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RESUMO EXECUTIVO

O presente Produto 3/2019 - Relatório Intermediário 3, tem como objetivo apresentar à


Companhia Estadual de Águas e Esgotos - CEDAE o cálculo dos cenários alternativos de
reajuste da tarifa para embasar o pleito de reajuste ordinário da Companhia junto à Agência
Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro - AGENERSA. A
metodologia utilizada no presente estudo é a de fluxo de caixa descontado, conforme determina
o artigo 9° do Decreto Estadual Nº 45.344, de 17 de agosto de 2015.

A metodologia utilizada para cálculo do valor necessário de reajuste tarifário que deverá
vigorar no período de 1° de agosto de 2019 a 31 de julho de 2020 tem por base o conceito de
sustentabilidade econômico-financeira, conforme a Lei nº 11.445/2007, e o Decreto nº
45.344/2015, e tem por diretriz os seguintes objetivos: (i) a necessidade de assegurar a prestação
adequada dos serviços para· a presente e futuras gerações da população atendida e (ii) o
cumprimento do cronograma de investimentos necessários estabelecidos pelo Poder Executivo
Estadual e pactuados com os Municípios situados na área de atuação da Concessionária.

As projeções não pretendem ser abrangentes ou exaustivas e descrever integralmente os


negócios ou operações da CEDAE. As estimativas realizadas são baseadas em suposições de
circunstâncias futuras e podem não refletir com precisão o desempenho futuro. Essas premissas
e circunstâncias futuras, muito embora fundamentadas tecnicamente, podem ou não se
concretizar. Nem a FGV, nem seus técnicos poderão garantir a ocorrência das premissas,
projeções e resultados estimados nesta avaliação. O trabalho foi realizado com as melhores
informações disponíveis à época da elaboração dos estudos, disponibilizadas pela CEDAE para
a elaboração das projeções, e não incluiu nenhum procedimento de "due diligence" contábil,
fiscal, tributária e jurídica. A FGV e as partes isentam-se de toda e qualquer responsabilidade
por qualquer representação ou garantia, expressa ou implícita, em relação a quaisquer
informações, orçamentos, estimativas, previsões e projeções contidas ou omitidas nas projeções
ou quaisquer outras informações escritas ou implícitas.

Por último, vale apontar que o contrato de Prestação de Serviços de Estudo de Metodologias
para Reajustes Anuais e Revisão Tarifária Quinquenal, assinado entre a Fundação Getúlio
Vargas - FGV e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos - CEDAE contém cláusula de
confidencialidade, e desta forma, nem ela, nem os seus agentes, representantes, diretores ou
empregados estão autorizados a copiar, reproduzir ou distribuir a outro(s) este documento, no
todo ou em parte, salvo com o prévio consentimento por escrito da CEDAE.

Este produto está subdividido em 7 (sete) seções além deste Resumo Executivo. A primeira
seção apresenta uma breve introdução sobre o estudo. A segunda seção apresenta o contexto
regulatório. Na terceira seção é apresentada uma diferenciação entre reajuste e revisão. Na seção
quatro são apresentadas as questões iniciais para discussão dos temas. Na seção cinco é
apresentado o comportamento histórico das principais rubricas. Na sexta seção são apresentados
os parâmetros de cálculo e premissas utilizadas. Na última seção são apresentados os resultados
alcançados.
Ainda neste produto, encontram-se materiais complementares, a seguir relacionados:
Anexo 1 - Gráficos com Dados por Categoria e por Faixa de Consumo; e
Anexo 2 - Tabelas com Dados por Categoria e por Faixa de Consumo.

1. Introdução

Conforme a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o
saneamento básico, em seu art. 29, as tarifas são a forma de remuneração preferencial dos
serviços de água e esgoto, e devem ser suficientes para fazer frente aos investimentos previstos
no período de análise, arcar com os custos e as despesas necessários ao atendimento aos
usuários com a qualidade adequada, conforme se pode verificar no texto abaixo:

“Art. 29. Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade


econômico-financeira assegurada por meio de remuneração pela cobrança dos serviços,
e, quando necessário, por outras formas adicionais, como subsídios ou subvenções,
vedada a cobrança em duplicidade de custos administrativos ou gerenciais a serem
pagos pelo usuário, nos seguintes serviços.
I - de abastecimento de água e esgotamento sanitário, na forma de taxas, tarifas e
outros preços públicos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou
para ambos, conjuntamente;
[...]
§ 1o Observado o disposto nos incisos I a III do caput deste artigo, a instituição das
tarifas, preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico observará as
seguintes diretrizes:
I - prioridade para atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde pública;
II - ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços;
III - geração dos recursos necessários para realização dos investimentos,
objetivando o cumprimento das metas e objetivos do serviço;
IV - inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;
V - recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de eficiência;
VI - remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços;
VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis
exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços;
VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.”

As projeções elaboradas para o período de vigência da nova tarifa, que deverá ser de 1° de
agosto de 2019 a 31 de julho de 2020, tomaram como base os dados fornecidos pela CEDAE
até dezembro de 2018 e projetados desta data em diante conforme os critérios apresentados na
seção 6 do presente documento.

2. Contexto Regulatório

O Decreto Estadual nº 43.982, de 11/12/2012 submeteu a Companhia Estadual de Águas e


Esgoto - CEDAE à fiscalização e regulação de suas atividades por parte da Agência Reguladora
de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro - AGENERSA, determinando a
estas entidades, a adoção de medidas necessárias para a fase de transição dos procedimentos
necessários e fixando o mês de agosto de 2015 como referência inicial dos processos, incluindo-
se a definição da primeira revisão tarifária da CEDAE, sendo que até essa data os reajustes
anuais tarifários deveriam atender o marco regulatório em vigor com a consideração da
metodologia do fluxo de caixa descontado.

Para dar cumprimento ao Decreto e a sua implantação foi definida uma equipe de transição
multidisciplinar envolvendo a AGENERSA, a CEDAE e a Secretaria de Estado da Casa Civil
para análise de todo o conjunto de diplomas normativos que regulam e definem a atividade
setorial, ficando ainda determinado a celebração de convênio entre as partes envolvidas, bem
como a definição de diretrizes e princípios entre os quais se destacam:

 A preservação do equilíbrio econômico e financeiro da Concessionária;


 A definição de metas de universalização dos serviços através de comissão formada
pelas Secretarias de Estado: Casa Civil, Secretaria de Estado do Ambiente - SEA e
Secretaria de Estado de Obras - SEOBRAS; e
 Definição da base de remuneração regulatória para o cálculo tarifário a partir dos ativos
operacionais da CEDAE, utilizados direta ou indiretamente na exploração dos serviços.

Posteriormente, o Decreto Estadual nº 44.497, de 29/11/2013 designou membros da Equipe de


Transição (§3° e §4° do art. 1° do Decreto nº 43.982) formada por servidores da CEDAE, Casa
Civil, AGENERSA e da Comissão (§3° do art. 2° do Decreto nº 43.982) formada por servidores
da Casa Civil e SEA, que coordenados pelo Conselho Diretor- CODIR da AGENERSA,
conheceram a estrutura física, os procedimentos, instalações da CEDAE e analisaram a
legislação regulatória para a definição das obrigações da Companhia.

Finalmente, o Decreto Estadual nº 45.344, de 17/08/2015, revogou os Decretos 43.982/2012 e


44.497/2013 e estabeleceu as condições gerais para a regulação e fiscalização da CEDAE, pela
AGENERSA.
Por fim, o Decreto nº 46.855, 04/12/2019, alterou o Decreto Estadual nº 45.344, de 17/08/2015,
no qual foram definidos os seguintes pontos de interesse ao presente Relatório:

Art. 1º
§2º - A regulação observará a estrutura tarifária prevista no Decreto nº 553/76 e suas alterações.
§3º - As condições gerais estabelecidas neste Decreto vigorarão até que editadas pela
AGENERSA, no exercício do poder normativo ínsito à regulação, normas específicas, sem
prejuízo dos prazos ora fixados.

Título I - Das obrigações da CEDAE


Art. 3º - Fica obrigada a CEDAE, sem prejuízo das demais obrigações previstas neste Decreto,
a:
XI - prestar contas à AGENERSA da gestão dos serviços regulados e fundamentar
adequadamente os seus pleitos do ponto de vista técnico e econômico-financeiro;
XVII - manter a regularidade fiscal e da contabilidade regulatória, conforme artigo 16 deste
Decreto.

Título IV - Das tarifas


Art. 9° - O estabelecimento da tarifa deverá observar: (Redação pelo Decreto nº 46.855, de
2019)
I - segurança jurídica e financeira à CEDAE, com relação a reajustes anuais mínimos;
(Incluído pelo Decreto nº 46.855, de 2019)
II - necessidade de apresentação de estudos sobre a aplicação da cobrança da tarifa
fixa/disponibilidade, conforme Lei Nacional do Saneamento; (Incluído pelo Decreto nº
46.855, de 2019)
III - ampliação da base de beneficiários da tarifa social, para dar justiça aos consumidores
de baixa renda; (Incluído pelo Decreto nº 46.855, de 2019)
IV - reformulação da atual estrutura tarifária da Cedae adaptando à nova realidade da renda
dos consumidores; (Incluído pelo Decreto nº 46.855, de 2019)
V - definição de que a metodologia de apuração do fluxo de caixa descontado deve ser a
mesma já praticada pela CEDAE nos anos anteriores a 2016, garantindo que nenhuma mudança
ocorrerá até a primeira revisão quinquenal de 2022, não prejudicando a elaboração de estudos
pelo BNDES, blindando a possibilidade de mudanças que causem prejuízos a avaliação da
CEDAE. (Incluído pelo Decreto nº 46.855, de 2019)
§1º- A tarifa praticada em 01 de agosto de 2015 será reajustada anualmente, em agosto de cada
ano, pelo método de fluxo de caixa descontado, submetendo-se o estudo respectivo para
apreciação da AGENERSA com 60 (sessenta) dias de antecedência. (Incluído pelo Decreto
nº 46.855, de 2019)
§2º- Fica assegurado à CEDAE reajuste tarifário mínimo capaz de garantir a manutenção da
arrecadação em termos reais, considerando-se a variação do IPCA acumulada nos últimos doze
meses anteriores; (Incluído pelo Decreto nº 46.855, de 2019)
§3º- Os reajustes terão validade trinta dias após publicação no Diário Oficial. (Incluído pelo
Decreto nº 46.855, de 2019)
§4º - A CEDAE apresentará à AGENERSA, até 2022, estudos para expansão da base de
beneficiários da tarifa social e de nova estrutura tarifária. (Incluído pelo Decreto nº 46.855,
de 2019)
§5º- No processo de faturamento a CEDAE deverá praticar estrutura tarifária baseada nos
conceitos de assinatura fixa ou de disponibilidade, e tarifa que será variável conforme o volume
efetivamente consumido. (Incluído pelo Decreto nº 46.855, de 2019)
§6º- A AGENERSA praticará nos reajustes anuais referido no caput, a mesma metodologia de
fluxo de caixa descontado, com as mesmas entradas e desembolsos, cálculo da TIR, e de todos
os parâmetros da fórmula, segundo os critérios adotados pela CEDAE nos reajustes anuais
anteriores a 2016. (Incluído pelo Decreto nº 46.855, de 2019)

Art. 10 - Para fins de revisão quinquenal, a CEDAE definirá o custo médio ponderado do
capital projetado e o apresentará à AGENERSA, até o mês de fevereiro de 2022; e a partir daí
nesse mesmo mês a cada 5 anos, juntamente com uma proposta de revisão do valor limite das
tarifas e da estrutura tarifária vigente até então, para vigorar para o quinquênio subsequente,
instruída com as informações que venham a ser exigidas pela AGENERSA. (Redação pelo
Decreto nº 46.855, de 2019)
§1º- Para fins de atendimento do caput deste artigo, a primeira revisão tarifária será realizada
em 2022, com vigência a partir de 01 de novembro de 2022, conforme modelo a ser definido
previamente pela AGENERSA, considerando a remuneração do capital social, o custo dos
serviços, a necessidade de estímulo ao aumento da eficiência operacional, a evolução efetiva
desses custos e da produtividade da CEDAE, bem como demais parâmetros necessários a serem
considerados pela entidade reguladora. (Redação pelo Decreto nº 46.855, de 2019)
§2º- Os ativos da CEDAE deverão ser reavaliados, a valor de novo, tendo como base o mês de
agosto de 2015, para o consequente registro em sua contabilidade regulatória.
§3º- A AGENERSA definirá a taxa mínima de remuneração do capital de retorno que irá
compatibilizar a necessária geração de caixa para cumprimento dos investimentos, fixando
prazo para apresentação prévia de estudos técnicos pela CEDAE.
§4º- Na primeira revisão quinquenal da CEDAE será feito estudo pela AGENERSA para
verificação de conformidade, visando a consolidação de todos os reajustes tarifários anuais e
extraordinários concedidos pela AGENERSA à CEDAE desde 2016. (Incluído pelo Decreto
nº 46.855, de 2019)

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