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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

RELATÓRIO FINAL

CPI – BARRAGEM DE SALTO GRANDE

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO CRIADA PELO ATO 29/2019,


DO PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA, MEDIANTE REQUERIMENTO Nº
281/2019, COM A FINALIDADE DE INVESTIGAR A REAL SITUAÇÃO DA
BARRAGEM SALTO GRANDE, NO MUNICÍPIO DE AMERICANA/SP.

2019
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Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

AGRADECIMENTOS

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), por meio


dos seus Deputados deve defender os interesses da população. Sendo assim,
a proposição da CPI-Comissão Parlamentar de Inquérito da Barragem de Salto
Grande teve por escopo a proteção dos interesses sociais, por meio do
processo de investigação das reais condições de segurança da Usina
Hidrelétrica de Salto Grande, no município de Americana.
Portanto, Excelentíssimos Senhores Deputados, este relatório é a
conclusão da complexa tarefa de trazer respostas e propor soluções para a
população do Estado de São Paulo, especialmente os municípios localizados a
jusante da barragem que poderiam ser afetados, a saber: Americana, Limeira,
Santa Barbara, Piracicaba, Iracemápolis, Rio das Pedras e São Pedro.
Congratulo o Excelentíssimo Senhor Deputado Roberto Moraes,
presidente da Comissão, pela iniciativa de criação desta CPI, pois esta é uma
preciosa ocasião de proporcionarmos todos os subsídios para o avanço de
nossa missão enquanto representantes do povo paulista.
Igualmente, minhas congratulações ao Vice Presidente, Deputado
Dirceu Dalben e aos demais membros desta CPI, destacando a honra de ter
trabalhado com Vossas Excelências. A seriedade e o empenho de todos
enobreceram o debate, contribuindo para a solidez das conclusões e a
segurança dos caminhos apontados neste relatório.
Aproveito para agradecer ao Presidente desta casa, Deputado Cauê
Macris e a toda Mesa Diretora pela presteza no comando das atividades
administrativas, fundamentais para o andamento dos trabalhos desta CPI.
Destarte, este Relator e demais membros desta Comissão dedicam
gratidão especial aos servidores públicos da Assembleia Legislativa de São
Paulo, sem os quais seria impossível o desenvolvimento dos trabalhos desta
CPI. Destaco, por derradeiro, que este relatório tem a esperança de atingir
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nossa maior missão enquanto legisladores: a luta em prol do bem comum, a


defesa do interesse público, o indeclinável papel de fiscalizadores desses
magnos objetivos e a conduta propositiva dessa CPI ao indicar medidas
pertinentes na esfera do Poder Público para o presente momento e o futuro
que nos espera.

Deputado Rafa Zimbaldi


Relator
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Sumário

1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................. 6
2 - REQUERIMENTO DE CONSTITUIÇÃO Nº 281 DE 2019 ............................ 9
3 - ATOS DA PRESIDÊNCIA .......................................................................... 10
5 - RESUMOS DAS REUNIÕES ORDINÁRIAS DA CPI ................................. 12
5.1 - ELEIÇÃO DE PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE............................... 12
5.2 - APRECIAÇÃO DE PAUTAS E REQUERIMENTOS ................................ 13
5.3 - APRECIAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO ........................................... 16
5.4 - OITIVA COM O PROMOTOR DE JUSTIÇA DE AMERICANA, DR. IVAN
CARNEIRO CASTANHEIRO. ......................................................................... 18
5.5 - OITIVA COM DIRETOR DE REGULAÇÃO TÉCNICA E FISCALIZAÇÃO
DOS SERVIÇOS DE ENERGIA DA ARSESP ................................................. 20
5.6 - OITIVAS COM O SECRETÁRIO EXECUTIVO DO CONSÓRCIO
INTERMUNICIPAL DAS BACIAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E
JUNDIAÍ, SR. FRANCISCO CARLOS CASTRO LAHÓZ E COM O
SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DO MUNICÍPIO DE AMERICANA, SR.
ODAIR BENEDITO DIAS SILVEIRA. .............................................................. 23
5.7 - OITIVA COM O SUBSECRETÁRIO DE INFRAESTRUTURA DO ESTADO
DE SÃO PAULO, SR. GLAUCIO ATTORRE. .................................................. 25
5.8 - DILIGÊNCIA NAS DEPENDENCIAS DA USINA DE SALTO GRANDE .. 26
6 - BREVE ARQUITETURA DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ................ 28
6.1 ATIVIDADES REGULATÓRIAS E DE FISCALIZAÇÃO ............................ 29
6.2 AS COMPETÊNCIAS DA ANEEL ............................................................. 29
6.3 ARSESP COMO DELEGADA DA ANEEL ................................................. 30
7 – TIPOS DE BARRAGEM ............................................................................ 32
8 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS .......... 35
9. PLANO DE SEGURANÇA DA BARRAGEM (PSB) E PLANO DE AÇÃO
EMERGENCIAL (PAE) ................................................................................... 37
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10. HISTÓRICO DE OBTENÇÃO DA LICENÇA AMBIENTAL ....................... 39


11. MACRÓFITAS E A DESPOLUIÇÃO DO RIO ............................................ 40
11.1 – O QUE SÃO MACRÓFITAS ................................................................. 42
11.2 – O PLANO DE MANEJO DAS MACRÓFITAS ....................................... 43
12. AS REAIS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA DA BARRAGEM DE SALTO
GRANDE ........................................................................................................ 44
13 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................. 47
13.1 DA SEGURANÇA DA BARRAGEM ........................................................ 47
13.2 DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ....................................................... 49
13.3 DO SANEAMENTO AMBIENTAL ............................................................ 49
13.4 DO CONTROLE DAS MACRÓFITAS ..................................................... 50
14. ENCAMINHAMENTOS ............................................................................ 51
ANEXOS - DOCUMENTOS COMPLEMENTARES ........................................ 52
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1 - INTRODUÇÃO

Ainda presentes na memória do povo brasileiro estão às imagens e o


sofrimento da população atingida pelos rompimentos de barragens de rejeitos
de minério. Quem não se lembra da maior tragédia envolvendo barragens em
toda a história que aconteceu no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana- MG
em novembro de 2015.
Além desse incidente, podemos ainda, registrar ainda, o acidente letal
que deixou mais de 241 vítimas fatais em Brumadinho ocorrido em janeiro de
2019, também em Minas Gerais. Em maio de 2019 a cidade de Barão de
Cocais ligou o alerta máximo quando soube que a barragem Sul Superior
poderia se romper a qualquer momento.
De fato, desde 2001 aconteceram seis desastres no país. Em Nova Lima
(MG), morreram cinco pessoas. Dois anos depois, mais de 600 mil foram
afetadas, ficando sem água quando a barragem de Cataguases (MG) lançou
rejeitos industriais no rio Paraíba do Sul. Em 2007, cerca de 4 mil pessoas
foram desalojadas depois do acidente da barragem do rio Bomba em Miraí
(MG). Sete anos depois, o lançamento de rejeitos de minérios da barragem de
Herculano, em Itabirito (MG), matou três pessoas, uma realidade que não deve
ser ignorada pelas autoridades e concessionárias envolvidas. Existem
responsabilidades definidas e é obrigação do Poder Público fiscalizar e garantir
a execução dos procedimentos necessários para tranquilizar a população.
Neste sentido, o Governo Federal, por meio de uma portaria publicada
em 29 de janeiro de 2019 no DOU (Diário Oficial da União), determinou a
imediata e rigorosa fiscalização de todas as barragens existentes no Brasil.
Nesta ocasião, o Ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto,
durante coletiva à imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília afirmou: "Não
vamos esperar outro rompimento de uma barragem para ampliar o olhar a esse
setor”.
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A Lei n.º 12.334, de 2010 que estabelece o PNSB (Plano Nacional de


Segurança das Barragens), já declarara em seu art. 3º, inciso IV que é preciso
“criar condições para que se amplie o universo de controle de barragens pelo
poder público, com base na fiscalização, orientação e correção das ações de
segurança”.
Neste contexto, coube à Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo, mediante a aprovação do requerimento 281/19, instalar uma
Comissão Paramentar de Inquérito para apurar a real situação da
Barragem de Salto Grande, no município de Americana/SP.
A justificativa para a instalação desta CPI considerou o fato da Barragem
ter sido classificada como de Alto Risco pelas Agências Reguladoras do setor.
“É fato que seu rompimento trará destruição, com perda de vidas humanas, de
animais e da nossa flora, em virtude de sua localização e do grande volume de
água represadas. Não podemos mais ficar a mercê desses riscos e não
podemos permitir que outras tragédias anunciadas aconteçam em nossa terra”,
a passagem retro mencionada faz parte do disposto no requerimento assinado
pelos deputados: Roberto Morais, Marcio Giudicio, Milton Leite Filho, Estevam
Galvão, José Américo, Rogério Nogueira, Paulo Correa Jr, Rodrigo Moraes,
Itamar Borges, Teonilio Barba, Wellington Moura, Fernando Cury, Analice
Fernandes André do Prado, Carlos Giannazi, Luiz Fernando T. Ferreira,
Ricardo Madalena, Leci Brandão, Léo Oliveira, Barros Munhoz, Sebastião
Santos, Jorge Wilson Xerife do Consumidor, Reinaldo Alguz, Márcia Lia, Caio
França, Jorge Caruso, Beth Sahão, Carlão Pignatari, Enio Tatto, Delegado
Olim, Marta Costa, Gilmaci Santos.
Este relatório tem como objetivo:
a) Trazer à população respostas concretas sobre a segurança da
Barragem,
b) Revelar as ações preparatórias para uma hipotética situação de
emergência,
c) Identificar as condições de manutenção da represa,
d) Verificar as causas e efeitos da proliferação de plantas aquáticas
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e) Apontar as medidas essenciais que precisam ser tomadas para o bem


estar atual e futuro da população.
Para tais conclusões foram utilizados, o arcabouço legal em vigor no
país, depoimentos, estudos técnicos e indicadores apresentados para esta CPI
pelos Órgãos Reguladores (ARSESP, ANEEL, ANA), CETESB, Ministério
Público Estadual, Consórcio PCJ e a CPFL-Renováveis, concessionária
responsável pela Usina de Salto Grande. Além disso, foram observadas as
conclusões da diligência promovidas pela CPI nas instalações da Usina na
cidade de Americana, bem como as diversas iniciativas que envolveram todos
os atores representantes das comunidades e as autoridades responsáveis dos
municípios envolvidos.
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2 - REQUERIMENTO DE CONSTITUIÇÃO Nº 281 DE 2019

Abaixo, o inteiro teor da proposição aprovada pela ALESP.

Requeremos, nos termos do artigo 13, § 2º, da Constituição do Estado


de São Paulo e dos artigos 34 e seguintes do Regimento Interno, a constituição
de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, composta por 09 (nove)
Deputados ou Deputadas, com a finalidade de, no prazo de 120 (cento e vinte)
dias, investigar a real situação da Barragem Salto Grande, no município de
Americana/SP.
A barragem de Salto Grande, localizada na cidade de Americana e
administrada pela CPFL-Renováveis, recentemente foi classificada pela ANA -
Agência Nacional de Águas - como sendo de alto risco, estando localizada em
uma área densamente povoadas do nosso estado. Essa barragem foi
construída no ano de 1949 e hoje está sem manutenção adequada, com o
acumulo de resíduos orgânicos e tomada por aguapés.
É fato que seu rompimento trará destruição, com perdas de vidas
humanas, de animais e da nossa flora, em virtude de sua localização e do
grande volume de água represadas. Não podemos mais ficar a mercê desses
riscos e não podemos permitir que outras tragédias anunciadas aconteçam em
nossa terra.
Nesse contexto é obrigação desse parlamento agir rapidamente e com
rigor para darmos uma resposta que tranquilize a população ou, caso se
confirmem as irregularidades, que as autoridades exigem obras e
procedimentos que garantam a segurança no funcionamento dessa barragem.
Justifica-se, assim, a urgente constituição da citada Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a real situação da Barragem
Salto Grande, no município de Americana.
Sala das Sessões, em 18/3/2019.
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a) Roberto Morais a) Marcio Giudicio a) Milton Leite Filho a) Estevam Galvão a)


José Américo a) Rogério Nogueira a) Paulo Correa Jr a) Rodrigo Moraes a)
Itamar Borges a) Teonilio Barba a) Wellington Moura a) Fernando Cury a)
Analice Fernandes a) André do Prado a) Carlos Giannazi a) Luiz Fernando T.
Ferreira a) Ricardo Madalena a) Leci Brandão a) Léo Oliveira a) Barros Munhoz
a) Sebastião Santos a) Jorge Wilson Xerife do Consumidor a) Reinaldo Alguz
a) Márcia Lia a) Caio França a) Jorge Caruso a) Beth Sahão a) Carlão Pignatari
a) Enio Tatto a) Delegado Olim a) Marta Costa a) Gilmaci Santos

3 - ATOS DA PRESIDÊNCIA

Em 26 de março de 2019, o Presidente da Assembleia Legislativa de


São Paulo, Deputado Cauê Macris, divulgou o ATO nº 29/2019 para a criação
da CPI conforme segue em inteiro teor.

ATO DO PRESIDENTE Nº 29, DE 26 DE MARÇO DE 2019.

Em face do Requerimento nº 281, de 2019, de autoria do Deputado


Roberto Morais e outros, tendo-se verificado o preenchimento dos requisitos do
artigo 13, § 2º, da Constituição Estadual, esta Presidência CRIA, nos termos do
artigo 34 e seu § 2º, bem como do artigo 34-A, do Regimento Interno, a
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO composta por 9 (nove) membros
titulares e igual número de suplentes para, no prazo de 120 (cento e vinte) dias,
“Investigar a real situação da Barragem Salto Grande, no município de
Americana/SP”.
Assembleia Legislativa, em 26 de março de 2019.
CAUÊ MACRIS – Presidente
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4 - DEPUTADOS MEMBROS INTEGRANTES DA CPI

Após a publicação do Ato 29/2019 da Presidência os seguintes


Deputados foram indicados por seus respectivos partidos para compor a
Comissão Parlamentar de Inquérito destina a “Investigar a real situação da
Barragem Salto Grande, no município de Americana/SP”:

Membros Efetivos
Adalberto Freitas - PSL
Cezar - PSDB
Dirceu Dalben - PL
Luiz Fernando T. Ferreira - PT
Marcio Nakashima - PDT
Rafa Zimbaldi - PSB
Ricardo Madalena - PL
Roberto Morais - CIDADANIA
Rogério Nogueira - DEM
Membros Suplentes
Delegada Graciela - PL
Márcia Lia - PT
Marcos Damasio - PL
Maria Lúcia Amary - PSDB
Rodrigo Moraes - DEM
Tenente Coimbra - PSL
Vinícius Camarinha – PSB
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5 - RESUMOS DAS REUNIÕES ORDINÁRIAS DA CPI

5.1 - ELEIÇÃO DE PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE

No dia 04 de junho a Comissão fez a eleição para escolha de Presidente


e Vice-Presidente. Foram designados os Deputados Roberto Morais como
Presidente, Dirceu Dalben como Vice-Presidente e o Deputado Rafa Zimbaldi
indicado para a função de Relator conforme Ata que segue em inteiro teor:
ATA DA REUNIÃO ESPECIAL DE ELEIÇÃO DE PRESIDENTE E VICE-
PRESIDENTE COM A FINALIDADE DE INVESTIGAR A REAL SITUAÇÃO DA
BARRAGEM SALTO GRANDE, NO MUNICÍPIO DE AMERICANA/SP.
Aos quatro dias do mês de junho de dois mil e dezenove, às catorze
horas e trinta minutos, no Auditório Teotônio Vilela da Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo, realizou-se a Reunião Especial de Eleição de
Presidente e Vice-Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito criada
pelo Ato 29/2019, do Presidente da Assembleia, mediante Requerimento nº
281/2019, com a finalidade de investigar a real situação da Barragem Salto
Grande, no município de Americana/SP, convocada nos termos regimentais.
Presentes os Senhores Deputados Adalberto Freitas, Luiz Fernando T.
Ferreira, Rafa Zimbaldi, Cezar, Dirceu Dalben, Ricardo Madalena, Roberto
Morais, Marcio Nakashima (membros efetivos). Ausente o Senhor Deputado
Rogério Nogueira. Havendo número regimental, sob a presidência do Deputado
Cezar, deu-se início aos trabalhos. O Presidente abriu aos membros a
possibilidade de indicação de nomes de Senhores Deputados para a
Presidência da CPI. Com a palavra, o Deputado Luiz Fernando T. Ferreira fez a
indicação do nome do Deputado Roberto Morais. Não havendo outras
indicações, o Senhor Presidente colocou em votação. Aprovado por
unanimidade foi eleito presidente da CPI o Deputado Roberto Morais, a quem o
Deputado Cezar passou a presidência dos trabalhos. O Presidente eleito
agradeceu os votos e abriu aos membros a possibilidade de indicação de
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nomes de Senhores Deputados para a Vice-Presidência da CPI. Com a


palavra, o Deputado Ricardo Madalena fez a indicação do nome do Deputado
Dirceu Dalben. Não havendo outras indicações, o Senhor Presidente colocou
em votação. Aprovado por unanimidade foi eleito vice-presidente da CPI o
Deputado Dirceu Dalben. Na sequência, o Presidente indicou como Relator da
Comissão o Deputado Rafa Zimbaldi. Nada mais havendo a tratar, o Senhor
Presidente declarou encerrada a reunião, que eu João Victor Barison de
Oliveira, Analista Legislativo, secretariei, e da qual lavrei a presente ata que,
lida e achada conforme, foi dada por aprovada e segue assinada pelo Senhor
Presidente e por mim. Os trabalhos foram gravados pelo Serviço de Audiofonia,
e a correspondente transcrição taquigráfica, tão logo concluída, integrará para
todos os fins esta ata. Auditório Teotônio Vilela da Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo, em 04/06/2019.

Deputado Cezar
Presidente

5.2 - APRECIAÇÃO DE PAUTAS E REQUERIMENTOS

Em sua primeira reunião, ocorrida em 11 de junho, os membros da


Comissão apreciaram pautas e requerimentos conforme Ata que segue em
inteiro teor.
ATA DA PRIMEIRA REUNIÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE
INQUÉRITO CONSTITUÍDA COM A FINALIDADE DE INVESTIGAR A REAL
SITUAÇÃO DA BARRAGEM SALTO GRANDE, NO MUNICÍPIO DE
AMERICANA/SP.
Aos onze dias do mês de junho de dois mil e dezenove, às treze horas,
no Auditório Teotônio Vilela da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo,
realizou-se a Primeira Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito criada
pelo Ato 29, de 2019, do Presidente da Assembleia, mediante Requerimento nº
281/2019, com a finalidade de investigar a real situação da Barragem Salto
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Grande, no município de Americana/SP, sob a presidência do Deputado


Roberto Morais. Presentes os Senhores Deputados Adalberto Freitas, Luiz
Fernando T. Ferreira, Rafa Zimbaldi, Cezar, Dirceu Dalben, Ricardo Madalena
e Roberto Morais (membros efetivos). Ausentes os Senhores Deputados
Rogério Nogueira e Marcio Nakashima. Havendo número regimental, o Senhor
Presidente declarou aberta a reunião e passou à deliberação dos itens
constantes da pauta. Ato contínuo, em virtude de ser autor do requerimento
correspondente ao item 1, o Presidente passou a presidência dos trabalhos ao
Deputado Cezar, que fez a leitura do mesmo. Item 1 - Requerimento n°. 01, de
2019, de autoria do Deputado Roberto Morais, que requer que se realize
convite às seguintes pessoas: 1) Prefeito de Limeira, Sr. Mario Botion; 2)
Prefeito de Piracicaba, Sr. Barjas Negri; 3) Prefeito de Americana, Sr. Omar
Najar; 4) Prefeito de Sumaré, Sr. Luiz Dalben; 5) Promotor de Justiça da
comarca de Rio Claro, Dr. Gilberto Porto Camargo; 6) Promotor de Justiça da
comarca de Americana, Dr. Ivan Carneiro Castanheiro; 7) Jornalista da TV
Bandeirantes, Sr. Fabio Pannunzio. Aprovado o requerimento, tendo sido
retirado o convite ao Promotor de Justiça da comarca de Rio Claro, Dr. Gilberto
Porto Camargo, e mantidos os demais. Após, foi devolvida a presidência dos
trabalhos ao Deputado Roberto Morais. Item 2 - Requerimento nº. 02, de 2019,
consistente em despacho da Presidência da Casa encaminhando ao âmbito da
Comissão requerimento, de autoria da Deputada Beth Sahão, que solicitava
promover, no Colégio de Líderes, a participação dos representantes do
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) para explanar a preocupação
que a entidade tem com a questão da segurança das barragens no Estado de
São Paulo. Concedida vista ao Deputado Rafa Zimbaldi. Item 3 - Requerimento
nº. 03, de 2019, de autoria do Deputado Dirceu Dalben, que requer que se
proceda à inquirição dos Promotores de Justiça da comarca de Americana, Dr.
Ivan Carneiro Castanheiro e Dra. Alexandra Facciolli Martins, designados para
as atribuições do GAEMA (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio
Ambiente do Ministério Público do Estado de São Paulo), a fim de prestarem
depoimento nesta CPI. Aprovado o requerimento, com a ressalva de se
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encontrar prejudicado com relação ao convite ao promotor, já aprovado no item


1. Item 4 - Requerimento nº. 04, de 2019, de autoria do Deputado Dirceu
Dalben, que requer que se oficie o Departamento de Água e Esgoto de
Americana, solicitando informações sobre a eventual captação de água para
abastecimento da cidade e as consequências decorrentes de vícios
encontrados na Barragem de Salto Grande. Aprovado o requerimento. Item 5 -
Requerimento nº. 05, de 2019, de autoria do Deputado Dirceu Dalben, que
requer que se oficie a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), requisitando
o encaminhamento de todos os documentos que possui relacionados à
Barragem de Salto Grande (concessão, contratos etc.), bem como os
documentos relacionados à CPFL Renováveis e JAYADITYA
Empreendimentos e Participações Ltda., sempre relacionado à concessão da
Pequena Central Hidrelétrica - PCH de Americana (Usina de Salto Grande),
bem como que designe técnico para esclarecimentos. Aprovado o
requerimento. Item 6 - Requerimento nº. 06, de 2019, de autoria do Deputado
Dirceu Dalben, que requer que se oficie a Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo (CETESB), solicitando informações sobre a existência de estudos
em relação à Barragem de Salto Grande, na comarca de Americana, bem
como que designe técnico para eventual fiscalização. Aprovado o
requerimento. Item 7 - Requerimento nº. 07, de 2019, de autoria do Deputado
Dirceu Dalben, que requer que se oficie ao Ministério Público do Estado de São
Paulo, GAEMA - PCJ, aos cuidados do Excelentíssimo Senhor Doutor Ivan
Carneiro Castanheiro, solicitando cópia integral do Inquérito Civil instaurado
através da Portaria nº. 14.1096.0000002/2019-0. Aprovado o requerimento. A
seguir, o Presidente relembrou aos Deputados presentes o prazo fatal de
funcionamento desta Comissão Parlamentar de Inquérito e, diante das
intervenções feitas por alguns a respeito da situação de outras barragens
localizadas no Estado de São Paulo, alertou para a necessidade de focar no
objeto que levou à instauração da presente Comissão, a Barragem de Salto
Grande. O Presidente acatou a sugestão apresentada pelo Deputado Luiz
Fernando T. Ferreira de levar à Comissão de Infraestrutura o problema da
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situação das demais barragens, podendo os Deputados membros da CPI


participar das reuniões como convidados. Por último, o Deputado Rafa
Zimbaldi, relator da CPI, distribuiu aos Deputados presentes uma proposta de
Plano de Trabalho e salientou a necessidade de os membros da CPI
realizarem uma visita in loco na Barragem de Salto Grande. Nada mais
havendo a tratar, o Senhor Presidente deu por encerrada à reunião, que foi
gravada pelo Serviço de Audiofonia e a correspondente transcrição, tão logo
seja concluída, fará parte desta ata que eu, Alessandra Verrone Chimelli,
Analista Legislativo, lavrei e assino após sua Excelência. Aprovada em reunião
de 18 de junho de 2019.

Deputado Roberto Morais


Presidente

5.3 - APRECIAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO

Em sua segunda reunião o relator apresentou um Plano de Trabalho que


foi discutido e deliberado conforme Ata que segue:
ATA DA SEGUNDA REUNIÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE
INQUÉRITO CONSTITUÍDA COM A FINALIDADE DE INVESTIGAR A REAL
SITUAÇÃO DA BARRAGEM SALTO GRANDE, NO MUNICÍPIO DE
AMERICANA/SP.
Aos dezoito dias do mês de junho de dois mil e dezenove, às treze
horas, no Auditório Teotônio Vilela da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo, realizou-se a Segunda Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito
criada pelo Ato 29, de 2019, do Presidente da Assembleia, mediante
Requerimento nº 281/2019, com a finalidade de investigar a real situação da
Barragem Salto Grande, no município de Americana/SP, sob a presidência do
Deputado Roberto Morais. Presentes os Senhores Deputados Adalberto
Freitas, Rafa Zimbaldi, Cezar, Dirceu Dalben e Roberto Morais (membros
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efetivos). Ausentes os Senhores Deputados Luiz Fernando T. Ferreira, Rogério


Nogueira, Ricardo Madalena e Marcio Nakashima. Havendo número
regimental, o Senhor Presidente declarou aberta a reunião. Dispensada da
leitura, a ata da reunião anterior foi aprovada. Então, o Presidente passou à
deliberação dos itens constantes da pauta: Item 1 - Requerimento nº 08, de
2019, de autoria do Deputado Rafa Zimbaldi, requerendo que se efetue convite
às seguintes pessoas: 1) Secretário Executivo do Consórcio Intermunicipal das
Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, Sr. Francisco Carlos Castro
Lahóz; 2) Especialista em Engenharia de Concreto, Sr. Selmo Chapira
Kuperman; 3) Especialista em Barragens, Prof. Hiroshi Paulo Yoshizane; 4)
Secretário de Meio Ambiente do Município de Americana, Sr. Odair Benedito
Dias Silveira; 5) Diretor de Avaliação de Impacto Ambiental da CETESB, Sr.
Domenico Tremaroli; 6) Gerente Regional da CETESB - Americana, Sr. José
Ferreira Assis; 7) Diretor de Regulação Técnica e Fiscalização dos Serviços de
Energia da ARSESP, Sr. Marcos Roberto Lopomo; 8) Especialista em
Regulação e Fiscalização dos Serviços Públicos da ARSESP, Sr. Nelson
Kazuo Minami; 9) Superintendente de Fiscalização dos Serviços de Geração
da ANEEL, Sr. Gentil Nogueira de Sá Júnior; 10) Superintendente Adjunta de
Fiscalização dos Serviços de Geração da ANEEL, Sra. Ludimila Lima da Silva;
11) Secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Sr. Ricardo
Cyrino; 12) Diretor de Operação e Manutenção da CPFL Renováveis, Sr.
Adriano Vignoli; 13) Superintendente de Operação e Manutenção da CPFL
Renováveis, Sr. Flávio Martins Ribeiro; 14) Diretor de Relações Institucionais e
Sustentabilidade da CPFL Renováveis, Sr. Rodolfo Nardez Sirol; 15) Gerente
de Meio Ambiente e Operações da CPFL Renováveis, Sr. Daniel Vilas Boas
Daibert; 16) Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São
Paulo, Sr. Marcos Penido. Aprovado o requerimento. A seguir, em virtude de
ser autor do requerimento, o Presidente passou a presidência dos trabalhos ao
Vice-Presidente, Deputado Dirceu Dalben, que fez a leitura do item seguinte.
Item 2 - Requerimento nº 09, de 2019, de autoria do Deputado Roberto Morais,
requerendo que se efetue a prorrogação dos trabalhos da CPI Barragem Salto
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Grande. Aprovado o requerimento. Devolvida a presidência dos trabalhos ao


Presidente, que, em seguida, informou ter recebido por parte do Deputado Luiz
Fernando T. Ferreira um pedido de retirada do requerimento de sua própria
autoria. Portanto, concretizada a retirada do item 3. Dando sequência, o
Presidente colocou em discussão e em votação a proposta de Plano de
Trabalho apresentada na reunião anterior pelo relator desta Comissão
Parlamentar de Inquérito, Deputado Rafa Zimbaldi. Aprovada a proposta de
Plano de Trabalho. O Presidente, então, comunicou aos Deputados presentes
a ausência de ambos os convidados, o Prefeito do Município de Sumaré, Sr.
Luiz Alfredo Castro Ruzza Dalben, e o jornalista da Rede Bandeirantes de
Rádio e TV, Sr. Fabio Pannunzio, e autorizou a exibição de um vídeo
consistente em reportagem veiculada pela TV Bandeirantes e relativa à
descrição da situação enfrentada pela Barragem de Salto Grande, em
Americana. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente deu por
encerrada à reunião, que foi gravada pelo Serviço de Audiofonia e a
correspondente transcrição, tão logo seja concluída, fará parte desta ata que
eu, Alessandra Verrone Chimelli, Analista Legislativo, lavrei e assino após sua
Excelência. Aprovada em reunião de 25 de junho de 2019.

Deputado Roberto Morais


Presidente

5.4 - OITIVA COM O PROMOTOR DE JUSTIÇA DA PROMOTORIA DE


JUSTIÇA DE AMERICANA, DR. IVAN CARNEIRO CASTANHEIRO.

O primeiro convidado a falar na Comissão Parlamentar de Inquérito foi o


Promotor de Justiça de Americana, Dr. Ivan Carneiro. No mesmo dia estava
previsto o depoimento do Prefeito do Município de Sumaré, Sr. Luiz Alfredo
Castro Ruzza Dalben, que aceitou o convite e esteve presente, mas foi
dispensado devido ao avançar da hora conforme Ata que segue:
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

ATA DA TERCEIRA REUNIÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE


INQUÉRITO CONSTITUÍDA COM A FINALIDADE DE INVESTIGAR A REAL
SITUAÇÃO DA BARRAGEM SALTO GRANDE, NO MUNICÍPIO DE
AMERICANA/SP.
Aos vinte e cinco dias do mês de junho de dois mil e dezenove, às treze
horas, no Auditório Teotônio Vilela da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo, realizou-se a Terceira Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito
criada pelo Ato 29, de 2019, do Presidente da Assembleia, mediante
Requerimento nº 281/2019, com a finalidade de investigar a real situação da
Barragem Salto Grande, no município de Americana/SP, sob a presidência do
Deputado Roberto Morais. Presentes os Senhores Deputados Adalberto
Freitas, Luiz Fernando T. Ferreira, Rafa Zimbaldi, Cezar, Dirceu Dalben,
Ricardo Madalena, Roberto Morais e Marcio Nakashima (membros efetivos).
Ausente o Senhor Deputado Rogério Nogueira. Havendo número regimental, o
Senhor Presidente declarou aberta a reunião. Dispensada da leitura, a ata da
reunião anterior foi aprovada. Então, o Presidente passou à deliberação do
único item constante da pauta. Item 1 - Requerimento nº 11, de 2019, de
autoria do Deputado Rafa Zimbaldi, solicitando a realização de visita técnica à
Barragem Salto Grande, a ser feita pelos Deputados membros desta
Comissão, que serão recepcionados pelo presidente da CPFL Renováveis na
cidade de Americana, para conhecimento das instalações, sugerindo-se para
tanto a data de 08 de julho deste ano, às 9 horas. Aprovado o requerimento,
ressalvada apenas a data, cuja definição, conforme ficou decidido, dar-se-á
oportunamente. A seguir, o Presidente convidou para tomar assento à mesa
dos trabalhos o Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça de Americana
designado para as atribuições do Grupo de Atuação Especial de Defesa do
Meio Ambiente (GAEMA) do Ministério Público de São Paulo, Dr. Ivan Carneiro
Castanheiro, que fez uma breve explanação em torno da problemática em tela,
ressaltando a existência de procedimentos investigativos em curso, e
respondeu aos questionamentos sucessivamente feitos pelos parlamentares
inscritos, a saber: Deputados Dirceu Dalben, Cezar e Rafa Zimbaldi. Ato
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

contínuo, dado o avançar do horário, o Presidente indagou aos parlamentares


presentes se concordariam com a dispensa da oitiva do outro convidado para a
reunião, o Prefeito do Município de Sumaré, Sr. Luiz Alfredo Castro Ruzza
Dalben, com o quê todos anuíram. Assim, nada mais havendo a tratar, o
Senhor Presidente deu por encerrada à reunião, que foi gravada pelo Serviço
de Audiofonia e a correspondente transcrição, tão logo seja concluída, fará
parte desta ata que eu, Alessandra Verrone Chimelli, Analista Legislativo, lavrei
e assino após sua Excelência. Aprovada em reunião de 06/08/2019.

Deputado Roberto Morais


Presidente

5.5 - OITIVA COM DIRETOR DE REGULAÇÃO TÉCNICA E FISCALIZAÇÃO


DOS SERVIÇOS DE ENERGIA DA ARSESP

A Comissão também convidou o diretor da ARSEP (AGÊNCIA


REGULADORA DE SANEAMENTO E ENERGIA DO ESTADO DE SÃO
PAULO), Sr. Marcos Roberto Lopomo, para ouvir suas considerações sobre a
segurança da Barragem de Salto Grande. Conforme Ata que segue:
ATA DA QUARTA REUNIÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE
INQUÉRITO CONSTITUÍDA COM A FINALIDADE DE INVESTIGAR A REAL
SITUAÇÃO DA BARRAGEM SALTO GRANDE, NO MUNICÍPIO DE
AMERICANA/SP.
Aos seis dias do mês de agosto de dois mil e dezenove, às treze horas,
no Auditório Teotônio Vilela da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo,
realizou-se a Quarta Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito criada
pelo Ato 29/2019, do Presidente da Assembleia, mediante Requerimento nº
281/2019, com a finalidade de investigar a real situação da Barragem Salto
Grande, no município de Americana/SP, sob a presidência do Deputado
Roberto Morais. Presentes os Senhores Deputados Adalberto Freitas, Luiz
Fernando T. Ferreira, Rafa Zimbaldi, Dirceu Dalben, Ricardo Madalena e
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

Roberto Morais (membros efetivos). Ausente, por motivo justificado, o Senhor


Deputado Cezar. Ausentes os Senhores Deputados Rogério Nogueira e Marcio
Nakashima. Havendo número regimental, o Senhor Presidente declarou aberta
a reunião. Dispensada da leitura, a ata da reunião anterior foi aprovada. O
Presidente informou que a reunião foi convocada com a finalidade de ouvir o
Diretor de Regulação Técnica e Fiscalização dos Serviços de Energia da
ARSESP (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São
Paulo), Senhor Marcos Roberto Lopomo, acompanhado de técnico
especializado no assunto; e o Especialista em Regulação e Fiscalização dos
Serviços Públicos da ARSESP, Senhor Nelson Kazuo Minami, para discorrer
sobre a fiscalização de segurança realizada pela ARSESP na Barragem de
Salto Grande. O Presidente passou a palavra ao Senhor Marcos Roberto
Lopomo, que fez uma breve apresentação sobre a situação das barragens no
Estado de São Paulo. Informou que vinte e nove barragens já foram
fiscalizadas pela empresa no primeiro semestre deste ano. Informou que a
Barragem de Salto Grande foi reclassificada pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL), passando à categoria B, que é considerada, para esse porte
de barreira, como um nível seguro. O Presidente passou a palavra aos
membros da Comissão. Pela ordem, fizeram uso da palavra os Senhores
Deputados Rafa Zimbaldi, Dirceu Dalben e Luiz Fernando T. Ferreira. O
Deputado Rafa Zimbaldi demonstrou sua estranheza com o fato de a
concessionária realizar a autofiscalização de suas barragens. O Senhor Marcos
Roberto Lopomo respondeu que a ARSESP se pauta pelo que determina a
legislação vigente, que atribui a responsabilidade de fiscalização ao
empreendedor. Perguntado se a ARSESP atesta a segurança da barragem,
respondeu que sim, que está adequada, dentro dos níveis de classificação e
não apresenta riscos aos moradores da região. Durante a reunião, os
representantes citaram documentos apresentados pela ARSESP e pelo
Ministério Público, referentes às últimas fiscalizações realizadas in loco, além
de pontos de melhoria para a barragem. O Deputado Rafa Zimbaldi solicitou
que esses registros sejam anexados ao relatório final da comissão. Pediu que a
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

ARSESP envie o cronograma de todas as ações a serem cumpridas pela CPFL


e que, mesmo após o encerramento dos trabalhos da CPI, haja continuidade
no envio desses relatórios a esta Casa de Leis. O Deputado Dirceu Dalben
solicitou informações sobre método construtivo e técnicas de auscultação. Foi
informado de que o método usado na barragem de Americana é muito diferente
do utilizado na barragem de Mariana. Há vários fatores que garantem a
estabilidade do barramento e a fiscalização e manutenção são os mais
importantes. A CPFL já disponibilizou os últimos relatórios de inspeção, nos
quais é possível visualizar o comportamento da barragem nos últimos 10 anos.
O Senhor Marcos Roberto Lopomo comprometeu-se a encaminhar informações
sobre as licenças ambientais do empreendimento. O Deputado Dirceu Dalben
esclareceu que dentre os níveis de classificação, tanto o A quanto o B
apresentam categoria de risco e dano potencial altos, havendo necessidade de
intervenção para manutenção das condições de segurança. Dessa forma,
mesmo a barragem tendo sido elevada à categoria B, não deve ser garantia de
segurança aos moradores da região. O nível C tem dano potencial baixo e não
apresenta anomalias. Disse acreditar que no Brasil não existe barragem
classificada no nível C, pois todas apresentam anomalias. Os Deputados da
região lembraram os tempos em que era possível o turismo na barragem e a
população passeava de pedalinhos. O Deputado Dalben informou que a CPFL,
em parceria com a Prefeitura de Americana, vem fazendo uma limpeza no
local, recuperando quiosques e cuidando da pavimentação. Atribuiu essas
melhorias à instauração da CPI. Esclareceu, também, que os Municípios a
montante precisam tratar de seus esgotos, evitando a poluição da barragem. O
Deputado Roberto Morais informou que a Comissão ainda ouvirá autoridades e
representantes de outras empresas responsáveis pela fiscalização e segurança
da Barragem de Salto Grande. Nada mais havendo a tratar, o Senhor
Presidente deu por encerrada à reunião, que foi gravada pelo Serviço de
Audiofonia e a correspondente transcrição, tão logo seja concluída, fará parte
desta ata que eu, Fátima M. B. Dinardi, Analista Legislativo, lavrei e assino
após sua Excelência. Aprovada em reunião de 27 de agosto de 2019.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

Deputado Roberto Morais


Presidente

5.6 - OITIVAS COM O SECRETÁRIO EXECUTIVO DO CONSÓRCIO


INTERMUNICIPAL DAS BACIAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E
JUNDIAÍ, SR. FRANCISCO CARLOS CASTRO LAHÓZ E COM O
SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DO MUNICÍPIO DE AMERICANA, SR.
ODAIR BENEDITO DIAS SILVEIRA.

No mesmo dia em que a Comissão ouviu o Secretário Executivo do


Consórcio PCJ, também ouviu o Secretário de Meio Ambiente da cidade de
Americana. Conforme Ata que segue:
ATA DA QUINTA REUNIÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE
INQUÉRITO CONSTITUÍDA COM A FINALIDADE DE INVESTIGAR A REAL
SITUAÇÃO DA BARRAGEM SALTO GRANDE, NO MUNICÍPIO DE
AMERICANA/SP.
Aos vinte e sete dias do mês de agosto de dois mil e dezenove, às treze
horas, no Auditório Teotônio Vilela da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo, realizou-se a Quinta Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito
criada pelo Ato 29/2019, do Presidente da Assembleia, mediante Requerimento
nº 281/2019, com a finalidade de investigar a real situação da Barragem Salto
Grande, no município de Americana/SP, sob a presidência do Deputado
Roberto Morais. Presentes os Senhores Deputados Adalberto Freitas, Luiz
Fernando T. Ferreira, Rafa Zimbaldi, Dirceu Dalben, Roberto Morais e Marcio
Nakashima (membros efetivos). Ausentes os Senhores Deputados Cezar,
Rogério Nogueira e Ricardo Madalena. Havendo número regimental, o Senhor
Presidente declarou aberta a reunião. Dispensada da leitura, a ata da reunião
anterior foi aprovada. Ato contínuo, o Presidente anunciou a presença e pediu
para que tomassem assento à mesa dos trabalhos o Secretário Executivo do
Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí,
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

Sr. Francisco Carlos Castro Lahóz, e o Secretário do Meio Ambiente do


Município de Americana, Sr. Odair Benedito Dias Silveira. O Secretário
Executivo fez uma breve explanação em torno da criação do Consórcio
Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Campinas e Americana, em
1989, e da criação, por essa Casa de Leis, da lei que instituiu a política
estadual de recursos hídricos, em 1993; foi taxativo em atestar a segurança e a
sustentabilidade da Barragem Salto Grande, em Americana; e, por fim,
mencionou o plano a ser colocado em prática com o objetivo de revitalizar o
reservatório de Americana, o denominado Plano de Bacias. Terminada sua
exposição, o convidado foi indagado pelos parlamentares presentes –
sucessivamente, os Deputados Rafa Zimbaldi, Dirceu Dalben, Adalberto
Freitas, Marcio Nakashima e Roberto Morais, e respondeu a todos os
questionamentos. Os dados apresentados pelo convidado foram
complementados pelo engenheiro civil do Consórcio PCJ, Sr. José César Saad,
que utilizou do microfone para apresentar informações adicionais. Em seguida,
o Secretário do Meio Ambiente do Município de Americana teceu suas
considerações a respeito do tema, tendo reforçado a ideia de segurança e
estabilidade da barragem, bem como tendo tratado do chamado Plano
Emergencial levado a cabo pela CPFL Renováveis, criado para dar respostas a
eventuais catástrofes que possam atingir a Barragem. O convidado foi
igualmente questionado pelos parlamentares presentes – sucessivamente,
Deputados Dirceu Dalben e Rafa Zimbaldi, havendo respondido às indagações.
Encerradas as oitivas, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente deu
por encerrada à reunião, que foi gravada pelo Serviço de Audiofonia e a
correspondente transcrição, tão logo seja concluída, fará parte desta ata que
eu, Alessandra Verrone Chimelli, Analista Legislativo, lavrei e assino após sua
Excelência.
Deputado Roberto Morais
Presidente
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

5.7 - OITIVAS COM O SUBSECRETÁRIO DE INFRAESTRUTURA DO


ESTADO DE SÃO PAULO, SR. GLAUCIO ATTORRE.

No dia 08 de outubro, no auditório Teotônio Vilela, a CPI recebeu o


Subsecretário de Infraestrutura do Estado de São Paulo, Sr. Glaucio Attorre. O
subsecretário expôs as ações do Governo do Estado de São Paulo em atenção
à segurança das barragens no estado.
O Sr. Attorre destacou o levantamento de um grupo multidisciplinar com
diagnóstico de 255 barragens. Os estudos desse ano incluíram as barragens
na Lei 12.334/2010 que estabelece a Política Nacional de Segurança de
Barragens. Os levantamentos tiveram duração de 90 dias e foram
desenvolvidos pela Secretaria de Infraestrutura em conjunto com a Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Coordenadoria de Mineração e
empresas associadas.
O subsecretário destacou a presença de um comitê responsável pela
fiscalização e o acompanhamento de segurança dessas barreiras. De acordo
com o estudo apresentado a Barragem de Salto Grande atende a tudo previsto
na legislação.
Questionado pelo Deputado Rafa Zimbaldi, sobre o Plano de Segurança
de Barragem (PSB) e o Plano de Ação de Emergência (PAE) o Sr. Attorre disse
que atende aos registros da lei e que a barragem foi classificada com baixo
risco de rompimento.
O deputado Dirceu Dalben pediu esclarecimentos sobre a demora de
resposta pela Companhia Ambiental do Estado (CETESB) a respeito do
Licenciamento Ambiental iniciado em 2013. Em resposta, o Sr. Glaucio Attore
disse que a concessionária atendeu a todos os dados ausentes no documento.
E agora está em análise na CETESB com prazo de 90 dias para conclusão. A
última solicitação já foi acolhida.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

5.8 - DILIGÊNCIA NAS DEPENDENCIAS DA USINA DE SALTO GRANDE

No dia 15 de outubro, a Comissão Parlamentar de Inquérito realizou a


diligência nas dependências da Usina de Salto Grande, na cidade de
Americana. Na ocasião, os parlamentares também ouviram o depoimento do
presidente da CPFL Renováveis, Sr. Fernando Mano.
O Sr. Fernando Mano entregou para os parlamentares um Livro de
Evidências, produzido pela concessionária, com todos os dados relacionados
com a Pequena Central Hidrelétrica de Americana onde está localizada a
Barragem de Salto Grande. O livro inclui todos os documentos solicitados por
esta CPI para a concessionária.
O Sr. Fernando mano também transcorreu sobre as ações para
elaboração e operacionalização do Plano de Ação Emergencial (PAE). O
presidente da CPFL-Renováveis destacou a participação de diversos órgão,
coordenados pela Defesa Civil do Estado de São Paulo para o bem sucedido
Simulado de emergência, realizado no dia 18 de setembro de 2019, nas
cidades de Americana e Limeira.
A visita técnica da CPI confirmou as declarações obtidas nas diversas
oitivas realizadas pela Comissão. De fato, a Barragem de Salto Grande não
apresenta risco de rompimento. Os membros da CPI também constataram as
consequências dos altos índices de poluição nas águas da hidrelétrica e a
aparição de plantas aquáticas na superfície da represa.
O Sr. Fernando Mano explicou que a companhia vem trabalhando para a
remoção mecânica dessas plantas. Segundo ele, já foram retiradas o
equivalente a 354 campos de futebol desde janeiro desse ano. O presidente da
CPFL Renováveis também informou que a empresa realizou um estudo sobre
essas plantas e elaborou um Plano de Manejo da Macrófitas, que consta no
Livro de Evidências entregue aos Deputados.
O Sr. Fernando Mano informou que o Plano foi compartilhado com
diversos órgãos, entre eles a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de
Americana e o Ministério Público do Estado e aguarda encaminhamento da
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), a quem compete à


manifestação oficial sobre o assunto.
Os Deputados presentes na visita técnica manifestaram a preocupação
com o problema de saneamento na região e afirmaram que devem dar
continuidade a esse assunto. O Deputado Rafa Zimbaldi, relator da CPI, disse
que o assunto será encaminhado para as comissões de Ambiente, de
Infraestrutura e de Assuntos Metropolitanos, da Assembleia Legislativa.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

6 - BREVE ARQUITETURA DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

A energia elétrica é um insumo essencial ao conforto da sociedade


moderna, indispensável ao desenvolvimento socioeconômico das Nações. Por
esse motivo, os Legisladores deixaram claro nos artigos 21 e 22 da
Constituição Federal de 1988 que “compete à União explorar, diretamente ou
mediante concessão ou permissão os serviços e instalações de energia elétrica
e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os
Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos, sendo que cabe
privativamente à União legislar sobre energia”.
O Brasil é beneficiado por uma rede grandes rios em todas as regiões
que permitiu uma matriz hidrelétrica responsável pelo abastecimento de
energia, desenvolvendo uma forte infraestrutura para garantir a crescente
urbanização e o desenvolvimento econômico social.
De acordo com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), as
hidrelétricas respondem por 62% da capacidade instalada em operação no
país, seguida das termelétricas (gás natural, carvão mineral, combustíveis
fósseis, biomassa e nuclear), com 28%. O restante é proveniente de usinas
eólicas (energia dos ventos) e importação da energia de outros países.
No setor elétrico brasileiro é organizado pelos seguintes segmentos:
geração, transmissão, distribuição e comercialização. Por isso, existem
agentes de governo responsáveis pela política do setor, sua regulação,
operação e comercialização. Cabe ao Congresso Nacional definir as leis que
regem o setor e as atividades de governo são exercidas pelo CNPE (Conselho
Nacional de Política Energética), MME (Ministério das Minas e Energia) e o
CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico). As atividades de
planejamento, operação e contabilização são exercidas por empresas públicas
ou de direito privado sem fins lucrativos, como a EPE (Empresa de Pesquisa
Energética), ONS (Operador Nacional de Sistema) e CCEE (Câmara de
Comércio de Energia Elétrica).
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Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

6.1 ATIVIDADES REGULATÓRIAS E DE FISCALIZAÇÃO

As atividades regulatórias e de fiscalização são exercidas pela ANA


(Agência Nacional de Águas) no que diz respeito ao uso de recursos hídricos e
barragens, pela ANEEL a quem cabe fiscalizar, diretamente ou mediante
convênios com órgãos estaduais, as concessões, as permissões e os serviços
de energia elétrica. No Estado de São Paulo o convênio da ANEEL é com a
ARSESP (Agência Reguladora De Saneamento E Energia Do Estado De São
Paulo).

6.2 AS COMPETÊNCIAS DA ANEEL

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é uma autarquia em


regime especial ligada ao Ministério de Minas e Energia que foi criada para
regular o setor elétrico brasileiro, por meio da Lei nº 9.427/1996 e do Decreto nº
2.335/1997.
A ANEEL deu início a suas atividades em dezembro de 1997 e atua na
fiscalização econômico-financeira, do serviço de geração e dos serviços de
eletricidade, buscando atingir todas as empresas concessionárias,
permissionárias e autorizadas em operação no País.
A ANEEL é responsável pela fiscalização da produção de energia
elétrica, do andamento das obras de novas usinas a serem inseridas no parque
gerador nacional, bem como de encargos e programas governamentais, das
obrigações contratuais e agentes especiais do setor. Essa competência é
desempenhada pela Superintendência de Fiscalização dos Serviços de
Geração - SFG.
Conforme informações oficiais da ANEEL, o modelo adotado pela SFG
promove a diferenciação de risco regulatório para avaliar os riscos associados
à atividade de geração de energia elétrica no país. Essa diferenciação é
baseada em conceitos que orientam a fiscalização em sentido mais amplo
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

(fiscalização regulatória), que lança mão de diversas ferramentas de


enforcement, abrangendo desde ações de motivação, orientação, publicação
de resultados, incentivos, etc.
No sentido de materializar essas concepções teóricas, a SFG tem
adotado o modelo de fiscalização denominado Quantum, que consiste em uma
fiscalização em três níveis.
Ao longo do Modelo Quantum são observadas situações de violações
e/ou risco à conformidade com base em fatos ou indicadores, prestigiando o
princípio da seletividade na atuação da fiscalização.
No 1º nível, o Monitoramento, todos os agentes são monitorados por
meio de indicadores resultantes de dados obtidos indiretamente ou diretamente
(autodeclaração) dos agentes que atuam no setor de geração de elétrica.
Havendo indícios de ocorrência de não conformidade, passa-se ao 2º
nível, a Ação a Distância, na qual é realizada uma análise mais detalhada dos
dados disponíveis para as situações que foram selecionadas, com a
possibilidade de solicitação de informações adicionais diretamente dos agentes
ou demais órgãos correlacionados.
Caso esse nível não seja suficiente para uma consistente tomada de
decisão, a fiscalização prossegue para o 3º nível, a Ação Presencial, a qual irá
focar na busca de evidências que confirmem ou refutem as hipóteses
levantadas anteriormente.

6.3 ARSESP COMO DELEGADA DA ANEEL

Uma vez que a Agência Nacional de Energia Elétrica está localizada


apenas em Brasília – DF, sem escritórios regionais, ela se vale da prerrogativa
disposta na Lei nº 9.427/1996 para descentralizar algumas de suas atividades
a Unidades da Federação. Após assinatura de convênio, elas passam a ser
desenvolvidas também por Agências Reguladoras Estaduais de Serviços
Públicos.
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Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

A ARSESP (Agência Reguladora De Saneamento E Energia Do Estado


De São Paulo) é a delegada da ANEEL no Estado de São Paulo que cumpre a
função de fiscalização de Usinas Hidrelétricas.
A ARSESP é uma autarquia de regime especial, vinculada à secretaria
Estadual de Governo, criada pela Lei Complementar 1.025/2007 e
regulamentada pelo Decreto 52.455/2007, com o objetivo de regular, controlar
e fiscalizar, no âmbito do Estado, os serviços de gás canalizado e, preservadas
as competências e prerrogativas municipais, de saneamento básico de
titularidade estadual.
A Agência também atua, por meio de delegação da ANEEL, na
fiscalização das distribuidoras de energia paulistas, como também nas
pequenas Centrais Hidrelétricas e Termoelétricas. A ARSESP foi criada a partir
da CSPE (Comissão de Serviços Públicos de Energia), autarquia que foi
responsável pela regulação e fiscalização dos serviços de energia elétrica e
gás canalizado entre 1998 e 2007.
Por meio de convênio de delegação e descentralização, firmado com a
ANEEL, a ARSESP fiscaliza as 14 concessionárias de distribuição, 12
permissionárias, além de PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e PCTs
(Pequenas Centrais Térmicas) que atuam no Estado de São Paulo.
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Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

7 – TIPOS DE BARRAGEM

Por definição, barragem é qualquer estrutura em um curso permanente


ou temporário de água para fins de contenção ou acumulação de substâncias
líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos, compreendendo o barramento e
as estruturas associadas.

Componentes estruturais das barragens

Barramento: é a estrutura principal de retenção, podendo ser composto


por diversas técnicas construtivas.

Crista: é a parte superior da barragem. Sua largura é determinada pelo


nível de tráfego sobre ela, mas, nunca deve ser inferior a 3 metros. A altura da
barragem deve ser no mínimo igual ao nível máximo da água somado a borda
livre definida em projeto para aquela barragem.

Borda livre: é a distância vertical entre a crista e o nível máximo do


reservatório, ela faz parte da segurança contra o transbordamento.

Taludes de montante e jusante: Talude de montante é a parte da


barragem que ficará diretamente em contato com a água, desse modo
necessita de cuidados especiais na sua manutenção. O talude de jusante é o
lado oposto ao de montante.

Ombreiras ou encontros: são pontos de contato entre a barragem e o


terreno natural, esses pontos costumam ser mais sensíveis em termos de
resistência a ações erosivas.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

Vertedouros: são estruturas hidráulicas que servem para controlar o


nível o do reservatório, permitindo o fluxo de água da montante para jusante.

Fundação: é a base na qual a barragem se apoiará e para qual devem


ser estudados os efeitos das forças aplicadas sobre a barragem

Tipos de barragens

Barragens de terra: utilizadas desde os tempos antigos para


armazenamento de água, mas, atualmente, também são utilizadas para a
contenção de diversos outros materiais. Elas podem ser compostas por dois
tipos de terra: homogênea e zoneada. As barragens de terra homogênea são
compostas por um único tipo de material, esse insumo precisa ter certa
impermeabilidade para garantir a formação de uma barreira que contenha a
água. Já as de terra zoneada são compostas por um núcleo de material
impermeável envolto em zonas de materiais que são considerados mais
permeáveis, mas, que protegem e suportam o núcleo, as zonas permeáveis
são constituídas por areia, cascalho ou fragmentos de rocha, ou uma mistura
desses materiais.

Barragem de enrocamento: são utilizados blocos de rocha com


tamanhos variáveis, alocados de maneira a se obter o maior contato possível
entre as suas superfícies, e os vazios são preenchidos com um material menor,
além disso, na face de montante (lado em contado com água) é adicionada
uma manta de impermeabilização. O tipo de rocha que deve compor a maior
parte da barragem precisa ser resistente, não sendo desintegrada ou quebrada
por ações como intemperismo físico ou químico. Geralmente, essas barragens
são construídas em locais onde o custo do concreto é elevado e não existem
matérias terrosos suficientes disponíveis, desse modo, a barragem de
enrocamento se torna a opção mais viável economicamente.
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Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

Barragens de concreto – gravidade: utiliza o próprio peso para manter


a sua estabilidade transferindo as cargas recebidas para a sua fundação. Esse
tipo de barragem é o mais resistente e pode ser adaptada para vários locais,
porém, a sua altura é limitada pela resistência da fundação uma vez que ela
receberá o peso da estrutura e as forças que são aplicadas pela água.

Barragens de concreto – arco: esse tipo de barragem é pouco comum


no Brasil, pois, seu comprimento deve ser pequeno e necessita de vales com
encosta rochosas e de alta resistência para suportar os esforços aplicados na
barragem e que serão transferidos para as encostas. Elas são muito utilizadas
em países europeus, onde os vales são profundos e estreitos.

Barragem mista: constituída por diferentes materiais ao longo de uma


seção transversal, normalmente com três tipos mais conhecidos:
terra/enrocamento, enrocamento/concreto e terra/concreto.
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Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

8 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS

Em 2010, o Congresso Nacional sancionou a Lei 12.334, que


estabeleceu a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e criou o
Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB).
Em 2015 a ANEEL publicou a Resolução Normativa nº 696/2015 que
estabelece critérios para classificação, formulação do Plano de Segurança e
realização da Revisão Periódica de Segurança em barragens fiscalizadas pela
ANEEL.
De acordo com o art. 7º da Lei supracitada, as barragens serão
classificadas por categoria de risco, por dano potencial associado e pelo seu
volume, com base em critérios gerais estabelecidos pelo CNRH (Conselho
Nacional de Recursos Hídricos), órgão vinculado ao Ministério do
Desenvolvimento Regional.
A Classificação por Categoria de Risco Alto, Médio ou Baixo (CCR) será
feita em função das características técnicas, do estado de conservação do
empreendimento e do atendimento à documentação sobre a segurança (ou
seja, ao Plano de Segurança da Barragem). A classificação do Dano Potencial
Associado (DPA) à barragem em Alto, Médio ou Baixo será feita em função do
potencial de perda de vidas humanas e dos impactos econômicos, sociais e
ambientais decorrentes do rompimento hipotético da barragem, além de sua
capacidade de armazenamento.
Em cumprimento a este artigo 7º da Lei o CNRH editou a Resolução nº
143, de 10 de julho de 2012, que estabeleceu os critérios gerais para a
classificação de barragens por Categoria de Risco (CR) e dano potencial
associado (DPA), em função das consequências a jusante e do volume do
reservatório.
As classificações por CR são determinadas de acordo com os seguintes
critérios que podem influenciar na possibilidade de ocorrência de acidente em
uma barragem: Características Técnicas (CT), incluindo altura, comprimento,
tipo, fundação, idade e vazão de projeto, Estado de Conservação da Barragem
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(ECB) e Plano de Segurança da Barragem (PSB). Cada critério se decompõe


em vários parâmetros e cada parâmetro se divide em níveis com pesos
ponderados. Quanto maior a ponderação de um parâmetro, mais crítico ele
será. A CR se obtém somando os pesos de todos os parâmetros para cada
critério, e ao final somando os subtotais dos três critérios.
Por outro lado, as classificações por DPA consideram apenas um
critério, dividido em quatro parâmetros: volume total do reservatório, potencial
para a perda de vidas humanas e impactos ambientais e socioeconômicos.
Como no caso da CR, cada parâmetro se divide em níveis, com pesos
ponderados. Novamente, quanto maior a ponderação de um parâmetro, mais
crítico ele será. O DPA se calcula somando os pesos de todos os parâmetros.
A metodologia para definir as áreas afetadas e as consequências à
jusante e a montante que podem advir de um rompimento de barragem, para
possibilitar a classificação quanto ao DPA, será determinada pelo órgão
fiscalizador.
A Resolução ANA nº 742, de 17 de outubro de 2011, estabelece a
periodicidade, a qualificação da equipe responsável, o conteúdo mínimo e o
nível de detalhamento das inspeções regulares de segurança para as
barragens sob sua responsabilidade, de acordo com a Lei (art. 9º).
A periodicidade das inspeções regulares de segurança foi estabelecida
pela ANA em função de uma matriz, considerando a categoria de risco e o
dano potencial associado (art. 7º da Lei).
Essas classificações são importantes para definir a periodicidade de
monitoramento e o nível de detalhamento dos estudos. Neste contexto, o Plano
de Segurança de Barragem e o Plano de Ação e Emergência são exigências
da Lei e devem ser apresentados junto aos órgãos fiscalizadores e
implementados nos empreendimentos devidos.
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9. PLANO DE SEGURANÇA DA BARRAGEM (PSB) E PLANO DE AÇÃO


EMERGENCIAL (PAE)

O Plano de Segurança de Barragem (PSB) é basicamente o arquivo


principal onde se guarda todos os documentos relacionados com a segurança
de um projeto específico (desenhos, especificações, o projeto “como
construído”, relatórios de inspeções, o Plano de Ação Emergencial (PAE), a
regra operacional dos dispositivos de descarga e o manual de operação e
manutenção). Por conter documentos recorrentes e também atualizações, o
plano de segurança de barragem é considerado um arquivo vivo, que cresce
com o tempo. Por isso, os parâmetros deste critério são ótimas medidas para
identificar a qualidade e o conteúdo de um PSB para qualquer projeto
específico, como ferramentas de análise para avaliar o estado de conservação
da barragem e a eficiência da organização para garantir a fiscalização,
manutenção e operação da barragem. Conforme exigido pela Lei 12.334/10
em seus artigos de 8º a 12º.
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) estabeleceu os
seguintes parâmetros para o PSB:

a) Existência de documentação de projeto


b) Estrutura organizacional e qualificação técnica dos profissionais da
equipe de segurança da barragem
c) Procedimentos de roteiros de inspeções de segurança e de
monitoramento
d) Regra operacional dos dispositivos de descarga da barragem
e) Relatórios de inspeção de segurança com análise e interpretação.

O Plano de Ação Emergencial (PAE) é parte integrante do PSB e trata-


se de um documento formal elaborado para definir os procedimentos de
respostas eficazes a situações de emergência. Nele devem constar as
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informações, procedimentos e ações para uma resposta às situações que


ponham em risco a segurança das regiões situadas próximas ao
empreendimento. Este documento também deve servir de suporte para a
elaboração dos Planos de Contingência Municipais pelos respectivos órgãos de
Defesa Civil.
A Lei de Segurança de Barragens atribui aos empreendedores e aos
responsáveis técnicos por eles escolhidos a responsabilidade por desenvolver
e implementar o Plano de Segurança da Barragem, de acordo com
metodologias e procedimentos adequados para garantir as condições de
segurança necessárias. No Brasil, os empreendedores são de diversas
naturezas: públicos (federais, estaduais ou municipais) e privados, sendo sua
capacidade técnica e financeira também muito diferenciadas.

O PAE deverá contemplar:

a) Identificação e análise das possíveis situações de emergência;


b) Procedimentos para identificação e notificação de mau funcionamento
ou de condições potenciais de ruptura da barragem;
c) Procedimentos preventivos e corretivos a serem adotados em situações
de emergência, com indicação do responsável pela ação;
d) Estratégia e meio de divulgação e alerta para as comunidades
potencialmente afetadas em situação de emergência (Art. 12 da Lei
12.334/2010).
No PAE deverá, igualmente, estar definida a Zona de Autossalvamento
(ZAS), ou seja, a região jusante da barragem em que se considera não haver
tempo suficiente para uma intervenção das autoridades competentes em caso
de acidente. Os critérios para definição da ZAS variam de país para país.
A proposta da Resolução da ANA referente ao PAE define que para o
estabelecimento da ZAS se deve adotar a menor das seguintes distâncias: 10
km ou a distância que corresponda ao tempo de chegada da onda de
inundação igual a trinta (30) minutos.
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10. HISTÓRICO DE OBTENÇÃO DA LICENÇA AMBIENTAL

Uma das preocupações encaminhadas para esta CPI é o problema do


licenciamento ambiental da PCH-Americana. Em depoimento para esta CPI,
em 25 de junho de 2019, o Promotor de Justiça De Americana, Dr. Ivan
Carneiro Castanheiro chamou a atenção para a demora do processo “já está
tramitando a mais ou menos três anos e meio junto a CETESB, o que nós
consideramos um pouco excessivo”, afirmou.
Ocorre que em 1949 quando a PCH Americana foi instalada não havia
legislação específica e nem exigência de licenciamento ambiental para esse
tipo de empreendimento no Brasil.
Em 1999 o empreendedor recebeu a dispensa de licenciamento
ambiental pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Com
a evolução da legislação, todos os empreendimentos que se encontravam na
mesma situação foram convocados a apresentar estudo para a emissão de
licença de operação.
Em agosto de 2013 a CETESB convocou o empreendedor para o
licenciamento ambiental. Em dezembro de 2015, dentro do prazo estabelecido,
o empreendedor protocolou junto à CETESB o estudo para o licenciamento
ambiental. Em fevereiro de 2019 a CETESB solicitou informações
complementares que foram encaminhadas em maio de 2019.
Durante seu depoimento a esta CPI, em 08 de outubro de 2019, o
subsecretário de Infraestrutura do Estado, Glaucio Attorre informou que a
empresa atendeu a todos os dados ausentes no documento. E, atualmente
está em análise na CETESB com prazo de 90 dias para conclusão.
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11. MACRÓFITAS E A DESPOLUIÇÃO DO RIO

Muito embora todos os depoimentos e informações colhidas por esta


CPI deixem claro que a existência e proliferação de colônias de Macrófitas,
também conhecidas como plantas aquáticas, no reservatório da PCH-
Americana não traz nenhum risco para a segurança da barragem ou para o
funcionamento da usina, o problema da degradação ambiental da bacia não
pode passar despercebido e nem desprezado.
A existência dessas plantas é o sintoma do grave desequilíbrio
estabelecido na qualidade de água, que resulta em interferência crescente nos
usos múltiplos das águas pela população do entorno, causando prejuízos,
inclusive para o empreendedor com o comprometimento do volume de água.
Segundo os especialistas essa condição se deve a altas cargas
orgânicas (esgoto) despejadas na bacia do rio Atibaia, resultando na elevada
degradação ambiental. De acordo com a CETESB (Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo), são despejados diariamente 52.931 milhões de
litros/dia de efluentes sanitários (esgoto) sem o devido tratamento/coleta,
o que representa o esgoto de aproximadamente 264.656 pessoas dos 18
municípios situados a montante do reservatório.
Em atendimento ao compromisso assumido pela CETESB frente ao
inquérito ao Ministério Público Estadual n º nº 14.0187.0000211/2014-1,
que pede apuração das causas da poluição da represa de Salto Grande, a
CESTESB encaminhou a Informação Técnica n º 000/19/EQ/CJ, anexos a
este relatório, com os resultados da investigação e identificação das principais
fontes de emissão de fósforo e o cálculo das respectivas cargas aportadas ao
Rio Atibaia. Foram consideradas as estações de tratamento e as cargas
difusas pelo lançamento de esgoto doméstico não tratado dos municípios
abrangidos pela bacia.
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É importante registrar as principais conclusões desse estudo onde se


afirma que o Rio Atibaia, especialmente em seu trecho final, conta com
expressivo nível de poluição oriundo de fontes pontuais (ETEs e Indústrias)
bem como de fonte difusas (esgoto doméstico) em desconformidade com o
padrão Classe 2 (Resolução CONAMA 357/205). Confirmando o cenário de
eutrofisação na represa de Salto Grande. Para tanto, o referido relatório
conclui que “80% do total gerado advém dos municípios de Campinas,
Valinhos, Paulínia, Atibaia, Vinhedo e Itatiba”.
Documentos fornecidos pelo Ministério Público (documentos em anexo),
em colaboração com a investigação promovida por esta Comissão, indicam um
grave comprometimento do nível de poluição das águas do reservatório. Esses
documentos demonstram as responsabilidades individuais de cada município a
montante, não revelando de outra parte qualquer responsabilidade da
concessionária nessa fundamental questão.
A revitalização da represa para os múltiplos usos possíveis e a completa
balneabilidade está comprometida, ou seja: na represa de Salto Grande não é
mais possível o banho e o contato primário com as águas. Pesca e atividades
esportivas como natação, canoagem amadora e navegação também estão
prejudicadas. O que antes era atração turística e de lazer, hoje é um problema
ambiental que literalmente salta aos olhos.
Esse grave problema de saneamento na bacia do rio Atibaia tem sido
debatido por diversos órgãos públicos estaduais e municipais, ONGs,
entidades de moradores e demais atores da sociedade civil organizada. Todos
concordam taxativamente que a simples retirada das macrófitas é insuficiente
para trazer de volta para a população uma represa revitalizada.
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11.1 – O QUE SÃO MACRÓFITAS

As plantas aquáticas são conhecidas pelos pesquisadores como


macrófitas aquáticas (macro = grande, fita = planta). São vegetais que habitam
desde brejos até ambientes totalmente submersos (isto é, debaixo d'água). As
macrófitas aquáticas podem atuar como bioindicadoras. Apontam tanto o
estágio sucessional quanto o estágio trófico do ecossistema aquático.
Com a interferência humana no represamento dos corpos d´água e seu
enriquecimento pela erosão do solo agricultável, além do aporte de esgotos de
origem doméstica e industrial, tem ocorrido a eutrofização dos recursos
hídricos. Devido a isso, há o desequilíbrio do ambiente aquático, causando a
depleção da quantidade e qualidade da água dos mananciais e o
comprometimento da fauna e flora associadas a eles.
Um dos sintomas deste processo é a elevada proliferação das
macrófitas aquáticas, que podem impedir os múltiplos usos dos recursos
hídricos como, por exemplo, geração de energia elétrica, irrigação, navegação
por hidrovias, pesca e recreação.
A presença de Aguapé é indicadora de ambientes poluídos (estado
trófico do ambiente aquático), pois estas espécies costumam se desenvolver
melhor em ambientes eutrofizados (isto é, enriquecidos por nutrientes), com
altas concentrações de matéria orgânica.
No Brasil, a maioria dos lagos são relativamente rasos, possibilitando a
formação de extensas regiões litorâneas, áreas amplamente ocupadas por
macrófitas. Essas regiões são consideradas as principais responsáveis pela
produtividade biológica dos sistemas aquáticos e são extremamente
vulneráveis aos impactos causados pelo homem, como a poluição.
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11.2 – O PLANO DE MANEJO DAS MACRÓFITAS

As plantas aquáticas já chegaram a cobrir parte importante da Represa


de Salto Grande. Pontos turísticos como a Praia Azul e a Praia dos
Namoradores as águas praticamente desapareceram sob o tapete verde de
plantas. Há ainda perda de água pelo excesso de evaporação causado pelas
plantas.
Os estudos também apontam que o simples manejo das plantas do
reservatório está longe de ser uma solução, pois combate apenas o efeito e
não ataca a causa. Como já apontamos neste relatório, a causa está no alto
índice de poluição da bacia que precisa ser enfrentado, como será apontado
mais adiante em recomendações.
Na tentativa de mitigar os problemas causados pelas macrófitas, a
concessionária elaborou um Plano de Manejo das Macrófitas que foi
encaminhado para a CETESB e para a Secretaria de Meio Ambiente do
Município de Americana.
O plano apresenta um estudo detalhado sobre as plantas e suas
possíveis formas de manejo e é parte integrante dos anexos desse relatório.
Em dezembro de 2018, após conclusão do levantamento de dados para
elaboração do Plano de Manejo, a concessionária iniciou a 1ª Frente de
Remoção Mecânica de Plantas Aquáticas, com a utilização de barcos,
caminhões e escavadeiras.
A remoção das plantas conta com apoio da sociedade e o empenho da
Prefeitura de Americana, por meio da Secretaria de Meio Ambiente. Esse
esforço conjunto tem gerado resultados positivos. De janeiro a agosto de
2019, a retirada mecânica das plantas aquáticas somou o equivalente a
295 campos de futebol.
O objetivo é deixar a represa com 80 hectares, quantidade
considerada ideal para manter o equilíbrio ecológico enquanto a solução
definitiva de despoluição e saneamento não se concretiza.
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O estudo mostra que as medidas de manejo de macrófitas aquáticas


podem ser classificadas como medidas físicas, químicas, biológicas e
alterações ambientais dos locais de colonização. Em suma, no estudo estão
elencadas seis técnicas e alternativas de manejo que poderão ser utilizadas
caso haja aprovação dos órgãos competentes. A saber: “Manejo do
Pantanalzinho”; “Deplecionamento do Nível de Água Operativo do
Reservatório”; “Manejo Mecânico”; “Manejo Biológico”; “Manejo Químico”;
“Vertimento Controlado”.

12. AS REAIS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA DA BARRAGEM DE SALTO


GRANDE

A barragem de Americana foi concebida para acúmulo de água com a


finalidade de geração de energia elétrica. Foi construída em concreto maciço
convencional e sobre rocha de excelente qualidade geotécnica e sua estrutura
está em total conformidade e estado de conservação.
A Barragem existe há 70 anos e a influência da idade é positiva,
principalmente quando as barragens são bem conservadas. Foi constatado que
na Barragem de Salto Grande são realizados diversos tipos de manutenção,
desde manutenções de pequeno porte, como pinturas, limpeza e conservação,
corte de grama, substituições de sensores, até manutenções de maior porte,
como tratamento de concreto, injeções de concreto, etc.
A barragem possui instrumentos para monitoramento de estabilidade e
periodicamente são analisados por equipe de engenharia da concessionária e
por empresa independente.
A barragem possui quatro (04) comportas, sendo uma de superfície e
três (03) comportas segmento. Essas comportas são dimensionadas de acordo
com recorrências de cheias extremas e possuem capacidade de defluir
1005,86m³/s.
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Em uma inspeção de rotina, a comporta número 2 (central) apresentou


necessidade de manutenção e passou por investimentos para retorno em
operação normal. É importante destacar que as outras 3 comportas
permaneceram em operação, portanto garantindo a segurança do barramento.
Cabe destacar que o registro máximo de vazão nos últimos 70 anos foi de
347m³/s, ocorrida no mês de fevereiro de 1970. Nos últimos 10 anos a vazão
máxima foi de 272m³/s.
Em consonância com a Resolução 696/2015 da ANEEL a
concessionária informou devidamente aos órgãos competentes a oportunidade
de realizar melhorias, indisponibilizando temporariamente uma das comportas,
tendo com isso sua autoclassificação elevada de risco elevada para A.
A manutenção da comporta foi programada, realizada e acompanhada
pelos órgãos fiscalizadores. Em agosto de 2018 a ANEEL vistoriou a PCH
Americana, confirmando as melhorias no funcionamento da comporta e a
Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Americana foi reclassificada deixando
de ser considerada uma barragem de Alto Risco.
Em 30 de abril de 2019, a ANEEL publicou, em seu site, o relatório
que reclassifica a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Americana para
categoria de risco B. A publicação também confirma que a PCH Americana
possui suas edificações e instalações em perfeitas condições de segurança.
Além de constatar as afirmações acima descritas, esta CPI averiguou se
a concessionária fez os encaminhamentos obrigatórios e necessários para o
Plano de Ação Emergencial (PAE) conforme determina a Lei 12.334/10 que
estabeleceu a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB).
Os documentos mostram que o PAE da PCH-Americana foi entregue e
protocolado aos órgãos competentes locais nos prazos estabelecidos e está
tecnicamente adequado para cumprir sua função. O PAE foi utilizado pelas
Defesas Civis dos municípios envolvidos para a elaboração dos Planos de
Contingência.
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A CPI também constatou a instalação das 6 (seis) sirenes no trecho


referente à Zona de Autossalvamento (ZAS) da usina, as quais já estão em
funcionamento e foram testadas em simulado de comunicação após serem
acionadas pelo Centro de Operações Integradas (COI) . Da mesma forma
houve a instalação de 26 placas de sinalização com informações sobre rotas
de fuga e pontos de encontro.
Em 18 de setembro de 2019 esta CPI acompanhou de perto a realização
do exercício simulado de ação de emergência para treinar as equipes de
socorro e orientar a população em caso de incidentes na Barragem de Salto
Grande.
O trabalho foi coordenado pela Defesa Civil do Estado de São Paulo,
gabinete da Casa Militar, e contou com representantes da Defesa Civil
Regional de Campinas, das Defesas Civis de Americana e Limeira, Corpo de
Bombeiros, SAMU, Exército Brasileiro, Secretarias Municipais de Americana e
Limeira, Centro de Operações Especiais (COE), Concessionária AutoBAn,
CPFL, ARSESP, ANEEL e população e empresas localizadas na ZAS.
Foram montadas estruturas como posto de comando e gabinete de
crise, para centralizar os trabalhos e o atendimento de apoio nos pontos de
abrangência, além da remoção de pessoas das áreas na ZAS. Também foi
realizado o simulado de comunicação envolvendo os municípios de Americana,
Limeira, Santa Bárbara D’Oeste, Iracemápolis, Piracicaba, São Pedro,
Pedreira, Campinas e Jaguariúna, situados na Zona de Impacto Direto das
PCHs Americana e Jaguari, e todo o sistema local de emergência, proteção e
defesa civil.
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13 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Por fim, esta CPI considera de sua responsabilidade afirmar suas


convicções à luz de todas as evidências e contribuições obtidas e apontar com
clareza os novos passos que se apresentam como necessários para a
evolução do desenvolvimento da região, levando em conta, absolutamente, os
magnos interesses da coletividade que congregam centenas de milhares de
habitantes. São opções viáveis, estudas com cuidado, com parcimônia e com
visão de futuro.
Cumpre salientar o valor e a importância desses estudos e sugestões na
amenização dos impactos sobre a realidade do desenvolvimento econômico,
na elevação do nível de vida da população e na defesa do meio ambiente do
Estado de São Paulo. Com a finalidade de elucidar a ampla discussão nacional
que estas questões trazem.

Apresentamos de forma sintética os seguintes itens:

13.1 DA SEGURANÇA DA BARRAGEM

1 - Tendo como base os depoimentos colhidos e os laudos técnicos


apresentados para esta CPI pode-se afirmar que a Barragem de Salto Grande
em Americana é totalmente segura, neste momento não apresenta nenhum
risco de ruptura, comprova seus processos sistemáticos de fiscalização, realiza
obras de manutenção periódicas e controla toda a operação com moderna
tecnologia, cumprindo todas as normas definidas em legislação pertinente e
atestadas por todos os órgãos de Governo Federal e Estadual.
"Estivemos presentes no local e a questão da segurança está
equacionada”, afirmou promotor de Justiça de Americana, Ivan Carneiro
Castanheira, afastando o alarde causado pela reportagem de TV que motivou a
instalação desta CPI, logo na primeira oitiva.
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A afirmação do Promotor foi corroborada pela ARSESP, órgão


responsável pela fiscalização da barragem no Estado de São Paulo. “Diante de
toda documentação de autoclassificação apresentada pela CPFL Renováveis,
das fiscalizações in loco da ARSESP e também do cumprimento do
cronograma do plano de segurança, pode-se dizer que a Barragem de Salto
Grande é segura”, declarou o diretor ARSESP, Marcos Roberto Lopomo.
Também não hesitaram em descartar qualquer possibilidade de risco o
Secretário do Consórcio das Bacias Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ),
Francisco Lahóz e o subsecretário de Infraestrutura do Estado de São Paulo,
Glaucio Attorre.
Para Lahós "a represa não corre risco". Já Attorre lembrou que por
iniciativa do Governo do Estado foi realizado um levantamento de um grupo
multidisciplinar com diagnóstico de 255 barragens e “a Barragem de Salto
Grande atende a tudo que é previsto na legislação”.
2- O Plano de Ação Emergencial (PAE) foi elaborado de acordo com as
exigências da Lei 12.334/10 e da Resolução 696/15 da ANEEL. A
operacionalização na Barragem de Salto Grande promoveu uma ação
integrada com todos os atores sociais envolvidos que executaram com sucesso
exemplar os simulados planejados de comunicação e evacuação da população
nas ZAS (Zonas de Autossalvamento) envolvendo todos os órgãos Municipais,
Estaduais e Federais, bem como a população afetada, cumprindo todas as
normas técnicas exigidas.
"Foi tudo dentro do esperado, o objetivo nosso era orientar a população.
Agora a gente vai avaliar o que precisa ser aprimorado. Com a barragem está
tudo certo, não existe um risco iminente nessa barragem, o treinamento é
preventivo", resumiu a capitão da Defesa Civil do Estado de São Paulo, Cíntia
Oliveira, em entrevista logo após a conclusão do exercício de simulado que foi
acompanhado por esta CPI.
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13.2 DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O problema de Licenciamento Ambiental está endereçado, inclusive com


o compromisso manifestado nessa Comissão pelo Sr. Glaucio Attorre,
subsecretário de Infraestrutura do Estado de São Paulo de conclusão final pela
CETESB no prazo de 90 dias.

13.3 DO SANEAMENTO AMBIENTAL

Os altos índices de poluição na Barragem de Salto Grande chamaram a


atenção desta CPI. Novamente com base em depoimentos e documentos
apresentados pode-se afirmar:

a) O Plano de Bacias do PCJ anexo a esse relatório apresenta a solução


para a despoluição da Bacia Hidrográfica do Piracicaba, Capivarí e
Jundiaí cujo impacto e abrangência transcende o reservatório da PCH
Americana.
b) Esse plano trará enormes consequências para a luta urgente pelo
Saneamento básico da Região Metroplitana da Campinas (RMC) e do
Estado de São Paulo e carece de mais engajamento de todos os
envolvidos num amplo movimento de articulações social e
governamental para ser viabilizado.
c) É possível satisfazer antigo e permanente desejo de todos os milhares
de habitantes da Macro Região viabilizando a revitalização do
Reservatório Salto Grande Americana e visando todas as possibilidades
e devolver à população o uso múltiplo das águas através do Plano de
Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Atibaia
apresentado pelo PCJ à CETESB e aguardando a deliberação final.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

13.4 DO CONTROLE DAS MACRÓFITAS

Sobre o controle das plantas aquáticas, designadas como macrófitas, na


represa de Salto Grande cabe destacar:

a) O grave problema das macrófitas na Barragem de Salto grande é


decorrente da poluição de toda a bacia hidrográfica a qual
pertence o Rio Atibaia.
b) As macrófitas estão sendo retiradas mecanicamente por ação da
concessionária responsável pela represa com apoio da
Prefeitura de Americana.
c) Existe um Plano de Manejo das Macrófitas, elaborado pela
concessionária, com outras soluções além do manejo
mecânico, que está sob análise dos órgãos competentes.
d) A simples retirada das macrófitas é insuficiente para trazer de
volta para a população uma represa revitalizada.
Recomenda-se o acompanhamento dos temas pelas Comissões
Permanentes de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, De Assuntos
Metropolitanos e Municipais e Comissão de Infraestrutura da ALESP.
Consideramos com essa síntese cumprir nosso compromisso e
obrigação de responder à sociedade qual a real situação da Barragem de Salto
Grande no Município de Americana, objeto dessa CPI, sem deixar de apontar
nosso olhar para o futuro, mirando nas ações que trarão mais progresso e bem
estar para nosso povo.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

14. ENCAMINHAMENTOS

Sugiro o encaminhamento de cópia do presente relatório para os


seguintes órgãos:

1- Presidência da Assembleia Legislativa, solicitando a disponibilização integral


da versão digital junto ao sítio eletrônico da Assembleia Legislativa do Estado
de São Paulo – www.al.sp.gov.br;
2 - Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais da ALESP
3 - Comissão de Infraestrutura da ALESP
4- Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da ALESP
5 - Casa Civil do Estado de São Paulo para ciência do Exmo. Sr. Governador;
6 - Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo;
7 - Secretaria de Governo do Estado de São Paulo
8 - Ministério Público do Estado de São Paulo
9 – ARSESP (Agência Reguladora De Saneamento E Energia Do Estado De
São Paulo)
10 – CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo)
11 – Consórcio PCJ (Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí)
12 – Comitê PCJ (Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí)
13 – AGEMCAMP (Agência Metropolitana de Campinas)
14 - Ministério de Minas e Energia
15 - ANA (Agência Nacional de Águas)
16 - ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)
17. PREFEITURA DOS MUNICÍPIOS:
Águas de São Pedro, Americana, Amparo, Analândia, Artur Nogueira, Atibaia,
Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Cabreúva, Campinas, Campo
Limpo Paulista, Capivari, Charqueada, Cordeirópolis, Corumbataí, Cosmópolis,
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comissão Parlamentar de Inquérito - Barragem Salto Grande

Dois Córregos, Elias Fausto, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Ipeúna,


Iracemápolis, Itatiba, Itirapina, Itu, Itupeva, Jaguariúna, Jarinu, Joanópolis,
Jundiaí, Limeira, Louveira, Mairiporã, Mogi Mirim, Mombuca, Monte Alegre do
Sul, Monte Mor, Morungaba, Nazaré Paulista, Nova Odessa, Paulínia, Pedra
Bela, Pedreira, Pinhalzinho, Piracaia, Piracicaba, Rafard, Rio Claro, Rio das
Pedras, Saltinho, Salto, Santa Bárbara D’Oeste, Santa Gertrudes, Santa Maria
da Serra, Santo Antônio de Posse, São Pedro, Socorro, Sumaré, Tietê,
Torrinha, Tuiuti, Valinhos, Vargem, Várzea Paulista, Vinhedo.
18. CÂMARA DOS VEREADORES DOS MUNICÍPIOS:
Águas de São Pedro, Americana, Amparo, Analândia, Artur Nogueira, Atibaia,
Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Cabreúva, Campinas, Campo
Limpo Paulista, Capivari, Charqueada, Cordeirópolis, Corumbataí, Cosmópolis,
Dois Córregos, Elias Fausto, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Ipeúna,
Iracemápolis, Itatiba, Itirapina, Itu, Itupeva, Jaguariúna, Jarinu, Joanópolis,
Jundiaí, Limeira, Louveira, Mairiporã, Mogi Mirim, Mombuca, Monte Alegre do
Sul, Monte Mor, Morungaba, Nazaré Paulista, Nova Odessa, Paulínia, Pedra
Bela, Pedreira, Pinhalzinho, Piracaia, Piracicaba, Rafard, Rio Claro, Rio das
Pedras, Saltinho, Salto, Santa Bárbara D’Oeste, Santa Gertrudes, Santa Maria
da Serra, Santo Antônio de Posse, São Pedro, Socorro, Sumaré, Tietê,
Torrinha, Tuiuti, Valinhos, Vargem, Várzea Paulista, Vinhedo.

Obs.: ANEXO Documentos Complementares

Deputado Rafa Zimbaldi


Relator

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