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Chale Abudo

Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental, 2º ano

Tema: processos e efeitos de inundações urbanas

Instituto superior de ciências e educação a distancia


“Ensino online, ensino com futuro”

Nampula 2020

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Chale Abudo

Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental, 2º ano

Trabalho de campo sobre processos e


efeitos de inundações urbanas
lecionada no primeiro bloco na
cadeira de hidrologia para 2° ano.

Os Tutores: Msc: Samuel Chifuco e


Msc: Hélio Cândido

Processos e efeitos de inundações urbanas

Instituto superior de ciências e educação a distancia

“Ensino online, ensino com futuro”

Nampula 2020

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Índice

Introdução........................................................................................................................................4
Conceitos de cheia e de inundação..................................................................................................5
Causas das inundações.....................................................................................................................6
Processos de inundações..................................................................................................................6
Factores de Inundaçõe.....................................................................................................................9
Efeitos de inundações sobre a saúde e medidas de solução...........................................................10
Efeitos de inundações sobre a saúde..........................................................................................10
Medidas de solução........................................................................................................................12
Medidas Estruturais....................................................................................................................13
Medidas Não Estruturais............................................................................................................13
Conclusão......................................................................................................................................15
Bibliografia....................................................................................................................................16

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Introdução

O principal objectivo da gestão e da prevenção das crises provocadas pelas inundações deverá
ser o desenvolvimento de acções e de regras práticas para a gestão dos riscos e das suas causas.

As cheias são a principal causa das inundações. As características das cheias, nos seus aspectos
hidrológicos e hidráulicos, e o controlo estrutural das ondas de cheia, foram estudados durante as
últimas décadas nos seus pontos de vista científico e técnico. Poder-se-á atingir facilmente um
acordo europeu sobre a tecnologia a utilizar nas situações de risco.

Para a gestão das crises provocadas pelas inundações é necessário desenvolver uma tipologia das
cheias, e dos riscos a elas associados, tendo em consideração as características que determinam a
vulnerabilidade às inundações das pessoas e dos sistemas socio-económicos. É também
necessário desenvolver as metodologias para a avaliação da vulnerabilidade relativa das
diferentes ocupações do território aos diferentes tipos de inundação, identificando as zonas onde
o risco pode ser aumentado pela intervenção humana, ou pela alteração climática, bem como as
taxas de variação esperadas.

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Conceitos de cheia e de inundação

V.T. Chow (1956) refere-se que inundações são fenómenos hidrológicos extremos, de frequência
variável, naturais ou induzidos pela acção humana, que consistem na submersão de uma área
usualmente emersa enquanto as inundações (na sua maioria temporária) podem ser definitivas (à
escala de vida humana), como é o caso, por exemplo, da subida eustática do nível do mar, devido
ao aquecimento global que está a submergir terrenos costeiros.

As chuvas são um bem essencial para a sociedade, uma vez que a seca afeta os terrenos agrícolas
e obviamente os seres humanos. No entanto, em certas ocasiões, a chuva ocorre de forma
excessiva. O excesso e a intensidade geram o transbordamento dos rios e assim ocorre a
inundação. Esta situação faz com que as águas invadam locais específicos como ruas, casas, lojas
e empresas. As inundações causam grandes danos e prejuízos à população.

As inundações em áreas urbanas são fenômenos condicionados por Fatores naturais, que podem
ser agravados devido a fatores antrópicos. Tucci (1999) apresenta tal afirmação e assinala
também que processos naturais e antrópicos podem atuar de forma integrada nas inundações em
áreas urbanas. Christofoletti (1980) afirma que a planície de inundação pode ser definida e
delimitada por critérios diversos, conforme a perspectiva e os objetivos dos pesquisadores. O
conceito de inundação apresentado por Oliveira (1998, p.11) foi adotado como referência neste
trabalho.

classificações das inundações.

As inundacoes podem ser classificadas em 4 tipos sao:

 Inundações fluviais ou cheias;


 Inundações de depressões topográficas;
 Inundações costeiras e;
 Inundações urbanas.

Inundações fluviais São inundações que ocorrem em cursos de água, submergindo uma área
usualmente emersa.

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Inundações costeiras São causadas devido a factores meteorológicos (vento e precipitação) que
provocam a elevação eustática do nível do mar e o aumento da intensidade da ondulação.

Inundações urbanas causadas por aumento das superfícies impermeáveis (superfícies


construídas pelo Homem que impedem a infiltração de água, como estradas, edifícios, parques de
estacionamento, passeios ou outras infra- estruturas/equipamentos urbanos.

Causas das inundações

Existem fatores naturais e antrópicos que podem originar e agravar a propagação de uma
inundaçao. De entre os fatores naturais, para além da natureza meteorológica (ocorrência de
precipitação), destacam-se os que estão essencialmente associados às características da bacia
hidrográfica, nomeadamente: a existência de um solo e subsolo de permeabilidade reduzida, o
que implica a existência de um aumento substancial do escoamento superficial da água; as
características do relevo, como por exemplo o declive e o desnível; as características da rede de
drenagem (densidade, hierarquização e sinuosidade); a densidade e tipo de coberto vegetal; o
tipo de revestimento e o grau de cobertura, também se revelam fatores essenciais, pois
normalmente, quanto maior for o grau de cobertura de dado coberto vegetal, implica uma
diminuição da velocidade de escoamento da água à superfície, aumentando deste modo os níveis
de infiltração de água no solo (Campos, 2013).

Assim, é também de referir que normalmente, quanto menor a dimensão e maior o declive da
bacia hidrográfica, estão reúnem-se as condições para que cheias ocorram mais facilmente,
principalmente devido à elevada concentração de água nos vales, a jusante (Marafuz, 2011).

Processos de inundações

A ocorrência de inundações está associada à conjugação de fatores de ordem meteorológica e


hidrológica, relacionados aos movimentos e mudanças de estado da água na baixa atmosfera, na
superfície e subsolo, os quais (evaporação, evapotranspiração, condensação, precipitação,
interceptação pela vegetação, infiltração, escoamento superficial e subsuperficial) compõem o
ciclo hidrológico.

Os fatores de ordem meteorológica apresentam maior dificuldade de previsão, devido ao seu


grande número e à interdependência de processos a que a atmosfera está sujeita. Entretanto,

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destacam-se a temperatura e os deslocamentos de massas de ar como fatores fundamentais na
determinação dos tipos de precipitação, sendo que alguns desses são mais propícios às
inundações.

As precipitações (chuvas) apresentam variação quanto às suas características, destacando-se as


variações de volume, de distribuição temporal (regimes sazonais ou diários) e de intensidade
(relação entre volume e duração). São essas variáveis, associadas aos fatores temperatura e
correntes de ar, que permitem a definição dos tipos de precipitação - convectiva, orográfica e
frontal.

Esse processo promove a destruição da infraestrutura das cidades afetadas, perdas agrícolas,
propagação de doenças, gera desabrigados, feridos, mortos, etc. Essas inundações podem ser
desencadeadas em áreas ribeirinhas, em consequência do mau planejamento urbano, além de
inundações localizadas.

Os dois primeiros tipos - convectivo e orográfico - se referem a precipitações de abrangência


localizada, enquanto as precipitações frontais são de abrangência regional.

As convectivas resultam do aquecimento de camadas de ar úmido, nas proximidades do solo,


devido às diferenças de temperatura em relação às porções mais altas da baixa atmosfera,
ocasionando um movimento brusco de ascensão do ar menos denso, com conseqüentes processos
de condensação e formação de nuvens e, muitas vezes, precipitação. Ocorrem principalmente em
regiões temperadas e durante o verão, sob a forma de tempestades violentas. São chuvas de
grande intensidade e pequena duração, podendo ocasionar inundações em pequenas bacias.

Massas de ar quente provenientes do oceano, ao se depararem com obstáculos montanhosos,


sofrem processos de ascensão e resfriamento, com formação de nuvens, dando origem às
precipitações de tipo orográficas. Estas são menores de idade intensidade e maior duração.

O tipo frontal de precipitação decorre da convergência entre grandes massas polares e massas
de ar quente e úmido. Esses choques ocasionam, no verão, chuvas intensas e de menor duração,
e, no inverno, chuvas mais longas e de menor intensidade. As inundações associadas a este tipo
de precipitação ocorrem em grandes bacias hidrográficas.

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Os mecanismos convectivo e orográfico podem se sobrepor aos efeitos das precipitações
frontais, e a eles se devem as principais variações quantitativas das chuvas que ocorrem num
determinado local.

Além desses fatores meteorológicos, há outras condições que podem interferir sobre a
possibilidade de ocorrências de inundações, as quais estão compreendidas num determinado tipo
de sistema - a bacia de drenagem. Segundo COELHO NETTO, a bacia de drenagem corresponde
a "uma área da superfície terrestre que drena água, sedimentos e materiais dissolvidos para uma
saída comum, num determinado ponto de um canal fluvial". Neste sentido, ela é composta por
várias unidades espaciais que servem de condutos à água: encostas, topos, fundos de vale, canais,
corpos de água subterrânea, áreas irrigadas, sistemas de drenagem urbana, entre outras.

Da água precipitada sobre uma bacia de drenagem, uma parcela retorna à atmosfera através de
processos de evaporação da água superficial, ainda durante a chuva, e de evapotranspiração do
solo e plantas. O restante participará do escoamento fluvial, por meio do escoamento superficial
e da infiltração no solo.

A quantidade de água em cada um desses vetores - evaporação, escoamento e infiltração,


variam conforme o clima, tipo de solo, de rocha, declividade, cobertura vegetal, entre outros
elementos.

A vegetação exerce várias funções, entre as quais se destaca a de interceptação de parte da


precitação. Ela retém água principalmente nas copas árboreas e arbustivas, dando tempo para
efetivação do processo de evapotranspiração. A capacidade de interceptação está relacionada às
características da cobertura vegetal, como tipo, forma e densidade, e é inversa ao volume e
duração das chuvas - quanto mais intensas e/ou mais longas as chuvas, menor a capacidade
relativa de interceptação. Assim, apesar de se constituir em importante fator de equilíbrio
hidrológico, durante as cheias a interceptação pouco influencia.

Embora a proporção entre água infiltrada e escoada superficialmente seja variável, a


infiltração tem um participação acentuada no equilíbrio hidrológico. CHRISTOFOLETTI cita
uma estimativa de que sete oitavos da quantidade anual de água que escoa para o mar se
infiltram, pelo menos momentaneamente. Parte da água infiltrada é perdida para a atmosfera por
evapotranspiração e devido à absorção pelas plantas. A outra parcela se destina a reservartórios

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subsuperficiais e subterrâneos, onde permanece armazenada e/ou converge lentamente para os
fluxos fluviais (exfiltração).

A capacidade de infiltração está relacionada às características da chuva (principalmente a


intensidade), da cobertura vegetal (quanto mais densa, maior a infiltração), do solo (solos
profundos, com boa drenagem, textura grosseira e grande quantidade de matéria orgânica,
favorecem a infiltração) e de atividades biogênicas (formação de bioporos decorrentes de
enraizamento vegetal e da ação da fauna escavadora). Ela varia durante o período da
precipitação, decrescendo rapidamente no período inicial e tendendo a se estabilizar após certo
tempo de chuva.

Por fim, há o escoamento superficial constituído pela parcela de água que excede à capacidade
de infiltração. O escoamento superficial é o principal responsável pela alimentação dos fluxos
fluviais, durante e imediatamente após as chuvas. Essas águas alcançam mais rapidamente os
canais de drenagem e, também, saem rapidamente da bacia; a alimentação dos fluxos fluviais
passa então a depender, durante a estiagem, dos depósitos subterrâneos.

Factores de Inundaçõe

São muitas vezes causadas pela cheia de um rio, fazendo com que as suas águas elevem-se acima
do normal em tempos de fortes chuvas. Assim, suas águas acabam “invadindo” o espaço de
moradia de muitas pessoas, além de ruas e empreendimentos comerciais. As causas das
enchentes estão relacionadas com fatores naturais e também com ações humanas ou até mesmo
pela combinação dos dois fatores.

Mas as causas mais comuns das enchentes nas cidades estão relacionadas com os efeitos nocivos
de algumas práticas humanas sobre o meio ambiente. A primeira delas é a poluição excessiva,
que entope bueiros e galerias construídas para reter e impedir o acúmulo de água das chuvas nas
ruas. Essa poluição também aumenta o volume dos rios e faz com que eles inundem uma área
maior do que o normal.

Outra prática humana responsável pelas enchentes é o desmatamento, principalmente em áreas


localizadas nas proximidades das margens de um rio. Essa vegetação é responsável por “segurar”
as águas que se expandem ou reduzir a sua velocidade. Outra função é a de diminuir a erosão das

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encostas, de forma que, quando não existem árvores no local, caem muitos sedimentos
(partículas de rochas) e terra no leito do rio, tornando-o mais volumoso e também o alargando, o
que provoca as inundações.

Outra causa para as enchentes é a ocorrência de uma quantidade não comum de chuvas, que
podem manifestar-se em níveis muito acima do previsto pelos meteorologistas. Isso pode
acontecer por causa de um problema na atmosfera, por causa do Aquecimento Global ou de uma
catástrofe climática natural.

Inundações urbanas podem ocorrer por diversos fatores, sendo os principais a ineficácia do
sistema de drenagem e a construção de centros urbanos em terrenos que naturalmente são
afetados pelas enchentes.

A interferência humana sobre os cursos d'água, provocando enchentes e inundações, ocorre das
mais diversas formas. Em casos extremos, porém menos comuns tais situações podem estar
relacionadas com rompimentos de diques e barragens, o que pode causar sérios danos à
sociedade. Mas, quase sempre, essa questão está ligada ao mau uso do espaço urbano.

Um problema que parece não ter uma solução rápida é o elevado índice de poluição, causado
tanto pela ausência de consciência por parte da população quanto por sistemas ineficientes de
coleta de lixo ou de distribuição de lixeiras pela cidade. Além do mais, há problemas causados
pela poluição gerada por empresas e outros órgãos. Com isso, ocorre o entupimento dos bueiros,
que seriam responsáveis por conter parte da água que eleva o nível dos rios. Além disso, o lixo
gerado é levado pelas enxurradas e contribui ainda mais para elevar o volume das águas.

Efeitos de inundações sobre a saúde e medidas de solução

Efeitos de inundações sobre a saúde

Alguns estudos sobre impactos dos desastres naturais na saúde humana destacam que estes
afetam as comunidades de forma desigual e de maneiras diferentes, direta e indiretamente, com
efeitos que variam de curto a longo prazo, a depender da característica do evento e da
vulnerabilidade socioeconômica e ambiental do território (ALDERMAN e col., 2012).

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Diversos são os impactos que as inundações podem causar à saúde, tanto de efeito imediato,
quanto de médio e longo prazo. Entre os principais impactos sobre a saúde, é esperado:

 Aumentar o número de óbitos.


 Causar traumatismos, afogamentos e outros agravos à saúde que podem exceder
capacidade de resposta dos serviços locais de saúde.
 Danificar ou destruir a infraestrutura física e funcional dos serviços de saúde, incluindo
os arquivos com consequente perda de dados.
 Afetar os recursos humanos do setor Saúde comprometendo o funcionamento da estrutura
local de saúde.
 Danificar e interromper os sistemas e/ou soluções alternativas de abastecimento de água,
os serviços de drenagem, limpeza urbana e esgotamento sanitário.
 Aumentar os riscos de contaminação microbiológica de água para consumo humano e
alimentos em razão de alagamentos de lixões, aterros sanitários, transbordamento de
esgotos e fossas sépticas.
 Aumentar a ocorrência de doenças infecciosas (respiratórias e de transmissão hídrica e
alimentar) e agravar as doenças crônicas e de transmissão por vetores, assim como o
surgimento de doenças mentais, acidentes por animais peçonhentos e por outros animais,
e doenças provocadas pela maior exposição às intempéries (frio, umidade, calor,
tempestade etc.).
 Danificar as instalações de fontes fixas ou móveis de produtos perigosos, gerando o risco
de desastre secundário (unidades industriais, depósitos, comércios, transportes, oleodutos,
gasodutos, lagoas de contenção de rejeitos) e de substâncias radioativas, entre outros,
podendo aumentar o risco de adoecimento e óbitos no território.
 Aumentar o risco de transtornos psicológicos na população atingida, principalmente
quando ocorrem perdas familiares, econômicas, materiais ou quando há necessidade de ir
para abrigos (podendo gerar problemas secundários, a exemplo de violência física e
sexual).
 Desagregar comunidades e famílias.
 Provocar migração populacional (deslocamento) em busca de fontes alternativas de água,
alimentos, moradia, emprego, entre outros fatores condicionantes.

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 Aumentar a escassez de alimentos, podendo ocasionar problemas nutricionais,
especialmente nos casos de inundações prolongadas.
 Causar agravos aos profissionais envolvidos em alguma etapa do processo (resgate,
atendimento, acolhimento, planejamento.) decorrentes do desastre, como, por exemplo:
transtornos mentais, intoxicações, acidentes com materiais biológicos e outros.
 Aumentar a ocorrência de doenças de pele, como fungos, foliculite, melasma, alergia e
até mesmo câncer de pele.

Os impactos das inundações podem reduzir, ou até inviabilizar, a prestação dos serviços de
saúde, tanto pelos danos causados à infraestrutura e aos profissionais que prestam esse serviço
quanto pelo aumento da demanda pelos serviços de saúde, o que pode superar a capacidade de
atendimento local.

Jogue fora medicamentos e alimentos (frutas, legumes, verduras, carnes, grãos, leites e
derivados, enlatados etc.) que entraram em contato com as águas da enchente, mesmo que
estejam embalados com plásticos ou fechados, pois, ainda assim, podem estar contaminados.

Lave bem as mãos antes de preparar alimentos e ao se alimentar. Procure beber sempre água
potável, que não tenha tido contato algum com as enchentes, e a utilize no preparo dos alimentos,
especialmente das crianças menores de um ano. Para garantir que a água é segura para consumo,
ferva-a por ao menos um minuto, ou adicione duas gotas de hipoclorito de sódio com
concentração de 2,5% (água sanitária) para cada litro de água.

Medidas de solução

Aluísio Canholi (2008) define medidas em duas partes, medidas estruturais e medidas não
estruturais:

As medidas estruturais correspondem às obras que podem ser implantadas visando a correção


e/ou prevenção dos problemas decorrentes de enchentes.

As medidas não estruturais são aquelas em que se procura reduzir os danos ou as


consequências das inundações, não por meio de obras, mas pela introdução de normas,
regulamentos e programas que visem, por exemplo, o disciplinamento do uso e ocupação do

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solo, a implementação de sistemas de alerta e a conscientização da população para a manutenção
dos dispositivos de drenagem.

Medidas Estruturais

As medidas estruturais compreendem as obras de engenharia, que podem ser caracterizadas


como medidas intensivas e extensivas.

As medidas intensivas, de acordo com seu objetivo, podem ser de quatro tipos:

 De aceleração do escoamento: canalização e obras correlatas;


 De retardamento do fluxo: reservatórios (bacias de detenção/ retenção), restauração de
calhas naturais;
 De desvio do escoamento: tuneis de derivação e canais de desvio;
 E que englobem a introdução de ações individuais visando tornar as edificações a prova
de enchentes.

Por sua vez, as medidas extensivas correspondem aos pequenos armazenamentos disseminados
na bacia, a recomposição de cobertura vegetal e ao controle de erosão do solo, ao longo da bacia
de drenagem.

Medidas Não Estruturais

Em contraposição as medidas estruturais, que podem criar uma sensação de falsa segurança e até
induzir a ampliação da ocupação das áreas inundáveis, as ações não estruturais podem ser
eficazes a custos mais baixos e com horizontes mais longos de atuação.

As ações não estruturais procuram disciplinar a ocupação territorial, o comportamento de


consumo das pessoas e as atividades econômicas.

Considerando aquelas mais adotadas, as medidas não estruturais podem ser agrupadas em:

 Ações de regulamentação do uso e ocupação do solo;


 Educação ambiental voltada ao controle da poluição difusa, erosão e lixo;
 Seguro-enchente;
 Sistemas de alerta e previsão de inundações.

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Por meio da delimitação das áreas sujeitas a inundações em função do risco, é possível
estabelecer um zoneamento e a respectiva regulamentação para a construção, ou ainda para
eventuais obras de proteção individuais (como a instalação de comportas, portas-estanques e
outras) a serem incluídas nas construções existentes.

Se sua casa for atingida pela enchente, após o recuo da água providencie a limpeza e desinfecção
dos ambientes, utensílios, móveis e outros objetos. Usando luvas, botas de borrachas ou outro
tipo de proteção para as pernas e braços (como sacos plásticos duplos), descarte para a coleta
pública tudo o que não puder ser recuperado e remova – com escova, sabão e água limpa – a
lama que restou nos ambientes, utensílios, móveis e outros objetos da casa.

No caso dos utensílios domésticos (panelas, copos, pratos e objetos lisos e laváveis), lave-os
normalmente com água e sabão.

Depois, prepare uma solução desinfetante, diluindo um copo (200 ml) de água sanitária
(hipoclorito de sódio a 2,5%) em quatro copos de água (800 ml). Mergulhe na solução os objetos
lavados, deixando-os ali por, pelo menos, uma hora.

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Conclusão

Os principais factores para a caracterização das cheias e suas inundações deverão ser a dimensão
do problema, S, (área da bacia hidrográfica, área da inundação), a causa meteorológica das
cheias, M, os tipos de ocupação das zonas inundáveis, V, e os socioeconómicos, E. Estes factores
determinam a vulnerabilidade das pessoas e das comunidades.

Mas as causas mais comuns das enchentes nas cidades estão relacionadas com os efeitos nocivos
de algumas práticas humanas sobre o meio ambiente. A primeira delas é a poluição excessiva,
que entope bueiros e galerias construídas para reter e impedir o acúmulo de água das chuvas nas
ruas. Essa poluição também aumenta o volume dos rios e faz com que eles inundem uma área
maior do que o normal.

Outra prática humana responsável pelas enchentes é o desmatamento, principalmente em áreas


localizadas nas proximidades das margens de um rio. Essa vegetação é responsável por “segurar”
as águas que se expandem ou reduzir a sua velocidade. Outra função é a de diminuir a erosão das
encostas, de forma que, quando não existem árvores no local, caem muitos sedimentos
(partículas de rochas) e terra no leito do rio, tornando-o mais volumoso e também o alargando, o
que provoca as inundações.

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Bibliografia

Brum Ferreira (coord.), (2005) - Geografia de Portugal, vol.I – O Ambiente Físico, Círculo de
Leitores, Lisboa. ISBN: 972-42-3519-X.

http://www.prociv.pt/Documents/guia_metodologico_SIG.pdf

V.T. Chow (1956) - Hydrologic Studies of Floods in the United States. Inter. Assoc. Sci
Hydrol., Publ. nº 42, 134-170.

REZENDE, B. e TUCCI, C. E. M., 1979. Análise das Inundações em Estrela: relatório técnico.
Estrela: Prefeitura Municipal de Estrela, 30p.

Kesia Rodrigues dos Santos, da Universidade Estadual de Goiás k2r3s4@yahoo.com.br.

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