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GESSO
RECIFE
NOVEMBRO/2013
GESSO
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RECIFE
NOVEMBRO/2013
SUMÁRIO
01 Introdução..................................................................... 04
02 Apresentação............................................................... 05
03 História......................................................................... 06
04 Classificação................................................................ 08
05 Extração....................................................................... 09
06 Produção...................................................................... 11
07 Propriedades................................................................ 16
08 Aplicação...................................................................... 21
09 Conclusão.................................................................... 24
10 Bibliografia................................................................... 25
01 INTRODUÇÃO
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O gesso é uma argamassa muito antiga conhecida há muitos milhares de
anos que permite juntar materiais como por exemplo os tijolos ou outros blocos de
gesso.
02 APRESENTAÇÃO
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O gesso é um dos mais antigos materiais de construção fabricados pelo
homem, como a cal e a terra cota.
Sua obtenção consiste num aquecimento a uma temperatura de cerca
160ºC, e uma posterior redução a pó,
É um mineral relativamente abundante na natureza.
O gesso é uma substância, normalmente vendida na forma de um pó
branco, produzida a partir do mineral gipsita (também denominada gesso),
composto basicamente de sulfato de cálcio hidratado.
Quando a gipsita é esmagada e calcinada>, ela perde água, formando o
gesso.
3 HISTÓRIA
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Em recentes descobertas arqueológicas, tornou-se evidente que o emprego
do gesso remonta ao 8º milênio a.C. (ruínas na Síria e na Turquia). As argamassas
em gesso e cal serviram de suporte em afrescos decorativos, na realização de
pisos e mesmo na fabricação de recipientes.
O filósofo Theofraste, que viveu entre o IV e III século antes de Jesus
Cristo, e que foi discípulo de Platão e Aristóteles, tornou-se conhecido por seu
“Tratado da Pedra”, que é o mais antigo e o mais documentado dos autores que
se interessaram pelo gesso. Theofraste citou a existência de gesseiras em Chipre,
na Fenícia e na Síria, e indicava que o gesso era utilizado, como argamassa, para
a ornamentação, nos afrescos, nos baixo relevos e na confecção de estátuas.
Na África, foi com um gesso de altíssima resistência que os bárbaros
construíram as barragens e os canais, que garantiram, por muitos séculos, a
irrigação dos palmeirais de Mozabe, assim como, utilizaram o gesso junto aos
blocos de terra virgem que ergueram suas habilitações.
Na França, após a Invasão Romana, iniciou-se o conhecimento de
processos construtivos chamados de pedreiros de gesso. O modelo de construção
utilizado constituía-se do emprego do gesso voltado ao aproveitamento das
construções em madeira, sendo utilizadas até as épocas Carolíngeas e
Merovíngeas. A cerca dessa época, o gesso foi enormemente utilizado na região
parisiense para a fabricação de sarcófagos decorados, e inúmeros exemplares
foram encontrados quase intactos em nossos dias.
A partir do século XII e por todo o fim da Idade Média, as construções
utilizando as argamassas com gesso eram desejadas por oferecerem diversas
vantagens. O gesso para estuque e alisamento já era conhecido.
Uma carta real mencionava, em 1292, a exploração de 18 jazidas de pedra
de gesso na região parisiense. O gesso era, então, empregado na fabricação de
argamassas, na colocação de placas de madeira, no fechamento de ambientes e
na construção de chaminés monumentais.
A Renascença foi marcada pelo domínio do emprego do gesso para a
decoração e, na época do barroco, foi largamente chamado de gesso de estuque.
Deve-se, em grande parte, a generalização do emprego do gesso na
construção civil, na França, a uma lei de Luiz XIV, promulgada em 1667.
No século XVIII, a utilização do gesso na construção foi tão generalizada na
França, ao ponto de, do montante das construções existentes, 75% dos hotéis e a
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totalidade dos prédios públicos e populares serem realizados em panos de
madeira e argamassa de gesso, e para as novas construções ou as reformas,
cerca de 95% serem feitas em gesso. Nessa época, a fabricação do gesso era
empírica e rudimentar. Porém Lavoisier, em 1768, presenteou a Academia de
Ciências Francesa, com o primeiro estudo científico dos fenômenos, que são a
base da preparação do gesso.
No século XIX, os trabalhos de diversos autores, particularmente, os de Van
t’Hoff e, sobretudo, o de Lê Chatelier, permitiu abordar uma explicação científica
para a desidratação da gipsita.
A partir do século XX, em função da evolução industrial os equipamentos
para a fabricação do gesso deixaram de ter um conceito rudimentar e passaram a
agregar maior tecnologia, assim como a melhoria tecnológica dos produtos passou
a facilitar suas formas de emprego pelo homem.
04 CLASSIFICAÇÃO
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TIPOS DE GESSO NORMATIZADOS PELA ABNT- NBR - 13207
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05 EXTRAÇÃO
Pátio de catação manual da gipsita em uma das empresas produtoras de gipsita no pólo gesseiro de
Pernambuco.
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(A) (B)
(C)
06 PRODUÇÃO
PROCESSO DE PRODUÇÃO
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Os tipos mais comuns encontrados na natureza são o anidro e o di-hidratado
O uso da gipsita (CaSO4.2H2O) é justificado principalmente pela propriedade do
sulfato de cálcio de rapidamente perder ou recuperar a água de cristalização. Com
a aplicação de quantidades moderadas de calor, no processo conhecido como
calcinação, a gipsita é convertida para sulfato hemidratado de cálcio
(CaSO4.1/2H2O). Este, quando misturado com a água, retorna à forma estável
diidratada e adquire consistência mecânica. Dependendo das condições de
calcinação, podem ser obtidos dois tipos de gesso: alfa (gesso-pedra) e beta
(pasta de Paris). O gesso beta tem uma maior quantidade de energia contida e
maior solubilidade. A distinção entre esses dois tipos de gesso (tamanho e forma
dos cristais, principalmente), requer a utilização de métodos específicos de
caracterização tecnológica. A forma alfa é menos reativa do que a beta e
apresenta menor resistência. O processo de produção do gesso de forma geral
compreende as operações mostradas no diagrama abaixo:
Britagem
Consiste na fragmentação de blocos do minério ( Matações ) e
normalmente são utilizados britadores de mandíbulas e rebritadores de martelo.
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Moagem
A depender do tipo de forno a ser utilizado, a gipsita britada pode ser moída
em moinhos de martelo antes de ser enviada para etapa seguinte,
Peneiramento
A depender da existência de plantas de calcinação, com fornos com tipos
de diferentes, a gipsita moída pode ser peneirada, em peneiras vibratórias, e
separadas em frações para uso específico.
Calcinação
A operação de calcinação, na qual a gipsita se transforma em gesso
[(CasO4 1/2H2O ) Sulfato de Cálcio Hemi-hidratado ] pela ação do calor, pode ser
realizada a pressão atmosférica, para obtenção do gesso tipo BETA, ou em
equipamentos fechados s sob pressão, maior que atmosférica, para obtenção do
gesso tipo ALFA.0
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A calcinação da gipsita para sua transfromação engesso ou anidrita,
segundo as reações R01 e R02 abaixo:
R01 - Transformação da gipsita em gesso com liberação de calor
CasO4 2H2O + calor = CasO4 1/2H2O + 3/2 H2O ( vapor )
Sulfato de cálcio Hemidrato de cálcio
R02 - Transformação do gesso em anidrita com liberação de vapor
CasO4 1/2H2O + calor = CasO4 + 1/2 H2O ( vapor )
Hemidrato de cálcio aniditra ( Sulfato anidro )
Pulverização
O gesso, após a calcinação, é normalmente moído em moinho de martelo,
moagem fina para obtenção da granulométrica final especificada pelas normas
brasileira ABNT.
Estabilização
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A depender das condições da calcinação, o gesso pode passar por um
período de ensilamento ou estabilização com a finalidade de se obter uma maior
homogeneidade na composição final.
Embalagem
O gesso é normalmente embalado em sacos multifoliados de papel,
contendo 20 ou 40 Kg. Opcionalmente, o gesso pode ser comercializado em “Big
Bags”, sacos plásticos que contêm 1000 Kg ou outras embalagens predefinidas.
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(A) (B)
Etapas de encilamento da gipsita rebritada a 5mm para alimentação dos fornos de
calcinação (A) e do produto calcinado e moído (B).
2. EFEITOS
EFEITO POSITIVO
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O Pólo Gesseiro proporciona cerca de 12 mil empregos diretos e é
responsável, segundo estimativas, por 60 mil empregos indiretos.
EFEITO NEGATIVO
O Ibama estima que a indústria de gesso consuma anualmente 550 mil metros
cúbicos de madeira. Cerca de 80% dessa madeira, até 2004, era proveniente de
desmatamentos clandestinos, o que provocava a destruição anual de 9 mil
hectares de floresta somente para alimentar o setor. Mas, de acordo com o Ibama,
depois da fiscalização e do licenciamento das empresas, o número caiu para 1,9
mil hectares
07 PROPRIEDADE
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PROPRIEDADES GERAIS DO GESSO
Qualquer que seja o tipo de gesso e qualquer que tenha sido o método pelo qual o
gesso foi obtido, ele mantém em comum algumas propriedades intrínsecas.
Conforme a temperatura do forno de gesso obteremos uma variedade do mesmo:
Entre 130 e 180ºC – gesso hemi-hidratado (2CaSO4.H2O)
Entre 200 e 350ºC – gesso anidro (CaSO4)
Entre + ou – 1000ºC – gesso morto (não é gesso) ou cal viva (Oca).
O gesso normalmente vendido no mercado é o gesso calcinado.
Trata-se de gesso hemi-hidratado com certa quantidade de gesso anidro, e com
impurezas.
PEGA DO GESSO
(CaSO4)2.H2 O + 3.H 2O
Gesso + água
* Sulfato apresenta forma dihidratado
* Acompanha elevação temperatura
* Leve aumento volume
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na formação do dihidratado.
QUIMICAMENTE FALANDO…
Em contato com a água forma uma reação exotérmica, ou seja libera calor
para o meio, e durante a reação libera CO2 que é o gás carbônico é o mesmo
principio de "queimar o cal" nas construções
Grau de cristalização
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Processo de calcinação do gesso, duas cristalizações podem acontecer, a alfa,
onde os cristais são bem formados e homogêneos e a beta onde são mal
formados e heterogêneos.
Os gessos alfa têm maior tendência a formar produtos com maior tempo de pega e
maior resistência por ser menos solúvel e, portanto, necessitar de menos água de
amassamento para se ter a trabalhabilidade desejada.
* Os gessos beta tem mais tendência a formar produzir de menor tempo de pega e
menor resistência. Na construção, o gesso empregado é o gesso tipo beta,
contendo pequenas proporções de anidrita (solúvel e insolúvel) e impurezas como
o próprio dihidrato (matéria-prima) e argilominerais.
DURAÇÃO DE PEGA
* COMPOSIÇÃO DO GESSO
* QUANTIDADE ÁGUA
EXPANSÃO DO MATERIAL
A HIDRATAÇÃO PROVOCA:
CATEGORIAS INFLAMÁVEIS
MO – Incombustível
M1 – Não inflamável
M2 – Dificilmente inflamável
M3 – Mais ou menos inflamável
M4 – Facilmente inflamável
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Uma das mais importantes propriedades do gesso é a sua capacidade de
combater a propagação do fogo, classificado como M0, e estabilizar a temperatura,
por um determinado tempo, da região onde o gesso foi utilizado.
Por outro lado, quando aquecidos, a partir de 106°C, os elementos ou
revestimentos de gesso iniciam o processo de desidratação, segundo uma reação,
endotérmica semelhante a que acontece durante a calcinação do minério,
consumindo calor e ao mesmo tempo estabilizando a sua temperatura até que
toda a água de cristalização seja liberada, o que representa cerca de 20% em
peso da quantidade de gesso presente.
Durante todo o tempo em que o gesso está liberando água, a sua temperatura não
ultrapassa os 140ºC, o que o torna também um elemento “corta fogo”.
Assim, a proteção contra o fogo de áreas específicas da construção civil podem
ser realizadas utilizando elementos ou revestimentos de gesso.
ISOLANTE ACÚSTICO
ISOLANTE TÉRMICO
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Elementos fabricados de gesso, sozinhos ou associados com outros materiais,
melhoram sensivelmente o isolamento térmico de paredes em função de seu baixo
coeficiente de condutividade térmica.
DENSIDADE
HIGROATIVIDADE
*Porosidade, absorvem a umidade do ar;
* Umidade baixo, inconvenientes para o ser humano, o gesso liberam a água
acumulada em seu interior regulando a condição higrotérmica ideal do
ambiente;
* Higroatividade diminuída em função do tipo de pintura.
HOMOGENEIDADE
Gessos com grau de cristalização ou de desidratação diferentes aceleram o
tempo de pega e diminuem a resistência mecânica do produto final.
8 APLICAÇÃO
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Paredes em Drywal e forro em placas de gesso
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Bloco de Gesso para paredes
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Foto 1 - Aplicar com rolo de textura média uma demão de chapisco rolado
Foto 2 - Remover sujeiras, incrustações e materiais estranhos
Foto 3 - Após 72 horas iniciar a preparação polvilhando o gesso na água, dentro
da argamasseira, até que o pó esteja totalmente submerso. A seguir, misturar até
obter uma pasta homogênea e sem grumos.
Foto 4 - Começar o trabalho pelo teto, aplicando a pasta com o auxílio de
desempenadeira de PVC em movimentos de vai-e-vem.
Foto 5 - Nas paredes (metade superior), o deslizamento deve ser realizado de
baixo para cima. Algum tipo de referência - ripa de madeira, pequenas taliscas ou
batentes - deve ser escolhido para medir a espessura da camada de revestimento
Foto 6 - Regularizar a espessura da camada, aplicando a pasta com a
desempenadeira, agora, no sentido horizontal. Cada faixa deve ser sobreposta à
anterior e a espessura da camada deve ter de 1 a 3 mm.
Foto 7 - Retirar os excessos limpando o teto e a parede com régua de alumínio.
Em seguida conferir a espessura do revestimento junto à referência escolhida
Foto 8 - Limpar a superfície com o canto da desempenadeira de aço para eliminar
ondulações e falhas e, depois, aplicar nova camada de pasta para cobrir os vazios
e imperfeições da superfície, assegurando a espessura final do revestimento.
Foto 9 - Desempenar cuidadosamente os excessos e rebarbas exercendo uma
certa pressão para obter a superfície final. A aplicação de pintura deve respeitar o
período de cura e ser executada após o lixamento da superfície para medir a
espessura da camada de revestimento.
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09 CONCLUSÃO
O mais antigo exemplo de uso do gesso como reboco interno é encontrada nas
pirâmides de Gizé, no Egito, que foram revestidas com gesso estuque séculos atrás e ainda
estão intactos, o que é a prova da durabilidade e desempenho deste produto.
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10 BIBLIOGRAFIA
LIVRO
TESE OU MONOGRAFIA
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023:
Informações e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
________. NBR 14724: Informações e documentação: trabalhos acadêmicos:
apresentação. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005.
COSTA, M. R. N. Manual para normatização de trabalhos acadêmicos:
Monografias, dissertações e teses. Recife: INSAF, 2006.
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