Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
PLANEJAMENTO, GESTÃO E POLÍTICAS SOCIAIS II

Projeto de Acolhimento Institucional para Pessoas Trans e Travestis em Natal/RN:


Centro de Acolhida para Pessoas Trans e Travestis em Natal/RN

NATAL-RN
2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
PLANEJAMENTO, GESTÃO E POLÍTICAS SOCIAIS II

Projeto de Acolhimento Institucional para Pessoas Trans e Travestis em Natal/RN:


Centro de Acolhida para Pessoas Trans e Travestis em Natal/RN
Discentes:
Amanda Carla de Lima Freitas
Bruna Rafaela de Souza Muniz
Isabela Bentes Abreu Teixeira
Leovictor Alves Porto Mendonça
Nathália Raquel Gonçalves Fernandes
Vitoria Alice Paulista de Melo

Docente: Profª. Drº. Carla Montefusco

NATAL-RN
2021
1. Análise situacional

O projeto de Acolhimento Institucional para pessoas Trans e Travestis, “Centro de


Acolhida para Pessoas Trans e Travestis”, dá-se em razão da necessidade de efetivação dos
direitos das pessoas Trans e Travestis ao espaço urbano, quando os vínculos familiares
estejam fragilizados ou rompidos, sem condições de autossustento, ou que estejam se
desligando de instituições de longa permanência. Isso porque os espaços urbanos não são
neutros, mas sim são expressões das relações sociais e de dominação, o que resulta na
exclusão social por essa população. Especialmente a população trans e travesti é
historicamente invisibilizada, marginalizada e desprotegida das políticas públicas específicas
na proteção e garantia de direitos, no acesso à saúde, à educação, à assistência social, assim
como no acesso à cidade de modo geral, e configura a maior parte da demanda que mais é
violada dentre a população LGBT. Como informam os dados Dossiê de Assassinatos em
20201 divulgado pelo ANTRA2, a população trans e travesti foi considerada como o principal
grupo vítima de mortes violentas intencionais no Brasil, com um recorde anual de 175 casos
agravados pela pandemia. Esses dados podem ser ampliados na realidade pela questão da
subnotificação e falta de dados oficiais por parte do Estado, expressando um país que
naturalizou a marginalização e a violência desses corpos. Outro fator de exclusão é a condição
de pobreza histórica desse grupo. Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Pública e
Defesa Social (SEMDES/LGBT 2021)3, das 203 pessoas mapeadas, 79% sofreram algum tipo
de violência pela sua identidade, e apenas 10% denunciaram. O perfil que se sobrepõe são de
jovens de 18 e 29 anos, pretos e pardos, periféricos, 47,3% estão desempregados, e dentre as
que exercem atividade remunerada, 32% está no mercado de trabalho informal, este último
sendo composto mais por mulheres trans e travestis, sobretudo na situação de prostituição, o
que demonstra a violação dos direitos no acesso às políticas de inserção no mercado de
trabalho causada pelo desamparo estatal e pela violência cotidiana histórica. Vale ressaltar
que a falta de dados sobre essa população é uma questão latente de reivindicação nacional no
censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso porque essa falta de

1 Dossiê dos assassinatos e da violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2020 / Bruna G. Benevides,
Sayonara Naider Bonfim Nogueira (Orgs). – São Paulo: Expressão Popular, ANTRA, IBTE, 2021. Disponível
em: <https://antrabrasil.files.wordpress.com/2021/01/dossie-trans-2021-29jan2021.pdf> Acesso em: 13/12/2021.
2 Associação Nacional de Travestis e Transexuais.

3 Análise dos Dados do Mapeamento da População Trans, Travesti e Transgênero do Município de Natal/2021.
Prefeitura Municipal Do Natal, Secretaria Municipal De Segurança Pública E Defesa Social (SEMDES),
Departamento De Direitos Humanos, Centro Municipal De Cidadania LGBT Do Natal (Orgs). Natal, 2021.
informações oficiais dificulta o planejamento, a elaboração e avaliação de políticas públicas, o
que reforça a invisibilização histórica dos corpos e identidades dissidentes. Diante disso, o
Mapeamento referido inaugurou uma pesquisa estatal em Natal sobre essa população,
representando uma grande conquista histórica dos movimentos sociais ao promover subsídio
para a implementação de políticas públicas para a população TT.
A partir das violências físicas e simbólicas, da marginalização e do estigma que vive a
população trans e travesti nos diversos espaços e contextos, como na família, na igreja, na
escola, no mercado de trabalho, a situação de rua é uma consequência direta das formas
excludentes de relações sociais. É preciso considerar que viver em situação de rua não se
restringe apenas a quem dorme na rua, mas de modo geral a quem tem sua sociabilidade, suas
vivências e seu sustento no contexto de rua.
Diante das situações de vulnerabilidade, os dados expressam a urgência de planejar
políticas públicas focadas em reduzir a marginalização, as violências, os homicídios contra
pessoas trans e travestis, no que tange o direito à cidade, mas também no que diz respeito ao
direito à cidadania. Esses planejamentos precisam partir de uma perspectiva ampla, que
entenda que o contexto perpassa os marcadores de classe, de raça, de gênero. É necessário
considerar que o acolhimento não é um fim em si mesmo, e por isso é preciso intervir de
maneira articulada, com equipamentos em rede de outros serviços e outras políticas públicas a
fim garantir os direitos da população TT, promover e efetivar a inclusão da população trans e
travesti na sociedade e no mercado de trabalho, assim como favorecer a autonomia, a inclusão
social e comunitária e restabelecer os vínculos familiares.

2. Público-alvo

O Projeto de Acolhimento Institucional destina-se à população Trans e Travesti do


município de Natal/RN. Dentre os serviços prestados a partir do projeto, apenas o de
permanência temporária terá requisitos para ser acessado: A/o usuária/o deverá participar de
uma entrevista com a/o assistente social da casa, objetivando construir o perfil
socioeconômico da/o usuária/o e, nesse mesmo momento, deverá ser orientado ao usuário
como acessar o NIS, caso não o tenha. Caso a/o usuária/o, se enquadre em situação de
vulnerabilidade social será encaminhada/o para o cadastro de permanência temporária.

4. Objetivo Geral
O presente projeto de Acolhimento Institucional para pessoas Trans e Travestis
apresenta como objetivo geral de orientação e articulação no conhecimento e acesso aos
direitos das pessoas Trans e Travestis, haja vista diante da violação dos seus direitos
encontram-se em situação de vulnerabilidade social. Dessa forma, o projeto deixa claro
também a partir de qual perspectiva se desenvolverá, a qual se expressa no objetivo de não
apenas abrigar e/ou acolher, mas também de ofertar um atendimento social a partir dos vários
serviços oferecidos pelo equipamento.

5. Principais atividades

A primeira etapa realizada da proposta de execução será a articulação desta casa em


parceria com os Centros de Referência LGBT, Centro de Referência em Direitos Humanos,
Delegacias Especializadas, Sistema Nacional de Emprego, Centrais do Cidadão, que serão
firmados a fim de estender a proteção social à população trans e travestis na cidade de Natal-
RN. As parcerias serão construídas a partir de reuniões coletivas com as entidades envolvidas
quinzenalmente, a fim de construir um documento que coloque os termos de tais parcerias que
esclareça as atuações de cada organização dentro desta rede. Firmadas tais parcerias, a escolha
de um prédio público será realizada para se constituir enquanto sede da casa, e sua posterior
reforma para adequação de um ambiente seguro para os residentes temporários. A escolha da
casa será realizada por uma equipe multidisciplinar composta por engenheiros civis e
arquitetos que irão avaliar as condições da habitabilidade da casa e orientar as possíveis
reformas que terão que ocorrer na casa. O intuito é que a residência seja de propriedade do
município a fim de garantir barateamento de gastos, assim como instituir a casa como
equipamento de atenção à população LGBTQIA + em situação de vulnerabilidades
associadas.
Uma etapa posterior será realizada a fim de apresentar a casa para a população em
geral, com um evento de inauguração, para que o equipamento seja de conhecimento da
sociedade em geral, e em particular para a população a que se destinam os serviços. Serão
priorizados para residência temporária de médio ou de longo prazo na casa a população trans
e travestis, em situação de vulnerabilidade, sem emprego ou fonte de renda, que esteja em
situação de rua.
Uma quarta etapa, após a constituição da equipe multiprofissional, será elaborada uma
pesquisa para levantamento de dados sobre a população trans, já que é um dado desconhecido,
a fim de produzir conhecimento sobre os sujeitos que serão atendidos pela casa.

6. Equipe envolvida

Após esta etapa será realizada a contratação de pessoal que será formada por uma
equipe composta de 01 assistente social, 01 psicólogo, 01 advogado, 03 auxiliares de serviços
gerais, 02 porteiros/seguranças, 03 recepcionistas, 01 auxiliar administrativo e 01 educador
social, totalizando 13 funcionários/as destinados para garantir 24 horas o funcionamento da
casa. Serão priorizados na equipe de funcionários/as pessoas trans e travestis para
atendimento dos serviços oferecidos na casa.
O/A assistentes sociais irão inserir os usuários/as da casa nas plataformas de trabalho e
geração de emprego e renda, assim como facilitar o acesso à emissão de documentos, realizar
encaminhamentos para setores da saúde responsáveis por atendimentos demandados. Serão de
responsabilidade dos/as assistentes sociais também a orientação sobre os direitos sociais desta
população.
O/A advogados irão prestar assessoria jurídica para aqueles/as que estiverem em
algum conflito com a lei, que demandarem por atendimento especializado em decorrência de
situações de violência, doméstica ou não, e que o sistema de justiça tenha sido acionado ou
que venha a haver razão para acionar os mecanismos jurídicos necessários. A equipe de
advogados estará também à disposição para plantões de dúvidas processuais, garantindo o
acesso à informação.
O/A auxiliar administrativo será responsável por executar os trâmites burocráticos de
trato junto ao município, e também do setor financeiro destinado à manutenção da casa, assim
como de insumos e controle de estoques para garantir segurança alimentar e habitacional
dos/as residentes.
Os/As recepcionistas serão responsáveis por fazer um primeiro atendimento para
inserção dos moradores, que estabelecem tempo de moradia a curto ou longo prazo, a fim de
realizar o encaminhamento necessário para os serviços ofertados dentro da casa, funcionando
24h por dia. Os porteiros/seguranças contratados terão por finalidade garantir a proteção dos
seus moradores/as, garantindo o acesso destes à casa. Os/As auxiliares de serviços gerais
serão responsáveis pela limpeza do estabelecimento e dos quartos, compreendendo que é de
responsabilidade dos/as moradores/as a também a manutenção dos espaços limpos e
organizados, assim como de seus pertences pessoais.
O/A educadores sociais será contratado para utilizar ferramentas pedagógicas junto à
esta população que é permanentemente vítima de transfobia, marginalizados, para trabalhar a
dimensão do indivíduo diante de uma problemática coletiva, que estão em situação de risco,
desenvolvendo também atividades lúdicas voltadas para as artes cênicas, música, dança e
outras expressões desta natureza.

7. Metas

O prédio público destinado para o acolhimento deverá contemplar o número de 30


pessoas trans e travestis em situação de vulnerabilidade social. O planejamento é de que os
objetivos sejam alcançados para toda essa população, mas, entende-se que cada pessoa pode
alcançar os objetivos de restabelecimento de vínculos familiares ou de inserção no mercado
de trabalho de maneira heterogênea. Dessa forma, a equipe multidisciplinar deve garantir o
suporte necessário aos usuários, como educação profissionalizante, articulação com empresas
e encaminhamentos necessários, a fim de que as pessoas atendidas alcancem a saída do
Acolhimento de maneira viável no processo de conquista de autonomia. Após a saída dessas
pessoas, o equipamento deverá continuar acompanhando-as temporariamente nesse processo
de transição, a fim de que os objetivos sejam não só conquistados, mas sim efetivados. A
abertura de novas vagas no prédio para fins de acolhimento se dará à medida que haja a saída
dos usuários, mas o equipamento poderá atender a demanda com os outros serviços ofertados.

8. Resultados

Os resultados esperados devem surgir a partir de um diagnóstico da situação-problema


e de suas relações de causa e efeito, de uma forma que satisfaça os requisitos colocados pelo
objetivo do projeto, que é a legitimação e efetivação dos direitos das pessoas Trans e
Travestis na garantia do direito à cidade.
As ações produzidas a partir da implementação desse serviço público objetiva receber,
acolher as pessoas, fortalecer vínculos, disponibilizar informações sobre seus direitos e
viabilizar acesso a outros serviços, benefícios e programas. Desse modo, a Casa aspira intervir
nas expressões das violências sofridas pela população TT, as quais se configuram como
físicas e verbais, assim como através da negação dos direitos mais elementares. Visa-se
diminuir concretamente os danos causados por essas violências em conjunto dos serviços,
dentro do ambiente arquitetado, desenvolvidos de modo articulado com a rede de serviços da
assistência social, dos órgãos de defesa de direitos e dos demais serviços ofertados por esse
equipamento público.

Além disso, o espaço busca desenvolver, em articulação com os parceiros, um


ambiente educacional profissionalizante, o qual consiga capacitar o público-alvo para o
mercado de trabalho formal. A partir disso, espera-se aumentar a inserção da população trans
e travesti no ambiente profissional promovendo a independência financeira e autonomia, bem
como auxiliar na diminuição das taxas de desemprego dessa população, fomentando a
inclusão social e o acesso aos direitos. Desse modo, o projeto resgata a dignidade da pessoa
humana perante a sociedade, impulsionando a garantia da proteção social que é de direito.

9. Recursos

A tabela abaixo se trata de um orçamento financeiro com base na quantidade de recursos


materiais e financeiros necessários durante o período de 12 (doze) meses.
Categorias de despesa Descrição Un. Valor Un. Total (R$)
Pessoal/Higiene 120 Un Escova
1 R$200,00 R$200,00
de Dente

Absorvente
Noturno 32 113 R$10,19 R$1.151,47
Unidades

Sabonete Líquido
150 R$7,98 R$1.197,00
500 ML

Fio Dental 50 M 60 R$6,90 R$414,00

Tubo Creme
100 R$5,29 R$529,00
Dental 90g

Shampoo 400
150 R$11,9 R$1.785,00
ML

Álcool Gel 70%


40 R$9,90 R$396,00
500 ml

Travesseiro 40 R$13,50 R$540,00

Jogo 05 Toalhas 10 R$139,99 R$1.399,90


de Banho 1,25 M
Kit 5 Lençol
12 R$69,90 R$838,80
Avulso Solteiro

Papel Higiênico
150 R$4,60 R$690,00
30 M 8 rolos

Assistente Social 1 R$0,00 R$0,00

Psicólogo 1 R$0,00 R$0,00

Advogado 1 R$0,00 R$0,00

Auxiliar de
3 R$0,00 R$0,00
Serviço Geral

2. Recursos Humanos Porteiro/


2 R$0,00 R$0,00
Segurança

Educador Social 1 R$0,00 R$0,00

Recepcionista 3 R$0,00 R$0,00

Auxiliar
1 R$0,00 R$0,00
Administrativo

Televisão 1 R$1.599,00 R$1.599,00

Karaokê 1 R$499,00 R$499,00

Ventilador 11 R$179,90 R$1.978,90

Computador 12 R$2.149,00 R$25.788,00

Impressora 3 R$289,00 R$867,00

Extintor de
5 R$175,35 R$876,75
Incêndio
3. Material Permanente
/Equipamento Beliche 16 R$299,00 R$4.784,00

Sofá 4 R$365,00 R$1.460

Kit Cozinha 04
13 R$139,90 R$1.818,70
pares

Microondas 2 R$479,00 R$958,00

Cesto de Lixo 20 R$7,99 R$159,80

Bebedouro 6 R$149,18 R$895,08

Cesta Básica 274 R$363,38 R$18.740,87


4. Material de Consumo
Galão D’água 548 R$5,00 R$2.740,00

5. Itens Auxiliares Caderno 40 R$8,29 R$331,60


Caneta
Esferográfica 50 2 R$52,60 R$105,20
Un

Kit 10 Lâmpada
20 R$39,99 R$799,75
Led

Desinfetante
30 R$6,99 R$209,70
Líquido 500 ML

Kit Vassoura +
Rodo + Lava
Azulejo +
10 R$33,43 R$334,30
Desentupidor +
Esfregão + Pá de
Lixo

Tapete de
20 R$9,26 R$185,20
Banheiro

Kit 10 Pano de
30 R$21,99 R$659,70
Chão
6. Material de Limpeza
Água Sanitária
30 R$2,08 R$62,40
1L

Sabão em Pó 30 R$19,99 R$599,70

Amaciante 1L 30 R$15,89 R$476,7

Pacote com
Esponjas de
25 R$25,00 R$625,00
Limpeza Mistas
10 Un

Detergente
30 R$17,39 R$521,70
Líquido 500 ML

TOTAL: 43 2.012 R$7.432,75 R$76.348,57

10. Cronograma de Execução

A fim de que os resultados estabelecidos sejam efetivados, é necessário a criação de ações e


atividades em um determinado tempo previsto. Dessa forma, apresenta-se a previsão do
cronograma de execução do Projeto de Acolhimento a seguir:
11. Referências Bibliográficas

Análise dos Dados do Mapeamento da População Trans, Travesti e Transgênero do Município


de Natal/2021. Prefeitura Municipal Do Natal, Secretaria Municipal De Segurança Pública E
Defesa Social (SEMDES), Departamento De Direitos Humanos, Centro Municipal De
Cidadania LGBT Do Natal (Orgs). Natal, 2021.

Dossiê dos assassinatos e da violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2020 /


Bruna G. Benevides, Sayonara Naider Bonfim Nogueira (Orgs). – São Paulo: Expressão
Popular, ANTRA, IBTE, 2021. Disponível em:
<https://antrabrasil.files.wordpress.com/2021/01/dossie-trans-2021-29jan2021.pdf> Acesso
em: 13/12/2021.

Você também pode gostar