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NOVO MARCO HÍDRICO

O Projeto de Lei 4546/21, de iniciativa do Poder Executivo, propõe uma série de alterações
significativas na Lei 9.433/97, instituindo o "novo marco hídrico".

Essas mudanças favorecerão o gerenciamento eficiente da água no Brasil, ampliando a


participação do setor privado nos investimentos em infraestrutura hídrica.

ALTERAÇÕES
Política Nacional de Infraestrutura Hídrica: O projeto visa estabelecer uma Política Nacional de
Infraestrutura Hídrica, com o objetivo de organizar a exploração e a prestação dos serviços
hídricos no Brasil. Isso inclui a definição de conceitos, princípios, objetivos, diretrizes,
instrumentos e competências para o planejamento, regulação, fiscalização e gestão dos serviços
hídricos.

Sistema Nacional de Infraestrutura Hídrica (SNIH): O projeto cria o SNIH, composto por órgãos
e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como por entidades
representativas dos usuários e da sociedade civil. O SNIH tem como finalidade coordenar ações e
integrar informações relacionadas à infraestrutura hídrica e aos serviços hídricos em todo o
território nacional.

Critérios para a outorga de direito de uso de recursos hídricos: O projeto estabelece critérios e
procedimentos para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos relacionados à infraestrutura
hídrica e à prestação de serviços hídricos. A outorga será concedida por um prazo máximo de 35
anos, com possibilidade de renovação por igual período.

Instrumentos econômicos e financeiros: O projeto prevê a criação de instrumentos econômicos e


financeiros para o fomento à infraestrutura hídrica e aos serviços hídricos, como fundos, linhas de
crédito, incentivos fiscais, parcerias público-privadas e concessões. Além disso, propõe a criação
do Fundo Nacional de Infraestrutura Hídrica (FNIH) para financiar projetos relacionados à
infraestrutura hídrica e aos serviços hídricos.

Promoção da segurança hídrica e eficiência: O projeto inclui medidas para promover a segurança
hídrica, a eficiência hídrica e a sustentabilidade ambiental na infraestrutura hídrica e nos serviços
hídricos. Isso inclui a adoção de medidas preventivas e mitigadoras de impactos ambientais,
planos de contingência para emergências ou escassez hídrica, e incentivos ao uso racional e à
reutilização da água.

Plano Integrado de Infraestruturas e Serviços Hídricos: O projeto estabelece o Plano Integrado de


Infraestruturas e Serviços Hídricos, responsável pelo planejamento de longo prazo das
infraestruturas e serviços hídricos, incluindo o inventário de reservatórios e o estabelecimento de
parâmetros de operação.

Cessão onerosa pelo uso de recursos hídricos: Uma inovação do projeto é a criação da cessão
onerosa pelo uso de recursos hídricos, permitindo que detentores de direitos de uso (como açudes
ou lagos) os cedam a outros mediante contrato e pagamento, regulamentados e fiscalizados pelos
órgãos outorgantes.
Atribuições do Conselho Nacional de Recursos Hídricos: O projeto redefine as atribuições do
Conselho Nacional de Recursos Hídricos, incluindo a análise e aprovação dos Planos de Recursos
Hídricos de Bacias de rios de domínio da União.

SITUAÇÃO
O projeto está em tramitação na Câmara dos Deputados e faz parte de um conjunto de propostas
relacionadas à gestão de recursos hídricos no país.
No que diz respeito à tramitação do projeto de lei, é relevante notar que ele foi apensado ao
Projeto de Lei 1.907/2015, que se refere à alteração dos dispositivos da Lei nº 9.433, de 8 de
janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos e estabelece outras providências. Além disso, o Projeto de
Lei 1.907/2015 também foi apensado ao Projeto de Lei 603/2003, que trata da modificação de
dispositivos da Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, com o propósito de criar um Fundo de
Preservação de Recursos Hídricos.

O Projeto de Lei 603/2003, de autoria do Deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG), encontra-se


aguardando a criação da comissão especial pela Mesa Diretora. Este projeto está sujeito à
apreciação do Plenário, com um regime de tramitação prioritário. A data prevista para a sessão
deliberativa ordinária no Plenário é o dia 22 de dezembro de 2023.

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