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BACHARELADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL

MARIA EDUARDA GUIMARAES GUERREIRO


VITORIA GABRIELE REZENDE MARTINS

ESTUDO DESTINADO PARA EXPLORACAO FLORESTAL –


FAZENDA RIO DOCE CACHOEIRA

CURSO: ENGENHARIA AMBIENTAL


DISCIPLINA: INDICADORES DE IMPACTOS AMBIENTAIS
DISCENTE: PROF. LEANDRO CARLOS
5° PERÍODO

RIO VERDE – GOIÁS


STEMBRO/2021
BACHARELADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL

ESTUDO DESTINADO PARA EXPLORACAO FLORESTAL –


FAZENDA RIO DOCE CACHOEIRA

Relatório apresentado como requisita parcial


para obtenção da nota parcial na disciplina de
Indicadores de Impactos Ambientais do curso
de Engenharia Ambiental, no Instituto Federal
Goiano- Campus Rio Verde.

Rio Verde- Goiás


Novembro/2021
1. INTRODUÇÃO
A exploração florestal ou manejo florestal trata-se da extração de recursos naturais de
uma determinada área florestada, seja ela uma floresta primitiva ou não, para fins de obtenção
de madeira, como fonte de matéria prima para materiais de construção, madeiras, exportação,
etc.
Entretanto, tal atividade exige um monitoramento rigoroso, uma vez que, para a área na
qual, a exploração florestal desenfreada desencadeia uma série de consequências para a área,
na qual a mesma será desenvolvida. Além disso, é notório, observar que, caso a atividade não
se tratar de uma exploração controlada e responsável, a própria subsistência da floresta se vê
ameaçada.
Sendo assim, a exploração de florestas, seja meio público ou privado, dependerá de
licenciamento ambiental pelo órgão competente (municipal, estadual ou federal), contendo
aprovação prévia de Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS que contenha
condicionantes na licença emitida, de condução, exploração, reposição florestal e manejo
consideráveis com a área que a cobertura arbórea forme, a fim de, remediar ou amenizar os
impactos no qual a atividade pode trazer ao meio ambiente.

1.1 Caracterização da Atividade de Extração Florestal


Para o desenvolvimento da atividade de exploração florestal é necessário que a mesma
siga várias etapas de regularização, cumprimento de normas e atenda todas as questões
ambientais pertinentes para a realização da mesma no local/área escolhida.
Em uma etapa inicial do processo de exploração florestal, a atividade começa com a
entrada de Licenciamento Ambiental no órgão competente para que, o mesmo consiga
averiguar a área escolhida, o inventário florestal para identificação das espécies de flora
presentes no local escolhido, espécies escolhidas para extração, bem como também dimensões,
altura e largura e volume das mesmas, a fim de calcular o volume para o corte. Juntamente com
a documentação necessária para a abertura do licenciamento, é feito um Plano de Manejo
Florestal Sustentável - PMFS, bem como também o Plano Operacional Anual - POA, ambos
servem como um cronograma do que será realizado na floresta durante o período em que a
atividade estiver em operação. Logo após o licenciamento aprovado, o órgão competente emite
a Autorização de Exploração Florestal, permitindo a exploração madeireira.
Após autorização emitida, a equipe técnica elabora um mapa com a localização das
árvores para a extração e é destinado para uma equipe de derrubada (que analisa a localização
da árvore, bem como a queda natural do tronco e o corte adequado) para que realize o corte em
campo.
Logo após é feito o sistema de arraste em estradas planejadas dentro da Unidade de
Manejo Florestal até o pátio de estocagem, onde é feito a distribuição da madeira para
exportação, madeireiras locais e dentre outros fornecedores.
Além disso, há outras atividades secundárias dentro da extração florestal que,
contribuem para o desenvolvimento, sendo: manutenção de infraestruturas (estradas,
alojamentos, pátios), medidas de proteção florestal e tratamento florestais específicos pós-
colheita, a fim de garantir a conservação do meio ambiente e durabilidade da floresta.

Para que, a exploração florestal tenha e desempenhe uma execução excepcional, tanto
como em estudos ambientais, bem como também Plano de Manejo Florestal Sustentável -
PMFS e Plano Operacional Anual, necessitam abordar sobre os indicadores ambientais, uma
vez que, os mesmos possuem parâmetros que fornecem a medida da magnitude do impacto da
atividade que está sendo realizada em determinado local.

1.2. Indicadores Ambientais


De modo geral, os indicadores são metodologias de avaliação referente a uma atividade
potencialmente poluidora que interfere de modo negativo no equilíbrio ambiental. Além de ter
o compromisso com a legislação ambiental, esses índices possuem também a obrigação de
atuar no desenvolvimento sustentável. A partir dessas informações e critérios é possível futuras
estratégias para melhoria das políticas ambientais, ou até mesmo originar novas.
Suas áreas de análises podem ser compreendidas como qualidade do solo, do ar, de
recursos hídricos, proteção à diversidade da fauna e flora, processos de poluição, seja
diretamente no meio ambiente, quanto acontecidos no meio urbano que afete seus arredores,
normalmente voltados para atividades de interesse econômico, sendo assim, as diretrizes são
voltadas para amenização de impacto.

2. ÁREA DA ATIVIDADE DE EXTRAÇÃO FLORESTAL

O presente Projeto de Exploração Florestal com o objetivo de instruir o processo de


Licenciamento para Exploração Florestal para uso alternativo do solo na Fazenda Rio Doce -
Cachoeira, no município de Rio Verde, estado de Goiás.
Figura 01. Área destinada para a Exploração Vegetal
Fonte: Google Earth

2.1 Localização
A propriedade está localizada em zona rural no município de Rio Verde cujo acesso se
dá, partindo de Rio Verde, pela BR-060 em direção a Jataí, no KM 435 a esquerda 3,5 KM –
Zona Rural do Município de Rio Verde de Goiás.
Figura 02. Croqui de Localização da Área de Exploração Florestal
Fonte: Google Imagens

2.3 ADA- Área Diretamente Afetada


A área diretamente afetada (ADA) trata-se da localização da Unidade de Manejo. Em
específico, foi delimitado tal região, uma vez que se trata de uma localização de fácil acesso e
que minimizaria parte dos impactos relacionados ao desmatamento agressivo, bem como
também seu entorno não possuir vegetação primitiva ou secundária.
A área requerida deste projeto abrange 3.9509 ha de vegetação contendo mata de galeria
e capoeira dentro do perímetro da propriedade. A da maioria da vegetação ser uma formação
secundária possui uma importância ecológica regional, tendo em vista que são fontes de
alimento, dispersoras de sementes, abrigos de animais e possuem razoável rendimento lenhoso
com diversas utilizações. Assim, a fim de mitigar as interferências negativas no meio, será
necessário acompanhar as atividades de corte, preparando a área e assegurando que sejam
suprimidos exclusivamente os indivíduos necessários.
Figura 03. Delimitação da Área de Exploração Vegetal
Fonte: Google Earth

3. INDICADORES

Para estimar a eficácia do sucesso serão utilizados indicadores de avaliação e


monitoramento. Entre estes indicadores estão: alteração do solo, mudança climática, perda de
serviços ecológicos, supressão vegetal, assoreamento de nascente e rios, afugentamento de
espécies provocadas pela derrubada, movimentação humana, abertura de estradas, alteração
climática, risco de vulnerabilidade dos aquíferos e impactos socioeconômicos.
3.1 Tipos de Indicadores Analisados na Área de Implantação
3.1.1. Alteração do solo
Em razão do solo, após um desmatamento, ele se encontra desprotegido, exposto a
chuvas, ao vento, sendo sujeito a diversos fatores erosivos que pode danificá-lo gradualmente,
reduzindo a capacidade de o solo absorver água das chuvas, degradando a camada superficial,
reduzindo a quantidade de nutrientes, tornando o solo pobre e em consequência disso ficará
impróprio para agricultura.
A posteriori, a retirada da cobertura de solo, resulta em alteração da camada superficial
do solo das faixas de terra afetadas, uma vez que, será extraída a cobertura vegetal destas zonas
o que desencadeará em exposição do solo aos raios solares e a incidência direta das chuvas, o
pode levar a casos de erosão. Os restos vegetais provenientes durante a operação implicaram
em alteração mais significativa em termos das características químicas do solo por conta da
decomposição mais rápida da matéria orgânica.
E por fim, existem forças externas resultantes do tráfego de caminhões, veículos,
tratores, etc., que empurram as partículas do solo para sua passagem, podendo causar
compactação do solo.
3.1.2. Assoreamento de nascente/ rios
O assoreamento de nascentes e rios já é um processo natural, porém as ações humanas
intensificam cada vez mais o processo de degradação, ou seja, o assoreamento consiste em
sedimentos dos solos, lixo, entulhos que são escoados pela chuva ou ventos, assim os
sedimentos são dispostos nos rios, causando danos muitas vezes irreversíveis. E com a ausência
da mata ciliar a quantidade de sedimentos que são alocados para os rios é em uma grande
quantidade.
Em consequência disso, o ciclo hidrológico é afetado, pois quando um solo é saudável,
antes de um desmatamento, ele apresenta um comportamento que retém a água subterrânea e
pelas plantas ocorre a evapotranspiração, contribuindo para o ciclo das chuvas, entretanto com
o desmatamento reduz a capacidade do solo absorver a água das chuvas e de realizar as
próximas etapas para que ocorra as chuvas, sendo assim o clima local fica mais seca.
3.1.3 Afugentamento de espécies provocadas pela derrubada, movimentação
humana.
Em um ambiente que foi desmatado, faz com que as espécies ali presentes que
sobreviveram sejam obrigadas a procurar outro abrigo, que forneça o alimento de costume, ou
seja, a cadeia alimentar é afetada, pois o lugar escolhido não é adequado para a espécie.
Alguns desses animais silvestres são realocados para proximidades de propriedades
rurais e urbanas, segundo uma matéria do O GLOBO em 2019, explica que quando o conforto
de viver em seu habitat é quebrado elas ficam mais sensíveis e menos resistentes às
perturbações humanas e não conseguem sobreviver.
3.1.4 Supressão vegetal
Dos indicadores selecionados, a cobertura vegetal do local na área de implantação da
atividade será a mais afetada diretamente pela ação de limpeza para facilitar a movimentação
transitória dentro da UPA. A supressão vegetal resulta em prejuízos à vegetação, bem como
também, à biodiversidade da área, além de desencadear outros impactos sobre a fauna.
Além disso, a retirada da vegetação em alteração da paisagem da área de influência
direta. Ademais, ocorrera diminuição no potencial ecológico, resultando em fugas de animais
do seu habitat de origem, sendo assim, colocando em risco sua sobrevivência, alteração do
ecossistema, ciclagem de matéria orgânica, mudança em cadeias alimentares e instabilidade
ecológica.
3.1 5 Abertura de Estradas
As estradas e vias resultam na necessidade de desmatamento, a fim de garantir com que
a movimentação transitória da matéria prima. Nos casos em que seja absolutamente necessário
atravessar áreas restritas, o projeto e execução da via devem ser aprovados previamente no
órgão responsável. Toda a faixa desmatada se constituirá em uma barreira efetiva entre
ambientes, dificultando o fluxo de espécies terrestres arborícolas.
Ademais, a alteração no habitat da fauna decorrentes das ações de desmatamento,
circulação de pessoas e equipamentos, geração de ruídos e poeiras e outras intervenções nos
ambientes naturais. Esse impacto é particularmente relevante em áreas florestais. Com o
surgimento do tráfego nas rodovias construídas é comum ocorrerem atropelamentos de animais
silvestres. Esse é um problema ambiental especialmente preocupante devido a grande
frequência em sua ocorrência.
3.1.6 Perda de serviços ecológicos prestados pela floresta
As florestas naturais e as florestas plantadas, oferecem inúmeros outros serviços
ambientais, entre eles: sequestro de carbono, conservação do solo, conservação dos recursos
hídricos, manutenção dos ciclos de chuva, regulamentação de ciclos como ciclo do nitrogênio.
Sem os serviços prestados pela comunidade de organismos vivos da floresta, a mesma
começa a perder diversas funcionalidades e apresentar diversidades de impactos que, já foram
mencionados anteriormente, como erosão do solo, falta de ciclagem de matéria orgânica, fauna
e flora afetados.
3.1.7. Alteração climática
Uma pesquisa realizada pelo o Instituto de Física da USP e na UNIFESP-Campus
Diadema, em 2018 calcularam a forçante radiativa do desmatamento, considerando o CO2,
metano entre outros fatores que possuem efeitos radioativos. Na pesquisa relata sobre como o
desmatamento interfere nos agentes que são responsáveis em resfriar o clima, ou seja, em uma
área bem reflorestada ocorre os ciclos biogeoquímicos naturalmente e com o desmatamento há
uma quebra no equilíbrio desses ciclos.
Principalmente com o ciclo hidrológico, que é responsável pelas chuvas e
desenvolvimentos dos rios é um dos afetados que interferem principalmente na alteração do
clima, deixando-o mais seco e mais quente.
3.1.8 Risco de vulnerabilidade dos aquíferos
Devido à falta de vegetação, a água não é capaz de infiltrar no solo, pois sem as plantas
o solo é naturalmente compactado, sendo assim é reduzido sua porosidade o que impede a
passagem de água, acarretando num escoamento superficial reduzindo a vazão do rio mais
próximo que é abastecido pelo aquífero.
3.1.9 Impacto socioeconômico
Quando há um manejo florestal, devidamente licenciado, há uma grande geração de
renda, ou seja, para cada etapa existe um profissional atuando, sendo alguns na parte
burocrática e outros na fase operacional.
Em questões burocráticas, há uma série de estudos ambientais que são feitos pelos
profissionais da engenharia, que são necessários para realizar o manejo correto, sem que haja
exageros ou causando danos ao meio ambiente. Para isto é necessário este profissional para
planejar cada passo da atividade e como a área será tratada após o manejo.
É uma grande oportunidade também para os trabalhadores com baixa renda, no qual,
estão operando na parte prática, desde o corte das árvores, transporte das tochas de madeira até
a realização de outras infraestruturas.

4. AVALIAÇÃO DE INDICADORES AMBIENTAIS

Dentre os possíveis indicadores listados acima para a área escolhida, é necessário buscar
e identificar cada impacto, bem como atividades ao longo do desenvolvimento da atividade de
exploração florestal. Para a identificação e para melhor visualização do estudo, foi utilizado o
método de Matriz de Interação dos Impactos que por sua vez, consiste por meio de estudos de
vistoria in loco, identificar, observar, analisar e verificação desde a etapa de pré-instalação até
a operação da atividade, os impactos que serão causados.
Mediante isto, o presente estudo foi descrito em fases de pré-instalação, instalação e
operação e os impactos/indicadores previstos divididos em meio biótico, meio físico e meio
socioeconômico
4.1 Matriz de Interação dos Impactos
Tabela 01. Meio Físico
MEIO FÍSICO
Fases Atividades E Assoreamento dos Alteração do solo Vulnerabilidade
Condições Naturais rios dos aquíferos
FASE DE Escolha da área
IMPLEMEN Inventário
TAÇÃO Florestal
Parte Burocrática

Mapa de
FASE DE Localização de
OPERAÇÃO Árvores
Equipe de X X X
Derrubada
Chuva/ Vento X X

Planejamento de X X
Arraste
Manutenção das
Infraestruturas
Medidas de
Proteção Florestal
Tratamentos
Florestais pós-
colheita
Tempo pós-colheita X X X

Tabela 02. Meio Biótico


MEIO BIÓTICO
Fases Atividades E Afugentamento de Supressão Vegetal Perda de Serviços
Condições Naturais espécies Ecológicos
FASE DE Escolha da área
IMPLEMEN Inventário
TAÇÃO Florestal
Parte Burocrática
Mapa de
FASE DE Localização de
OPERAÇÃO Árvores
Equipe de X
Derrubada
Chuva/ Vento
Planejamento de X
Arraste
Manutenção das X X X
Infraestruturas
Medidas de
Proteção Florestal
Tratamentos
Florestais pós-
colheita
Tempo pós-colheita X X X

Tabela 03. Meio Socioeconômico


MEIO SOCIOECONÔMICO
Fases Atividades E Condições Naturais Impacto Socioeconômico
FASE DE Escolha da área X
IMPLEMEN Inventário Florestal X
TAÇÃO Parte Burocrática X
Mapa de Localização de Árvores X
FASE DE Equipe de Derrubada X
OPERAÇÃO Chuva/ Vento
Planejamento de Arraste X
Manutenção das Infraestruturas X
Medidas de Proteção Florestal X
Tratamentos Florestais pós-colheita X
Tempo pós-colheita X

5. REDES DE INTERAÇÃO: IMPACTOS INDIRETOS DA EXTRAÇÃO


FLORESTAL
Vale ressaltar os impactos indiretos da extração madeireira, eles podem ser divididos
em meio físico, meio biótico e meio socioeconômico. E relacionando com as atividades pontuar
em que momento em que o impacto é gerado. Na tabela a seguir indica essa análise:

Tabela 04. Matriz de Interação dos Impactos Indiretos da Extração Florestal e Legenda

IMPACTOS PROBABILIDADE MAGNITUDE REVERSIBILIDADE DURABILIDADE SOMA

Afugentamento de 8 7 8 5 28
espécies
Alteração do solo 9 8 4 8 29

Assoreamento dos 8 5 7 5 25
rios
Impacto 10 9 5 8 31
Socioeconômico
Perda de Serviços 8 7 5 7 27
Ecológicos
Supressão Vegetal 9 8 6 8 31
Vulnerabilidade 8 7 7 8 30
dos aquíferos

Probabilidade 0 — 10 Classes

Magnitude 0 — 10 Pouco sign. 0 — 10

Reversibilidade 0 — 10 Média sign. 11 — 20

Durabilidade 0 — 10 Altamente sign. 21 — 40

6. MATRIZ DE QUANTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS


A tabela a seguir traz como avaliação a quantificação de impactos referentes à atividade
e relacionando com os indicadores que interferem. Com a quantificação é possível ter uma
noção do quanto esta atividade tem potencial poluidor.
7. MEDIDAS MITIGADORAS GENERALIZADAS
Este projeto tem como objetivo descrever os procedimentos necessários para minimizar
os impactos durante a supressão da vegetação da área. Para tal, o Plano de Manejo prevê o
acompanhamento de uma equipe de campo que irá definir os locais de acessos, os locais de
disposição do material lenhoso (lenha, mourões e toras), seu devido empilhamento, cubagem e
romaneio necessários para que o proprietário possa desenvolver a atividade da melhor
performance
Além disso, há outras formas alternativas de minimizar o impacto e trazendo o conceito
de impacto reduzido a esta propriedade rural, sendo elas:
● Os equipamentos utilizados no decorrer da atividade devem receber manutenção
como forma preventiva para evitar emissões abusivas de gases e ruídos na área.
● Molhar as áreas expostas do solo ou em terraplenagem para diminuir a emissão
de poeiras fugitivas.
● A supressão vegetal deve ser realizada somente quando estiver próximo ao
início das obras de terraplenagem, evitando que o terreno fique exposto aos agentes
intemperemos.
● A limpeza da área deverá ser restrita às áreas previstas como forma a impedir o
aumento das áreas desmatadas.
● As atividades de supressão vegetal e limpeza de terreno deverão se concentrar
nos períodos mais secos, uma vez que tal procedimento tem como orientação a proteção de
linhas de drenagens naturais e de áreas suscetíveis a processos erosivos e ainda a proteção da
fauna.
● A supressão vegetal deverá ser planejada e executada de forma a conduzir a
fauna para áreas vizinhas não habitadas.
● Realizar mapeamento de rotas de tráfego de máquinas, visando evitar o desgaste
da vegetação, ou mesmo os impactos sobre a área a serem conservadas.
● A mobilização dos equipamentos pesados deve ser realizada com
acompanhamento de uma equipe de sinalização e de socorro para evitar transtornos no tráfego,
em caso de acidente ou falha no equipamento.

8. PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL

8.1 Introdução ao Plano de Manejo Florestal Sustentável


O acompanhamento da supressão da vegetação dar-se-á pela supervisão direta dessa
atividade na Propriedade Rural - Fazenda do Rio Doce Cachoeira, orientando para que sejam
cortados os exemplares vegetais exclusivos da área demarcada como ilustrado na Figura 03.
Delimitação da Área de Exploração Vegetal deste estudo, a fim de preservar os exemplares das
áreas adjacentes. Este procedimento contribui para minimização de processos erosivos,
principalmente em áreas de declive.
8.2 Impactos e Ações Propostas/ Medidas Mitigadoras
8.2.1 Corte e derrubadas de árvores
O material lenhoso deve ser colocado no limite de corte da área, porém, em hipótese
alguma deve ser transportado para fora dos limites da propriedade. O corte deve ser próximo
do solo e paralelo à superfície do terreno. As árvores devem ser derrubadas no sentido da área
de supressão, evitando-se danos em áreas onde não será necessário realizar o corte de
vegetação. As toras devem ser cortadas ortogonalmente ao eixo central da árvore e com um
comprimento que atenda à finalidade de uso da madeira.
8.2.2 Supressão vegetal
Durante o corte e remoção de cada árvore, devem ser tomados os devidos cuidados e
utilizadas técnicas apropriadas com cortes automatizados, para que a derrubada da árvore não
cause danos desnecessários à vegetação remanescente nem ao ecossistema local. Um exemplo
de cortes inadequados, fazendo se uso da técnica de ascensão em que a vegetação deve ser
cortada de cima para baixo e suas partes vegetativas guindadas com cordas até sua chegada ao
solo, prevenindo o arraste de árvores jovens pela derrubada das maiores e diminuindo a sua
relação com a erosão e compactação ou qualquer outro tipo de dano que venha causar ao solo.
Todo o material vegetal cortado terá que ser removido do local onde foi derrubado. Os resíduos
vegetais deverão ser particionados para melhor decomposição. E distribuídos na vegetação do
entorno ou outras áreas onde será efetuado plantio de nativas.
8.2.3 Abertura de entradas para movimentação da matéria-prima
O arraste dos mourões e toras deve ter a menor distância possível a fim de não danificar
a estrutura do solo. Resíduos com galhos de pequenos diâmetros e folhas devem ser picados ou
triturados e espalhados ao longo da área a do entorno ou áreas degradadas a serem recuperadas.
Em hipótese algum esse material deve ficar amontoado em um único local. Esse procedimento
visa:
● Proteger o solo e evitar a erosão nas áreas onde foi realizado o corte de
vegetação;
● Restituir parte do material orgânico retirado da área;
● Reduzir o risco do fogo;
● Atender aos critérios de comissionamento.
Além disso, esses acessos não devem ultrapassar o limite da largura e da inclinação. O
traçado e as obras de drenagem, cortes e contenção deverão ser concebidos de maneira a evitar
no futuro o estabelecimento de processos erosivos. Sempre que possível, deverão ser utilizados
os acessos existentes na região.
8.2.4 Geração de empregos
É notório que, esse tipo de atividade torna-se uma oportunidade para os trabalhadores
locais, criando assim, um vínculo empregatício na região, no qual, estão operando na parte
prática, desde o corte das árvores, transporte do material lenhoso até a realização de outras
funções operacionais presentes.
Além disso, todos os funcionários das equipes deverão receber treinamento ambiental
específico, assim como os novos funcionários contratados ou quando mostrarem alguma
deficiência na execução dos serviços. A equipe encarregada dos serviços, preferencialmente,
não deverá ser alterada durante a execução do desmatamento, como forma de aproveitar o
entrosamento criado e evitar a necessidade de novos treinamentos. Os treinamentos específicos
deverão ser aplicados pela equipe de gestão ambiental e por encarregado experiente nesta
tarefa, o qual também deve acompanhar a execução dos serviços.

8.3 Cronograma de Implantação

O período de execução deste programa perdura durante o período de supressão da


vegetação na área do empreendimento. O qual estima-se para o ano de 2021 e 2022.

Tabela 05. Cronograma

Espera-se que a execução deste plano, que acompanha a supressão da vegetação nativa,
minimize os impactos negativos sobre a área de implantação da atividade.

9. CONCLUSÃO
Mediante ao que foi citado acima é possível concluir que é necessário manter a atividade
de manejo florestal, apesar de que a atividade ser de alto impacto, ela faz com que gire a
economia e gere empregos.
Enfim, para que a atividade não resulte em impactos altamente negativos é necessário
realizar todos os procedimentos recomendados pelos órgãos ambientais para que assim seja
possível realizar a atividade sem que danifique o ambiente.

10. REFERÊNCIAS

GARCIA, Rafael. Animais são mais vulneráveis ao desmatamento em florestas como as


do Brasil. O GLOBO, 2019. Disponível em: < https://oglobo.globo.com/brasil/animais-sao-
mais-vulneraveis-ao-desmatamento-em-florestas-como-as-do-brasil-1-24120851 >. Acesso
em: 06 de setembro de 2021.

GOMES, Ana Patrícia Cota, M.S., Universidade Federal de Viçosa, dezembro de 2000.
Critérios e indicadores de sustentabilidade para o manejo de florestas tropicais.
Orientador: Agostinho Lopes de Souza. Conselheiros: João Augusto Alves Meira Neto e
Márcio Lopes da Silva.

IFT Instituto Florestal Tropical. O que é Manejo Florestal e Exploração de Impacto


Reduzido (MF-EIR)?.IFT Instituto Florestal Tropical, 2017.Disponível em:<
http://www.ift.org.br/quem-somos/manejo-florestal/ > Acesso em:06 de setembro de 2021.

MULLER, Ana Cláudia, et al., Indicadores Ambientais Georreferenciados para a Área de


Proteção Ambiental de Guaraqueçaba. R. paran. Desenv., Curitiba, n. 99, p. 105-119,
jul./dez. 2000.

SCOTT. et al., Impacto nas forças climáticas de curta duração aumenta o aquecimento
projetado devido ao desmatamento. 2018. Disponível em: <
https://www.nature.com/articles/s41467-017-02412-4#Sec1 >. Acesso em: 07 de setembro de
2021.

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