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CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO - UNISALES

GABRIEL RUAS PRATES

AS CONSEQUÊNCIAS CAUSADAS PELO ROMPIMENTO DA BARRAGEM I DA


MINA DO CÓRREGO DO FEIJÃO EM BRUMADINHO - MG

VITÓRIA
2020
GABRIEL RUAS PRATES

AS CONSEQUÊNCIAS CAUSADAS PELO ROMPIMENTO DA BARRAGEM I DA


MINA DO CÓRREGO DO FEIJÃO EM BRUMADINHO - MG

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Centro Universitário Salesiano, como requisito
obrigatório para obtenção do título de Bacharel em
Direito.

Orientador: Me. Prof. Gustavo Gobi Martinelli

VITÓRIA
2020
GABRIEL RUAS PRATES

AS CONSEQUÊNCIAS CAUSADAS PELO ROMPIMENTO DA BARRAGEM I DA


MINA DO CÓRREGO DO FEIJÃO EM BRUMADINHO - MG

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Católica


de Vitória Centro Universitário, como requisito obrigatório
para obtenção do título de Bacharel em Direito.

Aprovado em _____ de ________________ de ____, por:

________________________________
Me. Gustavo Gobi Martinelli - Orientador

________________________________
Prof(a). __________, Instituição

________________________________
Prof(a). __________, Instituição
Dedico esse trabalho aos meus pais
Aroldo e Romênia, minha irmã Jéssica,
meu filho Lucca, minha namorada Rayssa
e a todos meus amigos que me ajudaram
nessa jornada
AGRADECIMENTOS
Antes de mais nada, agradeço a Deus por ter me dado força, saúde e conhecimento
para superar todos os obstáculos encontrados durante essa jornada.

Agradeço meus pais, Aroldo e Romênia, meu porto seguro em todos os momentos e
por serem fundamentais para o meu desenvolvimento pessoal e profissional pois
sem eles nada disso seria realidade.

Agradeço minha irmã, Jéssica, e meu cunhado, Marcos, que me receberam de


portas abertas em sua casa, pois sem eles a produção e correção do TCC seria
mais complicada.

Meu filho Lucca que sempre me traz momentos de alegria e muitos sorrisos,
tornando a jornada muito mais feliz.

Minha namorada Rayssa por ser um pilar fundamental na minha vida, no qual
sempre buscou o lado positivo das coisas e foi um incentivo fundamental para a
elaboração deste trabalho.

Meus amigos da faculdade, principalmente Lara e Augusto, por todos momentos que
vivenciamos através da faculdade, sem a presença dos dois essa jornada seria mais
árdua e cansativa.

Aos meus professores da Unisales, principalmente o professor Gustavo Martinelli no


qual foi o orientador deste TCC, agradeço pelas dicas e por me tranquilizar nas
reuniões em que debatemos os assuntos do trabalho.

E aqueles que me apoiaram mas não foram citados, muito obrigado, pois de uma
forma ou de outra foram importantes para minha jornada acadêmica.
RESUMO

Com o avanço da globalização fez que aumentasse a necessidade de matérias


primas, tal necessidade influiu diretamente na mineração que conforme a demanda
aumentava mais matéria prima era extraída e mais rejeitos dessa extração era
produzidos. Devido esse crescimento, aumentou o número de barragens de
mineração e infelizmente o número de catástrofes ocasionadas por elas.O presente
projeto busca trazer informações sobre a tragédia ocorrida em Brumadinho de forma
simples e clara. mostrando as leis vigentes no país, a função dos órgãos
fiscalizadores e tratar acerca das indenizações.

Palavras-chave: Barragem; Rompimento; Brumadinho; Vale S.A.


ABSTRACT

Keywords:
LISTA DE IMAGENS (hipótese)

Imagem 01 –
Imagem 02 –

Imagem 03 –
Imagem 04 –
fiz uma pasta no drive com as fotos

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47399659

https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/01/25/barragem-da-vale-se-
rompe-em-brumadinho-mg-fotos.ghtml
LISTA DE SIGLAS

ANA - Agência Nacional de Águas

ANM - Agência Nacional de Mineração

DHP´S - Drenos Horizontais de Perfuração

DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral

DPA - Dano Potencial Associado

PAE - Plano de Ação de Emergência

PAEBM - Plano de Ação de Emergência de Barragem de Mineração

PNSB - Política Nacional sobre Segurança de Barragem

RALweb - Aplicativo de uso exclusivo para declarações e retificações de RALs


de qualquer ano-base

RISR - Relatório de Inspeção De Segurança Regular

SIGBM - Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de


Mineração

SNISB - Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens


SUMÁRIO

11 INTRODUÇÃO 11
Metodologia 13
3 FUNCIONAMENTO DA BARRAGEM I DO CÓRREGO DO FEIJÃO EM
BRUMADINHO 14
3.1 O HISTÓRICO DA BARRAGEM E SEU SURGIMENTO - CONSTRUÇÃO E
SUAS FINALIDADES 14
3.2 COMO OCORRE O PROCESSO DE FISCALIZAÇÃO DAS BARRAGENS
PERANTE A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA VIGENTE 16
3.3. A APLICABILIDADE DAS LEIS CONFORME O ORDENAMENTO
BRASILIERO 19
3.3.1 quais são os princípios que foram feridos pela lama de rejeitos do dia 25
de janeiro de 2019? 20
3.3.2 aplicabilidades do artigo 225 da constituição federal de 1988 acerca do
incidente do dia 25 de janeiro de 2019 21
3.3.3 a eficácia da lei 12.334/10 acerca do desmoronamento da barragem 22
3.3.4 a importância da agência nacional de mineração e os efeitos da portaria
nº 70.389/17 23
3.3.5 alterações realizadas pela resolução nº 32, de 11 de maio de 2020 que
altera a portaria nº 70.389, de 17 de maio de 2017 27
3.3.6 mudanças realizadas na lei 12.334/2010 ocasionados pela legislação Nº
14.066, de 30 de setembro de 2020 e sua eficácia em relação ao tema abordado
28
3.4 DIVERGÊNCIAS APRESENTADAS NO RELATÓRIO DA AGÊNCIA
NACIONAL DE MINERAÇÃO - ANM 30

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .X
5 REFERÊNCIAS .X
11

1 INTRODUÇÃO

Numa sexta feira fatídica, dia 25 de Janeiro de 2019, o município de Brumadinho


em Minas Gerais, ganhou destaque nas grandes mídias sociais. Havia ocorrido
uma grande tragédia que abalou inúmeras famílias e deixou 259 mortes
confirmadas e 11 desaparecidos. Trata-se do desmoronamento da barragem BI da
Mina do Córrego do Feijão que gerou uma avalanche de lama de rejeitos
ocasionando perdas humanas, ambientais, econômicas e sociais imensuráveis,
além de romper princípios da dignidade humana.(Vale, 2019)
A empresa responsável pela barragem no momento do desabamento era a VALE
S.A., uma das maiores mineradoras do mundo e a maior do Brasil. Com os grandes
avanços tecnológicos da época e aporte de recursos, não era de se esperar que
ocorresse uma tragédia dessa magnitude, entendendo-se que haviam tecnologia e
conhecimento para se prevenir e remediar tal catástrofe. Com isso, pela
importância da empresa e pela grande repercussão nacional e mundial acerca do
ocorrido, houve a motivação para elaboração deste trabalho que trouxe
informações e debates acerca do dano incalculável ocasionado pela lama de
rejeitos.

A relevância da Vale na economia brasileira pode ser medida pelo peso


que a exportação do minério de ferro tem na balança comercial.
Atualmente, o minério é o terceiro produto mais exportado pelo Brasil,
atrás apenas da soja e do petróleo.

Foram avaliadas não só as responsabilidades da empresa VALE S.A., proprietária


da barragem, mas também aquelas empresas e órgãos que deveriam fiscalizar e
regulamentar a operação da barragem de Brumadinho.Além disso, foi averiguado o
pagamento das indenizações para as vítimas que sofreram alguma perda pelo
incidente e pelos danos à natureza. Vale ressaltar que o projeto também busca
tratar sobre a aplicabilidade da lei nº 12.334/10 e sua eficácia em relação ao
desastre, junto com outras leis que podem ser utilizadas no caso em tela.

Buscou-se identificar possíveis falhas no processo, prováveis caminhos ou até


mesmo uma solução para essas falhas que motivaram o desastre, mesmo que não
tenha sido o objetivo principal deste texto trazer tal solução. O foco aqui foi fazer
12

apontamentos para possíveis debates sobre o fato que afetou as pessoas de


diversas maneiras, assim enriquecendo os pensamentos jurídicos e sociais acerca
do desmoronamento da barragem, junto com informações atualizadas.

Insta frisar que em todas as modalidades de barragem existe algum risco de


rompimento e isso pode variar de acordo com o tipo de procedimento escolhido
pela mineradora para sua finalidade. Temos então, a importância de um bom
funcionamento e fiscalização adequada de tal estrutura visando diminuir esses
riscos. Na barragem em questão, era utilizado o método à montante, no qual
funciona com o sistema de alteamento. Dessa forma, quando atingem um certo
ponto (próximo ao limite) é utilizando o rejeito em si para ampliar a capacidade de
armazenamento (VALE,2019).

O rompimento da barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, em


Brumadinho, não foi o primeiro e, infelizmente, não será o último com esse
tipo de estrutura. Se, até meados do século XX, a construção de
barragens de mineração no Brasil pôde ser considerada um avanço – uma
vez que os rejeitos, até então, eram depositados no terreno ou lançados
diretamente nos cursos d’água –, hoje, uma parte delas constitui
verdadeiras bombas-relógio. Na segunda metade do século passado, com
a construção em escala dessas estruturas, eram comuns os casos de
rompimento ou vazamento em decorrência de chuvas mais intensas. À
época, por terem tais barragens dimensões bem mais reduzidas que as
atuais, esses acidentes, a despeito de usuais, praticamente não eram
noticiados pela mídia, pois seus efeitos, em geral, permaneciam restritos
aos vales logo a jusante delas e, na grande maioria das vezes, não se
registravam vítimas fatais (COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO
ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE BRUMADINHO, pag. 3, 2019)

Ressalta-se que o inusitado do ocorrido, foi que, no momento da tragédia, a


barragem I do Córrego do Feijão em Brumadinho, não recebia nenhum rejeito,
significando que, a mesma estava inativa. Todavia, mesmo não estando em
operação e com checagens para aferir sua infraestrutura, não foi possível impedir o
que pode ser tipificado como um dos maiores acidentes na história do Brasil e do
mundo (VALE,2019).
13

METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi o método dedutivo, no qual se utiliza o caso geral e


parte para o caso específico, no caso em tela, parte dos desastres em geral e foca
no acidente mais recente, o fato ocorrido em Brumadinho – MG.
O método de desenvolvimento foi através de análise teórica e estudo do caso
concreto , para as técnicas de pesquisa do projeto foram realizadas pesquisas
bibliográficas e documentais, utilização de jurisprudências, julgados existentes,
reportagens de emissoras em geral que cobriram o desastre, doutrinas, site da
empresa que continha informações acerca do fato ocorrido e letra fria da lei.
Insta frisar que a mineradora Vale S.A foi procurada duas vezes para se
manifestar acerca do ocorrido porém a mesma não emitiu respostas acerca do
assunto durante a produção do trabalho, sendo possível observar através dos
protocolos N°20201113162710647 e Nº20201116142117093.
Vale ressaltar que a questão jurídica deste projeto busca identificar possíveis falhas
no processo, buscando prováveis caminhos ou até mesmo uma solução para essas
falhas que motivaram o desastre, embora esse não sendo o objetivo de trazer a
solução, o foco aqui é fazer apontamentos para possíveis debates sobre o fato que
afetou as pessoas de diversas maneiras, assim enriquecendo os pensamentos
jurídicos e sociais acerca do desmoronamento da barragem, junto com informações
atualizadas.
14

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O HISTÓRICO DA BARRAGEM E SEU SURGIMENTO - CONSTRUÇÃO E


SUAS FINALIDADES

A barragem B1 foi construída pela mineradora Ferteco no ano de 1976 e logo fora
adquirida pela a mineradora Vale S.A. no ano de 2001, com isso, todas as
barragens da antiga mineradora também entravam no portfólio da empresa
compradora, ficando assim responsável por elas (VALE,2019).

É importante frisar que o estilo da barragem escolhida pela empresa responsável


da época, a Ferteco Mineração S.A., era pelo método de alteamento a montante,
com o volume total de 11,7 milhões de m3 de rejeitos (VALE,2019).

A barragem B1 da Mina Córrego do Feijão datava da década de 1970,


tendo sido construída a partir de 1976 pela Ferteco, empresa alemã que,
em 2001, foi adquirida pela Vale, em meio a uma série de outras
aquisições que lhe antecederam e lhe seguiram. Segundo depoimentos
nesta CPI, existe pouca documentação sobre a barragem, tais como
projetos de construção e alteamentos, em suas primeiras etapas. De
acordo com Paulo César Abrão, consultor da Vale, em depoimento à
CPIBruma no dia 8/8/2019, só havia um relatório escrito em alemão
descrevendo a barragem inicial. O fato é que a construção da barragem
B1 se iniciou com um dique de partida, elevando-a da cota 856 m a 874 m.
Depois, foram feitos mais 9 alteamentos (o dique de partida, no caso, é
considerado o primeiro deles), em 14 etapas, conforme a Tabela 2, tendo
cada alteamento entre 2 e 7,5 m, elevando a estrutura ao patamar final de
942 m e somando uma altura total de 86 m. (fazer citação e referência)

Com isso, pôde-se frisar a relevância do estilo da barragem que era utilizada com o
fato ocorrido. Dessa forma, após uma explicação breve acerca dos alteamentos a
montante, foi possível compreender as técnicas que eram utilizadas pelas
empresas em busca da ampliação da barragem. Sendo que, para a formação dos
diques, a empresa utilizava os próprios rejeitos da estrutura, assim sucessivamente
até chegar a capacidade desejada. (REFERÊNCIA) Vale ainda ressaltar que essa
forma de ampliação, é a mais barata e menos segura na formação de uma
barragem. (fazer citação e referência)
15

O fato é que foi conveniente para as empresas de mineração realizar os


alteamentos a montante, que implicam a implantação de diques
sucessivos “rio acima”, ou seja, sobre os próprios rejeitos depositados, por
ser tal método mais barato e mais rápido, muito embora represente riscos
maiores do que as outras opções. No caso da barragem B1 da Mina
Córrego do Feijão, foram feitos cerca de dez alteamentos (Citação).

Através dos esclarecimentos prestados pela a empresa em seu site, foi possível
observar que a barragem se encontrava inativa para o recebimento de rejeitos e
qualquer outro tipo de descarte vindo da extração de minério na região. Dessa
forma, estando desativada, a mineradora buscava um projeto para
descomissionamento da barragem (VALE, 2019),

Vale enfatizar que esse estudo de projeto realizado pela Vale S.A., possuía a
finalidade de descaracterizar e encerrar definitivamente as atividades e o uso da
estrutura de Brumadinho, assim foram retirados os diques e a área no qual era
utilizada como acúmulo e descarte de dejetos, passa por um processo de
reflorestamento para reiterar o meio ambiente (VALE,2019).

Embora existisse tal estudo para descaracterização das barragens a fim de se


evitar tragédias futuras, o rompimento da barragem de Brumadinho aconteceu.
Ficando nítido que a escolha desse método, alteamento a montante, feito pela
antiga responsável, mineradora Ferteco, para a construção e formação da
barragem, não era das mais seguras. Tal fator deve-se pelo fato de que o nível de
investimento neste tipo de construção é inferior quando comparado com os outros
tipos de barragem. Dias após a tragédia, uma notícia preparada pelo jornal BBC
News do Brasil, aborda exatamente sobre este fato.

A barragem da Vale que se rompeu em Brumadinho (MG) deixando


centenas de desaparecidos e dezenas de mortos já não recebia rejeitos da
mineração há três anos, mas usava um método de contenção que
especialistas dizem ser mais barato e que muitos atestam ser também o
menos seguro. (ODILLA, Fernanda, 2019).
16

2.2 COMO OCORRE O PROCESSO DE FISCALIZAÇÃO DAS BARRAGENS


PERANTE A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA VIGENTE

Atualmente no Brasil e no mundo existem leis e normas que regem acerca da


existência de uma barragem, mesmo ela estando ativada ou não, a mesma
precisar estar nos padrões de segurança para evitar qualquer tipo de acidente. Um
exemplo desses dispositivos legais que tange acerca da segurança da barragem
no cenário nacional é a lei 12.334/10. (BRASIL, 2010).

Perante desses requisitos legais necessários presente no nosso ordenamento


jurídico atual para a existência da barragem, a proprietária e responsável pela
barragem da Mina Córrego do Feijão contratou uma terceirizada, a empresa alemã
Tüv Sud do Brasil, conforme informado em seu site. Sendo que essa prestadora de
serviços ficou encarregada de realizar coleta de dados, analisar esses dados
coletados e verificar a integridade da estrutura. O objetivo de tal análise, seria
repassar para a Vale as informações sobre o estado real da estrutura para que a
proprietária realizasse o envio dessas informações aos entes fiscalizadores
competentes. (VALE,2019).

Conjuntamente, deve-se realçar a importância da Lei 12334/10 que aborda sobre a


segurança das barragens de modo geral e também os entes responsáveis por
exercer essas fiscalizações nas estruturas, sendo um desses entes, a Agência
Nacional de Mineração - ANM que foi criada em 2017 para substituir o
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) através da lei nº 13.575 de
2017 e sendo vinculada ao Ministério de Minas e Energia. (BRASIL, 2017).

Em relação a segurança e prevenção, a Agência Nacional de Mineração possui


papel fundamental e indispensável no cenário nacional, pois ocorre participação
direta na elaboração de normas, fiscalização e classificação das estruturas de
acordo com os riscos que ela apresenta (Agência Nacional de Mineração, 2017).

Para a fiscalização, a ANM segue os critérios do SIGBM, que cruza


informações inseridas no sistema pelas mineradoras com as informações
das fiscalizações feitas pela ANM e faz um ranking de classificação.
Assim, as barragens com mais necessidade de serem monitoradas são
priorizadas e, com as informações inseridas no SIGBM, a ANM faz a
fiscalização remota diária (Agência Nacional de Mineração, 2019)
17

A Agência Nacional de Mineração possui como uma das suas finalidades, buscar
melhorias para combater qualquer risco de desastre, e desenvolveu um sistema
denominado Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de
Mineração – SIGBM. Com isso, as empresas devem acessar o sistema e
preencher os dados das barragens para que seja feita a classificação de risco das
estruturas. Através dessa classificação são agendadas as vistorias e fiscalizações
necessárias. (Agência Nacional de Mineração, 2017)

Criado com o objetivo de gerenciar as barragens de mineração no território


nacional, o SIGBM é um sistema de gerenciamento
de Barragens desenvolvido pela Agência Nacional de Mineração
(ANM), sucessora do Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM), que integrará informações sobre o tema. As informações
antes inseridas no sistema RALweb foram migradas para o SIGBM e o
empreendedor deve atualizá-las sempre que ocorrerem mudanças na
estrutura ou em seu reservatório.  (Agência Nacional de Mineração, 2020.)

A programação de vistorias de barragens de Mineração, de acordo com o


Manual de Fiscalização de Barragens de Mineração, a partir da efetiva
implantação do novo Sistema de Gerenciamento de Barragens, ocorrido
no final de 2017, passou a ser concebida obedecendo uma sequência
lógica previamente estabelecida pelo citado sistema, o qual leva em
consideração critérios de criticidade como método construtivo, altura,
Categoria de Risco, Dano Potencial Associado, volume, número de
pessoas a serem atingidas no caso de rompimento, condição atual da
estrutura (ativa ou inativa), existência de pedido de suspensão dos
trabalhos de lavra, renúncia do título autorizativo de lavra, dentre outros
aspectos. Esta classificação informatizada dada pelo sistema, a qual é
realizada diariamente, apresenta um ranking das estruturas prioritárias a
serem vistoriadas. No caso da barragem I, que rompeu em Brumadinho no
dia 25/01/2019, a mesma encontrava-se na posição 68. (AGÊNCIA
NACIONAL DE MINERAÇÃO, p. 21. 2019)

Vale ressaltar que, a obrigação de registrar as informações no SIGBM era da


empresa responsável pela barragem, neste caso, a proprietária Vale S.A. mesmo
que a informação fosse regida segundo os relatórios apresentados pela empresa
Tüv Sud do Brasil. No dia do desastre ocorrido, os registros disponíveis para o
órgão fiscalizador da construção, não apresentavam quaisquer indícios de
anomalias na estrutura.
18

No penúltimo reporte feito pela Vale antes do rompimento, dia 08/01/2019


e enviado à ANM dia 30/01, ou seja, após o rompimento, ainda constava
que a barragem não possuía nenhuma anomalia. Porém, no dia 15/02, a
empresa entregou um reporte de uma vistoria realizada no dia 22/01 (três
dias antes do rompimento) em que todas as irregularidades foram
reportadas. (CADÊ A REFERÊNCIA)

Tendo em vista que existia uma forma de registro de irregularidade ou variável


perigosa à estabilidade da construção, talvez, se a empresa proprietária e sua
terceirizada tivessem emitido um alerta sobre uma provável anomalia na barragem
e possíveis riscos à sua estrutura para a ANM, a agência teria priorizado uma
vistoria ao local e assim alguma medida preventiva poderia ser tomada pelas
autoridades competentes. (Agência Nacional de Mineração, 2019).

À época do desastre, a ANM tinha oito técnicos exclusivamente dedicados


para fiscalizar as 425 barragens inseridas na PNSB. A última vistoria in
loco da barragem I do complexo minerário Córrego do Feijão havia sido
feita em 2016.(AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO, 2019)

[...] que o preenchimento adequado do SIGBM é uma responsabilidade


legal atribuída ao empreendedor pelo inciso IV, art. 17 da Lei 12.334, de
20 de setembro de 2010, representando a principal ferramenta de gestão
do órgão fiscalizador na regulação das estruturas de barragens. Ante a
ausência de informações fornecidas pela Vale S.A., quando do
preenchimento do SIGBM, aliada à carência de estrutura do setor de
fiscalização da Agência Nacional de Mineração, a Barragem I seria
vistoriada ainda em 2019, mas de acordo com a sequência previamente
estabelecida pelo SIGBM. (AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO, p. 22.
2019)

Após o acontecimento da tragédia, funcionários da agência nacional de mineração,


reguladora das barragens de mineração, se deslocaram até a localidade, onde
coletaram informações com a finalidade de comparar os dados coletados no local
com os dados disponíveis no SIGBM na busca de uma resposta para o fato que
marcou a história brasileira. Diante das informações coletadas, foi possível
perceber algumas divergências entre os dados que foram levantados pelos agentes
da agência com o relatório que a empresa Vale S.A. registou no sistema - SIGBM.
Algumas dessas diferenças de informações é sobre os dados que estavam
somente registradas no sistema interno da empresa junto com as fichas de
19

inspeção regular realizadas pela terceirizada em nome da Vale. (Agência Nacional


de Mineração, 2019).

Insta frisar que, como as informações do sistema estavam diferentes da realidade


da estrutura, isso fez que o sistema, SIGBM, não alertasse os agentes de uma
possível situação que prejudicasse a segurança da barragem, pois assim,
acarretaria uma vistoria pela agência fiscalizadora (Agência Nacional de
Mineração, 2019).

2.3 A APLICABILIDADE DAS LEIS CONFORME O ORDENAMENTO


BRASILIERO

Para entender melhor a aplicabilidade de normativas sobre o caso em tela, deve-se


ressaltar algumas definições acerca de barragem conforme a lei brasileira.

LEI Nº 12.334, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010.


Art. 2o Para os efeitos desta Lei, são estabelecidas as seguintes
definições:
I - barragem: barragem: qualquer estrutura construída dentro ou fora de
um curso permanente ou temporário de água, em talvegue ou em cava
exaurida com dique, para fins de contenção ou acumulação de
substâncias líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos, compreendendo
o barramento e as estruturas associadas;
II - reservatório: acumulação não natural de água, de substâncias líquidas
ou de mistura de líquidos e sólidos; (BRASIL, 2010).
III - segurança de barragem: condição que vise a manter a sua integridade
estrutural e operacional e a preservação da vida, da saúde, da
propriedade e do meio ambiente;
IV - empreendedor: pessoa física ou jurídica que detenha outorga,
licença, registro, concessão, autorização ou outro ato que lhe confira
direito de operação da barragem e do respectivo reservatório, ou,
subsidiariamente, aquele com direito real sobre as terras onde a barragem
se localize, se não houver quem os explore oficialmente;
V - órgão fiscalizador: autoridade do poder público responsável
pelas ações de fiscalização da segurança da barragem de sua
competência;
Após uma singela explicação sobre a definição de barragem para os devidos
efeitos legais, é importante frisar que o ordenamento jurídico também aborda sobre
os entes responsáveis para a exercer a fiscalização dessas barragens. Nesse
caso, por se tratar de barragem de mineração, a entidade responsável por fiscalizar
tais construções é a Agência Nacional de Mineração (Agência Nacional de
Mineração, 2017).
20

2.3.1 Princípios que foram feridos pela onda de lama de rejeitos do dia 25 de
janeiro de 2019

Após expor acerca do funcionamento e sobre as definições de barragem para


devidos efeitos legais, este tópico buscou tratar acerca dos conceitos que podem
ser aplicados no caso de Brumadinho - MG. Mas, antes de especificar cada
princípio que tem relação direta ao caso em análise, é necessário citar todos os
princípios que estão presente no Direito Ambiental. São eles: Direito Humano
Fundamental, Prevenção, Precaução, Equilíbrio, Responsabilidade, Poluidor -
Pagador, Desenvolvimento Sustentável, Limite e Democrático ().

É possível observar então, que muitos dos princípios foram infringidos no acidente
ocorrido em janeiro de 2019 e baseando-se nos estudos através de doutrinas que
abordam sobre o assunto de âmbito ambiental, os princípios que ficam em
evidência no caso em tela são: O Princípio do Meio Ambiente como Direito
Fundamental, do Poluidor-Pagador e da Responsabilidade.()

Mas antes de adentrar a fundo em cada conceito específico, vale ressaltar o ponto
de vista acerca do meio ambiente pelo entendimento doutrinário, ‘’O meio ambiente
é considerado um bem difuso, pertencente a toda a coletividade’’ (TRENNEPOHL,
Terence, 2019), em outras palavras, todo cidadão têm o direito de usufruir o meio
ambiente sem prejudicá-lo, assim não ocorre prejuízo para ambas as partes.

Partindo da premissa de que todos devem preservar o meio ambiente, o primeiro


conceito a ser utilizado no caso em questão foi, o Meio Ambiente como Direito
Fundamental. Como citado anteriormente no projeto, o meio Ambiente é visto como
bem difuso e essencial para a sobrevivência de todos. De acordo com essa linha
de pensamento, a doutrina defende que ’’O meio ambiente há muito já é
considerado como uma extensão do direito à vida”, portanto ambos devem
preservá-lo para atual e futuras gerações. (TRENNEPOHL. Terence, 2019).

Dirigindo-se para o próximo conceito abordado nas doutrinas que foram quebradas,
temos o princípio do Poluidor – Pagador. Tal princípio enseja a tentativa de obrigar
o responsável pelo fato, compensar de alguma forma o dano gerado. “Trata-se, na
verdade, da tentativa de impor ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar
o dano causado. Está presente na Declaração do Rio, de 1992. ” (TRENNEPOHL.
Terence, 2019).
21

Outro princípio que pode ser apontado como infringido sobre o caso de
Brumadinho é acerca da Responsabilidade. Esse princípio busca responsabilizar o
responsável pelo dano causado, dessa forma podemos fazer referência ao
dispositivo 225, inciso VII da carta magna que defende acerca do posicionamento
doutrinário sobre a responsabilidade (TRENNEPOHL. Terence, 2019).

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente


sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados. (BRASIL, 1988)
Diante de todos os princípios mencionados anteriormente no trabalho, estes são o
que se aplicam mais fortemente no caso em tela. E são elegíveis devido a vasta
destruição ocasionada pela onda de rejeitos.

2.3.2 Aplicabilidade do artigo 225 da constituição federal de 1988 acerca do


incidente do dia 25 de janeiro de 2019

Antes citar qualquer lei acerca da mineração, foi abordado o dispositivo da carta
magna brasileira, mais precisamente o artigo 225. O referido dispositivo busca
tratar acerca do ponto de vista legal no qual o meio ambiente é visto como bem
difuso.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,


bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, 1988).

Se baseando perante o artigo supracitado, o dispositivo tem a finalidade de abordar


o direito de que todo cidadão brasileiro possui em relação ao meio ambiente em
solo nacional e sobre como ter um ambiente equilibrado e saudável para o uso de
qualquer habitante. Porém, no dia 25 de janeiro de 2019 isso foi interrompido pelo
rompimento da barragem B1. Como já mencionado nos princípios acerca
responsabilidade, vale ressaltar que o parágrafo terceiro do referido artigo, deixa
claro sobre a responsabilidade de reparação, pessoa física ou jurídica, diante de
qualquer dano decorrente de atividades que degradam o meio ambiente.

2.3.3 Eficácia da lei 12.334/10 acerca do desmoronamento da barragem


22

Com o avanço dos anos, a mineração no Brasil foi crescendo conforme a


demanda, assim houve a necessidade de criação de novas barragens. A partir
desta demanda, o governo brasileiro através do presidente da época, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a lei 12.334/10 que aborda sobre a Política
Nacional de Segurança de Barragens - PNSB. (BRASIL, 2010).

Esta referida lei, elaborada no ano de 2010 busca garantir padrões de segurança
no funcionamento e na existência das barragens, estabelecendo princípios que
devem ser seguidos até a atualidade (BRASIL, 2010).

Estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens destinadas à


acumulação de água para quaisquer usos, à disposição final ou temporária
de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais, cria o Sistema Nacional
de Informações sobre Segurança de Barragens [...]. (BRASIL, 2010)

Como é possível observar, através deste dispositivo legal, busca estabelecer


medidas de segurança e aprimorar a fiscalização das estruturas destinadas para o
acúmulo de qualquer líquido, e também impedir futuros desastres relacionados às
barragens. Sendo assim, caberá o uso desta lei, em qualquer estrutura tipificada
como barragem ou que se enquadre nos incisos do artigo primeiro do dispositivo
legal (BRASIL, 2010).

I - altura do maciço, contada do ponto mais baixo da fundação à crista,


maior ou igual a 15m (quinze metros);
II - capacidade total do reservatório maior ou igual a 3.000.000m³ (três
milhões de metros cúbicos);
III - reservatório que contenha resíduos perigosos conforme normas
técnicas aplicáveis;
IV - categoria de dano potencial associado, médio ou alto, em termos
econômicos, sociais, ambientais ou de perda de vidas humanas, conforme
definido no art. 6o.
Outra grande medida que foi implantada pela lei, foi a criação do sistema SINISB
(Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens) que possui a
finalidade de registrar as condições acerca da segurança das barragens em todo o
território nacional. (BRASIL, 2010) .

Art. 13.  É instituído o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança


de Barragens (SNISB) para registro informatizado das condições de
segurança de barragens em todo o território nacional. 

Parágrafo único.  O SNISB compreenderá um sistema de coleta,


tratamento, armazenamento e recuperação de suas informações, devendo
23

contemplar barragens em construção, em operação e desativadas.


( BRASIL, 2010).

Sendo assim, não há dúvidas sobre sua importância para o ramo da mineração e
que através desta lei, houveram avanços significativos no tocante a segurança em
relação às antigas e novas barragens visando ainda a prevenção de catástrofes,
buscou ainda tratar de forma clara e simplificada a responsabilidade das empresas
e dos órgãos fiscalizadores em atividade. ( BRASIL, 2010).

O Plano de Ação de Emergência (PAE) é um documento acerca dos estudos de


uma possível tragédia, sendo assim, a empresa responsável tem a obrigação de
planejar medidas de segurança emergenciais e deve divulgar essas medidas para
a população próxima a área de risco (BRASIL, 2010).

O PAE é um documento formal, a ser elaborado pelo Empreendedor, no


qual deverão ser estabelecidas as ações a serem executadas pelo mesmo
em caso de situação de emergência, Manual do Empreendedor sobre
Segurança de Barragens 16 Volume IV - Guia de Orientação e
Formulários do Plano de Ação de Emergência – PAE bem como
identificados os agentes a serem notificados dessa ocorrência (Art. 12 da
Lei nº 12.334/2010).O PAE deverá contemplar, pelo menos: i) identificação
e análise das possíveis situações de emergência; ii) procedimentos para
identificação e notificação de mau funcionamento ou de condições
potenciais de ruptura da barragem; iii) procedimentos preventivos e
corretivos a serem adotados em situações de emergência, com indicação
do responsável pela ação; e iv) estratégia e meio de divulgação e alerta
para as comunidades potencialmente afetadas em situação de emergência
(Art. 12 da Lei 12.334/2010).
Acerca desses órgãos mencionados anteriormente, deve ser mencionado o ANA -
Agência Nacional de Águas, órgão por responsável em gerenciar Sistema Nacional
de Informações sobre Segurança de Barragens - SNISB e os entes fiscalizadores,
frisando nos principais, DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral, mas
atualmente esse papel é exercido pela ANM - Agência Nacional de Mineração e
IBAMA. (Agência Nacional de Águas, 2020.)

2.3.4 Importância da agência nacional de mineração e os efeitos da portaria


nº 70.389/17

Conforme mencionado em tópicos anteriores, a Agência Nacional de Mineração


tem um papel fundamental na linha direta nas fiscalizações acerca das barragens
de mineração em solo brasileiro. Sabendo da importância de seu trabalho, a ANM
busca aprimorar medidas de prevenção de catástrofes regularmente. Umas dessas
medidas protetivas é a PORTARIA Nº 70.389 do ano de 2017, que busca melhorar
24

a aplicabilidade dos dispositivos da lei 12.334/10. (Agência Nacional de Mineração,


2017).

Algumas mudanças trazidas pela portaria são, o aprimoramento dos conceitos


técnicos, a implantação do SIGBM - Sistema Integrado de Gestão de Segurança de
Barragens de Mineração, o aperfeiçoamento nos envios dos relatórios de inspeção,
a alteração das classificações das barragens, a obrigatoriedade de elaborar o
Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração – PAEBM (uma
ampliação do PAE) e orientações para treinamentos internos.(Agência Nacional de
Mineração, 2017).

Art. 1º A sistemática de cadastramento das barragens fiscalizadas pelo


DNPM, a periodicidade de execução ou atualização, a qualificação dos
responsáveis técnicos, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento do
Plano de Segurança da Barragem, das Inspeções de Segurança Regular e
Especial, da Revisão Periódica de Segurança de Barragem e do Plano de
Ação de Emergência para Barragens de Mineração são aqueles definidos
nesta Portaria.(Agência Nacional de Mineração, 2017)

A primeira mudança realizada pela portaria foi o aperfeiçoamento de alguns


conceitos acerca das barragens, visando assim, não deixar brechas/lacunas
perante o ordenamento jurídico vigente. Sendo um desses aprimoramentos
trazidos, os conceitos de barragens de mineração, ativas ou não, mapa de
inundação, entre outros. (Instituto Minere, 2017).

Outra mudança implantada pela portaria foi a criação do SIGBM - Sistema


Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração que tem como
finalidade o cadastro de todas as barragens em solo brasileiro em um único
sistema para a fiscalização. (Agência Nacional de Mineração, 2017)

Vale ressaltar que os entes responsáveis pela fiscalização e pessoas com


curiosidade em saber sobre a situação real em que se encontra todas as barragens
de mineração, podem tomar conhecimento através desse sistema. Com isso,
obteve-se uma melhoria significativa do ponto de vista operacional do SNISB, que
também trata de um Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de
Barragens.

Através da implantação desse sistema, houveram mudanças acerca do reporte das


empresas para a agência fiscalizadora, no qual os responsáveis são obrigados a
25

enviar periodicamente o Relatório de Inspeção de Segurança Regular da barragem


- RISR, sendo que esse relatório deve conter informações acerca da estrutura e
seu conteúdo. Essa comunicação passa a ser quinzenal (de 15 em 15 dias)
perante os efeitos legais desta portaria. (Agência Nacional de Mineração, 2017).

Art. 16. A Inspeção de Segurança Regular de Barragem deve ser realizada


pelo empreendedor, observadas as seguintes prescrições: I. Preencher,
quinzenalmente, as Fichas de Inspeção Regular, por meio de equipe
composta de profissionais integrantes de seu quadro de pessoal ou por
intermédio de equipe externa contratada para esta finalidade; II.
Preencher, quinzenalmente, o Extrato da Inspeção de Segurança Regular
da Barragem no SIGBM, por meio de equipe composta de profissionais
integrantes de seu quadro de pessoal ou por intermédio de equipe externa
contratada para esta finalidade; e III. Elaborar, semestralmente, o
Relatório de Inspeção de Segurança Regular da barragem (RISR) com a
DCE, onde esta deverá ser enviada ao DNPM via sistema por meio do.
SIGBM, entre 1º e 31 de março e entre 1º e 30 de setembro.(Agência
Nacional de MIneração, 2017).

Insta frisar que, o reporte quinzenal entre a empresa responsável e a agência


fiscalizadora é obrigatória, como explicado acima, porém, se for constatado
quaisquer situações de anomalia ou alguma situação de caráter de urgência,
visando a segurança de todos, deve haver a comunicação de imediato para a
agência fiscalizadora e a empresa responsável tem a obrigação de começar os
reparos mais rápido possível. (Agência Nacional de Mineração, 2019).

Com isso, trazendo para o caso em tela, o último relatório enviado pela Vale S.A.
antes do rompimento, foi referente ao dia 08 de janeiro de 2019 e encaminhado à
ANM dia trinta do mesmo mês. Temos então que, no momento do rompimento da
barragem, não havia qualquer informação acerca da instabilidade no SIGBM,
sistema responsável no monitoramento das barragens (Agência Nacional de
Mineração, 2019).

Segundo a ANM, a barragem "não apresentava pendências


documentais" e a Vale apresentou declarações de condição de
estabilidade, que atestam a segurança física e hidráulica da
barragem. (ODILLA. Fernanda, 2019).

Porém, no dia 15 de fevereiro do mesmo ano, a empresa entregou um relatório que


relatava acerca de uma nova vistoria, realizada no dia 22 de janeiro (três dias antes
26

do rompimento) em que todas as irregularidades apontadas pelos técnicos da ANM


foram reportadas (Agência Nacional de Mineração, 2019).

Dessa forma, voltando para as alterações trazidas pela portaria, houveram


mudanças nas classificações das barragens conforme previsto na art. 7º da Lei nº
12.334/2010, assim, alterou-se a classificação na matriz, deixand as classes mais
limitadas em relação a segurança e facilitando seu enquadramento no quadro de
risco. (Instituto Minere, 2017).

Diante aquilo que foi supracitado, a medida implantada para a classificação das
barragens por essa portaria são as categorias, A, B, C, D e E, que equivalem como
se encontra a situação da barragem. (Agência Nacional de Mineração,2017).

Continuando acerca dos efeitos trazidos pelo dispositivo legal, visando a segurança
para os trabalhadores e aos demais, ocorreu o aperfeiçoamento do Plano de Ação
de Emergência (PAE), ou seja, a empresa responsável pela barragem tem o
encargo de elaborar o PAE. Porém, através dos efeitos desta portaria, este plano é
acerca das barragens de mineração e mapa de inundação para todas as barragens
de mineração, visando ajudar na escala referente ao dano Potencial Associado
(DPA). Vale ressaltar também, que a empresa fica responsável de realizar
periodicamente, a cada 6 meses ou menos conforme necessidade, o treinamento
de seus funcionários (Instituto Minere, 2017).

Ainda frisando pela segurança, pelos efeitos da portaria, torna-se obrigatório às


empresas a implantação de medidas de segurança, dando destaque àquelas que
têm danos potenciais altos. Deve-se também, proteger as cidades/vilarejos em que,
se algum rompimento ocorrer, estariam no caminho em que o rejeito passaria e
causaria a sua destruição. Umas dessas medidas de segurança foi a implantação
de câmeras e sensores para monitoramento 24 horas, em tempo real, das
barragens que utilizaram o método de alteamento a montante. (Agência Nacional
de Mineração, 2017).

Art. 7º. O empreendedor é obrigado a implementar sistema de


monitoramento de segurança de barragem em até 24 meses após a data
de início da vigência desta Portaria.

§ 2º Para as barragens de mineração classificadas com DPA alto,


existência de população a jusante com pontuação 10 e características
técnicas com método construtivo contendo pontuação 10, o empreendedor
27

é obrigado a manter sistema de monitoramento automatizado de


instrumentação, adequado à complexidade da estrutura, com
acompanhamento em tempo real e período integral, seguindo os critérios
definidos pelo projetista. (Agência Nacional de Mineração, 2017).

3.3.5 alterações realizadas pela resolução nº 32, de 11 de maio de 2020 que


altera a portaria nº 70.389, de 17 de maio de 2017

Como visto durante o curso de Direito, com o passar do tempo sempre ocorre
mudanças nas leis visando aprimorar a aplicabilidade das normas buscando cada
vez mais a não deixar lacunas, diante disso, devidos aos acontecimentos recentes
em relação ao desmoronamento das barragens, trouxeram motivos para
aperfeiçoar a portaria Nº 70.389/17. (Brasil, 2020).

Referente às mudanças tratam acerca do Plano de Ação de Emergência de


Barragens de Mineração (PAEBM), que aborda sobre o acionamento das sirenes,
revisão das categorias e estudos de possíveis rupturas futuras. Como dito, houve
mudanças acerca do acionamento das sirenes, que agora passam a ser
automatizados juntamente com outros meios de aviso de alertas. (REFERENCIA)

A primeira mudança que será abordado, é acerca das sirenes, no qual essas
sirenes possui a finalidade de alertar possível rompimento ou alguma situação que
comprometa a segurança das pessoas. Diante disso, vale ressaltar a reportagem
realizada pela BBC News do Brasil e diante de informações presentes no relatório
da CPIBRUMA, a empresa Vale S.A. alegou que não teve tempo de acionar as
sirenes pois a catástrofe ocorreu de forma repentina.

As sirenes de segurança, que deveriam ter sido acionadas para alertar


funcionários e moradores situados na zona de autossalvamento (ZAS),
acabaram não tocando (CPI BRUMA)
A Vale informou que as sirenes de alerta da mina Córrego do Fundão, em
Brumadinho (MG), não puderam ser acionadas após o rompimento da
barragem principal, na sexta-feira, "devido à velocidade com que ocorreu o
evento". Até agora, foram confirmadas 110 mortes. Outras 238 pessoas
continuam desaparecidas.
Já as mudanças que ocorreram na classificação de categoria de risco das
barragens, engloba o não envio da declaração de instabilidade, documento este
que tem de ser enviado pelo SIGBM para os órgãos fiscalizadores, e fator de
segurança não ser atingido pelas empresas. (Instituto Minere, 2020).

Outro fator que mudou foi a elaboração dos mapas de inundação conforme o Dano
Potencial Associado - DPA. Conforme o Dano Potencial Associado seja alto, o
28

prazo para que esse plano ser apresentado para os entes responsáveis é até o
final do ano de 2020 e para o risco médio e baixo, já para o DPA médio e baixo, o
prazo para a apresentar o relatório fica para o de ano 2021. Acerca desses mapas
devem apresentar possíveis mudanças de comportamento e de direção da onda de
rejeitos junto com a classificação dos possíveis rejeitos que ali se encontra.
Engloba também a Batimetria utilizada, que se trata de informações acerca da
topografia do fundo de barragens para analisar como esta os sedimentos e o nível
de água dentro do reservatório. (Referência)

3.3.6 mudanças realizadas na lei 12.334/2010 ocasionados pela legislação Nº


14.066, de 30 de setembro de 2020 e sua eficácia em relação ao tema abordado

Mesmo com todo avanço nos últimos anos acerca das legislações das barragens,
no cadastramento, classificação e fiscalização das estruturas, ressaltando as
barragens de mineração, ainda assim, não são o suficiente para conter os
desastres. Desse modo, esta lei, busca aprimorar a lei 12.334/2010 (PNSB –
Política nacional de segurança de Barragens) que se mostra ineficaz na visão de
evitar catástrofes depois de todos os incidentes ocorridos em solo brasileiro.
(BRASIL,2020)

Essa ineficiência causada pela construção de barragens de alteamento a montante


e o crescimento desenfreado das estruturas buscando cada vez mais ampliar a
capacidade de armazenamento. Em virtude do dispositivo legal, houve alterações
no artigo primeiro em relação a altura da barragem e a classificação da categoria
de risco. (BRASIL,XXX)

Art. 1o Esta Lei estabelece a Política Nacional de Segurança de


Barragens (PNSB) e cria o Sistema Nacional de Informações sobre
Segurança de Barragens (SNISB)

I - altura do maciço, contada do ponto mais baixo da fundação à


crista, maior ou igual a 15m (quinze metros);

I - altura do maciço, medida do encontro do pé do talude de jusante com o


nível do solo até a crista de coroamento do barramento, maior ou igual a
15 (quinze) metros;

Outras mudanças trazidas pela legislação de 2020, a lei Nº 14.066/2020 no artigo


2º da lei, aborda acerca do aprimoramento referente ao conceito técnico de
29

barragem, dessa forma, buscando aperfeiçoar a fiscalização das demais estruturas


para combater possíveis rompimentos futuros.

I - barragem: qualquer estrutura em um curso permanente ou


temporário de água para fins de contenção ou acumulação de
substâncias líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos,
compreendendo o barramento e as estruturas associadas;

I - barragem: qualquer estrutura construída dentro ou fora de um curso


permanente ou temporário de água, em talvegue ou em cava exaurida
com dique, para fins de contenção ou acumulação de substâncias líquidas
ou de misturas de líquidos e sólidos, compreendendo o barramento e as
estruturas associadas (BRASIL, 2020)

Porém as mudanças que mais causaram repercussão no tocante às barragens de


mineração foi acerca da ampliação da Política Nacional de Segurança das
Barragens e a vedação legal para a ampliação e/ou construção de barragens no
estilo a montante no Brasil. (BRASIL, 2020)

Ainda buscando o aperfeiçoamento nos conceitos e na segurança das barragens, a


lei obriga a descaracterização das barragens já construídas nesse método no prazo
de 03 (três) anos, junto com outras medidas. (BRASIL, 2020).

Art. 2º-A. Fica proibida a construção ou o alteamento de barragem de


mineração pelo método a montante
§ 1º Entende-se por alteamento a montante a metodologia construtiva de
barragem em que os diques de contenção se apoiam sobre o próprio
rejeito ou sedimento previamente lançado e depositado
Art. 3o São objetivos da Política Nacional de Segurança de Barragens
(PNSB):
I - garantir a observância de padrões de segurança de barragens de
maneira a fomentar a prevenção e a reduzir a possibilidade de acidente ou
desastre e suas consequências; II - regulamentar as ações de segurança
a serem adotadas nas fases de planejamento, projeto, construção,
primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação,
descaracterização e usos futuros de barragens;
Outras medidas como a zona de Autossalvamento (ZAS), que em rápidas palavras,
define como área topograficamente abaixo da barragem, no qual no desabamento
de uma barragem de mineração, será a área em que o rejeito irá percorrer. Assim,
pelos efeitos desta lei, se houver alguma comunidade nesse trajeto fica vetada a
construção de barragem ‘’Art. 18-A. Fica vedada a implantação de barragem de mineração
cujos estudos de cenários de ruptura identifiquem a existência de comunidade na ZAS. ’’(BRASIL,
2020).
30

Vale ressaltar que, as barragens já existentes também estão incluídas no


dispositivo legal, estando a barragem em operação ou não, se no plano de plano
de ZAS (zona de autossalvamento) a empresa responsável tem de encerrar as
atividades e começar o processo de descomissionamento da estrutura (BRASIL,
2020).

Outro fator que foi mudado pela lei, é acerca das auditorias, que busca ainda mais
a confiabilidade dos órgãos responsáveis. Assim, busca uma proposta de criar um
sistema de credenciamento, em outras palavras, uma lista de pessoas físicas /
jurídica para que essas pessoas estejam habilitadas de realizar perícias e laudos
técnicos para averiguar a segurança das estruturas (BRASIL, 2020)

Ainda visando nas melhorias da legislação, mas agora focando no critério das
sanções e penalidades e sobre as concessões, o valor das multas que partem
agora desde advertência, multas simples e multa - diária até a suspensão parcial,
podendo ainda ocorrer apreensão dos minérios e caducidade da licença de
exploração. Vale ressaltar que perante a lei vigente os valores da multa parte de
R$2.000,00 (dois mil reais) até R$1.000.000,00 (1 bilhão de reais). (BRASIL, 2020).

Já acerca das concessões, se as empresas não ficarem de acordo com os


dispositivos legais para o funcionamento, como as medidas de segurança e o
compromisso de recuperar o meio ambiente degradado, é possível que a
possuidora da concessão perca o direito de operação do local determinado
(BRASIL, 2020).

3.4 DIVERGÊNCIAS APRESENTADAS NO RELATÓRIO DA AGÊNCIA


NACIONAL DE MINERAÇÃO - ANM

Diante o que foi exposto até o momento, o empreendedor ou responsável pela


barragem tem a obrigação de manter a estrutura segura e informar a situação real
da estrutura para os entes fiscalizadores competentes, dessa forma tanto o órgão
quanto a empresa ficam cientes se há alguma irregularidade ou não presente na
barragem. Vale relembrar como dito até o momento no projeto, que para fins de
fiscalização os dados tinham que ser enviados pelo SIGBM para avaliar a
prioridade de fiscalização. (Referencia)

Para a fiscalização, a ANM segue os critérios do SIGBM, que cruza


informações inseridas no sistema pelas mineradoras com as informações
das fiscalizações feitas pela ANM e faz um ranking de classificação.
31

Assim, as barragens com mais necessidade de serem monitoradas são


priorizadas e, com as informações inseridas no SIGBM, a ANM faz a
fiscalização remota diária. (Agência Nacional de Mineração, 2019)

Porém, conforme o conteúdo apresentado pelo relatório da ANM, foi possível


observar algumas inconsistências nos documento referentes a barragem de
brumadinho, dando um foco maior nos DHP´S (drenos horizontais profundos),
piezômetros, radar interferométrico, entre outros. (ANM REFERENCIA)

As discrepâncias no caso de Brumadinho começaram a ser detectadas


logo depois do rompimento da barragem, quando os técnicos da ANM
foram a campo imediatamente após o desastre. Algumas informações
importantes que constavam no sistema interno e nas fichas de inspeção
em campo da Vale não eram as mesmas inseridas no SIGBM, o que
impediu que o sistema alertasse os técnicos de situação com potencial
comprometimento da segurança da estrutura. (Agência nacional de
mineração, 2019)
Uma das inconsistências apresentadas no relatório, são acerca dos DHP´S, como
relatado acima, esses drenos possuem a função de controle do nível d´água.
Porém para a instalação, é necessário fazer um furo na estrutura da barragem para
passar esses canos, vale relembrar que esse tipo de operação não é recomendado
para o tipo de barragem de Brumadinho, mas mesmo assim, a empresa se utilizou
desse equipamento e durante a instalação do mesmo acabou afetando a estrutura
da barragem fazendo assim que responsáveis da instalação interrompesse a
instalação. Com a investigação realizada pela ANM, foi possível observar que um
dos relatórios internos da empresa sobre a perfuração da barragem, foi possível
detectar um material sólido da água injetada para a instalação dos DHP´S.

{...} Consta de relatório internos da Vale que, durante a instalação de um


dos DHPs, foi detectada a presença de sólidos, o que é considerado
anormal. Foi percebida a saída de material sólido da água injetada para
fazer os furos do dreno, assim a Vale interrompeu a instalação do dreno e
“vedou” o furo. O fato nunca foi reportado à ANM. (Agência Nacional de
Mineração, 2019)

Insta frisar que esse foi o primeiro indícios do comprometimento estrutural da


barragem, após a tentativa de colocar os drenos, a empresa fez estudos internos
que apresentou mudanças na estrutura da barragem e não apresentou medidas
que conter tais mudanças ou repará-las. (referencia)
32

Vale ressaltar que a Vale S.A. não reportou nada nos 15 primeiros dias no SIGBN e
depois desse tempo mudou na classificação de nível de segurança, mas achou que
a situação estava aparentemente controlada, porém nos estudos da ANM pode-se
falar que a Vale foi omissa de relatar a verdadeira situação da barragem para evitar
que a mesma ganhasse prioridade na fiscalização da ANM. (referencia)

No caso deste segundo DHP, na ficha de inspeção em campo o técnico da


Vale marcou o problema de percolação como nível 6, que significa
umidade ou urgência nas áreas de jusante, paramentos, taludes ou
ombreiras sem implantação das medidas corretivas necessárias. Já no
SIGBM da ANM, foi reportado primeiramente nível 0 (quando a percolação
está totalmente controlada) e 15 dias depois nível 3, que significa que a
umidade está monitorada e controlada. Porém, de acordo com a análise
dos técnicos da ANM que compararam fotos dos relatórios internos, pelas
características do que o técnico da Vale descreve, a pontuação que
deveria ter sido marcada 10 (urgência nas áreas de jusante com
carreamento de material ou com vazão crescente ou infiltração do material
contido, com potencial de comprometimento da segurança da estrutura).
(Agência Nacional de Mineração, 2019)

Continuando a observar o parecer técnico realizado pela AMN, foi possível


observar outra divergência presente nos documentos internos da Vale S.A.,
como por exemplo, dias antes da tragédia, mais precisamente no dia
10/01/2019, durante a instalação dos DHP´S os Piezômetros, sondas que
monitoram a pressão de água em cada camada específica da barragem,
registrou altos níveis que fizeram entrar em modo de emergência  logo fica
notório que essa pressão afetou a estrutura e a empresa não repassou para
a agência real situação. (Agência Nacional de Mineração, 2019).

3.5 APONTAMENTOS REALIZADOS PELO RELATÓRIO DA CPIBRUMA

Antes de aprofundar os assuntos da CPI, é necessário abordar o motivo que trouxe


a necessidade da implantação da CPI em 2019 para o estudo do caso. Sob essa
ótica, o estudo realizado através dos documentos disponibilizados é possível
observar que a finalidade dessa CPI é buscar possíveis falhas, entender o fato
ocorrido e responsabilizar os causadores da tragédia.

No Senado Federal, foi criada, em março/2019, a Comissão Parlamentar


de Inquérito (CPI) de Brumadinho e outras Barragens, destinada a “apurar
33

as causas do rompimento da barragem na Mina Córrego do Feijão, da


empresa de mineração Vale, em Brumadinho; tendo como objetivo
identificar os responsáveis, quais foram as falhas dos órgãos
competentes, os autores dos laudos técnicos e adoção das providências
cabíveis para evitar novos acidentes”.

Com isso, diante dos relatórios da agência nacional de mineração e acerca das leis
vigentes no país, vale destacar a CPIBRUMA, como citado acima, aborda pontos
importantes para o entendimento do caso.

Depoimentos de outros empregados da Vale à CPIBruma, como o de


Andrea Dornas, em 11/7/2019, também atestam que havia pelo menos
duas sondas trabalhando na barragem naquele dia: a primeira, que estava
fazendo investigações para o projeto de descomissionamento e a
instalação dos instrumentos multinível, por recomendação da empresa Tüv
Süd; e a segunda sonda, de outra empresa, que estava fazendo o projeto
de “as is” (“como está”) da barragem, em atendimento à Portaria nº
70.389/2017, da Agência Nacional de Mineração (Agência Nacional de
Mineração, 2019)

Devido às informações contidas no relatório da CPI, no qual será abordado no


próximo tópico, fica evidente que a responsabilidade do fato foi ocasionada tanto
pela omissão dos funcionários da barrage, quanto dos demais que tinham
conhecimento da instabilidade.

Esses três itens do relatório detalham, com documentação robusta,


procedimentos técnicos relativos à B1 (licenciamento, monitoramento da
estabilidade e plano de ação de emergência), comprovando falhas
graves,omissões e também fraudes

Sobre o relatório final consta que, a barragem já tinha apresentando instabilidade


desde antes a Vale S.A. efetuasse a compra da mineradora Forteco, mas isso não
impediu de a empresa responsável ignorar os dados apresentados acerca da
estabilidade da estrutura.

Desde já, fica evidente a ciência de que a barragem B1 continha


problemas de estabilidade há tempos e que esse fato era de
conhecimento de executivos do alto escalão da Vale. (CPI)

Com a finalidade de aprimorar a legislação atual, nos pontos em que ainda há


omissões e deficiências, ao fim da CPI de Brumadinho foram desenvolvidas 9
34

proposições legislativas acerca dos temas: Direitos dos atingidos por barragens,
Licenciamento ambiental de empreendimentos minerários, tributação do setor
mineral, proteção e defesa civil, tipificação de condutas delitivas, atribuições dos
entes federativos para o licenciamento ambiental, segurança de barragens e
legislação mineral, bem como a aprimoramento da fiscalização e monitoramento
das barragens, sendo que dentre essas nove, é a lei Nº 14.066 aprovada em 2020,
destacando que a mesma já foi abordada no presente trabalho (CPI).

3.6 A RESPONSABILIDADE OBJETIVA DAS EMPRESAS E DOS


FUNCIONÁRIOS PERANTE O FUNCIONAMENTO DA BARRAGEM B1

No decorrer deste tópico, será relacionado os encargos dos funcionários


encarregados pelo funcionamento da estrutura e as que empresas que possuíam
alguma responsabilidade diante a barragem BI, diante as suas obrigações com o
fato ocorrido.

Como já mencionado anteriormente, a Barragem B1 estava sob responsabilidade


da mineradora Vale e em conjunto com empresa terceirizada Tüv Sud do Brasil,
sendo que essa empresa contratada tinha a função de fiscalizar e emitir relatórios
sobre a estrutura. Como já visto em partes dos relatórios mencionados no trabalho,
um fator que ajudou ocasionar a tragédia foi a omissão dos funcionários
responsáveis do setor que não buscaram divulgar e solucionar o problema da
infraestrutura da barragem.

Considerando o exposto, é inegável o fato de que radar interferométrico


ampliou o espectro de instrumentação de monitoramento da barragem,
conferindo mais informações qualificadas acerca do comportamento e do
desempenho da B1. Isto, sem sombra de dúvidas, permitiria tomada de
decisões mais acertadas e precisas diante de maior robustez dos dados
do monitoramento obtidos. Entretanto, isto não ocorreu. Não ocorreu,
porque a Vale, na figura de seus gestores e responsáveis técnicos com
gerência sobre a B1, deliberadamente subestimou os indicativos da
instrumentação dessa barragem, que apontavam flagrante anormalidade
de sua condição de estabilidade.

Insta frisar que, após o desmoronamento da barragem a justiça concedeu prisão


preventiva para os funcionários da Vale e da Tüv Sud do Brasil que exerciam papel
fundamental acerca da segurança e estabilidade barragem.Diante disso, como
apresentado no trabalho deixaram de tomar medidas para remediar o desastre.
35

Esses empregados são: Renzo Albieri Guimarães Carvalho, Joaquim Pedro de


Toledo, Alexandre de Paula Campanha, Cristina Heloiza da Silva Malheiros, Artur
Bastos Ribeiro, Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo, Felipe
Figueiredo Rocha e Hélio Márcio Lopes da Cerqueira.

Vale ressaltar ainda acerca dessa omissão por parte da empresa, no sai
21/01/2020 em uma reportagem realizada pelo jornal g1 MINAS confirmando
acerca dessas omissões em Brumadinho, o Ministério Público afirma que Vale e
TÜV SÜD emitiram declarações falsas de estabilidade de barragens”.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) afirmou em entrevista


coletiva nesta terça-feira (21) que a Vale e a empresa de consultoria TÜV
SÜD emitir falsas declarações de condição de estabilidade (DCE) de pelo
menos dez barragens, chamadas de "top 10”. (G1 MINAS, 2020).
Além de comprovar a omissão por parte das empresas, durante a elaboração
desse tópico saiu o relatório final da CPI, e com isso trouxe informações para o
caso que foram comprometedoras por parte da Vale S.A. e da Tüv Sud do Brasil.
(CPI)

Umas dessas informações apresentadas pela CPI, além de ignorar dados acerca da
instabilidade, a empresa responsável pela BI realizava explosões nas proximidades da
barragem, sendo que, a mesma empresa responsável em elaborar relatórios acerca da
estabilidade da barragem, aTüv Sud do Brasil, já tinha notificado a Vale S.A., responsável
pela barragem, para que parasse de realizar as explosões nas proximidades.

Vale atuava deliberadamente no sentido de não atenuar os riscos do


rompimento da B1, pois continuava a executar detonações nas
proximidades dessa barragem de rejeitos, mesmo diante de expressa
recomendação de não o fazer. Essa recomendação, trazida no Relatório
de Revisão Periódica de Segurança (RPSB) de 2018 elaborado pela Tüv
Süd, entregue à ANM em 13/6/2018, tinha por objetivo evitar a indução de
gatilho para liquefação do rejeito, o que poderia levar ao rompimento da
estrutura.

Outro ponto relevante ressaltar acerca da fiscalização trazidas pelo relatório final,
era que a barragem não era fiscalizada por agentes da AMN desde 2016 e nesse
período (2016-2019) era a própria empresa que se fiscalizava, em outras palavras,
a Vale contratou uma terceirizada para fiscalizar porém a empresa sofria pressão
da mineradora fazendo assim uma auto-fiscalização. ()
36

A terceira conclusão do relatório é que profissionais da Vale interferiram


na produção e revisão de laudos de segurança feitos por empresas de
auditorias, que deveriam ser independentes. Uma troca de e-mails
demonstraria, por exemplo, que uma funcionária da Vale tinha acesso aos
relatórios e alterava seu conteúdo, antes que fossem formalmente
apresentados à Vale e à Agência Nacional de Mineração.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48848882
3.6.1 a responsabilidade legal tipificada no ordenamento jurídico brasileiro
para os devidos efeitos legais

Utilizando os relatórios mencionados e os dispositivos legais do Código Civil, não


há discussão no que tange acerca da responsabilidade civil da empresa
responsável sobre a barragem I da mina e do Córrego do Feijão. Vale ressaltar
também a participação da empresa terceirizada responsável pela elaboração do
relatório acerca da estrutura da barragem, a Tüv Süd. (BBC News Brasil, 2020.)

Diante de tudo aquilo que já foi exposto até o momento sobre a responsabilidade,
tanto sobre a instalação equivocada de um dreno, tanto a omissão de repassar
dados reais relativo a situação da estrutura e entre outras coisas que levaram ao
desastre, o presente projeto buscou tratar neste tópico acerca da responsabilidade
das empresas com o fato ocorrido, porém antes de adentrar no âmbito Jurídico,
deve-se ficar claro o significado de responsabilidade jurídica? Para Carlos Roberto
Gonçalves, trata de responsabilizar o autor do fato ilícito e a obrigação de repará-
lo.

A teoria da responsabilidade civil integra o direito obrigacional, pois a


principal consequência da prática de um ato ilícito é a obrigação que
acarreta, para seu autor, de reparar o dano, obrigação esta de natureza
pessoal, que se resolve em perdas e danos. Costuma-se conceituar a
“obrigação” como “o vínculo jurídico que confere ao credor o direito de
exigir do devedor o cumprimento da prestação”. É o patrimônio deste que
responde por suas obrigações.
Vale ressaltar que, conforme visto no decorrer do curso de Direito, é inevitável
responsabilizar alguém sem citar o nexo causal. Em uma breve síntese acerca do
nexo causal, é o vínculo que une conduta e resultado lesivo, variando a sua
determinação de acordo com a teoria que se adote (Amado, 2017). Portanto
seguindo essa ótica, não há dúvidas que nesse caso a responsabilidade é objetiva
por força de lei, sendo assim, só há a necessidade de nexo de causalidade.

Devidamente explicado sobre as definições de nexo causal, vale a menção do


artigo 4º inciso III da lei 12334/10, no qual o dispositivo legal trata acerca da
37

responsabilidade da empresa responsável perante somente do nexo de


causalidade.

III - a responsabilidade legal do empreendedor pela


segurança da barragem, pelos danos decorrentes de seu
rompimento, vazamento ou mau funcionamento e,
independentemente da existência de culpa, pela reparação
desses danos (BRASIL, 2010)

Dessa forma, pode-se adentrar acerca das responsabilidades civil e ambiental por
parte das empresas encarregadas pela barragem BI. Primeiramente será abordado
o tocante da responsabilidade civil, fazendo referências diretas ao Código Civil/02.
Partindo desse pressuposto, será utilizado os artigos 186 e 927, ambos do código
civil para responsabilizar o ato ilícito praticado.

Art 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito

[...]

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente


de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem (BRASIL, 2002).

Outro contraponto que é importante frisar acerca da responsabilidade, é um trecho


do relatório da CPIBRUMA, que condiz tudo que foi defendido até agora neste
projeto. Em outras palavras este documento relata que integrantes da empresa
tinham conhecimento da falha na estrutura e não fizeram nada para contê-la.

constata-se, portanto, que, apenas no mês de junho de 2018, a


mineradora teve três oportunidades para evitar que a tragédia ocorresse.
Se não tivesse pressionado a Tüv Süd a dar uma DCE que reduziu o valor
mínimo aceitável do Fator de Segurança de 1,30 para 1,05; se não tivesse
fechado os olhos à constatação de que, segundo o Relatório de Risco
Monetizado, a probabilidade de ruptura da Barragem 1 era três vezes
maior (3x10-4) do que o mínimo aceito como tolerável pela própria Vale
S.A. (1x10-4); e, por último, se não tivesse minimizado o incidente do 15º
38

DHP e informado a ANM sobre sua correta dimensão, não estaríamos


fazendo uma CPI para apurar responsabilidades tão graves.(fazer)

Adentrando no âmbito ambiental, de acordo com os princípios fundamentais, como


já citado no começo do presente projeto, os princípios com maior destaque acerca
da tragédia são, o Meio Ambiente como Direito Fundamental, do Poluidor-Pagador,
da Prevenção e Precaução e da Responsabilidade. Vale ressaltar o ponto de vista
Rezende e Silva acerca do dano ambiental:

Dessa forma aquele que causa um dano ambiental é obrigado a repará-lo


independentemente de culpa, [...] é considerado poluidor aquele que direta
ou indiretamente exerce atividade responsável por causar degradação do
meio ambiente [...]. Ainda se discute a qual teoria do risco ela estaria
filiada, sendo que as que encontram mais adeptos são a do risco integral e
do risco criado (2019, p. 168).

Por fim, na leitura do relatório da CPIBRUMA, no qual é abordado acerca da


responsabilidade acerca da tragédia, no texto relata que:

Da análise das provas colhidas por esta Comissão, não restam dúvidas de
que o crime de Brumadinho foi ocasionado pela omissão daqueles que, no
exercício de suas atribuições profissionais, tinham conhecimento da
condição de instabilidade da barragem B1 e, conquanto pudessem, não
adotaram quaisquer providências para tentar evitar a perda de vidas e os
danos ao meio ambiente.

Diante exposto, fica notório a desobrigação e negligência por parte da empresa


ferindo os princípios e obrigação que lhe incumbiam, motivando
inconsequentemente o ropimento da barragem e afetando milhares de pessoas e
causando danos para a humanidade e para o meio ambiente são incalculáveis.

3.6.2 Participação e responsabilidade acerca de cada funcionário perante o


funcionamento da barragem

Após a tragédia e com os avanços na investigação o Ministério Público de Minas


Gerais solicitou a prisão preventiva de oito pessoas ligada a empresa responsável
com a tragédia, insta frisar que, essas pessoas possuíam alguma ligação acerca da
integridade da estrutura. Esses funcionários presos são:Alexandre de Paula
Campanha, Artur Bastos Ribeiro, Cristina Heloíza da Silva Malheiros, Felipe
Figueiredo Rocha, Hélio Márcio Lopes da Cerqueira, Joaquim Pedro de Toledo,
39

Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo, Renzo Albieri Guimarães


Carvalho.(G1)

Porém no mesmo mês que foi decretado a prisão preventiva desses oito
funcionários, o ministro do STJ Nefi Cordeiro, deferiu a liminar para anular a prisão
preventiva. porém permitiu que o juízo de primeiro grau tomasse medida cautelares
alternativas.

EMENTA: HABEAS CORPUS. PRISÃO TEMPORÁRIA. HOMICÍDIO


QUALIFICADO. ROMPIMENTO DE BARRAGEM. FUNDAMENTAÇÃO
INIDÔNEA. IMPRESCINDIBILIDADE ÀS INVESTIGAÇÕES NÃO
CONSTATADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL VERIFICADO. ART. 580
DO CPP. IDENTIDADE FÁTICO-PROCESSUAL. APLICABILIDADE.
HABEAS CORPUS CONCEDIDO. 1. Não se mostra idônea a decretação
da prisão temporária quando não há imprescindibilidade dessa medida às
investigações, visualizada através da demonstração concreta de risco à
apuração em desenvolvimento, não sendo suficiente fundamentação que,
apesar de apontar indícios de autoria e materialidade, não tem razões
factíveis que indiquem condutas a prejudicarem o procedimento
investigatório. 2. Verificando-se que a fundamentação para a custódia foi a
mesma para os demais investigados, que se encontram na mesma
situação fático-processual do paciente, deve ser aplicada a regra do art.
580 do CPP. 3. Habeas corpus concedido para a soltura do paciente
RENZO ALBIERI GUIMARÃES CARVALHO, com extensão dos efeitos da
decisão, nos termos do art. 580 do CPP, para também determinar a
soltura de JOAQUIM PEDRO DE TOLEDO, ALEXANDRE DE PAULA
CAMPANHA, CRISTINA HELOIZA DA SILVA MALHEIROS, ARTUR
BASTOS RIBEIRO, MARILENE CHRISTINA OLIVEIRA LOPES DE ASSIS
ARAÚJO, FELIPE FIGUEIREDO ROCHA e HÉLIO MÁRCIO LOPES DA
CERQUEIRA, o que não impede a fixação de medida cautelar diversa da
prisão, por decisão fundamentada.
Mesmo sendo liberados, é importante frisar os motivos para terem efetuados a
prisão cautelar desses funcionários, Através de uma reportagem realizada pelo G1,
é possível ter uma noção perante o papel de cada funcionário recaiu a medida
protetiva. Primeiramente será destacado o Alexandre de Paula Campanha, era
um dos gerentes executivos de geotecnia que era responsável pela regularidade da
barragem, possuindo papel fundamental na troca de informações entre auditorias
externas e geotecnia operacional da Vale participações no controle de revisões
periódicas e auditorias. Vale ressaltar o Joaquim Pedro de Toledo, ocupava o
mesmo setor executivo de Alexandre, porém era encarregado de gerenciar a
equipe de manutenção da barragem 1, assim qualquer apontamento divergente
dos padrões de segurança da estrutura da barragem. (g1)

Partindo para os de geotecnia, o primeiro gerente que será abordado é o Artur


Bastos Ribeiro, sendo ele encarregado pelo monitoramento da barragem.
40

Responsável pelo monitoramento e manutenção da barragem 1 do


Complexo da Mina Córrego do Feijão. Participou de conversa entre
funcionários da Vale e da TÜV SÜD nos dias 23 e 24 de janeiro, véspera
do rompimento, na qual soube da situação de instabilidade da barragem e
de anormalidade das medições dos piezômetros (aparelhos que medem a
pressão da água).
A segunda pessoa que ocupava o lugar de gerente de geotecnia que teve a prisão
preventiva decretado foi a Cristina Heloíza da Silva Malheiros, no qual ela
responsável pela manutenção e fiscalização no local (in loco), e através dos
documentos enviados ao juízo, a mesma tinha conhecimento da instabilidade da
estrutura. Outro gerente que tinha papel fundamental no funcionamento da B1,
Renzo Albieri Guimarães Carvalho, tinha papel fundamental nos trabalhos da
mina sendo encarregado pelo controle da B1, e tinha a função de repassar os
dados acerca da estrutura para os superiores.

Responsável pelo monitoramento e manutenção da barragem 1,


exercendo posição de destaque em trabalhos de geotecnia da mina, e
responsável pela gestão da barragem 1. Era um dos subordinados a
Joaquim Toledo e tinha a obrigação de lhe repassar as informações mais
relevantes sobre a barragem, como a criticidade, que era de seu
conhecimento.

Partindo para os funcionários acerca do setor de gestão de riscos, são eles: Felipe
Figueiredo Rocha, Hélio Márcio Lopes da Cerqueira e Marilene Christina Oliveira Lopes de
Assis Araújo, ambos trabalhavam sobre o resultados e classificação de risco das
estruturas, dando destaque para Hélio Márcio Lopes da Cerqueira, pela participação direta
conversa entre funcionários da Vale e da TÜV SÜD sobre a instabilidade da estrutura
momento dias antes do rompimento.

3.7 INDENIZAÇÕES

Antes de adentrar nas indenizações, é necessário dizer que a Vale S.A foi
procurada duas vezes, registrado pelos protocolos N°20201113162710647 e
Nº20201116142117093. para se manifestar acerca das informações sobre o tema
porém até a conclusão do trabalho a empresa não se manifestou sobre o assunto.

Diante que foi exposto até o momento acerca da responsabilidade das empresas,
sem deixar nenhuma inquietação de dúvida sobre o assunto, neste tópico, será
abordado sobre as indenizações e a obrigação da empresa com o desastre
ocorrido, adentrando especificamente o direito brasileiro. Vale destacar que tudo
abordado até aqui, serviu para o entendimento do leitor acerca do ocorrido.

No primeiro momento após o rompimento da barragem, a empresa buscando


remediar de alguma maneira os impactos sofridos nas pessoas afetadas pela
tragédia, realizou diversas doações para compensar o dano, esses valores foram
41

pagos para familiares que perderam seus parentes na tragédia e pessoas da região
afetada (vale, 2019)

Até o momento, 274 famílias de vítimas em Brumadinho receberam como


doação, cada uma, R$100 mil; 98 residentes de imóveis da Zona de
Autossalvamento receberam R$50 mil; e 85 pessoas que tiveram seus
negócios ou produção rural impactados pelo rompimento receberam R$15
mil.
Porém no decorrer das investigações a empresa sofreu medidas para assegurar o
dever de indenizar, com isso, a VALE S.A teve os valores da sua conta bloqueados
com a finalidade de reparação do meio ambiente e pagamento das indenizações.
(REPORTAGEM)

A Justiça mineira determinou o terceiro bloqueio de valores da mineradora


Vale, desde o rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão, no
município de Brumadinho (MG), na tarde de sexta-feira (25). No total, até o
momento, a empresa responsável pelo empreendimento terá que dispor
de pelo menos R$ 11 bilhões para ressarcir danos e perdas de forma
geral. (REFERENCIA)
Vale ressaltar que o caráter das indenizações que já foram e que serão pagas pela
empresa responsável podem variar conforme o caso que elas se apliquem. Ou
seja, essa reparação realizada pela empresa pode possuir caráter civil, trabalhista
ou administrativa. (Vale, 2020)

Na busca de solucionar o dano causado pelo rompimento da barragem, foi


realizado uma Ação Civil Pública Cível Nº0010261-67.2019.5.03.0028, no qual foi
homologado um acordo entre a Vale e os entes responsáveis.

A reunião teve a participação da Vale, Ministério Público do Estado de


Minas Gerais, Ministério Público Federal, Defensoria Pública do Estado de
Minas Gerais, Defensoria Pública Federal e Estado de Minas Gerais.
(REFERENCIA)
Referente a esse acordo, foi estipulado o pagamento do auxílio emergencial às
pessoas atingidas pelo rejeito causado decorrente do rompimento da barragem B1.
Além do pagamento desse auxílio, a empresa também oferece serviços como,
assistência psicológica, atendimento médico, recuperação de infraestrutura, auxílio
financeiro e indenizações (VALE, 2019).

Nas indenizações de caráter civil, a empresa efetua pagamentos emergenciais aos


moradores da cidade de Brumadinho e aqueles que estão no limite de 1KM (um
quilômetro) do Rio Paraopeba até a Represa de Retiro Baixo, na cidade de
Pompéu - MG. Esse pagamento deu início no mês de fevereiro de 2019 e foi
42

estendido até o mês de outubro do ano subsequente. Os valores dessas


indenizações emergências estão presentes no site da empresa (Vale, 2020).

A reunião teve a participação da Vale, Ministério Público do Estado de


Minas Gerais, Ministério Público Federal, Defensoria Pública do Estado de
Minas Gerais, Defensoria Pública Federal e Estado de Minas Gerais.
Os valores acertados em fevereiro com as partes acima citadas foram
mantidos, ou seja, 1 salário mínimo por adulto, ½ por adolescente, ¼ por
criança. O benefício será integral para as pessoas que comprovadamente
residiam, na data do rompimento, nas comunidades de Córrego do Feijão,
Parque da Cachoeira, Alberto Flores, Cantagalo, Pires e nas margens do
Córrego Ferro-Carvão, além das pessoas que atualmente participam dos
seguintes programas de apoio desenvolvidos pela Vale: moradia,
assistência social, assistência agropecuária e assistência a produtores
locais. Estima-se que entre 10 mil e 15 mil pessoas continuarão recebendo
integralmente o auxílio emergencial.
As demais pessoas que não estejam incluídas nos critérios acima e que
recebem integralmente o pagamento emergencial acordado em fevereiro
de 2019, estimadas entre 93 mil e 98 mil beneficiários, receberão 50% do
auxílio emergencial por mais 10 meses a partir de 25/01/2020.
Os valores mencionados acima serão pagos a título da nova indenização
emergencial e serão descontados e considerados de eventual indenização
coletiva futura.
A Vale entende que a prorrogação do acordo reforça seu compromisso
com a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem, de
forma célere e abrangente.
Pagamento de cesta básica para cada núcleo familiar das comunidades de
Córrego do Feijão e Parque da Cachoeira, durante 12 meses. O valor de
R$ 405,40 mensais será depositado na conta corrente do responsável pelo
núcleo familiar
Ainda consiste no acordo realizado entre Ministério Público do trabalho e a Vale ,
as indenizações trabalhista consistem no pagamento do plano de saúde com
atendimento psiquiátrico e psicológico, auxílio creche/educação, indenização moral
e material , seguro adicional por acidente de trabalho e estabilidade para os
trabalhadores. Vale ressaltar também o desbloqueio de R$1,6 bilhão dos R$11
Bilhões bloqueados. (VALE,2019)

Referente a esse acordo que aborda sobre o dano moral e material para os
familiares das vítimas, as pessoas que fazem jus do direito de receber essas
indenizações são, o cônjuge ou companheiro(a) e filhos, se não existir filhos, o
cônjuge ou companheiro(a) receberá integralmente o valor e se não existir cônjuge
ou companheiro(a), o valor será dividido entre os filhos. Os valores que referentes
ao dano material e ao dano moral estão presente no site da empresa. (Vale, 2019)

O dano moral tem o valor de R$500 mil a ser pago individualmente


para pai, mãe, cônjuge ou companheiro(a) e filhos. Para os irmãos, o valor
do dano moral é de R$ 150 mil, também considerado individualmente.
O dano material tem valor mínimo garantido de R$ 800 mil.Para
empregados Vale o cálculo tem como base o salário mensal, 13º salário,
43

férias + 1/3, PLR de 3,5 salários e cartão alimentação de R$745,00/mês,


até a data na qual a vítima completaria 75 anos. Para os terceirizados, a
média de PLR e o cartão ou ticket alimentação dependerão do
recebimento da referida verba durante o contrato de trabalho. O dano
material é pago em parcela única com deságio de 6% ao ano. (O dano
material tem valor mínimo garantido de R$ 800 mil.(Vale,2019 grifo nosso)
Referente ao auxílio creche e o auxílio educação, de acordo com o site da Vale,
auxilio creche é de R$920 mensais para crianças de 0 - 3 anos, já o auxílio
educação é no valor de R$998 de 3 - 25 anos. Já o plano de saúde é vitalício para
os cônjuges e companheiros mas para os filhos também tem o limite de idade que
é 25 anos. (Vale, 2019)

Ainda no tocante acerca das indenizações, a mineradora Vale realizou um acordo


com a AGU - Advocacia Geral da União, no qual esse acordo homologado aborda
o pagamento de R$250 mil reais em multas ambientais. Essas sanções refletem
nas multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) e pelo estado de Minas Gerais.

Tudo que foi exposto até o momento referente os valores de indenização está
expresso no acordo Ação Civil Pública Cível Nº0010261-67.2019.5.03.0028, com
isso se os familiares possuíam interesse entraram em consenso com a empresa e
recebem esses valores citados acima. Porém em alguns casos envolveu litígios,
dessa forma os familiares das vítimas buscaram medidas judiciais.

Um exemplo desse litígio que o trabalho vai abordar foi acerca do processo:
0011051-51.2019.5.03.0028 (RO), no qual a empresa Vale S.A. ficou condenada a
pagar R$ 100 mil de indenização por danos morais aos avós de uma das vítimas
provocadas pela lama de rejeitos. Vale destacar que a vítima de 34 anos e era o
único neto dos autores da ação e o mesmo exercia papel fundamental para o lar.
(g1/ trt professor mandou o link)

Conforme a reportagem do G1, outro litígio envolvendo a empresa Vale e familiares


da vítima acabou acarretando o pagamento de R$ 5 milhões para a vítima da
tragédia que perdeu o filho, o marido, a irmã e a casa pela destruição ocasionada
pela onde de rejeitos.

A empresa deverá ainda pagar à mulher indenização de R$ 200 mil pela


perda da moradia, mais R$ 200 mil pelos traumas na saúde física e mental
dela, que foi arrastada pela lama de rejeitos. Além disso mais R$ 100 mil
pelos danos sofridos em razão da alteração causada pelo rompimento da
barragem no meio ambiente onde ela vivia.
44

Pelo dano estético e moral correspondente, a vítima receberá R$ 50 mil e


R$ 100 mil, respectivamente. Ela sofreu lesões por todo o corpo que
acarretarão cicatrizes em locais aparentes e provocaram deformidade no
nariz em razão de fraturas.
A Vale foi condenada também a pagar à autora, pela morte do marido,
indenização por danos materiais, em parcela única, no valor de 2/3 da
remuneração que o homem recebida à época dos fatos (R$1.653,48), até
a data em que ele completaria 76 anos de idade.
Foi condenada ainda a pagar por danos materiais pela morte do filho, em
parcela única, no valor de 2/3 do salário mínimo vigente à época dos fatos,
da data em que seria admitido o início do trabalho do menor (14 anos), até
quando ele atingiria 25 anos de idade. A partir daí, a pensão deverá ser
reduzida a 1/3 do valor do salário, até a data em que ele alcançaria 76
anos de idade. (citação g1)
Outro litígio que pode ser trazido no caso em tela, é referente outra condenação
por parte da mineradora, porém na quantia de R$ 8.125.000 (oito milhões, cento e
vinte e cinco mil reais), o referido valor é acerca do dano moral para os familiares
das vítimas pela morte de Adriano Ribeiro da Silva e seus filhos e Camila e Luiz
Talibert Ribeiro da Silva, no qual estava grávida de 19 semanas. Essa quantia de
R$8.1 milhões foi reduzida comparada a primeira sentença que foi agravada no
qual a Vale S.A. foi condenada a pagar R$11,875 milhões.
45

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS - escrever duas paginas


46

REFERÊNCIAS

1. Brasil. Comissão Parlamentar de Inquérito – Rompimento da barragem


de Brumadinho. 56 Legislatura. 2019-2023. Disponível em:
<https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-
temporarias/parlamentar-de-inquerito/56a-legislatura/cpi-rompimento-da-
barragem-de-brumadinho>. Acesso em: 10 out. 2020

2. AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO, Agência Nacional de Mineração


conclui o relatório técnico sobre barragem de Brumadinho. Brasília.
2019. Disponível em: <http://www.anm.gov.br/noticias/agencia-nacional-de-
mineracao-conclui-o-relatorio-tecnico-sobre-barragem-de-brumadinho >
Acesso em 01 de junho de 2020.

3. AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO, PARECER TÉCNICO Nº 07/2019 –


GSBM/SPM/ANM-ESGJ/LHPR/LPN/WAN. Brasília 2019. Disponível em:
<http://www.anm.gov.br/parecer-007-2019-brumadinho-final > acesso em 02
de junho de 2020.

4. AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO, RELATÓRIO ANUAL DE


SEGURANÇA DE BARRAGENS DE MINERAÇÃO 2019. Brasília. 2020
Disponível em <http://www.anm.gov.br/assuntos/barragens/relatorios-
anuais-de-seguranca-da-barragens-de-mineracao-1/relatorio-anual-gsbm-
2019-v-final> acesso em 01 de junho de 2020.

5. AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO, SIGBN. Brasília, 2017. Disponível


em: <http://www.anm.gov.br/assuntos/barragens/sigbm> Acesso em:01 de
maio de 2020.

6. AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO. PORTARIA Nº 70.389, DE 17 DE


MAIO DE 2017. Brasília, 2017. Disponivel em:
<http://www.anm.gov.br/assuntos/barragens/portaria-dnpm-no-70-389-de-
17-de-maio-de-2017-com-alteracoes-resolucao-13-2019-n.pdf> Acesso em
15 de maio de 2020.
7. AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO. Legislação Barragens. Brasília.
2019. Disponível em:
<http://www.anm.gov.br/assuntos/barragens/legislacao-barragens > acesso
em 18 de maio de 2020.
8. AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO. PORTARIA Nº 70.389, DE 17 DE
MAIO DE 2017. Disponível em:
<http://www.anm.gov.br/dnpm/documentos/portaria-dnpm-no-70-389-de-17-
de-maio-de-2017-seguranca-de-barragens-de-mineracao> Acesso em: 30
de maio de 2020.
47

9. AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO. Um ano após desastre de


Brumadinho, leis, vistorias e fiscalizações de barragens vêm sendo
intensificadas no Brasil. Brasília. 2020. Disponível
em:<http://www.anm.gov.br/noticias/um-ano-apos-desastre-de-brumadinho-
leis-vistorias-e-fiscalizacoes-de-barragens-vem-sendo-intensificadas-no-
brasil> acesso em 29 de maio de 2020.
10. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília:
Senado Federal. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso
em: 01 de maio de 2020.

11. BRASIL. Lei 12.334, de 20 de setembro de 2010. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12334.htm>
Acesso em: 20 de maio de 2020.

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https://www.mma.gov.br/informma/item/10589.html#:~:text=De%20acordo%20com
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