Você está na página 1de 17

PSICOLOGIA SOCIAL E COMUNICAÇÃO SOCIAL:

AFINIDADES E CONTRIBUIÇÕES

PAVARINO, Rosana Nantes (mestre em Comunicação Social - UnB/2003


e professora da Universidade Católica de Brasília – UCB

RESUMO
Os meios de comunicação de massa ocupam uma posição privilegiada na
organização social e na construção da realidade social contemporânea - importância
que propiciou uma grande convergência de interesses de diferentes disciplinas das
ciências sociais, particularmente a Comunicação Social e a Psicologia Social. Este
artigo - uma investigação sobre algumas teorias destas duas disciplinas -, toma como
eixo de análise a Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici e uma teoria da
comunicação de massa, a Agenda-Setting, com o objetivo de apontar eventuais
contribuições teóricas e metodológicas.
Palavras-chave: representações sociais, agenda-setting, comunicação social, psicologia
social.

SOCIAL PSYCHOLOGY E SOCIAL COMMUNICATION: AFFINITIES AND CONTRIBUITION


Abstract
Mass media plays an important part in social organization and in the
construction of contemporary social reality. Its importance has provided a considerable
convergence of interests coming from differents social science subjects, particularly
social communication and social psychology. This article compares a theory of social
psychology (Serge Moscovici´s Theory of Social Representations) and one mass media
theory, the agenda-setting, aiming to point out possible theorical and methodological
contribuition.
Key words: social representations, agenda-setting, mass communication, social
psychology

PSICOLOGIA SOCIAL E COMUNICAÇÃO SOCIAL:


AFINIDADES E CONTRIBUIÇÕES

VIA SATÉLITE: OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA

Em maio de 2000 foi possível visualizar uma conjunção entre seis planetas, a

lua e o sol. Há milhares de anos, sem instrumentos ou satélites, era a visão, a posição e

andamento dos planetas, da lua e do sol que guiavam os navegantes, orientavam os

agricultores, marcavam o tempo e a localização no espaço. Sem a iluminação

concorrente que temos hoje, o céu era mais nítido, facilitando diferenciar planetas das

estrelas. Uma conjunção como a de 2000 poderia ser acompanhada durante meses pela

1512
população nas mais diferentes localidades do planeta. Hoje a astronomia tem a sua

disposição telescópios, satélites, observatórios e curiosos em busca de explicações para

o nascimento das estrelas, sobre o tamanho do universo e com uma capacidade inédita

para acompanhar alinhamentos planetários, eclipses, mudanças climáticas. E ainda

assim, em maio de 2000, milhares de pessoas ficaram à espera do fim do mundo,

acompanhando o alinhamento e ignorando as explicações dos cientistas que tentavam,

sem sucesso, convencê-las que se tratava apenas de um fenômeno astronômico e não o

fim do mundo (mitos e crenças ainda conseguem ser mais fortes que as explicações

científicas). Utilizando um pouco de ironia, poderíamos dizer que até poucos séculos

atrás era a única transmissão “via satélite” possível, ao contrário de hoje, onde a

televisão, rádio ou internet cumprem o papel de conectar o mundo ou de nos sentir

desconectados como nos exemplos a seguir.

Após 18 anos de procura, no dia 13 de março de 2002 foi divulgado pela

imprensa em todo mundo que o fotógrafo McCurry, da revista National Geographic,

finalmente encontrara a afegã Sharbat Gula, protagonista da mais famosa capa da

publicação e de uma das fotos mais divulgadas e conhecidas do século XX. A foto havia

sido tirada em 1984 em um campo de refugiados no Paquistão e o fotógrafo não anotou

nenhum dado pessoal. Desde então a redação da revista recebeu milhares de cartas

pedindo informações sobre Sharbat Gula. Chama a atenção o comentário: “Sharbat

Gula lembrou-se da ocasião em que McCurry havia tirado a foto mas nunca havia visto

uma cópia da mesma e ficou surpresa e desconcertada com a repercussão que

provocou” (REUTERS, 13/03/2002).

Em 12 de junho de 2000, um ônibus da linha 174 foi seqüestrado no Rio de

Janeiro. Alguns dias depois, uma seqüestrada, estudante de comunicação, relatou

durante uma entrevista ao programa “Sem Censura” (TVE Brasil) que, durante o

1513
seqüestro, seu pensamento mais recorrente era voltar para casa e ligar a TV para ver o

que se passava. Estar presente não era suficiente para compreender o que vivenciava.

Influenciando nem sempre de maneira perceptível nossa forma de observar,

compreender e interpretar, são os meios de comunicação que atualmente cumprem o

papel de conectar o mundo, antes relegado apenas aos transportes e estradas. Ao nos

depararmos com casos como o de Sharbat Gula verificamos que vivemos em universos

paralelos: um com os meios de comunicação, rodeado pela tecnologia, e um outro sem

eles, onde se vive num aparente isolamento. Talvez, ainda mais surpreendente que este

desconhecimento, é perceber a quantidade de leitores e não leitores da revista National

Geographic que tinham interesse em saber onde ela se encontrava e o que estaria

fazendo, como se fosse alguém conhecido que de repente tivéssemos perdido o contato.

Por outro lado, se os meios de comunicação foram desenvolvidos com o

objetivo de alcançar o maior número de pessoas, facilitando o acesso às informações,

notícias e propagandas, isto não significa a atingir todas as pessoas possíveis, mas as

que mais provavelmente se interessariam pelas informações que se deseja divulgar.

Também não significa que apenas as pessoas interessadas terão acesso, voluntário ou

não, a estas informações, mas que algumas podem estar em países, continentes, lugares

com línguas e culturas díspares do público-alvo imaginado. Chega a ser ingênuo,

portanto, pretender que os conteúdos poderiam ser absorvidos da mesma forma.

Conteúdos semelhantes resultam em compreensões, interpretações e, conseqüentemente,

em representações diferentes nos mostrando que a influência dos meios de comunicação

de massa possui graus e formas bastante variados, a depender das culturas locais.

A característica socializadora, além da informativa, que os mass media

possuem lhes confere um caráter único e fundamental na sociedade moderna.

Entretanto, por mais acessíveis que sejam, os conteúdos são produzidos, transmitidos e

1514
absorvidos de maneira bastante distinta a depender da cultura local, do meio de

transmissão, das estruturas econômicas e sociais. Além disso, estas informações,

pronunciadas pelo rádio, cinema, televisão, anúncios, jornais e revistas, e-mails e ou

internet, são também acrescidas pelas conversas interpessoais repletas de outros

significados e significações, de símbolos, mitos e ideologias que em conjunto contêm e

constroem o pensamento individual e social, como as representações sociais.

Propor uma aproximação entre Psicologia social e Comunicação social pode,

portanto, revelar possíveis contribuições epistemológicas e/ou metodológicas entre elas.

EM COMUM

Nenhuma disciplina das ciências sociais surgiu sem influência de outra. Como

disse Braudel, “todas as ciências sociais se contaminam uma às outras” (1977: 125).

Isto também ocorreu entre a Comunicação e a Psicologia Social: Wundt, Durkheim,

Mead, entre outros, são encontrados com freqüência e igual importância nestes e em

outros campos disciplinares. Nos últimos 30 anos, entretanto, estes dois campos

continuaram suas investigações paralelamente. E o que diferencia suas abordagens?

Simplificando, poderíamos afirmar que enquanto para a psicologia social o

papel esperado para os mass media é o de um elemento que influenciará a percepção, a

compreensão e a interpretação que este mesmo indivíduo tem si e da realidade onde se

encontra, para a comunicação, entretanto, os mass media são o terceiro e importante

elemento entre o indivíduo e a sociedade.

Para Charles Wright (1973: 93), compreender como ocorre a socialização1 é

um passo importante para diferenciar as normas sociais adquiridas pelos mass media das

impessoalmente distribuídas, das transmitidas pela família, amigos, grupos de trabalho,

1
Para Wright (1973: 90), a “socialização é o processo pelo qual o indivíduo adquire a cultura do seu grupo e
interioriza suas normas sociais, fazendo com que seu comportamento leve em conta as expectativas dos outros. É
importante enfatizar que a socialização é um processo contínuo — estendendo-se da infância à velhice”.
1515
ou ainda, explorar a extensão da padronização da cultura pela comunicação de massa.

Ele sugere que, mais importante que as opiniões, atitudes, conhecimentos e

comportamentos serem vulneráveis, é compreender os questionamentos: por que o são.

Quais seriam as condições em que isto ocorre? Quais os fatores sociais, psicológicos,

históricos que determinam o sucesso deste efeito?

Portanto, os mass media modificam a organização social na relação do

indivíduo com a sociedade, com seu grupo e com sua identidade, exercendo a ligação

entre um e outro. Este papel de organizadores sociais será o foco da análise entre a

hipótese da Agenda-Setting, cujo interesse são os processos de significação e a análise

destes processos, e Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovi.

AGENDA SETTING: DA COMUNICAÇÃO SOCIAL PARA A PSICOLOGIA SOCIAL

A hipótese da Agenda-setting tem como um de seus principais interesses a

opinião pública. Inspirada na campanha presidencial norte-americana de 1968, propõe

que aquilo que é comentado, discutido, pensado na esfera social deve-se, em grande

parte, aos mass media. São eles o principal elo entre os fatos e a opinião pública, entre o

real, o compreendido e o imaginado, indicando “what to think about” e “how to think

about it” (KOSLICKI, 1993: 104), direcionando e dando certo sentido à realidade social.

No entanto, a Agenda não se restringe ao conteúdo dos mass media: tão

importante quanto saber o que os meios querem que a opinião pública pense, discuta, se

importe e se preocupe, é saber o que este público realmente pensa, se discute e se se

preocupa com estes conteúdos, deixando aberta pelo menos duas possibilidades de

investigação, ambas coerentes com o pensamento de Moscovici: sobre como os agentes

produtores organizam as informações que serão divulgadas e como estas informações

são absorvidas pela opinião pública.

1516
Elaborada por Maxwell McCombs e Donald Shaw, a hipótese nasceu a partir

da constatação de um “alto grau de correspondência entre a dose de atenção dada à

determinada questão pela imprensa e o nível de importância a ela atribuído por

pessoas da comunidade que estiveram expostas à mídia” (DEFLEUR, 1993: 284).

Correspondência esta que ocorre em dois níveis de impacto (WOLF, 1999: 147):

– de acordo com a ‘ordem do dia’ dos temas, assuntos e problemas


presentes na agenda dos mass media;
– de acordo com a hierarquia de importância e de prioridade que o público
dá aos temas da ordem do dia.
O reconhecimento destes diferentes níveis de impacto é um ponto importante.

É esta interação entre o público e mass media que a aproxima da teoria das

representações sociais. Pesquisas realizadas em 1972 sobre a campanha presidencial

americana concluíram que o conteúdo da televisão, muito fragmentado, não seria

significativo porque a influência foi menor do que na imprensa. Esta característica da

televisão a tornaria inapta para constituir “um quadro cognitivo adequado às opções que

o eleitorado é chamado a fazer” (WOLF, 1999: 148-150). McCombs acredita que haja

uma eficácia “temporalmente graduada e diferenciada entre os mass media” (Apud

WOLF, 1999: 161), pois dependendo da fase em que o processo de agendamento se

encontra, um ou outro meio exercerá maior influência.

Também influenciam na capacidade dos mass media para estabelecer a ordem

do dia à hierarquia e à prioridade que o público dá aos conteúdos divulgados, assim

como as crenças, valores, culturas, diferenças sociais e educacionais também contam na

hora de priorizar os conteúdos e na escolha de qual meio (jornais e/ou rádio e/ou

televisão, por exemplo). O poder que cada um irá exercer dependerá também do

público, das características sociais e dos temas tratados tanto quanto do meio utilizado.

1517
Para a Agenda-setting, a escolha dos temas que estão em sintonia

(centralidade) com experiências pessoais do público revelou-se essencial em várias

pesquisas relatadas por Wolf (1994) pois quanto maior for a relevância dos temas para a

sociedade, maior será a influência da agenda proposta pelos meios. Esta característica

explica porque tanto os fatos analisados pela agenda-setting quanto os fenômenos das

representações sociais precisam ter relevância social, pois só uma informação que é

realmente importante necessita ser organizada e estruturada socialmente.

A diversidade de áreas temáticas e a correlação destas áreas com as

experiências pessoais, sua relevância para o público (centralidade) e as diferentes

qualitativas e institucionais dos públicos são características da agenda-setting que

tornam as pesquisas na área mais complexas do que aparentam. (WOLF, 1999). Escolher

o tema relevante, analisar sua compreensão eas diferenças dos efeitos que cada meio

exerce sobre ele além de verificar o período da influência dos meios são dificuldades

pertinentes. Para o pesquisador Mauro Wolf as pesquisas sobre a Agenda-setting ainda

não apresentaram soluções metodológicas próprias à complexidade que a hipótese

necessita, ou seja, que sejam capazes “de explicitar como é que a nova informação,

absorvida através dos mass media, se transforma em elementos da enciclopédia dos

destinatários, ou seja, do conjunto dos seus conhecimentos acerca do mundo”

(1999: 167) e critica McCombs por acreditar que este último simplifica o problema2 ao

sugerir que a articulação dos “temas segundo a freqüência com que um tema ou um

assunto aparece, é uma indicação importante utilizada pelos destinatários para

avaliarem a sua importância” (1999: 165).

Assim, para que se possa obter resultados eficazes, é preciso verificar alguns

parâmetros nem sempre fáceis de se determinar (WOLF, 1999: 171) como o intervalo

2
Implica que os destinatários teriam na mensagem todos os elementos de compreensão do texto.
1518
entre a avaliação de uma agenda e outra, o período de tempo que deve haver antes do

efeito se manifestar ou diminuir, quando fazer o levantamento.

TROCAS

Uma das grandes contribuições da teoria das representações sociais como

proposta para se compreender a construção social da realidade é unir, numa mesma

explicação, dimensões cognitivas e dimensões sociais (IBAÑEZ, 1988: 25). Moscovici

desenvolveu conceitos que podem oferecer algumas contribuições significativas para os

trabalhos desenvolvidos sob a ótica da Agenda-setting (SÁ, 1998: 68-72), tais como:

– os processos formadores: ancoragem e objetivação;


– e classificação dos sistemas de comunicação: difusão, propagação e
propaganda.
Os sistemas de comunicação, por exemplo, ressaltam a influência dos mass

media nas relações simbólicas entre os indivíduos. Essa divisão reflete o papel da

imprensa francesa na época da elaboração da teoria, apresentando o paralelo:

difusão/opinião pública, propagação/atitude e propaganda/estereótipo (SÁ, 1996: 37). A

primeira referindo-se ao controle de opinião (com enfoque político); a segunda, a um

instrumento de regulação de crenças e atitudes (como a religião); e a última, à imprensa

jornalística que, segundo o autor, caracteriza-se por criar um interesse comum sobre

determinado assunto, diminuindo ao máximo a distância entre a fonte e a recepção.

Quanto a ancoragem e a objetivação, os processos formadores das

representações, são campos pouco estudados e pesquisados entre os psicólogos sociais

devido a dificuldade em identificá-los e a falta de interesse de pesquisadores (SÁ, 1998).

Sá sugere que as pesquisas sobre ancoragem sejam desenvolvidas em duas etapas onde

a primeira se ocuparia “de uma descrição e/ou uma comparação das representações” e,

em trabalhos posteriores, o foco se voltaria para a gênese das mesmas representações

1519
descritas. O interessante, entretanto, é o ele apresenta como alternativa para pesquisas

com foco no processo de objetivação:

No que se refere à objetivação, em vez de buscar pesquisá-la junto a sujeitos


específicos do grupo estudado, talvez seja mais viável tentar evidenciá-la nos meios
de comunicação de massa. Além de constituírem importantes fontes de formação das
representações no mundo contemporâneo, é neles - na televisão, em especial - que
melhor se configura a tendência à concretização das idéias em imagens. Como já
assinalamos, esta não é uma prática corrente de pesquisa, cabendo pois incentivá-la
junto aos novos pesquisadores das representações sociais (1998: 71).

Além de confirmar o papel dos mass media como um terceiro elemento

intermediário entre os indivíduos e a sociedade, Sá está, ao mesmo tempo, de acordo

com a afirmação de Jovchelovitch que considera esses dois processos como mediações,

“trazendo para um nível quase material a produção simbólica de uma comunidade e

dando conta da concreticidade das representações sociais na vida social” (1994: 81).

Outro ponto importante da teoria das representações sociais é poder ser ao

mesmo tempo - dependendo do enfoque -, produto social e parte do processo de

construção desta realidade. Essas peculiaridades fizeram com que a teoria se tornasse o

foco das investigações, havendo poucos textos sobre o desenvolvimento de

metodologias ou o privilégio de algum método específico (SÁ, 1998: 80). Ao mesmo

tempo, o interesse pela proposta teórica fez com que a “grande teoria”se desmembrasse

em outras correntes teóricas, destacando-se: a de Denise Jodelet ( próxima a teoria

original), a de Willem Doise (uma perspectiva sociológica) e a de Jean-Claude Abric,

“que enfatiza a dimensão cognitivo-estrutural das representações” (SÁ, 1998: 67).

Tomamos a abordagem estrutural de Abric como metodologia para analisar

possíveis afinidades entre a teoria de Moscovici e a Agenda-Setting. O interesse pela

organização de uma representação social, por sua dinâmica e seu processo de

construção deve-se as semelhanças conceituais apresentadas em relação à agenda-


1520
setting como o fato de articular a análise de conteúdo e o interesse pelos processos de

avaliação e de transformação (ABRIC, 1998: 13). Estas semelhanças podem ser

pertinentes aos estudos sobre influencia dos meios de comunicação de massa vindo ao

encontro de uma necessidade colocada por Mauro Wolf: a de um modelo que seja

“capaz de explicar como é que a nova informação, absorvida através dos mass media,

se transforma em elementos da enciclopédia dos destinatários, ou seja, do conjunto dos

seus conhecimentos acerca do mundo” (1999: 167).

Entre os problemas metodológicos encontrados na hipótese, tais como

reconhecer qual é a natureza da influência, o que realmente determina o que as pessoas

pensam e sobre o que pensam, como definir o poder de cada meio ou como ocorre a

influência em públicos distintos. Além disso, há dificuldade em se reconhecer a origem

da agenda temática dos meios, a necessidade de uma maior precisão terminológica e

metodológica, o desconhecimento dos atributos da audiência, a indefinição das agendas

e a indeterminação do quadro temporal (SAPERAS, 1993: 78-83).

Sem a pretensão de resolver todos esses problemas, a abordagem estrutural de

Abric pode ser uma alternativa na solução de alguns deles. No caso, por exemplo, da

influência em públicos distintos, encontrar os elementos centrais e periféricos do tema

agendado em cada público ou grupo que se deseja pesquisar e também nos discursos dos

meios, possibilitaria identificar a influência em cada um deles a partir de uma

comparação entre estes elementos. Outra possibilidade seria identificar os elementos

que determinam o que as pessoas pensam e sobre o que pensam comparando elementos

centrais e periféricos do tema agendado com outros temas correlacionados.

Um dos aspectos da capacidade de influência dos mass media examinados por

Mauro Wolf (1999: 155) refere-se à “centralidade” dos temas. Esta centralidade está

relacionada com a distância que o público possui sobre o assunto e não o contrário:
1521
quanto menor a “experiência direta, imediata e pessoal” que público tiver com o tema,

mais influência ele receberá. Assim, ao identificar o conhecimento público sobre o

assunto e verificando se há alguma representação social sobre ele, se há relação entre os

elementos periféricos ou centrais desta representação, pode ser possível avaliar a

capacidade de influência dos mass media.

NA PRÁTICA
A importância e a influência dos meios de comunicação de massa nas

sociedades é inegável e o processo de identificação e avaliação destes efeitos depende

de algumas variáveis:

- da tecnologia utilizada como difusora das informações: tv, rádio, imprensa


são compreendidos de maneira distinta uns dos outros. A televisão, por
exemplo, possui conteúdo fragmentado e maior visibilidade;
- do acesso: há regiões no Brasil onde o rádio é o meio mais acessível;
- das diferenças culturais, sociais e econômicas que influenciam na escolha e
no acesso aos meios: os jornais são mais lidos pelas classes A e B;
- e, ainda, do papel que cada meio possui na sociedade em que atua: jornais,
por exemplo, são mais relevantes para a opinião pública em alguns países
da Europa do que no Brasil3.
Por outro lado, observando as definições dos processos de ancoragem e

objetivação e dos sistemas de comunicação - propaganda, propagação e difusão -,

percebe-se que as variáveis acima não possuem para a teoria das representações sociais

o mesmo peso que na agenda-setting. Independentemente de sua importância, os mass

media dividem com o convívio social, com as experiências do dia-a-dia e com as

conversas interpessoais a produção e manutenção das representações sociais. Portanto,

os meios de comunicação de massa são elementos complementares4 aos estudos das

3
Os jornais, mais elaborados, precisam de substituição diária, tornando-os menos acessíveis. Numa espécie de
tentativa para compensar o prejuízo, os jornais no Brasil passaram por algumas modificações que os tornaram
semelhantes às revistas.
4
Tornando as variáveis - público-alvo, diferenças sociais, econômicas, tecnológicas etc -, coadjuvantes.
1522
representações sociais. Consequentemente, o foco das pesquisas em psicologia social se

concentra nos aspectos comunicativos interpessoais, relegando a investigação das

condições de eficácia dos mass media a poucos pesquisadores mais interessados na

imprensa escrita. Um levantamento no Caderno de Resumo da II Jornada Internacional

das Representações Sociais constatou que, das nove Mesas Redondas e dos 121 posters,

não houve nenhuma pesquisa envolvendo os mass media; dos 151 trabalhos dos GTs,

apenas 11 trataram dos mass media: um trabalho teórico, duas pesquisas sobre em

revistas, cinco em jornais, uma sobre campanhas educativas e uma sobre cinema.

Comum a todas estas pesquisas é o fato de não consideram que os meios são

tanto produto quanto processo e que eles concretizam as representações ao contrário de

inventá-las. Nos resumos, apenas quatro trabalhos5 apresentam os meios como

colaboradores no desenvolvimento das representações. Na maioria, o sujeito

- representação de quem? -, não fica claro6. Desta forma, justamente ao contrário das

pesquisas em comunicação de massa, se considera a imprensa como um todo, ignorando

as regiões em que os jornais são produzidos, a linha editorial, o público que se espera

atingir, quem realmente tem acesso às informações e se, os conteúdos propostos são

compreendidos. Os meios são considerados em bloco, como uma dimensão social em si

mesma, sem que sejam levados em conta suas particularidades (por ex., Estado de São

Paulo x Folha de São Paulo, que possuem propostas editoriais distintas), suas

contradições e as condições que os tornam eficazes. Sem conseguir identificar ou dar

importância ao papel e ao valor de cada variável isoladamente ou no seu conjunto.

Confirmando esta tendência encontramos a posição de Michel-Louis

Rouquette, um dos principais pesquisadores sobre representações sociais e comunicação

5
GT D1.08, GT D1.12 e D2.07
6
o que não deve ser visto como surpresa, pois, na verdade, para estes pesquisadores, não há um sujeito específico e
sim, um grupo social.
1523
de massa ao observar que perguntas (1996: 223) tais Como e quanto os meios de

comunicação de massa influenciam as representações sociais? e Como e quanto os

meios de comunicação de massa refletem as representações sociais?, além de serem

ingênuas, são armadilhas metodológicas que apenas nos levam de uma resposta à outra,

de um conteúdo ao outro num constaste círculo vicioso.

Para os comunicólogos, uma única variável já é o suficiente para que os efeitos

sejam distintos. Dessa maneira, um mesmo conteúdo, se difundido pela TV, pelo

telefone, por uma conversa informal ou por um outdoor, pode provocar interpretações e

reações diferentes em seus públicos-alvo. No caso das pesquisas citadas, o interesse não

é avaliar estes efeitos separadamente. Apenas busca-se uma compreensão compartilhada

do discurso que é (re) produzido pelos mass media reforçando o senso comum. Todo o

interesse se volta, assim, para o processo de transformação do não-familiar em familiar.

Estas diferenças apontam problemas que, na verdade, sugerem uma indefinição

quanto aos limites entre a psicologia social e a comunicação social. Entretanto, se

considerarmos que a opinião pública e as representações sociais exercem tanto o papel

de produtores quanto o de produtos, e que os mass media agem, seja no sentido de falar

algo não familiar, seja no sentido de tornar o desconhecido familiar, as questões

apresentadas passam a não ser tão ingênuas como o sugerido. Na verdade, observando

as pesquisas apresentadas, o que parece é que não há uma produção significativa para

que as dúvidas apresentadas por este autor tenham sido discutidas de uma forma

conclusiva.

Maxwell McCombs, revisando sua proposta 22 anos depois, utilizou a seguinte

metáfora para diferenciar as explicações adotadas pela Agenda e pela Espiral do

1524
Silêncio7 sobre os efeitos sociais dos mass medias: “The two theories’ seemingly

disparte views of the world are akin to two travelers riding the same train but looking

out the windows on opposite site”.

Em nossa opinião, o modo peculiar que cada ciência observa a ocorrência dos

efeitos dos meios de comunicação de massa na sociedade sugere uma interpretação

semelhante à de McCombs. A psicologia social e a comunicação social

(respectivamente apresentadas pela teoria das representações sociais e pela hipótese da

agenda-setting), apesar de seus propósitos diferentes, não impede que se possa haver

contribuições entre uma e outra. Tanto a ancoragem e objetivação podem se tornar

instrumentos significativos para os trabalhos de análise da audiência, típicos da

Comunicação Social, quanto esta pode fornecer um aparato conceitual que permita uma

maior precisão da análise da atividade mediática, simplificada pelos psicólogos sociais.

A Psicologia social e a Comunicação Social se distinguem menos pelo modo

como observam esta relação entre os indivíduos, pela análise que fazem dos grupos

sociais e dos conteúdos mediáticos e ferramentas metodológicas utilizadas, que pelo real

foco de interesse que constitui o objeto de estudo de cada uma delas (respectivamente

processos psicológicos sob influência do coletivo e processos mediáticos). Perspectiva

oportuna tanto na definição de seus limites - principalmente para a Comunicação

Social -, mas principalmente, quanto às inúmeras contribuições que estas disciplinas

podem apresentar uma a outra. Contribuições que embora não tenham recebido a devida

atenção, com certeza não se esgotam e, certamente, devem ser aprofundadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRIC, Jean Claude. (1998). “Abordagem Estrutural das representações sociais: desenvolvimentos
recentes”. In: IV Conferência Internacional sobre as Representações Sociais, México. Trad. de
Paulo França. Trabalho não publicado (fotocópia).

7
Proposta teórica que se opõe a hipótese da Agenda-setting.
1525
¾¾. (1997). Metodologia de Pesquisa das Representações Sociais. Trad. Denise Cristina de Oliveira.
Trabalho fotocopia, não publicado.
¾¾. (1994). “A organização das representações sociais: sistema central e sistema periférico”. Trad. Angela
M. O de Almeida, com a colaboração de Adriana Gionani e Diana Lúcia Moura Pinho. Trabalho
fotocopia, não publicado. Traduzido de: J. C. Abric. “L’organisation interne des représentations
sociales: système central et système périphérique”. In: C. H. Guimelli. Structures et
transformations des représentations sociales. Lausanne: Delachaux et Niestlé. p. 73-84.
BRAUDEL, Fernand (1977).“História e Sociologia”. In: Tratado de sociologia. São Paulo: Martins Fontes.
Vol. 1, p.123-144
DEFLEUR, Melvin & BALL-ROKEACH, Sandra (1993). Teorias da comunicação de massa. Rio de Janeiro
: Jorge Zahar ed.
DOISE, Willem. (2000). “Da psicologia social à psicologia societal”. Conferência proferida por ocasião da
aula inaugural do Instituto de Psicologia. Brasília: Universidade de Brasília.
EDELSTEIN, Alex. (1993) “Thinking about the criterion variable in Agenda-Setting research”. Jounal of
communication, Minneapolis: University of Minnesota Press. Vol. 43, No. 2, pp: 85-99.
http://busca.bce.unb.br/netacgi/pesq.exe?SECT1=IMAGE&SECT4=e&SECT6=HITOF
F&SECT5=BIBL02&d=BIBL&p=1&u=http://busca.bce.unb.br/bibl03.htm&r=0&
f=S&SECT12=IMAGE&SECT4=e&SECT6=HITOFF&SECT5=BIBL02&d=BIB
L&p=8&u=http://busca.bce.unb.br/ -
h0http://busca.bce.unb.br/netacgi/pesq.exe?SECT1=IMAGE&SECT4=e&SECT6
=HITOFF&SECT5=BIBL02&d=BIBL&p=1&u=http://busca.bce.unb.br/bibl03.ht
m&r=0&f=S&SECT12=IMAGE&SECT4=e&SECT6=HITOFF&SECT5=BIBL0
2&d=BIBL&p=8&u=http://busca.bce.unb.br/ - h2FARR, Robert (1998). As raízes da
psicologia social moderna (1872-1954). Editora Vozes: Petrópolis.
¾¾. (2002). “Representações Sociais: a teoria e sua história”. In: GUARESCHI, P. & JOVCHELOVITCH, S.
(orgs). Textos em representações sociais. 7a. ed. Petrópolis: Vozes. pp.31-62
FOURQUET, Marie-Pierre. (1999). “Un siècle de théories de l’influence: histoire du procès des medias”.
Mèdiation et information. Paris: L’Harmattan, no. 10. p. 101-116.
GUARESCHI, P. & JOVCHELOVITCH, S. (orgs) (2002). Textos em representações sociais. 7a. Edição.
Petrópolis: Vozes.
GUIMELLI, Christian. “Transformação das representações sociais, novas práticas e esquemas cognitivos de
base”. In: Ch. Guimelli. Structures et transformations des représentations sociales. Lausanne:
Delachaux et Niestlé, 1994. p. 171-198. Trad. José Delfino S. L., com a colaboração de Maria do
S. M. Lima e Marisa M. B. da Justa Neves, revisado por Angela Maria de Oliveira Almeida. Do
original: GUIMELLI, Ch. “Transformation des représentations sociales, pratiques nouvelles et
schèmes cognitifs de base”.
IBAÑEZ, T. (1988). “Representaciones sociales, teoria y metodo”. In: T. Ibañez. Ideologias de la vida
cotidiana. Barcelona : Sendai. P. 33.
JODELET, D. (1989). “Repréntations sociales: un domaine en expansion”. In: Jodelet, D. (org). Les
représentations sociales. Paris: PUF. pp 31-61.
JORNADA INTERNACIONAL SOBRE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS. (2001). Caderno de resumos da II Jornada
Internacional sobre Representações Sociais: questões metodológicas. Florianópolis. 225p.
JOVCHELOVITCH, S. (2002). “Vivendo a vida com os outros: intersubjetividade, espaço público e
representações sociais”. In: GUARESCHI, P. & JOVCHELOVITCH, S. (orgs). Textos em
representações sociais. 7a. Edição. Petrópolis: Vozes. pp 63-88.
KATZ, Elihu (1990). “A propos des médias et de leurs effets”. In SFEZ, L. (org.) Technologies et
Symboliques de la Communcation. Colloque de Ceresy: Press Universitaire de Grenoble, 1988. pp.
275-28. Tradução de Martino, Luiz C., março de 2000.
KOSICKI, Gerald M. (1993). “Problems and opportunities in Agenda-setting research”. Jounal of
communication. Minneapolis: University of Minnesota Press. Vol. 43, No. 2, p. 100-127.
MARTINO, Luiz C. (2001a) “Cepticismo e Inteligibilidade do Pensamento comunicacional”. In: Compós
2001: Encontro Anual da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em
Comunicação. Brasília. Brasília: Faculdade de Comunicação. no. 10, 2001, p. 377-385. CD-ROM.

1526
¾¾.(2001b) “Elementos para uma Epistemologia da Comunicação”, in A. Fausto Neto, S.D. Porto, J.L.
Aidar Prado (orgs) – Campo da Comunicação: caracterização, problematização e perspectivas.
Editora Universitária/UFPB. João Pessoa.
¾¾.(2001b) “Interdiscilinaridade e objeto de estudo da comunicação”, in A. Fausto Neto, S.D. Porto, J.L.
Aidar Prado (orgs) – Campo da Comunicação: caracterização, problematização e perspectivas.
Editora Universitária/UFPB. João Pessoa.
¾¾. (1997). Télévision et Conscience. Thèse de Doctorat. UFR de Sciences Sociales, Université Réné
Descartes, Paris: Sorbonne Paris-V.
MCCOMBS, Maxwell. (1993). “The evolution of Agenda-Setting research: twenty-five years in the
marketplace of ideas”. Journal of communication. Vol. 43 No. 2, p. 58-67.
MCLUHAN, Marshall. (1994). Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix.
MIÈGE, Bernard (2000). O pensamento comunicacional. Petrópolis, RJ: Vozes.
MINAYO, Maria C. S. (1994). O conceito de Representações Sociais dentro da sociologia clássica. In:
GUARESCHI, P. & JOVCHELOVITCH, S. (orgs) (1994). Textos em representações sociais. Petrópolis:
Vozes. 7a. Edição.
MOLINER, Pascal. (1996a). “A estrutura das Representações Sociais”. In: P. Moliner. Imagens et
representations sociales. Genoble: PUG, p. 51-78. Trad. Angela M. A Almeida, Carmem Jansen
de Cárdenas e Maria Stela de campos França, com a colaboraçào de Adriana Giavoni. Do original:
P. Moliner. La structure des représentations sociales.
¾¾ . (1996b). “As condições de emergência de uma representação social”. In: Moliner. Images et
représentations sociales. Grenoble: PUG, p. 33-48. Trad. Angela M. º Almeida com a colaboração
de Adriana Giavoni, Diana Lúcia Moura Pinho e Patrícia Cristiane Gomes da Costa. Do original:
Pascal Moliner. Les conditions d’’emergence dúne représentation sociale.
MOSCOVICI, Serge. (1985). “A era das representações sociais”. Tradução de Maria Helena Fávero do
original “L’`ere des representations sociales” In: DOISE & PALMONARI, A. (eps) L’etudes des
representations sociales. Neuchatel. Paris : Delachaux et Nietlé, pp334-80. (fotocópia)
¾¾ .(Org.) (1972). Introduction à al psychologie sociale. Vol. 2, Paris : Librarie Larousse.
¾¾ .(1961). La psycanalyse, son image et son public: étude sur la représentation sociale de la
psychanalyse. Paris : Presses Universitaires de France.
¾¾ . (1981). “On social representations”. In: J. P. Forgas (ed.). Social cognition; perspective on everyday
understanding. London : Academic Press. pp: 181-209.
¾¾ . (2001). Social representations: explorations in social psychology. New York: New York University
Press.
ROGERS, Everett & DEARING, James W. (1993) “The anatomy of Agenda-Setting research”. Jounal of
communication. Vol. 43, No. 2, pp: 68-84.
ROUQUETTE, Michel-Louis. (1998). La communication sociale. Paris: Dunod.
¾¾ . (1998). “Les communications de masse”. In: MOSCOVICI, Serge. (1998). Psychooogie sociale. Paris:
Presses Universitaires de France. p.501-518.
¾¾. (1996). “Social representations and mass communication research”. Journal for the theory of social
behaviour. Vol. 26, p. 221-231, junho.
SÁ, Celso P. (1996). Núcleo central das representações sociais. Petrópolis: Vozes.
¾¾. (1995). “Representações Sociais: o conceito e o estado atual da teoria”. In: SPINK, Mary Jane (org.). O
conhecimento cotidiano: as representações sociais na perspectiva da psicologia social. São Paulo:
Brasiliense. pp. 19-45
¾¾. (1998). A construção do objeto de pesquisa em representações sociais. Rio de Janeiro: EdUERJ.
SAPERAS, Enric (1993). Os efeitos cognitivos da comunicação de massas: as recentes investigações em
torno dos efeitos da comunicação de massas: 1970/1986. Portugal: Edições Asa.
SPINK, Mary Jane. (2002). “Desvendando as teorias implícitas: uma metodologia de análise das
Representações Sociais”. In: GUARESCHI, P. & JOVCHELOVITCH, S. (orgs) (2002). Textos em
representações sociais. 7a. Edição. Petrópolis: Vozes.
¾¾ (1995). “O estudo empírico das Representações Sociais”. In: SPINK, Mary Jane (org.) (1995). O
conhecimento no cotidiano: as representações sociais na perspectiva da psicologia social. São
Paulo: Brasiliense.

1527
¾¾ (org) (1999). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano: aproximações teóricas e
metodológicas. São Paulo: Cortez.
STOETZEL, J. (1967) Psicologia social. São Paulo: Companhia Editora Nacional. Tradução de Haydée
Camargo Campos. Título original: La Psychologie sociale (1978).
WAGNER, Wolfgang. (2002). “Descrição, explicação e método na pesquisa das Representações Sociais”.
In: GUARESCHI, P. & JOVCHELOVITCH, S. (orgs). Textos em representações sociais. 7a. Edição.
Petrópolis: Vozes. p. 149-186.
¾¾. (1996). “Queries about social representations and construction”. Journal for the theory of social
behaviour. Vol. 26, p. 95-120, junho.
WOLF, Mauro (1994). Los efectos sociales de los media. 1ª. Ed. Barcelona : Ediciones Paidós.
¾¾ (1999). Teorias da comunicação. 5a. ed. Lisboa : Editorial Presença.
WRIGHT, Charles. R. (1973) Comunicação de massa: uma perspectiva sociológica. RJ: Bloch editores.
SITE:
REUTERS. National Geographic reencontra “menina da capa” 18 anos depois. Uol Últimas Notíciais, São
Paulo, (13/03/2002), Notícias. Disponível em
http://noticias.uol.com.br/inter/reuters/2002/03/13/ult729u5751.jhtm Acessado em: 12/08/2003.

1528

Você também pode gostar