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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

JÉSSICA MAIARA DANTAS DA SILVA

A SAÚDE MENTAL DO PSICOLOGO HOSPITALAR E SUAS IMPLICAÇÕES


DURANTE A PANDEMIA ACARRETADA PELA COVID-19

SÃO BERNARDO DO CAMPO- SP


2022
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

JÉSSICA MAIARA DANTAS DA SILVA

A SAÚDE MENTAL DO PSICOLOGO HOSPITALAR E SUAS IMPLICAÇÕES


DURANTE A PANDEMIA ACARRETADA PELA COVID-19

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em Psicologia
hospitalar.

SÃO BERNARDO DO CAMPO – SP


2022

A SAÚDE MENTAL DO PSICOLOGO HOSPITALAR E SUAS IMPLICAÇÕES


DURANTE A PANDEMIA ACARRETADA PELA COVID-19

Jéssica Maiara Dantas da Silva1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO - Com a chegada da pandemia derivada do vírus da Covid-19 e o aumento de casos de


pessoas infectadas, os profissionais da saúde que trabalhavam nos hospitais tiveram que se reinventar
quanto a sua função, tentando assim evitar o contagio, porém com as várias mudanças que ocorreram,
veio as consequências para a saúde mental, os profissionais tinham que lidar com carga horaria
excessiva de trabalho e desesperança de quando tudo poderia voltar ao “normal”. A preocupação com a
saúde mental dos profissionais resultou na cobrança para que o Psicólogo hospitalar intervisse em ações
para que exaustão e o medo do que poderia ocorrer não derivassem em algum transtorno, como a
síndrome de burnout. Mais fica o questionamento e a pauta do seguinte trabalho: e a saúde do psicólogo
hospitalar? Muitos trabalhos foram realizados falando acerca da saúde dos demais profissionais que
fizeram parte da linha de frente, mais quase nenhum falando sobre o próprio as dificuldades enfrentadas
pelo psicólogo durante a pandemia. O presente trabalho tem a finalidade de discutir acerca das
complexidades derivadas da pandemia quanto ao exercício profissional do psicólogo hospitalar, e suas
implicações para a saúde mental do mesmo. O presente estudo foi produzido através da pesquisa
bibliográfica.

PALAVRAS-CHAVE: Psicólogo Hospitalar. Covid-19. Pandemia. Saúde Mental.

1
dantas.jessicamaiara@gmail.com
1 INTRODUÇÃO

Em março de 2020, foi declarado emergência na saúde pública ocasionado pela


Covid 19, nomeada a maior pandemia da atualidade. Houve a necessidade de
reestruturar as rotinas de biossegurança e fluxos de trabalhos no que se refere a
pacientes e familiares, gerando grande impacto nas instituições de saúde. A nova
doença acompanhava-se de grandes taxas de mortalidade e transmissão (SALES, et
al., 2022).
Com a pandemia, como um de seus desfechos, a saúde mental dos profissionais
de saúde, principalmente aqueles que trabalham direto na assistência hospitalar foi
altamente afetada devido a várias situações, como o risco da contaminação, carga
horaria exaustiva e a utilização dos EPIs (equipamento de proteção individual) usado
para quem estava em contato direto com o indivíduo infectado pela doença, porem esse
equipamento muitas vezes se encontrava em escassez, dificultando ainda mais o
trabalho de quem se encontrava na linha de frente e que tinha que se preservar para
não contrair a doença (NUNES e CONCEIÇÃO, 2022).
Segundo Sales et al., (2022) quando se fala em saúde mental, um dos primeiros
profissionais que lembramos é o psicólogo, e durante a pandemia foi um dos mais
requisitados para falar sobre os assuntos que envolviam autocuidado e bem-estar. No
entanto, esse mesmo profissional não foi percebido enquanto indivíduo que pode
desencadear sofrimento após trabalho exaustivo e exposto diariamente a situações de
estresse e finitude da vida ocasionado pela doença. Não havia tempo para que o
psicólogo tivesse tempo necessário para elaboração de tudo que estava ocorrendo, sua
saúde mental também estava sendo afetada devido às circunstâncias.
De acordo com Cavalcante et al., (2021) a psicologia hospitalar é um ramo da
psicologia ao qual tem ênfase no cuidado com o paciente, familiares e até mesmo com
a equipe medica, facilitando a relação de ambos. Seu principal objetivo é auxiliar no
manejo do sofrimento, aspectos emocionais que podem ocorrer durante esse processo
de internação. Ainda hoje a gestão hospitalar e até mesmo a equipe multidisciplinar tem
dificuldade em saber qual o papel do psicólogo dentro do hospital. Durante a pandemia
o Psicólogo teve que se refazer com relação aos métodos usados para a execução de
seu trabalho, como, por exemplo, se adaptar aos atendimentos remotos. A gestão
hospitalar cobrava dos psicólogos intervenções relacionadas a promoção de saúde no
intuito de minimizar os impactos psicológicos nos demais profissionais que estavam na
linha de frente, era visível o quanto o desgaste devido ao excesso de trabalho estava
desencadeando transtornos, um deles seria a síndrome de burnout (SALES, et al.,
2022).
O presente trabalho traz a discussão acerca das dificuldades encontradas pelos
psicólogos hospitalares durante a pandemia ocasionada pela Covid 19, seus esforços
para delimitar seu espaço enquanto parte da equipe hospitalar e que faziam parte da
linha de frente, e as consequências como efeito do trabalho excessivo.
A metodologia utilizada deste trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica que
de acordo com Gil (2008, p.50), “[...] é desenvolvida a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Ou seja, constitui-se de uma
análise bibliográfica já existente, definindo críticas ao material já publicado, no intuito de
atualização sobre o tema pesquisado. Com relação ao material utilizado na pesquisa,
foram analisados artigos científicos publicados durante o período de 2020 a 2022, com
temas que trazem questões a respeito da pandemia e do Covid-19 e a dificuldade
enfrentadas pelos profissionais da saúde que estavam a frente no combate ao vírus.
2 DESENVOLVIMENTO

PANDEMIA – COVID 19

Segundo Oliveira, et al., (2021), a covid-19 apareceu pela primeira vez na cidade
Wuhan, em 2019. No Brasil, o primeiro caso confirmado foi dia 26 de fevereiro de 2020,
na cidade de São Paulo, onde também acabou sendo o ponto central de transmissão
do vírus no país. Correa et al., (2020), descreve que os sintomas poderiam variar de
leves, a casos mais graves como pneumonia e febres mais altas e o grupo de maior
risco para sintomas mais graves foram pessoas acima de 60 anos que a depender do
estado, poderia ocorrer a morte, além das pessoas que possuíam algum tipo de
comorbidade desenvolvendo maior probabilidade para agravamento da doença.
Além dos prejuízos físicos a saúde ocasionada pela doença, a saúde mental
também foi afetada devido ao medo, angustia e estresse que se instauraram após a
descoberta de uma doença que até então não se sabia nada sobre ela, apenas as
notícias de pessoas contaminadas e os agravos de seus casos (CORRÊA, et al. 2020).
Com a pandemia, a sociedade e os hospitais tiveram que se modificar no intuito
de evitar a propagação do vírus, pensando nos pacientes, familiares e na própria
equipe de saúde. As instituições e organizações de saúde entendendo melhor como
ocorria a contaminação do vírus, criou protocolos e normas no intuito de diminuir a
propagação (OLIVEIRA, et al. 2021).
Na linha de frente no combate a pandemia, tínhamos os profissionais de saúde,
que tiveram que lidar com as incertezas sobre os reais risco que o vírus trazia. Em meio
a um caos, havia carga horaria exaustiva, perda de pacientes, falta de equipamento,
além do medo incessante de contrair o vírus, causando um adoecimento mental nesses
profissionais (MORAIS, et al., 2021).
A exposição excessiva ao estresse para quem estava na linha de frente resultou-
se em ansiedade, irritabilidade, como também predisposição para aderir a transtornos
psiquiátricos como depressão, síndrome de burnout e transtorno de estresse pós-
traumático – TEPT, cobranças internas por parte da gestão hospitalar em ter que tomar
decisões assertivas, também foi um fator desencadeante para saúde mental (ORNEL,
et al., 2020, apud MORAIS, et al., 2021).

O TRABALHO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR

Conforme as Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) em Serviços


Hospitalares do SUS (2019), A psicologia hospitalar passou a ser consolidada como
uma nova modalidade de prática para psicólogos pelo Conselho Federal de Psicologia
(CFP) a partir dos anos 2000, através da resolução 014/2000, o qual a define como
especialidade. Já no ano de 2001, o CFP mediante a resolução 02/2001, ressalta sobre
sua modalidade de atuação, como enfatizado no trecho a seguir
[...] Atende a pacientes, familiares e/ou responsáveis pelo paciente; membros
da comunidade dentro de sua área de atuação; membros da equipe
multiprofissional e eventualmente administrativa, visando o bem-estar físico e
emocional do paciente; e, alunos e pesquisadores, quando estes estejam
atuando em pesquisa e assistência. Oferece e desenvolve atividades em
diferentes níveis de tratamento, tendo como sua principal tarefa a avaliação e
acompanhamento de intercorrências psíquicas dos pacientes que estão ou
serão submetidos a procedimentos médicos, visando basicamente a promoção
e/ou a recuperação da saúde física e mental. Promove intervenções
direcionadas à relação médico/paciente, paciente/família, e paciente/paciente e
do paciente em relação ao processo do adoecer, hospitalização e repercussões
emocionais que emergem neste processo. O acompanhamento pode ser
dirigido a pacientes em atendimento clínico ou cirúrgico, nas diferentes
especialidades médicas. Podem ser desenvolvidas diferentes modalidades de
intervenção, dependendo da demanda e da formação do profissional específico;
dentre elas ressaltam-se: atendimento psicoterapêutico; grupos
psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e
Unidade de Terapia Intensiva; pronto atendimento; enfermarias em geral;
psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnóstica;
psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria. No trabalho com a equipe
multidisciplinar, preferencialmente interdisciplinar, participa de decisões em
relação à conduta a ser adotada pela equipe, objetivando promover apoio e
segurança ao paciente e família, aportando informações pertinentes à sua área
de atuação, bem como na forma de grupo de reflexão, no qual o suporte e
manejo estão voltados para possíveis dificuldades operacionais e/ou subjetivas
dos membros da equipe (CFP, 2001, p. 13)

O papel do psicólogo hospitalar abrange não somente o indivíduo que está em


processo de adoecimento, mas também com toda a equipe multidisciplinar e sua
família, o intuito seria haver uma maior eficácia no tratamento desse paciente, na forma
de cuidado e acompanhamento, facilitando na aceitação da doença como também nos
desafios que podem aparecer mediante alguns tratamentos. A equipe de saúde que é
responsável pelo paciente, realiza um plano terapêutico individual que tem como
finalidade desenvolver estratégias de enfrentamento a doença e verificar possíveis
adversidades ao tratamento, sendo realizado conforme as necessidades do paciente e
sua comorbidade, em época de pandemia esse plano deveria conter também
planejamentos que fossem de acordo com protocolos estabelecidos para conter a
disseminação da Covid, e as suas eventuais causas emocionais (OLIVEIRA, et al.
2021).
Para a psicologia hospitalar atuar em meio a situações de desastres (pandemia)
ainda é desafiador, principalmente pensando acerca de três temas: intervenções
psicológicas nas emergências e desastres, as novas modalidades de atendimento,
pensando acerca dos atendimentos passarem a ser na modalidade remota e não mais
presencial, e morte e luto (GRINCENKOV, 2020). Pensando ainda sobre morte e luto,
Sales et al., (2022), salienta sobre o Psicólogo não ter tempo para elaborar o processo
de luto de seus pacientes durante a pandemia, isso sendo derivado pela rapidez que
ocorriam as mortes após a piora súbita dos casos.
De acordo com Morais et al., (2021), os psicólogos também tiveram que
enfrentar muitos desafios com a chegada da pandemia, houve aumento da demanda e
carga horaria de trabalho extensa além do habitual, ocasionando em uma sobrecarga
tanto física como emocional. A preocupação com a taxa de mortalidade, o aumento de
colegas de trabalho e familiares sendo contaminados, favorecia ainda mais o
adoecimento mental (SCHMIDT, et al., 2020).
O psicólogo hospitalar teve que se adaptar as ferramentas tecnológicas para que
assim pudesse manter constâncias nos atendimentos psicológicos aos pacientes,
sendo uma prática utilizada para manter o distanciamento social, um dos protocolos
aderidos para tentar controlar a disseminação do vírus (OLIVEIRA, et al. 2021).
Algumas diretrizes foram estabelecidas pelo CFP para o retorno dos psicólogos
as suas atividades, os quais tiveram que se adequar à nova realidade e formas de
prática da profissão no ambiente hospitalar, que de acordo com Kuybida, Klaine e
Kurogi (2021, p. 3) “[...] a assumir uma postura proativa de prevenção e promoção de
saúde, garantir a assistência aos pacientes e familiares, e assegurar seu papel na
atuação com as equipes multiprofissionais para o planejamento e execução do
cuidado”.
Sabe-se que o profissional de saúde mental tem uma vulnerabilidade maior ao
estresse, desencadeando uma maior probabilidade ao transtorno mental (SANTOS e
CARDOSO, 2010). Segundo Sales et al., (2022) o mesmo relata acerca da sobrecarga
emocional adquirida pelo psicólogo hospitalar, referindo-se a dificuldade em se desligar
das demandas do hospital, mesmo fora desse ambiente, repercutindo em exaustão
física e mental provocado pelo intenso estresse ao qual o organismo foi exposto.
O profissional de saúde mental que também faz parte da linha de frente no
combate a covid, vivenciam esse momento em constante estado de tensão devidos as
perdas de pacientes e colegas, essa evidenciação da finitude da vida gerada pela
doença, produz novos sentimentos, como o medo da morte (LÓSS, et al., 2020).
De acordo com Nunes e Conceição (2022), o aumento do sentimento de solidão
e o isolamento por parte dos psicólogos hospitalares, se deve pelo fato da pandemia ter
contribuído para que não houvesse interação entre as pessoas, ocorre que o
profissional acaba contando somente com si mesmo e relação aos seus medos e
angustias. Sendo necessário a adaptação constante derivada das mudanças nos
protocolos de saúde, a prática sofrendo alterações, além do tempo gasto na preparação
do seu equipamento individual.
A precarização nos hospitais também é umas das queixas por parte da equipe
hospitalar, considerando o profissional da psicologia, as medidas aos quais teve que se
adaptar, não houve estrutura adequada para que houvesse atendimento remoto para as
famílias e pacientes, sem sala de apoio para que o psicólogo pudesse trabalhar e
garantisse o sigilo no atendimento psicológico, e sem EPIs adequadas pela escassez
de material de proteção (SALES, et al., 2022).
Quanto ao risco de contaminação que o profissional da psicologia estava
exposto, a administração do hospital não se atentava a essa questão, pois seu
exercício profissional não acarreta manipular o corpo do outro, deixando claro a
dificuldade que ainda à na compressão quanto o trabalho exercido pelo psicólogo
dentro dos hospitais. Sendo necessário um trabalho em conjunto com a própria equipe
de psicologia mediante as demandas que apareciam durante o colapso da saúde frente
a pandemia, destacando seu real papel e cobrando materiais para a inserção de suas
novas funções enquanto psicólogo hospitalar (SALES, et al., 2022).
Segundo o mesmo autor:
[...] à relevância do desenvolvimento da consciência de classe da categoria dos
psicólogos hospitalares, cujo trabalho deve ocorrer em lógica coletiva, pois ele
faz parte de uma equipe. Mostra-se diária a sua necessidade de reafirmação do
seu fazer, do seu espaço, que, por muitas vezes, é desgastante na rotina. É de
sua responsabilidade também propagar qual é o seu lugar no hospital, o que ele
pode e não fazer, do que precisa para o exercício de um trabalho efetivo e de
quando a equipe deve encaminhar um paciente ou familiar para atendimento.
Nas falas acima, essa postura envolve tanto psicoeducação para equipe,
construção de unidade da equipe psicológica para argumentação com a gestão
e se fazendo presente nos processos de trabalho com profissionais de outras
especialidades, isto é, ter uma atitude ativa na promoção dessas aproximações
(SALES, et al., 2022, p.15).

As instituições perceberam o quanto a pandemia e seus agravos estavam


interferindo na saúde mental de seus colaboradores, cobrando do profissional de
psicologia que fossem realizadas intervenções com os demais profissionais que
compõem equipe hospitalar, esquecendo-se de que o próprio psicólogo também faz
parte dessa equipe, que necessita também desse olhar e cuidado como colaborador,
sendo de responsabilidade da instituição desenvolver estratégias para a promoção da
saúde, levando-se em conta toda a equipe do hospital, até mesmo daqueles que
cuidam do sofrimento do outro (SALES, et al., 2022).
3 CONCLUSÃO

A partir do presente estudo, pode perceber que a categoria da Psicologia


hospitalar ainda enfrenta muitos desafios com relação a sua inserção dentro das
instituições hospitalares, ainda há muitas dúvidas e incertezas quanto a sua função,
além da pouca importância dada a esse profissional quando comparado as demais
profissões que fazem parte da equipe do hospital.
Com a chegada da pandemia acarretada pela Covid 19, as incertezas dos
agravos ocasionados pela doença, os profissionais da saúde tiveram que se adequar
da maneira que convém, a exaustão física e mental logo se fez presente depois das
horas intensas de trabalho, preocupações com os seus pares e com aqueles aos quais
tinham responsabilidade em cuidar. A saúde mental começa a ter lugar de importância
também, pois agora não se tratava apenas da doença física, mais o quanto a Covid 19
e os critérios adotados para a não disseminação do vírus, trouxe impactos psicológicos
a toda população, além da suscetibilidade em desenvolver algum transtorno, como
ansiedade, depressão, transtorno do pânico, entre outros.
Os impactos da saúde mental nos profissionais da linha de frente, fez com que a
gestão dos hospitais cobrasse ainda mais do Psicólogo intervenções visando a
promoção de saúde. No entanto, o psicólogo também fazia parte da linha de frente,
também é colaborador do hospital e necessita de cuidado tanto quanto os outros. A
proporção do psicólogo desencadear algum transtorno é bem maior devido sua
exposição diária ao sofrimento do outro, nesse sentido, os momentos de desesperança
ocasionado por uma pandemia que não tinha data de término, fazia com que o
psicólogo hospitalar tivesse que lidar com sua dor sozinho, já que a visão que a gestão
tinha desse profissional era somente daquele que cuida.
O presente estudo traz reflexões para ser mudado esse cenário, que as
instituições hospitalares visem que o profissional da saúde mental também precisa de
cuidados assim como os demais colaboradores, que nesse caso sendo até uma
alternativa a contratação de um profissional fora do contexto hospitalar para fazer
intervenções visando a promoção de saúde. A importância também da equipe de
psicólogos realizarem uma psicoeducação com intuito de passar informações quanto
seu papel dentro do hospital, mais do que isso, desmitificar que o profissional da saúde
mental não precisa de intervenções voltadas também nesse sentido, já que realizando
essa pesquisa bibliográfica houve bastante dificuldade em encontrar material teórico
que visasse as adversidades por parte do psicólogo, muito se fala nas intervenções
praticadas pelos mesmo em virtude da saúde mental dos demais profissionais, porém
não engloba o próprio psicólogo como parte desse conjunto.
4 REFERÊNCIAS

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