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Degradação dos polímeros

(Licenciatura em Ensino de Química com Habilitações em Gestão de Laboratórios)

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2021
Degradação dos polímeros

Trabalho da cadeira de Química


Macromolecular, a ser submetido no
Departamento de Ciências Naturais,
Tecnologia e Engenharia, sob
orientação de: Dra. Taualia A. Achira

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa
2021
Índice

1. Introdução...............................................................................................................................3
1.1. Objectivos.........................................................................................................................3
1.1.1. Geral:.........................................................................................................................3
1.1.2. Específicos.................................................................................................................3
2. Conceito de polímero..............................................................................................................4
2.1. Degradação de polímeros.................................................................................................4
2.1.1. Degradação com Cisão de cadeias.............................................................................5
2.1.2. Degradação sem cisão de cadeias..............................................................................6
2.2. Factores ou agentes da degradação polimérica................................................................6
2.3. Tipos de degradação polimérica.......................................................................................6
2.3.1. Degradação física......................................................................................................6
2.3.2. Degradação química..................................................................................................7
2.3.3. Degradação Biológica................................................................................................9
3. Conclusão..............................................................................................................................11
4. Bibliografia...........................................................................................................................12
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1. Introdução

No presente trabalho abordaremos sobre a degradação dos polímeros. Para além da


degradação polimérica abordar-se-ão também dos tipos de degradação, factores que originam
a degradação polimérica, tipos de degradação polimérica, entre outros itens.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral:

 Estudar a degradação dos polímeros.

1.1.2. Específicos

 Conceituar os polímeros;
 Indicar os tipos de degradação;
 Identificar os factores que provocam a degradação dos polímeros;
 Diferenciar os tipos de degradação.
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2. Conceito de polímero

A palavra polímeros origina-se do grego poli (muitos) e mero (unidades de repetição). Assim,
um polímero é uma macromolécula composta por muitas (dezenas de milhares) unidades de
repetição denominadas meras, ligados por uma ligação covalente. A matéria prima para a
produção de um polímero é o monómero, isto é, uma molécula com uma (mono) unidade de
repetição. Dependendo do tipo de monómero (estrutura química), do número médio de meros
por cadeia e do tipo de ligação covalente, pode-se dividir os polímeros em três grandes
classes: Plásticos, Borrachas e Fibras (BRUNEL, 2008).

2.1. Degradação de polímeros

De acordo com Severgnini (2002); Brandalise (2008), degradação polimérica são reacções
químicas irreversíveis que podem ocorrer de forma destrutiva, ou seja, envolve quebra de
ligações químicas da estrutura do polímero causadas por agentes físicos e/ou agentes
químicos que leva a uma alteração significativa na estrutura do material, sendo caracterizada
tipicamente por mudança nas suas propriedades e/ou pela sua fragmentação.

Dependendo do tipo de ligação (covalente ou iónica), são possíveis três mecanismos de


degradação: radicalar, iónica e iónica-radicalar. Se a ligação entre os átomos da cadeia
principal for covalente, a ruptura da macromolécula envolverá a formação de macroradicais
livres. Pará que a degradação seja completa, deve haver formação de CO 2, H2O e outros
produtos bioassimiláveis, após um determinado período de tempo (Severgnini 2002;
Schlemmer, 2007).
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Figura 1: Representação esquemática da degradação de uma cadeia polimérica.

Fonte: Schlemmer, 2007.

Nesse processo, em geral, pode ocorrer a cisão da cadeia polimérica e também a alteração
estrutural causada por outros mecanismos (sem cisão da cadeia polimérica).

2.1.1. Degradação com Cisão de cadeias

A cisão (lisis em grego) de cadeias ou o rompimento de uma ligação química ocorre quando a
energia localizada nessa determinada ligação química for superior à energia da ligação. Essa
energia pode ser fornecida de diferentes formas: luz (fotólise), radiação gama (radiólise),
calor (termólise) ou cisalhamento (rompimento mecânico).

Figura 2: Cisão de ligação C-C.


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2.1.2. Degradação sem cisão de cadeias

Nesse tipo de reacção de degradação ocorre o rompimento da ligação do carbono da cadeia


principal com um substituinte (uma ligação -C-R), seguida da quebra de uma ligação C-H e
formação de uma ligação dupla C=C.

Figura 3: mecanismo de degradação sem cisão da cadeia.

2.2. Factores ou agentes da degradação polimérica

Para Dias (2016), os agentes que provocam a degradação dos polímeros são:

 Agentes físicos: radiação solar e outras radiações, temperatura e atrito mecânico e


intenso;
 Agentes químicos: água, ácidos, bases, solventes, outros produtos químicos,
oxigénio, o ozono, e outros poluentes atmosféricos;
 Agentes biológicos: micro-organismos, tais como fungos e bactérias, etc.

2.3. Tipos de degradação polimérica

De acordo com Dias (2016), existem três (3) grandes tipos principais de degradação dos
polímeros que são: degradação física, degradação química e degradação biológica.

2.3.1. Degradação física

Segundo Dias (2016), a degradação física pode ter diferentes formas de iniciação. Uma delas
é pelo agente temperatura. As ligações químicas do polímero só podem ser quebradas se uma
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energia igual ou superior for fornecida ao polímero na forma de aquecimento em um período


curto ou longo.
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2.3.1.1. Degradação Térmica

Segundo Brunel (2008), na degradação térmica os polímeros são submetidos a temperaturas,


cisalhamento e pressões relativamente altas, possibilitando a ocorrência de reacções de
degradação térmica. A ruptura das ligações químicas devido puramente ao efeito da
temperatura ocorre em ausência do oxigénio e sucede quando a temperatura excede aquela
necessária para quebrar ligações interatómicas. Nos poliésteres essa degradação ocorre
basicamente através de dois mecanismos principais: a transesterificação e a cis-eliminação.

Exemplo: mecanismos de degradação de poliésteres (transesterificação e a cis-eliminação).

Figura 4: Mecanismo de degradação térmica dos poliésteres.

Fonte: Brunel, 2008.

2.3.2. Degradação química

Segundo Dias (2016), a degradação iniciada por agentes químicos aparentemente só poderia
ocorrer em situações muito específicas onde o polímero estivesse exposto a um agente
químico agressivo específico.

Na degradação química os principais agentes são a água, ácidos, bases, solventes, oxigénio e
ozono. Genericamente, os agentes de baixa massa molar tendem a ser mais eficientes, pois
possuem maior facilidade para penetrar entre as moléculas dos polímeros.
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2.3.2.1. Degradação por hidrólise

De acordo com Nogueira (2013), a hidrólise promove a quebra destas ligações com a adição
de oxigénio ou hidroxilas. Outras condições ambientais que também favorecem a iniciação da
degradação por hidrólise são a exposição a meio ácida ou básico e a presença de hidrólases,
enzimas hidrolíticas específicas. A degradação por hidrólise ocorre de forma abiótica, ou seja,
sem presença de seres vivos. Para polímeros semi-cristalinos a degradação hidrolítica ocorre
em duas fases.

Primeira fase: a água penetra na superfície do dispositivo, atacando preferencialmente as


cadeias poliméricas da fase amorfa, convertendo-as em cadeias menores, e finalmente em
fragmentos solúveis. Devido a isso, ocorre inicialmente uma redução na massa molar da fase
amorfa sem a perda das propriedades físicas.

Segunda fase: inicia-se a perda das propriedades físicas e a água passa a fragmentar a
amostra. Exemplos:

Figura 5: Quebra da cadeia polimérica pelo processo de hidrólise.

Fonte: Duek et al, 2008.

Figura 6: Mecanismo de hidrólise da sacarose em meio ácido.


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Fonte: Nogueira, 2013.

Figura 7: Degradação de um polímero (uma proteína) por hidrólise.

Fonte: BRUNEL, 2008

2.3.3. Degradação Biológica

Segundo Dias (2016), a degradação biológica ou biodegradação também conhecida por


degradação microbiológica ocorre quando um determinado material é usado como nutriente
por um determinado conjunto de microorganismos, ou seja, é o processo de degradação de um
polímero que resulta da acção de microorganismos, tais como bactérias, fungos, algas entre
outros) que existe no meio ambiente onde o material vai ser degradado. Exemplos:
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Figura 9: Processo de biodegradação de Polímero.

Fonte: Brunel, 2008.


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3. Conclusão

O estudo da degradação de polímeros apresenta importância para diversas áreas, dentre as


quais a biomédica, ambiental e a industrial. Porém, polímeros são compostos de moléculas
muito grandes, formados pela repetição de uma unidade molecular pequena, chamado
monómero. Entretanto estas macromoléculas têm efeitos significativos (sejam positivos ou
negativos) sobre o meio ambiente, a indústria, a biomedicina entre outros sectores. Devido
aos efeitos dos polímeros torna-se necessário falar sobre a sua degradação. A degradação ou
fragmentação de um polímero consiste em qualquer mudança física ou química no polímero
que pode ser iniciada por factores ambientais como: calor, luz, radiação de alta energia, tensão
mecânica, ataque químico ou biológico, os quais resultam na quebra de ligações, formação de
novos grupos funcionais ou transformações químicas. É mesmo importante fazer e falar sobre
a degradação dos polímeros, visto que é uma actividade que visa reduzir os índices de
poluição e contaminação do meio ambiente.
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4. Bibliografia

BRANDALISE, Rosmary Nichele. Avaliação da degradação biótica e abiótica da mistura


polimérica de polietileno de alta densidade com o Poli(álcool vinílico). Porto Alegre. 2008.

BRUNEL, Daiane Gomes. Influência da incorporação de aditivos nas propriedades do


Poli(hidroxibutirato-co-hidroxivalerato) – PHBV. São Carlos. 2008.

DIAS, Juliana de Carvalho. Rotas de destinação dos resíduos plásticos e seus aspectos
ambientais: uma análise da potencialidade da biodegradação. Rio de Janeiro. 2016.

NOGUEIRA, Carlaile Fernanda De Oliveira. Estudo de polímeros biodegradáveis e


compostáveis de fontes renováveis como alternativa aos polímeros tradicionais. Lorena. 2013.

SCHLEMMER, Daniela. Preparação, caracterização e degradação de blendas de poliestireno


e amido termoplástico usando glicerol e óleo de buriti (Mauritia flexuosa) como plastificantes.
Brasília. 2007.

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