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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

FACULDADE DE DIREITO
DIREITO AMBIENTAL

Lucca Migliavacca – TIA 41829624

Professor Ricardo Pedro Guazzelli Rosario

Atividade 5

Objetivos:

- Discutir as responsabilidades e instrumentos envolvidos no Direito Ambiental sob esse


tema;

- Conhecer e debater Termos de Ajustamento de Conduta na esfera ambiental

Instruções:

Em continuidade com o estudo de Caso da SAMARCO iremos analisar um dos Termos


de Compromisso Provisório (TCP) assinados, seus fundamentos, consequências e o que
poderia ser feito de maneira consultiva.

O TCP (TAC) abaixo é apresentado em trechos para o exercício (o TCP na íntegra está
no Moodle).

Também está no Moodle um texto sobre Responsabilidade Civil por Dano Moral
Ambiental de autoria de José Augusto Delgado.

Esta atividade contem um caso prático com questões e ao final algumas questões da OAB.

Questionamentos

1 – No TCP (TAC) em questão qual foi o dano ambiental? Pode ser considerado que
houve dano moral ambiental?

R: O dano ambiental em questão foi o rompimento da barragem de rejeitos de mineração,


degradando o meio ambiental dos municípios do entorno. Especificamente ao dano
ambiental abordado no TCP, foi aquele causado à fauna local.
Podemos considerar que houve dano moral ambiental, na medida em que várias
comunidades locais tiveram suas cidades e casas destruídos e inundados pelos rejeitos da
barragem, e suas famílias deslocadas de seus locais de origem, sem contar as pessoas que
perderam a vida soterradas pelos rejeitos de mineração, causando imensurável dano
extrapatrimonial.

2- Os órgãos ambientais competentes não deveriam participar do Termo? Eles


poderiam/deveriam ter obrigações? Caso positivo quais?

R: Os órgãos ambientais competentes poderiam participar do Termo, tendo competência


concorrente a todos os entes públicos legitimados à propositura e ação civil pública,
inclusive o Ministério Público e os órgãos ambientais, com exceção das associações
(WOLFGANG; FENSTERSEIFER, 2021, p. 1.389), podendo, inclusive, concorrerem
com o poluidor para a penalização, na medida e quem são responsáveis pela fiscalização
da matéria ambiental em que são competentes, principalmente em caso de omissão, tendo
a qualidade de poluidores indiretos:

“Note-se que mesmo as pessoas jurídicas de direito público poderão ser


consideradas poluidoras, por atos comissivos ou omissivos. Assim,
quando explora diretamente uma atividade econômica, a exemplo do ramo
petrolífero, através de empresa estatal, a Administração Pública poderá
se enquadrar como poluidora direta.

Outrossim, a concessão de uma licença ambiental irregular por um órgão


ambiental que culmine em degradação ambiental, colocará o Poder
Público na condição de poluidor indireto” (AMADO, 2020, p. 255).

3 – Caso o TAC não seja cumprido ele pode ser considerado um título executivo
extrajudicial?

R: A natureza do TAC é de título executivo extrajudicial, conforme disciplina o Código


Florestal em seu art. 59, §3º, e na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, no art. 5º, § 6º, de
forma a oferecer a efetividade da tutela executiva à satisfação da compensação e
penalização ao dano ambiental, visto tratar-se de dano a direito difuso, de difícil reparação
e que, quase nunca, retornará ao status quo ante nativo.
“Por seu intermédio (do TAC), os órgãos públicos podem tomar o
compromisso de ajuste com o poluidor — comumente denominado de TAC
— com força de título executivo extrajudicial” (RODRIGUES, 2018, p.
496).

“É por isso que, tratando-se dos deveres ambientais — consubstanciados


em um fazer ou não fazer —,

impossível não lembrar do art. 536 do Código de Processo Civil, que,


como estudaremos, é hoje o sistema que mais vantagens oferece à
efetividade da tutela executiva” (RODRIGUES, 2018, p. 492).

4 – A SAMARCO poderia ter realizado algum tipo de due diligence para esse caso?
Como você a orientaria?

R: Claro, a SAMARCO poderia ter contratado um especialista para avaliar o estado das
barragens antes do rompimento, visto que já haviam suspeitas de danos estruturais, sendo
certo que o responsável haveria de elaborar um laudo atestando a seguridade ou não da
barragem, sob Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) se responsabilizando pela
análise e eventual omissão ou atecnicidade, concedendo maior segurança à SAMARCO
em suas atividades.

Além disso, no âmbito da auditoria, poderia realizar o mapeamento de riscos


complementares, estruturar programa de auditoria ambiental caso o risco de rompimento
se agravasse, com cronograma de inspeções periódicas e prestação de contas às
comunidades locais.
Proposta de Termo de Compromisso Preliminar
QUESTÕES DA OAB

Questão 1 (Questão do Exame da OAB/SP – 2016/FGV)

No curso de obra pública de construção de represa para fins de geração de energia


hidrelétrica em rio que corta dois estados da Federação, a associação privada Sorrio
propõe ação civil pública buscando a reconstituição do ambiente ao status quo anterior ao
do início da construção, por supostos danos ao meio ambiente. Considerando a hipótese,
assinale a afirmativa correta.

A) Caso a associação Sorrio abandone a ação, o Ministério Público ou outro


legitimado assumirá a titularidade ativa.

B) Caso haja inquérito civil público em curso, proposto pelo Ministério Público, a ação
civil pública será suspensa pelo prazo de até 1 (um) ano.

C) Como o bem público objeto da tutela judicial está localizado em mais de um estado da
federação, a legitimidade ativa exclusiva para propositura da ação civil pública é do
Ministério Público Federal.

D) Caso o pedido seja julgado improcedente por insuficiência de provas, não será possível
a propositura de nova demanda com o mesmo pedido.
Questão 2 (Questão do Exame da OAB/SP – 2012/FGV)

A respeito da responsabilidade administrativa federal por danos ambientais,


regulamentada pelo Decreto n. 6.514/08 e alterado pelo Decreto 6.686/08, assinale a
afirmativa correta.

A) A demolição de obra só poderá ser aplicada em edificações não residenciais e sua


execução deverá ocorrer às custas do infrator.

B) A demolição de obra é medida excepcional e só poderá ser aplicada em situações de


flagrante ilegalidade e em edificações com menos de dez anos.

C) A demolição de obra, em respeito ao direito fundamental à moradia, só poderá ser


aplicada em construções residenciais erguidas em unidades de conservação e outros
espaços ambientalmente protegidos e as custas para a sua realização correrão por conta
do infrator.

D) A demolição de obra ou construção com fins residenciais ou comerciais, em razão do


princípio da defesa do meio ambiente, dar-se-á nos casos em que a ausência da demolição
importa em iminente risco de agravamento do dano ambiental e as custas para sua
realização correrão por conta do infrator.

Questão 3 (Questão do Exame da OAB/SP – 2008/CESPE)

Assinale a opção correta em relação ao dano ambiental.

A) Sendo o meio ambiente um bem difuso, o dano ambiental também tem natureza
exclusivamente difusa, razão pela qual é vedado ao indivíduo — vítima direta de um dano
— reivindicar indenização a si próprio.

B) Quanto à extensão, o dano ambiental pode ser patrimonial, quando disser


respeito à perda material do bem ambiental, ou extrapatrimonial, quando ofender
valores imateriais, reduzindo o bem-estar do indivíduo ou da coletividade ou
atingindo o valor intrínseco do bem.

C) Dada a irreversibilidade do dano ambiental, a única forma de reparação contra esse


tipo de dano, na via judicial, é a indenização pecuniária, a qual deverá resultar em recursos
para a minimização dos impactos na área afetada pela atividade lesiva.

D) A responsabilidade civil por danos causados ao meio ambiente é de natureza objetiva,


sendo imprescindíveis, para sua caracterização, o elemento culpa e a comprovação do
indiscutível caráter lesivo da atividade desenvolvida pelo agente.
Questão 4 (Questão do Exame da OAB/SP – 2007/CESPE)

Com relação aos mecanismos de tutela administrativa do meio ambiente, assinale a


opção correta.

A) No exercício do poder de polícia administrativa, o órgão ambiental pode lavrar autos


de infração e aplicar multas apenas nos casos em que a conduta lesiva ao meio ambiente
estiver descrita em lei como crime ambiental.

B) No exercício do poder de polícia administrativa, o órgão ambiental poderá aplicar


sanções referentes a condutas lesivas ao meio ambiente, bastando que estas, em
consonância com o princípio da taxatividade, estejam expressa e previamente tipificadas
em portaria ou resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente.

C) A implantação de reserva legal florestal em imóvel rural gera, para o proprietário,


direito a indenização, em face da limitação ao potencial econômico do bem.

D) A fixação de um regime peculiar de fruição de um bem imóvel em área


merecedora de especial proteção, em razão de sua relevância ambiental, nem sempre
dependerá de desapropriação pelo poder público.

Questão 5(Questão do Exame da OAB/SP)

No curso de obra pública, a Administração Pública causa dano em local


compreendido por área de preservação permanente. Sobre o caso apresentado,
assinale a opção que indica de quem é a responsabilidade ambiental.

A) Em se tratando de área de preservação permanente, que legalmente é de domínio


público, o ente só responde pelos danos ambientais nos casos de atuação com dolo ou
culpa grave.

B) Em se tratando de área de preservação permanente, a Administração Pública


responderá de forma objetiva pelos danos causados ao meio ambiente,
independentemente das responsabilidades administrativa e penal.

C) Em se tratando de dano ambiental com área de preservação permanente, a


Administração Pública não tem responsabilidade, sob pena de confusão, recaindo sobre
o agente público causador do dano, independentemente das responsabilidades
administrativa e penal.

D) Trata-se de caso de responsabilidade subjetiva solidária de todos aqueles que


contribuíram para a prática do dano, inclusive do agente público que determinou a prática
do ato.

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