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O Rio São Francisco abrange a maior parte do semiárido nordestino, além de banhar os estados de Minas
Gerais, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Alcança cerca de 507 municípios
onde vivem aproximadamente 13 milhões de pessoas, como Penedo (AL) , Pirapora (MG), Juazeiro (BA),
Paulo Afonso (BA), Três Marias (MG), entre outros.
É um rio perene, ou seja, não desaparece no período da seca e possui, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, cerca de 2.700 km de extensão, equivalendo a 8% do território brasileiro. O rio São
Francisco drena uma área de aproximadamente 641.000 km 2 com uma vazão média por segundo de 2.846
metros cúbicos de acordo com a Agência Nacional das Águas.
Sobre sua navegabilidade, o Rio São Francisco apresenta condições naturais para a navegação nos trechos
entre Pirapora no estado de Minas e Juazeiro na Bahia e de Pirapora à foz do rio em Alagoas.
Até 2002 acreditava-se que a nascente do rio São Francisco localizava-se no alto do Parque Nacional da
Serra da Canastra, no estado de Minas Gerais, no município São Roque de Minas. Por meio dos estudos
realizados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales dos São Francisco e do Parnaíba (Codevasf),
descobriu-se em 2002 que a nascente do rio São Francisco é na verdade o Rio Samburá, localizado em
Medeiros no estado de Minas Gerais. Assim, a nascente histórica é na Serra da Canastra e a nascente
geográfica é o Rio Samburá.
Foz do Rio São Francisco entre Alagoas e Sergipe.
O Rio São Francisco possui sua foz (local onde ocorre o deságue do curso d'água) entre os estados do
Alagoas e Sergipe. Depois de percorrer quase três mil quilômetros, o rio deságua no Oceano Atlântico,
tornando-se, portanto, uma divisa natural entre os estados.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a Bacia do Rio São Francisco divide-se em quatro regiões
fisiográficas, ou seja, com características físicas específicas presentes em uma área1. São elas:
1. Alto São Francisco: corresponde à área entre a nascente do rio até Pirapora e Montes Claros, no
estado de Minas Gerais, com cerca de 702 km de extensão.
2. Médio São Francisco: corresponde à área entre o munícipio de Pirapora até Remanso, no estado da
Bahia, com cerca de 1.230 km de extensão.
3. Submédio São Francisco: corresponde à área entre os estados da Bahia e Pernambuco com cerca de
440 km de extensão.
4. Baixo São Francisco: corresponde à área entre Paulo Afonso, na Bahia, e a foz do rio entre os
estados de Alagoas e Sergipe com cerca de 214 km de extensão.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Rio São Francisco possui 168 afluentes sendo que 99 são rios
perenes e 69 rios intermitentes (rios que desaparecem no período de estiagem). Os principais afluentes
localizam-se à margem esquerda do Alto São Francisco e Médio São Francisco.
Rio Abaeté
Rio Urucuia
Rio Pajeú
Rio Paracatu
Rio Paraopeba
No ano de 2003, no governo de Lula, o projeto de transposição do Rio São Francisco voltou a ser pauta de
discussão e dessa vez saiu do papel. O presidente iniciou o projeto ao longo do seu mandato, contudo, até os
dias de hoje, ainda não foi finalizado. Atualmente, o projeto atende pelo nome de “Projeto de Integração
do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional”.
→ Qual objetivo?
O objetivo do projeto é “desviar” água do Rio São Francisco a fim de atender áreas que sofrem com a seca
extrema. Na região do semiárido, a precipitação média não ultrapassa 800 mm por ano, colocando muitas
famílias em estado de precariedade, visto que boa parte da população do semiárido vive de atividades como
agricultura e pecuária, e que dependem do regime de chuvas.
→ Como funciona?
O projeto divide-se no Eixo Norte que corresponde à água captada na região de Cabrobó, em Pernambuco,
levando-a para os estados do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. O trecho percorrerá 400
km e operará com vazão contínua de 16,4 metros cúbicos por segundo.
O outro eixo, o Eixo Leste, corresponde à àgua captada na região de Floresta em Pernambuco que será
levada até o sertão e agreste de Pernambuco e Paraíba. O trecho percorrerá 220 quilômetros com vazão
contínua de 10 metros cúbicos por segundo.
O rio também serviu e ainda serve como via de transporte de alimentos e minérios como o ouro. A
navegação foi, portanto, um dos fatores que impulsionou o desenvolvimento da região, visto que o rio
apresenta condições favoráveis de navegação, durante todo o ano, por ser um rio perene.
É fato que o São Francisco esteja intrinsecamente relacionado ao desenvolvimento do Nordeste brasileiro.
Muitas comunidades vivem do que ele pode fornecer, por exemplo a pesca e a agricultura favorecida pelas
cheias que inundam as áreas e tornam o solo mais fértil. Na agricultura, a fruticultura tem o maior destaque.
A pesca tem reduzido bastante na região devido às instalações das barragens ao longo dos rios, diminuindo o
volume de peixes segundo o Ministério do Meio Ambiente.
A construção das barragens, apesar de afetar a atividade pesqueira, representa uma importante atividade
proporcionada pelo São Francisco: a geração de energia. Foram instaladas ao longo do rio diversas usinas
hidrelétricas como a de Sobradinho, Apolônio Sales, Xingó, Paulo Afonso (I, II, III e IV) e Luiz Gonzaga.
As águas do rio São Francisco abastecem boa parte da região do semiárido, levando água a muitas
comunidades que convivem com a seca extrema. Portanto, é um rio de extrema importância não só
econômica, mas cultural e social.
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