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YASMIN ANDRADE DOS SANTOS – T80274-1

BRUNELLE GISELE C. T. DANTAS – D415HH-9


LEONARDO PINA DE CAMPOS – C76304-7
FRANK ARLEY DE ALMEIDA – C642IE-4
VICTOR LUIZ ENGLER DE SIQUEIRA – C73CCB-9

DANOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA BARRAGEM DE BRUMADINHO


DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL
SÃO PAULO
2019

PROBLEMA APRESENTADO

Foi realizada em grupo uma pesquisa com relação aos danos ambientais
causados pela barragem de Brumadinho na qual há a explicação da
responsabilidade do Estado em face ao dano ambiental, suas consequências
jurídicas por conta do rompimento da barragem, não só com relação a mineradora,
mas com relação a questão ambiental a fim de obter a nota bimestral da disciplina
de Direito Ambiental.
DANOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA BARRAGEM DE BRUMADINHO

Em 25 de Janeiro de 2019, a nação brasileira ficou chocada com a notícia do


rompimento da barragem 1 do mina córrego do feijão, gerenciada pela mineradora Vale,
em Brumadinho, localizada a 65 km da região metropolitana de Belo Horizonte.

Construída em 1976, a barragem de acordo com a Mineradora estava inativada e


na ocasião não existia nenhuma atividade operacional em andamento. O que causou de
fato o rompimento dessa barragem ainda é de origem desconhecida. .A barragem era um
depósito de rejeitos a montante (várias construções de degraus com os próprios rejeitos),
com um volume estimado de 11,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos, era avaliada
como uma estrutura de pequeno porte com baixo risco e tinha a classificação de alto dano
potencial, a maior classe da legislação, ou seja, de grande potencial poluidor, com dano
potencial associado alto, que traz perdas de vidas humanas e impactos econômicos,
sociais e ambientais.

Ao se romper, a lama de rejeitos, de acordo levantamento do corpo de bombeiros,


atingiu e devastou, desde a barragem rompida até o encontro com o Rio Paraopeba,
cerca de 290 hectares (140só de vegetação), ou seja, quase 300 campos de futebol;
ceifando a vida, até o momento (29.05.19), de 244 pessoas, e milhares de outros seres
vivos.

Além dos danos financeiros e seres vivos vitimados, o dano ambiental está em uma
escala “estratosférica”, assim dizendo, uma vez que só de floresta nativa foram
degradados aproximadamente 112 hectares. A água o longo de 305 km do rio Paraopeba
apresenta níveis de oxigênio, turbidez e PH totalmente fora dos padrões permitidos para
consumo. Foi detectada a presença de óxido de ferro, manganês, cobre e cromo oriundos
dos rejeitos da barragem da Vale.

Contudo, tal tragédia trouxe danos irreversíveis ao meio ambiente colocando em


risco a preservação de diversas espécies de mamíferos, aves e peixes, assim como a
morte de mais de duzentas vítimas, com o desaparecimento de um número desconhecido
de pessoas e a contaminação do Rio Paraopeba, um dos afluentes do Rio São Francisco,
região atingida é uma área com remanescentes da Mata Atlântica e, portanto, rica em
biodiversidade.

Lembramos, contudo, que são objetivos da Política Nacional de Segurança de


Barragens (PNSB), previstos no art. 3o da Lei: garantir a observância de padrões de
segurança de barragens de forma a diminuir a possibilidade de acidente e suas
consequências; regulamentar as ações de segurança a serem adotadas nas fases de
planejamento, projeto, construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação,
desativação e de usos futuros de barragens em todo o território nacional; promover o
monitoramento e o acompanhamento das ações de segurança empregadas pelos
responsáveis por barragens; criar condições para que se amplie o universo de controle de
barragens pelo poder público, com base na fiscalização, orientação e correção das ações
de segurança; coligir informações que subsidiem o gerenciamento da segurança de
barragens pelos governos; estabelecer conformidades de natureza técnica que permitam
a avaliação da adequação aos parâmetros estabelecidos pelo poder público; e, fomentar
a cultura de segurança de barragens e gestão de riscos. Referidos objetivos, como se
nota, foram solenemente ignorados no caso de Brumadinho.
A lei impõe um conceito de segurança de barragem. De acordo com esta é a
condição que vise a manutenção da sua integridade estrutural e operacional e a
preservação da vida, da saúde, da propriedade e do meio ambiente. Na mesma toada, a
tão falada gestão de riscos no que se refere as barragens, são as ações de caráter
normativo, bem como a aplicação de medidas para prevenção, controle e mitigação da
álea. E o dano potencial associado à barragem, também possui definição jurídica, sendo
aquele dano que pode ocorrer devido ao rompimento, vazamento, infiltração no solo ou
mau funcionamento desta (art. 2o). Não é a falta de conceitos jurídicos, portanto, a causa
da má gestão de riscos nas barragens.
São fundamentos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) que,
por sinal, deveriam ter sido observados antes da tragédia: I - a segurança de uma
barragem deve ser considerada nas suas fases de planejamento, projeto, construção,
primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação e de usos futuros; II- a
população deve ser informada e estimulada a participar, direta ou indiretamente, das
ações preventivas e emergenciais; III- o empreendedor é o responsável legal pela
segurança da barragem, cabendo-lhe o desenvolvimento de ações para garanti-la; IV- a
promoção de mecanismos de participação e controle social; V- a segurança de uma
barragem influi diretamente na sua sustentabilidade e no alcance de seus potenciais
efeitos sociais e ambientais.
Observa-se que não foram poucas as violações das razões fundantes da PNSB!
A fiscalização da segurança de barragens é bem definida no aspecto legal e caberá, de
acordo com o art. 5o, sem prejuízo das ações fiscalizatórias dos órgãos ambientais
integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama): à entidade que outorgou o
direito de uso dos recursos hídricos, observado o domínio do corpo hídrico, quando o
objeto for de acumulação de água, exceto para fins de aproveitamento hidrelétrico; à
entidade que concedeu ou autorizou o uso do potencial hidráulico, quando se tratar de
uso preponderante para fins de geração hidrelétrica; à entidade outorgante de direitos
minerários para fins de disposição final ou temporária de rejeitos e à entidade que
forneceu a licença ambiental de instalação e operação para fins de disposição de
resíduos industriais.
Importante observar, outrossim, que mesmo após a tragédia de Mariana, não se
desenvolveu no âmbito do Poder Público e nem na iniciativa privada uma cultura de
educação ambiental, aliás, um princípio constitucional a ser observado em todos os níveis
de ensino (Art. 225, inciso VI). Referido princípio está regulamentado pela Lei 9.795/99.
Nos termos desta, entende-se por educação ambiental “os processos por meio dos quais
o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.
As responsabilidades que evidenciam do rompimento são a ambiental, civil e penal,
administrativa ambiental, bem como civil e civil ambiental. As normas sobre a
responsabilidade civil ambiental derivam expressamente tanto da Constituição Federal de
1988 em seu art. 225, § 3º, no tocante “As condutas e atividades consideradas lesivas ao
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.

Em relação à legislação infralegal, a Lei 6938/81 (art. 14, §1º C.C e art. 3º, IV). É
que dessa tragédia ocorrida em Brumadinho e que foi devastador em diversos sentidos,
como ambiental, penal, civil, administrativo é possível extrair diversas espécies de
responsabilização para os responsáveis tanto da minerado vale do rio doce como do
poder público que tinha o dever de fiscalização de cada autorização que concede para
que se explore recursos do meio ambiente. Haverá a responsabilização administrativa, no
sentido de violar as normas vigentes de responsabilidade á caráter de pessoas
responsáveis; responsabilidade civil, na medida em que deverá indenizar os danos
materiais causados as pessoas por seus bens que estavam dentro da mineradora;
compensação por danos morais em razão da perda do ente familiar; bem como
responsabilização penal, por homicídio culposo ou doloso, a depender de algumas
especificidades que tem de verificar a cada caso.

Diante da responsabilidade penal da pessoa jurídica, ressalta-se que a Vale tenha


cometido crimes ambientais e seja condenada por eles estaria sujeita, nos termos do
artigo 21 da Lei 9.605/98, às penas de multa, restritivas de direitos e prestação de
serviços à comunidade. Conforme as penas aplicadas teremos as restritivas de direitos da
pessoa jurídica, nos termos do artigo 22 da Lei 9.605/98, são: suspensão parcial ou total
das atividades; interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; proibição de
contratar com o Poder Público, bem como obter subsídios, subvenções ou doações. Em
casos extremos, é possível aplicar a pena de liquidação forçada, prevista no artigo 24 da
Lei 9.605/98. Além da responsabilidade penal ambiental, a Vale poderá estar sujeita às
sanções administrativas nos termos da Constituição que, em seu artigo 225, parágrafo 3º,
determina que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Também possuí a responsabilidade civil ambiental objetiva que foram causadas


pelos danos ao meio ambiente em que a vale responde objetivamente e como assume o
risco integral a mesma não pode alegar excludentes de responsabilidade como forma de
não ser responsabilizada pelo fato ocorrido na mineradora. A imputação da
mineradora virá por ter ocorrido o dano, isto é o bastante, e é nisto que
tal responsabilidade se fundamenta. Não importará aqui dolo, culpa, ou vontade de causar
o dano, trata-se unicamente de risco assumido e imputação quando concretizado.

A responsabilidade do Estado por danos ambientais decorrentes da omissão do


poder público no exercício do poder de polícia, onde se defende, com base nos
fundamentos teóricos. A responsabilidade civil do Estado por omissão é subjetiva, mesmo
em se tratando de responsabilidade por dano ao meio ambiente, uma vez que a ilicitude
no comportamento omissivo é aferida sob a perspectiva de que deveria o Estado ter agido
conforme estabelece a lei. A União tem o dever de fiscalizar as atividades concernentes à
extração mineral, de forma que elas sejam devidamente analisadas para que se tenha a
conservação ambiental. Esta obrigatoriedade foi alçada à categoria constitucional,
encontrando-se inscrita no artigo 225, §§ 1º, 2º e 3º da Carta Magna. É necessário que o
Estado faça o exercício do dever de poder e controle da fiscalização ambiental.

Nesse contexto, reconhece a responsabilidade solidária do Estado quando,


devendo agir para evitar o dano ambiental, mantém-se inerte ou age de forma deficiente
ou tardia. Ocorre aí inexecução de uma obrigação de agir por quem tinha o dever de
atuar, no sentido de prevenir, evitar o dano, cobrar sua restauração e punir
exemplarmente os infratores. Como se vê, é subjetiva, solidária e ilimitada a
responsabilidade ambiental do Estado, em caso de omissão do dever-poder de controle e
fiscalização.

Por conseguinte, ressaltamos que o impacto foi inferior aos ocorridos em Mariana,
porém causou imensuráveis danos em relação a sauna e a flora, ao solo e a água que
certamente serão sentidos por vários anos e nos remetem à necessidade social
preservar pelo meio ambiente, no sentido de fiscalizar e observar os riscos ambientais
em diversos setores atividades.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- AMADO, Frederico Augusto Di Trindade. Direito Ambiental esquematizado. 4ª


ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2013;

- MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 21ª ed. São
Paulo: Malheiros: 2012;

-
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/03/26/mortes-confirmadas-no-desastre
-da-vale-em-brumadinho-vao-a-216.ghtml
(acesso em 25/05/2019 às 14h32);

-
https://oglobo.globo.com/brasil/dano-ambiental-em-brumadinho-ameaca-centenas-de-esp
ecies-23424033
(acesso em 25/05/2019 às 15h29);

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