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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO VISUAL

CHIN FIGUEIRA FAM

DESIGN E CONCEPÇÃO DE ESTANTES COMO


ALTERNATIVA PARA O MELHORAMENTO DA
CONSERVAÇÃO E GESTÃO DE OBRAS DE ARTE NO
CURSO DE EDUCAÇÃO VISUAL

Beira

2022
CHIN FIGUEIRA FAM

DESIGN E CONCEPÇÃO DE ESTANTES COMO ALTERNATIVA


PARA O MELHORAMENTO DA CONSERVAÇÃO E GESTÃO DE
OBRAS DE ARTE NO CURSO DE EDUCAÇÃO VISUAL

Monografia apresentada ao Curso de


Licenciatura em Educação Visual da
Faculdade de Ciências e Tecnologias,
como requisito para a obtenção do
grau de Licenciatura em Educação
Visual.

Orientador:

dr. Helénio da Silva

Beira
2022
DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro que esta Monografia Científica é o resultado da minha investigação pessoal e das
orientações do meu supervisor. Cujo conteúdo é original sendo que todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. De
igual modo declaro que esta Monografia nunca foi apresentada em nenhuma outra instituição
para a obtenção de qualquer grau académico.

Beira, Março de 2022

_____________________________________
(Chin Figueira Fam)
DEDICATÓRIA

A presente Monografia Científica dedico ao meu Pai, You Fam e a minha Mãe, Ana Victória
António José Figueira, aos meus irmãos Karen Ermelinda Figueira Fam, Jerson Figueira Fam,
Alfredo Figueira Fam, e aos meus Tios Sérgio Ye e Maria Tomásia Ye, que tanto me
apoiaram para o meu crescimento físico, moral, intelectual e pelo início da educação de base
tendo investido em tudo que esteve ao seu alcance a fim de que continuasse com os meus
estudos.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecer a Deus pela protecção, saúde, energia que permitiram


atravessar esta magna jornada.

Ao meu supervisor dr. Helénio Da Silva que me orientou até a fase final da
Monografia Científica com qualidade que tem hoje para apresentar aos demais neste
momento, pela disponibilidade que teve sempre de ajudar a caminhar embora com
dificuldades que se encaravam, pelos conselhos, suporte e certeza de que este trabalho seria
possível. Foi uma grande motivação a sua realização e pelo acompanhamento ao longo de
toda a jornada do Curso.

Agradeço a Directora da Universidade Licungo Extensão da Beira e à Faculdade de


Ciências e Tecnologia pela disponibilidade e cooperação para a obtenção de dados
alicerçando o desenvolvimento da pesquisa. De igual modo, agradecer aos docentes e aos
estudantes do Curso de Educação Visual por aceitarem a submissão do inquérito no qual se
revelou uma ferramenta indispensável para análise e discussão dos dados.

Não obstante os meus agradecimentos são extensos aos meus colegas do Curso que
desde o primeiro dia com os quais trabalhamos lado a lado, tendo contribuído com suas ideias
para a minha nova aprendizagem.

São extensivos os agradecimentos para o dr Guebo Jacob por ter revisado o meu
trabalho nos aspectos linguísticos.

Por fim, agradecer a todos que contribuíram positivamente no processo de formação


para aquisição de outras qualidades académicas, por serem bastantes úteis na construção do
saber ser, estar e fazer na sociedade.
RESUMO

FAM, Chin Figueira (2021), Design e concepção de estantes como alternativa para
melhoramento da conservação e gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual,
Faculdade de Ciências e Tecnologia – FCT, Universidade Licungo, Beira, Moçambique.

A pesquisa tem como tema ―Design e concepção de estantes como alternativa para
melhoramento da conservação e gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual‖,
desenvolvido com objectivo de construir estantes que sirva como alternativa para o
melhoramento da conservação e gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual. É um
estudo exploratório, bibliográfico por meios das obras com mais destaque a de Magro (2012),
Michalski (1994), Fenili (2015), Leopoldo (2013) que associaram-se a pesquisa de campo,
aplicado de natureza qualitativa, de abordagem indutiva. Na construção da estante, foram
aplicadas a técnicas de design da estrutura de estantes, técnica de corte, montagem da
estrutura e acabamento. Usou-se a técnica de questionário dirigido aos docentes e estudantes
submetidos por via Google forms, cujos resultados obtidos revelaram que os estudantes do
Curso de Educação Visual produziam várias obras de arte, que dentre os quais, foram
destacadas a Pintura, Escultura, Material didáctico, Cartonagem, Desenho gráfico, escrita e
muitas outras obras. Por sua vez, observou-se a desorganização, gestão e conservação de
obras da sala de estirador, é associado a falta de armário, falta de limpeza, de segurança, isto
devido a infiltração e degradação das obras de arte. A instalação das estantes, permitem
colocar obras de arte com diferentes dimensões condicionou no melhoramento do ambiente na
sala de estirador. Com a intervenção, não se observa obras de arte expostas sobre o chão,
todas encontra-se agrupadas em locais específicos e dactilografadas. Na esfera técnica, notou-
se que é possível projectar um móvel que possa adaptar-se a locais que apresenta
heterogeneidade de obras de arte criar em ambiente favorável para a aprendizagem e que
possa servir de base para a sua organização. Deste modo, a avaliação e classificação atribuída
a estante pelos docentes e estudantes foi positiva, mas há necessidade de realização de um
estudo mais aprofundado sobre os materiais de junção e também a execução de testes da
estrutura de estante ao receber peso, para garantir que a mesma seja resistente.

Palavra-chave: Design. Concepção. Estante. Conservação.


ABSTRACT
FAM, Chin Figueira (2021), Shelf design and conception as an alternative to improve the
conservation and management of works of art in the Visual Education Course, Faculty of
Science and Technology –FCT, Licungo University, Beira, Mozambique.

The research theme is ―Design and conception of shelves as an alternative to improve


the conservation and management of works of art in the Visual Education Course‖, developed
with the aim of building shelves that serve as an alternative for improving the conservation
and management of works of art. art in the Visual Education Course. It is an exploratory,
bibliographic study by means of works, most notably those of Magro (2012), Michalski
(1994), Fenili (2015), Leopoldo (2013) that were associated with field research, applied of a
qualitative nature, with an approach inductive. In the construction of the bookcase, techniques
of design of the shelving structure, cutting technique, assembly of the structure and finishing
were applied. We used the technique of questionnaire directed to teachers and students
submitted via Google forms, whose results revealed that students of the Visual Education
Course produced several works of art, mainly related to the Visual Education Course that
were under the influence of several factors. that acted for the degradation of the same, among
which, were highlighted the Painting, Sculpture, Didactic material, Cardboard, Graphic
design, writing and many other works. In turn, due to the low level of organization,
management and conservation of works in the drawing room, associated with factors related
to the lack of cabinets, lack of cleanliness, lack of security and the influence of humidity due
to infiltration and runoff of water from the rain that accentuated the degradation of works of
art. But with the installation of the shelves, with dimensions that allow the placement of
works of art with different dimensions, it conditioned the improvement of the atmosphere in
the drawing room, since, since no works of art are displayed on the floor, they are all grouped
in specific places and typewritten. In the technical sphere, it was noted that it is possible to
design a piece of furniture that can adapt to places that present heterogeneity of materials and
that can serve as a basis for its organization. In this way, the evaluation and classification
attributed to the shelf by teachers and students was positive, but there is a need to carry out a
more in-depth study on the joining materials and also to carry out tests of the shelf structure
when receiving weight, to ensure that the itself be resistant.

Keywords: Design. Conception. Shelf. Conservation. Management.


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Ano de frequência dos estudantes participantes ………………………...………. 39


Gráfico 2: Natureza da disciplina que o docente lecciona …………………………..…….... 40
Gráfico 3: As actividades práticas que mais desenvolve ……………………..…………….. 41
Gráfico 4: Nível de organização, gestão e conservação de obras da sala de estirador …...… 43
Gráfico 5: Factor que contribuiu para a má conservação e gestão de obras de arte na sala de
estirador ……………………………………………………………….………………….44
Gráfico 6: A estante permite a colocação de obras de arte de vários tamanhos? ……………45
Gráfico 7: A implantação da estante melhorou a conservação e gestão de obras de arte na sala
de estirador …………………………………………………………………………………...47
Gráfico 8: As obras estão bem conservadas e sua gestão é adequada a sua tipologia artística
………………………………………………………………..………………………………48
Gráfico 9: Avaliação da acessibilidade após a implantação da estante, da conservação e gestão
de Obras de Arte na sala de estirador …………………………..……………………………50
Gráfico 10: Classificação da organização e conservação das obras na sala de estirador antes da
instalação da estante ………………………………………………………………...……….51
Gráfico 11: Classificação dos professores sobre a gestão e conservação das obras de arte ....52
Gráfico 12: A conservação das obras de arte é importante para preservar a produção científica
e artística do curso? …………………………………………………………………………..52
Grupo 13: Classificação dos docentes sobre a gestão e o armazenamento de obras do curso de
educação visual após a implementação das estantes ……………………………...………….53
Gráfico 14: Antes, qual é a nota que atribui a espaço? ………………………… .…………54
Gráfico 15: Actualmente, qual é a classificação que atribui a espaço? ………………….…..54
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 (A e B): Madeira – Mpepe ………………….……………………………………34


Figura 2 (A e B): Junta e colagem ……………………………………………..………… 34
Figura 3 (A e B): Etapa de corte …………………………………………………………..35
Figura 4 (A; B e C): Preparação e encaixe da estante ………………………………… . 36
Figura 5 (A e B): Preparação das gavetas, portes ………………..……………………… 36
Figura 6 (A e B): Acabamento …………………………………...……………………… .37
Figura 7 (A; B; C; D; E e F): Colocação de diferentes obras e arte ………………………38
Figura 8 (A e B): Colocação de diferentes obras e arte ………………………………… .42
Figura 9 (A e B): Estado de conservação e gestão das obras de artes antes da implantação das
estantes ………………………………………………………………………………...… 46
Figura 10: Nível de acessibilidade antes de implantação das estantes …………….……. 49
Figura 11: Nível de acessibilidade após implantação das estantes ……………...……….. 49
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Materiais usados na construção de estante ………………………………………………. 32
Tabela 2: Ferramentas usadas na construção de estante ………………………....………………….. 32
SUMÁRIO

DECLARAÇÃO DE HONRA ........................................................................................ iii

DEDICATÓRIA .............................................................................................................. iv

AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... v

RESUMO ........................................................................................................................ vi

ABSTRACT ................................................................................................................... vii

LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................. viii

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... ix

LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... x

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO...................................................................................... 14

1.1. Introdução ................................................................................................................ 14

1.2. Justificativa .............................................................................................................. 15

1.3. Problematização....................................................................................................... 16

1.4 Hipóteses .................................................................................................................. 17

1.5 Objectivos ................................................................................................................. 17

1.5.1. Objectivo Geral .................................................................................................... 17

1.5.2. Objectivos Especificos .......................................................................................... 17

1.6. Delimitação da pesquisa .......................................................................................... 17

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA ............................................................ 18

2.1. Fundamentação teórica ............................................................................................ 23

2.1.1. Conceitos básicos ................................................................................................. 23

2.1.2. Conservação de obras de Arte.............................................................................. 24

2.1.3. Acessibilidade mobiliaria ..................................................................................... 25

2.1.4. Mobiliário voltado para educação/escola ............................................................ 26

2.1.5. Bases de construção de mobiliário....................................................................... 27

2.1.6. Objectivos da gestão das obras de arte ................................................................ 28

2.1.7. Ergonomia e antropometria ................................................................................. 28


4

2.1.7.1. Ergonomia ......................................................................................................... 28

2.1.7.2. Antropometria.................................................................................................... 29

CAPÍTULO III: METODOLOGIA ................................................................................ 30

3.1. Tipo de pesquisa ...................................................................................................... 30

3.1.1. Quanto aos objectivos .......................................................................................... 30

3.1.2. Quanto aos procedimentos técnicos ..................................................................... 30

3.1.2.1. Pesquisa bibliográfica ....................................................................................... 30

3.1.2.2. Pesquisa de Campo ........................................................................................... 30

3.1.3. Quanto a Natureza ............................................................................................... 30

3.2. Quanto a abordagem ................................................................................................ 31

3.3. Métodos de pesquisa ................................................................................................ 31

3.3.1. Método indutivo .................................................................................................... 31

3.3. Técnicas de recolha de dado – Questionário ........................................................... 31

3.4.1. Para docentes ....................................................................................................... 31

3.4.2. Para estudantes .................................................................................................... 31

3.4.3. Observação sistemática ........................................................................................ 31

3.5. População e amostra ................................................................................................ 32

3.6. Materiais e ferramentas usados na construção de estantes ...................................... 32

3.6. 1. Material usado na construção de estantes ............................................................ 32

3.6. 2. Ferramentas usadas na construção de estantes .................................................... 32

3.6. Etapas operacionais da construção da estante ......................................................... 33

CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS


DADOS .......................................................................................................................... 39

4.1. Perfil dos participantes ............................................................................................ 39

4.2. Conservação e gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual .................... 40

4.2.1. As actividades práticas que mais se desenvolve ................................................... 40

4.2.2. Nível de organização, gestão e conservação de obras da sala de estirador........ 42


5

4.2.3. Factor que contribuiu para a má conservação e gestão de obras de arte na sala de
estirador ......................................................................................................................... 43

4.2.4. Capacidade de colocação de obras de arte de vários tamanhos ......................... 45

4.2.5. Nível de melhoria da conservação e gestão de obras de arte na sala de estirador46

4.2.6. Adequação da conservação e gestão de obras segundo as tipologias ................. 47

4.3. Avaliação da estante como alternativa para melhoramento da conservação e gestão de


obras de arte no Curso de Educação Visual ................................................................... 48

4.3.1. Nível de acessibilidade antes de implantação das estantes ................................. 48

4.3.2. Avaliação da acessibilidade após a implantação da estante, da conservação e gestão


de Obras de Arte na sala de estirador............................................................................ 50

4.3.3. Classificação da organização e conservação das obras na sala de estirador antes da


instalação da estante ...................................................................................................... 51

4.3.4. Classificação dos professores sobre a gestão e conservação das obras de arte . 51

4.3.5. Importância da conservação das obras de arte é para preservar a produção científica e
artística do curso ............................................................................................................ 52

4.3.6. Classificação dos docentes sobre a gestão e o armazenamento de obras do curso de


Educação Visual após a implementação das estantes.................................................... 53

4.4.7. Classificação do estado anterior e actual do espaço do curso de Educação Visual53

CAPÍTULO V: CONCLUSÃO ...................................................................................... 56

5.1. Sugestões ................................................................................................................. 57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 58

APÊNDICE .................................................................................................................... 60

Apêndice A: Estado actual da conservação das obras de artes no curso de Educação Visual
........................................................................................................................................ 61

Apêndice B: Resultados esperados ................................................................................. 62

Apêndice C: Design de estante ....................................................................................... 63

Apêndice D; QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE SALA DE ESTIRADOR DIRIGIDO


AOS DOCENTES DO CURSO DE EDUCAÇÃO VISUAL ........................................ 65
6

Apêndice E; QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA SALA DE ESTIRADOR DIRIGIDO


AOS ESTUDANTES DO CURSO DE EDUCAÇÃO VISUAL ................................... 69

ANEXO .......................................................................................................................... 72
14

1 INTRODUÇÃO

1.1 Introdução

A presente pesquisa aborda sobre a temática ―Design e concepção de estantes como


alternativa para melhoramento da conservação e gestão de obras de arte no Curso de
Educação Visual‖, desenvolvida com objectivo de construir estantes que sirvam como
alternativa para o melhoramento da conservação e gestão de obras de arte no Curso de
Educação Visual,

Actualmente a organização e conservação das obras de arte tem sido um dos desafios
enfrentado pelo Curso de Educação Visual, o que gera a necessidade da procura de
alternativas para resolução de problemas. Neste sentido, a presente monografia científica foi
desenvolvida com objectivo de construir estante como alternativa para o melhoramento da
conservação e gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual.

O uso de estante constitui um mecanismo para melhor gestão de materiais artísticos no


Curso de Educação Visual, na Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Licungo,
por se deparar com um sistema deficiente de organização das obras artísticos e outros
equipamentos, sem que interfira no ambiente da sala.

O desenvolvimento de uma pesquisa desta natureza, envolve actividades práticas para


responder um problema da falta de boa organização e gestão de material, tem maior
importância, função desta estante, não é só para os estudantes e docente do Curso de
Educação Visual, mas sim para toda instituição, visto que, com um ambiente melhorado, as
obras de arte estarão organizadas e reduzirá o maior desperdício destas obras e os respectivos
materiais.

A presente Monografia Científica apresenta seguinte estrutura nos 5 capítulos, onde o


capítulo 1 é referente à introdução, que inclui a justificativa, a problematização, os objectivos,
as hipóteses primárias e secundárias assim como a delimitação do tema. O capítulo 2 versa
sobre metodologia, onde é feita a caracterização da pesquisa, apresentação dos métodos de
abordagem, de procedimentos e técnicas de colecta e análise de dados que foram apresentados
na análise e discussão de dados que foram obtidos no local de estudo.

E o capítulo 3 abarca a revisão da literatura, no qual se apresenta informação literária


incluindo perspectiva de vários autores. O capítulo 4 é referente à apresentação, interpretação,
15

análise e discussão dos dados e por último, capítulo 5, referente a conclusão, onde inclui as
sugestões e referência bibliográfica.

1.2. Justificativa

A busca de um sistema de gestão de obras de arte e equipamento tem vindo a ganhar


maior demanda no Curso de Educação Visual. Nesta corrida em busca de diferenciais
competitivos, ter um gerenciamento de armazenagem eficiente é mais do que um bónus.
Organizar as obras de arte faz com que os docentes passem menos tempo procurando os itens,
optimizando assim todo o processo (…) No meio deste cenário, os professores precisam
entender quais são as soluções da sala que ajudam na organização das obras de arte. É o caso
das estantes, que potencializam o espaço dentro da sala e oferecem resistência e durabilidade
(Fuentes, 2016).

A escolha do tema deveu-se a degradação de obras de arte no Curso de Educação


Visual, o que não permite maior durabilidade. Sendo assim, o desenvolvimento da temática
ganha maior valia para o local de estudo, pois, para que as obras de arte produzidas pelos
estudantes e docentes, continuem sendo apreciadas ou mesmo estudadas, precisam ser
conservadas.

E por estantes constituírem um meio auxiliar na organização do ambiente interno da


sala de aula e tem várias aplicabilidades. Ao se notar que o espaço do Curso de Educação
Visual ser limitado para manter diferentes obras artísticas, uma estante, com prateleiras
contendo diferentes dimensões permite a gestão do espaço assim como na conservação de
várias obras de diferentes tamanhos e tipos, por sua vez, atende a todas necessidades
organizacionais e estruturais.

Sendo assim, a temática em estudo ―Design e concepção de estantes como alternativa


para melhoramento da conservação e gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual‖,
permite reunir as ideias criativas, inovadoras e inspiradoras na esfera artística e mobiliária,
visto que existem poucas pesquisas a nível local e nacional sobre a temática e para além de
constituir alternativa para o melhoramento da gestão de materiais artísticos Curso de
Educação Visual, melhora a organização de materiais nos espaços compactados exigindo que
os móveis sejam cada vez mais eficientes, por isso a construção da estante permite o
melhoramento do ambiente no laboratório de educação visual.
16

1.3 Problematização

Os problemas mais destacados de gestão de equipamentos são, a falta de manutenção


preventiva e a demora de conserto, quando o reparo acontece somente quando uma ferramenta
já não têm mais condições de ser utilizada. Tudo isso afecta directamente a qualidade dos
serviços prestados (Zdanowicz, 2004).

É notório o problema de organização do ambiente interno do laboratório de educação,


pois as obras artísticas encontradas expostas sobre o chão sem nenhum cuidado. O que pode
criar ferimentos graves aos estudantes ao se movimentar pela sala. Ainda em torno de
conservação e gestão de obras artísticas no Curso de Educação Visual, encontra-se também a
mistura de várias obras no mesmo local. Por vezes, tem se observado que após a produção de
algumas obras de arte mais susceptíveis a degradação como a pintura e desenho, elas
danificam-se parcialmente ou totalmente estragada, razão pela qual, algumas acabam sendo
impossíveis de restauração.

O período chuvoso acompanhado por ventos fortes, facilmente a água infiltra na sala
onde as obras do Curso de Educação Visual encontram –se, armazenados e facilmente a água
ou humidade entra em contacto com as obras de arte, levando deste modo, a sua degradação.
Manter produtos a altas temperaturas ou a ambientes de muita humidade pode levar a perdas.
Segundo Duarte (2004), as perdas podem representar um grande problema, o mau
armazenamento é um dos principais motivos de perda de obras de arte em museu. E para
Larissa e Fabre (2018), os problemas que limitam a conservação de materiais no dado local
estão relacionados com a existência de material perecível, material de alta periculosidade1,
material com peso elevado, material com grandes dimensões o que leva a dificuldade em
estabelecer a quantidade necessária. E estes senários são observáveis no local de estudo.

Perante estes factos, levanta-se a seguinte pergunta de pesquisa: Até que ponto o
design e a concepção de estantes contribuem para o melhoramento da conservação e gestão
de obras de arte no Curso de Educação Visual?

1
Com relação à periculosidade, o termo diz respeito à identificação de materiais que podem reagir com outros
em função de características físico-químicas, oferecendo riscos à segurança. Existem normas que regulam, por
exemplo, o transporte e armazenagem de materiais tóxicos e inflamáveis e as organizações devem conceber
políticas especiais para o seu manuseio, seja no âmbito de suas instalações ou no transporte.
17

1.4 Hipóteses

A construção de estantes melhora conservação e gestão de obras de arte no Curso de


Educação Visual.

O uso de estantes reduz a degradação das obras de arte no Curso de Educação Visual.

1.5 Objectivos
1.5.1 Objectivo Geral

Construir Mobiliários como alternativa para o melhoramento do meio ambiental da


conservação e gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual;

1.5.2 Objectivos Específicos

Projectar estantes como alternativas para o melhoramento da conservação e gestão de


obras de arte no Curso de Educação Visual;

Seleccionar os materiais para a construção de estantes para a facilitação, organização e


armazenamento das obras de arte no Curso de Educação Visual;

Inserir as obras de arte nas estantes como forma de dar maior cuidado na preservação
das obras de arte no Curso de Educação Visual;

Avaliar os estantes para garantir a boa eficiência e eficácia do seu uso no Curso de
Educação Visual.

1.6 Delimitação da pesquisa

A presente Monografia Científica intitula-se ―Design e concepção de estante como


alternativa para o melhoramento da organização e gestão das obras de arte no Curso de
Educação Visual‖. A pesquisa foi desenvolvida na Universidade Licungo, Extensão da Beira,
no Curso de Educação Visual, localizada na Província de Sofala, Cidade da Beira, no 3º
Bairro - Ponta-Gêa, e a delimitação temporal será o período de 2021.

A pesquisa em alusão enquadra-se na cadeira de Atelier. Assim como, também se


enquadra na área de Gestão de materiais, remetendo a sua exposição e conservação.
18

2 REVISÃO DA LITERATURA
Magro (2012), desenvolveu um estudo abordando sobre o tema ―Móvel multifuncional
para ambientes compactos‖, com objectivo de desenvolver um móvel multifuncional que
fosse adaptável a ambientes compactos. Como resultado do projecto, notou que uma poltrona
contendo a funcionalidade de guardar objectos e componente para actividades diversas como
suporte para computador, leitura, e também para apoio de objectos, o projecto foi destinado
para o público C e D que geralmente vivem em ambientes compactos, tornando pertinente
esta proposta. No que se refere aos elementos simbólicos, foram utilizados os conceitos de
minimalismo, equilíbrio e simplicidade. Já os conceitos formais norteiam a adaptabilidade,
versatilidade, prática. E por fim, o autor chega a sugerir que ao trabalhar com madeira, deve-
se ter cuidado na escolha do tipo. E para a presente pesquisa a escolha da madeira constituiu
uma etapa crucial, onde foi possível escolher a madeira de Mpepe, devido a sua durabilidade e
acessibilidade.

Leopoldo (2013), apresentou um relatório para o curso de Administração na Fundação


Pedro Leopoldo como o tema ―Desenvolvimento de um sistema de localização de materiais e
de um novo layout para o almoxarifado central da Prefeitura Municipal de Lagoa Santa‖, onde
chegou a perceber que necessidade de desenvolver e estruturar a gestão de materiais, é
imprescindível para qualquer sector que tenha como actividade fim a administração de
materiais. Sem o devido planeamento, as actividades exercidas no sector podem vir a reduzir
os ganhos, ou no caso do sector público aumentar os gastos municipais. Esperou organizar o
sector de forma que o espaço utilizado fosse optimizado, que a segurança fosse aumentada
tanto para os colaboradores que ali trabalham como também para os bens estocados, que o
transporte em seu interior fosse facilitado e que o processo de localização dos materiais
solicitados seja agilizado.

Chegou a concluir que a administração de materiais é uma ferramenta importante para


a instituição alcançar seus objectivos, mas, para que isso aconteça com uma melhor eficiência
é necessário pensar na estrutura física também. Como no sector privado, a administração
pública ainda vê tal actividade como um factor secundário dentro dos seus planeamentos.
Sendo assim, a concepção de estantes como alternativa para melhoramento da conservação e
gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual constitui uma estrutura física que de
uma forma directa, permitirá uma melhor administração das obras de arte existente.
19

Comin (2015), desenvolveu um Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado no


Curso de Design de Produto da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, na qual
abordavam sobre o tema ―Mobiliário multifuncional para portadores de deficiências‖. O
trabalho desenvolvido teve como objectivo criar um móvel multifuncional para facilitar a
rotina do deficiente físico no preparo de sua alimentação. A pesquisa tomou rumos que
envolveram estudos bibliográficos acerca do design industrial, ergonomia e antropometria. A
partir dos diversos dados colectados nas pesquisas, poderíamos criar variados tipos de móveis
multifuncionais, mas a melhor solução encontrada para este problema foi um móvel suspenso
com uma mesa sendo apoiada por uma gaveta, permitindo utilizar para suas refeições, ou até
mesmo colocar utensílios, além de um mecanismo na base, que o usuário consegue ajustar o
nível de altura como preferir.

Considerou que o design está cada vez mais presente no mercado, assim como a área
moveleira que expande a cada dia, a procura de móveis sob medida ou até os multifuncionais
tem aumentado consideravelmente já que eles nos auxiliam não só no conforto, bem-estar e
prática dos clientes, mas também sempre procura ter uma atitude ambiental correcta. Nota-se
que não basta simplesmente construir um móvel para auxiliar na gestão e organização de
obras de artes, é necessário que este esteja adaptado às condições ambientais da sala de
estirador, assim como as do usuário, de modo que este não constitua riscos ergonómicos.

Gelatti (2014), desenvolveu um estudo abordando sobre ―Uso da biónica como


ferramenta para a criação de um móvel: Estante Beezu‖, o autor Constatou que a natureza,
após anos de evolução, se adaptou conforme as circunstâncias que lhe foram apresentadas, e
essas soluções podem ser aplicadas na criação de um mobiliário, visando à solução de
problemas projectais. Na sua pesquisa, também foram abordados tópicos essenciais como a
sustentabilidade, cuidando para reduzir os impactos no meio ambiente. Com seu estudo,
propôs-se a repensar como a natureza, com seus métodos e objectivos, contribui no processo
de design, na criação de novos projectos, como também na conscientização que parte de
designers em desempenhar papel fundamental na transição para uma sociedade mais
sustentável.

A estante BEEZU, mostrou inovação por utilizar um Besouro Rinoceronte como


inspiração, diferenciando-se dos outros produtos à venda. Ao observar as ilustrações finais,
entende-se qual a sua funcionalidade e torna-se claro que a natureza e o designer foram
fundamentais para esse processo. A implantação das estantes no Curso de Educação Visual
deve ser acompanhado por medidas de relacionadas com bom uso e manutenção das mesma,
20

deste modo, pode garantir a sua durabilidade e continuação da gestão e conservação das obras
de arte.

Castoldi (2018), apresentou um trabalho ao Curso de Design com o tema ―Projecto de


mobiliário modular para espaços de convivência e aprendizagem infantil‖, põe meio da qual,
ao perceber a importância que o mobiliário tem dentro dos espaços de aprendizagem e
convivência infantil, e que ainda faltam recursos voltados para a faixa etária de 3 e 4 anos,
foram colhidas referências baseadas em brinquedos de encaixe e mobiliário já existentes, a
fim de encontrar a melhor solução para este projecto. Ao buscar um móvel que pudesse
estimular o desenvolvimento das crianças, e sabendo que todo o ambiente em que ela vive
também estimula seu desenvolvimento, o móvel projectado pode se adequar a qualquer
espaço da escola, bem como outros ambientes que atendam as crianças, e com o qual elas
possam interagir de forma mais livre, mas sem se esquecer do acompanhamento de um
responsável, seja um professor ou monitor, pais e outros profissionais.

O projecto constitui-se em um móvel modular, podendo ser montado de acordo com a


preferência das crianças, conforme o projecto trabalhado dentro das salas, em coordenação
com a necessidade do ambiente também. Embora a estante esteja virada para o público alvo
maioritariamente jovens e adultos, com base na sua estrutura, também pode ser usada ou
adaptada para atender as necessidades das crianças podendo compor outros ambientes.

Mesquita (2013), apresentou um Trabalho de Conclusão de Curso, ao curso de Design


de produto, com habilitação em Projecto de Produto da Universidade Federal da Paraíba, com
o objectivo de Desenvolver um mobiliário multifuncional, visando optimizar os espaços,
mantendo as características de um produto inovador que tenha a finalidade de auxiliar o dia-a-
dia do usuário, prezando a sofisticação, modernidade, funcionalidade, praticidade e qualidade.
Neste trabalho foi possível investigar eventuais problemas, gerar soluções, escolha de
materiais para que o produto possa ser executado e fabricado para o mercado.

Assim como também recomendou que o processo de fabricação poderia ser automatizado ou
com cortes a laser, a madeira utilizada no produto é de reflorestamento, podendo ser utilizado
outro tipo de madeira como madeira reaproveitada. Estantes constituem alternativa para
melhoramento da conservação e gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual, visto
que possibilitou a optimização do ambiente na sala de estirador, mobilidade dos usuários e
melhor visibilidade da exposição das obras de arte.
21

Larissa & Fabre (2018), realizaram um estudo com o intuito de demonstrar as


características primordiais de um design de produto aliadas aos conhecimentos de ergonomia,
ambos necessários para a realização do projecto de um móvel multifuncional para um
ambiente específico das residências compactas. O móvel em questão apresentou
compartimentos dinâmicos que objectivaram a organização do espaço e a melhoria na
circulação dos moradores, auxiliando, consequentemente, no bem-estar dos mesmos, na
diminuição dos choques físicos e na eliminação da poluição visual que vários produtos em um
único espaço podem acarretar. No entanto, na concepção de estantes procurou colocar
compartimentos que permitisse a colocação de obras de arte de diferentes tamanhos e tipos de
modo a permitir o para melhoramento da conservação e gestão de obras de arte no Curso de
Educação Visual.

Yamaue (2015), apresentou um estudo na Universidade Federal de Santa Catarina


abordando sobre o tema ―Projecto de Mobiliário Multifuncional para Espaços Reduzidos‖, o
objectivo desse trabalho era de projectar um mobiliário modular multifuncional, buscando
soluções em design para optimizar e potencializar os espaços reduzidos no interior
residencial, visando satisfazer as necessidades do público-alvo tendo como função principal o
armazenamento levando em consideração aspectos ergonómicos, funcionais, estruturais e
estéticos. O autor referiu que trabalho foi muito importante para a compreensão da tendência
mercadológica de espaços reduzidos, e o entendimento das necessidades do público-alvo para
esse segmento de produto. Antigamente verifica-se a falta de boa gestão das obras de artes no
Curso de Educação Visual, mas após a concepção e instalação das estantes, este problema
deixou de existir.

Zdanowicz (2004), efectuou um estudo sobre o tema ―Estante: uma decisão de


planeamento e controlo de materiais‖, onde concluiu que estante constitui uma função
estratégica de mediação desde a problemática da apresentação pública de obras de arte, facto
consolidado pelos museus de arte, no entanto, devem relacionar sua ―inteligência‖ às
urgências museológicas e traçar as condições de surgimento dessas instituições. Também é
adequado abordar e compreender os deslocamentos nas maneiras de apresentar trabalhos
artísticos, desde o desejo de sua exibição pública. Percebe-se que o processo de
desenvolvimento de um projecto de design é iniciado quando são atribuídos os conceitos do
mesmo. Identificando os requisitos mais importantes a serem tratados, torna-se mais fácil
desenvolver um projecto pois são esses mesmos conceitos que deverão estar presentes durante
a execução do projecto.
22

Fuentes (2006), chega a conclusão que, para a fabricação de estante, os processos


produtivos básicos empregados são o corte e montagem das madeiras das estruturas laterais
(madeiras rígidas), juntamente com os cortes das peças em mogno para o acabamento final
colocado sobre essa estrutura. Para a construção das peças para o acabamento final são
empregados dobras e cortes nas chapas, e através do processo de fixação são encaixados as
rodinhas na parte inferior do móvel. E o autor chegou a conclusão que estante é múltipla
função para conservação de materiais, prevenindo a sua exposição contra as condições
atmosférica ou ambientais que concorrem para sua degradação. Na construção da estante,
foram aplicadas a técnicas de dosign da estrutura de estantes, técnica de corte, montagem da
estrutura e acabamento, e no final foi possível constactar que a construção de estantes melhora
a conservação e gestão de obras, sobre tudo, na redução da sua degradação no Curso de
Educação Visual.
23

2.1 Fundamentação teórica

2.1.1 Conceitos básicos

2.1.1.1 Obra de Arte

Segundo Arthur (1992), ―arte é a expressão de um ideal estético (ou seja, de um ideal
de beleza) através de uma actividade criadora (…) É uma manifestação humana universal
(existe em todas as culturas) que produz coisas reconhecidas como belas pela sociedade (…)
Uma obra de arte transmite uma ideia, um sentimento, uma crença ou uma emoção ―(p. 192).

Compreende-se que Arte é uma actividade humana das mais antigas, sempre ligada a
uma percepção, ideia ou emoção, estimulando tanto a consciência do criador da obra quanto
dos que a apreciam, podendo cada uma dessas obras ser considerada única e diferente.

Para Gram (2011), a arte (do latim ars) é o conceito que engloba todas as criações
realizadas pelo ser humano para expressar uma visão/abordagem sensível do mundo, seja este
real ou fruto da imaginação. Através de recursos plásticos, linguísticos ou sonoros, a arte
permite expressar ideias, emoções, percepções e sensações (p. 23).

Entende-se deste modo que arte pode ser definida ainda como o reflexo da cultura e da
história. Sendo que elas existem em todas as culturas e nos mais diferentes períodos da
história.

Para Arthur (1992), ―obra de arte, trabalho artístico ou somente obra, é criada ou
avaliada por sua função artística ao invés de prática. Por função artística, se entende a
representação de um símbolo, do belo. Apesar de não ter isso como principal objectivo,
uma obra de arte pode ter utilidade prática‖ (p. 198).

Obra de arte pode ser entendida como uma criação humana com objetivo simbólico,
belo ou de representação de um conceito determinado. Como exemplos de obras de arte,
podem-se citar: esculturas, pinturas, poemas, arquitetura, filme, música, artefacto decorativos.

Rego (2001), parte da explicação que ―os artistas expressam as suas percepções,
emoções e sensações através de diversos recursos linguísticos, plásticos e sonoros. Uma obra
de arte, por conseguinte, é um produto que transmite uma ideia ou uma expressão sensível.
Trata-se da criação que projecta ou reflecte a intenção de um artista‖ (p. 83).
24

No entanto, obra de arte pode ser definida como uma criação humana com objectivo
simbólico, belo ou de representação de um conceito determinado. Como exemplos de obras de
arte, podemos citar: esculturas, pinturas, poemas, arquitectura, filme, música, artefacto
decorativo, etc.

2.1.1.2 Conservação de obra de Arte

Segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, conservação é ―o conjunto


de medidas de carácter operacional – intervenções técnicas e científicas, periódicas ou
permanentes que visam a conter a deterioração em seu início [...] A conservação preventiva
enfoca todas as medidas que devem ser tomadas para se aumentar a vida útil do objecto ou
retardar seu envelhecimento. Para isto, deve-se, em primeiro lugar, conhecer a estrutura física
da peça, ou seja, a matéria e a técnica empregada na sua confecção, as quais, conjuntamente,
irão definir procedimentos básicos de conservação (Aurélio, 2006, p. 108).

No entanto, a conservação de obras de arte é uma das principais actividades do


mercado artístico, e vem ganhando grande importância na actualidade. Como o objecto
da arte é considerado património comum, a realização de sua preservação é mantida pensando
nas gerações futuras.

Preservar objectos artísticos significa defender, resguardar, proteger o património para


que ele não se deteriore, mas sem intervir no objecto (cuidar para que o objecto não fique
exposto à luz excessiva e humidade por exemplo); conservar tem o sentido de fazer durar,
impedir que acabe ou se deteriore, utilizando-se para isso de algumas intervenções (por
exemplo, remover poeira e sujeira ou utilizar alguma camada protectora, como um verniz).

2.1.2 Conservação de obras de Arte

Arbore (2010) citado em Gellati (2014), aborda que uma estante tem a importância de
armazenar as obras de Arte ou não, de decorar o ambiente, dar suporte a diferentes
equipamentos, mas não necessariamente precisa atender a todas as funções simultaneamente.

A estante possui ainda a capacidade de se adequar a qualquer ambiente, modificando-


se pelo seu tamanho, formato, estrutura ou função.

Gellati (2014), aponta que geralmente são apoiadas ao piso e/ou encostadas na parede,
costumam apresentar prateleiras horizontais que apoiam os objectos, como também apoios
25

verticais para a sustentação. É produzida geralmente por madeira, aço, vidro plástico, e a
combinação de alguns destes componentes (p. 26).

Para as salas de aulas com área cada vez mais reduzida, maximizar as possibilidades
de nichos e espaços é uma opção para organização de objectos e materiais. A criação de
estantes são uma alternativa para facilitar a organização dos objectos e ao mesmo tempo criar
elementos de decoração de ambientes, através de peças de destaque.

Para a criação destas, é preciso estar a par sobre os possíveis materiais e processos da
sua construção, assim, o próximo capítulo aborda alguns materiais e processos que englobam
a sustentabilidade.

2.1.3 Acessibilidade mobiliaria

Duarte e Cohen (2004), destaca que a acessibilidade do espaço construído não deve ser
compreendida como um conjunto de medidas que favoreceriam apenas às pessoas com
deficiência, mas sim medidas técnicas sociais destinadas a acolher todos os usuários em
potencial. Para isso, é necessário garantir total acesso aos mais variados locais e actividades,
eliminando as diversas barreiras existentes que comprometem a participação de todos.

Geralmente, ao conceber os espaços, excluem as pessoas com deficiência e não


possibilitam condições adequadas de acesso para elas, afastando-as do convívio social. Entre
as pessoas com deficiência física, encontram-se as pessoas usuárias de cadeiras de rodas, que
são pessoas que possuem alguma dificuldade de locomoção, necessitando do auxílio de
cadeiras de rodas para seu deslocamento.

Segundo a NBR 9050 (2004), promover acessibilidade significa remover barreiras


arquitectónicas, urbanísticas ou ambientais que impeçam a aproximação, transferência ou
circulação. Em outras palavras, ela dá oportunidades para as pessoas com deficiência terem
acesso aos espaços, e os direitos iguais garantidos por lei. Pessoas com deficiência física ou
mobilidade reduzida encontram diversos obstáculos que dificultam ou mesmo impedem sua
locomoção e seu acesso aos espaços.

Deste modo, a construção de um imóvel deve atender as questões de inclusão,


sustentabilidade e ergonomia.
26

2.1.4 Mobiliário voltado para educação/escola

Segundo Munari (1981), o design tem papel fundamental no dia-a-dia das pessoas, seu
objectivo é melhorar os produtos e suas funções, facilitando sua utilização quotidiana (p. 39).

A intenção dos produtos de design é facilitar a vida do usuário ou consumidor; assim


como diz Nuno Portas as cited in Centro Português do Design (1993), clarifica que: O design
é mais do que representar uma forma desenhando-a; é equacionar e solucionar um problema
de alguma maneira nova ou não resolvida antes e conceber a forma arriscando-a como
hipótese, relacionando os fins propostos e os meios possíveis.

O mobiliário escolar é um dos elementos de apoio ao processo de ensino. Os confortos


físicos e psicológicos vão influenciar de forma directa no rendimento e na aprendizagem.

Segundo Bergmiller et al. (1999), apesar das especificidades que adquirem nos
diversos espaços educativos, os móveis escolares são classificados em três tipos distintos,
comuns a qualquer ambiente escolar: Superfície de trabalho, assentos, suportes de
comunicação e mobiliário para guardar material escolar (p.5).

E a estante enquadra-se no mobiliário para guardar material escolar, sobre tudo, das
obras de arte do Curso de Educação Visual.

Segundo Patrício (2010),―nas poucas escolas em que existem dois tipos de modelos de
cadeiras, quaisquer destes é também impróprio ao aluno, visto não se harmonizar com o seu
desenvolvimento físico nem com as exigências do ensino (p. 101)‖.

Normalmente as carteiras, por exemplo, são de modelos padrões, não são pensadas
para uma faixa etária específica, o que acaba dificultando sua utilização por crianças menores
ou maiores de idade. Também existe dificuldade em encontrar outros objectos como armários,
estantes, etc; adequados para uma faixa etária exclusiva, na maioria das vezes o estudante
depende do professor para realizar acções, como por exemplo, pegar o material no armário,
etc. Raras vezes se utilizam elementos de auxílio, como um apoio para os pés, aumento do
assento para melhorar as condições da criança em sala de aula.

O mobiliário escolar, juntamente com outros factores físicos, é notadamente um


elemento da sala de aula que influi circunstancialmente no desempenho, segurança, conforto e
em diversos comportamentos dos alunos (Moro et al, 1997).
27

Algumas empresas já perceberam a necessidade desse nicho de mercado e estão


investindo em produtos que se adeqúem ao dia-a-dia das crianças na escola.

2.1.5 Bases de construção de mobiliário

Segundo Magro (2012), a construção de mobiliário pode obedecer os seguintes


princípios:

Conceitos: o móvel tem como conceitos principais: a prática, a versatilidade e


adaptabilidade. Os três conceitos devem estar presentes no produto final para que ele possa
atender as necessidades do problema proposto e essas são características essenciais para que isso
possa ser alcançado incluindo a prática, adaptabilidade versatilidade.

Temática: O principal objectivo é que esse produto seja condicionado a várias opções
de uso, por isso a importância de que ele tenha várias funções e que elas atendam essas
exigências. A principal temática é a multifuncionalidade.

Atributos do produto: Nessa etapa apresenta-se as características principais que


devem estar presentes no produto, constituindo-se aspectos funcionais e também de aspectos
estético-formais.

Funcionais: A principal característica é o fácil manuseio de mudança de posições dos


componentes do produto através de mecanismos como dobradiços ou corrediças. A estrutura
deve conter uma forma que vai de encontro as exigências do público, por isso deve se adaptar
ao ambiente em que será colocada. Os componentes da base devem estar sempre bem firmes
para que o usuário possa mexer com segurança sem perigo de algum componente se soltar o
que pode ocasionar acidentes.

O móvel deve ter a segurança necessária para que possa receber todo o peso que for
colocado em cima dele, por isso a importância de ter uma boa resistência de pés ou da própria
base. O produto deve conter todas as funcionalidades propostas como um móvel para guardar
objectos, que possa servir para o descanso e ainda possa ser utilizado para realizar actividades
quotidianas.

Estético-formais: O produto terá uma estética condizente com o perfil do público-


alvo e que quer um produto que possa se adaptar no ambiente sem que o mesmo fuja das
características estéticas dos demais. Assim, deve-se seguir os conceitos supracitados.
28

Simbólico: A adaptabilidade representará o valor simbólico do produto. Através


desses atributos o produto pode entrar no mercado e competir com os demais concorrentes.

2.1.6 Objectivos da gestão das obras de arte

Sendo os materiais artísticos, adquiridos e mantidos com recursos oriundos do Curso


de Educação Visual, há o dever do agente empregá-los da melhor forma. Nesse sentido, por
meio de Fenili (2015), pode-se enunciar o objectivo central da gestão de materiais: Maximizar
o uso dos recursos materiais na organização pública, ou seja, evitar desperdícios.

Logicamente, ao considerarmos a gama de actividades envolvidas na gestão de


materiais, este objectivo pode ser desmembrado em objectivos secundários, assim por Fenili
(2015), listados:

―Suprir a organização dos materiais necessários ao seu desempenho, no momento


certo, com a qualidade requerida, praticando preços económicos, recebendo e armazenando os
bens de modo apropriado, distribuindo-os aos sectores demandantes, evitando estoques
desnecessários e mantendo rotinas de controlo efectivas‖ (p. 16).

Depreende-se de tais objectivos que o viés actualmente assumido pela gestão de


recursos materiais é intrínseco ao modelo de gestão de matérias artísticos. A questão que
insurge, nessa óptica, é directa: quais os atributos, na gestão de materiais, que são essenciais a
resultados satisfatórios a seus clientes. A resposta passa necessariamente pelos seguintes
pontos: Redução de custos; autonomia da gestão e responsabilização, e promoção da
transparência e do controlo social.

2.1.7 Ergonomia e antropometria

2.1.7.1 Ergonomia

Conforme Tilley (2005), ―a ergonomia busca realizar o estudo das dimensões médias
das pessoas, tendo como objectivo auxiliar no desenvolvimento de produtos que possuam uma
boa relação com o usuário, inclusive deficientes motores, permitindo ser utilizada com
segurança, praticidade, de forma anatómica, evitando fadiga e lesões por movimentos
repetidos‖.

Assim, os autores descrevem que a ergonomia busca cada vez mais ampliar seu campo
de visão, pois os diversos factores que são levados em consideração influenciam tanto no
bem-estar do homem quanto na melhoria dos processos de produção de uma empresa.
29

Portanto, a busca por uma organização adequada, pela melhoria na flexibilidade dos
processos, pelo equilíbrio das tarefas influencia na realidade e no funcionamento das
empresas.

Para o bom desenvolvimento de um projecto conta-se com a ergonomia, uma área do


conhecimento ainda em avanço e muito utilizada pelos designers. Segundo Silva (2012), o
design está em todo lugar. Talvez por isso seja tão difícil encontrar uma definição específica,
sendo que seu objectivo principal está na busca do conforto e do fácil deslocamento dos
usuários nos espaços.

Actualmente, esta ciência aplicada vem sendo considerada uma poderosa ferramenta
diferencial tanto na concepção dos produtos, como na optimização dos ambientes como um
todo (Tilley, 2005). Ou seja, a ergonomia aos poucos vem ganhando importância como
ferramenta fundamental para design e pode trabalhar desde a formalização das ideias
preliminares até o produto final, ou melhor, na negociação do escopo do contrato, estudo
preliminar, detalhe do projecto, acompanhamento da execução do projecto, e avaliação pós-
ocupação.

Deste modo, pessoas que possuem deficiência física permitiram que estas pessoas
pudessem frequentar locais de trabalho, edificações de uso público, além de órgãos
governamentais locais e estaduais.

2.1.7.2 Antropometria

Pode-se dizer que antropometria trata do estudo das medidas físicas do corpo humano.
Lida (2005), relata que para obtermos medidas confiáveis de certa população, composta pelos
mais variados tipos e dimensões, deve-se levar em conta as qualidades em que essas pessoas
são avaliadas. Critérios como a roupa, calçado e postura durante a tiragem das medidas são os
que mais entusiasmam em uma demonstração.

Resumindo, pode-se definir antropometria como o estudo da forma e do tamanho do


corpo humano. Ela estuda as medidas e as proporções humanas para projectar adequadamente
os ambientes e produtos evitando as falhas possíveis ao causar desconfortos, como por
exemplo, projectar uma pia adequada para deficientes motrizes.

É importante ressaltar, que Ergonomia e Antropometria definem o dimensionamento


do espaço e dos produtos, para atender as medidas antropométricas e as normas ergonómicas
da cadeira de rodas, assim se evita as maiores falhas e os altos prejuízos.
30

Na obtenção de tais medidas, a antropometria se baseia nos factores de variações


individuais, sendo eles: sexo, idade, etnia e biótipo, influência do clima e as diferenças
extrema. Apesar das variáveis envolvidas, entre o usuário e o ambiente projectado, ou
adaptado pelo homem, deve garantir conforto, segurança, ergonomia e uma vivência eficiente
e alegre do ambiente. Por exemplo, as alturas das superfícies de trabalho de uma cozinha,
escritório, ou estúdio, os espaços livreis para cadeiras ao redor de uma mesa de jantar, as
alturas de prateleiras, as larguras de corredores. Tudo deve reflectir as configurações humanas
das dimensões corporais (Lida, 2005, p. 38).

Em geral, ao se projectar para um usuário, sejam crianças, idosos, ou deficientes


físicos, teremos que conhecer o estudo das dimensões corporais e suas implicações
ergonómicas. Temos três tipos de antropometrias, a estática, dinâmica e a funcional, no qual
se refere abaixo.
30

3 METODOLOGIA

Neste capítulo é feita a apresentação das metodologias que foram aplicadas no


desenvolvimento desta pesquisa, de modo a alcançar os objectivos traçados.

3.1 Tipo de pesquisa

3.1.1 Quanto aos objectivos

A pesquisa é exploratória pois buscou familiarizar-se com o problema da pesquisa em


análise, sobre tudo, relacionado com a falta de boa gestão e organização das obras de arte no
Curso de Educação Visual, o que culminou com a construção da estante que constituiu uma
medida para responder a problemática identificada.

3.1.2 Quanto aos procedimentos técnicos

3.1.2.1 Pesquisa bibliográfica

A materialização da pesquisa foi feita com base em pesquisa bibliográfica e pesquisa


de campo, onde a pesquisa bibliográfica ajudou a distinguir teorias de conteúdos referentes a
estante e gestão e organização de obras de arte. Portanto, este método consistiu em conhecer o
que a literatura aborda sobre o tema em pesquisa, que foi feita a partir de leituras de manuais,
pesquisas já desenvolvidas, livros, artigos e consultas na internet.

3.1.2.2 Pesquisa de Campo

Trata-se de pesquisa de campo na medida em que consistiu no deslocamento do autor


para o local de estudo, para observar a situação da gestão e organização de arte, assim como a
determinação das dimensões do espaço para a instalação da estante, e em seguida com a
produção e a integração das obras de artes. No entanto, a pesquisa de campo culminou com a
identificação dos possíveis materiais para construção de estante e a sua própria construção.

3.1.3 Quanto a Natureza

Nesta pesquisa, foi usada a pesquisa aplicada visto que se procurou solucionar um
problema relacionado a falta de organização dos materiais artísticos no Curso de Educação
Visual.
31

3.2 Quanto a abordagem

Em termos metodológicos, o estudo é de natureza qualitativa, pois se buscou junto dos


docentes e estudantes da Universidade, e para tal, utilizou-se como instrumentos a entrevista e
as observações, sem aplicação de técnicas e instrumentos de análise estatísticos e matemático.

3.3 Métodos de pesquisa

3.3.1 Método indutivo

E por meio das observações práticas na construção de estante, após o seu término, foi
possível aferir que este constitui a melhor alternativa para a gestão de materiais artísticos no
Curso de Educação Visual.

3.3 Técnicas de recolha de dado – Questionário

O questionário para alunos e professor foi submetido via online pela plataforma Google forms2.

3.4.1 Para docentes

Para a realização do questionário, foram elaboradas questões abertas e fechadas


direccionadas aos docentes do Curso de Educação Visual, com o propósito de colectar as suas
percepções sobre o design e concepção de estante podem constituir alternativa para o
melhoramento da conservação e gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual, a assim
como o nível de eficácia e eficiência da estante após a sua construção.

3.4.2 Para estudantes

O questionário dirigido aos estudantes do Curso de Educação Visual, procurou-se


levantar as suas percepções sobre estante e gestão de obras de arte, foram também levantas
perguntas com o propósito de conhecer-se os principais problemas relacionados com a
degradação das obras de artes, as causas e medidas tomadas para reverter a situação.

3.4.3 Observação sistemática

A sua operacionalização fez-se mediante a aquisição e selecção de materiais para


construção de estante, na sua projecção, nos processos da sua construção e na organização dos
materiais artísticos no Curso de Educação Visual, estes processos da observação sistemática
foram acompanhados pelo uso da máquina fotográfica para o registo das actividades.
2
Google Forms é um aplicativo de gerenciamento de pesquisas lançado pelo Google. Os usuários
podem usar o Google Forms para pesquisar e colectar informações sobre outras pessoas e também
podem ser usados para questionários e formulários de registro.
32

3.5 População e amostra

Segundo os dados obtidos na Universidade Licungo, o Curso de Educação Visual


possui no total 144 estudantes, sendo 24 estudantes do 1º ano, 36 estudantes do 2º ano, 44
estudantes do 3º ano e 40 estudantes do 4º ano e o Curso possui no total 7 docentes. Perante a
população do estudo, foi seleccionado uma amostra por acessibilidade, na qual o autor optou
por elementos que teve acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma representar o
universo. Assim, foram seleccionados 27 estudantes que correspondem a 18% do universo,
assim como foram seleccionados 4 docentes que condizem a 50% do Curso de Educação
Visual.

3.6 Materiais e ferramentas usados na construção de estantes

3.6. 1 Material usado na construção de estantes

Tabela 1: Materiais usados na construção de estante


Materiais usados na construção de estantes
Ordem Tipo de material Quantidade Custo MZN
01 Cola de madeira 6 100.00
02 Fechadura 11 100
03 Dobradiça 7 25
04 Madeira 40 250
05 Cera 2 200
07 Parafusos 2,5kg 500
08 Adaptadores 20 100.00
09 Contraplacados 3 800
10 Tinta de verniz 12 175.00
11 Lixa de madeira fina e grosa 11 20
12 Prego 2kg 200

3.6. 2 Ferramentas usadas na construção de estantes

Tabela 2: Ferramentas usadas na construção de estante


01 Pano Dispões
02 Martelo Dispõe-se
03 Serrote Dispõe-se
04 Fita métrica Dispõe-se
33

05 Chave de fenda Dispõe-se


06 Pincel Dispõe-se
07 Rebarbadora Dispõe-se
08 Papel com esboço Dispõe
09 Máquina de cera Dispõe
11 Berbequim Dispõe
12 Goivas Dispõe-se
13 Formão Dispõe-se

3.6 Etapas operacionais da construção da estante

Fuentes (2006), chega a conclusão que, para a fabricação de estante, os processos


produtivos básicos empregados são o corte e montagem das madeiras das estruturas laterais
(madeiras rígidas), juntamente com os cortes das peças em madeira para o acabamento final
colocado sobre essa estrutura. Para a construção das peças para o acabamento final são
empregados dobras e cortes nas chapas, e através do processo de fixação são encaixados as
rodinhas na parte inferior do móvel. A seguir, apresentam-se as etapas da construção da
estante.

1ª Etapa: Selecção da Madeira

O tipo de madeira escolhida para construir a estante fez toda a diferença, não só no seu
aspecto visual, como também no custo e na durabilidade. Para a concepção de estante optou-
se na madeira Mpepe por ser acessível, com uma boa durabilidade. Depois passou-se pela
máquina de corte para poder ter as medidas desejadas de cada peça consoante o modelo de
estante e onde também pode ajudar a servir na união/junta e colagem da madeira.
34

Figura 1 (A e B): Madeira - Mpepe

2ª Etapa: Junta e colagem

De seguida levou-se as madeiras já com as medidas para poder apertar com as juntas e
pregar para a fixação das madeiras unidas. Encaixar as prateleiras na armação permitiu tornar
a estrutura mais forte com suporte e mais peso. Optou-se em fixá-las apenas com parafusos e
pregos.

Figura 2 (A, B e C): Junta e colagem


35

3ª Etapa: corte

Com as madeiras já preparadas faz-se as medições consoante a cotagem da estante


desenhada.

Usou-se uma serra de esquadria para cortar o topo, os painéis laterais e as prateleiras
interiores, de modo que ficassem com o comprimento adequado. Quando se cortou as tábuas,
foi necessário auxiliares para segurar as peças, pois, construir uma estante pode ser um
trabalho complicado para uma pessoa só. Após o corte lixamos a madeira até que fique em
perfeitas condições para o trabalho. (Vide as figuras abaixo).

Figura 3 (A e B): Etapa de corte

4ª Etapa: Preparação e encaixe da estante

Com as madeiras já prontas e limpas, faz-se o furo com a máquina de berbequim 1cm
e colocaram-se parafusos de duas polegadas para o encaixe. Após o encaixe fechou-se o furo
feito com a máquina de berbequim, de seguida um pedaço de madeira acompanhado da cola
de madeira (Vide as figuras abaixo).
36

Figura 4 (A, B e C): Preparação e encaixe da estante

Assim, para construir a estante foi necessário cortar as prateleiras interiores para que
encaixassem nos dois painéis laterais da estrutura. Fez-se cortes nas laterais (por dentro). As
prateleiras foram encaixadas nesses cortes que acabou sendo feito.

5ª Etapa: Preparação das gavetas, portas

Após a preparação e encaixe das gavetas, consoante as medidas passou-se a cerra para
que possa ser mais flexível, ao abrir e ao fechar as gavetas. Após a preparação das portas
consoante as medidas, coloca-se as dobradiças para assegurar, abrir e fechar das portas e para
melhor segurança as fechaduras. De seguida, fechou-se a parte de traz com a conta placada.

Figura 5 (A e B): Preparação das gavetas, portas


37

6ª Etapa: Acabamento.

Neste ponto, começou-se por fixar a parte de cima (o topo) nos dois painéis laterais
usando cola de madeira e pregos de acabamento. Quando a parte de cima da estante estiver
segura, fez-se a parte de baixo, aplicando-se a cola de madeira para segurar a parte de baixo e
colocou-se a estante na posição pretendida. Se decidiu fechar a parte de trás da estante,
tirando as medidas, cortando e fixando o painel traseiro, começado numa ponta e usou-se
pregos para fixar o painel no devido lugar.

De seguida, instalou-se as prateleiras, colocando cola nas juntas e deslizando-as para


encaixar nos espaços criados nas laterais. Por sua vez, adicionou-se pregos na parte externa da
estrutura para as segurar melhor. (Vide as figuras abaixo).

Figura 6 (A e B): Acabamento

Após a concepção da estante, passou-se novamente a lixa fina manualmente até


notarmos que já estava perfeito. De seguida, passou-se a primeira mão do verniz e por
conseguinte aguardamos que já pudéssemos passar a segunda mão do verniz novamente para
que ficasse bem brilhante.

No entanto, o linchamento constituiu um passo importante para construir a estante,


razão pela qual, lixou-se por inteiro. Contudo, não se limitou a lixar apenas as partes que lhe
pareciam irregulares.

Associando a esse ponto, Zaask (2019), concorda que construir uma estante é um
projecto um pouco complexo, que requer algumas ferramentas e paciência para ser executado,
38

mas, no final, esta será uma peça com muita funcionalidade na sua casa e ainda um novo
elemento decorativo.

Fig 7: (A,B,C, D, E e F) Implantação dos estantes após o acabamento


39

4 APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

4.1 Perfil dos participantes

A pesquisa envolveu uma amostra de 31 participantes, dos quais, 27 são estudantes e 4


docentes. Os estudantes envolvidos na pesquisa são do 1º,2º,3º,4º anos do Curso de Educação
Visual, segundo o gráfico 1 abaixo.

Perante o gráfico, pode-se observar que maior parte dos estudantes, 7 participantes
correspondente a 26% frequentam o 3º ano, outros 7 correspondente a 26% frequentam o 4º
ano, 6 participantes correspondente a 22% frequentam o 1º ano, 5 participantes
correspondentes a 18% frequentam o 2º ano, 1 correspondente a 4% frequentam o 5º ano e
por fim, 1 participante referente a 4% já terminou as cadeiras do curso.

Gráfico 1: Ano de frequência dos estudantes participantes

Ano de frequência

Já terminou as
cadeiras; 1; 4% 1º ano; 6; 22%
5º ano; 1; 4%
1º ano

2º ano

4º ano; 7; 26% 3º ano

4º ano

2º ano; 5; 18%
3º ano; 7; 26%

Além do levantamento do perfil dos estudantes, também procurou-se saber o perfil dos
docentes participantes, sobretudo, a natureza da disciplina que leccionam, e os resultados
podem ser observados no gráfico abaixo onde, num total de 4 docentes, 2 deles dos quais
correspondentes a 50% admitiram que leccionam todas as disciplinas tanto de natureza teórica
e prática, por seu torno, 1 correspondente a 25% lecciona disciplina de natureza teórica e
outro 1 de 25% lecciona disciplinas de natureza prática. (Vide o gráfico 2).
40

Gráfico 2: Natureza da disciplina que o docente lecciona

Natureza da disciplina que o docente lecciona

Teórica; 1; 25%

Teórica
Todas; 2; 50% Prática
Todas

Prática; 1; 25%

4.2 Conservação e gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual

4.2.1 As actividades práticas que mais se desenvolve

Perante o gráfico, pode-se observar que; 11 estudantes correspondente a 30%


desenvolvem actividade de desenho, outros 9 participantes correspondentes a 24% optaram
pela pintura, outros 8 estudantes correspondente a 21% tem mais talento na escultura, 3 dos
8% dos estudantes, nas actividades práticas que mais desenvolvem é o material didáctico, 1
referente a 3% condisse cartonagem, pirogravura, 1 correspondente a 3% optou-se
pirogravura, 1 dos 3% condisse desenho gráfico, outro 1 dos 3% condisse designe gráfico,
outros 1 de 3% optou-se pirogravura artesanato e outros 1 correspondente a 2% optou-se na
escrita (Vide o gráfico 3).
41

Gráfico 3: As actividades práticas que mais desenvolve

As actividades práticas que mais desenvolve

Desenho gráfico; Pirogravura; 1; 3%


1; 3%
Cartonagem,
Design Gráfico; 1; pirogravura; 1; 3%
3%

Pirogravura, Pintura
Artesanato; 1; 3% Escultura
Escrita; 1; 2% Pintura; 9; 24% Desenho
Material Didactico
Material Escrita
Didactico; 3; 8%
Pirogravura, Artesanato
Design Gráfico
Desenho gráfico
Pirogravura
Cartonagem, pirogravura

Desenho; 11; 30%


Escultura; 8; 21%

Com a falta de boa gestão e conservação, regista-se maior degradação de obras de arte,
assim como o material usado para a sua produção, uma vez que a sala de estirador do Curo de
Educação Visual apresenta variedade de obras de artes.

No entanto, estas obras não se encontravam devidamente organizadas, como se pode


observar nas figuras abaixo:
42

Figura 8 (A e B): Estado de conservação e gestão das obras de artes antes da


implantação das estantes

4.2.2 Nível de organização, gestão e conservação de obras da sala de estirador

Levantado a pergunta aos estudantes sobre como era o nível de organização, gestão e
conservação de obras da sala de estirador, 19 participantes correspondentes a 70% apontaram
que o nível de organização antes da instalação da estante era mau, 6 correspondente a 22%
43

dos participantes apontaram que a organização era razoável, 1 de 4% apontaram que a


organização estava muito boa e ainda, o mesmo número de participantes apontaram que a
organização era muito boa.

Gráfico 4: Nível de organização, gestão e conservação de obras da sala de estirador

Nível de organização, gestão e conservação de obras da sala de estirador

6; 22%


Razoavel
1; 4% Boa
19; 70% Muito Bom
1; 4%

4.2.3 Factor que negativamente contribuiu para a má conservação e gestão de obras de arte na sala
de estirador

No local de estudo observa-se o impacto das condições ambientais, tais como,


humidade relativa do ar, temperatura do ambiente, poluição atmosférica e iluminação podem
eventualmente deteriorar ou mesmo destruir ao longo do tempo diversas exposições culturais
que são mantidas, protegidas e expostas nesses espaços, tendo em conta a adequada
conservação.

Este pensamento alia-se com as ideias de Michalski (1994), quando considera que a
humidade e a temperatura são parâmetros ambientais que contribuem significativamente para
a deterioração do material bibliográfico. A humidade é o conteúdo de vapor de água presente
no ar atmosférico e é resultante da combinação de fenómenos de evaporação e condensação
da água, que estão intrinsecamente relacionados à temperatura ambiental.

Humidades relativas elevadas (superiores a 60%) conduzem a alterações na


composição química e as modificações das propriedades mecânicas do papel, favorecendo o
aparecimento de fungos e bactérias quando ocorrem em simultâneo com valores de
44

temperaturas elevadas. Para valores da humidade relativa inferiores a 40%, o papel perde
elasticidade e as colas tornam-se quebradiças e frágeis (Michalski, 1994).

A conservação e gestão de obras de arte não é um fenómeno isolado, existem vários


factores que a influencia. No entanto, com base nos dados colectados mediantes ao
questionário submetidos aos estudantes, notou-se que 15 dos 27 inqueridos correspondentes a
58% apontaram como factor a falta de armário, 4 dos 15% apontaram na falta dos expositores,
3 dos 11% apontaram a falta de limpeza, 3 participantes representando 11% apontaram a falta
de segurança e por fim, 1 participante representado 4% apontou na humidade. (Vide o gráfico
a seguir).

Gráfico 5: Factor que contribuiu para a má conservação e gestão de obras de arte na


sala de estirador

Factores que contribuiu para a má conservação e gestão de obras de


arte na sala de estirador

Falta de
expositores; 4; 15%

Falta de expositores
Falta de limpeza; 3;
Falta de armário; 11% Falta de limpeza
15; 58%
Falta de segurança
Humidade
Falta de armário
Falta de segurança;
3; 12%

Humidade; 1; 4%

Segundo Michalski (1994), acessibilidade se refere à possibilidade e condição de


alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos
urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou
privados de uso colectivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou
com mobilidade reduzida.
45

4.2.4 Capacidade de colocação de obras de arte de vários tamanhos

No âmbito da comodibilidade, foi levantada a pergunta aos estudantes participantes se


a estante permite a colocação de obras de arte de vários tamanhos, no universo de 27
estudantes 20 correspondentes a 74% concordaram que sim, a estante permite a colocação de
obras de arte de vários tamanhos, 4 correspondente a15% disseram que a estante não permite
a colocação de obras de arte de vários tamanhos, 2 correspondente a 7% concordaram que
razoavelmente a estante permite a colocação de obras de arte de vários tamanhos e por fim, 1
correspondente a 4% apontou estar indiferente sobre a questão. (Vide o gráfico abaixo).

Gráfico 6: A estante permite a colocação de obras de arte de vários tamanhos?

A estante permite a colocação de obras de arte de vários


tamanhos?

Não; 4; 15%

Sim
Não
Sim; 20; 74% Indiferente; 1; 4% Indiferente
Razoável

Razoável; 2; 7%

Na abordagem de Zdanowicz (2004), estante constitui uma função estratégica de


mediação desde a problemática da apresentação pública de obras de arte, facto consolidado
pelos museus de arte, onde permite colocar diferentes obras de arte. Também é adequado
abordar e compreender os deslocamentos nas maneiras de apresentar trabalhos artísticos,
desde o desejo de sua exibição pública.
46

Portanto, as estantes permitem a colocação ou exposições de diferentes obras de arte,


como se pode observar nas figuras abaixo:

Figura 9 (A e B): Colocação de diferentes obras e arte

4.2.5 Nível de melhoria da conservação e gestão de obras de arte na sala de estirador

Perante o gráfico, pode-se observar que 17 correspondentes a 63% concordam


totalmente na implantação de estante, na sua melhoria, conservação e gestão de obras de arte
na sala de estirador, 6 correspondentes a 22% concordam parcialmente, 1 correspondente a
3% nem concorda, nem discorda, outros 1 correspondente 3% mas por questões de ordem na
47

sala de estirador, as obras antigas deviam ceder espaço para as novas obras, outros 1
correspondentes 4% melhorou um pouco e outros 1 correspondente 4% sim.

Gráfico 7: A implantação da estante melhorou a conservação e gestão de obras de arte


na sala de estirador

A implantação da estante melhorou a conservação e gestão de obras de arte


na sala de estirador

Nem concordo, nem


discordo,

Mas por questões de


ordem na sala de
estirador, as obras Concordo parcialmente
antigas deviam ceder
espaço para as novas
obras ; 1; 4%

Concordo totalmente
Melhorou um pouco;
1; 4%

Concordo Sim; 1; 4%
totalmente; 17; 63%
[NOME DA Melhorou um pouco
CATEGORIA]
[VALOR],
[PERCENTAGEM]

Mas por questões de ordem


na sala de estirador, as obras
antigas deviam ceder espaço
para as novas obras

Concordo Sim
parcialmente; 6;
22%

4.2.6 Adequação da conservação e gestão de obras segundo as tipologias

Referente à situação actual, foi levantada uma questão aos docentes: As obras estão
bem conservadas e sua gestão é adequada a sua tipologia artística? Houve uma distribuição
equitativa de opiniões: 2 dos docentes participantes concordaram plenamente que as obras
estão bem conservadas e sua gestão é adequada a sua tipologia artística e outros 2 docentes
48

correspondentes a mesma percentagem de 50% concordaram parcialmente. (Vide o gráfico


abaixo).

Gráfico 8: As obras estão bem conservadas e sua gestão é adequada a sua tipologia
artística

As obras estão bem conservadas e sua gestão é adequada a


sua tipologia artistica.

Concordo
Concordo plenamente; 2;
parcialmente; 2; 50%
50%

Concordo plenamente
Concordo parcialmente

Fuentes (2006), chegou a conclusão que estante é múltipla função para conservação de
materiais, prevenindo a sua exposição contra as condições atmosférica ou ambientais que
concorrem para sua degradação. Sendo assim, a estante apresenta maior utilidade na
conservação e gestão de obras de arte no curso de Educação Visual.

4.3 Avaliação da estante como alternativa para melhoramento da conservação e gestão de obras
de arte no Curso de Educação Visual

4.3.1 Nível de acessibilidade antes de implantação das estantes

Antes da implantação das estantes, a sala não tinha acessibilidade limitada, uma vez
que se encontravam as obras de arte pelo chão, limitando deste modo a circulação dos
estudantes e docentes, como se pode observar na figura a seguir.
49

Figura 10: Nível de acessibilidade antes de implantação das estantes

Figura 11: Nível de acessibilidade após implantação das estantes


50

4.3.2 Avaliação da acessibilidade após a implantação da estante, da conservação e gestão de Obras de


Arte na sala de estirador

Sobre avaliação da acessibilidade após a implantação da estante, da conservação e


gestão de obras de Arte na sala de estirador, maior parte dos estudantes participantes, isto é,
dos 9 correspondentes a 33% concordam que a acessibilidade está excelente, 8 dos 30%
apontam que a acessibilidade está muito boa, e outros 30% concordaram que a acessibilidade
está boa, e por último, 2 dos participantes correspondentes a 7% concordam que a
acessibilidade está razoável. (Vide o gráfico abaixo).

Gráfico 9: Avaliação da acessibilidade após a implantação da estante, da conservação


e gestão de Obras de Arte na sala de estirador

Avaliação da acessibilidade após a implantação da estante, da conservação


e gestão de Obras de Arte na sala de estirador
Razoável; 2; 7%
Excelente; 9;
33%

Excelente
Muito bom
Bom
Bom; 8; 30% Razoável

Muito bom; 8;
30%

Os dados levantados vão de acordo com Larissa & Fabre (2018), quando referem que
as características primordiais de um design de produto aliadas aos conhecimentos de
ergonomia, ambos necessários apresentação de compartimentos dinâmicos que objectivaram a
organização do espaço e a melhoria na circulação dos usuários, auxiliando,
consequentemente, no bem-estar dos mesmos, na diminuição dos choques físicos e na
eliminação da poluição visual que vários produtos em um único espaço podem acarretar.
51

4.3.3 Classificação da organização e conservação das obras na sala de estirador antes da instalação
da estante

No que concerne à atribuição de uma classificação dos docentes sobre organização e


conservação das obras na sala de estirador antes da instalação da estante, todos 4 docentes
representando 100%, foram unânimes em atribuir uma classificação razoável, Como se pode
observar o gráfico a seguir.

Gráfico 10: Classificação da organização e conservação das obras na sala de estirador


antes da instalação da estante

Classificação da organização e conservação das obras na sala de


estirador ntes da instalação da estante

Razoavel

Razoavel; 4;
100%

4.3.4 Classificação dos professores sobre a gestão e conservação das obras de arte

Referente a classificação dos Docentes participantes sobre a gestão e conservação das


obras de arte. Dois dos docentes correspondentes a 50% atribuíram uma classificação boa, e 1
docente correspondente a 25% atribuíram uma classificação muito boa e o ultimo
correspondente a 25% optou por atribuir a classificação razoável. (Vide o gráfico a seguir).
52

Gráfico 11: Classificação dos professores sobre a gestão e conservação das obras de
arte

Classificação dos professores sobre a gestão e conservação


das obras de arte
Muito boa; 1;
25%

Razoavel; 1; 25%
Razoavel
Boa
Muito boa

Boa; 2; 50%

4.3.5 Importância da conservação das obras de arte é para preservar a produção científica e artística
do curso

Levantada a questão se a conservação das obras de arte era importante para preservar a
produção científica e artística do curso, 100% dos docentes foram unânimes concordarem
plenamente, observa a no gráfico abaixo.

Gráfico 12: A conservação das obras de arte é importante para preservar a produção
científica e artística do curso?

A conservação das obras de arte é importante para preservar a produção


científica e artistica do curso?

Concordo plenamente
Concordo
plenamente; 4;
100%

E quando levantada a pergunta: Actualmente, com a instalação da estante, melhorou


na conservação e gestão de obra de arte no Curso de Educação Visual? Segundo o D1,
respondeu que ajudou a ter mais espaço no curso para caber novas obras, o D2 afirmou que
53

melhorou a organização e por sua vez, o D3 e D4 concordaram que a instalação da estante


melhorou na conservação e gestão das obras de arte.

4.3.6 Classificação dos docentes sobre a gestão e o armazenamento de obras do curso de Educação
Visual após a implementação das estantes

Em relação a classificação dos docentes sobre a gestão e o armazenamento de obras do


Curso de Educação Visual após a implementação das estantes, maior parte dos docentes, em,
no de 3 correspondentes a 75% atribuíram como classificação muito bom e 1 representando
25%, atribuiu uma classificação de excelente. (vide o gráfico abaixo).

Grupo 13: Classificação dos docentes sobre a gestão e o armazenamento de obras do


Curso de Educação Visual após a implementação das estantes

Classificação dos docentes sobre a getão e o armazenamento de obras do


curso de educação visual após a implementação dos estantes

Excelente; 1;
25%

Excelente
Muito bom

Muito bom; 3;
75%

4.4.7 Classificação do estado anterior e actual do espaço do curso de Educação Visual

Num contexto espacial e geral, foi levantada uma questão aos docentes, sobre antes da
implantação das estantes, qual é a nota que atribuíam, onde todos participantes, isso são, 4
docentes foram unânimes em atribuir uma classificação razoável. (Vide o gráfico abaixo).
54

Gráfico 14: Antes, qual é a nota que atribuíam ao espaço?

Antes, qual é a nota que atribui a espaço?

Razoavel

Razoavel; 4;
100%

Por sua vez, foi levantada outra questão sobre qual é a classificação que atribui ao
espaço, nesta senda, 2 docentes correspondente a 50% atribuíram uma classificação de muito
bom e outros 2 docentes, correspondentes a 50% classificaram como bom, como se pode
observar no gráfico abaixo.

Gráfico 15: Actualmente, qual é a classificação que atribui a espaço?

Actualmente, qual é a classificação que atribui a espaço?

Muito bom; 2;
50%
Bom
Muito bom
Bom; 2; 50%

Fonte: Autor com base no questionário dos docentes (2021)

Face a estes dados, assume-se que o design e a concepção de estante constituírá uma
alternativa para melhor conservação e gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual. E
55

quando. Levantada a pergunta aos docentes sobre quais são outras acções que podem ser
implementadas para a conservação e gestão de obras de arte na sala de estirador.

O D1 respondeu que a ―obtenção de outro espaço na Universidade para evitar a


sobreposição das obras nas estantes‖. E por sua vez, D2 diz que ―Adopção de estantes
suspensas e aquisição de outros espaços‖. O D3 propõe a manutenção da sala‖ e o D4 afirma
que é imprescindível a boa organização das obras incluindo a participação dos estudantes nos
processos da gestão e conservação‖.
56

5 CONCLUSÃO

A pesquisa foi desenvolvida com objectivo de construir estantes que sirvam como
alternativas para o melhoramento da conservação e gestão de obras de arte no Curso de
Educação Visual, e a partir dos resultados obtidos chegou-se a conclusão que os estudantes do
Curso de Educação Visual tem vindo a reduzir várias obras de arte, sobretudo relacionados
com obras de arte do Curso de Educação Visual estavam sob influência de vários factores que
actuavam para a degradação, dentre os quais, foram destacados a pintura, escultura, material
didáctico, cartonagem, desenho gráfico, artesanato, escrita e muitas outras obras.

Contudo, devido ao baixo nível de organização, gestão e conservação de obras de arte


da sala de estirador, associado aos factores a falta de armário, falta de limpeza, falta de
segurança, a humidade devido a infiltração e escoamento das águas da chuva que
condicionavam a degradação das obras de arte.

Mas com a instalação das estantes, com dimensões que permitiram colocar obras de
arte com diferentes dimensões facilitando o melhoramento da conservação e gestão de obras
de arte em laboratório de educação visual não se observava mais obras de arte expostas sobre
o chão, todas encontram-se agrupadas em locais específicos segundo o seu tipo e tamanho,
encontram-se dactilografadas, por outro lado, a implantação da estante melhorou a
acessibilidade dentro da sala, o que não se observava anteriormente.

Outros sim, a avaliação e classificação atribuída a estante pelos Docentes e Estudantes


da conservação e gestão de obras de arte no Curso de Educação Visual foi positiva, razão pela
qual, estiveram de acordo que a implantação da estante veio a ser uma solução para a
durabilidade das obras de arte.

Contudo, dada a sua importância, como sugestão para trabalhos futuros, pode-se citar a
realização de um estudo mais aprofundado sobre os materiais de junção e também a execução
de testes da estrutura da estante ao receber peso, para garantir que a mesma seja resistente.
Para finalizar, foi possível obter um resultado positivo com características inovadoras e
sustentáveis, baseando-se nos ensinamentos obtidos ao analisar as soluções que a natureza
encontra para seus problemas, apresentando projectos que ofereçam o bem-estar, conforto e as
necessidades do usuário.

Finalmente, foi possível constatar que a construção de estantes melhora a conservação


e gestão de obras, sobre tudo, na redução da sua degradação.
57

5.1 Sugestões

Aos estudantes

a) Optar por práticas do uso racional da estante;


b) Obedecer à colocação das obras no local adequado segundo o seu tipo e tamanho;
c) Pautar por práticas de monitoria das obras de arte a curto, médio e longo prazo na sala
de estirador do Curso de Educação Visual;
d) Desenvolver actividades de recuperação das obras em estado de degradação podendo
ser reaproveitadas;
e) Produzir outros expositivos que possam auxiliar ou complementar a conservação e
gestão das obras de arte.

Aos docentes

a) Proporcionar actividades que visam a limpeza na sala de estirador;


b) Desenvolver junto dos estudantes actividades práticas com vista a construção de
outros expositivos para a gestão e conservação das obras de arte;
c) Coordenar com o curso e a Universidade para que haja aquisição de outro espaço a
exposição ou conservação das obras de arte.
58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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UNDAÇÃO PEDRO LEOPOLDO
59

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MICHALSKI, S. (1994). ―As condições de ambientes ideais, a gestão de riscos, um capítulo


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YAMAUE, F.L. (2015). Projecto de Mobiliário Multifuncional para Espaços Reduzidos.


Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina.

ZDANOWICZ, J.E. (2004). Estante: uma decisão de planeamento e controle


de materiais. Porto Alegre, 10. ed. Sagra Luzzatto.
60

APÊNDICE
61

Apêndice A: Estado actual da conservação das obras de artes no curso de Educação Visual

Fig12(A,B,C,D); fotos tiradas quando a sala estava desorganizadas


62

Apêndice B: Resultados esperados

Fig 13(A,B,C,D,E); fotos tiradas na sala quando foi implantada as estantes e


renderizadas em v-ray
63

Apêndice C: Design de estante

Fig 13(A,B,C) – vistas Frontal, Lateral e de cima com as cotagem desenhadas em


sketchup. Fonte: Autor (2021)
64

Fig 14(A,B,C,D) – vistas Frontal, Lateral e de cima com as cotagem


desenhadas em sketchup. Fonte: Autor (2021)
65

Apêndice D; QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE SALA DE ESTIRADOR DIRIGIDO


AOS DOCENTES DO CURSO DE EDUCAÇÃO VISUAL

A presente entrevista insere-se no processo de colecta de dados para o desenvolvimento da


monografia como o tema: “Design e Concepção de Estantes como alternativa para o
melhoramento da Conservação e gestão de Obras de Arte no Curso de Educação Visual”.

Nome do
Docente:_______________________________________________________________
Natureza da Disciplina que lecciona:
________________________________________________

1. Antes da instalação da Estante, como classificaria a organização e conservação das obras


na sala de estirador?

Razoável

Boa

Muito Boa

Excelente

2. Como classifica a gestão e conservação das obras de arte?


Razoável
Boa
Muito Boa
Excelente

3. A conservação das obras de arte é importante para preservar a produção científica e


artística do curso?
Concordo plenamente;
Concordo parcialmente;
66

Concordo;
Nem concordo nem Discordo;
Não concordo;

4. E actualmente, com a instalação da estante, o que melhorou na conservação e gestão de


obra de arte no Curso de Educação Visual?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_________

5. Como classifica a gestão e o armazenamento de obras do Curso de Educação visual após a


implementação das estantes?

Razoável
Bom
Muito Bom
Excelente

6. As obras estão bem conservadas e sua gestão é adequada a sua tipologia artística.

Concordo plenamente;
Concordo parcialmente;
Concordo;
Nem concordo nem Discordo;
Não concordo;
67

7. Antes qual é a nota que atribui a espaço?

Fig(1,2,3) - Fotos antiga da sala de estirador.


Razoável
Bom
Muito Bom
Excelente
68

8. Actualmente qual é a nota que atribui a espaço?

Fig(1,2,3,4) - Fotos recentes da sala de estirador.


Razoável
Bom
Muito Bom
Excelente

9. Quais são outras acções que podem ser implementadas para a conservação e gestão de
obras de arte na sala de estirador?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________.
69

Apêndice E; QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA SALA DE ESTIRADOR DIRIGIDO


AOS ESTUDANTES DO CURSO DE EDUCAÇÃO VISUAL

Estou realizando essa pesquisa com o objectivo de colectar percepções dos estudantes sobre tema:
“Design e Concepção de Estantes como alternativa para o melhoramento da Conservação e gestão de
Obras de Arte no Curso de Educação Visual”. Desde de já agradeço a sua colaboração garantindo sigilo
dos dados.

A seguir se seguem perguntas, marque com um X na opção que melhor se identifica referente a
realidade local.

Desde já agradecer a sua colaboração, e que as informações obtidas serão totalmente para fins
académico, garantindo-lhe a sua confidencialidade.

Nome do Estudante;______________________________________________________

1. Ano de frequência

1º Ano;
2º Ano;
3º Ano;
4º Ano;
5º Ano;

2. Quais são as actividades práticas que mais desenvolve?

Pintura;

Escultura;

Desenho;

Material Didácticos;

Desenho Gráfico;

Outros;

3. Qual era o nível de organização, gestão e conservação de obras da sala de estirador?


Razoável
70

Boa
Muito Boa
Excelente

4.Marca a opção que acha ser um dos factores que contribuiu para a ma conservação e
gestão de obras de arte na sala de estirador.

Falta de Expositores;
Falta de Limpeza;
Falta de Segurança;
Humidade;
Falta de Armários;

5. Como avalia a acessibilidade após a implantação das estantes conservação e gestão de


Obras de Arte na sala de estirador?

Excelente

Muito bom
Bom

Razoável

Mau

6. A estante permite a colocação de obras de arte de vários tamanhos?


Sim

Não

Indiferente

Razoável

Muito
71

7. a implantação da estante melhorou a conservação e gestão de Obras de Arte na


sala de estirador?
Discordo totalmente

Discordo parcialmente

Nem concordo, nem discordo

Concordo parcialmente

) Concordo totalmente

8. Qual é o seu grau de satisfação perante a implantação da estante sala de


Estirador
Excelente

Muito bom
Bom

Razoável

Mau
72

ANEXO

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