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GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

HIDROLOGIA APLICADA À DRENAGEM


URBANA

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1 - Compreender o processo de escoamento pluvial no meio urbano;

2 - Apreender as consequências do despejo de resíduos nos rios e córregos;

3 - Identificar a dinâmica das enchentes em meio urbano.

1 Introdução
Drenagem Urbana é um conjunto de medidas preventivas que tem como objetivo minimizar os riscos a que a

população urbana está sujeita através do ato de escoar as águas de terrenos encharcados.

São sistemas naturais (como rios ou córregos) ou artificiais (do concreto simples ou ou armado ou de gabião)

capazes de drenar água superficial, em geral proveniente das chuvas, compostos de canais conectados entre si.

É ao conjunto de canais conectados que se dá o nome de rede de drenagem, sendo possível recorrer a ela como

apoio ao escoamento.

O aumento da população e a expansão irregular da periferia têm produzido impactos significativos na

infraestrutura dos recursos hídricos. Um dos principais impactos que tem ocorrido com a drenagem urbana é a

forma de aumento da frequência e da magnitude das inundações e a consequente degradação ambiental.

Rede de drenagem: Este sistema procura diminuir os prejuízos causados pelas inundações e possibilitar o

desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e sustentável, ou seja, a drenagem seria um modo

racional de gerenciamento da água da chuva que escoa no meio urbano.

Exemplo

Gabiões, por exemplo, são estruturas armadas, flexíveis, drenantes e de grande durabilidade e resistência,

produzidos com malha de fios de aço doce recozido e galvanizado, em dupla torção, amarradas nas extremidades

e vértices por fios de diâmetro maior, preenchidos com seixos ou pedras britadas.

2 Ciclo de contaminação
O crescimento das comunidades populacionais tem provocado o aumento da frequência dos problemas com as

cheias, em função da impermeabilização de grandes áreas, implicando maior escoamento, menor infiltração e

capacidade de amortecimento natural da bacia.

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A modificação do meio natural pela sua transformação em um ambiente urbano também implica alterações nos

caminhos naturais das águas das chuvas, que deixam de escoar por córregos temporários e passam a deslocar-se

por tubos e canais do sistema de drenagem de águas pluviais. Esse sistema tem a tarefa de conduzir o volume de

água que precipita sobre a área urbana de forma mais eficiente.

Em função da diversidade de infraestrutura das cidades, grandes e pequenas, sabe-se que a água para

abastecimento é retirada de um manancial, distribuída para uso e retornada à fonte sem necessariamente ter um

tratamento adequado. As águas são conduzidas através do sistema de esgotamento sanitário e drenagem sem o

devido cuidado, gerando o chamado ciclo de contaminação, segundo a abordagem higienista. Os resíduos sólidos

são depositados em locais nem sempre apropriados, alcançando o leito dos rios, poluindo-os e funcionando

como agravantes para as inundações e alagamentos. A água volta à origem comprometida em sua qualidade e

retorna ao uso contaminada.

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3 Drenagem e uma visão moderna
O ciclo da água no planeta depende fundamentalmente das chuvas. A água que cai pode ser acumulada (em

poças, lagoas, represas etc) pode infiltrar no solo ou seguir seu curso por ação da gravidade (terreno abaixo).

No último caso, a porção superior fica mais seca, de modo que podemos dizer que tal porção foi drenada, na

medida em que a água escoou.

A ideia que as pessoas tinham sobre a drenagem urbana tinha como princípios remover as águas pluviais apenas

para executar projetos e obras, como medida estrutural para resolver os problemas e a base de análise era

somente econômica.

Uma visão mais moderna busca a compreensão integrada do meio ambiente em seus aspectos social, legal,

institucional e tecnológica, procurando resolver os problemas gerenciais através de componentes políticos.

Atualmente, volta-se para uma abordagem ambiental, que aponta para a necessidade de restaurar o equilíbrio do

ciclo hidrológico para próximo do que seria seu natural. Clique no link a seguir e conheça alguns exemplos:

http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon539/docs/04GRH_aula04_doc01.pdf

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4 Realidade Urbana
Dentre os principais impactos das inundações sobre a população estão: os prejuízos com perdas materiais e

humanas, a interrupção da atividade econômica das áreas inundadas, a contaminação por doenças de veiculação

hídrica, como leptospirose, cólera, entre outras, e a contaminação da água pela inundação de depósito de

materiais tóxicos e estações de tratamento.

Com o aumento da urbanização, o despejo de esgotos, o uso de produtos químicos pela agricultura, indústria e

comércio no ambiente, os recursos hídricos retornam a sua origem bastante comprometidos em sua composição.

As conseqüências da falta de visão ambiental é a deterioração dos mananciais e a redução da quantidade de água

de qualidade para população.

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Um projeto de drenagem urbana deve ser entendido como um conjunto de medidas que busca minimizar os

riscos à sociedade causados por eventuais inundações, auxiliando, portanto, no desenvolvimento urbano de

forma harmônica e sustentável.

O planejamento de um projeto de drenagem urbana deve ser feito de forma integrada, considerando as

necessidades da população a ser contemplada com sua implementação, levando em conta os critérios de

dimensionamento, operação e manutenção do projeto em si.

Para o gerenciamento adequado da drenagem urbana, é indispensável o conhecimento da área, o seu

monitoramento, o planejamento e organização das ações, visando a minimização dos impactos e, principalmente,

a participação e motivação da população envolvida.

5 Questões relativas ao meio rural


O excesso de água aplicada na irrigação retorna aos rios por meio do escoamento superficial e subsuperficial ou

vai para os depósitos subterrâneos, por percolação profunda, arrastando consigo resíduos de fertilizantes, de

defensivos, de herbicidas e de outros elementos tóxicos, denominados sais solúveis. A contaminação das águas

superficiais é rápida e acontece imediatamente após a irrigação.

Os recursos hídricos assim contaminados requerem tratamento apropriado quando destinados ao suprimento

de água potável. Após serem depositados na superfície do solo, os pesticidas podem ser transportados

juntamente com a água da enxurrada, contaminando rios, lagos e minas de água.

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Uma outra forma de transporte ocorre quando os pesticidas são transportados juntamente com a água que

infiltra verticalmente no solo, fenômeno mais conhecido como lixiviação, pois quando os pesticidas são

lixiviados, ou seja, quando estão dissolvidos em água, podem contaminar fontes subterrâneas com maior

facilidade, já que a água que infiltra no solo tem como uma das finalidades abastecerem as reservas

subterrâneas.

A contaminação da água subterrânea é bem mais lenta. O tempo necessário à percolação até o lençol subterrâneo

aumenta com o decréscimo da permeabilidade do solo e com a profundidade do lençol. Para atingir um lençol

freático situado a cerca de 30m de profundidade, dependendo da permeabilidade do solo, podem ser necessários

de 3 a 50 anos. Aí reside um sério problema, pois só muito tempo após a ação poluidora é que se saberá que a

água subterrânea vem sendo poluída. Esse problema tende a se agravar se os poluentes são sais dissolvidos,

nitratos, pesticidas e metais pesados.

Um estudo geológico prévio pode revelar concentração de sais solúveis no perfil do solo e indicar as áreas mais

favoráveis, quer dizer, com menor potencial de contaminação dos recursos hídricos. Quanto maiores as perdas

por percolação e por escoamento superficial na irrigação, maiores serão as chances de contaminação dos

mananciais e da água subterrânea.

Torna-se necessário, então, cada vez mais, dimensionar e manejar os sistemas de irrigação com maior eficiência,

bem como dosar corretamente os fertilizantes, herbicidas e defensivos.

Tantos problemas áreas urbanas ocorrem porque o ciclo hidrológico natural é interrompido ou afetado.

Inundações causam transtorno, perdas materiais e doenças de veiculação hídrica à população, e é um problema

que se intensifica cada vez mais. Nos países desenvolvidos, por exemplo, foram solucionados os problemas

relativos ao tratamento de água e esgoto e ao controle de inundações com medidas não-estruturais intrínsecas

ao planejamento da drenagem urbana, um controle de vazões na fonte, diminuindo a transferência do impacto

do desenvolvimento urbano para as redes de drenagem.

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6 A Drenagem Urbana Sustentável
A Drenagem Urbana Sustentável tem uma ideia baseada em um pensamento sistêmico, no qual todos os sistemas

relacionados à água, solo e meio ambiente fazem parte de um só conjunto. Sua intenção é levar em consideração

o ciclo hidrológico natural, através de medidas estruturais como parte do planejamento e infraestrutura das

cidades.

Seus princípios são o controle de vazão de saída e volume e a não transferência de

impactos para a jusante.

Jusante e montante são lugares referencias de um rio para o observador. A jusante é o lado para onde se dirige a

corrente de água – foz - e montante é a parte onde nasce o rio – nascente.

Técnicas novas, como pavimentos permeáveis e trincheiras, aumentam a infiltração do solo, abastecendo os

lençóis subterrâneos e diminuindo o volume de escoamento das chuvas. O armazenamento de águas de chuva

em reservatórios de acumulação para posterior reuso também retém o volume de água. São ações simples que

ajudam a não transferir o impacto para o sistema de drenagem.

7 O Plano Diretor
O Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU) é o conjunto de diretrizes que determina a gestão do sistema de

drenagem, minimizando o impacto ambiental devido ao escoamento das águas pluviais, contemplando um plano

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de gestão integrada. O aproveitamento de espaços públicos como espaços de lazer, parques e quadras esportivas

oferecem uma melhor qualidade de vida para os habitantes e evitam ocupações ribeirinhas.

Os sistemas de resíduos sólidos, esgoto, riscos ambientais, água e drenagem formam uma gestão integrada do

saneamento ambiental. Eles devem funcionar de forma integrada. Por exemplo, o esgotamento deve ser

separado das águas pluviais e tratado em estações para serem descarregados nos mananciais. A limpeza das

cidades deve ser intensificada, a fim de evitar o entupimento de galerias e a poluição das águas pluviais. Os

sistemas de drenagem devem ser reavaliados e redimensionados de acordo com a bacia local. Enfim, tecnologias

sustentáveis devem ser incorporadas ao planejamento das cidades.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
• Os problemas decorrentes das falhas de drenagem das águas pluviais em meio urbano;
• Noções de saneamento básico;
• Reuso da água.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu como é o processo de escoamento no meio urbano;
• Conheceu as principais causas das enchentes no meio urbano;
• Os perigos e as consequências das enchentes.

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