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Universidade Rovuma
Montepuez
2022
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Universidade Rovuma
Montepuez
2022
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Índice
Lista de Quadros..............................................................................................................................v
Lista de Símbolos, Abreviaturas e Siglas.......................................................................................vi
Lista de Gráficos............................................................................................................................vii
Declaração....................................................................................................................................viii
Dedicatória......................................................................................................................................ix
Agradecimento.................................................................................................................................x
Resumo...........................................................................................................................................xi
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................12
Delimitação do tema......................................................................................................................14
Objecto de estudo..........................................................................................................................14
Enquadramento de estudo..............................................................................................................14
Problematização.............................................................................................................................14
Justificativa....................................................................................................................................16
Objectivos do trabalho...................................................................................................................18
Objectivo geral:.............................................................................................................................18
Objectivos específicos:..................................................................................................................18
Questões de Pesquisa.....................................................................................................................18
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................19
1.1. Historial do Conceito de Valência..........................................................................................19
1.1.2. Conceito actual de valência.................................................................................................21
1.1.3. A importância do conceito valência....................................................................................22
1.2. Conceito Número de Oxidação (Nox)....................................................................................23
1.2.1. Números de oxidação usuais...............................................................................................25
1.2.3. Determinação dos números de oxidação.............................................................................26
1.3. Dificuldades de Aprendizagem dos Conteúdos de Química..................................................28
1.4. Factores que Influenciam a Aprendizagem de Química.........................................................29
CAPÍTULO II: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO...........................................................31
2.1. Classificação do Tipo de Pesquisa..........................................................................................31
2.1.2. Quanto a natureza................................................................................................................31
2.1.3. Quanto a abordagem do problema.......................................................................................31
iv
Lista de Quadros
Q– Questão
Freq Frequência
% Percentual
vii
Lista de Gráficos
Declaração
Declaro, por minha honra, que esta Monografia Científica é resultado da minha investigação
pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer Grau Académico.
__________________________________
Dedicatória
Aos meus pais Cristiano Adalberto Paipo e Nema Chinolo Ndungulo pelo amor, cuidado, apoio,
motivação e por serem uma fonte de inspiração.
Aos meus irmãos (Céu, Cabilda, Celisa, Cristina, Paula, Fulco e Adélia) pelo companheirismo e
força que por eles me foram dada durante toda a minha jornada.
Aos familiares e amigos que sempre estiveram ao meu lado quando mais precisei.
x
Agradecimento
Antes de mais, agradecer a Deus por ser a luz que me guiou durante todo o percurso
pessoal e académico.
Ao meu supervisor, Mestre Jorge Ernesto, pela orientação, dedicação, partilha de
conhecimento e experiência científica, pelos ensinamentos, amizade e confiança durante
a realização deste trabalho, bem como pela disponibilidade e empenho diários.
O meu agradecimento vai também a Universidade Rovuma, extensão de Montepuez, pela
oportunidade de ingressar nesta instituição, em especial aos docentes do curso de
licenciatura em ensino de química pela transmissão incansável de conhecimentos e
saberes ao longo da minha formação
À Direcção da Escola Secundária de Montepuez, aos professores de química, ao
delegado da disciplina e a todos os alunos da 10ª classe do ano lectivo de 2022, pela
compreensão e consideração disponibilizando seu valioso tempo para fornecer algumas
informações que serviram de base para a realização deste trabalho.
Estes agradecimentos são extensivos a todo aquele que directa ou indirectamente me
prestou apoio durante todo o processo da minha formação académica, em especial aos
meus pais pelo apoio emocional, moral, financeiro, e por não terem deixado de acreditar
em mim mesmo quando eu duvidei, e aos meus colegas e amigos (Iquira, Edmilson e
Johannes) pela companhia e colaboração ao longo de todo o curso.
xi
Resumo
INTRODUÇÃO
O que se pode esperar da aprendizagem de Química como uma área das Ciências Naturais é que
exista construção do conhecimento de forma que o estudante compreenda a Química muito além
da memorização de códigos, regras, nomenclaturas e leis. Espera-se, efectivamente, que ele
possa compreender os processos químicos em si, aplicando o que foi aprendido para descrever
processos tecnológicos; compreender questões ambientais; explicar questões sociais; posicionar-
se frente às questões que envolvem aspectos políticos e económicos. (BRASIL, 1999).
O facto de a Química apresentar um carácter central faz com que ela tenha uma forte relação de
interdisciplinaridade com outras ciências como a Matemática, Física, Biologia, Estatística, etc.
Assim, para muitos, a correlação que esta disciplina tem com as outras, dificulta ainda mais o
ensino e aprendizagem da mesma, deixando desinteresse para grande parte dos alunos,
professores e outros que mostram uma queda na aprendizagem da disciplina (Mendonça et all,
2004 apud Fonseca 2010, p. 1).
Mas também, ‘’O ensino de Química é permeado por discussões sobre conceitos abstractos e
processos, o que exige do aluno uma capacidade de abstracção e raciocínio’’ (Peregrini, 1995). O
processo de ensino e aprendizagem resulta de múltiplas actividades coordenadas entre os
intervenientes (aluno e professor) do mesmo processo. A busca por estratégias diferenciadas que
primem pela participação, pelo respeito ao tempo e habilidades de cada educando é
imprescindível, não obstante, há inúmeros desafios enfrentados no campo educacional e no PEA
reflectidos de forma directa em dificuldades enfrentadas pelos alunos para entender alguns
conteúdos como é o caso do conceito de valência e número de oxidação (Nox).
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Diversos estudos foram realizados em vários pontos do mundo tendo como destaque o Brasil,
com vista a elaborar estratégias de ensino que sejam eficazes para o tratamento deste conteúdo,
estudos como os de Santos & Neto (2016) que trazem uma abordagem mais histórico-didáctica
em seu trabalho intitulado: História Da Química E Sua Apropriação Pelo Currículo Escrito –
A Noção De Valência Nos Livros Didácticos De Química, em que os autores examinam a
forma como a noção clássica de valência é apropriada pelo currículo do ensino médio de
Química, através da análise de dez livros didácticos. O de Silva (2018) que fala da
aprendizagem significativa no ensino de química: uma proposta de unidade de ensino sobre
número de oxidação objectivando apresentar a construção, aplicação e avaliação de uma
Unidade de Ensino Potencialmente Significativa (UEPS), tendo desenvolvido um guia e recurso
didáctico que consiste em um tabuleiro para resolução das situações-problema sobre Nox em que
foi possível registar que eles desenvolveram as habilidades esperadas quanto à construção do
conhecimento de forma activa, pois realizaram a aplicação do mesmo em outros contextos.
Como se pode ver, foram realizados diversos estudos nessa área, mas como afirma Nogueira
(2018, p. 2), ‘’trabalhos recentes buscaram relacionar a análise de livros didácticos de química à
história da ciência, sob diferentes perspectivas’’.
Ao percorrer os estudos de outros autores como penha, santos e neto, silva, Araújo entre outros,
fica claro que as suas abordagens não se limitam a isso, havendo uma tendência em se procurar
desenvolver estratégias didácticas que se adeqúem a realidade de cada situação no tratamento
destes conceitos e uma análise das abordagens didácticas que os livros apresentam. Em
Moçambique um estudo se destaca, o de Fonseca (2010) pois ele traz aqui a perspectiva de
identificação das dificuldades enfrentadas pelos alunos nesses dois conteúdos (valência e Nox),
diferentemente de outros autores que tratam estes conceitos de forma separada. É nessa
perspectiva e escopo de ideia que para o presente estudo pretende-se tratar desses dois conceitos
de forma simultânea pois de acordo com vários autores uma das principais dificuldades que os
alunos têm enfrentado é a confusão entre valência e Nox, assim sendo, há uma necessidade de se
fazer um estudo que aborde esses conceitos de forma interligada e correlacionada.
Diante disto, surge a presente pesquisa com o tema: Análise das Dificuldades Enfrentadas
pelos Alunos na 8ª e 9ª classes Durante o Tratamento de Conceitos de Valência e Nox no
distrito de Montepuez 2021-2022.
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Além da introdução, o presente trabalho é constituído por três (3) capítulos, a saber: o primeiro
capítulo aborda a fundamentação teórica que dá base científica a pesquisa; o segundo capítulo
faz menção da metodologia, os caminhos e procedimentos usados para a elaboração, colecta de
dados e a interpretação de dados da pesquisa e o terceiro capítulo destaca a apresentação, análise
e interpretação de dados.
Delimitação do tema
Objecto de estudo
A presente pesquisa tem como objecto de estudo, as dificuldades enfrentadas pelos alunos na 8ª e
9ª classe no tratamento de conceitos de valência e Nox.
Enquadramento de estudo
Problematização
De acordo com Fonseca (2010, p.31), constituem principais dificuldades enfrentadas pelos
alunos A ‘’falta de domínio dos conceitos de átomos, substância química e elemento químico, A
falta de domínio na escrita das fórmulas químicas e interpretação das reacções de oxidação’’.
Mas esta situação não devia estar acontecendo uma vez que de acordo com o programa de ensino
da 8ª classe, na terceira unidade temática: estrutura da matéria e reacções químicas, ao fim da
aula sobre valência o aluno deve ser capaz de dar o conceito de valência, fazer a montagem de
fórmulas de compostos binários com base nas valências dos elementos químicos constituintes e
explicar que a valência de um elemento é a capacidade de combinação entre os átomos dos
elementos químicos para a formação de um composto. E ainda na mesma unidade é onde surgem
os princípios teóricos para a percepção do Nox que vem a ser tratado na 9ª classe ao se referir a
reacção Redox como sendo aquela que ocorre com o ganho ou perda de Oxigénio, já na 9ª de
acordo com o programa de ensino, na 4ª unidade intitulada cloro e os elementos do VII grupo
principal, a aula sobre reacções redox, neste nível, a reacção de oxidação é tratada como um
processo que ocorre com aumento do Nox e o conceito de redução como um processo que ocorre
com a diminuição do Nox durante uma reacção química. Os objectivos são determinar o número
de oxidação de um elemento químico na fórmula de um composto, indicar nas reacções redox o
agente oxidante e agente redutor, Substância oxidada e substância reduzida, semi-equações de
oxidação e de redução. Mas a realidade mostra que ao fim destas unidades os alunos ainda
apresentam grandes lacunas devido as dificuldades de aprendizagem por eles encaradas nestas
matérias, deixando transparecer de forma clara que os objectivos traçados não foram alcançados
e muito menos as competências foram desenvolvidas. Diante desta situação surge a seguinte
questão: Que dificuldades são enfrentadas pelos Alunos na 8ª e 9ª classes Durante o
Tratamento de Conceitos de Valência e Nox?
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Justificativa
A escolha deste tema deve-se ao facto dos alunos da Escola Secundária de Montepuez
apresentarem dificuldades na aprendizagem do conceito de valência e Nox, facto bastante
preocupante visto que estes conceitos são indispensáveis para decifrar vários processos que
ocorrem na natureza e para entender outros conteúdos subsequentes da química, como é o caso
das reacções de óxi-redução e a electroquímica, e também pelo facto deste conteúdo ser tratado
novamente no segundo ciclo e até o Ensino Superior, sendo necessário identificar as causas do
problema ainda na 8ª e 9ª em que se constrói a base para percepção de modo a que estes no
ensino médio não apresentem lacunas nessas matérias e por se tratar de temas tidos como
complexos tanto pelos professores quanto para os alunos.
De acordo com (Carvalho, 1999 apud Souza, 2017, p. 2), ‘’um dos grandes problemas que
prejudicam o processo de ensino aprendizagem diz respeito à dificuldade do professor em
realizar mudanças na sua didáctica’’. Mas esse estudo foi feito em um outro país e considerando
que a forma de aprendizagem é influenciada pelo ambiente social em que o aluno vive se torna
necessário a identificação das dificuldades dos alunos aqui de Montepuez com vista a traçar
estratégias que se adeqúem a realidade do local.
Para Souza (2017, p. 3) ‘’um obstáculo na qual pode se encaixar a dificuldade em aprender
Química é carências de profissionais qualificados, os profissionais devem ser mais qualificados
em suas áreas para lapidar a sua metodologia’’.
No campo científico a presente pesquisa se torna bastante pertinente e importante uma vez
poderá servir de base para as pesquisas subsequentes sobre esta problemática A escolha deste
tema prende-se, igualmente com o facto do proponente estar a se formar para o Ensino de
Química com habilitações em gestão de laboratórios e haver uma grande probabilidade de se
tornar um professor do ensino secundário, considerando que aquando do seu estágio pedagógico
verificou este problema sentiu-se na necessidade de se dedicar na identifição das causas do
problema, para, em seguida, propor caminhos para a eliminação ou mitigação. De modo que não
se repita não só com ele mais de modo a beneficiar também colegas de profissão e estudantes
uma vez que todos saem a ganhar.
No âmbito social esta pesquisa terá um grande impacto, visto que o ensino actual tem como meta
o desenvolvimento de competências com vista a formar um cidadão capaz de resolver os
problemas da sociedade, e a medida que esta pesquisa objectiva ajudar nesse processo de
desenvolvimento de competências ela se torna de suma importância para a sociedade pois com
estes conhecimentos os alunos podem aplicar na sociedade para resolver diversos problemas que
apoquentam a sociedade, pois como referido, estes dois conceitos são tidos como base para o
entendimento de diversos outros conteúdos.
No âmbito do PEA a pesquisa irá ajudar aos professores e alunos ao abordarem os conceitos de
valência na 8ª classe na terceira unidade temática: estrutura da matéria e reacções químicas, com
o tema Valência: Conceito, Montagem das fórmulas a partir das valências dos elementos. E na 9ª
classe na 4ª unidade temática intitulada cloro e os elementos do VII grupo principal, na aula
sobre reacções Redox. Esta Pesquisa ajudará ao professor a pensar mais rápido e de modo crítico
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Objectivos do trabalho
Objectivo geral:
Objectivos específicos:
Questões de Pesquisa
Por tratar-se de uma pesquisa qualitativa, optou-se pelas seguintes questões de pesquisa:
Q1: Quais são as principais dificuldades enfrentadas pelos alunos no tratamento de conceitos de
valência e Nox?
Q2: Quais são as causas das dificuldades enfrentadas pelos alunos na 8ª e 9ª classe no tratamento
do conceito de valência e Nox?
Q3: Será que as estratégias metodológicas aplicadas pelos professores de química no tratamento
de Nox e valência reflectem os resultados pré-estabelecidos?
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Neste capitulo serão apresentados conceitos sobre o tema em pesquisa, baseando-se na consulta
de obras diversas, artigos científicos, teses, dissertações e discursos a serem usados e que
abordam sobre o tema em alusão com vista a alicerçar e sustentar teoricamente a pesquisa.
No século XIII, Alberto Magno (1193-1280) utiliza uma palavra, “affinitas”, para estabelecer a
ideia de uma semelhança entre os corpos que reagem, exemplo: “o enxofre escurece a prata e
queima os metais em geral, devido à “afinidade natural que existe entre eles” (Rouen, 1476 apud
Neto, 2003, p. 54).
Essa ideia de afinidade, embora procure explicar as interacções entre as substâncias, ainda está
ligada a características vitalistas, pois não esclarece as causas da reacção química entre os
materiais e coloca na natureza a justificativa.
No século XVIII, influenciado por essas ideias, vários “químicos” tentaram quantificar a
afinidade, a partir de resultados experimentais, construindo uma série de tabelas de afinidades,
que procuravam mostrar o comportamento das substâncias diante de outras substâncias, bem
como prever uma reacção química.
Na França, Geoffroy (1672-1721), construiu, em 1718, uma tabela que se baseava no seguinte
pressuposto:
Sempre que duas substâncias, possuindo a mesma tendência de combinação uma com a
outra, encontram-se combinadas e introduz-se uma terceira que possua maior afinidade
com uma das duas, a terceira se unirá a esta, deixando a outro livre. (Stengers, 1996,
p.127 apud Neto, 2003, p. 61).
20
Esse pressuposto é ainda utilizado, no ensino, nas filas de reactividade de metais e não metais.
As tabelas eram úteis na previsão das reacções químicas, no entanto a causa da afinidade não era
compreendida. As ideias de Berthollet e Higgins apontarão outras possibilidades para tal
compreensão.
Hoffmann sugere, então, que “atomicidade” seja substituída por “quantivalência” e que os
elementos deveriam ser descritos como “univalentes, bivalentes, trivalentes e tetravalentes de
acordo com suas capacidades de fixarem seus átomos”.
É da “quantivalência” que Kekulé criará o termo valência, que é incorporado a partir de 1869 e
passa a compor a enciclopédia britânica em 1876. No entanto o termo quantivalência aparece em
livros texto e periódicos na Inglaterra até 1885 e Frankland continuava utilizando poder de
combinação, usou a atomicidade e posteriormente a equivalência até 1877 (Neto, 2003, p. 63).
Algumas raízes para a formação da palavra valência e que se relaciona com o contexto
vivenciado por Kekulé:
Valere: principalmente, ser forte ou estar bem; num sentido secundário, ter valor.
O conceito de valência aparece nos trabalhos de Kekulé, como também nos de Frankland, para
descrever o poder de combinação ou o número de unidades de afinidade inerente a um elemento
químico que participa de um composto químico (Kuznetsov, 1980).
No fim dos anos 1860, os cientistas ingleses usavam valência e ligação química como sinónimos,
levando a uma confusão por um longo período. Tanto que em 1909, Friend fez a proposição de
dois significados para um mesmo termo:
Assim, valência seria uma força intrínseca ao elemento, utilizada para interagir com outros
elementos e expressa numericamente pelo número de elementos monovalentes capazes de serem
mantidos presos por eles e, ligação química seria a resultante da acção dessa força (Neto, 2003,
p.63).
Segundo Reis (2013, p. 189), Podemos dizer, de um modo geral, que valência é o número de
electrões que os átomos de um elemento ganham ou perdem para formar uma substância estável.
Os adjectivos que descrevem as valências atómicas usam prefixos gregos, como mono,
bi, tri, tetra, etc, para valências iguais a 1, 2, 3, 4.
Grupos dos elementos principais que são os metais geralmente possuem apenas uma
valência, igual ao número de electrões na camada de valência. Metais de transição
frequentemente possuem diversas valências (veja o quadro a baixo).
De acordo com o Compendium of Chemical Terminology (ou Gold Book) da IUPAC, valência é
o número máximo de átomos univalentes (originalmente, átomos de hidrogénio ou cloro) que
podem se combinar com um átomo do elemento sob consideração, ou com um fragmento, ou
pelo qual um átomo desse elemento pode ser substituído. (Nogueira e Porto, 2018, p.238)
O termo “valência” também é utilizado como adjectivo em expressões como camada de valência,
electrões de valência e ligação de valência, por exemplo.
Assim, esse termo é usado em várias áreas da química, ainda que a definição clássica pareça não
dar conta, à primeira vista, de todos os contextos em que a palavra é empregada.
23
O termo valência como a história do seu conceito mostra, teve diferentes nomes ao passar do
tempo tendo sido considerado como um conceito importante para o estudo da estrutura e
composição da matéria, pois muitas vezes era confundido com ligação química por estar
relacionado com a afinidade química e a uma forca que permitisse a união dos elementos, devido
a isto e a outros factores este conceito é tido como de bastante importância para a historia da
química bem como a química actual, tal que, para explicar essa importância na historia da
química, Araújo Neto (2007), sumariza dizendo que:
Em química, por exemplo, átomo, molécula, valência, Nox, ligação química, reacção química etc
são conteúdos básicos que são articulados para o entendimento microscópico da matéria, a fim
de explicar as propriedades químicas e físicas dos materiais.
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Conceito de Nox surgiu no sentido de ampliar um outro conceito da Química, o de Valência (do
latim Valentia, que significa “capacidade”). Relacionado a possibilidade de um elemento
químico em estabelecer ligações químicas. (Fonseca, 2010, p. 6).
Assim, na oxidação ocorreria um aumento da “valência activa”, que levaria a um valor positivo
ocasionado pela perda de electrão. Na redução ocorreria uma diminuição da “valência activa”,
que levaria a um valor negativo ocasionado pelo ganho de electrão. (Jensen, 2007).
Note-se que, actualmente, o termo “valência activa” foi substituído por “número de oxidação”
(Nox).
De acordo com De Boni & Goldani, (2007) ‘’Nox é a carga real ou aparente que um átomo
adquire quando estabelece uma ligação (iónica ou covalente) com outros átomos. Essa carga é
devida a perda ou ganho de electrões, no caso de ligação iónica, ou então a diferença de
electronegatividade entre os átomos, no caso de ligação covalente’’ (p. 138).
Já do ponto de vista de Feltre (2004) ‘’Nos iões simples, o número de oxidação é a carga
eléctrica do ião. Nos compostos moleculares, é a carga eléctrica que o átomo iria adquirir se
houvesse ruptura da ligação covalente, ficando os electrões com o átomo mais electronegativo’’.
(p. 284),
Assim pode-se dizer que o Nox de um elemento é a carga eléctrica real que ele adquire quando
faz uma ligação iónica ou o carácter parcial (ß) que ele adquire quando faz uma ligação
25
A definição de estado de oxidação ainda tem gerado debates. Em 2009, iniciou-se um projecto
intitulado “Rumo à definição abrangente de estado de oxidação”, liderado por Pavel Karen, cujos
resultados foram publicados em um extenso relatório técnico (Karen et al., 2014; Karen, 2015
apud Silva (2020, p. 34).
Número da coluna 1ª 2ª 3A 4ª 5A 6ª 7ª
Metais Metais alcalinos Calcogénios Halogénios
alcalinos terrosos
Nox. Máximo +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7
(pela perda de
electrões)
Nox. Mínimo -4 -3 -2 -1
(pelo ganho de
electrões)
Fonte: Feltre (2004, p.284)
De acordo com Reis (2013) ‘’Alguns elementos apresentam o mesmo Nox em uma série de
compostos diferentes. Tomando esses elementos como base, podemos calcular o Nox dos demais
elementos na maioria das substâncias a partir de algumas poucas regras, como veremos a seguir’’
(p. 309).
Nas substâncias simples ou elementares, o Nox sempre é igual a zero, pois não há diferença de
electronegatividade entre os átomos.
Para determinar o Nox de substâncias compostas por dois elementos deve-se aplicar a regra da
tesoura (a carga do primeiro elemento, catião, é o coeficiente do segundo elemento, anião, e a
carga do anião é o coeficiente do catião)
BaCl2, Ba+2Cl-1
CaO Ca+2O-2
Al2O3 Al+3O-2
Quando se tem uma substancia composta três ou mais elementos, para determinar o Nox é
necessário que se aplique a regra de cadeia: A soma dos Nox de todos os elementos é igual a
zero (toda substância é neutra).
Nox de H2SO4 = X = +6
Consultando a tabela, obtemos os seguintes dados: o Nox do hidrogénio é igual a +1. Como há
dois átomos de hidrogénio na molécula, o total de carga positiva é +2. O Nox do oxigénio é – 2.
Como há 4 átomos de oxigénio na molécula, o total de carga negativa é – 8. Adicionando +2 com
28
–8, obtemos –6. O Nox do enxofre deve ser tal que somado ao número – 6 forneça um resultado
igual a zero. Concluímos então que na substância H2SO4 o Nox do enxofre é igual a +6.
A soma dos Nox de todos os elementos é igual à carga do ião (o ião necessariamente possui uma
carga eléctrica).
Nox de MnO4- = X – 8 = - 1
Nox de MnO4- = X = + 7
No entanto, para o aprendizado significativo, é importante que o aluno passe pelos três níveis de
conhecimento, sendo eles: o macroscópico, o microscópico e o simbólico, permitindo assim que
ele observe o fenómeno, e o compreenda de tal forma que seja capaz de representá-lo por meio
de linguagens simbólicas (Salgado et al, 2021, p. 1707).
E vale ressaltar que há conteúdos de química que os alunos possuem maior dificuldade,
principalmente aqueles que envolvem conceitos abstractos e complexos, como no caso dos
modelos atómicos. E também apresentam resistências em conteúdos que envolvem simbologias e
outras áreas de conhecimento, a matemática e a física, como no caso do ensino de reacções
29
químicas, estequiometria, termoquímica e electroquímica, este último caso uma das causas da
dificuldade de aprendizagem é a falta de domínio do conceito de Nox visto que é um pressuposto
básico para a percepção do conteúdo.
Quando se estuda Nox, salienta-se a necessidade de não confundir Numero de oxidação com
valência, ou seja, o numero de electrões ganhos ou perdidos para o elemento adquirir sua
estabilidade, que pode ser ou não igual ao seu Nox,
Segundo Rocha e Vasconcelos (2016, apud Silveira, 2020, p. 14), o ensino de química ainda não
é bem visto pelos alunos, devido as dificuldades encontradas no processo de ensino-
aprendizagem. Este processo ainda ocorre de maneira tradicional, onde não há uma
contextualização do conteúdo a ser ensinado e os alunos não percebem onde ela está presente no
seu dia-a-dia, fazendo com que tenham desinteresse pela disciplina.
O ensino de química vem enfrentando algumas barreiras devido a alguns factores como a
deficiência na formação do professor, baixa remuneração, metodologia em sala de aula
tradicional, redução na formação de licenciados em química, desinteresse dos alunos, entre
outras (Silva, 2011 apud Silveira, 2020, p. 14).
Segundo silva (2018) ‘’outro factor que contribui para essa dificuldade, é que geralmente o
ambiente escolar não favorece discussões entre os alunos sobre conhecimentos adquiridos,
30
devido à falta de tempo ou até mesmo a inadequação dessas práticas pedagógicas no currículo’’
(p. 33).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) afirmam que “ a Química não deve ser entendida
como um conjunto de conhecimentos isolados, prontos e acabados, mas sim uma construção da
mente humana, em contínua mudança”. (BRASIL, 2000, p. 31).
Segundo Laranjeira e colaboradores (2014 apud Silveira 2020, p. 15), ‘’a rotina dos docentes
acaba gerando acções repetitivas e iguais na sala de aula, pouco contribuindo para a formação
dos discentes’’. Portanto, é de suma importância o engajamento dos professores em utilizar
diferentes metodologias de ensino, como também estar em constante capacitação profissional,
para amenizar as dificuldades encontradas e propor outras alternativas para o Ensino de Química.
31
Para realizar uma pesquisa de natureza científica é necessário antes de tudo delinear caminhos,
estratégias a serem seguidas para se atingir os objectivos desejados. É nesta ordem de ideias que
Neste capitulo, presta-se esclarecimento quanto aos participantes da pesquisa e todos
procedimentos que foram utilizados durante a pesquisa de modo alcançar os objectivos
estabelecidos e responder as questões de pesquisa.
Esta pesquisa foi do tipo aplicada pois teve como principal intenção trazer novos conhecimentos
para aplicação prática sobre, as dificuldades enfrentadas pelos alunos no tratamento dos
conceitos de valência e número de oxidação e propor estratégias Metodológicas de Ensino e
aprendizagem que se aplicam a esta aula com vista a ultrapassar os problemas. Como advoga
Silva (2005, p. 22), ‘’a pesquisa aplicada, objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática
dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais’’.
A pesquisa é descritiva, pois, durante a pesquisa, o autor fez a descrição dos diferentes aspectos e
características deste problema ou fenómeno em estudo com vista a alcançar os objectivos da
pesquisa, tudo isso com base no trabalho de campo que consistiu no deslocamento do proponente
para a Escola referenciada, com o intuito de efectuar a colecta de dados, relacionadas com a sua
32
pesquisa. Indo de acordo com Gil (2002, p. 42) ‘’As pesquisas descritivas têm como objectivo
primordial a descrição das características de determinada população ou fenómeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis’’.
A consulta bibliográfica, permitiu ao autor fazer consultas de diferentes livros que abordam
assuntos iguais ou similares ao tema em destaque. E assegurar as condições em que os dados
foram obtidos, avaliar a veracidade e dirigir-se a analisar em profundidade cada informação para
descobrir possíveis incoerências ou contradições utilizando fontes bibliográficas diversas. Pois
de acordo com Gil (2002, p. 44), ‘’pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos’’.
Na presente pesquisa partiu-se das observações da realidade que, nesta perspectiva se tirou
conclusões particulares para uma questão geral, que o proponente constatou quando foi estudante
estagiário na escola supracitada. Neste caso a pesquisa foi efectuada na Escola Secundária
Montepuez, pode abranger outras escolas da cidade, até mesmo do distrito e os resultados
alcançados podem servir também à outras instituições de ensino de um modo geral.
Optou-se pelo método bibliográfico pelo facto da abordagem do tema convocar a busca de
contribuições teóricas de diversos autores, pois, Tendo em conta que antes deste trabalho que o
proponente levou a cabo, claramente existiram outros estudos parecidos então se faz necessário a
pesquisa bibliográfica com vista a sustentar as discussões apresentadas. Esse método
bibliográfico consistiu na pesquisa de algumas obras, artigos, ensaios de teorias de alguns
autores que serviram de base de sustentação da pesquisa.
33
O método de observação apresenta alguns aspectos interessantes: Por um lado, pode ser
considerado como o mais primitivo e, consequentemente, o mais impreciso. Mas, por outro lado,
pode ser tido como um dos mais modernos, visto ser o que possibilita o mais elevado grau de
precisão nas ciências sociais.” (Gil, 2008, p. 16). Por esta razão, se escolheu este método de
observação, pois ajudou o proponente a fazer certas constatações a partir de assistência de
algumas aulas de Química quando era estagiário no âmbito do estágio pedagógico, a partir da
qual o pesquisador foi anotando os aspectos que achou pertinentes para o seu trabalho.
A entrevista foi direccionada aos professores visto que esta é uma pequena parte dos
participantes então houve a possibilidade de encontro face a face com todos sem que se gaste
muito tempo, o entrevistador guiou-se por um roteiro, em que registou em folhas próprias as
respostas dos entrevistados, outro motivo para a escolha desta técnica é que ‘’entre todas as
técnicas de interrogação, a entrevista é a que apresenta maior flexibilidade’’. (Gil 2002, p. 117).
A entrevista teve o objectivo de colher os pontos de vista dos professores sobre as dificuldades
que eles tem observado em seus alunos durante o tratamento do conceito de valência e Nox bem
como se inteirar sobre quais as metodologias que eles usaram ao dar a aula de valência na 8ª
classe e Nox na 9ª classe.
O questionário consistiu em uma série ordenada de perguntas, respondidas por escrito não tendo
sido necessário que fossem na presença do pesquisador, questionários estes que foram recolhidos
um dia depois da distribuição do questionário. Teve como finalidade obter informações mais
detalhadas a partir de pessoas directamente ligadas a situação geradora desta pesquisa. E teve
34
como grupo alvo os alunos que frequentam a 10ª classe, com vista a recolha de informações das
abordagens feitas dos conteúdos de valência e Nox no Ensino de Química. Este instrumento se
mostra mais adequado comparando a outros visto que era necessário se obter informação de
muitos alunos e segundo Gil (2002, p. 115), ‘’ pode-se verificar que o questionário constitui o
meio mais rápido e barato de obtenção de informações, além de não exigir treinamento de
pessoal e garantir o anonimato dos Participantes da pesquisa’’. E nesta pesquisa não se dispunha
de muitos recursos financeiros daí que a economia tanto nos custos como no tempo foi uma
grande valia, e um dos objectivos foi de garantir o anonimato dos participantes de modo que eles
expressem seus pontos de vista livremente.
Para a presente pesquisa participaram 46 indivíduos, dos quais 6 professores que leccionam as 8ª
e 9ª classe e visto que há a necessidade de se ter com alunos que já viram o conteúdo daí a razão
da escolha dos alunos que frequentavam a 10ª classe que neste caso fizeram parte da pesquisa 40
alunos (20 homens e 20 mulheres) da 10ª classe. Neste caso o proponente já possuía informações
básicas da população em estudo, pelo que, considera-se lógico ter seleccionado o subgrupo da
população de forma intencional, ou seja, a amostragem que foi usada no presente trabalho foi
amostragem não-probabilística do tipo intencional.
A análise de conteúdo (Bardin, 2009) foi a metodologia escolhida para trabalhar os dados desse
corpus, Para garantir que seja preservada a identidade dos sujeitos, a codificação foi a técnica
operacional utilizada para categorizar os dados que se relacionam mediante a codificação. ‘’Na
codificação os dados são transformados em símbolos podendo ser tabulados e contados”
(Lakatos & Marconi, 1992, p.94).
Desta maneira, para a apresentação e análise dos dados que foram colhidos no campo, foram
atribuídos alguns códigos que permitirão ao leitor melhor percepção dos resultados obtidos, os
quais estão apresentados em estratos de acordo com o grupo e a resposta.
Esta investigação pretendia analisar um caso em acção (dificuldades enfrentadas pelos alunos na
8ª e 9ª classe durante o tratamento do conceito de valência e Nox), com esta pesquisa obedeceu-
se as seguintes etapas principais:
1ª: nesta etapa, o pesquisador se familiarizou com a natureza e a área em estudo, definiu o
problema, os objectivos, os fundamentos teóricos da informação de que dispunha, os
critérios de selecção e delimitação do caso, as influências dos contextos onde se
desenvolveu o estudo, as técnicas necessárias e o organigrama;
2ª: correspondeu ao trabalho de campo e ao processo de desenvolvimento da
investigação, no qual houve uma contínua obtenção de dados;
3ª: englobou a apresentação e análise dos dados, a reflexão sobre os resultados obtidos
confrontando-os com os referenciais teóricos e a redacção do relatório final. Apesar das
especificidades, todas as etapas foram acompanhadas de uma constante actualização do
estudo para, sempre que necessário, actualizar o suporte teórico para as evidências que
surgiram.
36
A análise e discussão são feitas tendo em conta os resultados das entrevistas, questionários e a
revisão bibliográfica.
3.1. Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados do Questionário Dirigido aos Alunos
63%
Com esta primeira questão, o pesquisador pretendia saber se os alunos gostam de química ou
não, em que 25 alunos correspondente a 62% disseram que gostam da química, argumentando
que este gosto pela disciplina se deve ao facto desta lhes ajudar a adquirir conhecimentos novos e
a interpretar fenómenos e 15 alunos correspondente a 38% disseram que não gostam, justificando
que trata-se de uma disciplina complicada em que tem muitos cálculos, o que vai de acordo com
o pensamento de alguns autores como é o caso de Haitwig (1981) e (Malessane, 2009), que na
sua perspectiva metodologias que privilegiam a abordagem matemática em relação aos meios
didácticos convencionais tem uma influência negativa no processo de aprendizagem dos alunos,
pois deixa transparecer que esta é uma disciplina reservada a alunos bons a matemática, assim
como Salgado et al (2021, p.1708) diz que uma das causas das dificuldades encaradas pelos
alunos é dada pela ênfase na explicação quantitativa. Não só, por exemplo silva (2018. p.29)
destaca que dentre varias razões que fazem com que os estudantes não gostem da química, uma
das principais é o facto de que eles ‘’não vêem motivo para querer estudar a matéria, e isso
ocorre quando os conteúdos são trabalhados de maneira alheia ao contexto do estudante, ou seja,
de forma descontextualizada, relativamente ao seu quotidiano. Alinhando-se ao pensamento de
silveira (2020) que diz que ‘’Este processo ainda ocorre de maneira tradicional, onde não há uma
contextualização do conteúdo a ser ensinado e os alunos não percebem onde ela está presente no
38
seu dia-a-dia, fazendo com que tenham desinteresse pela disciplina’’ e Segundo Pinto (1997,
p.83), ‘’afirma que não há aprendizagem sem actividade intelectual e sem prazer’’, assim pode-
se dizer que por não gostarem da disciplina isso pode influenciar significativamente na
aprendizagem, e que uma grande parte dos alunos não gostam da disciplina como ilustra o
gráfico a cima.
45%
55%
Fon
te: Dados da pesquisa, 2022
A pergunta dois do questionário dirigido aos alunos objectivava saber se os alunos estudaram os
conceitos de Valência e Nox, em que os dados mostram que 22 alunos correspondente a 55%
dizem ter estudado e 18 alunos correspondente a 45% diz não ter estudado as aulas sobre
valência e Nox, o que da para ver que isso pode-se dar ao facto de não se dar primazia a este
conteúdo pelo programa de ensino, pois, este é o documento orientador da actividade docente, e
isso fica claro ao se analisar o programa de ensino pois este por exemplo não dá orientações
metodológicas para esses conteúdos assim como os livros didácticos quanto ao conceito de
valência não trazem uma abordagem aprofundada dando só o conceito limitando o professor e
fazendo com que ele não dê uma especial atenção ao conteúdo, pois tanto a valência e o Nox não
são tratados como temas que envolvem uma dificuldade elevada. Esses livros trazem conceitos
sobre Nox, também a definição das quatro principais regras para determinar o Nox. Fornecem
exemplos resolvidos, exercícios didácticos. Mas pecam pelo facto de Não serem sugeridas
39
práticas que sejam viáveis de realizar em sala de aula e o uso de outros materiais que possam ser
aplicados de forma lúdica, como jogos ou uso de softwares. Os alunos não vêem a disciplina de
Química como uma matéria prazerosa devido as dificuldades encontradas na aprendizagem.
Logo, se tem como meta alterar esse ponto de vista.
Pergunta 3: Resolveste todos os TPC dados pelo professor versando sobre os conceitos de
valência e Nox?
Com esta pergunta o pesquisador tinha como objectivo saber se os alunos têm resolvido os
TPC’s que lhes foram dados pelos professores, em que 13 alunos correspondente a 33% disseram
que sim e 27 correspondente a 67% disseram que não, de acordo com eles, não resolviam os
TPC’s porque eram difíceis e que o professor trazia perguntas que exigiam uma forma diferente
de resolução comparando aos exemplos dados na sala, outros dizem não ter resolvido
simplesmente porque não faria diferença, visto que o professor não prestava atenção aos
cadernos e caso alguém disse-se que não conseguiu resolver o TPC o professor resolvia
pessoalmente, daí que fica aqui claro que o professor não exigia os trabalhos para casa que
deixava, então os alunos ficavam todos relaxados e considerando que o método que eles usam é
o expositivo em que não davam um tempo para os alunos resolverem no quadro e elogiar os que
resolveram bem como uma forma de motivar, estes não o fazem, praticamente fica difícil de os
alunos terem uma consolidação da matéria e de o professor identificar as dificuldades pois não
há aqui uma interacção entre o professor e os alunos, simplesmente uma transmissão unilateral
do professor aos alunos. O que vai de acordo com os resultados tidos por Fonseca (2010), que
firmar haver pouca ou mesmo falta de exigência pela parte dos professores no que se refere ao
controle das actividades dadas aos alunos.
Nesta questão, o objectivo era saber se durante as aulas os alunos entenderam a explicação do
professor nos conteúdos Valência e Nox, em que após a colecta dos dados, estes mostram que
somente 7 alunos o que corresponde a 18% afirmaram ter percebido a explicação do professor e
33 alunos correspondente a 82% disseram que não entenderam a explicação, este número é
bastante elevado e traz consigo uma preocupação visto que este é um tema bastante importante
no ensino de química que se verá novamente no ensino médio e superior e que serve como base
40
95%
Nesta questão, o objectivo era saber se o aluno teve dificuldades ao aprender o conceito de
Valência e Nox, em que 38 alunos correspondente a 95% disseram ter dificuldades e só 2 alunos
correspondente a 5% responderam que não tiveram dificuldades, como se pode ver, este é um
conteúdo em que os alunos têm muita dificuldade para aprender, isso é devido ao facto de o
conteúdo se constituir em algo abstracto para o aluno, e a falta de um modelo ou material
concreto para que possa servir para o estudante como uma ferramenta facilitadora contribui em
grande medida para essa dificuldade encarada pelos alunos, pois esses conhecimentos
apresentados somente de uma perspectiva teórica não têm um significado e consequentemente
cria uma grande dificuldade para a aprendizagem, indo de acordo com o pensamento de Fonseca
(2010) quando diz que o tema apresentar um certo nível de abstracção que requer certo cuidado
na parte do professor e caso esse cuidado não seja prestado resultará em um grau elevado de
dificuldades. e caso a aprendizagem ocorra, na melhor chance, será uma aprendizagem mecânica
em que os alunos somente irão memorizar provavelmente por um curto período de tempo. Indo
de acordo com o pensamento de Penha (2005) ‘’ao se trabalhar os conceitos em qualquer
disciplina deve estar explícito o seu significado, para que serve e como se articula com outros
conceitos, a fim de haver sentido para quem está aprendendo’’. (p. 18). E para que isso seja
possível é necessário que o professor conheça a questão epistemológica, histórica, social e
cultural da região em que está inserido de modo a relacionar melhor a matéria que pretende
transmitir com o quotidiano do aluno.
10%
90%
O objectivo desta pergunta era saber se os alunos possuem os livros da 8ª e 9ª classe, pois é com
base neles que eles podem estudar no seu tempo de estudo independente em casa, os dados
mostram que do total de 40 alunos somente 4 correspondente a 10% dos alunos dizem ter os
livros da 8ª e 9ª classe, sendo que a maior parte, cerca de 90% não possui os manuais conforme
apresentado no gráfico a cima, os alunos que não possuem o livro argumentam que tal situação é
devida a vários motivos em que alguns alegam não o ter por não saber onde comprar devido a
falta dos mesmos nos mercados e outros não tem por falta de poder económico para adquirir os
manuais. Ou seja, a única fonte de informação para os alunos são os apontamentos dados pelos
professores e/ou a internet, visto que trata-se de alunos principiantes em estudar a química e que
obviamente tem pouca capacidade de analisar informações disponíveis na internet o ideal seria
que estes tivessem os livros ou que o professor fornecesse textos de apoio de modo a que eles
tenham uma informação mais fidedigna.
18%
83%
Visto que a literatura aponta que estes dois conceitos são muitas vezes confundidos, esta questão
teve como objectivo saber se os alunos sabem se existe diferença entre valência e Nox, e se
sabem que existe, verificar se estes são capazes de dizer qual a diferença entre estes dois
conceitos, com os dados se constatou que apenas 7 alunos correspondente a 17% dizem haver
diferença entre estes dois conceitos e os restantes 33 que representam 83% acham que não existe.
Mas mesmo os que dizem haver diferença não são capazes de dizer qual é a diferença entre estes
dois conceitos ou seja, nenhum dos estudantes foi capaz de dizer qual a diferença entre Valência
e Nox. Diversas definições para o conceito de valência e Nox são apresentadas nos livros
didácticos, mas não se estabelece uma distinção clara entre estes dois conceitos apesar dos
mesmos serem bastante semelhantes, havendo sempre uma necessidade de não confundir
Numero de oxidação com valência, ou seja, o número de electrões ganhos ou perdidos para o
elemento adquirir sua estabilidade, que pode ser ou não igual ao seu Nox, com isso pode-se dizer
que os alunos não conseguem diferenciar estes dois conceitos.
Com esta última questão o proponente pretendia identificar o tipo de dificuldade que os alunos
tem para determinar o número de oxidação e se conseguem ver a diferença entre este e a sua
44
valência em compostos, em que dos 40 alunos que representam 100%, nenhum foi capaz de
responder a essa questão, tal situação se deve ao facto de a aprendizagem que eles tiveram não
ter sido significativa. Segundo silva (2018) ‘’a maioria dos livros didácticos traz enfoque para
uma didáctica tradicional de uma aprendizagem mecânica’’, essa aprendizagem mecânica aliada
a falta de diversificação de estratégias didácticas por parte do professor que contribuam para uma
aprendizagem mais fácil, pode estar por detrás da incapacidade demonstrada pelos alunos em
responder a questão colocada. Mas Além de todas acções por parte do professor, ocorre que o
sujeito do processo é o estudante; portanto, os ‘’educandos precisam estar dispostos a estabelecer
esta relação necessária para a apropriação do novo significado; eles precisam querer aprender!’’
(AUSUBEL, 2003 apud silva 2018, p. 21). E para que isso ocorra é necessário que se faça o uso
diversificado de estratégias metodológicas e garantir que haja uma relação entre o que se ensina
e o dia-a-dia do aluno por intermédio de exemplos concretos ou actividades práticas, pois o uso
de actividades experimentais contribui para a apropriação dos conhecimentos que, apresentados
somente a partir de uma perspectiva teórica, não teriam significado. Isto vai de acordo com o
pensamento de Neto e Colaboradores (2008) que afirmam que uma das principais razões para o
fato de que estudantes terem grande dificuldade de aprender Química ocorre porque, na maioria
das vezes, os conteúdos são trabalhados sem contextualização e uso de recursos diversificados.
A primeira questão da entrevista dirigida aos professores objectivava saber qual o nível
académico dos professores, em que dos 6 professores entrevistados todos correspondentes a
100%, têm o nível de licenciatura, contrariando o pensamento de (Silva, 2011) quando diz que o
ensino de química vem enfrentando algumas barreiras devido alguns factores como a deficiência
na formação do professor, baixa remuneração, metodologia em sala de aula tradicional, redução
na formação de licenciados em química, desinteresse dos alunos, entre outras. Sendo que neste
45
O objectivo desta questão era de saber por parte dos professores se durante as suas aulas
versando os conteúdos valência e Nox os seus alunos têm apresentado dificuldades e se sim,
quais são as dificuldades apresentadas, em que dos 6 professores o P 1,3, 4 e P6 disseram que os
seus alunos apresentam dificuldades na aprendizagem destes conteúdos e os P 2 e P5 dizem que os
seus alunos não apresentam dificuldades na aprendizagem destes dois conceitos, quando pedidos
para especificar as dificuldades encaradas pelos alunos o P3 disse que ‘’ as dificuldades são:
como saber a capacidade de um átomo de um elemento tem de se combinar com outros átomos
para realizar a ligação química para estar estável isso é, para alguns alunos e não todos’’, em que
apesar dessas dificuldades ele tem feito esforços de modo que eles percebam, já os P 1,4 e P6
dizem que as dificuldades observadas são a identificação dos valores das valências de um
determinado elemento, determinação do Nox e a organização das expressões matemáticas para a
determinação do Nox. Visto que quase todos os alunos afirmam ter dificuldades para aprender
esses conteúdos e quase metade dos professores não notaram dificuldades na aprendizagem de
seus alunos isso pode-se dever a falta de atenção por parte dos professores pois de acordo com
Bachelard (1996) ‘’o professor muitas vezes não compreende que o aluno não compreenda,
ocasionando um obstáculo pedagógico’’ (p.17). Obstáculo este que pode ser um agravante para
as dificuldades, pois sem a identificação da mesma não há como traçar uma estratégia adequada
para sua colmatação.
46
Pergunta 3: Quais os métodos que tem usado nas suas aulas sobre os conceitos valência e
Nox?
O objectivo desta questão era saber quais os métodos usados pelos professores nas aulas sobre os
conceitos de valência e Nox, em que dos 6 professores entrevistados, todos disseram usar o
método expositivo, essa rotina dos docentes acaba gerando acções repetitivas e iguais na sala de
aula, pouco contribuindo para a formação dos discentes, o que vai de acordo com o pensamento
de silveira (2020, p.15) que diz ser de suma importância o engajamento dos professores em
utilizar diferentes metodologias de ensino, como também estar em constante capacitação
profissional, por exemplo, fazer um curso de especialização em ensino de ciências, para
amenizar as dificuldades encontradas e propor outras alternativas para o Ensino de Química.
Sendo que os professores usam meramente o método expositivo, estes vão contra o recomendado
também por autores renomados como é o caso de Ausubel (2003) e Freire (1996) que dizem que
o professor não deve se posicionar como detentor do saber, mas sim como mediador desse
processo, criando condições para que a aprendizagem se realize, ou seja, ele deve ser o
facilitador e não olhar para o estudante como um papel em branco em que irá imprimir os
conhecimentos, dando espaço para que os alunos exponham os seus pontos de vista, pois de
acordo com a teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel (2003), os conceitos devem ser
definidos e construídos pelo estudante e não são dados de forma acabada.
Com essa pergunta o pesquisador objectivava saber se os métodos usados pelos professores se
mostram eficazes na amenização das dificuldades encaradas pelos alunos, em que dos 6
professores entrevistados 3 (P1, 3 e P6) correspondente a 50%, dizem que sim e 3 (P 2, 4 e P6)
também representando 50%, que não, pode-se assim dizer que para metade dos professores os
métodos por eles aplicados que nesse caso são o expositivo, se mostram eficazes e para a outra
metade não, o que contrasta com a realidade visto que pelos resultados estes métodos não são
eficazes pois os objectivos em essas aulas não foram atingidos, de acordo com Souza (2007):
47
A selecção dos métodos de ensino, deve ser feita de acordo com a realidade da escola, da sala de
aula e turma, o conteúdo, os objectivos, as características do educando (alunos) e as condições
para a sua implementação. A virtude de seleccionar um método adequado a uma determinada
realidade de aprendizagem depende da concepção e importância que este método representa para
o professor, e é importante ressaltar que não existe um método melhor que o outro, mas uns
levam vantagem sobre outros em determinados conteúdos a serem abordados e que para o
sucesso de qualquer método que seja implementado não depende das características do método
mas sim da forma que é implementada durante o processo de ensino que culmina com a
aprendizagem do aluno, e o mais recomendado pela literatura para os conteúdos valência e Nox
são métodos que envolvam uma maior interacção entre o professor e o aluno e que permita a
conexão entre o que se aprende e o quotidiano de modo a se ter uma aprendizagem significativa,
e para tal há uma necessidade de se fazer o uso de diferentes métodos em simultâneo.
Esta questão visava obter a opinião dos professores se acham necessário o ensaio de novos
métodos de ensino para os conceitos de valência e Nox, em que todos os 6 professores
responderam afirmativamente que acham necessário o ensaio de novos métodos. O ensaio de
novos métodos é uma estratégia que permite despertar o interesse do aluno em aprender, e isto se
torna necessário uma vez que no nosso país a formação de professores tem se feito em duas
linhas principais em que uma trata das cadeiras especificas e outra a parte pedagógica em que
estas duas só se cruzam quando se fala de didácticas especificas e de acordo com penha (2005, p.
16) ‘’As disciplinas específicas são desenvolvidas na forma de exposição de conteúdos pelo
professor nas aulas teóricas e ilustrações destes, bem como o manuseio de equipamentos e
vidrarias, nas aulas práticas’’ em que acaba por se esquecer que tratasse de uma formação de
48
profissionais que terá como finalidade leccionar no ensino secundário e precisam entender não só
o conteúdo cientifico mas as particularidades de como o transmitir tendo em conta as
especificidades de cada conteúdo e ‘’As disciplinas pedagógicas são desenvolvidas através da
exposição de conteúdos relacionados ao processo de Ensino-Aprendizagem’’ (Schnetzler, 2000
apud Penha 2005, p.16), mas dissociados dos conhecimentos químicos abordados nas disciplinas
específicas, contribuindo para que o futuro licenciado não perceba como tratar o conteúdo
químico de forma pedagógica no ensino médio e se torne um refém do livro didáctico. Dai que
como no processo de formação não são aprendidos métodos específicos para os conteúdos de
química limitando-se a uma abordagem mais generalista se torna necessário o ensaio de novos
métodos para testar a eficácia face a conteúdos com uma elevada dificuldade notada no processo
de aprendizagem como é o caso de Valência e Nox, e de modo a acompanhar as mudanças que a
ciência e as transformações das comunidades, portanto, ‘’o uso de estratégias pedagógicas
inovadoras pode contribuir de forma significativa para a aprendizagem dos estudantes, pois
oportuna participação efectiva na construção dos saberes, motivada por estímulos internos e
externos’’. (Pimenta & Anastasiou, 2002, p.221).
O objectivo desta pergunta era saber se os professores concordam com a ideia avançada pela
literatura que os métodos de elaboração conjunta e trabalho em grupo são uma solução
alternativa para superar as dificuldades enfrentadas pelos alunos na aprendizagem de valência e
Nox, em que dos 6 professores 5 concordam e um discorda dessa ideia., com base nisso pode-se
dizer que os professores apesar de concordarem que os métodos de elaboração conjunta e
trabalho em grupo são métodos mais adequados para tratar estes conteúdos eles não o usam por
outros motivos, dentre eles pode estar a falta de carga horária suficiente para poder usar estes
métodos visto que são métodos que exigem maior interacção consequentemente gasta mais
tempo comparando ao método que usualmente tem aplicado que é o expositivo ou mesmo a falta
de domínio do método.
49
Pergunta 7: Usa o manual da 8ª e 9ª classe como um meio didáctica base? Se não, porquê?
Todos os professores entrevistados afirmaram que durante a planificação de suas aulas usam o
livro de aluno, o que vai contra o recomendado pela literatura, pois ao fazer um plano de aula o
recomendado é usar no mínimo 3 obras diferentes sendo que deve ter o programa de ensino, pois
os livros do aluno muitas vezes não trazem uma informação completa sendo necessário o uso de
outras obras mas sempre respeitando os limites estabelecidos no programa de ensino que é o
documento orientador, o facto de o professor estar usando o livro da 8ª e 9ª classe como base, e
considerando que a maioria dos alunos não possui estes materiais didácticos por vários motivos
pode influenciar no agravamento das dificuldades encaradas visto que eles não terão como
consultar em caso de dúvidas, daí que o ideal seria a elaboração de materiais de apoio para
complementar os conteúdos e o uso de outros recursos didácticos auxiliares.
Com esta questão, o pesquisador pretendia saber se os professores consideram o tempo reservado
a esses conteúdos na carga horária suficiente para garantir que as competências propostas sejam
desenvolvidas, em que 3 dos professores acham suficiente e 3 não, mas os que dizem não ser
suficiente não especificaram qual é o tempo que acha ideal para essa matéria, Segundo silva
(2018) ‘’outro factor que contribui para essa dificuldade, é que geralmente o ambiente escolar
não favorece discussões entre os alunos sobre conhecimentos adquiridos, devido à falta de tempo
ou até mesmo a inadequação dessas práticas pedagógicas no currículo’’ (p. 33). Dai que se o
tempo condiciona as estratégias metodológicas aplicadas pelos professores, consequentemente
aplicando métodos que não os levem a atingir os objectivos esperados ou programados,
consequentemente não há como garantir o desenvolvimento de competências sobre os conceitos,
visto que pode ocorrer aqui uma aprendizagem mecânica.
50
Conclusão
Os alunos não tem resolvido as tarefas recomendadas pelos professores e os professores não
exigem as mesmas, havendo pouca interacção Professor-Aluno e vice-versa.
Os alunos não possuem os livros da 8ª e 9ª classe e os professores usam estes livros como base
na elaboração das suas aulas não fornecendo textos de apoio para estes conteúdos.
51
Sugestões
Que o professor elabore textos de apoio, para auxiliar os estudantes visto que a maioria
carece de livros por diversas razões.
Caso queira aplicar o método expositivo, que não o aplique de forma tradicional optando
pela técnica de perguntas e respostas proposta por Pillete, não considerando o aluno como
um papel e branco;
Que durante as suas aulas de valência e Nox faça o uso de outros recursos didácticos
além do quadro, giz e livro do aluno, podendo usar imagens para ilustrar os fenómenos
em sala de aula de modo a economizar o tempo com actividades práticas;
Que aplique o método de trabalho em grupo e elaboração conjunta conforme sugerido
pela literatura pois, estes, facilitam o PEA por envolver o estudante de forma activa
durante todo o processo assim fazendo que os conceitos não sejam tão abstractos;
Faça um controle rigoroso no que se refere as actividades que recomenda de modo que os
alunos sejam obrigados a realizar tais actividades e que recompense os mais dedicados
como uma forma de motivação.
Sugere-se que não se privilegie a abordagem matemática em relação aos meios didácticos
convencionais pois, tem uma influência negativa no processo de aprendizagem dos
alunos, porque deixa transparecer que esta é uma disciplina reservada a alunos bons a
matemática.
Recomenda-se ao MINEDH, para que se reveja os programas de ensino da 8ª e 9ª classe
no que diz respeito as aulas de valência e Nox de modo a que se transforme em uma
unidade temática, tendo em conta o grau de dificuldade encarada e a dependência do
entendimento de outros conteúdos estar relacionado directamente a Este.
52
Este trabalho somente limitou-se ao estudo das formas de tratamento, identificação das
dificuldades e as possíveis causas dessas dificuldades no tratamento dos conceitos de
valência e Nox pelos alunos na 8ª e 9ª classe, isto é, na 3ª unidade temática da 8ª e 4ª
unidade temática da 9ª, bem como em propor estratégias metodológicas com vista a
amenização das dificuldades. Sendo assim não busca analisar as problemáticas encaradas
em outras situações de ensino, tendo em conta que o modelo de pesquisa adoptado é
qualitativo, que mesmo fornecendo informações fidedignas tem os seus limites (é
limitado), visto que uma pesquisa quali-quantitativa seria mais significativa e favorável.
E por ser o estudo levado a cabo em uma situação concreta, torna-o ainda mais limitado,
pois os resultados da mesma ao se fazer inferências sobre outras instituições de ensino
serão subjectivas.
Para terminar, a falta de fontes de informação, consistiu em uma limitação. Mas, essa
limitação não torna a pesquisa inválida visto que a metodologia usada para o referencial
teórico, as técnicas de colecta de dados bem como a análise e interpretação de dados foi
feita levando em consideração a influencia que estes factores podem ter sobre a pesquisa.
53
Bibliografia
Araújo Neto, W. N.; (2007), O conceito de valência em livros didácticos de Química Geral entre
Brady, J. E.; Humiston, G. E. (1986), Química geral. Tradução de Cristina Maria P. dos Santos
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Gil, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Lakatos, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade (2007), Fundamentos de Metodologia
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Lakatos, Eva Maria e Marconi M. A. (2002) Fundamentos metodológicos científicos. 5ed. Atlas,
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54
Piletti, Claudino (2004), Didáctica geral.23ª ed., Ática editor, São Paulo.
Richardson, Robert Jarry. (1999), Pesquisa Social: Métodos e técnicas. 3ª Ed, São Paulo. Editora
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Santos, J. M. T. & Neto W. N. A., (s/d) História Da Química E Sua Apropriação Pelo Currículo
Escrito– A Noção De Valência Nos Livros Didácticos De Química Centro Federal
de Educação Tecnológica de Química de Nilópolis.
Silveira, Karina De Souza (2020), A química por trás da CSN em volta redonda: uma proposta
55
APÊNDICES
57
Apêndice 1: Ficha de questionário dirigida aos alunos da 10ª classe na Escola Secundária
de Montepuez
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______________________________________________________________________________
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3. Resolveste todos os TPC dados pelo professor versando sobre os conceitos de Valência e
Nox?
Sim Não
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_____________________________________
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______________________________________________________________________________
_____________________________________
8. Diga o número de oxidação de cada elemento nos respectivos compostos, e indique a sua
valência: H em CaH2, Cl em HCl, SO4 2- , H em H2.
______________________________________________________________________________________________________________________________________
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____________________________
3. Qual/quais o/os método/os que tem usado nas suas aulas sobre os conceitos valência e
Nox?
Expositivo Elaboração Conjunta Outro. (qual) ___________________
6. O trabalho em grupos e elaboração conjunta são apontados pela literatura como uma
solução alternativa para superar as dificuldades enfrentados pelos alunos na
aprendizagem de valência e Nox. Concorda com esta ideia?
Sim Não
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________________________
ANEXOS