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Brazilian Journal of Health Review 12370

ISSN: 2595-6825

Síndrome de Burnout na classe médica durante a pandemia da Covid-19:


uma revisão de literatura

Burnout syndrome in physicians during the Covid-19 pandemic: a


literature review

DOI:10.34119/bjhrv5n4-035

Recebimento dos originais: 14/04/2022


Aceitação para publicação: 30/06/2022

Marina Gomes do Espírito Santo


Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário Tiradentes
Instituição: Centro Universitário Tiradentes
Endereço: Av. Comendador Gustavo Paiva, 5017, Cruz das Almas, Maceió - AL, Brasil
E-mail: marinagomes1504@gmail.com

Maria Gabriela Correia da Silva


Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário Tiradentes
Instituição: Centro Universitário Tiradentes
Endereço: Av. Comendador Gustavo Paiva, 5017, Cruz das Almas, Maceió - AL, Brasil
E-mail: mariagabrielacor1@gmail.com

Clarissa França Tavares de Souza


Preceptora de Psiquiatria do Curso de Medicina pelo Centro Universitário Tiradentes
Instituição: Centro Universitário Tiradentes
Endereço: Av. Comendador Gustavo Paiva, 5017, Cruz das Almas, Maceió - AL, Brasil
E-mail: clarissa.fts@gmail.com

Victor José Correia Lessa


Preceptor de Psiquiatria do Curso de Medicina pelo Centro Universitário Tiradentes
Instituição: Centro Universitário Tiradentes
Endereço: Av. Comendador Gustavo Paiva, 5017, Cruz das Almas, Maceió - AL, Brasil
E-mail: vjcl.victor@gmail.com

RESUMO
Introdução: A Síndrome de Burnout, caracterizada por exaustão emocional, despersonalização
e baixa realização pessoal, é decorrente do estresse crônico causado por atividades laborais.
Durante a pandemia da COVID-19, a piora das condições de trabalho e as longas jornadas
tornaram-se fatores de risco para o desenvolvimento dessa síndrome, principalmente entre a
classe médica. Diante disso, este trabalho tem por objetivo revisar a literatura sobre Síndrome
de Burnout, sua prevalência entre médicos e sua interface com a pandemia de COVID-19.
Método: Revisão da literatura disponível dos últimos 5 anos sobre o tema. A busca por
publicações foi realizada no período de agosto a dezembro de 2021 nas bases de dados PubMed,
LILACS, SciELO e BIREME com os descritores “Burnout”, “Médicos”, “COVID-19” e
“Esgotamento Profissional”. Resultados: De 22 artigos encontrados, 7 preencheram os critérios
de inclusão para o objetivo principal desta revisão. Todas as pesquisas foram conduzidas no
ano de 2020 em diferentes países, com médicos de diversas especialidades. A maioria dos
estudos utilizou o Maslach Burnout Inventory (MBI) como instrumento diagnóstico. A
prevalência de SB durante a pandemia de COVID-19 variou de 49,2% a 100%. Enquanto no

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período anterior à pandemia foram encontrados percentuais de no máximo 81,5%, as pesquisas


no âmbito da pandemia de COVID-19 revelaram números de até 100%. Conclusão: Houve
números maiores na prevalência de SB na maioria das amostras do contexto pandêmico. Mais
estudos são necessários para obtenção de resultados mais fidedignos e neutralização de vieses.

Palavras-chave: Burnout, médicos, Covid-19, esgotamento profissional.

ABSTRACT
Introduction: Burnout Syndrome, defined as emotional exhaustion, personal derealization and
low personal fulfillment, is due to the stress caused by work activities. During the COVID-19
pandemic, worsening working conditions and long hours became risk factors for the
development of this syndrome, especially among the medical profession. Therefore, this work
aims to review the literature on Burnout Syndrome, its prevalence among physicians and its
interface with the COVID-19 pandemic. Method: Review of available literature from the last 5
years on the subject. The search for publications was carried out from August to December of
2021 in the PubMed, LILACS, SciELO and BIREME databases with the descriptors “Burnout”,
“Doctors”, “COVID-19” and “Professional Burnout”. Results: Of the 22 articles found, 7 were
presented as an inclusion review for its main objective. All surveys were conducted in 2020 in
different countries, with physicians of different specialties. Most studies used the Maslach
Burnout Inventory (MBI) as a diagnostic instrument. The prevalence of SB during the COVID-
19 pandemic ranges from 49.2% to 100%. While in the period before the pandemic, percentages
of a maximum of 81.5% were found, research in the context of the COVID-19 pandemic
revealed numbers of up to 100%. Conclusion: There were higher numbers in the prevalence of
SB in most samples from the pandemic context. More studies are needed to obtain more reliable
results and neutralize biases.

Keywords: Burnout, physicians, Covid-19, professional Burnout.

1 INTRODUÇÃO
A Síndrome de Burnout (SB), por muito tempo, não vem sendo identificada como
doença pela comunidade médica no cenário global, referindo-se a um fenômeno do contexto
ocupacional. Entretanto, no Brasil, existem normativas considerando-a doença relacionada ao
trabalho desde 1999 (DIAS et al., 2001).
Após uma mudança ocorrida em janeiro de 2022, foi incluída na 11ª Revisão da
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-
11) na categoria “fatores que influenciam o estado de saúde ou o contato com os serviços de
saúde”, reforçando seu lugar como fenômeno ocupacional e não doença, sob o código QD85,
no capítulo “problemas associados ao emprego ou desemprego”. Aparece na CID-11 como uma
síndrome resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi administrado com
sucesso e caracterizada por três dimensões: sensação de esgotamento ou exaustão;
distanciamento mental ou sentimentos de negativismo ou cinismo em relação ao trabalho; e
uma sensação de ineficácia e baixa realização pessoal (CID-11, 2022).

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Os médicos são profissionais altamente vulneráveis à SB, pois lidam com fatores de
estresse ao longo de sua vida profissional (MOREIRA; SOUZA; YAMAGUCHI, 2018).
Especificamente na área da medicina, a presença desta síndrome é crítica: em nível mundial
está presente em 1 a cada 2 médicos; um terço destes é afetado de maneira considerável; e um
décimo, de forma grave com aspectos irremediáveis (TUCUNDUVA; GARCIA; PRUDENTE;
et al., 2006). De acordo com o Conselho Federal de Medicina, no Brasil, 23,1% dos médicos
apresentam a SB em alto grau em uma amostra de 7,7 mil profissionais de todos os estados
(BARBOSA, 2007).
A pandemia da COVID-19 acarretou diversos fatores agravantes para o
desenvolvimento da síndrome entre a classe médica, como crescimento das jornadas de
trabalho, aumento do estresse no ambiente de trabalho, sobrecarga dos profissionais, risco de
contaminação e sentimento de impotência diante do desconhecimento sobre a doença. Segundo
Sung C-W, no ano de 2020, 40,3% dos profissionais de saúde das enfermarias de COVID-19,
principalmente médicos (31%), apresentaram SB.
A SB apresenta uma diversidade de sintomas psicológicos como humor depressivo,
alterações de memória e concentração, ideações suicidas e irritabilidade. Além disso, pode
manifestar sintomas físicos. Foi diretamente associada com a experiência de pelo menos um
sintoma somático como mudanças nos hábitos alimentares, dificuldade em dormir e tensão
muscular (BARELLO; PALAMENGHI; GRAFFIGNA, 2020).
Os efeitos da síndrome não se limitam apenas aos médicos que a experenciam, podendo
impactar todo o sistema de saúde, devido a importância do papel da classe médica dentro desse
sistema (DEWA; LOONG; BONATO; et al., 2017). Está relacionada à falta de
comprometimento com o trabalho, diminuição da produtividade e demissões. À medida que a
exaustão dos médicos aumenta, esses profissionais diminuem a carga de energia emocional
investida no trabalho, levando à despersonalização (SALYERS; LUTHER; FIRMIN; et al.,
2016), o que pode afetar a integridade da relação médico-paciente e comprometer a efetividade
do atendimento. Além disso, contribui mais fortemente com a possibilidade de erros médicos
(TAWFIK, D. S.; PROFIT, J.; MORGENTHALER, T. I.; et. al., 2018).
Tendo em vista o contexto global de sobrecarga da classe médica proporcionado pelo
surgimento da COVID-19, este trabalho tem por objetivo revisar a Síndrome de Burnout, sua
prevalência entre médicos e sua interface com a pandemia.

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2 METODOLOGIA
A presente pesquisa é uma revisão integrativa de literatura. Como objetivo principal,
foram incluídos estudos que avaliaram a prevalência de SB na classe médica durante a
pandemia de COVID-19. Adicionalmente, trabalhos sobre o conceito da SB e a prevalência
desta na classe médica no período pré-pandêmico também foram incorporados nesta revisão
para enriquecer o material, esboçar o conhecimento mais atual disponível na literatura sobre o
que se entende por SB e o panorama geral desta no período pré-pandemia.
O limite para o período de publicação foi entre os anos de 2016-2021 e os idiomas
analisados foram português e inglês. Foram excluídos desta revisão estudos que não avaliaram
a prevalência de SB na classe médica antes e durante a pandemia de COVID-19, além daqueles
nos quais não foi possível ter acesso ao conteúdo completo.
A busca pelos artigos foi realizada no período de agosto a dezembro de 2021 nas bases
de dados PubMed (Público/Editora MEDLINE), LILACS (Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde), BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de informação
em Ciências) e Scielo (Scientific Electronic Library Online).
Os descritores utilizados estão cadastrados no Portal de Descritores das Ciências da
Saúde (DeCS): COVID-19; Burnout; Médicos; Esgotamento Profissional, e seus
correspondentes em inglês (Burnout; Physicians; COVID-19; Professional Burnout).
Foram identificados 47 artigos. Para a triagem dos estudos, foi realizada a leitura
minuciosa dos resumos e selecionados os que atendiam aos objetivos e critérios de inclusão.
Posteriormente, foi realizada a leitura do texto completo para avaliação da elegibilidade. Para
a revisão de literatura, foram utilizados 22 artigos. Destes, 7 atenderam ao objetivo principal e
o restante aos objetivos secundários. O processo de seleção dos artigos está sintetizado na figura
1.

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Figura 1. Representação esquemática do processo de identificação, triagem, elegibilidade e inclusão de trabalhos


na revisão.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2022.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 O CONCEITO DE SÍNDROME DE BURNOUT
O termo “burnout” foi inicialmente utilizado por um teórico americano chamado
Herbert Freudenberger para designar uma relação insatisfatória entre um indivíduo e seu
trabalho, na qual ocorre uma progressão dos níveis de estresse (FREUDENBERGER, 1974).
Essa denominação origina-se da língua inglesa: to burn é traduzido como arder ou queimar e
out significa até o fim. Segundo Mendanha, Bernardes e Shiozawa, 2018:

Literalmente, significa “queimar até a chama desvanecer”, dando a ideia de um “fogo


que vai se apagando aos poucos, até definitivamente cessar”. Figurativamente,
designa algo que vai sendo consumido (que vai deixando de funcionar) até à exaustão
total. Difere do termo burn up, que expressa a ideia de “queimar por completo”.

Em 1976, Malash e Jackson definiram exaustão emocional, despersonalização e baixa


realização pessoal como as três dimensões da SB, conceito amplamente aceito pela comunidade
científica e utilizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para caracterizar burnout. A
partir desse modelo teórico, surgiu o Maslach Burnout Inventory (MBI), consolidado como o

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instrumento padrão-ouro para avaliar a síndrome e sua prevalência (BRIDGEMAN;


BRIDGEMAN; BARONE, 2018; PERNICIOTT; GUARITA; MORALES; et al., 2020).
Porém, existem divergências teóricas quanto à definição dela. A literatura conta com diversos
estudos de diferentes autores com definições e dimensões para Síndrome de Burnout, além de
outras escalas para graduação da gravidade da síndrome, como a Oldenburg Burnout Inventory
(OLBI).
Existe falta de consenso sobre as dimensões que constituem ou não o quadro da SB
devido às diferentes concepções sobre tal diagnóstico (PERNICIOTT; GUARITA;
MORALES; et al., 2020). O fato de não ser considerada como doença pela OMS gera
discussões na comunidade científica, principalmente por causa da falta de critérios diagnósticos
precisos.
A SB apresenta sintomas físicos, psíquicos, comportamentais e defensivos. Os sintomas
físicos são representados por fadiga constante e progressiva, dores musculares ou
osteomusculares, distúrbios do sono e do sistema respiratório, cefaleias, enxaquecas,
perturbações gastrointestinais, imunodeficiência, transtornos cardiovasculares, disfunções
sexuais e alterações menstruais em mulheres. Os sintomas psíquicos por falta de concentração,
alterações da memória, lentificação do pensamento, sentimento de alienação, de solidão e de
impotência, impaciência, labilidade emocional, baixa autoestima, desânimo, disforia,
depressão, desconfiança ou paranoia. Os sintomas comportamentais por negligência, escrúpulo
excessivo, irritabilidade, incremento da agressividade, incapacidade para relaxar, dificuldade
na aceitação de mudanças, perda de iniciativa, aumento do consumo de substâncias,
comportamento de alto risco, suicídios. Já os sintomas defensivos, por tendência ao isolamento,
sentimento de onipotência, perda do interesse pelo trabalho ou até pelo lazer, absenteísmo,
ímpetos de abandono do trabalho, ironia e cinismo (BENEVIDES-PEREIRA, 2010).
Alguns fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome podem ser citados, como
profissões que estabelecem constante contato com os indivíduos que utilizam o serviço
prestado, a exemplo dos profissionais de saúde, o sexo feminino e a pouca idade. Entre as
mulheres, o esgotamento emocional mostra-se frequente, dado que elas exercem múltiplas
tarefas, na maioria das vezes assumindo mais atividades do que os indivíduos do sexo
masculino (TOMAZ; TARJA; LIMA; et al., 2020). Já os mais jovens possuem menos
maturidade para lidar com as exigências do trabalho e realizar o manejo do estresse (TOMAZ;
TARJA; LIMA; et al., 2020).

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3.2 A OCORRÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT NA CLASSE MÉDICA PRÉ-


PANDEMIA
O alto nível de tensão presente na rotina da profissão médica é a justificativa para alta
prevalência de SB nessa classe. A responsabilidade sobre a vida dos pacientes, o sentimento de
impotência diante de doenças incuráveis, o dever de comunicar más notícias, lidar com a morte
diariamente, as extensas jornadas de trabalho divididas por turnos, exigência de produção em
detrimento da qualidade do atendimento e o risco de contaminação são fatores que contribuem
para o desenvolvimento de estresse crônico em médicos.
A propensão dos profissionais de saúde à SB está bem documentada, principalmente os
que trabalham em ambientes complexos e intensos como os hospitais, sendo frequentemente
identificada em médicos de diferentes especialidades, com prevalências que variam de 25 a
67% (BARTHOLOMEW; HOUK; PULCRANO; et al., 2018; ROTENSTEIN; TORRE;
RAMOS; et al., 2018).
Apesar de fatores estressantes serem associados a especialidades médicas que atuam em
hospitais, os profissionais inseridos em ambientes ambulatoriais também estão suscetíveis ao
burnout. As especialidades com as maiores frequências da síndrome são respectivamente:
medicina de UTI, medicina de família e comunidade, medicina de emergência, medicina interna
e ortopedia. As áreas menos afetadas, em ordem decrescente, são: psiquiatria, onco-
hematologia pediátrica, dermatologia, anestesiologia e oncologia (MOREIRA; SOUZA;
YAMAGUCHI, 2018). Cada especialidade apresenta aspectos desencadeantes e protetores para
SB.
A mais elevada prevalência de SB se encontra em médicos intensivistas. A UTI é
certamente um dos ambientes mais estressores por expor o médico continuamente a grandes
responsabilidades e a situações estressantes, como o manejo de situações de risco à vida, as
decisões relativas a estratégias de retirada do suporte à vida e o fato de ter que lidar
simultaneamente com muitas tarefas difíceis (SANFILIPPO; PALUMBO; NOTO; et al., 2020).
Um estudo epidemiológico conduzido em 5 capitais brasileiras expôs que a prevalência
de burnout, quando considerado o escore alto em pelo menos uma dimensão da SB, foi de
63,8% para os médicos que atuavam em UTI adulto e 56,6% para os que atuam em UTI
pediátrica e neonatal, sendo a exaustão emocional o domínio mais afetado (TIRONI; TELES;
BARROS; et al., 2016).
Os médicos residentes também respondem por uma quantidade significativa de casos de
SB na classe médica. Esses profissionais estão expostos aos estressores relacionados à
confluência entre ensino e exercício profissional (SILVEIRA; BORGES, 2021). São

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submetidos a diversos fatores desencadeantes da síndrome como a constante cobrança, carga


de trabalho extensa, falta de tempo para realizar atividades de lazer e abuso psicológico. Um
estudo realizado em médicos residentes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)
revelou que, dos 151 participantes, burnout esteve presente em 123 participantes (81,5%), sendo
“exaustão emocional” a mais frequente dimensão afetada (53%), seguida por
“despersonalização” (47,7%) e “falta de realização profissional” (45%) (BOND; OLIVEIRA;
BRESSAN, et al., 2018).
As consequências da síndrome podem prejudicar tanto a vida pessoal como a carreira
profissional dos médicos afetados. No âmbito pessoal, pode causar diminuição da qualidade de
vida e desavenças familiares, em alguns casos, inclusive, resultando em divórcios. Já no
profissional, é responsável por afastamentos e aposentadorias precoces. Por esses fatores, o
burnout se caracteriza como um problema de saúde pública e socioeconômico (VIEIRA;
RUSSO, 2019).

3.3 A PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT DURANTE A PANDEMIA DA


COVID-19.
Desde o início do ano de 2020, o mundo tem experimentado o surto da pandemia do
novo coronavírus (COVID-19), doença causada pelo SARS-CoV2 (SHARIFI; ASADI-
POOYA; MOUSAVI-ROKNABAD, et al., 2020). Indivíduos foram obrigados a modificar
drasticamente seu estilo de vida em um esforço para reduzir a curva de casos e engajar-se em
um distanciamento social para permitir que o sistema de saúde pudesse responder a tempo ao
novo coronavírus (RESTAURI; SHERIDAN, 2020). O exacerbado número de casos e a
evolução da doença, que resultou em um acentuado número de óbitos, desencadearam uma
sobrecarga no sistema de saúde, especialmente no Brasil, aumentando a demanda de trabalho
dos profissionais da saúde. Essa pandemia exacerbou os estressores já presentes no sistema de
saúde, no qual a SB em médicos, uma resposta ao estresse crônico no local de trabalho, já é
considerada uma epidemia (PANAGIOTI; GERAGHTY; JOHNSON; et al., 2018).
De 22 artigos encontrados, 7 preencheram os critérios de inclusão para o objetivo
principal desta revisão. Todas as pesquisas foram conduzidas no ano de 2020 em diferentes
países (3 no Brasil), com médicos de diversas especialidades em amostras compreendendo de
100 até 1392 sujeitos. Entre os estudos encontrados, a prevalência de SB durante a pandemia
de COVID-19 variou de 49,2% a 100%. A maioria utilizou como instrumento diagnóstico o
Maslach Burnout Inventory (MBI). Os dados estão sintetizados na Tabela 1.

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Tabela 1. Dados sobre a prevalência de Síndrome de Burnout entre médicos durante a pandemia de COVID-19
encontrados nos sete estudos utilizados nesta revisão.

Prevalência Instrumento
Tamanho da
Autores Ano / País Especialidades encontrada diagnóstico
amostra (n)
% utilizado

AZOULAY;
2020 / Maslach Burnout
WAELE; Medicina intensiva 1001 51%
Vários Inventory (MBI)
FERRER; et al.

Maslach Burnout
KHAN, N.; Inventory -
2020 /
PALEPU, A.; Medicina interna 302 68% Human Services
Canadá
DODEK, P.; et al. Survey (MBI-
HSS)
DIMITRIU;
PANTEA-
2020 / Médicos residentes de Maslach Burnout
STOIAN; 100 76%
Romênia diversas áreas Inventory (MBI)
SMARANDA; et.
al
Maslach Burnout
Inventory -
FARIA; COELHO; 2020 /
Não especificadas 126 85.5% Human Services
SILVA; et al. Brasil
Survey (MBI-
HSS)

CHALHUB;
2020 / Maslach Burnout
MENEZES; Não especificadas 223 100%
Brasil Inventory (MBI)
AGUIAR; et al.

Oldenburg
MENDONÇA; 2020 /
Várias 1392 49.2% Burnout
STEILII; GOIS. Brasil
Inventory (OLBI)

ALRAWASHDEH;
10-item Burnout
AL-TAMMEMI; 2020 /
Várias 973 57.7% Measure-Short
ALZAWAHREH; Jordânia
version (BMS)
et al.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2022.

De acordo com um estudo brasileiro realizado em médicos atuantes na linha de frente


do combate a COVID-19, de 223 médicos atuantes na Bahia, número correspondente a 49,6%
dos médicos atuantes na linha de frente no período que o estudo foi conduzido, todos
apresentavam pelo menos sintomas moderados de SB (CHALHUB; MENEZES; AGUIAR; et
al., 2021). Em outro estudo nacional que avaliou a prevalência da síndrome entre médicos
atuantes ou não na linha de frente, 126 profissionais foram entrevistados na Paraíba, dos quais

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82 estavam na linha de frente e 44 não. Entre os profissionais cujo resultados foram compatíveis
com SB, 85,5% trabalhavam na linha de frente e 14,5% trabalhavam fora (FARIA; COELHO;
SILVA; et al., 2021).
Estudos internacionais realizados no Canadá e na Jordânia durante a pandemia,
mostraram que, de um total de 973 médicos entrevistados na Jordânia, a prevalência de burnout
entre os médicos foi de 57,7% (ALRAWASHDEH; AL-TAMMEMI; ALZAWAHREH; et al.,
2021). Já no Canadá, em 803 entrevistados, a prevalência de burnout foi de 68%, afetando 2 a
cada 3 médicos da amostra, sendo mulheres e outras minorias os mais afetados. Além disso,
21% relataram que estavam considerando abandonar a profissão ou já tinham abandonado um
cargo (KHAN; PALEPU; DODEK; et al., 2021). Os resultados encontrados nesses estudos
corroboram com os expostos pelas publicações nacionais citadas, evidenciando o alarmante
número de profissionais afetados por SB devido a COVID-19.
Previamente ao surgimento do novo coronavírus, os médicos intensivistas já
apresentavam a maior prevalência de SB entre a classe médica. Durante a pandemia, devido a
evolução da gravidade da doença e a necessidade de internação dos pacientes em leitos de
unidades de terapia intensiva (UTI), esses profissionais estiveram expostos a um nível maior de
estressores no ambiente de trabalho do que o habitual. Em um estudo realizado entre 1001
médicos intensivistas de 85 países atuantes em UTIs durante a pandemia, participantes da
European Society of Intensive Care Medicine (ESICM), 846 participantes responderam o
questionário Maslach Burnout Inventory (MBI) para identificar os sintomas mais prevalentes
da síndrome. Foi constatado uma prevalência de burnout de 51% através das respostas colhidas
(AZOULAY; WAELE; FERRER; et al., 2020).
Os médicos residentes apresentaram altos índices de SB após o surgimento da COVID-
19, principalmente devido a necessidade de serem realocados de suas áreas de atuação
específicas, para trabalhar em pronto-socorros, unidades de terapia intensiva e enfermarias
COVID-19, a fim de suprir a necessidade do déficit médico (AGARWAL; SABADIA; ABOU-
FAYSSAL; et al., 2020; FONG; QADAN; MCKINNEY; et al., 2020). Um estudo aplicado em
médicos residentes atuando no enfrentamento a pandemia em São Paulo, revelou que em uma
amostra de 1392 profissionais, 49,2% apresentaram sintomas de burnout (MENDONÇA;
STEILII; GOIS, 2021).
Um outro estudo realizado entre 100 residentes atuantes na Romênia comparou a
prevalência de SB entre 50 médicos residentes trabalhando na linha de frente, em especialidades
como emergência, radiologia e unidade de terapia intensiva, e outros 50 que trabalham em
enfermarias normais de hospital, em especialidades como cirurgia, obstetrícia e ginecologia e

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ortopedia. Os resultados obtidos foram de uma média de SB de 76% entre os médicos cerca de
dois meses após o início da pandemia no país, o que é superior aos estudos realizados em
períodos normais, sendo mais frequente entre os trabalhando em enfermarias “normais”, com
86% apresentando sintomas, do que entre os atuantes na linha de frente, dos quais 66%
apresentaram a SB (DIMITRIU; PANTEA-STOIAN; SMARANDA; et. al, 2020).
Considerando os estudos explorados nesta revisão, a maioria evidenciou um aumento
percentual da frequência de casos durante o primeiro ano da pandemia, comparando-se os dados
pré e pós pandêmicos. Boa parte dos estudos trabalhou com amostras muito heterogêneas,
abrangendo médicos de diversas especialidades, com apenas dois estudos focando em
especialidades consideradas de alto risco, o que torna difícil entender detalhes específicos de
cada especialidade e comparar a real diferença na prevalência de SB entre especialidades com
maior demanda durante a pandemia e as consideradas de menor risco.
Pode-se inferir, a partir dos dados encontrados, que a alta prevalência de SB na classe
médica durante a pandemia do COVID-19, possivelmente está associada a fatores de risco como
sexo feminino, falta de acesso a equipamentos de proteção individual (EPI) adequados, risco
de contaminação e medo de infectar amigos e familiares, desconhecimento sobre a doença,
sentimento de impotência diante da evolução negativa do quadro de pacientes, a necessidade
de trabalhar em áreas que não estão habituados, alto fluxo de pacientes, aumento das jornadas
de trabalho, falta de recursos e infraestrutura nos serviços de saúde e o atraso salarial.

4 CONCLUSÕES
O presente estudo pretende contribuir com a ampliação do conhecimento acerca da SB
e seus fatores determinantes, além de sua prevalência na classe médica, em especial no caótico
cenário pandêmico da COVID-19. De acordo com os dados encontrados, houve números
maiores na prevalência de SB nas amostras do contexto pandêmico. Enquanto no período
anterior à pandemia foram encontrados percentuais de no máximo 81,5%, as pesquisas no
âmbito da pandemia de COVID-19 revelaram números de até 100%. No entanto, para uma
melhor confiabilidade dos resultados, são necessários mais estudos que possam neutralizar
alguns dos vieses identificados por esta revisão: amostras muito heterogêneas, algumas muito
pequenas e estudos que não especificaram se o diagnóstico de SB foi confirmado por psiquiatra
experiente ou apenas por escala diagnóstica.
Algumas desvantagens observadas nos estudos sobre a prevalência de SB entre médicos
durante a pandemia da COVID-19 foram a dificuldade de encontrar trabalhos que
especificassem dados sobre a classe médica, pois a maioria era voltada para avaliação de

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equipes multiprofissionais, e a presença de dados conflitantes, pois alguns estudos mostraram


um aumento da prevalência durante a pandemia e outros não. Ademais, as pesquisas foram
realizadas durante o primeiro ano de pandemia, não sendo possível obter dados sobre o período
subsequente em 2021, quando ocorreu a segunda onda da COVID-19, que também se mostrou
bastante impactante devido ao alto número de casos e à exaustão dos profissionais de saúde.
A SB apresenta-se como um desafio no contexto global atual por ser uma entidade
complexa, com variabilidade significativa de apresentação clínica, que compartilha sintomas
com outros transtornos mentais, como transtornos depressivos e ansiosos, o que implica numa
sobreposição clínica que dificulta o diagnóstico diferencial entre SB e doenças mentais. O fato
de não ser considerada doença e de não haver consenso na literatura sobre os critérios
diagnósticos também contribui com essa problemática, dificultando os estudos de prevalência
sobre a síndrome. Por exemplo, neste trabalho, as menores prevalências predominaram nos
estudos que não utilizaram a escala Maslach Burnout Inventory (MBI).
Um olhar especial para a SB é essencial, por ser um fenômeno do nosso tempo, que
tende a aumentar com as demandas crescentes de produtividade e que afeta diretamente a classe
médica. Por isso, recomendamos a realização de mais estudos, com particularidades específicas,
que possam inclusive estudar além da prevalência, outros fatores de risco específicos além dos
já conhecidos, em face da particularidade de um período pandêmico. Além disso, o
estabelecimento de critérios diagnósticos padronizados tornaria possível a obtenção de taxas de
prevalência mais fidedignas dessa síndrome. Mais estudos sobre a SB serão essenciais para
aumentar o conhecimento sobre este complexo fenômeno, contribuindo com o desenvolvimento
de estratégias individuais e coletivas de abordagem, prevenção e tratamento dessa condição,
visando proporcionar melhor qualidade de vida aos profissionais médicos, especialmente
durante a pandemia de COVID-19 sob a qual ainda estamos vivendo.

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