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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
ENG 269 – CIÊNCIAS DO AMBIENTE – 2022.2

LEI DE CRIMES AMBIENTAIS

Prof. Alexsandro Fiscina


LEI DE CRIMES AMBIENTAIS
LEI DE CRIMES AMBIENTAIS
LEI DE CRIMES AMBIENTAIS

CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988

CF Cap. VI – Do meio Ambiente, Art. 225- “Todos tem


direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”.
CF de 1988 instituiu o princípio do “poluidor-pagador”,
consagrado internacionalmente como um dos princípios
básicos do Direito Ambiental.

Art. 225, §3º- “As condutas e atividades consideradas


lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
LEI DE CRIMES AMBIENTAIS

Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998

Dispõe sobre as sanções penais e


administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá
outras providências.
LEI DE CRIMES AMBIENTAIS

Art. 2º - Quem, de qualquer forma, concorre para a


prática dos crimes previstos nesta lei, incide nas penas a
estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem
como o diretor, o administrador, o membro de conselho e
de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou
mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta
criminosa de outrem. deixar de impedir a sua prática.
quando podia agir para evitá-la.
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Art. 3º. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas


administrativa, civil e penalmente conforme o disposto
nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por
decisão de seu representante legal ou contratual, ou de
seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua
entidade.
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Crimes contra a administração ambiental: arts. 66 a 69

crimes contra a fauna: arts. 29 a 36

crimes contra a flora: arts 38 a 53

crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio


cultural: arts. 62 a 65

crimes relativos à poluição e outros crimes


ambientais: arts. 54 a 61
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PESCA PREDATÓRIA COM EXPLOSIVOS


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Art.38- Destruir ou danificar floresta considerada de preservação


permanente.

Fonte: https://farenzenaadvocacia.jusbrasil.com.br/artigos/825934091/destruir-ou-danificar-vegetacao-art-38-a-da-lei-de-crimes-ambientais
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“Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem
ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora…”

Fonte: https://rbispo77.jusbrasil.com.br/artigos/627921409/voce-sabe-o-que-sao-crimes-ambientais
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CONCEITO DE CRIME: FATO TÍPICO E ANTIJURÍDICO.


LEI DE CRIMES AMBIENTAIS
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ESTUDO DE CASO
Rompimento da
Barragem do Fundão
(Mariana MG)
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FONTE: https://apcf.org.br/revistas/edicao-no-37-tragedia-anunciada/
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O que aconteceu ?
No dia 05 de novembro de 2015, por volta das 15h30, ocorreu o rompimento
da barragem de rejeitos de Fundão da Unidade Germano pertencente a
mineradora Samarco, localizada no município de Mariana.

https://revistaminerios.com.br/barragens-de-rejeitos/
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Extensão do impacto ambiental

Impactos Ambientais ocorreram


desde a Barragem de Fundão até
o ambiente costeiro no entorno
da foz do rio Doce numa
extensão aproximada de 660 km,
ao longo do qual provocou danos
à Flora, à Fauna, à Poluição
hídrica, às Unidades de
Conservação além dos impactos
sócio-econômicos.
Fonte: https://diariodopoder.com.br

A onda de rejeitos com um volume aproximadamente de 62 mil metros cúbicos


atingiu primeiramente o município de Bento Rodrigues e depois outros dez
municípios, o mais distante deles, Barra Longa, que fica a 73 km Barragem de
Santárem.
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Danos à Flora

120 km de destruição de
florestas nativas,
plantações de eucalipto,
áreas de pastagens,
cultivos, áreas urbanizadas
e estradas.

Dos 1.176 hectares de


área total impactada
66% são Áreas de
Proteção Permanente
(APP).
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Danos à Fauna

Danos a fauna decorrentes dos rejeitos para o leito dos rios Gualaxo do Norte,
Carmo e Doce e, também , para o mar territorial brasileiro atingiram
principalmente peixes e crustáceos de água doce.

+ 29.300 carcaças de peixes


mortos foram recolhidas nos
primeiros 3 meses.
Outros grupos também foram
impactados , tais como, insetos,
aracnídeos, anfíbios, reptéis, aves
e mamíferos.
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Danos à Fauna
Os animais, em sua maioria, morreram Exames de qualidade da água
soterrados devido à deposição dos constataram baixos níveis de OD e
rejeitos ou por anóxia. elevados níveis de Turbidez.

Turbidez máxima = 100 UNT


(Conama 357)

Níveis encontrados no rio Doce:

3.000 UNT / 21.000 UNT


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Qualidade da água do rio Doce


ANÁLISE DOS ÍNDICES DE QUALIDADE DA ÁGUA E CRITÉRIOS DE QUALIDADE DE SEDIMENTO DOS
MANANCIAIS DA BACIA DO RIO DOCE (MG) COMO INDICADORES DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL E DE SAÚDE
PÚBLICA.
Israel Henrique Ribeiro Rios, 2017

CONCLUSÃO: A passagem da lama de rejeito de


mineração de ferro acarretou nos mananciais
subsequentes, principalmente, um aumento na
turbidez, sólidos totais e na concentração de ferro.
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Engenharia Legal
O Brasil possui 24.000 barragens de usos múltiplos.
Fonte: ANA , 2017

Minas Gerais possui 450 barragens de contenção de rejeitos de minérios.


Fonte: FEAM
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Engenharia Legal
CAUSAS DE SINISTROS DE BARRAGENS:

 Falha de projeto;

 Execução em desacordo com o projeto;

 Operação em desacordo com o projeto e/ou norma de


segurança;

 Ausência de manutenção;

 Atuação de terceiros;

 Desastre Natural.
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Análise documental
Exigências normativas da Lei 12.334/2010
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Conclusão Mariana
 Uma seqüência de problemas de operação estruturais e de
gerenciamento contribuíram para a ocorrência do evento.
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Atividade pericial

 Processamento do Local

 Coleta de vestígios materiais

 Coleta de dados fora do local do sinistro

 Elaboração dos Laudos Periciais


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AÇÃO PENAL
A ação penal nº 2725-15.2016.4.01.3822 foi instaurada em decorrência do rompimento da
barragem, em 5 de novembro de 2015, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG).
Além de matar 19 pessoas, o mar de lama de rejeitos de minério causou aquele que é
considerado o maior desastre socioambiental do Brasil e um dos maiores do mundo.

As 19 mortes resultantes do rompimento da barragem foram consideradas, pelo TRF-1, como


consequência da inundação causada pelo rompimento. O crime de inundação tem pena de 6 a 12
anos em caso de ação dolosa (crime qualificado pelo resultado morte). Essa decisão do TRF1 é de
abril de 2020 e já transitou em julgado.
Portanto, a ação prossegue somente em relação a Ricardo Vescovi de Aragão, Kleber Luiz de
Mendonça Terra, Germano Silva Lopes, Wagner Milagres Alves e Daviely Rodrigues Silva, com relação
aos crimes de inundação qualificada e desabamento e por 12 crimes ambientais (artigos 29, 33, 38,
38-A, 40, 49, 50, 54, 62, 68, 69 e 69-A da Lei 9.605/1998).

Também continuam rés na ação as empresas Samarco Mineração, Vale e BHP Billiton Brasil: Vale e
Samarco respondem pelos mesmos 12 crimes ambientais; BHP, por nove deles (excluindo apenas os
crimes dos artigos 68, 69 e 69-A).
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2021
Identificados: 259
Desaparecidos: 11
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OBRIGADO PELA
ATENÇÃO!

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