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1ª Edição
Brasília/DF - 2018
Autores
Sidnei CASTILHOS RODRIGUES
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático....................................................................................................................................... 4
Introdução.............................................................................................................................................................................. 6
Capítulo 1
O marketing e a importância da informação no processo decisório das organizações....................... 7
Capítulo 2
O sistema de informação de marketing (SIM) e seus subsistemas – pesquisa de
mercado e inteligência de marketing..................................................................................................................20
Capítulo 3
Definição de problema e objetivos de pesquisa de mercado e seus métodos...................................... 40
Capítulo 4
Modelos e métodos de coleta de dados em pesquisa mercadológica..................................................... 52
Capítulo 5
A Análise Ambiental....................................................................................................................................................68
Capítulo 6
Tabulação e análise de dados – modelos matemáticos de apoio ao marketing................................... 85
Referências...........................................................................................................................................................................93
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também,
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem,
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
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Organização do Livro Didático
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Saiba mais
Sintetizando
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
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Introdução
Atualmente, vivemos em uma era na qual as transformações acontecem de forma cada vez mais
rápida. Inovações como o Laser, a Fibra Ótica e a exploração espacial por satélites voltados à
transmissão de dados impulsionam as tecnologias da informação e comunicações, tornando o
mundo cada vez mais isento de fronteiras, num fenômeno chamado de globalização. A tecnologia
da informação (TI) integra o globo numa grande malha de informação. Essas autoestradas
virtuais possibilitam, além da comercialização de produtos, chamada de comércio eletrônico
ou e-commerce, que está revolucionando a forma de se comprar ou vender produtos, também
a troca de dados, socializando o acesso às informações, incluindo empresas e consumidores,
num fenômeno chamado de inclusão digital.
Neste Livro Didático, dividido em seis capítulos, encontraremos então a conceituação de pesquisa
de mercado e sistema de informação de marketing, incluindo a ambiência que os fez necessários,
os conceitos fundamentais para seu entendimento e seus desdobramentos.
Objetivos
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CAPÍTULO
O MARKETING E A IMPORTÂNCIA
DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO
DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES 1
Apresentação
Em nosso primeiro capítulo veremos a relação dos conceitos de marketing, com a informação.
Veremos também a importância da comunicação e da informação no processo decisório das
organizações, bem como a modelagem do cenário em que acontecem essas interações.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
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CAPÍTULO 1 • O MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES
Introdução
Vivemos em uma era na qual as transformações estão acontecendo de forma cada vez mais
acelerada. Essas mudanças são em diversas áreas, como na economia, na política, nas relações
sociais e principalmente na forma em que nós nos comunicamos, com o uso crescente da
tecnologia de informação (TI), aliada a comunicação (TIC’s). Essa nova forma de comunicação
vem sedimentarmente, como é próprio das mudanças nos tecidos sociais, tornando o mundo
mais integrado, num fenômeno que é chamado de globalização.
Na história humana, podemos citar diversos eventos que se relacionam à modelagem da gestão
de empresas, como a revolução industrial, em que foram organizadas as condutas e metodologias
da administração, nos movimentos conhecido como administração científica e teoria clássica, ou
mesmo após a 2a Guerra Mundial, quando o mundo experimentou um valoroso movimento voltado
à qualidade de produtos, serviços e processos, além de tantas outras influências. Atualmente,
nesta era que é chamada como, “era da informação”, ou mesmo “era do conhecimento”, a falta
de informação não é mais um problema. Os problemas atuais são:
» Como filtrá-la?
E, no contexto mercadológico:
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O MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
A corrida palmo a palmo pela preferência dos consumidores tem impulsionado as empresas a
buscarem alternativas para suas estratégias de mercado. Mas qualquer alternativa ou decisão,
principalmente neste cenário altamente complexo e competitivo, deve ser embasada na informação
e no conhecimento, não só mercadológico, mas também do seu consumidor (público-alvo) e da
sua capacidade tecnologia, de produção e de capital intelectual.
A realidade empresarial atual, assim como a dos próximos anos, é de intensa competição.
Neste sentido, a empresa que melhor se estruturar no contexto de antecipar-se às mudanças, se
posicionará de forma mais favorável.
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CAPÍTULO 1 • O MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES
dados coletados e a padronização de resultados para que os executivos possam tomar decisões
consistentes e em tempo real.
Inicialmente uma organização precisa estar atenta a tudo que acontece que pode lhe impactar,
para isso deve coletar informações provindas de diversas fontes. Segundo Chiusoli e Ikeda (2010)
“quando uma organização precisa de informações sobre determinado composto de marketing,
a gestão das informações deve incluir informações ambientais e dos concorrentes, gerando
relatórios de rotina para decisões operacionais”.
Ainda segundo Chiusoli e Ikeda (2010), os principais fatores que contribuem para as mudanças
no mercado são:
» Desregulamentação do mercado.
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O MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
O marketing
Existem diversas definições de marketing, mas, de uma forma geral, o marketing está embasado
em atender as necessidades dos clientes, entregando-lhes valor e criando relacionamentos
rentáveis e duradouros.
“Marketing é o negócio visto do ponto de vista do seu resultado final, ou seja, do ponto de vista
do cliente. O sucesso nos negócios não é determinado pelo produtor, mas pelo consumidor”.
(PETER DRUCKER)
“o primeiro negócio de qualquer negócio é continuar no negócio. Para tanto, é preciso gerar e
manter consumidores”. (THEODORE LEVITT)
“Marketing é guerra... Para ter sucesso hoje em dia, uma empresa precisa ser orientada para o
concorrente. Deve procurar seus pontos fracos e lançar contra eles os seus ataques de Marketing”.
(ALL RIES; JACK TROUT)
“Há uma tendência hoje no Marketing, em ter o seu foco na concorrência... Essa perspectiva
coloca o consumidor como um inimigo... A batalha é uma metáfora inapropriada e inadequada
para o marketing... O objetivo militar é vencer o inimigo. O objetivo do marketing é a obtenção
de lucro”. (ROBERT SETTLE; PAMELA ALRECK)
“Marketing é tudo. Marketing hoje não é uma prática, é uma maneira de fazer negócios...Nos anos
90 marketing passa a ser uma expressão do caráter da empresa e necessariamente responsabilidade
de todos que pertencem à empresa”. (REGIS McKENNA)
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CAPÍTULO 1 • O MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES
Dentre os conceitos centrais de marketing, vale relembrar o composto de marketing, que é uma
ferramenta mercadológica, também conhecida como mix de marketing ou 4 P’s (Produto, Preço,
Praça ou Pontos de Venda e Promoção). A seguir, temos uma ideia da abrangência de cada “P”
desta ferramenta:
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O MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
Formas de concorrência
A concorrência pode ser entendida como todas as ofertas e substitutos rivais reais e potenciais
que um comprador possa considerar. Por exemplo, uma empresa automobilística compra aço
para a produção de seus veículos, então, a princípio, a siderúrgica só veria como concorrentes
outras siderúrgicas, certo? Mas se a montadora resolvesse fazer modificações no projeto ou lançar
um novo modelo com a substituição de algumas peças por alumínio ou fibra para reduzir o peso
do automóvel, e se fossem utilizados plásticos especiais no para-choque em substituição ao aço,
quem seriam os concorrentes da siderúrgica?
A concorrência deve ser monitorada, qualquer que seja o segmento do negócio, para que a
organização possa se antecipar ou tomar ações corretivas em relação ao seu plano de marketing.
Com a abordagem acima, é possível verificar que não só os concorrentes diretos, digam-se
concorrentes de marcas, devem ser vigiados, mas todas as empresas e mercados que possam
interferir no planejamento e sucesso do negócio.
1. Concorrência de marcas: uma empresa vê suas concorrentes como outras empresas que
oferecem produtos e serviços semelhantes aos mesmos clientes por preços similares.
(GOL x TAM) ou (Coca-cola x Pepsi) ou (Volkswagen, Ford, GM, Fiat, Peugeot, Renault
etc.) diferente de BMW, Mercedes, Ferrari.
2. Concorrência setorial: uma empresa vê todas as empresas que fabricam o mesmo tipo
de produto ou classe de produtos como suas concorrentes.
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CAPÍTULO 1 • O MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES
A VW pode considerar como concorrentes não apenas outras montadoras, mas também
os fabricantes de motocicletas, bicicletas, caminhões etc. Outro exemplo, o Catupiry
com relação à manteiga, margarina, ou geleia. Mais um exemplo é a concorrência entre
a Coca-cola e as outras bebidas, como: leite, sucos, bebidas alcoólicas, entre outras.
Este tipo de concorrência está baseado na oferta de produtos que possam substituir
o primeiro, ou seja, o cliente deve escolher entre uma opção e provavelmente não
consumirá os dois produtos concomitantemente.
Diversos autores abordam o tema comunicação com algumas peculiaridades, mas, de uma forma
geral, eles procuram elucidar a importância da comunicação em todas as relações interpessoais,
sendo fundamental para o nosso convívio social em todos os níveis e como ela impacta nas relações
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O MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
empresariais, em que Abrantes (2001) afirma que a comunicação assume um papel protagonista
e de crescente importância para o sucesso das organizações. Reynolds e Stair (2002) definem
a comunicação como a transmissão de uma mensagem, por um canal, de um remetente para
um destinatário. A mensagem é composta de dados e de informação. Já o canal, corresponde a
algum meio que viabiliza o transporte do sinal do remetente ao destinatário.
A internet surgiu nos Estados Unidos na década de 1960 devido à união de projetos do governo
e pesquisas acadêmicas. No início, houve certa resistência por parte acadêmica a respeito do
uso comercial da rede, porém, foi superado devido às inúmeras oportunidades de negócios
para as organizações. Na década de 1970, a internet estava disponível somente para algumas
universidades norte-americanas. A partir dos anos 1980, houve a proliferação de computadores
pessoais, modens e redes locais. (TIGRE, 1999)
Somente na década de 1990, após a criação da World Wide Web (www), tornou-se viável o tráfego
comercial na internet. Muitas empresas, em meados da década de 1990, lucraram promovendo
o acesso do público à rede e vendendo softwares e hardwares, consolidando uma base para o
desenvolvimento do comércio eletrônico, e a integração dos sistemas empresariais. Esse processo
é comparado por Catalani (2004) à corrida do ouro, em que as pessoas, pelo afã de conquistarem
riquezas, na verdade enriqueciam os vendedores de pás e picaretas, ou seja, o acesso à internet.
Essas empresas, supervalorizadas devido à novidade, eram chamadas de pontocom.
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CAPÍTULO 1 • O MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES
Hoje, muitas empresas operam através da internet na venda direta de produtos, e também na
divulgação institucional e de produtos, para contato com clientes, para compras e interação com
fornecedores, entre outras utilizações.
Em pesquisa realizada, em 2005, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE revelou
que um total de 32.109.939 pessoas, com idade superior a 10 anos, utilizaram a internet no período
relativo à pesquisa, representando apenas 21% da população com idade superior a 10 anos no
Brasil. Porém, com os programas de incentivo à inclusão digital, o número de usuários da rede
de computadores vem crescendo a passos largos. Em relação à distribuição da utilização da
internet, segundo o tempo de escolaridade, a pesquisa aponta que o maior número de usuários é
o que apresenta maior escolaridade, sendo a participação mais expressiva das pessoas com mais
de 15 anos de estudo. Quanto à distribuição da utilização da internet em grupos de ocupação
profissional, é demonstrada uma grande variação, evidenciando a maior utilização da internet
pelos profissionais de maior nível educacional. O quadro 1 mostra que os profissionais dos setores
administrativos e os dirigentes em geral ocupam respectivamente a 2a e a 3a colocação, ficando
atrás apenas dos profissionais das ciências e das artes.
Outro dado importante é o uso da internet nas empresas. Segundo o IBGE (2010), 93,6% das
empresas usam internet no Brasil. Esse número vai desde 91,5 em empresas de até 19 funcionários
e chega a 100% nas empresas com mais de 500 funcionários.
“A internet é uma malha global de redes de computadores que tornou possível a comunicação
global instantânea e descentralizada” (KOTLER, 2000). Segundo Albertin (2006), o novo ambiente
empresarial é caracterizado pela grande utilização da TI, o que altera significativamente a
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O MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
O cenário organizacional sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças fizeram
com que as empresas, de um modo geral, precisassem adequar sua forma de atuação, no intuito
de se manterem competitivas em seu mercado e flexíveis com as novas regras mercadológicas
demandadas. Apenas com o entendimento claro destas novas exigências de mercado, uma
organização poderá tomar ações corretas e eficientes para o seu crescimento.
Segundo Santiago Jr. (2004), a grande mudança à qual as empresas têm que se submeter para
continuarem competitivas diz respeito à maior rapidez com que as atividades devem ser
desenvolvidas. Esta questão se deve ao fato de elas terem passado a ter maiores preocupações
com relação a seus parceiros e clientes.
A partir da década de 1990, principalmente, com a abertura do mercado brasileiro aos demais
países, as empresas passaram a considerar o cliente como o principal objetivo de seu processo
produtivo e não mais o produto resultado deste. Este fato evidenciou a importância de prestar
atenção sobre as ações tomadas por seus concorrentes, definir estratégias de atuação, criar redes
de distribuição e estudar aos ciclos de vida de produtos e serviços.
Essas mudanças fizeram com que as empresas passassem a se preocupar, de forma mais frequente,
com questões mercadológicas, como por exemplo, sistematizar os processos de coleta de dados
de produção, vendas, consumidores e concorrentes.
Convém ressaltar que o papel de gerar toda a riqueza e o poder da sociedade atual deixou de ser
exclusivamente dos fatores tradicionais de produção (capital, terra e trabalho). Tal afirmação
justifica o fato de muitas empresas terem um valor de mercado extremamente maior que seu
valor patrimonial, em virtude de seus ativos intangíveis, que tendem a ter uma importância
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CAPÍTULO 1 • O MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES
muito maior nas empresas baseadas no conhecimento. Isto ocorre devido ao fato de o valor de
produtos e serviços dependerem cada vez mais do valor percebido pelos clientes. Este fator, por
ser intangível, é de difícil gerenciamento. Por tal motivo, a empresa que souber tratá-lo de forma
eficiente, estará em posição de destaque no seu mercado de atuação.
Segundo Satiro (2004), os dados podem ser considerados como sendo uma sequência símbolos,
como números e palavras, sob nenhum contexto específico, ou seja, na sua forma bruta. No
contexto organizacional, os dados são descritos como registros de transações, pois apenas
descrevem parte daquilo que aconteceu. Não fornecem julgamento, nem interpretação e tão
pouco, qualquer base sustentável para a tomada de decisão, porém, são importantes para a
organização, a partir do momento que são a matéria-prima essencial para a criação da informação.
A informação tem por finalidade exercer algum impacto sobre o julgamento do destinatário.
Ela deve informar, por isto pode ser considerada como sendo o dado que faz diferença, pois, ao
contrário deste, ela possui relevância e propósito. Satiro (2004) afirma que os dados só se tornam
informação a partir dos seguintes métodos:
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O MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
Resumo
Os conceitos centrais de marketing e sua relação com a informação. Vimos também como a
informação atua no processo de comunicação e como esta auxilia as organizações em seus
processos decisórios. E, por fim, compreendemos a importância do monitoramento constante
dos ambientes de marketing, como atividade fundamental dos executivos e mercadólogos.
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CAPÍTULO
O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE
MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS
– PESQUISA DE MERCADO E
INTELIGÊNCIA DE MARKETING 2
Apresentação
Neste segundo capítulo, serão abordadas as teorias, conceitos e desdobramentos dos sistemas
de informação, começando com uma visão introdutória à teoria dos sistemas como base para o
entendimento dos fluxos de informações. Será apresentado o sistema de informações gerenciais
(SIG), como detentor de outros subsistemas, como o sistema de informação de marketing (SIM)
e este será abordado de forma ampla para o entendimento do seu significado e importância para
o processo decisório de marketing. Por fim, serão apresentados os subsistemas do SIM, com
ênfase em inteligência de marketing e pesquisa de mercado.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
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O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING • CAPÍTULO 2
Nas décadas de 1960 e 1970, sem o aporte tecnológico que temos hoje, os executivos gastavam
dias resolvendo problemas com a equipe de vendas, monitorando a concorrência e planejando
campanhas publicitárias, com a finalidade de tomar decisões mais acertadas do que a concorrência.
Neste contexto, a análise das variáveis ambientais de marketing se faz necessária, e deve fazer
parte do escopo do sistema de informação de marketing para diminuir o risco de qualquer
atividade de negócio.
Os mercadólogos, para serem bem-sucedidos em sua profissão, utilizam conceitos das ciências
como a psicologia (para entender o comportamento do consumidor), a matemática (nas
análises, regressões, comparações e projeções do comportamento do mercado) e também a
pesquisa científica, adaptados às necessidades da administração de marketing para uma melhor
compreensão dos fenômenos mercadológicos.
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CAPÍTULO 2 • O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING
FEEDBACK
Ainda segundo Oliveira (2008), os componentes dos sistemas podem ser descritos como:
Os objetivos, que se referem tanto aos objetivos dos usuários do sistema quanto
aos do próprio sistema. O objetivo é a própria razão de existência do sistema, ou
seja, é a finalidade para a qual o sistema foi criado;
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O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING • CAPÍTULO 2
Existem muitas referências e comparações relacionadas aos sistemas; uma delas é a comparação com a
biologia humana, separando um grupamento de órgãos como sistemas, como por exemplo: o sistema
digestório (composto por boca, laringe, esôfago, estômago, intestinos etc.), o sistema respiratório,
entre outros. Atualmente, uma representação de sistemas utilizada de forma crescente é a de que os
sistemas representam uma situação sustentável da gestão de resíduos ou o grau de eficiência (neste
caso, grau de ecoeficiência), dividindo os sistemas em: aberto, quase fechados e fechados.
No caso da figura a seguir, para a ecoeficiência voltada à gestão de resíduos, sugere-se uma
mudança na estrutura dos sistemas industriais, provocando a alteração dos mesmos de sistemas
industriais lineares abertos para sistemas fechados integrados, interagindo não mais como
componentes isolados, mas assemelhando-se aos sistemas encontrados no meio ambiente
natural. Desta forma, para a ecologia industrial, os resíduos passam a ter outras possibilidades,
sendo compreendidos como matéria-prima para outras atividades.
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CAPÍTULO 2 • O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING
O Sistema de Informação de Marketing – SIM é apontado por diversos autores como parte
integrante de um sistema maior, o SIG. Neste contexto, o SIM auxilia a organização em seu
processo decisório e pode ser auxiliado por informações provenientes do SIG.
Segundo Oliveira (2008), o Sistema de Informações Gerenciais – SIG é uma ferramenta de uso
administrativo que contribui efetivamente para a otimização das comunicações e do processo
decisório nas empresas. E, deve-se ressaltar que a qualidade das comunicações e do processo
decisório são dois fatores que impactam a produtividade (no sentido de fazer mais, utilizando-se
menos recursos), a eficácia (focando o melhor resultado possível) e a efetividade nas empresas.
Oliveira (2008) afirma que o fenômeno das mudanças no mercado mundial é diretamente
impactado pela tecnologia da informação:
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O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING • CAPÍTULO 2
Para atender esse novo mercado em mutação, a customização deixa de ser um artigo de luxo e
a orientação para o cliente passa a integrar o mercado, concorrendo com os padrões anteriores,
como afirma Oliveira (2008):
Todas estas tendências – ritmo acelerado das mudanças, aumento na diversificação, incremento
da complexidade – criam novos desafios em quaisquer campos da atividade de negócios, seja
em planejamento, produção, marketing, distribuição etc.
A primeira referência da importância da informação nas tomadas de decisões pode ser encontrada
no livro “A arte da guerra”, de Sun Tzu, escrito a mais de 2500 anos. No livro, Sun Tzu afirma que: “se
você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisará temer o resultado de cem batalhas.
Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma
derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas (...)”.
Se trocarmos a palavra “inimigo” pela palavra “concorrente”, o texto muda de cenário e fica tão
contemporâneo que parece que foi escrito hoje.
Oliveira (2008) relaciona algumas estratégias, nos ambientes interno e externo, em que o SIG
pode auxiliar no provimento de informações relevantes à tomada de decisão:
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CAPÍTULO 2 • O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING
Sistemas informatizados; e
A informação é a razão de ser do sistema e a coleta de dados serve à produção dessa informação.
O valor da informação está relacionado à capacidade que ela tem de modificar o estado de
conhecimento do usuário; neste sentido, os relatórios gerenciais são exemplos de informações
com valor mais alto do que as informações costumeiras, que relatam fatos.
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O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING • CAPÍTULO 2
É altamente relevante a alavancagem que uma empresa pode atingir com um adequado SIG,
devido ao fato de o SIG poder representar o insumo do tratamento de cada umas das atividades
da empresa, de forma interativa para com seu próprio processo decisório e seu feedback ser
responsável pelo acompanhamento das alterações.
Vicentini (2011) afirma que os sistemas de informações gerenciais utilizam uma abordagem
integrada de aspectos referentes à Administração, Organização e Tecnologia, sendo:
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CAPÍTULO 2 • O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING
ORGANIZAÇÕES TECNOLOGIA
SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO
De forma integrada, a informação está diretamente ligada à evolução das relações sociais, políticas
e econômicas no mundo, sendo, sem dúvida, grande responsável no processo de aceleração das
mudanças.
Segundo Oliveira (2008), o Século XX é marcado pela Revolução da Era da Informação. Desde a
invenção do telégrafo elétrico, em 1837, passando pelos meios de comunicação de massa, e até
mais recentemente, o surgimento da grande rede de comunicação de dados que é a internet,
o ser humano tem de conviver e lidar com um crescimento exponencial do volume de dados
disponíveis.
O domínio da informação disponível é uma fonte de poder, uma vez que permite analisar
fatores do passado, compreender o presente e, principalmente, antever o futuro. Os sistemas de
informação surgiram antes mesmo da informática.
Esse método, apesar de simples, exigia um grande esforço para manter os dados atualizados, bem
como para recuperá-los. As informações em papéis também não possibilitavam a facilidade de
cruzamento e análise dos dados. Por exemplo, o inventário de estoque de uma empresa não era
uma tarefa trivial nessa época, pois a atualização dos dados não era uma tarefa prática e quase
sempre envolvia muitas pessoas, aumentando a probabilidade de ocorrerem erros.
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O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING • CAPÍTULO 2
Década de 1940
E destacado pela origem dos Transistores, uma grande diminuição de cabos e fios, e diminuição de
tamanho das máquinas e com isso fazendo que ela execute mais cálculos que a geração anterior.
Foi marcado o início da comercialização de computadores (para as empresas).
Essa época marca também o começo (embrião) dos micro-processadores. Surgiram também
novas formas de armazenamento cada vez maiores: as fitas e tambores magnéticos (para uso
de memória).
Uma nova técnica de Circuito Integrados foi criado, o SLT (Solid Logic Technology) e uma técnica de
microcircuitos, permitindo os processos simultâneos, dando um grande salto de processamentos.
Além de outras evoluções que auxiliaram o aumento da velocidade nos processamentos.
Década de 1970
Com essa nova geração e que estamos vivendo, surgiu com VLSI (integração em muito grande
escala). Inteligência artificial, com altíssima velocidade (com um ou mais núcleos por processadores,
grande freqüência e transferência de dados entre os componentes do computador), programas
com alto grau de interatividade com o usuário, grande rede mundial (Internet) e que impulsionou
mais ainda a informática, além de diversas inovações..
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CAPÍTULO 2 • O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING
O fogo e a roda já foram descobertos, e não temos a intenção de redescobri-los. Então, o que
estamos tratando é da importância do uso adequado de informações, de forma quantitativa
e qualitativa, em um fluxo periódico desejável em um sistema de informação, tanto gerencial
quanto de marketing, para que se possa reduzir o risco de erro ou fracasso em uma decisão. A
importância do uso otimizado da informação se justifica pela complexidade, tendo em vista que
os gestores estão lidando com produtos/serviços, tempo, pessoas e, ocasionalmente, muitos
recursos financeiros, além de poderem comprometer a imagem da organização no caso de uma
decisão equivocada.
Segundo Chiusoli e Ikeda (2010), o surgimento do SIM facilita a atividade do gestor. Mediante o
uso desse recurso, obtêm-se as informações necessárias à administração de marketing, facilitando
sua análise, seu planejamento, sua implementação e seu controle das atividades rotineiras de
sua gestão.
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O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING • CAPÍTULO 2
Segundo Chiusoli e Ikeda (2010), as primeiras reflexões que deram origem ao sistema de
informação de marketing foram os sistemas de apoio à administração de marketing a partir dos
anos 1950, com os primeiros modelos de marketing (MM). Eles eram baseados em representação
matemáticas para analisar problemas e otimizar soluções de marketing.
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CAPÍTULO 2 • O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING
O conceito de sistema especialista de marketing surgiu na década de 1980 e marca o início do centro
de inteligência de marketing, que tinha a função de elaborar representações do conhecimento
focado em clientes, incorporando a percepção de comportamento do consumidor.
Uma simples agenda de contatos, com nome, endereço e telefone, é um sistema bastante limitado,
mas é um Sistema de Informação – SI. Com informações precisas, pode-se tomar decisões
estratégicas. Para armazenar tais informações, necessita-se de um banco de dados bastante
completo para atender as exigências complexas dos profissionais de marketing.
Segundo Turban; Rainer; Potter (2005), as aplicações centradas nos clientes são:
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O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING • CAPÍTULO 2
» Permite um melhor uso do material que é coletado pelas empresas no decorrer de suas
atividades; por exemplo, vendas por produto, por cliente e por região.
» Permite melhor controle do plano de marketing da empresa; por exemplo, pode dar
sinais de alarme quando há algo errado no plano.
» Evita que informações importantes sejam facilmente suprimidas; por exemplo, indicações
de que um produto deve ser retirado.
Em relação à última sentença, de uma forma geral, um produto defeituoso e/ou com reclamação
dos clientes, pode abalar a imagem da empresa junto a seu público-alvo.
» Integra as informações que estão dispersas pelas diversas áreas das grandes empresas.
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CAPÍTULO 2 • O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING
Divisões do SIM
Segundo Chiusoli e Ikeda (2010), o Sistema de Informação de Marketing pode ser dividido em
dois grupos principais: pelo tipo de usuário e pela forma de uso.
» Vendas (por produto, por linha de produtos, por tipo de cliente, por região, por vendedor
etc.).
» Entre outros.
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O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING • CAPÍTULO 2
» E, em qual periodicidade?
Samara e Barros (2002) explicam porque o SIM não deve implementado como um pacote fechado
nas organizações e dão uma visão geral sobre as fontes dessas informações:
Os autores ainda apontam a “Inteligência de Marketing” como uma das subdivisões do sistema
de informação de marketing:
Uma subdivisão pode agregar as informações utilizadas no dia a dia dos executivos,
disponíveis em revistas especializadas, relatórios efetuados pela equipe de
vendas sobre ocorrências em trabalhos de campo, e até em relatórios que tenham
como base conversas informais com os varejistas ou especialistas de fora da
empresa, além de dados diversos sobre o mercado coletados em jornais, relatórios
econômicos e de pesquisas contínuas ou evolutivas. Esse subsistema é conhecido
como inteligência de marketing.
Neste contexto, a Pesquisa de Mercado também entra como um subsistema do SIM, como
explicam Samara e Barros (2002):
35
CAPÍTULO 2 • O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING
Outro subsistema do SIM é o sistema analítico, que utiliza a matemática e a estatística no auxílio
às tomadas de decisão. Neste sentido, Samara e Barros (2002) afirma que:
» Relatórios internos;
» Inteligência de marketing;
» Pesquisa de mercado;
Inteligência de marketing Informações diárias dos executivos por meio de contato com vendedores,
distribuidores, publicações, relatórios etc.
Pesquisa de mercado Estudos específicos, projetos formais sobre problemas e oportunidades para o
marketing.
Analítico de marketing Processos estatísticos e modelos de decisão para apoios aos executivos. Análise
de regressão, análise fatorial, modelos gráficos e matemáticos.
36
O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING • CAPÍTULO 2
A pesquisa de mercado
37
CAPÍTULO 2 • O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING
Segundo Chiusoli e Ikeda (2010), a pesquisa de mercado deve começar com a definição do problema
e a definição dos objetivos da mesma. Em seguida, aponta-se o desenvolvimento do plano de
pesquisa para busca das informações e sua posterior implementação, coleta e análise dos dados.
Por último, acontece a interpretação e a apresentação dos resultados aos grupos de interesse.
Samara e Barros (2002) demonstram uma série de situações que comprovam a amplitude da
atuação da pesquisa de mercado, como:
» A confecção Century, fabricante de camisas masculinas, deseja saber qual é a faixa etária
e classe social de seus consumidores.
» A indústria de bichos de pelúcia Puffy quer identificar no mercado quais são seus
principais concorrentes diretos, aqueles que têm produtos e preços similares.
» A fábrica de biscoitos REC quer identificar a melhor política de remuneração para sua
equipe de vendas.
» A empresa HSS, fabricante de produtos químicos, quer saber qual é a sua imagem junto
à comunidade onde mantém unidades fabris.
38
O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING ( SIM ) E SEUS SUBSISTEMAS – PESQUISA DE MERCADO E INTELIGÊNCIA DE MARKETING • CAPÍTULO 2
De uma forma geral, a pesquisa de mercado alimenta o processo decisório de marketing com
informações e avaliações do comportamento do seu público-alvo em diversas situações, e pode
ser fundamental para o melhor aproveitamento das oportunidades mercadológicas vindouras,
visando a vantagem competitiva.
Resumo
39
CAPÍTULO
DEFINIÇÃO DE PROBLEMA E
OBJETIVOS DE PESQUISA DE
MERCADO E SEUS MÉTODOS 3
Apresentação
Neste terceiro capítulo, serão abordados assuntos relacionados à pesquisa de mercado, buscando
seu detalhamento e o entendimento de suas relações. O primeiro tópico abordado é o da definição
do problema de pesquisa, seguido da determinação de seus objetivos; serão diferenciados os
dados secundários dos dados primários; posteriormente, serão detalhados os métodos de coleta
de dados, como: método de observação, método de inquérito ou contato e método interativo,
mostrando também suas aplicações; e, por fim, serão detalhados os métodos de pesquisa –
descritiva, exploratória e experimental ou causal, evidenciando também suas aplicabilidades.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
40
DEFINIÇÃO DE PROBLEMA E OBJETIVOS DE PESQUISA DE MERCADO E SEUS MÉTODOS • CAPÍTULO 3
A definição do problema de pesquisa é o primeiro e mais importante passo do projeto, pois todo
projeto de pesquisa deve partir de uma real necessidade de informação ou de uma situação em
que haja indagações e de dúvidas a serem respondidas. Essas lacunas de informações são aquelas
não contempladas sistematicamente e periodicamente pelo SIM.
Para que o problema seja bem definido e elaborado, os autores Samara e Barros (2002) apresentam
algumas questões básicas:
Ainda segundo os autores, para auxiliar a definição do problema, pode-se lançar mão de estudos
exploratórios objetivando um primeiro contato com a situação em estudo. Esses estudos
exploratórios são caracterizados pela informalidade e flexibilidade, utilizando como base o
contato com pequenos grupos de consumidores, especialistas e estudos de casos.
Segundo Kotler e Armstrong (2010), o processo de pesquisa de marketing passa pelas seguintes
etapas:
Desenvolvimento Implementação
Definição de
do plano de do plano de Interpretação e
problema e dos
pesquisa para pesquisa – coleta apresentação dos
objetivos de
a coleta de e análise de resultados
pesquisa
informações dados
41
CAPÍTULO 3 • DEFINIÇÃO DE PROBLEMA E OBJETIVOS DE PESQUISA DE MERCADO E SEUS MÉTODOS
Os objetivos da pesquisa são definidos visando suprir as informações necessárias para solucionar
os problemas da pesquisa. Este processo exige total coerência entre o problema definido e os
objetivos do projeto de pesquisa.
Segundo Samara e Barros (2002), a indagação básica que o pesquisador deve fazer para a
elaboração correta dos objetivos de pesquisa é: “Que informações são necessárias para resolver
o problema de pesquisa?”
Ainda segundo os autores, “a determinação dos objetivos de pesquisa pode ter origem na
formulação de hipóteses sobre o problema definido. Hipóteses são suposições que podem ser
confirmadas, ou não, pela pesquisa”.
Definição do problema
Um fabricante de cervejas e refrigerantes vem detectando há seis meses queda constante nas vendas de embalagens de
vidro descartável one-way. Em estudo exploratório junto a consumidores observou-se uma série de restrições e resistências
à compra deste tipo de embalagem, sendo o preço e o tamanho da embalagem citados como principais impeditivos de
compra. Assim, sentimos a necessidade de um estudo mais abrangente para avaliar o potencial de aceitação do mercado
consumidor.
O propósito desta pesquisa é investigar os pontos de aceitação e resistência ao produto, bem como identificar segmentos de
maior receptividade ao produto.
Objetivo primário
Avaliar a aceitação do público consumidor de cervejas e refrigerantes em relação à embalagem de vidro descartável one-way.
Objetivos secundários
» Frequência de compra.
42
DEFINIÇÃO DE PROBLEMA E OBJETIVOS DE PESQUISA DE MERCADO E SEUS MÉTODOS • CAPÍTULO 3
» Associações do conceito.
» Significado e importância de reciclável versus retornável.
» Vantagens e desvantagens das embalagens existentes versus one-way
» Situações de consumo.
» Intenção de compra.
» Aceitação da garrafa 500 ml e 1 litro one-way.
Método de pesquisa
A fim de alcançar os objetivos propostos à investigação, adotou-se um estudo descritivo quantitativo para avaliar a aceitação
e resistências junto a uma amostra representativa de consumidores de refrigerantes e cervejas em quatro mercados (SP, RJ,
BH, GO).
Para este estudo de caráter quantitativo, utilizou-se duas técnicas distintas de abordagem, a saber: o flagrante de compra e as
entrevistas domiciliares.
O flagrante de compra com consumidores de cervejas e refrigerantes em embalagem one-way inclui a observação do
comportamento de comprador/consumidor no supermercado e a aplicação de um questionário estruturado.
Para as entrevistas domiciliares, utilizou-se também questionários estruturados elaborados distintamente para usuários
e não usuários de embalagem one-way, além da aplicação de um “questionário filtro” que possibilita qualificar se o
respondente é ou não usuário de one-way.
» Entender o marketing do cliente e as características do mercado para a correta delimitação do objetivo em estudo.
» Avaliar as decisões a serem tomadas a partir dos problemas e/ou oportunidades do marketing.
» Explicar as indagações que levam à necessidade de pesquisa.
A partir da formulação de hipóteses, cria-se um texto que deverá deixar claro qual é o objeto em estudo e, por meio das
argumentações, será demonstrado que há solução para o problema proposto.
43
CAPÍTULO 3 • DEFINIÇÃO DE PROBLEMA E OBJETIVOS DE PESQUISA DE MERCADO E SEUS MÉTODOS
Geralmente, essa é a primeira opção de pesquisa, pois os dados secundários são constituídos
por informações já preestabelecidas. O banco de dados interno da empresa consiste em um bom
ponto de partida, mas a empresa também pode penetrar em uma ampla variedade de fontes de
informações externa, incluindo serviços de dados comerciais, de associações, publicações em
congressos ou revistas especializadas, conversas informais, fontes governamentais, como IBGE,
entre outros.
Kotler e Armstrong (2010) afirmam que, de um modo geral, os dados secundários podem ser
obtidos mais rápida e economicamente que os dados primários. Além disso, fontes secundárias
às vezes oferecem dados que a empresa sozinha não conseguiria coletar – informações que não
estariam disponíveis ou que seriam muito caras para coletar.
Os dados secundários representam um bom ponto de partida, seja pela sua facilidade ou pelo
baixo custo na formação de um panorama sobre o assunto a ser estudado.,Porém, na maioria dos
casos, que se busca um efetivo ganho de mercado e o melhor aproveitamento das oportunidades
de mercado, a coleta de dados primários se faz necessária. Neste contexto, entende-se por dados
primários aqueles dados ou informações que somente são adquiridas por intermédio de uma
observação mais customizada de diversas variáveis que podem de alguma forma impactar o
negócio de uma empresa.
Método de observação
44
DEFINIÇÃO DE PROBLEMA E OBJETIVOS DE PESQUISA DE MERCADO E SEUS MÉTODOS • CAPÍTULO 3
concorrentes e como escolhe produtos na gôndola, da direita para esquerda, ou das prateleiras
do meio para cima etc.
Esse tipo de estudo é realizado com frequência junto ao público infantil para a avaliação de
brinquedos, levando em conta que este público tem dificuldade de verbalizar suas opiniões
sobre os produtos.
As críticas comuns a esse método são o subjetivismo na análise do pesquisador para concluir
os fatos decorrentes da observação e a grande quantidade de casos que devem ser observados
para garantir consistência e representatividade ao estudo.
Pessoal – o inquérito pessoal é o método de coleta de dados mais largamente utilizado em pesquisa
de marketing, pois com ele se obtém o maior número de informações possíveis do entrevistado,
embora haja sempre uma caracterização da artificialidade da situação e possível influência do
entrevistador sobre o entrevistado.
Telefone – a pesquisa efetuada por telefone tem a vantagem de ser um meio rápido de obter
informações, porém a prática evidencia que há um maior desinteresse por parte dos entrevistados
em responder, ocorrendo um maior número de recusas do que na entrevista pessoal.
Correspondência – este método de coleta de dados pode atingir longo alcance em termos
geográficos e de amplitude da amostra. No entanto, exige que o questionário a ser respondido
seja claro e sintético para não suscitar dúvidas impossíveis de serem resolvidas. A experiência
mostra que o retorno de questionários nas pesquisas efetuadas por correspondência é baixo
e lento, o que implica o fator custo, pois é necessário enviar um número de correspondências
muito maior do que a amostra para se obter um volume de respostas satisfatório.
Por este método, há a interação entre o consumidor e um computador, que pode estar em
um supermercado, por exemplo, ou em residências e empresas via internet. Nesse caso, no
microcomputador há um programa que contém um questionário e instruções para que o
consumidor digite as respostas a respeito de produtos, serviços, hábitos e atitudes de consumo etc.
45
CAPÍTULO 3 • DEFINIÇÃO DE PROBLEMA E OBJETIVOS DE PESQUISA DE MERCADO E SEUS MÉTODOS
As principais vantagens e desvantagens de cada método de coleta de dados podem ser observadas
no quadro a seguir:
Observação
Vantagens Desvantagens
Detectar o comportamento natural de consumo. Interpretação subjetiva do pesquisador.
Utilidade nos estudos junto ao público infantil
(dificuldade de verbalização). Dificuldade na generalização dos dados.
Pode ser disfarçada. Não detecta motivações e atitudes de consumo.
Entrevista pessoal
Vantagens Desvantagens
Controle da amostragem. Alto custo.
Possibilidade de instruir o entrevistado. Segmentos de difícil acesso.
Pode incluir a observação. Treinamento de pessoal de campo.
Possibilidade de entrevista de longa duração.
Pesquisa por correspondência
Vantagens Desvantagens
Possibilita grande abrangência na amostragem. Baixo retorno.
Entrevistado tem mais tempo para responder. Custos de incentivos para cooperação.
Equipes menores para o projeto. Não há possibilidade de instrução/resolução de dúvidas.
Necessidade de mailing atualizado.
Métodos interativos (internet e multimídia)
Vantagens Desvantagens
Rapidez na coleta simultânea de dados de vários
locais/países. Não há controle sobre a distribuição amostral.
Diminuição dos erros decorrentes da interferência
humana. Problemas no autopreenchimento.
Estudos exploratórios
Os estudos exploratórios, também denominados desk reserch, têm como principal característica
a informalidade, a flexibilidade e a criatividade, e neles procura-se obter o primeiro contato com
a situação a ser pesquisada ou um melhor conhecimento sobre o objeto em estudo, levantado
46
DEFINIÇÃO DE PROBLEMA E OBJETIVOS DE PESQUISA DE MERCADO E SEUS MÉTODOS • CAPÍTULO 3
Em um projeto de pesquisa, o estudo exploratório pode ser essencial como o primeiro passo para
se determinar uma situação de mercado a partir da obtenção de informações sobre a concorrência,
produtos existentes, evolução e tendências de um segmento específico em que se pretenda atuar.
Suponha que uma empresa alimentícia que comercializa torradas e biscoitos queira aumentar
sua linha de produtos fabricando e comercializando também geleias. Certamente haveria a
necessidade inicial de um estudo exploratório para se tomar conhecimento das principais empresas
que atuam nesse segmento de mercado, quais os produtos comercializados e diferenciais, preços
praticados, participação de mercado, estratégias de distribuição, vendas e comunicação adotadas
pelas empresas, entre outras informações. Isso pode estar disponível em revistas especializadas,
jornais, publicações diversas, pesquisas e casos realizados.
A grande vantagem do estudo exploratório é obter informações a baixo custo, já que possibilita
a investigação de informações existentes e de conversas informais. Porém, sua desvantagem é a
possível obsolescência dessas informações, por falta de atualização ou a inexistência de dados
fundamentais. Esse fato é relevante no Brasil, onde há dificuldades na obtenção de dados recentes
em órgãos oficiais.
Estudos descritivos
Os estudos descritivos, também chamados pesquisas ad-hoc, como diz o próprio nome, procuram
descrever situações de mercado a partir de dados primários, obtidos originalmente por meio de
entrevistas pessoais ou discussões em grupo, relacionando e confirmando as hipóteses levantadas
na definição do problema de pesquisa, respondendo, por exemplo, às seguintes questões das
relações de consumo:
47
CAPÍTULO 3 • DEFINIÇÃO DE PROBLEMA E OBJETIVOS DE PESQUISA DE MERCADO E SEUS MÉTODOS
» Onde? Em que ponto de venda ele efetua a compra e quais os canais de distribuição
mais eficientes.
» Por quê? Quais os motivos de compra e preferências pelos produtos e serviços utilizados
e quais as influências na decisão de compra.
Quem Who
Onde Where
Quando When
Como How
Estudos descritivos
Estatísticos (quantitativos) De caso (qualitativo)
O estudo descritivo estatístico, ou pesquisa O estudo descritivo de caso, ou pesquisa qualitativa, buscará
quantitativa, buscará uma análise quantitativa compreender as relações de consumo “em profundidade”.
das relações de consumo, respondendo à Sendo-lhe atribuída a análise qualitativa das informações
questão “Quanto?” para cada objetivo proposto obtidas, objetivando identificar as motivações de consumo,
no projeto de pesquisa. respondendo as questões: “Como as pessoas compram?”,
“Por que compram?”, “Que imagem tem das marcas e dos
produtos?”, “Quais os valores e os preconceitos percebidos?”.
O caso a seguir mostrará a necessidade de aplicação dos dois tipos de pesquisa descritiva –
quantitativo e qualitativo:
Definição do problema
Uma empresa de informática deseja lançar no mercado um software, gerenciador de banco de dados, dirigido a professores.
O produto apresenta como principais benefícios: armazenamento, seleção e impressão de questões para a elaboração de
provas e exercícios com rapidez e qualidade de apresentação.
A empresa não dispõe de dados sobre a demanda deste tipo de produto, desconhece as características do público-alvo,
professores de escolas particulares e suas preferências com relação às características do produto.
48
DEFINIÇÃO DE PROBLEMA E OBJETIVOS DE PESQUISA DE MERCADO E SEUS MÉTODOS • CAPÍTULO 3
O propósito deste projeto de pesquisa é identificar a oportunidade de mercado para o produto em questão, avaliando o
potencial de mercado e as características de segmentação.
Objetivo primário
Avaliar o potencial de mercado para o software, gerenciador de banco de dados, junto a professores de Nível Médio de
escolas particulares.
Objetivos secundários
Metodologia
Para um primeiro contato com a situação em estudo, será realizado um estudo exploratório a fim de identificar produtos
concorrentes a avaliar as tendências do mercado de produtos de informática para a área educacional.
Fase qualitativa
Ainda como fase preliminar, será realizado um estudo descritivo qualitativo, por meio de discussões em grupo com
professores, para melhor conhecer a relação professor/avaliação, possibilitando adequar linguagem e formular hipóteses
para um posterior estudo quantitativo.
Fase quantitativa
Para avaliar o potencial de mercado e identificar segmentos receptivos, será realizado um estudo descritivo quantitativo
junto a amostra representativa de professores do Nível Médio de escolas particulares da cidade de São Paulo.
a. Estudo exploratório
A partir de pesquisa em fontes de dados secundários (já disponíveis), publicações das áreas de informática e educação,
entrevistas com especialistas e investigação de estudos já realizados sobre o perfil do usuário de informática e aplicações da
informática na área de educação.
Será utilizada a técnica de discussão em grupo (de oito a dez professores) reunidos em sala de espelhos, com a presença de
um moderador especializado na condução deste tipo de estudo.
49
CAPÍTULO 3 • DEFINIÇÃO DE PROBLEMA E OBJETIVOS DE PESQUISA DE MERCADO E SEUS MÉTODOS
Entrevista pessoal por meio da aplicação de questionário estruturado junto a amostra representativa de professores do Nível
Médio de escolas particulares da cidade de São Paulo.
Os estudos experimentais procuram estabelecer uma relação de causa e efeito entre variáveis
em estudo de forma prática. São conclusões que dificilmente poderão ser obtidas por estudos
exploratórios ou descritivos.
Estes estudos vêm sendo cada vez mais utilizados em pesquisa de mercado, no entanto, sua
aplicabilidade prática é de alto custo e seus resultados difíceis de serem obtidos com a exatidão
desejada, para evidenciar causalidades.
Os testes de mercado, em que os produtos são colocados à venda em áreas selecionadas para
avaliação do potencial de demanda, provocam alteração das variáveis de marketing, como o
nível de propaganda, preços e promoções durante determinado período de tempo para ressaltar
os possíveis efeitos provenientes dessa manipulação ou controle de variáveis. As pesquisas
contínuas ou evolutivas, que são executadas por meio de auditoria domiciliar ou em lojas, a
partir de amostras representativas, em intervalos de tempo, também são consideradas estudos
experimentais.
A seleção das unidades de testes pode ser aleatória e executada de forma probabilística quando
se pretende dar representatividade estatística para o projeto, e pode também seguir critérios
subjetivos ou de conveniência, dependendo dos objetivos do estudo e das condições para realizá-lo.
Nos estudos experimentais, além das unidades de testes que serão submetidas ao tratamento
determinado, pode haver também unidades que são utilizadas para comparação dos resultados
obtidos a partir das medições. Tais unidades são denominadas grupos de controle. Se realizamos
uma alteração na embalagem de nosso produto e o colocamos à venda em determinados pontos
para analisar as reações dos consumidores por um período, podemos manter também alguns
pontos de venda com produtos sem a alteração da embalagem, pontos estes similares aos que
receberam os produtos com alteração para comparar as vendas do grupo experimental e do grupo
50
DEFINIÇÃO DE PROBLEMA E OBJETIVOS DE PESQUISA DE MERCADO E SEUS MÉTODOS • CAPÍTULO 3
A grande dificuldade do estudo experimental é o controle das variáveis para atestar relação de
causa e efeito, pois sabemos que há variáveis incontroláveis que podem estar presentes e não
ser identificadas na análise dos resultados. Como exemplo de variável incontrolável, citamos
possíveis ações promocionais da concorrência ou a adoção de medidas econômicas, como
congelamento de preços durante a realização de um projeto experimental.
Resumo
Neste capítulo, vimos como se dá a definição do problema de pesquisa e a partir dele determinar
os objetivos da pesquisa; Vimos a diferenciação entre os dados secundários e os dados primários;
Vimos o detalhamento dos métodos de coleta de dados, como: método de observação, método
de inquérito ou contato e método interativo, mostrando também suas aplicações, vantagens e
desvantagens; e vimos, também, o detalhamento e divisões dos métodos de pesquisa – descritiva,
exploratória e experimental ou causal, e também suas aplicações.
51
CAPÍTULO
MODELOS E MÉTODOS DE
COLETA DE DADOS EM PESQUISA
MERCADOLÓGICA 4
Apresentação
Neste quarto capítulo, serão apresentados os modelos e métodos para a coleta de dados, visando
uma maior compreensão do público-alvo. Para isto, inicialmente serão abordados os tópicos
centrais sobre o comportamento do consumidor até a fidelização de clientes e a definição de
segmentação de mercado. Posteriormente será abordada a metodologia para elaboração de
formulários para a coleta de dados, que podem ser questionários ou roteiros. E por fim, serão
demonstrados os principais modelos de perguntas e um modelo de questionário.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
52
MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA • CAPÍTULO 4
Os clientes precisam ser tratados como indivíduos, tal como você gostaria de ser tratado, se você
quiser conquistá-los e mantê-los fiéis, para sua organização se expandir e prosperar.
A estratégia de marketing deve visar tanto os novos clientes quanto a manutenção dos atuais.
Neste contexto o cliente fiel apresenta um comportamento de compra, com compras regulares e
repetidas que se difere de um comprador eventual e sem um vínculo com a empresa. Geralmente,
esses clientes fiéis são imunes aos apelos da concorrência.
Segundo Godri (1998), a fidelidade do cliente percorre sete estágios, como: suspeito, prospecto
(pretendente), prospecto qualificado, comprador, cliente eventual, cliente regular e defensor.
Para uma empresa, sempre que um cliente efetua uma compra, é uma oportunidade de conquistar
a sua fidelidade. A atitude e o acompanhamento deste são essenciais para o desenvolvimento
de clientes fiéis.
Níveis elevados de satisfação dos clientes não refletem necessariamente em compras regulares
e aumento nas vendas. Essa relação dependerá do tipo de produto ou serviço e da relação de
necessidade que o cliente tem com este. Dependendo do produto ou serviço, o cliente pode
readquirir centenas de vezes durante o relacionamento com a empresa. E, a cada reaquisição,
existe a oportunidade de fortalecer o vínculo com o cliente.
Portanto, o índice de fidelidade é definido pelo nível de vínculo entre cliente/empresa, que pode
ser refletido em compras regulares.
53
CAPÍTULO 4 • MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA
Antes de qualquer estratégia para conhecer ou fidelizar seus clientes, uma empresa precisa ter
funcionários fiéis: “Ninguém consegue tratar bem um cliente depois de ter sido maltratado pelo
seu chefe”. (GODRI, 1998).
Os planos de marketing precisam ser concebidos de forma a maximizar a fidelidade dos clientes,
por meio de programas de relacionamento. Como efeito, além da retenção do cliente, este ainda
pode fazer a propaganda boca a boca, que é uma forma eficaz de atrair novos clientes. Geralmente,
os clientes indicados exigem menos esforço de vendas, pois já chegam prontos para comprar e
por isso são mais propensos à fidelização. Por outro lado, os clientes perdidos não representam
apenas a perda de uma venda; representam a perda, em alguns casos, de dezenas ou centenas
de vendas futuras.
No que tange ao relacionamento com o cliente, uma resposta imediata a uma reclamação
significa muito para a manutenção de um cliente. Ouvir e analisar as reclamações pode ajudar
uma empresa a ter clientes mais satisfeitos e mais fiéis. Ouvir é sempre melhor do que não ouvir,
pois neste caso a empresa sempre poderá resolver uma reclamação, pois, caso contrário, será
difícil resolver um problema que não se dá conta que existe. Portanto, ouvir e agir são tarefas
indispensáveis para lidar e contentar os clientes insatisfeitos, visando mantê-los fiéis.
As empresas podem aprender a manter seus clientes fiéis, a partir de suas próprias experiências
anteriores e também da análise dos relacionamentos entre seus concorrentes e clientes.
Antes de buscar fidelizar clientes, uma empresa deve procurar fidelizar seus funcionários, para
que estes posam ser seus principais divulgadores e defensores.
54
MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA • CAPÍTULO 4
O processo de decisão de compra pode ser dividido em etapas ou fases, como a seguir:
O processo de decisão de compra também pode ser dividido quanto a sua frequência e complexidade,
em que quanto maior o custo e o tempo de uso de um bem a ser adquirido, maior também é o
critério para a decisão de compra, como podemos observar na figura a seguir:
55
CAPÍTULO 4 • MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA
Os exemplos para ilustrar uma solução rotineira, podem ser as compras do mês ou outros
produtos de uso frequente, como gás de cozinha, água etc. Os exemplos tendendo para uma
solução limitada, podem ser roupas, calçados e outros artigos que não tenham um valor elevado
e sua compra se reflete em uma frequência moderada. E os bens que representam uma solução
extensa podem ser alguns aparelhos eletrônicos, como televisão, computador, ou eletroeletrônicos,
como geladeira etc. e em um grau mais elevado podemos citar como exemplo a compra de um
automóvel ou de um imóvel para a família, cujos critérios para a escolha são bem mais apurados.
A pesquisa de mercado, de uma forma geral, busca identificar o que, onde, como quanto e
porque os consumidores compram, mas descobrir o porquê os consumidores compram não é
uma resposta fácil, pois fica trancada em cada cabeça de cada consumidor.
Ainda segundo Kotler e Armstrong (2010), o processo de compra dos consumidores é extremamente
influenciado pelas características culturais, sociais, pessoais e psicológicas, em que, na maior
parte das vezes, os profissionais de marketing não podem controlar esses fatores, mas devem
levá-los em consideração em suas decisões mercadológicas.
Uma breve descrição de cultura, subcultura e classe social, segundo Kotler e Armstrong (2010):
56
MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA • CAPÍTULO 4
Cultura
Subcultura
Classe social
Cientistas sociais, ao longo do tempo, buscam identificar essa estratificação social. Para Karl
Marx, um dos mais influentes cientistas sociais, as classes eram divididas em burguesia (donos
dos instrumentos de produção), proletariado (classe que vendia sua força de trabalho para seu
sustento) e camponeses (classe baseada na cultura de subsistência). Já segundo Max Weber,
outro importante cientista social, as classes eram divididas em:
» Estratificação econômica: baseada na posse de bens materiais, fazendo com que haja
pessoas ricas, pobres e em situação intermediária.
57
CAPÍTULO 4 • MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA
A estratificação social sempre esteve presente desde os primeiros grupos de indivíduos (homens das
cavernas) até nossos tempos. A revolução industrial e a transformação dos sistemas econômicos
acentuaram a desigualdade social, principalmente depois do advento do capitalismo.
Renda média – some o salário de todos e divida pelo numero total de moradores da residência.
Fatores sociais
Neste contexto, uma pessoa é influenciada diretamente pelo grupo social que pertence e
indiretamente pelo grupo social que admira ou pretende pertencer. Isso justifica os apelos de
marketing a públicos selecionados, como atletas e artistas influenciando o comportamento de
compra de praticante de esportes e amantes do cinema e televisão.
O papel social também é um grande influente. Entende-se por papel social, cada uma das atividades
que um indivíduo exerce em cada grupo social que participa e esse papel é influenciado pelas
expectativas que a sociedade tem sobre ele. Neste caso, uma pessoa representa múltiplos papeis
sócias, como no trabalho, em casa, na escola, no clube etc. e, em cada um desses papéis, esse
indivíduo deve se comportar, se vestir e partilhar hábitos de cada grupo social. Os profissionais
de marketing precisam estar atentos aos papéis sociais de seus públicos para atendê-los da
melhor forma possível e superar suas expectativas.
58
MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA • CAPÍTULO 4
Os profissionais de marketing também devem estar atentos aos fatores pessoais e psicológicos,
como idade e estágio no ciclo de vida; ocupação; situação financeira; estilo de vida; personalidade
e autoimagem; motivação; percepção; aprendizagem; crenças e atitudes, pois esses fatores
também influenciam o comportamento de compra do consumidor.
De um modo geral, o consumidor do século XXI está cada vez mais informado, ciente de seus
direitos e com mais opções de consumo, portanto, agradá-lo é uma tarefa difícil, porém, fidelizá-
lo é uma busca constante dos profissionais de marketing.
Segmentação de mercado
Os autores Samara e Barros (2002) ainda afirmam que a complexidade empregada pela crescente
segmentação de mercado acaba aumentando a importância do sistema de informação de
marketing:
O mercado bem escolhido aumenta a probabilidade de uma empresa se posicionar com eficácia
e qualificar com sucesso as suas estratégias de divulgação e promoção de vendas. Neste contexto,
a pesquisa de mercado é um instrumento fundamental para que a empresa possa focalizar o
seu mercado adequado.
O atendimento aos clientes começa pela visão que a empresa tem deles. No mercado atual,
complexo e competitivo, uma empresa deve buscar a vantagem competitiva, primordialmente
escolhendo com rigor seu cliente, ou seja, seu seguimento de mercado e seu público-alvo, para
conjuntamente aprender com ele.
Visando a obtenção de informações para a inteligência de marketing, uma empresa deve treinar
seus funcionários que têm dentre suas atribuições o contato com o cliente, para que estes
formulem as perguntas certas e as aplique no momento adequado.
59
CAPÍTULO 4 • MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA
Não existe um modelo que seja universal ou ideal para qualquer tipo de coleta de dados. Cada
projeto exige uma adequação criativa na formulação de perguntas, cujas respostas atendam
todos os objetivos propostos.
Devem-se evitar as falhas no momento de elaboração dos formulários de coleta de dados, pois
estas podem comprometer seu resultado. Para isto, segundo Samara e Barros (2002), deve-se
observar os seguintes pontos:
» Simular as possíveis respostas para cada pergunta para verificar se não há ambiguidades
ou falta de alternativas.
Quando um questionário é elaborado com uma sequência lógica de perguntas, dizemos que ele é
estruturado. Geralmente, este tipo de questionário não pode sofrer interferência do entrevistador,
pois as perguntas são feitas exatamente como estão escritas no formulário de coleta de dados.
Existem vários tipos de perguntas, como perguntas fechadas, perguntas abertas, perguntas
semiabertas, pergunta dicotômica, perguntas encadeadas, perguntas com matriz de resposta,
60
MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA • CAPÍTULO 4
entre outras, que podem ser aplicadas tanto em um questionário quanto em um roteiro. Segundo
Samara e Barros (2002), os exemplos de perguntas e escalas, são:
Perguntas fechadas: nas perguntas fechadas são fornecidas as possíveis respostas ao entrevistado,
sendo que apenas uma alternativa de resposta é possível.
Exemplo:
( ) Outro ( ) Nenhum
Perguntas abertas: neste tipo de pergunta, o entrevistado responde livremente o que pensa
sobre o assunto.
Exemplo:
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Pergunta semiaberta: a pergunta semiaberta é a junção de uma pergunta fechada a uma aberta
em que, em um primeiro momento, o entrevistado responde a uma das opções de alternativas
e depois justifica ou explica a sua resposta.
Exemplo
( ) __________
Por quê?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Exemplo:
( ) Sim ( ) Não
61
CAPÍTULO 4 • MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA
Exemplo
( ) Sim ( ) Não
Pergunta com matriz de resposta; neste caso, monta-se um quadro para facilitar a resposta do
entrevistado.
Exemplo:
Botafogo
Recreio
Jacarepaguá
Campo Grande
Tijuca
Exemplo:
Caso o Sr.(a) fosse mudar de casa, qual bairro escolheria em 1o, 2o e 3o Lugares?
Exemplo
62
MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA • CAPÍTULO 4
Por favor, indique a sua preferência por marcas de veículos, numerando de 1 a 5, sendo 1 para
a de maior preferência e 5 para a menor preferência.
1.___________ 2.___________
3.___________ 4.___________
5.___________
Exemplo:
“Quando eu menciono indústria farmacêutica, qual nome lhe vem primeiro à cabeça?”
Lembra-se de outras?
( ) Sim ( ) Não
Escala de Likert
CT CP NA DP DT
Tenho costume de adquirir produtos por impulso. 5 4 3 2 1
Sempre pesquiso sobre a satisfação dos outros sobre um produto que desejo. 5 4 3 2 1
Onde:
» CT = Concordo totalmente.
» CP = Concordo parcialmente.
» NA = Não concordo nem discordo.
» DP = Discordo parcialmente.
» DT = Discordo totalmente.
63
CAPÍTULO 4 • MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA
Escala itemizada
Exemplo:
Com relação ao grau de satisfação com seu atual plano de saúde, você afirmaria que está:
( ) totalmente satisfeito.
( ) parcialmente satisfeito.
( ) parcialmente insatisfeito.
( ) totalmente insatisfeito.
Exemplo:
Qual a chance de você adquirir a marca “Y” na próxima compra desse tipo de produto?
( ) certamente comprarei.
( ) possivelmente comprarei.
Modelo de questionário
( ) sim [1]
( ) de 6 a 10 anos [2]
64
MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA • CAPÍTULO 4
( ) nacional [1]
( ) Ford [1]
( ) Chevrolet [2]
( ) VW [3]
Intenção de compra
( ) sim [1]
( ) sim [1]
( ) Ford [1]
( ) Chevrolet [2]
( ) VW [3]
Imagem do fabricante
Ford
Responder este bloco, somente que possui veículos da marca Ford (p4=1).
p10. Você costuma encontrar peças e acessórios para o seu veículo com facilidade?
( ) sim [1]
( ) não [2]
p11. Dos serviços abaixo, oferecidos pelas concessionárias, quais você destacaria. Selecionar apenas 3.
( ) atendimento/recepção
( ) lanternagem
( ) pintura
( ) mecânica
65
CAPÍTULO 4 • MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA
p12. Dentre as características de um veículo descritas abaixo, qual a que você acha mais importante. Numere de 1 a 5 de
acordo com o grau de importância.
( ) confiabilidade
( ) conforto
( ) esportividade
( ) segurança
( ) velocidade/agilidade
Chevrolet
Responder este bloco, somente que possui veículos da marca Chevrolet (p4=2).
p15. Você costuma encontrar peças e acessórios para o seu veículo com facilidade?
( ) sim [1]
p16. Dos serviços abaixo, oferecidos palas concessionárias, quais você destacaria. Selecionar apenas 3.
( ) atendimento/recepção
( ) lanternagem
( ) pintura
( ) mecânica
p17. Dentre as características de um veículo descritas abaixo, qual a que você acha mais importante. Numere de 1 a 5 de
acordo com o grau de importância.
( ) confiabilidade
( ) conforto
( ) esportividade
( ) segurança
( ) velocidade/agilidade
VW
p20. Você costuma encontrar peças e acessórios para o seu veículo com facilidade?
( ) sim [1]
66
MODELOS E MÉTODOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISA MERCADOLÓGICA • CAPÍTULO 4
p21. Dos serviços abaixo, oferecidos palas concessionárias, quais você destacaria. Selecionar apenas 3.
( ) atendimento/recepção
( ) lanternagem
( ) pintura
( ) mecânica
p22. Dentre as características de um veículo descritas abaixo, qual a que você acha mais importante. Numere de 1 a 5 de
acordo com o grau de importância.
( ) confiabilidade
( ) conforto
( ) esportividade
( ) segurança
( ) velocidade/agilidade
Disponível em: <www.freela.com.br/anexos/708/-1839959057.doc> Acesso em: 25 de março de 2012.
Resumo
Neste penúltimo capítulo, vimos os modelos e métodos para a coleta de dados, focados na
maior compreensão do público-alvo e suas relações com o comportamento do consumidor até a
fidelização de clientes e a definição de segmentação de mercado. Vimos também a metodologia
para elaboração de formulários para a coleta de dados, que podem ser questionários ou roteiros.
E, por fim, vimos os principais modelos de perguntas e um modelo de questionário.
67
CAPÍTULO
A ANÁLISE AMBIENTAL 5
Apresentação
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
68
A ANÁLISE AMBIENTAL • CAPÍTULO 5
Conforme vimos nos capítulos anteriores, a empresa precisa estar “abastecida” com informações
sobre seus clientes e estas informações não podem ser simples dados colhidos aleatoriamente.
A empresa precisa de um fluxo de informações contínuo e sistematizado para orientar seus
profissionais de marketing na definição das estratégias mais adequadas para conquistar e reter
clientes num ambiente em constante mudança. São estas preciosas informações que o SIM,
visto no capítulo 2, deve fornecer.
Neste capítulo, vamos detalhar um pouco este ambiente de negócios e as principais ferramentas
que são utilizadas pelos profissionais de marketing para administrarem seus negócios.
O ambiente externo de marketing e suas forças podem ser entendidos como variáveis incontroláveis.
A empresa individualmente não pode afetar as forças econômicas, demográficas, socioculturais,
político-legais, naturais e tecnológicas do macroambiente. Na maioria das vezes, também não
pode definir como atuarão seus mercados, públicos, fornecedores e intermediários de marketing
que, juntamente com a própria empresa, formam o microambiente de marketing. (LIMA, 2012)
Porém, apesar de essas forças serem variáveis incontroláveis, as empresas podem tratá-las de
diversas maneiras. Kotler e Armstrong (2010) citam uma frase que ilustra isso: “Há três tipos de
empresas: as que fazem as coisas acontecerem, as que observam as coisas acontecerem e as que
se perguntam o que aconteceu”.
As empresas, de um modo geral, podem adotar uma postura passiva ou ativa diante das alterações
mercadológicas. Essas empresas analisam as forças ambientais para tentar reagir e desenvolver
estratégias para evitar as ameaças e tirar proveito das oportunidades oferecidas pelo ambiente.
Os ambientes de marketing
Philip Kotler nos mostra a abrangência dos ambientes de marketing, para um melhor entendimento.
69
CAPÍTULO 5 • A ANÁLISE AMBIENTAL
Ainda segundo Kotler (2000), o ambiente geral (macroambiente) é formado por seis componentes:
ambiente demográfico, ambiente econômico, ambiente natural (meio ambiente), ambiente
tecnológico, ambiente político-legal e ambiente sóciocultural. Também chamado de variáveis
incontroláveis, que Segundo Kotler “macroambientes são os fatores incontroláveis aos quais as
empresas adaptam-se por meio de utilização dos fatores controláveis: o composto de marketing”.
Esses ambientes contêm forças que podem produzir um impacto importante sobre a empresa.
Os participantes do mercado devem prestar muita atenção nas tendências e nos acontecimentos
desses ambientes e realizar ajustes oportunos em suas estratégias de marketing.
Exemplos:
Outro exemplo é a lei que determina que não devem haver postos de combustíveis a menos de
50 metros um do outro. Se a mesma lei for enquadrada para outros segmentos, pode impactar
em muitos negócios. Ou que proíbe motéis em área residencial.
O ambiente sóciocultural influi quando, por exemplo, uma franquia de lanchonete (McDonalds)
não pode vender hambúrgueres de carne bovina na índia, pois lá este animal é sagrado. Da
mesma forma que nós também não comemos insetos como os tailandeses. Serve para as áreas
de alimentação, vestuário etc.
Ambiente demográfico – seria um erro colocar uma pós-graduação no sertão, onde o nível de
escolaridade é baixo. Da mesma forma, seria uma oportunidade colocar uma agência funerária
em área de alto índice de mortalidade.
70
A ANÁLISE AMBIENTAL • CAPÍTULO 5
EUODEIOSUAEMPRESA.COM
Certo dia, em 1997, Richard Hatch, discutiu com um funcionário da Wal-Mart nos Estados Unidos
e foi expulso da loja. Hatch garante que suas atitudes não justificavam a expulsão. Segundo ele,
que colecionava miniaturas, há meses reclamava para os gerentes da loja de que os funcionários
estavam pegando os melhores Hot Wheels e Nascar – carrinhos para colecionadores – antes de
esses chegarem às gôndolas.
O Wal-Mart não tomou nenhuma providência e Hatch, o cliente irritado, partiu para retaliação. Ele
criou o site Eu odeio o Wal-Mart (www.walmartsucks,com). Em pouco tempo o site foi além dos
sonhos de vingança de Hatch. Mais de 1.500 clientes escreveram para o site atacando de maneira
grosseira gerentes de loja, reclamando de insetos em seus corredores, oferecendo dicas de como
furtar lojas e, até, escrevendo poesias românticas para as caixas.
Um caso isolado? Não mesmo. À medida que grupos de consumidores atentos ou irritados levam suas
queixas para web os ‘euodeiosuaempresa.com’ estão se tornando um lugar comum. Uma recente
busca no Google para a palavra odeio e similares encontrou 3.400.000 hits. Esses sites atingem
empresas respeitadas, que recebem nomes extremamente desrespeitosos: I Hate McDonald’s; Just
Do Not Do It (Nike); The Unoficial BMW Lemos Site são alguns exemplos. No Brasil, também temos
uma série de sites da linha do euodeio.com. O setor campeão é o das comunicações: euodeioaclaro;
euodeioatelemar;euodeioaoi entre outros.
Alguns desses sites de ataque são pouco mais que um incômodo. Outros, entretanto, podem chamar
a atenção e criar uma dor de cabeça de verdade. “os mesmos que ficavam em esquinas protestando
71
CAPÍTULO 5 • A ANÁLISE AMBIENTAL
contra coisas para vinte pessoas agora criam um website e protestam para dois milhões”, disse
William Comcowich, cuja empresa ajuda outras a monitorar o que é dito sobre elas na internet.
Como as empresas devem reagir a esses sites de ataque? O maior problema para as empresas
atingidas é calcular até onde podem ir para proteger sua imagem sem oferecer combustível a esses
sites. Há um ponto no qual todos os especialistas parecem concordar: não tente revidar na mesma
moeda. Um consultor avisa: “Evite maiores problemas ou, em outras palavras, evite a vontade de
bater de frente com alguém que está fazendo algo de que você não gosta. A Web é completamente
desregulamentada. Não se deixe irritar a ponto de fazer tolices”.
Algumas empresas tentaram silenciar as críticas por meio de processos, mas essa tática não deu
muito certo. Por exemplo, os advogados do Wal-Mart ameaçaram Hatch com um processo caso
ele não acabasse com seu site. Entretanto, Hatch ignorou a ameaça e o Wal-Mart teve que recuar.
Pois, a empresa só tem respaldo legal quando sua marca registrada, seu nome de marca ou outras
propriedades intelectuais forem utilizadas sem utilização e estiverem confundindo o público. Além
dessas questões legais, o Wal-Mart concluiu que um processo apenas faria com que o site de Hatch
atraísse mais atenção.
De acordo com um analista do setor: “As pessoas que mantêm site de ódio adoram mostrar cartas
do tipo ‘desista imediatamente’ que recebem dos advogados das empresas. Essas cartas legitimam
sua luta pela causa, qualquer que seja, e elas podem usá-la para levantar outros pontos negativos
da empresa. Essas pessoas adoram essa atenção”.
Devido às dificuldades de processar os sites de ódio, algumas empresas têm tentado outras
estratégias. Muitas grandes organizações, hoje em dia, compram endereços de sites com o nome da
sua empresa precedido pelas palavras ‘eu odeio’ numa tentativa de bloquear esses ataques de ódio.
Outras empresas que já foram atingidas procurar se informar sobre as preocupações expressas nos
sites de ódio e desenvolvem apresentações para contar a sua versão da história.
72
A ANÁLISE AMBIENTAL • CAPÍTULO 5
irritado pretendia vende-lo, pois considerava que a empresa estava considerando as queixas e
solucionando-as.
As empresas atuam num ambiente de marketing com forças e tendências, que geram oportunidades
e ameaças. Essas forças são chamadas de fatores ou variáveis incontroláveis que, conforme vimos
no item anterior, demandam uma ação por parte da empresa seja num modo proativo ou reativo.
De acordo com Kotler e Keller (2006), as empresas bem-sucedidas têm uma atitude proativa e
preocupam-se em reconhecer as necessidades e tendências não atendidas e tentar aproveitá-las
de forma lucrativa.
John Naisbitt nos fez refletir sobre a necessidade de contrabalancear o high tech (tecnologia) e o high touch (interação
humana). Para ele, havia uma tendência de priorizar o valor pessoal para compensar a natureza impessoal da tecnologia.
Já Faith Popcorn previu o surgimento do Encasulamento, que se refere à síndrome do ficar-em-casa, e o fenômeno do Sair
Fora, no qual as pessoas abandonam a corrida maluca do mundo empresarial em busca de uma melhor qualidade de vida.
Ela também previu a demanda de alimentos frescos, a entrega domiciliar e o desejo das pequenas indulgências.
Hoje, todas essas tendências são realidades nas nossas vidas. Tendências, que para os mais atentos, geraram negócios
promissores que rendem lucros e crescimento. O Encasulamento gerou o crescimento do sistema de delivery. São entregues
em casa todos os tipos de produtos. Podemos pedir desde pizza até remédios e produtos de supermercado por telefone ou
via web, e, em menos de 30 minutos, estão na nossa mão. Quais tendências mais tem chamado a sua atenção?
Fonte: Adaptado de: (http://www.mundosebrae.com.br/2010/11/voce-esta-atento-as-tendencias).
73
CAPÍTULO 5 • A ANÁLISE AMBIENTAL
Segundo Lima (2012), podemos fazer distinção entre modismos, tendências e megatendências.
Um modismo tem curta duração, normalmente não pode ser previsto e não tem significado
social, econômico e político.
Já uma tendência é mais duradoura e mais previsível. A tendência costuma “dar pistas” de como
será o futuro. A tendência pode ser entendida como uma sequência de eventos com certa força e
durabilidade. De acordo com Faifh Popcorn, autora de best-seller sobre o assunto, uma tendência,
além de se manter por muito tempo, pode ser observada em diferentes áreas de mercado e
atividades de consumidores e é consistente com outros indicadores que ocorrem ao mesmo
tempo. Essa autora identificou várias tendências para o mercado americano, como a tendência ao
encasulamento e às pequenas indulgências. Nesse sentido, veja o quadro – Tendências segundo
Faith Popcorn.
2. Viver: desejo de viver mais e desfrutar mais a vida. Os profissionais de marketing podem aproveitar as oportunidades
geradas por essa tendência desenvolvendo produtos e serviços mais saudáveis ou que remetam para um estilo de vida
mais saudável.
3. Mudança de vida: desejo de seguir um estilo de vida mais simples e menos agitado. Essa tendência é marcada por uma
volta nostálgica aos valores da cidade do interior.
4. Formação de clãs: crescente necessidade de se associar e pertencer a grupos para enfrentar um mundo cada vez mais
caótico.
5. Encasulamento: impulso de proteção contra uma realidade assustadora. As pessoas estão transformando suas casas em
ninhos: fazendo compras por catálogos, ficando em casa e assistindo a programas na TV.
6. Aparentar menos idade: tendência de as pessoas agirem e se sentirem mais jovens que sua idade cronológica. As pessoas
estão gastando mais com roupas joviais, tinturas para cabelos e cosméticos que prometam uma aparência mais jovem
7. Egonomia: desejo de proporcionar a si mesmo posses e experiências. A egonomia dá aos profissionaqis de marketing a
oportunidade de oferecer bens e produtos customizados.
8. Aventura da fantasia: necessidade de encontrar válvulas de escapes emocionais para escapar da rotina diária, como ir a
safaris, comer comidas exóticas, buscar realidade virtual.
10. Queda de ícones: rejeição a grandes ícones baseada na crença “se é grande é ruim’. Para reagir a essa tendência, os
profissionais de marketing estão desenvolvendo formas de pensar, agir e parecer menor.
11. Emancipação: a emancipação dos homens do papel estereotipado de machão, distante e forte. Essa tendência é revelada
em anúncios que mostram homens cuidando com carinho dos filhos e sendo atenciosos com suas esposas.
12. 99 vidas: tentativa de aliviar as pressões do tempo fazendo muitas coisas de uma vez só.
14. S.O.S. (Salve O Social): desejo de tornar a sociedade amis responsável à educação, à ética e ao meio ambiente.
74
A ANÁLISE AMBIENTAL • CAPÍTULO 5
15. Pequenas indulgências: tendência a se satisfazer com pequenos exageros, a fim de obter um estímulo emocional
ocasional.
16. Consumidor vigilante: intolerância com produtos de baixa qualidade e serviços inadequados. Os consumidores vigilantes
querem que as empresas sejam mais conscientes. Por isso, reagem, boicotam, escrevem cartas e compram, ‘‘rodutos
verdes’.
Fonte: Adaptado pela autora de Kotler (2000, pp.160-161)
As megatendências, por sua vez, são grandes mudanças que se formam lentamente e mantêm
sua influência por bastante tempo. O conceito “megatendência” ficou conhecido por meio do
trabalho de John Naisbitt que, juntamente com sua equipe de pesquisadores, identificou dez
megatendências da contemporaneidade.
8. A era da biologia.
9. A revitalização da religião.
75
CAPÍTULO 5 • A ANÁLISE AMBIENTAL
Toda empresa apresenta pontos fortes e pontos fracos em relação à concorrência. Os pontos
fracos de uma empresa podem ser entendidos como as ameaças e seus pontos fortes como
oportunidades.
Desse modo, os profissionais de marketing precisam identificar as ameaças ao seu negócio para
poder evitá-las e identificar as oportunidades para poder aproveitá-las. E esta identificação
de oportunidades e ameaças pode ser feita pela análise dos pontos fracos e pontos fortes da
empresa. A identificação e análise destes pontos são imprescindíveis para o desenvolvimento
de estratégias da empresa e, por conseguinte, do seu planejamento.
quantidade
qualificação
Equipamentos
capacidade instalada
tecnologia
76
A ANÁLISE AMBIENTAL • CAPÍTULO 5
Finanças
recursos financeiros
possibilidade de empréstimos
Marketing
produto
preço
distribuição
propaganda
equipe de vendas
promoção
À medida que as empresas ficam maiores e as economias ficam mais complexas, a tarefa de
compreender o ambiente de marketing também fica mais complexa. Uma das ferramentas que
pode auxiliar os profissionais de marketing é a análise de SWOT que será detalhada a seguir.
Análise de SWOT
Para que possamos administrar o marketing com eficiência, é fundamental que haja um
planejamento das ações de marketing. Para isso, faz-se necessária uma análise de fatores
internos (variáveis que a empresa possa interferir ou variáveis controláveis) e externos (variáveis
incontroláveis, ou seja, variáveis que a empresa não pode interferir, mas pode se prevenir) que
podem ajudar ou atrapalhar os planos de marketing. Para esse propósito, a ferramenta gerencial
frequentemente utilizada é a Análise SWOT.
77
CAPÍTULO 5 • A ANÁLISE AMBIENTAL
Essa análise recebe também a denominação em português de Análise FOFA (forças, oportunidades,
fraquezas e ameaças). O quadro a seguir ilustra exemplos de questões do FOFA ou SWOT.
Ambiente Interno
Forças (ou potencialidades) Fraquezas
recursos financeiros falta de direção estratégica
Ambiente Externo
Oportunidades Ameaças
novos mercados potenciais nova concorrência
A análise de SWOT oferece uma estrutura útil para avaliar a empresa e seu ambiente de marketing,
pois permite “enxergar” de forma mais clara as principais oportunidades e ameaças. Essa análise
normalmente é dividida em duas partes: análise do ambiente interno e análise do ambiente
externo. (LIMA, 2012).
A análise do ambiente externo (oportunidades e ameaças), como o próprio nome diz, trata da
avaliação do ambiente externo da empresa, o que inclui importantes forças do macroambiente
(demográficas, econômicas, político-legais, tecnológicas, socioculturais e naturais) e também
inclui significativos agentes do microambiente de marketing da empresa (clientes, fornecedores,
intermediários de marketing e públicos). Essa análise exige um sistema de inteligência de
marketing, conforme tratado no nosso capítulo 2.
Como vimos, uma ameaça seria um desafio imposto por uma tendência desfavorável a ser
enfrentado pela empresa. As ameaças podem incluir novos concorrentes, nova legislação que
78
A ANÁLISE AMBIENTAL • CAPÍTULO 5
restrinja as atividades da empresa ou mudanças nas preferências dos consumidores que os afaste
dos produtos da empresa. A figura – Oportunidade e Ameaças – traz alguns exemplos dessas forças.
Exemplos de oportunidades
mudanças demográficas, políticas, sociais e econômicas
novas tecnologias
Exemplos de ameaças
alteração nos gostos e hábitos dos consumidores
novas tecnologias
declínio do produto
As ameaças podem ser classificadas de acordo com sua gravidade e probabilidade. Assim, algumas
ameaças podem ser graves e terem alta probabilidade de ocorrência, ou serem graves, mas terem
baixíssima probabilidade de ocorrerem. Outras, ainda, podem ter pouca gravidade, porém, há
chances de ocorrerem ou podem ser de pouca gravidade e pouca probabilidade de ocorrência.
Para cada uma dessas situações, a empresa deve adotar ações diferentes. Uma ameaça pouco
grave e pouco provável não requer atenção da empresa. Já uma ameaça pouco grave, mas muito
provável, ou muito grave e pouco provável requer uma atenção mais cuidadosa da empresa e
precisa ser monitorada para o caso de se tornar grave. Entretanto, uma ameaça grave e provável
exige grande atenção, pois pode prejudicar seriamente a empresa. Para lidar com esta situação
potencial, a empresa precisa de um plano de contingência com detalhamento de mudanças
possíveis antes e durante a ameaça.
Do mesmo modo que as ameaças, as oportunidades também podem ser classificadas quanto a
sua atratividade e probabilidade de ocorrência. O objetivo dessa classificação é facilitar o trabalho
dos profissionais de marketing com uma espécie de priorização que aponta as situações em que
devem focar seus esforços.
79
CAPÍTULO 5 • A ANÁLISE AMBIENTAL
Para melhor realizar essa análise de atratividade e probabilidade das oportunidades, a empresa
pode responder a quatro perguntas básicas e, a partir das respostas, avaliar quais são mais
interessantes para sua situação.
Outra espécie de classificação de oportunidades é sugerida por Kotler e Keller (2006), que dividem
as fontes de oportunidades em três:
Oportunidades de Marketing
» Uma empresa pode se beneficiar de uma tendência de convergência entre setores e lançar produtos híbridos que sejam
novos para o mercado. Ex.: fabricantes de telefone celular lançaram modelos com câmera digital.
» Uma empresa pode conseguir fornecer um produto a um preço muito mais baixo. Ex.: laboratórios farmacêuticos no Brasil
criaram versões genéricas de medicamentos antes vendidas com nomes comerciais.
» Uma empresa pode conseguir entregar um produto ou serviço mais rapidamente. Ex.: a FedEx encontrou uma maneira de
entregar correspondências e encomendas mais rapidamente que os correios.
» Uma empresa pode tornar o processo de compra mais conveniente. Ex.: os consumidores podem comprar livros, revistas e
CDs pela internet em sites como Submarino, Saraiva, Fnac, entre inúmeras outras opções.
» Uma empresa pode lançar um recurso. Ex.: os consumidores podem criar e editar filmes digitais com o iMac e carregá-los
num servidor web da Apple para compartilhar com amigos do mundo inteiro.
Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2006, p. 51).
80
A ANÁLISE AMBIENTAL • CAPÍTULO 5
É interessante observar que o fato de uma empresa ter departamento de marketing forte não
significa que ela esteja apta a se adaptar a mudanças. A orientação da empresa e o tipo de relação
entre o departamento de marketing e o resto da empresa também são fundamentais para definir
a capacidade de adaptação da empresa. Em outras palavras, dois aspectos do ambiente interno
de marketing devem ser considerados: a estrutura e os processos internos do departamento de
marketing e a relação entre a função de marketing e as outras funções da empresa.
Dentro do processo de análise de SWOT, cabe na análise do ambiente interno a avaliação das
forças e fraquezas da empresa. As forças incluem fatores como patentes, capacidade de produzir
bens e serviços a baixo custo, lealdade dos consumidores, disponibilidade de recursos financeiros.
As fraquezas podem incluir custos elevados, tecnologia obsoleta e marca pouco conhecida. A
figura a seguir traz alguns exemplos dessas forças e fraquezas.
Exemplos de forças
criatividade da equipe
marca conhecida
domínio da tecnologia
boa imagem no mercado
logística eficiente
Exemplos de fraquezas
custos elevados
administração lenta
falta de flexibilidade
preços altos
prazos longos de entrega
A análise das forças competitivas é outro importante aspecto da avaliação do ambiente da empresa.
Considerando que a maioria das empresas tem concorrentes, o profissional de marketing deve
estar sempre atento a como esta concorrência pode afetar a empresa e o setor. O modelo das
cinco forças de Michael Porter, ilustrado na figura abaixo, é bastante utilizado com essa finalidade.
81
CAPÍTULO 5 • A ANÁLISE AMBIENTAL
Os fornecedores são uma força competitiva importante, pois podem afetar o preço e a
quantidade de matéria-prima. Assim, quando poucos fornecedores controlam o mercado
82
A ANÁLISE AMBIENTAL • CAPÍTULO 5
Os fornecedores podem ser poderosos quando estão concentrados e não existem produtos
substitutos, quando o produto fornecido for uma matéria-prima importante, ou quando
os custos para mudança de fornecedor forem elevados. As empresas podem tentar se
proteger dessas situações desenvolvendo relações de parceria com os fornecedores.
Assim, enquanto um pequeno comprador pode ter que aceitar um aumento de preço do fornecedor,
um grande comprador pode ter poder suficiente para exigir um preço mais baixo.
Vejamos abaixo como os bancos estão competindo e o que eles estão oferecendo para atrair e conquistar esse novo público-
alvo.
O Banco de Boston, o Itaú e o Unibanco criaram espaço e infraestrutura exclusivos para o atendimento das micro, pequenas
e médias empresas dentro de algumas de suas agências. No Banco de Boston, empresas com faturamento de 2 milhões a 30
milhões de reais por ano também podem ser atendidas em um dos mais de 40 escritórios de negócios montados fora das
agências chamados de Plataforma BankBoston Business.
No Unibanco, os empreendedores podem realizar reuniões de negócios em salas equipadas com telefones, fax, acesso de alta
velocidade à internet. O serviço já está disponível em mais de 30 de suas 1.000 agências espalhadas pelo país, para empresas
com faturamento de 500 mil reais a 40 milhões de reais por ano.
O Banco de Boston promove, gratuitamente, palestras com renomados economistas e cientistas políticos para seus clientes
empresariais. Os temas mais constantes são relacionados aos rumos da economia e da política nacionais.
O Unibanco criou recentemente o projeto “Crescer Empresas”, pelo qual pretende promover seminários para ajudar os
clientes a melhor planejar e administrar seus negócios.
No Satander Banespa, em agências localizadas nas regiões sul e sudeste, parte dos gerentes é especializada no atendimento
de empresas por ramo de negócio, como educação, saúde, comércio etc.
É óbvio que os empreendedores gostaram das iniciativas dos bancos, pois, como sempre, a concorrência saudável só traz
benefícios para os clientes, que passam a ter um elenco de serviços muito mais adequado às suas necessidades.”
83
CAPÍTULO 5 • A ANÁLISE AMBIENTAL
Atenção
Considerando o breve relato da situação dos bancos, como você avaliaria a situação do setor bancário no Brasil considerando o
modelo das Cinco Forças de Porter?
Resumo
» O modelo das forças de Porter identifica cinco forças para medir a atratividade de um
mercado: rivalidade entre os concorrentes, ameaça de novos entrantes, poder de barganha
dos fornecedores, poder de barganha dos compradores, ameaça de produtos substitutos.
84
CAPÍTULO
TABULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS –
MODELOS MATEMÁTICOS DE APOIO
AO MARKETING 6
Apresentação
Em nosso último capítulo, serão abordados os principais modelos matemáticos para a tabulação
e apresentação de resultados. Será evidenciada a importância da relação sinérgica entre
pesquisadores de mercado e gestores de marketing, para uma melhor análise de resultados e
aproveitamento da pesquisa, finalizando com a demonstração e o uso das representações tabulares
e representações gráficas – gráfico de linhas, gráfico de barras e colunas, gráficos múltiplos e
gráficos de setores ou pizza.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
85
CAPÍTULO 6 • TABULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS – MODELOS MATEMÁTICOS DE APOIO AO MARKETING
No entanto, a interpretação não deve ser tarefa apenas dos pesquisadores. Eles costumam ser
especialistas em projetos de pesquisa e em estatística, porém o administrador de marketing sabe
mais sobre o problema e as decisões que devem ser tomadas. Nem a melhor pesquisa terá valor se
o administrador de marketing aceitar cegamente interpretações imperfeitas do pesquisador. Da
mesma maneira, os administradores podem ser parciais – podem tender a aceitar os resultados
que sugerem o que eles esperavam e rejeitar aqueles que apontam para outra direção. Em
muitos casos, os resultados podem ser interpretados de diferentes modos e discussões entre
pesquisadores e administradores serão úteis para conduzir às melhores interpretações. Assim,
administradores e pesquisadores devem trabalhar juntos na hora de interpretar os resultados da
pesquisa e ambos devem ser responsáveis pelo processo de pesquisa e pelas decisões resultantes.
Todas as ciências têm suas raízes na história do homem. A matemática, é considerada “a ciência
que une à clareza do raciocínio a síntese da linguagem”, originou-se do convívio social, das trocas,
da contagem, com caráter prático e empírico.
Com o passar do tempo, a estatística passou de uma simples catalogação de dados e números,
para se tornar um estudo de “como chegar a conclusões sobre o todo (população), partindo da
observação de partes desse todo (amostras)”.
86
TABULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS – MODELOS MATEMÁTICOS DE APOIO AO MARKETING • CAPÍTULO 6
Representação tabular
b. Cabeçalho – parte superior que especifica o conteúdo das colunas. Ex.: (Anos, Produção
etc.)
c. Coluna indicadora – especifica o conteúdo das linhas. Ex.: (2001, 2002 ect.)
d. Linhas – são retas (espaços) horizontais e as colunas são as retas (espaços) verticais.
Fonte: IBGE.
Dicas:
Para facilitar a visualização e o entendimento da tabela, em caso de se repetir vários zeros para
indicar milhões, por exemplo, deve-se colocar esta informação (milhões) ou a indicação de
porcentagem (%), no cabeçalho, como no exemplo abaixo.
87
CAPÍTULO 6 • TABULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS – MODELOS MATEMÁTICOS DE APOIO AO MARKETING
Em cada uma das células da tabela, o elaborador deve ser generoso para o observador, facilitando
ao máximo o entendimento do fenômeno estudado.
Representação gráfica
2. Clareza – o gráfico deve possibilitar uma correta interpretação dos valores representativos
do fenômeno em estudo.
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TABULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS – MODELOS MATEMÁTICOS DE APOIO AO MARKETING • CAPÍTULO 6
É a representação de uma série por meio de retângulos dispostos verticalmente (em colunas) ou
horizontalmente (em barras). Também podem representar a evolução de vendas por períodos, mas
geralmente é usado para representar a relação de dois fenômenos variáveis, como: quantidades
por estados, salários por cargos etc.
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CAPÍTULO 6 • TABULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS – MODELOS MATEMÁTICOS DE APOIO AO MARKETING
Utilizado para elucidar a relação simultânea de dois ou mais fenômenos estudados. Exemplo:
importação e exportação para cada ano, ou índices de correção monetária por período (IGPM,
poupança, CDB, Ibovespa etc.), ou representa dois ou mais elementos por período. Exemplo:
venda de alguns produtos por mês (telefones celulares na loja x por dia).
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TABULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS – MODELOS MATEMÁTICOS DE APOIO AO MARKETING • CAPÍTULO 6
É utilizado quando queremos representar a participação de um dado para seu total. Os valores
são representados em graus, sendo que 100% equivalem a 360º e as frações seguem esta
correspondência.
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CAPÍTULO 6 • TABULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS – MODELOS MATEMÁTICOS DE APOIO AO MARKETING
Resumo
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