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1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 40
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno(a)!
Bons estudos!
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2 DEFINIÇÕES DO MARKETING
Fonte: neilpatel.com
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Marketing - é um processo social por meio do quais pessoas e grupos de pessoas
obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre
negociação de produtos e serviços de valor com outros (KOTLER e KELLER, 2006, apud
SERRANO, 2007).
Marketing – Tavares (2014), descreve que do inglês, Marketing vem da palavra
Market que significa “mercado” e o sufixo “ing” é a forma do gerúndio que equivale a
“ando” em português. Traduzindo literalmente, em português ficaria: “Mercadando”,
“Mercando” ou mais próximo do nosso idioma, “Mercantilizando” ou, ainda,
“Mercadizando”. Como se pode ver, sua tradução literal não encontra termo equivalente
no português e, por isso o ideal é seu uso original: Marketing uma vez que
“mercantilizando” também não abrange toda a amplitude da expressão original.
Marketing – É a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício
(KOTLER e ARMSTRONG, 1999, apud SERRANO, 2007).
Marketing – O escritor francês, Armand Dayan (apud Ferreira 2009), define
marketing como um conjunto de técnicas, baseadas em um determinado estado de
espírito, que pretendem satisfazer, nas melhores condições psicológicas para o
mercado, e nas melhores condições financeiras para o distribuidor, as necessidades
naturais ou as suscitadas.
Marketing é o conjunto de operações que envolvem a vida do produto, desde a
planificação de sua produção até o momento em que é adquirido pelo consumidor
(Dicionário Michaelis, apud SERRANO, 2007).
Marketing é o conjunto de estratégias e ações que provêem o desenvolvimento, o
lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor
(Dicionário Novo Aurélio, apud SERRANO, 2007).
Cezar (2019), afirma com muita propriedade que o primeiro desafio do estudo de
Marketing é compreender a própria palavra e o que ela representa em toda sua amplitude.
A simples tradução de Marketing, que muitas vezes é confundido com a propaganda, não
é suficiente para o entendimento dessa especialidade da Administração, que é uma ciência
social aplicada. É preciso, além da tradução, estudar a estruturação do Marketing com base
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nas variáveis produto, preço, distribuição e comunicação, buscar referência dessas
variáveis na história e acompanhar a evolução da definição que leva ao conceito de
Marketing para poder chegar à Administração de Marketing.
Fonte: neilpatel.com
3 MARKETING PÚBLICO
Entende-se que o marketing passa por vários aspectos que o expande a uma
categoria muito maior do que estabelecer a comunicação de produtos e serviços para
garantir sua venda, sua aplicação também é envolvida por diferentes pontos de vista que o
posiciona em diferentes áreas e diferentes formas de aplicação. Se formos considerar que
o marketing público não se baseia por uma lógica de lucratividade ou venda de bens e
serviços, qual seria o motivo de entender e aplicar o marketing nessa área? Suas definições
estão pautadas nas mesmas definições do marketing para as organizações com finalidades
lucrativas? O que é preciso ponderar para refletir sobre essa aplicação no setor público?
Pautando nessas questões, relevante traçar prismas conceituais para entender o marketing
público considerando a realidade e as particularidades do Brasil. Paralelamente é
destacada a importância do planejamento para a aplicação dessa vertente do marketing à
realidade pública, bem como os caminhos para estruturar esse planejamento (CEZAR,
2019).
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Fonte: conquisteavida.com.br/dicas-para-marketing-viral
Vamos definir o Poder Público, como conjunto de vários órgãos públicos para
atendimento das necessidades da sociedade divididos nos poderes: Legislativo, Executivo
e Judiciário. Para Yanaze (2007, apud ASSUNÇÃO, 2018), o poder público, para atender
às necessidades da sociedade, não pode diferenciar o cidadão independentemente da sua
classe social, raça ou credo; todos deverão ser beneficiados.
De acordo com as colocações de Assunção (2018), o marketing do setor público,
para atender ao interesse da sociedade, define estratégias apropriando-se de várias
ferramentas e conceitos de marketing aplicados primeiramente no setor privado. Entre elas,
há a aplicação de pesquisas (não apenas eleitoral), definição de mercado-alvo,
posicionamento, composto de marketing, inteligência de mercado, entre tantos outros.
Ainda sobre as colocações do mesmo autor, ele afirma que erroneamente, algumas
pessoas, organizações e mesmo a mídia definem marketing (em todas as suas dimensões)
como sinônimo de propaganda, mas essa é apenas uma das suas ferramentas em um
universo muito maior. Essa confusão não é diferente no marketing do setor público, pois o
que realmente aparece são ações de comunicação na forma da propaganda. Imagine uma
prefeitura, de algum município qualquer, que tem um alto índice de reclamações dos
atendimentos ligados ao serviço público, desde desencontro de informações, processos
morosos, falta de solução clara e objetiva quando procuram algum serviço municipal, falta
de trato do servidor com a população, etc. Nesse exemplo, o profissional de marketing do
setor público precisa monitorar a satisfação do cidadão, que é o consumidor em uma
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situação análoga ao marketing “tradicional”. Identificado o problema (baixa satisfação),
pode-se aplicar, como solução, a criação de uma área única e centralizada de atendimento
ao cidadão, onde, em um mesmo ambiente, seriam prestados vários serviços públicos, com
o apoio de um sistema de TI integrado.
Nesse ambiente, o funcionário público terá metas de produtividade aliadas ao bom
atendimento (cordialidade e resolução de problemas), e o seu cumprimento poderá
representar melhoria direta no salário. E, por último, esse novo serviço deverá ter um
trabalho de endomarketing e outro de comunicação para sensibilizar o cidadão sobre os
benefícios desse novo modelo de atendimento, encerrando com pesquisa de satisfação do
novo serviço (ASSUNÇÃO, 2018).
4.1 Planejamento
Para Kotler (1981 apud TAVARES, 2014), planejar é decidir no presente o que fazer
no futuro. O planejamento compreende tanto a determinação de um futuro almejado quanto
as etapas necessárias para realizá-lo. É o processo pelo qual as empresas reconciliam
seus recursos com seus objetivos e oportunidades.
Kotler (1981 apud TAVARES, 2014) distingue planejamento em cinco modalidades.
Veja:
• Planejamento de Longo Prazo, compreendendo dois ou mais anos, que envolve o
desenvolvimento dos objetivos e estratégias básicos para orientar os esforços futuros da
empresa, sendo empreendido por ela a fim de estabelecer a direção de seus futuros
esforços e operações;
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• Planejamento Anual, que é feito para fixar as metas e planos específicos para o ano;
• Planejamento de Produto que se destina a estabelecer um plano que é ao mesmo
tempo a curto e longo prazo, para um determinado produto da linha mantida pela empresa;
• Planejamento de Empreendimento que tem por fim orientar empreendimentos
específicos; e
• Planejamento de Atividade, que ocorre para criar um roteiro para a execução de
atividades complexas e inter-relacionadas que formam um projeto.
As Organizações Públicas, na sua maioria, realizam planejamento sistemático de suas
ações para cumprir exigência dos órgãos de fiscalização. Na prática, o planejamento por
elas realizado cumpre mais o papel de relatório do que propriamente de planejamento, já
que raramente chegam ao detalhamento do público a ser atingido, ficando no máximo no
nível de serviço oferecido. São baseados, geralmente, em estatísticas de anos anteriores,
reproduzindo a situação de conformismo que reina na maior parte dessas organizações. A
falta de planejamento adequado é o reflexo da ausência de postura proativa, principalmente
por parte dos gestores públicos (TAVARES, 2014).
Para Kotler, citado por Cobra (1986, apud TAVARES 2014), planejamento
estratégico é o processo administrativo de desenvolver e manter a viabilidade entre os
objetivos organizacionais e os recursos e as oportunidades de mercado em constante
mutação. Para ele, o alvo do planejamento estratégico é configurar e reconfigurar o negócio
da empresa e seus produtos de forma que eles combinem produção de lucros e
crescimento.
De acordo com Cobra (1986), para conduzir o planejamento estratégico, a empresa
deve compreender os limites de suas forças e as habilidades para se inteirar com o meio
ambiente, de maneira a criar vantagens em relação à sua concorrência, aproveitando todas
as oportunidades existentes. Para o autor, planejar estrategicamente é criar condições para
que as organizações decidam rapidamente diante de oportunidades e ameaças, otimizando
as vantagens competitivas em relação ao ambiente concorrencial em que atuam.
Talvez o fato de não ter consciência sobre conceito de cliente e não reconhecer a
existência da concorrência leve a maioria das organizações públicas a não realizar
Planejamento Estratégico.
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Kotler (2006, apud TAVARES 2014) afirma que para entender a administração de
Marketing é preciso entender o planejamento estratégico.
É um processo pelo qual se reduz os riscos na tomada de decisão e por esse motivo
deve ser tratado com especial atenção pelo Gestor de Marketing.
Cobra (1990 apud TAVARES 2014) entende a empresa como uma unidade celular
que, à medida que se desenvolve, amplia suas relações com o seu ambiente. Para o autor,
o reconhecimento das forças que agem sobre o negócio de uma organização é um
importante passo para a reavaliação da missão corporativa e de seus objetivos.
Para Cobra (1986 apud TAVARES 2014), de posse da informação, o empresário e o
executivo podem planejar as estratégias que conduzam à maximização dos resultados em
seus negócios e à minimização dos riscos na tomada de decisões.
Planejando estratégias visando resultados levando em conta as necessidades do
cidadão, o poder público estaria resolvendo os problemas que causam insatisfação da
sociedade em relação aos serviços públicos.
Recuperando definições importantes das unidades anteriores, citamos Peter Drucker
que dizia que a finalidade do negócio deve situar-se fora dele. Para Drucker (apud
TAVARES 2014), só há uma definição válida para a finalidade de uma organização que é
a de criar um cliente. Quando apresentamos o conceito de Marketing também ficou claro
que a razão de ser de uma organização é satisfazer a necessidade ou desejo humano
através da oferta de produto e/ou serviço para obter a remuneração desejada, assim, não
fica dúvida que o cliente é a razão de ser da empresa, pois é ele que tem a necessidade, o
desejo.
Portanto, sendo o cliente o alvo, o objetivo que se quer atingir e como as estratégias
são caminhos para chegar a um objetivo, podemos afirmar que para a empresa o cliente é
estratégico, afirmação reforçada por Levitt (1985 apud TAVARES 2014) que assinala que
não há estratégia empresarial que não seja uma estratégia de Marketing, pois o propósito
de qualquer organização é criar e manter clientes, sendo esse o conceito de Marketing que
orienta toda a organização para o cliente. Assim, o plano estratégico é de Marketing, pois
tem como objetivo o cliente e define as estratégias que levam a atender as necessidades e
desejos desse cliente.
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4.4 Plano de Marketing
Para Kotler (2006 apud TAVARES 2014), um brilhante Plano Estratégico de Marketing
pouco vale se não for adequadamente implementado.
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A implementação de Planos de Marketing exige a capacidade de reconhecer e
diagnosticar um problema, avaliar em que nível da empresa ele se encontra, implementar
os planos e avaliar os resultados.
Segundo Kotler (1981, apud TAVARES 2014), o plano de longo prazo representa a
melhor panorâmica da administração, no instante do planejamento, de um conjunto
pertinente de objetivos, estratégias e táticas. Baseia-se em um conjunto detalhado de
pressupostos e expectativas, cuja validade será comprovada somente no decorrer do
tempo. Por isso, para ele, o plano deve incluir uma fase de controle que especifique o tipo
de verificação a ser usado para controlar a eficiência do próprio plano.
No controle serão definidas que medidas devem ser controladas para verificar se a
organização está sendo bem-sucedida. A fase de controle de longo prazo deve incluir metas
de desempenho. É possível que os padrões estabelecidos tenham sido muito altos em
termos dos recursos disponíveis, mas isso não será conhecido enquanto não for revisado
o programa - o que é, evidentemente, a finalidade do desenvolvimento de padrões de
desempenho (KOTLER, 1981, apud TAVARES 2014).
Na maioria das organizações públicas o processo de controle acontece não para
monitorar o processo de planejamento, mas para atender exigências de órgãos
fiscalizadores do próprio estado.
Kotler (2006, apud TAVARES 2014) completa dizendo que, apesar da necessidade
de monitorar e controlar as atividades de Marketing, muitas organizações possuem
procedimentos inadequados de controle.
Ele destaca quatro tipos de controle de Marketing necessários às empresas: Controle
de Plano Anual, Controle da Lucratividade, Controle da Eficiência e Controle Estratégico.
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5 ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING
Fonte: baianolandia.blog.br
Uma das queixas mais frequentes dos usuários acerca das instituições públicas está
relacionada à lentidão com que se entregam os serviços. Muitas instituições têm
estabelecido objetivos de reduzir esse tempo para os usuários. Portanto, o prazo de
disponibilização dos serviços é, frequentemente, associado à qualidade oferecida.
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Fonte: proedu.rnp.br
“[...] as necessidades humanas são estados de carência”. Não é algo produzido pelo
marketing ou pelos profissionais de marketing. É algo que faz parte da natureza
humana.
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FONTE: jovemadministrador
Como pode ver na figura acima, Ribeiro (2015) nos mostra que as necessidades
fisiológicas estão na base da hierarquia. As pessoas procuram satisfazê-las antes de se
preocuparem com as de um nível mais elevado. Em qualquer ponto da hierarquia, uma
necessidade precisa ser atendida antes que a necessidade de um nível superior fique em
evidência, pois, caso alguma necessidade não seja saciada, a pessoa ficará estacionada
nesse nível de motivação.
Assim que uma necessidade deixa de ser existir ou ser sentida, a pessoa passa a
ter interesses pela ordem seguinte de necessidade. À medida que a pessoa prospera, ela
vai percorrendo os outros níveis da hierarquia buscando atender uma após a outra até
chegar na autorrealização. Importante também aludir que uma necessidade pode
predominar sobre as demais, devido a fatores como idade, meio social ou personalidade.
Desejos na definição de Kotler (1998-B, apud RIBEIRO 2015)
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Os desejos podem ser considerados objetos que satisfazem as necessidades.
Estes objetos podem ser bens, serviços, eventos, uma viagem. Enfim, o homem pode
desejar infinitas coisas. À medida que a sociedade evolui e que o homem passa a conhecer
mais objetos, seu interesse e desejo aumentam. Quando os desejos podem ser comprados,
tornam-se demandas.
Conforme o autor supracitado, a função da empresa é, portanto, fornecer produtos
e serviços que satisfaçam estas necessidades e desejos das pessoas. As empresas que
administram seus negócios sob o enfoque das orientações do marketing adotam as
seguintes práticas:
• empenham-se em conhecer as necessidades, desejos e demandas de seus
clientes;
• fazem pesquisas sobre os consumidores, estudam suas críticas, perguntas e
sugestões;
• treinam seus vendedores para descobrirem desejos não realizados dos clientes;
e
• analisam clientes que usam produtos de seus concorrentes para descobrir quais
são as suas preferências.
Produtos: Na definição de Kotler (1998-B, apud RIBEIRO 2015), produto “[...] é
qualquer coisa que pode ser oferecida no mercado para satisfazer uma necessidade ou
desejo”. O produto no conceito de marketing
Um erro muitas vezes cometido pelas empresas está no fato de que muitas se
concentram mais nos produtos físicos e se esquecem de focar nos benefícios propiciados
por eles, idealizando seus produtos pensando apenas na venda e não em atender uma
necessidade. Assim, quando surge no mercado um novo produto concorrente a um custo
menor ou que atende melhor às necessidades do consumidor, este irá preferir o novo
produto.
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6 HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO PÚBLICO NO BRASIL: AS PERSPECTIVAS DO
BRASIL O SÉCULO XX
Fonte: www.hostnet.com.br
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principais características, melhores práticas e lições fundamentais aprendidas por
diferentes governos nacionais no curso dos processos de planificação estatal.
Embora apresentem similaridades com as atividades de planejamento tipicamente
levadas a cabo por organizações privadas com fins lucrativos, as considerações teóricas a
respeito desse fenômeno foram apresentadas de outra forma, ao longo da história da
ciência do planejamento público. O seu intuito era identificá-lo naquilo que constitui a sua
singularidade, isto é, naquilo que o distingue, em comparação com os planejamentos das
organizações que atuam no setor privado com fins lucrativos.
Para Giraldi (2020), essa distinção de perspectiva teórica, por sua vez, tem base no
fato de que os valores, as expectativas e as finalidades das organizações voltadas para o
acúmulo de capital como o seu principal fim são essencialmente diferentes das
organizações burocráticas do setor público. Estas últimas têm na prestação de serviços
voltados para o alcance, a garantia e a manutenção do bem-estar social o seu objetivo
único.
No Brasil, o início da história do planejamento público praticamente se confunde com
o segundo período de nossa história republicana. Há um consenso acadêmico, na literatura
nacional, no campo da gestão pública (BASTOS, 2011; CARDOSO JÚNIOR, 2015), de que
o documento histórico que marca o início dos processos de planificação estatal no país é o
Decreto-Lei no 1.058, de 19 de janeiro de 1939. Esse documento é considerado o primeiro
plano público nacional brasileiro digno do nome, o qual teve como objetivo criar e
desenvolver empresas públicas industriais nos ramos siderúrgico, metalúrgico e
petroquímico.
Esse plano, denominado Plano Especial de Obras Públicas e Aparelhamento da
Defesa Nacional (PEOPADN), foi a apoteose de uma nova mentalidade governamental de
racionalização das ações do Estado que começou quase uma década antes, com a
chegada de Getúlio Vargas à Presidência da República, por meio da chamada Revolução
de 1930. Sendo o comandante principal dessa revolução, Vargas se tornou chefe do Poder
Executivo Federal, dando início a uma era de planos estatais de desenvolvimento
econômico que tiveram o seu ápice durante os anos de autoritarismo mais ferrenho
abrangido pelo período do seu governo, que ficou conhecido como Estado Novo (1937–
1945).
A partir desse momento, o Poder Executivo Federal passou a interferir de maneira
inédita na economia do país, de forma autoritária, por meio da elaboração e execução de
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planos político-econômicos, que não contaram com o envolvimento da sociedade civil. O
PEOPADN viria a ser substituído, sob a vigência do Estado Novo, por um plano público
voltado para a consolidação da infraestrutura das cidades brasileiras. O chamado Plano de
Obras e Equipamentos foi institucionalizado por meio do Decreto-Lei no 6.144, de 29 de
dezembro de 1943.
A era pós-Vargas, nos processos históricos de planificação estatal no país, teve o
seu arcabouço institucional na Constituição Federal de 1946, promulgada no início do
governo de Eurico Gaspar Dutra (1946–1951). A Constituição estabeleceu, entre os seus
dispositivos, uma seção exclusivamente dedicada a normatizar o modelo orçamentário
nacional; desse modo, foi estabelecida uma nova matriz de regulamentação para os
planejamentos públicos.
Se na era Vargas o planejamento público e o respectivo orçamento tinham como
norte o desenvolvimento econômico por meio do fomento à industrialização nacional, na
era Dutra o planejamento público teve na saúde pública, na alimentação da população e
nas infraestruturas de transporte e energia as suas principais perspectivas. O chamado
Plano Salte (cujo nome é um acrônimo proveniente das letras iniciais das palavras “saúde”,
“alimentação”, “transporte” e “energia”), do governo Dutra, foi instituído por meio da Lei no
1.102, de 18 de maio de 1950. Esse plano público de abrangência nacional pretendeu,
como uma de suas principais metas, garantir as condições de combate a doenças como
tuberculose e febre amarela, que muitas vezes eram mortais para a população do país —
especialmente a de baixa renda (GIRALDI, 2020).
Fazendo jus à sua denominação, o Plano Salte teve como outras finalidades a
construção de redes de restaurantes populares e o financiamento da produção agrícola e
pecuária. Na área da infraestrutura de transportes, esse plano fomentou projetos de
engenharia e construções de ferrovias, rodovias, portos, além de obras para melhorar a
navegabilidade de rios. Por fim, no campo do setor de energia, o Plano Salte financiou a
construção de usinas hidrelétricas, termoelétricas e refinarias de petróleo (BRASIL, 1950).
Anos depois, durante o governo Juscelino Kubitschek (JK), o Brasil viu a
institucionalização de um novo esforço de planejamento público de impacto nacional, o
chamado Programa de Metas (instituído pelo Decreto no 38.744, de 1º de fevereiro de
1956), cujo lema era fazer o Brasil avançar, economicamente, 50 anos em um período de
apenas cinco. Esse plano público teve nos esforços de desenvolvimento de indústrias
automobilísticas no país e de articulação entre os diversos setores da indústria nacional a
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sua principal atuação, motivada pela intenção de JK de consolidar no Brasil uma economia
que não fosse refém da importação de bens industrializados.
O Programa de Metas foi concebido para 30 escopos, com o acréscimo de mais um,
quando JK tomou a decisão de construir no país uma nova capital federal, levando à criação
de Brasília, no Centro-Oeste brasileiro. O governo de então considerava essa uma ação
estratégica para impulsionar o desenvolvimento econômico nos rincões do país.
O programa de JK é considerado pelos historiadores (COSTA; MIANO, 2014, apud
(GIRALDI, 2020) muito mais como um conjunto de planos orçamentários autônomos e sem
vínculo programático entre si do que um planejamento nacional efetivo, que pudesse
articular regionalmente o conjunto das metas de interesse público que foram traçadas nele.
No entanto, teve o mérito de contribuir decisivamente para que, ao longo dos anos
posteriores ao seu encerramento, a classe política e a acadêmica pudessem refletir acerca
dos seus erros e acertos, do ponto de vista da sua formulação e implementação. Desse
modo, os êxitos e as disfuncionalidades do plano estimularam a burocracia brasileira e os
partidos políticos do país a adquirirem uma consciência mais profunda sobre os principais
problemas e dilemas relacionados aos esforços de desenvolvimento político-econômico
nacional.
Segundo o mesmo autor, durante as duas décadas seguintes, especialmente
durante o período dos governos militares (1964–1985), o Brasil ainda veria novos esforços
de planificação estatal por parte do Governo Federal, a partir de uma perspectiva de
nacional-desenvolvimentismo. Em paralelo, a continuidade dos esforços de planificação
pública ao longo dessas décadas fez o Brasil assumir uma cultura de planejamento público
que o levava, cada vez mais, a estabelecer parcerias estratégicas internacionais, assim
como a observar e analisar experiências estrangeiras de planejamento governamental, em
busca de inspirações para aprimorar os planos públicos no país.
Esse espírito público acabou por levar o país a se modernizar também no campo da
orçamentação pública. A partir da instituição do mecanismo de gestão pública chamado de
orçamento-programa pelo governo militar de Castelo Branco (1961–1964), o planejamento
público no Brasil, na esfera das intenções institucionais, consolidou-se enquanto ferramenta
de gestão indissociável da figura do orçamento público e enquanto instrumento fundamental
de fomento ao desenvolvimento econômico-social do país.
Desde então, os planos públicos de abrangência nacional instituídos foram
produzidos de maneira atrelada a orçamentos públicos e desdobrados em programas e
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metas, que tiveram como propósito essencial estimular o desenvolvimento econômico e
social da nação — ainda que o progresso nesta última esfera de interesse público tenha
sido insuficiente, até hoje, para fazer o Brasil avançar satisfatoriamente do ponto de vista
do desenvolvimento humano.
Conforme cita Giraldi (2020), Como primeiro governante militar do período 1964–
1985, além de atrelar oficialmente o planejamento público ao orçamento público do país,
por meio da reforma administrativa da república brasileira, implementada por meio do
Decreto-Lei no 200, de fevereiro de 1967, Castelo Branco instituiu o Plano de Ação
Econômica do Governo. O maior mérito desse plano foi a diminuição da inflação, bem como
o estabelecimento e a consolidação das condições macroeconômicas que viriam a permitir
que o Brasil alcançasse, anos mais tarde, o chamado “milagre econômico”.
Após o governo federal de Castelo Branco, seguiram-se durante o regime militar três
planos nacionais de desenvolvimento econômico. Principalmente nos primeiros anos da
década de 1970, esses panos levaram o país a um extraordinário crescimento em termos
de Produto Interno Bruto.
No entanto, essa expansão da riqueza nacional não se manteve na década seguinte:
o que se observou nos anos seguintes foi uma progressiva queda nas taxas de crescimento,
especificamente a partir do final da década de 1970. Essa queda foi motivada, em grande
medida, por crises mundiais na produção e no comércio internacional de petróleo, nos anos
de 1973 e 1979, bem como pela elevação crescente das taxas de juros no país, uma vez
que esse desenvolvimento se deu às custas de muito endividamento do governo brasileiro,
contraído junto a credores estrangeiros, os quais também foram afetados por essas crises.
Como consequência da crescente pressão inflacionária no país, nos últimos anos
dos governos militares, a partir do processo de redemocratização, as iniciativas de
planejamento público nacional no Brasil se voltaram para a formulação e implementação
de estratégias de estabilização monetária. Isso se deu particularmente por meio da criação
dos planos públicos Cruzado (1986), Bresser (1987), Verão (1988) e Maílson (1989). Vale
destacar que tais planos foram gerenciados em um momento histórico politicamente agitado
no país, em que se gestava uma nova Constituição (GIRALDI, 2020).
Do ponto de vista da gestão de planos públicos, todas as energias administrativas
colocadas nesses planos estavam concentradas na dimensão monetária da economia
nacional. Os diversos planos estatais de desenvolvimento socioeconômico do Brasil,
projetados e executados pelo Governo Federal brasileiro ao longo do século XX, variaram
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quanto aos seus efeitos, uma vez que alguns obtiveram sucesso (como o Plano Especial
de Obras Públicas e Aparelhamento da Defesa Nacional), enquanto outros malograram
(como o Plano Salte). No entanto, em seu conjunto, eles tornaram possível a construção
paulatina de uma conscientização dos agentes públicos em relação às melhores práticas
de planejamento estatal (GIRALDI, 2020).
Assim, a partir do estudo aprofundado da história dos fundamentos da gestão pública
brasileira, tanto os cientistas políticos e econômicos como as cabeças pensantes dos
partidos políticos brasileiros acabaram por consolidar conhecimentos sobre as melhores
práticas de planejamento e orçamento públicos, levadas a cabo ao longo de nossa história
republicana. A diversidade de experiências de planejamento e de orçamento instituídas pela
administração pública federal brasileira, ao longo de uma história de quase 50 anos (1939–
1988), pode ser considerada o alicerce sobre o qual a Seção II da atual Constituição Federal
veio a ser instituída. Nessa seção, um arranjo institucional da relação entre planejamento
das ações estatais, determinação de diretrizes para a execução dessas ações e a sua
síntese em um orçamento anual foram estabelecidos para formar o sistema de planos e
orçamentos públicos que atualmente racionalizam as atividades de intervenção do Estado
brasileiro na vida social e econômica do país. Esse sistema é composto pelo Plano
Plurianual (PPA), pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e pela Lei Orçamentária Anual
(LOA) (GIRALDI, 2020).
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7 O PLANEJAMENTO DO MARKETING PÚBLICO
Fonte: exame.abril.com.br
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8.1 Satisfação dos usuários
No caso dos órgãos públicos, boa parte dos serviços não apresenta valor financeiro
além dos impostos já pagos. Aqui, serão considerados outros importantes custos, como
tempo, desgaste físico, psicológico e social, etc. Nos casos de serviços cobrados à
população, a maioria é concedida à iniciativa privada, que cobra preços contratados por
meio de licitação pública. As pressões política e da opinião pública tem alguma influência
na formulação desses preços.
Conhecendo os objetivos do marketing do setor público e diferenciando-o da iniciativa
privada, o próximo passo é a elaboração formal do planejamento de marketing. O plano de
marketing é o documento formal que auxiliará na tomada de decisões e possibilitará
direcionamento necessário para que o serviço público cumpra o seu papel por meio dos
objetivos de marketing. Sem a devida formalização do planejamento, cada um agirá de
acordo com sua intenção, dificultando o papel do gestor público.
Para Santos (2006, apud ASSUNÇÃO, 2018), uma das principais preocupações do
marketing no setor público é “desenvolver e implementar um plano que torne o bem ou o
produto disponível”. E isso de forma eficiente, visando atender e satisfazer os anseios e as
necessidades da população.
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O planejamento de marketing é algo para ser seguido como uma orientação no
cumprimento de objetivos preestabelecidos, mas mudanças podem ocorrer no
percurso, e quando acontecem, o planejamento deverá ser revisto, adaptando
estratégias para que se possa cumprir com os objetivos iniciais, ou mesmo adaptar os
objetivos à nova realidade.
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4. O planejamento do composto de marketing estratégico baseado nos 4 Ps —
produto, preço, praça (canal de distribuição) e promoção (composto de
comunicação);
5. Um sistema de avaliação contínua;
6. O orçamento — os planos devem atender os recursos possíveis para a sua
consecução;
7. A implementação — as ações que façam o plano saltar do nível das ideias
para as ações, sempre um ponto nevrálgico do processo de planejamento.
Fique atento
A inclusão da declaração do propósito do plano dará referência e servirá de
ponto base para as decisões sequenciais.
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8.5 Objetivos e metas
Os objetivos são vitais, pois significam a razão de ser do plano que representa o
resultado esperado pelo órgão que efetiva o planejamento. Eles devem ser expressos de
maneira clara e concisa, projetados no fim almejado.
Para elucidação, podemos nos apropriar de alguns exemplos baseados em Kotler e
Lee (2010, p. 302):
Incremento de compras de embalagens oferecidas em agências dos Correios.
Aumento de voluntários para programas de ensino após o horário de aulas
(atividades extraclasse).
Crescimento de utilização de serviços online para renovações de carteira de
motorista.
Redução do número de pessoas alcoolizadas que voltam para casa dirigindo
depois de eventos esportivos.
Diminuição do número de roubo de carros em bairros de alta criminalidade.
Criação da conscientização de novas opções de receituários do Programa
HIV.
Melhoria da percepção a respeito dos agentes policiais que garantem o
cumprimento da lei.
Por sua vez, as metas são a expressão quantificável e mensurável dos objetivos de
marketing. Devem, por exemplo, atender a perguntas “Quantos roubos de carro desejamos
evitar com as medidas do plano? ” e “Quantas renovações de carteira pretendemos que
passem a ser via online?”. Metas devem ser realistas, incluindo cronogramas com prazos
e encarregados.
8.6 Público-alvo
30
de adoção do programa, para que essas informações colaborem na formatação adequada
à nossa oferta.
8.7 Posicionamento
Para Machado et al., (2012), Elias afirma que o composto mercadológico (Mix de
marketing) foi formulado primeiramente por Jerome McCarthy em seu livro Basic Marketing
(1960) e trata do conjunto de pontos de interesse para os quais as organizações devem
estar atentas se desejam perseguir seus objetivos de marketing. Este modelo se baseia na
ideia que a empresa produz um bem ou serviço (produto), o consumidor deve ser
comunicado que este bem ou serviço existe (promoção), devendo este ser distribuído aos
mais variados tipos e locais de venda (praça), e por fim a empresa deve cobrar um montante
pelo fornecimento do produto (preço).
A função de marketing, referente ao Mix de Marketing, engloba as decisões do
produto, as quais incluem a identificação de oportunidades de lançamento de produtos e
adequação do mesmo às necessidades dos clientes; as decisões de preço, o qual é
selecionado visando gerar vantagem competitiva e retorno para a empresa; as decisões de
promoção, relativas aos investimentos em estratégias de comunicação e promoção de
vendas; e as decisões de praça ou distribuição, que envolvem a escolha de canais de
vendas que satisfaça as necessidades dos clientes. (GONÇALVES et. al., 2008, apud
MACHADO et al., 2012).
A figura abaixo elucidada por Kotler e Keller (MACHADO et al., 2012), mostra as
quatro variáveis que formam o chamado composto de marketing. Serão explanadas
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algumas considerações relevantes sobre o mix de marketing, considerando o primeiro P
como sendo produto e serviços.
Fonte: maxieduca.com
Sob a visão do mesmo autor, desse modo, todos esses fatores indicam que a
empresa está preparada para oferecer aos consumidores preços justos e adequados para
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satisfazer ambas as partes, ou seja, a taxa de câmbio é aceitável para o consumidor e pode
ser vista como uma diferença nas taxas de câmbio. Empresas envolvidas.
PROMOÇÃO - Segundo Kotler (1998, apud MACHADO et al., 2012), promoção é
um conjunto de ações dirigidas a um determinado produto e / ou serviço com o objetivo de
promover a sua comercialização ou divulgação. Las Casas (2006, apud MACHADO et al.,
2012) a define como mais uma variável controlável do mix de marketing que aceita o
significado de comunicação. Para Kotler e Armstrong (2007, apud MACHADO et al., 2012),
o marketing moderno não só precisa desenvolver produtos de alta qualidade e vendê-los
aos clientes a preços competitivo. A empresa também precisa se comunicar com os clientes
existentes de potenciais, e o conteúdo da comunicação não deve acontecer por acaso, todo
o seu trabalho de comunicação deve estar integrado em um plano consistente de
comunicação de marketing. A composição das ferramentas de comunicação pode ser
definida como as principais ferramentas promocionais, tais como: publicidade, promoção,
relações públicas e / ou publicidade, equipe de vendas e vendas diretas (MACHADO et al.,
2012).
Las Casas (2006, apud MACHADO et al., 2012) define propaganda como “qualquer
forma paga de apresentação não pessoal de ideias, produtos ou serviços, levada a efeito
por um patrocinador identificado”. Para Churchill e Peter (2000, apud MACHADO et al.,
2012) propaganda é “qualquer anuncio ou comunicação persuasiva veiculada nos meios
de comunicação de massa durante determinado período e num determinado espaço pagos
ou doados por um indivíduo, companhia ou organização”. Para Churchill e Peter (2000,
apud MACHADO et al., 2012) algumas pessoas acreditam que a promoção é uma espécie
de pressão de marketing dentro e fora da mídia, aplicada aos consumidores, varejistas ou
atacadistas em curto prazo, com o objetivo de estimular e aumentar a demanda ou a venda
do produto.
Relações públicas são outros componentes da comunicação, envolvendo segundo
Kotler e Armstrong (2007, apud MACHADO et al., 2012) o “desenvolvimento de boas
relações com os diversos públicos da empresa pela obtenção de publicidade favorável,
construção de uma boa imagem corporativa e administração de boatos, historias ou eventos
desfavoráveis”.
A força de vendas representa mais uma opção de promoção. Para Kotler e
Armstrong (2007, apud MACHADO et al., 2012) venda pessoal é a “apresentação pessoal
feita pela força de vendas da empresa com o propósito de efetuar e de desenvolver
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relacionamentos com o cliente”. Para os autores, os vendedores são as ferramentas mais
eficazes em determinadas etapas do processo de compra, pois envolvem interação
pessoal, para que todos possam observar as necessidades do outro e atendê-las
imediatamente.
Por fim, Kotler (1998, apud MACHADO et al., 2012) marketing direto é definido como
um sistema interativo que usa uma ou mais mídias de publicidade para obter uma resposta
mensurável em qualquer local, beneficiando assim os consumidores de várias maneiras.
Dias et al. (2003, apud MACHADO et al., 2012) acrescentam que esta é uma estratégia que
veicula produtos ou serviços diretamente aos clientes e os comercializa sem a necessidade
de intermediários.
PRAÇA - definida também como canal de distribuição, a ferramenta praça, diz
respeito ao caminho que o produto percorre desde sua produção até o consumo. Kotler e
Armstrong (2007, apud MACHADO et al., 2012) definem como “um conjunto de
organizações interdependentes envolvidas no processo de oferecimento de um produto ou
serviço para uso ou consumo de um consumidor final ou usuário empresarial”. Bons
produtos e preços acessíveis, não são capazes para garantir as vendas. Também é
necessário um método eficaz para levar o produto ao comprador final. Caso contrário, o
plano de marketing será imperfeito, porque os consumidores se acostumaram com o plano
e muitas vezes exigem que os produtos sejam adquiridos em locais acessíveis,
convenientes e utilizáveis quando precisam deles, (LAS CASAS, 2006, apud MACHADO et
al., 2012).
Boone e Kurtz (1998, apud MACHADO et al., 2012) caracterizam a distribuição como
sendo o agrupamento de várias instituições de marketing e suas estruturas de
relacionamentos, com o intuito de promover o fluxo físico e nominal dos bens e serviços do
produtor até o consumidor final ou usuário empresarial. Dias et. al. (2003, apud MACHADO
et al., 2012) acrescenta que o processo de distribuição pode ser direto, ou seja, sem a
participação de terceiros, ou indireto, com a utilização do atacado e do varejo. Os fatores
que podem orientar a escolha do melhor sistema de distribuição são: classificação dos
bens, disponibilidade de recursos, potencial de mercado, concentração geográfica dos
clientes, necessidade de estocagem, complexidade do bem, entre outros.
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9 MARKETING DE ORGANIZAÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS
Fonte: exame.abril.com.br
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moradia, segurança, saneamento, saúde, entre outras tantas áreas cuja atuação direta
depende muitas vezes do conhecimento público. Ninguém vai procurar um serviço público
se não o conhece ou se não sabe os meios para ter acesso a tal. Esse é o papel do
marketing de organizações e serviços públicos (CEZAR, 2019).
Inicialmente sua função é se desdobrar em um marketing institucional, promovendo
as imagens de tais órgãos e comunicando aos cidadãos os meios para ter acesso ao serviço
público que tais órgãos oferecem. Essa vertente do marketing está preocupada em construir
e promover a imagem pública tanto das organizações quanto dos serviços prestados,
permitindo que os cidadãos avaliem a necessidade de tal serviço (SCHULTZ;
TANNENBAUM; LAUTERBORN, 1993, apud CEZAR, 2019). Essa proposta também cria
um mecanismo de identidade junto aos cidadãos que já utilizam seus serviços como meio
para posicionar uma imagem positiva e fortalecer a oferta de novos serviços. Esse tipo de
marketing é muito comum quando se procura enaltecer aspectos relevantes de instituições,
como a qualidade do ensino das universidades federais ou a ampla cobertura de agências
bancárias e serviços ofertados pelos bancos públicos.
Por mais que algumas organizações públicas sejam as principais responsáveis por
ofertar determinado tipo de serviço público e essas não tenham tanta concorrência, como
por exemplo, no caso dos Correios brasileiros, o marketing é essencial para posicionar os
produtos e serviços ofertados e permitir um melhor desempenho para a satisfação do
cidadão. Nessas organizações, o marketing é desenvolvido de forma muito próxima à
proposta mercadológica orientada pela proposta de produto, preço, praça e promoção, pois
seu objetivo é promover as empresas, fundações e autarquias públicas (KOTLER; LEE,
2008, apud CEZAR, 2019).
Nessa perspectiva, o atendimento ao cidadão se torna um mecanismo fundamental
para que o público atendido se sinta satisfeito com o serviço prestado. Em um contexto em
que o atendimento público é visto como preocupante, gerando gigantescas filas e um tempo
absurdo para o atendimento, trabalhar formas de diminuir tais problemas também pode ser
inserido na concepção de marketing, no intuito de aperfeiçoar o desempenho de tais órgãos
e permitir transformara imagem negativa em uma experiência positiva (OLIVEIRA, 2014,
apud CEZAR, 2019).
Entretanto, para que os serviços públicos cheguem ao conhecimento dos cidadãos
e que as instituições que o oferecem sejam valorizadas, é preciso um minucioso processo
de endomarketing para que a experiência dos cidadãos não seja frustrante já no
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atendimento. Esse caminho é construído a partir de processos de capacitação interna,
evitando que o contado entre instituições públicas e cidadão seja pautado de mais dúvidas
que de direcionamentos para o acesso ao serviço.
SETOR
CIDADÃO
PÚBLICO
MARKETING
POLÍTICO ELEITOR
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O marketing para o setor público objetiva a boa prestação de serviço, enquanto o
marketing político prioriza “vender” um produto — o político. Mas também pode ocorrer esse
conflito com agentes públicos, conforme afirma Vitor Caldeira (2017, apud ASSUNÇÃO,
2015), o problema dos conflitos de interesses suscita-se quando aqueles que exercem
funções públicas permitem que os seus interesses pessoais ou familiares se misturem com
o interesse geral que, por dever de ofício, devem assegurar.
Portanto, podemos afirmar que os conflitos entre o marketing do setor público no
papel do interesse social e do cidadão e, do outro lado, o marketing político atendendo a
interesses dos agentes políticos são causados pelos diferentes objetivos. Ambos são
direcionados por planejamentos de marketing, mas com objetivos independentes e,
geralmente, conflituosos (ASSUNÇÃO, 2015).
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BIBLIOGRAFIA
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GIRALDI, Daniel Castro. CONTROLADORIA PÚBLICA, [S. l.], p. 1-19, 15 mar. 2020.
KOTLER, Philip e NANCY, Lee Marketing No Setor Público, tradução Gabriela Perizzollo,
Patrícia Lessa Flores da Cunha. – Porto Alegre : Bookman, 2008.
RIBEIRO, Juliane Silva. Marketing Público, Ministério da Educação, junho de 2015 [S. l.],
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SERRANO, Daniel Portillo. Portal do Marketing. O que é Marketing, [s. l.], 16 fev. 2007.
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