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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências Exatas e Terra


Departamento de Geologia
Disciplina: Geologia Ambiental
Professora: Helenice Vital

ANÁLISE DO RELATÓRIO DE IMPACTO


AMBIENTAL DA PRODUÇÃO DE CAMARÃO
EM CATIVEIRO.

Componentes:
Alanielson C. Ferreira
Felipe Cláudio
Lívian Rafaely
Miguel Borges
Rondinely Távora
Tyrone Vilela Natal, Junho de 2010
Théo de Tarzo
Introdução
Até 1997, a exportação do camarão estava quase que inteiramente restrita
aos camarões marinhos obtidos com a pesca extrativista. Hoje, a
carcinicultura, que é a criação de camarão em cativeiros, já responde por 99%
das exportações de camarão do Brasil. As fazendas produtoras se instalam
em regiões de mangues e à margens de rios.

De 3,6 mil toneladas em 1997, a produção do setor saltou para 75,9 mil
toneladas em 2004, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Camarão
(ABCC), sendo a região Nordeste responsável por 92% da produção.

Esses números seriam muito positivos se não se fizessem acompanhar de


sérios danos ambientais e ameaças às condições de vida de comunidades
tradicionais estabelecidas em áreas visadas pelos carcinicultores
Introdução

Um estudo elaborado por um Grupo de Trabalho (GT) criado pela


Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
(CMADS), composto por técnicos consultores e 13 especialistas lista
22 impactos socioambientais produzidos pela carcinicultura sobre o
meio ambiente, a saúde humana e as condições de vida das
comunidades que sobrevivem da pesca e da mariscagem, e faz mais de
30 recomendações administrativas e legislativas ao Ministério do Meio
Ambiente, Ibama, Secretaria de Aqüicultura e Pesca e outros órgãos do
governo; Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente); Ministério
Público; governos estaduais da região Nordeste e instituições financeiras.
Panorama geral de uma fazenda de O arrasto da rede
criação de camarão

Com manejo adequado o camarão é Operárias numa indústria classificam os


abundante no período da pesca camarões por tamanho
Mangue: berço de vida

Considerado pela comunidade científica como “berçário de vida”, o


ecossistema manguezal, principal atingido pela carcinicultura, é um dos mais
produtivos do planeta. Exerce um papel fundamental na produção de
vida animal, principalmente marinha, e constitui fonte de sobrevivência para
populações que ao longo de séculos ocupam as regiões costeiras do Brasil –
pescadores, marisqueiras, índios e agricultores.

De 80% a 90% das espécies comerciais de pescado dependem do mangue,


que também é o habitat de diferentes tipos de crustáceos, como camarões,
caranguejos, siris, aratus, caranguejos uçá e guaiamuns. Dezenas de espécies
de aves também utilizam o mangue em suas rotas migratórias, para
alimentação e reprodução.
Manguezal
Componentes do ecossistema manguezal e
suas funções
O ecossistema manguezal depende diretamente dos processos que se
desenvolvem não só nos mangues propriamente ditos como nos apicuns,
canais de marés, bancos de areia e gamboas, todos interligados pelos fluxos de
matéria e energia e inseridos nas regiões estuarinas.

• Apicum (também chamado de salgado) – Área alagada periodicamente pelas


oscilações de maré, que deixam sobre seu solo arenoso um tapete de fitoplâncton
(algas e bactérias), início da cadeia alimentar que mantém todo o ecossistema. O
apicum quase não tem vegetação, mas estudos do Departamento de Geografia da
Universidade do Ceará (UFC) comprovaram que ele evolui e é tomado por
vegetação de mangue na dinâmica que move as relações entre os componentes do
ecossistema manguezal. Apresenta-se ainda como uma formação de transição entre
o manguezal e ecossistemas adjacentes.
Componentes do ecossistema manguezal e
suas funções
• Gamboas – Canais estreitos distribuídos em grande quantidade dentro do
bosque de mangue, responsáveis pela distribuição e processamento de
nutrientes que fornecem a base para a cadeia alimentar do ecossistema.

• Canais de marés - Canais mais largos, que circulam ao longo do estuário e


entre os componentes do manguezal. Conduzem as sementes da vegetação de
mangue e os nutrientes produzidos ao longo do ecossistema, orientando sua
expansão.

• Bancos de areia – Volume móvel de sedimentos entre os canais de maré


e as gamboas, que pode evoluir para áreas de apicuns e, conseqüentemente,
para bosques de mangue.
Apicum Banco de areia

Canal de maré
Caracterização legal do ecossistema

De acordo com a Resolução Nº 303/2002, do Conselho Nacional do Meio


Ambiente (CONAMA), o manguezal é um “ecossistema litorâneo que ocorre
em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado por vazas lodosas
recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, à vegetação
natural conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de
solos limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da
costa brasileira, entre os estados do Amapá e Santa Catarina”.
Carcinicultura – custos e danos ao meio ambiente

• Mesmo sendo a carcinicultura considerada uma das atividades


econômicas de maior expansão no RN, é em contrapartida,
uma das que mais causam danos ambientais ao ecossistema
dos manguezais, razão pela qual o IBAMA é o órgão
responsável por autuar e cassar as licenças para criação de
camarão em áreas de invasão de mangue. Os responsáveis pela
devastação podem ser enquadrados na lei de crimes ambientais
que prevê multa e até prisão.
Tipo de impacto Causa Efeito
1. Construção de canais 1.1 – Canalização e desvios de fluxo de 1.1 – Redução no aporte de nutrientes,
água. acúmulo de substâncias tóxicas no
sedimento.

2. Construção de barreiras, taludes e/ou 2.1 – Acúmulo de água no sedimento; 2.1 – Impedimento de trocas gasosas e
tanques 2.2 – Impedimento da entrada das marés. hipersalinidade;
2.2 – Evaporação da água do sedimento e
aumento da temperatura e da
salinidade.

3. Sedimentação por erosão do talude e 3.1 – Sufocamento das raízes respiratórias. 3.1 – Impedimento das trocas gasosas.
descarga de efluente
4. Contaminação por patógenos, hormônios, 4.1 – Aumento no aporte de nutrientes; 4.1 – Efeito positivo – incremento no
carrapaticidas, compostos químicos, 4.2 – Acúmulo de matéria orgânica no crescimento do mangue e efeito
resíduos alimentares e fertilizantes lançados sedimento; negativo – excesso causa a mortandade
por efluentes dos tanques 4.3 – Contaminação de peixes e mariscos das espécies vegetais e eutroficação da
por agentes patogênicos; coluna d’água;
4.4 – Perda da qualidade das águas 4.2 – Efeitos danosos na fauna e flora
estuarinas; bentônica;
4.5 – Contaminação por substância 4.3 – Mortandade de espécies de
químicas. importância econômica;
4.4 – Quebra da cadeia trófica;
4.5 – Morte das espécies da fauna e flora
dos estuários, manguezais e
ecossistemas adjacentes.

5. Introdução de espécies exóticas 5.1 – Competição, destruição de habitats, 5.1 – Ainda há poucos indícios e estudos
predação. que relatam tais alterações.
Carcinicultura – custos e danos ao meio ambiente

• Os manguezais são áreas de proteção ambiental, e que funcionam como um filtro


natural. Sem esse filtro natural, os produtos químicos e antibióticos utilizados nos
viveiros acumulam-se lentamente, trazendo muitos prejuízos ao ambiente, como por
exemplo, nos estuários do Rio Potengi, em Natal, e na Barra do Cunhaú, no Sul do
Estado, são locais onde os viveiros de camarão já transformaram o caranguejo em
espécie rara, prejudicando as populações ribeirinhas que se sustentam do que vem do
mangue.

• Com a introdução de alimentos nos tanques de cultivo, as quantidades de materiais


em suspensão, que ultrapassam teores de 50mg/L em sólidos filtráveis, são
aumentados, de modo que, pela própria dinâmica da atividade, pode-se atingir
valores críticos para organismos filtradores, gerando a impossibilidade de filtração
para animais como as ostras.

• Além de que o camarão utilizado é o camarão gigante da Malásia, espécie que


desenvolve um fungo que poderá contaminar todo o litoral, lagos e lagoas causando a
morte de várias espécies nativas, entre elas o nosso verdadeiro camarão, nossas
lagostas e prejudicar economicamente o Rio Grande do Norte.
Carcinicultura – custos e danos ao meio ambiente
• Desmatamento do manguezal durante a implantação e a ampliação dos viveiros, dos canais
de adução (que trazem a água dos pontos de captação até à rede de distribuição) e de
lançamento de efluentes, causando mudanças no solo, suprimindo as condições para
sobrevivência da fauna e extinguindo áreas destinadas à mariscagem, à pesca e à coleta de
caranguejos.

• Bloqueio do fluxo das marés por obras de engenharia para construção de diques, comportas
e viveiros, matando vegetação e fauna associada, sobretudo caranguejos e moluscos, e
alterando a dinâmica de produção, distribuição e exportação de nutrientes; interferência na
produtividade primária (início da cadeia alimentar) do ecossistema; morte de organismos
que dependem das oscilações diárias da maré, como caranguejos e moluscos, refletindo na
perda de habitat.

• Contaminação da água por efluentes dos viveiros, com conseqüente morte de peixes e
caranguejos, riscos de contaminação do lençol freático e alterações na qualidade da água
para consumo humano.

• Salinização das reservas subterrâneas por extensas áreas de viveiros de camarão instalados
sobre áreas de recarga do aqüífero, com conseqüente salinização de poços e cacimbas
Carcinicultura – custos e danos ao meio ambiente
• Impermeabilização do solo associado ao ecossistema manguezal, ao carnaubal e à mata ciliar (às
margens dos rios), tendo como conseqüência a supressão de áreas destinadas à recarga dos
aqüíferos; extinção de fontes de água doce; soterramento de riachos associados à mata ciliar e ao
carnaubal; eliminação de vários habitates; artificialização da paisagem associada e bloqueio das
zonas de transição (corredores ecológicos).

• Erosão dos taludes (edificações para contenção das piscinas), diques e canais de abastecimento e
deságüe pela precariedade das obras de engenharia e características técnicas dos materiais de
construção, com assoreamento do manguezal e soterramento do apicum; artificialização do solo de
mangue e de áreas destinadas à regeneração da vegetação.

• Por falta de bacias de sedimentação (equipamento para tratamento da água antes dela ser liberada
novamente para os rios) na maior parte dos empreendimentos, efluentes potencialmente danosos
são lançados diretamente nos sistemas estuarinos, fluviais e lacustres, contaminando os recursos
hídricos superficiais e subterrâneos e prejudicando os organismos do ecossistema.

• Desconhecimento do número exato de fazendas de camarão pela existência de empreendimentos


clandestinos, o que dificulta ainda mais a avaliação dos impactos e a resolução dos conflitos com as
comunidades litorâneas.

• Inexistência de manejo ou ações de recuperação das áreas degradadas e a não definição dos
Carcinicultura – custos e danos ao meio ambiente

Impactos sobre a saúde humana

 Os produtos químicos mais utilizados nas atividades de produção de camarão em cativeiro são cloro,
calcário, uréia, silicato e superfosfato. Sua função é controlar as propriedades químicas da água e do
solo (pH, alcalinidade, material em suspensão, salinidade). Constatou-se também a utilização de
metabissulfito de sódio (Na2S2O5) durante a etapa de despesca. Trata-se de um composto oxidante
que, ao ser lançado no ambiente, diminui a concentração de oxigênio dissolvido, podendo provocar a
morte de organismos aquáticos. Após ser lançado na água também libera o gás dióxido de enxofre (SO 2).

• O SO2 é um gás irritante, cujos efeitos devem-se à formação de ácido sulfúrico e ácido sulfuroso ao
contato com as mucosas umedecidas, em conseqüência de sua rápida combinação com água, quando
ocorre reação de oxidação.

• Logo após a absorção, ele é distribuído prontamente pelo organismo, atingindo os tecidos e o cérebro.

• O resultado é uma irritação intensa da conjuntiva e das mucosas das vias aéreas superiores,
ocasionando dificuldade para respirar (dispnéia), desconforto, extremidades arroxeadas (cianose),
rapidamente seguidas por distúrbio da consciência. A morte pode resultar do espasmo reflexo da
laringe, edema de glote, com conseqüente privação do fluxo de ar para os pulmões, congestão da
pequena circulação (pulmões), surgindo edema pulmonar e choque.
Carcinicultura – custos e danos ao meio ambiente

24/01/2009 às 09:19 por Redação Diário de Natal

UFRN indica origem de acidente no Rio Potengi

Um parecer técnico da Universidade


Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
confirma que a empresa de carcinicultura
Veríssimo & Filhos foi a responsável pela
mortandade de peixes ocorrida em julho
de 2007 nos rios Potengi e Jundiaí, como
foi apontado em laudo anterior do
Instituto de Defesa do Meio Ambiente
(Idema).
Carcinicultura – custos e danos ao meio ambiente

GEOLOGICAMENTE:

• Retenção de sedimentos fluviais ante uma


bacia litorânea já faminta como a do Rio
Grande do Norte mais setentrional.

• Pode intensificar a erosão costeira.


Recomendações técnicas e jurídicas
• Fortalecer as políticas de fiscalização e de educação ambiental para o
combate e a prevenção dos crimes contra a biodiversidade, de extinção de
ecossistemas da zona costeira e de habitantes vinculados diretamente às
atividades de subsistência das comunidades tradicionais.

• Implementar medidas (programas e projetos) para a efetiva preservação e


recuperação do ecossistema manguezal, da vegetação ciliar e do carnaubal,
vinculadas ao Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro.

• Determinar que os estudos de impactos ambientais (EIA/RIMA) apresentem


programas e projetos efetivos (vinculados a dotações orçamentárias) de
previsão e de recomposição da paisagem (complexo socioambiental
associado) após o abandono da atividade de produção de camarão.
Recomendações técnicas e jurídicas
• interditar os empreendimentos que não contam com um sistema integrado (lagoas
de sedimentação, monitoramento e gestão) de tratamento de efluentes; constituir
e incentivar comitês locais de fiscalização e acompanhamento das atividades de
implantação, monitoramento e gestão do sistema de tratamento de efluentes;
publicizar dados de monitoramento.

• criar/respeitar normas e procedimentos técnicos de modo a não expor os


trabalhadores, os ecossistemas, o solo e os recursos hídricos às descargas de
soluções de metabissulfito utilizado na produção de camarão em cativeiro; vincular
as fases de licenciamento a um programa de saúde do trabalhador, de modo a
evitar doenças respiratórias, de pele e óbitos já registrados.

• diagnóstico ambiental da carcinicultura ao longo das bacias hidrográficas, da zona


costeira e da plataforma continental, de modo a compor um quadro geral do
conjunto de impactos; associar a licença prévia para novos empreendimentos à
definição do incremento dos impactos e ações mitigadoras nos empreendimentos
em operação. A definição dos impactos cumulativos, por bacias hidrográficas e
ecossistemas impactados, deverá fundamentar a liberação de licenças de
Conflitos na interpretação e aplicação da
legislação ambiental
• As áreas de Apicum ainda não estão incluídas nas APP’s (Áreas
de Preservação Permanente).

• Alguns órgãos e entidades reinvindicam a inclusão e, com isso, a


impossibilidade da atividade de carcinicultura, alegando que a
área representa vegetação nativa integrante do ecossistema
mangue.

• Os produtores, por sua vez, afirmam que a construção dos


viveiros no apicum não degrada o mangue e tampouco afeta a
mata ciliar, por ser uma área de gramíneas e arbustos.

• Algumas ações jurídicas estão sendo movidas contra


Área de Apicun
A importância da Carcinicultura
• Fonte de emprego e renda nos países em desenvolvimento,no setor
econômico primário, ante uma atividade que exige níveis de escolaridade
consoantes com os da população circunvizinha ao empreendimento;

• Captação de recursos às comunidades circunvizinhas;

• Desenvolvimento urbano:
serviços públicos básicos
estradas
centros bancários
telecomunicações
instituições de ensino

• Investimentos na área da pesquisa científica:


– Construção de conhecimento sobre a dinâmica dos ecossistemas e espécies
envolvidas, estudos esses trazidos até pelo próprio RIMA, além do sistema
A importância da Carcinicultura
• Cultivo do camarão reduz o preço por quilograma do produto
ao consumidor final: ampliação do acesso da população a
uma alimentação mais salutar;

• Redução da pesca arbitrária no habitat natural da espécie


reduz o risco de impactação por práticas irregulares;

• A prática do cultivo apresenta menos riscos ergonômicos aos


trabalhadores (desde que concordantes com práticas de
segurança do trabalho) que a atividade pesqueira
desassistida;

• Melhor controle em cativeiro dos índices de poluição que


Análise do RIMA: Termo de Referência

• O Relatório de Impacto Ambiental - RIMA refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental e


conterá no mínimo:
– - os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e
programas governamentais;
– - a descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para cada um deles nas
fases de construção e operação, a área de influência, as matérias-primas, e mão-de-obra, as fontes de energia,
os processos e técnicas operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia e os empregos
diretos e indiretos a serem gerados;
– - a síntese dos resultados de diagnóstico ambiental da área de influência do projeto;
– - a descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação de atividade, considerando o
projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos, indicando os métodos, técnicas
e critérios adotados para sua identificação e interpretação;
– - a caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes situações da
adoção do projeto e suas alternativas, bem como, da sua não realização;
– - a descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos,
mencionando aqueles que não puderem ser evitados, e o grau de alteração esperado;
– - o programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos, indicando os responsáveis por sua
execução;
– - recomendações quanto a alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem geral).

• O RIMA deverá conter também, as informações gerais de identificação do empreendimento e dos


profissionais responsável pela elaboração do EIA/RIMA e de todos os técnicos consultores que
Críticas ao RIMA elaborado

• O empreendimento está localizado as margens do rio Assu, em Macau/RN, solicitado


pelo empreendedor Paulo Sérgio de Morais gerou o Relatório de Impacto Ambiental
que foi elaborado pela Yan Assessoria tendo como responsáveis: Maiza de Albuquerque
– CRBio 27.956/5-D 5ª Região e Rodolfo César Cabral de Viveiros – CREA 5258-D/RN

• É impactante por si só. No entanto, o empreendimento analisado através do RIMA


obtido, não apresenta irregularidades aparentes. As estratégias adotadas atendem por
completo ao Termo de Referência exigido pelo órgão ambiental competente.

• dimensão total de 108,89 ha,


• 18 viveiros
• produtividade por ciclo de 2.500 kg/ha o que corresponde a 812.937,5 kg/ano
Bacia Hidrográfica do
Rio Piranhas-Açu
Estuário do Rio Assu
Estuário do Rio Assu
Área de Mangue no estuário do Rio Assu
Apicum do Estuário do Rio Assu
Críticas ao RIMA elaborado
• levou em consideração em seu projeto os conceitos de
desenvolvimento sustentável, priorizando a conservação do meio
adjacente, destacando os recursos naturais disponíveis, e nesse
contexto, o empreendimento não apresentará nenhum risco de
alteração da atividade pesqueira na região do entorno.

• As áreas fluvio-marinhos sofrerão uma intervenção entorno de 10%


da área, no apicum. As planície de supramaré sofrerão uma
intervenção de 56,51% da área ao qual será modificada com as
construções dos viveiros do empreendimento, nas porções onde se
desenvolve importante cobertura vegetal de mangue não sofrerão
modificações. Na planície de intermaré será alterado entorno de 33,1
% da área sendo preservado totalmente o ecossistema de mangue.
Análises a implantação
• No que diz respeito a riscos decorrentes da
implantação do projeto de carcinicultura marinha na
propriedade pode-se afirmar que inexistem
evidências de que o empreendimento causará algum
tipo de impacto negativo de grande magnitude na
sua área de intervenção, isto devido a um criterioso
planejamento de implantação e operacionalização,
que adotará técnicas de manejo racionais visando à
otimização da produção, associada à manutenção e
preservação dos ecossistemas adjacentes.
Conclusão das análises
• O projeto dispõe da infra-estrutura básica necessária ao bom desempenho
dos cultivos; contribuindo para a redução do índice de desemprego na região
e incentivando a fixação do homem ao seu local de origem, além do
reaproveitamento da área improdutiva.

• Os resultados obtidos no EIA/RIMA permite extrair as seguintes conclusões


sobre a viabilidade ambiental do empreendimento:
– O empreendimento localiza-se próximo a outras áreas onde já existem outros
projetos;
– São bastantes significativos os benefícios sócio-econômicos;
– O projeto não ocupa área de preservação permanentente;

• O programa de monitoramento proposto no RIMA possibilita um excelente e


eficaz acompanhamento do processo produtivo e as medidas mitigadoras
tornam o projeto ambientalmente sustentável;
Conclusão
• A atividade de cultivo de camarão é um dos segmentos da aqüicultura que mais se destaca no
contexto do setor pesqueiro mundial, tanto pela inclusão social, através da viabilização de
oportunidades para micro e pequenos empreendedores, como pela geração de empregos, renda e
divisas para as populações desfavorecidas do meio rural litorâneo dos países em desenvolvimento.

• No entanto, os índices econômicos divulgados pelos produtores, vem sendo associado à destruição
de um dos ecossistemas mais complexos do planeta, o manguezal, além de atingir mata ciliar e
carnaubais e causar danos cumulativos às bacias hidrográficas onde se inserem.

• Apesar do empreendimento citado neste trabalho estar de acordo com o termo de referência
exigido pelo órgão ambiental e em seu Relatório afirmar uma série de comprometimento com o
meio ambiente sabemos que a atividade da carcinicultura é potencialmente impactante,
principalmente em sua fase de instalação, quando se faz necessário uma grande movimentação de
terra e desmatamento de uma extensa área para a implantação de viveiros além das maiores
agressões que são causadas na fase de operação que são o lançamento de efluentes não tratados
no rios.

• Da perspectiva ambiental vemos que a carcinicultura, ao atingir o meio ambiente, ameaça por
outro lado a fonte de sobrevivência e a cultura de outras tantas pessoas que habitam
tradicionalmente as regiões de mangue, em especial, pescadores, caçadores, marisqueiros e
pequenos agricultores.
INTENSIFICAR BENEFÍCIOS X MITIGAR MALEFÍCIOS:
POSSÍVEIS SOLUÇÕES

• Maior controle sobre as produções não legalizadas;

• Definição clara das áreas propícias à instalação dos viveiros, tanto


fisiografica quanto juridicamente;

• Maior controle de despejo de rejeito no estuário, com a depuração


da água que retorna ao ambiente;

• Maior fiscalização nas medidas de segurança do trabalho;

• Aproveitamento de mão de obra local e do conhecimento empírico


dos trabalhadores da própria região, consolidado ao longo de
décadas de atividade na comunidade;
Referências
• FERREIRA, Melo e COSTA Neto - Influência da Carcinicultura Sobre a Salinização do Solo em
Áreas do Município de Guamaré/Rn, 2008.

• ROCHA, Itamar de Paiva e MARCELO Palma - Licenciamento da Carcinicultura: Competência
e Conflitos na Interpretação da Legislação Ambiental.

• ROCHA, Itamar de Paiva e MARCELO Palma - Carcinicultura Brasileira: Desenvolvimento
Tecnológico, Sustentabilidade Ambiental e Compromisso Social

• ABCC (Associação Brasileira de Criadores de Camarão)- Análise dos Impactos Sociais, do
Arcabouço Institucional e Legal dos Conflitos Sócio-Ambientais da Carcinicultura,
disponibilizado no site www.abccam.com.br.

• CMADS (Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) – Relatório do Grupo
de Trabalho de carcinicultura, Suprindo uma Lacuna, 2005, Dep. João Alfredo (PT/CE).

• RIMA (Relatório de Impacto Ambiental)


– Projeto Técnico de Carcinicultura Marinha. Implantação de uma unidade produtora de
cultivo em Macau-RN. Yam Assessoria (2006)
FIM

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