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LEI 2427

Dispõe sobre a exploração de minerais em leitos dos rios do Município e


dá outras providências.

Artigo 1° - As empresas que se dedicam à extração de areia, pedregulho e


cascalho nos rios e outros cursos d' água que banham o Município de
Socorro, ficam obrigadas à obtenção e/ou renovação da licença para
localização e funcionamento nos termos da legislação vigente.

Artigo 2° - A licença para extensão de areia, pedregulho e cascalho


corresponderá apenas a um trecho, que não poderá ser superior aos limites
da propriedade justafluvial de cada interessado, respeitado o limite máximo
de 500 (quinhentos) metros lineares, ainda que possua mais de uma e com
extensão maior dependendo, inicialmente, da aprovação do local pela
Prefeitura Municipal,

§Único - O prazo da licença a ser concedida pela Prefeitura não poderá ser
superior a 01 (um) ano, cujo requerimento no caso de renovação deverá ser
protocolado na Prefeitura Municipal nomáximo de 60 (sessenta) dias e no
mínimo de 30 (trinta) dias antes do vencimento, sob pena de não o fazendo,
a perda do respectivo direito.

Artigo 3° - Entende-se por empresa, para os fins desta lei, aquela


regularmente inscrita nos termos da legislação comercial.

Artigo 4° - Fica expressamente proibida a instalação de dragas, portos de


areia ou batelões em área urbana e nos seguintes casos:

I – a menos de 300 (trezentos) metros lineares de obra de arte que tenha


sustentação de qualquer tipo;
II – a menos de 300 (trezentos) metros de cachoeiras;
III - a menos de 500 (quinhentos) metros lineares a montante de captação
de água;
IV – a menos do 300 (trezentos) metros lineares a montante e a jusante de
Estações Ecológicas, quando declaradas por lei;
V - quando nas margens dos rios existam vegetação ciliar de significativa
importância, conforme parecer do CONDEMA e /ou Departamento de
Proteção dos Recursos Naturais da Secretaria do Estado do Meio Ambiente
(D.P.R.N. – SENAI);
VI - Para os locais de extração em áreas de proteção de mananciais ou de
proteção do Meio Ambiente, deverá ser observado o disposto no Capítulo
VII - Do Meio Ambiente, artigos 170 e seguintes da Lei Orgânica do
Município de Socorro.
§Único - A Prefeitura poderá autorizar o desassoreamento em trechos para
melhoria nas condições de escoamento de água pelos rios, desde que
tecnicamente comprovada a necessidade, ouvindo-se o CONDEMA –
Conselho Municipal do Meio Ambiente e Câmara Municipal, mesmo em
área de proteção ambiental.

Artigo 5° - Para obenção da licença, para extração de areia, pedregulho e


cascalho nos rios do Município, é obrigatória a apresentação dos seguintes
documentos:
I - protocolo ou papeleta de inspeção de porto de areia, ou, ainda, certidão
definitiva, discriminando o trecho destinado à exploração, expedida pela
Capitania dos Portos do Estado de São Paulo – Ministério da Marinha,
devendo apresentar a certidão definitiva daquele órgão no prazo de 90
(noventa) dias, assim como, ficha de inspeção do local fornecida pela
Prefeitura Municipal da Estância de Socorro.
II – Título de inscrição de embarcação expedida pela Capitania dos Portos
do Estado de São Paulo – Diretoria de Portos e Costas do Ministério da
Marinha;
III - Licença ou parecer do D.E.P.R.N. e licença de instalação da CETESB
(Companhia de Tecnologia e Saneamento Básico), comprovando que o
projeto:
a) não acarretará qualquer dano à paisagem, à flora e a fauna;
b) não causará rebaixamento do lençol freático;
c) não provocará assoreamento do rio nem erosão;
d) não perturbará a saúde, o sossego, higiene, segurança, funcionabilidade,
estética e outros interesses da coletividade;
IV - Prova de propriedade do terreno utilizado como Porto de Areia ou
Depósito de Areia, pedregulho ou cascalho, às margens dos rios, ou
autorização expressa por parte dos proprietários, ou contrato de
arrendamento, devidamente inscrito no Cartório de Registro de Títulos e
Documentos desta Comarca;
V - planta na escala 1:10.000 do trecho a ser explorado com identificação
de pontos de referência e localização, com a indicação de obras, captações
e demais elementos contidos num raio de até 500 (quinhentos) metros do
trecho;
VI - planta de situação em escala de 1.50.000;
VII - Contrato de Constituição da Sociedade devidamente registrada na
Junta Comercial;
VIII - Comprovante (xerox) do registro no Ministério da Fazenda –
C.G.C./MF;
IX - Prova do recolhimento à Prefeitura referente à taxa de inscrição;
X - Declaração Cadastral – ICMS - Estado de São Paulo e xerox do cartão
de inscrição cadastral – DECA;
XI – Ofício assumindo a responsabilidade para, futuramente entregar termo
de compromisso de recomposição do local, após a exploração (Plano de
Recuperação de Área degradada);
XII – Roteiro de caminhões;
XIII – Ofício assumindo a entrega do EIA – RIMA, devidamente analisado
pelo SEMA (quando o mesmo exigir);
XIV – ART do Responsável técnico;
XV – Ofício assumindo a responsabilidade para, futuramente, entregar
termo de compromisso de não alteração das margens do rio;
XVI – identificação fotográfica da área, com vistas das margens e faixa
marginal a partir dos marcos de localização;
XVII – Placa com 2,00 m2, identificando o nome da empresa mineradora,
nome do engenheiro responsável – CREA, n° de inscrição municipal e n°
da licença, n° da certidão e n° da licença do MINFE;
XVIII - Identificação da faixa de extração com marcos de concreto pintado
na cor vermelha, com altura de 2,00 m, delimitando o inicio e o fim da
faixa de extração, nos dois lados marginais.
Artigo 6° - Deverão ser obedecidos os recuos de preservação permanente
de acordo com a lei n° 7.803, do 18 do Julho de 1989 e do Código Florestal
(Lei n° 4.771/65) em seu artigo 2° ou seja:

I - ao longo dos rios ou do qualquer curso d'água desde o seu nível mais
alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:
a) de 30 metrospara cursos d'água de 10 metros de largura;
b) de 50 metrospara os cursos d'água que tenham de 10 a 50
metros da largura; c) de 100 metros para os cursos d'água que tenham de 50
a 200 metros de largura;
d) de 200 metros para os cursos d' água que tenham de 200 a 600 metros de
largura;
e) de 500 metros pan os cursos d'água que tenham largura superior a 600
metros,

Artigo 7° - Para a expedição de licença provisória para funcionamento pela


Prefeitura Municipal, o interessado deverá apresentar os documentos
elencados no artigo 5° da presente lei.
§Único – A expedição da licença específica e definitiva, somente dar-se-á
após a apresentação pelo interessado de todos os documentos e requisitos
especificados na presente lei. E, mais os seguintes documentos:
a)firmar declaração comprometendo-se a apresentar o Plano de
Recuperação de área degradada no prazo de 15 dias após a aprovação da
licença provisória da Prefeitura, juntando, contudo, a respectiva cópia e o
protocolo de entrega ao Órgão competente.
b)após a aprovação do Plano de Recuperação de Área Degradada, emprazo
não superior a trinta dias deverá o interessado juntar Atestado do
Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais (DEPRN).

Artigo 8° - Tratando-se de licença inicial, o interessado deverá juntar o


protocolo fornecido pela Secretaria do Meio Ambiente referente ao EIA-
RIMA – Estudo de Impacto Ambiental, nos termos da Resolução 18, de 23
de outubro de 1.989, da Secretaria do Meio Ambiente o das demais
disposições legais que vierem a ser baixadas.

Artigo 9° - Para as transgressões aos preceitos desta Lei, serão impostas, de


acordo com a gravidade da infração as seguintes multas:
I – funcionamento sem a devida licença: 150 UFESP;
II - exploração dos trechos superiores aos licenciados: 150 UFESP;
III – exploração dos trechos superiores aos licenciados, se atingidos
aqueles previstos no artigo 4° e seus incisos: 300 UFESP;
IV – desobediência aos recuos de proteção da mata ciliar 150 UFESP;
V – inobservância de qualquer das condições que justificaram a expedição
da licença: 150 UFESP.
§1° - Nas reincidências, as multas serão cominadas em dobro, sem prejuízo
da cassação da licença, quando for o caso, e inabilitação para a mesma
atividade pelo prazo de 5 (cinco) anos.
§2° - Verifica-se a reincidência quando a empresa comete nova infração,
depois de regularmente punida por qualquer daquelas previstas nesta lei ou
normas superiores que disponham sobre a mesma natureza.
§3° - A empresa que funcionar sem a devida licença, além da
obrigatoriedade da cassação imediata das atividades e demais penalidades
cabíveis, ficará impedida, pelo prazo de dez anos, de obter licença para
exploração de areia, cascalho ou pedregulho e localização e
funcionamento.

Artigo 9° - Cumpridas todas a condições exigidas para a expedição ou


renovação de licença para a exploração de areia, cascalho ou pedregulho, o
interessado deverá recolher, previamente, à retirada do respectivo
documento, a importância correspondente a 05 UFESP.

Artigo 10 – Nenhuma empresa, embora expedida a licença pela autoridade


local, poderá dar início, ou reiniciar suas atividades de aproveitamento da
substância mineral sem apresentar à Prefeitura Municipal o título de
licenciamento, consubstanciado no extrato do registro de licença no
Departamento Nacional de Promoção Mineral – DPMN, publicado no
Diário Oficial, nos termos do art. 6° e seu parágrafo único, da Lei Federal
6.567, de 24 de setembro de 1978.

Artigo 11 – A delimitação dos trechos será feita pelo interessado e


fiscalizado pelo responsável pelo Departamento de Engenharia e fiscais da
Prefeitura Municipal.

Artigo 12 – O pedido de inscrição municipal deverá ser instruído com os


seguintes documentos:

I – licença de instalação da CETESB;


II – Registro da licença específica no DNPM com a respectiva publicação
no DO da União;
III – aprovação do local de exploração nos termos do artigo 2° desta lei.

Artigo 13 – O Alvará de licença/inscrição municipal terá a duração de 01


(um) ano, renovável, podendo ser suspensa a qualquer momento por danos
ao meio ambiente ou à saúde pública ou descumprimento desta lei.

Artigo 14 – O Alvará de licença/inscrição municipal será renovado desde


que cumpridas as seguintes exigências:
I – fornecimento dos perfis batímetros do leito do rio de 50 m e 50 m, com
cotas reais, de 01 (um) ano da data da expedição da licença na renovação.
II – atendimento do Plano de Recuperação de área;
III – parecer do CONDEMA sobre a situação ambiental da exploração.

Artigo 15 – Será de responsabilidade do minerador a indenização por


qualquer dano causado às margens do rio, benfeitorias ou patrimônio
existentes na área de extração, bem como prejuízos causados a terceiros.

Artigo 16 – Os mineradores já autorizados ou não, deverão na data da


publicação desta lei, apresentar no prazo de 90 (noventa) dias, e iniciar, em
igual prazo, desde que aprovado pelo órgão competente da Prefeitura,
projeto de recuperação, assim como apresentar ESTUDO DE IMPACTO
AMBIENTAL e Relatório de Impacto Ambiental.

Artigo 17 – As empresas em atividade na extração de areia no leito dos rios


no município de Socorro, terão um prazo máximo de 90 (noventa) dias,
prorrogáveis por mais 90 (noventa) dias, contados da promulgação desta
lei, para adaptar suas atividades de acordo com as disposições contidas
nesta legislação.

Artigo 18 – O Poder Executivo poderá baixar normas complementares que


ampliam as exigências contidas nesta lei, desde que necessárias à Defesa
do Meio Ambiente ou que contribuam para melhor disciplinamento das
atividades extrativas.

Artigo 19 – Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas


as disposições em contrário.

Prefeitura, 17 de dezembro de 1991.

a) Maurício de Oliveira Santos - Prefeito

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