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Relatório Técnico

Autorização de Perfuração de Poço


Artesiano

Empreendimento: Fazenda da Cabaça


Proprietário: Wederson José Honório
ART: MG20232388869

Passos, MG
2023
Autorização de Perfuração de Poço Artesiano

1. IDENTIFICAÇÃO DO PROPRIETÁRIO E PROPRIEDADE

Requerente: Wederson José Honório


CPF: 060.838.856-47
Endereço: Rua Jaspe n°346 – Bairro: Jardim Aclimação – CEP: 37.901-714
Propriedade: Fazenda da Cabaça
N° do CAR: MG-3147907-F138.2D9C.E48F.409E.A666.40A9.36F8.2AD7
Bairro: Zona Rural - CEP: 37.904-899
Município: Passos UF: MG

2. EMPRESA CONSULTORA

Razão Social: Algeo Engenharia Eireli


CNPJ: 10.856.511/0001-63
Endereço: Av. Arlindo Figueiredo n° 1260, Sl 01 – Bairro: Pinheiros – CEP: 37.902-026
Município: Passos UF: MG

Telefone: (35) 3521-8240

3. RESPONSÁVEL TÉCNICO

Responsável: Beatriz Aparecida Martins


Formação: Engenheira Ambiental
CPF: 022.905.676-80
N° de Registro CREA -MG: 1420987186
E-mail: ambiental@algeo.com.br
Telefone: (35) 9.9961-8568

4. INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa cumprir a legislação vigente, obter informações referente


a autorização de perfuração do poço tubular que será perfurado no imóvel rural
denominado Fazenda da Cabaça, localizada no município de Passos (MG). Tem se as
seguintes especificações do local a ser perfurado:

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• Método da perfuração será por Roto-Pneumático;


• A profundidade estimada para perfuração será de 100 m (metros) e o diâmetro do
revestimento de 156 m (metros);
• A vazão estimada a ser captada será de 5 m³/h ou 5.000 L/h e sem o uso de filtro;
• Finalidade de Uso: Consumo Humano.

5. CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA

O município de Passos localizando-se na microrregião hidrográfica do Médio Rio


Grande (GD7), pertencente à Bacia Hidrográfica do Rio Grande (IBGE, 2012; CBH
GRANDE,2023).

Localmente, o município de Passos está inserido na Bacia Hidrográfica do


Ribeirão Bocaina. Destacam-se na composição hidrológica do local três corpos d’água
principais, a saber, Ribeirão Bocaina e os córregos Bom Sucesso e São Francisco
(CARVALHO,2017; COLLARES; JACÓ; CARVALHO, 2016).

Figura 1. Principais corpos d’água da cidade de Passos-MG.

Fonte: Carvalho (2017)

Passos está assentada sobre a Nappe de Passos, do Domínio Interno da Faixa


Brasília., cujo principal unidade litoestratigráfica é composta pelo Grupo Araxá. O grupo,
por sua vez, é composto por conjuntos de rochas neoproterozoicas de origem sobretudo
metassedimentar intercaladas com rochas metavulcânicas, com presença de quartzitos,
mica, metabasitos e xistos (CAPELANE, 2022). O terreno do grupo é formado sobretudo

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por sequências ígneas máficas capeadas por elementos metassedimentares originados há


aproximadamente 630 milhões de anos (SEER et al., 2001).

O município se localiza a uma altitude que varia dos 680 aos 750 metros
(FAGUNDES et al., 2007), com um relevo caracterizado por colinas com baixas
declividades, planícies, depressões, serras e morros. O território municipal apresenta os
seguintes tipos de solo: Latossolos Vermelhos distróficos (LVd), Latossolos Vermelho-
Amarelos distróficos (LVAd), Cambissolos Háplicos Tb distróficos (Cxbd) e Argissolos
Vermelho-Amarelos eutróficos (PVAe).

6. CARACTERÍSTICAS DA UNIDADE GEOLÓGICA

O município de Passos localiza-se na região sul de Minas Gerais, pertence à Bacia


do Rio Grande. Predominante na localidade por conjuntos de rochas meoproterozoicas,
presença de quartizitos, mica e xistos, com solos de tipos Latossolos Vermelhos
distróficos (LVd), Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos (LVAd), Cambissolos
Háplicos Tb distróficos (Cxbd) e Argissolos Vermelho-Amarelos eutróficos (PVAe).

A localização da área de interesse está representada na figura 2 abaixo:

Figura 2. Localização do perímetro da propriedade e do local de perfuração.

Fonte: Google Earth Pro.

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7. JUSTIFICATIVA DO LOCAL DE PERFURAÇÃO E SEU ENTORNO

O ponto escolhido para perfuração do poço é um local viável de acesso as casas


ao entorno que fará uso dessa água. Além disso, na escolha do local de perfuração,
considerou-se estar fora de área de preservação permanente e reserva legal, sendo uma
área de uso consolidado.

8. APRESENTAÇÃO DAS POTENCIALIDADES, CONCEPÇÃO DO


PROJETO E CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS

A necessidade da elaboração deste projeto deve-se pela tentativa de minimizar um


problema anual que ocorre em rios: a falta de água nos períodos de escassez. Nesses
termos, o empreendedor solicitou a autorização para perfuração de poço tubular a fim de
amenizar o déficit de água nos períodos de estiagem do balanço hídrico.

8.1.Potencialidade

Entre outros fatores, o estudo das potencialidades e da viabilidade para a


implantação de um sistema de abastecimento de água potável em uma determinada
localidade, deverá levar em consideração: Geologia, geomorfologia local, o volume de
água necessário, as fontes existentes, a vazão da futura fonte de abastecimento, a
qualidade da água e a viabilidade econômica.

Além desses fatores, outros elementos básicos utilizados para a elaboração do


projeto, necessários ao diagnóstico preliminar da localidade, foram: Dados preliminares
referentes aos aspectos físicos da localidade, recursos hídricos superficiais e subterrâneos
e a infraestrutura existente.

Sendo assim, após a avaliação do órgão ambiental competente e a aprovação da


autorização, será perfurado o poço tubular na Zona Rural, na propriedade denominada
Fazenda da Cabaça, no município de Passos (MG), nas coordenadas geográficas:

• Latitude: 20°49’15.99”S e Longitude: 46°37’31.86”W.

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8.2.Poço Tubular Profundo

Segundo Albuquerque e Oliveira (1999), os principais fatores favoráveis à


exploração das águas subterrâneas são os seguintes:

o Volumes estocados muito grandes (192.000 Km³ no Brasil) e suas velocidades de


fluxo muito baixas (cm/dia) resultam em que o manancial é pouco afetado pelas
variações sazonais de pluviometria, podendo propiciar um abastecimento regular
durante os períodos de seca ou estiagem prolongadas.
o Pelo fato de ocorrerem no subsolo sob uma zona de material rochoso não saturado
ou camadas rochosas pouco permeáveis, as águas subterrâneas encontram-se
relativamente melhor protegidas contra agentes potenciais ou efetivos de
poluição.
o Quando captadas de forma adequada, na sua utilização, geralmente, não se tem
custos de clarificação, tratamento ou purificação: Os processos de filtração e
biogeoquímicos de depuração do subsolo proporcionam um alto nível de
purificação e potabilidade das águas subterrâneas.

8.3.Nomenclatura

Para um bom entendimento do presente relatório, torna-se necessário o


conhecimento de alguns termos técnicos, adotadas pela “ABNT – NBR 12244 -
Construção de um poço para captação de água subterrânea”.

▪ Amostra de calha: Material fragmentado proveniente da perfuração, coletado em


intervalos representativos das formações geológicas atravessadas.
▪ Aquífero: Formação ou conjunto de formações rochosas capazes de permitir o
armazenamento e a circulação de água em seus poros ou fraturas, que pode ser
extraída em quantidade economicamente apreciável.
▪ Completação: É o conjunto de operações iniciadas após e perfuração e a
perfilagem de um poço. Inclui a troca, ou não do fluido de perfuração pelo de
completação, a descida da coluna de tubos de revestimento lisos e filtros, a injeção
de pré-filtro, a cimentação e a limpeza do poço, pela troca de fluido de
completação por água.

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▪ Cone de depressão: Rebaixamento do nível de água causada pelo movimento


convergente da água no aquífero quando bombeada, resultando em um cone de
depressão em torno do poço. A sua forma e dimensão dependem das
características hidráulicas do aquífero e pode ser determinado a partir dos dados
obtidos no teste de vazão.
▪ Conjunto de bombeamento: É o conjunto de materiais e equipamentos utilizados
para retirar a água do poço
▪ Contrafluxo: Operação de injeção de água em um poço, através de uma coluna
aberta, instalada por dentro da coluna de completação, pela qual, por circulação
direta o fluido de completação é injetado, retornando pelo espaço anular até a
superfície. Durante essa operação é então aplicado por gravidade no espaço anular
o pré-filtro.
▪ Ensaio de Bombeamento: Processo de retirada de água de um poço por meio de
um equipamento de bombeamento, com o objetivo de se avaliar a real produção
para explotação. São Avaliados os parâmetros hidrodinâmicos do aquífero.
Durante o ensaio é feito os controles e registros de vazão, nível estático e nível
dinâmico.
▪ Furo-piloto ou furo-guia: Perfuração efetuada para obtenção de dados
preliminares das características das rochas em subsuperfície. Em muitos casos,
constitui a primeira etapa de construção de um poço.
▪ Lacre: Dispositivo colocado no topo do revestimento que impede o ingresso de
animais, líquidos e outras substâncias que possam contaminar o poço e o aquífero.
▪ Lama de perfuração: Fluido utilizado com a finalidade de sustentar as paredes
do furo, transportar os resíduos de perfuração, resfriar e lubrificar as ferramentas.

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Figura 3. Tipos de Aquíferos (Quanto porosidade e pressão).

9. METODOLOGIA DO PROJETO

A perfuração do poço tubular deverá ser executada de acordo com as


especificações técnicas da ABNT (NBR 12212 e 12244 – Projeto e Construção de Poços
Tubulares para Captação de Água Subterrânea) respectivamente e demais órgãos
competentes e seguindo-a rigorosamente (em anexo desenhos e detalhes do Projeto).

As etapas a seguir de execução deste sistema seguem o modelo tradicional de


perfuração de poço tubular que compreende:

a) Instalação do Canteiro de Obra

Para o inicio das atividades de execução de obra, as instalações provisórias


necessárias deverão estar executadas, obedecendo a um cronograma preestabelecido para
o canteiro de obras, facilitando a recepção, estocagem e manuseio dos matérias. Junto ao
cantei de obras, em local visível, deverá ficar a placa de obra. Os serviços deverão ser
executados por profissionais habilitados de forma a utilizarem o material conforme
prescrições do fabricante.

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b) Perfuração do Poço Tubular

1° Perfuração inicial: para colocação do tubo de boca; execução de furo piloto ou


furo guia; amostras de calha; perfuração nos diâmetros e profundidades projetados;
verificação dos parâmetros da perfuração; e verificação das condições reológicas do
fluido de perfuração.

2° Dimensionamento da coluna de revestimento: elaboração do perfil litológico


com base no exame e descrição das amostras; execução e interpretação de perfilagens
elétricas e radioativas, de diâmetros, de densidade, sônicas, laterais e outras; elaboração
do perfil de penetração; e correlação entre os vários perfis para montagem do perfil
composto.

3° Selo sanitário: será feito com massa de cimento na proporção 1:1 e isolará
prováveis contaminações vindas pela água freática. Para isso, ao redor da boca do poço
será feita uma laje de proteção, com um metro de quadrado por quinze centímetros de
profundidade, depois uma camada de aproximadamente uma polegada de espessura irá
até o contato com a rocha.

4° O cronograma: apresentado a seguir é uma estimativa aproximada, baseada na


metodologia padrão, podendo variar dependendo das condições hidrológicas do local e
as circunstancias diversas do meio biótico a ser verificada durante a construção do poço
pelo responsável técnico da obra e pelo sondador.

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Figura 4. Exemplo de Cronograma.

Concluído o poço, a empresa executora entregara a contratante o relatório técnico


construtivo, contento todas as informações relevantes ao usuário.

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10. CROQUI DA ÁREA

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11. FOTOGRAFIA DO LOCAL DE PERFURAÇÃO

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas: NBR 12.212. Projeto de Poço para
Captação de Água Subterrânea. Rio de Janeiro, RJ. 1992.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas: NBR 12.244. Construção de Água
Subterrânea. Rio de Janeiro, RJ. 2006. N° de Referência: 12244:2006.
ALBUQUERQUE HJTR, OLIVEIRA JEC. A importância das águas subterrâneas.
Rev. Abastece. 1999; Ano I N° 4.
CARVALHO, A. C. P. Integração de atributos morfométricos e geotécnicos para
definição de zonas sujeitas à inundação na Bacia do Ribeirão Bocaina (MG). 2017.
228 p. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo - Departamento
de Geotecnia, 2017.
CBH GRANDE. A Bacia do Rio Grande. Disponível em: https://cbhgrande.org.br/a-
bacia. Acesso em: 22 mai 2023.
EBERHARDT, Daliane Bandeira. Elementos-traços em minerais do complexo
alcalino carbonatítico de Tapira - MG. 2014. xiii, 111 f., il. Dissertação (Mestrado em
Geologia) - Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
FAGUNDES, L. M. et al. Florística e estrutura do estrato arbóreo de dois fragmentos de
florestas decíduas as margens do Rio Grande, em Alpinópolis e Passos, MG, Brasil.
Act. Bot. Bras., v. 21, n. 1, 2007.
FURNAS. Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Entorno
do Lago de Furnas – Relatório Parcial 1. Alfenas-MG. 2013.
IBGE. Bacias e divisões hidrográficas do Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística, Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais,
2021b. 160 p.
IBGE. Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com
data de referência em 1º de julho de 2021. Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, 2021a.
MACEDO, L. G. M. Sistema de informações hidrológicas do complexo mineração
de Tapira, MG. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal de Ouro Preto,
Ouro Preto, 2013.
Silva, C. H. et al. O Grupo Canastra em sua área-tipo, região de Tapira, sudoeste
do estado de Minas Gerais. Revista do Instituto de Geociências - USP Geol. USP, Sér.
cient., São Paulo, v. 12, n. 2, p. 8-98, Agosto 2012.

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