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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação a Distância

Licenciatura em ensino de Geografia

Trabalho de Campo da Disciplina de Geografia de Moçambique

Benilda Francisco Vieira

Turma J Codigo-708210256
Geografia de Moçambique

 A biogeografia de Moçambique;
 A zoogeografia de Moçambique e,
 A hidrogeografia de Moçambique

Docente:

Sérgio Arnaldo Gove

_____________________

Nampula

Novembro

2022
Benilda Francisco Vieira

Licenciatura Em Ensino De Geografia

Trabalho de Campo da Disciplina de Geografia de Moçambique

Codigo-708210256

Turma: J

Geografia de Moçambique

 A biogeografia de Moçambique;

 A zoogeografia de Moçambique e,

 A hidrogeografia de Moçambique

Trabalho a ser apresentado no curso de


licenciatura de geografia na Universidade
Católica De Moçambique
Tutor: Sérgio Arnaldo Gove

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação a Distância

Nampula

Novembro

2022
1
Índice
Introdução ................................................................................................................................... 3

Objectivos ................................................................................................................................... 3

Geral ........................................................................................................................................ 3

Específicos .............................................................................................................................. 3

Metodologias .............................................................................................................................. 3

1. Biogeografia de Moçambique ................................................................................................ 4

1.1. Vegetação ......................................................................................................................... 4

2. A zoogeografia (fauna) de Moçambique ................................................................................ 7

2.1. A fauna de Moçambique .................................................................................................. 7

2.2. Principais zonas de protecção e conservação de plantas e animais ................................. 8

2.2.1. Parques Nacionais ..................................................................................................... 8

2.2.2. Reservas de caça........................................................................................................ 8

2.3. Fauna ................................................................................................................................... 9

2.3.1. Importância da conservação e protecção das florestas ................................................. 9

3. Hidrografia de Moçambique ................................................................................................. 10

3.1. Hidrografia ..................................................................................................................... 10

3.2. Importância da água ....................................................................................................... 10

3.3. Características da hidrografia moçambicana ................................................................. 11

3.3.1. Regime de um rio ........................................................................................................ 11

3.4. Principais bacias hidrográficas ...................................................................................... 13

3.4.1. Lagos ....................................................................................................................... 13

3.4.2. A origem dos lagos ......................................................................................................... 13

4. Conclusão ............................................................................................................................. 17

5. Referencias Bibliográficas .................................................................................................... 18

2
Introdução

Os padrões de distribuição de espécies em áreas geográficas geralmente podem ser explicados


por uma combinação de factores históricos, tanto biológicos como geológicos e ambientais.
Factores biológicos incluem a especiação e a extinção, enquanto que os factores geológicos
incluem a deriva continental, a glaciação, as variações do nível do mar, as organização de vias
fluviais e a captura fluvial. Outros factores ambientais, como as características do habitat e as
fontes de energia disponíveis no ecossistema, em combinação com restrições geográficas
relacionadas com a distribuição de massas de terra, que leva ao potencial isolamento de
ecossistemas, contribuem para esta distribuição.

Durante os períodos de mudanças ecológicas, a biogeografia inclui o estudo de espécies de


animais e plantas, seu passado e/ou presente de vida refúgio habitat; seus locais de vida
provisórios e/ou suas localidades de sobrevivência

Objectivos

Geral

 Falar da biogeografia, incluindo a zoogeografia e a hidrogeografia de Moçambique

Específicos

 Identificar as regiões fitogeográficas do país;


 Caracterizar diferentes tipos de formações vegetais e os factores determinantes da sua
distribuição;
 Indicar os factores determinantes na distribuição da fauna e localizar as principais
zonas de protecção de conservação da flora e fauna;
 Identificar as principais bacias hidrográficas de Moçambique e localizar os principais
rios no mapa.

Metodologias

Para a realização do presente trabalho, baseou-se no método bibliográfico que consistiu


na consulta de diversas obras que versam sobre o tema em análise. De referir que as
mesmas obras constam na bibliografia final do trabalho.

3
1. Biogeografia de Moçambique

Biogeografia - é a ciência geográfica que estuda a distribuição espacial dos seres vivos
(plantas e animais).

1.1. Vegetação

Em Moçambique, a vegetação natural é constituída por diferentes tipos de formações vegetais


que resultam de grandes diferenças de latitude, longitude, geologia, clima e de outros factores
que caracterizam o aspecto físico do território nacional. A localização geográfica de
Moçambique no continente africano confere-lhe 3 das 20 principais regiões fitogeográficas
sendo as seguintes:

 Centro Regional do Endemismo Zambeziano.


 Mosaico Regional Zanzibar – Inhambane
 Mosaico Regional Tongoland – Pondoland
 Centro regional do endemismo zambeziano

Região Zambeziana

Na região Norte, ela ocupa toda a parte planáltica e montanhosa, particularmente nas
províncias do Niassa e Nampula.

Na região Central, para além de atingir o litoral entre Angoche e o rio Raraga (na província da
Zambézia), ocupa uma boa parte das províncias de Sofala e Manica e a totalidade da
província de Tete.

Na região Sul, ocupa cerca de dois terços da região, com particular destaque para as áreas
localizadas no interior das províncias de Inhambane e Gaza. Conhecem-se nesta região cerca
de8.500 espécies de flora das quais 54% são endémicas. As formações típicas desta região
compreendem:

Floresta Aberta de Miombo, onde ocorrem os seguintes subtipos: miombo semidecíduo, de


alta pluviosidade, miombo decíduo tardio, miombo decíduo, miombodecíduo seca e floresta
aberta de folha larga do Sul.

4
Encontram-se normalmente associadas a solos bem drenados, ácidos bem lavados. A maior
parte desta formação vegetal é do tipo semi-decíduo, havendo, todavia, ocorrência de miombo
totalmente decíduo nas regiões mais áridas.

Savanas de Mopane

Savanas arbóreas e arbustivas

Onde dominam savanas das acácias, savanas de embondeiros, savanas de Mopane, savanas de
palmeiras em terras pantanosas e savanas dos Libombos.

Savanas herbáceas e arbóreas

Constituídas por pradarias e savanas de aluvião, pradarias em terras salgadas e pastagens de


montanha e planalto. É o tipo de formação vegetal mais extensa e representativa dos vales dos
principais rios.

Mata Indiferenciada

Ocorre a Norte do rio Limpopo. Distingue-se facilmente das formações anteriores pela
ausência de Mapone e Miombo. Distribui-se por grande variedade de solos, possuindo uma
enorme riqueza florística.

Floresta de Montanha

Localiza-se sobretudo nas regiões acima de 1300m de altitude, isto é, nas regiões
montanhosas da alta Zambézia (montes Namúli), na parte Ocidental da província de Manica
(Maciço de Chimanimani), e no Sul em certas zonas na cadeia dos montes Libombos.

Mosaico regional de Zanzibar – Inhambane

Na região Norte distribui-se ao longo dos vales dos principais rios, como sejam do Rovuma,
do Lugenda, do Messalo e do Lúrio. Estende-se igualmente ao longo de todo o litoral desde a
foz do rio Rovuma, tendo o seu limite a Sul perto de Angoche. Esta faixa longitudinal,
apresenta larguras que variam desde os 80 aos 160 km.

Após uma interrupção de cerca de 160 km em direcção ao Sul, ela reaparece na Região
Central, partindo aproximadamente do rio Raraga. Deste ponto, descai numa larga faixa
acompanhando ou traçado da linha de costa até ao paralelo de 19º S, a partir do qual se
estreita em direcção ao rio Save.
5
A Sul deste rio ela volta a alargar-se e desce até às proximidades do rio Limpopo onde tem o
seu limite final.

É constituído por cerca de 3000 espécies, não havendo ocorrência de famílias endémicas. Há
florestas fechadas e abertas com ocorrências de acácias e vegetação típica das dunas, os
graminais aparecem em mosaico com outros tipos de vegetação, havendo ocorrência de
brenhas.

Brenhas

Existem vários tipos de brenhas, variando de acordo com sua composição florística. Esta,
varia consoante a sua localização. As mais importantes desenvolvem-se nos morros de
muchém(montes termiteiras), outras em afloramentos rochosos e de uma maneira geral ao
longo da faixa costeira (nas dunas). Nas brenhas localizadas nos murros de muchém, as
espécies dominantes que ocorrem são as variantes de acácias.

Pradarias (Gramíneas)

De uma maneira geral, as pradarias distribuem-se por solos aluvionares de textura média fina,
em zonas sujeitas a inundações. Assim, este estrato graminoso pode ocorrer associado a
depressões suaves no terreno, pouco profundas e temporariamente alagáveis, nas planícies de
inundação dos rios ou outros tipos de vegetação, em particular, savanas, em que o estrato
graminoso cobre uma vasta área associada a espécies lenhosas.

III. Mosaico regional Tongoland – Pondoland

Estende-se ao longo da costa, desde o rio Limpopo até a Ponta de Ouro, fazendo fronteira e
prolongando-se pelo território Sul Africano. O seu traçado acompanha o da linha de costa,
numa largura que varia de 35 a cerca de 90 km.

É caracterizada por uma vegetação florista pouco variada, com agravante de a acção humana
reduzido substancialmente a já pobre vegetação natural.

Ele é constituído basicamente por florestas abertas ou fechadas, ocorrendo também gramíneas
em tufas, com 1 a 1,5 m de altura.

Há igualmente ocorrência de brenhas e gramíneas com alguma diferenciação quanto à sua


composição florística e particular destaque para a presença de mata de acácias.

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Matas de acácias, o corre sobretudo, junto à fronteira com a Suazilândia e África do Sul, onde
a precipitação média anual varia de 600 a 1000mm. Este tipo de vegetação é típico do
mosaico Tongoland – Pondoland. As espécies dominantes nesta formação vegetal, são as
variantes de acácias.

Para além das formações vegetais atrás referidas, ocorrem outras que possuem
particularidades fito geográficas dignas de menção no nosso estudo, assim como:

Floresta – é uma formação que se distribui quase por todo o país podendo apresentar
algumas variações. No nosso país ocorre essencialmente dois tipos de florestas: floresta semi-
verde (seca) e a de folha caduca ou decíduo (seca).

Floresta galeria – ocorre localmente nas zonas de solos húmidos das margens dos
cursos de água permanente (rios). É constituída por árvores de médio e grande porte;

Mangal – é uma formação arbórea ou arbustiva sempre verde. Ocupa os estuários de


água salgada e de certas reentrâncias da costa, onde as águas são calmas;

Formações Psamofíticas Costeiras – são constituídas por vegetação arbustiva ou


arbórea baixa, densa, de porte sensivelmente uniforme devido à influência do vento.

2. A zoogeografia (fauna) de Moçambique

2.1. A fauna de Moçambique

Zoogeograficamente, Moçambique enquadra-se na chamada região etiópica. A sua


diversidade faunística é determinada por diferentes factores, tais como: clima, solo, geologia,
vegetação, recursos hídricos, altitude, latitude e acção humana, que também no seu conjunto
influenciam na distribuição geográfica das espécies faunísticas.

Da relação clima, a cobertura vegetal, afigura-se mais fundamental para a vida animal. Assim,
nas formações vegetais do tipo savana e floresta aberta, registasse uma certa riqueza tanto em
quantidade, como em variedade de espécies.

A savana destaca-se como sendo o melhor habitat para animais de pequeno e grande porte de
natureza diversificada: Herbívoros (rinocerontes, elefantes, búfalos, antílopes, zebras, girafas,
pala palas ,etc.), carnívoros (leões, tigres, leopardos, chitas, hienas, etc.), répteis, insectos e
aves (nas suas mais variadas espécies).

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No meio aquático (o crocodilo, a lula, o caranguejo, o camarão, o peixe (nas suas mais
variadas espécies) o polvo, a lagosta, o mexilhão, a baleia, o golfinho, a tartaruga marinha,
etc.

2.2. Principais zonas de protecção e conservação de plantas e animais

As zonas de protecção da vida selvagem (flora e fauna) de diferentes espécies


e natureza, correspondem a parques, reservas e coutadas com interesses, científicos,
ecológicos, educacionais, turísticos entre outros. Neste momento estão em exploração nosso
país 5 parques nacionais, 6 reservas e 12 coutadas:

2.2.1. Parques Nacionais


Parques Nacionais Localização Área(km²)

Parque Nacional de Gorongosa Sofala 5.370

Parque Nacional de Zinave Inhambane 6.000

Parque Nacional de Banhine Gaza 7.000

Parque Nacional do Arquipélago de


Bazaruto Inhambane 1.600

Parque Nacional das Quírimbas Cabo Delgado 7.500

Parque Nacional do Limpopo Gaza 10.000

2.2.2. Reservas de caça


Reservas de caça Localização Área (km²)

Reserva Especial de Maputo Maputo 700

Reserva de Pomene Inhambane 200

Reserva do Gilé Zambézia 2.100

Reserva de Marromeu Sofala 1.500

Reserva do Niassa Niassa 42.200

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Coutadas (apenas alguns exemplos)

Número de coutada Localização Área(km²)

4 Manica 12.300

5 Sofala 6.868

12 Sofala 2.963

14 Sofala 1.353

2.3. Fauna

Sob ponto de vista zoogeográfico, Moçambique pertence à região etiópica abrangendo áreas
das sub-regiões austral e oriental de África, onde encontramos uma rica e diversificada fauna
com milhares de espécies de diferentes grupos zoológicos.

As espécies mamíferas mais abundantes no nosso país são: búfalo, cocone, chango, elefante,
facocero, hipopótamo, impala, macaco – cão, nhacoso, oribi, zebra, cabrito cinzento, civeta,
elande, gondonga, kudu, leão, mangul, nyala, palapala, porco do mato, simango, girafa,
cabrito chengane, chacal, serval, sitatunga, chita.

Outras espécies não mamíferas abundantes são: crocodilo, avestruz, dungongo, tartaruga
marinha, para além de uma enorme variedade de aves.

2.3.1. Importância da conservação e protecção das florestas

O índice de destruição de florestas à escala mundial, atingiu nas últimas décadas níveis
alarmantes. Nos países tropicais, a extinção desta formação vegetal se deve sobretudo às
queimadas descontroladas, à excessiva exploração para fins comerciais, à procura de
combustíveis e pastagens. Nos países industrializados, a chuva ácida e a poluição são as
principais razões que estão na origem da extinção acelerada das florestas. Este fenómeno de
dimensão mundial, constitui hoje o somatório da devastação florestal que ocorre nos vários
países em ritmos e estágios diferentes, dependendo do seu nível de desenvolvimento e
integração na economia mundial. Apesar de o fenómeno ocorrer em pontos bem localizados, a
sua dimensão é de tal ordem que os reflexos se fazem sentir à escala planetária.
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Por isso é urgente que se conheça a importância da conservação e protecção das florestas
como ponto de partida para o desencadeamento de acções que levem a um maior e melhor
controlo da situação através da implementação de um conjunto de medidas de forma integrada
tanto ao nível local como regional e mundial que permitam:

 Protecção de 50 a 80% de animais e plantas do planeta;


 Renovação do oxigénio atmosférico sem o qual não é possível a vida;
 A diminuição da erosão dos solos, como o grande responsável para o desenvolvimento
da vida animal e vegetal;
 A queda regular das chuvas;
 A contenção do avanço dos desertos.

A conservação das florestas pressupõe o uso regrado e sustentável deste recurso de maneira a
evitar desastres ecológicos como aqueles que grassam hoje o mundo.

3. Hidrografia de Moçambique

3.1. Hidrografia

Hidrografia - ciência físico-geográfica que estuda os componentes da hidrosfera, as


características de cada um deles e das massas líquidas em geral, e a relação que estabelecem
com outros componentes da geosfera. Esta ciência tem como objecto de estudo os fenómenos
que têm lugar na hidrosfera, que correspondem as águas continentais superficiais (rios e
lagos) e subterrâneas (lençol isto é, o estudo das particularidades geográficas da camada
líquida da freático) e aos oceanos – Terra.

3.2. Importância da água

O estudo da água reveste-se de uma importância capital, já que toda a Vida na Terra depende
dela.

Porém, apesar da sua importância, durante a actividade económica dos Homens, grandes
quantidades de água são incorporadas no processo de produção e várias são as substâncias que
são nelas introduzidas desde resíduos sólidos a resíduos químicos. Destes, os tóxicos são
aqueles que trazem consequências negativas mais graves ao equilíbrio ecológico da
hidrosfera.

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A água é um recurso indispensável para a sobrevivência dos seres vivos, considerando-se
que cada individuo precisa, diariamente, de 2,5 litros de água para satisfazer as necessidades
do seu metabolism0.

A água representa 60% da constituição do Homem e 95% da dos vegetais.

Por outro lado, a água é utilizada como fonte de energia, tanto para mover as turbinas das
grandes centrais hidroeléctricas como dos pequenos moinhos. Para além disso, as águas
superficiais são autênticos meios de comunicação onde circulam desde pequenos barcos até
enormes navios de grande tonelagem.

Em Moçambique, o maior consumidor de água é a irrigação, seguida do abastecimento


urbano.

Como vemos, o estudo geográfico da camada líquida da Terra é muito importante, não só para
a Vida, mas também para garantir a normal troca natural de substâncias e matéria.

3.3. Características da hidrografia moçambicana

É sabido por todos que, da água que cai da atmosfera, uma certa porção evapora-se, uma outra
escorre pela superfície terrestre e finalmente uma outra parte infiltra-se no solo.

As águas que se infiltram podem ressurgir e fundir-se nas águas superficiais ou incorporar-se
nos cursos de águas subterrâneas ou lençóis freáticos.

As características dos rios moçambicanos dependem muito do clima, da disposição do relevo


e da situação geográfica.

A maioria dos rios são periódicos devido ao clima tropical (duas estações), registando o
máximo do caudal na estação chuvosa (Dezembro a Fevereiro) e o mínimo na estação seca
(Maio a Setembro), mas também existem os rios de regime temporário, cujos cursos sé
aparecem quando chove.

3.3.1. Regime de um rio

É a variação do seu caudal ao longo do ano. Traduz o seu comportamento particular.

O regime de um rio pode ser representado graficamente através do hidrograma, onde se


colocam, no eixo das ordenadas, os caudais mensais ou os coeficientes mensais do caudal

11
(obtém-se dividindo os caudais mensais pelo caudal médio anual ou módulo do rio) e, no eixo
das abcissas, os meses.

O regime depende de numerosos factores em interconexão - o solo, a vegetação e o clima, o


regime da precipitação e a sua distribuição ao longo do ano fazem variar o caudal.

Devido ao relevo disposto em escadaria, os rios moçambicanos têm características


várias:

 Correm de este para oeste;

A maioria dos rios mais importantes nasce nos países vizinhos (Rovuma, Zambeze, Púnguè,
Save, Limpopo, Incomáti, Umbelúzi e Maputo).

Nome Rio Cidade Objectivo


próxima

Pequenos Umbelúzi Maputo Abastecimento urbano, irrigação


Libombos

Corumana Sabié Moamba Irrigação e produção de energia

Macarretane Limpopo Chókwè Irrigação

Massingir Elefantes Chókwè Irrigação e produção de energia

Mavuzi Revué Chimoio Produção de energia

Chicamba Revué Chimoio Abastecimento urbano, produção de


energia

Chimoio Mezingaze Chimoio Abastecimento urbano

Cahora Bassa Zambeze Tete Produção de energia

Nampula Monapo Nampula Abastecimento urbano

Nacala Muecula Nacala Abastecimento urbano

Chipembe Montepuez Montepuez Irrigação

Locumue Lucheringo Lichinga Abastecimento urbano

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 Como a região sul se apresenta sob a forma de planície não se registam cataratas,
quedas ou vales profundos. Pelo contrário, os rios atravessam vales largos e pouco
profundos, o que facilita as inundações.

 São pouco navegáveis devido à sua pequena profundidade. Eles formam também
meandros nas planícies.

 A sul, devido ao terreno arenoso, regista-se uma grande infiltração.

 No centro e norte, os rios correm em vales profundos em forma de «V», atravessando


muitas quedas e rápidos, escavando gargantas profundas. Nestas regiões, devido ao
relevo, possuem um grande potencial hidroeléctrico.

Devido a estas características, os rios moçambicanos são pouco navegáveis.

Uma cheia inicia-se, em geral, de uma forma brusca e termina lentamente, corresponde a uma
verdadeira onda que se propaga de montante para jusante, a uma maior ou menor velocidade.

3.4. Principais bacias hidrográficas

Da rede hidrográfica moçambicana podem destacar-se algumas bacias, como, por exemplo,
Rovuma, Lúrio, Zambeze, Save e Limpopo, entre outras.

3.4.1. Lagos
Limnogeografia – parte da Hidrogeografia que estuda os lagos.

Os lagos são extensões de uma massa permanente de água, relativamente ampla e mais ou
menos profunda, depositada numa depressão de terreno e, em geral, sem comunicação
imediata com o mar.

3.4.2. A origem dos lagos

Os lagos têm uma origem muito variada. Em relação á sua génese podem classificar-se em:

 Lagos de origem interna - são tipos de lagos de abatimento e subdividem-se em:

- Lagos tectónicos - os que têm a sua origem em fracturas de terreno, como é o caso do lago
Niassa, em inflexões da crusta terrestre, ou ainda no desabamento de cavidades subterrâneas
(é o caso dos lagos cársicos).
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- Lagos vulcânicos - os que estão localizados em crateras vulcânicas ou nos afundamentos
provocados por explosões vulcânicas.

 Lagos de origem externa - resultam de forças externas da crusta. De entre estes lagos
destacam-se os de erosão, de barragem e residuais. Os lagos de erosão são originados
pelas chuvas, pelo vento ou pelos glaciares que actuam preparando a depressão.

Em Moçambique temos a registar lagos naturais e artificiais, também conhecidos por


albufeiras.

Os principais lagos naturais são de origem tectónica, como são os casos de Niassa, Chiúta,
Chirua e Amaramba.

As albufeiras localizam-se nos locais onde se construíram barragens. Deste modo, temos as
albufeiras de Cahora Bassa, Chicamba, Massingir, Corumana e Pequenos Libombos.

Os lagos e as albufeiras têm importância para a pesca, turismo, transporte irrigação e ainda
para o uso doméstico.

O lago Niassa ocupa em superfície 0 10.0 lugar no Mundo, com 28 678 km2. Este lago é
partilhado por Moçambique, Malawi e Tanzânia.

As lagoas têm a sua maior expressão no litoral sul e são fruto da erosão, em períodos
geológicos recentes. Umas são de água doce, outras de água salgada.

3.4.3. Águas subterrâneas

É sabido que uma parte da água das chuvas se infiltra nas rochas e vai constituir o principal
reservatório das águas subterrâneas. Todavia, as águas da escorrência e as águas dos rios
também têm a sua parte na massa de água subterrânea.

A infiltração efectua-se nas superfícies permeáveis ou nas rochas fissuradas e a água detém-se
desde que encontre camadas impermeáveis, que em geral se encontram mais ou menos a
grandes profundidades. A este subsolo «empapado» de água dá-se o nome de toalha
subterrânea ou lençol subterrâneo.

Além disso, as águas que se infiltram estão sujeitas ao princípio dos vasos comunicantes, ou
seja, podem construir uma circulação interna.

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Nos terrenos secos, a água circula pelas diáclases das rochas e concentra-se em camadas de
major amplitude, podendo originar verdadeiros rios e lagos subterrâneos.

No nosso pais, são de referir também algumas fontes termais, frias e quentes, originadas pela
circulação subterrânea e que ocorrem preferencialmente nas zonas montanhosas do centro e
norte. São águas com propriedades medicinais e algumas delas estão a ser aproveitadas.

Oceano Índico

Moçambique está situado no litoral, portanto, a fronteira este é formada pelo oceano indico.
Este oceano é importante para o nosso pais, pois é através dele que se fazem as ligações
marítimas entre o norte, o centro e o sul de Moçambique, e deste com outros países de África
e de outros continentes.

Neste oceano pratica-se a pesca artesanal, semi-industrial e mesmo industrial, o que significa
que tem impacto na geração de divisas, através da exportação do pescado, e também na
alimentação da população. Permite a extracção do sal, o desenvolvimento das actividades
turísticas e a instalação de portos para servirem também os países vizinhos, desempenhando
importante papel no âmbito da SADC.

Possui uma salinidade média de 34% que, comparada com a dos outros oceanos, é
considerada baixa. Tem uma cor azul, exceptuando na foz dos rios, onde toma uma cor
castanho-esverdeada devido aos detritos por eles arrastados.

3.4.4. Conservação e defesa da água

A água representa 3/4 do globo terrestre, mas a maior parte dela, cerca de 97%, é salgada.

Embora seja um recurso renovável, a água potável representa apenas 3% de toda a água
disponível, o que significa que o seu uso e conservação devem ser uma grande preocupação
para toda a Humanidade.

Ela é utilizada praticamente em todas as nossas actividades do dia-a-dia. Nos últimos tempos,
ela tem sido vítima da poluição. Muitas vezes, a poluição da água é originada pela actividade
humana, quando se lançam poluentes na água dos rios, mares, lagos e lagoas.

As actividades industriais são as grandes responsáveis pela poluição aquática, ao lançarem


poluentes para os rios e mares.

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Outras formas de poluição da água manifestam-se através de produtos expelidos pelos esgotos
das grandes cidades para o mar, rios ou lagos, que matam os recursos pesqueiros e prejudicam
a actividade turfística (praias) e a própria agricultura. A água potável é muitas vezes
contaminada por produtos químicos que põe em perigo a saúde humana, causando cólera,
febre tifóide e outras doenças. Os oceanos são também palco de grandes derrames de petróleo,
de «cemitérios» de produtos tóxicos contentorizados (por vezes radioactivos) e da lavagem de
petroleiros no alto mar, que fazem perigar o ambiente aquático.

A água é um precioso líquido que deve ser gerido através de acções conjuntas a nível nacional
regional e internacional.

16
4. Conclusão

Moçambique possui uma notável abundância de recursos naturais e biodiversidade que são
pilares vitais para o desenvolvimento do país. A população moçambicana, depende da
biodiversidade e dos serviços ecossistémicos para a sua subsistência e recorre a estes recursos
para garantir o seu bem-estar social, ambiental e económico. No entanto, a contínua sobre
exploração da biodiversidade e perda de habitats, acelerada pela agricultura itinerante,
poluição, juntamente com a introdução de espécies exóticas e os efeitos das mudanças
climáticas, levou à degradação das espécies e ecossistemas únicos do país.

Moçambique é o habitat de uma rica flora com 6000 espécies de plantas, das quais, mais de
300 espécies de plantas estão na lista vermelha da IUCN e 22% são endémicas, uma fauna
terrestre com 726 espécies de aves, 171 espécies de répteis, 85 de anfíbios (dos quais 28 são
endémicas) e 3075 espécies de insectos.

total do território moçambicano, dos quais 67% são florestas semi-decíduas, 20% florestas
sempre verdes, as florestas de mangal compõem cerca de 1% e outros tipos florestais
perfazem 12% dos habitats florestais, Estes tipos florestais albergam uma vasta
biodiversidade faunística e vegetal e compõem paisagens únicas.

Novas espécies terrestres e marinhas continuam a ser descobertas em Moçambique, com


enfoque para morcegos, aves, répteis, anfíbios, mamíferos, lesmas, e macroalgas.

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5. Referencias Bibliográficas

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Umbeluzi-Moçambique. Maputo.

Azevedo, A. F de; Sarmento, J & Pimenta, J. R. (2007). Geografia pós-coloniais. Ensaios de


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