SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE APÓS A PANDEMIA DE
COVID-19
ANNA PAULA SOUZA PIMENTEL ANUNCIAÇÃO
CHRISTINA MEL OLIVEIRA COSTA E SILVA CLAYRE DE SOUZA PLÁCIDO ELLEN OLIVEIRA DOS SANTOS EMILY DIAS TAVEIRA IGOR DE ARAÚJO CARDOSO SANTANA JAQUELINE MACIEL LOPES DA SILVA MATEUS DA SILVA ALMEIDA VIVIANE KAROLINY BRANDÃO CALPER
ORIENTADORA: PROFª MSc NATÁLIA DE CASTRO LOUREIRO
2023 Manaus/Amazonas DIAGNÓSTICO E TEORIZAÇÃO
Temos como objetivo alcançar profissionais da saúde no âmbito da
enfermagem, que atuaram ativamente no enfrentamento da covid-19 para falar de saúde mental, portanto escolhemos o Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas- COREN, tendo sua sede na rua Tapajós n. 350, Centro como a escolha de parceiro. Fomos recebidos pelas enfermeiras: Luciana Lima Araujo, Nice Varela de Souza e Rebeca Lima Sampaio que são os responsáveis pelo Núcleo de Educação Permanente- NEP. O Coren AM é regido por sete profissionais da enfermagem efetivos e sete suplentes, os principais cargos são divididos entre: presidente, secretário e tesoureiro, e possuem mandato de três anos. A função do órgão é a fiscalização do exercício da função, a proteção do profissional da enfermagem, bem como demandar penalidades quando assim for necessário e propor avanços. O perfil da população a ser atendida por nosso projeto tem faixa etária entre 21 e 60 anos entre técnicos de enfermagem e enfermeiros do Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, localizado na Av. Mário Ypiranga, 1581, Adrianópolis, hospital que foi referência no enfrentamento da covid-19 em Manaus. A demanda abordada são as consequências por síndrome de burnout de profissionais da saúde, mais especificamente dos profissionais da enfermagem da cidade de Manaus, em decorrência do enfrentamento da covid-19. Segundo FERREIRA (2022), mesmo antes da pandemia, profissionais da enfermagem já se viam defronte aos desafios de baixa infraestrutura e condições de trabalho e salários insatisfatórios, o que influencia direta e indiretamente a má condição de saúde mental desses, bem como a quantidade insuficiente de materiais de EPIs para os mesmos. A pandemia como um vetor de agravo de ordem de saúde mental no que diz respeito aos profissionais da enfermagem, conforme TEIXEIRA (2020) exemplificou: privação de sono, ausência de notícias de familiares, escassez de medicamentos e equipamentos de proteção individual inadequados e insuficientes, de modo que esgotamento e exaustão física e mental foram inevitáveis. Durante a conversa com a Sra.Luciana Lima Araújo, a mesma observou a necessidade da comunidade de enfermagem em receber uma roda de conversa com o tema: Saúde Mental dos Profissionais da Saúde no Enfrentamento da Covid -19, visto que segundo ela há uma real necessidade de esclarecimento acerca do tema e amplo debate, e por consequência, escuta ativa dos mesmos. É importante salientar que a saúde mental de profissionais da enfermagem que atuaram na linha de frente durante a pandemia de 2019 não pode ser negligenciada, em vista disso há uma oportunidade acadêmica de estudo e intervenção, bem como motivação de aprendizagem para nosso projeto, considerando uma oportunidade de colocarmos em prática as teorias e técnicas psicoterápicas por nós aprendidas em sala de aula. Tendo em vista a oportunidade de colocar em prática as teorias e técnicas compreendidas em sala de aula, bem como auxiliar no processo da divulgação da psicologia, elaboração de palestras, construção de projetos, bem como a experiência do trabalhar em grupo, network e experienciar um novo ambiente fora da sala de aula como uma oportunidade levarmos um pouco do conhecimento adquirido em sala de aula aos nossos colegas enfermeiros. E ainda adquirir um conhecimento aprofundado acerca da saúde mental dos profissionais de saúde, tal qual colaborar para o futuro profissional a fim de desenvolver habilidades que, por fim, serão úteis sua carreira profissional, permitindo- nos identificar sinais, oferecer apoio e planejamento de uma abordagem adequada. Também é relevante para a construção de um atendimento empático, onde o profissional objetive compreender seus pacientes. Outro importante motivador para realizar tal protejo é propagar conhecimento a respeito da saúde mental no geral e, especificamente, sobre o Burnout, tendo em vista o alto índice de profissionais da saúde que adoeceram após a pandemia de COVID- 19. Outro objetivo é colher informações sobre o cotidiano dos enfermeiros, as principais reclamações e dificuldades que eles enfrentam diariamente ao lidar com os diversos enfermos, e seus acompanhantes no cotidiano de um ambiente hospitalar. Com isso, teremos uma nova visão acerca de como funciona o real processo psíquico e as demandas desses profissionais. Tendo em vista a base concreta para nos aprofundar na área hospitalar agregando conhecimento e base teórica/ prática em nosso currículo como aluno e profissional da psicologia. Abaixo os objetivos a serem alcançados e as ferramentas a serem utilizadas nesse projeto: • Trazer conscientização utilizando ferramenta de roda de conversa acerca do que é saúde mental e de como identificar a síndrome de burnout. • Identificar e ouvir os principais desafios enfrentados pelos profissionais de saúde, bem como a relação entre fatores de risco para o adoecimento e sintomas psicológicos entre enfermeiros/as durante a pandemia de Covid-19 utilizando ferramenta de dinâmica de grupo. • Objetivar entender as principais queixas na rotina do profissional de saúde que causam exaustão mental através de distribuição de folders informativos.
Segundo MENEZES (2017) as primeiras citações acerca da síndrome de burnout se
deram em meados da década de 70 por Herbert Freudenberg e Christina Maslach em seus respectivos estudos científicos, retratando o tema relacionado a síndrome a um esgotamento físico e mental, com ampla carga emocional de estresse crônico, que pode levar o indivíduo a sofrimento psíquico extenso. Cuidadores de enfermos, por conseguinte estão amplamente em fatores de risco, segundo MENEZES (2017) por estarem em contato direto com o sofrimento humano, estariam expostos a maiores riscos de fatores estressores em decorrência do trabalho. Partindo deste princípio podemos compreender que esses profissionais foram expostos a carga horária excessivas de trabalho, equipamentos inadequados, privação de sono e dentre outros agentes estressores que auxiliaram no processo de burnout dos mesmos segundo FERREIRA (2022) cita em seu artigo. O prelúdio da Síndrome de Burnout tornou-se reconhecido entre a comunidade da área da saúde mais ainda após a pandemia de COVID-19, haja vista que a carga horária de trabalho já era alta. Os profissionais de saúde são ainda mais suscetíveis à síndrome, pois apresentam diversos distúrbios psicológicos e osteomusculares recorrentes aos desgastes no âmbito profissional, além de lidarem com um ambiente de trabalho sem apoio social ou governamental, tornando-se assim um problema de saúde pública segundo RIBEIRO (2020). As perturbações podem ir além das de ordem psicológicas e atingir as áreas sociais do indivíduo com SB conforme afirma MENEZES (2017) interferindo até mesmo em sua rotina, família, trabalho alterando a qualidade do sono e influenciando no humor do indivíduo, embora esteja em dia de folga, padrão este que pode influenciar ainda mais em seu desgaste psicológico. BIBLIOGRAFIA
FERREIRA, S. C. C.; JUNIOR, G. A. A SAÚDE PÚBLICA E OS DESAFIOS PARA
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DURANTE A PANDEMIA EM MANAUS. Psicologia e Saúde em Debate, v. 8, n. 2, p. 1–12, 2022.
TEIXEIRA, C. F. DE S. et al. A saúde dos profissionais de saúde no enfrentamento da
pandemia de Covid-19. Ciencia & saude coletiva, v. 25, n. 9, p. 3465–3474, 2020.
Intervenções para prevenir riscos psicossociais do trabalho de profissionais da saúde no Brasil e no Peru: revisão sistemática com base no scoping study