Você está na página 1de 4

Aluno: Pedro José de Freitas Dutra

Matrícula: 202027020
Professor: Vicente Paulo dos Santos Pinto

Atividade sobre justiça ambiental e conflitos ambientais (Mineradora Braskem e


Grupo Samarco)

A controvérsia que envolve a mineradora Braskem e o terremoto ocorrido em


Maceió, no ano de 2018, é um exemplo emblemático de um conflito socioambiental
complexo e impactante. Nessa análise, abordaremos os elementos solicitados para
uma compreensão mais aprofundada do caso.

A) Temática central do conflito socioambiental:


O cerne deste conflito reside na atividade de extração de sal-gema pela empresa
multinacional Braskem na região de Maceió, no estado de Alagoas. A extração
inadequada e insustentável de sal-gema no subsolo provocou a subsidência do solo,
que, por sua vez, resultou na ocorrência de terremotos e danos a residências e
infraestruturas locais.

B) Atores envolvidos:
Os principais atores nesse contexto incluem a própria Braskem, empresas e órgãos
reguladores do setor de mineração, o governo local, comunidades afetadas,
organizações não governamentais, instituições de pesquisa e a população em geral.

C) Localização:
O conflito teve como palco a região de Maceió, situada no estado de Alagoas, no
nordeste do Brasil.

D) Classificação para o conflito:


Podemos classificar esse conflito como uma interseção entre "Atividades Industriais"
(mineração) e "Uso e ocupação do solo" (subsolo), dado o impacto da extração de
sal-gema realizada pela Braskem na região.

E) Atividades/processos geradores de conflito ambiental:


As atividades que geraram o conflito ambiental incluíram a extração insustentável de
sal-gema pela Braskem, que levou à subsidência do solo, juntamente com a
disposição inadequada de resíduos provenientes da mineração, contribuindo para o
afundamento do solo e a subsequente ocorrência de terremotos.

F) Descrição do caso:
- População afetada: Milhares de moradores de Maceió sofreram impactos
significativos, com muitas famílias sendo deslocadas de suas residências devido a
danos estruturais. Além disso, a contaminação do solo e da água afetou a saúde e a
qualidade de vida da população local.

- Ecossistema afetado: A subsidência do solo e a contaminação dos recursos


hídricos tiveram impactos adversos no ecossistema local, resultando na degradação
do solo e na contaminação de aquíferos.

- Área atingida: A área afetada abrangeu várias comunidades na região de Maceió,


englobando uma extensa área urbana.

- Histórico do caso: A extração de sal-gema na região já se estendia por décadas,


acumulando problemas ambientais ao longo do tempo. Os primeiros sinais de
subsidência do solo e danos estruturais em edifícios remontam à década de 1980.
Entretanto, o terremoto de maior magnitude ocorreu em março de 2018, chamando a
atenção da mídia e das autoridades. Isso desencadeou investigações que revelaram
a conexão direta entre a atividade da Braskem e os terremotos e afundamento do
solo na região.

Esse conflito socioambiental em Maceió destaca os riscos inerentes a atividades


industriais insustentáveis e sublinha a importância de regulamentações rigorosas e
fiscalização eficaz para prevenir danos ao meio ambiente e à população local. A
Braskem enfrentou desafios legais e a necessidade de compensar as vítimas, ao
mesmo tempo que a região de Maceió enfrentou obstáculos na reabilitação
ambiental e recuperação de infraestrutura danificada.

A controvérsia envolvendo a Samarco e as consequências do rompimento da


barragem do Rio Doce representam um exemplo marcante de um conflito
socioambiental no Brasil. Vamos examinar os elementos requisitados:
a) Temática central do conflito socioambiental:
O cerne desta controvérsia reside no rompimento da barragem de rejeitos de
mineração da Samarco, que resultou na liberação maciça de lama e resíduos tóxicos
no Rio Doce, ocasionando devastadores impactos ambientais e prejudicando as
comunidades situadas ao longo do rio.

b) Atores envolvidos:
Os principais atores nesse contexto abarcam a Samarco (uma joint venture entre a
Vale e a BHP Billiton), órgãos reguladores do setor de mineração, o governo local,
as comunidades afetadas, populações indígenas e nativas, organizações não
governamentais e instituições de pesquisa.

c) Localização:
O conflito desenrolou-se ao longo do Rio Doce, uma importante via fluvial que
atravessa os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, no sudeste do Brasil.

d) Classificação para o conflito:


Este litígio pode ser categorizado como "Atividades Industriais" (mineração) e
"Recursos Hídricos" em virtude do rompimento da barragem e da subsequente
contaminação dos recursos hídricos.

e) Atividades/processos geradores de conflito ambiental:


As atividades geradoras de conflito ambiental compreenderam o rompimento da
barragem de rejeitos de mineração da Samarco, que resultou na liberação de uma
quantidade expressiva de lama tóxica no Rio Doce. Tal evento gerou a poluição da
água, a destruição de ecossistemas aquáticos e impactos relevantes nas
comunidades que dependiam do rio.

f) Descrição do caso:
- População afetada: As populações impactadas abrangem comunidades situadas
ao longo do Rio Doce, as quais tinham no rio sua fonte de subsistência, incluindo
atividades como pesca e agricultura. Além disso, populações indígenas e povos
originários que residiam nas proximidades do rio também sofreram impactos
significativos.

- Ecossistema afetado: O desastre ocasionado pelo rompimento da barragem afetou


severamente os ecossistemas aquáticos e terrestres ao longo do Rio Doce. A lama
tóxica resultou na morte de peixes e outras formas de vida aquática, causando a
degradação da biodiversidade do rio.

- Área atingida: Os impactos se estenderam ao longo do curso do Rio Doce,


afetando diversas cidades e comunidades ao longo de sua extensão.

- Histórico do caso: O rompimento da barragem de Fundão da Samarco ocorreu em


novembro de 2015 e foi considerado um dos maiores desastres ambientais na
história do Brasil. A lama de rejeitos de mineração percorreu centenas de
quilômetros ao longo do Rio Doce, resultando em devastação ambiental e afetando
comunidades ao longo de sua trajetória.

Este conflito socioambiental ilustra de forma contundente a necessidade de uma


gestão responsável de resíduos e de uma regulamentação eficaz da indústria de
mineração. A Samarco enfrentou ações legais e a obrigação de compensar as
vítimas, enquanto as comunidades afetadas continuam a enfrentar os desafios de
recuperação e reabilitação ambiental. As populações indígenas e os povos
originários também foram afetados, ressaltando a importância do respeito aos
direitos dessas comunidades e da consideração de seus modos de vida e territórios.

A análise dos mapas de conflito relativos à Braskem e à Samarco evidencia o


impacto substancial das atividades industriais no meio ambiente e nas comunidades
locais. A emergência desses conflitos se relaciona intimamente com o processo de
ambientalização da sociedade, no qual a sensibilização sobre questões ambientais
assume crescente relevância. O combate ao racismo ambiental e a busca por justiça
ambiental desempenham papéis cruciais nesses casos, uma vez que as
comunidades afetadas frequentemente pertencem a grupos em situação de
vulnerabilidade socioeconômica e étnico-racial. Esses conflitos sublinham a
necessidade de regulamentações mais rigorosas e a importância dos movimentos
ambientalistas na promoção da equidade e na salvaguarda do meio ambiente.

Você também pode gostar