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MEURO Samira Campedelli

LiV de
LÍNGUA PORTUGUESA
5º-
ANO

ENSINO
F U N DA M E N TA L
L Í N G UA
PORTUGUESA

MANUAL DO
PROFESSOR
MEURO de
LiV
LÍNGUA PORTUGUESA

MANUAL DO
PROFESSOR
5º-
ANO
ENSINO
F U N DA M E N TA L
LÍNGUA
PORTUGUESA

Samira Campedelli
Professora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo,
Bacharel e licenciada em Letras - Português pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo,
mestre em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo,
doutora em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo
e autora de livros didáticos para o Ensino Fundamental e Médio.

2ª- edição
São Paulo
2019
Título original: Meu Livro de Língua Portuguesa – 5o ano

APRESENTAÇÃO
© Editora AJS Ltda, 2019

Editores: Arnaldo Saraiva e Joaquim Saraiva


Direção editorial: Antonio Nicolau Youssef
Equipe de Colaboradores: Roberta Lombardi Martins,
Márcia Mendonça, Jordana Thadei, Monique Mattos,
Conceição Longo, Daniel Ribeiro, Yara Najman, Prezado professor ou professora,
Cândido Grangeiro, Tania Regina Zieglitz, Rosana Biani
A Coleção Meu Livro de Língua Portuguesa
Coordenação editorial: Ana Cristina Mendes Perfetti
Manual do Professor: Cultura Escrita
foi planejada tendo como guia a Base Nacional Co-
Edição de arte: Flávio Nigro, Jorge Okura mum Curricular (BNCC) estabelecida para essas dis-
Pesquisa iconográfica: Cláudio Perez ciplinas. Os conteúdos abordados e a proposta de
Licenciamentos: Paula Claro trabalho que a coleção adota estão apresentados
Editoração eletrônica: Alfredo P. Santana, Juliana Cristina Silva,
Alan P. Santana, Flávio Balmant, Nelson Arruda,
neste Manual.
Thiago Oliver, Marcos Dorado dos Santos, Apresentamos também as orientações específi-
Selma Barbosa Celestino
Revisão desta edição: Carla Cássia Camargo,
cas relativas às práticas de sala de aula e estratégias
Renata Tavares, Sâmia Rios, Cristiane Santos Mansor, de ensino, distribuídas ao longo das páginas do livro
Edna Gonçalves Luna, Maria Inez de Souza,
Fernanda Rizzo Sanchez
do aluno, assim como a relação entre os conteúdos
Ilustrações: Adolar de Paula Mendes Filho, Alex Argozino, trabalhados e os objetos de conhecimento, compe-
Jótah, Roberto Weigand, Osvaldo Sequetin, tências gerais e específicas, consignados na BNCC.
Dawidson França, Giz de Cera, Fernanda Rinzler,
Maspi, Jorge Honda, All Maps Também ao longo das páginas do livro do aluno, es-
Capa: Flávio Nigro tão apontadas as habilidades da BNCC trabalhadas
Ilustração de capa: Adolar de Paula Mendes Filho em cada grupo de atividades apresentadas.
Entregamos este trabalho a você, com a certeza
de que ele será uma ferramenta de apoio eficiente
em suas aulas, dando vida à relação com os seus
alunos.
A autora

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram


produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas
plantadas, com origem certificada.

Editora AJS Ltda. – Todos os direitos reservados


Endereço: R. Xavantes, 719, sl. 632
Brás – São Paulo – SP
CEP: 03027-000
Telefone: (011) 2081-4677
E-mail: editora@editoraajs.com.br
SUMÁRIO
1. VISÃO GERAL DA OBRA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IV
A ESCOLA E O LIVRO DIDÁTICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IV
CONHECIMENTO E CULTURA DIGITAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IV
CURRÍCULOS, DEMANDAS SOCIAIS E O LIVRO DIDÁTICO . . . . . . . . . . . . . . . . .V
2. PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . VI
LÍNGUA PORTUGUESA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . VI
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .VIII
LEITURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .X
CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS E GRAMATICAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XII
ESCRITA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .XIII
ORALIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .XIV
3. RELAÇÃO COM A BNCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XV
QUADROS DE CONTEÚDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XVI
4. AVALIAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .XXXIII
5. ORGANIZAÇÃO DA OBRA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .XXXIII
6. REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XXXVIII
1. VISÃO GERAL DA OBRA
A ESCOLA E O LIVRO DIDÁTICO opções autorais, que buscam oferecer possibilidades para
que as situações de ensino e aprendizagem atendam a
diferentes realidades educacionais e escolares.
O livro didático e a BNCC Os livros desta coleção foram concebidos levan-
Os livros didáticos, por si só, são artefatos culturais do-se em conta a Base Nacional Comum Curricular,
bastante complexos. Artefatos, porque são produzidos buscando o desenvolvimento das Competências Gerais
industrialmente, ainda que também sejam produto de e Específicas ali consignadas e respeitando os Objetos
um grande esforço intelectual; culturais, por serem pró- de Conhecimento e as Habilidades sugeridas para cada
prios de cada sociedade, tanto em seus aspectos ma- ano do Ensino Fundamental a que se referem.
teriais e visuais como em seus conteúdos; complexos,
a começar pelo grande número de profissionais envol- CONHECIMENTO E
vidos em sua elaboração, como atestam as páginas de
crédito de uma obra – uma enorme gama de saberes é CULTURA DIGITAL
aplicada e organizada ao longo da produção desses li- Tornou-se lugar-comum afirmar que vivemos a Era
vros. Os livros, por sua vez, inserem-se em um contexto do Conhecimento, pois este se tornou o elemento cen-
igualmente intrincado, o da educação. tral de nossa organização social e econômica. De fato,
Nesse importante contexto – o da educação –, as desde o século XVIII, quando os pensadores iluministas
políticas educacionais e os documentos amplamente formularam um conjunto de proposições filosóficas, le-
discutidos e elaborados pelos órgãos competentes – vando as sociedades chamadas ocidentais a se basea-
como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – têm rem no racionalismo e no desenvolvimento da ciência, o
papel importante na definição dos perfis mais adequa- conhecimento humano cresceu exponencialmente. Es-
dos aos livros didáticos. tudiosos afirmam que o conhecimento humano dobra
O livro didático não existe sozinho. Para que ele a cada cinco anos e que há tendência a diminuir ainda
cumpra seu propósito, necessariamente deve haver ao mais esse tempo.
menos um leitor que interaja com o texto, um espaço Esses conhecimentos socialmente construídos hoje
– nem sempre uma sala ou uma grande escola – e um são mais facilmente difundidos, graças às mais variadas
contexto. Este envolve desde a realidade social, econômi- tecnologias da informação. Um aparelho celular não só
ca e cultural dos professores, alunos e sua comunidade pode viabilizar um contato entre duas pessoas em pon-
até a esfera legal e institucional em que esse conjunto de tos extremos da Terra, como ambas, acessando a inter-
elementos se insere (escola privada ou pública, federal, net, podem, em poucos instantes, ter a informação que
estadual, municipal, comunitária etc.). Disso decorre, en- desejam. De acordo com a BNCC, a cultura digital tem
tão, o acréscimo de um âmbito político, sempre relevan- se mostrado um grande desafio à educação:
te. Esses elementos todos, ao mesmo tempo que estão
articulados, interferem uns nos outros. Há que se considerar, ainda, que a cultura digi-
Essa dinâmica não é exclusiva do Brasil, no entanto, tal tem promovido mudanças sociais significativas
em um país como o nosso, onde a realidade educacio- nas sociedades contemporâneas. Em decorrência
nal é extremamente diversa, ela assume contornos ainda do avanço e da multiplicação das tecnologias de
mais marcantes. Em relação a esta diversidade, a BNCC informação e comunicação e do crescente acesso
traz parâmetros claros para as definições curriculares, ga- a elas pela maior disponibilidade de computado-
rantindo a unificação dos conhecimentos trabalhados no res, telefones celulares, tablets e afins, os estudan-
Ensino Fundamental e, ao mesmo tempo, oferecendo es- tes estão dinamicamente inseridos nessa cultura,
paços e eixos de adequação do currículo a regionalismos, não somente como consumidores. Os jovens têm
demandas locais e culturas diversificadas. se engajado cada vez mais como protagonistas da
cultura digital, envolvendo-se diretamente em no-
A produção dos livros didáticos deve, portanto, levar
vas formas de interação multimidiática e multimo-
em conta a BNCC, permitindo aos professores encontrar
dal e de atuação social em rede, que se realizam de
à sua disposição uma variedade de coleções, unificadas
modo cada vez mais ágil. Por sua vez, essa cultura
por suas referências à Base Comum e diversificadas pelas

IV
também apresenta forte apelo emocional e induz Nesse sentido, o livro didático pode desempenhar
ao imediatismo de respostas e à efemeridade das diferentes papéis. Independentemente da concepção,
informações, privilegiando análises superficiais e o estrutura, organização e seleção de conteúdos e do
uso de imagens e formas de expressão mais sinté- tipo de abordagem propostos por uma obra, o que de-
ticas, diferentes dos modos de dizer e argumentar termina o encaminhamento, o cumprimento dos obje-
característicos da vida escolar. (BNCC, 2017, p. 57) tivos e os resultados do processo, sem dúvida, é o uso
que dela se faz. Pode-se colocar nas mãos do professor
A escola precisa integrar os conhecimentos histo- o livro mais tradicional ou o mais inovador e não se
ricamente construídos e os saberes escolares com as obter os resultados esperados. Isso acontece porque o
novas tecnologias de comunicação de modo eficiente processo se efetiva mesmo na sala de aula, num espaço
e crítico, a fim de possibilitar a criação de um cidadão em que a concepção do professor prevalece sobre o
que saiba lidar de forma ética e democrática com esse escrito. É pelas mãos do professor que um livro assume
universo da cultura digital. O desafio da escola é de efetivamente sua condição de didático.
assegurar a democratização do acesso aos meios téc- É o professor que o atualiza quando transforma
nicos de comunicação, estimular e preparar as novas o que era uma virtualidade em uma aula. É o profes-
gerações para a apropriação ativa, consciente e crítica sor quem dá o tom e empresta a voz ao texto escri-
dessas novas tecnologias, tornando a aprendizagem to, criando novas virtualidades que, por sua vez, serão
dos saberes mobilizados no âmbito escolar significativa atualizadas pelos alunos, em um movimento contínuo
e incorporada à vida dos alunos. de alimentação de virtualidades educativas, chamadas
de ensino e de aprendizagem.
CURRÍCULOS, DEMANDAS É interessante observar que geralmente se fala que
SOCIAIS E O LIVRO DIDÁTICO o livro didático é “usado”, e não propriamente “lido”,
indicando essa sua particularidade. Esse uso é sistemáti-
O livro didático é um instrumento capaz de eliminar co, pressupondo mais de uma leitura, tanto do professor
os limites existentes entre a ciência e o acesso aos direitos como do aluno, na sala de aula ou fora dela. É só nessa
de cidadania, pois auxilia a implementação das políticas condição que o livro didático de fato se realiza como tal,
de educação em geral, uma vez que se trata de um obje- ou seja, com um recurso promotor de aprendizagem.
to de pesquisa de valor considerável para o aluno, numa
Como ressalta Lajolo, ele pode ser tomado como defi-
realidade em que pode se configurar como uma das úni-
nidor único de conteúdos, estratégias e objetivos de deter-
cas fontes disponíveis.
minada disciplina ou, ao contrário, pode ser visto como um
Na sala de aula, o livro didático configura-se como parceiro em um processo de ensino muito especial, cujo
um elemento prescritivo essencial para a prática didática beneficiário final é o aluno (LAJOLO, 1996, p. 4).
do professor, pois o seu uso possibilita a concretização
É consenso, atualmente, que os livros didáticos
dos currículos oficiais, juntamente com outros recursos,
não são apenas veiculadores de informações, pois
tendo a condição de subvertê-los ou adaptá-los ao pres-
também difundem valores e representações do mun-
crito, dadas as condições colocadas pelo contexto (CAS-
do, tanto por meio de textos verbais como de não
SIANO, 2004).
verbais (fotografias, desenhos, obras de arte, gráficos
Apresenta-se como um instrumento, muitas vezes, etc.). Por isso, quando o professor analisa uma obra
insubstituível, uma vez que muitos outros recursos didáti- desse tipo, visando selecionar aquela com a qual vai
cos não se organizam como um corpo de conhecimentos trabalhar ao longo de todo o ano, é fundamental que
sistematizados em que diferentes saberes, procedimentos realize uma avaliação de todos esses elementos, consi-
e valores possam ser mobilizados para a promoção do derando a realidade em que atua.
ensino e da aprendizagem com objetivos tão delineados.
O melhor dos livros didáticos não pode com-
[...] o livro didático insere-se no processo de petir com o professor: ele, mais do que qualquer
formação da identidade nacional, seja pelos te- livro, sabe os aspectos do conhecimento que fa-
mas e conteúdos priorizados nos manuais didáti- lam mais de perto a seus alunos, que modalidades
cos, seja pelas metodologias neles indicadas, seja de exercício e que tipos de atividades respondem
pela perspectiva ideológica neles subjacentes [...] mais fundo em sua classe. [...] Nenhum livro, por
(HORIKAWA e JARDILINO, 2010, p. 156) melhor que seja, pode ser utilizado sem adaptações.

V
Como todo e qualquer livro, o didático também As avaliações promovidas pelo MEC represen-
propicia diferentes leituras para diferentes leitores tam importante contribuição para os professores no
e é em função da liderança que tem na utilização momento da escolha do livro didático. Mas só o pro-
coletiva do livro didático que o professor precisa fessor sabe qual livro melhor atende às necessidades
preparar com cuidado os modos de utilização de seus alunos e de sua escola, pois apenas ele co-
dele, isto é, as atividades escolares por meio das nhece a sua realidade, sua concepção de educação,
quais um livro didático vai se fazer presente no sua prática, seu compromisso com a formação inte-
curso em que foi adotado. (LAJOLO, 1996, p. 6) gral dos alunos.

2. PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

LÍNGUA PORTUGUESA a formação de cidadãos críticos, participativos e cons-


cientes de seu papel na sociedade.
Com base na abordagem sociointeracionista de
aprendizagem e entendendo a linguagem e suas práti- De fato é dentro da e pela língua que indi-
cas como produtos culturais que organizam e estrutu- víduo e sociedade se determinam mutuamente.
ram as relações humanas, esta coleção procura oferecer O homem sentiu sempre – e os poetas frequen-
condições para o desenvolvimento e o aperfeiçoamen- temente cantaram – o poder fundador da lin-
to, de forma progressiva e contínua, das capacidades guagem, que instaura uma realidade imaginária,
cognitivas, linguísticas e discursivas dos alunos. anima as coisas inertes, faz ver o que ainda não
existe, traz de volta o que desapareceu. (BENVE-
Se a linguagem é comunicação, pressupõe NISTE, 1976)
interação entre as pessoas que participam do
ato comunicativo com e pela linguagem. Cada O desenvolvimento da vida social exigiu que os
ato de linguagem não é uma criação em si, homens ampliassem o uso das formas verbais de comu-
mas está inscrito em um sistema semiótico de nicação. Com isso, foi necessário compreender o pró-
sentidos múltiplos e, ao mesmo tempo, em um prio funcionamento e alcance da linguagem (em sua
processo discursivo. Como resultado dessas re- dimensão verbal): daí os estudos sobre a organização
lações, assume-se que é pela e com a linguagem das palavras, a elaboração dos enunciados e os efeitos
que o homem se constitui sujeito social (“ser” produzidos nos discursos pela escolha e pelo uso de
mediado socialmente pela linguagem) e por ela recursos linguísticos.
e com ela interage consigo mesmo e com os ou-
De instrumento que ajudava a nomear as coisas, a
tros (“ser-saber-fazer” pela/com a linguagem).
linguagem passou a ser identificada como elemento de
Nesse “ser-saber-fazer” estão imbricados valo-
produção de sentidos, capaz não apenas de representar,
res sensitivos, cognitivos, pragmáticos, culturais,
como também de criar realidades, exercendo um forte
morais e éticos constitutivos do sujeito e da so-
papel direcionador ou redirecionador das relações sociais.
ciedade. (BNCC, 2017, p. 59)
A linguagem, segundo definição de Émile Benve-
niste, é um sistema de signos socializado. “Socializado”
Considerando que é por meio da língua que as remete à função comunicativa da linguagem.
pessoas se comunicam, têm acesso às informações, A expressão “sistema de signos” é empregada
expressam seus pontos de vista e produzem conheci- para definir a linguagem como um conjunto cujos ele-
mento, entendemos que o seu domínio é fundamental mentos se determinam em suas inter-relações, ou seja,
para que os alunos tenham acesso aos bens culturais e um conjunto no qual nada significa por si, mas tudo
participação efetiva no mundo letrado. significa em função dos outros elementos.
Esta coleção também incentiva o respeito às di- Todas as línguas são casos particulares de um fe-
ferenças individuais e sociais e procura contribuir para nômeno geral, a linguagem. Para o linguista francês, a

VI
língua é um sistema de signos que se aprende pelo seu sível, uma de cada vez, a fim de não confundir aquele
próprio uso. Percebe-se, neste passo, por que a lingua- que aprende, os construtivistas consideram o aprendiz
gem é uma forma de ação, e, no caso da linguagem ver- um sujeito, protagonista do seu próprio processo de
bal, a leitura e a escrita são processos de conhecimento aprendizagem, alguém que vai produzir a transforma-
e patamares significativos da atividade social e cultural. ção que converte informação em conhecimento pró-
Lev Vygotsky (1896-1934) deu início a estudos prio. Essa construção, pelo aprendiz, não se dá por si
da teoria que, mais tarde, veio a ser nomeada “so- mesma e no vazio, mas por meio de situações nas quais
ciointeracionismo”, cujo eixo pressupõe que todo co- ele possa agir sobre o objeto de conhecimento, pensar
nhecimento é construído socialmente, no âmbito das sobre ele, recebendo ajuda, sendo desafiado a refletir,
relações humanas. interagindo com outras pessoas. De suas investigações,
Piaget concluiu que a linguagem infantil pode ser divi-
Para Vygotsky, a linguagem tinha papel fundamen-
dida em egocêntrica e socializada.
tal na mediação entre as relações sociais e a aprendiza-
gem. O objeto de estudo de Vygotsky era o desenvol- Na fala egocêntrica, a criança fala para si, como se
vimento humano, a partir do processo histórico que o estivesse pensando alto. Não se preocupa em saber se
indivíduo estava vivendo. alguém a ouve. Geralmente fala do que está vendo ou
acontecendo com ela num determinado momento. Na
É oportuno, a essa altura de nosso diálogo com fala socializada, a criança tenta realizar uma espécie de
os colegas, relembrar que a marca principal, o traço comunicação com os outros.
diferencial da teoria da aprendizagem de Lev Vygotsky
Dessa forma, a linguagem egocêntrica se distingue
em relação a outras teorias da aprendizagem ou do
da linguagem socializada em sua função. Por meio da
desenvolvimento é justamente a crença de que o co-
linguagem socializada, a criança tenta estabelecer tro-
nhecimento se constrói primeiramente pela interação
cas com os outros, faz perguntas, pedidos, transmite
interpessoal – e, posteriormente, tornar-se-á intrapes-
informações. Nesse momento se estabelece a troca ver-
soal (desenvolvimento real, autonomia, apropriação).
dadeira, discussão, ou mesmo colaboração, em busca
Vygotsky ensina que as funções psicológicas superio-
de um objetivo comum.
res, que são características do ser humano, estão an-
coradas, por um lado, nas características biológicas da Vygotsky aprecia o valor da descoberta de Piaget
espécie humana e, por outro lado, são desenvolvidas e, embasado em um exame detalhado das investigações
ao longo de sua história social. O grupo social fornece e conclusões desse autor, conclui que, para Piaget, “a
o material (signos e instrumentos) que possibilita o de- linguagem da criança pequena é, em sua maior parte,
senvolvimento das atividades psicológicas. egocêntrica”. Não serve aos fins nem às funções de co-
municação, serve somente para acompanhar a atividade
Isso significa que se deve analisar o reflexo do
e as sensações da criança.
mundo exterior no mundo interior dos indivíduos com
base na interação destes com a realidade. Para Piaget, a linguagem egocêntrica não desempe-
nha função importante na atividade infantil, pois o psicó-
Ainda segundo Vygotsky, para que o indivíduo se logo suíço crê que “atrofia e desaparece na idade escolar”.
constitua como pessoa, é fundamental que ele se in-
Vygotsky, por outro lado, acredita que a lingua-
sira em determinado ambiente cultural. As mudanças
gem egocêntrica assume, desde a mais tenra idade,
ao longo de seu desenvolvimento estão ligadas à sua
uma função importante e definida na atividade infantil:
interação com a cultura e a história da sociedade da
converte-se em um instrumento para pensar no sentido
qual faz parte.
estrito, ou seja, começa a exercer a função de planejar
Por isso, o aprendizado envolve sempre a interação a resolução da tarefa surgida no curso de sua atividade.
com outros indivíduos e a interferência direta ou indi-
Na teoria vygotskyana, o enfoque é sociointeracionis-
reta deles.
ta, já que para ele todo conhecimento é construído social-
Na teoria da aprendizagem denominada cognitivis- mente, no âmbito das relações humanas. A relação entre
mo, originada dos estudos do psicólogo suíço Jean Piaget, desenvolvimento e aprendizagem, do ponto de vista de
o aluno é um ser ativo no seu processo de aprendizado Vygotsky, está assentada no conceito de zona de desen-
– daí o nome “construtivismo”, metáfora que sugere volvimento proximal, definida como “a distância entre o
que o conhecimento é construído pelo aprendiz. nível de desenvolvimento real, que se costuma determi-
Diferentemente dos empiristas, para quem a infor- nar pela solução independente de problemas, e o nível de
mação deveria ser fornecida da forma mais simples pos- desenvolvimento potencial, determinado por meio da solu-

VII
ção de problemas sob a orientação de um adulto ou em priação de conhecimentos e procedimentos do sistema de
colaboração com companheiros mais capazes”. Vale dizer escrita alfabética que se relacionam a habilidades de: dife-
que, neste nível, o aprendiz não tem total autonomia, mas renciar desenhos e letras; conhecer as letras do alfabeto;
já tem elementos que possibilitam a realização de tarefas. compreender a posição determinada das letras no interior
Com base nesse conceito, tornam-se possíveis de- das palavras; relacionar grafema/fonema, para transformar
terminadas conclusões pedagógicas: som em letra; juntar letras para formar sílabas; juntar síla-
• a aprendizagem não deve ser um ato solitário, bas para formar palavras; juntar palavras para formar frases
mas de interação com o outro; e frases para formar textos, assim como compreender, as
regras ortográficas. Também se relacionam ao processo de
• o professor, antes de ser mero transmissor de alfabetização as capacidades motoras e cognitivas que en-
saberes, desempenha papel de mediador entre volvem as habilidades de ler e escrever seguindo a direção
aprendiz e conhecimento; correta da escrita na página, como a orientação da escrita
• a escola precisa levar em conta quanto de cola- de cima para baixo e da esquerda para a direita e as con-
boração o aluno necessita para chegar a produzir venções que indicam a delimitação de palavras (espaços
atividades de forma independente; em branco) e de frases (pontuação), fazer uso adequado
• o diálogo e a interação entre professor e aluno e de instrumentos de escrita (lápis, caneta, borracha, régua e
entre alunos devem ser permanentes, permean- outros) e aprendizagem de escrita de diferentes categoriza-
do o trabalho escolar. ções das letras (maiúsculas, minúsculas, imprensa, cursiva)
(SOARES e BATISTA, 2005).
ALFABETIZAÇÃO E O letramento consiste no “conjunto de conheci-
mentos, atitudes e capacidades envolvidas no uso da
LETRAMENTO língua em práticas sociais e necessários para uma parti-
As crianças, desde cedo, estão imersas no mundo le- cipação ativa e competente na cultura da escrita” (SOA-
trado, por isso trazem consigo para a escola experiências RES e BATISTA, 2005, p. 50). Os eventos de letramentos
diversas com a leitura e a escrita e suposições acerca de são concretizados com a leitura e a escrita de diferentes
seu funcionamento, que advêm de sua participação em gêneros textuais e escritos, em contextos formais e infor-
diferentes práticas sociais mobilizadas pela linguagem. mais, compreendidos como práticas sociais que ocorrem
Mesmo com avanços nos níveis de alfabetismo em função dos objetivos da situação comunicativa, da
da população e no acesso à educação básica, o índice relação entre interlocutores, do portador no qual os tex-
de analfabetismo funcional, segundo dados do Índice tos são publicados, dos espaços sociais em que circulam,
Nacional de Analfabetismo Funcional – INAF (2016), dos valores estéticos e éticos transmitidos.
chega a 27%. Isso quer dizer que, desse percentual, Em virtude disso, nesta coleção, concebem-se alfa-
muitas pessoas têm habilidades de escrever algo como betização e letramento como interfaces de um mesmo
seu nome, copiar alguma informação, porém não con- processo, no qual habilidades distintas são desenvolvi-
seguem interpretar nem usar a escrita e a leitura para das concomitantemente. A alfabetização e o letramento
outros fins que são solicitados usualmente numa socie- são processos que se entrelaçam e devem acontecer de
dade letrada. Segundo Maciel e Lúcio (2008), para que forma simultânea e indissociável, pois a apropriação do
interaja em práticas sociais efetivas em uma sociedade sistema de escrita alfabética (SEA) deve ocorrer intima-
letrada, o sujeito precisa apropriar-se do sistema alfa- mente nos usos sociais da língua, com a produção de
bético e ortográfico, que se obtém pelo processo de gêneros textuais orais e escritos. Desse modo, as ativi-
alfabetização, e da leitura e da escrita em diferentes dades de alfabetização constituem um meio para o es-
situações e contextos, cujo desenvolvimento de habili- tabelecimento de relações entre diferentes convenções e
dades ocorre no processo de letramento. notações e para a reflexão sobre estes nos processos das
A alfabetização consiste no ensino e no aprendizado práticas discursivas e sociais e de conhecimentos relevan-
da tecnologia da escrita alfabética-ortográfica, que envolve tes para a vida, de modo que as crianças possam falar,
um conjunto de conhecimentos e procedimentos relaciona- escutar, ler e escrever em diferentes contextos sociais.
dos tanto ao seu funcionamento de representação quan- A apropriação do sistema de escrita alfabética
to às capacidades motoras e cognitivas para manipulá-la (SEA) é o resultado esperado no processo de alfabeti-
(SOARES e BATISTA, 2005). Dessa forma, de acordo com zação. O SEA é concebido como um sistema notacional
Cafiero e Rocha (2008), a alfabetização envolve a apro- de sons (fonemas) e letras (grafemas), não um sistema

VIII
de códigos, pois é preciso que sejam compreendidos, A apropriação do sistema de escrita alfabética se
e não apenas memorizados, o seu funcionamento e suas fundamenta nas hipóteses formuladas pelo aprendiz,
funções (MORAIS, 2012). Como Ferrero e Teberosky relacionadas às perguntas citadas, que oferecem infor-
(1986) demonstraram, para entender como o SEA funcio- mações às etapas do processo de alfabetização. Emi-
na, os aprendizes precisam mobilizar duas questões: “O lia Ferreiro e Ana Teberosky descreveram e explicaram
que a escrita nota (ou representa)? Como ela cria no- cada uma dessas etapas, apontando a existência de um
tações (representações)?” (MORAIS, 2014a). Para com- parâmetro evolutivo regular na construção de hipóte-
preendê-lo e explicá-lo, Morais (2012) criou um decálogo ses sobre a escrita, por parte das crianças, levando o
(dez princípios) sobre o SEA: professor a construir novo olhar sobre o processo de
alfabetização, para, assim, poder reavaliar e redirecio-
1. Escreve-se com letras, que não podem ser nar a sua prática. As etapas, segundo as autoras, com-
inventadas, que têm um repertório finito e que preendem três diferentes níveis: pré-silábico, silábico e
são diferentes de número e de outros símbolos; alfabético, sendo que o último é dividido em silábico-al-
2. As letras têm formatos fixos e pequenas fabético e alfabético.
variações produzem mudanças na identidade das No nível pré-silábico, a criança não estabelece rela-
mesmas (p, q, b, d), embora uma letra assuma for- ções entre a escrita e a pronúncia, ainda representa a es-
matos variados (P, p, P, p); crita por meio de desenhos, rabiscos ou letras aleatórias,
sem repetição e com o critério de no mínimo três. Nessa
3. A ordem das letras no interior da palavra
fase, a criança associa de maneira direta a palavra ao ob-
não pode ser mudada;
jeto a que se refere, não distingue ainda objeto da pala-
4. Uma letra pode se repetir no interior de vra que o representa. Acredita que a palavra “cão” deva
uma palavra e em diferentes palavras, ao mesmo ser maior que a palavra “formiga”, porque representa
tempo em que distintas palavras compartilham as um objeto maior e mais pesado. Essa hipótese foi deno-
mesmas letras; minada por Piaget de “realismo nominal”. A superação
5. Nem todas as letras podem ocupar certas do realismo nominal se dá quando a criança compreende
posições no interior das palavras e nem todas as que a palavra escrita, diferentemente do desenho, não
letras podem vir juntas de quaisquer outras; representa o objeto, mas o nome do objeto.
6. As letras notam ou substituem a pauta Quando a criança percebe que há estabilidade na es-
sonora das palavras que pronunciamos e nunca crita das palavras, isto é, que há uma forma única conside-
levam em conta as características físicas ou fun- rada convencional para escrever corretamente cada pala-
cionais dos referentes que substituem; vra, ela atinge a etapa subsequente: o nível silábico. Nesse
nível, a criança descobre a lógica da escrita por meio da
7. As letras notam segmentos sonoros meno- correspondência entre a representação escrita das palavras
res que as sílabas orais que pronunciamos; e as propriedades sonoras das letras, usando, ao escrever,
8. As letras têm valores sonoros fixos, apesar uma letra para cada emissão sonora, pois supõe que deve
de muitas terem mais de um valor sonoro e certos escrever tantos sinais quantas forem as vezes que mexe a
sons poderem ser notados com mais de uma letra; boca, ou seja, para cada sílaba oral corresponde uma letra
ou um sinal escrito. Nesta fase, é comum o uso aleató-
9. Além de letras, na escrita de palavras,
rio dos símbolos gráficos, empregando ora letras “inven-
usam-se, também, algumas marcas (acentos) que
tadas”, ora apenas consoantes, ora vogais, repetindo-as
podem modificar a tonicidade ou o som das letras
conforme o número de sílabas das palavras.
ou sílabas onde aparecem;
Para essa etapa, sugere-se:
10. As sílabas podem variar quanto às combi-
nações entre consoantes e vogais (CV, CCV, CVV, • identificação, primeiramente, do próprio nome
CVC, V, VC, VCC, CCVCC...), mas a estrutura pre- e, depois, do nome dos colegas, evidenciando
dominante no português é a sílaba CV (consoante que nomes maiores nem sempre pertencem aos
– vogal) e todas as sílabas do português contêm, colegas maiores;
ao menos, uma vogal. • organização dos nomes (ou de outros textos),
(MORAIS, A. G. de. Sistema de escrita alfabética. São Paulo: seguindo critérios como som inicial, som final,
Melhoramentos, 2012. p. 51.) rimas, número de letras, entre outros;

IX
• organização de palavras-texto em ordem alfa- grafofonêmica entre as partes das palavras: contar as
bética e ilustrada por meio de desenhos, para letras e sílabas, pronunciar um a um os segmentos que
serem expostas na sala de aula; compõem a palavra, identificar ou produzir fonemas
• criação de jogos com os nomes; parecidos, adicionar ou subtrair segmentos sonoros,
comparar o tamanho das palavras e os segmentos so-
• trabalho com rótulos e embalagens de produtos
noros (rimas, fonemas, sílabas ou posição em que apa-
conhecidos; com recortes de jornais; com títulos
recem na palavra). Segundo Morais (2014b), não se
que remetam a assuntos ou temas próprios do
trata de treinar a consciência fonológica das crianças,
universo da criança etc.
artificialmente, mas permitir que brinquem com as pa-
Já no nível silábico-alfabético a criança compreen- lavras, com trava-línguas, jogo de rimas, entre outras. A
de que a escrita representa a fala e começa a perceber tomada de consciência sobre os aspectos fonológicos
que cada emissão sonora (sílaba) pode ser representa- da palavra e sua correspondência grafofonêmica é uma
da, na escrita, por uma ou mais letras. Nesse período, é condição necessária para o aprendiz avançar em dire-
comum a criança combinar só vogais ou só consoantes, ção à hipótese alfabética, mas não é condição suficien-
fazendo grafias equivalentes para palavras diferentes. te reconstruir os dez princípios do SEA.
Por exemplo, OA para “sopa” e para “bota”ou PT para Nesse processo, a intervenção do professor, como
“pote” e para “pato”. Em alguns casos, ela combina mediador das práticas de linguagem, deverá ser a de
vogais e consoantes em uma mesma palavra, em uma facilitar a apropriação do sistema de escrita alfabética
tentativa de combinar sons, sem tornar, ainda, sua es- e ajudar os aprendizes a construir os conhecimentos
crita socializável. Por exemplo, MAO para “macaco”. de modo gradativo, possibilitando a sistematização
Para a superação dessa fase, sugere-se: dos saberes produzidos. O papel do professor é de
• fazer a leitura apontada do texto do aluno, para utilizar estratégias de leitura, a fim de motivar as crian-
que ele perceba se o número de sons pronun- ças para o momento da leitura dos diferentes gêneros
ciados corresponde (ou não) ao que escreveu; textuais, como atividade permanente em sua rotina
diária, levantamento de conhecimentos prévios, enga-
• propor a escrita de listas com finalidades diversas
jamento das crianças nesses momentos, relacionando
(registrar o nome dos alunos ausentes/presentes,
as atividades de reflexão sobre o SEA e a realização
itens de uma feira, ingredientes de uma receita,
das correspondências som-grafia e a quantidade de
cardápio do lanche, títulos de textos lidos etc.);
letras das palavras, com as diferentes práticas de lin-
• promover a escrita coletiva ou individual de guagem em sala de aula.
parlendas, trava-línguas, charadas, provérbios,
entre outros. LEITURA
No nível alfabético, o aprendiz compreendeu que Tudo se reduz ao diálogo, à contraposição dialógi-
a escrita representa a pauta sonora das palavras, co- ca como centro. Tudo é meio, o diálogo é o fim. Uma
locando um grafema para cada um dos fonemas que só voz nada termina, nada resolve. Duas vozes são o
aparecem em cada sílaba, sem considerar as con- mínimo de vida. (BAKHTIN, 1979)
venções ortográficas. De acordo com Leite e Morais A prática da leitura é considerada um ato de cons-
(2012) “devemos estar atentos para o fato de que ter tituição do sentido, pois a linguagem é um fenômeno
alcançado uma hipótese alfabética não é sinônimo de profundamente social, histórico e ideológico, numa
estar alfabetizado. Se já compreendeu como o SEA relação direta com a construção do sujeito, porque
funciona, a criança tem agora que dominar as conven- todo discurso se constitui na fronteira entre aquilo
ções som-grafia de nossa língua.” que é seu e aquilo que é do outro, de acordo com a
Para superar as hipóteses de apropriação da es- concepção bakhtiniana da língua, ou seja, como um
crita, o aprendiz precisa desenvolver a consciência fo- processo. Bakhtin elege a enunciação como o motor
nológica que consiste num vasto conjunto de habili- essencial da língua, pois esta se constitui, segundo ele,
dades que permite a reflexão sobre as partes sonoras numa evolução ininterrupta, ou seja, num processo de
das palavras, assumindo uma atitude metacognitiva, criação contínua que se efetiva na e pela interação ver-
sobre o seu processo de alfabetização. Esse conjunto bal dos interlocutores.
de habilidades é variado quanto às operações que o Bakhtin, ao estabelecer relações entre língua e
aprendiz efetua ao refletir e realizar a correspondência vida, esclarece que “a língua penetra na vida pelos

X
enunciados que a realizam, e é também por meio dos O aluno deve ser considerado um receptor ativo
enunciados concretos que a vida penetra na língua”. e um produtor de diversos textos. Ao professor cabe
Assim, a utilização da língua se dá sempre sob a forma o papel de mediador no processo de desenvolvimento
de enunciados orais ou escritos, “concretos e únicos”, das capacidades cognitivas e metacognitivas, focando
utilizados pelos participantes em cada uma das ativida- o texto como o centro de todo processo de ensino e de
des humanas. aprendizagem e conduzindo o aluno a compreender o
Considera ainda que cada esfera de utilização processo de construção dos sentidos produzidos dialo-
da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de gicamente no convívio social.
enunciados — os gêneros do discurso, como denomi-
na, com características temáticas, composicionais e es- A leitura é objeto historicamente reconhe-
tilísticas próprias. cido de aprendizagem em Língua Portugue-
Se, por um lado, Bakhtin destaca a individualidade sa. Se, para os outros componentes curricula-
do enunciado, por outro, reconhece os gêneros como res, ela é instrumento, em Língua Portuguesa
enunciados “relativamente estáveis” utilizados em dife- é tema central. O eixo Leitura compreende a
rentes situações de comunicação. aprendizagem da decodificação de palavras e
O dialogismo bakhtiniano define o texto como um textos (o domínio do sistema de escrita alfa-
“tecido de muitas vozes” ou de muitos textos ou dis- bética), o desenvolvimento de habilidades de
cursos, que se entrecruzam, completam-se, respondem compreensão e interpretação de textos verbais
uns aos outros ou polemizam entre si no interior do e multimodais e, ainda, a identificação de gêne-
texto. Por outro lado, o dialogismo diz respeito também ros textuais, que esclarecem a contextualização
às relações que se estabelecem entre o eu e o outro nos dos textos na situação comunicativa, o que é
processos discursivos instaurados historicamente pelos essencial para compreendê-los. São também
sujeitos que, por sua vez, instauram-se e são instaura- constituintes essenciais desse eixo, por sua re-
dos por esses discursos. levância para a compreensão e interpretação de
textos, o desenvolvimento da fluência e o enri-
É no acontecimento da enunciação que a palavra se
quecimento do vocabulário. (BNCC, p. 64)
torna concreta, como signo ideológico, e se transforma
de acordo com o contexto em que surge. É no aconteci-
mento da enunciação que ocorre polifonia, pois, segun- As atividades de leitura precisam se configurar em
do Bakhtin, “a palavra é o produto da relação recíproca práticas de compreensão e interpretação de textos
entre falante e ouvinte, emissor e receptor”. verbais, verbo-visuais e multimodais de diferentes gê-
Durante a leitura, o leitor depara-se com ideias que neros textuais, que tenham relação direta com o co-
podem refutar, confirmar e antecipar respostas e objeti- tidiano do aluno e seja de seu interesse, com temas
vos. A leitura de textos passa a ser a forma mais imedia- apropriados à faixa etária, imagens representativas e
ta de aquisição – confrontação de sentidos acumulados nível de textualidade com vocabulário e recursos ex-
historicamente pelo uso da linguagem. Isso significa pressivos adequados ao nível de proficiência leitora.
que, num mundo demarcado pela comunicação escri- Essas práticas precisam levar em consideração as es-
ta, cabe ao aluno, orientado pelo professor, a tarefa de tratégias de leitura, de modo que possam desenvolver
negociar os sentidos e os diferentes significados históri- diferentes habilidades que possibilitem a reconstrução
cos e culturais que lhe são apresentados nos textos que das condições de produção e recepção de diferentes
lê, do confronto de opiniões e pontos de vista funda- gêneros textuais, a reflexão sobre o seu conteúdo te-
mentados, discutido as diferentes perspectivas que se mático e sobre o léxico do texto.
encontram em jogo. Na BNCC, há uma separação entre os eixos leitura
Ao compreender o uso da linguagem como intera- e educação literária. Essa separação pode ser explicada
ção na sociedade, o aluno amplia seu conhecimento de da seguinte forma:
si e do outro, num processo dialógico, passa a utilizar as
diferentes linguagens como meio de comunicação, ou O eixo Educação literária tem estreita rela-
processo de construção de significados, tornando-se re- ção com o eixo Leitura, mas se diferencia deste
ceptor e produtor de diversos textos, entendidos como por seus objetivos: se, no eixo Leitura, predomi-
unidade básica da linguagem verbal oral e escrita. nam o desenvolvimento e a aprendizagem de

XI
habilidades de compreensão e interpretação de sino e aprendizagem de Língua Portuguesa “é garan-
textos, no eixo Educação literária predomina a tir a todos os alunos o acesso aos saberes linguísticos
formação para conhecer e apreciar textos literá- necessários para a participação social e o exercício da
rios orais e escritos, de autores de língua por- cidadania, pois é por meio da língua que o ser hu-
tuguesa e de traduções de autores de clássicos mano pensa, comunica-se, tem acesso à informação,
da literatura internacional. Não se trata, pois, no expressa e defende pontos de vista, partilha ou cons-
eixo Educação literária, de ensinar literatura, mas trói visões de mundo e produz conhecimento (BNCC,
de promover o contato com a literatura para a 2017, p. 63).
formação do leitor literário, capaz de apreender Nesta coleção, os conhecimentos linguísticos e
e apreciar o que há de singular em um texto cuja discursivos com os quais o aluno opera ao participar
intencionalidade não é imediatamente prática, das práticas mediadas pela linguagem são o objeto de
mas artística. (BNCC, p. 65) estudo. O trabalho com o sistema alfabético, como sis-
tema ortográfico e com aspectos gramaticais é consi-
derado instrumento de apoio para discussões e/ou re-
Desse modo, a educação literária tem como ob- flexões sobre a organização funcional da língua, como
jetivo possibilitar o desenvolvimento de habilidades meio de melhorar a qualidade da produção linguística,
de leitura e produção textual voltados à compreen- tornando-se uma ferramenta essencial na importante
são singular e plurissignificativa dos contextos de e indispensável tarefa de revisão, reescrita e/ou rees-
produção desses textos e das características desses truturação ou refacção de textos.
discursos. Além disso, possibilita apreciação esté-
Segundo Geraldi (1991, p. 74), “a análise linguís-
tica, reflexão sobre os recursos de sentido e as di-
tica não se limita à higienização do texto em seus as-
mensões estética e sociocultural dessas produções,
pectos gramaticais e ortográficos”, pois uma série de
compreendendo o texto literário como expressão de
elementos textuais podem ser reelaborados durante
identidades e de diversidade cultural. A leitura de
esse processo, por exemplo:
textos de gênero literário proporciona a vivência em
mundos ficcionais, assim como a ampliação da visão • as regularidades linguísticas dos gêneros;
de mundo, pela experiência de outras épocas, de ou- • as especificidades de produção;
tros espaços, de outras culturas, de outros modos de
vida e de outros seres humanos. Para a formação do • as questões semânticas;
leitor, cujas intencionalidades podem ser práticas ou • a função do texto;
artísticas, há a necessidade de criação de espaços e
• o interlocutor;
momentos de leitura e reflexão como “cantinho de
leitura da classe” e rodas de leitura e conversa, de • as questões ortográficas e morfossintáticas;
modo que possa selecionar e recomendar ou não o • as questões relacionadas às consciências grafo-
que leu. Essas ações se mostram relevantes para que fonêmica e silábica;
todas as crianças tenham contato com livros, revistas
e jornais, mesmo que, a princípio, seja para manuseá- • a coerência e a coesão;
-los, olhá-los, percorrê-los. • os recursos expressivos (metáforas, discurso dire-
to ou indireto, paráfrases, pontuação, citações).

CONHECIMENTOS No entanto, em função das características desta


fase de escolarização, é imprescindível que seja feito
LINGUÍSTICOS E GRAMATICAIS também um trabalho de análise da organização interna
Para que se compreenda a relevância da práti- da palavra, destacando os padrões silábicos e as rela-
ca de análise e reflexão sobre a língua, é importante ções fonema/grafema, por meio de atividades de troca,
reiterar a concepção de linguagem subjacente a esta acréscimo e supressão de letras e sílabas. Em atividades
proposta de ensino. Mais do que uma representação dessa natureza, é necessário discutir o sentido das pa-
do pensamento ou um instrumento de comunicação, lavras, pois, dessa forma, contribui-se para ampliação
a linguagem e entendida como forma ou processo de vocabular. É necessário não abrir mão de atividades que
interação humana (interação do sujeito com o mundo levem os alunos a observarem as propriedades do siste-
e com os outros). Nessa perspectiva, o objetivo do en- ma de escrita alfabética, como a estabilidade, a ordem,

XII
as repetições, as combinações possíveis, a quantidade Essa orientação da palavra em função do
de letras e de sílabas orais etc. interlocutor tem uma importância muito gran-
Isso não significa, de modo algum, relegar o sen- de. Na realidade, toda palavra comporta duas
tido discursivo e dialógico da linguagem ao segundo faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que
plano. Trata-se de instrumentalizar o aluno para ga- procede de alguém, como pelo fato de que se
dirige para alguém. Ela constitui justamente o
rantir também sua autonomia. Sem o domínio do sis-
produto da interação do locutor e do ouvinte.
tema de escrita, a compreensão de seu caráter social
[...] A palavra é uma espécie de ponte lançada
e constitutivo pode até acontecer. Todavia, a liberdade
entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre
ou independência intelectual, a capacidade de se go-
mim numa extremidade, na outra apoia-se so-
vernar por si mesmo, ainda estará comprometida. bre meu interlocutor. A palavra é o território
Para um trabalho de língua voltado para essa comum do locutor e do interlocutor. (BAKHTIN,
perspectiva, o papel do professor é fundamental, 2002. p. 113)
pois, como mediador competente, torna-se o respon-
sável pela transposição didática, pelo processo de for-
mação de um indivíduo capaz de dominar a língua, O texto compreende, em sua configuração, a arti-
de compreender e respeitar suas variedades sabendo culação de elementos inter e intradiscursivos.
escolher a mais adequada a cada situação concreta Os elementos interdiscursivos referem-se à ma-
de comunicação. neira como um determinado discurso estabelece uma
interação com outros discursos, que se lhe compõem
ou não.
ESCRITA Os elementos intradiscursivos, por sua vez, dizem
A prática de produção de textos visa à apropriação respeito ao modo como é estabelecida linguisticamen-
de diferentes linguagens, partindo de propostas signi- te essa interação, ou seja, o modo como é tecida a
complexa rede de sentidos que constitui o texto.
ficativas, reais e constantes e deve ser entendida como
um processo comunicativo e cognitivo realizado por O texto é uma síntese complexa de interação do
meio de atividades discursivas e dialógicas. discurso com ele mesmo e também entre interlocuto-
res, que se tornam, desse modo, coprodutores daquele
Para tanto, é necessário que essa prática se realize
discurso, uma vez que desvelam e identificam, a partir
em um espaço/tempo em que sejam consideradas as do nível intradiscursivo, inscrito na materialidade lin-
funções e a estrutura do texto, seja ele oral ou escrito, guística do texto, as contradições e/ou alianças interdis-
bem como as condições nas quais é produzido. cursivas estabelecidas e desenvolvidas por eles em toda
Os textos são, portanto, duplamente determina- a extensão intradiscursiva.
dos: pelos sentidos do discurso que aparecem no pró- Se é no texto que a linguagem se materializa em
prio texto e por formas, significados e construções de sua totalidade discursiva e concreta, a compreensão
um gênero específico. de texto leva a considerar, como Geraldi (1995, p. 37),
A superfície textual, o que está explícito em for- que para a produção de uma unidade textual é neces-
mas linguísticas, é um dos elementos da construção do sário que:
sentido do texto; não é, todavia, o único. Para com- a) se tenha o que dizer;
preender a profusão de informações e efeitos de senti- b) se tenha uma razão para dizer o que se tem
do que o uso da linguagem é capaz de produzir, temos, a dizer;
no nosso papel de coprodutores dos textos veiculados c) se tenha para quem dizer o que se tem a dizer;
pelos indivíduos, que nos remeter aos elementos que
d) o locutor se constitua como tal, enquanto sujei-
circundam os atos de linguagem. A cena enunciativa
to que diz o que diz para quem diz [...];
propõe ou impõe elementos que são fundamentais à
e) se escolham as estratégias para realizar (a), (b),
construção do(s) sentido(s) do texto da argumentação
(c) e (d).
que se faz em torno das questões propostas pelo locu-
tor ao seu interlocutor, dos jogos manipulativos que se Nessa perspectiva, é importante, desde o proces-
dão por meio da linguagem. Cabe aqui uma referência so: inicial de alfabetização, acompanhar e estimular
às palavras de Bakhtin: os alunos a escreverem nas mais diversas situações

XIII
comunicativas, refletindo com eles a respeito dos se- • clareza;
guintes aspectos:
• segmentação de palavras;
• função da escrita;
• ortografia de acordo com a convenção;
• gênero textual;
• acentuação;
• interlocutor;
• uso adequado de letra maiúscula;
• recursos linguísticos;
• pontuação;
• recursos gráficos.
• concordâncias verbal e nominal;
Compreendido isso, será possível contribuir para a • recursos coesivos;
formação de produtores competentes, aptos a analisar
o próprio texto e verificar se está ambíguo, confuso, • seleção vocabular adequada ao interlocutor;
redundante ou incompleto. E, ainda, constatar se está • uso adequado da margem;
adequado ao interlocutor, ao objetivo a que se propõe,
• elementos que caracterizam o gênero etc.
ao suporte textual, ao momento da produção, ou seja,
ao contexto comunicativo. Não é necessário, todavia, que todos esses aspectos
Para escrever, deve-se ter um objetivo: situação co- sejam analisados sempre em todos os textos. O professor
municativa, os interlocutores (quem escreve/para quem poderá selecionar os aspectos a serem discutidos, consi-
escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); derando as necessidades individuais ou da turma.
a circulação (onde o texto vai circular); o portador (onde
o texto será publicado ou veiculado); a linguagem, a
organização, a estrutura; o tema e o assunto do texto. ORALIDADE
No processo de alfabetização, reescrever, reestru- A prática de oralidade é, sem dúvida, a mais utili-
turar ou refazer textos produzidos pelos alunos torna-se zada no processo comunicativo interacional humano, o
uma aliada fundamental para o sucesso da atividade que justifica um trabalho de análise e reflexão sobre os
de produção textual. É importante que, durante o pro- seus usos e formas.
cesso de análise da produção do aluno, o professor Ao chegar à escola, os alunos já dominam algu-
aborde não somente as inadequações cometidas, mas mas das variedades da fala, geralmente relacionadas às
os acertos e os aspectos positivos do texto. Os acertos instâncias privadas. Cabe, então, à escola desenvolver
são os indicativos de conteúdos que o aluno já domina, habilidades que lhes permitam usar a língua falada em
enquanto as inadequações indicam os conteúdos ainda instâncias públicas.
a serem apropriados. Esse processo auxilia o professor
Nesse sentido, a escrita torna-se uma boa aliada,
no estabelecimento de um diagnóstico pontual e pode
à medida que o professor vai relacionando-a com a lín-
gerar critérios para seu planejamento. Sugere-se que a
gua oral (em que situação comunicativa a fala se mostra
reescrita seja feita em dois níveis: coletivo e individual.
mais eficiente que a escrita? Quais os aspectos típicos
Na reescrita coletiva, o texto escolhido deve possi- da produção oral? Em que momentos da escrita poderá
bilitar a reflexão das dificuldades gerais da turma, tendo acontecer a transcrição da fala? Ou: é possível trans-
por objetivo discutir as ideias do texto, bem como sua crever a fala?). Outro aspecto relevante no estudo da
organização. fala é a possibilidade de identificar a imensa riqueza e
A reescrita individual deve ser feita pelo aluno com variedade de usos da língua. Ao serem trabalhadas as
a mediação do professor, pois tem o intuito de levar o noções de “gíria”, “dialeto”, “sotaque”, “padrão”, “va-
autor a perceber os conteúdos que ele domina e os que riante” e outras, prepara-se o aluno para compreender
ainda necessita apropriar-se. que a língua não é homogênea nem monolítica.
Alguns aspectos sobre os quais se pode refletir no Mais uma importante reflexão a respeito da orali-
momento da reescrita são: dade: a compreensão do texto oral “exige” outros níveis
• fuga do assunto; de interpretação, porque o produtor do discurso está
presente, o que possibilita a interferência do interlocu-
• unidade temática;
tor de maneira imediata, se assim o desejar e a situação
• sequência lógica (início, meio e fim); permitir. O que já não acontece no caso do texto escrito,

XIV
quando o autor está ausente, podendo, assim, exigir do pátio, no horário do lanche) – para a constata-
leitor inferências mais complexas. ção de que o discurso oral varia de acordo com
Em função dessas considerações, o professor preci- a situação de comunicação;
sa transformar a sala de aula em um ambiente dinâmico • contato com diferentes variedades linguísticas,
e repleto de vozes, em que a troca de ideias e o respeito para que possam tomar consciência de que a
mútuo estejam presentes a cada assunto tratado. língua é um fenômeno histórico e sociocultural;
Além disso, as atividades que levam as crianças a re-
• respeito às diferenças e rejeição a qualquer for-
fletirem sobre o que e como falar, em cada situação de
ma de preconceito, compreendendo seus usos
comunicação, constituem um processo de elaboração do
e implicações.
pensamento e da linguagem, não devendo ser ignoradas.
Durante as situações de leitura e escrita, o trabalho As atividades que visam à prática da língua, de
com a oralidade se faz presente. Entretanto, atividades uma maneira não artificializada, permitem às crianças
específicas envolvendo a prática de oralidade devem a expansão das possibilidades de uso da linguagem e a
ser previstas, para que o aluno não só reconheça as intensificação de suas relações pessoais.
características do discurso oral em diferentes situações
Eleger a língua oral como conteúdo exige o plane-
comunicativas, mas respeite as diversas formas e usos
jamento de ações pedagógicas que garantam, na sala
da língua falada.
de aula, atividades sistemáticas de fala, escuta e refle-
Para isso, a escola poderá oportunizar ao aluno: xão sobre a língua, tais como:
• relato de histórias vividas, lidas ou ouvidas;
• produção e interpretação de uma ampla varie-
• conto de “causos” e piadas; dade de textos orais;
• brincadeiras, explicitando as regras; • observação de diferentes usos da língua oral;
• apresentação de trabalhos das diferentes áreas
• reflexão sobre os recursos que a língua ofere-
de ensino para sua turma e para outras turmas
ce para alcançar diferentes finalidades comu-
da escola (ou, quem sabe, para a comunidade);
nicativas, diversificando o tipo de assunto e os
• escuta de gravações de telejornais para poste- aspectos formais que cada situação demanda
rior análise do discurso oral utilizado; (diante de diferentes interlocutores, diferentes
• gravação de conversas em situações comunica- intenções), de modo que os alunos transitem
tivas distintas – formal (debate de assunto pro- das situações mais informais e coloquiais para
posto pelo professor) e informal (conversas no outras, mais estruturadas e formais.

3. RELAÇÃO COM A BNCC


A Coleção foi desenvolvida objetivando atender gua Portuguesa, esse conjunto de habilidades é orga-
aos fundamentos pedagógicos da BNCC, com os quais nizado em cinco eixos: leitura, escrita, conhecimentos
os alunos são levados a mobilizar os conhecimentos linguísticos e gramaticais, oralidade e educação literária.
construídos na escola em situações que requerem apli- Embora se apresentem de maneira separada, essas ha-
cá-los para tomada de decisões pertinentes à vida práti- bilidades se interligam, pois o texto é o objeto das dife-
ca e às suas relações sociais. rentes práticas de linguagem mobilizadas nesses eixos.
Segundo a BNCC, a mobilização desses conheci- O volume 1 da Coleção apresenta os cinco eixos
mentos constitui-se como competências a serem de- temáticos, com ênfase na apropriação do sistema al-
senvolvidas pelos aprendizes. Para a garantia do de- fabético da escrita, visto que os alunos encontram-se
senvolvimento das competências gerais e específicas, na etapa de alfabetização. Reforçamos a consulta ao
cada componente curricular apresenta um conjunto de documento oficial, mas para facilitar a compreensão da
habilidades, que expressam as aprendizagens essenciais estrutura dos volumes segue uma lista das habilidades
asseguradas em diferentes contextos escolares. Em Lín- trabalhadas neste volume.

XV
PRIMEIRO ANO
Unidade 1 – Nomes, imagens e histórias

Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos Produção de Texto, gêneros e atividades

Alfabeto
Nome próprio
Tudo tem nome no Placas e ícones Letra inicial de palavra Lista de regras (combinados) para boa
mundo Letra de canção Número de letras de palavra convivência na sala de aula
Letra inicial e final de palavra
Letras vogais

Nomes de personagens
Letra inicial de palavra
Sílaba Narrativa visual: montagem de narrativa a partir de cenas disponíveis
Imagens que contam Número de sílabas em quadrinhos
Narrativa visual
histórias Número de letras de palavra
Número de letras de sílaba Contação de histórias: apresentação oral da história criada
Comparação sílabas/letras
Formações silábicas
Ordem alfabética e o contexto de uso
Alfabeto de imprensa minúsculo
Escrita de nome próprio em letra de imprensa
Texto de divulgação maiúscula e minúscula
Desenhos e letras
científica Letras consoantes
Número de letras e de sílabas de palavra
Palavras dentro de palavras
Análise sonora das palavras

Verso, estrofe e rimas


Nomes das letras
Certidão de nascimento
Número de letras e de sílabas de palavra
E nasce o nome Registro Geral (RG) ou Produção de crachá de identificação
Localização de nomes em lista de chamada ou fichário
Carteira de identidade
Letra inicial e final de palavra
Ordem alfabética

Unidade 2 – Brincadeiras e encantamentos


Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos Produção de Texto, gêneros e atividades
Leitura e escrita de palavras do texto
Palavras dentro de palavras
Número de sílabas e de letras
Número de versos e de estrofes
Rimas
Cantigas de ontem Cantiga Vídeo com coletânea de cantigas de roda,
Alteração da primeira letra com consequente alteração
e de hoje Pintura registradas pelos pais
da palavra
Formação de palavras com alfabeto móvel
Formação silábica
Alteração da segunda letra com consequente alteração
da palavra
A sílaba em diferentes posições na palavra
l em início de sílaba
Número de letras de palavras
Alteração da segunda letra com consequente alteração
Brincando com
Poema da palavra
palavras
p/b
Rimas (leitura e escrita)
t/d
Palavras dentro de palavras

f/v
Ordenação de sílabas para formação de palavra
Relato de experiência Alteração da segunda letra com consequente alteração
Relato de
Brincar é uma arte vivida da palavra
experiência
Pintura p/b
Sílaba, número de letras da sílaba, número de sílabas
Ordem alfabética

XVI
Palavras embaralhadas
Sílabas embaralhadas
Desenho legendado
Letras embaralhadas
O brinquedo na história Reportagem p/b
Elaboração de álbum com
Sílaba ca em diferentes posições nas palavras
fotolegenda de brinquedos
Comparação entre palavras quanto ao número de letras
e de sílabas

Unidade 3 – Casas de muitos jeitos

Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos Produção de Texto, gêneros e atividades

Sons da letra r em diferentes posições nas palavras


Formações silábicas
Morando na
Poema/letra de canção r em final de sílabas Declamação de poemas
imaginação
r entre vogais (leitura)
z em início de palavra (leitura)

Anúncio de Campanha de Sílabas iniciadas por c com som /k/ Spot (arquivo de áudio) de conscientização sobre
Textos por toda casa conscientização r no meio da sílaba os cuidados contra o mosquito da dengue e
Bilhete l no meio da sílaba outras doenças

n em final de sílaba (leitura) Entrevista aos pais


Parlenda
Lá atrás da minha casa r no meio da sílaba (leitura e escrita) Coletânea de
Letra de canção
s no final da sílaba (leitura e escrita) parlendas

Alteração de sílabas com consequente alteração de palavra


Que casa Pesquisa de poemas na biblioteca
Poema r e rr
é essa? Sarau
h inicial (leitura)

Unidade 4 – Ouvindo e contando histórias

Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos Produção de Texto, gêneros e atividades

Leitura de sílabas
Número de sílabas Saudação
Histórias que
Fábula Palavras dentro de palavras O aluno assume o lugar de um personagem e cria sua própria
ensinam
Letras embaralhadas saudação
ch (leitura)

r e rr
r em diferentes posições nas palavras
lh
Uma voz da África Lenda Reconto oral de lenda
l e lh (leitura e escrita)
Palavras dentro de palavras
Nomes das letras do alfabeto

l em final de sílaba (leitura)


Escrita de palavras com r e l no meio da sílaba
Quem tem medo do Conto Elaboração de falas de personagens, a partir de cinco situações
nh
lobo mau? maravilhoso apresentadas
Sílabas e palavras com j
Formação de palavras com sílabas aleatórias

Escrita de palavras do texto


Sílabas embaralhadas
Histórias Formação de palavras a partir da substituição de uma letra
Lenda Organização de sequência de imagens e reconto oral de lenda, com
de gente l e lh
indígena base nas imagens
e natureza n em final de sílabas – supressão para formação de nova
palavra
Palavras dentro de palavras

XVII
SEGUNDO ANO
Unidade 1 – Da pedra à tela
Produção de texto,
Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos
gêneros e atividades

Comunicação Tirinha (M. Sousa) Sílabas; número de sílabas; número de letras; comparação entre palavras quanto
HQ sem texto verbal
pelas imagens HQ (M. Sousa) ao número de sílabas e de letras; vogais e consoantes; formação silábica

Sons de letras iniciais de palavras; s e z; sons da letra s;


Desenhar
Divulgação científica Segmentação de palavras na frase; formação de palavras com sílabas alea- Cena ilustrada
era escrever
tórias

Ordem das letras na palavra; separação silábica; formação silábica; número de


Desenhos letras e de sílabas das palavras; número de letras das sílabas; alfabeto minús-
Divulgação científica Quadro-síntese
viraram letras culo; palavras dentro de palavras; formação de novas palavras por retirada de
letras; sons da letra z; marcadores de nasalização nas palavras

Linha do tempo Escrita de palavras; alfabetos maiúsculo e minúsculo de imprensa (revisão);


Conversa vai,
alfabetos maiúsculo e minúsculo manuscrito; ão; aumentativos; ponto final, Mensagem com emojis
emoji vem Conversa de whatsapp exclamação e interrogação

Unidade 2 – Muitas letras, tantos nomes


Produção de texto,
Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos
gêneros e atividades

Ordem alfabética; vogais e consoantes; nomes próprios com k, y, w; nomes


Poema próprios com iniciais maiúsculas; segmentação de palavras no verso do poema;
Todas as letras Poema
Poema visual formação de novas palavras por inserção de letras em outra existente; leitura em
maiúsculas e minúsculas

De palavra
Letra de canção Sons de c e ç; usos de ç; rimas Glossário de expressões com a palavra “mão”
em palavra

Que nome Formação de palavras com letras aleatórias; substituição de letra para forma- Acrósticos
Acróstico
se esconde? ção de nova palavra; antônimo; sons da letra g (leitura e escrita) Mural de acrósticos

Batalha de rimas
Rima, rima, Poema
Som da letra j; g com som de j; antônimo; formação do antônimo por prefixo Completar rimas das quadrinhas lidas por
rimador Quadrinhas
outro grupo

XVIII
Unidade 3 – Você quer brincar comigo?
Produção de texto,
Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos
gêneros e atividades

Você sabe Separação silábica; separação silábica do dígrafo rr; sons de s;


Adivinhas Coletânea de adivinhas
o que é? usos de ss

Sons da letra r; letras maiúsculas iniciais em nomes próprios; separação silábica;


Trava a língua,
Letra de canção encontro vocálico e encontro consonantal; encontro consonantal com R ou L; Desafio de trava-línguas
trava-língua
ordem alfabética de palavras iniciadas com a mesma letra

Brincadeiras Sons nasais; ponto de exclamação e de interrogação; sons de g e j; gue e


Parlendas Desafio de perguntas e repostas rimadas
rimadas gui; gua e guo

Marcadores de nasalização; encontros vocálicos; fala e escrita de alguns


encontros vocálicos; diminutivos; inho, inha, zinho e zinha em diminutivos;
Brincando
Cantiga de roda diminutivos produzidos com outras terminações; c e g; palavras em sílabas Retextualização de cantiga em conto
de roda
embaralhadas; palavras dentro de palavras; formação de palavras com sílabas
aleatórias; m antes de p e de b

Unidade 4 – Jogos e esportes para brincar e participar


Produção de texto,
Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos
gêneros e atividades

Uma corrida Sinônimos e antônimos; usos do ponto de interrogação; uso do travessão para
Fábula Dramatização da fábula
e tanto indicação de diálogo; letra cursiva

Quer jogar? Regra de jogo Usos de c e qu Coletânea de jogos

Esporte é cultura Reportagem Tonicidade; localização da sílaba tônica Legenda

L com som de u; singular e plural; plural de palavras terminadas em l e em


A história
Texto expositivo ditongos finalizados com u; sons de x e ch e de g e j; página de dicionário; Cartaz
do futebol
verbete

XIX
TERCEIRO ANO
Unidade 1 – Falando em natureza…
Produção de texto,
Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos
gêneros e atividades

Divulgação científica
Pau-brasil, Lh / li; r em início, meio e fim da sílaba; encontros consonantais
Quadro Pesquisa / Cartaz
quem já viu? com r
Poema

Flor amarela
Haicai Acentos agudo e circunflexo; hífen Haicai
da primavera

De verbete Dois-pontos; substantivos; adjetivos; plural de palavras terminadas em vogais;


Verbete enciclopédico Catálogo de árvores locais
em verbete plural de palavras terminadas em r e z; plural de palavras terminadas em l

E a fauna, Reportagem Sons da letra g; gue / gui; g / j; palavras derivadas; gêneros do substantivo;
Texto expositivo
como fica? Texto expositivo página de dicionário

Unidade 2 – Por dentro da cultura popular


Produção de texto,
Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos
gêneros e atividades

Vamos para H inicial; grafia de palavras derivadas; dígrafos com h: ch, lh, nh; letras
Anúncio Cartaz / Enquete
uma festa? cursivas

Texto expositivo Ch e x; sons da letra x; derivação de palavras; formação de palavras com


Delícias do Brasil sílabas aleatórias; formação silábica; sons nasais e marcadores de nasalização; Canal de receitas culinárias da turma
Receita culinária pronomes como recursos coesivos; verbo; ch, lh, nh

Poesia no cordão Cordel L e u em final de sílaba; diminutivos Sarau de cordéis

Número de letras na palavra; número de palavras na frase; número de sílabas na


Ditos populares palavra; classificação de palavras quanto ao número de sílabas; escrita de palavras
Como diz o ditado… Regra de jogo
Fábula a partir de letras embaralhadas; palavras dentro de palavras; travessão e aspas;
dois-pontos; verbos do dizer; usos da inicial maiúscula

XX
Unidade 3 – Aprendendo a conviver
Produção de texto,
Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos
gêneros e atividades

Crianças
HQ Usos da inicial maiúscula; o e u em final de palavras Estatuto da classe – direitos e deveres
têm direitos

Escolas de Singular e plural; gêneros do substantivo; plural de palavras terminadas em


Fotorreportagem Telejornal / Carta pessoal
toda parte consoantes; encontros vocálicos; ditongos; tritongo e hiato

Vamos brincar C e ç; página de dicionário; entrada do verbete; s e ss; s com som de z; c e


Textos instrucionais Entrevista / festival de brincadeiras
de quê? qu; verbos

Travessão; ponto de interrogação; diálogo; e e i em final de palavras; onoma-


Amizades
Conto topeias; ponto de exclamação; verbo e tempos verbais presente, passado e Conto
verdadeiras
futuro; concordância verbal

Unidade 4 – Além da imaginação


Produção de texto,
Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos
gêneros e atividades

Ordem alfabética e uso do dicionário; adjetivos; oso em adjetivos; feminino


Contos e masculino; concordância nominal; pronomes e referenciação; pronomes
Conto de esperteza Conto de esperteza
de esperteza pessoais; plural de palavras terminadas em ão; ~ como marcador de
nasalização; marcadores temporais no texto; sujeito e predicado

Histórias Conto de Pronomes possessivos; pronomes demonstrativos; frases feitas e seus


Conto de botar medo
de arrepiar assombração / monstro sentidos; usos de n e m em final de sílabas iniciais ou intermediárias; am e ão

Ge / gue, gi / gui; qua e gua; sc; ordem alfabética de palavras; uso do


Dando a volta
Roteiro teatral dicionário – comparação entre diferentes dicionários; palavras com letras Roteiro e encenação
por cima
embaralhadas; reticências

Esa e eza; separação silábica em final de linha; classificação quanto


Histórias indígenas Reconto de um conto
ao número de sílabas; tonicidade; classificação quanto à tonicidade;
que enriquecem Conto indígena
monossílabos tônicos e átonos; acentuação dos monossílabos tônicos; Festival de contação de histórias
nossa cultura
derivação de palavras por sufixos e prefixos

XXI
QUARTO ANO
Unidade 1 – Histórias de heróis
Produção de texto,
Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos
gêneros e atividades
Adjetivos e locuções adjetivas / substantivos concretso e abstratos / próprios e Mito (grego)
Um herói invencível Mito grego
comuns / verbo (definição) Exposição de perfis de heróis míticos
Pronomes pessoais Mito (africano)
Heróis da natureza Mito africano
Dêiticos, catáforas, anáforas Festival de recontos orais
Pronomes pessoais do caso oblíquo HQ
Perfil de super-herói
Super-heróis Dêiticos com imagens Galeria de perfis de heróis de HQ
HQ de anti-herói
Interjeição e onomatopeia + ponto de exclamação (conhecidos e criados)

Unidade 2 – Saiu no jornal


Produção de texto,
Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos
gêneros e atividades
Primeira página de jornal
(impresso e digital);
Água, um Aposto Primeira página de jornal / chamadas de
chamadas de primeira
bem precioso Plural ãos, ões, ães jornal / manchetes
página de jornal (impresso
e digital)
Notícia de jornal impresso Podcast (locução, ritmo de fala, clareza etc.)
e a contraparte digital da Notícia
Ar puro é o Tempos verbais (presente, passado e futuro)
mesma notícia Gravação e audição de notícias em podcast
que interessa! Advérbios e adjuntos adverbiais
Carta de reclamação e Exposição de notícias da comunidade
solicitação Carta de reclamação e solicitação
Flexão dos substantivos e adjetivos (feminino e masculino / singular
Reportagem de divulgação científica
De olho no e plural)
Galeria de fotos Galeria de fotos de notícia da semana da
desmatamento Concordância verbal e nominal
comunidade (com legendas)
SC, C, Ç, -ICE e -ISSE
Entrevista oral (com Entrevista
O ambiente está
questões previamente Variação linguística (temporal, regional) Roteiro de entrevista
dentro de nós
elaboradas e escritas) Entrevista coletiva

Unidade 3 – Conversas no palco e por aí…


Produção de texto,
Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos
gêneros e atividades
O que é uma Texto dramático
Texto dramático Graus do adjetivo (comparativo e superlativo)
divisão justa? Dramatização
Texto dramático
Pontuação (vírgula, ponto de exclamação, ponto de interrogação, reticências,
Retextualização de conto infantil
Quem tem Texto dramático uso conjunto de mais de um tipo de pontuação)
O mistério do coração cinza: um thriller de
medo de quem? Conto Vocativo
brinquedo, de Julio Calvo Drago
Sentidos figurados
Dramatização
Crônica dialogada
Conversando a Discurso direto e indireto
Crônica dialogada Leitura expressiva da crônica dialogada
gente se entende Linguagem coloquial
Caderno de crônicas dialogadas em dupla

Unidade 4 – Bichos para conhecer e cuidar


Produção de texto,
Capítulos Gêneros de leitura Conteúdos linguísticos
gêneros e atividades
Propaganda Retomada de oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas
Bichinho de
institucional Acento agudo e circunflexo Jogo de tabuleiro e vídeo (modo de jogar)
estimação
Regras de jogo Graus do substantivo (aumentativo e diminutivo)
Aprendendo Reportagem com Pronomes demonstrativos
Comentário sobre reportagem
sobre animais comentário na internet S e Z / H inicial que não representa fonema
Gráfico
Gráficos por Ditongos
Infográfico / Gráfico Criação coletiva de um gráfico a partir de
todo lado X e CH
uma enquete com a turma

XXII
QUINTO ANO
Unidade 1 – Alimentação e saúde: informe-se!
Produção de
Gêneros Conteúdos Habilidades
Capítulos texto, gêneros e
de leitura linguísticos da BNCC
atividades

(EF05LP01) Grafar palavras utilizando regras de correspondência fonema-grafema regulares, contextuais e morfo-
lógicas e palavras de uso frequente com correspondências irregulares.
(EF05LP02) Identificar o caráter polissêmico das palavras (uma mesma palavra com diferentes significados,
de acordo com o contexto de uso), comparando o significado de determinados termos utilizados nas áreas
científicas com esses mesmos termos utilizados na linguagem usual.
(EF05LP15) Ler/assistir e compreender, com autonomia, notícias, reportagens, vídeos em vlogs argumentativos,
dentre outros gêneros do campo político-cidadão, de acordo com as convenções dos gêneros e considerando
a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF05LP17) Produzir roteiro para edição de uma reportagem digital sobre temas de interesse da turma, a partir
de buscas de informações, imagens, áudios e vídeos na internet, de acordo com as convenções do gênero e
considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF05LP19) Argumentar oralmente sobre acontecimentos de interesse social, com base em conhecimentos
sobre fatos divulgados em TV, rádio, mídia impressa e digital, respeitando pontos de vista diferentes.
(EF05LP23) Comparar informações apresentadas em gráficos ou tabelas.
(EF05LP24) Planejar e produzir texto sobre tema de interesse, organizando resultados de pesquisa em fontes
de informação impressas ou digitais, incluindo imagens e gráficos ou tabelas, considerando a situação comuni-
cativa e o tema/assunto do texto.
(EF05LP26) Utilizar, ao produzir o texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: regras sintáticas de concor-
dância nominal e verbal, convenções de escrita de citações, pontuação (ponto final, dois-pontos, vírgulas em
enumerações) e regras ortográficas.
(EF15LP01) Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa
cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecen-
do para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sen-
tidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências
Notícia sobre textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e
Alimentação alimentação e saúde inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
saudável
Fonemas- Gravar uma notícia a (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
versus Notícia
grafemas partir de um roteiro (EF15LP06) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para
obesidade
como um repórter corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação.
infantil
Produção de notícia
(EF15LP07) Editar a versão final do texto, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ilustran-
do, quando for o caso, em suporte adequado, manual ou digital.
(EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido
pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
(EF15LP12) Atribuir significado a aspectos não linguísticos (paralinguísticos) observados na fala, como direção
do olhar, riso, gestos, movimentos da cabeça (de concordância ou discordância), expressão corporal, tom de
voz.
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em
meios digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após
a leitura.
(EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.
(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da
frase ou do texto.
(EF35LP07) Utilizar, ao produzir um texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais, tais como ortografia,
regras básicas de concordância nominal e verbal, pontuação (ponto final, ponto de exclamação, ponto de
interrogação, vírgulas em enumerações) e pontuação do discurso direto, quando for o caso.
(EF35LP09) Organizar o texto em unidades de sentido, dividindo-o em parágrafos segundo as normas gráficas
e de acordo com as características do gênero textual.
(EF35LP16) Identificar e reproduzir, em notícias, manchetes, lides e corpo de notícias simples para público
infantil e cartas de reclamação (revista infantil), digitais ou impressos, a formatação e diagramação específica
de cada um desses gêneros, inclusive em suas versões orais.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclu-
sive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF35LP31) Identificar, em textos versificados, efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos rítmicos e
sonoros e de metáforas.

XXIII
(EF05LP03) Acentuar corretamente palavras oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.
(EF05LP04) Diferenciar, na leitura de textos, vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos e reconhecer, na leitura de
textos, o efeito de sentido que decorre do uso de reticências, aspas, parênteses.
(EF05LP09) Ler e compreender, com autonomia, textos instrucional de regras de jogo, dentre outros gêneros do
campo da vida cotidiana, de acordo com as convenções do gênero e considerando a situação comunicativa e a
finalidade do texto.
(EF05LP12) Planejar e produzir, com autonomia, textos instrucionais de regras de jogo, dentre outros gêneros
do campo da vida cotidiana, de acordo com as convenções do gênero e considerando a situação comunicativa e
a finalidade do texto.
(EF05LP24) Planejar e produzir texto sobre tema de interesse, organizando resultados de pesquisa em fontes de
informação impressas ou digitais, incluindo imagens e gráficos ou tabelas, considerando a situação comunicativa
e o tema/assunto do texto.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos,
da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de pro-
dução e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais,
recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências
realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
(EF15LP04) Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos
Campanha informati-
multissemióticos.
va sobre alimentação
e saúde (EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunica-
Acentuação tiva, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a cir-
de oxítonas, Podcast culação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e forma do
paroxítonas e Gravação de campa- texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações necessárias
Verbete enci-
O poder proparoxítonas. nha informativa sobre à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.
clopédico
das cores Pontuação - alimentação e saúde (EF15LP06) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para corri-
Texto didático
vírgula, Resumo gi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação.
ponto e vírgula (EF15LP07) Editar a versão final do texto, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ilustran-
Produção de um re-
e dois pontos. do, quando for o caso, em suporte adequado, manual ou digital.
sumo para um painel
na feira de ciências (EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido
da escola. pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
(EF15LP10) Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e
solicitando esclarecimentos sempre que necessário.
(EF15LP14) Construir o sentido de histórias em quadrinhos e tirinhas, relacionando imagens e palavras e inter-
pretando recursos gráficos (tipos de balões, de letras, onomatopéias).
(EF15LP18) Relacionar texto com ilustrações e outros recursos gráficos.
(EF35LP01) Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos
curtos com nível de textualidade adequado.
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em meios
digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após a leitura.
(EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase
ou do texto.
(EF35LP09) Organizar o texto em unidades de sentido, dividindo-o em parágrafos segundo as normas gráficas e
de acordo com as características do gênero textual.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e
naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclusi-
ve aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

(EF05LP02) Identificar o caráter polissêmico das palavras (uma mesma palavra com diferentes significados,
de acordo com o contexto de uso), comparando o significado de determinados termos utilizados nas áreas
científicas com essesmesmos termos utilizados na linguagem usual.
(EF05LP04) Diferenciar, na leitura de textos, vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos e reconhecer, na leitura de
textos, o efeito de sentido que decorre do uso de reticências, aspas, parênteses.
(EF05LP15) Ler/assistir e compreender, com autonomia, notícias, reportagens, vídeos em vlogs argumentativos,
Notícia / Reportagem dentre outros gêneros do campo político-cidadão, de acordo com as convenções dos gêneros e considerando
/ Entrevistas a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF05LP16) Comparar informações sobre um mesmo fato veiculadas em diferentes mídias e concluir sobre qual
Uso de parên- Jornal falado.
Descobrindo é mais confiável e por quê.
teses, Produção de uma
novos Reportagem (EF05LP17) Produzir roteiro para edição de uma eportagem digital sobre temas de interesse da turma, a partir
reticências e reportagem com uma
sabores de buscas de informações, imagens, áudios e vídeos na internet, de acordo com as convenções do gênero e
aspas. pequena entrevista considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
sobre alimentação /
merenda escolar. (EF05LP26) Utilizar, ao produzir o texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: regras sintáticas de concor-
dância nominal e verbal, convenções de escrita de citações, pontuação (ponto final, dois-pontos, vírgulas em
enumerações) e regras ortográficas.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sen-
tidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e
inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.

XXIV
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
(EF15LP04) Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos
multissemióticos.
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comu-
nicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê);
a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e
forma do texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações
necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.
(EF15LP06) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para
corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação.
(EF15LP07) Editar a versão final do texto, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ilustran-
do, quando for o caso, em suporte adequado, manual ou digital.
(EF15LP08) Utilizar software, inclusive programas de edição de texto, para editar e publicar os textos produzi-
dos, explorando os recursos multissemióticos disponíveis.
(EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido
pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
(EF15LP14) Construir o sentido de histórias em quadrinhos e tirinhas, relacionando imagens e palavras e inter-
pretando recursos gráficos (tipos de balões, de letras, onomatopeias).
Notícia / Reportagem (EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em
/ Entrevistas meios digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após
Uso de parên- Jornal falado. a leitura.
Descobrindo
teses, Produção de uma (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.
novos Reportagem
reticências e reportagem com uma (EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
sabores
aspas. pequena entrevista (EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da
sobre alimentação / frase ou do texto.
merenda escolar. (EF35LP07) Utilizar, ao produzir um texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais, tais como ortografia,
regras básicas de concordância nominal e verbal, pontuação (ponto final, ponto de exclamação, ponto de
interrogação, vírgulas em enumerações) e pontuação do discurso direto, quando for o caso.
(EF35LP09) Organizar o texto em unidades de sentido, dividindo-o em parágrafos segundo as normas gráficas
e de acordo com as características do gênero textual.
(EF35LP12) Recorrer ao dicionário para esclarecer dúvida sobre a escrita de palavras, especialmente no caso de
palavras com relações irregulares fonema-grafema.
(EF35LP16) Identificar e reproduzir, em notícias, manchetes, lides e corpo de notícias simples para público
infantil e cartas de reclamação (revista infantil), digitais ou impressos, a formatação e diagramação específica
de cada um desses gêneros, inclusive em suas versões orais.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e
naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais.
(EF35LP19) Recuperar as ideias principais em situações formais de escuta de exposições, apresentações e
palestras.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclu-
sive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF35LP26) Ler e compreender, com certa autonomia, narrativas ficcionais que apresentem cenários e perso-
nagens, observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, tempo, espaço, personagens, narrador e a
construção do discurso indireto e discurso direto.

Unidade 2 – Na trama dos poemas


Produção de
Gêneros Conteúdos Habilidades
Capítulos texto, gêneros e
de leitura linguísticos da BNCC
atividades

(EF05LP02) Identificar o caráter polissêmico das palavras (uma mesma palavra com diferentes significados, de
acordo com o contexto de uso), comparando o significado de determinados termos utilizados nas áreas científi-
cas com esses mesmos termos utilizados na linguagem usual.
(EF05LP08) Diferenciar palavras primitivas, derivadas e compostas, e derivadas por adição de prefixo e de sufixo.
(EF05LP22) Ler e compreender verbetes de dicionário, identificando a estrutura, as informações gramaticais
(significado de abreviaturas) e as informações semânticas.
Palavras (EF05LP26) Utilizar, ao produzir o texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: regras sintáticas de concor-
primitivas, dância nominal e verbal, convenções de escrita de citações, pontuação (ponto final, dois-pontos, vírgulas em
As histórias Poema derivadas e Poema narrativo enumerações) e regras ortográficas.
que os narrativo compostas (EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos,
poemas e cordel Declamação de
Prefixos e Poemas da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de pro-
contam narrativo dução e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais,
sufixos
recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências
Morfologia
realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunica-
tiva, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a cir-
culação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e forma do
texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações necessárias
à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.

XXV
(EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido
pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
(EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam uma dimensão
lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em meios
digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após a leitura.
(EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.
(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase
ou do texto.
Palavras (EF35LP13) Memorizar a grafia de palavras de uso frequente nas quais as relações fonema-grafema são irregulares
primitivas, e com h inicial que não representa fonema.
As histórias Poema derivadas e Poema narrativo
que os narrativo (EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e
compostas naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais.
poemas e cordel Declamação de
Prefixos e Poemas (EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclusive
contam narrativo
sufixos aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
Morfologia (EF35LP23) Apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, aliterações e diferentes modos de
divisão dos versos, estrofes e refrões e seu efeito de sentido.
(EF35LP25) Criar narrativas ficcionais, com certa autonomia, utilizando detalhes descritivos, sequências de eventos
e imagens apropriadas para sustentar o sentido do texto, e marcadores de tempo, espaço e de fala de persona-
gens.
(EF35LP26) Ler e compreender, com certa autonomia, narrativas ficcionais que apresentem cenários e perso-
nagens, observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, tempo, espaço, personagens, narrador e a
construção do discurso indireto e discurso direto.
(EF35LP27) Ler e compreender, com certa autonomia, textos em versos, explorando rimas, sons e jogos de pala-
vras, imagens poéticas (sentidos figurados) e recursos visuais e sonoros.
(EF35LP28) Declamar poemas, com entonação, postura e interpretação adequadas.

(EF05LP05) Identificar a expressão de presente, passado e futuro em tempos verbais do modo indicativo.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sen-
tidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e
inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunica-
tiva, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a cir-
culação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e forma do
texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações necessárias
à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.
Os Verso / Rima Poema lírico (EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em
sentimentos meios digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após
x / ch “Roda de Rimas”,
que os Soneto lírico a leitura.
sonetos Verbos de ação construindo uma lista
de rimas (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.
cantam / Modos verbais
(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da
frase ou do texto.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclu-
sive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF35LP23) Apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, aliterações e diferentes modos de
divisão dos versos, estrofes e refrões e seu efeito de sentido.
(EF35LP27) Ler e compreender, com certa autonomia, textos em versos, explorando rimas, sons e jogos de
palavras, imagens poéticas (sentidos figurados) e recursos visuais e sonoros.
(EF35LP28) Declamar poemas, com entonação, postura e interpretação adequadas.
(EF35LP31) Identificar, em textos versificados, efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos rítmicos e
sonoros e de metáforas.

(EF05LP02) Identificar o caráter polissêmico das palavras (uma mesma palavra com diferentes significados, de
acordo com o contexto de uso), comparando o significado de determinados termos utilizados nas áreas científicas
com esses mesmos termos utilizados na linguagem usual.
(EF05LP08) Diferenciar palavras primitivas, derivadas e compostas, e derivadas por adição de prefixo e de sufixo.
As palavras Versificação / Poema visual (EF05LP28) Observar, em ciberpoemas e minicontos infantis em mídia digital, os recursos multissemióticos presen-
e as imagens Rimas tes nesses textos digitais.
Poema visual Varal de poemas
dos poemas (EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da
visuais Polissemia visuais
forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e
recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráfi-
cos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e
durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.

XXVI
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comu-
nicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê);
a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e
forma do texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações
necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.
(EF15LP14) Construir o sentido de histórias em quadrinhos e tirinhas, relacionando imagens e palavras e inter-
pretando recursos gráficos (tipos de balões, de letras, onomatopeias).
(EF15LP17) Apreciar poemas visuais e concretos, observando efeitos de sentido criados pelo formato do texto
na página, distribuição e diagramação das letras, pelas ilustrações e por outros efeitos visuais.
(EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.
As palavras Versificação / Poema visual (EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
e as imagens Rimas
Poema visual Varal de poemas (EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da
dos poemas
Polissemia visuais frase ou do texto.
visuais
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e
naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclu-
sive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF35LP23) Apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, aliterações e diferentes modos de
divisão dos versos, estrofes e refrões e seu efeito de sentido.
(EF35LP27) Ler e compreender, com certa autonomia, textos em versos, explorando rimas, sons e jogos de
palavras, imagens poéticas (sentidos figurados) e recursos visuais e sonoros.
(EF35LP31) Identificar, em textos versificados, efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos rítmicos e
sonoros e de metáforas.

Unidade 3 – Gente de todo o mundo, Brasil de todos


Produção de
Gêneros Conteúdos Habilidades
Capítulos texto, gêneros e
de leitura linguísticos da BNCC
atividades

(EF05LP08) Diferenciar palavras primitivas, derivadas e compostas, e derivadas por adição de prefixo e
de sufixo.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sen-
tidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e
inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comu-
nicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê);
a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e
forma do texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações
necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.
(EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido
pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
(EF15LP12) Atribuir significado a aspectos não linguísticos (paralinguísticos) observados na fala, como direção do
olhar, riso, gestos, movimentos da cabeça (de concordância ou discordância), expressão corporal, tom de voz.
Grau dos Relatos de vida (EF15LP13) Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informa-
Vivendo no Relato de adjetivos ções, apresentar opiniões, informar, relatar experiências etc.).
Brasil imigrante Comentário crítico
Pronomes sobre os relatos (EF15LP16) Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde,
de maneira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, acumulativos, de
assombração etc.) e crônicas.
(EF35LP01) Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos
curtos com nível de textualidade adequado.
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em
meios digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após
a leitura.
(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da
frase ou do texto.
(EF35LP07) Utilizar, ao produzir um texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais, tais como ortografia,
regras básicas de concordância nominal e verbal, pontuação (ponto final, ponto de exclamação, ponto de
interrogação, vírgulas em enumerações) e pontuação do discurso direto, quando for o caso.
(EF35LP08) Utilizar, ao produzir um texto, recursos de referenciação (por substituição lexical ou por pronomes
pessoais, possessivos e demonstrativos), vocabulário apropriado ao gênero, recursos de coesão pronominal
(pronomes anafóricos) e articuladores de relações de sentido (tempo, causa, oposição, conclusão, compara-
ção), com nível suficiente de informatividade.

XXVII
(EF35LP11) Ouvir gravações, canções, textos falados em diferentes variedades linguísticas, identificando
características regionais, urbanas e rurais da fala e respeitando as diversas variedades linguísticas como caracte-
rísticas do uso da língua por diferentes grupos regionais ou diferentes culturas locais, rejeitando preconceitos
linguísticos.
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacionado a situações vivenciadas na
escola e/ou na comunidade, utilizando registro formal e estrutura adequada à argumentação, considerando a
Grau dos Relatos de vida situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
Vivendo no Relato de adjetivos (EF35LP18) Escutar, com atenção, apresentações de trabalhos realizadas por colegas, formulando perguntas
Brasil imigrante Comentário crítico
Pronomes sobre os relatos pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos sempre que necessário.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclu-
sive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF35LP23) Apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, aliterações e diferentes modos de
divisão dos versos, estrofes e refrões e seu efeito de sentido.
(EF35LP27) Ler e compreender, com certa autonomia, textos em versos, explorando rimas, sons e jogos de
palavras, imagens poéticas (sentidos figurados) e recursos visuais e sonoros.

(EF05LP02) Identificar o caráter polissêmico das palavras (uma mesma palavra com diferentes significados,
de acordo com o contexto de uso), comparando o significado de determinados termos utilizados nas áreas
científicas com esses mesmos termos utilizados na linguagem usual.
(EF05LP08) Diferenciar palavras primitivas, derivadas e compostas, e derivadas por adição de prefixo e
de sufixo.
(EF05LP17) Produzir roteiro para edição de uma reportagem digital sobre temas de interesse da turma, a partir
de buscas de informações, imagens, áudios e vídeos na internet, de acordo com as convenções do gênero e
considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF05LP24) Planejar e produzir texto sobre tema de interesse, organizando resultados de pesquisa em fontes
de informação impressas ou digitais, incluindo imagens e gráficos ou tabelas, considerando a situação comuni-
cativa e o tema/assunto do texto.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sen-
tidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e
inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
(EF15LP04) Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos
multissemióticos.
Ortografia (EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comu-
Derivação a nicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê);
Idas e vindas: Artigo de partir de verbos Relato oral de a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e
a imigração no divulgação (-ção / -ssão) imigrantes forma do texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações
Brasil científica necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.
Substantivo Fichamento
derivado de (EF15LP06) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para
verbo corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação.
(EF15LP07) Editar a versão final do texto, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ilustran-
do, quando for o caso, em suporte adequado, manual ou digital.
(EF15LP08) Utilizar software, inclusive programas de edição de texto, para editar e publicar os textos produzi-
dos, explorando os recursos multissemióticos disponíveis.
(EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido
pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
(EF15LP13) Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informa-
ções, apresentar opiniões, informar, relatar experiências etc.).
(EF35LP01) Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos
curtos com nível de textualidade adequado.
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em
meios digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após
a leitura.
(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacionado a situações vivenciadas na
escola e/ou na comunidade, utilizando registro formal e estrutura adequada à argumentação, considerando a
situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclu-
sive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

(EF05LP06) Flexionar, adequadamente, na escrita e na oralidade, os verbos em concordância com pronomes


pessoais/nomes sujeitos da oração.
Infográfico (EF05LP07) Identificar, em textos, o uso de conjunções e a relação que estabelecem entre partes do texto:
Numerais Entrevista oral adição, oposição, tempo, causa, condição, finalidade.
E foi preciso Conto (com Infográfico (EF05LP10) Ler e compreender, com autonomia, anedotas, piadas e cartuns, dentre outros gêneros do campo
Adjetivos
mudar de país narração da vida cotidiana, de acordo com as convenções do gênero e considerando a situação comunicativa e a finali-
gentílicos ou Conto (com narração
do jogo de dade do texto.
pátrios do jogo de futebol)
futebol)
(EF05LP11) Registrar, com autonomia, anedotas, piadas e cartuns, dentre outros gêneros do campo da vida
cotidiana, de acordo com as convenções do gênero e considerando a situação comunicativa e a finalidade do
texto.

XXVIII
(EF05LP17) Produzir roteiro para edição de uma reportagem digital sobre temas de interesse da turma, a partir de
buscas de informações, imagens, áudios e vídeos na internet, de acordo com as convenções do gênero e conside-
rando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF05LP23) Comparar informações apresentadas em gráficos ou tabelas.
(EF05LP24) Planejar e produzir texto sobre tema de interesse, organizando resultados de pesquisa em fontes de
informação impressas ou digitais, incluindo imagens e gráficos ou tabelas, considerando a situação comunicativa e
o tema/ assunto do texto.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos,
da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de
produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais,
recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências
realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
(EF15LP04) Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos
multissemióticos.
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunicativa,
os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação
(onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e forma do texto e seu
tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações necessárias à produção
Infográfico do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.
Numerais Entrevista oral (EF15LP08) Utilizar software, inclusive programas de edição de texto, para editar e publicar os textos produzidos,
E foi preciso Conto (com Infográfico explorando os recursos multissemióticos disponíveis.
Adjetivos
mudar de país narração (EF15LP12) Atribuir significado a aspectos não linguísticos (paralinguísticos) observados na fala, como direção do
gentílicos ou Conto (com narração
do jogo de olhar, riso, gestos, movimentos da cabeça (de concordância ou discordância), expressão corporal, tom de voz.
pátrios do jogo de futebol)
futebol) (EF15LP13) Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informações,
apresentar opiniões, informar, relatar experiências etc.).
(EF35LP01) Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos
curtos com nível de textualidade adequado.
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em meios
digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após a leitura.
(EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.
(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
(EF35LP10) Identificar gêneros do discurso oral, utilizados em diferentes situações e contextos comunicativos, e
suas características linguístico-expressivas e composicionais (conversação espontânea, conversação telefônica,
entrevistas pessoais, entrevistas no rádio ou na TV, debate, noticiário de rádio e TV, narração de jogos esportivos
no rádio e TV, aula, debate etc.).
(EF35LP11) Ouvir gravações, canções, textos falados em diferentes variedades linguísticas, identificando caracterís-
ticas regionais, urbanas e rurais da fala e respeitando as diversas variedades linguísticas como características do uso
da língua por diferentes grupos regionais ou diferentes culturas locais, rejeitando preconceitos linguísticos.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e
naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais.
(EF35LP18) Escutar, com atenção, apresentações de trabalhos realizadas por colegas, formulando perguntas
pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos sempre que necessário.
(EF35LP19) Recuperar as ideias principais em situações formais de escuta de exposições, apresentações e palestras.

(EF05LP02) Identificar o caráter polissêmico das palavras (uma mesma palavra com diferentes significados, de
acordo com o contexto de uso), comparando o significado de determinados termos utilizados nas áreas científicas
com esses mesmos termos utilizados na linguagem usual.
(EF05LP15) Ler/assistir e compreender, com autonomia, notícias, reportagens, vídeos em vlogs argumentativos,
dentre outros gêneros do campo político-cidadão, de acordo com as convenções dos gêneros e considerando a
situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF05LP16) Comparar informações sobre um mesmo fato veiculadas em diferentes mídias e concluir sobre qual é
mais confiável e por quê.
(EF05LP19) Argumentar oralmente sobre acontecimentos de interesse social, com base em conhecimentos sobre
fatos divulgados em TV, rádio, mídia impressa e digital, respeitando pontos de vista diferentes.
(EF05LP22) Ler e compreender verbetes de dicionário, identificando a estrutura, as informações gramaticais (signi-
Relatório de pesquisa ficado de abreviaturas) e as informações semânticas.
(EF05LP24) Planejar e produzir texto sobre tema de interesse, organizando resultados de pesquisa em fontes de
Coesão textual: informação impressas ou digitais, incluindo imagens e gráficos ou tabelas, considerando a situação comunicativa e
Roteiro de
Uma nova substituição o tema/assunto do texto.
Verbete apresentação de
vida lexical e (EF05LP25) Planejar e produzir, com certa autonomia, verbetes de dicionário, digitais ou impressos, considerando
Seminário
pronominal a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto.
(EF05LP27) Utilizar, ao produzir o texto, recursos de coesão pronominal (pronomes anafóricos) e articuladores de
Exposição oral relações de sentido (tempo, causa, oposição, conclusão, comparação), com nível adequado de informatividade.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos,
da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de
produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais,
recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências
realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comu-
nicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê);
a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e
forma do texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações
necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.

XXIX
(EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido
pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
(EF15LP13) Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informa-
ções, apresentar opiniões, informar, relatar experiências etc.).
(EF35LP01) Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos
curtos com nível de textualidade adequado.
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em
meios digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após
a leitura.
(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
(EF35LP06) Recuperar relações entre partes de um texto, identificando substituições lexicais (de substantivos
por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos) que
Relatório de pesquisa
contribuem para a continuidade do texto.
(EF35LP08) Utilizar, ao produzir um texto, recursos de referenciação (por substituição lexical ou por pronomes
Coesão textual:
Roteiro de pessoais, possessivos e demonstrativos), vocabulário apropriado ao gênero, recursos de coesão pronominal
Uma nova substituição
Verbete apresentação de (pronomes anafóricos) e articuladores de relações de sentido (tempo, causa, oposição, conclusão, compara-
vida lexical e
Seminário ção), com nível suficiente de informatividade.
pronominal
(EF35LP14) Identificar em textos e usar na produção textual pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos,
como recurso coesivo anafórico.
Exposição oral
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacionado a situações vivenciadas na
escola e/ou na comunidade, utilizando registro formal e estrutura adequada à argumentação, considerando a
situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e
naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais.
(EF35LP19) Recuperar as ideias principais em situações formais de escuta de exposições, apresentações e
palestras.
(EF35LP20) Expor trabalhos ou pesquisas escolares, em sala de aula, com apoio de recursos multissemióticos
(imagens, diagrama, tabelas etc.), orientando-se por roteiro escrito, planejando o tempo de fala e adequando a
linguagem à situação comunicativa.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclu-
sive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

Unidade 4 – Do livro para a tela


Produção de
Gêneros Conteúdos Habilidades
Capítulos texto, gêneros e
de leitura linguísticos da BNCC
atividades

(EF05LP04) Diferenciar, na leitura de textos, vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos e reconhecer, na leitura de
textos, o efeito de sentido que decorre do uso de reticências, aspas, parênteses.
(EF05LP06) Flexionar, adequadamente, na escrita e na oralidade, os verbos em concordância com pronomes
pessoais/nomes sujeitos da oração.
(EF05LP07) Identificar, em textos, o uso de conjunções e a relação que estabelecem entre partes do texto:
adição, oposição, tempo, causa, condição, finalidade.
(EF05LP13) Assistir, em vídeo digital, a postagem de vlog infantil de críticas de brinquedos e livros de literatura
infantil e, a partir dele, planejar e produzir resenhas digitais em áudio ou vídeo.
(EF05LP14) Identificar e reproduzir, em textos de resenha crítica de brinquedos ou livros de literatura infantil, a
formatação própria desses textos (apresentação e avaliação do produto).
(EF05LP16) Comparar informações sobre um mesmo fato veiculadas em diferentes mídias e concluir sobre qual
é mais confiável e por quê.
(EF05LP18) Roteirizar, produzir e editar vídeo para vlogs argumentativos sobre produtos de mídia para público
infantil (filmes, desenhos animados, HQs, games etc.), com base em conhecimentos sobre os mesmos, de
acordo com as convenções do gênero e considerando a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade
Conto Concordância do texto.
Contando a Resenha de livro
Resenha verbal (EF05LP19) Argumentar oralmente sobre acontecimentos de interesse social, com base em conhecimentos
história Vlog
de livro Conjunções sobre fatos divulgados em TV, rádio, mídia impressa e digital, respeitando pontos de vista diferentes.
(EF05LP20) Analisar a validade e força de argumentos em argumentações sobre produtos de mídia para públi-
co infantil (filmes, desenhos animados, HQs, games etc.), com base em conhecimentos sobre os mesmos.
(EF05LP21) Analisar o padrão entonacional, a expressão facial e corporal e as escolhas de variedade e registro
lingüísticos de vloggers de vlogs opinativos ou argumentativos.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sen-
tidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e
inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comu-
nicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê);
a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e
forma do texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações
necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.

XXX
(EF15LP06) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para
corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação.
(EF15LP07) Editar a versão final do texto, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ilustran-
do, quando for o caso, em suporte adequado, manual ou digital.
(EF15LP08) Utilizar software, inclusive programas de edição de texto, para editar e publicar os textos produzi-
dos, explorando os recursos multissemióticos disponíveis.
(EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido
pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
(EF15LP10) Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e
solicitando esclarecimentos sempre que necessário.
(EF15LP11) Reconhecer características da conversação espontânea presencial, respeitando os turnos de fala,
selecionando e utilizando, durante a conversação, formas de tratamento adequadas, de acordo com a situação
e a posição do interlocutor.
(EF15LP13) Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informa-
ções, apresentar opiniões, informar, relatar experiências etc.).
(EF15LP16) Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde,
de maneira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, acumulativos, de
assombração etc.) e crônicas.
(EF35LP01) Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos
curtos com nível de textualidade adequado.
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em
Conto Concordância meios digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após
Contando a Resenha de livro a leitura.
Resenha verbal
história Vlog (EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
de livro Conjunções
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da
frase ou do texto.
(EF35LP09) Organizar o texto em unidades de sentido, dividindo-o em parágrafos segundo as normas gráficas e
de acordo com as características do gênero textual.
(EF35LP11) Ouvir gravações, canções, textos falados em diferentes variedades linguísticas, identificando
características regionais, urbanas e rurais da fala e respeitando as diversas variedades linguísticas como caracte-
rísticas do uso da língua por diferentes grupos regionais ou diferentes culturas locais, rejeitando preconceitos
linguísticos.
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacionado a situações vivenciadas na
escola e/ou na comunidade, utilizando registro formal e estrutura adequada à argumentação, considerando a
situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclu-
sive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF35LP22) Perceber diálogos em textos narrativos, observando o efeito de sentido de verbos de enunciação
e, se for o caso, o uso de variedades linguísticas no discurso direto.
(EF35LP25) Criar narrativas ficcionais, com certa autonomia, utilizando detalhes descritivos, sequências de
eventos e imagens apropriadas para sustentar o sentido do texto, e marcadores de tempo, espaço e de fala de
personagens.
(EF35LP29) Identificar, em narrativas, cenário, personagem central, conflito gerador, resolução e o ponto de
vista com base no qual histórias são narradas, diferenciando narrativas em primeira e terceira pessoas.
(EF35LP30) Diferenciar discurso indireto e discurso direto, determinando o efeito de sentido de verbos de
enunciação e explicando o uso de variedades linguísticas no discurso direto, quando for o caso.

(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sen-
tidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e
inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
(EF15LP04) Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos
multissemióticos.
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comu-
nicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê);
a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e
Roteiro cine- Relação forma do texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações
Antes de virar matográfico necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.
texto- Dramatização
filme…
Fotograma imagem (EF15LP08) Utilizar software, inclusive programas de edição de texto, para editar e publicar os textos produzi-
dos, explorando os recursos multissemióticos disponíveis.
(EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido
pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
(EF15LP10) Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e
solicitando esclarecimentos sempre que necessário.
(EF15LP11) Reconhecer características da conversação espontânea presencial, respeitando os turnos de fala,
selecionando e utilizando, durante a conversação, formas de tratamento adequadas, de acordo com a situação
e a posição do interlocutor.
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em
meios digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após
a leitura.

XXXI
(EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.
(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da
frase ou do texto.
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacionado a situações vivenciadas na
escola e/ou na comunidade, utilizando registro formal e estrutura adequada à argumentação, considerando a
situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e
naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais.
Roteiro cine- Relação (EF35LP18) Escutar, com atenção, apresentações de trabalhos realizadas por colegas, formulando perguntas
Antes de virar matográfico texto- Dramatização pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos sempre que necessário.
filme…
Fotograma imagem (EF35LP20) Expor trabalhos ou pesquisas escolares, em sala de aula, com apoio de recursos multissemióticos
(imagens, diagrama, tabelas etc.), orientando-se por roteiro escrito, planejando o tempo de fala e adequando a
linguagem à situação comunicativa.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclu-
sive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF35LP24) Identificar funções do texto dramático (escrito para ser encenado) e sua organização por meio de
diálogos entre personagens e marcadores das falas das personagens e de cena.
(EF35LP26) Ler e compreender, com certa autonomia, narrativas ficcionais que apresentem cenários e perso-
nagens, observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, tempo, espaço, personagens, narrador e a
construção do discurso indireto e discurso direto.

(EF05LP06) Flexionar, adequadamente, na escrita e na oralidade, os verbos em concordância com pronomes


pessoais/nomes sujeitos da oração.
(EF05LP14) Identificar e reproduzir, em textos de resenha crítica de brinquedos ou livros de literatura infantil, a
formatação própria desses textos (apresentação e avaliação do produto)..
(EF05LP19) Argumentar oralmente sobre acontecimentos de interesse social, com base em conhecimentos
sobre fatos divulgados em TV, rádio, mídia impressa e digital, respeitando pontos de vista diferentes.
(EF15LP01) Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa
cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecen-
do para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sen-
tidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e
inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
(EF15LP04) Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos
multissemióticos.
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comu-
nicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê);
a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e
forma do texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações
Relação necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.
texto- (EF15LP08) Utilizar software, inclusive programas de edição de texto, para editar e publicar os textos produzi-
Cartaz de Podcast
imagem dos, explorando os recursos multissemióticos disponíveis.
Sessão pipoca: filme de Mostra de cinema
cinema Concordância (EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido
é dia de na escola
verbal pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
cinema! Resenha de Programação
Verbos com (EF15LP10) Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e
site de cinema solicitando esclarecimentos sempre que necessário.
sujeito
composto (EF15LP11) Reconhecer características da conversação espontânea presencial, respeitando os turnos de fala,
selecionando e utilizando, durante a conversação, formas de tratamento adequadas, de acordo com a situação
e a posição do interlocutor.
(EF15LP19) Recontar oralmente, com e sem apoio de imagem, textos literários lidos pelo professor.
(EF35LP01) Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos
curtos com nível de textualidade adequado.
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em
meios digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após
a leitura.
(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da
frase ou do texto.
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacionado a situações vivenciadas na
escola e/ou na comunidade, utilizando registro formal e estrutura adequada à argumentação, considerando a
situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF35LP16) Identificar e reproduzir, em notícias, manchetes, lides e corpo de notícias simples para público
infantil e cartas de reclamação (revista infantil), digitais ou impressos, a formatação e diagramação específica
de cada um desses gêneros, inclusive em suas versões orais.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e
naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclu-
sive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

XXXII
4. AVALIAÇÃO
A avaliação não deve ser entendida como o mo- Nessa perspectiva de acompanhamento e avalia-
mento final de um período de atividades escolares, ção é relevante salientar que essa etapa do processo
mas como parte integrante do processo de ensino e de ensino e de aprendizagem é uma prática fundamen-
de aprendizagem. O processo de avaliação precisa ter tal para verificar o alcance das metas estabelecidas, as
como meta: compreender necessidades, avanços e di- aprendizagens realizadas pelos educandos e o impacto
ficuldades dos alunos; oferecer informações relevantes dessas aprendizagens na vida de cada um.
para o professor, sobre o desenvolvimento do ensino no A prática avaliativa necessita, portanto, integrar todo
cotidiano das aulas; possibilitar o planejamento da prá- o processo educativo. Seu resultado precisa ser a fonte de
tica docente bem como o redimensionamento das es- informação para nortear o processo de aprendizagem de
tratégias e procedimentos didáticos (MELO, 2007). Para cada educando ou do grupo e, ao mesmo tempo, instru-
englobar todo o processo de avaliação, esta precisa ser:
mento de regulação do planejamento e de verificação de
diagnóstica e formativa.
sua adequação às necessidades de aprendizagem.
A avaliação diagnóstica permite ao professor
Se o que se quer é formar usuários da língua, ca-
acompanhar o desempenho e o desenvolvimento de
pazes de utilizá-la para fins variados é importante que
seu aluno e redimensionar as suas estratégias e proce-
a avaliação, além de verificar o domínio dos vários as-
dimentos didáticos.
pectos do sistema de representação da escrita, volte-se
para o modo como os sujeitos participam das situações
(...) diagnosticar é coletar dados relevantes,
em que a leitura e a escrita estão envolvidas. Precisa
através de instrumentos que possibilitem iden-
verificar, por exemplo, a familiaridade com que os ava-
tificar os conhecimentos adquiridos pelo aluno,
liados lidam com textos reais e variados, desde o início
tendo em vista objetivos e capacidades que se
pretende avaliar, em relação a determinado obje- do processo de alfabetização.
to de conhecimento (por exemplo, a apropriação A avaliação é uma atividade ampla e complexa. É
de princípios alfabéticos ou de certas convenções importante que, ao exercê-la, o professor tenha em vis-
do sistema de escrita). (...) Para realizar o levan- ta não um instrumento usado para atribuir nota, mas o
tamento dessas informações o professor poderá domínio gradativo das atividades propostas. Para aten-
criar situações diversificadas, desde as mais for- der ao processo diagnóstico e formativo da avaliação,
mais, como a aplicação de testes, até aquelas me- é necessário o uso de diferentes instrumentos para que
nos formais, decorrentes das observações cotidia- se tenha noção completa sobre a evolução do processo
nas que faz quando os alunos realizam as tarefas educativo como: observação sistemática, registro das ati-
propostas em sala de aula. (FRADE; SILVA, 2005) vidades e evolução, provas operatórias, autoavaliação in-
dividual, como portfólio ou grade avaliativa, e colabora-
A avaliação formativa engloba todas as atividades tiva, em rodas de conversa entre os alunos e o professor.
desenvolvidas pelos educandos, inclusive sua autoava- A avaliação compreendida dessa forma auxilia o
liação, e permite atender tanto aos interesses dos pro- professor e a escola a tomarem decisões sobre proce-
fessores para tomar decisões programáticas, quanto dimentos pedagógicos, assim como os alunos e as suas
aos alunos por permitirem o acompanhamento de seu famílias a refletirem sobre o seu envolvimento no pro-
próprio desenvolvimento (VILLAS BOAS, 2006). cesso de aprendizagem e desempenho.

5. ORGANIZAÇÃO DA OBRA
O professor de natação não pode ensinar o não se trava com o seu professor de natação, mas
aluno a nadar na areia fazendo-o imitar seus ges- com a água. O diálogo do aluno é com o pensa-
tos, mas leva-o a lançar-se na água em sua com- mento, com a cultura corporificada nas obras e
panhia para que aprenda a nadar lutando contra nas práticas sociais e transmitidas pela linguagem
as ondas, [...] revelando que o diálogo do aluno e pelos gestos do professor. (CHAUÍ, 1980 p. 37)

XXXIII
Dominar a língua escrita é um direito de todo cida- e não verbal), multimodal. Os textos da tradição oral
dão e uma das formas de desenvolvimento da cidadania também foram contemplados, pelo fato de serem ade-
e de inclusão na sociedade letrada. O direito à educação quados a esta etapa de escolaridade e de facilitarem as
não se refere apenas a uma vaga na escola, mas à justa atividades que visam à relação entre o oral e o escrito.
distribuição de bens culturais e materiais e a um ensino de O trabalho com gêneros textuais tem como obje-
qualidade, que respeite as diferenças individuais e sociais. tivo o desenvolvimento de competências de leitura e
Nesta coleção, diferentes pressupostos teóricos de produção de textos orais e escritos, viabilizando o
serviram de base para a efetivação da proposta e para acesso do aluno aos gêneros que circulam socialmente,
a elaboração das atividades. como tirinhas, histórias em quadrinhos, placas de sina-
Para que se compreenda a perspectiva assumida, é lização, receitas, certidão de nascimento, carteira de
preciso esclarecer que, a partir da década de 1980, con- identidade, regras de jogos, manual de instrução, poe-
tribuições, advindas da Psicologia do Desenvolvimento, mas, pinturas, adivinhas, trava-línguas, parlendas de
da Sócio e da Psicolinguística, elucidaram alguns aspec- escolha, sinopse, cantigas, contos, fábulas, lendas etc.
tos a respeito do processo de aquisição da linguagem No Brasil, há muitos anos, aceita-se o conceito
por aprendizes em fase inicial de escolarização. de que o texto embasa o ensino e a aprendizagem de
Essas contribuições auxiliaram a reconstrução de con- Língua Portuguesa. Por muito tempo, considerava-se o
ceitos e práticas de ensino, de forma que, sem relegar os texto como objeto de ensino, mas, em sala de aula,
aspectos referentes ao domínio do código linguístico, o muitos educadores não apresentam “uma concepção
significado também fosse considerado como componente sociointeracionista de linguagem centrada na proble-
essencial no processo de aquisição da língua escrita. mática da interlocução” (BRANDÃO, 2001, p. 17).
Nesse contexto, o texto surge como o veiculador
O texto é o centro das práticas de linguagem
de significado, tornando-se, por excelência, o objeto de
e, portanto, o centro da BNCC para Língua Portu-
estudo da linguagem para práticas escolares de alfabeti-
guesa, mas não apenas o texto em sua modalida-
zação e de letramento.
de verbal. Nas sociedades contemporâneas, textos
Mas, como definir um texto? Bakhtin define texto não são apenas verbais: há uma variedade de com-
como sendo a menor unidade simbólica com significado posição de textos que articulam o verbal, o visual, o
completo, dentro de um determinado texto. gestual, o sonoro – o que se denomina multimoda-
Atualmente, já na fase inicial de escolarização, o tra- lidade de linguagens. Assim, a BNCC, para a Língua
balho sistemático com textos tem sido uma prática recor- Portuguesa, considera o texto em suas muitas mo-
rente na escola, explorando, entre outros aspectos, ques- dalidades: as variedades de textos que se apresen-
tões de intertextualidade, de interlocução, de contexto tam na imprensa, na TV, nos meios digitais, na pu-
de comunicação, de produção de recepção etc. Esses as- blicidade, em livros didáticos e, consequentemente,
pectos são fundamentais para a reconstrução do sentido considera também os vários suportes em que esses
do texto. Porém, para garantir que a compreensão se dê textos se apresentam. (BNCC, p. 59)
de forma global e autônoma, é necessário também que
os leitores iniciantes se apropriem do código por meio do O professor deve apresentar aos alunos os tipos
qual os discursos são materializados. e os gêneros textuais que fazem parte do dia a dia,
Em função disso, as atividades propostas neste ma- fazendo-os compreender que não se tratam somente
terial visam estimular e desenvolver habilidades de uso de composições escritas, pois os textos são produzidos
da língua, de modo que, aos poucos, os estudantes se diariamente, em todos os momentos de comunicação,
apropriem de seus recursos e de seu funcionamento, tor- tanto na forma escrita quanto na oral.
nando-se usuários competentes dela. Deve-se trabalhar o ensino de gêneros textuais por
meio de situações concretas de uso da língua, para que
ESTRUTURA DA COLEÇÃO os alunos consigam, com criatividade e consciência, es-
O texto é concebido como unidade significativa, a colher meios adequados aos fins que se deseja alcançar.
base sobre a qual os conhecimentos são construídos. É necessário ter a consciência de que a escola é um
Para tanto, a coleção foi pensada de forma a abranger “autêntico lugar de comunicação” e as situações esco-
uma rica diversidade textual, materializada em diferen- lares “são ocasiões de produção e recepção de textos”
tes linguagens: verbal, não verbal e/ou mista (verbal (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004, p. 78).

XXXIV
linguísticas e discursivas, com base na compreensão ati-
ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA va e crítica da realidade deles.
A coleção, composta por cinco volumes, destina- Os textos verbais, visuais e multimodais que com-
-se a alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental põem esta coleção foram selecionados de acordo com
l. Cada volume é composto por quatro unidades com cada faixa etária, respeitando-se o nível de compreen-
quatro capítulos em cada unidade. A cada unidade há são dos alunos e buscando despertar nas crianças o
a abordagem de temas contemporâneos que afetam a prazer pela leitura.
vida humana em escala local, regional e global, prefe-
rencialmente de forma integradora, como: vida fami-
liar e social, meio ambiente, direitos humanos, diversi-
dade cultural, educação alimentar e nutricional, direitos NOSSA LÍNGUA
da criança, consumo, entre outros.
A escolha por essa forma de organização favore-
ce a relação entre ideias e a reflexão sobre diferentes
As atividades desta seção objetivam levar os alu-
formas, estruturas e pontos de vista, contribuindo para
nos a construir conhecimentos sobre o funcionamento
a ampliação dos universos cultural, linguístico e social
do sistema alfabético, bem como sobre aspectos lin-
dos alunos.
guísticos e textuais.
Durante o desenvolvimento das atividades propos-
SEÇÕES E ÍCONES tas nesta seção, os alunos são conduzidos a continuar
compreendendo os textos, de maneira divertida, e as
sistematizações com efetivo uso da escrita garantem às
crianças condição diferenciada na relação delas com o
PARA LER mundo, um estado não necessariamente conquistado
por aquele que apenas domina o sistema de escrita al-
fabética. Aprender a ler e a escrever, neste livro, envolve
Esta seção objetiva que os alunos tenham um con- o conhecimento das letras e o modo de decodificá-las e
tato sistemático com a atividade de ler, coletiva ou in- associá-las, possibilitando aos alunos usar esse conhe-
dividualmente. cimento em benefício de formas de expressão e comu-
nicação possíveis, reconhecidas, necessárias e legítimas
É importante levá-los a compreender que o ato de
em um determinado contexto cultural.
ler está relacionado a um objetivo de leitura, ou seja,
lê-se para aprender sobre algum tema, para obter infor- Por meio do esquema a seguir, ilustra-se a integra-
mações, para seguir instruções, para comunicar alguma ção das várias dimensões do aprender a ler e escrever
coisa a alguém, para se entreter, divertir-se etc. no processo de alfabetização do letrando, proposto por
esta coleção:
Com base nos textos selecionados nas unidades,
leva-se para a prática da sala de aula a realidade da • Alfabetizar
leitura e ainda motivam-se os alunos a desenvolver o • Aprender a escrita
senso crítico e reflexões sobre os assuntos propostos. • Descobrir a escrita
Nesta coleção, a preocupação se refere à constru- • Usar a escrita
ção do conhecimento com base na leitura e a motivação
da criatividade.
Há crianças que chegam à escola sabendo
Todas as unidades do livro apresentam um tema que a escrita serve para registrar coisas inteligen-
e gêneros textuais que o mobilizam. A leitura inicia o tes, divertidas ou importantes. Essas são as que
processo de ensino e aprendizagem de cada capítulo, o terminam de alfabetizar-se na escola, mas come-
que favorece a contextualização dos alunos. çaram a alfabetizar-se muito antes, pela possibi-
Por meio de cada leitura proposta, demonstre aos lidade de entrar em contato, de interagir com a
alunos a função social, as características, os recursos lin- língua escrita. Há outras crianças que necessitam
guísticos, os aspectos culturais, a contribuição de cada da escola para apropriar-se da escrita.
gênero para ler e produzir textos na escola, procurando FERRERO, Emília. Com todas as letras. São Paulo: Cortez, 1999.
fazer com que os alunos desenvolvam suas capacidades

XXXV
As crianças dominam a linguagem mesmo antes A produção de textos, nesta seção, conduz as
de entrarem na escola, mas esse domínio é inconscien- crianças a escolher palavras, organizar suas ideias, re-
te. Mesmo usando o tempo verbal correto ao se expres- fletir sobre características internas da língua, definir
sar, elas não sabem declinar ou conjugar palavras. seus objetivos.
O desenvolvimento de atividades envolvendo a es- As propostas feitas ao final de cada capítulo di-
crita, apresentado nesta seção, é válido porque permite recionam os alunos ao tipo de interlocutor, ao objeti-
aos alunos sistematizarem esses conhecimentos de for- vo para a situação de produção e às características do
ma consciente, o que lhes permite avançar no desenvol- texto a que se propõe: para quem escrever, para que
vimento da fala. escrever, o que escrever, como escrever, onde escrever,
O objetivo principal das atividades propostas na que tipo de linguagem e que gênero de texto usar.
seção Nossa língua é o de contribuir para o desenvol- A aprendizagem da escrita de textos foi articulada
vimento da linguagem escrita das crianças. Essas ativi- com a aprendizagem da língua materna, priorizando
dades conduzem os alunos a momentos de interação aspectos descritivos e fatos linguísticos cuja abrangên-
social e estimulam a habilidade, a criatividade, a percep- cia excede o limite da frase.
ção auditiva e a participação ativa da turma.
Dessa forma, a produção textual envolve os estu-
Nesta seção, desenvolve-se uma proposta peda- dos linguísticos realizados nas demais seções, ou seja,
gógica que dê suporte ao pleno desenvolvimento dos os alunos incorporam na produção textual os conheci-
aspectos envolvidos na aprendizagem da leitura e da mentos adquiridos anteriormente.
escrita desde o início da escolaridade.
Realiza-se, portanto, a necessária integração en-
Para isso, é necessário distribuir o tempo pedagó- tre a atividade de produção de textos (linguística) e a
gico de forma equilibrada e individualizada, entre ativi- análise linguística voltada para a sistematização dos co-
dades que estimulem esses dois componentes: a língua nhecimentos, com ações articuladas, guardando entre
por meio de seus usos sociais e o sistema de escrita si relação que garanta a compreensão dos conteúdos e
com atividades que estimulem a consciência fonológica procedimentos envolvidos em todas as atividades reali-
e evidenciem de forma mais direta para as crianças as zadas nas seções anteriores.
relações existentes entre as unidades sonoras da pala-
vra e sua forma gráfica. Na seção Produção de texto, há momentos em
que os alunos devem tentar ler e interpretar o que o
outro escreveu. Essa leitura e interpretação desenvol-
DESAFIO vem a capacidade de eles se expressarem por meio de
oralidade. Trata-se de um momento em que escritores e
leitores devem ser valorizados e respeitados.
É uma subseção que aparece pelo menos uma vez Essa interação é importante no sentido de fazer
em cada capítulo e consiste em convidar os alunos a rea- com que as crianças expressem seu modo de ver as coi-
lizar atividades lúdicas que envolvem os conhecimentos sas e escutem o colega para entendê-lo melhor. Deve-se
mobilizados nas seções Para ler e Nossa língua. realizar essa dinâmica sem enfatizar medos e melindres,
com uma leitura cujo objetivo é o aprimoramento lin-
guístico e da estrutura textual. Isso significa orientar os
alunos a ler o texto produzido pelos colegas com os sen-
PRODUÇÃO DE TEXTO tidos a ele atribuídos pelo escritor e não impostos pelo
professor. É importante mostrar às crianças que o mes-
mo texto pode ter diferentes leitores, considerando-se
a diversidade social e cultural que os rodeia.
Esta seção visa ao desenvolvimento das ações de
O trabalho de produção de textos, nesta coleção,
escrita dos alunos, desde as suas primeiras hipóteses.
desenvolve-se com base no conceito de gênero textual
São oferecidas diversas atividades relacionadas aos te-
abordado em cada capítulo.
mas das unidades, para serem trabalhadas em dupla,
em grupo ou individualmente. É o momento de os alu- Todas as atividades propõem roteiros prévios sobre
nos descobrirem para que serve a escrita, o que ela re- o que deve ser elaborado. Os alunos precisam definir,
presenta e como funciona. com base em seus conhecimentos e nos conteúdos apre-
sentados nas seções anteriores, a escrita dos textos.

XXXVI
Produzir é realizar, criar, fabricar. As solicitações uma prática comum, atualmente, os registros do dia a
de produção, nesta seção, envolvem a elaboração de dia são mais fáceis de se encontrar em blogs ou redes
desenhos, palavras, frases ou um conjunto de regis- sociais. Na contemporaneidade, o costume de escrever
tros e expressões para transmitir ideias. Acredita-se cartas e postá-las nos correios tem sido substituído pelo
que produzir textos é inerente à criança. Antes mesmo meio eletrônico, pela facilidade com que se enviam e se
de conhecer letras, ela conta um fato, descreve um recebem e-mails ou mensagens via Whatsapp.
passeio, dita regras de uma brincadeira, ou seja, em Esse é um cenário que chegou para permanecer.
sua rotina, ela produz texto oral. Todavia, para uma participação social mais efetiva, nun-
Para elaborar individualmente um texto, com ca foi tão importante manejar e selecionar várias infor-
forma e conteúdos próprios, as crianças também pre- mações, interpretá-las de acordo com seus contextos
cisam trabalhar textos coletivamente, ou pequenos e transformá-las em conhecimento. As transformações
grupos, sob a orientação do professor, com base em pelas quais o mundo atual passa apontam para a ne-
gêneros textuais corretos e variados quanto à forma cessidade de uma sociedade mais inclusiva, em que a
(poesia, conto, música, trava-língua etc.). solidariedade e o respeito às diferenças sejam valores
Na avaliação, os alunos e professores podem cultivados por todos.
fazer uma avaliação coletiva e avaliativa sobre o que Acentua-se a importância da interface com o ou-
foi tratado. Isso permite o desenvolvimento da capa- tro, assim como a interface com pontos de vista dife-
cidade de expressão das crianças por meio de orali- rentes, ampliando-se as relações e, por conseguinte,
dade, assim como ter um papel ativo na compreen- os horizontes, de modo que possamos nos posicionar
são de seu processo de ensino e aprendizagem e de diante da realidade.
seus colegas. Cabe a escola e ao livro didático favorecer o desen-
volvimento da competência leitora, condição imprescin-
dível para o desenvolvimento pessoal e para a plena
ENCAMINHAMENTO participação social. O compromisso da escola com a
METODOLÓGICO formação de cidadãos que participarão de forma ativa
Para estabelecer diretrizes que apontem um enca- e crítica na sociedade deve ter na leitura e na produção
minhamento metodológico condizente com o que foi ex- de textos um lugar de destaque.
posto até esse momento, é preciso ressaltar que quanto Para compreender a função e o funcionamento da
maiores forem as oportunidades de uso e reflexão sobre escrita, as crianças precisam interagir com diferentes
a escrita, maiores serão as possibilidades de seu aprendi- gêneros textuais que circulam socialmente — placas,
zado. Desse modo, desde o início do processo, o aluno anúncios, rótulos, folhetos, receitas, instruções, carta-
precisa interagir com a linguagem escrita: ouvir histórias, zes, revistas, jornais, enciclopédias, catálogos, livros de
tentar ler e escrever. poemas, livros de contos etc. São importantes também
Antes de escreverem por si próprios, os alunos são as oportunidades de uso da escrita funcional: escrever
capazes de criar textos. Nesses casos, o professor as- (em dupla, individual ou coletivamente) bilhetes, reca-
sume a função de escriba e registra o texto do aluno dos, mensagens, convites, notícias, entre outros, como
no quadro ou em folhas grandes, mostrando como é ato de comunicação, para um leitor real.
feita a estruturação do texto por meio da análise dos Esse uso social da língua contribui para que as crian-
seguintes aspectos: ças a compreendam como um sistema de representação
que amplia as possibilidades de comunicação interpessoal.
• disposição gráfica no papel;
• coesão entre as partes do texto; Por isso, no ato da escrita, é necessário valorizar cada
tentativa do aluno, pois a experiência do sucesso aumenta
• seleção e organização das ideias e fatos;
a autoestima e garante a continuidade do esforço.
• segmentação das palavras;
É preciso orientá-lo durante a produção, pela in-
• uso de sinais de pontuação etc.
tervenção e mediação preventiva, tornando o “erro”
A circulação social de textos se configura em dife- observável para o aluno, que se incumbirá, ele mesmo,
rentes gêneros que se relacionam com as necessidades e da correção, pela compreensão do processo. A corre-
atividades socioculturais de um dado momento histórico ção posterior só tem efeito punitivo, desencorajando o
— por exemplo, se há duas décadas escrever diários era aluno a novas tentativas.

XXXVII
6. REFERÊNCIAS
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XL
MEU O
LiVR de
LÍNGUA PORTUGUESA

5º-
ANO
ENSINO
F U N DA M E N TA L
L Í N G UA
PORTUGUESA

Samira Campedelli
Professora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Bacharel e licenciada em Letras - Português pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo.
Doutora em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo
e autora de livros didáticos para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

2ª- edição
São Paulo
2019
Título original: Meu Livro de Língua Portuguesa – 5o ano

APRESENTAÇÃO
© Editora AJS Ltda, 2019

EDITORES: Arnaldo Saraiva e Joaquim Saraiva


DIREÇÃO EDITORIAL: Antonio Nicolau Youssef
EQUIPE DE COLABORADORES: Roberta Lombardi Martins,
Márcia Mendonça, Jordana Thadei, Monique Mattos,
Conceição Longo, Daniel Ribeiro, Yara Najman, Querido aluno,
Cândido Grangeiro, Tania Regina Zieglitz, Rosana Biani
COORDENAÇÃO EDITORIAL: Ana Cristina Mendes Perfetti Este livro é seu. Fizemos cada
MANUAL DO PROFESSOR: Cultura Escrita
EDIÇÃO DE ARTE: Flávio Nigro, Jorge Okura
página com muito carinho para
PESQUISA ICONOGRÁFICA: Cláudio Perez você viajar pelo mundo da Língua
LICENCIAMENTOS: Paula Claro
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Alfredo P. Santana,
Portuguesa.
Juliana Cristina Silva, Alan P. Santana, Flávio Balmant,
Nelson Arruda, Thiago Oliver, Marcos Dorado dos Santos, Nestas páginas você encontrará
Selma Barbosa Celestino
REVISÃO DESTA EDIÇÃO: Carla Cássia Camargo,
textos interessantes, desafios à sua
Renata Tavares, Sâmia Rios, Cristiane Santos Mansor,
Edna Gonçalves Luna, Maria Inez de Souza,
criatividade ao produzir textos de
Fernanda Rizzo Sanchez sua autoria, sugestões de livros
ILUSTRAÇÕES: Adolar de Paula Mendes Filho, Alex Argozino,
Jótah, Roberto Weigand, Osvaldo Sequetin, maravilhosos para você ler, além do
Dawidson França, Giz de Cera, Fernanda Rinzler,
Maspi, Jorge Honda, All Maps
prazer de ler e escrever.
CAPA: Flávio Nigro
ILUSTRAÇÃO DE CAPA: Adolar de Paula Mendes Filho
Esperamos que você aproveite
muito tudo que aprender.
O AUTOR

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro


foram produzidas com fibras obtidas de árvores de
florestas plantadas, com origem certificada.

Editora AJS Ltda. – Todos os direitos reservados


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CONHEÇA SEU LIVRO
Este livro vai acompanhar você durante este ano!
Vamos conhecê-lo?

PÁGINAS DE ABERTURA -
Essa introdução o ajudará a
resgatar aquilo que você já
conhece do tema e dos tipos
de texto que serão abordados,
levantando hipóteses sobre o
que irá estudar na unidade.

PARA LER - Aqui você irá


encontrar diferentes textos para
serem lidos e interpretados.

NOSSA LÍNGUA - Reúne conteúdos e


atividades sobre conhecimentos linguísticos,
tratados de modo lúdico e divertido.

PRODUÇÃO DE TEXTO - Cada produção vem


orientada passo a passo, por etapas de trabalho,
que vão desde o Planejamento até a Avaliação.

FIQUE SABENDO - Aqui você encontrará


informações complementares sobre os
temas e conteúdos que está estudando.

SUGESTÃO DE LEITURA - Ao final de


cada capítulo, há uma ou mais sugestões
de leitura, para ampliar o seu repertório.
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - ALIMENTAÇÃO E SAÚDE: INFORME-SE! . . 8
CAPÍTULO 1 - ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL VERSUS OBESIDADE INFANTIL . . 10
PARA LER > Obesidade infantil é considerada problema de saúde maior do que a desnutrição no Brasil . 11
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
> Correspondência fonema-grafema regulares e contextuais
PRODUÇÃO DE TEXTO > Produção coletiva de notícia escrita e em vídeo . . . . . . . . . . 23
CAPÍTULO 2 - O PODER DAS CORES . . . . . . . . . . . . . . . . 26
PARA LER > O poder das cores Meu pratinho saudável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
> Oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas > Sinais de pontuação
PRODUÇÃO DE TEXTO > Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
CAPÍTULO 3 - DESCOBRINDO NOVOS SABORES. . . . . . . . . . . 44
PARA LER > Escolas estaduais têm cardápio sem carne às segundas-feiras Cozinheiros da educação . 44
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
> Sinais de pontuação
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
> Parênteses > Reticências > Aspas
PRODUÇÃO DE TEXTO > Reportagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
UNIDADE 2 - NA TRAMA DOS POEMAS . . . . . . . 58
CAPÍTULO 4 - AS HISTÓRIAS QUE OS POEMAS CONTAM . . . . . . . 60
PARA LER > A Serra do Rola-Moça Mário de Andrade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
PARA LER > A força do amor: Alonso e Marina José Bernardo da Silva . . . . . . . . . . . . . 64
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
> Formação de palavras derivadas e compostas > Neologismo
PRODUÇÃO DE TEXTO > Poema narrativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
CAPÍTULO 5 - OS SENTIMENTOS QUE OS SONETOS CANTAM . . . . 77
PARA LER > Soneto do amigo Vinicius de Moraes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
> Verbo: modo indicativo
PRODUÇÃO DE TEXTO > Roda de rimas – produção oral . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
PRODUÇÃO DE TEXTO > Poema lírico – produção escrita . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
CAPÍTULO 6 - AS PALAVRAS E AS IMAGENS DOS POEMAS VISUAIS . . 89
PARA LER > A primavera endoideceu Sérgio Capparelli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
> Versos livres e versos brancos
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
> Polissemia
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
> Polissemia e Metáfora
PRODUÇÃO DE TEXTO > Poema visual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
UNIDADE 3 - GENTE DE TODO O MUNDO, BRASIL DE TODOS . 104
CAPÍTULO 7 - VIVENDO NO BRASIL . . . . . . . . . . . . . . . 106
PARA LER > Alameda Santos número 8 Zélia Gattai
> Relatos de chegada: imigrantes japoneses em Campo Grande Kubota. . . . . . . . . . . 107
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
> Grau dos adjetivos
PARA LER > Relato Anella Catapano Scarpelle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
PRODUÇÃO DE TEXTO > Relato oral > Comentário crítico escrito. . . . . . . . . . . . . 120
CAPÍTULO 8 - IDAS E VINDAS: A IMIGRAÇÃO NO BRASIL . . . . . . 123
PARA LER > Viagem, sonho e destino Museu da imigração . . . . . . . . . . . . . . . . 124
PARA LER > O elo Brasil - Japão Rubens Ricupero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
> Derivação regressiva
PRODUÇÃO DE TEXTO > Relato oral > Fichamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
CAPÍTULO 9 - E FOI PRECISO MUDAR DE PAÍS . . . . . . . . . . 144
PARA LER > Origem dos imigrantes no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
> Adjetivos gentílicos ou pátrios
PARA LER > Estatísticas do povoamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156
> Numerais
PARA LER > Corinthians 2 versus Palestra 1 Antônio Alcântara Machado . . . . . . . . . . . 159
PRODUÇÃO DE TEXTO > Entrevista oral e escrita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
CAPÍTULO 10 - UMA NOVA VIDA . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
PARA LER > Meu amigo refugiado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
> Verbete
PARA LER > Refugiado ou migrante? Adrian Edwards . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
> Coesão textual: substituição lexical e pronominal
PRODUÇÃO DE TEXTO > Relatório de pesquisa > Exposição oral . . . . . . . . . . . . . 183
UNIDADE 4 - DO LIVRO PARA A TELA . . . . . . . . 186
CAPÍTULO 11 - CONTANDO A HISTÓRIA . . . . . . . . . . . . . 188
PARA LER > O gênio do crime João Carlos Marinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
PARA LER > Resenha - O gênio do crime Cristiane Tavares . . . . . . . . . . . . . . . . 201
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
> Concordância verbal > Pronomes pessoais > Conjunções
PRODUÇÃO DE TEXTO > Resenha > Vlog . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208
CAPÍTULO 12 - ANTES DE VIRAR FILME… . . . . . . . . . . . . 213
PARA LER > A Grande Viagem Caroline Fioratti. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 226
> Relação texto-imagem
PRODUÇÃO DE TEXTO > Dramatização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233
CAPÍTULO 13 - SESSÃO PIPOCA: É DIA DE CINEMA! . . . . . . . . 236
PARA LER > Capa e contracapa do DVD - Menino Maluquinho – O Filme e Coraline . . . . . . 236
PARA LER > Cartaz do filme - Coraline e o mundo secreto . . . . . . . . . . . . . . . . 243
PARA LER > Resenha Érico Borgo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245
NOSSA LÍNGUA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249
> Relação texto-imagem > Concordância verbal com sujeito composto
PRODUÇÃO DE TEXTO > Mostra de cinema na escola . . . . . . . . . . . . . . . . . 259
FECHANDO UM CICLO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 262
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . 264
1 ALIMENTAÇÃO E

UNIDADE
SAÚDE: INFORME-SE!
Professor, peça aos alunos que
leiam o título da unidade. Depois
disso, pergunte a eles qual é a
relação entre alimentação e saúde.
Espera-se que os alunos expandam a
discussão para variáveis como a falta
de alimentação, alimentação de má
qualidade, excessos na alimentação,
cuidados exagerados com a
alimentação e as consequências de
todas essas variáveis para a saúde.
Se houver relação com outros temas
debatidos em outras disciplinas ou
com a realidade da escola, discuta
também temas como o desperdício Nesta unidade, trataremos de dois assuntos
de alimentos, a fome no mundo etc. muito importantes na vida de todos nós:
alimentação e saúde. Comer é um prazer, mas
devemos saber nos alimentar adequadamente
para sermos pessoas saudáveis

8 OITO

Explorando conhecimentos prévios


O tema desta unidade é “alimentação e saúde” e, em cada As problematizações e reflexões propostas nesta unida-
capítulo, vai sendo especificado um aspecto como: nutrição de contemplam a competência geral 2 da BNCC: Exercitar a
infantil, relação entre obesidade e desnutrição, hábitos alimen- curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das
tares e de atividades físicas, cardápio escolar e de alimentação ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica,
em casa, reeducação alimentar e políticas públicas de saúde. As a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar
questões iniciais de abertura possibilitam ativar conhecimentos e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar so-
prévios dos alunos como motivação de leitura e antecipação do luções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
que será discutido ao longo dos capítulos. das diferentes áreas.

8 OITO
Observe a cena e reflita sobre estas questões:
1. Você já pensou em como os alimentos são coloridos?
2. Você se interessa pela culinária? Já pensou sobre sua
importância em nossas vidas?
3. Para você, o que é uma alimentação saudável?

NOVE 9

Objetivos da unidade
Em articulação com as competências, objetos de conheci-  Desenvolver práticas de linguagem que permitam a
mento e habilidades de Língua Portuguesa, espera-se que os produção de textos próprios da esfera jornalística, na
alunos sejam capazes de: modalidade verbal, verbo-visual e multimodal;
 Ampliar o entendimento dos gêneros textuais notícia  Compreender e utilizar elementos linguístico-gramaticais
e reportagem, observando suas características, as em intersecção com os processos de leitura e produção
esferas de circulação e o modo de funcionamento, suas dos textos – sinais de pontuação, elementos do discurso
finalidades e os portadores de divulgação; direto e indireto, ortografia e acentuação.

NOVE 9
C APÍTULO
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Professor, oriente a participação dos
alunos na conversa: peça que cada um
fale na sua vez, que todos ouçam os
1 VERSUS OBESIDADE INFANTIL
colegas com atenção e respeito, que
peçam a vez para falar. Peça também
que falem em tom de voz adequado
para uma conversa (todos precisam
escutar, mas não é preciso gritar). PARA LER

Comer é muito bom, mas nem tudo o que é gostoso é saudável... Por essa
razão, é importante saber quais alimentos fazem bem à nossa saúde e quais
não são adequados.
Professor, proponha uma leitura
silenciosa do texto pelos alunos. Em 1. Você sabe o que é obesidade infantil?
seguida, leia-o em voz alta e peça 2. Você sabe o que é desnutrição infantil?
que o acompanhem silenciosamente.
Sua leitura é muito importante para 3. Você sabe o que é saúde pública em um país?
os alunos, por se tratar de uma
referência de leitura para eles. Por isso,
é fundamental que você conheça o
Photodisc

texto previamente, para evitar tropeços.

BNCC
Atividades 1 a 3:
(EF05LP15) Ler/assistir e compreen-
der, com autonomia, notícias, repor-
tagens, vídeos em vlogs argumentati-
vos, dentre outros gêneros do campo
político-cidadão, de acordo com as
convenções dos gêneros e conside-
rando a situação comunicativa e o
tema/assunto do texto.
(EF05LP19) Argumentar oralmente
sobre acontecimentos de interesse
social, com base em conhecimentos
sobre fatos divulgados em TV, rádio,
mídia impressa e digital, respeitando
pontos de vista diferentes.
(EF15LP02) Estabelecer expectati- A alimentação saudável é um fator importante para a saúde de cada um de nós.
vas em relação ao texto que vai ler
(pressuposições antecipadoras dos Nesta capítulo, você vai ler uma notícia sobre obesidade infantil. Antes,
sentidos, da forma e da função so-
cial do texto), apoiando-se em seus porém, converse com seus colegas e o professor sobre esse assunto.
conhecimentos prévios sobre as con-
dições de produção e recepção desse 10 DEZ
texto, o gênero, o suporte e o universo
temático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações e
inferências realizadas antes e durante
Pensando sobre a BNCC
a leitura de textos, checando a ade- O tema deste capítulo permite problematizações com os alunos acerca de problemas
quação das hipóteses realizadas. sociais e de saúde pública como obesidade infantil e desnutrição, partindo de notícia,
(EF15LP09) Expressar-se em situações reportagens e entrevistas, gêneros estes que são abordados de modo mais específico,
de intercâmbio oral com clareza, preo-
como apresentação do lide da notícia (e aspectos fonológicos e ortográficos, integrados
cupando-se em ser compreendido
pelo interlocutor e usando a palavra às práticas de leitura e escrita propostas, o que condiz com as estratégias de leitura e
com tom de voz audível, boa articu- escrita previstas nas seguintes habilidades da BNCC:
lação e ritmo adequado.

10 DEZ
Obesidade infantil é
considerada problema de saúde
maior do que a desnutrição no
Brasil

A obesidade infantil é considerada atualmente um dos maiores problemas


de saúde pública do Brasil, superando a desnutrição. Estima-se que hoje
uma em cada três crianças brasileiras apresentem sobrepeso.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já disparou o alerta vermelho da
obesidade infantil ao redor do mundo, principalmente em países emergentes,
como o Brasil. Segundo a organização, a obesidade infantil atingiu nos últimos
anos níveis preocupantes, ameaçando a saúde das crianças e reduzindo a
estimativa de vida.
“Pela primeira vez na história estima-se que os filhos poderão ter uma
longevidade menor do que seus pais. E um dos principais fatores para isso
pode estar na alimentação inadequada e no excesso de peso”, afirma o
especialista em obesidade, cirurgião bariátrico e presidente eleito para gestão
2017-2018 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM),
Caetano Marchesini.
Para se ter uma ideia, em 2014 o número de crianças obesas em todo o mundo
era de 41 milhões, 10 milhões a mais do que no início da década de 90. Estes
números são preocupantes na visão da OMS, que alerta para a ineficácia dos
programas para frear a epidemia que se tornou a obesidade infantil.
M ais polí ticas pú blicas – O próprio governo federal reconhece que
é preciso conter o avanço da obesidade. Recentemente, em discurso no
Seminário “Desafios para Saúde no Brasil”, realizado no último dia 15 de
agosto, em Pernambuco, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que é
preciso ensinar as pessoas a comer bem para evitar enormes demandas para
o sistema de saúde no futuro.

ONZE 11

(EF05LP15) Ler/assistir e compreender, com autonomia, As reflexões sobre a produção de textos e as atividades
notícias, reportagens, vídeos em vlogs argumentativos, dentre de exploração desses gêneros textuais permitem contemplar
outros gêneros do campo político-cidadão, de acordo com as a competência 6 da Área de Linguagens: 6. Compreender
convenções dos gêneros e considerando a situação comunicativa e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação
e o tema/assunto do texto. de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
(EF05LP24) Planejar e produzir texto sobre tema de interesse, práticas sociais (incluindo as escolares), para se comunicar por
organizando resultados de pesquisa em fontes de informação meio das diferentes linguagens e mídias, produzir conheci-
impressas ou digitais, incluindo imagens e gráficos ou tabelas, mentos, resolver problemas e desenvolver projetos autorais
considerando a situação comunicativa e o tema/ assunto do texto. e coletivos.

ONZE 11
“Sabemos que melhor do que ser bem atendido no posto de saúde é não
precisar ir ao posto de saúde. As pessoas precisam cuidar bem da sua saúde,
pois a obesidade e o sedentarismo são grandes problemas de comportamento,
custam caro ao sistema e são, muitas vezes, decisões pessoais. Temos que
educar as pessoas para evitar este problema”, disse Ricardo Barros.
O ministro afirmou que a obesidade está em 18,9% dos brasileiros e o
sobrepeso em 53% . Barros lamentou pelos atuais programas de alimentação
do País. “Baixamos uma portaria de alimentação saudável. Se queremos
Para saber mais sobre o assun-
to e qualificar as mediações do pessoas saudáveis precisamos alimentá-las adequadamente e o governo
professor em sala de aula, reme- lamentavelmente patrocina uma alimentação inadequada com seus próprios
temos a estas leituras:
ARRAES, Jarid. A saúde mental das programas de cesta básica, restaurante popular e merenda escolar e isso
pessoas gordas. Revista Fórum, 2015. precisa ser solucionado”, ressaltou Barros.
Disponível em: <https://www.revis-
taforum.com.br/2015/03/19/a-sau-
de-mental-das-pessoas-gordas/>. Vilõ es da obesidade – Para o médico Caetano Marchesini, o
Acesso em: 30 jan. 2018. sedentarismo e a alimentação inadequada são as principais causas do
MONTEIRO, Marcelo. Entenda por
aumento da obesidade infantil.
que nem todo magro é saudável e
nem todo gordo está doente. Porto
Alegre: GZH, 2017. Disponível em: “As crianças precisam gastar calorias, mesmo com o metabolismo mais
<https://gauchazh.clicrbs.com.br/ acelerado. No entanto, vemos cada vez menos brincadeiras ao ar livre e cada vez
saude/vida/noticia/2017/01/enten-
da-por-que-nem-todo-magro-e-
mais incentivo para atividades relacionadas ao videogame, tablets e televisão”,
-saudavel-e-nem-todo-gordo-esta- relata o especialista em obesidade.
-doente-9631730.html>. Acesso em:
30 jan. 2018. Segundo ele, pesquisas apontam que filhos de mães ativas têm 60% mais
SILVA, Ivana Silva; e NUNES, Cássia. chances de praticar alguma atividade física. Quando ambos os pais mantêm uma
Obesidade Infantil e na Adolescência.
Disponível em: <http://www.fiocruz. vida ativa, o número sobe para 80% . “Ou seja, se os pais querem que os seus
br/biosseguranca/Bis/infantil/obesi- filhos pratiquem atividades físicas regularmente, o primeiro passo é os próprios
dade-infantil.htm>. Acesso em: 30
jan. 2018. pais praticarem atividade física”, enfatiza Marchesini.
Para ele, outro grande perigo da obesidade está em não colocar limites
na alimentação dos filhos. “Pais que não impõem limites na alimentação dos
filhos, permitindo alimentos calóricos e guloseimas a qualquer hora, estão
estimulando um comportamento nocivo. O ideal é evitar lanches fora de hora
e estipular apenas um dia por semana para as guloseimas”, enfatiza.
Uma pesquisa recente realizada pelo IBGE demonstra que 32,3% das
crianças com menos de dois anos de idade bebem refrigerantes ou sucos
artificiais regularmente.

12 DOZE

Interdisciplinaridade
As discussões deste capítulo favorecem o estabelecimento de sobre padrões de beleza e o preconceito sofrido pelas pessoas
relação com as áreas de Ciências da Natureza e Ciências Humanas obesas e, em específico, sobre o bullying na escola. Tais problema-
e o componente de Educação Física. Aproveite a discussão sobre tizações favorecem o desenvolvimento da competência específica 5
obesidade infantil para organizar rodas de conversa com a classe, de Ciências da Natureza, da competência 1 de Ciências Humanas
mediadas pelos professores dessas disciplinas, sobre os fatores que e da competência 4 de Educação Física, previstaspela BNCC para
causam a obesidade e suas consequências, estimulando a reflexão o Ensino Fundamental, as quais tratam, respectivamente, de:

12 DOZE
Para o ano de 2017 a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica (SBCBM) pretende encampar debates em todo o país para reduzir
o avanço da obesidade infantil. Atualmente são realizadas cerca de 70 mil BNCC
cirurgias bariátricas todos os anos no Brasil para tratar a obesidade. “No Atividades 1 e 2:
momento, o Brasil não possui médicos para atender todos os pacientes que (EF35LP03) Identificar a ideia central
sofrem dessa epidemia que se tornou a obesidade no Brasil e no mundo”, do texto, demonstrando compreen-
são global.
finalizou o cirurgião Caetano Marchesini.
(EF35LP04) Inferir informações im-
PORTAL TERRA. Obesidade infantil é considerada problema de saúde maior do que a desnutrição no Brasil. 22 ago. 2016. plícitas nos textos lidos.
Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/dino/obesidade-infantil-e-considerada-problema-de-saude-maior-do-
que-a-desnutricao-no-brasil,0e821b8c444ec5b40abd0b26ccf216d7zjws0p7g.html>. Acesso em: 05 jul. 2018.

cirurgião bariátrico: médico que estuda e trata a obesidade.


desnutrição: falta de nutrição, carência alimentar.
epidemia: aumento excessivo do número de casos de uma doença.
longevidade: duração da vida de um indivíduo.
obesidade: excesso de “peso” em que mais de 20% do “peso” total da pessoa correspondem a
tecido gorduroso.
sedentarismo: hábito de pouco se exercitar, praticar poucos exercícios físicos.
“sobrepeso”: excesso de “peso” em que a proporção de tecido gorduroso não passa de 20% do
“peso” total da pessoa.

Professor, oriente os alunos a ler o


glossário para responder esta questão.
1. O texto afirma que, atualmente, a obesidade infantil é considerada um dos Enfatize que a obesidade infantil é o
maiores problemas de saúde pública no Brasil, superando a desnutrição. tema central da notícia.
Explique as diferenças entre obesidade e desnutrição.
Obesidade é excesso de “peso”, e obesidade infantil é excesso de “peso” em

crianças; desnutrição é carência de nutrição. Talvez seja interessante mostrar

que, embora aparentemente opostas, ambas as doenças têm a alimentação

não saudável como uma de suas principais causas.

2. Quais são as duas maiores causas da obesidade, inclusive a infantil, de


acordo com o texto?
As duas maiores causas da obesidade são uma alimentação pouco

saudável, baseada em alimentos gordurosos e com muito açúcar,

e o sedentarismo.

TREZE 13

5. Construir argumentos com base em dados, evidências e 4. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho,
informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de saúde, beleza e estética corporal, analisando, criticamente,
vista que promovam a consciência socioambiental e o respeito a si os modelos disseminados na mídia e discutir posturas con-
próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indi- sumistas e preconceituosas
víduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza. Nessa discussão, o que se propõe é articular a discussão sobre
1. Compreender a si e ao outro como identidades dife- bons hábitos alimentares e prática de atividades físicas à con-
rentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma cepção de que é possível haver pessoas saudáveis em diferentes
sociedade plural e promover os direitos humanos. biótipos, evitando, assim, reforçar estereótipos preconceituosos.

TREZE 13
3. Esta notícia é de 2016 e mostra que houve um aumento de casos de
Professor, o objetivo da questão é fazer que obesidade infantil em determinado período. Que período é esse e quanto a
os alunos localizem informações no texto. obesidade infantil cresceu no mundo?
O período mencionado é o início da década de 1990 até 2014 (mais ou

menos 24 anos); no início da década de 1990 havia 10 milhões de crianças


Professor, oriente, mais uma vez, os alunos obesas no mundo; em 2014, este número passou para 41 milhões.
a usarem o glossário.

4. Segundo a notícia, qual é a porcentagem de pessoas obesas e de pessoas com


Professor, nesta questão será preciso ativar o “sobrepeso” no Brasil? Qual é a diferença entre obesidade e “sobrepeso”?
conhecimento prévio dos alunos sobre o que eles
já ouviram falar acerca de como era a infância nos Segundo a notícia, 18,9% dos brasileiros são obesos e 53% apresentam
anos 1990, por exemplo, quando havia bem menos
aparelhos eletrônicos e as crianças brincavam mais “sobrepeso”. Na obesidade, a pessoa apresenta mais de 20% de gordura
ao ar livre, na rua, por exemplo, por haver menos
trânsito e mais segurança. Você pode propor em seu “peso” total; o “sobrepeso”, por sua vez, é um excesso de “peso”
que eles conversem com seus pais ou familiares
e amigos mais velhos, que tenham sido crianças menos acentuado, em que a porcentagem de gordura não ultrapassa 20%
nos anos 1990, para responder a esta questão e
traçar um paralelo com a infância nos anos 2000. do “peso” total da pessoa.

5. De acordo com o médico entrevistado na


notícia, vemos cada vez menos crianças
praticando atividades ao ar livre, e é cada
BNCC vez maior o incentivo às brincadeiras com
Atividades 3 a 7: aparelhos eletrônicos.
(EF15LP01) Identificar a função social
de textos que circulam em campos da a) Em sua opinião, por que isso tem acontecido?
vida social dos quais participa cotidiana-
mente (a casa, a rua, a comunidade, a Resposta pessoal.
escola) e nas mídias impressa, de massa
e digital, reconhecendo para que foram
produzidos, onde circulam, quem os
produziu e a quem se destinam.

Dawidson França
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti-
dos, da forma e da função social do
texto), apoiando-se em seus conhe-
cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
o gênero, o suporte e o universo te-
mático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens, 14 CATORZE
dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações e
inferências realizadas antes e durante
a leitura de textos, checando a ade-
quação das hipóteses realizadas. Prática pedagógica
(EF15LP03) Localizar informações ex-
plícitas em textos. A partir da leitura do texto que abre este capítulo, proponha que os alunos
(EF35LP04) Inferir informações implí- façam uma roda de conversa sobre estilo de vida saudável e padrões estéticos de
citas nos textos lidos. beleza. Estimule-os a refletir sobre preconceitos reproduzidos na escola contra
alunos obesos ou acima do peso e sobre possibilidades de viver de modo saudável
respeitando a diversidade estética. Faça intervenções pontuais, argumentando
que o conceito de alimentação saudável é uma construção histórica, assim como
os padrões de beleza.

14 CATORZE
b) Como você se exercita e brinca,

Dawidson França
mais ao ar livre ou dentro de casa,
com aparelhos eletrônicos?
Professor, promova uma discussão que leve
Resposta pessoal. os alunos a traçar um paralelo entre a infância
deles e a infância das crianças de outras
épocas, a fim de promover uma reflexão sobre
os hábitos de se exercitar e brincar.

6. De acordo com a notícia, qual é a influência da família nos hábitos alimentares 6. Professor, o objetivo desta questão é fazer que
os alunos localizem informações no texto.
das crianças que pode levar à obesidade? Justifique sua resposta com um
Aproveite a oportunidade para perguntar
trecho do texto. aos alunos se eles acham que a alimen-
tação e a educação alimentar é função
Segundo o médico entrevistado, os pais devem dar o exemplo aos filhos, pois,
apenas da família. Pergunte que outras
instituições sociais os alunos frequentam
se eles não fazem exercícios, os filhos tendem a não fazer também: “[...] ‘se que poderiam colaborar para uma reedu-
cação alimentar. Caso os alunos não indi-
os pais querem que os seus filhos pratiquem atividades físicas regularmente, quem a escola, pergunte qual poderia ser
o papel da escola na educação alimentar.
o primeiro passo é os próprios pais praticarem atividade física’, enfatiza 7. Novamente, oriente os alunos a lerem o
glossário e faça-os perceber que os jorna-
Marchesini.”. Além disso, os pais devem impor limites na alimentação dos listas, em geral, não são especialistas nos
assuntos sobre os quais escrevem; por
filhos (“Pais que não impõem limites na alimentação dos filhos, permitindo isso, precisam entrevistar pessoas com
conhecimento específicos.
alimentos calóricos e guloseimas a qualquer hora, estão estimulando um Neste caso, o especialista entrevistado foi o
cirurgião bariátrico Caetano Marchesini. A
comportamento nocivo. O ideal é evitar lanches fora de hora e estipular importância do cirurgião é que, por tratar as
causas e as consequências da obesidade e
apenas um dia por semana para as guloseimas”). por fazer parte da Sociedade Brasileira de Ci-
rurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), ele
7. A notícia que você leu apresenta falas de pessoas entrevistadas, entre elas é uma pessoa com grandes conhecimentos
um especialista sobre o assunto abordado. Quem é o especialista e qual é sobre oassunto. Pergunte aos alunos se eles
conhecem outros profissionais que atuam
sua importância para o texto? na área da alimentação e das questões re-
lacionadas ao peso e /ou índice de gordura
corporal (endocrinologistas, nutricionistas,
engenheiros de alimentos etc.). É importante
expandir o olhar para além da área médica,
mostrando que vários setores estão envolvi-
dos na questão.

QUINZE 15

Peça que façam, em grupo, uma pesquisa sobre preconceito com o corpo e bullying na escola e sobre o conceito de
alimentação saudável, e estabeleça um dia para que compartilhem com a turma os resultados, numa roda de conversa.
Pergunte à turma as diferenças que perceberam entre a primeira e a segunda roda de conversa.
Para saber mais, sugerimos as leituras:
COSTA, Elaine Melo de Brito; VENÂNCIO, Silvana. Atividade física e saúde: discursos que controlam o corpo. Revista Pensar
a Prática, v. 7, n. 1, 2004. Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/66/2685>. Acesso em: 30 jan. 2018.
DUTRA, Valesca da Silva. Refletindo sobre a discriminação epreconceito com o corpo no espaço escolar. EFDeportes.
com, Revista Digital. Buenos Aires, año 15, n. 152, 2011. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd152/a-discrimina-
cao-com-o-corpo-no-espaco-escolar.htm>. Acesso em: 05 jul. 2018.

QUINZE 15
8. Com o auxílio e a orientação do professor, façam um levantamento
sobre os hábitos de praticar atividades físicas de todos os alunos da sala
BNCC preenchendo a tabela abaixo:
Atividade 8: Frequência de prática de atividades físicas (brincadeiras, jogos ou
(EF15LP03) Localizar informações exercícios que movimentam o corpo inteiro)
explícitas em textos.
Meninos Meninas Total
(EF05LP24) Planejar e produzir texto
sobre tema de interesse, organizando Todo dia, várias vezes
resultados de pesquisa em fontes de Algumas vezes ao dia
informação impressas ou digitais, in-
Uma vez ao dia
cluindo imagens e gráficos ou tabelas,
considerando a situação comunicativa Certos dias da semana
e o tema/ assunto do texto. (por exemplo, nos dias da aula
de Educação Física)
Quase nunca
Em qual dessas situações está a maior parte dos alunos da sala? Justifique sua
resposta com base na tabela.

Professor, uma ampliação desta


atividade é sugerir uma pesquisa
com as famílias ou na escola como
um todo. Caso julgue conveniente,
oriente-os quanto à elaboração
de perguntas e ao registro dos
resultados. Se quiser relacionar
o levantamento com outras
disciplinas, proponha que os alunos
construam algumas enquetes sobre NOSSA LÍNGUA
atividades físicas, alimentação etc. e
construam gráficos que demonstrem
o comportamento atual dos alunos
sobre os temas das enquetes e que FONEMA E GRAFEMA
poderão ajudar em uma possível
mudança de hábitos da turma. Os fonemas e os grafemas são essenciais em uma língua: os fonemas
Nos volumes 3 e 4 desta coleção, a representam os sons que ouvimos e emitimos, e os grafemas são a representação
enquete foi abordada. escrita desses sons. Na escrita, os grafemas correspondem às letras e aos sinais de
acentuação e de pontuação. Eles são muito importantes para nossa comunicação:
ao combinarmos fonemas de acordo com certas regras, formamos as palavras da
nossa língua. Isso também acontece na escrita, ao combinarmos grafemas.
Você já conhece as relações entre fonemas e grafemas, ou seja, entre sons
e letras. E, conhecendo o modo como letras e sons podem se combinar em
nossa língua, podemos nos comunicar verbalmente com as outras pessoas. Mas
é importante saber que nem sempre existe somente uma letra para representar
um fonema. Vamos aprender mais sobre isso.

16 DEZESSEIS

Anotações:

16 DEZESSEIS
Leia a tira a seguir:

Alexandre Beck
BNCC
Atividade 1:
(EF05LP02) Identificar o caráter po-
lissêmico das palavras (uma mesma
palavra com diferentes significados,
de acordo com o contexto de uso),
comparando o significado de deter-
minados termos utilizados nas áreas
BECK, Alexandre. Armandinho, 2017.
científicas com esses mesmos termos
utilizados na linguagem usual.
1. “Lamentar-se pelo leite derramado” é uma expressão que significa ficar (EF35LP04) Inferir informações im-
sofrendo por algum fato (qualquer um) que não se pode mais remediar. plícitas nos textos lidos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de pa-
a) Na tira, para qual fato a personagem Armandinho usa essa lavras ou expressões desconhecidas
em textos, com base no contexto da
expressão? frase ou do texto.
Para o fato de ter derramado leite no sofá da sala.

b) Como é possível saber isso?


É uma inferência com base na imagem de Armandinho segurando uma

xícara, que pode conter leite, em combinação com a expressão que se

refere a leite derramado e a resposta sobre o sofá da sala.

c) O que produz o efeito de humor na tira?


Pode-se mencionar a quebra de expectativa gerada pelo fato de uma

expressão geralmente utilizada com sentido genérico estar sendo usada

pela personagem com sentido literal. Outro efeito de humor conjugado

a esse é relacionado ao fato de o filho revelar que derramou leite no sofá

justamente quando parecia querer contar o que ocorreu só depois que já

tivesse convencido o pai a não ficar bravo com ele.

DEZESSETE 17

DEZESSETE 17
2. Troque a letra inicial da palavra sala e forme outras palavras.

Professor, os alunos podem formar


as palavras “mala”, “cala”, “fala”,
“bala”, “tala” e “vala”.

3. Quantos grafemas e fonemas cada uma dessas novas palavras tem?


Todas elas possuem quatro letras e quatro fonemas.

Professor, os alunos devem perceber


que os fonemas que nos permitem 4. Que fonemas nos permitem diferenciar estas palavras?
diferenciar essas palavras são /s/, /m/,
/c/, /f/, /b/, /t/ e /v/.

Você também pode analisar, por exemplo, a palavra gato. Ela possui
Professor, esclareça que se trata do
som da letra G especificamente na
quatro grafemas e quatro fonemas: /g/, /a/, /t/, /o/. Nesse caso, o número de
palavra girafa, ou diante das letras grafemas (letras) e de fonemas (sons) é o mesmo.
E e I.
Observe mais um exemplo, a palavra girafa. No alfabeto da língua
portuguesa, existe outra letra que tem o som do g em girafa: a letra j.
Com ele podemos escrever joelho, jiló, jaula, joaninha etc. Com esses
exemplos, concluímos que:
Professor, as atividades de
consciência fonológica propostas
• um mesmo grafema pode representar mais de um fonema, como o g em
aqui têm o objetivo de ajudar os gato e girafa;
alunos a perceber tais diferenças
de forma mais sistemática, algo que • um mesmo fonema pode ser representado por por mais de um grafema,
vem sendo desenvolvido ao longo do
Ensino Fundamental I.
como o som /j/ em girafa e jiló.

RELAÇÕES ENTRE GRAFEMAS E FONEMAS


Na relação direta, apenas um grafema representa um fonema e vice-versa.
Professor, é importante que o Na língua portuguesa, isso acontece apenas com as letras b, d, f, p, t e v.
fonema representado por /k/ não seja
lido como letra K. Apresente outros O valor de base é o fonema que o grafema representa com maior
exemplos em que o fonema /k/ esteja frequência. Por exemplo, a letra c tem como nome “cê”, mas representa com
presente, porém não diante de A:
“colo”, “coruja”, “cubo”, “culinária”.
maior frequência o fonema /k/, como em casa.

18 DEZOITO

Anotações:

18 DEZOITO
REGULARIDADES CONTEXTUAIS
No início de uma palavra, não ocorrem ç, rr ou ss; que só podem ser
BNCC
usados no meio de uma palavra. No final das palavras, apenas as vogais e
Atividades 2 a 4:
algumas consoantes (l, m, n, r, s, x e z) podem ser utilizadas; antes de b e p,
(EF05LP01) Grafar palavras utili-
devemos usar a letra m. Além disso, só podemos usar rr entre vogais e ç se a zando regras de correspondência
vogal seguinte for a, o ou u. fonema-grafema regulares, contex-
Portanto, podemos concluir que os sons que uma letra pode assumir tuais e morfológicas e palavras de
uso frequente com correspondên-
dependem de sua posição na palavra. cias irregulares.
5. Leia esta letra de canção:

Chuva, chuvisco, chuvarada


[ ]

Chove, mas como chove


Chuva, chuvisco, chuvarada
Professor, proponha uma leitura
Por que é que chove tanto assim? silenciosa do texto pelos alunos. Em
seguida, leia-o em voz alta e peça
Quando chove, que o acompanhem silenciosamente.
Sua leitura é muito importante para
A terra fica molinha os alunos, por se tratar de uma
referência de leitura para eles.
A planta fica verdinha Por isso, é fundamental que você
conheça o texto previamente, para
E eu fico todo molhado evitar tropeços.
Com o pé na lama meu nariz tapado
Minha vó me chama:
“Menino vem cá, vem tomar chá.
Vem comer bolo de cenoura,
Com cobertura de chocolate quente”

Bom, muito bom, muito mais do que bom


É excelente

[...]

ZISKIND, Helio. Chuva, chuvisco, chuvarada. Disponível em:


<http://www.helioziskind.com.br/index.php?mpg=08.00.00&nfo=147&leta=C>.
Acesso em: 2 set. 2017.

DEZENOVE 19

DEZENOVE 19
a) Qual é o tema da canção?
Um dia chuvoso.
BNCC
Atividades 5 e 6: b) Releia os dois primeiros versos (linhas). Copie as palavras em que as duas
(EF05LP01) Grafar palavras utilizan- letras iniciais são iguais.
do regras de correspondência fone- As palavras em que as duas letras iniciais se repetem nos dois primeiros
ma-grafema regulares, contextuais
e morfológicas e palavras de uso
frequente com correspondências versos são “chove”, “chuva”, “chuvisco”, “chuvarada”.
irregulares.
(EF35LP03) Identificar a ideia central c) Agora releia a parte com a fala da avó. Que outras palavras têm as
do texto, demonstrando compreen- mesmas duas letras iniciais que você encontrou na questão anterior?
são global.
(EF35LP31) Identificar, em textos “Chá” e “chocolate”.
versificados, efeitos de sentido decor-
rentes do uso de recursos rítmicos e
sonoros e de metáforas.
d) Que fonema essas duas letras iniciais representam?
As letras ch representam o fonema /x/.

e) Você acha que o autor da música repetiu essas duas letras iniciais e,
assim, repetiu esse som de propósito? Explique.
Resposta pessoal, mas seria interessante que os alunos respondessem
que a repetição do fonema /x/ lembra o som da chuva caindo, como se
fosse um chiado.
6. Faça a correspondência entre fonemas e letras:

Professor, leia em voz alta os fonemas. (a) fonema /s/ (b) fonema /z/ (c) fonema /k/

b casa c colega a cenoura

b cozinha c queijo b horizonte

a sorvete c quatro b fazer

20 VINTE

Anotações:

20 VINTE
FIQUE SABENDO
NOTÍCIA BNCC
Atividades 1 e 2:
Reflita sobre as questões a seguir e responda.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
1. Como sua família costuma se informar: em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti-
dos, da forma e da função social do
lendo jornais? texto), apoiando-se em seus conhe-

Dawidson França
cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
por revistas, pelo rádio ou pela televisão? o gênero, o suporte e o universo te-
mático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens,
acessando a internet? dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações
e inferências realizadas antes e du-
pelas redes sociais? rante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas.

conversando com familiares ou amigos?

2. Qual é a importância de se manter informado?


É importante estar ciente dos fatos que ocorrem no mundo

e dos que nos dizem respeito, em relação a nossa cidade,

nossa comunidade e nosso país.

As notícias podem ser encontradas em jornais e revistas impressas, na


internet (em portais de notícias e em blogs jornalísticos), na televisão e no
rádio. Assim, podemos ler uma notícia em um jornal impresso ou digital,
ouvir uma notícia no rádio ou assistir a uma notícia no jornal televisivo.
As notícias abordam assuntos que podem interessar a um número grande de
pessoas, sejam elas moradoras de uma comunidade específica ou de todo o mundo.
Seu objetivo é relatar e informar o que acontece nas áreas de política, economia,
cultura, educação, saúde, segurança, dentre outras. Mas o jornalista não deve emitir
opinião sobre o fato relatado; seu texto deve buscar ser o mais objetivo possível.
O jornalista, ao escrever uma notícia, deve seguir um roteiro. O primeiro
passo é escrever um título que sintetize o fato relatado e que chame a
atenção do leitor; pode haver, em seguida, um subtítulo que detalhe o
título, mas não é obrigatório.

VINTE E UM 21

VINTE E UM 21
Em seguida, o primeiro parágrafo, chamado lide, deve responder às
seguintes perguntas:

O quê? Quem? Quando? Onde? Por quê?

Respondendo a essas ou a algumas dessas questões, o lide resume o


fato que está sendo relatado e que, por sua vez, poderá ser detalhado no
corpo da notícia.

Vamos reler trechos da notícia da seção Para ler:

BNCC
(EF35LP16) Identificar e reproduzir,
Obesidade infantil é
em notícias, manchetes, lides e cor- considerada problema de saúde
po de notícias simples para público
infantil e cartas de reclamação (revista maior do que a desnutrição no
infantil), digitais ou impressos, a for-
matação e diagramação específica de Brasil
cada um desses gêneros, inclusive em
suas versões orais.
A obesidade infantil é considerada atualmente um dos maiores
problemas de saúde pública do Brasil, superando a desnutrição.
Estima-se que hoje uma em cada três crianças brasileiras apresentem
sobrepeso.

1. O fato relatado é que, atualmen- O lide desta notícia responde a algumas das perguntas fundamentais.
te, a obesidade infantil é consi- Responda oralmente:
derada um problema de saúde
maior do que a desnutrição. 1. Qual é o fato relatado, ou seja, o que a notícia relata?
2. Com crianças brasileiras.
3. No Brasil.
2. Com quem acontece o fato relatado pela notícia?
4. Estimativas apontam que uma
criança brasileira em cada grupo
de três apresenta sobrepeso. 3. Onde acontece o fato relatado pela notícia?

4. Por que isso acontece?

Em seguida, no segundo parágrafo, o corpo da notícia começa a detalhar o


fato resumido no lide e ainda traz falas de um cirurgião bariátrico entrevistado
para comentar o assunto e explicar suas causas e consequências.

22 VINTE E DOIS

Anotações:

22 VINTE E DOIS
PRODUÇÃO DE TEXTO
Professor, este roteiro tem como
NOTÍCIA PRODUZIDA COLETIVAMENTE: ESCRITA E EM VÍDEO objetivo orientar a produção de uma
notícia gravada e uma notícia escrita
Os jornais, tanto os impressos quanto os falados, transmitidos pelo rádio, pela por parte dos alunos.
televisão e pela internet, são veículos de comunicação fundamentais na sociedade,
e a notícia é um dos gêneros que circulam nesses veículos. Por isso, vamos organizar
roteiros para produzir duas notícias sobre os hábitos de brincar e de se exercitar ao
ar livre e/ou com aparelhos eletrônicos dentro de casa: uma escrita e uma gravada.
Professor, caso ache necessário,
Apesar de terem o mesmo tema, há diferenças entre uma notícia escrita e você pode pedir ajuda ao professor
uma notícia gravada. A notícia escrita é um texto planejado, introduzido por um de Matemática em relação ao
título, seguido por um subtítulo e por um texto que relata um fato ocorrido, trabalho com os dados da pesquisa
(produzir gráficos para ilustrar a
enquanto a notícia gravada é apresentada por um repórter que relata um fato notícia, trabalhar com porcentagem
ocorrido, também de maneira planejada, em frente a uma câmera. etc.), o que pode gerar um trabalho
A classe será organizada em grupos, e sob a orientação e o auxílio do professor interdisciplinar.

cada grupo ficará responsável por fazer o levantamento da frequência da prática de


atividades físicas, realizado na atividade 8 da página 16, com uma ou mais turmas da
escola, se possível, Quanto mais turmas responderem ao questionário, mais completo
será o levantamento. Faça as perguntas aos outros alunos na hora do intervalo –
assim vocês terão tempo de aplicar a pesquisa a vários colegas ao mesmo tempo. BNCC
Depois do levantamento feito, a notícia escrita deverá ser produzida de Produção de texto:

acordo com o roteiro abaixo. (EF05LP26) Utilizar, ao produzir o tex-


to, conhecimentos linguísticos e gra-
Roteiro da notícia escrita maticais: regras sintáticas de concor-
dância nominal e verbal, convenções
Observe com seus colegas este roteiro para a elaboração da notícia para de escrita de citações, pontuação
jornal impresso e sigam as orientações dadas. (ponto final, dois-pontos, vírgulas em
• O título deve ser claro, conciso e atraente; um resultado expressivo do enumerações) e regras ortográficas.
(EF35LP05) Inferir o sentido de pa-
levantamento pode ser utilizado para chamar a atenção do leitor. lavras ou expressões desconhecidas
• O subtítulo deve detalhar, brevemente, o título da notícia. em textos, com base no contexto da
frase ou do texto.
• O lide – primeiro parágrafo – deve informar o que está sendo relatado (EF35LP07) Utilizar, ao produzir um
(resultados do levantamento do hábito de praticar atividades físicas), quem, texto, conhecimentos linguísticos e
onde e como os dados do levantamento (os alunos de uma determinada escola gramaticais, tais como ortografia, re-
gras básicas de concordância nominal
por meio de um questionário) e qual a importância desse relato, ou seja, qual a e verbal, pontuação (ponto final, pon-
importância de pesquisar se as crianças praticam atividades físicas regularrmente. to de exclamação, ponto de interro-
gação, vírgulas em enumerações) e
• O corpo do texto deve situar o leitor em relação à importância da atividade física pontuação do discurso direto, quando
para uma vida saudável, de preferência também dizer quais obstáculos existem for o caso.
para isso, detalhar como a pesquisa foi feita, com quais turmas, quantos alunos (EF35LP09) Organizar o texto em
unidades de sentido, dividindo-o em
responderam ao questionário, quais são os resultados e o que eles refletem. parágrafos segundo as normas gráfi-
cas e de acordo com as características
VINTE E TRÊS 23 do gênero textual.

VINTE E TRÊS 23
• A notícia pode ter um destaque, no meio do corpo do texto, para um
resultado mais expressivo.
• A notícia pode ter uma foto dos alunos ou um gráfico que resuma os
resultados do levantamento.
• Os créditos devem informar ao leitor quem escreveu a notícia, ou seja, os
alunos da sala.
• Na revisão da notícia escrita, deve ser verificada se a ortografia de todas
as palavras está correta. Caso haja dúvidas quanto a escrita de uma
palavra, deve-se recorrer ao dicionário.
• Também, precisa verificar se há uso de letra maiúscula no início das
frases, uso de pontuação adequada e concordância adequada entre os
substantivos, adjetivos, ativos e verbos.
Roteiro para notícia em vídeo
A notícia em vídeo terá a duração de até cinco minutos. Nas notícias que vemos
BNCC na televisão ou na internet, um repórter é filmado relatando um fato de interesse
Roteiro para notícia de vídeo: de uma comunidade, no estúdio ou no local relacionado com a notícia. Podem ser
(EF05LP17) Produzir roteiro para edi- usadas também outras imagens produzidas para a matéria jornalística – imagem do
ção de uma reportagem digital sobre local de uma obra, da pessoa sobre a qual se fala na notícia, imagem de um gráfico
temas de interesse da turma, a partir etc. Combinem com seu professor se haverá apenas o repórter falando ou se vocês
de buscas de informações, imagens,
áudios e vídeos na internet, de acor- usarão outras imagens, podendo ser até mesmo das tabelas que produziram.
do com as convenções do gênero e Como o tema da notícia será o levantamento realizado dos hábitos de
considerando a situação comunicati-
va e o tema/assunto do texto.
praticar atividades que movimentem o corpo inteiro entre os alunos da escola,
(EF15LP12) Atribuir significado a ela poderá ser gravada na escola ou ainda na casa de um ou mais alunos.
aspectos não linguísticos (paralin- A notícia escrita poderá servir de base para o texto que o repórter falará na
guísticos) observados na fala, como
direção do olhar, riso, gestos, movi-
notícia gravada. Assim:
mentos da cabeça (de concordância • Os resultados mais relevantes do levantamento deverão ser selecionados
ou discordância), expressão corporal, e abordados na notícia gravada.
tom de voz.
• O repórter deve situar o telespectador sobre o levantamento realizado
(número de participantes e resultados), além de falar sobre a importância
do tema da pesquisa, como na notícia escrita.
• Um aluno pode segurar cartazes para o repórter ler, como um teleprompt.
• Um aluno deve ficar responsável pela gravação.
• Um aluno deve ficar responsável por editar o vídeo, caso seja necessário.

Para produzir a notícia em vídeo, será preciso um aparelho eletrônico que


faça a gravação; pode ser um smartphone, um tablet ou uma câmera filmadora
simples. Caso necessário, alguns desses aparelhos já oferecem programas
de edição de vídeo (inserir e cortar cenas etc.), os quais também podem ser
encontrados na internet.

24 VINTE E QUATRO

Anotações:

24 VINTE E QUATRO
Produção escrita: notícias escritas individualmente
A alimentação saudável é um tema muito importante para a comunidade
escolar, já que crianças passam boa parte do dia na escola e devem se BNCC
alimentar da maneira mais saudável possível. Por isso, produziremos uma (EF15LP06) Reler e revisar o texto
notícia sobre alimentação saudável na escola. produzido com a ajuda do professor
e a colaboração dos colegas, para
Cada aluno deve escolher um assunto sobre alimentação saudável na escola, corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo
focando, por exemplo, se houver, a merenda escolar (que tipos de alimentos são cortes, acréscimos, reformulações,
servidos) ou os alimentos vendidos na cantina (se os alimentos vendidos são fritos correções de ortografia e pontuação.
ou assados, se há alimentos industrializados, lanches, frutas, sucos naturais etc.) (EF15LP07) Editar a versão final do
texto, em colaboração com os colegas
ou ainda o que os alunos trazem de casa nas lancheiras (se há alunos que trazem e com a ajuda do professor, ilustran-
lanches naturais ou se a maioria traz alimentos industrializados etc.). do, quando for o caso, em suporte
adequado, manual ou digital.
Seguindo o roteiro dado anteriormente, só que agora abordando um tema
sobre alimentação saudável na escola, você deve se organizar para escrever
uma notícia. Você pode entrevistar um adulto responsável pela merenda, pela
cantina ou pela lancheira de algum aluno.
As notícias impressas poderão ser colocadas nos murais da escola para que todos Professor, esta proposta de
os alunos, professores, funcionários e responsáveis pelos estudantes possam lê-las. produção de texto é secundária
e visa à escrita de uma notícia
individual pelos alunos, já que a
proposta anterior visa à produção de
notícia de modo coletivo. A escrita
SUGESTÕES DE LEITURA Divulgação
individual da notícia (ou em grupos
pequenos) poderá evidenciar melhor
as necessidades de aprendizagem de
BATELLA, Juva. A língua de fora. Rio de Janeiro: cada aluno (ou pequeno grupo de
Vieira & Lent Casa Editorial, 2011. 272 p. alunos) da sala, tanto em relação ao
gênero notícia quanto às convenções
Conheça uma princesa enclausurada diferente — da escrita formal.
a própria Língua Portuguesa. Ela vive no Reino das
Palavras Contadas, que já foi o Reino das Palavras
Livres. Lá, tudo pode acontecer!

BNCC
Sugestão de leitura:
LOPEZ, Mercé. O menino que comia lagartos. (EF35LP02) Selecionar livros da bi-
Divulgação

blioteca e/ou do cantinho de leitura


São Paulo: Edições SM, 2011. 36 p. da sala de aula e/ou disponíveis em
meios digitais para leitura individual,
Tikorô vivia pelas ruas com seu estilingue à
justificando a escolha e comparti-
procura de lagartos. Até o dia em que encontrou lhando com os colegas sua opinião,
um grande lagarto branco, chorando. O que após a leitura.
teria acontecido?

VINTE E CINCO 25

VINTE E CINCO 25
C APÍTULO

2 O PODER DAS CORES

Professor, faça um levantamento de PARA LER


hipóteses com os alunos sobre o que
o título do texto que eles vão ler pode
indicar sobre o assunto de que ele
trata. Pergunte que cores seriam essas Você provavelmente já presenciou alguém dizer que um prato está muito
e que poderes elas teriam. Proponha bonito. Talvez essa pessoa tenha ouvido como resposta que o mais importante
também aos alunos que observem é que esteja gostoso, porque a gente come com a boca, não com os olhos,
seus pratos por uma semana e
registrem as cores a cada dia, fazendo certo? Bem, é claro que o fato de ser bonito não significa necessariamente que
uma análise de quão colorido o prato algo seja saboroso ou mesmo comestível, mas a ciência tem mostrado que as
é. Para incrementar o levantamento, cores dos alimentos muitas vezes estão relacionadas a seus valores nutritivos.
se possível, proponha aos alunos
que, usando dispositivos móveis, Como você verá neste capítulo, um prato bem bonito pode ser, sim, indício de
fotografem seus pratos antes do início sabor e saúde.
de cada refeição. Depois do registro
escrito ou fotográfico, proponha uma 1. Você sabia que, quanto mais colorido for seu prato de comida, mais
análise das cores. Esta atividade pode nutrientes ele tem?
revelar a prevalência de alguma cor e
a necessidade de incluir alimentos de 2. Quantas cores, normalmente, tem seu prato de comida?
outras cores.
3. Você se interessa pela culinária e já pensou sobre a sua importância em
nossa vida?
diogoppr/Shutterstock

BNCC
Atividades 1 a 3:
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti-
dos, da forma e da função social do
texto), apoiando-se em seus conhe-
cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
o gênero, o suporte e o universo te-
mático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações
e inferências realizadas antes e du-
rante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas. Prato de comida com alimentos de cores variadas.

26 VINTE E SEIS

Pensando sobre a BNCC


Este capítulo explora como tema os valores alimentícios, abrindo possibilidade
de os alunos analisarem os próprios pratos, a variedade de cores, relacionarem-
-nas com a variedade de nutrientes em sua alimentação e elaborarem uma rotina
alimentar. Essas habilidades são mobilizadas no componente de Ciências da Na-
tureza para o 5o ano, pelos objetos de conhecimento Nutrição do organismo e
Hábitos alimentares. Organizar educação alimentar e nutricional é um dos temas

26 VINTE E SEIS
O poder das cores
BNCC
Montar um prato colorido significa oferecer uma maior (EF35LP01) Ler e compreender, si-
lenciosamente e, em seguida, em
variedade de nutrientes, revelando o poder das cores. voz alta, com autonomia e fluência,
textos curtos com nível de textuali-
Abusar das cores na hora de montar um prato é uma das dicas mais dade adequado.
valiosas da nutrição. Isso porque os alimentos coloridos são atrativos
para as crianças, além de possuírem diversos nutrientes importantes.
Veja na lista abaixo as propriedades de cada uma das cores e, na
próxima refeição, monte um prato colorido para toda a família!
Roxo, preto e azul: alimentos dessas cores contêm substâncias
chamadas antocianinas, que têm ação antioxidante e auxiliam a
função cognitiva; também contêm potássio e vitamina C. Exemplos:
uva, ameixa preta, cebola roxa e beterraba.
Evikka/Shutterstock

Paulo Vilela/Shutterstock

Kovaleva_Ka/Shutterstock
Vermelho: os alimentos vermelhos são ricos em licopeno,
substância que fortalece os olhos e a pele, além de prevenir doenças
como o câncer e melhorar a memória. Exemplos: tomate, goiaba
vermelha e morango.
Laranja: possui betacaroteno, que, dentre vários benefícios, ajuda
a fortalecer o sistema imunológico. Além disso, alimentos desse grupo
têm boas quantidades de vitamina A, importante para a saúde da
visão. Exemplos: abóbora, cenoura, laranja e mamão.
Verde: alimentos dessa coloração são ricos em magnésio, cálcio,
fósforo e ferro, que auxiliam o crescimento, além de auxiliar o corpo

VINTE E SETE 27

contemporâneos recomendados pela BNCC a serem abordados de forma transversal


e integradora, mobilizado por meio de práticas de leitura e produção de texto, cujas
atividades avançam de modo integrado a esses eixos na abordagem de aspectos lin-
guísticos – classificação das sílabas quanto à sua tonicidade e às regras de acentuação,
destacando o gênero Resumo, o qual permite a elaboração de novos textos a partir dos
originais constantes na unidade.

VINTE E SETE 27
a eliminar toxinas. Exemplos: abacate, acelga, kiwi, pimentão verde,
couve, brócolis.

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SeDmi/Shutterstock

Nik Merkulov/Shutterstock
Branco: frutas e vegetais dessa cor possuem vitaminas do complexo
B e flavonoides, que irão atuar na produção de energia e proteção das
células. Já o leite e seus derivados são fontes de cálcio e potássio, que
ajudam na formação de ossos e dentes.
Amarelo: alimentos com esse pigmento possuem substâncias que
favorecem o processo de cicatrização e melhoram a saúde do sistema
digestório. Exemplos: milho, abacaxi, banana e maracujá.

Maks Narodenko/Shutterstock

JIANG HONGYAN/Shutterstock

diogoppr/Shutterstock
Não é preciso incluir todas as cores em uma única refeição, mas é
importante que as crianças consumam esses alimentos ao longo do dia.
Além de melhorar a saúde, estimulam a alimentação, pois as crianças
gostam e se divertem na hora de comer.

Disponível em: <http://meupratinhosaudavel.com.br/o-poder-das-cores>. Acesso em: 27 nov. 2017. (Texto adaptado.)

sistema digestório: conjunto de órgãos que sistema imunológico: elementos do corpo


transformam os alimentos que comemos, humano responsáveis por defendê-lo de doenças
ajudando na digestão. causadas por vírus, bactérias, micróbios etc.

28 VINTE E OITO

Prática pedagógica
Planeje uma aula de leitura que explore a seleção de infor- outros aspectos da alimentação saudável, pedindo aos alunos
mações e desenvolva a habilidade (EF35LP17) da BNCC: Buscar que levem para a sala rótulos de alimentos que consumam
e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse com frequência. Proponha, então, que façam a leitura analítica
sobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em e comparativa da informação nutricional constante em cada
meios impressos ou digitais. A partir da pergunta motivadora rótulo, elaborando uma lista dos alimentos com mais sódio ou
“Vocês sabem do que é feito o que vocês comem?”, explore mais gordura, por exemplo. O estudo dos rótulos pode ser feito

28 VINTE E OITO
1. Além do valor alimentício, o texto apresenta outra vantagem de preparar
um prato bem colorido. BNCC
Atividades 1 a 3:
a) Qual seria essa vantagem? Justifique sua resposta com uma passagem (EF15LP02) Estabelecer expectativas
do texto. em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti-
O estímulo à alimentação, já que, de acordo com o texto, “as crianças dos, da forma e da função social do
texto), apoiando-se em seus conhe-
gostam e se divertem na hora de comer”. cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
o gênero, o suporte e o universo te-
mático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações
e inferências realizadas antes e du-
b) Você concorda com isso? Faz diferença para você se o prato for atraente rante a leitura de textos, checando a
visualmente? adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações
Resposta pessoal.
explícitas em textos.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com
o apoio do professor, informações de
interesse sobre fenômenos sociais e
naturais, em textos que circulam em
meios impressos ou digitais.

2. Do ponto de vista nutricional, o que um prato de comida colorido significa?


Um prato de comida colorido significa maior quantidade e variedade

de nutrientes.

Professor, aceite outras respostas


que não estejam no texto, desde
que sejam corretas em relação ao
3. Releia o texto e cite exemplos de: valor nutricional dos alimentos. Para
Respostas possíveis: isso, é preciso checar em uma fonte
a) uma fruta antioxidante: uva e ameixa preta . confiável.
Respostas possíveis: Caso os alunos tenham realizado o
cenoura e abóbora levantamento das cores indicado nas
b) um legume que contém vitamina A: . orientações da abertura do capítulo
Respostas possíveis: sobre a composição dos alimentos
brócolis, pimentão verde e couve em seu prato, peça a eles que, com
c) um legume que contém ferro: . base nos nutrientes referentes a
cada cor, analisem as deficiências e
d) um alimento que contém cálcio: Leite . as suficiências de seus pratos. Para
um trabalho interdisciplinar, recorra
Respostas possíveis: a conhecimentos estudados em
e) um alimento que contém vitamina C: beterraba e cebola roxa . Ciências e proponha a elaboração
de uma rotina alimentar para uma
semana, visando contemplar a maior
VINTE E NOVE 29 variedade de cores possível.

paralelamente ao estudo da pirâmide alimentar, a fim de que os alunos possam se tornar capazes
de realizar escolhas conscientes para um consumo saudável dos alimentos. Como material de apoio
para esta aula, recomendamos a cartilha da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária:
ANVISA. Rotulagem nutricional obrigatória: manual de orientação aos consumidores. Edu-
cação para o Consumo Saudável. Universidade de Brasília – Brasília: Ministério da Saúde, Agên-
cia Nacional de Vigilância Sanitária / Universidade de Brasília, 2005. Disponível em: <http://
portal.anvisa.gov.br/documents/33916/396679/manual_consumidor.pdf/e31144d3-0207-4a37-
9b3b-e4638d48934b. Acesso em: 05 jul. 2018.

VINTE E NOVE 29
NOSSA LÍNGUA
BNCC
(EF05LP03) Acentuar corretamen- ACENTUAÇÃO DE PALAVRAS OXÍTONAS,
te palavras oxítonas, paroxítonas e
proparoxítonas. PAROXÍTONAS E PROPAROXÍTONAS
As sílabas tônicas são pronunciadas com maior intensidade quando estamos
falando. Cada palavra de nossa língua tem a sua sílaba tônica, que fica em uma
das três diferentes posições existentes em português: na última, na penúltima ou
na antepenúltima sílaba da palavra. De acordo com essa posição, classificamos as
palavras em três grupos: oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.

Como encontrar a sílaba tônica?


Para classificarmos uma palavra de acordo com a sua tonicidade, precisamos
verificar em qual posição a sílaba tônica está e, para isso, analisamos as palavras
de trás para frente.

Oxítonas: a sílaba tônica é a última sílaba da palavra. Acentuam-se as


oxítonas terminadas em:

a(s) sofá; sofás

e(s) picolé; picolés; você

o(s) avô; avós

em; ens ninguém, armazéns

No texto que você leu no início deste capítulo, em relação aos alimentos
de cores preta e roxa, podemos encontrar um exemplo de frase com palavras
oxítonas: “Também contêm potássio e vitamina C”. As palavras “também” e
“contêm” são oxítonas.

30 TRINTA

Anotações:

30 TRINTA
Paroxítonas: a sílaba tônica é a penúltima sílaba. Acentuam-se as paroxítonas
terminadas em:

l fácil

n pólen

r cadáver

ps tríceps

x tórax

us vírus

i, is júri, lápis

on, ons íon

um, uns álbum, álbuns

ã(s); ão(s) órfã, órfãos

ditongo oral, seguido ou não de s túneis

Há um exemplo de paroxítona acentuada no mesmo trecho que acabamos


de citar: “Também contêm potássio e vitamina C”. “Potássio” é uma paroxítona
terminada em ditongo oral io.
Proparoxítonas: a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba. Todas as
proparoxítonas são acentuadas. Como exemplos, podemos citar as palavras
lâmpada, trágico, exército, mágico, médico, pássaro, xícara, árvore, patético.
Neste trecho do texto da seção Para ler há uma proparoxítona: “frutas
e vegetais dessa cor possuem vitaminas do complexo B e flavonoides, que
irão atuar na produção de energia e proteção das células”. A sílaba tônica
de “células” é a antepenúltima, portanto é uma palavra proparoxítona e,
consequentemente, acentuada.
Monossílabos tônicos: acentuam-se os monossílabos tônicos terminados
em a(s), e(s) e o(s). Como exemplos, podemos citar as palavras má/más, pé/pés,
só, pó, nós.

TRINTA E UM 31

TRINTA E UM 31
1. Leia um trecho do poema “José”, do poeta Carlos Drummond de Andrade.

Professor, leia o poema com José


entonação e ritmo, funcionando
como um modelo de leitor deste
gênero para o aluno. Em seguida,
proponha a leitura oral aos alunos. E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
BNCC
e agora, José?
Atividade 1:
(EF05LP03) Acentuar corretamen- [...]
te palavras oxítonas, paroxítonas e
proparoxítonas.
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. José. In: MORICONI, Ítalo
(Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 109.

Após a leitura do poema, observe a última palavra de cada verso e responda:


a) Quais sílabas das palavras foram pronunciadas com maior intensidade?
As sílabas tônicas das palavras finais de cada verso são: Jo-SÉ; a-ca-BOU;

a-pa-GOU; su-MIU; es-fri-OU; Jo-SÉ.

b) Separe as sílabas dessas palavras finais de cada verso e destaque a


sílaba tônica.
Jo-SÉ; a-ca-BOU; a-pa-GOU; su-MIU; es-fri-OU; Jo-SÉ.

c) Em relação à tonicidade, qual é a classificação dessas palavras?


Oxítonas.

32 TRINTA E DOIS

Anotações:

32 TRINTA E DOIS
d) Agora releia em voz alta o texto e procure observar a musicalidade
desse poema. Lembre-se de que todas as palavras que você analisou são Professor, o objetivo é sensibilizar os alunos
oxítonas, o que pode mudar a forma de pronunciá-las. Que impressão para perceberem efeitos estéticos da escolha
das palavras no poema, no caso, efeito sonoro
essa leitura causou em você? – todos os versos terminam em palavra oxítona,
Resposta pessoal. ou seja, todas as sílabas que finalizam os versos
são pronunciadas de maneira mais forte. O
ritmo marcado do poema colabora com o seu
tom pessimista.

2. Leia a tira da Mafalda, do cartunista argentino Quino.

Professor, chame a atenção dos alunos para o

Quino/Fotoarena
cenário, as expressões faciais das personagens,
os tipos de balão e as letras em itálico e negrito,
além da escrita comum. Procure mostrar a
importância de observar os elementos não
linguísticos na constituição de sentidos do texto
em quadrinhos.

Fonte: Disponível em: <http://www.cursoderedacao.net/conheca-um-pouco-mais-da-mafalda/>.


Acesso em: 10 Fev. 2018.
a) Levando em conta o contexto da tira, de onde Mafalda e Manolito estão
saindo? Justifique. BNCC
Resposta pessoal. O objetivo desta questão é fazer com que os alunos Atividade 2:
(EF35LP03) Identificar a ideia central
suponham que as crianças estão saindo da escola, de mais um dia de aula. do texto, demonstrando compreen-
são global.
(EF35LP04) Inferir informações im-
plícitas nos textos lidos.

b) Por que você acha que a palavra “péssimo”, no primeiro quadrinho, está (EF05LP03) Acentuar corretamen-
te palavras oxítonas, paroxítonas e
escrita entre aspas e com outro tipo de letra? proparoxítonas.
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos infiram que foi a professora

quem escreveu “péssimo” no caderno de Manolito e, por isso, está entre

aspas e com outro tipo de letra, marcando a observação da professora.

c) Por que Manolito ficou tão bravo com o que a professora anotou em
seu caderno? Como ele se justifica?
Manolito ficou bravo porque a professora lhe deu um “péssimo”, ainda que
ele frequente a escola diariamente. De acordo com a personagem, isso só
seria justificado se ele fosse à escola de vez em quando.
TRINTA E TRÊS 33

TRINTA E TRÊS 33
d) O que significa a palavra “freguês”? Como Manolito a relaciona com a
palavra “aluno” ou “estudante”?
O objetivo aqui é, primeiramente, ati- Resposta pessoal.
var o conhecimento prévio do aluno
sobre a palavra freguês (pessoa que
frequenta o mesmo estabelecimento
comercial, que costuma fazer com-
pras no mesmo lugar) e inferir que e) Em relação à tonicidade, qual é a classificação de “péssimo” e “freguês”?
Manolito, por ir todos os dias à es-
“Péssimo” é proparoxítona, e “freguês” é oxítona.
cola, como aluno, é considerado um
freguês, um cliente.
3. Complete a tabela como no exemplo:

Separação Sílaba
Palavra Classificação Classificação
de sílabas tônica

BNCC quí
química quí-mi-ca trissílaba proparoxítona
Atividade 3: (antepenúltima)
(EF05LP03) Acentuar corretamen-
te palavras oxítonas, paroxítonas e trissílaba mú proparoxítona
proparoxítonas. músicos mú-si-cos (antepenúltima)

polissílaba fô proparoxítona
sinfônicas sin-fô-ni-cas
(antepenúltima)

ú
saúde sa-ú-de trissílaba paroxítona
(penúltima)

rên
carência ca-rên-cia trissílaba paroxítona
(penúltima)

cân
câncer cân-cer dissílaba paroxítona
(penúltima)


vírus ví-rus dissílaba paroxítona
(penúltima)


José Jo-sé dissílaba oxítona
(última)

bém
também tam-bém dissílaba oxítona
(última)

34 TRINTA E QUATRO

Anotações:

34 TRINTA E QUATRO
DESAFIO
1. Que tal aprender acentuação brincando? Você vai montar um
dominó da acentuação com um colega. O dominó terá 28 fichas
divididas ao meio. Veja os exemplos: BNCC
(EF05LP09) Ler e compreender, com
autonomia, textos instrucional de re-
gras de jogo, dentre outros gêneros
do campo da vida cotidiana, de acor-
Bússola Paroxítona do com as convenções do gênero e
considerando a situação comunica-
tiva e a finalidade do texto.

a) Pesquise exemplos de 28 palavras, sendo:


• cinco monossílabos tônicos;
• oito oxítonas acentuadas;
• oito paroxítonas acentuadas;
• sete proparoxítonas.
b) Na primeira metade de cada ficha, escreva uma das palavras
pesquisadas.

c) Escreva na segunda metade das fichas, sem combinar com a Professor, a montagem do jogo
palavra que já está escrita (não pode ser a mesma classificação exige pesquisa de palavras conforme
as instruções dadas. Essa já é uma
dessa palavra): tarefa que envolve retomar tanto
o reconhecimento da tonicidade
• Monossílabo tônico – em 5 fichas; das palavras quanto as regras de
• Oxítona – em 8 fichas; acentuação. Ajude-os na etapa de
pesquisa e de montagem do jogo.
• Paroxítona – em 8 fichas; Faça as mediações necessárias
durante o jogo, ou seja, indague-os
• Proparoxítona – em 7 fichas. sobre possíveis equívocos, ajude-os a
refletir sobre os fenômenos.
Regras do jogo
O jogo funciona assim: em vez de combinarem números, como no
dominó comum, vocês vão combinar a palavra e sua classificação
quanto à tonicidade (monossílabo tônico, oxítona, paroxítona ou
proparoxítona). Ganha quem ficar com menos peças na mão.
Embaralhem as cartas e divirtam-se!

TRINTA E CINCO 35

TRINTA E CINCO 35
2. Agora é a sua vez de produzir um jogo de dominó ou forca,
usando alimentos como tema. Para a realização deste desafio, siga
as instruções:

Dawidson França
a) Pesquise nomes de cinco grupos de alimentos: frutas, legumes,
verduras, carnes e laticínios.

b) Realize um levantamento de materiais para a produção do jogo.

c) Na produção escrita do texto, organize-o em duas partes: material


e número de jogadores e regras de jogo ou modo de jogar.

d) Produza as regras do jogo, pensando nos seguintes elementos:


jogadores, andamento do jogo, pontuação e critério para
vencê-lo.

e) Na produção das regras, use os verbos no modo imperativo, para


produzir a ideia de ordem e obrigatoriedade das instruções, como:
“pegue”, “jogue”, “faça”, entre outros.

f) Depois de produzi-lo, verifique se a grafia das palavras está


correta. Peça ajuda ao seu professor para a revisão e edição.
Passe a limpo e teste o jogo, divertindo-se com seus colegas.

36 TRINTA E SEIS

Anotações:

36 TRINTA E SEIS
SINAIS DE PONTUAÇÃO (I)
Diferenças, na leitura, entre vírgula, ponto e vírgula e dois-pontos Professor, caso seja necessário, releia
o texto da seção Para Ler, atente-
Na seção Para ler, lemos um texto didático. Ele tem a função de informar o os para a organização dos textos
leitor a respeito de um determinado assunto, tema, palavra etc. Pensando nisso, em tópicos e analise o emprego dos
como os sinais de pontuação devem ser empregados ao escrevermos um texto sinais de pontuação com os alunos.
Os sinais de pontuação devem ser
didático? empregados com o objetivo de
organizar os textos de modo a fazer
Os sinais de pontuação são sinais gráficos característicos da linguagem com que a leitura seja também
escrita e têm como objetivo, na linguagem oral, estabelecer pausas e organizada, principalmente em
entonações (modulações) na fala. Basicamente os sinais de pontuação (ou sinais relação à organização em tópicos.

gráficos) têm como finalidade:


• assinalar as pausas e inflexões (entonações) de voz na leitura;
• separar palavras, expressões, termos ou orações; e
• esclarecer o sentido da frase ou da oração.

A finalidade dos sinais de pontuação que trabalharemos aqui será a primeira:


assinalar as pausas e inflexões (entonações) de voz na leitura.

Vírgula (,)
A vírgula indica uma pequena pausa na voz e é empregada principalmente
para separar explicações e elementos enumerados em uma frase.
Exemplo: “[...] os alimentos vermelhos são ricos em licopeno, substância que
fortalece os olhos e a pele, além de prevenir doenças como o câncer e melhorar
a memória. Exemplos: tomate, goiaba vermelha e morango.”

Ponto e vírgula (;)


O ponto e vírgula indica que a voz deve fazer uma pausa, mas esta deve ser
maior do que a pausa indicada pela vírgula e menor do que a pausa indicada
pelo ponto final. Quanto à melodia da voz, o ponto e vírgula indica que o tom
deve ser descendente (abaixando o tom de voz), mas capaz de assinalar que o
período ainda não terminou.
Exemplo: “Roxo, preto e azul: alimentos dessas cores contêm substâncias
chamadas antocianinas, que têm ação antioxidante e auxiliam a função
cognitiva; também contêm potássio e vitamina C.”

TRINTA E SETE 37

TRINTA E SETE 37
Dois-pontos (:)
Os dois-pontos marcam uma sensível pausa ou suspensão na voz, que indica
BNCC que a frase ainda não foi concluída.
Atividade 4:
(EF05LP04) Diferenciar, na leitura Ponto final (.)
de textos, vírgula, ponto e vírgula,
dois-pontos e reconhecer, na leitura
Indica máxima pausa da voz por meio do emprego de um tom descendente,
de textos, o efeito de sentido que já que seu objetivo é sinalizar que o período foi concluído.
decorre do uso de reticências, aspas,
parênteses. Ponto de interrogação (?)
(EF35LP05) Inferir o sentido de pa-
lavras ou expressões desconhecidas O ponto de interrogação marca uma pergunta, uma interrogação direta
em textos, com base no contexto da que, na entonação, deve ser indicada por um tom ascendente (de baixo para
frase ou do texto.
cima) na voz.
Exemplo: “E agora, José?”

Ponto de exclamação (!)


O ponto de exclamação é utilizado depois de interjeições e em frases
exclamativas e imperativas, ou seja, que expressam emoções e ordens. Por isso,
é marcado por uma entonação descendente ou ascendente, dependendo da
emoção sentida, pois pode expressar surpresa, susto, espanto, indignação etc.
Exemplo: “Veja na lista abaixo as propriedades de cada uma das cores e, na
próxima refeição, monte um prato colorido para toda a família!”

Professor, leia as orações em voz 4. Leia o pôster ao lado, sobre o uso


alta, mostrando a importância das

Reprodução
pausas e da entonação. Peça que os
da vírgula. Nele, há cinco exemplos
alunos leiam também, para que eles de uso e os efeitos de sentido que a
se apropriem das funções discursivas vírgula pode produzir. Explique cada
da pontuação nos textos.
um desses exemplos.

Associação Brasileira de Imprensa.


Uma vírgula muda tudo. Cem
anos lutando para que ninguém
mude nem uma vírgula da sua
informação.

38 TRINTA E OITO

Anotações:

38 TRINTA E OITO
a) A vírgula pode ser uma pausa, ou não:
Não, espere.
Não espere.
Alguém está dizendo a outra pessoa que espere.

Alguém está dizendo a outra pessoa que não espere.

b) A vírgula pode criar heróis:

Isso só, ele resolve.


Isso, só ele resolve.
Alguém resolve apenas isso.

Isso, apenas ele resolve.

c) Ela pode forçar você a fazer o que não quer:

Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
Alguém diz que aceita algo e agradece.

Alguém diz que aceita, mas de maneira forçada, obrigatória.

d) Pode acusar a pessoa errada:

Esse, juiz, é corrupto.


Esse juiz é corrupto.
Alguém acusa outra pessoa de corrupta e mostra-a a um juiz.

Alguém acusa um determinado juiz de ser corrupto.

TRINTA E NOVE 39

TRINTA E NOVE 39
e) A vírgula pode mudar uma opinião.
Não quero ler.
Professor, caso seja possível
exiba aos alunos o vídeo com a Não, quero ler.
narração de um ator disponível Alguém afirma que não quer ler.
em: <https://www.youtube.com/
watch?v=NDn1tukRE_E>. Acesso
Alguém afirma que quer ler, negando o contrário.
em: 26 jan. 2018. Chame a atenção
deles para a importância das pausas
e da entonação na voz. 5. Leia as sentenças abaixo e assinale a alternativa correta.
• Ela pode sumir com o seu dinheiro.
a) R$ 234.

Professor, oriente os alunos a b) R$ 2,34.


utilizarem os sinais de pontuação
adequadamente e a criarem falas que • Ela pode ser a solução.
caibam nos contextos das tirinhas,
por exemplo, na segunda tirinha, o a) Vamos perder, nada foi resolvido.
Cascão pode estar com a expressão
de preocupado ou de medo por conta b) Vamos perder nada, foi resolvido.
de uma chuva ou mesmo, pela Mônica
ter descoberto um plano infalível dele 6. As tiras da Turma da Mônica a seguir foram criadas usando apenas a
e do Cebolinha.
linguagem não verbal. Leia-as e crie falas para as personagens empregando
os seguintes sinais gráficos: ponto de interrogação, ponto de exclamação,
vírgula e ponto final. Resposta pessoal.

BNCC
© Mauricio de Sousa Editora

Atividades 5 e 6:
(EF05LP04) Diferenciar, na leitura
de textos, vírgula, ponto e vírgula,
dois-pontos e reconhecer, na leitura
de textos, o efeito de sentido que
decorre do uso de reticências, aspas,
parênteses.
(EF15LP04) Identificar o efeito de
sentido produzido pelo uso de re-
cursos expressivos gráfico-visuais em
© Mauricio de Sousa Editora

textos multissemióticos.
(EF15LP14) Construir o sentido de
histórias em quadrinhos e tirinhas,
relacionando imagens e palavras e
interpretando recursos gráficos (tipos
de balões, de letras, onomatopeias).
(EF15LP18) Relacionar texto com
ilustrações e outros recursos gráficos.

40 QUARENTA

Anotações:

40 QUARENTA
PRODUÇÃO DE TEXTO

RESUMO
O resumo é um gênero muito importante, que pode ser escrito ou lido em
diferentes contextos de produção: para estudar um assunto; para registrar, de
forma breve, as informações que coletamos em um trabalho de pesquisa; para
apresentar a um grupo de discussões etc.
O objetivo do resumo é identificar as ideias centrais de um texto e
diferenciá-las de um detalhe, uma explicação, algo que não seja tão
importante. Quando o texto original conta uma história, é preciso inserir
no resumo os acontecimentos principais. Quando o texto original defende
um ponto de vista, o resumo deve identificar esse ponto de vista e os
argumentos que ajudem a defendé-lo.
Mas não basta apenas juntar as partes sublinhadas para produzir um bom
resumo. É necessário reler o texto para compreendê-lo melhor e saber como
reinserir as informações nele de uma maneira que todos entendam.
Assim, ao produzir um resumo, você deve:
• Ler o texto com muita calma e atenção, procurando compreender o tema
sobre o qual está falando. Por exemplo, o texto da seção Para ler tem
como tema geral a alimentação saudável, e seu assunto é o poder de
um prato de comida bem colorido.
• Reler o texto, sublinhando as partes principais de cada parágrafo. Alguns
textos indicam no título o tema de que tratam, o que ajuda a selecionar
as informações centrais.
• Listar os tópicos principais que não podem ficar de fora do seu resumo.
Este será o seu plano de texto para escrevê-lo.
• Iniciar a escrita, observando como aquelas informações destacadas,
que estão espalhadas no texto, podem compor o seu resumo. Nesse
momento, é preciso reformular as frases para juntar essas informações de
modo coerente.
• É bom salientar que, para resumir um texto, não basta fazer uma lista
de itens nem copiar pequenas partes e juntá-las. O resumo é um novo
texto, que precisa ser compreendido até por quem não conhece o
texto original.

QUARENTA E UM 41

QUARENTA E UM 41
Como vimos no início deste capítulo, as cores dos alimentos, além de
BNCC estimularem as pessoas a comer, fazem com que a refeição tenha uma
(EF05LP24) Planejar e produzir texto sobre variedade de nutrientes. Por isso é tão importante compor um prato com
tema de interesse, organizando resultados de
pesquisa em fontes de informação impressas
alimentos de várias cores; quanto mais cores estão presentes, mais nutrientes
ou digitais, incluindo imagens e gráficos ou você está ingerindo.
tabelas, considerando a situação comunicativa
e o tema/ assunto do texto. O texto nos fala sobre algumas cores, mas de maneira rápida, pois se trata
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do profes- de um texto didático. Agora é sua vez de compartilhar com a turma mais
sor, o texto que será produzido, consideran- algumas informações sobre alimentação!
do a situação comunicativa, os interlocutores
(quem escreve/para quem escreve); a finali-
dade ou o propósito (escrever para quê); a
circulação (onde o texto vai circular); o suporte
PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
(qual é o portador do texto); a linguagem,
Com o auxílio de seu professor, em pequenos grupos, pesquisem na
organização e forma do texto e seu tema,
pesquisando em meios impressos ou digitais, biblioteca da escola, da cidade ou na internet um texto didático sobre
sempre que for preciso, informações neces- alimentos de uma determinada cor, à sua escolha. Depois de lê-lo, escrevam
sárias à produção do texto, organizando em um resumo desse texto para apresentar aos colegas. Lembrem-se de que o
tópicos os dados e as fontes pesquisadas.
(EF15LP09) Expressar-se em situações de objetivo desse resumo é apresentar aos colegas informações básicas sobre
intercâmbio oral com clareza, preocupando- alimentação, com base em um texto que eles não leram. Por isso, o resumo
-se em ser compreendido pelo interlocutor e deve conter uma apresentação clara dos dados principais.
usando a palavra com tom de voz audível, boa
articulação e ritmo adequado. Vocês devem entregar ao professor:
(EF15LP10) Escutar, com atenção, falas de
professores e colegas, formulando perguntas • O texto original sem alterações e com a marcação das informações
pertinentes ao tema e solicitando esclareci-
mentos sempre que necessário. mais importantes.
(EF35LP09) Organizar o texto em unidades de
sentido, dividindo-o em parágrafos segundo
• O resumo escrito por vocês com base nas informações que selecionaram.
as normas gráficas e de acordo com as carac-
terísticas do gênero textual.
• É muito importante indicar também, abaixo do resumo, a fonte do
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio texo original (autor, título do livro ou revista, título do texto, cidade em
do professor, informações de interesse sobre que foi publicado, editora, ano de publicação). Assim, todos os leitores
fenômenos sociais e naturais, em textos que
circulam em meios impressos ou digitais. podem saber de onde vieram aquelas informações e acessar o texto
original, se desejarem.

AVALIAÇÃO
O professor redistribuirá a produção final entre os grupos: o texto original
Professor, cada trio ou quarteto de
alunos deve ficar responsável por com marcações e o resumo. Avaliem o texto dos colegas e, se necessário,
pesquisar mais a fundo um grupo de sugiram melhorias, observando o seguinte:
alimentos com uma cor predominante,
relacionada aos seus nutrientes (grupo 1. O resumo apresenta a informação principal do texto original?
dos alimentos verde-escuros). Os
resumos finais podem ser expostos em 2. O resumo expõe as ideias principais ou deixou algo importante de fora?
um mural na escola, cujo título pode
ser “Vamos comer em cores?”. Oriente 3. O resumo eliminou os detalhes do texto que não são tão importantes?
a leitura do texto original, a elaboração
do plano de texto e a escrita do resumo.
42 QUARENTA E DOIS
É fundamental lembrar a função
desse resumo específico: apresentar
aos colegas que não leram o texto
original as suas principais informações.
Ter em mente a função do resumo
em virtude dos interlocutores é uma Interdisciplinaridade
estratégia importante para a escrita Aproveite a aula de leitura de rótulos para estabelecer relação com o componente de
de um texto coerente. Ao devolver os
materiais, ajude-os a compreender em
Matemática. Peça aos alunos que observem os valores diários de referência de cada item da
que medida os sublinhados e o plano tabela nutricional e criem listas com os alimentos amigos da saúde, ou seja, com os produtos
de texto estavam mais ou menos com baixo percentual (%VD) de gorduras saturadas, gorduras trans ou sódio, por exemplo.
adequados e se contribuíram para a Os alunos podem também elaborar gráficos com os alimentos mais perigosos para a
elaboração final do resumo. saúde, aqueles com maiores índices de sódio, açúcares ou gordura, criando cartazes com um
“ranking” da boa alimentação, a serem expostos no mural da escola.

42 QUARENTA E DOIS
4. O resumo conseguiu interligar as informações, sem parecer uma
“colagem” de partes do texto original?
5. O resumo segue as convenções da escrita formal: pontuação, ortografia, BNCC
disposição do texto no papel etc.? Avaliação:
(EF15LP06) Reler e revisar o texto
6. Para cada um desses aspectos, se necessário, sugiram as mudanças produzido com a ajuda do professor
devidas. e a colaboração dos colegas, para cor-
rigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes,
acréscimos, reformulações, correções
de ortografia e pontuação.
(EF15LP07) Editar a versão final do
SUGESTÕES DE LEITURA texto, em colaboração com os colegas
e com a ajuda do professor, ilustran-
do, quando for o caso, em suporte

Divulgação
adequado, manual ou digital.
LISPECTOR, Clarice. A vida íntima de Sugestão de leitura:
Laura. Rio de Janeiro: Rocco, 2011. 32 p. (EF35LP02) Selecionar livros da bi-
blioteca e/ou do cantinho de leitura
Laura é casada com o galo Luís e tem da sala de aula e/ou disponíveis em
uma grande qualidade: é a que bota mais meios digitais para leitura individual,
justificando a escolha e comparti-
ovos em todo o galinheiro. Mas, mesmo lhando com os colegas sua opinião,
assim, morre de medo de virar “galinha ao após a leitura.
molho pardo”. (EF35LP21) Ler e compreender, de
forma autônoma, textos literários
de diferentes gêneros e extensões,
inclusive aqueles sem ilustrações,
estabelecendo preferências por gê-
neros, temas, autores.
Divulgação

GALEANO, Eduardo. História da ressurreição


do papagaio. Trad. Ferreira Gullar. São Paulo:
Cosac Naify, 2010. 24 p.

Um papagaio curioso cai por engano em


uma panela quente. A notícia se espalha
e alcança seres de toda espécie. Cada um
expõe seu luto de diferentes maneiras, como
o choro de uma menina, o suspiro do vento,
o fim do fogo e o silêncio do homem.

QUARENTA E TRÊS 43

Anotações:

QUARENTA E TRÊS 43
C APÍTULO

BNCC
3 DESCOBRINDO NOVOS SABORES
Atividades 1 a 3:
(EF05LP15) Ler/assistir e compreen-
der, com autonomia, notícias, repor-
tagens, vídeos em vlogs argumentati-
vos, dentre outros gêneros do campo
político-cidadão, de acordo com as
PARA LER
convenções dos gêneros e conside-
rando a situação comunicativa e o
tema/assunto do texto. 1. Você sabe o que é uma dieta vegetariana?
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres- 2. Você tem alguma restrição alimentar ou faz algum tipo de dieta?
suposições antecipadoras dos senti-
dos, da forma e da função social do 3. O que você come na escola?
texto), apoiando-se em seus conhe-
cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
o gênero, o suporte e o universo te- Escolas estaduais têm cardápio
mático, bem como sobre saliências sem carne às segundas-feiras
textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações 31 de Maio de 2017 16 comentários
e inferências realizadas antes e du-

Reprodução
rante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas.

As escolas estaduais paulistas adotaram, às segundas-feiras, o


cardápio sem carne.
A iniciativa para usar outros ingredientes e criar novas receitas faz
parte do projeto Cozinheiros da Educação.
Arroz com lentilha e ovo e feijoada vegetariana são duas das
sugestões elaboradas [ ...] .

44 QUARENTA E QUATRO

Pensando sobre a BNCC


Este capítulo traz textos e práticas que valorizam o eixo da oralidade, com propostas de interações discursivas orais e produção
de textos orais. O enfoque temático são os diferentes tipos de dieta, com destaque para a vegetariana.
O gênero reportagem é aprofundado em seus aspectos composicionais, com a apresentação do box e a abordagem dos
discursos direto e indireto presentes no corpo da reportagem, a partir das entrevistas nela contida. Associado a isso, os sinais de
pontuação (parênteses, reticências e aspas) são trabalhados em função do gênero estudado, e os verbos de dizer são explorados
por meio das diferenças no modo de sinalizar as falas no texto narrativo e no jornalístico.

44 QUARENTA E QUATRO
A nutricionista Mariana F aulin F oresto, do Departamento de
Alimentação e Assistência ao Aluno, da Secretaria da Educação do
Estado (SEE), explica que o projeto objetiva promover a alimentação
saudável. “Começou no ano passado, e surgiu em conjunto com a
chef de cozinha Janaina Rueda, a princípio para dar uma nova
roupagem a cardápios que existiam nas escolas.”
De início, a chef testou os produtos que já faziam parte da
alimentação, como arroz e carne, e elaborou novas receitas. “Ela fez
alguns pratos especiais e começou a repassar técnicas de preparo
para as merendeiras da rede”, diz Mariana.

Eduardo Enomoto/Futura Press


Oficina da Campanha Segunda sem Carne, Parque do Ibirapuera, SP, 2010.

Um projeto piloto foi montado na Escola Estadual (EE) Maria José, no


bairro paulistano da Bela Vista, e daí foi expandido. “No segundo
semestre do ano passado, houve treinamento com as merendeiras”,
conta a nutricionista. “Agora, queremos estender o projeto para todas
as escolas.”
Nutrientes – A carne é substituída pelo ovo ou por alimentos de
origem vegetal: grão-de-bico, ervilhas, cogumelos, soja e sementes.
Todas as receitas mantêm os nutrientes necessários diários para
crianças e jovens.

QUARENTA E CINCO 45

Entendendo que a alimentação é um ato também social, tanto esse tema quanto as atividades propostas a partir dele, mobi-
lizam as competências 1 e 2 de Linguagens para o Ensino Fundamental:
“Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e
valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais”.
“Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade
humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de
uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva”.

QUARENTA E CINCO 45
Essa novidade coloca a rede paulista de ensino trabalhando com
personalidades de vários países que apoiam a campanha
BNCC
internacional Segunda sem Carne, como o cantor e compositor
Atividades 1 a 6: britânico Paul McCartney .
(EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos.

MPL Communications
(EF15LP04) Identificar o efeito de sen-
tido produzido pelo uso de recursos
expressivos gráfico-visuais em textos
multissemióticos.
(EF35LP04) Inferir informações implí-
citas nos textos lidos.

O CANTOR PAUL MCCARTNEY: “SEGUNDA SEM CARNE”.


No Brasil, foi lançada em 2009 pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).
A EE Henrique Dumont Villares, no Jaguaré, tem 800 alunos, entre 5 a 10 anos,
do ensino fundamental I (1o ao 5o ano). Na segunda, dia 29, os estudantes do
4º ano provaram a refeição composta de arroz, feijão, salada, legumes e ovo
mexido. Carla Beatriz e Julia Silva, ambas de 9 anos, dizem que as comidas
servidas são gostosas.
A coordenadora pedagógica Nádia Moy a Brocardo diz que a iniciativa da segunda-
feira sem carne se juntou a um trabalho que já era feito para fornecer alimentação
mais saudável. “Temos aqui na escola uma horta, e os alunos acompanham o
crescimento das verduras desde o primeiro ano”, diz.
Fonte: Escolas estaduais têm cardápio sem carne às segundas-feiras. Jornal Joca. 31 maio 2017. Disponível em:
<https://jornaljoca.com.br/portal/escolas-estaduais-tem-cardapio-sem-carne-as-segundas-feiras/>.
Acesso em: 14 jan. 2018.

roupagem: representação de algo.


vegetariano: que se alimenta exclusivamente de alimentos de origem vegetal; adepto do
vegetarianismo.

46 QUARENTA E SEIS

Prática pedagógica
Realize a atividade sobre os diferentes significados do léxico alimentar, ainda que não seja saudável. Aborde com os alunos
dieta (em geral, associado a regime para emagrecer). Depois, a dieta vegetariana dentro desse contexto, permitindo que os
realize uma roda de conversa para refletir sobre os diferentes alunos expressem suas ideias e dúvidas quanto a esse tipo par-
sentidos e significados, de modo que todos possam chegar à ticular de alimentação.
conclusão de que todos fazemos uma dieta, já que o termo Prepare uma ou mais aulas sobre tabus alimentares e men-
remete, originalmente, a “modo de vida”, isto é, a um costume sagens fakes que circulam na internet, e discuta com os alunos

46 QUARENTA E SEIS
FIQUE SABENDO
A campanha “Segunda sem Carne” (Meatless Monday, em inglês) 1. Professor, oriente os alunos a reler o
foi lançada nos Estados Unidos em 2003 e está presente em 35 países; cartaz e a tentar identificar os animais.
no Brasil, seu lançamento foi em 2009. O objetivo da campanha é 2. Porque a carne desses animais é a mais
conscientizar as pessoas a respeito dos impactos, no meio ambiente e na consumida no mundo, entre outras fon-
tes de proteína animal para a alimen-
sociedade, do consumo de carne e de produtos de origem animal. tação do ser humano, como o peru, o
Como exemplo, pode-se citar que, para produzir 1 quilgrama de carne, pato, a codorna, o coelho etc.
são necessários, em média, 17 mil litros de água; para produzir a mesma 3. Oriente os alunos a ler o box “Fique sa-
bendo”, que explica a campanha “Se-
quantidade de alimentos de origem vegetal (como cereais, vegetais e gunda sem Carne”, pois o objetivo da
legumes) são necessárias algumas centenas de litros de água. Além disso, questão é fazer que os alunos estabele-
há ainda o desmatamento causado pela criação de pasto e o aquecimento çam relações entre os dois textos: o da
reportagem e o do boxe.
global; segundo estudos, a pecuária é responsável por 17% dos gases de
A iniciativa de não oferecer carne aos
efeito estufa do planeta. alunos da rede estadual paulista de
ensino às segundas-feiras faz parte do
Outro fator levado em consideração pela campanha é a crueldade projeto “Segunda sem Carne”, que su-
com que bois, vacas, porcos e galinhas, dentre outros animais, são criados gere que, às segundas-feiras, não con-
e abatidos. sumamos carne ou qualquer alimento
de origem animal.
Desse modo, a campanha visa ao bem-estar animal, à preservação do 4. Espera-se que os alunos percebam que
meio ambiente e à diversidade das dietas e dos sabores. as informações da matéria do jornal são
dadas pela entrevistada Mariana Faulin
Foresto e o/a repórter responsável pela
entrevista. A questão tem como objetivo
fazer que os alunos identifiquem exem-
plos de discursos direto e indireto.
1. Observe o cartaz usado na campanha “Segunda sem Carne”. Quais animais O projeto começou em 2016 com a ajuda
estão representados nele? da chef de cozinha Janaina Rueda, que, a
princípio, testou produtos que já faziam
Da esquerda para a direita: vaca/boi, porco, galinha e peixe. parte da merenda e, então, elaborou no-
2. Por que esses animais foram escolhidos para o cartaz da campanha? vas receitas e treinou as merendeiras.
5. O objetivo desta questão é a localização
de ideias.
3. Relacione a iniciativa de não oferecer carne aos alunos da rede estadual
A carne é substituída por ovos e por ali-
paulista de ensino às segundas-feiras com o projeto “Segunda sem Carne”. mentos de origem vegetal, como grão-de-
-bico, ervilhas, cogumelos, sojas e semen-
4. Como surgiu o projeto e quais foram os primeiros passos de sua implementação? tes; assim, os alunos não perdem nenhum
nutriente com a alteração do cardápio.
6. Os alunos da escola EE Henrique Villa-
5. A carne é substituída por quais alimentos? Os alunos perdem nutrientes res, além de comer refeições sem carne,
com essa substituição? acompanham uma horta.

6. Cite um exemplo de como os alunos, além de comer as refeições


vegetarianas, participam de projetos sobre alimentação saudável.

QUARENTA E SETE 47

a importância de diferenciar informações científicas de informações leigas, e também a confrontar


inclusive informações científicas, favorecendo o desenvolvimento da habilidade (EF15LP04) da
BNCC: Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais
em textos multissemióticos.
Para saber mais:
FALCATO, Joana; GRACA, Pedro. A Evolução Etimológica e Cultural do Termo “Dieta”.
Nutrícias, Porto, n. 24, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S2182-72302015000100003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 05 jul. 2018.

QUARENTA E SETE 47
7. Quais são os objetivos do projeto?

8. De que maneira não comer carne uma vez por semana pode ajudar o
7. Professor, o objetivo é oferecer uma meio ambiente?
alimentação saudável aos alunos e
promover diversidade de sabores,
fazendo que descubram novos sa-
bores de alimentos de origem ve-
getal.
8. Para responder a essa questão, os
NOSSA LÍNGUA
alunos deverão ler o box “Fique
sabendo”. Eles devem estabelecer
relações entre o fato de deixar de
comer carne uma vez por semana e SINAIS DE PONTUAÇÃO (II)
a diminuição do desmatamento e da
produção de gases do efeito estufa. O menino Bruno não consegue dormir e resolve ler para esperar o sono chegar.
Deixar de comer carne uma vez por De repente, ele ouve alguém gritando: era o ponto de interrogação, reclamando
semana contribui para diminuir o de só fazer perguntas e dizendo estar cansado − ele queria férias! Assim começa a
desmatamento e a produção de greve dos sinais de pontuação, que não fica só no ponto de interrogação...
gases do efeito estufa.

[...] A vírgula ia continuar seu discurso, quando as aspas tomaram a


palavra, também para reclamar:
− E nós? Também não aguentamos mais ser aspas, não aguentamos
BNCC mais ficar penduradas em cima de uma frase ou palavra. E o pior é que
Atividades 7 e 8: nós ficamos separadas, uma no começo e a outra no fim da palavra ou
(EF15LP03) Localizar informações frase. É horrível ter algo entre aspas, entre nós que somos irmãs gêmeas e
explícitas em textos. obrigadas a viver longe uma da outra. Dependendo da frase, são páginas
e páginas de separação. Isso tem de mudar.
E a rebelião prosseguiu: sinal por sinal, todos
foram reclamando. As reticências reclamaram
BNCC
que não estavam dando conta do serviço. O
Nossa língua:
travessão reclamou de um problema de coluna
(EF05LP04) Diferenciar, na leitura
por sempre trabalhar na horizontal; queria
de textos, vírgula, ponto e vírgula, trabalhar um pouco na vertical.
dois-pontos e reconhecer, na leitura
de textos, o efeito de sentido que Enfim, todos reclamaram [...]
decorre do uso de reticências,aspas,
parênteses.
TUCCI, William. A rebelião da pontuação. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2008.

Em A rebelião da pontuação, de William Tucci, as aspas e outros sinais de


pontuação estão reclamando de tudo que têm de fazer. Será que eles têm
razão? Vamos ver quais são as funções deles.

48 QUARENTA E OITO

Prática pedagógica
Nos capítulos desta unidade, os alunos leram notícia e reportagem que tratam de alimentação
e obesidade. Aproveite que os alunos entraram em contato com os gêneros do campo jornalístico,
para realizar atividade de comparação do mesmo fato atual, publicado em mídias diferentes.
Essa atividade contempla a habilidade: (EF05LP16) Comparar informações sobre um mesmo
fato veiculadas em diferentes mídias e concluir sobre qual é mais confiável e por quê.

48 QUARENTA E OITO
PARÊNTESES ( )
Os parênteses têm a função de intercalar indicações no texto, com o
objetivo de:
• Separar informações, para explicar, comentar ou refletir:

A EE Henrique Dumont Villares, no Jaguaré, tem 800 alunos,


entre 5 a 10 anos, do ensino fundamental I (1o ao 5o ano).

• Neste exemplo, a informação que explica que o Ensino Fundamental I vai


do 1o ao 5o ano está entre parênteses.
• Incluir siglas ou seus significados:

No Brasil, foi lançada em 2009 pela Sociedade Vegetariana


Brasileira (SVB).

• Destacar ou dar exemplos:

alimentos de origem vegetal (como cereais, vegetais e legumes)

• Informar, no idioma original, alguma palavra/expressão que tenha sido


traduzida para a língua portuguesa:

“Segunda sem Carne” (Meatless Monday, em inglês)

• Informar ano de nascimento e morte − quando for o caso − de alguma


personalidade da qual se esteja falando:

• Paul McCartney (1942-)


• John Lennon (1940-1980)

QUARENTA E NOVE 49

Leve para sala de aula diferentes jornais impressos ou realize essa aula na sala de informática,
para que os alunos possam pesquisar as notícias. Oriente-os a acessar portais de notícias confiá-
veis. Se necessário, faça uma lista de sites onde os alunos podem fazer a pesquisa.
Peça para os alunos tomarem nota do título, subtítulo e do lide das notícias e o site em que
foi feita a pesquisa. Após as pesquisas, organize os alunos numa roda de conversa, a fim de
possam compartilhar as notícias pesquisadas, compará-las e concluir qual dos veículos parece
mais confiável para eles.

QUARENTA E NOVE 49
RETICÊNCIAS (...)
As reticências marcam uma interrupção na frase,
que na linguagem oral ou na leitura em voz alta

Folhapress
deve ser marcada por um declínio no tom de voz.
Podem indicar uma ação ou ideia que se prolonga,
uma hesitação ou dúvida ou ainda que um trecho de
um texto citado foi suprimido.
Segundo Mário Quintana (1906-1994), poeta
brasileiro, “as reticências são os três primeiros passos
do pensamento que continua por conta própria o
seu caminho”. Mário Quintana
Assim, as reticências têm poder de sugestão, e seu uso pode depender do
estado de espírito ou emotivo do autor.
Veja como Machado de Assis (1839-1908), escritor brasileiro, usa as
reticências nesse trecho de seu romance Dom Casmurro:

Fundação Biblioteca Nacional


BNCC Estou certo, disse ele, piscando-me o olho,
Atividades 1 e 2: que dentro de um ano a vocação eclesiástica
(EF05LP04) Diferenciar, na leitura do nosso Bentinho se manifesta clara e
de textos, vírgula, ponto e vírgula, decisiva. Há de ser um padre de mão-cheia.
dois-pontos e reconhecer, na leitura Também, se não vier em um ano...
de textos, o efeito de sentido que
decorre do uso de reticências, aspas,
parênteses. Machado de Assis
(EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos. ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
bv00180a.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2018.

eclesiástico: relacionada à Igreja.

Responda:
1. No livro Dom Casmurro, a mãe de Bentinho prometera a Deus que o filho
Professor, leia em voz alta este trecho.
seria padre. A fala acima é de José Dias, um amigo da família. De acordo
Os alunos devem perceber que José com ele, em quanto tempo surgiria a vocação eclesiástica de Bentinho?
Dias quis dizer que se a vocação Dentro de um ano.
eclesiástica de Bentinho não surgisse 2. Em sua opinião, o que José Dias quis dizer com “também, se não vier em
em um ano, não surgiria mais. Assim,
as reticências expressam que, nessa
um ano...”? Que efeito de sentido as reticências expressam?
situação, Bentinho não seria padre.
50 CINQUENTA

Anotações:

50 CINQUENTA
ASPAS (“ ”)
As aspas são utilizadas para indicar a transcrição de citações. No texto da
1. Professor, a nutricionista Ma-
seção Para ler, temos exemplos de discursos diretos. Releia-o e responda: riana Faulin Foresto, do Depar-
tamento de Alimentação e As-
1. Quem foram as pessoas entrevistadas? sistência ao Aluno, da Secretaria
da Educação do Estado (SEE), a
2. Transcreva uma fala de uma das pessoas entrevistadas e justifique sua coordenadora pedagógica Nádia
Moya Brocardo e as alunas Carla
resposta: como você sabe que a parte do texto que você está indicando é a Beatriz e Júlia.
fala da pessoa entrevistada e não de quem fez a entrevista? 2. Espera-se que os alunos perce-
bam que a utilização do verbo
3. Duas alunas opinaram sobre a merenda vegetariana. Como isso está dicendi (“dizer”) e das aspas si-
naliza as falas das entrevistadas.
apresentado no texto? “Começou no ano passado, e
surgiu em conjunto com a chef
de cozinha Janaina Rueda, a prin-
cípio para dar uma nova roupa-
gem a cardápios que existiam nas
NOSSA LÍNGUA escolas. ‘Ela fez alguns pratos
especiais e começou a repassar
técnicas de preparo para as me-
rendeiras da rede’, diz Mariana e
‘Temos aqui na escola uma hor-
1. Leia o texto abaixo sobre a organização não governamental (ONG) “Obra ta, e os alunos acompanham o
do Berço”: crescimento das verduras desde
o primeiro ano’, diz.”.
3. Aqui é o momento em que se
Beatriz precisava trabalhar, mas não tinha com quem deixar o introduz o discurso indireto em
contrapartida ao discurso direto.
filho caçula, Nicolas. Tentou a única creche pública perto de casa, O texto afirma que, segundo Car-
mas não havia vaga. Até que surgiu uma oportunidade na Obra la Beatriz e Júlia, as duas alunas
do Berço, em 2015. “Minha prima foi atendida por eles e me entrevistadas, as comidas são
gostosas (mas isso não é dito
disse que as crianças tinham um respaldo muito grande”, conta. O com as palavras das alunas, por
menino fica na ONG de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30. isso não está entre aspas.
Recebe alimentação, estuda e participa de rodas de contação
de história. O filho mais velho, Lucas, também foi atendido:
participou do Programa de Educação Empreendedora para Jovens.
Além disso, a Obra do Berço sugeriu a Beatriz que procurasse
o Centro de Apoio ao Trabalho (CAT), da prefeitura, onde, no
BNCC
começo de 2016, ela conquistou o seu atual emprego: uma
Atividades 1 a 3:
vaga de atendente no Poupatempo (órgão estadual que oferece
(EF05LP04) Diferenciar, na leitura
serviços aos cidadãos). “Como sei que o Nicolas está sendo de textos, vírgula, ponto e vírgula,
cuidado, tenho tranquilidade para trabalhar”, diz a mãe, aliviada. dois-pontos e reconhecer, na leitura
de textos, o efeito de sentido que
decorre do uso de reticências, aspas,
Revista Todos, Editora Mol, São Paulo, dez./jan. 2017, p. 50. parênteses.
(EF15LP03) Localizar informações
CINQUENTA E UM 51 explícitas em textos.

CINQUENTA E UM 51
a) Retire do texto trechos em que parênteses foram usados e explique a
função em cada um deles.
a. Professor, “Centro de Apoio ao Trabalho b) Explique a importância das informações entre parênteses para o leitor.
(CAT)”: os parênteses informam a sigla da
instituição; “Poupatempo (órgão estadual
c) Quem o repórter entrevistou para escrever esse texto? Por que essa pessoa
que oferece serviços aos cidadãos)”: a infor-
mação entre parênteses explica o que é o foi escolhida?
Poupatempo.
b. Os alunos devem perceber que essas infor- d) Transcreva as falas da pessoa entrevistada e justifique sua resposta.
mações são importantes para o leitor que não
sabe o que é o CAT e/ou o Poupatempo ( o e) Agora, transcreva um trecho do texto escrito pelo jornalista com as
autor do texto não deve pressupor que o leitor informações fornecidas pela pessoa entrevistada.
conheça essas instituições.
c. Caso seja necessário, relembre o gênero en-
trevista estudado no capítulo 1 deste volume.
2. Leia o texto abaixo.
O repórter entrevistou a Beatriz, escolhida
porque seu filho caçula frequenta a ONG
Obra do Berço. Esta é uma bela história de amizade:
d. Os alunos devem se lembrar de que as aspas
e os verbos dicendi sinalizam o discurso direto.
uma ave visita com frequência o
As falas de Beatriz são: “Minha prima foi aten- menino Tonho, pousando em sua
dida por eles e me disse que as crianças tinham janela para dar notícias de lugares onde
um respaldo muito grande” e “Como sei que há chuva – logo para ele, que vive na
o Nicolas está sendo cuidado, tenho tranqui-
lidade para trabalhar”. O aluno deve justificar secura do sertão.
sua resposta sinalizando as falas entre aspas e
os verbos dicendi: “contar” e “dizer”.
Na vizinhança de Tonho, a terra é
e. A questão tem como objetivo trabalhar o seca e as esperanças têm de brigar
discurso indireto. com a falta de tempo. Todos estão
“Beatriz precisava trabalhar, mas não tinha sempre muito ocupados na lida, no
com quem deixar o filho caçula, Nicolas. Ten-
tou a única creche pública perto de casa, mas trabalho, na lavoura… O pássaro é a
não havia vaga. Até que surgiu uma vaga na única comunicação do menino com
‘Obra do Berço’, em 2015.”. um mundo de terras molhadas, onde a
água é abundante, no céu e no solo.

Dawidson França
Quando a ave some por um período
mais longo, Tonho fica aflito, pois teme
a. As personagens da história são o menino
Tonho e uma ave, e ambos são amigos. que algo de ruim tenha acontecido
b. Espera-se que os alunos deduzam que trata-se com seu amigo. Será que ele nunca
do sertão nordestino, pois o autor descreve mais vai voltar?
um lugar seco onde pouco chove.

Notícias do céu. Ciência Hoje das Crianças. Disponível em: <http://chc.org.br/noticias-do-ceu/>.


Acesso em: 14 jan. 2018.

a) Quais são as personagens da história? Que relação há entre elas?


BNCC
Atividades 1 e 2: b) Qual é o cenário da história? Justifique sua resposta.
(EF05LP04) Diferenciar, na leitura de
textos, vírgula, ponto e vírgula, dois- 52 CINQUENTA E DOIS
-pontos e reconhecer, na leitura de tex-
tos, o efeito de sentido que decorre do
uso de reticências,aspas, parênteses.
(EF35LP26) Ler e compreender, com cer-
ta autonomia, narrativas ficcionais que
apresentem cenários e personagens,
Interdisciplinaridade
observando os elementos da estrutura Ao tratar dos diferentes tipos de dieta, como a vegetariana ou mediterrânea, realize
narrativa: enredo, tempo, espaço, per- uma atividade interdisciplinar em História, propondo uma pesquisa sobre alimentação e
sonagens, narrador e a construção do
cultura. Mostre o ato de comer como uma atividade social e cultural que expressa iden-
discurso indireto e discurso direto.
tidades coletivas. Na sala de informática, proponha que, em duplas, os alunos busquem
(EF35LP05) Inferir o sentido de pala-
vras ou expressões desconhecidas em textos ou vídeos sobre o assunto, comparando fontes e selecionando o material que
textos, com base no contexto da frase usarão para produzir uma reportagem a ser postada no blog da sala. Esta atividade está
ou do texto.

52 CINQUENTA E DOIS
c) Como é a rotina dos moradores da região? Explique.

d) No trecho “Todos estão sempre muito ocupados na lida, no trabalho, na


lavoura...”, qual é o efeito de sentido produzido pelas reticências? c. Os moradores têm uma rotina muito
ocupada trabalhando na lavoura.
e) Qual é a importância da relação entre as personagens? d. As reticências dão a entender que há
outras atividades que ocupam as pessoas.
f) Leia o trecho do texto Transplante de menina, de Tatiana Belinky. e. A amizade das personagens é impor-
tante para o Tonho saber que há um
mundo de “terras molhadas”.
g. A palavra não existe, foi inventada pela
Quando chegou o dia, era um sábado, dia sem aulas autora, e colocá-la entre aspas foi a
na Escola Americana, preparei tudo, enfeitei a sala, me maneira que Tatiana Belinky usou para
“enchiquetei” com o primeiro vestido e o primeiro par de indicar isso.
h. Espera-se que os alunos reconheçam
sapatos novos desde que chegamos a São Paulo.
a palavra “chique” como a origem de
“enchiquetei”.
BELINKY, Tatiana. Transplante de menina. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003. i. Significa ter ficado chique como ves-
tido e o par de sapatos, todas peças
g) Por que a palavra “enchiquetei” está entre aspas? novas de vestuário.

h) Que palavra deu origem a “enchiquetei”?

i) Levando em conta o trecho lido, o que significa “enchiquetei”?


a. A tirinha retrata um dia chuvoso, no
qual Calvin reclama que não há nada
3. Leia a tira abaixo: para fazer fora de casa.
b. Chame a atenção dos alunos para a
linguagem não verbal.

Calvin && Hobbes, Bill Watterson ©


1994 Watterson / Dist. by Andrews
McMeel Syndication
Calvin sente-se chateado, entediado.
c. No segundo quadrinho as reticên-
cias sinalizam um suspiro de Calvin
(“sigh”), pois o menino está entedia-
do, chateado. Já no terceiro quadrinho
as reticências sinalizam que Calvin está
continuando a fala do quadrinho an-
terior.

MRSANTON. Calvin e Haroldo. Dia de chuva, 2014.

a) Que situação a tira retrata?


BNCC
b) Como Calvin está se sentindo?
Atividade 3:
(EF15LP04) Identificar o efeito de
c) Quais são os efeitos de sentido produzidos pelas reticências no segundo
sentido produzido pelo uso de re-
e no terceiro quadrinhos? cursos expressivos gráfico-visuais em
textos multissemióticos.
CINQUENTA E TRÊS 53 (EF15LP14) Construir o sentido de
histórias em quadrinhos e tirinhas,
relacionando imagens e palavras e
interpretando recursos gráficos (tipos
de balões, de letras, onomatopeias).
em consonância com a competência específica 1 de Ciências Humanas: Compreender (EF05LP04) Diferenciar, na leitura de
a si e ao outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença textos, vírgula, ponto e vírgula, dois-
em uma sociedade plural e promover os direitos humanos. -pontos e reconhecer, na leitura de
textos, o efeito de sentido que decorre
Sugestão de leitura: do uso de reticências, aspas, parênteses.
CASTR0, HelisaCanfield de; MACIEL, Maria Eunice; MACIEL, Rodrigo Araújo. Comida, (EF35LP03) Identificar a ideia central
cultura e identidade: conexões a partir do campo da gastronomia. Ágora, Santa Cruz do texto, demonstrando compreen-
são global.
do Sul, v. 18, n. 07, p. 18-27, jan./jun. 2016. Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/
(EF35LP04) Inferir informações im-
index.php/agora/article/download/7389/5280>. Acesso em: 30 jan. 2018. plícitas nos textos lidos.

CINQUENTA E TRÊS 53
4. Agora, leia esta tira:
a. Joaninha está lendo e respondendo
as perguntas dos internautas.
c. No segundo quadrinho, “negativa”
refere-se à personalidade de Joa-
ninha, no sentido de “pessimista”.
Já no terceiro quadrinho, Joaninha
retruca que “negativa” é a conta
bancária de seu interlocutor, ou
seja, no sentido de que a pessoa Fonte: Disponível em: <http://www.bichinhosdejardim.com.br>.
deve dinheiro ao banco.
a) O que Joaninha está fazendo?
b) Por que a fala de Joaninha, no segundo quadrinho, está entre aspas?
c) Qual é o sentido do adjetivo “negativa” no segundo e no terceiro quadrinhos?

Professor, espera-se que os alunos infiram


que Joaninha tem um blog ou um perfil
numa rede socia e o objetivo da atividade é
reforçar o estudo do discurso direto. PRODUÇÃO DE TEXTO
A fala de Joaninha está entre aspas porque
ela está lendo um comentário escrito por
um internauta e enviado para ela.
REPORTAGEM
Reportagem é um gênero que circula
na esfera jornalística e que pode ser lido em
jornais e revistas impressos. Pode também
Professor, para melhor ilustrar o ser assistido em telejornais ou em sites de
gênero aos alunos, mostrar jornais compartilhamento de vídeos ou dos próprios
e revistas impressos que contenham
reportagens ou, se possível,
meios de comunicação.
exiba trechos de telejornais que A notícia informa ao leitor ou
apresentem reportagens.
ao telespectador um fato ocorrido
recentemente; já a reportagem, além de ser
informativa, também pode ser descritiva,
opinativa e expositiva, pois aprofunda e
detalha o tema abordado por meio de

Dawidson França
entrevistas com especialistas, apresentação
BNCC de dados estatísticos, infográficos, fotos etc.
Atividade 4: Assim, com um texto mais profundo e detalhado, o leitor/telespectador não
(EF15LP03) Localizar informa- fica sabendo apenas o que aconteceu, mas recebe informações com base nas
ções explícitas em textos. quais pode formar opinião sobre o tema abordado.
(EF05LP02) Identificar o cará-
ter polissêmico das palavras (uma
Nesta seção de Produção de texto, apresentaremos um roteiro para
mesma palavra com diferentes produção de uma reportagem sobre alimentação na escola.
significados, de acordo com o
contexto de uso), comparando 54 CINQUENTA E QUATRO
o significado de determinados
termos utilizados nas áreas cien-
tíficas com esses mesmos termos
utilizados na linguagem usual.
(EF05LP04) Diferenciar, na leitura Anotações:
de textos, vírgula, ponto e vírgula,
dois-pontos e reconhecer, na lei-
tura de textos, o efeito de sentido
que decorre do uso de reticên-
cias, aspas, parênteses.

54 CINQUENTA E QUATRO
Roteiro para reportagem
Na sequência do tema da reportagem do capítulo, vocês vão produzir, em
grupos, reportagens sobre a alimentação na escola. O tema pode ser abordado
sob diferentes aspectos, como: Professor, explique aos alunos que
• merenda escolar; o indivíduo que adota o veganismo
como estilo de vida não consome
• tipos de alimentos vendidos na cantina; produtos de origem animal na
• alunos com restrições alimentares (alergias, intolerâncias, dietas alimentação nem os utiliza em seu dia
a dia, no vestuário ou em acessórios,
especiais etc.); por exemplo.
• vegetarianismo na escola;
• veganismo na escola;
• legislação sobre o assunto.

Para tanto, vocês deverão seguir um roteiro:


• Escolham um dos temas listados acima ou outro de sua preferência.
• Pesquisem em sites especializados, livros, revistas, jornais etc., inclusive
em busca de dados estatísticos. BNCC
• Escolham sob que ponto de vista o assunto será abordado na (EF15LP05) Planejar, com a ajuda
reportagem. do professor, o texto que será pro-
duzido, considerando a situação co-
• Selecionem uma ou duas pessoas para ser entrevistadas e realizem as municativa, os interlocutores (quem
entrevistas. escreve/para quem escreve); a fina-
lidade ou o propósito (escrever para
• Criem um título (manchete) que chame a atenção do leitor.
quê); a circulação (onde o texto vai
• Elaborem um subtítulo que detalhe a manchete. circular); o suporte (qual é o porta-
dor do texto); a linguagem, organi-
• Preparem o lide, primeiro parágrafo que resume a reportagem, respondendo zação e forma do texto e seu tema,
às questões: “o quê?”, “por quê?”, “onde?”, “como?” e “para quê?”. pesquisando em meios impressos
ou digitais, sempre que for preciso,
• Escrevam o corpo do texto, utilizando as informações oriundas das informações necessárias à produção
pesquisas, entrevistas etc. do texto, organizando em tópicos os
dados e as fontes pesquisadas.
a) Usem a 1a ou a 3a pessoa do singular para escrever a reportagem.
(EF35LP09) Organizar o texto em
b) Escrevam de maneira objetiva e de acordo com a norma-padrão da unidades de sentido, dividindo-o
língua portuguesa. em parágrafos segundo as normas
gráficas e de acordo com as carac-
c) Formatem a reportagem para publicação em jornal ou revista: em colunas terísticas do gênero textual.
Dawidson França

com imagens, gráficos etc. Trabalhem em, no máximo, três páginas. (EF35LP16) Identificar e reproduzir,
d) Verifiquem se todas as palavras estão com a grafia correta. Caso em notícias, manchetes, lides e corpo
de notícias simples para público in-
haja dúvida sobre a grafia de uma palavra, consulte o dicionário. fantil e cartas de reclamação (revista
e) Organizem a reportagem em frases e parágrafos, iniciando-as com letra infantil), digitais ou impressos, a for-
maiúscula e usando pontuação adequada, vírgulas e pontos finais. matação e diagramação específica
de cada um desses gêneros, inclusive
f) Utilizem os pronomes pessoais e sinônimos, para substituir palavras, a em suas versões orais.
fim de evitar a repetição. (EF35LP17) Buscar e selecionar, com
o apoio do professor, informações de
interesse sobre fenômenos sociais e
CINQUENTA E CINCO 55
naturais, em textos que circulam em
meios impressos ou digitais.
(EF05LP26) Utilizar, ao produzir o
texto, conhecimentos linguísticos e
gramaticais: regras sintáticas de con-
cordância nominal e verbal, conven-
ções de escrita de citações, pontuação
(ponto final, dois-pontos, vírgulas em
enumerações) e regras ortográficas.
(EF35LP12) Recorrer ao dicionário
para esclarecer dúvida sobre a escrita
de palavras, especialmente no caso
de palavras com relações irregulares
fonema-grafema.

CINQUENTA E CINCO 55
• Exponham as reportagens nos murais do colégio, para que toda a
comunidade escolar possa ler.
BNCC
Produção oral: Reportagem em vídeo
(EF15LP08) Utilizar software, inclu-
sive programas de edição de tex- A grande maioria das casas brasileiras possui um aparelho de televisão, e
to, para editar e publicar os textos assistir a um telejornal é um costume entre as famílias. Seja na hora do almoço,
produzidos, explorando os recursos
multissemióticos disponíveis.
no jantar ou antes de dormir, muitos brasileiros acompanham o noticiário na
(EF35LP19) Recuperar as ideias televisão, para ficarem informados sobre o que acontece no Brasil e no mundo.
principais em situações formais de Há telejornais que abordam apenas os fatos ocorridos em uma determinada
escuta de exposições, apresentações
e palestras. cidade ou região (os chamados “jornais regionais”); há os que abordam o
(EF05LP17) Produzir roteiro para edi- que acontece no país e no exterior, normalmente exibidos à noite; há os que
ção de uma reportagem digital sobre abordam mais questões econômicas e políticas, outros que abordam mais
temas de interesse da turma, a partir problemas relacionados à segurança etc.
de buscas de informações, imagens,
áudios e vídeos na internet, de acordo Esses telejornais exibem notícias e reportagens produzidas por uma equipe
com as convenções do gênero e consi-
derando a situação comunicativa e o
de jornalistas (repórter, repórter cinematográfico, editor, infografista etc.) e de
tema/assunto do texto. técnicos (câmeras, sonoplasta − profissional responsável pelo som − etc.), que
busca interatividade com o telespectador e com o âncora do telejornal, ou seja,
com o jornalista que o apresenta.
Nesta seção, vocês transformarão a reportagem impressa sobre alimentação na
escola em uma reportagem em vídeo, como um jornal exibido na televisão.
Para tanto, vocês deverão adaptar o conteúdo da reportagem impressa,
pois vão trabalhar com texto escrito, imagem e som. Os telejornais costumam
alternar entre a imagem do repórter falando o texto da reportagem e outras
imagens relevantes, com a voz do repórter ao fundo. Por isso, algumas
partes da reportagem impressa, que só trazem a informação escrita, serão
transformadas, na reportagem em vídeo, na fala do repórter enquanto imagens
são exibidas. É o que chamamos de locução em off: texto narrado por um
locutor que não está na cena e que acompanha uma ação de um vídeo.

Passo a passo
• Em primeiro lugar, façam um roteiro da reportagem, com a

Icon Craft Studio/


Shuttertock
ajuda de seu professor.
• A reportagem em vídeo não tem título e subtítulo, mas é preciso
criar uma chamada para a reportagem, uma espécie de anúncio
do que vai ser abordado, antes de começar a exibição. As

Artem Twin/
Shuttertock
chamadas existem nos jornais impressos e naqueles veiculados
na internet: trazem apenas o título e às vezes uma frase curta
sobre o assunto, na primeira página ou na tela inicial do jornal.

56 CINQUENTA E SEIS

Anotações:

56 CINQUENTA E SEIS
• Os entrevistados deverão aparecer também, por isso as entrevistas devem
ser gravadas em vídeo. Para isso, é preciso observar a resposta dada na
entrevista escrita e imaginar qual teria sido a pergunta feita. Nesse caso, BNCC
o repórter e o entrevistado devem mostrar desenvoltura. Sugestão de leitura:
• A reportagem gravada deve ser editada em um editor de vídeo. Seu (EF35LP02) Selecionar livros da bi-
professor pode ajudá-los a selecionar quais momentos das gravações blioteca e/ou do cantinho de leitura
da sala de aula e/ou disponíveis em
são essenciais e quais podem ser cortados na edição. A edição permite meios digitais para leitura individual,
também mesclar narração e outros sons (música de fundo, gravação de justificando a escolha e compartilhan-
conversa telefônica etc.) com imagens selecionadas (entre as quais pode do com os colegas sua opinião, após
a leitura.
haver fotos e documentos digitalizados), além de inserir legendas.
(EF35LP21) Ler e compreender, de
• Os dados numéricos podem ser exibidos como um slide. forma autônoma, textos literários
de diferentes gêneros e extensões,
• Se possível, insiram, na edição do vídeo, o nome do repórter e os nomes inclusive aqueles sem ilustrações, es-
e a profissão dos entrevistados. tabelecendo preferências por gêneros,
temas, autores.
Vocês devem se organizar para assumir diferentes papéis:
• o apresentador (também chamado de locutor ou de “âncora”), que
cumprimenta os telespectadores, apresenta a chamada e fala o texto
principal da reportagem;
• o repórter (entrevistador);
• os entrevistados;
• o câmera;
• o editor.

SUGESTÃO DE LEITURA
Divulgação

MORGENSTERN, Christian. No reino


da pontuação. Trad. Tetê Knecht. São
Paulo:Berlendis&Vertecchia, 2012. 36 p.

Os sinais de pontuação ganham vida, vontade


e motivação próprias! Nesta edição, uma
surpreendente releitura gráfica do texto, publicado
pela primeira vez em 1905.

CINQUENTA E SETE 57

CINQUENTA E SETE 57
2 NA TRAMA

UNIDADE
DOS POEMAS
Os versos dos poetas nos falam
do amor e da dor; da alegria e da
tristeza; da amizade e da saudade;
além de tantos outros sentimentos
tão verdadeiros e humanos.

58 CINQUENTA E OITO

Explorando conhecimentos prévios


Esta unidade focaliza o gênero poema, apresentando, especifica- Tal abordagem mobiliza aspectos descritos na competência
mente, poemas narrativos, sonetos líricos e poemas visuais. Essa abor- específica 9 de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental:
dagem é feita de modo a explorar a diversidade cultural envolvendo “Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o
esse gênero literário, estimulando o respeito às diferentes linguagens desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a
estéticas, inclusive as manifestações poéticas urbanas e populares. literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas
A imagem de abertura vem acompanhada de problema- de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento,
tização que será conduzida pelo professor, como ativação de reconhecendo o potencial transformador e humanizador da
conhecimentos prévios, para tratamento do tema da unidade. experiência com a literatura.”

58 CINQUENTA E OITO
MOISÉS, Massaud.
A literatura brasileira através dos textos.
20. ed. rev. e com. São Paulo: Cultrix, 1997. p. 229.

Nesta cena, algumas crianças buscam completar os versos do poema com


as palavras penduradas nas árvores.
1. Como vocês completariam cada verso, usando as palavras das tarjetas?
2. Se fossem completar esses versos do poema com outras palavras que
não as das tarjetas, como os completariam?

CINQUENTA E NOVE 59

Objetivos da unidade
A unidade mobiliza objetos de conhecimento e habilidades verbais do modo indicativo;
com os seguintes objetivos:  Compreender aspectos relacionados ao texto literário:
 Estimular a leitura de fruição do texto poético; neologismo, métrica e sonoridade, versos livres/
 Compreender a estrutura composicional dos gêneros brancos, polissemia – sinonímia, antonímia, homonímia
poema narrativo, soneto lírico e poema visual; – e metáfora;
 Compreender e exercitar processos de formação de  Produzir textos poéticos para apresentação em saraus,
palavras (prefixos, sufixos e composição), tempos rodas de rimas, exposições visuais.

CINQUENTA E NOVE 59
C APÍTULO
AS HISTÓRIAS QUE
Professor, em qualquer trabalho com textos
poéticos é preciso criar uma disposição
4 OS POEMAS CONTAM
positiva para a leitura dos poemas. Explore
com os alunos suas experiências com leitura
de poemas ou questione sobre versos ou
pequenas estrofes que saibam de cor.
Estimule o contato criando familiaridade PARA LER
com esses textos.

Os poemas narram, embalam e tecem sentimentos e emoções humanas. Por


meio de versos, estrofes, métricas e rimas, o amor, a paixão, a dor, a tristeza, a
amizade, a contemplação e tantos outros sentimentos são contados e, assim, a
vida é cantada. Nesta unidade, estudaremos poemas visuais, biográficos, sonetos
líricos, cordéis narrativos e faremos uma viagem por linhas traçadas por poetas.
Professor, se possível, traga para a sala de aula
exemplares de poemas de cordel para que os Você já ouviu falar que alguns poemas contam histórias? Será? Converse com
alunos os folheiem e se familiarizem com o os colegas eo professor:
formato dessa produção literária. Mencione
também poemas narrativos famosos que talvez 1. Você lê poemas?
eles não conheçam, como Os Lusíadas, publicado
em 1572 por Camões, que narra a descoberta do
2. Em caso afirmativo, do que você mais gosta nos poemas que lê?
caminho para as Índias pelos portugueses, além 3. Em caso negativo, por que não lê?
do período das grandes navegações e de outros
fatos de Portugal. 4. Você acha que é possível contar uma história em um poema? Conhece
algum poema que faz isso?
5. Como você contaria uma história por meio de um poema?
6. E os poemas de cordel, você já leu algum deles?
Venha nesta viagem literária com a gente, pela trama dos poemas.
BNCC
Atividades 1 a 6: O Parque Estadual Serra do

Alex Tauber/Pulsar Imagens


(EF15LP02) Estabelecer expecta- Rola-Moça é o terceiro maior parque
tivas em relação ao texto que vai em área urbana do estado de Minas
ler (pressuposições antecipadoras
dos sentidos, da forma e da fun- Gerais (3 941,09 hectares), já que está
ção social do texto), apoiando-se localizado na região metropolitana de
em seus conhecimentos prévios Belo Horizonte. Você imagina por que
sobre as condições de produção
e recepção desse texto, o gênero, ele tem esse nome? Para saber, basta
o suporte e o universo temático, ler o poema de Mário de Andrade.
bem como sobre saliências tex- Mais informações disponíveis em:
tuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, <http://www.ief.mg.gov.br/>.
prefácio etc.), confirmando ante- Acesso em: 30 jan. 2018. Parque Estadual da Serra do Rola-Moça
cipações e inferências realizadas Local. Nova Lima, MG.
antes e durante a leitura de textos,
checando a adequação das hipó-
teses realizadas. 60 SESSENTA
(EF15LP15) Reconhecer que os
textos literários fazem parte do
mundo do imaginário e apresen-
tam uma dimensão lúdica, de en-
cantamento, valorizando-os, em
sua diversidade cultural, como pa-
Pensando sobre a BNCC
trimônio artístico da humanidade. Os discursos narrativos em versos é uma das categorias do discurso literário abordadas
(EF35LP21) Ler e compreender, pela BNCC no eixo educação literária. Neste capítulo, é apresentado ao aluno o poema
de forma autônoma, textos li-
terários de diferentes gêneros narrativo, por meio de textos e atividades que exploram sonoridades, jogos de palavras
e extensões, inclusive aqueles e recursos expressivos da narrativa, favorecendo o entendimento dos elementos consti-
sem ilustrações, estabelecen- tutivos do discurso narrativo e a formação do leitor literário sensível às plurissignificações
do preferências por gêneros,
temas, autores. das palavras e às diversas visões de mundo, o que contempla a habilidade (EF35LP26)

60 SESSENTA
A Serra do Rola-Moça
Professor, peça aos alunos que leiam
Eles eram do outro lado, o poema silenciosamente e depois
Vieram na vila casar. faça a leitura em voz alta para eles.
Essa estratégia permite que você se
E atravessaram a serra, coloque como modelo de leitura – e
de leitor – de poemas. Habilidades
O noivo com a noiva dele como: o emprego adequado e
Cada qual no seu cavalo. expressivo de pausas, do tom e da
altura de voz, além da expressividade,
sempre relacionados com os
Antes que chegasse a noite, sentidos do poema, estão ainda em
Se lembraram de voltar. desenvolvimento no grupo de alunos.
Alterne também a leitura em voz alta
Disseram adeus para todos feita por você com a leitura em voz
E puseram-se de novo alta feita pelos alunos, a fim de que
eles sejam desafiados a imprimir
Pelos atalhos da serra entonação, ritmo e expressividade
à leitura.
Cada qual no seu cavalo.
Os dois estavam felizes,
Na altura tudo era paz.

Pelos caminhos estreitos,


Ele na frente ela atrás.
E riam. Como eles riam!
BNCC
Riam até sem razão. (EF35LP23) Apreciar poemas e ou-
A serra do Rola-Moça tros textos versificados, observando
rimas, aliterações e diferentes modos
Não tinha esse nome não, de divisão dos versos, estrofes e re-
frões e seu efeito de sentido.
As tribos rubras da tarde
Rapidamente fugiam
E apressadas se escondiam
Lá embaixo nos socavões
Temendo a noite que vinha.
Jótah

Porém os dois continuavam


Cada qual no seu cavalo,
E riam. Como eles riam!
E os rios também casavam

SESSENTA E UM 61

Ler e compreender, com certa autonomia, narrativas ficcionais que apresentem cenários
e personagens, observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, tempo, espaço,
personagens, narrador e a construção do discurso indireto e discurso direto.

SESSENTA E UM 61
Com as risadas dos cascalhos
Que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam
Buscando o despenhadeiro.

Ah, Fortuna inviolável!


O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
Precipitados no abismo
Nem o baque se escutou.

Faz um silêncio de morte.


Na altura tudo era paz...
Chicoteando o seu cavalo,
No vão do despenhadeiro.

Jótah
O noivo se despenhou.

E a serra do Rola-Moça
Rola-Moça se chamou.

ANDRADE, Mário. Poesias completas, 1954.

despenhar-se: jogar-se socavão: depressão em uma encosta; gruta


rubro: que apresenta a cor vermelha vereda: caminho estreito; trilha

Mário Raul de Morais Andrade

Arquivo EM/EM/D.A Press


(1893/1945) nasceu e morreu na cidade de
São Paulo. Estudou piano na infância, o que
mais tarde o levou a dar aulas particulares
do instrumento. Além disso, atuou como
professor de História da Música. Em 1917,
Mário de Andrade iniciou-se na literatura e,
em 1922, na Semana de Arte Moderna, Mário de Andrade.
seu trabalho ganhou mais notoriedade e visibilidade, pois no mesmo ano lançou
Pauliceia desvairada. Seus outros dois romances mais conhecidos são: Amar:
verbo intransitivo (1927) e Macunaíma (1928).

62 SESSENTA E DOIS

Anotações:

62 SESSENTA E DOIS
1. Do que trata o poema “Serra do Rola-Moça”?
Conta a triste história do casal que foi à vila casar, mas na volta a moça
BNCC
sofreu um acidente de cavalo e caiu, rolando serra abaixo.
Atividades 1 a 6:
(EF05LP26) Utilizar, ao produzir o
texto, conhecimentos linguísticos
e gramaticais: regras sintáticas de
2. Quais são os protagonistas do poema? concordância nominal e verbal,
convenções de escrita de citações,
Os protagonistas do poema são um homem e uma mulher, um casal. pontuação (ponto final, dois-pontos,
vírgulas em enumerações) e regras
ortográficas.
(EF35LP03) Identificar a ideia central
do texto, demonstrando compreen-
são global.
(EF35LP04) Inferir informações im-
3. Por que os protagonistas atravessaram a serra? plícitas nos textos lidos.
Os protagonistas atravessaram a serra para se casar na cidade vizinha. (EF35LP05) Inferir o sentido de pa-
lavras ou expressões desconhecidas
em textos, com base no contexto da
frase ou do texto.

4. Em que período do dia ocorre a ação narrativa do poema? Justifique


sua resposta.
A ação narrativa do poema ocorre entre o fim da tarde e o início da

noite, já que há dois versos que dizem “As tribos rubras da tarde /

Rapidamente fugiam”.

5. “Serra do Rola-Moça” é considerado um poema narrativo. Se sabemos que Professor, nesta questão, os alunos terão
narrar é contar uma história, como podemos explicar esta denominação? de trabalhar com as palavras do vocabulário,
quanto à palavra rubro, relativo ao pôr do sol.
“Serra do Rola-Moça” é considerado um poema narrativo porque

narra uma história.

6. Como se sentiam os protagonistas? Transcreva um verso do poema que


comprove sua resposta.
O casal de protagonistas estava muito feliz. O verso que comprova isso é:

“E riam. Como eles riam!”.

SESSENTA E TRÊS 63

SESSENTA E TRÊS 63
7. Qual acontecimento inesperado ocorreu?
O cavalo que a moça montava pisou em falso e ambos, cavalo e moça, caíram
BNCC
Atividades 7 e 8: em um abismo. Desesperado, o noivo se jogou no mesmo penhasco.
(EF15LP03) Localizar informações ex-
plícitas em textos.
(EF35LP04) Inferir informações implí-
citas nos textos lidos. 8. O poema é iniciado pelos seguintes versos:

A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não...
Professor, pergunte aos alunos
se conhecem a história do nome
de algum lugar. Se sim, convide a Por que o poeta afirma que a Serra do Rola-Moça não tinha esse nome?
pessoa a compartilhar na classe a Por que ela passou a ter este nome?
narrativa (mesmo que seja duvidosa
ou falsa, mas isso deve ser avisado).
A serra passou a se chamar Serra do Rola-Moça porque houve este

acidente com a moça e seu marido.

BNCC
Para ler: PARA LER
(EF15LP15) Reconhecer que os tex-
tos literários fazem parte do mundo
do imaginário e apresentam uma Agora você vai conhecer outro poema narrativo, contando outra história de
dimensão lúdica, de encantamento,
amor. Mas este é um poema de cordel: literatura popular típica do Nordeste
valorizando-os, em sua diversidade
cultural, como patrimônio artístico brasileiro.
da humanidade.
(EF35LP04) Inferir informações im-
plícitas nos textos lidos. A força do amor: Alonso e Marina
(EF35LP21) Ler e compreender, de
forma autônoma, textos literários Nestes versos eu descrevo
de diferentes gêneros e extensões, a força que o amor tem
inclusive aqueles sem ilustrações,
estabelecendo preferências por gê- que ninguém pode dizer
neros, temas, autores.
que não há de querer bem
(EF35LP23) Apreciar poemas e ou-
tros textos versificados, observando o amor é como a morte
rimas, aliterações e diferentes modos que não separa ninguém
de divisão dos versos, estrofes e re-
frões e seu efeito de sentido.

64 SESSENTA E QUATRO

Anotações:

64 SESSENTA E QUATRO
Marina era uma moça
muito rica e educada Professor, peça aos alunos que
o pai dela era um barão leiam o poema silenciosamente e
depois faça a leitura em voz alta
duma família ilustrada para eles. Essa estratégia permite

Roberto Weigand
que você se coloque como modelo
mas ela amou Alonso de leitura – e de leitor – de poemas.
que não possuía nada Habilidades como: o emprego
adequado e expressivo de pausas,
Ambos nasceram num sítio do tom e da altura de voz, além da
expressividade, sempre relacionados
num dia, na mesma tarde; com os sentidos do poema, estão
pegaram logo a se amar ainda em desenvolvimento no
grupo de alunos. Alterne também
com nove anos de idade a leitura em voz alta feita por você
se todos dois fossem ricos com a leitura em voz alta feita pelos
alunos, a fim de que eles sejam
era um casal de igualdade desafiados a imprimir entonação,
ritmo e expressividade à leitura.
Alonso era enjeitado
sem ter de família o nome
criado por um ferreiro
trapilho, passando fome
pois quem é criado assim
todos os dias não come

Pelas mercês de Marina


Alonso pôde estudar
Marina não tinha mãe
se sujeitava a tirar
do dinheiro do barão
para Alonso sustentar

Estava com vinte anos


dispôs-se um dia Marina
disse a Alonso: me peça
veja o que a sorte destina
é bom que se saiba logo
meu pai o que determina

SESSENTA E CINCO 65

SESSENTA E CINCO 65
– Amanhã pelas dez horas
você vá ao barão
chegue lá declare a ele
que pretende a minha mão
conforme o que ele disser
eu tomo resolução

– Se não faltar-lhe a coragem


havemos de conseguir
meu pai não é raio elétrico
que possa nos consumir
ou faz o que queremos
ou então vê eu sair

Alonso aí respondeu:
não obsta ser um barão
título comprado não pode
comprar a um coração
ele é mortal como eu
um de nós perde a ação

– Ele pode deserdá-la


tomar tudo o que for seu
casar-me com moça rica
não é interesse meu
amo-a mais que minha vida
escravo do amor sou eu

No outro dia às dez horas


Alonso foi ao barão

Roberto Weigand
chegou com toda coragem
fez-lhe a declaração
que amava a filha dele
pretendia dela a mão

66 SESSENTA E SEIS

Interdisciplinaridade
A partir do poema A Serra do Rola-Moça, enriqueça a aula e reforce a importância da literatura
para a prática de pensar sobre sua realidade, ao estabelecer relações com o conteúdo de História,
promovendo a articulação entre texto e conhecimentos prévios de mundo, crenças e valores.
Explique aos alunos que os poemas narrativos podem contar histórias reais ou ficcionais, e
proponha que eles pesquisem sobre algum acontecimento ocorrido na comunidade no passado
e produzam outros poemas narrativos, podendo os textos serem fiéis ao ocorrido ou terem ele-
mentos ficcionais, inspirados na história real. Essa atividade contempla a competência específica 2

66 SESSENTA E SEIS
Exclamou logo o barão:
és assim tão atrevido?
não respeitas mais a mim?
aonde estás tu metido?
então eu tenho uma filha
para dar a um bandido?

Roberto Weigand
Disse Alonso: senhor barão
não obsta eu ser um pobre
sua filha é potentada
me ama sem eu ser nobre
amor não olha riqueza
inda que a pobreza dobre

O barão chamou três praças


deram-lhe voz de prisão
arrastaram o pobre Alonso
como se fosse ele um cão
ou se fosse um insolente
um criminoso ou ladrão
[...]

SILVA, José Bernardo da. A força do amor: Alonso e Marina.


Disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 14 jan. 2018.

barão: senhor de terras subordinado ao rei; título enjeitado: rejeitado


de nobreza; homem poderoso mercê: favor
deserdar: retirar um filho da herança dos pais obstar: criar embaraço, obstáculo

José Bernardo da Silva (1901/1971) foi um cordelista


Acervo Lira Nordestina

alagoano que se destacou entre os anos de 1940 e 1960.


Criado em Pernambuco, começou a trabalhar na lavoura
bem cedo e, depois disso, atuou como vendedor e como
poeta, vendendo seus folhetos de cordel. Em 1936,
fundou a Tipografia São Francisco, especializada em
publicar livretos de cordel.
José Bernardo da Silva.

SESSENTA E SETE 67

de História para o Ensino Fundamental: ”Selecionar e descrever registros de memória produzidos


em diferentes tempos e espaços, bem como diferentes linguagens, reconhecendo e valorizando
seus significados em suas culturas de origem”, e também a competência específica 7 de Arte para
o Ensino Fundamental: “Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecno-
lógicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas”.

SESSENTA E SETE 67
1. A força do amor: Alonso e Marina é um cordel narrativo. O cordel é uma
manifestação literária da Região Nordeste do Brasil. Por que podemos
Professor, para responder a esta
afirmar que este cordel é um cordel narrativo?
questão, os alunos terão que Porque narra uma história.
relacionar o cordel narrativo com
parte do enunciado da questão
número 1, que informa que o cordel
é uma manifestação literária do
2. Onde se passa a narrativa do cordel A força do amor: Alonso e Marina?
Nordeste brasileiro. Justifique sua resposta.
Em uma fazenda que provavelmente se situa no interior do Nordeste brasileiro.

Professor, espera-se que os alunos


infiram que a desigualdade social
entre os dois é um impedimento
para o pai de Marina, não para os
amantes. 3. O que impedia o amor entre Alonso e Marina?
O pai da moça era contra o relacionamento dos dois, porque não eram

da mesma classe social.

BNCC
Atividades 1 a 7:
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti- 4. Qual era o desejo do casal? Quem se opunha a ele?
dos, da forma e da função social do
O desejo do casal era de se casar, mas o pai de Marina se opunha a isso.
texto), apoiando-se em seus conhe-
cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
o gênero, o suporte e o universo te-
mático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens, 5. Como Alonso é visto pelo pai de Marina?
dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações O pai de Marina vê Alonso como um bandido atrevido.
e inferências realizadas antes e du-
rante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas. 6. Como Alonso vê o amor entre ele e Marina?
(EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos.
Alonso argumenta que o amor entre ele e Marina não se importa
(EF35LP04) Inferir informações im- com a desigualdade social que existe entre eles, pois “o amor não
plícitas nos textos lidos.
(EF35LP26) Ler e compreender, olha riqueza”.
com certa autonomia, narrativas
ficcionais que apresentem cenários
e personagens, observando os ele- 68 SESSENTA E OITO
mentos da estrutura narrativa: en-
redo, tempo, espaço, personagens,
narrador e a construção do discurso
indireto e discurso direto.
Anotações:

68 SESSENTA E OITO
7. O trecho deste cordel mostra apenas o início de uma história. Como você
gostaria que esta história acabasse?
Resposta pessoal.

NOSSA LÍNGUA

FORMAÇÃO DE PALAVRAS: PALAVRAS DERIVADAS E Professor, sugerimos que seja feito


com os alunos um jogo de dominó
PALAVRAS COMPOSTAS para melhor consolidação deste
conteúdo. Ele pode ser chamado de
Para entendermos a formação de palavras, primeiramente precisamos aprender Dominó da Composição e deve ser
que todas as palavras têm uma estrutura composta por alguns elementos. O composto por três tipos de peças:
elemento que aprenderemos neste capítulo é o radical. Observe o quadro abaixo: radicais, prefixos e sufixos, para
que os alunos possam visualizar
melhor a formação das palavras. A
confecção pode ser, inclusive, um
flor trabalho interdisciplinar com Arte
e os alunos podem escrever um
foricultura manual de regras. Entre elas, deve
haver uma que os faça escrever as
flora palavras formadas antes de formar
floral outras, para não esquecer.

florada
florido
florescer
BNCC
reflorescer
(EF05LP08) Diferenciar palavras
primitivas, derivadas e compostas,
e derivadas por adição de prefixo e
de sufixo.
Você reparou que há um elemento comum neste grupo de palavras?
O elemento flor- serve de base para os significados. Este elemento é
denominado radical.

SESSENTA E NOVE 69

SESSENTA E NOVE 69
O radical é o elemento básico e significativo das palavras. No quadro da
página anterior, por exemplo, temos várias palavras com um radical comum:
o elemento flor.
É a partir do radical que se dão os dois processos básicos de formação de
palavras: a derivação e a composição. Na derivação há um único radical,
enquanto na composição a formação da nova palavra se dará por meio de dois
ou mais radicais.
Sendo assim, a derivação é o processo de formação pelo qual se obtém
uma nova palavra, chamada derivada, a partir de outra já existente, a palavra
primitiva.
A derivação prefixal ou prefixação ocorre quando há o acréscimo de um
prefixo à palavra primitiva, que tem seu sentido alterado. Veja os exemplos:
amar – desamar
ler – reler
capaz – incapaz

A derivação sufixal ou sufixação ocorre quando há o acréscimo de um


sufixo à palavra primitiva, que tem seu sentido e, às vezes, também sua classe
gramatical alterados. Veja os exemplos:
amor – amoroso
mar – marinha/marinho
papel – papelaria

Podem ocorrer também derivação prefixal e sufixal ao mesmo tempo, por


exemplo:
feliz – infelizmente
leal – deslealdade

Além das palavras primitivas e derivadas, há ainda as palavras compostas


formadas por meio do processo de composição, no qual a junção de dois ou
mais radicais formam uma nova palavra. Vejam os exemplos:
passatempo
terça-feira
girassol
couve-flor

70 SETENTA

Anotações:

70 SETENTA
1. Leia a tira de Calvin abaixo:

Calvin && Hobbes, Bill Watterson © 1987


Watterson / Dist. by Andrews McMeel
Syndication
Fonte: MRSANTON. Calvin e Haroldo.1987
Professor, oriente e conduza os
a) No primeiro quadrinho, a mãe de Calvin serve a ele uma refeição. alunos a observarem e relacionarem as
Relacione a expressão facial do menino com a sua fala sobre o prato. linguagens verbal e não verbal da tira.
O que ele acha da comida?
Calvin acha que a comida que a mãe lhe serve é horrível, pois usa esse

adjetivo e olha para o prato com ar de desconfiança.

BNCC
b) A mãe de Calvin, no segundo quadrinho, diz que se trata de comida Atividade 1:
vegetariana. Esse adjetivo vem de qual substantivo? O que significa (EF05LP08) Diferenciar palavras
comida vegetariana? primitivas, derivadas e compostas,
e derivadas por adição de prefixo e
Vegetariana vem de vegetal e significa comida que não contém de sufixo.
(EF35LP05) Inferir o sentido de pa-
proteína de origem animal, ou seja, carne. lavras ou expressões desconhecidas
em textos, com base no contexto da
c) No terceiro quadrinho, como Calvin reage à resposta dada pela sua frase ou do texto.
mãe? Explique a expressão facial e o movimento do corpo do menino.
Calvin grita que não é vegetariano e empurra com força o prato

para longe.

Professor, espera-se que os alunos


d) No último quadrinho, Calvin afirma ser “sobremesariano”. De onde ele entendam que Calvin usou um
tirou essa nova palavra e o que ela quer dizer? neologismo com a palavra sobremesa.

“Sobremesariano” quer dizer que ele gosta de comer sobremesas.

SETENTA E UM 71

SETENTA E UM 71
2. Leia o poema de Vinicius de Moraes, que também aborda o amor, como os
poemas anteriores:

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina


Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
MORAES, Vinicius de. Tomara. Disponível em:
Professor, espera-se que os alunos <http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/musica/cancoes/tomara.>.
levantem a hipótese de que o eu lírico Acesso em: 14 jan. 2018.
esteja declamando este poema para
a) O eu lírico estaria declamando este poema para si mesmo ou para
outra pessoa.
outra pessoa?
Resposta pessoal.

BNCC
b) O que o eu lírico deseja?
Atividade 2:
(EF05LP08) Diferenciar palavras O eu lírico deseja que a pessoa para a qual ele está declamando este
primitivas, derivadas e compostas,
e derivadas por adição de prefixo e poema perceba que sentir saudade não compensa e que devemos viver
de sufixo.
(EF15LP03) Localizar informações intensamente, como se cada segundo fosse o último de nossas vidas.
explícitas em textos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de pa-
lavras ou expressões desconhecidas c) Escreva abaixo palavras do poema que são derivadas de outras.
em textos, com base no contexto da Tristeza, verdadeiro, desfaz.
frase ou do texto.
(EF35LP13) Memorizar a grafia de
palavras de uso frequente nas quais d) Escreva abaixo as palavras primitivas que deram origem às palavras
as relações fonema-grafema são escritas no item c.
irregulares e com h inicial que não
representa fonema. Triste, verdade, faz.

72 SETENTA E DOIS

Anotações:

72 SETENTA E DOIS
e) Como as palavras do item c foram formadas?
Tristeza foi formada por sufixação de -eza mais radical trist-; verdadeiro

também foi formada por sufixação de -eiro ao radical verdad-; e desfaz

foi formada por prefixação de des- ao radical faz.

NEOLOGISMO
Toda língua se renova ao longo do tempo: criamos novas palavras e
expressões, deixamos de usar outras, atribuímos novos sentidos a palavras
que já existem. Isso é um fenômeno normal e acontece porque o mundo
também muda. Antes de o telefone existir, não havia essa palavra, que
precisou ser criada para dar nome ao aparelho que tinha sido inventado.
Novos comportamentos também são adotados pelas pessoas e precisamos
de palavras que os nomeiem, como o verbo blogar, que significa “digitar,
escrever em um blog para se comunicar”. BNCC
(EF35LP23) Apreciar poemas e ou-
Essas palavras e expressões que criamos são neologismos. Os neologismos
tros textos versificados, observando
podem se originar de palavras já existentes, na mesma língua ou em outra; rimas, aliterações e diferentes modos
ou podem ser completamente novos, e não basear-se em nenhuma palavra de divisão dos versos, estrofes e re-
previamente existente. frões e seu efeito e sentido.
(EF35LP27) Ler e compreender, com
3. Leia o poema de Manuel Bandeira (1886-1968), escrito em 1947, na cidade certa autonomia, textos em versos,
de Teresópolis, no Rio de Janeiro: explorando rimas, sons e jogos de
palavras, imagens poéticas (sentidos
figurados) e recursos visuais e sonoros.

Neologismo
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo.
Teadoro, Teodora.

BANDEIRA, Manuel. Estrela da Manhã. Edição Crítica. Giulia Lanciani (coord.).


São Paulo: ALLCA 1998. p. 129.

SETENTA E TRÊS 73

SETENTA E TRÊS 73
a) No poema “Neologismo”, Manuel Bandeira diz ter inventado o verbo
Professor, ajude os alunos na elaboração dessa “teadorar”. Como você acha que ele inventou esse verbo?
definição, pois o estilo dos verbetes tem algumas
características, como a concisão. Ainda que a resposta Manuel Bandeira inventou o verbo juntando o pronome te com
seja pessoal, é esperado que os alunos relacionem o
significado aos sentidos do poema e que ele seja um o verbo adorar.
pouco diferente do significado de “adorar”, tal como
apontado no poema pelo eu lírico.

b) Além de ter inventado um verbo, Manuel Bandeira faz uma


aproximação do novo verbo com outra palavra. Qual palavra é essa?
Professor, esta atividade mobiliza Explique essa aproximação.
conhecimentos da língua inglesa e, portanto,
os alunos podem não acertar os itens a e d. O Manuel Bandeira aproxima teadorar de Teodora, pois o eu lírico
importante é que eles percebam, com a sua
ajuda, os processos envolvidos. parece indicar que ama uma mulher chamada Teodora.

c) O verbo “teadorar” não existe no dicionário, foi criado pelo poeta.


Escreva o sentido dele, de acordo com o poema, como se fosse o
BNCC
verbete do dicionário:
Atividades 3 a 5:
(EF05LP02) Identificar o caráter po- Teadorar: Resposta pessoal.
lissêmico das palavras (uma mesma
palavra com diferentes significados,
de acordo com o contexto de uso),
comparando o significado de deter-
minados termos utilizados nas áreas
científicas com esses mesmos termos
utilizados na linguagem usual.
(EF05LP08) Diferenciar palavras primi-
tivas, derivadas e compostas, e deriva- 4. Em cada item a seguir, temos uma palavra ou expressão que é um neologismo.
das por adição de prefixo e de sufixo. Você sabe o que significam? Consegue identificar quais foram criados a partir
(EF05LP22) Ler e compreender ver-
betes de dicionário, identificando a de palavras existentes no português e quais foram criados a partir de vocábulos
estrutura, as informações gramaticais do inglês? Enfrente esse desafio com a ajuda de seu professor.
(significado de abreviaturas) e as infor-
mações semânticas. a) Deletar: apagar. Vem do verbo em inglês to delete (que por sua vez tem
(EF15LP09) Expressar-se em situações
de intercâmbio oral com clareza, preo- origem latina), que significa “apagar”. Esse verbo está inscrito em teclados
cupando-se em ser compreendido pelo
interlocutor e usando a palavra com de muitos computadores.
tom de voz audível, boa articulação e
ritmo adequado.
(EF35LP05) Inferir o sentido de pala- b) Deu zebra: algo não deu certo. A expressão vem da junção de palavras
vras ou expressões desconhecidas em
textos, com base no contexto da frase em português que têm outros significados.
ou do texto.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com
o apoio do professor, informações de
interesse sobre fenômenos sociais e
naturais, em textos que circulam em 74 SETENTA E QUATRO
meios impressos ou digitais.

Prática pedagógica
Aproveite a atividade sobre neologismo e o tema da uni- lhanças e diferenças entre os gêneros. Na sala de informática,
dade para abordar com os alunos o Slam de poesia. Pergunte mostre aos alunos vídeos com exemplos de slams, destacando
se alguém já ouviu falar sobre slam, e explique que a palavra é que a poesia transcende a temática do amor, podendo inclusive
uma onomatopeia em inglês e significa “batida”, e é usada para ser instrumento de denúncia social. Organize com a turma uma
designar uma forma de poesia oral em que ocorre um desafio/ oficina de criação poética: solicite que escrevam sobre seus
batalha entre os participantes, chamados de slammers. Estabeleça desejos e incômodos no e com o mundo; separe algumas aulas
conexões com a literatura de cordel e o rap, apontando seme- para que compartilhem seus escritos e reestruturemos textos,

74 SETENTA E QUATRO
c) Fazer um bico: trabalhar de forma temporária, sem que isso seja a
Professor, esta atividade pode ser
principal fonte de renda. A expressão vem da junção de palavras em expandida para uma pesquisa em casa, com
entrevistas e produção de um glossário de
português que têm outros significados. neologismos e seus significados. A área de
tecnologia é bastante fértil na criação de
neologismos, assim como universo digital.

d) Clicar: apertar uma tecla de um dispositivo (controle remoto, teclado de


computador etc.) que provoca alguma mudança. Vem do verbo em inglês
Os alunos podem se inspirar nos poemas
to click, que tem esse mesmo significado. deste capítulo, quanto ao modo de iniciar a
história/ o poema. Nessa produção, é possí-
vel trabalhar também de forma coletiva com
5. Você conhece algum neologismo? Muitas gírias são neologismos, ou seja, toda a classe, mas dividindo a escrita em
palavras criadas recentemente ou cujo sentido mudou recentemente. pequenas estrofes, de acordo com partes
da narrativa a serem contadas. Oriente os
Converse com seus colegas e apresente seus resultados à classe. alunos nessa organização.

PRODUÇÃO DE TEXTO
BNCC
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do
POEMA NARRATIVO professor, o texto que será produzido,
considerando a situação comunicativa,
Planejamento e Desenvolvimento os interlocutores (quem escreve/para
quem escreve); a finalidade ou o pro-
Agora é sua vez de criar um poema narrativo. pósito (escrever para quê); a circulação
1. Formem duplas e escolham uma história conhecida, que transformarão (onde o texto vai circular); o suporte
(qual é o portador do texto); a lingua-
em um poema narrativo. A história deve ser conhecida e popular, ou gem, organização e forma do texto
seja, muitas pessoas devem conhecê-la, para que todos entendam sua e seu tema, pesquisando em meios
transformação em poema narrativo. Pode ser a história de um livro, um impressos ou digitais, sempre que for
preciso, informações necessárias à pro-
filme, uma música, uma novela ou, de alguma pessoa conhecida em sua dução do texto, organizando em tópi-
cidade ou em sua escola etc. cos os dados e as fontes pesquisadas.
2. Façam um resumo dos pontos que deverão estar presentes no (EF35LP25) Criar narrativas ficcio-
nais, com certa autonomia, utilizando
poema narrativo e, com base nisso, planejem o poema, pensando na detalhes descritivos, sequências de
quantidade de estrofes e de versos. eventos e imagens apropriadas para
sustentar o sentido do texto, e mar-
3. Finalmente decidam quais as partes da história que cada estrofe abordará.
cadores de tempo, espaço e de fala
4. Não se esqueçam do título do poema! de personagens.
(EF35LP23) Apreciar poemas e outros
Circulação textos versificados, observando rimas,
aliterações e diferentes modos de divi-
• Agora é sua vez de declamar o seu poema para todos os seus colegas de são dos versos, estrofes e refrões e seu
classe em um sarau poético! efeito de sentido.
(EF35LP28) Declamar poemas, com
75 entonação, postura e interpretação
SETENTA E CINCO
adequadas.

explorando as características estruturais do gênero poesia e tps://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/12/20/O-que-são-


também explorem a expressão corporal. Em conjunto com o -slams-e-como-eles-estão-popularizando-a-poesia>. Acesso
professor de Arte, organize um Slam no pátio da escola, onde em: 8 fev. 2018.
os alunos podem livremente dizerem seus textos e desafiarem NEVES, Cynthia Agra de Brito. SLAMS – Letramentos li-
outros alunos a fazerem o mesmo. terários de reexistência ao/no mundo contemporâneo. Linha
Para saber mais: D’Água (on-line), São Paulo, v. 30, n. 2, p. 92-112, out. 2017.
LIMA, Domingos de. O que são os Slams e como eles estão Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/linhadagua/article/
popularizando a poesia. Nexo Jornal, 2016. Disponível em: <ht- view/134615>. Acesso em: 8 fev. 2018.

SETENTA E CINCO 75
FIQUE SABENDO
Professor, oriente os alunos quanto Um sarau poético é uma reunião de poetas e de apreciadores de
à importância da entonação e poemas no qual os poetas declamam seus poemas para o público ouvir
da altura da voz, assim como em
relação às diferentes inflexões na e apreciar. Desse modo, a entonação e a altura da voz do poeta são
leitura do poema, timbre de voz etc. fundamentais para expressar a emoção do poema e prender a atenção do
Caso seja possível e pertinente, há a público, que deve se envolver na declamação. A entonação de voz pode
possibilidade de se realizar um jogral
de poemas nesse sarau. Oriente-os gerar diferentes efeitos de sentido. Além disso, você deve tentar declamar
para ensaiar várias vezes antes da seu poema, recorrendo a sua memória.
apresentação final.

SUGESTÕES DE LEITURA

Divulgação
MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo.
BNCC São Paulo: Global, 2014. 66 p.
(EF15LP09) Expressar-se em situa-
ções de intercâmbio oral com cla- A grande escritora brinca com
reza, preocupando-se em ser com- perguntas imprevisíveis e situações
preendido pelo interlocutor e usando surpreendentes, explorando sons, ritmo,
a palavra com tom de voz audível,
boa articulação e ritmo adequado. rimas e musicalidade das palavras.
(EF35LP02) Selecionar livros da bi-
blioteca e/ou do cantinho de leitura
da sala de aula e/ou disponíveis em
meios digitais para leitura individual,
justificando a escolha e comparti-
lhando com os colegas sua opinião, SIMEÓN, Jean-Pierre. Isto é um poema
Divulgação

após a leitura. que cura os peixes. Trad. Ruy Proença.


(EF35LP21) Ler e compreender, de São Paulo: Edições SM, 2007. 48 p.
forma autônoma, textos literários
de diferentes gêneros e extensões,
inclusive aqueles sem ilustrações, Artur tem um peixe que está muito
estabelecendo preferências por gê- quieto. Parece até que ele vai morrer
neros, temas, autores. de tristeza! E, para salvá-lo, o menino
tem que lhe oferecer um poema. Mas o
que é um poema? Artur pergunta para
muitas pessoas e cada um dá a ele uma
explicação diferente!

76 SETENTA E SEIS

Anotações:

76 SETENTA E SEIS
C APÍTULO
OS SENTIMENTOS QUE
5 OS SONETOS CANTAM BNCC
Para ler:
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti-
PARA LER dos, da forma e da função social do
texto), apoiando-se em seus conhe-
cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
o gênero, o suporte e o universo te-
1. Você sabe o que é lirismo? mático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens,
2. Você já leu um soneto? dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações
O soneto lírico é um poema do gênero lírico, uma modalidade poética e inferências realizadas antes e du-
rante a leitura de textos, checando a
do período medieval cantada e executada ao som de instrumentos musicais,
adequação das hipóteses realizadas.
como o violão e a lira. Acredita-se que sua origem seja italiana, do termo (EF35LP21) Ler e compreender, de
franco-provençal sonet, diminutivo de suono (melodia, som). Giacomo de forma autônoma, textos literários
Lentino (1210-1260) teria elaborado os primeiros sonetos baseado na poesia de diferentes gêneros e extensões,
inclusive aqueles sem ilustrações,
popular da região da Sicília, na Itália.
estabelecendo preferências por gê-
Leia, a seguir, um soneto de um dos maiores poetas e compositores neros, temas, autores.
brasileiros: Vinícius de Moraes. (EF35LP23) Apreciar poemas e ou-
tros textos versificados, observando
rimas, aliterações e diferentes modos
de divisão dos versos, estrofes e re-
frões e seu efeito de sentido.
Soneto do Amigo
(EF35LP27) Ler e compreender, com
certa autonomia, textos em versos,
explorando rimas, sons e jogos de pa-
Enfim, depois de tanto erro passado lavras, imagens poéticas (sentidos fi-
gurados) e recursos visuais e sonoros.
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado


Dawidson França

Professor, solicite a leitura silenciosa,


Com olhos que contêm o olhar antigo depois realize a leitura expressiva e
Sempre comigo um pouco atribulado em voz alta para os alunos. Você
pode, também, pedir para cada
E como sempre singular comigo. aluno ler uma estrofe ou um verso,
promovendo uma leitura jogralizada.

SETENTA E SETE 77

SETENTA E SETE 77
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica


Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Dawidson França
Los Angeles, 1946.

MORAES, Vinicius de. Soneto do amigo. Disponível em: <http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/


poesias-avulsas/soneto-do-amigo>. Acesso em: 24 jan. 2018.

comover: causar ou sofrer emoção.


retaliação: revide a uma ofensa ou agressão sofrida; vingança.
singular: único, especial.

Vinícius de Moraes (1913-1980, Rio de Janeiro) foi

ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
um dos maiores compositores, poetas e dramaturgos
brasileiros do século XX. Formado em Letras e em
Direito, também atuou como jornalista e diplomata
nos Estados Unidos, mais precisamente na cidade
de Los Angeles. Lançou livros, filmes e discos em
parcerias com músicos, como Baden Powell. Vinicius
morou em vários países, por conta de seu trabalho
como diplomata, mas voltou ao Brasil em 1964, tendo
sido aposentado compulsoriamente pelo governo
militar em 1968, sob o argumento de que sua vida
de artista o impedia de cumprir suas obrigações Vinicius de Moraes.
profissionais. Em 1998, porém, a Justiça brasileira
reverteu essa decisão e, mesmo após sua morte compulsoriamente:
obrigatoriamente.
Vinicius foi, em 2010, promovido a embaixador.

78 SETENTA E OITO

Pensando sobre a BNCC


O Soneto lírico é o gênero destacado neste capítulo, cujos textos e atividades estimulam o
aluno a formular hipóteses e a fazer inferências, identificando o eu lírico e seus sentimentos e
exercitando sua percepção sensorial de elementos ligados à métrica dos versos. A BNCC trata
dessas questões nos eixos de leitura e educação literária, cujas habilidades podem ser mais bem
desenvolvidas se trabalhadas em conjunto com outras linguagens artísticas, como a música. As
condições de produção do gênero soneto remetem às canções medievais, o que pode ser explo-
rado pelo professor em atividades interdisciplinares com o conteúdo de História e Arte, partindo

78 SETENTA E OITO
A maneira como se organiza um poema é muito importante para que ele
alcance o efeito que se quer causar nos leitores: comover, impressionar etc. Essa 1. Professor, o objetivo desta questão é o de-
organização tem relação com cada palavra escolhida, a quantidade de versos e as senvolvimento da habilidade de formular
rimas, entre outros elementos. O soneto é uma forma muito comum de organizar inferências a partir do texto.
um poema. Neste capítulo, vamos entender melhor como isso funciona. Sim, podemos afirmar que o soneto foi escri-
to para um amigo do qual o eu lírico havia se
afastado, possivelmente por causa de uma
1. Releia o trecho e observe os termos sublinhados. briga ou discussão, já que os versos citam
retaliação, erro do passado e reencontro.
2. Professor, nessa atividade o aluno é de-
safiado a perceber como a temática do
poema se espraia pelo texto inteiro.
Enfim, depois de tanto erro passado
“É bom sentá-lo novamente ao lado /

Dawidson França
Tantas retaliações, tanto perigo Com olhos que contêm o olhar antigo”.
3. Professor, o objetivo desta questão é o de-
Eis que ressurge noutro o velho amigo senvolvimento da habilidade de formular
Nunca perdido, sempre reencontrado. hipóteses a partir do texto.
O eu lírico sente-se bem de reencontrar o
amigo e ver que, mesmo após um afasta-
mento, nada mudou na amizade entre eles.
4. Professor, o objetivo desta questão é a
localização de informações.
Ao lermos o primeiro quarteto do “Soneto do amigo”, podemos afirmar
O eu lírico afirma que ambos são iguais na
que ele foi escrito para um amigo do qual o eu lírico havia se afastado? simplicidade e na humanidade e sabem se
Justifique sua resposta. mover e se comover, se emocionar.
5. Para o eu lírico, o amigo é um ser que a
2. Que outros trechos apontam para esse reencontro e esse recomeço? vida não explica e que é uma espécie de
“igual”, pois multiplica o espelho da alma
do outro amigo.
3. Qual é o sentimento do eu lírico em relação ao reencontro com esse amigo? 6. Professor, aproveite para explorar a metá-
fora construída pelo poeta: o espelho repre-
4. O eu lírico faz uma comparação entre ele e seu amigo. Como essa sentando a semelhança entre os dois ami-
gos, uma semelhança de alma, de modos
comparação é feita? de sentir a vida. Esse aspecto da semelhança
é mencionado em outros momentos do
poema – “Um bicho igual a mim”.
5. O eu lírico, no último terceto (estrofe de três versos), define o que, para ele,
é um amigo. Como ele define um amigo?

6. Como você interpreta o último verso,“E o espelho de minha alma multiplica...”?


Atente para o poema como um todo para melhor compreender esse trecho.

BNCC
Lembrando que as linhas de um poema são os versos e que as estrofes são
Atividades 1 a 6:
conjuntos de versos, o soneto é composto por dois quartetos e dois tercetos,
(EF15LP03) Localizar informações
isto é, duas estrofes com quatro versos cada uma e duas estrofes com três explícitas em textos.
versos cada uma, totalizando quatorze versos. (EF35LP03) Identificar a ideia central
do texto, demonstrando compreen-
79 são global.
SETENTA E NOVE
(EF35LP04) Inferir informações im-
plícitas nos textos lidos.
(EF35LP31) Identificar, em textos
versificados, efeitos de sentido de-
do pressuposto, descrito pela BNCC, de que os textos são realizações sociais que se correntes do uso de recursos rítmicos
manifestam em diversas formas de expressão: “verbal (fala e escrita), não verbal (visual, e sonoros e de metáforas.
gestual, corporal, musical) e multimodal (integração de formas verbais e não verbais)”.

SETENTA E NOVE 79
A métrica é um dos principais aspectos de um soneto. Cada um dos
quatorze versos deve conter a mesma métrica, ou seja, a mesma quantidade de
sílabas poéticas − veja o boxe Fique sabendo. Geralmente, cada verso de um
soneto contém dez sílabas poéticas, os decassílabos, mas alguns apresentam
doze sílabas poéticas, os chamados dodecassílabos.
As rimas também são importantes em um soneto. Nos quartetos, elas
podem se apresentar como:
• entrelaçadas ou opostas (ABBA): o primeiro verso rima com o quarto e o
segundo verso rima com o terceiro;
• alternadas (ABAB): o primeiro verso rima com o terceiro e o segundo rima
com o quarto;
• emparelhadas (AABB): o primeiro verso rima com o segundo e o terceiro
verso rima com o quarto.
As rimas têm a ver com a sonoridade, isto é, com o posicionamento das
sílabas tônicas em cada verso do soneto. Esse cuidado com a sonoridade
aproxima o soneto da canção.

7. Classifique as rimas de cada quarteto do soneto em entrelaçadas, alternadas


ou emparelhadas:

a) primeiro quarteto: rima entrelaçada

b) segundo quarteto: rima alternada

FIQUE SABENDO
Professor, neste volume, não iremos Ao analisarmos a métrica de um texto, devemos separar as sílabas de
aprofundar a contagem de sílabas cada verso. Na metrificação, contamos até a última sílaba tônica de cada
poéticas; traremos apenas uma breve
informação sobre essa característica um deles. Veja o exemplo:
dos sonetos.
En/fim, de/pois /de/tan/toer/ropas/sa/do (10 sílabas)
Tan/tas/ re/ta/lia/ções, tan/to pe/ri/go (10 sílabas)
Eis/que/ res/sur/genou/tro o/ve/lho a/mi/go (10 sílabas)
Nun/ca/ per/di/do, sem/pre/reen/con/tra/do (10 sílabas)

80 OITENTA

Interdisciplinaridade
Ajude os alunos a expandirem seu repertório de conhecimento, explorando com eles o pe-
ríodo medieval no qual o gênero lírico nasceu, para que compreendam esse momento histórico
e exercitem sua criatividade em uma aula interdisciplinar com Arte. Leve para a sala de aula
folhas impressas com poesias líricas diversas e peça aos alunos, em duplas ou grupos, que criem
melodias para elas. Se houver na turma quem toque algum instrumento, peça que leve para a
aula, ou então, em conjunto com o professor de Arte, oriente-os a utilizar o próprio corpo como
instrumento, criando acompanhamentos sonoros.

80 OITENTA
NOSSA LÍNGUA:

VERBO: MODO INDICATIVO


Os verbos, na Língua Portuguesa, podem ser conjugados em três modos:
• Indicativo: exprime fatos certos, ou seja, que são certeza.

O amigo é um ser que a vida não explica.

• Subjuntivo: exprime possibilidades, desejos ou dúvidas.

Seria bom se meu amigo sentasse ao meu lado de novo.

• Imperativo: exprime ordens, pedidos ou conselhos. BNCC


(EF05LP05) Identificar a expressão
de presente, passado e futuro em
Traga em seus olhos seu olhar antigo de amigo. tempos verbais do modo indicativo.

Nesta seção, estudaremos o modo Indicativo.


O modo Indicativo expressa ações que, com certeza, aconteceram no
passado, acontecem no presente e acontecerão no futuro por meio dos
seguintes tempos verbais:
Presente: as ações ocorrem enquanto são expressas, ou seja, é uma ação
que com certeza está acontecendo.

Eis que ressurge noutro o velho amigo.

Pretérito: ou Passado, divide-se em três tempos verbais:


• Pretérito perfeito: expressa uma ação já concluída. É também chamado
de “passado simples”.

Ela sentou ao meu lado.

OITENTA E UM 81

Para saber mais:


BRAZ, Gláucia Helena. Texto poético e interdisciplinaridade: a voz na poesia e na can-
ção promovendo aprendizagem. Universidade Federal de Uberlândia, S/D. Disponível em:
<http://www.ileel.ufu.br/anaiscoloquiodoraevicente/wp-content/uploads/2015/08/cpdv_
artigo_022.pdf>. Acesso em: 8 fev. 2018.

OITENTA E UM 81
• Pretérito imperfeito: expressa uma ação ocorrida no passado,
mas que ainda não foi concluída, ou algo que ocorria com certa
regularidade no passado.

E, como sempre, ele era singular comigo.

• Pretérito mais-que-perfeito: expressa uma ação que ocorreu


anteriormente a outra ação, também já passada.

Ela soubera disfarçar sobre meu engano.

No português do Brasil, é mais comum usarmos a forma composta para


esse tempo verbal:

Ela tinha sabido disfarçar sobre meu engano.


Ele chegara perto de mim.
Ele tinha chegado perto de mim.

Futuro: divide-se em dois tempos verbais:


• Futuro do presente: expressa uma ação que certamente acontecerá.
• Futuro do Pretérito: expressa uma ação futura em relação a outra já
concluída. Muitas vezes, é uma ação condicionada a outra.

Ela saberia se mover e se comover.

Ela saberia se mover e se locomover quando todos chegassem à cidade.

Assim, o modo Indicativo organiza-se conforme a tabela a seguir, cujo


preenchimento foi apenas iniciado.

82 OITENTA E DOIS

Anotações:

82 OITENTA E DOIS
Você conseguiria completar com mais exemplos dessa conjugação do
verbo “saber”?

Flexão em MODO INDICATIVO


Pessoa e em Presente do Pretérito Pretérito Pretérito Mais-
Número Indicativo Perfeito Imperfeito que-Perfeito

Eu (1a p.s) sei soube sabia soubera

Tu (2a p.s) sabes soubeste sabias souberas

Ele(a) (3a p.s) sabe soube sabia soubera


BNCC
(EF05LP05) Identificar a expressão
Nós (1a p.p) sabemos soubemos sabíamos soubéramos de presente, passado e futuro em
tempos verbais do modo indicativo.
Vós (2a p.p) sabeis soubestes sabíeis soubéreis

Eles(as) (3a p.p) sabem souberam sabiam souberam

Flexão em Pessoa MODO INDICATIVO


e em Número Futuro do Presente Futuro do Pretérito

Eu (1a p.s) saberei saberia

Tu (2a p.s) saberás saberias Professor, o objetivo da atividade é


verificar se os alunos, por meio da
Ele(a) (3 p.s)
a
saberá saberia interpretação de texto, conseguem
identificar os verbos como palavras
que expressam ações e estados. Esse
Nós (1a p.p) saberemos saberíamos pode ser o momento adequado para,
inclusive, introduzir o conceito do
Vós (2a p.p) sabereis saberíeis verbo na forma nominal do infinitivo,
mostrando as diferenças entre ele e
os verbos conjugados.
Eles(as) (3a p.p) saberão saberiam
Os verbos utilizados por Vinícius de
Moraes no soneto são: “ressurgir”,
“sentar”, “conter”, “saber”, “mo-
No “Soneto de amigo”, Vinícius de Moraes expressou ações e estados por ver”, “comover”, “disfarçar”, “expli-
meio de alguns verbos. Transcreva-os: car”, “ver”, “nascer” e “multiplicar”.
Ele também usa o verbo “ser” (“é”).
Usando as tabelas acima, com o auxílio do professor, conjugue, no modo
Indicativo, um dos verbos usados por Vinícius de Moraes no “Soneto de amigo”.

OITENTA E TRÊS 83

OITENTA E TRÊS 83
1. Leia “Soneto criança”, de Nathan de Castro:

BNCC
Atividade 1: Soneto criança
(EF05LP05) Identificar a expressão de pre-
sente, passado e futuro em tempos verbais Eu sou criança, sei contar estrelas
do modo indicativo.
e elas me contam versos de voar...
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou
expressões desconhecidas em textos, com As noites de quintais são sempre belas
base no contexto da frase ou do texto.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma
quando as nuvens retornam para o mar.
autônoma, textos literários de diferentes
gêneros e extensões, inclusive aqueles sem Preciso apenas de umas passarelas
ilustrações, estabelecendo preferências por
gêneros, temas, autores. de cores vivas para desfilar
(EF35LP23) Apreciar poemas e outros o amor, a paz, a vida e as aquarelas
textos versificados, observando rimas,
aliterações e diferentes modos de divisão que a lua me ensinou a desenhar.
dos versos, estrofes e refrões e seu efeito
de sentido.
(EF35LP27) Ler e compreender, com certa
Não quero a fome, a sede, as tristes bombas
autonomia, textos em versos, explorando e nem os nevoeiros, feitos sombras,
rimas, sons e jogos de palavras, imagens
poéticas (sentidos figurados) e recursos nos olhos dos meus pais... Felicidade

Dawidson França
visuais e sonoros.
(EF35LP31) Identificar, em textos versifi- é um passarinho livre no arvoredo,
cados, efeitos de sentido decorrentes do
uso de recursos rítmicos e sonoros e de é caminhar ao sol sem sentir medo
metáforas.
e adormecer no chão da liberdade.

CASTRO, Nathan. Soneto criança. Disponível em: <http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/


temdomes/2013/10/crianca/tempoe01.php>. Acesso em: 29 jan. 2018.

Nathan de Castro (1954, João Pinheiro-MG) passou a infância e a adolescência na


a. O eu lírico expressa ter uma re-
lação próxima e íntima com a cidade de Patrocínio. Depois de um período em São Paulo, regressou a Patrocínio,
natureza ao dizer que as estrelas onde iniciou sua carreira bancária, especializando-se em relações humanas e
contam versos para ele. finanças. Por isso, morou em várias cidades mineiras. Poeta, publicou vários livros,
b. Ele não deseja fome, sede e tris- como Sentenças de um poeta (2003) e Rabiscos (2005).
tes bombas, que são referências
às guerras, nem nevoeiros e
sombras, que podem ser acon- a) O eu lírico escreve como uma criança sobre sua infância. Como ele
tecimentos tristes. Nesse caso,
trata-se de uma metáfora para expressa sua relação com a natureza?
explicar as tristezas que podem
ser percebidas no olhar das pes- b) O que o eu lírico não quer em sua infância e para todas as outras pessoas?
soas, no olhar com “sombras”.
c. Define-se como um passarinho
c) Como o eu lírico se define no último terceto do soneto?
livre entre as árvores, um ser que
caminha ao sol sem sentir medo 84 OITENTA E QUATRO
e que dorme em liberdade.

Anotações:

84 OITENTA E QUATRO
d) Circule as formas verbais utilizadas no soneto. Lembre-se: os verbos
variam conforme o tempo e a pessoa.
d. Professor, o objetivo da atividade
e) Das formas verbais encontradas, quais expressam ações e quais é verificar se os alunos, por meio
expressam estado? da interpretação de texto, conse-
guem identificar os verbos como
f) Que tempo verbal predomina no soneto? O que ele expressa? palavras que expressam ações e
estados.
g) Quais verbos não estão conjugados? As formas verbais são: “sou”,
“sei”, “contar”, “contam”,
h) Você se reconhece, como criança, nesse soneto? Explique sua resposta. “voar”, “são”, “retornam”,
Resposta pessoal. “preciso”, “desfilar”, “ensinou”,
“desenhar”, “quero”, “é”, “cami-
2. Leia o soneto abaixo: nhar”, “sentir” e “adormecer”..
e. Ações: “sei”, “contar”, “contam”,
“voar”, “retornam”, “preciso”,
Quando criança “desfilar”, “ensinou”, “dese-
nhar”, “quero”, “caminhar”,
O meu cavalo imaginário “sentir” e “adormecer”; estado:
que eu tinha quando criança, “sou”, “são”, “é”.
f. Professor, o intuito desta questão
era o primeiro do páreo é verificar se os alunos compreen-
com crina de belas tranças. dem as diferenças entre os tempos
verbais do modo Indicativo.
Tinha rédeas e tinha nome O tempo verbal predominante no
soneto é o presente do indicativo,
representava-o tão bem... que indica fatos que certamente
sobre ele eu era um homem acontecem no atual momento.
meu cavalo do além. g. Professor, oriente aos alunos a
perceber que verbos no modo
infinitivo não estão conjugados.
Escutava o mastigado
Os verbos que não estão conju-
do meu cavalo inventado, gados são: “contar”, “desfilar”,
que enfeitava o meu cenário. “desenhar” e “adormecer”. Eles
estão no modo infinitivo do verbo.

Dawidson França
Ansioso ao amanhecer
para nos campos correr,
com o meu cavalo imaginário

HUGO, Antonio. Quando criança. Disponível em:


<http://www.antoniohugo.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=215818>. Acesso em: 28 jan. 2018.

BNCC
Antonio Hugo da Silva Santos (1957, Ilhéus-BA) é um artista plástico e poeta Atividade 2:
criado na cidade de São Paulo. Possui treze livros publicados, entre eles O amor e a (EF35LP23) Apreciar poemas e ou-
tros textos versificados, observando
natureza e O menino homem.
rimas, aliterações e diferentes modos
de divisão dos versos, estrofes e re-
frões e seu efeito de sentido.
OITENTA E CINCO 85
(EF35LP27) Ler e compreender, com
certa autonomia, textos em versos,
explorando rimas, sons e jogos de
palavras, imagens poéticas (senti-
dos figurados) e recursos visuais e
sonoros.
(EF35LP31) Identificar, em textos
versificados, efeitos de sentido de-
correntes do uso de recursos rítmicos
e sonoros e de metáforas.

OITENTA E CINCO 85
a) O eu lírico escreve como uma criança que tem um amigo imaginário.
Quem é esse amigo e o que o eu lírico imagina sobre ele?
a. Professor, o objetivo desta ques- b) Que tempo verbal do modo Indicativo podemos encontrar no soneto?
tão é trabalhar com interpretação
de texto do soneto. Transcreva essas formas verbais.
O amigo imaginário do eu lírico
era um cavalo e ele imagina que
c) Como o eu lírico sentia-se ao imaginar brincando com seu amigo
cavalga esse cavalo por campos, imaginário? Que verbo ele usa para expressar esse estado?
que o cavalo corre numa com-
petição (páreo) e que o cavalo d) Você já teve um amigo imaginário? Se sim, como você o imaginava?
enfeita onde ele vive ou mora. Resposta pessoal.
b. Professor, o objetivo desta ques-
tão é saber se os alunos identifi-
cam os tempos verbais do modo
indicativo e suas respectivas con-
jugações. PRODUÇÃO DE TEXTO ORAL
Pretérito imperfeito: “tinha”,
“era”, “representava”, “escutava”
e “enfeitava”.
c. O eu lírico sentia-se como um
RODA DE RIMAS
homem ao se imaginar brincando
com o cavalo. Para isso, ele usa o
A roda de rimas é uma espécie de
verbo “ser”. sarau contemporâneo organizado por
grupos de jovens de grandes centros
urbanos que se reúnem nas ruas das
cidades, em roda, em uma verdadeira
competição de rima. Misturam rap e
poesia, lembrando o repente (verso
improvisado rimado típico da região
Nordeste) para quem quiser parar e
acompanhar as batalhas.
Os participantes devem rimar, de
improviso, a respeito de temas pré-
-selecionados, escolhidos pela plateia
ou ainda sobre temas livres. Cada
participante tem, geralmente, trinta

Dawidson França
segundos para elaborar e recitar
sua rima. É o público quem decide o
vencedor de cada batalha, que passará
para a próxima fase.
Com a popularidade dos smartphones, as rodas de rimas normalmente
são filmadas pelos organizadores, ou por alguém que as está assistindo, e são
publicadas na internet.

86 OITENTA E SEIS

Prática pedagógica
Aproveite a atividade da roda de rimas para retomar a atividade do Slam no pátio. Peça aos
alunos que indiquem as semelhanças e diferenças entre as duas formas de expressão. Mostre que a
batalha de rimas se assemelha as raps e as repentes, por conta não só da presença de rimas como
também do improviso, enquanto o Slam abre espaço para apresentação de textos criados previa-
mente e sem obrigatoriedade de rimas. Convide os alunos para assistir aos documentários sobre
essas manifestações artísticas urbanas e peça-os que, em grupos, pesquisem se há eventos como
esses no bairro ou na região e, se possível, organize uma entrevista coletiva com representantes.

86 OITENTA E SEIS
Agora que você já sabe o que é uma roda de rimas, é a sua vez de participar
de uma! Com a ajuda do professor, você e seus amigos organizarão uma roda
de rimas da classe, que poderá ser realizada na própria sala de aula ou em
outro espaço da escola, como o pátio ou a quadra.
Organizem os poetas, vejam quantos irão participar e elaborem as fases
da roda de rima como se fossem as chaves de um campeonato de futebol, Professor, a roda de rimas é uma
opção para algum evento cultural da
por exemplo, até chegar à fase final. Como sugestão, as primeiras fases escola ou mesmo para uma atividade
poderão ser feitas com temas pré-selecionados por todos vocês. A partir das especial na hora do intervalo. Caso seja
quartas de final, os temas serão livres, a fim de que o melhor improvisador possível, o uso de microfones e caixas
de som é recomendável para que
ganhe a roda de rimas. todos possam ouvir os participantes.
Vocês podem realizar a roda de rimas na própria aula ou ainda no intervalo, Chame a atenção dos alunos em
relação à importância da organização
para que os demais alunos possam assistir e votar nos vencedores de cada e do respeito, principalmente quando
etapa e, finalmente, no grande ganhador. os temas forem livres, para que não
haja nenhum tipo de desrespeito
Caso seja possível, alguém pode ficar responsável por filmar as batalhas da entre eles.
roda de rimas e publicar na internet.

PRODUÇÃO DE TEXTO
BNCC
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do
professor, o texto que será produzido,
POEMA LÍRICO considerando a situação comunicati-
va, os interlocutores (quem escreve/
Depois de estudarmos o soneto, para quem escreve); a finalidade ou
que é um poema lírico, e analisarmos o propósito (escrever para quê); a cir-
sua estrutura em versos e estrofes, culação (onde o texto vai circular); o
suporte (qual é o portador do texto);
esquemas de rimas e as infinitas a linguagem, organização e forma
possibilidades do uso de verbos para do texto e seu tema, pesquisando
expressar ações, estados ou fenômenos em meios impressos ou digitais,
sempre que for preciso, informações
da natureza, chegou a sua vez de necessárias à produção do texto, or-
escrever um poema lírico− um soneto! ganizando em tópicos os dados e as
fontes pesquisadas.
Dawidson França

Podemos escrever sonetos sobre (EF35LP28) Declamar poemas, com


diversos temas, mas o tema do seu
Dawidson França

entonação, postura e interpretação


soneto será a infância. Você pode se adequadas.

inspirar em sua infância ou escrever um (EF35LP27) Ler e compreender, com


certa autonomia, textos em versos,
poema lírico abordando a infância de explorando rimas, sons e jogos de
modo geral; por exemplo, como era a palavras, imagens poéticas (sentidos
infância de seus pais ou de seus irmãos figurados) e recursos visuais e sonoros.
(EF35LP31) Identificar, em textos
versificados, efeitos de sentido decor-
OITENTA E SETE 87 rentes do uso de recursos rítmicos e
sonoros e de metáforas.

Para saber mais:


CURA, Tayanne Fernandes. Tramas do rap: um olhar sobre o movimento das rodas culturais e a
questão de gênero nas batalhas de rima e slams de poesia do Rio de Janeiro. Intercom – Sociedade
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Curitiba, 2017. Disponível em: <http://porta-
lintercom.org.br/anais/nacional2017/resumos/R12-0451-1.pdf>. Acesso em: 8 fev. 2018.
SOUZA, Tiago Barbosa. A performance na cantoria nordestina e no slam. Dissertação (Mes-
trado). Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011. Disponível em: <http://www.repositorio.
ufc.br/bitstream/riufc/9206/1/2011_dis_tbsouza.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2018.

OITENTA E SETE 87
ou primos mais velhos (já que a infância de cada geração foi diferente), como
é a infância de sua geração, como seria a infância ideal para você, como é a
infância de crianças que passam por dificuldades, etc. Comece aos poucos, e
seu poema vai surgir. Inicie pelo primeiro quarteto: do que ele vai tratar? Você
pode escrever palavras soltas e iniciar uma livre associação entre elas, até que
seus versos comecem a surgir.
Depois de escolhido o tema, revise, com o auxílio do professor, a teoria
sobre sonetos e escreva o seu, prestando atenção na estrutura (dois quartetos
e dois tercetos), escolhendo o esquema de rimas e dando um título para seu
poema lírico.
Depois de prontos, os sonetos poderão ser declamados e, posteriormente,
escritos em folhas de papel sulfite e expostos para que todos possam apreciá-los!

Professor, como alternativa, é


possível promover a escrita de uma
versão do soneto de Vinicius de
Moraes, tratando agora sobre a SUGESTÕES DE LEITURA
infância. Aproveite o trabalho com
CALCANHOTO, Adriana (Org.). Antologia

Divulgação
a roda de rimas para a produção
dessa versão. Os alunos tomam ilustrada da poesia brasileira para crianças
os versos originais e modificam de qualquer idade. São Paulo: Casa da
pequenos trechos, a fim de abordar
a infância. Por exemplo, na primeira Palavra/Leya, 2013. 136 p.
estrofe, eles podem produzir algo
como: “Enfim, depois de fantasias
Esta obra reúne poetas brasileiros de
e brincadeiras / Tantos encontros, diferentes épocas e estilos, consagrados
tanto riso / Eis que surgem as e nem tão conhecidos: de Gonçalves
lembranças do amigo / Nunca Dias a Gregório Duvivier, passando por
perdido, sempre reencontrado”.
Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de
Moraes, Adélia Prado e Paulo Leminski.
Divulgação

PAES, José Paulo; LISBOA, Henriqueta;


BNCC QUINTANA, Mário; MORAES, Vinicius.
Sugestão de leitura: Poesia. 18. ed. São Paulo: Ática, 2013.
(EF35LP02) Selecionar livros da bi- 60 p. (Para gostar de ler, v. 6)
blioteca e/ou do cantinho de leitura
da sala de aula e/ou disponíveis em Neste livro, quatro grandes poetas
meios digitais para leitura individual, brasileirosdemonstram toda a sua maestria
justificando a escolha e comparti- na lida com as palavras.
lhando com os colegas sua opinião,
após a leitura.

88 OITENTA E OITO

Anotações:

88 OITENTA E OITO
C APÍTULO
AS PALAVRAS E AS IMAGENS
6 DOS POEMAS VISUAIS
Professor, caso julgue pertinente, após o
trabalho com a literatura podem ser explorados
PARA LER os temas da primavera e da polinização das flores
realizada pelas abelhas etc., interdisciplinarmente
com Ciências.

1. Você sabe o que é poema visual?


2. Você consegue imaginar palavras e imagens juntas em um poema?
Agora vamos ler um poema bem diferente: “A primavera endoideceu”, de BNCC
Sérgio Capparelli. Atividades 1 e 2:
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos sentidos,
da forma e da função social do texto),
apoiando-se em seus conhecimentos
prévios sobre as condições de produ-
ção e recepção desse texto, o gênero,
o suporte e o universo temático, bem
como sobre saliências textuais, recursos
gráficos, imagens, dados da própria obra
(índice, prefácio etc.), confirmando an-
tecipações e inferências realizadas antes
e durante a leitura de textos, checando
a adequação das hipóteses realizadas.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma
autônoma, textos literários de diferentes
gêneros e extensões, inclusive aqueles
sem ilustrações, estabelecendo preferên-
cias por gêneros, temas, autores.
(EF35LP23) Apreciar poemas e outros
textos versificados, observando rimas,
aliterações e diferentes modos de divisão
dos versos, estrofes e refrões e seu efeito
de sentido.
fitar: olhar (EF15LP17) Apreciar poemas visuais e
concretos, observando efeitos de sen-
tido criados pelo formato do texto na
página, distribuição e diagramação das
letras, pelas ilustrações e por outros efei-
CAPPARELLI, Sérgio; GRUSZYNSKI,
Ana Cláudia. Poesia visual.
tos visuais.
São Paulo: Global, 2006.

OITENTA E NOVE 89

OITENTA E NOVE 89
Professor, se possível, acesse o site com os
alunos na escola para que eles conheçam o acervo Sérgio Capparelli (1947-) nasceu em Uberlândia-MG.

Dulce Helfer/Ag.RBS/Folhapress
disponibilizado. Além de poemas, há contos, Tem mais de trinta livros publicados, especialmente
mapas poéticos e relatos sobre a escrita poética,
para o público infantojuvenil. Ganhou quatro vezes o
além de matérias jornalísticas republicadas.
1. Professor, é importante dar espaço para possí- prêmio Jabuti, a premiação literária mais importante do
veis estranhamentos, pois talvez seja o primeiro Brasil. Formado em Jornalismo, é professor universitário
contato dos alunos com esse tipo de poema. aposentado. Suas principais obras são A jiboia Gabriela
2. A imagem da flor, com pétalas, miolo e cau-
le. Existe ainda uma pequena espiral, que
(1984), Meg Foguete (1985), Tigres no quintal (1988) e
forma o miolo. 111 poemas para crianças (2003). O poeta tem um site
3. Professor, oriente os alunos a analisar como com poemas visuais e interativos muito interessantes:
os versos formam cada parte da flor. O ideal http://www.capparelli.com.br. Acesso em: 12 jan. 2018.
é que notem que dois versos formam o cau- Sérgio Capparelli.
le, mais dois versos formam cada pétala e o
termo “zum” forma o miolo, tendo como
resultado uma flor.
A frase “A primavera endoideceu” está dis-
posta sobre a flor numa linha que sugere al- 1. Você gostou do poema visual “A primavera endoideceu”? Por quê?
gum movimento, porque é curva. Além disso, Resposta pessoal.
o termo “zum” forma uma espiral que lembra 2. Você identificou alguma imagem no poema? Qual?
o voo das abelhas sobre o miolo da flor.
4. Professor, oriente os alunos a concluir que
sim, levando em consideração que a prima- 3. Como o poema visual “A primavera endoideceu” combinou palavras e
vera, tema desse poema visual, está presen- imagens?
te tanto no texto verbal quanto nas imagens
formadas pela disposição do texto.
Sim, a flor e a sugestão de abelhas em voo
formadas pela disposição visual das palavras
O poema que você leu é um poema visual, elaborado para ser lido e
têm relação com o tema do poema visual, a também visto. Esse tipo de poema combina imagens e palavras. Os versos
primavera, pois as flores simbolizam essa es- são compostos levando em conta sua organização no papel (ou na tela do
tação, quando ocorrer com maior frequên-
cia, especialmente nas regiões em que as computador) e sua relação com o efeito visual. No poema “A primavera
estações do ano são mais marcadas. endoideceu”, o texto vai formando a flor, com pétalas, miolo e caule.
5. Professor, espera-se que os alunos perce- Mesmo empregando poucos elementos, os poemas visuais podem produzir
bam que a imagem da flor e a que sugere
o movimento das abelhas reforçam o senti- um grande impacto no leitor. Por meio do arranjo das imagens e do texto,
do do texto. Além disso, resta sempre uma a mensagem é produzida não só pelos aspectos visuais, mas também pelos
questão: por onde começa a leitura de um elementos sonoros e lúdicos.
poema visual como o de Sérgio Capparelli?
Isso vai depender muito da disposição do
texto no papel. A tendência é começarmos
pelo alto à esquerda, como nos textos con- 4. O resultado visual da combinação entre palavras e imagens tem relação com
vencionais, mas não há regras rígidas. o tema desse poema visual? Justifique sua resposta.
6. Professor, o objetivo desta questão é, ba-
sicamente, desenvolver a localização dos
trechos no poema, especialmente no caso 5. Agora reflita: se alguém lesse o poema para você em voz alta, sem que você
dos poemas visuais, ainda pouco familiares pudesse vê-lo na página, sua interpretação do poema seria a mesma? Por quê?
à boa parte dos alunos.
Resposta pessoal.
Caule: “nos meus olhos zumbiam mil abe-
lhas e me fitavas detrás da cerca dos cílios” 6. Cada parte do desenho formado é constituída por texto. Transcreva no
Pétalas: “bem me quer, mal me quer” caderno o texto que constitui cada parte do desenho.
Miolo: “zum, zum, zum, zum, zum”

90 NOVENTA

Pensando sobre a BNCC


BNCC
Este capítulo apresenta o gênero poema visual, abordando práticas de compreensão
Atividades 1 a 6: e interpretação de textos verbais, visuais, multimodais e multimidiáticos, contemplados
(EF15LP03) Localizar informações ex- no eixo educação literária da BNCC, de forma interligada ao eixo escrita. É importante
plícitas em textos. que o professor explore os aspectos semânticos e gráficos dos textos, sobretudo nas
(EF35LP31) Identificar, em textos versi- práticas de escrita, propiciando condições para os alunos desenvolverem estratégias
ficados, efeitos de sentido decorrentes de escrita antes e durante o processo de produção.
do uso de recursos rítmicos e sonoros
e de metáforas.

90 NOVENTA
7. Você conhece a brincadeira “bem
me quer, mal me quer”? Em caso 7. Professor, espera-se que os alunos conheçam
a brincadeira e saibam como ela funciona.
afirmativo, como ela funciona? Em É uma brincadeira na qual se pega uma flor
caso negativo, pesquise e responda e retiram-se as pétalas, uma a uma, falando
como ela funciona. para cada uma delas “bem me quer” e “mal
me quer”, com a intenção de saber se uma de-
terminada pessoa gosta ou não de quem está
8. Há algumas expressões repetidas fazendo a brincadeira. A frase que for dita ao

Dawidson França
no poema. Por que o poeta teria se retirar a última pétala indica supostamente
a verdade sobre o que sente a pessoa amada:
escolhido repetir: “bem me quer” (me quer bem, me ama) ou
“mal me quer” (me quer mal, não me ama).
a) a expressão “bem me quer mal
8. a) O efeito de sentido da repetição “bem
me quer”? me quer mal me quer” é fazer o leitor se
lembrar da brincadeira e talvez se imaginar
b) o termo “zum”? retirando as pétalas da flor para adivinhar
se é amado ou não.
9. A primavera é geralmente associada à alegria, à renovação e ao amor. No b) O efeito de sentido da repetição de “zum” é
fazer o leitor se lembrar do zumbido da abelha.
poema, a brincadeira do “bem me quer, mal me quer” retoma essa ideia. Professor, espera-se que os alunos lembrem
Agora, releia o texto que forma o caule da flor: também que, na primavera, as abelhas rodeiam
mais as flores para fazer a polinização.
9. Professor, alguns podem interpretar como uma
nos meus olhos zumbiam mil abelhas imagem metafórica do amor, da confusão pró-
pria dos apaixonados, do aparente “endoideci-
e me fitavas detrás da cerca dos cílios mento” da paixão. Aceite outras interpretações
plausíveis, desde que explicadas.

Nesse trecho, há algumas metáforas: “detrás da cerca dos cílios” parece


dizer respeito ao olhar da pessoa a que se refere o eu lírico. E, para você, o
que seriam as abelhas “zumbindo” nos olhos do eu lírico?
Resposta pessoal. Professor, talvez os alunos precisem de sua
orientação para entender a função do caule
na sustentação e na alimentação da planta e
a função dos dois versos (que graficamente
FIQUE SABENDO remetem ao caule) na sustentação do
poema, isto é, são eles que explicitam a
A polinização é o transporte ligação da primavera com o zumbido das
URTIMUD PRODUCTION/Shutterstock

de grãos de pólen de uma flor para abelhas e com o aspecto romântico de


outra ou para seu próprio órgão, despetalar uma flor para saber se seu amor
é correspondido na brincadeira do “bem me
no qual se inicia a germinação. quer, mal me quer”.]
É por meio desse processo que
as plantas se reproduzem. A
transferência pode ocorrer com o
auxílio de abelhas ou borboletas,
BNCC
por meio do vento ou da chuva.
Atividades 7 a 9:
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres-
NOVENTA E UM 91 suposições antecipadoras dos sentidos,
da forma e da função social do texto),
apoiando-se em seus conhecimentos pré-
vios sobre as condições de produção e re-
cepção desse texto, o gênero, o suporte
O estímulo à produção de poemas visuais é um caminho para abordagens interdis- e o universo temático, bem como sobre
ciplinaridades com Arte, o que está previsto na competência específica 5 de linguagens saliências textuais, recursos gráficos,
para o Ensino Fundamental: “Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e imagens, dados da própria obra (índice,
respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive prefácio etc.), confirmando antecipações
e inferências realizadas antes e durante a
aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de
leitura de textos, checando a adequação
práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito das hipóteses realizadas.
à diversidade de saberes, identidades e culturas.”
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou
expressões desconhecidas em textos, com
base no contexto da frase ou do texto.

NOVENTA E UM 91
NOSSA LÍNGUA

VERSOS LIVRES E VERSOS BRANCOS


No capítulo anterior, vimos que a rima é um recurso estético importante
em poemas, poesias e sonetos. Mas também há versos que não apresentam
rimas, os chamados versos brancos. Mesmo sem rimas, os poemas podem
ter musicalidade e belos efeitos.
Existem também os versos livres, que não têm métrica, ou seja, nenhuma
restrição quanto ao número de sílabas poéticas que compõem cada verso.
Vejamos um exemplo de poema com versos brancos (sem rimas), que também
são versos livres, da poeta mineira Cleonice Rainho (1915-2012). Leia-o em voz alta.
Professor, peça a alguns alunos leiam
o poema abaixo em voz alta para que
percebam que ele não se prende à Cores
métrica e às rimas, como os sonetos.
Branco do leite, da neve
e dos flocos de algodão.

Amarelo das laranjas maduras,


do ouro e dos girassóis.
BNCC
(EF35LP21) Ler e compreender, de
forma autônoma, textos literários
Cinzento das nuvens pesadas
de diferentes gêneros e extensões, e da cinza dos braseiros.
inclusive aqueles sem ilustrações,
estabelecendo preferências por gê-
neros, temas, autores. Roxo da quaresmeira florida
(EF35LP23) Apreciar poemas e outros e de escondidas violetas.
textos versificados, observando rimas,
aliterações e diferentes modos de di-
visão dos versos, estrofes e refrões e Azul do céu de dias claros,
seu efeito de sentido.
do anil e do mar profundo.
(EF35LP27) Ler e compreender, com
certa autonomia, textos em versos,

Jótah
explorando rimas, sons e jogos de pa- Marrom do chocolate gostoso
lavras, imagens poéticas (sentidos fi- e das castanhas de Natal.
gurados) e recursos visuais e sonoros.
(EF35LP31) Identificar, em textos
versificados, efeitos de sentido decor-
Rosa da corola de muitas flores
rentes do uso de recursos rítmicos e e do rosto de muitos nenéns.
sonoros e de metáforas.

92 NOVENTA E DOIS

Anotações:

92 NOVENTA E DOIS
Preto das noites escuras,
da fumaça e do carvão.
1. Professor, caso seja necessário,

Jótah
Verde das folhas viçosas relembre aos alunos que estrofes
são conjuntos de versos.
e das pedras de esmeralda. 3. Professor, espera-se que os
alunos percebam que cada cor
E vermelho vivo do sangue é representada por coisas que
que colore nossos corações. geralmente são das cores abor-
dadas nas estrofes.
RAINHO, Cleonice. Cores. Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/cleo12.html>. Acesso em: 31 jan. 2018. Cada cor é abordada como parte
de onde ela está presente: em
1. Em quantas estrofes o poema está dividido? um objeto, em um elemento da
O poema “Cores” está dividido em dez estrofes. natureza etc.
2. De que trata cada estrofe? 4. Professor, a questão tem como
Cada estrofe trata de uma determinada cor. objetivo desenvolver a localiza-
3. Como as cores são abordadas nas estrofes? ção de informações.
Na segunda estrofe, que trata
4. Cite exemplos de elementos do nosso dia a dia presentes no poema para da cor amarela, a autora cita
laranjas, ouro e girassóis: fruta,
representar as cores. elemento da natureza (mineral)
e flor que são amarelos.
5. Por que podemos afirmar que o poema “Cores” apresenta versos livres? 6. Espera-se que os alunos digam
Porque os versos não apresentam métrica rígida. que o efeito produzido no leitor
6. Que efeitos o poema produz no leitor? é o de lembrança dos objetos
Resposta pessoal. e elementos mencionados e a
7. Recitem o poema e tentem se lembrar em quais objetos ou elementos da associação destes com as cores
mencionadas.
natureza podemos encontrar as cores nele mencionadas. 7. Professor, conduza a atividade
Os versos brancos, ou soltos, até podem seguir uma determinada métrica, como julgar mais conveniente:
coletivamente, um aluno de cada
mesmo sem apresentar rimas. Eles são conhecidos na literatura brasileira desde vez, em pequenos grupos etc.
o século XVIII. Faça que os alunos acessem seu
conhecimento prévio de mundo.
Veja um exemplo de um poema com versos brancos de Paulo Venturelli.
Leia em voz alta o “Poema 8”:

Vou lá fora
Um instantinho só
Jótah

Volto pra dentro Professor, peça a alguns alunos que


leiam o poema abaixo em voz alta
E o calor na pele para que percebam que ele não se
é o abraço do sol prende à métrica e às rimas, como
os sonetos, mas ainda assim produz
pra eu nunca esquecer ritmo e musicalidade.
seu endereço

VENTURELLI, Paulo. Introdução à arte de ser menino. Curitiba: Nova Didática, 2000. p. 14.

NOVENTA E TRÊS 93
BNCC
Atividades 1 a 6:
(EF35LP03) Identificar a ideia central
do texto, demonstrando compreensão
global.
(EF35LP05) Inferir o sentido de pala-
vras ou expressões desconhecidas em
textos, com base no contexto da frase
ou do texto.
(EF35LP31) Identificar, em textos versi-
ficados, efeitos de sentido decorrentes
do uso de recursos rítmicos e sonoros
e de metáforas.

NOVENTA E TRÊS 93
1. Que situação o “Poema 8” retrata?

2. O que o eu lírico quis dizer com “e o calor na pele é o abraço do sol”?


1. Professor, espera-se que os alunos
compreendam que se trata do eu lí-
rico saindo de sua casa para o jardim,
3. A quem o eu lírico se refere ao mencionar que é para “nunca esquecer seu
quintal, sacada ou rua, por pouco endereço”? Justifique sua resposta.
tempo, em um dia ou momento do
dia de sol. 4. Ao ler o poema, você conseguiu imaginar como é sentir o calor do sol em
O poema retrata o eu lírico saindo sua pele? Resposta pessoal.
de casa por apenas um instante em
um dia ou momento do dia de sol.
5. A ausência de rimas prejudica a imagem que o poeta cria por meio das
2. Quando o eu lírico sentiu o calor do
sol em sua pele, é como se o sol o palavras, a mensagem que ele pode expressar? Resposta pessoal.
estivesse abraçando de um modo
aconchegante.
3. O eu lírico se refere ao sol, ou seja, o
calor serve para o eu lírico nunca se NOSSA LÍNGUA
esquecer da existência do sol no céu
e da possibilidade de sentir seu calor
ao sair de locais abrigados e ir para a
rua ou outro lugar aberto.
Leia o poema “Máquina de costura”, de Roseana Murray.
4. Professor, o objetivo da questão é
sensibilizar os alunos para a potência
dos poemas na criação de imagens e Máquina de costura
expressão de sentimentos e de sen-
sações. Verifique, juntamente com os A avó tem uma máquina
alunos, se o poeta conseguiu transmi-
tir, em seu poema, os modos como o de costura
eu lírico reage à sensação de calor e que foi da mãe da sua mãe,
se os leitores foram impactados por da sua avó.
essas imagens durante a leitura.
5. Professor, as respostas são pes- A avó pedala a máquina
soais, mas espera-se que os alunos
respondam que a ausência de rimas
e costura rendas na barra
não prejudica nem a imagem criada dos vestidos,
pelo poeta nem a mensagem que ele costura um sol e uma lua

Jótah
expressa.
no bolso das camisas,
costura uma hora na outra,
um carinho no outro.
E o chão fica cheio de fios
e linha colorida
BNCC enquanto a avó vai costurando
Atividades 1 a 5: amor.
(EF35LP03) Identificar a ideia central
do texto, demonstrando compreen-
MURRAY, Roseana. Máquina de costura. Disponível em: <http://notaterapia.com.br/2017/08/22/8-poemas-de-
são global. roseana-murray-que-toda-crianca-deveria-conhecer/>. Acesso em: 31 jan. 2018.
(EF35LP04) Inferir informações implí-
citas nos textos lidos.
94 NOVENTA E QUATRO
(EF35LP05) Inferir o sentido de pa-
lavras ou expressões desconhecidas
em textos, com base no contexto da
frase ou do texto.
(EF35LP23) Apreciar poemas e outros Anotações:
textos versificados, observando rimas,
aliterações e diferentes modos de di-
visão dos versos, estrofes e refrões e
seu efeito de sentido.
(EF35LP27) Ler e compreender, com
certa autonomia, textos em versos,
explorando rimas, sons e jogos de
palavras, imagens poéticas (sentidos
figurados) e recursos visuais e sonoros.

94 NOVENTA E QUATRO
1. O poema é sobre uma máquina de costura, usada para fazer e consertar
roupas. A quem pertence o objeto tema do poema? 2. Professor, chame a atenção dos alunos
A máquina de costura do poema pertence à avó do eu lírico. para a primeira estrofe do poema e a leia
com calma, pois pode confundi-los.
2. Em muitas famílias, a máquina de costura é um bem que passa de geração em
A máquina de costura foi, primeiro, da
geração. Quem foram as antigas donas da máquina de costura do poema? avó de sua avó, depois passou para a
mãe de sua avó e, depois, passou para
3. Sobre o primeiro verso da segunda estrofe, responda: a avó do eu lírico. Resumindo: era da
tataravó do eu lírico, depois passou para
a) Em sua opinião, o verbo “pedalar” é mais usado em qual sentido? sua bisavó e depois para sua avó.
3. Professor, pergunte aos alunos quem
b) Por que o eu lírico afirma que a “avó pedala a máquina”? já viu uma máquina de costura e use
a ilustração que acompanha o poema
4. Cite dois exemplos de costuras feitas na máquina de costura do poema. para mostrar que as máquinas de costura
possuem pedal.

5. Para o eu lírico, costurar é uma tarefa automática, sem sentimentos a) O verbo “pedalar” é mais usado quan-
do se fala sobre bicicletas.
envolvidos? Justifique sua resposta. b) Porque a máquina de costura possui
um pedal que deve ser acionado para
6. Por que podemos afirmar que o poema apresenta versos brancos ou soltos? que ela funcione.
Porque não há rimas. 4. Professor, o objetivo da questão é a lo-
calização de informações.
“Costura renda na barra dos vestidos”
NOSSA LÍNGUA e “costura um sol e uma lua no bolso
das camisas”.
5. Não, costurar é um ato de amor e de
carinho. O verso afirma: “enquanto a avó
vai costurando amor”.
POLISSEMIA
Precisamos ter palavras que nos ajudem a expressar os mais diversos
significados. Algumas vezes, usamos as palavras de um modo que não há
dúvida em relação a seu significado:

BNCC
Aquela pedra rolou da ribanceira. (sentido literal)
Atividades 1 a 6:
(EF05LP02) Identificar o caráter polis-
sêmico das palavras (uma mesma pa-
Em outras ocasiões, usamos as palavras de forma que podem significar algo
lavra com diferentes significados, de
a mais do que já expressam: acordo com o contexto de uso), com-
parando o significado de determinados
termos utilizados nas áreas científicas
O rosto de pedra do meu pai não revelava nenhum com esses mesmos termos utilizados
na linguagem usual.
sentimento. (sentido figurado)
(EF05LP08) Diferenciar palavras primi-
tivas, derivadas e compostas, e deriva-
das por adição de prefixo e de sufixo.
Nesse caso, o rosto “de pedra” era um rosto pouco expressivo, que não
(EF15LP03) Localizar informações ex-
transparecia sentimentos, ou seja, “duro” como pedra, “implacável”. plícitas em textos.
(EF35LP04) Inferir informações implí-
NOVENTA E CINCO 95 citas nos textos lidos.
(EF35LP31) Identificar, em textos versi-
ficados, efeitos de sentido decorrentes
do uso de recursos rítmicos e sonoros
e de metáforas.

NOVENTA E CINCO 95
As palavras, então, têm sentidos variados, e algumas estão relacionadas entre
si por causa do que significam, ou seja, têm relações semânticas, de sentido. Na
língua portuguesa, podemos encontrar três tipos de relações semânticas:
Professor, se julgar conveniente,
explique que a semântica é um • Sinonímia: relação entre duas ou mais palavras que apresentam
campo de estudo linguístico que
significados iguais ou semelhantes;
busca compreender os significados de
palavras e expressões em um idioma. • Antonímia: relação entre duas ou mais palavras que apresentam
significados opostos.
• Homonímia: relação entre duas ou mais palavras que apresentam a
mesma estrutura fonológica, ou seja, que são pronunciadas da mesma
forma, mas têm significados diferentes.
Professor, vamos explorar apenas É dessas relações que se originam os sinônimos, os antônimos e os homônimos.
os homônimos homógrafos: aqueles
que têm pronúncia e escrita iguais, O glossário apresentado após alguns textos da seção Para Ler, por
como manga, que se refere à fruta exemplo, pode trazer sinônimos. É bom lembrar que nem sempre sinônimos
ou à parte da roupa. Existem os
homônimos homófonos, que têm são exatamente equivalentes, pois isso depende das escolhas dos autores
pronúncia igual, mas grafia distinta, ao escrever seus textos. A palavra “firmamento”, por exemplo, sinônimo de
como sessão e seção. “céu”, soa melhor em um poema ou em uma canção do que em uma notícia
ou reportagem. Veja outros casos parecidos:
• gretas – rachaduras
• assoalho – chão – piso

As palavras antônimas são termos que apresentam significados opostos.


• mal – bem
• mau – bom
• pequeno – grande
Os termos homônimos, por sua vez, apesar de terem a mesma pronúncia,
apresentam significados diferentes. Nesse sentido, são polissêmicos (poli = muitos;
sema = sentido). A polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de
apresentar mais de um significado nos múltiplos contextos em que aparece.

A vela do barco podia ser vista


ao longe. (peça de pano usada para
impulsionar uma embarcação)

Acendemos uma vela até a luz voltar. (artefato


de cera com um pavio)

96 NOVENTA E SEIS

Anotações:

96 NOVENTA E SEIS
POLISSEMIA E METÁFORA
Existem outros casos de polissemia. Uma palavra pode assumir sentidos
distintos quando a empregamos de forma diferente à que é mais usual. Veja
os exemplos:

Nas férias, pretendo fazer uma viagem com minha família.

Assistir àquele filme foi uma verdadeira viagem.

No primeiro exemplo, a palavra viagem significa deslocamento de um lugar BNCC


para outro relativamente distante. (EF05LP02) Identificar o caráter polis-
sêmico das palavras (uma mesma pa-
No segundo exemplo, a palavra viagem significa que as pessoas “se lavra com diferentes significados, de
deslocaram” para “outro lugar” no sentido de que tiveram uma experiência acordo com o contexto de uso), com-
especial, que ultrapassou o simples fato de assistir a um filme. Na verdade, a parando o significado de determinados
termos utilizados nas áreas científicas
frase apresenta uma metáfora, pois a palavra “viagem” significa algo parecido com esses mesmos termos utilizados
com um deslocamento de um lugar a outro (como uma viagem de férias), mas na linguagem usual.
em outro sentido: deslocar-se na imaginação; sentir-se em outro local, a partir
do que se viu no filme.
Nos poemas, as metáforas são muito comuns. Na última estrofe de seu
poema “Autobiografia”, Mia Couto diz:

Voarei,
um dia,
sem saber
se é de terra ou de céu
a pegada do voo que sonhei.

MIA COUTO. Vagas e lumes. Lisboa: Editorial do Caminho, 2014. Disponível em:
<http://www.miacouto.org/mia-couto-escreve-sua-autobiografia-em-registro-poetico/>.
Acesso em: 1 fev. 2018.

Nesse contexto, o verbo “voar” tem o significado de sair de um lugar em


busca de um sonho ou de um objetivo.
Este mesmo verbo representa o ato de voar de um pássaro, um avião, um
helicóptero, uma asa-delta etc., como mostra a matéria da revista Mundo
Estranho a seguir.

NOVENTA E SETE 97

NOVENTA E SETE 97
Mundo Animal
Qual a altura máxima de voo já atingida por uma ave?
Por Ana Alice Vercesi
19 ago. 2016 − Publicado em 27 jun. 2013.

Em 1973, um tipo de abutre chamado grifo-de-rüppel (Gyps


rueppellii) voou a 11,3 km de altitude. Isso é 2 km mais alto que o
pico do Everest! O recorde só foi registrado porque ele colidiu com
um avião a essa altura na Costa do Marfim.

Dawidson França
Embora a espécie costume subir “apenas” até 6 km, a proeza
é possível, já que “esse tipo de ave absorve oxigênio mesmo sob
baixa pressão atmosférica”, explica o ornitólogo Bruno Troiano, da
Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (Save).
Em condições normais, porém, o animal que voa mais alto é o
ganso-cabeça-listrada (Anser indicus). Para migrar do sul da Índia
para o Tibete, onde deposita seus ovos na primavera, ele tem que
atravessar a cordilheira do Himalaia. “Alguns afirmam já ter visto a
ave passar pelo Everest, a quase 9 km do nível do mar, mas a maior
altitude comprovada foi de 8,2 km”, comenta Enrico Lippi Ortolani,
diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.
Consultoria Bruno Troiano, ornitólogo da Sociedade para a
Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil) e Dr. Enrico Lippi Ortolani,
diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP
Fonte: Guinness World Records 2012.

VERCESI, Ana Alice. Mundo Estranho. Disponível em:<https://mundoestranho.abril.com.br/mundo-animal/qual-


a-altura-maxima-de-voo-ja-atingida-por-uma-ave/#>. Acesso em: 31 jan. 2018.

98 NOVENTA E OITO

Anotações:

98 NOVENTA E OITO
Na matéria da revista Mundo Estranho, o verbo “voar” foi utilizado em seu
sentido literal, isto é, o que consta no dicionário, que é “sustentar-se ou mover-se
por meio de asas ou de máquinas (aviões, balões etc.); deslocar-se pelo ar”.
No poema de Mia Couto, usou-se o verbo “voar” em seu sentido figurado, ou
seja, diferente do seu sentido literal. Isso também ocorre quando dizemos que
“o tempo voou”, no sentido de que o tempo passou muito rápido.
A linguagem literal é mais usada em gêneros que precisam ser objetivos,
como uma notícia, enquanto a linguagem figurada é mais encontrada
em gêneros literários e artísticos, como poemas, romances, contos, letras
de canções etc., e também naqueles em que é preciso explicar conceitos
complexos a pessoas que não são da área em questão, por exemplo: nos
textos de divulgação científica ou de economia publicados em jornais e revistas
dirigidos ao grande público.
No dia a dia, encontramos vários casos de polissemia:
• banco: instituição financeira ou assento;
• cabo: posto militar, acidente geográfico, parte de um objeto (cabo da faca).
A polissemia é muito importante para a linguagem, inclusive para a
linguagem poética, pois, por meio dela, novos sentidos são construídos. Os
escritores e poetas constroem textos polissêmicos, que convidam os leitores a
tentar compreendê-los, interpretando os sentidos figurados.
Leia o poema “Rede”, de Jorge Fernandes, para compreender a polissemia
na linguagem poética.

Rede
Embaladora do sono
Balanço dos alpendres e dos ranchos
Vai e vem nas modinhas langorosas...
Vai e vem de embalos e canções...
Professora de violões...
Tipoia dos amores clandestinos...
Grande... larga e forte... pra casais...
Berço de grande raça.

NOVENTA E NOVE 99

NOVENTA E NOVE 99
1. Professor, faça que os alunos aces- S A
sem seu conhecimento de mundo
prévio. U S
Espera-se que os alunos citem rede
de pesca, rede de balanço (caso do
S N
poema), rede de internet, rede de ca- P E
belo (para fazer coques ou prender os
cabelos) etc.
2. Professor, pergunte quem já viu ou
Guardadora de sonhos
tem em casa uma rede de balanço. Pra madona ao meio-dia
A palavra “rede”, no poema, signifi-
ca rede de balanço, objeto que fica Grande... côncava...
pendurado em dois ganchos (em
paredes uma em frente à outra) e
Lá no fundo dorme um bichinho...
no qual as pessoas podem se sentar, — Balança o punho da rede pro menino dormir.
balançar, deitar, dormir etc.
3. Cada verso é estruturado em tor-
no de uma função da rede, como FERNANDES, Jorge. Rede. Disponível em: <http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grande_norte/
“emboladora do sono”, “balanço jorge_fernandes.html>. Acesso em: 31 jan. 2018.
dos ranchos” etc.
4. Porque uma rede é desenhada por
meio da palavra “suspensa”, pro- 1. Que significados da palavra “rede” você conhece?
duz o efeito de reconhecimento Resposta pessoal.
no leitor. 2. Qual significado da palavra “rede” é tratado no poema de Jorge Fernandes?
5. Professor, explique que se trata de
uma metáfora. 3. Como os versos do poema estão estruturados? Justifique sua resposta.
O poeta quer dizer que pessoas po-
dem tocar violão sentadas na rede 4. Por que podemos afirmar que o poema “Rede” é um poema visual? Que
– seja para ensinar, para aprender
ou simplesmente para se divertir efeito é produzido no leitor?
tocando o instrumento.
5. Explique o verso “professora de violões”.

6. Que expressão é usada no poema para lembrar o leitor do movimento de


balanço da rede? A expressão “vai e vem”.

BNCC DESAFIO
Atividade 6:
(EF05LP02) Identificar o caráter
Você já ouviu falar em ciberpoemas? Ciberpoemas são poemas
polissêmico das palavras (uma interativos, nos quais o leitor é chamado a interagir em sua composição,
mesma palavra com diferentes arrastando ou clicando em elementos visuais dispostos na tela.
significados, de acordo com o
contexto de uso), comparando
o significado de determinados
termos utilizados nas áreas cien-
tíficas com esses mesmos termos 100 CEM
utilizados na linguagem usual.
(EF35LP31) Identificar, em
textos versificados, efeitos de
sentido decorrentes do uso de
recursos rítmicos e sonoros e de Prática pedagógica
metáforas.
Sugerimos que o professor explore as múltiplas formas de relação entre palavra e imagem, em
(EF15LP17) Apreciar poemas
visuais e concretos, observando uma aula de produção de poemas concretos. Disponibilize cartolinas e papel de seda com cores
efeitos de sentido criados pelo sortidas, cola, lápis de cor, canetas hidrocor, tinta guache/pintura a dedo, palitos de sorvete etc.,
formato do texto na página, dis- e proponha que produzam poemas que componham imagens. Separe uma aula para a exposição
tribuição e diagramação das le- dos textos concretos em varais literários e em murais.
tras, pelas ilustrações e por outros
efeitos visuais.

100 CEM
Agora, você está convidado a interagir com esses ciberpoemas.
Você vai acessar a internet e clicar no site Ciber e Poesia
(http://www.ciberpoesia.com.br/), produzidos e desenvolvidos por
Ana Cláudia Gruszynski e Sérgio Capparelli. Lá você vai encontrar
uma aba que o levará aos ciberpoemas. Escolha um deles e divirta-se,
observando os recursos usados para interagir e recriar esses poemas.

BNCC
(EF05LP28) Observar, em ciberpoe-
mas e minicontos infantis em mídia
digital, os recursos multissemióticos
presentes nesses textos digitais.

Reprodução da internet.
Disponível em: <http://www.ciberpoesia.com.br>

PRODUÇÃO DE TEXTO

POEMA VISUAL
Como vimos na seção Para ler, no poema visual as imagens e o texto
são dispostos de tal forma que o elemento visual passa a ter um papel
muito importante.
O poema visual não é uma novidade. “O ovo”, do poeta grego Símias de
Rodes, é o poema visual mais antigo de que se tem notícia, pois foi escrito há
mais de 2300 anos.

CENTO E UM 101

Para saber mais:


CASTRO, Alexandre. A poesia concreta e a prática de leitura em salas de aula. Dispo-
nível em: <http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/anais_lingua_portuguesa/rt/
captureCite/8031/6947>. Acesso em: 8 fev. 2018.
NEVES, Cynthia Agra de Brito. Da poesia visual concreta à poesia virtual concre-
ta: a ciberliteratura na sala de aula. ETD – Educ. Tem. Dig. Campinas, v. 12, n. 1, p.
124-146, jul./dez. 2010. Disponível em: <http://www.brapci.inf.br/index.php/article/
view/0000009578/750a5f7d93865b7ccfbfb6daaf6c4128>. Acesso em: 8 fev. 2018.

CENTO E UM 101
Foi no início do século XX que os poemas visuais passaram a ter mais
destaque na literatura. Paulo Leminski (1944-1989), poeta brasileiro, é autor de
alguns poemas visuais, como “Brasa”:

Professor, pergunte aos alunos por

Paulo Leminski
que o autor escolheu essa forma
para o poema visual. Apesar de as
respostas serem pessoais, eles podem
comparar a figura do octógono do
poema com um ventilador, que,
por sua vez, faz brisa, que tem
semelhança com a palavra “brasa”.

BNCC
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com
o apoio do professor, informações de
interesse sobre fenômenos sociais e
naturais, em textos que circulam em
meios impressos ou digitais.
(EF35LP23) Apreciar poemas e ou-
tros textos versificados, observando
rimas, aliterações e diferentes modos
de divisão dos versos, estrofes e re-
frões e seu efeito de sentido.
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda
do professor, o texto que será pro-
duzido, considerando a situação co- LEMINSKI, Paulo. Almanak 88. São Paulo: Kraft, 1988.
municativa, os interlocutores (quem
escreve/para quem escreve); a fina-
lidade ou o propósito (escrever para Agora é sua vez de produzir um poema visual. Você pode fazer poemas
quê); a circulação (onde o texto vai visuais sobre provérbios ou ditados populares, textos cuja autoria se desconhece
circular); o suporte (qual é o porta-
dor do texto); a linguagem, organi- e que se baseiam no senso comum. Por exemplo: “Quem espera sempre
zação e forma do texto e seu tema, alcança”, “Quem ri por último ri melhor”, “Deus ajuda quem cedo madruga”
pesquisando em meios impressos etc. Assim, faremos provérbios visuais!
ou digitais, sempre que for preciso,
informações necessárias à produção Com a orientação do professor e a ajuda de seus familiares, pesquise
do texto, organizando em tópicos os provérbios ou ditados populares, anote-os no caderno e leve-os para a sala
dados e as fontes pesquisadas.
de aula. O professor distribuirá tiras de papel nas quais você e seus colegas
escreverão seus ditados populares. Depois que todos escreverem, espalhem
as tiras pelo chão da sala de aula e brinquem com elas, procurando possíveis
sentidos na seleção de algumas letras ou palavras.

102 CENTO E DOIS

Interdisciplinaridade
Planeje uma atividade interdisciplinar que dialogue como conteúdo de Arte e explore os
elementos da linguagem descritos na habilidade (EF15AR02) Explorar e reconhecer elementos
constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço, movimento etc.), inter-relacionando
a aula com Matemática e Informática, coordenando uma oficina de criação de poemas concretos
por meio de programas de computador, como Word ou Paint.

102 CENTO E DOIS


Depois disso, você pode criar um poema visual:
I. sobre um ditado popular; ou
II. oriundo da combinação das palavras espalhadas pela sala de aula.
Professor, esta é uma oportunidade
Para criar seu poema visual, você pode usar materiais e técnicas variadas, para realizar um trabalho
como recortes, colagens, pinturas etc., já que terá de unir palavras e imagens. interdisciplinar com Arte, estimulando
Quando os poemas visuais estiverem prontos, o professor vai pendurá-los em seus alunos a usar materiais e técnicas
diversas na produção dos poemas
um varal para que sejam apreciados por outros leitores na escola. visuais (recortes, colagens, pinturas
etc.). Propomos também que seja
criada uma coletânea impressa para
o acervo da biblioteca da escola, a
fim de que seja lida e apreciada
SUGESTÕES DE LEITURA por todos os alunos. Antes de ser
disponibilizada na biblioteca, há a
possibilidade de digitalizar os poemas
e disponibilizá-los no blog da escola.

Divulgação
BANDEIRA, Manuel. Os sinos.
São Paulo: Global, 2012. 24 p.

Manuel Bandeira revela sua capacidade


de trabalhar a sonoridade e o ritmo
das palavras, transformando as coisas
simples do cotidiano em uma experiência
prazerosa com o texto. BNCC
Sugestão de leitura:
(EF35LP02) Selecionar livros da biblio-
teca e/ou do cantinho de leitura da sala
de aula e/ou disponíveis em meios digi-
Divulgação

tais para leitura individual, justificando


a escolha e compartilhando com os co-
CAPARELLI, Sérgo. Poesia visual. 3.ed. legas sua opinião, após a leitura.
São Paulo: Global, 2001. 32 p. (EF35LP27) Ler e compreender, com
certa autonomia, textos em versos,
O livro reúne 28 poemas distribuídos explorando rimas, sons e jogos de
de forma diferente no espaço da folha: palavras, imagens poéticas (sentidos
uma fusão de texto e imagem que figurados) e recursos visuais e sonoros.
comunica não só pelo que se lê, mas,
principalmente, pelo que se vê.

CENTO E TRÊS 103

Na sala de informática, acompanhe os alunos a uma visita ao site <http://www.pauloaquarone.


com/>, no qual há várias poesias visuais, para que se inspirem a produzir seus próprios textos.
Estimule-os a revisar seus textos entre si, fazendo os ajustes necessários, de acordo com o gênero
em questão; se houver possibilidade, oriente-os na utilização de softwares para apresentar seus
trabalhos à turma, utilizando o datashow.

CENTO E TRÊS 103


3 GENTE DE TODO O MUNDO,

UNIDADE
BRASIL DE TODOS
O Brasil é um país de muitos rostos, marcado pela presença de
gente de todo o mundo. Aos povos indígenas, aos colonizadores
e aos africanos, somaram-se imigrantes e refugiados.
Todas essas pessoas fazem parte de nosso país e trouxeram para
cá enormes contribuições.

104 CENTO E QUATRO

Explorando conhecimentos prévios


Professor, prepare o trabalho desta unidade debatendo com a crescimento pessoal e de aprendizagem. Talvez alguns alunos precisem
classe o fato de que os seres humanos, ao longo da história, sempre de informações da família para saber das origens de seus antepassados,
se mudaram de um lugar para outro, seja dentro de sua própria área – por isso pode ser produtivo pedir que busquem essas informações antes
migração interna – seja indo para outra – emigração. Um dos objetivos de iniciar este trabalho. Promova um ambiente favorável à escuta e ao
desta unidade é sensibilizar os estudantes para o fato de que conviver respeito pelas diferenças, especialmente se houver estrangeiros ou filhos
com essa diversidade de pessoas em nosso país (ou conviver com outras de estrangeiros na sala e na escola. Valorize as experiências relatadas e
pessoas no país delas) não é um problema, mas uma oportunidade de estimule os alunos a conhecê-las melhor.

104 CENTO E QUATRO


Você já parou para pensar em quantas nacionalidades nosso país recepcionou em
sua história? Reúna-se com um colega para conversar sobre estas perguntas:
1. Você conhece as origens da sua família? Em que país nasceram seus pais? E seus
avós? E seus bisavós?
2. Você conhece algum imigrante que veio para o Brasil?
3. Quais influências culturais dos imigrantes você poderia citar?

CENTO E CINCO 105

Objetivos da unidade
A unidade integra o desenvolvimento de competências e da BNCC: “Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de
habilidades de Português, História, Geografia, Arte e Mate- conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo
mática, por meio de gêneros nas modalidades oral, escrita o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento
e multimodal. e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais,
A temática, apresentada de maneira interdisciplinar, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem pre-
relaciona-se especialmente com a competência geral 9 conceitos de qualquer natureza”.

CENTO E CINCO 105


C A PÍ T ULO

BNCC
7 VIVENDO NO BRASIL
(EF15LP13) Identificar finalidades da
interação oral em diferentes contex-
tos comunicativos (solicitar informa-
ções, apresentar opiniões, informar,
relatar experiências etc.).
PARA LER
(EF15LP16) Ler e compreender, em
colaboração com os colegas e com
a ajuda do professor e, mais tarde,
de maneira autônoma, textos narra- A imigração ocorre quando uma pessoa ou um grupo de pessoas entra
tivos de maior porte como contos em certo país para trabalhar e/ou morar, por um período determinado ou
(populares, de fadas, acumulativos,
de assombração etc.) e crônicas.
não. A chegada em um novo país é cercada por novidades, já que se trata de
(EF35LP21) Ler e compreender, de um lugar com outra cultura, outras tradições, costumes e culinária próprios e
forma autônoma, textos literários língua diferente, dentre outros aspectos. Por isso, é necessário um período de
de diferentes gêneros e extensões, adaptação, que nem sempre é fácil.
inclusive aqueles sem ilustrações,
estabelecendo preferências por gê- Pensando nisso, vamos ver, neste capítulo, como foi a chegada ao Brasil de
neros, temas, autores. alguns imigrantes e seus descendentes e sua adaptação.

Avenida Paulista – 1913


Fundação Biblioteca Nacional

Detalhe da Planta geral da cidade de São Paulo, mostrando a região da Avenida Paulista, 1913.

106 CENTO E SEIS

Anotações:

106 CENTO E SEIS


TEXTO 1

Alameda Santos número 8


Num casarão antigo, situado na alameda Santos número 8, nasci,
cresci e passei parte de minha adolescência.
Ernesto Gattai, meu pai, alugara a casa por volta de 1910, casa
espaçosa, porém desprovida de conforto. Teve muita sorte de encontrá-
-la, era exatamente o que procurava: residência ampla para a família em
crescimento e, o mais importante, o fundamental, o que sobretudo lhe
convinha era o enorme barracão ao lado, uma velha cocheira, ligada à
casa, com entrada para duas ruas: alameda Santos e rua da Consolação.
Ali instalaria sua primeira oficina mecânica. Impossível melhor localização!

Guilherme Gaensly
Avenida Paulista em direção ao Paraíso, nas imediações da
Alameda Santos, 1900.

Para quem vem do centro da cidade, a alameda Santos é a primeira


rua paralela à avenida Paulista, onde residiam, na época, os ricaços, os
graúdos, na maioria novos-ricos.
Da praça Olavo Bilac até o largo do Paraíso, era aquele desparrame
de ostentação! Palacetes rodeados de parques e jardins, construídos,
em geral, de acordo com a nacionalidade do proprietário: os de
estilo mourisco, em sua maioria, pertenciam a árabes, claro! Os de
varandas de altas colunas, que imitavam os palazzos romanos antigos,
denunciavam − logicamente − moradores italianos. Não era, pois,
difícil, pela fachada da casa, identificar a nacionalidade do dono.

CENTO E SETE 107

CENTO E SETE 107


O proprietário do imóvel que meu pai alugou era um velho italiano,
do sul da Itália, Rocco Andretta, conhecido por seu Roque e ainda,
para os mais íntimos, por tzi Ró (tio Roque). Dono de uma frota
de carroças e burros para transportes em geral, fora intimado
pela prefeitura a retirar seus animais dali; aquele bairro tornava-se
elegante, já não comportava cocheiras e moscas. O velho Rocco fizera
imposições ao candidato: reforma e limpeza do barracão, pinturas e
consertos da casa por conta do inquilino.
Dona Angelina, minha mãe, assustou-se: gastariam muito dinheiro,
um verdadeiro absurdo! Onde já se vira uma coisa daquelas? Velho
explorador! Por que o marido não comprava um terreno em vez de
gastar as magras economias em reformas de casa alheia? E o aluguel?
Uma exorbitância! Como arranjar tanto dinheiro todos os meses?
Onde? Como? Mas ela sabia que não adiantava discutir com o marido.
Considerava-o teimoso e atrevido.
O vocabulário de dona Angelina era reduzido − tanto em português
como em italiano, sua língua natal −, não sabia expressar-se
corretamente; por isso deixava de empregar, muitas vezes, a palavra
justa, adequada para cada situação. Usava o termo “atrevimento”
para tudo: coragem, audácia, heroísmo, destemor, obstinação,
irresponsabilidade e atrevimento mesmo. Somente conhecendo-a
bem se poderia interpretar seu pensamento, saber de sua intenção,
se elogiava ou ofendia. No caso da reforma em casa alheia, não havia
a menor dúvida, ela queria mesmo desabafar, chamar o marido de
irresponsável: “Um atrevido é o que ele é!”, disse e repetiu.

GATTAI, Zélia. Anarquistas, graças a Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

alameda: rua arborizada.


cocheira: lugar próprio para guardar carruagens, coches e outros veículos.
desparrame: esparrame, ostentação, exagero.
desprovido: sem recursos, privado de algo, carente.
destemor: ausência de temor; coragem, valentia.
graúdo: bem desenvolvido, crescido.
mourisco: relativo a mouro (povo árabe do norte do continente africano).
ostentação: ato de fazer alarde de si ou de alguma coisa sua por orgulho ou vaidade.
palacete: pequeno palácio; casa muito grande e luxuosa.

108 CENTO E OITO

Pensando sobre a BNCC


Neste capítulo, a oralidade é explorada por meio do gênero gias usadas após a produção do texto, (EF15LP06) e (EF15LP07),
relato. Os alunos são estimulados a identificar aspectos específicos durante as quais o papel do professor é essencial, para auxiliá-los
do discurso oral, especialmente marcas de oralidade, por exem- nos ajustes a serem feitos, de modo que os recursos linguísticos-
plo, nas atividades de gravação de relatos o que contempla as -gramaticais, como conjunções e artigos sejam moblizados em
habilidades (EF15LP12) e (EF15LP13). No processo de transcrição funçao das características próprias do gênero em questão.
e edição dos relatos, são abarcadas habilidades ligadas às estraté-

108 CENTO E OITO


Zélia Gattai Amado de Faria (São 1. Professor, antes de começar a trabalhar
Paulo, 2 de julho de 1916 – Salvador,

MARGARIDA NEIDE/AGÊNCIA A TARDE/AE


com esta questão, analise com os alunos
17 de maio de 2008) foi escritora, o mapa da região da cidade de São Paulo
memorialista, fotógrafa e militante que acompanha o texto e lembre a eles a
importância da cidade para o progresso eco-
política. Filha de imigrantes italianos, nômico do país, não só naquele momento
caçula de cinco irmãos, nasceu e morou, como ainda hoje, e ajude-os a concluir que
durante sua infância, na Alameda Santos, o trabalho dos imigrantes e dos africanos
na casa de número 8, em São Paulo, escravizados foi fundamental para o cresci-
mento de todo o Brasil. Naquela época, as
capital. Com seu primeiro marido, famílias ricas moravam na avenida Paulista,
Aldo Veiga, teve seu primeiro filho, Zélia Gattai. e as áreas vizinhas, como a alameda Santos,
mas se separou e casou, pela segunda vez, com o escritor baiano Jorge Amado, se tornavam a cada dia mais atraentes e,
consequentemente, mais caras. Se houver
com quem teve seu segundo filho. Começou sua carreira de escritora publicando
tempo, há habilidades dos componentes
Anarquistas, graças a Deus (1979), e escreveu nove livros de memórias, três livros curriculares História e Geografia que podem
infantis, uma fotobiografia e um romance, alguns deles traduzidos em outras ser retomadas e/ou desenvolvidas com base
línguas. Suas obras voltadas ao público infantil são: Pipistrelo das Mil Cores (1989), nesse texto.
O Segredo da Rua 18 (1991) e Jonas e a Sereia (2000). Espera-se que os alunos compreendam que
a região da alameda Santos, por ser próxima
à avenida Paulista, era (e ainda é) uma região
da cidade onde moravam pessoas ricas e
1. Zélia Gattai afirma, em dado momento, que a localização da nova casa dos que estavam ganhando dinheiro (“novos-
pais não poderia ser melhor. Explique a afirmação da autora levando em -ricos”). Por isso, a localização era excelente
para a oficina mecânica do pai de Zélia Gat-
conta o contexto social do novo endereço da família. tai, que atenderia a esse público, que tinha
condições de adquirir automóveis, um bem
2. Ao andar pela alameda Santos, o que denunciava que ali moravam imigrantes? muito caro na época.
Observe as imagens a seguir e justifique sua resposta dando dois exemplos. 2. Professor, chame a atenção dos alunos para
a descrição que a autora faz da arquitetura
das casas da alameda Santos, pois os estilos
são característicos da arquitetura da região
ZECA WITTNER/ESTADÃO CONTEÚDO/AE

dos imigrantes proprietários dos imóveis.


Caso seja possível, seria interessante propor
aos alunos um trabalho interdisciplinar com
Arte, mostrando os estilos arquitetônicos
mencionados por meio de fotos de casas
da época.
Além da presença de imigrantes, como o
italiano seu Roque e os pais da autora, a
arquitetura das casas indicava qual era a
nacionalidade dos proprietários dos imó-
veis. Nas casas dos árabes, por exemplo, o
estilo mourisco predominava; já nas casas
Fachada do Palacete Rosa,
dos italianos, era o estilo romano antigo. O
em estilo mourisco com
estilo mourisco se caracteriza pela presen-
minarete. O palacete Rosa ça de torres e cúpulas com ricos entalhes e
foi construÌdo em 1927 arabescos geométricos.
por Munira e David Jafet, e
restaurado em 2009 por
Luiz Gasparetto.

CENTO E NOVE 109

BNCC
Atividades 1 e 2:
Anotações: (EF35LP04) Inferir informações im-
plícitas nos textos lidos.

CENTO E NOVE 109


3. Que mudanças sociais ocorreram na região? Como os moradores foram
afetados por essas mudanças?
3. Espera-se que os alunos infiram que a inti-
mação para seu Roque tirar dali sua cocheira
4. Como a questão das línguas diferentes, dos brasileiros e dos imigrantes, é
era uma indicação de que a região começava tratada no texto? Justifique sua resposta citando um exemplo.
a ser frequentada por pessoas com maior
poder aquisitivo e que os carros passariam 5. Como podemos descrever a vida e a rotina dos pais de Zélia Gattai, de
a circular – tanto que o pai de Zélia pretende
abrir uma oficina mecânica no local. A região acordo com o texto?
começou a ser frequentada e habitada por
pessoas ricas e que passavam a ganhar mais 6. Você conhece alguma história de imigrantes? Se sim, escreva-a de maneira
dinheiro, ou seja, a região estava enriquecen- resumida e compartilhe-a, oralmente, com seus colegas.
do e os moradores tiveram a vida alterada − a
exemplo de seu Roque, que perdeu o espaço Resposta pessoal.
de sua cocheira.
4. Professor, chame a atenção dos alunos TEXTO 2
para dois trechos do texto: a parte em que
a autora escreve tzi Ró e a parte em que Leia agora o relato de uma mulher nascida no Japão, que chegou ao Mato
ela menciona os problemas que sua mãe
tinha com o italiano (sua língua materna)
Grosso, no Brasil, na década de 1950. Não se sabe seu nome, mas apenas as
e o português. iniciais de seu nome e sobrenome: H. S. O que ela terá encontrado aqui? Que
O texto mostra que alguns imigrantes, desafios terá enfrentado? Leia e descubra.
como a mãe de Zélia, tinham dificuldades
em falar não só o português, mas mesmo
a própria língua materna.
Estado do Mato Grosso Estado de São Paulo
Allmaps

5. Espera-se que os alunos compreendam,


pela iniciativa da montagem da oficina 55° O 50° O

mecânica e pelas falas da mãe de Zélia, AM GO


que a vida do casal era difícil e de muito PA
trabalho e que a mãe de Zélia se preo-
cupava bastante com dinheiro e era mais MG
MS
conservadora, mas que o pai da escritora TO
se arriscava um pouco mais. RO
MATO GROSSO SÃO PAULO
Araraquara
15° S Cuiabá
RJ
Trópico de Capricórnio
Cáceres GO
São Paulo
BOLÍVIA PR Santos
BNCC
Atividades 3 a 6:
OCEANO
(EF15LP02) Estabelecer expectativas MS ATLÂNTICO
em relação ao texto que vai ler (pressu-
posições antecipadoras dos sentidos,
da forma e da função social do texto),
apoiando-se em seus conhecimentos
prévios sobre as condições de produ-
0 210 0 125
ção e recepção desse texto, o gêne- km km
ro, o suporte e o universo temático,
bem como sobre saliências textuais, Fonte: Geoatlas, SIMIELLI, M. E., São Paulo: Ática, 2012.
recursos gráficos, imagens, dados da
própria obra (índice, prefácio etc.),
110 CENTO E DEZ
confirmando antecipações e inferên-
cias realizadas antes e durante a leitura
de textos, checando a adequação das
hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações ex-
plícitas em textos.
Anotações:
(EF15LP09) Expressar-se em situações
de intercâmbio oral com clareza, preo-
cupando-se em ser compreendido
pelo interlocutor e usando a palavra
com tom de voz audível, boa articu-
lação e ritmo adequado.
(EF35LP04) Inferir informações implí-
citas nos textos lidos.

110 CENTO E DEZ


Relato de imigrante japonesa que chegou ao
Brasil em meados dos anos 1950 Professor, antes da leitura chame
a atenção dos alunos para o fato
(...) Depois de cinco dias chegamos em Cuiabá. Pessoal de Cuiabá de que se trata do registro de um
relato oral; portanto, marcas da
estava esperando também. Aí depois de Cuiabá, Capem. Gastou três oralidade permanecem ao longo
dias. Não tem estrada. Na noite que dormi no mato, tinha mosquito. do texto, além de expressões de
Bem miudinho, calça comprida estava usando, mas encheu tudo informalidade. Destaque também
a variação linguística presente no
dentro. (...) Chegamos lá não tinha nada. Tinha que plantar tudo. Terra relato, já que os imigrantes, inclusive
bem areia sabe. Aí, pra ir embora não tem, tem que pegar o mesmo os japoneses, aprendiam, na época
caminhão pra ir embora. Aí eu e não sei quantas pessoas voltamos de que trata o texto, o português
informalmente, no dia a dia, ouvindo
nesse caminhão. Aí voltei para Campo Grande. Aí ele pediu pra casar,
outras pessoas, pois não iam à
né. Não tem nada namoro, né. Só conheceu assim. Aí eu pensei, escola regularmente. Dessa forma,
minha vida, não tem dinheiro para voltar para o Japão, irmão junto há algumas características do relato
não dá, né. Irmã também tem família, tem que comer. que se explicam pela influência da
língua de nascimento da pessoa e
Aí eu falei pra irmã que por essa forma de aprendizagem do
eu tenho que casar. Depois português. Sensibilize os alunos para

Museu Histórico da Imigração Japonesa


que essas características não sejam
de casar, fomos pra Cáceres encaradas como “erros”, mas como
outra vez. Cáceres é terra traços de um aprendizado com base
boa. Muito bom. Três, quatro na escuta apenas. É muito importante
orientar o trabalho para que não se
famílias foram juntas. Também permitam atitudes de preconceito,
não tinha estrada. Era tudo linguístico ou de qualquer natureza.
mato. Fui pra lá, plantação de
arroz, bem alto, mas alto que o
nosso. Fez uma casa comprida,
para cinco famílias. Moravam
todos juntos, em quartinhos. BNCC
Tinha cinco rapazes solteiros. (EF15LP02) Estabelecer expectativas
Cinco famílias todas unidas, em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti-
pouquinha coisa separava. Imigrantes japoneses, Cáceres, MT, 1930.
dos, da forma e da função social do
Plantação era tudo junto e repartido. Meu marido sabia caçar. Então, texto), apoiando-se em seus conhe-
domingo, de dia plantava, cortava capim, domingo descansava e cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
saía para o mato caçar passarinho. Para fazer sopa. Comia todo o gênero, o suporte e o universo te-
mundo junto. Brasileiro, gaijin também comia, mas não junto de nós. mático, bem como sobre saliências
Era capataz. (...) Aí nós pedimos pra pegar a carne, ele falou, pode textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefá-
pegar a carne. Nós não sabíamos, trouxe bastante carne na bacia. Aí cio etc.), confirmando antecipações
quando olhou estava cheio de bicho. Tinha um fazendeiro italiano e inferências realizadas antes e du-
a 30 km, lá tinha bastante couve, galinha. Era estrada para Bolívia. rante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP13) Identificar finalidades da
interação oral em diferentes contex-
tos comunicativos (solicitar informa-
CENTO E ONZE 111
ções, apresentar opiniões, informar,
relatar experiências etc.).
(EF35LP01) Ler e compreender, si-
lenciosamente e, em seguida, em
voz alta, com autonomia e fluência,
textos curtos com nível de textuali-
dade adequado.

CENTO E ONZE 111


Então lá passava caminhão. Então os homens iam buscar comida.
De manhã saía e de noite voltava. Com arroz, sal, macarrão, essas
coisas. E trouxe duas galinhas. A primeira nasceu ovo, mas não podia
comer. Para criar. Depois repartiu, nasceu mais pintinho, mas não podia
comer nenhum ovo. Aí eu grávida, de sete meses, tive que voltar para
Campo Grande, minha sogra tinha plantação de verdura. Eu ganhei
BNCC minha filha um ano depois (de chegar em Campo Grande).
Atividades 1 a 7: Trabalhávamos juntos com verdura.

Museu Histórico da Imigração Japonesa


(EF15LP02) Estabelecer expectativas Depois separamos da família. Meu
em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti- sogro, meu cunhado, todos foram
dos, da forma e da função social do embora para o Estado de São Paulo,
texto), apoiando-se em seus conhe- Araraquara. Araraquara tinha tio dele,
cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
fazendeiro imigrante, aí chamou, né.
o gênero, o suporte e o universo te- Aí a gente começou a trabalhar com
mático, bem como sobre saliências verdura. Fazer plantação de verdura. Eu
textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefá-
vendia com carroça. (...) Plantar e vender
cio etc.), confirmando antecipações na feira. Três horas da madrugada eu
e inferências realizadas antes e du- sozinha, deixava filhos com marido, e eu
rante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas.
ia para feira vender verduras. Começou Imigrantes japoneses em plan†ação
(EF15LP03) Localizar informações
assim. Mas só assim não dá. de café, Araquara, SP, 1930.
explícitas em textos. Aí começou a tentar granja. Aí ele pensou, vou fazer granja. Em
(EF15LP12) Atribuir significado a São Paulo tinha bastante granja. Mandou carta, meu marido não sabe
aspectos não linguísticos (paralin-
guísticos) observados na fala, como falar nada, não sabia falar nada em português. Para comprar pintinho.
direção do olhar, riso, gestos, movi- Aí ele gastou uma semana, foi lá buscar pintinho. Trouxe trezentos
mentos da cabeça (de concordância pintinhos. A casa era de madeira. Então a sala, fechamos tudo com
ou discordância), expressão corporal,
tom de voz. cobertor. Deixava tudo aqui em casa, para não entrar vento. A noite
(EF35LP04) Inferir informações im- inteira acordávamos para cuidar pintinho também. Ele fez tudo
plícitas nos textos lidos. sozinho, a casa dos pintinhos. (...)

KUBOTA, N. F. L. Relatos de chegada: imigrantes japoneses em Campo Grande. Aurora, ano II,
n. 2, junho de 2008, p. 62-63. Disponível em: <http://www.academia.edu/11697305/Relatos_de_Chegada_
Imigrantes_Japoneses_em_Campo_Grande-MS>. Acesso em: 2 jan. 2018.

Cáceres: cidade do estado de Mato Grosso que gaijin: estrangeiro; modo como os japoneses
faz fronteira com a Bolívia. chamavam os demais imigrantes, os europeus,
capataz: chefe de um grupo organizado de por exemplo.
trabalhadores. granja: pequena propriedade rural em que
Capem: colônia japonesa que ficava a 500 km de se explora uma atividade agrícola (criação de
Cuiabá, capital de Mato Grosso. galinhas, por exemplo) em pequena escala.

112 CENTO E DOZE

Interdisciplinaridade
Aproveite a oportunidade para realizar atividade interdisciplinar com o componente curricular
História. Podem ser realizadas atividades que analisem os diferentes fluxos populacionais e suas contri-
buições para a formação da sociedade brasileira. Também, identificar as contribuições dos imigrantes,
para a formação da cultura local e brasileira e as mudanças associadas à migração internacional.
A BNCC, ao se reportar às diretrizes curriculares que a embasam, menciona como princípios
a valorização das diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural. Os textos e

112 CENTO E DOZE


1. De acordo com a leitura do texto, com qual objetivo a imigrante japonesa
veio para o Brasil? O objetivo da imigrante japonesa ao vir para o Brasil era 4. Professor, no início do texto é dito que na
o de trabalhar na lavoura e viver aqui. colônia japonesa, em Capem, a terra não era
boa para plantar e por isso, após casar-se, a
2. Quais foram as condições da viagem dos imigrantes de Cuiabá até seu narradora volta para Cáceres. Chame a aten-
destino final? A viagem de Campo Grande até a colônia japonesa foi ção dos alunos para a leitura global do texto
feita em condições precárias, sem segurança ou conforto. e para as relações entre as partes.
3. Como era a organização familiar entre os imigrantes japoneses? Na colônia japonesa, a terra não era boa para
Os imigrantes japoneses moravam todos juntos: eram cinco famílias na mesma casa. plantar, então, após o casamento, a narrado-
4. Por que os imigrantes japoneses voltaram para a cidade de Cáceres? ra e sua família voltaram para Cáceres.
5. Era uma rotina difícil e cansativa, pois os ho-
5. Como era a rotina da imigrante japonesa em Cáceres? mens saíam para caçar e buscar alimentos
em outras cidades; a família toda plantava e
vendia verduras.
6. Em Campo Grande, com o que os imigrantes começaram a trabalhar?
7. Espera-se que os alunos formulem a hipótese
Com criação de frangos.
de que a imigrante aprendeu o português
7. Relatos como este são frutos de conversas entre quem está relatando algo em seu dia a dia, com os brasileiros e outros
e quem está ouvindo, por isso há marcas de oralidade ao longo de todo o imigrantes que já sabiam falar a língua.
texto. Essas marcas revelam como a imigrante se expressa em nossa língua.
Como, em sua opinião, a imigrante japonesa aprendeu a falar português?

Professor, esta atividade explora alguns aspectos


da morfossintaxe do português brasileiro, como o
NOSSA LÍNGUA uso de artigos e de conjunções a partir do relato
de uma imigrante estrangeira, que apresenta
características específicas.

Quando aprendemos uma língua estrangeira, fazemos isso de forma


gradual e sempre levamos algo de nossa língua materna, aquela que
aprendemos primeiro, na infância, para esse novo aprendizado. Por isso é
muito comum, mesmo para as pessoas que dominam uma língua estrangeira,
falar ainda com algum sotaque ou construir frases de forma diferente do que Professor, é fundamental lembrar aos
alunos que não há uma versão única.
faria um falante nativo.
Algumas possibilidades são inserir o
artigo “o” antes de “pessoal de Cuia-
1. Observe o trecho do relato: bá”, inserir o verbo “chegar” antes de
“Capem” e a conjunção “porque” inter-
ligando as duas últimas frases e alterar a
Depois de cinco dias, chegamos em Cuiabá. Pessoal de Cuiabá conjugação do verbo “gastar”: “Depois
de cinco dias, chegamos em Cuiabá. O
estava esperando também. Aí depois de Cuiabá, Capem. Gastou três pessoal de Cuiabá estava esperando
dias. Não tem estrada. também. Aí depois de Cuiabá, chega-
mos em Capem. Gastamos três dias
porque não tem estrada.”.
O texto é compreensível, mas parece que faltaram alguns ajustes. Se você
fosse refazer esse trecho para publicar como um relato escrito, como faria?
Discuta em dupla com um colega e apresente para a classe sua versão.

CENTO E TREZE 113 BNCC


(EF15LP12) Atribuir significado a
aspectos não linguísticos (paralin-
guísticos) observados na fala, como
direção do olhar, riso, gestos, movi-
atividades deste capítulo permitem que essas questões sejam abordadas, interdiscipli- mentos da cabeça (de concordância
narmente, com o conteúdo de língua portuguesa, pois o professor pode focalizar a ou discordância), expressão corporal,
diversidade das línguas trazidas pelos imigrantes ao Brasil e a riqueza lexical que isso tom de voz.
ocasionou para o português.
Sugestão de leitura:
BOLOGNINI, Carmen Zink; PAYER, Maria Onice. Línguas de imigrantes. Cienc. Cult., São
Paulo, v. 57, n. 2, p. 42-46, junho de 2005. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252005000200020>. Acesso em: 2 fev. 2018.

CENTO E TREZE 113


2. Indique o que seria necessário ajustar no trecho a seguir para publicá-lo por
escrito. Reescreva-o no caderno, com os ajustes indicados.

É preciso reorganizar as frases, inse-


rindo artigos, conectivos e verbos.
Uma versão possível é a seguinte: “Aí
Aí começou a tentar granja. Aí ele pensou, vou fazer granja.
ele começou a tentar trabalhar com Em São Paulo tinha bastante granja. Mandou carta, meu marido
granja. Ele pensou: vou fazer uma não sabe falar nada, não sabia falar nada em português.
granja. Em São Paulo tinha bastante
granja. Mandou uma carta, porque
meu marido não sabe falar nada, não
sabia falar nada em português.”
GRAU DOS ADJETIVOS
Superlativo
Leia na página a seguir o trecho de um relato de uma descendente de
italianos que imigraram para o Brasil no início do século XX.

Rota de imigração italiana para os Estados Unidos


Allmaps

ITÁLIA
CONNECTICUT
Nápoles
ESTADOS
UNIDOS

Meridiano de Greenwich
OCEANO
Círculo Polar Ártico ATLÂNTICO

Equador

0 715

km

Fonte: Geoatlas, SIMIELLI, M. E., São Paulo: Ática, 2012.

114 CENTO E CATORZE

Anotações:

114 CENTO E CATORZE


Meu nome é Anella Catapano Scarpelle. Nasci em 25 de julho de
1917. Nasci nos Estados Unidos da América do Norte, em Connecticut.
Meu pai é Antonio Catapano, minha mãe Magdalena Scapa Catapano.
Eles nasceram na Itália, Nápoles. Meu pai era negociante. Ele comprava,
vendia, comprava e vendia, comprava e vendia. Minha mãe era dona
de casa. Ele era uma pessoa muito correta, corretíssima. Um pouco
nervoso. Minha mãe era mais calma, muito caseira, muito passiva.
Eu lembro de todos irmãos que ficaram vivos, pois vários morreram
ainda criança, só que eu fui a penúltima. (...)
a. O pai de Anella era um homem
SCARPELLE, A. C. Tutti buona gente. Disponível em: um pouco nervoso, já sua mãe era
<http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/tutti-buona-gente-98076>. Acesso em: 27 dez. 2017.
calma, muito passiva.
1. No trecho apresentado, Anella descreve seus pais e podemos ver que eles b. Anella descreve seu pai como
uma pessoa muito correta, cor-
eram diferentes entre si. retíssima.

a) Em termos de temperamento, qual era a principal diferença entre eles?

b) Em termos de comportamento, como Anella descreve seu pai?

c) Há diferença entre dizer que uma pessoa é “muito correta” e “corretíssima”? Professor, a intenção é fazer que
os alunos percebam as nuanças de
Qual é? significado entre “correto”, “muito
correto” e “corretíssimo”.
A palavra “corretíssima” está no grau superlativo. Ela é derivada, por meio c. O termo “corretíssima” está en-
de sufixos, do adjetivo “correto” e está expressando as qualidades de bom fatizando que a pessoa é correta;
caráter e honradez do pai de Anella em um grau máximo, como se ele nunca é como se ela nunca falhasse ou
fizesse algo errado ou ilegal, mais
cometesse erros, falhas ou fizesse algo ilegal, por exemplo. Assim, Anella quis intenso do que a expressão “muito
enfatizar que seu pai era correto no maior grau possível, em sua vida familiar, correta” ou o adjetivo “correta”.
nos negócios etc.
Desse modo, o grau superlativo é o grau dos adjetivos que expressa
características, qualidades ou defeitos em um grau muito elevado, em um grau
máximo. O superlativo pode ser absoluto ou analítico:
Superlativo absoluto: ocorre quando a característica de um ser é intensificada,
BNCC
sem relações de comparação com outros seres. Apresenta-se nas formas:
Atividade 1:
a) Analítica: a intensificação se dá por meio do uso de palavras com ideia (EF15LP03) Localizar informações
de intensidade, ou seja, por advérbios de intensidade. explícitas em textos.
(EF05LP08) Diferenciar palavras
Exemplos: primitivas, derivadas e compostas,
e derivadas por adição de prefixo e
• Ele é uma pessoa muito correta. de sufixo.
• Ele é pouco correto no que faz.

CENTO E QUINZE 115

CENTO E QUINZE 115


b) Sintética: a intensificação se dá por meio do acréscimo de sufixos.
Exemplo:
• O pai de Anella era um homem corretíssimo.

O importante é perceber as nuanças de significado entre os diferentes usos


do adjetivo. O advérbio de intensidade “muito” intensifica a característica de
ser correto, e o advérbio de intensidade “pouco” atenua tal característica. Já a
forma superlativa “corretíssimo” expressa que o pai de Anella conseguia atingir
o máximo da correção em sua vida.
Superlativo relativo: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada
a. A comparação é feita com o pai de Anella, em relação a um grupo de seres. Essa relação pode ser de:
que era “um pouco nervoso”.
• Superioridade: Ela é a funcionária mais correta do escritório.
b. “Minha mãe era mais calma que o meu
pai.” ou “Minha mãe era mais calma que • Inferioridade: Ela é a funcionária menos correta do escritório.
o meu pai, que era um pouco nervoso.”
d. Nervosíssimo, calmíssima, caseiríssima e Releia o trecho a seguir:
passivíssima.

(...) Ele era uma pessoa muito correta, corretíssima. Um pouco nervoso.
Minha mãe era mais calma, muito caseira, muito passiva. (...)

Professor, espera-se que os


alunos entendam que Anella está a) No trecho “Minha mãe era mais calma”, há uma comparação com outra
comparando os pais, ou seja, sua pessoa? Quem é?
mãe era mais calma do que seu pai,
que era um pouco nervoso.
b) Como essa comparação poderia ter sido apresentada na frase?
c. Anella usa o superlativo relativo,
pois compara seus pais, e o de c) Qual superlativo é usado? Justifique sua resposta.
superioridade, porque sua mãe
era mais calma do que seu pai, d) Quais são as formas sintéticas do superlativo dos adjetivos presentes no
que era um pouco nervoso.
trecho?

2. Leia, abaixo, o poema de Sérgio Capparelli.

BNCC Doente anônimo


(EF35LP23) Apreciar poemas e outros (Bilhete encontrado na sala de aula pela turma da limpeza)
textos versificados, observando rimas,
aliterações e diferentes modos de divi- Doutora, meu amor adoeceu,
são dos versos, estrofes e refrões e seu
efeito de sentido. anda perrengue, estropiado,
(EF35LP27) Ler e compreender, com tem o fígado roto
certa autonomia, textos em versos,
explorando rimas, sons e jogos de
e o coração em descompasso.
palavras, imagens poéticas (sentidos
figurados) e recursos visuais e sonoros.
116 CENTO E DEZESSEIS

Anotações:

116 CENTO E DEZESSEIS


− Doutora, não sei o que faço!

Meu amor sofre de artrite,


“‘stress”, falta de viço,

Dawidson França
magro, magérrimo,
quase morre de cansaço.

− Doutora, não sei o que faço!

Não sai mais a galope,


nem a trote, como antes. a. O eu lírico fala do amor como se o amor fos-
se uma pessoa doente que está magérrima,
Doutora, ele agora, muito triste, que sofre de artrite e que tem o coração em
descompasso.
segue a passo, lento passo. b. Magérrimo: superlativo absoluto sintético.
c. Intensifica a ideia de que o amor está doen-
Doutora, linda doutora, o que é que eu faço? te e, por isso, está magérrimo.

CAPPARELLI, Sérgio. Restos de arco-íris. 5. ed. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 32.

a) No texto, como o eu lírico fala do sentimento amor? Explique sua resposta


dando exemplos.
Ajude os alunos a perceber que, quando
b) Transcreva um superlativo presente no texto e, em seguida, classifique-o. o poeta expressa que o amor não era so-
mente magro, mas magérrimo, se trata de
c) O emprego do adjetivo no superlativo intensifica qual ideia desenvolvida um efeito de gradação.
no texto?

3. No texto, as palavras “magro” e “magérrimo” aparecem na sequência. Em


sua opinião, por que isso foi feito?
Ajude os alunos a perceber que a
4. Recrie os versos, usando o adjetivo destacado nos graus pedidos. escolha de cada palavra modifica o
todo do poema, não só quanto ao
a) Doutora, ele agora, muito triste, segue a passo, passo lento, (grau sentido, mas quanto à musicalida-
de, à métrica e ao ritmo da obra.
superlativo absoluto sintético)
Qualquer mudança, portanto, traz
Doutora, ele agora, tristíssimo, / segue a passo, passo lento impactos para o poema e altera a
b) Doutora, meu amor adoeceu, anda perrengue, estropiado, (grau obra original.
superlativo absoluto analítico)
Doutora, meu amor adoeceu, / anda perrengue, estropiadíssimo
5. Agora reflita: a escolha entre as formas do adjetivo usadas no poema
original e aquelas usadas nessas atividades pode modificar o sentido do
poema? Por quê?

117 BNCC
CENTO E DEZESSETE
Atividades 2 a 5:
(EF05LP08) Diferenciar palavras
primitivas, derivadas e compostas,
e derivadas por adição de prefixo e
de sufixo.
(EF35LP04) Inferir informações im-
plícitas nos textos lidos.

CENTO E DEZESSETE 117


6. Escreva frases com as palavras a seguir, usando os adjetivos nos
graus indicados.
a) estudante, curso, sossegado (superlativo relativo de superioridade)
Aquele estudante é o mais sossegado do curso.
b) professor, escola, tranquilo (superlativo relativo de inferioridade)
Ele é o professor menos tranquilo da escola.

PARA LER

Vamos ler mais uma parte do relato de Anella Catapano Scarpelle,


descendente de italianos que imigraram para o Brasil, mais especificamente
para São Paulo, na mesma região em que Zélia Gattai morou com a família.

(...) Quando nós chegamos no Brasil nós fomos morar numa


casa da Rua Augusta com Alameda Jaú, mas o terreno era grande,
então ele (seu pai) construiu um sobrado no fundo do lado da
BNCC
Alameda Jaú.
(EF35LP21) Ler e compreender, de
forma autônoma, textos literários Eu brincava que nem as brincadeiras que a minha bisneta brinca
de diferentes gêneros e extensões,
inclusive aqueles sem ilustrações, es-
agora. Ciranda cirandinha, pega-pega, esconde-esconde, essas
tabelecendo preferências por gêneros, brincadeiras. Isso foi na escola que eu brincava. Antes de ir pra escola.
temas, autores. (...) Eu fui pra escola com nove anos porque meu pai foi morar lá
perto do zoológico, lá na Água Funda e ele alugou um, como chama,
um empório, armazém. Abriu um empório e nesse entremeio ele
mandou construir lá na Rua Ibituruna mais dois quartos e cozinha,
depois daquele dois quartos
e cozinha mandou construir

Coleção Particular
mais dois.
E continuava trabalhando
no empório. E depois ele
mandou construir mais um
quarto grande e cozinha, no
mesmo terreno. Alugava e
recebia os aluguéis.
Eu estudei. Eu queria ser
professora, mas meu pai, Casarão da Avenida Paulista em 1920.

118 CENTO E DEZOITO

Anotações:

118 CENTO E DEZOITO


além de tudo o que ele tinha, ele
achava que não tinha necessidade

Coleção Particular
de eu estudar mais. Estudei até o
quarto ano sem terminar, que era
primeiro, segundo, terceiro, eu estava
na metade do quarto ano (...) . A
professora gostava muito de mim,
eu era muito aplicada, Português
principalmente, e a professora veio
na minha casa, foi pedir pro meu
pai: “Não tire a sua filha da escola Casarão da Avenida Paulista em 1915.
porque a sua filha tem muito futuro e ela é muito aplicada” “Não, ela
vai trabalhar. Precisa trabalhar, precisa aprender o trabalho”. Tá certo, me
ensinou o trabalho.
Eu agradeço meu pai que ele me ensinou o trabalho, não estudei. BNCC
(...) Fui trabalhar numa fábrica de meia. Eu tinha 13 anos. (...) Minha Atividades 1 a 4:
irmã já estava trabalhando na fábrica de meia, ela tinha três anos a (EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos.
mais que eu, e eu fui trabalhar na fábrica de meia. Era pespontadeira.
(...) O salário eu dava pro meu pai e meu pai me dava mil réis. (...) Eu
fui juntando aquele mil réis. Depois meu pai dizia pra mim: “Dá pra
mim que eu te guardo, porque senão você perde”. Eu dava pra ele
e ele guardava. E a minha irmã a mesma coisa. (...) Depois meu pai
faleceu. Consegui juntar 30 mil réis, mas estava com meu pai. (...)
Morreu o pai? Quem vai mandar é o filho homem. Então ela pegava
todos os aluguéis e levava pra ele. Depois ele mandava mantimento,
mandava coisas para nós. (...)
1. Anella quis estudar, mas não pôde com-
pletar os estudos, pois seu pai a tirou da
SCARPELLE, A. C. Tutti buona gente. Disponível em:
escola para começar a trabalhar numa
<http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/tutti-buona-gente-98076>. Acesso em: 27 dez. 2017.
fábrica de meias junto com a irmã. Mas
Anella também brincava.
pespontadeiro: pessoas que trabalhavam nas indústrias de vestuário e calçados no início do século XX. 2. Anella estudou até o 4o ano e não com-
réis: moeda antiga. pletou os estudos, pois o pai a tirou da
escola para trabalhar.
3. O pai comandava os negócios da famí-
1. Como foi a infância de Anella no Brasil? lia, e após sua morte o filho mais velho
passou a tomar conta de tudo. A família
2. Anella estudou até que ano na escola? Por que ela não completou os estudos? possuía um empório e contava ainda
com os aluguéis de algumas casas.
3. Quem comandava os negócios da família? E que negócios eram esses? 4. Foi em uma fábrica de meias, como
pespontadeira.
4. Qual foi o primeiro emprego de Anella?

CENTO E DEZENOVE 119

CENTO E DEZENOVE 119


PRODUÇÃO DE TEXTO

Professor, como o tema do RELATO DE PRODUÇÃO ORAL


capítulo é imigração, seria muito
interessante que os alunos No dia a dia, sempre compartilhamos com familiares e amigos o que nos
encontrassem imigrantes ou acontece − seja algo rotineiro, seja uma grande surpresa, seja um imprevisto.
descendentes de imigrantes,
de qualquer nacionalidade, ou Isso é algo tão natural que, muitas vezes, nem percebemos que ao ter essa
mesmo de brasileiros migrantes, conversa estamos produzindo um relato.
para produzir os relatos orais.
Converse com a turma e verifique O relato possui aspectos
se há alunos nessa situação e, em narrativos, pois contamos uma história
caso afirmativo, se alguns de seus que aconteceu com uma pessoa
familiares podem ir à escola relatar
suas experiências. Verifique também (personagem), em um determinado
se há migrantes e/ou descendentes lugar (cenário), em um certo tempo e
na comunidade escolar, no bairro que é relatada por alguém.
etc. Caso nenhuma dessas opções
seja possível, oriente-os a procurar Os textos que lemos nas seções
alguém que tenha uma experiência Para Ler são exemplos de relatos de

Dawidson França
de vida interessante para contar.
imigrantes que vieram para o Brasil em
busca de trabalho e que, anos mais
tarde, contaram suas histórias para
outras pessoas. Por se tratar de coisas
que aconteceram no passado, os verbos
usados em relatos estão no pretérito.

Já a linguagem do relato pode ser marcada pela oralidade ou pela


formalidade da modalidade escrita. No caso dos relatos das seções Para Ler,
há traços de oralidade e de informalidade, pois eles foram produzidos por meio
de uma conversa entre a pessoa que relatou seu processo de imigração e o
pesquisador, por exemplo, que gravou e depois transcreveu esse relato do jeito
que lhe foi contado.
No caso das imigrantes japonesa e italiana, é necessário, ainda, contar
com sua pouca familiaridade com a Língua Portuguesa. Elas aprenderam o
idioma de maneira informal, apenas ouvindo outras pessoas e falando com
elas, em seu dia a dia.
O capítulo do livro de Zélia Gattai, por sua vez, é um registro da história
escrito na norma padrão da Língua Portuguesa.
Agora que já lemos exemplos de relatos e vimos que é um gênero mais
comum do que imaginamos, é hora de gravarmos um deles, que depois será
divulgado no blog da escola. Ao final do capítulo 10 deste livro, propomos um

120 CENTO E VINTE

Prática pedagógica
As competências específicas 1, 2 e 5 de linguagens para o 2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artís-
Ensino Fundamental reforçam o compromisso firmado na BNCC ticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade
com respeito à pluralidade e diversidade: humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades
“1. Compreender as linguagens como construção humana, his- de participação na vida social e colaborar para a construção de
tórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão 5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e res-
de subjetividades e identidades sociais e culturais. peitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às

120 CENTO E VINTE


trabalho que vai utilizar os relatos registrados nesta atividade em um seminário
Professor, se considerar pertinente e viável,
sobre as pessoas de todo o mundo no Brasil. Por isso, já vá se preparando! outra alternativa é gravar o relato em vídeo.
Com o auxílio de seu professor e, se possível, munidos de gravador ou de Caso isso seja possível, acrescente então uma
etapa de edição do vídeo aos procedimentos.
smartphone com aplicativo de gravação de áudio, você e seus colegas gravarão
um relato de alguém que tenha uma experiência de vida interessante para
contar, relacionada a esses movimentos de migração. Caso vocês conheçam
um imigrante ou um descendente de imigrantes, de qualquer nacionalidade,
BNCC
que conte como foi essa experiência, melhor ainda! Eles podem ser familiares,
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o
amigos ou membros de sua comunidade. texto que será produzido, considerando a situação
Para isso, vocês precisarão seguir o roteiro. comunicativa, os interlocutores (quem escreve/para
quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever
Roteiro para Relato para quê); a circulação (onde o texto vai circular); o
suporte (qual é o portador do texto); a linguagem,
Primeiro, ao convidar a pessoa a relatar sua história, explique que o objetivo organização e forma do texto e seu tema, pesqui-
é uma pesquisa escolar e peça autorização para expor o relato na escola e/ou sando em meios impressos ou digitais, sempre que
for preciso, informações necessárias à produção do
em publicações na internet e em mídias sociais. texto, organizando em tópicos os dados e as fontes
pesquisadas.
Coletando o Relato
(EF15LP12) Atribuir significado a aspectos não lin-
• Pergunte à pessoa seu nome, idade e local de nascimento. guísticos (paralinguísticos) observados na fala, como
• Indague a situação da pessoa (se imigrante ou descendente) e, se direção do olhar, riso, gestos, movimentos da ca-
beça (de concordância ou discordância), expressão
imigrante, qual é sua nacionalidade. corporal, tom de voz.
• Peça à pessoa que relate, detalhadamente, a experiência de imigração (EF15LP13) Identificar finalidades da interação oral
vivida por ela ou por seus ascendentes e por que a escolha pelo em diferentes contextos comunicativos (solicitar
informações, apresentar opiniões, informar, relatar
Brasil; caso surjam dúvidas ou questões no meio do relato, interrompa experiências etc.).
educadamente e peça que a pessoa explique melhor o que aconteceu. (EF35LP11) Ouvir gravações, canções, textos falados
• Pergunte como a pessoa e sua família estão atualmente, se gostaram da em diferentes variedades linguísticas, identificando
características regionais, urbanas e rurais da fala e
experiência ou não, se houve algum arrependimento etc. respeitando as diversas variedades linguísticas como
• Depois, organizados em grupos e com a ajuda do seu professor, transcrevam características do uso da língua por diferentes gru-
o relato, buscando reproduzi-lo exatamente como foi narrado. pos regionais ou diferentes culturas locais, rejeitan-
do preconceitos linguísticos.
Editando o Relato (EF35LP18) Escutar, com atenção, apresentações
de trabalhos realizadas por colegas, formulando
• Depois de transcrito o relato, é preciso editar o texto. Observem se perguntas pertinentes ao tema e solicitando escla-
há repetições desnecessárias, se as frases podem ser compreendidas recimentos sempre que necessário.
mesmo por quem não ouviu o relato ao vivo, se houve alguma frase não
terminada, se falta alguma palavra... Com a ajuda do professor, façam os
ajustes e passem o relato a limpo.
Comentário Crítico da Produção Escrita Professor, nesta atividade, é importante
que os ajustes ocorram apenas se
Agora que coletamos e produzimos relatos, está na hora de registrarmos necessários para a boa compreensão do
nossa opinião sobre eles em um comentário crítico. Sempre que lemos um texto texto. Devem-se realizar os ajustes sem
ou uma entrevista, ouvimos uma canção ou vemos um filme, por exemplo, que a espontaneidade do relato seja
perdida. Também não devem ser feitas
mudanças indevidas, como a troca de
CENTO E VINTE E UM 121 palavras pela simples preferência de quem
está editando o texto.

mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da língua. Enfatize que a língua é um produto social que reflete a história
humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, in- e cultura de seus falantes e está em constante variação e mudança.
dividuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito Paralelamente, discuta com eles, numa roda de conversa, o problema
à diversidade de saberes, identidades e culturas.” do preconceito linguístico, estimulando-os a refletir sobre isso e a
Para explorar esses pressupostos, sugerimos que o professor orien- pensar em formas de desconstruí-lo no dia a dia.
te a turma a construir uma lista de palavras e expressões típicas das Para saber mais:
origens imigratórias ou migratórias dos familiares dos alunos. Explore BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolinguística,
com os alunos as palavras e expressões regionais, demonstrando que São Paulo: Contexto, 1997.
a miscigenação e o fluxo migratório e imigratório enriqueceram nossa

CENTO E VINTE E UM 121


formamos uma opinião a respeito. Podemos gostar ou não, podemos concordar
ou discordar, podemos achar interessante ou não, enfim, cada manifestação
artística, literária, jornalística etc. que nos é apresentada nos provoca uma
Professor, oriente os alunos a ler os
relatos inteiros para depois escrever reação − e cada pessoa tem uma reação única.
os comentários críticos, de forma Você deverá escrever, em 1a pessoa, um comentário crítico a respeito do
respeitosa e educada.
relato coletado por você ou por um dos seus colegas. Escreva o que você achou
da história contada, se achou emocionante, triste, aventureira... É importante,
contudo, justificar sua opinião. Por exemplo:

BNCC
“Achei esse relato muito surpreendente, porque pensei que a chegada ao
(EF05LP27) Utilizar, ao produzir o Brasil fosse só de felicidade, mas houve alguns momentos de tristeza também.”
texto, recursos de coesão prono-
minal (pronomes anafóricos) e ar-
ticuladores de relações de sentido
(tempo, causa, oposição, conclusão, “Para mim, esse relato foi o mais emocionante que li, pois as pessoas
comparação), com nível adequado de da família e da vizinhança se ajudaram muito para poder viver no Brasil.”
informatividade.
(EF35LP08) Utilizar, ao produzir
um texto, recursos de referencia- Observe que é importante usar palavras e expressões que liguem sua
ção (por substituição lexical ou por opinião à justificativa, como “porque”, “pois”, “uma vez que”, para que haja
pronomes pessoais, possessivos e
demonstrativos), vocabulário apro-
conexão entre as duas partes do texto.
priado ao gênero, recursos de coesão
pronominal (pronomes anafóricos) e
articuladores de relações de sentido
(tempo, causa, oposição, conclusão, SUGESTÃO DE LEITURA

Divulgação
comparação), com nível suficiente de
informatividade. VARELLA, Dráuzio. Nas ruas do Brás. São Paulo:
(EF35LP15) Opinar e defender ponto Companhia das Letrinhas, 2000. 80 p.
de vista sobre tema polêmico relacio-
nado a situações vivenciadas na es- O médico e escritor reúne neste livro suas memórias de
cola e/ou na comunidade, utilizando infância. Neto de imigrantes espanhóis e portugueses,
registro formal e estrutura adequa- morou no Brás (um bairro de São Paulo) e passou seus
da à argumentação, considerando dias de menino brincando, brigando na rua. Quantas
a situação comunicativa e o tema/
assunto do texto. lembranças de um tempo que não volta...
Divulgação

Sugestão de leitura:
(EF35LP02) Selecionar livros da bi- BELINKY, Tatiana. Transplante de menina.
blioteca e/ou do cantinho de leitura 3.ed. São Paulo: Moderna, 2003. 160 p.
da sala de aula e/ou disponíveis em
meios digitais para leitura individual,
As memórias da autora começam na distante
justificando a escolha e comparti- Rússia, onde nasceu, e continuam no Brasil,
lhando com os colegas sua opinião, desde que chegou, com 10 anos, na década de
após a leitura. 1930. Durante seu relato, Tatiana conta como
(EF35LP21) Ler e compreender, de foi se tornando brasileira.
forma autônoma, textos literários
de diferentes gêneros e extensões,
inclusive aqueles sem ilustrações,
estabelecendo preferências por gê- 122 CENTO E VINTE E DOIS
neros, temas, autores.

Anotações:

122 CENTO E VINTE E DOIS


C A PÍ T ULO

8
IDAS E VINDAS: Professor, este conteúdo pode ser

A IMIGRAÇÃO NO BRASIL
trabalhado de maneira interdisciplinar
com as disciplinas de História e Geografia.
O texto apresentado – composto de texto
verbal e fotografias – é parte do acervo
do Museu da Imigração, localizado em
São Paulo (SP). Ele está disponível no
site dessa instituição, em: <http://www.
PARA LER museudaimigracao.org.br/>. Acesso em:
17 jan. 2018. Contextualiza os objetivos
da instituição e o que é exibido, a fim de
que os visitantes – virtuais e presenciais
Você já sabe que desde a colonização portuguesa o Brasil recebe imigrantes – possam ampliar sua experiência ao
de várias partes do mundo e, assim, a miscigenação é uma característica do nosso conhecer o acervo do museu. Auxilie seus
país. As famílias brasileiras, em sua maioria, possuem mais de uma ascendência, alunos a compreender o funcionamento
desse texto, que traz também fotografias
o que caracteriza essa mistura de origens, culturas e histórias. dos processos imigratórios e que
funcionam como documentos históricos.
1. Você conhece a ascendência da sua família, ou seja, se seus pais, avós, Caso algum aluno não tenha visitado um
bisavós etc. vieram de outros países? museu, faça uma breve explanação, a
fim de que possa compreender melhor a
2. Você sabe o que é árvore genealógica? necessidade de textos explicativos como
este nesses locais. Se possível, visite a
3. Sua família conta histórias de antepassados estrangeiros? exposição virtual disponível em: <https://
www.google.com/culturalinstitute/beta/
4. Você sabe como chegavam e eram recebidos no Brasil os imigrantes há exhibit/GQLCZOwEZpgsJw>. Acesso em:
cerca de 100 anos? 17 jan. 2018, que contém muitas fotos, ou
organize uma visita presencial ao Museu da
5. E hoje, como você imagina que eles são recebidos aqui? Imigração ou a outro espaço cultural da sua
cidade que trate desse assunto.

Rawpixel/Shutterstock
BNCC
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti-
dos, da forma e da função social do
texto), apoiando-se em seus conhe-
cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
o gênero, o suporte e o universo te-
mático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações
e inferências realizadas antes e du-
Fotomontagem de imigrantes de diversas nacionalidades. rante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas.
CENTO E VINTE E TRÊS 123 (EF15LP09) Expressar-se em situa-
ções de intercâmbio oral com clareza,
preocupando-se em ser compreendi-
do pelo interlocutor e usando a pa-
lavra com tom de voz audível, boa
articulação e ritmo adequado.

CENTO E VINTE E TRÊS 123


TEXTO 1

BNCC Você já visitou um museu? Os museus reúnem objetos e documentos de


(EF15LP04) Identificar o efeito de interesse histórico, científico, artístico ou cultural. Muitos museus são organizados
sentido produzido pelo uso de re- em torno de um assunto, como o Museu do Homem do Nordeste em Recife (PE)
cursos expressivos gráfico-visuais em
textos multissemióticos. ou o Museu de Arte Pantaneira, de Aquidauana (MS). Existe também o Museu da
(EF35LP01) Ler e compreender, si- Imigração, localizado na cidade de São Paulo. Pelo nome, já dá para saber qual é o
lenciosamente e, em seguida, em tema central desse museu, certo?
voz alta, com autonomia e fluência,
textos curtos com nível de textuali- O texto que você vai ler é uma exposição virtual desse museu, ou seja, que
dade adequado.
pode ser vista no portal do Museu da Imigração e explica o que está exposto no
local. O museu ocupa as instalações da antiga Hospedaria do Imigrante, no bairro
do Brás, onde ficavam os imigrantes e os migrantes que começavam a chegar a
São Paulo há mais de 120 anos, para trabalhar, antes de serem encaminhados aos
seus novos locais de trabalho, na agricultura, na indústria ou no comércio.
Observe também algumas fotografias do acervo e pense: como era deixar o
seu país e chegar à hospedaria? O que sentiam e desejavam as pessoas? O que
levavam com elas? Vamos conhecer um pouco mais sobre isso.
Reprodução

Viagem, sonho e destino


Nesta exposição propomos uma “viagem” pelo acervo do Museu
da Imigração tendo como fios condutores o movimento e os caminhos
percorridos, perpassando décadas de história sem um compromisso rígido
com o encadeamento dos anos.

124 CENTO E VINTE E QUATRO

Prática pedagógica
Retome com os alunos as perguntas motivadoras de leitura cons- um texto autobiográfico, contando sobre si e seus familiares, numa
tantes do início do capítulo, que podem servir de componente para espécie de versão escrita da “árvore geo-genealógica”. Separe uma
uma atividade de produção de um memorial familiar, partindo da ár- aula para cada um apresentar suas produções aos colegas. Estimu-
vore genealógica dos alunos. Peça que eles tragam fotos de familiares le-os a relatarem suas dificuldades no processo de produção de seus
para montar sua própria árvore (eles também podem fazer desenhos, textos, a fim de que os recursos linguístico-gramaticais e estratégias
em lugar de fotos), mas vá além, pedindo que acrescentem sob os no- de escrita possam ser retomados e apropriados nas cotidianas práticas
mes dos familiares a origem de cada um. Depois, solicite que escrevam de escrita, dentro e fora da sala de aula.

124 CENTO E VINTE E QUATRO


Migrar significa antes de tudo mudar de vida. Essa mudança pode ser
temporária ou definitiva, uma experiência solitária, familiar ou comunitária.
Muitas são as motivações que levam à decisão de partir de um lugar e passar
a viver em outro: necessidade econômica, crise política ou militar, busca de
aventura ou oportunidades, casamento ou reunião de famílias... Muitas também
são as histórias relacionadas a essa experiência, mescladas às tramas complexas
da memória e dos registros materiais que permaneceram. (...) Nossa tentativa foi
a de articular as coleções fotográfica e de história oral no que elas oferecem de
mais rico: experiências de vida, aqui entendidas como exemplares dos trajetos
de cerca de 2,5 milhões de pessoas que tiveram a Hospedaria de Imigrantes do
Brás (edifício que hoje sedia o Museu) como meio de caminho entre uma vida que
ficava para trás e outra, ainda desconhecida.

Museu da Imigração do Estado de São Paulo

Desembarque de imigrantes na estação da Hospedaria do Brás, São Paulo, SP, 1908.

Trajetos
Um traço une as milhares de histórias de vida que reunimos aqui:
a experiência do deslocamento e do primeiro contato com um futuro
desconhecido. Será, portanto, por aqui que iniciamos nossa “viagem”.
O Porto de Santos era o ponto final da primeira parte do trajeto percorrido
por milhares de trabalhadores e suas famílias, estrangeiros e nacionais. Após o
desembarque, todos eram encaminhados à Inspetoria de Imigração, onde seus
documentos eram conferidos e agentes sanitários e médicos avaliavam seu estado

CENTO E VINTE E CINCO 125

Anotações:

CENTO E VINTE E CINCO 125


de saúde. De lá seguiam para a Hospedaria de Imigrantes do Brás, na capital
paulista, onde receberiam abrigo, alimentação e encaminhamento. A viagem
de subida pela Serra do Mar era de trem. Começava na estação ferroviária do
Porto de Santos e terminava da estação da Hospedaria. Esse era o roteiro mais
comum, mas havia ainda aqueles que desembarcaram em outros portos, como
o do Rio de Janeiro, ou que tinham como ponto de partida estações ferroviárias
de cidades brasileiras. De qualquer modo, a Hospedaria foi local de passagem
de muitas famílias ao longo de seus 91 anos de funcionamento, que vinham
trabalhar em São Paulo, geralmente subvencionadas pelo governo.

Museu da Imigração do Estado de São Paulo

Embarque de imigrantes coreanos no Porto de Busan, Coreia do Sul, para o Brasil


em 1962.

A Hospedaria do Brás
A história da Hospedaria do Brás começa em 1887 (data do início de suas
operações) e se encerra em 1978 (quando o último grupo de imigrantes – coreanos
– é recebido). Nesses 91 anos percorreram suas edificações cerca de 2,5 milhões
de homens, mulheres e crianças, vindos de outros países e também de estados

126 CENTO E VINTE E SEIS

Anotações:

126 CENTO E VINTE E SEIS


brasileiros. A Hospedaria do Brás foi, assim, a primeira morada paulistana de
muitos. Embora o tempo de permanência fosse restrito a poucos dias, o impacto
dessa experiência pode ser comprovado por muitas das narrativas preservadas em
diários e depoimentos de migrantes e imigrantes. De modo geral, podemos definir
as atividades da Hospedaria pela tríade: recepção, acolhimento e encaminhamento.
Para satisfazer cada uma dessas atividades, departamentos e instalações físicas
foram criados. Para dar conta do grande número de pessoas, uma estrutura rígida
foi pensada com fluxos e horários, envolvendo dezenas de funcionários.

Museu da Imigração do Estado de São Paulo

Imigrantes portugueses posam em frente ao prédio principal da Hospedaria do Brás,


São Paulo, SP, 1938.

Armazém/Setor de Bagagens – A Hospedaria tinha um serviço de


recebimento das bagagens, essas importantes companheiras de viagem
e referências essenciais dos locais de origem de estrangeiros e brasileiros
recém-chegados. Em malas, baús, sacolas e arcazes eram transportados itens
considerados importantes para a manutenção de ritos cotidianos, como alimentar-
se, vestir-se e trabalhar, além de objetos definidores de identidades: fotografias,
diários, itens sentimentais ou rituais. Perdê-los de vista era perder parte da

CENTO E VINTE E SETE 127

CENTO E VINTE E SETE 127


própria história e porque não, todo um patrimônio. Além disso, acreditava-se que
nas bagagens vinham também impregnados por bactérias e vírus transmissores
de doenças. Para tentar minimizar esses problemas, o Setor de Bagagens era
responsável por sua recepção, desinfecção e distribuição. (...)

Museu da Imigração do Estado de São Paulo


Imigrantes chegando à Hospedaria de Imigrantes do Brás, São
Paulo, SP, 1938.
Alimentação – A alimentação era parte importante da rotina na Hospedaria
de Imigrantes do Brás. Já no momento de sua chegada, migrantes e imigrantes
recebiam o “cartão de rancho” e podiam se dirigir ao refeitório para sua primeira
refeição. No total, eram oferecidas cerca de quatro refeições diárias por pessoa,
em que eram servidos itens tipicamente brasileiros, como arroz, feijão, café e
banana. A alimentação era certamente um dos primeiros choques culturais pelos
quais passavam os trabalhadores e seus familiares acolhidos pela Hospedaria e não
por acaso, esse é um dos temas mais lembrados em entrevistas realizadas pelo
Museu que hoje compõem seu valioso acervo de História Oral. (...)
Museu da Imigração do Estado de São Paulo

Cozinha da Hospedaria de Imigrantes do Brás, São Paulo, SP, 1915.

128 CENTO E VINTE E OITO

Anotações:

128 CENTO E VINTE E OITO


Agência Oficial de Colonização e Trabalho – A finalidade primeira da Hospedaria
de Imigrantes do Brás era organizar a imigração de mão de obra para São Paulo.
Assim, era de extrema importância proporcionar o contato entre empregadores e
trabalhadores e assegurar contratos legítimos e seguros para ambas as partes, fossem
eles para a agricultura, a indústria ou o comércio. Para isso foi construída em 1905 a
Agência Oficial de Colonização e Trabalho dentro do complexo da Hospedaria. Em seu
interior, trabalhadores eram informados das vagas existentes e podiam negociar com
os contratantes suas condições. Quando necessário, intérpretes facilitavam o diálogo
com os imigrantes e ao final das tratativas, o nome de quem contratava e o local para
onde se dirigiriam era marcado no Livro de Matrícula e no cartão que acompanhava os
acolhidos. A partir desse momento, o tempo de permanência na Hospedaria começava
a chegar ao fim. (...)

Museu da Imigração do Estado de São Paulo


Interior da Agência Oficial de Colocação na Hospedaria de
Imigrantes do Brás. São Paulo, SP, 1934. Museu da Imigração do Estado de São Paulo

Imigrantes japoneses em interior de navio. Japão, 1936.

CENTO E VINTE E NOVE 129

CENTO E VINTE E NOVE 129


Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Japoneses chegando à Hospedaria de Imigrantes do Brás. São
Paulo, SP, 1928.

Museu da Imigração do Estado de São Paulo

Cena de embarque com destino ao Brasil de imigrantes coreanos


em Busan, Coreia do Sul, 1962.
MUSEU DA IMIGRAÇÃO (São Paulo, SP). Viagem, sonho e destino.
Disponível em: <https://www.google.com/culturalinstitute/beta/exhibit/GQLCZOwEZpgsJw>.
Acesso em: 16 jan. 2018.

arcaz: móvel volumoso com gavetas.


desinfecção: eliminação de bactérias, fungos e vírus.
encadeamento: ligação entre partes.
história oral: forma de pesquisa que usa informações coletadas oralmente, como a entrevista oral gravada.
intérprete: pessoa que traduz a conversa entre pessoas que não falam a mesma língua, para
possibilitar a interação entre elas.
subvencionado: que recebe ajuda, geralmente em dinheiro.
tráde: conjunto de três.

130 CENTO E TRINTA

Interdisciplinaridade
Aproveite o texto de abertura do capítulo e as fotografias históricas que ele apresenta para
planejar uma atividade interdisciplinar com o conteúdo de Arte, conforme o descrito na habilida-
de (EF15AR07). Reconhecer algumas categorias do sistema das artes visuais (museus, galerias,
instituições, artistas, artesãos, curadores etc.)”. Na sala de informática, realize visitas virtuais a
diferentes museus, como: Museu da Imigração do Estado de São Paulo, Museu do Índio, Museu
Virtual de Arte Japonesa, Museu Nacional de Arte Africana e outros que os alunos possam sugerir.

130 CENTO E TRINTA


1. Por que o título do texto é “Viagem, sonho e destino”? Explique.
Espera-se que os alunos relacionem o título ao sonho dos imigrantes de
BNCC
construir uma vida melhor no novo país, razão de sua viagem e da escolha Atividades 1 e 2:
(EF05LP02) Identificar o caráter po-
pelo destino São Paulo. A palavra “destino”também pode ter o sentido de
lissêmico das palavras (uma mesma
palavra com diferentes significados,
sina, rumo inevitável da vida. Discuta com eles as possibilidades que de acordo com o contexto de uso),
comparando o significado de deter-
trouxerem e aceite as versões plausíveis, desde que justificadas. minados termos utilizados nas áreas
científicas com esses mesmos termos
utilizados na linguagem usual.
2. Os que chegavam à hospedaria eram: (EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos.
todos estrangeiros. (EF35LP04) Inferir informações im-
plícitas nos textos lidos.

todos brasileiros.

brasileiros residentes em São Paulo.

X estrangeiros e brasileiros vindos de outros estados do país.

3. Complete as definições a seguir com a palavra correspondente. Se precisar,


consulte um dicionário:
a) Imigrante é aquele que entra em um país estrangeiro para morar.

b) Migrante é aquele que se muda dentro do seu próprio país, de


uma região para outra.

4. Como as pessoas chegavam até a Hospedaria do Brás?


A maioria desembarcava de navios no Porto de Santos (SP) e vinha de trem até

a estação ferroviária da hospedaria. Outros vinham de outros portos brasileiros

ou de trem, partindo de estações em outros estados do país.

CENTO E TRINTA E UM 131

Trabalhe em conjunto com o professor de inglês, para ajudar os alunos com alguns conteúdos em
língua estrangeira, e proponha que os alunos façam prints, com a devida identificação de créditos
e legenda, de algumas imagens para compor um mural da diversidade na sala de aula. Depois,
solicite que elaborem, em duplas ou grupo, relatos da visita feita.
Para saber mais:
SILVESTRE, Maria de Fátima; CUNHA, Daiane S. S. da; VAZ, Adriana. Museu virtual nas aulas de
arte: uma proposta de ensino motivadora. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.
br/portals/pde/arquivos/2433-8.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2018.

CENTO E TRINTA E UM 131


5. Os imigrantes traziam muitos objetos em malas, baús, sacolas e arcazes,
alguns necessários para o cotidiano e outros com valor sentimental. Marque
com um X as imagens que podem representar itens de valor sentimental
A resposta pode variar um pouco entre os alunos,
mas alguns itens devem ser marcados por todos, para quem estava deixando o seu país e vindo morar em outro.
pois estão mencionados no texto, como fotografias
e diários. Promova aqui uma discussão sobre o valor
afetivo dos objetos levados embora no momento
de sair de um país para sempre.

Museu da Imigração do
Estado de São Paulo

Museu da Imigração do
Estado de São Paulo

Preto Perola/Shutterstock
BNCC
Atividade 6:
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação Fotografias. Documentos. Cartas.
ao texto que vai ler (pressuposições antecipa-
doras dos sentidos, da forma e da função social
do texto), apoiando-se em seus conhecimentos
prévios sobre as condições de produção e recep-
ção desse texto, o gênero, o suporte e o universo
temático, bem como sobre saliências textuais,
recursos gráficos, imagens, dados da própria

Elnur/Shutterstock

fortton/Shutterstock

Tassenmuseum
obra (índice, prefácio etc.), confirmando anteci-
pações e inferências realizadas antes e durante
a leitura de textos, checando a adequação das
hipóteses realizadas.
(EF15LP09) Expressar-se em situações de inter-
câmbio oral com clareza, preocupando-se em
ser compreendido pelo interlocutor e usando a
palavra com tom de voz audível, boa articulação Joias. Chapéus. Bolsas.
e ritmo adequado.
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de vista 6. Releia e responda as questões a seguir:
sobre tema polêmico relacionado a situações
vivenciadas na escola e/ou na comunidade, uti-
lizando registro formal e estrutura adequada à “A alimentação era certamente um dos primeiros choques culturais
argumentação, considerando a situação comu- pelos quais passavam os trabalhadores e seus familiares acolhidos pela
nicativa e o tema/assunto do texto.
Hospedaria e não por acaso, esse é um dos temas mais lembrados
em entrevistas realizadas pelo Museu que hoje compõem seu valioso
acervo de História Oral.”

a. Professor, estimule os alunos a a) Por que você acha que seria um choque cultural a alimentação que os
refletirem sobre diferentes for-
mas de alimentação que existem
imigrantes encontravam no Brasil?
no mundo e em como pode ser
Resposta pessoal.
difícil adaptar-se a novos hábitos
b) De qual comida brasileira você sentiria mais saudades se tivesse de ir
alimentares. morar em outro país? Resposta pessoal.
b. Aproveite para discutir o que se-
riam comidas (ou ingredientes) 132 CENTO E TRINTA E DOIS
mais difíceis de encontrar em ou-
tros países. Um exemplo de ingre-
diente é a farinha de mandioca,
muito comum no Brasil, mas não
na Europa ou nos Estados Unidos. Anotações:

132 CENTO E TRINTA E DOIS


TEXTO 2
Muitos japoneses chegaram à Hospedaria do Imigrante há quase 100 anos.
A seguir, vamos conhecer as impressões do brasileiro Rubens Ricupero sobre a
cultura japonesa.
BNCC

O elo Brasil-Japão (EF35LP01) Ler e compreender, si-


lenciosamente e, em seguida, em
voz alta, com autonomia e fluência,
textos curtos com nível de textuali-

Sean Pavone/Shutterstock
dade adequado.

Centro de Tóquio, Japão, 2017.

“As memórias que nós temos do Japão e dos japoneses são


positivas, sempre foram. Eu, por exemplo, que nasci em São Paulo,
posso dar meu testemunho. Tenho quase 80 anos. Desde que eu era
menino, quando se falava dos japoneses na minha casa era sempre de
uma forma elogiosa, trabalhadores, sérios, disciplinados, que tinham
introduzido no Brasil boa parte das hortaliças, das verduras, das frutas.
E que antes dos japoneses não havia por aqui grande variedade de
frutas, só algumas tropicais. E que tinha sido a pequena agricultura
japonesa – e há esse lado bom social – que havia trazido todas
essas inovações e aclimatizado no Brasil muita coisa. E depois isso
continuou, houve contribuições de grande importância, que a meu ver
não são muito valorizadas porque o estilo, a personalidade nacional
do japonês não é de exibir seus feitos. Não é um país que faça muita
autopromoção, ao contrário de outros. Por isso, às vezes, não se
conhece o que eles fizeram de importante.” (...)
“A cultura japonesa é muito criativa. Quando eu era adolescente,
no começo dos anos 50, em São Paulo lançava-se de três a quatro
filmes japoneses semanalmente. Isso ocorria no Centro e na área da

CENTO E TRINTA E TRÊS 133

CENTO E TRINTA E TRÊS 133


Liberdade, atrás da praça João Mendes. Eu ia lá, gostava muito, lia as
críticas. Havia até mesmo críticos especializados em cinema japonês.
Eu tinha um amigo que era fascinado pela cultura japonesa e queria
aprender a esgrima que eles fazem no Japão, o Kendo. Ele foi a uma
escola. Ia todos os dias e ficava olhando. Ninguém perguntava nada.
Só depois de ele ter revelado persistência, de ter ido lá umas 15 vezes
seguidas, foi que alguém se dirigiu a ele e disse que tinha notado
o seu interesse. Foi quando ele começou a aprender, porque eles
tinham esse sistema de testar as pessoas para evitar o fogo de palha,
que faz todo mundo perder tempo. No começo do aprendizado
do Kendo, eles nem sequer te dão a arma. São exercícios manuais.
Depois, dão uma arma de madeira. É muito gradual. É preciso ter
perseverança e conhecer esses meandros de uma cultura diferente.”
Japão e os jovens
“O maior desafio que existe hoje em dia é conseguir tocar nos
corações e nas mentes dos jovens. Nos anos 70, eu fui diretor da
divisão de cultura do Itamaraty e tive experiência com promoção
de eventos. Não é tão difícil atingir pessoas maduras, que gostam
de ler, ver filmes, com seus 40, 50 anos. Mas é diferente com
gente muito jovem, que vive em um mundo próprio, com uma
linguagem própria e tecnológica. O Japão é um dos raríssimos
países que consegue atingir adolescentes do mundo inteiro. Vou
dar um exemplo. A minha neta mais velha, de 16 anos, tem como
principal interesse os mangás. Há anos, ela os coleciona e tem uma
biblioteca enorme. Até convenceu a minha filha e o marido a levá-la
ao Japão por causa dos quadrinhos. Mas se tentarmos apresentá-la a
algo mais convencional, como museus europeus, ela não se interessa.
Não é que não tenha cultura, mas ela está nesse comprimento de
onda, ela e milhares de jovens. Alguns gostam dos mangás, outros de
videogames, como mostra a loucura da febre do Pokémon Go.”
RICUPERO, Rubens. Memórias, mangás e a influência japonesa no Brasil. Disponível em:
<http://www.japanhouse.jp/saopaulo/culture/page1031_00022.html>. Acesso em: 21 nov. 2017.

autopromoção: o ato de autopromover-se.


esgrima: arte de lutar com armas brancas (espada, florete etc.).
gradual: algo que se faz gradativamente, progressivamente, pouco a pouco.
kendo: arte marcial japonesa inspirada no combate de espadas dos samurais do Japão feudal.
mangá: história em quadrinhos japonesa.
meandro: caminho tortuoso de um curso de água; complexidade.

134 CENTO E TRINTA E QUATRO

Anotações:

134 CENTO E TRINTA E QUATRO


Rubens Ricupero é professor universitário, já foi Ministro da Fazenda e Embaixador
do Brasil nos Estados Unidos. Atualmente, é presidente honorário da Japan House
São Paulo, um centro cultural para divulgar a cultura japonesa.

FIQUE SABENDO
Liberdade é um bairro da cidade de São Paulo caracterizado pela
ocupação de imigrantes japoneses. Enfeitado com cores e aspectos típicos
da cultura japonesa, hoje é considerado um destino turístico, por possuir
arquitetura característica do Japão e abrigar restaurantes típicos e karaokês.
Ao longo do ano, a Liberdade sedia festas japonesas e campeonatos de
artes marciais oriundas do Japão.

1. Rubens Ricupero nasceu e cresceu em São Paulo. O que ele ouvia em relação
aos imigrantes japoneses quando era criança?
Rubens Ricupero ouvia os adultos de sua casa elogiando os japoneses, dizendo

que eram pessoas disciplinadas, trabalhadoras e sérias que tinham introduzido

no país hortaliças e frutas que aqui não havia.

BNCC
Atividades 1 a 3:
2. Como o autor define o povo japonês? (EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos.
O autor define o povo japonês como um povo que não faz autopromoção, ou
(EF35LP04) Inferir informações im-
plícitas nos textos lidos.
seja, faz a sua parte, cumpre os seus deveres e não fica se vangloriando ou se

exibindo por isso.

3. Como a cultura japonesa influenciou e marcou a adolescência de


Rubens Ricupero?
Na adolescência, Rubens Ricupero assistia a filmes japoneses, frequentava o

bairro da Liberdade e tinha um amigo que gostava muito da cultura japonesa.

CENTO E TRINTA E CINCO 135

CENTO E TRINTA E CINCO 135


4. Qual exemplo de comportamento oriundo da educação e da cultura japonesas
5. Professor, converse com os alunos o autor cita em seu depoimento?
sobre o que eles acham que essa
experiência exemplifica, falando O autor conta uma curiosidade, aparentemente relativa à cultura: um amigo de
sobre disciplina, paciência, inte-
resse etc. adolescência que gostava muito da cultura japonesa queria praticar Kendo e só
6. Professor, neste momento, per-
gunte aos alunos se eles conhecem após quinze visitas aos treinos, as pessoas perguntaram sobre seu interesse na
mangás, filmes e jogos japoneses,
dentre outros aspectos da cultura arte marcial. Para que ele pudesse finalmente iniciar o aprendizado.
japonesa, como a culinária.

5. Como este caso exemplifica o modo de pensar do povo japonês?


Este exemplo nos mostra que os japoneses desejam que as pessoas se

BNCC interessem de verdade pela sua cultura e se empenhem em conhecê-la e


Atividades 4 a 7:
(EF15LP03) Localizar informações ex- aprender a respeito, como o interesse do amigo pela a arte marcial Kendo.
plícitas em textos.
(EF35LP04) Inferir informações implí-
Eles testaram o menino para sabe se trata-se apenas de empolgação
citas nos textos lidos.
passageira e aguardaram quinze visitas para falar com ele.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pressu-
posições antecipadoras dos sentidos, 6. Como o Japão consegue atingir todos os jovens, segundo Rubens Ricupero?
da forma e da função social do texto),
apoiando-se em seus conhecimentos Segundo o autor, o Japão atrai os jovens por meio dos mangás, dos filmes e
prévios sobre as condições de produ-
ção e recepção desse texto, o gêne- dos jogos.
ro, o suporte e o universo temático,
bem como sobre saliências textuais,
recursos gráficos, imagens, dados da
própria obra (índice, prefácio etc.),
confirmando antecipações e inferên- 7. Você conhece algum imigrante japonês ou descendente de japoneses?
cias realizadas antes e durante a leitura
de textos, checando a adequação das Se sim, nos conte um pouco sobre essa pessoa, sua convivência com
hipóteses realizadas. ela etc.
(EF15LP09) Expressar-se em situações
de intercâmbio oral com clareza, preo- Resposta pessoal.
cupando-se em ser compreendido
pelo interlocutor e usando a palavra
com tom de voz audível, boa articu-
lação e ritmo adequado.
(EF35LP15) Opinar e defender ponto
de vista sobre tema polêmico relacio-
nado a situações vivenciadas na es-
cola e/ou na comunidade, utilizando
registro formal e estrutura adequada
à argumentação, considerando a si-
tuação comunicativa e o tema/assunto 136 CENTO E TRINTA E SEIS
do texto.

Pensando sobre a BNCC


Este capítulo apresenta as consequências da colonização por- que envolvem a diversidade cultural, étnica, de gênero etc.
tuguesa e da miscigenação dos povos para a variedade étnica e Os textos e atividades que integram este capítulo contem-
de nacionalidades que compõem nosso país. É um tema fecundo plam a competência específica 1 de ciências humanas para o
para contemplar o acolhimento da diferença que a BNCC men- Ensino Fundamental: “Compreender a si e ao outro como iden-
ciona como primordial nas ciências humanas, ao mencionar a tidades diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença
importância de trabalhar as circunstâncias históricas específicas em uma sociedade plural e promover os direitos humanos”.

136 CENTO E TRINTA E SEIS


NOSSA LÍNGUA

DERIVAÇÃO REGRESSIVA
A derivação regressiva ocorre quando uma palavra é formada a partir de um
verbo não por acréscimo, mas por redução. Veja os exemplos abaixo:

comprar (verbo) – compra (substantivo)


abraçar (verbo) – abraço (substantivo)
beijar (verbo) – beijo (substantivo)

Dawidson França
Os substantivos formados a
partir de verbos recebem o nome
de substantivos deverbais.

FIQUE SABENDO
Para descobrirmos se um substantivo derivou de um verbo ou se
ocorreu o contrário, se um verbo derivou de um substantivo, podemos
pensar no seguinte:
• Se o substantivo indica ação, será palavra derivada e o verbo será
palavra primitiva;
• Se o substantivo indica objeto ou substância, será palavra primitiva
e o verbo será palavra derivada.
Nos exemplos acima, “compra”, “abraço” e “beijo” indicam ações,
logo são palavra derivadas dos verbos comprar, abraçar e beijar,
respectivamente. Já um exemplo de substantivo que indica objeto é
“âncora”, que dá origem ao verbo “ancorar”.
Quando um verbo no infinitivo vira substantivo, o -r é suprimido e o
substantivo obedecerá a sua flexão em gênero: masculino, feminino ou
os dois.

CENTO E TRINTA E SETE 137

Anotações:

CENTO E TRINTA E SETE 137


1. Releia o trecho extraído do texto “Viagem, sonho e destino” e responda as
perguntas que seguem:
BNCC
Atividades 1 a 3:
“De lá seguiam para a Hospedaria de Imigrantes do Brás, na capital
(EF05LP08) Diferenciar palavras
primitivas, derivadas e compostas, paulista, onde receberiam abrigo, alimentação e encaminhamento.”
e derivadas por adição de prefixo e
de sufixo.

As palavras sublinhadas são substantivos. Escreva abaixo os verbos que vêm


da mesma família de cada um desses substantivos.

Verbo Substantivo
abrigar abrigo
alimentar alimentação
encaminhar encaminhamento

2. Agora indique em qual dos casos exemplificados no exercício anterior o


verbo perdeu uma parte para formar um novo substantivo.
No primeiro caso, pois o verbo abrigar perdeu o final -ar e ganhou o -o,

desinência de substantivo masculino.

3. Ainda sobre a derivação dos termos abrigo, alimentação e encaminhamento,


complete a tabela a seguir indicando em quais casos houve acréscimo de
prefixos e/ou sufixos na palavra derivada e quais foram eles.

Prefixo Verbo Sufixo

abrigar -o (derivação regressiva)

alimentar -ção

en- encaminhar -mento

138 CENTO E TRINTA E OITO

Anotações:

138 CENTO E TRINTA E OITO


4. O substantivo alimentação é derivado de um verbo da primeira conjugação,
ou seja, verbos com terminação em -ar. Substantivos derivados de verbos
podem ter terminação em -ção e -ssão. Pensando nisso, escreva abaixo os Professor, neste momento seria
substantivos derivados dos verbos a seguir. interessante retomar a classificação
das conjugações: primeira conjugação
admitir: admissão (-ar), segunda conjugação (-er) e
terceira conjugação (-ir).
agressão Caso os alunos não conheçam
agredir: os significados dos verbos e dos
substantivos trabalhados abaixo, é
discutir: discussão uma oportunidade para introduzir
esta explicação.

extinguir: extinção

reproduzir: reprodução

5. Na derivação regressiva, há algumas regularidades ortográficas quando o


verbo se torna substantivo. Complete:
BNCC
a) Verbos com o radical ced- originam substantivos terminados em -ssão:
Atividades 4 e 5:
ceder: cessão (EF05LP08) Diferenciar palavras
primitivas, derivadas e compostas,
e derivadas por adição de prefixo e
conceder: concessão de sufixo.

b) Verbos grafados com -nd originam substantivos terminados em -são:

distender: distensão

expandir: expansão

c) Verbos derivados de ter originam substantivos terminados em -ção:

deter: detenção

reter: retenção

manter: manutenção

conter: contenção

CENTO E TRINTA E NOVE 139

CENTO E TRINTA E NOVE 139


PRODUÇÃO DE TEXTO
BNCC
(EF05LP17) Produzir roteiro para edi-
ção de uma reportagem digital sobre RELATO ORAL
temas de interesse da turma, a partir
de buscas de informações, imagens, Como vimos ao longo deste capítulo, o Brasil é um país rico em histórias
áudios e vídeos na internet, de acor- de imigrantes, já que houve e ainda há fluxos imigratórios de várias partes do
do com as convenções do gênero e
mundo para cá, fazendo com que sejamos uma nação construída por pessoas
considerando a situação comunicati-
va e o tema/assunto do texto. que vieram de outras nações e assim, consequentemente, trazem suas histórias,
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda culturas, tradições, costumes etc.
do professor, o texto que será pro-
duzido, considerando a situação co- Desse modo, para conhecermos mais de perto histórias de imigração
municativa, os interlocutores (quem contemporânea, iremos em busca de um relato oral de um imigrante ou de um
escreve/para quem escreve); a fina- descendente de imigrantes, no seu círculo familiar ou de amigos. Para tanto,
lidade ou o propósito (escrever para
quê); a circulação (onde o texto vai vocês conversarão com um imigrante ou descendente, seguindo o roteiro abaixo,
circular); o suporte (qual é o porta- com o objetivo de produzir um relato oral. Esse relato deverá, inclusive, ser
dor do texto); a linguagem, organi- gravado em áudio ou em vídeo e depois exibido para todos da turma.
zação e forma do texto e seu tema,
pesquisando em meios impressos Por meio do roteiro abaixo, vocês conduzirão a conversa a fim de obter um
ou digitais, sempre que for preciso,
informações necessárias à produção relato oral sobre a experiência imigratória do entrevistado ou do seu ascendente.
do texto, organizando em tópicos os
dados e as fontes pesquisadas.
Roteiro
(EF15LP08) Utilizar software, inclu-
sive programas de edição de tex- A condução da conversa dependerá se o interlocutor é um imigrante ou
to, para editar e publicar os textos
produzidos, explorando os recursos um descendente, pois há perguntas específicas para cada um, já que para
multissemióticos disponíveis. o imigrante perguntaremos sobre a sua própria experiência; por outro lado,
(EF15LP13) Identificar finalidades da para o descendente perguntaremos sobre a experiência de imigração de seu
interação oral em diferentes contex- antepassado. Vamos lá?!
tos comunicativos (solicitar informa-
ções, apresentar opiniões, informar, • Nome do imigrante ou do descendente
relatar experiências etc.).
• Idade
• Profissão
• Cidade onde mora

Caso seja imigrante:


• De onde veio e há quanto tempo está no Brasil?
• O que o motivou a imigrar para o Brasil?
• Como foi a vinda para o Brasil?

140 CENTO E QUARENTA

Anotações:

140 CENTO E QUARENTA


• O que faz hoje no Brasil (trabalha, estuda etc.)?
• Pretende voltar para seu país de origem?
• Relate uma memória sobre a sua experiência de imigração: algo o
surpreendeu? Algum fato o marcou? Conte como foi.

Caso seja descendente de imigrante: BNCC


Atividades 4 e 5:
• De onde o antepassado veio?
(EF05LP24) Planejar e produzir texto
sobre tema de interesse, organizando
• Quando chegou no Brasil? resultados de pesquisa em fontes de
informação impressas ou digitais, in-
• O que o motivou a imigrar para o Brasil? cluindo imagens e gráficos ou tabelas,
considerando a situação comunicativa
• Como foi a viagem de vinda do seu antepassado? e o tema/ assunto do texto.

• Como seu antepassado construiu a vida no Brasil?


• Ele tem dupla nacionalidade*?
• Se possível, relate uma memória marcante do seu antepassado sobre a
vinda dele para o Brasil ou sobre o tempo em que já vive no país.
*Algumas pessoas, dependendo do país de origem, podem ter dupla nacionalidade ou dupla cidadania,
isto é, podem ser cidadãos estrangeiros e brasileiros ao mesmo tempo. Por exemplo: brasileiros que
Professor, o fichamento é um
sejam descendentes de italianos, espanhóis e portugueses podem requerer a dupla cidadania e,
gênero muito útil como apoio à
assim, também passam a ser cidadãos italianos, espanhóis ou portugueses, com os mesmos direitos
aprendizagem, mas ele precisa ser
e deveres dos que nasceram naqueles países.
ensinado, bem orientado. Nesta
atividade, propomos um roteiro,
Fichamento que pode ser adaptado à realidade
da sua turma e aos objetivos da aula
O fichamento de um texto pode ter duas funções: proposta. Algumas das dificuldades
comuns aos alunos são a seleção
1. um roteiro de estudo para quem já conhece o texto e precisa conhecer e a reescrita das informações
melhor sobre o tema; principais, além da elaboração de
um comentário crítico adequado,
2. um roteiro para quem não leu o texto e pode decidir se vai lê-lo inteiro. justificando as posições tomadas. O
seminário, que finaliza esta unidade,
O texto sobre a Hospedaria do Brás, que iniciou este capítulo, tem muitas pode ser ampliado e tornar-se uma
informações interessantes sobre como funcionava esse local de acolhimento de exposição com todos os materiais
imigrantes e de migrantes em São Paulo. elaborados nos capítulos 7, 8 e 9.
Assim, oriente os alunos a elaborar
Continuando as atividades para o nosso seminário Gente de todo o com cuidado esses textos, visando
mundo, Brasil de todos, que será apresentado ao final da unidade, vocês uma melhor performance no
seminário ou na exposição.
farão o fichamento do texto 1 da seção Para Ler: “Viagem, sonho e destino”.
O fichamento traz dados sobre o texto (título, autor etc.), um resumo com os
principais pontos abordados, além de um comentário sobre o texto.

CENTO E QUARENTA E UM 141

CENTO E QUARENTA E UM 141


Para produzirem um fichamento, utilizem o roteiro a seguir ou outro que
o seu professor providenciará.
Professor, o texto não tem um
autor específico porque é um texto
institucional de um museu, que Título do texto:
pode ter sido escrito por mais de
uma pessoa. Oriente os alunos a Autor:
indicarem no campo autor como
“texto colaborativo da instituição
Museu da Imigração”. Fonte (de onde foi retirado ou onde foi publicado):

Assunto principal:

Partes escolhidas do texto:

Resumo das informações principais

Comentários do leitor

Autor do fichamento:

142 CENTO E QUARENTA E DOIS

Anotações:

142 CENTO E QUARENTA E DOIS


• Releia ou reveja o relato oral do texto com atenção e identifique título e
os outros dados mais imediatos. Depois, comece a sublinhar as principais
informações em cada parágrafo. Escreva o resumo dessas informações
no fichamento, de maneira organizada. Evite apenas copiar e colar
pedaços de frases no fichamento, porque o texto final vai ficar difícil de
compreender.
• Ao fazer o seu comentário, lembre-se de dizer o que achou do texto,
das informações que ele trouxe, mas sempre explicando por que você
pensa daquela forma. Não basta dizer “Eu achei o texto legal”. Bom
trabalho! Ao elaborar o fichamento, primeiramente, escreva as principais BNCC
informações e as citações e depois redija a sua opinião sobre o relato do (EF15LP06) Reler e revisar o texto
produzido com a ajuda do professor
imigrante ou do descendente. Para tanto, vocês podem usar o discurso e a colaboração dos colegas, para cor-
direto ou o discurso indireto. rigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes,
acréscimos, reformulações, correções
de ortografia e pontuação.
(EF15LP07) Editar a versão final do
texto, em colaboração com os colegas
SUGESTÕES DE LEITURA e com a ajuda do professor, ilustran-
do, quando for o caso, em suporte
adequado, manual ou digital.
KUCINSKI, Bernardo. Imigrantes e
Divulgação

Sugestão de leitura:
mascates. São Paulo: Companhia das
(EF35LP02) Selecionar livros da bi-
Letrinhas, 2016. 96 p. blioteca e/ou do cantinho de leitura
da sala de aula e/ou disponíveis em
Filho de pais poloneses, Bernardo meios digitais para leitura individual,
cresceu no Brasil no início do século XX, justificando a escolha e comparti-
entre diferentes influências culturais e lhando com os colegas sua opinião,
vivenciando muitas dificuldades. Seu após a leitura.
relato encanta e nos faz refletir sobre a (EF35LP21) Ler e compreender, de
forma autônoma, textos literários
importância do respeito às diversidades. de diferentes gêneros e extensões,
inclusive aqueles sem ilustrações,
estabelecendo preferências por gê-
ARRABAL, José. A estrela de rabo.
Divulgação

neros, temas, autores.


Curitiba: Nova didática, 2003. 48 p.
Vindos da Espanha para trabalhar nas lavouras
de café do Brasil, Julian e sua família passaram
por muitas adversidades: foram explorados e
escravizados, até rebelarem-se e iniciarem uma
nova vida em Paraty, no Rio de Janeiro.Em
meio a essa narrativa, está o desejo do menino
de pegar a cauda do cometa Halley para ir
conhecer os parentes que ficaram na Europa.

CENTO E QUARENTA E TRÊS 143

CENTO E QUARENTA E TRÊS 143


C A PÍ T ULO

9
E FOI PRECISO
Professor, durante o trabalho desta
unidade, discuta com seus alunos
MUDAR DE PAÍS
o fato de que os seres humanos, ao
longo da história em todo o mundo,
sempre se mudaram de um lugar para
outro, seja dentro do seu próprio país
(ou reino etc.) – migração interna –
seja indo para outro país – movimento PARA LER
que recebe o nome de imigração
(se o ponto de vista é o do país para
onde se vai) ou de emigração (se o
ponto de vista é o do país de onde se TEXTO 1
sai). Um dos objetivos desta unidade
é sensibilizar os estudantes para Agora, você conhecerá um infográfico sobre a origem dos imigrantes
o fato de que conviver com essa
diversidade de pessoas no nosso país
no Brasil.
(ou conviver com outras pessoas no
país delas) não é um problema, mas
uma oportunidade de crescimento ORIGEM
ORIGEM
ORIGEM DOS
DOSDOS
IMIGRANTES
IMIGRANTES
IMIGRANTES NO
NO NO
BRASIL
BRASIL
BRASIL
pessoal e de aprendizagem. Talvez
alguns alunos precisem de informações Milhares
Milhares
de imigrantes
de imigrantes
vieram
vieram
de todos
de todos
os continentes
os continentes
do mundo
do mundo
para opara
Brasil
o Brasil
da família para saber das origens dos O BrasilOrecebeu,
Brasil recebeu,
ao longo
ao de
longo
sua de
história,
sua história,
um grande
um grande
número número
de pessoas
de pessoas
de outros
de outros
países, países,
seus antepassados, por isso pode que vieram
que vieram
morar aqui.
morarAlguns
aqui. Alguns
fugiamfugiam
da guerra,
da guerra,
outros outros
apenasapenas
buscavam
buscavam
novas novas
ser produtivo pedir que busquem oportunidades,
oportunidades,
uma nova
umavida
nova
aqui.
vidaEsses
aqui.imigrantes
Esses imigrantes
terminaram
terminaram
por formar
por formar
parte do
parte do
essas informações antes de iniciar povo brasileiro,
povo brasileiro,
com seus
comcostumes,
seus costumes,
línguas,línguas,
culinária,
culinária,
danças,danças,
músicas,
músicas,
histórias
histórias
etc. etc.
este trabalho. Promova um ambiente
favorável à escuta e ao respeito pelas
diferenças, especialmente se houver JudeusJudeus
Vieram de Vieram
muitos de muitos
estrangeiros ou filhos de estrangeiros Polônia
Polônia países da Europa
países da Europa
na sala e na escola. Valorize as Alemanha
Alemanha
experiências relatadas e estimule os FrançaFrança Turquia
Turquia RússiaRússia
alunos a conhecê-las. EspanhaEspanha Síria Síria Japão Japão
Portugal
Portugal LíbanoLíbano
CoreiaCoreia
do Suldo Sul
Itália Itália Jordânia
Jordânia
EUA EUA
Cuba Cuba
Haiti Haiti
NigériaNigéria
Venezuela
Venezuela
Brasil Brasil CongoCongo
BolíviaBolívia F
Argentina
Argentina Angola Angola E
E
BNCC África África
do Suldo Sul 5
A
(EF15LP18) Relacionar texto com
ilustrações e outros recursos gráficos.

144 CENTO E QUARENTA E QUATRO

Pensando sobre a BNCC


Este capítulo continua a abordar o respeito às diferenças e valorização da diversidade étnica e
cultural, utilizando-se de infográficos com os movimentos imigratórios e migratórios e a origem dos
imigrantes no país. Os gêneros gráfico e infográfico são explorados de modo mais aprofundado,
com atividades nas quais os alunos farão leituras cruzadas e comparadas de gráficos de barras e
tabelas, análise de legendas, além de produzirem seus próprios infográficos. Essas atividades per-
mitem interpretar recursos multimodais, comparar informações em mídias diferentes e reconhecer

144 CENTO E QUARENTA E QUATRO


Um infográfico é uma representação gráfica
que usa linguagem verbal e não verbal, uma
complementando a outra, a fim de apresentar
dados, conceitos e explicar questões sobre um
determinado tema. Professor, em um primeiro momento,
É possível criar infográficos sobre os mais pergunte se os alunos conhecem o
gênero infográfico, se já o viram em
variados assuntos, como viagens, culinária, algum jornal, revista ou livro didático
economia, educação, história, ciência, literatura etc. e, posteriormente, leia o infográfico
coletivamente com eles.
Muitos infográficos podem ser encontrados
na internet, em jornais, revistas, livros didáticos,
manuais técnicos etc.
Veja o infográfico a seguir, sobre imigração
no Brasil:
Professor, o objetivo destas
atividades é verificar uma primeira
leitura do infográfico e, portanto,

Flávio Nigro
Imigração
Imigração
por nacionalidade
por nacionalidade
(1884/1933)
(1884/1933) dos dados apresentados nos
gráficos, demonstrando a relação
1.006.617
1.006.617 Nos últimos
Nos 10 últimos
anos,10já anos, já entre as diversas formas de
883.668
Total Total 883.668
852.110
852.110 no séculonoXXI,século
começaram
XXI, começaram
apresentar uma informação. Além
717.223717.223
a chegaraao chegar
Brasilao Brasil
tambémtambém
muitos haitianos,
muitos haitianos, de desenvolver a interpretação dos
503.981
503.981 nigerianos,
nigerianos,
congoleses,congoleses, dados em relação à imigração.
bolivianos
bolivianos
e sírios, entre
e sírios, entre
outras nacionalidades.
outras nacionalidades.
Os motivos
Os motivos
para essas para essas
Ano Ano 1884-1893 1884-18931894-1903 1894-1903 1904-1913 1904-1913
1914-1923
1914-1923
1924-1933 imigrações
1924-1933 imigrações
continuam continuam
variados.variados.
Pode serPodeo ser o
Alemães Alemães 22.778 22.7786.698 6.698 33.859 33.859 29.339 29.339 desejo de
61.723 61.723 desejo
se juntar
de sea juntar a
parentesparentes
que já moramque já moram
Espanhóis Espanhóis 113.116113.116 102.142102.142 224.672224.672 94.779 94.779
52.405 52.405
no Brasil,nodeBrasil,
ter uma
de ter
vidauma vida BNCC
Italianos Italianos510.533510.533 537.784537.784 196.521196.521 86.320 86.320
70.177 70.177
melhor oumelhor
a fuga oudea fuga de
Japoneses Japoneses - - - -
11.868 11.868
20.398 20.398 países em
110.191110.191 países
guerras
em ouguerras
em ou em (EF15LP02) Estabelecer expectativas
crise econômica.
crise econômica. em relação ao texto que vai ler (pres-
Portugueses Portugueses 170.621170.621 155.542155.542 384.672384.672 201.252201.252
233.650233.650
Outras pessoas
Outras pessoas
são são suposições antecipadoras dos senti-
Sírios eSírios e 96 967.124 7.124 45.803 45.803 20.400 20.400
20.400 20.400
perseguidas
perseguidas
por motivospor motivos dos, da forma e da função social do
TurcosTurcos políticos,políticos,
raciais ou raciais ou
texto), apoiando-se em seus conhe-
religiososreligiosos
nos seusnos países.
seus países.
OutrosOutros 66.524 66.524 42.820 42.820 109.222109.222 51.493 51.493
164.586164.586 cimentos prévios sobre as condições
QuandoQuando
os imigrantes
os imigrantes
Fontes: Convenção
Fontes: Convenção
de Genebra de(ONU,
Genebra
1951)(ONU, 1951) deixam odeixam
seu país o seu
por país por de produção e recepção desse texto,
Estatísticas de
Estatísticas
povoamento:de povoamento:
imigração por
imigração
nacionalidade
por nacionalidade
(1884-1903). (1884-1903). medo damedo guerra daouguerra
de ou de o gênero, o suporte e o universo te-
Em INSTITUTO Em BRASILEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA DE GEOGRAFIA
E ESTATÍSTICA
E ESTATÍSTICA
(IBGE). Brasil:
(IBGE). Brasil:
500 anos de500povoamento.
anos de povoamento.
Rio de Janeiro,
Rio 2000.
de Janeiro, 2000.
perseguições,
perseguições,
eles são eles são mático, bem como sobre saliências
considerados
considerados
refugiados.
refugiados.
Apêndice: Estatísticas
Apêndice: de Estatísticas
500 anosdede500
povoamento.
anos de povoamento.
p. 226. p. 226. textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações
e inferências realizadas antes e du-
rante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP04) Identificar o efeito de
sentido produzido pelo uso de re-
cursos expressivos gráfico-visuais em
CENTO E QUARENTA E CINCO 145 textos multissemióticos.

as diferentes formas de tratar o mesmo conteúdo. Assim, relacionam-se com o objeto de conheci-
mento de Língua Portuguesa “recuperação da intertextualidade e estabelecimento de relações entre
textos” e as habilidades que mobiliza e com a competência específica 6 de Matemática: “Enfrentar
situações-problema em múltiplos contextos, incluindo-se situações imaginadas, não diretamente
relacionadas com o aspecto prático-utilitário, expressar suas respostas e sintetizar conclusões, utili-
zando diferentes registros e linguagens (gráficos, tabelas, esquemas, além de texto escrito na língua
materna e outras linguagens para descrever algoritmos, como fluxogramas, e dados).

CENTO E QUARENTA E CINCO 145


1. Releia o infográfico e responda:
a. Professor, chame a atenção dos a) O que o infográfico explica?
alunos para o título do infográfico,
para, partindo dele, chegar às con- O infográfico explica o fluxo imigratório de várias nacionalidades
clusões sobre o assunto tratado.
b. Professor, espera-se que os alu- para o Brasil.
nos compreendam que as setas
indicam a vinda de imigrantes b) O que as linhas com setas indicam?
para o Brasil dos países repre-
sentados pelas suas bandeiras. As setas indicam o trajeto percorrido pelas diversas nacionalidades
d. Professor, espera-se que os alu-
nos percebam a multimodalidade que imigraram para o Brasil ao longo do tempo – continente de origem
do infográfico, ou seja, o fato de
que ele é composto de mais de e o destino no Brasil.
uma linguagem. Ajude-os a dis-
tinguir entre o gráfico de barras e
a tabela, pois ambos trazem infor- c) O Brasil está pintado de verde-claro. Os demais países se dividem em
mações numéricas, mas a tabela cinco blocos, cada um identificado por uma cor – laranja, azul, roxo, rosa e
é lida cruzando-se as linhas e co-
lunas e o gráfico é lido nos eixos verde-escuro. Por que cada bloco foi identificado por uma cor específica?
horizontal e vertical.
Cada bloco remete a um dos continentes: o laranja corresponde à
f. Professor, espera-se que os alu-
nos infiram que o navio represen- América; o azul ao Oriente Médio; o roxo à Europa; o rosa à Ásia;
ta o principal meio de transporte
usado pelos imigrantes para vir
para o Brasil entre os séculos XIX
e o verde-escuro à África.
e XX. Relacione esta questão com
os períodos representados na ta- d) O infográfico utiliza mais de uma linguagem para apresentar a informação.
bela do IBGE, quando o navio era
o meio de transporte mais acessí-
Marque com um X o que compõe o infográfico:
vel para viagens desse tipo.
X tabela X imagem

X gráfico X mapa

X texto escrito
BNCC
Atividades 1 e 2:
(EF15LP04) Identificar o efeito de e) O que as bandeiras representam?
sentido produzido pelo uso de re- As bandeiras representam as nacionalidades dos imigrantes que vieram
cursos expressivos gráfico-visuais em
textos multissemióticos.
para o Brasil ao longo do tempo.
(EF35LP03) Identificar a ideia central
do texto, demonstrando compreen-
são global. f) O que o navio representa?
(EF35LP04) Inferir informações im-
plícitas nos textos lidos. O navio representa o meio de transporte mais usado pelos imigrantes.

146 CENTO E QUARENTA E SEIS

Anotações:

146 CENTO E QUARENTA E SEIS


2. O mapa-múndi serve como pano de fundo para esse infográfico. Qual sua
importância no infográfico?
O mapa é importante para mostrar de onde saíram os imigrantes que Professor, espera-se que os
alunos percebam que o mapa é
vieram para o Brasil, já que é uma representação geográfica. fundamental para entendermos de
onde os imigrantes saíram ao virem
para o Brasil. Relacione esta questão
com Geografia.

3. Levando em conta o título do infográfico, por que não há setas saindo


do Brasil?
O infográfico mapeia a imigração (vinda de estrangeiros para estabelecer
Professor, espera-se que os alunos
moradia) para o Brasil e não a emigração de brasileiros (saída para morar infiram que o infográfico trata dos
imigrantes que vieram para o Brasil e
em países estrangeiros). não dos emigrantes brasileiros para
outros países.

4. Segundo o infográfico, por quais motivos os imigrantes deixam seus países?


Porque desejam juntar-se a parentes que já moram no Brasil; ter uma

vida melhor; fugir de países em guerra, em crise econômica; fugir de BNCC


Atividades 3 a 5:
perseguições políticas, raciais ou religiosas nos seus países. (EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos.
(EF35LP04) Inferir informações im-
plícitas nos textos lidos.

5. Todos os refugiados são imigrantes, mas nem todos os imigrantes são


refugiados. Você compreende a diferença entre imigrantes e refugiados?
Explique.
Os refugiados saem do seu país por medo da guerra ou de perseguições,

enquanto os imigrantes podem estar apenas em busca de uma vida

melhor, ou têm a intenção de juntar-se a parentes próximos.

CENTO E QUARENTA E SETE 147

CENTO E QUARENTA E SETE 147


NOSSA LÍNGUA

ADJETIVOS GENTÍLICOS OU PÁTRIOS


Os adjetivos gentílicos ou pátrios são as palavras usadas para indicar a
origem geográfica de um ser, levando em conta continentes, países, estados,
regiões e cidades.
Professor, aqui cabe um trabalho 1. Analise abaixo o mapa-múndi dos continentes e, com o auxílio do seu
interdisciplinar com Geografia.
professor, preencha as lacunas:

Planisfério
Allmaps

0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO


Círculo Polar Ártico

EUROPA
AMÉRICA
DO NORTE ÁSIA
Trópico de Câncer

OCEANO OCEANO OCEANO


PACÍFICO AMÉRICA ATLÂNTICO PACÍFICO
Equador CENTRAL ÁFRICA

OCEANO
AMÉRICA

Meridiano de Greenwich
ÍNDICO
DO SUL
Trópico de Capricórnio OCEANIA

Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO


0 2 585
ANTÁRTIDA km

Fonte: Atlas Geográfico Escolar, IBGE, 2012.

a) América Central: centro-americano

b) América do Norte: norte-americano

c) América do Sul: sul-americano

d) Europa: europeu

e) Ásia: asiático

f) Oceania: oceânico

148 CENTO E QUARENTA E OITO

Prática pedagógica
Na área de Ciências Humanas, a BNCC salienta a importância de vida no Brasil, e que no século XXI pessoas de várias partes do mundo
romper com a concepção linear dos espaços vividos, “para possibilitar continuam vindo ao Brasil, enquanto outras partem para fora do país.
uma leitura geo-histórica dos fatos e uma análise com abordagens his- Peça que pesquisem se há pessoas no bairro que emigraram para outros
tóricas, sociológicas e espaciais (geográficas) simultâneas”. Ao discutir o países e quais os motivos dessa mudança, ou então se há imigrantes,
tema desta unidade com os alunos, explique que após o fim da escravi- pesquisando também as motivações do deslocamento geográfico. Pes-
dão, começaram a chegar pessoas de várias partes do mundo, atraídas quise em jornais e revistas reportagens sobre estrangeiros no Brasil e
pela propaganda feita na Europa, de emprego e melhores condições de brasileiros no exterior e os motivos da mudança.

148 CENTO E QUARENTA E OITO


FIQUE SABENDO
O continente da Antártida é muito frio e isolado e, portanto,
não favorece a ocupação pelo ser humano. Apenas alguns cientistas
permanecem lá por poucos meses em estações de pesquisas de
diversos países. As pouquíssimas pessoas que nasceram lá têm a
nacionalidade do país a que sua estação de pesquisa pertence.

2. Analise abaixo o mapa político do Brasil e, com o auxílio de seu professor, Professor, os estados federativos do
preencha as lacunas com os adjetivos gentílicos referentes aos estados país estão escritos em ordem alfabética
levando em consideração as siglas de
brasileiros: cada um, conteúdo que julgamos
também importante e que sugerimos
que seja trabalhado nessa aula.
Mapa Político do Brasil

Allmaps
VENEZUELA GUIANA 50°O
FRANCESA
SURINAME (FRA)
COLÔMBIA Boa Vista GUIANA
AMAPÁ
RORAIMA
Equador Macapá

Belém São Luís


Manaus
Fortaleza

AMAZONAS MARANHÃO RIO GRANDE


PARÁ CEARÁ DO NORTE
Teresina Natal
PARAÍBA João Pessoa
PIAUÍ
PERNAMBUCO Recife
ACRE
Porto Palmas ALAGOAS
Velho Maceió
Rio Branco TOCANTINS SERGIPE
Aracaju
RONDÔNIA
MATO GROSSO BAHIA
PERU Salvador

Cuiabá DF OCEANO
BRASÍLIA
Goiânia ATLÂNTICO
BOLÍVIA
GOIÁS MINAS GERAIS
MATO GROSSO
DO SUL ESPÍRITO SANTO
OCEANO Campo Belo Vitória
Grande Horizonte
PACÍFICO SÃO PAULO
RIO DE JANEIRO
icórnio PARAGUAI Rio de Janeiro
de Capr PARANÁ São Paulo
Trópico
Curitiba

CHILE SANTA CATARINA


Florianópolis
RIO GRANDE
DO SUL
Porto Alegre

ARGENTINA
URUGUAI 0 340

km

Fonte: Atlas Geográfico Escolar, IBGE, 2012.

CENTO E QUARENTA E NOVE 149

Sugestões de leitura:
DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO. Os imigrantes europeus deixaram seus países pelos mesmos
motivos que os refugiados de hoje. Disponível em: <http://www.diariodocentrodomundo.com.
br/os-imigrantes-europeus-deixaram-seus-paises-pelos-mesmos-motivos-que-os-refugiados-de-
-hoje/>. Acesso em: 2 fev. 2018.
MUNDO ESTRANHO. Quais foram as maiores levas de imigração para o Brasil? Disponível em
<https://mundoestranho.abril.com.br/historia/quais-foram-as-maiores-levas-de-imigracao-para-
-o-brasil/>. Acesso em: 2 fev. 2018.

CENTO E QUARENTA E NOVE 149


a) Acre (AC): acreano

b) Alagoas (AL): alagoano

c) Amazonas (AM): amazonense

d) Amapá (AP): amapaense

e) Bahia (BA): baiano

f) Ceará (CE): cearense

g) Espírito Santo (ES): espírito-santense/capixaba

h) Goiás (GO): goiano

i) Maranhão (MA): maranhense

j) Minas Gerais (MG): mineiro

k) Mato Grosso do Sul (MS): sul-mato-grossense

l) Mato Grosso (MT): mato-grossense

m) Pará (PA): paraense

n) Paraíba (PB): paraibano

o) Pernambuco (PE): pernambucano

p) Piauí (PI): piauiense

q) Paraná (PR): paranaense

r) Rio de Janeiro (RJ): fluminense/carioca

s) Rio Grande do Norte (RN): norte-rio-grandense/potiguar

t) Rondônia (RO): rondoniano

150 CENTO E CINQUENTA

Anotações:

150 CENTO E CINQUENTA


u) Roraima (RR): roraimense

v) Rio Grande do Sul (RS): sul-rio-grandense/gaúcho

w) Santa Catarina (SC): catarinense

x) Sergipe (SE): sergipano

y) São Paulo (SP): paulista

z) Tocantins (TO): tocantinense

3. A capital do Brasil, Brasília, é considerada o Distrito Federal (DF) do país. Qual


é o adjetivo gentílico usado para indicar a pessoa que nasceu em Brasília?
Quem nasce em Brasília é brasiliense.

4. Responda as perguntas abaixo sobre a sua origem. Caso seja necessário, peça
ajuda para seus pais, responsáveis, alguém de sua família ou para seu professor.
a) Qual é a sua cidade natal, isto é, a cidade onde você nasceu?
Resposta pessoal.

b) Qual é o adjetivo gentílico usado para indicar quem nasceu na sua Professor, ajude-os a conhecer
formas alternativas para essa
cidade natal? designação, se houver.
Resposta depende da resposta anterior.

Professor, explique que é comum


5. No infográfico da seção Para Ler no Texto 1, podemos observar referir-se aos estadunidenses como
“norte-americanos” ou (ainda
quantas nacionalidades imigraram para o Brasil ao longo dos anos. Com que não seja um termo preciso)
o auxílio de seu professor, preencha as lacunas com os adjetivos gentílicos apenas como “americanos”.
referentes a alguns países. Essas denominações aplicam-se,
respectivamente, a todos aqueles que
argentino nasceram no continente da América
a) Argentina: do Norte, como estadunidenses,
canadenses e mexicanos; e em
b) Bolívia: boliviano qualquer continente americano (do
Norte, Central ou do Sul).

CENTO E CINQUENTA E UM 151

CENTO E CINQUENTA E UM 151


c) Venezuela: venezuelano

d) Haiti: haitiano

e) Cuba: cubano

f) Estados Unidos da América: estadunidense

g) Angola: angolano

h) Congo: congolês

i) Nigéria: nigeriano

j) África do Sul: sul-africano

k) Alemanha: alemão

l) Espanha: espanhol

m) França: francês

n) Itália: italiano

o) Polônia: polonês

p) Portugal: português

chinês
q) China:

r) Coreia do Sul: sul-coreano

s) Índia: indiano

t) Jordânia: jordaniano

u) Síria: sírio

v) Turquia: turco

w) Israel: israelense

152 CENTO E CINQUENTA E DOIS

Interdisciplinaridade
Aproveite a oportunidade para trabalho interdisciplinar com palavras da língua correspondente que foram incorporadas ao
o componente curricular de Geografia, pois essa discussão tem nosso vocabulário. Outra possibilidade é propor que localizem no
relação com a habilidade (EF05GE02) “Identificar diferenças ét- mapa do Brasil o estado de origem de seus familiares, e depois
nico-raciais e étnico-culturais e desigualdades sociais entre gru- pesquisem sobre as características de sua cultura, como tradições,
pos em diferentes territórios”. Favoreça o desenvolvimento dessa alimentação. Enriqueça a aula explorando os problemas socioeco-
habilidade, possibilitando que os alunos usem o mapa-múndi nômicos enfrentados pelos habitantes das regiões pesquisadas e
para pesquisar os países de origem de seus ascendentes e as os preconceitos que podem sofrer em consequência disso.

152 CENTO E CINQUENTA E DOIS


PARA LER

TEXTO 2
Professor, trabalhe coletivamente
A seguir, há um gráfico de barras e uma tabela elaborados pelo Instituto com os alunos, de maneira paralela,
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com informações sobre o povoamento o gráfico de barras e a tabela, pois
do nosso país, organizadas por nacionalidades, entre os anos 1884 (século XIX) um complemente o outro.
e 1933 (século XX).

Estatísticas do povoamento – imigração por nacionalidade (1884/1933)


1 400 000 1 401 335

Flávio Balmant
1 200 000 1 145 737
1 000 000

800 000

600 000 587 114


434 645
400 000

200 000 154 397


142 457
93 823
0
Alemães Espanhóis Italianos Japoneses Portugueses Sírios e Outros
Turcos

Fonte: IBGE. Brasil 500 anos. Estatísticas de povoamento. Disponível em: https://brasil500anos.ibge.gov.br/estatisticas-do-
povoamento/imigracao-por-nacionalidade-1884-1933.html. Acesso em: 20 jan. 2018.. BNCC
(EF05LP23) Comparar informações
Estatísticas do povoamento – imigração por nacionalidade (1884/1933) apresentadas em gráficos ou tabelas.
Nacionalidade 1884-1893 1894-1903 1904-1913 1914-1923 1924-1933 (EF15LP04) Identificar o efeito de
Alemães 22 778 6 698 33 859 29 339 61 723 sentido produzido pelo uso de re-
cursos expressivos gráfico-visuais em
Espanhóis 113 116 102 142 224 672 94 779 52 405 textos multissemióticos.
Italianos 510 533 537 784 196 521 86 320 70 177 (EF35LP01) Ler e compreender, si-
Japoneses – – 11 868 20 398 110 191 lenciosamente e, em seguida, em
voz alta, com autonomia e fluência,
Portugueses 170 621 155 542 384 672 201 252 233 650 textos curtos com nível de textuali-
Sírios e Turcos 96 7 124 45 803 20 400 20 400 dade adequado.

Outros 66 524 42 820 109 222 51 493 164 586


Total 883 668 852 110 1 006 617 503 981 717 223
Fonte: IBGE. Brasil 500 anos. Estatísticas de povoamento. Disponível em: https://brasil500anos.ibge.gov.br/estatisticas-do-
povoamento/imigracao-por-nacionalidade-1884-1933.html. Acesso em: 20 jan. 2018..

CENTO E CINQUENTA E TRÊS 153

Para saber mais:


GOMES, Nilma Lino. Desigualdades e diversidade na educação. Educ. Soc., Campinas, v. 33,
n. 120, p. 687-693, setembro de 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=s-
ci_arttext&pid=S010173302012000300002> Acesso em: 2 fev. 2018.
PORTAL BRASIL. Línguas africanas exercem influência direta no português. Disponível em:
<http://www.brasil.gov.br/cultura/2014/11/linguas-africanas-exercem-influencia-direta-no-por-
tugues>. Acesso em: 04 jul. 2018.

CENTO E CINQUENTA E TRÊS 153


1. O que o gráfico e a tabela explicam?
O gráfico e a tabela explicam o fluxo imigratório para o Brasil entre os anos de
Professor, explique a estruturação
dos gráficos em dois eixos, um vertical 1884 e 1933, ou seja, de quais países vieram os imigrantes que povoaram o
e um horizontal, cujas informações
se cruzam na leitura. Caso considere
adequado, aprofunde essas
Brasil nesse período.
explicações, realizando um trabalho
interdisciplinar com Matemática. 2. Quais são as informações que temos em cada eixo do gráfico? Que tipos de
Leia o gráfico coletivamente e ajude
os alunos a chegarem às respostas, informação estão presentes?
pela leitura cruzada dos eixos: Os aspectos que organizam o gráfico são: as nacionalidades dos imigrantes e
número de imigrantes em relação à
nacionalidade e ao período.
o período histórico abordado (no eixo horizontal) e a quantidade de imigrantes

que vieram para o Brasil (no eixo vertical).

3. Sobre a legenda do gráfico, responda:


a) O que ela representa como um todo?
BNCC
A legenda indica as nacionalidades representadas no gráfico.
Atividades 1 a 3:
(EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos. b) De que forma esse tipo de informação é apresentada?
(EF15LP04) Identificar o efeito de sen- As nacionalidades dos imigrantes são apresentadas por diferentes cores.
tido produzido pelo uso de recursos
expressivos gráfico-visuais em textos
multissemióticos. c) O que cada cor representa?
(EF35LP03) Identificar a ideia central Cada cor representa uma nacionalidade: vermelha – alemães; amarela –
do texto, demonstrando compreen-
são global. espanhóis; verde-oliva – italianos; verde-claro – japoneses; verde-escuro:

portugueses; azul-claro: sírios e turcos; azul-escuro – outras nacionalidades

e a cor roxa indica o total de imigrantes.

d) O que as barras representam no gráfico?


As barras representam, com sua cor, as nacionalidades dos que que vieram

Professor, espera-se que os alunos percebam para o Brasil e, com sua altura (extensão da barra) o número de imigrantes
que as barras, representadas em cores, indicam
as nacionalidades e a quantidade de imigrantes de cada uma delas, o que pode ser estimado pela comparação com a
que vieram para o Brasil nos períodos históricos
contemplados no gráfico.
escala do eixo vertical.

154 CENTO E CINQUENTA E QUATRO

Anotações:

154 CENTO E CINQUENTA E QUATRO


4. Compare o gráfico com a tabela. Explique como o tamanho das barras do
gráfico se relaciona com os números de pessoas indicados na tabela.
O tamanho das barras, no gráfico, representa o número de imigrantes de cada Professor, espera-se que os alunos
percebam que, quanto maior a barra,
nacionalidade que veio para cá nos períodos históricos. Quanto mais pessoas, maior o número de imigrantes que
vieram para cá.
maior o tamanho da barra; quanto menos pessoas, menor o tamanho das barras.

5. No gráfico, o número de imigrantes não é exato, mas dá para ter uma ideia
da quantidade de pessoas de cada nacionalidade que vieram para o Brasil.
Como chegamos a essa informação? Professor, ajude os alunos a
Para isso, é preciso observar a escala no eixo vertical, no gráfico e chegar a chegarem a esses números
aproximados, pela comparação entre
números aproximados, por exemplo: “Mais de 300 000 japoneses vieram para o tamanho das barras e a escala,
inclusive para saber quais números
o Brasil no período 1904-1913” ou “cerca de 400 000 japoneses vieram para o estão entre os indicados (entre 0 e
300 mil etc.). Nesse caso, o trabalho
com conhecimentos matemáticos é
Brasil no período 1904-1913”.
fundamental. Estimule os alunos a
6. Analise o gráfico e a tabela e responda: criarem suas hipóteses.

a) Em quais períodos históricos chegaram mais italianos ao Brasil? Justifique


sua resposta.
Chegaram mais italianos ao Brasil nos períodos entre

1884 e 1893 (510 533) e 1894 e 1903 (537 784).

b) A partir de qual momento, o gráfico e a tabela registram a chegada de BNCC


japoneses ao país? Atividades 4 a 6:

A partir de 1904. (EF35LP04) Inferir informações im-


plícitas nos textos lidos.
(EF05LP22) Comparar informações
c) Em qual período histórico, a chegada de imigrantes espanhóis superou a apresentadas em gráficos ou tabelas.
chegada de imigrantes italianos? Justifique sua resposta.
Entre 1904 e 1913 a chegada de espanhóis superou a de italianos:
224 672 espanhóis contra 196 521

d) Em qual período histórico, houve um pico de chegada de imigrantes ao


Brasil? Justifique sua resposta.
Entre 1904 e 1913 houve um pico de chegada de imigrantes,
somando 1 006 617.

CENTO E CINQUENTA E CINCO 155

CENTO E CINQUENTA E CINCO 155


NOSSA LÍNGUA

NUMERAIS
Professor, este conteúdo pode ser Numeral é a palavra que indica número, podendo transmitir a ideia de
trabalhado de maneira interdisciplinar
com Matemática. ordem (sequência), quantidade, multiplicação e divisão.
Observe alguns exemplos:
• Mais de trezentos mil japoneses vieram para o Brasil entre 1904 e 1913.
• Cerca de cento e setenta mil portugueses imigraram para cá entre
1884 e 1893.
• Entre 1924 e 1933, cerca do dobro de japoneses imigrou, em comparação
ao número de espanhóis.

Classificação dos Numerais


Os numerais classificam-se em:
Cardinais: são os números básicos e indicam contagem ou medida.
Exemplos:
Mais de trezentos mil japoneses vieram para o Brasil entre 1904 e 1913.
Tenho três irmãos.
As turmas da professora Cecília têm, em média, trinta alunos cada.
O apartamento que Rafael quer comprar custa cem mil reais.
O prêmio da loteria estava em dois milhões de reais.

Ordinais: expressam ordem, sequência, lugar.


Exemplos:
Cheguei bem cedo ao posto de saúde e consegui ser o primeiro da fila
da vacinação.
A Beatriz é a segunda aluna da chamada.

Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação.


Exemplos:
Entre 1924 e 1933, cerca do dobro de japoneses imigrou, em comparação
ao número de espanhóis.
Essa quantidade de leite não é suficiente para a receita; preciso do dobro.

156 CENTO E CINQUENTA E SEIS

Anotações:

156 CENTO E CINQUENTA E SEIS


Fracionários: expressam ideia de divisão.
Exemplos:
Nesta receita de bolo, usamos meia xícara de chá de óleo, meio copo de
leite e um terço de xícara de chá de açúcar.
Flexão dos Numerais
Alguns numerais variam em relação ao gênero. Os numerais cardinais que
podem ser escritos tanto no masculino quanto no feminino, por exemplo, são
um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em
diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/quatrocentas etc.
Já em relação à variação em número, cardinais como milhão, bilhão e
trilhão etc. podem ser escritos, dependendo do contexto, como milhões,
bilhões e trilhões e assim por diante. Os demais cardinais, por sua vez,
são invariáveis.
Os numerais ordinais, por outro lado, variam em gênero e em número:

primeiro primeira primeiros primeiras

segundo segunda segundos segundas

milésimo milésima milésimos milésimas

Os numerais multiplicativos, quando atuam como substantivo, são invariáveis.


Exemplo:
O chefe de cozinha fez o dobro da receita do bolo para a festa de
aniversário.
Porém, os numerais multiplicativos, quando atuam como adjetivos, são
variáveis em gênero e em número.
Exemplo: Daniela teve de tomar doses triplas do medicamento.
Os numerais fracionários, por sua vez, variam em número e em gênero.
Exemplos: um terço/dois terços.

Quadro de Numerais
O quadro de numerais a seguir serve para que você o consulte quando tiver
dúvidas sobre o numeral ou sua grafia. Mas você já conhece bastante sobre
os numerais, porque costumamos utilizá-los no nosso cotidiano. Complete as
lacunas, com a ajuda do seu professor e dos seus colegas.

CENTO E CINQUENTA E SETE 157

CENTO E CINQUENTA E SETE 157


Algarismos Numerais
Romano Arábico Cardinal Ordinal Multiplicativo Fracionário
Professor, o quadro não deve ser usado I 1 um primeiro simples -
como recurso de memorização, mas como
uma fonte de informação. II 2 dois segundo dobro/duplo meio/metade
É possível que os alunos não tenham ainda III 3 três terceiro triplo terço
estudado os algarismos romanos. Avalie
se é o caso de iniciar este trabalho ou de IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
apenas dizer que os alunos podem ter aqui
uma introdução breve a alguns algarismos V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
correspondentes a certos numerais.
VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
IX 9 nove nono nônuplo nono
X 10 dez décimo décuplo décimo
XI 11 onze décimo primeiro undécuplo onze avos
XII 12 doze décimo segundo duodécuplo doze avos
XIII 13 treze décimo terceiro treze vezes treze avos
XIV 14 catorze* décimo quarto catorze vezes catorze avos
XV 15 quinze décimo quinto quinze vezes quinze avos
XVI 16 dezesseis décimo sexto dezesseis vezes dezesseis avos
XVII 17 dezessete décimo sétimo dezessete vezes dezessete avos
XVIII 18 dezoito décimo oitavo dezoito vezes dezoito avos
XIX 19 dezenove décimo nono dezenove vezes dezenove avos
XX 20 vinte vigésimo vinte vezes vinte avos
XXX 30 trinta trigésimo trinta vezes trinta avos
XL 40 quarenta quadragésimo quarenta vezes quarenta avos
L 50 cinquenta quinquagésimo cinquenta vezes cinquenta avos
LX 60 sessenta sexagésimo sessenta vezes sessenta avos
LXX 70 setenta setuagésimo setenta vezes setenta avos
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta vezes oitenta avos
XC 90 noventa nonagésimo noventa vezes noventa avos
C 100 cem centésimo cêntuplo centésimo

158 CENTO E CINQUENTA E OITO

Anotações:

158 CENTO E CINQUENTA E OITO


1. Na seção Para Ler no Texto 2, vimos um gráfico que representa a
imigração italiana no Brasil. Quando falamos em imigração, também
falamos em séculos e em anos, pois os números de imigrantes variam ao
longo do tempo. Leia as sentenças a seguir e complete as lacunas com as
classificações dos algarismos segundo o quadro dos numerais:
a) O primeiro período representado no gráfico vai do ano 1884 a 1893, século
XIX. Os anos são representados por algarismos arábicos eo
século é indicado por algarimos romanos . Por extenso, o século
XIX é escrito, em numeral cardinal, como século dezenove. .
b) Os anos 1900 compreendem o século XX. Por extenso, usando um
numeral cardinal, escrevemos “século vinte ”.
c) Atualmente estamos no século vinte e um. Escreva-o em algarismos
romanos: XXI .

PARA LER

Corinthians 2 versus Palestra 1


Prrrrii!
— Aí, Heitor!
A bola foi parar na extrema esquerda. Melle desembestou com ela.
A arquibancada pôs-se em pé. Conteve a respiração. Suspirou:
— Aaaah!
Miquelina cravava as unhas no braço [...] da Iolanda. Em torno do
trapézio verde a ânsia de vinte mil pessoas. De olhos ávidos. De nervos
elétricos. De preto. De branco. De azul. De vermelho.
Delírio futebolístico no Parque Antártica.
Camisas verdes e calções negros corriam, pulavam, chocavam-se,
embaralhavam-se, caíam, [...] brigavam. Por causa da bola de couro amarelo
que não parava, que não parava um minuto, um segundo. Não parava.
— Neco! Neco!

CENTO E CINQUENTA E NOVE 159

CENTO E CINQUENTA E NOVE 159


Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.
— Gooool! Gooool!
Miquelina ficou abobada com o olhar parado. Arquejando.
Achando aquilo um desaforo, um absurdo.
Aleguá-guá-guá! Aleguá-guá-guá! Hurra! Hurra! Corinthians!
Palhetas subiram no ar. Com os gritos. Entusiasmos rugiam.
Pulavam. Dançavam. E as mãos batendo nas bocas:
— Go-o-o-o-o-o-ol!
Miquelina fechou os olhos de ódio.
— Corinthians! Corinthians!
Tapou os ouvidos. [...]

Machado, Antônio Alcântara Machado. Brás, Bexiga e Barra Funda, p. 27. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000005.pdf. Acesso em 19 out. 2019.

FIQUE SABENDO
O time de Futebol Sociedade Esportiva Palmeiras foi criado em 1914
por imigrantes italianos, com o nome de “Palestra Itália”. No entanto, em
1942, ocorreu o episódio chamado de “Arrancada heroica”, em que o time
foi obrigado a mudar de nome, por causa de decreto do governo Getúlio
Vargas, que proibia em qualquer entidade o uso de nomes relacionados aos
países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) nas batalhas da Segunda Guerra
Mundial. Primeiramente, foi mudado para Palestra de São Paulo e, depois,
Sociedade Esportiva Palmeiras, como é conhecido até hoje.

1. O texto é parte de um conto que mostra pessoas torcendo por um time de


futebol. Converse com os seus colegas:
a) Quais times de futebol estavam jogando?
Corinthians e Palestra Itália (atual Palmeiras).

b) Para qual dos dois times a personagem do conto estava torcendo?


Explique.
Para o Palmeiras, porque quando ocorre o gol do Corinthians ela tapa os
ouvidos para não ouvir.

160 CENTO E SESSENTA

Anotações:

160 CENTO E SESSENTA


c) Você torce por algum time de futebol? Como você fica durante a partida.
Resposta pessoal.

2. No conto, a narração do jogo de futebol se confunde com a narração das


ações e sentimentos da personagem que assiste ao jogo. Identifique as duas
narrações e preencha o quadro:
Narração das ações e sentimentos
Narração do jogo de futebol
da personagem
“A bola foi parar na extrema esquerda. “Miquelina ficou abobada com o
Melle desembestou com ela.” olhar parado. Arquejando. Achando
“A arquibancada pôs-se em pé. aquilo um desaforo, um absurdo”.
Conteve a respiração”. “Miquelina fechou os olhos de ódio”.
“Delírio futebolístico no Parque “Tapou os ouvidos”
Antártica”.
“Driblou. Escorregou. Driblou.
Correu. Parou. Chutou.”
“Camisas verdes e calções negros
corriam, pulavam, chocavam-
se, embaralhavam-se, caíam,
contorcionavam-se, esfalfavam-se,
brigavam. Por causa da bola de
couro amarelo que não parava,
que não parava um minuto, um
segundo. Não parava”.

3. No conto, que recurso é usado para indicar o início da partida de futebol?


A representação do som do apito, com a onomatopeia “Prrrrii!”.

4. Observe o seguinte trecho:“Em torno do trapézio verde a ânsia de vinte


mil pessoas”.
• Por qual palavra “trapézio” pode ser substituída?
A palavra “trapézio” pode ser substituída por gramado ou campo de futebol.

5. Transcreva a expressão que traduz a marca da oralidade dos torcedores


adversários do Palestra (Palmeiras).
“Aleguá-guá-guá! Aleguá-guá-guá! Hurra! Hurra! Corinthians!”

CENTO E SESSENTA E UM 161

CENTO E SESSENTA E UM 161


6. Preencha o quadro com as informações sobre a narrativa:

Personagem central Miquelina, torcedora do time Palestra.

Cenário Jogo de futebol entre Corinthians e Palestra.

Corinthians faz um gol, causando sofrimento a


Conflito gerador
Miquelina e aos demais torcedores do Palestra.

Narrador Narrador narra o jogo e a aflição de Miquelina.

Ponto de vista do
narrador (1a ou em O ponto de vista do narrador é em 3a pessoa.
3a pessoa)

7. O texto apresenta algumas falas em discurso direto, indicadas por travessão:


a) De quem são essas falas?
As falas são dos torcedores ou do narrador do jogo, gritando para jogador do
seu time, como em “– Ai, Heitor!” ou “– Neco, Neco”, “Goool” e “Corinthians”.

b) Transcreva as falas do discurso direto para o indireto.


Os torcedores gritavam para os jogadores Heitor e Neco. O narrador do
jogo gritou Gol e o nome do time do Corinthians.

8. Descreva como Miquelina se comportou durante o jogo.


BNCC
Desafio: Ela cravava as unhas no braço gordo da Iolanda, durante a partida. Quando
(EF05LP10) Ler e compreender, ocorreu o gol, ela ficou abobada com o olhar parado. Depois, fechou os olhos de
com autonomia, anedotas, piadas
e cartuns, dentre outros gêneros do raiva e tapou os ouvidos.
campo da vida cotidiana, de acordo
com as convenções do gênero e con-
siderando a situação comunicativa e
a finalidade do texto. DESAFIO
(EF05LP11) Registrar, com autono-
mia, anedotas, piadas e cartuns,
O futebol desperta muitas emoções, por isso há muitas anedotas,
dentre outros gêneros do campo piadas e cartuns sobre o assunto. Esses gêneros têm como objetivo
da vida cotidiana, de acordo com provocar humor e divertir.
as convenções do gênero e conside-
rando a situação comunicativa e a O desafio é o seguinte, você vai pesquisar anedotas, cartuns ou piadas
finalidade do texto. sobre futebol.

162 CENTO E SESSENTA E DOIS

Anotações:

162 CENTO E SESSENTA E DOIS


Num dia, combinado com o professor, vocês vão organizar uma roda de
contação de piadas, anedotas ou compartilhar os cartuns que pesquisaram.
Mas atenção! Não podem ser textos agressivos, preconceituosos e com
palavras de baixo calão. A ideia é divertir não agredir os colegas.
Aprecie a contação e boa diversão!

PRODUÇÃO DE TEXTO

ENTREVISTA ORAL
Ao longo deste capítulo, abordamos a imigração no Brasil através do
tempo, mas ficamos nos perguntando se há imigrantes (sejam refugiados ou
não) em sua comunidade. Para responder a esta pergunta, você fará entrevistas
orais nas quais coletará dados sobrequantos existem, quando chegaram etc. A
entrevista tem como objetivo também recolher relatos de imigrantes que moram
em sua cidade, no seu bairro, que estudam na sua escola etc.
Vamos caprichar nesta entrevista, pois as informações coletadas serão
usadas na produção escrita para a elaboração de um infográfico e de um
Professor, para melhor ilustrar o
seminário no final desta unidade. gênero aos alunos você pode mostrar
a eles jornais e revistas impressos que
contenham entrevistas ou ainda, se
A entrevista possível, exibir trechos de programas
Entrevista é um gênero em que se alternam perguntas do entrevistador de entrevistas de rádio, televisão ou
internet.
e respostas do entrevistado e que circula na esfera jornalística como
Como essa entrevista irá coletar dois
objetivo de levar informações para o público leitor, ouvinte, telespectador tipos de informação: quantitativa
ou internauta de um jornal, de uma revista, de um site ou de programa. e qualitativa (o relato), talvez seja
recomendável estruturar com os
Em jornais e em revistas impressos podem haver seções dedicadas alunos uma ficha de entrevista para
exclusivamente às entrevistas, sobretudo em revistas de tiragem o registro das respostas. Os dados
semanal, nas quais há o entrevistado da semana. Além disso, as quantitativos podem ser anotados
em uma tabela, que será passada a
entrevistas são usadas para enriquecer notícias e reportagens com limpo posteriormente, na reunião das
detalhes e informações de testemunhas ou de especialistas sobre o entrevistas de toda a turma. Esses dados
assunto abordado. Por exemplo, uma notícia sobre um acidente na também irão compor o seminário ao
final desta unidade (ou a exposição,
estrada pode trazer partes de entrevistas com testemunhas, vítimas ou
conforme a decisão do professor).
especialistas em trânsito; já em uma reportagem sobre imigração, um
imigrante ou refugiado pode ser entrevistado sobre o assunto.

CENTO E SESSENTA E TRÊS 163

CENTO E SESSENTA E TRÊS 163


A entrevista é um gênero que mobiliza tanto a linguagem oral quanto
a escrita. Para entrevistas mais longas, tudo começa com a escrita: o
entrevistador escreve o roteiro, pensando no assunto que será abordado,
elaborando as questões a serem feitas ao entrevistado. No momento
da entrevista, as perguntas podem ser feitas oralmente, na presença do
entrevistado, também por telefone ou por um aplicativo de internet.
Como em qualquer outro texto público, que muitos acessam, é
Caso a comunidade não tenha imigrantes ou preciso editar e melhorar a finalização da entrevista. Quando a entrevista
não os tenha em quantidade representativa,
é possível realizar esta atividade com foco é veiculada em meio impresso, as perguntas e respostas orais são
nas migrações internas: migrantes de outros transcritas, e passadas para a forma escrita pelo entrevistador ou pelo
estados e cidades brasileiros. repórter. Já se a entrevista for realizada em programa de rádio, televisão
ou publicada na internet apenas o vídeo ou o áudio é editado.
Trata-se, portanto, de um texto marcado pela oralidade e que pode ser
transcrito posteriormente. O entrevistador é o responsável por conduzir
a entrevista e o entrevistado ocupa-se de responder as perguntas a fim
BNCC
de emitir sua opinião, fornecer dados, informações e detalhes específicos
(EF35LP10) Identificar gêneros do
discurso oral, utilizados em dife- acerca de um tema, propor um debate ou uma discussão etc.
rentes situações e contextos co- A entrevista também pode acontecer com o envio de perguntas
municativos, e suas características
linguístico-expressivas e composi-
escritas e o recebimento das respostas por escrito também.
cionais (conversação espontânea,
conversação telefônica, entrevistas
pessoais, entrevistas no rádio ou na Nesta seção de Produção de texto, apresentaremos um roteiro para você
TV, debate, noticiário de rádio e TV, produzir uma entrevista oral.
narração de jogos esportivos no rá-
dio e TV, aula, debate etc.).
ROTEIRO PARA ENTREVISTA ORAL
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda
do professor, o texto que será pro- Planejamento e Desenvolvimento
duzido, considerando a situação co-
municativa, os interlocutores (quem Como nesta unidade estamos abordando a imigração no Brasil, você irá produzir
escreve/para quem escreve); a fina- uma entrevista oral sobre esse tema, focando na presença de imigrantes ou de
lidade ou o propósito (escrever para
refugiados em sua comunidade (escola, bairro, condomínio etc.). A finalidade da
quê); a circulação (onde o texto vai
circular); o suporte (qual é o porta- entrevista será coletar relatos e dados quantitativos sobre imigrantes e refugiados
dor do texto); a linguagem, organi- em sua comunidade para a elaboração do infográfico na seção Produção de texto
zação e forma do texto e seu tema, escrito que depois será usado no seminário do fim desta unidade.
pesquisando em meios impressos
ou digitais, sempre que for preciso, Para tanto, você deverá seguir um roteiro. Vamos lá?
informações necessárias à produção
1. Tema: imigrantes e refugiados na sua comunidade.
do texto, organizando em tópicos os
dados e as fontes pesquisadas. 2. Escolha do entrevistado ou entrevistada: um imigrante ou refugiado que
(EF15LP13) Identificar finalidades da esteja disponível e disposto a conceder uma entrevista. Caso isso não seja
interação oral em diferentes contex- possível, sugerimos a entrevista com moradores antigos na comunidade,
tos comunicativos (solicitar informa-
ções, apresentar opiniões, informar, que conheçam ou tenham conhecido imigrantes residentes na comunidade.
relatar experiências etc.).
164 CENTO E SESSENTA E QUATRO

Anotações:

164 CENTO E SESSENTA E QUATRO


3. Pesquisa sobre o tema e o entrevistado, se possível, para que a
elaboração das perguntas seja o mais eficiente possível.
4. Elaboração do roteiro da entrevista. As perguntas devem ser claras e
objetivas e devem procurar extrair informações e dados relevantes do
entrevistado. Outras perguntas podem surgir no momento da entrevista
e poderão ser inseridas no texto (no caso da entrevista escrita) no
momento da revisão e da transcrição.
Sugestões de tópicos:
• Nome;
• País e ano de nascimento;
• Até quando morou no seu país de origem;
• O que motivou a vinda para o Brasil;
• Como foi a viagem para cá;
• Meio de transporte utilizado;
• Como foi a chegada ao Brasil; BNCC
• Em que cidade chegou ao país; (EF15LP12) Atribuir significado a
aspectos não linguísticos (paralin-
• Onde e com quem foi morar; guísticos) observados na fala, como
• Condições de estudo e/ou de trabalho; direção do olhar, riso, gestos, movi-
mentos da cabeça (de concordância
• Relato se gosta do Brasil, se deseja voltar ao país de origem;
ou discordância), expressão corporal,
• Sonhos para o futuro etc. tom de voz.
(EF35LP11) Ouvir gravações, can-
Realização da entrevista efetiva: chegou a hora! Leve um bloquinho ções, textos falados em diferentes
de anotações, uma caneta e um gravador de voz, celular ou computador com variedades linguísticas, identificando
aplicativo que permita gravar áudios. características regionais, urbanas e
rurais da fala e respeitando as di-
Apresentação: antes de iniciar as perguntas, o entrevistador deve versas variedades linguísticas como
apresentar-se e apresentar a pessoa entrevistada, mencionando alguns dados características do uso da língua por
pessoais (nome, idade, profissão, local de trabalho, anos de experiência na diferentes grupos regionais ou di-
ferentes culturas locais, rejeitando
área etc.) e explicando por que ele foi escolhido, isto é, o que ele tem de preconceitos linguísticos.
importante e especial para ser entrevistado. (EF35LP18) Escutar, com atenção,
Perguntas: o entrevistador pode começar a fazer as perguntas e então o apresentações de trabalhos rea-
lizadas por colegas, formulando
diálogo começa. perguntas pertinentes ao tema e
Entrevista escrita: o áudio gravado e as anotações feitas pelo entrevistador solicitando esclarecimentos sempre
que necessário.
devem ser transcritos e organizados no formato de uma entrevista:
(EF35LP19) Recuperar as ideias
• Título; principais em situações formais de
• Parágrafo com a apresentação inicial do entrevistado; escuta de exposições, apresentações
e palestras.
• Perguntas e respostas, marcadas com o nome do veículo de
comunicação ou do entrevistador e com o nome ou as iniciais do
entrevistado, respectivamente.

CENTO E SESSENTA E CINCO 165

CENTO E SESSENTA E CINCO 165


A partir das entrevistas, selecionem os trechos de relatos mais interessantes
para compor uma coletânea das vozes da imigração. Trechos desses relatos
podem também aparecer no infográfico que vocês irão criar.
Professor, essa coletânea pode ser
apresentada em um mural ou editada PRODUÇÃO ESCRITA
como um caderno de memórias.
Também podem ser gravadas em Infográfico
vídeo, com as devidas autorizações, Você leu um infográfico no início deste capítulo. Agora é sua vez de construir
e editadas num material final a ser
exibido na escola, postado num blog um infográfico semelhante, mas dessa vez tratando da imigração para a sua
ou em redes sociais relacionadas à comunidade. Assim, em vez de o destino final ser o Brasil, será a sua cidade,
escola. bairro ou comunidade. Para isso, é preciso fazer uma pesquisa na escola, com
vizinhos e familiares sobre a existência de imigrantes na sua comunidade. Na
tabela a seguir, você vai registrar as quantidades indicadas, por exemplo, quantas
pessoas imigrantes do sexo feminino existem na faixa etária de 15 a 24 anos?
Professor, caso seja possível, esta é uma Ao final da coleta, vocês irão reunir todos os dados em uma tabela só,
oportunidade para se fazer um trabalho
interdisciplinar com Arte, orientando os somando os números.
alunos a usar várias técnicas diferentes
na elaboração do infográfico, como por IMIGRANTES NA COMUNIDADE –
exemplo: desenhos, colagens, pinturas etc.
Esse deverá ser um trabalho feito a mão, Sexo masculino Sexo feminino
individual ou em grupos, de acordo com a
dinâmica da sala, número de alunos entre 0 a 14 anos 0 a 14 anos
outros aspectos.
15 a 24 anos 15 a 24 anos
Oriente os alunos a fazerem um rascunho
do infográfico, organizando e planejando a 24 a 34 anos 24 a 34 anos
disposição dos dados; eles só devem passar
a limpo na cartolina quando tudo estiver Mais de 34 anos Mais de 34 anos
organizado, claro e objetivo.
Local de nascimento Local de nascimento
Na internet há algumas ferramentas de criação
de infográficos com recursos gratuitos, como Ano em que imigrou Ano em que imigrou
por exemplo: Canva <https://www.canva.
com/pt_br/criar/infografico/> e o Freepik Como vimos no Texto 1 da seção Para Ler, um infográfico é uma
<https://www.freepik.com/>, site gratuito
de imagens, em inglês (acessos em: 30 jan. representação gráfica que usa linguagem verbal e não verbal (imagens, ilustrações,
2018). Se for possível e considerar adequado, fotos, mapas, diagramas, gráficos estatísticos, vídeos nos casos de infográficos
os alunos podem usar as ferramentas sob a disponíveis na internet etc.), uma complementando a outra, a fim de apresentar
sua supervisão.
informações e explicar assuntos históricos, científicos, sociais, econômicos dentre
outras, de maneira concisa e com apoio visual.
Para a produção do infográfico desta seção que será usado no seminário no
final desta unidade apresentamos, a seguir, um roteiro. Vamos lá?
Roteiro para Infográfico
O infográfico tem um tema central e deve ser adequado à leitura por parte
do seu público-alvo. No nosso caso, o infográfico tem como tema os imigrantes
– refugiados ou não – e o público-alvo são os estudantes que assistirão ao

166 CENTO E SESSENTA E SEIS

Anotações:

166 CENTO E SESSENTA E SEIS


seminário do final desta unidade. Por isso, o ideal é usar a linguagem visual
– colagens, pinturas, desenhos etc. – para melhor explicar o que se pretende,
BNCC
com textos e informações numéricas.
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do pro-
Um infográfico tem uma ordem de leitura (ou mais de uma possibilidade de fessor, o texto que será produzido, con-
ler na sequência). O importante é que você possa “controlar” o modo como o siderando a situação comunicativa, os
interlocutores (quem escreve/para quem
leitor faz essa leitura, inserindo números, cabeçalhos, cores, espaços em branco, escreve); a finalidade ou o propósito (es-
imagens, textos, gráficos etc. Mas lembre-se: é preciso haver um equilíbrio entre crever para quê); a circulação (onde o texto
esses elementos, pois a visualização dos dados pelo leitor deve ser clara e objetiva. vai circular); o suporte (qual é o portador
do texto); a linguagem, organização e for-
Na elaboração do infográfico, planejamento é fundamental e, portanto, ma do texto e seu tema, pesquisando em
fazer um rascunho é parte importante do processo. Antes de mais nada, meios impressos ou digitais, sempre que
definam se haverá uso de imagens, tabelas etc. e quais serão; e também qual for preciso, informações necessárias à pro-
dução do texto, organizando em tópicos
será o texto de explicação. Vocês podem buscar inspiração no infográfico lido os dados e as fontes pesquisadas.
e podem ir além. Em papéis separados, elaborem essas tabelas e imagens, (EF05LP24) Planejar e produzir texto sobre
recortes, desenhos, colagens e escrevam o texto explicativo. tema de interesse, organizando resulta-
dos de pesquisa em fontes de informação
Agora, desenhem à mão o rascunho do infográfico em uma folha de tamanho impressas ou digitais, incluindo imagens
grande, como uma cartolina. Arrume os elementos que já elaborou em papéis e gráficos ou tabelas, considerando a si-
separados em cima da cartolina, testando qual seria a melhor organização. Seu tuação comunicativa e o tema/ assunto
do texto.
infográfico precisa ter um título e ele pode ser chamativo, impactante, para atrair a
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com o
atenção do público-alvo por meio da curiosidade. Como você fará o infográfico à apoio do professor, informações de inte-
mão, também escreverá à mão, por isso, atenção para que sua letra seja legível. resse sobre fenômenos sociais e naturais,
em textos que circulam em meios impres-
sos ou digitais.
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca
SUGESTÃO DE LEITURA e/ou do cantinho de leitura da sala de
aula e/ou disponíveis em meios digitais
MATEO, José Manuel. Migrar.
Migrar Trad. Rafaella Lemos. para leitura individual, justificando a es-
Divulgação

Rio de Janeiro: Pallas, 2013. 36 p. colha e compartilhando com os colegas


sua opinião, após a leitura.
A migração de dois irmãos e a mãe do México para
(EF05LP06) Flexionar, adequadamente,
os Estados Unidos é relatada com muita delicadeza e na escrita e na oralidade, os verbos em
emoção. O que eles encontrarão nesse novo lugar, que concordância com pronomes pessoais/
parece ser um reduto de tanta esperança e alegria? nomes sujeitos da oração.
(EF05LP07) Identificar, em textos, o uso
de conjunções e a relação que estabele-
SANNA, Francesca. A viagem. Trad. Fabrício Valério. cem entre partes do texto: adição, oposi-
Divulgação

São Paulo: Vergara e Riba, 2016. 44 p. ção, tempo, causa, condição, finalidade.
Este livro traz relatos reais muito sensíveis sobre as Sugestão de leitura:
muitas dificuldades pelas quais passam as pessoas que (EF35LP01) Ler e compreender, silencio-
samente e, em seguida, em voz alta, com
foram forçadas a sair de sua terra de origem e têm de autonomia e fluência, textos curtos com
começar de novo em um novo país, sob o ponto de nível de textualidade adequado.
vista de crianças.

CENTO E SESSENTA E SETE 167

CENTO E SESSENTA E SETE 167


C A PÍ T ULO

10 UMA NOVA VIDA


BNCC
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti-
dos, da forma e da função social do
texto), apoiando-se em seus conhe-
PARA LER
cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
o gênero, o suporte e o universo te- Como vimos no capítulo anterior, o Brasil recebeu, ao longo de sua história,
mático, bem como sobre saliências imigrantes de todo o mundo em busca de uma vida melhor, de melhores
textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefá-
condições de trabalho e de moradia etc. Também vimos que, nos últimos anos,
cio etc.), confirmando antecipações o Brasil recebeu muitos refugiados.
e inferências realizadas antes e du- Essas pessoas, ao imigrar, normalmente estão fugindo de guerras, crises
rante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas. econômicas e perseguições políticas, como os haitianos, os sírios, os libaneses etc.
(EF35LP01) Ler e compreender, si- Vamos conhecer alguns desses refugiados? Você vai ler o perfil de
lenciosamente e, em seguida, em apresentação de três pessoas que vieram para o Brasil em busca de um
voz alta, com autonomia e fluência,
textos curtos com nível de textuali- recomeço e, atualmente, moram na cidade de São Paulo. Elas participaram do
dade adequado. projeto “Meu amigo refugiado”, que apresentava perfis de alguns refugiados,
para que outros brasileiros pudessem conhecê-los melhor e talvez até convidá-
los para passar o Natal em sua casa.

Rotas de refugiados com destino ao Brasil


Allmaps

0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO


Círculo Polar Ártico

EUROPA
AMÉRICA
DO NORTE
OCEANO SÍRIA ÁSIA
ATLÂNTICO
Trópico de Câncer
AMÉRICA
OCEANO CENTRAL NIGÉRIA OCEANO
PACÍFICO PACÍFICO
Equador VENEZUELA ÁFRICA

OCEANO
BRASIL
Meridiano de Greenwich

AMÉRICA ÍNDICO
Trópico de Capricórnio DO SUL OCEANIA

Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO


0 2 500

ANTÁRTIDA km

Fonte: Atlas Geográfico Escolar, IBGE, 2012.

168 CENTO E SESSENTA E OITO

Pensando sobre a BNCC


No decorrer desse capítulo, os alunos foram estimulados a coletar dados, a fazer
resumos, a entrevistar pessoas, entre outras atividades, o que forneceu subsídios para a
realização das atividades propostas neste capítulo. É importante que o professor propi-
cie condições para que os alunos elaborem o seminário solicitado ao final da unidade,
orientando-os no processo de pesquisa. Indicar outros materiais de fontes seguras,
ensinar a interpretá-las, orientar a produção escrita e oral são procedimentos didáticos

168 CENTO E SESSENTA E OITO


Reprodução
José Alejandro, nascido em Puerto
Cabello – Venezuela.
Professor, caso ache possível, esta
Alejandro tem saudades do mar, de ver os seus sobrinhos crescerem e de ensinar seção é uma oportunidade para
outros jovens. Aqui, não é mais professor, mas conseguiu continuar seus estudos na um trabalho interdisciplinar com
Geografia e História.
música. Em São Paulo, se apaixonou pelos compositores brasileiros e é a música que
está ajudando Alejandro a fazer novos amigos na cidade. É por meio dela também
que se desliga um pouco da preocupação com a família e com os problemas que o
fizeram deixar seu país. “Tenho vontade de voltar para a Venezuela e contribuir para
a educação no meu país. Mas, agora, isso não é possível.”
Reprodução

Anjila Fares, nascida em Damasco – Síria.

Anjila tem 17 anos e sonha em voltar para sua terra e reencontrar suas
amigas. Sua mãe não pensa assim. Para ela, recomeçar a vida do zero, com seu
marido e dois filhos, basta uma vez. Anjila se tornou a porta-voz da família.
Há apenas 9 meses aqui, já fala português bem, diferente de seus pais, e ainda dá

CENTO E SESSENTA E NOVE 169

necessários e fundamentais. A análise e entendimento da estrutura do gênero verbete


de dicionário, inclusive em versão eletrônica, complementa o embasamento para que
os alunos realizem suas pesquisas. Essa ferramenta e outros recursos abordados no final
desta unidade contemplam a competência geral 5 da BNCC: “Compreender, utilizar e
criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”.

CENTO E SESSENTA E NOVE 169


uma força para o seu irmão mais novo, quando ele esquece alguma palavra. Anjila
trabalha para ajudar em casa e está se adaptando, aos poucos, à escola. “Sinto que
algumas pessoas têm medo da gente porque só sabem o que veem na televisão.
BNCC
Não conhecem a gente de verdade.”
Atividades 1 a 7:
(EF05LP15) Ler/assistir e com-
preender, com autonomia, notí-

Reprodução
cias, reportagens, vídeos em vlogs
argumentativos, dentre outros gê-
neros do campo político-cidadão,
de acordo com as convenções dos
gêneros e considerando a situação
comunicativa e o tema/assunto do
texto.
(EF05LP19) Argumentar oralmente
sobre acontecimentos de interesse
social, com base em conhecimen-
tos sobre fatos divulgados em TV,
rádio, mídia impressa e digital, res-
peitando pontos de vista diferentes.
(EF15LP03) Localizar informações
Temi Olusola, nascida em Lagos – Nigéria.
explícitas em textos.
(EF15LP09) Expressar-se em si-
tuações de intercâmbio oral com Temi era contadora na Nigéria e não escolheu se refugiar no Brasil. Queria
clareza, preocupando-se em ser chegar em Trinidade e Tobago. Mas, em uma conexão no aeroporto de Guarulhos,
compreendido pelo interlocutor e
usando a palavra com tom de voz seu destino mudou. Estava acompanhada apenas por Isaac, ainda na barriga,
audível, boa articulação e ritmo quando foi avisada de que, por suas condições, não poderia seguir viagem.
adequado.
O bebê nasceu em duas semanas e hoje é um brasileiro de quase 3 anos.
(EF35LP04) Inferir informações im-
plícitas nos textos lidos. Conheceu o pai há um ano. Também contador, ele conseguiu um emprego de
(EF35LP15) Opinar e defender pon- auxiliar administrativo aqui. “Estamos trabalhando duro para juntar dinheiro e
to de vista sobre tema polêmico re- trazer nossos três filhos que ainda estão lá.”
lacionado a situações vivenciadas
Disponíveis em: <www.meuamigorefugiado.com.br>. Acesso em: 24 jan. 2018.
na escola e/ou na comunidade, uti-
lizando registro formal e estrutura
adequada à argumentação, consi- contador: profissional que administra as “contas” de uma empresa, incluindo impostos, pagamento de
derando a situação comunicativa e salários e outras despesas e recebimentos em geral.
o tema/assunto do texto.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, 1. Com um colega, faça uma pesquisa sobre a história e a atual situação social,
com o apoio do professor, informa-
ções de interesse sobre fenômenos política e econômica dos três países de origem das pessoas cujos perfis você leu.
sociais e naturais, em textos que Transcrevam, em seu caderno, o que descobriram e, com o auxílio do professor,
circulam em meios impressos ou
digitais. compartilhem com seus colegas suas descobertas. Não se esqueçam também de
dizer em que continente cada país se localiza e que língua(s) é(são) falada(s) lá.
2. Em grupo, e com a mediação de seu professor, discutam as possíveis motivações
que levaram José Alejandro, Anjila Fares e Temi Olusola a virem para o Brasil.

170 CENTO E SETENTA

1. Professor, com a pesquisa os alunos vão poder se situar em relação ao contexto histórico, econômico, político e social dos países citados nos textos da seção Para
Ler. O objetivo é fazer que eles tenham informações a partir das quais possam formular hipóteses e inferências. Sugerimos que seja dado um tempo para fazer a
pesquisa e, depois, responder as questões propostas. Oriente-os a transcrever no caderno os pontos que acharem mais relevantes dos aspectos mencionados no
enunciado. Se achar mais adequado, apresente alguns materiais sobre esses países durante a aula.
2. Professor, faça a mediação desta discussão entre os alunos e oriente-os a embasar suas respostas na pesquisa feita anteriormente. As respostas são pessoais, mas
algumas possibilidades são: fuga de más condições de vida (fome, sede, falta de saneamento básico, educação), de epidemias, de guerra civil, de crise econômica,
de perseguições políticas etc. Sugerimos que você apresente informações sobre os intensos fluxos imigratórios de refugiados que vêm ocorrendo e que atingem,
principalmente, a Europa. Além disso, fale sobre os perigos enfrentados pelos refugiados nas zonas de travessia de um país para outro − acidentes com barcos,
áreas desérticas, zonas de guerra etc.

170 CENTO E SETENTA


3. Dois dos três refugiados tinham profissão em seus países de origem. Sobre
isso, responda: 3. a. Professor, o objetivo da questão é desen-
volver a localização de informações.
a) Que profissão eles exerciam em seu país de origem? José Alejandro era professor na Venezuela e
Temi Olusola era contadora na Nigéria.
b) Essas pessoas tiveram acesso à educação no país de origem? b. Professor, converse com os alunos sobre o
papel da educação na formação desses pro-
c) Cite um exemplo de um refugiado que exerce, no Brasil, uma profissão fissionais para que cheguem à conclusão de
diferente da que exercia no país de origem. que sim, tanto Alejandro quanto Temi tiveram
acesso à educação em seus países de origem.
d) Por que, em sua opinião, essas pessoas não conseguem exercer, no Sim, Alejandro e Temi tiveram acesso à edu-
cação em seus países, pois exercem profissões
Brasil, a profissão que já tinham?
que necessitam de formação específica.
Resposta pessoal.
c. Professor, o objetivo da questão é fazer
4. No perfil de Anjila Fares há a seguinte afirmação: “Anjila se tornou a porta- com que os alunos compreendam informa-
-voz da família”. Sobre isso, responda: ções não exatamente explícitas. O marido de
Temi era contador na Nigéria, mas no Brasil
a) Um refugiado, ao imigrar, depara com aspectos característicos de seu trabalha como auxiliar administrativo.
novo país, aos quais precisa se adaptar. Sobre qual aspecto do Brasil a d. Professor, converse com os alunos sobre as
condições de trabalho enfrentadas atualmente
afirmação se refere? tanto por brasileiros quanto por imigrantes.
b) “Porta-voz” é alguém que fala por outra pessoa. Por que Anjila se 4. a. Professor, o objetivo desta questão é fazer
com que os alunos formulem inferências a
tornou a porta-voz da família no Brasil? partir do termo “porta-voz” e da menção de
que Anjila ajuda o irmão a falar português,
5. Por que podemos afirmar que alguns refugiados são alvos de preconceito pois ela já fala bem a língua, diferente de seus
no Brasil? Justifique sua resposta com um trecho de um dos perfis. pais. Caso seja possível, cite que a língua ofi-
cial da Síria é o árabe e que lá existem, além
6. Os refugiados vieram com suas famílias completas para o Brasil? Explique. do árabe, dialetos diversos.
Refere-se ao aspecto linguístico, já que a lín-
7. Os refugiados gostariam de voltar a seu país de origem? Justifique gua portuguesa é uma língua estrangeira para
sua resposta. Alejandro gostaria de voltar à Venezuela para contribuir com a
Anjila e sua família.
educação de seu povo; Anjila sente saudades da Síria, mas sua b. Anjila se tornou a porta-voz da família no
mãe não quer voltar ao país; e Temi apenas menciona que quer Brasil porque aprendeu a falar o português
trazer seus filhos da Nigéria para o Brasil. primeiro e, assim, fala pelos seus pais e ajuda
seu irmão.
NOSSA LÍNGUA

AS PALAVRAS NO DICIONÁRIO 5. Professor, o objetivo da questão é fazer


O dicionário é um livro muito importante: ele apresenta as palavras de uma que os alunos formulem inferências a
partir da seguinte afirmação de Anjila:
língua organizadas em ordem alfabética e fornece várias informações sobre “Sinto que algumas pessoas têm medo
cada uma delas. Por isso ele é uma excelente fonte de consulta quando surge da gente porque só sabem o que veem
uma dúvida sobre determinada palavra. O verbete dedicado a cada palavra em na televisão. Não conhecem a gente de
verdade”. Essa é uma oportunidade de
um dicionário traz suas definições (frequentemente uma palavra pode ser usada discutir com os alunos questões como
em mais de um sentido, conforme o contexto), exemplos de uso, sinônimos, preconceito, xenofobia e estereótipos,
informações sobre classe gramatical, ortografia, pronúncia etc. a fim de combatê-los. Pergunte aos
alunos o que eles ouviram falar sobre
a Síria, por exemplo, para analisar se já
CENTO E SETENTA E UM 171 não formularam estereótipos a respeito
dos sírios. Anjila afirma que sente que
algumas pessoas têm medo dela e de
sua família, pois essas pessoas só sabe-
riam o que veem na televisão e o medo
Anotações: os impederia de conhecer os refugiados.
6. O objetivo da questão é fazer com que
os alunos localizem informações e tirem
conclusões a partir delas, em todos os
textos. Não, nem todos os refugiados vie-
ram com suas famílias completas para o
Brasil. Alejandro afirma sentir saudades
da família, principalmente de seus sobri-
nhos; Anjila veio com a família completa,
mas Temi deixou filhos na Nigéria.

CENTO E SETENTA E UM 171


Veja só como se apresenta o verbete “porta-voz” na versão eletrônica do
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Na primeira aba, a principal (indicada
como “princ.”.), você vai encontrar o seguinte:

Professor, ao longo da leitura do


verbete explique aos alunos os
significados das reduções neles
utilizadas, como “cf.” (confira),
“pl.”(plural), “f.hist.” (forma
histórica), “acp.” (acepção) e “MAR”
(Marinha- termo de).
A segunda aba (“etim.”) trata da etimologia (origem) da palavra. Ao clicarmos
nesse botão da versão eletrônica do Houaiss, veja o que é apresentado:

Professor, como a Unidade 3


aborda a questão da imigração e a A terceira aba − e última, no caso desse verbete − trata dos aspectos
seção Para ler deste capítulo trata gramaticais (“gram.”) do termo:
dos refugiados, escolhemos o verbo
“refugiar” para situar melhor os
alunos acerca do tema. Ao longo
da leitura em voz alta, chame a
atenção deles para as abreviações
− no Grande Dicionário Houaiss
listadas como “reduções”, pois elas
são fundamentais. Alguns exemplos Disponível em: <https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-3/html/index.php#6>.
são a abreviação de “pronominal” Acesso em: 28 jan. 2018.
(pron.), “linguagem formal” (frm.) e
“transitivo direto” (t.d.). Sobre este, Essa é a estrutura básica de um verbete no dicionário. As palavras que
especificamente, não há necessidade
de maiores detalhes, pois não é um
podem ter plural são apresentadas no singular, e os verbos aparecem em sua
conteúdo de 5o ano. forma infinitiva. Substantivos e adjetivos que têm formas diferentes conforme o
gênero normalmente constam no masculino. A primeira acepção (significado)
de uma palavra geralmente é a mais usada e conhecida.
Há dicionários, como o dos exemplos lidos, que fornecem a etimologia
da palavra, isto é, a sua origem e evolução, mostrando como ela era escrita
BNCC no passado, qual é a data de seu primeiro registro escrito; e a gramática,
Atividades 1 a 3: mostrando, quando há, como é seu plural etc.
(EF05LP22) Ler e compreender ver-
betes de dicionário, identificando a
As abreviações também fazem parte do dicionário e o leitor assíduo deve
estrutura, as informações gramati- conhecer pelo menos as principais.
cais (significado de abreviaturas) e
as informações semânticas. 172 CENTO E SETENTA E DOIS

Anotações:

172 CENTO E SETENTA E DOIS


Vejamos agora as abas “princ.” e “etim.” do verbete “refugiar” do Houaiss:

1. Professor, chame a atenção dos alunos para


a abreviação de “século” (s) e para os algaris-
mos romanos, conteúdo do capítulo anterior.
A data do primeiro registro da palavra “re-
fugiar” com essa grafia é 1763. A palavra
teve origem no termo refugar, ocorrido pela
primeira vez no século XIV.
2. Professor, chame a atenção dos alunos para
a estrutura do verbete: a classe gramatical da
palavra está destacada em negrito. Esclare-
ça que outros dicionários usam apenas uma
abreviatura para indicar a classe gramatical,
como “v.” para “verbo”, “s.” para “substan-
tivo”, “p.” para “preposição” etc.
3. b) A terceira acepção, que apresenta um
exemplo sobre alguém que se refugiou no
México para fugir de perseguições políticas.
Ainda assim, a primeira acepção também se
aplica, pois, estando fora de seus países, os
refugiados podem se sentir em “lugar em
que haja segurança, proteção”.
Disponível em: <https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-3/html/index.php#2>. c. Professor, o objetivo da questão é fazer
Acesso em: 29 jan. 2018. que os alunos percebam que as três primei-
ras acepções têm em comum o sentido de
proteção e segurança. Quando uma pessoa
1. Qual é a data do primeiro registro do termo “refugiar”? se refugia em outro país, ela busca segurança
e proteção. Relacione esta questão com as
questões da seção Para Ler 1.
2. Qual é a classe gramatical da palavra “refugiar”?
“Refugiar” é um verbo. As três primeiras acepções têm em comum o
sentido de proteção e segurança. Podemos
3. Sobre as acepções do verbete, responda: nos refugiar em uma marquise, por exem-
plo, buscando proteção contra a chuva; ou
a) Quantas acepções a palavra “refugiar” possui? alguém pode se refugiar em outro país em
Cinco acepções. busca de proteção e segurança para viver.
b) Qual das acepções é a adequada para falarmos da situação dos d. Professor, retome o que é lirismo com os
refugiados cujos perfis estão na seção Para Ler? Explique sua alunos. O objetivo da questão é desenvolver
a inferência e/ou a formulação de hipóteses.
resposta.
As duas últimas acepções podem ter sentido
poético e/ou lírico, pois podemos nos refugiar
c) Leia as três primeiras acepções. Qual palavra/sentido elas têm em
no abraço ou no colo de alguém querido.
comum e como essa palavra conecta as acepções?

d) Quais das acepções pode ter um sentido poético? Justifique


sua resposta.

CENTO E SETENTA E TRÊS 173

CENTO E SETENTA E TRÊS 173


4. Parônimos são duas ou mais palavras que são quase homônimas (mesmo
nome), diferenciando-se na grafia ou na pronúncia. Tendo isso em mente,
4. Professor, caso esta atividade
faça o que se pede:
seja feita em sala de aula, o
ideal é que haja, pelo menos, a) Consulte um dicionário e responda: o que significa a palavra “refúgio”?
um dicionário para cada grupo Refúgio significa lugar para se abrigar, para escapar do perigo, ou esconderijo.
de três alunos. Se for uma tarefa b) Explique porque o substantivo masculino “refúgio” é parônimo de
de casa, oriente-os a consultar “refugiar”. Porque elas são palavras parecidas na grafia ou na pronúncia e
um dicionário impresso ou ele- com sentidos relacionados.
trônico/virtual, mas lembre que 5. No exercício sobre o verbete “refugiar”, na acepção sobre “refugiar-se em
eles são diferentes entre si e que
alguns que estão disponíveis na outro país”, podemos ler as formas “tomar asilo” e “asilar-se”, importantes
internet podem exigir assinaturas quando o assunto é “imigração” e “refugiados”. Pensando nisso, leia os
pagas para acesso; apenas alguns
são gratuitos, como o Michaelis.
verbetes “asilo” e “asilar”, a seguir:
Além disso, é preciso lembrar
que alguns dicionários gratui-
tos disponíveis na internet têm
baixa qualidade e, portanto, as
informações ali disponíveis não
são confiáveis.
a. Professor, oriente os alunos
a transcrever as principais acep-
ções do verbete.
5. Professor, o objetivo deste
exercício é ampliar o léxico e a
compreensão dos alunos sobre
o tema da Unidade 3, mais es-
pecificamente deste capítulo, no
que diz respeito às expressões
“tomar asilo”, “asilar-se”, “asilo
político” etc.

BNCC
Atividades 4 e 5:
(EF05LP22) Ler e compreender ver-
betes de dicionário, identificando a
estrutura, as informações gramati-
cais (significado de abreviaturas) e
as informações semânticas.

174 CENTO E SETENTA E QUATRO

Anotações:

174 CENTO E SETENTA E QUATRO


5. a. Espera-se que os alunos respon-
dam que conhecem algumas das
acepções, pelo menos no que diz
respeito ao asilo como instituição
que abriga idosos, por exemplo.
b. Tanto “asilo” quanto “asilar-se” car-
regam a ideia de segurança, de prote-
ção, pois o asilo é uma instituição que
cuida dos idosos e o asilo para refugia-
dos também garante proteção.
c. Professor, o objetivo é fazer que
os alunos desenvolvam a intertextua-
lidade entre os perfis apresentados na
Disponíveis em: <https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-3/html/index.php#8>. seção Para ler e os verbetes.
Acesso em: 29 jan. 2018. As acepções que estão relacionadas
aos temas “imigração” e “refugia-
dos” são: asilo político (acolhida ou
a) Você conhecia alguma das acepções dos verbetes apresentados? proteção que determinados países
Se sim, quais? garantem a estrangeiros persegui-
Resposta pessoal. dos por motivos políticos) e dar asilo
b) Quais acepções dos verbetes estão relacionadas, no que se refere ao a ou procurar para si proteção em lo-
cal seguro, pois ambos se referem à
sentido? Justifique sua resposta. situação de imigração de refugiados.
d. Professor, cite que se trata de um
c) Quais acepções dos verbetes estão relacionadas aos temas “imigração” e termo contido na legislação, pois o
“refugiados”? Explique sua resposta. refugiado que pede asilo político tem
direitos estabelecidos por lei.
Porque a expressão “asilo político” é
d) A expressão “asilo político” é seguida de uma abreviação. Pensando um termo jurídico que se refere à imi-
nela e no sentido do termo, por que essa abreviação é adequada gração de refugiados em uma situação
neste contexto? específica: a perseguição política.
6. Professor, caso esta atividade seja
feita em sala de aula, o ideal é que
e) Que pessoas podem pedir asilo político a outro país?
haja, pelo menos, um dicionário para
Pessoas que são perseguidas por motivos políticos em seu país de origem. cada grupo de três alunos. Caso seja
6. Na seção Para Ler, você leu no perfil de Temi Olusola que ela e o marido possível, uma visita à biblioteca da
escola é interessante para eles verem
trabalhavam como contadores na Nigéria. Você sabe como é o trabalho de onde e como os dicionários estão
um contador? Para descobrirmos, vamos consultar um dicionário. Faça o disponíveis no acervo, para futuras
consultas. Caso a atividade seja uma
que se pede: tarefa de casa, oriente-os a consultar
um dicionário impresso ou eletrônico/
a) Para iniciarmos a consulta, devemos procurar por qual verbete? virtual, mas alerte-os para o fato de
Devemos procurar pelo verbete “contador”. que eles são diferentes entre si e que
b) Qual é a data do primeiro registro do verbete? os virtuais podem exigir assinaturas
A data do primeiro registro é por volta do ano 1319. pagas para que se tenha acesso a eles;
apenas alguns são gratuitos.
c) O verbete pertence a qual ou quais classes de palavras? Justifique
a. Professor, relembre aos alunos de
sua resposta. Contador é substantivo masculino (contador) e também que os verbetes normalmente estão
adjetivo, no sentido de aquele que conta. no gênero masculino da palavra,
175 mesmo que exista a versão feminina.
CENTO E SETENTA E CINCO
É possível inclusive pedir que eles pro-
curem por “contadora” para verem
que só encontrarão “contador”.
b. Professor, alguns dicionários não
contêm essa informação, então
oriente os alunos quanto a isso. Caso
alguém não tenha encontrado o regis-
tro, peça a um aluno que encontrou
que compartilhe a informação. A data
infirmada na resposta é a que consta
no Grande Dicionário Houaiss da Lín-
gua Portuguesa.

CENTO E SETENTA E CINCO 175


d) O verbete tem mais de uma acepção? Se sim, transcreva pelo menos
três exemplos.
d. Professor, segundo o Grande Dicionário
Houaiss da Língua Portuguesa, este verbete
tem sete acepções, mas a resposta pode va-
e) Que acepção explica a profissão de Temi Olusola e de seu marido?
riar de acordo com o dicionário consultado.
Oriente os alunos para que transcrevam três f) Crie uma frase usando a acepção do verbete que diz respeito a um
exemplos dos usos mais comuns da palavra. aparelho. Resposta pessoal.
1. pessoa formada em Contabilidade ou Um exemplo pode ser“O contador de água quebrou”.
Ciências Contábeis; g) Crie uma frase usando a acepção do verbete que diz respeito a alguém
2. pessoa ou dispositivo que conta e mede que narra histórias para crianças. Resposta pessoal.
a quantidade de alguma coisa; e 3. aquele Uma possibilidade é “Na minha escola há uma contadora de histórias”.
que narra, relata. 7. As palavras “migrante” e “refugiado”costumam estar presentes quando
e. Pessoa formada em Contabilidade ou Ciên- o assunto é imigração, mas elas não são sinônimas? Vamos consultar um
cias Contábeis, ou seja, que trabalha com
contabilidade. dicionário e descobrir o que elas significam. Para isso, transcreva a seguir as
7. Professor, essa atividade pode ser feita in- principais acepções de cada uma delas:
dividualmente ou em pequenos grupos, e é
uma introdução ao texto da próxima seção migrante: 1 que ou o que migra cf. emigrante e imigrante – 1.1 que ou o
Para ler. As respostas esperadas foram que muda periodicamente de lugar, região, país etc. – 1.2 que
fornecidas do Grande Dicionário Houaiss
da Língua Portuguesa. ou o que se desloca para outra parte.
8. Professor, organize uma roda de conversa refugiado: que ou aquele que se refugiou.
na qual os alunos possam compartilhar suas
descobertas. Caso seja possível, peça que
eles transcrevam os verbetes em cartolinas
8. Vamos conhecer o significado de novas palavras? Pense em uma palavra
para que todos possam ver e analisar as es- cujo significado você não conhece ou sobre o qual tem dúvidas, e procure-a
truturas apresentadas. no dicionário. Analise também a estrutura do verbete, as abreviações,
as acepções e os exemplos e o transcreva em seu caderno. Em seguida,
compartilhe com a classe a sua descoberta.
Resposta pessoal.

Professor, o objetivo dessa seção é interligar


as questões da seção Nossa Língua com PARA LER
o texto abaixo, no sentido de os alunos
entenderem que os refugiados buscam
refúgio em países que possam protegê-los
e assegurar a eles direitos em uma situação
extrema, na qual se veem obrigados a deixar Refugiado ou migrante?
seus países de origem.
O ACNUR incentiva a usar o termo correto
01 de outubro 2015
Está cada vez mais comum ver os termos “refugiado” e “migrante”
BNCC
confundidos, mas existe alguma diferença entre eles? E essa diferença
Atividades 7 e 8:
é importante?
(EF05LP22) Ler e compreender ver-
betes de dicionário, identificando a
estrutura, as informações gramati- 176 CENTO E SETENTA E SEIS
cais (significado de abreviaturas) e
as informações semânticas.
(EF35LP01) Ler e compreender, si-
lenciosamente e, em seguida, em
voz alta, com autonomia e fluência, Anotações:
textos curtos com nível de textuali-
dade adequado.
(EF05LP25) Planejar e produzir, com
certa autonomia, verbetes de dicio-
nário, digitais ou impressos, consi-
derando a situação comunicativa e
o tema/assunto/finalidade do texto.

176 CENTO E SETENTA E SEIS


GENEBRA, 01 de outubro de 2015 (ACNUR) – Com aproximadamente
60 milhões de pessoas forçadas a se deslocar no mundo e as travessias
em embarcações precárias pelo Mediterrâneo nas manchetes dos jornais,
está cada vez mais comum ver os termos “refugiado” e “migrante”
confundidos, tanto nos discursos da mídia, quanto do público em geral.
Mas existe alguma diferença entre eles? E essa diferença é importante?

© UNHCR/Andrew McConnell
Disponível em: <http://www.acnur.org/portugues/noticias/noticia/refugiado-ou-migrante-o-
acnur-incentiva-a-usar-o-termo-correto.
Acesso em: 23 jan. 2018.

Sim, existe uma diferença e sim, é importante. Os dois termos têm


significados diferentes e confundir os mesmos acarreta problemas
para ambas as populações.
Os refugiados são pessoas que escaparam de conflitos armados
ou perseguições. Com frequência, sua situação é tão perigosa e
intolerável que devem cruzar fronteiras internacionais para buscar
segurança nos países mais próximos, e então se tornarem um
“refugiado” reconhecido internacionalmente, com o acesso à
assistência dos Estados, do ACNUR e de outras organizações.
São reconhecidos como tal, precisamente porque é muito perigoso
para eles voltar ao seu país e necessitam de um asilo em algum
outro lugar. Para estas pessoas, a negação de um asilo pode ter
consequências vitais. [...]

CENTO E SETENTA E SETE 177

CENTO E SETENTA E SETE 177


Os migrantes escolhem se deslocar não por causa de uma ameaça
direta de perseguição ou morte, mas principalmente para melhorar sua
vida em busca de trabalho ou educação, por reunião familiar ou por
outras razões. À diferença dos refugiados, que não podem voltar ao seu
país, os migrantes continuam recebendo a proteção do seu governo.
Para os governos, estas distinções são importantes. Os países tratam
os migrantes de acordo com sua própria legislação e procedimentos em
matéria de imigração, enquanto tratam os refugiados aplicando normas
sobre refúgio e a proteção dos refugiados – definidas tanto em leis
nacionais como no direito internacional.

EDWARDS, Adrian. Refugiado ou migrante? A diferença é importante.


Disponível em: <http://www.acnur.org/portugues/noticias/noticia/refugiado-ou-migrante-o-acnur-incentiva-a-
usar-o-termo-correto/>. Acesso em: 23 jan. 2018.

acarreta: provoca, traz.


BNCC
direito internacional: normas que regulam as relações das pessoas e dos países em ações
Atividade 1 a 5: internacionais.
(EF05LP16) Comparar informações precária: provisória, insegura, improvisada.
sobre um mesmo fato veiculadas
em diferentes mídias e concluir so-
bre qual é mais confiável e por quê.
(EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos.
FIQUE SABENDO
“O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR),
conhecido como a Agência da ONU para Refugiados, tem o mandato
de dirigir e coordenar a ação internacional para proteger e ajudar as pessoas
deslocadas em todo o mundo e encontrar soluções duradouras para elas.
Com objetivos modestos, iniciou seus trabalhos em 1950. Mas já
ajudou dezenas de milhões de pessoas e recebeu dois prêmios Nobel da
Paz por seu trabalho humanitário.
Para quem se vê obrigado a fugir de seus lares, normalmente devido
a guerras ou perseguições, a Agência da ONU para Refugiados é,
frequentemente, a última esperança de um retorno a uma vida normal.
Hoje em dia, com uma equipe de aproximadamente 9.300 pessoas em
mais de 123 países, procura ajudar cerca de 46 milhões de pessoas em
necessidade de proteção.”

Disponível em: <http://www.acnur.org/portugues/o-acnur/>.


Acesso em: 23 jan. 2018.

178 CENTO E SETENTA E OITO

Interdisciplinaridade
A diferença entre imigrante e refugiado, mencionada no poderem ter acepções diferentes; mostre aos alunos que nem
início da unidade, é retomada neste capítulo, por meio de sempre o verbete do dicionário consegue englobar as diferen-
texto específico que aprofunda essa diferenciação. A partir do ças de efeito de sentido que palavras consideradas sinônimas
caso específico dos termos migrantes e refugiado, desenvolva podem evocar, daí não existirem sinônimos perfeitos.
com os alunos uma aula interdisciplinar com História, na qual Na conexão com o conteúdo de História, favoreça a habili-
os alunos reflitam sobre palavras do mesmo campo semântico dade (EF05HI06): Comparar o uso de diferentes linguagens e

178 CENTO E SETENTA E OITO


1. Resuma, de acordo com o texto, as definições de refugiados e migrantes.

a) Refugiados: 1. Professor, o objetivo da questão é a locali-


zação de informações. Incentive os alunos a
b) Migrantes: reescrever as definições, atentando às partes
essenciais. Evite a transcrição.
a. Pessoas que são obrigadas a sair de seu país
2. Por que é importante saber as diferenças entre os termos “refugiados” para escapar de conflitos armados (guerras)
e “migrantes”? ou perseguições (políticas, por exemplo) e
assim pedir asilo. Quando reconhecidas como
3. De acordo com o texto, os refugiados podem voltar a seu país de origem? refugiados internacionalmente, essas pessoas
têm direito à proteção do país para onde se
Justifique sua resposta. refugiaram, proteção da ACNUR e de outras
organizações.
4. O texto afirma que, para os refugiados, “a negação de um asilo pode ter b. Pessoas que, por várias razões, escolhem
consequências vitais”. Quais seriam, em sua opinião, essas consequências vitais? deixar seu país e ir para outro refazer sua vida
por meio de melhores condições de estudo,
Resposta pessoal.
moradia e trabalho ou por simples vontade
5. Na questão da seção Nossa Língua, neste capítulo, consultamos um de mudança. Como migrantes, eles ainda
dicionário para verificar o significado dos termos “refugiado” e “migrante”. possuem assistência de seu país de origem e
A diferença apontada pelo texto da ACNUR pode ser percebida nos podem voltar para eles e assim desejarem.
Resposta pessoal. 2. Professor, o objetivo da questão é a localização
verbetes? Explique sua resposta.
de informações e a elaboração de inferências.
É possível que essas diferenças não estejam presentes Explique que se trata de imigrações, mas por
nos verbetes consultados, tanto que a ACNUR sentiu a motivos diferentes.
necessidade de reforçar tais distinções na matéria publicada. É importante saber as diferenças entre os ter-
NOSSA LÍNGUA mos, pois se trata de pessoas em situações de
imigração totalmente diferentes. O refugiado
corre perigo se não conseguir asilo em outros
países, o que não ocorre necessariamente com
o imigrante.
COESÃO TEXTUAL: SUBSTITUIÇÃO LEXICAL E PRONOMINAL 3. Professor, o texto não deixa clara essa ques-
tão, mas podemos inferir que a volta de um
Quando escrevemos um texto, devemos nos preocupar com as relações refugiado a seu país de origem pode ser muito
entre as ideias contidas nele: para que o texto tenha sentido, elas precisam perigosa ou mesmo impossível − por exemplo,
estar adequadamente relacionadas. Essa relação entre as ideias presentes no no caso de pessoas que têm seus passaportes
apreendidos pelo governo ou perseguidas pela
texto e as partes do texto é chamada de coesão textual. polícia de seu país por questões políticas.
A coesão textual se dá por meio do emprego de determinadas palavras Como os refugiados que pedem asilo em outro
país estão fugindo de perseguições políticas
ou expressões, como conjunções, pronomes, advérbios e locuções adverbiais, ou combates armados, sua volta a seu país de
dentre outras. O uso adequado dessas palavras permite manter a continuidade origem pode ser muito perigosa.
do texto, isto é, a progressão textual. Trata-se de palavras ou expressões que 4. Professor, caso seja necessário, peça para os
interligam e inter-relacionam as partes do texto e, por isso, são chamadas de alunos consultarem o dicionário para saber o
que são consequências vitais, já que trabalha-
elementos de coesão. mos com verbete na seção Nossa Língua.
Vamos estudar agora um dos tipos de coesão textual: aquela que se Espera-se que os alunos respondam coisas
dá pela introdução de um termo – um referente – e por sua retomada ao como perigo de morte, prisão etc.
longo do texto.

CENTO E SETENTA E NOVE 179

tecnologias no processo de comunicação e avaliar os significados que permeia os discursos na linguagem, e que a variação de
sociais, políticos e culturais atribuídos a elas”, realizando uma sentidos, a polissemia ocorre por conta disso.
roda de conversa com a turma sobre como os sentidos são Para saber mais:
determinados historicamente e como língua e História se inter- CARTA CAPITAL, fevereiro de 2018. Entenda a diferença
-relacionam. Selecione outros termos correlatos, como fave- entre migrante, refugiado e requerente de asilo. Disponível em:
la-comunidade; lixeiro - coletor de lixo; mendigo - pessoa em <https://www.cartacapital.com.br/internacional/entenda-a-di-
situação de rua, e peça aos alunos para dizerem que sentidos ferenca-entre-migrante-refugiado-e-requerente-de-asilo-2601.
cada um deles evoca. Aproveite para explicar o papel ideológico html>. Acesso em: 4 jul. 2018.

CENTO E SETENTA E NOVE 179


Isso pode acontecer, por exemplo, pela referência a algo que já foi
BNCC mencionado no texto. Um pronome pode exercer essa função. Veja
Atividades 1 e 2: os exemplos:
(EF05LP02) Identificar o caráter polissêmi-
co das palavras (uma mesma palavra com João já deve ter ido para o Japão. Não o vi mais na escola.
diferentes significados, de acordo com o
contexto de uso), comparando o significa- O pronome “o” retoma o
do de determinados termos utilizados nas referente “João”.
áreas científicas com esses mesmos termos
utilizados na linguagem usual.
(EF35LP14) Identificar em textos e usar
na produção textual pronomes pessoais, Ana e Laura se mudaram e não consegui mais falar com elas.
possessivos e demonstrativos, como re-
curso coesivo anafórico.
(EF35LP06) Recuperar relações entre O pronome “elas” retoma os
partes de um texto, identificando subs- referentes “Ana” e “Laura”.
tituições lexicais (de substantivos por
sinônimos) ou pronominais (uso de pro-
nomes anafóricos – pessoais, possessivos, Essa coesão referencial também pode ser estabelecida pelo uso de
demonstrativos) que contribuem para a sinônimos. Veja os exemplos a seguir:
continuidade do texto.
As vendas de automóveis caíram no último semestre; pesquisas apontam
que as pessoas estão pensando mais antes de trocar de carro.
Minha família vendeu a antiga casa e agora fixamos residência em
outro bairro.
1. Professor, o objetivo da questão é
chamar a atenção dos alunos para a 1. Releia o parágrafo a seguir do texto extraido da seção Para Ler. Os referentes
coesão referencial por meio do uso de “refugiado” e “migrante” são retomados por quais elementos?
pronomes e numerais.
Os termos “refugiado” e “migrante”
são retomados pelo pronome “eles” Com aproximadamente 60 milhões de pessoas forçadas a se
em “Mas existe alguma diferença en-
tre eles?” e pelo numeral “dois” em deslocar no mundo e as travessias em embarcações precárias pelo
“Os dois termos têm...”. Mediterrâneo nas manchetes dos jornais, está cada vez mais comum
2. “(...) Com frequência, sua situação ver os termos “refugiado” e “migrante” confundidos, tanto nos
é tão perigosa e intolerável (...)”. O discursos da mídia, quanto do público em geral. Mas existe alguma
pronome possessivo “sua” retoma o
referente “refugiados” / a situação diferença entre eles? E essa diferença é importante?
dos refugiados. Sim, existe uma diferença e sim, é importante. Os dois termos têm
“(...) São reconhecidos como tal, pre- significados diferentes e confundir os mesmos acarreta problemas para
cisamente porque é muito perigoso
para eles voltar ao seu país (...)”. O ambas as populações (...).
pronome pessoal “eles” retoma o
referente “refugiados”.
2. Releia o texto da seção Para ler e transcreva mais exemplos de
coesão referencial.

180 CENTO E OITENTA

Prática pedagógica
Ao mediar a seleção de fontes confiáveis, o professor pode exemplos de fakes com a informação correta acompanhando
discutir sobre a responsabilidade que temos com a disseminação a notícia. Na sala de informática, oriente os alunos a retextua-
de informações sem verificar procedência e confiabilidade da lizarem os cartazes produzidos, elaborando, em grupo, slides
fonte. Em roda de conversa, propor uma reflexão sobre a proli- de PowerPoint para exposição oral.
feração de fakes nas redes sociais. Peça aos alunos que relatem Para saber mais, acesse o Projeto dos alunos de Jornalismo
episódios em que receberam informações falsas pela internet ou e Direito contra a propagação das fake news em http://portal.
mesmo as disseminaram. Solicite que produzam cartazes com mackenzie.br/fakenews/ (acesso em 07 fev. 2018).

180 CENTO E OITENTA


3. Leia o perfil de Leon Diab, refugiado palestino que vive no Brasil, e responda
o que se pede: BNCC
Atividade 4:
(EF35LP06) Recuperar relações entre
partes de um texto, identificando subs-
tituições lexicais (de substantivos por
Leon nasceu em um campo sinônimos) ou pronominais (uso de pro-
de refugiados e aproveitou a nomes anafóricos – pessoais, possessivos,

Reprodução
possibilidade de estudar fora, demonstrativos) que contribuem para a
continuidade do texto.
para sair daquela realidade.
(EF35LP08) Utilizar, ao produzir um texto,
Fez Arquitetura e trabalhou no
FOTO DE LEON DIAB,
DISPONÍVEL EM: <HTTP:// recursos de referenciação (por substituição
Egito. De lá, foi para a Alemanha
MEUAMIGOREFUGIADO.COM. lexical ou por pronomes pessoais, pos-
BR/REFUGIADOS>. ACESSO
fazer um curso deEMDesign de
2 FEV 2018. sessivos e demonstrativos), vocabulário
apropriado ao gênero, recursos de coesão
Automóveis. Mas, ao voltar para pronominal (pronomes anafóricos) e arti-
o Egito, se deparou com outra culadores de relações de sentido (tempo,
realidade: o país não aceitava causa, oposição, conclusão, comparação),
com nível suficiente de informatividade.
mais receber palestinos e ele foi
(EF05LP27) Utilizar, ao produzir o texto,
mandado de volta para Gaza. recursos de coesão pronominal (pronomes
Depois de meses tentando, Leon Diab. anafóricos) e articuladores de relações de
conseguiu vir para São Paulo. sentido (tempo, causa, oposição, conclu-
são, comparação), com nível adequado de
“Ser refugiado não define quem eu sou. São só papéis. É um informatividade.
estágio pelo qual a pessoa foi obrigada a passar. Isso não faz
diferença no que ela é por dentro.”

Disponível em: <http://meuamigorefugiado.com.br/refugiados>.


Acesso em: 30 jan. 2018.

3. a. Há duas respostas possíveis: “(...)


e ele foi mandado de volta para
a) Transcreva o período em que um pronome pessoal se refere a um referente Gaza (...)”, com o pronome pes-
mencionado anteriormente. Explique sua resposta. soal “ele” referindo-se a Leon, e
“(...) Isso não faz diferença no que
b) Transcreva o período em que um termo de sentido mais geral se refere a ela é por dentro.”, com o prono-
me pessoal “ela” referindo-se ao
um referente mencionado anteriormente. referente “pessoa”.
b. Professor, esse exemplo abor-
c) Na oração “(...) De lá, foi para a Alemanha fazer um curso de Design de da a questão dos hiperônimos,
Automóveis (...)”, o advérbio de lugar “lá” retoma que palavra do texto? ou seja, termos genéricos que
designam uma classe e, portanto,
4. Nos capítulos 8 e 9, você entrevistou um imigrante ou um refugiado, podem servir para retomar certos
referentes pertencentes a essa
elaborou um relato e colheu dados para o seminário do final desta unidade. classe. No trecho, o termo “país” é
Agora é a sua vez de escrever o perfil do imigrante ou do refugiado que um hiperônimo de “Egito”, já que
você conheceu! Escreva o perfil atentando para a coesão textual, usando este é um país. O hiperônimo “fer-
ramenta” pode se referir a “chave
substituições lexicais e sinônimos. de fenda”, “martelo” e “serrote”,
por exemplo. Não se objetiva, no
entanto, a memorização desses
CENTO E OITENTA E UM 181
termos técnicos.
“(...) o país não aceitava mais
receber palestinos (...)”. O termo
“país” refere-se ao substantivo
Anotações: próprio “Egito”.
c. Professor, retome, caso seja
necessário, o tema “advérbio de
lugar”.
“Lá” retoma o referente “Egito”.
4. Professor, oriente os alunos na
escrita dos perfis.

CENTO E OITENTA E UM 181


DESAFIO
Professor, ajude os alunos a Você e seus colegas estudaram os verbetes de dicionário e a sua
realizarem a pesquisa de palavra e
os seus contextos de uso. Retome composição: estrutura, acepções, informações gramaticais (abreviaturas).
com eles o estudo da estrutura do Agora, o seu desafio é criar, com seus colegas, um minidicionário
verbete e oriente-os a usar os que
estudaram como modelo para a de palavras estrangeiras que estão sendo assimiladas pelo português
produção de seus textos. Peça ajuda brasileiro. Para a realização desse desafio, siga as instruções:
de outros profissionais da escola para
a edição do minidicionário da turma e
compartilhamento na internet. 1. Realizem pesquisa sobre palavras estrangeiras que são bastante
usadas em diferentes partes do Brasil.

2. Anote a palavra e o significado dela, em diferentes contextos de uso.

3. Classifique a palavra em uma classe gramatical e em gênero


(masculino ou feminino).
BNCC
(EF05LP25) Planejar e produzir, com
certa autonomia, verbetes de dicio- 4. Depois de realizar a pesquisa, comece a produção do verbete:
nário, digitais ou impressos, consi-
derando a situação comunicativa e a) Palavra pesquisada
o tema/assunto/finalidade do texto.
b) Seu uso (por exemplo, jurídico, literatura, computação, culinária,
entre outros)

c) Classe gramatical

d) Gênero (masculino ou feminino)

e) Acepções mais usadas e as demais de menos uso

f) Sinônimos

5. Peça ajuda ao seu professor para a revisão, digitação e organização


de todos os verbetes produzidos na classe.

6. Após a edição, peça ajuda para compartilhar na internet e para


imprimir a versão impressa. A versão impressa pode ficar na biblioteca
da escola para consulta.

182 CENTO E OITENTA E DOIS

Anotações:

182 CENTO E OITENTA E DOIS


PRODUÇÃO DE TEXTO
Professor, este seminário é a última produção
da unidade, que resultou de um processo
de aprendizagem e de estudo de médio
RELATÓRIO DE PESQUISA prazo, iniciado no capítulo 7 e que levou 4
capítulos inteiros para ser construído. Todos
os materiais elaborados serão agora utilizados

Dawidson França
na organização da exposição “Gente de todo
o mundo, Brasil de todos”, e alguns deles
servirão como apoio para a apresentação do
seminário. Combine um dia para os alunos
trazerem para a sala de aula os materiais
produzidos para o seminário ou acesse os
materiais que você tenha guardado na escola,
em pastas ou portfólios

SEMINÁRIO SOBRE MIGRAÇÕES Professor, oriente este trabalho, que


deve ser em grupo, para que os alunos
Chegou a hora de organizarmos o Seminário sobre Migrações que fecha este possam pesquisar sobre a história das
capítulo! Nos capítulos anteriores, produzimos vários materiais, e todos eles serão imigrações na sua cidade, a concentração
parte da exposição sobre “Gente de todo o mundo, Brasil de todos”. Alguns serão de imigrantes e refugiados em bairros
tradicionais, a criação de centros culturais
escolhidos para uso neste momento do seminário. Coletamos relatos, fizemos de países estrangeiros etc. Pode ser
entrevistas e comentários críticos e produzimos infográficos e fichamentos. realizado um trabalho interdisciplinar com
Matemática e Geografia.
Antes de iniciarmos a organização do seminário, faremos uma última
pesquisa em grupo sobre a distribuição de imigrantes na sua cidade. Em quais
bairros a maioria dos imigrantes ou refugiados vive? Onde há menos deles em
sua cidade? Não se esqueça de caprichar, pois usaremos esta pesquisa também
no seminário! Se sua cidade não recebeu muitos estrangeiros imigrantes,
pesquise sobre os migrantes brasileiros de outros estados que chegaram à sua
cidade ou que por ela passam, a caminho de outros locais. BNCC
(EF05LP24) Planejar e produzir texto
DISTRIBUIÇÃO DE IMIGRANTES NA CIDADE sobre tema de interesse, organizando
resultados de pesquisa em fontes de
Neste trabalho em grupo, vocês pesquisarão como se deu o processo de informação impressas ou digitais, in-
imigração em sua cidade: em qual período histórico chegaram os primeiros cluindo imagens e gráficos ou tabelas,
considerando a situação comunicativa
imigrantes, em que períodos houve maior imigração e de quais países (ou e o tema/ assunto do texto.
de quais outras cidades) os imigrantes vieram, no que foram trabalhar ou (EF15LP05) Planejar, com a ajuda do
estudar; se há bairros tradicionais, com a maioria dos moradores imigrantes ou professor, o texto que será produzido,
descendentes de imigrantes; se há centros culturais de países estrangeiros etc. considerando a situação comunicati-
va, os interlocutores (quem escreve/
para quem escreve); a finalidade ou
CENTO E OITENTA E TRÊS 183 o propósito (escrever para quê); a cir-
culação (onde o texto vai circular); o
suporte (qual é o portador do texto);
a linguagem, organização e forma do
texto e seu tema, pesquisando em
meios impressos ou digitais, sempre
que for preciso, informações necessá-
rias à produção do texto, organizan-
do em tópicos os dados e as fontes
pesquisadas.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com
o apoio do professor, informações de
interesse sobre fenômenos sociais e
naturais, em textos que circulam em
meios impressos ou digitais.

CENTO E OITENTA E TRÊS 183


Com o auxílio do professor, consultem fontes de informações oficiais da
prefeitura do seu município ou do governo do seu estado, além do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), museus, centros culturais, entre outros.
Essa pesquisa pode ser feita pessoalmente, com visitas a locais específicos, ou
pela internet, em sites confiáveis. Seu professor irá orientá-los.
Nesse caso, a busca por palavras-chave é uma importante ferramenta de
pesquisa. Palavra-chave é uma palavra que traduz, de forma bem direta, o
Professor, ajude os alunos a chegar assunto sobre o qual se está pesquisando. Ao fazer a pesquisa, vocês devem
a esta conclusão. As palavras- procurar por palavras-chave que representem o tema geral e também ajudem a
chave podem ser o nome da sua
cumprir o objetivo do trabalho.
cidade e “imigrantes”, “imigração”,
“distribuição”, “refugiados”, Partindo do princípio de que vocês devem pesquisar a distribuição de
“bairros tradicionais”, associadas imigrantes da sua cidade, quais são as palavras-chave que vocês precisam
ao nome da cidade ou do estado
etc. Se achar produtivo para a sua
buscar? É preciso lembrar que ao usar duas palavras-chave principais na sua
classe, ensine também outras buscas busca, as chances de encontrar a informação precisa aumentam, por exemplo,
mais refinadas, com mais de duas ao digitar “imigração” e o nome da sua cidade.
palavras-chave.
Converse com seus colegas e com o professor e faça uma lista em seu caderno.
Como o resultado desta pesquisa fará parte do seminário do final da
Unidade, vocês podem já organizá-lo em tabelas e texto e construir um cartaz
ou uma apresentação digital. Utilize imagens relacionadas com o tema, se
BNCC possível reproduções de fotos. O pano de fundo também pode ser o mapa
(EF05LP24) Planejar e produzir texto da cidade, com os números da distribuição de imigrantes, a demarcação dos
sobre tema de interesse, organizan- bairros tradicionais, redutos de determinadas populações etc.
do resultados de pesquisa em fontes
de informação impressas ou digitais,
incluindo imagens e gráficos ou tabe- RELATÓRIO DE PESQUISA
las, considerando a situação comu- Agora que vocês produziram todos os materiais necessários para o
nicativa e o tema/ assunto do texto.
Seminário sobre Migrações e para a exposição na escola, é hora de compilá-los
(EF05LP27) Utilizar, ao produzir o
texto, recursos de coesão prono- em um relatório de pesquisa com um roteiro de apresentação do seminário e o
minal (pronomes anafóricos) e ar- material de apoio produzido nos capítulos anteriores desta unidade.
ticuladores de relações de sentido
(tempo, causa, oposição, conclusão, O relatório de pesquisa deve conter a seguinte estrutura:
comparação), com nível adequado de • capa com nome da escola, nome do professor e o nome dos alunos que
informatividade.
compõem os grupos e o título da pesquisa;
(EF35LP08) Utilizar, ao produzir
um texto, recursos de referencia- • sumário;
ção (por substituição lexical ou por
pronomes pessoais, possessivos e • material produzido ao longo da unidade, que servirá como material
demonstrativos), vocabulário apro- da exposição e também como material de apoio para o seminário
priado ao gênero, recursos de coesão (entrevistas, relatos, infográficos, fichamentos, pesquisa sobre a
pronominal (pronomes anafóricos) e
articuladores de relações de sentido
distribuição de imigrantes na sua cidade etc.);
(tempo, causa, oposição, conclusão, • fontes de pesquisa consultadas.
comparação), com nível suficiente de
informatividade.
184 CENTO E OITENTA E QUATRO

Anotações:

184 CENTO E OITENTA E QUATRO


Esse relatório irá ajudá-los a visualizar tudo o que pesquisaram e fizeram ao Professor, oriente os alunos em relação à postura
longo desta unidade, além de auxiliá-los na organização da exposição na escola. adequada em um seminário. Lembre a eles que os
cartazes ou slides são materiais de apoio e, por isso,
EXPOSIÇÃO ORAL não devem ser lidos na íntegra, mas usados apenas
como apoio. O seminário mobiliza habilidades e
Chegou a hora de vocês organizarem os materiais já produzidos, prepararem conhecimentos relativos à escrita, e especialmente
a apresentação em cartaz ou em slides e, assim, fazerem a exposição oral do quanto à oralidade: os alunos devem olhar para a
plateia enquanto falam e se referir ao material de
Seminário sobre Migrações. Escolham que materiais, entre aqueles produzidos ao apoio para mostrar ou exemplificar algo. Relembre
longo da unidade, serão usados como apoio para a exposição do seminário. os alunos acerca da impostação de voz, da troca de
contato visual com o público. Por serem material de
Os cartazes ou slides deverão ser usados para vocês mostrarem ou apoio à fala, os cartazes não devem conter muitos
exemplificarem algo para a plateia que, por sua vez, deve conseguir enxergar e textos, até porque o público não costuma ler textos
ler sem dificuldades o que está escrito ou disposto no material. extensos em exposições orais. Determine um tempo
máximo de exposição para cada grupo.
Organizem as falas entre os membros do grupo e ensaiem antes da exposição Auxilie os alunos para a organização dos materiais
oral. Apresentem o tema olhando para o público e mantenham contato visual nessa etapa final (assim como nas anteriores).O
com as pessoas; não falem olhando para os cartazes ou para os slides. conhecimento acerca do assunto propiciará maior
fluência; por isso, ensaie com eles as apresentações,
Cuidado com o tempo! Cumpram o período máximo determinado pelo para que os ajustes sejam feitos – quanto ao con-
professor e não o ultrapassem! O ensaio também é importante para isso. Após teúdo, ao roteiro do seminário, à organização das
a exposição oral, abram espaço para perguntas ou dúvidas da plateia. falas e ao uso dos materiais auxiliares –, até que se
sintam seguros o suficiente para a apresentação.

SUGESTÃO DE LEITURA
Divulgação

BRUITRAGO, Jairo. Para onde vamos?


vamos?. Trad.
Márcia Leite. São Paulo: Pulo do gato, 2016. 56 p.
BNCC
Para onde vão a menina e seu pai? Ela insiste (EF15LP13) Identificar finalidades da
em perguntar, mas a resposta nunca vem. Essa interação oral em diferentes contextos
comunicativos (solicitar informações,
viagem se estende e ela vai conhecendo lugares,
apresentar opiniões, informar, relatar
pessoas e contando sonhos e nuvens. experiências etc.).
(EF35LP19) Recuperar as ideias principais
Divulgação

TAN, Shaun. A árvore vermelha. Trad. Isa em situações formais de escuta de expo-
Mesquita. São Paulo: Edições SM, 2009. 32 p. sições, apresentações e palestras.
(EF35LP20) Expor trabalhos ou pesquisas
Quando passamos por mudanças difíceis, às escolares, em sala de aula, com apoio de
vezes não conseguimos explicar e traduzir em recursos multissemióticos (imagens, dia-
palavras nossos sentimentos. Parece que tudo é grama, tabelas etc.), orientando-se por
roteiro escrito, planejando o tempo de
estranho e nos causa tristeza.Mas este livro nos
fala e adequando a linguagem à situação
mostra que a esperança é sempre aquela que comunicativa.
nos ajuda a superar as dificuldades. (EF35LP15) Opinar e defender ponto de
vista sobre tema polêmico relacionado a
situações vivenciadas na escola e/ou na
comunidade, utilizando registro formal
CENTO E OITENTA E CINCO 185
e estrutura adequada à argumentação,
considerando a situação comunicativa e
o tema/assunto do texto.
Sugestão de leitura:
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca
e/ou do cantinho de leitura da sala de
aula e/ou disponíveis em meios digitais
para leitura individual, justificando a es-
colha e compartilhando com os colegas
sua opinião, após a leitura.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma
autônoma, textos literários de diferentes
gêneros e extensões, inclusive aqueles
sem ilustrações, estabelecendo prefe-
rências por gêneros, temas, autores.

CENTO E OITENTA E CINCO 185


4 DO LIVRO

UNIDADE
PARA A TELA

Sabe quando o seu livro favorito vira filme?


Pois é, mais uma chance de rever a história e
suas personagens prediletas, e na telona!
É sobre isto que vamos estudar nesta unidade:
as relações entre as histórias publicadas em
livros e os filmes. E tudo pode acabar em uma
deliciosa sessão pipoca! Vamos lá?

186 CENTO E OITENTA E SEIS

Explorando conhecimentos prévios


Esta unidade traz os gêneros multimidiáticos, a partir da relação entre obras impressas e
cinematográficas/televisivas. Utilizar tecnologias digitais, estimular práticas de leitura e produção
escrita de diferentes gêneros multimodais é fundamental neste cenário multicultural e de multi-
letramentos. A imagem de abertura vem acompanhada de questões que serão conduzidas pelo
professor, como ativação de conhecimentos prévios, para tratamento do tema da unidade, com
a mobilização de diferentes objetos de conhecimento e habilidades.

186 CENTO E OITENTA E SEIS


Pense sobre estas questões para conversar com seus colegas de turma.
1. O que está acontecendo na cena? Quem são os profissionais que estão nela?
2. O seu livro favorito já foi adaptado para o cinema? Se foi, que livro é esse?
3. Há algum livro que você gostaria que fosse adaptado para o cinema?

CENTO E OITENTA E SETE 187

Objetivos da unidade
A unidade aborda leitura e escrita dos gêneros resenha e sinopse de obra artístico-cultural,
vlog, roteiro de filme, visando possibilitar compreensão do conteúdo temático, forma composicional
e estilo dos gêneros multimodais e multimidiáticos relacionados; identificar e analisar aspectos
de intertextualidade, concordância verbal e de linguagem oral (marcadores conversacionais, ele-
mentos da entonação).

CENTO E OITENTA E SETE 187


C APÍTULO

Professor, nesta unidade, os alunos


entrarão em contato com as possíveis
relações entre obras impressas e obras
11 CONTANDO A HISTÓRIA
cinematográficas. Atualmente, são muito
comuns as adaptações para o cinema
de obras da literatura, especialmente no
segmento infantojuvenil. Neste capítulo,
iniciamos com a obra impressa, uma
história de detetive voltada ao público PARA LER
infantojuvenil, O gênio do crime, adaptada
para o cinema em 1973. Discuta com eles
a respeito das diferenças inerentes às duas
linguagens – a escrita e a cinematográfica: Você gosta de montar álbum de figurinhas? No livro O gênio do crime,
qualquer adaptação, por melhor que seja, de João Carlos Marinho, três amigos inseparáveis, Pituca, Edmundo e
não “reproduz” integralmente a obra, mas
a recria, com outros recursos, ainda que o Bolacha, adoram colecionar figurinhas de futebol. Para descobrir uma fábrica
enredo se mantenha bastante semelhante. clandestina de figurinhas, e assim ajudar Seu Tomé, o dono da fábrica
É importante que os alunos reflitam sobre verdadeira, os amigos se envolvem em uma grande aventura de detetive.
suas preferências, de modo a desfazer
ideias preconcebidas de que o livro é melhor Edmundo só precisava de uma figurinha para completar seu álbum de
que o filme ou o contrário. Lance questões
futebol: a de Rivelino. E estava difícil conseguir... Foi aí que Pituca o levou
que os ajudem a pensar sobre o que é bem
explorado em cada uma das linguagens, para conhecer um cambista do centro de São Paulo que vendia figurinhas por
desde a oportunidade de se criar na encomenda. Mas por que todo esse trabalho para completar um álbum de
imaginação o cenário e as personagens figurinhas? Porque, além de ser muito legal colecionar as figurinhas, quem
até o trabalho com a trilha sonora, o
enquadramento, ângulo, iluminação etc. completasse o álbum ganharia um uniforme oficial de seu time favorito.
Explore com os alunos se eles já montaram O que os amigos não imaginavam é que a fábrica de Seu Tomé,
um álbum de figurinhas. Converse tam-
bém sobre que histórias de detetive eles
vendedor oficial dos álbuns e das figurinhas, estava quase falida, pois todo
já conhecem ou das quais já ouviram falar, mundo completava os álbuns rapidamente, graças às figurinhas falsas.
levantando livros infantis do gênero e ou- Elas eram feitas na fábrica clandestina, comandada por um verdadeiro
tras personagens famosas, como Sherlock
Holmes. A própria saga de Harry Potter, que
gênio do crime. Querendo ajudar Seu Tomé, Edmundo, Pituca e Bolacha
também nasceu impressa e foi adaptada – o Gordo – resolveram agir como detetives, em busca de decifrar e
com muito sucesso para o cinema, envolve, desmantelar o esquema dos bandidos.
além do aspecto mágico, mistérios a serem
desvendados. Leia agora o capítulo 5 do livro e entenda o plano dos meninos:
Outra obra do gênero que nasceu no livro
e acabou na telona foi O escaravelho do
diabo, de Lúcia Machado de Almeida. Publi-
cada em livro pela primeira vez em 1974, a
5
história chegou ao cinema em 2016.

– Sabemos que o cambista não vai na fábrica clandestina mas tem


um lugar onde faz as encomendas e recebe as figuras – disse Edmundo.
– Já sei – fez Pituca. – Seguimos o homem e descobrimos o sistema
de contato com a fábrica.

188 CENTO E OITENTA E OITO

Pensando sobre a BNCC


Os gêneros ligados ao tema do capítulo permitem que o professor crie momentos variados
de contato com o hipertexto, sistema de comunicação típico das tecnologias da informação,
explorando com os alunos, nas atividades propostas, os links e sua forma de leitura e escri-
ta não linear. Paralelamente, é possível estimular os alunos a compreenderem os aspectos
linguístico-discursivos presentes em gêneros da atualidade com os quais eles têm familiari-
dade, preceitos que mobilizam a competência 4 de Linguagens para o Ensino Fundamental:

188 CENTO E OITENTA E OITO


– Isso! – concordou Edmundo. – O sistema de contato é que é o Professor, inicie a leitura colaborativa
principal. Depois não tem problema; seguimos o fulano que recebe as em voz alta, realizando pausas para
encomendas e damos lá. confirmar hipóteses e criar outras
sobre os planos dos meninos nesse
– Parabéns – cumprimentou o gordo. – O chefe já está preso e trecho do texto.
engradado. Avisem à família dele que visita na cadeia é quartas e
sábados, para levarem chocolatinhos.
– Não concorda com nosso plano?
– Não disse que não.
– Mas está fazendo pouco.
BNCC
– Ouvi dizer que o chefe da quadrilha é um gênio do crime. Se
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
botar a mão nele fosse assim, seria o burro do crime. em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti-
– De qualquer maneira, é por aí que temos que começar. Vamos dos, da forma e da função social do
ao Largo de São Bento hoje, o Pituca faz uma encomenda e eu sigo texto), apoiando-se em seus conhe-
o cambista. cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
Às duas da tarde Edmundo e Pituca estavam no meio do Largo de o gênero, o suporte e o universo te-
mático, bem como sobre saliências
São Bento vendo a paulistanada cruzar rápido por ali naquele passo textuais, recursos gráficos, imagens,
de zatopeque que paulista usa quando anda devagar. dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações
– O Bolacha de novo atrasado – disse Pituca. – Eu bem que te falei, e inferências realizadas antes e du-
não era para pôr o gordo nisso. rante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas.
– Vá fazer a encomenda. (EF15LP16) Ler e compreender, em
colaboração com os colegas e com
O cambista estava na calçada da frente encostado numa loja; a ajuda do professor e, mais tarde,
sujeito feio, de terno largo, sobrando pano e cara de velhaco. Pituca de maneira autônoma, textos nar-
cruzou a rua, de passo firme, tirou a lista do bolso e entregou. O rativos de maior porte como contos
(populares, de fadas, acumulativos,
cambista pegou, leu sem pressa, olhou um bocado de tempo no de assombração etc.) e crônicas.
menino e disse: (EF35LP21) Ler e compreender, de
forma autônoma, textos literários
– Dez figurinhas difíceis, hein, meu chapa. Custa muito, sabe? de diferentes gêneros e extensões,
inclusive aqueles sem ilustrações,
– Sei e quero para amanhã, sem falta. estabelecendo preferências por gê-
neros, temas, autores.
– Já que, por hipótese, vou lhe contar um motivo: o seguinte é
esse, em vez de dez, leva quinze. Te vendo esses da lista e mais o
Rildo, o Carlos Alberto, o Ademir, o Leivinha e o Teia.
– Tenho dinheiro só para dez.

CENTO E OITENTA E NOVE 189

“4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo
contemporâneo”.

CENTO E OITENTA E NOVE 189


Ilustraçoes: Adolar
RILDO CARLOS
ALBERTO

ADEMIR

LEIVINHA TEIA

– Estou dizendo que leva quinze mas não paga quinze. Paga só
catorze, faço um abatimento. Leva quinze e morre com catorze, uma
de graça, pelo certo, de ponta a ponta.
– Quero essas dez aí no papel.

190 CENTO E NOVENTA

Anotações:

190 CENTO E NOVENTA


– Pense bem meu chapinha, a sorte não desfruta e se arrepende
depois. Quando virar homem vai ser artista na televisão, pode
escrever aí.
Pituca estava desnorteado com o discurso mas gostou do elogio. O
cambista continuava:
– Estamos combinados, amanhã o nossa amizade leva quinze e
paga catorze, uma de graça.
– Certo, até amanhã seu cambista.
Edmundo ficou espiando de longe; Pituca se afastou e vieram
chegando outras crianças a falar com o cambista, fazendo encomendas,
pagando, levando troco e recebendo figurinhas. Havia uns que eram
mais falantes que o próprio cambista, feito um pequerrucho que deu
um discurso de mais de vinte minutos e o cambista fazia gesto de
interromper e dar sua opinião e o garotinho não deixava, fazia outro
gesto de “pêra aí deixa eu falar” e continuava, lengue-lengue; pena
que, na distância, Edmundo não dava para ouvir a conversa.
Quando o relógio do mosteiro bateu três e meia, o cambista conferiu
o seu oclóque com o da igreja, fechou a malinha e foi embora pela rua
São Bento. Edmundo foi atrás. O malandro pegou a Praça do Patriarca
e desceu a Galeria Prestes Maia.

MARINHO, João Carlos. O gênio do crime – Uma aventura da turma do Gordo. 1. ed. digital.
São Paulo: Global, 2014. s/p.

lengue-lengue: narrativa monótona.


abatimento: redução no preço; desconto.
oclóque (do inglês, o’clock): relógio.
cambista: pessoa que vende algo ilegalmente.
paulistanada: conjunto de paulistanos (naturais
clandestino: ilegal, sem autorização.
da cidade de São Paulo).
desnorteado: confuso, perdido, desorientado.
pequerrucho: muito pequeno.
engradado: por trás das grades; preso.
zatopeque: referente ao atleta Emil Zatopek.

João Carlos Marinho nasceu no Rio de Janeiro, em 1935, e vive em São Paulo,
principal cenário das aventuras que escreveu. A primeira delas, publicada em 1969,
foi O gênio do crime, considerado por muitos um clássico da literatura infantil
brasileira. A turma do Gordo, que surgiu nesse livro, protagoniza outros 12 livros.
Um deles é Sangue fresco, pelo qual o autor recebeu o Prêmio Jabuti e o Grande
Prêmio da Crítica (APCA). Marinho escreveu ainda quatro livros para adultos.

CENTO E NOVENTA E UM 191

CENTO E NOVENTA E UM 191


FIQUE SABENDO
Conheça mais um dos cenários de O gênio do crime
O Largo São Bento, no centro
da cidade de São Paulo, nasceu em

Andre M. Chang/ARDUOPRESS/Alamy/Fotoarena
1598, onde se erguia uma pequena
capela. Em 1660, o Largo já tinha se
expandido e a Igreja Católica solicitou
a construção de um mosteiro. Ele
tem um calçadão para caminhadas,
bancos, jardins e um chafariz
projetado pelo arquiteto francês
Fourchon, em 1864. No centro do
Largo há o Mosteiro de São Bento,
que atrai visitantes pela história e
curiosidades. Circulam por lá cerca de
80 mil pessoas todos os dias. Abaixo
Mosteiro de Sao Bento, Largo Sao Bento,
do Largo há a estação de metrô São Sao Paulo, 2014
Bento, inaugurada em 1975.
(Disponível em: <http://www.saopaulo.sp.gov.br/conhecasp/pontos-turisticos/largo-sao-bento/>.
Acesso em: 25 jan. 2018.)

mosteiro: lugar onde moram freiras e monges.

Veja o caminho que fez o cambista:

Reprodução

192 CENTO E NOVENTA E DOIS

Anotações:

192 CENTO E NOVENTA E DOIS


1. Qual é o plano de Edmundo e Pituca para pegar o cambista?
BNCC
O plano é Pituca fazer uma encomenda para o cambista e depois segui-lo.
Atividades 1 a 4:
(EF05LP19) Argumentar oralmente sobre
acontecimentos de interesse social, com
base em conhecimentos sobre fatos divul-
gados em TV, rádio, mídia impressa e digital,
respeitando pontos de vista diferentes.
2. Releia a fala do Gordo a seguir e explique: O que Bolacha pensa do plano (EF15LP03) Localizar informações explícitas
em textos.
de seus dois amigos?
(EF15LP09) Expressar-se em situações de
intercâmbio oral com clareza, preocupando-
-se em ser compreendido pelo interlocutor
– Parabéns – cumprimentou o gordo. – O chefe já está preso e e usando a palavra com tom de voz audível,
engradado. Avisem à família dele que visita na cadeia é quartas e boa articulação e ritmo adequado.
(EF35LP04) Inferir informações implícitas
sábados, para levarem chocolatinhos.
nos textos lidos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou
expressões desconhecidas em textos, com
Bolacha pensa que o plano de Edmundo e Pituca é muito simples para
base no contexto da frase ou do texto.
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de
confrontar um gênio do crime; portanto, ironiza os amigos dizendo “parabéns”,
vista sobre tema polêmico relacionado a
situações vivenciadas na escola e/ou na
“o chefe já está preso e engradado”, quando na verdade, pensa o contrário. comunidade, utilizando registro formal e
estrutura adequada à argumentação, con-
siderando a situação comunicativa e o tema/
assunto do texto.

3. Você considera correto comprar figurinhas de um cambista apenas para Espera-se que os alunos reflitam
que não é bom comprar coisas
completar um álbum facilmente? Discuta com seus colegas. de vendedores ilegais, pois eles
prejudicam as pessoas que vi-
vem comercializando produtos
4. Leia a notícia abaixo e responda: O que significa dizer que os paulistanos
honestamente.
estavam andando com “passo de zatopeque”?
Como Emil Zatopek foi um atleta considerado muito ágil, dizer que os

paulistanos andavam com “passo de zatopeque” significa dizer que, mesmo


Professor, mostre aos alunos essa
quando estavam andando devagar, caminhavam com pressa. interessante transformação de
substantivo próprio em substantivo
comum, adaptando-o para a língua
portuguesa falada no Brasil, ao trocar
“ek” por “eque”, já que a letra “k”
não fazia parte do alfabeto da língua
portuguesa à época em que o livro
CENTO E NOVENTA E TRÊS 193 foi escrito.

CENTO E NOVENTA E TRÊS 193


FIQUE SABENDO
Emil Zatopek: a ‘locomotiva humana’ que fez história
nos Jogos de Helsinque
Tcheco é até hoje o único atleta a vencer as provas dos
5.000 metros, dos 10 000 metros e a maratona em uma
mesma edição olímpica
Correr 42,195 quilômetros em
uma média de velocidade que

Bridgeman/Fotoarena
beira os 20 quilômetros por hora é
tarefa das mais difíceis. Fazer isso
depois de ter, em menos de dez
dias, disputado também as provas
de 5.000 e 10.000 metros é ainda
mais complicado. E que tal se tudo
isso vier acompanhado de três
medalhas de ouro olímpicas?
Esse foi o feito do tcheco
Emil Zatopek, que, nos Jogos de
Helsinque-52, se tornou o único
atleta a vencer essas três provas
em uma mesma edição olímpica.
Quatro anos antes, em Londres-48,
Zatopek já havia conquistado duas Emil Zatopek.
medalhas: ouro nos 10 mil metros
e prata nos 5 mil. Por isso, chegava com certo favoritismo à Finlândia. Mas
seus 30 anos e a dificuldade física natural para aguentar as três provas
colocava dúvidas sobre a real possibilidade da trinca.
Pelo feito que parecia impossível, o tcheco foi apelidado de
“locomotiva humana” e alçado ao patamar de um dos maiores nomes
do atletismo da história.
Zatopek morreu em 2000, aos 78 anos, vítima de um AVC. Depois de
sua morte, foi homenageado com a medalha Pierre de Coubertin pelo
conjunto de sua carreira.

Emil Zatopek: a “locomotiva humana que fez história nos jogos de Helsinque. Revista GQ (on-line),
5 jul. 2016. Disponível em: <http://gq.globo.com/GQ-no-podio/noticia/2016/07/emil-zatopek-locomotiva-
humana-que-fez-historia-nos-jogos-de-helsinque.html>. Acesso em: 26 jan. 2018.

194 CENTO E NOVENTA E QUATRO

Anotações:

194 CENTO E NOVENTA E QUATRO


5. Ao conversar com Pituca, o cambista diz a seguinte frase:
Professor, mostre para os alunos que
esse tipo de tratamento ajuda a construir
a variedade linguística regional e social da
– Dez figurinhas difíceis, hein, meu chapa. Custa muito, sabe? personagem cambista paulistano.
Nessa frase, “chapa” significa pessoa
amiga, companheira, camarada; a ex-
Assinale a qual sentido da palavra “chapa” o cambista se refere e justifique pressão “meu chapa” pode ser consi-
derada uma gíria, uma forma de trata-
sua resposta. mento informal entre duas pessoas.

Peça de ferro em que se colocam alimentos para aquecer e grelhar.

Pessoa que ajuda o caminhoneiro a fazer carga e descarga. Professor, espera-se que os alunos
desenhem de acordo com as descrições
oferecidas. Destaque essa qualidade da
X Pessoa que é amiga, companheira, camarada. obra impressa: permitir que os leitores
criem, na imaginação, o cenário e as
personagens; que eles, de certa forma,
“reconstruam” a narrativa e dela se
Placa ou lâmina feita de material resistente; por exemplo, metal. apropriem.

6. Conheça melhor as personagens de O gênio do crime neste álbum de


figurinhas. Desenhe como você imagina que é cada uma delas, de acordo
com a descrição.
BNCC
Atividades 5 e 6:
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos sentidos,
da forma e da função social do texto),
apoiando-se em seus conhecimentos
prévios sobre as condições de produção
e recepção desse texto, o gênero, o su-
porte e o universo temático, bem como
sobre saliências textuais, recursos grá-
ficos, imagens, dados da própria obra
(índice, prefácio etc.), confirmando an-
tecipações e inferências realizadas antes
e durante a leitura de textos, checando
a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP13) Identificar finalidades da
interação oral em diferentes contextos
Edmundo: é torcedor do Corinthians, Pituca: é o menorzinho da turma, comunicativos (solicitar informações,
corajoso e ama futebol. engraçado e também adora futebol. apresentar opiniões, informar, relatar
experiências etc.).
(EF35LP11) Ouvir gravações, canções,
textos falados em diferentes variedades
linguísticas, identificando característi-
CENTO E NOVENTA E CINCO 195 cas regionais, urbanas e rurais da fala e
respeitando as diversas variedades lin-
guísticas como características do uso da
língua por diferentes grupos regionais
ou diferentes culturas locais, rejeitando
preconceitos linguísticos.

CENTO E NOVENTA E CINCO 195


Bolacha: é o gordinho da turma, Berenice: é morena, de cabelos lisos e
inteligente e é louco por torradas. pretos, esperta e namorada do Bolacha.

Mister: natural da Escócia, é alto, tem


Seu Tomé: é um senhor baixo, gordo
a cara vermelho-pimenta e largos olhos
e careca, dono da Fábrica de Figurinhas
azuis, conhecido como o “detetive
Escanteio.
invicto”.

196 CENTO E NOVENTA E SEIS

Anotações:

196 CENTO E NOVENTA E SEIS


O cambista: é um sujeito feio, de terno largo, sobrando pano, e cara de velhaco;
tem um sistema de despistamento profissional.

FIQUE SABENDO
O gênio do crime nas telas
Divulgação

O gênio do crime foi levado para


o cinema em 1973, em filme dirigido
por Tito Teijido, com o título de
O detetive Bolacha contra o gênio
do crime.
MARINHO, João Carlos. O gênio do crime –
Uma aventura da turma do Gordo. 1. ed. digital.
São Paulo: Global, 2014. s/p.

Cena do filme O detetive Bolacha


contra o gênio do crime, 1973.

CENTO E NOVENTA E SETE 197

CENTO E NOVENTA E SETE 197


PARA LER

O plano da turma do Gordo, a princípio, não dá certo, pois o cambista era


muito esperto e tinha um método de despistamento profissional. É então que
Bolacha tem uma grande ideia: o método de seguir pelo avesso.

BNCC
9
(EF15LP16) Ler e compreender, em
colaboração com os colegas e com
a ajuda do professor e, mais tarde,
de maneira autônoma, textos nar- [...]
rativos de maior porte como contos
(populares, de fadas, acumulativos,
– Peguei-te! – gritou o gordo e deu uma palmada na testa. –
de assombração etc.) e crônicas. Vamos seguir o cambista ao avesso.
(EF35LP21) Ler e compreender, de – Seguir ao avesso?
forma autônoma, textos literários
de diferentes gêneros e extensões, – O cambista chega no Largo de São Bento às duas horas, sai
inclusive aqueles sem ilustrações, às três e meia, e faz aquele sistema de despistamento para não ser
estabelecendo preferências por gê-
neros, temas, autores. seguido. Mas, para ir de sua casa ao Largo de São Bento, com certeza
vai direto. Despista quando vai, mas não quando vem.
– Explique melhor.
– Esperamos o cambista antes das duas horas no Largo de São
Bento, vemos ele chegar e marcamos o lugar de onde veio. No dia
seguinte um pouco mais cedo ficamos no lugar que apareceu na
véspera e marcamos o lugar de onde veio para chegar ali e assim
vamos fazendo, marcando os pontos de onde vem, e no fim damos
no lugar de onde partiu. Tá? Isto se chama seguir pelo avesso ao
revés ao contrário de trás para diante inversamente revirado...
– Chega! – disse Edmundo. – Parece que o gordo engoliu a pílula
do doutor Caramujo, passou de mudo a falante. Começo a entender,
mas vamos devagar, que senão me funde o cérebro. Até aí está
certo, mas me diga: e se o cambista entra em contato com a fábrica
clandestina depois que sai do Largo de São Bento? Não adiantava
segui-lo antes das duas.
– Adianta sim. Seguindo como falei, chegamos na casa do
cambista. Bom, então deixamos ele ir para a cidade e ficamos
esperando lá. De tardinha, na hora que ele voltar, marcamos o ponto

198 CENTO E NOVENTA E OITO

Anotações:

198 CENTO E NOVENTA E OITO


de onde veio e seguimos pelo contrário do mesmo jeito, só que desta
vez de sua casa para a cidade. Aí ficaremos sabendo o que faz depois
dos trajetos despistantes.
Edmundo pensou um pouco deu uma gargalhada e abraçou
Bolachão.
– For-mi-dá-vel! É a ideia mais bigue que vi até hoje, juro por Deus!
Pituca olhava aparvalhadamente.
– Ficou todo mundo doido! A gente sai de tarde e chega de manhã
na casa do homem de cabeça para baixo.
– Não é de cabeça para baixo, Pituca. É ao avesso.
– Ah sei. A gente sai depois e chega antes; espere um pouco, deixa
eu pensar. Vem, marca, volta atrás, depois chega mais cedo, marca,
vem, volta, bolas!, não, não entendo. Isso não existe, o cambista não
anda de costas. Só se o Bolacha inventou a máquina do tempo.
Bolachão pegou a torrada.
– Sua inteligência não alcança um raciocínio abstrato.
Compreenderá quando for usado na prática.
– Chi, raciocínio abstrato, acho que Edmundo tem razão, o gordo
comeu a pílula do Caramujo.
Edmundo pulava pulava e deu mais um abraço no gordo.
– Este é o gordinho mais respeitabilíssimo que eu conheço!
– É – disse Pituca. – Tá tudo doido. Bó!
Estava na hora de ir dormir e Edmundo e Pituca foram saindo do
quarto pé aqui pé ali para não pisar nos terecos do gordo.
– Boa noite, doutor Caramujo.
Piiiiiiiiiiii – a tostadeira apitou.

MARINHO, João Carlos. O gênio do crime – Uma aventura da turma do Gordo. 1. ed. digital.
São Paulo: Global, 2014. s/p.

bigue (do inglês big): grande.


tereco: objeto sem nomeação específica.

CENTO E NOVENTA E NOVE 199

CENTO E NOVENTA E NOVE 199


1. Espera-se que os alunos compreendam que FIQUE SABENDO
o plano do Bolacha consiste em marcar um
ponto diferente a cada dia e não voltar no Doutor Caramujo
tempo, como confunde Pituca. A partir dis-
so, os alunos devem discutir se gostam do Dr. Caramujo é um personagem do Sítio do Picapau Amarelo, criado
plano e se o consideram eficiente. pelo escritor Monteiro Lobato.
2. Espera-se que os alunos montem outros
planos criativos e possíveis para pegar o É um grande médico. Pode curar qualquer um com suas pílulas
cambista, colocando-se no lugar das per- milagrosas. Curou o Príncipe Escamado e outros personagens. E foi ele
sonagens e tentando pensar como dete- quem deu à Emília a capacidade de falar, com sua pílula falante.
tives. O uso de tecnologias que à época
em que o livro foi escrito não existiam Disponível em: <http://pt-br.stiodopicapalamarelo.wikia.com/wiki/Dr._Caramujo>.
pode vir a ser mencionado pelos alunos Acesso em: 25 jan. 2018.
na montagem do plano.
3. A partir do glossário, os alunos devem per-
ceber que, assim como em outras partes
do texto, o autor brinca com palavras de 1. Como é o plano do Bolacha de seguir pelo avesso? Você acha esse sistema
outra língua. Assim, se “bigue” se refere
a big, em inglês, que significa “grande”, uma boa ideia? Converse com seus colegas e o professor.
pode-se deduzir que a frase tem sentido
de algo como “é a maior [no sentido de
“melhor”] ideia que vi até hoje”.
4. Segundo as informações do boxe Fique
sabendo, o Doutor Caramujo é uma per-
sonagem do Sítio do Picapau Amarelo,
de Monteiro Lobato, que prescrevia pí-
lulas que davam aos seres inanimados
− como Emília, a boneca de pano − a 2. Em trios, coloquem-se no lugar de Edmundo, Pituca e Bolacha e montem outro
capacidade de falar. Nesse sentido, os plano para pegar o cambista. Em seguida, apresentem-no para seus colegas.
meninos brincam que Bolacha, até então
quieto e desinteressado pelo plano, passa
a falar muito e expor suas ideias, como se
tivesse tomado uma dessas pílulas.

3. O que significa dizer que essa é “a ideia mais bigue que vi até hoje”, como
fala Edmundo?
BNCC
Atividades 1 e 2:
(EF15LP03) Localizar informações explícitas
em textos.
(EF15LP09) Expressar-se em situações de
intercâmbio oral com clareza, preocupan- 4. Por que os meninos afirmam que Bolacha engoliu a pílula do doutor
do-se em ser compreendido pelo interlo- Caramujo? Explique a referência feita pela turma.
cutor e usando a palavra com tom de voz
audível, boa articulação e ritmo adequado.
(EF15LP10) Escutar, com atenção, falas
de professores e colegas, formulando per-
guntas pertinentes ao tema e solicitando
esclarecimentos sempre que necessário.
200 DUZENTOS
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de
vista sobre tema polêmico relacionado a
situações vivenciadas na escola e/ou na
comunidade, utilizando registro formal
e estrutura adequada à argumentação,
considerando a situação comunicativa e o Anotações:
tema/assunto do texto.
Atividades 3 e 4:
(EF35LP04) Inferir informações implícitas
nos textos lidos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de pala-
vras ou expressões desconhecidas em
textos, com base no contexto da frase
ou do texto.

200 DUZENTOS
PARA LER

Leia na transcrição abaixo o que a especialista em literatura Cristiane


Tavares disse sobre o livro O gênio do crime para a SescTV, no programa
SuperLibris.

Um clássico da literatura infantil é justamente um romance


policial: o livro O gênio do crime, do autor carioca João Carlos
Marinho. O gênio do crime foi escrito em 1969, vendeu mais de
um milhão de cópias, já teve 60 edições, virou filme em 1973, é
um livro que continua sendo adotado pelas escolas e é amado
pelas crianças. A gente pode se perguntar o que faz de O gênio do
crime um livro clássico. Ele tem alguns elementos infalíveis: é uma
história protagonizada por um grupo de crianças, por uma turma
que estuda no mesmo colégio – a turma do Gordo; essa turma tem
que desvendar um mistério, que envolve uma fábrica clandestina de
figurinhas – figurinhas de futebol, outra paixão infantil. Para isso, Professor, oriente os alunos a realizarem
eles contam com a ajuda de um detetive, meio Sherlock Holmes a leitura silenciosa do texto. Antes,
à brasileira, o Mister, e aí eles descobrem que está por trás dessa porém, peça que observem durante a
leitura em que difere dos outros textos
fábrica clandestina uma turma de bandidos profissionais, liderada lidos no capitulo.
pelo gênio do crime.
O gênio do crime é um livro que acompanha gerações, eu li esse
livro quando pequena, retirei o livro em uma biblioteca municipal
aqui de São Paulo que eu frequentava com uma turma de vizinhos
amigos. Foi um livro mais difícil para mim, eu li com a ajuda da
BNCC
minha irmã mais velha, que era mais leitora, não era um gênero
Para ler:
que eu estava tão familiarizada, mas devia estar na moda ou por
(EF05LP04) Diferenciar, na leitura de
alguma razão me atraiu. Meu filho também leu recentemente na textos, vírgula, ponto e vírgula, dois-
escola, ele tem 9 anos, leu com a professora, então foi uma leitura -pontos e reconhecer, na leitura de
que eu acompanhei mais de longe, mas é muito interessante pensar textos, o efeito de sentido que decorre
do uso de reticências, aspas, parênteses.
que é um livro que passou por tanto tempo atraindo leitores de
(EF35LP01) Ler e compreender, silen-
diferentes idades. ciosamente e, em seguida, em voz alta,
com autonomia e fluência, textos curtos
com nível de textualidade adequado.

TAVARES, Cristiane. Resenha do livro O gênio do crime (João Carlos Marinho). SuperLibris, SescTV, 12 abr. 2016.
Adaptado. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=wGzYCygRvAg>.
Acesso em 25 jan 2018.

DUZENTOS E UM 201

DUZENTOS E UM 201
1. Segundo Cristiane Tavares, o que faz O gênio do crime ser considerado
um clássico?
Para Cristiane, isso se deve a três elementos infalíveis: 1) apresentar uma turma

de crianças como protagonistas; 2) trazer um mistério a ser decifrado; e 3)

BNCC envolver figurinhas de futebol, uma paixão infantil.


Atividades 1 a 3:
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos sentidos, 2. Para reforçar a ideia de que O gênio do crime é um livro que acompanha
da forma e da função social do texto),
apoiando-se em seus conhecimentos gerações, a especialista cita quais fatos de sua experiência pessoal?
prévios sobre as condições de produção Cristiane Tavares relata que leu O gênio do crime quando pequena e,
e recepção desse texto, o gênero, o su-
porte e o universo temático, bem como
sobre saliências textuais, recursos grá- recentemente, seu filho de 9 anos também fez a mesma leitura na escola. Isto
ficos, imagens, dados da própria obra
(índice, prefácio etc.), confirmando an- é, o livro foi escrito em 1969 e continua sendo lido pelas crianças desde então.
tecipações e inferências realizadas antes
e durante a leitura de textos, checando
a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03) Localizar informações ex-
plícitas em textos.

FIQUE SABENDO
A resenha é um texto que tem como objetivo fazer uma apreciação
de determinada obra artístico-cultural, seja ela um livro, um filme, uma
pintura etc. Nesse texto, o autor deve fazer um pequeno resumo da
obra, para, em seguida, avaliar sua qualidade, chegando à conclusão se a
recomenda ou não ao leitor.

3. E você? Já leu O gênio do crime? Se ainda não leu, ficou curioso sobre a
aventura depois de ler esses trechos, informações e a opinião que Cristiane
Tavares expressou em sua resenha? Justifique sua resposta.
Respostas pessoais.

202 DUZENTOS E DOIS

Anotações:

202 DUZENTOS E DOIS


NOSSA LÍNGUA

1. Leia novamente o trecho a seguir e responda: Quem é o sujeito dos verbos


“sabemos”, “seguimos” e “descobrimos”?

– Sabemos que o cambista não vai na fábrica clandestina mas tem


um lugar onde faz as encomendas e recebe as figuras – disse Edmundo.
– Já sei – fez Pituca. – Seguimos o homem e descobrimos o sistema
de contato com a fábrica.

O sujeito é o pronome “nós”, oculto na frase, que corresponde a Edmundo, BNCC


Atividades 1 e 2:
Pituca e Bolacha.
(EF05LP06) Flexionar, adequadamente,
na escrita e na oralidade, os verbos em
concordância com pronomes pessoais/
2. A partir da conjugação dos verbos em destaque, indique qual pronome é o nomes sujeitos da oração.
sujeito de cada um deles.

– Isso! – concordou Edmundo. – O sistema de contato é que é o


nós
principal. Depois não tem problema; seguimos o fulano que
recebe as encomendas e nós damos lá.

– você não concorda com nosso plano?


eu
– não disse que não.

– Mas você está fazendo pouco.

– eu ouvi dizer que o chefe da quadrilha é um gênio do crime.


Se botar a mão nele fosse assim, seria o burro do crime.

CONCORDÂNCIA VERBAL COM PRONOMES PESSOAIS


Muitas vezes, o sujeito de uma oração não é o nome de alguém ou de
alguma coisa, mas um pronome pessoal, que pode aparecer explicitamente ou
apenas estar indicado pela própria forma do verbo, por sua flexão em número
e pessoa.

DUZENTOS E TRÊS 203

DUZENTOS E TRÊS 203


Observe como é possível saber qual é o sujeito das orações abaixo, mesmo
que ele não esteja escrito:

– (eu) Quero essas dez aí no papel.


1a pessoa do
singular

– (nós) Esperamos o cambista antes das duas horas no Largo de São Bento.
1a pessoa do
plural

BNCC
Atividades 1 a 3: 1. De acordo com a terminação do verbo, identifique os pronomes sujeitos nas
(EF05LP06) Flexionar, adequadamente, frases a seguir:
na escrita e na oralidade, os verbos em
concordância com pronomes pessoais/ eles
nomes sujeitos da oração. a) Às duas da tarde estavam no
(EF05LP07) Identificar, em textos, o uso meio do Largo de São Bento vendo a
de conjunções e a relação que estabele-
cem entre partes do texto: adição, oposi- paulistanada cruzar rápido por ali naquele
ção, tempo, causa, condição, finalidade.
passo de zatopeque que paulista usa quando
anda devagar.
Ele/Ela
b) cruzou a rua, de passo firme, tirou
a lista do bolso e entregou.
Eu você
c) estou dizendo que leva
Você
quinze mas não paga quinze. paga
eu
só catorze, faço um abatimento.
Eu
d) começo a entender, mas vamos
devagar, que senão me funde o cérebro.
eu
e) – Adianta sim. Seguindo como falei,

Dawidson França
nós
chegamos na casa do cambista.
eles
f) Estava na hora de ir dormir e foram
saindo do quarto pé aqui pé ali para não pisar
nos terecos do gordo.

204 DUZENTOS E QUATRO

Anotações:

204 DUZENTOS E QUATRO


2. Leia novamente este trecho e responda à questão a seguir.

– O cambista chega no Largo de São Bento às duas horas, sai


às três e meia, e faz aquele sistema de despistamento para não ser
seguido. Mas, para ir de sua casa ao Largo de São bento, com certeza
vai direto. Despista quando vai, mas não quando vem.

Nesse contexto, “bom” foi usado


No trecho, a palavra mas indica: não no sentido do adjetivo (aquilo
que é bom), mas como um conecti-
condição. adição. X oposição. vo muito comum na fala cotidiana,
com o objetivo de dar continuidade
A palavra mas traz o sentido de oposição. Explore com os alunos ao que se está dizendo. Além de li-
3. Releia: as conjunções adversativas. gar uma frase a outra na oralidade,
ela também serve para “quebrar o
gelo” e chamar a atenção do interlo-
– Adianta sim. Seguindo como falei, chegamos na casa do cutor para o início da nossa fala, ao
se começar um discurso. Esses ter-
cambista. Bom, então deixamos ele ir para a cidade e ficamos mos são chamados de “marcadores
esperando lá. De tardinha, na hora que ele voltar, marcamos o ponto conversacionais”. Outros exemplos
de onde veio e seguimos pelo contrário do mesmo jeito, só que são “bem” (advérbio), “então” (ad-
vérbio), “olhe” (verbo), “entende”
desta vez de sua casa para a cidade. Aí ficaremos sabendo o que faz (verbo), “é mesmo?” (expressão) etc.
depois dos trajetos despistantes. Tais expressões podem assumir dife-
rentes funções e sentidos a depen-
der do contexto e da modalidade
(oral ou escrita).
a) Qual é a função da palavra bom na fala de Bolacha? Comente com seus
colegas em que outras situações você já ouviu essa palavra em uso, com
este sentido.
b) Nessa frase, a palavra então tem o objetivo de exprimir ideia de:
Professor, nessa frase a palavra
“então” não tem o sentido de
conclusão. “conclusão”, como seria comum
em um texto escrito. Própria da
oralidade, nesse contexto ela
X tempo ou sequência de acontecimentos. exprime uma ideia de sequência
de acontecimentos, em ordem
temporal, assumindo o mesmo
c) A palavra aí tem como função fazer uma conclusão. No entanto, não sentido de “em seguida”, “depois”
utilizamos essa palavra em situações formais de escrita, apenas na fala. etc. Assim como “bom”, mostre
que a palavra “então” pode assumir
Reescreva a fala de Bolacha substituindo aí por outra palavra mais diferentes funções conectivas na
formal de mesmo sentido. linguagem oral.
Portanto/Assim/Logo/Enfim ficaremos sabendo o que faz depois dos

trajetos despistantes.

DUZENTOS E CINCO 205

DUZENTOS E CINCO 205


4. Marque no trecho abaixo quais expressões têm a função de conectar umas
frases às outras, conferindo ideia de tempo.
BNCC
Atividade 4:
– Esperamos o cambista antes das duas horas no Largo de São
(EF05LP07) Identificar, em textos, o uso
de conjunções e a relação que estabele-
Bento, vemos ele chegar e marcamos o lugar de onde veio. No dia
cem entre partes do texto: adição, oposi- seguinte, um pouco mais cedo, ficamos no lugar que apareceu na
ção, tempo, causa, condição, finalidade. véspera e marcamos o lugar de onde veio para chegar ali e assim
vamos fazendo, marcando os pontos de onde vem, e no fim damos
no lugar de onde partiu. Tá? Isto se chama seguir pelo avesso ao revés
ao contrário de trás para diante inversamente revirado...

As expressões que funcionam como conjunções que dão ideia de tempo são

“no dia seguinte”, “um pouco mais cedo” e “no fim”.

CONJUNÇÕES
As conjunções e as locuções conjuntivas são termos que têm a função de
ligar orações ou palavras. Por isso mesmo, muitas vezes também são chamadas
de conectivos. Cada tipo de conjunção estabelece um sentido entre as orações
ou palavras. Veja alguns sentidos possíveis:

Conjunções /
Exemplos
Locuções conjuntivas

Ele gostava de descobrir e


Adição e, mas também, bem como
de seguir pistas.

porque, pois, que, visto que, Não tirava boas notas,


Causa
uma vez que, já que, desde que já que não estudava.

embora, ainda que, apesar de Embora fosse um menino levado,


Concessão
que, por mais que era muito querido por todos.

então, portanto, logo, enfim, Ele era muito esperto, portanto


Conclusão
por isso, assim era difícil segui-lo.

206 DUZENTOS E SEIS

Anotações:

206 DUZENTOS E SEIS


Conjunções /
Exemplos
Locuções conjuntivas

se, caso, a não ser que, Se você precisar de um amigo,


Condição
a menos que chame o Pituca.

Todos queriam ser amigos do


Explicação porque, pois, que Bolacha, pois ele era o garoto
mais legal da turma.

Ele corria para que ninguém


Finalidade para que, a fim de que, que
o seguisse.

mas, porém, contudo, todavia, Todos o achavam maluco, mas


Oposição
entretanto, no entanto era muito inteligente.

quando, enquanto, antes de que,


Enquanto Edmundo não chegava, Professor, muitas vezes, a conexão
Tempo depois que, logo que,
a reunião não começava. entre as frases em um texto oral é
sempre que feita com elementos da entonação
(timbre, altura, velocidade, tom de
voz etc.); portanto, nessa atividade,
5. Releia este trecho da fala de Cristiane Tavares, agora observando as palavras trabalhe com os alunos como lapidar
o texto, estabelecendo melhor as
em destaque: relações entre as frases, ao utilizar
conectivos.

[...] essa turma tem que desvendar um mistério, que envolve


uma fábrica clandestina de figurinhas – figurinhas de futebol, outra
paixão infantil. Para isso, eles contam com a ajuda de um detetive,
meio Sherlock Holmes à brasileira, o Mister, e aí eles descobrem BNCC
que está por trás dessa fábrica clandestina uma turma de bandidos Atividade 5:
profissionais, liderada pelo gênio do crime. (EF05LP07) Identificar, em textos, o
uso de conjunções e a relação que
estabelecem entre partes do texto:
adição, oposição, tempo, causa, con-
a) Qual é a ideia estabelecida entre as frases “A gente pode se perguntar
dição, finalidade.
o que faz de O gênio do crime um livro clássico” e “Ele tem alguns
elementos infalíveis”? Faça a conexão entre elas, utilizando uma
conjunção apropriada:

A ideia estabelecida entre as frases é


O gênio do crime é um livro clássico, ele tem de explicação, pois a autora explica
alguns elementos infalíveis. por que o livro é um clássico. Espe-
ra-se que os alunos façam a conexão
entre elas utilizando conjunções ex-
plicativas, como “porque” e “pois”.
DUZENTOS E SETE 207

DUZENTOS E SETE 207


b) Em “Para isso, eles contam com a ajuda de um detetive, meio Sherlock
Holmes à brasileira, o Mister, e aí eles descobrem que está por trás dessa
“E aí” poderia ser substituída por
fábrica clandestina uma turma de bandidos profissionais, liderada pelo
“então”, “portanto”, “logo”, dando gênio do crime.”, por qual outra conjunção poderíamos substituir e aí?
a ideia de conclusão.
c) Complete:

Foi um livro mais difícil para mim, então/portanto eu li com a


ajuda da minha irmã mais velha, que era mais leitora, pois/porque

não era um gênero que eu estava tão familiarizada, mas devia estar
na moda ou por alguma razão me atraiu.

PRODUÇÃO DE TEXTO

É quase impossível não gostar


do livro O gênio do crime.. De quais
outros livros você também gosta?
Que tal escrever uma resenha sobre
BNCC algum deles e depois transformá-la
(EF05LP18) Roteirizar, produzir e em um vlog? Vamos lá!

Dawidson França
editar vídeo para vlogs argumenta-
tivos sobre produtos de mídia para
público infantil (filmes, desenhos
animados, HQs, games etc.), com
base em conhecimentos sobre os
mesmos, de acordo com as con-
venções do gênero e considerando
a situação comunicativa e o tema/
FIQUE SABENDO
assunto/finalidade do texto. Vlog
Vlog é a abreviação de vídeo + blog. Como o nome sugere, trata-se
de fazer um blog no formato de vídeo. Como já sabemos, um blog pode
ser similar a um diário pessoal ou ainda abordar diferentes temáticas, como
moda, esportes, culinária, literatura, viagens, ciência etc. Da mesma maneira,
o vlogger (nome dado à pessoa que produz esse tipo de vídeo) pode tanto
falar de assuntos cotidianos de sua vida como criar um canal temático.

208 DUZENTOS E OITO

Prática pedagógica
Detenha-se nos elementos que compõem a estrutura do uma aula para que a turma visite os blogs dos colegas, e propo-
gênero vlog e peça aos alunos que contem o que sabem sobre nha que participem deles, escrevendo comentários e sugestões.
um blog. Pergunte se alguém tem um blog pessoal ou diário Para saber mais:
escrito e peça que indiquem as diferenças entre esses textos. SENRA, Marilene Lanci Borges; BATISTA, Helena Aparecida.
Na sala de informática, visitem alguns blogs e proponha que os Uso do blog como ferramenta pedagógica nas aulas de língua
alunos elaborem seus próprios diários digitais, com conteúdo portuguesa. Diálogo e interação, v. 5, 2011. Disponível em: <http://
pessoal ou com um tema específico de sua preferência. Reserve faccrei.edu.br/gc/anexos/diartigos69.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2018.

208 DUZENTOS E OITO


RESENHA
Planejamento
Para começar, escolha seu livro favorito. Em seguida, para planejar sua resenha,
siga o roteiro abaixo:
1. Qual é o título do livro?
BNCC
2. Quem é o autor? Em que ano foi escrito? Planejamento:
3. Qual é a narrativa do livro? Faça um pequeno resumo dos principais (EF15LP05) Planejar, com a ajuda do
professor, o texto que será produzido,
acontecimentos, explorando: considerando a situação comunicativa,
os interlocutores (quem escreve/para
• quem são as personagens; quem escreve); a finalidade ou o pro-
• quando e onde a narrativa acontece; pósito (escrever para quê); a circulação
(onde o texto vai circular); o suporte
• quais são a situação inicial, o conflito e o desfecho − mas atenção, (qual é o portador do texto); a lingua-
gem, organização e forma do texto
não dê spoiler, ou seja, não conte o enredo ou o “segredo” do livro e seu tema, pesquisando em meios
de tal forma que outros leitores não se interessem mais em lê-lo. impressos ou digitais, sempre que for
preciso, informações necessárias à pro-
4. Como são as ilustrações do livro? Faça uma pequena descrição dos dução do texto, organizando em tópi-
desenhos e das cores utilizadas. cos os dados e as fontes pesquisadas.
Desenvolvimento:
5. De que você mais gosta nesse livro? Por que ele é tão especial para você? (EF15LP06) Reler e revisar o texto pro-
duzido com a ajuda do professor e a
6. Por que você acha que outros leitores também gostarão tanto do livro colaboração dos colegas, para corrigi-lo
quanto você? e aprimorá-lo, fazendo cortes, acrés-
cimos, reformulações, correções de
ortografia e pontuação.
Desenvolvimento
(EF15LP07) Editar a versão final do tex-
A partir do roteiro, escreva sua resenha, estruturando seu texto da to, em colaboração com os colegas e
com a ajuda do professor, ilustrando,
seguinte forma: quando for o caso, em suporte adequa-
do, manual ou digital.
1. Apresente o livro aos leitores, situando o título, o autor e quando foi
(EF35LP09) Organizar o texto em uni-
publicado. dades de sentido, dividindo-o em pa-
rágrafos segundo as normas gráficas
2. Faça um pequeno resumo da obra, apresentando ao leitor o que e de acordo com as características do
acontece na narrativa e quem são as personagens. gênero textual.

3. Faça uma pequena descrição das características visuais da obra,


destacando como são as ilustrações.
4. Escreva sua opinião a respeito do livro, justificando por que você gosta
da obra e os motivos que a tornam especial.
5. Recomende o livro para outros leitores.

DUZENTOS E NOVE 209

Anotações:

DUZENTOS E NOVE 209


Circulação
Façam uma roda de leitura das resenhas da turma e, em seguida, publiquem
Professor, as resenhas do as resenhas no jornal da escola ou em sites, blogs e redes sociais, para que
livro podem ser publicadas outras pessoas tomem conhecimento dos livros escolhidos. Deixem também
na rede social literária Skoob
<https://www.skoob.com.br/>.
um painel das resenhas na biblioteca de sua escola (ou do seu bairro).

Avaliação
Avaliem as resenhas, de acordo com os critérios abaixo:
1. A resenha permitiu a você conhecer o livro, sua narrativa, suas
Professor, exiba o seguinte vídeo para
os alunos: <https://www.youtube.com/ personagens e suas ilustrações, mesmo sem o ter lido?
watch?v=v09GplhEpR4> (acesso em: 04
jul. 2018). Tome cuidado para acessar 2. O autor da resenha recomenda a leitura para outros leitores e justifica o
diretamente o link sugerido e não saia do canal motivo pelo qual considera o livro especial?
recomendado, evitando exibir conteúdos
impróprios. Analise com os alunos a postura 3. A partir da resenha, você ficou com vontade de ler o livro?
e a linguagem da vlogger, que se aproxima de
uma conversa mais informal, diferentemente
da resenha escrita. Uma das vantagens do VLOG
vlog literário em relação à resenha escrita é
que ele permite mostrar diretamente para o Agora que já temos as resenhas escritas, que tal transformá-las também
leitor o livro recomendado. em um vlog? Para conhecer melhor como funciona um vlog de resenhas
literárias, assista ao vídeo que seu professor irá exibir e responda às questões
a seguir.
Reprodução

BNCC
(EF15LP08) Utilizar software, inclusive
programas de edição de texto, para
editar e publicar os textos produzidos,
explorando os recursos multissemióti-
cos disponíveis.
Vlog:
Atividades 1 a 5:
(EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos.
(EF15LP13) Identificar finalidades da
interação oral em diferentes contex-
tos comunicativos (solicitar informa-
ções, apresentar opiniões, informar,
relatar experiências etc.).
(EF05LP13) Assistir, em vídeo digital, a
postagem de vlog infantil de críticas de
brinquedos e livros de literatura infan-
til e, a partir dele, planejar e produzir Gabriela Gil, vlogger do canal Lagarta Listrada. Vídeo, 2016.
resenhas digitais em áudio ou vídeo.
(EF05LP14) Identificar e reproduzir, 210 DUZENTOS E DEZ
em textos de resenha crítica de brin-
quedos ou livros de literatura infantil,
a formatação própria desses textos
(apresentação e avaliação do produto).
(EF05LP19) Argumentar oralmente Interdisciplinaridade
sobre acontecimentos de interesse
social, com base em conhecimentos Retome o gênero podcast e estimule os alunos a gravarem áudios com sugestões de leitura
sobre fatos divulgados em TV, rádio, para os colegas. Enriqueça a aula, relacionando-a com Arte e tecnologia: peça aos alunos
mídia impressa e digital, respeitando que produzam gifs, que são conteúdos de imagem em movimento, a partir de fotografias
pontos de vista diferentes. que tenham relação com o tema da obra sugerida, para serem postados juntamente com os
(EF05LP16) Comparar informações podcasts. Esta atividade permite desenvolver a habilidade “(EF15AR26) Explorar diferentes
sobre um mesmo fato veiculadas em tecnologias e recursos digitais (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações em áudio
diferentes mídias e concluir sobre qual
é mais confiável e por quê.
e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos processos de criação artística”.

210 DUZENTOS E DEZ


1. Qual é o livro recomendado pela vlogger?
2. Como é esse livro? Qual é a sua narrativa? Como são suas ilustrações e
características visuais? 1. Flicts, de Ziraldo.
2. É a história de uma cor procurando seu lugar no
3. O que a vlogger acha do livro e por que ela o recomenda? mundo. É um livro em que as cores são perso-
nagens, e por isso têm muito destaque visual,
4. Como é a linguagem utilizada pela vlogger? O que ela faz de diferente em largas áreas de uma mesma cor “chapada”,
em relação a um texto escrito? por exemplo.
3. A vlogger acha o livro original e gosta de utili-
5. O que o vídeo possibilita mostrar que a resenha escrita não permite? zá-lo como professora, para ajudar os alunos a
entender as cores de forma mais estimulante.
Planejamento 4. Ela usa uma linguagem simples e direta, como
se estivesse conversando com o espectador.
Como você pôde observar, diferentemente da resenha escrita, o vlog Essa espontaneidade, típica da oralidade, é
um dos fatores que distinguem seu texto de
de resenha literária permite não só comentar sobre o livro como mostrá-lo uma resenha escrita.
diretamente ao espectador. Além disso, o entusiasmo com o livro ou a falta 5. Por exemplo, a visualização do brilho do papel
dele também ficam visíveis nas expressões faciais e no tom de voz do vlogger. e de cenas típicas da situação de leitura, como
o movimento das páginas sendo viradas, que
Criem um canal da turma e roteirizem como sua resenha se transformará aproxima o leitor do objeto palpável que é um
em um vídeo. livro impresso.

Criando o canal da turma


Coletivamente:
Professor, a imagem será usada como foto
1. Decidam qual será o nome do canal em que os vlogs serão postados. de perfil do canal. A figura pode ser feita no
papel e digitalizada, através de um scanner ou
Dica: Escolham um nome que remeta ao tema escolhido, por exemplo,
foto por celular, ou ainda feita diretamente no
literatura infantojuvenil. computador, em programas como Microsoft
Paint. Crie o canal da turma no Youtube: <https://
2. Façam um desenho que será a identidade visual do canal. www.youtube.com/> (é gratuito). Verifique com
os pais e responsáveis as autorizações necessárias
Roteirizando o vídeo para que o vídeo seja exibido. Recomendamos
que deixe o canal privado e/ou com acesso restrito
Individualmente: somente a pessoas autorizadas.

1. Crie uma saudação inicial para o espectador.


2. No livro, separe com marcadores as partes comentadas em sua resenha
escrita, para mostrá-las durante a gravação do vídeo.
2. Professor, auxilie os alunos a identificar
3. Estude previamente sua resenha, para que você consiga comentar sobre os trechos comentados na resenha e mar-
o livro sem necessitar de um apoio escrito. que-os com marca-páginas, adesivos de
lembrete e outros.
3. Professor, incentive os alunos a não decorar
Desenvolvimento as resenhas escritas, mas comentar natu-
ralmente sobre o livro, conversando com o
1. Escolham um cenário adequado e gravem os vlogs. Não se esqueçam espectador. Só assim o vídeo parecerá mais
de comentar o livro mostrando-o ao espectador. autêntico e menos “robotizado”.

DUZENTOS E ONZE 211

BNCC
Para saber mais:
(EF15LP08) Utilizar software, inclusive programas de edição de texto, para editar e publicar os textos
MACHADO, Mércia Freire Rocha produzidos, explorando os recursos multissemióticos disponíveis.
Cordeiro. O uso dos recursos didáti-
(EF05LP19) Argumentar oralmente sobre acontecimentos de interesse social, com base em conhecimentos
co-tecnológicos como potencializado- sobre fatos divulgados em TV, rádio, mídia impressa e digital, respeitando pontos de vista diferentes.
res ao processo de ensino e aprendi- (EF05LP20) Analisar a validade e força de argumentos em argumentações sobre produtos de mídia
zagem. Educere, s/d. Disponível em: para público infantil (filmes, desenhos animados, HQs, games etc.), com base em conhecimentos sobre
<http://educere.bruc.com.br/arquivo/ os mesmos.
pdf2017/24989_14142.pdf>. Acesso (EF05LP21) Analisar o padrão entonacional, a expressão facial e corporal e as escolhas de variedade e
em: 9 fev. 2018. registro linguísticos de vloggers de vlogs opinativos ou argumentativos.

DUZENTOS E ONZE 211


2. Se desejarem, editem o áudio e o vídeo, fazendo modificações e
cortes necessários.
Professor, recomendamos utilizar Circulação
softwares gratuitos, como Audacity
para o áudio e Windows MovieMaker Publiquem os vídeos no canal da turma e divulguem para os amigos
(até Windows 8) ou Editor de Vídeos e familiares!
(Windows 10) para os vídeos. O
próprio Youtube também apresenta Avaliação
algumas ferramentas de edição no
Estúdio de Criação, como inserção Avaliem os vlogs respondendo:
de trilha sonora gratuita.
1. O(a) vlogger faz uma saudação para os espectadores?
2. O(a) vlogger apresenta o livro e recomenda-o ao espectador sem ler
nenhum papel?
Professor, incentive os colegas a ver e 3. O(a) vlogger mostra o livro aos espectadores, permitindo que eles
comentar os vídeos uns dos outros, assim conheçam as ilustrações e outras características visuais?
como seus familiares.
4. A edição do vídeo apresenta imagens e sons legíveis?
5. As pessoas gostaram do vídeo e deixaram comentários?

BNCC
SUGESTÕES DE LEITURA
Circulação e avaliação:

Divulgação
(EF15LP08) Utilizar software, inclu- ROALD, Dahl. Matilda. Trad. Cecília Camargo Bartalotti.
sive programas de edição de texto,
4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010. 264 p.
para editar e publicar os textos pro-
duzidos, explorando os recursos mul- Matilda é uma menina especial, que passa horas na
tissemióticos disponíveis. biblioteca, se divertindo e aprendendo muito ao ler
(EF15LP09) Expressar-se em situa- um livro atrás do outro. Mas seus pais, a diretora do
ções de intercâmbio oral com clareza,
preocupando-se em ser compreen-
colégio e alguns colegas acham muito estranho ela
dido pelo interlocutor e usando a gostar tanto de ler. Será que é tão estranho assim?
palavra com tom de voz audível, boa
articulação e ritmo adequado.
(EF15LP10) Escutar, com atenção,
Divulgação

falas de professores e colegas, for- BURNETT, Frances Hodgson. Trad. Marcos Maffei.
mulando perguntas pertinentes ao
tema e solicitando esclarecimentos
O jardim secreto. 4. ed. São Paulo: Editora 34, 2013. 272 p.
sempre que necessário. Mary, ao ficar órfã, tem de ir viver em um casarão triste
(EF35LP02) Selecionar livros da bi- na Inglaterra com o tio. Lá, com Dickon, um menino que
blioteca e/ou do cantinho de leitura conversa com plantas e animais, e Colin, um pequeno
da sala de aula e/ou disponíveis em
meios digitais para leitura individual,
lorde doente, a menina vive uma aventura inesquecível
justificando a escolha e comparti- no jardim secreto.
lhando com os colegas sua opinião,
após a leitura.
(EF35LP21) Ler e compreender, de
forma autônoma, textos literários
de diferentes gêneros e extensões, 212 DUZENTOS E DOZE
inclusive aqueles sem ilustrações,
estabelecendo preferências por gê-
neros, temas, autores.

Anotações:

212 DUZENTOS E DOZE


C APÍTULO

12 ANTES DE VIRAR FILME...


Professor, neste capítulo, damos
continuidade ao processo de transformar
textos de livro em obras cinematográficas
ou televisivas. Portanto, explore com
os alunos, novamente, quais filmes
eles já assistiram e em que livros foram
PARA LER baseados. Explore também quais as
diferenças e semelhanças entre as duas
obras. Explique que, para virar filme, não
basta apenas que os atores interpretem
Você já se perguntou como são realizados os filmes, séries e programas diretamente o livro, reproduzindo as falas,
de televisão? mas é preciso a criação de um novo texto:
o roteiro, já que a linguagem usada não
Como são organizados os diálogos e a estrutura de uma cena filmada? será mais apenas a linguagem verbal, mas
também a linguagem cinematográfica.
Antes de termos um filme, uma série ou um programa de televisão, há uma A linguagem cinematográfica envolve
série de etapas para que tenhamos um bom produto final. o que é filmado e o modo como algo é
filmado – o enquadramento, o ângulo
Assim, os autores responsáveis devem escrever um roteiro: um texto escrito da cena etc. – a trilha sonora e os efeitos
que guiará a construção dos cenários, a filmagem e a interpretação dos atores. especiais. Para isso, este capítulo promove
Os roteiros trazem muitas informações além das falas das personagens. a aproximação do gênero com a leitura do
roteiro de A Grande Viagem, uma série
Você imagina quais sejam elas? Para conhecer um desses textos mais de infantil que aborda, de maneira lúdica e
afetiva, a doença de Alzheimer, na qual
perto, leia um trecho do roteiro de A Grande Viagem, uma série brasileira
Felipe (o personagem principal) ajuda seu
produzida por Caroline Fioratti e exibida em um canal de televisão. avô a encontrar sua “memória perdida”.

15 INT. CASA DE FELIPE / QUARTO DO VOVÔ – DIA


Batidas no armário. A porta abre-se e Vovô Mário sai.
Professor, oriente os alunos a realizarem
MÁRIO uma primeira leitura silenciosa,
Boa tarde, meu nome é Mário e eu represento atentando-se às as diferentes partes que
compõe o texto: falas de personagens,
a Internacional Tour editora. Para onde marcadores de interpretação e movimento
gostariam de viajar? e descrição de cena.
Após a leitura silenciosa, organize-os para
FELIPE E TEL a realização de uma leitura jogralizada, que
Para o Egito! corresponda às orientações das rubricas.

MÁRIO
Em busca de tesouros?

FELIPE BNCC
Em busca de uma arca perdida! (EF35LP21) Ler e compreender, de
forma autônoma, textos literários
de diferentes gêneros e extensões,
inclusive aqueles sem ilustrações,
DUZENTOS E TREZE 213 estabelecendo preferências por gê-
neros, temas, autores.
(EF35LP24) Identificar funções do
texto dramático (escrito para ser en-
cenado) e sua organização por meio
de diálogos entre personagens e
marcadores das falas das persona-
gens e de cena.

DUZENTOS E TREZE 213


MÁRIO
Ao armário, meus pequenos exploradores!
O Egito nos espera.

Os três entram no armário. Mas antes que as portas


se fechem, Vovô pega um chapéu e coloca na cabeça de
Felipe. Felipe sorri, é um verdadeiro Indiana Jones!

MÁRIO (CONT.)
Agora sim!

16 MAPA – ANIMAÇÃO
Uma linha é traçada num mapa ligando o Brasil ao
Egito, numa referência aos filmes de Indiana Jones.
Ao invés de um avião, é um armário que percorre a
trajetória.

17 INT. LOJA DE RELÍQUIAS NO EGITO – DIA


PROFESSOR ASIM, 45 anos, está fechando um negócio.
Parece ser uma loja de requintadas antiguidades.
Muitos objetos estão amontoados, desde móveis até
luminárias e vasos. Tudo com muita personalidade.

PROFESSOR ASIM
A senhora não vai se arrepender. 65 libras muito
bem investidas nessa tapeçaria. A entrega será
feita nos próximos 3 dias. Ma’a s-salamah!

Ele fala enquanto acompanha uma cliente até a porta.


Volta contando as notas.

PROFESSOR ASIM (CONT.)


(consigo mesmo)
Hum. Nada mal prum começo de semana.
Ele vai guardar o dinheiro em um gaveteiro, mas o
armário ao lado lhe chama a atenção. O estilo do
armário se difere dos móveis egípcios que tem na
loja. É o armário do vovô.

214 DUZENTOS E CATORZE

Pensando sobre a BNCC


A estrutura composicional de um roteiro de cinema é o foco to das habilidades “(EF35LP21) Ler e compreender, de forma
deste capítulo, sendo sua temática propícia à leitura de fruição autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões,
e à apreciação estética de obras apresentadas em diferentes inclusive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por
linguagens, o que permite trabalhar elementos intertextuais e gêneros, temas, autores.” e “(EF35LP24) Identificar funções do
estabelecer relações entre os textos, como também abordar as texto dramático (escrito para ser encenado) e sua organização
condições de produção e recepção dos textos, objetos de conhe- por meio de diálogos entre personagens e marcadores das falas
cimentos previstos pela BNCC que favorecem o desenvolvimen- das personagens e de cena.”.

214 DUZENTOS E CATORZE


PROFESSOR ASIM (CONT.)
Ué. Esse não faz parte da minha coleção.

Professor Asim abre o armário e de dentro saem


Felipe, Tel e Vovô Mário. Os três viajantes saem um
pouco estabanados com falta de ar. A viagem parece
ter sido maçante, mas estão sãos e salvos.

Já o armário, não sobreviveu muito bem a uma viagem


tão longa. Suas portas despencam nas mãos de Asim.

PROFESSOR ASIM (CONT.)


Mas o que está acontecendo?

TEL
Onde a gente tá?

FELIPE
A gente chegou no Egito?

Com o guia do país aberto em mãos, Vovô tenta


uma saudação.

MÁRIO
SabaH al-xeir meu amigo! Nós fizemos uma longa
viagem do Brasil até aqui.

PROFESSOR ASIM
Nesse armário? Impressionante!

MÁRIO
De fato é um objeto único.

Professor Asim e vovô estão entretidos examinando


o armário.

TEL
Oi!? Desculpa interromper, mas qual é o seu nome?

PROFESSOR ASIM
Lamo’axza, me desculpe. Meu nome é professor Asim.

DUZENTOS E QUINZE 215

Anotações:

DUZENTOS E QUINZE 215


FELIPE
Eu sou o Felipe.

TEL
Tel.

MÁRIO
Muito prazer, meu nome é Mário. Obrigado por
nos receber.

FELIPE
E desculpa aí a invasão.

PROFESSOR ASIM
Imagina, imagina. Ahlanwasahlan, sejam bem-vindos
à minha humilde loja.

TEL
Você tem umas coisas bem bacanas por aqui.
É tudo do Egito Antigo?

PROFESSOR ASIM
Não, não. Isso aí não tem mais que cinquenta anos.

FELIPE
Acho que você pode nos ajudar. A gente tá
procurando um tesouro.

PROFESSOR ASIM
Tesouro? Que tipo de tesouro?

Felipe olha em direção ao seu avô, que está olhando


confuso ao redor. Asim acompanha o olhar do garoto.

MÁRIO
(para Tel)
Onde nós estamos?

TEL
(para Mário)
No Egito. Não lembra não?

216 DUZENTOS E DEZESSEIS

Anotações:

216 DUZENTOS E DEZESSEIS


MÁRIO
No Egito? No Egito. Claro.
Felipe volta a se dirigir a Asim.
FELIPE
O tesouro é a memória do meu avô.

PROFESSOR ASIM
Por que no Egito?

FELIPE
Minha professora uma vez disse que o Egito guarda
a história da humanidade. Meu avô faz parte da
humanidade, então o Egito deve guardar a história
do meu avô. E se a história dele tá aqui, a
memória também tá.

PROFESSOR ASIM
Hum. Eu acho que eu sei como te ajudar, menino!

FIORATTI, Caroline. Episódio 1: Os caçadores da memória perdida.


A Grande Viagem, tratamento no 4, 2013, p. 11-14.

ahlanwasahlan: “bem-vindo”, em árabe.


amontoado: acumulado, monte de alguma coisa.
estabanado: desajeitado, desastrado.
gaveteiro: móvel com gavetas.
lamo’axza: “me desculpe”, em árabe.
libra: moeda para transações monetárias, muito utilizada no Egito, Líbano e Síria.
ma’a s-salamah: “vá em paz”, em árabe.
maçante: cansativo
sabaH al-xeir: “bom dia”, em árabe.

Caroline Fioratti é uma cineasta brasileira. Graduada em Cinema pela FAAP, trabalhou
na Gullane Filmes, integrando o Núcleo de Dramaturgia. Estreou na direção com o
curta-metragem Formigas, cujo roteiro ganhou o Prêmio Estímulo de Curta-Metragem
2007. Atualmente, desenvolve roteiros para cinema e TV com o diretor Carlos Cortez e
dirige a web série Botolovers, copatrocinada pela Prefeitura do Município de São Paulo,
produção conjunta da Aurora Filmes e da Imagens do Brasil.

Disponível em: <http://www.historiadocinemabrasileiro.com.br/caroline-fioratti/>.


Acesso em: 29 jan. 2018.

DUZENTOS E DEZESSETE 217

DUZENTOS E DEZESSETE 217


FIQUE SABENDO
Indiana Jones
Chapéu, chicote e jaqueta de couro. Assim é Indiana Jones, uma
personagem da série de filmes Indiana Jones, criada por George Lucas
e Steven Spielberg. Henry Jones Junior (seu nome verdadeiro) é um
professor de arqueologia que se envolve em diversas aventuras em
meio a civilizações antigas. Inspiração para diversos outros filmes e
jogos de aventura, a personagem já deu vida a quatro filmes, sendo o
primeiro deles Os caçadores da arca perdida (1981) e, em 2019, voltará
às telas com o quinto filme da sequência. Além disso, Indiana Jones já
protagonizou também diversos jogos e um seriado para televisão, nos
anos 1990. Atualmente, já se questiona o fato de que, nos filmes, a
personagem Indiana Jones se apropria de objetos de valor arqueológico
encontrados em outros países, levando-os para museus nos Estados
Unidos, sem autorização desses países de origem, o que é ilegal.

1. Leia a sinopse da série e responda as questões.

SINOPSE
A Grande Viagem conta a história de Lipe, um menino de 10 anos, e
de Vovô Mário, ex-vendedor de porta-em-porta de guias de viagem.
Mário está começando a apresentar sintomas do Mal de Alzheimer.
A aventura deles começa quando Lipe resolve ajudar o avô a
encontrar sua“memória perdida”. Junto com Stella, a Tel, sua melhor
amiga, eles descobrem que o armário do avô é um portal mágico
pelo qual podem viajar pelo mundo, até mesmo através do tempo,
passando por diferentes países e épocas em busca de um grande
tesouro: as lembranças de Vovô Mário.
Lipe, Tel e Vovô são os pilotos dessa jornada que a cada episódio
os leva para um país diferente: percorrendo desde o velho oeste
americano até o Japão feudal dos samurais, desvendando os mistérios
de uma tumba egípcia e do castelo assombrado do Conde Drácula,
vivendo amores em Paris e despedidas na Itália. Memória, perda e
sonho estão presentes em cada episódio dessa fábula moderna.

Disponível em: <https://www.aurorafilmes.com.br/a-grande-viagem-serie>.


Acesso em: 29 jan. 2018.

218 DUZENTOS E DEZOITO

Anotações:

218 DUZENTOS E DEZOITO


a) Por que a série se chama A Grande Viagem?
BNCC
Espera-se que os alunos infiram que a série se chama A Grande Viagem
Atividades 1 a 4:
por dois motivos: 1) Vovô vendia guias de viagem e; 2) Felipe, Tel e Vovô (EF35LP21) Ler e compreender, de forma
autônoma, textos literários de diferentes
partem em grandes aventuras por diversos lugares do mundo para buscar gêneros e extensões, inclusive aqueles sem
ilustrações, estabelecendo preferências por
gêneros, temas, autores.
a memória perdida do Vovô.
(EF35LP04) Inferir informações implícitas
nos textos lidos.
b) Qual é a razão de o Vovô ter perdido a memória? (EF35LP03) Identificar a ideia central do
texto, demonstrando compreensão global.
Vovô perde a memória devido a sua doença – o Mal de Alzheimer.
(EF15LP03) Localizar informações explícitas
Assim como na série, trabalhe com os alunos esse tema de forma lúdica em textos.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com o
e afetiva, discutindo que, assim como Mário, algumas vezes, os avôs e apoio do professor, informações de inte-
resse sobre fenômenos sociais e naturais,
as avós podem perder a memória ou ter lapsos de memória, mas, ainda em textos que circulam em meios impressos
ou digitais.
assim, as crianças podem passar muitos momentos bons ao lado deles. (EF35LP20) Expor trabalhos ou pesquisas
escolares, em sala de aula, com apoio de
recursos multissemióticos (imagens, dia-
grama, tabelas etc.), orientando-se por
roteiro escrito, planejando o tempo de
2. Nesse episódio, por que Felipe decide buscar a memória do avô no Egito? fala e adequando a linguagem à situação
comunicativa.
Felipe justifica que, segundo sua professora, o Egito guarda a história da (EF35LP18) Escutar, com atenção, apresen-
tações de trabalhos realizadas por colegas,
humanidade, portanto, deve guardar também a história e a memória formulando perguntas pertinentes ao tema
e solicitando esclarecimentos sempre que
perdida de seu avô. necessário.
(EF15LP10) Escutar, com atenção, falas
de professores e colegas, formulando per-
3. Você conhece a história do Antigo Egito e suas pirâmides, faraós e tumbas? guntas pertinentes ao tema e solicitando
Pesquise na internet, em livros, revistas e enciclopédias um pouco mais esclarecimentos sempre que necessário.

sobre esse assunto e apresente os resultados para seus colegas.

4. Por que você acredita que a série faz referência à personagem Indiana
Jones? Que elemento faz Felipe ficar parecido com ela?
O episódio da série descreve uma viagem ao Egito, fazendo com que as

personagens vivam aventuras em meio a uma civilização antiga, assim como


Professor, incentive os alunos a mostrarem
seus resultados na forma de pequenos
Indiana Jones. O chapéu colocado pelo Vovô faz com que Felipe fique seminários, em que tragam não somente
textos, mas imagens, vídeos e animações
parecido com a personagem. para a turma.

DUZENTOS E DEZENOVE 219

DUZENTOS E DEZENOVE 219


5. Quem são as personagens nesse episódio da série?
As personagens são Felipe, Tel, Mário (Vovô) e Professor Asim.

6. Veja a imagem a seguir e relacione o nome das personagens às pessoas na


fotografia. Justifique sua resposta.

BNCC

Divulgação
Atividades 5 a 7:
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti-
dos, da forma e da função social do
texto), apoiando-se em seus conhe-
cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
o gênero, o suporte e o universo te-
mático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações
e inferências realizadas antes e du-
rante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas.
Elenco principal do Episódio 1: Os caçadores da memória perdida.
(EF15LP04) Identificar o efeito de
sentido produzido pelo uso de re- Imagem retirada do trailer de A Grande Viagem, Haikai Filmes. Vídeo, 2017.
cursos expressivos gráfico-visuais em
textos multissemióticos. Espera-se que os alunos relacionem facilmente quem são Felipe e Tel
(EF35LP26) Ler e compreender,
com certa autonomia, narrativas e também o Vovô, pela idade (senhor de chapéu e baú na mão).
ficcionais que apresentem cenários
e personagens, observando os ele-
Por consequência, o professor Asim deve ser identificado como o homem
mentos da estrutura narrativa: en-
redo, tempo, espaço, personagens,
narrador e a construção do discurso de barba, vestido com roupas azuis e douradas e turbante, o que remete a
indireto e discurso direto.
elementos de um povo distinto do brasileiro, no caso do episódio em

estudo, os egípcios.

220 DUZENTOS E VINTE

Anotações:

220 DUZENTOS E VINTE


7. Veja as duas imagens a seguir e justifique qual cenário presente no roteiro
elas representam.

Divulgação
1

Imagem retirada do trailer de A Grande Viagem, Haikai Filmes. Vídeo, 2017.

Divulgação
2

Imagem retirada do trailer de A Grande Viagem – Episódio 1:


Os caçadores da memória perdida, TV Brasil. Vídeo, 2017.

Espera-se que os alunos relacionem que se trata do quarto do Vovô,

devido à presença do armário que dá origem às aventuras. Além disso,

nas duas imagens, os alunos podem descrever que os móveis são antigos

e típicos de um quarto de uma pessoa mais velha, como os adornos da

cabeceira da cama, o armário em madeira escura, a cadeira e o baú.

DUZENTOS E VINTE E UM 221

DUZENTOS E VINTE E UM 221


8. Agora elabore abaixo uma legenda para cada uma das imagens do
exercício anterior. A imagem deve indicar brevemente o que se vê:
Professor, existem diversas o cenário, as personagens e as ações.
possibilidades para a escrita das
legendas. O importante é que os Legendas
alunos tentem recuperar, no roteiro
escrito, as pistas para a que cena se Imagem 1:
refere a imagem. Para a imagem
1, podemos ter algo como: “Vovô
Mário consulta os guias de viagem
do Egito, em seu quarto”; para a Imagem 2:
imagem 2, uma possibilidade é:
“Felipe, Tel e vovô Mário escolhem
para onde viajarão”.

9. A que momento do roteiro a imagem a seguir se refere? Justifique


sua resposta.
Reprodução

BNCC
Atividades 8 e 9:
(EF35LP15) Opinar e defender ponto
de vista sobre tema polêmico relacio-
nado a situações vivenciadas na es-
cola e/ou na comunidade, utilizando
registro formal e estrutura adequa-
da à argumentação, considerando
a situação comunicativa e o tema/
assunto do texto.
(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti-
dos, da forma e da função social do
texto), apoiando-se em seus conhe- Imagem retirada do trailer de A Grande Viagem – Episódio 1: Os caçadores da
cimentos prévios sobre as condições memória perdida, TV Brasil. Vídeo, 2017.
de produção e recepção desse texto,
o gênero, o suporte e o universo te-
mático, bem como sobre saliências Pela cara de espanto do Professor Asim, os alunos devem relacionar
textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefá-
cio etc.), confirmando antecipações
que se trata do momento em que os três chegam ao armário na
e inferências realizadas antes e du-
rante a leitura de textos, checando a loja de Asim.
adequação das hipóteses realizadas.

222 DUZENTOS E VINTE E DOIS

Anotações:

222 DUZENTOS E VINTE E DOIS


PARA LER

18 INT. LOJA DE RELÍQUIAS NO EGITO - MOMENTOS DEPOIS Professor, oriente os alunos a realizar
uma leitura silenciosa e depois
Vovô Mário, Felipe e Tel tomam shai num copo muito organize uma leitura dramatizada
bonito, específico para a bebida. com eles, de forma que possam
reproduzir as falas dos personagens
Professor Asim entra trazendo um pergaminho como nas rubricas.
de papiro.
PROFESSOR ASIM
Hoje é o seu dia de sorte, garoto. O armário de
vocês pousou no lugar certo, pois além de um
vendedor de relíquias, eu, professor Asim, sou um BNCC
dos mais conhecidos colecionadores do Cairo. Venham (EF35LP21) Ler e compreender, de
ver esse mapa. Tem mais de 4 mil anos. forma autônoma, textos literários
de diferentes gêneros e extensões,
TEL inclusive aqueles sem ilustrações,
4 mil anos! Ué? Mas você não falou que tudo aqui estabelecendo preferências por gê-
neros, temas, autores.
tinha no máximo cinquenta?
(EF35LP24) Identificar funções do
PROFESSOR ASIM texto dramático (escrito para ser
encenado) e sua organização por
Como eu ia saber que você não era uma meio de diálogos entre personagens
pequena espiã? Mapas como esse, em papiro, são e marcadores das falas das persona-
verdadeiras fortunas. gens e de cena.

Professor Asim abre o mapa sobre uma mesa. Os três


aventureiros juntam-se ao seu redor.
Com uma lupa, Asim lhes mostra uma trajetória.
PROFESSOR ASIM (CONT.)
Tesouros preciosos não ficam escondidos em
arcas de madeira como as que eu tenho aqui na loja.
Relíquias de verdade estão dentro de arcas de ouro
nas tumbas dos grandes faraós.
FELIPE
(sussurrando somente para Asim)
Você acha que a memória do meu avô está guardada
numa tumba?

DUZENTOS E VINTE E TRÊS 223

DUZENTOS E VINTE E TRÊS 223


PROFESSOR ASIM
Pode ser, menino, pode ser. Muitas coisas preciosas
estão guardadas em tumbas. A memória do Egito
Antigo esteve guardada em tumbas.
Vovô está distraído. Olha ao redor com curiosidade.
MÁRIO
Onde nós estamos?
TEL
No Egito. Na loja do Professor Asim.
MÁRIO
Ah.
Professor Asim indica um ponto no mapa.
PROFESSOR ASIM
Nós estamos aqui, na capital, Cairo. Vocês terão
que seguir até o Vale dos Reis, próximo à margem
oeste do Rio Nilo.
FELIPE
E chegando lá, o que a gente tem que fazer?
Com muita agilidade, Professor Asim puxa um antigo
projetor de slides sobre um gaveteiro móvel e
o aponta para uma parede em branco. Ele liga o
projetor e a imagem labiríntica da tumba do Vale
dos Reis surge projetada na parede.
PROFESSOR ASIM
Tenham o mapa sempre em mãos. É fácil de se perder
pelos caminhos da tumba. E eu garanto, vocês não
vão querer ficar perdidos por aqueles corredores.

FIORATTI, Caroline. Episódio 1: Os caçadores da memória perdida.


A Grande Viagem, tratamento no 4, 2013, p. 14-16..

labiríntico: em forma de labirinto.


papiro: papel em que eram escritos manuscritos antigos.
pergaminho: pele de animal utilizada para escrita em civilizações antigas.
shai: chá árabe.

224 DUZENTOS E VINTE E QUATRO

Anotações:

224 DUZENTOS E VINTE E QUATRO


1. Como o Professor Asim tinha um mapa antigo de 4 mil anos?
BNCC
Asim justifica que, além de vendedor de relíquias, é um dos maiores
Atividades 1 a 4:
colecionadores de objetos arqueológicos do Cairo, portanto um objeto (EF15LP02) Estabelecer expectativas em
relação ao texto que vai ler (pressuposições
desse valor poderia estar em sua loja. antecipadoras dos sentidos, da forma e da
função social do texto), apoiando-se em seus
conhecimentos prévios sobre as condições de
2. Por que Asim acha que a memória do Vovô pode ser encontrada em uma tumba? produção e recepção desse texto, o gênero,
o suporte e o universo temático, bem como
Segundo o Professor Asim, as coisas preciosas do Egito estão guardadas nas sobre saliências textuais, recursos gráficos,
imagens, dados da própria obra (índice, pre-
tumbas dos faraós, e não em arcas antigas como as da loja. Assim, como fácio etc.), confirmando antecipações e infe-
rências realizadas antes e durante a leitura de
as tumbas guardam a memória do Antigo Egito, devem guardar também a textos, checando a adequação das hipóteses
realizadas.
memória do Vovô. (EF15LP03) Localizar informações explícitas
em textos.
(EF15LP04) Identificar o efeito de sentido
3. Explique quais elementos da imagem abaixo permitem afirmar que Vovô e produzido pelo uso de recursos expressivos
Felipe estão na tumba. gráfico-visuais em textos multissemióticos.
(EF15LP09) Expressar-se em situações de
intercâmbio oral com clareza, preocupando-

Divulgação
-se em ser compreendido pelo interlocutor e
usando a palavra com tom de voz audível, boa
articulação e ritmo adequado.
(EF15LP10) Escutar, com atenção, falas de
professores e colegas, formulando perguntas
pertinentes ao tema e solicitando esclareci-
mentos sempre que necessário.
(EF15LP11) Reconhecer características da con-
versação espontânea presencial, respeitando
os turnos de fala, selecionando e utilizando,
durante a conversação, formas de tratamen-
to adequadas, de acordo com a situação e a
posição do interlocutor.
Imagem retirada do trailer de A Grande Viagem, Haikai Filmes. Vídeo, 2017. (EF35LP04) Inferir informações implícitas nos
textos lidos.
É possível dizer que Vovô e Felipe estão na tumba, pois estão em um lugar (EF35LP18) Escutar, com atenção, apresen-
tações de trabalhos realizadas por colegas,
escuro, que deve ser iluminado com um lampião. Além disso, há uma formulando perguntas pertinentes ao tema
e solicitando esclarecimentos sempre que
parede com tijolos antigos ao fundo e uma parede cheia de desenhos que necessário.

remetem aos hieróglifos do Antigo Egito.

4. O que você acredita que acontece quando as personagens chegam à tumba?


Conte a seus colegas.

DUZENTOS E VINTE E CINCO 225 Espera-se que os alunos descrevam


as mais variadas aventuras que ima-
ginam ter acontecido na tumba,
como: o encontro com objetos em
ouro, sarcófagos (urna funerária),
máscaras, inscrições em paredes,
hieróglifos, múmias, deuses antigos
do Egito e outras criaturas mágicas.
Além disso, é possível que os alunos
digam que a memória do Vovô foi
encontrada ou não e justifiquem
seus motivos. Na série, Felipe ainda
não encontra a memória de Mário, o
que o leva a continuar sua busca em
outras aventuras e lugares.

DUZENTOS E VINTE E CINCO 225


NOSSA LÍNGUA

1. Observe o cabeçalho de três cenas:

15 INT. CASA DE FELIPE / QUARTO DO VOVÔ – DIA


17 INT. LOJA DE RELÍQUIAS NO EGITO – DIA
18 INT. LOJA DE RELÍQUIAS NO EGITO - MOMENTOS DEPOIS
a. 5o filme: O cabeçalho das cenas
traz o local e o período do dia em
a) Quais informações podemos saber através do cabeçalho das cenas?
que a cena ocorre. Além disso, ele
indica se a cena é interna (INT.) –
gravada em estúdio – ou externa
b) O que você acha que significa a abreviação “INT.”? Para que ela serve?
(EXT.) – gravada em local aberto.
2. Releia:
b. 5o filme: Espera-se que os alunos
relacionem que a sigla INT. signi-
fica “interna” de “cena interna” e FELIPE
se relaciona ao fato de ser filmada
em cenário interno (estúdio).
Em busca de uma arca perdida!
MÁRIO
Ao armário, meus pequenos exploradores!
O Egito nos espera.
Os três entram no armário. Mas antes que as
portas se fechem, Vovô pega um chapéu e coloca na
cabeça de Felipe. Felipe sorri, é um verdadeiro
Indiana Jones!
MÁRIO (CONT.)
BNCC
Agora sim!
Atividades 1 a 3:
(EF35LP24) Identificar funções do
texto dramático (escrito para ser en- a) Neste trecho, sublinhe a fala de Mário e contorne a fala de Felipe e
cenado) e sua organização por meio
de diálogos entre personagens e responda: Que pistas textuais nos permitem distinguir a fala de cada
marcadores das falas das persona- personagem do restante do texto?
gens e de cena.
As pistas textuais que permitem distinguir a fala de cada personagem

do restante do texto são três: 1) o nome da personagem aparece antes

de sua fala, em letras maiúsculas; e 2) o texto das falas está alinhado no

centro da página; 3) há espaço entre as linhas, separando cada fala do

restante do texto.

226 DUZENTOS E VINTE E SEIS

Anotações:

226 DUZENTOS E VINTE E SEIS


b) O que o texto “Os três entram no armário. Mas antes que as portas
se fechem, Vovô pega um chapéu e coloca na cabeça de Felipe. Felipe
sorri, é um verdadeiro Indiana Jones!” indica sobre a cena?
O texto indica as ações das personagens, como entrar no armário, fechar

as portas e Vovô colocar o chapéu na cabeça de Felipe. Além disso, o

texto indica onde as ações acontecem: dentro do armário.

c) O que você acha que significa a abreviação “CONT.”?


Espera-se que os alunos relacionem que “CONT.” é a abreviação de

“continua” ou “continuação”, e indica que a personagem ainda está

falando, apesar de haver uma interrupção no roteiro para indicar o que

deve ser feito na ação, durante a fala.

3. Leia novamente:

17 INT. LOJA DE RELÍQUIAS NO EGITO – DIA


PROFESSOR ASIM, 45 anos, está fechando um negócio.
Parece ser uma loja de requintadas antiguidades.
Muitos objetos estão amontoados, desde móveis até
luminárias e vasos. Tudo com muita personalidade.

Professor, mostre para os alunos como os


a) Por que “PROFESSOR ASIM” está em letras maiúsculas? nomes dos personagens sempre aparecem
em letras maiúsculas em um roteiro, mesmo
“PROFESSOR ASIM” está em letras maiúsculas pois é a indicação do nome que sejam nos textos de ação.

de uma personagem.

DUZENTOS E VINTE E SETE 227

DUZENTOS E VINTE E SETE 227


b) Por que há a indicação da idade do Professor Asim?
Sempre que uma nova personagem é introduzida há uma pequena

descrição que ajuda a caracterizá-la, neste caso, a idade. Quando o

roteiro se transforma em filme, isso ajuda os diretores a escolherem

melhor o ator que deverá interpretar a personagem.

c) O que o texto “Parece ser uma loja de requintadas antiguidades. Muitos


objetos estão amontoados, desde móveis até luminárias e vasos. Tudo
com muita personalidade” revela sobre a cena?
O texto revela detalhes do cenário, descrevendo como é a loja de

antiguidades do Professor Asim: cheia de móveis, luminárias e vasos

amontoados. Além disso, podemos saber que não são objetos comuns,

mas com muita personalidade. Isso ajudará na construção dos cenários,

com seus objetos de cena, no momento da filmagem.

4. Leia novamente uma das falas de Felipe e responda: Qual é a função do


texto entre parênteses?

BNCC FELIPE
Atividade 4:
(sussurrando somente para Asim)
(EF35LP04) Inferir informações im-
plícitas nos textos lidos. Você acha que a memória do meu avô está guardada
numa tumba?

O texto entre parênteses indica como deve ser interpretada a fala de

Felipe, mostrando que o ator deve sussurrá-la para outra personagem.

Espera-se que os alunos comecem a perceber a função das rubricas em

um roteiro de uma obra cinematográfica, em que é fundamental apontar

para aspectos das imagens filmadas, incluindo a atuação do elenco.

228 DUZENTOS E VINTE E OITO

Anotações:

228 DUZENTOS E VINTE E OITO


FIQUE SABENDO
Roteiro de cinema
Veja como funciona um roteiro de cinema:

4 EXT. VILA DE CASAS – DIA Cabeçalho Ação


de cena
Felipe entra correndo pelo portão da charmosa
vila de Asas. Cumprimenta COSME, o porteiro.

Personagem FELIPE Diálogo


Fala Seu Cosme!

COSME
Ô esse menino! Sempre apressado!

Felipe corre em direção a sua casa. Há um


caminhão baú estacionado diante da casa da
frente. Móveis estão espalhados e carregadores
fazem a mudança.

Felipe vê a porta de sua casa aberta. Fica


preocupado.
Rubrica
FELIPE
(gritando)
Vô!
Não tem resposta. Percebe um guia de viagem no
chão, próximo à porta.

Olha ao redor, examinando a vila em 360º,


procurando pelo avô. Primeira aparição
de Personagem
O caminhão de mudança liga o motor e sai
revelando VOVÔ MÁRIO, 73 anos, tentando vender
guias para DONA NORMA, 70 anos, a vizinha da
casa da frente.

FIORATTI, Caroline. Episódio 1: Os caçadores da memória perdida.


A Grande Viagem, tratamento no 4, 2013, p. 2-3.

DUZENTOS E VINTE E NOVE 229

DUZENTOS E VINTE E NOVE 229


Cabeçalho de cena: uma descrição, em uma linha, da locação e da
hora do dia de uma cena.
Ação: a descrição narrativa dos eventos de uma cena.
Personagem: o nome da personagem sempre aparece sobre seu
diálogo.
Diálogo: falas do discurso de cada personagem.
Rubrica: direção de ação ou de postura para uma personagem.
Primeira aparição de personagem: uma descrição da personagem; o
nome deve estar em MAIÚSCULAS.

Disponível em: <https://dicasderoteiro.com/2011/05/03/como-escrever-um-roteiro-um-guia-


de-roteirismo-parte-1/>. Acesso em: 29 jan. 2018.
As rubricas são encontradas nos se-
guintes trechos em destaque: “PRO-
FESSOR ASIM (CONT.) (consigo mes- 5. Volte aos textos da seção Para Ler, primeira e segunda parte, e contorne
mo) Hum. Nada mal prum começo
de semana. / MÁRIO (para Tel) Onde as rubricas.
nós estamos? / TEL (para Mário) No
Egito. Não lembra não? /FELIPE (sus- 6. Leia os textos de ação abaixo. Em cada um deles, sublinhe as informações
surrando somente para Asim) Você
acha que a memória do meu avô está
que ajudam a construir o cenário.
guardada numa tumba?

Ele vai guardar o dinheiro em um gaveteiro, mas o


armário ao lado lhe chama a atenção. O estilo do
armário se difere dos móveis egípcios que tem na
loja. É o armário do vovô.

Já o armário, não sobreviveu muito bem a uma viagem


tão longa. Suas portas despencam nas mãos de Asim.

Com muita agilidade, Professor Assim puxa um


antigo projetor de slides sobre um gaveteiro móvel
e o aponta para uma parede em branco. Ele liga o
projetor e a imagem labiríntica da tumba do Vale
dos Reis surge projetada na parede.

230 DUZENTOS E TRINTA

Anotações:

230 DUZENTOS E TRINTA


7. Veja a imagem abaixo, que corresponde a uma cena do episódio gravado a
partir do roteiro. Assinale a qual diálogo ela está relacionada e justifique sua
resposta. Se necessário, volte ao texto para localizar mais informações.

Divulgação
BNCC
Atividades 5 a 7:
(EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos.
(EF35LP24) Identificar funções do
Imagem retirada do trailer de A Grande Viagem, Haikai Filmes. Vídeo, 2017. texto dramático (escrito para ser en-
cenado) e sua organização por meio
de diálogos entre personagens e
marcadores das falas das persona-
X MÁRIO gens e de cena.

Boa tarde, meu nome é Mário e eu represento a


Internacional Tour editora. Para onde gostariam
de viajar?

MÁRIO
SabaH al-xeir meu amigo! Nós fizemos uma longa
viagem do Brasil até aqui.

A primeira alternativa é a correta, pois, se voltarmos ao texto, antes dessa


fala, há o texto de ação: “Batidas no armário. A porta abre-se e Vovô
Mário sai.”. É nesta cena que Vovô sai do armário e pergunta a Felipe e Tel
para onde eles gostariam de viajar. A segunda alternativa não é possível,
pois, nesta cena, Mário se dirige ao Professor Assim ao chegar à loja, e
não aos meninos.
DUZENTOS E TRINTA E UM 231

DUZENTOS E TRINTA E UM 231


8. Em diversos diálogos, Professor Asim utiliza palavras em árabe como:
“Imagina, imagina. Ahlanwasahlan, sejam bem-vindos à minha humilde
Espera-se que os alunos percebam
loja”. Se o roteiro está em português e a série será filmada em português,
que as palavras em árabe servem por que há palavras em outra língua?
para caracterizar melhor o persona-
gem, indicando, por meio da lingua-
gem, que se trata de uma pessoa de
outro país e de outra cultura. Debata
com os alunos como esse recurso,
muito utilizado em filmes e outros
programas televisivos, pode levar a
estereótipos e preconceitos, quando
mal utilizado, já que tende a repro-
duzir sotaques de maneira artificial e
a cristalizar determinados comporta- 9. O que a cena 16 tem de diferente em relação às outras? Explique.
mentos da cultura abordada.

16 MAPA – ANIMAÇÃO
Uma linha é traçada num mapa ligando o Brasil
ao Egito, numa referência aos filmes de Indiana
Jones. Ao invés de um avião, é um armário que
percorre a trajetória.
BNCC
Atividades 8 a 10:
(EF35LP24) Identificar funções do A cena 16 não indica cenas a serem interpretadas pelos atores, mas sim
texto dramático (escrito para ser
encenado) e sua organização por um recurso audiovisual que deve ser inserido em meio às outras cenas.
meio de diálogos entre personagens
e marcadores das falas das persona- Nesse sentido, o texto de ação não guia os atores, mas serve como roteiro
gens e de cena.
(EF35LP05) Inferir o sentido de pa- para a animação que deverá ser elaborada.
lavras ou expressões desconhecidas
em textos, com base no contexto da
frase ou do texto. 10. Você acha que o recurso inserido na cena 16 contribui para contar essa
parte da história de uma forma interessante? Se sim, explique sua resposta.
Resposta pessoal. O objetivo da atividade é sensibilizar os alunos para a função
estética dos efeitos especiais e de outras técnicas (no caso, a inserção de uma
animação no meio de um filme). A animação ilustra para o telespectador o
percurso da viagem, o que pode ser mais atrativo do que apenas se passar da
cena 15 para a 17, sem nenhuma ligação ou haver apenas a voz do narrador
dizendo algo como “Depois de algum tempo, eles chegam ao Egito”. Discuta
com os alunos outros recursos narrativos possíveis numa obra cinematográfica.
232 DUZENTOS E TRINTA E DOIS

Interdisciplinaridade
Problematize questões relacionadas a estereótipos e pre- sugestões de formas não preconceituosas de composição.
conceitos culturais e étnicos que podem ocorrer nas carac- Esta atividade remete ao objeto de conhecimento “Cidadania,
terizações de sotaque, vestimentas, comportamentos dos diversidade cultural e respeito às diferenças sociais, culturais
personagens em atividade interdisciplinar com História, orga- e históricas”, previsto em História, e permite desenvolver a
nizando uma roda de conversa sobre estereótipos e precon- habilidade (EF05HI04) Associar a noção de cidadania com
ceitos retratados em personagens de filmes ou programas de os princípios de respeito à diversidade, à pluralidade e aos
TV. Peça aos alunos uma lista dos problemas percebidos, com direitos humanos.

232 DUZENTOS E TRINTA E DOIS


PRODUÇÃO DE TEXTO

EM GRUPO
Todo roteiro serve para ser filmado. Que tal encenarmos as cenas 15, 17 e Professor, você será o diretor do filme
18 de A Grande Viagem? Para isso, dividam-se em grupos, de acordo com as e, portanto, ficará responsável por
comandar todas as equipes. Ajude
sugestões a seguir. Seu professor será o diretor do filme. os alunos a buscarem e produzirem
os materiais necessários, auxilie-os
com o manuseio de equipamentos
PLANEJAMENTO técnicos, como celulares para as
filmagens e edição de vídeo no
Figurinistas computador. Para tornar a atividade
mais lúdica, cada integrante das
Serão responsáveis por reunir e criar figurinos para os atores. Itens que não equipes pode ganhar um crachá com
seu nome e sua função. Por exemplo:
podem faltar: Joana, figurinista.
1. Roupa egípcia do Professor Asim. Dica: utilizem panos bem coloridos e
enfeitem com lantejoulas, purpurina e outros materiais.
2. Roupa e chapéu de Indiana Jones para o Felipe. Dica: escolham
roupas em tom marrom ou bege. O chapéu pode ser feito de papel
ou material reciclável. BNCC
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda
Cenógrafos do professor, o texto que será pro-
duzido, considerando a situação co-
Serão responsáveis pela criação dos cenários. municativa, os interlocutores (quem
escreve/para quem escreve); a fina-
1. Quarto do Vovô: reúnam objetos antigos ou que pareçam antigos, livros lidade ou o propósito (escrever para
quê); a circulação (onde o texto vai
(para serem os guias de viagem) e produzam o armário com cartolinas circular); o suporte (qual é o porta-
na cor marrom. Dica: caso a sala tenha um armário, ele pode ser dor do texto); a linguagem, organi-
decorado para que pareça o armário do Vovô. zação e forma do texto e seu tema,
pesquisando em meios impressos
2. Loja egípcia: reúnam ou produzam diversos objetos que pareçam ou digitais, sempre que for preciso,
informações necessárias à produção
relíquias antigas, como vasos e baús. Dica: os objetos podem ser do texto, organizando em tópicos os
feitos com material reciclável e decorados com papel laminado, dados e as fontes pesquisadas.
lantejoulas e purpurina.

Cinegrafistas
Serão responsáveis pela filmagem.
Dica: verifiquem se alguém possui uma câmera filmadora. Caso contrário,
utilizem câmeras de celular. Algumas dicas de filmagem:

DUZENTOS E TRINTA E TRÊS 233

Anotações:

DUZENTOS E TRINTA E TRÊS 233


1. Utilizem câmeras de celular na horizontal, para obter melhor efeito
na gravação.

2. Procurem criar mais de um plano de filmagem, de acordo com o objetivo


da cena. O plano aberto serve para filmar bem o ambiente e mostrar
os detalhes do cenário, enquanto o plano fechado (close-up) serve para
enfocar a expressão fácil de algum ator. Este último pode ser utilizado
em momentos de maior emoção.

3. Verifiquem a luminosidade do local. Ambientes bem iluminados


produzem filmagens melhores.

4. Procurem um local calmo para a gravação, evitando ruídos externos.

Professor, recomendamos que os


alunos utilizem o programa Audacity Atores
para edição de áudio e Windows
MovieMaker (até Windows 8) ou Serão responsáveis pela interpretação da cena.
Editor de Vídeos (Windows 10)
para a edição do vídeo. O site de 1. Sigam as orientações dos textos de ação e das rubricas,
vídeos Youtube também oferece
quando houver.
alguns recursos gratuitos de edição
de imagem e som, no Estúdio de
Criação, permitindo o acesso a uma 2. Leiam, decorem e ensaiem as falas de cada um.
biblioteca ampla de trilhas e efeitos
sonoros gratuitos. Busque sempre
orientar os alunos a utilizarem Editores de vídeo e especialistas em efeitos especiais
conteúdos com direito autoral
livre, explorando acervos gratuitos Serão responsáveis pela edição da filmagem e aplicação de possíveis efeitos
e monitore o acesso à internet – especiais, como efeitos sonoros e filtros de imagem. Enquanto os outros
oriente também os alunos para que, preparam a encenação, pesquisem e verifiquem:
durante a atividade no computador,
fiquem somente nos programas e
sites propostos, evitando o acesso à 1. Quais programas de edição de imagem e vídeo podem ser utilizados;
conteúdo inadequado.
2. Que efeitos sonoros e visuais combinam com cada cena. Por exemplo:
que som podemos colocar na hora em que o armário chega à loja do
Professor Asim?

BNCC
Ensaios
(EF15LP08) Utilizar software, inclu-
sive programas de edição de texto, Enquanto os cenários vão sendo produzidos e os equipamentos
para editar e publicar os textos
produzidos, explorando os recursos providenciados, promova ensaios com os atores. Além da memorização
multissemióticos disponíveis. das falas, é importante que eles “ajam” como as personagens. Uma parte
da classe pode ajudar nos ensaios, ouvindo as tentativas e dando dicas de
como os atores podem melhorar.

234 DUZENTOS E TRINTA E QUATRO

Prática pedagógica
Explore com os alunos a importância do trabalho de equipe numa produção cinematográfica,
enfatizando a importância de todos os profissionais envolvidos, inclusive aqueles que estão por
trás das câmeras ou nas atividades de infraestrutura, como motoristas de elenco. Oriente os
alunos a analisaremos créditos de alguns filmes e listem todos os citados. Em roda de conversa,
indague o que perceberam, como as diferenças entre os créditos de uma produção e outra. Per-
gunte se algum profissional é omitido nos créditos de alguma obra e estimule-os a refletir sobre

234 DUZENTOS E TRINTA E QUATRO


Desenvolvimento
Luz, câmera, ação! Figurinistas e cenógrafos devem deixar tudo pronto para
os atores. Em seguida, os atores começam a encenar, enquanto os cinegrafistas
filmam. Com tudo pronto, os editores de vídeo e especialistas em efeitos
especiais devem fazer a produção final do filme.
Bom trabalho a todos!

Circulação
Professor, escolha qual tipo de
Gravem o filme produzido e distribuam para pais e colegas assistirem. Se mídia é melhor para ser veiculada,
desejarem, ele também pode ser colocado em um canal de vídeos na internet seja em DVD ou exibição em canal
ou exibido em alguma sessão de cinema na escola. de vídeos. Caso escolham colocar o
vídeo em um canal como YouTube,
Ah, uma boa pipoca pode animar a exibição! atentem para deixar o canal privado
ou com acesso restrito, somente
para pessoas autorizadas e que
possuam o link, evitando que os
alunos sejam expostos na rede sem
autorização dos pais.
SUGESTÕES DE LEITURA

Divulgação
DONKIN, Andrew. William Shakespeare e seus
atos dramáticos. Trad. Eduardo Brandão. São
Paulo: Cia. das Letras, 2006. 176 p.
William Shakespeare é um dos maiores
dramaturgos de todos os tempos. Foi ele o autor BNCC
de Romeu e Julieta, Hamlet, Muito barulho por Sugestão de Leitura:
nada, entre muitas outras peças, muitas das quais (EF35LP02) Selecionar livros da bi-
se tornaram filmes. Neste livro, você vai ficar blioteca e/ou do cantinho de leitura
da sala de aula e/ou disponíveis em
sabendo como Shakespeare vivia e pensava. meios digitais para leitura individual,
justificando a escolha e comparti-
lhando com os colegas sua opinião,
Divulgação

ALMEIDA, Lúcia Machado de. O escaravelho do após a leitura.


diabo. 28. ed. São Paulo: Ática, 2016. 192 p. (EF35LP21) Ler e compreender, de
(Série Vaga-lume) forma autônoma, textos literários de
diferentes gêneros e extensões, in-
Em uma cidade do interior, começam a ocorrer clusive aqueles sem ilustrações, esta-
belecendo preferências por gêneros,
vários assassinatos. As vítimas têm dois traços em temas, autores.
comum: são ruivas e, antes de morrer, recebem
um escaravelho. O delegado Pimentel e o garoto
Alberto precisam desvendar esse mistério para
evitar mais crimes.

DUZENTOS E TRINTA E CINCO 235

os fatores que estão envolvidos nisso, como valores e mercado de consumo na circulação das
obras artístico-visuais, e peça que elaborem os créditos dos vlogs produzidos em aulas anteriores.
Para saber mais:
MUNDO ESTRANHO. O que significam as siglas nos créditos de um filme? Disponível
em: <https://mundoestranho.abril.com.br/cinema-e-tv/o-que-significam-as-siglas-nos-creditos-
-de-um-filme/>. Acesso em: 10 fev. 2018.

DUZENTOS E TRINTA E CINCO 235


C APÍTULO
SESSÃO PIPOCA:
13 É DIA DE CINEMA!

BNCC PARA LER


(EF15LP02) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pressu-
posições antecipadoras dos sentidos, Quem é que não gosta de cinema? Cenas emocionantes, personagem que
da forma e da função social do texto), amamos, músicas inesquecíveis, histórias para ver, rever e lembrar. Converse
apoiando-se em seus conhecimentos
prévios sobre as condições de produ-
sobre estas questões com o professor e os colegas:
ção e recepção desse texto, o gêne- • Todas as semanas aparecem lançamentos no cinema. Como você fica
ro, o suporte e o universo temático,
bem como sobre saliências textuais, sabendo de um filme novo?
recursos gráficos, imagens, dados da • Para decidir se quer assistir a um lançamento no cinema, você precisa
própria obra (índice, prefácio etc.),
confirmando antecipações e inferên- saber de que ele trata. Como você descobre isso?
cias realizadas antes e durante a leitura
de textos, checando a adequação das Veja a capa e a quarta capa do DVD do filme Menino Maluquinho – O Filme
hipóteses realizadas. e observe cada um dos itens numerados.
(EF15LP04) Identificar o efeito de sen- 5
Divulgação

tido produzido pelo uso de recursos


1
expressivos gráfico-visuais em textos
multissemióticos.
(EF15LP09) Expressar-se em situações
de intercâmbio oral com clareza, preo- 6
cupando-se em ser compreendido
pelo interlocutor e usando a palavra 7
2
com tom de voz audível, boa articula-
ção e ritmo adequado.
(EF15LP10) Escutar, com atenção, fa-
las de professores e colegas, formu-
lando perguntas pertinentes ao tema
e solicitando esclarecimentos sempre
que necessário.
(EF15LP11) Reconhecer características
da conversação espontânea presen-
cial, respeitando os turnos de fala, 8
selecionando e utilizando, durante a
9
conversação, formas de tratamento
adequadas, de acordo com a situação 4
e a posição do interlocutor. 3

Menino Maluquinho – O filme. Produção de Tarcísio Vidigal. Belo Horizonte: Quimera Filmes, 1995. Capa do DVD.

236 DUZENTOS E TRINTA E SEIS

Pensando sobre a BNCC


Capas e contracapas de DVDs e Blu-rays são os gêneros tência geral 4 da BNCC: “4. Utilizar diferentes linguagens
trabalhados neste capítulo, a fim de que suas estruturas – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), cor-
sejam analisadas comparativamente com capas e contra- poral, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos
capas de obras impressas e a apresentação dos filmes em das linguagens artística, matemática e científica, para se
plataformas digitais ou cartazes de divulgação em cinemas expressar e partilhar informações, experiências, ideias e
ou painéis. Os textos e as atividades permitem desenvolver sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos
aspectos dos eixos leitura e escrita, conforme diz a compe- que levem ao entendimento mútuo.”

236 DUZENTOS E TRINTA E SEIS


• Considere cada um dos itens numerados para responder às questões
a seguir.

Item 1 : Por que é necessário colocar a expressão O filme no título?


Justifique sua resposta.
Porque O Menino Maluquinho é conhecido anteriormente como um livro,

portanto, é necessário diferenciar as duas obras artísticas.


BNCC
Itens 1 a 4:
Item 2 : Você acha que o Menino Maluquinho (EF15LP02) Estabelecer expectativas

Divulgação
do filme é parecido com o da ilustração que em relação ao texto que vai ler (pres-
suposições antecipadoras dos senti-
Ziraldo, o autor do livro que deu origem a esse dos, da forma e da função social do
longa-metragem, fez da personagem? Compare texto), apoiando-se em seus conhe-
as duas capas e comente. cimentos prévios sobre as condições
de produção e recepção desse texto,
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos o gênero, o suporte e o universo te-
mático, bem como sobre saliências
comentem as diferenças e semelhanças entre a textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefá-
personagem ilustrada para o livro de Ziraldo e cio etc.), confirmando antecipações
e inferências realizadas antes e du-
rante a leitura de textos, checando a
a personagem do filme. Podem ser destacados
adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP04) Identificar o efeito de
como características semelhantes a panela na ZIRALDO. O Menino
sentido produzido pelo uso de re-
Maluquinho. 92. ed. São
cursos expressivos gráfico-visuais em
cabeça e o casaco azul. Paulo: Melhoramentos,
textos multissemióticos.
2008. Capa do livro.
(EF35LP04) Inferir informações implí-
citas nos textos lidos.
Item 3 : O que significa esse selo?
Significa o tipo de produto: um DVD de um vídeo.

Item 4 : Esse outro selo representa a distribuidora do DVD. Você sabe


o que faz uma distribuidora?
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos expliquem que uma distribuidora

é uma empresa que faz chegar às lojas ou empresas comerciais os produtos

a serem vendidos aos consumidores (no caso, os DVDs desse filme).

DUZENTOS E TRINTA E SETE 237

Anotações:

DUZENTOS E TRINTA E SETE 237


Item 5 : Na quarta capa do DVD, encontra-se um quadro com algumas
informações. Quais são elas?
São apresentadas nesse quadro informações técnicas do DVD, como idioma,
Professor, discuta com os alunos a importância
dessa informação, de modo a evitar que legendas, menu interativo e formato de tela. Por ser uma produção nacional,
crianças assistam conteúdos inadequados
para a sua idade. o áudio original está em português.
A classificação indicativa é uma informação
que orienta os pais e responsáveis sobre a ida-
de recomendada para as obras audiovisuais (fil-
mes, séries, jogos, programas de televisão etc.).
Item 6 : O que representam as imagens? Por que você acha que foram
escolhidas para figurar na quarta capa do DVD?
As imagens representam algumas cenas do filme. Provavelmente foram

escolhidas por representarem momentos e personagens importantes do


BNCC
Itens 5 a 8: filme, que marcam algumas personagens e podem chamar a atenção.
(EF15LP01) Identificar a função social
de textos que circulam em campos
da vida social dos quais participa
Item 7 : Qual é a finalidade desse texto?
cotidianamente (a casa, a rua, a
comunidade, a escola) e nas mídias Esse texto tem a finalidade de resumir o filme, preparando o espectador
impressa, de massa e digital, reconhe-
cendo para e foram produzidos, onde para o que irá assistir, ao mesmo tempo que, sem contar o final do filme,
circulam, quem os produziu e a quem
se destinam. deixa-o curioso para assisti-lo.
(EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos.
(EF15LP09) Expressar-se em situa-
ções de intercâmbio oral com clareza,
Item 8 : Na quarta capa temos também a classificação indicativa
preocupando-se em ser compreen- do filme.
dido pelo interlocutor e usando a
palavra com tom de voz audível, boa
articulação e ritmo adequado.
(EF35LP15) Opinar e defender ponto
de vista sobre tema polêmico relacio-
nado a situações vivenciadas na es-
cola e/ou na comunidade, utilizando
registro formal e estrutura adequa-
da à argumentação, considerando
a situação comunicativa e o tema/
assunto do texto.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com Você sabe o que é isso? Qual é a importância dela? Pesquise mais a
o apoio do professor, informações de
interesse sobre fenômenos sociais e
respeito da classificação indicativa e converse com seus colegas sobre
naturais, em textos que circulam em o assunto.
meios impressos ou digitais.
(EF05LP19) Argumentar oralmente 238 DUZENTOS E TRINTA E OITO
sobre acontecimentos de interesse
social, com base em conhecimentos
sobre fatos divulgados em TV, rádio,
mídia impressa e digital, respeitando
pontos de vista diferentes. Anotações:

238 DUZENTOS E TRINTA E OITO


Item 9 : Quem são as pessoas cujos nomes aparecem nesse item?
São os atores que participaram do filme e outros profissionais que
BNCC
trabalharam na produção e idealização da obra: são citados os profissionais Item 9:
(EF15LP03) Localizar informações
das áreas de fotografia, arte, figurino, música, coreografia etc. explícitas em textos.

FIQUE SABENDO
Capas e contracapas de DVDs e Blu-rays
Veja como são compostas geralmente as capas e contracapas de DVDs
e Blu-rays.
• Capa:
– título do filme;
– nomes dos atores principais (opcionais);
– selo da distribuidora do filme;
– imagem que o representa;
– chamadas (opcionais) que lançam alguma informação ou pergunta
para o espectador, deixando-o com vontade de assistir ao filme.
• Contracapa:
– sinopse – pequeno resumo que tem como objetivo apresentar o
filme ao espectador, sem contar seu final;
– informações técnicas – tempo de duração do filme, língua dos
áudios e legendas, formato de tela, presença de menus interativos
e cenas extras etc.
– créditos – atores e outros profissionais que participaram da
produção e idealização do filme (direção, figurino, cenário,
coreografia, música, efeitos especiais etc.);
– classificação indicativa – faixa etária indicada para assistir
ao filme;
– cenas dos filmes e outras imagens (opcionais).

DUZENTOS E TRINTA E NOVE 239

DUZENTOS E TRINTA E NOVE 239


PARA LER

Observe agora a capa e a quarta capa do DVD do filme Coraline e o mundo


secreto e cada um dos itens numerados.

Divulgação
1

7 8
2

10

11

12
5
4 6

Coraline e o mundo secreto. Produção de Bill Mechanic e Henry Selick. Barueri, SP:
Universal Pictures no Brasil, 2009. Capa do DVD.

• Considere cada um dos itens numerados para responder às questões


a seguir.

Item 1 :
Professor, organize a pesquisa dos a) O que aparece logo no alto da capa?
alunos na internet, sempre sob sua Aparece a informação de que o diretor do filme é o mesmo de O
supervisão.
O estranho mundo de Jack (1993) é estranho mundo de Jack.
um filme produzido por Tim Burton
e dirigido por Henry Selick, mesmo
diretor de Coraline e o mundo se-
creto. Nessa animação, Jack é um
ser fantástico que habita a Cidade b) O que é O estranho mundo de Jack? Pesquise e comente com
do Halloween e decide atravessar o
portal do Natal.
seus colegas.

240 DUZENTOS E QUARENTA

Anotações:

240 DUZENTOS E QUARENTA


c) O que faz o diretor de um filme?
O diretor de um filme é responsável por todo o planejamento da produção

cinematográfica, desde a seleção do elenco até a trilha sonora, figurino,

cenários, efeitos sonoros, efeitos especiais etc. Após o planejamento, o

diretor acompanha de perto a filmagem e orienta sobre a edição final.

d) Por que é importante marcar que os dois filmes foram dirigidos pela
mesma pessoa?
Quando um filme é bem recebido pelo público e pela crítica, muitas vezes BNCC
Itens 1 e 2:
credita-se que o sucesso seja devido ao diretor, portanto, mencionar que
(EF15LP03) Localizar informações
explícitas em textos.
outra obra foi dirigida pela mesma pessoa incentiva o público a assisti-la.
(EF15LP09) Expressar-se em situa-
ções de intercâmbio oral com clareza,
preocupando-se em ser compreen-
dido pelo interlocutor e usando a
palavra com tom de voz audível, boa
articulação e ritmo adequado.
Item 2 : Qual é o título do filme?
(EF35LP04) Inferir informações implí-
O nome do filme é Coraline e o mundo secreto. citas nos textos lidos.
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com
o apoio do professor, informações de
interesse sobre fenômenos sociais e
naturais, em textos que circulam em
meios impressos ou digitais.

Geral: O conjunto de capa e quarta capa é parecido com o do Menino


Maluquinho – O filme? Aponte semelhanças e diferenças entre eles.
Assim como a capa de Menino Maluquinho – O filme, essa capa também

apresenta título (2), imagem de capa (3), selo indicativo do tipo de produto

– DVD vídeo (4), distribuidora (6); na quarta capa também aparecem sinopse

(7), cenas do filme (9), créditos (10), classificação indicativa (11) e informações

técnicas (12). Como diferenças, temos as duas chamadas na capa (itens 1 e 5),

que têm como objetivo contextualizar a obra e quem a produziu. Além disso,

há também o item 8, que indica conteúdos extras no DVD.


DUZENTOS E QUARENTA E UM 241

DUZENTOS E QUARENTA E UM 241


Item 3 : Observe a imagem da capa do DVD.
b. O cenário dessa imagem apresenta tons sombrios,
uma lua, uma árvore seca, uma casa ao fundo
e um gato preto, elementos típicos de filmes de
a) Quem você imagina que é a menina representada?
mistério, suspense. Assim, espera-se que os alunos Espera-se que os alunos respondam que a menina da capa é Coraline,
imaginem que Coraline e o mundo secreto é um
filme desse gênero.
nome da personagem que está no título do filme.
c. As imagens das duas capas colocam em evidência a
personagem principal – Coraline. Além disso, o as-
pecto sombrio, com cores escuras e elementos que
evocam a ideia de mistério e suspense se repetem
nas duas capas, embora com tipos de realizações di- b) O que o cenário dessa imagem diz a respeito do filme? Do que você
ferentes (na capa do DVD esse aspecto é mais literal, imagina que ele trata?
marcado; na capa do livro é mais sutil, articulando
uma imagem relativamente clara em primeiro plano
com as sombras e o fundo escuro).

c) Agora observe a imagem da capa

Divulgação
Espera-se que os alunos comentem suas expectativas de do livro Coraline e compare-a com
assistir Coraline e o mundo secreto ou sua indiferença a da capa do DVD. Converse com
quanto ao filme. Recomendamos que o filme não seja
exibido até que se termine a leitura da resenha.
o professor e os colegas sobre
semelhanças e diferenças.

BNCC
Itens 3, 5 a 7:
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em GAIMAN, Neil. Coraline. Trad. Regina de
relação ao texto que vai ler (pressuposi- Barros Carvalho. Rio de Janeiro: Rocco,
ções antecipadoras dos sentidos, da forma 2003. Capa do livro.
e da função social do texto), apoiando-se
em seus conhecimentos prévios sobre as
condições de produção e recepção desse Item 5 : Qual é a finalidade da frase: “Uma aventura tão estranha que
texto, o gênero, o suporte e o universo é impossível descrevê-la”?
temático, bem como sobre saliências tex- Essa frase tem como objetivo ser uma chamada para o filme e atiçar a
tuais, recursos gráficos, imagens, dados
da própria obra (índice, prefácio etc.),
confirmando antecipações e inferências curiosidade do espectador.
realizadas antes e durante a leitura de
textos, checando a adequação das hipó-
teses realizadas. Item 6 : A distribuidora desse filme é a mesma de Menino Maluquinho –
(EF15LP03) Localizar informações explíci- O filme?
tas em textos. Não.
(EF15LP09) Expressar-se em situações de
intercâmbio oral com clareza, preocupan-
do-se em ser compreendido pelo interlo- Item 7 : Leia a sinopse e comente com seus colegas se você ficou com
cutor e usando a palavra com tom de voz vontade de assistir ao filme. Resposta pessoal.
audível, boa articulação e ritmo adequado.
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras
242 DUZENTOS E QUARENTA E DOIS
ou expressões desconhecidas em textos,
com base no contexto da frase ou do texto.
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de
vista sobre tema polêmico relacionado a
situações vivenciadas na escola e/ou na
Anotações:
comunidade, utilizando registro formal
e estrutura adequada à argumentação,
considerando a situação comunicativa e
o tema/assunto do texto.
(EF05LP19) Argumentar oralmente sobre
acontecimentos de interesse social, com
base em conhecimentos sobre fatos divul-
gados em TV, rádio, mídia impressa e digi-
tal, respeitando pontos de vista diferentes.

242 DUZENTOS E QUARENTA E DOIS


FIQUE SABENDO
E nos ambientes e plataformas digitais...
Com os ambientes e plataformas digitais, a forma de apresentar a capa
e as informações da quarta capa que entram nos DVDs mudou. Veja como
a obra cinematográfica Coraline e o mundo secreto é apresentada em um
serviço digital de aluguel e venda de filmes:
Reprodução

Disponível em: <https://play.


google.com/store/movies/
details/Coraline_e_o_Mundo_
Secreto?id= X5dZQneQsn8>.
Acesso em: 5 jan. 2018.

PARA LER

13

Divulgação
Agora, observe um cartaz do 14
filme Coraline e o mundo secreto.
A numeração dos itens aqui dá 15
continuidade à dos itens da capa
e da quarta capa do DVD.

16

Coraline e o mundo secreto.


Produção de Bill Mechanic
e Henry Selick. Barueri, SP:
17
Universal Pictures no Brasil,
2009. Cartaz de divulgação. 18

DUZENTOS E QUARENTA E TRÊS 243

DUZENTOS E QUARENTA E TRÊS 243


• A partir da capa e do cartaz de Coraline e o mundo secreto, responda às
questões.
Professor, nesta atividade é
a) Compare o Item 5 com o Item 15 . A frase de chamada é
importante que os alunos percebam
que há mais de uma maneira de diferente. O que podemos imaginar sobre o filme a partir da chamada
apresentar o mesmo filme. do cartaz?
A frase do cartaz – “Tome cuidado com o que você deseja” – faz com que

o leitor imagine que algo no filme acontece devido ao desejo de Coraline,

BNCC possível razão que a leva à realidade paralela mencionada na sinopse.


(EF35LP04) Inferir informações implí-
citas nos textos lidos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de pala-
vras ou expressões desconhecidas em
textos, com base no contexto da frase b) Compare o Item 3 com o Item 16 . Que diferenças você observa
ou do texto. entre as duas imagens? Cite uma informação nova que aparece na
imagem do cartaz.
A segunda imagem mostra Coraline mais próxima da casa, que aparecia

somente ao fundo na capa do DVD. Na imagem do cartaz, podemos ver

os detalhes da casa, como sua arquitetura, decoração, jardim etc. Uma

informação nova na imagem do cartaz é a presença de três fantasmas

que aparecem no cenário. Isso faz com que agora o espectador possa

saber que há fantasmas na narrativa.

c) Leia o Item 18 : Onde e quando provavelmente circulou esse cartaz


de Coraline e o mundo secreto?
Esse cartaz circulou provavelmente em cinemas e em demais locais de

divulgação, antes do lançamento do filme (talvez permanecendo depois,

enquanto o filme esteve na programação).

244 DUZENTOS E QUARENTA E QUATRO

Anotações:

244 DUZENTOS E QUARENTA E QUATRO


FIQUE SABENDO
Cartazes de filmes de cinema
Antes de virar DVDs, Blu-rays e mídias digitais, os filmes precisam ser
anunciados para o cinema. É para isso que servem os cartazes de filmes.
O cartaz, diferentemente da capa de um DVD, apresenta informações
mais sucintas, trazendo apenas título, imagem e chamadas. Algumas
vezes, a data de lançamento do filme fica registrada em destaque,
outras vezes, coloca-se apenas “Em breve nos cinemas”. O cartaz ainda
pode anunciar formatos especiais de exibição, como as de efeito 3D,
reproduzidas em salas especiais. Antes, os cartazes se restringiam à
entrada das salas de cinema, mas hoje eles podem ser vistos também em
painéis iluminados em ruas movimentadas de grandes cidades, em portas
de casas comerciais e lojas, em quadros de shoppings etc.

PARA LER Professor, oriente os alunos a realizarem a


leitura silenciosa da resenha, pedindo que
localizem as opiniões do autor Érico Borgo
em relação ao filme.
Conforme vimos anteriormente, quando queremos dar uma opinião sobre
uma obra artístico-cultural, podemos fazer uma resenha. Leia uma resenha do
filme Coraline e o mundo secreto, feita por Érico Borgo para o site Omelete:
BNCC
(EF35LP01) Ler e compreender, si-
Coraline e o mundo secreto lenciosamente e, em seguida, em
voz alta, com autonomia e fluência,
textos curtos com nível de textualida-
de adequado.
O estranho mundo de Jack engana muita gente. A grande maioria
(EF35LP16) Identificar e reproduzir,
acredita que foi o cineasta Tim Burton o responsável pela direção em notícias, manchetes, lides e corpo
dessa animação em stop-motion, mas a verdade é que ele apenas de notícias simples para público in-
produziu e criou a história e os personagens do filme. O diretor foi fantil e cartas de reclamação (revista
infantil), digitais ou impressos, a for-
Henry Selick, espécie de “herdeiro criativo” do mestre da técnica de matação e diagramação específica
animação com bonecos Ray Harryhausen e pupilo do grande nome de cada um desses gêneros, inclusive
da animação experimental, Jules Engel (1909-2003). em suas versões orais.
(EF05LP14) Identificar e reprodu-
Depois de James e o pêssego gigante, Selick retorna aos holofotes zir, em textos de resenha crítica de
com seu maior projeto até hoje, Coraline e o mundo secreto (Coraline, brinquedos ou livros de literatura
infantil, a formatação própria desses
textos (apresentação e avaliação do
produto).
DUZENTOS E QUARENTA E CINCO 245

DUZENTOS E QUARENTA E CINCO 245


2009), talvez a mais impressionante animação stop-motion já criada. O
longa-metragem é de estilo emocionante, uma obra-prima de um artista.
Mas, em Coraline, Selick não se limitou a reproduzir o que
sabe fazer melhor. Pelo contrário, foi além, introduzindo um
novo desafio ao seu ofício: o 3D. A técnica digital, que faz com
que as imagens “saltem” da tela com o uso de óculos especiais,
nunca foi tão bem aproveitada antes. Diferente das animações
digitais tradicionais que empregam esse tipo de tecnologia,
todos os elementos de Coraline foram criados à mão (cenários,
personagens, objetos, plantas...) e poder vê-los em profundidade
acentua sua presença, que se torna quase física e tátil. A fusão de
técnicas jamais parece gratuita ou forçada pois Selick e sua equipe
de trinta animadores a exploram com sutileza artística, guardando
os maiores choques (profundidade demais, beleza demais) para
momentos-chave.
A atenção aos mais ínfimos detalhes de design e arte é louvável.
Note o fiozinho que liga as letras do bordado com o nome dos
atores nos créditos iniciais, o jeito como o pelo do gato capta a luz
(ele precisa ser tocado para ser animado, cada toque faz com que
o pelo se mexa um pouquinho), cada folha de grama mexendo-se
ao fundo com o vento, a sujeira no para-brisa do carro, a lindíssima
referência ao quadro A noite estrelada de Vincent Van Gogh... e
fique até o final para uma surpresa.
É inspirada também a contratação do compositor francês
Bruno Coulais para a trilha sonora estilo “caixinha de música” e a
presença da banda They Might Be Giants nas canções. O tema da
protagonista vai ficar horas em sua cabeça.
Tudo isso, porém, não faria o filme passar de alento visual e
sonoro, um poético videoclipe, se o roteiro não fosse igualmente
brilhante. O filme é baseado no livro infantojuvenil de Neil Gaiman,
em que uma garotinha chamada Coraline (Dakota Fanning) muda-se
com seus pais (Teri Hatcher e John Hodgman) para um enorme e
antigo casarão. Aborrecida, ela começa a conhecer seus estranhos
vizinhos e a explorar o local – e acaba encontrando um mágico
universo alternativo, onde existem amorosas versões de seus pais
com botões no lugar dos olhos.

246 DUZENTOS E QUARENTA E SEIS

Anotações:

246 DUZENTOS E QUARENTA E SEIS


O texto expande o livro, criando um novo personagem (Wybie
Lovat) e desenvolvendo melhor o passado do misterioso Palácio
Cor-de-Rosa, sem perder nada do tom sombrio da obra original.
Algumas situações também são alteradas, como a ocupação dos pais
de Coraline, que justifica duas das melhores cenas do filme (o jardim
fantástico e o final), mas é tudo para amarrar melhor os elementos
visuais e a narrativa.
Não há pontas soltas no trabalho de Selick, seja na trama dos
bordados ou na da história. Com tanto esmero, é um filme para ver,
rever e adorar.

BORGO, Érico. Coraline e o mundo secreto. Omelete, UOL, 2 fev. 2009. Disponível em:
<https://omelete.uol.com.br/filmes/noticia/coraline-e-o-mundo-secreto/>. Acesso em: 5 jan. 2018. [Adaptado.]

esmero: perfeição, cuidado ao fazer algo.


fusão: união, reunião, combinação.
holofote: aparelho que produz um forte facho de luz, muito utilizado em gravações de filmes e
encenações de teatro.
ínfimo: pequeno.
longa-metragem: filme de longa duração.
ofício: trabalho, ocupação.
stop-motion (inglês): técnica de animação em que objetos, cenários e personagens não são feitos
digitalmente, mas com materiais reais. Cada movimento é fotografado quadro a quadro, para depois
ser animado.
sutileza: delicadeza.
tátil: que pode ser percebido com as mãos.

FIQUE SABENDO
Tim Burton (1958-)
Famoso cineasta norte-americano, conhecido por seu estilo próprio
na direção de arte dos filmes, Burton já dirigiu filmes como Alice no
País das Maravilhas (2010), A fantástica fábrica de chocolate (2005), A
noiva cadáver (2004), Edward mãos de tesoura (1990) e Beetlejuice – Os
fantasmas se divertem (1988).

DUZENTOS E QUARENTA E SETE 247

DUZENTOS E QUARENTA E SETE 247


1. O autor da resenha recomenda assistir Coraline e o mundo secreto?
Comente algumas das críticas que ele faz sobre o filme.
Professor, aproveite para destacar Sim, Érico Borgo considera o filme “talvez a mais impressionante animação
que críticas podem ser positivas ou
negativas; é comum que os alunos stop-motion já criada”, “uma obra-prima de um artista”, destacando a técnica
pensem ser sempre negativas.
3D, a qualidade da arte visual e a escolha da trilha sonora. Assim, o autor

recomenda que o leitor assista ao filme, afirmando que “é um filme para ver,

rever e adorar”.

2. Quem é o diretor do filme? Por que isso é motivo de confusão para


muitas pessoas?
BNCC O diretor do filme é Henry Selick. Isso causa confusão, pois muitas pessoas
Atividades 1 a 5:
(EF05LP19) Argumentar oralmente so- reconhecem no filme Coraline características dos filmes de Tim Burton, quando na
bre acontecimentos de interesse social,
com base em conhecimentos sobre fatos verdade este último produziu O estranho mundo de Jack, mas não o dirigiu.
divulgados em TV, rádio, mídia impres-
sa e digital, respeitando pontos de vista
diferentes. 3. Coraline é uma animação tradicional? Justifique.
(EF15LP03) Localizar informações explí-
citas em textos. Não. Na opinião do autor, Coraline se destaca pela criação à mão – e não
(EF15LP09) Expressar-se em situações
de intercâmbio oral com clareza, preo- apenas em computador – como pode ser visto no trecho: “Diferente das
cupando-se em ser compreendido pelo
interlocutor e usando a palavra com tom animações digitais tradicionais que empregam esse tipo de tecnologia, todos
de voz audível, boa articulação e ritmo
adequado. os elementos de Coraline foram criados à mão (cenários, personagens, objetos,
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de
vista sobre tema polêmico relacionado a plantas...) e poder vê-los em profundidade acentua sua presença, que se torna
situações vivenciadas na escola e/ou na
comunidade, utilizando registro formal quase física e tátil”.
e estrutura adequada à argumentação,
considerando a situação comunicativa e
o tema/assunto do texto.
4. O que Érico Borgo considera a respeito da arte visual do filme?
Érico Borgo considera a arte visual do filme louvável e cuidadosa com os

mínimos detalhes, destacando o bordado nos créditos iniciais, o pelo do gato

sob a luz, a natureza reagindo ao vento, a sujeira no para-brisa do carro, além

da referência ao quadro de Van Gogh.

248 DUZENTOS E QUARENTA E OITO

Anotações:

248 DUZENTOS E QUARENTA E OITO


5. Conforme podemos ler no texto, o filme é baseado em um livro de mesmo
nome, escrito por Neil Gaiman. A partir disso, responda:
a) Érico Borgo considera o filme igual ao livro? Por quê?
Segundo Érico Borgo, o filme não é idêntico ao livro, pois o expande ao
criar um novo personagem e outras profissões para os pais de Coraline, Espera-se que os alunos comentem
filmes que foram feitos a partir de
além de explorar melhor o Palácio-Cor-de-Rosa. adaptações de livros, como Harry
Potter, Percy Jackson, Alice nos país
b) Você já assistiu a outros filmes que são adaptações de livros? Comente das maravilhas, entre outros.
com seus colegas. Resposta pessoal.

NOSSA LÍNGUA

1. Observe como os títulos são escritos na capa do livro e na capa do DVD do


Menino Maluquinho:
Divulgação

Divulgaçãoa
BNCC
Atividade 1:
(EF15LP04) Identificar o efeito de sen-
tido produzido pelo uso de recursos
expressivos gráfico-visuais em textos
multissemióticos.

ZIRALDO. O Menino Menino Maluquinho – O filme.


Maluquinho. 92. ed. São Os dois títulos são coloridos e pa-
Produção de Tarcísio Vidigal.
recem utilizar fontes similares. No
Paulo: Melhoramentos, 2008. Belo Horizonte: Quimera Filmes,
entanto, o do livro utiliza apenas
Capa do livro. 1995. Capa do DVD.
as cores azul, vermelho e preto,
a) A respeito da diagramação visual, isto é, uso de cores e fonte (formato enquanto o do filme utiliza azul,
das letras), quais são as semelhanças e diferenças entre os dois títulos? vermelho, amarelo, verde e laranja.
Além disso, o título do filme apre-
senta sombreado sob as letras e
preenchimento completo das cores,
enquanto o título do livro apresenta
um preenchimento de cores seme-
lhante a um desenho manual feito
por lápis de cor.

DUZENTOS E QUARENTA E NOVE 249

DUZENTOS E QUARENTA E NOVE 249


b) Aponte uma diferença gramatical entre eles.
O título do livro é O Menino Maluquinho, enquanto o do filme é apenas

Menino Maluquinho. Assim, a diferença gramatical entre eles está na

presença do artigo antes do nome da personagem.

2. A partir do que você leu na sinopse e na resenha de Coraline e o mundo


secreto, por que a letra o do título aparece representada por um botão?
BNCC
Atividades 2 a 4:

Divulgação
(EF15LP04) Identificar o efeito de sen-
tido produzido pelo uso de recursos
expressivos gráfico-visuais em textos
multissemióticos.
(EF35LP04) Inferir informações implí-
citas nos textos lidos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de pala-
vras ou expressões desconhecidas em
textos, com base no contexto da frase Segundo a resenha, Coraline “acaba encontrando um mágico universo alternativo,
ou do texto.
onde existem amorosas versões de seus pais com botões no lugar dos olhos”.

Assim, o botão do título faz referência aos botões nos olhos das personagens.

3. Encontre na sinopse do filme uma justificativa

Divulgação
para a expressão facial de Coraline na imagem da
quarta capa.
Coraline pode estar espantada/admirada por ter

encontrado a porta secreta e a “versão alternativa

de sua própria vida do outro lado”, ou pode estar

assustada porque “este mundo aparentemente

perfeito fica perigoso e seus pais alternativos tentam

aprisioná-la para sempre”.

250 DUZENTOS E CINQUENTA

Anotações:

250 DUZENTOS E CINQUENTA


4. Compare a capa do DVD de Coraline com a de outras capas de filmes do
mesmo gênero e responda:
Divulgação

Divulgação

Divulgação
Coraline e o mundo secreto. A noiva cadáver. Produção de Tim O estranho mundo de Jack.
Produção de Bill Mechanic e Henry Burton. Rio de Janeiro: Produção de Skellington
Selick. Barueri, SP: Universal Pictures Warner Bros. Pictures BR, 2005. Productions. São Paulo: Walt Disney
no Brasil, 2009. Capa do DVD. Capa do DVD. Pictures/Buena Vista International, As três capas utilizam, predominan-
1993. Capa do DVD. temente, tons sombrios, como preto,
azul-escuro e roxo, ambientando as
a) O que elas têm em comum, em relação ao uso de cores e imagens? personagens em cenário noturno,
que apresenta a lua como destaque.
Em todas, há elementos visuais típi-
cos de terror e mistério, como gato
preto, casa mal-assombrada, árvore
seca e retorcida, fantasma e abóbora
(que remetem ao Halloween, a festa
do Dia das Bruxas, muito comemo-
rada em países de língua inglesa,
principalmente nos Estados Unidos).
Para contrapor as cores escuras de
fundo, os cartazes de Coraline e de
O estranho mundo de Jack utilizam
b) O que elas têm em comum, em relação à escolha da fonte do texto? cores claras, como amarelo e laranja,
As três capas não utilizam fontes de texto comuns. As letras são irregulares, para destacar o título do filme.

retorcidas, cheias de curvas, o que dá a ideia de medo e mistério.

c) Que palavras presentes nas capas dão a ideia de medo, mistério


e assombração?
As palavras que dão a ideia de medo, mistério e assombração são: secreto,

estranho e cadáver.

DUZENTOS E CINQUENTA E UM 251

DUZENTOS E CINQUENTA E UM 251


5. A partir das sinopses e dos cartazes a seguir, explique como o tipo de letra
escolhido para o título está relacionado ao tema ou gênero do filme.
a)
Disney apresenta uma nova versão

Divulgaçãoa
de um dos contos mais engraçados de
todos os tempos. Toda a sua família
vai se enrolar na diversão, emoção e
aventura deste filme mágico. Quando o
criminoso mais procurado – e charmoso
– do reino, Flynn Rider, se esconde em
uma misteriosa torre, a última coisa que
ele espera é encontrar Rapunzel, uma
garota espirituosa com um superpoder
BNCC
incomum: 21 metros de cabelo dourado
Atividade 5: e mágico! Juntos, o casal parte em
(EF05LP14) Identificar e reprodu- uma fantástica jornada recheada de
Enrolados. Produção de Roni Conli/
zir, em textos de resenha crítica de heróis surpreendentes, muita risada e Walt Disney Animation Studios. São
brinquedos ou livros de literatura in- expectativa. Solte os cabelos e prepare-se Paulo: Walt Disney Pictures/Buena Vista
fantil, a formatação própria desses International, 2010. Cartaz de divulgação.
textos (apresentação e avaliação do para se divertir com ENROLADOS!
produto). Enrolados. Produção de Roni Conli e Walt Disney Animation Studios. São Paulo: Walt Disney Pictures/
Buena Vista International, 2010. Sinopse de quarta capa do DVD.
(EF15LP04) Identificar o efeito de
sentido produzido pelo uso de re-
cursos expressivos gráfico-visuais em
textos multissemióticos. Em Enrolados, o formato da letra E se assemelha ao extenso cabelo de
(EF35LP05) Inferir o sentido de pa-
lavras ou expressões desconhecidas Rapunzel, pois se prolonga além das demais, lembrando a onda formada
em textos, com base no contexto da
frase ou do texto.
pelo cabelo longo da personagem. Além disso, a cor do título é a mesma

do cabelo da personagem.

252 DUZENTOS E CINQUENTA E DOIS

Anotações:

252 DUZENTOS E CINQUENTA E DOIS


b)
Você nunca conheceu um herói

Divulgaçãoa
como Shrek, o simpático ogro que se
tornou um fenômeno cinematográfico
e cativou a imaginação do mundo
com... o Conto de Fadas que nunca foi
contado! Os críticos classificam SHREK
como “não só uma brilhante animação,
mas também um filme esplêndido
em todos os níveis” (Larry King, USA
Today). Reviva todos os momentos da
tentativa destemida de Shrek para salvar
a alegre e independente Princesa Fiona
com a ajuda do seu amoroso Burro
estridente e recuperar o seu adorado Shrek. Produção de Aron Warner/
DreamWorks Animations. S.l.:
pântano do astuto Lorde Farquaad. DreamWorks Animations, 2001.
Encantadoramente irreverente e Cartaz de divulgação.
“monstruosamente inteligente”
(Leah Rozen, People Magazine), SHREK é uma aventura do tamanho
de um monstro, que você vai querer ver inúmeras vezes!
Shrek. Produção de Aron Warner/DreamWorks Animations. S.l.: DreamWorks Animations, 2001.
Sinopse de quarta capa do DVD.

A letra S do título apresenta duas orelhas idênticas às de Shrek, o ogro que

é personagem principal do filme, também representado na capa.

DUZENTOS E CINQUENTA E TRÊS 253

DUZENTOS E CINQUENTA E TRÊS 253


c)
Quando Dory repentinamente
se lembra de que tem uma família

Divulgaçãoa
em algum lugar que pode estar
procurando por ela, o trio Dory, Nemo
e Marlin embarca em uma aventura
que vai mudar suas vidas cruzando
o oceano em direção ao Instituto da
Vida Marinha (IVM) na Califórnia,
um centro de reabilitação e aquário.
Em uma tentativa de encontrar seus
pais, Dory conta com a ajuda de
três dos residentes mais intrigantes
do IVM: Hank, um polvo briguento
que frequentemente dá um perdido Procurando Dory. Produção de Lindsey
Collins/Pixar Animation Studios. São
nos funcionários; Bailey, uma baleia Paulo: Walt Disney Pictures/Buena Vista
International, 2016.
branca que está convencida que suas Cartaz de divulgação.
habilidades de ecolocalização não
funcionam mais; e Destiny, um tubarão baleia míope. Nesta
divertida aventura dentro do IVM, Dory e seus amigos vão viver
descobertas inesperadas recheadas de humor e ação.
Procurando Dory. Produção de Lindsey Collins/Pixar Animation Studios. São Paulo: Walt Disney
Pictures/Buena Vista International, 2016. Sinopse de quarta capa do DVD.

A letra o de Dory, no título, em vez de apresentar um formato redondo

ao meio, apresenta um formato de peixe, remetendo às personagens

principais (Dory, Nemo e Marlin), que são peixes. O sublinhado do título

lembra uma onda marinha.

254 DUZENTOS E CINQUENTA E QUATRO

Anotações:

254 DUZENTOS E CINQUENTA E QUATRO


d)
A Disney/Pixar orgulhosamente

Divulgaçãoa
apresenta a hilária história de como dois
monstros incompatíveis se conhecem e
se tornam amigos para sempre em um
filme cheio de gargalhadas e emoção.
Desde que era só um monstrinho,
Mike Wazowski, agora a caminho da
universidade, sonha em se tornar um
Assustador. E ele sabe melhor do que
ninguém que os melhores Assustadores
estudam na Universidade Monstros
(UM). Mas durante o primeiro semestre
na UM, os planos de Mike saem dos
Universidade Monstros. Produção
trilhos quando seu caminho cruza de Kori Rae/Walt Disney Animation
com o do sabichão James P. Sullivan, Studios/Pixar.
São Paulo: Walt Disney Pictures/Buena
“Sulley”, um Assustador nato. O espírito Vista International, 2013.
competitivo fora de controle da dupla Cartaz de divulgação.

os leva a serem expulsos do programa de assustadores de elite da


universidade. Com seus sonhos temporariamente destruídos, eles
percebem que terão que se unir e trabalhar com um estranho e
rejeitado grupo de monstros se quiserem ter alguma esperança de
acertar as coisas.
Universidade Monstros. Produção de Kori Rae/Walt Disney Animation Studios/Pixar. São Paulo:
Walt Disney Pictures/Buena Vista International, 2013. Sinopse de quarta capa do DVD.

A letra M de Monstros apresenta um olho semelhante ao de Milke

Wazowski, o monstro verde de um olho só representado na capa.

DUZENTOS E CINQUENTA E CINCO 255

DUZENTOS E CINQUENTA E CINCO 255


6. Leia novamente este trecho da resenha de Coraline e o mundo secreto:

A fusão de técnicas jamais parece gratuita ou forçada pois Selick


e sua equipe de trinta animadores a exploram com sutileza artística,
Professor, mostre para os alunos guardando os maiores choques (profundidade demais, beleza demais)
que o verbo parecer concorda com para momentos-chave.
fusão e não com técnicas, confusão
muito comum nesses casos. O núcleo
do sujeito – a parte principal – é
fusão, e não técnicas.
a) Quem é o sujeito do verbo parece? Explique por que o verbo está no singular.
O sujeito é A fusão de técnicas. O verbo está no singular, pois o sujeito é

simples e tem como núcleo a palavra fusão, também no singular.

b) Quem é o sujeito do verbo exploram? Explique por que o verbo está


BNCC
no plural.
Atividades 6 a 8:
(EF05LP06) Flexionar, adequadamen- O sujeito é Selick e sua equipe de trinta animadores. O verbo está no
te, na escrita e na oralidade, os verbos
em concordância com pronomes pes- plural, pois o sujeito é composto por dois núcleos – duas partes essenciais:
soais/nomes sujeitos da oração.
Selick e equipe. Por isso, o verbo vai para o plural.

7. Releia este trecho da sinopse de Procurando Dory:

Nesta divertida aventura dentro do IVM, Dory e seus amigos vão


viver descobertas inesperadas recheadas de humor e ação.
Professor, esta atividade pode trazer
alguma dificuldade, uma vez que
exige dos alunos uma generalização
(formulação de uma regra, de uma a) Por que o verbo ir está conjugado no plural, na forma vão?
regularidade recorrente), que deve O verbo ir está conjugado no plural porque o sujeito é Dory e seus
funcionar para qualquer frase.
Eles podem ou não fazer uso da
nomenclatura oficial – sujeito amigos, isto é, um sujeito composto.
composto, concordância etc. – por
isso é preciso discutir as formulações b) A partir do que você respondeu no item a, formule uma regra geral para
que representam, de forma clara, a
regra. É importante, porém, que eles
explicar essa concordância verbal.
se familiarizem gradualmente com a Resposta pessoal.
nomenclatura.
Espera-se que os alunos formulem
a regra percebendo que, em casos
de sujeito composto, a concordância
verbal se faz no plural. 256 DUZENTOS E CINQUENTA E SEIS

Anotações:

256 DUZENTOS E CINQUENTA E SEIS


CONCORDÂNCIA VERBAL COM SUJEITO COMPOSTO
Quando o sujeito é composto, isto é, tem mais de um núcleo, a concordância
verbal se faz no plural. Por exemplo:

Maluquinho e sua turma vivem

Ziraldo
muitas aventuras.

Em alguns casos, quando o sujeito composto aparece depois do verbo,


pode-se fazer a concordância no plural ou concordar com o núcleo mais
próximo. Veja:

Muitas aventuras viveram o Menino Maluquinho e sua turma.


Muitas aventuras viveu o Menino Maluquinho e sua turma.

8. Leia a frase a seguir, também da sinopse de Procurando Dory:

O trio Dory, Nemo e Marlin embarca em uma aventura que vai mudar
suas vidas.

Professor, mostre para os alunos


a) Por que o verbo embarcar está no singular? como aqui temos um caso falso de
sujeito composto, pois o verbo deve
Porque o verbo concorda com trio. concordar com trio (sujeito simples
e no singular) e não com Dory,
Nemo e Marlin. A expressão Dory,
Nemo e Marlin apenas caracteriza o
núcleo trio, tal como poderia ocorrer
b) Complete a frase com o verbo e a concordância adequados e explique com um adjetivo ou locução: trio
engraçado, trio de peixes etc.
as modificações necessárias:

Dory, Nemo e Marlin embarcam em uma aventura que vai


mudar suas vidas.

Nesse caso, o verbo vai para o plural, pois o sujeito deixa de ser trio e

passa a ser Dory, Nemo e Marlin, um sujeito composto.

DUZENTOS E CINQUENTA E SETE 257

DUZENTOS E CINQUENTA E SETE 257


9. Substitua o pronome eles por um sujeito composto, utilizando os nomes
das personagens do filme Universidade Monstros, e reescreva a frase:

Com seus sonhos temporariamente destruídos, eles


percebem que terão que se unir e trabalhar com um
estranho e rejeitado grupo de monstros se quiserem ter

Divulgação
alguma esperança de acertar as coisas.

BNCC
Com seus sonhos temporariamente destruídos, Mike e Sulley percebem que
Atividades 9 a 11:
(EF05LP06) Flexionar, adequada- terão que se unir e trabalhar com um estranho e rejeitado grupo de monstros
mente, na escrita e na oralidade,
os verbos em concordância com se quiserem ter alguma esperança de acertar as coisas.
pronomes pessoais/nomes sujeitos
da oração.
10. Complete a segunda frase, usando a concordância verbal adequada:

Juntos, o casal parte em uma fantástica jornada

Divulgação
recheada de heróis surpreendentes, muita risada
e expectativa.

Juntos, Flynn e Rapunzel partem em uma fantástica


jornada recheada de heróis surpreendentes, muita risada e expectativa.

11. Complete com a concordância adequada dos verbos entre parênteses no


tempo presente:
a) Coraline e seus pais acordam em um mundo paralelo. (acordar)
Professor, neste caso, os alunos
devem perceber que o sujeito é A b) A jornada fantástica começa com Rapunzel e Flynn juntos.
jornada fantástica e não Rapunzel
e Flynn. (começar)
c) Mike, Sulley e sua equipe vencem o torneio. (vencer)
d) Rapunzel joga suas tranças do alto da torre. (jogar)
e) Shrek e Burro formam uma dupla engraçada. (formar)
Professor, neste caso, os alunos f) Heróis, princesas e risadas fazem parte do filme Shrek. (fazer)
devem perceber que é possível fazer
a concordância no plural ou com o g) Surgem/Surge Nemo e Dory mais uma vez nas telinhas. (surgir)
núcleo mais próximo.

258 DUZENTOS E CINQUENTA E OITO

Interdisciplinaridade
A BNCC enfatiza a importância do letramento matemático evento da mostra de cinema na escola para explorar, de forma
no desenvolvimento das competências e habilidades de racioci- interdisciplinar, o planejamento de datas e horários da exibição
nar, representar e comunicar matematicamente em diferentes dos filmes. Peça aos alunos que elaborem um cronograma de
contextos, o que evidencia o reconhecimento da Matemática exibição dos filmes da Mostra em uma planilha de Excel. Amplie
como uma ciência humana que contribui para a resolução a atividade, propondo que cada aluno elabore uma planilha
de problemas. Contemple essa concepção, aproveitando o pessoal para organização de seus horários e atividades diárias.

258 DUZENTOS E CINQUENTA E OITO


PRODUÇÃO DE TEXTO Professor, você é livre para escolher
quantos filmes terá a Mostra e de quanto
será o tempo de duração (três dias, uma
Depois de tantas capas de DVDs e cartazes, você ficou com vontade de ver os semana, duas semanas), de acordo com a
filmes? Que tal fazermos uma mostra de cinema na escola? sua disponibilidade e a da escola. Deixe os
alunos sugerirem títulos, mas verifique se
as sugestões são de classificação indicativa
PLANEJAMENTO livre e adequados para a faixa etária que irá
assistir à exibição. Filmes recomendados:
Você e seus colegas devem fazer uma enquete para saber a quais filmes  Divertida mente (2015) – explora as
desejam assistir. Preste atenção também nas sugestões de seu professor. emoções infantis e a importância de
Escolham os filmes mais votados para compor a Mostra de cinema infantil. Para todos os sentimentos para o equilíbrio
emocional, inclusive da tristeza.
organizá-la, vocês devem:
 Toy story 3 (2010) – trata da relação
• pesquisar imagens e sinopses dos filmes escolhidos; afetiva entre a criança e seus brin-
quedos, o processo de crescer e a
• planejar as datas da Mostra e dos horários de exibição para cada um importância da doação de brinquedos
dos filmes. Não se esqueçam de verificar quanto tempo de duração tem para outras crianças.
cada um deles, para que cada sessão tenha um tempo adequado entre a  Kung fu panda 3 (2016) – enfatiza a
chegada dos participantes, a exibição do filme, um tempo para discussão importância das relações familiares,
sejam elas biológicas ou afetivas,
em roda e a saída; ajudando a construir a imagem de
• reservar uma sala com cadeiras e televisão ou aparelho e tela de projeção; uma família diversa e plural.
 Up – Altas aventuras (2009) – põe em
• planejar um roteiro de fala para um podcast de divulgação, com o destaque a relação afetiva intergera-
objetivo de anunciar o nome do evento, a data e o local em que será cional entre um garoto e um idoso,
realizado, os filmes que serão exibidos e o horário de cada sessão; desconstruindo os conceitos de
“jovem” e “velho”.
• separar cartolinas, papéis laminados, purpurina, lantejoulas, lápis de cor, canetas  Wall-E (2008) – antecipa o futuro da
coloridas e materiais recicláveis para decorar a sala e criar cartazes dos filmes; Terra, discutindo questões como tec-
nologia, poluição e meio ambiente.
• separar uma caixa de papelão (caixa de sapato, por exemplo) para
confeccionar uma Caixa de avaliação da Mostra de cinema infantil.

DESENVOLVIMENTO BNCC
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do
Divulgação do evento professor, o texto que será produzido,
considerando a situação comunicativa, os
1. Façam um cartaz de divulgação da Mostra, com o objetivo de afixá-lo interlocutores (quem escreve/para quem
em um local de grande circulação da escola. Ele deve conter: escreve); a finalidade ou o propósito (es-
crever para quê); a circulação (onde o texto
• o nome do evento; vai circular); o suporte (qual é o portador
• a data e o local em que a mostra será realizada; do texto); a linguagem, organização e for-
ma do texto e seu tema, pesquisando em
• o título de cada um dos filmes, seguido de suas sinopses e horários meios impressos ou digitais, sempre que
de exibição; for preciso, informações necessárias à pro-
dução do texto, organizando em tópicos os
• imagens das personagens e de cenas dos filmes para decorar. dados e as fontes pesquisadas.

DUZENTOS E CINQUENTA E NOVE 259

Anotações:

DUZENTOS E CINQUENTA E NOVE 259


2. Gravem um podcast de divulgação do evento, a ser
veiculado na rádio da escola (se houver) ou outros meios
de comunicação, como o site ou o blog da escola, por

Dawidson França
exemplo. Organizem-no da seguinte maneira:
• Criem uma saudação inicial aos ouvintes.
• Anunciem o nome da Mostra, as datas e o local em
que será realizada, o título de cada filme e os horários
em que serão exibidos.
• Façam um convite para que todos os colegas,
professores e funcionários participem.
BNCC
(EF15LP08) Utilizar software, inclusive
programas de edição de texto, para Dica: Utilizem o roteiro de fala acima, mas evitem lê-lo, tentando falar
editar e publicar os textos produzidos, naturalmente com o ouvinte.
explorando os recursos multissemióti-
cos disponíveis.
Decoração da sala
1. Criem cartazes sobre cada um dos filmes escolhidos, a exemplo das
capas e quartas capas dos DVDs e cartazes que vimos neste capítulo.
Façam da seguinte maneira:
•Coloquem o título do filme em tamanho grande.
• Desenhem ou adicionem imagens do filme (personagens principais e/
ou cenas importantes, por exemplo).
2. Afixem os cartazes dentro da sala da Mostra e decorem-na da forma
que desejarem, deixando-a bonita e atrativa para os visitantes. E por que
não levar pipoca para deixar tudo mais gostoso e divertido?
Caixa de avaliação da Mostra
1. Decorem a caixa de papelão como desejarem e coloquem o título de:
Caixa de avaliação da Mostra de cinema infantil.
2. Deixem prontos para os visitantes formulários com as seguintes perguntas
e espaços para as respostas:
• Como você ficou sabendo da Mostra de cinema infantil?
• Quais filmes da Mostra você assistiu?
• Você gostou dos filmes da Mostra? Por quê?
• A sala estava agradável e bem decorada?
• Você gostou das discussões em roda sobre os filmes? Comente.

3. Coloquem a caixa próximo à saída da sala do evento e orientem os


visitantes a deixarem suas avaliações.

260 DUZENTOS E SESSENTA

Prática pedagógica
Os gêneros multimodais e multimidiáticos são essencialmente intertextuais e inter/transdis-
ciplinares, o que abre um leque de possibilidades ao professor. Amplie a atividade de produção
da caixa de avaliação da Mostra para preparar uma aula interdisciplinar em conexão com Ma-
temática. Peça aos alunos para tabularem as respostas do formulário e proponha a elaboração
de um texto de comentário do evento no blog da escola do qual conste a tabulação realizada.
Com isso, contemple a competência específica 5 de Matemática para o Ensino Fundamental:

260 DUZENTOS E SESSENTA


CIRCULAÇÃO
A sessão já vai começar... Bom filme a todos!
Após cada sessão:
Dawidson França

1. Reúnam-se com os visitantes em roda e discutam


o filme, falando do que gostaram e do que não
gostaram, comentando cenas emocionantes,
destacando personagens cativantes etc.

Dawidson França
2. Peçam aos visitantes que preencham o
formulário de Avaliação da Mostra.
3. Combine com o professor, um momento na
sala de aula, para uma roda de contação dos
filmes assistidos na Mostra.
BNCC
AVALIAÇÃO Sugestão de leitura:
Avaliem os resultados da Mostra a partir da leitura das respostas do (EF35LP02) Selecionar livros da bi-
formulário e tentem refletir sobre algumas questões: blioteca e/ou do cantinho de leitura
da sala de aula e/ou disponíveis em
1. Os visitantes souberam da Mostra pelo cartaz de divulgação e do meios digitais para leitura individual,
podcast ou de outras formas? Quais? justificando a escolha e comparti-
lhando com os colegas sua opinião,
2. Os visitantes gostaram dos filmes escolhidos e das discussões feitas? após a leitura.
3. Os visitantes se sentiram acolhidos na sala montada? (EF35LP21) Ler e compreender, de
forma autônoma, textos literários
de diferentes gêneros e extensões,
inclusive aqueles sem ilustrações,
SUGESTÃO DE LEITURA estabelecendo preferências por gê-
Divulgação

neros, temas, autores.


CARROL, Lewis. Alice no País das Maravilhas. Trad. Ana
Maria Machado. 3. ed. São Paulo: Ática, 2000. 136 p.
(Coleção Eu leio)
Alice está quase dormindo vê um coelho correndo com
um relógio na mão. Curiosa, decide segui-lo. Ao entrar em
um buraco, a menina cai, cai, cai... até chegar ao País das
Maravilhas, onde uma grande aventura a espera!
Divulgação

LEWIS, C.S. As crônicas de Nárnia. V. único. Trad. Paulo


Mendes Campos e Silêda Steuernagel. São Paulo: Martins
Fontes, 2006. 752 p.
As sete aventuras das conhecidas crônicas de Nárnia estão
reunidas neste volume, na ordem preferida do autor. Cada
capítulo conta com uma ilustração original de Pauline Baynes.

DUZENTOS E SESSENTA E UM 261

“Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais disponíveis, para


modelar e resolver problemas cotidianos, sociais e de outras áreas de conhecimento, validando
estratégias e resultados”.
Para saber mais:
CORDOVA, Margarete. Alunos aprendem a tabular dados e elaborar gráficos, utilizando o
Excel. Disponível em: <http://educacaonaculturadigital.ufsc.br/alunos-aprendem-a-tabular-da-
dos-e-elaborar-graficos-utilizando-o-excel/>. Acesso em: 10 fev. 2018.

DUZENTOS E SESSENTA E UM 261


FECHANDO UM CICLO
A Constituição Brasileira considera criança quem tem até doze anos de
idade incompletos e adolescente quem tem entre doze e dezoito anos de
idade. Logo você estará no 6º- ano, entrando na adolescência e iniciando uma
nova fase da sua vida.
Agora, ao encerrar um ciclo importante de sua vida de estudante, é o
momento de refletir sobre o que aprendeu fazendo uma autoavaliação.
Ela é importante porque nos ajuda a compreender
melhor nossos erros e também nossos acertos e, assim,
saber o que precisamos melhorar.

1. Faça uma autoavaliação e assinale:

POSTURA DE ESTUDANTE
Quase
Minha postura Raramente Às vezes
sempre
Frequento as aulas assiduamente
Cumpro os combinados do grupo
Organizo meus materiais na sala para realizar as atividades
Meus cadernos e livros são organizados
Faço os trabalhos de casa
Fico atento durantes as aulas
Demonstro interesse pelos assuntos tratados
Levanto a mão para falar
Ouço meus colegas e professor quando estão falando
Dou minha opinião e respeito a dos outros
Trabalho bem em grupo e contribuo com os colegas
Cumpro compromissos assumidos
Adquiri novos conhecimentos
Resolvo os conflitos por meio do diálogo
Procuro ajudar meus colegas
Aceito críticas ao meu trabalho e ao meu comportamento
Relaciono-me bem com os colegas
Respeito meus colegas e professor

262 DUZENTOS E SESSENTA E DOIS

Anotações:

262 DUZENTOS E SESSENTA E DOIS


2. Depois de preencher a tabela, faça um texto
apresentando o que considerou importante em

Adolar
seu aprendizado de Língua Portuguesa. Você pode
escrever, por exemplo, sobre os conhecimentos que
acha que contribuíram para a sua qualidade de vida,
as dificuldades que encontrou e superou e o que você
gostaria de aprofundar.

DUZENTOS E SESSENTA E TRÊS 263

DUZENTOS E SESSENTA E TRÊS 263


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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264 DUZENTOS E SESSENTA E QUATRO

Anotações:

264 DUZENTOS E SESSENTA E QUATRO


9 788583 192114

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