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Componentes:
Alanielson C. Ferreira
Felipe Cláudio
Lívian Rafaely
Miguel Borges
Rondinely Távora
Tyrone Vilela Natal, Junho de 2010
Théo de Tarzo
Introdução
Até 1997, a exportação do camarão estava quase que inteiramente restrita
aos camarões marinhos obtidos com a pesca extrativista. Hoje, a
carcinicultura, que é a criação de camarão em cativeiros, já responde por 99%
das exportações de camarão do Brasil. As fazendas produtoras se instalam
em regiões de mangues e à margens de rios.
De 3,6 mil toneladas em 1997, a produção do setor saltou para 75,9 mil
toneladas em 2004, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Camarão
(ABCC), sendo a região Nordeste responsável por 92% da produção.
Canal de maré
Caracterização legal do ecossistema
2. Construção de barreiras, taludes e/ou 2.1 – Acúmulo de água no sedimento; 2.1 – Impedimento de trocas gasosas e
tanques 2.2 – Impedimento da entrada das marés. hipersalinidade;
2.2 – Evaporação da água do sedimento e
aumento da temperatura e da
salinidade.
3. Sedimentação por erosão do talude e 3.1 – Sufocamento das raízes respiratórias. 3.1 – Impedimento das trocas gasosas.
descarga de efluente
4. Contaminação por patógenos, hormônios, 4.1 – Aumento no aporte de nutrientes; 4.1 – Efeito positivo – incremento no
carrapaticidas, compostos químicos, 4.2 – Acúmulo de matéria orgânica no crescimento do mangue e efeito
resíduos alimentares e fertilizantes lançados sedimento; negativo – excesso causa a mortandade
por efluentes dos tanques 4.3 – Contaminação de peixes e mariscos das espécies vegetais e eutroficação da
por agentes patogênicos; coluna d’água;
4.4 – Perda da qualidade das águas 4.2 – Efeitos danosos na fauna e flora
estuarinas; bentônica;
4.5 – Contaminação por substância 4.3 – Mortandade de espécies de
químicas. importância econômica;
4.4 – Quebra da cadeia trófica;
4.5 – Morte das espécies da fauna e flora
dos estuários, manguezais e
ecossistemas adjacentes.
5. Introdução de espécies exóticas 5.1 – Competição, destruição de habitats, 5.1 – Ainda há poucos indícios e estudos
predação. que relatam tais alterações.
Carcinicultura – custos e danos ao meio ambiente
• Bloqueio do fluxo das marés por obras de engenharia para construção de diques, comportas
e viveiros, matando vegetação e fauna associada, sobretudo caranguejos e moluscos, e
alterando a dinâmica de produção, distribuição e exportação de nutrientes; interferência na
produtividade primária (início da cadeia alimentar) do ecossistema; morte de organismos
que dependem das oscilações diárias da maré, como caranguejos e moluscos, refletindo na
perda de habitat.
• Contaminação da água por efluentes dos viveiros, com conseqüente morte de peixes e
caranguejos, riscos de contaminação do lençol freático e alterações na qualidade da água
para consumo humano.
• Salinização das reservas subterrâneas por extensas áreas de viveiros de camarão instalados
sobre áreas de recarga do aqüífero, com conseqüente salinização de poços e cacimbas
Carcinicultura – custos e danos ao meio ambiente
• Impermeabilização do solo associado ao ecossistema manguezal, ao carnaubal e à mata ciliar (às
margens dos rios), tendo como conseqüência a supressão de áreas destinadas à recarga dos
aqüíferos; extinção de fontes de água doce; soterramento de riachos associados à mata ciliar e ao
carnaubal; eliminação de vários habitates; artificialização da paisagem associada e bloqueio das
zonas de transição (corredores ecológicos).
• Erosão dos taludes (edificações para contenção das piscinas), diques e canais de abastecimento e
deságüe pela precariedade das obras de engenharia e características técnicas dos materiais de
construção, com assoreamento do manguezal e soterramento do apicum; artificialização do solo de
mangue e de áreas destinadas à regeneração da vegetação.
• Por falta de bacias de sedimentação (equipamento para tratamento da água antes dela ser liberada
novamente para os rios) na maior parte dos empreendimentos, efluentes potencialmente danosos
são lançados diretamente nos sistemas estuarinos, fluviais e lacustres, contaminando os recursos
hídricos superficiais e subterrâneos e prejudicando os organismos do ecossistema.
• Inexistência de manejo ou ações de recuperação das áreas degradadas e a não definição dos
Carcinicultura – custos e danos ao meio ambiente
Os produtos químicos mais utilizados nas atividades de produção de camarão em cativeiro são cloro,
calcário, uréia, silicato e superfosfato. Sua função é controlar as propriedades químicas da água e do
solo (pH, alcalinidade, material em suspensão, salinidade). Constatou-se também a utilização de
metabissulfito de sódio (Na2S2O5) durante a etapa de despesca. Trata-se de um composto oxidante
que, ao ser lançado no ambiente, diminui a concentração de oxigênio dissolvido, podendo provocar a
morte de organismos aquáticos. Após ser lançado na água também libera o gás dióxido de enxofre (SO 2).
• O SO2 é um gás irritante, cujos efeitos devem-se à formação de ácido sulfúrico e ácido sulfuroso ao
contato com as mucosas umedecidas, em conseqüência de sua rápida combinação com água, quando
ocorre reação de oxidação.
• Logo após a absorção, ele é distribuído prontamente pelo organismo, atingindo os tecidos e o cérebro.
• O resultado é uma irritação intensa da conjuntiva e das mucosas das vias aéreas superiores,
ocasionando dificuldade para respirar (dispnéia), desconforto, extremidades arroxeadas (cianose),
rapidamente seguidas por distúrbio da consciência. A morte pode resultar do espasmo reflexo da
laringe, edema de glote, com conseqüente privação do fluxo de ar para os pulmões, congestão da
pequena circulação (pulmões), surgindo edema pulmonar e choque.
Carcinicultura – custos e danos ao meio ambiente
GEOLOGICAMENTE:
• Desenvolvimento urbano:
serviços públicos básicos
estradas
centros bancários
telecomunicações
instituições de ensino
• No entanto, os índices econômicos divulgados pelos produtores, vem sendo associado à destruição
de um dos ecossistemas mais complexos do planeta, o manguezal, além de atingir mata ciliar e
carnaubais e causar danos cumulativos às bacias hidrográficas onde se inserem.
• Apesar do empreendimento citado neste trabalho estar de acordo com o termo de referência
exigido pelo órgão ambiental e em seu Relatório afirmar uma série de comprometimento com o
meio ambiente sabemos que a atividade da carcinicultura é potencialmente impactante,
principalmente em sua fase de instalação, quando se faz necessário uma grande movimentação de
terra e desmatamento de uma extensa área para a implantação de viveiros além das maiores
agressões que são causadas na fase de operação que são o lançamento de efluentes não tratados
no rios.
• Da perspectiva ambiental vemos que a carcinicultura, ao atingir o meio ambiente, ameaça por
outro lado a fonte de sobrevivência e a cultura de outras tantas pessoas que habitam
tradicionalmente as regiões de mangue, em especial, pescadores, caçadores, marisqueiros e
pequenos agricultores.
INTENSIFICAR BENEFÍCIOS X MITIGAR MALEFÍCIOS:
POSSÍVEIS SOLUÇÕES