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Boas práticas para Gestão e Participação

Gestão e Participação

1. O Comitê e a Gestão de Recursos Hídricos


Quais são as atribuições dos Comitês de Bacia Hidrográfica?
E as atribuições dos entes que compõe o Sistema de Gerenciamento de Recursos
Hídricos?

Para iniciarmos nosso estudo, vamos revisar alguns pontos básicos que nos
permitem compreender o funcionamento dos Comitês, e assim termos uma visão da
estrutura e organização do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos no âmbito
estadual e nacional.

O Comitê
Os Comitês de Bacia Hidrográfica são formados por representantes do poder
público, de usuários e de entidades da sociedade civil cuja atuação esteja rela- cionada
aos recursos hídricos. Eles se reúnem para debater a gestão das águas na área de
abrangência da bacia hidrográfica.
bacia hidrográfica é o conjunto de riachos, córregos e ribeirões que deságuam
em um rio ou lago. O relevo, a vegetação, os animais e as pessoas também fazem parte
da bacia hidrográfica. Assim, os hábitos, os modos de vida, as formas de uso dos recursos
e de produção e exploração econômica adotados pelo homem impactam positiva ou
negativamente a bacia hidrográfica e devem ser sempre analisados e considerados pelos
Comitês.

O Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos


O Comitê é um ente integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos (Singreh) e do Sis- tema Estadual de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (Segrh).
Singreh

Segreh

Comitês (Vídeo)
Principais atribuições do Singreh e do Segrh.
Conselho Nacional de Recursos Hídricos
É um colegiado que desenvolve regras de mediação entre os diversos usuários
da água sendo, assim, um dos grandes responsáveis pela implementação da gestão dos
recursos hídricos no País. Por articular a integração das políticas públicas no Brasil é
reconhecido pela sociedade como orientador para um diálogo transparente no processo
de decisões no campo da legislação de recursos hídricos.

Ministério do Desenvolvimento Regional/Secretaria Nacional de Segurança Hídrica


• Compete ao MDR a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei
13.844, de 18 de junho de 2019);
• Titular do MDR preside o CNRH;
• SNSH atua como secretaria-executiva

ANA (Agência Nacional de Águas)


• (Vídeo)

Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH


• estabelecer os princípios e as diretrizes da Política Estadual de Recursos Hídricos
a serem observados pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos e pelos Planos Diretores
de Bacias Hidrográficas;
• aprovar proposta do Plano Estadual de Recursos Hídricos;
• decidir os conflitos entre comitês de bacia hidrográfica; atuar como instância de
recurso nas decisões dos comitês de bacia hidrográfica;
• estabelecer os critérios e as normas gerais para a outorga dos direitos de uso de
recursos hídricos, para a cobrança pelo direito de uso de recursos hídricos.

Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável –Semad


• Preside e atua como secretaria executiva do CERH.
• Formula e executa as políticas ambientais e de recursos hídricos.
• Acompanha e avalia o desempenho do SEGRH.
Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM
É o órgão do poder executivo estadual responsável por promover ações
direcionadas ao gerenciamento das águas superficiais e subterrâneas do Estado. As
principais linhas de ações do órgão estão apresentadas abaixo.
• Implementação da política de recursos hídricos, com seus instrumentos de
gestão;
• Monitoramento da qualidade e quantidade da água e do tempo e clima;
• Outorga de direito de uso dos recursos hídricos ressalvadas as competências dos
Comitês de Bacias Hidrográficas/CBH e do Conselho Estadual de Recursos
Hídricos/CERH-MG;
• Atuação para garantir a segurança hídrica no Estado; e
• Promoção e fortalecimento da gestão participativa.

Comitês de Bacias Hidrográficas - CBHs


Tratam-se de organismos de Estado, colegiados e estratégicos para o sistema
de gerenciamento, ao promoverem a gestão integrada e participativa das águas.
Algumas das competências dos comitês são:
• Aprovar e acompanhar a execução do plano de recursos hídricos da bacia;
• Promover o debate sobre as questões hídricas;
• Estabelecer mecanismos de cobrança pelo uso da água;
• Arbitrar, em primeira instância administrativa, sobre conflitos relacionados com
o uso da água; e
• Deliberar sobre a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos para
empreendimentos de grande porte e potencial poluidor.

Agências de Bacia
São entidades executivas de apoio aos comitês. Cabe às agências realizar estudos
técnicos, elaborar planos de recursos hídricos, manter o cadastro de usuários de água
na bacia atualizados, aplicar os recursos arrecadados com a cobrança pelo uso da água,
em conformidade com as ações previstas nos planos da bacia e com as diretrizes do
plano de aplicação dos recursos, aprovadas pelo comitê, dentre outras competências.
As legislações de recursos hídricos brasileira e mineira permitem que as funções
de agência de bacia sejam exercidas por organizações civis sem fins lucrativos. Elas
podem ser indicadas pelos comitês e devem ser aprovadas pelo CERH, sendo então,
equiparadas à agência de bacia do comitê demandante.

Vamos entender um pouco mais sobre o gerenciamento de recursos hídricos!


Veja o vídeo ao lado: (SISTEMA NACIONAL DE ABASTECIMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS)

Atribuições dos CBHs


Em Minas Gerais os CBHs têm as seguintes atribuições:

Deliberativas
Atribuições Deliberativas
• Arbitrar em primeira instância administrativa os conflitos pelo uso da água.
• Aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica e consequentemente:
- metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade;
- prioridades para outorga de direito de usos de recursos hídricos;
- diretrizes e critérios gerais para cobrança; e
- condições de operações e reservatórios, visando garantir os usos múliplos.
• Deliberar sobre proposta para enquadramento dos corpos de água em classes de
usos prepoderantes, com o apoio de audiências públicas, assegurando o uso
priororitário para o abastecimento público.
• Aprovar a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos para
empreendimentos de grande porte e com potencial poluidor.
• Estabelecer critérios e normas e aprovar os valores propostos para cobrança pelo
uso de recursos hídricos.
• Aprovar planos e aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso
de recursos hídricos, inclusive destacando os financiamentos de investimentos a fundo
perdido.
• Definir, de acordo com critérios e normas estabelecidos, o rateio de custos das
obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo, relacionados com recursos
hídricos.

Propositivas
Atribuições Propositivas
• Acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da Bacia e sugerir as
providências necessárias ao cumprimento de suas metas.
• Indicar a Agência de Água para aprovação do Conselho de Recursos Hídricos
competente.
• Propor os usos não outorgáveis ou de pouca expressão ao Conselho de Recursos
Hídricos competente.
• Propor aos Conselhos de Recursos Hídricos as prioridades para aplicação de
recursos oriundos da cobrança pelos usos dos recursos hídricos do setor elétrico na
bacia.

Consultivas
Atribuições Consultivas
• Promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação
das entidades intervenientes.

Este conjunto de atribuições legais do Comitê deixa claro


que não se trata de um órgão executivo, mas um espaço colegiado
para o debate sobre a gestão das águas, entre os representantes
do poder público, dos usuários e das organizações civis.

Agências de bacias
Quem apoia a construção de propostas a serem debatidas nos comitês?
A legislação estabeleceu que a Agência somente será criada quando houver
viabilidade financeira de suas atividades assegurada pela cobrança pelo uso das águas
em sua área de atuação. A cobrança somente tem sido implantada após muito debate
na bacia.
Os Comitês em Minas Gerais
No Estado, foram instituídos 36 Comitês de
bacias, entre os anos 1998 a 2009. Estes contam
com o apoio técnico, funcional e operacional do
Igam, inclusive, para a estruturação de escritórios
locais, com equipamentos, materiais e funcionários
administrativos.
Atualmente, Minas Gerais não possui
Agência de Bacia Hidrográfica, mas conta com 4
entidades equiparadas que foram autorizadas pelo
Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais para exercerem as funções de
Agência de Bacia Hidrográfica.

Desafios
Ainda há importantes desafios para a efetiva gestão participativa das águas no
Estado, destacando-se:
• Melhoria da estrutura operacional dos Comitês impactando positivamente no
funcionamento da plenária e das câmaras técnicas;
• Sustentabilidade financeira do sistema descentralizado de gestão;
• Acesso às informações e conhecimentos de maneira ampla e igualitária;
• Atuação efetiva na discussão e implementação dos instrumentos de gestão de
recursos hídricos;
• Criação de uma agenda de discussão mais robusta que dialogue com os
instrumentos e ferramentas de planejamento e gestão na bacia.

2. Representação e Representatividade
O que se espera dos representantes de cada segmento?
Como a pessoa eleita deve agir para que seus argumentos sejam aqueles que defendam
os interesses do conjunto das entidades representadas?
Nos CBHs os conselheiros exercem papel de representantes dos interesses da
organização ou segmento ao qual estão vinculados e pelo qual foram autorizados. É isso
que garante a representatividade dos segmentos nos comitês.

Os Comitês e a participação da sociedade na gestão da água


A inclusão dos comitês, como instâncias de gestão de recursos hídricos de uma
bacia hidrográfica, se deu em um contexto de mudanças estruturais do Estado nas
décadas de 1980 e 1990.
Foi resultado, dentre outros fatores relevantes, do processo de mobilização
social incrementado com a redemocratização do País.

Veja o vídeo ao lado: Minuto Ambiental: Participação Social

Composição dos Comitês


A composição do comitê deve representar os múltiplos interesses que se
expressam com relação às águas da bacia.
De forma geral, são três os principais grupos de interesse:
• dos usuários diretos de recursos hídricos (sujeitos ou não à outorga de direito de
uso);
• dos poderes públicos constituídos (municípios, estados e, quando se tratar de
bacias interestaduais, também o poder público federal) na implementação das
diferentes políticas públicas; e
• das organizações civis de defesa dos interesses coletivos e difusos.

Representação e Representatividade
O representante tem suas próprias opiniões, visões de
mundo e valores que nem sempre coincidem com os do
representado.
No entanto, quando ele se coloca no papel de falar em
nome de outro, não deve representar sua opinião e interesses
individuais, principalmente se estes conflitarem com os da
organização/segmento que representa.
Suas opiniões pessoais devem ser expostas nas reuniões da organização ou
segmento que ele representa.
Assim, os conselheiros não devem impor o que eles pensam, mas construir junto
com os diferentes segmentos, projetos e ações em benefício do Comitê e da bacia
hidrográfica.
Nesse sentido, a representatividade significa a qualidade de alguém
(representante) expressar os interesses de um grupo, o qual ele represente e que possa
exprimir não somente a sua opinião individual, mas a do conjunto de pessoas.

“Como forma de alcançar os objetivos dos Comitês, os


conselheiros devem estar atentos à agenda de reuniões
ordinárias e extraordinárias do CBH.”

O exercício da representação requer alguns pré-requisitos:


• organização e definição, pelos representados, de diretrizes de atuação do
representante, se possível, formalizada;
• definição pelo comitê de uma agenda temática prévia que permita a preparação
dos representantes para o debate;
• capacidade pessoal para defesa dos interesses do segmento que representa; e
• definição de um processo particular de comunicação do representante com os
respectivos representados acerca da agenda temática do comitê.

3. Regimento Interno
Você já se perguntou o porquê do Regimento Interno ser tão importante para
organização dos trabalhos do CBH?
Você já leu o Regimento Interno do comitê para qual foi eleito?
Quais as prinicipais regras estabelecidas?

Agora vamos falar num assunto muito importante. Iremos tratar sobre o
Regimento Interno do CBH. É nele que estão estabelecidos os papéis de cada
conselheiro e a forma de organização do Comitê. Pontanto, é imprescindível sua leitura!
O Regimento Interno é um conjunto de regras estabelecidas por um grupo para
regulamentar o seu funcionamento. É uma lei interna de instância, entidade ou órgão,
tendo em vista detalhar o seu funcionamento concreto, respeitando as determinações
aprovadas pelo conjunto de seus membros.
O Regimento Interno do comitê norteará as atividades do colegiado e pode ser
alterado visando a adequá-lo às necessidades de aperfeiçoamento do seu
funcionamento.
Na medida em que o Comitê observa que é importante estabelecer regras para
definir relacionamentos, funções ou formas de funcionamento, deve fazê-lo no
Regimento Interno.

As modificações serão encaminhadas, antes de serem submetidas à


aprovação, para análise e parecer jurídico do IGAM. (Deliberação Normativa
CERH Nº 69/2021)

O Regimento Interno é um instrumento essencial para a organização das


atividades do Comitê. É nele que estão estabelecidos os papéis de cada membro e a
forma de organização do Comitê.

“Quanto mais o Comitê conhece e utiliza o


Regimento Interno, mais organizado e
transparente ele é.”

O Regimento Interno deve ser estudado por


cada componente e aplicado rigorosamente
durante as reuniões, fóruns, mesas de debate,
auxiliando na organização e no direcionamento
dos debates e das decisões tomadas.

O conselheiro que não conhece bem o Regimento Interno do seu Comitê,


desconhece as regras e pode ser facilmente manipulado por aqueles que detêm o
conhecimento.
O que possui um Regimento Interno?
O Regimento Interno contempla todas as instâncias do Comitê e é dividido por
capítulos que possuem um conjunto de regras que orientam todo o
funcionamento. Itens mais importantes de um Regimento Interno:

Identificação do Comitê
Parte inicial onde estão definidas a denominação do Comitê, região onde atua e
endereço da sede.

Finalidade
São estabelecidas as finalidades do Comitê alinhadas à Política e do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, à Lei 9433/97, às políticas Estaduais
correspondentes e em normas complementares.

Competência
Neste capítulo são definidas todas as competências previstas em lei para que o
Comitê conheça-as detalhadamente e atue de acordo com elas. Tais competências
abrangem os temas de debate, de deliberação, os instrumentos que devem ser
utilizados, aprovados ou implantados, relacionamentos com as diversas instâncias do
Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos e poderes conferidos ao
Comitê.

Composição
Trata da apresentação dos representantes titulares dos organismos e grupos que
formam o Comitê. No Regimento Interno não são apresentados os nomes dos
representantes e sim o número de vagas por segmento. Define ainda como serão
escolhidos os representantes, o mandato e a forma de substituição dos representantes.

Estrutura e Organização
Define as instâncias que compõem o Comitê como Diretoria, Plenária e Câmara
Técnica e define sua composição.
Atribuições
Este capítulo deve ser dividido em seções que tratam das atribuições de cada
uma das instâncias definidas na estrutura. As seções podem conter subseções para
definir papéis específicos, como o da presidência, da vice-presidência, secretário e
secretário adjunto, entre outros que se fizerem necessário destacar. Cabe também
destacar em seção ou capítulo específico as atribuições gerais dos membros do Comitê.
As atribuições devem estar completamente alinhadas à legislação e ao Sistema de
Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Reuniões e Procedimentos
Capítulo no qual são definidas as formas de reunião, participação e desligamento
em cada instância. Punições a comportamentos desviantes das normas do Regimento
Interno podem e devem ser previstas.

Relacionamento com outras organizações


O Comitê pode estabelecer orientações específicas para relacionamento com
instâncias do Sistema Estadual de Recursos Hídricos e outras de interesse específico.

Disposições Finais e Transitórias


São apresentadas informações não tratadas em capítulos específicos, definição
sobre alterações do regimento, forma de solução e encaminhamento de questões não
previstas no Regimento Interno.

4. Postura Ética e Agente público

Postura Ética
Você sabia que o conselheiro e demais agentes no exercício das atividades do Comitê são
considerados agentes públicos? E, que para tal exercício é exigido uma conduta ética?

Todo agente público no exercício de suas funções estão submetidos ao Código


de Conduta Ética do Agente Público e da Alta Administração Estadual. Este código de
conduta é um instrumento de orientação e fortalecimento da consciência ética no
relacionamento do agente público estadual com pessoas e com o patrimônio público.

Agente público
Agente Público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente e sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública em órgão ou
entidade da Administração pública direta e Indireta do Estado.
Todos os agente públicos estão sujeitos ao Código de Ética do Agente Público e
da Alta Administração Estadual, Decreto 46.644 de 06/11/2014.

Os Princípios e os Valores Fundamentais


Sendo os Comitês de Bacias Hidrográficas organismos de Estado, os conselheiros
e os assistentes administrativos deverão ter, no exercício de suas atividades, uma
postura ética adequada.
Ao exercer função pública, os conselheiros devem assumir uma conduta ética
observando os princípios e valores:
Nesse contexto, cabe ressaltar que o conselheiro é responsável pelos atos do
Comitê.
Ao exercer função pública, os conselheiros devem assumir uma conduta ética
observan- do os princípios e valores:

Princípios e Valores Fundamentais:


• boa-fé;
• honestidade;
• fidelidade ao interesse público;
• impessoalidade;
• dignidade e decoro no exercício de suas funções;
• lealdade às instituições;
• cortesia;
• transparência;
• eficiência;
• presteza e tempestividade;
• respeito à hierarquia administrativa;
• assiduidade;
• pontualidade;
• cuidado e respeito no trato com as pessoas, subordinados, superiores e colegas; e
• respeito à dignidade da pessoa humana.

Agora, clique no link abaixo, acesse e leia a Cartilha Conduta Ética do Agente
Público:

Comissões de Ética do SISEMA


As Comissões de Ética são encarregadas de orientar e aconselhar sobre a ética
profissional do AGENTE PÚBLICO, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio
público, de acordo com o disposto no Decreto nº 46.644/2014.
Quem é o agente público?
AGENTE PÚBLICO é “...todo aquele que exerça, ainda que transitoriamente e
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública em órgão
ou entidade da Administração pública direta e Indireta do Estado.” (fonte: Código de
Conduta Ética do Servidor Público e da Alta Administração Estadual).
No âmbito do Sisema, agentes públicos são servidores de carreira e em cargos
comissionados, funcionários da MGS, contratos administrativos, estagiários,
trabalhadores mirins da Assprom, membros de conselhos e comitês e trabalhadores
voluntários. Há uma Comissão de Ética por órgão/entidade de acordo com o local de
exercício do agente público (SEMAD, IEF, FEAM e IGAM). e trabalhadores voluntários.

Funcionamento do Comitê

Funcionamentos dos Comitês

1. Estrutura e Organização dos Comitês


Você já deve saber quais são as estruturas dos CBHs, não é verdade?
Mas, você sabe dizer quais são as competências da Diretoria, da Plenária e das Câmaras
Técnicas?

A estrutura organizacional dos Comitês compõe-se de Plenária, Diretoria e


Câmaras técnicas (CTs), podendo ser instituídos, a critério de alguns colegiados, grupos
de trabalho (GTs) para análise de temas específicos.

Estrutura Organizacional
Em geral, a estrutura organizacional dos comitês compõe-se da Plenária,
Diretoria, Câmaras Técnicas (CTs) e Grupos de Trabalho (GTs) . Essa estrutura deve
funcionar de forma harmônica e coordenada, sendo a Plenária soberana em suas
decisões.
Plenária
A Plenária é a instância máxima de deliberação do Comitê. É composta pelos
conselheiros.
A Plenária de um Comitê é soberana em suas
decisões e somente participam dela os membros
titulares ou os suplentes no exercício da titularidade
(destaca-se que os membros suplentes que não estão
no exercício da titularidade não votam, mas têm direito
à voz nas plenárias).
É ela quem aprova por exemplo, o Regimento Interno do Comitê, delibera sobre
matérias de competência do CBH e constitui Câmaras Técnicas.

A presença da Plenária é fundamental para o encaminhamento das


decisões. Por essa razão os Comitês precisam se organizar de forma a
manter os conselheiros bem informados durante todo o ano.

As convocações para as reuniões devem ser feitas com antecedência


suficiente, respeitados os prazos previstos no Regimento Interno, para que
os conselheiros possam se organizar para participar.

Diretoria
A composição da Diretoria, suas atribuições e o período do mandato dos
membros são estabelecidos no Regimento Interno do Comitê. Os cargos da Diretoria de
acordo com a DN CERH 69/2021 são:
Presidente
Vice-presidente
Secretário
Secretário Adjunto

A Diretoria, conforme previsto no Regimento Interno é composta por no


mínimo três segmentos.
Membros da Diretoria
Os Comitês são dirigidos por uma Diretoria que possui um presidente, um vice-
presidente, secretário e secretário adjunto.
Os cargos da Diretoria são preenchidos por eleição entre os membros titulares
do comitê e caso as pessoas eleitas sejam desligadas do plenário haverá necessidade de
se eleger novos componentes.

Diferentemente da vaga de membro do Comitê (que pertence à instituição


eleita e não à pessoa que a representa), o cargo de diretor é vinculado à
pessoa que foi escolhida pelos membros do colegiado para desempenho
do cargo e não à sua instituição.

Câmaras Técnicas
As Câmaras Técnicas (CTs) têm por atribuição subsidiar a tomada de decisões do
Comitê. Devem desenvolver e aprofundar as discussões temáticas necessárias antes de
sua submissão à Plenária.
Criadas pela Plenária, as CTs devem ter plenamente definidas as suas atribuições,
a composição, a forma de funcionamento e relacionamento com as demais instâncias
do Comitê. Elas devem ser consultivas e atuar a partir de demandas da Plenária e da
Diretoria do Comitê.
Em geral, suas reuniões devem anteceder às plenárias, momento em que seus
integrantes analisam matérias previamente pautadas, para aprofundamento dos temas.
Nesses fóruns de discussão, é comum serem convidados técnicos especialistas
para que possam colaborar com os debates e enriquecer as análises efetuadas.
As Câmaras Técnicas são instituídas por meio de Deliberações Normativas do
Comitê, podem ser permanentes e em sua composição poderá haver alguns membros
que não sejam conselheiros do Comitê. As atribuições específicas, a composição e
tempo de duração dos trabalhos são definidas pelos CBHs.
Nesses fóruns de discussão, é comum serem convidados técnicos especialistas
para que possam colaborar com os debates e enriquecer as análises efetuadas.
Grupos de Trabalho
De forma geral, os grupos de trabalho são instituídos para realizarem análises de
temas específicos para subsidiar alguma decisão colegiada. A criação do GT pode ser por
decisão do plenário ou de câmara técnica.
No ato de instituição de um GT, faz-se necessário definir as atribuições do grupo,
a composição, a forma de funcionamento e o relacionamento com as demais instâncias
do Comitê.
Como são criados para realizar atividades específicas, os GTs têm duração
variável, de acordo com a complexidade do tema a ser desenvolvido pelo grupo.

2. Competências da Diretoria
De acordo com Regimento Interno do seu comitê o que cabe a cada membro da
Diretoria?
Como estas atribuições estão relacionadas com a organização do CBH?

A Diretoria, geralmente, é composta pelo presidente, vice-presidente, pelo


secretário e secretário adjunto, sempre com composição fixa e atribuições
determinadas pelo Regimento Interno.

Atribuições
As principais funções da Diretoria são: dirigir os trabalhos em Plenário; propor
assuntos; criar comissões especiais temáticas; encaminhar os assuntos de deliberação
do Comitê.

“O presidente, o vice-presidente, o secretário e o secretário adjunto devem seguir


rigorosamente as atribuições estabelecidas, tornando as reuniões mais práticas,
objetivas e com melhores resultados.”

Competências do Presidente
• Compete ao Presidente, dentre outras atribuições:
• Dirigir os trabalhos do Comitê, convocar e presidir as sessões da Plenária;
• Homologar e fazer cumprir as decisões da Plenária;
• Representar o Comitê em todas as instâncias, assinar atas, ofícios e demais
documentos a ele referentes;
• Assinar as deliberações da Plenária;
• Constituir grupos de apoio técnico e grupos de trabalho necessários ao seu
funcionamento;
• Decidir casos de urgência ou inadiáveis, do interesse ou salvaguarda do Comitê,
"ad referendum" que deverá ser submetida à Plenária na reunião seguinte à prática do
referido ato;
• Encaminhar ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH-MG, anualmente,
o relatório das atividades desenvolvidas no período;
• Delegar atribuições de sua competência.

Ao presidente do Comitê, além do voto comum como membro, caberá o


voto de qualidade que será exercido na hipótese de empate nas votações.

Competências do Secretário
Compete ao Secretário:
• assessorar o presidente em suas atividades;
• propor ao presidente a pauta das reuniões, ouvidas, quando couber, as câmaras
técnicas competentes e/ou os grupos de trabalho;
• promover a convocação dos membros titulares e suplentes às reuniões;
• secretariar as reuniões do plenário lavrando as respectivas atas e prestando as
informações solicitadas ou que julgar convenientes sobre os processos ou as matérias
em pauta;
• dar encaminhamento aos temas submetidos à plenária, tanto interna quanto
externamente ao comitê;
• assinar as atas, as deliberações e as moções aprovadas em reuniões, juntamente
com o presidente, e dar publicidade a essas;
• organizar a pauta das reuniões com aprovação do presidente;
• propor o planejamento das atividades do comitê, inclusive quanto ao calendário
de reuniões; e
• elaborar o relatório anual das atividades do comitê.
• O membro quando se candidata a ocupar o cargo de secretário deve estar ciente
das suas imensas responsabilidades e ter tempo disponível para se dedicar às questões
relativas ao Comitê.
• É, pelas suas atribuições, o membro da diretoria mais solicitado para resolver
tanto as questões estratégicas quanto as do dia a dia do Comitê.

Competências do Vice-presidente
Compete ao Vice-Presidente:
• Trabalhar integrado com o Presidente;
• Substituir o Presidente, quando de suas faltas e impedimentos;
• Exercer funções que lhe forem delegadas pelo Presidente ou atribuídas pela
Plenária.

Competências do Secretário Adjunto


Compete ao Secretário Adjunto, dentre outras atividades:
Substituir o Secretário, quando de suas ausências e impedimentos.

3. Competências dos Conselheiros


O que compete aos conselheiros do Comitê?

Os conselheiros são indicados por instituições que foram eleitas, por um


processo democrático, para um mandato de 4 (quatro) anos e são nomeados pelo
governador para exercerem uma função pública.

Atribuições
De acordo com a Deliberação Normativa CERH Nº 69/2021, compete aos
conselheiros do Comitê:
• comparecer às reuniões ou, em caso de impedimentos eventuais, comunicar ao
respectivo suplente;
• debater a matéria em discussão;
• agir de forma cooperativa, para que os objetivos do Comitê sejam alcançados;
• requerer informações, providências, esclarecimentos ao presidente, ao
secretário do Comitê e aos gestores do SEGRH-MG, conforme artigo 42 da DN CERH n º
44/2014, sob forma de diligência;
• formular questão de ordem;
• pedir vista de matéria em pauta;
• apresentar pareceres de vista, nos prazos fixados;
• propor matérias para exame, observando os prazos regimentais;
• votar matérias em pauta, respeitada a abstenção, devendo apresentar
justificativa de seu voto;
• participar de atividades para as quais forem indicados pelo Comitê;
• propor moções;
• observar em suas manifestações as regras básicas de convivência e decoro.

Entende-se por questão de ordem o ato que suscitar dúvidas sobre interpretação
de norma do Regimento Interno do Comitê ou quanto à forma de encaminhamento de
processos de votação.

4. Gestão de Conflitos
Quais tipos de conflitos podem acontecer no Comitê e que precisam de mediação?
Como atuar para mediar uma situação de conflito?

Duas das principais dificuldades que surgem no dia a dia dos Comitês de Bacia
dizem respeito à integração dos seus membros e às formas de contornar os conflitos
decorrentes das divergências de posições e interesses de representação. Essas são
questões essenciais ao bom funcionamento dos Comitês e que devem ser devidamente
tratadas.

Integração e Conflitos nos CBHs


Uma postura respeitosa e democrática da Diretoria e a criação de processos,
procedimentos e canais de comunicação entre os membros, de forma a gerar fluxos
constantes de comunicação e informação, contribuem significativamente para gerar
integração.

Tipos de Conflitos
Para melhor gerenciamento de conflitos é importante que saibamos suas formas
e tipos de ocorrência, de maneira que ao se deparar com uma situação de atrito
possamos identificá-la, para assim buscar a melhor forma de resolução.
Podemos dizer que existem dois níveis principais de conflitos enfrentados pelos
Comitês de Bacias Hidrográficas:
• De interesse sobre o uso da água;
• De relacionamento, que envolvem as relações políticas e de dificuldade de
diálogo existente dentro do próprio Comitê.

O conflito de interesse pelo uso da água


Uma das competências do Comitê é a de arbitrar em primeira instância
administrativa os conflitos relacionados aos recursos hídricos em sua área de atuação.
Vamos compreender um pouco sobre o conflito de interesse pelo uso da água,
veja o vídeo ao lado: “Fases do processo de gestão de conflitos pelo uso da água”
Para arbitrar conflitos por indisponibilidade hídrica, reconhecida pelo Igam por
meio da Declaração de Área de Conflito (DAC), o Comitê deve convocar os usuários das
sub-bacias afetadas na sua bacia de atuação para uma alocação negociada entre os
usuários de água diretamente afetados, que resultará em uma outorga coletiva de uso
da água.
No caso de deliberação de outorga para empreendimentos de grande porte e
com potencial poluidor, o Comitê também deve deliberar a concessão da outorga.
A Portaria Igam 48/2019 define alguns aspectos desse processo.
O Decreto estadual 47.705/2019 traz algumas informações a respeito. A Portaria
Igam 26/2020 identifica como deve atuar a Comissão Gestora Local para a outorga
coletiva dessas sub-bacias declaradas como de conflito. A Instrução de Serviços Igam
3/2020 também traz complementações sobre a outorga coletiva.
Conflito de relacionamento
Conflito de relacionamento, que envolvem as relações políticas e de dificuldade
de diálogo existente dentro do próprio Comitê. Vamos ver o vídeo ao lado: “O que é
gestão de conflitos”

Os conflitos de relacionamento podem ser do tipo:


• conselheiro x conselheiro, quando as divergências são levadas ao âmbito
pessoal; e
• do tipo segmento x segmento, quando as divergências se potencializam no nível
de representação dos segmentos.

Divergências de ideias, propostas e interesses representados são comuns em


instâncias de deliberação públicas, plurais e democráticas e devem ser sanadas com
base no diálogo e na negociação. As divergências, porém, não devem “emperrar” os
Comitês.

Conflitos internos não solucionados são empecilhos à atuação organizada


e efetiva dos Comitês.

Mediação de Conflitos
Para atingir um bom resultado na mediação de conflitos é preciso saber negociar,
colocar-se no lugar do outro, escutar ativamente, utilizar a comunicação verbal e não
verbal de maneira eficaz; além de demonstrar compaixão com o sofrimento alheio. E em
muitos destes aspectos uma boa comunicação pode ajudar.
A Comunicação Não-Violenta (CNV) foi desenvolvida pelo Psicólogo Marshall
Rosenberg, como uma nova possibilidade de dialogar e transmitir informações,
pensamentos e sentimentos nas relações interpessoais, de maneira clara e objetiva,
sempre levando em consideração a empatia.
Assista o vídeo a seguir: COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA

Como foi possível observar no vídeo a comunicação não violenta possui 4


componentes bases:
➢ Observação
Faça observações que estão levando você a sentir necessidade de dizer algo.
Devem ser observações puramente factuais, sem julgamento ou crítica. Exemplo: “são
duas da manhã e eu escutei seu rádio tocando” é um fato observado, enquanto que “já
está tarde para fazer essa barulheira” é uma crítica. Pessoas normalmente discordam de
críticas por valorizarem as coisas de maneiras diferentes, mas fatos observáveis abrem
espaço para a comunicação.

➢ Sentimento
Afirme o sentimento que a observação lhe desperta e escute o que o outro está
sentindo. Nomear a emoção, sem julgamento moral, permite que os interlocutores se
conectem e tenham respeito mútuo. Exemplo: “vejo que seu cachorro está correndo
por aí latindo e sem coleira. Fico meio assustado”.

➢ Necessidade
Declare a necessidade que é causa de seu sentimento ou “adivinhe” a
necessidade que causou o sentimento na outra pessoa. Quando nossas necessidades se
encontram, temos sensações felizes e agradáveis; quando elas não se batem, temos
sensações desagradáveis. Afirmar a necessidade, sem julgá-la moralmente, lhe dá
clareza sobre o que ocorre no seu coração ou no do outro no instante da conversa.
Exemplo: “vejo que você afasta o olhar enquanto falo. Sinto-me desconfortável, pois
preciso de um pouco de contato agora”.

➢ Pedido
Faça um pedido concreto para que a ação encontre a necessidade identificada.
Peça de maneira clara e específica aquilo que você quer em vez de dar dicas ou afirmar
apenas o que não deseja. Para que o pedido seja realmente um pedido, e não uma
exigência, permita que a outra pessoa diga não ou proponha alternativas.

Negociação de Conflitos
Para finalizar, vamos ver algumas dicas de negociação de conflitos, assista o
vídeo: Dicas sobre negociação.
5. Tomada de Decisão
Como estabelecer prioridades para tomada de decisões?
O que fazer quando as opiniões são divergentes?

Para que o Comitê possa tomar decisões é preciso ter o maior conhecimento
possível sobre aonde se pretende chegar, quais os riscos nas decisões, quanto afetam
cada segmento e cada pessoa envolvida.

Processos de discussão e tomada de decisão


O processo decisório do Comitê deve decorrer de amplo processo de articulação
e negociação, devendo ser embasado por estudos de natureza técnica para subsidiar
decisões políticas.

Em geral, as decisões são acatadas por consenso, mas pode-se utilizar da


votação, caso seja necessária.

Veja os exemplos de algumas etapas que devem ser cumpridas:


• a análise e o amadurecimento da matéria e das suas várias interfaces e impactos
para cada um dos segmentos que integram o Comitê;
• a articulação em prol de decisões que acarretem maiores benefícios para a bacia;
• a moderação de conflitos e a construção de consensos; e
• a discussão e a votação da matéria em Plenária.

Plano de Recursos Hídricos


A existência do Plano de Recursos Hídricos facilita a definição da agenda de
trabalho do comitê e a condução dos processos de discussão e tomada de decisão.
Com base no diagnóstico e nas principais características da bacia, é possível
elencar as prioridades temáticas e ações para decisão da Plenária.

Câmaras Técnicas
A instalação e o funcionamento das Câmaras Técnicas também são elementos
de apoio à tomada de decisões pela Plenária.
As matérias encaminhadas para discussão nessas instâncias possibilitam o seu
aprofundamento e, quando baseadas em pareceres e notas técnicas, orientam a melhor
tomada de decisão.

É preciso o desenvolvimento de um processo coordenado entre as Câmaras


Técnicas, a Plenária, a Diretoria e o Igam para que haja pleno
entendimento em relação às análises solicitadas e ao comprometimento
de todos com o avanço do processo de gestão e o consequente
fortalecimento institucional do Comitê.

Instâncias de discussão e deliberação


O processo de funcionamento do Comitê requer diversos níveis de discussão, até
que uma decisão se materialize em forma de deliberação ou moção.
As discussões devem se iniciar no âmbito da Plenária do Comitê que, por sua vez,
pode recorrer às Câmaras Técnicas ou aos Grupos de Trabalhos, em que as matérias são
analisadas e discutidas detalhadamente.
A Diretoria constitui-se em instância de decisão interna quanto a aspectos
administrativos.
Ela não delibera sobre matérias de competência do Comitê, mas analisa os
pronunciamentos das CTs e decide quanto aos assuntos a serem inseridos nas pautas
das reuniões, a sua ordem de discussão, sempre levando em conta o planejamento e as
prioridades do Comitê.
Finalmente, as matérias objeto de pauta das reuniões plenárias são analisadas e
discutidas pelos membros do Comitê que, por meio de consenso ou votação, deliberam.

A decisão da Plenária transforma-se em um documento (deliberação ou


moção) por meio do qual o Comitê formaliza o entendimento sobre
questões de sua competência.

Instrumentos de tomada de decisão: Deliberações e Moções


Os comitês após ampla discussão aprovam em reuniões plenárias quatro tipos
de instrumentos:
Moção: quando se tratar de manifestação relevante, relacionada com a temática
de recursos hídricos.
Deliberação Normativa: quando se tratar de deliberação vinculada aos assuntos
de sua competência e à implementação dos instrumentos de gestão, bem como de
diretrizes e normas técnicas, critérios e padrões de uso de recursos hídricos na
respectiva área de atuação.
Deliberação: quando se tratar de decisão sobre funcionamento do Comitê.
Recomendação: quando se tratar de manifestação acerca da implementação de
políticas, programas públicos e demais temas com repercussão na área da gestão de
recursos hídricos.

Esses instrumentos funcionam como forma de comunicação com os


demais entes do Singreh, o que não compromete outras formas de
interação. As manifestações da Plenária devem ser amplamente
divulgadas, encaminhadas a quem de direito e publicadas na página
eletrônica do Comitê. As deliberações e as moções deverão ser numeradas
sequencialmente e datadas pela secretaria em ordem distintas.

Instrumentos de Gestão

1. Instrumentos de Gestão
O que são? E para que servem?

Os Instrumentos de Gestão são ferramentas utilizadas para apoiar e direcionar o


trabalho do sistema de gestão de recursos hídricos.
Os instrumentos de Gestão foram previstos nas Políticas Nacional e Estadual de
Recursos Hídricos, visando garantir a sua implementação e alcançar os seus objetivos,
dentre eles, garantir água de boa qualidade e quantidade à atual e às futuras
gerações. São eles:
• Planos de Recursos Hídricos;
• Enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos
preponderantes da água;
• Outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
• Cobrança pelo uso de recursos hídricos;
• Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.

Tratam de instrumentos de planejamento (planos e


enquadramento), de disciplinamento (outorga), de
incentivo (cobrança) e de apoio (sistemas de
informação). Eles são interdependentes e devem
articular-se entre si e aos demais instrumentos de
gestão ambiental para garantir uma efetiva
implementação dessa Política.
A imagem ao lado apresenta os instrumentos de gestão e sua inter-relação:

2. Planos de Recursos Hídricos


Qual o objetivo do Plano de Recursos Hídricos? Quais aspectos devem ser priorizados?

Os Planos de Recursos Hídricos são instrumentos de planejamento que servem


para orientar a sociedade e, mais particularmente, a atuação dos gestores, no que diz
respeito ao uso, recuperação, proteção, conservação e desenvolvimento dos recursos
hídricos.
O planejamento na gestão das águas define as melhores alternativas de
utilização dos recursos hídricos e orienta a tomada de decisão, de modo a produzir os
melhores resultados econômicos, sociais e ambientais.
Os Planos de Recursos Hídricos têm como objetivo principal fundamentar e
nortear a implementação das Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos e o
gerenciamento dos mesmos, a curto, médio e longo prazo, com horizonte de
planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e projetos,
devendo ser acompanhados de revisões periódicas.
Os planos de recursos hídricos são elaborados por bacia hidrográfica, por Estado
e para o País:
• Plano Nacional de Recursos Hídricos: abrange todo o território nacional e deve
ter cunho eminentemente estratégico. Deve conter metas, diretrizes e programas
gerais.
• Plano Estadual (Distrital) de Recursos Hídricos: plano estratégico de
abrangência estadual, ou do Distrito Federal, com ênfase nos sistemas estaduais de
gerenciamento de recursos hídricos.
• Plano de Bacia Hidrográfica: também denominado de plano diretor de recursos
hídricos, é o documento programático para a bacia, contendo as diretrizes de usos dos
recursos hídricos e as medidas correlatas. Em outras palavras é a agenda de recursos
hídricos da bacia.

No Estado de Minas Gerais, foram elaborados o Plano Estadual de Recursos


Hídricos-PERH-MG e os Planos Diretores de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas-
PDRHs.

Plano Estadual de Recursos Hídricos


O Plano Estadual de Recursos Hídricos-PERH é um instrumento de gestão da
Política Estadual de Recursos Hídricos, previsto na Lei 13.199/99, cujo objetivo é
estabelecer princípios básicos e diretrizes para o planejamento e o controle adequado
do uso da água no Estado de Minas Gerais.
O Plano também orienta sobre a necessidade de integrar a gestão de recursos
hídricos com as políticas setoriais, como a agricultura e o saneamento. É, ainda, um
elemento de articulação com os planos diretores das bacias hidrográficas do Estado e,
de forma mais abrangente, com o Plano Nacional de Recursos Hídricos, como determina
a Política Estadual de Recursos Hídricos, instituída por Lei.
O Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais foi concluído
em 2010 e aprovado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos conforme Deliberação
CERH/MG, n.º 260 de 26 de novembro de 2010 e pelo Governo de Minas por meio do
Decreto n.º 45.565 de 22 de março de 2011.
Planos Diretores de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas – PDRHs

Os planos de bacia devem ser


elaborados em concordância com o plano
estadual e estabelecer diretrizes para a
implementação dos demais instrumentos
de gestão, como outorga do direito de
uso dos recursos hídricos,
enquadramento dos corpos de água e
cobrança, conforme ilustração na figura
ao lado:

O Plano de Bacia Hidrográfica é o


documento programático para a bacia,
contendo as diretrizes de usos dos recursos
hídricos e as medidas correlatas. Em outras
palavras é a agenda de recursos hídricos da
bacia e se caracteriza por incluir ações de
natureza executiva e operacional, em vista de
sua perspectiva regional (ou local). Embora
cada esfera ocupe um papel específico na gestão de recursos hídricos, há uma inter-
relação entre os planos nacional, estaduais e de bacias. A articulação e a integração
entre os PRHs e suas diferentes escalas deverão ser efetuadas pelo diálogo entre as
entidades do Sistema: conselhos, comitês de bacia, órgãos gestores e agências.

Gestão
É na escala da bacia hidrográfica que se torna possível colocar em prática a
gestão descentralizada e participativa de recursos hídricos. E esse processo se dá
fundamentalmente por meio da atuação do comitê de bacia hidrográfica. É nesse fórum
de discussão que se dá a descentralização das decisões, que envolve usuários da água,
a sociedade civil organizada e o poder público atuante nessas bacias.
Os Planos de Bacia servem de elementos motivadores e indutores da gestão
descentralizada e participativa. Indicam metas e soluções de curto, médio e longo prazo
para os problemas da bacia relacionados à água. Como as metas e as soluções são
negociadas entre os atores que atuam na bacia hidrográfica, representados pelos
membros do respectivo Comitê, esses devem acompanhar a execução das ações
propostas para o alcance de tais metas.

Conteúdo mínimo de um Plano de Recursos Hídricos


• Diagnóstico da situação dos recursos hídricos da bacia hidrográfica;
• Análise de opções de crescimento demográfico, de evolução de atividades
produtivas e de modificação dos padrões de ocupação do solo;
• Balanço entre disponibilidades e demandas atuais e futuras dos recursos
hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais;
• Metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade
dos recursos hídricos disponíveis;
• Medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem
implantados para o atendimento de metas previstas, com estimativas de custos;
• Prioridade para outorga de direito de uso de recursos hídricos;
• Diretrizes e critérios para cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
• Propostas para a criação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à
proteção de recursos hídricos e de ecossistemas aquáticos.

O vídeo ao lado traz uma visão geral e simplificada dos Planos Diretores de
Recursos Hídricos. Dedique aproximadamente 2min40s para assisti-lo.
“Recursos Hídricos em pauta - Planos Diretores de Recursos Hídricos”

3. Enquadramento
Qual rio que temos? Qual rio que teremos? Qual rio que podemos ter?
O Enquadramento dos Corpos de Águas é o estabelecimento de nível ou metas
de qualidade de água a serem alcançadas ou mantidas em um determinado segmento
do corpo de água ao longo do tempo, de acordo com os usos pretendidos.

Enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos propoderantes da


água
Assim como os Planos Diretores de Recursos Hídricos, o Enquadramento dos
Corpos de Águas se caracteriza por ser também um instrumento de planejamento e
gerenciamento dos recursos hídricos previsto nas Políticas Nacional e Estadual de
Recursos Hídricos.
O instrumento, tem como objetivo “assegurar às águas qualidade compatível
com os usos mais exigentes a que forem destinadas, bem como diminuir os custos de
combate à poluição das águas, mediante ações preventivas e permanentes (ANA, 2015).
Ainda, de acordo com o Plano Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais, o
enquadramento retrata o empenho dos usuários na garantia que o corpo de água tenha
uma qualidade compatível com os usos para ele pretendidos.

Para que uma proposta de enquadramento seja elaborada e para estabelecer um


objetivo ou meta de qualidade da água faz-se necessário considerar três cenários, ou
seja, “é preciso avaliar a condição atual do rio (“o rio que temos”); discutir com a
população da bacia a condição de qualidade desejada para aquele rio (“o rio que
queremos”) e por fim discutir e pactuar as metas com os diferentes atores da bacia
hidrográfica (“o rio que queremos ter”), levando em consideração as limitações técnicas
e econômicas para seu alcance”.

A propósito, temos aqui um dos princípios da Política de Recursos Hídricos,


que é a participação da sociedade nas decisões a serem tomadas na bacia,
sendo o Comitê um ente estratégico e articulador nesse processo.
Classificação dos corpos d’águas
Resolução CONAMA nº357/2005
Classes
Conforme a Resolução CONAMA n.º
357, são estabelecidas 5 classes de uso para
as águas doces: Classe Especial, Classe 1,
Classe 2, Classe 3 e Classe 4. Com efeito,
quanto maior o número da classe, menos
restritivo é o uso a que ela pode se destinar.

Os três rios do enquadramento

O RIO QUE TEMOS O RIO QUE QUEREMOS

SITUAÇÃO ATUAL VONTADE

O RIO QUE PODEMOS

LIMITAÇÕES TÉCNICAS
E ECONÔMICAS
Escalas
O enquadramento se aplica a qualquer corpo de água, ou seja, rios,
reservatórios, lagos, estuários, águas costeiras e águas subterrâneas (ANA, 2015).
Em Minas Gerais, entre os anos de 1993 e 1998, o enquadramento dos corpos
de água era realizado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e oficializado
por deliberação do Copam/MG.
A partir de 2001, com a edição do Decreto nº. 41.578, que regulamenta a Lei nº.
13.199/1999, os critérios e normas para o enquadramento passaram a ser objeto de
deliberação conjunta dos Conselhos Estaduais de Política Ambiental (Copam) e de
Recursos Hídricos (CERH) (IGAM, 2012).

Conteúdo
• Diagnóstico
➢ abordando a caracterização geral da bacia hidrográfica e do uso e ocupação do
solo incluindo a identificação dos corpos de água superficiais e subterrâneos e suas
interconexões hidráulicas, em escala compatível;
➢ identificação e localização dos usos e interferências que alterem o regime, a
quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de água, destacando os usos
preponderantes;
➢ identificação, localização e quantificação das cargas das fontes de poluição
pontuais e difusas atuais, oriundas de efluentes domiciliares, industriais, de atividades
agropecuárias e de outras fontes causadoras de degradação dos recursos hídricos
superficiais e subterrâneos;
➢ disponibilidade, demanda e condições de qualidade das águas superficiais e
subterrâneas;
➢ potencialidade e qualidade natural das águas subterrâneas;
➢ identificação das áreas reguladas por legislação específica;
➢ arcabouço legal e institucional pertinente;
➢ políticas, planos e programas locais e regionais existentes, especialmente os
planos setoriais, de desenvolvimento sócio-econômico, plurianuais governamentais,
diretores dos municípios e ambientais e os zoneamentos ecológico-econômico,
industrial e agrícola;
➢ caracterização socioeconômica da bacia hidrográfica; e
➢ capacidade de investimento em ações de gestão de recursos hídricos.

• Prognóstico
Prognóstico avaliando os impactos sobre os recursos hídricos superficiais e
subterrâneos advindos da implementação dos planos e programas de desenvolvimento
previstos, considerando a realidade regional com horizontes de curto, médio e longo
prazos, e formuladas projeções consubstanciadas em estudos de simulação dos
seguintes itens:
➢ potencialidade, disponibilidade e demanda de água;
➢ cargas poluidoras de origem urbana, industrial, agropecuária e de outras fontes
causadoras de alteração, degradação ou contaminação dos recursos hídricos superficiais
e subterrâneos;
➢ condições de quantidade e qualidade dos corpos hídricos; e
➢ usos pretensos de recursos hídricos superficiais e subterrâneos, considerando as
características específicas de cada bacia.

• Proposta de metas
Proposta de metas relativas às alternativas de enquadramento deverão ser
elaboradas com vistas ao alcance ou manutenção das classes de qualidade de água
pretendidas em conformidade com os cenários de curto, médio e longo prazos.
• Programa para efetivação do enquadramento
Programa para efetivação do enquadramento, como expressão de objetivos e
metas articulados ao correspondente plano de bacia hidrográfica, quando existente,
deve conter propostas de ações de gestão e seus prazos de execução, os planos de
investimentos e os instrumentos de compromisso.

Gestão
Como apresentado o enquadramento é um instrumento de planejamento e
gestão de recursos hídricos, e, nessa perspectiva da descentralização e participação da
sociedade na tomada de decisões, o Comitê assume papel protagonista no processo
de construção e implementação do enquadramento, visto que, é no colegiado, onde
conforme já apresentado anteriormente, estão os representantes de todos os
segmentos da bacia, e por meio destes é que são pactuados os acordos em prol do bem
comum população da bacia e do meio ambiente.
É também o Comitê que delibera sobre o enquadramento, para posterior envio
ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos também para deliberação e edição de ato
normativo, no caso uma Deliberação do respectivo Conselho.

Importante destacar também a integração do enquadramento com os


demais instrumentos de gestão de recursos hídricos, além de ser o
instrumento que faz o elo entre o Sistema de Recursos Hídricos e o Sistema
de Meio Ambiente.

4. Outorga
Para que serve a outorga? Quem faz a outorga?

A outorga é um ato administrativo através do qual o órgão gestor assegura ao


usuário o direito de utilizar os recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos, por prazo
determinado, nos termos e nas condições expressas no respectivo ato. A outorga não
dá ao usuário a propriedade de água ou a sua alienação, mas o direito de seu uso,
podendo ela ser suspensa parcial ou totalmente.
Outorga dos direitos de uso de recursos hídricos
De acordo com a Constituição Brasileira de 1998, a água é um bem público
inalienável, ou seja, a água não pode ser propriedade privada, pois é um bem de todos.
O que existe é o direito de uso dos recursos hídricos concedido ao usuário pelo poder
público federal e estadual (IGAM, 2013).
Assim, a Lei n.° 9.433/97, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos,
estabelece que a água é um bem de domínio público. Portanto, ninguém é dono da
água, mas como um bem público o seu uso precisa ser assegurado a todos de forma
múltipla e organizada.
É aí que entra o poder público (União e Estados) para regular o uso da água e
uma das principais formas de fazer isso é emitindo outorgas para o uso da água. Em
outras palavras, trata-se de uma licença cedida pelo poder público para o uso da água,
mas esse bem continua sendo público.
Isto significa dizer que se um empreendedor necessita, por exemplo, utilizar a
água em um processo produtivo, tem que solicitar a outorga ao poder público, seja ele
federal ou estadual. Ou seja, a outorga deve ser solicitada antes da implantação de
qualquer intervenção venha alterar o regime, a quantidade ou a qualidade do corpo de
água.

Onde solicitar a outorga?


A outorga para uso de recursos hídricos deve ser solicitada junto ao IGAM,
quando se tratarem de corpos de água de domínio do Estado, e junto à Agência Nacional
de Águas - ANA, quando se tratarem de corpos de água de domínio da União.

OUTORGA DE DIREITO DE USO

PARA O USO
AUTORIZAÇÃO
DA ÁGUA

USUÁRIO

FINALIDADES
• Assegurar ao usuário o direito de utilizar a água para os fins que foi solicitada;
• Garantir o controle quantitativo e qualitativo do uso da água;
• Permitir aos órgãos competentes realizar a gestão de recursos hídricos, de forma a
compatibilizar as demandas às disponibilidades hídricas.

Acesse o link abaixo e saiba mais:


http://www.igam.mg.gov.br/images/stories/outorga/manual/manual-de-outorga.pdf

Usos sujeitos à outorga


De acordo com o art. 18 da Lei nº 13.199/99, estão sujeitos a outorga pelo Poder
Público os seguintes usos de recursos hídricos:
➢ as acumulações, as derivações ou a captação de parcela da água existente em
um corpo de água para consumo final, até para abastecimento público, ou insumo de
processo produtivo;
➢ a extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de
processo produtivo;
➢ o lançamento, em corpo de água, de esgotos e demais efluentes líquidos ou
gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
➢ o aproveitamento de potenciais hidrelétricos;
➢ outros usos e ações que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água
existente em um corpo de água.

Você sabia que em Minas Gerais


o Comitê de Bacia pode deliberar
sobre outorga de grande porte e
com potencial poluidor?

Essa competência está prevista na Deliberação Normativa do CERH MG n.º


31/2009, a qual estabelece critérios e normas gerais para aprovação de outorga de
direito de uso de recursos hídricos para empreendimentos de grande porte e com
potencial poluidor, pelos comitês de bacias hidrográficas.
Acesse no link abaixo a DN 31/2009 e conheça mais sobre essa importante
competência do comitê de bacia:
http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=10452

Usos insignificantes
A Deliberação Normativa CERH-MG n.º 09, de 16 de junho de 2004, define os
usos considerados como insignificantes para os corpos de água de domínio do Estado
de Minas Gerais, que são dispensados de outorga, mas não de cadastro pelo IGAM
(IGAM, 2010).

• o uso para satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais


distribuídos no meio rural;
• acumulações, derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes.

O vídeo abaixo explica a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos emitida pela
ANA. Dedique aproximadamente 4min50s para assisti-lo.

Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos

5. Cobrança
Cobrança pelo uso de recursos hídricos
Quais os objetivos da cobrança pelo uso de recursos hídricos?

A Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos tem como objetivo dar ao usuário uma
indicação do real valor da água, incentivar o uso racional desse recurso e obter aporte
financeiro para recuperação das bacias hidrográficas.
A cobrança é um instrumento econômico de gestão das águas que complementa
instrumentos reguladores ou de controle, como a outorga e o licenciamento ambiental
e que materializa o princípio poluidor-pagador e do usuário-pagador, consagrado na
legislação ambiental.
Os recursos arrecadados são investidos na recuperação e preservação dos
mananciais das bacias hidrográficas.
Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos à outorga, não recaindo
cobrança sobre os usos considerados insignificantes, nos termos do regulamento.
Sujeita-se também à cobrança pelo uso da água, segundo as peculiaridades de
cada bacia hidrográfica, aquele que utilizar, consumir ou poluir recursos hídricos.

“A água vem sendo usada como se fosse um recurso natural infinito. No entanto,
o crescimento da população e da atividade econômica demanda cada vez mais água de
nossos mananciais. Surgiu, então, a necessidade de estabelecer limites para uso dos
recursos hídricos” (IGAM, 2013).

Uma forma de sensibilizar e incentivar a economia e o uso racional dos recursos


hídricos se dá com a implementação da cobrança pelo uso de recursos hídricos.
A cobrança pelo uso de recursos hídricos está prevista como instrumento
econômico de gestão da Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei
9.433/97.
O instrumento visa ao reconhecimento da água como um bem ecológico, social
e econômico, dando ao usuário uma indicação de seu real valor. No entanto, não se trata
de taxa ou imposto, mas sim de um preço público e visa incentivar os usuários a
utilizarem a água de forma mais racional, garantindo, dessa forma, o seu uso múltiplo
para as atuais e futuras gerações.
Objetiva também arrecadar recursos financeiros para o financiamento de
programas e intervenções previstos no Plano de Diretor de Recursos Hídricos da Bacia
Hidrográfica, voltados para a melhoria da quantidade e da qualidade da água.

São cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos à outorga, não recaindo


cobrança sobre os usos considerados insignificantes. Sujeita-se também à
cobrança pelo uso da água, segundo as peculiaridades de cada bacia
hidrográfica, aquele que utilizar, consumir ou poluir recursos hídricos.

Objetivos da cobrança pelo uso de recursos hídricos:


• Reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real
valor;
• Incentivar a racionalização do uso da água;
• Obter recursos financeiros para o financiamento de programas de interversões incluídos
nos planos de recursos hídricos;
• Incentivar o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e o rateio, na forma desta
lei, dos custos das obras executadas para esse fim;
• Proteger as águas contra ações que possam comprometer os seus usos atual e futuro;
• Promover a defesa contra eventos críticos, que ofereçam riscos à saúde e à segurança
públicas e causem prejuízos econômicos ou sociais;
• Incentivar a melhoria do gerenciamento dos recursos hídricos nas repectivas bacias
hidrográficas;
• Promover a gestão descentralizada e integrada em relação aos demais recursos
naturais;
• Disciplinar a localização dos usuários, buscando a conservação dos recursos hídricos, de
acordo com sua classe prepoderante de uso;
• Promover o desenvolvimento do transporte hidroviário e seu aproveitamento
econômico.

Condicionantes para implementação da cobrança no Estado de Minas Gerais

• existência de Comitê de bacia;


• Plano Diretor da bacia aprovado;
• cadastro de usuários atualizado;
• programa de comunicação social sobre a necessidade econômica, social e ambiental
da utilização racional e proteção das águas, com vistas a facilitar a aceitação deste
instrumento de gestão;
• instituição de Agência de Bacia ou entidade a ela equiparada;
• definição dos usos insignificantes pelo respectivo comitê de bacia hidrográfica;
• aprovação da metodologia de cobrança pelo CERH (MG).

O Comitê de Bacia é fundamental no processo de implementação da


cobrança, pois, é no âmbito do colegiado que se discute e propõe os
mecanismos, metodologia e valores da cobrança, para posterior aprovação
do Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

Valores arrecadados
Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos deverão
ser aplicados, na bacia hidrográfica em que foram gerados, ou seja, do total de recursos
arrecadados, 7,5% são destinados à manutenção da Agência de Bacia e os outros 92,5%
deve ser em investimentos definidos como prioridades pelo Comitê de Bacia e pelo
respectivo Plano Diretor.
O Plano é instrumento fundamental e orientador na aplicação dos recursos
oriundos da cobrança, principalmente os programas, projetos e ações voltados para
melhoria da quantidade e qualidade das águas na bacia.

Assim os recursos da cobrança serão aplicados:


• no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos no PDRHs da
Bacia Hidrográfica;
• no pagamento de despesas de monitoramento dos corpos de água e custeio dos
órgãos e entidades integrantes do SEGRH, na sua fase de implantação;
• em ações de gestão, como capacitação e educação ambiental;
• em ações estruturais, como reflorestamento, recuperação das nascentes, matas
ciliares e obras que promovam a melhoria da qualidade e quantidade das águas.

O vídeo abaixo da Ana explica a cobrança pelo uso da água. Dedique


aproximadamente 4min20s para assisti-lo.

A Cobrança do Uso da água

6. Sistema de Informações
Quais os objetivos do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos?
O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos tem como objetivos
principais: coletar, tratar, armazenar, recuperar, disponibilizar e divulgar as informações
que subsidiam a gestão dos recursos hídricos.

Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos


O Sistema Estadual de Informação em Recursos Hídricos (SEIRH-MG), é um
instrumento importante para o compartilhamento de dados, informações e
conhecimentos sobre os recursos hídricos, como o monitoramento da quantidade e
qualidade da água, eventos hidrológicos críticos, cadastro de usuários, implementação
dos instrumentos de gestão, fiscalização, decretos e normas relacionados ao tema,
dentre outros.
Trata-se, portanto, de um amplo sistema de coleta, tratamento, armazenamento
e recuperação de informações sobre recursos hídricos, bem como fatores intervenientes
para sua gestão.

O SEIRH-MG é compatível com o Sistema Nacional de Informações sobre


Recursos Hídricos e tem como objetivos:

• reunir, dar consistência e divulgar dados e informações sobre as situações


qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos do Estado, bem como informações
socioeconômicas relevantes para o seu gerenciamento;
• atualizar, permanentemente, as informações sobre a disponibilidade e a
demanda de recursos hídricos e sobre ecossistemas aquáticos, em todo o território do
Estado;
• fornecer subsídios para a elaboração do Plano Estadual e dos Planos Diretores
de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas;
• apoiar ações e atividades de gerenciamento de recursos hídricos no Estado.
O Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos de Minas Gerais é
composto pelos seguintes módulos, sistemas e portais de informações:

INFOHIDRO
Sistema de Cálculo da Qualidade da água (SCQA)
Otimizar os cálculos dos indicadores de qualidade de água e dar celeridade à
elaboração dos relatórios. Dar acesso aos dados de qualidade de água e às séries
históricas de monitoramento a parceiros do Igam e ao público externo.

Sistema de Cadastro de Usuários de Recursos Hídricos (SISCAD)


Integrar as informações dos usuários de recursos hídricos de Minas Gerais em
uma base de dados única permitindo o registro, a atualização e a manutenção dos dados
dos usuários, de forma integrada ao Cadastro Nacional de Recursos Hídricos (CNARH).
Os dados do cadastro de usuários de recursos hídricos auxiliam no processo de
implementação dos instrumentos de gestão das águas, especialmente, a Outorga, os
Planos Diretores de Bacia Hidrográfica e a Cobrança pelo Uso da Água.

Sistema de Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos (SISCOB)


Automatizar os cálculos e a gestão da cobrança pelo o uso da água. Permite o
controle da receita proveniente da cobrança pelo uso da água. Permite o controle da
receita proveniente da cobrança pelo uso dos recursos hídricos, bem como, o controle
de adimplência /inadimplência, cálculo de juros, multa, parcelamento/reparcelamento,
entre outras funcionalidades.

Os usuários têm acesso ao sistema Infohidro, mediante cadastro, no endereço:


Acesse: http://sisemanet.meioambiente.mg.gov.br

SISTEMA DE USO INSIGNIFICANTE


O Sistema de Uso Insignificante entrou em funcionamento em maio de 2017, e
permite que os usuários de recursos hídricos busquem a regularização por meio de uma
plataforma online estando de acordo com os critérios estabelecidos nas Deliberações
Normativas CERH-MG n° 09/2004 e/ou 34/2010.
Acesso: http://usoinsignificante.igam.mg.gov.br/

SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DE DADOS ESPACIAIS (SADE)


O Sistema de Administração de dados Espaciais (SADE) é uma ferramenta que
permite o armazenamento da IDE (Dados espaciais georreferenciados) do SISEMA, está
ferramenta realiza a organização de toda a base de dados espaciais do SISEMA
produzidas pelas casas (SEMAD, IEF, IGAM, FEAM) e permite consultas e validações para
todos os sistemas, a respeito de dados locacionais. Módulo interno.

INFRAESTRUTURA DE DADOS ESPACIAIS (IDE)


A Infraestrutura de Dados Espaciais do Sistema Estadual de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (IDE-Sisema), instituída pela Resolução Conjunta
SEMAD/FEAM/IEF/IGAM nº 2.466/2017, tem como objetivo promover a adequada
organização dos processos de geração, armazenamento, acesso, compartilhamento,
disseminação e uso dos dados geoespaciais oriundos das atividades, programas e
projetos ambientais e de recursos hídricos desenvolvidos pelo Sisema.
Acesso: http://idesisema.meioambiente.mg.gov.br/
SISTEMA DE METEOROLOGIA
Sistema que permite a gestão e importação de dados telemétricos de outras
instituições, como também, de apoio à previsão e dados observados para SIMGE,
através da geração de mapas e funcionalidades para observação dos dados telemétricos.
Acesso: http://www.simge.mg.gov.br/

Portais e Repositório
• PORTAL INFOHIDRO
O Igam lançou em 2014, o Portal InfoHidro, que disponibiliza dados, informações
e documentos técnicos de recursos hídricos produzidas pelo Instituto e seus parceiros,
em linguagem acessível. No portal, o usuário encontra conteúdos sobre outorga,
cobrança pelo uso dos recursos hídricos, séries históricas de monitoramento da
qualidade da água, mapas e relatórios, além de bases cartográficas dos recursos hídricos
do Estado, biblioteca digital, dente outras.
Acesso: http://portalinfohidro.igam.mg.gov.br/

• PORTAL DOS COMITÊS


Lançado em abril de 2017, o Portal dos Comitês é um site gerenciado pelo
Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e reúne dados e informações dos 36
Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) instituídos no Estado de Minas Gerais.
Acesso: http://comites.igam.mg.gov.br/

• PORTAL DO SIMGE
Disponibiliza via web dados telemétricos e produtos meteorológicos.
Acesso: http://www.simge.mg.gov.br/

Apoio Administrativo

1. Apoio Administrativo
Como deve ser a atuação do assistente administrativo no exercício das atividades do
Comitê?
Quais tarefas devem ser desempenhadas pelo assistente administrativo?
Quem deve delegar as atividades ao assistente administrativo?

As atividades desempenhadas pelo assistente administrativo são essenciais para


funcionamento do CBH, principalmente, em apoio à Diretoria na preparação e
organização das reuniões, bem como na manutenção, atualização de documentos e
informações dos Comitês.

O apoio operacional aos comitês


Como vimos, apesar de serem entes de Estado, os comitês de bacia não possuem
personalidade jurídica, ou seja, não têm Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ),
pois suas competências são de cunho deliberativo, propositivo e consultivo, e não
executivo.
Para tanto, a legislação criou a figura da Agência de Água, ou Agência de Bacia,
para dar o suporte técnico ao comitê exercendo, entre outras, a função de secretaria-
executiva.
No entanto, essa mesma legislação estabeleceu que a agência somente será
criada quando houver viabilidade financeira de suas atividades assegurada pela
cobrança pelo uso das águas em sua área de atuação. A cobrança somente tem sido
implantada após muito debate na bacia e apenas 12 comitês têm a cobrança efetivada.
Para o comitê funcionar é necessário garantir algumas condições mínimas como
a participação de seus membros nas reuniões, a divulgação prévia de informações para
tomada de decisão, a comunicação das decisões à sociedade e o apoio técnico
necessário ao entendimento dos problemas apresentados, entre outras necessidades.
O Igam, de acordo com o Decreto 47.866 de 19/02/2020, e por meio da Gerência
de Apoio aos Comitês de Bacias Hidrográficas e Articulação à Gestão Participativa
- GECBH, tem como competência prestar apoio técnico e administrativo para a
estruturação física e operacional necessária ao funcionamento dos CBHs.

Leia sobre as competências da Gerência de Apoio aos Comitês de Bacias


Hidrográficas e Articulação à Gestão Participativa – GECBH
A Gerência de Apoio aos Comitês de Bacias Hidrográficas e Articulação à Gestão
Participativa - GECBH tem como atribuições as seguintes competências:
• identificar e propor parcerias com órgãos e entidades públicas e privadas visando
à implementação de programas e de ações que auxiliem o fortalecimento dos comitês
de bacias hidrográficas;
• elaborar e promover ações e atividades de capacitação e formação continuada,
no âmbito do SEGRH-MG, visando ao fortalecimento da gestão participativa de recursos
hídricos, em articulação com a Assessoria de Programas, Projetos e Pesquisa em
Recursos Hídricos e a Semad;
• prestar apoio técnico e administrativo para a estruturação física e operacional
necessária ao funcionamento dos comitês de bacias hidrográficas;
• prestar apoio técnico às discussões e às deliberações dos comitês de bacias
hidrográficas, articulando a participação das áreas técnicas do Igam e dos demais órgãos
e entidades que integram o SEGRH-MG, cuja atuação se relacione com a matéria em
discussão;
• desenvolver mecanismos e critérios de avaliação do desempenho dos comitês de
bacias hidrográficas;
• coordenar o processo eleitoral dos comitês de bacias hidrográficas;
• apoiar os comitês de bacias hidrográficas na implementação dos instrumentos
de gestão de recursos hídricos, em articulação com as demais gerências;
• apoiar os comitês de bacias hidrográficas na resolução dos conflitos relacionados
ao uso dos recursos hídricos;
• coordenar, junto aos comitês de bacias hidrográficas, a elaboração do relatório
anual de atividades a ser apresentado ao CERH-MG;
• promover ações integradas para a gestão de bacias compartilhadas com os
órgãos e entidades da União e dos estados limítrofes a Minas Gerais.

São diversas as funções desempenhadas em apoio aos comitês, tais como:


organização da agenda; organização de reuniões; gestão de documentos; e divulgação
e mobilização de processo eleitoral, entre outras.
Tais atividades podem ser divididas nos seguintes temas:
➢ Organização interna
➢ Planejamento das atividades do comitê
➢ Comunicação e mobilização social
➢ Capacitação
➢ Organização de eventos

Para garantir este apoio aos Comitês, o Igam cedeu assistentes administrativos
para auxiliar e dar suporte à realização das reuniões e demais atividades
desempenhadas pelo ente colegiado.
Nesse sentido, verifica-se que o trabalho desempenhado pelo assistente
administrativo é de grande importância, principalmente, em apoio à Diretoria dos CBHs.
Assim sendo, as competências e atribuições do assistente administrativo devem
estar claras tanto para Diretoria que deve orientá-lo no exercício da função, como
também para o próprio assistente que irá executá-las.

Cabe ressaltar que os membros da Diretoria devem alinhar entre si e


decidir quem ficará responsável em delegar as atividades ao assistente
administrativo.

Papel dos assistentes administrativos


Nesse contexto, os assistentes tem a função de auxiliar nos seguintes
procedimentos como:
• Preparação e organização das reuniões;
• Organização dos arquivos e documentos, bem como atualização de
informações do Comitê; e
• Apoio e acompanhamento nos processos de custeio e prestação de contas de
despesas de viagem de conselheiros.

Conhecimento do Regimento Interno e outras normativas


O assistente administrativo deve conhecer o Regimento Interno, já que o mesmo
estabelece as disposições de funcionamento do Comitê, e portanto, é fundamental para
o apoio nas atividades do CBH, à Diretoria e aos conselheiros do Comitê.
Também deve conhecer o conteúdo da Deliberação Normativa CERH-MG nº 67,
de 11 de dezembro de 2020.
E, também os seguintes documentos:
• Decreto de criação do Comitê;
• Decreto Estadual nº 47.045/2016 (dispõe sobre viagem);
• Decreto Estadual nº 47.893/2020 (dispõe sobre valores de diárias);
• Decreto Estadual nº 46.644/2014 (dispõe de conduta Ética do Servidor Público);
• Deliberação Normativa CERH nº 41/2012;
• Deliberação Normativa CERH nº 04/2002;
• Deliberação Normativa CERH nº 30/2009;
• Deliberação Normativa CERH nº 52/2016.

Lembre-se
O assistente administrativo deve sempre buscar se envolver nos assuntos
relacionados ao Comitê, como, por exemplo, acompanhar a participação das entidades
nas reuniões e, se for o caso verificar o motivo pelo qual algumas apresentam baixa
frequência nas reuniões.

2. Organização das Reuniões


Como organizar uma Plenária?
Quais ações devem ser realizadas antes, durante e após as reuniões?

A presença da Plenária é fundamental para o encaminhamento das decisões. Por


essa razão os comitês precisam se organizar de forma a manter os conselheiros bem
informados durante todo o ano.

A importância da organização das reuniões


Como visto, o comitê mantém estruturas que, periodicamente, devem se reunir
para discutir e tomar decisões.
Para tanto, faz-se necessária a preparação de uma série de atividades
imprescindíveis para realização das reuniões e eventos.
Cabe ressaltar alguns procedimentos desempenhados pelo assistente
administrativo:

➢ Cronograma de reuniões
Para que os conselheiros possam se organizar para
participar das reuniões plenárias é necessário que saibam
quantas, onde e quando ocorrerão as reuniões com uma
razoável antecedência.
Para isso, os assistentes administrativos do comitê deverão encaminhar a todos
os conselheiros, titulares e suplentes, bem como à GECBH, o cronograma com as datas
de todas as reuniões ordinárias previstas.

Ressalta-se que o referido documento deverá ser aprovado na última


reunião do Comitê ocorrida no ano anterior, conforme Regimento Interno.

➢ Convocação do conselheiro para reuniões


A antecedência para convocação justifica-se pela necessidade de prazo para que
os membros do colegiado (titulares e suplentes) analisem as matérias em pauta.
É importante também, para que os conselheiros consultem as suas bases e
discutam com os seus pares para o efetivo exercício da representatividade,
manifestando em plenário não um posicionamento individual, mas de todo o segmento
ou categoria de segmento que ele representa no comitê.
As convocações devem ser encaminhadas a todos os membros (titulares e
suplentes), cumprido os prazos regimentais, contendo toda a documentação referente
às matérias a serem objetos de decisão, exceto os requerimentos de urgência.

Os documentos exigidos são:


• ofício de convocação definindo pauta, data, hora e local da reunião;
• minuta da ata da reunião anterior;
• cópia das deliberações e das moções aprovadas na reunião anterior;
• minuta das deliberações e das moções a serem apreciadas;
• outros documentos necessários para subsidiar a deliberação dos membros; e
• matéria objeto de pedido de vista anterior ou de retirada de pauta pelo
proponente, acompanhado do respectivo parecer e justificativa.

➢ Confirmação de quórum para reunião


Cabe aos assistentes administrativos monitorarem a
confirmação da presença dos conselheiros na reunião para a qual
foram convocados, seja através de e-mail ou contato telefônico, a
fim de garantir a realização da referida reunião, lembrando que a
confirmação da presença do titular não impede a participação do suplente, caso o
mesmo tenha interesse.
Para auxiliar o monitoramento das presenças, sugere-se que o assistente
administrativo do comitê utilize uma planilha de confirmações.

Realização da reunião
O bom resultado da reunião depende também de sua preparação e, para isso,
algumas tarefas deverão ser realizadas, como:
• Articulação necessária para cessão de espaço para realização da reunião;
• Verificar quais equipamentos serão utilizados;
• Providenciar a lista de presença e garantir que todos os presentes a assinem
(conselheiros e convidados);
• Entregar material de apoio, quando houver;
• Realizar outras tarefas definidas pela Diretoria do Comitê (minutar pautas,
atas, ofícios, deliberações e etc).

Resultados da reunião
Após a realização da reunião os assistentes administrativos devem encaminhar à
GECBH, por meio do e-mail, todos os documentos referentes à mesma.
Ex: Ata aprovada e assinada referente à reunião anterior (se houver), cópia de
todas as listas de presença, deliberações aprovadas (quando houver) e monitoramento
de frequência acumulada, no prazo máximo de 10 (dez) dias após a reunião.
➢ Frequência dos conselheiros nas reuniões do Comitê
A frequência dos conselheiros nas reuniões do Comitê será monitorada pelos
assistentes administrativos através de planilhas. Este monitoramento deverá ser
enviado para a GECBH e conselheiros em até 10 dias após a reunião.
De acordo com o regimento interno, é necessário oficiar as instituições sobre as
faltas de seu(s) representante(s) bem como as penalidades previstas, mediante ofício
ou por meio eletrônico, com objetivo de dar ciência para tomarem providências cabíveis
(substituições, por exemplo), quando necessário.

➢ Reuniões de Câmaras Técnicas, Grupos de Trabalho e outros eventos de


interesse do Comitê
Em reuniões de Câmaras Técnicas, Grupos de Trabalhos, seminários, visitas
técnicas, Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas (FMCBH), Encontro
Nacional de Comitês (ENCOB) e outros eventos relacionados ao comitê, a convocação,
convite e/ou programação devem ser encaminhadas com antecedência para todos os
conselheiros, titulares e suplentes, bem como à GECBH.

Fluxo para convocação e envio de documentos às reuniões plenárias

3. Organização das Informações do CHB

Organização das Informações do Comitês


Qual a importância de se manter atualizado os documentos e as informações referente
ao Comitê?
Os assistentes devem organizar os documentos do CBH de acordo com as
orientações da GECBH, manter arquivo de controle das listas de presença, pautas, atas,
deliberações e outros pertinentes.

Organização dos arquivos e documentos do Comitê


Os assistentes devem organizar os documentos do CBH de
acordo com as orientações da GECBH, manter arquivo de
controle das listas de presença, pautas, atas, deliberações e
outros pertinentes.
Cabe ainda ressaltar a importância de dispor de um
arquivo digital atualizado com os dados/contatos pessoais de
todos os conselheiros e a lista com a composição da(s) câmara(s) técnica(s) instituída(s)
para atendimento às atividades do comitê.

Os assistentes administrativos também devem ter os documentos referentes ao


CBH sempre atua- lizados, quais sejam:
• Relação de conselheiros;
• Relação das câmaras técnicas e suas respectivas composições;
• Pautas e Atas de reuniões;
• Deliberações;
• Arquivo físico de documentos (Memorandos, Ofícios, Notas Técnicas, Pareceres
e etc);
• Termo de Cessão (ou permissão) dos bens móveis permanentes;
• Termo de Cessão (ou permissão) da sede do comitê, quando houver;
• Termo de posse dos conselheiros e da diretoria;
• Agenda anual do Comitê.

Atualização das informações no Portal dos Comitês


O Portal dos Comitês (http://comites.igam.mg.gov.br/) funciona como um canal
de informações dos comitês para os conselheiros e sociedade em geral e, portanto, deve
estar sempre atualizado.
Nele constam diversos dados e documentos, tais como: endereço da sede,
telefone de contato, lista de conse- lheiros, membros da Diretoria, agenda de reuniões,
pautas, atas aprovadas, mapa da bacia, regimento inter- no, decreto de criação e outros.
Cabe aos assistentes administrativos verificarem sistematicamente as
informações disponíveis no Portal dos Comitês que dizem respeito ao seu respectivo
CBH e, ha- vendo qualquer discordância, comunicar imediatamente à GECB.

Substituição de conselheiros
A qualquer momento a entidade poderá substituir seu(s) representante(s) no
comitê mediante ofício assinado pelo dirigente competente e/ou representante legal,
contendo nome completo, endereço para correspondência, telefone e email do(s)
novo(s) representante(s) indicado(s).
Cabe ressaltar que a efetivação da substituição é realizada pelo Instituto Mineiro
de Gestão das Águas – Igam, na GECBH. Dessa forma, caso o ofício de solicitação de
substituição seja encaminhado ao comitê, o assistente administrativo deve providenciar
o envio do mesmo à GECBH.
Destacamos que, após a efetivação, será encaminhado e-mail aos
representantes envolvidos, aos membros da diretoria e ao comitê, bem como dar-se-á
a publicidade da alteração através do Portal dos Comitês (lista de conselheiros).

Atualização dos cargos de Diretoria


Assim como a lista de conselheiros, os cargos de Diretoria
devem estar sempre atualizados no Portal dos Comitês.
Qualquer alteração na composição da Diretoria deve ser
informada à GECBH, através de ofício expedido pelo comitê, para
que a mesma proceda com as adequações.

Relatório Anual de atividades


Os Comitês devem apresentar, anualmente, à GECBH, o Relatório Anual de
Atividades. Esse relatório deve conter informações detalhadas sobre o comitê e as
atividades desenvolvidas por ele ao longo do ano (Veja ao final desta unidade Manual
de Serviços Administrativos, anexo I).
Como são muitas as informações acumuladas ao longo do ano e para evitar que
algumas delas sejam esquecidas, o Relatório de Atividades deve ser construído ao longo
do ano e não ao final, como costumeiramente é feito. Para isso, os assistentes
administrativos do Comitê devem inserir as informações no Relatório de Atividades à
medida que forem ocorrendo.

Para saber mais


Clique no link ao lado e acesse o Manual de Serviços Administrativos.

http://trilhasdosaber.meioambiente.mg.gov.br/pluginfile.php/29948/mod_res
ource/content/1/Manual_servicos_administrativos.pdf

4. Custeio e Prestação de Contas


Como proceder no acompanhamento do custeio de viagens e prestação de contas junto
ao conselheiro?

Os CBHs contam com o apoio técnico, funcional e operacional do Igam, inclusive,


para a estruturação de escritórios locais, com equipamentos, materiais e funcionários
administrativos.
Custeio e Prestação de Contas
O Igam executa pagamento de despesas de viagens para os conselheiros dos
comitês que não têm recursos da cobrança implementada, através do recurso oriundo
do FHIDRO. Destaca-se que os valores são deduzidos no montante destinado a cada
comitê, conforme Deliberação Normativa nº 41/2012.
Ressalta-se que as solicitações para pagamento de despesas de viagem dos
conselheiros dos Comitês estão de acordo com os procedimentos e regulamentos
adotados pelos Decretos Estaduais nºs 47.045/2016 e 47.893/2020.

O motivo e a finalidade da aplicação deste recurso devem ser comprovados e


demonstrados à população, sempre com boa-fé e transparência. A forma pela qual é
demonstrada a utilização e a aplicação desses recursos públicos é a prestação de contas,
procedimento que é exigido pelo artigo 74 da Constituição Estadual:

Art. 74 – A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial do Estado e das entidades da administração indireta é exercida
pela Assembleia Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder e entidade. (...)

§ 2º – Prestará contas a pessoa física ou jurídica que: I – utilizar, arrecadar,


guardar, gerenciar ou administrar dinheiro, bem ou valor públicos ou pelos
quais responda o Estado ou entidade da administração indireta; (...)
Solicitação de diárias de viagem e prestação de contas

É importante destacar que o custeio de viagens dos conselheiros, desde 2016, é


operacionalizado diretamente pelo Igam, para os comitês sem cobrança implementada.

Este serviço é importante por possibilitar o encontro dos conselheiros em


reuniões e eventos de interesse da bacia. São custeados deslocamentos de
membros, cujas entidades não têm recursos para garantir a participação.
Os assistentes administrativos serão responsáveis por receber e conferir o
formulário intitulado “Solicitação de Viagem”, preenchido pelos conselheiros.
Esse formulário deve conter todos os campos preenchidos, pois todas as
informações solicitadas são necessárias para inserção dos
dados no Sistema de Concessão de Diárias e Passagens de Minas Gerais – SCDP.

Documentos necessários
• Formulário “Solicitação de Viagem” com todos os campos preenchidos;
• Indicação/Autorização do presidente do CBH para o custeio das despesas para
eventos externos;
• Declaração da entidade informando o motivo pelo qual a mesma não pode
custear as despesas da viagem em questão, assinada pela chefia imediata (exceção para
o segmento de sociedade civil)

Prazo para o envio dos documentos:

Despesas que podem ser custeadas e suas regras


Diárias: As despesas diárias (para alimentação e hospedagem) serão pagas na
forma de adiantamento, se houver saldo disponível para o pagamento. Caso contrário,
serão pagas por ressarcimento, isto é, após a prestação de contas.
Passagens rodoviárias: As passagens rodoviárias são adquiridas pelo Igam,
exceto quando a empresa de transporte não seja conveniada com a agência de viagens
contratada pelo Igam. Neste último caso, o conselheiro deve adquirir as passagens e
após a prestação de contas será ressarcido dos valores gastos, mediante a apresentação
dos bilhetes rodoviários;
Táxi/Aplicativos de transporte: Os recibos de táxi devem ser preenchidos
corretamente, com a placa do veículo, nome do conselheiro, itinerário e data. O
conselheiro não pode completar dados no recibo, este deve ser preenchido pelo taxista.
(Pode ser utilizado conforme trajeto descrito no Manual de Serviços Administrativos, pág
16.)
Combustível/pedágios: O conselheiro que utilizar veículo próprio na viagem
deve informar no formulário de “Solicitação de Viagem”. Esse terá o ressarcimento
somente de combustível e pedágio conforme cupons/notas fiscais originais
apresentados na prestação de contas. Os cupons/notas fiscais de abastecimento devem
ser emitidos em nome do conselheiro e conter a placa e quilometragem do veículo no
momento do abastecimento. Para viagem em veículo particular é necessária uma
autorização do IGAM. O cálculo para o valor máximo para as despesas com combustível
leva em consideração 1 (um) litro de combustível para cada 10 km rodados.

Observações:
• Não é permitido o abastecimento na cidade origem do conselheiro, exceto se o
abastecimento ocorrer no início da viagem;
• Não é autorizado o abastecimento após o término da viagem.
• As despesas com combustível não podem ser ressarcidas para os conselheiros
que são servidores ou empregados públicos conforme Decreto Estadual nº 47.045, de
14/09/16.
Passagens aéreas: As passagens aéreas são adquiridas pelo Igam. O conselheiro
deve informar o aeroporto mais próximo de sua residência, bem como sugerir os
horários de voo e empresa aérea (campo 20 do formulário de “Solicitação de Diária”).
De acordo com o Memorando Circular nº 01/2019 (Regras para passagens aéreas), a
compra de passagens aéreas só será autorizada para viagens interestaduais superiores
à 400 km ou para pessoas com idade superior a 70 anos ou portadoras de necessidades
especiais.

Prestação de Contas
É muito importante que os membros dos comitês tenham conhecimento que
toda a utilização de recursos públicos estão sujeitos a prestação de contas.
A prestação de contas deve ser realizada em até 05 (cinco) dias após o término
da viagem no SCDP e SEI (em casos específicos).
Documentos que devem conter na prestação de contas:
• Notas e/ou cupons fiscais de abastecimento do veículo;
• Comprovantes/recibos de passagens de ônibus e/ou aéreos;
• Recibos de táxi ou Uber;
• Recibos de pedágios;
• ASV – Autorização de Saída de Veículo ou documento equivalente – no caso de
uso de veículo oficial;
• Em caso de viagem em veículo particular de outro conselheiro o condutor do
veículo deve emitir uma declaração informando sobre a condução do mesmo. Essa
declaração deve conter placa do veículo, itinerário, datas e horários das viagens –
ANEXO VI;
• Lista de presença do evento/reunião;
• Declaração original da instituição que o conselheiro representa informando
sobre a falta de recursos para o custeio da viagem (exceto para instituições do segmento
da Sociedade Civil).

Observações:
• Os comprovantes de despesas (notas fiscais/cupons fiscais, recibos de táxi e
aplicativos de transporte) que estiverem em desacordo com as instruções dadas, como
falta de preenchimento e rasuras, podem não ser ressarcidos;
• Os conselheiros que possuem prestação de contas de viagens anteriores em
aberto não podem solicitar custeio de novas diárias de viagem
Fluxo para solicitação de custeio e prestação de contas de despesas de viagem
Prazos
Para o custeio de despesas de viagens para a participação em reuniões e/ou
eventos ligados ao Comitê é necessário enviar uma estimativa de valores de despesas
até o dia 20 do mês que antecede a viagem.

Importante
No caso de solicitação de custeio de viagem em que o conselheiro não puder
participar da reunião/evento, o mesmo deverá fazer uma justificativa por e-mail
informando o motivo pelo qual não foi possível sua participação, no prazo máximo de 3
dias úteis antes do início da viagem.
No caso do conselheiro ter recebido o valor da diária antecipadamente, será
gerando um Documento de Arrecadação Estadual (DAE) para devolução dos recursos
aos cofres públicos.

Acompanhamento de processos no Sistema Eletrônico de Informações (SEI)


O Sistema Eletrônico de Informações (SEI) é um sistema
de gestão de processos e documentos eletrônicos, com
interface amigável e práticas inovadoras de trabalho, tendo
como principais características a libertação do paradigma do papel como suporte físico
para documentos institucionais e o compartilhamento do conhecimento.
Todos os Comitês terão acesso ao SEI e é responsabilidade dos assistentes
administrativos acompanhar os processos referentes ao seu Comitê.
Cabe aos assistentes também, gerar documentos (Ofícios, Memorandos, Deliberações,
Despachos etc), acompanhar o andamento dos processos de outorga que devem
ser analisados e aprovados pelos Comitês e monitorar o andamento de todos os
processos criados e/ou recebidos no SEI.

Boas Práticas

1. Reuniões do Comitê
Como propor reuniões mais produtivas que favoreçam a participação efetiva dos
membros dos Comitês?
Reuniões fazem parte da rotina dos CBHs. A própria natureza participativa, de
diálogo e, em alguns casos, de conflito entre diferentes propostas e pontos de vista
fazem com que reuniões sejam necessárias para o trabalho dos conselheiros. Este
processo pode também se tornar extremamente desgastante quando mal organizado.

Reuniões do Comitê
Como visto, o comitê mantém estruturas que, periodicamente, devem se reunir
para discutir e tomar decisões. Para tanto, faz-se necessário procedimentos de uma
série de atividades imprescindíveis ao êxito destas reuniões e eventos.
O planejamento das reuniões é fundamental para garantir que as decisões
tomadas pelo comitê sejam democráticas. Criar um ambiente propício para o debate e
participação de todos é essencial.
Para isso, é sempre bom lembrar que os participantes não se sentem
comprometidos com reuniões que:
• não tenham um planejamento adequado;
• sejam desorganizadas;
• com uma gestão do tempo inapropriada; e
• quando não há possibilidade de um diálogo realmente democrático.

Para alcançar os resultados esperados de uma reunião deve-se pensar nos


seguintes pontos:

Coordenação
Planejamento
Encerramento

Preparação
2. Planejamento e Preparação
Como realizar o planejamento de uma reunião dos CBHs?
Como definir objetivos para reunião?
Como preparar a pauta da reunião?

O bom resultado de uma reunião depende do seu planejamento e de sua


preparação. A finalidade, o número de participantes e a infraestrutura disponível são
alguns dos elementos que devem ser levados em conta na preparação de uma reunião.

O planejamento é um passo de fundamental importância, para iniciá-lo deve-se:


➢ Ler o Regimento Interno do Comitê
Com a leitura do Regimento Interno, a diretoria esclarece dúvidas com relação
ao papel que deve cumprir dentro do comitê e, inclusive, relembrar quais são os
procedimentos regimentares definidos para cada forma de reunião.
Assim o presidente, o vice-presidente e os secretários de- vem seguir
rigorosamente as atribuições estabelecidas no regimento interno, tornando as reuniões
mais práticas, objetivas e com melhores resultados.

➢ Definir objetivos
Definir os objetivos de uma reunião é o primeiro passo para garantir o seu êxito.
A indicação clara de meta e objetivo facilitam o fluxo da comunicação e o andamento
do processo. Aconselha-se a dividir os objetivos de uma reunião em gerais e específicos:
• Objetivo geral é aquilo que se pretende atingir na reunião como um todo;
• Objetivos específicos são resultados pontuais que consolidam ou ampliam o
objetivo geral.

➢ Elaborar a pauta da reunião


O primeiro passo é identificar o que será discutido. A partir dos objetivos
identificados organize a pauta. Com metas claras, fica mais fácil manter o foco.
A pauta não é apenas um registro dos itens que serão discutidos. Ao elaborá-
la, procure antecipar a melhor maneira de colocar o tema em discussão,
envolver o grupo e organizar as pessoas para que haja uma maior interação.
Sugestão de roteiro para elaboração da pauta
• Qual o tema será abordado?
• Quais os tópicos?
• Destes tópicos, quais precisam ser tratados como prioridade ou quais são os que
despertam mais interesse?;
• Quanto tempo terá a reunião como um todo e também definir qual o tempo
destinado à discussão de cada tópico;
• A possibilidade de atrasos no início e no final da reunião: há flexibilidade para
alterar a alocação de tempo? É possível “esticar” a reunião?
• Seu tema terá algum impacto polêmico? Quanto mais polêmico, maior a
probabilidade de perguntas e críticas. Esteja preparado;
• Número de pessoas que vão participar: O tempo para cada etapa é realista para
que todos possam participar?
• Grau de envolvimento dos participantes: aqueles que participam da reunião são
próximos ao tema? Estão todos “nivelados” com o assunto principal da reunião?
• Quais suas estratégias para estimular a participação das pessoas? Das mais
tímidas às mais “falantes”;
• Qual sua estratégia para conduzir a discussão quando sair do foco?; e
• Qual sua estratégia para obter o comprometimento das pessoas?

A elaboração das pautas da reunião, em geral, deve obedecer a uma ordem, em


que as matérias deliberativas têm precedência sobre os demais temas, possibilitando
assim o avanço nos trabalhos do comitê.
Devem constar na pauta das reuniões os itens a seguir relacionados,
ressalvadas disposições adicionais constantes do Regimento Interno de cada um dos
colegiados:

• abertura;
• discussão e aprovação da ata da reunião anterior;
• requerimento de urgência, se houver;
• matérias deliberativas; e
• encerramento.
Ao se elaborar a pauta deve-se considerar:
O requerimento de urgência, por sua vez, possui regras diferenciadas para sua
apresentação, mas que por ser urgente pode ser encaminhado até no dia da reunião,
observados os requisitos básicos referentes à sua motivação e subscrito por um número
mínimo de membros. O plenário poderá, ou não, acatar a entrada do requerimento de
urgência na pauta das reuniões e o regimento deve estabelecer os procedimentos desse
encaminhamento.
As reuniões extraordinárias serão realizadas para análise de matérias
específicas objeto de sua convocação, somente podendo ser deliberados assuntos
constantes da pauta divulgada previamente.

Resumindo, uma boa pauta deve contar com os seguintes elementos:


1. Etapas da reunião e os respectivos temas a serem discutidos;
2. Perguntas-chave para conduzir o debate;
3. Tempo estimado ou limite para cada etapa da reunião.

Lembre-se:
• A pauta deve ser montada coletivamente pela Diretoria. Quando isso não é
possível é preciso que todos conheçam o conteúdo.
• Todos os membros do comitê devem ter o direito de dar sugestões de assuntos
para a pauta.
• Para que seja garantida uma maneira mais democrática de definição de pauta,
sugerimos que seja feita uma consulta prévia para que os segmentos deem suas
sugestões.

Agora, veja algumas dicas para facilitar uma reunião, assista o vídeo:
Facilitando reuniões | COMPETÊNCIAS

3. Condução da Reunião
Como coordenar uma reunião de maneira adequada?
Quais técnicas e procedimentos favorecem a condução da reunião?
O sucesso de uma reunião está diretamente ligado ao desempenho do
coordenador ao mediar as discussões. Afinal, é ele quem conduz os participantes até o
objetivo, como tomar uma decisão.
O processo de condução da reunião é atribuição do presidente do Comitê,
podendo ser delegada para algum outro membro da Diretoria ou mesmo do Comitê, a
critério do presidente.
Na condução das reuniões a Diretoria deve definir alguns papéis específicos para
o bom andamento das atividades:
Quem assume a função de:
• Coordenador deve ser responsável pelos assuntos que irão ser debatidos na
reunião;
• Facilitador deve zelar pela reunião garantindo o cumprimento da pauta, a ordem
das intervenções, mediação de conflitos, espaços de participação democrática;
• Controlador de tempo controla o tempo de discussão de cada assunto
garantindo que todos serão adequadamente analisados;
• O Redator realiza as anotações de tudo que foi debatido e todas as informações
colhidas;
• O Secretário faz uma ata de reunião com todas as decisões tomadas sobre cada
assunto.

É importante que o coordenador fique atento...


• Cuide para evitar que alguém monopolize a discussão ou que se formem
conversas paralelas.
• Convide os que falam pouco a se posicionar e mostre que a participação é
importante para a tomada de decisão.
• Ao longo da discussão, tente esgotar cada item. Ou seja, não pule de um
assunto para outro sem fechar o anterior.

Veja a seguir algumas técnicas que favorecem a construção coletiva de


decisões, dão voz a diferentes opiniões e oportunizam ao grupo expressar seus pontos
de vista no processo participativo.
1. Orientações Iniciais
1.1 Estabelecendo um acordo
O acordo é um meio de firmar e
compartilhar a responsabilidade coletiva para o
bom andamento da reunião. Sendo de
concordância de todos, estabelecem-se regras e
valores que devem vigorar durante a reunião.

O acordo pode ser formulado no início, ou antes, da reunião. O essencial


nesse momento é que o acordo seja submetido ao público para sua
aprovação.

O ideal é que o acordo fique transcrito, exposto e visível aos participantes.


Caso alguma das normas ou princípios seja desrespeitado, basta relembrar
o combinado.

O acordo inicial costuma conter:


• Normas para o bom funcionamento da reunião;
• Manter a pontualidade, desligar celulares, estabelecer horário limite para
reunião, limite de tempo para cada fala, inscrever sua participação ao secretário da
sessão etc.;
• Princípios e valores para o processo da reunião - respeitar os participantes, falar
apenas o tema em questão, escutar em silêncio a fala dos outros, por exemplo.

1.2 Apresentação dos participantes


Conhecer bem os participantes e promover sua integração é ótimo meio para:
• Promover a interação entre todos;
• Quebrar com o formalismo excessivo;
• Inspirar todos sobre a representatividade do grupo.
Para isso é preciso que todos tenham a oportunidade de se conhecer. Mesmo
em grandes grupos é possível fazer com que todos se apresentem por meio de dinâmicas
de apresentação. Seguem ao lado alguns exemplos.

Apresentação individual
É o método mais comum para apresentar os participantes da reunião. Cada
participante se apresenta aos demais, diz quem é, qual sua formação, etc.
Algumas dicas para esse tipo de apresentação:
• Ofereça um roteiro para que todos se apresentem. Quais as informações que
devem ser passadas (nome, organização, formação);
• Evite polêmicas na dinâmica de apresentação, solicite apenas informações
básicas sobre cada participante;
• Cuidado com o tempo.

Entrevistas em duplas ou trios:


Os participantes formam duplas ou trios durante um tempo definido pelo
coordenador (3 a 5 minutos) A entrevista B e vice-versa. Em seguida, cada entrevistador
apresenta seu entrevistado.

Vantagens dessa dinâmica:


• Permite que todos se expressem, dos mais falantes aos mais inibidos;
• Promove a interação entre os participantes;
• Estimula o interesse e a percepção em relação ao outro;
• Agiliza o tempo. As pessoas tendem a ser mais breves quando apresentam os
outros.

1.3 Orientações aos participantes


Cabe aos coordenadores/ facilitadores orientar os participantes em todos os
momentos da reunião para que tenham a exata noção do que está acontecendo.
Assim, vão se sentir mais seguros para atuar e poderão conciliar o encontro com suas
expectativas.
Consultar expectativas ao início do encontro é importante e
saudável. Participantes podem ter expectativas diferentes ou conflitantes com os
objetivos pré-estabelecidos.
Para evitar desapontamentos é preciso conhecer essas expectativas logo no
início. Uma boa maneira é abrir uma sessão em que as expectativas são consultadas.

O início da reunião deve ser dedicado à explicação dos pontos principais do


encontro:
1. Dar boas-vindas aos participantes;
2. Apresentar participantes convidados (caso haja);
3. Explicar o objetivo e a pauta da reunião;
4. Explicar quais são e para que servem os materiais que os participantes têm em
mãos (se for o caso);
5. Apresentar o acordo inicial da reunião, abrir para sugestões e submetê-lo à
aprovação;
6. Apresentar os informes;
7. Apresentar os procedimentos da reunião;
8. Abrir para questões de esclarecimento.

Dúvidas podem se transformar facilmente em insegurança, provocando


confusão nas falas, servindo de combustível para conflitos infundados e
criando falsas expectativas e frustrações.

Portanto, ao transmitir informações sobre os pontos principais do


encontro, é importante verificar se todos estão compreendendo os
elementos essenciais e, também, o contexto.

2. Formulando perguntas
Uma pergunta pode encaminhar a reflexão sobre determinado assunto e
também imprimir um rumo à conversa, pois traz em si um objetivo.
Por isso, devem ser elaboradas antes da reunião e incluídas na pauta. Portanto,
a eficácia de uma reunião depende em boa parte da elaboração precisa de perguntas-
chave.

As perguntas-chave são o instrumento ideal para orientar a conversa entre


os participantes e para dar conta das questões centrais no processo de
debate.

Alguns atributos de boas perguntas-chave


• Devem ser simples, diretas e autoexplicativas;
• São suficientemente precisas para manter uma lógica coerente na discussão.

É preciso levar em conta:


• A sequência das perguntas deve ter uma lógica progressiva até os objetivos;
• Os coordenadores devem pensar em formas de reelaborar a pergunta caso os
participantes ainda demonstrem dúvidas;
• A clareza na exposição das perguntas facilita a compreensão das respostas.

3. Abrindo para respostas


Uma vez formulada a pergunta, o grupo precisa saber como respondê-la e se
preparar para expor suas ideias.
A forma pela qual se responde a uma questão altera a qualidade do conteúdo. É
importante organizar a fala dos participantes.
Apresentamos a seguir três técnicas para organizar as ideias dos participantes de
uma reunião participativa:
• organização das ideias; e
• sequência das falas.

3.1 Organização das ideias


Em muitas reuniões os participantes contam somente com seus meios para
interpretar o que está sendo dito pelo outro. Assim, torna-se comum que muitos
participantes se percam nas discussões e se confundam com o excesso de informações.
A comunicação “trava” enquanto as ideias ficam “soltas”.

Nas sessões plenárias, o uso exclusivo da palavra oral pode causar alguns problemas:
• Limita a participação daqueles que não têm facilidade de se expressar
oralmente;
• Dificulta a compreensão daqueles que estão mais acostumados a assimilar
ideias escritas do que faladas;
• Privilegia longos discursos que podem tornar a reunião pesada;
• Dificulta a retomada de pontos discutidos anteriormente.

Para se evitar situações desse tipo, recomenda-se sistematizar visualmente as


ideias dos participantes e reuni-las em um mesmo lugar (um painel, uma lousa ou um
pedaço grande de papel) para que sejam comparadas e analisadas na sua totalidade.

Isso auxilia o grupo a pensar junto e facilita o trabalho do coordenador/


facilitador ao explicitar em que ponto está a conversa. Fazer uso da escrita
como complemento das falas dos participantes é um elemento poderoso
para a comunicação do grupo.

Ideias escritas complementam as falas e aumentam a capacidade de assimilar


dos participantes trazendo diversos benefícios como:

Benefícios:
• Ampliam a possibilidade de expressão das pessoas tornando a reunião mais
democrática;
• Aumentam a capacidade de absorção das ideias pelos participantes que além da
audição passam a utilizar a visão para compreender o que está sendo exposto;
• Estimulam a capacidade de síntese, resumindo as ideias ao que é essencial ser
dito;
• Mantêm as opiniões expostas por mais tempo, e, portanto, mais presentes no
debate;
• Organiza melhor os pensamentos, agregando ou conciliando ideias afins e
contrapondo ideias opostas;
• Permite retomar com maior facilidade questões levantadas anteriormente;
• Facilitam a confecção do relatório;
• Agilizam a reunião.

3.2 A sequência de falas


Como decidir qual a sequência das falas em uma reunião com muitos
participantes?
Espera-se oferecer algumas dicas práticas para essa situação. O que se pode
fazer quando:
• Várias pessoas querem se manifestar?
• Diferentes assuntos são discutidos ao mesmo tempo?
• Os participantes se desviam do foco da discussão?
• Há fortes divergências entre os presentes?

As dicas de visualização apresentadas anteriormente costumam facilitar o


processo de comunicação, a organização do tempo e a sequência das falas.
E há ainda os critérios de sequência das falas. O mais famoso deles é a lista de
inscrição das falas.
Mesmo a lista de inscrição pode causar problemas, pois a pessoa que toma conta
da lista pode se equivocar.
As falas dos participantes podem ser organizadas:
• Por tópicos, segundo o assunto que cada um quer tratar;
• Por posicionamento, de acordo com a posição do participante: contra, indeciso
ou a favor.
Vantagens X Desvantagens

Observação:
Os critérios tópicos e posicionamento exigem intervenção constante do
coordenador/facilitador – que deve ser alguém com certa habilidade e conhecimentos
metodológicos, digno da confiança dos participantes pela imparcialidade ao intervir nas
falas. Para um coordenador experiente, não é difícil combinar distintos critérios.

4. Fazer a gestão do tempo


Todos sabem que o tempo é um bem cada vez mais escasso. Por isso, reuniões
têm de ter hora para começar e para terminar.
Manter um relógio por perto é uma boa maneira de administrar o ritmo.
Antecipe no planejamento a duração prevista de cada tópico de discussão. A
ideia é prever uma distribuição de maneira que todas as questões possam ser
abordadas.
Se possível, peça que alguém controle o andamento da discussão (alertando os
participantes passados os primeiros dez minutos de debate, toda vez que a conversa se
estende demais e quando faltarem dez minutos para o término).
Dessa maneira, a atenção não se desvia da pauta combinada nem se cria uma
brecha para surgirem assuntos paralelos, que sempre causam desperdício de tempo.

Outra possibilidade interessante é registrar num cartaz o roteiro da


reunião para compartilhá-lo com o grupo e fazer com que todos se
responsabilizem pela realização da pauta.

Lembre-se
• Assuntos que não estejam incluídos na pauta devem ser evitados para não tornar
a reunião cansativa.
• A flexibilidade da pauta pode estimular a participação. Abrir a pauta para
propostas, agrupamento de temas, exclusão ou inclusão de itens pode ser bastante
positivo.
• É importante que a pauta esteja acessível a todos durante a reunião.

Atitudes que conduzem a uma reunião produtiva


• Comece a reunião na hora marcada e conduza o tempo de acordo com o horário
previsto;
• Nas reuniões em que serão deliberados assuntos de extrema relevância e que
exigem quórum mínimo, aplique o prazo de tolerância definido no Regimento Interno
para evitar o cancelamento da reunião; e
• Mantenha-se no programa fixado anteriormente e colabore para que os outros
também se mantenham, pois assim os objetivos serão alcançados conforme o
planejado.

Para finalizar esta parte, assista o vídeo "Como conduzir uma reunião?"

4. Encerramento da Reunião
Como encerrar uma reunião de forma adequada?
Quais encaminhamentos são necessários?
Tão importante quanto planejar e organizar bem uma reunião é finalizá-la
devidamente.

Encerramento
Quando o horário de término estiver se aproximando, avise que o encontro será
concluído em breve, recapitule o que foi debatido, o que ficou incompleto e como será
tratado/encaminhado, e leia as decisões tomadas. Por último, agradeça a participação
de todos.

Elaboração da Ata

É importante reunir tudo numa ata com todos os itens abordados e, para cada
tópico, o que foi decidido ou apontado como uma possível solução.
Em seguida, assinale as tarefas combinadas, com o nome dos responsáveis por
encaminhá-las.

Divulgando as decisões do Comitê


Não se esqueça todas as decisões do Comitê devem se tornar públicas.
Assim, faz-se necessário disponibilizar estas informações no Portal dos Comitês.

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