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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 2
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1 INTRODUÇÃO
Bons estudos!
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2 CONCEITOS BÁSICOS DE PROPAGANDA E PUBLICIDADE
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essa ideia comprando espaço em meios de comunicação para veicular peças
publicitárias em diferentes formatos: impresso, audiovisual ou digital.
Podemos acreditar que publicidade e propaganda têm dois elementos em
comum no qual se identificam: capacidade informativa e força persuasiva. Uma
terceira característica pode ser o que realmente as diferencia. No caso da publicidade,
o terceiro elemento característico seria o caráter comercial, enquanto, na propaganda,
esse elemento seria o caráter ideológico.
No exemplo da bicicleta, vemos claramente a diferença. Enquanto a
propaganda promove a ideia de que a bicicleta é um meio de transporte eficiente e
benéfico à vida das pessoas e ao meio ambiente, a publicidade vai persuadir as
pessoas a usar um serviço ou comprar um produto. Nesse caso, o produto pode ser
um tipo de isenção para a compra de produtos, a possibilidade de adesão ao uso
coletivo de bicicletas, entre outros.
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Os condicionantes técnicos da propaganda também são três. É necessário que
haja uma ideia ou uma doutrina a oferecer ao público, ou a um indivíduo justificando
o uso dos meios massivos. Em seguida, é necessário planejar, projetar, criar e
produzir informação, visando reforçar ou modificar o comportamento ideológico.
Como terceira condição, a informação deve ser veiculada na mídia, não
necessariamente na forma de anúncios. Sendo uma mensagem de caráter ideológico,
nem sempre o promotor da informação será identificado. A propaganda pode aparecer
nos espaços editoriais dos veículos, na forma de reportagens, notas, editoriais e
artigos, em peças teatrais, filmes e materiais educativos, entre outros.
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Função 6: criar valor, preferência de marca e lealdade. As marcas são lembradas
por seus produtos serem amplamente consumidos e também porque os
consumidores as associam a valores que compartilham.
Função 7: redução dos custos gerais de venda. As funções anteriores nos levam
à última que é a melhoria da relação custo-benefício para marcas e consumidores.
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conteúdo das mensagens publicitárias e, sobretudo, o cumprimento de preceitos
éticos e morais, sociais e profissionais.
Neste capítulo, você aprenderá os princípios de legalidade, ética e moral que
devem orientar as ações dos profissionais de PP ao considerar a capacidade das
mensagens publicitárias de influenciar as práticas do consumidor.
Antes de discorrer sobre os aspectos éticos e legais que permeiam a relação
entre publicidade e sociedade, é fundamental consolidar algumas concepções,
apresentadas a seguir:
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No Brasil, a liberdade de expressão é um direito garantido a todo indivíduo, mas
isso não significa que não haja limites. O limite é a lei, ou seja, a Constituição Federal,
garante ao cidadão se expressar de forma livre, porém dentro do regramento previsto.
No que diz respeito ao cidadão, onde a liberdade de expressão tem seus limites
estabelecidos, também há limites para a publicidade e a comunicação midiática, em
geral. Se para o cidadão existe a Constituição Federal, para as empresas de
comunicação, além da própria constituição, há entidades que regulam o setor.
Entre essas entidades, está o Conselho de Autorregulamentação Publicitária
(CONAR), que tem como missão “Impedir que a publicidade enganosa ou abusiva
cause constrangimento ao consumidor, ou a empresas e defender a liberdade de
expressão comercial [...]” (CONAR, 2020, documento on-line).
Outro dessas entidades é a Associação dos Profissionais de Propaganda
(APP), que visa, entre outras coisas, “projetar, para a propaganda, os seus
profissionais e às instituições que a ela se dedicam, uma imagem de competência e
responsabilidade nas suas relações com todos os segmentos da sociedade" (APP,
2020). Este objetivo definido pela APP esclarece qual deve ser a função da
propaganda perante a sociedade, ou seja, uma atuação socialmente responsável, em
particular no que diz respeito às relações com os consumidores, permeando a relação
entre propaganda e sociedade.
Nesse sentido, a ação coletiva de uma classe profissional deve ser pautada
pela ética. Mas o que exatamente é ética profissional? Na interação social entre os
indivíduos, a ética assegura um comportamento pautado pela moralidade; no campo
profissional, também exerce essa função, ou seja, garantir o comportamento ético de
quem trabalha nesse setor.
Como importante ferramenta de comunicação, a publicidade está presente no
cotidiano das pessoas, despertando desejos por meio do icônico-imagético e do uso
dos meios de comunicação de massa. Porém, além de despertar desejos e incitar o
consumo, a publicidade cria hábitos, dita moda e comportamento, introduzindo na
mente das pessoas o que é certo ou não do ponto de vista do consumidor.
A capacidade da publicidade de moldar o comportamento e tornar mercadorias
fetiches foi duramente criticada pela Escola de Frankfurt, na qual pensadores como
Adorno, Horkheimer e Benjamin discutiram práticas de consumo. A teoria dos
pensadores de Frankfurt ficou conhecida como Teoria Crítica, cuja premissa é a luta
contra o capitalismo e o consumismo.
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Adorno e Horkheimer, ao criticarem a indústria cultural e os meios de
comunicação de massa, argumentaram que os produtos culturais nessa lógica visam
alienar os cidadãos, não os tornar detentores de pensamento crítico. Segundo
pensadores, os meios de comunicação de massa alienam as pessoas.
Neste contexto, a PP faz parte da chamada “indústria cultural”, na qual o
consumo é o fim, reforçando a necessidade de comprar aquilo que, embora não seja
necessário, tem o intuito de satisfazer e alcançar o prazer. Nesse sentido, o PP ocupa
um lugar de destaque na vida das pessoas, tornando-as consumidores e mercadorias
ao mesmo tempo.
De acordo com McQuail (2013), a composição das audiências da mídia e seu
comportamento são moldados culturalmente antes, durante e depois dessa
experiência.
Ao considerar as posições dos pensadores de Frankfurt e McQuail e fazer uma
análise entre os princípios da ética e da moralidade com os efeitos produzidos pelas
mensagens publicitárias, surge a questão: o agir publicitário pode ser considerado um
ato ético? Essa questão nos permite pensar sobre o que é ética e o que é moral e
suas repercussões na publicidade. Em primeiro lugar, é possível analisar as
implicações éticas das mensagens publicitárias no cotidiano dos cidadãos,
nomeadamente no que diz respeito ao incentivo do consumo.
Por outro lado, podemos analisar os aspectos éticos e profissionais, do ponto
de vista do código que rege cada profissão. Portanto, se pensarmos nos efeitos que
a publicidade produz no cotidiano das pessoas, como ferramenta da indústria cultural,
podemos deduzir que ela carrega consigo preceitos éticos, pois apoia muitas vezes o
consumo, as desigualdades sociais e o processo de alienação.
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titulares dos dados pessoais e o acesso a esses bancos tomou uma dimensão ainda
mais expressiva devido à facilidade de transmissão e circulação dos dados.
Assim, no que diz respeito às relações de consumo, a criação
de perfis foi perfeita para a transmissão simples e rápida de dados através
destas plataformas de informação pessoal. Por exemplo, um curso de pós-graduação
pode utilizar um banco de dados de uma editora de livros especializada no
segmento de cursos para promover atividades educacionais.
Uma empresa de seguro de saúde pode usar o banco de dados de uma loja de
artigos esportivos para identificar pessoas que possam precisar de serviços médicos.
Uma financeira, apropriando-se de um banco de dados de uma loja de
departamentos, poderia oferecer cartões de crédito a quem lhe interessasse o
histórico de quitação de pagamentos para concessão da vantagem creditícia.
Logo as relações de consumo, já apresentando o consumidor como uma figura
vulnerável, começaram a se tornar ainda mais instáveis com o impacto do uso de
bancos de dados e cadastros de consumidores, sem uma regulamentação com base
legal específica de proteção de dados.
Foi apenas com o advento da publicação da LGPD que se preencheu uma
lacuna no ordenamento jurídico pátrio, no sentido da proteção de dados pessoais. O
reconhecimento da proteção de dados como direito autônomo e fundamental decorre
da consideração dos riscos que o tratamento automatizado acarreta para a proteção
da personalidade no que diz respeito às garantias constitucionais de
igualdade, liberdade e dignidade da pessoa humana, para a proteção
da privacidade e da intimidade. A proteção de dados pessoais no ordenamento
jurídico brasileiro, embora atualmente conte com legislação específica, tem
encontrado respaldo em outros documentos legais (DONEDA, 2011).
Além disso, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) de 1990, documento
legal que traz, em sua Seção VI, os Bancos de Dados e Cadastros dos Consumidores,
garante o direito às informações existentes em relação ao consumidor. Nesse
documento legal, destaca-se o conteúdo do artigo 43, o qual estabelece uma série de
direitos e garantias para o consumidor em relação às suas informações pessoais
presentes em bancos de dados e cadastros:
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Outro documento jurídico especialmente importante à proteção de dados no
Brasil é o Marco Civil da Internet, Lei n.º 12.965 de 2014, o qual assegura aos usuários
da rede mundial de computadores a inviolabilidade da intimidade e da vida privada,
com destaque para o artigo 7º, incisos I a XIII, que tratam sobre direitos e garantias
dos usuários, assegurando o direito às informações de forma clara e completa sobre
coleta, uso, armazenamento, tratamento e proteção de dados pessoais.
Além disso, o artigo 7º informa o direito do usuário ao consentimento expresso
sobre coleta, uso, armazenamento, tratamento e proteção de dados pessoais e a
garantia da exclusão definitiva dos dados pessoais fornecidos a determinada
aplicação de Internet, a requerimento do usuário, ao término das relações entre as
partes (BRASIL, 2014).
Portanto, é possível notar que antes da edição e publicação da LGPD, outros
documentos legais já discutiam, ainda que discretamente, a
necessidade de proteção de dados. Eles têm sido pautados, por exemplo,
por revelações sobre iniciativas antiéticas e ilegais de espionagem do governo norte-
americano, como o Marco Civil da Internet (CARVALHO; OLIVEIRA, 2019).
No entanto, essas iniciativas não nasceram apenas da preocupação do
legislador brasileiro em garantir responsabilidades e sanções efetivas às entidades
públicas e privadas no tratamento de dados. Vários países ao redor do mundo foram
incentivados a criar legislação específica de proteção de dados, pois os escândalos
de violação de dados começaram a afetar importantes processos democráticos, como
a eleição presidencial dos EUA em 2016 e o plebiscito de saída do Reino Unido da
União Europeia (BREXIT), também em 2016.
Um fato notório e de grande repercussão foi o caso envolvendo a empresa
Cambridge Analytica, em que foram divulgados relatórios sobre a venda e uso
indevido de dados na campanha eleitoral de Donald Trump em 2016.O caso
foi divulgado pela primeira vez em dezembro de 2015 e chegou até a corte americana
no início de 2018. A rede social Facebook foi responsabilizada no caso e sancionou
o pagamento de 5 bilhões de dólares (BISSO et al., 2020).
Outros exemplos práticos de vazamentos de dados importantes para
a articulação de autoridades em diferentes partes do mundo para o processamento de
dados pessoais ocorreram com a hoteleira Marriott, multada em 100 milhões de libras
esterlinas pelo vazamento de 339 milhões de dados de clientes. Esses dados
incluíam números de cartão de crédito e dados de passaporte. A falha deveu-se a um
sistema adotado pela empresa após a aquisição de outra rede de hoteleira, a
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Starwood, que já havia reportado problemas de segurança em seus sistemas
em 2014.
Outro caso ocorreu com a companhia aérea British Airways, vítima de
um ataque de hackers, afetando mais de 500.000 clientes em 2018. Os
dados roubados incluíam o histórico de compras de passagens, as informações
de pagamento e dados pessoais de seus usuários, como nome e
endereço. A empresa foi responsabilizada pelo pagamento de 183 milhões de libras
esterlinas pelo acontecimento (BISSO et al., 2020).
O indiscriminado vazamento e compartilhamento de dados de forma ilegal em
inúmeros casos passou a gerar impactos socioeconômicos expressivos. Segundo
informações publicadas em 2018, o custo envolvendo o vazamento de dados,
somente nos Estados Unidos, somou 654 bilhões de dólares e expôs 2,4 bilhões de
dados de usuários (BISSO et al., 2020).
Diante desse cenário, os governos começaram a tomar medidas para incentivar
as empresas a aumentarem seus investimentos em segurança de dados de usuários.
Em 2016, a União Europeia criou um regulamento sobre a proteção de dados
pessoais: o Regulamento Geral de Proteção de Dados 2016/679 (GDPR) (UNIÃO
EUROPEIA, 2016). Este instrumento legal foi um marco importante para a proteção e
confidencialidade dos dados dos cidadãos da União Europeia e do Espaço Econômico
Europeu. Como resultado, a proteção de dados pessoais foi tratada como um direito
fundamental.
Os Estados Unidos, por outro lado, apesar de terem inúmeras e
particularmente amplas sanções de proteção de dados, carecem de legislação
federal que regule especificamente a questão. No entanto, diferentemente do
que ocorre na União Europeia com o GDPR e no Brasil com a LGPD, as leis de
segurança e privacidade de dados nos Estados Unidos são
específicas, regulamentando, por exemplo, o uso de determinados tipos de dados nas
áreas de saúde, finanças e telecomunicações. Assim, objetivando tratar sobre
matérias não legisladas no nível federal, algumas regulações específicas para
proteção de dados estaduais são expressivamente importantes, como o estado da
Califórnia, onde a matéria é regulada por meio da California Consumer Privacy Act
(CCPA), e do estado de Nova York, com a New York Stop Hacks and Improve
Eletronic Data Security Act (NY SHIELD) (BISSO et al., 2020).
A legislação brasileira de proteção de dados é inspirada, em especial, no
regulamento da União Europeia, a GDPR, entrou em vigor em 2018 e teve grandes
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impactos para empresas e consumidores. Com isso, o Brasil, com o advento da LGPD,
que entrou em vigor em 18 de setembro de 2020, faz parte de um grupo de países
que possuem legislação específica para proteção dos dados de seus cidadãos.
Portanto, diante dos atuais casos de uso indevido, comercialização e vazamento de
dados, as novas regras passaram a garantir a confidencialidade dos titulares de dados
pessoais, bem como evitar barreiras comerciais com outros países.
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A seguir, um exemplo de anúncio, julgado pelo Conar, porém, o julgamento
foi arquivado, pois faz bom uso da propaganda do produto voltada para o público
infantil, conversando com os pais e/ou responsáveis e não diretamente com
as crianças.
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Figura 2 – Cliente desafia no Twitter duas lojas para ver em qual ele consegue o maior
desconto
Fonte:twitter.com
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que não conseguia responder à comunicação emitida, o
consumidor agora tem voz e opiniões sobre a marca com outros consumidores.
Nesse contexto, a publicidade digital é uma ferramenta de marketing
digital focada na promoção/comunicação de produtos, serviços e ideias por meio de
dispositivos e canais digitais. Foi utilizado por banners publicados em sites
e estendido a outras alternativas como widgets, podcasts, videocasts, game
marketing, etc.
Hoje as alternativas são inúmeras, assim como as tecnologias que podem
ser utilizadas. O mais importante é entender que se trata de um modelo diferente de
veiculação publicitária na televisão, no rádio, na mídia impressa ou na mídia exterior,
e copiar peças dessas mídias para a publicidade on-line pode não ser a melhor
alternativa (TORRES, 2018). Segundo esse autor, o desenvolvimento de estratégias
de publicidade digital deve considerar o comportamento, a intenção, o desejo e as
necessidades das pessoas que utilizam a Internet, que buscam esse meio para
interagir em quatro atividades básicas: relacionamento, informação,
comunicação, entretenimento.
Segundo Torres (2018), esse consumidor é o mesmo em relação ao ambiente
real, seu comportamento on-line reflete seus desejos e valores que ele traz de sua
experiência na sociedade. A grande diferença é que, graças à Internet, certos
comportamentos e desejos anteriormente reprimidos podem ser expressos sem
reprimendas por determinados grupos de interesse.
Ao contrário da mídia tradicional, o consumidor controla a Internet. Mesmo
que a empresa não participe da Internet, os consumidores buscarão formas de
se conectar com as marcas. Torres (2018) comenta que devido
ao crescente uso da Internet em detrimento de outros meios, a população está mais
crítica e segura do que parece e a opinião e relacionamento com cada um dos
consumidores é cada vez mais imprescindível.
Assim, com o uso generalizado pelos internautas de redes sociais como
Facebook, Twitter, Instagram e LinkedIn, os profissionais de marketing rapidamente
se apropriaram desse terreno fértil digitalizado, integrando as redes sociais
às organizações de forma comercializável, lucrativa e explorável. O uso dessas
mídias possibilita que tablets, smartphones e notebooks mantenham as pessoas
conectadas por mais tempo, tendo assim maior vulnerabilidade diária à publicidade.
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O uso da Internet como meio publicitário também inova a tradicional relação
cliente-agência-mídia, pois a própria agência passa a manter suas plataformas de
mídia no ambiente digital e o próprio cliente pode participar de hotsites, em
suas páginas, redes sociais e em seu site. Tradicionalmente, o cliente contrata uma
agência de publicidade que cria um plano de mídia, cria uma contribuição publicitária
e a executa usando os meios de comunicação existentes. Cliente, agência e
mídia são sempre três entidades diferentes.
Outro aspecto importante da publicidade na Internet e das relações-públicas é
a sua regulamentação. No Brasil, o Conar (Conselho Nacional de
Autorregulamentação Publicitária) é responsável por definir por meio de seu código o
que pode e não pode conter publicidade nacional. Embora suas regras não contenham
um ponto específico sobre publicidade, todas as normas podem ser aplicadas a
qualquer tipo de campanha, independentemente do meio em que for veiculada. Isso
é facilmente verificável, pois há casos de anúncios circulando na Internet, pelas mídias
sociais que foram objetos de denúncias de consumidores e vetados pelo Conar.
A publicidade digital tem sido utilizada como um canal popular para promover
produtos e/ou serviços comerciais na Internet. No geral, a tendência é investir cada
vez mais nesse tipo de publicidade, pelo fato de os consumidores estarem
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sistematicamente on-line e por ser possível compartilhar conteúdo nesse ambiente
sem perda ou distorção das mensagens originais criadas pelas marcas, de uma forma
rápida e cômoda para os internautas.
Por meio da publicidade digital, as organizações conseguem criar mensagens
tão ou mais sofisticadas do que nas mídias tradicionais. No entanto, as marcas devem
ter em conta que a criação de campanhas on-line deve visar ou atrair um público-alvo
específico. Também é importante saber que as ferramentas de comunicação de
marketing devem ser utilizadas para evitar ou minimizar os efeitos negativos da
personalização, pois essa personalização, mais comum nos meios on-line, pode ou
não ser uma estratégia de marketing eficaz, dependendo do contexto (AGUIRREA et
al., 2014).
As empresas podem fazer com que os consumidores se sintam intrusivos
quando, por exemplo, usam informações de identificação pessoal ou transacionais.
Quando os efeitos da personalização são negativos, eles podem ser parcialmente
compensados apresentando ao consumidor anúncios que sejam eficazes e relevantes
para suas necessidades atuais (VAN DOORN; HOEKSTRA, 2013).
A publicidade digital também pode desencadear mais compras por impulso,
pois fornece anúncios clicáveis que facilitam a compra imediata. No entanto, no mundo
digital, a fidelização não se orienta apenas para as vendas, mas também para as
visitas ao site ou outros canais que a empresa disponibiliza. Quando as empresas
optam por anunciar on-line, devem considerar alguns aspectos, como o design (que
deve ser atraente e funcional para captar a atenção dos internautas e facilitar sua
navegação) e os aspectos tecnológicos (não deve haver falhas ou bugs que
comprometam a assessoria ou qualquer outra ação, evitando assim desconfiança ou
perda de credibilidade), bem como o fornecimento de respostas rápidas, em caso de
contato com o cliente.
Nesse sentido, o objetivo da publicidade on-line é promover os produtos,
serviços ou bens públicos anunciados e captar a atenção dos internautas em
escala global, pois as empresas que entram no mundo on-line também estão
evoluindo em um mercado que não se limita a um único país de origem.
Portanto, devem buscar atender às necessidades de segmentos de mercado
geograficamente dispersos que falam outros idiomas.
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3.4 Tipos de publicidade digital
Mídias digitais
Portais: têm milhões de visitas mensais, são controlados por grandes empresas
de comunicação e se comportam como veículos tradicionais. Em geral, estão
íntimos ao uso de banners.
Sites especializados: estão ligados a alguma instituição ou grupo dedicado a um
fim específico, como sites de publicidade, gastronomia, educação e outros.
Também estão intimamente ligados ao uso dos banners.
Blogs profissionais: são administrados por blogueiros profissionais e são
geralmente dedicados a um tema. Em geral, estão ligados ao uso de banners, em
particular pelo programa Google AdSense.
Mídias sociais: estão ligadas à criação coletiva direcionada a determinado fim,
como o YouTube. São mais adequadas à publicação de vídeos virais.
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Redes sociais: são mais fechadas e controladas pelas empresas que as
administram, como Instagram, Facebook e LinkedIn. Na veiculação de publicidade,
são mais adequadas ao uso de banners, aplicativos e widgets sociais.
Aplicações de comunicação: são especializadas em aplicações de comunicação
que usam a internet, como o Skype. Normalmente, permitem a publicação de
banners e widgets, veiculados durante as conversas dos internautas.
Portais de jogos: os jogos on-line são similares às redes sociais, especializados
em um ou vários jogos, e atraem um público jovem, como Club Penguin e o
Miniclips. Na veiculação de publicidade, são mais adequados ao uso de banners,
aplicativos e widgets.
Celulares e smartphones: os aparelhos móveis se tornaram uma mídia importante
a ser considerada em qualquer campanha publicitária, permitindo o uso de banners,
aplicativos, vídeos e widgets virais.
Banners
Podcasting
Podcast é uma transmissão de áudio on-line. Ele pode ser usado para transmitir
uma entrevista ou uma explicação, ou para criar um programa de rádio na Internet. O
podcast passou por ciclos de sucesso e fracasso no Brasil e, nos últimos anos, voltou
à tona (TORRES, 2018).
Os podcasts podem ter diversas aplicações, mas as mais utilizadas em
marketing e publicidade são estas:
Série de rádio: pode ser criado um pequeno programa de rádio para o negócio,
gravado com relativa frequência, como os posts de um blog em áudio. É possível
criar um público fiel que trará audiência para a empresa.
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Entrevistas: caso a empresa deseje conceder entrevista a uma emissora de
rádio ou publicar uma coletiva de imprensa, é possível gravar e transmitir o
conteúdo em um podcast, facilitando a distribuição da entrevista para
diversos veículos e pessoas simultaneamente.
Educacionais: as explicações de produtos, serviços ou tecnologias são muito
úteis para permitir que os clientes usem essas informações a qualquer
momento para seu próprio aprendizado.
Videocasting
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YouTube e outros portais de vídeo, algumas empresas produzem minisséries em
vídeos curtos, acompanhadas pelo público.
Animações: com a capacidade de produzir as mais variadas animações a baixo
custo e com o crescente interesse do público pelo vídeo na Internet, muitas
empresas têm investido na animação como meio de veiculação de conceitos,
produtos e mensagens publicitárias.
Widgets
Marketing de jogos
Links patrocinados
Publicidade programática
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Junto à base tecnológica há também uma série de predefinições estabelecidas
por anunciantes e veículos, as quais servem de parâmetro para as interações entre
as plataformas que fazem parte da programática. Cada plataforma torna-se um agente
no mercado de compra e venda de espaços publicitários, podendo ser separados por
sua função: os que atuam assessorando anunciantes, os atuantes junto aos veículos
e os que atuam mediando o processo de transação, funcionando para ambos os lados.
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4 O MERCADO DE PROPAGANDA NO BRASIL
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4.1 Regulação do mercado publicitário no Brasil
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Como prática social e cultural, a propaganda está intimamente ligada aos
movimentos do mercado. Na verdade, é uma atividade que, como a conhecemos hoje,
só faz sentido em economias de livre mercado e competitivas. Assim, os contextos
em que a propaganda está inserida afetam sua participação em movimentos e ações
de troca econômica e dependem tanto de outros mercados quanto dos contextos
sociais, culturais e políticos de um país.
Em 2016, por exemplo, o mercado publicitário brasileiro foi fortemente
influenciado pela realização das Olimpíadas e, também, pelas turbulências políticas
que levaram ao impeachment da então presidenta Dilma Rousseff. Acreditar que a
publicidade é tão somente uma atividade de persuasão e um instrumento de
marketing, desvinculado de outros contextos é um equívoco que deve ser evitado.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORGES, P. R. Cara de pele, efeito de pele: uma etnografia do debate sobre o uso
de peles animais nas indústrias do vestuário e da moda a partir da campanha boicote
Arezzo. 2013. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.
40
Presidência da República, [1965]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/L4680.htm. Acesso em: 10 out. 2022.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República,
[2019]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em:
10 out. 2022.
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FOLHA DE SÃO PAULO. Investimento publicitário movimenta R$ 134 bi em 2017.
06 fev. 2018.
TORRES, C. A Bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre
marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. São Paulo: Novatec,
2018.
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