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Faculdade de ciências agrárias

Licenciatura em Engenharia em Desenvolvimento Rural


Cadeira: Gestão Ambiental
IV Ano, Iº Semestre

MEIO URBANO E AS CHEIAS


(impactos e medidas de mitigação)

Discentes:

Docente:

Maio de 2023
INTRODUÇÃO

Os desastres induzidos por processos naturais extremos revelam a tendência para


predomínio dos de origem hidroclimática, como as cheias e as tempestades (Munich-Re,
2005, European Environmental Agency, 2003). Os desastres provocados por cheias têm
vindo a aumentar, como consequência do incremento da expansão urbana em planícies
aluviais e das áreas impermeabilizadas, da artificialização dos canais de escoamento dos
rios, dos sistemas deficientes de drenagens de águas pluviais nos meios urbanos e da
falta de limpeza, desobstrução e desassoreamento dos rios. As cheias rápidas em
pequenas bacias pela dificuldade de gestão do pico de cheia e pela capacidade
destruidora, são, actualmente, uma das maiores preocupações das populações e das
entidades públicas responsáveis pela sua gestão (Montz, 2000; Coelho et al., 2004;
Coelho et al., 2006; Paiva & Silva, 2005; Marafuz, 2011; Santos et al., 2013) Os picos
de cheia são processos recorrentes, característicos das bacias hidrográficas em resultado
da precipitação e da morfometria das bacias; são tanto maiores quanto mais intenso e
concentrado for o episódio chuvoso.
A urbanização é um fenómeno mundial caracterizado pela concentração cada vez mais
densa da população em aglomerações urbanas.
Os prejuízos das cheias urbanas atingem principalmente a população de baixa renda que
se aloja em áreas propensas a inundações, já que as mesmas são comercialmente mais
baratas e desinteressantes para a iniciativa privada, ou em outra situação, são de
propriedade do poder público e acabam por ser invadidas.
A falsa ideia de que a solução dos problemas de inundação está na rápida evacuação das
águas pluviais, traz consigo problemas de transferência das cheias para jusante. Dentre
as soluções para evacuação dos volumes pluviais, o revestimento de canais vem
aumentar a velocidade de escoamento, bem como ocasionar o aumento e o
adiantamento das vazões de pico. As estruturas hidráulicas construídas passam a
apresentar problemas de insuficiência, o que vem acarretando o aumento progressivo da
incidência de eventos de inundação (Baptista et al., 1998).

Objectivo Geral:

Avalisar os impactos das cheias no meio urbano e propor medidas de mitigação para
reduzir os danos e promover a resiliência das áreas urbanas afectadas.

Objectivos Específicos:
 Identificar os principais factores que contribuem para as cheias urbanas, como o
uso inadequado do solo, a impermeabilização das áreas urbanas, a falta de
drenagem adequada e as mudanças climáticas.
 Apresentar os impactos das cheias nas áreas urbanas, incluindo danos materiais,
riscos à saúde pública, interrupção de serviços essenciais e deslocamento
populacional.
 Apresentar as medidas de mitigação existentes, como sistemas de drenagem
urbana sustentável, planejamento urbano resiliente, políticas de gestão de riscos
e envolvimento comunitário.
 Propor recomendações específicas para melhorar a gestão de cheias no meio
urbano, considerando a sustentabilidade ambiental, a justiça social e a
participação comunitária.

Relevância do Estudo do Tema


O estudo da gestão de cheias em áreas urbanas é de grande relevância, considerando
que as cidades estão cada vez mais vulneráveis a eventos extremos devido ao
crescimento populacional, urbanização acelerada e mudanças climáticas. A
implementação de medidas adequadas de gestão de cheias, que levem em conta a
sustentabilidade ambiental, a justiça social e a participação comunitária, é essencial para
proteger vidas, reduzir danos e promover a resiliência urbana.
REVISÃO LITERÁRIA

As enchentes são fenómenos naturais, mas podem ser intensificadas pelas práticas
humanas no espaço das cidades. O problema das enchentes passou a ser algo comum na
vida das populações de algumas cidades.

Os problemas ambientais urbanos estão relacionados à actuação do homem sobre o


meio ambiente urbano, em especial no desenvolvimento das actividades produtivas.
Nesse contexto, destacam-se problemas tipicamente ligados ao contexto das cidades,
como a poluição, a ilha de calor, a inversão térmica, a chuva ácida, além da
intensificação de fenómenos como as enchentes e os deslizamentos de terra. A lista
abaixo apresenta os principais problemas ambientais urbanos.
Causas das cheias
Para fins didácticos, divide-se a ocorrência das cheias em dois tipos de causas
principais: as naturais e as antrópicas, pois esta se falando de um fenómeno comum na
natureza, mas que é intensificado pela acção humana.
Causas naturais das cheias
Em geral, os rios perenes, isto é, aqueles que nunca secam durante o ano – costumam ter
dois tipos de leito: um menor e principal, por onde a água corre durante a maior parte do
tempo, e um maior e complementar, que é inundado apenas em períodos de cheias. Essa
manifestação é mais comum em áreas planas, também chamadas de planícies de
inundação.
Causas antrópicas das enchentes
A interferência humana sobre os cursos de água, provocando enchentes e inundações,
ocorre das mais diversas formas. Em casos extremos, porém menos comuns, tais
situações podem estar relacionadas com rompimentos de diques e barragens, o que pode
causar sérios danos à sociedade. Mas, quase sempre, essa questão está ligada ao mau
uso do espaço urbano.
Um problema que parece não ter uma solução rápida é o elevado índice de poluição,
causado tanto pela ausência de consciência por parte da população quanto por sistemas
ineficientes de colecta de lixo ou de distribuição de lixeiras pela cidade. Além do mais,
há problemas causados pela poluição gerada por empresas e outros órgãos. Com isso,
ocorre o entupimento dos bueiros, que seriam responsáveis por conter parte da água que
eleva o nível dos rios. Além disso, o lixo gerado é levado pelas enxurradas e contribui
ainda mais para elevar o volume das águas.
A ocorrência de cheias nas cidades também pode estar relacionada com problemas nos
sistemas de drenagem. Às vezes, não há bueiros ou outras construções que seriam
responsáveis pela contenção ou desvio da água que corre para os rios, provocando a
cheia deles. Além disso, somente a construção de bueiros e sistemas de drenagem pode
não ser suficiente, isso porque as demais acções antrópicas podem elevar gradualmente
a vazão das enxurradas ao longo dos anos, fazendo com que as drenagens existentes não
consigam atender toda a demanda.

Controle de cheias urbanas


Em termos gerais, verifica-se aumento das vazões máximas devido ao aumento da
capacidade de escoamento através de condutos e canais e impermeabilização das
superfícies à medida que a cidade se urbaniza. Ocorrem ainda aumentos de produção de
resíduos sólidos, bem como de sedimentos, o último devido à desprotecção das
superfícies; e à deterioração da qualidade da água, devido à lavagem das ruas, ao
transporte de material sólido e às ligações clandestinas de esgotos (TUCCI, 2008).
A urbanização muda não só a paisagem como também toda a dinâmica hidrológica da
bacia hidrográfica, modificando, inclusive, cursos hídricos em função de obras de
engenharia.
Efeito da urbanização sobre o escoamento superficial
As enchentes provocadas pela urbanização se devem a diversos factores, dentre os quais
destacamos o excessivo parcelamento do solo, com a consequente impermeabilização
de grandes superfícies; a ocupação de áreas ribeirinhas, tais como várzeas, áreas de
inundação frequente e zonas alagadiças; a obstrução de canalizações por detritos e por
sedimentos; e também as obras de drenagem inadequadas.
O problema dos mananciais
Desde a captação nos mananciais até o consumo humano, a água passa por muitos
caminhos e processos. Devido às cheias e ao contacto com o solo, notadamente nas
localidades rurais, o transporte de sedimentos nesse trajecto traz consigo uma carga de
poluentes agregados. A associação de poluentes tóxicos com materiais finos produz
redução da qualidade da água. Da mesma forma, os depósitos de sedimentos, associados
com esgoto sanitários, oriundos de interligações clandestinas aos sistemas pluviais são
fontes de degradação anaeróbia que se formam na rede de escoamento. A lavagem de
solo impermeabilizado resulta na dispersão ou dissolução de resíduos urbanos
(domésticos e/ou industriais) na água drenada, tornando-se fonte de contaminação de
mananciais superficiais situados em áreas urbanizadas. Além da contaminação, os
mananciais sofrem impactos físicos, oriundos de processos de ocupação desordenada da
bacia, favorecidos por diversos factores, dentre os quais se destacam o panejamento
urbano inadequado e o controle de ocupação ineficiente. Tais impactos afectam
principalmente os mananciais superficiais, e são agravados pela falta de tratamento de
esgotos e pela poluição difusa rural na área da bacia. Já nos mananciais subterrâneos,
pode ocorrer contaminação e perda de áreas de recarga. Nos reservatórios urbanos, pode
ocorrer eutrofização, contaminação e redução da disponibilidade de água devido à
qualidade.
Inundações e políticas de controlo de drenagem

De uma forma geral, as inundações são fenómenos que ocorrem periodicamente nos
cursos d’água, devido a chuvas de magnitude elevada. A inundação ribeirinha é um
processo natural resultado do aumento da vazão dos rios durante os períodos secos e
chuvosos. As inundações podem ser ampliadas ou terem maiores efeitos em função da
acção do homem. As enchentes em áreas urbanas podem ser decorrentes de chuvas
intensas de largo período de retorno; ou devidas a transbordamentos de cursos d’água
provocados por mudanças no equilíbrio no ciclo hidrológico em regiões a montante das
áreas urbanas; ou ainda, devidas à própria urbanização. Tendo em vista que a
urbanização provoca aumento das vazões devido à canalização e à impermeabilização,
em relação à drenagem urbana, o escoamento, em áreas urbanizadas, pode se tornar um
grande indutor de inundação e erosão, se relacionado a áreas declivosas com ocupação
humana, tendo em vista que a urbanização provoca aumento das vazões devido à
canalização e à redução das taxas de infiltração (devido à impermeabilização e ao
desmatamento). A canalização de córregos sem a devida análise de impactos à jusante
pode levar a problemas com inundações, transferindo sua ocorrência de um ponto a
outro.

Em relação aos impactos das cheias, é preciso considerar os seguintes aspectos:


 Bacias de pequeno porte, onde se concentra a área impermeabilizada;
 Aumento do pico e antecipação da ocorrência;
 Aumento do volume do escoamento superficial;
 Diminuição da evaporação e da recarga subterrânea;
 Aumento da poluição de origem pluvial;
 Aumento da produção de sedimentos.
A política de controle da drenagem usualmente empregada (“a melhor drenagem é a que
escoa o mais rapidamente possível a precipitação”) baseia-se na canalização do
escoamento, apenas transferindo para jusante as inundações. A população perde duas
vezes: custo mais alto na implantação de tais sistemas, pois canais e condutos podem
produzir custos 10 vezes maiores que o controle na fonte; e maiores inundações, pois a
canalização aumenta os picos para jusante.

Planeamento do sistema de drenagem


O planeamento dos sistemas que atendem a população urbana passa por várias esferas
do conhecimento, tendo ênfase nas políticas públicas e nos planos de desenvolvimento
urbano. Segundo Fontes (1999), o termo drenagem urbana é entendido, no seu sentido
mais amplo, “como o conjunto de medidas que têm por objectivo a minimização dos
riscos a que as populações estão sujeitas, diminuição dos prejuízos causados por
inundações e possibilidade de desenvolvimento urbano de forma harmónica, articulada
e sustentável”. Dessa forma, a drenagem urbana passa a ser parte integrante do
planeamento ambiental urbano, onde a cidade é vista como sistema e todos os factores
ambientais relevantes devem ser considerados em uma análise, sejam eles físicos,
económicos ou sociais (Souza Filho e Queiroz, 1998).
Com raras excepções, os sistemas de macro drenagem das cidades moçambicanas se
caracterizam pela incapacidade de permitirem, durante eventos chuvosos intensos, que
os deflúvios superficiais escoem livremente sem ocorrência de áreas de inundação.
Infelizmente, nota-se a existência de acentuado descompasso entre o
planeamento/ocupação da área urbana e a infra-estruturas de drenagem (Righetto e
Mattos, 1999).

A questão é que existe a necessidade de uma política de drenagem que aponte novas
soluções para os problemas do sector, e direccione as acções do Poder Público, de forma
a possibilitar um melhor desempenho dos sistemas existentes, além do planeamento de
novos projectos. O conjunto de acções necessárias inclui a melhoria do conhecimento
dos processos envolvidos em hidrologia urbana, a integração das questões de drenagem
e urbanismo, bem como o planeamento adequado da ocupação do espaço urbano
(Ramos et al., 1999).

Riscos de Cheias e Inundações


As cheias são fenómenos naturais temporários resultantes de eventos meteorológicos
extremos, que consistem em precipitações repentinas de elevada intensidade ou numa
precipitação moderada e persistente. Este aumento de precipitação tem como
consequência o aumento dos caudais de rios e ribeiras, provocando uma subida do nível
da água e o aumento da velocidade de escoamento. As cheias também podem ser
causadas por acção do homem como, por exemplo, a descarga de barragens. Todos estes
factores são causas para o transbordo do leito normal dos cursos de água e inundação
das margens e terrenos ribeirinhos. A perigosidade aliada às consequências existentes
para a saúde, actividade económica, património e ambiente definem o risco associado às
zonas inundáveis.

É muito importante prevenir e mitigar o efeito que as cheias podem ter, uma vez que
este fenómeno pode levar à perda de bens e de vidas, afectando de forma negativa a
população e a economia da região inundada.

Avaliação dos impactos da urbanização no sistema de drenagem

Diversos métodos e técnicas vêm sendo utilizados na determinação dos resultados das
alterações no escoamento superficial, decorrentes das modificações na cobertura do solo
de uma bacia hidrográfica.

Fendrich (1999) apresentou uma sequência de passos que aponta os dados e


procedimentos necessários na execução de um estudo de drenagem urbana.

Os métodos abordam desde a determinação das áreas impermeáveis até a simulação do


escoamento superficial em uma região de uma bacia urbanizada. A simulação da bacia
pode ser feita em nível da microbacia, quando envolve a microdrenagem, sendo
conhecidas a ocupação urbana e sua infra-estrutura. Para esse caso são simuladas duas
situações:

Predeterminação: combinação de modelos hidrológicos e hidrodinâmicos, na


verificação de eventos específicos, problemas localizados ou na verificação da
capacidade do sistema em escoar eventos superiores ao projecto;

Projecto: quando são dimensionados bueiros e condutos. Nesse caso, é usual a


utilização do método Racional para pequenas bacias e as equações do regime
permanente para o sistema de condutos.
Combate contra enchentes
Construção de barragens e o desassoreamento do leito dos rios, em que todos os
sedimentos existentes no fundo dos cursos d'água são removidos, aumentando a sua
profundidade.
Mas todas essas medidas são paliativas, ou seja, são apenas para minimizar ou combater
uma situação já existente. A melhor forma de lidar com esse problema, na verdade, é
realizar uma devida prevenção, que pode ocorrer por meio de medidas como:

 Construção de sistemas eficientes de drenagem;


 Desocupação de áreas de risco;
 Criação de reservas florestais nas margens dos rios;
 Diminuição dos índices de poluição e geração de lixo;
 Planeamento urbano mais consistente.

Medidas de controlo de enchentes

A bacia hidrográfica, em sua condição natural, é passível da ocorrência de enchentes


quando do aumento do volume de água a ser escoado pelo rio. Nesse momento, há uma
tendência de ocupação do seu leito maior, em virtude da insuficiência apresentada por
sua calha principal. Quando os limites são respeitados o aumento do nível da água do
rio não caracteriza uma situação crítica, já que essa não está relacionada a prejuízos. O
problema das cheias toma uma nova dimensão quando da ocupação das áreas
ribeirinhas, ocasionadas pela falta de planeamento territorial, e por questões políticas,
que por sua vez, envolvem uma análise social e económica do desenvolvimento dos
centros urbanos.

A ocupação desordenada de encostas e várzeas inundáveis traz prejuízos humanos e


materiais de grande monta. As enchentes consequentes da urbanização e ocupação das
áreas ribeirinhas podem ocorrer combinadas ou separadamente, em diferentes partes da
cidade. O controlo de enchentes das áreas ribeirinhas pode ser realizado por medidas
estruturais ou não-estruturais, de acordo com os riscos e custos envolvidos (Simons et
al., 1977 e Tucci, 1993 apud Tucci 1997b).
Segundo Thampapillai e Musgrave (1985), o intuito das medidas de controlo é o de
reduzir a frequência e a severidade das cheias. Dentre as medidas não-estruturais
destacam:
 Uso do solo: Considera a possibilidade de locação de empreendimentos
económicos, de acordo com sua maior ou menor vulnerabilidade;
 Seguro contra cheias: Apresenta a vantagem de ter custos menores em relação
à utilização de medidas estruturais, diminui os gastos do governo ocasionados
pela indemnização das perdas pela cheia e cria vantagens ambientais pela não
interferência na natureza;
 Protecção contra cheias: Composta por medidas de precaução para os
ocupantes das áreas de risco. A protecção contra cheias pode ser composta de
medidas permanentes, medidas implementadas eventualmente e medidas de
emergência. As medidas permanentes são compostas de materiais menos
susceptíveis aos danos das cheias na construção de edifícios e a construção de
edifícios elevados. As medidas implementadas eventualmente são aquelas
executadas quando da advertência, tais como, o fechamento de aberturas
desnecessárias e vedação de paredes para prevenir a infiltração.
 Medidas emergenciais: são executadas durante as cheias, como exemplo, o uso
de sacos de areia. Medidas estruturais podem ser conceituadas como obras de
engenharia implementadas para reduzir o risco de enchentes. São aquelas que
modificam o sistema fluvial evitando prejuízos decorrentes das enchentes.
Podem ser extensivas ou intensivas. As medidas extensivas são aquelas que
agem na bacia, procurando modificar as relações entre precipitação e vazão, tais
como alteração da cobertura vegetal do solo, que reduz e retarda os picos de
enchente e controla a erosão da bacia.

As medidas intensivas são aquelas que agem no rio e podem ser de três tipos
(Simons et al., 1977 apud Tucci, 1997b):

I. Que aceleram o escoamento - construção de diques e polders, aumento da


capacidade de descarga dos rios e corte de meandros;
II. Que retardam o escoamento - reservatórios e as bacias de amortecimento;
III. Que proporcionam o desvio do escoamento - canais de desvio. Pode-se dizer que
essas medidas são correctivas e que envolvem um custo mais alto (Tucci,
1997b).
Recomendações para melhorar a Gestão de Cheias no Meio Urbano

Com base na análise realizada, apresentam-se as seguintes recomendações para


melhorar a gestão de cheias em áreas urbanas:

 Desenvolver planos de gestão de cheias integrados, considerando a participação


de diferentes atores, como órgãos governamentais, comunidades locais e
especialistas técnicos.
 Investir em infra-estruturas verde, promovendo a preservação e criação de áreas
verdes, parques urbanos e corredores naturais que auxiliem na retenção e
infiltração da água.
 Implementar sistemas de drenagem sustentável, como a instalação de
pavimentos permeáveis, telhados verdes e a criação de áreas de retenção de
água, visando reduzir o escoamento superficial e aumentar a infiltração.
 Integrar a gestão de cheias no panejamento urbano, considerando a restrição de
construções em áreas de risco, a criação de áreas de escape e o estabelecimento
de zonas de protecção.
 Promover a educação ambiental e a conscientização da população sobre a
importância da gestão de cheias, incentivando práticas sustentáveis, como a
correta disposição de resíduos sólidos e a manutenção de sistemas de drenagem.
 Fortalecer a capacidade das comunidades locais para lidar com as cheias, por
meio de treinamentos, planos de contingência e sistemas de alerta precoce.
 Fomentar parcerias entre o sector público, sector privado, comunidades locais e
organizações não-governamentais, visando a implementação de projectos e
acções conjuntas para a gestão de cheias em áreas urbanas.

Essas recomendações visam promover a gestão adequada de cheias em áreas urbanas,


reduzindo os impactos negativos, aumentando a resiliência e contribuindo para o
desenvolvimento sustentável das cidades.
CONCLUSÃO

O estudo da gestão de cheias no meio urbano é de vital importância para lidar com os
desafios enfrentados pelas cidades em relação às mudanças climáticas e ao crescimento
populacional. A implementação de medidas eficazes, que levem em consideração a
sustentabilidade ambiental, a justiça social e a participação comunitária, é fundamental
para minimizar os impactos negativos das cheias e promover a resiliência urbana.
Acções integradas entre governos, comunidades locais e sector privado são essenciais
para alcançar uma gestão adequada das cheias, garantindo a segurança e o bem-estar das
populações urbanas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

European Environmental Agency (2003) - The Dobris Assessment, Copenhaga


(Dinamarca), OPOCE, 2003, pp.213-229.
Montz, B E (2000) - Floods, editado por Parker, D.J., London e New York (Inglaterra e
E.U.A.), Routledge, I, 2000, pp.116-127. Munich-Re (2005) - Topics Geo, Annual
review: Natural Catastrophes 2004.
Coelho C; Valente S; Pinho L; Figueiredo, E (2006) – O risco Suportavel- O caso das
cheias em Agueda Actas do 8º Congresso da Água Água: Sede de Sustentabilidade,
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O Baixo Mondego e as cheias de 2000/01 enquanto caso de estudo. Centro de Estudos
Geográficos, Universidade de Coimbra e Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
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