Orientações didáticas GRUPO REVA

#Para interpretar
NO L
IVRO

#Para interpretar
Sugerimos que você relacione o fun- A mudança de cor também pode ser útil em contextos fora do laboratório. Leia o texto a se-
cionamento do galinho do tempo à ação guir, sobre um objeto que já foi muito comum no Brasil.
de substâncias higroscópicas, no caso, o
cloreto de cobalto que cobre esse obje- Qual é o segredo do galinho do tempo?
to. Em seguida, associe o funcionamen- Você já ouviu falar sobre o galinho do tempo? Se isso não é da sua época, a gente contex-
to desse sal às evidências de ocorrência tualiza: na década de 1970 muitas pessoas colocavam esse galinho de plástico colorido perto da
das transformações químicas. Peça aos porta para saber se ia chover ou fazer sol naquele dia. A previsão vinha a partir das cores: se ele
estudantes que pesquisem, em fontes ficasse azul, faria sol, já se a cor presente nele fosse a rosa, iria chover. [...]
como textos e vídeos, as aplicações do

Fotos: Alexandre Tokitaka/Pulsar Imagens


cloreto de cobalto, caso ainda tenham
dúvidas quanto à ação desse sal. A re-
portagem “Galo do tempo é confiável?”,
indicada no boxe #Para saber +, a seguir,
pode ser utilizada para explorar mais
esse tema. Galinho do
Respostas e comentários às ques- tempo em um
2. O galinho ficava rosa
tões apresentadas no boxe: quando havia mais umi- dia seco (azul)
1. A resposta à questão proposta está dade no ar, pois ocorria
a reação do cloreto de
e em um dia
no Livro do Estudante. Sugerimos cobalto com a água. O ar úmido (rosa).
mais úmido é um indício
que você peça aos estudantes que de chuva.
expliquem a relação entre a mudan- Com tantas crendices – e tendo em vista que o Brasil é um país supersticioso – algumas
ça de cor do galinho do tempo e o dúvidas ficam no ar: afinal de contas, qual era o segredo do tal galinho do tempo? Tem alguma
uso de indicadores para evidenciar lógica por trás disso ou era coisa do acaso?
uma transformação e caracterizar Indo diretamente ao ponto, tem ciência por trás desse galinho do tempo e o que ele mostra
determinadas substâncias. pode fazer algum sentido.
2. A resposta à questão proposta está Isso porque, o segredo por trás do galo é um sal chamado cloreto de cobalto – que é quase
no Livro do Estudante. Espera-se que igual ao nosso sal de cozinha (cloreto de sódio). A diferença é que no lugar do sódio a gente
os estudantes respondam que, quan- tem o cobalto.
do o tempo está com baixa umidade, Só que o cloreto de cobalto tem uma propriedade um tanto quanto diferente do cloreto de
o cloreto de cobalto fica azul, e quan- sódio. E isso a gente te explica agora.
do está com elevada umidade do ar, O cloreto de cobalto sem a presença de água tem uma cor azul, mas, se você umedecer
o cloreto de cobalto fica rosa, uma um pouco esse sal a cor muda para rosa. Doido, né?
vez que esse sal muda de cor na pre- FURTADO, L. Qual é o segredo do galinho do tempo? Manual do Mundo, 30 jun. 2021. Texto disponível na
sença de água. Sugerimos que você descrição do vídeo em: https://www.youtube.com/watch?v=rJ5uB0lubg4. Acesso em: 20 abr. 2023.

explique para os estudantes como o


galinho do tempo pode ser utilizado 1 De acordo com o que estudamos, é possível classificar o cloreto de cobalto como um
indicador? Por quê? 1. Sim, porque essa substância muda de cor conforme a presença de água no ar (umidade).
para registrar as variações da umida-
de do ar ou do clima. 2 Segundo o texto, quando o galinho do tempo ficava rosa, era sinal de que poderia chover.
3. Espera-se que os estudantes respon- Expliquem a relação entre a cor do galinho e a possibilidade de chuva.
dam que a umidade relativa do ar é 3 A cor do galinho do tempo é sensível à umidade relativa do ar. Pesquisem como essa
mensurada com um instrumento co- informação é medida em um ambiente e quais são os valores ideais para o nosso bem-estar.
nhecido como higrômetro, o qual é 3. Consulte as Orientações didáticas.
4 Onde é possível obter informações sobre a umidade relativa do ar na cidade onde vocês
composto de substâncias sensíveis às moram? Consultem uma dessas fontes de informação e respondam: Se vocês tivessem
variações da umidade do ar. Segun- um galinho do tempo, de que cor ele estaria no dia de hoje?
do a Organização Mundial da Saúde
(OMS), a umidade relativa do ar ideal 4. A umidade relativa do ar é informada nos boletins de previsão do tempo, divulgados em jornais, sites e
para a manutenção da saúde é en- 248 aplicativos específicos. Consulte as Orientações didáticas.
tre 50% e 80%. Sugerimos que você
peça aos estudantes que pesquisem
R d ã do
Reprodução d Livro
Li do d Estudante
E t d t em tamanho
t h reduzido.
d id
os impactos que podem ser desenca-
deados pela baixa umidade do ar e
ações que podem ser tomadas para #Para saber
minimizar esses impactos.
Galinho do tempo é uma fraude? Nós testamos! Galo do tempo é confiável?
4. A resposta à questão proposta está
Disponível em: Disponível em:
no Livro do Estudante. Sugerimos que
https://www.youtube.com/watch?v=LcrXzDOyNZQ. https://www.youtube.com/watch?v=nC_Qx3a_JU8.
você peça aos estudantes que consul- No vídeo, com cerca de 7 minutos, Iberê Thenório, do Canal Essa reportagem, com cerca de 6 minutos e meio, mostra o uso
tem diferentes sites e aplicativos, por Manual do Mundo, fez o teste para comprovar se o galinho cotidiano do galo do tempo, além da explicação de uma espe-
exemplo Inmet, CPTEC, Climatempo, do tempo funciona ou não. cialista química sobre como se dá a reação química no objeto.
entre outros, para que possam saber Acesso em: 18 abr. 2022.
o valor da umidade relativa do ar na ci-
dade onde moram. Em seguida, peça
a eles que comparem seus resultados
com os obtidos pelos colegas.

248
ck
sto
r
utte
Orientações didáticas

r/Sh
Liberação de gás

ma
EKra
A liberação de gás pode ser um indício de transfor- Nesse tópico, apresentamos a pro-
mação química mais difícil de se perceber, principal- dução de gás (ou efervescência) como
mente quando o gás é incolor. Mas, se o gás liberado uma evidência da ocorrência de uma
interagir com outro material, fica um pouco mais fácil. transformação química. Sugerimos que
É o que acontece quando substâncias gasosas são você peça aos estudantes que expli-
produzidas em um sistema líquido. quem a relação entre a ação das leve-
Por exemplo, quando o vinagre entra em contato duras e o crescimento do pão.
com o bicarbonato de sódio, um sal presente em medi- Em seguida, solicite que expliquem
camentos contra a acidez estomacal (azia), ocorre um as diferenças entre os processos de fer-
borbulhamento intenso, chamado efervescência. Se você mentação que fazem parte da produ-
tiver bicarbonato de sódio, sal de frutas (um tipo de medi-
ção de pães e bolos.
camento) ou fermento químico em casa e misturar um deles
com vinagre ou suco de limão, poderá ver esse efeito. O texto apresentado nesta página
e na seguinte oferece aos estudantes
O vinagre e o suco de limão são ácidos. O ácido acético está
presente no vinagre e o ácido cítrico é um dos componentes do a oportunidade de desenvolver as ha-
O borbulhamento é uma bilidades de leitura, uma vez que de-
limão. O fermento químico e o sal de frutas podem substituir o bicarbo-
evidência de formação manda processos de compreensão e
nato de sódio puro nesse teste, pois são produtos comerciais que contêm de gás em um sistema
esse sal. O bicarbonato que compõe o sal, quando está em um meio líquido. A reação química inferência de textos relacionados à sua
ácido, reage, produzindo gás carbônico, que também é chamado dióxido entre o bicarbonato de experiência de vida.
de carbono. A liberação desse gás forma as bolhas no líquido, caracte- sódio e o ácido acético
rizando a efervescência. do vinagre libera gás
carbônico como um dos
Processos fermentativos produtos.
Você já observou o preparo de massa de bolo, pão ou pizza? Olhando
para a massa crua, recém-preparada, não conseguimos mais distinguir
os ingredientes que foram misturados. Após a adição do fermento, se
esperarmos alguns minutos, será possível observar o aparecimento de
pequenas bolhas na massa. Isso já é uma evidência do processo químico
que está acontecendo nela. Afinal, de onde viria o gás que faz aparece-
rem as bolhas, se não fosse de algo que ocorreu após a mistura?
Essas bolhas são formadas pelo gás carbônico, produzido após o
fermento ser adicionado. Esse gás nem sempre é produzido da mesma
forma. Suas reações de formação dependem do tipo do fermento usado
em cada receita.
Chaechaebyv/Shutterstock

Deixar uma massa sólida


ou líquida descansar após
a adição do fermento
significa dar tempo
para que a fermentação
ocorra, o gás carbônico
se acumule e a massa
cresça.

249

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
d id

#Para saber
Como fazer um cupcake químico
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=z5Datdh7hB4.
Acesso em: 13 maio 2022.
Assista ao vídeo, com cerca de 9 minutos, e observe como
a liberação de gás é utilizada para comprovar a ocorrência
de uma reação química.

249
Orientações didáticas Se, no rótulo da embalagem, estiver escrito fermento
Após a leitura do texto, peça aos es- químico, a liberação de gás carbônico começa assim que
tudantes que indiquem outras situações o fermento entra em contato com a massa úmida. Só que,
cotidianas em que conseguem relacio- nesse momento inicial, apenas uma parte do bicarbonato
de sódio e dos outros sais presentes no fermento partici-

k
nar a produção de gás com a ocorrência

toc
e rs
pam das reações químicas. A maior quantidade de gás será

utt
de uma transformação química. Sugira

Sh
produzida quando a massa for ao forno, pois o calor acelera o

n/
tio
a eles que registrem suas explicações

tras
processo.

ilu
d
an
no caderno e que, em seguida, deba- to
JP
ht
o

RH
tam com os colegas suas conclusões.
Depois de certo tempo guardado no armário, pode ser que tenha-
Espera-se que, com esse exercício, mos dúvidas quanto ao fermento químico ainda estar bom para ser O fermento químico
os estudantes possam compreender usado. Nesse caso, basta testá-lo, colocando uma pequena quantidade é um pó branco bem
como, em situações diversas, é possí- em água aquecida. Se a mistura produzir efervescência, é sinal de que fino, feito de uma
vel utilizar diferentes evidências para o fermento ainda pode ser usado. mistura de sais, sendo
comprovar a ocorrência de uma trans- o principal deles o
formação química. Agora, se no rótulo estiver indicando fermento biológico, sua com- bicarbonato de sódio.
posição é bem diferente. Nesse tipo de fermento estão presentes mi-
crorganismos chamados leveduras, que são fungos unicelulares. Ele é
comumente usado para fazer pães.
Fascinadora/Shutterstock

O fermento biológico
é geralmente
encontrado em
uma destas formas:
fresco (em tabletes)
ou seco (granulado).

As leveduras utilizam o açúcar presente na massa como nutriente.


Quando se alimentam do açúcar, ocorre uma transformação química cha-
mada fermentação, e um dos produtos desse processo é o gás carbônico,
que forma bolhas na massa. Quando a massa é aquecida no forno, o gás
carbônico é liberado e os espaços ocupados pelas bolhas se tornam os
“furinhos” que deixam o pão macio e aerado.
Natalya_Maisheva/Shutterstock

MaraZe/Shutterstock

O gás carbônico gera pequenas Os “furinhos” que vemos no pão


bolhas por toda a massa, fazendo assado se formam das bolhas de gás
com que ela comece a inflar. carbônico, enquanto o pão é assado.

250

Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
d id

#Para saber
10 planos de aula sobre transformações químicas
Disponível em:
https://novaescola.org.br/planos-de-aula/fundamental/6ano/
ciencias/sequencia/transformacoesquimicas/325.
Acesso em: 13 maio 2022.
Nesse link, é possível acessar planos de aula elaborados
pela Revista Nova Escola para estudantes do 6o ano, vi-
sando ao trabalho com a habilidade EF06CI02, que pro-
põe identificar evidências de transformações químicas com
base no resultado de misturas de materiais.

250
#Experimentar
Orientações didáticas
#Experimentar
ATENÇÃO!
Esta atividade só
Esta seção tem o objetivo de apresen-
deve ser realizada sob tar propostas de atividades práticas inves-
Que tal fazer um pão? a supervisão de um
adulto, pois envolve tigativas, introduzindo aos estudantes as
aquecimento em forno
Já que falamos tanto de pão até agora, vale a pena vivenciar a e fogão.
práticas de pesquisa, mobilizando pro-
experiência de fazer um dos alimentos mais antigos e apreciados cessos e procedimentos científicos. Além
pela humanidade. Então, vamos, literalmente, colocar a mão na mas- disso, estímulos e propostas complemen-
sa! Entre inúmeras possibilidades de receitas, indicamos uma muito tares podem auxiliar no desenvolvimento
simples, que leva apenas quatro ingredientes e rende um pão de,
do pensamento computacional (identi-
aproximadamente, 500 g. Caso queira um pão maior, as quantidades
de matérias-primas devem ser recalculadas proporcionalmente (o ficação de padrões), por meio da abstra-
dobro da receita para um pão de 1 kg, por exemplo), mas o tempo de ção e da decomposição para a execução
fermentação permanece o mesmo. de uma tarefa.
Pergunte se os estudantes já fizeram
ou ajudaram seus familiares a fazer pão
Material caseiro. Peça àqueles que já fizeram que
expliquem o processo de produção pa-
• 250 mL de água (1 xícara média). ra os demais colegas e digam se obser-
• 5 g de sal (1 colher de chá). varam algum tipo de evidência das
• 350 g de farinha de trigo (3 xícaras médias). transformações que ocorrem durante a
• 4 g de fermento biológico seco (pouco menos da metade de um produção do pão. Caso eles apresentem
sachê). alguma dificuldade para explicar essas
• 1 tigela ou bacia grande de plástico. transformações, você pode ajudá-los a re-
• 1 peneira. lacionar o possível aparecimento de bo-
• 1 assadeira. lhas, ou mesmo a mudança de cor da
• óleo ou manteiga para untar a assadeira. massa do pão após a mistura dos ingre-
dientes e após o cozimento, à ocorrência
de uma transformação química. Oriente
Como fazer aqueles que ainda não tiveram essa ex-
periência a fazer um pão em casa com
Primeiramente, lave e higienize bem as mãos. Com a ajuda de base na receita apresentada nessa seção.
um adulto, aqueça a água até que fique morna. Peneire a farinha A ideia é verificar, inicialmente, o que
na tigela para desmanchar qualquer grão que esteja com aspecto
os estudantes trazem de conhecimen-
empelotado. Acrescente o sal e o fermento e misture.
to adquirido no ambiente familiar. De
Abra um buraco no centro dessa mistura para colocar, aos poucos,
maneira intencional e cuidadosa, insira
a água morna.
as explicações científicas para comple-
Coloque metade da água morna e mexa bem com uma colher, até
mentar e, eventualmente, corrigir as in-
que a massa comece a ficar pesada. Nesse ponto, comece a amassar
a mistura com as mãos, até que ela obtenha uma aparência uniforme. formações apresentadas. Incentive os
estudantes a retomar a conversa em
Quando a massa começar a desgrudar das mãos e da tigela, trans-
fira-a para uma superfície plana (mesa, bancada ou tábua) com uma casa, compartilhando com os familiares
fina camada de farinha de trigo. Adicione o restante da água em os principais pontos discutidos.
pequenas quantidades (pode usar uma colher de sopa para dosar), Esse conteúdo trabalha a habilidade
cuidando para que não fique grudenta (não cole nas mãos). Faça EF06CI02, a competência geral 2 e a
uma bola com a massa, cubra com um pano de prato limpo e deixe-a competência específica 2 de Ciências
descansar por 10 minutos. da Natureza.

251

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
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#Para saber
Como fazer fermento natural A ciência do fermento natural
Disponível em: Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=8U5S6_bslnA. https://spmicrobiologia.wordpress.com/2021/09/14.
Nesse vídeo, com cerca de 7 minutos, você verá como pro- Artigo da Sociedade Portuguesa de Microbiologia sobre o
duzir fermento natural e uma receita de pão com base na aumento do interesse de pessoas na fabricação de pão du-
fermentação natural. rante o período de pandemia de covid-19.
Acesso em: 13 maio 2022.

251
Orientações didáticas Quer uma dica de quando a massa estará pronta para ir ao forno? Leia as informações do boxe
#Experimentar a seguir.
Pergunte aos estudantes se alguns
Existe um método para saber se a massa está pronta para ser
deles, ou seus familiares, já fizeram 2. Resposta pes-
assada. Depois do preparo dela e do tempo de descanso, deve-se re-
pão caseiro utilizando a fermenta- tirar um pedacinho dela, fazer uma bolinha com as mãos e colocá-la soal. Os resulta-
ção natural. Em caso positivo, peça em um copo com água. Quando a bolinha flutuar na água, é sinal de
dos das pesqui-
sas devem conter
que contem essa experiência. Se jul- que a massa já pode ir ao forno. a informação de
gar oportuno, leia para eles o texto do que há, nesse
processo, uma
boxe #Para ler. Com base nesse texto

Leo Fernandes/Shutterstock
etapa anterior ao
e em suas vivências, eles terão mais preparo da mas-
subsídios para responder à questão 2. sa, que é o pre-
paro do fermento
Sugerimos incentivá-los, também, a fa- selvagem (levain),
zer o pão caseiro com seus familiares. Se a fermentação
o qual é obtido,
basicamente, da
Durante a produção do pão, oriente-os a produziu quantidade de mistura de água e
explicar aos familiares como ocorrem os gás carbônico suficiente farinha, com um
processos de fermentação e liberação de na fase de descanso, a tempo de espe-
ra que leva dias
bolinha vai flutuar.
gás que fazem a massa de pão crescer. (pode variar de
Destaque que a liberação do gás, que acordo com adap-
tações) até poder
contribui com o crescimento do pão, é ser usado.
uma evidência de transformação quími- Passado esse primeiro tempo de descanso da massa, vamos fazer o teste ensinado no boxe
ca. A receita apresentada nesta seção foi anterior. Enquanto isso, sove o restante da massa, amassando-a com as mãos e esticando um
adaptada do link disponível em: https:// pouco, mas não ao ponto de rasgá-la.
amopaocaseiro.com.br/receita/pao-ca- Após sovar a massa por cerca de 10 minutos, forme novamente uma bola e recoloque-a na tige-
seiro/; acesso em: 13 maio 2022. la. Cubra e deixe descansar por 1 hora, até que fique, aproximadamente, com o dobro do volume.
Sugestões de respostas e comentá- Depois desse período de descanso, re-

Africa Studio/Shutterstock
rios às questões propostas no item pita o teste da bolinha de massa na água
Conclusão: para comparar com o primeiro teste.
1 e 2. As respostas às questões pro- Enquanto aguarda o crescimento da
massa, prepare a assadeira, espalhando
postas estão no Livro do Estudante.
óleo ou manteiga, para evitar que o pão
grude na superfície. Molde a massa no for-
mato escolhido, coloque-a sobre a assa-
deira e deixe descansar mais 30 minutos.
Enquanto espera, peça a um adulto que
ligue o forno a 250 °C. Passado o tempo
de descanso, coloque a massa no forno e
asse, por cerca de 30 a 40 minutos, ou até
perceber, sem abrir o forno, que o pão está
dourado. Retirado do forno, depois de as-
sado, ainda é necessário esperar mais uns Sovar bem a massa faz com que o pão fique
30 minutos para cortar o pão. É um exer- mais leve e macio, pois deixa a mistura mais
cício de paciência, mas toda essa espera homogênea e com mais elasticidade.
compensa!

ESC O
Conclusão
REVA
NO L
IVRO 1. A produção de gás carbônico no interior da massa, por ação das
leveduras, faz com que ela fique menos densa que a água.
1 Nos testes com as bolinhas de massa, qual é a explicação para que ela, depois de um tempo
maior de descanso, flutue na água? O que causou esse efeito?
2 Como ocorre a fermentação chamada de natural? Converse com familiares e amigos sobre esse
assunto e traga as informações para compartilhar com a classe.

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Reprodução Livro ddo Estudante
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#Para ler
Uma revolução artesanal “Um pão bem-feito, com fermentação longa, ingredientes adequados e boa téc-
[...] nica será aromático e mais rico como alimento. A acidez o conservará, a atividade
O principal ingrediente para se fazer um bom pão é a paciência. [...] Afinal, para fi- enzimática vai torná-lo leve e o processo todo gerará um melhor processamento do
nalizar o processo de fermentação natural é preciso 15 horas de espera, no mínimo. glúten”, resume o consultor gastronômico Luiz Américo Camargo, autor do livro
Dependendo da técnica do padeiro, pode durar dias. [...] Pão Nosso.
Chamado de pão de Cristo, o preparo precisa de uma colônia de bactérias pra- Ele faz uma ressalva: o importante é consumir pães bem-feitos, sem conservan-
ticamente imortal, podendo ser cultivada por anos. Na Europa, existem padarias tes artificiais e “ingredientes mágicos” (geralmente produtos químicos) descritos
que usam há séculos a mesma mistura, também chamada de levain. Quando in- nas embalagens. Quanto mais artesanal, melhor para a saúde.
corporadas água e farinha, os organismos “acordam”. Em aproximadamente seis CAMPOLI, C. Uma revolução artesanal. Metrópoles, 31 out. 2018. Disponível em:
horas, a massa torna-se um fermento vivo, essencial para o crescimento e o sabor https://www.metropoles.com/materias-especiais/paes-de-fermentacao-natural-conquistam-
espaco-no-brasil. Acesso em: 16 abr. 2022.
do alimento.

252
# Transformações químicas
Orientações didáticas
Sugerimos que, nesse momento, você
peça aos estudantes que expliquem
no cotidiano como as diferentes transformações
Além das reações químicas comuns no cotidiano, como as utilizadas químicas contribuem para o bem-estar
na produção de alimentos, as transformações químicas têm sido aplica- da população e para o desenvolvimento
das para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas e para sustentável. Para ampliar a discussão,
preservar o ambiente. A seguir, vamos estudar alguns processos que você pode abordar o uso de combus-
envolvem transformações químicas.
tíveis de fontes renováveis e não reno-
váveis, para que os estudantes tenham
Produção de etanol subsídios para responder às perguntas
Já vimos como ocorre a fermentação de massas. Mas será que o gás do boxe #Para refletir.
carbônico é o único produto desse processo? Não, pois existe mais um
#Para refletir
produto nessa reação química: o etanol. Na fabricação de pães e outras
massas fermentadas, nós não sentimos o gosto do etanol porque ele Antes de solicitar aos estudantes
evapora enquanto o pão está assando. que respondam às questões propostas,
Além da capacidade de conservar os alimentos fermentados, outra sugerimos que você peça a eles que
característica bastante explorada do etanol é que ele é um combustível identifiquem as diferenças entre fontes
de origem renovável. de energia renovável e não renovável. É
possível que, inicialmente, eles tenham
dificuldades de fazer essa diferencia-
Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens

A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum)


é matéria-prima para a produção de
ção, pois pode ser que muitos ainda
etanol. Na imagem, colheita mecanizada não tenham estudado esse tema. Nes-
da cana-de-açúcar na cidade de se caso, você pode organizar a turma
Potirendaba (SP), 2020. em pequenos grupos para que façam
pesquisas sobre as diferenças entre os
combustíveis renováveis e os não reno-
váveis e seus impactos. Para isso, você
pode fazer uma tabela no quadro de
giz com duas colunas. Em cada colu-

Wagner Origenes/Futura Press


na, coloque o tipo de fonte de energia:
renovável e não renovável. Em segui-
da, peça aos estudantes que apresen-
tem os resultados das pesquisas para
a turma. Você pode distribuir na tabela
os exemplos apresentados. Nesse mo-
mento, auxilie-os explicando as dife-
No Brasil, o etanol é um dos renças e os impactos do uso desses
principais combustíveis para veículos. combustíveis na sociedade e no am-
biente, usando como exemplo as van-
tagens do etanol em relação à gasolina.
#Para refletir NÃ
ESC O
NO L
REVA Você pode usar o vídeo, indicado no
IVRO
link da página a seguir, para apresen-
1 O que significa a expressão “combustível de origem renovável”? tar alguns exemplos e explicar as dife-
1. Combustível obtido de fontes que podem se renovar.
2 Quais são as vantagens do uso do etanol como combustível de renças e os impactos desses recursos.
automóveis, em comparação com a gasolina? As respostas às questões propostas
no boxe #Para refletir estão no Livro
2. A gasolina é obtida do petróleo, que é um recurso natural finito (não renová- do Estudante.
vel), enquanto o etanol pode ser obtido de vegetais. 253

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Reprodução Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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253
Orientações didáticas O Brasil é o país que mais produz etanol no mundo. Quer saber como
Com base no texto que explica o pro- funciona essa produção? Confira no boxe a seguir.
cesso de produção do etanol, contido
no boxe #Para interpretar, você pode #Para interpretar
explicar os processos de fermentação,
os diferentes usos do álcool e como Como é produzido o etanol?
esses processos contribuem para o de- O etanol combustível é produzido em usinas
senvolvimento tecnológico e sustentá- que aliam tecnologia e desenvolvimento sustentável
vel em diferentes áreas. Muito utilizado como combustível para veículos, o etanol, popularmente chamado de álcool,
serve também para a fabricação de produtos farmacêuticos, cosméticos e bebidas. O modo como
é produzido o etanol pode ser realizado de diferentes formas, sendo a mais comum e conheci-
da: a fermentação de açúcares. Eles [...] são encontrados em vegetais como milho, beterraba e
cana-de-açúcar – essa, a principal matéria-prima do etanol no Brasil.
“De modo geral, o processo de fermentação da cana se divide em três etapas principais: a
extração e disponibilização dos açúcares, a fermentação do mosto e a destilação do produto
fermentado, chamado de vinho”, resume o consultor técnico para Especificação e Qualidade da
União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), José Luís Godoy. [...]

Processo de produção do etanol: do campo ao produto final


Depois de colhida, a cana-de-açúcar deve ser entregue à usina em até 24 horas, para evitar a
perda de qualidade. Após a chegada, ela segue o seguinte processo.
Pura, é colocada sobre uma es-

Adriano Kirihara/Pulsar Imagens


teira, onde recebe lavagem para a
retirada de resíduos e impurezas.
Dali segue para a moagem.
Na segunda fase, ao passar
por rolos trituradores ou difuso-
res, obtém-se o caldo chamado
melado. A sobra sólida, denomi-
nada bagaço, é utilizada para a
geração de bioeletricidade, que
abastece a própria usina e a tor-
na autossuficiente.
O caldo segue para o proces-
so de clarificação em decanta-
dores até formar o mosto, que
depois é fermentado com le-
veduras. O líquido, que contém
uma porcentagem de etanol, Vista superior de usina produtora de etanol na cidade de
recebe a denominação de vinho Morrinhos (GO), 2021.
fermentado.
Na etapa seguinte, esse vinho é colocado em colunas de destilação, onde ele é separado do
etanol, resultando no etanol hidratado [com água]. (Para se obter o etanol anidro [sem água], que
é misturado à gasolina em uma proporção de 27%, é preciso mais uma etapa de desidratação
ou remoção de água).
O etanol pronto é armazenado em tanques de grande capacidade até a comerciali-
zação. [...]
COMO é produzido o etanol? Copersucar, 31 ago. 2018. Disponível em:
https://www.copersucar.com.br/noticias/como-e-produzido-o-etanol/. Acesso em: 20 dez. 2021.

254

Reprodução
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Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Para saber
Recursos renováveis e não renováveis
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=jwDlVquAAEc.
Acesso em: 16 maio 2022.
Esse vídeo, com cerca de 6 minutos, apresenta exemplos
de recursos renováveis e não renováveis e as diferenças
entre eles.

254

ESC O
1. As leveduras são fungos unicelulares que se alimentam de açúcares, como os presentes na cana-de-açúcar. REVA
NO L
IVRO Orientações didáticas
1 Explique o que são leveduras e do que elas se alimentam. As atividades do boxe #Para inter­
2 Relembre o que estudamos no capítulo anterior e identifique no texto os processos de pretar oferecem aos estudantes a
separação de misturas. 2. Lavagem para a retirada de resíduos da cana-de-açúcar; decantação, até for- oportunidade de desenvolver as ha-
mar o mosto; e vinho fermentado, colocado em colunas de destilação. bilidades de leitura, uma vez que de-
3 As etapas da produção do etanol estão representadas a seguir. Relacione as etapas 1 a 8
com trechos do texto. mandam processos de compreensão e
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
inferência de textos.
Cana-de-açúcar Durante a leitura do texto, solicite
Lavagem a eles que destaquem todos os pro-
2 Moagem Bagaço
cessos de separação de misturas e de
Osni de Oliveira/Arquivo da editora

1 de cana
3 4 produção do etanol, e indiquem a evi-
dência que está relacionada ao tipo de
transformação pelo qual o etanol pas-
sa ao longo do processo de produção.
Caldo (melado) Abastecimento da
caldeira para gerar
Após a leitura do texto, peça aos es-
3. 1: “Depois de
colhida, a cana- energia para a tudantes que discutam e construam as
-de-açúcar deve própria usina. respostas das perguntas 1, 2 e 3 desse
ser entregue à boxe em seus cadernos e, depois, dis-
usina em até 24
horas”. 2: “Pura, Decantação Fermentação do mosto Destilação Tanque
ponibilize um período para discutir a
é colocada sobre do vinho de etanol leitura e as respostas.
uma esteira, onde fermentado
recebe lavagem
6 7 8
#Para interpretar
para a retirada de
Peça aos estudantes que pesqui-
resíduos e impu- 5
rezas.”. 3: “Dali sem, em fontes como textos e vídeos,
segue para a moa- as ações das leveduras e os proces-
gem”. 4: “A sobra
sos de separação de misturas. Indi-
sólida, denomi-
nada bagaço, é que as sugestões de vídeos e textos
utilizada para a Esquema simplificado das principais etapas da produção de etanol a apresentados nos boxes anteriores ou,
geração de bio- partir da cana-de-açúcar. mesmo, a releitura dos capítulos ante-
eletricidade, que
riores, para que tenham subsídios para
abastece a própria usina”. 5: “O caldo segue para o processo de clarificação em decantadores até formar o mosto”. 6: responder às questões propostas.
“[...] depois é fermentado com leveduras”. 7: “Na etapa seguinte, esse vinho é colocado em colunas de destilação, onde
ele é separado do etanol”. 8: “O etanol pronto é armazenado em tanques de grande capacidade até a comercialização.”.
1. A resposta à questão está no Livro
Ação dos medicamentos do Estudante. Sugerimos que você
peça aos estudantes que relacionem
No Capítulo 11, estudamos um pouco como os cientistas produzem a ação das leveduras na produção do
medicamentos, que são substâncias usadas para tratar e curar doenças. etanol à produção do pão. Incentive-
Agora, vamos entender um pouco mais a interação dos medicamentos -os a explicar as semelhanças e as
com órgãos do nosso corpo, até chegarem ao sangue e serem transpor-
diferenças entre os dois processos:
tados para várias regiões do organismo. Leia o texto a seguir.
a produção do pão e a do etanol.
Por onde andam os medicamentos em nosso corpo? 2. A resposta à questão está no Livro
Você tem curiosidade para saber como os medicamentos que toma-
do Estudante. Sugerimos que você
mos chegam nos lugares que devem chegar em nosso organismo? Em peça aos estudantes que usem as
cápsulas, comprimidos, gotas ou xarope, os medicamentos tomados pela anotações sobre o texto para a re-
boca têm um duro caminho até atingirem seus alvos. O estômago é muito solução desta questão. Nesse mo-
ácido [...] e essa acidez pode ser muito prejudicial a alguns medicamentos, mento, explique a importância das
destruindo-os antes que eles consigam seguir adiante no organismo. Por anotações realizadas por eles na
causa disso, se costumam usar as cápsulas ou comprimidos revestidos. construção do conhecimento.
3. A resposta à questão está no Livro
255
do Estudante.

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
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255
Orientações didáticas As cápsulas são fáceis de identificar. São feitas de um tipo de gelatina
Se julgar necessário, oriente os estu- seca em duas partes que se encaixam, fechando o medicamento em pó
dantes a ler o texto “Por onde andam dentro dela. Já os comprimidos revestidos podem ser facilmente dife-
os medicamentos em nosso corpo?”, renciados dos comprimidos comuns pela ausência daquele sulco que Sulco: fenda.
divide o comprimido em duas partes. Os revestidos não têm esse sulco,
no tópico Ação dos medicamentos, ini-
como forma de avisar que estes comprimidos jamais devem ser partidos
ciado na página anterior. Em seguida, ao meio antes de tomá-los.
sugerimos que você peça aos estudan-
tes que, com base no que estudaram

thumwadee lertworakul/
Shutterstock
A cápsula gelatinosa
até aqui, expliquem a ação do fígado dura é formada por duas
durante a absorção dos medicamentos. partes que se encaixam.

Explique as transformações que os me- A cápsula


dicamentos sofrem no nosso corpo (é O comprimido não revestido gelatinosa
tem um sulco e pode ser mole não tem
interessante relatar que algumas des- dividido em duas partes. partes que se
sas transformações ocorrem mais rápi- encaixam.

do, enquanto outras, mais lentamente).


O comprimido revestido Os medicamentos sólidos
Nesse momento, é possível relacionar a não pode ser dividido em
podem ser apresentados
ação das enzimas ao aumento da ve- duas partes.
em diferentes cápsulas e
locidade de determinadas transforma- comprimidos, dependendo
ções no interior do nosso organismo. das transformações que
Aproveite para explicar a importância sofrem no organismo.
de conhecer a forma correta de des-
carte de medicamentos.
O papel do fígado
Chegando ao intestino, a maioria dos medicamentos será absorvida para
o sangue atravessando a parede deste órgão. Porém, eles ainda têm que
passar pelo fígado. A maior parte do medicamento que passou para o san-
gue, vindo do intestino, passará pelo fígado primeiro antes de se distribuir
para o resto do corpo. E no fígado o medicamento começa a ser transfor-
mado quimicamente. Essa transformação química é diferente para cada
tipo de medicamento, alguns sofrem transformação muito rápida, o que
em geral destrói o medicamento. A forma mais comum de se resolver esse
problema, é tomando uma dose maior que compense a parte que vai ser
transformada pelo fígado. Mas não se preocupe, isso já foi pensado pela in-
dústria farmacêutica, e a dose que vem nas formulações de medicamentos
é a suficiente para passar pelo fígado e chegar nos locais corretos.

Interações perigosas
Essas transformações químicas que ocorrem no fígado são feitas por
diferentes enzimas. Quando se toma mais de um medicamento ao mes- Enzimas:
mo tempo, um pode atrapalhar a transformação do outro de duas formas. substâncias
Pode acelerar a transformação, ou pode atrasá-la. Essas duas possibilidades que facilitam
podem ser bem perigosas para a pessoas. Por exemplo, antibióticos podem determinadas
acelerar a transformação de medicamentos anticoncepcionais [...]. Existem reações químicas.
vários outros exemplos envolvendo medicamentos de uso comum e até
sem receita. Por isso é muito importante que não se misturem medi-
camentos sem a orientação de um profissional de saúde competente.
TONUSSI, C. Por onde andam os medicamentos em nosso corpo? Departamento
de Farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: 29 ago.
2016. Disponível em: https://farmaco.ufsc.br/2016/08/29/por-onde-andam-os-
medicamentos-em-nosso-corpo/. Acesso em: 17 jan. 2022.

256

Reprodução
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Livro ddo EEstudante
t d t em ttamanho
h reduzido.
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256
Orientações didáticas
A água que bebemos e o esgoto que produzimos
Sugerimos que você resgate as res-
Um dos setores mais importantes da sociedade é o de tratamento da
postas iniciais dos estudantes sobre
água que consumimos e dos resíduos que geramos. Vamos conhecer um
os processos e as etapas de tratamen-
pouco mais esses processos.
to da água. Esse é um bom momento
Estação de tratamento de água (ETA) para aprofundar o tema e retomar con-
Precisamos que a água chegue às torneiras com boa qualidade e livre ceitos já trabalhados. Você pode solici-
de microrganismos. Por isso, a água passa por etapas de separação de tar aos estudantes que relacionem as
resíduos sólidos, como a decantação e a filtração, que já estudamos no etapas de coagulação, decantação e
Capítulo 12, e depois são usados aditivos químicos que eliminam mi- Aditivos químicos: filtração aos processos de separação
crorganismos. Todo o processo exige pesquisas constantes, que buscam compostos
de misturas.
inovações tecnológicas para que se consiga obter um tratamento da água intencionalmente
adicionados em Com base no esquema simplificado
cada vez mais eficiente e com o menor custo possível.
alguns produtos com de uma estação de tratamento de água
diversas finalidades. (ETA), peça aos estudantes que sinali-

Tales Azzi/Pulsar Imagens


Por exemplo, eliminar zem as etapas em que ocorrem trans-
microrganismos,
impedir alterações,
formações químicas e as evidências que
manter ou alterar podem ser utilizadas para a comprova-
aromas, entre outras. ção da ocorrência dessas transforma-
ções. Por exemplo, durante as etapas de
coagulação e decantação, ocorre a sedi-
mentação de impurezas após a adição
de compostos químicos. Sugerimos que
você peça que produzam um texto argu-
mentativo sobre a importância do trata-
Estação de tratamento mento de água e do saneamento básico
de água (ETA) na para a manutenção da saúde da popu-
cidade de Alto da Boa lação. Em seguida, sugira uma discus-
Vista (SP), 2021. são sobre esse tema com toda a turma.
Você pode usar o texto do boxe #Para
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA ler (na página seguinte) ou o vídeo in-
dicado no boxe #Para saber +, a seguir,
Esquema simplificado de uma ETA
como base para as discussões.
Osni de Oliveira/Arquivo da editora

Sulfato de
alumínio e cal Depósito de
Tanque de cloro e flúor #Para saber
decantação
Bomba Tanque de A água Como é feito o tratamento de
floculação Filtro de recebe
cascalho e areia cloro e água
flúor. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=cWBSF0VyiMI. Acesso
Válvula em: 16 maio 2022.
Nesse vídeo, com cerca de 7 minu-
tos, você verá como acontece o tra-
tamento de água em uma estação de
Fonte tratamento.
de água Água
(represa) filtrada
A água tratada é bombeada para
caixas em locais altos da cidade
e depois vai para as casas.

257

Reprodução
R d ã ddo Livro
Li do d EEstudante
t d t em tamanho
t h reduzido.
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257
Orientações didáticas Observe a seguir a descrição mais detalhada de cada etapa.
#Para ler
Saneamento básico: o que é,
sua importância e principais
estatísticas Coagulação Floculação Decantação
[...]
De acordo com a Lei no 11.445/07,
podemos definir o Saneamento Básico Nessa etapa, Agitação lenta Enquanto a água
como sendo “o conjunto de serviços, in- adiciona-se um da água por fica em repouso,
fraestruturas e instalações operacionais composto que, determinado ocorre a separação
de abastecimento de água potável, es- quando misturado tempo, com o das partículas
gotamento sanitário, limpeza urbana e à água, acelera intuito de que sólidas formadas
manejo de resíduos sólidos e drenagem o processo de as impurezas da nos processos
sedimentação de etapa anterior se anteriores por
e manejo das águas pluviais urbanas”.
impurezas presentes choquem e se ação da gravidade.
[...]
na água. unam, formando Depois, a água
De acordo com relatórios da Orga- compostos mais é retirada pela
nização das Nações Unidas (ONU), 40% pesados chamados superfície.
da população mundial ainda não tem flocos.
acesso a água potável, nem dispõe de
sistemas de coleta, afastamento e tra-
tamento de esgoto.
[...] segundo dados do Sistema Nacio-
nal de Informações sobre Saneamento
(SNIS), aproximadamente metade da
população [brasileira] dispõe de algum Filtração Cloração e
tipo de coleta e tratamento de esgoto.
Isso resulta em cerca de 100 milhões de
fluoração
pessoas carentes deste tipo de serviço.
A água é filtrada, São adicionados
Também deve-se levar em conta o fa-
geralmente por compostos com
tor educacional envolvido no saneamen- um filtro composto cloro e flúor.
to. No país, estima-se que 3,5 milhões de de areia, cascalho A adição de
pessoas despejam esgoto de forma irre- e carvão. Nessa cloro tem como
gular mesmo quando dispõem de siste- etapa, as partículas objetivo eliminar
mas de coleta e tratamento, fato que que sobraram microrganismos que
agrava em muito a preservação ambien- são retiradas e sobreviveram às
tal e o controle de doenças. Segundo o grande parte dos etapas anteriores.
Ministério da Saúde (DATASUS), no ano microrganismos Já o flúor é
também. importante para a
de 2017 mais de 258 mil internações foram
saúde dental.
computadas em virtude de doenças con-
traídas pela ingestão de água contamina-
da, também chamadas de doenças de
veiculação hídrica.
Como exemplo de transformação química relacionada ao tratamento
COMPANHIA de Saneamento de Jundiaí.
Disponível em: https://saneamento.com.br/
da água, podemos mencionar a etapa de desinfecção, que ocorre após a
noticias/saneamento-basico-o-que-e limpeza da água por processos físicos. Geralmente, a desinfecção é feita
-sua-importancia-e-principais-estatisticas/. por compostos de cloro adicionados à água, como o gás cloro. Esse gás
Acesso em: 18 abr. 2022. reage com a água e são produzidas substâncias capazes de destruir ou
modificar estruturas das células de bactérias e outros microrganismos.
Como resultado, os microrganismos morrem e a água se torna adequada
para beber.

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Reprodução
R d ã ddo Li
Livro ddo EEstudante
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h reduzido.
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#Para refletir
Estação de tratamento de esgoto (ETE)
Nesse momento, peça aos estudan-
No que diz respeito ao tratamento dos esgotos domés-
tes que pesquisem a importância do
tico e industrial, alguns microrganismos são utilizados
como aliados para ajudar na decomposição da matéria tratamento do esgoto para a manuten-
orgânica presente na mistura. Eles são fundamentais para ção da saúde da população. É possível
transformar os componentes indesejáveis em outras subs- que, no início, eles tenham dificuldades
tâncias menos nocivas ao ambiente e de maior interesse nessa diferenciação, pois pode ser que
industrial.

k
muitos não tenham estudado esse tema.

toc
e rs
utt
Um dos produtos da transformação química de substâncias Nesse caso, você pode organizar a tur-

h
/S 3
02
do esgoto por microrganismos é uma mistura de gases chamada ma em pequenos grupos para pesqui-

r_ a t
va
de biogás. Ele pode ser coletado e utilizado como fonte de energia
A
sarem como o tratamento de esgotos
em diversas atividades, por exemplo: cozinhar alimentos, manter o pode minimizar os impactos causados
funcionamento de geradores de eletricidade e outros tipos de motores. Tanto o tratamento de por ações antrópicas na sociedade e
Pesquisas nessa área têm permitido chegar a uma qualidade tão ele- água quanto o de esgoto
exigem controle de
no ambiente. Você pode usar o vídeo
vada da água recuperada do esgoto que alguns testes de uso dessa água,
qualidade contínuo. disponível em: http://2engenheiros.
por exemplo, para irrigar hortas, mostraram resultados positivos.
com/2018/07/10/energia-a-partir-do
FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA
-esgoto/ (acesso em: 16 maio 2022),
Esquema simplificado de estação de tratamento de esgoto (ETE) para explicar como é possível obter
energia renovável por meio do trata-
Osni de Oliveira/Arquivo da editora

Município mento do esgoto.


O lodo de Respostas às questões propostas no
matéria
orgânica se boxe #Para refletir:
deposita 1. Resposta pessoal. Espera-se que
Lodo no fundo
Rede de esgoto do tanque. os estudantes respondam que, por
Grades retêm lixo e
outros materiais. Tanque de decantação meio do biogás produzido durante as
transformações químicas que ocor-
rem com as substâncias químicas e
os microrganismos presentes no es-
A fase líquida do esgoto é agitada e
goto, é possível produzir energia re-
aerada para promover a decomposição novável para ser utilizada em dife-
Esgoto do resto da matéria orgânica.
rentes aplicações.
2. Resposta pessoal. Espera-se que
os estudantes respondam que, por
Água de meio do tratamento do esgoto, o
Caixa de areia reúso Após o
Lodo tratamento, gás que seria liberado no ambiente
Terra e areia depositadas O lodo pode ser tratado e
o líquido é pode ser utilizado para a produção
são retiradas. aproveitado em biodigestores
despejado no rio. de energia renovável, diminuindo as-
para a produção de gás.
sim a quantidade de gases emitidos
#Para refletir NÃ
ESC O
NO L
REVA
IVRO
na atmosfera.

1 Como seria possível aproveitar o esgoto que produzimos para gerar energia ou outros #Para saber
benefícios para a sociedade? Se necessário, pesquise o assunto para complementar
sua resposta. Ilustração – Produção de biogás
Disponível em: https://www.youtube.
2 De que forma o tratamento do esgoto pode contribuir para diminuir as emissões de com/watch?v=aZ9kyyOzTPw&t=83s.
gases poluentes na atmosfera? Se necessário, pesquise o assunto para elaborar sua
Acesso em: 17 abr. 2022.
resposta.
No vídeo, com cerca de 2 minutos,
você verá uma animação sobre o pro-
1. e 2. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
259 cesso de produção de biogás.

Reprodução
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Orientações didáticas sinalizem as etapas em que ocorrem transformações quí-


Ao estudar este tópico, sugerimos que solicite aos estu- micas e as evidências que podem ser utilizadas para a
dantes que façam buscas na internet ou entrevistas com comprovação da ocorrência dessas transformações, esta-
seus familiares e colegas para descobrir se, no bairro ou belecendo comparações, por exemplo, com os processos
região onde residem, há tratamento de esgoto e sanea- que ocorrem na ETA. Os estudantes também podem pes-
mento básico. Peça a eles que elenquem a importância do quisar alternativas sustentáveis para a geração de energia,
saneamento básico para toda a população, mencionando como o biogás. Em seguida, solicite que elaborem um in-
sua importância para a prevenção do contágio e da dis- fográfico para divulgar os resultados e conscientizar seus
seminação de diferentes doenças por meio do esgoto não familiares e colegas sobre a importância do saneamento
tratado. Esse conteúdo está relacionado ao Tema Contem- básico e da produção de energia por meio de alternativas
porâneo Transversal Educação Ambiental. sustentáveis. Você pode mostrar a eles o vídeo “Conheça
Com base no esquema simplificado de estação de tra- todas as etapas do tratamento de esgotos”, disponível no
tamento de esgoto (ETE) apresentado na página, peça que boxe #Para saber +, indicado na página anterior.
259
#Atividades

ESC O
Orientações didáticas NO L
REVA
IVRO
O grupo de atividades presentes
Consulte as Orientações didáticas para respostas e comentários das atividades.
nesta seção permite ampliar e desen-
1. Uma mesma substância pode ser obtida por transformações químicas diferentes, ou seja, de
volver a habilidade EF06CI02. Sugeri- materiais ou caminhos diferentes, mas que levam a um mesmo produto. Observe as três ima-
mos que selecione alguns exercícios gens a seguir e responda: O que essas cenas têm em comum?
para que sejam feitos em sala de aula
e outros em casa com a ajuda da famí-

Serhiy Kobyakov/Shutterstock

Iaroshenko Maryna/Shutterstock
Crescimento
lia ou responsável. Separe alguns minu- da massa
tos de sua próxima aula para realizar a de pão no
correção dos exercícios e verificar pos- período de
síveis defasagens de conteúdo. Caso descanso.
julgue necessário, faça uma revisão dos
conteúdos abordados até o momento.
Sugerimos que você oriente os estu-
dantes a consultarem as anotações que

Daniele De Vivo/Shutterstock
fizeram, os vídeos a que assistiram e os
textos que leram e acompanharam ao
longo do estudo desse capítulo. Sugira
que, caso necessário, sempre retornem Efervescência
aos conceitos estudados. Se os estu- da mistura de
dantes ainda apresentarem dúvidas, bicarbonato
retome alguns conteúdos e verifique de sódio com
Enchimento de um balão de festa vinagre.
se há alguma defasagem ou dificulda- por meio de assopros.
de de aprendizagem. Você pode orien-
tá-los durante esse processo para que 2. Durante um passeio por uma trilha, um grupo de amigos, quando fez uma pausa para o lanche,
compreendam como se dá a constru- encontrou uma lata de milho verde em conserva caída atrás de uma rocha. O grupo levantou
ção do conhecimento. a hipótese de que a lata havia sido perdida por alguém que tivesse acampado próximo àquele
local. Um dos amigos questionou: “Será que podemos comer o milho dessa lata? Ouvi dizer que
#Atividades comida em lata dura um tempão!”. 2. b) Resposta pessoal. Os estu-
1. Nos três casos, temos o mesmo gás dantes podem responder que se
trata de um alimento com emba-
Pedphoto36pm/Shutterstock

sendo produzido: o gás carbônico. lagem danificada, de procedência


Ele é expelido na expiração, é um dos desconhecida, talvez com data de
produtos da fermentação promovida validade vencida (se isso puder ser
constatado na embalagem), risco
por leveduras na panificação, e pode de contaminação do alimento pelas
ser obtido pela reação química entre partes deterioradas da lata, perigo
bicarbonato de sódio e ácidos. de o alimento ter entrado em con-
tato com o metal do interior da lata.
2. a, b) As respostas às questões pro- Ou seja, todos os riscos de causar
postas estão no Livro do Estudante. intoxicação a quem
Lata de milho ingerir o conteúdo.
Essa atividade oportuniza o trabalho em conserva
com as competências gerais 7 e 9 e encontrada
com a competência específica 5 de pelo grupo de
amigos.
Ciências da Natureza.
a) Apenas pela observação da parte externa da lata, é possível dizer que o material da emba-
lagem passou por transformações durante o tempo que ficou exposto ao ambiente. Que tipo
de transformação está evidente na imagem? 2. a) É nítida a formação de ferrugem,
uma transformação química.
b) Que riscos você poderia utilizar como argumento para convencer o integrante do grupo a
não ingerir o conteúdo da lata?

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Orientações didáticas
3. O iogurte é um alimento muito apreciado. Vendido em vários estabelecimentos, também pode #Atividades
ser feito em casa. Para fazer iogurte caseiro, aqueça 1 L de leite integral (até quase ferver);
deixe esfriar até ficar morno, misture 1/2 pote de iogurte natural (industrializado ou caseiro) e
3. a) O iogurte é produzido por meio de
mantenha a mistura por 8 horas em local abafado. transformações químicas que ocor-
rem no leite, levando à formação de
Veja que curioso: usar iogurte para fazer iogurte! Mas, por quê?
substâncias que alteram sua apa-
a) A formação do iogurte é uma transformação física ou química? Cite uma evidência que rência (cor, textura, consistência),
justifica que houve tal transformação no processo. seu cheiro e seu sabor.
b) Apesar de serem produtos bem diferentes, a obtenção do iogurte ocorre por meio do mesmo 3. b, c, d) As respostas às questões pro-
tipo de processo pelo qual é obtido o etanol. Qual é o nome desse tipo de processo? postas estão no Livro do Estudante.
3. b) Fermentação.
c) O iogurte pronto contém microrganismos que desencadeiam a transformação do leite em 4. a) As substâncias presentes nos me-
iogurte caseiro. Pensando nessa característica, vamos comparar esse fenômeno com as dicamentos, ao chegar a alguns ór-
etapas de fabricação de pães. O iogurte adicionado ao leite tem função semelhante a qual gãos, como o fígado, são transforma-
produto acrescentado à massa do pão? 3. c) O iogurte pronto corresponderia ao fermento. das em outras. Os produtos dessas
d) Pesquise, em livros ou sites confiáveis, a que classe de microrganismos pertencem os que transformações químicas podem
atuam na produção do iogurte. São os mesmos tipos dos que promovem a formação do causar reações indesejadas, como
etanol a partir da cana-de-açúcar? 3. d) A fermentação do leite é provocada por bactérias, já a fermen- intoxicações, alergias e outros efei-
tação do mosto da cana-de-açúcar tem a participação de leveduras.
tos adversos não previstos na bula.
4. Um costume bastante comum no Brasil é a automedicação. Apesar de todos os alertas de mé-
dicos, farmacêuticos e avisos impressos nas caixas dos medicamentos, muitas pessoas têm o 4. b) O descarte em pias, ralos, vasos
hábito de tomar remédios sem prescrição. Além disso, é comum que compartilhem sobras de sanitários e no lixo doméstico pode
remédios com outras pessoas com sintomas “parecidos”. causar entupimentos na rede de
esgoto e contaminações nos siste-
Vamos supor que, em uma dessas situações, uma pessoa que já estava ingerindo medicamentos
mas de recebimento de água e es-
indicados pelo seu médico passou a tomar também outros remédios, dados por um conhecido,
e sentiu-se mal, apresentando outros sintomas, piorando seu estado de saúde.
goto para tratamento, dificultando a
ação de ETAs e ETEs na eliminação
a) Com base no que estudamos neste capítulo, sobre as transformações químicas dos produtos desse tipo de contaminante durante
farmacêuticos no nosso organismo, quais são os riscos de ingerir medicamentos diferentes,
o tratamento. A medida correta con-
principalmente quando não são indicados por um médico?
siste em entregar as sobras e os me-
b) Por que não podemos descartar medicamentos vencidos ou sobras em pias, ralos, vasos sani-
dicamentos vencidos em postos de
tários ou na lata de lixo doméstico? Quais são os maiores impactos dessas ações nos sistemas
de tratamento de água e de esgoto? O que podemos fazer para evitar esses transtornos?
coleta acessíveis aos cidadãos (ge-
ralmente em farmácias, postos de
saúde e hospitais).
Ale Ruaro/Pulsar Imagens

Medicamentos
descartados
incorretamente.

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Orientações didáticas
Após o estudo dessa unidade, suge-
rimos que retome brevemente os ob-
#Mural de ideias
jetos de conhecimento propostos para
verificar se houve alguma defasagem Para finalizar o estudo desta unidade, vamos retomar os principais conceitos estudados
ou dificuldade de aprendizagem no até aqui?
decorrer do trabalho com o conteúdo.
Caso haja tempo disponível no plane-
jamento, você pode organizar também
uma competição com os estudantes Metais, cerâmicas e O descarte
As transformações incorreto
com perguntas de múltipla escolha. Se plásticos são tipos de de materia
is impacta
químicas alteram negativam
a escola disponibilizar computador e a composição dos
material.
ambiente.
ente o A rec
ic
projetor, você pode utilizar ferramentas materiais. mate lagem de
ria
prese is ajuda a
digitais como o Kahoot! para a com- rv
natur ar os rec
a ur
petição. A pontuação pode ser utiliza- produ is e reduz sos
ção d a
As transformações e lixo
da como parte do processo avaliativo. físicas alteram o
.

estado físico ou o
#Mural de ideias formato, mas não
O #Mural de ideias apresenta as alteram a composição
As pesq
dos materiais. uis
principais ideias trabalhadas na uni- científic as
dade. Inicialmente, sugerimos que so- Planejando um desenv
tecnoló
as e o
olvimen
to
licite aos estudantes que leiam em voz gic
na busc o são aliados
alta o esquema e anotem no caderno
Os métodos de
separação de misturas mundo mais sustentá
a de so
veis.
luções

as possíveis dúvidas. envolvem processos


Peça aos estudantes que expres-
sem suas dúvidas e solicite que a
físicos.
sustentável
turma contribua na resolução dessas
As misturas de
dúvidas, tornando-os protagonistas na A coleta seletiva materiais podem
construção do conhecimento. de óleo de cozinha s ser homogêneas
evitar q
ue rar o
O #Mural de ideias também pode ser usado ajuda a evitar sepa de ou heterogêneas.
Deve-se rejudiciais Para nentes ve-
a contaminação das sp po e
copiado no caderno ou utilizado como águas.
m istu ra
iente se
jam com istura, d
m s
ao amb ou uma nhecer a s
uma avaliação. Nesse caso, solicite aos as
formad as de modo
o
-se c dades d ntes.
o
estudantes que desenvolvam um resu- descart
ad r ie
prop iais pres
r
e
to. mate
mo, um esquema, um diagrama com incorre

texto e imagem ou um mapa conceitual


impresso ou digital sobre um ou mais te-
mas apresentados nos pequenos boxes. NÃ
ESC OREVA
NO L
Você pode orientá-los a relacionar todos IVRO

os pontos dessa unidade a situações co- #Para terminar


1, 2, 3 e 4. Respostas pessoais. Consulte as Orientações didáticas.
tidianas durante o desenvolvimento do 1 Quais medidas podemos tomar para evitar que os microplásticos se espalhem pelo
mural. Esse recurso pode ser utilizado ambiente?
como uma atividade avaliativa.
2 Qual é o efeito do óleo no ambiente quando ele atinge as águas de lagos e rios, por
#Para terminar exemplo?
Este boxe tem o objetivo de estimular 3 Como podemos perceber a ocorrência de uma reação química? Como esse tipo de
a interação entre os estudantes e a revi- transformação pode ser útil no tratamento do esgoto?
são de alguns pontos da unidade, permi- 4 Com base no que você aprendeu nesta unidade, retome suas respostas do boxe #Para
tindo que eles percebam a evolução dos iniciar e faça correções, se necessário.
conhecimentos adquiridos. Além disso,
algumas atividades podem favorecer aos
262
estudantes que comparem suas concep-
ções prévias com o que aprenderam nos
estudos da unidade. Aproveite esse mo- R d ã ddo Livro
Reprodução Li do d Estudante
E t d t em ttamanho
h reduzido.
d id
mento para pedir aos estudantes que re-
tomem as questões do boxe #Para iniciar. As questões do #Para terminar podem ser respondidas em 3. A ocorrência de uma reação química pode ser identificada
Proporcione um ambiente em que formato de um texto dissertativo, para que você verifique se por meio de evidências como a liberação de luz, a formação
eles se sintam confortáveis para se eles compreenderam os conceitos científicos, se relacionam as de produtos sólidos, a mudança de coloração e a liberação
expressar. Outra opção é escrever al- dimensões da ciência com a sociedade, a tecnologia e o meio de gás. Para o tratamento do esgoto, microrganismos reali-
gumas perguntas em tiras de papel e ambiente e apresentam um entendimento sobre os processos zam transformações químicas, que degradam substâncias
pedir para os estudantes sortearem e de construção da ciência. Essas compreensões relacionam-se que poderiam ser nocivas ao meio ambiente.
com o processo de alfabetização científica dos estudantes.
responderem em pequenos grupos ou 4. Antes de retomar os registros do boxe #Para iniciar, reco-
1. Reduzir, reutilizar ou reciclar materiais plásticos para que
com a turma toda, estimulando o de- eles não sejam descartados em aterros ou locais em que mendamos que os estudantes respondam novamente às
bate. Espera-se que os estudantes te- possam poluir o meio ambiente. perguntas agora que já estudaram o capítulo. Então, orien-
nham ampliado suas concepções para 2. Por ser menos denso que a água, o óleo forma uma película te-os para que comparem as novas respostas com as res-
além do senso comum e sejam capa- sobre a água, impedindo a passagem de luz e gás oxigênio postas iniciais. Peça aos estudantes que comentem se hou-
zes de formular argumentos fundamen- e prejudicando a vida dos seres marinhos e aves que vivem ve muitas mudanças nas respostas e ajude-os a perceber
tados aos conceitos científicos. nessas regiões. se eles avançaram na compreensão desse conhecimento.
262
Competências gerais e específicas
O texto completo de todas as competências gerais e específicas da área de Ciências da Natureza da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) indicadas neste volume está disponível em: http://basenacionalcomum.
mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 6 abr. 2022.

Habilidades
(EF06CI01) Classificar como homogênea ou heterogênea a mistura de dois ou mais materiais (água e
sal, água e óleo, água e areia etc.).

(EF06CI02) Identificar evidências de transformações químicas a partir do resultado de misturas de


materiais que originam produtos diferentes dos que foram misturados (mistura de ingredientes para
fazer um bolo, mistura de vinagre com bicarbonato de sódio etc.).

(EF06CI03) Selecionar métodos mais adequados para a separação de diferentes sistemas hetero-
gêneos a partir da identificação de processos de separação de materiais (como a produção de sal de
cozinha, a destilação de petróleo, entre outros).

(EF06CI04) Associar a produção de medicamentos e outros materiais sintéticos ao desenvolvimento


científico e tecnológico, reconhecendo benefícios e avaliando impactos socioambientais.

(EF06CI05) Explicar a organização básica das células e seu papel como unidade estrutural e funcional
dos seres vivos.

(EF06CI06) Concluir, com base na análise de ilustrações e/ou modelos (físicos ou digitais), que os or-
ganismos são um complexo arranjo de sistemas com diferentes níveis de organização.

(EF06CI07) Justificar o papel do sistema nervoso na coordenação das ações motoras e sensoriais do
corpo, com base na análise de suas estruturas básicas e respectivas funções.

(EF06CI08) Explicar a importância da visão (captação e interpretação das imagens) na interação do


organismo com o meio e, com base no funcionamento do olho humano, selecionar lentes adequadas
para a correção de diferentes defeitos da visão.

(EF06CI09) Deduzir que a estrutura, a sustentação e a movimentação dos animais resultam da inte-
ração entre os sistemas muscular, ósseo e nervoso.

(EF06CI10) Explicar como o funcionamento do sistema nervoso pode ser afetado por substâncias
psicoativas.

(EF06CI11) Identificar as diferentes camadas que estruturam o planeta Terra (da estrutura interna à
atmosfera) e suas principais características.

(EF06CI12) Identificar diferentes tipos de rocha, relacionando a formação de fósseis a rochas sedimen-
tares em diferentes períodos geológicos.

(EF06CI13) Selecionar argumentos e evidências que demonstrem a esfericidade da Terra.

(EF06CI14) Inferir que as mudanças na sombra de uma vara (gnômon) ao longo do dia em diferentes
períodos do ano são uma evidência dos movimentos relativos entre a Terra e o Sol, que podem ser
explicados por meio dos movimentos de rotação e translação da Terra e da inclinação de seu eixo de
rotação em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol.

263

Reprodução
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263
Referências bibliográficas comentadas
A seguir, apresentamos os principais artigos e obras consultados para a elaboração deste livro.

ALBERTS, Bruce. et al. Biologia molecular da célula. HEWITT, Paul. Física conceitual. Tradução: Trieste
6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Freire Ricci. 11. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
O livro apresenta conteúdos de Biologia celular, abor- Material que propõe um ensino de Física mais concei-
dando o estudo das células, suas organelas e funções. tual e reflexivo.
ATKINS, Peter; JONES, Loretta; LAVERMAN, Leroy. MATSUURA, Oscar T. (org.). História da Astronomia
Princípios de Química: questionando a vida moderna no Brasil. Recife: Companhia Editora de Pernambuco,
e o meio ambiente. 7. ed. São Paulo: Grupo A, 2018. 2014.
Esse livro apresenta conceitos básicos das diferentes Iniciativa do Museu de Astronomia e Ciências Afins
áreas da Química. (Mast), com capítulos dos principais pesquisadores
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria em Astronomia do Brasil, trazendo contribuições da
de Educação Básica. Base Nacional Comum história da Astronomia e da astronomia promovida
Curricular. Brasília, DF: MEC: SEB, 2018. Disponível por povos tradicionais do Brasil.
em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell.
images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Tradução: Anne D. Villela et al. 10. ed. Porto Alegre:
Acesso em: 30 mar. 2022. Artmed, 2015.
A Base Nacional Comum Curricular é o documento O livro aborda de forma ampla a Biologia em uma
oficial que organiza, descreve e estabelece diretrizes, linha comparada entre os seres vivos, tendo como fio
competências e habilidades para toda a Educação Bá- condutor os processos evolutivos.
sica do Brasil.
SADAVA, David et al. Vida: a ciência da Biologia.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de
11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020.
Vigilância em Saúde. Álcool e outras drogas. Brasília,
DF: Ministério da Saúde, 2010. (Série Adolescentes e Em três volumes, a coleção aborda de forma ampla
jovens para a educação entre pares. Projeto Saúde e a Biologia, permeando conceitos que vão desde os
prevenção nas escolas). constituintes químicos da vida até a morfologia e a
fisiologia das plantas e dos animais.
Apresenta abordagens biológicas, sociais e emocio-
nais sobre álcool e outras drogas relacionadas aos STEINKE, Ercília Torres. Climatologia fácil. São
adolescentes. Paulo: Oficina de Textos, 2012.
GALANTE, Douglas et al. (org.). Astrobiologia: uma Com base em sua experiência no ensino de Climatolo-
ciência emergente. São Paulo: Livraria da Física, 2019. gia, a autora explica conceitos e fenômenos climáticos
Esse livro apresenta um panorama dos conceitos, de forma prática e relacionada ao cotidiano, em uma
paradigmas e investigações da Astrobiologia como obra ricamente ilustrada.
campo de estudo interdisciplinar. TEIXEIRA, W.; FAIRCHILD, T. R.; TOLEDO, M. C. M. de;
GROTZINGER, John; JORDAN, Tom. Para entender TAIOLI, F. Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: IBEP,
a Terra. Tradução: Iuri D. Abreu. 6. ed. Porto Alegre: 2009.
Bookman, 2013. O livro apresenta características específicas do in-
O livro apresenta uma das principais abordagens re- terior da Terra, abordando as suas camadas, entre
ferentes ao estudo da estrutura do planeta Terra e outras estruturas.
suas camadas. TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan.
HALLIDAY, D. et al. Fundamentos de Física. Tradução: Princípios de Anatomia e Fisiologia. Tradução: Ana
Ronaldo Sérgio de Biasi. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, Cavalcanti C. Botelho et al. 14. ed. Rio de Janeiro:
2014. Guanabara Koogan, 2019.
Coleção de livros didáticos que apresenta definições, Livro de referência para estudos e abordagens rela-
propriedades e valores de referência para constantes cionados ao corpo humano e seus princípios de Ana-
físicas. tomia e Fisiologia.

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