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Brasília
2019
TIAGO DOS SANTOS NASCIMENTO
Brasília
2019
TIAGO DOS SANTOS NASCIMENTO
BANCA AVALIADORA
_________________________________________________________
Professor(a) Orientador(a)
__________________________________________________________
Professor(a) Avaliador(a)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................1
2. DIREITOS HUMANOS DOS PACIENTES NOS CUIDADOS EM SAÚDE:
ANÁLISE DO REFERENCIAL TEÓRICO INTERNACIONAL......................................3
3. DIREITOS HUMANOS DE MULHERES NOS CUIDADOS EM SAÚDE...................8
3.1 A questão do gênero no processo terapêutico.......................................................................8
3.2 Direitos humanos dos pacientes (DHP) aplicados às
mulheres.............................................9
4. CASO ALINE PIMENTEL: A VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS DE
MULHERES NOS CUIDADOS EM
SAÚDE.......................................................................12
5. CONSIDERAÇÕES
FINAIS..............................................................................................17
REFERÊNCIAS......................................................................................................................18
1
RESUMO
O objetivo deste estudo é analisar os direitos humanos dos pacientes (DHP) a partir
do referencial internacional no que diz respeito à mulher submetida aos cuidados em saúde.
Para tanto, o marco teórico será feito com base nas pesquisas devolvidas por Ezer e Cohen2 e
por Albuquerque3, a fim de construir um arcabouço teórico para a análise dos DHP voltado à
paciente. Para ilustrar a aplicação de tais direitos, o caso Alyne Pimentel será examinado
como caso paradigma de violação de direitos humanos dos pacientes (DHP) nos cuidados em
saúde. Por fim, algumas considerações serão feitas com a finalidade de desenvolver ainda
mais o tema estudado.
1. INTRODUÇÃO
como as pesquisas desenvolvidas por Ezer e Cohen4 e por Albuquerque5, a fim de construir
um campo teórico para analisar tal referencial internacional em relação às mulheres. Para
ilustrar a aplicação do referencial do DHP à paciente, o caso Alyne Pimentel será abordado no
estudo, em virtude de sua importância em relação aos direitos das mulheres, uma vez que foi a
primeira denúncia contra o Brasil sobre a mortalidade materna recebida pelo Comitê para a
Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher da Organização Mundial
das Nações Unidas.
4
COHEN, J.; e EZER, T. Human rights in patient care: a theoretical and practical framework. Health and
Human Rights Journal. Disponível em: https://www.hhrjournal.org/2013/12/human-rights-in-patient-care-a-
theoretical-and-practical-framework/. Acesso em: 25 mar. 2017.
5
ALBUQUERQUE, A. Direitos Humanos dos Pacientes. Curitiba: Juruá, 2016.
3
6
COHEN, J.; e EZER, T. Human rights in patient care: a theoretical and practical framework. Health and
Human Rights Journal. Disponível em: https://www.hhrjournal.org/2013/12/human-rights-in-patient-care-a-
theoretical-and-practical-framework/. Acesso em: 25 mar. 2017.
7
ALBUQUERQUE, A. Direitos Humanos dos Pacientes. Curitiba: Juruá, 2016.
8
_____________. Direitos Humanos dos Pacientes. Curitiba: Juruá, 2016.
9
_____________. A segurança do paciente à luz do referencial dos direitos humanos. Patient safety in light of
the human rights framework. R. Dir. sanit., São Paulo v.17 n.2, p. 117-137, jul./out. 2016.
10
CIDH apud ALBUQUERQUE, A. A segurança do paciente à luz do referencial dos direitos humanos. Patient
safety in light of the human rights framework. R. Dir. sanit., São Paulo v.17 n.2, p. 117-137, jul./out. 2016
11
OMS apud MENDES, W.. Taxonomia em segurança do paciente. In: SOUSA, Paulo; MENDES, Walter
(Orgs.). Segurança do paciente: Conhecendo os riscos nas organizações de saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz,
2013 p. 60-61.
4
Então, o direito à vida desdobra-se na segurança que todo o paciente deve ter
enquanto submetido aos tratamentos na esfera da saúde, pois a aplicação de procedimentos
inseguros pode levar o paciente a morte12.
Do mesmo modo, vincula-se ao direito à vida à qualidade dos procedimentos
terapêuticos nos cuidados em saúde. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), a
definição da qualidade de tais processos está assentada sob a perspectiva de seis aspectos,
conforme a seguir:
Efetividade, segundo a qual os cuidados em saúde são baseados em evidências
científicas de modo a proporcionar os melhores resultados para o indivíduo e a comunidade;
Eficiência, de forma a maximizar o uso dos recursos e evitar o desperdício na esfera da saúde;
Acessibilidade, ofertando os procedimentos médicos em locais razoavelmente próximos das
comunidades, localizados de maneira estratégica, fornecendo recursos adequados aos
pacientes; Centralidade no paciente, prestando serviços em saúde que tenham como norte a
preferências e desejos dos pacientes; Equidade, não devendo os cuidados em saúde variar em
razão do sexo, cor, orientação sexual, gênero, etnia e outras características pessoais ou pelo
critério socioeconômico; segurança, ofertando tratamentos terapêuticos em saúde que
minimizem os riscos de dano ao paciente13.
Seguindo a linha dos direitos do paciente, o segundo a ser abordado no estudo é o
direito a não ser submetido a tratamentos desumanos ou degradantes. Sob essa visão, a
finalidade do direito é a de proteger as pessoas de atos atentatórios contra a sua dignidade
humana, integridade física ou mental14.
Em relação à esfera da saúde, a definição de tratamento desumano ou degradante
possui certas peculiares, pois consiste na “mais grave violação do direito humano do paciente
à integridade e dignidade, pressupõe uma situação de impotência, em que a vítima está sob o
controle total de outra pessoa”15.
12
ALBUQUERQUE, A. A segurança do paciente à luz do referencial dos direitos humanos. Patient safety in
light of the human rights framework. R. Dir. sanit., São Paulo v.17 n.2, p. 117-137, jul./out. 2016.
13
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Quality of care: A process for making strategic choices in health
systems. WHO: Geneva, 2006, p. 9-10.
14
CIDH. Observación general n. 20. Artículo 7 – Prohibición de la tortura u otros tratos o penas crueles,
inhumanos o degradantes. Disponível em:
<http://www.acnur.org/t3/fileadmin/Documentos/BDL/2001/1399.pdf?view=1> Acesso: 10 mar. 2017.
15
A/63/175, para. 50 apud UNITED NATIONS. General Assembly. Report of the Special Rapporteur on torture
and other cruel, inhuman or degradign treatment or punishment, Juan E. Méndez. Disponível em:
http://www.ohchr.org/Documents/HRBodies/HRCouncil/RegularSession/Session22/
A.HRC.22.53_English.pdf. Acesso em: 10 mar. 2017.
5
geral, espera que a comunicação feita acerca de seu estado seja confidencial no âmbito dos
cuidados em saúde23.
O próximo a ser abordado no estudo é o direito de liberdade e segurança pessoais,
com base no referencial teórico do DHP. Assim, a liberdade está relacionada à ausência de
confinamento físico; não a liberdade geral de ação, já a segurança da pessoa se assenta na
proteção contra lesões físicas ou psicológicas para garantir a integridade do sujeito24.
Nos cuidados em saúde, a discussão em relação à liberdade e segurança pessoal é
mais voltada ao paciente portador de doença mental, submetido retenção involuntária, por isso
a abordagem será acerca dos aspectos inerentes a tal sujeito.
Desse modo, a detenção do paciente com deficiência mental, por ordem judicial ou
decisão de tutor, deve ser guiado pelos seguintes parâmetros: a) o transtorno mental deve estar
baseado em perícia médica objetiva; b) o grau de desordem mental deve ser de tal forma a
justificar a medida; c) a retenção deve se pendurar enquanto durar a gravidade do transtorno;
d) o paciente portador de doença mental deve ser encaminhado ao estabelecimento
apropriado, autorizado a tal finalidade25.
O próximo passo no estudo é discutir aspectos do direito à informação dos pacientes.
Nesse sentido, tal direito é fundamental para preservação do regime democrático, em que
todas as pessoas têm o direito de receber informações relativas à sua pessoa e seus bens de
forma clara e sem custos26.
Trazendo tal entendimento para os cuidados em saúde, é possível afirmar que o
acesso à informação é indispensável, uma vez que o consentimento do paciente é fundamental
no momento de escolha do procedimento terapêutico adequado, razão pela qual é a
compreensão pelo paciente das diversas opções de tratamento disponibilizados durante a fase
hospitalar27.
23
VALERIE, P. Confidentiality, privacy and security of health information: Balancing interests. Biomedical and
Health Information Sciences. University of Illinois at Chicago. 2014.
24
HRC. General comment n. 35. Article 9: Liberty and security of person. Disponível em:
http://tbinternet.ohchr.org/_layouts/treatybodyexternal/Download.aspx?symbolno=CCPR%2fC%2fGC
%2f35&Lang=en. Acesso em: 11 mar. 2017, p. 1.
25
MACOVEI, M. The right to liberty and security of the person. A guide to the implementation of Article 5 of
the European Convention on Human Rights. Human rights handbooks, No. 5, 2002.
26
CIDH. El Derecho de Acesso a la Información en la Marco Jurídico Interamericano. Disponível em:
http://www.oas.org/es/cidh/expresion/docs/publicaciones/acceso%20a%20la%20informacion%20final%20con
%20portada.pdf. Acesso em: 11 mar. 2017
27
B.M., Dickens; R.J, Cook apud CIDH. Acesso a la Información em Materia Reproductiva desde uma
Perspectiva de Derechos Humanos. Disponível em: mujeresaccesoinformacionmateriareproductiva.pdf.
Acesso: 11 mar. 2017, p. 14.
7
28
CIDH. Acesso a la Información em Materia Reproductiva desde uma Perspectiva de Derechos Humanos.
Disponível em: mujeresaccesoinformacionmateriareproductiva.pdf. Acesso: 11 mar. 2017.
29
_________. Humanos. Acesso a la Información em Materia Reproductiva desde uma Perspectiva de Derechos
Humanos. Disponível em: mujeresaccesoinformacionmateriareproductiva.pdf. Acesso: 11 mar. 2017.
30
__________. Observación General n. 18. No discriminación. Disponível em:
http://www.villaverde.com.ar/es/assets/investigacion/Discriminacin/og-18-cdh-discriminacion.pdf. Acesso em:
11 mar. 2017.
31
HUNT, P. Report to the Comissiono on Human Rights. (Main focus: Definitión of the human right to health).
Disponível em: https://documents-dds-ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/G03/109/79/PDF/G0310979.pdf?
OpenElement. Acesso em: 11 mar. 2017, p. 15.
32
__________. Report to the Comissiono on Human Rights. (Main focus: Definitión of the human right to
health). Disponível em: https://documents-dds-ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/G03/109/79/PDF/G0310979.pdf?
OpenElement. Acesso em: 11 mar. 2017, p. 16.
33
OMS. Mulheres e saúde: evidências de hoje, agenda de amanhã. Disponível em:
https://www.who.int/eportuguese/publications/Mulheres_Saude.pdf. Acesso em: 21 ago. 2019, p. 3
8
Diante dos direitos dos pacientes expostos, importa ressaltar aqueles que dizem
respeito à paciente mulher, pois ela é mais vulnerável no curso dos cuidados em saúde,
sofrendo, inclusive, mais violações de direitos humanos quando submetida a tratamentos
terapêuticos, em especial, aos relacionados à saúde sexual e reprodutiva35.
51
CIDH. Acesso a la Información em Materia Reproductiva desde uma Perspectiva de Derechos Humanos.
Disponível em: https://www.cidh.oas.org/pdf%20files/mujeresaccesoinformacionmateriareproductiva.pdf.
Acesso: 11 mar. 2017.
52
HUNT, P. Report to the Comissiono on Human Rights. (Main focus: Definitión of the human right to health).
Disponível em: https://documents-dds-ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/G03/109/79/PDF/G0310979.pdf?
OpenElement. Acesso em: 11 mar. 2017, p. 15.
53
FULLER, A.; CABRERA, O.; DUGER, A. Health and Human Rights Resource Guide. Disponível em:
https://www.hhrguide.org/2014/02/20/testing-page-1/. Acesso: 04 mar. 2017.
54
CIDH. Acesso a la Información em Materia Reproductiva desde uma Perspectiva de Derechos Humanos.
Disponível em: mujeresaccesoinformacionmateriareproductiva.pdf. Acesso: 11 mar. 2017.
55
CIDH. Observación General n. 18. No discriminación. Disponível em:
http://www.villaverde.com.ar/es/assets/investigacion/Discriminacin/og-18-cdh-discriminacion.pdf. Acesso em:
11 mar. 2017.
12
56
ALBUQUERQUE, A. S. O.; SCHIRMER, J. B. Caso Alyne Pimentel: uma análise à luz da abordagem
baseada em direitos humanos. Disponível em: http://revista.ibdh.org.br/index.php/ibdh/article/view/202.
Acesso em: 03 ago. 2019.
57
____________. Caso Alyne Pimentel: uma análise à luz da abordagem baseada em direitos humanos.
Disponível em: http://revista.ibdh.org.br/index.php/ibdh/article/view/202. Acesso em: 03 ago. 2019.
58
____________. Caso Alyne Pimentel: uma análise à luz da abordagem baseada em direitos humanos.
Disponível em: http://revista.ibdh.org.br/index.php/ibdh/article/view/202. Acesso em: 03 ago. 2019.
59
CEDAW. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
13
médicos da instituição aplicaram medicação nela para acelerar o parto, tendo Alyne Pimentel
dado à luz ao natimorto.
Em 14 de novembro de 2002, Alyne Pimentel passou por cirurgia para a retirada da
placenta, sendo que, após o procedimento, o estado de saúde dela piorou bastante,
apresentando sintomas, como hemorragia extrema, vômito, pressão baixa, incapacidade de
ingestão de alimentos e desorientação prolongada.
Em 15 de novembro de 2002, Alyne Pimentel apresentava ainda os mesmos
sintomas, não tendo alterado seu quadro de saúde. Em seguida, os médicos da Casa de Saúde
solicitaram a transferência de Alyne Pimentel para outra unidade 60. Assim, foi verificado que
somente o Hospital Geral Municipal Nova Iguaçu possuía leito disponível. Contudo, tal
instituição se recusou a usar sua única ambulância para buscar Alyne Pimentel61.
Alyne Pimentel aguardou por oito horas para ser transferida ao referido Hospital.
Após ser transferida, o estado de saúde dela se agravou, a pressão caiu para zero e ela teve
que ser ressuscitada pelos médicos62. A instituição de saúde instalou Alyne Pimentel em um
local improvisado no meio do corredor, porque não havia leito disponível63.
Os peticionários alegam que os médicos do hospital anterior não encaminharam os
prontuários médicos de Alyne Pimentel para o novo hospital.
Em 16 de novembro de 2002, Alyne Pimentel faleceu em razão de hemorragia
digestiva. Conforme as informações dos médicos, a hemorragia se deu como resultado do
parto do feto natimorto.
Em 11 de fevereiro de 2003, o marido de Alyne Pimentel ajuizou a ação de
indenização por danos morais e materiais contra a instituição Casa de Saúde64.
No caso Alyne Pimentel, os peticionários alegam que não foi prestado tratamento
médico adequado durante o parto, causando o falecimento de Alyne Pimentel, uma vez que a
principal razão da mortalidade materna é atraso na obtenção de cuidados obstétricos
emergenciais de qualidade.
Sustentam, ainda, que a morte seria evitada se Alyne Pimentel fosse submetida a
exames médicos adequados durante seu primeiro atendimento, pois, já na segunda consulta,
60
CEDAW. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
61
________. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
62
CEDAW. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
63
_______. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
64
_______. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
14
teria sido detectado a morte do feto e o parto seria induzido de imediato, evitando
complicações em seu estado de saúde e, em última instância, sua morte65.
Argumentam, também, que Alyne Pimentel deveria ser transferida para uma
instituição de saúde com melhores equipamentos para a realização de sua cirurgia, o que
evitaria o óbito dela.
Sendo assim, os peticionários alegam que houve falha na assistência em saúde
adequada; falta de coordenação entre o pré-natal e o parto; ausência de ambulância suficientes
para o transporte; não havia leitos disponíveis e os prontuários não foram encaminhados para
o outro hospital.
Além disso, os peticionários argumentam que não foram garantidos mecanismos
judiciais eficazes para proteção da saúde reprodutiva, demonstrando a falha do Estado
brasileiro em adotar medidas jurisdicionais de reparação à violação de direitos das mulheres,
tratadas de forma discriminatória no país.
Assim, essa falha do sistema judicial ocasionou efeitos devastadores para a família
de Alyne Pimentel, em especial, a sua filha, que foi abandonada pelo pai, vivendo, desde
então, em condições precárias com a avó materna.
Em relação ao caso Alyne Pimentel, o Comitê CEDAW66 decidiu que o Estado
brasileiro violou o direito à assistência médica adequada, o direito a ter serviços privados de
saúde monitorados e regulados pelo Estado, o direito da não discriminação contra as mulheres
e o direito de acesso aos mecanismos judiciais.
De acordo com o Comitê CEDAW67, a morte de Alyne Pimentel se deu em razão de
complicações obstétricas em relação à gravidez, cujos sintomas foram ignorados pelo médico
da instituição de saúde.
Além disso, os exames de urina e sangue foram realizados dois depois do primeiro
atendimento, como também a curetagem foi realizada após 14h da cirurgia, o que ocasionou
diretamente o falecimento do feto e de Alyne Pimentel.
A respeito da alegação de Casa de Saúde Nossa Senhora da Glória ser instituição
privada, o Comitê CEDAW68 considerou que o Estado brasileiro é responsável pela atuação
de tais estabelecimentos, devendo regulamentar e monitorar essas instituições.
65
_______. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
66
CEDAW. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
67
_______. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
68
_______. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
15
69
_______. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
70
CEDAW. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
71
_______. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
72
_______. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
73
_______. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
16
74
CEDAW. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
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Disponível em: https://www.cidh.oas.org/pdf%20files/mujeresaccesoinformacionmateriareproductiva.pdf
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78
CEDAW. Communication n. 17/2008. Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-
49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
17
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Disponível em: https://www.cidh.oas.org/pdf%20files/mujeresaccesoinformacionmateriareproductiva.pdf
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80
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49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago. 2019.
81
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OMS. Mulheres e saúde: evidências de hoje, agenda de amanhã. Disponível em:
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83
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