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UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CCHLA - CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
GRADUAÇÃO EM PUBLICIDADE & PROPAGANDA

AGENDA SETTING E O ROCK IN RIO: A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA CONSTRUÇÃO


DA EXPERIÊNCIA DO EVENTO

Componente Curricular: COM 0262 - Teoria e História da Comunicação II


Docente: Dra. Lilian Carla Muneiro
Discente: 20220000963 Nathália Raquel Gonçalves Fernandes
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OBJETIVO

A atividade se propõe a analisar como o Rock in Rio, um dos maiores festivais de


música do mundo de origem nacional, está interligado com a Teoria da Agenda Setting.
Essa teoria se trata de uma abordagem da comunicação que estuda como a mídia pode
influenciar a importância que as pessoas dão a determinados assuntos. Nesse sentido, o
Rock in Rio pode ser visto como um exemplo de como a mídia pode definir a agenda
pública e influenciar a percepção das pessoas sobre determinados temas. O relatório irá
explorar como o festival brasileiro tem sido capaz de criar uma narrativa própria e moldar
a opinião pública sobre entretenimento.

INTRODUÇÃO

O fenômeno dos festivais de música exerce uma influência notável na sociedade


contemporânea. Entre os festivais de renome internacional, o Rock in Rio se destaca
como uma celebração cultural de magnitude global, unindo amantes da música e da
cultura em uma experiência única. Além do aspecto musical, o Rock in Rio oferece um
palco midiático peculiar, onde a interação entre a mídia e a construção da percepção
pública é evidente.

Conforme Mauro Wolf (1987), a agenda setting trata-se de uma teoria a qual o
público irá selecionar determinados elementos a depender da ação dos meios de
comunicação, moldando assim as percepções coletivas. Quando aplicado ao contexto de
eventos como o Rock in Rio, o agenda setting revela uma intrincada relação entre a
cobertura midiática e a percepção do festival pela sociedade.

Essa atividade busca explorar e analisar a interconexão entre o Rock in Rio e o


conceito de Agenda Setting, examinando como a mídia configura e influencia a imagem
pública do evento, bem como a percepção coletiva sobre música, cultura e temas sociais
pertinentes.

DESENVOLVIMENTO

O Rock in Rio, um dos maiores festivais de música do mundo, tem uma história rica
e uma evolução notável desde sua primeira edição em 1985, no Rio de Janeiro, Brasil.
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Fundado por Roberto Medina, a primeira edição foi um sucesso, com artistas renomados
e uma multidão de espectadores. Esse momento impeliu o festival a se tornar um evento
periódico, acontecendo a cada dois anos em diferentes locais, incluindo Lisboa, Madrid e
Las Vegas.

A formação de expectativas começa muito antes do início do evento. Os anúncios


oficiais, especialmente o revelar do line-up, desencadeiam uma exaltação nas redes
sociais e nas manchetes dos veículos de comunicação. O público se envolve
intensamente, especulando sobre os possíveis momentos épicos e colaborações
inusitadas que o festival pode oferecer. A reputação do Rock in Rio ao longo dos anos
também aumenta a antecipação, uma vez que os fãs esperam uma experiência grandiosa
com base nas edições passadas.

A cobertura midiática pré-evento é um evento próprio. Entrevistas com artistas,


perfis detalhados e conteúdo especulativo são amplamente compartilhados. As redes
sociais tornam-se um campo de batalha para fãs e entusiastas, onde cada atualização é
analisada e discutida. Nesse contexto, a hipótese do agendamento contempla que os
meios de comunicação influenciam sobre o receptor, principalmente, a médio e longo
prazos. Sendo assim, o modelo de agenda setting, ciente de que os indivíduos não são
desprovidos de capacidade crítica, buscou também investigar quais os fatores
psicológicos poderiam levar ao agendamento. Percebeu-se que, quanto maior a
necessidade de orientação dos indivíduos, maior é a probabilidade de eles se atentarem
para a agenda midiática. Conforme McCombs (2007), o principal motivo da adoção da
agenda da mídia é a ausência que pode-se ter de diversas questões pertinentes aos mais
amplos e variados cenários e a necessidade de orientação é variável conforme a vivência
empírica de determinados assuntos. Aplicando ao contexto do Rock in Rio, como há uma
ampla gama de bandas e estilos musicais, incluindo alguns dos quais podem ser menos
conhecidos para o público em geral, aqueles que não estão familiarizados com certas
bandas ou gêneros musicais podem depender da orientação da mídia para entender e
apreciar as apresentações.

Além disso, a colaboração com marcas influentes contribui para a divulgação do


festival, corroborando ainda mais com a agenda setting. Quando essas marcas estão
envolvidas, a mídia tende a destacar e amplificar essas parcerias, gerando uma maior
exposição e cobertura antes e durante o evento. Isso pode incluir patrocínios, publicidade
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conjunta, participação ativa das marcas nos eventos e outras formas de colaboração.
Quando a mídia destaca essa colaboração, ela está efetivamente moldando a percepção
do público sobre a importância do festival, criando uma narrativa em torno do evento que
pode aumentar a antecipação e o interesse das pessoas em participar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Rock in Rio se destaca como um exemplo vívido de como a mídia pode


influenciar a percepção pública e definir a agenda social. A Hipótese da Agenda Setting,
que explora o poder dos meios de comunicação em moldar a importância que as pessoas
atribuem a determinados assuntos, encontra uma aplicação marcante neste fenômeno
cultural. Ao longo das suas edições ao longo dos anos, o festival evoluiu para se tornar
uma celebração global da música e cultura, exercendo uma influência significativa na
sociedade contemporânea.
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Desde os anúncios iniciais até o momento em que as primeiras notas ecoam pelos
palcos, o Rock in Rio cria uma narrativa própria, amplificada pela cobertura midiática
intensiva. A divulgação pré-evento, impulsionada por parcerias estratégicas com marcas
influentes, alimenta a expectativa e a antecipação dos fãs, criando um ciclo contínuo de
interesse e participação.

Em suma, o Rock in Rio serve como um caso exemplar de como a mídia desempenha
um papel crucial na construção da percepção coletiva sobre entretenimento, música e
cultura. A Teoria da Agenda Setting oferece um embasamento valioso para entender essa
interconexão, demonstrando como a mídia influencia ativamente a importância atribuída
ao festival, ao mesmo tempo em que molda a visão do público sobre um dos fenômenos
culturais mais marcantes de nosso tempo.

REFERÊNCIAS

● MILONE, Jerônimo de Camargo. Resenha: McCOMBS, Maxwell. A teoria da


agenda: a mídia e a opinião pública. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. 2009. Disponível
em: https://opiniaofilosofica.org/index.php/opiniaofilosofica/article/view/489. Acesso
em: 5 out. 2023.

● WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. [S. l.: s. n.]. E-book. Disponível em:
https://www.inovaconsulting.com.br/wp-content/uploads/2016/09/teorias-da-
comunicacao-by-mauro-wolf.pdf. Acesso em: 5 out. 2023.

● HOHLFELDT, Antônio. Os estudos sobre a hipótese de agendamento. FAMECOS,


1997. Disponível em:
5
https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/download/
2983/2265/0. Acesso em: 5 out. 2023.

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