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ARTIGO

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IMPACTO NA SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE PÓS- PANDEMIA

Post-pandemic mental health: Diagnosis, prevention and nursingcare

Anna Beatriz Soares Crispim, Raquel Maria Alves da Silva, Geovanna


D‟Azevedo Ferreira, Alline Oliveira do Nascimento Veloso. 1
Graduanda em Enfermagem pela
Faculdade Internacional da
RESUMO Paraíba - FPB..
E-mail:
Este estudo tem por objetivo verificar, através da literatura científica, impactos da
Geomarcatti17@gmail.com
COVID-19 à saúde mental dos profissionais da área da saúde, especificamente na
enfermagem e quais os impactos no serviço de saúde, como também verificar a 2
importância no cuidado precoce com a saúde mental e identificar as possíveis formas Graduanda em Enfermagem pela
de prevenção da mesma. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura e foi
Faculdade Internacional da
realizada nas bases de dados MEDLINE, LILACS, pela Biblioteca Virtual de Saúde,
usando os descritores: saúde mental, profissionais de saúde, enfermagem e pós Paraíba - FPB..
pandemia. Foi observado que a saúde mental dos profissionais de saúde foi posto em
prova, e estes apresentaram ansiedade, incertezas e solidão. Logo conclui – se como 3
Graduanda em Enfermagem pela
sendo fundamental a importância de existir o cuidado á parte da saúde mental para
desenvolvimento dos profissionais de saúde em sua atuação, preparando os mesmos Faculdade Internacional da
para um cenário pandêmico no qual se encontravam sobrecarregados gerando esses
conflitos em seu emocional. Paraíba - FPB..

4
Mestre em saúde pública pela
Palavras – chave: Saúde mental, Profissionais de Saúde, Enfermagem, Pandemia. UEPB e Docente da Faculdade
Internacional da Paraíba-FPB.

ABSTRACT

This study aims to verify, through the scientific literature, impacts of COVID-19 on the
mental health of health professionals, specifically in nursing and what impacts on the
health service, as well as to verify the importance of early care with mental health and
identify possible forms of prevention of it. This is an integrative review of the literature
and was carried out in medline, LILACS, databases by the Virtual Health Library, using
the descriptors: mental health, health professionals, nursing and post-pandemic. It was
observed that the mental health of health professionals was put to the test, and these
presented anxiety, uncertainties and loneliness. It concludes – the importance of
having mental health care for the development of health professionals in their
performance, preparing them for a pandemic scenario in which they were overloaded,
generating these conflicts in their emotional, is fundamental.

Keywords : Mental health, Health Professionals, Nursing, Pandemic.

1. INTRODUÇÃO

Muito se tem discutido recentemente acerca da saúde mental da população, após a


pandemia de Covid-19. A pandemia provocou o colapso nos sistemas de saúde, assim
como, afetou psicologicamente os profissionais que se encontravam na linha de frente e

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que estavam expostos ao alto risco de contaminação pelo novo corona vírus,
principalmente devido a possibilidade de transmitir a doença a terceiros e familiares, a
falta de equipamento de Proteção Individual (EPI) e os dilemas éticos vivenciados por
eles (SOUZA et al., 2021). Para tanto, as conseqüências psicológicas negativas nos
profissionais de saúde são justificadas por exaustão mental, carga horária extenuante,
pouco contato familiar, pressão da mídia, sentimentos de insuficiência, tristeza e
frustração no luto por pacientes e pessoas próximas (LIMA et al., 2020).

Pode-se afirmar que juntamente com a pandemia da COVID-19 surgiu sentimentos


psicológicos negativos em nível global, que pode se estender até mesmo após o controle
do vírus (HOSSAIN; SULTANA; PUROHIT, 2020). Isso porque os impactos na saúde
mental da população em geral, já vem sendo estudado e avaliado por especialistas, na
perspectiva de traçar estratégias para melhorar e ampliar os serviços de saúde.

O material também documenta o impacto do Covid-19 na saúde mental de


população vulneráveis, como jovens, mulheres, pessoas com transtornos mentais pré-
existentes , bem como trabalhadores de saúde e da linha de frente e pessoas com menor
status econômico, e observa que estes foram mais gravemente afetados para
interrupções nos serviços de saúde mental.

Traumas emocionais profundos são intensificados ou criados em larga escala por


desastres humanos como doenças pandêmicas, desastres naturais, conflitos de guerra e
outros. Com foco no surto de doenças infecciosas, situação que se enquadra no cenário
atual, a população sofre um abalo psicológico por causa de diversos fatores, o que pode
fragilizar a saúde mental. Nesses períodos, há divulgação excessiva ou inadequada de
informações nos veículos de comunicação como televisão, jornais e Internet e isso pode
contribuir para que as pessoas tenham uma afinidade mais por informações negativas e
informais gerando também a diminuição da confiabilidade de informações positivas e
formais. (COSIC K, et al., 2020; WANG J, et al., 2020)

Em janeiro de 2020, a OMS declarou que o surto do COVID-19 constituía uma


Emergência de Saúde Pública de importância internacional, o mais alto nível de alerta,
conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional (OMS, 2020). De acordo com o
mapa interativo do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE) na Universidade

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Johns Hopkins, são 6.399.230 casos confirmados e 384.463 mortes em 188 países
(DONGE et al., 2020). Na América Latina o COVID-19 chegou mais tarde que em outros
continentes.

No Brasil o primeiro caso registrado foi em 25 de fevereiro de 2020, porém


atualmente é o país com maior número de casos e de mortes do continente (DONGE et
al., 2020), e provavelmente esses dados são subestimados pois o país não tem testes
suficientes. Barroso et al. (2020) fizeram um mapeamento mostrando o índice de
risco que os trabalhadores brasileiros têm de serem contaminados pelo COVID-19
durante suas atividades profissionais e os trabalhadores da saúde apresentaram de 97
a 100% de risco de contágio desde técnicos de saúde bucal a técnicos de enfermagem,
enfermeiros e médicos.

De acordo com o Ministério da Saúde (2020), no Boletim Epidemiológico Especial


divulgado em maio no Brasil, existem 199.768 profissionais de saúde registrados no e-
SUS notificado com suspeita de COVID-19 sendo que 31.790 (15,9%) foram confirmados
para a doença, 53.677 (26,9%) foram descartados por não atenderem aos critérios
clínico-laboratoriais e 114.301 (57,2%) permaneceram em investigação . A categoria
profissional com o maior número de registros no sistema foi “Técnico ou Auxiliar
em Enfermagem” (68.250 ou 34,2%), seguida de “Enfermeiro” (33.733 ou 16,9%),
“Médico” (26.546 ou 13,3%), “Recepcionista” (8.610 ou 4,3%) e outro tipo de agente de
saúde (5.013 ou 2,5%).

Em estudo realizado no Canadá no surto de COVID-19, Pereira et al., (2020)


encontraram sintomas que exemplificam prejuízo na saúde mental dos trabalhadores
da saúde, como sensação de alto risco de contaminação, efeito da doença na vida
profissional e humor deprimido. Além disso a exaustão física e mental, a dor da perda de
pacientes e colegas, a dificuldade de tomada de decisão, o medo da contaminação e da
transmissão da doença aos entes próximos também são fatores que prejudicam a saúde
mental dos profissionais atuantes na linha de frente da doença (GUIMARÃES AV e
BRASILAM, 2018).

2. JUSTIFICATIVA

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Ao observar uma lacuna existente no cotidiano sobre o olhar significativo para a


saúde mental e seus impactos sobre a vida dos profissionais de enfermagem, nota-se que
são poucas os estudos que abordam, de fato, a importância sobre a situação vivenciada
pelos profissionais de saúde, no período difícil da pandemia. Além disso, a imagem do
profissional é vista sempre como algo que será inabalável, sem levar em consideração a
importância da saúde mental preservada para um desenvolvimento na vida do indivíduo.

3. OBJETIVO

Este estudo tem por objetivo, verificar através da literatura científica impactos da
COVID-19 à saúde mental dos profissionais da área da saúde especificamente na
enfermagem e quais os impactos no serviço de saúde, como também verificar a
importância no cuidado precoce com a saúde mental e identificar as possíveis formas de
prevenção da mesma.

4.METODOLOGIA

Para o alcance do objetivo, foi escolhido e selecionado a revisão integrativa da


literatura como método de pesquisa. A revisão integrativa inclui a análise de pesquisas
relevantes que dão suporte para a tomada de decisão e a melhoria da prática clínica,
possibilitando a síntese do estado do conhecimento de um determinado assunto, além de
apontar lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização de
novos estudos ( Polit DF et al., 2006)

Este método de pesquisa permite a síntese de múltiplos estudos publicados e


possibilita conclusões gerais a respeito de uma particular área de estudo. É um método
valioso para a enfermagem, pois muitas vezes os profissionais não têm tempo para
realizar a leitura de todo o conhecimento científico disponível devido ao volume alto, além
da dificuldade para realizar a análise crítica dos estudos (Polit DF, Beck CT et al., 2006).

A pesquisa bibliográfica foi feita na Biblioteca Virtual de Saúde ( BVS), utilizando os


seguintes descritores: saúde mental, profissionais de saúde, enfermagem e pós
pandemia, e encontramos resultados o assunto principal que gerou 13 textos completos,

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foi utilizado o base de dados Banco de dados da Enfermagem ( BDENF), Sistema Online
de busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE), Literatura Latino Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS).

Foi aplicado o filtro „‟tipos de estudo„‟ que obtivemos o seguinte resultado: estudo
de rastreamento (6), estudo diagnóstico (4), revisão sistemática (2), pesquisa qualitativa
(1). No assunto principal foi selecionado: saúde mental (6), depressão (5), ansiedade (5),
transtornos de estresse pós-traumáticos (3), covid-19 (6), trauma psicológico (1). O idioma
escolhido foi em português, e logo após usado o filtro “últimos 5 anos“ gerando um total
de 3 artigos.

Foram também utilizados os seguintes descritores: profissionais de saúde pós-


pandemia , dentro dele obtivemos os resultados a seguir, o assunto principal gerou 266
textos completos, foi aplicados o filtro, “tipos de estudo“ que obteve os seguintes
resultados: fatores de risco (96), pesquisa qualitativa (72), revisão sistemática (22). O
idioma escolhido foi o Português gerando um total de 29 artigos e após o filtro “últimos 5
anos “ e o resultado final restaram apenas 18 artigos.

No outro assunto “cuidados de enfermagem pós pandemia” foram encontrados 85


textos completos, na aplicação do filtro “assunto principal” obteve-se os seguintes
resultados, infecções por corona vírus (33), pandemias (21), transtorno de estresses pós-
traumáticos (10), nos “tipo de estudo”, foram encontrados, estudo prognóstico (19),
fatores de risco (15), pesquisa qualitativa (11), estudo de rastreamento (9). Após a
aplicação da língua Português e tempo de “últimos 5 anos “ restaram apenas 4 artigos.

Por último, no assunto “saúde mental na enfermagem pós pandemia” foram


encontrados 28 textos completos, na aplicação do filtro “assunto principal” obteve-se
covid-19 (16), depressão (5), estresse ocupacional (5), enfermeiras e enfermeiros (5), e
aplicado o filtro “tipos de estudo” foram encontrados: fatores de risco (11), pesquisa
qualitativa (9), estudo prognóstico (8), após a aplicação do Português e Inglês e tempo
dos “últimos 5 anos“ restaram apenas 1 em Português, e em Inglês restaram apenas 13
artigos.

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Com base nos resultados dos artigos, em um total de 38 artigos, após leitura dos
resumos encontrados foram selecionados 8 artigos que apresentaram conteúdo análogo a
temática desse trabalho e que correspondiam ao objetivo da pesquisa.

Foi utilizado para organização da coleta de dados um instrumento adequado,


sendo composto por: título do artigo, periódico, autores, ano, banco de coleta de dados,
objetivos, tipo de estudo, resultados, discussões e conclusões.

5.RESULTADOS

Relação dos artigos científicos selecionados e analisados sobre o tema.

Nº DO TÍTULO PERÍODICO/ AUTOR ANO TIPO DE


ESTUDO BASE DE DADOS ESTUDO
E–1 Preocupações, GALLETA, M, et.AI Carvalho, Milena 2021 Revisão
preparação e Worries, Maciel sistemática da
impactos da preparedens, and literatura
pandemia de perecível impact
COVID-19 na od COVID-19
saúde mental
dos enfermeiros

E- 2 O impacto da LILACS e Bezerra GD, Sena 2020 Revisão


pandemia por
MEDLINE via ASR, Braga ST, integrativa da
COVID-19 na
saúde mental PUBMED, dos Santos MEN, Literatura
dos profissionais
Correia LFR,
de saúde
Clementino KM de
F, Carneiro YVA,
Pinheiro WR
E- 3 Aspectos Biblioteca Virtual Home > Vol 3, No 2020 Revisão
relacionados à de Saúde (BVS), 6 (2020) > Almeida Integrativa da
saúde mental dos literatura
profissionais de
saúde durante a
pandemia do
Covid-19
E-4 O impacto da Latino Americana Oliveira OC, 2021 Revisão
pandemia de e do Caribe em Soares PJR interativa da

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Covid-19 na Ciências da Saúde literatura


saúde mental (LILACS), Sistema
das equipes de Online de Busca e
enfermagem no análise de
Brasil e o Literatura Médica
enfretamento (MEDLINE),
frente a este através da
desafio Biblioteca Virtual
da Saúde (BVS) e
E- 5 Saúde mental e SEÇÃO Beatriz SCHMIDT 2020 Revisão da
intervenções
TEMÁTICA: literatura técnico-
psicológicas
diante da CONTRIBUIÇÕES científico
pandemia do novo
DA PSICOLOGIA
corona vírus
(COVID-19) NO CONTEXTO
DA PANDEMIA DA
COVID-19 • Estud.
psicol. 37 • 2020 •
E-6 A saúde mental Os dados foram Eduardo Bassani 2020 Revista brasileira
da enfermagem analisados por Dal‟Bosco; Lara de enfermagem
no enfrentamento meio de freqüência Simone Messias
da COVID-19 em absoluta e relativa, Floriano; Suellen
um hospital utilizando o Vienscoski
universitário software statistical Skupien;
regional package for the Guilherme Arcaro;
social sciences. Alessandra
Rodrigues Martins;
Aline Cristina
Correa Anselmo.
E-7 Saúde mental Pubmed e Paula Ritter 2021 Revista interativa
dos profissionais EMBASS Fagundes Graciela
de enfermagem de Brum Palmeiras
durante a
pandemia do
corona virus
E-8 Repercussões da PubMed Liana Dantas da 2021 Revista
(Biblioteca
pandemia de Costa e Silva sistemática
Nacional de
corona vírus na Medicina do Barbosa Lourrany qualitativa
Instituto Nacional
saúde mental Fernandes Leite
de Saúde dos
dos profissionais Estados Unidos), Mauricélia Silva
SCIELO (Scientific
de enfermagem Rocha
Eletronic Library

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ANO Volume/Número uma revisão integrativa.

Online), LILACS
(Literatura Latino-
Americanae do
Caribe em
Ciências da
Saúde), BDENF
(Base de Dados da
Enfermagem), e
Google
Acadêmico, no
período de 2020 a
2021.

6. DISCUSSÕES

De acordo com Dantas (2021), a pandemia causada pela Covid-19 tem afetado
negativamente a saúde mental dos profissionais de saúde, especialmente os que
trabalham na linha de frente assistencial, pois lidam diariamente com o medo de se
infectarem e infectarem os outros, incluindo a carência dos equipamentos de proteção
individuais e a sobrecarga de trabalho.

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2016) informa que em relação às


repercussões mentais nos períodos supracitados, podem-se destacar: desesperança,
desespero, medo exacerbado de repetição dos fenômenos, medo da morte de si e de
pessoas próximas, medo de ser infectado e de infectar os outros, enfrentamento de
medidas de isolamento social, que podem facilitar o surgimento de estresse pós-
traumático, sintomas depressivos e ansiosos. E esses abalos mentais vieram pelo fato de
que tiveram que se isolar, não podia ver os filhos, ou sua família no geral, onde a falta do
afago e afeto acaba gerando piora nos comportamentos psíquicos.

GALLETTA, M. et al., (2021) têm indicado que profissionais de saúde, de forma


geral, estão mais expostos aos impactos de um cenário pandêmico, em função da maior
demanda de trabalho, jornadas de trabalho mais longas, sofrimento psíquico, fadiga,
estigmatização, violências, preocupações, estresse e outros fatores que afetam a saúde
mental. No entanto, os profissionais da área de Enfermagem merecem destaque por
representarem a maior parcela de profissionais de saúde na chamada linha de frente,
atuando na assistência direta às vítimas.

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BEZERRA, et al., (2020) Os estudos trazem como foco principal o estresse e a


ansiedade que interferem na saúde desses trabalhadores. Portanto, é preciso lembrar
que, assim como os pacientes, esses profissionais também possuem pessoas que os
amam, para as quais precisam voltar com saúde física e mental. Os profissionais da
saúde necessitam de um olhar mais sensível voltado às suas necessidades físicas,
mentais e espirituais. Medidas para mantê-los saudáveis devem ser realizadas, desde a
melhoria das condições de trabalho até a disponibilidade de recursos para prestação da
assistência, treinamentos adequados, otimização das exaustivas jornadas de trabalho e
meio propício ao descanso dos profissionais.

PRETI, et al., (2020) sugeriu algumas estratégias para minimizar os impactos


psicológicos nos profissionais de saúde, sendo muito importante reservar uma maior
atenção para aqueles profissionais que trabalham na linha de frente, além de
instituir programas de educação continuada. Outros fatores de grande importância são:
fornecer medidas adequadas de proteção e organizar os serviços de suporte psicológico
que podem ser feitos inclusive online. Segundo Pereira -Sanchez et. al. (2020) pode ser
utilizado a telepsiquiatria de longo alcance, compartilhando recursos de promoção à
saúde mental online e conectando profissionais de todo o mundo.

SOUZA, et al. (2019) afirma que o enfermeiro é considerado um facilitador da


inclusão do cuidado holístico na saúde mental, baseando sua assistência na
empatia, solidariedade, autonomia e respeito aos direitos dos cidadãos.

FERREIRA, et al., (2016) conclui que o enfermeiro em saúde mental tem papel
importante na composição do CAPS que foi instituído como um serviço substitutivo ao
modelo de assistência anterior a Reforma Psiquiátrica e possui como finalidade,
ofertar uma assistência que busca não isolar o paciente mas, sim envolver o mesmo e
sua família no seu tratamento, processo de recuperação e reintegração social do
indivíduo que sofre com uma doença mental.

ZHANG et al., (2020) junto a 1.563 médicos que atuavam em hospitais de


diferentes cidades chinesas, constatou-se a prevalência de sintomas de estresse em

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73,4% dos respondentes, depressão em 50,7%, ansiedade em 44,7%, e insônia em


36,1%.

GOMES, SM, et.al., (2021) analisou a saúde mental da enfermagem no


enfrentamento da COVID-19 descrito na literatura. Concluiu-se que os estudos apontam
sobrecarga de trabalho dos profissionais da saúde que trabalham na linha de frente e
prevalência de alguns transtornos mentais como ansiedade, depressão e insônia.

RAMOS-TOESCHER, et al., (2021) foi possível identificar que uma proporção


significativa de profissionais de enfermagem experimentou ansiedade moderadamente
alta no desenvolvimento das suas atividades. Algo bastante semelhante ao que estamos
vivenciando na atualidade, e que nos dá margem para reflexão sobre as condições de
preparo psicológico desses profissionais em emergências de larga escala, como é o caso
da COVID-19.

ENSP / FIOCRUZ, (2021) conclui que na pesquisa foi possível enfatizar a


importância dos profissionais de enfermagem no enfrentamento do novo corona vírus,
mas ao mesmo tempo desgaste por diversos fatores envolvendo a desvalorização desses
colaboradores, acarretando vários impactos comportamentais e psíquicos.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante disso a pandemia COVID, que começou no Brasil, nos primeiros meses de
2020, em março desse ano, e como um resultado, a população mundial foi surpreendida
pela magnitude da tragédia, que estava matando muitas pessoas e colocando muitos
outros em hospitais, com alguns se recuperando e outros não, e como resultado, adotou-
se isolamento, uso de máscaras, o uso do álcool em gel 70% na rotina utilizado como
forma de desinfecção para a duração desse tempo, com isso para evitar o máximo de
contaminação possível nos ambientes.

Conclui-se que os profissionais de saúde que trabalharam na linha de frente dos


serviços de saúde, em face da pandemia da COVID-19 mais do que outras vezes se
encontraram em situações estressantes, resultando em um aumento do nível de

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preocupação, trabalho, ansiedade e depressão, diante de tantas mortes e longos turnos


de trabalho.

Devido à carga de trabalho pesada e grande número de profissionais e pacientes


infectados, bem como exaustão psicológica e falta de equipamentos individuais de
proteção, essenciais para combater a epidemia, eles se encontraram em situações
difíceis.

Verificou-se portanto, que estes profissionais que passaram a enfrentar a


pandemia, ficaram mais propensos a desenvolver problemas psicológicos, como a
depressão, além da exaustão física, que leva ansiedade, insônia, o medo de voltar para
seu lar, e representar perigo para sua família.

Diante deste contexto, se faz necessário um olhar mais sensível sobre as


necessidades físicas, mentais e espirituais deste profissionais. Logo, medidas devem ser
tomadas, sobretudo com disponibilidade de recursos para prestação de assistência,
treinamento adequado, otimizando assim, ao longo dos dias, o seu trabalho e
proporcionando descanso adequado para os profissionais citados.

8. REFERÊNCIAS

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no contexto da pandemia por Covid-19. Interface-Comunicação, Saúde,
Educação, v. 25, 2021.
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saúde mental dos profissionais de saúde durante a pandemia do Covid-19: uma
revisão integrativa da literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 6, p.
19481-19491, 2020.
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Pandemic on Nurses' Mental Health. Frontiers in Public Health, v. 9, 2021.
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health implications. Psychiatria Danubina, v. 32, n. 1, p. 32-35, 2020.

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5. HOSSAIN, Md Mahbub; SULTANA, Abida; PUROHIT, Neetu. Mental health


outcomes of quarantine and isolation for infection prevention: a systematic umbrella
review of the global evidence. Epidemiology and health, v. 42, 2020.
6. LIMA, Sonia Oliveira et al. Impactos no comportamento e na saúde mental de
grupos vulneráveis em época de enfrentamento da infecção COVID-19: revisão
narrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 46, p. e4006-e4006, 2020.
7. MENDES, Karina Dal Sasso; SILVEIRA, Renata Cristina de Campos Pereira;
GALVÃO, Cristina Maria. Revisão integrativa: método de pesquisa para a
incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & contexto-
enfermagem, v. 17, p. 758-764, 2008.
8. Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS. OPAS destaca crise de saúde
mental pouco reconhecida causada pela COVID-19 nas Américas. 2021.
Disponível em: <https://www.paho.org/pt/noticias/24-11-2021-opas-destaca-crise-
saude-mental-pouco-reconhecida-causada-pela-covid-19-nas>. (acessado em
08/Junho/2022).
9. PRADO, Amanda Dornelas et al. A saúde mental dos profissionais de saúde frente
à pandemia do COVID-19: uma revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo
Saúde, n. 46, p. e4128-e4128, 2020.
10. RAMOS-TOESCHER, Aline Marcelino et al. Saúde mental de profissionais de
enfermagem durante a pandemia de COVID-19: recursos de apoio. Escola Anna
Nery, v. 24, 2020.
11. SCHMIDT, Beatriz et al. Saúde mental e intervenções psicológicas diante da
pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Estudos de Psicologia (campinas),
v. 37, 2020.
12. SOUZA, Norma Valéria Dantas de Oliveira et al. Trabalho de enfermagem na
pandemia da covid-19 e repercussões para a saúde mental dos
trabalhadores. Revista gaucha de enfermagem, v. 42, 2021.
13. VASCONCELOS, Sílvia Eutrópio et al. Impactos de uma pandemia na saúde
mental: analisando o efeito causado pelo COVID-19. Revista Eletrônica Acervo
Saúde, v. 12, n. 12, p. e5168-e5168, 2020.

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