Você está na página 1de 3

Discente: Tiago dos Santos Nascimento` RA: 21508835

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) a ser analisado no presente trabalho será o do


empreendimento chamado de “Loteamento Fazenda Bayer”1 que foi apresentado como
requisito para obter a licença ambiental perante o Instituto Ambiental do Paraná, conforme as
determinações das legislações pertinentes, em destaque a Resolução do CONAMA 001/86.

Como dito, o empreendimento será o condomínio Fazenda Bayer, construído na


modalidade de condomínio fechado de lotes, cujo valor do investimento foi de R$
41.187.000,00 (quarenta e um milhões, cento e oitenta e sete mil reais).

Nos últimos anos, a Fazenda Bayer, cuja propriedade é de Agropastoril LAPEBA


Ltda., foi utilizada apenas para o cultivo de espécies de plantas de ciclo longo. Ao longo dos
anos, os donos do imóvel decidiram alterar suas atividades agrícolas para construir um
Condomínio Residencial, chamada de Fazenda Bayer.

Para tanto, os proprietários precisam realizar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA)


para atender aos requisitos legais a fim de obter a licença ambiental para implementação do
empreendimento.

Ao longo do EIA, os aspectos sobre a estrutura do empreendimento foram relatados a


fim de descrever minuciosamente as características do condomínio, como área de lazer,
instalações da rede elétrica e etc. Assim, os técnicos informaram como a atividade irá afetar o
meio ambiente por intermédio da seguinte divisão metodológica: Área Diretamente Afetada
(ADA), Área de Influência Direita (AID) e Área de Influência Indireta (AII).

Quanto à ADA, foi relatado que o empreendimento atingirá a propriedade particular,


na qual foi feito reflorestamento com eucaliptos, tendo também sido desenvolvida atividade
apícola. Além disso, há produção de 10 quilos de mel por ano na propriedade, em que parte
do produto é consumida pelos moradores e o restante é vendido para os vizinhos próximos.

Em relação à AID, a área definida no projeto é de 500 metros de raio do entorno dos
limites da propriedade onde será feita o empreendimento. Desse modo, o critério utilizado na
pesquisa levou em consideração a comunidade que pode sofrer as consequências da obra
durante a execução do projeto.

1
CONFAL. Estudo De Impacto Ambiental – EIA: Condominio Residencial Fazenda Bayer. Disponível em:
http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/2016_EIA_RIMA/EIAFAZENDA_BAYER.pdf. Acesso em: 21 nov. 2019
A respeito da AII, a área afetada será os municípios próximos da Barragem do Iraí ou
da micro bacia do Rio Iraí. Tais entes municipais são: Pinhais, Campina Grande do Sul,
Piraquara e Quatro Barras. Nesse sentido, os dados socioeconômicos foram coletados perante
o IBGE, IPARDES, COMEC, Secretaria Estadual de Saúde e de Educação dos municípios a
fim de analisar aspectos inerentes à a faixa etária e renda da população, saúde, educação,
dentre outros elementos.

No diagnóstico ambiental, EIA relatou os aspectos do meio físico, da flora e da


fauna. Sobre o primeiro item, o estudo examinou as características do clima e condições
meteorológicas, o revelo, a geologia da área, o solo e os aspectos geotécnicos da região do
empreendimento.

Na descrição da flora, foram levantadas as espécies de vegetação (plantas e árvores)


da região, destacando-se a predominância de certas de famílias de plantas na região, como as
Myrtaceae e Orchidaceae, Solanaceae e Fabaceae e etc.

Por sua vez, na fauna, foram registradas 27 espécies na área de influência do


empreendimento, a família de espécies mais representativa foi o Characidae. Não se
localizaram espécies exóticas, contudo a região apresenta espécies raras ou ameaçadas de
extinção como Glandulocauda melanopleura e Rhandiopsis moreirai. Segundo o projeto, tais
animais não estão registrados na área de influência do empreendimento.

Como relatado anteriormente, a Fazenda Bayer está localizada na unidade de


conservação inserida na APA do Rio Irai. Porém, conforme a legislação municipal e estadual
da localidade, o zoneamento e o uso do solo do município de Quatro Barras serão permitidos
quando atendidos os requisitos legais. Dessa forma, segundo o EIA, o projeto está em
conformidade com as determinações da lei.

Em seguida, a avaliação dos impactos ambientais foi examinada pelos profissionais


do EIA, identificando que a construção da infraestrutura do empreendimento impacta em
alteração da vegetação e do conjunto biótico, aumento da produção de ruídos, aumento do
tráfego, presença humana, caça e Pesca e contaminação da água.

Em primeiro lugar, a fragmentação do habitat é a principal consequência causa à


vegetação, uma vez que quando ele é destruído, fragmentos dele são deixados para trás,
formando mosaicos com o restante da vegetação, desconfigurando a área vegetal. Com tal
alteração, o maior efeito dela será sobre as espécies que exigem maior qualidade do habitat,
cuja consequência é seu desaparecimento.

Quanto ao aumento de ruídos no local, tal impacto afeta diretamente espécies da


região, fazendo com que tais animais se desloquem para localidades com menos perturbação.
Além disso, a produção maior de sons atinge na questão da reprodução de determinadas
espécies, como as aves, que utilizam de vocalizações como elemento fundamental para o
acasalamento.

Ainda, a presença humana provoca alterações ambientais cuja consequência pode ser
o desaparecimento de espécies da área. Assim, o simples ato de andar ou os odores
provocados pelos seres humanos podem atinge sensivelmente a área ambiental do
empreendimento. O estudo recomenda que, antes do início do projeto, a presença de seres
humanos em áreas sensíveis da região, como várzea e o capão de mata, deve ser reduzida e,
após o início da obra, seja feito um trabalho de educação ambiental com os operários para
reduzir os impactos na fauna da região.

A respeito da caça e da pesca, os técnicos do EIA dizem que com a presença de


operários a margem da represa do Iraí podem aumentar a pesca na localidade, prejudicando as
espécies de peixes que podem ser capturadas para serem vendidas no mercado ilegal para
servir como bichos de estimação. Nesse sentido, o EIA recomenda que haja isolamento de
áreas sensíveis na região, fiscalização por partes dos empreendedores e a educação ambiental
para evitar riscos à região.

Já a água pode sofrer alterações físicas e químicas, seja por pesticidas, herbicidas,
desejos residenciais e industriais, derramamento de óleo, metais pesados, lixo ou carreamento
de sedimentos pelos processos erosivos. Nesse sentido, a poluição da água gera consequências
drásticas às espécies aquáticas da região, sendo causa, inclusive, da extinção de tais espécies
no decorrer do tempo.

Por fim, o EIA concluiu relatando os principais impactos ambientais do


empreendimento, principalmente quanto à flora e a fauna da região, elementos de grande
preocupação no estudo desenvolvido.

Você também pode gostar