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UNIVERSIDADE FEEVALE

Drenagem Urbana

INSTITUTO DE CIÊNCIAS CRIATIVAS E TECNOLÓGICAS


ENGENHARIA CIVIL – BACHARELADO

Prof. Me. Vitor Souza Viana Silva


Engenheiro Civil
Mestre em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental
História da Drenagem Urbana

Historicamente, os sistemas de drenagem urbana têm sido vistos por várias


perspectivas. Durante diferentes períodos de tempo e em diferentes locais, a
drenagem urbana tem sido considerada como:
• um recurso natural vital,
• um mecanismo de limpeza conveniente,
• um meio eficiente de transporte de resíduos,
• uma preocupação com inundações,
• um efluente incômodo e um transmissor de doenças.
.
História da Drenagem Urbana

Em geral, clima, topografia, geologia, conhecimento científico, capacidades de


engenharia e construção, valores sociais, crenças religiosas e outros fatores
influenciaram a perspectiva local da drenagem urbana.
Enquanto os humanos constroem cidades, esses fatores têm guiado e restringido
o desenvolvimento de soluções de drenagem urbana. Relatos históricos
fornecem vislumbres de muitas técnicas interessantes e únicas de drenagem
urbana (Burian e Findlay, 2002) .
Drenagem Urbana

Caminho cronológico em função de quatro períodos seguintes:


(1) civilizações antigas;

Drainage system, Lothal. An elaborate sanitary and drainage system, a hallmark of ancient
Indus cities, is in evidence everywhere at Lothal.
Source: Courtesy of Professor Jonathan Mark Kenoyer, University of Wisconsin - Madison.
See www.harappa.com

system of underground drainage


Drenagem Urbana
Caminho cronológico em função de quatro períodos seguintes:
(2) Império Romano,
Drenagem Urbana
Caminho cronológico em função de quatro períodos seguintes:
(3) era pós-romana até o século XIX

Story of cities #14: London's Great-Stink heralds a wonder of the


industrial world

O resultado do Great-Stink, quando a crise do verão foi criada, foi um dos avanços mais marcantes da história no
planejamento urbano. Foi um projeto de construção monumental que, apesar de impulsionado pela ciência
desonesta e pelo interesse político, melhorou drasticamente a saúde do público e lançou as bases para a Londres
moderna.
Drenagem Urbana
Caminho cronológico em função de quatro períodos seguintes:
(4) dias modernos?
Impactos nos Sistema de Drenagem Urbana

Segundo Righetto (2009), são os seguintes pontos:


• Ausência de bueiros e sistemas de drenagem nos taludes naturais;
• Urbanização acelerada e desordenada;
• Falta de Planejamento em Estudos Hidrológicos na região para dimensionamento adequado das
estruturas hidráulicas de controle de enchentes;
• Disposição de lixos em canais, bueiros, causando entupimentos e não permitindo a
passagem da água aos córregos.

“Chuvas intensas
(evento natural) , a
falta de infra-estrutura,
educação ambiental
prejuízos e
deslizamento de terra”.
Impactos nos Sistema de Drenagem Urbana

A urbanização e os impactos hidrológicos


Impactos nos Sistema de Drenagem Urbana
A urbanização e os impactos hidrológicos
A urbanização e os impactos hidrológicos

Urbanização

Impermeabilizaçã Aumento na
Redução no Leito Crescimento das
o e redução do frequência de
dos Rios vazões de pico
tempo de inundações
concentração

Perdas das potencialidas de


uso das águas
Sistema de Drenagem Urbana
Os sistemas de drenagem urbana são essencialmente sistemas preventivos de inundações, principalmente nas áreas
mais baixas das comunidades sujeitas a alagamentos ou marginais de cursos naturais de água. É evidente que no
campo da drenagem, os problemas agravam-se em função da urbanização desordenada (Fernandes 2002).

Tendência da ocupação e impacto (Tucci, 2007 e Tucci 2012).


Sistema de Drenagem Urbana (Gestão Integrada)

Quando um sistema de drenagem não é considerado desde o início da formação do planejamento urbano, é bastante
provável que esse sistema, ao ser projetado, revele-se, ao mesmo tempo, de alto custo e deficiente. É conveniente,
para a comunidade, que a área urbana seja planejada de forma integrada (Tucci 2012).

Concepção estratégica da gestão integrada das águas urbanas


A estrutura da gestão das águas urbanas baseia-se nos seguintes grupos de componentes (Tucci 2012).

• Planejamento urbano: disciplina o uso do solo da cidade com base nas necessidades dos seus componentes
de infraestrutura.
• Serviços de saneamento: abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem
urbana.
• Metas dos serviços: conservação do meio ambiente urbano e qualidade de vida, no qual estão incluídas a
redução de cheias e a eliminação de doenças de veiculação hídrica.
• Institucional: baseia-se no gerenciamento de serviços, legislação, capacitação e monitoramento de forma
geral.
Sistema de Drenagem Urbana (Relações com outros sistemas)
Se existirem planos regionais, estaduais ou federais, é interessante a perfeita compatibilidade entre o plano de
desenvolvimento urbano e esses planos. Todo plano urbanístico de expansão deve conter em seu bojo um plano de
drenagem urbana, visando delimitar as áreas mais baixas potencialmente inundáveis a fim de diagnosticar a
viabilidade ou não da ocupação destas áreas de ponto de vista de expansão dos serviços públicos (Fernandes, 2002 e
Tucci , 2012).

Relações entre os sistemas das águas urbanas (Tucci, 2012).


• Uso do solo: trata do planejamento urbano que define a demanda pelos serviços em função
dos usuários pela densidade habitacional, o uso de áreas impermeáveis públicas e privadas, as
áreas verdes e de conservação e as outras infraestruturas que, de alguma forma, demandam os
recursos hídricos.

• Abastecimento urbano (águas servidas): as principais interfaces com os outros sistemas são:
➢ os esgotos sanitário e pluvial contaminam os mananciais superficiais e subterrâneos;
➢ depósito de resíduos sólidos, como aterros, podem contaminar as áreas de mananciais;
➢ inundações podem deixar sem funcionamento o sistema de abastecimento e destruir a
infraestrutura das redes pluvial e sanitária, além da estação de tratamento de esgoto (ETEs).
• Esgoto sanitário e drenagem urbana: as principais inter-relações são: (a) quando o sistema é
misto, o sistema de transporte é o mesmo, com comportamento diverso nos períodos sem e
com chuva, a sua gestão deve ser integrada; (b) quando o sistema é separador, existem
interferências de gestão e construtivas devido à ligação de esgoto sanitário na rede de
drenagem e águas pluviais no sistema de esgoto, produzindo ineficiências de funcionamento.

• Drenagem urbana, resíduo sólido e esgotamento sanitário: à medida que o sistema de coleta
e limpeza dos resíduos é ineficiente, ocorre grande prejuízo para o sistema de escoamento
pluvial devido à obstrução de condutos, canais e riachos urbano; (b) erosão urbana modifica
o sistema de drenagem e pode destruir o sistema de esgotamento sanitário.

• Inundações ribeirinhas: envolve a ocupação do solo em áreas de risco, e o planejamento


urbano deve procurar mitigar esse impacto pelo planejamento preventivo desses espaços.
Classificação de Sistema de Drenagem Urbana

Os sistemas de drenagem são classificados de acordo com suas dimensões, em sistemas de microdrenagem,
também denominados de sistemas iniciais de drenagem, e de macrodrenagem .

A microdrenagem inclui a coleta e afastamento das águas superficiais ou subterrâneas através de pequenas e
médias galerias, fazendo ainda parte do sistema todos os componentes do projeto para que tal ocorra.

A macrodrenagem inclui, além da microdrenagem, as galerias de grande porte ( D > 1,5m ) e os corpos
receptores tais como canais e rios canalizados
Defini-se:

O Sistema de macro-drenagem: em geral é constituído por canais de maiores dimensões, que recebem as
contribuições do sistema de micro-drenagem e as lançam no corpo receptor. O seu funcionamento adequado
minimizam os danos às propriedades, à saúde e as perdas de vida das populações atingidas, seja em conseqüência
direta das águas, sejam por doenças de veiculação hídrica.

Obras típicas: Canais, galerias de fundo de vale.

O Sistema de micro-drenagem: É geralmente dimensionado para um período de retorno variando entre 2 e 10 anos.
Quando bem projetado, e com manutenção adequada, elimina praticamente as inundações na área urbana,
evitando as interferências entre as enxurradas e o trafego de pedestres, veículos e danos às propriedades.

Obras típicas: é composto pelos pavimentos das ruas, sarjetas, bocas de lobo, galerias de águas pluviais e canais de
pequenas dimensões.
Benefícios do sistema de Drenagem Urbana

Benefícios na implantação de sistemas de drenagem

Um adequado sistema de drenagem, quer de águas superficiais ou subterrâneas, onde esta drenagem for viável,
proporcionará uma série de benefícios, tais como (Fernandes, 2002):

• desenvolvimento do sistema viário;


• redução de gastos com manutenção das vias públicas;
• valorização das propriedades existentes na área beneficiada;
• escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego por ocasião das precipitações;
• eliminação da presença de águas estagnadas e lamaçais;
• rebaixamento do lençol freático;
• recuperação de áreas alagadas ou alagáveis;
• segurança e conforto para a população habitante ou transeunte pela área de projeto.
Intervenções nos Sistema de Drenagem Urbana
Intervenções estruturais
•obras de engenharia (age sobre os efeitos);

•Intervenções não-estruturais
•planejamento, legislação,fiscalização, educação ambiental, manutenção da rede
de drenagem, coleta adequada de lixo, etc. (age sobre as causas).

•Técnicas Compensatórias
Intervenções estruturais
Controle de Enchentes

Canal (Macro drenagem) e Redes de Drenagem (Macro ou Micro Drenagem, em função da área e da ocupação do solo)

http://www2.portoalegre.rs.gov.br/dep/default.php?p_noticia=179513&PREFEITURA+APRESENTA+INVESTIMENTO+DE+R$+190+MILHOES+DO+DRENAPOA
Intervenções estruturais

Controle de produção a jusante

Bacia de detenção
Intervenções estruturais

Controle de riscos de alagamentos - Rede de Drenagem de Águas Pluviais


Dispositivos da Rede de Drenagem de Águas Pluviais

Sarjetas

http://www.ebanataw.com.br/drenagem/sarjeta.htm
Dispositivos da Rede de Drenagem de Águas Pluviais
Boca de Lobo
Poço de Visita e Galera
Técnicas Compensatórias

Técnicas usadas para reduzir o impacto hidrológico causado pela urbanização.


Controle de produção de escoamento
Controle de produção de escoamento na fonte

Captação de água de chuva


Técnicas Compensatórias

Técnicas usadas para reduzir o impacto hidrológico causado pela urbanização.


Controle de produção de escoamento
Controle de produção de escoamento na fonte

Telhado Armazenador de Água


Técnicas Compensatórias
Técnicas usadas para reduzir o impacto hidrológico causado pela urbanização.
Controle de produção de escoamento
Controle de produção de escoamento no sistema viário

Trincheira de infiltração
Técnicas Compensatórias

Controle de produção de escoamento no sistema viário


Técnicas Compensatórias

Sistema de aproveitamento de águas pluviais integrado ao sistema de drenagem de águas


pluviais por poços de infiltração.
Técnicas Compensatórias

Controle de produção no sistema viário

Pavimento permeável
Drenagem Urbana

Conteúdo da Disciplina:

1. Introdução a Drenagem Urbana;


2. Estimativa da chuva de projeto;
3. Estimativa da vazão de projeto;
4. Tópicos de Hidráulica de Canais no regime uniforme,
gradualmente e bruscamente variável;
5. Elementos de Microdrenagem;
6. Dimensionamento de Redes de Drenagem;
7. Dimensionamento de Bueiros;
8. Dimensionamento de Dissipadores de Energia;
9. Dimensionamento de Bacias de Detenção;
10. Dimensionamento de Canais.
Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT, NBR 9649 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário,
Rio de Janeiro, 1986.

AZEVEDO NETTO, J. M. Manual de Hidráulica. 8ª edição, Editora Edgard Blücher, São Paulo – SP, 1998.

PORTO, R. M. Hidráulica básica. 2ª edição, Projeto Reenge, Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de
São Paulo, EESC – USP, 1999.

SANTOS, D. C. Caderno de saneamento ambiental – Capítulo 2: Sistemas de abastecimento de água. Curitiba – PR,
2007.

SANTOS, D. C. Caderno de saneamento ambiental – Capítulo 4: Sistemas de esgotamento sanitário. Curitiba – PR,
2007.

Manual de Drenagem-SP, Diretrizes básicas para projetos de drenagem urbana no município de São Paulo, 1999.

Material de Exemplo para Teoria e elaboração de Projetos: Manual de Drenagem de Porto Alegre, IPH, 2005.

Tucci, Carlos E. M. Gestão da drenagem urbana/Carlos E. M. Tucci. Brasília, DF: CEPAL. Escritório no Brasil/IPEA,
2012.
Manejo de águas pluviais urbanas Manejo de Águas Pluviais Urbanas Coordenador Antônio Marozzi Righetto,
2009.

TUCCI, C. E. M. Gerenciamento da Drenagem Urbana. Revista Brasileira de Recursos Hídricos (RBRH), v. 7, n.


1, jan./mar. 2002.
Referências Bibliográficas

IPH. Plano Diretor de Drenagem Urbana de Porto Alegre Fase I. Instituto de Pesquisas Hidráulicas. UFRGS,
Departamento de Esgotos Pluviais Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 2001.

TUCCI, C. E. M; HESPANHOL, I.; CORDEIRO NETTO, O. M. Cenário de Gestão da Água no Brasil: uma
contribuição para a visão Mundial da água. RBRH, v. 5, n. 3. 2000.

TUCCI, C. E. M.; MELLER, A. Regulação das Águas Pluviais Urbanas. Rega, Porto Alegre, v. 4, n. 1, p. 75-89,
2007.

http://www.ebanataw.com.br/drenagem/drenagem.php
https://www.tripadvisor.com/LocationPhotoDirectLink-g186351-d640952-i33056763-
Chesters_Roman_Fort-Hexham_Northumberland_England.html
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento/o-que-e-saneamento
https://www.sciencemag.org/news/2017/08/origins-ancient-rome-s-famed-pipe-plumbing-
system-revealed-soil-samples
http://fontehidrica.blogspot.com/2011/11/impactos-da-urbanizacao-em-bacias.html

Burian, Steven & Edwards, Findlay. (2002). Historical Perspectives of Urban Drainage.
Global Solutions for Urban Drainage. 10.1061/40644(2002)284.

https://www.kotaku.co.uk/2014/12/03/14-things-assassins-creed-victory-cant-miss-
victorian-london
Definições de Saneamento Básico

O Saneamento Básico define-se por um serviço público o qual contempla os sistemas de


abastecimento d'água, de esgotos sanitários, de drenagem de águas pluviais e de coleta
de lixo. De acordo com Fernandes, 2002), estes serviços sãos imprescindíveis, e se bem
executados regularmente, promove o nível de qualidade da saúde da população
beneficiada, gerando maior expectativa de vida e consequentemente, maior
produtividade.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo
bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”.
Direito social, inerente à condição de cidadania, que deve ser assegurado sem distinção
de raça, de religião, ideologia política ou condição socioeconômica, a saúde é assim
apresentada como um valor coletivo, um bem de todos.
Definições de Saneamento Básico

“Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a
finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e à
produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica. No Brasil, o saneamento básico é um direito
assegurado pela Constituição e definido pela Lei nº. 11.445/2007 como o conjunto dos serviços, infraestrutura
e Instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem
urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais.
Embora atualmente se use no Brasil o conceito de Saneamento Ambiental como sendo os 4 serviços citados
acima, o mais comum é o saneamento seja visto como sendo os serviços de acesso à água potável, à coleta e
ao tratamento dos esgotos (Trata Brasil, 2020)”.

Saneamento Básico

Sistema de
Sistema de Drenagem
Abastecimento Resíduos Sólidos
Esgoto Sanitário Urbana
de água

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