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36298/gerais2020130103
Abstract
This systematic review aims to investigate pornography definitions used by researchers and the effects of the
consumption of this material in romantic relationships. We searched for theoretical or empirical papers published in
Brazilian and international journals indexed in the DOAJ, SciELO and Scopus electronic platforms, which contained,
in any part of the text, the terms “pornography” and “relationship” in Spanish, English or Portuguese. This search
resulted in 433 documents that, after application of the inclusion and exclusion criteria, resulted in 45 papers. Within
the sample, sexually explicit material seems to be the most accepted definition of pornography. Regarding the
perception of negative aspects of pornography consumption on the relationship, the following categories were listed:
health damage, relationship impairment, violence against women and social and cultural aspects. In relation to the
positive aspects, the categories surveyed were: sexuality, personal development and benefits to the relationship. The
possible impacts of pornography consumption in relationships are still quite vague and ambiguous.
relevantes encontradas (Costa & Zoltowski, Duas outras bases foram selecionadas,
2014). Doaj (Directory of Open Access Journals) e
SciELO (Scientific Eletronic Library Online), por
Método ambas disponibilizarem textos completos e de
acesso gratuito. A busca foi refeita para proceder
Foram seguidas as oito etapas básicas à seleção do material, utilizando-se as bases de
sugeridas por Costa e Zoltowski (2014) para a dados específicas escolhidas: Scopus, Doaj e
construção desta revisão sistemática. O percurso SciELO.
metodológico será apresentado a seguir, segundo
essas etapas. Eleição das palavras-chave para a busca
contivessem os termos buscados em qualquer análise dos resumos, foram excluídos os que não
lugar do texto. Todos os documentos disponibilizavam texto completo, investigavam
encontrados foram salvos. Essa busca foi feita população infantojuvenil ou tratavam de
separadamente por dois juízes independentes pornografia infantil, restando 180 documentos
que, ao confrontarem os achados, encontraram os potencialmente relevantes. Esses documentos
mesmos resultados. foram analisados segundo os critérios de
exclusão: idioma diferente dos elencados,
Seleção de artigos pelo resumo, de acordo produção diferente de artigo científico e ausência
com critérios de inclusão e exclusão dos descritores da busca. O termo
“relacionamento” foi considerado apenas quando
A partir da busca realizada, uma lista de em um contexto de relação amorosa e/o sexual,
referência dos artigos foi organizada (Scopus N = excluindo as referências às relações entre coisas e
164; Doaj N = 160; SciELO N = 109; Total = ao estado civil. A base de dados final para a
433). Essa relação foi avaliada e 124 artigos foram revisão foi de 45 artigos. O processo de busca
excluídos, por estarem repetidos ou pelo ano de pode ser resumido como mostra a Figura 1.
publicação extrapolar o intervalo considerado. Na
Figura 1. Resumo da busca.
Busca nas bases N
Doaj 160
SciELO 109
Scopus 164
Total 433
Potencialmente relevantes
N = 309
Potencialmente relevantes
N = 180
Extração dos dados dos artigos selecionados do alto consumo de pornografia no Brasil, apenas
um dos estudos encontrados focava a população
Os 45 artigos selecionados na revisão brasileira (D’Abreu, 2013), de acordo com os
sistemática foram organizados em um software de critérios de inclusão e exclusão utilizados para a
planilha eletrônica, de forma a catalogar os dados seleção dos artigos nessas bases de dados.
de acordo com: ano de publicação, país de As publicações foram desenvolvidas por
publicação, área de conhecimento, tipo de estudo, pesquisadores das mais variadas áreas de
tamanho da amostra, métodos de coleta de dados, conhecimento. Para fins de sistematização, os
população, objetivos, definições de pornografia e artigos foram organizados segundo a classificação
relações negativas e positivas do consumo de do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) das
pornografia com o relacionamento, entre outros. áreas do conhecimento, tomando por base o
As etapas 7 (avaliação dos artigos) e 8 (síntese autor principal de cada artigo. Assim, temos
e interpretação dos dados) serão apresentadas a seguir. Ciências Sociais Aplicadas (N = 10; 22%)
congregando publicações em Comunicação
Resultads e Discussão Social, Direito, Economia e Serviço Social;
Ciências da Saúde (N = 8; 18%), com Medicina e
Na distribuição dos artigos por ano, Saúde Coletiva; Ciências Humanas (N = 7; 16%),
pode-se observar um baixo número de produções com Educação, Filosofia e Sociologia; e Ciências
no período de 2006-2009 (1,5/ano) e um salto no Exatas e da Terra (N = 1; 2%) com Estatística.
número de publicações no ano 2010 (8 Psicologia deveria ter sido incluída nas Ciências
publicações), seguido por uma leve redução entre Humanas, mas optou-se por calcular essa área à
2011-2014 (4,75/ano) e novo salto em 2015 (12 parte, de modo a explicitar sua representatividade.
publicações). Essa ampliação do número de Foram 19 artigos, 42% do total.
produções ao longo do período pode sugerir um Em termos de áreas de estudo, a
aumento do interesse na temática por parte dos produção é bastante diversificada, com artigos
pesquisadores. versando sobre aspectos jurídicos, psicológicos,
A maior parte das publicações está em culturais, sociais, morais e de saúde. A área de
língua inglesa (42 artigos; 93%); seguida da língua conhecimento que concentrou o maior número
portuguesa (2 artigos; 4%) e da língua espanhola de trabalhos publicados foi a Psicologia. Tal
(1 artigo; 2%). Nota-se, na amostra estudada, a concentração aponta uma preocupação desse
importância da língua inglesa na divulgação do campo do saber nos impactos do consumo de
conhecimento científico. pornografia nos relacionamentos.
Foram encontrados artigos de várias No que se refere ao tipo de estudo
partes do mundo, com destaque para os Estados realizado, destacam-se nessas publicações os
Unidos, com 26 artigos (58% do total); em relatos de pesquisas, com 37 artigos, que
seguida, temos Brasil, Canadá, China, Israel e corresponde a 82% do total. Por outro lado, nota-
Reino Unido, com dois artigos cada (4%); e os se a escassez de investigações como a revisão de
demais países, com um artigo cada (2%). Apesar literatura (N = 7; 16%) e a meta-análise (N = 1;
adultos (SF/SM)
Grov et al. (2011) em um 8376 sem definição Sa, Re- Sx, Ds, Re+
relacionamento
universitários
Gwinn, Lambert, 74 / sem definição, com
(SF/SM) em um Re- -
Fincham & Maner (2013) 291 exemplos
relacionamento
Hald, Malamuth & Yuen material sexualmente
MA N/A Vi -
(2010) explícito para excitação
Hald & Malamuth (2015) adultos (SF/SM) 200 sem definição Vi -
Hearn (2006) RL N/A sem definição Re-, Vi -
Hilton (2013) RL N/A sem definição Sa, Vi -
Laier, Pekal & Brand
mulheres 102 material hard-core - -
(2014)
Levine (2010) homens 30 sem definição Re- -
casal
Limacher & Wright (2006) heterossexual 1 sem definição Re- -
em terapia
adultos (SF/SM)
em um material sexualmente
Maddox et al. (2011) 1291 Re- Sx, Re+
relacionamento, explícito
não casados
material sexualmente
Montero (2008) RL N/A Sc -
explícito
125 / material homossexual
Mowlabocus et al. (2013) homossexuais Sc Sx, Ds
50 sexualmente explícito
casais 190 /
material sexualmente
Muusses et al. (2015) heterossexuais 157 / Re- Re+
explícito
casados 140
universitários material sexualmente
Olmstead et al. (2013) 404 Sa, Re- Sx, Re+
(SF/SM) explícito
material sexualmente
Poll (2012) RL N/A Vi -
explícito
material sexualmente
Popović (2011) mulheres 66 Sa, Re- Sx, Re+
explícito para excitação
universitárias
Pyle & Bridges (2012) 168 sem definição Sa, Re- -
(SF)
Şenormanci et al. (2014) homens 2 sem definição Sa -
material sexualmente
Silvera et al. (2015) homossexuais 1995 Sa Ds
explícito para excitação
casais material sexualmente
Staley & Prause (2013) 44 Sa Sx, Ds
heterossexuais explícito
Observa-se um maior número de definição alguma; oito não definem, mas dão
pesquisas com pessoas em relacionamento (N = exemplos: vídeo, revista, foto, site de Internet,
9; 24%), nas quais o pré-requisito para os etc.), 4% descreve como material exclusivamente
participantes era estar em um relacionamento hard-core (com imagens de violência, como asfixia,
amoroso (definidos nos artigos de diferentes engasgos, etc.), 2% como material desviante e 2%
formas, tais como casamento, união civil, explicita que não há consenso na definição.
relacionamento romântico, íntimo ou relação de Como pode ser observado no Quadro 1,
compromisso). Esse índice pode ter sido alguns autores partem do pressuposto de que há
encontrado em virtude dos termos um consenso no que se avalia como pornográfico,
“relacionamento” e “casal” fazerem parte da não explicitando nenhuma definição ou se
estratégia de busca dos artigos. Poucas pesquisas limitando a exemplos. Outros, ainda, restringem a
focaram na população homossexual, e apenas avaliação do que é pornográfico àqueles
masculina (N = 3; 8%). Uma pesquisa trabalhou conteúdos extremos, violentos. Na amostra
exclusivamente com fotógrafos especializados em estudada, material sexualmente explícito parece
fotografias eróticas, buscando compreender a ser a definição mais aceita, independentemente
motivação dos clientes – homens, mulheres e das gradações e diferentes tipos/categorias de
casais – e o processo de produção dessas fotos pornografia.
(Wentland & Muise, 2010). Mostra-se interessante o surgimento das
Quanto ao número de participantes, palavras erotismo e fotografia erótica, usadas nos
nota-se que pesquisas com mais de 100 artigos como algo distinto da pornografia por sua
respondentes representam 70% (N = 26) dos explicitude (Montero, 2008) e como sinônimo,
artigos, indicando que as pesquisas foram, em sua intentando despertar a excitação (Wentland &
maioria, com grandes amostras. Tal dado coaduna Muise, 2010), respectivamente. Tal possibilidade
com o tipo de estudo realizado: 23 utilizaram demonstra a maleabilidade dos conceitos
coleta exclusivamente quantitativas (62%) e seis pornografia e erotismo, e a diversidade de termos
utilizaram coleta mistas (16%). usados para identificar a pornografia.
Buscando identificar e descrever como a Para auxiliar na compreensão dos efeitos
pornografia tem sido definida no meio científico, ao relacionamento amoroso do uso de
foi levantada em cada um dos artigos pornografia, e levando em consideração a
selecionados a definição de pornografia com a dualidade já percebida nessa interface, foram
qual os autores trabalharam: 47% definem como identificados em cada artigo aspectos negativos e
material sexualmente explícito (nove apenas positivos desse consumo apontados pelos
como isso; sete acrescem o objetivo de excitar o autores. Esses aspectos foram agrupados em
consumidor; cinco, ainda, usam outros categorias que podem ser identificadas no
diferenciais , como “ferindo os bons-costumes”, Quadro 1, discutidas a seguir. O levantamento
“sem intimidade” ou “com submissão feminina”, dos aspectos positivos e negativos e sua
por exemplo), 44% dos artigos não apresentam categorização foram feitos por dois juízes
uma definição de pornografia (12 não dão independentes, com índice de concordância de
70%. Aspectos discordantes foram analisados por (Popovic, 2011; Muusses et al., 2015). Um dos
um terceiro juiz, que promoveu o consenso. estudos buscou compreender a direcionalidade da
Aspectos negativos percebidos do relação entre o uso de material sexualmente
consumo de pornografia ao relacionamento explícito na internet e a qualidade do
foram encontrados em 39 artigos (87%) e foram relacionamento entre casais e conclui indicando
agrupados nas seguintes categorias: que enquanto esposas usam pornografia para
1. Prejuízos à saúde (32%): expressões apimentar sua vida sexual, maridos usam como
que indicam prejuízos percebidos à saúde física e forma de demostrar que não estão satisfeitos na
mental, tais como uso problemático, autopercepção relação (Muusses et al., 2015). Isso nos leva a
negativa, comportamento sexual de risco, etc. Destaca- ponderar que existem diferenças de gênero
se aqui a preocupação com o desenvolvimento de significativas no consumo de pornografia e,
um vício e suas consequências, bem como pensando em termos de causalidade, que talvez
aspectos relacionados ao sofrimento psíquico e alguns dos prejuízos percebidos sejam reflexos da
seus efeitos. condição da relação, especialmente quando o
2. Prejuízos ao relacionamento (31%): casal já tem algum problema prévio relativo à
termos vinculados ao relacionamento, tais como confiança, ao sexo ou, ainda, quando os parceiros
redução da satisfação, segredo, infidelidade, redução da têm uma percepção negativa da pornografia em si
intimidade, etc. Denota as ameaças à manutenção (Popovic, 2011; Stewart & Szymanski, 2012).
da relação e as perdas sofridas por ela em virtude Pesquisas indicam que o uso excessivo de
do consumo de pornografia por um ou ambos os pornografia pode ter impactos negativos no
companheiros. relacionamento (Stewart & Szymanski, 2012;
3. Violência contra as mulheres (21%): Hilton, 2013; Olmstead et al., 2013; Şenormanci et
enfocam a preocupação de que a pornografia al., 2014); algumas destas utilizam como
possa ser um catalisador de relações desiguais, população sujeitos com consumo patológico –
como violência contra a mulher, objetificação, submissão como o uso dessas pessoas está acima da média
feminina, etc. Trata da forma como a mulher é vista da população, supõe-se que suas atitudes relativas
majoritariamente na pornografia: como um a isso também estarão fora da média. Faz-se
objeto sexual para satisfação masculina. mister, então, a atenção na recepção dos
4. Aspectos socioculturais (16%): resultados desses estudos, de modo a não
referências a aspectos sociais e culturais que generalizar para a população geral os efeitos
influenciam nossos comportamentos sexuais, encontrados entre pessoas que fazem uso
especialmente por meio de uma comparação com excessivo de pornografia. Pyle e Bridges (2012)
o outro – a idealização, de como o corpo deve ser, de como buscaram investigar se os efeitos negativos da
o desempenho deve acontecer, etc. pornografia são diferentes dos produzidos por
Algumas evidências sugerem que outros comportamentos compulsivos, como uso
mulheres e, mais frequentemente, homens podem de maconha. Concluíram que a maior frequência
ser “atraídos” para a pornografia quando se do uso, maior segredo e menor disponibilidade do
sentem solitários e frustrados sexualmente parceiro para interação foram os fatores que, de
forma similar nos dois tipos de comportamento, importante observar que esses modelos
impactaram os relacionamentos. Parece que, idealizados não são exclusivos da pornografia,
independentemente da experiência em análise, o mas permeiam toda produção midiática.
uso excessivo e, notadamente, o segredo, tende a Aspectos positivos percebidos do
criar problemas na relação (Limacher & Wright, consumo de pornografia ao relacionamento
2006; Levine, 2010; Popovic, 2011). foram encontrados em 19 artigos (42%) e foram
Uma das preocupações com o uso de agrupados nas seguintes categorias:
pornografia é que esta, ao reproduzir a expressão 1. Sexualidade (44%): expressões que
da cultura patriarcal do mundo atual, possa indicam benefícios à vida sexual e ao
influenciar a compreensão dos papéis de gênero e desenvolvimento da sexualidade, como
comportamentos sexuais esperados em um diversificação sexual, apimentar a relação, maior
relacionamento, partindo da premissa de satisfação sexual, etc. São efeitos diretos na vida
subordinação das mulheres, normatizando-as, sexual dos indivíduos, além de incorporado pelos
contribuindo, assim, com situações de casais em suas relações sexuais.
objetificação e de violência (Bonomi et al., 2014; 2. Desenvolvimento pessoal (31%):
Braithwaite et al., 2015; DeKeseredy, 2015; Hald referências à diversificação dos recursos pessoais
& Malamuth, 2015). por meio da utilização de pornografia, como
Essa “reprodução” das condutas aprendizado, normalização, autoestima, confiança, etc.
socialmente aceitas não se limita ao Remete à ampliação dos horizontes sexuais com
relacionamento romântico – são voltadas para ele, o pornô como fonte de aprendizado, de
mas também tem efeitos na internalização daquilo normalização e validação de desejos e fantasias e
que é retratado nos meios midiáticos. Alguns dos de avaliação positiva de si e do próprio
artigos selecionados apontam a idealização do comportamento sexual.
setting pornográfico, resultando em pressão pelos 3. Benefícios ao relacionamento (25%):
próprios sujeitos em alcançarem um corpo ideal, termos vinculados ao relacionamento, tais como:
um desempenho ideal, uma relação sexual ideal melhor comunicação, maior dedicação, maior intimidade,
com um parceiro ideal (Bonomi et al., 2014; etc. Aponta as possíveis contribuições do
DeKeseredy, 2015; Elder et al., 2015; Tylka & Van consumo de pornografia ao relacionamento,
Diest, 2015) – todos inalcançáveis, gerando uma como uma forma de maior aproximação dos
percepção de si negativa e ansiedade e pares.
insegurança no estabelecimento de relações mais Na pesquisa de Staley e Prause (2013),
próximas (El Far, 2007; Grov et al., 2011; Staley & foram investigados os efeitos na excitação de
Prause, 2013; Tylka, 2015). Uma das pesquisas adultos (homens e mulheres) após a exibição de
aponta, ainda, que homens em relacionamento um de dois tipos de filme: erótico ou
tendem a preferir a pornografia ao sexo real – emocionante (não erótico). Ambos resultaram em
quando comparados, o pornô parece mais aumento equivalente na excitação, sendo o
emocionante, com sua fonte infinita de mulheres erótico classificado como um pouco mais
e atos sexuais diversificados (Sun et al., 2015). É excitante e provocando no participante maior
desejo de estar com o parceiro. Supõe-se, dessa saúde, especialmente psicólogos. O discurso
maneira, que o efeito excitatório não se restringe sobre sexo e sua exposição na mídia, de formas
aos filmes de sexo explícito. veladas e explícitas, é constante, permeando
Para muitas pessoas, a pornografia parece desde programas de auditório a propagandas de
ser a principal fonte de informação sexual – cerveja, e influenciando a forma como as pessoas
“pornô é como uma escola televisionada para o se relacionam.
sexo” (fala de um participante da pesquisa de Os possíveis impactos do consumo de
Elder et al., 2015). Auxilia na diversificação das pornografia nos relacionamentos são ainda
práticas sexuais (Chi et al., 2012; Mowlabocus et bastante imprecisos e ambíguos. Relatórios
al., 2013; Olmstead et al., 2013; Elder et al., 2015), clínicos, opinião pública e pesquisas com dados
na confrontação e normalização dos desejos variam muito no que se referem aos presumidos
(Weinberg et al., 2010; Elder et al., 2015). Também efeitos negativos e positivos desse tipo de
é ferramenta para que os casais falem sobre suas material, e ora são apresentados como risco de
fantasias (Fahs & Gonzalez, 2014) e para a dissolução da relação (Maddox et al., 2011;
comunicação na relação, aproximando os Popovic, 2011; Olmstead et al., 2013; Weinstein et
parceiros (Benjamin & Tlusten, 2010; Grov et al., al., 2015), ora como fortalecedor do
2011; Popovic, 2011; Elder et al., 2015). relacionamento (Benjamin & Tlusten, 2010; Grov
Quer se tome a pornografia numa et al., 2011; Popovic, 2011; Elder et al., 2015). Por
perspectiva mais negativa, de implicações morais, diversas vezes, inclusive, os artigos apresentam
exploração, danos e riscos, ou positiva, como ambas as possibilidades.
ampliação das possibilidades sexuais e Os resultados apontam uma discrepância
desenvolvimento pessoal, o que se percebe é um entre a sexualidade “representada” e a “real”;
fenômeno complexo. Trata da sexualidade sugerem, ainda, que a pornografia pode ser uma
humana, algo multifacetado e culturalmente fonte de informação básica sobre sexo e pode ter
construído – e sobre o qual é preciso lançar luz alguma influência sobre as práticas sexuais dos
para que possamos melhor compreendê-lo e, inquiridos. É preciso ampliar os canais para que
assim, utilizá-lo na construção de uma se possa falar sobre a sexualidade humana,
sexualidade humana mais potente e saudável. contribuindo para vivências menos limitadoras e
mais saudáveis, encorajando as pessoas a
Considerações Finais discutirem sobre os possíveis benefícios e efeitos
nocivos do uso desse tipo de material e o que leva
A utilização de revisão sistemática ao consumo (Chi et al., 2012).
forneceu um panorama sobre o tema, destacando A proposta de investigar as definições de
a diversidade de aspectos tratados, e buscou pornografia utilizadas por pesquisadores e os
construir informações que, disseminadas, possam efeitos percebidos do consumo desse material
contribuir com a ampliação do conhecimento nos relacionamentos amorosos foi alcançada.
científico sobre o assunto e com as estratégias de Entretanto, duas possíveis limitações podem ser
intervenção utilizadas pelos profissionais de apontadas: a escolha das bases para busca
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